Anfarmag ed103

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nfarmag revista

Revista da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais - ANO 21 - OUT/NOV/DEZ 2014 - Nº 103

O valor de ser único Cuidados com a saúde focam nas individualidades Há oportunidades que só a farmácia magistral oferece


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nfarmag revista

editorial Espaço do Empreendedor

Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais Diretoria - Gestão 2013 - 2015

Presidente Ademir Valério da Silva - SP 1° Vice-Presidente Ivan da Gama Teixeira - SP 2° Vice-Presidente Carlos Alberto P. Oliveira - DF 3° Vice-Presidente Antonio Geraldo Ribeiro S. Júnior - SP Secretário-Geral Marcelo Brasil do Couto - PA 2ª Secretária Rejane Alves G. Hoffmann - PR Tesoureiro Adolfo Moacir Cabral Filho - SC 2ª Tesoureira Márcia Aparecida Gutierrez - SP Conselho Fiscal Ana Lúcia Mendes dos Santos Povreslo - SP Marcos Antonio Costa Oliveira - MG Marina Sayuri M. Hashimoto - PR

Revista Anfarmag

Rua Vergueiro, 1855 - 12o andar CEP 04101-000 - São Paulo - SP anfarmag@anfarmag.org.br www.anfarmag.org.br Tel.: 11 2199-3499 / Fax: 11 5572-0132 Contato comercial Simone Tavares relacionamento@anfarmag.org.br Gerente técnico e de assuntos regulatórios Vagner Miguel Equipe de farmacêuticos Adriana Alves, Jaqueline Watanabe, Lúcia Gonzaga, Luciane Bresciani e Maria Aparecida Soares Coordenação Editorial e Edição Presoti Comunicação - Grupo Interface Reportagem e Redação Luciana Sampaio, Marcos dos Anjos, Raíssa Fernandes e Taís Ahouagi Revisão Melissa Boechat Arte e diagramação Fontpress Assessoria de Comunicação Projeto Gráfico Fred Aguiares Fotos Divulgação Imagem da capa: Shutterstock Impressão: Vox Editora Especialistas convidados Anderson Oliveira, José Antônio Batistuzzo, Luiz Cavalcante, Marlon Barg, Paula Carazatto, Sérgio Panizza e Zaida Freitas Revista destinada aos farmacêuticos magistrais, dirigentes e funcionários de farmácias de manipulação e de laboratórios; prestadores de serviços e fornecedores do segmento; médicos e outros profissionais de saúde; entidades de classe de todo o território nacional; parlamentares e autoridades da área de saúde dos governos federal, estadual e municipal.

Artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da Anfarmag. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados.

Ademir Valério Silva Presidente da Anfarmag

O que nos diferencia Há muito tempo que temos falado sobre a individualização. Não há dúvida, formulações específicas para as características individuais de cada um vão cada vez mais ao encontro das estratégias terapêuticas dos prescritores e às necessidade dos pacientes. Nesta edição, elencamos uma série de temas que estão ligados àquilo que fazemos tão bem. As reportagens abordam doenças, sintomas e condições cuja solução o prescritor e o paciente, muitas vezes, só encontram na farmácia magistral. São oportunidades para a farmácia ir além. Aqui, apontamos caminhos. A sua leitura é que dirá como você pode crescer e se diferenciar atendendo tão bem o paciente. Para você se aprofundar nos temas que mais interessarem e divulgar as soluções magistrais para os profissionais de saúde, ainda disponibilizamos uma série de conteúdos extras disponíveis em nosso site (anfarmag. org.br/revistas-anfarmag). Depois, conte para a gente o que mais foi útil para você. Boa leitura! Ademir Valério

É PERMITIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL DO CONTEÚDO DA REVISTA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

Periocidade: Trimestral Circulação: Nacional Tiragem: 5.500 exemplares Distribuição dirigida

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índice

08 20 03 06

07 08

Editorial Quem disse Leitura Na rede Pílulas Pediatria Cuidado redobrado com os pequenos

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TPM

Sintomas pedem individualização

Correção de sabor Saúde em dia sem cara feia

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r ev i s t a a n f a r m a g

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Opinião Oportunidades na dermatologia clínica

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Bem-estar Como lidar com a dor e suas variações

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Câncer Alternativas para reduzir os efeitos colaterais

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Gestão Liderança para lidar com diferentes gerações



Quem disse

PALAVRA do associado

Gostou das reportagens desta revista? Ficou com dúvidas? Tem algum tema que gostaria de ver na próxima edição? Sua opinião faz toda a diferença! Fale com a gente pelo e-mail: revista@anfarmag.org.br

Foto: Chico Ferreira

Algumas áreas já trabalham de forma muito forte com a questão da singularidade e dos processos terapêuticos individuais.”

Ademar Arthur Chioro Ministro da Saúde

Leitura

Nutracêuticos na Prática: Terapia baseada em evidências O livro aborda o uso dos nutrientes a partir de estudos científicos publicados em periódicos respeitados, introduzindo os principais tópicos da prática nutracêutica. Explora o estresse oxidativo, processo inflamatório, glicação proteica e déficit mitocondrial, explicando como esses processos se relacionam com as doenças e quais os principais nutrientes utilizados na sua modulação. Karina Ruiz Editora: Innedita - Preço: R$ 380

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Na rede

Banco de Drogas Precisa de informação confiável on-line para trabalhar em uma formulação, mas não sabe onde procurar? Uma fonte interessante e gratuita que ajuda no dia-a-dia da farmácia é o site Drug Bank. O banco de dados canadense com cerca de 7.700 drogas, disponibiliza, em inglês, monografias que trazem classificações biofarmacêuticas para auxiliar o formulador na escolha do excipiente. Acesse: drugbank.ca


pílulas

Curta e compartilhe

Tem muita gente que ainda não sabe, mas a Anfarmag está no Facebook e faz o maior sucesso. Todos os dias, a entidade posta informações, dicas, notícias ou links. É uma forma fácil de ficar por dentro do que ocorre no setor e receber atualizações sobre serviços. Acesse, curta e compartilhe: facebook.com/anfarmag.nacional

Onde estão as farmacopeias? Você já deve ter notado que com frequência recomendamos consultar as farmacopeias para embasar o trabalho da farmácia. Para facilitar, a Anfarmag criou uma relação de todas que estão disponíveis na internet. Você encontra os links no site: anfarmag.org.br

Novidades em homeopatia O Conselho Federal de Farmácia publicou em setembro a Resolução nº 601, que regulamenta o âmbito farmacêutico homeopata. O CFF também renovou a vigência da prova de título de especialista em homeopatia. Mais informações: abfh.org.br

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Pediatria

Cuidado

que vem de berço

A pele dos pequenos pede cuidados especiais que só o produto magistral oferece A farmácia de manipulação tem ampliado o seu espaço em tratamentos de dermatites ou problemas de pele que afetam bebês. Além das tradicionais assaduras, há alergias, picadas de insetos e outras ocorrências para as quais as formulações magistrais são bastante eficientes. Segundo o farmacêutico e diretor de pós-graduação do Ipupo, Lucas Portilho, a grande vantagem da farmácia magistral no tratamento de bebês é a possibilidade de individualizar a formulação para cada tipo de pele. “Temos que lembrar que a pele do recém-nascido e da criança não está completamente formada. As glândulas sudoríparas e a barreira cutânea ainda não estão totalmente formadas”, ressalta. Por isso, as formulações devem ser elaboradas com insumos adequados e com todas as cautelas dentro das boas práticas para obter um produto manipulado personalizado e seguro. Há pesquisas que apontam que 40% das alergias que afetam a pele são causadas pelos conservantes das fórmulas. Outros 50% dos casos estão relacionados ao

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uso de fragrâncias. “Os produtos industrializados têm conservantes e, muitos deles, também a fragrância para deixar o cheiro agradável”, destaca Portilho. Segundo o farmacêutico, as formulações magistrais, quando manipuladas com foco nessa faixa etária, podem eliminar 90% das chances de uma reação alérgica ou irritação na pele do bebê. “Na formulação de um creme é possível não usar compostos etoxilados para a fabricação de emulsionantes, porque esse tipo de produto não é indicado para a pele do bebê”, explica. As fragrâncias possuem em sua composição substâncias denominadas “alergênicos”, portanto o

índice de alergia é maior em produtos perfumados. As formulações são clássicas, como adianta Portilho. Na lista estão cremes protetores com silicone para crianças que usam fraldas, para evitar dermatites de contato ou mesmo as tradicionais assaduras. Os xampus e os sabonetes devem ser formulados como espuma de limpeza, que são mais adequados para a pele do bebê. Para os lenços umedecidos, uma indicação de ativo é o amisoft (cocoil glutamato dissódico na forma de solução aquosa a 30%), um tensoativo derivado do milho que


é extremamente suave e, portanto, indicado para a pele dos pequenos. O desafio das farmácias é, então, desenvolver fórmulas cuidadosas, com o mínimo de ingredientes. “Nesses casos, o menos é sempre mais. É preciso estudar sobre a pele e também os ativos para desenvolver produtos específicos para crianças”, enfatiza o farmacêutico. A médica pediatra, dermatologista, professora da Universidade Federal do Paraná e presidente do Departamento Científico de Dermatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, Kerstin Taniguchi Abagge, diz que a dermatite atópica é a doença de pele mais comum nas crianças. Mas há casos de dermatoses frequentes como acne, micoses superficiais, infecções bacterianas e parasitoses (sarna e piolho). Os médicos têm recorrido com frequência à manipulação para individualizar o tratamento. Produtos hipoalergênicos, sem perfume e com menos conservantes ou mesmo a adequação do veículo, da dosagem ou da concentração dos princípios ativos para o uso em crianças estão entre as vantagens. Em alguns casos, não há o

medicamento industrializado para determinada faixa etária pediátrica. Entre os exemplos estão o uso de propranolol em hemangiomas infantis, seja em xarope ou produto tópico, e o N-Acetil Cisteína em creme para ictiose.

Na dúvida... Recomendado

Não Recomendado

Surfactantes vegetais e suaves

Surfactantes etoxilados

Fragrâncias livres de alergênicos

Fragrâncias Conservantes liberadores de formol e parabenos

Conservantes suaves Emulsionantes suaves

Emulsionantes etoxilados

Glicerina Óleo mineral Espumas de limpeza pH = 7,0 Sabonete em barra pH = 10

Saiba mais on-line: • Sugestões de formulação e dicas farmacotécnicas

Para a médica, o intercâmbio de informações científicas com farmacêuticos magistrais em relação a princípios ativos, suas ações e interação com outros produtos é uma grande ajuda para os pediatras.

