Az! #18

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4 ÍNDICE

ESTILO

ENTRETENIMENTO

PERSONAZ

COMPORTAME NTO

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INTERCÂMBIO Sem limite de bagagem

CINEMA Pirataria moderna

PERSONAZ Richard Simonetti

ENSINO PÚBLICO Educação pública: Tem cura?

Intercambistas voltam para o Brasil com as malas cheias de conhecimento, cultura e boas histórias para contar

Capitão Phillips, o filme que consegue recriar da maneira mais visceral possível a provável sensação de se ter uma arma apontada para sua cabeça

Doutor em mundos invisíveis: O escritor e palestrante bauruense Richard Simonetti é autor de 55 livros sobre doutrina espírita e um dos principais nomes do kardecismo no Brasil

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MODA by Juba Zepper

O raio-X do sistema educacional gratuito revela fraturas graves, mas que podem ser consertadas com investimento

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PSICOLOGIA E PEDAGOGIA A escola como segunda casa Os valores familiares são fundamentais na hora de escolher a educação dos filhos Nosso material de moda pontua a importância de se preparar para o mercado “desde sempre”

34 PETS Meu pet comportado

Adestrar o cão vai além de ensinar truques!

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SOCIAL

COLUN AS

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GIRO AZ! O verão promete!

Dr. Carlos Eduardo Francischone Jr.

E XPE DIE NTE Revista Az! | ano 03 / número 18 Diretor Geral: Rodrigo Chiquito Diretor Comercial: Marcelo Bartholomeu Logística/Finanças: C&D Soluções Jornalista responsável: Bruno Mestrinelli Executivas de Contas: Daniela Valentim e Patricia Marques Conselho Editorial: Rodrigo Chiquito, Marcelo Bartholomeu e Bruno Mestrinelli

Veja o que aconteceu e quem passou pelos eventos culturais e sociais da cidade

Edição de Arte: Publici Comunicação

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CRÔNICAZ! A escola que ninguém vê

Fotografia: Barbara Cavallieri e Mi Svicero Jornalistas: Fernanda Villas Bôas, Tatiana Santos, José Garcia, Giovana Sanches, Marisa Sei, Natalia Negretti, Wanessa Ferrari, Marcelo Bueno, Mateus do Amaral e Bruno Mestrinelli AzTV por MUVfilms.com.br Impressa na GRAFILAR 10.000 exemplares

Tiragem auditada por:

AZ! é uma publicação da Publici On&Off Rua Bartolomeu de Gusmão, 10-72 - Jd. América Bauru/SP - F.: 14 3879 0348

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6 EDITORIAL

POR UMA EDUCAÇÃO DE VERDADE

O

desenvolvimento de um país depende fundamentalmente de sua educação. Essa frase não é nova para ninguém, chega até a ser um clichê. Porém, parece que essa importância não é considerada em nosso país. Uma pesquisa publicada pelo site da rede britânica BBC, no ano passado, mostrou que o Brasil está em penúltimo lugar em um ranking de qualidade de educação. Estamos à frente apenas da Indonésia, entre 40 países analisados. Esse é um dado alarmante, que deve ser analisado à exaustão por todos os envolvidos nesse assunto chamado educação. A Revista Az! traz nesta edição vasto material sobre as nuances que a educação pode ter. Educação à distância, autodidatismo, educação ambiental, educação por intercâmbio. No entanto, também temos uma matéria completa sobre a situação atual das escolas bauruenses, em nível estadual e municipal. E a nota ¿QDO QmR p GDV PHOKRUHV Nas escolas estaduais, o retrato continua o mesmo de anos atrás. Poderia até ser tirado em preto e branco: escolas lotadas, prédios sem a condição ideal, professores mal pagos e sem condições de trabalhar direito. Nas escolas municipais, a estrutura é melhor. O investimento tem sido interessante. Escolas novas foram construídas, algumas foram reformadas. No entanto, ainda faltam vagas para todos os interessados. Ou seja: o sistema pode melhorar. R E V I S TA A Z ! / N OV/ D E Z 2 01 3

Não podemos nos conformar com o retrato pintado pelo ótimo material colhido pela reportagem da Az!. Os investimentos têm de ser pesados em educação. E não apenas por obrigação, já que 25% de todo o orçamento municipal vai para investimento nas escolas, em materiais, em mão de obra... O investimento tem que ter algo chamado vontade: não basta apenas queimar o dinheiro muitas vezes fazendo compras que não vão ajudar em nada os alunos. O sistema público de educação tem de ser, cada vez mais, pensado globalmente para que tenhamos uma base decente para aprendizado, sem aprovação automática, sem analfabetos funcionais. Estrutura decente, prédios que sejam projetados para o uso de alunos, material didático e outros materiais com qualidade, professores bem

remunerados... Essa é uma equação tranquila de se fazer. Somando os investimentos à boa vontade dos governantes é possível, sim, termos uma virada do ranking. Se no futebol brigamos para estar sempre no topo, na educação temos que caminhar muito. É difícil, mas é possível. Ao lado da saúde, a educação é uma obrigação do Estado. E nós pagamos por isso, com a alta carga tributária que tira pelo menos quatro meses dos nossos vencimentos para custear a máquina pública. Então, nada mais justo do que a educação funcionar de verdade. O dinheiro gasto em educação retorna, com certeza, à sociedade. Retorna com pessoas mais esclarecidas, mais conscientes politicamente, mais cultas, mais antenadas, mais cientes de seus direitos e deveres. Assim, um país cresce de verdade.


Primavera/Verão 2014

Rua Antônio Alves, 25-69 / (14) 3243-3948 giovanaribeiro.com.br facebook.com/giovanaribeiromoda


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INTERAZ!

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FA C E A Z !

Do lançamento da última edição até esta que você segura em suas mãos, a nossa página no facebook superou a marca de 13.200 fãs. Foram 43 posts que alcançaram mais de 182 mil pessoas e que geraram mais de 963 compartilhamentos, 1.284 comentários e 9.006 likes. Veja algumas dessas interações:

“PARABÉNS A REVISTA AZ! E A SEUS DIRETORES. GRANDE ABRAÇO !!!!”

“ACHEI ÓTIMA A MATÉRIA DOS DENUNCIADOS PELOS CRIMES DA AHB, QUANDO EM APENAS DUAS PÁGINAS FIZERAM MAIS DO QUE TODA A IMPRENSA DE BAURU JUNTAS.”

Flavio Guedes

Henrique Perazzi de Aquino

“VALEU ORNELAS. MUITO BOM... VALEU PELA ENTREVISTA FEITA PELA AZ!” Reynaldo Grillo

“GOSTAMOS MUITO DO LUIZ ORNELAS! APRECIAMOS A SUA MÚSICA, O SEU REPERTÓRIO, O SEU CANTAR É FANTÁSTICO... ELE ESTANDO PRESENTE É SINAL DE BELEZA, ALEGRIA E QUALIDADE MUSICAL.” Zuleika Lemos Gonsalves

Participe também! Curta nossa página no Facebook (http://facebook.com/AZBauru)! Comente e compartilhe nossos vídeos, coberturas de eventos, promoções e tudo mais que fazemos especialmente para você! R E V I S TA A Z ! / N OV/ D E Z 2 01 3



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CRÔNICAZ!

A ESCOLA QUE NINGUÉM VÊ Por Mateus do Amaral Tirinha Super-Barrigudinha (por Carol Ferreira e Mateus do Amaral)

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ocê sabia que o custo para erguer uma escola nova é o mesmo que para manter uma velha do mesmo porte durante um ano? Disso você não sabia. Mas se fosse prefeito ou governador, você preferiria manter bem uma velha ou construir uma nova? Sim, diga ao povo que fico com a nova. Escola velha não dá manchete, de modo que sua única utilidade na eleição é abrigar as urnas. Claro, você vai dizer que faltam escolas e as que tem são péééssimas. Ainda que, em muitos casos, isso seja verdade (quero ver é explicar por que muitos pais estão preferindo a educação infantil pública), o fato é que os olhos megalomaníacos deste pobre país veem mais a obra do que a qualidade da educação. E o problema é o seguinte: projeto pedagógico, política de recursos humanos, gestão escolar, tudo o que envolve a educação geralmente é R E V I S TA A Z ! / N OV/ D E Z 2 01 3

definido por critérios alheios a ela, sem qualquer planejamento a longo prazo – e depois maquiado na propaganda enganosa. Estão de olho é no apelo popular; escola boa para o povo já é demais. Olha, se a gente já é meio cego para perceber o trabalho bem feito que tanto educador faz (muitas vezes por conta própria) nesse terreno pantanoso chamado educação pública, imagina se eu começar a falar daquela escola ideal, capaz de oferecer aos seus alunos uma formação realmente humana, de que o mundo tanto precisa. Aí, eu vou te contar: não tem nada mais invisível do que algo que não existe.



Dr. Carlos Eduardo Francischone Jr. é professor, mestre e doutor em implantes odontológicos e membro da Clínica Odontológica Dr. Francischone.

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EDUCAR PARA HIGIENE BUCAL O

lá a todos os leitores da Revista Az!. Esta edição tem como tema a educação e nada melhor do que falarmos de educação para a higiene bucal para que os leitores tenham uma boa saúde da boca, além de dentes brancos e bonitos. A educação para a higiene bucal tem que começar o quanto antes, com o incentivo à criançada, que deve ter em mente que escovar os dentes é uma obrigação diária, que ajuda na saúde. Para termos mais dicas sobre como ensinar as crianças a escovar os dentes, teremos a participação especial nesta coluna da odontopediatra Leda Francischone. Leda é especialista nesse assunto e lembra que toda a higiene bucal das crianças deve ser feita desde que o bebê nasce. Mesmo antes de os dentes de leite crescerem, nesse caso com uma gaze no dedo para limpar a gengiva. Ela destaca que é importante que as crianças observem, sempre, os pais escovando os dentes. E que, além disso, a partir de quando a criança tiver condições de segurar uma escova de dentes, os pais devem deixa-la com a mesma para “brincar” um pouco de escovar os

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Foto: Banco de Imagens

TER A BOCA BEM CUIDADA É TAREFA QUE DEVE SER LAPIDADA DESDE O BERÇO

dentes após a escovação oficial (essa, realizada pelos pais). “Isso é importante para criar o hábito desde pequeno”, explica a doutora Leda. Outra dica importante passada pela odontopediatra para os leitores da Az! é que os pais devem ajudar na escovação das crianças até oito ou nove anos de idade. A partir daí, as crianças começam a ter coordenação para escovar. A criança consciente é sempre um adulto sem cáries, por isso a importância de toda a escovação e a educação para a higiene bucal desde o berço, para que o hábito seja mantido durante toda a vida. A doutora Leda lembra, ainda, que os pais devem ficar de olho, sempre, no creme dental usado. Crianças com menos de quatro anos não devem usar pastas com flúor. Isso pode causar a Fluorose. Além dessas dicas para a criançada, com a ajuda da doutora Leda, também vamos falar da continuidade da educação para a higiene bucal para a vida toda. A consciência vale para todas as idades. Temos que usar o fio dental diariamente, escovar todos os

dias os dentes, pelo menos três vezes por dia, principalmente antes de dormir. Isso porque, durante a noite, enquanto dormimos, a proliferação de bactérias é maior. Daí a importância da escovação antes do sono. Também temos que escovar a língua. Para quem não sabe, a língua tem rugosidades que retêm restos de alimento e bactérias. Escovar a língua como de dentro para fora é o correto. Uma dica importante é sempre procurar um cirurgião dentista para consultas regulares de seis em seis meses. Se você vai ao médico para fazer um check-up, por que não ir ao dentista regularmente? Isso é importante para verificar se há cáries – o tratamento no início é menos doloroso e mais fácil – e também para obter orientações. Entre elas, a escova certa para cada tipo de dentição, além de dicas para o uso do fio dental e até da pasta de dente correta. Cuidar dos dentes é sempre cuidar da vida. Uma boa higiene pessoal passa sempre pela higiene bucal. Nunca se esqueça disso e até a próxima edição.


Educação é uma escolha, a Formação é um processo, os Resultados são as Oportunidades conquistadas. Decisão Inteligente · Pensar na sua Escolha. · Compreender a formação e o resultado desejado. · Comunicar-se em mais de uma Língua. · Agir no Presente, pensando no Futuro.

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Quanto o mais ced! melhor


14 E S T I LO

SEM LIMITE DE BAGAGEM Por Wanessa Ferrari Fotos Arquivo Pessoal

No intercâmbio de seis meses na Universidade do Porto, em Portugal, Ivan aproveitou para conhecer a cidade e os costumes locais R E V I S TA A Z ! / N OV/ D E Z 2 01 3


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APÓS PASSAR UM TEMPO ESTUDANDO NO EXTERIOR, INTERCAMBISTAS VOLTAM PARA O BRASIL COM AS MALAS CHEIAS DE CONHECIMENTO, CULTURA E BOAS HISTÓRIAS PARA CONTAR

A

os 26 anos, Ivan Carlos da Silva Junior já morou em três países diferentes, dormiu nas ruas da Europa, foi acordado com uma saraivada de laranjas por moradores locais, e abraçou um coala em terras australianas. Tudo isso, em menos de dois anos, desde que decidiu viver a experiência do intercâmbio cultural. A aventura começou em fevereiro de 2013, quando o estudante de medicina veterinária soube da possibilidade de cursar parte de sua graduação na cidade de Porto, em Portugal, por meio de um programa de intercâmbio oferecido por uma instituição bancária. Não pensou duas vezes: providenciou os papéis da candidatura e cruzou os dedos para ser um dos escolhidos. Deu certo. 1D 8QLYHUVLGDGH GR 3RUWR RQGH ¿FRX por seis meses, cursou disciplinas relacionadas à graduação que já estava em andamento no Brasil, fez amigos de diversos países, conheceu lugares diferentes e mergulhou na cultura da terrinha. E, quando Ivan pensou que o sonho HVWDYD FKHJDQGR DR ¿P UHFHEHX D QRWt-

cia de que havia sido aprovado para um novo intercâmbio. Desta vez, por um período de 18 meses, na Austrália. “Havia me inscrito no programa Ciência sem Fronteiras, do Governo Federal. Minha ideia era estudar no Reino Unido, mas ocorreu um imprevisto e tive de mudar minha candidatura para a Austrália. Achei sensacioQDO D¿QDO GHVGH RV DQRV VRQKDYD com isso”, lembra. Em Melbourne, Ivan está cursando um semestre de aprimoramento da língua inglesa e, na sequência, iniciará as aulas do curso de biociências veterinárias. Enquanto isso não acontece, ele aproveita para conhecer os parques, costumes e animais que vivem do outro lado do mundo. “Realizei o sonho de estar lado a lado de cangurus e coalas. Quando isso aconteceu, o mundo parou e voltei a ser criança. Foi uma experiência incrível!”, conta o futuro médico veterinário, que considera a troca de experiências e culturas entre pessoas de diferentes nacionalidades a maior bagagem proporcionada pelo intercâmbio.


16 Na Austrália, o futuro médico veterinário realizou o sonho ficar lado a lado com cangurus e coalas

Durante o intercâmbio, Natália aproveitou para conhecer a famosa Capela de São Basílio, em Moscou

O SONHO DO INTERCÂMBIO O intercâmbio cultural é a melhor alternativa para quem sonha em estudar no exterior porque, além do upgrade em uma segunda língua, possibilita doses extras de cultura. Prova disso é que, em 2012, cerca de 175 mil brasileiros se renderam aos encantos do intercâmbio, segundo estudo da Belta (Associação Brasileira de Organizadores de Viagens Educacionais e Culturais). Em 2013, a estimativa é de que este número seja, em média, 20% maior. A intensa procura por intercâmbio culWXUDO WHP MXVWL¿FDWLYD $V IDFLOLGDGHV GH pagamento parcelado, o custo-benefício e a variedade de programas disponíveis estão entre esses fatores. “Quem faz intercâmbio adquire experiências únicas de vida. Você passa a enxergar e a entender diferentes culturas. Além disso, o intercâmbio possibilita o crescimento e desenvolvimento pessoal. Você amadurece mais rápido”, explica Junior Borges, diretor da C.I Intercâmbios. Quanto ao preço, há pacotes a partir de R$ 5 mil para viagens de um mês, com estudos, passagem e estadia inclusos.

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A convivência com estudantes de outros países possibilitou diversas experiências à estudante de medicina Natália Gimenez

FRIO E MEDICINA NA RÚSSIA Cursar medicina sempre foi o sonho de Natália Gonçalves Gimenez, 28 anos. O que ela não imaginava é que parte deste sonho seria realizada no frio da Rússia, por meio de um programa oferecido pela Kursk State Medical University, em Kursk. “Fiquei sabendo da oportunidade pela internet. Com medo, chequei a veracidade das informações com o Consulado e com a Embaixada da Rússia. Quando tive certeza de que não era golpe, decidi viver HVVD H[SHULrQFLD´ FRQWD HOD TXH ¿FRX XP ano no país. O envio de documentos pessoais, como KLVWyULFR HVFRODU H XPD HQWUHYLVWD ¿]Hram parte do processo de seleção. Com o aceite, ela precisou arcar com as despe-

sas da viagem e da estadia, além de pagar comissão da agência que a assessorou e a anuidade do curso. Mas o esforço valeu a pena e Natália retornou ao Brasil com boas experiências na bagagem. “Foi incrível! Essa viagem mudou minha vida. +RMH VRX XPD SHVVRD PDLV ÀH[tYHO DEHUWD jV possibilidades que o mundo oferece. Depois de um frio de menos 30 graus, sinto que sou capaz GH HQFDUDU TXDOTXHU GHVD¿R ( SDUD TXHP PDO falava inglês, até russo aprendi!”, orgulha-se. ( HQFDUDU GHVD¿RV p FRP 1DWiOLD 7DQWR TXH em janeiro de 2014, ela embarca rumo à Austrália para um novo intercâmbio. “Desta vez, vou pelo programa Ciência sem Fronteiras, com tudo pago. Ficarei por lá um ano e meio estudando medicina e, depois, volto para concluir o curso no Brasil”, sonha.



