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REVISTA DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FARMACÊUTICOS MAGISTRAIS - ANO 22 - JAN/FEV/MAR 2015 - Nº 104

Mais e Melhor Cuidados começam cedo para uma vida longa e saudável Prevenção e controle individualizado são oportunidade para a farmácia


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EDITORIAL ESPAÇO DO EMPREENDEDOR

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FARMACÊUTICOS MAGISTRAIS DIRETORIA - GESTÃO 2013 - 2015 PRESIDENTE Ademir Valério da Silva - SP 1° VICE-PRESIDENTE Ivan da Gama Teixeira - SP 2° VICE-PRESIDENTE Carlos Alberto P. Oliveira - DF 3° VICE-PRESIDENTE Antonio Geraldo Ribeiro S. Júnior - SP SECRETÁRIO-GERAL Marcelo Brasil do Couto - PA 2ª SECRETÁRIA Rejane Alves G. Hoffmann - PR TESOUREIRO Adolfo Moacir Cabral Filho - SC 2ª TESOUREIRA Márcia Aparecida Gutierrez - SP CONSELHO FISCAL Ana Lúcia Mendes dos Santos Povreslo - SP Marcos Antonio Costa Oliveira - MG Marina Sayuri M. Hashimoto - PR

REVISTA ANFARMAG

Rua Vergueiro, 1855 - 12o andar CEP 04101-000 - São Paulo - SP anfarmag@anfarmag.org.br www.anfarmag.org.br Tel.: 11 2199-3499 / Fax: 11 5572-0132 CONTATO COMERCIAL Simone Tavares relacionamento@anfarmag.org.br GERENTE TÉCNICO E DE ASSUNTOS REGULATÓRIOS Vagner Miguel EQUIPE DE FARMACÊUTICOS Adriana Alves, Jaqueline Watanabe, Lúcia Gonzaga, Luciane Bresciani e Maria Aparecida Soares COORDENAÇÃO EDITORIAL E EDIÇÃO Presoti Comunicação - Grupo Interface REPORTAGEM E REDAÇÃO Flávia Waltrick, Luciana Sampaio e Taís Ahouagi REVISÃO Melissa Boechat

ARTE E DIAGRAMAÇÃO Fontpress Assessoria de Comunicação PROJETO GRÁFICO Fred Aguiares FOTOS Divulgação IMAGEM DA CAPA: Shutterstock IMPRESSÃO: Vox Editora Revista destinada aos farmacêuticos magistrais, dirigentes e funcionários de farmácias de manipulação e de laboratórios; prestadores de serviços e fornecedores do segmento; médicos e outros profissionais de saúde; entidades de classe de todo o território nacional; parlamentares e autoridades da área de saúde dos governos federal, estadual e municipal.

Artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da Anfarmag. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados.

Ademir Valério Silva Presidente da Anfarmag

Um futuro presente Um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado no ano passado, indicou que em 2060 os idosos no Brasil deverão corresponder a 26,7% da população, o que significa 58,4 milhões de idosos para uma população de 218 milhões de pessoas. As projeções apontam para uma sociedade composta cada vez por mais brasileiros na terceira idade, modificando gradativamente o perfil demográfico da população no país. Quem olha para essas estatísticas e visualiza o futuro não percebeu que estamos falando do presente. Os milhares de brasileiros que serão idosos em breve são hoje pessoas de 60, 50, 40, 30 anos. Pessoas que já se preocupam em estar bem, em modificar o estilo de vida, em prevenir doenças que comprometeriam a velhice ativa que pretendem viver. Mais que se preparar para atender bem no futuro a população idosa, a farmácia magistral precisa, desde já, oferecer soluções individualizadas para o adulto que se cuida. É pensando nessa parcela da população que vamos abordar a relação entre envelhecimento e diabetes, qualidade do sono, hipertensão, problemas de circulação, entre outros distúrbios associados ao avanço da idade. Depois, conte para a gente o que mais foi útil para você. Boa leitura! Ademir Valério

É PERMITIDA A REPRODUÇÃO PARCIAL DO CONTEÚDO DA REVISTA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

Periocidade: Trimestral Circulação: Nacional Tiragem: 6.000 exemplares Distribuição dirigida

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ÍNDICE

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Editorial Leitura Na rede Endocrinologia Hormônios mudam com a passagem do tempo

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Sono Hábitos interferem no bem-estar e adoecimento

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Circulação

Boa saúde dos vasos evita doenças graves

Vitamina D Substância está ligada a inúmeros processos metabólicos

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Diabetes Paciente é crônico e merece atenção da farmácia

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Bem-estar As toxinas e o envelhecimento do corpo

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Linha de frente Anfarmag aprimora gestão para ofertar mais aos sócios

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Entrevista Masahiro Hara explica a função do Conselho de Administração



NA REDE

Não sabe onde encontrar as normas? O setor magistral e a atividade farmacêutica são regidos por uma série de normas emitidas por diferentes órgãos. Para consultar esses documentos de forma fácil e rápida, acesse o site da Anfarmag. Na Área do Associado, busque a Área Legal, clique em Buscas e Pesquisas e encontre o item Legislação Sanitária. Os arquivos estão separados pelo tipo de norma (lei, decreto, instrução normativa, resolução, portaria, consulta pública). Acesse: anfarmag.org.br

LEITURA

Guia Prático da Farmácia Magistral Fornece diretrizes farmacotécnicas, controle de qualidade e boas práticas para o preparo unitário de diversas formas farmacêuticas. Os tópicos estão relacionados com clareza e profundidade devida para permitir ao farmacêutico a aplicação prática e o julgamento crítico na ciência farmacêutica do medicamento individualizado. Autor: Anderson de Oliveira Ferreira Editora: Pharmabooks - R$ 290

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PALAVRA DO ASSOCIADO Gostaria de agradecer o excelente atendimento que temos recebido. Para mim, é motivo de orgulho ver as mudanças que ocorreram e o quanto hoje nossa entidade é forte e se preocupa com o auxílio e a solução de nossos problemas no dia a dia. Parabenizo pelos rumos que têm sido dados à Anfarmag. Doralysa Nezello Farmácia Formularium Joaçaba – SC

Graças à Anfarmag, nós, associados, encontramos suporte pra continuar o trabalho na farmácia, que não é fácil. Na farmácia, temos dúvidas a todo momento, e a equipe da Anfarmag está bem atenta para isso. José Antonio Abrami

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ENDOCRINOLOGIA

Idade h ormonal

As mudanças que ocorrem no corpo com o passar do tempo estão diretamente relacionadas ao funcionamento dos hormônios O envelhecimento é um processo de declínio das funções fisiológicas, que se inicia aos 30 anos. Cansaço, redução de força e tônus muscular, aumento de gordura, diminuição da libido e perda da memória são sinais de que algo não vai bem, principalmente quanto à produção de hormônios.

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Segundo Eduardo Nasser, especialista em Endocrinologia e Metabologia do Hospital Madre Teresa, as duas alterações clínicas mais importantes do envelhecimento envolvem o pâncreas, (produção de insulina), e a glândula tireoide (controle do metabolismo energético).

Aproximadamente 40% dos indivíduos entre 65 e 75 anos e 50% dos acima de 80 apresentam alteração no metabolismo da glicose, desenvolvendo pré-diabetes ou diabetes mellitus. Já a disfunção da tireoide acomete de 5% a 10% das mulheres acima de 60 anos. “A


A segurança depende da boa indicação, monitoramento e individualização principal causa é a autoimunidade, que pode inibir ou estimular a glândula”, explica. Há, ainda, três outros sistemas hormonais que apresentam redução da concentração de hormônios circulantes no envelhecimento normal (hormônios sexuais, das adrenais e do crescimento).

Reposição hormonal

Ao longo dos anos foram desenvolvidas estratégias de reposição hormonal. Porém, vários aspectos permanecem controversos. Restaurar níveis hormonais como de pacientes entre 30 e 50 anos não foi provado como benéfico ou seguro. O Conselho Federal de Medicina proibiu, em 2012, hormônios para retardar ou prevenir

O QUE FORMULAR? Terapia Combinada: Estradiol ................................................. 0,50 mg Estriol...................................................... 0,25 mg Creme Percutâneo qsp ...........................1 pump Posologia: Aplicar 1 pump no antebraço ou abdômen, 2 x/dia, por 25 dias ao mês ou a critério médico. Testosterona ................................................ 3mg Creme Percutâneo qsp ............................1 pump Posologia: Aplicar pump no antebraço ou abdômen 3 x/semana ou à critério médico. Indicação: Modulação hormonal na ocorrência de distúrbios psicológicos e emocionais em mulheres com baixo risco de osteoporose e de desenvolvimento de câncer. Referência Bibliográfica: Olszewer, Efrain; Levy, Natan; Aguiar, Reginalda Russo - Terapia de Modulação Hormonal – TMHB – Editora Apes - São Paulo - 2009. Encontre outras formulações para levar ao prescritor em: anfarmag. org.br Acesse: Home > Revista Anfarmag > Conteúdo Extra

o envelhecimento. Já o uso de hormônio para manter determinado nível de bem-estar é uma saída recorrente. A alteração mais dramática que ocorre nas mulheres em torno dos 50 anos é a menopausa, precedida pelo climatério. As mudanças levam a ondas de calor (fogachos), ressecamento vaginal, perda da libido, redução da massa óssea (risco de osteoporose) e anormalidades da função cardiovascular, sobretudo risco de infarto do miocárdio. “O tratamento de reposição hormonal na menopausa (THM) passou por profundas mudanças”, avalia o médico. Na década de 1960, a estrogenioterapia era prescrita para todas as mulheres que entravam na menopausa. Com complicações principalmente no endométrio, passou-se a tomar mais cautela. Mas foi a partir do início dos anos 2000, com a publicação de dois grandes estudos que avaliaram milhares de mulheres na menopausa, que se estabeleceram critérios como idade, tempo de menopausa, sintomas, doenças associadas, doses e vias de administração. A THM hoje é feita de forma personalizada. “A segurança depende da boa indicação, monitoramento e individualização. Mulheres assintomáticas e acima dos 60 anos não devem iniciar o tratamento. Os benefícios são máximos se iniciada na perimenopausa. Mulheres de 50 a 59 anos ou com menos de 10 anos de menopausa são o grupo-alvo, no qual os benefícios superam os riscos”, afirma. A reposição, normalmente, baseia-se no uso de progesterona para melhorar o sono e o equilíbrio emocional. Já o estradiol e o estriol são indicados para secura vaginal, osteoporose, ondas de calor e melhora da condição cardíaca. Pode-se ainda utilizar ocitocina (spray nasal utilizado minutos antes da relação sexual) para favorecer o orgasmo.

