Az! #16

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#16 Jul/Ago 2013 R$ 10

PRETO NO BRANCO

TEXTURAS, COMBINAÇÕES E ESTILOS QUE DÃO CARA NOVA À CLÁSSICA COMBINAÇÃO DE COR

BRAVÍSSIMO!!!

PAULO NEVES: “EU NUNCA QUIS PERDER O BONDE DA HISTÓRIA”

O INTERIOR DÁ A NOTA

MÚSICOS DA REGIÃO NO CENÁRIO NACIONAL E INTERNACIONAL

ERA UMA VEZ NO FUTURO… APÓS 6 ANOS, O AEROPORTO BAURU/AREALVA NÃO É NEM SOMBRA DAS HISTÓRIAS E PROMESSAS QUE JUSTIFICARAM O INVESTIMENTO DE MILHÕES DE REAIS EM SUA CONSTRUÇÃO

À SOMBRA DA INÉRCIA


ENCONTRAMOS UM NOVO JEITO DE INTERAGIR COM VOCÊ

interação & cultura

Parceria:

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4 ÍNDICE

ESTILO

ENTRETENIMENTO

PERSONAZ

COMPORTAME NTO

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CINEMA A volta do mito

PERSONAZ Paulo Neves

MATÉRIA DE CAPA À sombra da inércia

Além da experiência cultural, ir às compras pode ser tão bom negócio quanto prazeroso

Homem de Aço: Herói, humano ou Semi-Deus

Ele é referência cultural em bauru. Entrevistamos o diretor que revelou talentos como Edson Celurari e Adriano Garibe

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Aeroporto Moussa Tobias, já consumiu quase R$ 50 milhões dos cofres públicos e ainda não trouxe benefício real para o cidadão e empresariado bauruense

TURISMO Estados Unidos

MODA É preto no branco!

MÚSICA O som do interior

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CORRA QUE TE FAZ BEM A febre do running Veja a história de pessoas e grupos que aderiram ao um dos esportes que mais crescem no país Texturas, combinações e estilos que dão cara nova à clássica combinação de cor

O celeiro de talentos, a região exporta artistas para o cenário nacinal e internarcional

54 SAÚDE Por uma vida mais leve Dicas e cuidados para minimizar os efeitos do estresse, que já acomete 41% dos brasileiros

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MEU AMIGO PET Adotando gratidão Histórias de animais e pessoas que se encontraram através da adoção

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SOCIAL

NEGÓCIOS

E XPE DIE NTE

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Revista Az! | ano 03 / número 16

GIRO AZ! Noite bauruense

INVESTIMENTO Garimpagem exótica

Diretor Geral: Rodrigo Chiquito Diretor Comercial: Marcelo Bartholomeu Logística/Finanças: C&D Soluções Jornalista responsável: Natália Ortega Executivos de Contas: Daniela Valentim, Fernanda Mereu Conselho Editorial: Natália Ortega, Marcelo Bartholomeu e Rodrigo Chiquito

Fique por dentro do que rolou nos principais eventos culturais e sociais da cidade

Colecionar, além de satisfação pessoal pode render um bom dinheiro

Edição de Arte: Verbotupi - Design Fotografia: Barbara Cavallieri e MUV Films Jornalistas: Fernanda Villas Bôas, Cristina Camargo, José Garcia, Camila Turtelli

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DEL GANADO Carne de grife

Bruno Mestrinelli, Monica Scimini Equipe AzTV: Alessandra Cerigatto, Felipe Cavaca, Guilherme Moya, Bruno Candeias, Kaue Moraes, Ivan Ranieri Impressa na GRAFILAR 10.000 exemplares

Tiragem auditada por:

Nas boutiques de carnes, a etiqueta, ou seja, a procedência do boi, é o que dita moda e garante a qualidade do produto

AZ! é uma publicação da Publici On&Off Comunicação Rua Bartolomeu de Gusmão, 10-72 - Jd. América Bauru/SP - F.: 14 3879 0348

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6 EDITORIAL

O presente no Brasil do pretérito imperfeito

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a cerimônia de abertura da Copa das Confederações, 67 mil torcedores vaiaram a presidente Dilma Rousseff com audiência mundial. O mundo também viu milhões de brasileiros nas ruas, desentalando um nó da garganta: o pão já não satisfaz a fome, e o circo não tem mais tanta graça assim - esse foi o recado. Nada diferente do que há muito vemos em conversas informais e na internet quanto ao resultado percebido do modelo de gestão pública praticado no país. Contra a politicagem, corrupção e, em boa parte, contra a manipulação por meio de ações ditas “populistas”, as pessoas foram protestar, migrando o ativismo de internet para as ruas. Mas vale atentar para um fator importante: muitos dos que protestaram só conhecem os impactos desse sofrível modelo de política em suas vidas, e não os caminhos que nos levaram até ele. Para essas pessoas, um alerta: entender a cadeia de fatores que envolve todo o contexto é tão importante quanto protestar. No Brasil, ainda se faz política como nas décadas de 70 e 80. O sistema político está doente, defasado e viciado pela incompetência e corrupção. A gestão pública é eleitoreira, não existe planejamento a longo prazo em prol da sustentabilidade estrutural do país. Recentemente, vivemos o “milagroso” modelo do crédito e consumo. Sem ações paralelas e necessárias que deveriam ter sido tomadas no seu auge, esse modelo econômico já não se sustenta mais; PIB R E V I S TA A Z ! / J U L /AG O 2 01 3

ção, sem que os responsáveis sejam de fato punidos; barganhas entre partidos e briga de poder pelos cargos nas pastas ou secretarias, sendo que o critério de competência técnica é irrelevante na hora da escolha de quem vai assumir postos. Culpar o cenário externo é assinar atestado de negligência. O Governo não sinalizou sequer com a redução nos gastos públicos e investimentos na infraestrutura de setores importantes, e agora a conta chegou: gargalos nas áreas da saúde, educação, transportes e tecnologia estão aí, a despeito do alto valor arrecadado em impostos. O problema não é a falta de recursos. como contabilizar eleitoralmente uma ação, e mais em como estruturá-la de maneira duradoura. Bauru também possui os seus “gargalos”. A saúde pública municiatendimento tende a ser sofrível e até perigoso para o usuário. O empresariado reclama da falta de incentivos e de infraestrutura, algumas empresas do setor industrial começam a procurar por outros municípios. Por falar em infraestrutura, nesta edição da sua Revista Az!, abordamos o Aeroporto Bauru-Arealva. Foram quase R$ 50 mi-

lhões investidos nessa obra sob a promessa de desenvolvimento regional e vantagem competitiva sobre outras regiões. Passados quase sete anos, o tão sonhado “Aeroporto Referência” no coração do Estado mais rico do Brasil ainda não aconteceu e, pela quantidade de licitações fracassadas e do jogo de sofrível no transporte de passageiros. Não há um terminal de cargas que facilite a operação de empresas da região, que acabam escoando a produção em do a atração de novos investimentos, uma vez que, para o empresário, facilidade na logística é um dos fatores importantes na hora de decidir onde empreender. Com isso, não há competitividade e, consequentemente, oportunidades de desenvolvimento. Um passo importante foi dado com esses movimentos. Que eles continuem, dários. Que o cidadão aprenda além de protestar, a se organizar, se informar e, principalmente, tomara que o resultado Só, então, poderemos dizer que amadurecemos como cidadãos para, junto com o Poder Público e um sistema político oxigenado, construirmos o país que reivindicamos.



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Participe também do INTERAZ! Acesse:

INTERAZ!

facebook.com/azbauru instagram.com/azbauru Fotos: Arquivo Pessoal

FA C E A Z ! Desde o lançamento da última edição até o fechamento desta que você segura em suas mãos, a nossa página do facebook movimentou 51 posts. Por meio deles, interagimos com 267.363 pessoas, que geraram 5.444 likes, 884 comentários e 2637 compartilhamentos. Veja algumas dessas mensagens:

Fátima Aparecida Cunha

André Bartoncelloa

Josiane Targa

Virginia Arantes

“O povo unido jamais será vencido. Está na hora do povo exercer o seu direito de cidadão.”

“Estado democratico de direito sim , mas sem violencia”

“Seo Paiva terá muita paz, porque ele foi muito amor!”

“Muito boa revista! Recebi e fiquei orgulhosa dos artigos e produção! Parabéns!”

Luceli Toledo Martins

Jaqueline Burin

Leo Amantini Junior

Regina Comini

“Parabéns revista AZ, hoje acordei com meu cafezinho e abrindo a sua edição. A revista esta show! Bom dia e parabéns!”

“Parabens à todos que participaram do protesto em Bauru.”

“Demos o primeiro passo, deixamos de ser o país do marasmo e nos tornamos o país da atitude. Precisamos ainda nos tornar cidadãos polítizados, que pensam, votam corretamente, atravessam na faixa, se respeitam, isso precisa estar em nosso dia a dia!”

“Estou com a revista nas mãos. Tá recheada de coisas boas.”

I N S TA N TÂ N E A Z ! Aí vão mais algumas fotos seleciodadas de leitores que interagiram conosco via instagram. Para participar, basta enviar seu click e marcá-lo com a hashtag #minhafotonaz. Aline Borges

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Laura Morais

Mirele Miris



Dr. Carlos Eduardo Francischone Jr. é professor, mestre e doutor em implantes odontológicos e membro da Clínica Odontológica Dr. Francischone.

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Sorriso novo, vida nova! RECUPERAR A AUTOESTIMA E A FUNCIONALIDADE DOS DENTES SÃO ALGUMAS DAS VANTAGENS GARANTIDAS PELOS IMPLANTES DENTAIS, FEITOS DE FORMA RÁPIDA E INDOLOR

que conviver permanentemente com as acarretar à rotina diária. Na Clínica Odontológica Francischone, é possível implantar próteses de alta tecnologia e durabilidade, com técnicas avançadas implantes sem cortes no caso de perda de um ou poucos dentes. Se antes era comum o uso das pontes dentárias para resolver o problema, hoje os implanR E V I S TA A Z ! / J U L /AG O 2 01 3

Foto: Banco de Imagens

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er um ou vários dentes a menos é a difícil realidade de milhões de brasileiros. Estima-se que pelo menos metade dos adultos tenha uma perda dentária grave. O índice pode chegar a números ainda mais elevados quando se trata de idosos. Os prejuízos desse triste panorama são muitos. Afinal, além de afetar diretamente a autoestima, exibir um sorriso incompleto causa desconforto, prejudica a mastigação – e, por consequência, a digestão – e ainda compromete a fala do indivíduo. Felizmente, nos dias de hoje per-

tes dentais são a melhor solução, pois trazem mais segurança e qualidade de vida a quem recorre à técnica, sem prejudicar os demais dentes saudáveis da boca. De forma simples e indolor, o paciente sai do consultório com o sorúnico dia sem os dentes. Entre as vantagens, pode-se destacar a facilidade de higienização e o aspecto visual do dente, que ganha um acabamento tão perfeito quanto o natural. Já quando há uma perda total dos dentes, ou seja, para aquelas pessoas que utilizam dentadura, o mais indicado é a realização de três a quatro nefícios desta técnica são imediatos: ela

devolve a funcionalidade dos dentes e garante segurança durante a mastigação e a fala, permitindo que o indivíduo possa retomar imediatamente à sua rotina social normal. Outro ponto importante é a durabilidade desses implantes, conquistada baixo dos dentes, conferindo liberdade para o paciente mastigar praticamente tudo o que tiver vontade. Na Clínica Odontológica Francischone, o material adotado é de ponta, vindo com exclusividade da Alemanha, Estados Unidos, França e Suíça, comprovando, dessa forma, a qualidade da clínica que conta com uma história de mais de 35 anos de credibilidade, sendo uma das melhores clínicas odontológicas do Brasil.



12 E S T I LO

O PARAร SO DAS COMPRAS Por Natรกlia Ortega Fotos Barbara Cavallieri e Arquivo Pessoal

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Esquina da Times Square, uma das principais áreas comerciais de Nova Iorque

O BRASILEIRO NUNCA VIAJOU TANTO PARA OS ESTADOS UNIDOS. ALÉM DA EXPERIÊNCIA CULTURAL, APROVEITAR PARA IR ÀS COMPRAS PODE SER TÃO BOM NEGÓCIO QUANTO PRAZEROSO. CONFIRA AS DICAS DE QUEM ESTEVE POR LÁ SOBRE LUGARES ONDE VALE A PENA GASTAR O SEU DINHEIRO

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renda e o poder de compra do brasileiro subiram nos últimos 10 anos. E os Estados Unidos estão de olho nesse dinheiro. O país facilitou o visto para o turismo, anda oferecendo descontos exclusivos para estrangeiros e já se dá ao luxo de colocar funcionários falando português em vários shoppings, tudo para atrair a atenção do nosso turista, famoso pelo consumismo. E não é para menos: só em 2012, 1,8 milhão de brasileiros desembarcou na terra do Tio Sam e desembolsou quase 8 bilhões de dólares por lá. E se os americanos tiram vantagem dessa situação, para nós a viagem transformar o real em dólar, mesmo com a alta da moeda americana, pode ser uma atrativa opção para quem quer fugir dos grandes impostos brasileiros. Para se ter uma ideia, quase todos os roteiros comercializados em agências de viagem incluem pelo menos um dia nos tão desejados outlets. Inclusive, há pacotes à venda direcionados apenas para compras. “Nova Iorque, Orlando,

Miami e Las Vegas são os locais que trabalhamos nesses pacotes por serem os principais destinos para quem quer fazer compras lá”, explica Adriana Gabriele, diretora de uma agência de cidades tem a oferecer. NOVA IORQUE Capital da moda dos Estados Unidos, Nova Iorque esconde muito mais opções de compra além das grandes lojas na 5º Avenida. A Broadway e suas lojas com bons preços, como a Topshop e Urban para o bolso. Outro bom exemplo é a Forever 21, na Times Square. O melhor é que dá para fazer todo esse trajeto de metrô e ônibus. “As linhas funcionam muito bem, inclusive de madrugada. É muito fácil de andar e se encontrar”, dá a dica a designer e blogueira de moda Josemara Nascimento. Entre os outlets, destaque para o Woodbury Common Premium Outlets, que conta com mais de 220 lojas das principais marcas de vestuário


14 Apaixonada por moda, Josemara já esteve duas vezes em Nova Iorque para fazer compras

“COMO O VISTO DEMORA EM MÉDIA DOIS MESES PARA SAIR, É BOM DEIXAR TUDO PRONTINHO ANTES MESMO DE MARCAR UMA VIAGEM. ASSIM, SE APARECER UMA BOA OPORTUNIDADE, VOCÊ PODE APROVEITÁ-LA”, Adriana Gabriele, diretora de agência de viagens

masculino e feminino, como Lacoste, Dolce & Gabbana, Giorgio Armani e Prada. “Mas acho que só compensa ir se você está procurando essas grifes mesmo. Pra quem quer roupas mais em conta, tem muita loja de departamento que vende bem mais barato”, explica Josemara. A H&M e a Macy’s, por R E V I S TA A Z ! / J U L /AG O 2 01 3

exemplo, têm preços mais amistosos e são ótimas opções para quem quer fazer o dinheiro render em Nova Iorque. ORLANDO Os irmãos Lia e Vitor Paciello Yamachita escolheram Orlando como destino na última viagem. Mas, assim como muitos brasileiros, não era atrás dos tradicionais parques que eles estavam. A cidade já é conhecida como o melhor lugar para se comprar em terras americanas. “Fui para comprar roupas e maquiagens, e meu irmão estava atrás de equipamentos de mergulho”, conta Lia. Entre os outlets, valem a visita o Premium Outlet International Drive e o Premium Outlet Vineland. Em ambos, a dica é procurar o setor de atendimento ao cliente e adquirir um livro de cupons. Com ele, você consegue comprar com desconto em várias lojas, mesmo em produtos que já estejam em promoção. Não deixe também de colocar os

shoppings Florida Mall e The Mall at Millenia no seu roteiro de compras. Os preços são bem convidativos, especialmente nas viradas de coleções. Mas, se a intenção for comprar artigos para as crianças, as lojas Macro Baby e a Target são os melhores destinos. Já para quem está atrás de eletrônicos, o ideal é dar um pulo na Best Buy. “Para economizar ainda mais, dá para fazer compras pela internet e pedir para serem entregues no hotel”, ensina Lia. MIAMI Um pouco distante das belas praias que colocaram Miami na lista de preferência de turistas do mundo inteiro, o que mais se vê são mulheres grávidas circulando pela cidade. O motivo, é claro, são os baixos preços em artigos infantis. “Miami já é considerada a capital da futura mamãe do pequeno Vitor.