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O tanque utilizado na Segunda Guerra Mundial é uma das atrações de Kursk, na Rússia, onde Natália morou por um ano

DICAS Pesquise sobre o país para onde planeja ir. Se identificar com o clima é fundamental para a adaptação. Faça uma lista de agências e dos serviços oferecidos por cada uma delas. Compare valores e opções de programas disponíveis. Cheque a confiabilidade da agência antes de fechar negócio, preferencialmente com conhecidos que já contrataram os serviços do local. Entrar numa fria só se for para brincar na neve! Fique de olho nas bolsas. Programas como o Ciência sem Fronteiras e instituições como o banco Santander, Capes e Fapesp anualmente oferecem auxílios para quem quer estudar fora. Fique atento ao mural virtual das universidades do exterior. Muitas instituições informam sobre a abertura de vagas para cursos e os passos para solicitá-las por meio do site. Troque experiências durante o intercâmbio. O que se aprende com a convivência com pessoas de outros países é tão importante e interessante como o conteúdo ministrado no curso escolhido.

Fernando está aproveitando o intercâmbio para adquirir bagagem cultural. Nas fotos, ao lado das estátuas dos escritores irlandeses Oscar Wilde e James Joyce

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LÍNGUA AFIADA Unir o útil ao agradável. Essa foi a intenção de Fernando Figueiredo Strongren, 26 anos, ao decidir fazer um intercâmbio de estudos e trabalho na Irlanda. “Fiz duas faculdades seguidas: a priPHLUD GH ¿ORVR¿D H D VHJXQGD GH MRUQDOLVPR 1R ¿P GH WXGR SUHFLVDYD mudar de ares. Além disso, queria melhorar meu inglês e sempre sonhei em viver uma experiência profunda no exterior. Sendo assim, o intercâmbio era ideal”, avalia. Para realizar o sonho, fez uma ampla pesquisa de orçamentos, programas e instituições de ensino disponíveis. Quando se decidiu, vendeu o carro para custear a viagem. Já em Dublin, Fernando não se arrepende da atitude e faz de tudo para aproveitar a estadia: estuda inglês, procura trabalho e não perde tempo. “Dublin é uma cidade cultural. Há muita gente de outros países e isso torna a troca de experiências incrível. Além disso, estou aproveitando para conhecer o maior número possível de museus, parques e pubs. Até em um campeonato de hurling (jogo irlandês de origem celta semelhante ao hóquei), um esporte gaélico, já fui!”, conta.


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Carmen Steffens


20 E S T I LO

Por Odil Zepper (Juba) consultor de estilo e diretor da Unika

MODA É ESTILO DE VIDA E COM A ENTRADA DOS ANOS 2000, O PROCESSO DE RENOVAÇÃO DAS TENDÊNCIAS ALTEROU PERCURSOS CLÁSSICOS QUE ESTÁVAMOS HABITUADOS A COMPREENDER

A EDUCAR PARA USAR OU VESTIR PARA VENCER? R E V I S TA A Z ! / N J UOLV//ADGEOZ 22 00 11 33

moda é o espelho que reflete a história comportamental da humanidade e palavras como Midi, Mini, Maxi são expressões antigas que se reinventam a cada temporada. Portanto, elaborar o material de moda desta edição foi mais prazeroso do que nunca. Para nós, profissionais da área, moda é muito mais do que uma simples temporada de uso, ela sinaliza mudanças e desejos materializados em roupas, calçados, acessórios, alimentos, transportes e muito mais. Antes, a moda era ditada pelas grandes maisons (grifes internacionais), a partir da inventividade de seus estilistas e da pesquisa comportamental. Nesse processo, chamado de “gotejamento”, as tendências são propagadas de cima para baixo (do red carpet até chegar aos baciões dos atacadões). Na contramão, hoje a moda seja também é criada de baixo para cima, a então chamada ebulição. Esse processo instiga comportamentos, correntes, estéticas, pessoas, estilos nas ruas (streetstyle) e em lugares comuns. É por isso que o efeito “blogueira” está tão em alta, pois elas compõem looks, fotografam e propagam referências nas mídias sociais. Das meninas às senhoras, muitas espiam Instagram das fashion celebrities para buscar inspiração para a composição do look do dia. Diante desse cenário, o vale-tudo pontuado pelo fast-fashion (tendências rápidas a preços acessíveis) propõe a democratização da moda e até mesmo peças assinadas por personalidades para lojas de departamentos com preços jamais sonhados. Imaginou ter um top Kate Moss por poucos dólares? As tendências estão tão rápidas e passageiras, que em menos de um mês descartamos peças por conta de suas estampas e formas. Opa! A velha


21 É TEMPO DE REALIZAR ESCOLHAS E A DECISÃO CORRETA IMPLICARÁ NO SUCESSO PESSOAL E PROFISSIONAL DAQUELES QUE REPRESENTARÃO O FUTURO DO NOSSO PAÍS, DO NOSSO PLANETA. DIANTE DA TEMÁTICA EDUCAÇÃO, PRODUZIMOS UM EDITORIAL DIFERENTE, DENTRO DE UMA UNIVERSIDADE. E O RESULTADO FICOU FRESH AND COOL. LARISSA E ISRAEL, OS MODELOS DA EDIÇÃO, INTERPRETAM UM CASAL DE PROFESSORES E TAMBÉM DE ALUNOS PARA DAR VIDA A MAIS UMA ESTORINHA FASHION DA AZ! MODA

receita de “arrasar” na liquidação não é sinônimo de “esperteza”, nem muito menos de guarda-roupa inteligente. Como professor de quatro modalidades do ensino (especialização, graduação, técnico e capacitação), Cool Hunter e consultor de marketing, estilo e moda para o varejo, SURSRQKR XPD UHÀH[mR LQÀDPDGD GHVGH R ¿QDO GRV DQRV 6HUi TXH DV SHVVRDV QRV enxergam da mesma forma que nos vemos? Estilo não é algo fútil como muitos taxam. Pelo contrário, estilo é a representação daquilo que somos e almejamos. Ao longo de inúmeras consultorias de estilo que prestei, o que mais vi foram pessoas (corajosas e empreendedoras) galgando novas oportunidades nas HVIHUDV SHVVRDLV H SUR¿VVLRQDLV ( HP WHPSRV de coaching e programação neurolinguística, não basta ser, tem que parecer competente! Nosso material de moda pontua a importância de se preparar para o mercado ³GHVGH VHPSUH´ 6HU DOXQR p DOJR LQFUtYHO e marcante, mas é importante que o empreendedorismo (nato em alguns e técnico em outros) faça parte das nossas práticas diárias na escola, na universidade, em casa, no trabalho e na vida. É alto o número de pessoas formadas em nível superior, mas baixíssima a quantidade daqueles que pretendem e fazem toda diferença. Aproveite nosso editorial e guia de estilo para se inspirar e traçar planos de sucesso partindo do estilo pessoal. Acho engraçadíssima a expressão “vai que cola”, mas na vida real, que tal adotar o “sei que posso”. Tenho certeza que nos reencontraremos daqui três ou cinco anos e muitos terão história de sucesso para compartilhar. Vista-se corretamente e empreenda diariamente!

Styling Juba Zapper Assistente de estilo Carol Papassoni Fotografia Mi Svicero Make Mayra Ferraz Modelos Casting Mega Models Bauru Agradecimento Universidade Sagrado Coração

FIO CONDUTOR DA TEMPORADA, O AZUL É HYPE (TENDÊNCIA) PARA MENINOS E MENINAS. NA FOTO, ISRAEL PROPÕE UM LOOK PARA ESTUDANTE DE ARQUITETURA UTILIZANDO TOTAL LOOK EM DENIM (JEANS) + CINTO EM COURO + DOCKSIDE AZUL BIC (TUDO ESTIVANELLI). PARA NÃO PERDER A HORA DA AULA, O RELÓGIO DESCOLADO E CASUAL DA EXÓTICA.

LARISSA INCORPORA A ESTUDANTE DE MODA “LOOKANDO” (USANDO) CAMISA EM DENIM + SHORT EM PIQUET + CINTO ELÁSTICO COM MAXIFIVELA OURO + LENÇO DE SEDA NA CABEÇA + CASE EMBORRACHADA PARA IPOD (TUDO GIOVANA RIBEIRO). PARA REFORÇAR A IMAGEM DE ALUNA DEDICADA, OS INCRÍVEIS ÓCULOS RETRÔ DA EXÓTICA.


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LARISSA É A PROFESSORA MAIS COOL DA UNIVERSIDADE, POIS APOSTA NA CHIQUÉRRIMA CALÇA FLARE EM TECIDO ENCERADO + ANABELA COM SALTO ARQUITETURAL EM METAL (OURO) + BLUSA/ BATA MULLET EM ORGANZA COM ESTAMPA TROPICAL + MAXICOLAR ÉTNICO E BOLSA UTILITÁRIA COM INÚMERAS REPARTIÇÕES (TUDO GIOVANA RIBEIRO). PONTUAL E CHIC NOSSA PROFESSORA NÃO DISPENSA O USO DE UM BOM RELÓGIO DA EXÓTICA.

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GRANDES IDEAIS E MUITA VONTADE DE TRANSFORMAR O PAÍS. ASSIM, ISRAEL INTERPRETA O PROFESSOR RECÉMFORMADO AO VESTIR PEÇAS CASUAIS E ELEGANTES. DOCKSIDE SUPER CONFORT AZUL GOOGLE (DESEJO!) + JEANS COM LAVAGEM LOCALIZADA (PARA DEIXA-LO MENOS ALTO) + CAMISA EM TOM CÍTRICO (MUST DO VERÃO) + PALETÓ MARFIM (TUDO CARLOS BRUSMAN). PARA FECHAR O LOOK, ÓCULOS RETRÔ E RELÓGIO COM PULSEIRA DE COURO DA EXÓTICA.


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GUIA DE ESTILO Por Odil Zepper (Juba) Fotos Mi Svicero Assistente de Estilo Carol Papassoni

PARA ESTA EDIÇÃO GARIMPAMOS PEÇAS ESTRATÉGICAS QUE PROMETEM ADITIVAR O GUARDA-ROUPA DE ESTUDANTES E PROFISSIONAIS EM DIFERENTES ÁREAS. CONFIRA AS SUGESTÕES E CORRA PARA AS LOJAS, POIS O CUIDADO COM A IMAGEM PESSOAL É FERRAMENTA INDISPENSÁVEL PARA A CONSOLIDAÇÃO DO SUCESSO NO DISPUTADO MERCADO DE TRABALHO. AFINAL, NOSSA ROUPA REFLETE AQUILO QUE SOMOS!

Super Natural É verão e o tema festa tropical está mais em alta do que nunca. Para mulheres que estudam ou atuam em áreas como paisagismo, decoração ou engenharia ambiental a camisa “summer is magic” da Carlos Brusman é uma ótima opção. Iluminada por laranja e azul (cores da temporada), com corte impecável e acabamentos primorosos a peça é presença garantida para aquelas que amam o verão.

Casual e Chic O mix de cores e os detalhes internos da camisa Carlos Brusman apontam para os novos tempos do vestuário masculino. O xadrez, clássico absoluto, se reinventa e aparece com aspecto jovem sem perder a elegância. Para homens arrojados que atuam em difeUHQWHV iUHDV GD JHVWmR GH QHJyFLRV DWp a arquitetura.

Retrô com estilo Homens que marcam presença e se destacam visualmente não abrem mão de peças que promovam a notoriedade. Caso desta camisa branca com aviamentos e acabamentos diferenciados, estilo retrô, desenhada para pro¿VVLRQDLV TXH PLVWXUDP FRPSHWrQFLD H DWLWXGH QR WUDEDOKR 3UR¿VVLRQDLV da saúde também podem apostar na peça, caso desejem inovar e repaginar o visual. Da Carlos Brusman.

Denim Mania A camiseta Estivanelli com lavagem que sugere o denim (jeans) é a cara do universitário descolado. Confeccionada com uma malha leve e confortável, conta com listas na horizontal (alargam/ampliam o peitoral) e também com bolso estratégico para guardar pequenos objetos. É um bom investimento para os meninos que desejam obter um look prático, bacana e com pitada sexy (decote V).

Fashion Drink Quase todos os universitários adoram festas, repúblicas e azaração. Esta camiseta da Cavalera para Giovana Ribeiro traduz o espírito de uma das fases mais divertidas da vida. O verde, mais em alta do que nunca, é realçado pela estampa Fashion Drink e pela modelagem que modela o corpo masculino.

Cara Nova Dockside é sinônimo de conforto e esportividade chic. Agora, este azul revolucionou o pedaço e está nos pés de rapazes antenados e cool. A Estivanelli arrasou e desenvolveu esta linha em diversas cores. Designers e pro¿VVLRQDLV GDV iUHDV GH FULDomR HVWLOR H visual merchandising encontraram o calçado perfeito para o verão.

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Acredite, o tempo está a seu favor, e com

tudo à sua volta tem um novo sabor

Tamboré é hoje um dos maiores sucessos imobiliários do Brasil. Há 25 anos, seus residenciais inauguraram um novo conceito de morar, com mais liberdade, tranquilidade, conforto e segurança, em pleno equilíbrio com a natureza. Está chegando Tamboré Bauru: o lugar ideal para quem deseja sentir o YHUGDGHLUR VLJQL˃ FDGR GH YLYHU EHP

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(VSRUWLYR H ¿QR De ônibus, carro ou avião, estudantes H SUR¿VVLRQDLV UHDOL]DP YLDJHQV FRP frequência. Para os homens cansados da falta de estilo da velha “mala preta”, a Estivanelli desenvolveu essa handbag (mala de mão) feita em lona, perfeita para viagens curtas, com compartimentos estratégicos e tamanho inteligente.

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Horário de verão Perder hora para chegar à faculdade ou mesmo no serviço não será mais desculpa! É chic e de bom tom usar relógio de qualidade para impressionar e ganhar pontos com o chefe. Do estágio ao cargo de diretor, é peça obrigatória no vestuário masculino. Este relógio casual e chic da Exótica tem o poder de valorizar sua marca pessoal e conferir charme ao look.

De olho! 2V DQRV YmR H YROWDP D FDGD temporada. Mas, existem peças que são atemporais e imortais, como esses óculos Ray Ban da Exótica. Repaginados, descolados e com mix de cores deliciosamente modernas. Para todos e de todas as idades.

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Bagshop )DQWiVWLFD SDUD FDUUHJDU ¿FKiULRV FDdernos e livros. Incrível para facilitar o dia-a-dia das mulheres que carregam mil coisas dentro da bolsa. Que tal essa bagshop da Giovana Ribeiro para levantar o astral e arrasar em todos os momentos do dia?


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Nas alturas O salto alto confere poder e dominação, além de atribuir sensualidade e postura. Esta sandália apresenta uma nova proposta para o étnico do verão e apresenta cores indispensáveis no closet da elegante. Luxo e poder, da Giovana Ribeiro.

Conforto Absoluta em calçados glamorosos, a &DUPHQ 6WHIIHQV SURS}H D IXVmR GR luxo com o conforto ao criar esse tênis “desejo” para a temporada de verão. A mistura dos diferentes banhos metálicos com o nude faz com que a peça seja única e super chic.

Mochila Laptop, livros e cadernos estão de casa nova. Esta mochila/bag da Carlos Brusman é daquelas peças que queremos usar a vida toda. Além da qualidade e durabilidade, a mochila tem tamanho ideal para uso diário e de quebra conta com a qualidade e durabilidade de marca.

Iate Tachas e pirâmides são elementos típiFRV GH SHoDV SXQN $ &DUPHQ 6WHIIHQV apresenta o Neo Iate, ou seja, calçado confortável, estiloso e muito confortável. O detalhe vai para so acabamentos internos – um mimo!

Again O scarpin está de volta à cena e seu retorno é triunfal. Peça básica e esperta para coordenar com diferentes produções/looks e até mesmo com legging (um dos hits e caprichos da PRGD YHUmR (VWH GD &DUPHQ 6WHffens, aparece em azul metálico - tom dessa e da próxima estação.

Discreta Muitas gostam de brilho, outras de texturas e muitas amam peças delicadas com saltos baixos e médios. Este calçado representa aquela mulher elegante e discreta, que não aposta em brilhos, mas em pequenos detalhes. 'D &DUPHQ 6WHIHHQV


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O BOOM DOS CURSOS A DISTÂNCIA

EAD

Por Marcelo Bueno Fotos Barbara Cavallieri

EM 10 ANOS, O NÚMERO DE MATRICULADOS EM CURSOS A DISTÂNCIA CRESCEU 170 VEZES; BRASIL PODE BATER A MARCA DE 6 MILHÕES DE ESTUDANTES NESSA MODALIDADE

Rafael Sanches destaca que o ensino a distância já é uma realidade fora do país R E V I S TA A Z ! / N OV/ D E Z 2 01 3


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o início dos anos 2000, o ensino a distância era sinônimo de diploma fácil e sem compromisso. Hoje, a rotina apertada do dia a dia destaca o ensino fora da sala de aula como uma viável e interessante possibilidade para a formação universitária e até de pós-graduação. O custo reduzido e a flexibilidade dos horários são fatores que cooperaram para que, 10 anos depois, essa forma de ensino crescesse quatro vezes mais do que os cursos presenciais em todo o país. Em 2012, os EAD (sigla de ensino a distância) tiveram um crescimento de 15% contra 3,1% dos presenciais. Valquíria dos Santos Segurado conseguiu conciliar a rotina de trabalho como coordenadora da equipe de Design Instrucional, na MSTech, em Bauru, com a agenda de aluna em dois cursos de pós-graduação em Estados diferentes. Na Universidade Federal de Itajuba, em Minas Gerais, Valquíria cursa pós-graduação em Design Instrucional e, na Universidade Federal Fluminense, em Niterói, o curso é de Planejamento, Implementação e Gestão da EAD. Os dois cursos estão disponíveis pela Universidade Aberta do Brasil (UAB). “Em um deles pago R$ 18 por disciplina, o outro é totalmente gratuito”, conta Valquíria. A UAB, em parceria com 101 universidades públicas, prevê a distribuição de vagas para cursos de graduação e pós-graduação. A distância entre Bauru e as duas faculdades escolhidas é de mais de 1.000km. Os estudos simultâneos só são possíveis graças à ajuda da tecnologia. Com duas horas de estudo por dia, Valquíria garante que a exigência é a mesma dos cursos presenciais: “Ao contrário do que se imagina, estudar a distância requer mais tempo do que no ensino presencial. As atividades são diferenciadas: participação de fóruns e chats, envio de trabalhos individuais e em grupo e temos avaliações constantes sobre os conteúdos das aulas”. Entre as diversas opções oferecidas pelas instituições privadas e particu-

Valquíria dos Santos concilia a rotina de trabalho com a conclusão de dois cursos de pós-graduação a distância

lares, estão os “cursos livres”, voltados SDUD R DSHUIHLoRDPHQWR SUR¿VVLRQDO que não precisam de autorização do MEC, e os cursos de graduação e pós-graduação, que passam pela avaliação direta do Ministério da Educação. “Poder se especializar em uma área sem custo nenhum é uma oportunidade única. Além dos cursos de pós-graduação, custeados pela UAB, temos outros, em diversas áreas, com mensalidades acessíveis. Basta entrar na internet e pesquisar”, destaca Vaquíria. Antes de optar pelo curso de Arte-Educação no Centro Universitário Claretiano, Natália de Oliveira Fernandes, designer, preferiu conhecer presencialmente a universidade, pesquisar se o curso era reconhecido pelo MEC e ouvir indicações de amigas que já haviam se formado na instituição. $ GHVFRQ¿DQoD GD GHVLJQHU UHÀHWH um comportamento comum no início da década, quando o EAD era considerado, pela maioria, uma forma de aprendizado livre de responsabilidades. Ensino de qualidade sempre foi relacionado com a responsabilidade do professor em transmitir conhecimento. A tecnologia foi uma aliada nesse processo quando passou a conectar o aluno e a universidade via internet.

