edição contemporânea
nós curtimos muito fazer a revista B e nessa edição especial contemporânea, convidamos você para curtir também, criando a capa perfeita para a sua cópia. sinta-se à vontade para desenvolver sua arte e envie para nós através do email cover29@revistab.com.br, que iremos publicá-la na revista b online! - divirta-se!
ano 6
29 Rodini DonaFlor Wall Works Celmar Móveis Planejados Projeta Iluminação Caderode Conceito Iluminação Polo AD
sumário #29
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estilo b | Haifa - 50 anos de moda
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Arquiteto Ricardo Dorascenzi
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lado b | fetish dolls
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conceito iluminação
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capa | arte contemporânea
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polo ad
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estação b | camille claudel
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respiro | entreato
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cultura b | LOUISE BOURGEOIS
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ensaio b | lomografia
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wall works
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desenho b | donna wilson
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Celmar Móveis Planejados
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projeta iluminação
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caderode
siga a revista B: twitter.com/revistab
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desenho b blog | foodesign
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inclui mapa destacável de ribeirão preto NOSSA capa Dan Colen | Meet Me Around the Corner 2007 Esmalte em placa 142 x 107 cm cada placa para mais conteúdo acesse: revistab.com.br
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foto: Iris de Oliveira
surpreendente, Ăşnica! rua sete de setembro, 1334 | ribeirĂŁo preto - SP | tel 16 3610 6821 | www.donaflor.com.br | donaflor@donaflor.com.br | mapa 02
colaboradores
Bianca é editora cultural da Revista B, escreve sobre moda, cultura e arte, é curadora de conteúdo do portal B, estudou história da arte na faap, acredita que a estética humaniza e também pode ser uma ética. Leva a vida apostando em coisas delicadas, abrangentes e cheias de potência transformadora e acha que Freud e Lacan mudaram o rumo da história. Escreve em várias revistas e mantém um blog: www.flordebelalma.blogspot.com e costura vestidos aqui: www.vestidoscompoesia.com.br Heloisa Righetto é designer por formação, porém, ultimamente tem se dedicado apenas a escrever sobre o assunto para as publicações brasileiras mais legais, principalmente sobre o que está movimentando o mercado em Londres e na Europa. Eventos, exposições, premiações: se é sobre design, ela está lá! Antes disso, foi designer da Tok&Stok. Formada em 2006 pela Universidade Mackenzie, em São Paulo, foi uma das primeiras participantes do grupo Design Possível, que usa o design como ferramenta para melhoria de vida de muitas pessoas. Jonas Oliver quem diria acabou em Londres... na verdade como estudante de moda sempre achou que Paris seria o melhor lugar do mundo para estar, mas um belo dia tudo
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mudou; uma proposta de trabalho em New York e próxima parada!!!! Londres. Hoje seu trabalho pode ser visto em importantes revistas como: Vogue, Elle, Style e outras; viver em Londres é mesmo a melhor aventura até agora; e o trabalho de moda foi com certeza seu maior acerto. Júlia Frate Bolliger mal tinha se formado em jornalismo em 2009 e já estava de malas prontas para ir para Londres. Lá ficou seis meses e escreveu para a revista JungleDrums e para a Folha de S. Paulo. Louca por jornalismo cultural, seu TCC foi um livroreportagem sobre a relação do cinema e das artes visuais. De volta ao Brasil, depois de alguns meses freelando, em 2011 passou a integrar a equipe de Comunicação da Fundação Bienal, onde fica em contato com a arte contemporânea o tempo todo. E adora! No tempo livre, colabora com a Revista B!, canta quando pode e é agente de viagens. Regina Maria a. vieira, terráquea há sessenta e cinco anos, vez por outra extraterrestre por vocação. Escritora, ilustradora e criadora do Programa Sábado Sabido de teatro de formas animadas (sabadosabido. com.br). Há vinte e dois anos desenvolve textos e ações voltados para a conscientização e sensibilização para todas as questões que afetam a vida em nosso planeta. Menos
cética do que se imagina, faz da esperança ofício de viver. Renato Loose é jornalista por formação e designer por especialização. Já ilustrou para a Istoé Dinheiro e para publicações do grupo Terra. Também já “vestiu” apresentadores da MTV com estampas criadas para marcas que fazem parte do acervo da emissora. Coleciona câmeras antigas, imagens granuladas e não usa Instagram. Em 2010 formou com a mulher, a designer de moda Carolina Loose, o site Binóculo, uma mostra de referências compartilhadas e experiências gráficas. Vânia Claudia Spoti Caran, amante da cultura desde a infância, fez teatro e dança estimulada por sua professora autodidata em sua comunidade (São Simão), desde então não seguiu a vida artística, mas procurou seguir os ideais que rege sua paixão pela educação e cultura, assim formou-se em duas profissões para propagar estes princípios, é assistente social e professora universitária, hoje atua como coordenadora do Núcleo de Responsabilidade Social na Agroindústria , Professora Adjunta no Centro Universitário Barão de Mauá, e Professora colaboradora na Universidade de Franca, segue Doutorado em Ciências da Saúde Na USP de Ribeirão Preto e desenvolve sua linha de pesquisa utilizando a História de Vida.
Haifa
“A exposição Haifa - 50 anos de moda surgiu de um desejo pessoal dos filhos Fida Aude, Mariana Aude Jábali e Iskandar Aude no intuito de documentar a produção da mãe e celebrar a consolidação de mais uma etapa. Marcado pela solidez da família, este endereço testemunha a sobreposição dos tecidos, dos filhos e netos, das agulhas e linhas e de muitos amigos de uma vida. Nasceu, então, uma exposição que revelou como Haifa Khouri Aude costurou sua história”.
foto Gian Biancuzzi
50 anos de moda
Dariane Bertoni
“ESPELHO, ESPELHO MEU......QUEM COSTUROU MAIS DO QUE EU?” HAIFA dia após dia criava croquis, refazia moldes, cortando, alfinetando, alinhavando, costurando, arrematando. A fita métrica, a tesoura, agulha e linha, o dedal, a máquina de costura, foram seus companheiros fiéis. O espelho, este mesmo espelho, esteve, sempre, a seu lado, refletindo os bons e os maus momentos, as linhas e os estilos que se sucediam primavera / verão, outono / inverno, ano após ano, década após década, apontavam através dos reflexos fracionados, as mudanças irreversíveis dos tempos e da moda.(...) Lais Pearson
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Haifa - 50 anos de moda
foto Gian Biancuzzi
Entre alinhavos, alfinetes, seda pura e brocados Haifa Khouri Aude dedicou 50 anos de sua vida à moda. A moda que se tornou referência na sociedade ribeirãopretana e vestiu mulheres de várias gerações desde os anos de 1960 até o momento. Primeiro foi a alta costura, depois o pret a porter, sempre das melhores e mais finas griffes. Haifa nasceu em Anfe, no Líbano, em 28 de agosto de 1925. Veio para o Brasil em 1950, com o marido, o poeta Wahib Aude, o filho Iskandar e as meninas Fida e Mariana. Aqui nasceu Sussuca. Haifa amou um poeta. E quem ama um poeta não sai ilesa, guarda para sempre nos olhos os reflexos da poesia. E isso não é pouco. Além dessa poesia, percebe-se em seu olhar um filete de saudade, mas sem dores, sem lamentos, pois o que mais caracteriza essa mulher libanesa são o bom humor e o sorriso fácil, embora à primeira vista possa parecer um tanto exigente. Sim, ela é exigente, já disse até que não admite erros, mas Haifa é também doçura, uma doçura envolta em disciplina e mão de ferro. Foi preciso.
