Revista B #25

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ANO 5

25 UNCLE K BANANA & BANANA RODINI JOALHEIROS FEITO ATELIER DESIGN BRASIL PORTOBELLO SHOP SR MÓVEIS PROJETA ILUMINAÇÃO POLO AD DA FIORE ESPAÇO CRAVO E CANELA PIZZERIA ZIO TOTÓ CHURRASCARIA RIBEIRÃO




sumário #25

LADO B

ARTE B

HÉLIO OITICICA

Mário Pedrosa definiu poeticamente como ‘’exercício experimental da liberdade’’ a derrubada de todo condicionamento para a procura da liberdade individual, através de proposições cada vez mais abertas, visando fazer com que cada um encontre em si mesmo, pela disponibilidade, pelo improviso, sua liberdade interior, que faz oposição à arte pronta e dada. Assim é a arte de Oiticica: para ser vivenciada, olhada por dentro. Num penetrável com areia e pedrinhas sintetizando a experiência da descoberta da rua, andamos no espaço urbano e em territórios insondáveis, que estavam à espera para serem desvendados. Podem ser recipientes cheios de pigmentos, um vidro com conchas, areia- pedaços da cidade espreitando o espaço, à espera de pessoas que, com eles, despertem experiências estéticas. Com seus bólides, esses recipientes simples – caixas, sacos, latas, bacias - com diferentes materiais, elementares e manipuláveis, ele induzia à experimentação. O bólide “lata-fogo” mostra que a lata pegando fogo não precisa estar dentro de um museu para se tornar arte. Ela está no mundo, na vida. E é arte porque toca. O artista prevê algo, mas a obra se alastra para mil outras possibilidades de sentido, expande e comprime. E o artista nunca sabe ao certo o que resultará da obra, pois tudo vai depender de quem participa dela. Assim, fazer arte é como estar sempre no limiar da aposta.

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O museu é o mundo, a experiência cotidiana. Vestir o corpo de arte e fazer dele suporte representacional é transitar entre os domínios do real, imaginário e simbólico, penetrar o fantástico e o absurdo.

COM CURADORIA DE FERNANDO COCCHIARALE E CÉSAR OITICICA FILHO, A MOSTRA MUSEU É O MUNDO, COM QUASE 120 OBRAS DE HÉLIO OITICICA, E QUE ESTEVE EM CARTAZ NO ITAÚ CULTURAL, NA CIDADE DE SÃO PAULO, MOSTROU TRABALHOS REPRESENTATIVOS DAS LINGUAGENS E SUPORTES INVENTADOS PELO MAIS CRIATIVO E REVOLUCIONÁRIO ARTISTA DE SEU TEMPO.

A arte da vida consiste em fazer da vida uma obra de arte. Ela está no dia a dia, na apropriação das coisas do mundo. Seu diário é o documento vivo de suas idéias cheias de fogo e tensão. E eis o mundo de um artista que se arriscou e apostou mais na sensibilidade e na poesia do que na intelectualização, coisa que ele dizia dificultar a ascenção ao sublime.

FESTIVAL BRAZIL

Para Oiticica, só o encontro com o sublime pode fazer com que cada um encontre em si mesmo - pela disponibilidade, pelo improviso - a pista para o estado criador. Na dimensão do ato do espectador é que se dá a arte. Na força de tocar e sentir o eternamente móvel, transformável, delirante, plural e nômade da existência é que se cria.

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FOTOS: KIERON MCCARRON

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Beuys e sua leitura de pele, dos parangolés de Hélio Oiticica e com aquele corpo-vertigem, chega-se a pensar que nada mais possa comover e causar.

nossas ideias

Mas Jum Nakao também faz tremer com suas textualidades corpóreas, ressignificadas em relação a propostas de enquadramento. Parece sofrer da mesma doença de Barthes: ‘’Eu vejo a linguagem. Aquilo que eu deveria somente escutar, por uma estranha pulsão, perversa porquanto o desejo aí se engana de objeto, me é revelado como uma visão”. As modelos vestidas de sutileza e delicadeza, saltando em desatino num movimento decidido de rasgar as roupas, de delas se livrar, colocando em jogo, além da imagética, um real do corpo e uma escritura que se assemelha ao discurso de Platão, em que o corpo é também um túmulo que carregamos, peso inerte ao qual estamos acorrentados até o fim, fazem um questionamento de cunho filosófico onde o corpo,

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estilo b | costura do invisível

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polo ad 10 anos

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banana & banana

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arte b | seja marginal, seja herói

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estação b | saint tropez

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da fiore

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lado b | a single man

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espaço cravo e canela

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ensaio b | carmen miranda em paris

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pizzeria zio totó

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capa | festival brazil

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churrascaria ribeirão

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turbina na b | vol 2

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respiro | O Refeitório Público

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design brasil

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desenho b | futuro sustentável?

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sr móveis

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projeta iluminação

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desenho b | london’s corners - parte 2

inclui mapa destacável de ribeirão preto NOSSA capa montagem: neni almeida | fotos: Kieron McCarron/ Edouard Fraipont/ Fernando Louza/ Ratao Diniz siga a revista B: twitter.com/revistab

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colaboradores

Schelay McCarter se formou em design gráfico pela Universidade de Brighton no Reino Unido. Começou no mercado como designer gráfico e fotógrafa para empresa especializada em tendências no mundo da moda. Posteriormente trabalhou como diretora de arte de moda na loja de departamento Marks & Spencer. Atualmente atua como freelance com design/direção de arte e escritora de moda em Londres. Associada à Universidade de Artes e professora da prestigiosa escola de arte Central Martins College, Schelay leciona o curso Direção de Arte de Moda e Embalagem de Moda. Schelay também escreve em um blog chamado fashiontent (schelay.blogspot.com) além de contribuir para a Komotif, uma empresa de e-commerce especializada em projetos de moda. Schelay acha ótimo fazer parte do time de colaboradores da Revista B e se diz ansiosa para continuar contribuindo em futuros editoriais de moda desta grande revista de estilo. (schelay.co.uk)

Bianca coutinho dias - Psicanalista, estilista, escreve para entender o mundo e sonha em viver dias de paz olhando para o Bósforo. Anda apaixonada pela arte e poesia islâmica e deseja andar pelos bazares, pelas feiras, conhecer o povo festeiro, a arquitetura otomana, os tapetes e voltar inspirada para vestir palavras para um livro e costurar vestidos com poesia. Além de editora de moda e colaboradora cultural da revista B, escreve no seu blog: flordebelalma.blogspot.com

Heloisa Righetto é designer por formação, porém ultimamente tem se dedicado apenas a escrever sobre o assunto para as publicações brasileiras mais legais, principalmente sobre o que está movimentando o mercado em Londres e na Europa. Eventos, exposições, premiações: se é sobre design, ela está lá! Antes disso, foi designer da Tok&Stok. Formada em 2006 pela Universidade Mackenzie, em São Paulo, foi uma das primeiras participantes do grupo Design Possível, que usa o design como ferramenta para melhoria de vida de muitas pessoas.

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nossa galera Ana Brasil é jornalista e não deixa de ser carioquíssima nem morando em Londres há quase dois anos. Na terra da rainha fez Mestrado em Revistas, veículo pelo qual é apaixonada, na University of East London. Também editou a revista JungleDrums e atualmente trabalha com mídias sociais. É fotógrafa amadora e adora viajar, descobrir novos lugares, pessoas e culturas.

Alex Xavier virou jornalista por um erro de cálculo. Achou que podia mudar o mundo e quebrou a cara. Encontrou na cultura, no conhecimento e na relação com as pessoas, o sentido da profissão. Foi editor da JungleDrums em Londres, repórter da CartaCapital e do Terra Magazine, deu furo para o The Observer, escreveu para a Folha de S. Paulo e a Superinteressante. Atualmente é colunista do portal Terra, sub-editor do portal NaturaMusical e publisher do blog Turbina.tk.

