Az! #14

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. AL O. SU ÚD I V TE VO ON O N OC V O N

R EV I S TA

Informação de A a Z

COWORKING UM JEITO DIFERENTE DO QUE VOCÊ ENTENDE POR ESCRITÓRIO

CARNAVAL EM MEIO A MENSALÕES E TRAGÉDIAS, ELE CONTINUA LINDO

CÂMARA MUNICIPAL NOVO MANDATO, VELHOS DESAFIOS

SARA HUGHES “ESTUDAR EM ESCOLA PÚBLICA E NÃO CHEGAR À UNIVERSIDADE PÚBLICA É CONTRASSENSO”

UM SOPRO DE JUSTIÇA NOVA LEI SECA PARA 2013 PRETENDE CORRIGIR ERROS DA ANTERIOR E ENDURECE A FISCALIZAÇÃO DA EMBRIAGUEZ AO VOLANTE

#14 Mar/Abr 2013 R$ 10


ENCONTRAMOS UM NOVO JEITO DE INTERAGIR COM VOCÊ.

interação & cultura

Parceria:

Inscreva-se no nosso canal para receber novidades youtube.com/azbauru



04 ÍN D I C E

ESTILO

ENTRETENIMENTO

PERSONAZ

COMPORTAME NTO

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A indústria do cinema dá suas alfinetadas na política, e o Oscar consagra os melhores.

Sara Hughes recebeu a nossa equipe para um papo diferente. As faces pessoal e profissional e a opinião sobre diversos assuntos de uma mulher com muita história pra contar.

A SEDE QUE MATA O cerco se fecha, as penas ficam mais severas e a população precisa rever seus hábitos.

PAULINHA CASÉRIO As referências do mundo da moda e da decoração para o fim do verão.

CINEMA

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TECNOLOGIA CAMPUS PARTY

PERSONAZ

CAPA - Lei Seca

44 DEMOLAY

ESTILO BAURUENSE O friozinho vem aí! Saiba como as bauruenses se vestem para o outono e para o inverno.

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TURISMO - TURQUIA

A grande festa da tecnologia. E o Brasil se fazendo cada vez mais presente no mundo digital.

A ordem que transforma garotos em homens abre o jogo para a AZ! e se mostra ainda mais distante do estereótipo.

50 A revista AZ! embarca nas experiências de quem esteve no destino mais falado do momento.

POLÍTICA CÂMARA MUNICIPAL Eles chegaram, entre caras novas e outras já conhecidas. Devemos ouvir as novas propostas, sem deixar de continuar de olho em antigos assuntos mal resolvidos.


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NEGÓCIOS

SOCIAL

E XPE DIE NTE

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Revista AZ! | ano 03 / número 14

EMPÓRIO SANKIM

CARNAVAL 2013

Diretor Geral: Rodrigo Chiquito Diretor Comercial: Marcelo Bartholomeu Logística/Finanças: C&D Soluções Promoção e Marketing: Gabriel Leite Executivos de Contas: Daniela Valentim e Marcela Cardoso Conselho Editorial: Gabriel Leite,

Bom gosto e paladar apurado. Descobrimos um pedacinho do velho mundo em Bauru.

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COWORKING

Além de trabalhar, podemos compartilhar. Que tal começar pelo próprio escritório? Conheça quem aprova este conceito em Bauru.

Gustavo Domingues, Marcelo Bartholomeu e Rodrigo Chiquito Edição de Arte: Gustavo Domingues Fotografia: Vinicius Fernandes, Amandla Rocha, Fernanda Luz e MUV Films

O Carnaval de Bauru pede passagem de novo. Os veteranos com a chance de reviver os bons tempos de folia na cidade e, para os mais jovens, é a oportunidade de, definitivamente, tomar gosto pelas tradicionais festas de fevereiro.

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Vinicius Fernandes Jornalistas: Fernanda Villas Bôas, Luis Paulo Domingues, Renan Milanez Vieira e Beatriz Albuquerque e Castro Assistência Editorial: Henrique Valente Tobias e Giovanna Pini Impressa na GRAFILAR Tiragem auditada por:

10.000 exemplares

GIRO AZ!

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AZ! é uma publicação da Publici On&Off Comunicação Rua Bartolomeu de Gusmão, 10-72 - Jd. América Bauru/SP - F.: 14 3879 0348

SICREDI

Em tempos de alta concorrência, o segredo é cooperar. Conheça um pouco mais sobre os benefícios da cooperativa de crédito.

Coluna Social: Vilma Borges e

Através dos registros da AZ!, é hora de ficar por dentro do que aconteceu de melhor nos diversos eventos empresariais, sociais e esportivos.

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06 EDITORIAL

Nova lei. Nova AZ! P

ara além das experiências políticas e culturais, a sociedade ocidental procurou (pelo menos em tese) se libertar dos regimes autoritários e, com isso, de qualquer tipo de regra moral ou legal que impedisse o cidadão de ser plenamente livre - ou o mais livre possível, já que a liberdade implica os que convivem com ele. Em algumas situações, contudo, o Estado encontra aspectos culturais tão presentes na sociedade - como o hábiproibir. Com a Lei Seca, por exemplo, assistimos a campanhas na TV, lemos as notícias nos jornais, acompanhamos as alterações legais no sentido de impedir que o cidadão dirija depois é a favor, claro. Mas as conversas que revelam que muita gente está mesmo preocupada em como desviar da blitz na avenida Getúlio Vargas ou na Nossa Senhora de Fátima. Se dependesse dos boêmios, esta seria mais uma lei que não pegaria. Esta é uma verdade triste para o nosso país: no Brasil há leis que “pegam” e leis que “não pegam”. No caso da lei seca, por sorte do bem comum, não há como não pegar. Será como a lei do cinto de segurança e a do fumo. Ou você se adapta, ou vai pagar caro. Isso porque, além da punição pesada, existe um extenso passado de tragédias e um clamor público na gênese da lei. Nesse caso, suplantando o pressuposto da liberdade individual está a segurança da

coletividade. Ou seja, a lei está a serviço de um bem maior. Mesmo assim, tudo aquilo que está preso de forma tão forte em nossa cultura é muito difícil de mudar. As pessoas continuam fumando, mesmo sabendo do câncer iminente. Do mesmo modo, muita gente esclarecida - engenheiros, advogados, médicos, empresários, jornalistas na cidade, ao invés de pensar em uma forma de ir e vir dos eventos sociais sem ter que dirigir depois de beber. Infelizmente, é cultural mesmo. O Happy Hour, por exemplo, é considerado um tipo de instituição nacio-

que dedicamos a ela em nossa completíssima matéria de capa. De qualquer forma, com o passar dos anos haverá a adaptação da sociedade. Havendo zação e punição por parte das autoridades, em dez anos já será raro ver alguém dirigir depois de beber - além de pegar muito mal.

Como as pessoas podem optar por deixar o carro em casa ao frequentar bares e boates, se - principalmente à noite nossas cidades não têm um transporte

Esta revista que você segura agora nas mãos, também é inteira nova. Da arte ao conteúdo, tudo foi pensado como uma forma mais interessante da informação chegar até você. Então, mudamos junto com a lei. Nova também é a visão de mercado e futuro da idealista empresária Sara Hughes, personalidade da nossa coluna Personaz. Sarah implantou um novo método de ensino na cidade, escola que inaugurou o modelo bilíngue e se destaca pela estrutura física robusta e pelo estímulo à formação contínua dos professores. Nem tão novos assim, são algumas

O debate sobre a Lei Seca pode ainda se estender sobre uma série de valores que carregamos, que você pode entender melhor nas 7 páginas

um termômetro para os eleitores. Aproveite o novo.

desde oito da manhã; quando chega a hora de sair do trabalho, a cerveja com os amigos torna-se um alívio para as sugere que o caráter cultural do álcool no lazer é tão costumeiro que pode mascarar o alcoolismo, prejudicando um número imenso de pessoas que pensam estar apenas se divertindo. É quando o -



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Participe também do INTERAZ! Acesse:

INTERAZ!

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FA C E A Z !

DE 1º DE JANEIRO, ATÉ O FECHAMENTO DESTA EDIÇÃO, EM 65 PUBLICAÇÕES, INTERAGIMOS COM 158.066 PESSOAS QUE GERARAM 12.926 LIKES, 2.703 COMENTÁRIOS E 1.370 COMPARTILHAMENTOS. VEJA ALGUMAS PESSOAS QUE ESTIVERAM CONOSCO:

“A COBERTURA DO NOSSO EVENTO FICOU ÓTIMA.PARABÉNS À REVISTA AZ!” Ernesto Monte

I N S TA N TÂ N E A Z !

524 FOTOS FORAM POSTADAS PELO INSTAGRAM POR LEITORES USANDO A HASHTAG

#MINHAFOTONAZ! SELECIONAMOS 4 DELAS PARA ESTA EDIÇÃO:

Carol Zitz

Mirele Miris

Guilerme Azevedo

Ivan Saito

Em breve, vencedores do concurso cultural no facebook e no instagram



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PA U L I N H A C A S É R I O MODA, BELEZA & DECORAÇÃO

INSPIRAÇÃO

Glória Kalil (esq.) e Giovanna Battaglia. O bom é copiar o que é legal e chique, não é mesmo?

VESTIR-SE BEM É UMA ARTE, E ARTE A GENTE APRENDE COM OS MESTRES. AFINAL, DO QUE VALE A APLICAÇÃO SEM INSPIRAÇÃO?

Nesta edição, a Revista AZ! resolveu tomar emprestado certos estilos femininos para apresentar produtos lindos para você se inspirar. Escolhemos a dedo duas mulheres que estão entre as mais bem vestidas do planeta, a jornalista, empresária e consultora de moda Glória Kalil e a editora da L´Uomo Vogue e da W Magazine, Giovanna Battaglia. Ambas dispensam apresentações mais formais e são, sem dúvida, referências de peso no país dentro do assunto moda e estilo. As peças não estão em nenhuma ordem de ligação, apenas são uma pesquisa desta colunista de acordo com o gosto das duas stylists. Inspire-se você também.


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Bolsa CHLOÉ Óculos Solar VENTURA

Sandália Talie NK

Brinco de Argola Prata FINAR

Pulseira ZARIFF Sandália LUIZA BARCELOS

Camisa MARIO QUEIROZ

Calça Amarela MARIA BONITA

Relógio EMPORIO ARMANI

Casaqueto de Couro MARES

Vestido ANDREA MARQUES

Bracelete de Couro MARILIA CAPISANI


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PA U L I N H A C A S É R I O MODA, BELEZA & DECORAÇÃO

FIM DE VERÃO O FINAL DO VERÃO PEDE PASSAGEM E ESQUENTA O SEU LOOK E O DÉCOR DA SUA CASA. A AZ! TRAZ UMA SELEÇÃO PARA VOCÊ RESPIRAR MODA, DESIGN E ELEGÂNCIA

Conjunto de Bowl LE LIS BLANC

Faqueiro de Madeira DASLU CASA

Conjunto de Mesa e Cadeiras SAVANA TOK D’ART

Jogo de Sofás SAINT JAMES TOK D’ART

Conjunto de Taças DASLU CASA

Almofada LE LIS BLANC


Rua Ant么nio Alves, 25-69 / (14) 3243-3948 giovanaribeiro.com.br facebook.com/giovanaribeiromoda


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Neo Dandy Por Beatriz Albuquerque e Castro Fotos Divulgação

PRA PEGAR AQUI O FRIOZINHO ESTÁ CHEGANDO E É COMUM NÃO SABER QUAL A MANEIRA IDEAL DE SE VESTIR, AINDA MAIS EM BAURU, ONDE PREDOMINA O CALOR. A EQUIPE DA AZ! CONSULTOU AS ESPECIALISTAS CARLA COSTA, CONSULTORA E DOCENTE DE MODA DO SENAC BAURU E CAROLINE PAPASSONI, CONSULTORA E PRODUTORA DE MODA, E TRAZ TODAS AS EXPLICAÇÕES PARA VOCÊ

Transporta o universo masculino para o vestuário feminino. Traz um visual mais “engomado” composto pelos conjuntos de alfaiataria (terninho) e a volta da bermuda, além da camisaria tradicional e golas. Há também a presença das cavaleiras com looks que remetem ao hipismo e até mesmo aos caubóis, com calças de montaria, retas e vincadas, mais curtas que normal e calças com abotoamento lateral, couro e botas de cano alto. Outra inspiração no estilo militar, presente em camuflagens. Lenços no pescoço deixam o visual mais feminino.


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Fascinio Dark

Expresso Oriental

Young Street

Nostalgia Contemporânea

Apresenta uma proximidade com a moda gótica e barroca, com cruzes e crucifixos, recebendo grandes influências dos contos de fadas que agora ressurgem no cinema em sua versão obscura como A Branca de Neve e o Caçador. Estão presentes peças de roupas ajustadas, mais sensuais, como corselets, transparentes, com fendas e texturas como couro, vinil, muito brilho, bordados, rendas, veludos, pelos, tecidos acetinados e lustrosos, muitos onamentos chamativos e aplicação de pedraria.

A inspiração vem do Oriente. O luxo presente em suas composições aparece em tecidos com acabamentos metalizados. Os quimonos invadem o guarda roupa feminino, assim como golas e casacos totalmente confeccionados em pele. O look da vez é o duo saia/ vestido usado com calça. As peças que não podem faltar são vestido envelope, calça skinny e obis, que são os cintos de amarração.

Trata-se de uma tendência mais jovial e ousada, embasada nos esportes de inverno, nos estudantes americanos e no rock. Destacam-se as saias pregueadas, shorts curtos, mini vestidos e saias, maxi casacos, peças muito justas, jaquetas, recortes em cores contrastantes nas peças, saia godê, saia kilt e golas Peter Pan sobre os suéteres. Dentre os tecidos e texturas há as pregas, peles coloridas, a profusão de spikes, matelassê, brilho, metalizado e xadrezes. A estampa de listras é o hit dessa tendência.

Baseia-se na Belle Époque. É um tema que vem resgatar a feminilidade e trazer um ar retro à modernidade de hoje. Aparecem as peles, plumas, rendas, cetim, crepe, tafetá, brocados, aplicação de flores, bordados em pérola. A modelagem traz muitos babados, frufrus, cintura marcada, decotes profundos, silhueta curvilínea, casacos de gola careca, saias lápis e godês e basques em saias, blusas e vestidos.

EM CADA IDADE As mulheres mais jovens podem abusar das tendências mais ousadas, como a mini saia e transparência. Para as mulheres mais velhas , a dica é investir nas calças retas, pois além de valorizarem vários tipos de corpo, podem ser combinadas inúmeras vezes. Use jaquetas estruturadas para um look mais elegante. Carla Costa ressalta que, independente da idade,

O CLIMA DE BAURU o ideal é a mulher manter-se dentro de seu estilo particular, atenta ao que se encaixa com cada uma. “É muito importante conhecer o que cai bem e escolher os itens dentro das tendências que são coerentes com a personalidade da pessoa, pois de nada adianta estar na moda e não estar confortável e de bem consigo mesma!”, destaca.

O inverno da cidade não é tão rigoroso. Caroline Papassoni explica que para estar na moda se adequando ao clima de Bauru, o indicado é comprar sempre peças de meia estação: “Compre apenas três peças de tecido pesado para o frio intenso e coordene-as com peças mais leves. Não se preocupe em misturar as tendências, os próprios estilistas fazem isso!”, ensina.