O que formular? Creme com Ciclopirox Olamina 1% Mandar 100g Indicação: Dermatite de fraldas Posologia: Usar nas áreas afetadas pela dermatite após limpeza do local na troca de fraldas Agentes antifúngicos têm sido usados para combater a dermatite causada pelo uso de fraldas em crianças juntamente com corticosteroides e outros agentes antimicrobianos. Ref. Bibliográficas: Controle da dermatite causada pelo uso de fraldas em crianças, Aditya K. Gupta, and Alayne R. Skinner, International Journal of Dermatology 2004, 43 , 830 – 834. Encontre outras formulações para levar ao prescritor em: anfarmag.org.br - Acesse: Home > Revista Anfarmag > Conteúdo Extra

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TPM

Muitos sintomas, muitos tratamentos Condição que incomoda as mulheres apresenta mais de 150 sintomas e exige tratamentos individualizados Ser repentinamente atingido por um turbilhão de sintomas que alteram seu organismo fisica e emocionalmente não parece uma situação muito agradável. Mas isso é o que muitas mulheres têm de enfrentar mensalmente, quando sofrem da chamada tensão pré-menstrual, a TPM. De acordo com Zilca Gyenes, ginecologista com mais de 30 anos de atuação, a síndrome foi conceituada na década de 1950 pela médica Katharina Dalton, sendo entendida como “a recorrência de sinais e sintomas psicossomáticos exclusivamente durante a segunda fase do ciclo menstrual e que regridem com o início da menstruação, apresentando mais de 150 sintomas descritos”. A ginecologista aponta que três em quatro mulheres apresentam sintomas da TPM durante seus anos férteis, com maior intensidade, geralmente, na terceira década. ”A síndrome também ocorre com mais frequência em mulheres que possuem pelo menos um filho, têm antecedentes familiares

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ou pessoais de depressão grave, ou têm antecedentes de depressão pós-parto ou algum transtorno anímico afetivo”, explica. Entre tantas possibilidades de sintomas que podem vir a ocorrer, alguns dos mais comuns são: distensão abdominal ou sensação de gases, sensibilidade nas mamas, cefaleia, sensação de torpor mental, constipação ou diarreia, cólicas abdominais, aumento de peso, menor tolerância a luzes e ruídos, sensação de cansaço e lentidão, ansiedade, nervosismo, tensão, depressão leve a moderada, distúrbios do sono. A TPM ocorre em maior ou menor grau, sendo que os sintomas podem se exacerbar próximo ao período de transição para o climatério, segundo Zilca.


Sensibilidade nas mamas, cefaleia, sensação de torpor mental e cólicas abdominais estão entre os sintomas da TPM

A causa exata da síndrome ainda é motivo de debate entre os especialistas, mas as mudanças nos níveis hormonais aparecem como o principal motivador. Existe também o fato de ser causada pela resposta individual de cada mulher a essas mudanças. Além disso, a TPM pode estar relacionada a outros aspectos tais como os sociais, culturais, endócrinos, psicológicos e genéticos.

Tratamento diversificado

O amplo leque de sintomas que a TPM pode causar exige uma diversidade na hora do tratamento. Segundo o farmacêutico especialista Luiz Cavalcante, cada mulher apresenta uma quantidade e uma intensidade de sintomas diferentes e, por isso, é necessário pensar em tratamentos individualizados. “No caso da TPM, o tratamento por meio de medicamentos manipulados pode ser eficiente, já que é possível que os componentes direcionados a diferentes sintomas sejam dosados de maneira individual”, explica. Cavalcante dá um exemplo de formulação possível para atuar contra os sinais da tensão pré-menstrual em pacientes que sentem a síndrome de forma acentuada, sendo que cada componente

é direcionado a diferentes sintomas: 200mg de piridoxina, 25mg de espironolactona e 2mg de diazepam uma vez ao dia. Segundo o farmacêutico, a piridoxina é considerada uma vitamina neuro-reguladora. Isso porque é transformada em piridoxal fosfato no fígado, o qual ativa a descarboxilase glutâmica, que promove a descarboxilação do ácido glutâmico, transformando-o em GABA. O GABA atua hiperpolarizando as membranas dos neurônios. A piridoxina pode contribuir muito para reduzir os sintomas de insônia, irritabilidade ou comportamento agressivo, por exemplo. Já a espironolactona compete com a aldosterona, que retém sódio e acumula água, promovendo a formação do edema, contribuindo contra os inchaços, comuns na síndrome. O diazepam atua como modulador dos canais de cloreto do receptor GABA, estabilizando mais rapidamente as membranas neuronais. “O médico pode variar as doses da formulação proposta, tendo em vista as necessidades de cada paciente. Pode aumentar ou até retirar alguns dos componentes para que a medicação seja mais assertiva em relação aos sintomas individuais de n 1 0 3 - O U T / N O V / D E Z 2 0 1 4 11


TPM cada mulher”, sugere o farmacêutico. Outra possibilidade sugerida por Cavalcante e que pode ser administrada em diferentes dosagens de acordo com as necessidades individuais é: 1mg de flufenazina e 25mg de espironolactona, uma cápsula ao dia. De acordo com o farmacêutico, essa preparação deve ser administrada diariamente, a partir do 19º dia do ciclo menstrual, até o fim da menstruação. O primeiro componente age como ansiolítico leve nessa concentração, atuando nos sintomas de irritabilidade e insônia. Já a espironolactona atua na formulação aliviando a mastalgia, devido à eliminação do edema. Associado às formulações citadas, sugere-se ainda a administração do ácido gama-linolênico encontrado no óleo de prímula e no óleo de borragem. Segundo Cavalcante, o ácido gama-linolênico protege os neurônios contra a lipoperoxidação de suas membranas, promovendo também a estabilidade dessas células. “O uso concomitante com o óleo pode trazer ainda melhores resultados. Ele deve

ser administrado duas vezes ao dia, do primeiro dia do ciclo menstrual até o fim da menstruação. Vale lembrar que, embora um resultado razoável possa ser obtido já no primeiro ciclo, a melhoria passa a ser mais efetiva após o 3º ciclo menstrual”, aponta. Zilca Gyenes lembra que é preciso aliar à medicação assertiva um estilo de vida apropriado. “Atividade física regular, hábitos de sono saudáveis e a alimentação balanceada e na frequência correta também são essenciais para o alívio dos sintomas”, comenta. Para a ginecologista, é vital que haja uma boa relação entre médico e paciente para que seja possível a observação das individualidades e das reais necessidades de cada mulher. Ela cita ainda a possibilidade de uso de tratamento homeopático, “que é extremamente eficaz e seguro, agindo no organismo como um todo e abrangendo sintomas físicos e emocionais”. Há também a opção dos fitoterápicos e de acupuntura como alternativas.

Saiba mais on-line: • Sugestões de formulação e dicas farmacotécnicas • Opções fitoterápicas para TPM

O que formular? Piridoxina, cloridrato.... 300mg Magnésio aspartato....300mg Espironolactona............25mg Excipiente qsp .............1 cápsula. Indicação: Tensão pré-menstrual. Posologia: Tomar 1 cápsula pela manhã, iniciando 2 semanas antes da menstruação. Ref. Bibliográfica: Batistuzzo, J.A. et al Formulário Médico-farmacêutico, Pharmabooks, 4ª ed, São Paulo, 2011. Encontre outras formulações para levar ao prescritor em: anfarmag.org.br Acesse: Home > Revista Anfarmag > Conteúdo Extra

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Zilca Gyenes: “três em quatro mulheres apresentam sintomas da TPM”


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sabor

Saúde boa sem cara feia Correção de sabor e do odor é benefício que só a farmácia oferece

Quem já teve de tomar medicamentos amargos sabe a importância da correção de aroma e sabor nas fórmulas orais. A prática, além de evitar cara feia, é essencial para aumentar a adesão ao tratamento. O farmacêutico especialista Anderson Oliveira explica que a correção é um diferencial para o sucesso dos tratamentos e deve ser mais explorada: “A correção é feita na indústria de forma muito limitada, em termos de variedade e combinações. As preferências em relação a sabor são individuais, e a customização e a personalização só podem ser feitas pela farmácia magistral”. O farmacêutico especialista Luís Antônio Paludetti dá um exemplo. “Imagine um paciente que usa sulfato de glucosamina diariamente na forma de sachês, em um tratamento de três anos. A formulação é comumente oferecida com sabor de laranja. Agora, imagine como será ingerir, dia após dia, o mesmo medicamento com gosto de laranja. Se a farmácia pode oferecer opções, como limão, groselha, morango ou guaraná, o tratamento fica mais humanizado”, sugere.

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Geralmente, as formas farmacêuticas que sofrem correção são as orais líquidas, as pastilhas, os pós para reconstituição e os comprimidos de administração bucal. Os especialistas explicam que o uso de medicamento é uma experiência sensorial complexa, que implica a estimulação de diversos sentidos, principalmente o paladar, o olfato, a textura e a temperatura. “A correção não será bem sucedida se apenas o sabor e o odor forem considerados”, diz Paludetti. No que se refere ao paladar, algumas substâncias conferem sabor adocicado (são os edulcorantes ou adoçantes). Outras, sabor ácido (acidificantes), e algumas reforçam o sabor agradável (reforçadores). Quanto ao olfato, há substâncias os mais variados aromatizantes. Já para a textura, há os chamados espessantes ou agentes de viscosidade,


capazes de melhorar a estabilidade da formulação e torná-la mais agradável. “Temos também substâncias que conferem sensações diversas, como os refrescantes (menta), sensação picante (como a canela) ou calor (como gengibre), e outras que realçam o sabor (como a baunilha). Essas são utilizadas para disfarçar os sabores desagradáveis que não puderam ser mascarados com outros adjuvantes”, explica Paludetti. Anderson lembra que nem sempre a correção garante sabor agradável. “Muitos fármacos têm o sabor tão ruim que o máximo que se consegue é melhorar um pouco. Mas já é crucial para tornar o tratamento mais aceitável”.

A baunilha realça o sabor, a canela dá sensação picante e o gengibre, calor.

Atenção redobrada

A adição de corretivos permitidos, em quantidades corretas, não deve causar qualquer prejuízo na ação do medicamento, mas sempre é necessário investigar eventuais incompatibilidades entre os componentes do corretivo e do medicamento. Esse processo deve ser feito com cautela. “Flavorizantes têm caráter ácido e podem alterar o pH da formulação, modificando o perfil de estabilidade de alguns fármacos”, afirma Oliveira. A correção deve também levar em consideração pessoas com diferentes necessidades. Por exemplo, alguns pacientes têm alergias a corantes e a farmácia magistral pode produzir medicamentos com o sabor corrigido e sem a presença dos corantes. Outro alerta é para o risco de os pacientes abusarem dos medicamentos em função do sabor. “Mesmo que seja gostoso, o produto ainda é um medicamento e seu uso deve ser aquele restrito à necessidade do tratamento”, alerta.