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ENDOCRINOLOGIA

Degrau a degrau

Os homens também reduzem a produção hormonal, sobretudo a testosterona, com decréscimo, a partir dos 40 anos, de 1% a 1,5%. Utiliza-se o termo Distúrbio Androgênico Associado ao Envelhecimento Masculino (DAEM) para definir essa condição, sendo popularmente chamada de andropausa. O diagnóstico do DAEM deve obrigatoriamente basear-se em critérios laboratoriais (baixos níveis de testosterona) e clínicos (presença de sinais e sintomas, sendo os mais comuns a redução da libido ou atividade sexual e a disfunção erétil). Estudos já demonstraram que baixos níveis de testosterona estão associados ao aumento do risco de condições como diabetes mellitus tipo 2, doenças cardiovasculares e osteoporose.

Individualização

Especializada em oferecer soluções individualizadas para os pacientes, a farmácia magistral pode desenvolver alternativas para o equilíbrio hormonal de acordo com a necessidade do paciente. O farmacêutico Natan Levy, coautor do livro Terapia de Modulação Hormonal Bioidêntica, explica que, além de preparar formulações com hormônios, as farmácias

podem oferecer suplementos que auxiliam na transformação pela qual essas substâncias passarão no organismo. “No homem, não basta repor a testosterona, pois, com a idade, o corpo tende a transformá-la em estrogênio por meio da enzima aromatase. Portanto, é importante também utilizar os inibidores dessa enzima, como anastrozol, crisina ou os fitoterápicos Saw palmetto e Pygeum africanum”, explica. Natan lembra que o risco da reposição de testosterona para câncer de próstata é controverso e, no caso da mulher, já há comprovação da relação de alguns hormônios com o câncer de mama e de útero. Para mitigar esse efeito, afirma, o médico pode receitar tanto o indol 3 carbinol ou o licopeno como preventivos. Essas substâncias evitam que os estrógenos se transformem em 16-alfa-hidroxiestrona e 4-hidroxiestrona (que estão ligados aos casos de câncer), protegendo o organismo. Saiba mais on-line: • Revista Técnica do Farmacêutico 14: Hormônios sintéticos • Revista Técnica do Farmacêutico 6: Modulação hormonal com hormônios bioidênticos • Revista Técnica do Farmacêutico 7: Aspectos clínicos de la terapia de reemplazo hormonal

Suplementação adjuvante na Terapia de Reposição Hormonal • •

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Tibolona, Cimicifuga racemosa (black cohosh) e Trifollium pratense (red clover) – atuam na redução das ondas de calor Vitamina E – antioxidante lipofílico com ação anti-aterogênica, antitrombótica, anticoagulante, protetora neural, anti-proliferativa e imunomodulatória. Selênio – antioxidante com ação imunomodulatória e anti-aterogênica. Importante na fertilidade masculina e na espermatogênese. Vitamina C – envolvida na biosíntese dos corticóides, aldosterona, e na conversão do colesterol em ácidos biliares. Diretamente ligada ao metabolismo dos

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hormônios sexuais. Pode oxidar a maioria dos radicais superóxido. Coenzima Q10 – protege contra a peroxidação lipídica. Ação cardioprotetora, citoprotetora e neuroprotetora. Beta-caroteno – atividade antioxidante lipossolúvel. Age sobre o radical superóxido e inibe a peroxidação. Ação é imunomodulatória e anti-aterogênica. Pode ser usado em diabéticos não insulino dependentes. Resveratrol – propriedades estrogênicas. Liga-se aos receptores α e β, com atividade agonista e antagonista; aumenta a densidade óssea pós-menopausa e reduz o LDL.



SONO

Quem consegue dormir tranquilo? Hábitos de sono interferem no bemestar e são fundamentais para uma atitude de saúde preventiva À medida que envelhecemos, o corpo parece não necessitar mais de tantas horas de descanso. Quanto mais idade, menos sono. Quanto menos horas de sono, mais impactos à saúde que aceleram o envelhecimento. Uma pesquisa do Deaconess Medical Center do Centro Médico Beth Israel e da Universidade de Toronto revelou que o núcleo pré-ótico ventrolateral, agrupamento de neurônios associado aos padrões de sono, pode morrer aos poucos. Quanto maior a perda dessas células, mais difícil dormir. “Dormir mal piora a saúde, pois afeta a memória, a concentração e o aprendizado, causa irritabilidade, sonolência e déficit de atenção”, explica a neurologista Rosa Hasan, assistente do Laboratório do Sono da Neurofisiologia Clínica do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Durante o sono, o nosso organismo realiza funções importantíssimas como fortalecimento do sistema imunológico, secreção e liberação de hormônios, (do crescimento e insulina – responsável pelo metabolismo da glicose), consolidação da memória e relaxamento e descanso da musculatura. Um agravante é a queda das taxas do hormônio GH, cuja deficiência está associada aos sintomas mais comuns da idade, tais como o acúmulo de tecido adiposo, flacidez muscular, fraqueza óssea e perda de disposição. “Dormir mal favorece diabetes, obesidade e doenças cardiovasculares, distúrbios de maior 12

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prevalência em pessoas mais velhas. A tendência é que o sono piore em pessoas não saudáveis, conforme envelhecem”, comenta Rosa. Segundo a doutoranda do Departamento de Farmacologia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, Caroline Mesquita, o organismo em situações de estresse e privação de sono também libera hormônios como cortisol, adrenalina, noradrenalina desregulando as vias de sinalização do metabolismo, desenvolvendo distúrbios de humor, ansiedade e surgimento de doenças como diabetes, hipertensão, obesidade, doença vascular cerebral, cardiovasculares que, de modo geral, contribuem para o envelhecimento. “Além disso, com o passar dos anos a concentração do hormônio melatonina diminui, e a principal função desse neuro-hormônio, produzido pela glândula pineal, é regular o sono”, comenta. Por isso, há um consumo de medicamentos em progressão sendo utilizados para acalmar e induzir o sono. Os ansiolíticos têm papel bastante relevante nesse cenário, mas, a especialista alerta para o risco de dependência química. “Uma opção para muitos pacientes são os fitoterápicos na forma de chá ou cápsulas de extrato seco da erva”, argumenta.

Fitoterapia

Presidente do Conselho Brasileiro de Fitoterapia, o farmacêutico Sérgio Tinoco Panizza explica que a fitoterapia utiliza as melhores propriedades das plantas para criar medicamentos naturais.


Ele lista plantas indicadas para uma boa noite de sono: camomila, passiflora, erva de São João, lúpulo, valeriana, lavanda, ashwaganda e Melissa officinalis. Panizza exemplifica algumas reações provocadas pelas substâncias naturais. “A valeriana aumenta em até 40% a descarboxilação do ácido glutâmico no cérebro de animais, demonstrando ser um eficaz calmante. Atividade ansiolítica semelhante à do diazepam está atribuída aos alcaloides encontrados no mulungu, verificada em ensaios realizados no Brasil. Pela presença de alcaloides e flavonoides, o maracujá age como depressor inespecífico do sistema nervoso central, resultando em uma ação sedativa, tranquilizante e antiespasmódica da musculatura lisa”, explica.

Saiba mais on-line: • Revista Anfarmag 47: Muita experiência e fragilidade • Revista Anfarmag 51: Aspirina à noite • Revista Anfarmag 54: Plantas contra a insônia

FITOTERÁPICOS E QUALIDADE DO SONO Matricaria chamomilla (extrato seco 1%): contém azuleno, alfa-bisabolol, cumarinas e flavonoides. Ação calmante e anti-inflamatória. Melissa officinalis (extrato seco 10%): contém flavonoides, ácido cafeico, ácido clorogênico, ácido rosmarínico e óleos essenciais. Ação sedativa e espasmolítica. Piper methysticum (extrato seco 30%): contém kavapironas. Ação relaxante muscular central comparável a benzodiazepínicos e ação sedativa, sem efeito narcótico ou hipnótico. Passiflora incarnata (extrato seco 2%): contém alcaloides e flavonoides. Usado como sedativo e hipnótico na excitação nervosa, nevralgias e neurastenia. Valeriana officinalis (extrato seco 0,25%): contém valepotriatos, com ação sedativa sobre o sistema nervoso central e antiespasmódica. Usado em associação para insônia de fundo nervoso. Hypericum perforatum (extrato seco 0,3%): contém hypericina. Indicado em estados depressivos e distúrbios psicovegetativos acompanhados de ansiedade. Utilizado em distúrbios do sono associado ou não a outros ansiolíticos. Encontre formulações para levar ao prescritor em: anfarmag. org.br Acesse: Home > Revista Anfarmag > Conteúdo Extra

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CIRCULAÇÃO

Vaso bom não quebra Garantir o bom estado dos vasos sanguíneos é fundamental para um envelhecimento saudável

Nas cidades, a eficiência de um automóvel depende das condições do asfalto. No corpo humano, a circulação do sangue e de seus nutrientes está ligada à saúde dos vasos sanguíneos. O médico e diretor da Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunidade, Rodrigo Lima, afirma que o sedentarismo é o pior inimigo dos vasos. “O tecido elástico vai enrijecendo, diminuindo a capacidade de dilatar e contrair, necessária para manter a pressão estável”, diz. “A tendência também é haver atrofia dos músculos com o envelhecimento – tanto da musculatura das pernas que ajudam a pressionar as veias, quando do tecido muscular das artérias”. Com pouca elasticidade nas veias, o sangue se acumula nos membros inferiores, podendo coagular e gerar trombose. Nas artérias, o aumento da pressão e o entupimento podem gerar infarto de diferentes tecidos. O tratamento se dá pelo controle do colesterol, da hipertensão e de doenças relacionadas como o diabetes. “É ainda controverso usar estatina como forma de prevenção, mas em quem já teve algum evento, ela é muito bem estudada para reduzir o colesterol e mediar a reação inflamatória dentro dos vasos causada por ele”, diz. “Já o ácido acetilsalicílico tem papel importante para evitar a formação dos trombos”. Segundo o médico, mesmo sendo medicamentos comuns, é importante individualizar. “Na prevenção aos trombos, aumenta o risco de sangramento digestivo. Os idosos têm metabolismo lento e rins comprometidos; é mandatório o ajuste da dose”.