16 E S T I LO

TURQUIA DOS MIL E UM DETALHES


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DIZ A MÁXIMA QUE O DINHEIRO BEM GASTO É O QUE SE GASTA VIAJANDO. POR ISSO FALAMOS COM PESSOAS QUE VIVERAM EXPERIÊNCIAS NOVAS ATRAVÉS DO CONTATO COM OUTRAS CULTURAS. CONHECEMOS UM POUCO DA TURQUIA PELOS OLHARES DE QUEM ESTEVE POR LÁ Por Redação Fotos Divulgação/Acervo

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rogramas de TV costumam ilustrar seus roteiros em cenários espalhados pelo mundo, mas, nada como estar nesses lugares, interagindo com culturas diferentes, conhecendo detalhe por detalhe, cada paisagem, costume ou história. Falamos com algumas pessoas que viveram esses momentos e vamos levar um pouco de suas histórias de viagens até você. Todos os dias, Istambul e Capadócia entram na casa da maioria dos brasileiros através da novela “Salve Jorge”. Há quase uma década, a autora Glória Peres também trouxe em “O Clone” o belo universo do Oriente Médio à sala de estar. “A Turquia é um país fascinante. O que nos atraiu para tê-la como destino foi a riqueza de sua história milenar, seus palácios, monumentos, suas tradições. Ainda, o fato de ser o único país no mundo localizado em dois continentes: Europa e Ásia”, resume a empresária bauruense Marialice Varella Gewehr, que diz não poder citar o que mais gostou na viagem realizada no ano passado e que superou suas expectativas.

Por Giovanna Pini Fotos Vinicius Fernandes

Os “castelos de algodão” de Pamukkale. Imensas formações calcárias formando piscinas azuis que se destacam no visual branco de sal.


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Entre novembro e dezembro do ano passado, a dentista Alexandra Kesan, que também se considera uma viajante profissional, foi com alguns amigos para a Turquia. Lá durante 30 dias, elaboraram seu próprio roteiro. São dela as seguintes dicas e considerações:

CAPADÓCIA Por mais banal que seja dizer, você tem que ir a Capadócia quando estiver na Turquia... Acredite: não é palavra de turista que vai apenas onde os outros falam. É pura verdade, se existe um lugar surreal nesse mundo, um deles é a Capadócia, todo o tempo que estiver por lá, vai ficar com essa impressão... Não deixe de voar de balão. Eu já voei no Brasil, por cima das cachoeiras de Brotas e adorei, mas voar ao mesmo tempo com mais de 150 balões é indescritivel.

BODRUM Litoral da turquia, o famoso litoral dos ricos famosos, mas discretos turcos. Praticamente uma mistura de Angra dos Reis com o charme de Búzios. Castelos à beira mar, um deck com milhares de barcos e todo tipo de embarcação a dois passos de um calçadão limpo, lindo e concorridíssimo, mas sem as pedras de Búzios e com muitos restaurantes, boates e iates clubes pra aproveitar. Paramos lá

por conta da travessia Grécia/Turquia... Bodrum é a cidade mais próxima da Grécia, de ferry boat apenas 40 minutos de Rhodes. No alto verão ou temporada, tem passeios diários, bate e volta, naquele mar lindo! Bodrum é muito bem localizada e hoje é reduto de descanso dos ricos turcos que têm casas de praia por lá, ou então ficam nos hotéis que ficam nas encostas dos morros. A cidade ferve dia e noite, cheia de eventos como festival de jazz, regata museus abertos. Mas não pense que por ser reduto dos ricos não entra no seu orçamento. Aliás, toda a Turquia está, já que o valor do Lira Turca é o mesmo que o do Real.

PAMUKKALE Considerado patrimônio mundial da humanidade pela Unesco. Está localizado no Parque de Hierápolis, uma cidade antiga com ruínas e monumentos históricos, como um teatro a céu aberto, e várias outras ruínas que antes formavam uma cidade famosa da antiguidade. O parque todo pode ser visitado, com disposição para andar embaixo de muito sol. Mas o que se destaca e aonde todos vão pensando em Pamukkale, são os famosos “Castelos de Algodão”. Tratam-se de formações rochosas de calcário que surgiram ao longo de milhões de anos e originaram as imensas piscinas naturais de águas cristalinas, onde eram realizados os famosos banhos turcos, que se destacam pelo visual branco de sal... É incrível. E detalhe, pagando um único ingresso, é possível entrar, andar, fotografar e se banhar nessas águas de azul inacreditável, além de ficar apreciando esse lugar exótico.

OS HOTÉIS SÃO, NA MAIORIA, EM PRÉDIOS DE UM PASSADO MUITO DISTANTE QUE, LITERALMENTE, PERMITEM AO TURISTA DORMIR NO BERÇO DE DIVERSAS CIVILIZAÇÕES E SEUS INÚMEROS COLONIZADORES

“ A cada momento éramos surpreendidos por roteiros fantásticos, tanto em Istambul quanto na viajem pelo pais. A Capadócia, sem dúvida, é um destino imperdível . Parece um ‘cenário lunar’. Uma dica? Fazer o passeio de balão. Fantástico!” Nas nuvens também voltou a designer Aline Gabriele, da primeira excursão de sua vida que teve a Turquia e o Egito no roteiro. Uma viagem de muitos vôos internos em todos os sentidos, seja nos check-ins para lá e para cá ou no mergulho pelos países muçulmanos, com uma maneira de viver completamente diferente da nossa. Uma viagem com poucas malas na ida, mas “Nos reunimos em Istambul, umas 30 pessoas de todos os lugares do Brasil e tivemos um ônibus com uma guia, a Ruia, falando português só para nós... Super comodidade... “ Falando em conforto, os hotéis são, na maioria, em prédios de um passado muito distante que, literalmente, permitem ao turista dormir no berço de diversas civilizações e seus inúmeros colonizadores. No império otomano interagiram varias culturas ao longo de seus 624 anos de história. Frígios, hititas, lídios, lícios, celtas, curdos, cimérios, armênios, persas e, claro, os gregos...


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O Grande Mercado de Istambul. Dr. Carlos Velloso e sua esposa, Maria Amélia, em Pamukkale, nas piscinas termais de origem calcária.

“Entrar na Turquia, na cidade de Tróia, Rios Eufrates e Tigre, monte Ararat, Constantinopla, Anatólia...o estreito de Bósforo... é uma overdose de cultura... Mistura tradições otomanas, europeias e islâmicas”, conta no seu depoimento. Contudo, ela lamenta que na população da Turquia 99% muçulmana, uma mulher não possui crédito algum. “Não deve: andar desacompanhada à noite nas cidades; entrar sem cobrir os cabelos, tornozelos, em uma mesquita; rezar no mesmo lugar dos homens; usar banheiros iguais de “Sociedade feminina Neanderthal...” Mas falando de coisas boas, ela não se esquecerá jamais do grupo de 30 brasileiros dispostos a acompanhar a guia “custe o que custar”, todas as belezas arqueológicas bizantinas numa rotina de dormir pouco e correr muito, sem se preocupar aonde estavam indo e fotografar muito. O casal Maria Amélia e Carlos Velloso, que não têm ascendência turca, mas viaja bastante nos últimos anos, amou a viagem, considerada

muito interessante para a nossa realidade brasileira. “Gostei de tanta coisa. As comidas são agradáveis e acessíveis ao paladar, os doces especialmente. A romã, mesmo industrializada, é divina, se toma-se suco de maçã e chá vermelho toda hora. As mesquitas são deslumbrantes, Meca, Istambul os museus, os mausoléus, as roupas de sultão, as praias, o país de leste a oeste. É tudo muito interessante. Você sabia que os tapetes turcos são diferentes dos persas pela quantidade de nós no arremate? Um tem um nó, o outro dois”, revela a curiosidade a atenciosa Maria Amélia, que viajou para a Turquia num grupo que partiu de Bauru. Adriana Gabriele é sócia em uma empresa de turismo em Bauru que todos os anos monta um grupo com destino à Turquia. Segundo ela, o país é realmente um dos mais fascinantes do mundo: “As pessoas voltam surpreendidas. Pela experiência que temos, é sem dúvida um dos destinos mais fascinantes do mundo, com uma riqueza muito grande, tanto na parte cultural como em suas paisagens”.

UMA VIAGEM DE MUITOS VÔOS INTERNOS EM TODOS OS SENTIDOS, SEJA NOS CHECK-INS PARA LÁ E PARA CÁ OU NO MERGULHO PELOS PAÍSES MUÇULMANOS, COM UMA MANEIRA DE VIVER COMPLETAMENTE DIFERENTE DA NOSSA. UMA VIAGEM COM POUCAS MALAS NA IDA, MAS COM UMA BAGAGEM INFINITA NA VOLTA.


20 E N T R E T E N I M E N TO

OSCAR E POLÍTICA Por José Garcia Fotos Divulgação

NÃO ADIANTA. ANO DE ELEIÇÃO NOS ESTADOS UNIDOS É ANO DE CINEMA POLÍTICO EM HOLLYWOOD. ARGO, LINCOLN E A HORA MAIS ESCURA SOMARAM UM TOTAL DE 23 INDICAÇÕES AO OSCAR, E SÃO, SEM DÚVIDA, OS FILMES MAIS POLÊMICOS DO ANO

E

m comum, eles têm o fato de falarem sobre diferentes aspectos da política norte-americana, mantendo uma visão sempre crítica do sistema. Enquanto Lincoln foca nas complexidades históricas de grandes lideranças políticas, Argo examina a política externa americana e A Hora Mais Escura coloca questões importantes sobre os novos caminhos da nação norte-americana.

Lincoln, de Steven Spielberg, volta à guerra civil pra retratar o momento mais dividido da história americana (Norte abolicionista contra Sul escravocrata), e como as ações do presidente Lincoln para abolir de vez escravidão formataram a natureza do mundo moderno. Diferente do que aconteceu no Brasil, onde a Princesa Isabel só teve que dar uma canetada pra solucionar o problema, Abraham Lincoln enfrentou uma longa batalha parlamentar para que os deputados aprovassem a famosa 13ª Emenda. Lincoln de ação, e, por isso mesmo, o processo político de abolição da escravidão é retratado de maneira sóbria, no que se resume a uma série de negociações e discussões políticas no plenário da Câmara dos Representantes. Lembrando que o atual presidente Obama, devido a sua popularidade humanista, é frequentemente comparado a Lincoln. E, assim como Lincoln, Obama

dos reféns no Irã, que esteve em segredo de estado durante décadas. Em 4 de Novembro de 1979, quando a revolução iraniana atingiu o seu ponto de ebulição, militantes islamitas invadiram a embaixada dos Estados Unidos Dirigido e estrelado com compeum importante debate sobre o papel do Irã nesse mundo globalizado e soamericana nesse contexto. Adotando o ponto de vista americano, Argo tenta desconstruir a imagem da CIA como uma agência envolvida apenas em torturas e ataques violentos, e a coloca como uma agência que promove operações basicamente defensivas, atuando para “proteger as vidas” dos cidadãos americanos. Algo que é, obviamente, muito discutível e acaba

CLASSIFICAÇÃO:

grande divisão entre Republicanos e Democratas em Washington. Pouco mais de um século depois, Argo trata da operação de risco realizada pela CIA (com ajuda de Hollywood) para resgatar seis americanos na crise

LINCOLN

**** ARGO

***

A HORA MAIS ESCURA

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Cena do filme Lincoln, com Daniel Day-Lewis, que lhe rendeu o oscar de melhor ator em 2013. Por sua atuação foi premiado também com o Globo de Ouro e o SAG (prêmio do Sindicato dos Atores).


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Dirigido e estreldo por Ben Afleck, Argo levanta uma discução sobre a política externa americana.

A Hora Mais Escura: A CIA retratada como violenta, em filme polêmico de Kathryn Bigelow, vencedora do Oscar por Guerra ao Terror.

A Hora Mais Escura é, sem duvida, o mais polêmico e controverso de todos. Dirigido por Kathryn Bigelow (vencedora do Oscar por Guerra ao Terror passado recente americano pra contar a história de uma agente especial da CIA na sua caça obsessiva por Osama Bin Laden. Diferentemente de Argo, aqui a CIA é retratada como uma agência extremamente violenta, e as cenas de tortura e técnicas de interrogatório beiram o insuportável. Quem não gostou nada disso foi o governo norte-americano, e atacou a distribuidora Sony Pictures pelo conteúdo. Que segundo seus representantes, é “grosseiramente impreciso e enganoso”. Também foi instaurada uma investigação no Comitê de Inteligência do Senado Americano pra tentar descobrir se alguém da CIA passou informações secretas para o roteirista sobre a missão. Agora, controvérsias à parte, A Hora Mais Escura é um granextremamente crítico das diretrizes po-

COM A REELEIÇÃO DE OBAMA E OS NOVOS RUMOS DA POLÍTICA MUNDIAL, VÁRIAS QUESTÕES LEVANTADAS POR ESSES FILMES PODERÃO TER NOVAS RESPOSTAS DE 2013 EM DIANTE líticas e ações governamentais americanas (principalmente no governo Bush). Com a atual reeleição do presidente Obama e os novos rumos da política mundial, várias questões

com o racismo e demais preconceitos, depois de Lincoln? De que maneira os Estados Unidos e o mundo irão administrar suas relações externas (principalmente com Irã e oriente médio)? E, agora, que alguns traumas da década passada foram resolvidos, qual caminho os Estados Unidos querem seguir como nação? Não parece ser uma postura diferente daquela colocada por uma revolucionária iraniana, em Argo: “O governo dos EUA considera os revolucionários como terroristas, mas eles mesmos e a CIA são as maiores organizações terroristas de todos os tempos. O caminho americano é sempre este, o da guerra e opressão através do libidinoso discurso da paz”.

LEI SECA DAS ALTURAS A matéria de capa desta edição da Az! aborda os novos parâmetros da Lei seca, e suas consequências nos primeiros meses, na rotina de quem consome bebida alcoólica e respeita ou não as regras. Já no filme O Vôo, indicado ao Oscar de Melhor Ator (Denzel Washington) e Melhor Roteiro Original, a questão discutida é o alcoolismo e o consumo de drogas em uma profissão de alta responsabilidade, a de piloto comercial. No filme, baseado parcialmente em um incidente ocorrido em 2001, o piloto americano Whip Whitaker (Denzel Washington), que é alcoólatra e consome drogas com frequência, consegue fazer um pouso forçado depois de um problema mecânico durante o vôo, salvando 96 dos 102 passageiros. Enquanto a mídia o trata como herói, um exame toxicológico revela a presença de álcool no seu sangue e coloca sua carreira e liberdade em risco. Longe de ser um filme catástrofe, embora a sequência no avião seja realmente espetacular, O Vôo se revela, na verdade, um clássico filme de “estudo de personagem” e redenção, com mais um desempenho formidável de Denzel Washington. É o ator que dá vida ao protagonista complexo e autodestrutivo, um pai que deixou o filho e a vida de lado, sem jamais julga-lo (“eu escolhi a bebida”, afirma em determinado momento). Washington é o centro humano do filme, e é o responsável por transformar esse material mediano e clichê em um filme memorável.

CLASSIFICAÇÃO: O VÔO

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Dr. Carlos Eduardo Francischone Jr. é professor, mestre e doutor em implantes odontológicos e membro da Clínica Odontológica Dr. Francischone.