5 MOTIVOS PARA OPTAR POR UM CURSO A DISTÂNCIA Organize sua própria rotina É possível estudar nos horários livres e criar um ritmo próprio Baixo custo Os cursos a distância são, em média, 50% mais baratos Material didático incluso Livros e apostilas já estão inclusos nos custos das mensalidades Tecnologia Bibliotecas virtuais, softwares, atendimento por telefone ou chat são ferramentas disponíveis para os alunos do EAD 24 horas Variedade Sem limitação física para a formação de turma, as instituições oferecem maior variedade de cursos


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Natália de Oliveira superou a desconfiança e se prepara para concluir sua primeira graduação a distância

OS NÚMEROS DO EAD NO BRASIL Em 2001, 5 mil matriculados Em 2011, 930 mil alunos em graduação ou pós-graduação 15% dos alunos de graduação no Brasil integram a da modalidade EAD 9.376 são os cursos ministrados a distância 53% dos alunos inscritos são mulheres Entre 30 e 34 anos: esta é a faixa etária que prevalece entre quem faz cursos a distância Fonte Censo EAD.BR 2012/2013

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PERFIL DE ALUNO 1DWiOLD H 9DOTXtULD UHSUHVHQWDP R SHU¿O da maioria dos 5 milhões de alunos que procuram o ensino fora da sala de aula. Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED) em 2012, 51% dos alunos do EAD são mulheres atuantes no mercado de trabalho, com idades entre 18 e 30 anos. “Optei por essa forma de estudo, porque a cidade onde eu morava, na época, não tinha essa opção de curso e WDPEpP SHOD ÀH[LELOLGDGH QRV KRUiULRV´ diz Natália, que já pensa em cursar pós-graduação também a distância. Rafael Sanches é coordenador do polo do Grupo Educacional Uninter, em Bauru. A instituição oferece 16 cursos de graduação, como Administração, Pedagogia, Letras, e 30 opções de pós-graduação. O coordenador explica que ensino a distância ou presencial são interpretados pelo MEC como modalidades de ensino, e essa informação não

deve estar destacada no diploma. “Da mesma forma que o diploma do ensino presencial não consta que ele fez o curso presencialmente, assim ocorre com o EAD”, explica. Hoje, no Brasil, um em cada cinco novos alunos da graduação é da modalidade do EAD. O estudante que opta por essa modalidade segue uma tendência que se consolida a cada ano. O coordenador destaca que o ensino a distância é uma tendência fora do Brasil. “Embora seu número de alunos hoje já seja muito VLJQL¿FDWLYR D H[SHFWDWLYD p DXPHQWDU muito ao longo da próxima década. Fora do Brasil é mais que uma tendência: é uma realidade”. Regina Maura é consultora da Gênesis Recursos Humanos, empresa especializada em orientação e indicação pro¿VVLRQDO 3DUD HOD R SUHFRQFHLWR FRQWUD EAD existe apenas num primeiro momento. “O preconceito ainda existe, mas, depois de algumas entrevistas e seleções,


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o empregador começa a perceber as quaOLGDGHV GH XP SUR¿VVLRQDO TXH WDPEpP optou pelo ensino a distância para sua formação”, garante. A liberdade de organizar a própria rotina é um dos incentivadores para a escolha do ensino a distância. “As pessoas que fazem uma graduação ou pós-graduação nessa modalidade são, na maioria, casadas. São pessoas que abrem mão da convivência diária com uma turma de faculdade presencial, que dizem não ter tempo em decorrência da SUR¿VVmR´ GHVWDFD 0DULD GR &DUPR WXtora do Polo em Bauru da Universidade Paulista (Unip) Interativa. Entretanto, Maria do Carmo ressalta que é engano pensar que apenas os atarefados optam pelo ensino a distância: “Se não tem tempo para um curso presencial, menos ainda vai ter para um EAD. São necessárias disciplina e muita dedicação”. CUSTO X DISCIPLINA Natália e Valquíria separam, pelo menos, duas horas para estudar e realizar as atividades e interatividades dos cursos. “Toda semana tenho uma atividade HVSHFt¿FD SDUD UHDOL]DU H GHYR FXPSULU todos os prazos”, diz Natália. Os custos também são um atrativo. Em geral, os cursos de EAD são, em média, 50% mais baratos que os convencioQDLV 3DUD H[HPSOL¿FDU R FXUVR GH DGPLnistração presencial na Unip/Bauru sai por R$ 505,74. O mesmo curso no polo a distância da faculdade tem mensalidade de R$ 268,38. Ambos com duração de 4 DQRV H FHUWL¿FDGRV SHOR 0(& As instituições precisaram provar para o mercado de trabalho e para os alunos que a formação do ensino a distância é tão boa quanto a dos cursos presenciais. “Os materiais disponibilizados nos cursos são excelentes. Para complementar o conteúdo, também temos indicações de vídeos, textos e livros”, explica Valquíria. Em 2012, o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) DYDOLRX RV DOXQRV GR ($' H LGHQWL¿FRX médias semelhantes às dos estudantes dos cursos presenciais. São resultados

que comprovam que o ensino a distânFLD VXSHURX D IDVH GH GHVFRQ¿DQoD H vem se consolidando como uma forma viável de estudo. GOVERNO ESTUDA FINANCIAMENTO $ GL¿FXOGDGH GH JDUDQWLU D TXDOLGDGH dos cursos a distância fez com que o Brasil caminhasse em passos mais lentos na aceitação e na regulamentação dessa modalidade de ensino, TXH Vy IRL R¿FLDOL]DGD HP FRP D criação da Secretaria de Educação a Distância, mais tarde foi incorporada à estrutura da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi). O Governo Federal já estuda possibilidades de FRQFHVVmR GH ¿QDQFLDPHQWR GH DWp 100% para os estudantes através do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), atualmente presente apenas nos cursos presenciais, e pelo Programa Universidade para Todos (ProUQL TXH RIHUHFH LVHQomR ¿VFDO SDUD DV instituições que ofereçam bolsas de estudos para estudantes carentes. Nos Estados Unidos e na Europa, o ensino a distância já é uma realidade há mais tempo. Atualmente, até mesmo instituições como Harvard, nos EUA, e Oxford, na Inglaterra, oferecem cursos a distância com a tutoria dos mesmos professores. No Canadá, 53 das 55 universidades públicas oferecem cursos a distância. Em 10 anos, o crescimento no número de matriculados aumentou de 5 mil para quase 1 milhão, segundo dados do MEC. Esses números reforçam a aceitação do ensino a distância no PHUFDGR SUR¿VVLRQDO H HQWUH RV LQWHressados na extensão universitária ou até mesmo na busca de novos conhecimentos para novas áreas de trabalho. Aliado aos avanços da banda larga, o ensino a distância é também uma importante ferramenta no processo de ampliação do acesso a educação em comunidades mais afastadas dos grandes centros, onde se concentram as maiores e mais renomadas faculdades.

OS 10 CURSOS DO EAD MAIS PROCURADOS NO BRASIL De acordo com números do Censo da Educação Superior de 2012/2013, realizado pela Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), o número de matriculados em 2012 foi de 5.772.466 alunos. Entre os cursos mais procurados, estão: 1º Administração 833.042 2º Direito 737.271 3º Pedagogia 602.998 4º Ciências Contábeis 313.174 5º Enfermagem 234.714 6º Engenharia Civil 198.326 7º Serviço Social 172.979 8º Psicologia 162.280 9º Gestão de Pessoal 157.753 10º Engenharia de Produção 129.522 Fonte Censo EAD.BR 2012/2013


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MEU PET COMPORTADO

PETS

Por Marisa Sei Fotos Barbara Cavallieri e Arquivo Pessoal

ADESTRAR O CÃO VAI ALÉM DE ENSINAR TRUQUES. O TREINAMENTO MELHORA A CONVIVÊNCIA COM OS DONOS E O ANIMAL APRENDE A RESPEITAR AS REGRAS DA CASA

Adestrado, o cão Léo, da bancária aposentada Sônia Cestari, tornou-se mais obediente e tranquilo R E V I S TA A Z ! / N OV/ D E Z 2 01 3


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enélope é uma cadela bastante carinhosa. Tem tanto amor para dar que às vezes até sufoca: quando recebe visitas, ela pula, puxa o cabelo e até rasga a roupas das pessoas. A dálmata, de dois anos, pertence ao casal Andrea Curriel, propagandista da indústria farmacêutica, e Fabiano Rosa, consultor de negócios hospitalares, que se divertem contando: “O rabo dela parece um chicote, ela não para! E também tem o hábito de pegar algum objeto, o que estiver por perto, para fazer graça”. Os donos já tentaram controlar a dálmata cheia de energia com borrifador de água, biscoitos para distraí-la, mas nada adiantou. “Dependendo da visita, precisamos até trancar a Penélope no quarto”, diz Andrea. Essa situação pode ser engraçada, mas também traz desconfortos para os GRQRV TXH HQIUHQWDP GL¿FXOGDGHV QD hora de receber pessoas em casa ou de passear com o cão, por exemplo. Se o dono não consegue melhorar o comportamento dos pets e se comunicar com eles, o mais indicado é procurar XP DGHVWUDGRU SUR¿VVLRQDO ³2 DGHVtramento tem como objetivo melhorar a convivência entre homem e animal. Cães adestrados sofrem menos restrições, pois sabem se comportar em diversas situações, e respeitam o dono como seu líder”, diz a veterinária e adestradora Ana Paula Guerra. SINTONIA ENTRE CÃO E DONO Com o adestramento, tanto o dono TXDQWR R FmR VH EHQH¿FLDP H R DSUHQ-

Penélope no seu momento de sossego com a dona, Andrea Curriel

dizado vai bem além dos truques básicos, como sentar, deitar e rolar. Esses comandos, aliás, podem ser ensinados por qualquer pessoa sem ajuda especializada. “Mas obedecê-los não quer dizer que o cão reconheça o dono como líder. Para que o comportamento do animal mude, é preciso mudar o do dono também”, esclarece o adestrador Samuel Augusto Talon. Ou seja, não adianta querer que o DQLPDO PRGL¿TXH DOJXPDV DWLWXGHV sozinho. Muitas vezes, o erro acaba sendo das pessoas da casa. Dizer palavras curtas, como “não”, em tom baixo H ¿UPH SRU H[HPSOR SRGH VHU PDLV H¿FD] GR TXH SDVVDU PLQXWRV JULWDQGR com o bicho. Entender um pouco do mundo do cachorro e o que fazer para ele ter boas maneiras em cada situação é a vantagem proporcionada pelo adesWUDPHQWR SUR¿VVLRQDO

OS CÃES SEM RAÇA DEFINIDA, POPULARMENTE CONHECIDOS COMO VIRA-LATAS, SÃO TÃO ADESTRÁVEIS COMO OS DE RAÇA. PODEM SER AFETUOSOS E FAZER COMPANHIA, OU SERVIR DE CÃO DE GUARDA, DEPENDENDO DAS RAÇAS MISTURADAS


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O labrador Viola gasta sua energia com o treinador Maurity Junqueira. A raça é boa companhia, mas bastante agitada

“O CÃO APRENDE POR REPETIÇÃO. SEMPRE QUE ELE FIZER ALGO ERRADO, VOCÊ DEVE DIZER ‘NÃO’ NO MOMENTO DA AÇÃO. SE NÃO QUISER QUE ELE SUBA NA CAMA, TIRE ELE DO LUGAR, DIGA ‘NÃO’ E COLOQUE-O ONDE ELE DEVE FICAR. MAS É IMPORTANTE TAMBÉM ELOGIAR SEMPRE OS COMPORTAMENTOS ADEQUADOS. HÁ QUEM PREMIE COM COMIDA, MAS EU PREFIRO O CARINHO, QUE É SUFICIENTE. FEZ UMA COISA BOA? ELOGIE E DÊ MUITO CARINHO”, Maurity Assunção Junqueira, treinador de cães

DIA A DIA MAIS HARMÔNICO Cães e gatos já se tornaram praticamente membros da família. Convivendo cada vez mais junWRV UHFHEHP WDQWR FDULQKR TXDQWR XP ¿OKR H mimos materiais, o que faz do Brasil o segundo maior mercado de produtos para animais de estimação do mundo. Mesmo existindo um carinho imensurável, tratar o cão como uma criança, FRPR XP ¿OKR SRGH VHU SUHMXGLFLDO H ID] R DQLmal acreditar que pode fazer o que quiser dentro de casa. “Às vezes, você tem que se lembrar de que o cachorro é só um cachorro, e assumir o comando no lar”, complementa o treinador Maurity Assunção Junqueira, que trabalhou por seis anos no canil da Polícia Militar. Muitos deles convivem dentro de casa, têm liberdade para subir no sofá, permanecem juntos quando chegam visitas. Daí a importância do bom comportamento: se os bichos são parte da família, precisam aprender a viver de acordo com as regras da casa. Quem já conhece os benefícios do adestramento é a bancária aposentada Sônia Cestari. Seu cão Léo, de um ano e meio, treina duas vezes por semana, durante uma hora, e já está quase no ¿QDO GR WUHLQDPHQWR TXH Mi GXUD VHLV PHVHV $ decisão de procurar um serviço de adestramento

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Jack e Molly, da raça Golden Retriever, e a SRD Chumbica foram treinados por sua dona, a veterinária Ana Paula Guerra

DFRQWHFHX SRUTXH TXDQGR ¿OKRWH R SHW era agitado demais. “Ele pulava muito nas visitas, era impulsivo, queria correr muito na rua. Também não tinha o costume de fazer xixi em um lugar só”, comenta Sônia. Hoje, Léo já sabe obedecer aos comandos dados pela dona e está bem mais tranquilo. “Ele é muito obediente. Quando saímos para passear, ele anda sempre do lado esquerdo e, quando chega à esquina, para e espera até eu mandar atravessar a rua”. Nesse caso, o sucesso do treinamento se deve também ao esforço da dona do cão em mudar o seu próprio comportamento. Como conta Sônia, o adestrador ensinou como segurar a guia para que o Léo caminhe tranquilamente nos passeios, entre outras dicas que recebeu. Para Maurity, fazer um trabalho com o dono é essencial. “O treinador vai ensinar os comandos ao cachorro

e ensinar ao dono como ele deve dar esses comandos. O jeito de se portar, o tom de voz, tudo isso interfere”, explica. Para conter a dálmata Penélope na hora que as visitas chegam, por exemplo, o treinador ensina um truque: “Coloque a coleira, ou o colar de elos (para cães de médio e grande porte), com a guia e segure ou pise. O cão vai tentar pular na visita e não vai conseguir porque a guia está presa. Se continuar tentando sem conseguir, vai entender que não adianta se esforçar, e uma hora vai parar com esse comportamento”. As mudanças no cão, portanto, não dependem só do seu aprendizado, e sim de como o dono e toda a família passam a lidar com ele. “Cães vivem em matilha. Dentro de casa, se o dono assume a liderança, o cão respeita. Senão, quem acaba liderando é o cão”, avisa o adestrador Samuel.

“AS ATITUDES DE QUEM VIVE COM OS ANIMAIS INFLUENCIAM SEU COMPORTAMENTO. SE OS CÃES SÓ TÊM CONTATO COM PESSOAS CALMAS E AMOROSAS, MESMO QUE SEJAM DE UMA RAÇA AGRESSIVA, TENDEM A SER MAIS CALMOS TAMBÉM. ELES CAPTAM A ENERGIA DO LUGAR E DAS PESSOAS, INDEPENDENTE DA ESPÉCIE”, Ana Paula Guerra, veterinária e adestradora


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ADESTRAMENTO SEM DÚVIDAS A partir de que idade? O ideal é treinar o cão entre os seis meses e um ano de idade, mas o adestramento pode começar a partir dos quatro meses. Cães adultos também podem ser treinados. “O cachorro mais velho já está cheio de manias, é possível mudar mas é um pouco mais difícil”, informa Maurity.

Quanto custa? Em média R$350. As aulas, que duram entre 30 minutos e uma hora, acontecem duas vezes por semana. Os cães aprendem a respeitar o dono e a convivência fica mais agradável. Ana Paula mostra que qualquer cachorro é adestrável

Quanto tempo dura o adestramento? De quatro a seis meses.

INFLUÊNCIA GENÉTICA e FRPXP TXH DV SHVVRDV SUH¿UDP RV pastores alemães como cães de guarda, enquanto os poodles servem como FRPSDQKLD ³$ UDoD WHP LQÀXrQFLD QR comportamento do cão. Por exemplo: um beagle sempre será um cachorro cheio de energia, enquanto um akita é mais discreto e silencioso, e um lhasa apso, apesar de pequeno, é mais temperamental e dominante”, cita a veterinária Ana. Uma recomendação unânime entre os especialistas é pesquisar bastante antes de adquirir um animal, escolhendo o que mais se assemelha com o comportamento desejado, e não só pelo físico. “No entanto, por mais que a raça tenha características próprias, cada cão tem sua personalidade, que também depende do tipo de criação. Existe rottweiler medroso e lhasa apso feroz”, revela Maurity. Segundo o treinador, os mais indicados para guarda são os cães DOID TXH SRGHP VHU LGHQWL¿FDGRV GHVGH ¿OKRWHV ³2 FmR DOID p DTXHOH TXH OLGHUD

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a matilha e, na ninhada, é aquele que tem mais iniciativa que os outros, o que mais mama e explora o território. Ele tende a dominar o dono, então é preciso ter noção de adestramento para ser líder dele”, explica. Já o labrador é um exemplo de cão de companhia, que compartilha tranquilamente seu território com pessoas e até com gatos. “O labrador é um cão de caça, ativo, brincalhão. Tem uma energia alta que precisa ser gasta, outro ponto que as pessoas devem prestar atenção ao escolher um cão. É preciso tempo e dedicação para fazer o animal gastar a energia dele”, destaca Samuel. É preciso lembrar que os cachorURV VHP UDoD GH¿QLGD RX YLUD ODWDV são tão adestráveis quanto os de raças conhecidas, e muitas vezes são considerados mais inteligentes. Independentemente da raça, é fundamental ter responsabilidade e muito amor para dar, já que cuidar de um cão é cuidar de uma vida.

