Revista da Madeira - Edição nº 147

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prosperidade. Resguardadas proporções, o setor de base florestal também tem segmentos bastante promissores. A indústria de papel e celulose, por ter forte tradição exportadora, continua ativa e crescendo, e a própria indústria madeireira, em algumas regiões, está conseguindo reverter o pessimismo econômico nacional em boas oportunidades no mercado externo. O processo, entretanto, para a grande maioria, ainda é lento, decorrente até mesmo de uma certa desconfiança sobre os rumos da economia brasileira. O certo é que a exportação é e sempre será uma boa opção, desde que mantida algumas regras de segurança econômica como: visualizar um equilíbrio entre oferta destinada ao mercado interno e ao mercado externo; buscar produtos com maior valor agregado; atender a nichos específicos ou produtos diferenciados que garantam maior margem; apostar em marketing continuo visando se destacar da concorrência e, sobretudo, priorizar a qualidade. A indústria de base florestal é forte e pode dar o exemplo de retomada antes de outros setores. O que vai valer agora é a posição dos empresários do setor em seguir regras básicas e definir sua linha de ação na busca de novos mercados. Clóvis Rech Editor Responsável/ Editor in Chief

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esmo diante da crise que a economia brasileira atravessa, alguns segmentos conseguem reagir e mostrar índices positivos. O agronegócio, com forte concentração exportadora, é um dos destaque, e que tem permitido manter algumas regiões brasileiras verdadeiros oásis de

Awaiting reactions

However, for most of people the process remains slow, an idea that has resulted from certain distrust in the course of Brazilian economy. The fact is that exports are and will always be a good choice provided that some economic security recommendations are followed: envisaging a balance between domestic and foreign market-oriented supply; seeking products with higher value added; spotting specific niches or differentiated products that may guarantee higher profit margin; investing efforts in continuous marketing in order to stand apart from the competition; and above all prioritizing quality. The forest-based industry is solid and could illustrate an example of a sector resuming activities before other ones. What is of the essence now is the stance of the sector’s businesspersons over the adoption of basic rules and their course of action in search of new markets.

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espite the economic crisis currently hitting Brazil, some market segments have managed to react and show positive indicators. The agro-business, highly engaged in export activities, stands out for having helped to preserve true oases of prosperity in some Brazilian regions. Likewise, the forest-based sector involves very promising market segments. Because of its strong export tradition, the cellulose and paper industry remains active and on the rise, while the very timber industry, in some regions, is turning national economic pessimism into good opportunities in the foreign market.

Sumário / Summary

Expediente

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EXPORTAÇÕES / EXPORT CONSTRUÇÃO / CONSTRUCTION BAMBU / BAMBOO SECAGEM / DRYING

ESPÉCIES NOBRES / NOBLE TROPICAL TIMBE LIXA DE MADEIRA / SANDING RESÍDUOS / WASTE ACIDENTE DE TRABALHO / LABOR ACCIDENTS

EXPEDIENTE Editor: Clóvis Rech Capa: Conceyção Rodriguez Edição de Arte e Produção www.crdesign.com.br crdesign@crdesign.com.br

A Revista da Madeira é uma publicação da Lettech Editora e Gráfica Ltda, que também publica outras publicações. A reprodução total ou parcial de artigos ou matérias citados nesta edição é proibida, exceto em caso de autorização do editor.

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Editorial

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direcionamento da produção. A retomada do crescimento da economia brasileira, sobretudo do segmento da construção civil, permitiu que a indústria da madeira mantivesse suas operações, mesmo como a forte redução das exportações. No caso do compensado de pinus, por exemplo, o mercado doméstico absorvia não mais que 20% da produção nacional até antes da “Crise do Subprime” (2007). Pouco tempo depois, já em 2012, o mercado doméstico chegou a responder por mais da metade do volume produzido no país. Assim, até 2014 a indústria da madeira no Brasil manteve seu desempenho atrelado basicamente a demanda do mercado doméstico. A partir de então, na contramão do cenário mundial, a economia brasileira começou a sofrer um processo de deterioração, o que ocasionou a desvalorização do Real. Em pouco mais de um ano, a moeda brasileira desvalorizou 70% (vide figura 02). A desvalorização do Real impulsionou rapidamente a retomada das exportações pela indústria da madeira, uma vez que já em 2014 eram observados os primeiros sinais do enfraquecimento da econômica brasileira. Aliado a desvalorização do Real, o gradativo reaquecimento do mercado americano,

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istoricamente, a participação relativa do Brasil no comércio internacional de produtos de madeira é pouco representativa. Os principais produtos de madeira exportados pelo Brasil são madeira serrada, compensado, molduras em geral (wood frames), pisos, portas, entre outros. Ao longo das últimas décadas, observa-se um aumento substancial dos produtos base-

ados em madeira pinus (e mais recentemente eucalipto) em detrimento daqueles produzidos a partir de madeira tropical. As exportações brasileiras de produtos de madeira apresentaram um comportamento positivo até 2007 quando alcançaram um montante de USD 3,3 bilhões. A partir da “Crise do Subprime” nos EUA em 2008 e a concomitante desvalorização da moeda americana, os volumes de produtos de madeira exportados pelo Brasil caíram praticamente pela metade, experimentando níveis inferiores a USD 2 bilhões nos anos subsequentes (vide figura 01). Desde então, a indústria da madeira no Brasil sofreu uma importante transformação, pelo menos no tocante ao

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Revista da Madeira sobretudo da indústria da construção civil, também contribuiu para retomada das exportações brasileiras de produtos de madeira. N o s dois últimos anos (biênio 2014/15), as exportações brasileiras de madeira serrada de pinus aumentaram 75%, saltando dos 746 mil m3 em 2013 para pouco mais de 1,3 milhões de m3 em 2015 (vide figura 03). Isoladamente, os EUA juntamente

com México respondem atualmente por mais da metade das exportações brasileiras de madeira serrada

de pinus (vide figura 04). No caso dos EUA, a demanda está concentrada no segmento da construção civil e em-

balagens, enquanto que o mercado mexicano está baseado no segmento de embalagens e na indústria de móveis. Existe, neste caso, uma forte dependência do mercado mexicano da econômica americana. Não menos importante é o mercado do Oriente Médio, representado basicamente pela Arábia Saudita e Emirados Árabes. Ambos os países demandam madeira serrada de pinus principalmente para o segmento de embalagens para suprir a indústria


petroquímica local. A retomada das exportações de compensado de pinus não foi tão vigorosa como no caso da madeira serrada, porém mostrou-se bastante positiva. Em 2013, antes do início do processo de desvalorização do Real, o volume de compensado de pinus exportado pelo Brasil alcançou 1,1 milhões de m3, saltando para pouco mais de 1,4 milhões de m3 em 2015 (vide figura 05). Isso representa um aumento da ordem de 25%.

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Mercado Europeu O limitado crescimento da demanda de compensado de pinus no mercado europeu tem sido o principal fator restritivo para uma rápida e efetiva retomada das exportações brasileiras. Embora as importações de compensado de pinus tenham se mantido relativamente constante nos últimos anos, observa-se um acentuado crescimento das importações americanas (vide figura 06). Isoladamente, os EUA representaram 17% das importações do compensado de pinus brasileiro. Cabe ainda mencionar o México como um mercado emergente para o produto brasileiro. Muito embora a desvalorização do Real tenha permitido a retomada das exportações brasileiras de produtos de madeira, a rentabilidade da indústria da madeira no Brasil tem sido muito abaixo da expectativa. Isso, em princípio, se deve a uma série de fatores, mas sobretudo a uma redução dos preços dos produtos de madeira em nível mundial, aliado a um forte aumento dos custos de produção no Brasil, dada a acentuada inflação experimentada no mercado doméstico nos últimos anos. Não tem dúvida que a desvalorização cambial foi fundamental para o

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aumento das exportações brasileiras de produtos de madeira. No entanto, é importante ressaltar que se por um lado houve um forte crescimento do volume exportado, por outro, o incremento em termos de valor exportado foi pequeno, dada a queda do preço internacional dos produtos de madeira em geral. Atualmente, a exportação é a única saída para a indústria de madeira do Brasil, na medida em que as perspectivas de crescimento do mercado doméstico são pouco promissoras e a economia mundial deve, pelo menos,

manter os níveis de crescimento atuais no curto prazo.

A performance da indústria da madeira não pode ficar calcada exclusivamente no câmbio. A sustentabilidade das exportações brasileiras de produtos de madeira e a ampliação da sua participação no mercado inter-

nacional passa necessariamente por uma maior competitividade tanto da indústria da madeira propriamente dita como do país. No caso da indústria da madeira, a competitividade depende de investimentos para melhorar a produtividade, enquanto que a competitividade do país depende de ganhos de eficiência para redução do “custo Brasil” (infraestrutura, logística, carga tributária, etc). RM Marco Tuoto CEO da TREE Trading e Membro do Conselho de Administração da TREE Florestal. Mestre em Economia e Política Florestal. mtuoto@treeflorestal.com.br

Wood products exports resumed in brazil

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istorically, Brazil’s relative involvement in international trade of wood products has been little significant. The main products Brazil sells abroad include sawn timber, plywood, wood frames, flooring, doors, among others. In the last decades, exports of pine wood products (more recently of eucalypt) have climbed considerably displacing those manufactured with tropical wood. These exports maintained a positive behavior until 2007, when they generated revenues by USD 3.3 billion. As from the subprime mortgage crisis in the United States in 2008 and the concomitant US dollar devaluation, the volume of wooden products exported by Brazil virtually swooped by half, thus hitting levels below USD 2 billion in later years. Since then, Brazil’s timber industry has experienced an important transformation, at least in production

orientation. The restart of Brazil’s economic growth, particularly in the field of civil construction, helped timber industry keep on operating, despite declining exports. Until 2014, the performance of the country’s timber industry hinged basically on the demand in the domestic market. From then on, contrary to the world stage, Brazilian economy began to deteriorate and the devaluation of real materialized (70% in something more than a year). This situation rapidly boosted the resumption of timber industry’s exports, despite the fact that the first signs of Brazil’s economic weakening had been detected in 2014. Additionally, the gradual renewal of the American market, particularly in the field of civil construction, was helpful to resume wood products exports. In the two last years (2014-2015), Brazilian exports including sawn pine