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MAIS BARATO Com descontos que variam entre 50 a 70%, os outlets já são os destinos preferidos dos brasileiros em busca de boas oportunidades de compra. “A gente se acostuma tanto com os preços de outlets que, quando vê uma loja com 30% de desconto, acaba nem dando bola”, brinca Cristiane Masiero. É para lá que vão as peças de roupas das últimas coleções, o que, na prática, não significa grandes perdas nos quesitos moda e estilo, ainda mais para nós, brasileiros, que trabalhamos, em geral, com uma coleção atrás dos Estados Unidos. Além dos outlets, as chamadas lojas de desconto oferecem ótimos preços em peças de marcas que fazem sucesso por aqui, como Donna Karan, Ralph Lauren e Tommy Hilfiger. Assim, se encontrar pelo caminho uma Marshalls ou Ross Dress for Less, não deixe de dar uma boa olhada nas araras, pois os descontos chegam a 50%. Outra dica é que em algumas lojas, como a Macy’s, os estrangeiros ainda têm direito a descontos extras. Basta apresentar o seu passaporte na central de atendimento do lugar para aproveitar a regalia. E não dá para esquecer-se dos já famosos cupons de desconto, uma das principais manias dos americanos. Para ter acesso a eles, você precisa se cadastrar no site da loja e recebê-los por email, ou procurar os cupons diretamente na página da marca ou estabelecimento. Outra opção é fazer uma busca em sites especializados, como o RetailMeNot (www. retailmenot.com), que reúne cupons de diferentes lojas. E se não bastasse todos os incentivos listados para usar e abusar do cartão de crédito, as lojas americanas vivem fazendo liquidações em vésperas de feriado. E vale todos, da Páscoa ao Halloween. As viradas de coleções também são bons períodos para programar uma passadinha aos Estados Unidos e reforçar o guarda-roupa. Em dezembro e julho, começam as liquidações de inverno e de verão respectivamente, quando os preços caem em média 50%.


Tablet, celular e muitos brinquedos são só alguns dos itens trazidos pela família de Israel Masiero em sua última visita aos Estados Unidos

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"O CARTÃO DE CRÉDITO COBRA UMA TAXA SOBRE AS COMPRAS FEITAS NO EXTERIOR. POR ISSO, LEVE BASTANTE DÓLAR EM DINHEIRO OU NOS CARTÕES DE VIAGEM, QUE FUNCIONAM COMO CARTÕES DE DÉBITO", Juliana Saab, fisioterapeuta

CUIDADO COM EXCESSOS Passar pela alfândega na volta da viagem faz muito turista suar frio. Para evitar problemas, siga as orientações da Receita Federal, que estipula o valor de 500 dólares como cota de gasto no exterior. Assim, tudo o que ultrapassar esse valor deve ser declarado e é necessário pagar um imposto de 50% do valor excedido. A boa notícia é que artigos de uso pessoal não entram nessa conta, como celular, câmera fotográfica, roupas e acessórios, desde que sejam condizentes com o passageiro e o tipo de viagem realizada.

Quando estava no quinto mês, Juliana viajou até a cidade para comprar grass Mill, que é um outlet direcionado para criança. Lá dá para comprar todos os tipos de artigos infantis, de pomadas para assadura a roupas de marcas famosas e babás eletrônicas”, comenta. Para não se perder nas compras, a dica é preparar uma lista completa de tudo o que a criança vai precisar, de acordo com o sexo e a idade do bebê. Também vale a pena incluir brin-

to Masiero, inclui Fort Lauderdale, cidade no sul da Flórida. “Gosto bastante dos preços de lá”, revela. Uma cadeira de criança para o carro, por exemplo, não sai por menos de R$ 400 em uma promoção aqui no Brasil. Em terras americanas, o mesmo modelo não chega a R$ 100. “Se fosse considerar o que gastaríamos aqui e, consequentemente, o quanto economizamos comprando o enxoval lá, a viagem acaba se pagando”, destaca o economista. LAS VEGAS Famosos pelos cassinos, Las Vegas também conquistou um importante lugar no roteiro de compras dos estrangeiros. As principais lojas e shoppings -

tando a circulação. “O Forum Shops é me hospedei, o Caesars Palace”, conta Juliana Saab, que passou uma semana por lá. Há ainda o Crystal, que conta com algumas das marcas mais importantes do mundo da moda, como Louis Vuitton, Christian Dior, Versace, Gucci, Prada e Tom Ford. Caso nenhuma dessas grifes caiba no seu orçamento de viagem, o melhor é ir até os shoppings Fashion Show ou Miracle Mile, onde se concentram diversas lojas de departamento, como Zara, H&M e Forever 21. Mas, se os outlets são o seu foco, a dica é se dirigir aos bairros mais distantes. Na cidade, há dois da rede Premium Outlets, nos quais é possível encontrar bons preços e garantir ótimas aquisições para o closet.

Lego. E aqui no Brasil custa pelo menos nomista Israel Masiero, que também optou pelos Estados Unidos para fazer Além de Miami, a rota de compras de Israel e sua esposa, Cristiane ParisoJuliana Saab comprou todo o enxoval de seu filho em Miami e economizou pelo menos um terço do que gastaria no Brasil R E V I S TA A Z ! / J U L /AG O 2 01 3


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Odil Zepper (Juba) é consultor de estilo e coordenador do curso de Design de Moda da Universidade Sagrado Coração (USC).

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BLACK OR WHITE? MELHOR AINDA: TUDO JUNTO E MISTURADO! Fotos Barbara Cavallieri e Divulgação

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esde o último século, a aceleração da moda e também dos modismos nos transformam em diferentes personagens em fração de segundos. Parece mágica! Quantas vezes vimos álbuns de família e apontamos para determinado look com a conhecida frase “jamais usaria isso”? Pois então, o peixe morre pela boca, ou melhor, pelo zyper, pois fazemos parte de uma teia global, da qual comportamento e atitude são concretizados por desejos e necessidades de imagem e reconhecimento social. Telenovelas, seriados, revistas, vitrines, bandas, celebridades, pessoas comuns, todos se conectam por um código básico: o do vestir. Precisamos de referências como fonte de inspiração para nos sintonizarmos com o nosso redor, e, nesse quesito, a moda arrebata nota 10! Quer ver? Para esta edição, elaboramos um material “very-very fashion”, composto por looks incríveis, selecionados a dedo para você arrasar em qualquer lugar, remos a onda P/B (preto e branco), que segue dominando a cena e conquistando adeptos. Taí uma fórmula de sucesso, já que é praticamente impossível de errar: dá para calibrar em todos os tipos de corpos e, de quebra, boa parte das peças que adquirir poderão ser usadas (de certa forma) FOREVER! Ela possibilita o planejamento de um closet inteligente, R E V I S TA A Z ! / J U L /AG O 2 01 3

Desfile Carolina Herrera Verão 2013

chic e atemporal. Carolina Herrera e (é claro) Chanel bombardearam as passarelas e enfeitiçaram o planeta (literalmente de A a Z). Para não errar, a dica é usar o branco para dar volume e, o pre-

SUGESTÕES: Master: brinque com estampas, com tecidos opacos vs. lisos, mas capriche no caimento do tecido (fundamental para essa tendência). Top: que tal iluminar o look com Phina: contraste de proporções, ou seja, saia longa (transparente são as

queridinhas da estação) com minijaqueta, pantalona com regata, legging de couro (efeito croco na cor preta – delírio de chic) com calçado (botinha) em material próximo ao da calça... Amazing: preto é bacana, mas é comum. O babado forte (para quem gosta de atitude e adora elogios fashionistas) é fazer o mise em scène com acessórios brancos. Do calçado ao colar, da bolsa ao brinco. Em metal ou de plástico, em madeira ou em pedras. Rapazes vocês também tem uma missão: apostar no branco, do total look à risca de giz, da gravata branca com padronagem preta até o calçado com detalhes e costuras contrastantes. Agora, você decide: só preto, só branco ou tudo junto e misturado! O importante é fazer a diferença e aproveitar essa fase democrática da moda.

INVASÃO FASHION A partir desta edição, a Revista Az! vai invadir o guarda-roupa das bauruenses, garimpando os melhores looks das mulheres que fazem a verdadeira moda da cidade. Para começar, escolhemos a superelegante Cristina Garmes, que entrou na brincadeira e mostrou todas as suas peças preferidas. Fique de olho porque a próxima visita pode ser na sua casa!


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Achados DONA DE UM VISUAL ELEGANTE E COOL, CRISTINA GARMES ABRE SEU GUARDA-ROUPA PARA A REVISTA AZ! E CONFESSA A SUA MAIOR PAIXÃO: SAPATOS... E DE TODOS OS TIPOS! Coringa no closet de toda mulher, o pretinho é sucesso em qualquer estaSEGREDOS DE ESTILO * Meu estilo é... despojado. Já fui mais séria, um pouco mais formal, e confortáveis. * Visual preferido: calça jeans, camisa ou camiseta, blazer e sapatilha. * Melhor investimento nos últimos tempos: * Adoro comprar... sapatos. É a minha maior paixão! * Para arrasar na festa: escolho um vestido de paetê preto. Não tem erro, seja qual for a ocasião. * Inspiração fashion: adoro o visual da Adriane Galisteu. * Última aquisição: uma bota animal print, da Luiza Barcelos. Acho a estampa de bicho atemporal. * Não pode faltar no meu closet: um belo blazer. Ele vai bem tanto em looks para balada ou despojados quanto nos mais formais. * Minha fórmula de sucesso: um bom salto. Ele dá poder à mulher e marca presença em qualquer lugar. * Combinação preferida: preto e branco. É eterno e muito elegante. * Sinônimo de elegância: autenticidade. Para mim, elegante é a pessoa que procura ser ela mesma, independentemente da moda atual.

indispensável para invocar requinte e valorizar o brilho do vestido de paetê. certeira dos acessórios: plataforma nos pés, maxianel, carteira vintage e sutileza no brinco que ilumina o rosto, mas não rouba a cena do look.

co, paletó alfaiataria, t-shirt rocker e bota animal print, transformando peças comuns em puro styling de moda.

Cris mistura elementos de romantismo e rock como ninguém, propondo uma imagem que pontua ousadia e atemporalidade, luxo e simplicidade. Apaixonada por calçados marcantes, nossa bela loira usa vestido de seda com formas geométricas (a cara do verão 2014) e scarpin nude com spikes metalizadas.

O look casual para o day-by-day é composto por calça com recortes esportivos e referências de minimalismo, camisa de seda off white, casaqueto de tweed light amarelo cítrico, óculos estilo retrô e handbag (bolsa) utilitária.


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TEXTURAS E TECIDOS REFINADOS SÃO A APOSTA DA VEZ PARA DAR CARA NOVA AO CLÁSSICO CONTRASTE DE TONS

É PRETO NO BRANCO! R E V I S TA A Z ! / J U L /AG O 2 01 3

Ela: Invoca um espírito clássico vestindo longo com semibrilho, paletó branco (coringa da temporada), cinto metalizado com pegada tressê, sandália plataforma iluminada por debruns metalizados e acessórios coordenados. Ele: Não foge à regra e também aparece com a clássica camisa branca em harmonia com jeans escuro, sapato com bico prolongado e recortes de verniz, pontuando que o homem elegante nunca perde a hora e faz do relógio um grande trunfo para o sucesso nos negócios.

ELA Vestido, Sapato e Cinto Via Orion Blazer Regina Bastos Moda Feminina Acessórios Giovana Ribeiro ELE Camisa, Sapato e Cinto Estivanelli Calça Carlos Brusman Relógio Giorgio Armani para Exótica


21 Ele: Com look mais casual, faz do jeans uma estratégia para compor um guarda-roupa inteligente. As listras em mescla valorizam seu peitoral, e o complemento final para deixálo moderno fica por conta dos óculos total black. O calçado com pontas alongadas, mistura tomsobre-tom de cores fechadas e atemporais. Ela: Transforma a malharia em grande tacada de estilo para qualquer ocasião. Uma espécie de código dos anos 80 ao usar legging com salto. Aliás, a produção recebe o toque de brilho no pequeno viés aplicado ao scarpin, nos acessórios dourados e na poderosa bolsa. ELE Blusa, Calça e Sapato Carlos Brusman Óculos Mont Blanc para Exótica ELA Blusa, Calça, Bolsa, Sapato e Acessórios Giovana Ribeiro Relógio Michel Kors para Exótica


22 Mulheres no poder! Com salto vertiginosamente chic e silhueta desenhada pela calça adesivada, o look ganha ares de sofisticação por conta da blusa em seda e do abotoamento diferenciado. Mulher elegante faz questão de anel marcante e também de calçado que marque presença. Blusa e Calça Via Orion Sapato Pensatto Brincos Giovana Ribeiro Anel Acervo Pessoal

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23 Ele: Com jeitão dramático, de moço mau, ele se joga na calça justa com camisa black de inspiração militar e incrível coturno nos pés, item obrigatório para todos os descolados. Ela: Utiliza códigos dos anos 60, caso da saia, que remete à moda da era espacial, em jogo geométrico de branco e preto, usada com top em malha de gola soltinha. Power óculos com design butterfly e inspiração no jetset dos anos 70, e o neo scarpin com bico arredondado e incrível salto metalizado.

ELE Camisa e Calça Carlos Brusman Cinto e Bota Estivanelli ELA Blusa e Saia Giovana Ribeiro Sapato Pensatto Óculos Tiffany para Exótica Brincos Galla


24 Arraso total! Tubo inteligente com recortes laterais que afinam e alongam a silhueta. Brincos chiquérrimos em pedras e plataforma black para mostrar que estilo e elegância tem nome e sobrenome nessa temporada.

Vestido, Sapato e Acessórios Giovana Ribeiro

Produção de Moda: Paula Casério Modelos: Paula Carvalho Guilherme Cardoso Cabelo: Márcia Gueller Maquiagem: Chris Hehnes Nascimento

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26 E N T R E T E N I M E N TO

A VOLTA DO MITO Por José Garcia Foto Divulgação

AVALIAÇÃO:

HERÓI, HUMANO OU SEMIDEUS?