Qualquer cão pode ser adestrado? Sim. Cães sem raça definida e cães de qualquer raça podem receber o treinamento. O que o cachorro aprende? A se comportar adequadamente e a respeitar o dono. Quando o cão entende os comandos emitidos pelo dono, fica mais fácil ensiná-lo sobre o que ele deve ou não fazer em determinadas situações.

É preciso acompanhar o treinamento? Alguns adestradores recomendam, outros não. O importante é que o dono e todas as pessoas que morem na mesma casa recebam instruções sobre como lidar com o cão. “Quando não há dedicação do dono e da família, o adestramento não se concretiza”, alerta Samuel.


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PRESERVAR É A PALAVRA DE ORDEM Por Bruno Mestrinelli Fotos Barbara Cavallieri e Bruno Mestrinelli

RESPEITO AO MEIO AMBIENTE TEM QUE VIR DO BERÇO, MAS TAMBÉM PODE SER ADQUIRIDO EM ATITUDES DO DIA A DIA, DESDE SEPARAÇÃO DO LIXO ATÉ A CONSTRUÇÃO DE RESIDÊNCIAS SUSTENTÁVEIS

A jovem Maria Cecília já sabe: lixo tem que ser separado para a reciclagem R E V I S TA A Z ! / N OV/ D E Z 2 01 3

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jovem Maria Cecília Tizoco, 6 anos, já sabe: todo o lixo de sua casa deve ser separado em lixo orgânico e lixo reciclável. Além disso, o desperdício de água é proibido. Ela já aprende, desde pequena, a ter pequenas e fáceis atitudes que podem ajudar a preservar o meio ambiente. Uma forma de educação que, tempos atrás, não era aplicada para os jovens brasileiros. Esse é um dos exemplos que podem fazer a diferença para evitar a poluição, contaminação do solo, exagero no uso da água e outras atitudes que podem comprometer o futuro do Planeta Terra. Atualmente, o tema é mais debatido no dia a dia, mas, muitas vezes, não é colocado em prática por falta de vontade, falta de consciência ou até preguiça. Mas, cada vez mais, é importante sabermos, desde pequenos, por meio do ensino, que a educação ambiental é um tema tão importante como educação física, matemática, ou educação sexual. “Produtos como copos descartáveis e caixas de leite longa vida, embalagens plásticas e latas são lavadas antes da destinação. Sem desperdício de água, é claro”, explica o pai dela, Luis Roberto Tizoco, jornalista e ambientalista. Na casa dele, respeito ao meio ambiente é coisa séria, vem desde o berço. Ele é precursor e idealizador do projeto Ecomigo, que leva a educação ambiental para as escolas. Esse tipo de ensinamento está virando obrigação em diversas escolas do país. Em Bauru, o Colégio São Francisco, incluiu no seu Plano Institucional o tema “Sustentabilidade”, com o seguinte lema: “ECOconsciência, pelo futuro, pela vida, por nós”. Esse projeto envolve a criançada que estuda por lá com atitudes diárias desenvolvidas no âmbito de ensino, caminhando lado a lado com as equações e lições de gramática. “Uma série de atividades são desenvolvidas com os alunos, como palestras, debates, elaboração de trabalhos

Marco Aluísio fez parte de sua construção com tijolos de demolição

de pesquisa, apresentação de seminários, produções textuais, exposições, leituras de livros paradidáticos sobre o tema, análise da realidade atual com D UHÀH[mR FUtWLFD´ H[SOLFD D GLUHWRUD GR colégio, irmã Fabiana Bergamin. Por meio do Ecomigo, Luis Roberto Tizoco também aplica a preservação do meio ambiente para os jovens brasileiros. Nascido e criado em cidade pequena, nasceu em Itajobi, que ¿FD QD UHJLmR GH &DWDQGXYD HOH JRVWD da natureza desde pequeno, deixando de lado atividades antes comuns para as crianças, como o uso de estilingues para caçar passarinhos. Dentro do projeto, ele leva para escolas de Bauru e toda a região os ensinamentos simples, que podem contribuir. Ele faz questão de dizer que o foco principal do projeto é a responsabilidade individual de cada um em relação às questões ambientais. Ou VHMD VH FDGD XP ¿]HU XP SRXFR R LPpacto para melhorar questões ligadas D HVVH DVVXQWR YDL ¿FDU PDLRU “Acredito que cada um de nós tem que assumir a sua parcela de trabalho na construção de uma relação menos predatória com a natureza e o terreno para exercitarmos essa prática é o nosso dia a dia, em casa, no trabalho, na escola”, explica ele, em claro recado a quem ainda não aderiu a atitudes que podem ajudar o Planeta Terra.

SUSTENTABILIDADE NA OBRA A defesa do meio ambiente não passa apenas pela reciclagem do lixo ou economia de água. Ela pode ser feita também, por exemplo, na construção de sua casa. O seu sonho da casa própria pode, sim, ter uma nuance de sustentabilidade. 'HVGH R SURMHWR DWp D H[HFXomR ¿QDO tudo pode ser planejado para respeitar ao máximo o meio ambiente. Hoje, uma opção é a utilização de materiais de segunda mão, mais popularmente conhecidos como material de demolição. É simples: o reaproveitamento, que não deixa de ser uma reciclagem, de materiais usados em outras residências demolidas. Abrindo um parênteses, em tempos de demolição em Bauru, não é difícil achar esse tipo de material. É só olhar ao redor e ver que muitas residências estão sendo demolidas para a construção de prédios em todas as partes da cidade. Esse tipo de material, além de ajudar o meio ambiente, como uma forma de educação para ajudar contra diversos tipos de poluição, também pode dar um charme diferente para a sua casa. É o caso do agente de administração Marco Aluisio R. de Almeida. Ele usou tijolos reaproveitados em uma parte de sua área de lazer. “Acho importante usar alternativas que melhorem o meio ambiente, materiais recicláveis”, comenta.


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Bauru tem Ecopontos, que podem receber lixo reciclável de todo o tipo

A arquiteta Carol Macoris lembra que são diversas as dicas para quem quer ter uma casa sustentável, além, claro, do uso de materiais sustentáveis. Entre as dicas, está aproveitar o plano do terreno para evitar o uso excessivo de terra em aterros. Ela também lembra que deixar parte do terreno com grama ou terra ajuda. “É para melhorar o escoamento de água”, cita. Nesse prisma, nunca é demais lembrar que o excesso de pavimentação ajuda a represar a água, causando problemas. Outra dica é tentar, dentro do projeto, manter algum tipo de reservação de água de chuva para uso em atividades externas, como por exemplo irrigação e lavagem de calçadas. CRIATIVIDADE O uso do material reciclável não serve apenas para que o mesmo volte a ser usado como potes diversos, no caso do plástico, ou volte a ser uma folha de papel, no caso desse material. Objetos já usados podem se tornar também móveis, enfeites e outros objetos para a sua residência. Aluisio de Almeida também é adepto do uso de móveis que são feitos a partir de pedaços já usados de madeira, R E V I S TA A Z ! / N OV/ D E Z 2 01 3

galhos de árvore ou materiais vindos de demolição. Além de dar um charme ao ambiente, também são sustentáveis. ³,VVR WDPEpP DMXGD EDVWDQWH´ D¿UPD Dentro do prisma da educação ambiental desde o berço, o Colégio São Francisco também incentiva a criatividade como forma de reciclagem, por meio do Projeto Reciclar é Arte. “O objetivo é despertar o interesse dos alunos pela utilidade do material descartável, sua funcionalidade na confecção de objetos para enfeites e uso diário, considerando o baixo custo e que poderá apresentar uma fonte de renda alternativa de reutilizar, reaproveitar, reciclar, recriar e reduzir uma boa parte do lixo”, explica irmã Fabiana. PROBLEMA Estudos em Bauru apontam que entre 10% e 15% da população faz a separação do lixo. E, mesmo quem tem essa consciência, muitas vezes nem sabe que suas atitudes podem não ter valido para nada. Hoje, segundo a prefeitura, a coleta seletiva em Bauru atinge mais de 80% da cidade, com 220 toneladas mensais, em média. A Emdurb, que atualmente está realizando o serviço, porém, tem um problema: a cooperativa Cootramat,

que está recebendo o lixo aproveitável não dá conta do serviço. Com isso, muito do que poderia ser usado novamente vai direto para o aterro sanitário. 2 GHVD¿R p DFKDU PDLV FRRSHUDWLYDV e destinar esses resíduos para mais locais, evitando a perda do material. Outro problema a ser enfrentado é a aplicação do Plano de Resíduos Sólidos. Em 2014, já não será mais permitido às cidades jogarem o lixo sem separação nos aterros sanitários. Todo o lixo reciclável terá de ser separado. O chamado “rejeito”, que não serve para nada, será enviado para os locais que hoje recebem todo o tipo de resíduo, incluindo os recicláveis. Daí, a necessidade de novos projetos para evitar o desperdício dos materiais. O bauruense que, atualmente, faz a destinação correta de seu lixo tem algumas opções para levar plástico e outros itens que podem ser reaproveitados. A coleta seletiva da prefeitura passa, como informamos, em 80% da cidade. Há também sete Ecopontos que UHFHEHP PDWHULDLV GHVVH WLSR &RQ¿UD RQGH ¿FD R PDLV SUy[LPR GH VHX EDLUUR no site da Prefeitura de Bauru. Ainda em nossa cidade, também há supermercados que recebem todo o tipo de material reciclável, desde papéis e plásticos, até pilhas e outros. O importante é que a consciência ambiental está sendo criada, via educação, mesmo que timidamente, em diversos pontos de nossa sociedade. O trabalho, que parece de formiguinha, devido ao tanto de lixo que pode ser reaproveitado, só vai ter efetiva aplicação em nossa cidade, estado, país e em todo PXQGR VH FDGD XP ¿]HU R VHX GHQWUR de casa. O recado da irmã Fabiana é simples: “A educação ambiental infantil traz consigo uma maneira clara e objetiva de ensinar as crianças de forma que os nossos antepassados desconhecem. Por isso é sempre bom ressaltar que as crianças são as melhores pessoas para adquirir novos conhecimentos para uma nova cultura e geração que está por vir”.



42 E N T R E T E N I M E N TO

PIRATARIA MODERNA Por José Garcia Foto Divulgação

AVALIAÇÃO:

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P

ouco depois de assistir a Capitão Phillips, novo thriller psicológico de Paul Greengrass, meu coração ainda batia em ritmo acelerado. O filme, baseado no livro autobiográfico de Richard Phillips, “A Captain’s Duty” (O dever de um capitão), estreia 8 de novembro no Brasil e consegue recriar da maneira mais visceral possível a provável sensação de se ter uma arma apontada para sua cabeça. Pra quem não acompanhou os aconWHFLPHQWRV R ¿OPH IDOD VREUH XP JUXSR de piratas somalis que atacou o navio MV Maersk Alabama, quando este navegava através do Golfo de Aden para Mombasa, no Quênia em 2009. O evento resultou em uma crise mundial envolvendo reféns, com destaque obviamente para a participação do Capitão Richard Phillips (Tom Hanks) e para o líder do grupo de piratas Abulwali Muse (Barkhad Abdi). Um detalhe curioso é que a empresa de navegação responsável pelo MV Maersk Alabama está sendo processada por nove tripulantes porque navegou muito perto da costa da Somália para economizar tempo e dinheiro. Eles querem US$ 50 milhões e também acusam o capitão Phillips de ter colocado a vida deles em ULVFR 2 ¿OPH MDPDLV PHQFLRQD TXDOTXHU negligência do tipo por parte do capitão, mas considerando que tudo se passa durante o auge da recessão econômica (em 2009), não é difícil acreditar que isso VHMD YHUGDGH

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OS CAPITÃES A linha narrativa de Capitão Phillips SRGHULD SHUIHLWDPHQWH VHU GH¿QLGD FRPR ³XP FRQWR VREUH FDSLWmHV´ 2 ¿OPH UHtrata Phillips e Muse como dois homens de origem e cultura completamente diIHUHQWHV PDV FXMD VXEVLVWrQFLD HVWi QR mar. Ao invés de focar em backstories extensivos sobre cada um deles, o diretor 3DXO *UHHQJUDVV Mi DSUHVHQWD HVVHV SHUsonagens no começo de seus trabalhos. 1mR Ki ÀDVKEDFNV RX OLJDo}HV SDUD FDVD R TXH GH¿QH HVVHV KRPHQV VmR VXDV Do}HV dentro do incidente que se desdobra. Mas vale dizer que, no caso de Capitão Phillips, Greengrass é amparado por duas atuações espetaculares de seus respectivos capitães. Tom Hanks está em seu melhor papel desde sei lá quando, um belo trabalho de construção de personagem que ganha poder emocional QRV PLQXWRV ¿QDLV GR ¿OPH e QHVWH momento que toda a tensão construída chega ao seu ápice e a interpretação de Hanks aqui é indescritível. Já o somaliano Barkhad Abdi, que participa aqui GH VHX SULPHLUR ¿OPH FRQVHJXH IXJLU completamente da caricatura e cria um

personagem que é ameaçador, sarcástico e humano ao mesmo tempo. C onvincente, cruel e moralmente desafiador, Capitão Phillips é para mim o melhor trabalho de Paul GreHQJUDVV TXH Mi WHP HP VHX FXUUtFXOR duas pequenas obras primas do cinema realista contemporâneo (Domingo Sangrento e United 93), além, é claro, da excepcional trilogia Bourne. Especialista em criar tensão em cima de situações reais, Greengrass consegue manipular o expectador de maneira tão magnífica, que saber ou não o desfecho não torna a experiência menos desesperadora. A OLiV QR ¿P GDV FRQWDV HVVH p UHalmente o grande tema de Capitão Phillips, o desespero em suas mais GLYHUVDV IRUPDV e VREUH R GHVHVSHUR JHUDGR SHOD JOREDOL]DomR H VXDV LQÀXências na pirataria moderna e também sobre nossos desesperos mais humanos, o medo de morrer, o instinto de sobrevivência e a proteção do próximo. (Q¿P p XP ¿OPH EHP PDLV VXJHVWLYR e provocante do que seu título sugere.



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CIDADÃO DOS MUNDOS DOUTOR EM MUNDOS INVISÍVEIS, O ESCRITOR E PALESTRANTE BAURUENSE RICHARD SIMONETTI, AUTOR DE 55 LIVROS SOBRE DOUTRINA ESPÍRITA E UM DOS PRINCIPAIS NOMES DO KARDECISMO NO BRASIL, DIZ QUE A TERRA É UM LUGAR DE EXPIAÇÃO E QUE O SER HUMANO VIVE UMA EVOLUÇÃO ESPIRITUAL. “A HUMANIDADE ESTÁ EM PROCESSO DE GESTAÇÃO. NÃO SOMOS SERES ACABADOS, NÃO NASCEMOS AINDA. CHEGAREMOS LÁ”, GARANTE.

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Por Fernanda Villas Bôas Fotos Barbara Cavallieri e Arquivo Pessoal

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escritor e palestrante bauruense Richard Simonetti sabe tudo sobre o mundo dos espíritos. Mas diz que não sabe, não. E cita a máxima do filósofo grego Sócrates para reafirmar seu juramentaGR GHVFRQKHFLPHQWR ³6y VHL TXH QDGD sei”. É pura modéstia. Aos 78 anos, ele é um dos principais nomes do kardecismo no Brasil, autor de 55 livros sobre doutrina espírita, inclusive “Quem tem medo da morte?”, um best-seller lançado em 1986 e com mais de 200 mil exemplares vendidos. Muito alto (ele tem 1,82 m) e muito calvo, ele é dono de uma desenvoltura que não combina com a idade do seu 5* IDoD FKXYD RX IDoD VRO HVFUHYH WRdas as manhãs no escritório montado em sua casa e visita, de segunda a sexta, o Centro Espírita Amor e Caridade (Ceac), do qual é o atual vice-presidente e membro assíduo há mais de 50 anos. No centro, ministra cursos de orientação mediúnica, dá palestras, participa GH UHXQL}HV $RV ¿QDLV GH VHPDQD YLDMD pelo Estado para palestrar para outros grupos espíritas. De quebra, grava programas para a emissora de rádio Boa Nova e responde e-mails de leitores, já que tem site pessoal (richardsimonetti. com.br) e página no Facebook. Não é um ritmo leve, mas Richard, com fôlego de moleque, é a imagem de um homem realizado. Nascido em família espírita, ele começou a ler livros sobre o assunto ainda na adolescência. Aos 22 anos, passou a integrar o Ceac, do qual foi presidente por mais de 30 anos, conciliando a atividade com seu WUDEDOKR HP EDQFR 2 $PRU H &DULGDGH que se notabiliza pela folha de servioRV ¿ODQWUySLFRV SUHVWDGRV HP %DXUX