Saiba mais on-line: • Curso gratuito: Correção de sabor em preparações orais

Corretores e evidenciadores do paladar Substância Aplicação Mentol Suspensões orais: 0,003% Xaropes: 0,005% a 0,015% Pastilhas: 0,2% a 0,4% Pasta dental: 0,4% Enxaguatórios bucais:0,1% a 2% Ácido cítrico Conc. usual: 0,3% a 2,0% Ácido tartárico Conc. usual: 0,1% a 0,3% Cloreto de sódio (NaCl) Conc. usual: 0,3% a 0,5%

Amargo (dessensibilizante do paladar)

Evidenciador do sabor, mascaramento do sabor amargo, ação sialogoga Evidenciador do sabor, correção do amargo, ação sialogoga Supressão do amargo

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OPINIÃO

A farmácia e a dermatologia clínica Autor: Paula Carazzatto*

A farmácia de manipulação foi uma aliada na busca por soluções para preencher lacunas na terapêutica dermatológica tópica e sistêmica. Na década de 1970, com a retomada da cultura de manipulação, auxiliávamos o médico mesmo não encontrando ampla gama de insumos no mercado nacional. As importações eram restritas e a variedade, muito pequena, tendo a farmácia que usar, em alguns casos, medicamentos industrializados como ponto de partida para preparar uma fórmula dermatológica. A demanda em estética resumia-se a melasma, alopecia e acne, embora doenças de pele tenham sempre preocupado por alterar a aparência, retirando o paciente do convívio social. Na década de 1980, vieram grandes conquistas terapêuticas com o advento da “era dos ácidos” em especial a tretinoína (acne), e o minoxidil (alopecia). Muitos se lembram das formulações feitas a partir do Loniten® comprimidos, o Ilosone® e Dalacin C®. A mudança de foco da dermatologia veio nos anos 1990, com a constatação de que os resinoides, usados em acne, também possuíam efeito de rejuvenescimento. Hoje, vemos um contingente de insumos dedicados à estética, como antioxidantes e antiaging. Essa reviravolta deixou a dermatologia clínica em segundo plano, criando uma carência para os médicos focados na área. Não podemos nos esquecer que o tratamento das dermatoses continua sendo um nicho importante de atuação – tanto no papel

social da farmácia, quanto do ponto de vista econômico para as empresas. Nem sempre é o caminho mais fácil, mas é um caminho possível e promissor – entre os desafios, estão os conceitos e critérios para a importação, aquisição e disponibilidade de insumos para as farmácias magistrais, como para psoríase, vitiligo e rosácea. O médico precisa saber que pode contar com nosso serviço para os cuidados com seus pacientes. Sempre haverá demanda para o tratamento das doenças de pele. A farmácia magistral, acompanhada dos avanços técnicos e tecnológicos, pode e deve se destacar na oferta de formulações individualizadas e que facilitem a adesão do paciente ao tratamento.

*Paula Carazzatto é farmacêutica membro da Câmara Técnica da Anfarmag e ministrante de curso de Terapêutica Tópica em Dermatologia e Cosmética Dermatológica para médicos. 18

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entrevista

Quando a pele perde o tom Multifatorial, vitiligo exige usos isolados ou combinados de diferentes fármacos Ele chega sem aviso e sem pedir licença. Pode começar com uma mancha pequena que evolui rapidamente ou levar anos para atingir um estágio mais severo. O vitiligo acomete cerca de 1% da população mundial e traz consigo um forte impacto para a autoestima e a sociabilidade de quem carrega a doença. Isso porque produz marcas brancas pelo corpo, principalmente nas extremidades (mãos e pés) e, para lamento dos pacientes, no rosto. Acaba gerando ainda mais angústia em pessoas que já são naturalmente ansiosas. 20

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“É muito mais que uma questão estética. O vitiligo é uma doença que precisa ser tratada e, de preferência, o quanto antes”. Quem afirma é o membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e médico do Ambulatório de Vitiligo da Universidade Federal de São Paulo, Celso Lopes. De acordo com ele, o ideal é que o paciente procure ajuda assim que notar as manchas, quando a resposta ao tratamento tem as melhores chances de sucesso. Porém, ressalta, em qualquer estágio é possível agir sobre a doença. Lopes se aprofundou no estudo do vitiligo e explica que há diversas formas de tratamento. Para ele, ainda é preciso avançar nas pesquisas sobre o tema, mas a farmácia oferece alternativas que podem melhorar o bem-estar do paciente. Ele falou sobre o assunto para a Revista Anfarmag. Quais são as principais características da doença? O vitiligo é uma doença crônica. Um quarto dos pacientes tem histórico familiar e, em metade dos casos, ele surge antes dos 20 anos. É caracterizado por manchas acrômicas (sem pigmentação) que podem acometer qualquer região da pele. Quais são as causas do vitiligo? Já está comprovado que é uma doença autoimune, mas há diversas teorias que tentam explicar o vitiligo. Uma delas é que poderia ser resultado do estresse oxidativo. Há também os fatores que desencadeiam o aparecimento em quem tem predisposição. Entre eles, questões emocionais e traumas físicos localizados (trabalho manual, desgaste dos pés, cotovelos, joelho). Você pode explicar mais sobre a relação do estresse oxidativo com o vitiligo? O paciente de vitiligo parece ser mais susceptível ao estresse oxidativo, podendo ainda apresentar deficiência da enzima catalase, que ajuda na varredura dos radicais livres. Ou seja: a pessoa produz muitos radicais livres e tem diminuída a capacidade de eliminá-los. Quando se acumulam, eles criam o quadro de estresse oxidativo, intoxicando o melanócito (célula que produz melanina), que vai perdendo sua função. Então os antioxidantes são uma alternativa de tratamento? Sim, é possível usar tanto antioxidantes tópicos quanto sistêmicos orais. Praticamente toda a linha de antioxidantes disponível pode ser usada, dependendo da resposta de cada paciente. Eu.

O paciente de vitiligo tem propensão a liberar mais radicais livres que o normal e a apresentar deficiência da enzima catalase particularmente, uso muito Polypodium leucotomos, vitamina C, Ginkgo biloba, ácido pantotênico. Quais outras opções podem controlar o problema? Normalmente, combinamos opções terapêuticas para atacar em mais de uma frente e de acordo com as várias formas clínicas da doença. Como o vitiligo é autoimune, o tratamento sempre inclui imunossupressores (corticoides) orais ou tópicos ou imunomoduladores (tacrolimus e pimecrolimus) tópicos. Também uso muito os psoralenos para a fototerapia: metoxisaleno, trisoraleno e essência de bergamota (apenas tópico). Como esses medicamentos agem na fototerapia? Antes do banho de sol ou de luz, o paciente usa os psoralenos, que provocam uma reação fotoquímica na pele, liberando substâncias que ajudam na pigmentação da área atingida. Outra opção interessante é fazer a suplementação de fenilalanina. Esse aminoácido atua na síntese da melanina e pode auxiliar na recuperação. Qual é a sua opinião sobre o uso de vitamina D ou análogos da vitamina D? A vitamina D ainda é objeto de pesquisa e os resultados são controversos. Não dá para afirmar com certeza que ela tenha ação sobre o vitiligo, até porque vivemos uma epidemia de carência de vitamina D. Ainda assim, sempre faço a dosagem no paciente com vitiligo e, se necessário, prescrevo suplementos. Existem também estudos que apontam a relação da vitamina B12 com o vitiligo. n 1 0 3 - O U T / N O V / D E Z 2 0 1 4 21


entrevista

É verdade. Alguns pacientes podem ter deficiência de B12, ácido fólico, zinco. Nesses casos, a suplementação faz parte do tratamento. Há trabalhos científicos que indicam que corrigir essas dosagens pode ajudar no tratamento. É diferente de outras doenças associadas, como os distúrbios de tireoide, que podem ocorrer de forma paralela, mas não influenciam no vitiligo. Qual a sua opinião sobre o uso da quelina no tratamento de vitiligo? Assim como no caso das suplementações, no consultório o médico sente falta de serem feitas mais pesquisas que indiquem resultados conclusivos sobre o uso da quelina (furocromo presente na planta ammivisnaga). Porém, já há

alguns estudos que mostram efeito sobre o vitiligo. Isso porque ela atua como um antioxidante. Eu a uso eventualmente em quadros mais localizados. Qual a importância de individualizar o tratamento para vitiligo? A escolha do tratamento vai depender da idade do paciente, forma clínica, estágio da doença e tempo de evolução. Além disso, o vitiligo é multifatorial, o que implica usos isolados ou combinados de diferentes fármacos. Muitas vezes, é possível colocar em uma mesma formulação vitaminas e antioxidantes, e em outras os corticoides, em diferentes doses.

Saiba mais on-line: • Reportagem exclusiva: Psoríase • Sugestões de formulação e dicas farmacotécnicas 22

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O que formular? Methoxsalen ...10 mg - 20 mg Excipente qsp ...1 cápsula Indicações: Psoríase; vitiligo. Posologia: Tomar 1 cápsula de 10 mg a 20 mg duas horas antes da exposição à luz ultravioleta A (320 nm - 400 nm). A exposição deve ser progressiva segundo critério médico. Ref. Bibliográfica: Batistuzzo, J.A. et al Formulário Médico-farmacêutico, Pharmabooks, 4ª ed, São Paulo, 2011. Encontre outras formulações para levar ao prescritor em: anfarmag.org.br Acesse: Home > Revista Anfarmag > Conteúdo Extra



BEM ESTAR

A dor é minha, em mim doeu Crônica ou aguda, sensação prejudica a qualidade de vida; alívio pode ser desafio para alguns pacientes Uma em cada três pessoas terá algum tipo de dor crônica durante a vida. Isso porque o envelhecimento da população aumenta nas pessoas a prevalência de dores na coluna, articulações, doenças reumáticas, câncer, degenerações, inflamações e outras enfermidades que podem provocar dores crônicas. De acordo com o anestesiologista Irimar de Paula Posso, diretor da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor, uma das formas de classificação da dor é quanto a seu tempo de duração: “Em sua manifestação aguda, ela não passa de três meses. Após esse período, ela é considerada crônica”. Segundo ele, a dor aguda pode ser tratada com analgésicos e anti-inflamatórios. 24

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Já o tratamento da dor crônica depende da origem do problema. “Em alguns casos, antidepressivos ajudam no tratamento. A estimulação elétrica transcutânea também apresenta resultados”, comenta. Já a cefaleia é muito bem tratada com acupuntura”, comenta.

Cuidado magistral

Como a dor crônica pode estar relacionada a inúmeros problemas de saúde, seu tratamento requer diferentes abordagens. Um dos caminhos são os medicamentos magistrais, conforme explica Natan Levy, farmacêutico da capital paulista e associado Anfarmag. “Podemos preparar a substância com base nas especificidades do quadro de cada paciente, ade-

quando também a formulação de acordo com peso, sexo, idade e intensidade”, diz. Além disso, a possibilidade de associação de princípios ativos, como analgésicos e anti-inflamatórios, facilita a posologia. O setor magistral conta com anti-inflamatórios (não hormonais e hormonais), que são prescritos quando o analgésico apenas não faz efeito e há necessidade de atacar o processo inflamatório que está causando a dor. Nesses casos, o paciente geralmente apresenta rubor e elevação da temperatura na área dolorida. Quase todos os princípios ativos anti-inflamatórios não protegidos por patentes podem ser manipulados; apenas para citar alguns, há o diclofenaco sódico


ou potássico, cetoprofeno, meloxicam e indometacina. Já os analgésicos, divididos entre opioides e não opioides, são largamente prescritos. Conforme explica Levy, os não opioides como o ácido acetilsalicílico, dipirona, fenilbutazona e paracetamol são indicados para dores mais leves, como a lombar, muscular e cefaleias leves. Já as dores crônicas e de maior intensidade, como a dor reumática e nevrálgica, podem ser tratadas por meio de analgésicos opióides como a codeína e tramadol. Os relaxantes musculares, manipulados à base de substâncias como carisoprodol e ciclobenzaprina, também são aliados no tratamento da dor crônica.

Direto na pele

Ainda pouco difundidos entre médicos, os géis transdérmicos de alta permeabilidade são produzidos exclusivamente pelo setor magistral e apresentam resultados para o tratamento de dores localizadas. “Eles provocam menos efeitos colaterais, mas falta uma maior divulgação”, afirma Levy. Para quem passou por cirurgias na garganta ou apresenta alguma doença nessa região, como o câncer, uma alternativa é a veiculação de princípios ativos por meio de xaropes e géis transdérmicos. As pastilhas bucais também são indicadas, com a possibilidade de associação com flavorizantes e aromatizantes.