O QUE FORMULAR? Vaccinium myrtillus(mirtilo) Extrato Seco..................200mg Vitis vinífera Extrato Seco ........................................100mg Ginkgo biloba Extrato Seco Padronizado 24%.........100mg Vitamina E.....................................................10mg - 50 mg Indicação: Adjuvante no tratamento para insuficiência venosa periférica (varizes e hemorróidas) Posologia: Tomar 1 - 2 cápsulas ao dia Referência Bibliográfica: Bernardino, Maira Jardim; Souza, Valéria Maria de – Farmacologia do Suplemento: desvendando a prescrição de suplementos e fitoterápicos na prática de nutrição, Pharmabooks, São Paulo - 2010. Encontre outras formulações para levar ao prescritor em: anfarmag. org.br Acesse: Home > Revista Anfarmag > Conteúdo Extra

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ALTA TENSÃO

A hipertensão afeta pelo menos 20% da população. Entre os medicamentos recomendados, estão diuréticos, bloqueadores do sistema nervoso, betabloqueadores, inibidores da enzima conversora da angiotensina, bloqueadores dos canais de cálcio e bloqueadores dos receptores da angiotensina. No primeiro estágio, é possível controlar a doença com apenas uma classe de medicamento. A partir do segundo, é necessário somar classes, gerando polimedicação. “Há maior risco de morte em quem toma muitos medicamentos, então fazer associações é importantíssimo. Poderia ser feito com mais frequência, pelo contato do médico com o farmacêutico”, afirma Lima.

Saiba mais on-line: • Revista Anfarmag 100: Remediar para prevenir • Revista Anfarmag 31: Hipertensão Arterial • Revista Anfarmag 45: O tratamento de idosos hipertensos através de fórmulas magistrais • Curso on-line: Farmacologia de ativos para hipertensão • Curso on-line: RDC 44-2009: Serviços como aferir pressão arterial


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VITAMINA D

Uma letra, muitas possibilidades Vitamina D está relacionada a inúmeros processos metabólicos, motivando estudos sobre os riscos de sua deficiência e a efetividade da suplementação

Já se tornou comum a suplementação de vitamina D com cálcio contra osteoporose. Os estudos mais recentes vêm apontando que, além disso, essa substância é essencial para coração, rins, glândulas, músculos e a imunidade. Grande parte da visibilidade do tema se deve aos estudos do médico e pesquisador Michael Holick, da Universidade de Boston. Um ponto que o especialista destaca é que a vitamina D é hormônio esteroide, produzido pelo próprio organismo, e encontra receptores em diversas células do corpo humano. A endocrinologista e nutróloga do Instituto de Prevenção Personalizada de São Paulo, Vânia Assaly, afirma que, no Brasil, pode chegar a mais de 60% a parcela da população que apresenta baixos índices de vitamina D nos exames laboratoriais. Segundo ela, o número é preocupante pela ação sistêmica do hormônio. “As pesquisas apontam que ele está relacionado à prevenção do neuroenvelhecimento, da ateromatose e das doenças neurodegenerativas, além da modulação dos neurotransmissores dopamina e serotonina. Portanto, trabalha com questões

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como depressão e motivação”, diz. As calcificações arteriais também seriam acentuadas na falta da vitamina, contribuindo para a arteromatose, um dos fatores de envelhecimento cerebral. “Além disso, estudos indicam ligação com diabetes, hipertensão arterial e regulação de receptores celulares que modulam os hormônios sexuais em mama e próstata”. A médica ressalta a ligação com a imunidade: “No controle das células de defesa, evitando doenças autoimunes, ou na regulação de infecções respiratórias, a vitamina D é um aliado do sistema imunológico”. O geriatra Roberto Schoueri, diretor do Hospital de Retaguarda e Reabilitação Geriátrica, é cauteloso. “Há muitos estudos mostrando os efeitos da vitamina D além dos ossos, como na função cognitiva, no sistema cardiovascular, no diabetes, no câncer, é verdade. Há receptores da vitamina D em todo o corpo, mas daí a recomendar o uso para prevenir esses problemas não é tão simples”, pondera. “Peço a dosagem para os pacientes e, se apresentam baixo nível sérico, prescrevo a suplementação, pois a prevenção de quedas, bem comprovada, já vale a pena. Se


será benéfico para prevenir outros problemas, ainda precisamos descobrir”. Entre as funções apontadas por alguns especialistas estaria o controle das contrações do músculo cardíaco e a produção do hormônio regulador da pressão arterial, a renina. Há ainda trabalhos sobre sua ação em doenças crônicas não transmissíveis, entre elas a síndrome metabólica, que tem como uma das cormobidades o diabetes tipo 2.

Individualização

Os médicos são enfáticos ao ressaltar a necessidade de individualização. Antes de prescrever a dose exata, solicitam exames e avaliam o perfil alimentar, hábitos de vida e tendências genéticas. A pele de pessoas negras, por exemplo, costuma ter maior resistência aos raios UVB e mais dificuldade de sintetizar o hormônio. O médico homeopata e nutrólogo Silvio Laganá afirma que o peso corporal também interfere na dosagem. “Como é um hormônio lipossolúvel, a gordura presente no organismo ‘sequestra’ parte da vitamina D ingerida por suplementação, reduzindo a porção circulante no sangue. Pode, então, ser necessário usar doses maiores em obesos”, descreve. “Para os magros, o cuidado é não ocorrer concentração sanguínea maior que o recomendado, evitando toxidade”. O médico calcula a dose de modo a atingir um índice ideal de vitamina D circulante no sangue e verifica os resultados periodicamente. Em alguns casos, podem ser prescritas dosagens muito altas, mas por curto período de tempo, e os pacientes são acompanhados de perto. A suplementação ainda pode ser combinada. É o caso da vitamina K2 e da vitamina A. Segundo Laganá, a K2 ajuda a fixar a vitamina D nos ossos, fortalecendo-os e evitando o

excesso de vitamina D circulante, o que poderia provocar calcificações perigosas em órgãos como rins e coração. Já a vitamina A, explica, auxilia no controle da imunidade. Pode-se ainda agregar vitamina E ao tratamento. Para Vânia Assaly, a escolha depende da rota metabólica que se quer induzir. O citrato de cálcio e o boro (quelado) são importantes para prevenir ou controlar a osteoporose. Sílica, magnésio e alguns aminoácidos estruturam uma prescrição individualizada pela faixa etária, condições nutricionais e medicações concomitantes. “Imaginar que apenas o cálcio é o elemento chave na saúde osteomuscular é algo que já caiu. Individualizar a terapia e estimular mudanças em estilo de vida é essencial”, afirma. A farmacêutica magistral Márcia Gutierrez ressalta que devem-se combinar apenas ativos lipossolúveis. “É possível solubilizar em um óleo vegetal, como o óleo de girassol, e utilizar cápsulas seladas ou utilizar o produto em gotas, dependendo da orientação do médico”, diz.

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VITAMINA D

PARA SE MANTER EM PÉ De acordo com o médico geriatra Roberto Schoueri, a vitamina D é eficiente na redução de um dos principais problemas relacionados ao envelhecimento, que traz riscos à vida do idoso: as quedas. Esse benefício se deve à ação da vitamina D em duas frentes: aumento da resistência muscular e da resistência dos ossos A queda preocupa quem se aproxima da terceira idade e, nessa fase, a suplementação pode apresentar resultados. Pesquisa da Universidade de Zurique observou que o consumo de vitamina D pode diminuir o risco de quedas em 19%. Mas Schoueri alerta que a melhor prevenção é aquela adotada desde muito cedo. Primeiro porque a pele envelhecida tem a capacidade de absorção dos raios Saiba mais on-line: • Revista Anfarmag 27: Estabilidade das vitaminas • Revista Técnica do Farmacêutico 20: Vitamina D

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solares comprometida – a produção em uma pessoa de 70 anos é cerca de um quarto do que é sintetizado por alguém de 20 anos – e, segundo, porque a boa saúde dos ossos e músculos depende da história do indivíduo. “A quantidade de cálcio que incorporamos depende dos nossos hábitos na infância e juventude, até por volta dos 20 anos de idade. Na vida adulta, esse capital acumulado se mantém estável e, a partir dos 40 ou 50 anos, começamos a perdê-lo. O mesmo podemos dizer da resistência muscular que ajuda a evitar as quedas: temos que construir um patrimônio ao longo da vida”, diz. “Portanto, quanto antes a pessoa começar a se cuidar, melhor ela estará na maturidade”.


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DIABETES

Estágio inicial

Diagnóstico preciso e mudança de hábitos podem reverter casos de diabetes

A diabetes mata mais que todos os cânceres juntos. Além disso, 40% dos diabéticos desenvolvem problemas cardiovasculares. Segundo a Federação Internacional de Diabetes, são cerca de 380 milhões de pessoas no mundo. Silenciosa e relacionada com fatores genéticos, é a primeira causa de cegueira e justifica a maioria das amputações de membros, bem como 50% das sessões de hemodiálise. O diagnóstico ocorre quando a taxa de glicose no sangue é igual ou maior que 126 mg/dL. Outro critério importante é o percentual de hemoglobina glicada, que caracteriza diabetes quando está acima de 6,5%, Variando entre 5,7% e 6,4%, caracteriza indivíduos com alto risco para o desenvolvimento da doença, também conhecido como pré-diabetes. Em alguns casos, a glicemia é normal no tradicional exame laboratorial feito em jejum, mas se altera algumas horas após a alimentação, o que também representa um risco para a saúde do paciente. Segundo o presidente da Associação Nacional de Assistência ao Diabético e médico endocrinologista, Fadlo Fraige Filho, a mudança de abordagem em 20

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relação à diabetes deve começar pelos exames laboratoriais. “Os mais indicados para medir a glicose são a curva glicêmica ou o de hemoglobina glicada”, afirma. Dessa forma, é possível fazer um diagnóstico mais preciso para quem não tem nenhum diabético na família. “Algumas vezes, a manifestação pode se dar por meio de um problema de visão”, alerta. E, a partir daí, o que se espera é uma mudança de hábitos para que a doença não evolua para a perda de visão, redução da função renal, hipertensão arterial, neuropatia e aterosclerose, trombose e outras doenças circulatórias. A nutricionista Wania Monteiro de Arruda acompanha diversos pacientes que manifestam a diabetes no seu estágio inicial. Além da alteração da dieta, ela usa fórmulas de bloqueadores de carboidratos, entre os quais estão cromo (picolinato ou quelado), vanádio e faseolamina em uma mesma cápsula. “Essa combinação promove a quebra do carboidrato e poupa o pâncreas de produzir mais insulina que o normal”, explica. Para ela, o tratamento deve contemplar duas questões: predisposição

genética e melhoria da qualidade de vida. “A pessoa que tem nível acima de 100 mg/dl de glicose no sangue também deve ser tratada. Permitir que esse nível se mantenha pode gerar desgaste renal e problemas cardíacos”, enfatiza.

