Mercedes Baptista

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Mercedes Baptista - criação da identidade negra na dança 62 38

Capítulo 4 Carnaval: tradição e mudança

O

G R E S Acadêmicos do Salgueiro foi fundado em 05/03/1953. Seu nascimento se deve à fusão de duas escolas de samba existentes no Morro do Salgueiro: Depois Eu Digo e Azul e Branco. Seu nome foi sugerido pelo compositor Noel Rosa de Oliveira. Segundo Haroldo Costa (1984), “para glorificar ainda mais o samba carioca, nascia, finalmente, o Grêmio Recreativo Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro” (p. 56), que, no carnaval de 1959, foi classificado em segundo lugar. No quesito escultura e riqueza a escola obteve um ponto a mais que a campeã Portela, “O responsável por esta nota fora Fernando Pamplona” (p. 89). A nota fez, também, com que o então presidente da escola, Nelson Andrade, convidasse Fernando Pamplona para que se tornasse o carnavalesco do Salgueiro no ano de 1960. Convite aceito, o novo carnavalesco começou a preparar, em conjunto com Arlindo Rodrigues, Nilton Sá, Dirceu Neri e Mary Louise Néri, o espetáculo que a Escola iria levar para a Avenida naquele ano. O tema escolhido foi “O Quilombo dos Palmares”, uma exaltação à raça negra. Foi através de Pamplona que Mercedes Baptista ingressou no Salgueiro, em 1960, conforme ele nos relata:

Quando eu fiz “Palmares” a Mercedes estava em São Paulo e tinha 8 bailarinos negros maravilhosos. Eu tinha um amigo que fazia colares com temas africanos e encomendei uns 100 colares e dei pros 8 negros que vieram dançando atrás da portabandeira. Enquanto eles dançavam distribuíam os colares para o júri, imprensa e o povo...foi um auê!!


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