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wood increased by 75%, going from 746,000 to some 1.3 million cubic meters in 2013 and 2015, respectively. Currently, exports are the only solution for Brazil’s timber industry as domestic market growth expectations are little promising and the world economy must at least maintain current growth levels in the short term. This industry’s performance cannot be based exclusively on exchange. Sustainability of Brazilian exports of wood products and the country’s rising participation in the international market must necessarily involve higher competitiveness both from timber industry and the country. As for timber industry, competitiveness depends on investments to enhance productivity, while the country’s competitiveness is subject to gains in efficiency to cut the “Brazil cost” (infrastructure, RM logistics, tax charges, etc.).



de madeira está em expansão. Mesmo passando por crises, a madeira vem quebrando paradigmas e tem crescido consistentemente, prova disso é a importante evolução de empresas como a Tecverde, a Tetti Construções, a Ita Construtora, a Rewood, entre outras. Mitos Um dos grandes mitos quando se fala em construção com madeira é de que a madeira pega fogo mais rápido que outros materiais. O diretor da Montana afirma que a ideia não passa de um equívoco e preconceito da população, porque as estruturas de madeira são muito mais seguras que as metálicas ou de alvenaria. A madeira tem, normalmente, uma resistência maior ao fogo. Uma estrutura, quando submetida à chama, tem carbonização periférica que impede que ela entre em colapso. Numa estrutura de aço, ao alcançar 400 graus, ela entra em colapso e desaba. Edna Moura Pinto, arquiteta e doutora em Ciência e Engenharia de Materiais, realizou, em 2007, uma pesquisa pela Universidade de São Paulo – unidade São Carlos, que comprovou que a madeira apresenta boa resistência. Num incêndio, as temperaturas atingem mais do que 1000°C. No entanto, o aço, a 500°C, já perdeu 80% de sua resistência, enquanto que o concreto começa a perder resistência a partir dos 80°C. A madeira, submetida a um severo incêndio, teve sua seção reduzida, mas não a ponto de eliminar sua capacidade de suportar seu próprio peso e o peso extra das barras de aço. E para atender uma demanda do mercado da construção civil, a empresa começou a desenvolver, há cinco anos, um produto para aumentar a resistência e a segurança da madeira com relação ao fogo. O produto tem a função de retardar o efeito de chama e a produção de fumaça. Para verificar a qualidade do produto antes de lançar ao mercado, a empresa realizou testes nos principais laboratórios de fogo no Brasil, entre eles o Laboratório de Madeiras e de Estruturas de Madeira (LaMEM), da Universidade de São Paulo – unidade São Carlos, e o Instituto de Pesquisa Tecnológica (IPT) de São Paulo. Todos os ensaios atendem às normas brasileiras e também internacionais. “Na classificação do produto, atingimos a melhor classe, que é a classe 2A. Dentro dos produtos inflamáveis, esta é a classe de menor risco para o consumidor em termos de resistência ao fogo”, declara Elaine Guedes, diretora comercial da Montana. A madeira é um material que traz muita tecnologia e, por isso, deve ter mais espaço no Brasil, porque, além de tudo, é um material sustentável. O produto que aumenta a resistência da madeira ao fogo vai ajudar a popularizar a madeira. RM

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Brasil possui a segunda maior cobertura florestal do mundo, perdendo apenas para a Rússia. A estimativa do Ministério do Meio Ambiente é que 69% dessa cobertura tenham potencial produtivo. Porém, mesmo com uma vocação florestal tão expressiva, o país ainda enfrenta barreiras culturais para crescer quando o assunto é a utilização da madeira na construção civil. . Hoje já é possível construir tudo com madeira, inclusive prédios. O grande obstáculo no Brasil é a falta de conhecimento. “Os profissionais de construção precisam entender os valores da madeira e saber que é fácil trabalhar com esse material. Muitos ficam preocupados porque desconhecem o material, seu valor e o conteúdo técnico. Trata-se de uma estrutura que está cercada de normas técnicas, de todas as garantias em termos de eficiência, segurança e sustentabilidade. Para que essa aplicação seja reconhecida e mais popularizada, precisa uma difusão do conhecimento”, observa Humberto Tufolo Netto, diretor de relacionamento da Montana Química . Elaine Guedes, diretora comercial da empresa, reforça a opinião e diz que o preconceito do brasileiro impede a popularização da madeira como material construtivo. Ela cita que é possível fazer muito mais do que já é feito, mas, para isso, é fundamental que a madeira seja levada para dentro das faculdades de arquitetura e engenharias. “Os estudantes precisam perder o medo de especificar a madeira. Como os profissionais não conhecem o material e suas reais propriedades, na hora de dimensionar as estruturas, por exemplo, elas acabam superestimadas, o que muitas vezes inviabiliza as obras somente por desconhecimento do que a madeira poderia trazer na sua melhor aplicação”, afirma. Essa discussão deve ser amplamente divulgada dentro das universidades para que os estudantes possam trabalhar com o material durante a vida acadêmica. Um país com vocação florestal tem todo o potencial para atender essa demanda habitacional que existe no Brasil. Falta aumentar essa discussão. O mercado

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Através de uma pesquisa avaliou-se a aplicação do bambu e sua produção no Brasil, descrevendo as propriedades físicas, químicas e energéticas dos bambus das espécies Hatiku, Madake e Mossô e posterior comparação com as principais biomassas utilizadas comercialmente para obtenção de energia no Brasil. Os objetivos específicos:Determinar as propriedades físicas, químicas e poder calorífico dos Bambus das espécies Hatiku, Madake e Mossô;Comparar o potencial das três espécies com algumas das principais biomassas utilizadas comercialmente para obtenção de energia no Brasil. Os valores encontrados para as propriedades químicas demonstram variação percentual entre as três espécies analisadas em relação às propriedades que influenciam diretamente no processo de queima como a holocelulose e a lignina que apresentaram valores percentuais médios de 56,12%, 52,18%, 44,96%; 21,26%, 23,83% e 23,53%, respectivamente. Os valores das propriedades químicas analisadas estão próximos aos relatados na literatura. O teor de lignina para as espécies estudadas variou entre 21 e 23%, valores muito próximos aos encontrados para o Phyllostachysnigra. Comparando estes valores com outras espécies florestais (Tabela 2), ressalta-se o teor de lignina, apesar de inferior para o Pinus elliottii e Eucalyptus saligna, tem percentuais bastante elevados na comparação com Bambusavulgaris,que apesar de não ser nativo brasileiro, pois tem sua origem na China, é amplamente utilizado no Brasil. O resultado médio do teor de lignina de 23,7% para a Mimosa scabrella (Bracatinga) é muito próximo aos resultados obtidos para os bambus analisados. Também se compara esse teor de lignina com os das espécies estudadas. O teor de holocelulose variou de 45% a 56% nas amostras analisadas, Para o teor de cinzas encontrado nas três espécies estudadas o Madake apresentou

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ntre as diversas fontes alternativas, o bambu pode ser destacado pelas propriedades similares à madeira e outros materiais lignocelulósicos em termos de teor de carbono e potencial calorífico, além de vantagem econômica, uma vez que atinge seu pleno crescimento em apenas alguns meses e alcança sua máxima resistência mecânica em poucos anos. O bambu é encontrado em abundância, tanto em regiões tropicais como em regiões subtropicais do globo. O Brasil é o país com maior diversidade de espécies de bambu da América Latina, mas é pouco explorado em comparação com os usos que se fazem em outros países, como China e Índia. Uma das possibilidades de utilização do bambu é na geração de energia pela queima. Essa alternativa é viável e gera vários benefícios como o desenvolvimento econômico e exploração sustentável. Maiores informações tecnológicas são necessárias para o desenvolvimento industrial da aplicação do bambu como fonte de energia que pode representar um caminho para a elevação da renda e qualidade de vida de regiões pobres não só no Brasil, mas também nos demais países do mundo.

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valor de 1,61%, o Hatiku 0,81% e o Mossô 1,32%. Quando comparados com outras espécies (Tabela3) os resultados obtidos para o Madake, Hatiku e Mossôde monstraram que as espécies possuem menor teor de cinzas. Quando do uso para fins energéticos, as cinzas que apresentarem menor índice percentual reduzem problemas como, por exemplo, limpeza de equipamentos, aspectos operacionais entre outros, o que pode neste contexto, apontar vantagem no baixo teor de cinzas encontrado nas espécies estudadas. Ensaios realizados Ensaios realizados com 43 espécies de biomassas da Amazônia, obtendo resultados que variaram de um percentual de

cinzas quase nulo, até aproximados 14%, destacando-se a casca de palmito com 5,86%, fibra de coco com 4,73%, fibra de

dendê 4,20% e palmito com 6,12%. Essas espécies são comentadas, uma vez que são co-produtos de outros processos produtivos, e por isso devem ter destinação correta, que usualmente é a geração de energia. A importância do teor de cinzas também é ressaltada tendo em vista que o preço da biomassa possui cálculo basea-

do no teor de cinzas e no poder calorífico líquido (PCL), além dos custos logísticos, e identifica que o teor de referência de cinzas para as diversas biomassas varia de 1% a 8%. Como conclusão, as espécies analisadas apresentam potencial para a utilização como matéria prima para a produção de energia, sendo indicados para a composição da matriz de biomassa brasileira. Os resultados das propriedades químicas também são positivos em seus diversos itens, sendo a lignina equivalente a outras espécies e o teor de cinzas inferior aos índices aceitáveis pela indústria. Recomenda-se a avaliação das propriedades anatômicas destas espécies, para verificar variações da massa específica ao longo do colmo em diferentes idades, quando da utilização apenas dos resíduos de outros processos produtivos

