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Revista

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EDIÇÃO 228

MARÇO

BELÉM-PARÁ

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FUNDO AMAZÔNIA ORIENTAL UNICEF RECOMENDA A VOLTA AS AULAS INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL RESPONSÁVEL 12

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The Bioeconomy Celebrates Nature

World BioEconomy Forum goes to Brazil – live from Belém! 18 – 20 October 2021

The World BioEconomy Forum is a think-tank initiative which provides a global platform for key stakeholders of the circular bioeconomy to share ideas and promote bio-based solutions. Our annual Forum brings together companies, policy makers, and academics within circular bioeconomy to one event, this time in Brazil. Read more about our themes, our partners and the Forum happening 18–20 October 2021 at www.wcbef.com.

VARIAÇÕES DA MARCA

VERTICAL

Para uma perfeita aplicação às diversas peças e materiais que se apresentam com formatos e dimensões variados, existem duas opções: a versão vertical, aplicação preferencia da marca, e a versão horizontal.

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GOVERNO DO ESTADO DO PARÁ

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MANUAL DE IDENTIDADE VISUAL

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N E S TA E D I Ç Ã O 227 - FEVEREIRO - 2021

PUBLICAÇÃO

GOVERNO DO PARÁ AVANÇA NA ESTRUTURAÇÃO DO FUNDO AMAZÔNIA ORIENTAL

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Editora Círios SS Ltda CNPJ: 03.890.275/0001-36 Inscrição (Estadual): 15.220.848-8 Rua Timbiras, 1572A - Batista Campos Fone: (91) 3083-0973 Fax: (91) 3223-0799 ISSN: 1677-6968 CEP: 66033-800 Belém-Pará-Brasil www.paramais.com.br revista@paramais.com.br

EDITORA CÍRIOS

ÍNDICE

UNICEF DIZ QUE APÓS UM ANO, CHEGOU A HORA DE OS ESTUDANTES RETORNAREM ÀS AULAS

10 GUIA DE 5 ETAPAS PARA DIMENSIONAR IA RESPONSÁVEL

DIRETOR e PRODUTOR: Rodrigo Hühn; EDITOR: Ronaldo Gilberto Hühn; COMERCIAL: Alberto Rocha, Augusto Ribeiro, Rodrigo Silva, Rodrigo Hühn; DISTRIBUIÇÃO: Dirigida, Bancas de Revista; REDAÇÃO: Ronaldo G. Hühn; COLABORADORES*: Anna Huix, Ascom SEMAS, BBC News Brasil, Chris Woolston, Divulgação, Lofred Madzou, Instituto Potsdam para Pesquisa de Impacto Climático, Ronaldo Hühn, Saugat Adhikari, Unicef, Wharton, WEF; FOTOGRAFIAS: Anna Huix, Arquivo, BBC News Brasil, Divulgação, Mácio Ferreira, Rogerio Oliveira/Ag. Pará, Grece Tours, ICN2, McKinsey, Maynooth University, NASA / Goddard Space Flight Center, Nature Geoscience, ONU/Eskinder Debebe, Shutterstock / metamorworks, Pagenews.gr, Unicef/ Archives, Unicef/Chris Farber/Unicef via Getty Images, Unicef/Wang Jing, Unsplash, Wharton, WEF, Wikimedia, Woods Hole Oceanographic Institution; DESKTOP: Rodolph Pyle; EDITORAÇÃO GRÁFICA: Editora Círios

* Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.

C A PA

14 COMO A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL PODE RETARDAR A DISSEMINAÇÃO DE COVID-19

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Quais os algarismos que os antigos gregos usavam em suas impressionantes descobertas Levando o grafeno do laboratório para o mundo real

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FAVOR POR

Sistema da Corrente do Golfo em seu ponto mais fraco em mais de um milênio

CIC

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Mulheres subindo na escada da liderança

Samaumeira, conhecida como a Arvore da vida, às margens do Rio Parana do Ramos, no percurso indo para Maués-AM. Foto: Adalmir Chixaro

Invenções e descobertas da Grécia Antiga que são usadas ainda hoje

ST A

BONS HÁBITOS ALIMENTARES LEVAM A UM INTESTINO MAIS SAUDÁVEL E MELHOR SAÚDE

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Desenvolvimento sustentavel Em parceria com Representante Autorizado

O sistema é alimentado com resíduos orgânicos

Bactérias decompõem o resíduo orgânico no biodigestor

O fertilizante líquido pode ser usado em jardins e plantações

O biogás é armazenado no reservatório de gás para ser usado em um fogão

O sistema tem capacidade de receber até 12 Litros de resíduos por dia.

O equipamento produz biogás e fertilizante líquido diariamente.

Totalmente fechado mantendo pragas afastadas.

Em um ano, o sistema deixa de enviar 1 tonelada de resíduos orgânicos para aterros e impede a liberação de 6 toneladas de gases de efeito estufa (GEE) para atmosfera.

O QUE COLOCAR NO SISTEMA

O QUE NÃO COLOCAR NO SISTEMA

Carne, frutas, verduras, legumes e restos de comida. OBS: Máximo de duas cascas de cítricos por dia.

Resíduos de jardinagem, materiais não orgânicos (vidro, papel, plástico, metais). Resíduos de banheiro, produtos químicos em geral.

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Governo do Pará avança na estruturação do Fundo Amazônia Oriental Iniciativa pretende captar recursos financeiros privados e de países, para ampliar os investimentos em meio ambiente e desenvolvimento socioeconômico Texto *Ascom SEMAS Fotos Arquivo, Mácio Ferreira, Rogerio Oliveira/Ag. Pará

Para o titular da Semas, Mauro O’ de Almeida, o Fundo tem por objetivo principal “ampliar a capacidade de investimento no Pará, a partir do financiamento de ações e projetos que agreguem uma abordagem de conciliação entre conservação ambiental...”

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Governo do Pará lançou recentemente, na quarta-feira (10/03), por meio de edital publicado no Diário Oficial do Estado, chamamento público para selecionar a Organização da Sociedade Civil (OSC) que fará a gestão do Fundo da Amazônia Oriental (FAO). O Fundo é uma das ferramentas do Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA), política de Estado instituída pelo Governador Helder Barbalho em agosto do ano passado. O objetivo do Plano é tornar o Pará um estado “Emissor Líquido Zero” a partir de 2036, isto é, zerar sua “contribuição” para a intensificação das Mudanças Climáticas no planeta, no que diz respeito à conversão de áreas de floresta. Este balanço é orientado tanto pela redução progressiva do desmatamento, quanto pelo aumento sucessivo da regeneração de vegetação. O titular da Semas, Mauro O’de Almeida, destaca a relevância da participação da sociedade civil na gestão do FAO.

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Para ele, a integração do Estado com o terceiro setor e com o setor empresarial é fundamental para a efetividade das políticas de desenvolvimento sustentável. “É com base nesse olhar que o governo reconheceu este como sendo o modelo de gestão mais adequado para um mecanismo do porte do FAO, para que ele de fato se converta num instrumento de colaboração eficiente para aliarmos conservação ambiental, desenvolvimento econômico e justiça social.

Acreditamos que somente assim o Pará poderá atingir as metas estabelecidas pela Política Estadual sobre Mudanças Climáticas, Plano Amazônia Agora e colaborar com as metas com as quais o Brasil se comprometeu nas negociações climáticas internacionais”, afirma. Segundo o secretário, o Fundo tem por objetivo principal “ampliar a capacidade de investimento no Pará, a partir do financiamento de ações e projetos que agreguem uma abordagem de conciliação entre conservação ambiental, como por exemplo a implementação das Unidades de Conservação estaduais, e o desenvolvimento social e econômico da população, a partir dos saberes tradicionais e do estímulo à bioeconomia”, diz. O Fundo da Amazônia Oriental (FAO) faz parte do Plano Estadual Amazônia Agora e está posicionado dentro do Eixo “Financiamento Ambiental”, um dos quatro pilares do PEAA.

Os demais eixos do Plano são: “Comando e Controle”, cujo expoente é a Força Estadual de Combate ao Desmatamento, instituída em fevereiro do ano passado; “Desenvolvimento Socioeconômico em Baixas Emissões de GEE”, cujo expoente é o Programa Territórios Sustentáveis, que aplica na prática a descarbonização da matriz econômica paraense, a partir de um pacote de serviços que vão da assistência técnica à certificação da produção rural, incluindo acesso a mercados;

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e “Ordenamento Territorial”, em que se destaca o Programa Regulariza Pará, que estabelece uma abordagem integrada e de aceleração dos aspectos fundiário e ambiental na regularização de imóveis rurais. A seleção regulada pelo edital lançado é uma etapa-chave para que o Fundo complete seu ciclo de estruturação, trazendo um desenho moderno, integrador, ágil e transparente a iniciativas de financiamento de interesse público. A etapa se junta à instituição do Comitê Gestor do FAO, concluída no ano passado e, em paralelo, ao desenho da estratégia de captação de recursos para o Amazônia Agora, que está em andamento e deve auxiliar a própria entidade gestora selecionada. A expectativa é que, ainda neste ano, o Pará viabilize ações de retomada econômica em bases sustentáveis, com benefícios diretos ao fortalecimento da agenda ambiental e ao desenvolvimento econômico nos municípios. O processo de seleção exige que a entidade gestora tenha reconhecida atuação na área de projetos ligados a temas ambientais, demonstre ter equipe técnica especializada, além de estar ajustada de forma institucional e finalística com as diretrizes do FAO e do Plano Amazônia Agora. O edital explica as etapas e os prazos que as organizações candidatas terão para participarem do certame, que selecionará apenas uma delas a ser a entidade gestora do FAO. Durante os primeiros 30 dias, o edital ficará disponível apenas para divulgação, esclarecimentos e preparação documental dos interessados, sem a abertura de nenhuma das fases eliminatórias. O objetivo é assegurar razoabilidade e qualidade ao certame, sobretudo diante do cenário excepcional que o país enfrenta em função da pandemia de Covid-19. Além de administrar o Fundo, a entidade gestora também terá entre suas tarefas promover esforços para a captação de recursos em favor do FAO, e observar os 15 eixos a que o Fundo pretende estimular ao longo dos anos, de maneira perene. Os eixos de investimento do Fundo da Amazônia Oriental estão relacionados com objetivos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável (ODS). Entre eles, a efetivação do ordenamento ambiental, fundiário e territorial; a consolidação de Unidades de Conservação, o uso sustentável dos ativos ambientais (bioeconomia), entre outros.