E S T É T I C A D E N TA L

Quero dentes brancos já! PARA QUEM QUER OBTER UM SORRISO BONITO DE MANEIRA PROFISSIONAL E RÁPIDA, EXISTEM TRATAMENTOS QUE VÃO ALÉM DO CUIDADO DIÁRIO

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24 E N T R E T E N I M E N TO

Por Henrique Valente Tobias Fotos Fernanda Luz Foto abertura Tomasz Krawczak

O MAIS IMPORTANTE FESTIVAL DE INOVAÇÃO, CRIATIVIDADE, CIÊNCIA E ENTRETENIMENTO DIGITAL REUNE AFICIONADOS DE TODOS OS CONTINENTES PARA CRIAR A MAIOR REDE DE INFORMAÇÃO DO PLANETA

CAMPUS PARTY: UMA FESTA SÉRIA


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A

o entrar no enorme espaço que sedia a Campus Party, talvez uma primeira impressão seja “acho que não faço parte deste público”. Pois realmente, há algumas coisas to, o evento não é apenas uma grande reunião de nerds, mas também um ambiente promissor para empreendimentos inovadores. A tecnologia se faz cada vez mais presente e ignorar isso simplesmente se torna desvantajoso para quem está à procura de um grande negócio. Porém, ter tudo na mão sozinho não é algo fácil, ora você tem o capital, ora a ideia. É preciso encontrar a outra metade do sucesso e é na Campus Party onde a magia pode acontecer, promovendo o encontro de jovens inovadores - os nerds - e atentos investidores. Com uma experiência de cinco edições anuais em São Paulo, o evento já tem história. Este ano, a sexta edição da Campus Party foi sediada entre os dias 28 de janeiro e 3 de fevereiro, no Pavilhão de Exposições do Anhembi Parque e movimentou R$ 22 milhões. Esse dinheiro veio de 85 patrocinadores, além de uma parcela de investimentos públicos, mas, sobretudo, também dos participantes, que pagaram por ingressos de R$ 300,00 cada.

pação em uma campanha publicitária. Enquanto isso, muitos aprendiam assuntos novos, em uma de várias palestras acontecendo simultaneamente. Outros relaxavam em sofás, com seus notebooks plugados na internet de 30 GB. A grande rede local estava difusa pela Arena em milhares de cabos, disponíveis nas centenas de mesas espalhadas e entre as cadeiras dos palcos das palestras.

O QUE TEVE LÁ? O evento estava dividido em duas grandes partes: Zona Expo, área aberta ao público não pagante, onde empresas se autopromoviam; e Arena de Conteúdos, onde só entrava quem tinha credencial (campuseiros, palestrantes, voluntários, organizadores e imprensa). A Arena é onde aconteciam palestras sos assuntos em cultura digital. Também foi um espaço descontraído, com entretenimento e campanhas interativas promovidas por grandes empresas. Esporadicamente, pessoas corriam pela Arena, loucas para serem as primeiras riam algum prêmio em troca da partici-

A GRANDE REDE LOCAL ESTAVA DIFUSA PELA ARENA EM MILHARES DE CABOS QUE FICAVAM DISPONÍVEIS PARA SEREM CONECTADOS DAS CENTENAS DE MESAS ESPALHADAS OU DENTRE AS CADEIRAS DOS PALCOS

DESTAQUES O Palco Principal recebeu grandes nomes durante a semana, como Buzz Aldrin, o segundo homem a pisar na Lua, que falou sobre viagem espacial e sua vida de astronauta. Ele narrou em detalhes todo o processo da missão Apollo 11, desde o lançamento do foguete, citando velocidades altas em vários estágios de ascensão, às primeiras palavras em que pensou ao pisar na Lua: “mag-

de games, criadora do Pong - e o único empregador que Steve Jobs teve na vida. Bushnell citou um de seus aprendizados como empresário de tecnolodo a comprar o computador no qual ele funciona.” Além de tratar do passado, da indústria de games. Segundo ele, a próxima grande onda dos videogames serão os óculos de realidade virtual, algo que já existe em fase de protótipo. “Se vocês querem desenvolver algo, invistam nisso”, aconselhou Bushnell. Mas o Palco Principal também foi cenário de assuntos mais humildes, como o Diário de Classe, uma página no nas 13 anos - que compareceu ao evento -, faz denúncia social da escola pública onde estuda. A menina falou sobre o e ameaças que já recebeu.

conquista para qualquer humano pisar em outro mundo pela primeira vez. Porém, havia a desolação da superfície lunar milenar, sem nenhum sinal de vida, sem atmosfera e uma escuridão total acima do terreno iluminado pelo Sol”, contou o ex-astronauta. fundador da Atari - empresa pioneira

EDUCAÇÃO tema da educação também foi bastante explorado em outros momentos da Campus Party, discutindo as mudanças que a cultura digital promove no aprendizado. O físico Everton Zanella Alvarenga apontou, no palco Cross Space, como a educação tradicional é falha por participa de projetos que promovem a Wikipédia como ferramenta de um dente de modelos. que tratou do assunto foi ministrada pelo tecnólogo e professor Luiz Pena. Ele falou do uso das redes sociais como um complemento na educação e mostrou como é mais proveitoso aliar as duas coisas do que separá-las. Pena disse que é possível estabelecer um espaço virtual conjunto para um compartilhamento de informações entre professores e alunos. Mas ele ressaltou que a rede social não pode extrapolar, devendo ser apenas um auxílio à sala de aula.


O PALCO PRINCIPAL RECEBEU GRANDES NOMES DURANTE A SEMANA, COMO BUZZ ALDRIN, O SEGUNDO HOMEM A PISAR NA LUA, QUE FALOU SOBRE VIAGEM ESPACIAL E SUA VIDA DE ASTRONAUTA

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Participantes interagem em suas próprias máquinas durante o evento

FICHA TÉCNICA A Campus Party surgiu na Espanha há 16 anos e passa por vários países anualmente. No Brasil, de 2008 até 2011, o evento aconteceu em São Paulo. Em 2012, porém, além da edição paulistana no início do ano, a Campus Party também foi a Recife, em julho, algo que a Futura Networks - empresa organizadora - pretende repetir este ano. Dos 8 mil ingressos disponíveis, o evento contou com 7.631 campuseiros. Os participantes vieram de todas as 27 unidades federativas e de mais de 20 países, parå aproveitar 400 atividades, sendo mais de 500 horas de conteúdo. Para organizar tudo, os palcos das palestras receberam nomes de grandes contribuidores do conhecimento, de acordo com o conteúdo: Galileu - Astronomia, Hardware, Modding, Eletrônica, Robótica, Biotecnologia, Nanotecnologia e GreenTech (tecnologia verde); Michelangelo - Design, Fotografia, Vídeo, Música; Gutenberg - Mídias Sociais e Blog; Pitágoras - Desenvolvimento e Sistemas Operacionais; Sócrates - Software Livre; Arquimedes - Segurança e Redes; Hypatia Empreendedorismo. Havia mais um palco, chamado de Stadium, onde se tratava de Games e Simulação; além de áreas adicionais para entretenimento, oficinas e outras palestras.

EMPREENDEDORISMO Um assunto fortíssimo na Campus Party, foco de muitas palestras, foi o startup. É a denominação que se dá ao modelo de um negócio que deve ser escalável. Ou seja, crescimento rápido sem grandes investimentos. E o tipo de produto que satisfaz isso é o virtual, como, por exemplo, um aplicativo para smartphones. A cada nova venda, não há gastos adicionais com fabricação. Por isso, startups são muito associadas à tecnologia. Claro, uma startup deve partir de uma ideia inovadora para gerar interesse rapidamente, mas é uma faca de dois gumes. Se o negócio não tem precedentes, não há previsão de sucesso, então existe um risco considerável. Mas quanto melhor a ideia, mais chance de atrair investimentos. Grandes empresas aproveitam a Campus Party para promoverem campanhas de caça talentos, oferecendo prêmios. O vencedor do Wayra Contest, por exemplo, Ricardo Martins de Oliveira, desenvolveu o Chegue.Lá, plaauxiliar usuários a montarem o melhor caminho para um roteiro de viagem nacional. Outro concurso, o Desenvol-

combinação de peças mostra a relação entre as pessoas.

Fundador da Atari, Nolan Bushnell, falou sobre a indústria de games

ENCERRAMENTO guns dos principais responsáveis pelo evento sobem ao Palco Principal e público. Os campuseiros manifestam sua aprovação ou desaprovação e expressam vontades de melhora para a edição seguinte. Party, Bruno Souza, deu a palavra este ano. Apontou algumas informações, como o preço do ingresso e condições de transporte. Ele deixou claro que tudo é em prol dos participantes e anunciou: cês pedem, a gente corre atrás.” A AZ! acompanhou tudo do evento e ainda registrou algumas palestras com mais detalhes. Acesse azbauru.



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CIDADÃ DO MUNDO SARA HUGHES MOROU EM VÁRIOS PAÍSES ANTES DE SE INSTALAR NO BRASIL, ONDE APRENDEU A LIDAR COM AS CONTRADIÇÕES SOCIAIS, FORMOU UMA FAMÍLIA E, POR IDEALISMO, CONSTRUIU A PRIMEIRA ESCOLA BILÍNGUE DE BAURU

Por Fernanda Villas Bôas Fotos Vinicius Fernandes

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economista Sara Margaret Hughes, 44 anos, não é uma mulher óbvia. Sim, ela é americana da Califórnia e ex-republicana diz partidária de Obama). Sim, é casada com um industrial do ramo de lizantes. Mas isso não torna Sara uma presa fácil da sociedade de consumo. Pelo contrário: na escola de ensino infantil, fundamental e médio que ela construiu há quatro anos na zona sul de Bauru, bem ao lado dos Villagios, os condomínios residenciais de luxo da cidade, as crianças são orientadas Na escola que Sara Hughes construiu há quatro anos na zona sul de Bauru, as crianças são orientadas a não desfilar com materiais caros e mochilas da moda.

mochilas da moda. O motivo: para a diretora, o bombardeio do consumismo é danoso para a formação dos pequenos. “A identidade tem que partir da construção de quem somos, e não por aquilo que temos ou usamos, não por uma caneta bacana, que faz piruetas. Eu comprei uma caneta, ela é linda, mas a caneta não sou eu”, costuma dizer. Na escola, a recomendação é encapar os cadernos com o personagem preferido da criança ou recortes de revistas alusivos à disciplina em questão

ção da personalidade, que escapa da tentação da ostentação gratuita e não se curva ao consumismo desenfreado.


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Para ela, essa postura combina com o que chama de criticidade em relação às possibilidades do mundo e, sobretudo, ao potencial humano. Muito jovem, ela experimentou essa fórmula. Bem antes de se casar com o engenheiro paulista Carlos Renato

É de Sara a ideia do projeto Formação de Líderes. Desde 2001 o projeto, que tem apoio da iniciativa privada, já “formou” 300 líderes.

“É PRECISO COLOCAR MAIS DINHEIRO NO LUGAR CERTO. A CRIANÇA ESTUDA EM ESCOLA PÚBLICA, MAS NÃO CHEGA À UNIVERSIDADE PÚBLICA. É UM CONTRASSENSO. O INVESTIMENTO EM UNIVERSIDADE É DESPROPORCIONAL AO INVESTIMENTO NO ENSINO FUNDAMENTAL, NÃO ESTÁ CERTO.” Sobre educação pública no Brasil

Giovanna, 5, e ainda cursando economia nos Estados Unidos, Sara partiu para Londres, onde se engajou em projetos de intercâmbio estudantil. Já formada, resolveu bater asas novamente. “Queria atuar com custos e educação”, conta. Foi assim que viveu na Espanha, na Costa Rica e na Colômbia, dessa vez envolvida com atividades ligadas a empreendedorismo e a liderança. Foi em Barcelona, aliás, onde ela se instalou para cursar MBA em administração, que ela conheceu Carlos Renato, com quem viria a se casar em 1996. O novo estado civil lhe reservou o Brasil, um país até então desconhecido e recheado de contradições sociais. Mas ela não se abalou: “Sempre gostei de diversidade cultural. Morar em vários lugares me deu mais entendimento e compreensão do mundo”. INCUBADORA DE LÍDERES Em território verde-amarelo, a economista decolou um trabalho de desenvolvimento humano na empresa da família do marido, sediada em Lençóis Paulista. Ao mesmo tempo, resolveu estreitar o contato com a comunidade daquela cidade, decolando o projeto Formação de Líderes, cujo objetivo é “permitir que os jovens enxerguem suas potencialidades”. Desde 2001, o projeto, que tem patrocínio da iniciativa privada e de apoiadores lençoenses, já “formou” 300 líderes. São alunos da rede pública e particular da cidade, incentivados a realizar atividades sociais, culturais e ambientais: de aferição da

de leitura em creches. Com idades entre 13 e 16 anos, os estudantes recebem aulas de comunicação, política, motivação e liderança, entre outras matérias. Sara é professora da disciplina negociação e debate. Foi o sucesso dessa experiência que a levou a investir num novo projeto de educação: uma escola em Bauru, onde ela vive com a família. Para tirar a ideia do papel, contou com o apoio da mãe, Connie, que é educadora e pesquisadora. “Ela dá 10 mil palpites na escola. Me ajuda a pensar, me questiona, temos brigas imensas e A escola, que inaugurou o modelo bilíngue na cidade e se destaca pela estrutura física robusta e pelo estímulo à formação contínua dos professores, enquadra-se num modelo educacional inovador. Embora a mensalidade, no ensino fundamental, possa ultrapassar ao custo mensal de uma universidade particular, Sara ressalta que a qualidade do ensino proporcionado compensa o investimento. Ela gosta de reforçar que as famílias dos alunos não se restringem a uma elite. “Realmente, há pais que pagam com o pé nas costas”, reconhece. “Mas também há pais que mudaram toda a estrutura orçamentária para proporcionar essa educação aos seus parciais de estudo. “A FourC não é um negócio. É um sonho, um ideal”, esclarece a economista. “NÃO EXISTE CINZA” O fato é que a escola respira uma disciplina que tem a cara da sua fundadora. Dona de um sotaque californiano carregado e olhos verdes curiosos, Sara não gosta de dizer que é rígida.


“É PRECISO FAZER UMA JUSTIÇA HISTÓRICA: ESTE CONCEITO DE ASSISTENCIALISMO COMEÇOU NO GOVERNO FHC... PORÉM, SE A PESSOA NÃO TEM ONDE DORMIR NEM ONDE COMER, NÃO VAI SER UM BOM CIDADÃO. POR ISSO, AS BOLSAS DO GOVERNO SÃO NECESSÁRIAS, MAS É PRECISO NÃO PERMITIR QUE O ASSISTENCIALISMO DURE GERAÇÕES. ISSO MATA A MOTIVAÇÃO DAS PESSOAS” Sobre a política do bolsa família do governo Lula/Dilma

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INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS Prefere o termo “exigente”. Ou, quem sabe, “coerente”. Mas não abre mão Giovanna, por exemplo, têm hora para dormir e não podem comer doces antes do almoço. Outro dia, Giovanna tentou desa-

A escola respira uma disciplina que tem a cara da sua fundadora, que não abre mão das normas: “Ou é branco ou é preto. Não existe cinza”

“NÃO ACHO POSITIVA [A INFLUÊNCIA INTENSA], MAS NÃO DÁ PARA FREAR, É UM CAMINHO SEM VOLTA. OS PAIS TÊM UM PAPEL FUNDAMENTAL NISSO. PRECISAM REFLETIR, ACOMPANHAR AS CRIANÇAS, INSTRUIR SOBRE O QUE É PÚBLICO E O QUE É PRIVADO.” Sobre a influência das redes sociais na formação das crianças

quatro ventos que adiaria a hora do banho por sua conta e risco. Paciente, a mãe explicou à garota que um atraso na hora do banho comprometeria o momento do repouso. Seria uma violação da regra, com consequências negativas: nada de TV no dia seguinte. A pequena cedeu. “Regras devem ser claras. Ou é branco ou é preto. Não existe cinza”, sentencia. O apego à organização, no entanto, não transforma Sara numa mãe linha dura full time. Ela adora, por exemplo, preparar café da manhã com as meninas, fazer omeletes a seis mãos e testar receitas de família, como o disputado cheesecake sabor blackforest, algo vesseiros são permitidas. Ela chama a brincadeira de roughhousing – em tradução livre, “folia em casa”. A Sara mãe adota uma conduta particular: só para não abdicar da convivência. Não é uma rotina exatamente simples: além de checar cada detalhe da escola, a economista faz faculdade de pedagogia a distância. O mergulho na nova graduação tem um propósito: Sara quer cursar mestrado em educação. Ela não para. Sobram horas vagas? Ah sim, sim. Sara lê três ou quatro livros por semana, quase sempre relacionados ao trabalho. Por isso, não gosta muito de conversar sobre cinema ou música. Ainda que seja fã de Nirvana e Marisa Monte, prefere debater neurolinguística, feminismo, cidadania, inter-

A teoria desenvolvida pelo psicólogo Howard Gardner nos anos 80 é considerada uma alternativa ao conceito de inteligência como capacidade humana inata e restrita. Professor da Universidade de Harvard, Gardner propõe a existência de pelo menos oito tipos de inteligência, que podem ser trabalhadas na escola. São elas: inteligência lógico-matemática, linguística, corporal, naturalista, intrapessoal, espacial e musical.

disciplinaridade, macroeconomia e o conceito de inteligências múltiplas (veja o box) - que é adotado na escola fundada por ela -, o que não a impede, no entanto, de... dançar. Isto mesmo: quando conheceu o marido, foi atraída por essa possibilidade. “Na época, eu estava muito envolvida com os estudos, por isso, fugia dele como o diabo da cruz”. Mas Carlos Renato foi um estrategista competente: laçou o coração de Sara, entre outras coisas, ao anunciar que era um dançarino talentoso. “Foi propaganda enganosa”, brinca ela. Por quê? Pelo seguinte: quando los Renato confessou o inconfessável: ele não gostava realmente de dançar - tudo não passara de uma tática de conquista. E hoje o marido dança? “Sim, ele dança”, diverte-se. Regras são regras, baby.