Bambu

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Bambu

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familiar. Maiores estudos também devem ser aplicados para dimensionar o potencial de toda a cadeia produtiva do bambu na agricultura familiar, pois deve-se entender melhor o valor agregado e demanda dos coprodutos do bambu, facilitando o acesso à biomassa residual para a obtenção de energia. Especial atenção deve ser dada aos custos de manutenção de equipamentos em razão do teor de cinzas na biomassa, para o melhor entendimento dos impactos negativos que podem ser gerados por essa característica. RM

com o bambu. A avaliação da produtividade por área, uma vez que o tempo de maturidade para corte é apresentado pela literatura como sendo muito menor do que para as demais espécies utilizadas

para produção de energia. Com os estudos de produtividade, pode ser estudada aplicação prática de plantio em pequena escala, e em consórcio com outras culturas, na agricultura

Fernando Eduardo Kerschbaumer Mestrado em Bioenergia Alexandre Dullius Mestrado em Bioenergia Erick Renan Xavier de Oliveira Mestrado em Desen. Territorial Sustentável Silvana Nisgoski Doutorado em Engenharia Florestal Mayara Elita Carneiro Doutorado em Engenharia Florestal Graciela Ines Bolzon de Muñiz Doutorado em Engenharia Floresta Carlos Roberto Sanchetta Pós-doutorado em manejo de ecossistemas Ana Paula Dalla Corte Doutorado em Engenharia Florestal Dimas Agostinho Silva Doutorado em Engenharia Florestal - UFPR

Economic advantages of bamboo trees planted in Brazil

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mong the various alternative sources, bamboo trees stand out for its properties similar to those of wood and other materials in terms of carbon level and heat of combustion. Add to this, economic advantages gained once the plant has reached full growth in just a few months and hit maximum mechanical strength in a few years. Bamboo trees are abundant in tropical and subtropical regions worldwide. Brazil tops the list of countries with the greatest biodiversity of bamboo species in Latin America, but there these plants have been little studied as compared to their uses in nations such as China or India. While burning, bamboo trees may be used to produce energy. This alternative is viable and brings benefits such as economic development and sustainable

exploration. Technological data are needed for industrial development of bamboo used as an energy source, which could help increase income and life quality of Brazil’s poor regions and other countries. A research was conducted to assess bamboo application and production in Brazil by describing the physical, chemical and energy properties of Hatiku, Madeku and Mossô species, and later comparing them with the main biomass used commercially to obtain energy in the country. Tests with 43 biomass species of the Amazon region produced results ranging from a varied near-zero ash percentage to some 14%. Among the most important species, palmetto bark (5.86%), coconut fiber (4.73%), African oil palm fiber (4.20%), and palmetto (6.12%).

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The importance of ash level is also highlighted upon considering that the calculation of biomass price is based on ash level and liquid heat of combustion, besides logistical costs. The benchmark ash level for different biomass varies from 1% to 8%. In sum, the species evaluated may be used as raw material for energy production and they are suitable for composition of Brazilian biomass matrix. The results of chemical properties are also positive for several elements, with lignin amounting to other species, and ash level lower than industry’s acceptable rates. Assessment of the anatomical properties of these species is recommended to verify specific mass variations throughout the stem in different ages, when using waste from other production processes involving RM bamboo trees.



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cos e farmacêuticos. Internamente o bambu é usado para fazer tapetes, cestas, canoas, kits de pesca, bicicletas, cercas, palitos, carteiras escolares, lápis e réguas, para citar apenas alguns produtos. O bambu é também uma fonte de bio-energia. A maioria das famílias da África Subsaariana utilizam a lenha ou carvão feito a partir de madeira para cozinhar, muitas vezes levando ao desmatamento, degradação do solo e poluição interna. Na proteção do ambiente, o bambu ajuda na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas por meio de reflorestamento rápido, diminuindo a erosão do solo e reparação de ecossistemas danificados. O bambu também serve como um excelente sumidouro de carbono em grande escala. Na China, a indústria de bambu emprega cerca de 8 milhões de pessoas, um número que pode chegar a 10 milhões em 2020, de acordo com INBAR. A planta de bambu está a pleno entre quatro a oito anos, dependendo da espécie; No entanto, ele pode ser colhida como uma cultura perene, sem desmatamento, de três a cinco anos após o plantio inicial. E pode ser colhido de forma sustentável por mais de 40 anos. Uma vez que ele começa a crescer, o bambu permanece enraizada no solo, produzindo brotos novos a cada ano. Isso ajuda a proteger o solo e manter a estabilidade de taludes. Ao contrário de florestas, existe um consenço em não desmatar, o bambu cresce de volta rápida quando você cortá-lo. Quanto mais se corta, mais ele cresce. A África possui enormes reservas de bambu nativo largamente inexplorado, equivalente a cerca de 8% dos recursos de bambu do mundo, e excelentes condições climáticas para o cultivo de espécies comerciais. Que o bambu é versátil e tem muito potencial não há dúvida. Então, por em muitos países africanos e até mesmo da América Latina este potencial da plantio nao é brm explorado? A resposta está no fato que ainda existe falta de consciência. Aliado a isso existe a falta programas e políticas e estratégicas para desenvolver a utilização de bambu. No caso, por exemplo da Áfica pelo menos 36 países têm regiões naturais de cultivo de bambu e o INBAR está trabalhando com outras organizações na transferência de tecnologia de bambu, e incentivando agricultores da região a desenvolver uma cadeia de valor de bambu. Entretanto, apesar do potencial de mercado, produtores que desejam comercializar produtos de bambu ainda enfrentam obstáculos, como a falta de tecnologia, de inovação para produtos e marketing. Muitos produtores vem o bambu como uma praga, porque cresce rapidamente,quando na verdade este é o seu real benefício. O INBAR está auxiliando aos governos de países membros com informações sobre quais as melhores espécies para diferentes solos RM e como manter, consórciar, plantar e colher o bambu.

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Bambu-grama gigante altamente versátil que pode crescer em quase qualquer tipo de clima e prosperar no mais pobre dos solo, já existe há centenas de anos na Ásia, América Latina e partes da África. No entanto, por um longo tempo o potencial dessa planta que mais cresce no mundo, com taxas de crescimento registradas de até um metro por dia, em algumas espécies, permaneceu em grande parte inexplorada. Não foi a toa que a comercialização recente de bambu começou a tomar raiz, gerando renda e criação de empregos para os produtores. O mercado de bambu mundial está crescendo, liderada pela China e uma crescente demanda por produtos sustentáveis Europa e nos Estados Unidos. De acordo com a Rede Internacional de Bambu e Rattan (Inbar), uma organização intergovernamental registados junto as Nações Unidas que promove o cultivo de bambu e rattan para ganhos econômicos e ambientais, a economia de bambu global chega a US$ 60 bilhões. Para entrar neste economia, os governos africanos e o setor privado começaram a produzir e comercializar bambu. O potencial tornou-se ainda maior à medida que os ambientalistas ligam o bambu com a mitigação das alterações climáticas, bem como a possibilidade de aumento da renda através de créditos de carbono. Até agora, 18 países africanos se juntaram ao INBAR , que está ajudando com informações sobre o bambu, transferência de tecnologia, capacitação e formulação de políticas. Outros países são esperados a participar da rede. O bambu é usado para fazer uma longa lista de produtos de alto valor agregado. Na verdade, a planta tem mais de 2.000 usos diferentes. Na China existem cerca de 10.000 usos e pode aumentar o lucro se processado. O bambu comercialmente é usado para móveis, coberturas, pisos, painéis para paredes e tetos, material de andaimes, armações de portas e janelas e molduras de janela. Na indústria de papel e celulose, com o bambu pode ser feito papel de jornal, papel higiênico e papelão, o que ajuda a preservar as florestas da África. As indústrias têxteis, alimentos e químicas convertem o bambu em tecidos, T-shirts, vinho, vinagre, bio-quími-

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do ocorrem degradações térmicas, resultando na quebra de grupos hidroxílicos para formar a água. A água de constituição participa da natureza orgânica da parede celular e não é removida durante a secagem, porque faz parte da madeira. A água de constituição não desempenha papel importante na inter-relação entre a substância madeira e a água de sorção, não influenciando as propriedades físicas e mecânicas da madeira.. A secagem é um processo que consiste em retirar água da madeira até atingir o teor de umidade adequado para sua utilização. É um balanço dinâmico entre a transferência de calor do ar para a madeira e a superfície de evaporação da madeira. A secagem é a operação intermediária que mais contribui para agregar valor aos produtos manufaturados de madeira, sendo uma das fases de maior custo. A transformação racional da madeira bruta em produtos e bens de consumo requer a sua secagem prévia pelas seguintes razões: reduz a massa da madeira, diminuindo o custo com transporte; reduz a movimentação dimensional a limites aceitáveis; melhora a atuação dos vernizes e tintas aplicadas sobre a madeira; reduz os riscos de ataques por fungos; proporciona melhor qualidade das juntas de colagem; propicia maior impregnação da madeira com líquidos preservativos e ignífugos; aumenta a resistência mecânica. A secagem pode ser feita artificialmente através de estufas, ou naturalmente. Na secagem artificial se tem o controle da temperatura, umidade relativa e velocidade do ar, sendo que nesse processo as temperaturas de secagem para madeira serrada variam normalmente entre 40 a 90ºC. Esse sistema possui circulação forçada de ar, sistemas de umidificação e troca de ar. O processo de secagem natural consiste em expor a madeira à ação dos fatores climáticos de um determinado local, com o objetivo de remover a maior quantidade de água possível. No Brasil, devido suas condições climáticas favoráveis, este tipo de secagem é bastante utilizado como pré-secagem ou secagem definitiva, dependendo do uso final da madeira. É um método que exige um investimento relativamente baixo, porém o tempo de secagem é longo. A perda de umidade é bastante rápida no início da secagem natural, devido ao fato da madeira apresentar uma umidade elevada em relação ao ambiente, que faz com que a água presente nos vasos e cavidades celulares seja facilmente evaporada. Quando a umidade da madeira aproximar-se da umidade de equilíbrio higroscópico, onde ocorre