O diabético na farmácia

O paciente diabético tem acesso aos principais medicamentos gratuitamente, pela Farmácia Popular. Porém, os cuidados vão além, e a farmácia magistral pode fazer a diferença, como afirma o coordenador do Departamento de Farmácia da Sociedade Brasileira de Diabetes, José Vanilton Almeida. “O diabético é um paciente crônico e polimedicado, que precisa de acompanhamento para o resto da vida. Qualquer que seja o motivo que o leva à farmácia magistral, deve ser levado em conta seu quadro”, diz. Almeida chama atenção para efeitos colaterais e interações medicamentosas. A metformina, um dos principais fármacos para diabetes, pode causar dor epigástrica e desconforto gastrointestinal. “Às vezes, basta orientar a ingerir o medicamento imediatamente após


a refeição. Pode também ser o caso de sugerir ao médico que prescreva doses menores, individualizadas, solucionando completamente”, conta. É preciso também se atentar ao uso concomitante com os corticoides e alguns diuréticos, como hidroclorotiazida. Isso porque essas substâncias têm efeito hiperglicemiantes, alterando o equilíbrio dos níveis de glicose do paciente. A farmácia pode, ainda, preparar fórmulas hidratantes e auxiliares da cicatrização, já que o diabético tem a pele seca e tendência a adquirir doenças infecciosas com complicações. “As causas mais frequentes de amputação são frieira e unha encravada”, alerta. “As loções não podem ser usadas nos vãos dos

dedos, apenas nas pontas, e o paciente deve visitar regularmente um bom podólogo”. O especialista destaca também suplementos que podem contribuir com o bem-estar: fasolamina e chitosan reduzem a absorção de carboidratos e gordura; cromo (picolinato ou quelado) e vanádio (quelado) atuam no metabolismo da glicose; magnésio (quelado), nicotinamida, ácido alfa lipólico e arginina auxiliam na manutenção da saúde geral do paciente; hesperidina, quercitina, Ginkgo biloba, mirtilo, Vitis vinífera e vitamina D aumentam a saúde vascular; vitaminas E, C, B6, B12 e biotina melhoram as transmissões nervosas, evitando ou retardando complicações como neuropatias, retinopatias e nefropatias.

SUPLEMENTOS E DIABETES Morus alba L. extrato seco: reduz o pico de glicose pós-prandial ao inibir a degradação de carboidratos secundários, reprimindo a absorção de dissacarídeos no intestino. Gymnena silvestre extrato seco: reduz a concentração de glicose (glicemia), mediada por estímulos direto à liberação de insulina ou de hormônios entéricos responsáveis pelos sinais insulinogênicos, promovendo a liberação de insulina. Trigonella foenum graecum extrato seco: inibe as atividades de alfa-amilase e sucrase envolvidas no metabolismo de carboidratos. Encontre formulações para levar ao prescritor em: anfarmag. org.br Acesse: Home > Revista Anfarmag > Conteúdo Extra

O diabético é um paciente crônico e polimedicado, que precisa de acompanhamento para o resto da vida N 1 0 3 - J A N / F E V / M A R 2 0 1 5 21


DIABETES

Uma forma de atrair e fidelizar esse paciente é oferecer serviços farmacêuticos, como aferição da glicemia capilar e aplicação de insulina José Vanilton Almeida, coordenador do Departamento de Farmácia da Sociedade Brasileira de Diabetes

Serviços

Uma forma de atrair e fidelizar esse paciente é oferecer serviços farmacêuticos, como aferição da glicemia capilar e aplicação de insulina, conforme preconizado na Resolução RDC nº 44/2009. Dessa forma, cria-se um contato mais próximo com o paciente, acompanhando de perto o controle da doença e proporcionando mais oportunidade para uma atenção farmacêutica diferenciada. Para isso, a farmácia deve ter essa atividade (prestação de serviços farmacêuticos) descrita em sua autorização de funcionamento.

Mix de produtos

Adoçantes e produtos dietéticos de todos os tipos, bem como farinhas especiais e outras opções nutricionais com foco nesse tipo de paciente podem podem ser comercializados, desde que em conformidade com a Lei nº 6360/1976 e a Instrução Normativa nº 09/2009, bem como possuir tal atividade (comércio de alimentos permitidos) descrita na licença sanitária e Autorização de Funcionamento.

Saiba mais on-line: • Revista Anfarmag 12: Ciência em dia • Revista Anfarmag 20: Diabetes • Revista Anfarmag 42: Atenção farmacêutica ao diabético • Revista Anfarmag 56: Ligação de doenças • Curso on-line: RDC 44-2009: Serviços - Como aferir a glicemia

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BEM-ESTAR

Cuidado, vida tóxica Qualidade de vida está ligada às toxinas presentes nos alimentos ou produzidas pelo nosso organismo O limiar entre a saúde e a doença é um equilíbrio entre a ingestão e a produção de toxinas e a capacidade do corpo para detoxificá-las. É o que explica o cardiologista pós-graduado em Nutrologia, fellow em Cardiologia pela Duke University Medical School e líder do movimento de Medicina Funcional e Estilo de Vida no Brasil, Fábio César dos Santos. “O que comemos, bebemos e respiramos contém potenciais toxinas para o corpo. Até o oxigênio tem potencial gerador de radicais livres, é capaz de acelerar o 24

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envelhecimento e desencadear cânceres e outras doenças crônicas”, afirma. Estamos sempre em contato com nitratos, nitritos, aminas, alcaloides, glicosídeos e numerosos compostos fenólicos, além de agentes externos como a poluição e os agrotóxicos. Por isso, é importante observar hábitos de vida para evitar a contaminação ao longo dos anos. Vale notar que alimentos saudáveis podem se tornar toxinas, se não forem digeridos ou absorvidos adequadamente. Santos explica que, em situação adequada,



BEM-ESTAR

digerimos os alimentos em moléculas simples que podem facilmente transitar pelo trato digestivo e a corrente sanguínea. Mas, se não se digerir corretamente, ou se a parede do intestino tornar-se hiperpermeável, esses alimentos não digeridos podem ser entendidos como estranhos pelas células imunes, que geram inflamação ou reatividade. “Álcool ou medicamentos como o ácido acetilsalicílico, por exemplo, podem causar rapidamente irritação no intestino. Esse também é o mecanismo que o glúten desencadeia em algumas pessoas. A falta de nutrientes importantes para a construção das células, como a vitamina A, zinco, proteínas e gorduras essenciais, pode resultar em ‘buracos’ na parede intestinal. Bactérias patogênicas ou

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fungos, como a cândida, podem penetrar na parede do intestino, irritando-a e aumentando a permeabilidade”, destaca. Segundo o médico, esse processo está conectado ao desenvolvimento de doenças crônicas, lideradas pela obesidade, diabetes e esteatose hepática. Os pacientes também podem apresentar apneia do sono, déficit cognitivo, alergias, sensibilidades químicas, eczema e rosácea, síndrome da fadiga crônica, fibromialgia, síndrome do intestino irritável, cefaleia, artralgias, hipertensão arterial, dislipidemias eprostatite. “Esses quadros podem ser causados ​​pela quebra nos mecanismos de detoxificação do organismo; se não forem corrigidos, podem evoluir para doenças mais graves”, diz.



BEM-ESTAR

Os mecanismos de detoxificação, principalmente no fígado, são um conjunto complexo de processos químicos que têm a capacidade de transformar toxinas e desativá-las, facilitando também a eliminação. Essas reações químicas são chamadas de biotransformação e são classificadas em fases I e II, de acordo com a sequência em que ocorrem, catalizadas por enzimas biotransformadoras de xenobióticos. Apesar das principais vias de excreção pela urina, fezes e suor, é no fígado que um conjunto de processos químicos ou vias complexas têm a capacidade de reciclar produtos químicos tóxicos e transformá-los em inofensivos. O fígado exerce papel fundamental, pois pode neutralizar tanto as toxinas produzidas internamente, quanto as que vêm do meio ambiente. “Escolhas corretas e mudanças do estilo de vida podem retardar em até 80% o aparecimento de doenças crônicas. Esse é um capítulo fundamental de todo o processo em que nutrição, atividade física, higiene 28

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de sono e controle de estresse são discutidos e planejados, exaustivamente, e de forma personalizada”, acredita o médico.

Medicina funcional

Fábio dos Santos defende que a união do corpo, mente, espírito e a correlação com o meio são fundamentais para retardar o envelhecimento do organismo. “Sem essa visão de interrelação dos sistemas e da capacidade inata de equilibrar e detoxificar as toxinas que formamos (endotoxinas) e as que vêm do meio externo (exotoxinas), não teríamos como falar em combate de doenças crônicas e potencialmente fatais”.

Nutrição que detoxifica

O nutricionista e farmacêutico bioquímico Gabriel de Carvalho, diretor do Instituto de Nutrição Avançada, cita alguns dos nutrientes necessários para o processo de detoxificação do organismo: ferro, zinco, cobre, molibdênio, manganês, selênio; e as vitaminas A, B2, B6, B9, B12 e fosfatidilcolina.

Fabio dos Santos, cardiologista pós graduado em Nutrologia


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BEM-ESTAR

Quando a capacidade de transformar e eliminar toxinas não está adequada, é possível introduzir suplementos

Além de todos esses, necessários para a função natural das reações bioquímicas, diversos outros elementos podem acelerar ou frear a velocidade com que estas acontecem: aminoácidos (componentes fundamentais das proteínas), flavonoides (presentes em alta concentração em frutas e verduras, como cacau, cebola, laranja, uva, amora e tantos outros) e compostos enxofrados (como os encontrados no alho, brócolis, couve, repolho) são os mais conhecidos. O ideal é que, com a alimentação e o bom funcionamento do organismo, todos esses elementos trabalhem naturalmente na eliminação de toxinas. Porém, quando a capacidade de transformá-las e eliminá-las não está adequada, é possível introduzir suplementos prescritos de acordo com uma análise detalhada da situação de cada paciente. Carvalho cita a n-acetilcisteína (500mg, duas ou três vezes ao dia), que aumenta os níveis de glutationa – um dos elementos mais importantes na detoxificação. Ele sugere combinar 200mg do suplemento com sulfato de potássio (50 mg) com L

metionina (100mg a 200mg) para dar suporte a várias rotas de detoxificação. O profissional afirma ser fundamental manter adequados os níveis sanguíneos de selênio, substância que auxilia na eliminação de mercúrio e cádmio. “Suplemento bom e barato é a clorela, em doses de 3g/dia, fragmentado em até seis vezes, tomado por 30 ou 60 dias dá ótimo resultado na eliminação de metais tóxicos”. Da mesma forma, silimarina, curcumina e gengibre, diz, otimizam as enzimas de fase II e regularizam as enzimas de fase I. Ao iniciar o tratamento para detoxificação é importante, antes, verificar a condição geral do paciente para garantir o sucesso da terapia. Carvalho ressalta que quadros de anemia devem ser corrigidos antes da detoxificação. “Quando está anêmica, a pessoa não tem uma boa quantidade de citocromo-p-450, que é a principal enzima de fase 1”. De forma coadjuvante, é possível também administrar um pool de vitaminas C, E e do complexo B para proteção hepática e combate à formação de radicais livres.

