Az! #25

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#ENTRETENIMENTO / #COLUNAS / #COMPORTAMENTO / #SOCIAL / #BAURUEMNÚMEROS

DIA DAS MÃES Inspire-se em Gisele e Júlia, mãe e filha que dividem o gosto pela moda

#25 MAIO 2015 DISTRIBUIÇÃO G R AT U I TA

Informação de A a Z

LARANJA MECÂNICA Pesquisa vai usar casca da fruta para deixar combustível menos poluente

AGORA VAI (?) Aeroporto ganhará destaque internacional, garante secretário

DAS QUADRAS PARA O PALCO

Armador do Bauru Basquete, americano naturalizado brasileiro lança música e tenta sucesso também no mundo do rap

TAMBÉM NESTA EDIÇÃO: OS MELHORES COLUNISTAS ESTÃO AQUI · PARTO HUMANIZADO CRESCE · O FIM DA OFICINA CULTURAL · MAIORIDADE PENAL EM DISCUSSÃO · VIAJE PELA LINDA ITÁLIA


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#EDITORIAL

BAURU NÃO PARA

Revista Az! | ano 05 / número 25

Diretor Geral: Rodrigo Chiquito Jornalista responsável: Bruno Mestrinelli Direção de Arte e Design: Leila Antonelli Logística/Finanças: C&D Soluções Equipe comercial: Amélia Silva

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e Carlos Henrique Santos Silva

m tempos de crise, qualquer intercorrência que ajude a diminuir o ânimo dos investidores e de todos que ajudam uma cidade a crescer, deixa a economia mais e mais estagnada. Em Bauru, cidadãos observam, de longe, uma pendência que pode atrapalhar parte desse desenvolvimento: a questão das contrapartidas obrigatórias que os grandes empreendimentos imobiliários são obrigados a fazer quando constroem em nossa cidade. Muitos erros foram cometidos, pendências ficaram escondidas e, hoje, há obras paradas por conta disso. Há legislação que determina essas contrapartidas, há dinheiro para que elas sejam providenciadas, enfim, há condições para que tudo ocorra na mais perfeita ordem. Então, em Bauru, por que a lei, em tese, não está sendo cumprida? Onde está a falha? Em decisão recente, o famoso Alphaville, localizado às margens da rodovia Bauru-Ipaussu, teve suas obras embargadas. Todos têm que ficar de olho nesses problemas e resolvê-los, sem nenhum prejuízo para os investidores, mas também sem nenhum

prejuízo para Bauru e a sua população. A situação é simples. Basta querer. Se existe a necessidade das contrapartidas, que as mesmas sejam destinadas. Sem favorecimento, sem prejudicar ninguém. E, assim, um investimento importantíssimo, que é o da construção civil, não corre risco e não coloca em risco empregos e a economia. Simples: que a lei e quem é responsável por fazê-la ser cumprida não se omitam. E há espaço para isso. A Az! está acompanhando esse assunto. A edição de maio, claro, fala das mães. Afinal, é o dia Delas. Ensaio lindo com mãe e filha, mães que querem um parto natural. Uma homenagem e tanto! Também temos boas novidades para o setor de pesquisas: a Unesp está buscando o uso de cascas de laranja para deixar o diesel menos poluente. A Az! também traz a discussão do momento: diminuir ou não a maioridade penal. Aeroporto de Bauru, os córregos da cidade... Também uma entrevista exclusiva com o armador do basquete bauruense, o brasileiríssimo Larry Taylor. Aqui, você vê tudo o que acontece. Com jornalismo de verdade, de A a Z!

Boa leitura a todos!

Conselho Editorial: Bruno Mestrinelli e Rodrigo Chiquito Fotografia: Cristiano Zanardi e Bruno Mestrinelli Foto da capa: Cristiano Zanardi - Carro Ferrari 458 Itália Spider de propriedade da Octane Motors de Bauru Jornalistas: Fernanda Villas Bôas, Bruno Mestrinelli, Amanda Rocha, Sara Souza e Daiany Ferreira

AzTV por muvfilms.com.br

IMPRESSÃO E ACABAMENTO: Grafilar TIRAGEM: 10.000 exemplares

* As colunas assinadas não representam a opinião desta revista. Ela está expressa exclusivamente no editorial

Az! é uma publicação da Publici On&Off Comunicação R. Bartolomeu de Gusmão, 10-72 - Jd. América Bauru/SP - F.: 14 3879 0348

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#ÍNDICE

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ALIENÍGENA NO RAP

O QUE A LARANJA TEM?

Armador Larry Taylor lança música e inicia carreira como cantor de rap. Ele falou à Az! sobre o futuro no entretenimento e também da relação com o filho, com o Brasil e muito mais!

Pesquisa da Unesp vai usar casca da fruta para deixar combustível menos poluente. Veja dicas de como deixar seu veículo amigo do meio-ambiente em tempos de alta nos preços nos postos

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O REI DO TERROR

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Stephen King é um sucesso. Veja muitas qualidades deste escritor conhecido mundialmente

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TAL MÃE, TAL FILHA

Dar à luz de maneira mais natural, com ajuda de parteiras e doulas tem maior procura e já forma grupo especializado

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Carla Costa traz Gisele e Júlia, mãe e filha, que dividem o gosto pela moda. Inspire-se nessa linda relação

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ENSINO ANIMAL

RETORNO! Delegado Dinair retoma investigação especial de crimes ambientais com volta de delegacia especializada

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MENOR E O CRIME Polêmica sobre maioridade penal toma conta do país e Az! traz dados locais sobre jovens criminosos

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Aposentado da PM, sargento Oséias mostra que o adestramento de cães é uma arte que pode salvar vidas.

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PARTO HUMANIZADO

ALERTA Córregos de Bauru estão totalmente cheios de lixo e assoreados. Cursos de água são fundamentais na natureza

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SOCIAL Teve muita inauguração e badalação em Bauru e região. Confira os destaques e veja quem brilhou!



#ENTRETENIMENTO

Autor de mais de 50 romances, King é considerado o principal escritor contemporâneo de livros de terror. No seu próximo trabalho, que será lançado em novembro, ele explica como funcionam suas estratégias de criação Texto Fernanda Villas Bôas Imagem Cristiano Siqueira (www.crisvector.com)

ESCRITOR EXPLICA MÉTODO DE CRIAÇÃO EM NOVO LIVRO

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MOTIVOS PARA LER

STEPHEN

KING

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Em novembro de 2015, chega às livrarias americanas “O Bazar dos Sonhos Ruins” (tradução livre de “The Bazaar of Bad Dreams”), livro em que Stephen King procura detalhar aos seus fãs como funciona seu pensamento criativo. A obra reúne 20 contos. Cada um deles traz uma introdução na qual ele informa de onde vieram suas ideias para a produção daquele trabalho, quais foram suas principais influências e de que maneira ele desenvolveu a redação. O livro é uma bússola para os fãs que pretendem compreender melhor o método de King ou, até mesmo, um manual para orientar futuros escritores. O novo livro traz um mix de contos inéditos e já publicados em revistas americanas. Um desses contos é sobre um homem que sempre comete os mesmos erros e tenta escapar desse ciclo. Também há a história de um colunista de obituários que escreve sobre pessoas que ainda não morreram – e ganha o estranho dom de eliminá-las. É a segunda vez que King escreve sobre seu processo de criação. “Sobre a Escrita” é uma espécie de autobiografia do autor com dicas de redação literária. O livro foi lançado em 2000 nos Estados Unidos e ganha versão em português, agora em 2015, pela editora Suma de Letras.


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Stephen King já vendeu 350 milhões de livros em 40 países. Os escritores modernos se espelham nele quando querem se aventurar nesse gênero. E uma das principais referências de King é ilustre: o mestre Edgar Allan Poe, pioneiro nessa modalidade de literatura.

King é um escritor incansável: além de assinar mais de 50 romances, é autor de mais de 200 contos. Embora o suspense e o terror sejam os alicerces da sua obra, ele cria tramas para diferentes paladares. Se você adora seriados, não deixe de ler “Sob a Redoma”, ainda em exibição no canal TNT. Gosta de horror puro com criança encapetada? Prove “Cemitério Maldito”. Seu negócio é batalha apocalíptica? Experimente “A Dança da Morte”. O escritor é praticamente sócio do cinema mais próximo da sua casa. Muitos de seus romances e contos foram

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adaptados para a telona – e a maioria com sucesso de público e crítica. Nasceram de suas obras filmes como “Um Sonho de Liberdade”, “À Espera de um Milagre”, “O Iluminado”, “Carrie – A Estranha”, “Louca Obsessão”, “O Aprendiz”, “1408”, “O Nevoeiro”, “Na Hora da Zona Morta” e “Conta Comigo”, só para citar os principais. King é gente como a gente: ele já escreveu pequenas obras-primas, como a coletânea de contos “Quatro Estações”, e porcarias retumbantes como “Os Justiceiros”, um livro estranho e sanguinário, que mostra Power Rangers assassinos, chamados de Motokops (é sério!). Por isso, se você é um marinheiro iniciante, é melhor começar a navegar pelas obras do item 3. Se não fosse seu livro “It – A Coisa”, os palhaços ainda estariam, inocentemente, divertindo crianças no circo. Mas ele subverteu essa lógica ao criar Pennywise, um palhaço diabólico que apavora geral em Derry, no Maine, estado americano onde King nasceu e ambienta muitas de suas histórias. Tudo bem que o livro é gigantesco (a edição da editora Objetiva soma 750 páginas), mas vale cada linha. Um dos filmes mais emblemáticos de Stanley Kubrick, “O Iluminado”, foi baseado no livro homônimo de Stephen King. A obra foi concebida como uma peça de teatro em cinco atos. No meio do caminho, o escritor decidiu transformar o argumento em romance. Sob a direção de Kubrick, Jack Nicholson fez um memorável Jack Torrance, um zelador atormentado pelo mal num hotel fechado durante o inverno. Um detalhe: King detestou o filme. Os fãs mais ardorosos juram que Stephen King tem um “O Senhor dos Anéis” para chamar de seu. É a coleção

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“A Torre Negra”, uma saga épica com elementos parecidos com a obra célebre de J. R. R. Tolkien. “A Torre Negra” mistura universos paralelos, anticristo, criaturas fantásticas, viagem no tempo e até mensagens cifradas em cartas do tarô. Há cinco anos, a Universal Studios cogitou a possibilidade de levar a coleção para o cinema. Mas o alto custo do projeto emperrou a empreitada. Um dos personagens mais doces da literatura contemporânea saiu da cabeça de King. John Coffey é um dos prota-

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gonistas de “À Espera de um Milagre”, livro no qual o filme se inspirou. Condenado à morte, Coffey é considerado culpado pelo assassinato de duas irmãs. Mas será que ele fez isso mesmo? Ou seria esse personagem um avatar de Jesus Cristo levado a expiar os erros da humanidade? “À Espera de um Milagre” traz outro personagem memorável: o adorável Mr. Jingles, um ratinho superdotado.

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Stephen King acredita que sua verdadeira vocação é a literatura. Uma vez, perguntaram para ele o que levou a escolher a carreira de escritor. Sua resposta foi categórica: “Eu fui feito para escrever histórias e amo escrever histórias. Não consigo me imaginar fazendo nada diferente disso e não consigo me imaginar não fazendo o que faço.”

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#ENTRETENIMENTO

Livro retrata cidade vizinha com histórias e fotos especiais

PIRATININGA IMORTALIZADA Livro sobre o desenvolvimento da cidade a partir da chegada da cafeicultura é lançado e traz inúmeras histórias sobre o começo do século passado

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Autor, Luís Paulo autografa obra

Texto Redação Az! Fotos Cristiano Zanardi


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a era de ouro do café paulista, Boca do Sertão era o nome dado a toda localidade situada na ponta da linha de uma ferrovia. Por 19 anos - ente 1905 e 1924 - Piratininga foi a Boca do Sertão do ramal de Agudos da Ferrovia Paulista. A cidade era a estação terminal e para lá rumavam os interesses dos fazendeiros e da multidão de trabalhadores das lavouras de café. A Boca do Sertão atraía muita gente. O café chegou, estabilizou-se, abriu caminhos e fez Piratininga crescer, transformando a história, arquitetura e cultura do município. O livro “Boca do Sertão: a História de Piratininga na Marcha do Café” traça, em suas 167 páginas, a saga do café por meio de entrevistas, pesquisas bibliográficas e documentais realizadas a partir dos registros históricos da cidade. Com fotografia de Calil Neto, a publicação, lançada recentemente, conta ainda com a colaboração da coordenadora de produção Cristiane Sabino, textos de Luís Paulo Domingues, orientação de pesquisa histórica por Cláudia Leonor e design de Gustavo Domingues. A obra chegará às livrarias ainda no primeiro semestre deste ano. O livro foi organizado em dois momentos - “Piratininga na marcha do café” e “Poéticas Visuais”. A primeira parte apresenta uma narrativa cronológica, antes e depois da chegada do café à região. As entrevistas, coletadas durante a primeira etapa de produção do livro, ajudam a compor a narrativa do livro todo, apresentando também as “Histórias fantásticas da Boca do Sertão” e as “Pequenas Histórias”, relatadas pelos entrevistados. A segunda parte é puramente poética, compondo belíssimas imagens feitas por Calil Neto e textos que misturam história e poesia. Cristiane Sabino, coordenadora de produção, descreve o processo, suas necessidades e etapas. “A produção e processo de pesquisa de um projeto como esse envolve investigação de fontes bibliográficas, pesquisa documental e iconográfica, mapeamento de entrevistados, agendamento, preparo e realização de entrevistas. Somadas a isso, muitas outras ações, frequentemente realizadas com apoio da comunidade por meio de seus depoimentos ou de suas indicações”, acrescenta. Luís Paulo, que propôs o projeto do livro, conta como foi a trajetória de produção. Jornalista e coordenador do Museu do Café da Fazenda São João, em Piratininga, o autor fazia trilhas nas matas da região aos finais de semana e, em suas andanças, descobriu cenários, prédios históricos até então desconhecidos pela população da região. Quis retratar a história descoberta nas trilhas para que todos tivessem conhecimento e pudessem valorizá-la. Foram, ao todo, oito meses de captação de imagens e depoimentos dos habitantes. “Todas as páginas são ilustradas para que o leitor possa viajar no tempo e acompanhar de perto o desenvolvimento do café na região. A obra é composta também por curiosidades, documentos originais e paisagens atuais”, conta Luís Paulo. Como dificuldades, o autor cita as adversidades para fotografar, como a chuva, o frio e o sol quente. Ressalta que alguns

Equipe responsável pelo livro: história da região retratada

dos fazendeiros entrevistados o esperavam às seis da manhã para fornecer os depoimentos que, mais tarde, comporiam as “Pequenas Histórias”do livro de Piratininga. A publicação é um projeto viabilizado pelo Programa de Ação Cultural (Proac), da Secretaria de Cultura do Governo do Estado de São Paulo. É também patrocinado pela Duratex S.A.

Para nós da Duratex, poder oferecer este projeto para a população de Piratininga e região é um prazer enorme. Entendemos que o desenvolvimento e prosperidade estão relacionados ao conhecimento que temos de nossas origens, e realizar este tipo de resgate histórico só pode contribuir ainda mais para a formação de cada um José Ricardo Ferraz, Diretor Florestal da Duratex

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#ENTRETENIMENTO

Belezas da Itália vão desde construções históricas...

PELOS QUATRO

CANTOS DA

ITÁLIA O país, com mais de três mil anos de existência, esconde inúmeras histórias, obras-primas e construções do Império Romano Texto Sara Souza (supervisão Bruno Mestrinelli) Fotos Reprodução Internet/ Divulgação

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...até cidades que já apresentam o ar do futuro


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avegando por Veneza, conhecendo as incríveis esculturas de Florença, revivendo o passado pela tradicional Roma e entendendo melhor a história do catolicismo no Vaticano, a Itália impressiona pela sua beleza, obras monumentais, variedade cultural e é claro, pela sua culinária. O país conta com inúmeras construções do Império Romano em mais de 300 mil quilômetros quadrados de extensão territorial - quase o equivalente ao estado do Maranhão. Espalhados pela “bota” italiana estão cerca de 100 mil monumentos. Os italianos são uma atração à parte. Eloquentes, falam gesticulando, com enorme orgulho do país em que vivem. Prezam por uma boa refeição e pela comida preparada minuciosamente como manda a receita.

Veneza é destino certo de turistas

VENEZA Situada no nordeste da Itália, a cidade é um dos destinos mais românticos do país. A bela Praça São Marcos, repleta de turistas e muitos pombos, apresenta Veneza. Próximo a ela está a Basílica de São Marcos, uma construção bizantina. Rica em mosaicos, tem o teto coberto por pinturas e um retábulo de ouro construção de pedra, em forma de painel, na parte posterior dos altares –, um dos mais famosos do estilo bizantino, que impressiona pelas imagens e pelas pedras preciosas. Ao passar pela cidade, é imprescindível fazer o famoso passeio de gôndola. Na viagem, a embarcação é geralmente acompanhada por músicos italianos cantando famosas canções venezianas. Pelo caminho é possível observar as antigas casas, admirar os canais e sentir-se como um verdadeiro morador da cidade. Veneza é famosa também pelo Vidro de Murano, uma técnica de modelagem de vidro desenvolvida na antiga Ilha de Murano, a um quilômetro de Veneza. A arte era restrita a famílias tradicionais da época e o procedimento era ensinado de geração para geração. Com o passar dos anos e o constante aperfeiçoamento da técnica, o Vidro de Murano tornou-se uma marca da cidade. É possível visitar os locais onde o vidro é produzido, acompanhando desde o momento em que ele é colocado no forno, até a modelagem e a pigmentação do artesão. O preço das peças de decoração feitas de Murano é elevado, mas é possível encontrar alguns colares e relógios a preços mais acessíveis.