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Com intermináveis cenas de destruição sem qualquer sentido, a nova versão do Homem de Aço decepciona

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á mais ou menos 25 anos atrás (1987), chegava aos cinemas do Brasil Superman 4: Em busca da paz, última continuação da saga iniciada em 1978 por Richard Donner (com o clássico Superman - O filme). Considerado por muitos um dos piores filmes da história do cinema, Superman 4 tem um lugar mais do que especial na minha memória afetiva, já que foi o primeiro filme que assisti no cinema, no saudoso Cine Bauru. Eu tinha só cinco anos na época, mas me lembro claramente do espanto e do pavor inicial que foi ver aquela tela gigantesca (ainda não sabia exatamente o que era “cinema”), e posteriormente o encanto e a paixão pela sétima arte que jamais me abandonou. Assim, apesar de ser considerado o menos contemporâneo e mais datado de todos os super-heróis, a mitologia do Superman sempre me fascinou. Como bem observou Quentin Tarantino em Kill Bill, o mais interessante do personagem é que, diferentemente dos outros heróis dos quadrinhos (como Batman e Homem-aranha), seu uniforme é o terno e a gravata, e seu disfarce é a miopia, a insegurança e o jeito atrapalhado de

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Clark Kent. Superman não se transforma em super-herói, ele nasceu assim. É claro que, em tempos de cinismo protagonista que protege a terra simplesmente porque essa foi sua escolha. Um homem que recebeu os melhores enviá-lo a salvo ao planeta Terra – planeta onde seus poderes o assemelham aos de um semideus. HOMEM DE AÇO Com tudo isso na cabeça, fui ver Homem de Aço (estreia em 12 de julho) com expectativas elevadas, e a sensação de que o produtor Nolan (O cavaleiro das trevas (300) propiciariam uma boa aventura e um interessante mergulho em toda a complexidade do mito Superman. Mas, infelizmente, a revitalização do herói decepcionante e enfadonha, apesar de alguns bons momentos. Homem de Aço começa em Krypton, e tem o inegável mérito de mostrar com mais detalhes o que aconteceu no planeta antes de sua destruição. Lá o cientista Jor-El (Crowe) tenta convencer o conselho governante de que seu planeta militar General Zod


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um golpe, mas é tarde demais. Zod é enviado para a Zona Fantasma (uma coisa estranha de se fazer quando o planeta está caindo aos pedaços), enquanto que Jor-El e sua esposa Lara Clark Kent já adulto no nosso planeta. A infância de Clark Kent no campo aos seus pais terrestres Jonathan Kent (Kevin Costner) e Martha (Diane Lane). Costner oferece, sem dúvida nenhuma, gem de sábia simplicidade, e que parece do a uma grandeza inexplicável. Aliás, Homem de Aço traça, desde o tamente diferentes, Superman e Jesus isso já fazia parte do material original, mas, pra mim, esse discurso religioso mático do personagem óbvio e banal. Além disso, depois de um comenum número interminável de cenas de destruição de arranha-céus, que, apesar de visualmente espetaculares, são vazias e não permitem nenhum tipo pois de uns 40 minutos de destruição e explosão sem sentido, só conseguia pensar em quantos milhões de dólares estavam sendo literalmente queimados

dignas dos piores livros de autoajuda, e tudo isso praticamente sem nenhum mico de Clark Kent morreu junto com Christopher Reeve? Resultado: em sua versão “2013”, o Homem de Aço continua mais rápido do que uma bala e mais forte que uma tuoso e aborrecido.

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28 E N T R E T E N I M E N TO

Por Camila Turtelli Fotos Divulgação

“A MAIOR PARTE DOS MÚSICOS QUE EU CONHEÇO TEM SEUS PRÓPRIOS HOME STUDIOS, O QUE BARATEIA OS CUSTOS E TORNA O PROCESSO DE GRAVAÇÃO MAIS RÁPIDO. ALÉM DISSO, O INTERIOR DE SÃO PAULO CONTA HOJE COM ESTÚDIOS INCRÍVEIS, QUE NÃO DEVEM NADA ÀQUELES DA CAPITAL E MUITA COISA DE EXTREMA QUALIDADE TEM SIDO PRODUZIDA POR AQUI”, DAÍSA MUNHOZ, VOCALISTA DA VANDROYA

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O INTERIOR DÁ A NOTA CELEIRO DE TALENTOS, A REGIÃO EXPORTA ARTISTAS PARA O CENÁRIO NACIONAL E INTERNACIONAL, QUE CADA VEZ MAIS CONSEGUEM DRIBLAR AS DIFICULDADES DA DISTÂNCIA DOS GRANDES CENTROS, PRINCIPALMENTE COM O AUXÍLIO DA INTERNET

divulgação, reconhecimento e visibilipúblico das grandes cidades também”, revela Luciana. DJ nascido no interior de Minas Gerais, em Poços de Calda, mas que

N

ão é só de capitais que se faz música, o interior também é um celeiro de arte, povoado por artistas criativos que precisam contornar a distância e, às vezes, a falta de estrutura para produzir e inventar no seu meio. Para esses profissionais, existem algumas dificuldades sim, mas há também muitas vantagens, como o calor do público ali pertinho e as particularidades da cena do interior paulista e de sua cultura, rica e particular. “Mito é achar que a cena não existe no interior. Não só existe como também nhoz. Além de dar a voz a uma série de bandas que circulam por Bauru e re-

última ultrapassou as fronteiras e venceu continentes recentemente. O disco da banda “One” foi lançado primeiramente na Europa e no Japão, para decoroada a melhor voz do metal nacional em 2012, por um site especializado no

de Bauru e que hoje produz ao lado de artistas internacionais, Marcel Reis,

gênero. E pensar que tudo isso começou em Bariri, cidade natal e endereço atual da cantora. “Felizmente, até hoje, meu trabalho foi muito bem aceito e apoiado em todas as cidades do interior em que me apresento”, comemora. FONTE DE INSPIRAÇÃO Para Luciana Pires – cantora nascida e criada em Bauru e apontada como uma das novas apostas da MPB nacional – há também outras vantagens em ser uma artista no interior. “É ótimo, pois as inspirações são outras. Eu, por exemplo, sempre estou em contato com a natureza. O fato de estar mais próxima de outros artistas da região nhas, fazer parcerias e aprender mais uns com os outros, além de ter mais

um carinho especial pelo interior. “Tem algo muito legal que é o contato próximo com o público. Geralmente, cidades do interior têm poucos clubs. Então, é fácil encontrar as mesmas pessoas nos Outro forasteiro que também começou a despontar com sua música nacionalmente depois de ter passado por Bauru é o rapper Coruja BC1. GusOsasco, mas passou a produzir e a divulgar seu trabalho há cerca de dois anos, quando já morava na região. Apesar da pouca idade, 18 anos, ele provou que sabe o que faz. Mistura na sua musicados pais, com o ritmo forte do hip hop. nomes do rap nacional, como Emicida, e o videoclipe da sua música Liga os Colômbia está na programação da MTV.


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ROQUEIRO COM INFLUÊNCIA CAIPIRA Nascido em Agudos, João Kurk, da banda Mr. Kurk, pode ser considerado a prova de que a região tem vocação para o rock. Isso sem esquecer a origem e a influência interiorana. Ele foi embora cedo, com apenas quatro anos, quando os pais mudaram para São Paulo. Mesmo assim, cresceu ouvindo músicas caipiras. Também pegava carona nas preferências musicais da família. As irmãs ouviam, por exemplo, Nelson Gonçalves. O pai gostava de música erudita. “Creio que isso despertou a minha sensibilidade musical”, analisa o veterano cheio de histórias para contar. Como muitos jovens na década de 60, ouviu I Wanna Hold Your Hand no rádio, descobriu os Beatles, Rolling Stones e

começou a traçar seu caminho artístico. O próximo passo foi tocar com amigos e, em seguida, entrar para a sua primeira banda. Apesar de compor e gravar jingles para comerciais, produzir álbuns de rock, gravar CDs de rock progressivo para a gravadora holandesa Movieplay e participar de curtas-metragens, Kurk não se considera um artista múltiplo. “O foco é a banda. Temos inúmeros projetos em andamento, mas não posso revelá-los, pois envolvem algumas empresas”, diz. Um desses projetos, no entanto, ele conta: no dia 14 de julho, o MIS (Museu da Imagem e do Som), em São Paulo, fará uma homenagem à Semana Internacional do Rock exibindo a animação “Fantasia”, da Disney, sem a trilha original, substituída por um trilha ao vivo de rock, executada pela banda Mr. Kurk.

João Kurk traz em sua bagagem musical influências da música erudita e caipira

“Bauru é um local de grandes talenfalta de oportunidades. Quando eu comecei a levar minha carreira na música mais a sério, foquei muito da voz ao que eu acredito. E eu acredito na força do interior paulista e nos artistas da cena local. Pra mim, é uma honra ser um artista do interior”, dá a letra Coruja. PEDRAS NO CAMINHO Porém, estar longe dos grandes centros onde estão as gravadoras e a grande

no caminho aparecem, nem tudo são

ra é conseguir mostrar minhas músicas ao vivo para a maior quantidade de ciAlém das particularidades de se estar no interior, o artista precisa aprender a lidar com outras pedras que aparecem na carreira de qualquer um que ousa entrar nesse meio, como dinheiro divulgar o seu trabalho. “As maiores

decolar na carreira. “É claro que pedras

artista tem que saber lidar com essa avisa Luciana Pires aos navegantes. “Ainda mais com o estilo que escolhi, que também precisa alcançar mais gerações”, completa.

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Com talento da periferia, Coruja precisou contar com a ajuda dos amigos para gravar suas primeiras mix tapes. “Um amigo, chamado Thigor MC, que me ajudou. Acreditou e me emprestou o dinheiro para as primeiras gravações. Lembro que ele me disse assim:

apoio do Ponto de Cultura Bauruense Acesso Hip Hop e com uma legião de e eu consegui o dinheiro pra devolver aos parceiros que emprestaram. Tirei uma lição: não precisa ter asas pra ser


Rua Ant么nio Alves, 25-69 / (14) 3243-3948 giovanaribeiro.com.br facebook.com/giovanaribeiromoda


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CONECTADOS SOMOS FORTES A internet é sem dúvida o grande aliado hoje de quem quer ver seu talento ganhando o mundo. Além de espaços para divulgação sem cortes, há também os que promovem vaquinhas virtuais precisa levantar algum dinheiro para a produção, entre eles o Crowdfunding Brasil (crowdfundingbr.com.br). Pela rede, você pode produzir e até conseguir contatos importantes. “Com

conseguimos chamar a atenção de uma A rede pode ser uma aliada ao lado de um trabalho bem fundamento e de qualidade. “Ter um material legal e de qualidade pra mostrar, saber o que quer e arranjar um bom estúdio. Com isso, você terá o seu trabalho nas mãos, o que facilita muito os contratos pra shows e

Tommy Love acaba de voltar de uma turnê internacional no Chile e no México. Foi chamado para assinar remixes oficiais de artistas, como Jessica Sutta (ex-Pussycat Dolls), Rihanna, Kerli e Wanessa. E também está divulgando seu novo single, “Into The Vibe”, com vocais de Twiggy Vilela

O rapper Coruja BC1 suspendeu sua agenda de shows para investir no seu próximo trabalho, A voz do coração, com produção do DJ Caíque e que vai contar com participações de pesos pesados do rap nacional e com uma participação internacional

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Daísa está com um pé na estrada com a Inlakesh e Black Dog e outro nos estúdios gravando e produzindo. Tem um videoclipe quentinho no canal do YouTube também (http://www.youtube. com/vandroyaofficial). Fora isso, ela começou as gravações da pré-produção do próximo disco da Soulspell Metal Opera e também está trabalhando num projeto de musica brasileira junto com Manu Saggioro. Ufa!

Atualmente, Luciana está gravando o videoclipe da música Meu Tango – o making-of já está na internet. No final do ano, ela lança um CD em parceria com Adylson Godoy



34 PERSONAZ

BRAVO!!! AOS 65 ANOS, PAULO NEVES, REFERÊNCIA CULTURAL E O MAIS CONHECIDO DIRETOR DE TEATRO DE BAURU, DIZ QUE É DIFÍCIL VIVER DE ARTE, RECLAMA DA FALTA DE PATROCÍNIOS, MAS SE DECLARA UM APAIXONADO PELO QUE FAZ: “EU NUNCA QUIS PERDER O BONDE DA HISTÓRIA” R E V I S TA A Z ! / J U L /AG O 2 01 3


35 Por Fernanda Villas Bôas Fotos Barbara Cavallieri e Arquivo Pessoal

O

homem de ferro do teatro bauruense atende por Paulista e professor de história, entretanto, não é bilionário como Tony Stark e fez questão de lutar do lado de lá na Guerra dedicados ao teatro, Paulo não mudou o discurso: continua de esquerda e fiel à teoria de que só a educação e a cultura podem transformar o Brasil. É na defesa dessa bandeira que ele veste sua armadura de super-herói: todos os anos, sempre em janeiro, Paulo envia 50 cartas para empresários bauruenses em busca de patrocínios para o teatro amador na cidade. Ninguém responde, mas ele continua na luta. É um bravo. “Não posso perder o bonde da história”, diz ele, que se notabilizou na cidade como um descobridor de talentos. Nos anos 70 e 80, dirigiu, pela primeira vez, rib, o mal-encarado Russo da novela Salve Jorge, da Globo. Mas a vocação de lapidar diamantes não se limita às estrelas globais. Nas últimas quatro décadas, Paulo formou diretores, roteiristas, produtores, atores de teatro. E fez direitinho também se renderam aos palcos, mesmo diretora de teatro em Curitiba; ele, aos 28, é produtor de teatro e coordenador da Casa de Cultura Celina Neves, uma homenagem à avó, mãe de Paulo, uma das precursoras do teatro em Bauru, que morreu em 2000 e empresta seu nome ao Teatro Municipal. Sim, o verniz do tablado corre no sangue da família. Professora, colunista de jornal e dona de uma escola

também é lembrada por sua dedicação ao teatro, sobretudo o clássico. Dirigiu grupos teatrais na cidade e fundou uma escola de arte dramática nos anos 80, a Cenaberta. Paulo sempre participou dos projetos da mãe, embora frequente outras duas praias: é jornalista e também professor de história do Brasil num colégio bauruense. “Paulo Neves foi, para mim e para a minha geração de cursinho em Bauru, interior de São Paulo, o professor certo na época certa”, já escreveu numa crônica de revista o jornalista, professor e cartunista Gilberto Maringoni, que foi seu aluno nos anos 70. Seja no colégio ou no teatro, Paulo faz o que mais gosta: dar denúncias sociais. Crítico contumaz do sistema, é, para muitos, um homem

nós, da arte, é importante. Todo mundo fala de teatro e cinema, há críticas especializadas em jornais e revistas.