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xistem três tipos de água na madeira: água livre ou de capilaridade, água de adesão ou de impregnação e água de constituição. A água livre ou de capilaridade é a água que ocupa as cavidades dos componentes anatômicos, espaços intercelulares e os canais resiníferos, sendo retirada por fracas ligações capilares. Devido a essas ligações capilares a água livre sai facilmente por evaporação no processo de secagem da madeira. Segundo Quando toda a agua livre for removida da madeira, ela alcançara a “umidade de saturação das fibras” (USF), conhecido também por ponto de saturação das fibras (PSF). Nesse ponto a umidade varia normalmente entre 25 e 35% em relação a massa do material, com valor médio de 28% de umidade. A umidade de saturação das fibras é de grande importância prática, uma vez que as variações dimensionais da madeira se manifestam abaixo da mesma e a velocidade de secagem diminui. A água de adesão é aquela contida nas paredes celulares, sendo retida pela madeira em uma relação mais forte do que a água livre. A saída de água de adesão afeta a maioria das propriedades físicas e mecânicas da madeira e necessita de maior quantidade de energia para sua retirada, logo, para alguns usos, comumente se seca a madeira somente até a retirada da água livre, mantendo-se a água de adesão. A água de constituição encontra-se quimicamente combinada com as substancias da parede celular, ou seja, é a água que faz parte das “substâncias químicas da madeira”. A água de constituição não é realmente água até que o material celulósico seja aquecido em condições drásticas, quan-

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o equilíbrio entre a umidade da madeira e a do ambiente, dependendo da temperatura e da umidade relativa do local, a secagem natural pode se tornar bastante lenta. Secagem de madeira No Brasil, devido às condições climáticas favoráveis, a secagem natural de madeira em tora é utilizada pelas empresas como uma pré-secagem, ou até mesmo como secagem natural, dependendo do uso final da madeira. Normalmente empilham-se as toras perto dos talhões de onde as árvores foram cortadas, ficando expostas as ações climáticas, até atingirem o teor de umidade desejado pela empresa, sendo assim levadas para o pátio das fábricas. Estudando a secagem ao ar livre de toras de Eucalyptus grandis, aos 5 anos de idade, em Viçosa, MG, observaram que a redução de umidade em função do tempo é afetada pelo diâmetro das toras e presença de casca. As toras sem casca atingiram 23% de

umidade média após 175 dias de secagem e as toras com casca atingiram 32%, assumindo-se uma umidade inicial de 129%. A presença de casca teve maior influência na perda de umidade em relação à madeira sem casca, nas

quatro primeiras semanas de secagem. As toras com diâmetro superior a 12,0 cm apresentaram umidade superior a 50% após os 175 dias de secagem, enquanto as toras de menores diâmetros apresentaram umidade entre 16 e 27%. Observaram também que a perda

de umidade é afetada pela posição das toras nas pilhas; a umidade das toras na região inferior das pilhas variou de 20 a 56%; na região central da pilha, variou de 19 a 44% e, na região superior, de 16 a 43%. A redução da taxa de secagem, em razão do aumento do diâmetro, ocorre devido ao maior percurso que as moléculas de água existentes no interior da madeira, necessitam percorrer para atingirem as camadas superiores de madeira e serem evaporadas. Em outro experimento em Lavras, avaliou-se a secagem ao ar livre de toras de Eucalyptus grandis, com casca e sem casca, com 25 anos de idade, durante 240 dias. Após 240 dias, a umidade média das toras com casca foi de 19% e as toras sem casca alcançaram 17%. A redução total de umidade em relação à umidade inicial nas toras sem casca (66%) foi superior à das toras com casca (54%). Analisando-se a perda de umidade no período, observou-se que a casca influenciou a secagem mais significativamente nas

Secagem

Revista da Madeira


Revista da Madeira

Secagem duas primeiras semanas. Esta redução foi, em média, de 2,1% ao dia para as toras com casca e de 3,3% para as sem casca, diminuindo após este período. Em mais um expeimento a secagem ao ar livre de toras de Eucalyptus grandis aos 11 anos de idade em Santa Maria, RS, observou que a umidade média das toras foi igual a 70% após 30 dias de exposição às condições ambientais, partindo de uma umidade inicial de 106%. Aos 60 dias de secagem, a umidade média aproximouse de 40%. Após os 180 dias de secagem, a umidade média da madeira foi igual a 27%. Estudando a secagem ao ar livre de nove materiais genéticos de Eucalyptus e um material de Corymbia, das empresas V&M Florestal e Cenibra S.A, por um período de 3 meses, chegou-se aos resultados: Os resultados dos teores de umidade encontrados variaram bastante entre os materiais, reforçando a ideia de contínuo estudo sobre o assunto, devido as vantagens que a secagem proporciona a madeira, principalmente a redução de peso, refletindo em uma economia no transporte da madeira do

campo até as fábricas, dentre outras. Umidade da Madeira O conceito de madeira seca pode oscilar desde teores de umidade entre 20 e 30% para madeiras secas ao ar li-

vre, até valores inferiores a 20%, no caso da secagem controlada. O teor de umidade adequado depende do produto final a ser fabricado. O teor de umidade, ou simplesmente umidade da madeira, é definida pela relação entre a massa de água contida na matéria lenhosa e sua massa, sendo seu valor expresso em porcentagem. Essa relação pode ser feita levando em consideração a massa inicial da madeira, ou seja, base úmida, ou a massa da madeira totalmente seca, denominada de base seca. O teor de umidade base úmida é

comumente utilizado em indústrias de celulose e papel, enquanto o teor de umidade base seca é empregado em indústrias de compensados, empresas produtoras de carvão vegetal, serrarias, indústrias moveleiras, entre outras. O teor de água da madeira influi, acentuadamente, nas suas propriedades físico-mecânicas. A resistência da madeira, de uma maneira geral, decresce com o aumento de sua umidade. A resistência elétrica da madeira é também inversamente proporcional ao seu teor, sendo que, de 30% até O% de umidade, a resistência aumenta cerca de l milhão de vezes. A variação do teor de umidade também ocasiona alterações nas dimensões da madeira. Esse fenômeno é denominado de retração e incitamento higroscópico, porque as alterações volumétricas ocorrem como consequência de variações no teor de água de adesão. A umidade da madeira influi ainda no seu tratamento com fluidos, curvamento, resistência ao ataque de fungos xilófagos, colagem, fabricação de compensados, aglomerados e processamento mecânico. De uma forma geral, os produtos industrializados da madeira devem ser condicionados a umidades próximas àquelas que deverão alcançar quando em uso. RM

Drying: A good option to add value to wood

W

ood contains three types of water: free or capillary water, bound water, and water of constitution. Free or capillary water is the water contained in cavities of anatomical compounds and is removed through weak capillary joints. With the help of such joints, the free water easily flows out of the wood through evaporation during the drying process. Bound water is contained in cell walls and retained by wood much more as compared with free water. The removal of bound water affects most of physical and mechanical properties of the wood and requires more energy for the water to flow out. The water of constitution is chemically

combined with cell wall substances. In other words, this type of water forms part of the “chemical substances” of wood and benefits from the organic nature of the cell wall. This water is not removed during the drying because it forms part of the wood. Drying is a process that consists in extracting water from wood until reaching the adequate humidity level for later use. This is about a dynamic balance between heat transfer from air to wood and the evaporation surface of the wood. The drying is the intermediary operation that contributes the most to add value to wooden products and is one of the most expensive phases. The rational transformation of crude wood into products and consumables must

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follow prior drying given the following reasons: it reduces wood mass cutting transportation costs; reduces dimensional movement at acceptable limits; improves the effect of varnishes and inks applied on timber; reduces risks caused by fungi action; provides better quality of glue joints; allows higher wood soaking of preservative and fire-resistant liquids; increases mechanical strength. Drying may be artificially conducted through drying chambers or naturally. Temperature, relative humidity and air speed may be controlled during the drying process, where temperatures for sawn wood range 40-90ºC. The drying system counts on forced air flow, humidification systems, and air exchange. RM


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de energia, por exemplo, cada vez maior, também impulsiona o setor a ficar na dianteira quando o assunto é energia limpa. Assim sendo, há preocupação quanto a viabilização de projetos de captação de energia solar, projetos de cogeração com a queima de biomassa, energia eólica e outras fontes novas com retorno de médio e longo prazo, enriquecendo o negócio florestal. A produção nacional de madeira tropical via manejo de florestas naturais da Amazônia irá continuar em um ritmo moderado, e deve mudar para um modelo cada vez mais sustentável, devido a pressões ambientais e legislação ambiental, cada vez mais protetora das florestas naturais. A produção de madeira nativa da Amazônia deve baixar nos próximos vinte anos, sendo que atualmente são extraídos 14 milhões m³ e poderá cair para 5 milhões m³ neste mesmo período.

