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Prefácio A literatura de cordel é uma das manifestações mais ricas da cultura brasileira. É um tipo de poesia popular que é impressa e divulgada em folhetos e suas imagens são feitas através da xilogravura. O nome literatura de cordel tem origem na forma como esses folhetos são vendidos: eles, normalmente, são pendurados em barbantes ou cordas. O cordel tornou-se uma vertente popular muito forte no nordeste do Brasil, onde as histórias e lendas do Sertão foram imortalizadas, junto com os costumes e a cultura da região. Os alunos dos 7º ano A e C, após aprenderem sobre este gênero textual, foram estimulados a produzirem seus próprios cordéis. Com temas variados e linguagem informal, eles puderam brincar com as palavras transformando-as em poesia. Para preservar a autoria, as produções e as reescritas foram realizadas em aula e os textos foram retificados, apenas, em relação à ortografia e pontuação. Boa leitura!
Profª Soraia
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Sumário 7ºC Stella, Giovanna Campos, João…………………………………………….…………… 4 Lorena, Nicoly, Pedro Lopes………………………………………….…………………. 6 Juan, Luis, Thaís…………………………………………………………………………..... 8 Giovanni, Guilherme Varago, Rafael Mastropaolo…………………………….….. 10 Giovanna Ardanaz, Marco, Matheus……………………………………………...….. 12 Giovana Arantes, Isabella, Lara, Pedro Dalla…………………………………..…… 14 Bruno, Rafael Simões, Roy…………………………………..…………………………. 16 Ana, Gabriel, Lilian…………………………………………………………..…………… 18 Gabriella, Guilherme Marchi, Lucca………………………………..………………… 20 7º A Sofia……………………………………………………………………………………….... 22 Davi, Gabriela, Maria Eduarda………………………………………...………………. 24 João………………………………………………………………………………...……….. 27 Felipe, Giuliana, Jennifer………..……………………………………..……………..... 29 Eduardo Benatti, Giovanna Belmiro, Sabrina…………………………..…….…….. 31 Alexandre, Giovanna Navarro, Leandro……………………………………..………. 33 Enzo…………………………………………………………………………..……….……. 35 Eduardo Levy, Guilherme, Vinicius……………………………………………....…… 37
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Na minha época…
Quando eu era pequeno, não parava de brincar. Pulava, pulava, pulava e eu corria sem parar. Eu era muito brincalhão. Descia a ladeira de “montão” e brincava sozinho, igual a um “bobão”. Mas quando era para tomar banho, eu engolia muito sabão. Na hora de brincar, eu girava o pião. Mas quando dava tédio, eu brincava até com o chão. Na época da escola, eu só jogava bola. Mas na hora de estudar, eu só ia tagarelar. Na hora de dormir, era muito assustador, porque eu sempre achava que tinha um monstro no cobertor. Stella, Giovanna Campos, João Gabriel
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A paixão de um abestado
O menino abestado, todo atrapalhado, saiu de casa bem arrumado. Estava preparado para declarar seu amor, não sabia, ele, que sua carta estava um horror. Chegou até a amada e começou a falar: “o amor que tenho por você, não tenho o que dizer, te amo pra valer”. A amada ficou encantada, mas disse ela, que era compromissada. O abestado ficou decepcionado, pois seu amor o havia abandonado. Ele pensou alto e disse: “o que fiz foi tudo tolice!” Voltou para casa com as flores na mão, amassou-as e jogou no chão. Deitou-se e começou a se lamentar: “por que será que fui me apaixonar?” Na escola se reencontraram, e disse ele, que ainda estava apaixonado. A amada nem deu bola e pediu para ele ‘cair fora’. O inocente ficou infeliz, pois nem amizade, ela quiz. Lorena, Nicoly, Pedro Lopes
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Um sonho Quando eu era menino... Um sonho queria realizar. Ser bem sucedido pra minha família ajudar. Infelizmente, eu te digo. Eu era um mendigo. Conheci um amigo, que me deu abrigo. Mas não levei minha família comigo. Meus pais me apoiaram em tudo que precisei. E assim, eu me tornei um jogador de futebol. Como sempre sonhei! Hoje, eu sou um sucesso como sempre pensei. Até no Barcelona, eu já joguei. Mas para o Brasil, eu voltei. Infelizmente, encarei um grande processo. Mas até hoje,eu faço sucesso. Com os meus belos versos. Espalhando alegria pelo universo, porque o mundo é muito complexo. Juan, Luis, Thaís
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Diversidade
Batata, bife, bisteca, macarrão. Todos são bons, mas o básico é o arroz e feijão. Pera, maçã, abacaxi e melão. Todas são perfeitas para para nossa nutrição. Basquete, golfe, polo aquático, handebol. Todos nós jogamos o famoso futebol. Temos escola, trabalho, faculdade. Todos importantes para nossa comunidade. Pega-pega, pique-esconde e pião. Todas são brincadeiras de outra geração.
Espanhol, inglês, italiano e chinês, tantas línguas e culturas, que juntamos de uma vez.