(mantém creche, albergue noturno e patrocina projetos variados de ação social), é quase um segundo endereço de Richard. Para dar conta da empreitada, ele conta com o suporte e a companhia da esposa Tânia, com quem está casado há 27 anos. Tânia é a segunda mulher de RiFKDUG H PmH GH VXDV ¿OKDV PDLV QRYDV a bancária e pós-graduanda em economia Carolina, 25, e a estudante de engenheira civil Giovana, 23. Do primeiro casamento, ele tem Graziela, 36, que vive na Austrália com a família, e o professor de química Alexandre, 32. $PERV Mi OKH GHUDP QHWRV *UD]LHOD p mãe de Rafaela, 3 anos, e Kian, 9 meses (ela é casada com um indiano e trabalha numa empresa aérea em Sidney); já Alexandre é pai do pequeno Rafael, de 3 meses. Richard e Tânia vivem muito bem, obrigado. Ela participa ativamente da rotina intelectual do marido, alimentando, por exemplo, a página do escritor no Facebook, onde é possível ler artigos dele sobre doutrina espírita. Richard prefere manter uma estudada distância das redes sociais. “Consomem muito o tempo da gente”, explica. Por outro lado, é um entusiasta da tecnologia QD KRUD GH HVFUHYHU ³2 FRPSXWDGRU facilita muito a vida do escritor”. Seu primeiro livro foi publicado em 1970. Escrever é o verbo que ele melhor conjuga. É também sua única alternativa, já que, a exemplo de Allan .DUGHF FRQVLGHUDGR R FRGL¿FDGRU GR espiritismo, Richard não se comunica FRP TXHP Mi SDVVRX SDUD R ODGR GH Oi ele nunca psicografou uma linha, nem jamais viu um espírito. “Nem todos têm VX¿FLHQWH VHQVLELOLGDGH SDUD FDSWDU H transmitir o pensamento dos espíritos. Não é motivo de frustração”, asseguUD ( QmR GHYH VHU PHVPR 2 PRWLYR a melhor expressão de Richard é, de¿QLWLYDPHQWH D SDODYUD 6LP DOpP GH DVVLQDU OLYURV HOH IDOD FRP D ÀXLGH] de um orador romano. Acredita no seu discurso com uma convicção absoluta, imperiosa, incontestável. É como se enxergasse cada um dos mundos invisíveis que já explorou na teoria. Um

repertório trazido de outras vidas? 6REUH LVVR p FDWHJyULFR D¿UPD TXH já foi padre e também médico em encarnações passadas. E por quê? Porque, sempre que pisa num hospital ou visita uma igreja católica, uma estranha familiaridade invade sua alma. Mas ele não fala isso com assombro, e sim FRP XP PLVWR GH FRQ¿DQoD H VHUHQLdade. Foi essa disposição que pontuou a entrevista à Az!, concedida em sua casa nos Altos da Cidade. Ponderado, reservado e também econômico nos sorrisos, Richard conversou sobre espiritismo, seu assunto preferido e sua bandeira desde sempre. Revista Az! 2 VHQKRU p HVStULWD mas já disse em outras entrevistas que não tem poderes mediúnicos. Isso é motivo de frustração? Richard Simonetti – Não. A gente compreende bem. Todos nós somos dotados de sensibilidade que denominamos mediunidade. Mas nem todos WrP VX¿FLHQWH VHQVLELOLGDGH SDUD FDSWDU e transmitir o pensamento dos espíritos. Não é motivo de frustração. Temos outras áreas de atuação no meio espírita. Se não se faz uma coisa, faz-se outra. Az! 2 VHQKRU WHP OLYURV SXblicados e demonstra facilidade para escrever. Já pensou na possibilidade de que seus livros poderiam ter sido inspirados por espíritos? Richard – Não há dúvida. Tudo o que fazemos tem inspiração do mundo espiritual. Aprendemos com o espiritismo que somos rodeados por espíritos. Então, nas nossas atividades, sempre haverá a presença de espíritos. Se não temos uma sensibilidade mais acentuada para perceber a presença de espíri-

RICHARD SIMONETTI EM NÚMEROS 78 anos de idade 56 anos dedicados ao espiritismo 55 livros lançados 2,2 milhões de exemplares vendidos


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verdadeira é aquela que pode encarar razão face a face em todas as épocas. E HVVD p D Ip HVStULWD p LQDEDOiYHO /yJLFR que a gente vê muita fantasia muito por aí que é apresentada como fenômeno PHGL~QLFR +i PXLWD JHQWH PLVWL¿FDQdo. Desde que seja bem compreendida no contexto em que é apresentada, a PLVWL¿FDomR QmR DEDOD D Ip GH QLQJXpP 3RVVR LGHQWL¿FDU D PLVWL¿FDomR SRVVR LGHQWL¿FDU D IDQWDVLD DV SHVVRDV SRGHP até fantasiar inconscientemente, mas isso não invalida a fé dos espíritas. Autografando seu primeiro livro, “Para viver a grande mensagem”, em 1970

tos e transmitir o pensamento deles de uma forma mais objetiva, nós captamos HVVD LQÀXrQFLD QD EDVH GD FKDPDGD LQVpiração. A inspiração é uma coisa secular, milenar. Desde a Antiga Grécia, já se falava a respeito das musas inspiradoras. Embora o esforço seja meu no sentido de desenvolver os temas dos livros, há sempre algumas ideias que vêm da espiritualidade. Pretendo que PHXV OLYURV UHÀLWDP D GRXWULQD HVStULWD VmR OLYURV HVVHQFLDOPHQWH HVStULWDV Contando, sem dúvida alguma, com a presença do chamado mentor espiritual, que todos nós temos. Ele não faz o trabalho, ele dá sugestões. Az! 2 VHQKRU p FRQKHFLGR SRU VHU a voz da razão entre os espíritas de Bauru. Alguma vez já perdeu a fé ou julgou que os fenômenos mediúnicos, FRPR D SVLFRJUD¿D SRGHULDP VHU IUXtos da imaginação das pessoas que se dizem médiuns? Richard – Não, em nenhum momento. Minha fé é essencialmente baseada na razão. Tenho uma sólida formação doutrinária. Vale destacar TXH VRX ¿OKR GH IDPtOLD HVStULWD 'HVde pequeno, estive familiarizado com o espiritismo. Na adolescência, já tinha lido as principais obras espíritas. Por isso, tenho uma sólida e inabalável FRQYLFomR HVStULWD .DUGHF R FRGL¿FDdor da doutrina espírita, dizia que a fé R E V I S TA A Z ! / N OV/ D E Z 2 01 3

“AS LIMITAÇÕES, AS DIFICULDADES, OS PROBLEMAS E DORES DA TERRA TRABALHAM A NOSSA NATUREZA PRIMÁRIA NO SENTIDO DE UM DESPERTAMENTO. POR ISSO É QUE A GENTE REENCARNA. COLHENDO AS CONSEQUÊNCIAS DO QUE FIZEMOS DE ERRADO NO PASSADO PARA TER UMA VISÃO MAIS OBJETIVA DO QUE DEVEMOS FAZER NO FUTURO” Richard Simonetti

Az! - Alguns conhecidos dizem que o senhor é reconhecidamente um homem sisudo, disciplinador e até um pouco intransigente. É verdade? Se for verdade, isso se aplica ao Richard marido e ao Richard pai? Richard – Eu tenho as minhas FRQYLFo}HV 2 SHVVRDO UHFODPD TXH D gente coloca a doutrina acima da família. Essa reclamação é da família de um modo geral. Mas eu tenho procurado fazer o melhor em relação à família e ao meu trabalho. Fui bancário durante 34 anos, trabalhei no Banco do Brasil por 30 anos. Sempre procurei fazer a coisa de uma forma acertada. Em relação ao espiritismo, procuro não transigir em relação à pureza da doutrina. Se gente LGHQWL¿FD FRLVDV TXH QmR VmR FRPSDWtveis com a doutrina espírita, devemos ser intransigentes. Az! ± 2 VHQKRU HVWXGD WHPDV GR HVpiritismo todos os dias ou já sabe tudo? Richard – Não, não. Eu lembraria uma expressão de Sócrates, que eu acho muito interessante. Ele dizia que a única coisa que ele sabia é que ele não saELD QDGD 2 HVSLULWLVPR p FRPR R PDU quanto mais você entra, mais água tem. Ninguém pode dizer que conhece o espiritismo a fundo. Por mais que estudemos, estaremos sempre às margens. Até porque o espiritismo versa muito sobre a vida espiritual. E só teremos um conhecimento pleno da vida espiritual quando desencarnamos. Temos certeza de informações que são proporcionadas pelo processo mediúnico, mas há muita


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coisa para aprender. Eu me considero um aprendiz do espiritismo. Az! - Quais são seus outros interesVHV DOpP GR HVSLULWLVPR" 2 VHQKRU WRFD algum instrumento, cozinha um prato especial, pinta quadros? Richard – (risos). Para dizer a verdade, fui um grande torcedor do Pelé. No Brasil, muita gente estava virando santista por causa do Pelé. Ele foi, sem dúvida alguma, o maior jogador de futebol de todos os tempos. Acho que não veremos outro igual. Mas eu nunca fui de frequentar campo de futebol. Gosto muito de cinema, alguns programas de TV. Só que, hoje, o cinema americano HVWi KRUUtYHO p IHLWR SDUD DGROHVFHQWHV só tem fantasia, Super Homem, desenho animado. Mesmo assim, eu gosto. Não pinto, não cozinho. De vez em quando, faço um tabule para a família. A gente acaba centralizando muito a atividade em torno do espiritismo e acaba não sobrando tempo para outras coisas. Az! - Uma vez, numa entrevista, o VHQKRU GLVVH D VHJXLQWH IUDVH ³$ LGpLD espírita a respeito da evolução é muito bonita, porque você sabe que está destinado à perfeição”. Num mundo tão machucado pelos horrores da violência, das guerras, da intolerância e da indiferença humana em relação ao outro, o VHQKRU UHD¿UPD HVVD IUDVH" Richard – Sem dúvida. Quando .DUGHF FRGL¿FRX D GRXWULQD HOH VLWXRX o processo evolutivo no universo, não só a Terra, em estágios. Assim, ele clasVL¿FD RV PXQGRV HP HVWiJLRV +i PXQdos primários, onde a humanidade está despertando para a consciência. Há os mundos de expiação e provas, onde ainda há um predomínio da natureza animal, já que nós viemos dos seres inferiores. Há os mundos de regeneração, onde consciências despertas para os objetivos da vida já estão seguindo uma trilha acertada. Depois, há os mundos ditosos, onde o mal foi vencido, e os mundos celestes ou divinos, que são inconcebíveis para a nossa mentalida-

de, onde estão seres puros e perfeitos. A Terra é um planeta de provas e expiações, orientada pelo egoísmo, por princípios de animalidade. Eu diria que estamos mais perto da animalidade do que da humanidade, daí esse mal todo que a gente vê na Terra. Se você quebrar XP RYR FKRFR YRFr YDL ¿FDU QDXVHDGD É um mau cheiro, uma massa disforme e sanguinolenta. Mas, se você não mexer no ovo e deixar a natureza seguir seu curso, a casca vai se romper e vai surgir o pintassilgo, que é uma obra-prima de Deus. Eu digo que a humanidade está em processo de gestação. Não somos seres acabados ainda, não nascemos ainda. Estamos em gestação, chegaremos lá. Az! – Seguindo esse raciocínio dos mundos evolutivos, sua cachorrinha Julie será um dia um ser humano? Richard – Segundo o espiritismo, tudo o que tudo o que tem vida tem um SULQFtSLR HVSLULWXDO HP HYROXomR SHLxes, insetos, aves. Através de incontáveis encarnações, todos os seres irão se desenvolver até adquirir a complexidade necessária para ser um espírito.

“NÓS ESTAMOS NOTANDO QUE OS FENÔMENOS DE EFEITOS FÍSICOS ESTÃO DESAPARECENDO, PORQUE OS MÉDIUNS DE EFEITOS FÍSICOS ESTÃO DESAPARECENDO. EMMANUEL, O MENTOR ESPIRITUAL DE CHICO XAVIER, DIZ QUE O CUIDADO ATUAL DA ESPIRITUALIDADE NÃO É MATERIALIZAR OS ESPÍRITOS, E SIM DESMATERIALIZAR OS HOMENS” Richard Simonetti

Richard, Tânia e Julie


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Assim, conquistarão a razão e o livre arbítrio, tornando-se seres pensantes. A Julie, nossa cachorrinha, tem um princípio espiritual e um dia será um espírito. Isso vai levar milhões de anos, não é uma coisa rápida. Você pode notar que um cachorro tem lampejos de inteligência, não tem um pensamento contínuo. Az! ± 2V DQLPDLV WrP XPD DOPD coletiva? Richard – Não, os animais têm princípios espirituais, mas não têm consciência de si mesmos, não têm um pensamento contínuo. Por isso, os seres inferiores da criação são todos guiados pelo instinto. Eles não escolhem. Az! 2 VHQKRU Mi WHYH FXULRVLGDGH de saber quem já foi numa outra vida? Richard – Nunca me preocupei com isso. Mas, se você se autoanalisar, vai notar que tem tendência ou vocação para certas atividades. Qualquer pessoa pode fazer isso. E isso pode indicar o que você já foi numa vida passada. Eu tenho GXDV FHUWH]DV Mi IXL PpGLFR H Mi IXL VDFHUdote. Isso está na minha personalidade. Quando entro num hospital, me sinto bem, é como se estivesse na minha casa. Tem gente que detesta hospital, né? E também me sinto muito à vontade quando entro numa igreja católica. Embora o espiritismo nos ofereça uma visão totalmente diferente do que é a comunhão com a espiritualidade - sem cultos, sem ULWRV VHP UH]DV VHP RItFLRV RX R¿FLDQWHV – aquilo me é familiar. Az! - Qual a pergunta mais comum que o senhor costuma ouvir em palestras? Richard – As pessoas pergunWDP PXLWR D UHVSHLWR GD PRUWH SURblemas relacionados com a volta ao mundo espiritual. Az! ± 2 VHQKRU p DXWRU GR OLYUR “Quem tem medo da morte?”, com mais de 200 mil exemplares vendidos. Quando chegar a hora da sua morte, R E V I S TA A Z ! / N OV/ D E Z 2 01 3

tem receio de ser traído por um excesso de humanidade e sentir medo? Richard – Em princípio, não tenho medo nenhum da morte. Como diria o Chico Anysio, eu tenho pena de morrer. Acho que a gente tem tanta coisa para fazer aqui, não obstante eu estar acima da expectativa de vida do brasileiro, que é 72 anos, em média. Tenho muita coisa para fazer aqui. Não tenho medo da morte, quando chegar a hora, a gente vai. E também seria o cúmulo eu, escrevendo sobre a morte, abordando o assunto em tantos livros, sentir medo de morrer. Az! 2 VHQKRU DFUHGLWD TXH R principal nome do espiritismo no %UDVLO p &KLFR ;DYLHU" 2 TXH DFRQWHce quando uma pessoa com o Chico morre? Ele reencarna? Richard – Chico Xavier não é o principal nome do espiritismo no Brasil, é o principal nome no mundo todo. Nós podemos dividir o espiritismo entre antes e depois de Chico Xavier. Nunca se teve uma demonstração tão evidente do que é a vida espiritual do TXH FRP $QGUp /XL] R HVStULWR TXH ditava mensagens para Chico Xavier QR SURFHVVR FKDPDGR GH SVLFRJUD¿D através de Chico Xavier. A obra AnGUp /XL] VmR OLYURV UHSUHVHQWD um compêndio, uma enciclopédia da vida espiritual, dando uma visão muito objetiva do que é a vida espiritual. Eu leio e releio frequentemente e cada vez DSUHQGR FRLVDV QRYDV 2 &KLFR ;DYLHU poderá reencarnar na Terra como missionário. Espíritos da estirpe da Chico vêm a Terra em missão. São espíritos que já superaram a necessidade evoOXWLYD GD UHHQFDUQDomR 2 SURFHVVR reencarnatório visa a nossa evolução. $V OLPLWDo}HV DV GL¿FXOGDGHV RV SURblemas e dores da Terra trabalham a nossa natureza primária no sentido de um despertamento. Por isso é que a gente reencarna. Colhendo as consequrQFLDV GR TXH ¿]HPRV GH HUUDGR QR SDVsado para ter uma visão mais objetiva do que devemos fazer no futuro. Chico

Com 8 meses, de cachinhos. O escritor nasceu em família espírita

Aos 3 anos, Richard foi a um baile carnavalesco fantasiado de marinheiro

Richard aos 5 anos. Ele é descendente de italianos: Simonetti do lado do pai, e Marchioni do lado da mãe

Aos 19 anos, em foto de formatura do curso técnico de contabilidade


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não tem mais carma negativo para ser resgatado, é um espírito superior, uma entidade pura. Az! 2 VHQKRU Mi SUHVHQFLRX FDsos de polteirgest em Bauru ou outras localidades? Richard – Não presenciei, mas tenho lido muito a respeito. Já presenciei cirurgias espirituais.