Federal. Nós (artistas) não temos apoio de ninguém... (da iniciativa privada). Não adianta vir com demagogia de que é muito bom fazer teatro e cinema no Brasil. Não é bom, mas a gente gosta. Sei que não vou ter nenhum tipo de recurso aplicado na Casa da Cultura Celina Neves. É muito difícil chegar aos 45 anos de carreira e sentir que está indo a passos lentos. Mas estou indo a passos lentos há 45 anos! Tenho muita preocunessa área. Mas eles entraram sabendo para ninguém. Sinceramente, gostaria que eles estivessem em outra área.

amigos. Ele não nega a fama: “Sou assim mesmo”. Um minuto depois, muda

Az! – Se você pudesse voltar aos seus

passado, está mais “centrado”. Talvez, quem contribua para isso seja Maria Rita, sua namorada mineira, com quem adora compartilhar um hobby declarado: ir ao cinema para

Paulo Neves – Eu adoro o que faço. São três coisas que adoro fazer: sou professor de história, jornalista e diretor de teatro. Estou tranquilo. Pobre, realmente, mas tranquilo, porque é muito

torcer para o São Paulo Futebol Clube, embora nada lhe dê mais prazer do que pilotar a direção da Mostra de Teatro Paulo Neves, que ele realiza todos os anos, desde 2002, no Teatro Municipal,

queria ser na minha vida é treinador de

mostra é resultado do curso livre de Há desde pré-adolescentes imberbes “Não adianta vir com demagogia de que é muito bom fazer teatro e cinema no Brasil. Não é bom, mas a gente gosta”, esclarece o homem de ferro, que fala sobre cultura, política, trabalho e família nesta entrevista, concedida na Casa de Cultura Celina Neves. Revista Az! – Paulo Neves: 65 anos, 45 anos de carreira, 87 peças e 12 mostras

Paulo Neves – Não, não vale. Não

“FOI ATRAVÉS DO GRUPO DE TEATRO DO PAULO NEVES NA ESCOLA PREVÊ QUE EU ME DESPERTEI PARA A ARTE. FOI ATRAVÉS DA SUA INQUIETAÇÃO E SENSIBILIDADE QUE EU TOMEI A DECISÃO DE ESCOLHER O OFÍCIO DE ATOR. SOU E SEREI SEMPRE GRATO AO PAULO POR ISSO!” Edson Celulari, ator e ex-aluno de teatro


36 Az! –

Paulo Neves – Vou ser muito sincero. Eu falo para os alunos: “a luta é difícil. Vou preparar vocês para entrarem num palco tranquilamente”. Nesses últimos 13 anos, tem uma potência muito grande de trabalho. Não desanimo os alunos, não. Estou trabalhando com eles. Se precisar, vou levá-los à TV no Rio ou em São Paulo. Mas há uma pedra no caminho e eles vão ter que superar. Az! – Você se refere ao Brasil como “deitado eternamente em berço esplêndido”.

Com o ator Adriano Garib, que interpretou Russo em Salve Jorge. Garib frequentou a oficina de teatro de Paulo Neves nos anos 80

nas ruas contra a corrupção e as políticas como o laboratório Dirceu Dalpino, a futebol! Mas não tive essa chance. Az! – Paulo Neves – Joguei quase 10 anos futebol de salão. Mas essa outra parte, a gente pode pular... (risos). Futebol de rie! Eu saía sábado para jogar futebol. Que tranquilidade! Sinto muita falta disso. Mas os anos se passaram. Az! – Voltando ao teatro. Você diz que não vale a pena fazer teatro no Brasil. Não vale porque o público não prestigia como deveria ou porque a iniciativa priPaulo Neves – não apoia mesmo. Temos alguns apoiadores que estão com a gente há 10 anos,

outros. Mas eu mando 40 ou 50 propostas para empresários no começo do ano e não tenho resposta nenhuma, não vem nada. Peço R$ 200 ou R$ 300, não um R$ 1 millhão. Então, é muito difícil.

Paulo Neves – Estava na hora de esse gigante acordar. Mas o que me pergunto agora é: qual é a proposta desse pre foram empurradas com a barriga. E precisamos fazer questionamentos

Az! – Você acredita que o interesse das pessoas por teatro diminuiu nos Paulo Neves – Diminuiu, porque você tem TV a cabo hoje fazendo sucesso. Argo na TV do que assistir a uma peça de teatro da sua táculo com atores da Globo a R$ 30, R$

alinhar propostas e fazer cobranças. Az! – Você dirigiu Edson Celulari, tras pessoas que não estão necessariamente atuando na TV, mas continuam envolvidas com dramaturgia. É logo no

nossa. Nosso público está em casa. Paulo Neves –

-

Az! – Mas, ao mesmo tempo, esses meios de comunicação não ampliaram

PAULO NEVES EM NÚMEROS 65 anos de idade 45 anos de carreira no teatro 87 peças dirigidas 12 mostras de teatro realizadas em Bauru 5 peças escritas: Errare Humanum Est; Mulher Segundo Terceiros; Brasil, Futebol e Cartola; Yes, Nós Somos Brasileiros e In Memoriam.

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Paulo Neves – estamos no país do hino que diz “deitado eternamente em berço esplêndido”. tomando uma cervejinha, comendo uma pipoquinha, tá ótimo. Sair de casa para assistir ao espetáculo do Paulo Nepolitizado nem culto, desculpe a colocação. Esse país caminha lentamente em termos de educação e cultura.

preparado. Eu vou do teatro grego ao teatro brasileiro. Ele tem que subir no palco sabendo o que está fazendo. Ele tem que ser ético, correto, saber que peça é aquela em que está atuando. Às vezes, chegam alguns pais aqui e dizem piadas. Não sei que talento é esse. Vai fazer stand-up comedy! Não é por aí.

é ator de cinema. Depois dessa novela


37 (Salve Jorge), vai demorar para ele fazer nariz empinado, é Shakespeare, é ser ou

Az! – Você diz que o Teatro Municipal reserva só uma semana para a Mostra -

no no Dança dos Famosos (quadro do programa Domingão do Faustão). Ele

Paulo Neves – Não sei se é uma crí-

(Celulari) é completamente diferente, ele dá autógrafo. Jantei com o Edson duas vezes no Rio de Janeiro. Quando entramos na churrascaria, vi um silêncio global. Uma vez, fomos para a última mesa. Uma hora depois, chegou um senhor e pediu um autógrafo para sua

montados em janeiro, não posso apresentar, porque só tenho um dia para

é televisivo, carismático, adapta-se a um ator de teatro, é muito bom. Um dos maiores do Brasil. Az! – Quais peças você ainda gostaria

Paulo Neves – Tenho cinco peças de teatro. Mas eu parei de escrever por falta de tempo. E vou ser sincero com você: as peças que eu quis montar, eu montei. Mesmo levando em consideração que a peça terá um dia na Mostra de Teatro Paulo Neves, que tem seis dias. automaticamente, não terei mais espaço durante o ano. Eles Não Usam Black Tie Roda Viva,

muito político, que só quero apresentar teatro político para fazer a pessoa pensar. Mas está difícil fazer a pessoa pensar teatralmente. Hoje, a coisa tem que ser muito volátil. Você tem que montar uma comédia para ter público.

-

com o Elson (Reis, secretário municipal da Cultura), tem uma relação muito boa regulamento interno (sobre ocupação É terrível. Com o potencial que a gente tem aqui, daria para colocar uma peça a cada três ou quatro meses. Az! – Nos anos 70, você já dava aulas de história em um colégio de Bauru. Naquela época, os jovens brasileiros liam Opinião (jornal que fazia críticas ao Gravas (diretor naturalizado francês, que se destaca pela abordagem política ce menos politizada. Como compara as Paulo Neves – Uma vez, entrevistei o Gonzaguinha para o Jornal da Cidade. Disse a ele que ele fazia músicas geniais. Em determinado momento, até mais geniais do que as do Chico Buarque, porque o Gonzaguinha era o temsão, a gente consegue fazer tudo. Hoje, não tem nenhum jornal alternativo no Brasil. E já houve oito. Sob pressão, a gente trabalhava mais, produzia mais. E não era preciso ser subversivo, terro-

Az! – tro político e comédia na hora de mon-

Az! – Você quer dizer que a cultura é mais fértil sob pressão, como era na

Paulo Neves –

Paulo Neves – são, as pessoas acabam se acomodan-

lá. Ele diz: “Pai, peça política, não”. E eu digo a ele: “Tem que ser. Essa turma tem que sair daqui pensando”. Temos sempre que chegar a um consenso.

(Vladimir Herzog, jornalista naturalizado brasileiro, comunista, assassinado

“PAULO NEVES FOI A PRIMEIRA REFERÊNCIA ARTÍSTICA QUE TIVE NA MINHA VIDA. ELE FOI FUNDAMENTAL PARA A MINHA INICIAÇÃO ARTÍSTICA. ELE É UM DIRETOR EXTREMAMENTE ENGAJADO EM QUESTÕES ESTÉTICAS. MAS NÃO SÓ ESTÉTICAS: ELE TAMBÉM SE ENGAJA EM QUESTÕES EPISTEMIOLÓGICAS DA ARTE, OU SEJA, A RELAÇÃO DA ARTE COM A SOCIEDADE, COM A HISTÓRIA: FATORES SOCIAIS E POLÍTICOS IMBRICADOS COM A ARTE. ESSAS POSSIBILIDADES DA ARTE SEMPRE ME CHAMARAM ATENÇÃO NO TRABALHO DO PAULO NEVES. GOSTO MUITO DA MANEIRA COMO ELE LIDA COM O TEATRO: COM PAIXÃO E RESPONSABILIDADE, COMPROMETIMENTO” Adriano Garib, ator e ex-aluno de teatro

ACESSE youtube.com/azbauru E veja o vídeo desta matéria e muito mais!


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Az! – E isso não atrapalha seus relacioPaulo Neves – De jeito nenhum. Eu aceito as pessoas, as pessoas têm que preocupado com isso. Hoje, eu penso:

Az! – Você tinha uma relação muito

Com o ator Edson Celulari, que integrou o elenco de Errare Humanum Est nos anos 70: a peça foi escrita por Paulo Neves

democratas desde criancinhas. E eles quem era.

Paulo Neves – Eu era considerado e ainda sou considerado a ovelha negra da família. Fui casado duas vezes, me nha uma relação preocupante comigo, porque eu dava mais trabalho.

partidos, podem até me censurar por Az! – Paulo Neves – É. Às vezes, eu penso: não é possível. Az! – Como você se posiciona politicaPaulo Neves – Continuo sendo um

Az! – Mas o PT mudou. Paulo Neves – Mas o PT é brincadeira.

estar no embrião. Ninguém vai votar no PSTU, porque vai se lembrar do PT, e não tem nada a ver. Mas a ligação é essa. Então, voltamos à estaca zero: a grande questão são (investimentos em) educação e cultura.

Az! – Você já recebeu diagnóstico de depressão e polineuropatia (doença que afeta os nervos e causa dores e fraqueza Paulo Neves – É uma luta interna contia passa para a depressão. E, quando

Az! – é estressado e carrancudo. Como re-

para o chão. Daí, é preciso recuperar a postura. Devo muito a duas pessoas:

Paulo Neves – assim... (risos).

Beatriz, com quem faço RPG. Sem eles, eu não estaria de pé.

fatal. Nunca fui ligado ao PT, não sou ligado a nenhum partido, mas tenho que considerar que, quando o PT veio, em a política brasileira. Deu no que deu. Az! – Mesmo não sendo ligado a ne-

Paulo Neves – Não. Vai ser terrível o sa se reestruturar, se remodelar. Não temos no Brasil um partido político. Nos Estados Unidos, temos republicanos e democratas. São farinhas do mesmo saco, mas são republicanos e Com alunos do curso livre de teatro: Paulo soma 87 direções teatrais no currículo R E V I S TA A Z ! / J U L /AG O 2 01 3



40 C O M P O RTA M E N TO

CENA RARA INAUGURADO EM 2006, O AEROPORTO MOUSSA TOBIAS AINDA NÃO MOSTROU POTENCIAL PARA JUSTIFICAR O INVESTIMENTO DE QUASE R$ 50 MILHÕES NA SUA CONSTRUÇÃO. E NÃO FOI POR FALTA DE DEMANDA!

Encontrar pessoas circulando pelo aeroporto Moussa Tobias é raro. Com poucos horários de voo, o local vive vazio durante boa parte do dia

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Por Bruno Mestrinelli Fotos Barbara Cavallieri

H

á seis anos, a construção de um aeroporto em Bauru era comemorada pelos seus idealizadores como indispensável para o desenvolvimento regional. Atualmente, os mesmos grupos que na época contabilizavam méritos com a conquista discursando aos quatro ventos e o próprio Poder Público não demonstram mais a mesma vitalidade ou preocupação com o destino do empreendimento. Fomos entender como está a operação naquela que ainda é uma das maiores obras viabilizadas com dinheiro dos cofres públicos nos últimos anos em nossa região. O advogado Cláudio Hernandes chegou ao Aeroporto Regional BauruArealva (Moussa Tobias) por volta do meio-dia para pegar um voo para São de trabalho e queria ganhar tempo adiantando a viagem de retorno. Claúdio foi surpreendido com uma informação: Bauru só tem dois horários para capital e, se não conseguisse embarcar no próximo voo, marcado para 13h10, só poderia ir de avião no dia seguinte. Essa é apenas uma das muitas histórias que revelam problemas apresentados pelo espaço que foi prometido aos moradores da região como aeroporto internacional de cargas, zona de exportação, vetor de desenvolvimento regional, centro de recebimento de voos de passageiros, um ramal que ligaria a região central do Estado de São Paulo para todo o Brasil com diversas aeronaves, de inúmeras companhias aéreas. O espaço, que abriu as portas para o público ainda incompleto há quase sete

anos e já consumiu dos cofres públicos cerca de R$ 49,5 milhões, ainda patina. Apenas duas empresas aéreas oferecem voos em horários limitados. E não há previsão de mudança, seja na aviação comercial, seja no setor de cargas. setor produtivo de Bauru e região. E claro, a população, que poderia usufruir de um aeroporto com mais opA reportagem da Revista Az! solicitou informações junto ao Daesp sobre os planos para o local e as licitações para obras e serviços que poderão ajudar no desenvolvimento do aeroporto. As respostas não foram boas. De acordo com as informações do departamento, das últimas cinco licitações realizadas para melhorias, três fracassaram. Apenas as licitações para a instalação de bag protect (protetor de mala) e lanchonete acabaram saindo do papel. citando investimentos realizados nos últimos anos no valor de R$ 7 milhões. São obras de infraestrutura, como a contratação do projeto para a implantação de cobertura externa no terminal de embarque e desembarque, sinalização vertical, iluminação do acesso interno ao aeroporto, revitalização da sinalização horizontal, aquisição de caminhão de bombeiro e até elaboração de Plano Diretor para o aeroporto. O Daesp ressaltou também investimentos na implantação de equipamentos de auxílio à navegação para que o aeroporto pudesse operar por instrumentos.


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É POUCO O investimento de R$ 7 milhões citado

O gerente de relações institucionais da Tilibra, José Ricardo Carrijo, lamentou a falta de estrutura. Ele pegou a lanchonete fechada e diz que a constante mudança de voos, com supressão e adição de horários, atrapalha. “De repente muda tudo”, lembra, opinando que a instalação de um aeroporto indústria pode ajudar bastante nesse desenvolvimento, tanto para a área de indústrias e comércio, quanto para os passageiros.