SAIBA + VEJA NA AZ!TV O VÍDEO ONDE SARA RESPONDE ALGUMAS PERGUNTAS DE LEITORES DA AZ!: youtube.com/azbauru


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Edisson Mesquita de Paula foi Desembargador no Tribunal de Justiça de São Paulo e Professor da Faculdade de Direito de Bauru (ITE).

34 SOCIEDADE

A polêmica da “saidinha” E -

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talento é o que separa o campeão do vice Diz uma máxima do esporte que o vice é o primeiro dos últimos. É por isso que a NB se orgulha tanto em ser líder do segmento tênis em Bauru e região.

LIDERANÇA É O NOSSO JOGO

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36 C A PA

A SEDE QUE MATA NOVA LEI SECA PARA 2013 PRETENDE CORRIGIR ERROS DA ANTERIOR E ENDURECE A FISCALIZAÇÃO DA EMBRIAGUEZ AO VOLANTE


37 Por Luis Paulo C. Domingues Fotos Vinícius Fernandes e Amandla Rocha Foto abertura George Pollard

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ão 10h30 da noite e estamos em um bar de grande movimento, na concorrida avenida Getúlio Vargas, zona sul de Bauru. Hoje é sexta-feira e do balcão instalado no cende cerveja reforçados com muito gelo. Os garçons não param, revezando-se entre garrafas e bandejas. O gerente diz que o bar vende por volta de 25 caixas de cerveja por noite. “Além de cerveja, whisky, batidas e outros destilados saem bastante”, informa o chefe. Ele conta ainda que, por causa da Nova Lei Seca, a casa está estudando implantar um serviço para levar os clientes que consomem álcool. “Ainda está em estudo”, explica. Quanto à adesão da clientela à nova lei, informa que o pessoal está respeitando: “-Sempre tem alguém da mesa que não está bebendo para dirigir”. Mas não é o que se vê neste dia. Vencendo a aglomeração na porta do bar e o indefectível segurança de terno preto, temos a avenida. Nas imediações, não há vagas para estacionar porque é proibido em alguns locais, ou porque já estão tomadas pelos carros. Isso nos sugere que muitos terão que dirigir para ir embora. Tudo bem, pode ser que um ou dois não estejam consumindo álcool, mas certamente muitos vão dirigir depois de beber. De volta ao interior do bar, há uma mesa com algo que parece ser um suco - mas na verdade era vodca. Depois, em outra mesa com três moças muito inspiradoras, bebe-se apenas suco (mesmo) e refrigerante. “Mas não é pela Lei Seca. Estamos à pé”, informam. Pelo menos neste momento, nenhum dos frequentadores se absteve do álcool para dirigir. No Brasil, quando isso acontece, dizemos que é porque “a lei ainda não pegou”.

A CULTURA DO EXCESSO Beber depois do trabalho é um aspecto cultural de muitos países. No trás nesse quesito. Estamos rodeados de propagandas que anunciam promoções para o famoso happy hour,

a associação inconsciente do álcool ra ainda. Criamos um costume que diz o seguinte: “O que é bom tem que ter álcool”. Os eventos mais concorridos - os churrascos, as baladas noturnas, as festas de repúblicas estudantis, as reuniões de amigos - são obrigatoriamente regados a muita bebida. Dirigir sob o efeito de álcool, portanto, é uma constante em nossa sociedade. Porém, a Lei Seca colocou essa prática cotidiana em xeque. Se por um lado ela vem na direção contrária de nossa cultura (aparentemente doentia) de esforço e recompensa através da bebida, por outro ela pode traduzir de forma mais lúcida a vontade popular e sua visão de organização e justiça dentro da sociedade. Acredita-se ser correto que as leis sigam o desejo da cisão, qual é a vontade da maioria?

A REPORTAGEM VISITOU TRÊS BARES DA AVENIDA GETÚLIO VARGAS NA MESMA NOITE, MAS NÃO ENCONTROU CLIENTES QUE TENHAM DEIXADO DE BEBER POR CAUSA DA NOVA LEI SECA.


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NO PAPEL E NA PRÁTICA O promotor público Rogério Rocco Magalhães explicou essa questão para a reportagem da AZ!: “A lei é criada pelo Poder Legislativo, composto de representantes do povo, eleitos pelo povo. Presume-se, pois, que ela esteja sempre em sintonia com a vontade e os interesses da população. Mas não é bem assim. Nos bastidores das casas de leis, há pressões de vários segmentos preocupados em defender seus próprios interesses, ainda que estes não sejam compatíveis com os da sociedade. No Brasil, boa parte da culpa da nossa cultura etílica é dos legisladores e do governo, que sempre sucumbiram às pressões das indústrias de bebidas alcoólicas, satisfeitos com os altíssimos impostos pagos pelas indústrias cervejeiras. No final das contas, porém, os prejuízos em geral causados pelos ébrios acabam superando a arrecadação tributária. O Estado resolveu interferir porque o trânsito brasileiro é um dos mais letais do mundo, segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde). Assim, chegou-se a um ponto em que somente medidas drásticas mostram-se capazes de reverter esse quadro. A sociedade terá que se adaptar a essa nova realidade, ainda que isso lhe custe o abandono de uma cultura profundamente arraigada“.

A NOVA LEI SECA O 1oº Tenente, José Sérgio Souza, é o comandante do pelotão de trânsito em Bauru. Segundo ele, nosso Código de Trânsito entrou em vigor em 1997, já prevendo como crime o ato de dirigir embriagado. “Porém, a legislação era branda e deixava várias brechas para a defesa dos infratores”, explica ele. “Não havia, por exemplo, uma espebriagado. Isso acabava deixando todo mundo à vontade para beber e dirigir, pois a justiça não havia estabelecido uma forma de constatar se este ou aquele indivíduo estava ou não dirigindo embriagado”, informa. Sérgio diz que a situação começou a mudar a partir da Lei 11.705, de 2008. “Conforme a sociedade foi evoluindo, houve a necessidade de coibir a combinação bebida e direção com mais rigor. A partir de então estipularam a multa de que seria considerada para atestar a embriaguez do condutor”, diz ele. “Já a partir da Lei 12.760 (de 21 de dezembro de 2012), que foi colocada em prática O tenente explica que antes da alteração da lei - que é chamada agora de Nova Lei Seca -, o motorista era liberado se tivesse de 0 a 0,13 mg de álcool por litro de ar alveolar em seu sangue. De 0,14 a 0,33, ele era autuado. Mas apenas se o motorista apresentasse

Flagrante de blitz em Bauru. Mais rigor, em prol da segurança: “Agora a lei estipula 0,05 mg de álcool por litro de ar alveolar, o que na prática significa que qualquer quantidade de álcool será considerada embriaguez”

de 0,34 mg para cima, era considerado crime. “Agora a lei estipula 0,05 mg de álcool por litro de ar alveolar, o quantidade de álcool será considerada embriaguez, pois esse número está dentro da própria margem de erro do etilômetro (que é o nome correto do bafômetro)”, declara Sérgio. “Além disso, o motorista perde a carteira por 12 meses e paga R$ 1.915,30 de multa. Se não houver outra pessoa capacitada para dirigir, ele ainda tem o carro guinchado para o pátio”, ressalta. Outra novidade da Nova Lei Seca é que o motorista não precisa mais assoprar o etilômetro ou fazer o exame de to. Qualquer evidência pode ser usada como prova. “Testemunhas, fotos ou vídeos que atestem a embriaguez do motorista já bastam para que ele seja autuado e punido”, diz o tenente. “O bafômetro agora serve mais como uma garantia para o próprio motorista, se quiser provar sua inocência no caso de alguma suspeita”, completa. O comandante ainda lembra que tornaram-se mais duras e as pessoas terão que se convencer de que não dá mais para dirigir depois de beber”,


O MOTORISTA NÃO PRECISA MAIS ASSOPRAR O ETILÔMETRO OU FAZER O EXAME DE SANGUE PARA QUE FIQUE PROVADO O DELITO. QUALQUER EVIDÊNCIA PODE SER USADA COMO PROVA Nos finais de semana, a associação inconsciente do álcool com a diversão e o lazer fica mais clara ainda. Criamos um costume que diz o seguinte: “O que é bom tem que ter álcool”.

entravam em seus carros para exibir suas manobras. Diz a lenda que um dia houve um evento na praça e coexplica ele. “O objetivo do Estado é mudar o comportamento da sociedade. O Brasil tem 40.000 mortes por ano em acidentes de trânsito. Dessas, 30% estão associadas à embriaguez ao volante. A Nova Lei Seca pretende ser dura para mudar essas estatísticas”, completa o Tenente Sérgio. NOSTALGIA DO PERIGO Em nossos tempos rígidos de Lei Seca, Nova Lei Seca e movimentos populares exigindo penas mais duras para quem cometer abusos na direção, quem tem menos de 30 anos nem pode sonhar como era o comportamento em relação ao trânsito no passado. Capacete na moto, nem pensar. Ninguém usava. Até os anos 1980, qualquer menor pegava o carro - na imensa maioria das vezes com o consentimento dos pais -, tomava “todas” e saía por aí. Em Bauru, havia pontos célebres de rachas e alguns lugares onde todos podiam apreciar os malabarismos automobilísticos dos piA praça Portugal era um desses lugares. Um point concorrido nos anos 80, que tornou-se célebre como palco das peripécias ao volante. As feras do asfalto de Bauru costumavam encher a cara nas barraquinhas de sanduíche que se espalhavam por lá e depois

cobrindo o asfalto. De noite, descobriram que aquilo deslizava horrores. O pessoal aproveitou e fez um verdadeiro show de demonstrações - é bem provável que todo mundo estivesse mamado, mas não houve nenhum acidente naquele dia. Cavalinhos de pau de frente, de ré, com dois e com três carros ao mesmo tempo - alguns alimentam a crença de que esse comportamento tinha ligação estreita com Com certeza, a praça Portugal foi o terror dos pais daquela época. Frequentá-la à noite jamais poderia ser boa coisa - de dia, ainda passava. Mas não era só lá que a bebida, os menores e os automóveis (todos juntos) eram consentidos. Até as escolas promoviam churrascos de confraternização para as turmas de segundo grau e cursinho, quase sempre em chácaras, regados a chopp e cerveja. Os estudantes costumavam chegar e ir embora em seus próprios carros. Os pais sabiam e permitiam. Pode parecer absurdo, mas naquele tempo essa era uma conduta muito aceitável. Se não era bem visto, pelo menos não era mal visto - esta é a verdade. De lá para cá as coisas mudaram bastante. Depois de tantas tragédias no

trânsito, não se vê menores dirigindo tão frequentemente como antes. Por mais barbaridades que ocorram nas ruas hoje, não estamos nem perto da libertinagem automobilística de outrora. A região da Praça Portugal, por sua vez, tornou-se algo mais parecido com uma Oscar Freire de Bauru. Existe também um número muito maior de carros a entupir o nosso trânsito. Não dá mais para ser daquele jeito. A cultura boêmia e inconsequente da praça Acredita-se que repousa nas memórias das aventuras de “quarentões” e “cinquentões” de hoje, ou embaixo das agências bancárias que agora ocupam o lugar da antiga fábrica da Coca-Cola.

BAFÔMETRO E ALGO MAIS Segundo o jornal O Estado de São Paulo, um equipamento para conferir se os motoristas fizeram uso de maconha e cocaína entrou em teste no carnaval. Através de gotas de saliva, o novo aparelho é capaz de apontar se o motorista consumiu as substâncias ilícitas. Ainda segundo a reportagem do jornal, o teste não é obrigatório pois, assim como no caso do bafômetro (etilômetro), a lei diz que ninguém pode ser obrigado a fornecer prova contra si mesmo.

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30 4 E SE EU FOSSE DE ÔNIBUS? O transporte público seria uma alternativa óbvia em tempos de Nova Lei Seca. Se é proibido dirigir depois de beber, todos poderiam deixar o carro em casa e ir de ônibus para as baladas, churrascos ou botecos. Mas para que isso ocorresse, precisaríamos dispor de um transporte público realmente Como acontece em muitas outras cidades, Bauru não possui muitas opções de linhas e horários à noite e de madrugada. Segundo a assessoria de imprensa da EMDURB (Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Rural de Bauru), não existem planos imediatos para aumentar as linhas ou os horários noturnos em função da Maria Luiza Hausch: “A pena, de 2 a 4 anos, acaba convertida em prestação de serviços comunitários. Nossa organização propõe que isso seja alterado”.

NÃO FOI ACIDENTE Maria Luiza Hausch é uma das organizadoras do movimento “Não Foi Acidente”, amplamente difundido nas mídias sociais. No dia 28 de Julho de 2009, ela perdeu o filho em um acidente causado por um motorista embriagado. Alex estava saindo de uma lanchonete com um amigo, sentou no banco do carona e eles foram atingidos por um carro em alta velocidade, dirigido por um motorista embriagado. Sobre a Nova Lei Seca, ela aponta que este é ainda um aspecto crucial a ser colocado na discussão: o aumento da pena para quem mata no trânsito sob o efeito de álcool. “Só a multa e a fiscalização não vão transformar a mentalidade das pessoas. Principalmente a de quem pode pagar”, diz Hausch. “A pena, de 2 a 4 anos, acaba convertida em prestação de serviços comunitários. Nossa organização propõe que isso seja alterado. O ideal seria de 5 a 8 anos de prisão. Se os condenados por acidente de trânsito passarem algum tempo na cadeia, as coisas mudarão de verdade e a população vai enxergar essas tragédias realmente como crime”, completa Maria Luiza.

R E V I S TA A Z ! / F E V E R E I R O 2 0 1 3

INFELIZMENTE ISSO É FATO Nosso governo gasta R$ 8 bilhões por ano em uma guerra que enfrentamos diariamente no Brasil: as imprudências no trânsito. São cerca de 40 mil vítimas de acidentes de transporte por ano. Dessas, 40% são decorrentes do álcool na direção. É também a principal causa de morte de crianças de 1 a 14 anos em nosso país. Rafael Baltresca teve a mãe e a irmã mortas no dia 17/09/11, vítimas de um atropelamento por um carro em alta velocidade, em São Paulo. O atropelador, Marcos Alexandre Martins, se recusou a fazer o exame do bafômetro, mas fez exame de sangue. No B.O., testemunhas afirmam que Marcos estava completamente embriagado. Frente a esta situação e à realidade que o Brasil enfrenta, Rafael criou o movimento Não Foi Acidente, com o objetivo de mudar as leis brasileiras que abrem tantas portas para a impunidade.