Regina Maria a. vieira, terráquea há sessenta e cinco anos, vez por outra extraterrestre por vocação. Escritora, ilustradora e criadora do Programa Sábado Sabido de teatro de formas animadas (sabadosabido.com.br). Há vinte e dois anos desenvolve textos e ações voltados para a conscientização e sensibilização para todas as questões que afetam a vida em nosso planeta. Menos cética do que se imagina, faz da esperança ofício de viver.

Jonas Oliver quem diria acabou em Londres...na verdade como estudante de moda sempre achou que Paris seria o melhor lugar do mundo para estar, mas um belo dia tudo mudou; uma proposta de trabalho em New York e próxima parada!!!! Londres. Hoje seu trabalho pode ser visto em importantes revistas como: Vogue, Elle, Style e outras; viver em Londres é mesmo a melhor aventura até agora; e o trabalho de moda foi com certeza seu maior acerto.


jum nakao

por: Bianca Coutinho Dias | bianca@revistab.com.br | foto Vilma Slomp

Foi num dia cinza entre um café e outro que esperei por Jum Nakao, o estilista que ficou eternizado em meu olhar com seus vestidos efêmeros e seu desejo de fazer poesia. Ele chegou e se fez presença suave, mas derramou em mim um espaço infinito, a partir do qual eu costuro, em sintonia com seu dizer e seus silêncios, esse ‘’ vestido-texto”. Como Jacques Lacan e Roland Barthes, Jum Nakao parece saber que a moda é um discurso que costura o invisível. E, nesse discurso, se eterniza com um inusitado desfile de roupas feitas de papel, numa profusão de volumes e plissados colocados sobre uma malha preta. Assim mesmo, branco no preto, construção da linguagem, texto incorpóreo que se vale do corpo como suporte. A surpresa veio quando, ao final do desfile com mudanças bruscas na iluminação e na música, as modelos rasgam suas roupas de papel. Delírio instalado, Jum consegue o impos-

sível: ressignifica o corpo vestido, instaura o rasgo, o corte, a fenda, a morte, o vazio, o silêncio. As “não cores” do desfile - o preto e o branco - instauraram algo de desconforto na quebra de sentidos que continua ecoando, até hoje, em nossa percepção. Num palco de sentidos prontos – as passarelas da São Paulo Fashion Week - Jum Nakao desconstruiu o sujeito, a imagem e o corpo no contemporâneo, fazendo vibrar a densidade do porvir. E fez isso com só um detalhe, no lugar da algazarra, no circulo midiático em cujo centro brilham as modelos. Provocou e fez com que a moda deixasse de ser apenas uma superfície representacional, passando a ser um feixe de significantes. Muitas outras aproximações entre moda e arte já ocorreram, mas com Jum a dança arriscada tomou forma e contorno. Depois da beleza de Gustav Klimt, que desenhava as mulheres e depois as vestia com vestidos niilistas, do assombro com

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Beuys e sua leitura de pele, dos parangolés de Hélio Oiticica e com aquele corpo-vertigem, chega-se a pensar que nada mais possa comover e causar. Mas Jum Nakao também faz tremer com suas textualidades corpóreas, ressignificadas em relação a propostas de enquadramento. Parece sofrer da mesma doença de Barthes: “Eu vejo a linguagem. Aquilo que eu deveria somente escutar, por uma estranha pulsão, perversa porquanto o desejo aí se engana de objeto, me é revelado como uma visão”. As modelos vestidas de sutileza e delicadeza, saltando em desatino num movimento decidido de rasgar as roupas, de delas se livrar, colocando em jogo, além da imagética, um real do corpo e uma escritura que se assemelha ao discurso de Platão, em que o corpo é também um túmulo que carregamos, peso inerte ao qual estamos acorrentados até o fim, fazem um questionamento de cunho filosófico onde o corpo,

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estilo b

então se torna enigma, radicalidade de cada um, obscura prisão da alma, essa essência etérea que misteriosamente nos anima e que se deu a ver no fim do desfile, além daquele que desfila com passos sinuosos nas passarelas, além daquele que é infinitamente reproduzido.

As modelos rasgam as roupas de papel mas, na verdade, somos nós que nos rasgamos em nossa segurança e nos tornamos corpos em suspensão de significação, cujo sentido está por vir.

Todo o trabalho de construção desaparece diante de olhares incrédulos e provoca uma catarse. Assim, faz-se das tentativas de expressão da angústia a matéria-prima, trabalhando sobre o inacabado, o hesitante, o indizível, o que está em permanente processo, sem pretender acontecer.

Diante do corpo moralizador, dos semblantes altivos e do corpo encarnando a abnegação das cartilhas de cuidados e privações, diante do ideal mais próximo do apolíneo do que do dionisíaco, mais perto do ascetismo que do hedonismo, diante de corpos desenhados, copiados e consumidos como imagens, Jum traz à baila o saber não-sabido, o sujeito movido à sua revelia pelos significantes. O desfile se torna, então, transfiguração de efeitos, justaposições e sobreposições de sonhos e signos, que desconstrói o ideal editado e que permanece longe da imperfeição da viscosidade orgânica. Mostra o corpo - preto no branco -longe dos meros lampejos visuais que pretendem atingir uma pureza imaterial, cuidadosamente afastada de todo lastro carnal. A pureza aqui não é a querer se livrar do lastro da carne e da materialidade “gauche” daquilo que é belo. É a pureza impura de desejar- o salto, o inesperado, aquilo que só se sabe, fazendo, apostando, criando.

O final é o momento do desfile, que se expande e explode em surtos de sentido que redefinem as percepções prontas.

É beleza ética e estética. E é moda de verdade- inventário de recursos teóricos – história, teoria crítica, filosofia da arte,

Num cruzamento de linguagens - moda, performance, escultura, fotografia, vídeo, música e design - Jum desloca o olhar do corpo que é tão somente nudez desalmada, pura pele exposta aos olhares em sua pertinaz ausência de palavras, e resgata a poesia do corpo, poesia que os desfiles de moda frustram com seu discurso rudimentar e amorfo. Em cena a linguagem e suas máscaras. Jum trapaceia com a linguagem para devolvê-la viva, lírica e questionadora, apontando os limites e passagens entre virtual e real.

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jum nakao

semiótica. É onde se encontra a escritura dos vestidos, a literatura no corpo em que se eterniza, se cristaliza e se congela um momento em permanente dissolução. É a metáfora poética, momento onde se consegue capturar a beleza do gesto. E é perigo, é saber, como Augusto de Campos, que poesia é risco. Correr o risco de em suas dobras do invisível, costurar uma outra cena. Com suas esculturas de papel descortinando formas ao infinito, sentimos a roupa em sua potência significante, fazendo ver outra ficção de nós mesmos, entre atos ao mesmo tempo vigorosos e delicados, expressos em folhas de papel. Nas vestes líricas do tamanho do mundo, costura-se o ‘’vestido-texto.’’ Veste-se o papel em branco. Não se acaba nunca de desejar. É preciso recontar, recompor, rasgar. E, disso, extrair sentido. Oscar Wilde estava certo: o mais profundo pode estar na superfície. fotos Fernando Louza | Alexandre Perroca (polaroid)

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banana & banana

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de

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estação b

saint

tropez texto e fotos: Schelay mccarter

Saint Tropez, situada na Riviera Francesa na região de Cote D’Azur, é considerada um destino de férias da moda desde os anos 20. Hoje em dia, “Saint Trop” ainda é conhecida principalmente pelos visitantes extremamente ricos que chegam na temporada de verão acompanhados de seus amigos famosos. As familias Heineken, L’Oreal, Benetton, Alfayed e Peugeot todas possuem casas de veraneio aqui. Habitantes famosos que já passaram por aqui incluem Charles Aznavour, Elvis Presley, Brigitte Bardot e o cineasta Roger Vadim que filmou Bardot em uma praia perto de Saint Tropez quando fazia seu lendário “E Deus Criou a Mulher”. Apesar do fato de ricos e famosos invadirem a cidade no verão, a pesca ainda é uma atividade local. Os barcos de pescadores competem com os iates que majestosamente chegam ao cais movimentado desembarcando suas glamorosas cargas humanas que seguem para gastar dinheiro nos restaurantes, galerias de arte e lojas que disputam a atenção de forma convidativa. Eu cheguei aqui de trem TGV da Gare de Lyon em Paris, quatro horas até a estação de Saint Raphael mais uma hora de carro. Vôos de vários destinos internacionais chegam a Nice, também a uma hora de carro de Saint Tropez. Fiquei hospedada no Pastis, um pequeno e simpático hotel boutique que recomendo. A estrada que margeia a costa tende a ficar congestionada nas horas do rush e no pico da temporada em julho e agosto.