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que a Constituição Federal estabelece, quando diz que o dever de buscarmos um meio ambiente ecologicamente equilibrado se impõe não só ao Poder Público, mas também à coletividade. Então nada mais justo que a sociedade civil assuma o papel central na gestão deste mecanismo, com o empresariado e o planeta aportando recursos para fazê-lo dar certo”, afirma o diretor de Planejamento Estratégico e Projetos Corporativos da Semas, Wendell Andrade. Para o diretor, o FAO é uma ferramenta que pode ao mesmo tempo acelerar processos internos de Estado, e ampliar o fôlego colaborativo das organizações da sociedade civil, na ponta, “que para nós são parte de um conceito moderno de administração pública, que não centraliza as realizações somente nas ações do Estado, e sim prioriza a atuação em rede”. O Fundo também deverá promover atividades econômicas ambientalmente viáveis, dentre as quais cadeias de produção agrossilvipastoril- plantio de árvores associado com cultivos agrícolas e criação animal. O FAO deverá acelerar a ação do Estado e iniciativas da sociedade civil para recuperar áreas degradadas e ampliar estoques de floresta, promover a agenda de qualidade ambiental nas cidades paraenses, em especial as voltadas ao saneamento ambiental e à gestão de resíduos sólidos, como parte da estratégia de adaptação do Pará às mudanças climáticas. Outros objetivos estabelecidos são o fortalecimento dos instrumentos de gestão ambiental integrada, incluindo governança e transparência no controle social de políticas públicas.

Recursos Mecanismo financeiro privado reconhecido pelo governo do Estado em 2019, o FAO se desenvolve a partir de recursos doados por pessoas físicas, entidades privadas nacionais, internacionais, filantropias e por estados estrangeiros.

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“Sabemos do desafio que um mecanismo como este traz, especialmente em se tratando de Amazônia, que ainda carece de arranjos de alta eficiência. Por isso, a concepção do FAO foi pautada tanto no caráter de inovação, quanto no resgate de compromisso

“O território paraense equivale à extensão de vários países da Europa, somados. Nossos resultados não terão escala e efetividade se não ousarmos lançar desenhos inovadores e que envolvam a todos os segmentos, como se propõe a ser o FAO”, completa Wendell Andrade. A entidade da sociedade civil que fará a gestão do FAO vai ser orientada a respeito do planejamento estratégico do Fundo por um Comitê Gestor, presidido pelo governador do Pará, e formado por representantes do Governo e da sociedade civil. A este Comitê cabe, entre outras atribuições, definir as diretrizes e prioridades de aplicação dos recursos capitalizados pelo FAO, e supervisionar o desempenho da entidade gestora, avaliando contas e propondo aperfeiçoamentos ao mecanismo. Há ainda a previsão de participação ocasional de doadores nas reuniões do Comitê, à medida em que os aportes forem sendo concretizados.

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O secretário Mauro O’ de Almeida destacou a importância do FAO para o desenvolvimento sustentável da Amazônia

Fundo da Amazônia Oriental é destaque em debate virtual A live, feita pela rede social da Semas, falou sobre a etapa de seleção da entidade gestora do FAO, com a participação de convidados. Uma transmissão ao vivo, feita pelo instagram da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade, marcou o lançamento do edital para seleção do comitê gestor do Fundo da Amazônia Oriental (FAO). O evento virtual teve como anfitrião o titular da Semas, Mauro O’ de Almeida, e as participações do economista, pesquisador e ex-diretor do BID no Brasil, Rogério Studart e da advogada e coordenadora da Ong TNC, Teresa Moreira.

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O secretário Mauro O`de Almeida, fez uma breve abertura destacando a importância do atual momento de estruturação do Fundo, com a publicação do edital que vai selecionar o comitê gestor, com destaque para o papel protagonista da sociedade civil nesse contexto. “O FAO pretende ser a ponte entre o serviço público e a iniciativa privada para aqueles que querem colaborar, apoiar e conduzir a economia ao desenvolvimento sustentável. A experiência nos mostra que é possível ter resultados positivos no combate ao desmatamento, a exemplo da redução de 14% ocorrida na comparação entre os anos de 2019 e 2020, por isso, ter investimentos canalizados às ações, nesse e em outros eixos, é tão importante para o Pará”, afirmou o secretário.

Rogério Studart, que foi o primeiro convidado a entrar na live, destacou a importância de ter projetos que não apenas apontem para o desenvolvimento sustentável, mas o caminho para se chegar a esse objetivo. “Acredito que o Fundo é como um porto seguro para garantir investimentos importantes para a gestão pública ambiental na Amazônia paraense”, complementou o economista. Em seguida, Teresa Moreira falou sobre o conjunto de ações, envolvendo esferas públicas e privadas, que devem andar alinhadas à estratégia para alcançar as metas do Pará: “O papel do FAO nesse cenário, é fundamental para articular tanto os esforços do setor público, do setor privado, no estabelecimento de uma agenda compartilhada, a partir de metas claras e orientadas pelo Plano Estadual Amazônia Agora, que trazem oportunidade de engajamento com foco no desenvolvimento efetivo de uma economia de baixo carbono”, concluiu Teresa. O edital de lançamento para a escolha do comitê gestor do FAO foi publicado em diário oficial, na quarta-feira (10/03), a seleção será feita pela Semas entre os meses de abril e agosto. Após selecionada, essa entidade iniciará a execução de recursos aportados no Fundo, voltados para as metas do Amazônia Agora. A expectativa é que o FAO seja um mecanismo operando simultaneamente com outros fundos públicos, com a diferença de que, por ser um mecanismo recebedor de recursos de natureza privada, opere com maior fluidez e agilidade, ampliando os investimentos nas diferentes regiões do Estado. (*) SEMAS

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Instalação do Unicef, na sede da ONU em Nova Iorque, alerta para fechamento de escolas em todo o mundo

Unicef diz que após um ano, chegou a hora de os estudantes retornarem às aulas Cultura e educação: Fechamento ainda afeta 168 milhões de pessoas em 14 países; 66% dessas instituições de ensino estão na América Latina e no Caribe; em nova campanha na sede da ONU, agência mostra 168 cadeiras vazias, cada uma representando 1 milhão de estudantes.

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scolas para mais de 168 milhões de crianças em todo o mundo estiveram completamente fechadas por quase um ano devido às medidas de combate à Covid-19. Os dados constam de um novo relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef. Cerca de 214 milhões de alunos em todo o mundo, ou um em cada sete, perderam mais de 75% da aprendizagem em aulas presenciais.

Crise Segundo a pesquisa, 14 países em todo o mundo permaneceram fechados, em grande parte, desde março do ano passado. Dois terços estão na América Latina e no Caribe, afetando quase 98 milhões de crianças e jovens. Desses 14 países, o Panamá manteve as escolas fechadas a maior parte dos dias, seguido 10

por El Salvador, Bangladesh e Bolívia. Em comunicado, a diretora-executiva do Unicef, Henrietta Fore, disse que “a cada dia que passa, as crianças sem acesso à escola presencial ficam cada vez mais para trás, com os mais

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marginalizados pagando o preço mais alto.” Para ela, os alunos não podem ter o segundo ano letivo assim. Fore afirma que “nenhum esforço deve ser poupado para manter as escolas abertas ou priorizar a reabertura”. www.paramais.com.br

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Consequências As mais vulneráveis e as que não têm acesso ao ensino a distância correm um risco maior de nunca mais voltar à sala de aula e até de serem forçadas ao casamento infantil ou ao trabalho infantil = De acordo com a Organização das Nações Unidas para Educação Ciência e Cultura, Unesco, mais de 888 milhões de crianças em todo o mundo continuam enfrentando interrupções, totais ou parciais, em sua educação. A maioria das crianças confia nas escolas como um lugar onde podem interagir com seus colegas, buscar apoio, ter acesso a serviços de saúde e imunização e uma refeição nutritiva. Segundo o Unicef, “quanto mais as escolas permanecem fechadas, mais as crianças ficam isoladas desses elementos críticos da infância”.

Iniciativa

Alunos seguram folhetos com informações de saúde sobre Covid-19 em sala de aula na província de Qinghai, China

Para chamar a atenção, o Unicef lança esta quarta-feira a “Pandemia na Sala de Aula”, uma campanha nos jardins da sede da ONU, em Nova Iorque. A ideia é recriar uma sala vazia com 168 carteiras, cada uma representando um milhão crianças, sem aulas presenciais, onde as escolas permanecem fechadas. Henrietta Fore diz que “a instalação é uma mensagem aos governos, que devem priorizar a reabertura das escolas e melhores do que antes”.

Regresso Os alunos precisarão de apoio para se reajustar e atualizar seus conhecimentos ao retornar ao colégio. Os planos de reabertura devem ajudar a recuperar os momentos de educação perdidos. O Unicef pede aos governos para priorizarem as necessidades únicas de cada aluno, com serviços de aprendizagem, saúde e nutrição, bem como medidas de proteção para fomentar o desenvolvimento e o bem-estar das crianças. O Quadro do Unicef para a Reabertura de Escolas, emitido em conjunto com a Unesco e outras agências da ONU, oferece conselhos práticos para as autoridades nacionais e locais.