Revista da Madeira

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experiência de empresas com mais de 30 anos no setor de florestas tropicais plantadas, que já enfrentaram duras crises financeiras no passado e não diminuíram sua necessidade de abastecimento de madeiras, demonstram a solidez do mercado de madeira nobre. Com tendência de aumento das operações florestais no Brasil, serviços técnicos nas áreas de engenharia em geral também tiveram aumento na procura. Empresas florestais baseadas no comércio exterior permanecem menos afetadas no cenário da crise financeira atual em comparação a outros segmentos da economia. Em várias etapas importantes, a tecnologia também influenciou na adaptação dos projetos florestais e se desenvolveram nos últimos anos, desde a preparação do solo, mensuração da floresta, podas, desbastes, mecanizações e controle fitossanitário. Devido a melhora da qualificação das ofertas de serviços técnicos, houve o surgimento de soluções mais econômicas. A influência do custo

Diante dos movimentos de oferta e demanda, verificamos que os preços tiveram um crescimento, em uma tendência geral, quando observamos os valores praticados nos últimos 12 anos. Por outro lado, a demanda poderá aumentar quatro vezes, tornando evidente um apagão florestal, que resultará na valorização da madeira e investimento no setor florestal, trazendo vários

outros benefícios aos produtores. O impacto direto no preço do metro cúbico da madeira pode chegar a mais de 25% de valorização do preço real ao longo do ciclo de 20 anos O Brasil é o país mais produtivo no segmento florestal do

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mundo, e quando dizemos isto temos que levar em consideração que uma lavoura florestal destinada a serraria, somamos o fator incremento biológico da floresta com o fator aumento do preço da madeira para os próximos 20 anos, torna o projeto florestal cada vez mais viável. As madeiras tropicais nobres sempre tiveram uma aplicação comercial extraordinária, devido às características tecnológicas e à beleza da madeira. Aplicada na movelaria, faqueados, construção naval, sofisticadas construções de interiores, trabalhos especiais, entre outras. O interesse comercial em plantações de madeiras nobres se dá principalmente devido a redução considerável da sua concentração em florestas naturais. O mercado é exigente e as indústrias reclamam por esta excelente madeira. A Khaya ivorensis, que é uma espécie exótica, conhecida como Mogno Africano encontra-se na Lista Vermelha internacional das espécies ameaçadas de extinção, sendo acompanhada por outras espécies, como: Teca, Cedro Australiano, Guanandi, Jequitibá, Jacarandá, Ipê e tantas outras que também podem ser alternativas de reflorestamento com finalidade de produção de madeira para serraria. • Retorno Financeiro

Cada hectare de Mogno Africano em boas condições, por exemplo, pode gerar uma receita líquida de mais 500 mil reais entre 14 e 21 anos. É importante ressaltar que projetos de implantação de 5 a 10 hectares por ano possuem maior lucratividade para atuar na exportação, seja da madeira em toras ou serrada. Já os custos de implantação e manutenção po-

dem ficar entre 35 a 40 mil reais ao longo dos anos. É importante ressaltar que o retorno financeiro está atrelado a ações que compreendem atividades desde o preparo do solo, plantio e cuidados das mudas até seu “pegamento” e todas as demais

atividades previstas no projeto florestal. Neste ponto, ter um técnico responsável é vital para o sucesso do negócio florestal, sendo este profissional o responsável pela realização de visitas a campo periódicas, determinações de correções, elaboração de cronogramas e operacionalização do projeto. É preciso considerar que investir na criação de florestas tropicais nobres é uma atividade necessária e conserva uma lucratividade muito alta por hectare. Além disso, o Brasil oferece ótimas condições para as florestas. É importante dizer que a técnica de produção de madeira para serraria exige a atividade de desbaste. Os desbastes seletivos podem ser programados para o quarto e sétimo ano, com o corte das piores árvores e no décimo quarto e vigésimo primeiro ano, retirada de madeira nobre. Tecnicamente, plantios homogêneos aceitos para a produção de madeira serrada pode variar de 1.200 até 2.000 mil árvores por hectare, garantindo a qualidade e seleção do corte final. RM Higino Aquino, Diretor de Desenvolvimento do Instituto Brasileiro de Florestas higino@ibflorestas.org.br

Production of hardwood through the tropical forest planting

T

he experience of companies with more than 30 years in planted tropical forest sector, which has faced harsh financial crises in the past and did not diminish their need to supply originating woods, demonstrate the strength of the hardwood market. With increasing trend of forest operations in Brazil, technical services in engineering in general also had an increase in demand. Forestry companies based on foreign trade remain less affected in the current financial crisis scenario compared to other segments of the economy. In several important steps, the technology also influenced the adaptation of forestry projects and developed in recent years, from preparing the soil, forest measurement, pruning, thinning, mechanization

and phytosanitary control. Due to improvement of qualification of technical service offerings, there was the emergence of more economical solutions. The influence of the increasing energy cost, for example, motivates the industry to think about clean energy solutions. Therefore the industry is aware of the viability and potentials of solar energy capture projects, cogeneration projects with the burning of biomass, wind power and other new sources with a medium and long-term financial return on investments. The domestic production of tropical timber by the management of natural forests of the Amazon will continue at a moderate pace and should move to an increasingly sustainable model due to environmental pressures and

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environmental legislation, increasingly protective of natural forests. The production of native timber from the Amazon should drop in the next twenty years, and are currently extracted 14 million m3 could drop to 5 million m3 in the same period. By observing the prices of the last 12 years, the supply and demand movements show that the prices in general are increasing. On the other hand, the demand could increase four times, a forest blackout becoming evident, resulting in the exploitation of timber and investment in the forestry sector, bringing several other benefits to producers. This could cause a direct impact on the price increase of one cubic meter of around 25% during a period of 20 years.

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cada, velocidade de corte, velocidade de alimentação, tipo de abrasivo, granulometria do abrasivo etc. Entre as variáveis que envolvem o processo de lixamento e suas influências sobre o resultado final estão. •Pressão aplicada A pressão aplicada sobre a peça no lixamento plano é caracterizada por uma determinada força sobre uma área específica, e dependendo da configuração da lixadeira essa pres-

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usinagem através do lixamento pode ser dividida em duas classes. A primeira classe refere-se à regularização de uma superfície usinada anteriormente para uma nova superfície relativamente lisa e plana (operação de desbaste). A segunda classe está relacionada com a preparação da superfície da madeira para aplicações subseqüentes de materiais de acabamento, como vernizes, tintas, seladores, revestimentos etc. O objetivo desta preparação é reduzir a profundidade das marcas de lixamento a fim de gerar uma superfície uniforme. Com relação às diferentes espécies de madeiras, podese afirmar que algumas são mais difíceis de serem lixadas que outras. Porém, isto pode ser amenizado a partir da escolha correta do tipo de abrasivo e do tamanho dos grãos das lixas, bem como se adotando velocidades e pressões de lixamento ideais. A usinagem por abrasivo é o processo de remoção de material através da ação do corte de materiais abrasivos onde se obtém uma superfície final acabada ou um determinado corpo com dimensões desejadas. O processo de usinagem por abrasivo é importante não somente devido sua complexidade, mas também porque é a última etapa antes da aplicação do acabamento final e defeitos ocasionados no lixamento geram altos custos em material, trabalho realizado, equipamento e retrabalho para corrigir esses defeitos. O lixamento é difícil de ser caracterizado através de equações matemáticas devido a uma série de variáveis aleatórias que cercam esse processo que envolve tanto os materiais abrasivos como equipamentos e a madeira. Tem-se então no processo de lixamento variáveis controladas e não controladas. As variáveis não controladas são aquelas relacionadas ao material usinado e ao processo, onde devido sua variabilidade característica são difíceis de serem dimensionadas e irão influenciar no resultado final, sendo necessário executar o experimento com máxima aleatoriedade para a distribuição dessas influências. Exemplos dessas variáveis são: material anisotrópico (madeira), variação da densidade etc. As variáveis controladas também irão influenciar no processode lixamento, sendo possível estipular seus valores e mantê-los fixos em determinadas faixas e verificar sua influência sobre o resultado final. Exemplos de variáveis controladas são: umidade da madeira, pressão apli-

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Revista da Madeira são pode ser aplicada sobre a peça de madeira fixa e a lixa em movimento ou a peça de madeira e a lixa em movimento. A pressão exerce influência significativa sobre a taxa de remoção de material, uma influência da pressão sobre a remoção de material no processo de lixamento. Um incremento da pressão em 30% provocou um aumento de 22 a 45% no consumo da potência. Essa faixa de variação apresentada se deve a combinação de outros fatores empregados que influenciam no consumo de potência, mas o que deve-se notar é que a pressão eleva o consumo de potência da máquina com uma tendência de crescimento linear. O efeito da pressão reduz a vida do abrasivo, onde aumentando-se a pressão eleva-se a taxa de remo-

ção de material, a temperatura da lixa e a carga sobre a mesma o que acarreta danos ao abrasivo. Outra variável que pode

influenciar que está relacionada direta-

mente com a pressão é a profundidade de corte, onde foi observado um aumen-

to da profundidade de corte para lixadeiras de banda larga ocorreu um aumento da potência consumida e ainda ocorreu uma piora no acabamento superficial. •Velocidade de corte A velocidade de corte corresponde à velocidade no qual o abrasivo passa sobre a superfície da peça usinada. Foi identificado que a velocidade de corte influenciou no consumo de potência, acabamento superficial e taxa de remoção de material. Maiores velocidades conduzirão a uma maior remoção de material, mas levará a um aumento da temperatura causando danos ao abrasivo e material usinado, sendo necessário encontrar uma velocidade ideal para usinagem. O principal problema observado para elevadas velocidades de corte está rela-