foto Gian Biancuzzi
Sim, foi preciso para criar, amar e educar os quatro filhos quando seu poeta se foi e ela ficou viúva com apenas 34 anos de idade e poucos anos na terra estrangeira. E como fez isso bem feito! Autodidata e determinada, transformou o quarto dos fundos da casa na Rua Barão do Amazonas em ateliê. Sua máquina de costura não parou durante 15 anos. Nada que fosse simples a atraia, pois quanto mais complicado melhor. Coisa de estilista nata, de quem busca precisão em tudo o que se dispõe a produzir. A propaganda das roupas finas e bem acabadas logo se espalhou naturalmente. E as grandes festas, casamentos e comemorações passaram a ostentar as belas roupas feitas por ela, que caiam perfeitas no corpo e jamais exigiam mais que uma prova. Em muitos casos, nem precisaria de prova. Quando decidiu aposentar a tesoura, no lugar do som da máquina de costura, cabides com peças de bom gosto na butique da Eliseu Guilherme atenderam às antigas clientes da costura sob medida e formou-se, também, uma nova clientela. Grandes marcas. Tornou-se amiga de seus fornecedores, assim como sempre foi amiga de suas clientes que nunca a procuravam apenas para tirar medidas ou comprar uma roupa nova, mas para um bate papo acompanhado de um bom café árabe, que deixa um pouco da história de cada um no fundo da xícara. Esta exposição contou um pouco dessa história em fotos, depoimentos e em alguns dos vestidos produzidos em quatro décadas, num belo projeto cenográfico. Matilde Leoni
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FICHA TÉCNICA Curadoria: Dariane Bertoni [arquiteturaSUPRAdesign] Design Gráfico: Keila Scott Jornalismo de moda: Lais Pearson Assessoria de Imprensa: Matilde Leoni Sonografia: Andy Cumming Coordenação Geral e Produção: Dariane Bertoni, Fida Aude, Matheus José Benetti Silva e Nando Marzolla
por: Jonas Oliver | fashion@revistab.com.br
Photographer Christopher Sims stylist LISA NICOLAOU make up Jonas Oliver using Mac hair LUCIANO RODRIGUES Photographer’s Assistant NICHOLAS THOMPSON stylist Assistant SI MAC Models ZAZOE @ M+P LONDON and AMANDA HENDRICK @ SELECT LONDON Production 55factory.net Leather top Bora Akusu Body by American apparel Plastic skirt by Emmy Slattery Tights Pamela Mann Gloves Harmony
lado b
Hat Victoria grant Cuffs Paul Seville Dress by K Brat
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Yellow dress and Wire necklace by Emmy Slattery Glasses by Emmanuel Katsaros
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lado b
Dress Bernard Chandran London Tights Pretty Polly Shoes Dune Belt with chain Lascivious Diamonte necklace Miquella
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lado b
Body by Ann Summers Thigh high Boots Mascaro Jacket by Jena Theo Sheer body by American apparel Braces New look Trousers Jena Theo Necklace as arm piece Pierre Garroudi Ring Peter lang
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lado b
1 piece Ann Summers Neck piece Pierre Garroudi
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lado b
Leather Eye mask by Paul Seville Gloves Ann Summers Dress & shoulder piece by Ashley Isham Ring Beyond Retro
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Sade for Sade’s sake 2009|Paul Chan
arte|contemporânea
os|gigantes|no|pavilhão|da|bienal
Por Júlia Frate Bolliger | fotos divulgação
Se você gosta de arte contemporânea, prepare-se: de setembro a dezembro nomes consagrados e jovens artistas emergentes estarão reunidos em São Paulo para a mostra Em Nome dos Artistas - arte contemporânea norte-americana na Coleção Astrup Fearnley. Após promover a 29a Bienal ano passado, a Fundação Bienal, em parceria com o museu Astrup Fearnley, da Noruega, decidiu trazer uma das mais importantes coleções de arte contemporânea para seu Pavilhão. Com foco na produção norte-americana, a mostra trará individuais de gigantes como Jeff Koons, Cindy Sherman, Matthew Barney, Felix-Gonzalez
Torres, Richard Prince e, como convidado especial, do britânico Damien Hirst. Pela primeira vez expostos em conjunto tão expressivo no país, 50 artistas ocuparão os três andares do Pavilhão da Bienal. Segundo o diretor do museu norueguês e curador da mostra, Gunnar Kvaran, “será a primeira vez que veremos nossa coleção em uma escala tão grande”. Enquanto a mostra não chega, nas próximas páginas você pode matar um pouco a curiosidade e conferir o que esperar para o fim do mês:
Eulogy 2008|Damien Hirst
Damien|Hirst
O prodígio britânico, que causou imensa polêmica com seus “animais congelados” da série Natural History ainda na faculdade terá 13 obras expostas no Pavilhão da Bienal. Entre elas a impactante Mother and Child Divided, de 1993. O trabalho exibe uma vaca e um bezerro cortados ao meio dentro de tanques de formol. Cada metade dos corpos fica em uma câmara de vidro separada da outra, de forma que o público possa passar por entre elas e observar de perto as entranhas dos animais. A obra, que inevitavelmente atrai o olhar do espectador, coloca o homem cara a cara com a morte. A alguns causa repulsa e indignação - houve e ainda há muito questionamento em torno do fato de se utilizar o corpo de um ser vivo para compor uma obra de arte - e a outros interessa e até fascina.
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Também permeando a questão da morte, outras duas peças presentes na exposição são Eulogy, de 2008 e I Feel Love, de 1994-1995. Ambas, à primeira vista agradáveis ao olhar, foram construídas com borboletas mortas. O colorido das asas dos insetos compõe quadros belos que, ao mesmo tempo, comportam certa melancolia e morbidade, já que congelam o movimento natural do bater das asas que remete ao pulsar da vida. O conjunto de obras de Hirst presente na exposição ainda conta com algumas pinturas, obras compostas por moscas ou cinzas de cigarro e, sem dúvida, muito incômodo para o espectador. Seja adorado ou odiado, sem dúvidas o trabalho do artista jamais passa despercebido e sem causar algum tipo de desconforto.
Triple Hulk Elvis III 2007|Jeff Koons
Jeff|Koons
O norte-americano que já ganhou o posto de artista vivo mais caro é conhecido em todo mundo por transformar em arte o banal e o kitsch e por polemizar a questão da autoria. Chamado por muitos de o “rei do kitsch”, Koons trabalha com imagens de personagens de desenhos animados, celebridades e anúncios de revistas utilizando como materiais objetos como utensílios domésticos, bibelôs e brinquedos infantis. E o artista deixa claro que não coloca as mãos em suas obras: ele elabora a ideia e assistentes são contratados para executar o trabalho. Em Triple Hulk Elvis II, por exemplo, imagens são fotografadas e escaneadas, montadas no computador e o resultado é reproduzido em pintura sobre uma gigantesca tela por uma equipe, fragmento por fragmento. O fato do trabalho
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ser executado por outras pessoas que não o artista levanta muitas críticas e questionamentos quanto à autoria de suas obras e o conceito de autoria no geral. Estarão expostas também no Pavilhão, entre as 11 selecionadas, Three Ball Total Equilibrium, de 1985, onde três bolas de basquete estão imobilizadas, como se flutuassem, no centro de um aquário, fetichizando o objeto do jogo mais popular dos Estados Unidos, Titi, uma escultura em aço que mimetiza um balão do personagem de desenho animado Piu-Piu, e duas controversas fotografias com conteúdo sexual explícito da série Made in Heaven, protagonizadas pelo artista e sua então mulher, estrela de filme pornô, Ciocciolina, colocando a pornografia como arte.