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Mulheres subindo na escada da liderança Colaboração, empatia e flexibilidade - todas cruciais para uma liderança eficaz - são tradicionalmente percebidas como características femininas. No entanto, um novo estudo intersetorial de Caliper descobriu que as líderes femininas também exibem as características masculinas tradicionais de persuasão, assertividade e disposição para assumir riscos Texto *Lindsay Pattison Fotos WEF

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inha opinião é que a liderança é um processo fluido e cheio de nuances; você precisa ser adepto da mudança de estilo e ser culturalmente adaptável conforme necessário. Talvez porque as mulheres precisem lutar mais contra o preconceito arraigado e o status quo, precisamos ser mais tenazes e determinadas para abrir caminho até a linha de liderança. Ainda assim, somos inclusivos por natureza; tentamos trazer pessoas conosco. Como tal, as mulheres estão estabelecendo um novo padrão de liderança moderna. Desde que fui nomeada para uma função de CEO global na Maxus, tenho sido questionada cada vez mais sobre liderança em um contexto de gênero. É uma estatística frequentemente citada, mas em Davos este ano apenas 17% dos participantes eram mulheres. A questão do gênero continua surgindo - e por isso continua relevante.

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Mulher refletida na janela de um escritório no distrito financeiro de Pudong, em Xangai

A igualdade de gênero no local de trabalho faz sentido para os negócios: empresas com conselhos de administração mista apresentam melhor desempenho, de acordo com o Catalyst Bottom Line Report.

Enquanto isso, empresas com conselho exclusivamente masculino tiveram desempenho inferior. Repetidamente, o índice Global Gender Gap do Fórum Econômico Mundial rastreia uma forte correlação entre o tamanho da diferença de gênero em um país e sua competitividade nacional. No entanto, globalmente, a perspectiva de gênero continua desolador: as mulheres ganham 77% do valor pago aos homens, e no Reino Unido ocupa uma chocante 26 th geral para a igualdade - a sua pontuação mais baixa desde 2008. Em termos de liderança, apenas 30% da empresa-diretor Os cargos de nível superior no Reino Unido são preenchidos por mulheres, caindo para 16,9% nos conselhos de empresas da Fortune 500. Uma maneira importante de desafiar essas normas é o número pequeno, mas significativo, de mulheres em cargos de chefia ajudar outras mulheres a subir na hierarquia. A escassez de redes femininas é um problema perpétuo. No entanto, no Reino Unido, há agora vários grupos de networking somente para mulheres, como 30% Club e WACL , que fornecem aconselhamento e orientação profissional e defendem o aumento da participação das mulheres nos negócios.

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As mulheres têm menos e mais fracas conexões com colegas seniores do que os homens, devido a problemas de legado, como recrutamento desequilibrado no nível sênior, redes de meninos mais velhos, estereótipos profundamente arraigados e políticas de trabalho inflexíveis que tornam a vida logisticamente desafiadora para mães que trabalham. É fundamental que as mulheres líderes tenham visibilidade real como modelos de comportamento. Precisamos “seguir o que falamos” estando no palco, compartilhando nossas histórias e encorajando outros a se apresentarem. Precisamos ajudar uns aos outros. Existe um sentimento subjacente persistente de que as mulheres devem (e o fazem, por padrão) colaborar, buscar consenso e ficar mais caladas do que seus colegas homens. As mulheres tendem a ficar juntas em ambientes dominados por homens. E quem pode nos culpar? As mulheres enfrentam uma penalidade pela assertividade: pesquisas acadêmicas dos Estados Unidos descobriram que as mulheres pedem US $ 7.000 a menos quando negociam por si mesmas do que quando negociam em nome de outra pessoa - o que significa falta de confiança e autoconfiança. A mídia e a publicidade estão à frente da curva: 25% dos cargos de gerência sênior no Reino Unido são ocupados por mulheres, de acordo com o Censo da Agência IPA.

Mas, como as mulheres representam metade da força de trabalho geral e começam na publicidade com uma divisão 50/50, temos um longo caminho a percorrer. Isso não quer dizer que as coisas não estejam melhorando - definitivamente estão. O número de mulheres em outros cargos executivos disparou em apenas um ano, de 29,5% para 37,1%. A mídia e a indústria de publicidade são melhores em conseguir

mulheres nos conselhos do que o setor empresarial mais amplo, com 23% nas 100 maiores empresas do Reino Unido e nenhum conselho exclusivamente masculino; embora as mulheres tendam a ocupar cargos de diretoria não executiva. Na Maxus, temos orgulho de ter uma forte representação feminina no nível sênior (as mulheres representam 40% de nossos líderes locais) e de contrariar uma tendência de diversidade de gênero pobre em conselhos na região da Ásia-Pacífico, atualmente a melhor área para mulheres na gestão. Nossa cota de liderança feminina está aumentando, com a maior parte do crescimento nos mercados em desenvolvimento mas sabemos que temos mais a fazer. A paridade de gênero é um problema que as empresas com visão de futuro estão tentando resolver. Iniciativas como o treinamento de preconceito incondicional são extremamente encorajadoras e há claramente um impulso para a mudança. Um ângulo crítico agora é garantir que trabalhemos de forma construtiva e inclusiva em todo o setor de negócios - com uma adesão genuína no nível C-suite essencial. Fechar a lacuna de gênero beneficiará a todos.

1° Escolha o tamanho

N 150g: 27,00 N 250g: 42,00 N 350g: 63,00 N 500g: 85,00

2º Escolha a casca

N Chocolate branco N Chocolate preto

3º Escolha o sabor

N Red velvet N Brigadeiro com morango N Brownie N Cupuaçu com castanha/PA N Cupuaçu com ninho N Kit Kat N Oreo revistaamazonia.com.br

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Guia de 5 etapas para dimensionar IA responsável

A implantação de IA em escala continuará sendo problemática até que as empresas se envolvam em uma mudança fundamental para se tornarem organizações orientadas por ‘IA responsável’. As empresas devem abraçar essa transformação, pois a confiança nos sistemas de IA será o fator determinante para determinar com quem vale a pena fazer negócios Texto * Luciana Constantino Fotos Nature/ Scientific Reports, Ricardo Dal’Agnol/Inpe)

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aprendizado de máquina é uma tecnologia revolucionária que começou a perturbar fundamentalmente a maneira como as empresas operam. Portanto, não é surpreendente que as empresas estejam correndo para implementá-lo em seus processos, conforme relatado pela McKinsey & Company Global AI Survey. Ao mesmo tempo, uma pequena porcentagem dessas empresas conseguiu implantar Inteligência Artificial (IA) em escala - um processo que parece mais difícil de alcançar, dados

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relatórios regulares de usos antiéticos de IA e crescente preocupação pública sobre seus potenciais impactos adversos. Essas dificuldades provavelmente persistirão até que as empresas se envolvam em uma mudança fundamental para se tornarem organizações orientadas por ‘IA responsável’. Na prática, isso requer abordar os desafios de governança associados à IA e, em seguida, projetar e executar uma estratégia sólida. Para ajudar as empresas a implantar IA responsável em escala, oferecemos um guia de cinco etapas.

AI cria desafios únicos de governança Vivemos em um mundo cheio de incertezas e a capacidade de construir sistemas de aprendizagem capazes de lidar com essa realidade básica em certa medida, descobrindo padrões e relações nos dados sem serem explicitamente programados, representa uma imensa oportunidade. No entanto, ainda existem motivos para preocupação, porque o aprendizado de máquina também cria desafios de governança exclusivos. Por um lado, esses sistemas são fortemente dependentes de dados, o que incentiva as empresas a coletar dados pessoais em massa, causando possíveis problemas de privacidade no processo.

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Em segundo lugar, coletar, limpar e processar dados de alta qualidade é uma tarefa cara e complexa. Consequentemente, os conjuntos de dados de negócios muitas vezes não refletem com precisão o “mundo real”. Mesmo quando o fazem, eles podem simplesmente replicar ou exacerbar o preconceito humano e levar a resultados discriminatórios. Isso porque o loop de feedback em IA provavelmente amplificará qualquer propensão inata embutida nos dados. Por último, o poder de sistemas computacionais massivos com recursos de armazenamento ilimitados elimina a opção de anonimato, já que informações comportamentais pessoais detalhadas são levadas em consideração para permitir a segmentação individual em um alto nível de granularidade nunca antes visto. Mais fundamentalmente, como os sistemas alimentados por IA evoluem com os dados e o uso, seus comportamentos são difíceis de prever; e quando se comportam mal, são mais difíceis de depurar e manter . Ao contrário do software clássico, não se pode simplesmente corrigir as instruções fornecidas ao sistema para restabelecer a consistência com a funcionalidade pretendida. Simplificando, quando algo dá errado, é mais difícil determinar por que aconteceu e implementar medidas corretivas. Nesse contexto, um objetivo inocente, como maximizar a receita, poderia permitir que um sistema de aprendizagem de IA altamente capaz desenvolvesse maneiras profundas e difíceis de detectar para enganar o usuário e fazer gastos adicionais, o que levanta questões éticas legítimas.

5 etapas para implantar IA responsável em escala Como empresa, como você implanta IA com sucesso em escala e, ao mesmo tempo, mitiga os riscos discutidos acima? Você deve se envolver em uma mudança organizacional fundamental para se tornar uma empresa orientada para IA responsável. Para ajudar a navegar nessa mudança, oferecemos o seguinte processo como ponto de partida:

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Riscos que as organizações consideram relevantes e estão trabalhando para mitigar

1. Defina o que a IA responsável significa para a sua empresa Para garantir que toda a organização esteja empurrando na mesma direção, os executivos devem definir o que constitui o uso responsável da IA para sua empresa por meio de um processo colaborativo, envolvendo membros do conselho, executivos e gerentes seniores. departamentos. Isso pode assumir a forma de um conjunto de princípios que orientam o projeto e o uso de serviços ou produtos de IA. O processo de elaboração de tais princípios deve ser estruturado em torno de uma reflexão prática sobre como a IA pode criar valor para a organização e quais riscos (por exemplo, reputação da marca, segurança do funcionário, resultados injustos para os clientes, aumento da polarização no discurso público) precisam ser mitigados ao longo o caminho. Os principais atores da indústria, incluindo Google e Microsoft , já se moveram nessa direção e divulgaram seus princípios de IA responsáveis.

Mais empresas deveriam seguir seu exemplo. A elaboração de tais princípios oferece dois benefícios principais. Em primeiro lugar, dá a oportunidade a todos, especialmente à alta administração, de serem educados sobre IA responsável. Em segundo lugar, pode formar a base de uma estratégia de negócios de IA responsável, detalhando como sua organização planeja construir um pipeline de produtos e serviços de IA responsáveis.