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cionado ao aquecimento da lixa, que para madeiras que contém resina, faz com que ela seja derretida e resfriada rapidamente entupindo os espaços vazios dos grãos da lixa, aumentando ainda mais a temperatura e reduzindo sua afiação e conseqüentemente sua eficiência, onde como conseqüências podem causar danos de queima superficial na madeira e danificar o equipamento. Esse efeito é mais pronunciado para grãos menores onde os espaços entre os grãos são menores ocorrendo mais facilmente o entupimento. •Efeito do tipo de abrasivo Os tipos de abrasivos maisempregados tanto nas indústrias madeireiras como em trabalhos científicos são: óxido de alumínio (Al2O3) e o carbeto de silício (SiC). Para o acabamento superficial observou-se um efeito significativo para grãos maiores na rugosidade para o carbeto de silício em comparação ao óxido de alumínio, ou seja, em grãos maiores o carbeto de silício produziu uma superfície com uma rugosidade menor, onde conforme o tamanho do grão vai diminuindo não existe uma diferença significativa entre as rugosidades para ambos os abrasivos estudados. Foi verificado que o carbeto de silício em relação ao óxido de alumínio é mais eficiente para remoção de material ao longo do tempo, ou seja, com o carbeto de silício obteve-se um melhor desempenho na remoção de material sem perda de corte dos abrasivos ao longo do tempo, e isso está atribuído a maior dureza do carbeto de silício. Efeito da madeira A madeira exerce uma influência grande no processo de lixamento devido

sua variabilidade. Pode-se ter influência da densidade da madeira, ou seja, madeiras densas podem consumir maior potên-

cia, gerar maior atrito e em consequência maior temperatura o que é prejudicial ao equipamento, abrasivo e a propria madeira. Madeiras que possuem muitos extrativos (principalmente resina) tendem a

liberar esses extrativos devido à tempratura fazendo com que esses extrativos incrustem na lixa reduzindo sua eficiência de corte e elevando a temperatura. Madeiras que possuem muita sílica podem prejudicar o corte dos abrasivos

reduzindo sua vida. O teor de umidade da madeira irá influenciar no lixamento, onde madeiras com baixo teor de umidade oferecem maior resistência ao lixamento gerando maior temperatura, mas produzem um melhor acabamento. A madeira

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mais úmida oferece menor resistência à remoção das fibras gerando menor temperatura e pior acabamento. Com relação às espécies de coníferas e folhosas irão influenciar no lixamento devido à composição dessas duas classes serem completamente diferentes, ou seja, possuem arranjos anatômicos diferentes, e isso irá influenciar principalmente no acabamento superficial, taxa de remoção de material, consumo de potência e uma serie de outras variáveis que fazem do lixamento da madeira um processo complexo e de difícil modelagem. Composição das lixas Segundo NBR 14960/ 2003 “lixa”(abrasivo revestido) é um produto fabricado com a deposição de grão de mineral abrasivo, previamente classificado a um tamanho especificado, sobre um costado de papel, tecido, fibra vulcanizada, filme plástico ou combinação (papel + tecido), e unidos por camadas deadesivo que são curadas para ter a forma sólida. Uma das qualidades importantes dos abrasivos do ponto de vista de sua utilização como ferramenta de corte é sua dureza. Dentre os diversos métodos de medição de dureza para abrasivo o mais empregado corresponde à micro dureza Knoop. O método consiste em penetrar uma ponta de diamante lapidada na forma piramidal em um material, sob cargas que podem variar entre 10 até mais de 300 gramas. A dureza Knoop é especificada pela mediação do perfil produzido pelo diamante no material e relacionado com a carga aplicada, sendo sua unidade em [kgf.mm-2]. Além da dureza, é importante que os abrasivos tenham como



Revista da Madeira

características uma boa tenacidade (resistir a impactos sob a ação dos esforços de choque), resistência química (devido à geração de calor entre lixa e peça obra podem ocorrer modificações químicas) e friabilidade (capacidade do grão abrasivo gerar novas arestas cortantes). Os abrasivos podem ser divididos em duas classes, naturais e sintéticos. Devido à menor variabilidade e qualidade na produção dos abrasivos nos dias atuais são utilizados para composição das lixas os abrasivos sintéticos. As dimensões dos grãos e sua uniformidade são uma característica importante no processo de usinagem com abrasivos. A classificação mais usual que padroniza os tamanhos dos grãos é da norma ANSI Standard B 74.12, que específica o tamanho dos grãos em mesh. A medida mesh é representada por um número que corresponde à quantidade de fios por polegada linear da peneira na qual os grãos ficam retidos no processo de seleção. Quanto maior o número menor serão os grãos e quanto menor o número maior serão os grãos. A Tabela 1 apresenta uma proposta de classificação para diferentes granulometrias e suas aplicações no lixamento da madeira. Deve-se ficar atento para a seqüência de uso de cada número de lixa. A granulometria seguinte não pode exceder mais que 50% do grão usado anteriormente. Caso para o lixamento utilizou-se uma granulometria número 80 mesh, a próxima lixa deverá ter 50% a mais de 80 mesh, isto é, 120 mesh. Esta é a condição adequada para o grão mais fino remover o risco deixado pelo grão mais grosso. Além da importância do conhecimento do tipo de abrasivo e suas características para cada aplicação é importante saber que

existem duas formas em que esses abrasivos são distribuídos sobre a lixa, podendo ser do tipo camada aberta ou fechada. Na camada aberta existe uma menor quanti-

operações com madeiras com certos tipos de extrativos (resinas). Para camada fechada existe uma maior quantidade de grãos por unidade de área, ou seja, os grãos abrasivos recobrem totalmente a superfície da lixa e seus benefícios são atribuídos a uma maior quantidade de arestas cortantes por unidade de área. É indicada para operações de acabamento e para lixas de grãos finos, oferecendo uniformidade no acabamento final.

dade de grãos por unidade de área, onde

• Material de Apoio Materiais para os suportes ou bases sobre as quais são aplicados os abrasivos podem ser classificados em: papel de alta resistência, tecido de algodão, combinação de papel de alto peso e tecido, combinação de fibrae fibra vulcanizada. Existe uma classificação para os costados de papel que relaciona uma letra com suas características como flexibilidade, resistência etc., sendo essas características em função da gramatura do papel. A Tabela 2 exemplifica essa codificação. Da mesma forma existem letras designadas para os diferentes tipos de costados de tecido. A Tabela 3 exemplifica essas codificações para os principais tecidos utilizados. O costado de fibra é constituído de aglomerado de papel vulcanizado e fibras de algodão. Esse possui a maior resistência entre os costados, sendo utilizado em operações que exigem grandes esforços. Sua aplicação mais usual é em discos para lixadeira portátil. O costado combinado é obtido através dacolagem de papel pesado e tecido (forro). Possui resistência intermediária entre o tecido e a fibra, sendo utilizada nas indústrias madeireiras em operações pesadas, e para o lixamento de assoalhos.

os grãos abrasivos recobrem a superfície da lixa em torno de 50 a 70% aproximadamente, e tem como característica uma maior quantidade de arestas cortante

por unidade de área, maior flexibilidade, maior remoção de material e maior resistência ao empastamento (adesão do material ao grão abrasivo). É indicada para

evitar a incrustação (empastamento) em

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•Adesivo de Ligação Os adesivos ou colas utilizados para



Revista da Madeira a fixação dos abrasivos no costado podem ser de cola de origem animal, origem animal mais carbonato de cálcio, resina fenólica e resinas especiais para papel (resistente a água). Onde para cada tipo de adesivo existem suas aplicações como alta resistência e flexibilidade, resistência ao calor, operações com presençade umidade, entre outras aplicações. A escolha do tipo de emenda ideal para operação de lixamento é fundamental para o sucesso na aplicação da lixa. Essa escolha depende de fatores como tipo de costado da lixa, granulometria, tipo de material a ser lixado, tipo de operação etc. Os principais tipos de emendas e suas aplicações são. • Emenda sobreposta sem raspagem do grão: Ideal para lixas com costado de papel para lixamento de madeira. É utilizada também em cintas com costado de pano. Deve-se observar o sentido de giro, conforme seta apresentada. • Emenda sobreposta com média raspagem do grão: Utilizadas em operações que geram calor, possuindo a vantagem de se auto-refrigerar. Também se deve observar o sentido de giro da cinta. • Emenda sobreposta com total raspagem do grão e remoção do adesivo: Utilizadas em operações de acabamento (lixas com grãos finos). Observar o sentido de giro da cinta.

• Emenda de topo construída com filme de poliéster super resistente no costado: Utilizadas em operações de alta remoção de material, principalmente em lixas para metalurgia. Não tem sentido de giro a ser observado. • Emenda de topo em forma senoidal com filme de poliéster super resistente no costado: Oferece alta resistência a dobra e à fadiga de emenda. Permite uma melhor conformação com a roda de contato e a peça obra. Aplica-se principalmente em lixas para metalurgia. Não tem sentido de giro a ser observado. • Emenda sobre topo: Emenda de topo construído com o filme de poliéster no lado que contém a camada abrasiva. Aplica-se principalmente em lixas para madeira em operações de lixamento com patim. Utilizada também em operações mais severas em metalurgia. Não necessita observar o sentido de giro. Existem outros fatores que influenciam no sucesso da emenda, como por exemplo, o ângulo adequado da emenda, condições de armazenamento da lixa, tipo de adesivo etc. RM Luiz Fernando Frezzatti Santiago

Sanding: technical and technological aspects

M

achining through sanding is sorted in two types. The first one has to do with the leveling of a surface previously machined to obtain a new relatively smooth and flat surface (rough-hewing). The second one is related to preparation of timber surface to later apply finishing materials including varnishes, inks, sealants, coatings, etc. The preparation’s goal is to reduce depth marks caused by sanding to obtain an even surface. Regarding the different types of timber, sanding apllication is more difficult in some of them than in others. However, this may be enhanced with proper abrasives and grit sizes of sandpapers, as well as with ideal sanding speed and pressure. Abrasive machining consists in removing material by cutting away abrasive materials to obtain a surface finish or desired dimensions. This process is important both for its complexity and for being the last phase prior to the finishing touch. Defects caused by sanding generate high costs in materials, work done, equipment, and additional work to correct such defects. Sanding is difficult to be characterized through mathematical equations given a series of random variables around this process, including abrasives, equipment and timber.