O que formular? Cetoprofeno.....................10% Ciclobenzaprina HCl..........1% Propilenoglicol..................10% Base transdermica qsp Posoloia: Aplicar um pump nos locais dolorosos 3 vezes ao dia Confira dicas farmacotécnicas em anfarmag.org.br Ref. Bibliográfica: ANSEL, H.C.; POPOVICH, N.G.; ALLEN JR, L.V. Formas Farmacêuticas & Sistemas de Liberação de Fármacos. 8 ed. São Paulo, S.P.: Editorial Premier, 2007. AULTON, M.E.. Delineamento de Formas Farmacêuticas. 2 ed. Porto Alegre, RS: Artmed, 2005. BATISTUZZO, J.A.O.; ITAYA, M.; ETO, Y. Formulário Médico Farmacêutico. 3ª.ed. São Paulo, SP:Pharmabooks, 2006. FERREIRA, A.O. Guia Prático da Farmácia Magistral. Vol. 1. 3ª.ed. São Paulo, SP: Pharmabooks, 2008. 307-319. PRISTA, L.N.; ALVES, A.C.; MORGADO, R. Tecnologia farmacêutica. 5.ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1995. v.1. 6. THOMPSON, J.E. A Prática Farmacêutica na Manipulação de Medicamentos.. Proto Alegre, RS: Artmed, 2006. Encontre outras formulações para levar ao prescritor em: anfarmag.org.br Acesse: Home > Revista Anfarmag > Conteúdo Extra

Saiba mais on-line: • Sugestões de formulação e dicas farmacotécnicas n 1 0 3 - O U T / N O V / D E Z 2 0 1 4 25


Câncer

Drible os efeitos colaterais

Produtos magistrais aliados a um estilo de vida saudável trazem ganho aos pacientes

A quimioterapia é uma das principais estratégias para o combate ao câncer, juntamente à radioterapia e à cirurgia. O paciente recebe diversos medicamentos, cada um com uma ação diferente no organismo. Ao caírem na corrente sanguínea, eles impedem que o tumor se espalhe. Ocorre que a quimioterapia destrói também células saudáveis, e o paciente precisa lidar com um conjunto de efeitos colaterais. Náuseas e vômitos são os principais, conforme explica o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, Evanius Wiermann. Queda de cabelo, sensação de fadiga, constipação, diarreia, enfraquecimento das unhas (onicólise), aftas, alterações de paladar, salivação excessiva ou ausência de saliva são também transtornos possíveis. “Esses sintomas podem se manifestar em conjunto ou separadamente e dependem da intensidade do tratamento e das drogas usadas”, comenta. Alterações na imunidade, favorecendo infecções, também são comuns. A destruição de células tumorais também tem como aliada a radioterapia, que age localmente sobre a lesão. Os efeitos variam de acordo com o local. “Se for na garganta, a pessoa pode ter boca seca. No pulmão, há 26

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a possibilidade de surgirem pneumonias. Na próstata, é comum o paciente sofrer de inflamações no reto ou na bexiga”, enumera. Na pele, há riscos de queimaduras e lesões. Como resposta, o farmacêutico associado à Anfarmag em São Paulo, Natan Levy, considera essencial a hidratação. De acordo com ele, substâncias hidratantes associadas a anti-inflamatórios como alfa-bisabolol (princípio ativo da camomila) e a arnica podem ser um alívio. Dentre os hidratantes, estão o PCA Na, NMF e a co-enzima Q10 lipossomada.

Os fitoterápicos e a quimioterapia

A farmacêutica Polyana Ehlke Wiedmer, associada à Anfarmag em Campo Largo (Paraná), enfrentou um câncer de colo de útero em 2007, logo depois de ter o primeiro filho. Como a lesão foi detectada logo, Polyana venceu a doença após uma cirurgia de histerectomia. À época, Polyana acabou descobrindo o poder do gengibre. O produto ajuda a


controlar as náuseas por causa das propriedades antieméticas. É normalmente manipulado em cápsulas de 500mg, ingeridas três vezes ao dia. Durante o tratamento, Polyana também descobriu os benefícios da graviola, que age sobre o sistema imunológico. “Os efeitos práticos são muito bons. Depois da minha experiência, passei a estudá-los melhor e a recomendá-los aos médicos e pacientes. Recebo relatos muito positivos”, conta.

A contribuição da medicina integrativa

Apesar dos efeitos positivos, o uso de fitoterápicos e suplementos deve ser acompanhado pelo médico. Essa é a orientação do cirurgião Paulo de Tarso Lima, responsável pelo grupo de Medicina Integrativa do Centro de Oncologia e Hematologia do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. “Essas substâncias podem interagir com as drogas convencionais e causar malefícios ao paciente, que geralmente está imunodeprimido”, aconselha. Para o especialista, no contexto do tratamento oncológico, a medicina integrativa reafirma a importância da relação entre médico e paciente, utilizando o melhor de diversas disciplinas. “Nosso foco é fazer com que o paciente se conecte com sua qualidade de vida antes, durante e depois do tratamento e atente para a importância do autocuidado”, afirma. Uma rotina saudável, aliás, é fundamental para a prevenção da doença. “A American Society of Cancer considera que a prática de exercícios físicos, o controle do estresse, alimentação adequada e outros fatores ligados ao estilo de vida reduzem em cerca de 60% a possibilidade de uma pessoa desenvolver câncer”, diz o médico.

Saiba mais on-line: • Sugestões de formulação e dicas farmacotécnicas

Polyana tratou-se de um câncer logo depois de ter o primeiro filho

Paulo de Tarso, do Hospital Albert Einstein, destaca os benefícios da medicina integrativa

O que formular? Ondansetrona........................8mg Água purificada......................20% Gel transdérmico qsp....1dose Mande seringas calibradas com 10mL ou em saches monodose ou frasco dosador calibrado (1mL). Indicação: Náuseas Posologia: Aplicar 1ml, 3 vezes ao dia, nos pulsos e atrás das orelhas. Sugestões de gel base: Aristoflex, Carbopol, Natrosol, Polaxamer. Sugestões de promotores da permeabilidade: DMSO, Lauril sulfato de sódio, ácido acetil salicílico, além de propilenoglicol da formulação. Independentemente do promotor de permeação utilizado, é importante garantir concentrações adequadas de umectante nesta formulação. Ref. : Batistuzzo, J.A. et al Formulário Médico-farmacêutico, Pharmabooks, 4ª ed, São Paulo, 2011. Encontre outras formulações para levar ao prescritor em: anfarmag.org.br Acesse: Home > Revista Anfarmag > Conteúdo Extra

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Neurodegeneração

Caminhos possíveis Profissionais discutem suplementação como alternativa coadjuvante para o tratamento de doenças neurodegenerativas 28

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Casos de doenças neurodegenerativas como mal de Alzheimer, mal de Parkinson, esclerose múltipla e esclerose lateral amiotrófica (ELA) devem aumentar nas próximas décadas. O envelhecimento da população mundial é um dos fatores que explica esse fenômeno. Para se ter uma ideia, o Alzheimer afeta entre 24 e 37 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde, e a estimativa é de que esse número dobre até 2030 e mais que triplique até 2050. Descrita pela primeira vez em 1817, por James Parkinson, a doença neurológica que causa tremores, lentidão nos movimentos, rigidez muscular e alterações na fala e na escrita atinge cerca de 4 milhões de pessoas em todo o mundo. Esse número deve dobrar até 2040. Os casos de Esclerose Múltipla aumentaram 10% nos últimos cinco anos, afetando cerca de 2,3 milhões de pessoas. Destas, 35 mil são brasileiros que sofrem com a doença, que é incurável e repleta de efeitos devastadores. A busca de tratamentos para essas doenças é constante. Aos poucos, a suplementação vitamínica surge como linha coadjuvante. Segundo a farmacêutica, Karina Ruiz, que é consultora técnica na área de nutracêuticos, nutricosméticos e suplementos e autora do livro “Nutracêuticos na Prática – Terapia baseada em evidências”, além dos fármacos já existentes, a farmácia magistral pode ter uma atuação coadjuvante por meio de dosagens específicas de vitaminas, minerais, antioxidantes diversos, coenzima Q10, boosters energéticos, além de proteínas e lipídeos funcionais que, afirma, retardam o surgimento de enfermidades ou amenizam os sintomas. Nessa lista, a farmacêutica lista suplementos como huperzine-A (isolado de extrato padronizado de Huperzia serrata), que está associado à melhoria da memória, e a riboflavina ou vitamina B2, que melhora os sintomas do mal de Parkinson. Outras opções são Ginkgo biloba, ácido fólico, vitamina B6, Polypodium leucotomos, creatina, coenzima Q10, ácido alfa-lipoico e os antioxidantes. “Esses suplementos atuam na prevenção e/ ou como estratégias que retardam e/ou melhoram os sintomas”, diz.

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Neurodegeneração A vitamina D tem sido apontada como a grande promessa para o tratamento das doenças neurodegenerativas, pois é um agente que modula o processo inflamatório e imunológico. “Há um estudo que demonstrou que, quando as mulheres foram expostas a quantidades adequadas de vitamina D durante sua vida, 99% não desenvolveram a esclerose múltipla; portanto, pode e deve ser indicada para profilaxia e tratamento dessa doença neurodegenerativa”, garante Karina. Em relação à vitamina B12, além de ser importante para a formação de bainhas de mielinas neuronais, ela controla os níveis de homocisteína, um aminoácido tóxico associado à piora das doenças neurodegenerativas e comprometimento cognitivo. No entanto, a suplementação vitamínica deve ter indicação médica cuidadosa, já que as doses recomendadas podem ultrapassar os níveis de tolerância (UL) usuais. No caso do tratamento de esclerose múltipla, por exemplo, as doses da vitamina D podem chegar a 100.000 UI ou a 150.000 UI, quando a média é de 800 UI. A regra vale também para fitoterápicos, como enfatiza a farmacêutica. O nutrólogo Clésio Castro destaca que as pesquisas sobre a necessidade de suplementação vitamínica ainda são consideradas polêmicas por algumas especialidades médicas. “No caso das doenças neurodegenerativas, é difícil encontrar medicamentos que deem conta de todo o tratamento. Cada paciente é único e é preciso considerar que a manifestação desse tipo de enfermidade pode ser causada pela

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falta de vitaminas, que estão diretamente relacionadas aos processos vitais”, avalia. A recomendação do médico é para que o profissional responsável pelo tratamento sempre investigue se o paciente tem algum grau de déficit de vitaminas no organismo. “Os polivitamínicos garantem doses diárias mínimas. Mas, se há falta, esses produtos não são eficientes”, alega. A solução passa, mais uma vez, pelas farmácias magistrais, que podem manipular dosagens em percentuais alternativos, de acordo com a necessidade e com a prescrição indicada.