2. Construir capacidades organizacionais Projetar e implantar sistemas de IA confiáveis deve ser um esforço de toda a organização. Requer planejamento sólido, execução multifuncional e coordenada, treinamento de funcionários e investimento significativo em recursos para impulsionar a adoção de práticas de IA responsáveis. Para testar essas atividades, as empresas deveriam construir um “Centro de Excelência em IA” interno, que concentraria seus esforços em duas funções básicas: treinamento e incentivo à adoção.

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Na verdade, para fazer seu trabalho, os funcionários precisam ser treinados para entender como o risco se manifesta em suas interações contextuais com sistemas de IA e, mais importante, como identificá-los, relatá-los e mitigá-los. É aí que mesmo a empresa mais bem-intencionada pode ficar aquém se focar exclusivamente em equipes técnicas. Além disso, o Centro deve operar em estreita colaboração com os “campeões” de negócios encarregados de supervisionar a implementação de soluções e produtos de IA confiáveis.

3. Facilitar a colaboração multifuncional Os riscos são altamente contextuais, o que significa que diversas funções de negócios têm diferentes percepções de risco. Ao projetar sua estratégia, certifique-se de ter perspectivas complementares de vários departamentos para desenvolver um esquema de priorização de risco sólido. Isso reduzirá os “pontos cegos” da alta administração e garantirá um suporte mais forte de sua força de trabalho durante a execução. Além disso, como os sistemas de aprendizagem tendem a gerar comportamentos imprevistos, haverá riscos que precisam ser tratados enquanto o sistema está em operação. Aqui, a estreita colaboração interfuncional, coordenada por responsáveis de risco e conformidade , será a chave para projetar e implementar soluções eficazes.

4. Adote métricas de desempenho mais holísticas Atualmente na indústria, os sistemas de IA são geralmente avaliados com base em seu desempenho médio em conjuntos de dados de referência. Ainda assim, os praticantes e pesquisadores de IA reconhecem que é uma abordagem bastante restrita para avaliação de desempenho e estão investigando ativamente métodos alternativos. Sugerimos uma abordagem mais holística: as empresas devem, regularmente, monitorar e avaliar o comportamento de seus sistemas em relação aos princípios de IA responsáveis. Dessa perspectiva, um sistema é considerado de alto desempenho se seu comportamento for consistente com a definição organizacional do que é considerado um serviço ou produto alimentado por IA responsável.

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Em segundo lugar, os funcionários que relataram casos de uso problemáticos e dedicaram tempo para introduzir medidas corretivas devem ser recompensados como parte de sua avaliação de desempenho anual.

O caminho a seguir

5. Defina linhas claras de responsabilidade Ter o treinamento e os recursos certos não é suficiente para implementar uma mudança duradoura se você falhar em construir as linhas certas de responsabilidade. Em outras palavras, para fazer a coisa certa, os funcionários devem ter os incentivos certos e ser reconhecidos por fazer a coisa certa. Sem surpresa, esse é um dos maiores desafios que os profissionais de IA responsável estão relatando.

Aqui, sugerimos dois remédios. Primeiro, você deve introduzir um processo de verificação , seja como parte da revisão de pré-lançamento de seus produtos de IA, ou independente dela, para se certificar de que as considerações éticas foram abordadas. Este processo de verificação deve ser articulado com uma estrutura organizacional que mapeie as funções e responsabilidades de cada equipe envolvida e um procedimento de escalonamento a seguir quando / se houver desacordo persistente, por exemplo, entre gerentes de produto e privacidade.

Há uma consciência cada vez maior entre os líderes empresariais de que uma abordagem responsável à IA é necessária para garantir o uso benéfico e confiável dessa tecnologia transformadora. No entanto, eles não têm certeza sobre como fazer isso em escala e ao mesmo tempo criar valor para suas empresas. Queremos tranquilizá-los de que isso é possível, mas requer uma mudança organizacional profunda. Como acontece com qualquer mudança importante na vida, os primeiros passos geralmente são os mais difíceis e esperamos que nosso guia ajude os líderes empresariais a navegar nessa fase de transição. Também gostaríamos de incentivá-los a perseverar porque, no longo prazo, as empresas responsáveis por IA provavelmente serão as mais competitivas. Na verdade, a necessidade de confiança em sistemas de IA não é uma tendência; é o fator definidor que determinará com quem vale a pena fazer negócios.

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Como a inteligência artificial pode retardar a disseminação de COVID-19 Uma nova abordagem de aprendizado de máquina para os testes do COVID-19 produziu resultados encorajadores na Grécia. A tecnologia, batizada de Eva, usou dinamicamente resultados de testes recentes coletados na fronteira com a Grécia para detectar e limitar a importação de casos COVID-19 assintomáticos entre passageiros internacionais que chegaram entre agosto e novembro de 2020, o que ajudou a conter o número de casos e mortes no país.

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s descobertas do projeto são explicadas em um artigo intitulado “ Implantando um sistema de inteligência artificial para testes COVID-19 na fronteira grega ”, de autoria de Hamsa Bastani , professora de operações, informações e decisões da Wharton e docente afiliado da Analytics at Wharton ; Kimon Drakopoulos e Vishal Gupta, da University of Southern California; Jon Vlachogiannis, da empresa de consultoria de investimentos Agent Risk; Christos Hadjicristodoulou da Universidade da Tessália; e Pagona Lagiou , Gkikas Magiorkinis , Dimitrios Paraskevis e Sotirios Tsiodras da Universidade de Atenas.

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Fotos Grece Tours, Pagenews.gr, Wharton

A análise mostrou que Eva identificou em média 1,85 vezes mais viajantes infectados assintomáticos do que os testes convencionais de vigilância aleatória teriam alcançado. Durante a alta temporada de viagens de agosto e setembro, a detecção de taxas de infecção foi até duas a quatro vezes maior do que os testes aleatórios. “Nosso trabalho abre caminho para alavancar [inteligência artificial] e dados em tempo real para objetivos de saúde pública, como controle de fronteiras durante uma pandemia”, afirmou o jornal.

Com a rápida disseminação de uma nova cepa de coronavírus , Eva também mantém a promessa de maximizar a já sobrecarregada infraestrutura de testes na maioria dos países. “A principal questão era, dado o orçamento fixo para testes, se poderíamos conduzir os testes de uma forma mais inteligente com vigilância dinâmica para identificar mais viajantes infectados”, disse Bastani.

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Um dos maiores desafios que os governos enfrentam ao lidar com o COVID-19 é a incapacidade da infraestrutura de teste em suas fronteiras nacionais para verificar de forma realista todos os passageiros que chegam. Esse teste abrangente seria caro e demorado, razão pela qual a maioria dos países rastreia passageiros que chegam de países específicos ou conduz testes aleatórios para COVID-19. “A principal questão era, dado o orçamento fixo para testes, se poderíamos conduzir os testes de uma forma mais inteligente com vigilância dinâmica para identificar mais viajantes infectado.”–Hamsa Bastani Eva também permitiu que a Grécia identificasse quando um país apresentava um pico de infecções por COVID-19 em média nove dias antes do que seria possível com algoritmos baseados em aprendizado de máquina usando apenas dados disponíveis publicamente. A tecnologia subjacente do Eva é um “algoritmo de bandido contextual”, uma estrutura de aprendizado de máquina construída para “tomada de decisão sequencial”, levando em consideração vários desafios práticos, como informações que variam no tempo e orçamentos de teste específicos de porta, explicou Bastani. O algoritmo equilibra a necessidade de manter estimativas de vigilância de alta qualidade da prevalência de COVID-19 em todos os países e a alocação de resultados de testes limitados para detectar viajantes provavelmente infectados.

Eva é a primeira instância dessa tecnologia sendo aplicada para enfrentar um desafio de saúde pública, embora esses algoritmos tenham encontrado uso em publicidade online e testes A / B, acrescentou ela.

Superando os desafios de dados Eva é um avanço em relação às políticas convencionais de controle de fronteiras porque não depende de dados divulgados publicamente, o que apresenta uma série de problemas. Os dados divulgados publicamente são de “má qualidade”, principalmente porque diferentes países seguem diferentes protocolos de relatórios e estratégias de teste.

Na Grécia, sendo usado algoritmo Eva

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É comum concentrar os recursos de teste em pacientes sintomáticos, mas a taxa de prevalência resultante pode não refletir a população assintomática que provavelmente viajará. Muitas vezes também há um atraso de relatórios devido à infraestrutura deficiente, disse Bastani. “Podemos dizer, com base nos dados que estamos coletando ativamente nas fronteiras, que os casos de COVID de um país estão aumentando normalmente nove dias antes de você ver isso refletido nos dados públicos.” “Os testes geralmente são direcionados a indivíduos sintomáticos, em vez de indivíduos assintomáticos”, disse Bastani em uma entrevista ao programa de rádio Wharton Business Daily no SiriusXM em julho passado, quando o desdobramento grego estava em andamento. (Ouça o podcast desse episódio acima). “Você pode imaginar que os turistas que chegam são provavelmente assintomáticos.” Isso ressalta a importância de não depender de dados divulgados publicamente, mas de usar dados que reflitam com precisão a prevalência de viajantes COVID-19 assintomáticos em todos os países. O algoritmo de Eva supera a má qualidade dos dados públicos ao coletar dinamicamente os resultados dos testes na fronteira grega, mantendo assim as estimativas de vigilância de alta qualidade da prevalência em cada país. “Ajustando de forma adaptativa as políticas de fronteira nove dias antes, Eva evitou que outros viajantes infectados chegassem”, observou o jornal, referindo-se à implantação na Grécia.