Os passeios de gôndola são tradicionais

FLORENÇA Considerada o berço do renascimento e uma das mais belas do mundo, Florença - ou Firenze, como chamam os italianos - é a maior cidade da região da Toscana. A cidade de Dante Alighieri, autor de “A Divina Comédia”, possui em suas ruas e museus obras de grandes artistas renascentistas, como Michelangelo, Leonardo da Vinci, Botticelli e Donatello. A escultura David, de Michelangelo, está exposta na Galeria da Academia (Galleria dell’Accademia), onde fica uma vasta coleção de obras de arte, do gótico à alta renascença. Na cidade também se encontram os monumentais templos religiosos. A Grande Sinagoga de Florença (Tempio Maggiore) é considerada uma das mais bonitas de toda Europa. A Catedral de Santa Maria del Fiore, a quinta maior catedral do continente, conta com o famoso Duomo, um dos principais pontos turísticos de Florença.

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#ENTRETENIMENTO

Florença traz paisagens e história

De dentro dela, é possível ver a parte interna da cúpula, que possui uma planta basilical com três templos, separados por grandes arcos suportados por colunas. Para subir até o Duomo, são 463 degraus. Do alto, é possível avistar toda a cidade de Florença. Em frente à Catedral está a Praça da Catedral (Piazza del Duomo), em uma localização central, próxima a outros inúmeros pontos turísticos, como Campanille, Batistério e o Museu del’Opera del Duomo. Em torno da praça também estão alguns dos melhores restaurantes de Florença. Quem gosta de compras, não pode deixar de ir aos Mercados Florentinos. Com artigos de couro de ótima qualidade e preço acessível, os mercados estão em várias praças da cidade, como na Piazza del Mercato Central e na Piazza San Lorenzo.

antes das lutas. Nos dias de hoje, ao visitar o Coliseu, ainda é possível ver essas salas-labirinto. Durante a noite, o anfiteatro possui uma iluminação especial. A visita é uma verdadeira volta ao grandioso passado do Império Romano. Para quem não quer gastar muito dinheiro, a dica é não tirar fotos com os homens fantasiados de gladiadores do lado de fora do anfiteatro. Inicialmente as fotos parecem de graça, mas depois é cobrado em torno de 10 euros pelas fotos tiradas com a sua própria câmera. Próximo ao Coliseu, encontra-se o Fórum Romano, o centro da vida social da antiga cidade romana. Com cerca de 190 metros de largura e 64 metros de altura, o Fórum consiste em um espaço aberto, onde se pode conhecer a extensa ruína de fragmentos arquitetônicos e o sitio de escavações arqueológicas. Outro ponto turístico imperdível em Roma é a famosa Fontana de Trevi. Com lindas esculturas e construída em 1735 pelo arquiteto Salvi, é a maior fonte de toda a Itália. Para quem acredita em superstições, ela é conhecida pelo costume de jogar, de costas, uma moeda na fonte e fazer um pedido. Se a moeda cair na água, o pedido se realizará. A aproximadamente oito minutos de caminhada da Fontana de Trevi está o Pantheon, único edifício construído na época greco-romana que, atualmente, se encontra em perfeito estado de conservação. O portão do monumento é original e tem sete metros de altura.

ROMA Ao pensar na capital da Itália, logo se lembra do Coliseu. Considerado uma das sete maravilhas do mundo, foi construído no período da Roma Antiga para sediar espetáculos - como as lutas entre gladiadores, animais ferozes, extermínios humanos e até batalhas navais, viabilizadas por toneladas de litros de água importadas de aquedutos. A arena chegava a 87 metros de largura, 55 metros de altura, e tinha seu piso de madeira coberto com areia para absorver o sangue que escorria nas batalhas. Na parte inferior, havia corredores e salas onde ficavam os animais e os gladiadores

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Coliseu, em Roma: antigos embates

As 16 colunas de granito, com 15 metros de altura, estão localizadas antes do portão e são a principal marca do local, trazidas diretamente do Egito. Por dentro, o Pantheon impressiona por sua cúpula de mais de cinco mil toneladas e por seu buraco no teto, com mais de três metros de diâmetro. A 450 metros do Pantheon está a Piazza Navona, uma das principais praças romanas. O local, de forma elíptica, foi construído sobre as ruínas de um antigo estádio romano. Rodeada por inúmeros bares e restaurantes, é conhecida por ser um ponto de encontro entre romanos e turistas, onde ambulantes e músicos vendem sua arte. Belos monumentos, fontes e esculturas, podem ser admirados ao longo da extensa praça. Vaticano atrai milhões de católicos todos os anos


VATICANO Cidade-Estado e país sede da Igreja Católica, o Vaticano está localizado dentro da cidade de Roma e tem seu pequeno território delimitado pelos muros que o cercam. O país possui cerca de 800 habitantes e abriga grandes obras da Igreja Católica e a Basílica de São Pedro. Dentro do país estão os Museus Vaticanos, que compõem um conjunto de renomadas instituições culturais, com grandes e valiosas coleções de arte e antiguidades colecionadas ao longo dos séculos pelos diversos pontífices romanos. Destaque especial vai para a Capela Sistina, residência oficial do papa. Construída entre 1475 e 1483, a Capela possui pinturas que dão ao local um va-

da parede, é o Juiz dos bons, que sobem ao Céu pelo lado direito, enquanto os condenados, abaixo, aguardam por Caronte e Minos. Nas paredes laterais da capela estão pinturas de Botticelli, Ghirlandaio, Pinturicchio e Piero di Cosimo. A Capela Sistina é uma atração imperdível na cidade do Vaticano. Ao lado dos Museus do Vaticano está a Basílica de São Pedro, o maior e mais importante edifício religioso do catolicismo, onde a maioria das cerimônias papais é realizada. Sob o seu altar está enterrado São Pedro e o primeiro Papa. Em seu interior estão mais de 340 estátuas de santos, mártires e anjos. Uma das principais obras é a Pietá, esculpida em mármore por Michelangelo. O Baldacchino sobre o altar papal é uma impressionante alegoria às colunas do rei Salomão, projetado por Bernini. Para visitar a cúpula e ter uma incrível vista de toda a cidade, é necessário subir 537 degraus ou usar o elevador.

re encontrar na Itália pizzas doces, por exemplo, ou que macarrão seja como no Brasil. No país, macarrão é preparado com sal grosso e está sempre al dente, ou seja, com uma consistência mais rígida. Quanto às bebidas italianas, a dica é sempre pedir o vinho da casa. Normalmente com preços acessíveis e de ótima qualidade.

Antipasti (prato de entrada)

CULINÁRIA ITALIANA

lor inestimável. O teto foi inteiramente pintado por Michelangelo, que executou o trabalho com maestria. As representações tão bem executadas parecem exceder às paredes e vir de encontro ao espectador. Duas décadas depois, Michelangelo foi novamente chamado para retornar ao local e pintar a parede do altar. Assim surgiu o Juízo Final, uma das obras-primas de Michelangelo, onde o artista expressa o conceito de Justiça Divina, a qual é rigorosa e implacável em relação aos condenados. O Cristo, localizado no centro

Os italianos prezam por uma boa refeição. Em restaurantes italianos serão sempre encontradas opções para quatro partes da refeição. A primeira é um antipasti (antes da comida), com são pratos mais leves, como saladas, sopas e verduras grelhadas. Em seguida vem o primo piatto (primeiro prato), com massa, arroz ou polenta. Depois, o secondo piatto (segundo prato), em que são servidos pescados acompanhados de hortaliças ou carnes. E, por último, para a sobremesa, são servidas frutas da estação, o típico tiramisu, ou os famosos sorvetes italianos. Existe também o piatto unico (prato único), que são as pizzas ou massas. Os sorvetes italianos não são como os sorvetes brasileiros. A consistência é diferente e os sabores mais variados. Para quem estiver no país, vale a pena experimentar essa deliciosa sobremesa. A culinária italiana é bastante difundida pelo mundo e, por isso, dificilmente se tem problemas com a comida ao chegar ao país. Os italianos tem bastante orgulho de sua cozinha e prezam por preservar as características das receitas. Não espe-

Cacciucco (sopa de peixe e frutos do mar)

Pasta italiana (macarrão)

Pizza

Gelato (sorvete)

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# C O M P O R TA M E N T O

UMA NOVA ERA: PURINI PROMETE AEROPORTO BAURU-AREALVA COM DESTAQUE INTERNACIONAL ATÉ 2020 Avião chega a Bauru no aeroporto Moussa Tobias: poucos voos e poucos passageiros

Aeroporto fica vazio a maior parte do tempo

Com localização propícia à logística, Secretário de Desenvolvimento Econômico tem grandes perspectivas quanto ao novo modelo do aeroporto regional da cidade Texto Daiany Ferreira Fotos Cristiano Zanardi

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Vamos nos reunir com o governo federal em Brasília e vender essa realidade. O aeroporto de Bauru foi feito para atender essa demanda e tem condições efetivamente de ser um aeroporto de transportes de cargas internacional Renato Purini, Secretário Municipal do Desenvolvimento Econômico

sentando toda a infraestrutura aeroportuária necessária para atendimento dos voos atuais e futuros.

É POUCO Purini mostra projeto que promete mudar a história do Aeroporto

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m 2013, a Revista Az! publicou em sua edição 16 fatos que mostraram a estagnação do desenvolvimento econômico regional referente ao aeroporto Moussa Tobias, em Bauru, inaugurado em 2006. O espaço que foi prometido aos moradores da região como aeroporto internacional de cargas, zona de exportação, vetor de desenvolvimento regional, centro de recebimento de voos de passageiros e um ramal que ligaria a região central do Estado de São Paulo para todo o Brasil com diversas aeronaves e inúmeras companhias aéreas, acabou nem avançando a metade do que havia planejado. De lá pra cá, a equipe de reportagem da Revista Az! solicitou informações junto ao Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp) sobre os planos de modernização do local e as licitações para obras e ser-

viços que podem ajudar no desenvolvimento do aeroporto. Segundo informações do departamento, um investimento de mais de R$ 4 milhões está em andamento para obras de construção de cobertura do meio fio no terminal de passageiros, remodelação do check-in/check-out com implantação de esteira de inspeção de bagagens despachadas, revitalização do paisagismo, rede coletora de esgoto e construção de anexo operacional. A previsão para o término dessas obras seria janeiro de 2016. O Daesp ainda justificou que o aeroporto Bauru/Arealva é o quarto em movimentação de passageiros entre os 26 aeródromos administrados pelo setor. Em 2014, foram registrados 157.848 embarques e desembarques e 4.603 pousos e decolagens, tornando-se o aeroporto líder no transporte de cargas. Para o departamento, o local vem apre-

Contemplado pelo governo federal com um recurso estimado em R$ 30 milhões, o aeroporto de Bauru passará por reformas na recuperação, ampliação e reforço da estrutura das pistas, ações necessárias para permitir que o aeroporto possa receber aviões de grande porte. O pátio também será reformado e terá capacidade para armazenar 11 aeronaves. Em entrevista à Az!, o secretário municipal do Desenvolvimento Econômico, Renato Purini, informou que o foco principal é sair do nível regional e transformar o aeroporto em modelo internacional de cargas. O secretário explicou que o aeroporto tem condições devido à sua localização estar propícia à logística. “Estamos estudando o plano diretor inicial do aeroporto e já entendemos que há possibilidade de avançarmos mais um passo. Vamos nos reunir com o governo federal em Brasília e vender essa realidade. O aeroporto de Bauru foi feito para atender essa demanda e tem condições efetivamente de ser um aeroporto de transportes de cargas internacional”, relatou o secretário.

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# C O M P O R TA M E N T O Com exclusividade para a Revista Az!, Purini mostrou o plano diretor que a secretaria desenvolveu para apresentar ao governo federal até meados de 2015. Junto ao prefeito Rodrigo Agostinho, a técnicos do setor e à Secretaria de Aviação Civil, o projeto viabiliza trazer mais renda ao município com a ampliação de três mil metros de pista, terminal de cargas, de passageiros, lojas...”Essas reformas por si só já justificam o pacote de investimento que queremos contemplar. Hoje temos para Bauru o plano nacional para o aeroporto regional de R$ 30 milhões mas ainda é pouco perto do que precisamos para que de fato possamos receber grande aeronaves de cargas”. explicou. Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, no transporte de carga o aeroporto Bauru/Arealva destaca-se em primeiro no Estado, depois de Guarulhos e Viracopos. Hoje são transportados ao ano cerca de 1.400 toneladas de transporte de carga enquanto a cidade de Ribeirão Preto, por exemplo, transporta ape-

nas 700 toneladas ao ano. Outro fator importante para o desenvolvimento regional é investir na criação de uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE), caracterizada como áreas de livre comércio com o exterior, destinadas à instalação de empresas voltadas para a produção de bens a serem comercializados, o novo aeroporto de cargas receberia grande fluxo de transportes. “Nosso aeroporto não foi planejado para estar no estado que encontra-se hoje, mas é um processo e vamos avançar em cada passo. A construção desse novo aeroporto internacional vai atrair inúmeros empresários e significar muito para o desenvolvimento de Bauru e região. Não tenho dúvidas de que quando concluídas as reformas o novo aeroporto represente o que a ferrovia foi para o município no passado”, disse Purini analisando outras possibilidades. “Uma segunda alternativa para conseguirmos verbas para construção do aeroporto é fecharmos uma

concessão, desse modo, é a empresa privada que faria os investimentos daí a construção seria muito mais rápida, mas acredito que até 2020 todas as etapas tenham sido concluídas e o novo ambiente internacional inaugurado”. finalizou.

ENQUANTO ISSO... A Az! procurou as companhias aéreas Gol, TAM e Azul, para saber se houve aumento de número de voos domésticos para Bauru. A assessoria de comunicação da TAM respondeu que para 2015, a companhia já recebeu autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para estrear suas operações em Bauru com rota de voos entre a cidade paulista e Brasília. Ainda segundo a companhia aérea, está sendo avaliada a evolução da demanda e sendo planejanda sua flexibilidade para permitir adequações às condições do mercado. As companhias aéreas Azul e Gol não se pronunciaram até o fechamento desta edição.

A construção desse novo aeroporto internacional vai atrair inúmeros empresários e significar muito para o desenvolvimento de Bauru e região. Não tenho dúvidas de que quando concluídas as reformas o novo aeroporto represente o que a ferrovia foi para o município no passado Renato Purini Aeroporto ainda não tem estrutura satisfatória para os passageiros

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# C O LU NA

AS ORELHAS EM ABANO E O SEU IMPACTO SOCIAL

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Dr. Gustavo de Almeida Prado Bortolucci Cirurgião Plástico da Plástica Plexus

correção cirúrgica das orelhas em abano ou otoplastia é um dos assuntos dentro da cirurgia plástica que inevitavelmente fazem com que esta especialidade médica exerça sobre a sociedade o seu mais nobre papel. O modo como enxergamos o nosso corpo e como nos relacionamos socialmente com os indivíduos que nos cercam são grandes modeladores da nossa personalidade, notadamente na infância. Quem não conhece alguém que por possuir o estigma das orelhas afastadas de sua posição normal na cabeça sofre diariamente em decorrência das indelicadas brincadeiras que recebeu durante

toda a vida? Por esta razão que a otoplastia deve ser identificada e tratada com seriedade de maneira precoce, geralmente por volta dos sete anos, resguardando assim o desenvolvimento psicossocial da criança. Esta cirurgia é feita com anestesia local e cabe ao cirurgião plástico remodelar as orelhas através de pontos, trazendo uma forma discreta e graciosa. Deste modo, toda vez que uma cirurgia plástica é realizada com a finalidade de restituir ao indivíduo uma imagem mais próxima da normalidade, atuamos não somente com a beleza, mas também com o interior de cada um de nossos pacientes, garantindo-lhes o bem-estar.

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# C O M P O R TA M E N T O

Fechamento da unidade cultural em Bauru revolta e surpreende classe artística e a comunidade; nove oficinas foram desativadas no Estado Prédio original da oficina está em reforma

O INDIGESTO ADEUS DA

OFICINA CULTURAL

GLAUCO PINTO DE MORAES Texto Amanda Rocha Fotos Cristiano Zanardi

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ntervenções artísticas, políticas e culturais, petições públicas online, espaço cedido do município ao Estado, manifestação popular e até comprometimento de pagamento aos funcionários não foram suficientes para evitar o fechamento da já saudosa Oficina Cultural Glauco Pinto de Moraes. Inaugurada em 1990, foi a primeira oficina do Estado de São Paulo a funcionar e, de uma forma abrupta e inesperada, fecha as portas em Bauru após 25 anos de atividades culturais gratuitas à comunidade. Atendendo até 46 municípios com cursos de teatro, fotografia, circo, cinema e dança, a notícia caiu como uma bomba no cenário cultural. “É uma perda pra Bauru e região. Para cidades menores é pior ainda, porque muitos municípios não tem nenhuma estrutura ligada a cultura e muitas agendas nas cidades da região eram feitas pela Oficina”, diz Elson Reis, secretário municipal da Cultura. Das 23 oficinas culturais do estado, nove foram fechadas pelo governo de São Paulo, através da Organização Social Poiesis – Instituto de Apoio à Cultura, à Língua e à Literatura, conveniada à Secretaria de Estado da Cultura Segundo dados oficiais, o motivo foi o aperto orçamentário do governo estadual, que apresentou 30% de queda no repasse das verbas: o contrato calculava R$ 134 milhões de repasse para o desenvolvimento das oficinas até 2018, no entanto, apenas R$ 19 milhões foram destinados dos R$28 milhões previstos para 2015. A redução levou ao

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fechamento das sedes alugadas e a demissão de funcionários para diminuir os custos. No momento, a sede da oficina, pertencente à Secretaria de Estado da Cultura passa por reforma, as atividades eram realizadas em espaço temporariamente alugado. Além de Bauru, Araraquara, Campinas, Araçatuba, São João da Boa Vista, e uma unidade da Capital foram fechadas. Em nota, a Poiesis enfatiza que se trata de reestruturação e não de fechamento, porque as oficinas serão transferidas a outras unidades que continuam ativas. A Oficina Cultural de Bauru será transferida para a Oficina Tarsila do Amaral em Marília (SP), a 100 km. “Eles não admitem chamar de fechamento, mas sabemos que do ponto de vista prático isso não funciona e é um retrocesso ao trabalho. Foi uma iniciativa antipática para economizar no todo 4 ou 5 aluguéis, fora pagamento dos funcionários. Isso não resolve o problema”, opina Elson Reis. As atividades programadas continuarão a ser realizadas através de parceria com a prefeitura. As inscrições e maioria dos cursos foram transferidos para a sede da Secretaria da Cultura e outras para o museu ferroviário. A Az! entrou em contato com o coordenador da Oficina Glauco Pinto, Paulo Rogério Pereira – porém ele está impedido de se pronunciar sobre o assunto. Dos cinco funcionários, Paulo foi o único não demitido. Ele deverá ser transferido a Marília.