“O QUE OCORRE É QUE A PISTA NÃO TEM A BASE NECESSÁRIA PARA AVIÕES DE GRANDE PORTE. SE VOCÊ PROLONGAR A PISTA MAIS 700 METROS PARA RECEBER ESSAS AERONAVES, UM 737, POR EXEMPLO, VOCÊ TERÁ EXTENSÃO SUFICIENTE, MAS NÃO VAI TER A BASE SUFICIENTE PARA RECEBER ESSE AVIÃO. HÁ UM PROBLEMA TÉCNICO E ESTRUTURAL NA PISTA DESSE AEROPORTO” Domingos Malandrino, diretor do Ciesp

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à demanda no local para que tenhamos um desenvolvimento mais rápido, fazendo jus à expectativa inicial. Para o diretor regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Domingos Malandrino, Bauru e região só terão pleno desenvolvimento industrial e comercial caso o aeroporto consiga se viabilizar, não só para os passageiros, mas também para o seu setor. Ele cita como exemplo a impossibilidade de empresas da região do setor de carnes exportarem sua produção por pal aeroporto de cargas administrado pelo Governo do Estado de São Paulo, o escoamento de exportação é muito despacho de cargas menores. região. Hoje, essas empresas exportam carne para a Europa de que forma? Mandam via Campinas”, lamenta Domingos, ressaltando ainda que há uma grande quantidade de outros tipos de produtos sendo escoados pelo Aeroporto de Viracopos. Malandrino, porém, faz um alerta. Mesmo que hoje o Daesp resolvesse aumentar a pista do Aeroporto Regional, que tem 2,1 mil metros, não existe a possibilidade de aviões maiores esportanto mais pesados, pousarem por aqui. A pista não foi construída com capacidade estrutural para isso. A Az! solicitou uma resposta ao tamento limitou-se a responder que o espaço é o primeiro em movimentação de cargas sob sua administração. Ressaltou que as cargas enviadas e recebidas hoje no nosso aeroporto são transportadas nos porões de aeronaves que também transportam passageiros. “O aeroporto não recebe aviões cargueiros ou negando as informações sobre a pista

levantada por Malandrino. Mas o fato de Bauru ser o primeiro em transporte de cargas torna-se irrelevante se considerarmos a existência de empresas da região escoando produção via Aeroporto de Campinas. Outro ponto: segundo matéria publicada no site G1 no mês de abril deste ano, Viracopos, apesar de ser o mais agil do país, apresenta sobrecarga por não haver outras opções além de Guarulhos. Segundo levantamento da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), uma carga pode demorar até 101 horas para ser embarcada por lá, tempo considerado lento. O Aeroporto Moussa Tobias poderia ser então uma boa opção.

FALTA ESTRUTURA A falta de voos também gera problemas, como o enfrentado pelo advogado Gustavo. Ele ressaltou que outros aeroportos, como Ribeirão Preto e São José do Rio Preto, dispõem de mais horários. Além disso, lembrou que o Aeroporto Moussa Tobias é afastado demais da cidade. “Esse aeroporto se parece com os do interior de Mato Grosso e Minas Gerais”, comenta. A farmacêutica Luciana Alfredo, ma já ter perdido dias de trabalho por conta da falta de voos. Não havia voos noturnos para o destino desejado nos dias anteriores às suas viagens. Antonio Augusto Pereira Machado é empresário e regularmente viaja de avião a negócios. Ele lembra ainda que é importante a melhoria imediata da infraestrutura do espaço. Cita que não adiantaria nada ter uma pista capaz de receber aviões de carga se não há como caminhões chegarem com tranquilidade por lá. “Se não tiver a infraestrutura para chegar, é complicado. Isso tem que Sobre os horários, Antonio Augusto enfatiza que a boa localização de Bauru, no centro de São Paulo, poderia ajudar a desafogar aeroportos já lotados, como Viracopos, em conexões para várias regiões do país, lembrando que todos têm


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de se unir para viabilizar o Aeroporto Regional. “Temos que ter planejamento de setores da comunidade, seja prefeitura, empresariado, população que usa”, e ainda completa “temos exemplos de grandes cidades que se desenvolveram muito após a viabilização de um ridade da viabilização deste aeroporto para a nossa região é grande”, comenta. Mas não é só quem precisa voar que sofre com a falta de desenvolvimento do espaço. Os taxistas que trabalham no local também ressaltam que existe a demanda, mas faltam voos para que o espaço tenha movimento o dia todo. “O futuro é avião, Copa do Mundo, todos têm que investir aqui. Já tivemos

CAPITAL DO VOO? Enquanto o Aeroporto Regional caminha a passos (bem) lentos para se viabilizar, um outro espaço, o Aeroclube de Bauru, segue funcionando. O lugar, que já foi o único a receber voos comerciais e executivos na cidade e conhecido pela formação de pilotos, hoje conta apenas com pousos e decolagens de aeronaves menores. Uma de suas vantagens é justamente estar perto do centro de Bauru, tanto que o próprio governador Geraldo Alckmin (PSDB) pousou no espaço nas últimas vezes que veio à cidade, assim como o vice-presidente Michel Temer (PMDB). A prefeitura de Bauru tem a possibilidade de gerir a pista do espaço, que deve receber investimentos do Governo do Estado, mas o Executivo descarta tocar o lugar sozinho. Vislumbra parceria com o próprio Aeroclube caso essa possibilidade seja concretizada. Na primeira semana de julho, a Assembleia Legislativa aprovou uma possível venda do espaço do aeroclube, em um pacote do Governo do Estado que prevê a negociação de vários locais. O valor previsto é de R$ 20 milhões.

Na maior parte do tempo esta é a cena no saguão do Aeroporto Bauru/Arealva: vazio

bem mais passageiros”, lamenta o taxista Marcio Serejo. Para passar o tempo, ele e outros amigos taxistas jogavam carteado, enquanto aguardavam a chegada de um voo da Gol. Seria, provavelmente, a última corrida do dia para vários deles, já que, depois de um intenso movimento na parte da manhã e começo da tarde, tante do dia. ZPE (ZONA DE PROCESSAMENTO DE EXPORTAÇÃO) Uma oportunidade perdida pelos governos municipal e estadual em relação ao Aeroporto Bauru-Arealva, pelo menos por enquanto, foi a não criação de uma ZPE que funcionaria em conjunto com o espaço. As ZPEs são caracterizadas como áreas de livre comércio com o exterior, destinadas à instalação de empresas voltadas para a produção de bens a serem comercializados fora do Brasil, sendo consideradas zonas primárias para efeito de controle aduaneiro. O espaço poderia ser um fator preponde“decolasse”, por conta dos benefícios concedidos para empresas que se instalassem por lá. A equação é simples: mais empresas, mais voos, mais exportação. Esse espaço teria também uma ligação com o Rio Tietê, via Pederneiras, de acordo com o projeto inicial. Durante a campanha eleitoral de

2010, o então candidato ao Palácio dos Bandeirantes e atual ministro da Educação, Aloizio Mercadante (PT), cobrou do prefeito Rodrigo Agostinho (PMDB) para que Bauru capitaneasse uma luta por esse espaço no Aeroporto Regional, solicitando a inscrição de projeto para que a cidade fosse contemplada pelo Governo Federal. Porém, pouco foi feito e Bauru perdeu a oportunidade até agora. Uma força-tarefa chegou a ser desenvolvida pelas prefeituras de Bauru, Arealva, Agudos e Pederneiras, mas o assunto acabou não avançando e, segundo informações do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, até hoje não há um pedido formal das quatro prefeituras para o início dos trâmites para receber uma ZPE. Em São Paulo, há apenas uma Zona de Exportação em pré-operação, em Fernandópolis. A criação da empresa pública que está responsável pela administração foi feita em 2011, um ano após Mercadante cobrar das forças políticas bauruenses o projeto para a implantação do mesmo em nossa região. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior informou que hoje existem 24 ZPEs em operação e pré-operação no país. Disse também que o Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação recebe pedidos regularmente. “Por uma mudança recente na legislação, existe agora a exigência de apresentação de


46 tes sobre a administração. Isso seria mais fácil se forças políticas da nossa região trabalhassem no sentido de cobrar uma ação. Nos últimos dias, o DAESP voltou a informar à reportagem da Az! que a modelagem que será adotada na concessão da rede de aeroportos administrada pelo departamento (27 aeroportos) está em estudos na Secretaria de Logística e Transportes. Está em executação o estudo de demanda que

projetos industriais para que o pedido seja aprovado”, informou o ministério por meio de sua assessoria. Domingos Malandrino é só tristeza e frustração quando fala das ZPEs. Ele brigou para que Bauru capitaneasse o projeto, cobrando da prefeitura uma ação, mas isso não adiantou. Ele vê a criação de uma Zona de Exportação como uma possível salvação do Aeroporto Bauru-Arealva. “Eu tenho o compromisso das prefeituras da região, mas nada sai do papel. E isso o poder público

HISTÓRICO DIFÍCIL A história do aeroporto começou com uma disputa entre a empresa Pantanal Linhas Aéreas, que em 2006 operava no Aeroclube, com voos para vários locais do Brasil, e o Daesp, o administrador do Bauru-Arealva. A empresa não queria ir para o espaço, que não tinha os passageiros. Para se ter uma ideia, o local não funcionava com chuva forte ou à noite, por conta da falta de aparelhos para operação sem visual e, na época da inauguração de sua pista, parte do acesso ainda era feito por terra. Depois de uma queda de braço vencida pelo governo, a Pantanal foi para o novo espaço, que demorou ainda pelo menos quatro anos para voar com instrumentos. Nesse meio tempo, outras empresas passaram a atuar por lá. Entre elas a Air Minas, que já deixou de existir. O espaço também chegou a operar voos charter, aqueles que são exclusivos para fretamento ou excursões, mas foi por pouco tempo. A empresa BRA operou esse tipo de voo com aeronaves Boeing, principalmente no ano de 2007. A TAM também passou pelo local, mas deixou de operar, assim como a companhia Passaredo. Desde o começo da operação do Aeroporto Bauru-Arealva, o setor de forte por conta da tradição do aeroclube mantendo voos menores na pista localizada na Zona Sul, deixando apenas voos maiores para o aeroporto regional. R E V I S TA A Z ! / J U L /AG O 2 01 3

Grande parte do fluxo de pessoas no aeroclube é fruto do bar local, já que o espaço recebe apenas pequenas aeronaves

FUTURO? Está longe de se saber qual é o futuro real do Aeroporto Bauru-Arealva. Isso porque ainda há dúvidas sobre a administração do espaço. O Daesp e o niram há algum tempo que o aeroporto seria privatizado. Porém, ainda não há previsão sobre datas. Por outro lado, há alguns meses o Daesp contradisse o acordado e anuno espaço. Em meio a tudo isso, haveria um possível aporte de dinheiro, via Governo Federal, por meio do programa de investimentos em aeroportos, da Secretaria Nacional de Aviação Civil. De acordo com informações obtidas pela Revista Az! junto a Brasília, ainda está sendo realizado um levantamento para saber as necessidades do Aeroporto Regional. A aplicação do dinheiro e as obras serão realizadas diretamente pelo Governo Federal. Com tantas contradições, por enquanto, não há uma previsão de que as soluções apontadas pelos setores que estão ligados direta e indiretamente ao Aeroporto Regional saiam do papel. Conforme apuramos na matéria, Daesp e Governo do Estado precisam

só em seguida, o mesmo ser passado à iniciativa privada. Como se pode perceber, pelo conjunto da obra, está difícil a viabilização de um aeroporto com indústrias ou uma Zona de Exportação e, muito menos, a implementação de mais horários de voo para o transporte de passageiros. O Daesp se exime da responsabilidade de atuar como protagonista nessa questão, dizendo que essa é uma demanda comercial, dependendo do interesse das empresas. E, por enquanto, esse interesse está restrito. A Gol Linhas Aéreas informou que não vai colocar mais voos por enquanto em Bauru, mas garantiu estar atenta a novas oportunidades. A Azul informou que Bauru “é importante” para a commais horários ou não. Já a TAM, que chegou a operar por lá, mas deixou o espaço no ano passado, disse que “não roporto Moussa Tobias”. É opinião de quem usa a aviação, seja para viagens, seja para transporte de cargas, que a viabilização do Bauru-Arealva é fundamental para que a região cresça mais. Enquanto isso, a economia regional perde uma via de desenvolvimento.



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CORRA QUE TE FAZ BEM A PRÁTICA DO RUNNING CRESCEU EM 15% NO ANO PASSADO SÓ NO ESTADO DE SÃO PAULO, IMPULSIONADA PELAS ASSESSORIAS ESPORTIVAS. EM BAURU NÃO É DIFERENTE – É SÓ OLHAR NAS RUAS PARA CONFERIR

Por Natália Ortega Fotos Barbara Cavallieri

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os domingos de manhã, a velocidade média em uma das pistas da Avenida Getúlio Vargas não passa dos 10 km/h. E não se trata de congestionamento. A via fica interditada para as dezenas de pessoas que escolhem o local para se exercitar. E engana-se quem pensa que a caminhada leve é o que prevalece por ali. A corrida tem ganhado cada vez mais adeptos, entusiasmados com a nova mania fitness das grandes e médias cidades: as assessorias esportivas. Em Bauru, existem pelo menos seis desses grupos especializados em treinamento de corrida e várias academias já estão se organizando para oferecer o serviço aos seus alunos. O objetivo dessas assessorias é fornecer orientação e treinamento para aqueles que queiram iniciar no esporte e, por que não, completar um dia os 42 km de uma maratona. “Os alunos também buscam companhia para treinar. Correr sozinho pode ser bem chato, mas, em grupo, as pessoas se animam, uma acaba incentivando a outra”, relata o personal trainer e responsável pelo grupo Fartlek – Liberdade e Prazer em Correr, que hoje já conta com quase 30 atletas. R E V I S TA A Z ! / J U L /AG O 2 01 3


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COMO FUNCIONA * O primeiro passo é marcar uma

“VOCÊ TEM MUITO MAIS INCENTIVO QUANDO CORRE EM GRUPO. PORQUE CORRER 10KM SOZINHO É MUITO CHATO, MAS JUNTO COM O PESSOAL, O TEMPO PASSA E VOCÊ NEM PERCEBE”, ROBERTO SAID, ADVOGADO

TREINAMENTO COMPLETO Nos treinos, que acontecem de duas a três vezes por semana, os professores acompanham os novos atletas durante o percurso pré-estabelecido para corrigir a postura, as passadas e a respiração dos alunos. Focam também em exercícios de fortalecimento muscular e alongamento, essenciais para prevenir lesões em quem inicia no esporte. Mas o grupo ainda tem espaço para aqueles que já correm por conta própria e desejam melhorar o desempenho. “Nós temos um aluno que já corria há mais de três anos. Com apenas um mês de treino orientado, ele conseguiu correr 5km no melhor tempo de sua vida”, aponta Gabriel Fernandez, personal trainer e sócio-proprietário da assessoria esportiva Running Bauru, que conta atualmente com 45 participantes. Há dois anos e meio, o casal Nara e Fabrício Ruiz Paini comanda a assessoria esportiva Laboral Runners e é responsável, atualmente, pelo treinamento de 64 alunos. “Cerca de 90% das pessoas que nos procuram dizem: ‘não aguento academia, não aguento lugar fechado. Já trabalho o dia inteiro no escritório’. E aqui, por ser ao ar livre, olhando para o céu, sentindo o vento, timuladas”, destaca Nara. GUERRA À OBESIDADE assessorias esportivas é bastante característico. Em geral são mulheres, entre 30 e 45 anos, e que desejam eliminar os quilos a mais acumulados no corpo. “E emagrece mesmo porque acelera o metabolismo do corpo. É o exercício aeróbico que mais enxuga”, destaca Nara.

aula experimental. O objetivo é fazer uma avaliação da saúde do aluno, ponderando, inclusive, o histórico familiar dele. Também são tiradas medidas e é feita uma avaliação da taxa de gordura do corpo. Em seguida, é hora de fazer uma avaliação física, analisando a força e a flexibilidade da pessoa, e a frequência cardíaca máxima que ela pode atingir. * Com os dados em mãos, é feita a periodização do treinamento do aluno, com base nas necessidades e objetivos que ele tem. “Então, a intensidade do treino vai aumentando gradativamente”, explica Thiago Alvim, fisioterapeuta da assessoria esportiva Running Bauru. * O treino é dividido em níveis: no primeiro mês o novo atleta irá apenas caminhar. No segundo, intensifica-se a velocidade da caminhada para que, no terceiro mês, a pessoa já consiga intercalar períodos de caminhada leve com pequenos trotes. Esse processo inicial também é destinado ao fortalecimento de cada músculo exigido durante a corrida para evitar lesões. Só então que a pessoa estará pronta para correr. “Dependendo do esforço do aluno, dá para correr 10km em seis meses”, afirma o personal trainer Gabriel Fernandez.