Untitled (Blue Placebo) 1991|Felix Gonzalez-Torres
Felix|Gonzalez-Torres
O artista nascido em Cuba e radicado nos Estados Unidos até sua morte, em 1996, marcou o cenário da arte por conseguir romper barreiras entre o público e vanguardas contemporâneas e assuntos marginalizados na época, como a Aids e o homossexualismo. Para Torres, a colaboração do espectador deve ser condição para o acontecimento de uma obra de arte e seus trabalhos foram fortemente marcados por sua experiência e de seu companheiro Ross, ambos falecidos em decorrências do vírus da Aids. Por aqui você poderá ver a obra Untitled (Blue Placeco), de 1991, na qual 130 quilos de balas de hortelã enroladas em papel azul descansam sobre o chão, como um grande tapete. Não por
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acaso, o peso das balas é equivalente ao do artista somado ao de seu companheiro, morto seis anos antes de Torres. O espectador é convidado a levar uma bala consigo e só assim a obra acontece, como se a performance expurgasse a dor da perda. Cada pequena bala é como se fosse um fragmento do casal, que se desfaz de forma doce nas mãos do público. Além desta, outra obra que estará exposta no Pavilhão é Untitled NRA, também de 1991, que consiste em uma pilha de cartazes vermelhos sem nada escrito que estão lá para o público fazer o que bem entender com eles, desafiando a autoridade do espaço expositivo e iluminando questionamentos sobre a ideia da originalidade e do valor artístico.
Untitled #402 2000|Cindy Sherman
Cindy|Sherman
A artista norte-americana é notoriamente conhecida por seus auto-retratos conceituais, chamados assim pelo fato de, apesar do objeto da foto ser a artista, ela não estar se fotografando, e sim os diversos estereótipos da mulher na sociedade. Sherman “desaparece” das fotografias e dá lugar a donas de casa, secretárias, viajantes, mulheres fatais, divas, jovens indefesas e vilãs. Seu corpo é seu material e maquiagem, adereços, perucas, figurinos, próteses e até manequins constroem suas obras. A artista, que exerce o papel de diretora, maquiadora, fotógrafa,
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figurinista e atriz para compor seus trabalhos busca configurar identidades móveis, de forma que o espectador não consiga reconhecer a fotografada como uma pessoa só. No Pavilhão estarão expostas 15 obras da artista, entre elas, Untitled #216, em que a artista interpreta uma Madona Renascentista, além dos auto-retratos em cor, três da série Untitled Film Still, onde a artista interpreta personagens de um filme fictício e tira fotos, como stills destes filmes, das heroínas inventadas por ela.
Escalade 2005|Nate Lowman
A|nova|geração
Untitled (Shark Fins) 2002|Kori Newkirk
Haycation 2009|Rachel Harrison
Além dos gigantes consagrados, Em Nome dos Artistas traz um bom panorama do cenário mais recente da arte contemporânea norte-americana. Talentos mais recentes também são destaque da mostra, como Adam Putnam, Dan Colen, Frank Benson, Trisha Donnelly e Nate Lowman. Destaque para os fortes trabalhos com luz e sombra de Paul Chan The Seven Lights (2005-2007) e Sade for Sade’s Sake (2009).
ao lado: Me, Jesus and the Children 2001-2003|Dan Colen
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www.emnomedosartistas.org.br facebook.com/bienalsaopaulo twitter.com/bienalsaopaulo
camille claudel
VIDAS NÃO REVELADAS FAZÊ-LAS EXISTIR
Por Vânia Cláudia Spoti Caran | ilustração: art-tyler.com
Por vezes enquanto docente sempre me senti assistente social, e por vezes enquanto assistente social sempre me senti docente. Assim aprendi que o relacionamento humano é o mais perfeito instrumento da metodologia científica, através deste instrumento eu descobri o quanto poderia utilizar a história de vida como metodologia de aprendizagem, e assim colocar vidas não reveladas em evidências e assim fazê-las existir. Um padre grande amigo e professor de filosofia me indicou um filme chamado ‘Nós que aqui estamos, por vós esperamos’; este filme resume meu sentimento de tentar não deixar as pessoas invisíveis, especialmente personagens anônimos em várias circunstâncias que nem ao menos percebemos o quanto foram e são importantes. Neste texto não vou me referir a uma pessoa exatamente anônima, mas para muitos passaria despercebida, refiro-me à Camille Claudel, escultora francesa nascida em 1864, e em uma época que a mulher jamais poderia ser ativa e independente, Camille desafiou sua era, discípula de Auguste Rodin, não iniciou sua arte depois dele, mas antes mesmo dele entrar em sua vida. Como aluna e amante, esculpia corpos nus e entrelaçados, o que escandalizou sua época, com a obra “A Valsa”, a polêmica em torno de sua obra aumentou, mas este fato não diminuiu sua genialidade, e muitas de suas obras foram assinadas para Rodin. Na vida pessoal Camille sempre esperou de Rodin o casamento, nunca aconteceu, e grávida, ele não assumiu a criança, a mesma resolveu abortar, e o amor transformase em decepção, Camille enlouquece, mesmo em desordem psicológica esculpe “O Abandono”, depois segundo os historiadores, Camille sai do sanatório aos 79 anos para morte, e nos deixa um legado de criatividade a frente de sua época (Aribelli, 2006). Conheça Camille!
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ARTE COMO GARANTIA DE SANIDADE 2000, Caneta em papel rosa, 11 x 8 12; 27.9 x 21.5 cm
LOUISE BOURGEOIS
o Invasível
o INVISÍVEL QUE INVADE
Por BIANCA COUTINHO DIAS | BIANCA@revistab.com.br
Difícil escrever sobre alguém que julgava que sua arte não precisava de palavras, explicação ou defesa. Alguém que sempre se revelou extensamente, sobretudo na forma de cartas, diários, cadernos, notas de processos de trabalho, folhas soltas e, no final da vida, anotações nos versos de desenhos. A escrita, como os outros afetos, surgia-lhe em irrupção e ela escrevia no que estivesse à mão: papel colorido, quadriculado, envelopes, convites e até nas paredes de casa. Fragmentos guardados, que hoje podem ser vistos na mostra LOUISE BOURGEOIS: O RETORNO DO DESEJO PROIBIDO, em cartaz no INSTITUTO TOMIE OHTAKE, em São Paulo. A escrita como estratégia de sustentar uma marca no mundo e, mais do que isso, uma escritura que se dá em cada obra como uma maneira de tratar o abandono, que Louise entendia como enraizado nas freqüentes ausências do pai, devido à guerra, e na prolongada doença e morte precoce da mãe, em 1932. Foi assim, colecionando narrativas e guardando tudo; ela não jogava nada fora e, por isso, seus arquivos continham uma quantidade enorme de cartas, documentos, fotografias e também retalhos e tapeçarias, usadas nas obras, com o poder de afastar a perda, o esquecimento e a morte. Catalogou poeticamente os rios que conheceu, as casas onde
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morou, o ateliê que freqüentou. Colecionadora compulsiva, não só de memórias, mas também de objetos, num espírito eterno de investigação psíquica. Com mistérios para desenterrar e tormentos com ilhas de silêncio, ela nos conduz ao corpo e suas disfunções, falhas, abcessos, cólicas, dores de cabeça e surtos de insônia. O nosso próprio corpo é estraçalhado, no contato com obras que fazem borbulhar livremente o inconsciente - como em Proust que, por um estímulo sensorial, faz abrir uma vista para um incidente do passado num fluxo de associações e sensações. Um passado que nunca perdeu a magia, o mistério e a dramaticidade, exatamente por ser o local de origem do trauma ao qual tem-se de retornar eternamente. Toca-se esse passado e, da posição passiva de vítima do medo e da depressão, desloca-se para a posição ativa de autora do próprio destino.
cultura b
ao lado: Arco da Histeria 1993, Bronze, pátina polida, peça suspensa 83.8 x 101.6 x 58.4 cm abaixo: A ALIMENTAção 2007, Guache sobre papel 60 x 45.7 cm
Essa escritura da vida, trágica e incurável, é o que norteia todo o trabalho de Louise: escultura, desenho, pintura, gravura, instalação e o fazer, desfazer e refazer de uma matéria bruta composta de fragmentos de sua biografia, de símbolos familiares em diversos materiais - pedra, metal, tecido, papel, látex, gesso, borracha, bronze, alumínio, madeira, aço. A diversidade penetra de maneira desencarnada, íntima e surpreendente no território vertiginoso das lembranças e do erotismo, presente na sua luta contra a resistência dos materiais.
nasce justamente do sentimento de violação, de profanação do objeto. Sensação que se tem repetidas vezes, ao percorrer as obras e vestígios de memória de Louise: a nossa própria desintegração é colocada em jogo, o medo da desconstrução mais radical diante daqueles estados da alma.