TERCEIRIZAÇÃO CULTURAL? “Esse formato de terceirização, contratando uma entidade que execute o serviço do Estado e esse processo de organizações sociais tem um lado bom e ruim: te contratam e te despedem com a mesma rapidez”, expõe Elson Reis. O secretário informa que tentou juntamente ao prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB) e do deputado estadual Pedro Tobias (PSDB) a permanência da Oficina Glauco Pinto dispondo salas no Museu Ferroviário. O deputado Tobias chegou a se comprometer publicamente a buscar opções para manter os salários dos funcionários. “Se o problema é corte de verbas, como o aluguel, as parcerias e o lugar estavam definidos, como no museu ferroviário, com três salas para a parte administrativa”, frisa emendando que não tiveram interesse nas propostas: “Então o problema não é economizar”, aponta. Para o secretário, a posição inflexível já estava tomada na vinda do assessor parlamentar João Manoel da Costa Neto, enviado pela Secretaria Estadual de Cultura. O assessor esteve presente na última manifestação de abril em que artistas, políticos e assessores promoveram o “abraçaço” no prédio em reformas da rua Amazonas. Desde o final de 2013 o local passa por reformas e a previsão de conclusão é para janeiro de 2016. De acordo com Elson Reis, em fevereiro deste ano foi assinado um aditivo na obra e o custo total já ultrapassa os R$ 5 milhões aos cofres públicos. Ainda não está definido o que será do local após o término da obra. Promessas sobre a possibilidade do retorno da coordenação de Bauru foram feitas mas o futuro é incerto. Sobre possíveis atritos políticos, o secretário diz que o município sempre foi parceiro e complementava as ações da oficina, e viceversa, não havendo nenhum desgaste. “Embora a administração municipal não seja politicamente alinhada com governo do estado, a parceria superou essa questão partidária. Deixar de fazer parceira com órgão que presta um serviço importante por questões políticas é pensar muito pequeno”, pontua. Após reforma, oficina pode retornar, mas sem garantias do governo

ARTISTA-CIDADÃO, FORMAÇÃO E FOMENTO À CULTURA Ao oferecer cursos, palestras e workshops gratuitos, o papel desempenhado pelas oficinas culturais forma artistas e cidadãos e fomenta a integração com diversas linguagens artísticas. Andressa Carla, funcionária pública, frequenta a oficina desde 2011 quando começou a se interessar por fotografia. Lá encontrou a oportunidade de conhecer mais sobre o assunto já que não tinha condições de pagar por um curso específico. “Sou apaixonada por fotografia e lá encontrei a oportunidade de aprender tudo o que sei sobre. Hoje pego até pequenos trabalhos como fotógrafa, graças aos cursos feitos na oficina”, relata Andressa. Ela enfatiza que além de ser um espaço cultural importante para nossa cidade tão “carente de cultura”, a Oficina também é um lugar onde a comunidade pode mais do que apenas observar movimentos culturais mas fazer parte dele. “Fará muita falta e fico triste ao pensar que minha filha e outras pessoas não poderão ter as oportunidades que eu tive”, observa com sinceridade. A fotojornalista Priscila Medeiros é oficineira e parceira da Oficina Cultural há anos e, inclusive, começou como freqüentadora e aluna. Priscila ministrou recentemente a oficina “Fotografia Pinhole”, que são imagens obtidas em dispositivos fotográficos caseiros, sem lentes, feitos em latas de alumínio ou papelão com pequeno furo para entrada de luz. A oficina foi um sucesso e será feita em Marília. “Em junho começo o curso lá, o pessoal viu e se interessou. Ainda não consegui perceber direito as dificuldades, acho que a proximidade que vai ficar mais complicada, porque fica mais impessoal o contato para a apresentação de propostas de oficinas. E agora terei gastos de combustível e hospedagem que o valor não cobre”, pondera. Elson Reis reforça que os funcionários da unidade conheciam os perfis dos artistas e profissionais de Bauru e região e eram “provocadores de ação cultural”: “Muitas vezes eles não esperavam o produtor ou artista oferecer algo e os convidavam para uma oficina que nem eles (artistas) haviam pensado em fazer ainda”. Embora com programações em andamento e inscrições abertas, dúvidas permanecem e ninguém sabe ao certo até quando isso vai funcionar. Com cerca de 90 atividades registradas em 2014 e atendimento a mais de 3,5 mil pessoas, quem mais se prejudica é a população, fora os profissionais que perdem um dos principais empregadores de produtores culturais na região. “As atividades inevitavelmente serão reduzidas e a gente não sabe o que vai acontecer ainda. Nós não temos verba pra redimensionar isso. Se a crise já chegou no Estado, imagina no município?”, finaliza o secretário de Cultura. As estratégias para superar os momentos de crise econômica tendem a cortar verbas destinadas as atividades culturais, superficializando um segmento gêmeo da educação.

Amanda Rocha é fotojornalista, oficineira e titular de artes visuais no Conselho Municipal de Cultura do município

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# VA R I E D A D E S

#NÚMEROS BAURU EM

Veja curiosidades e dados interessantes sobre Bauru por todos os lados

Texto Bruno Mestrinelli Imagens Banco de Imagens

650 PRAÇAS E ÁREAS VERDES É o número que temos em Bauru. Desse total,

81 PRAÇAS E ÁREAS VERDES “ADOTADAS” Ou seja, estão sob responsabilidade de manutenção da iniciativa privada.

3.500 PESSOAS PASSAM POR BAURU Todos os dias na rodoviária, o local com maior movimento de entrada e saída de nossa cidade, uma vez que o aeroporto regional Moussa Tobias ainda patina para receber mais voos e passageiros.

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TONELADAS DE LIXO ORGÂNICO É o quanto Bauru envia para seu aterro sanitário diariamente, mesmo em épocas de problemas com a coleta de lixo e sua destinação, segundo a Emdurb, operadora do sistema.

188 CRUZAMENTOS COM SEMÁFORO Cada vez maior, com trânsito mais caótico, este é o número de cruzamentos sinalizados de Bauru. Os focos das luzes vermelha, amarela e verde ajudam a organizar o trânsito e, se respeitados, evitam acidentes!

SUGESTÕES Se tiver sugestões para Bauru em números, entre em contato com a gente pelo e-mail: contato@azbauru.com.br, ou por meio de nossa página no facebook: AZBauru.


# C O LU NA

HEMODIÁLISE DIÁRIA: CIÊNCIA, TECNOLOGIA E UMA VIDA NORMAL

O

Dra. Trycia Nunes

Nefrologista no Ineb

s rins são responsáveis pela eliminação de substâncias produzidas pelo metabolismo, tóxicas em excesso ao corpo, pelo controle da pressão arterial e dos líquidos, pela excreção de vários tipos de medicamentos, além da produção de hormônios que participam da formação das células vermelhas do sangue e formação dos ossos. Diversas doenças podem afetar o funcionamento adequado dos rins, levando a baixas taxas de funcionamento renal e necessidade de substituição dessas funções, sendo a hemodiálise o método de substituição mais amplamente utilizado no Brasil e no mundo. O padrão de hemodiálise realizado originalmente e ainda mais utilizada no Brasil consiste em sessões três vezes por semana com duração média de 4 horas. Dados de literatura já mostraram que a hemodiálise intermitente (três vezes por semana), com grandes flutuações no volume de líquidos do corpo e nos parâmetros metabólicos, durante o intervalo entre as sessões, pode levar a complicações graves, principalmente cardiológicas. A hemodiálise diária de curta duração consiste em 6 sessões semanais, com duração de 1,5 horas a 3 horas. Os primeiros relatos de seus benefícios datam da década de 60. Esta modalidade se associa ao melhor controle do fósforo, menor ganho de peso entre as sessões com controle do volume de líquidos do corpo, da pressão arterial e menor necessidade de uso de medicações. O principal benefício estudado relaciona-se à melhora da qualidade de vida dos pacientes, que apresentam menores intercorrências durante o tratamento, maior disposição após sessões e retorno às atividades diárias e até mesmo ao trabalho. Com a evolução científica e tecnológica, os médicos podem prescrever hemodiálise diária de curta duração. Nossa experiência com os pacientes do instituto tem sido inspiradora e gratificante. Pacientes que antes não tinham acesso a essa modalidade de tratamento, agora vivem uma vida com mais qualidade e menos complicações clínicas, próximos da normalidade. A hemodiálise diária é mais uma entre as novas modalidades que vêm sendo propostas, no intuito de melhorar ainda mais o tratamento e a vida dos pacientes renais crônicos em diálise.

Paulo Tanaka é paciente do Ineb em Bauru

‘TENHO UMA VIDA NORMAL’ Paulo Tanaka, 55 anos, bancário, paciente da Clínica Ineb de Bauru “Eu faço hemodiálise há cinco anos. Fiz quatro anos no Hospital de Base e há um ano aqui no Ineb. Aqui tenho acesso a uma presença melhor dos médicos, são apenas 12 pacientes por turno sempre com acompanhamento dos médicos, com muita atenção e ambiente confortável. Comecei a fazer hemodiálise diária há cerca de um mês e estou indo muito bem. Antigamente, fazia a hemodiálise tradicional, quatro horas três vezes por semana. Hoje, faço duas horas por dia seis vezes por semana. Você se sente melhor, porque

fica

próximo

do

fisiológico,

com o rim funcionando todo dia. Estou me sentindo melhor quando saio do tratamento. Você sai normal, dá para exercer suas atividades, vida normal.”

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#ESTILO

MÃES ESTILOSAS: ÍCONES DE BELEZA E ESTILO QUE INSPIRAM SEUS FILHOS

FILHA DE PEIXE, PEIXE É! Gisele e Julia Mauruto representam um conceito muito novo e descontraído de mãe e filha. Com uma amizade muito respeitosa, filha se inspira no estilo e antiga carreira da mãe. Gisele é ex-modelo e sua filha, Julia, segue os mesmos passos de sua mãe. E não é só na carreira que a mãe a inspira... NA MODA TAMBÉM. O vestido coral alaranjado ainda é hit. Tanto no verão quanto no inverno... “ORANGE IS THE NEW BLACK”, pois é! A cor veio para ficar! Mãe e filha que usam o mesmo tamanho, ou tamanho aproximado e costumam compartilhar o guarda-roupas ganham muitos pontos ao optarem por vestidos. Um pouco mais larguinho para a mãe, ajuda e disfarça algumas saliências indesejadas no corpo e com um cintinho marcando a cintura para a filha resgata o ar jovial. Desta forma, os vestidos se multiplicam e atendem a necessidade que as mulheres têm de estar sempre com looks diferentes e renovados, neste caso em dose dupla!

Carla Costa Produtora de moda e consultora de imagem e estilo

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o falarmos sobre Dia das Mães, é comum vir à nossa mente aquela imagem delicada e livre de qualquer ousadia. Nesta edição, a equipe de moda da Az! procurou mãe e filha que compartilhassem do mesmo gosto sobre moda para apresentar dicas sobre como manter o estilo, ousar e até mesmo “dividir” peças, mantendo cada qual o visual adequado para a sua idade e tipo físico. Ainda apresentamos algumas sugestões de peças para presentear a mulher mais especial de todas!


TAL QUAL NAS ESCOLHAS, MAS COM ESTILOS PARTICULARES! O blazer é uma peça imortal e um curinga pra lá de fashion que nos salva em diversas situações. Esta é uma peça mutante que cabe em todos, isso mesmo, em todos os estilos e pode ser usada em todas as estações, até mesmo no verão – mas com tecidos mais leves. Eis então uma bela dica de presente para o dia das mães! Nos looks, mãe e filha compartilham blazer e estampa igual, mas em peças diferentes, o que é uma dica legal para manter a inspiração que as filhas têm em suas mães sem perder o estilo! Filha em estilo jovial e mãe em estilo elegante! Look: Acervo pessoal mãe e filha

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#ESTILO

AS DUAS FACES DA MOEDA! Preto e branco combinam tanto quanto mãe e filha! A coordenação entre essas cores opostas é o grito da moda das últimas estações. Em evidência no verão que passou, uma ótima pedida para o inverno 2015 e ainda uma CONFIRMADA e fortíssima tendência para o verão 2016, o duo preto e branco em peças lisas ou estampadas garante o ar “classudo”, porém clean para as mamães adeptas a esse estilo. Também é possível mostrar a sua personalidade através da coordenação entre preto e branco: filhas, apostem em shortinhos e em peças brancas detalhadas. Mães: o tricot, o crochet e especialmente a renda, assim como as modelagens diferenciadas agregam modernidade no look. Look: Acervo pessoal mãe e filha

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DONA ONÇA E SEU FILHOTE Se derretam pelo ANIMAL PRINT! Atemporal, desprovida de regras de faixa etária e sem contraindicações! A estampa de onça está chegando quase ao ponto de roubar o título de “vai com tudo” do pretinho básico! Mães, filhas, jovens, crianças, idosas... ELAS AMAM ONÇA! Essa estampa veste a sua pele e se adequa ao seu estilo, é só saber coordenar! Para mães mais ousadas e glamourosas, ganhar uma peça que faz alusão ao felino mais protetor que existe, será com certeza uma enorme honra. No look, mãe e filha vestem variações da estampa clássica que podem ser encontradas em diversos tamanhos, cores e efeitos nas lojas de rua, lojas de shopping, grandes grifes e redes de departamento já nesta estação. Look: Acervo pessoal mãe e filha

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#ESTILO

UMA JORNADA NADA BÁSICA! Nada mais gratificante para uma mãe do que ver seus filhos grandes, criados e independentes depois de uma longa jornada para educá-los. Para mães que apresentam toda essa seriedade e responsabilidade por meio de um estilo tradicional e elegante, vestidos BÁSICOS e longos são uma ótima pedida! Para as filhas também! O ponto chave é escolher longos com alguns detalhes ou modelos diferentes para não deixar o look sério demais e investir em acessórios imponentes para manter o “ar refinado”. Os modelos em malha, em cores sóbrias e com alças ou recortes em tule ilusion são o máximo do bom gosto e estão super em alta. São uma ótima opção para presentear as mamães que não curtem estampas. Dica: escolha modelos versáteis em cores neutras, assim é possível vesti-los durante o dia e modificá-los com acessórios para sair à noite.

Look: Acervo pessoal mãe e filha


Look: Acervo pessoal mãe e filha

Fotografia: Luis Paulo Ribeiro Produção e Styling: Carla Costa Beleza: João Di Carvalho Modelos: Julia Mauruto e Gisele Mauruto Looks: Acervo pessoal mãe e filha

FELIZ

DIA DAS

MÃES!

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Mãe é mãe! Mas também, é mulher, vaidosa, poderosa, atraente e ousada! Por que não? Em ocasiões em que as mães se revelam como os “mulherões” que são, apostar na ousadia comedida é o truque para manter a elegância! Fendas estão na moda! Mães também podem usar, desde que estejam com as pernas em ordem, assim como todas as mulheres que optam pelo uso dessa tendência. Já o brilho em excesso e transparências bem pronunciadas, devem ficar por conta das mamães bem jovens ou das filhas. Não somente no segmento festa, mas na moda em geral. Depois que se torna mãe, a mulher se transforma! O estilo permanece e a ousadia sempre será eterna, só muda-se a dose!

MINHA MÃE: UM MULHERÃO!


# C O LU NA

LEI FEDERAL DE INCENTIVO AO ESPORTE: DESPERDÍCIO DE 63% DO DISPONÍVEL EM 8 ANOS

O

esporte como ação integrada e complementar ao desenvolvimento humano é um direito social estabelecido pela Constituição Brasileira. Garantir o acesso da população à prática esportiva é, assim, um dever do Estado, a partir da formulação de políticas públicas. Nesse contexto, surge a Lei Federal de Incentivo ao Esporte (LIE), novo e efetivo instrumento de financiamento esportivo, que possibilitou o acréscimo de milhões de Reais ao segmento, em projetos distribuídos por todo o território nacional. Mais do que um instrumento jurídico, trata-se de uma inovação e um avanço na consolidação do paradigma do esporte como um direito no Brasil. Os projetos que buscam incentivo por meio da LIE submetem-se à criteriosa análise do Departamento de Incentivo e Fomento ao Esporte (DIFE) do Ministério do Esporte (ME) e à aprovação da Comissão Técnica da Lei de Incentivo ao Esporte (CTLIE). Uma vez aprovados, tais projetos recebem a chancela para captar patrocínios e doações junto a empresas e a pessoas físicas.