O QUE FORMULAR? Glutation ............................................................ 10mg - 20 mg Gotas sublinguais /Tablete sublingual qsp 1 ml / 1 unidade Indicação: antioxidante e/ou captador de radicais livres Posologia: Administrar 1-2x/dia, conforme orientação médica Referência Bibliográfica: Batistuzzo, J.A. et al Formulário Médico-farmacêutico, Pharmabooks, 4ª ed, São Paulo, 2011. Encontre outras formulações para levar ao prescritor em: anfarmag. org.br Acesse: Home > Revista Anfarmag > Conteúdo Extra

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LINHA DE FRENTE

Um caminho cada vez mais bem definido

Nas últimas décadas, transformações no mercado interno e externo e questões ligadas à abertura de capital forçaram as empresas a criar estruturas e processos para se tornarem cada vez mais organizadas, transparentes e profissionalizadas. Tudo para garantir melhores resultados. Da mesma forma, o mercado magistral vem evoluindo de forma acelerada. Se há desafios claros, há também oportunidades que se anunciam. É por isso que a entidade que o representa deve ser capaz de acompanhar essas mudanças. Para aumentar a entrega de resultados, os associados da Anfarmag votaram e aprovaram em Assembleia Geral a adoção de um modelo de gestão alinhado com as melhores práticas. 32

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A decisão foi unânime, com presença de associados da Bahia, Distrito Federal, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. A principal novidade será a criação de um Conselho de Administração. Grupo múltiplo, será representativo dos associados de todo o Brasil e garantirá a continuidade do trabalho da entidade ao longo dos anos. Será composto por presidentes de todas as regionais do Brasil, representantes dos ex-presidentes nacionais e, com o passar das gestões, representantes de ex-presidentes do próprio Conselho. O Conselho tomará decisões macro e criará diretrizes. Todos poderão apresentar propostas, que serão debatidas e

deliberadas, gerando o compromisso de todos os participantes em contribuir para a implantação do que ficar decidido. Paralelamente, uma estrutura profissionalizada, composta por especialistas em diversas áreas, será responsável por operacionalizar as ações, prestar contas e executar as demandas. “Isso evita decisões monocráticas e abre espaço para ampliarmos a visão, proporcionando soluções vantajosas. Assim, aumentamos também a percepção de valor do associativismo”, comenta o presidente da Anfarmag, Ademir Valério.

A mudança

A mudança é fruto de um processo que se iniciou há dois anos após diversos debates envolvendo a diretoria nacional,


Anfarmag aprimora seu modelo de gestão para aumentar a entrega de resultados para seus associados

os presidentes e diretores de regionais e sucursais, os ex-presidentes da Anfarmag e os associados. “Percebemos que era necessário avançar oferecendo um modelo mais moderno e eficiente. Com todas as regionais representadas, teremos pessoas com diferentes perfis deliberando e ganhamos em pluralidade e qualidade das decisões”, diz Valério.

Desafios e benefícios

Mantendo a missão de defender os interesses dos associados, a nova forma de administração ampliará os benefícios para o empresário e o profissional do setor magistral. Diante de um cenário marcado por grandes desafios sanitários, econômicos e tributários, Ademir

Valério reafirma o compromisso da associação de representar, promover e desenvolver o segmento, fortalecendo marcos legais e ampliando o acesso ao medicamento e ao produto magistral. Com 5 mil associados, a Anfarmag também apoia atividades científicas, assessora e presta consultoria técnico-científica, capacita profissionais que atuam no segmento, auxilia na publicação de livros e informativos relacionados à área de saúde, promove intercâmbios com profissionais e entidades do exterior. Para os associados, a entidade também representa, cada dia mais, um espaço privilegiado, um clube de vantagens do qual vale a pena participar.

Transição

Ao longo do ano, a Anfarmag trabalhará em regime de transição para que, em janeiro de 2016, seja realizada a primeira reunião do Conselho Administrativo. Nesse período, os atuais mandatos das diretorias regionais serão automaticamente prorrogados até a realização das eleições em todas as regiões, o que ocorrerá no fim de 2015. A atual diretoria nacional continuará representando a Anfarmag até a posse dos membros do Conselho de Administração. “Continuaremos trabalhando com a sustentabilidade técnica, econômica, política e social, que são os pilares da Anfarmag”, finaliza Ademir Valério. N 1 0 3 - J A N / F E V / M A R 2 0 1 5 33


ENTREVISTA

Siga este conselho Especialista esclarece o que há por trás do modelo de gestão que vem sendo considerado o mais moderno atualmente Alguns pilares justificam a criação do Conselho Administrativo de uma instituição. Esse modelo, adotado em todo o mundo, é considerado profissional e participativo, já que todas as decisões são bem discutidas e tendem, portanto, a ser qualificadas. Para entender como funciona e porque esse modelo de gestão é tão bem visto, conversamos com Massahiro Hara, consultor de presidentes de empresas em formulação de estratégias e planejamentos com ênfase em finanças e membro de conselhos de administração. Qual é a vantagem de se adotar o modelo de gestão por meio de conselhos? É mais participativo? Sem dúvida, o modelo é mais participativo na medida em que o conselho de administração pode representar melhor os interesses de uma organização. No caso de associação, por exemplo, são os associados que saem ganhando. A vantagem de se instituir o conselho de administração é a de permitir a discussão e aprovação de estratégias para posterior implantação de ações decorrentes pela diretoria executiva. Permite, também, melhor monitoramento dessas ações como forma de garantir mais entrega de resultados. 34

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Como são tomadas as decisões? Isso aumenta a participação dos interessados? Como isso acontece? Todas as ações estratégicas propostas pela diretoria executiva ou conselheiros são analisadas pelo conselho. As ações propostas são avaliadas e aprovadas, ou não, em reuniões regulares que são realizadas geralmente a cada mês, com a participação de todos os conselheiros. O processo evidencia a tramitação dos interesses dos associados na cadeia de autoridades, resultando em aumento do valor da organização. Quando o conselho sente a necessidade de apoio técnico para analisar os projetos apresentados pode constituir comitês específicos para opinar sobre as propostas. Quais são os ganhos, para uma instituição, em aliar Conselhos de Administração e estrutura profissional de gestão? O Conselho de Administração vai definir as estratégias com foco em atender as expectativas de seu público-alvo, enquanto a estrutura profissional de gestão irá executar de forma eficiente essas diretrizes. Os conselheiros vão atuar, ainda, para controlar e avaliar o desempenho da diretoria executiva, para melhorar os resultados da organização.


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ENTREVISTA

Em quais pontos é preciso ter atenção para que esse modelo de gestão realmente alcance os resultados pretendidos? • Desenvolver um excelente relacionamento entre os interessados (no caso da associação, os associados) e a diretoria executiva. • Eleger bons indicadores de performances para cada área de interesse estratégico. • Acompanhar e exigir rapidamente as correções necessárias diante dos desvios detectados em relação aos resultados esperados. • Defender com convicção a Visão, a Missão e os Valores da organização. Quais os cuidados que se deve ter ao constituir o Conselho de Administração? Os conselheiros devem conhecer o negócio e o setor da organização? A composição dos membros do Conselho de Administração deve considerar que eles serão abordados para a tomada de decisões de alguns itens importantes, tais como: • o envolvimento político e o impacto da empresa/instituição sobre o meio ambiente; • agir como fator de ligação entre proprietários e administradores, no caso da associação entre associados e direção da entidade, dirigindo e controlando a empresa/instituição em nome dos proprietários/filiados; • avaliar os demonstrativos financeiros; • avaliar os cenários que interferem no desempenho da empresa/ instituição. • analisar o mercado em que atua a empresa/instituição; • avaliar a evolução tecnológica que influencia na atividade da empresa/setor de atuação; • acompanhamento da evolução dos recursos de mão obra no mercado; e • acompanhamento da legislação societária, fiscal, tributária e trabalhista, que exige muita atenção. O que muda nas organizações geridas por conselhos em relação àquelas que são administradas pelo modelo tradicional? A diretoria executiva passa a ter um órgão superior para prestar as contas. Essa nova esfera, com a participação de conselheiros experientes, deverá agregar valor no desempenho da diretoria executiva, melhorando assim a avaliação dos associados.

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O Conselho de Administração vai definir as estratégias com foco em atender as expectativas de seu público-alvo


ENCARTE TÉCNICO 38 Fator de equivalência: correção de fitoterápicos 39 Fale com o prescritor: interação com antiácidos 40 Fique em dia: quando há fiscalização na farmácia 41 Boa prática: treinamento para higiene e limpeza 42 Artigo: farmacologia e terapêutica de termogênicos


NOTAS TÉCNICAS

FATOR DE EQUIVALÊNCIA

Correção de fitoterápicos O que considerar para fatores de correção de fitoterápicos? Para preparar fórmulas contendo insumos fitoterápicos, a farmácia pode usar como base as Fichas de Referência para Insumos Fitoterápicos – material que a Anfarmag desenvolveu como forma de padronização. Nelas, há informações completas sobre características e especificações de cada insumo, além da classificação botânica e orientações complementares. Com isso, a Anfarmag traz segurança na aquisição, preparação e uso dos insumos fitoterápicos proporcionando padronização baseada em farmacopeias e compêndios oficiais. Importante frisar que antes do preparo de cada fórmula contendo um ou mais fitoterápicos, o farmacêutico deve avaliar a prescrição médica, conforme exigido pelo item 5.18 e seus subitens da Resolução RDC nº 67/2007. Verificar: • A forma farmacêutica prescrita (droga vegetal, extrato seco ou extrato líquido). Tais formas ou extratos padronizados permitem embasamento científico no cálculo da quantidade a ser utilizada em cada prescrição. • A dosagem prescrita, uma vez que a utilização de fitoterápicos pode sofrer correção de teor ou de umidade em função do insumo adquirido pela farmácia e os dados constantes no certificado de análise que o acompanha, enviado pelo fornecedor. • A posologia prescrita, pois envolve aspectos farmacotécnicos da preparação magistral de fitoterápicos. Exemplo: se a prescrição solicitar 70 mg de kavalactonas e o certificado de análise do fornecedor indicar kawa-kawa 30%, deve-se pesar cerca de 233 mg do extrato seco (fator de correção 3,33). Com regra de três, corrigir o teor do insumo no momento da pesagem. Analise caso a caso, lote a lote. É desejável a correção de umidade a partir de 2%, mas cada caso deve ser avaliado de acordo com o laudo do fornecedor para o lote. Para pesquisar marcadores e/ou ativos, consulte: • British Herbal Pharmacopeia, 1996; • Herbal Drugs and Phytopharmaceticals, 1994; • Plant Drug Analysis - A thin layer chomatography atlas, 1996; • Farmacopeia Brasileira, 5ªedição; • Martindale: The Complete Drug Reference, 37th Edition; • Manual de Fitoterapia Magistral, 2005, Anfarmag; • Plantas e Produtos Vegetais em Fitoterapia, 2003 Proença da Cunha, Lisboa; • PDR for Herbal Medicines, 2º ed, 2000. Saiba mais on-line: • Acesse anfarmag.org.br para informações sobre fator de correção, teor e umidade (fitoterápicos e insumos ativos farmacêuticos), que poderão respaldá-lo tecnicamente em suas análises críticas ao avaliar o certificado de análise do insumo adquirido.