No “Arco da Histeria”, obra de enorme brilho, a nudez que vela a histeria aparece desconcertante. Sim, porque conhecemos a nudez, mas é preciso perdê-la de vista se quisermos reencontrá-la. Eis a mola desse erotismo. Se o teatro da nudez é erótico em si mesmo, é porque ao ser tocada/profanada enquanto objeto sagrado, a nudez leva ao erotismo. O brilho dourado se apresenta como uma imagem fronteiriça, uma presença cuja abertura ao erotismo também leva à morte, como em Bataille, onde tais noções se assemelham e se confundem. Por isso, uma mulher nua é a imagem do erotismo, como também é a imagem da morte. Cortando, perfurando e esculpindo, Louise acaba por nos apontar que, apesar de todo concreto armado da racionalidade, sempre haverá fissuras, e alguma forma de violência estará presente. A literatura e as artes, a propósito, são formas de lhe dar vazão; loucura e lucidez, tão atentas quanto atadas. O erotismo é um aspecto decisivo da vida interior do homem; é o que o define e o distingue dos animais. O erotismo como experiência que depende de seu aspecto proibido e sagrado, e
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LOUISE BOURGEOIS
ao lado: A DESTRUIçãO DO PAi 1974, Gesso, látex, madeira, tecido e luz vermelha 93 58 x 142 58 x 97 78; 237.8 x 362.2 x 248.6 cm
“A Destruição do Pai”, de 1974, é um “tableau” teatral banhado de luzes vermelhas e salpicado de protuberâncias bulbosas que brotam de cima para baixo. Dentro de uma estrutura semelhante a uma caverna de panos escuros, há um elemento figurativo feito de látex, coberto de montes menores de pernas de animais - desmembramento e devoração, banquete totêmico - onde o passado é revivido com toda a força, poder, dor e beleza, e onde a perda do objeto amoroso e o temor do abandono são evitados por meio de um assassinato simbólico, em que os sentimentos mais penosos são registrados. Surge a possibilidade de refletir sobre si, em vez de estar simplesmente egocentrada diante de angústias de aniquilamento e a constante sensação de ser nada, da qual ela se defendia com o sentimento de onipotência, mecanismo de sobrevivência psíquica. Encenar a destruição do pai é sustentar também a ambivalência presente na exibição pública de uma fantasia íntima a que somos convidados a compartilhar, dando corpo num enquadramento específico. Através dessa caixa escura, iluminada teatralmente em vermelho (num teatro da dor e da vertigem de si) e dissolvendo de forma inquietante a fronteira entre o vivo e o inanimado, o presente e o passado, o outro e o eu. O efeito
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desnorteante e claustrofóbico faz com que sejamos então penetrados pelo retorno dos fantasmas psíquicos da artista, em que ela manipula a recriação de uma cena familiar, escolhendo o que é visto e o que permanece escondido. Somos magnetizados por seus segredos, porque sentimos que algo daquilo pulsa em nós. E somos convidados á cena do crime depois dele ser consumado.
Cortando, perfurando e esculpindo, Louise acaba por nos apontar que, apesar de todo concreto armado da racionalidade, sempre haverá fissuras, e alguma forma de violência estará presente. Louise transfigura o horripilante em arte, mostrando que aquele poderia ser um jantar cotidiano e ressuscita o que foi devorado nesse encontro dúbio com o pai: ao mesmo tempo em que o desafia, ela mostra em sua obra uma espécie de dívida e identificação, como vemos na página de seu diário em 24 de maio de 1978: ”Na identificação com o agressor eu o manipulo”. A reencenação da fantasia não é somente uma catarse que exorciza o demônio dele, mas um modo de lidar com essa complexa dívida da filha para com o pai e uma maneira de manipular a dor e o horror em seu proveito próprio, como artista e como mulher. Assim, no espaço do visível, invisível, tangível, intangível, caminhamos perplexos, impactados, aturdidos com a potência criativa dessa mulher, que desestabiliza e causa vertigens ao tratar de temas tão fortes situados entre a
cultura b
ao lado: Casal IV 1997, Tecido, couro, aáo inox e plástico 50.8 x 165.1 x 77.5 cm Madeira e vidro Victorian vitrine 182.9 x 208.3 x 109.2 cm abaixo: sem título 1970, Pintura sobre placa, oval 47 x 59; 119.3 x 149.8 cm
vida e a morte, que nos chegam aos olhos num sentido de reparação do mundo interno. Naquilo que transborda, ela responde com uma força centrífuga, buscando um continente na criação como, por exemplo, a série de ampolas ou esferas de vidro para conter emoções líquidas, como fluidos corporais. Na ânsia e no furor de entender, podemos pensar no que Lacan chamou de gozo de sentido, criando narrativas e sentidos em tocas, ninhos, células,
objetos pendentes, linhas, cabelos, arames, escadas, numa espécie de fio infinito cruzando toda a sua produção. As instalações de Louise Bourgeois dialogam com o teatro e são perturbadoras. Os “Red Rooms” (Quartos vermelhos) tiram o véu e configuram com elementos precisos e cortantes um terror inominável, as águas turbulentas do erotismo que se liga à morte – sim, pois o erotismo de certa forma antecipa a experiência da morte. O vermelho, o vazio, a lança, o útero - a desordem sexual é maldita. O corpo é maldito, sobretudo porque finito, perecível, e essa verdade é insuportável. O amor não dá conta de dizer do perigo mais fundamental e o quarto escancara isso: enquanto pudermos nos concentrar em nossos relacionamentos românticos e/ou sexuais nunca inteiramente satisfatórios, não precisamos enfrentar o horror essencial da castração, uma evidência que Lacan capta em sua noção de gozo. Diante desse simulacro desagregador, contamos histórias para viver. E a artista parece nos conduzir pelas salas frias numa espécie de companhia invisível, e entre objetos pontiagudos, costurados, retalhados,
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louise bourgeois
acima: REJEição 2001, Tecido, aço e chumbo 63.5 x 33 x 30.5 cm ao lado: JANO EM FLOR 1968, Bronze, pátina de ouro, peça suspensa 25.7 x 31.8 x 21.3 cm
trabalhados, chegamos numa imensa aranha - a mãe, as fiandeiras de contos, tecelãs de úteros. Transformar o útero de cada mulher em aranha, tramar uma teia, construir um horror flutuante onde desenvolve-se prematuramente e anseia-se por amor. Mas também se faz uma espécie de ato diligente de autoexame, em que se reconhece tanto os prazeres de sua própria bestialidade, quanto a dor causada pelo efeito bumerangue dos seus sentimentos, indo até uma
espécie de vazio pleno, como podemos perceber na obra “Rondeau for L” – uma massa de gesso arredondada e tosca, inerte, quase sem forma. Tem o tamanho aproximado de uma cabeça grande e sua solidez é apreciável. Vista de frente, a peça é uma toca com um buraco sombrio cavado no centro, seguindo uma lógica de um interior e um exterior estruturalmente envolvidos, mas também descontínuos: o interior não revela necessariamente a forma externa, e sendo assim, a toca poderia ser descrita como representação de subjetividade no processo de emergência, quando a interação entre o dentro e o fora está extremamente volátil, dinâmica e fluida - ou ainda rígida e defendida ao máximo. Louise sonha de olhos abertos, sofre de insônia e desenha talismãs para afastar o perigo da sobreposição do real, produz através de uma tentativa desesperada de criar forma e significado, escancara esse real do corpo, sublima, penetra, atravessa e termina sua carreira com desenhos em guache vermelho de mulheres grávidas e partos, identificando-se com os fetos e voltando ao ponto de origem - vida e morte entrelaçadas, o sumo de uma matemática do absurdo, a tessitura dessa dialética espiral de prazer e sofrimento, aquilo que verdadeiramente há para se dizer do humano: nascemos e não há cura para isso, aqui estamos e dançamos desajeitados entre o primeiro e o derradeiro gritos. A força da obra de Louise reside aí, nessa espécie de entre-lugar, e carrega a marca de uma poesia corajosa diante daquilo que nos assombra. Qualquer coisa que ela parece saber bem quando diz: ”I have been to hell and back. And let me tell you, it was wonderful” (Estive no inferno e voltei. E vou te contar, foi maravilhoso). ao lado: O DESAFIO II 1992, Madeira pintada, vidro e luz elétrica 200.7 x 179.7 x 59.7 cm
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LOUISE BOURGEOIS: O RETORNO DO DESEJO PROIBIDO INSTITUTO TOMIE OHTAKE, em São Paulo www.institutotomieohtake.org.br
Passado Lomografia, prática analógica e experimental, vira febre e traz o jeito antigo de fotografar aos dias de hoje texto e fotos Por Renato Loose
Aquela viagem foi incrível. O final de semana merecia ser imortalizado. Uma câmera, vários filmes e a expectativa de conferir os negativos revelados. Aliás, a palavra revelar nunca foi tão adequada. Era a descoberta, a surpresa de abrir o pacotinho daquele “cine-foto” da sua rua, contendo 12, 24 ou 36 poses. Foi assim até a chegada das compactas digitais, seus diversos megapixels e a chance de apagar, refazer ou melhorar, instantaneamente, aquela imagem que não deu certo. A fotografia analógica parecia ter como destino os livros de história ou rodas de conversas norteadas pela frase “no meu tempo...”
