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3 EXECUÇÃO
from Revista Cásper #33
Depois de todas as reuniões e da correria na produção do pré-programa, chegou a hora de ligar a luz do estúdio e ir para as gravações. A execução é o resultado final de todo o trabalho realizado nos dois primeiros passos, em que apenas é colocado em prática tudo o que foi acordado nas reuniões de pauta e de planejamento do programa. Não há muito espaço para o improviso no Mulheres - o que não significa a perda da naturalidade.
Durante a gravação, a equipe de produção se divide em três: um grupo fica posicionado dentro do estúdio, participando da organização do programa que está no ar; o segundo grupo auxilia o diretor na sala do switcher; e o terceiro permanece na redação do Mulheres realizando o planejamento dos programas a serem gravados nos dias seguintes. No programa ao vivo, é preciso que todos estejam em sincronia absoluta. Não há margem para erros, e a pauta elaborada deve ser seguida à risca para a organização do estúdio e dos convidados. Na parede, a pauta fica colada à vista de todos, com a ordem dos quadros, inserções de merchans (aparição ou menção de uma marca durante o programa), pausas para os comerciais e chamadas para entrevistas.
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O espaço de gravação da Gazeta é dividido em três cenários para a gravação, com funções específicas a depender do quadro. Enquanto a apresentadora Regina Volpato está sendo filmada no primeiro cenário, a produção se mobiliza para organizar os outros dois, adicionando os elementos que serão necessários durante a filmagem, e os convidados já estão aguardando atrás das câmeras para serem chamados. Para a troca de cenários, todas as câmeras se movimentam ao mesmo tempo, como se fossem uma só, para que se crie a ideia de que o cenário é um só e tenha a sensação de movimento. Truques da televisão.
Enquanto as filmagens estão ocorrendo, o diretor e seus assistentes estão posicionados em uma pequena sala localizada dois andares abaixo do estúdio. Por lá, eles ficam responsáveis pela coordenação do programa, inserção de imagens e de todo o conteúdo visual que compõe a identidade visual do Mulheres: VTs, textos de teleprompter e GCs (geração de caracteres). Diferente de um show gravado, que passa por um processo de edição após ser filmado, o programa ao vivo precisa que os elementos que seriam adicionados na edição sejam colocados durante a exibição do programa, e essa é a função dos funcionários do switcher
A sala do switcher é como se fosse uma concentração pré-jogo, todos focados nas demandas do programa e acompanhando cada passo que está sendo dado no estúdio, estudando as melhores formas de colocar as ideias apresentadas nas reuniões no ar. Nas quatro horas de duração do programa, a concentração de toda a equipe é primordial.
Você já ouviu aquela frase típica de programas ao vivo: “O diretor está dizendo aqui no meu ponto”? É no switcher que essa comunicação acontece. No caso do programa Mulheres, o diretor, Ocimar de Castro, utiliza dessa tecnologia para passar informações para os apresentadores e convidados sobre audiência e atualizações dos assuntos que estão sendo comentados em tempo real.
Para Elaine Siqueira, coordenadora de produção, não há parte mais difícil ou mais fácil para o Mulheres ir ao ar. Todas possuem suas características próprias, demandam o trabalho em equipe do time e, sobretudo, precisam estar em sincronia. O sucesso não é igual a uma das tantas receitas que o programa apresenta, com passos e medidas bem definidas para alcançar o resultado ideal – para a coordenadora de produção, entender a audiência é uma parte imprescindível para alcançá-lo. “É preciso saber exatamente qual o público-alvo que se deseja atingir para que a gente desenvolva conteúdos com a linguagem adequada”, finaliza. @