Giovanni,Guilherme Varago,Rafael Mastropaolo
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O mundo online Internet: a coisa mais utilizada todo dia. Cada dia crescendo, trazendo entretenimento. Até mesmo em outros tempos, internet não havia. O que as crianças pensariam, “onde estaria a alegria?” O telefone celular, criado apenas para ligar. Mas até mesmo, hoje em dia, muitas coisas vai realizar. O maior centro de pesquisa várias coisas realiza. Todo dia se atualiza e vários dados organiza. Com a nossa internet, se abrem portas ao trabalho. Muitos empregos surgindo, a sociedade evoluindo. Giovanna Ardanaz, Marco, Matheus
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Como eu vejo o mundo França, Japão, Itália, Cazaquistão. Culturas diferentes Iguais? Elas não são,não. Japonês, coreano, espanhol e francês. Todas são línguas e a mundial é o inglês. Sushi, macarrão, arroz e feijão… E também, temos o famoso pão. Temos peixes, frango carne de jacaré, que compramos no açougue do seu Zé. Girafa, leão, zebra e tubarão, esses são animais de alguma região. Giovana Arantes,Isabella,Lara,Pedro Dalla
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Escolhas Para um trabalho de Português, tive que pensar e minha mente desbravar. Para uma ideia eu ter, tenho que começar a escrever. Bom, agora escrevendo um assunto tenho que escolher. Mas não há ideias, não sei o que fazer. Pensei em vários assuntos, mas não sei qual escrever. Há tantos assuntos ruins e bons, mas estou começando a me perder. Tive em mente um projeto e acho que vai dar certo. Acho bom, eu escrever o que estou começando a aprender. Estou aprendendo, o que o mundo precisa para melhorar. E para ele não acabar, precisamos reciclar. Caso isso não aconteça, o mundo não vai aguentar . Bruno, Rafael Simões,Roy 16
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Dentro do videogame
Um menino jogava dia, noite, noite, dia. Com seus amigos, vencia sem parar. Todos os dias seus pais diziam: “menino, um dia no jogo vai entrar”. De tanto usar, o game parou de funcionar. E então, ele começou a sonhar. Dentro do sonho, fases teve que passar. Na última batalha... teve que acordar. Ana, Gabriel Pina, Lilian
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Lendas da nossa terra Com um cachimbo na mão, ele vira um furacão. No meio da floresta, ele vem pulando. É o Saci Pererê, com seu cachimbo chegando. Com suas pernas ao contrário, ele vem irritado. Teu nome é Curupira. Que tem o cabelo avermelhado. Ele é o protetor da floresta e os animais vivem ao seu lado. Saindo da água, ela é muito bonita. Encantando os homens que ela queria. Yara, a sereia, que no rio se escondia. Essa é a história de uma mulher que foi casada, ficou com o padre e acabou espantada. A mula-sem-cabeça deixa as crianças assustadas. Saindo da água, com sua pele oleosa. Encantando as mulheres, com sua voz formosa. Fingindo ser humano é o boto-cor-de-rosa. Gabriela, Guilherme, Lucca
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Algum dia Às vezes, o dia é escuro mesmo sendo claro. Como se um muro tapasse um buraco, daquele dia trágico. Dia após dia... Fico nessa ousadia. Sem saber o que eu faço. Mesmo me sentindo um carrasco. O dia é claro, mas com a noite vem a imensidão da escuridão. E nessa hora fico com dor no coração. De lembrar da vida perdida. Naquele dia de solidão. Agora, meu dia é mais claro. Com o verso no meu coração. E o meu pensamento ao lado. Dessa minha citação. Sofia
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Variedade regional É triste ver o gado, todo morto pelo chão. Até mesmo o passarinho, não tem mais um coração. E o canto do gavião não se vê mais no Sertão. Essa região é o Nordeste do passado no Sertão. Hoje em dia, só se vê cordelista com seu violão. Um mineiro dos “bão” finge ser bobo, mas é muito inteligente. Ele compra fiado e vendedor nem fica desconfiado. No domingo de manhã, chama a mulher e seus filhos Da missa para o almoço é só queijo com linguiça. E para completar a sobremesa, um doce de leite acompanhado de café com leite. Uma boa broa e um bom bolo de fubá. É assim que mineiro gosta de acabar. Rio de Janeiro tem muito para se falar. Tem marés e horizontes que só aqui pode se achar. Lá na Praia de Ipanema, gosto de me bronzear. Tem muita gente bonita que só vejo por ali passar. Pão de Açúcar é um lugar interessante, pois lá tem muito turista importante. E a paisagem indescritível, com um morro inesquecível. E com seu bonde vou para lá e para cá. Fica em cima de um fio que tenho muito medo de arrebentar. Nosso funk carioca é cultura e lazer. Um problema da cidade é ter muito traficante e assaltante. Quando um migrante deixa a sua terra e seus costumes. Seja na paz ou na guerra, na tristeza ou na alegria. São Paulo é garantia de que ele não erra. Sua gente, ele também deixa, e isso é triste de se lembrar. Mas em São Paulo, também, tem muita gente para se encontrar.