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A Grécia reintroduziu restrições com o objetivo de conter a disseminação do COVID-19

“É um longo período de tempo em que muitas pessoas de alto risco provavelmente teriam entrado e infectado outros cidadãos”, disse Bastani. É comum que as políticas de controle de fronteira usem dados divulgados publicamente, mas esses dados geralmente não são confiáveis e são inconsistentes entre os países, disse Bastani. As inconsistências surgem da censura de dados de teste por alguns países, e até mesmo definições variáveis de uma morte COVID-19, acrescentou ela. Ela apontou a recente descoberta da contagem insuficiente de mortes de COVID-19 em lares de idosos na cidade de Nova York como um exemplo de dados falhos. “Esse problema é exacerbado quando você compara as contagens de mortes em diferentes países porque em alguns lugares eles são contabilizados com muita precisão e em outros não”. A Grécia é o primeiro país a projetar controles de fronteira com base na abordagem de testes de vigilância aleatória dinâmica que Eva usa. O modelo especifica a infraestrutura necessária para coletar os resultados do teste COVID-19, usando-os para formar estimativas e informar futuras decisões de teste em um ciclo de feedback dinâmico.

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“Nenhum país deve confiar apenas em dados públicos; eles devem monitorar ativamente quem está chegando às suas fronteiras, testando pelo menos um subconjunto deles e usando isso para tomar decisões informadas sobre o controle de fronteira”. –Hamsa Bastani Ao usar o modelo Eva, a Grécia exigiu que cada indivíduo ou planejamento familiar entrasse no país para preencher 24 horas antes da chegada um “Formulário de localização de passageiros” digitalizado, onde forneciam algumas informações básicas sobre si mesmos, como outros países que visitaram no passado ano. Todos aqueles que enviaram esses formulários receberam um código QR que permitiu o rastreamento. O algoritmo de Eva processa as informações nos formulários para identificar aqueles que precisam ser testados para COVID-19. As autoridades de controle de fronteiras da Grécia processaram uma média de 38.500 formulários por dia; cerca de 18% dos que enviaram os formulários acabaram não aparecendo.

Mantendo COVID-19 na Baía Os testes direcionados de Eva, que permitiram políticas adaptativas de controle de fronteira, ajudaram a Grécia a manter sua contagem de casos “muito baixa durante quase todo o verão”, disse Bastani. O país conseguiu manter alguma atividade econômica, ao contrário de muitos outros que tiveram que fechar completamente, observou ela. A Grécia impôs um segundo bloqueio e restrições de viagem em novembro, após um aumento nos casos COVID-19. O governo grego reconheceu as realizações de Eva em uma coletiva de imprensa em julho passado. “O sistema de IA desenvolvido por Bastani, Drakopoulos, Gupta e Vlachogiannis tem sido uma mais-valia tanto para preparar a abertura do país a visitantes de todo o mundo, como para permitir agilidade na tomada de decisões quanto à nossa estratégia COVID-19, ”Disse Nikos Hardalias, proteção civil da Grécia e vice-ministro para gestão de crises, que chefia a Força-Tarefa de Resposta COVID-19 para o país.

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Tecnologia de uso gratuito Eva é uma tecnologia de código aberto, o que significa que Bastani e sua equipe a fornecerão gratuitamente para qualquer país que a desejar. Eles fizeram apresentações para as forças-tarefa COVID em vários países da União Europeia. Adaptá-lo a outros países envolveria a criação de formulários de localização de passageiros apropriados para diferentes processos de imigração e a integração de recursos de back-end, como laboratórios de teste. Bastani fez um forte argumento para que os governos capturassem dados privados, como os gerados pelos formulários de localização de passageiros usados na implantação da Grécia, e os personalizassem para atender às suas situações específicas. “Nenhum país deve confiar apenas em dados públicos; eles devem monitorar ativamente quem está chegando às suas fronteiras, testando pelo menos um subconjunto deles e usando isso para tomar decisões informadas sobre o controle de fronteira”, disse ela. “Dito isso, se um país não tem recursos para fazer isso, provavelmente é melhor usar uma política que imite outro país que está fazendo isso, em vez de depender apenas de dados públicos”.

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Bastani e seus colegas estão trabalhando no refinamento do Eva para incorporar mais informações específicas do passageiro do que usaram na implantação na Grécia. O Regulamento Geral de Proteção de Dados da Europa limitou o escopo dos dados que eles poderiam usar com o Eva; eles usaram apenas dados anônimos e agregados com informações demográficas limitadas. Outros países com regulamentações menos rígidas de proteção de dados poderiam reunir uma gama mais ampla de dados, como sobre a ocupação, disse Bastani.

“Sabemos que certas ocupações apresentam um risco COVID-19 muito maior do que outras.”Eva também pode ser treinada para incorporar pooling para mitigar as restrições enfrentadas pelos laboratórios de teste, ela acrescentou. Laboratórios sobrecarregados podem compartilhar suas amostras com outros laboratórios que podem ter capacidade sobressalente em qualquer momento, ela explicou. Da mesma forma, Eva também pode usar dados dinâmicos para ajudar a determinar os níveis ideais de pessoal em laboratórios e outros locais na infraestrutura de teste, acrescentou ela.

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Sistema da Corrente do Golfo em seu ponto mais fraco em mais de um milênio Variações em grande escala na dinâmica das lacunas do dossel da floresta amazônica a partir de dados LIDAR aerotransportados e oportunidades para estimativas de mortalidade de árvores

Texto *Instituto Potsdam para Pesquisa de Impacto Climático Fotos Maynooth University, NASA / Goddard Space Flight Center, Nature Geoscience, Woods Hole Oceanographic Institution

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m mais de 1.000 anos, a Circulação Meridional Invertida do Atlântico (AMOC), também conhecida como Sistema da Corrente do Golfo, não foi tão fraca quanto nas últimas décadas. Este é o resultado de um novo estudo realizado por cientistas da Irlanda, Grã-Bretanha e Alemanha. Os pesquisadores compilaram os chamados dados proxy, retirados principalmente de arquivos naturais como sedimentos oceânicos ou núcleos de gelo, remontando a muitas centenas de anos para reconstruir a história do fluxo do AMOC. Eles encontraram evidências consistentes de que sua desaceleração no século 20 não tem precedentes no milênio passado; provavelmente está ligado às mudanças climáticas causadas pelo homem. O sistema gigante de circulação do oceano é relevante para os padrões climáticos na Europa e os níveis regionais do mar nos EUA; sua desaceleração também está associada a uma bolha fria observada no norte do Atlântico.

Uma representação da NASA das correntes da superfície do oceano ao redor do mundo, incluindo o sistema Gulf Stream, que viaja do Golfo do México para a Europa Ocidental

“O Gulf Stream System funciona como uma correia transportadora gigante, transportando água quente da superfície do equador para o norte e enviando águas profundas e frias de baixa salinidade de volta para o sul. Move quase 20 milhões de metros cúbicos de água por segundo, quase 100 vezes o fluxo da Amazônia ”, explica Stefan Rahmstorf, do Instituto Potsdam de Pesquisa de Impacto Climático PIK, iniciador

do estudo a ser publicado na Nature Geoscience . Estudos anteriores de Rahmstorf e colegas mostraram uma desaceleração da corrente oceânica de cerca de 15% desde meados do século 20, ligando-a ao aquecimento global causado pelo homem , mas até agora faltou uma imagem robusta sobre seu desenvolvimento a longo prazo: Isso é o que os pesquisadores fornecem com sua revisão dos resultados dos estudos de dados proxy.

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Circulação de reversão meridional do Atlântico Sul (AMOC)

A Circulação de reversão meridional do Atlântico Sul (AMOC) é um sistema complexo que é responsável

“Pela primeira vez, combinamos uma série de estudos anteriores e descobrimos que eles fornecem uma imagem consistente da evolução do AMOC nos últimos 1600 anos”, disse Rahmstorf. “Os resultados do estudo sugerem que tem sido relativamente estável até o final do século 19. Com o fim da pequena era do gelo por volta de 1850, as correntes oceânicas começaram a declinar, com um segundo declínio mais drástico seguindo desde meados do século 20 . “ Já o relatório especial de 2019 sobre os oceanos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) concluiu com confiança média “que a Circulação Meridional de Virada do Atlântico (AMOC) enfraqueceu em relação a 1850-1900”. “O novo estudo fornece mais evidências independentes para essa conclusão e a coloca em um contexto paleoclimático de longo prazo”, acrescenta Rahmstorf. Da temperatura às mudanças na velocidade do fluxo: a arte de reconstruir as mudanças climáticas do passado Como as medições AMOC diretas em andamento só começaram em 2004, os pesquisadores aplicaram uma abordagem indireta, usando os chamados dados proxy, para descobrir mais sobre a perspectiva de longo prazo de seu declínio. Os dados proxy, como testemunhas do passado, consistem em informações coletadas de arquivos ambientais naturais, como anéis de árvores, núcleos de gelo, sedimentos oceânicos e corais, bem como de dados históricos, por exemplo, de registros de navios.