Página do Não Foi Acidente no facebook: facebook.com/NaoFoiAcidente

haveria demanda, pois as pessoas que possuem automóveis não deixariam o veículo em casa para sair à noite utilizando os circulares. A empresa informa também que foram feitas pesquisas sobre o assunto e que elas comprovaram a inexistência dessa demanda noturna, pelo menos por enquanto. Ainda segundo a assessoria, apenas em noites de eventos importantes na cidade, como no carnaval, são colocados mais ônibus para que toda a população possa participar. Além disso, a EMDURB esclarece que realizou uma licitação para contratar uma empresa que irá trabalhar na remodelagem de todo o sistema de transporte coletivo em Bauru. Esse estudo irá apontar a necessidade de novos pontos, novas linhas, trajetos diferenciados, entre outras necessidades. de utilização do transporte coletivo por causa da lei seca, novas linhas que atendam a esses “novos usuários” poderão ser implantadas.

BAURU NÃO POSSUI MUITAS OPÇÕES DE LINHAS E HORÁRIOS À NOITE E DE MADRUGADA


31 AGORA É A VEZ DOS TAXISTAS Bem devagar, após o amplo debate na mídia, alguns costumes começam a mudar em Bauru. O taxista Ubirajara Batara, que trabalha no ponto da rua Rio Branco - quase em frente à praça Portugal -, conta que já tem três clien“Tem um deles que eu busco sempre aqui no Tívoli (residencial) e levo até o bar do Português. Deixo o cliente no bar lá pelas 8 horas da noite, ele toma o que quer à vontade e eu vou buscar por volta das 10h30”, conta ele. Ubirajara diz que a tendência é aumentar o serviço: “Para esses clientes que vão sair para beber em bares e restaurantes, o táxi é uma boa opção. Vamos ter mais procura, mas isso só vai acontecer se o governo e a polícia manente”. O taxista concorda que a será que vai continuar? O problema é que no Brasil tudo é passageiro. Fazem as leis e depois esquecem delas”, ironiza. “Mas neste caso da Lei Seca, parece que eles estão querendo punir os infratores mesmo”. Ainda segundo Batara, a Nova Lei Seca será muito importante para diminuir as mortes no trânsito. “E acredito que a cobrança tem que ser séria realmente. Nós, taxistas, percebemos a gravidade do assunto pelo alto número de acidentes que presenciamos. Tem muito acidente por causa de bebida e droga”, ressalta. SÓ OS CARRINHOS DE POBRE? Para seu companheiro de ponto, o também taxista Vanderlei Dionísio, ainda há pouca procura por parte de quem frequenta bares. “Está aumentando, mas de forma muito vagarosa. Pelo número de carros e de gente que encontramos nos botecos por aí, dá para perceber que o pessoal não aderiu muito à Lei Seca”, informa ele. “Acho que as pessoas estão pensando que a polícia só vai pegar os carrinhos de pobre. Mas parece que desta vez é pra valer e vão multar ou prender quem quer que seja”, acrescenta.

O taxista Ubirajara Batara, que trabalha em um ponto da rua Rio Branco, conta que já tem três clientes fixos por conta da Nova Lei Seca

Vanderlei garante que ainda é cedo para pensar em direcionar um negócio apenas para esse público em Bauru. para todo mundo que estiver contrariando a lei, o povo acaba se acostumando a deixar o carro em casa e vai ao bar de táxi. Quando isso acontecer, a corrida agendada para quem vai a bares e restaurantes será um bom serviço, que muitas empresas poderão oferecer”, prevê o taxista. PALMAS PARA O JERIBÁ Já estava na hora de bares, boates e restaurantes de Bauru entrarem no espírito da Nova Lei Seca. Através de uma reportagem do programa “O mundo segundo os brasileiros”, da TV Bandeirantes, Paula Della Barba Pereira, proprietária do Jeribá Bar, resolveu implementar um serviço de táxi para conduzir os clientes (e seus automóveis) em segurança até as suas casas. “No programa aparecia um grupo de brasileiros em um bar, na cidade de Praga, na República Tcheca”, explica Paula. “Eles beberam tudo o que quiseram no bar e depois acionaram o serviço de táxi, que levava o motorista e o seu carro para casa”, completa.

“PELO NÚMERO DE CARROS E DE GENTE QUE ENCONTRAMOS NOS BOTECOS POR AÍ, DÁ PARA PERCEBER QUE O PESSOAL NÃO ADERIU MUITO À LEI SECA. ACHO QUE AS PESSOAS ESTÃO PENSANDO QUE A POLÍCIA SÓ VAI PEGAR OS CARRINHOS DE POBRE. MAS PARECE QUE DESTA VEZ É PRA VALER E VÃO MULTAR OU PRENDER QUEM QUER QUE SEJA” Vanderlei Dionísio, motorista de táxi em Bauru


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A proprietária ressalta que copiou o modelo apresentado pelo programa e fez parceria com uma empresa de táxi da cidade, a “The Táxi”, para colocá-lo em prática. “A empresa de táxi deixa três carros à disposição, próximo ao Jeribá, e também alguns motoristas. Quando o serviço é requisitado, um motorista leva o cliente no táxi e outro leva seu carro até o endereço combinado”, informa Paula. O preço para utilizar o serviço pode parecer salgado para alguns: R $20,00 para o carro do cliente, mais o preço da corrida até a casa dele. “Mas com tantas blitzes pela cidade e o rigor da nova lei, acho que acaba compensando para muita gente”, defende a proprietária. “Inclusive, temos clientes que já estão pedindo o cartão da empresa de táxi para utilizar o serviço tanto para voltar do bar, quanto para ir até ele”, completa. Della Barba acrescenta ainda que o serviço de táxi do Jeribá está disponível aos clientes de quinta a sábado, a partir da meia-noite, e funciona até o bar fechar. LEI SECA: NÃO TEM COMO NÃO PEGAR O Dr. Richard Zugaib é cirurgião geral e vascular, além de médico legista do IML (Instituto Médico Legal) de Bauru. Quando um motorista é parado em uma blitz e se recusa a fazer o teste do bafômetro, ele é chamado para atestar a possível embriaguez através de um exame clínico. “Apesar do senso comum, no IML, 70% do meu trabalho é em pessoas vivas”, explica o médico. “Eu faço exames em pessoas que foram agredidas, tomaram parte em brigas, sofreram acidentes e também nas que são suspeitas de terem dirigido embriagadas. Com a nova lei, se houver testemunhas presentes que atestem a embriaguez do condutor, isso já servirá como prova. Mas quando o motorista é levado à delegacia e se recusa a fazer o teste do bafômetro e o exame de sangue, sou eu que avalio se ele está embriagado ou não”, declara R E V I S TA A Z ! / F E V E R E I R O 2 0 1 3

“NO EXAME, HÁ VÁRIOS CRITÉRIOS PARA QUE SE ATESTE A EMBRIAGUEZ DE ALGUÉM, COMO CAPACIDADE DE LOCOMOÇÃO, HÁLITO ETÍLICO, COORDENAÇÃO MOTORA E REFLEXO. PORTANTO, FICA DIFÍCIL PARA O CONDUTOR QUE BEBEU ESCAPAR” Dr. Richard Zugaib, médico legista do IML

O legista explica que, com a Nova Lei Seca e a possibilidade de provas testemunhais, o bafômetro acabou se tornando uma defesa do próprio condutor. “Existem as provas testemunhais, a possibilidade de incluir fotos e vídeos como prova e o exame clínico”, diz ele. “No exame, há vários critérios para que o médico ateste a embriaguez de alguém, como capacidade de locomoção, hálito etílico, coordenação moo condutor que bebeu escapar.” Segundo o Dr. Richard, ainda é Lei Seca na mentalidade e na conduta dos motoristas: “Ainda não há dados para sabermos o que mudou, pois é um fato recente, mas esta é uma lei que não tem como não pegar. O Estado gasta muito dinheiro com as consequências do álcool no trânsito”, explica ele. “As das, às vezes por muito tempo. Muitas acabam se aposentando por invalidez ou onerando o Estado de várias formas, por causa da inconsequência no trânsito. Então, o Estado vai cobrar mesmo”, completa Zugaib.

DEPOIMENTOS “PENSO QUE A LEI SECA É FUNDAMENTAL PARA TRAZER MAIS SEGURANÇA NO TRÂNSITO E EVITAR MAIS TRAGÉDIAS. QUALQUER MEDIDA DE SEGURANÇA É IMPORTANTE QUANDO SE TRATA DE DIRIGIR. MEU FILHO NÃO HAVIA BEBIDO, MAS NA DÉCADA DE 80 NINGUÉM USAVA CAPACETE E ELE MORREU POR CAUSA DO TRAUMA QUE SOFREU NA CABEÇA. SE O CAPACETE FOSSE OBRIGATÓRIO JÁ NAQUELA ÉPOCA, PROVAVELMENTE ESTARIA VIVO HOJE.” Sirlei Cruz Dias é empresária. Em 1983, seu filho Cláudio faleceu aos 17 anos em um acidente, com a moto emprestada de um amigo, na Avenida Duque de Caxias.

“A FAMÍLIA DO RAPAZ PAGOU A FIANÇA DE R$ 1.220,00 E ELE FOI SOLTO. EM 2012, FOI CONDENADO A 5 ANOS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS COMUNITÁRIOS, SUSPENSÃO DA CARTEIRA POR UM ANO E A PAGAR 180 SALÁRIOS MÍNIMOS. SEU ADVOGADO HAVIA ASSINADO UMA “INTERPOSIÇÃO DA APELAÇÃO” AINDA EM 2011 E ELE PÔDE DEIXAR O PAÍS. DESDE ENTÃO, MORA NOS ESTADOS UNIDOS COM A FAMÍLIA. SAIU IMPUNE.” Maria Luiza Hausch, mãe de Alex Hausch, morto em 2009 por um motorista embriagado na cidade de São Paulo


UNIVERSO AZ! PERFIL DE QUEM LÊ A REVISTA AZ! GÊNERO

CLASSE

PENETRAÇÃO

ALCANCE

20 44

56

80

MULHERES

A/B

HOMENS

C

70

Estimativa de penetração em 70% do total de público das classes A e B

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ORDEM E FAMÍLIA CONHEÇA MAIS SOBRE A ORDEM DEMOLAY, A ORGANIZAÇÃO QUE TRANSFORMA MENINOS EM HOMENS

Por Beatriz Albuquerque e Castro Fotos Vinicius Fernandes

T

obias Ferreira Gomes Terceiro nasceu e cresceu em Bauru, viveu por quatro anos em Arealva, e há dois retornou a Bauru. Ele tem 18 anos e como qualquer jovem de sua idade gosta de bater bola, sair com amigos, jogar conversa fora e ouvir música. Seus estilos preferidos são black, dance, soul, samba rock e mpb. Estudioso, ama ler, principalmente sobre História, livros biográencontra-se em um dilema. Gostaria muito de História, apesar de adorar Jornalismo. Por enquanto, a meta é fazer as duas faculdades. Mas, aos sábados, a cada quinze dias, Tobias deixa um pouco de lado seus afazeres e a preocupação com o futuro para participar de uma reunião DeMolay. Mas o que é isso? Criada em 1919, nos Estados Unidos pelo Maçom Frank Sherman Land, a Ordem DeMolay é um grupo para-maçônico - patrocinado e apoiado pela Maçonaria – constituído por

jovens, com o objetivo de formar cidadãos conscientes, que respeitem as leis, que convivam em harmonia com a sociedade contribuindo para a melhoria dela, que auxiliem o próximo em suas necessidades básicas e que sejam exemplos a serem seguidos por outros jovens. Em suma, a Ordem trata do desenvolvimento de verdadeiros líderes, cada qual a seu modo. Em agosto de 2012, Tobias foi convidado por um amigo Maçom a assistir a uma cerimônia aberta para ver se gostaria de fazer parte do grupo. Ele sabia que os indicados para a Ordem costumam ser muito observados antes de serem avisados e perguntados se têm interesse em participar. Tobias tinha alguns conhecidos na Ordem e sempre se interessou por tudo relacionado à Maçonaria. Ou seja, ele adoraria! Em outubro, foi ‘’iniciado” junto com outros 8 garotos. “Eu entrei na seus princípios, valores, sabia que ali poderia aprimorar aspectos meus, contribuir com outros e que encontraria jovens com perspectivas semelhantes às minhas, cada qual à sua forma de ver o mundo”, conta. A formação de um DeMolay se apoia em princípios básicos, chamados de Sete Virtudes Cardeais. São eles: Amor Filial, Reverência pelas Coisas Sagradas (independente de religião), Cortesia, Companheirismo, Fidelidade, Pureza e Patriotismo. Além da lapidação do caráter, os meninos desenvolvem outras habilidades, tais como: falar em público, respeitar regras, hierarquias, a terem disciplina, além de tomarem consciência sobre a importância de auxiliar


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Membros do Capítulo Carlos Fernandes de Paiva, de Bauru. Em 25 anos, a unidade já iniciou mais de 300 jovens. Hoje conta com cerca de 40 membros ativos.

a comunidade e ter responsabilidade social. Plínio Martins, Mestre Conselheiro Regional de Bauru, destaca: “Da parte

O DEMOLAY DEVE SER MENINO, TER DE 12 A 21 ANOS, SER ÍNTEGRO E ACREDITAR EM UM SER SUPERIOR. UMA VEZ INICIADO, CARREGA O TÍTULO PARA O RESTO DA VIDA. AS MENINAS POSSUEM ORDENS SEPARADAS COMO A ORDEM DO ARCO-ÍRIS E DAS FILHAS DE JÓ

pessoal e a aplicação dos ensinamentos no dia a dia, senão tudo acaba sendo só uma fórmula perdida”, enfatiza. Hoje Tobias é um Iniciático, isto é, um jovem que tem reais pretensões em aprender o que a Ordem tem a lhe ensinar. A próxima etapa é tornar-se um membro da Ordem Iniciado em adquirir novos conhecimentos, poderá concorrer a cargos administrativos e ritualísticos internos. Tobias conta qual foi principal mudança em sua vida desde que começou a participar das reuniões: “Hoje, vejo que é possível, sim, superar as diferenças e que, lutar por um ‘mundo melhor’, apesar de soar como clichê, é possível também porque há outros tão bem intencionados quanto eu”, declara. Além dele, outros jovens estão conseguindo colher bons frutos em suas vidas. Gabriel Aranda, de 16 anos, faz parte da Ordem desde 2010 e diz que percebeu uma melhora enorme na sua convivência social: “Eu era super tímido. Era difícil pra mim fazer

contatos e eu me mantinha afastado. Agora, sou mais comunicativo. Estou mais próximo também do meu irmão. Convivendo com pessoas boas você se torna uma pessoa boa”, relata. Seu irmão Rafael, de 19 anos, que o que mais mudou foi o relacionamento com os pais: “Eu perdia a cabeça do. Aos poucos fui mudando. Aprendi a entender o lado deles, diminuir o ego e colocar os pais onde eles sempre deveriam ter estado”, expõe. Seus pais, Nivaldo e Soraya, conevidente: “Hoje eles melhoraram em tudo. A comunicação, a relação com os amigos, a união entre si e o envolvimento com as coisas. Estão mais maduros e com uma visão diferente do mundo. O comportamento em casa também mudou. Às vezes, eles é que nos dão conselhos”, revelam. Para o futuro, Tobias deseja que a Ordem cresça cada vez mais. “Desejo que mais jovens capazes, com vontade de lutar pelo que é certo, apareçam e levem os ensinamentos básicos para a sociedade. Nós somos capazes de mudar meio. Essas boas intenções podem ser compartilhadas. Espero e tenho certeza