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saint tropez

Boho é a tendência mais forte desta estação, maxi vestidos esvoaçantes dos anos 70 e camisas de comprimento até a cintura com lindas estampas florais estão presentes em todas as lojas, sempre combinadas com o branco, uma cor básica essencial no guarda roupa, refrescante para vestir no sol quente do Mediterrâneo. Veja o meu blog “fashiontent” para mais detalhes.

Os moradores se denominam Tropezians e chamam a sua cidade “Saint Trop”.

Pequenas butiques cheias das últimas novidades competem lado a lado com marcas de designers famosos como Longchamp, Diane Von Furstenberg e Robert Cavalli nas vielas estreitas e intimistas que compõem o centro indo em direção à praça do mercado ou ao mar. Karl Largerfeld tem sua casa de férias aqui como Coco Chanel antes dele.

Mercado da Praça des Licés Eu descobri um maravilhoso mercado em Saint Tropz que vende comida, roupas, antiguidades e arte todas as semanas as terças e sábados.

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por: Jonas Oliver | fashion@revistab.com.br

Photographer: Yoshko Stylist: Francesca Marrota Grooming: Jonas Oliver using mac:pro assistant: Sally ann Nelson Model: Peter Perovic at Mp Models

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lado b

Short sleeve shirt: G YO Shorts: Calvin Klein Leather boots: Harley Davidson Sunglasses: Tom Ford

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lado b

Black washed jeans by Diesel

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lado b

Speedo Swimming by Diesel

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lado b

Cross Necklace by Adrian Morales White trousers from Zara

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lado b

White shirt from Dolce & Gabbana Sunglasses by Tom Ford

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lado b

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Rua Altino Arantes, 753 esquina com Marcondes Salgado Ribeir達o preto - sp tel 16 3235 6016 www.feitoatelier.com.br foto Mariana Martins

mapa 04


ensaio b

Carmen Miranda em Paris! Fotos: r.s.bueno Como Carmen Miranda: Renata Martelli

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carmen miranda em paris

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O Brasil está definitivamente na moda. Após anos ouvindo professores de história dizerem que somos o país do futuro, parece que finalmente o futuro chegou: com a economia estável, um câmbio forte e investidores internacionais cada vez mais presentes, o Brasil tem chamado a atenção de países como os Estados Unidos e a Inglaterra, sendo tema constante na imprensa mundial. Como não poderia deixar de ser, o reconhecimento cultural também faz parte do pacote. Terra do samba e do carnaval, há muito a nação Tupinambá é famosa por suas celebrações e capacidade de transformar qualquer acontecimento em uma grande festa. Assim, pela primeira vez em sua história, o Southbank Centre, um dos maiores centros culturais de Londres dedica um verão inteiro ao Brasil. Com início no dia 19 de junho e término em 5 de setembro, o Festival Brazil traz apresentações de artistas consagrados como Maria Bethânia e Gilberto Gil, performances culturais, workshops e exibições de arte, além da típica culinária brasileira.

festival

brazil O londrino Southbank Centre nunca foi tão verde e amarelo Por ana brasil | foto: divulgação


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Tradição de longa data na Europa, os festivais de música e cultura são a grande sensação do verão, quando as pessoas podem aproveitar especialmente as atrações ao ar livre. O fato de o Southbank ter ido buscar inspiração na cultura brasileira para a edição de 2010 mostra a clara influência brasileira no momento, especialmente após o Brasil ter ganhado o direito de sediar a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. “Das favelas e praias aos arranha-céus das grandes cidades, o Brasil é um dos países mais excitantes na Terra. Nossa meta é encontrar o que está no coração da cultura brasileira hoje e sobre o que o país está pensando e falando, e o que está por trás desta revolução silenciosa dos últimos 20 anos”, diz Jude Kelly, a diretora artística do Southbank Centre: “o festival é uma vibrante amostra da cultura diversa de uma nação, e é o início de um relacionamento contínuo com o Brasil; e já que ambas, Londres e Rio de Janeiro, aguardam as Olimpíadas, é também uma oportunidade de partilhar ideias e planos”. Dando início ao festival, o artista plástico Ernesto Neto inaugurou no dia 19 de junho uma série de instalações na Hayward Gallery. Intitulado “The Edges of the New World”, o trabalho traz um labirinto que ocupa todo o andar su-

Das favelas e praias aos arranha-céus das grandes cidades, o Brasil é um dos países mais excitantes na Terra

perior da galeria, além de esculturas nos terraços do local. Lúdico e extremamente criativo, o espaço convida as pessoas a uma experiência sensorial: é possível caminhar por dentro das instalações, tocá-las e até vê-las de cima, com o auxílio de pequenas escadas. O experimento se torna ainda mais completo com os sons que podem ser produzidos em determinadas obras e com os cheiros provindos de sementes em vários locais. Até o banho em uma instalação externa é permitido.

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festival brazil

fotos: Kieron McCarron

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capa

fotos: Kieron McCarron

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festival brazil

“Queria uma obra não convencional. Quando as pessoas entram em uma galeria de arte, elas esperam ver esculturas. Mas eu queria mais, queria que elas pudessem andar sobre as peças”, explica o artista, que complementa: “as pessoas me perguntam sobre o tamanho das peças que produzo o trabalho que tenho imaginando e desenvolvendo-as; mas a minha vida sempre revolve em torno de criar problemas.

Meu trabalho é sobre os tecidos do nosso corpo, as membranas. É sobre vida

Quero sempre pensar em algo que os outros digam ‘isso não existe, não é possível’ para que depois eu possa criar a peça e mostrar que é possível”. As instalações atualmente na Hayward Gallery foram criadas especialmente para o festival, explorando ao máximo o espaço do local. Neto buscou inspiração no corpo humano para as criações. “Meu trabalho é sobre os tecidos do nosso corpo, as membranas. É sobre vida”, ele diz. De fato, as peças parecem enormes organismos conectados. Desenvolvidas a partir de um tecido elástico transparente semelhante ao nylon, elas formam túneis e pequenas grutas por onde os

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visitantes passam e descobrem detalhes. “A negociação do espaço entre as pessoas é um aspecto fundamental não só no meu trabalho como também na vida. Nós estamos sempre dividindo espaços, doando e tomando um pouco do outro, então é algo que sempre busco abordar”, comenta. Também em 19 de junho foi aberta ao público a exposição “The New Décor”. Contando com a participação de 36 artistas de 22 países, incluindo o próprio Ernesto, a mostra apresenta peças e instalações desenvolvidas para o design de interiores, partindo do

Tempero brasileiro Nenhum festival de cultura brasileira estaria completo sem a verdadeira cozinha tupiniquim. E mais uma vez, o Southbank Centre embarcou com tudo na experiência, adaptando todos os seus bares e restaurantes para acomodar um pouquinho do que vem da terra brasilis. Carnes grelhadas, frango empanado, feijoada, moqueca de peixe, guaraná e muita caipirinha fazem parte dos menus – até um workshop será realizado prometendo desvendar os segredos do drink mais famoso do Brasil. Mas a Caipirinha Cocktail Masterclass, no estiloso Skylon Bar, será exclusiva para membros do Southbank. Menos tradicionais, porém não menos interessantes, xinxim de galinha, bolo de fubá e até o super carioca biscoito Globo serão opções no mínimo democráticas durante o festival, tanto para quem está cheio de saudades da terrinha quanto para os ingleses e estrangeiros ávidos a conhecer a tão famosa culinária típica brasileira.