Malhação cerebral

O vice-coordenador do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), Norberto Anízio Ferreira Frota, afirma que hábitos saudáveis de vida e de alimentação são os principais fatores que devem ser considerados pelas pessoas que pretendem se prevenir de doenças neurodegenerativas, especialmente quem tem casos na família. Controle da pressão, da glicemia e do estresse e, ainda, a prática de atividade física são essenciais. Frota encara os suplementos com prudência e afirma: “Não há tratamentos para retardar o aparecimento ou os sintomas em longo prazo”. Sobre o uso da vitamina D, ele diz que ainda não há trabalhos que comprovem que a reposição modifique o curso das doenças. “Os compostos de vitaminas e oligoelementos podem melhorar a memória no curto prazo, mas é preciso cuidar para que o uso de vitaminas não gere doenças como cálculo renal ou hipervitaminose”, adverte. “A ABN já divulgou nota oficial condenando o uso indiscriminado da vitamina D para o tratamento de esclerose múltipla”. Médico geriatra do Instituto de Geriatria e Gerontologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Newton Terra segue a mesma linha: “Não há remédio vitamínico que ressuscite neurônio morto”. Terra defende que a prevenção a esse tipo de doença deve começar logo após o berçário, com qualidade de vida, exercício físico, dieta balanceada e estímulo ao cérebro. Na lista de atividades estão leitura com reflexão, informática e aprendizado de idiomas.


Para além do balde de gelo Recentemente, a campanha do balde de gelo – estratégia de comunicação que se espalhou pelas redes sociais – chamou a atenção da população em todo o mundo para a condição de pacientes que sofrem com a esclerose lateral amiotrófica (ELA). Patologia neurodegenerativa complexa, a ELA resulta na perda progressiva de neurônios motores superiores e inferiores, causando incapacidade progressiva e paralisia dos músculos esqueléticos. Entre os sintomas estão disfagia, depressão, déficit cognitivo, hipermetabolismo, ansiedade, insuficiência respiratória. O paciente passa a ter dificuldade para se alimentar de forma autônoma e sente fadiga durante as refeições, o que aumenta o risco de desnutrição. O mestre em Ciências da Saúde e especialista em Ciências Farmacêuticas, Marlon Barg, explica que essa desnutrição afeta o prognóstico e a qualidade de vida, tornando-se necessárias avaliações frequentes do status nutricional da pessoa. A opção

por uma dieta hipercalórica, modificação dietética de textura e suplementação adequada ajudam na prevenção de um quadro mais sério. Por isso, afirma, suplementos dietéticos têm se tornado importantes para os pacientes com ELA. Ele cita dado veiculado pela publicação científica Nutrition in Clinical Practice, que mostra que os suplementos são usados por até 80% dos pacientes. “Acredita-se que esses suplementos afetem diversos mecanismos motores, aliviando os sintomas da ELA”, diz. De acordo com o farmacêutico, estudo publicado no periódico Arquivos de Neuropsiquiatria mostrou que a suplementação com whey protein e maltodextrina melhora os parâmetros bioquímicos e nutricionais em pacientes com ELA, reduzindo significativamente a proteína C reativa e a creatina quinase – marcadores bioquímicos do estresse oxidativo que também fornecem indícios de lesão muscular. Marlon cita também outros componentes nutricionais, como descreve: n 1 0 3 - O U T / N O V / D E Z 2 0 1 4 31


Neurodegeneração

Vitamina E – importante antioxidante celular, tem demonstrado retardar o desenvolvimento de doenças como a ELA. Estudo publicado no Amyotrophic Lateral Sclerosis and Frontotemporal Degeneration demonstrou que o risco da ELA diminui na medida em que ocorre aumento do tempo de suplementação com vitamina E. Segundo o estudo, a suplementação por mais de cinco anos está associada às baixas taxas de ELA. Importante salientar que a vitamina E proveniente da dieta é composta por quatro compostos tocoferois (α, β, γ, δ) e quatro tocotrienois (α, β, γ, δ), enquanto a vitamina E de suplementação contém apenas α tocoferol, que é preferencialmente absorvido devido à afinidade com a proteína de transferência da vitamina E. Vitamina D – os pacientes com ELA demonstram ser mais propensos a baixos níveis de vitamina D por causa da idade, inatividade física, menos tempo de exposição solar e desnutrição. Segundo Marlon, a investigação clínica sugere que a administração de vitamina D pode melhorar a capacidade muscular comprometida e reduzir a expressão de biomarcadores associados ao estresse oxidativo e inflamação.

Marlon ainda apresenta informações de que a esclerose lateral amiotrófica está ligada a fatores genéticos que levam a mutações importantes em enzimas antioxidantes citossólicas. “A administração de antioxidantes pode reduzir a severidade dos sintomas e auxiliar na melhora da qualidade de vida dos pacientes. Pode-se destacar a N-Acetilcisteína (potente antioxidante que aumenta os níveis de glutationa), o ácido alfa-lipoico (que inibe a lipoperoxidação), a coenzima Q10 (responsável pela melhora do transporte de elétrons na mitocôndria), as catequinas do chá verde (que reduz os marcadores de neuroinflamação e estresse oxidativo), o Ginkgo biloba (um inibidor da disfunção mitocondrial neuronal e do estresse oxidativo) e a creatina (que auxilia na fraqueza muscular associada à doença)”, relaciona. Para completar, ele cita um estudo que avaliou pacientes com ELA apresentando perda de peso: “Verificou-se que a administração de dieta hipercalórica com carboidratos auxilia na estabilização da perda de peso, provocando melhora da sobrevida de pacientes com essa patologia, conforme publicado no jornal especializado Amyotrophic Lateral Sclerosis & Frontotemporal Degeneration”.

Saiba mais on-line: • Informações sobre dosagens de vitaminas e minerais

Níveis de Dosagens diárias permitidas de Vitaminas e Minerais em Medicamentos Componente Dose diária para adultos Vitamina D 800 UI Vitamina E

1.200 UI

Vitamina B12 Cobalamina

1.000 mcg

Dose diária pediátrica · Lactentes 40 UI/kg até o limite de 400 UI · Pediátrico 40 UI/kg até o limite de 800 UI · Lactentes 20 UI/kg até o limite de 200 UI · Pediátrico 20 UI/kg até o limite de 400 UI · Lactentes 50 mcg/kg até o limite de 500 mcg · Pediátrico 50 mcg/kg até o limite de 1.000 mcg

Confira a tabela completa de limites de tolerância permitidos pela Portaria SVS/MS 40/98 no site: anfarmag.org.br - Home > Revista Anfarmag > Conteúdo Extra 32

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GESTÂO

Entre a experiência e a novidade Autor: Alexandre Carreiro*

Quem nunca ouviu um farmacêutico experiente reclamando dos mais novos? Ansiedade, dificuldade com prazos e dispersão são algumas das acusações. As queixas dos jovens sobre os mais velhos também não são segredo: falta de flexibilidade, lentidão, formalidade em excesso. Hoje convivem nas empresas três gerações de pessoas economicamente ativas e é comum as diferenças causarem mais conflitos do que deveriam. De acordo com pesquisa da Amcham-Brasil, 75% •

das empresas brasileiras enfrentam problemas no relacionamento entre gerações. Para lidar com essa salada mista, o líder tem papel fundamental. Quando as equipes são heterogêneas, o desafio é acalmar os ânimos e somar habilidades complementares. Para tirar o melhor dessa equipe o líder precisa, antes, entender a raiz de tudo. Cada uma das gerações viveu momentos históricos distintos e foi influenciada por mentalidades e referências diferentes, criando seus próprios padrões comportamentais. Veja:

Muitos dos proprietários das farmácias ou funcionários mais experientes nasceram entre 1940 e 1960. São os baby boomers, uma geração que viveu o pós-guerra e foi educada com muita disciplina. Eles aprenderam que é preciso “vestir a camisa” da empresa e se dedicar de forma integral e com lealdade. Para eles, trabalho bom é o trabalho de uma vida inteira. • A geração seguinte, nascida de 1960 a 1980, viu o Brasil passar por muitas mudanças e entendeu que o jogo pode virar a qualquer momento. Eles viveram a inflação descontrolada e o racionamento. Por isso, mesmo com um perfil mais empreendedor, a chamada geração X busca segurança. • Já a geração Y, em compensação, nasceu no meio de uma revolução tecnológica, entre 1980 e 2000, em um período de desenvolvimento econômico. Para este grupo, o trabalho precisa ser fonte de crescimento e realização pessoal. Do contrário, larga tudo e parte para a concorrência – ou para um projeto próprio. Com perfis tão diferentes, o segredo do líder é mapear as características da própria equipe e encontrar o 34

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GESTÂO

que há de melhor em cada geração. Por exemplo: o baby boomer tem ótima habilidade para gerir equipes, gosta de falar cara a cara, fazer reuniões. Enquanto isso, o profissional Y resolve quase tudo pelo smartphone e não tem muita paciência para reuniões demoradas, mas tem grande vontade de aprender e é ágil, desenvolto. O profissional da geração X, por sua vez, está na transição: seu trabalho é sempre muito planejado e ele valoriza a hierarquia, como os mais velhos, mas também é aquela pessoa que aprendeu a incorporar a tecnologia no trabalho, se aproximando dos mais novos. Para criar a química entre esses profissionais, pode ser interessante um baby boomer se aproximar de um Y e se tornar seu mentor. Da mesma forma, o profissional X pode aliar seu perfil mais empreendedor ao alto potencial de inovação do Y, ajudando a direcionar sua energia. Afinal, inovar é pensar diferente, mas agindo com ordem e método. É interessante notar que todos os profissionais precisam se esforçar para fazer o relacionamento dar certo, mas a iniciativa deve vir principalmente das duas gerações mais velhas. Com a maturidade que já adquiriram, têm condições de se aproximar dos jovens profissionais – tanto para ajudá-los a crescer quanto para se adaptarem às mudanças. Afinal, não é só o profissional de 20 e poucos anos que está diferente. O mercado como um todo se modifica com as novas gerações. Uma dica prática é focar na comunicação, que ainda é o principal desafio enfrentado por empresas de todas as áreas, incluindo o setor magistral. Costumo recomendar a criação de comitês de relacionamento

dentro da empresa. Assim, os profissionais de todas as idades têm espaço para falar e ouvir, periodicamente (pode ser toda semana, a cada quinze dias, uma vez ao mês), sobre as dificuldades que encontram no dia-a-dia. Podem, juntos, entender como minimizar os atritos. Outro ponto: os sistemas rígidos de hierarquia são cada vez menos aceitos pelos colaboradores. Portando, fazer com que o profissional sinta que tem acesso às lideranças e reduzir a ostentação de poder dos cargos mais altos (salas separadas para os gestores, copeiras exclusivas, etc.) são formas de melhorar o ambiente de trabalho. Além disso, o funcionário espera crescer. Portanto, mais que alguém que comanda, o líder é aquele que ouve, participa e dá feedback. Cada geração traz características que parecem romper com um sistema anterior, mas a verdade é que elas se formaram observando, questionando e aprendo com os mais velhos. A empresa só tem a ganhar quando há abertura e disposição para trabalhar em conjunto.

*Alexandre Carreiro é coach com experiência nos temas: Senso de Equipe, Gestão de Conflitos, Liderança, Análise de Problemas e Tomada de Decisões, Inovação e Criatividade

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Encarte Técnico 38 39 39 40 41 42 43 44

Fator de equivalência: quando e como aplicar Fale com o prescritor: Ginkgo biloba Boa prática: manipular com precisão Fique em dia: qualificação de fornecedores É legal saber: medicamentos via correio Sem dúvida: exigência da Anvisa Grau e pistilo: preparações orais líquidas Artigo: fotoprotetores e diferentes emolientes


Notas técnicas

Fator de Equivalência

Correção de insumos Quando e como aplicar fatores de correção de insumos ativos?