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No Sul, é que se tem lugar bonito e isso eu já tenho dito. Muitas bebidas lá se toma, chimarrão e pinhão, lá você tem de sobra. Churrasco e suco de uva é a combinação perfeita para uma noite escura. Amazonas, Amazonas, floresta tropical. Lugar típico de índio muito além do Pantanal. Nossa linda Amazônia, precisamos parar. Com o desmatamento, precisamos acabar. E essas foram as regiões do Brasil, que nós quisemos lhe contar. Davi,Gabriela, Maria Eduarda
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O mundo É assim que o mundo está. Prestes a acabar. Com muita poluição e latinha no chão. Gente de mau coração... Gente deixando o chuveiro e a torneira ligada, assim nossa água acaba. O mundo, com muita poluição. E os terroristas... nem ligam pra população Fora as pessoas, que matam os animais: baleia, macaco, coelho. E muitas vezes um rebanho inteiro. Acho que esqueceram, de onde vêm o ovo, a lã e o leite que tomamos toda manhã. É isso que o nosso mundo virou. Algo que ninguém imaginou. Gente morando na rua. Desculpe falar, mas é a verdade nua e crua. João
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Nada com nada
Cansado da vida entediada, um dia fui fazer cordel. Mas de ideias tive nada. De criatividade tive nada. Mas percebi que não posso rimar “nada com nada”. E só dei uma piscada, e estava olhando pro nada. Então, vi uma fada. Dei uma boa olhada e ela estava machucada, pois foi atacada por uma onça pintada. E lá se vai mais um cordel… “nada com nada”. Então, fiquei esfomeado e comprei pastéis, cinco reais cada. Dei uma reclamada e levei uma “patada”. No Nordeste, o calor ataca. É mais perigoso que assalto com faca. No Nordeste, falta condição. Isso causa dor no coração. Por isso, trago minha rima de lá. De lá pra cá, eu vou rimar Tô falando de Nordeste, mas isso não te diverte. Era pra rimar “nada com nada”, mas coloquei o Nordeste na “parada”. Com a nossa rima, você fica impressionada, pois a nossa habilidade deixa você “pirada”. Felipe, Giuliana, Jennifer
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Trabalho infantil
Eu venho da favela. Aquelas que aparecem em novela. Minha mãe me obriga a pedir esmola Porque ela não trabalha E nem me “dá bola”. Em vez de pedir esmola, queria estudar em uma escola. Queria estar na escola, para ter amigos e brincar. Mas quando chego em casa, apanho sem chorar. Queria dormir igual a uma criança normal, mas enquanto isso, trabalho igual a um animal. Eu não mereço isso. Eu não vim para comer lixo. Eu não vim para sofrer. Só queria aprender. Para um futuro ter. Tenho que me dedicar. Para Deus me ajudar. Todos os dias, eu acordo e trabalho demais para surpreender os meus pais. Eduardo Benatti, Giovanna Belmiro, Sabrina
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O trabalho do povo
“Nóis” tem muitas profissão que ganha mais do que “divia’’ os do “petshop’’ lava o cão no escritório, a secretaria atende as “ligação’’. Na padaria, o padeiro faz o pão. E na escola, o aluno faz lição. Tem as “pessoa” que cuida da via. Tem uns que “limpa” o chão e trabalha todo dia. Tem “us” que cuida da saúde e não deixa “nois” “morrê”. Tem também “professô” que “faiz” “nóis” “aprende’’. Tem “uns” que custura “ropa” e “otros” que “faiz” a polpa só para não “esquece’’...o pedreiro. E também tem o “cabeleiro”. Tem os que constrói casa e o que vem entregar a carta. Tem o que “faiz” agricultura e uns que pinta pitura.
Alexandre, Giovanna Navarro, Leandro
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A briga do vira-lata Ele vira, não é lata. O nome dele é “Vira-lata”. Na rua não se pode encontrar nada. Nem comida enlatada. Ele tem um trato, com o cachorro ao seu lado. O cachorro era bravo e muito chato. Roubava a comida e sua alegria. Mas nosso amigo “Vira-lata”, disso não gostava. Então, ele ficou furioso, porque o cachorro vizinho era maldoso. Mas nosso amigo “Vira-lata”, de força não tinha nada. O padeiro da padaria em frente, ouvia os latidos. O padeiro não gostava disso, então os separou. Do nosso amigo, ele cuidou. E o maldoso... ele deitou. Enzo
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Um bem indispensável
“Aguinha”,“aguão” que tá faltando no caminhão. Enquanto os “caras” tão de plantão. Não tem água pra mim, não. Sempre passo no bar do Zezão. E quando quero beber um “aguão”. Não tem água no galão. Quando tô no meu carrão, trazendo água no galão. Chego no meu casarão. E não tem água nem pra lavar o chão. Os dias que eu tô com sede, não tem água em casa, não. Daqui a pouco não vai ter água... No Japão, nem no Jalapão. Se a Cantareira acabar, a água também acabará. E com isso, a gente morrerá. E se não tem água no meu meu galão. Daqui a pouco, não terá água nesse mundão. Eduardo Levy, Guilherme, Vinicius
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