capa

foto: Elisa Ramos

ponto de vista particular de cada artista e sua relação com a ideia de lar, transformando móveis e acessórios rotineiros de uma casa. Mas não apenas as artes plásticas se destacam no Festival Brazil; música e performances também estão na agenda da casa. O dia 10 de julho leva o samba de Mart’nália ao Southbank; dia 16 é a vez de Arnaldo Antues, que se apresenta também no Brazilian Words, parte do London Literature Festival. Maria Bethânia, uma das principais artistas da MPB se apresenta no dia 17 de julho. Com mais de 30 álbuns lançados, a irmã mais nova de Caetano Veloso é hoje a segunda artista feminina de maior vendagem brasileira, ficando apenas atrás de Xuxa. No dia 18, Os Mutantes tomam o palco, acompanhados de Tom Zé. E encerrando a temporada de grandes nomes, o Southbank Centre recebe em 21 de julho um dos líderes da Tropicália, Gilberto Gil, em seu retorno a Londres para tocar no Queen Elizabeth Hall. Além disso, vários artistas baseados em Londres também se apresentarão, mantendo o samba, a bossa-nova e a MPB uma constante no festival. Diversas performances do grupo AfroReggae estão programadas, assim como workshops de dança, movimento e percussão com o grupo. Brazil! Brazil! completa o time de performances com apresentações circenses, shows de samba e ritmos do carnaval, mestres de capoeira, e muito ritmo. Cinema, design, eventos gratuitos e debates sobre diversos aspectos da sociedade brasileira também farão parte do Festival Brazil.

foto: Patrick Smith

Com a palavra: Brasil Este ano, o London Literature Festival, o festival literário da cidade, também celebra a cultura brasileira, com o programa Brazilian Words. Entre os eventos, uma celebração da obra de Clarice Linspector por seu biógrafo, Benjamim Moser; apresentações de Arnaldo Antunes, dos autores Patrícia Melo e João Paulo Cuenca, e dos artistas gráficos Fábio Moon e Gabriel Bá. Os gêmeos, que se destacam no mundo dos quadrinhos, vão também desenvolver um mural no terraço externo. Há ainda debates sobre os mais diversos temas inerentes à sociedade brasileira, incluindo drogas, gangues, favelas e violência. Grande ídolo do futebol brasileiro, Sócrates é um dos destaques do Brazilian Words. Formado em medicina, mas tendo atuado também como ativista político, escritor, compositor, filósofo, comentarista, e é claro, jogador de futebol, ele conversa com o escritor futebolístico José Miguel Wisnik com mediação de Alex Bellos. O tema da conversa, futebol, como não poderia deixar de ser, é um de seus preferidos. “A identidade nacional brasileira, muito como a inglesa, é associada com sua grande paixão pelo futebol. Dos jogadores de rua aos astros internacionais, o futebol está intrínseco à cultura popular; é a força que une a enorme e diversa população do Brasil”, ele diz, “caracterizado por seu estilo fluido e ritmo criativo de trabalho dos pés, o futebol brasileiro está profundamente enraizado na tradição, tendo evoluído de tradicionais danças africanas como a capoeira e o samba”, conclui. O London Literature Festival – Brazilian Words ocorrerá entre os dias 1º e 18 de julho.

Para o programa completo do festival, acesse festivalbrazil.southbankcentre.co.uk/

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turbina na b

Arcade Fire solta álbum novo em agosto arcade fire | the suburbs

NA ESPERA

O Band of Horses é um quarteto de bons músicos saídos de Seattle que desembacaram na Carolina do Sul. O primeiro CD da banda foi certeiro. Lançou belas canções como The Funeral e Great Salt Lake. O Segundo álbum soou indie genérico de mais e não tirou a banda do lugar. Este terceiro disco que saiu mês passado promete mais. A primeira música, Factory, disponível para download no site da banda, é encantadora, bem elaborada, elegante... uma evolução. Olho no Infinite Arms, promete ser o melhor álbum do Band of Horses.

álbum

O retorno a cavalo e com elegância Band of Horses | Infinite Arms Essa paulistana dona de uma bela voz já tem a chancela de Caetano Veloso. Dividir o palco com Caetano já deve bastar para qualquer músico brasileiro. Mas Karina quer mais. A esta altura do campeonato, ela está em turnê mundo afora com o Thievery Corporation. Quando não está em turnê com eles, está com o Novelle Vague. Ela participou do show dos franceses em São Paulo recentemente. Entre no MySpace de Karina, ela é boa mesmo. Algumas músicas podem te lembrar um pouco a Marisa Monte, mas qual cantora de MPB que começou a cantar depois dos anos 90 não lembra?

Esta é uma das bandas de rock deste século que vão ficar para a posteridade, vão ser idolatradas no futuro. Na Inglaterra e no Canadá (acredito que em outros cantos também) eles já são semi-deuses. O Arcade Fire continua seu caminho rumo ao olimpo com este terceiro álbum, The Suburbs, que será lançado no comecinho de agosto. A banda de Will Butler continua cheia de conceito e criatividade para lançar seus produtos. O site do Arcade Fire, as capas dos álbuns e toda a semiótica que envolve a banda são um primor de design. Mas e as quatro músicas novas? Ouça no Turbina, elas são bem diferentes, aparentemente mais cruas, que as canções do disco anterior, o Neon Bible. Ouça várias vezes, o Neon Bilble demorou para ser assimilado, mas quando caiu nas graças, foi amor eterno.

vol.2

por: alexandre xavier

ouça essas e muitas outras dicas no blog turbina.wordpress.com

Karina Zeviani cantora

música

Só no balancê, balancê The Black Keys | Tighten Up Se o Strokes tivesse influência do James Brown ou o Jack White tivesse um caso com o Lenny Kravitz, o resultado seria essa música nova do The Black Keys. A dupla de Ohio acaba de lançar o sexto álbum de estúdio, Brothers, e acertou com o single Tighten Up. A música tem uma levada forte, e embora dê a impressão de que você já ouviu isso antes, dá vontade de ouvir de novo. No turbina, você escuta Tighten Up na íntegra.

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cantor

O homem mais alto da Terra The Tallest Man on Earth é o codinome do músico sueco Kristian Matsson. Este ano ele lançou seu segundo álbum, The Wild Hunt, e toda vez que toca uma música do disco chamada Like The Wheel, a platéia desaba. Esta música tem só um piano e a voz dele, mas ecoa durante horas na cabeça. E este eco é uma delícia, bem ao contrário daquelas melodias chicletes que impregnam contra nossa vontade. Este sueco tem talento, canta folk com categoria. O Turbina recomenda sem medo de errar.


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desenho b

Futuro sustentável? Um dos conceitos mais discutidos do momento – sustentabilidade – é colocado em pauta na mais recente exposição do Design Museum em Londres

PESSOAS

por: heloisa righetto | desenhob@revistab.com.br | fotos: Martin Descalzi

Mesmo se você não tem uma opinião formada sobre o assunto, ou sequer sabe o real significado da palavra, é muito provável que já tenha lido por aí alguma coisa relacionada a sustentabilidade. Está em voga: até propaganda de banco usa o termo como se fosse criado especialmente para isso. Sim, você sabe que está diretamente ligado com a sobrevivência do planeta, mas aí outras expressões entram em jogo e só aumenta a confusão. Emissão de carbono? “Eco-friendly”? Aquecimento global? E a melhor: o que eu tenho a ver com isso?

sustentabilidade PLANETA

LUCRO

Não é difícil encontrar diversas definições para o tema (Google e Wikipedia estão aí para isso!), mas o mais importante é saber onde e como a sustentabilidade se aplica em nossas vidas. Assim, o Design Museum em Londres montou a exposição “Sustainable Futures”, para mostrar como o design e a arquitetura influenciam a maneira como interagimos com o nosso entorno e também com a sociedade. Não é preciso ser designer, arquiteto ou muito menos entendido do assunto para conseguir compreender o que a exposição quer realmente mostrar: ideias simples que podemos aplicar na nossa rotina corriqueira, mas que podem fazer grandes mudanças no futuro do planeta. Um bom exemplo para ilustrar todo esse conceito é o projeto que a Puma – sim, a marca de sportswear! - tem colocado em prática já há alguns anos, o redesign das embalagens. O último lançamento, a Clever Little Bag, marcou presença na exposição do Design Museum devido ao uso inteligente de material para fabricar a caixa. A empresa chegou a conclusão que, usando 100% de papel reciclado para produzir não só embalagens, mas também etiquetas; 182 toneladas de papel podem ser economizadas em um ano.