Com a filha Graziela e a neta Rafaela, na Austrália, onde a primogênita mora com a família

Richard aparece com os filhos Carolina (primeira à esq.), Graziela, Giovana e Alexandre. O bebê é Rafaela, primeira neta do escritor, filha de Graziela

“CHICO XAVIER NÃO É O PRINCIPAL NOME DO ESPIRITISMO NO BRASIL, É O PRINCIPAL NOME NO MUNDO TODO. NÓS PODEMOS DIVIDIR O ESPIRITISMO ENTRE ANTES E DEPOIS DE CHICO XAVIER” Richard Simonetti

Az! - As cirurgias espirituais podem afastar os pacientes dos tratamentos convencionais? Isso não representa um risco para a saúde das pessoas? Richard – Se algum médium está trabalhando assim, está trabalhando mal. A primeira informação que passamos no (centro espírita) Amor e Caridade – e temos vários médiuns trabalhando em processos de cura – é que o tratamento espiritual não dispensa o tratamento médico. Isso é elementar. Temos a medicina do céu, que cuida particularmente do perispírito, que é o corpo espiritual do paciente. E temos a medicina da Terra, que cuida do corpo. Temos que cuidar dos dois lados para que o sucesso seja alcançado. Eu sempre digo que a medicina é fruto da miseriFyUGLD GLYLQD HOD HVWi Dt SDUD DMXGDU DV criaturas humanas. Se estamos colhendo as consequências de nossas ações, do presente ou do passado, Deus nos manda a medicina para minorar nossos padecimentos, nos reajustar. Se algum médium está trabalhando de forma diferente, está totalmente equivocado. Me lembro de um caso aqui em Bauru que aconteceu Ki PXLWRV DQRV XPD PpGLXP ID]LD DWHQdimentos em casa e cobrava, o que é conGHQDGR SHOR HVSLULWLVPR 2 PpGLXP WHP que trabalhar de graça, já que ele é um mero intermediário dos espíritos. Pois bem, ela atendeu um cidadão diabético, fez o tratamento e disse que ele estava curado, que não precisaria mais se preocupar quanto ao fato de não comer doces. Então, o cidadão dispensou o tratamento médico, dispensou o regime alimentar e morreu. Na época, teve até um processo. 4XHU GL]HU HUD XPD PpGLXP TXH QmR HUD

espírita, que estava ganhando dinheiro e fazendo tudo errado. Az! - Há muitas maneiras de manipular os processos tecnológicos hoje em GLD 'Dt D SHUJXQWD RV FDVRV GH WUDQVcomunicação instrumental (manifestação de espíritos através de aparelhos, como gravadores, computadores, TVs, etc.) são todos reais? Richard – A transcomunicação instrumental está numa fase incipiente, primária. É muito difícil ocorrer o fenômeno. Eu mesmo nunca tive uma experiência com transcomunicação. Trabalho com o computador o tempo todo e nunca recebi uma mensagem

ESPIRITISMO NO CINEMA Nosso Lar (2010) – A vida do médico André Luiz é contada a partir do momento em que ele morre e desperta para o mundo espiritual, onde passa a viver na colônia Nosso Lar. Direção: Wagner de Assis. Com Renato Prieto e Fernando Alves Pinto As mães de Chico Xavier (2011) – As histórias de dúvidas e angústia de três mães se entrelaçam quando elas resolvem procurar a ajuda do médium Chico Xavier para resolver seus dilemas com os filhos. Direção: Glauber Filho. Com Nelson Xavier e Vanessa Gerbelli Chico Xavier - O filme (2010) – A vida do médium desde que ele começou a ver espíritos na infância até suas primeiras psicografias, incluindo a participação no programa da TV Tupi “Pinga Fogo”, de 1971, com imagens verdadeiras de Chico. Direção: Daniel Filho. Com Nelson Xavier e Paulo Goulart


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via computador. Não conheço aqui em Bauru alguém que tenha recebido. Az! – Quando se digita “ectoplasma” no Google, é possível ver supostas fotos de ectoplasma (recurso fluídico utilizado pelos espíritos para materialização). São fotos antigas, em P&B, de baixa qualidade e quase sempre medonhas. Por que não são mais produzidas? Por que não há fotos atuais de ectoplasma? Richard – A mediunidade tem GXDV YHUWHQWHV D LQWHOHFWXDO TXH p R PpGLXP TXH IDOD H HVFUHYH VRE LQÀXrQcia dos espíritos, e a mediunidade de efeitos físicos, que é quando o médium fornece parte do seu corpo, na forma de ectoplasma, uma massa usada pelos espíritos, para produzir os fenômenos. Nós estamos notando que os fenômenos de efeitos físicos estão desaparecendo, porque os médiuns de efeitos físicos estão desaparecendo. Emmanuel, o mentor espiritual de Chico Xavier, diz que o cuidado atual da espiritualidade não é materializar os espíritos, e sim desmaterializar os homens. Fenômenos de efeitos físicos são como fogos de artifício. São deslumbrantes, as pessoas acham maravilhosa a materialização de um espírito, mas aquilo não produz elementos de convicção verdadeira, aquilo passa. Agora, fenômeno de efeito de inteligência, com a parte escrita em que você vai ler, num livro, é totalmente diferente. Aquilo mexe com a gente, é PXLWR PDLV SURGXWLYR 2XWUR GHWDOKH hoje, com o desenvolvimento tecnológico, é muito fácil simular uma foto de um espírito. Perdeu a graça como elemento de comprovação. Az! - É verdade que existe uma comunidade espiritual em Marte? Existem comunidades espirituais em outros planetas do sistema solar? Richard ± 1D TXHVWmR GR ³/Lvro dos Espíritos”, respondendo a uma questão de Kardec, o mentor espiritual diz que são habitados por espíritos toGRV RV PXQGRV GR HVSDoR SODQHWDV HVR E V I S TA A Z ! / N OV/ D E Z 2 01 3

WUHODV R VRO 6y D 9LD /iFWHD WHP SHUWR de 200 bilhões de estrelas. Hoje, concebe-se que essas 200 bilhões de estrelas tem 600 bilhões de planetas orbitando. Por que Deus faria isso? Só para o deleiWH GR KRPHP" 1mR WHP XPD ¿QDOLGDGH Todos os mundos são habitados por esStULWRV $VVLP FRPR WHPRV 1RVVR /DU (colônia espiritual localizada, segundo os espíritas, acima da cidade do Rio de Janeiro), em Marte, Júpiter, Vênus, há comunidades espirituais, embora sem vida biológica. Az! 2 FUHVFLPHQWR GDV QRYDV UHligiões evangélicas, que condenam a doutrina espírita, tem afastado as pessoas do centro? Para onde caminha o espiritismo no Brasil? Richard ± /pRQ 'HQLV GLYXOJDGRU da doutrina espírita francês) dizia que o espiritismo não é a religião do futuro, e sim o futuro das religiões. Ele tinha UD]mR 6H YRFr ¿]HU XPD SHVTXLVD GH opinião e perguntar para a população quem acredita na reencarnação, na sobrevivência da alma e na comunicação com os espíritos, 50% vai dizer que acredita. Se você tem um católico que aceita a reencarnação, ele deixou de ser católico e não percebeu. As ideias espíritas se disseminam muito. Agora, como movimento organizado, sem dúvida nenhum, os evangélicos estão na dianteira do espiritismo, estão se multiplicando. Não acho ruim, não. Eu entendo que o cidadão que vai para uma igreja evangélica, não vai para o bar, não vai para a farra. É alguém que está sendo encaminhado. Notamos que as igrejas evangélicas são muito rigorosas e disciplinadoras. Que cresça o movimento evangélico, que cresça o movimento católico. Quanto mais pessoas conscientes das suas responsabilidades, mais estaremos combatendo R PDO GR PXQGR 2 HVSLULWLVPR HVWi muito adiante das religiões tradicioQDLV SHOR FRQWH~GR ¿ORVy¿FR GD GRXWULQD PRVWUDQGR RV SRUTXrV GD YLGD por que estamos na Terra; de onde viemos; para onde vamos.

ESPÍRITO TERIA INSPIRADO NOME DE ALLAN KARDEC Allan Kardec (1804-1869) é considerado o codificador do espiritismo, porque foi ele quem sistematizou a doutrina em cinco obras: “O Livro dos Espíritos” (1857), “O Livro dos Médiuns” (1859), “O Evangelho Segundo o Espiritismo” (1863), “O Céu e o Inferno” (1865) e “A Gênese” (1868). A religião nasceu na França no século 19, mas a maior comunidade espírita do mundo é brasileira. Kardec não era o nome real do codificador da doutrina. Ele se chamava Hippolyte Léon Denizard Rivail. Um dia, na casa de um amigo, foi contatado por um espírito que lhe disse que, numa vida passada, ele tinha se chamado Allan Kardec e era celta. O espírito o orientou a codificar a doutrina. Foi assim que ele começou a escrever as obras, formalizando o espiritismo termo, aliás, criado por ele. (FVB)


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AUTOAPRENDIZADO Texto Giovana Sanches Fotos Barbara Cavallieri e Arquivo Pessoal

EM TEMPOS DE BOMBARDEIO DE INFORMAÇÕES POR TODOS OS LADOS, AINDA HÁ QUEM SE DESTACA BUSCANDO O CONHECIMENTO POR CONTA PRÓPRIA

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Cassius Panice: de “Professor Pardal” a grande empresário no ramo de máquinas industriais


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ão há mais desculpas para não estudar, se atualizar e escolher uma profissão. Hoje em dia, além das instituições físicas tradicionais, há diversos cursos de ensino a distância disponíveis – inclusive gratuitos! Até bem pouco tempo atrás, porém, não existiam tantas opções para quem desejava estudar e aprender um ofício: era preciso ir atrás sozinho. E engana-se quem pensa que isso não era o suficiente e não poderia render bons frutos. Com vocês, exemplos de autodidatas que deram – e dão – muito certo em suas profissões.

NO COMPASSO DA FAMÍLIA Conhecido no meio artístico bauruense, Marco Antonio Zambon é músico e professor de música. Com quase 30 anos de carreira, ele começou cedo. “Desde criança, com os discos e a gaita do meu pai , o violão do meu avô e o piano da minha tia. Depois veio a TV com Roberto Carlos, Agnaldo Rayol e até mesmo o Roberto Leal, que eram os meus ídolos na época. Corria até TV para vê-los quando apareciam”, conta. Mas uma pessoa, em especial, foi sua grande inf luência. “Tinha um primo de segundo grau, Constantino, que tocava profissionalmente bateria, piano, guitarra... Ele ia nos saraus na casa de meu avô e tocavam juntos. Uma vez, tinha uns dez anos, fiz meus pais me levarem para vê-lo tocar. Até hoje, quando nos encontramos, sua musicalidade me impressiona. Constantino, com certeza, é o meu maior ídolo”, declara. Inspirado no primo e em seus artistas preferidos, Zambon, inquieto, decidiu que também queria aprender um instrumento. Ficava atento a tudo o que se relacionava à música e tirava suas dúvidas com o pai, já com a intenção de tocar algo e, depois, com os vizinhos, que também eram músicos. A necessidade do autoaprendizado veio quando escolheu o seu instrumento favorito. “Queria tocar

Marco Zambon e uma de suas cachorras, Kiara: a música sempre presente dentro de casa

violão solo com arranjos orquestrais e sempre gostei do violão de Ragtime, acho que por conta dos desenhos animados americanos que tinham muitas trilhas com este estilo. Mas os professores da minha época só ensinavam o estilo do Dilermando Reis ou clássico, então, acabei indo atrás por conta própria: comprava discos e tirava as músicas na agulha mesmo”, revela. E assim Zambon começou a sua profissão. Descobrir sozinho, “de ouvido”, o segredo do violão do Ragtime foi o que deu ânimo para continuar. Outros instrumentos de corda vieram e hoje ele é mestre na guitarra, contrabaixo, banjo de cinco cordas, Lap Steel (a popular guitarra havaiana) e também toca um pouco de gaita. Além de ministrar aulas, ele trabalha em duo e trio com 3 parceiros diferentes. “Estou com uma banda (The Rockers) que toca vertentes do rock tradicional sulista, que é o som com

apego ao country e ao blues, e também MPB - Música Popular Britânica (risos) – , como Beatles e Rolling Stones. Também projeto montar um estúdio caseiro para ensaios e gravações”, diz. O músico faz uns balanço positivo sobre ser autodidata: “perdi tempo com vícios que a gente desenvolve e com a falta de um cronograma com a didática de forma evolutiva, que encurtaria o caminho. Mas tive a independência de tocar sem precisar de alguém pra me ensinar. Tem que acreditar no seu talento e ter perseverança que as coisas acontecem, embora hoje em dia exista uma infinidade de meios para se aprender de forma correta, como os vídeos no You Tube, tablaturas e tal... Eu, às vezes, na pressa, também apelo para esse meio, mas gosto muito de pôr uma música no tape, no velho cassete, e tirá-la de ouvido mesmo. É muito recompensador!”.


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Carol Brito e seus docinhos feitos com afeto

DOCE TRABALHO São muitas as pessoas que precisam buscar uma fonte de renda alternativa para complementar os ganhos. Carol %ULWR MRUQDOLVWD GH SUR¿VVmR p PDLV uma delas. Há nove anos, ainda durante a faculdade de jornalismo, ela começou a fazer doces e nunca mais parou. Mas o começo não foi tão fácil assim, como ela conta: “Eu me casei muito nova (com 19 anos) e nunca cozinhei. Quando me vi sozinha na cozinha, não sabia o que fazer. Eu ligava escondida pra minha mãe para aprender, porque não queria que meu marido soubesse que eu era uma negação como cozinheira. Sempre tentava preparar pratos diferentes, mas QXQFD ¿FDYDP ERQV ULVRV ´ $ QHFHVVLGDGH IDPLOLDU H WDPEpP ¿nanceira, obrigaram Carol a correr atrás e se reinventar. “Nesse meu período de aprendizado (no comecinho do casamento), eu me interessava mais pelos doces, apesar de gostar mais de saborear salgados. Adorava decorá-los, deixá-los

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bem bonitinhos. Como eu já tinha um ¿OKR QmR WUDEDOKDYD H Vy HVWXGDYD WLYH a ideia de fazer docinhos para vender na universidade, para ajudar nas contas da casa. Desde então, não parei mais! Os bombons de brigadeiro foram sucesso no primeiro dia de venda”, lembra. Assim, na prática, ela foi se aperfeiçoando, buscando novas alternativas e sabores para deixar o pessoal com água na boca e poder vender mais. “Sempre pesquiso sobre o que está em alta nesse ramo e inovo no cardápio. Os clientes adoram novidades!”, diz. E com toda essa dedicação, a demanda foi aumentando e, há três anos, surgiu a Feito com Afeto. “Eu queria um nome que transmitisse a ideia de que eu faço com muito amor cada docinho. Quando é sob encomenda, então, eu faço pensando na pessoa que encomendou. Depois que criei essa marca, acho que as coisas deslancharam. Tive até que colocar meus ¿OKRV SDUD GRUPLUHP QR PHVPR TXDUWR e usar o outro cômodo só para preparar

as guloseimas. Não passo uma semana sem encomenda e tenho bons lucros com os doces. Em um bom mês, quase lucro o que eu ganho como jornalista. E em algumas épocas, como a Páscoa, ganho mais do que como jornalista”, revela. Para ser bem-sucedida, Carol se entrega constantemente aos livros de culinária e pesquisas na internet, em sites de docerias e padarias famosas, além de inventar e testar as próprias ideias sozinha para reciclar seu conhecimento. “Como gosto muito de fazer, acho que tenho mais facilidade. E tem a vantagem de não precisar GH XP KRUiULR ¿[R SDUD ID]HU LVVR 2 aprendizado simplesmente acontece em alguns momentos do dia”, complementa. Além disso, segundo ela, o amor ao que faz é fundamental para quem busca o autoaprendizado: “Se você não tiver total admiração pelo trabalho, não tem como aprender sozinho porque, com o tempo, essa vontade vai se perdendo”.


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Panice em seu ambiente preferido, a empresa Meccal

O HOMEM DAS MÁQUINAS 2 GLWDGR ³¿OKR GH SHL[H ´ VH HQFDL[D perfeitamente nessa história. Cassius Panice cresceu em meio à fabricação de máquinas metalúrgicas, que seu pai constrói há cerca de 40 anos. Ainda em sua adolescência, ele começou a trabalhar com a família e já percebeu que fabricar máquinas para a indústria poderia ser um excelente negócio. “As empresas nos procuravam e solicitavam máquinas e dispositivos para melhorarem os processos de fabricações, o que nos fez perceber isso”, explica. A necessidade de evoluir despertou o espírito de Professor Pardal em Panice, como lembra: “tudo começou desenhando máquinas já existentes que não possuíam desenhos técnicos, depois comecei a desenhar e inventar máquinas que não existiam”. Sem a possibilidade de conciliar estudos com o trabalho, ele buscou o conhecimento sozinho. “ProFXUDYD LQIRUPDo}HV FRP SUR¿VVLRQDLV e empresas da área, mas a maioria foi adquirida por tentativa e erro mesmo. A necessidade me fez pesquisar e estudar por conta própria desenho técnico, cálculos mecânicos, resistências de materiais...”, conta. Hoje, 25 anos depois, ele se orgulha de sua empresa, a Meccal, referência internacional na área, e de suas invenções, como a primeira máquina de fazer dobras tridimensionais das Américas. “Foi uma tensão enorme ligar pela primeira vez uma máquina que não existia, e numa exposição internacional. Fiquei três dias sem dormir (risos), mas deu tudo certo. Geralmente, máquinas são

testadas e é normal que sejam feitas alterações. Esse modelo está intacto até hoje desde o primeiro projeto, sendo um dos maiores sucessos de vendas no valor de R$ 320 mil”, revela. O segredo para o sucesso de um autodidata? “Acho que só o fato de você querer muito alguma coisa já te deixa na frente, pois quando queremos de verdade conquistar um objetivo, nos dedicamos. E quando nos dedicamos de verdade, o UHVXOWDGR YHP VHPSUH ´ ¿QDOL]D

TECNOLOGIA NA VEIA É comum, hoje, ouvir as pessoas dizendo que as crianças já nascem sabendo mexer no computador. Não foi o caso de Ricardo Falasca, mas seu contato e sua paixão pela informática começaram cedo e de forma natural. Perto de atingir a maioridade, ele recebeu uma proposta de emprego na área e se mudou para o Rio de Janeiro. Como tinha intimidade com o que fazia, optou por cursar Direito para adquirir outro tipo de conhecimento. “A faculdade de Direito me trouxe conhecimento humano e ético. Claro que já tive vontade de atuar nessa área, mas foi passageiro (risos)”, brinca. Com a tecnologia falando mais alto, Falasca sempre investiu em livros – principalmente voltados ao desenvolvimento de software e gestão de projetos – e, depois, em pesquisas na internet para aprender o que sabe. “Sempre fui muito curioso, nunca gostei da ideia de depender de outras pessoas para desenvolver meu conhecimento, mas isso acaba sendo importante. Acho que o que vale para o desenvolvimento pessoal, a base da aprendizagem, é não ter medo de perguntar e não ser egoísta ao ponto de não querer trocar informações. Mas o principal é a leitura seguida por testes práticos”, opina. 3DVVDGDV DV GL¿FXOGDGHV HP DGTXLrir seus equipamentos, que eram caros e difíceis de serem encontrados, Falasca deslanchou na carreira. Ele trabalha há 12 anos na Jurid Publicações Eletrônicas, empresa com quase duas décadas de mercado focada no desenvolvimento

GH VRIWZDUH SDUD SUR¿VVLRQDLV GR 'LUHLWR e agora também na educação a distância (coincidências, não?). “Hoje sou responsável pela gestão e desenvolvimento de sistemas de software, mas sinto que estou pendendo para a gestão de projetos, é algo que me agrada bastante também”, conta. Agora, com tantas ferramentas à mão, ele optou pelo ensino formal e fez pós-graduação em Gestão da Tecnologia da Informação. Para quem deseja ser DXWRGLGDWD HOH DFRQVHOKD ³$ H¿FLrQFLD em ser autodidata é subjetiva, depende muito do que a pessoa tem facilidade na aprendizagem. Então, tenha certeza de que escolheu a área certa para aplicar seu tempo nos estudos pois é algo demorado, não será da noite para o dia. E SURFXUH QXQFD VH ¿[DU HP RSLQLmR RX informação de uma única fonte – você pode facilmente ser levado ao erro ou ¿FDU HVWDJQDGR´

Ricardo Falasca e a paixão por tudo o que é ligado à informática


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EDUCAÇÃO PÚBLICA:

TEM CURA? Texto Tatiana Santos Fotos: Barbara Cavallieri e Banco de Imagens

O RAIO-X DO SISTEMA EDUCACIONAL GRATUITO REVELA FRATURAS GRAVES, MAS QUE PODEM SER CONSERTADAS COM INVESTIMENTO Escola municipal no bairro Isaura Pitta Garmes: abandono e vandalismo

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À

s 5h30 começa a guerra, e o campo de batalha é em casa. Tatiane, mãe da futura desenhista Ana Julia, de nove anos, salta da cama e seu primeiro desafio é acordar a menina. Contrariada, a pequena faz birra e, o que parece mimo é, na verdade, reflexo de um método de educação severamente criticado. “Ela se sente diferente na escola. Sempre teve essa dificuldade, não presta atenção nas aulas e eu sempre recebo bilhetes dos professores, que dizem que ela fala demais. Claro que em casa a gente conversa, mas eu acho que o caso dela pede uma atenção especial, né?”. O desabafo da mãe denuncia um sistema que nem de longe é individualizado: falta de investimento em um quadro de funcionários qualificado e bem-remunerado, no Estado de São Paulo, quase sempre resulta em um cenário onde o professor escreve, o aluno copia, e as paticularidades de cada aluno vão para baixo do rolo compressor. É o caso de Ana Júlia. Com dificuldades no aprendizado, a aluna do 4º ano do Ensino Fundamental chegou até aqui sem saber ler e escrever com clareza. Soletrando letra por letra, Tatiane ajuda a filha durante a lição de casa, mas teme que menina não consiga dar continuidade aos estudos. “A gente não tem condição de pagar aula particular, nem nada. Se ela tivesse uma atenção especial seria melhor. É duro repetir de ano, nenhuma mãe, nem o pai, querem isso. Mas ela vai passando de ano em ano sem saber escrever direito”, lamenta a mãe.