Chico Maia

Especialista em projetos e secretário municipal da Agricultura

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Os R$ 400 milhões anuais disponibilizados pela Lei ainda não são usados integralmente. O desperdício médio anual passa de 60%. Desde que foi criada, em 2007, até a presente data, a Lei de Incentivo teve R$ 3,2 bilhões disponíveis para aplicar em projetos de alto rendimento, educacional ou de participação. Gestor da lei, o Ministério do Esporte aprovou projetos que totalizam R$ 3,1 bilhões. Desse total, R$ 1,1 bilhão foi captado, isto é, 37% do disponível. Em outras palavras, o esporte deixou de usar 63% de verbas provenientes do imposto de renda, fonte que abastece a Lei de Incentivo. A falta de conhecimento da legislação é um dos principais motivos para isso. Na prática, a Lei de Incentivo ao Esporte funciona assim: a pessoa física que for pagar imposto de renda pode destinar 6% do valor devido para projetos esportivos. Já para as empresas o percentual é de 1%. Se uma montadora, por exemplo, for pagar R$ 5 milhões de imposto de renda, poderá destinar R$ 50 mil para um determinado projeto de esporte educacional, de alto rendimento ou de participação.


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# P E R S O NA Z

OS NOVOS

JUMPS DE

LARRY Atual armador do Paschoalotto/Bauru Basketball Team, Larry Taylor vive um momento de mudanças importantes: além de se lançar como cantor de rap, ele retomou o relacionamento com o filho Joshua, que vive em Chicago Texto Fernanda Villas Bôas Fotos Cristiano Zanardi e Arquivo Pessoal

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PERFIL Nome – Larry James Taylor Junior Apelido – Alienígena. É chamado assim pelos torcedores bauruenses por realizar nas quadras jogadas de outro mundo. Idade – 34 anos (completa 35 em 3 de outubro) Natural de – Chicago (EUA), onde começou a jogar basquete ainda na infância. Atividade profissional – Jogador de basquete do Bauru Basketball Team, já foi escalado pela seleção brasileira, já que há três anos tem dupla cidadania. Recentemente, lançou seu primeiro clipe: a música “Be Who You Are” (“Seja Quem Você É”), que conta com a participação da cantora bauruense Shanty. Larry pretende lançar um CD de hip hop nos próximos meses. Família – É filho de uma funcionária do FBI (Federal Bureau of Investigation) e de um executivo da indústria automobilística. É o primogênito de nove irmãos. Todos vivem em Chicago. Vida pessoal – Separado, é pai de Joshua, de 13 anos, que mora com a mãe americana e o padrasto. Larry não fala sobre a vida sentimental atual. “Prefiro discrição sobre esse assunto”, diz.

Larry posa ao lado do Porsche Panamera 4S de propriedade da Octane Motors de Bauru: paixão também por carros FACEBOOK .COM/AZBAURU

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# P E R S O NA Z

Revista Az! – O basquete foi um hobby que você decidiu levar a sério? Como começou isso? Larry Taylor – Com 8 ou 9 anos, comecei a jogar na rua com meus amigos e minha família. Eu gostava muito de basquete e futebol americano. Mais velho, joguei no high school (no Brasil, corresponde ao ensino médio) e escolhi levar o basquete a sério. Joguei basquete na faculdade (Larry é formado em administração) e virei profissional. Az! – Você veio de uma cidade superdesenvolvida, que é Chicago, para um país marcado por contradições sociais, que é o Brasil. Foi muito forte o impacto dessa mudança? Larry – Eu não estranhei muito, porque, antes de vir para cá, morei dois anos e meio no México e seis meses na Venezuela. No México, morei numa cidade muito pequena, bem menor do que Bauru. Eu gostei de Bauru, porque é uma cidade tranquila, mas não é tão pequena. Tem coisas para fazer aqui, lugares para se divertir. Tenho vários amigos aqui. Não foi uma transição ruim.

Com bone do Chicago Bulls, time de sua cidade nos Estados Unidos: fã de Michael Jordan

L

arry Taylor, 34 anos, é um homem feliz. “Está perfeito o nosso relacionamento”, comemora o jogador de basquete de Bauru, referindo-se à sua relação atual com o filho adolescente Joshua, que vive em Chicago, nos Estados Unidos, com a mãe, ex-mulher de Larry. Ele e Josh passaram um bom tempo sem conversar por conta dos desentendimentos do ex-casal. Mas conseguiram vencer as chuvas e trovoadas e agora têm recorrido à internet para recuperar o tempo perdido. “Nos falamos quase todos os dias pelo Face Time, Skype, jogamos

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videogame online juntos”, conta Larry. O céu azul também se abriu na vida profissional do atual armador do Bauru Baskettball Team, que acaba de se lançar como compositor e cantor de rap. Ele gravou um clipe de uma música de sua autoria e vem soltando a voz no Estúdio Valetes Records para acertar o repertório e, mais para frente, lançar um CD de hip hop. Nesta entrevista, Larry conta suas impressões sobre Bauru, onde vive há seis anos, abre o jogo sobre o relacionamento com o filho de 13 anos, revela seus ídolos e fala do sonho de fazer cestas de três também na música:

Az! – Chicago é considerada a pátria dos democratas. Você também é um democrata? No Brasil, você é mais liberal ou mais conservador? Larry – Chicago é realmente mais democrata, meus pais também são democratas e acho que fui seguindo eles. Nunca fui muito envolvido com essas coisas de política. Nunca pensei muito nessas coisas. Nos Estados Unidos, nunca votei. Lá, não é obrigatório. Aqui no Brasil, como é obrigatório, a primeira vez que votei foi no ano passado. Az! – Em quem você votou? Larry – Ah... Tem que falar mesmo? (risos). Az! – Quando você chegou a Bauru, já falava espanhol por ter morado no México e na Venezuela, mas não falava português. O que mais você estranhou na língua? Larry – Para mim, o português foi um pouco difícil. Estou aqui há seis anos e


até hoje tem palavras que não consigo falar direito. Por exemplo, frango. Às vezes, eu falo “fréngo”. Nos Estados Unidos, em inglês, seria “fréngo”. E alguns verbos, tipo vai, vou, vamos. Antes, eu não sabia qual verbo usar. Hoje, estou bem com os verbos. Az! – Por ser um armador nas quadras, você também organiza jogadas na sua vida? É disciplinado? Larry – Eu tenho que ser armador para mim mesmo, porque moro aqui sozinho. Tenho que fazer todas as coisas para mim, deixar tudo organizado. Em casa, sou eu que cozinho, lavo roupa, passo roupa. Gosto de fazer essas coisas. Sou um ótimo armador para minha vida (risos). Az! - Nos Estados Unidos, o preconceito racial é mais debatido do que no Brasil, onde essa questão ainda é um pouco velada. Você já sofreu discriminação racial aqui ou lá?

Larry – No Brasil, nunca sofri. Nos Estados Unidos, algumas vezes, quando era mais novo, algumas pessoas me xingavam, me falavam palavrões do nada, e eu não entendia por que, não entendia os motivos delas. Meus pais sempre me ensinaram que as pessoas podem falar qualquer coisa da gente, mas isso não pode mudar a gente, temos que continuar com nosso foco. Algumas pessoas não têm noção, mas não podemos descer ao nível delas. Az! – Por quanto tempo ainda você pretende jogar basquete? Larry – Meu plano sempre foi jogar até os 40 anos. Az! – Em que momento você decidiu dar uma guinada na sua vida e tentar se lançar como cantor de hip hop? Larry – Minha paixão pela música vem desde criança. Sempre quis cantar, sempre fiz minhas batidas. No meu apartamento em Bauru, tenho um

Larry nos Estados Unidos com seu filho Joshua

Armador em cerimônia nas Olimpíadas de Londres, em 2012

miniestúdio montado. Mas não foi nada planejado. No ano passado, conheci o Emil Shayeb Neto, do Estúdio Valetes, e começamos a conversar. Gravei algumas músicas com outros amigos meus, o Emil gostou e me chamou. As coisas não acontecem por nada: conheci o Emil na hora certa da minha vida e resolvi seguir meu outro sonho, que é a carreira musical. Agora, a gente está gravando as músicas, eu fiz um clipe e vamos ver até aonde eu consigo ir com a minha música. Nossa ideia é lançar um CD daqui a alguns meses.

Agora, a gente está gravando as músicas, eu fiz um clipe e vamos ver até aonde eu consigo ir com a minha música. Nossa ideia é lançar um CD daqui a alguns meses

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# P E R S O NA Z

Larry posa para foto com Ferrari: rap é o futuro quando sair das quadras

Az! – Sua primeira música, que virou clipe, se chama “Be Who You Are” (“Seja Quem Você É”). Em que momento da sua vida o título dessa música te pareceu fundamental? Larry – Qualquer momento da minha vida. Sempre haverá pessoas que terão dúvidas sobre você, que não vão gostar de você, nem do seu trabalho. Mesmo para mim, no basquete, sempre haverá pessoas que gostam muito de mim e outras que não gostam de mim como jogador. Acho que isso existe em qualquer trabalho do mundo. Muita gente gosta dessa música por causa da letra. Não devemos deixar ninguém atrapalhar a gente. Temos que fazer aquilo que a gente acha certo e correr atrás dos nossos sonhos. Az! – Você tem dupla cidadania, ou seja, também é cidadão brasileiro. Você se empenhou nisso porque seu projeto é permanecer no Brasil? Larry – Quando eu comecei a conversar com o pessoal da CBB (Confederação Brasileira de Basqueteball) para ter a oportunidade de jogar pela seleção brasileira, eu já estava no Brasil há três anos. Eu tive mui-

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to amor pelo Brasil. Falava para a minha família, nos Estados Unidos, que o Brasil era minha segunda casa. E isso não é brincadeira para mim, é verdade. Senti um grande amor pelo Brasil, gostei muito da maneira como as pessoas me trataram desde o primeiro dia em que cheguei aqui. Pensei assim: se eu tiver a oportunidade de jogar pela seleção, será ótimo para mim, porque não tenho planos de ir embora do Brasil. Minha carreira está aqui e estou muito feliz aqui. Az! – Quais são seus ídolos na música e no basquete? Larry – No basquete, Michael Jordan e Allen Iverson. Quando eu era criança, queria fazer cestas impossíveis como Michael Jordan. Uma vez, vi Jordan na televisão jogando e, no dia seguinte, estava na rua tentando imitar ele. Na música, quando era mais novo, gostava de Michael Jackson, assistia os clipes dele, gostava do jeito como ele cantava. No rap, Jay-Z e Kanye West. Az! – Como é sua relação com seu filho adolescente Joshua?

Larry – Chamamos ele de Josh. Temos uma história muito triste: eu e a mãe dele ficamos muito tempo sem conversar. Então, fiquei muito tempo sem ver meu filho. Mas conseguimos passar por tudo isso e hoje em dia está superbom o nosso relacionamento. Nos falamos quase todos os dias pelo Face Time, Skype, jogamos videogame online juntos. Para mim, era muito triste não conversar com ele e estar brigado com a mãe dele. Agora está tudo tranquilo. Estou conversando com a mãe dele, meu filho tem outro pai, já que a mãe dele se casou de novo, e gosto muito dele também, viramos amigos. Para mim, é um momento feliz agora, porque está perfeito o nosso relacionamento. A única parte ruim é a distância. Mas a gente acha o nosso jeito de se divertir, mesmo estando longe um do outro. Az! – Ele joga basquete? Larry – Um pouco, para brincar. Mas ele me disse que quer escrever livros e ser dono de uma loja que vende livros. Ele é muito inteligente, gosta muito de escrever. No Natal, me pediu um monte de videogames e um monte de livros.


CONHEÇA A MÚSICA DE LARRY: Be Who You Are Skyscrapers hidden in the clouds You know who you are, be who you are Don´t ever let them knock you down You know who you are, so be who you are Let me present this anthem with the greatest intent For those who live with the latest resent I know your patience is spent They wanna change you and influence Discourage you from leaving unique prints and now its a tense Struggle don´t be deterred Blocking all that you heard Cause people are so disturbed Reflection is getting blurred This is what occurs They wanna hurt you with slurs But don´t give a “f” word Just flip ´em the bird Be a free thinker make your own decision In the mist of a mission just follow your intuition That´s your internal guide different views collide They want your heart and your mind conquer and divide Take pride in the person that you are You a star and its visible from a far Keep your head up high as the towers And refuse to allow your optimism to be devoured And the story goes on are you right or you wrong But don´t worry about because you not alone You got innocent bones, but you a menace and prone To takeover the throne and sit where you belong And you can bet They recognize the threat So they apply the steps To make you feel regret They want whats under your flesh They want you under duress They get under you some stress That have you really depressed Its a mess but theres a resolution And you don´t need a whole army to have a revolution All you need is some positive nourishment and these words of encouragment In no time you be flourishing This should bring the out the fighter in you This should spark a fire like its a lighter in you This is critical to destroy the ritual Of being typical its time to reveal your pinnacle This is for everybody That feel like you gotta change to fit in But I gotta message for you You don´t have to that Just be you If that ain´t good enough, then what is You a skycraper hidden in the clouds I know you are And now you know it too So always remember You gotta be who you are

Seja Quem Você É Arranhas-céus escondidos nas nuvens Você sabe quem você é, seja quem você é Nunca deixe eles te derrubarem Você sabe quem você é, então seja quem você é Deixe-me apresentar essa canção com a melhor das intenções Para aqueles que vivem com o último ressentimento, eu sei que sua paciência já era Eles querem mudá-lo e influenciá-lo Desanimá-lo por deixar as suas pegadas no tempo, e o agora é passado Lute, não seja dissuadido Bloqueie tudo o que você ouviu Porque as pessoas estão tão doentes O reflexo está ficando borrado É isso o que acontece Eles querem ferir você com insultos Mas não se importe Mostre o dedo do meio para eles Pense por si só, tome suas próprias decisões Quando sua missão estiver confusa, basta seguir sua intuição Ela é seu guia interior quando diferentes visões se chocam Eles querem te conquistar e dividir sua mente e seu coração Orgulhe-se da pessoa que você é Você é uma estrela visível a distância Erga sua cabeça bem alto E não permita que seu otimismo seja devorado E tudo segue, você está certo ou errado? Mas não se preocupe, porque você não está só Você é inocente, mas é incrível e Irá recuperar o trono e sentar no lugar que merece E você pode apostar Eles sabem quando estão ameaçados Então, eles fazem de tudo Para fazer você se arrepender Eles querem o que está sob a sua carne Eles querem você sob coação Eles te deixam sob estresse Eles querem você deprimido mesmo É uma confusão, mas tem solução E você não precisa de um exército todo para fazer uma revolução Tudo o que você precisa é de uma nutrição positiva e algumas palavras de encorajamento E logo você irá florescer Isso irá despertar o lutador que existe dentro de você Isso irá acender a luz que há em você É essencial para destruir o ritual De ser uma pessoa qualquer, é hora de mostrar o seu melhor Isso é para todo mundo Que acha que precisa mudar para agradar Mas eu tenho um recado pra você Você não tem que fazer isso Apenas seja você Se isso não for bom o suficiente, então o que vai ser? Você é um arranha-céu escondido nas nuvens Eu sei que você é E agora você sabe disso também Então, lembre-se disso Você tem que ser quem você é


# C O M P O R TA M E N T O

LIMITES, CARINHOS E BRINCADEIRAS:

ADESTRANDO SEM ESTRESSE

Oséias com dois cães que, hoje, recebem seus ensinamentos nas ruas de Bauru

Ex-cabo PM Oséias é exemplo de adestrador de sucesso, ramo é diversificado e em breve região terá canil de cães-guias

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Texto Amanda Rocha Fotos Cristiano Zanardi e Divulgação


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ães bom de faro, que encontram pessoas perdidas nas matas, acham explosivos e ajudam no trabalhoz policial. Com reconhecimento no cenário nacional, homenagens, condecorações e muita dedicação, o ex-cabo da Polícia Militar (PM) e adestrador Oséias Silva se despede dos famosos cães do canil da PM de Bauru. Depois de mais de 20 anos de convívio com estes animais, chega ao fim o comando do premiado adestrador, que está se aposentando. Apaixonado por cães, ele conta que ficava rodeando o canil até que foi convidado a ficar na manutenção do local e assim a história começou. “Antes os cães cuidavam e tomavam conta do presídio, não tinham essas funções de faro e foi aí onde tudo começou. Fui fazer cursos de especializações de cães, destinados as atividades policiais e hoje somos reconhecidos em cenário nacional”, informa orgulhoso e já com saudades dos companheiros caninos de policiamento. Oséias se especializou em questões

olfativas, e os cães treinados por eles são experts nestas funções, no entanto, cada animal é adestrado de uma forma diferente, pois mesmo sendo da mesma raça eles tem suas particularidades. Os cães chegam com 40 dias de vida no canil e se aposentam aos 8 anos. O perfil é de rottweiler e pastor alemão, cachorros com temperamentos firmes, de grande porte e que requerem certo grau de agressividade dependendo da ação. “O treinamento é feito desde filhotinho e de acordo com as fases. Na infância, o cão tem somente brincadeiras mas já estimulo para as atividades e com passar do tempo retiro o brinquedo e fica só o artefato”. O ex-cabo e agora 3º sargento aposentado diz que se criou um mito sobre os cães farejadores e informa que eles não têm acesso aos entorpecentes como muitos pensam: “Não é necessário colocar a droga no brinquedo, eu não recomendo porque pode esfarelar e assim ter o contato, geralmente eu escondo próximo. Nisso, ele encontra a massa de odor e o brinquedo está do lado, é por

associação, nunca são dopados. Por exemplo, no caso dos explosivos, vou dopar o cão com dinamite? Não tem nada a ver,” esclarece. No caso de farejamento de drogas e armas a indicação é ativa, ou seja, o cão toca e arranha, vai até nos “finalmentes”. Já no caso do cão farejador de explosivos a indicação é passiva: ao encontrar alguma coisa, o cão deita no chão e não dá pra saber com exatidão onde está o artefato. “Tem que ter segurança, não vou colocar o cachorro em risco. Em hipótese alguma pode tocar ou ficar próximo, e sim a metros do local”. Quando possível, um brinquedo é oferecido após a ação, porém nem sempre dá para presentear o cão em situações reais e ele aprende a lidar com a frustração. Falando em se frustrar, o ex-cabo informa aos risos que os cães estão “fazendo greve” e não querem saber de outro adestrador. Quando os cachorros se aposentam eles vão para a casa de Oséias, porém agora a situação se inverteu. “Eles acabarão sendo doados a mim, só falta a autorização sair”, assim espera.