Andrea Salcedo Monteiro dos Santos é exemplo disso. Junto com o sedentarismo que a acompanhava há 10 anos, abaixou o colesterol. Os treinos começaram há pouco mais de dois anos na academia, por incentivo de um instrutor. E não levou muito tempo para que o esporte a conquistasse. “Acabei participando de duas provas, mas não consegui terminar. Foi quando conheci o grupo de corrida do Gabriel”, conta. Então, a advogada trocou a esteira pelas ruas e, com a orientação especializada, viu sua performance e rendimento melhorarem dia a dia.


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As aulas dadas pelas assessorias esportivas dividem-se em treinos de corrida, alongamento e fortalecimento muscular

É claro que, como em qualquer esporte, o começo nem sempre é fácil e exige muita persistência. Mas o esforço vale a pena. Para Andrea, por exemplo, as provas de 5 km, que antes eram um

vão bem além das dezenas de corridas participadas que ela coleciona com orgulho. Rosângela perdeu peso, adquiriu mais disposição, preparo físico e deu há tempos.

atual meia-maratonista, que já se prepara para superar os 42 km da maratona de Nova Iorque no ano que vem. “E tenho certeza que vou concluir a prova”, garante a advogada. DESENVOLVIMENTO RÁPIDO A evolução no esporte depende de cada aluno, mas, quando há um trabalho intenso de preparação muscular, os resultados não demoram a aparecer. Passaram-se apenas três meses entre as primeiras caminhadas da corretora de imóveis Rosângela Rodrigues Carmuna com o grupo de corrida até que ela conseguisse completar a sua primeira prova de 5km em São Paulo. “Nunca tinha corrido na minha vida e nem imaginava correr. Por isso, a Nara o percurso”, conta. Hoje, os benefícios conquistados R E V I S TA A Z ! / J U L /AG O 2 01 3

SUPERAÇÃO DE LIMITES Quem vê o advogado Roberto Raymond Said correndo 20 km por semana não imagina as limitações que ele tinha antes de entrar para o grupo de corrida. “O Beto chegou aqui reclamando que tinha problema no joelho e na coluna grupo de caminhada. Ele parecia tão certo que não poderia correr que até achei que ele fosse parar por aí mesmo”, lembra Nara. Mas o advogado não parou. Em cinco meses de treino, ele trocou os passos lentos da caminhada pela pisada rápida da corrida, que hoje pratica duas vezes na semana, alternada com treinos de musculação. O desenvolvimento no esporte foi uma surpresa até mesmo para o advogado. “Entrei desacreditado no grupo. Mas o pessoal me incentivou

“É COMUM QUEM PROCURA O GRUPO PARA EMAGRECER, MAS O OBJETIVO LOGO ACABA MUDANDO. DEPOIS DE PERDER PESO, A PESSOA SE ENTUSIASMA E ACABA QUERENDO CORRER 5 KM, DEPOIS QUER SUBIR PARA 10 KM...”, Nara Paini, fisioterapeuta


51 Mais atletas, mais corridas O crescimento do esporte na região for percebido – e medido – de perto por Rafael Ricardo de Souza, um dos proprietários da empresa Incentivo Esporte, que presta serviço para organizadores de corridas, fornecendo desde o suporte técnico para inscrição à cronometragem eletrônica de cada participante nos eventos. Há três anos nesse ramo, Rafael viu o número de provas e os participantes inscritos se multiplicarem. “A corrida de Tiradentes de Bauru, por exemplo, tinha uma média de 150 pessoas em 2010. Hoje, o número chega a 500”, comenta. E a grande maioria desses novos atletas não está preocupada em subir ao pódio, mas sim em ganhar qualidade de vida. “Dá para perceber que o objetivo ali não é ganhar. E eu, como cronometrista, tenho isso muito claro. Cerca de 60% das pessoas fazem a prova entre 10 e 12 km/h (um atleta profissional atinge uma média de 20km/h)”, detalha o empresário.

O número de atletas e de corridas em Bauru triplicou nos últimos cinco anos


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PREPARANDO O CORPO “A dica para quem quer começar a correr é que não saia correndo”, alerta Nara Paini. A atividade está na lista dos esportes que mais provocam lesões em atletas, especialmente quando não há um trabalho adequado de fortalecimento das musculaturas do corpo trabalhadas durante o exercício. É preciso dar uma atenção a mais para regiões como joelho, tornozelo, quadril, panturrilha e coxa, áreas muito exigidas no esporte. Por isso, é muito importante seguir as orientações de um profissional especializado. Mesmo sendo um exercício de alto impacto, não há restrições para quem deseja investir na corrida. Inclusive, quando bem preparada, uma pessoa que sofre com hérnia de disco, por exemplo, pode aderir ao esporte. “Sem falar nos inúmeros alunos que têm desgaste na cartilagem do joelho e fazem os treinos normalmente, pois já fizeram todo um trabalho especial de fortalecimento”, completa o fisioterapeuta Thiago Alvim.

“QUANDO VOCÊ CONSEGUE TERMINAR UMA PROVA, INDEPENDENTE DO TAMANHO QUE ELA SEJA OU DO TEMPO QUE VOCÊ FAÇA, É UMA REALIZAÇÃO INCRÍVEL. NÃO DÁ PARA DESCREVER”, Andrea dos Santos, advogada

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A Avenida Getúlio Vargas é o destino preferido das seis assessorias esportivas existentes em Bauru

a participar porque disseram que eu poderia ganhar força na musculatura, o que ajudaria nos meus problemas”, destaca. Para evitar lesões, Roberto passou por acompanhamento médico durante todo o processo de preparação e fortalecimento do corpo. Hoje, pouco mais de dois anos após iniciar a atividade, o advogado orgulha-se de dizer que participou – e concluiu – da meia-maratona do Rio de Janeiro no ano passado. “Foi a minha maior conquista. E já estou treinando para a deste ano”, destaca. MAIS SAÚDE A antiga rotina do vendedor Ademir Alves Filho incluía tomar dez comprimidos de remédio ao dia. “Eram para tratar a gordura do fígado, colesterol e diabetes”, lembra. O sobrepeso também ameaçava a sua saúde. Eram 14 quilos a mais do que tem hoje. “O médico me pediu para fazer exercícios imediatamente. Eu comecei a fazer caminhada, relógio para ver quanto tempo já tinha passado. E como viajo muito, fazer academia era complicado”, relata. A situação mudou quando o vendedor tomou conhecimento sobre o grupo Running Bauru. Após oitos meses

de treino, Ademir só precisa tomar dois dos antigos comprimidos, e com uma dosagem bem menor, como ele faz questão de salientar. “Economizo R$ 250 em remédio e invisto o dinheiro no grupo de corrida e, consequentemente, na minha saúde e da minha família”, completa o vendedor, que Quem também encontrou na corrida uma fórmula saudável e natural para recuperar a saúde foi a professora e pianista Suzana Saconato. Há cinco anos, ela havia entrado em um processo de depressão agudo devido ao uso contínuo de remédios para emagrecer. “Fiquei muito mal. Foi quando vi que ia acontecer uma prova de corrida e resolvi participar”, conta. Suzana concluiu os 6 km da prova a cada passo que era aquilo o que ela buscava há tanto tempo para se reerguer emocionalmente. “Então, comecei a correr para me salvar”, diz a pianista que hoje esbanja disposição e saúde. Atualmente, Suzana acumula mais de 50 provas em seu currículo esportivo, além de diversos prêmios em dinheiro e 15 troféus.



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NO STRESS

DESCARTAR A RAIVA ACUMULADA, FAZER EXERCÍCIOS FÍSICOS E TER UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL SÃO ALGUMAS MANEIRAS DE ACABAR COM O ESTRESSE, MAL QUE ACOMETE 41% DAS PESSOAS NO BRASIL Texto Cristina Camargo Fotos: Barbara Cavallieri, Divulgação e Arquivo Pessoal

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A MAIORIA DAS FONTES DE ESTRESSE NÃO REPRESENTA RISCO REAL À VIDA, MAS O ORGANISMO REAGE COMO SE ASSIM FOSSE

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ati Garcia acumula as tarefas de mãe e empresária. Com uma rotina profissional que exige muito de sua dedicação e tempo, situações de estresse já fazem parte do seu dia a dia. E ela não está sozinha. Cerca de 41% dos profissionais brasileiros sofrem de esgotamento mental de forma intensa ocasionado pelas pressões no ambiente de trabalho, segundo levantamento feito pela Associação Internacional do Controle do Estresse. Com isso, o país ocupa a nada honrosa posição de segundo mais estressado do mundo, perdendo apenas para o Japão. E como manter-se longe dos momentos de tensão é cada vez mais difícil na sociedade atual, o jeito é tentar minimizá-los, tanto na intensidade com que aparecem quanto no efeito que causam no organismo. Tati, por exemplo, recorre aos exercícios físicos para enfrentar o estresse. Começou com natação, passou pelo tênis, praticou vôlei e chegou à musculação. “Se não mexer o corpo, falta alguma coisa na minha vida. Fico estressada mesmo. Até quando estava grávida nadei depois leve a partir do quarto, todo dia”, conta. Exercitar o corpo com frequência é uma das principais dicas para se combater o estresse e levar uma vida saudável. Tati é prova disso. Quando não consegue ter tempo para a musculação,

Tati Garcia escolheu o exercício físico para eliminar o estresse

A yoga fez Denise Cardoso perceber seus próprios limites

vado e dolorido. “Também mexe com o sono. Quando pratico atividades físicas, durmo melhor”, garante.

mos de número de situações de estresse, sem tempo para nos recuperarmos, o que nos leva ao acúmulo, ao estresse crônico”, alerta. A reação ou resposta ao estresse tem quatro fases: a de alerta (acontece imediatamente após o aparecimento do perigo ou situação tensa); a de resistência (surge se não conseguimos eliminar a fonte de estresse já na primeira etapa e consiste numa luta desesperada do organismo para recuperar a harmonia); a de quase-exaustão (aparece se o estímulo estressante ainda não foi eliminado e se manifesta em reações e sinais já caminhando para sintomas e patologias); e exaustão (quando aparecem sintomas como depressão, ansiedade, insônia ou muito sono, dermatoses, problemas alimentares, diabetes etc). Caso a fonte de estresse possa ser eliminada ou reduzida já na primeira fase, as demais etapas não aparecem e as doenças decorrentes não se manifestam. “Quando não é possível, podemos dar

MAPEANDO O PROBLEMA Não é à toa que o estresse é popularmente chamado de mal do século. A psicóloga e professora universitária Carmen Bueno Neme, especialista no sofrer de estresse, pois se trata de uma reação natural e importante para a adaptação do ser humano à vida, ou seja, é um conjunto de respostas naturais e importantes para a sobrevivência física e psíquica do homem. “Mas a pessoa tem como aprender a enfrentar, lidando com a situação para resolvê-la, se possível. E lidando com as emoções A especialista reforça ainda que toda situação nova, que representa – mesmo que seja uma circunstância positiva – exige adaptação e, por isso, pode provocar essas reações. “Atualmente, temos uma sobrecarga em ter-

entender essas fontes de estresse de outra forma, mudando nosso pensamento,


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O ESTRESSE PROVOCADO PELO LUTO

Aline Mendes com a mãe, Eliane Mola, que faleceu há três meses

EM GERAL, O ESTRESSE É PROVOCADO POR CAUSAS SOCIAIS E AFETIVAS, COMO TRÂNSITO, FILAS, PROBLEMAS FINANCEIROS, RELACIONAMENTOS FAMILIARES E RELAÇÕES DE TRABALHO Combata o mal! 1. Conte com redes de apoio familiar e social para superar o estresse. 2. Descarte raivas e mágoas guardadas. 3. Organize a rotina e inclua exercícios físicos em seu dia. 4. Reserve tempo para o lazer. 5. Mantenha uma alimentação saudável. 6. Adote uma rotina de trabalho que não exceda a condição de cumpri-la. 7. Cultive interesses variados. 8. Em situações que não consegue controlar, tenha fé. Fontes: Carmen Neme Bueno e Senac

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Aos 33 anos, a jornalista Aline Mendes tenta lidar com o estresse provocado pelo momento mais difícil de sua vida. Há três meses ela perdeu a mãe, Eliane Mendes Caetano Mola, com quem era muito próxima. Por isso, o estresse agudo da jornalista começou quando ela soube que a mãe havia passado mal e precisou correr do trabalho para a casa dos pais. Foram quatro dias de desespero no hospital. Aline assistiu à vida da mãe chegando ao fim sem poder interferir. Uma pedra no rim causou infecção generalizada e os cuidados médicos não deram resultado. “Todo sofrimento que tive até aquele momento se tornou insignificante, pois, para mim, nada se compara à dor de perder a minha mãe”, resume. Aline ligou o “piloto automático” para seguir em frente. Mas sente fisicamente os efeitos de tanto nervosismo. Perdeu a fome, o sono, a

nossos preconceitos e hábitos, nossas crenças. Ou ainda podemos aceitá-las, de forma ativa e não passiva, ou seja, lançando mão de alguns recursos para diminuir o impacto e torná-las menos sofridas ou difíceis”, orienta a psicóloga. MUDANÇA BRUSCA Ex-bancária, Denise Cardoso começou ma que isso mudou sua vida. De forma sutil, ela aprendeu a ter consciência sobre o corpo e perceber com clareza os limites. Mudou a alimentação, os hábitos e ganhou amor próprio. Desde então, sua opção de vida sempre é para o que é natural. “A yoga não é somente uma prática para o corpo e a mente. É estruturada isso repercutiu em toda a minha vida, desde o fato da escolha do meu marido,

concentração, algumas vontades e planos. Está na fase de reconhecer que precisa superar esse período difícil. “Penso em todo empenho da minha mãe para me ver feliz, na luta para que eu realizasse meus sonhos, no exemplo de mulher batalhadora, alegre e querida por todo mundo. Aí me levanto, respiro fundo e sigo em frente para honrar tudo isso”, diz. A reação de Aline e de outras vítimas de uma grande situação de tensão e tristeza é importante para evitar o chamado estresse crônico, que pode causar doenças. O problema gera, por exemplo, alterações nos sistemas psíquico, nervoso, endócrino e imunológico. O prolongamento das reações de estresse provoca alterações mais específicas, como a queda do sistema imune, o que favorece o surgimento de doenças de todos os tipos. “As alterações em qualquer sistema afetam todos os outros, pois todos estão inter-relacionados e funcionam de forma sistêmica”, alerta a psicóloga Carmen Bueno.

como os educo e como nos alimentamos e vivemos”, explica. O dia a dia no banco era estressante e, após o término do contrato, Denise procurou um trabalho que lhe proporcionasse mais prazer e qualidade de vida. Hoje dá aulas de yoga e auxilia mulheres que buscam pelo parto natural. MÃOS PODEROSAS viar as tensões é passar por sessões de massagem. “Gera um relaxamento físico e mental e ocasiona um momento bem-estar”, explica Juliana Paula Ribeiro Freire Teixeira, professora da área de saúde e bem-estar do Senac Bauru. Segundo a especialista, a massagem precisa ser feita com frequência, justamente por gerar equilíbrio físico e mental. Assim, o ideal para manter o organismo em harmonia é realizar


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MAIS LEVEZA Ao despertar numa manhã de 2010, o analista de sistemas e professor David Françoso sentiu o peso do momento de turbulência na vida profissional e pessoal. Num sonho, ele se viu no Caminho de Santiago, rota de peregrinos que tem como ponto de chegada a cidade de Santiago de Compostela, na região da Galícia, Espanha. “Acordei determinado a fazer o caminho”, lembra. O sonho e a determinação surgiram como uma forma de se desligar de tudo e mergulhar dentro de si mesmo. Em julho de 2012, começou a percorrer a pé os 800 quilômetros do caminho. Ao longo da trajetória, foi se livrando do estresse que o atormentava. Depois de percorrer o caminho, ficou ainda mais leve. Literalmente. Perdeu 18 quilos na caminhada. E também deixou outras coisas por lá, o que explica numa metáfora: “O peregrino, assim como todo mundo no dia a dia, carrega peso demais em suas costas no início da jornada. Saber exatamente o que deve ser transportado é um grande exercício. O peregrino deixa pelo caminho o peso desnecessário. Devemos analisar nossa vida e esvaziar nossa mochila. Só carregar aquilo que realmente é importante”, aconselha David. A “mochila” mais leve é uma ótima comparação para quem, nos dias corridos e competitivos de hoje, precisa aprender a lidar com o peso do estresse. Claro, não é todo mundo que vai até Compostela para conseguir isso. No caso de David, a viagem foi essencial. Para outras pessoas, mudanças simples de hábito, como incluir momentos de lazer e exercícios físicos na rotina diária, já ajudam a encarar as pressões do dia a dia.