PROGRESSÃO É REGRESSÃO? O que Tatiane talvez não saiba é que o Governo do Estado de São Paulo divulgou, no ano passado, a solução para o dilema. O lado ruim da história é que, até o momento, a ideia só funciona no papel. Considerando que a repetência pode ser traumática para pais e alunos, a Secretaria da Educação adotou, em 1998, o programa de progressão con-

tinuada, instituído pelo então governador Mário Covas (PSDB). O método francês tem como objetivo, justamente, inverter a lógica de aprendizagem: em vez de ser punido para aprender, o aluno deve ser estimulado. A diferença é que, por aqui, o estímulo deve vir de um professor qualificado e respaldado, que pode contar com boas condições de trabalho e suporte físico. Mas nem sempre é assim. Só em 2012, o Ministério Público apurou que 60% das escolas estaduais estavam superlotadas, e não se trata apenas de uma questão de espaço físico. Uma das causas defendidas pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) é a redução do número de alunos por sala, e a lógica é fácil de ser acompanhada. Quanto menor o número de alunos, maior é a dedicação que o educador pode direcionar a cada um deles. Na teoria, o professor teria condições de avaliar, aluno por aluno, as deficiências individuais e ajudar a corrigi-las. “Esse é o objetivo da progressão continuada, acompanhar o aluno e fazer com que ele tenha capacidade de passar para o próximo ano. Mas essa primeira parte, do acompanhamento, não é efetiva, os professores não têm como trabalhar com cada um, então a criança avança, não consegue acompanhar os conteúdos e vai se frustrando cada vez mais”, afirma o professor Luis Machado. Na impossibilidade de reduzir o número de estudantes, o Governo propôs uma alternativa para um ensino mais humanizado. Um professor auxiliar seria o profissional capacitado para ajudar Ana Júlia em sua dificuldade com a leitura e a escrita. No entanto, além de a ideia estar engavetada, também causa dúvida. “Isto é uma contradição, pois a existência de salas numerosas, com 40, 45 ou até 50 alunos é justamente uma das razões da dificuldade de aprendizagem de muitos alunos. Há anos, a Apeoesp luta contra a existência de classes superlotadas na rede estadual de ensino e, agora, elas são adotadas como um dos

critérios para a recuperação contínua. Isto é apenas uma forma de tentar contornar o problema, não de resolvê-lo”, divulgou Maria Isabel Azevedo, presidente da instituição.

Professor auxiliar: projeto possível? Mesmo que não seja consenso, o conceito de professor-auxiliar parece, ao menos de relance, uma alternativa para melhorar a qualidade do ensino oferecido na rede pública. Entretanto, usando a matemática, cada educador na sala será responsável por, no mínimo, 12 alunos – dependendo do nível de ensino e se o sistema for realmente adotado. Será o suficiente? E o Estado, vai dar conta de investir financeiramente em novas contratações? Confira os números: 1. Para contar com o educador-auxiliar, o número de alunos por classe não pode ultrapassar 25 no ciclo I do Ensino Fundamental, 30 no ciclo II desse mesmo nível de ensino, e 40 no Ensino Médio. 2. No ciclo I, o professor-auxiliar poderá dar até dez aulas por semana. As classes de 6º ao 9º ano que tenham mais de 30 alunos, e do Ensino Médio com mais de 40 alunos, poderão contar com o apoio de um profissional na função em até três horas-aula semanais, distribuídas entre até três disciplinas. 3. Na ponta do lápis, um professor de educação básica, níveis I e II, tem remuneração média inicial de R$1,5 mil, por 30 horas semanais. Considerando a carga horária limite de até 10 horas, no caso do auxiliar para ciclo I, o investimento médio do Estado, por profissional, deve sair por R$500. Será que cabe no orçamento?


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O PROFESSOR E HISTORIADOR MAXIMILIANO MARTIN VICENTE APONTA AS FALHAS QUE TRANSFORMARAM A PROGRESSÃO CONTINUADA EM APROVAÇÃO AUTOMÁTICA

O que se observa no panorama atual é o sistema de aprovação automática. Simples de entender: não há mais reprovação, e mesmo sem o aproveitamento necessário, os alunos seguem de um ano ao outro. No entanto, o acompanhamento previsto originalmente na progressão continuada não existe, e o resultado são estudantes com sérias deficiências, que chegam ao 4º ou 5º ano sem saber o que deveria ter aprendido logo no ano de ingresso ao ensino fundamental.

O sistema francês que serviu de modelo para o Governo Covas originou-se em 1989, e foi identificado como um dos fatores para a diminuição da evasão escolar na França. Mas, no Brasil, a realidade não mostra os mesmos resultados.

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Há mais alunos em sala de aula, fato que, aparentemente, parece positivo. No entanto, a superlotação das salas impede que muitas crianças e adolescentes acompanhem os conteúdos com uma atenção especial por parte dos professores. De acordo com o educador, “houve a tentativa de se encaixar em normas internacionais, que exigiam todos na escola, sem reprovação”.

Por que adotar a progressão? Se, assim como muitos outros leitores, você se perturba com essa dúvida, o professor explica! “Se existe reprovação ou evasão escolar, o país cai no ranking internacional. Uma coisa é fácil de constatar, é só falar com os professores: alunos que vão dois dias à escola são aprovados”, destaca.

Que tal transportar essa ideia para a realidade brasileira? Salas superlotadas, muitas vezes, sem estrutura adequada para o ensino e um cenário nada atraente ao aluno. Em resumo, “copiamos a fórmula mas esquecemos como essa fórmula funcionava”, afirma o especialista.

O cenário no país europeu também era outro. “A origem da progressão continuada está totalmente fundamentada num contexto diferente do nosso: salas pequenas, com toda a infraestrutura, motivação do aluno para que ele procure o conhecimento, o professor é um auxiliar e tem um educador-auxiliar em sala. Neste contexto, você não precisa de prova, pois é possível acompanhar de perto a evolução do aluno.”


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“TODO PROFESSOR QUE ACREDITA NO SEU TRABALHO E O VALORIZA, DEVERIA MATRICULAR SEUS FILHOS NA REDE PÚBLICA. E MAIS: TODO GOVERNANTE DEVERIA MATRICULAR SEU FILHO NA ESCOLA PÚBLICA, PORQUE SÓ SENTINDO NA PELE É QUE APARECE A VONTADE DE MELHORAR”,

Para a professora Suzi, progressão continuada é retrocesso

Suzi da Silva, diretora estadual da Apeoesp

FALA, MESTRE “Eu estou satisfeito, acho que estão no caminho certo. Creio que depende muito da dedicação dos pais, dos professores e dos próprios alunos, mas estou satisfeito”. A opinião de Edilson 3HUUL SDL GH WUrV ¿OKRV QD HVFROD S~EOLca, pode causar certo estranhamento. $¿QDO D PtGLD GHQXQFLD XP VLVWHPD GH educação sucateado, e quem mais sofre com o calo são os professores. Suzi da Silva explica: “Muitos pais estão satisfeitos, sim! Mas nem eles sabem o que é um ensino bom, com qualidade. Para PXLWRV SDLV R LPSRUWDQWH p WHU ¿OKR QD escola, se a criança está frequentando, é o necessário”. Suzi leciona na rede pública estadual e municipal de Bauru, e é ali, com base no dia a dia, que D¿UPD VHP YDFLODU GH TXH D VLWXDomR está longe de ser boa. Diretora estadual da Apeoesp, a professora representa a categoria que amargou anos de aumento salarial irrisório e, de acordo com a própria, que não alcançava, nem PHVPR D LQÀDomR 2 TXH IDOWD SDUD PHlhorar? “Investimento. E investimento não é gastar. O Governo de São Paulo é o que mais gasta, mas permite que seus projetos sejam elaborados por gente que nunca entrou numa sala de aula”, explica a diretora. Para Suzi, está faltando conversa. Enquanto a Secretaria Estadual age

de “cima para baixo”, e não consulta os profissionais nas salas de aula para elaborar os planos de ensino, os professores sentem-se impotentes, já que não podem adaptar suas metodologias de acordo com a necessidade dos alunos. “No ensino municipal, há autonomia. O plano de ensino é seguido, mas o professor pode usar a metodologia que melhor se encaixa em cada caso. Se ele percebe que uma metodologia não funciona em determinada sala, ele pode mudar. Na rede estadual não temos isso”, lamenta. E esse só o começo da lista de reivindicações da categoria...

E O SALÁRIO, Ó... O salário do professor de São Paulo está entre os piores do país. Até aí nenhuma novidade, mas de acordo com Suzi, até mesmo os aumentos oferecidos pela rede não acompanham a realidade do Estado. “O Governo fala que o reajuste foi escalonado, mas na YHUGDGH ¿FDPRV PXLWR WHPSR VHP XP DXPHQWR VLJQL¿FDWLYR 3RUWDQWR esse aumento de 40% até 2014 é, na verdade, como se fosse um pagamento retroativo de todos esses anos”, explica. Ainda falando em números, os educadores pedem a revisão do piso, que hoje é de R$1561. A diretora da

Apeoesp argumenta e diz que “para SP é pouco, já que somos o Estado que mais arrecada”. O professor Luis Machado engrossa o caldo das reivindicações. Para ele – e mais uma vez o tema ganha foco – a redução do número de alunos por sala é pré-requisito para um ensino de qualiGDGH TXH SRVVLELOLWH DRV SUR¿VVLRQDLV R H[HUFtFLR GH XPD SUR¿VVmR PRWLYDGRUD e que dá resultados. “Nada é pior para um professor do que uma sala superlotada, em que é impossível dar atenção aos alunos e a disciplina passa longe”, lamenta. Se há vontade para ensinar, há também o desejo de que o estímulo ao aperfeiçoamento seja uma das prioridades da Secretaria Estadual de Educação. Está previsto que 1/3 da jornada seja destinado à chamada “hora atividade”, períodos que o professor deve utilizar para corrigir tarefas, elaborar aulas e frequentar cursos de formação continuada. Perguntamos a Suzi se essa jornada diferenciada está sendo cumprida, e a resposta, acompanhada de um tom de revolta, é “não”.


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Fábia Valverde, estudante da ETEC, se surpreendeu com a qualidade de ensino

Projeto modelo Entre os acertos do Governo Estadual estão também as Escolas Técnicas, as ETECs. O ingresso, por necessidade, se dá por meio de processo seletivo, tornando-se excludente para muitos. Entretanto, a qualidade do ensino e a oportunidade de profissionalização ainda no ensino médio fazem do projeto um modelo. Mesmo quem já saiu da escola há tempos se beneficia da iniciativa, como no caso de Fábia Moreno Valverde. A auxiliar de enfermagem não entrava em uma sala de aula há quase 30 anos, e resolveu participar do “vestibulinho” para acumular conhecimento em sua área de atuação, além de ter a chance de participar do plano de cargos e salários da Prefeitura Municipal, de onde é funcionária – já que qualificação melhor significa remuneração maior. “Estou muito satisfeita. No começo fiquei até surpresa com a estrutura e a qualidade do ensino. É muito bom!”. A reação da estudante revela que o ensino técnico oferecido causa surpresa justamente por se diferenciar drasticamente das escolas estaduais. Retomando a fala da professora Suzi: a palavra-chave para que o sucesso reverbere é investimento.

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LUZ NOS CORREDORES “Há esperança”. A frase foi dita não uma, nem duas vezes pelos professores entrevistados. Entre uma resposta e outra, o desejo de continuar lutando por um ensino gratuito de qualidade, e exemplos de que é possível construir o conhecimento. Contudo, colocar o fardo apenas nos ombros dos educadores chega a soar como irresponsabilidade. “Os alunos que têm melhor aproveitamento são aqueles que contam com o acompanhamento dos pais. A sociedade está alheia ao sistema de ensino, e isso é muito ruim”, comenta Suzi. (QTXDQWR R UHÀH[R GD HGXFDomR UHvela pais, por inúmeros motivos, cada vez mais distantes do ambiente escolar, errado seria dizer que essa constatação é regra. Quem atesta é o bauruense Jefferson de Oliveira, que acaba de fazer 18 anos. Mas os pais, um autônomo e uma doméstica, que sempre acompanharam o garoto de perto, é que se sentem presenteados. Concluindo o ensino PpGLR QR ¿P GHVWH DQR R MRYHP HVWXGD no período noturno e durante o dia é estagiário do programa Acessa Escola – iniciativa do Governo Estadual que seleciona alunos para atuar como monitores nas salas de informática, nas mesmas escolas estaduais em que estudam. Ele, que nunca teve a oportunidade de ser incluído no ensino privado, participou de um concurso de redação e foi premiado com uma bolsa de estudos para um cursinho pré-vestibular em uma conceituada escola da cidade. Ele só não sabe se vai usufruir do prêmio, já que vai tentar uma vaga na universidade logo de cara, recém-formado no 3º ano. Jefferson é exceção? Ele mesmo não se enxerga desta maneira. “Eu não tenho do que reclamar, minha escola é muito boa. Acho que as oportunidades dentro da minha sala de aula são iguais. Eu procuro me esforçar um pouco mais, ir atrás e isso acaba fazendo a diferença”, reconhece. Crítico, o aluno aponta um fator importante, que coloca a escola estadual onde estuda em outro

patamar. “Percebo que a direção tem SXOVR ¿UPH´ GHVWDFD (QWUHWDQWR p IiFLO concluir que a localização da unidade favorece o diálogo pais-direção. Em um bairro afastado na zona leste de Bauru, a maioria de seus matriculados mora nos arredores, e a comunidade, mesmo que involuntariamente, está inserida no ambiente escolar.

“Ensino Municipal é modelo, mas ainda precisamos melhorar”, afirma a secretária de ensino Vera Casério

ENQUANTO ISSO, NO MUNICÍPIO... Nove e meio. Essa foi a nota da secretária de Educação, Vera Casério, para a estrutura de ensino nas escolas municipais em Bauru. A autoavaliação positiva poderia ser melhor, ressalta Vera, mas a conversa inicia com a notícia de que, atualmente, nenhuma criança bauruense está fora da escola. “Temos qualidade de ensino, oferecemos formação permanente aos nossos professores, todas as escolas têm a mesma merenda, os alunos ganham os uniformes”, ilustra a secretária. Inclusive, faz questão de destacar que as refeições nas escolas da cidade servem


61 Pode melhorar... A diretora da Apeoesp dá vantagens à rede municipal em comparação à rede estadual, mas engrossa o coro: é preciso melhorar. “A questão da formação continuada aos profissionais, por exemplo, precisa ser repensada. As vagas para os cursos são distribuídas online e, por dificuldades na hora do acesso ao sistema, muita gente não consegue se inscrever”, reclama Suzi. Ainda assim, mediante a pergunta “Você matricularia seus filhos em uma escola pública?”, a resposta vem certeira. “Todo professor que acredita no seu trabalho e o valoriza, deveria matricular seus filhos na rede pública. E mais: todo governante deveria matricular seu filho na escola pública, porque só sentindo na pele é que aparece a vontade de melhorar.”

Professor Maxiliano defende a reprovação: “não é punição, mas uma maneira de apontar falhas”

“NADA É PIOR PARA UM PROFESSOR DO QUE UMA SALA SUPERLOTADA, EM QUE É IMPOSSÍVEL DAR ATENÇÃO AOS ALUNOS E A DISCIPLINA PASSA LONGE”, Luis Machado, professor

de referência a outros municípios, e que a ampliação da rede oferece, inclusive, ensino integral para as mães que precisam trabalhar e contam com esse respaldo da prefeitura. A comprovação veio das ruas, durante a inauguração de uma unidade de ensino integrado no bairro Nobuji Nagasawa. “Não tenho do que reclamar”, diz Edilson, o pai do pequeno Eliezer. Convocamos o vereador Roque Ferreira (PT), conhecido por seu discurso crítico, para comentar as informações R¿FLDLV ³1mR p XP FHQiULR GH SDUDtVR H[LVWHP GL¿FXOGDGHV SULQFLSDOPHQWH no início do ano letivo. Há reserva de vagas para atender, eventualmente, decisões de natureza judicial. Eu sou radicalmente contra esses processos judiciais para garantir o acesso à educação. O acesso deve ser de maneira natural”, observa. 2V SRQWRV SRVLWLYRV WDPEpP ¿]Hram parte da pauta do vereador, a exemplo da questão das salas superlotadas. De acordo com o legislador, o município se esforça para respeitar o número limite de alunos em sala, garantindo, assim, a qualidade de ensino. Quando o assunto é metodologia, a progressão continuada volta a ser criticada. Nas escolas municipais, o sistema não foi adotado, e o aluno repete, sim. “As escolas municipais de ensino fundamental são muito boas, principalmente se comparadas às escolas estaduais. Nós

estamos contestando e tentando mudar essa política há tempos. A progressão continuada implantada em São Paulo não existe enquanto conceito pedagóJLFR H ¿ORVy¿FR 2 TXH IRL LPSODQWDGR aqui foi a passagem automática, onde você desobriga o aluno a cumprir determinadas tarefas para que ele possa dar seus saltos de qualidade”, opina. Já o prefeito Rodrigo Agostinho destaca os planos de educação e de carreira para os servidores como grandes conquistas, e faz uma autocrítica. Reforçando a fala de Vera Casério, o JRYHUQDQWH D¿UPD TXH p SUHFLVR QR momento, ampliar a rede de berçários para atender a demanda de pais que

Aluno premiado, Jefferson sempre estudou em escola pública e garante: “não sou exceção”


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contam com essa garantia. Mas a população está de olho, e a cobrança maior p D ¿QDOL]DomR GDV REUDV GD XQLGDGH de ensino infantil localizada no bairro Isaura Pitta Garmes. A construção, parada há nove anos, é alvo de vândalos, está tomada por mato alto e incomoda os moradores, sem falar nas crianças que poderiam estudar mais perto de casa. “A construtora abandonou a obra e isso foi para o judiciário. O processo foi se arrastando até que, neste ano, conseguimos retomar. Vamos fazer as adaptações necessárias e reiniciar as obras”, garante Rodrigo, informação que vale a pena ser registrada para ser cobrada mais adiante. Na ocasião, os entrevistados não souberam informar o valor gasto com a obra embargada.