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Moderno Diferente das previsões mais pessimistas, a extinção não aconteceu. É verdade que houve queda na popularidade, porém, ainda há quem busque inspiração em elementos de estética vintage. Foi nessa esteira que a Lomografia ganhou força, graças à descoberta de dois estudantes austríacos. No início dos anos 90, a dupla se deparou com uma Lomo Kompakt Automa, uma câmera de plástico russa. Lomo seria uma sigla para Leningradskoye Optiko Mechanichesckoye Obyedinenie – União de Óptica Mecânica de Lemingrado – e representa uma empresa que começou a produzir equipamentos especializados por volta de 1930. O achado quase arqueológico foi testado. Cores vibrantes, vinhetagens e granulações revelaram imagens surpreendentes formadas pelas lentes daquela máquina de plástico.
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Encantados pela “novidade”, os rapazes foram até a capital da ex URSS para licenciar a produção dessa câmera. Começava aí um movimento artístico ancorado por 10 regras de ouro (veja box na página 42). Há quem diga que a Lomografia vai além disso e ganha status de filosofia de vida.
Tempos Verbais Em alguns anos, aquilo que havia sido uma redescoberta do passado transformou-se numa febre que abarcou outros tipos de máquinas que produziam efeitos semelhantes. De ícone cult à chegada ao dito mainstream, a Lomografia ainda conserva um pouco de experimental e alternativo. Suas imagens inspiram tratamentos automáticos para edições em pro-
ensaio b
gramas como Photoshop e o desenvolvimento de aplicativos como o famoso Instagram, para IPhone. Tentativas de se aproximar dos efeitos produzidos pelas lentes de plástico. Chegam perto, mas ainda não têm o charme de um filme naturalmente granulado, assim como não substituem a surpresa de se deparar com uma imagem imprevisível desenhada por uma luz indomável. Talvez esse sucesso esteja relacionado a um momento em que há a valorização da prática da manufatura, do faça você mesmo, do produto desenvolvido quase sob medida, da exclusividade. Um outro ingrediente que integra a receita é a busca em práticas do passado por referências que, contextualizadas aos dias atuais, acabam por resultar em novas perspectivas artísticas. Lomografia é futuro do pretérito.
as 10 regras da lomografia: 1 Leve a sua Lomo onde você for. 2 Fotografe a qualquer hora do dia ou da noite. 3 A Lomografia não interfere na sua vida, ela é parte dela. 4 Tente fotografar de todas as maneiras. 5 Aproxime-se dos objetos a serem lomografados o mais próximo possível. 6 Não pense. 7 Seja rápido. 8 Você não precisa saber antes o que fotografou. 9 Nem depois. 10 Não se preocupe com as regras.
Fonte: www.lomography.com.br
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lomografia
Clique! São várias as opções para experimentar a lomografia. LC-A, Action Sampler, Super Sampler, Holga, Diana, Oktomat, Fisheye, entre outras câmeras. Cada uma apresenta características específicas que as transformam em objetos de colecionador. Veja algumas alternativas. Holga: uma câmera de formato médio, idealizada inicialmente para 120mm, mas que também possui versões próprias para 35mm. Uma boa ideia é adaptar filmes menores para modelos mais primitivos, como a 120N. O resultado é uma imagem que se espalha por todo fotograma. Para conseguir esse efeito, basta cortar dois pedaços de bucha para lavar louça e preencher os espaços vazios entre o rolo e o interior da máquina. Com ela também é possível realizar fotos em longa e/ou dupla exposição. Action sampler: de pequeno porte, esta câmera divide o fotograma em quadrantes. Apenas para 35mm, há no mercado versões com flash incluído. Ideal para fotografar objetos em movimento.
Lomo para assistir Workshop de Lomografia A ODD – Objetos de Design – revendedor autorizado da Lomography em BH separou uma tarde para desvendar o funcionamento das câmeras. vimeo.com/15308068 Lomomatrix Aficionados pelas câmeras de plástico se reuniram no Ibirapuera, São Paulo, para reproduzir o Bullet Time, aquele efeito clássico de Matrix, com diversas máquinas. vimeo.com/22535969 Filme Uma dica para conseguir cores diferenciadas é fazer o que se conhece por processo cruzado. Funciona assim: fotografe com filme próprio para câmeras e peça para revelar como se fosse cromo. O inverso também dá certo. Outra boa opção é utilizar rolos vencidos ou estragados. Para digitalizar, tenha um scanner que faça a leitura dos negativos. Assim, a luz original é preservada.
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Divisão funcional
e inteligente
Com modelos de divisórias clássicos a contemporâneos, a Wall Works uma das principais fabricantes de divisórias do Brasil, traz em suas propostas de projetos soluções para divisão de ambientes de forma inteligente com visual único. As divisórias possuem características técnicas exclusivas, que garantem um processo de montagem prático e acabamento diferenciado. Para a Wall Works cada projeto é único e cada modelo de divisória garante ao cliente um ambiente funcional e esteticamente alinhado ao seu perfil.
Fotos: Xico Diniz | MCA Estúdio (Classic Wall)
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wall works
<< Clean Light Para ambientes elegantes e discretos, utilizando o exclusivo sistema de tecido entre vidros com até três graus de transparência, podendo ser utilizado também com a opção de iluminação interna.
Canvas Painting >> Para um ambiente criativo e personalizado, esse modelo permite a utilização de tecido estampado através de processo digital, sendo possível estampar desde imagens até a personalização do ambiente utilizando a logo da empresa. Esse modelo também pode ser utilizado com iluminação interna.