Fatores de correção servem para corrigir teores de ativos em casos de correção de umidade, para conseguir equivalência do sal em relação à sua base ou mesmo quando o teor do ativo fornecido está abaixo do preconizado em literatura. Aplique o fator de correção quando: • • • • • •

a substância for comercializada na forma diluída; a substância possuir fator de equivalência (sal em relação à sua base ou substância hidratada em relação à forma anidra); as substâncias estiverem diluídas por razões farmacotécnicas e de segurança; desejar calcular o teor elementar em sais minerais ou aminoácidos quelatos; os agentes nutracêuticos estiverem disponíveis em forma diluída; for necessário fazer correção do teor e/ou umidade, se estiverem abaixo do limite mínimo indicado no laudo do fornecedor.

Para corrigir o fator de equivalência, calcule: Equivalente grama do sal ou éster / Equivalente grama da base Para correção do teor indicado no certificado de análise, aplique regra de três em relação àquele indicado na literatura (farmacopeias oficialmente aceitas ou, na ausência de citação, considere a especificação do fornecedor e/ou fabricante). Quando a substância requerer cálculos tanto de fator de hidratação quanto de equivalência, e correção de teor do ativo em função do certificado de análise do fornecedor, aplique: Fator Total = fator de equivalência sal/base X fator de correção da umidade X fator de correção do teor Quantidade a ser pesada = quantidade prescrita X Fator Total X unidades posológicas (número de doses solicitadas) Em todos os casos, a literatura deve sempre ser consultada.

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Fale com o prescritor

Ginkgo biloba Associações de salicilatos e Ginkgo biloba Você já percebeu a frequência de pacientes idosos que fazem uso contínuo de AAS Infantil e Ginkgo biloba? O Ginkgo biloba pode aumentar o efeito antiplaquetário de salicilatos. Conduta: Em decorrência da gravidade da reação relatada, considere evitar o uso combinado desses agentes. Observar sinais e sintomas de sangramento (especialmente de sangramento intracraniano) quando salicilatos e Ginkgo biloba forem utilizados concomitantemente. Salicilatos: ácido acetilsalicílico, ácido aminossalicílico, salicilato de colina, salicilato de sódio, salsalato, trissilicato de magnésio colina. O Ginkgo biloba pode inibir a agregação plaquetária e, consequentemente, os efeitos com o ácido acetilsalicílico podem ser de natureza aditiva.

Boa prática

Manipular com precisão Segurança no manuseio diário de bases galênicas cremosas Na manipulação com semissólidos, utilizam-se bases galênicas tradicionais (cremes aniônicos, não iônicos, géis aquosos, sabonetes cremosos) que são mantidas em recipientes com capacidades razoáveis. O manuseio diário desses recipientes pode se tornar fonte de contaminação microbiológica, apesar dos conservantes presentes na base. Uma maneira de eliminar esse risco é fracionar, em condições seguras, as bases galênicas em pequenas porções, com organização adequada e rastreável. Atente-se ao procedimento de fracionamento, o treinamento dos técnicos e a rotulagem dos recipientes.

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- Fator de Equiva Explicação sobre Qualificação de Fornecedores nado fator de equ

Notas técnicas

Fique em dia

Com que periodicidade a farmácia deve efetuar o Processo de Qualificação de Fornecedores de Insumos e de Materiais de Embalagem?

O Processo de Qualificação de Fornecedores é, na realidade, um processo contínuo de aprimoramento da relação entre a farmácia e seus fornecedores. Destina-se a preservar a qualidade do abastecimento dos insumos que o estabelecimento recebe para uso em suas preparações, evitando-se desgastes e desconfortos pelo fornecimento de materiais não conformes e/ou fora do padrão de qualidade exigido pela farmácia.

- Boa prática Dica de procedim na farmácia mag

A farmácia deve estabelecer Procedimento Operacional Padrão (POP) descrevendo as etapas para o Processo de Qualificação dos Fornecedores de Insumos, no qual deverá inserir informações sobre: 1. Periodicidade de avaliação dos fornecedores: considerar período anual para avaliação da documentação legal do(s) fornecedor(es), podendo arquivá-los eletronicamente; a maioria dos fornecedores disponibiliza a documentação legal no site. 2. Periodicidade para a realização da Auditoria: pode ser definida por decisão do Responsável Técnico. A auditoria pode ser efetuada pela farmácia, por grupo de farmácias ou por associação que a represente, conforme descrito na Resolução RDC 67/2007. 3. Determinar critérios para efetuar a avaliação geral do fornecedor, que podem ser: • por meio do histórico de fornecimento (resultados de controle de qualidade); • avaliação dos laudos de análise recebidos, com atendimento às especificações; • apresentação da Ficha de Segurança de Produtos Químicos – FISPQ. 4. A Qualificação de Fornecedor de Embalagem não necessita de “auditoria presencial”, pois não está declarada na Resolução RDC 67/2007 da forma como está para insumos; porém, a farmácia deverá ter sua qualificação definida e documentada. É importante e necessário manter em arquivo cópia dos documentos comprobatórios de legalização do fornecedor e sempre à disposição da autoridade fiscalizadora, quando solicitado, bem como manter planilha com os dados de avaliação de cada entrada.

30 40

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- Fique em dia Informação sobre deve cumprir

Associado Anfarmag conta com certificados gratuitos de auditoria de fornecedores


É LEGAL SABER

Envio de medicamentos pelo correio O uso do Correio para a entrega de medicamentos é uma prática crescente, seja pela necessidade dos usuários de recebê-los com segurança e comodidade em casa, seja pela praticidade, ou, ainda, pela dificuldade de muitos usuários de se dirigirem fisicamente à farmácia. A prática pode auxiliar o estabelecimento a gerir suas vendas de forma organizada, padronizada e ética, fortalecendo o relacionamento com clientes, a visibilidade no mercado e a gestão comercial. Para executar esse procedimento, é preciso que a farmácia estabeleça em Procedimento Operacional Padrão o processo e os cuidados a serem seguidos, levando em consideração as premisas legais vigentes como forma de conservação da integridade dos medicamentos, preservação de sua qualidade, eficácia e segurança, e atendimento em tempo adequado para uso pelo consumidor. A farmácia que optar por usar esse canal deve observar as resoluções da Anvisa, RDC 67/2007 e RDC

44/2009, que definem exigências de procedimentos específicos para a entrega via Correio. É importante notar que os medicamentos e insumos controlados pela Portaria SNVS/MS Nº 344/98 (psicotrópicos, entorpecentes e outros de controle especial) e pela Resolução RDC Nº 20/2009 (antimicrobianos) não podem ser entregues pelo serviço, pois é necessária a apresentação da receita original no momento da solicitação de aviamento da receita, e esta deve ficar retida na farmácia. Há também que se observar a existência de diferentes modalidades de envio via Correios (posta restante, sedex, e-sedex, sedex 10, PAC) e os cuidados que devem ser tomados nesses tipos de envio. A Anfarmag preparou um artigo com orientações detalhadas sobre como a farmácia pode adotar esse serviço, incluindo a argumentação legal pertinente. Para conferir, acesse o conteúdo extra da Revista Anfarmag 103 em anfarmag.org.br/ revistas-anfarmag

Nota Importante: Os medicamentos e insumos controlados (psicotrópicos, entorpecentes e outros de controle especial) pela Portaria SNVS/MS Nº 344/98* e pela Resolução RDC Nº 20/2009 (antimicrobianos) não podem ser entregues pelo serviço, pois é necessária a apresentação da receita original no momento da solicitação de aviamento da receita, e esta deve ficar retida na farmácia. Obs.: Somente a Agência do Correio (AC) disponibiliza esse serviço (todas as cidades tem AC); As Agências de Correio Franqueadas (ACF) não disponibilizam esse serviço.

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Notas SEM DÚVIDA técnicas

Exigência

da Anvisa O que fazer quando a farmácia recebe uma Exigência da Anvisa? Qual é o prazo para responder? A Exigência da Anvisa somente tem efeito legal quando a farmácia receber o documento via Correio com Aviso de Recebimento (AR). Os órgãos da Anvisa (GEGAR e COINS) utilizam o fax ou e-mail somente para dar ciência às farmácias de que devem ficar atentas e iniciar o processo de verificação dos dados ali contidos e até mesmo já atender à exigência. O prazo normalmente é de 30 (trinta) dias a contar da data do recebimento do documento via AR. Recomenda-se anotar a referida data. A GEGAR emite exigência para cobrar as Autorizações de Funcionamento e Especial de anos anteriores que não foram peticionados ou que não deram entrada junto ao protocolo (UNIAP) da Anvisa.

A COINS emite exigência quando necessita de algum documento faltoso ou devido ao fato de o peticionamento ter sido encaminhado de forma incompleta, quando se trata da Autorização Especial. Recomendação – ler todo o texto da Exigência, pois no texto constam os esclarecimentos a respeito dos passos a serem seguidos para que seja cumprida adequadamente a Exigência. Siglas empregadas: GEGAR – Gerência da Gestão da Arrecadação COINS – Coordenação de Inspeção de Insumos Farmacêuticos

O prazo é de 30 dias, a contar da data de recebimento do documento via AR

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que podem ser levadas a Grau e pistilo

Preparações Orais Líquidas Para solubilização de fármacos, considere que: • • • • • •

o uso do agitador magnético pode economizar tempo na solubilização. A agitação aumenta a velocidade de dissolução; quanto menor a partícula, mais rápida a dissolução; quanto mais solúvel a substância, mais rápida será a sua dissolução; quando se trabalha com um líquido viscoso, a taxa de dissolução do fármaco diminui; a solubilidade de substâncias ácidas pouco solúveis é aumentada se o pH do meio é aumentado (conversão para o sal). Exemplo: solubilização de bromoprida em meio ácido; na preparação de um elixir ou uma solução hidroalcoólica é aconselhável dissolver os constituintes hidrossolúveis na água, enquanto os pouco solúveis ou não solúveis em água devem ser previamente dissolvidos no álcool, antes de misturá-los ao restante do veículo.

- É legal saber – 1 página Dica relacionada ao cum legislação que rege as fa

Dicas que devem ser observadas no preparo de uma formulação líquida: • • • • • • •

Prepare sempre sua formulação líquida baseando-se em estudos em literaturas oficiais ou outras publicações sobre a estabilidade das substâncias obtidas. Monitore a sua preparação e observe se esta apresenta algum sinal de instabilidade física, como mudanças na coloração ou dificuldade de ressuspensão (em suspensões). Antes de completar o volume em uma proveta ou cálice, retire o bastão de vidro. Ao misturar dois líquidos, mantenha a agitação constante. Agite suavemente. Com uma agitação vigorosa pode haver incorporação de ar e formação de espuma. Se for necessário filtrar alguma fase da preparação, certifique-se do que ficará retido no filtro. Antes de iniciar o trabalho, permita que os agentes gelificantes se hidratem lentamente; aquecimento cuidadoso ajuda nesse processo. Para garantir o pH de estabilidade, utilize soluções tampão no lugar da água do veículo.

SOLUÇÕES TAMPÃO Tampão Citrato pH 2,5 3 3,5 4

Ácido cítrico monoidratado g/L 64,4 57,4 47,6 40,6

Citrato de sódio diidratado g/L 7,84 17,64 31,36 41,16

4,5

30,8

54,88

5

19,6

70,56

5,5

9.8

84,28

6

4,2

92,12

1,4

96,04

- Sem dúvida – 1 página Publicação de resposta p técnica ou legal mais freq

6,5

O tampão citrato pode ser diluído até 10 vezes e ainda assim mantém uma adequada capacidade tampão.