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FALE COM O PRESCRITOR

Interações medicamentosas com antiácidos Diversos fármacos têm sua absorção e/ou ação farmacológica modificada quando administrados junto a agentes antiácidos. Assim, o aviamento de formulações com essas substâncias deve minimizar ações deletérias dos fármacos empregados. Sempre que receber a prescrição, o farmacêutico deve pesquisar se o mesmo será tomado juntamente a outros fármacos e orientar corretamente, podendo inclusive conversar com o prescritor. Exemplos de fármacos antiácidos que promovem alteração na absorção

HIDRÓXIDO DE ALUMÍNIO Reduz absorção de Aumenta absorção de Clorpromazina

Diazepan

Digoxin

-

Isoniazida

-

Propranolol

-

ANTIÁCIDOS SEM BASE DE ALUMÍNIO Reduzem absorção de Aumentam absorção de Tetraciclinas

Ácido acetilsalicílico

Naproxeno

Dicumarol

Quinidina

Fenilbutazona

Tetraciclinas Efeito de alguns antiácidos nas atividades farmacológicas

REDUÇÃO DA ATIVIDADE

AUMENTO DA ATIVIDADE

Ácido nalidíxico

Anfetamina

Nitrofurantoína

Cloroquina

Penicilina G

Levodopa

Sulfonamidas

Mecamilamina

Tetraciclinas Teofilina Para completar sua pesquisa na prática diária, verifique mais informações no Guia Zanini – Oga de Interações Medicamentosas, Editora Atheneu, 2002.

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NOTAS TÉCNICAS

FIQUE EM DIA

Como proceder durante a fiscalização nas farmácias? Mantenha-se preparado para não ter surpresas

As autoridades sanitárias (vigilâncias sanitárias estaduais e municipais) investidas com o poder de polícia detêm competência legal para a realização de fiscalizações nas farmácias magistrais. Portanto, em caso de fiscalização, recomenda-se que o responsável legal ou técnico solicite as credenciais dos agentes, de modo a identificá-los, visando evitar fraude. Os fiscais não poderão ser impedidos de fiscalizar o estabelecimento, sob pena de responsabilização criminal. O responsável legal ou técnico deverá acompanhar atenciosamente os agentes fiscalizadores, observando os termos anotados e respondendo todos os questionamentos. A fiscalização, para execução de ações e serviços de vigilância sanitária, jamais poderá extrapolar os limites impostos por lei aos agentes fiscalizadores públicos, pois, se isso acontecer, a Administração Pública estará agindo com abuso de poder, contrariando a Constituição Federal do Brasil. Muitas vigilâncias estaduais e municipais possuem seu próprio Programa de Inspeção em Farmácias, que estabelece a possibilidade de coleta de amostras de insumos e produtos para análise. Esse é um processo normal que visa à defesa dos interesses do cidadão. A fim de manter a documentação e os processos em dia, recomendamos que seja verificado o cumprimento integral das Boas Práticas de Manipulação em Farmácias, por exemplo: 1. revendo seus Procedimentos Operacionais Padrão (POP);

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2. certificando-se de que a documentação legal esteja em dia (lembre-se dos vários órgãos, como Anvisa, Polícia Civil, Bombeiros); 3. certificando-se de que seus registros nos livros de receituários e nos livros específicos estão em dia com relação à escrituração das preparações magistrais e oficinais; 4. certificando-se dos corretos encaminhamentos dos arquivos XML ao Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados – SNGPC; 5. certificando-se de que entregou à vigilância seus BSPO’s, Relação Mensal de Notificação de Receita B2, entre outros. Caso o fiscalizador encontre alguma irregularidade, estará configurada a infração sanitária; logo, lavrará um Auto de Infração (AI) ou Termo de Interdição (TI) parcial ou total da farmácia ou de seus produtos, sempre havendo possibilidade de apresentação de defesa pela farmácia, no prazo e forma da Lei. As fiscalizações nas farmácias podem ser realizadas conjuntamente entre a Anvisa, vigilâncias sanitárias municipais e estaduais, conselhos de farmácias e, em alguns casos, com a participação de agentes policiais, desde que não haja abuso de autoridade ou desrespeito aos direitos dos cidadãos. O associado Anfarmag conta com o serviço de assessoria jurídica da entidade para contínuas orientações relacionadas

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BOA PRÁTICA

Treinamento de manipuladores em higiene e limpeza Comprometimento da equipe é essencial para resultado satisfatório

A higiene é um dos pontos mais importantes das Boas Práticas de Manipulação, sendo os laboratórios de líquidos e semissólidos os mais críticos, devido à umidade. Em quaisquer medicamentos de uso oral, enterobactérias ou outros microrganismos em níveis acima do permitido poderiam causar infecções gastrointestinais. Na prática: 1. Apresente informações conceituais: • Conceitos: o que são micro-organismos, como se desenvolvem (fazer culturas de material colhido das suas mãos e, após incubação e crescimento das colônias, exibi-las). • Principais fontes de contaminação: • Manipulador: pele, fossas nasais, saliva, unhas, vestimentas.- Ambiente: mofo nas paredes, frestas nos pisos ou paredes, insetos. • Equipamentos e utensílios: treinar para a correta limpeza e assepsia. • Água.

2. Informe as medidas preventivas de contaminação microbiológica: • Higiene pessoal, assepsia das mãos e desinfecção de luvas. • Uso de touca, avental, máscara e luvas pelos manipuladores. • Proibição do uso de anéis, pulseiras e objetos que acumulem sujeira. • Limpeza e desinfecção de equipamentos e utensílios. • Estrutura física da área de manipulação em bom estado de conservação, com piso lavável e paredes de fácil limpeza, sem frestas ou irregularidades. • Proteção contra insetos de janelas e aberturas. • Afastamento de indivíduos com lesão exposta ou infecção contagiosa. • Uso de água de boa qualidade microbiológica na manipulação. • Comportamento correto dos manipuladores para evitar contaminação dos produtos.

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3. Apresente como proceder nas verificações de não conformidades: • Como registrar tais informações e em quais documentações elas podem ser registradas. • Como adotar ações corretivas imediatas após orientação do superior. É necessário acompanhamento rigoroso das práticas ensinadas e realização contínua de reciclagem. Farmacêutico manipuladores e técnicos não manipuladores também precisam ser treinados dentro dos mesmos conceitos.

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ARTIGO

AVALIAÇÃO FARMACOLÓGICA e terapêutica dos produtos termogênicos naturais disponíveis no Brasil ELAINE CRISTIANE DO CARMO LEITE1; ROMULO DRAGANI REIS2; LUIS CARLOS MARQUES1,2 Universidade Anhanguera de São Paulo, Curso de Farmácia1 - campus ABC Mestrado Profissional em Farmácia2 - campus MC

O tratamento da obesidade, problema de saúde crônico em crescimento entre a população, deve ser avaliado pelos profissionais da área da saúde com cuidado especial. O artigo proposto demonstra a possibilidade de uma formulação que pode auxiliar o sistema nervoso simpático a promover saciedade, lipólise e termogênese.

1. INTRODUÇÃO

A obesidade é o acúmulo excessivo de gordura corporal. Corresponde a um problema social em crescimento e é uma das principais causas de morte no mundo. No Brasil, em 2006, o índice de obesidade era de 43%, e hoje as pessoas com excesso de peso são mais da metade da população. A pesquisa Vigitel 2012 – Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico – mostrou que 51% da população brasileira com mais de 18 anos está acima do peso ideal (BRASIL, 2013). O acúmulo de gordura corporal é relacionado a diversas doenças, como hipertensão arterial, diabetes mellitus, doenças cardiovasculares, dislipidemias, agravamento de doenças do aparelho locomotor, doenças do sistema respiratório e cânceres. Em geral, o tratamento consiste em dietas hipocalóricas e exercícios físicos regulares, mas todo tipo de produto que contribua para a perda de peso ou para o controle da ingesta alimentar tem sido destacado, pelo baixo número de possibilidades. Os produtos de origem vegetal, fitoterápicos ou alimentos funcionais têm mostrado sua utilidade e sido amplamente ofertados e utilizados.

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2. OBESIDADE E PRODUTOS DE ORIGEM NATURAL Com o aumento desenfreado da obesidade mundial, aumentou também a procura por tratamentos estéticos e nutricionais, bem como o uso irracional de medicamentos, jejum prolongado, excesso de exercício físico, entre outras estratégias nem sempre relacionadas à promoção da saúde (WITT; SCHINEIDER, 2009). Algumas substâncias de origem natural têm sido utilizadas para auxiliar no controle da obesidade, como aumento da função intestinal por fibras e antracênicos e diminuição da absorção de nutrientes também através de fibras, particularmente das insolúveis, interferentes em processos enzimáticos relacionados a etapas da síntese de lipídios. Uma classe particular se destaca pelo aumento do metabolismo celular e da queima de calorias: são os termogênicos, que serão detalhados a seguir.

