APRESENTAÇÃO Luís Antonio Groppo1 A universidade pública pesquisada, localizada no interior de Minas Gerais, mais do que um campo ou espaço de coletivos, possui, na verdade, uma verdadeira galáxia de organizações juvenis. A diversidade das organizações juvenis reflete a diversidade das e dos estudantes, de suas origens sociais, das características dos seus cursos e das carreiras onde pretendem ingressar. Nosso livro foca um de seus espaços, que chamamos de “micro-espaço público”, onde ocorre a parte mais marcante da política estudantil e onde também podem atuar coletivos voltados formados para agir em outras frentes, como o cursinho popular, o grupo de maracatu e até mesmo o grupo evangélico. Deve se reconhecer, entretanto, que essa universidade - assim como as demais Instituições de Educação Superior (IES) - possui outros espaços juvenis, vários dos quais se cruzam ou mesmo se chocam com o micro-espaço público da política estudantil: o espaço mais festivo, esportivo e tradicional das atléticas; o espaço mais acadêmico e corporativo das ligas estudantis; os programas e projetos de extensão universitária (dos quais o grupo de maracatu e o cursinho popular, formalmente, fazem parte); o mundo das festas e dos “rolês” em repúblicas estudantis, eventos, bares, botecos e esquinas; e um mais esquivo e reservado espaço da religiosidade juvenil, onde o grupo evangélico parece ser uma exceção, por sua maior visibilidade e presença na vida política estudantil. Contudo, o interesse da pesquisa nos levou a, mesmo reconhecendo a complexidade dessa galáxia juvenil, a delimitar um de seus espaços, justamente aquele que mais chamou a atenção do 1
Professor da Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL-MG). Pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).