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Massagens semanais ajudam a aliviar o esgotamento físico e mental

Valdemar e Neusa Gavaldão recorrem à minibocha para espantar o estresse

pelo menos uma sessão por semana. “No caso da técnica energética e rela-

planejam outro passeio, dessa vez para Recife (PE). O resultado: os dois aparentam menos idade do que têm, e estão cheios de disposição e saúde. Não imaginam passar o dia inteiro sem fazer nada em

tipos de massagem são necessárias sessões três vezes por semana, como, por exemplo, a drenagem linfática”, orienta a professora. Cansaço mental, físico, dores musculares, insatisfação, desequilíbrio mental e as doenças emocionais estão na lista de quem deixa o estresse dominar o organismo. Para lidar com clientes que chegam às clínicas com alguns desses sintomas – ou todos eles – os massoterapeutas se preparam para trabalhar. Praticam técnicas de alongamento, relaxamento, meditação e também de massagens.

TERCEIRA IDADE O ócio também pode provocar estresse e a falta de exercícios físicos facilita o surgimento de doenças. Por isso os para a terceira idade não virar sinônimo de falta de atividades e tédio. O casal formado por Valdemar, de 74 anos, e não dá espaço na rotina para que o marasmo ou a depressão se instalem. O aposentado e a dona de casa praticam atividades físicas no Sesc Bauru duas vezes por semana. Também adotam uma alimentação regrada e sempre que podem viajam pelo Brasil. Acabaram de voltar de Maceió (AL) e já

descansando. De tão animados, são referência na turma que joga vôlei toda semana no Sesc. Além das quadras, frequentam a academia de ginástica da unidade e as piscinas para praticar exercícios físicos. Estão também sempre atentos à agenda de palestras, e, quando sobra um tempinho, ainda têm disposição para os jogos recreativos, como a minibocha. Para Valdemar, abandonar a rotina movimentada e se trancar dentro de casa é o mesmo que assumir a velhice. O exemplo de uma conhecida, que dorme o dia inteiro, não atrai nada a animada e falante Neusa. Os dois querem é conviver com os amigos e encontrar diversão. Sem estresse.



60 C O M P O RTA M E N TO

ADOTANDO GRATIDÃO TIRAR UM ANIMAL DA RUA E LEVÁ-LO PARA CASA TRAZ BENEFÍCIO DUPLO: VOCÊ GANHA UM COMPANHEIRO E ELE, UM MERECIDO LAR

PETS

Por: Monica Scimini Fotos: Barbara Cavallieri e Arquivo Pessoal

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o todo são 55 milhões de cães e gatos espalhados pelo território nacional, número que coloca o Brasil em segundo lugar na lista dos países que têm as maiores populações desses animais. A posição por si só não seria motivo de vergonha se boa parte desses animais não estivesse abandonada nas ruas, ziguezagueando entre os carros, revirando lixos atrás de comida ou sofrendo maus tratos. Em comum a maioria desses bichinhos traz consigo o rótulo de vira-lata, já que não nasceram com a chancela de um pedigree e tampouco fazem parte de uma linhagem de raça. Mas, segundo os especialistas, é justamente atrás desses focinhos mestiços que se escondem os animais mais dóceis, amorosos e brincalhões. Sem falar que eles tendem a ser mais saudáveis graças à variabilidade genética que a mistura de raças proporciona. Renata Passarelli satisfeita por adotar um cãozinho que tinha sido abandonado R E V I S TA A Z ! / J U L /AG O 2 01 3


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A designer Renata Passarelli comprovou a satisfação de adotar um animal de rua. “Eu já tive cachorros que comprei em lojas, com pedigree, mas a sensação de adotar é muito especial, porque, além de ter o companheiro que buscava, você sabe que fez um bem incrível e se emociona cada vez que vê os olhinhos de gratidão do seu bichinho”, conta a designer. O consultor de vendas Flávio Pereira é outro que tem em sua casa uma cachorrinha adotada, a Docinho. E a contribuição dele para com os animais desamparados não para por aí: ele ainda providencia lares temporários para cães e gatos que encontra abandonados pelas ruas. A vontade de ajudar é tanta que já está até pensando em mudar de casa para poder acomodar mais animais. “Meu maior objetivo no momento é comprar uma casa, mesmo que simples, mas com um bom quintal para continuar dando um lar provisório aos bichinhos até que possa achar uma

esses animais!”, salienta.

AJUDA MUNICIPAL Para dar uma nova chance a esses animais sem dono, ONGs e voluntários aliam-se ao poder público para juntos aumentar a conscientização das pessoas sobre a posse responsável de pets e incentivar a adoção. Em Bauru, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) é um dos responsáveis por esse trabalho. É para lá que vão os animais abandonados de pequeno porte (cães e gatos) e grande porte (equinos e bovinos) que

são recolhidos para receberem todo o cuidado e medicação que necessitam. No espaço, eles são mantidos por até cinco dias para que os proprietários tenham a chance de localizá-los. Após esse período, são colocados à disposição para adoção. “Sempre que disponibilizados para adoção, os animais já estão saudáveis, limpos e vacinados”, explica Marli Bosco, responsável pelas adoções no CCZ.

APOIO FINANCEIRO Segundo Marli, se contasse apenas com a verba pública, o centro não teria condições de atender ao grande número de animais que tira das ruas todos os meses. Por isso, sempre que possível, conta com o apoio da iniciativa privada e de ONGs e associações que protegem cães e gatos. Inclusive, além da limitada atuação do poder público, são essas instituições as principais responsáveis por dar assistência ao número crescente de animais abandonados no país. Além de resgatar das ruas e tratar as doenças dos animais que encontram, elas ainda oferecem a possibilidade de um novo lar para eles e fazem um trabalho de conscientização sobre as implicações e responsabilidades de se

NO ANO PASSADO, 1.162 CÃES E GATOS SEM DONO GANHARAM UM LAR POR MEIO DAS FEIRAS DE ADOÇÃO E DA PROCURA DE PESSOAS NO PRÓPRIO CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES DE BAURU

Cerca de 90 animais aguardam a adoção no CCZ de Bauru


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ADOÇÃO RESPONSÁVEL

Adriana Lini tem, em sua casa, três gatos tirados das ruas

ter um bichinho em casa. Outro desafazer com que as pessoas percebam o quanto é mais sustentável, fácil, acessível e “do bem” adotar um mascote, em

PENSE NAS VANTAGENS DE SE ADOTAR ANIMAIS ADULTOS: ELES SÃO MAIS TRANQUILOS E OBEDIENTES, NÃO LATEM MUITO, CHORAM MENOS À NOITE E SÃO MAIS INDEPENDENTES

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unicamente em pedigree, raça ou idade do animalzinho. Em Bauru, a UIPA Mountarat, administrada por Maria Dolores Barbosa Gomez, cumpre esse papel de orientação e também presta o serviço gratuito de castração de animais – etapa muito importante na fase de adoção, já que, dentre tantos benefícios, a técnica previne doenças e impede o crescimento populacional desmedido de cães e gatos abandonados. “Com base no que temos em caixa no mês, agendamos gratuitamente a castração para os animais de quem não tem condições de pagar”, explica Maria. Em média, são 200 gatos e 100 cachorros que passam por esse procedimento todos os meses. “Só não fazemos mais porque não temos condições. Por isso, estamos sempre abertos a receber ajuda, inclusive daquelas pessoas que não podem ter um animal, mas se

Para quem está pensando em adotar um animalzinho, é importante ponderar alguns pontos, como o tempo disponível que tem para o cuidar do bichinho, o espaço que ele terá na residência, os cuidados necessários com saúde e vacinação do pet e, principalmente, o custo que esse novo integrante da família irá agregar ao orçamento familiar. Fazer uma análise fria se você tem ou não condições de cuidar dele é importante para evitar arrependimentos e, por consequência, o abandono do animal só porque ele não se encaixou em sua rotina. Para a dona de casa Ilze Godiano, a fórmula para tomar essa decisão é simples. “É só você imaginar que ali tem um ser vivo com necessidades urgentes e totalmente dependente, e que só tem a oferecer muito amor nessa relação”, aponta Ilze, que atualmente tem em casa dois cães adotados, além de dois gatinhos tirados das ruas. “Uma gatinha pretinha, a Fumaça, que achamos sendo chutada por desocupados, e o Black, um lindo filhotinho que encontramos atropelado”, completa. Se as histórias de amor e dedicação de quem já adotou são tão particulares, o resultado que essa atitude traz é sempre parecido: “Achei que estava ajudando e dando de novo dignidade a um animalzinho. Mas, na verdade, quem está recebendo o presente sou eu. Ver que o pouquinho que eu fiz significa tanto na vida de um ser não tem preço”, diz a bancária Adriana Lini, que divide a sua casa com três gatinhos adotados.



64 NEGÓCIOS

COLEÇÕES VALIOSAS

ALÉM DE SATISFAÇÃO PESSOAL, COLECIONAR OBRAS DE ARTE, LIVROS RAROS E JOIAS PODE SE TORNAR UM BOM NEGÓCIO OU ATÉ SERVIR DE FONTE DE SOCORRO FINANCEIRO EM CASO DE EMERGÊNCIAS

Por Natália Ortega Fotos Barbara Cavallieri

Uma das primeiras edições que Marcelo Bulhões tem em seu acervo: Doidinho, obra de José Lins do Rego (1933)

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“SÓ POSSO FALAR QUE SE TRATA DE UM INVESTIMENTO PORQUE PODERIA TER ADQUIRIDO OUTRAS COISAS, MAS OPTEI PELA ARTE, QUE ALÉM DE ATENDER AO MEU GOSTO AINDA TEM UM VALOR AGREGADO ÀS OBRAS” Eto Coelho, analista de sistemas

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e um novo exemplar do livro Dom Casmurro, de Machado de Assis, pode ser adquirido em uma livraria por cerca de R$ 20, a primeira edição da mesma obra, lançada em 1900, vale R$ 3 mil no mínimo. E é essa diferenciação de preço que faz dos livros raros uma opção vantajosa de lucro quando se conhece bem o segmento e há disposição para vasculhar sebos e participar de leilões. “Comprei um exemplar de Angústia (livro de Graciliano Ramos, lançado em 1936) por R$ 6. Vale pelo menos R$ 2 mil”, destaca Marcelo Bulhões, professor de língua portuguesa da Unesp-Bauru. Mas, nesse restrito mercado, ser an-

um guia pode ajudar. “Eu recomendo, para começar, a Crítica da Literatura Brasileira, de Otto Maria Carpeaux”, indica Marcelo. O especialista recomenda alguns de olho. “Roberto Bolaño (primeira edição original em espanhol) ou Jonathan Franzen e Philip Roth (primeiras edições originais em inglês)”, lista Marceras edições de autores brasileiros que se destacaram entre os anos 50 e 70, os poetas concretistas (irmãos Campos e Décio Pignatari), Pedro Nava, João

edições ainda podem ser encontradas

COLEÇÃO PRECIOSA A advogada e empresária Maria Elizabeth Marinelli herdou da mãe a paixão pelas joias. O par de brincos de ouro com pequenos rubis incrustados foi o primeiro item de sua coleção, dada pelo pai pouco antes de completar 15 anos. A peça ainda tem um lugar cativo

investimento. Na verdade, o valor agregado está na raridade da obra. Segundo Marcelo, são valiosas as primeiras literatura, assim como algumas edições especiais, que têm tiragem limitada e bém tem muito valor agregado livros relevantes com dedicatórias escritas pelo próprio autor. “Há casos em que o valor se torna o triplo (ou mais) de uma edição sem dedicatória”, explica. Para quem deseja apostar nesse segmento, o primeiro passo é conhecer quais obras ganharam importância no cenário literário-cultural no decorrer dos anos e saber as referências básicas de cada uma delas, ou seja, ano de lançamento e editora. Nesse caso, o uso de

PAIXÃO PELA LITERATURA O gosto de Marcelo pelos livros nasceu logo na infância, estimulado pelas histórias lidas pelos pais. “Tornei-me um leitor assíduo. E fui ficando interessado também pela materialidade do livro, por sua beleza gráfica, sua capa etc.”, explica. Formado em letras e especialista em literatura brasileira, Marcelo faz questão de frisar que o seu acervo é fruto da própria profissão. E exatamente por isso não gosta de ser taxado de colecionador. Da mesma forma, a preferência pelos

na caixa de joias de Maria Elizabeth, mas agora ela tem a companhia de dois anéis de brilhantes, alguns colares, além de muitos braceletes trabalhados, sua verdadeira paixão. A empresária nunca precisou recorrer a nenhum de seus valiosos adereços para conseguir dinheiro rápido, mas sabe que, se precisar, aquela caixinha pode lhe render uma boa quantia. “Poderia, pelo menos, recuperar boa parte do que gastei”, opina. PERDAS E GANHOS A prática de penhorar joias já foi muito Isso porque o ouro sempre foi considerado um investimento bastante seguro e, por isso, tende a valorizar em períodos de instabilidade econômica. Contudo, a revenda da joia em si nem sempre garante lucro, pois, segundo o economista Adriano Fabri, o preço pago pela peça, em geral, limitase ao valor da matéria-prima com a qual ela foi feita, que pode até atingir certa valorização com os anos, como é o caso do ouro e de algumas pedras preciosas. Porém, o design e a grife do livros raros não está ligada ao valor econômico dessas publicações. “Se eu valorizo uma primeira edição é porque entendo que ela possui tanto um valor simbólico quanto representa um momento fundamental da história daquela obra. É fundamental, assim, curtir e avaliar os aspectos materiais e gráficos daquela obra que se tornaria clássica”, completa. Entre os sebos de São Paulo e Rio de Janeiro, Marcelo encontrou muitas preciosidades. Atualmente, nas prateleiras de sua biblioteca é possível encontrar algumas primeiras edições de muitos clássicos brasileiros de autores como Machado de Assis, Lima Barreto, Sérgio Buarque de Holanda, entre tantos outros nomes. “Mas não me preocupo com o valor comercial que eles têm, embora saiba que 4 ou 5 livros da minha biblioteca possam valer, juntos, até R$ 20 mil. E mesmo assim, eu não os venderia”, destaca.