E NO FUTURO? A manchete “Aluno agride professor”, tristemente banalizada, não para de se repetir. As questões comportamentais e as relações aluno-aluno, e aluno-professor, preocupam. Por que chegamos nesse ponto? “A escola se tornou um elemento estranho à sociedade. E o que é estranho, incomoda, agride. A escola, quando reprova, não está punindo. Está mostrando que há deficiências, que é preciso aperfeiçoar algumas habilidades. Quando isso é ignorado há um desânimo generalizado e os professores respondem no mesmo nível. ‘É mal pago, agredido, o que tem de conhecimento não serve para nada, então por que se preocupar?’, pensa o professor”. A fala de Maximiliano leva à conclusão de que

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Prioridade da Prefeitura é investir em berçãrios e escolas de período integral

a valorização aos profissionais deve ser o primeiro passo para a mudança de paradigma. Apesar de realistas, as palavras ¿QDLV VHUYHP GH DOHUWD XP DJLWR HP meio ao comodismo e um caminho positivo de inversão, apontando que o conhecimento é a nova moeda. “Estamos vivenciando um momento histórico, chamado Sociedade do Conhecimento. O poder do mundo é o conhecimento, e não o dinheiro (porque conhecimento gera dinheiro). É o que cria, o que faz pesquisa, o que traz novidade. Temos PDLV GHVD¿RV GR TXH FRQTXLVWDV HVWDmos muito atrás, mas podemos acorGDU´ ¿QDOL]D R SURIHVVRU HVWDPSDQGR otimismo característico a cada educador que nasceu para ensinar, e sonha em fazê-lo com dignidade.

A voz do estado Na semana de entrevistas, nossa reportagem entrou em contato com a assessoria do deputado Pedro Tobias, representante bauruense na câmara. Entretanto, fomos orientados a conversar diretamente na Diretoria de Ensino, já que o deputado afirmou, via assessoria, não ser a pessoa mais indicada para falar sobre o assunto. Os contatos na Diretoria de Ensino aconteceram nos dias 16, 17 e 18 de outubro. Na última tentativa, a equipe foi orientada a contatar a assessoria de imprensa da Secretaria de Educação. Porém, mediante envio de solicitação por e-mail para que pudéssemos realizar as entrevistas, como solicitado pela assessoria, não obtivemos retorno.


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A ESCOLA COMO SEGUNDA CASA Texto Natalia Negretti Fotos: Barbara Cavallieri e Banco de Imagens

OS VALORES FAMILIARES SÃO FUNDAMENTAIS NA HORA DE ESCOLHER A EDUCAÇÃO DOS FILHOS

R E V I S TA A Z ! / N J UOLV//ADGEOZ 22 00 11 33


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Para a psicóloga Juliana, os pais devem buscar conhecer o que as escolas oferecem e participar da vida acadêmica dos filhos

Q "A ESCOLA É UM ESPAÇO PRIVILEGIADO, ONDE SE DÁ UM CONJUNTO DE INTERAÇÕES SOCIAIS EDUCATIVAS E DESSA MANEIRA POSSIBILITA A EMISSÃO DE COMPORTAMENTOS ÉTICOS E SOCIAIS", Juliana Ferreira da Rocha, psicóloga educacional

uem já esteve no dilema de ter que escolher em qual escola o ¿OKR LULD HVWXGDU VDEH R TXmR LPSRUWDQWH H GHOLFDGD p HVVD GHFLVmR Com todo o amor e cuidado vindo do EHUoR p QDWXUDO TXH RV SDLV SURFXUHP GDU D PHOKRU HGXFDomR DRV ¿OKRV ( QHVWH FDVR PHOKRU QmR VLJQL¿FD QHFHVVDULDPHQWH R HQVLQR PDLV FDUR H VLP R que vem de encontro com os valores FXOWLYDGRV HP IDPtOLD ³$ HGXFDomR p XP OHJDGR LQHVWLPiYHO &RPHoD HP FDVD SHOD RULHQWDomR GRV SDLV H p GDGD FRQWLQXLGDGH QD HVFROD´ D¿UPD -XOLDQD )HUUHLUD GD 5RFKD SVLFyORJD HGXFDFLRQDO GR &ROpJLR 6mR -RVp HP %DXUX IGUAL, MAS DIFERENTE %DVLFDPHQWH R SDSHO GDV HVFRODV p HGXFDU DV FULDQoDV H MRYHQV SDUD TXH WHQKDP FRQKHFLPHQWR H VH WRUQHP FLGDGmRV FUtWLFRV H EHP VXFHGLGRV HP VHXV HPSUHHQGLPHQWRV IXWXURV 1R HQWDQWR Ki KRMH XPD JDPD FRQVLGHUiYHO GH LQVWLWXLo}HV GH HQVLQR TXH VH GLIHUHQFLDP HP DERUGDJHQV HVSHFt¿FDV )RUPDomR GH FLGDGDQLD FXLGDGR FRP R PHLR DPELHQWH H

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Tânia acompanha os estudos de suas filhas Carolina e Gabriela

O PAPEL DOS PAIS Além de escolher a instituição que mais agrade as suas exigências e a dos filhos, também é papel dos pais participar da vida acadêmica dos pequenos. “Cabe aos pais acompanhar o processo de aprendizagem, compartilhar das responsabilidades decorrentes da fase escolar, apoiar e estar presente nas atividades propostas pela escola”, explica Juliana. O acompanhamento próximo é percebido pelos filhos, que reflete de forma positiva na vida escolar da criança e do adolescente. Melhora no rendimento escolar, diminuição de faltas e redução de problemas de comportamento são alguns dos efeitos que podem ser observados.

EHP QD HVFROD TXDQWR VH VHQWLDP HP FDVD´ D¿UPD 3DUD HOD R SULQFLSDO IDWRU HP XPD LQVWLWXLomR GH HQVLQR GHYH VHU R FRPSURPHWLPHQWR ³1mR WHP FRLVD PDLV WULVWH TXH YHU XPD HVFROD TXH QmR WHP FRPSURPHWLPHQWR FRP VHX DOXQR ( falo em comprometimento de uma maQHLUD EHP DPSOD SRLV TXDQGR FKHJD D KRUD GH WLUDU R VHX ¿OKR GR µQLQKR¶ SDUD levá-lo para a escola o mínimo que você espera é que ela esteja preparada para UHFHEr OR ItVLFD H HPRFLRQDOPHQWH´ GHVWDFD $ PHOKRU RSomR SDUD HOD IRL R &ROpJLR 6mR )UDQFLVFR TXH SRVVXL XPD DERUGDJHP FDWyOLFD ³(UD LPSRUWDQWH TXH IRVVH HP XP OXJDU TXH YDORUL]DVVH R LQGLYtGXR TXH KXPDQL]DVVH H TXH R E V I S TA A Z ! / N OV/ D E Z 2 01 3

UHIRUoDVVH RV FRQFHLWRV GH IDPtOLD TXH tanto eu quanto meu marido tínhamos DSUHQGLGR FRP QRVVRV SDLV´ OHPEUD NOVOS VALORES $FUHGLWDQGR QD DMXGD GD HVFROD HP FULDU VHXV ¿OKRV FRP ERQV SULQFtSLRV H D serem humanos autênticos que Luciani *LUDOGL HVFROKHX D LQVWLWXLomR RQGH HOHV LULDP HVWXGDU 0mH GH GRLV PHQLQRV GH QRYH H DQRV /XFLDQL p SURIHVVRUD GD 9LYHU (VFROD :DOGRUI RQGH VHXV ¿OKRV HVWXGDP ³$ PHX YHU D HVFROD QmR SRGH se preocupar apenas com o desenvolYLPHQWR LQWHOHFWXDO GD FULDQoD PXLWRV RXWURV DVSHFWRV VmR LPSRUWDQWHV HP XP GHVHQYROYLPHQWR LQWHJUDO ,QWHOLJrQFLD HPRFLRQDO H ERD DXWRHVWLPD VmR LPSRUWDQWtVVLPDV HP XPD YLGD HP VRFLHGDGH´ D¿UPD $ PHWRGRORJLD GLIHUHQFLDGD GH HQVLQR TXH VH EDVHLD QD YLYrQFLD HP FRPXQLGDGH HQWUH DOXQRV SDLV H SURIHVVRUHV H TXH LQFHQWLYD D LQFOXVmR VRFLDO H D YDORUL]DomR GR FROHWLYR IH] D GLIHUHQoD QD KRUD GH HVFROKHU D HVFROD ³3DUD PLP XPD HVFROD SDUD VHU ERD SUHFLVD HQVLQDU R DOXQR D JRVWDU GH DSUHQGHU QmR SDUD VHU PHOKRU GR TXH R RXWUR PDV SRU WRUQDU R HQVLQR SUD]HURVR SDUD TXH HOH saia da escola e tenha vontade de conWLQXDU DSUHQGHQGR VHPSUH´ GHVWDFD EM TRANSIÇÃO 3URFXUDQGR TXDOLGDGH GH HQVLQR H D IHOLFLGDGH GRV ¿OKRV TXH /LOLDQ )RUQDzari está à procura de uma nova escola SDUD HOHV 0mH GH JrPHDV GH RLWR DQRV H XP PHQLQR GH WUrV /LOLDQ PXGRX VH GH %UDVtOLD SDUD %DXUX Ki SRXFR WHPSR H

HVWi HQFRQWUDQGR FHUWD GL¿FXOGDGH SDUD D DGDSWDomR GDV SHTXHQDV QD HVFROD Mi que posteriormente elas estudaram em XPD GDV PHOKRUHV LQVWLWXLo}HV GR 'LVWULWR )HGHUDO ³7RGD FULDQoD QHVWD IDVH JRVWD GH VHU GHVD¿DGD 'HYLGR D HVWD IDOWD GH HVWtPXOR H R IDWR GHODV WHUHP ¿FDGR estacionadas no ensino eu resolvi que DLQGD KDYLD WHPSR SDUD HVWD PXGDQoD´ GHFODUD 3DUD /LOLDQ D FLGDGH SRVVXL ERDV HQWLGDGHV GH HQVLQR QR HQWDQWR SUHFLsam se reciclar e aumentar a oferta de FODVVHV GR (QVLQR )XQGDPHQWDO LVWR p GR SULPHLUR DR TXLQWR DQR ³$ HVFROD p D VHJXQGD FDVD QD IRUPDomR GR FDUiWHU GDV FULDQoDV HQWmR EXVFR DTXHOD TXH PDLV VH DSUR[LPD GRV PHXV YDORUHV GRV PHXV SULQFtSLRV FUHVFHU FRP pWLFD WHU FDUiWHU H ERD IRUPDomR HVFRODU SDUD TXH QR IXWXUR VHMD XPD SHVVRD VHJXUD KRQHVWD H FRHUHQWH QD VXD WUDMHWyULD´ FRQWD

O QUE LEVAR EM CONSIDERAÇÃO De acordo com a psicóloga Juliana Ferreira da Rocha, são diversos os fatores que devem ser levados em consideração no momento de escolher a escola adequada: “É parte fundamental da educação a formação para a vida em todas as suas manifestações, o que exige um diálogo respeitoso que harmonize as abordagens científica, tecnológica, ética e moral, política, cultural e religiosa”, destaca a profissional. Para tanto, ela lista alguns itens importantes a serem observados: 1. Proposta pedagógica 2. Metodologia de ensino 3. Qualificação dos educadores 4. Participação dos gestores 5. Uso de recursos no processo de ensino-aprendizagem 6. Critérios de avaliação 7. Ambiente escolar 8. Atividades culturais, esportivas, sociais e ecológicas


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GIRO AZ!

INSUPERÁVEL VERÃO!!! Fotos Barbara Cavallieri Colaboração: Vinícius França e Bruno Pontes

O

romancicsta e filósofo francês nascido na Argélia, Albert Camus, um dia disse “No frio do inverno, finalmente aprendi que dentro de mim existe um insuperável verão”. E com a prévia do que vimos em setembro e outubro, o verão bauruense promete ser mesmo insuperável. Veja quem esteve nos principais eventos clicados pela equipe Az! no giro desta edição!

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INTERAÇÃO NO BAURU TÊNIS CLUBE

André Zwicker, Marcel Bataiola, Rodrigo D’Alessandro, Wallace de Paula e Waldir Gobbi

Beto Garcia, José Carlos e Yoshikasu Ono

&pVDU -RmR &DPSRL H %RQ¿P

Vilma Cardoso e Roberto Cardoso

Luciana Figueiredo e Adriano Tayano

Rachel Melero, Diogo Melero, Luca Zane e Daniela Zane

Rodrigo Crosara, Marco Antônio e Fabiano Gavaldão

Beto Zimiani, Luiz Alberto Gomes, Carlos Torrente e José Luiz Lacerda

Lucas, Carolina, Beatriz e Fausto Moscogliato

Ricardo Coube, Antônio Carlos Barbosa e Suzete

Cláudio Sacomandi, Celso Sacomandi, Antônio Carlos %DUERVD &DUORV $XJXVWR %RQ¿P H $QW{QLR %HOJR


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GIRO AZ!

4ª EXPANSÃO DO BAURU SHOPPING

Juliane Antevelli, Viviane Antevelli, Ana Paula Michetti, Umberto Michetti, Ivan Cantagalli e Angelica Menezes

Ivan Mouta e Américo Cardinale

Mariana, Melina, Mirian e Gebardo Whitaker

Eduardo Caneo, Rose Caneo, Nadir Mitiyo Muramatsu e Emerson Silva Ribeiro

Maria Gracy Lima Sampaio, Gustavo Sampaio, Monica Rett

JANTAR ÁRABE NO RESTAURANTE AL DAR

Fabiano Lazarine e Carolina Martins

Brito Júnior, Mauricio Belone, Milton Gimael, Lucimeire Brito, Marines Belone e Patrícia Bastos

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Ana Carla Serra

Nágela Araújo, Maria Vitória Araújo, Marilene Krom e Leonardo Paccola


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GIRO AZ!

JANTAR MAÇÔNICO BENEFICENTE

Eliane e Jaime Ferreira Menino

Família Mahatma Gandhi Cláudia César, Gabriella Amdem, Nelson Paschoalotto e Wagner Beltrami

Emília Misquiati, Ademir Guedes Misquiati, Renato Volpe e Lau

André e Luciana, Valdemir e Rosangela, Milton e Sandra e José Carolos

Pollyana, Cleusa, Cláudia, Vilson e Daniel

EXPOSIÇÃO REVIVAL DE SÔNIA GABRIELE

Luis Antonio Barbosa, Silvia Gabriele, Luisa Barbosa, Jadyr Gabriele, Giovanna Barbosa, Joao Gabriele, Lilian Gabriele, Cláudio Gabriele, Daniela Gabriele, Janira Fainer Bastos e Sônia Gabriele

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Sônia Oikawa Campos, Yvone Giunta Peregini e Dulce Turtelli


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GIRO AZ!

CARMEN STEFFENS NO SOCIAL BAURU FASHION

Ana Carolina Ribeiro Hee, James Rodrigues e Carolina Rorato

Luca Willians, Marjorie Zequi Fernandes, Mery Ellen Martins e Regina Levoto

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Érica Romagnolli, Aladia Tramontina e Graciane Bulsonaro

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Jean Oliveira e Luciene Souza

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Thaís de Melo, Deise Alcântara, Priscila Avona e Mayla Amorim

Daniel Disposti e Daniele Disposti


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COMEMORAÇÃO USC 60 ANOS

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Salete Afonso, Tatiana Netto, Florêncio Costa Junior, Jacqueline Araújo de Souza e Ana Celina Guimarães

Ana Lúcia Mattos, Irmã Susana e Salete Almeida

Eliane Aparecida Toledo Pinto, Poliana Santos Camargo e Lívia Leme

Diego Fadanni, Natália Pilati e Gustavo Diccine

Leila Maria Vieira, Irmã Jucélia, Irmã Maria Inês, Irmã Maria Aparecida, Sandra de Oliveira Saes, Irmã Susana, Irmã Ilda e Daniela Luchesi

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Irmã Santina e Irmã Norma



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GIRO AZ!

INAUGURAÇÃO RESIDENCIAL MONT BLANC

Diretoria Indusbank

Ovídio Segantin e o mestre de cerimônia Amarildo

Carlos Akio Xavier e Ana Paula Matsuzaki

Renato Fornazari, Ovídio Segantin e Roberto Fornazari

Talita Xavier, Paulo Xavier Junior, David Xavier, Pedro Xavier, Manuela Xavier, Paulo Xavier e Eliane Xavier

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Ana Carolina de Freitas Irmã Santina e Irmã Norma Gholmie e André Libonati

Wilma Garrido Moreira, Elizabeth Moreira de Melo, Jane Caceres Moreira e André Moreira


INAUGURAÇÃO 212 CLUB

Fernando Nascimento, Fabiana e Aldo Filippini, Andréa e Daniel Almeida

Adriana Godiano e Milena Fasano

Maiara Neves, Caroline Tosta e Lucimeire Tosta


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