Clear Space >> Para um ambiente amplo e sem barreiras, utilizando perfis verticais em PVC incolor que pouco interferem no visual do ambiente.
<< Classic Wall Para ambientes tradicionais e clássicos, o modelo tem como característica os tradicionais tipos de painéis do mercado com o design arrojado da divisória Wall Works
Em Ribeirão Preto, os produtos são apresentados no showroom da Caderode: Rua Sete de Setembro, 1.500, tel: (16) 3235-3805 - 0800 022 3050 | www.wallworks.com.br 45 |
desenho b
A queridinha dos britânicos
por: heloisa righetto | desenhob@revistab.com.br
Como não cair de amores pelas criações de Donna Wilson? A designer britânica – nascida na Escócia – supera-se a cada temporada com suas coleções de acessórios (e mais recentemente, móveis) com forte apelo gráfico. Estampas que combinam cores ora mais vibrantes, ora em tons pastéis, mas sempre com uma bossa inconfundível, dão vida a peças tão comuns e batidas, como almofadas, mantas e pufes. Ganhadora do prêmio “Designer do Ano” promovido pela revista Elle Decoration em 2010, Donna não é nada o que você espera que ela seja. Simples, divertida e acessível, ela não aparenta nenhum sinal de afetação, coisa comum em designers que caem nas graças da mídia e das grandes marcas europeias. Em meio a tecidos e muitos acessórios de costura, ela conversou com a Revista B sobre inspirações, carreira e como é seu ambiente de trabalho.
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entrevista | donna wilson
Você sempre soube que queria ser designer? Desde pequena eu sempre desenhava e inventava de fazer coisas, e simplesmente adorava ter meu lápis em mãos! Eu não sabia exatamente o que queria ser, mas tinha certeza de que estaria relacionado com criação. Como foi o começo da sua carreira? Assim que me formei, em 1999, comecei trabalhar como designer assistente em uma empresa têxtil, onde fiquei por um ano. Então resolvi voltar a estudar e fiz um Master na Royal College of Art, em Mixed Media Textiles. Durante os estudos na RCA eu produzi algumas peças e cheguei a vendê-las em pequenas lojas em Londres. Essas peças estão na minha coleção até hoje, são bonecas com pernas bem compridas! A partir daí, desenvolvi outros personagens: criaturinhas esquisitas, às vezes com duas cabeças, às vezes com corpo desproporcional, mas todos com personalidade própria. Pra mim, quanto mais peculiar, melhor! E como foi sua experiência na Holanda? Fui para Maastricht como parte de um programa de intercâmbio. Foi uma experiência incrível, eu estava totalmente fora da minha zona de conforto, conheci gente nova e guardo alguns amigos até hoje, depois de 10 anos que voltei. Aconselho bastante fazer parte do seu curso em um lugar diferente. Onde você procura inspiração? Em todo e qualquer lugar ou situação, mesmo! Meu entorno, músicas, sonhos, revistas, pessoas. Às vezes um mero detalhe chama minha atenção e torna-se o início de um projeto. Hoje em dia você tem uma equipe trabalhando em seu estúdio. Como é o ambiente de trabalho? O time é fantástico e cada um tem tarefas bem importantes, essenciais para o funcionamente do estúdio. Somos em cinco pessoas fixas, além de três ou quatro colaboradores com os quais trabalhamos eventualmente.
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Como surgiu a ideia de vender online? Eu montei um site assim que terminei o Master na Royal College of Art, afinal era um jeito de possíveis compradores – lojas e consumidores finais – saberem um pouco mais sobre mim e meu trabalho. Esse primeiro site era simples, praticamente todo desenhado a mão, tinha uma ou outra animação com os meus “personagens”. Era legal pois mostrava que eu estava apenas começando, era bem independente e poderia apenas assumir pequenos pedidos. De lá para a venda online foram seis anos de trabalho intenso, e hoje o e-commerce é parte importantíssima do negócio. Qual a melhor parte do seu trabalho? Criar, mas apenas mais recentemente eu tenho me permitido fazer isso, por incrível que pareça. Eu costumava rabiscar minhas ideias voltando pra casa, no ônibus, em qualquer pedaço de papel. Mas há alguns meses eu tenho dedicado tempo para montar moodboards, desenhar, sentar e mexer na minha máquina de costura. Nessas horas eu lembro o quanto é bacana trabalhar com criação, todo mundo deveria tentar! Em que projetos você está trabalhando no momento? Estou trabalhando na criação da coleção outono/ inverno 2011/2012, e também desenvolvendo algumas novas estampas para almofadas e mantas, assim como um livro de atividades para crianças.
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Celmar Vidros
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Os vidros Grigio e Ametista da Celmar são capazes de reproduzir o efeito dos veios da madeira no vidro, imprimindo tecnologia e tendências na decoração.
Cozinhas Dormitórios Closet Home Theater Office Banheiros José Roberto Bonetti Arquiteto e Urbanista tel 16 3013 2457 bonetti.arq@hotmail.com
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Projeta Iluminação | perfil
Sylvio Nogueira
Arquitetos Associados A empresa Sylvio Nogueira Arquitetos Associados atua no mercado há 35 anos, com mais de 600 obras realizadas em Ribeirão Preto, São Paulo, Litoral Norte, Escarpas do Lago, Florianópolis, Recife, Portugal e EUA, entre outras localidades. O escritório se destaca pela paixão por projetar, com experiência, competência, confiança, sensibilidade, com design arrojado e belos projetos, que resultam em ambientes funcionais e aconchegantes, e na fidelidade de seus clientes. Para a empresa, no desenvolvimento ideal de projetos residenciais, comerciais e institucionais, assim como loteamentos e condomínios, o planejamento detalhado é fundamental, desde as características arquitetônicas até o Design de Interiores, é fundamental, e assegura soluções eficientes. Sobre Iluminação: “É importante o desenvolvimento de projetos luminotécnicos antes da concretagem das lajes, para evitar a falta de pontos de iluminação e quebras durante a obra”. Sylvio Nogueira, Arquiteto e Urbanista “A Iluminação indireta aliada ao gesso, principalmente em dormitórios, sala de jantar e home, proporciona um ótimo conforto visual e clima aconchegante. Peças de Design, grandes lustres, pequenos pontos de Leds, valorizam e agregam beleza aos nossos projetos”. Luciana Nogueira, Arquiteta e Urbanista “Além do nosso conhecimento sobre projetos luminotécnicos, as informações técnicas de um Light Designer e peças de qualidade, contribuem para o sucesso de um projeto. Nesse sentido, a Projeta Iluminação vem colaborando muito no desenvolvimento e bom resultado de nossas obras, contamos sempre com seu ótimo atendimento e suas peças diferenciadas”. Juliana Nogueira, Arquiteta e Urbanista “Nos projetos de urbanização para loteamentos, condomínios e áreas públicas, a utilização de toda a fiação subterrânea para distribuição de energia e iluminação é algo essencial para segurança e beleza, além de contribuir com a diminuição da poluição visual”. Sergio Castro, Arquiteto e Urbani
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Projeta Iluminação | perfil
Rua Itacolomi, 272 Ribeirão preto - sp tel 16 3237 1112 www.projetailuminacao.com.br mapa 05
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profissionais caderode
Arquiteto
Joel Pereira
16 3610 8836
Desenvolvido pelo arquiteto Joel Pereira, o projeto de arquitetura de interior do Grupo São Francisco apresenta soluções de layout flexível, capaz de se adaptar e dar respostas às novas necessidades do ambiente corporativo contemporâneo. Para o Grupo São Francisco, o ambiente ficou caracterizado pelo desenho do layout e do mobiliário associado à textura e cores dos materiais. Neste sentido, os móveis da Caderode, além de atenderem às especificações do projeto, agregam conforto e beleza na criação de ambientes funcionais e inteligentes. fotos: wagner abrahão junior
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profissionais caderode
designer de interiores
Anderson Machado
16 9766 7606
Para o melhor aproveitamento do espaço deste ambiente corporativo, o profissional Anderson Machado, propõe para a sala operacional a utilização de uma mesa plataforma com caixa de tomada para passagem de fiação, além de cadeiras com o design em linhas um pouco mais retas, estabelecendo maior harmonia com o mobiliário, não esquecendo conforto e funcionalidade. Com o mesmo conceito clean, a Sala de Diretor também atende a rotina de reuniões.