3. TERMOGÊNICOS

A palavra termogênese se refere aos processos fisiopatológicos relacionados à temperatura dos organismos, sendo uma característica inata das células dos seres endotérmicos que mantém regulada espontaneamente sua temperatura, em uma faixa predeterminada (LUTAIF; GONTIJO, 2009). Fisiologicamente, a produção de calor pode ser dividida em duas categorias: - Termogênese Obrigatória (TMB): equivale à taxa metabólica basal, que compreende todo calor produzido pelo organismo por um indivíduo em repouso, em temperatura ambiente, em jejum de 12 horas. Designa como fonte de calor as reações ligadas ao


metabolismo basal e o consumo de oxigênio, correspondendo à energia gasta por sistemas que mantêm o gradiente eletroquímico das membranas celulares, sínteses de componentes do organismo, funcionamento do sistema cardiovascular, respiratório, mecanismos que mantêm a temperatura corporal, dentre outros (DEVLIN, 1991; LUTAIF; GONTIJO, 2009). - Termogênese Facultativa: é o calor produzido além da taxa de metabolismo basal, sendo estimulada pelo frio e dieta, e está relacionado ao aumento, por exemplo, da contração muscular durante atividades diárias, processos involuntários como tremor muscular por exposição ao frio, durante um período de alimentação hipercalórica. Essa termogênese é subdividida em shivering (promove tremor pela contração das miofibrilas musculares) e non-shivering (independente de tremor), relacionado à adaptação a situações de exposição prolongada ao frio e a dieta hipercalórica, envolvendo ativação de proteínas desacopladoras denominadas UCP (uncoupling proteins) no tecido adiposo marrom. O hipotálamo é responsável pelo controle da termogênese facultativa, sendo a noradrenalina (NA) o principal neurotransmissor envolvido no processo. O controle da eficiência termodinâmica da mitocôndria também é importante na termogênese facultativa, relacionado à gordura marrom e dependendo da expressão da UCP-1 nesse tecido. O funcionamento do tecido é regulado pela NA, liberada pelos numerosos terminais simpáticos, mas pode ser influenciado por inúmeros outros hormônios ou fatores metabólicos (ROTWELL et al., 1982). A ativação do sistema noradrenérgico é certamente um mecanismo efetivo no aumento da termogênese facultativa e, consequentemente, na queima calorias e diminuição do peso corporal. Pode-se, portanto, buscar aumento no fornecimento do substrato tirosina, levando à maior síntese do neurotransmissor, aumento na liberação das vesículas para a fenda sináptica, diminuição de sua recaptação, inibição das enzimas degradadoras MAO (monoamino oxidase) e COMT (catecol-O-metiltransferase) e mecanismos focados na célula efetora pós-sináptica (figura 1). As técnicas de medicação da termogênese são chamadas de calorimetria; particularmente é mais comum a calorimetria indireta, um método que determina as necessidades nutricionais e a taxa de utilização de substratos energéticos

medidos a partir do metabolismo basal. É calculada por meio da medicação do consumo de oxigênio e do gás carbônico eliminado pelo organismo dos pacientes (FERRARINI, 1988).

Figura 1. Transmissão noradrenérgica

4. SUBSTÂNCIAS TERMOGÊNICAS DE ORIGEM NATURAL 4.1 Citrus aurantium Citrus aurantium, popularmente chamada de laranja amarga, tem como principal componente ativo a sinefrina; é árvore frutífera de origem oriental e compreende inúmeras espécies, variedades e híbridos. Os cítricos são muito utilizados devido ao teor de óleos voláteis (ARBO, 2008). Algumas partes da planta, como folhas e frutos, são utilizados na clínica para úlcera gástrica, em indigestão, como tônico, estimulante cardíaco e estimulante de apetite. A ação termogênica também vem sendo estudada devido à presença da sinefrina, uma amina quiral encontrada na natureza na forma de p-sinefrina, quimicamente muito parecida com outras aminas simpatomiméticas como efedrina e fenilefrina (LEAL, 2006). Já as flores são indicadas também no tratamento de ansiedade e como sedativo leve, não sendo recomendado seu uso em indivíduos cardiopatas (FARMACOPÉIA, 2010). Tem ação parcial sobre a lipólise em adipócitos de mamíferos, incluído o homem, e a oxidação da gordura se dá por meio da termogênese (ANDRADE, 2008). Estão disponíveis oito estudos clínicos com diferentes extratos

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NOTAS TÉCNICAS da laranja, os quais, em conjunto, confirmam a positividade para os efeitos termogênicos do produto, em doses variadas de extratos padronizados em sinefrina (5,5mg a 54mg). A sinefrina é um agonista adrenérgico e estimula a liberação de noradrenalina, promovendo a termogênese. Pode causar efeitos colaterais como aumento da pressão arterial, ansiedade, taquicardia e, se usada com outros estimulantes como a cafeína, pode potencializar problemas cardiovasculares, isquemia cerebral, taquicardia e arritmia, mesmo em casos em que o paciente não apresentava nenhuma história anterior de doença cardiovascular ou outros fatores de riscos (ARBO, 2008; JORDAN et al., 2004).

4.2 Capsicum

A capsaicina é o principal componente ativo das pimentas verde e vermelha da família das Solanaceae (espécies de Capsicum), considerada estimulante de secreção gástrica, da motilidade gastrointestinal e do aumento da salivação (LEUNG, 2008). As pimentas possuem um sabor picante proveniente da capsaicina, que é liberada devido ao dano físico às células na extração das sementes ou no corte do fruto (SANTOS et al., 2006). Estudos com capsaicina em ratos relataram o aumento da termogênese devido ao aumento da secreção das catecolaminas, estimulando a atividade do sistema nervoso simpático. A estimulação da capsaicina cessa logo após a administração de betabloqueadores adrenérgicos, como o propranolol, o que confirma sua estimulação adrenérgica (KOVACS et al., 2004). Em estudos com seres humanos, a pimenta vermelha induziu uma redução da ingestão de alimentos, aumento do gasto calórico pós-prandial e oxidação de lipídios (WESTERTEP et al., 2005). Um estudo de duas semanas com voluntários que utilizaram autonomamente capsaicina em combinação com chá verde e essência de frango demonstrou uma diminuição da gordura corporal. Em outro estudo, de longo prazo, a capsaicina administrada por um grupo contra placebo foi a que promoveu a maior oxidação lipídica. Nos dois grupos, a recuperação do peso foi igual (figura 3), talvez pela falta de cumprimento do tratamento ou diminuição na quantidade da dose (TSI et al., 2003). O tratamento com capsaicina pode ser limitado num uso prolongado devido a sua composição picante causar pungência (DIEPVENS et al., 2006).

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4.3 Camellia sinensis

Camellia sinensis (chá verde) é uma árvore nativa da China, cultivada em mais de 30 países. Da planta podem ser obtidos, como resultado de diferentes processos de produção, o chá verde, chá preto, chá branco, chá oolong, entre outros (KHAN; MUKHTAR, 2007). As folhas contêm enzimas oxidantes, sendo que, se colhidas e não processadas, podem murchar e oxidar, adquirindo cor escura. Para que isso não aconteça, após a colheita as folhas são submetidas ao calor antes da oxidação, desativando as enzimas oxidantes e conservando a cor verde-escura e os componentes ativos das folhas (YAMAMOTOYAMA BRASIL, 2013). Além de estimular a termogênese, possui efeito adstringente, analgésico, antiasmático, antitumoral, antioxidante, antidiarreico e antibacteriano. Seu uso é contraindicado para crianças, gestantes, indivíduos com hipotireoidismo, com doenças renais e com problemas cardiovasculares. Pode apresentar efeitos colaterais como prisão de ventre, irritação do aparelho digestivo, hiperacidez e redução do apetite (PLANTAMED, 2013). O chá verde contém elevadas quantidades de componentes polifenólicos, como a epicatequina, epicatequina galato, epigalocatequina, e a epigalocatequina galato (EGCG), que é o componente mais ativo farmacologicamente (DIEPVENS, 2006). Outros compostos presentes nos chás da planta são cafeína, ácidos fenólicos, tanino e compostos aromáticos. As catequinas do chá verde estimulam a termogênese e a oxidação de gordura por meio da inibição da catecol O-metil-transferase (COMT), uma enzima que degrada a noradrenalina. Dulloo e colaboradores (1999) mostraram que nos seres humanos a administração do chá verde resultou num aumento no gasto energético e oxidação da gordura corporal num curto prazo. Para separar o efeito do chá verde dos efeitos da cafeína, presente também na planta, esses autores avaliaram também um grupo com cafeína isolada, evidenciando um aumento menor, não significante, frente ao obtido com chá verde, ambos comparados com placebo. O mecanismo de ação está relacionado à presença das catequinas do chá e cafeína, que atuam inibindo a fosfodiesterase e a COMT e, deste modo, exercendo o efeito termogênico (DIEPVENS, 2006). Um estudo realizado com 32 humanos de ambos os sexos, saudáveis, não obesos, jovens, não fumantes e consumidores regulares de chá e café que ingeriram 2.100 mg de chá verde ao dia contendo 540 mg de catequinas, sendo 282


Figura 3. Efeito termogênico da capsaicina e chá verde versus placebo

mg de epigalocatequina galato e 633 mg de cálcio indicou que houve aumento do gasto calórico mais destacado sobre a oxidação de carboidratos e lipídeos comparados à fração proteica. Na dose de chá verde referida, não houve achados desfavoráveis sobre a pressão arterial (PA) e frequência cardíaca (FC). Entretanto, esse aumento do gasto calórico isoladamente não pareceu promover significância clínica no controle da obesidade frente ao pequeno aumento do consumo calórico derivado do metabolismo basal (RUDELLE et al., 2007). Apesar de a cafeína atuar no sistema nervoso simpático, a concentração menor ou igual a 300mg/dia não demonstrou alterações fisiológicas como aumento da pressão arterial e aumento da frequência cardíaca. Com o dobro dessa dose (600 mg), foram observados pequenos aumentos na pressão arterial, sendo menos importante para pessoas com a pressão arterial normal – portanto clinicamente mais relevante em pessoas com hipertensão arterial (RUDELLE et al., 2007). Em termos de doses, os melhores resultados são obtidos com fornecimento de 240mg a 320mg de polifenóis totais ao dia, que podem ser divididos em duas a três tomadas. Está contraindicada para pacientes que apresentem gastrite, úlcera gastroduodenal, ansiedade, insônia, taquicardia e hipertireoidismo, bem como em crianças e grávidas; extratos dessa espécie parecem reduzir a absorção de ferro dos alimentos e do ácido fólico e pode interagir com vários medicamentos, como warfarina e vários outros, bem como devem ser utilizados com restrição em pacientes com problemas hepáticos, aumentando o risco de hepatite (MEDLINE PLUS, 2014).

4.4 Coleus forskohlli

O Gênero Coleus foi descrito por Loureiro em 1790 e são encontradas atualmente mais de 150 espécies, sendo as mais conhecidas Coleus aromaticus, C. vettiveroides e C. forskohlii. No Brasil, C. barbatus (Plectranthus barbatus) é o popular ‘boldo’ brasileiro, amplamente empregado para problemas digestivos. C. forskohlli é uma planta nativa da Índia e pertence à família Labiatae. Cresce selvagem em climas subtropicais, geralmente encontrado em colinas secas e estéreis. Seu principal ativo é a forskolina, que é extraído das raízes da planta. Desde os tempos antigos, é uma erva muito utilizada no tratamento lipolítico (KREIDER et al., 2005). Estudos relataram o uso da erva no tratamento de hipertensão arterial. Também possui efeito inotrópico positivo sobre o coração. O principal mecanismo que a forskolina exerce como atividade hipotensora é a estimulação da adenilato ciclase, aumentando assim as concentrações do segundo mensageiro AMPc. Devido ao aumento dos níveis de AMPc, inibe a degranulação de basófilos, mastócitos e histamina, reduz a pressão arterial e pressão intraocular, inibe a agregação de plaquetas, causa broncodilatação e também estimula a lipólise (VADIVEL et al., 2010). Seu efeito parece não promover pronunciada perda de peso, mas pode diminuir o ganho de peso em mulheres com excesso de peso. Foram feitos estudos com C. forskohlli em ratos, que constataram a redução do peso corporal, ingestão de alimentos e diminuição do acúmulo de gordura corporal, podendo ser útil como auxiliar no tratamento da obesidade (KREIDER et al., 2005). O único estudo clínico disponível, empregando extrato com 25mg do ativo, não obteve resultados positivos na perda de peso.