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sustentabilidade

E isso é apenas um dos exemplos que estão fazendo com que a Puma desponte nesse mercado tão competitivo, onde os consumidores estão preocupandose cada vez mais com o impacto que seus desejos materiais deixam no planeta. Ecologicamente correto e socialmente justo são duas características mais importantes do rádio Magno, idealizado pelo designer Singgih Kartono em 2008, na Indonésia. A peça – quem além de tudo é super bonita – é fabricada com matéria prima local (o que não implica em solucionar altas logísticas para transporte), que não só é retirada de forma sustentável (permitindo que outras árvores cresçam com as mesmas condições) mas além disso garante o sustento de parte da comunidade. A outra parte trabalha na confecção do rádio, e assim Kartono conseguiu formar uma rede de pessoas independentes do grande centro: tudo que elas precisam para sobreviver está ali, ao seu alcance. Esse projeto nada mais é do que a tradução perfeita do ditado: não basta dar o peixe, é preciso ensinar a pescar. Apesar de a escolha do material correto não implicar em um produto totalmente sustentável, é peça importante do processo de desenvolvimento. Essa simples escolha já se desdobra em tantas outras questões: sua procedência, ciclo de vida, transporte, impacto ambiental quando descartado e muitas outras. Por isso, as vezes é preciso olhar ao redor e reconhecer que coisas tão simples podem ser grandes soluções. Esse é o caso da rolha, ou melhor, da cortiça. Apesar de (ainda!) não receber a atenção merecida, a cortiça é um dos materiais com melhor potencial sustentável, por abranger uma série de características que o tornam aliado do meio ambiente. Já é possível encontrar alguns produtos no mercado, ainda que em fase experimental – fabricados em cortiça. O designer francês Martin Szekely criou uma linha de móveis super funcionais usando esse material, e com isso espera estudar ainda melhor sua qualidade. A princípio é possível afirmar que as expectativas estão sendo atendidas – agora fica a cargo das empresas e de outros designers usar a cortiça ainda mais e reinventá-la de forma inteligente, como só bons profissionais conseguem. Uma outra prova de que o design pode sim “salvar” o mundo é sua influência em setores totalmente inusitados, como alimentação. No caso da exposição, podemos citar dois exemplos distintos. O primeiro é mesa de centro Local River, do designer Mathieu Lehanneur, em colaboração com Anthony Van den Bossche. A ideia, apesar de causar controvérsia principalmente entre os adeptos da cultura vegan,

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desenho b

é bastante interessante: cultivar seu próprio alimento diminui consideravelmente o impacto ambiental que deixamos no planeta a cada vez que fazemos uma refeição. Essa fazenda “faça você mesmo” funciona com a ajuda de uma pequena vegetação, que tem a missão de purificar a água – ao extrair nutrientes do lixo produzido pelos peixes – e manter o balanço vital do ecossistema. Já a segunda proposta, projeto de Jochem Faudet, é mais próxima da realidade. Grow Your Own é uma pequena estufa para o cultivo de vegetais mesmo em pequenos espaços. O objetivo é também reduzir o tempo dedicado ao cuidado das plantas, já que a estufa vem com um sistema que recolhe e armazena água da chuva, e uma bomba é automaticamente acionada quando a água precisa ser distribuída. Apesar de aparentar simplicidade, a estrutura tem bastante tecnologia, já que conta também com um sistema de ventilação e controle de temperatura, o que permite que os vegetais se adaptem ao sistema independente do local onde a estufa está situada. As plantas são destaque também no purificador de ar Andrea, outra criação de Mathieu Lehanneur. O funcionamento do produto se dá devido a capacidade de certas plantas - gérberas, por exemplo – de filtrarem o ar e purificá-lo pelas folhas e raízes. Pode parecer supérfluo, mas no nosso dia a dia e dentro das nossas casas estamos a mercê de componentes tóxicos que não sabemos nem que existiam. Para se ter uma ideia, uma mesa de madeira libera, durante sua vida útil, gases provenientes dos fungicidas. Isso sem citar as toxinas encontradas em produtos de limpeza e objetos feitos de plástico. E então, o design pode mesmo fazer a diferença? Certamente, mas talvez a questão mais plausível seja para nós mesmos: o que podemos fazer, individualmente e como consumidores, para ajudar o todo? “The best way to predict the future is to design it.” Buckminster Fuller Sustainable Futures | até 05/09/2010 no Design Museum | Londres designmuseum.org

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Projetos Iluminados | 42


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Versatilidade da luz | São vários cenários em um só ambiente, luz ideal para cada modalidade de aula.

Magia do azul | Uma nova concepção nos grandes centros fitiness, o azul estimula a liberdade, a sociabilidade, o companheirismo, além de ajudar na restauração das energias.

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desenho b - decoração

Few and Far Como sugere o nome, a Few and Far oferece produtos para o seleto grupo de pessoas que tem orçamento ilimitado para decorar a casa. A coleção de móveis, de designers e artesãos europeus, tem cores claras e design clean, é elegante e contemporânea.

242 Brompton Road London SW3 2BB fewandfar.net

Ben Pentreath & The English House

LONDON’S

CORNERS parte 2 TEXTOS E FOTOS: heloisa righetto

Mostramos aqui a segunda parte da nossa excursão pelos pontos mais legais de Londres quando o assunto é decoração. De Islington a Russel Square, nossa empreitada conheceu mais alguns “hotspots” com exclusividade para a B! E já que a libra não está tão forte, por que não fazer algumas comprinhas?

Especializada em complementos de decoração e presentes, a Ben Pentreath é um achado nas charmosas ruas nos arredores da Russel Square. Quadros, velas, vasos, castiçais e almofadas muito bem selecionados estão a disposição para clientes que realmente pensam em todos os detalhes da decoração. Dividindo o mesmo espaço, está a The English House. Luminárias para áreas externas e internas, fabricadas em metal e com desenho simples e clássico fazem parte da coleção da loja. Manufaturadas em Cambria, no norte da Inglaterra, são idelaizadas pelo proprietário e designer Charles Morris. Todas as peças – pendentes, arandelas, luminárias de mesa e de piso – são pensadas para obterem o melhor uso do material, porém sem perder a característica clássica. 17 Rugby Street London WC1N 3QT benpentreath.com theenglishhouse.co.uk

Smug A Smug é aquele tipo de loja que faz você se sentir em casa, com produtos minunciosamente selecionados pela proprietária, Lizzie. Almofadas, pratos, copos: há uma variedade imensa de objetos lindos e geralmente bem femininos. A vizinhança é também um passeio a parte, afinal lojas de antiguidades e brechós dominam essa ruzinha de Islington, no norte da cidade. 13 Camden Passage London N1 8EA ifeelsmug.com

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Av. Saudade, 957 | ribeirão Preto - sp | tel 16 3234 6957 | Estacionamento com acesso à loja – Rua Ceará, 1080


house

a beleza dos arranjos donaflor publicada na edição 3

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FOTO: Eduardo Zoroastro

UM CENÁRIO URBANO CRIADO NOS ESTÚDIOS KAISER, FOI PALCO DA FESTA 10

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ANOS POLO AD – UMA REALIDADE SUSTENTÁVEL. UMA NOITE ESPECIAL QUE BRINDOU A TRAJETORIA DE SUCESSO DA ASSOCIAÇÃO E A PARCERIA EFETIVA ENTRE AS 34 EMPRESAS ASSOCIADAS, ARQUITETOS, DECORADORES E ENGENHEIROS. AO SOM CONTAGIANTE DA BANDA RODHANNA, OS EMPRESÁRIOS ASSOCIADOS PARABENIZARAM E PRESENTEARAM 20 PROFISSIONAIS COM O TROFÉU DESTAQUE 2009, ESPECIALMENTE DESENVOLVIDO PELO ARTISTA PLÁSTICO carlos rezende.