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Artigo

FOTOPROTETORES MANIPULADOS COM DIFERENTES EMOLIENTES Autores: Duílio Igor de Castro Beserra Farmacêutico especialista em Manipulação Magistral Alopática pelo Instituto Racine Francisco Adriano Pereira Saraiva Farmacêutico especialista em Manipulação Magistral Alopática pelo Instituto Racine Lilianne Gomes da Silva Farmacêutica Especialista em Manipulação Magistral Alopática pelo Instituto Racine Said Gonçalves da Cruz Fonseca Professor Mestre da Universidade Federal do Ceará

A utilização de protetores solares é a principal abordagem cosmética contra os efeitos nocivos da radiação UV. Diversos estudos evidenciam que o uso adequado e regular de fotoprotetores reduz o número de casos de queratose actínica e de carcinoma de células escamosas, e atenua o desenvolvimento de novos nevos em crianças. Adicionalmente, o uso de fotoprotetores evita o envelhecimento precoce da pele (BALOGH et al., 2010). Com isso, torna-se de grande importância a avaliação da eficácia dos fotoprotetores, podendo esta ser determinada por metodologias in vivo e in vitro. As análises dos Fatores de Proteção frente à radiação UVB e UVA in vivo são empregadas e aceitas por diversos países, porém, são complexas e possuem custo elevado, principalmente por envolver tecnologia onerosa, contratação de técnicos especializados e emprego de voluntários humanos. Perante o exposto, existem diversas vantagens em se utilizar as metodologias in vitro na triagem durante o desenvolvimento de formulações cosméticas e estas podem ter correlação adequada com os resultados dos métodos in vivo (VELASCO et al., 2011). A espalhabilidade é uma das características essenciais das formas destinadas à aplicação tópica, pois está intimamente relacionada com a aplicação destas no local de ação (KNORST, 1991). Os protetores solares devem propiciar fácil espalhamento sobre a pele para garantir a formação de um filme homogêneo e com adequada espessura (FERREIRA, 2008). O uso de emolientes em formulações fotoprotetoras

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é, portanto, de fundamental importância, pois estão diretamente relacionados ao grau de espalhabilidade do produto na pele. As características reológicas são, também, propriedades importantes a serem consideradas na avaliação da eficácia de fotoprotetores. Nos estudos de reologia, existem os sistemas Newtonianos e os nãoNewtonianos. As formulações que possuem partículas assimétricas, como a maioria dos produtos cosméticos e farmacêuticos, apresentam fluxo não-Newtoniano, que normalmente é representado por 3 tipos de curvas: plástica, pseudoplástica e dilatante (ANSEL, H. C; POPOVICH, N. G; ALLEN JUNIOR, L. V., 2000). Para as formulações dermocosméticas, o fluxo pseudoplástico é o mais comum. Esses materiais têm sua viscosidade diminuída gradualmente, à medida que aumenta a velocidade de rotação do spindle, e, portanto seu comportamento não pode ser expresso por um único valor. O comportamento reológico pode ser obtido a partir de valores crescentes da velocidade de rotação (CORREA et al., 2005). As características reológicas estão estreitamente relacionadas com o enchimento e a retirada da formulação do material de acondicionamento, com sua espalhabilidade e aderência sobre a pele, com a sua aceitação pelo consumidor e com a estabilidade física do produto (BORGHETTI, G. S; KNORST, M. T., 2006). O objetivo deste trabalho foi avaliar como o uso de diferentes emolientes pode interferir na qualidade físico-química de fotoprotetores.


MATERIAIS E MÉTODOS 1 PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS 1.1 Preparação das Formulações Fotoprotetoras Inicialmente, foi adicionada a quantidade de Avobenzona, Tinosorb S, Octiltriazona e Octocrileno ao emoliente (Isononil Isononanoato ou Triglicérides dos Ácidos Cáprico e Caprílico). Essa mistura foi submetida a agitação sob aquecimento até que houvesse solubilização total de todos os filtros químicos. O Emulium 22 e o BHT foram aquecidos à mesma temperatura e, então, adicionados. Em outro béquer, o EDTA dissódico foi adicionado à água sob aquecimento e, então, solubilizado. Acrescentou-se o propilenoglicol e, aos poucos, o Aristoflex AVC, até a obtenção de um gel cristalino. Quando as duas fases atingiram a mesma temperatura (70 – 75oC), adicionou-se a fase aquosa sobre a fase oleosa e manteve-se a agitação sob aquecimento por 8 a 10 minutos. Após isso, a mistura foi retirada do aquecimento. A velocidade de agitação foi diminuída, mas manteve-se a agitação até a mistura alcançar a temperatura ambiente. Adicionou-se, então, o conservante Phenova.

1.2 DETERMINAÇÃO DO pH A determinação do pH das formulações foi realizada em potenciômetro (Digimed modelo DM-20), previamente calibrado com soluções tampões pH 4 e pH 7. 1.3 DETERMINAÇÃO DA ESPALHABILIDADE A determinação da espalhabilidade foi realizada de acordo com metodologia descrita por Knorst (1991). Foi colocado aproximadamente 0,1 g de amostra no centro de uma placa molde e sobre a amostra foi colocada cuidadosamente uma placa de vidro de peso conhecido. Após 1 minuto, foi realizada a leitura dos diâmetros abrangidos pela amostra, em duas posições perpendiculares entre si, com auxílio de um paquímetro digital, e então calculada a área de espalhamento da amostra. Este procedimento foi repetido acrescentando-se sucessivamente outras placas, em intervalos de 1 minuto. Os resultados foram expressos como área em função do peso da placa aplicado sobre a amostra. 1.4 DETERMINAÇÃO DO COMPORTAMENTO REOLÓGICO As propriedades reológicas das formulações foram avaliadas à temperatura ambiente, com auxílio de um viscosímetro rotacional Haake modelo Visco Tester 6L e fuso L4, sob velocidade de 0,3 a 100 rpm.

TABELA I - Composição qualitativa e quantitativa das formulações avaliadas Componentes*

Formulação 1 Formulação 2

1. Emulium 22 (Emulsionante) 1. Butilhidroxitolueno (Antioxidante)

3% 0,1%

3% 0,1%

1. Isononil Isononanoato (Emoliente)

5%

-

1. Triglicérides dos Ácidos Cáprico e Caprílico (Emoliente) 1. Avobenzona (Filtro Químico) 1. Octocrileno (Filtro Químico) 1. Octiltriazona (Filtro Químico)

5% 7% 3%

5% 5% 7% 3%

1. Tinosorb S (Filtro Químico)

2%

2%

2. Propilenoglicol (Umectante)

5%

5%

2. EDTA dissódico (Agente Quelante)

0,1%

0,1%

2. Aristoflex AVC (Geleificante)

0,5%

0,5%

qsp 100g

qsp 100g

1%

1%

2. Água (Veículo) 3. Phenova (Conservante)

* O número à esquerda se refere à fase da emulsão: (1) oleosa; (2) aquosa; (3) fase adicional.

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Notas técnicas 1.5 AVALIAÇÃO DA ABSORÇÃO UV DAS FORMULAÇÕES As formulações foram diluídas com etanol até a concentração final de 0,1 mg/mL e dessecadas com Sulfato de Sódio Anidro P.A. As absorbâncias das soluções foram lidas na faixa de 250 a 350 nm, elaborando-se o espectro de absorção UV.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

De um modo geral, a aceitação de produtos cosméticos pelo consumidor é dada pela aparência, sensação pelo contato inicial com a pele, espalhabilidade e oleosidade residual após a aplicação (MILAN et al., 2007). A funcionalidade do produto aliada às necessidades do consumidor fará com que este seja diferenciado. Neste trabalho, avaliamos parâmetros físico-químicos importantes na determinação da qualidade de formulações fotoprotetoras. Os valores de pH apresentaram-se ácidos e, portanto, fora dos parâmetros estabelecidos para fotoprotetores, já que para estes produtos, o pH deve estar na faixa de 6,0 a 7,0. Verificou-se que esses valores não sofreram grandes alterações durante o período de armazenamento para as duas formulações avaliadas (Tabela II). As duas formulações avaliadas neste trabalho apresentaram comportamentos semelhantes no que diz respeito à espalhabilidade, embora a Formulação 1 (Isononil Isononanoato) tenha apresentado valores de espalhabilidade superiores em relação àqueles obtidos para a Formulação 2 (Triglicérides dos Ácidos Cáprico e Caprílico) durante todo o período de armazenamento (Figuras 01 e 02). Os resultados encontrados demonstram que é necessário o uso de

FIGURA 1 Espalhabilidade da formulação 1 (Isononil Isononanoato como emoliente) em função do peso aplicado durante o período de armazenamento

46

r ev i s t a a n f a r m a g

TABELA II – Valores de pH das formulações nos tempos 0, 7 e 15 dias após a preparação

Formulação 1 (Isononil Isononanoato)

Formulação 2 (Triglicérides dos Ác. Cáprico e Caprílico)

Tempo (dias) pH 0 dia

4,02

3,86

7 dias

3,94

3,88

15 dias

3,96

3,91

maior intensidade de força para distribuir a Formulação 2 sobre a pele do que seria necessário para a Formulação 1. No entanto, para fins de proteção solar mais efetiva, a espessura maior é mais facilmente alcançada com a Formulação 2. Os valores de espalhabilidade estão diretamente relacionados às estruturas químicas dos emolientes utilizados. Segundo Rodrigues e Salka (2001), emolientes de mais alto peso molecular exibem valores de espalhabilidade mais baixos, o que poderia explicar a maior espalhabilidade verificada na Formulação 1, já que o Isononil Isononanoato apresenta menor peso molecular que o Triglicérides dos Ácidos Cáprico e Caprílico. Cada categoria de produto deve apresentar um comportamento reológico adequado à respectiva aplicação. Os dados obtidos demonstram que as duas formulações fotoprotetoras apresentaram comportamento pseudoplástico que é apropriado para este tipo de formulação, pois à medida que a velocidade de rotação do fuso aumenta, a resistência para a emulsão fluir diminui, refletindo, assim, a facilidade de preparação, transferência, envase, remoção do frasco e aplicação sobre a pele.