Esta imagem fornecida pelo Instituto Potsdam para Pesquisa de Impacto Climático mostra mudanças observadas na temperatura do oceano desde 1870 e correntes no Oceano Atlântico. Um estudo divulgado recentemente, sugere que o aquecimento global provavelmente está diminuindo a principal circulação do Oceano Atlântico, que caiu para o nível mais fraco já registrado

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“Usamos uma combinação de três tipos diferentes de dados para obter informações sobre as correntes oceânicas: padrões de temperatura no Oceano Atlântico, propriedades de massa de água subterrânea e tamanhos de grãos de sedimentos do fundo do mar, datando de 100 a cerca de 1600 anos. os dados proxy individuais são imperfeitos para representar a evolução do AMOC, a combinação deles revelou uma imagem robusta da circulação cambaleante “, explica Levke Caesar, parte da Unidade Irlandesa de Análise e Pesquisa Climática da Universidade Maynooth e cientista convidado do PIK. Como os registros proxy em geral estão sujeitos a incertezas, o estatístico Niamh Cahill da Maynooth University, na Irlanda, testou a robustez dos resultados em consideração a eles. Ela descobriu que em nove dos 11 conjuntos de dados considerados, a fraqueza AMOC moderna é estatisticamente significativa. “Assumindo que os processos medidos em registros proxy refletem as mudanças no AMOC, eles fornecem uma imagem consistente, apesar dos diferentes locais e escalas de tempo representados nos dados. O AMOC enfraqueceu sem precedentes em mais de 1000 anos”, diz ela. Por que o AMOC está desacelerando? Uma desaceleração da AMOC foi prevista por modelos climáticos como uma resposta ao aquecimento global causado pelos gases do efeito estufa. De acordo com uma série de estudos, essa é provavelmente a razão para o enfraquecimento observado. A reviravolta do Atlântico é impulsionada pelo que os

Diagramas esquemáticos para os feedbacks ar-mar associados a um AMV positivo. (a) A anomalia SST de latitude média quente induz uma circulação ciclônica em latitudes mais baixas e enfraquece os ventos alísios, que reduzem a emissão de poeira sobre o Saara e o transporte de poeira em direção ao Atlântico tropical e reduzem a baixa cobertura de nuvens sobre o Atlântico Norte tropical. (b) Uma fase AMV positiva associada a um AMOC mais forte é caracterizada por uma anomalia quente sobre o giro subpolar e uma anomalia fria sobre o giro de recirculação norte ao norte da Corrente do Golfo, e o gradiente SST meridional diminuído leva a uma resposta NAO de inverno negativa (isto é, subtropical mais fraco alto e subpolar baixo sobre o Atlântico Norte)

cientistas chamam de convecção profunda, desencadeada pelas diferenças na densidade da água do oceano: a água quente e salgada move-se do sul para o norte, onde esfria e, portanto, fica mais densa. Quando é suficientemente pesada, a água afunda para as camadas mais profundas do oceano e flui de volta para o sul. O aquecimento global perturba esse mecanismo: o aumento das chuvas e o derretimento da camada de gelo da Groenlândia adicionam água doce à superfície do oceano. Isso reduz a salinidade e consequentemente a densidade da água, inibindo o afundamento e, assim, enfraquecendo o fluxo do AMOC.

A Circulação de Virada Meridional do Atlântico transporta água quente dos trópicos para o Atlântico Norte (em vermelho), onde a água esfria e afunda antes de fluir para o sul (em azul)

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Seu enfraquecimento também tem sido associado a um resfriamento substancial e único do Atlântico Norte nos últimos cem anos. Essa chamada bolha fria foi prevista por modelos climáticos como resultado de um AMOC enfraquecido, que transporta menos calor para a região. As consequências da desaceleração do AMOC podem ser múltiplas para as pessoas que vivem nos dois lados do Atlântico, como explica Levke Caesar: “O fluxo de superfície do AMOC para o norte leva a uma deflexão das massas de água para a direita, longe da costa leste dos Estados Unidos. Isso é devido à rotação da Terra, que desvia objetos em movimento, como correntes para a direita no hemisfério norte e para a esquerda no hemisfério sul. À medida que a corrente diminui, esse efeito enfraquece e mais água pode se acumular na costa leste dos EUA, levando a um aumento acentuado do nível do mar. “ Na Europa, uma desaceleração adicional da AMOC pode implicar em eventos climáticos mais extremos, como uma mudança na trilha da tempestade de inverno saindo do Atlântico, possivelmente intensificando-os. Outros estudos encontraram possíveis consequências como ondas de calor extremas ou uma diminuição nas chuvas de verão. Exatamente quais são as consequências adicionais é o assunto da pesquisa atual; os cientistas também pretendem resolver quais componentes e vias do AMOC mudaram como e por quais razões. “Se continuarmos a impulsionar o aquecimento global, o Sistema da Corrente do Golfo se enfraquecerá ainda mais - em 34 a 45% até 2100, de acordo com a última geração de modelos climáticos”, conclui Rahmstorf. Isso pode nos levar perigosamente perto do ponto de inflexão em que o fluxo se torna instável.

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Quais os algarismos que os antigos gregos usavam em suas impressionantes descobertas Conhecemos os algarismo romanos e a história de como foram substituídos pelos indo-arábicos, mas que números Pitágoras usava?

Pitágoras (à direita), usando uma tabela de contagem, compete com Boécio (Boece) usando algoritmos de velocidade no cálculo. Ao fundo e atrás a Sra. Arithmetica encoraja-os. Ilustração de Margarita Philosophia (1504) por Gregor Reisch (Basileia, 1508)

Fotos BBC News Brasil, Wikimedia

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ales of Miletus explicou o solstício e o equinócio, previu eclipses e inventou a geometria abstrata. Eudoxo de Cnido, além de ser o pai da astronomia matemática, criou uma teoria das proporções que permitia números irracionais, um conceito de magnitude e um método para encontrar áreas e volumes de objetos curvilíneos. Hiparco produziu uma tabela de acordes, uma das primeiras tabelas trigonométricas. Euclides escreveu um livro sobre álgebra, teoria dos números e geometria que ainda é relevante hoje. Aristóteles estimou o tamanho do globo terrestre; Pitágoras foi o primeiro matemático puro; e que tal Arquimedes de Siracusa! Os antigos gregos nos deixaram uma infinidade de legados matemáticos, mas você sabe quais números eles usaram para fazer essas descobertas?

A língua grega é composta por 28 símbolos e 27 posições aritméticas

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Palitos de dente e algo mais Um dos sistemas de numeração usados na Grécia Antiga era a numeração ática, também conhecida como numeração herodiana, como foi descrita pela primeira vez em um manuscrito do século 2 pelo grande gramático Herodiano. Mas ainda tem um terceiro nome, que dá uma pista de como era: números acrofônicos, assim chamados porque os símbolos usados para representar 5 e múltiplos de 10 eram derivados das primeiras letras do nome dos números. Por exemplo, X era o símbolo do número 1.000 porque a palavra para mil era Χ ιλιοι . Dígitos numéricos como 50, 500, 5.000 e 50.000 foram formados usando combinações com o efeito multiplicador do símbolo para 5 e os outros símbolos.

Nesse sistema você ainda pode observar os vestígios de outro mais primitivo, que foi usado pelas culturas que os precederam - babilônios, egípcios e fenícios - e que consistia em pintar uma linha vertical para cada unidade até 9 (aqui você ainda vê presente nos símbolos de 1 a 4). Basear seu primeiro sistema numérico nas iniciais dos nomes dos números não era estranho, já que nas civilizações mais antigas era costume escrever os números mais altos com letras. Portanto, encurtá-los dessa forma foi um passo natural.

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O valor das letras A numeração ática foi substituída por números jônicos, que no século III aC já eram usados regularmente na escrita grega. O outro nome pelo qual é conhecido nos diz como era: sistema numérico alfabético, ou seja, o que eles faziam era atribuir valores às letras do alfabeto.

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Você percebeu que faltam alguns números? O que acontece é que o alfabeto grego clássico tinha 24 letras, mas eles precisavam de 27 símbolos, então eles aproveitaram as 3 letras mais antigas que caíram em desuso: - digamma (Ϝ) ou estigma (ϛ) para 6; - qoppa (ϙ) por 90; sampi (Ϡ) a 900. Na imagem abaixo, você pode ver os números gregos em um manuscrito bizantino de Heron de Alexandria, chamado Métrico. A primeira linha contém o número “͵θϡϟϛ δʹ ϛʹ” - isto é, “9,996 + 1⁄4 + 1⁄6” - no qual estão todos os símbolos numéricos especiais: sampi (ϡ), koppa (ϟ) e estigma (ϛ )

Um apóstrofo, na parte superior ou inferior esquerda dos símbolos 1 a 9, os converteu em números entre 1.000 e 9.000.

Os números eram geralmente escritos da esquerda para a direita, embora sejam conhecidas inscrições da direita para a esquerda e bustrofédon (ou seja, uma linha em uma direção e a próxima na outra). Não havia símbolo para zero ou similar, pois não era necessário; o sistema era mais aditivo do que baseado na posição ou valor relativo. No entanto, em algum ponto, um pequeno grupo de cientistas usou um zero como um símbolo de pontuação para fins puramente notacionais, não como um número. O símbolo, quando não era simplesmente um espaço em branco, era ο para “obol” (uma moeda de valor inferior).

Isso ou o outro?

Então, cada letra representava um número, e a combinação das mesmas permitia representar todos os números ... até 999, o que, você pode imaginar, foi um grande incômodo para tão ilustres matemáticos. Mais símbolos tiveram que ser criados para superar o problema.

Com isso, chegaram a 9.999. Para ir mais longe, eles usaram o símbolo de 10.000 - M - e colocaram outro acima dele, indicando quanto deveria ser multiplicado. Por exemplo: se você quiser escrever 20.000, deve escrever M com um ß (beta = 2) acima dele.

Entre 475 aC e 325 aC, os números jônicos não eram mais usados no sótão. Mas, do final do século 4 aC em diante, os números alfabéticos se tornaram o sistema preferido em todo o mundo de língua grega. Eles foram usados desde o Império Bizantino no século 15 (e ainda são usados hoje). (*) Em BBC News Brasil

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Invenções e descobertas da Grécia Antiga que são usadas ainda hoje Texto *Saugat Adhikari

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Grécia Antiga pode ser creditada com muitas invenções e descobertas, embora muitas delas tenham sido desenvolvidas e adaptadas pelas gerações subsequentes. As descobertas dos antigos gregos nas áreas de astronomia, geografia e matemática os tornaram pioneiros no campo da ciência. O interesse dos gregos pelas especificações científicas do mundo físico pode ser visto já no século VI aC, e eles têm sido frequentemente aclamados como os pais da ciência, medicina, zoologia e muitas outras áreas. Líderes notáveis como Alexandre, o Grande e Péricles, e suas ideias inovadoras e filosóficas motivaram milhares de outros intelectuais ao longo da história. Aqui está uma lista das principais invenções e descobertas da Grécia antiga que ainda são usadas ainda hoje:

Aristóteles

Descobertas na Ciência Moderna Seria justo dizer que, dadas as evidências, os antigos gregos fizeram algumas contribuições notáveis em vários ramos da ciência. Eles fizeram algumas descobertas surpreendentes nos campos da astronomia, biologia e física que romperam com os estereótipos contemporâneos. Muitos antigos intelectuais gregos eram excelentes em matemática, física e astronomia.