PARA O FUTURO, TOBIAS DESEJA QUE A ORDEM CRESÇA CADA VEZ MAIS. “DESEJO QUE MAIS JOVENS CAPAZES, COM VONTADE DE LUTAR PELO QUE É CERTO, APAREÇAM” de que vou continuar na Ordem de forma atuante sempre”, declara. PARA SER UM DEMOLAY Para se tornar um DeMolay é preciso ser do sexo masculino, possuir no mínimo 12 anos e ainda não ter completado 21 anos. Outras condições necessárias são: professar uma crença em seu país e respeito por sua bandeira; possuir uma conduta íntegra e moral Irmandade Universal dos Homens. “Possuindo todos esses requisitos, o jovem deverá ainda ser indicado por um DeMolay ou por um Maçom e passar por procedimentos administrativos internos, tais como investigação social rigorosa e entrevistas com a presença de seus pais, no caso de ser menor de idade, para somente então passar por um outro processo interno onde os membros daquela unidade (cada unidade é chamada de Capítulo) decidirão se o candidato apresenta um Ordem”, explica Fellipe Estrada, Sênior DeMolay e Consultor do Conselho Consultivo de Bauru. Depois de iniciado o jovem carrega o título de DeMolay consigo por toda sua vida. “Após os 21 anos o garoto passa a ser chamado Sênior DeMolay”, esclarece Vitor Moreira, membro do Capítulo de Bauru. Nesta fase, o rapaz troca a liderança pelo auxílio e faz um trabalho de bastidores. Além se servir de exemplo para os mais jovens, o Sênior DeMolay pode ajudar com sua experiência, entre outras coisas, na criação de projetos de

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de Jó, que carregam o mesmo princípio de fazer o melhor para a sociedade”. COMO TUDO COMEÇOU Em janeiro de 1919, Frank Sherman Land recebeu uma ligação de um Maçom chamado Sam Freet, pedindo para que Land ajudasse Louis Gordon Lower, um jovem de 17 anos, órfão de pai, que precisava de orientação e de um emprego de meio expediente para ajudar a mãe a sustentar a família. O falecido pai de Louis era Maçom e fazia parte da mesma Loja de Freet e Land. A experiência de interagir com o Louis, podendo transmitir-lhe princípios morais básicos e uma conduta íntegra, fez com que Land se sensibilizasse e tivesse a ideia de não só dar continuidade, como estender seu trabalho a outros jovens que, na época, haviam perdido os pais na Primeira Guerra Mundial e precisavam de uma referência paterna. Esta lacuna na formação foi preenchida pelo cuidado, amor e lições praticadas e ensinadas pelo grupo de adultos que se juntou a Land para cuidar deles. Assim, se deu a criação de um “clube” no qual haviam encontros e realizavam-se atividades saudáveis, organizadas e sob a supervisão de um adulto.

participar do Conselho Consultivo. Vitor elucida que meninas não são aceitas na Ordem DeMolay, pois esta foi criada exclusivamente para jovens do sexo masculino. “Existem Ordens separadas para o sexo feminino como a Ordem do Arco-Íris e Ordem das Filhas Plínio Martins, Mestre Conselheiro Regional de Bauru, destaca: “Da parte dos garotos, é importante uma reflexão pessoal e a aplicação dos ensinamentos no dia a dia.

Muitas pessoas confundem os princípios que a Ordem DeMolay carrega com o teor de uma religião. Talvez, isso se dê por causa da ritualística presente em suas reuniões. “A palavra ritual, que por vezes é associada a um cerimonial religioso ou algo do tipo, para nós não possui essa conotação. Todas as sociedades sejam elas religiosas, políticas ou até mesmo empresariais, possuem procedimentos internos com o intuito de desenvolver suas ideias e objetivos. Na Ordem DeMolay isso não é diferente e é feito com base no ritual”, esclarece Fellipe. O ritual da Ordem DeMolay foi criado por um Maçom chamado Frank Arthur Marshall, pouco tempo após a fundação da própria Ordem DeMolay. Fellipe conta que antes da criação do ritual, as reuniões eram informais. “Os jovens se encontravam para participar e administrar vários projetos sociais e cívicos, como equipes de ação social, times de beisebol, bandas marciais, etc. O ritual foi uma forma de padronizar, formalizar e organizar as nossas reuniões, de modo a ter o mesmo começo, meio e fim em todo e qualquer Capítulo DeMolay espalhado pelo mundo”, informa. Para os DeMolays, o significado do ritual é o de recordar os princípios fundamentais da Ordem, e claro, de modo a incorporá-los na vida diária de seus membros.


A ORDEM CRESCEU, E HOJE PODE SER ENCONTRADA ATÉ MESMO EM PEQUENAS ILHAS, COMO ARUBA. NO BRASIL HÁ MAIS DE 400 CAPÍTULOS, COM CERCA DE 30 MIL MEMBROS FILIADOS

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QUEM FOI JACQUES DE MOLAY? O francês Jacques Burgundus De Molay é o patrono da Ordem. Nascido em 1244, na cidade de Vitrey, ao sul do país, era ético, inteligente, educado e possuía habilidades inerentes para a prática do bem. Aos 21 anos, ingressou na Ordem dos Cavaleiros Templários - entidade responsável pela proteção dos fiéis e dos domínios cristãos no Mediterraneo - que, apoiada pela Igreja, chamava a atenção por sua concentração de recursos e ricas propriedades. Em 1298, Jacques foi eleito Grão Mestre. Porém, enfraquecidos pelas guerras, os Templários foram perseguidos por Felipe, o Belo, rei da França, que almejava uma união para assumir o controle total do poder. Este, ao não obter sucesso, viu como única solução destruir as Ordens e evitar o aumento do poder do Sumo Pontificado. O monarca queria que Jacques De Molay traísse seus companheiros entregando a localização dos demais e o paradeiro de outas riquezas da Ordem. Apesar dos sete anos de tortura, ele não cedeu. Como consequência, no dia 18 de março de 1314, Jacques De Molay foi queimado vivo diante de uma multidão, numa pequena ilha do Rio Sena. Era o fim do último dos Templários.

No momento de escolher um título para o “clube”, foi sugerido que se usasse o nome de alguém ligado à Maçonaria, pois as reuniões aconteciam em uma Loja. O consenso foi atingido ao conhecerem a história de Jacques De Molay, cavaleiro francês

o seu comportamento de preservar seus amigos da morte oferecendo sua própria vida no lugar. “Por isso que os termos presentes na Ordem remetem à Idade Média, pois tudo foi criado baseado na trajetória de Jacques De Molay”, acrescenta Edmo Luiz Filho, DeMolay do Capítulo Carlos Fernandes de Paiva. A Ordem cresceu, se estendeu por todo planeta, e hoje pode ser encontrada até mesmo em pequenas ilhas, como Aruba. Inclusive, no Brasil, há mais de 400 Capítulos, com cerca de

DEMOLAY E MAÇONARIA A Ordem é um grupo para-maçônico, ou seja, é ligada à Maçonaria, sendo patrocinada e incentivada pela mesma. Os Maçons, além de terem sido seus fundadores, oferecem todo o suporte à organização. Eles formam um Conselho Consultivo que transmite conhecimento e oferece o apoio, auxiliando em tudo o que for necessário. Francisco de Assis Cavalcante é o atual presidente do Conselho Consultivo do Capítulo Carlos Fernandes de Paiva, de Bauru, onde atua há mais de 10 anos. Ele conta que, juntamente com Sêniores DeMolay, o Conselho observa e acompanha os jovens, mas é a própria interação entre si que os faz se desenvolverem. Ele revela ainda que é a família quem mais sente as mudanças nos meninos. “Eles se tornam mais maduros, atenciosos, respeitosos e sensíveis. Procuramos que eles desenvolvam os valores e virtudes dentro de si e que apliquem em sua vida lá fora, sendo excelentes cidadãos. É isso que a Ordem quer oferecer”, declara. Como sinal de respeito a essas pessoas que dão o suporte a causa da Ordem, os DeMolays chamam carinhosamente os Maçons de “tios”. Entretanto, a participação na Ordem DeMolay não garante ao jovem uma admissão futura na Maçonaria.

Tobias Terceiro (no centro), junto aos outros membros, atentos a reunião aberta ao público.



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COM VOCÊS, ELES!

Projetos de grande complexidade serão discutidos em breve. Um desafio aos vereadores e um termômetro para os eleitores.


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PROMESSAS DE CAMPANHA SÃO LEGÍTIMAS, DESDE QUE LEVADAS A CABO DEPOIS QUE ELEITORES CONFIARAM SEUS VOTOS AO DONO DELAS NAS URNAS. O QUE BAURU PODE ESPERAR DA CÂMARA MUNICIPAL NOS PRÓXIMOS 4 ANOS? Por Redação Fotos Vinicius Fernandes

E

leitos pelos 187.535 bauruenses que foram às urnas em outubro do ano passado, os 17 vereadores que compõem a Câmara mandato no primeiro dia de janeiro. Eles carregam a responsabilidade dudo Bauru na rota do crescimento e do otimismo. Para isso, terão que endos o quanto antes. E os parlamentares prometem não fugir da raia. “Iremos analisar com seriedade os projetos. Não podemos ser afoitos, mas tampouco empurrarmos com a barriga propostas que são importantes para a sociedade e precisam de uma solução, seja pela aprovação ou não”, promete o presidente da Câmara, Sandro Bussola (PT). O discurso, a princípio, está vindo acompanhado de atitudes práticas. No mês passado, na sessão seguinte ao Carnaval, os vereadores levaram que regulamenta o serviço de entrega de pequenas cargas na cidade (motofrete). Essa votação foi adiada por seis meses pela legislatura passada.

vereadores ainda estão para aparecomeçarão a ser discutidos em breve. E eles envolvem temas cruciais para a cidade, que terão consequências pelas

DESENVOLVIMENTO Vários vereadores já disseram nos microfones da tribuna da Câmara que irão focar sua atuação no desenvolvimento da cidade. A primeira chance de provarem isso será na votação dos projetos do PAI (Programa de Atração de Investimentos) e PDI (Programa de Desenvolvimento Industrial). Eles são a aposta do prefeito Rodrigo Agostinho para colocar Bauru municípios na busca de instalação de empresas e indústrias. Se aprovados, concederão benefícios como isenção de impostos para novos empreendimentos. Empresas que já estão na ciampliarem suas instalações. Uma proposta semelhante deu entrada na Câmara em 2011 e foi rejeitada pelos então vereadores, que a julgaram ilegal por julgar que a prefeitura estava abrindo mão de receber recursos ao conceder benefícios. Agora, boa parte da nova legislatura parece ter outra opinião. “Bauru tem que pensar grande, claro que dentro da legalidade, mas toda atração de investimento precisa vereadora Telma Gobbi na tribuna em uma das sessões. Caberá à Câmara, aliás, melhorar o projeto formulado pela prefeitura, que restringe os benefícios da isenção à apenas alguns setores da área indus-

FISCALIZAÇÃO DAS CONTAS Um dos preceitos do mandato do veprefeitura. Cada um dos parlamentares tem a obrigação de acompanhar neste primeiro ano de mandato terá um orçamento de R$ 862 milhões. Os cofres municipais, entretanto, estão ameaçados por um problema que não pode mais esperar: a Cohab. A empresa de habitação possui uma de R$ 788 milhões. Boa parte desse valor não conseguirá ser pago pela companhia, e a prefeitura terá que Para isso, em breve será enviado à Câmara um projeto para reparcelar parte dessa dívida, aumentando o número de parcelas e diminuindo os juros cobrados pelo banco. O cus-

parte do orçamento mensal para o “Nós pegamos essa bomba nas mos que achar uma solução o quanto antes”, alerta Faria Neto, vereador Alguns parlamentares, como Arildo de Lima Júnior e Raúl Gonçalves de Paula, já estão se debruçando sobre as contas da empresa. O próprio presidente da Câmara, Sandro Busso-

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QUEM SÃO, QUEM APOIAM E O QUE QUEREM OS 17 VEREADORES DA CÂMARA MUNICIPAL DE BAURU:

Arildo de Lima Júnior (PSDB) 2.092 votos // 43 anos Atuou como bombeiro por 16 anos e é formado em direito. Está em seu segundo mandato, tendo sido eleito pela primeira vez em 2004. Apesar de ser da oposição, tem perfil conciliador e propositivo. Suas prioridades são as áreas de educação e segurança pública.

Carlão do Gás (PR) 2.592 votos // 57 anos Possui uma distribuidora de gás, daí o apelido. Suplente na legislatura passada, chegou a assumir vaga por dois anos no lugar de Batata, mas perdeu o posto quando o petista deixou a secretaria de Esportes e voltou à Câmara. É defensor ferrenho da prefeitura no Legislativo.

Carlinhos do PS (PP) 2.959 votos // 65 anos Tem o apelido porque atuou como motorista de ambulância no Pronto Socorro Central por 36 anos. Foi eleito pela primeira vez em 2009 e fez um mandato discreto. Em quatro anos discursou apenas três vezes na tribuna. Foca sua atuação no atendimento direto à população.

Fábio Manfrinato (PR) 7.939 votos // 37 anos Vereador mais votado da história de Bauru. Já experimentou o mandato por três meses em 2009, quando assumiu como suplente no lugar de Chiara Ranieri,. Deficiente físico devido a poliomelite, é pentacampeão mundial de queda de braço e defensor da acessibilidade.

Fabiano Mariano (PDT) 6.595 votos // 38 anos Formado em biologia, é arbitro de basquete nas horas vagas. Assim como em seu primeiro mandato, seu foco serão as áreas de esporte e saúde. É um dos maiores críticos da falta de investimento no Hospital de Base. Compõe a base aliada que dá suporte à prefeitura na Câmara.

Faria Neto (PMDB) 1.872 votos // 66 anos É o decano e mais experiente da atual Câmara: está em seu quarto mandato como vereador e já foi prefeito da cidade de Avaí. Tem perfil conciliador, mas sabe se impor perante aos colegas. Foca sua atuação no atendimento à população e na defesa da prefeitura na Câmara.

Fernando Mantovani (PSDB) 2.526 votos // 38 anos Único opositor da legislatura passada reeleito, tem bastante proximidade com o prefeito Rodrigo Agostinho. É empresário no ramo de Buffet e tem como principal área de atuação o desenvolvimento do município, em especial a atração de indústrias. Promete fazer uma “oposição inteligente” à prefeitura.

Markinho da Diversidade (PMDB) 2.838 votos // 38 anos Proprietário da casa noturna Labirinthus, tem como marca a defesa da tolerância sexual. Foi um dos fundadores e presidente da ABD (Associação Bauru pela Diversidade), entidade que há seis anos combate o preconceito e dá apoio aos homossexuais. Focará o mandato na luta pelos Direitos Humanos.

Moisés Rossi (PPS) 3.434 votos // 54 anos Tem forte atuação na comunidade espírita bauruense, onde atua como palestrante. Seu partido foi oposição a Rodrigo Agostinho no primeiro mandato, mas agora compõe a base aliada. Apesar disso, não economiza críticas à prefeitura. Seu foco de atuação é o setor de desenvolvimento da cidade.


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Natalino da Pousada (PV) 3.092 votos // 45 anos Tem o apelido porque seu foco é a região da Pousada da Esperança. Fez parceria com a prefeitura no mandato passado para melhorias no bairro. Antes de ser vereador atuava como vigilante, e apesar de ser do PV não tem atuação marcante na causa ambiental.

Paulo Eduardo de Souza (PSB) 1.715 votos // 56 anos Médico oncologista, foi reeleito para o segundo mandato levantando as bandeiras da saúde e da participação popular. Foi um dos vereadores que mais utilizou o microfone da tribuna . Tem vários projetos de lei, mas a maioria é barrada por serem de competência do Executivo.

Raúl Gonçalves (PV) 3.370 votos // 51 anos Médico oftalmologista, concorreu pela primeira vez para vereador no ano passado. Já disputou, sem sucesso, uma vaga para Deputado Federal em 2010 e foi presidente do Partido Verde. Não se considera opositor à prefeitura, mas focará seu mandato na fiscalização e na saúde.

Renato Purini (PMDB) 5.735 votos // 37 anos Com o terceiro mandato, herdou a tradição política de seu pai, o ex-deputado Roberto Purini. Foi vice-prefeito no governo Tuga (2005) e está concluindo o curso de Direito. É o principal defensor da prefeitura na Câmara e um dos cotados para ser sucessor de Rodrigo Agostinho.

