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ALMA INQUIETA

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ENTRE UVAS

ENTRE UVAS

alma

INQUIETA

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À FRENTE DO SEU TEMPO E COM UM OLHAR CUIDADOSO À HISTÓRIA E AOS DETALHES DO MUNDO MODERNO, CRISTINA IGLESIAS SE TORNOU REFERÊNCIA NA ARTE DA TAPEÇARIA.

Quando se fala no universo encantador que envolve os tapetes, o primeiro nome que vem à mente, com certeza, é o da empresária e designer Cristina Iglesias. De alma inquieta, personalidade forte, suavidade na fala e sempre com mil afazeres ao mesmo tempo, sua trajetória profissional é repleta de sucesso e muita dedicação. Não é à toa que se tornou referência no assunto, colocando os produtos da sua loja, a Oriente-se, como objeto de desejo de decoradores, arquitetos e apaixonados por tapetes. E como Cristina conseguiu isso? Fazendo com que o universo da tapeçaria transcenda a decoração por meio de tramas, formas, sentimentos e história. Para conhecer um pouco mais sobre esta renomada empresária, confira nosso bate-papo.

Como o mundo da tapeçaria entrou em sua vida?

A tapeçaria entrou na minha vida pela paixão pela arte, história e as diferentes culturas. O feito à mão, as composições entre desenhos e cores, tudo isso me fascina.

Um tapete, para ser perfeito, precisa de? Por quê?

Poderia dizer que todos os tapetes feitos à mão, artesanais, com materiais naturais e vegetais, tendem a trazer uma perfeição. E essa perfeição vai se complementar dentro da composição de um ambiente. Ou seja, a perfeição nada mais é do que a perfeição da execução e a adequação em um lar.

A arte, de modo geral, é muito presente no seu dia a dia. Essa paixão nasceu com a loja ou foi ela quem deu origem a Oriente-se?

Desde sempre a arte se faz presente em minha vida, seja em âmbito pessoal, empresarial ou acadêmico - na docência e nas minhas especializações em História da Arte. Ou seja, a arte está intrínseca ao meu dia a dia. Para ter uma ideia, a cada cidade que visito, busco conhecer locais que representem a sua cultura, seus museus, templos, igrejas. A história de um povo. Por isso, sempre digo que a arte é muito mais do que a beleza, ela é a representação de uma história, de uma cultura e de sua tradição.

Como você faz para se manter atualizada neste setor que é tão repleto de história, tanto do passado quanto das novas que estão sendo escritas?

A vida não para e o conhecimento também não. Por isso, é importante estar sempre pesquisando, estudando e conhecendo novas culturas. Cada viagem de trabalho, por exemplo, eu encaro como uma forma de buscar algo a mais. Vamos supor, se você vai à Feira de Milão, não deve se limitar apenas ao evento. Pelo contrário, deve buscar conhecer o entorno, como também, conhecer as cidades próximas para entender melhor a história. Por isso, viajar é sinônimo de descobertas para mim. E quando me pedem uma indicação, alguns dos meus locais favoritos são a Turquia, que é berço da arte da tapeçaria, ou Marrocos, que tem uma cultura berbere maravilhosa, inspiradora, com aromas e cores. Além de muitos outros lugares pelo mundo que são igualmente fascinantes.

Quando faz a curadoria das peças, quais fatores mais lhe chamam a atenção?

Buscar algo não visto antes, olhar cores e composições que se harmonizam. As vezes viajo com tecidos, para buscar a composição entre as cores. Olhar profissionais e suas referências. Estar sempre atento para não parar nunca. Revistas que para alguns já não são tão importantes, eu sempre olho, volto a olhar. Busco na decoração, na arquitetura, na moda. Tudo me inspira.

Se entrássemos em sua casa agora, quantos tapetes encontraríamos? Há algum que seja o seu preferido ou que tenha uma grande história junto a ele?

Sou mutável, troco os tapetes. Um vai para lavar e entra outro, e com isso posso dizer que tem muitas opções para um mesmo espaço. Como brincava na arte, às vezes a Grécia era minha fonte de inspiração. Depois o gótico ou bizantino, o barroco ou algo novo. Um fotógrafo e, assim, poderia hoje dizer que os tapetes feitos por um povo chamado Berbere me fascinam. São feitos à mão, sua criação vai da lã, passando pelo tingimento, até sua criação. Diferente dos persas, que seguem tradições e desenhos que passam por gerações, os são desenhos únicos, e um povo tão distante, mas muito atual ao mesmo tempo.

Hoje quem são seus designers preferidos no mundo das tramas, cores e texturas?

Meus designers em termos de tramas, cores e texturas, insuperavelmente, Paola Lenti. Ela é única. Patrícia Urquiola, que desenha para algumas marcas, traz o seu trabalho do feito à mão do tricô, do bordado. Álvaro Catalan que, último Salone de Milano, fez da sua tapeçaria um meio de falar sobre os rios, sua poluição e, ao mesmo tempo, usar estes dejetos em favor da criação de tapetes em pet, com desenhos dos relevos do caminho dos rios indianos, hoje os maiores poluentes da Índia e seus oceanos.

Superdica

Apesar de que o tapete tenha sido feito para ser pisado, como uma obra de arte ele requer cuidado e respeito pela sua colocação. Desta forma, não podemos dizer que um tapete é um piso autotráfego. Por isso, é preciso prestar bastante atenção em como usar um tapete para que ele dure por muito mais tempo. Isso inclui saber desde como usar e limpar. Os tapetes de fibras naturais como lã, por exemplo, também precisam respirar, por isso, é preciso que sejam arejados. Já os tapetes com cores fortes não podem receber superexposição do sol, pois como qualquer outro tecido podem perder sua coloração. Mas quando se tem um olhar cuidadoso para eles, como obras de arte, a duração será muito maior.

Para saber mais sobre este fascinante universo da tapeçaria basta seguir no Instagram a Loja Oriente-se Tapetes: @orientesetapetes.

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