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Aristóteles introduziu a ideia da Terra como um globo. Ele também classificou os animais e é frequentemente referido como o pai da zoologia. Teofrasto foi o primeiro botânico que conhecemos na história escrita. Os pitagóricos não apenas fizeram os primeiros avanços na filosofia e na geometria, mas também propuseram a hipótese heliocêntrica da Terra girando em torno do Sol e não o contrário como se acreditava na época. Essa ideia estava tão à frente de seu tempo que foi considerada uma blasfêmia. Arquimedes descobriu que submergir um objeto sólido na água deslocaria a mesma quantidade de líquido que o volume do objeto. Os gregos tiveram tanta influência nos primeiros conceitos da ciência que a maioria dos símbolos usados na física e nas equações matemáticas são derivados do alfabeto grego.

Conceito de democracia A ideia de que todos os cidadãos tenham oportunidades iguais e voz no governo constitui o conceito de democracia. É um dos estilos de governança mais usados no mundo moderno. E ainda mais fascinante é o fato de que a democracia também teve suas origens na Grécia antiga. Na verdade, o conceito e a implementação da democracia podem ser rastreados desde os dias atuais até a Atenas antiga. Embora haja evidências de que formas democráticas de governo, em um sentido amplo, possam ter existido em várias áreas do mundo bem antes da virada do século V, geralmente acredita-se que os conceitos de democracia e de constituição foram criados em um particular lugar e tempo - na antiga Atenas por volta de 508 AC.

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Por isso, Atenas é considerada o berço da democracia. Essa transição da exploração pela aristocracia para um sistema político onde todos os membros da sociedade têm uma parcela igual do poder político formal teve um impacto significativo nas civilizações futuras.

Sócrates

Filosofia Moderna Antes da era da Grécia antiga, o mundo não via a filosofia como a vemos hoje. Estava mais envolto em superstição e magia do que jamais estaria. Por exemplo, os egípcios acreditavam que se o Nilo subisse e inundasse, tornando o solo escuro e fértil, seu faraó o teria ordenado. Mas os gregos abordaram a filosofia de uma direção diferente. Eles desenvolveram a filosofia como uma forma de compreender o mundo ao seu redor, sem recorrer à religião, mito ou magia.

Na verdade, os primeiros filósofos gregos também foram cientistas que observaram e estudaram o mundo conhecido, a terra, os mares, as montanhas, o sistema solar, o movimento planetário e os fenômenos astrais. Sua filosofia, baseada no raciocínio e na observação do mundo conhecido, desempenhou um papel central na formação da tradição filosófica ocidental. Filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles foram filósofos tão influentes que seus estudos foram usados para ensinar as idades subsequentes dos romanos e de outras culturas ocidentais.

Práticas Médicas O mundo antigo não se saiu muito bem quando se tratou da cura de doenças. Naquela época, as doenças deveriam ser a maneira dos deuses punirem os humanos e todos os remédios possíveis eram cercados de superstição. Tudo mudou quando Hipócrates de Cos começou a coletar dados e conduzir experimentos para mostrar que a doença era um processo natural; que os sinais e sintomas de uma doença foram causados pelas reações naturais do corpo ao processo da doença. Nascido em 460 aC, Hipócrates foi um antigo médico grego da era clássica e foi considerado uma das figuras mais destacadas da história da medicina. Ele foi referido como o pai da medicina ocidental em reconhecimento às suas contribuições duradouras para o campo e foi o fundador da Escola de Medicina Hipocrática. A mais famosa de suas contribuições é o Juramento de Hipócrates, que leva seu nome. Foi esse documento que primeiro propôs um padrão ético entre os médicos. Abrange muitos conceitos importantes que ainda são usados hoje, como a confidencialidade médico-paciente.

Geometria A geometria é sem dúvida um dos ramos mais antigos da matemática, possivelmente mais antigo do que a própria aritmética. E sua necessidade prática exigia o uso de várias técnicas geométricas muito antes de qualquer uma delas ser registrada na história.

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Os egípcios, babilônios e os indus estavam entre os primeiros a incorporar e usar muitas dessas técnicas, mas nunca elaboraram as regras e axiomas que governam a geometria. Os babilônios presumiram que o valor de Pi era 3 e nunca questionaram sua precisão. Então veio a era da geometria grega e tudo mudou. Os gregos insistiam que os fatos geométricos deviam ser estabelecidos por raciocínio dedutivo, da mesma forma que é feito hoje. Tales de Mileto, considerado o pai da geometria, propôs uma série de axiomas e regras que eram verdadeiramente baseadas no raciocínio (chamadas verdades matemáticas) no século VI aC. Depois vieram tipos como Pitágoras , Euclides e Arquimedes, cujos axiomas e regras geométricas ainda são ensinados nas escolas hoje. Havia muito mais matemáticos e geômetras gregos que contribuíram para a história da geometria, mas esses nomes são os verdadeiros gigantes, aqueles que desenvolveram a geometria como a conhecemos hoje.

Os jogos mais famosos realizados em Olympia, no sudoeste da Grécia, aconteciam a cada quatro anos. Pessoas de todo o mundo grego vieram assistir ao espetáculo. Os vencedores receberam coroas de folhas de oliveira ou coroas como prêmios.

Cartografia Cartografia é o estudo e a prática de fazer mapas. Ele desempenhou um papel importante nas viagens e na navegação desde os tempos antigos. Mesmo que as primeiras evidências conhecidas de cartografia apontem para a antiga Babilônia já no século IX aC, os gregos pegaram o que tinham à sua disposição e trouxeram a cartografia para uma nova luz. Anaximander foi um dos

primeiros cartógrafos pioneiros a criar um mapa do mundo. Nascido entre 611 e 610 aC, ele fez contribuições importantes para a ciência da astronomia e da geografia. Anaximandro é mencionado na obra de Aristóteles, que o categorizou como aluno da escola física de pensamento, proposta por Tales. Anaximandro incluiu todas as áreas habitadas do mundo em seu mapa. O mapa apareceu em forma de tablete e apresentava Ionia no centro. Era limitado a leste pelo Mar Cáspio e se estendia até os Pilares de Hércules no oeste. A Europa Central faz fronteira com o mapa no norte, enquanto a Etiópia e o Nilo aparecem na extremidade sul. Anaximandro fez contribuições imensas nos campos da cartografia e geografia e seu mapa do mundo foi de fato uma conquista maravilhosa daquela época.

Olimpíadas As Olimpíadas modernas são um dos maiores espetáculos esportivos da era moderna. Mas quando Pierre de Coubertin, o fundador do comitê olímpico internacional, deu início às primeiras Olimpíadas modernas em 1896, ele se inspirou nas antigas Olimpíadas que aconteceram na Grécia há mais de 2.700 anos. De acordo com registros históricos, os primeiros Jogos Olímpicos antigos podem ser rastreados até 776 AC. Eles foram dedicados aos deuses do Olimpo e foram encenados nas planícies de Olímpia. Os Jogos Ístmicos eram realizados a cada dois anos no Istmo de Corinto. Os Jogos Pythian aconteciam a cada quatro anos perto de Delphi.

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onipresente também estava sendo usado na Grécia antiga. Vitruvius primeiro descreveu o hodômetro como sendo usado para medir distâncias por volta de 27 aC, mas as evidências apontam para Arquimedes de Siracusa como seu inventor em algum momento da Primeira Guerra Púnica. Alguns historiadores também atribuem sua invenção a Garça de Alexandria. Independentemente de quem o inventou, o hodômetro foi amplamente usado no final do período helenístico e pelos romanos para indicar a distância percorrida por um veículo. Ajudou a revolucionar a construção de estradas ao medir com precisão a distância. Os romanos foram então capazes de marcar cuidadosamente as distâncias com marcos.

Despertador Um dos aparelhos mais usados atualmente é o despertador, que também teve suas origens na Grécia antiga. Com o tempo, o despertador passou por uma série de mudanças e melhorias, desde o alarme mecânico até dispositivos modernos como telefones celulares, que vêm com um alarme embutido. Mas os primeiros alarmes usados pelos antigos gregos não eram nada parecidos com os de hoje. O engenheiro e inventor helenístico Ctesibius (285-222 aC) equipou suas clepsidras ou relógio de água com um mostrador e um ponteiro para indicar a hora e adicionou um sistema de alarme elaborado que envolvia pedras caindo em um gongo, ou o sopro de uma trombeta por forçando jarros de sino na água e levando o ar comprimido através de uma palheta em tempos pré-estabelecidos. Dizia-se que o antigo filósofo grego Platão (428–348 aC) possuía um grande relógio de água com um sinal de alarme não especificado, semelhante ao som de um órgão de água. Ele o usava à noite, possivelmente para sinalizar o início de suas palestras ao amanhecer.

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O odômetro de Arquimedes

Odômetro

Moinho de Água

Um dos instrumentos mais utilizados na atualidade, o hodômetro, mede a distância percorrida por um veículo, como uma bicicleta ou automóvel. Embora os odômetros modernos sejam digitais, não há muito tempo eles eram mais mecânicos, evoluindo lentamente para eletromecânicos com o surgimento da tecnologia. Este instrumento

Os moinhos de água foram uma invenção revolucionária e têm sido usados em todo o mundo para fins de modelagem de metais, agricultura e, o mais importante, moagem. Moer significa moer, e isso invariavelmente significa moer grãos. Isso, por sua vez, levou à produção de alimentos básicos comestíveis, como arroz, cereais, leguminosas, farinha e assim por diante. Desde sua invenção, o moinho de água passou por uma série de adaptações, que permitiram que as pessoas o usassem para moer diferentes matérias-primas. Esses moinhos ainda são usados em muitas partes do mundo e têm uma função semelhante. Esta útil invenção tem suas origens na roda Perachora mais antiga conhecida, criada no século III aC na Grécia, provavelmente inventada pelo engenheiro grego contemporâneo Filo de Bizâncio. Anteriormente, as partes do tratado mecânico sobre este moinho de água em particular, escrito pelo próprio Filo, eram consideradas de origem árabe. No entanto, uma pesquisa recente do historiador britânico MJT Lewis provou que o moinho de água foi uma invenção da Grécia antiga.