Não é necessário colocar a droga no brinquedo, geralmente eu escondo próximo. Nisso, ele encontra a massa de odor e o brinquedo está do lado, é por associação, nunca são dopados. Por exemplo, no caso dos explosivos, vou dopar o cão com dinamite? Não tem nada a ver Oséias Silva,

Oséias mostra, com orgulho, quadro de quando trabalhava na PM

adestrador e ex-PM

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# C O M P O R TA M E N T O UMA HISTÓRIA HEROICA DE QUATRO PATAS Os labradores Falcão, B.O, Stive, os pastores alemães Hans, Apache I, Apache II e os rotweillers Beethoven, Thor e Black foram os parceiros de quatro patas de Oséias nos últimos anos e inúmeras ocorrências foram auxiliadas e até resolvidas por eles. “Todos participaram de muitas ocorrências, uma que me marcou foi a do serviço de busca na mata com o Hans, um pastor que tivemos. Duas meninas haviam sido raptadas numa cidadezinha e já tinham terminado as buscas. Era julho, época de frio, pegamos as roupas das meninas usadas com as mães e passamos quase três dias na mata. Se não fosse por intermédio do cão, não as encontraríamos e elas teriam morrido, inclusive uma já estava com hipotermia”. O caso aconteceu há um bom tempo e na data eles não tinham levado GPS nem bússola; Oseias recorda que andavam em círculos e estavam prestes a desistir quando Hans se deitou no chão. “Estávamos esgotados e preocupados com o cansaço do cachorro, ele andava e deitava, estava exausto e então eu encerrei a busca mas quando olhamos para frente vimos as meninas a 40 metros da gente”, conta emocionado. Os cães farejadores na mata têm mudanças nítidas de comportamento e Hans tentava dizer que já havia encontrado as garotas ao andar e deitar, geralmente eles chegam até a 100 metros da pessoa. A ação rendeu uma homenagem musical a eles, medalhas e ato de bravura. Oséias acumula três moções de aplausos e 9 prêmios, como o “Luiza Anahim” (2009), concedido pelo Conselho Municipal da Comunidade Negra de Bauru. “Tenho muito respeito pelos cães, eles auxiliam demais e vale muito a pena, e é por essas e outras histórias que quero continuar trabalhando com esses animais, mas agora para o lado social”. Um novo projeto está em pauta e trará muita mudança às pessoas que não enxergam e necessitam de ajuda: um canil de cães guias.

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Um novo projeto está em pauta e trará muita mudança às pessoas que não enxergam e necessitam de ajuda: um canil de cães-guias. GUIANDO O CAMINHO Oséias conta que sempre se encantou com a possibilidade de ajudar as pessoas através do auxílio de cães-guias, e se prepara para novo curso no segundo semestre nos EUA, na unidade K-9. Por meio de cursos dentro e fora do país, além de extenso conhecimento na área - são 30 cursos de adestramento na bagagem - ele espera montar um canil especializado. “Depois de 23 anos mexendo com cães me dá um know-how de continuar e os cachorros auxiliam o ser humano a vida inteira. Aqui no interior do Estado não temos esse trabalho e a maioria dos cães guias vão pra fora do país. Esse canil não vai atender só Bauru e região, queremos estender e ampliar, nada mais justo”, revela. Ao embarcar novamente ao país norte-americano onde fará um curso específico, ele analisará como se comporta essa modalidade em países tidos como referências. “A pessoa que já tem um problema visual está cheia de esperança e quando pega um cão guia não podemos decepcioná-la. Existem filas de espera para esses cães e quero tornar tudo mais acessível e prático”, conta. Uma grande marca de ração e grupos de mídia já se mobilizam como futuros parceiros.

Cães-guias ajudam quem precisa

MAIS CARINHO, MENOS REPREENSÃO Tênis, roupas e objetos destruídos espalhados pela sala. A impressão é a de que tornado passou e deixou tudo de ponta cabeça. Só que não. Muitos cachorros dão este tipo de trabalho – e bota trabalho nisso - porque querem a atenção do dono e estão tentando se comunicar de alguma forma. Destruir é o meio mais eficaz de “latir” que algo não vai bem entre você e ele. De acordo com Oséias, um dos objetivos do adestramento é melhorar a qualidade de vida do animal, que influi no bem-estar da família. “A família viverá em harmonia pois o cachorro passa a entender seus donos e por conseqüência será mais feliz ao agradá-los sem fazer tantas travessuras”, diz. Ele reforça que muitas vezes erramos em situações cotidianas e nem percebemos nossas atitudes, o que gera conflitos e vícios no animal. Mudanças no ambiente, como a chegada de um bebê ou de namorada(o) também podem provocar reações. Orientações e socialização entre cão e crianças devem ser feitas. “Nos primeiros meses foco na obediência e no final do adestramento é muito impressionante, depois de dois meses a pessoa já se vira sozinha com o cachorro, só faço acompanhamento”, garante. O adestrador destaca que os melhores resultados para se educar um cão é na base do carinho, sem repreensão: “Lógico que tem que ter limites e dizer não, através dos estímulos positivo, negativo e neutro”. Captar os comportamentos do seu cachorro é um passo fundamental para que a convivência seja mais equilibrada e assim se analise a necessidade de adestramento.


Oséias com um pequenino que também adestra

A tosadora recorda que a pior situação vivida foi com uma chow-chow: a cachorra não aceitava focinheira e a atacou com mordidas e até a sua unha foi quebrada. Depois disso, a chow-chow “estressadinha” passou por adestramento em casa até conseguir tomar banho. “Nos dias de hoje o adestramento está se tornando cada vez mais procurado, porque consegue educar, treinar, enfim dar limites ao animal”. Tatiana destaca que qualquer tipo de trabalho nesta área exige amor e respeito pela vida dos animais e que sem isso jamais conseguiria exercer a profissão escolhida. Independente da situação enfrentada deve-se escolher bem o adestrador para que o cão seja bem cuidado, evitando traumas. “Procure um profissional pra resolver seus problemas senão vai conviver uns 14 anos se estressando e todo mundo tem que ser feliz”, frisa Oséias.

FINAL FELIZ LIMITES JÁ! A tosadora Tatiane Cunha Vieira já passou por uma série de dificuldades com cachorros bravos, hiperativos e rebeldes ao longo de seus cinco anos de atendimento em clínicas veterinárias. Em alguns casos teve que chamar o adestrador para lidar com o animal incontrolável. “Acontece com freqüência casos de descontrole”, desabafa.

Um presente canino que a princípio se tornou um problema para a família de Vanessa de Michelis, multiartista mineira. Pipe chegou pequeno e desnutrido, único sobrevivente de um cruzamento entre raças: o cãozinho é uma mistura de

labrador e schnauzer. Com apenas dois anos, de personalidade e força gigantesca já “causou” muito em pouco tempo de vida. “Demos ele de presente para minha mãe - mas o que era pra ser legal se tornou um problema. Quando ela saía para passear com ele, caia e se machucava tamanha a força”. Então a família de Vanessa descobriu uma escola para cães em Belo Horizonte (MG) e Pipe começou a freqüentar 3 vezes por semana. Mas, indisciplinado e rebelde que ele só, foi “expulso” de uma: os adestradores afirmaram que não davam conta do recado. Na busca por outra escola, encontraram a Aufabeto – Instituto de Educação Canina, onde hoje ele vai muito bem, obrigado. A mudança de comportamento foi clara. No local, ele aprendeu a socializar com outros cães e tem atividades como natação e claro, muita brincadeira pra gastar a energia. Desde então, o “labranauzer” se tornou um cão mais tranqüilo e assiste novelas com a mãe de Vanessa no sofá – antes ele a derrubava do assento. Aos poucos, ele vai controlando toda a sua força e pique, sem jamais perder a personalidade canina: uma boa farra sempre acontece.

Cão Pipe, ao centro, brinca com “amigos” em Belo Horizonte

Nos dias de hoje, o adestramento está se tornando cada vez mais procurado, porque consegue educar, treinar, enfim dar limites ao animal Tatiane Cunha Vieira, tosadora de animais

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# C O M P O R TA M E N T O

DELEGACIA DO

MEIO AMBIENTE

Reativação da delegacia combate crimes de maus tratos a animais e fortalece a causa animal

RETORNA NO AMPARO À

QUESTÃO ANIMAL

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Delegado Dinair é o responsável por investigar crimes contra animais

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Texto Amanda Rocha Fotos Cristiano Zanardi e Amanda Rocha

s antigas reivindicações dos protetores de animais, ativistas e ONGs surtiram efeito: está de volta a delegacia do Meio Ambiente que engloba os crimes de maus tratos aos animais. Após o episódio do cachorro morto a facadas por uma comerciante, a direção do Departamento de Polícia Judiciária do Interior (Deinter-4) e a Delegacia Seccional de Bauru reativaram as atividades realizadas pela antiga Delegacia de Crimes Ambientais. A unidade policial foi extinta em 2013, após a centralização de todas as delegacias na Central de Polícia Judiciária (CPJ) e as denúncias e ocorrências de crimes ambientais (fauna e flora) estavam dispersas nos mais de 20 cartórios. O delegado encarregado, Dinair José da Silva, tem histórico na defesa da causa animal e ambiental na cidade: era o responsável pela delegacia anterior e acompanhou vários casos emblemáticos, entre eles o do “Canil de Tibiriçá” (tema de reportagem de fevereiro da Revista Az!). Agora, Dinair atende como titular do 3º Distrito Policial e Meio Ambiente e sua equipe é composta por um escrivão e três investigadores. Sempre que possível, o delegado participa de manifestações, como a Marcha da Defesa Animal que aconteceu no final de abril no Parque Vitória Régia. A marcha foi uma caminhada pacífica e aconteceu em mais de 60 cidades no Brasil, tendo como reivindicação o aumento da pena para o crime de maus tratos e implantação de hospital público veterinário. “Eu sempre gostei da causa animal, é uma luta digna e tendo esse respaldo da administração facilita nosso trabalho. As pessoas estão mais preocupadas com a questão e devido a isso as denúncias e ocorrências tem aumentado”, conta Dinair. O delegado seccional Ricardo Luiz de Paula Martines diz que a centralização das ocorrências em um só delegado de polícia foi necessária devido a demanda de crimes. “Dentro da estrutura da CPJ, as ONGs e demais pessoas interessadas se sentiam lesadas no tocante aos crimes ambientais e agora tem a quem procurar. O delegado Dinair foi escolhido por já ter trabalhado nesta área”, informa. O seccional aponta que existe agora uma unidade específica trabalhando nos crimes contra o meio ambiente e que isso não se configura como uma delegacia específica.


Estudo do FBI já fala: serial killers começam matando animais e as estatísticas comprovam que o agressor de animal é via de regra um agressor dos filhos, da mulher e da sociedade, um potencial criminoso. A polícia lida com a prevenção, pois punir esses indivíduos hoje é previnir o amanhã Dinair José da Silva, delegado do 3º DP e Meio Ambiente

CASO DE POLÍCIA, SIM! “Será que essas pessoas das Ongs e a polícia não têm o que fazer?”. Esta frase ainda é muito escutada pelo delegado Dinair, que critica este tipo de pensamento: “Estudo do FBI já fala: serial killers começam matando animais e as estatísticas comprovam que o agressor de animal é via de regra um agressor dos filhos, da mulher e da sociedade, um potencial criminoso. A polícia lida com a prevenção, pois punir esses indivíduos hoje é prevenir o amanhã”, enfatiza. O artigo 32 da Lei de crimes ambientais prevê penas de três meses a um ano de detenção para crime de maus tratos a animais. Lei branda, com pena restritiva de direito com multa, prestação e serviços a comunidade incentiva a reiteração do crime. Esta é uma das lutas dos protetores, reformas urgentes na legislação com pena mais severa. “É o que sempre falo, é necessário aumentar essas penas do meio ambiente, pois o autor de crimes de maus tratos estimula e incentiva outros a fazerem maldades”, constata o delegado Dinair. A bióloga e protetora dos animais Fátima Schroeder, da ONG Naturae Vitae comemora a volta da delegacia mas reforça que uma tragédia precisou acontecer: “Há cerca de um ano atrás nós da ONG Naturae Vitae, outras ONGs e protetores elaboramos um documento e protocolamos na delegacia Seccional pedindo a volta da delegacia do Meio Ambiente, e entre idas e vindas, nosso pedido foi negado. Infelizmente precisou acontecer a tragédia do cão que morreu a facadas pra ter uma reviravolta na proteção animal em Bauru. Mas agora estamos amparados novamente e o diálogo voltou”. O cão, um vira-lata, foi morto após tentar cruzar com uma cachorra da raça shar-pei. A dona, uma comerciante, tentou separar mas foi mordida e acabou desferindo os golpes de faca. O episódio gerou muita revolta na população e entidades protetoras dos animais protestaram pedindo a prisão da comerciante. Acusada de maus-tratos, ela foi multada pela Polícia Militar Ambiental em R$ 6 mil e responde processo administrativo ambiental. O ocorrido se deu no mês de março, antes da reativação da delegacia especializada em crimes ambientais – que retornou em abril. O seccional Martines lembra que a pena do crime cometido não comporta regime fechado e “se o delegado a prendesse estaria cometendo crime de abuso de autoridade”.

NO ENCALÇO DAS PEGADAS O delegado Dinair ilustra com fotos algumas denúncias que chegaram até a sua equipe. Nos quatro casos que tivemos acesso, um se configurou como maus tratos. O cachorro estava acorrentado há dias num espaço aberto, sem cobertura, estressado, passando frio e fome. “Vamos até o local, fazemos um relatório e se a denúncia se configurar como procedente entramos com busca e apreensão”. Feito isto, o animal é encaminhado as Ongs parceiras ou protetores independentes para lar temporário. “Claro que se o animal estiver em situação crítica retiramos na hora”. O delegado informa que muitas denúncias são improcedentes e se caracterizam mais por rixas entre vizinhos, o que prejudica e desvia a averiguação de crimes sérios pertinentes ao meio ambiente, como um combustível derramado, caça e pesca ilegal etc.

RUMO POSITIVO Bauru passa por um processo inédito no que diz respeito a proteção dos bichanos, como a aprovação das leis que criam o Fundo Municipal de Proteção Animal (Lei nº 6.579/2014) e a Semana Municipal de proteção e defesa dos animais (Lei nº 6.654/ 2015) com o programa de castração de cães e gatos de comunidades carentes. E agora conta com o respaldo de equipe especializada em crimes ambientais, antiga reivindicação dos protetores e ONGs. “A reativação da delegacia é importante, tendo em vista que é mais uma força pra intervir em prol dos animais em nosso município, investigando e punindo os responsáveis por essas práticas criminosas. Também vale destacar o trabalho realizado pela Polícia Militar Ambiental, que muito tem ajudado na proteção dos animais e do meio ambiente”, ressalta Leandro Tessari, presidente do Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais (Comupda). Leandro informa que o Comudpa está aberto ao diálogo e trabalho conjunto no que couber e discorre que é essencial todo processo de reconhecimento e comprometimento dos poderes públicos e políticos na sensibilização, necessidade e urgência de respaldar os animais. “Mas vale ressaltar que ainda estamos caminhando rumo à efetivação das demandas”, encerra.

A reativação da delegacia é importante, é mais uma força pra intervir em prol dos animais em nosso município, investigando e punindo os responsáveis por essas práticas criminosas Leandro Tessari, presidente do Comupda

Leandro Tessari luta pela causa animal em Bauru

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# C O M P O R TA M E N T O

NATURALIZANDO E CELEBRANDO O

NASCIMENTO Parteira e doulas incentivam e acolhem as antigas formas de se enxergar a gestação e o parto Texto Amanda Rocha Fotos Cristiano Zanardi

N

uma agradável noite de terça-feira, vozes harmoniosas e suaves ritmos percussivos entoam canções em uma roda após animadas conversas. No centro do círculo está a parteira na tradição Denise Cardoso, que há três anos organiza encontros semanais de gestantes, casais grávidos, doulas (mulheres que dão o suporte físico e emocional às gestantes), grávidas solteiras e mulheres que pensam em engravidar mais cedo ou mais tarde. As canções entoadas embalam e sintonizam um movimento de retorno às origens do parto, a companhia das doulas e à tradição das parteiras acolhendo e integrando gestantes que estão no início da gravidez ou até para dar a luz. Aromas e luz de velas dão o clima exato para o grande propósito do encontro: a celebração da vida.

Exercícios e cânticos dão tranquilidade às futuras mamães

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Participam da Roda de Gestantes as grávidas, recém-mamães e até pais

A “Roda de Gestantes” é uma reunião de pessoas que trocam experiências, dúvidas, acertos e angústias que antecedem a vinda do bebê. Relatos e histórias sobre parto natural e humanizado, cesária, primeira gestação, maternidade, paternidade e alimentação conduzem a roda e no final acontece o “Ritual de Colo”: as boas vindas com as mães dos bebês que já estão chegando e os exames com cada gestante para ver como mãe e bebê estão e a orientação de cuidados naturais durante a gestação. Os métodos utilizados são simples e básicos, como apalpação da barriga, medição do útero, ausculta do coração do neném. Durante o parto e quando necessário, exames de toque também são feitos para avaliar a dilatação do colo e o posicionamento do bebê. “Meu trabalho começou na minha primeira gestação, procurei por parto natural e soube da formação de doulas – que não sabia que existia, e esta gestação perdi. Depois, quando fiquei grávida de novo, já era uma doula. Tive experiência de curetagem por conta do aborto que foi muito negativo e no hospital, o que influenciou na escolha para que minha filha nascesse em casa num parto natural domiciliar”, explica a parteira Denise.