Roberval Sakai (PP) 6.967 votos // 48 anos Pastor da igreja evangélica Assembleia de Deus, foi reeleito para o segundo mandato. Na legislatura passada frequentou tanto a base aliada quanto a oposição. Atualmente é defensor do prefeito na Câmara. Sua atuação é voltada para causas populares, como os problemas da saúde.

Roque Ferreira (PT) 4.014 votos // 57 anos Ex-sindicalista ferroviário, foi reeleito para o segundo mandato. Apesar de ser da base aliada, é considerado independente e um dos maiores críticos da prefeitura. Seu foco é a população carente, com propostas como a redução da tarifa de ônibus e asfaltamento de ruas de terra.

Sandro Bussola (PT) 3.165 votos // 37 anos Com forte atuação na igreja evangélica, concorreu pela primeira vez no ano passado e, além do mandato, conquistou também a presidência da Câmara, acumulando o posto com a direção do PT. Conhece muito bem a dinâmica do Legislativo, pois atuou por 15 anos como assessor do ex-vereador Batata.

Telma Gobbi (PMDB) 3.846 votos // 54 anos Médica endocrinologista, disputou sua primeira eleição no ano passado. Apesar de novata, é considerada uma vereadora de opinião forte e sabe se impor perante aos colegas de Câmara. É da base aliada do prefeito Rodrigo Agostinho, mas com discurso crítico. Seu mandato será focado na área da saúde.

“NÃO PODEMOS SER AFOITOS, MAS TAMPOUCO EMPURRARMOS COM A BARRIGA PROPOSTAS QUE SÃO IMPORTANTES” Sandro Bussola, presidente da Câmara


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O DISCURSO, A PRINCÍPIO, ESTÁ VINDO ACOMPANHADO DE ATITUDES PRÁTICAS. NO MÊS PASSADO, NA SESSÃO SEGUINTE AO CARNAVAL, OS VEREADORES LEVARAM DEZ MINUTOS PARA APROVAR UM PROJETO QUE REGULAMENTA O SERVIÇO DE ENTREGA DE PEQUENAS CARGAS NA CIDADE

contrato de uma das três empresas que prestam o serviço na cidade e a prefeiAlguns parlamentares defendem que o município arque com parte do valor da passagem. Esse subsídio dirio. “Uma tarifa alta prejudica a todos, locomoção de quem está nos bairros mais afastados”, alerta o vereador Roque Ferreira.

SEGURANÇA Ainda neste ano a Câmara receberá novamente o projeto da Atividade

SAÚDE A legislatura passada teve importante papel de cobrança durante a crise do Hospital de Base, que por pouco não fechou as portas. E a nova Câmara

atuar na segurança do município. O tema dividiu opiniões da legislatura passada: alguns vereadores reclama-

Três vereadores atuam na área de medicina e já formaram a chamada çalves, Telma Gobbi e Paulo Eduardo tor e, principalmente, propor projetos. No mês passado, Raul deu entrada a uma proposta que incentiva a reali-

dos policiais, enquanto outros defenderam que aumentaria a sensação de segurança na cidade. Mas a proposta não chegou nem a ser votada, devido a falhas de comunicação entre a Câmara e a Polícia Militar. Com isso, o projeto foi arquivado e assim terá que ser reenviado novamente pela prefeitura. pelos Consegs (Conselhos de Segurança) de Bauru e consta na proposta de um Plano Municipal de Segurança. MOBILIDADE sada se manteve em silêncio sobre questões de mobilidade urbana, em especial o transporte coletivo. Mas este ano este ano o assunto deverá ter mais destaque, pois vence o

Promessas de vereadores podem ser passíveis de engavetamento. Os Projetos de Lei estão sujeitos à aprovação antes de implementados.

de Bauru para prevenir problemas de visão. “É uma atitude simples e sem custo, mas que ajudará muitas crianças a tratarem da disfunção na fase solver o impasse envolvendo a Fundação Regional de Saúde, entidade proposta pela prefeitura para gerenciar alguns programas do setor. Sua criação está emperrada pois o estatuto, segundo a lei atual, tem que ser aprovado pelos vereadores.

Embora os vereadores sejam cobrados pelos eleitores para produzirem projetos, a atuação deles nessa área infelizmente é bastante limitada. Pela divisão de poderes, o Legislativo não pode criar nenhuma despesa para o Executivo. Ou seja: qualquer projeto parlamentar que acarrete em gastos extras à prefeitura, por menor que seja, será considerado ilegal. Apesar das promessas de campanha, os vereadores também não têm poder para determinar o asfaltamento de uma rua ou construção de escola em bairro. O que eles podem fazer é requerer isso à prefeitura. Como estão em contato direto com a população e visitam os bairros, eles podem sugerir quais obras devem ser feitas. Mas a palavra final sempre é do prefeito. Assim, a principal função do vereador acaba sendo a fiscalização da prefeitura, desde o acompanhamento dos gastos até o melhoramento dos projetos que forem enviados à Câmara.


A satisfação do cliente é responsável pelo nosso crescimento. O GRUPO MULTICOBRA, que tem a CONCENT entre suas filiadas, é a única empresa do país atuante nos segmentos de recuperação de crédito e Call Center. E com a expansão do Call Center 2, em Bauru, vai crescer ainda mais: serão mais de 4.000 empregos diretos na unidade. Além, é claro, de mais oportunidades nas 15 filiais espalhadas por 7 Estados brasileiros. Um crescimento que foi possível não só pela qualidade de nossos serviços, mas também pela ética, seriedade, solidez e experiência com que tratamos e respeitamos os nossos clientes.

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56 NEGÓCIOS

O VELHO MUNDO É AQUI EXISTE UM PEDAÇO DA EUROPA EM BAURU. DA ÁGUA CONSIDERADA A MAIS PURA DO MUNDO A VINHOS DE RÓTULOS ESCOLHIDOS A DEDO, DA PIMENTA GOURMET ARTESANAL DO INTERIOR DE SÃO PAULO À MOSTARDA FRANCESA, DOS QUEIJOS À MASSA, DA MASSA AO MOLHO

Por Redação Fotos MUV Films


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ideia do Empório Sankim surgiu do empresário Milton José dos Santos em montar um espaço diferenciado, para divulgar a marca Ceratti, que já representa há 17 anos em cerca de 170 cidades nos estados de São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul. Para quem pensa que Ceratti é o nome da melhor mortadela produzida no Brasil, não deixa de estar certo. Mas a grande maioria não sabe que a marca conta com mais de 100 produtos em seu catálogo. E foi pensando em dar visibilidade a esses produtos e atender de maneira personalizada da dona de casa ao chef de cozinha, do proprietário de um pequeno estabelecimento ao comprador de uma grande rede supermercadista, Leonardo Silva Santos, viabilizaram a concepção do empório. Ceratti à disposição. O cliente pode levar de 100 gramas a 100 quilos de mortadela ou de outro produto, degustar, saber o melhor uso, ganhar dicas de consumo e ter à mão ingredientes para uma refeição a dois, uma reunião entre revela Leonardo Santos, o Léo. Dessa forma, num ambiente muito bem montado é possível conhecer toda a linha de mortadelas, salsicharia, salumeria italiana, frios especiais, cortes de carne defumados, a linha food service, festas, e linhas de presuntos crus italianos e espanhois, incluindo o legítimo e cobiçado Pata Negra, importados com de uma linha de azeites da TerraMater, uma das melhores e mais premiadas marcas de azeite do mundo, incluindo o chileno Petralia, que já foi eleito o melhor azeite de oliva não italiano e o Canepa, leve, frutado, e com uma preciosa acidez máxima de 0,2%. também coisas especiais para harmonizar, como bons vinhos, boa massa,

encontra-se desde toda a linha Tabasco (com molhos, sais, geléias e maionese), os azeites TerraMater, a linha de queijos e manteigas franceses President, as mostardas Maille, as massas italianas do Pastifício Di Marlino, molhos Granoro, chocolates Lindt e a água norueguesa Voss, com sua pureza incomparável. Entre os rótulos nacionais estão as linhas de arroz especiais para risoto Guacira, de Santa Cruz do Rio Pardo, de onde também chegam as pimentas gourmet Decabron, que associam da picância humana à insana, ingredientes como frutas a seus molhos. dimento é mesmo diferente. Entre os serviços, um dos destaques é a montagem e entrega das tábuas de frios, preocupada com o visual, praticidade e perfeição ao servir, seja para grandes eventos ou até para quem quer receber bem os amigos em casa em ocasiões itens e quantidades, nós montamos e entregamos, tudo isto a um preço jusserviço diferenciado custa mais caro,

oferecemos castanhas, patês e até os pães se o cliente assim desejar, ou seja,

No espaço, muito bem montado, o cliente pode levar de 100 gramas a 100 quilos, e degusta para entender bem o que quer levar

Presuntos crus italianos, jamones de segóvia, incluindo o legítimo e cobiçado Pata Negra, são importados com exclusividade pela marca Ceratti

VISUAL, PRATICIDADE E PERFEIÇÃO AO SERVIR. ATENDIMENTO DE PRIMEIRA NÃO PRECISA, NECESSARIAMENTE SER MAIS CARO EMPÓRIO SANKIM Rua Alagoas, 9-51 Parque São Jorge - Bauru/SP Fone: (14) 3202-9690 SAIBA + VEJA NA AZ!TV O VÍDEO COM LEONARDO E ARTHUR EXPLICANDO MAIS SOBRE O QUE É O EMPÓRIO youtube.com/azbauru


58 NEGÓCIOS Por Renan Milanez Vieira Fotos Vinicius Fernandes/Divulgação

UM ESPAÇO DE MIL POSSIBILIDADES EMPRESAS PRECISAM DE LOCAL FIXO, SEJA PARA RECEBER CLIENTES, TER UM TELEFONE, INTERNET, OU MESMO PARA RECEBER CONTAS PRA PAGAR. TEM GENTE QUE GASTA OS TUBOS E TEM GENTE QUE PREFERE O COWORKING, UM JEITO BACANA DE DEIXAR MAIS INTERESSANTE E BARATO O QUE VOCÊ ENTENDE POR ESCRITÓRIO

Você pode receber seus clientes, tem café, água, internet, telefone e uma aglomeração de empresários de todos os ramos socializando o trabalho


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ma pessoa que inicia um novo negócio geralmente necessita de um capital para investir. Dentre os itens para se pensar, ter uma sede, com um espaço adequado, uma localização privilegiada e infraestrutura é um pressuposto básico. Contudo, isso pode demandar tempo e um grande investimento. Agora, imagine, que exista um local totalmente adaptável aos seus interesses, com localização estratégica e com

local para a sede de sua empresa, também optaram pelo coworking: “Apostamos, pois a sala que alugamos é totalmente personalizada, com ótima localização e oferece, também, a possibilidade de contato com outros empresários. Estamos totalmente satisfeitos com essa solução, muito rá-

SOLUÇÃO COMPLETA conceituada e recentemente iniciou

trazer soluções para qualquer problema, seja do mais corriqueiro aos mais em Bauru, o coworking vem atraindo muitos empresários que, com pouco investimento, conseguiram ter um mesmo tempo, personalizado. SOLUÇÃO PRÁTICA Emilio e André Brumati, sócios-proprietários do Rastro do Cowboy, estavam buscando um local para sediar seu escritório. Ambos desejavam ter um espaço para poder receber produtores de artistas para negociar shows e apresentações. A solução veio quando descobriram esse novo conceito: “Eu consegui encontrar um lugar onde eu não apenas aluguei uma sala. Mais do que isso, eu tenho uma pessoa para recepcionar meus clientes. Tenho internet, café e estrutura pronta e tenho um time de pessoas que cuidam disso por mim. Ter um escritório e não precisar de se preocupar com isso otimiza meu trabalho”, argumentam Emilio e André. SOLUÇÃO IDEAL S. B. Franchim iniciaram juntos um Fomento, uma empresa que atua com a compra de faturamento. Os jovens

com um escritório próprio. A advogada decidiu apostar nesse novo conceito: “Fui recebida muito bem. Os exatamente do jeito que eu queria. Toda essa atenção me conquistou e eu não quero mais sair daqui. Os responsáveis também me acompanham dia a dia, qualquer problema ou qualquer sugestão que eu tenha eles sempre estão presentes para ouvir e apresentar uma solução. Isso é só um pouco do que o coworking pode oferecer para quem deseja alugar um espaço empresarial diferenciado. A equipe da Owzone soube entender minhas necessidades, e adaptá-las a este novo conceito.

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Emilio e André Brumati, sócios-proprietários do Rastro do Cowboy. Estrutura legal vale mais do que ter simplesmente uma sala.

A advogada Taís Nader Marta acha que entender as suas necessidades foi o ponto principal para aderir ao conceito do coworking

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60 NEGÓCIOS

COOPERAR PARA PROSPERAR

Para o superintendente regional da Sicredi, Ildo Wilde, o cooperativismo de crédito é a forma mais justa de distribuição de renda e um modelo moderno de gestão


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A PRÁTICA QUE COMEÇOU NO INÍCIO DO SÉCULO PASSADO VEM GANHANDO SEU ESPAÇO ENTRE AS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS E GARANTINDO RETORNO AOS ASSOCIADOS

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Por Giovana Pini Fotos Vinicius Fernandes

VISÃO DE MERCADO E DE FUTURO

É

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O presidente da Sicredi Centro Paulista SP, Ricardo Viegas Berriel, diz que o segredo para o aumento de volume e redução dos custos das operações, é a associação a diferentes segmentos profissionais

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A NOVIDADE PARA REGIÃO DE BAURU -

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SICREDI R. Agenor Meira, 12-81 Tel: (14) 3312-3232


62 SOCIAL

O CARNAVAL CONTINUA LINDO


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PODE VIR EM MEIO A MENSALÕES E TRAGÉDIAS, MAS O CARNAVAL CONTINUA SENDO A ALEGRIA DO POVO, E NÃO PERDE NEM MESMO PARA O FUTEBOL NO LUGAR MAIS ALTO DO CORAÇÃO BRASILEIRO Por Renan Milanez Vieira Fotos Vinicius Fernandes

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char que um povo, seja de qualquer nação, pode ser prejudicado pela sua própria culto extremista, mesmo para qualquer cidadão indignado com os rumos da política e da sociedade de um país. Alguns podem entender uma manifestação cultural popular como o pão e circo que apaga lembranças e abafa escândalos. Mas o fato é que Carnaval é uma festa. Pura e simples. Uma festa que ajudou a moldar a história do Brasil e ganha até do futebol como símbolo nacional, pelo menos em fevereiro, onde reina soberano como o rei momo na avenida. Em fevereiro sempre haverá carnaval, mesmo com chuva, corrupção e tragédias, pois faz parte da nossa identidade. Sim, fevereiro tem carnaval. E teve em Bauru, uma cidade que já sentiu os louros da glória por sediar uma das melhores folias do país, mas que passou por um período de seca nos últimos tempos. Felizmente esse ano voltou com uma força de levantar platéia no sambódromo, como o que se viu nas apresentações dos blocos e escolas de samba no carnaval de rua. Pode ser que nos quesitos luxo e pompa as produções bauruenses passem anos luz longe de paulistas e cariocas, mas na vontade e criatividade é a mesma coisa. Bloco “Pé de Varsa”, campeão em sua categoria do Carnaval 2013, mostrando que o público deve esparar cada vez mais para os próximos anos

Também retorna a tradição dos bailes de salão, protagonizados pela Hípica e BTC, clubes que sempre valesco e esse ano provaram que a saudade pode falar mais alto e a retomada da tradição sempre será algo possível. Até o banho a fantasia, uma das coisas mais criativas do carnaval da cidade voltou, para a alegria de quem participa e gosta dessa festa sem igual. Tragédias, corrupção e o meia-boca que é a administração do país são realmente uma lástima. Mas o carnaval passa na margem, gritando uma marchinha dizendo que o “oba oba” pode, e deve, ser também um motivo de alegria e muitas histórias boas. Vamos a elas: PARA TODA A FAMÍLIA Uma das festas mais badaladas da cidade, o Carnaval do BTC já impressionava desde o início pela estrutura e também pela presença dos principais veículos de comunicação da região. O tradicional Carnaval de Salão tinha como tema para este ano “O Cruzeiro da Folia” e, por todo o ambiente da festa, se via pessoas de todas as idades fantasiadas a caráter. Era sem dúvida um ambiente planejado para uma grande festa, que chegou a registrar cerca de 700 pessoas. Segundo Ricardo Coube, presidente do BTC: “o Carnaval de Bauru está recuperando seu glamour. Essa festa em si também é um marco para a história do clube, pois nossos objetivos foram fazer uma festa para todos os públicos e para todas as idades e trazer cada vez mais nossos associados para o clube”.