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Bons hábitos alimentares levam a um intestino mais saudável e melhor Saúde Uma dieta repleta de alimentos altamente processados com adição de açúcar e sal promove micróbios intestinais ligados à obesidade, doenças cardíacas e diabetes

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s cientistas sabem que as trilhões de bactérias e outros micróbios que vivem em nossos intestinos desempenham um papel importante na saúde, influenciando nosso risco de desenvolver obesidade, doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e uma ampla gama de outras condições. Mas agora um grande novo estudo internacional de cientistas/pesquisadores do King’s College London, da Harvard TH Chan School of Public Health, do Massachusetts General Hospital (MGH), da Universidade de Trento, Itália , e da empresa iniciante de ciências da saúde ZOE, descobriram, que a composição desses microorganismos, coletivamente conhecidos como nossos microbiomas, é amplamente moldada pelo que comemos. Ao analisar as dietas, a saúde e os microbiomas de mais de mil pessoas, os pesquisadores descobriram que uma dieta rica em alimentos integrais, densa em nutrientes, apoiava o crescimento de micróbios benéficos que promoviam uma boa saúde. Mas comer uma dieta repleta de alimentos altamente processados com adição de açúcares, sal e outros aditivos teve o efeito oposto, promovendo micróbios intestinais que estavam ligados a uma pior saúde cardiovascular e metabólica.

Fotos King’s College London, do Massachusetts General Hospital (MGH), da Universidade de Trento, Itália , ZOE

Pessoas que tendiam a comer alimentos minimamente processados como vegetais, nozes, ovos e frutos do mar tinham maior probabilidade de abrigar bactérias intestinais benéficas

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Os pesquisadores descobriram que o que as pessoas comiam tinha um impacto mais poderoso na composição de seus microbiomas do que seus genes. Eles também descobriram que uma variedade de alimentos vegetais e animais estava ligada a um microbioma mais favorável. Um fator crítico era se as pessoas comiam alimentos altamente processados ou não. O consumo de grandes quantidades de sucos, bebidas adoçadas, pão branco, grãos refinados e carnes processadas, por outro lado, estava associado a micróbios ligados à saúde metabólica precária. “Isso remonta à mensagem antiga de comer o máximo possível de alimentos inteiros e não processados”, disse a Dra. Sarah E. Berry, cientista de nutrição do King’s College London e coautora do novo estudo, que foi publicado recentemente na Nature Medicine. “O que esta pesquisa mostra pela primeira vez é a ligação entre a qualidade dos alimentos que ingerimos, a qualidade de nossos microbiomas e, em última análise, nossos resultados de saúde”. As descobertas podem um dia ajudar médicos e nutricionistas a prevenir ou talvez até tratar algumas doenças relacionadas à dieta, permitindo-lhes prescrever dietas personalizadas para as pessoas com base na composição exclusiva de seus microbiomas e outros fatores. Muitos estudos sugerem que não existe uma dieta padrão que funcione para todos. O novo estudo, por exemplo, descobriu que embora alguns alimentos sejam geralmente melhores para a saúde do que outros, diferentes pessoas podem ter respostas metabólicas totalmente diferentes aos mesmos alimentos, mediadas em parte pelos tipos de micróbios que residem em seus intestinos. “O que descobrimos em nosso estudo foi que a mesma dieta em dois indivíduos diferentes não leva ao mesmo microbioma e não leva à mesma resposta metabólica”, disse o Dr. Andrew T. Chan, co-autor do estudo e professor de medicina na Harvard Medical School e no Massachusetts General Hospital. “Há muita variação.” As novas descobertas resultam de um estudo internacional de nutrição personalizada chamado Predict, que é o maior projeto de pesquisa do mundo projetado para examinar as respostas individuais aos alimentos. Iniciado em 2018 pelo epidemiologista britânico Tim Spector, o estudo acompanhou mais de 1.100 adultos, em sua maioria saudáveis, nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha, incluindo centenas de gêmeos idênticos e não idênticos.

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Alimentos que podem levar a um intestino mais saudável e uma saúde melhor

Os pesquisadores coletaram dados sobre uma ampla gama de fatores que influenciam o metabolismo e o risco de doenças. Eles analisaram as dietas, microbiomas e gordura corporal dos participantes. Eles coletaram amostras de sangue antes e depois das refeições para verificar os níveis de açúcar no sangue, hormônios, colesterol e inflamação. Eles monitoraram seu sono e atividade física. E por duas semanas eles os fizeram usar monitores contínuos de glicose que monitoravam suas respostas de açúcar no sangue a diferentes refeições. Os pesquisadores ficaram surpresos ao descobrir que a genética desempenhava apenas um papel menor na formação do microbioma de uma pessoa. Descobriu-se que gêmeos idênticos compartilham apenas 34% dos mesmos micróbios intestinais, enquanto pessoas não aparentadas compartilham cerca de 30% dos mesmos micróbios. A composição do microbioma de cada pessoa parecia, em vez disso, ser impulsionada mais pelo que comia, e os tipos de micróbios em seus intestinos desempenhavam um papel importante em sua saúde metabólica.

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Os pesquisadores identificaram grupos dos chamados insetos intestinais bons, que eram mais comuns em pessoas que comiam uma dieta diversificada rica em plantas ricas em fibras - como espinafre, brócolis, tomate, nozes e sementes - bem como alimentos de origem animal minimamente processados, como peixe e iogurte integral. Eles também encontraram grupos de insetos intestinais “ruins” que eram comuns em pessoas que consumiam regularmente alimentos altamente processados. Um denominador comum entre os alimentos altamente processados é que eles tendem a conter muito pouca fibra, um macronutriente que ajuda a nutrir micróbios bons no intestino, disseram os pesquisadores. Entre as cepas “boas” de micróbios intestinais estavam Prevotella copri e Blastocystis, ambas associadas a níveis mais baixos de gordura visceral, o tipo que se acumula ao redor dos órgãos internos e que aumenta o risco de doenças cardíacas. Esses micróbios também parecem melhorar o controle do açúcar no sangue, um indicador do risco de diabetes. Outros micróbios benéficos foram associados à redução da inflamação e à redução dos picos nos níveis de gordura e colesterol no sangue após as refeições, fatores que desempenham um papel na saúde cardiovascular. O novo estudo foi financiado e apoiado pela Zoe Global, uma empresa de ciências da saúde, bem como pela Wellcome Trust, uma organização sem fins lucrativos britânica, e vários grupos de saúde pública. Berry disse que as descobertas sugerem que, ao observar os perfis do microbioma, eles podem identificar pessoas com alto risco de desenvolver doenças metabólicas e intervir precocemente. Ela e seus colegas estão agora planejando um ensaio clínico que vai testar se dizer às pessoas para mudarem alimentos específicos em suas dietas pode alterar os níveis de micróbios bons e ruins em seus intestinos e, subsequentemente, melhorar sua saúde. “Achamos que há muitas pequenas mudanças que as pessoas podem fazer e que podem ter um grande impacto em sua saúde, que pode ser mediado pelo microbioma”, disse ela.

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Levando o grafeno do laboratório para o mundo real

A desenvolvedora de negócios Cinzia Spinato ajuda os nanocientistas a traduzir suas invenções em produtos comercializáveis Texto *Chris Woolston Fotos Anna Huix, ICN2 A desenvolvedora de negócios Cinzia Spinato divide seu tempo entre o Instituto Catalão de Nanociência e Nanotecnologia de Barcelona e o consórcio Graphene Flagship da União Europeia

S

ou desenvolvedor de negócios no Instituto Catalão de Nanociência e Nanotecnologia (ICN2) em Barcelona, Espanha. Meu trabalho é ajudar os cientistas a comercializar suas ideias e invenções. Ultimamente, a maioria dessas ideias envolve grafeno, uma camada de carbono com apenas um átomo de espessura. O grafeno é tão duro quanto um diamante, mas muito flexível. É transparente, altamente condutivo e extremamente versátil - propriedades que estão ajudando a revolucionar campos como o sensoriamento biomédico e a eletrônica. Nesta foto, estou segurando um protótipo de uma invenção baseada em grafeno especialmente impressionante: uma interface neural altamente sensível que pode detectar ondas cerebrais em frequências muito baixas. É um grande passo além dos sensores convencionais de ondas cerebrais.

Visto de fora, todas as bolachas de grafeno se parecem. Os sensores que fazem o trabalho são microscópicos. Muitos pesquisadores estão explorando novas aplicações biomédicas, incluindo biossensores que podem detectar SARS-CoV-2 e outros vírus e bactérias. Trabalhei em aplicações biomédicas de nanotubos de carbono para meu programa de doutorado, o que foi uma ótima preparação para meu trabalho atual. Quando os pesquisadores do ICN2 ou do Graphene Flagship inventam um dispositivo, posso ajudá-los a encontrar investidores dispostos. Às vezes, os cientistas não têm certeza de como suas invenções podem ser úteis no mundo real. Você precisa entender a tecnologia para comunicá-la aos compradores em potencial.

Cinzia Spinato no estande do ICN2- o Instituto Catalão de Nanociência e Nanotecnologia de Barcelona, durante o Nanotech 2020 em Tokio

Antes da pandemia, frequentemente recebíamos visitantes de empresas interessadas em nossos produtos. Eu os mostraria porque estou familiarizado com todos os nossos laboratórios e equipamentos. Atrás de mim está uma máquina de epitaxia de feixe molecular, um equipamento fundamental para a criação de folhas de grafeno. Esses equipamentos destacam nosso potencial e compromisso com tecnologias inovadoras. Estou ansioso para exibi-lo novamente. Material híbrido à base de grafeno permite a conversão eficiente de luz invisível feixe de luz incidente de um determinado comprimento de onda se transforma em raios de diferentes comprimentos de onda, devido à sua interação com o material por onde passa - é relevante para muitas tecnologias atuais e futuras, como imagem, informação armazenamento e processamento, telecomunicações, tecnologias quânticas e outros campos.

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