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polo ad Valéria Armindo

os grandes premiados da noite: Cristina Salomão, Sérgio Coelho, Mônica Ciconelli, Paula Cecchi e Wilnes Tórtoro

Ray Saraiva, Inês Aquino, Amália Faleiros e Stélio Robusti Joina Nonino

Gisela e Marcos Mazzer

Adriana e Rogério Barizza Cristiane Maluf e Carlos Alberto Braghetto

ângela Titoto e Sérgio coelho

Mirian Bianchi, Sandro de Souza, João Mansano e Elaine Criscuolo

Guga Loures e Maria Tereza Loures Antônio Betarello e Fátima Brandani

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Alessandro da Matta

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PROFISSIONAIS

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BANDA RODHANNA

ÂNGELA TITOTO • 16 3043 3386 ARQTE ARQUITETURA E INTERIORES; Guga Loures e Maria Tereza Loures • 16 3621 4032 BRANDANI & BeTARELLO; Antônio Betarello e Fátima Brandani • 16 3941 6136 CRISTIANE MALUF BRAGHETTO • 16 3911 3701 CRISTINA SALOMÃO • 16 3623 4369 DULCE DE FIGUEIREDO FERRAZ • 16 3623 5530 GISELA BENINTENDI MAZER • 16 3623 1017 JOINA NONINO • 16 9761 8070 LUCIANA STECCHINI • 16 3441 1450

Dulce de Figueiredo Ferraz e João Carlos de Figueiredo Ferraz

LUIZ GERALDO AMARANTE AVELINO DA SILVA • 11 3082 3533 MÁRCIA OKAMURA • 16 9119 9041 ROGÉRIO BARIZZA • 16 3911 4369 SéRGIO COELHO • 16 3623 7227 TÂNIA SOBREIRA • 16 3610 5949 VALÉRIA ARMINDO • 16 3931 33 59 WMP ARQUITETURA AMBIENTAÇÃO; WILNES TÓRTORO, MÔNICA CICONELLI E PAULA CECCHI • 16 3904 8305 FOTOs: gian Biancuzzi e Eduardo Zoroastro

Rolando Tozo Jr, Licínio Costa, Aldo Jordão Jr. e Marcelo Carvalho

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arte b

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hélio oiticica

por: Bianca Coutinho Dias | bianca@revistab.com.br fotos: Edouard Fraipont

Hélio Oiticica nasceu e morreu no Rio de Janeiro (19371980). A história de sua proposta vivencial da arte teve início com um processo experimental, com o grupo Frente, núcleo do concretismo carioca que tinha como membros, entre outros, Ferreira Gullar, Lygia Clark, Lygia Pape. Foi um dos fundadores do grupo Neoconcreto, em 1955. Sua inventividade não se deu apenas no campo das artes plásticas. Fez filmes, vídeos, manifestos. É dele a criação do termo “tropicália”, nome dado a um penetrável – essas estruturas labirínticas no espaço, construídas de modo a serem penetradas pelo espectador que, ao desvendar-lhe a estrutura, mas que acaba também por desvelar novas semânticas de si mesmo. Espaços, vazamentos, placas de cor, que se sucedem uma após outra, até chegar a um centro, o ápice do labirinto, onde o enigma faz dançar, interroga, dialoga, intriga. O penetrável Tropicália de Hélio, não só inspirou o nome, mas também ajudou a consolidar a estética de um movimento que se fez mais visível na música brasileira, nos anos 1960 e 1970, mas também em diversas outras manifestações artísticas.

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arte b

Da imersão no manifesto neoconcreto, passando pelos metaesquemas, ele pretendeu limpar o quadro da cor e se deslocou para um trabalho mais claro e com mais acuidade. Quando foi levado ao morro da Mangueira pelo escultor Jackson Ribeiro, teve um contato diferente com o corpo e descobriu que esse corpo dançava e se movimentava no ambiente. Disso, levou ao extremo a vitalidade do diálogo arte-moda-rua com suas obras de vestir, que ganham sentido ao se apoderar de corpos que a levam. Pinturas de dançar. A experiência com o samba, a descoberta dos morros e da arquitetura orgânica das favelas, levaram o artista àquilo que Paola Berenstein chamou de “sentidos errantes” – perder-se na experiência cotidiana e na poesia das ruas, das coisas inacabadas e dos terrenos baldios. Assim em fluxo e sem destino certo, Oiticica encontrou a ‘’ginga do corpo’’, a que ele chama de “corpo aerado”. Aí se deu o encontro com o parangolé – capa, bandeira ou estandarte que precisa dos movimentos de alguém que o vista para que se mostre plenamente, com suas cores, tons, formas, texturas. É, por assim dizer, escultura móvel, pintura viva e ambulante. Em suas próprias palavras, a “antiarte por excelência” - manifestação que o levou a declarar que a era do fim do quadro estava definitivamente inaugurada, e a pensar que a dialética que envolve o problema da pintura avançou, e já não é mais possível aceitar o desenvolvimento dentro do quadro, pois este já se saturou. Assim, como grande provocador, instaurou um ponto de viragem para o corpo, antes estático, e agora participador. Corpo-quadro, corpo-obra viva, que não é a morte da pintura, mas é, segundo ele, a sua salvação, pois a morte mesmo seria a continuação do quadro como tal, e como suporte da pintura. Somos convidados pelo artista a encontrar esse corpo, atravessado pelas coisas do mundo, numa arte sustentada na participação do espectador. Não se impõe um acervo de ideias acabadas e prontas, mas a procura pela descentralização da arte, pelo deslocamento do que se designa como arte, fazendo experimentar a criação e dela extrair um sentido radical e único, com a derrubada de todo condicionamento para a procura da liberdade individual (de uma verdade construída na narrativa sob e sobre a obra), uma verdade que ultrapassa a mera contemplação das obras e mistura os sentidos, indo de encontro à afirmação de Merleau-Ponty, de que nossa percepção verdadeira só se dá por meio dos cinco sentidos. E é vivendo, penetrando, tocando, sentindo o brilho, o movimento, a textura, pisando, entrando em profundo contato com a obra revigorante de Hélio Oiticica, que encaramos a beleza, a vastidão e o devir que é potência, e entramos na dimensão sensível da vida que é múltipla, única, terrível e bela.

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hĂŠlio oiticica

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arte b

Mário Pedrosa definiu poeticamente como ‘’exercício experimental da liberdade’’ a derrubada de todo condicionamento para a procura da liberdade individual, através de proposições cada vez mais abertas, visando fazer com que cada um encontre em si mesmo, pela disponibilidade, pelo improviso, sua liberdade interior, que faz oposição à arte pronta e dada. Assim é a arte de Oiticica: para ser vivenciada, olhada por dentro. Num penetrável com areia e pedrinhas sintetizando a experiência da descoberta da rua, andamos no espaço urbano e em territórios insondáveis, que estavam à espera para serem desvendados. Podem ser recipientes cheios de pigmentos, um vidro com conchas, areia- pedaços da cidade espreitando o espaço, à espera de pessoas que, com eles, despertem experiências estéticas. Com seus bólides, esses recipientes simples – caixas, sacos, latas, bacias - com diferentes materiais, elementares e manipuláveis, ele induzia à experimentação. O bólide “lata-fogo” mostra que a lata pegando fogo não precisa estar dentro de um museu para se tornar arte. Ela está no mundo, na vida. E é arte porque toca. O artista prevê algo, mas a obra se alastra para mil outras possibilidades de sentido, expande e comprime. E o artista nunca sabe ao certo o que resultará da obra, pois tudo vai depender de quem participa dela. Assim, fazer arte é como estar sempre no limiar da aposta. O museu é o mundo, a experiência cotidiana. Vestir o corpo de arte e fazer dele suporte representacional é transitar entre os domínios do real, imaginário e simbólico, penetrar o fantástico e o absurdo. A arte da vida consiste em fazer da vida uma obra de arte. Ela está no dia a dia, na apropriação das coisas do mundo. Seu diário é o documento vivo de suas ideias cheias de fogo e tensão. E eis o mundo de um artista que se arriscou e apostou mais na sensibilidade e na poesia do que na intelectualização, coisa que ele dizia dificultar a ascenção ao sublime. Para Oiticica, só o encontro com o sublime pode fazer com que cada um encontre em si mesmo - pela disponibilidade, pelo improviso - a pista para o estado criador. Na dimensão do ato do espectador é que se dá a arte. Na força de tocar e sentir o eternamente móvel, transformável, delirante, plural e nômade da existência é que se cria.