Rua Sete de Setembro, 1500 ribeirão preto - sp tel 16 3235 3805 www.caderode.com.br 53 |
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blog | desenho b
por: heloisa righetto | desenhob@revistab.com.br
Surpreendente e inspirador: o design sempre acha meios de reinventar-se, ir além e buscar referências em outras vizinhanças. Pois é, caso você já tenha se cansado dos móveis e objetos de decoração que multiplicam-se nas prateleiras mundo afora (não ajudando em nada na hora de dar caráter para um projeto de interiores!), essa tendência vai interessar! Que tal tirar os alimentos do armário e adaptá-los a novos usos? Uma das precursoras desse movimento é a francesa Delphine Huguet, especialista em transformar o momento da degustação em uma experiência lúdica, com um toque de Alice no País das Maravilhas, mas ao mesmo tempo com muita simplicidade, sem frescuras ou desperdícios. Os dois melhores exemplos das obras dela são o Eat-It – blocos de post its nos quais as folhas nada mais são do que frutas, porém sem o açúcar – e a linha On The Move, que brinca com a hora do chá. Os biscoitos são servidos como se fossem pires, o açúcar aparece como um “splash”, como a própria Delphine gosta de explicar, e o pingo de leite sólido se derrete quando colocado em contato com a bebida quente. Já em uma vertente mais conceitual, é impossível não falar sobre as instalações criadas pelo trio holandês We make Carpets. Bob Waardenburg, Marcia Nolte e Stijn van Der Vleuten utilizam ingredientes comuns e que a princípio podem não parecer interessantes para um designer. Porém, o bacana do trabalho deles é como esse “objeto” ordinário torna-se extraordinário: ordenados às centenas, minunciosamente, eles ganham novas características - como texturas e grafismos - apenas obtidas graças ao olhar apurado do trio. Parece mesmo que as aulas de educação artística da escola - onde soltávamos nossa imaginação na hora de criar um colar de macarrão - podem ir sim, muito longe!
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house poltrona matrimony by chantelle osborne
[design]
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[revistab.com.br]
cliente
Arquitetura organizacional Arquiteto Ricardo Dorascenzi tel 16 9129 0559
O conceito de arquitetura organizacional aplicado na reformulação e modernização de elementos estruturais e sociais de trabalho da empresa SicoobCocred Neste projeto, o arquiteto Ricardo Dorascenzi, buscou o equilíbrio entre elementos materiais e não materiais, criando características de sistemas que interagem entre si e com o ambiente externo, garantindo a construção de um clima favorável à mudança, atendendo às necessidades e expectativas do cliente. Estrategicamente, com a luz natural, foi possível desenvolver maior qualidade ambiental com eficiência energética no edifício. Através de dutos de iluminação natural mesclados com a iluminação artificial dos ambientes, áreas de circulação ganharam efeitos estimulantes de luminosidade. Com o conceito arquitetônico “forma segue a função”, este projeto foi integrado com a nova identidade visual da marca sem perder a simplicidade das formas. fotos: wagner abrahão junior
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conceito iluminação
LEDs
tecnologia brilhante Máxima eficiência
Com uma ampla utilização em diversos tipos de aparelhos e finalidades, os LEDs começam a conquistar o mercado tecnológico. No setor de iluminação, essas maravilhas tecnológicas representam novos dispositivos capazes de substituir as tradicionais lâmpadas incandescentes, com inúmeras vantagens. Além da estética funcional, os LEDs quando utilizados na iluminação arquitetural e decorativa, proporcionam uma queda significativa no consumo de energia e apresentam durabilidade maior que as lâmpadas tradicionais. Para incentivar a utilização de LEDs, os profissionais da Arquitetura, Design de Interiores e Lighting Design, podem orientar o mercado e consumidores sobre as possibilidades que esse avanço tecnológico pode representar no consumo consciente de energia, sem perder a qualidade e o brilho da luz.
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conceito iluminação
Para apresentar novidades do mercado luminotécnico aos profissionais da Arquitetura, Decoração e Engenharia, a Conceito Iluminação organizou a palestra: Leds – conceitos, produtos e aplicações, ministrada por Edson Jacob, engenheiro e gerente de produtos da Interlight Sistemas de Iluminação.
Rua Cap. A. Norberto da Silva, 766 ribeirão preto - sp tel 16 3621 2127 www.iluminacaoconceito.com.br mapa 07
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WMP Arquitetura Ambientação
A WMP Arquitetura e Ambientação encontrou a formação atual depois de 15 anos de história. Em 1992, Wilnes Tórtoro começa atuar como Designer de Interiores na cidade de Ribeirão Preto. Em 1999 convida Mônica Ciconelli, Engenheira Civil, Arquiteta e Urbanista para trabalharem juntas. Atuaram principalmente na área de ambientação, participando de diversas mostras de decoração. Em 2007, Wilnes e Mônica convidaram a Arquiteta Paula Cecchi, para integrar a equipe. “O nosso trabalho é movido pela criação, pela arte e pela técnica de projetar e edificar ambientes”, diz Wilnes. Av. Wladimir Meirelles Ferreira, 1525 sala 114 - Ufficio Commerciale San Paolo ribeirão Preto – sp - tel 16 3904 8305 www.wmparquitetura.com.br
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Polo AD | Profissionais destaque
Cristina Salomão Arquitetura - Interiores
Cristina Salomão atua no mercado de Ribeirão Preto e região desenvolvendo projetos arquitetônicos e de interiores, para residências, estabelecimentos comerciais e corporativos. Considerando sempre funcionalidade, estética e harmonia, Cristina busca através do olhar de seus clientes, a inspiração adequada que define os traços, formas, necessidades e desejos. Uma característica marcante dos projetos desenvolvidos por essa profissional, é o cuidado com a luminotécnica, que sempre consegue transmitir a diversidade de sensações do ambiente. Rua Chile, 1711 – sala 402 tel 16 3623 4369 | 3911 2095 Cristina.salomao@yahoo.com.br
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Polo AD | Profissionais destaque
André Calil de Salles arquiteto
Arquiteto e Designer de Interiores, André Calil de Salles estabelece o bom gosto, a qualidade e a ousadia, para maior satisfação de seus clientes. Seu estilo não segue um padrão, André Calil parte de um princípio que o cliente é quem deve dar a sua identidade ao projeto. Além da arquitetura, costuma fazer grandes projetos de design de interiores. “Vejo a personalidade do cliente, o conforto e a estética”, afirma André. Suas obras vão desde residências em condomínios, apartamentos, lojas, escritórios, hotéis de Ribeirão Preto e região. Av Brás Olaia Acosta, 727 – sala 1710 Edifício Office Tower – Ribeirão Preto - SP tel 16 3632 2748 | www.calilsalles.com.br
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Brasilidade Turismo
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respiro
Pelos desvãos do que escurece e assombra, sombra. Onde as vidas a que fiz forma? Onde as formas a que dei vida? Na silenciosa oficina, úmida penumbra acolhe o ranger da porta. Entro. Uma aranha verde oliva com olhos de conta, assustada, corre o fio em que se equilibra a vida. Pequeno restolho de luz amarelada entra, súbito, no vazio. Surgem cabeças presas aos olhos que me fitam, tantas. São pequenos pássaros asas alçadas no tempo, navios abalroados, afeitos aos temporais e ventanias. Remotos mares de papel crepom, marinheiros bêbados de tinta. São bailarinas, velhas engelhadas e maltrapilhas, príncipes de onde espiam purpurinas que teceram pátinas e mofos verdes. Ainda, velam a si mesmos, meninos travessos, damas da corte, divas das variedades, olhos borrados, negros buracos de rímel envelhecido. Alguns, tomam-se de impaciência e sabotam as caixas manchadas, as cabeças tombadas para o fora tampas, perscrutam o nada, outros esperam, que esperar tornou-se o sagrado ofício para os meus marionetes. Sou bonequeira por destino e sina, por gosto e convencimento, fios meus perdidos na entretecida vida, eu e minhas criaturas, meus eus dispersos, achados e outra vez perdidos.