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NOTAS TÉCNICAS

Figura 4. Espécies de Coleus

4.5 Cafeína A cafeína é um alcaloide encontrado em diversas espécies de plantas distribuídas em várias regiões do mundo. Na Argentina, o chá mate - Ilex paraguariensis; na Amazônia, o cacaueiro - Theobroma cacao e o guaraná - Paullinia cupana; e na África o café - Coffea spp e a noz de cola - Cola vera (MAZZAFERA et al., 2006). Muito utilizado por atletas devido ao seu efeito estimulante, aumentando a performance durante o exercício, tem como efeitos mais conhecidos em baixas doses (2 mg/Kg): alívio da fadiga; diminuição da sonolência; aumento da respiração, da liberação das catecolaminas, da frequência cardíaca, do metabolismo e da diurese. Em doses elevadas (15 mg/Kg), pode causar nervosismo, insônia, tremores e desidratação (BRAGA; ALVES, 2000). A cafeína é um alcaloide pertencente ao grupo das metilxantinas (1,3,7-trimetilxantina), lipossolúvel, e 100% da ingestão oral é absorvida no trato gastrointestinal, atingindo pico plasmático entre 30 e 120 minutos. Sua estrutura é muito parecida com a da molécula de adenosina, por isso consegue se ligar a receptores de adenosina na membrana celular e estimular a ação da AMPc (BRAGA; ALVES, 2000). O consumo de cafeína também estimula o Sistema Nervoso Simpático (SNS), aumentando a liberação de catecolaminas, promovendo maior lipólise e maior oxidação dos ácidos gordos (CARDOSO, 2012). Apesar dos benefícios, pode causar dependência física e psicológica. Age por mecanismos parecidos com os da cocaína e anfetaminas. Os efeitos são muito mais brandos, mas o local de ação é parecido. A quantidade letal da cafeína é de aproximadamente 10g (REIS, 2001).

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4.7. Formulação mista Com base nos conceitos anteriores e nos indícios experimentais e clínicos dos vários ingredientes naturais, fitoterápicos ou alimentos funcionais, Belza e colaboradores (2007) propuseram uma formulação seguindo a racionalidade de estimulação do sistema noradrenérgico. Os autores associaram tirosina, capsaicina, catequinas (chá verde) e cafeína para, em conjunto, estimular o sistema nervoso simpático e promover saciedade, lipólise e termogênese. A tirosina promove maior síntese de noradrenalina (ponto 1); a capsaicina favorece a liberação da NA armazenada nas vesículas sinápticas (ponto 2); as catequinas interferem na ação da enzima degradadora COMT (ponto 3); por fim, a cafeína interfere na regeneração do AMP do AMPc, mantendo o aumento final da atividade do sistema nervoso simpático que leva à queima calórica. Figura 5. Racionalidade de associação de ativos frente aos mecanismos da transmissão noradrenérgica


5. CONCLUSÃO A termogênese é uma das variáveis fisiológicas relacionada ao dispêndio e consumo energético do organismo. Sua contribuição terapêutica apresentada nas referências exploradas evidencia benefícios interessantes, dependendo do ativo apontado. A ação termogênica observada mesmo com a singularidade farmacocinética e dinâmica para cada produto oscilou desde a indiferença até uma discreta perda de peso, com melhores resultados sempre associados a hábitos dietéticos específicos e/ou de prática regular de atividade física concomitante, o que sugere uso na qualidade máxima de adjuvantes terapêuticos. É fundamental destacar que o uso dos termogênicos no manejo farmacológico da obesidade requer séria mensuração de riscos versus benefícios, partindo de anamnese segura e abrangente do histórico clínico cardiovascular e monitoramento qualificado, ensejando coibir conceitos superficiais do uso de produtos fitoterápicos, os quais, se bem manejados, podem ser úteis no controle da obesidade.

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MILLARÉ- SISTEMAS DE EXAUSTÃO (19) 3452.1636 www.milare.com.br

PharmaSpecial Especialidades Químicas e Farmacêuticas Ltda (11) 4151-9000 www.pharmaspecial.com.br

PROQUIMO LABORATÓRIO. (11) 5594-7055 / (11)4056-5193 www.proquimo.com.br

PURIFARMA 0800 771 5008 www.purifarma.com.br

SANTOSFLORA COMÉRCIO DE ERVAS (11) 2091-8787 www.santosflora.com.br

VIA FARMA (11) 2067-5718 • 0800 775 5718 www.viafarmanet.com.br


ENDEREÇOS DAS REGIONAIS E SUCURSAIS DA ANFARMAG REGIONAIS REGIONAL BAHIA/SERGIPE

REGIONAL MATO GROSSO DO SUL

Presidente: Edza Martins Brasil Av Tancredo neves, 1632 - Ed. Salvador trade Center loja 25 - Caminho das Árvores Salvador - BA – CEP: 41820-020 Telefone: (71) 3113-4011 E-mail: regional.base@anfarmag.org.br

Presidente: Maria Beatriz B. Féres Rua Antônio Maria Coelho, 1715 - Centro Campo Grande - MS – CEP: 79002-221 Telefone: (67) 3026-4655 E-mail: regional.ms@anfarmag.org.br

REGIONAL DISTRITO FEDERAL

Presidente: Andréa Vilela O. Santos Avenida do Contorno, 2646 - Sala 1104 – Floresta Belo Horizonte – MG – CEP: 30110-080 Telefone: (31) 2555-6875 / 2555-2955 E-mail: regional.mg@anfarmag.org.br

Presidente: Cleide Regina da Silva SIG - Quadra 4 - Lote 25 - Sala 110 - 1º andar Empresarial Barão de Mauá Brasilia – DF – CEP 70.610-440 Telefone /Fax: (61) 3326-1251 E-mail: regional.df@anfarmag.org.br

REGIONAL ESPÍRITO SANTO

Presidente: Hugo Guedes da Silva Av. Nossa Senhora da Penha, 1495 - Sala 608 Torre BT Edifício Corporate Center Vitória – ES – CEP: 29056-245 Telefone: (27) 3235-7401 E-mail: regional.es@anfarmag.org.br

REGIONAL GOIÁS/TOCANTINS

Presidente: Alessandro Marcius Silva Rua 7-A, 189 - Sala 201 - Edifício Marilena - Setor Aeroporto Goiânia – GO – CEP: 74075-230 Telefone: (62) 3225-5582 E-mail: regional.goto@anfarmag.org.br

REGIONAL MATO GROSSO

Presidente: Célio Fernandes Avenida Antônio Maria Coelho, 130, sala 21 – Edifício Ana Paula - Centro Cuiabá - MT - CEP: 78005-420 Telefone: (65) 3027-6321 E-mail: regional.mt@anfarmag.org.br

REGIONAL MINAS GERAIS

REGIONAL RIO GRANDE DO SUL

Presidente: Eduardo Aranovich de Abreu Avenida Mauá, 2011 - Sala 607 - Centro Porto Alegre - RS - CEP: 90030-080 Telefone: (51) 3225-9709 E-mail: regional.rs@anfarmag.org.br

REGIONAL SANTA CATARINA

Presidente: Rodrigo Michels Rocha Rua Lédio João Martins, 435 - Sala 409 – Kobrasol São José - SC - CEP: 88102-000 Telefone: (48) 3247-3631 E-mail: regional.sc@anfarmg.org.br

REGIONAL PARANÁ Presidente: Cleunice Fidalski Rua Silveira Peixoto, 1040 - sala 901 Curitiba - PR - CEP: 80240-120 Telefone: (41) 3343-0893/Fax (41) 3343-7659 E-mail: regional.pr@anfarmag.org.br

REGIONAL PERNAMBUCO Presidente: José Andrade Praça do Entroncamento, 132 – Graças Recife – PE – CEP:52011-300 Telefone: (81) 3301-7680 E-mail: regional.pe@anfarmag.org.br

REGIONAL RIO DE JANEIRO Presidente: Aline Coppola Napp Rua Conde do Bonfim, 211 - Sala 401 - Tijuca Rio de Janeiro - RJ - CEP: 20520-050 Telefone: (21) 2569-3897/Fax.:(21) 3592-1765 E-mail: regional.rj@anfarmag.org.br

SUCURSAIS SUCURSAL ACRE/RONDÔNIA

Diretora: Vibia Mariano Telefone: (69) 8462-0077 / 8111-3999 E-mail: sucursal.acro@anfarmag.org.br

SUCURSAL ALAGOAS

Diretora: Tânia Bernadette P. Gomes Telefone: (82) 3305-2806 E-mail: sucursal.al@anfarmag.org.br

SUCURSAL CEARÁ

Diretor: Robson de Araújo Pinheiro Telefone: (85) 8766-1809 E-mail: sucursal.ce@anfarmag.org.br

SUCURSAL JUIZ DE FORA

Diretor: Rômulo Arantes Modesto Telefone: (31) 2555-6875 / 2555-2955 E-mail: regional.mg@anfarmag.org.br

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R E V I S TA A N FA R M AG

SUCURSAL MARÍLIA/PRESIDENTE PRUDENTE Diretora: Odete Aparecida de Andrade Telefone: (18) 98118-9874 E-mail: sucursal.mrpp@anfarmag.org.br

SUCURSAL MONTES CLAROS

Diretora: Maria Clara Ferrante Rebello Telefone: (31) 2555-6875 / 2555-2955 E-mail: regional.mg@anfarmag.org.br

SUCURSAL PARÁ

Diretor: Marcelo Brasil do Couto Telefone: (91) 3244-2625 E-mail: sucursal.pa@anfarmag.org.br

SUCURSAL PARAÍBA

Diretora: Célia Buzzo Telefone:(83) 3218-2600 E-mail: sucursal.pb@anfarmag.org.br

SUCURSAL RIBEIRÃO PRETO

Diretora: Rita Paula Ignácio Telefone: (16) 3913-8100 E-mail: sucursal.rp@anfarmag.org.br

SUCURSAL UBERLÂNDIA

Diretora: Helio Batista Júnior Telefone: (31) 2555-6875 / 2555-2955 E-mail: regional.mg@anfarmag.org.br

SUCURSAL VALE DO PARAÍBA

Diretora: Ana Helena Cunha Telefone: (12) 3204-5070 E-mail: sucursal.vp@anfarmag.org.br

SUCURSAL VARGINHA

Diretora: Elisabeth Bomtempo Telefone: (31) 2555-6875 / 2555-2955 E-mail: regional.mg@anfarmag.org.br




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