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hélio oiticica

Com curadoria de Fernando Cocchiarale e César Oiticica Filho, a mostra MUSEU É O MUNDO, com quase 120 obras de HÉLIO OITICICA, e que esteve em cartaz no Itaú Cultural, na cidade de São Paulo, mostrou trabalhos representativos das linguagens e suportes inventados pelo mais criativo e revolucionário artista de seu tempo.

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da fiore

Pomodoro Paradiso - Tomate seco com coração de alcachofra ao pesto

COPERTO - Melangela, Sardela ,Caponata, Azeite Extra-virgem e azeitonas marinadas

fotos: wagner abrahão junior

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da fiore

composta por diferentes ingredientes,

a Caponata é considerada elemento da alta gastronomia, uma tradição italiana enriquecida pela variedade de antepastos que dão um sabor especial para o início da refeição. Para aguçar o apetite, os antepastos italianos, geralmente acompanhados de pão fresco e vinho, valorizam principalmente o sabor dos vegetais, reforçado com o azeite de oliva extra virgem. Com iguarias tradicionais selecionadas, o restaurante Da Fiore segue a culinária italiana enriquecendo seus cardápios com os sabores inovadores dos antepastos, que oferecem ao paladar uma saborosa preparação para as refeições.

Bruschetta Gourmet - fatias de pão italiano com tomates picados, manjericão e presunto cru

PROSCIUTTO E MELONE - Presunto de Parma à melão e rúcula

A Chef Tatiana Bifulco apresenta a tradicional receita italiana servida no Da Fiore Ingredientes • 02 berinjelas grandes cortadas em cubos com casca • 01 pimentão vermelho em cubos • 01 cebola grande • 03 colheres de sopa de azeitonas em rodelas • 03 colheres de sopa de passas sem sementes • 05 dentes de alho amassados e picadinhos • 02 colheres de sopa de açúcar mascavo • 02 colheres de sopa de vinagre de vinho tinto-azeite • sal e pimenta-do-reino. MODO DE PREPARO Lave as berinjelas, corte em cubos e polvilhe com sal e deixe escorrer por uma hora. Pré –aqueça o forno a 180 graus. Em uma assadeira disponha os pimentões, a cebola, o alho, as azeitonas, as passas e as berinjelas, todos cortados em cubos. Em um recipiente faça uma mistura com o açúcar mascavo, vinagre, azeite (uma xícara), sal e despeje sobre os legumes. Misture e leve ao forno coberto com papel alumínio por aproximadamente 45 minutos. Verifique o tempero.

AV. INDEPENDÊNCIA, 2165 Ribeirão Preto - sp tel 16 3621 0080 / 3621 0083 Cucina Terça à sábado 12h às 15h - 19h às 00h domingo 12h às 16h Gelato - coffé terça à sábado 12h às 01h domingo 12h às 23h WWW.DAFIORE.COM.BR mapa 10

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ESPAÇO CRAVO E CANELA

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ESPAÇO CRAVO E CANELA

com açúcar, com afeto fotos: wagner abrahão junior

Há 15 anos, a Cravo e Canela iniciou suas atividades em Ribeirão Preto. Uma proposta recheada com as delícias da confeitaria tradicional e a inovação da suave mistura dos sabores. Rapidamente, a variedade de bolos e o sabor único de cada receita, transformaram a Cravo e Canela na mais deliciosa referência do mercado, incentivando ainda mais o desenvolvimento de novas técnicas e cardápios, que desde de 2005 são degustados no Espaço Cravo e Canela, ambiente agradável que oferece o aconchego das casas mineiras de estilo Colonial. Hoje, a mesma qualidade que projetou a excelência do sabor da confeitaria Cravo e Canela, é ingrediente fundamental em todos os cardápios especialmente desenvolvidos para o café da manhã, brunch, almoço, chá da tarde, buffet empresarial, jantar, além do buffet residencial, acompanhado por toda a estrutura de serviço. Tudo isso sem perder os diferenciais do Espaço Cravo e Canela, que em uma atmosfera descontraída e sofisticada trabalha com encomendas de bolos, salgados e tortas, e também, organiza e recebe diferentes eventos, com o atendimento especial da casa, para até 70 pessoas. Além dos cardápios fixos, a empresa sempre cria algo diferente para atender e surpreender as expectativas do evento de cada cliente.

rua altino arantes, 840 Ribeirão Preto - sp tel 16 3234 7882 / 3234 7881 Horário de funcionamento: segunda a sábado 9h00 às 19h00 domingos e feriados 9h00 às 13h00 mapa 11 59 |


pizzas finas

buon APPETITO! Receitas apetitosas, massas finas e surpreendentes sabores, para paladares que apreciam a tradicional gastronomia italiana, tipicamente deliciosa.

pizza Peperoni: mussarela, manjeric達o e peperoni Francesa: mussarela, presunto, champignon, catupiry e azeitonas pretas fatiadas


pizzeria zio totó

Pizzaria Zio Totó Senador Av. Sen. César Vergueiro, 1185 tel 16 3623 8978 | 3623 3377 de segunda a domingo a partir das 18h30

Pizzaria Zio Totó Boulevard Rua Mal. Deodoro, 1264 16 3635 86 06 | 3636 5415 de terça a domingo a partir das 18h30

Trattoria e Pizzaria Zio Totó Diederichsen Av. Antônio Diederichsen, 728 16 3623 0419 | 3620 4604 de terça a domingo a partir das 11:00h almoço e 19:00h jantar

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Rodízio dos melhores cortes e sabores Para quem gosta de saborear a boa carne, um rodízio é uma ótima escolha. Carnes com espessuras generosas ficam ainda mais saborosas preparadas no tradicional churrasco.


AVENIDA PRESIDENTE VARGAS, 1100 jardim sumaré, Ribeirão Preto - SP tel 16 3911 9513 www.churrascariaribeirao.com.br mapa 13 fotos: wagner abrahão junior


O Refeitório Público texto e ilustração: regina maria amorim vieira | respiro@revistab.com.br


respiro

Por léguas arrastava uma fome grande, de alma. Pensou - alma - guizo no pensamento, sofismou - mas afinal, que vem a ser uma alma? À porta de parede gasta nos amarelos que fora, um senhor toma como se para si a pergunta: - Ora, alma... alma é o vazio em que nos vemos metidos desde sempre, aquilo que nunca em nós se farta ou sacia. Deixe estar, o amigo não se amofine, é só uma palavra. Que fique como fique e basta. Agora, por favor, queira entrar. Longe demais para sentir-se cansado, o da fome, entrou. Fechouse-lhe às costas a bocarra da porta e suas dentadas podres. Estava no refeitório público e cá e lá sentavam-se aos magotes, os esfomeados de toda a sorte ou da má sorte. Banco tosco para tosca ossatura, uns olhos d´água fitavam azul. Tinham fome... era tanta a fome! Fome de esperança era a fome dos tais. Uma esperançazinha assim de nada, fosse um jeito de mão, um pé a valsar, um convite tímido feito à socapa, pressas de não se arrepender. Panelas reviradas, olhos de colher, volúpias na saliva que esperança fria não serve, não alimenta, faz-se falta. Distrações e, já um astuto indivíduo tomava para si, num abanar-se de asas, as mãos de outro: - Como vai esta força, amigo velho? Que venha um abraço! Este, por fim, comia. Era de cumplicidade sua fome antiga, por raro achar-se um bocado de tal especiaria, o bom conversar amenidades, lembranças tecidas nos afins, consertos para velhos relógios. Para além da dita cena, uma qual de esquálida alma, esquecida de metafísicas, consolava um prato cheio de relevâncias suas e de outros tantos. Elas, as relevâncias, tresandavam certezas posto que saídas do forno agorinha. Boca cheia, mastigavam: - se amo, amado sou; se ouço, quero cantar; se danço, solto-me a rodar; se rodo, vou tontear. Risadas de lua a sonorizar as paredes nuas do refeitório público, tão vestido de bastar-se à fome alheia.