De uma linhagem de parteiras - a sua avó paterna teve 11 filhos e muitos deles sozinha, o dom do nascimento estava presente como herança ancestral na família de Denise, foi só uma questão de tempo e autoconhecimento. Parteiras são aquelas que receberam diretamente a tradição do parto de sua avó, mãe ou madrinha parteira.

O parto natural a meu ver só acontece em domicílio porque não é da natureza ir para um hospital,e sim ficar em casa. O grande aprendizado da gestação é saber esperar Denise Cardoso, parteira

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# C O M P O R TA M E N T O RESPEITO E ESCOLHA: PARTO NATURAL E PARTO HUMANIZADO Em uma banheira adaptada em sua casa, após 8 horas de trabalho de parto, Denise pariu Anahí, hoje com 5 anos. Sem medicamentos ou anestesia e em sintonia aos preceitos do parto natural respeitoso, ela conta que convenceu uma médica obstetra a participar – pois não havia parteira na cidade. Tudo correu bem e na segunda gestação, Denise que já começava a instrução como parteira, acreditem, se partejou com a ajuda de outras pessoas. “Eu estava no chuveiro e me tocava para avaliar a descida do bebê, Ravi nasceu nas minhas mãos, e eu mesma que cortei o cordão umbilical”, narra feliz e orgulhosa. A parteira tradicional explica que no parto natural não é utilizado nenhum tipo de medicação, intervenção cirúrgica ou uso de alopatia e leva em conta a história do indivíduo, ao respeitar e explicar que essa pessoa tem escolhas. O trabalho de parto pode acontecer em horas ou até dias. “O parto natural a meu ver só acontece em domicílio porque não é da natureza ir para um hospital, e sim ficar em casa. O grande aprendizado da gestação é saber esperar”, reflete ela. Um dos requisitos imprescindíveis para o parto natural domiciliar é fazer o pré-natal e ter a constatação de gravidez de baixo risco, sem complicações ou doenças. Estar em dia com os exames clínicos e ultrasom é fundamental e caso exista alguma dificuldade no acompanhamento do parto, como uma indicação de que mãe ou bebê precisem de recurso tecnológico, é feito o encaminhamento para o hospital junto ao médico que fez o pré-natal. “Parto com complicação é da área médica, sai da esfera da parteira e do ambiente domiciliar. É desnecessário o parto normal a qualquer custo, entre um parto normal que a crian-

Ambiente é propício para relaxamento

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ça nasce mal e vai para a UTI, uma cesária bem indicada para que a criança nasça bem, com saúde e qualidade de vida é mais recomendada. Acima do sonho de parto e da idealização a prioridade é a saúde e o bem estar da criança”. Denise aponta que muitas mães criam expectativas e acabam se vendo em vídeos e histórias que rodam a internet, porém, cada mulher tem a sua história pessoal e toda gestação é única e diferente das demais. Um outro assunto discutido nas rodas é sobre a humanização do parto, no entanto, ele se difere do parto natural domiciliar pois pode acontecer em hospitais, com possíveis intervenções ou uso de medicamentos. Como um movimento de humanização na área da saúde busca respeitar as escolhas da mulher e a informação de qualidade, baseada em evidências científicas. Denise enfatiza o exemplo da episiotomia - o famoso “pique” corte feito na região do períneo no momento em que a criança está saindo do canal de parto, prática muito utilizada na obstetrícia. Porém, foi comprovado cientificamente que esse método não evita lacerações graves, pois é um corte grande que pode deixar lesão perineal atrapalhando a qualidade de vida da mulher e relacionamento sexual. “O parto humanizado tem por essência a busca de um tratamento mais respeitoso e humano, o que é uma grande ironia você ter que humanizar o humano, mas é que o tratamento estava muito mecânico, frio e em várias situações, até violento (violência osbtétrica). É um atendimento voltado para parto normal, via vaginal, com menos intervenção mas isso não quer dizer que seja sem intervenções, natural ou domiciliar”, expõe Denise. Equipes médicas na cidade já começam a trabalhar com doulas e tratamento menos invasivo em seus atendimentos.


Doulas já são formadas em Bauru para ajudar nos partos

Atualmente há um resgate do papel da mulher participando e se apropriando do feminino ao aceitar e buscar um parto normal. A presença da doula traz esse olhar do feminino, de reconhecimento de ter outra mulher ali, que te entende e apóia em todas as fases Josie Gonçalves Leão, doula

DOULAS, ACOLHIMENTO E INFORMAÇÃO O suporte físico, emocional e todo tipo de conforto, segurança e bem estar à mulher grávida são feitos pelas doulas, cabendo a parteira a exclusividade do parto, assim como as instruções. Massagens, o preparo da comida, a ajuda no banho, consultoria sobre amamentação, enfim, qualquer tipo de suporte no acompanhamento da gestação, na hora do nascimento e pós-parto é feito por elas. Cada uma tem um perfil, e se especializa mais em determinada área, para isso

existem cursos de formação. Em Bauru, são organizados cursos através de redes nacionais de apoio a formação de doulas, em parceria com a ONG Cais do Parto, de Olinda (PE), que é referência nestas questões. Com uma visão holística, voltada a ancestralidade, a base de oralidade e espiritualidade, a formação é continuada e feita em módulos. Ana Moraes, arquiteta e doula, fez vários cursos e acompanha mulheres a domicílio ou em ambiente hospitalar. Ela teve o primeiro contato com este universo na gestação da pequena Luna, de 4 anos, quando foi atendida por uma parteira da Escola de Saberes Cultura Tradição Ancestral (ESCTA), que faz parte da rede da Cais do Parto. “Já tivemos 4 formações de doulas aqui através da Denise, é um curso intensivo de iniciação ao universo da gestação. Estamos sempre aprendendo até porque parto e maternidade não tem uma formação fechada. Tudo é prática”, conclui Ana. Nestes cursos há muita troca com as mestras (parteiras mais experientes), que instruem as parteiras mais jovens e aprendizes, que por conseqüência contribuem na formação das doulas. Assim, a profissional vai ganhando bagagem para assessorar a mulher em todos os momentos. “É como se fosse uma hierarquia e se ela está junto com uma parteira tem outras funções, então vai preparar os líquidos pra hidratar a mulher, fazer chás etc”, diz. Ana utiliza mais a aromaterapia em seus acompanhamentos e prepara óleos de funções medicinais e terapêuticas. Josie Gonçalves Leão é psicóloga voltada para questões da maternidade e também doula. Durante e após o nascimento de sua filha, ela se interessou por doulagem e uniu as duas formações em uma só. Hoje ela é uma das responsáveis pela roda “Canteiro Materno”, com enfoque no pós-parto e demandas da mulher neste período. “Atualmente há um resgate do papel da mulher participando e se apropriando do feminino ao aceitar e buscar um parto normal. A presença da doula traz esse olhar do feminino, de reconhecimento de ter outra mulher ali, que te entende e apóia em todas as fases”, informa. O acolhimento e a cumplicidade foram decisivos para que a fotógrafa Isabela Costa Barbosa procurasse essa profissional em sua primeira gestação, de Maria Luiza de quase um ano. “Eu estava em uma fase muito sensível e quando decidi ter um parto natural e hospitalar, sabia que ia precisar de uma doula para me acompanhar, ser o meu porto seguro e me ajudar emocionalmente”, narra. Após o nascimento, Isabela começou a participar das rodas do “Canteiro” e muitas dúvidas e neuras foram esclarecidas nas trocas com as outras mães e com Josie: “Na gravidez me preocupava muito com o parto e o pós-parto ficava bem deixado de lado, os três primeiros meses são super tensos e é uma enxurrada de hormônios e mudanças. Ter pessoas para dividir e compartilhar me fez perceber que não sou tão neurótica assim e as coisas ficam mais fáceis” diz sorrindo enquanto Malu engatinha e faz graça no meio da roda.

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# C O LU NA

AO VENCEDOR,

AS BATATAS

O

Ivan Goffi

Advogado

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uso da retórica e das metáforas sempre foi, das artimanhas políticas, o melhor dos recursos para alavancar versões fantasiosas da realidade e iludir o eleitorado pouco atento. Todavia, a genialidade do marketing eleitoral, aliada ao pouco comprometimento com o escrúpulo e a ética, fez a política atual entrar num estágio que beira à perfeição da fraude humana. O ex-presidente Lula mostrou – como reiteradamente o faz - ser um desses anátemas dispensáveis, grotesco e cínico, ao presidir recente reunião em “defesa da Petrobras”. Mais que um anátema, virou a personificação do deboche e ironia ao ser acompanhado do “exército do Stédille”, sempre colocado como sua oportuna claque pessoal para ovação histriônica. Nos discursos de Lula, regados do tradicional sectarismo, a culpa de tudo é da mídia reacionária, dos pessimistas e das elites, talvez porque estes três façam exatamente o que eles repudiam: mostrem a verdade, achem que assim o país não vai aguentar e não se deixam convencer pela irracionalidade de suas ações. Aliás, a elite que incomoda ao petismo não é a econômica. É a intelectual e cultural. É esta que o assusta. E é desta que querem o sangue. Em que nível de cegueira e esquizofrenia vivem? Justo Lula, cujo governo inaugurou a época mais sombria de aparelhamento da máquina pública e implantação de crimes de estado que nossa república já viveu? Ou cuja fartura na criação de cargos de confiança, distribuídos entre gente de nenhuma confiança, esteve sempre nas manchetes policiais? Ou cujos tesoureiros e dirigentes de seu partido foram contumazes visitantes de reuniões em hotéis de luxo para achaque e extorsão de empreiteiros envolvidos nas obras do governo e da Petrobras? Mais ainda. Justo o MST, organização paramilitar que sangra os cofres públicos e deixa um rastro de destruição, violência e atraso por onde passam?

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Cinismo à parte, esse tipo de gente não quer “defender” a Petrobrás. Querem defender é o direito de não serem censurados ou investigados, tal como criticavam os que polemizavam em 2005, durante o mensalão, ao bradar “deixem o homem trabalhar!”, referindo-se à paz do presidente. Na brilhante obra de Machado de Assis, a frase cunhada ao filósofo Quincas Borba, título deste artigo, é o fiel retrato da política atual: na disputa de duas tribos, cuja existência de uma depende da morte da outra, a paz significa a guerra, custe o que custar. O Brasil não merece isso. Largue as batatas, Lula!



# C O M P O R TA M E N T O

A GUERRA AMBIENTAL EM QUATRO RODAS Professor do Senai, Ramil mostra equipamentos que s達o estudados na unidade

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De um lado, o conforto e a praticidade. Do outro, a emissão de gases poluentes na atmosfera. Unesp-Bauru conduz pesquisa para o uso de casca de laranja para ajudar o meio-ambiente Texto Daiany Ferreira Fotos Cristiano Zanardi

A

caminho de casa de olho no medidor de combustível decidi estacionar para abastecer. Diante da bomba e do frentista minha imaginação permitiu-se perguntar: coloco gasolina comum ou aditivada? Ou coloco álcool e adiciono um pouco de gasolina também? O diesel impacta na poluição do ar? O que faço para economizar combustível e ao mesmo tempo não poluir o meio ambiente? É claro que no meio desse questionário de perguntas sem respostas, o frentista apenas sorriu e atendeu meu pedido, afinal, com a crise financeira e variação do preço do petróleo, decidi pagar pela opção que caberia no bolso. Com a chave de volta nas mãos, dei partida no veículo e segui meu destino rumo aos novos e instigantes pensamentos ambientais e econômicos. De modo geral, sabe- se que não existe poção mágica. A receita para economizar combustível e contribuir para que cada vez menos substâncias tóxicas sejam emitidas na atmosfera é a combinação de três atitudes: dirigir de maneira correta, manutenção em dia e tomar cuidado na escolha do combustível. Alguns equipamentos já são obrigatórios na fabricação de veículos brasileiros. O catalisador e o cânister, por exemplo, são instalados no sistema de exaustão dos veículos para diminuir a emissão de gases poluentes. “Essas placas que compõem o catalisador são uma espécie de filtro em forma de ‘colmeia’, se colocadas lado a lado daria para cobrir o gramado de um campo de futebol. Elas são compostas de substâncias que reagem quimicamente

O álcool também polui, é verdade que em menor proporção que a gasolina, mas não pode ser classificado como não-poluente. Ramil D. Passaio, professor do

Diretor do Senai, Ademir Redondo, ressalta a preocupação da escola com o meio-ambiente

Senai Bauru

com os gases proveniente da combustão dos motores como o monóxido de carbono (Co), hidrocarbonetos (HC) e óxidos de nitrogênio (NOx), convertendo-os em vapor de água e outros gases não tóxicos”, explica Ramil Dinis Passaio, professor do Curso Técnico de Engenharia Mecânica do Senai Bauru. Em curto prazo, as indústrias automotivas vêm investindo na utilização de motores mais eficientes para que o processo de combustão seja otimizado. Motores com três cilindros são mais leves, possui menor número de peças móveis e um sistema de tubo compressor que permite a melhora de sua eficiência térmica entre 20% a 30%, em relação a motores convencionais. Ainda de acordo com o professor Ramil, é um mito popular quem abastece o carro a álcool, imaginando isenção dos problemas ambientais. “Acontece que o álcool também polui, é verdade que em menor proporção que a gasolina, mas não pode ser classificado como não-poluente”, finaliza.

CARRO VERDE Atualmente, alguns centros de pesquisa estão desenvolvendo veículos sem a utilização de combustíveis fósseis. Carros elétricos, híbridos e à gás natural, já são realidade no mercado, porém, poucos são comercializados devido seu alto custo e fatores que contribuem para a insegurança dos condutores. No fim de 2014, a Toyota lançou no Japão o carro Mirai (futuro, em português), movido a hidrogênio, avaliado em 6,7 milhões de ienes (cerca de R$ 150 mil), sem contar os impostos. Devido ao preço elevado, e também à escassez de postos de abastecimento para esse tipo de automóvel, a empresa japonesa estimou vender apenas 700 unidades do veículo. O Mirai possui uma célula de combustível onde o hidrogênio se combina com o oxigênio do ar, produzindo água e eletricidade. É como uma bateria. Mas, em vez de recarregá-la com eletricidade, coloca-se mais hidrogênio para que a reação química possa continuar.

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# C O M P O R TA M E N T O Para o professor do curso técnico de mecânica, o carro do futuro deve ser investido por etapas e a longo prazo. O primeiro passo seria o Estado ou a iniciativa privada investirem em postos de recarga ou em energia solar e eólica. Em um segundo momento, a utilização de carros híbridos com motores bem menores, mais econômicos e menos poluentes, que seriam auxiliado por um motor elétrico. Quem carregaria esse motor é o próprio motor a combustão, e, quando o pé fosse retirado do acelerador a inércia do veículo permitiria a recarrega da bateria. Outro fator que simboliza a emissão zero de poluentes, é a queima do gás natural. Ainda que exista problema de custo dessas baterias, a queima é muito mais completa que a gasolina, álcool e diesel.

“É mais eficiente do que o combustível líquido no tocante a poluentes. Porém, quando se utiliza um veículo convertido a gás ou proveniente de uma montadora com esse combustível, tem-se prejuízo no rendimento do motor (perda de potência). Acredito que vai demorar algum tempo para que o consumidor queira esse tipo de veículo”, cita Ramil, estimando 30 anos ou mais de uso do combustível fóssil no mercado automobilístico. “O petróleo ainda é um dos combustíveis mais barato, então fica difícil deixar de utiliza-lo em curto prazo. O Brasil segue as normas americanas e europeias na questão de emissão de poluentes, e a cada ano de acordo com os protocolos assinados, o índice de poluentes vem

baixando, forçando assim, as indústrias automobilísticas a desenvolverem tecnologias de ponta que tornem seus veículos mais econômicos e menos poluentes”, conclui. Além de pesquisas que contribuam na diminuição de resíduos poluentes, a conscientização também é importante desde a formação dos futuros profissionais ligado à automóveis. “O aluno precisa fazer uma inspeção ambiental do veículo. Como por exemplo, o analisador quatro gases que verifica motores ciclo OTTO e o opacímetro que verifica se a fumaça expelida pelo motor diesel está dentro dos parâmetros de poluição”, explica Ademir Redondo, Diretor do Senai, lembrando que a escola também promove o plantio de árvores.

TENTATIVA Atualmente, já há uma iniciativa governamental em ter biodiesel (combustível menos poluente) em composição do diesel comum, na proporção de 6%.