66 NEGÓCIOS

Na casa de Eto Coelho, falta espaço para acomodar a sua coleção, que já conta com mais de 100 quadros

“PARA OS AMANTES DOS CHAMADOS INVESTIMENTOS EXÓTICOS, A DICA É QUE OS FAÇA PARA SATISFAZER UM GOSTO PESSOAL. O VELHO DITADO: ‘MAIS VALE UM GOSTO DO QUE UM TOSTÃO NO BOLSO’ PODE SER PONDERADO, MAS É IMPORTANTE QUE HAJA A CONSCIÊNCIA DE QUE ESTAMOS ‘INVESTINDO’ EM ALGO PARA ‘CURTIR”, Adriano Fabril, economista

acessório e a mão de obra não são levados em conta nessa equação. “A não ser que se trate de uma raridade, mesmo assim há riscos”, salienta Adriano. Dessa forma, se a intenção é investir em peças que possam trazer algum lucro no futuro, o ideal é optar por aquelas que tenham um valor mais puro, baseado no material com o qual foram produzidas, fugindo daquelas supervalorizadas por conta do design. Procurar investir em períodos de baixa do ouro, quando o valor das joias também tende a cair, e adquirir itens em leilões, nos quais uma peça pode ser arrematada por um terço do valor real dela, também são boas opções para aumentar a chance de lucro. PAREDES RECHEADAS Na casa do analista de sistemas Eto Coelho faltam paredes para tantas pinturas e gravuras, adquiridas em mais de 25 anos de garimpagem em galerias e exposições. E olha que o sobrado de quase 260m2, com direito a escritório e quarto de hóspedes, não deixa a desejar quando se trata de espaço. Enquanto não resolve a melhor maneira de dispor o seu acervo, a estratégia de Eto é acomodar parte das mais de cem obras que possui em maleiros, guarda-roupas e móveis com gavetas recheadas de pinturas e desenhos que ainda esperam por uma moldura. Contudo, assim como Marcelo e pretensão com essas peças não tem ceiros. “Eu compro porque gosto das

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imagens. Pode ser uma obra valiosa ou não”, garante o analista de sistemas. VALORIZAÇÃO DA ARTE Aqui, conhecer o mercado também é essencial para quem deseja adquirir peças com chances reais de valorização. “O melhor modo de investir é frequentar galerias de arte e leilões, associando aquilo que se gosta de ter com o que é exposto nas galerias e o que vem sendo valorizado em leilões”, ensina Oscar Para não arriscar, a dica é investir em jovens talentos e torcer para que sejam descobertos e seus trabalhos acabem valorizados, aproveitando que o mercado mundial anda favorável para os artistas latino-americanos. A venda para o exterior de obras tupiniquins, por exemplo, cresce uma média de 65% ao ano desde 2007. Eto foi um dos que acabou lucrando com a aceitação da arte nacional lá fora ao adquirir gravuras de alguns jovens artistas, como Florian Raiss e Margot Delgado, e que atualmente têm parte de seus acervos expostos no Museu de “As obras deles valorizaram muito. Algumas triplicaram de preço”, comenta. Outro nome apontado como um dos expoentes da arte contemporânea e que vale o investimento é Fernando Chamarelli. As obras do pintor já custam cerca de R$ 10 mil o m2. E esse valor não deve parar por aí. “O Chamarelli está bastante em evidência e as suas telas tendem a valorizar mais”, aposta Eto.


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CARNE DE GRIFE

gordura entremeada que dá sabor e maciez à peça”, completa o especialista. As câmaras refrigeradas do estabelecimen-

que já se tornou uma iguaria apreciada em todo o mundo. Para assegurar o alto padrão do produto que vende, Rafael faz parcerias diretamente com o produtor, nas quais são monitoradas desde a seleção do animal à durante todo o período anterior ao abate. Ao controlar todas as variáveis de proirá comercializar uma carne que atinja as três características de qualidade estabelecidas internacionalmente: maciez, suculência e sabor. “Na Del Ganado, vendemos carnes até três vezes mais macias do que as convencionais. Inclusive, quando a carne não atinge o nosso padrão, nós para ser comercializada em estabeleci-

MUITO ALÉM DO CHURRASCO DE DOMINGO

Rafael Benicá apresenta os cortes para o dia a dia: qualidade e sabor também no almoço

NAS BOUTIQUES DE CARNE, A ETIQUETA, OU SEJA, A PROCEDÊNCIA DO BOI, É O QUE DITA A MODA E ASSEGURA A QUALIDADE DO PRODUTO COMERCIALIZADO

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squeça tudo o que você já ouviu e aprendeu sobre carnes de primeira, de segunda e de terceira. Aproveite para apagar a antiga ideia de que essa ou aquela parte do boi não é boa para fazer churrasco ou mesmo bife. “Na verdade, o que existe é um boi de primeira, boi de segunda e boi de terceira, e não a carne em si”, afirma Rafael Benicá Rodrigues, zootecnista

e proprietário da primeira boutique de carnes de Bauru, a Del Ganado. É esse o novo conceito que Rafael traz para o seu estabelecimento. De acordo com o especialista, diversas carnes consideradas de segunda que ele comercializa têm muito mais qualidade de sabor do que os cortes ditos de primeira, vendidos nos mercados e açougues tradicionais. O que diferencia as peças é a origem da carne: as boutiques trabalham com gado, de raças reconhecidas pela qualidade, e abatido ainda novo. ATESTADO DE QUALIDADE Nas gôndolas da Del Ganado, os cortes da raça angus, sinônimo de qualidade no mundo inteiro, predominam. A diferença para o produto convencional pode ser percebida na peça ainda crua: é possível visualizar os veios de gordura entremeados à carne vermelha. “E é essa

Inserir carne de qualidade na alimentação não se restringe aos ocasionais churrascos entre amigos e família nos fins de semana. Provar um bom bife pode, sim, ser um prazer do dia a dia e, inclusive, integrar o cardápio de uma segunda-feira despretensiosa. “Por que não ter no almoço um bife de filé mignon ou de chorizo? Aqui, nós temos uma linha completa para o dia a dia”, explica Rafael. O consumidor ainda tem a vantagem de poder receber o produto em casa. “Nós entregamos. É só ligar e escolher a peça. Nós porcionamos e levamos até a casa da pessoa”, salienta o proprietário da Del Ganado.

BOUTIQUE DE CARNES DEL GANADO Rua Neder Issa, 1-11 facebook.com/DelGanadoBoutiqueDeCarnes Fone: (14) 3243-5590


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GIRO AZ!

MARATONA DE INVERNO! Fotos Barbara Cavallieri Colaboração: Luis Paulo Ribeiro e Vinícius França

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ma verdadeira maratona de eventos e também de grandes momentos nos shows de Benito de Paula na Hípica e do Humberto Gessinger no Alameda, nas festas Juninas da USC e do Colégio Anglo, no Arraiá 2013 e na 41ª Festa do Queijo & Vinho do Bauru Tenis Clube, em mais uma edição da Festa do Rock Drinks. A Sollarium comemorou os seus 10 anos de muito sucesso, a inauguração de mais uma unidade do SICREDI desta vez na cidade de Pederneiras, as mamães na Domus Educandi e muito mais. Confira!

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Josi Monice e Renata Quiezi

JosĂŠ Luiz Boni e Edley Svizzero Boni

Lais Rinaldi e Elso Fabiano Rodrigues

Arthur Issa Mangili e Nathalia Fantini

Erika Araujo Costa Figueiredo e Gisele Leal

Bruno Calzavara e Marina DelĂĄzari


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GIRO AZ!

FESTA DO ROCK DRINKS

Carolina Brighenti, Daniela Aielo e Iara Kjaer

Fábio Oliveira e Karina Ruiz Oliveira

Cláudia Saez, Karina Agnelli e Nádia Gueller

Cláudia Bessa, Edilene Zaptela, Daniela Castilho, Manira Haddad, Renata Aleixo, Claúdia Aragão e Gina Lúcia

Karina Ribas, Leco Ribas, Tatiana Matosinho, Raul Rudge, Ivanise Cortes Figueredo e Júnior Figueredo

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Giuliano De Angelis e Giovanna De Angelis


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GIRO AZ!

FESTA JUNINA DA USC

Ana Betriz de Oliveira e Manuela Rocha Rodrigues

Aline Rosile, Michele Garbulho, Júlia de Oliveira, Carolina Stefanin, Flávia Faria e Clar Bornelo

João Aurélio Rivera e Livia Castanho

Fernando Ribas e Laiandra Ribas

Renata Artioli, Marcela Flores Braga e Carla Alvarenga R E V I S TA A Z ! / J U L /AG O 2 01 3

Mariana Gasparini

Camila Garcia e


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FESTA JUNINA COL. NOVO ANGLO

Agnaldo Vieira, Camila Vieira, Fabiana Viera e Diego Vieira

Maria Luiza Santos, Anderso Santos, Priscila Santos e Angela Rodrigues

Alessandra Lopes, Davi Lopes e Veronica Lopes

Roberto Marins de Carvalho, Marcela Vicentini Mello de Carvalho, Camila Mello de Carvalho, Rafaela Mello de Carvalho e Lorenzo Mello de Carvalho

PALESTRA GUSTAVO CARRER NO BOULERVARD

Mayla Amorim, Milton Debiase, Jean Carlos, Fleide Anequini e Gustavo Carrer

Priscila Avona, Deise Alcantara, Mayla Amorim, Thais de Melo e Sarah Bianco


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GIRO AZ!

COQUETEL GIOVANNA RIBEIRO

Idalina Barbosa, Lourdes Carvalho Neves e Maria Isabel de Oliveira

Ana Paula Salmen

Danielle Ribeiro e Giovanna Ribeiro

BENITO DI PAULA NA HÍPICA

Camilla Franco, Cris e Nelson Gonçalves Bauru

João Jabbour e Lucy Modolo

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Marize Padovini e Odair Barbeiro


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MADRE MARY CLARE NO COLÉGIO SÃO FRANCISCO O Colégio São Francisco recebeu a visita da Madre Mary Clare Millea, Superiora Geral do IASCJ (Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus). Madre Mary Clare nasceu nos Estados Unidos, mas atualmente mora em Roma, sede do instituto. Em bauru, ela visitou a escola e participou de um momento celebrativo com os alunos, professores, funcionários e Irmãs. Os alunos tiveram a oportunidade de fazer várias perguntas, conhecer mais sobre as missões internacionais do Instituto e treinar um pouco os idiomas inglês e italiano.

ARRAIÁ DO BTC

Ana Carolina Tonelli Grassi, Simone Tonelli Grassi e João Pedro Tonelli Grassi

Anacirema Segalla, Teodora Segalla Gobbi e Larissa Segalla Gobbi

Natália dos Anjos, João Pedro Haddad e Maria Clara dos Anjos Haddad

Maria Casarini Rafael e Mariangela Casarini Rafael


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GIRO AZ!

NOITE DO QUEIJO E VINHO NO BTC

Paulo Casério e Vera Casério

Camila Siécola e Luiz Felipe Coube Salmen

Marcela Carneiro da Cunha e Ricardo Coube

Antônio Carlos Barbosa e Adriana Barbosa

Ildo Wilde e Cristiane Bueno

Afonso Fábio, Ludmilla Fábio, Celinha Mendes e Luiz Mendes

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José Manuel Lopes Filho e Marilza Pertolacini Lopes


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FINAL COPA DAS CONFEDERAÇÕES

Carlos Eduardo Francischone, Carlos Francischone Jr. e Renato Savi de Carvalho acompanharam de perto a vitória do Brasil sobre a Espanha na Copa das Confederações, no novo estádio do Maracanã.

CONGRESSO DE IMPLANTOLOGIA EM PORTUGAL

Entre os dias 12 a 15 de junho, os especialistas e professores em implantes dentais Carlos Eduardo Francischone e Carlos Eduardo Francischone Junior participaram do Congresso Internacional de Líderes em Implantologia, que ocorreu em Lisboa, Portugal. O encontro reuniu especialistas de todo o mundo e Carlos Francischone Junior foi um dos moderadores do congresso, no qual pode apresentar as novas tendências e conceitos em implantes odontológicos.


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GIRO AZ!

COQUETEL SOLLARIUM - 10ANOS

Bruna Cola, Micheli Hilário e Mariane Moço

José Isaac e Nagela Isaac

Cido Oliveira

Lídia Arazera, Vandi Arazera

Lara Martins e Cristina Gabriel

Daisy Sanches, Lúcia Helena Ayres Silva Pereira, Nagela Isaac e Claribel Ayres e Silva

Leonardo Paccola, Marilene Kron, Maranilva Zanutto Biscalquini e Hamilton Biscalquini

Luciana Sgavioli e Beth Sgavioli

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Donovan Gameiro e Cristiane Gameiro

Bruna Jacobs e Marcela Hernandes


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INAUGURAÇÃO RESTAURANTE KOZAN

Fernanda Lee, Cassilane Santos e Cassilene Santos

Luciana Lee e Gustavo Lee

Luis Roberto Tizoco, Roberto Tanaca e Rita de Cássia Cornélio

Teizo Ito, Fumio Tazaki, Marta Tazaki, Claúdia Emi Niitsu, Cristina Ianaba, Mutsumi Ianaba e Ricardo Niitsu

DIA DAS MÃES - DOMUS EDUCANDI

Alice, Chiara e Clemilton Basseto

Meiriane Farrati Rocha e Laila Farrati Rocha

Tatiana Esteves e Luisa Moreira Esteves


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GIRO AZ!

LANÇAMENTO DA RAV4 NA MORI MOTORS

Márcia Martins, Cristiane Rosevelte e Ana carla Teles

Cláudia Fogaça, Vanessa Schiavo e Karen Leite

Danilo Chahim e Humbero Chahim

INAUGURAÇÃO DA SICREDI PEDERNEIRAS

Dione Sandro, Nilson Mafei e Antonio Maciel

Glaucia Sanzogo, José Eduardo Sanzogo e Ricardo Berriel

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Dionisio Canolada, João Creado, José Flávio, Pedro Pereira e Carlos Grafferi


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82 SERVIÇO AMERICAN HIDROMASSAGEM R. José Fernando do Amaral, 12-06 Tel: (14) 3234-6878 BAURU TÊNIS CLUBE Av. José Vicente Aiello, 5-15 Tel: (14) 3235-0500 BOULEVARD SHOPPING NAÇÕES R. Marcodes Salgado, 11-39 Tel: (14) 3233-7000 BOUTIQUE DE CARNES DEL GANADO R. Neder Issa, 1-11 Tel: (14) 3243-5590 CLÍNICA ODONTOLÓGICA DR. FRANCISCHONE R. Gustavo Maciel, 19-06 Tel: (14) 3223-2600 COLÉGIO SÃO FRANCISCO R. Santo Antônio, 6-56 Tel: (14) 3102-2222 DAP NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS Av. Nossa Senhora de Fátima, 3-145 Tel: (14) 3245-1520 DE GABRIELE LUFTHANSA CITY CENTER Av. Getúlio Vargas, 12-80, Loja 01 Tel: (14) 3104-4444 DOMUS EDUCANDI R. Ignácio Alexandre Nasralla, 1-50 Tel: (14) 3234-5135 D’PIL R.Joaquim da Silva Martha, 12-22 Tel: (14) 3243-2295 e 3204-2442

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