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Os blocos de salão continuam fazendo a festa e animando a todos. Exatamente como aconteceu na Hípica

A equipe do BTC, durante todos os preparativos da festa, teve uma preocupação especial com o repertório musical. Durante todo o evento, havia uma banda e músicas tradicionais tocavam para alegrar os convidados: “a população de Bauru sente falta do Carnaval genuíno. Os pais que cresceram aqui no BTC querem trazer como são as músicas tradicionais de Carnaval. E nós estamos proporcionando esse momento incrível para as famílias associadas”, diz Eduardo Rollo, diretor social do BTC. HISTÓRIAS DE CARNAVAIS INESQUECÍVEIS No meio de tantas pessoas aproveitando a folia de Carnaval no BTC, um casal se destacou, pois estavam dançando animadamente as músicas que eram tocadas. Esse casal era Valercio Bonachela e Ilka Maria Bonachela,

ambos dentistas. O casal conta que se conheceu justamente nas dependências do BTC. Associados há mais de 40 anos, o casal não perde uma festa de Carnaval e relembra os bons momentos que viveu durante os Carnavais do BTC: “a festa do BTC era uma das mais concorridas da cidade. Havia uma disputa para ver quem conseguia comprar os convites de entrada. Mas todo esse sacrifício valia a pena, pois o Carnaval daqui é um evento único da cidade e faz parte das nossas vidas e da nossa história”. O empresário Carlos Prando também tem uma ligação forte com as festas do BTC: “o clube faz parte da minha vida. Tenho 20 anos de BTC e um pouco da vivência que tive aqui. Numa época em que a internet é o meio predominante para os jovens, acho importante que eles tenham uma experiência social real como a que temos aqui”. E os mais jovens também tinham

seu espaço garantido na festa do BTC. O casal Tatiane Padovani e Felipe Fortini contam sua experiência com os Carnavais de salão: “É uma oportunidade muito legal. Nós crescemos indo às matinês e agora, jovens, estamos tendo a chance de reviver os momentos de Carnavais que tínhamos quando éramos criança”. OS BLOCOS DA ALEGRIA QUE ATINGEM TODAS AS IDADES A também tradicional festa da Hípica se destacou por ser uma festa muito esperada pela população bauruense. O evento também atraiu a população da região e chamou a atenção pelos grupos vestidos com fantasias iguais. Este é um dos destaques do evento: “O Carnaval da Hípica é uma festa


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Final do Banho a Fantasia do BTC. O saldo foi a felicidade geral, nostalgia e piscinas coloridas .


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O pessoal que prefere o “carnaval alternativo”, que reune amigos em casas ou chácaras. Já o presidente do BTC, Ricardo Coube e a esposa, Marcela Cunha, gostam mesmo é do agito dos salões. Ponto para todos.

SEGUNDO O PRESIDENTE DO BTC, RICARDO COUBE: “O CARNAVAL DE BAURU ESTÁ RECUPERANDO SEU GLAMOUR”

tradicional, que atinge um público de todas as idades. Muitas pessoas se preparam com antecedência para concorrer à premiação de melhores fantasias”, diz Clovis Eduardo Neme Simão, presidente da Sociedade Hípica de Bauru. E as palavras do presidente da Hípica realmente fazem sentido. Ao se chegar na festa, destacou-se um grupo composto por 12 pessoas, de faixa etária entre 65 e 75 anos, que vieram com a mesma fantasia: “Nós somos o Bloco da Alegria. Nos preparar para a festa da Hípica já é uma tradição de anos. Nossa amizade é tão forte que nos reunimos todas as semanas e planejamos a participação em Carnavais como este”, diz Tereza Nakanuma, integrante do bloco. Outro grupo fantasiado que se destacou foi o composto por 6 casais, todos animados e com muita expectativa para poder aproveitar o evento. Entre os integrantes, havia a apaixonada por Carnaval, Ana Lúcia Mello. Conhecedora do assunto e de outros Carnavais, ela diz que não troca a folia de Bauru nem mesmo pelos eventos ocorridos no Rio de Janeiro: “Já estive no Carnaval do Rio, mas posso dizer por experiência que as festas de Bauru não devem em nada aos eventos das capitais. Aqui temos uma ambiente familiar e principalmente neste ano o som da Banda da Folia está incrível. Nosso bloco, o Grupo Unidos pelos Fihos vai aproveitar, e muito”. O grupo dos anos 60, composto por 10 mulheres, era composto por integrantes da nossa região que vieram pela primeira vez ao Carnaval daqui: “Sou de Iacanga e sempre ouvi falar do Carnaval de Bauru. Estava desde o ano passado esperando por esse dia e realmente Bauru tem uma festa diferente”, conta a integrante do grupo, Ana Carolina Silva.

A JOVEM BAIANA QUE ESCOLHEU O CARNAVAL DE BAURU Durante os eventos de Carnaval em Bauru, uma jovem de apenas 20 anos se destacou dançando com seu namorado. Ela é Amanda Aparecida da Silva, estudante. Amanda é natural da cidade de Itamaraju, estado da Bahia e veio para Bauru em 1998. Baiana, a jovem é apaixonada por Carnaval e jusval bauruense ao baiano: “O Carnaval de Bauru tem um ambiente familiar, realmente é bem diferente das festas de trio elétrico que têm lá na Bahia. Eu gosto do Carnaval daqui porque tenho em Bauru a oportunidade de passar a festa com toda a família e com meu namorado”. Gabriel Azevedo Silva, namorado de Amanda, também só tem motivos para gostar de Carnaval: “Para mim é uma das melhores épocas do ano e a Amanda me passa toda essa energia positiva. Sem dúvida, o Carnaval de Bauru é só alegria”.

Sob os olhos orgulhosos da mãe, a pequena Emília de Bauru segue para o seu destino molhado, no Banho a Fantasia


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Tuba Ferreira é uma instituição do carnaval. Junto com sua Léa Maria, fizeram tudo o que foi possível para deixar claro que essa é a festa.

E PARA QUEM QUER CURTIR UMA FESTA ALTERNATIVA, COMO FICA? Muitas pessoas, sobretudo jovens, preferem passar o Carnaval de uma forma diferente, ou seja, essas pessoas buscam aproveitar esses dias longe das festas tradicionais de clubes e de sambódromos. O estudante Júlio Brandão encontrou uma solução para poder passar esse período de uma forma diferente: “A ideia é simples. Reunimos um grupo de amigos para passar o Carnaval em uma chácara. Em cada um dos dias nós organizamos um cardápio diferente, compramos bebidas e organizamos jogos e atividades. O importante é que essa festa é uma reunião de amigos e nós queremos apenas passar esse feriado de uma forma tranquila”. E parece que a proposta de Júlio deu muito certo. O estudante, com a

ajuda de seus pais, organizou uma festa diferente para cada dia de Carnaval e chegou a registrar cerca de 35 adeptos. Entre eles, o residente em Maringá José Milton Albano, conta por que optou por essa festa e pela primeira vez veio conhecer a cidade de Bauru: “eu não queria passar esses dias em sa festa por meio de um amigo, logo me interessei em vir. Realmente está valendo a pena. A diferença é que eu posso descansar, longe de toda aquela agitação das festas mais tradicionais”. O engenheiro de produção Marcell Kosaka Veronese também escolheu por passar o Carnaval de uma forma diferente: “Nós praticamos esportes, sando o Carnaval de uma outra maneira. O segredo dessa festa é um lugar favorável, amigos e organização. Com tudo isso conseguimos uma forma alternativa de curtir o Carnaval”.

O FATO É QUE CARNAVAL É UMA FESTA. PURA E SIMPLES. UMA FESTA QUE AJUDOU A MOLDAR A HISTÓRIA DO BRASIL E GANHA ATÉ DO FUTEBOL COMO SÍMBOLO NACIONAL, PELO MENOS EM FEVEREIRO

SAIBA + VEJA NA AZ!TV UM POUCO DO QUE FOI O CARNAVAL DE BAURU

youtube.com/azbauru


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GIRO AZ! Por VILMA BORGES e VINICIUS FERNANDES

Criar fantasias em conjunto voltou a ser muito legal, diversas pessoas juntaram os amigos e foram “uniformizados”. Como por exemplo, a fantasia de King Kong


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MUITA COISA ACONTECEU EM BAURU, UMA VERDADEIRA MARATONA DE EVENTOS QUE, MUITAS VEZES, SOBRECARREGA AS NOSSAS ROTINAS, MAS SINCERAMENTE, COMPENSA!

S

empre que a gente vai para as ruas cobrir um evento, seja cultural, esportivo ou de negócios, mais do que um trabalho, é uma realização: a de fazer daquilo que gos-

nhas de carnaval, foram a combinação perfeita para o grito do carnaval baualas”, às 22h45, até o último por volta das 4 da manhã - com direito a pedidos Vinicius e Vilma estão sempre ligados nos giros sociais da cidade. E trazem agora os registros da AZ!, sobre os eventos mais interessantes de janeiro e fevereiro

BTC voltou com o seu “Cruzeiro da Alegria” que teve a volta do tradicional banho a fantasia, as matinês e o baile que bódromo, a chuva tentou atrapalhar

Muito bacana também, a exposição de aquarelas do artista Rômulo -

pessoas, presenciar grandes momencidade em situações tão distintas nos proporciona descobertas incríveis, especialmente relacionadas com as

primeiro dia, mas, acabou se tocando e não deu mais as caras nos dias seguintes deixando a festa do povo para o povo, com as belas e bem ensaiadas apresentações das escolas e blocos que

descobertas que buscamos retratar Algumas vezes nem é algo relacionado com o evento em si que vai para coluna, mas com certeza, se não fosse pelos encontros proporcionados por

jovens, embalados pela energia, sonhos e agitos, também nos emprestaram seus sorrisos e seus encantos, que nos remetem para a magia do

Passamos por várias cenas da cidade, garimpando coisas que achamos legais e vamos levar até você um pouco do que percebemos em algu-

ru Golf Club, que começou com um jantar de confraternização no sábado

Salão lotado, blocos “uniformizados”, Banda da Folia e trilha sonora com direito as consagradas marchi-

rubando o mito de ser inacessível ao bolso de muitos, o esporte tem crescido bastante na cidade, ganhando cada

forma e a cor existem labirintos navegáveis apenas na completa solidão,

Ainda, outros registros interessantes, como por exemplo, a felicidade do Arthur Cadamuro, aluno do Anglo aprovado em medicina e ça como um dos palestrantes no congresso de odontologia realizado em


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GIRO AZ!

FOLIA COM GLAMOUR NA SOCIEDADE HÍPICA DE BAURU ANIMAÇÃO COM GLAMOUR E MUITA ALEGRIA NA TRADICIONAL PRÉVIA CARNAVALESCA Rafael Cavaca e Mariana Cestari no embalo da Hípica

“As espanholas e seus pares”, foi um dos blocos premiados na Hípica


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Fernanda Cristina Batalha na prévia da Sociedade Hípica de Bauru

Cidinha Silva e Pedro

premiadíssima Margarete Tavano

Silvana Fornazari, Marcia Maia e Alessandra Fornazari: muito brilho no salão


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GIRO AZ!

ENTRE CONFETES E SERPENTINAS O BAURU TÊNIS CLUBE RESGATOU CARNAVAL DE SALÃO E BANHO À FANTASIA SORRISO NO ROSTO E MUITA ALEGRIA NO AGITO BETECISTA

Carol e seu King Kong, a grande vencedora do Banho a Fantasia do BTC

embalados no baile

Cristiane Almeida, Rose Prando, Claudia Silva e

de pularem na piscina


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banho Ă fantasia do BTC

na noite de carnaval do BTC


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GIRO AZ!

Luciene Galbiati… a “Mulher-Gata” da noite betecista

amantes da folia

O FOFO IAGO ESTAVA SÉRIO, MAS SUA BELEZA ENCANTOU AS PISCINAS DO BTC

na alegria



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GIRO AZ!

SICREDI DE CASA NOVA SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL OESTE SP DA SICREDI INAUGUROU NOVAS INSTALAÇÕES EM BAURU

Maroan Tohmé, Charles Fenske, Cássia Capriolli, Flávio Salik, Carlos Henrique dos Santos, Antenor Marques da Silva

NOSSO FUTURO DOUTOR

PALESTRA NOS ALPES FRANCESES


RÔMULO CAVALCANTE APRESENTOU SUAS AQUARELAS PARA CONVIDADOS CONVIDADOS FICARAM FASCINADOS PELAS OBRAS DO ARTISTA

Arquiteta Maria Tereza Pinho Meca e Brunno Goulart de Souza em noite de “Aquarelas”

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belíssimas obras em noite de vernissage

para prestigiar o artista plástico Rômulo Cavalcante

XIII ABERTO DO BAURU GOLF CLUB DEPOIS DO TORNEIO, A MERECIDA CONFRATERNIZAÇÃO

Salvador Teixeira e Camila Piccino Sgavioli


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GIRO AZ!

BAURU TÊNIS CLUBE APRESENTA O NOVO PRESIDENTE Por Bruno Freitas/BTC

Considerado um dos mais tradicionais clubes do interior do estado, o BTC está com nova diretoria

o estatuto social do clube, a eleição contou com inscrição chapa única e foi eleita por aclamação unânime Coube, novo presidente eleito, conhece bem o clube desde os seus quatro anos de idade quando se tornou frequentador assíduo e “betecista”

gestão é de manter o processo de modernização pelo que o clube passa atualmente, com constantes melhorias Ricardo ressalta ainda necessidade de manter ações que tornem o clube mais atrativo para os jovens e as mulheres através da interatividade com e a participação dos associados para tornar o clube ainda mais “atraente”

BAURU RECEBE NOVO KARTÓDROMO APÓS TRÊS ANOS DE OBRA, O KARTÓDROMO CONTA COM ESTRUTURA COMPLETA, INCLUINDO ESPAÇO PARA ALIMENTAÇÃO Rodovia Marechal Rondon, km 330, este é o novo endereço para quem Paulo, a Planet Kart investiu R$ 4 milhões para montar uma estrutura aqui principal objetivo é proporcionar diversão, segurança e conforto em seus karts que na grande maioria são de terias que duram 30 minutos, a um A estrutura ainda conta com churrasqueiras, lanchonete e um deck panorâmico, onde pode-se orgnizar confraternizações de empresas e famílias enquanto participam ou assistem às

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mínima para poder pilotar é de 1,5 metro, o que corresponde, em média,



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Novo Tiguan. Tão completo que mereceu até um Test Drive.

O novo Tiguan já está na Felivel. E ele é tão completo que apenas um anúncio não iria bastar para explicar seus atributos. Então gravamos um Test Drive com a médica Marith Barber para mostrar o que ele tem de melhor. Bom, a Marith acabou comprando. Acesse o link e descubra você também porque o Tiguan será seu novo carro. Veja o link na AZTV youtube.com/azbauru

Felivel felivel.com.br

Av. Nações Unidas, 38 (14) 3235-9000


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