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In other words, sanding comprises controlled and uncontrolled variables. The uncontrolled variables, which are those related to machined material and the process itself, are hard to measure because of their characteristic variability. These variables will have an effect on the final result. In this regard, the experiment needs to be carried out with maximum randomization to distribute such effect. Controlled variables will also affect sanding, thus being possible to set values and keep them unchanged in single ranges and verify influence over the final result. Examples of controlled variables are: wood humidity, applied pressure, cutting speed, feed rate, type of abrasive, abrasive granulometry, etc. The following are among the variables on the sanding process and their effects upon the final result: Applied pressure Cutting speed Effect of abrasive material Effect of wooden material Composition of sandpapers Backing material Bonding adhesive RM



Revista da Madeira

aproximadamente todo o volume que é destinado hoje no país para a fabricação de papel e celulose, madeira e carvão vegetal. Para isso, será preciso ampliar o plantio de árvores no país. As florestas plantadas de eucalipto e pinus – principais do setor – ocupam 7,74 milhões de hectares no país, o equivalente a 0,9% do território nacional e fornecem 91% de toda a madeira produzida para fins industriais no país,. De acordo com projeções, o Brasil tem potencial para dobrar seus plantios florestais nas próximas décadas, alcançando 15 milhões de hectares, dos quais 3,8 milhões de hectares seriam destinados à produção de energia. O aumento na produção de energia a partir da madeira no país deve-se sobretudo a alguns fatores naturais. Condições favoráveis – como solos mais planos e com boa produtividade; clima tropical e um bom regime de chuvas; e o elevado nível da tecnologia de plantio de florestas – o ambiente técnico e científico é extremamente desenvolvido. A Embrapa Florestas já vem desenvolvendo há vários anos um projeto com foco específico em florestas energéticas. São mais de 100 pesquisadores e 40 instituições atuando em várias linhas de pesquisa – da busca por material adequado às regiões brasileiras ao estudo de tecnologias para geração de uma gama de bioprodutos florestais. O Brasil tem hoje o melhor índice de produtividade média do segmento florestal em todo o mundo, de cerca 40 m3/ha/ano, condição que garante ciclos de produção mais curtos, em torno de 7 a 8 anos para o eucalipto e 14 anos para o pinus. Segundo Guilherme de Castro Andrade, que integra a equipe de coordenação do projeto, já há no país material genético com condições de produzir até 50 m3/ha/ano. O pesquisador da Embrapa Washington Luiz Esteves Magalhães observa que não há ninguém no mundo que plante árvores como nós. Na Finlândia, cujo PIB é fortemente dependente da indústria florestal, o ciclo de rotação do eucalipto é de 70 anos. Aqui temos ciclos de sete, oito anos.

O

crescente consumo de energia renovável poderá dobrar a quantidade de madeira utilizada para esse fim no Brasil até o ano de 2020. O setor florestal é um setor bem desenvolvido no Pais, com destaque como maior produtor de carvão vegetal do mundo. O uso da lenha, entretanto, para geração de energia ainda é reduzido na atividade florestal brasileira. A expectativa é que para 2020, a produção de energia a partir de biomassa florestal deva chegar a 22 terrawatts-hora (TWh), o equivalente a quase 25% de toda a produção de Itaipu em 2015. A projeção para o uso energético da madeira é ainda mais promissora nas próximas décadas, até 2050, atingindo 70 TWh, segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). De acordo com histórico, em 2014, a bioeletricidade gerada com bagaço de cana e madeira somou 44,7 TWh de energia, ou 8% da geração elétrica total. Desse total, 32,3 TWh vieram do bagaço, que foi seguido pela biomassa florestal – lixívia, com 10,5 TWh, e lenha, com apenas 1,9 TWh. A demanda de madeira para bioleletricidade projetada para os próximos quatro anos está amparada, basicamente, nos empreendimentos que já comercializaram energia de biomassa florestal nos leilões do setor elétrico. No total, estão previstos 70 milhões de metros cúbicos,

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Mais da metade da nova oferta de energia do Brasil até 2024 – 74 mil MW – deverá vir de fontes renováveis como eólica, solar, PCHs e biomassa. Dos 55 projetos termelétricos habilitados no leilão A-5, realizado no final de abril , 40 são movidos a biomassa. No total, existem hoje no Brasil 517 empreendimentos termelétricos a biomassa em operação que somam quase 14 GW de potência instalada. Desse total, 76% (11 GW) funcionam com biomassa de cana-de -açúcar, principalmente bagaço, e 17 térmicas operam com lixívia (2,2 GW) ou licor negro proveniente do processo de cozimento da madeira. Uma pequena parcela de empreendimentos consome lenha e resíduos da atividade madeireira na forma de cavaco ou serragem de florestas plantadas. Atualmente, há cerca de 690 MW de empreendimentos movidos a resíduos florestais outorgados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), mas que ainda não começaram a ser construídos. O Brasil ocupa a terceira posição na lista dos maiores consumidores de biomassa para a produção de energia, depois da China e da Índia, mas o carro-chefe ainda é o bagaço de cana-de-açúcar. Principal fonte de energia primária do país até a década de 1970, a lenha perdeu participação na matriz energética brasileira com a ascensão do petróleo, mas voltou a crescer nos últimos anos diante do apelo crescente das fontes renováveis. O Brasil tem potencial para se tornar líder mundial em energia de florestas plantadas. Para isso, contudo, precisará vencer alguns desafios. O grande gargalo hoje para a biomassa florestal, segundo o pesquisador da Embrapa Florestas Washington Luiz Esteves Magalhães, é o transporte. Nem sempre tem floresta plantada em locais que precisam de energia. Em geral, a colheita e o transporte respondem por 40% a 60% do custo do negócio e, por isso, o raio de produção, transporte e consumo costuma ficar entre 80 Km e 100 Km, acrescenta José Mauro Magalhães Ávila Paz More, pesquisador do projeto das Florestas Energéticas. A plantação de florestas é viável, mas exige planejamento prévio detalhado. Em geral, as plantações florestais tendem a ser viáveis quando estão próximas ao mercado consumidor. Quem entra sem conhecer o mercado, só vai se deparar com os problemas cinco, sete anos depois, quando a floresta já foi implantada. A implantação de um hectare de eucalipto de alto nível tecnológico e o

manejo até um ano – com preparo do solo, adubação e controle de pragas – custa cerca de R$ 7 mil. Depois de um ano e meio, o custo de manutenção cai. É preciso observar, por exemplo, aspectos como clima, mercado consumidor e custos de colheita e transporte. E tem toda a questão de manejo. De acordo com dados do IBA, as florestas plantadas, principalmente eucalipto e pinus, chegam a 7,74 milhões de hectares. Desse total, 34% pertencem a empresas do segmento de celulose e papel e 26,8% encontram-se nas mãos de pequenos e médios produtores independentes que comercializam a madeira in natura. Outros 15,2% são de empresas de siderurgia, que usam o carvão vegetal, e 10,2% dos plantios de árvores no Brasil pertencem a investidores financeiros. O segmento de painéis de madeira reconstituída e pisos laminados tem 6,8%. RM

Madeira para energia

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Investimento em infra-estrutura Mais de 100 empresários e especialistas convocados pela Confederação de Produção e Comércio do Chile trabalharam durante vários meses para levantar diagnósticos e propostas em nove itens para melhorar a produtividade do país e dar um novo impulso às questões de crescimento. Com base em indicadores e rankings internacionais, a Comissão de Negócios e Produtividade identificou nove questões importantes em que existem lacunas a serem abordados: • O desenvolvimento de recursos humano; • Participação trabalhistas de mulheres, jovens e adultos; • Simplificação dos procedimentos; • Inovação; • Produtividade digital; • Excelência operacional; • Energia; • Infra-estrutura; e • Cadeia logística. O resultado deste trabalho foi um documento com 109 propostas de vários tipos, onde quase metade deles é a responsabilidade do próprio negócio e 20 iniciativas em infra-estrutura, como um “agente de transformação social, gerando crescimento, reduzir a pobreza e criar empregos”. Um dos impactos mais importantes deste esforço conjunto foi a necessidade de apoiar a infra-estrutura de saneamento, transporte e infra-estrutura urbana. O aumento do investimento em infra -estrutura gera uma ativação da economia, alcance de emprego, aquisição de bens de capital, o aumento da eficiência da economia pela redução de custos e melhorias gerais de qualidade. Como parte deste trabalho, o documento final reflete no setor florestal iniciativas do presidente da CORMA, que argumenta ser necessário incentivar a infra-estrutura rodoviária com o aumento na capacidade de transporte de caminhões . Assim a entidade propõe a introdução de veículos de alta performance, aumentando os limites de carga para o transporte rodoviário com uso mais eficiente de segurança. Isto implica uma mudança tecnológica no tipo de caminhões, introduzindo a tecnologia VAR (Veículo de Alto Desempenho), para o qual é necessário ajustar as regras para aumentar a carga transportada por caminhão de 45 a 75 toneladas sem modificar o peso por eixo, no caso de longa distância, e regular o acesso de caminhões de mais de 20 toneladas para as áreas urbanas adensadas. Pretende promover ainda a utilização do transporte ferroviário de mercadorias como medida complementar, como na maioria dos países desenvolvidos, considerando parcerias público-privadas. RM

A

pesar de o Chile ter um mercado nascente, o país já mostra seu potencial elevado com as construções devido à alta tecnologia que fornece durabilidade e estabilidade dimensional com a madeira A madeira tem propriedades térmicas, também conhecidas como MTT, e começou a ser utilizada em aplicações exteriores e interiores na Europa no início dos anos 90. Sua inclusão no mundo da construção no continente tem sido aumentada gradativamente, impulsionada pela Thermowood Association International, única autorizada a comercializar esse conceito. No Chile, algumas universidades, como UACH (Universidad Austral de Chile), têm realizado pesquisas sobre este conceito, enquanto isso existe algumas empresas que começaram a desenvolvê-lo com base no pinus radiata . Este processo produz alterações permanentes na estrutura interna da madeira, o que resulta num produto com características melhoradas. Aumenta a durabilidade natural da madeira e melhora a sua estabilidade dimensional e o produto final só é comparável as melhores madeiras nativa ou tropical. Esta opinião é partilhada pelo responsável do Laboratório Académica de Produtos Florestais da UACh, Aldo Rolleri, que diz que “a madeira modificada é mais estável e durável”. O Doutor em Ciências Florestais, Georg August, da Universität universidade alemã, acrescenta que “de acordo com o processo de modificação de madeira tratada, este procedimento pode ser ainda mais resistente à radiação UV”. A Faculdade de Engenharia Florestal e dos Recursos Naturais UACh começou a investigação sobre as alterações físicas e químicas na madeira modificada e os efeitos sobre as suas novas propriedades. A este respeito, Rolleri especifica que tanto a exótica quanto a nativa estão sendo estudadas, a fim de estimular a participação na cadeia de valor deste produto promissor.