FIGURA 2 Espalhabilidade da formulação 2 (Triglicérides dos Ácidos Cáprico e Caprílico como emoliente) em função do peso aplicado durante o período de armazenamento

FIGURA 3 Espectro de Absorção UV das formulações 1 e 2


TABELA III – Valores de viscosidade das formulações desenvolvidas nos tempos 0, 7 e 15 dias após a preparação medida em 10 rpm Formulação 1 (Isononil Isononanoato) Formulação 2 (Triglicérides dos Ác. Cáprico e Caprílico) Tempo (dias)

Viscosidade (cP) a 10 rpm

0 dia

15900

25850

7 dias

19520

32080

15 dias

16410

34460

Observou-se que as duas formulações apresentaram comportamentos reológicos muito semelhantes e que esse comportamento praticamente não apresentou alterações ao longo do tempo de armazenamento. Verificou-se, ainda, que a Formulação 2 apresentou maiores valores de viscosidade durante o estudo, o que pode ser explicado pelo maior peso molecular do Triglicérides dos Ácidos Cáprico e Caprílico. Os resultados da avaliação reológica reforçam, portanto, os dados obtidos na determinação da espalhabilidade. A análise do espectro de absorção obtido durante o estudo demonstra que a formulação contendo o Triglicérides dos Ácidos Cáprico e Caprílico como emoliente apresentou maior valor de absorbância. O triglicéride apresentou-se, portanto, mais efetivo REFERÊNCIAS ANSEL, H. C; POPOVICH, N. G; ALLEN JUNIOR, L. V. Farmacotécnica – Formas Farmacêuticas & Sistemas de Liberação de Fármacos. São Paulo: Premier, 2000. pp. 288-291. BALOGH, T.S; PEDRIALI, C.A; BABY, A.R; VELASCO, M. R. V; KANEKO, T.M. Proteção à Radiação Ultravioleta: recursos disponíveis na atualidade em fotoproteção-revisão. Anais Brasileiros de Dermatologia. Rio de Janeiro, v. 86, n. 4, pp. 732-742, 2011. BORGHETTI, G.S; KNORST, M.T. Desenvolvimento e avaliação da estabilidade física de loções O/A contendo filtros solares. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas. São Paulo, v.42, n. 4, pp. 531-537, 2006. CABRAL, L. D. S; PEREIRA, S.O; PARTATA, A.K. Filtros Solares e Fotoprotetores mais

para intensificar a absorção da radiação UV, o que pode ser explicado pela alta polaridade de sua molécula e presença de grupamentos insaturados. Segundo Rodrigues e Salka (2001), os óleos polares solubilizam os absorvedores de radiação UV de forma a permitir uma dispersão uniforme na solução de óleo, maximizando assim o potencial de absorção. É importante destacar que os dois emolientes utilizados são polares, porém a maior quantidade de grupos ésteres na molécula do triglicéride se traduz em maior polaridade. Os espectros de absorção obtidos para as formulações 1 e 2 estão apresentados na figura 3.

CONCLUSÃO

Os resultados dos ensaios realizados neste estudo demonstram que as utilizados nas formulações no Brasil. Revista Científica do ITPAC. Araguaína, v. 4, n. 3, Pub.4, Julho 2011. CORREA, N. M; CAMARGO, F. B. J; IGNÁCIO, R. F; LEONARDI, G. R. Avaliação do Comportamento Reológico de Diferentes Géis Hidrofílicos. São Paulo, v.41. n.1, jan./mar., 2005. FERREIRA, A.O; Guia Prático da Farmácia Magistral. 3a Ed. São Paulo: Pharmabooks, 2008. Vol. 2, p.273-303. FREITAS, J.J; PAESE, K; GUTERRES, S.S. Estabilidade de Filtros Orgânicos à UV. Cosmetics&Toiletries. São Paulo, v. 20, n. 5, p. 54-61, 2008. KAMERSHWARL, V; MISTRY, D. N. Propriedades Sensoriais dos Emolientes. Cosmetics&Toiletries. São Paulo, v.13, n.3, p.52-59, 2001. KNORST, M. T. Desenvolvimento tecnológico de forma farmacêutica plástica contendo extrato concentrado de Achyro-

formulações avaliadas mostraram-se satisfatórias como fotoprotetores. Como vimos, os emolientes interferiram diretamente nas propriedades físico-químicas dessas formulações, indicando, dessa forma, que a escolha do emoliente a ser utilizado no desenvolvimento desse tipo de produto deve levar em consideração sua estrutura química, seu peso molecular, sua polaridade e seu efeito sobre os filtros solares. O estudo mostra, ainda, que a eficácia de fotoprotetores deve ser verificada não apenas pela determinação do fator de proteção solar, pois parâmetros como espalhabilidade, comportamento reológico e viscosidade são fundamentais na eficácia das formulações obtidas.

cline satureioides. (Lam.) DC. Compositae (Marcela). Porto Alegre, 1991. 228f. Tese (Mestrado em Farmácia) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. MILAM, A. L. K; MILÃO, D; SOUTO, A.A; CORTE, T. W. F. Estudo da Hidratação da Pele por Emulsões Cosméticas para Xerose e sua Estabilidade por Reologia. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas. São Paulo, v.43, n.4, out./dez., 2007. RODRIGUES, P.C; SALKA, B.A. Seleção de Emolientes. Cosmetics&Toiletries. São Paulo, v.13, n.3, p.64-69, 2001. VELASCO, M. V. R; BALOGH, T.S; PEDRIALI, C.A; SARRUF, F.D; PINTO, C. A. S. O; KANEKO, T.M; BABY, A.R. Novas Metodologias analíticas para Avaliação da Eficácia Fotoprotetora (in vitro) – revisão. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada. São Paulo, v. 32, n. 1, p. 27-34, 2011.

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Henrifarma Produtos Químicos e Farmacêuticos (11) 3385-2007 www.henrifarma.com.br

JR Hidroquímica (48) 3234-8900 / (48) 3234-1055 www.jrhidroquimica.com.br

l&l consultoria de Marketing (19) 3294-6725 www.llconsultoria.com.br

Ortofarma Lab de Controle de Qualidade (32) 3273-3560 www.ortofarma.com.br

IBEROQUIMICA (11) 3379-6905 www.iberoquimica.com.br

Laboratório Panizza (11) 4137-0255 panizza@panizza.com.br

MILLARÉ- Sistemas de Exaustão (19) 3452.1636 www.milare.com.br

PharmaSpecial Especialidades Químicas e Farmacêuticas Ltda (11) 4151-9000 www.pharmaspecial.com.br

Proquimo Laboratório. (11) 5594-7055 / (11)4056-5193 www.proquimo.com.br

PURIFARMA 0800 771 5008 www.purifarma.com.br

Santosflora Comércio de Ervas (11) 2091-8787 www.santosflora.com.br

VIA FARMA (11) 2067-5718 • 0800 775 5718 www.viafarmanet.com.br


endereços das regionais e sucursais da anfarmag Regionais Regional Bahia/Sergipe

Regional Mato Grosso do Sul

Presidente: Edza Martins Brasil Av Tancredo neves, 1632 - Ed. Salvador trade Center loja 25 - Caminho das Árvores Salvador - BA – CEP: 41820-020 Telefone: (71) 3113-4011 E-mail: regional.base@anfarmag.org.br

Presidente: Maria Beatriz B. Féres Rua Antônio Maria Coelho, 1715 - Centro Campo Grande - MS – CEP: 79002-221 Telefone: (67) 3026-4655 E-mail: regional.ms@anfarmag.org.br

Regional Distrito Federal

Presidente: Andréa Vilela O. Santos Avenida do Contorno, 2646 - Sala 1104 – Floresta Belo Horizonte – MG – CEP: 30110-080 Telefone: (31) 2555-6875 / 2555-2955 E-mail: regional.mg@anfarmag.org.br

Presidente: Cleide Regina da Silva SIG - Quadra 4 - Lote 25 - Sala 110 - 1º andar Empresarial Barão de Mauá Brasilia – DF – CEP 70.610-440 Telefone /Fax: (61) 3326-1251 E-mail: regional.df@anfarmag.org.br

Regional Espírito Santo

Presidente: Hugo Guedes da Silva Av. Nossa Senhora da Penha, 1495 - Sala 608 Torre BT Edifício Corporate Center Vitória – ES – CEP: 29056-245 Telefone: (27) 3235-7401 E-mail: regional.es@anfarmag.org.br

Regional Goiás/Tocantins

Presidente: Alessandro Marcius Silva Rua 7-A, 189 - Sala 201 - Edifício Marilena - Setor Aeroporto Goiânia – GO – CEP: 74075-230 Telefone: (62) 3225-5582 E-mail: regional.goto@anfarmag.org.br

Regional Mato Grosso

Presidente: Célio Fernandes Avenida Antônio Maria Coelho, 130, sala 21 – Edifício Ana Paula - Centro Cuiabá - MT - CEP: 78005-420 Telefone: (65) 3027-6321 E-mail: regional.mt@anfarmag.org.br

Regional Minas Gerais

Regional Rio Grande do Sul

Presidente: Eduardo Aranovich de Abreu Avenida Mauá, 2011 - Sala 607 - Centro Porto Alegre - RS - CEP: 90030-080 Telefone: (51) 3225-9709 E-mail: regional.rs@anfarmag.org.br

Regional Santa Catarina

Presidente: Rodrigo Michels Rocha Rua Lédio João Martins, 435 - Sala 409 – Kobrasol São José - SC - CEP: 88102-000 Telefone: (48) 3247-3631 E-mail: regional.sc@anfarmg.org.br

Regional Paraná Presidente: Cleunice Fidalski Rua Silveira Peixoto, 1040 - sala 901 Curitiba - PR - CEP: 80240-120 Telefone: (41) 3343-0893/Fax (41) 3343-7659 E-mail: regional.pr@anfarmag.org.br

Regional Pernambuco Presidente: José Andrade Praça do Entroncamento, 132 – Graças Recife – PE – CEP:52011-300 Telefone: (81) 3301-7680 E-mail: regional.pe@anfarmag.org.br

Regional Rio de Janeiro Presidente: Aline Coppola Napp Rua Conde do Bonfim, 211 - Sala 401 - Tijuca Rio de Janeiro - RJ - CEP: 20520-050 Telefone: (21) 2569-3897/Fax.:(21) 3592-1765 E-mail: regional.rj@anfarmag.org.br

Sucursais Sucursal Acre/Rondônia

Diretora: Vibia Mariano Telefone: (69) 8462-0077 / 8111-3999 E-mail: sucursal.acro@anfarmag.org.br

Sucursal Alagoas

Diretora: Tânia Bernadette P. Gomes Telefone: (82) 3305-2806 E-mail: sucursal.al@anfarmag.org.br

Sucursal Ceará

Diretor: Robson de Araújo Pinheiro Telefone: (85) 8766-1809 E-mail: sucursal.ce@anfarmag.org.br

Sucursal Juiz de Fora

Diretor: Rômulo Arantes Modesto Telefone: (31) 2555-6875 / 2555-2955 E-mail: regional.mg@anfarmag.org.br

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r ev i s t a a n f a r m a g

SUCURSAL Marília/Presidente Prudente Diretora: Odete Aparecida de Andrade Telefone: (18) 98118-9874 E-mail: sucursal.mrpp@anfarmag.org.br

Sucursal Montes Claros

Diretora: Maria Clara Ferrante Rebello Telefone: (31) 2555-6875 / 2555-2955 E-mail: regional.mg@anfarmag.org.br

Sucursal Pará

Diretor: Marcelo Brasil do Couto Telefone: (91) 3244-2625 E-mail: sucursal.pa@anfarmag.org.br

Sucursal Paraíba

Diretora: Célia Buzzo Telefone:(83) 3218-2600 E-mail: sucursal.pb@anfarmag.org.br

Sucursal Ribeirão Preto

Diretora: Rita Paula Ignácio Telefone: (16) 3913-8100 E-mail: sucursal.rp@anfarmag.org.br

Sucursal Uberlândia

Diretora: Helio Batista Júnior Telefone: (31) 2555-6875 / 2555-2955 E-mail: regional.mg@anfarmag.org.br

Sucursal Vale do Paraíba

Diretora: Ana Helena Cunha Telefone: (12) 3204-5070 E-mail: sucursal.vp@anfarmag.org.br

Sucursal Varginha

Diretora: Elisabeth Bomtempo Telefone: (31) 2555-6875 / 2555-2955 E-mail: regional.mg@anfarmag.org.br


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