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Acolhia-se em meio à turba famélica, um trapo vermelho e cinza dita uma mulher que, por um gozo trazia cheia d´água a boca murcha. Não queria um gozo requentado em lençóis enxovalhados de pena, nem tampouco, um gozar sibilino e lilás a dilatar artérias rompendo diques de pedra. O dela, o gozo, era por bem que fosse e teria que ser, uma aurora boreal, um sol da meia-noite, um pleno de vida a dar-se toda no despudor, possuída na vulva entardecida. Por inconveniências que dessem por aí, bem ao lado, em quina de janela camba, um pequeno punha fim à fome secular de ternuras ao tempo. Era-lhe servido em canjiquinhas de loiça, leite amornado em aconchegos de mãe, sem hora ou pressa para pôrse à termo, longo e sereno como já não se assam nas cozinhas do mundo. Lambia-se todo, açucarava-se o pequeno. Um magrito, gravata torta ao pescoço fino, aguardava que lhe servissem alguma dedicação, atenção merecida. Lia versos e tinha urgentíssima fome de ouvintes atentos e solidários que mais houvessem de suas tantas filosofias. Apetecia-lhe os finos biscoitos das delicadezas do silêncio. O chá ambar dos tristes a dar marés às xícaras translúcidas quais lágrimas moribundas de poesia e tédio. Eu, alongado tempo, mal apoiado ao desconforto de estar dentro em mim, preso, como de fato pareço ser, à parede do refeitório público, quadro torto de prego entortado das horas, observo aqueles que cá estão e as fomes daqueles e coisa e tal que a mim parecesse, ponho-me qual o faroleiro a lançar luz ao encapelado do mar, eu próprio um entre os náufragos, mas afinal, que fome trago eu? De que fala a mim essa gastura sentimentalóide a fazer-me água às narinas e secas às lágrimas? Pena, talvez, dos que como eu, têm fome d´alma, aqueles, os dos desvãos do refeitório, dos cantos, do estar-se rente às paredes frias e úmidas tra-

zendo o estômago à mão, vazio, oco, farto de nada. Afasto-me. Estou ainda com fome, esfomeado como sempre. Sou eu e não sei quem sou, sou o que sinto quando sinto uma qualquer coisa que seja, nada a saber de mim, dos muitos que sou, apartei-me, deixei-os entregues às suas fomes que são minhas. Por todo o inútil correr das horas estive e não estive no refeitório público, esfaimado como um cão abandonado de si, obsessivo como um gato ao pé do lume, carreguei a fome que faz-se minha e não deram por mim, desperceberam-me como se invisível eu fosse, como se não roubasse espaço deste mundo frio e vasto. Não deram por mim os distraídos, ocupados de si ou de coisa outra que suas fomes não fosse. Mas, e eu? A insana fome que carrego na algibeira pesa e faz furos ao fundo do que sou ou penso ser. Esta minha tal vontade que é fome para a boca vazia de dentes. Minha fome de pôr-me sempre ao canto, sem esbarro de gentes, sem acordo de compasso com outros que não eu, de estar a falar sozinho às paredes e não responder porque perguntas não as há. No refeitório público, quando lá entrei, queria só um prato quente de ser eu visto por toda a gente e festejado e amaldiçoado como um bruxo ou um louco que fosse, mas, esperado por fim, à porta da casa e tocado de dedos e troca e pois existir, existir de fato e à conteste. Mas eu sequei-me ao canto como uma vassoura velha atrás da porta que ninguém fechou. E pronto, está feito e assim é. Deixei o refeitório público levando a fome comigo. Um cão esfanicado passa, não me vê. Sei que tudo segue como dantes. Também o cão, também eu e a fome de pontudos dentes a espetar fundo dentro das gentes. Regina Maria Amorim Vieira


editorial

MAS QUE BELEZA A exposição constante da “bandeira brasileira” mundo afora, vai traçando a forma de um produto cultural tipicamente nacional, o Brasil. A arte de brasileiros como Jum Nakao e seu desejo de fazer poesia com a moda na costura do invisível, eternizou mais um estilo. O verde e amarelo surge como forte tendência, encantando O SOUTHBANK CENTRE, um dos maiores centros culturais de Londres que organiza o Festival Brazil, iniciado no dia 19 de junho com a apresentação das instalações na HAYWARD GALLERY do artista plástico Ernesto Neto. A brasilidade, hoje reconhecida internacionalmente, há tempos já é fonte de inspiração para a inventividade de artistas como Hélio Oiticica que ajudou a consolidar a estética do importante movimento cultural Tropicalismo. Lourenço Tarantelli

A revista B (ISSN 1809-937X) é uma publicação bimestral da Neni Design Comunicação Visual Ltda-ME Editor Lourenço Tarantelli - jornalismo@revistab.com.br Diretor de arte neni almeida - arte@revistab.com.br Projeto gráfico e editoração Neni Design | Redação Lourenço Tarantelli | editor lado b jonas oliver | editora estilo b Bianca Coutinho Dias | editora desenho b heloisa righetto | Colaboradores alexandre xavier, ana brasil, regina maria amorim vieira e Schelay mccarter | Consultora jurídica Karine Vieira de Almeida OAB/SP 214 345 | Jornalista responsável Lourenço Tarantelli MTB:42-783 | Impressão são francisco gráfica e editora

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A - PRAÇA XV DE NOVEMBRO Marco de referência histórica e geográfica, localizada na região central da cidade. A praça foi tombada pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo), junto com o Quarteirão Paulista. A - QUARTEIRÃO PAULISTA Tradicionalmente conhecido, é formado pelo conjunto arquitetônico que abrange o Theatro Pedro II, o prédio do antigo Palace Hotel e o Edifício Meira Júnior, onde funciona o Pinguin II. A - THEATRO PEDRO II Rua: Álvares Cabral, 370 Fone: 16 3632-0757 A reforma da estrutura do prédio, a modernização das instalações e o restauro das características arquitetônicas originais recuperaram o Pedro II e ampliaram suas funções, transformando-o no 3º maior teatro de ópera do país em capacidade de público. B - MARP - MUSEU DE ARTE DE RIBEIRÃO PRETO Rua Barão do Amazonas, 323 Fone: 16 3635-2421 Inaugurado em 1992, com um perfil voltado à arte contemporânea, apresentando várias exposições de representativos artistas brasileiros. B - PALÁCIO RIO BRANCO Praça Barão do Rio Branco Fone: 16 3977-9000 Inaugurado em 26 de maio de 1917, o Palácio Rio Branco abriga o Gabinete do Prefeito e a Secretaria de Governo.

C - CATEDRAL METROPOLITANA Praça das Bandeiras Fone: 16 3625-0007 Em estilo romântico e linhas góticas, destacam-se os vitrais coloridos no seu interior, os afrescos pintados por Benedito Calixto que datam de 1917. A Catedral Metropolitana de São Sebastião de Ribeirão Preto está localizada na Praça das Bandeiras, região central da cidade. C - FEIRA DE ARTE E ARTESANATO De sexta a domingo, das 7 às 22h Praça das Bandeiras Com participação de mais de 150 artesãos de Ribeirão Preto e Região, a feira oferece uma grande variedade de produtos em cerâmica, couro, metais, vidro, adorno pessoal, louças, porcelana, fiação, tecelagem, flores desidratadas, arranjos em palha, vasos, tecidos etc. D - GALERIA DE ARTE A CÉU ABERTO Todos os domingos, das 9 às 14h Praça Sete de Setembro Aproximadamente cem artistas plásticos de Ribeirão Preto e região expõem e comercializam suas obras, promovendo o encontro da população com a arte. fonte: Prefeitura Municipal

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