Nosso objetivo é o desenvolvimento de um aditivo ao biodiesel, visando a melhoria do processo de combustão deste combustível alternativo. É um produto natural derivado de cascas de laranja. Professor Délson vai comandar pesquisa na Unesp com casca de laranja

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Délson Luiz Módolo, professor da Unesp


Componente da casca de laranja será usado para deixar combustível mais ecológico

O QUE É QUE A LARANJA TEM? Fruta cítrica rica em fósforo, cálcio, ferro e vitamina C, a laranja possui importantes nutrientes para a saúde do homem. Sabe-se que é na casca que podemos encontrar a maior parte de seus nutrientes e o hábito de aproveitar só a polpa da fruta, deve ser algo repensado tanto na contribuição para o desenvolvimento de uma alimentação saudável, como também, no processo de fabricação de combustíveis alternativos para motores diesel. Dentro da universidade, a sala do Professor Assistente Doutor em Engenharia Mecânica, Délson Luiz Módulo, está repleta de caixas de papelão encomendadas com equipamentos que no futuro, irão auxilia-lo em seu projeto científico para melhoria da vida útil de motores, e, um menor acúmulo de resíduos e sua emissão de poluentes na atmosfera. O custo total desse projeto é de R$ 130 mil. “Nosso objetivo é o desenvolvimento de um aditivo ao biodiesel,

visando a melhoria do processo de combustão deste combustível alternativo. Este aditivo também será proveniente da biomassa. É um produto natural derivado de cascas de laranjas. Não é a casca propriamente que vai ajudar. Neste caso, seria um elemento encontrado na composição dela que irá nos auxiliar. O aditivo gerado a partir da casca da laranja adicionado à mistura diesel/biodiesel em proporções adequadas dará resultados positivos no processo de combustão dos motores, tendo como um dos benefícios, a menor emissão de poluentes”, explica o professor. Atualmente, todo óleo diesel vendido nos postos de combustível possui 6% de biodiesel em sua composição. O biodiesel é um combustível derivado de óleos vegetais ou gordura animal obtido por uma reação química. Ainda de acordo com Délson, o problema vem à tona porque dependendo da origem do óleo vegetal ou gordura animal, a composição do biodiesel se diferencia. No Brasil, a maior parte da produção é prove-

niente do óleo de soja pelo fato do país ser o segundo maior produtor mundial de soja. Alguns elementos da composição desse biodiesel produzem resíduos que afetam o funcionamento dos motores em longo prazo. Por outro lado, o biodiesel não contém enxofre, responsável pela formação da “chuva ácida” que ocorre em grandes centros urbanos como São Paulo e outras grandes capitais do país. “Esperamos que os resultados dessa pesquisa sejam promissores. Iremos divulga-los em periódicos científicos internacionais e nacionais. A função da universidade é gerar tecnologia que contribua ao aperfeiçoamento dos motores de combustão interna, tanto os motores de ignição por centelha (movidos à álcool ou gasolina) quanto os de ignição por compressão (movidos a diesel ou biodiesel ou misturas diesel/biodiesel)”, avalia Concluiu Delson, instigando a importância dos fabricantes de combustíveis a investirem em pesquisas que aperfeiçoe os produtos que colocam no mercado.

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# C O M P O R TA M E N T O

DICAS PARA PNEUS CALIBRADOS Pneus murchos ou com a calibragem errada influenciam diretamente no consumo. A calibragem deve ser feita no máximo a cada 15 dias, seguindo as orientações das montadoras para pressão, que é diferente para traseira e dianteira. Os pneus podem ser responsáveis por até 20% do consumo.

ECONOMIZAR COMBUSTÍVEL EM SEU CARRO Veja aqui práticas simples, como calibrar os pneus, que podem fazer diferença no consumo de combustível do seu carro:

SEM BANGUELA Aquele costume antigo de deixar o carro em ponto morto em descidas, a “banguela”, é coisa do passado. O veículo deve ficar sempre engrenado. Assim, gasta menos combustível do que se estiver em ponto morto. A injeção eletrônica identifica que não é preciso aceleração e corta o combustível.

PESO A lógica é simples. Um carro mais pesado precisa de maior aceleração para movimentar-se. Quanto mais carregado, mais o veículo consome.

ACELERADAS Evite aceleradas bruscas e desnecessárias. Isso afetará muito a média de combustível.

EVITE APETRECHOS

TROCA DE MARCHA A troca de marcha faz muita diferença no consumo. Todos os veículos trazem no manual do proprietário a velocidade certa para a mudança. Um carro a 40 km/h não pode estar em 5ª marcha, por exemplo. Assim como você não deve chegar a 100 km/h em segunda. Nos dois casos estará gastando mais do que o necessário.

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AR-CONDICIONADO Você não vai passar calor, claro. Mas em dias de temperaturas amenas é possível desligar o ar-condicionado. Ele aumenta, em média, 20% o consumo do veículo.

Antes de instalar qualquer acessório no carro, consulte um especialista. Objetos que mudam as características originais tendem a provocar maior resistência contra o ar. É melhor sempre fazer a opção por deixa-lo o “mais original” possível. Certas adaptações prejudicam o motor e aumentam a emissão de poluentes.


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# C O M P O R TA M E N T O

É CRIMINOSO POR

SER MENOR?

Em tempo de discussão sobre maioridade penal, Az! conversa com infratores e traz dados sobre crianças e adolescentes envolvidos com crime: 14% das pessoas presas no ano passado em Bauru eram menores de idade Texto: Bruno Mestrinelli Fotos: Cristiano Zanardi e Eliel Nascimento/Fundação Casa

O

relógio passa pouco das 14h. Dia ensolarado e quente. São 64 jovens reunidos aguardando o sinal tocar para começar as aulas. Acabaram de almoçar, descansam um pouco para iniciar cursos vespertinos. A rotina poderia ser de qualquer escola no país, mas é uma parte do dia acompanhado pela Az! da Unidade de Internação Nelson Mandela da Fundação Casa, que recebe adolescentes recolhidos por atos infracionais. Um pouco antes do início das aulas, conversamos com alguns dos garo-

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tos. Um deles chama a atenção. Passos firmes, mas olhar baixo, cumprimenta a todos por senhor e senhora, sem muita confiança. Aos 14 anos, o jovem Gabriel (nome fictício*), está na Fundação Casa há sete meses. Usuário de crack desde os 12 anos, ele foi pego em um assalto à mão armada, como ele mesmo diz, para conseguir dinheiro para comprar drogas. Esse é apenas um dos casos de muitas histórias de vida dos jovens que deixaram as brincadeiras, namoros e outros fatos corriqueiros da infância e adolescência para se aventurar no mundo do crime.

Em época de discussão sobre a possível redução da maioridade penal, hoje em 18 anos, para pelo menos 16 anos, nunca é demais debater se essa medida poderia melhorar o país, diminuindo a criminalidade. E nada melhor do que trazer histórias de quem vive na pele o desvio dos caminhos corretos logo no começo da vida. Em Bauru, de acordo com dados da Polícia Civil, 277 menores foram apreendidos no ano passado, sendo 248 em flagrante. Já maiores de idade representam 1.664 prisões em 2014, com 1.174 flagrantes.


CASOS E CASOS Dentro da Fundação Casa em Bauru, assim como em todo o Estado de São Paulo, o roubo e o tráfico de drogas são os principais crimes cometidos pelos infratores. Quando um não está ligado ao outro, como no caso do jovem Gabriel. Ele tem uma história de vida que o transforma em vítima do sistema. Aprendeu a usar drogas em casa, aos 12 anos. “Minha prima me ofereceu. Nem sabia o que era crack. Então, usei e fiquei viciado”, resume o garoto. Ele chegou em condições muito desfavoráveis, segundo informações dos responsáveis pela Fundação Casa, mas já está melhorando.

Outros garotos entrevistados pela Az! também tiveram seus crimes ocasionados pela droga. Eles admitem, porém, que entraram para o mundo do crime por “influências” e “más companhias”. É o caso de João (nome fictício), 17 anos e um ano e três meses de internação. “Eu queria mais dinheiro. Eu trabalhava, fazia curso técnico e entrei nessa”, lamenta. José (nome fictício), 18 anos, está há quase um na Unidade Nelson Mandela. Quer sair, trabalhar e não decepcionar mais a família. Ele poderá ficar até os 20 anos, já que sua medida restritiva de liberdade total pode ser de até três anos. Os menores infratores podem ficar até os 21 anos sob a custódia da fundação.

Dentro da Fundação Casa em Bauru, assim como em todo o Estado de São Paulo, o roubo e o tráfico de drogas são os principais crimes cometidos pelos infratores. Os garotos admitem, porém, que entraram para o mundo do crime por “influências” e “más companhias”.

Quarto da unidade Nelson Mandela da Fundação Casa

NÚMEROS

▪ 9.903 adolescentes estão internados na Fundação Casa em todo o Estado

▪ 43,60% cometeram roubo qualificado

▪ 38,74%

foram pegos traficando drogas

▪ 14%

é o índice de reincidência geral em todas as unidades do Estado

▪ 2

unidades da Fundação Casa funcionam em Bauru

▪ A Nelson Mandela foi inaugurada ano passado e conta com 64 internos

▪ A unidade Casa Bauru é mais antiga e abriga 88 internos

Interno da Fundação Casa sonha com a liberdade

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# C O M P O R TA M E N T O

Jovens infratores reconhecem erros e fazem planos para o futuro longe do crime

Olhar baixo e mãos juntas são características comuns na unidade

Eu ia pensar melhor se estivesse mais velho Jovem infrator da Fundação Casa, sobre crime cometido quando mais jovem

Ronaldo da Silveira, diretor da Unidade Nelson Mandela

ROTINA Os jovens infratores da unidade Nelson Mandela acordam às 6h e ficam até as 22h sempre com atividades. Eles fazem ensino regular, mas também têm cursos de panificação, informática e praticam esportes. Na internet, usam o sistema Khan Academy, de ensino de matemática.

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JOVENS CRIMINOSOS EM BAURU O número de menores infratores detidos aumentou de 2013 para 2014. Segundo dados da Polícia Civil, 277 menores infratores foram apreendidos no ano de 2014, contra 232 em 2013. Isso representa um aumento de 16% em 12 meses. Em 2015, nos três primeiros meses do ano, foram 55 menores infratores detidos na cidade, segundo a Polícia Civil.

Armário de jovens infratores que estão na Unidade Nelson Mandela

Doutora Berenice Giannella, presidente da Fundação Casa, é contra a redução da maioridade penal

A gente ainda deve aos jovens do país uma educação de mais qualidade, mais acesso à saúde, antes de coloca-los na cadeia Berenice Giannella, presidente da Fundação Casa

A IDADE

Aqui, eles podem evoluir. Eles mantêm os vínculos familiares, estudam, todos recebem visitas Ronaldo P. da Silveira, diretor da unidade Nelson Mandela

No limiar entre a adolescência e a idade adulta, os jovens infratores admitem que, pensaram nas consequências que o crime poderia trazer, mas ressaltaram que a idade pesou, sim, na hora de cometer um crime. “Eu ia pensar melhor se estivesse mais velho”, disse um deles. “Não faria isso se eu fosse direto pra cadeia”, afirmou outro. Porém, eles são unânimes: diminuir a maioridade penal só traria problemas e possivelmente os manteria na vida do crime. “Aqui, a gente recebe ensino, a gente passa a pensar no que fez. Imagine se a gente fosse para o CDP (Centro de Deten-

ção Provisória) o que estaríamos fazendo”, afirma um dos internos. O diretor da unidade Nelson Mandela, Ronaldo Pinheiro da Silveira, não teceu comentários sobre a maioridade penal. Porém, ele ressaltou a importância do trabalho realizado pela Fundação Casa. “Aqui, eles podem evoluir. Eles mantêm os vínculos familiares, estudam, todos recebem visitas”, explica. Essa unidade tem gestão compartilhada com a Associação São Francisco de Assis, a Acop, com funcionários do estado e também com funcionários da organização.

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# C O M P O R TA M E N T O

Corredor da Unidade Nelson Mandela em Bauru

DEBATE: A FAVOR

DEBATE: CONTRA

Ivan Goffi, advogado, favorável à redução da maioridade penal

Thiago Tezani, advogado, contrário à redução da maioridade penal

Com atraso, totalmente a fa-

Sou contra a redução da maiori-

vor! Apreensão aos 14 e pri-

dade penal. A legislação vigente

são aos 16. Primeiro, porque

fixou o limite etário de responsa-

o direito é dinâmico e tem

bilização penal em 18 anos, utili-

que acompanhar a evolução

zando-se, para tanto, de critérios

da sociedade. Se uma das fontes do direito é o “uso e

ESCOLA AOS JOVENS Interessada diretamente nesta questão da maioridade penal, a presidente da Fundação Casa, Berenice Giannella, é contrária à redução da idade para prisão efetiva de jovens no Brasil. De forma contundente, ela defende que a sociedade tem que fornecer aos jovens mais oportunidades antes da cadeia. “Nós devemos buscar outras medidas, não é por aí que vamos conseguir combater a criminalidade. A gente ainda deve aos jovens do país uma educação de mais qualidade, mais acesso à saúde, antes de colocá-los na cadeia”, avalia. À frente da instituição que tem como objetivo tentar recuperar jovens infratores, Berenice avalia que o número de crimes cometidos por jovens é pequeno. E que não se justificam alguns argumentos favoráveis à diminuição da maioridade penal por conta de outras responsabilidades que um jovem de 16 anos tem, como votar. “Ele pode votar, mas não pode dirigir. Você tem limitações em relação à idade. A maturidade vai se concretizar aos 20 anos. Às vezes cada um tem um desenvolvimento, ás vezes uns são maduros aos 17, com 18.” A presidente da Fundação Casa, porém, defende que possa haver uma discussão de um tempo maior de internação para jovens que cometem crimes hediondos, como latrocínio, como forma de uma resposta à sociedade para os jovens criminosos.

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costume”, é no mínimo irracional não adaptar a lei à

biológicos, decorrentes do reconhecimento das particularidades das etapas de desenvolvimento do ser humano, divididas em: infância, adolescência, adulta e senil,

vontade da sociedade, por-

demandando, cada uma delas,

quanto 88% da população

uma resposta estatal diferencia-

quer a redução.

da em virtude da prática de uma

É preciso acabar com a ideia

conduta típica. À criança e ao ado-

de que a “educação” não pode

lescente devem-se dispensar tra-

andar paralelo à punição. Em

tamento particular, especialmen-

verdade, apenas se unindo

te direcionado para a prevenção

punição com educação é que

(especificamente em relação ao

se conseguirá, a longo pra-

contato com o sistema prisional, à

zo, mudar o cenário de dor, morte e sofrimento que paira sobre a sociedade. Teses que insistem “apenas na educa-

institucionalização e à criação do estigma criminoso). As propostas de redução da maioridade penal são frutos de movimentos político-criminais radicais, como

ção” são ideologias ocas, sur-

o da Lei e Ordem, cuja ideologia da

reais, sem resultado prático.

repressão verifica-se, na prática, por

Também é insidioso imputar

meio do rigor da coerção penal, pelo

à “injustiça social” a culpa

recrudescimento do sistema.

pelo criminoso, porque isso

A redução da maioridade penal,

desvaloriza a existência de

nos termos propostos não reflete

dezenas de milhões de jo-

necessariamente no quanto de

vens que, vivendo na pobre-

pena que o adolescente cum-

za, optam pelo trabalho ho-

prirá, mas sim no grau de afliti-

nesto e vida digna. Ademais, se há mais de duas décadas vota-se aos 16, porque já teriam discernimento, qual a

vidade que lhe será imposto, na quantidade de dor e sofreguidão que o Estado está disposto a incutir em alguém ainda em fase de

desenvolvimento,

tornan-

lógica de chama-los de ir-

do-se uma vingança que nada

responsáveis apenas para a

acrescenta ao desenvolvimento

prática de crime?

e formação dos adolescentes.

*Os nomes e a imagem dos jovens infratores foram preservados de acordo com o previsto no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente)


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# C O LU NA

VOTO NULO ANULA ELEIÇÃO?

H

Luciano Olavo da Silva

Membro colaborativo da Batra, Bauru Transparente

60

á uma crença de que a eleição pode ser anulada se mais da metade dos eleitores de determinada circunscrição anularem o voto. Para tirar proveito desse equívoco, é comum que circulem correntes de e-mails ou posts em redes sociais tentando convencer os eleitores a votarem nulo, sob a alegação de que a eleição será anulada e haverá uma nova, sem a participação dos antigos candidatos. Na verdade, o único efeito de votar nulo ou branco, bem como da abstenção, é a diminuição do quociente eleitoral e a consequente diminuição do número de votos que um partido ou coligação precisa para eleger candidatos, o que favorece a corrupção eleitoral da compra de votos e a eleição de indivíduos sem representatividade popular. Correntes de e-mails ou posts em redes sociais pregando voto nulo ou branco, em geral querem apenas induzir o eleitor ao erro para alcançarem esses resultados. O eleitor imagina que vai retirar da disputa os candidatos que considera ruim, mas na verdade está sendo vítima de um engodo e facilitando que esses mesmos candidatos

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ruins e sem apoio popular sejam eleitos com baixas votações, normalmente decorrente de compra de votos ou de manutenção de currais eleitorais. A falsa crença de que o voto nulo do eleitor pode anular a eleição decorre da incorreta interpretação do art. 224 do Código Eleitoral. Ele de fato diz que se mais da metade dos votos forem atingidos pela nulidade a eleição terá de ser renovada, mas não se refere ao voto nulo que consista na manifestação apolítica da vontade do eleitor ao digitar um número inexistente na urna eletrônica. O art. 224 do Código Eleitoral refere-se apenas aos votos que a Justiça Eleitoral anula em processos judiciais, após a constatação de que houve corrupção ou fraude na captação dos votos. Ademais, mesmo nesta hipótese, os candidatos anteriormente registrados poderão participar da nova eleição normalmente, desde que façam novo registro. A única exceção fica por conta do candidato que deu causa à nulidade praticando a corrupção ou fraude. Apenas ele ficará impedido de participar da nova eleição. Não se engane, voto nulo só prejudica a sua participação política.