ENTREATO texto e ilustração: regina maria amorim vieira | respiro@revistab.com.br
Deles tomei emoção no partido texto, a endurecida alma minha com eles dividi como quem divide a merenda, enrolada com carinho em guardanapo de xadrez por mãe solícita.
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respiro
Aplausos ecoavam de seus corpos, neles reverberavam num estrondo, por meu braço eclodiam, até meu ser recebê-los, interior transfeito, filtrados e lavados, quase um parto a cada espetáculo.
Amados mamulengos e suas bocas mudas _ vem... Dóceis, enigmáticos, intenções guardadas à chave no vazio de cada corpo a espera de alma distraída que possa fazê-los de vida preenchida.
Cordão umbilical azul prateado, o braço arrematado por mão ágil e farta de dedos, deixava que, qual seiva, minha vida se alimentasse da deles, os personagens, os símbolos, os uma qualquer coisa que de repente, eu desencantava e assim, podiam ser tudo. Nos embebedávamos de magia, eu e eles, os seres desadormecidos, enquanto a platéia julgava a mágica invertida, escondida no espanto.
Vem...
Com meus marionetes sou mais que perfeita em desumanidades, sem eles, sou humana demais, me desqualifico, me apequeno. Pânico e horror sinto, enquanto presa ao abraço da silenciosa oficina, cercada dos olhares, eternizados, de tantos seres que me pedem resposta para antigas perguntas.
Atraente proposta, tão descabida de disfarçada doçura e morbidez. Seres fio, nervos calcificados pelo tempo. Rastejam sorrateiros pelo chão. Rente à meus pés, enlaçando-se por eles, sobem a envolver-me a cintura, os ombros para logo, fecharem-se como trincos a altura dos pulsos. Estou tão cansada... Quero abater-me ao chão como uma bolsa velha, mas, sou lentamente erguida, alevantada. Eles me fitam, erguidos os cantos das vermelhas bocas _ Vem...
Me observam... Eles... Que fiz ao calar, sem apelo, a voz de muitas bocas, atores, propostas, corpos vazios a espera de emoções para vestí-los por dentro? Agora, vagam suas intenções, tão nuvens que não foram chuva, proposições de dizer que não calçaram vozes, emudeceram, duras, nas estalactites de densa saliva.
Retesam-se os fios, cordão vital farto de mofo e silêncio, vida pouca. Vem... Na quietude antiga da oficina de bonecos, texto abandonado, deixa esquecida, sou. Na vida que se consome, some...
Abro as janelas como quem abre os olhos numa manhã muito amarela. Apalpo, abraço a todos. Filhos meus de estrada tanta, cada olhar congelado no momento. Eu, olhos fechados, ouço os aplausos _ a festa se faz de novo e sempre pelas reentrâncias dos tecidos, cores, tintas.
Calados os corpos ocos em cores falidas. O discurso que suas bocas estariam a cantar, já agora, está morto. Regina Maria
A ondulação da vida se repete, qual tear rangente nos fios que tangem mãos e pernas, equilíbrio cortante e confuso, um quase perder-se _ nó, ponta para sempre urdida no novelo mundo. Convidam-me _ Vem...
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Bonequeira há quase trinta anos. Guardo gratidão a tantos seres, objetos, sombras que, para mim se desvendaram deixando-me ver suas essências vivas. Atores são máquinas de convencer _ Muito obrigada à todos que se fizeram por minha arte convencidos. Sonhei forma, despertei vida. Regina Maria
editorial
A revista B (ISSN 1809-937X) é uma publicação bimestral da Neni Design Comunicação Visual Ltda-ME Editor Lourenço Tarantelli - jornalismo@revistab.com.br Diretor de arte neni almeida - arte@revistab.com.br Projeto gráfico e editoração Neni Design | Redação Lourenço Tarantelli | editora cultural Bianca Coutinho Dias | editor lado b jonas oliver | editora desenho b heloisa righetto | Colaboradores Júlia Frate Bolliger, regina maria amorim, Renato Loose e vieira e Vânia Cláudia Spoti Caran | Consultora jurídica Karine Vieira de Almeida OAB/SP 214 345 | Jornalista responsável Lourenço Tarantelli MTB:42-783 | Impressão gráfica ideal contato publicitário (16) 3964 6762 | (16) 9165 7064 - comercial@revistab.com.br
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A - PRAÇA XV DE NOVEMBRO Marco de referência histórica e geográfica, localizada na região central da cidade. A praça foi tombada pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo), junto com o Quarteirão Paulista. A - QUARTEIRÃO PAULISTA Tradicionalmente conhecido, é formado pelo conjunto arquitetônico que abrange o Theatro Pedro II, o prédio do antigo Palace Hotel e o Edifício Meira Júnior, onde funciona o Pinguin II. A - THEATRO PEDRO II Rua: Álvares Cabral, 370 Fone: 16 3632-0757 A reforma da estrutura do prédio, a modernização das instalações e o restauro das características arquitetônicas originais recuperaram o Pedro II e ampliaram suas funções, transformando-o no 3º maior teatro de ópera do país em capacidade de público. B - MARP - MUSEU DE ARTE DE RIBEIRÃO PRETO Rua Barão do Amazonas, 323 Fone: 16 3635-2421 Inaugurado em 1992, com um perfil voltado à arte contemporânea, apresentando várias exposições de representativos artistas brasileiros. B - PALÁCIO RIO BRANCO Praça Barão do Rio Branco Fone: 16 3977-9000 Inaugurado em 26 de maio de 1917, o Palácio Rio Branco abriga o Gabinete do Prefeito e a Secretaria de Governo.
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C - CATEDRAL METROPOLITANA Praça das Bandeiras Fone: 16 3625-0007 Em estilo romântico e linhas góticas, destacam-se os vitrais coloridos no seu interior, os afrescos pintados por Benedito Calixto que datam de 1917. A Catedral Metropolitana de São Sebastião de Ribeirão Preto está localizada na Praça das Bandeiras, região central da cidade. C - FEIRA DE ARTE E ARTESANATO De sexta a domingo, das 7 às 22h Praça das Bandeiras Com participação de mais de 150 artesãos de Ribeirão Preto e Região, a feira oferece uma grande variedade de produtos em cerâmica, couro, metais, vidro, adorno pessoal, louças, porcelana, fiação, tecelagem, flores desidratadas, arranjos em palha, vasos, tecidos etc. D - GALERIA DE ARTE A CÉU ABERTO Todos os domingos, das 9 às 14h Praça Sete de Setembro Aproximadamente cem artistas plásticos de Ribeirão Preto e região expõem e comercializam suas obras, promovendo o encontro da população com a arte. fonte: Prefeitura Municipal
Rua Altino Arantes, 639 - Boulevard CEP 14.025-030 | Ribeirão Preto | SP | www.revistab.com.br departamento comercial tel 16 3964 6762 comercial@revistab.com.br
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