# C O LU NA

VIRTUDES DO

ORIENTE

O

Felipe Kobayashi

Especialista em cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial pela Santa Casa de Piracicaba. Professor do Instituto IES Bauru (SP) e da Funorte Franca

s japoneses são respeitados por sua dedicação, disciplina e respeito. Um dos países mais desenvolvidos e ricos do mundo e, mesmo assim, ainda tem uma forte ligação com suas tradições e crenças. Uma dessas tradições que se mantém firmes são as artes marciais. Elas são um dos pontos-chave na formação do povo japonês. Disciplina, hierarquia, dedicação, autocontrole e respeito são ensinadas desde a infância através dessas artes. Faz 11 anos que pratico kendo e somados aos 8 anos de karatê que eu fiz na infância me ajudaram a tornar a pessoa que sou. Como escolhi o kendo, vou falar a respeito dessa arte, porém todas as artes marciais japonesas bebem da mesma fonte e suas lições são bem semelhantes. Essas lições nunca são esquecidas e o que se aprende no dojo (local de treinamento) deve ser expandido para a vida cotidiana de cada kenshi (praticante de kendo). O que fazemos primeiro quando chegamos ao dojo é uma reverência, assim como a primeira coisa que fazemos quando treinamos com um companheiro. Logo que terminamos o treino, também reverenciamos nossos colegas, nossos senseis (professores) e nosso dojo, Kendo se inicia com respeito e se termina com respeito. Como estamos

tratando de uma atividade de impacto, esse respeito é muito importante para que as coisas não saiam do controle, da mesma forma quando passamos por algum tipo de desavença no trabalho. Outro sentimento bem presente no kendo é o sentimento de gratidão. Nossos colegas de treino e senseis, cedem seu tempo ou seu corpo para que possamos desenvolver nossas técnicas. Ninguém cresce sozinho, aprendemos a escutar nossos senseis, a ensinar nossos colegas mais novos, respeitar os mais antigos e, através do árduo treino das técnicas, a sempre buscar o melhor de nós.

QUER SABER MAI S SOBRE KENDO? Você está convida do para conversar conosco , treinamos na Associação Cultural Nipo Brasileira de Bauru (R ua Mo ns en ho r Cl ar o 9-51), às quartas -feiras, das 20:30 às 22:00 e aos sábados das 15:00 às 18:00.

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# C O M P O R TA M E N T O

Córrego Água da Forquilha está totalmente assoreado e invade a rua quando chove forte

NOSSOS CÓRREGOS AINDA CORREM PERIGO Cursos de água existentes na cidade estão quase livres do esgoto doméstico, mas ainda recebem toneladas de lixo e estão quase todos assoreados Texto e fotos Bruno Mestrinelli

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A

ntigamente, os córregos de Bauru serviam como área de lazer para crianças e até famílias. Muito antigamente. Com o passar dos anos, os cursos de água passaram a receber litros e litros de esgoto doméstico e se tornaram um local maldito, olhados como pontos de despejo de detritos e lixo. Porém, a partir do começo dos anos 2000, os cursos de água começaram a ser limpos com a instalação

de interceptores de esgoto, que tiraram os detritos de nossas residências de lá, deixando-os quase limpos – veja lista de córregos de Bauru e quais já estão 100% sem esgoto. Apesar dessa mudança, nossos córregos ainda correm perigo. Isso porque, se agora estão sem o esgoto, atualmente recebem toneladas de lixo, pneus, sofá e todo tipo de rejeito das pessoas, além também de toneladas de terras, oriundas de grandes obras e das ruas que não têm pavimentação.

“Aqui antes, há muito tempo, era um lugar limpo. Agora, só tem lixo. Dá até medo passar por aqui”, afirma o aposentado Reinaldo Alves, enquanto caminha na região do Jardim Nova Esperança, apontando para o córrego da Grama, que corta a área que também passa pelo Jardim da Grama e bairros vizinhos. Essa tônica é repetida em todos os locais visitados pela Az!. Os córregos aparentemente não têm mais esgoto, com água limpa. No entanto, o assoreamento e o lixo são visíveis.

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# C O M P O R TA M E N T O

O PIOR Um dos córregos que dá origem ao rio Bauru, o córrego Água da Forquilha é o pior de todos. Ele atravessa parte da zona oeste da cidade e, no ponto em que passa pela rua Benevenuto Tiritan, Vila Santista, nem dá para perceber que ali corre um curso de água natural O local é tomado por terra, pedaços de galho, lixo e pedaços da calçada, que já foi embora por conta da cheia do local. Obras recentes naquela região aceleraram o assoreamento do espaço, já denunciado várias vezes por moradores. A prefeitura não tem previsão de uma obra de desassoreamento do espaço, por conta da futura obra de um viaduto que vai passar por cima da linha férrea da avenida Comendador Martha. A justificativa é que deve-se esperar pela escolha do projeto do viaduto para saber o que compensa fazer na área.

CÓRREGOS DE BAURU E SUA SITUAÇÃO Água Comprida – em andamento, parcialmente despoluído Madureira – em andamento, parcialmente despoluído Forquilha – despoluído Vargem Limpa – despoluído Ressaca – despoluído Barreirinho – despoluído Água do Castelo – despoluído Água das Flores – despoluído da Grama – despoluído Guadalajara – despoluído Água do Sobrado – despoluído Ressaca – despoluído *despoluído quer dizer sem esgoto, mas quase todos com lixo e muito assoreados

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O rio Bauru também estará limpo de esgoto em breve. A margem direita já está com os interceptores. A margem esquerda está recebendo esses equipamentos, que tiram o esgoto do curso de água

Água do Sobrado é outro que tem lixo nas margens


Córrego da Grama é tomado por lixo dentro dele e em suas margens

Bauru ainda é um dos maiores (se não o maior) poluidor de rios do interior, por conta dos atrasos na instalação dos interceptores e também da construção da estação de tratamento de esgoto, que vai começar em breve.

Os interceptores vão levar o esgoto para a estação de tratamento de esgoto que será construído na Vargem Limpa, região do Mary Dota. Não há previsão de início da obra, nem de seu término.

PROJETO Em conversa com a Az!, o prefeito Rodrigo Agostinho, ambientalista de formação, reiterou o investimento do Executivo na despoluição dos córregos. “O investimento em interceptores em execução, somando os valores executados por empresas terceirizadas e pelo próprio DAE somam mais de R$ 20 milhões. A previsão é a conclusão destes trabalhos ainda em 2015”, observa Rodrigo. Sobre o assoreamento, Rodrigo

afirmou que existe trabalho da prefeitura para evitar que mais terra e lixo desçam para os córregos (que acabam ficando nas partes mais baixas de algumas áreas). Ele citou o reflorestamento da margens dos mesmos pela Semma (Secretaria Municipal do Meio Ambiente) e lembrou que, quando a pavimentação chegar à maioria dos bairros, a terra tende a diminuir dentro dos córregos porque não será mais arrastada para lá.

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# C O LU NA

SEM RECLAMAÇÕES Se tem um seguimento que não pode reclamar dos agentes políticos de Bauru são os loteadores

N

Eduardo Borgo

Advogado

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o dia 15 de dezembro de 2012, em sessão extraordinária qualificada como “apimentada” na Câmara Municipal de Bauru, foi votada e aprovada a Lei número 6.316/13, de autoria do Executivo, que permitiu construções residenciais em Zonas de Indústria, Comércio e Serviços (Zics). Na referida sessão, um parlamentar chegou a afirmar que “existiam boatos que o Poder Executivo e o Poder Legislativo tiveram ‘a mão molhada’ para aprovação de projetos de lei. Um milhão e meio na mão, o projeto está aprovado. Ganhou um terreninho na ponta do condomínio, o projeto está aprovado”, disse o vereador. (JC 16/12/2013). Tal afirmação é grave e deveria ser investigada melhor, se já não está sendo. Esta Lei deu origem a uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, proposta pelo Procurador Geral de Justiça (Proc. 216108136.2014.8.26.0000), vez que o Parquet entendeu que fora desrespeitado o princípio da participação popular. Cumpre salientar que um determinado empreendimento requereu ao cartório a inclusão de seu loteamento no perímetro urbano de Bauru, antes mesmo do envio à Câmara Municipal do projeto de lei que permitia tal providência. Ainda que em 19 de novembro de 2.012, o referido loteamento foi apro-

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vado pelo Município, sem que houvesse a atribuição de 5% da área total da gleba para destinação pública (Processo no. 101041521.2014.8.26.0071). Noutra oportunidade, o Executivo editou a Lei de nº 6.445/13, chamando a atenção para a alteração inserida no artigo 9º que visou a “regularização” de loteamentos urbanos, construídos em áreas de proteção a mananciais. Tal legislação apareceu no cenário municipal após Ação Civil Pública interposta pelo Ministério Público (Proc. no. 0001274-95.2014.403.6108) por meio da qual se buscava a condenação de loteadores ao desfazimento de determinado empreendimento, bem como, à recuperação e pagamento de indenização por danos ambientais e morais pelo fato de estar localizado em Área de Proteção Ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Batalha. O MM. Juízo Federal concluiu pela inconstitucionalidade da Lei. Expôs o MM. Juízo “que o interesse econômico dos responsáveis pelo empreendimento, ou daqueles que nele investiram, não serve de justificativa para se por em perigo o direito de acesso à água potável de quase metade da população de Bauru”. Diante os fatos, cabe analisar se as recentes alterações na legislação estão cumprindo o princípio constitucional da finalidade dos atos públicos e qual seria essa finalidade.


# C O LU NA

O CANTANTE FLANANDO

ACIMA DA IRA

N

H.P.A. Henrique Perazzi de Aquino, jornalista e professor de História

esses tempos de muita intolerância, eis que, num passe de mágica, desponta ali na curva da esquina uma nova esperança. Macambuzio com as decisões desse inadequado presidente da Câmara dos Deputados, promovendo votações mais como demonstração de bestial força, bebericava umas e outras com o cotovelo junto ao balcão do Bar Aeroporto (do amigo Ico), quando sou abordado por outro na mesma situação. Chegou antes de mim, motivo pelo qual estava algumas talagadas à frente. Sorrindo veio me abraçar e não resisto a essas situações. Abro logo a guarda, cadeado mais do que escancarado e pronto, o papo flui que é uma belezura. E desponta pela forma mais profícua desse mundo. Pudera, quem estava ali na minha frente era nada menos que o melhor cantor de tango da aldeia bauruense, o galã Eraldo Bernardo. Esse moço (não envelhece nunca) canta e circula pela noite bauruense, que é uma maravilha. Possui público fiel e verdadeiras fãs, dessas de segui-lo por onde se apresente. Assediado nos shows, vez ou outra sai por aí buscando o anonimato nos bares, escondido atrás

de um imenso óculos escuro. Eclético, canta de tudo, desde cronner em banda de rock, muita MPB nas apresentações solo e os tangos no Quarteto Fantástico. Peçam para ele o “Por una Cabeça” e ele soltará a voz sem nenhum acompanhamento, voz límpida e fagueira. Não vive da música. O cara é entendido nessas coisas internéticas. Cabeça criativa, monta e desmonta ideias e concepções. Nas horas vagas canta e encanta. Esse é o Eraldo. Mas tem mais (sempre tem). Circula pelas redes sociais com desenvoltura, mas quando percebe aquele clima de contenda futebolística, guerra declarada, sai de cena, desativa sua página e vai fazer algo mais saudável por aí. No papo ali no bar falamos disso. Amizades de anos se desfazendo não só online, mas na vida real. “Sou de uma geração onde os contrários conviviam numa ‘naice’. Sempre bebi junto de amigos pensando diametralmente opostos. Discutimos de tudo, sem altercações. Quando alguém se exalta, o afogamos na cevada”, me diz. Eraldo prova na prática isso que diz e quando saca um clima de contenda, veste sua surrada camisa da seleção argentina de futebol e sai por aí. Sua sabedoria reside exatamente aí, está acima das contendas.

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#SOCIAL

INAUGURAÇÃO DA CLÍNICA LABORAL

Equipe Clínica Laboral

O

mês de abril teve muitas festas e inaugurações, mostrando que a economia vai esquentar bastante nos próximos meses, com muitas novidades para os bauruenses. A Az! esteve presente e mostrou muita coisa boa de nossa cidade e região, como o lançamento do livro “A Boca do Sertão”, em Piratininga, e inaugurações como da Clínica Laboral, Salão Reinassence, Phonak, entre outros. Um brinde a Bauru e que mais e mais investimentos apareçam para todos!

Rodrigo Rocha e Marina Engler

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Nara Paini e Fabrício Paini


Clínica Laboral

Iara Destro e Rafael Velozo

Felipe Alavarce, Natalia Rett, Jéssica Sanches e Rafael Velozo

Jéssica Sanches e Lucas Muniz

Luciana Vieira

Beatriz Moraes

Marcelo Guerrero, Juliano Augusto Pinto, Lilian Guerrero e Bianca Ferreira

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#SOCIAL

CHEFS NA PRAÇA

Adrian Ossunia

Catarina Mendes e Haroldo Mendes

Adriana Maria Calvo

Lucas Greghi, Téo Greghi e Daniela Greghi

Márcia Fagundes e Rosangela Archangelo Carreira

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Carlos Alberto Pereira

Nereide Moreira, Samira Moreira, Ian Moreira e Josué Moreira

Ricardo Amantini e Denise Amantini


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#SOCIAL

INAUGURAÇÃO STUDIO RENAISSANCE

Deputado estadual Celso Nascimento e Silvia Azambuja

Equipe Renaissance

Diogo Zanata e Felipe

Elis Prado e Marcos Aquino

Fernanda Pilastre e Ana Paula Cruz

Janis Akiau e Adrieli Garcia

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Yasmin Nascimento e Elizabete


NOVAS INSTALAÇÕES PHONAK BAURU

Alexandre Ferreira

Regina Amantini e Deodato

Julio Okada, Sandra Laranja, Claudio D’Gosto e Ricardo Gasparini

Lilian Corteletti, Maria Fernanda Mondelli, Regina Amantini e Kátia Alvarenga

Roberto Barbosa, Orozimbo Costa, Paul Kileny e Lucas Costa

José Carlos Leite, Sandra Laranja, Sérgio Luis Alvares e Claudo D’Gosto

Lilian Herrera, Sandra Laranja, Márcio Teixeira e Karla Soares

Vitor Jacob e Regina Jacob

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#SOCIAL

PASSEIO DE CテウS

Ana Luiza Francischone, Ana Carolina Francischone, Lucca Prado, Carlos Eduardo Francischone e Nina

Sandie Ferrari e Sofia

Patrテュcia Trevizani, Luciana Trevizani, Gerson Trevizani Filho e Cacau

Andrテゥ Mantovani, Fabiani Mantovani, Bruna Mantovani, Luna e Manu

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Vilma Maximino e Max



#SOCIAL

LANÇAMENTO DO LIVRO BOCA DO SERTÃO

Luís Paulo Domingues

Grupo de teatro no lançamento do livro Boca do Sertão

Irineu Bastos e Renato Senis Cardoso

Sandra Bevilaqua, Odete Elias e Maria Auxiliadora Elias

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João Bispo

Sandro Bola e Armando Persin

Tiago Liberatori e Adriana Rosa


1º BOTECO DA SANDRA

Alan Manzini e Sabrina Manzini

Sandra Santos e Milton Santos

Emely Sevilhano, Sandra Santos e Aparecido Sevilhano

Manuela Borges Camilo, Letícia Bettoni e Paula Azenha

Daisy Dotto, Sandra Santos e Paulo Dotto

Artur Lacerda e Silvia Lacerda

Sandra Santos e Ana Dias

Thalita Simoni e Agner Manzini

Albanise Bettoni, Nilton Bettoni e Sandra Santos

Maria Augusta e Cecília Angrisani

Sidney Pavan, Katia Broco e Denise Amaral

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#TIRANDO O CHAPÉU

MARINA DAL COLLETO

O

C h i n e lo

Antonio Pedroso Junior, o Chinelo, é escritor filiado a União Brasileira de Escritores – UBE. Autor de diversos livros, entre eles Subversivos Anônimos e Sargento Darcy, Lugar Tenente de Lamarca

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texto que você vai ler a seguir não existiria sem a fundamental presença da professora Marina Vanini Dal Colleto, que foi a nossa mestra no primeiro ano do primário, na Grupo Escolar Guia Lopes, localizado na Vila Popular Filardi, região da Nova Esperança, no distante ano de 1961. A vantagem de ser aluno de dona Marina era que não precisava levar frutas para agradá-la, afinal, morava em uma aprazível chácara, bem defronte à Estação de Curuçá, na Vila Dutra, e praticamente vizinha de seu sogro, Guilherme Dal Coleto funcionário do Instituto Adolfo Lutz e que morava em outra chácara, onde predominavam as frutas. Dona Marina foi casada com Hugo Dal Colleto, que deixou perenes saudades para aqueles que com ele conviveram. Hugo era sobrinho de Salvador Filardi, e ao lado deste e do irmão Hudson, construíram uma bela história de vida em nossa cidade, doando áreas de terra para a edificação de escolas, hospital Manoel de Abreu, Armazém de Café da Estrada de Ferro Sorocabana – hoje conjunto habitacional do CDHU, dentre outras coisas. Dona Marina ao lado de Hugo eram figuras sempre presentes nos eventos sociais de nossa

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cidade, principalmente nos saudosos bailes do automóvel Clube, BTC e Hípica, contagiando a todos com alegria e extrovertimento e na sala de aula, era a verdadeira educadora, procurando sempre ensinar o melhor que podia aos seus pequenos alunos, deixando para todo o sempre suas didáticas e eficientes aulas. Natural de Cabreúva, atual Macatuba, vindo criança para Bauru, onde construiu uma bela história de vida e colaborando de forma eficiente para a construção de nossa cidade. Dona Marina lecionou nas escolas municipais, posteriormente, por concurso, entrou no Estado tendo lecionado em Gália, Agua do Paiol e finalmente no GE Salvador Filardi, onde se aposentou, deixando para trás, uma legião de fãs que jamais a esquecem e é claro que neste rol, me incluo, com prazer e orgulho. Participando ativamente da vida social e benemerente da cidade, a filha de Antonio Vanini e Maria Bovolin; mãe de Rossana e Huguinho, ajudou a construir a história de nossa cidade, razão pela qual, resolvemos neste mês, tirar o chapéu para a senhora. E de forma merecida!



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