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resíduos. Os resíduos de madeira gerados anualmente no Brasil são estimados em 30 milhões de toneladas. A principal fonte de resíduos é a indústria madeireira, que contribui para 91% destes resíduos gerados, dos quais, grande parte, é proveniente de atividades inerentes de Plano de Manejo Florestal Sustentável (PMFS), que geram resíduos em função das árvores retiradas durante a execução e da infra-estrutura necessária, tais como as aberturas de pátios, estradas e trilhas e outros tipos de materiais, como, por exemplo, as raízes tabulares, as aparas de toras ocas, árvores quebradas ou tombadas entre outros que ficam na floresta e que podem ser aproveitados para diversos fins, destacando-se para produção de energia. Vale observar que os resíduos de florestas manejadas na Amazônia chegam a atingir até 5 m3 por cada m3 de madeira retirada da floresta. Nesse caso em particular, as empresas que adquirem a concessão da (FPF) comprovam a disponibilidade deste resíduo junto ao Plano de Operações Anual – POA de cada PMFS. Provando a existência de resíduos gerados no manejo, obtém-se assim, de forma legal, a posse total do enorme potencial residual de madeira gerado, que poderia ser mais bem administrado pela união. Hoje este resíduo é exclusivamente

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união concede, desde 2006, a pessoas jurídicas o direito de manejar Florestas Públicas Federais (FPF) para a exploração florestal madeireira. O Plano de Manejo Florestal depende de autorização do órgão ambiental competente, tanto para empresas privadas como para as Concessões de Florestas Públicas Federais (FPF), a qual determina somente as espécies com valor comercial para exploração. Esta licença, prioriza a retirada de espécies madeireiras nobres com alto valor comercial, sendo proibida por lei a retirada de outras espécies fora do plano de manejo previamente aprovado. Na pratica, além da matéria prima originária de áreas de desmatamento, se gera grandes quantidades de

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Resíduos utilizado como insumo às indústrias siderúrgicas, instaladas em sua maioria pelos próprios madeireiros nos Estados do Pará e do Maranhão. É um mercado muito lucrativo que chega ao ponto de gerar mais ingressos financeiros que a própria madeira serrada, finalidade primaria das concessões florestais cedidas, que prioriza evitar a menor intervenção no entorno, extraindo somente as espécies com maior valor econômico. Assim, as Concessões Nacionais de Florestas Públicas Federais (FPF) pode ser uma possibilidade de mudar esse panorama atual, com o cadastro de aproximadamente 313 milhões de hectares de FPF, que se concentra (92,1%) no Bioma Amazônico, região onde coincidentemente encontra-se os municípios com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país, que dependem exclusivamente da Conta de Consumo de Combustível (CCC) para a geração de energia elétrica no Sistema Isolado Nacional, onde a geração é predominantemente térmica a base de óleo diesel subsidiado.

Tendo em vista que a floresta amazônica é um bem natural da união, como o petróleo, recursos hídricos entre outros, é necessário que a união

crie novas condições ao conceder concessões de (FPF), encarando os resíduos como potencial energético, podendo diminuir a conta de energia da sociedade brasileira que paga a (CCC). Historicamente, os Sistemas Isolados têm sido atendidos pelas próprias distribuidoras ou por produtores independentes de energia, através de sistemas geradores alimentados a óleo diesel. Vale destacar que, assim como a configuração da atual geração para uso residencial, os projetos apresentados pelas distribuidoras para o atendi-

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mento destes mercados também têm como fonte energética o óleo diesel. Para exemplificar este potencial, os municípios de Portel e Melgaço no (Pará) que apresentam IDH menor a 0,5 esta localizado na Floresta Nacional de Caxiuanã. Esta (FPF) foi colocada à concessão pelo Governo Federal em 2015 e tem uma área de 322 mil hectares, com um plano de manejo aprovado de 184 mil hectares, o qual representa no pior dos casos um potencial médio de 566 mil toneladas de resíduos de madeira por ano. Somente a partir da biomassa gerada na Gestão desta Concessão Nacional de Floresta Pública, que em energia no ciclo rankine a um rendimento de 12% poderia produzir aproximadamente 253000 MWh/ano. Se considerarmos uma demanda de energia elétrica de 100 kwh/habitante/ano para usos básicos residenciais e de processos, o consumo che-


garia no máximo a 10000 MWh/ano para ambas cidades, menos de 5 % do potencial disponível. Como neste caso, existem diversas (FPF) sendo aprovadas e concedidas na Amazônia Legal, sendo assim possível, substituir grande parte da demanda do sistema isolado com biomassa residual gerada inevitavelmente no manejo destas áreas sendo um recurso que por lei pertence à união, e apresenta um enorme potencial energético e estratégico para o país.

combustão para a usina. O projeto da usina de biomassa é da empresa Eletrogóes, e irá gerar 60 empregos diretos nesta fase final de implantação. A consolidação do projeto da usina de biomassa está diretamente relacionada à produção de eucalipto. O grupo empresarial pesquisa, há oito anos, em um viveiro-laboratório próprio, a melhor espécie do eucalipto a

Usina de biomassa Como forma de uso da biomassa alguns projetos esta sendo desenvolvido na região Norte. Está entrando em operação na região de Pimenta Bueno uma usina termelétrica movida a biomassa, que deve impulsionar a plantação de floresta de eucalipto, a principal matéria-prima. A usina terá capacidade de abastecer com energia elétrica uma cidade de aproximadamente 40 mil habitantes. O objetivo é formar um cinturão verde num raio de 100 quilômetros para converter a madeira em fonte de

ser destinada na utilização da usina. “Já estudamos mais de 200 matrizes e chegamos ao padrão ideal de madeira para ser utilizado na usina”, informou o engenheiro florestal, Carlos Alberto Soares Monteiro, que considera também nas pesquisas o cultivo no solo arenoso da região e os

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valores agregados com a plantação. O viveiro é capaz de produzir seis milhões de mudas/ano, que são comercializadas a preço de mercado para o produtor rural. Para produzir energia, as geradoras utilizam a combustão de material orgânico. Entre estas fontes de orgânicas, a madeira do eucalipto foi escolhida por conta da viabilidade sustentável da produção em Rondônia. A energia gerada a partir da biomassa é renovável e menos poluente dos que outras formas de energia como os combustíveis fósseis petróleo e carvão mineral. Na região, a madeira do plantio de eucalipto tem destinação certa: a usina de biomassa. O governo de Rondônia adotou políticas públicas para incentivar a plantação de floresta, seja ela de espécie nativa ou exótica. “Todo o plantio, extração e comercialização da madeira proveniente de floresta plantada estão amparados por legislação própria”, destaca Edgard Menezes Cardoso, coordenador de Floresta Plantada da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Ambiental (Sedam). RM

Resíduos

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silvicultura e aquicultura. Os fatores de riscos ocupacionais presentes nos processos de trabalho podem ser classificados em físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes. Os riscos de acidentes incluem máquinas de beneficiamento da madeira, tombamento de árvore e de tratores sobre os corpos dos trabalhadores e outros equipamentos no processo de extração. Os riscos ergonômicos estão associados ao transporte manual de peso e aos ritmos excessivos, com jornadas de trabalho prolongadas em turno noturno, monotonia e repetitividade. Além desses riscos, há o calor proveniente de fornos, caldeiras; o alto nível de ruído e vibração; o manejo de substâncias químicas como fungicidas e praguicidas; o pó proveniente da madeira e o iluminamento precário nas madeireiras. Define-se “risco” como o grau de probabilidade de ocorrência de um determinado evento e o “fator de risco” está associado ao aumento de probabilidade de ocorrência do agravo à saúde, sem que o referido fator tenha que interferir, necessariamente, em sua causalidade. Segundo a Lei nº. 8.213, de 24 de julho de 1991, alterada pelo Decreto nº. 611, de 21 dejulho de 1992, no artigo 19º: Acidente de trabalho é aquele que ocorre pelo exercício do trabalho, a serviço da empresa ou ainda, pelo serviço de traba-

A

importância do setor florestal no Brasil se apresenta em números expressivos: contribui com cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) Nacional e com 6% das exportações, sendo responsável por 1,6 milhões de empregos diretos e 5,6 milhões de empregos indiretos. Em vários segmentos como papel e celulose, painéis, a matéria prima provém de florestas plantadas, que já somam 7,8 milhões de hectares, basicamente de pinus e eucalipto. No entanto, as potencialidades econômicas convivem com

lho de segurados especiais, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução da capacidade para o trabalho, permanente ou temporária. Em comparação com outras indústrias, as taxas de acidentes na floresta, particularmente na exploração florestal, são extremamente altas, resultando em pesadas perdas para a indústria e muito sofrimento para os trabalhadores. As atividades desenvolvidas pelos trabalhadores florestais, quando comparadas com as atividades de outros setores, em

alta prevalência de acidentes de trabalho fatais e inúmeros riscos de acidentes no setor florestal. Além disso, o setor florestal requer uma ferramenta que estabeleça regras ou critérios para garantir segurança aos funcionários de campo, além de assegurar direitos e deveres trabalhistas. Um instrumento importante é a norma regulamentadora31 (NR 31), estabelecida pela Portaria nº 86, de 03/03/2005, que foi criada para estabelecer a segurança e saúde do trabalho nos setores florestal, de agricultura, pecuária,

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geral são consideradas pesadas e extenuantes. Trabalhando ao ar livre, o empregado fica exposto às intempéries do clima e suas consequências, sofrendo com o calor ou frio, com a umidade, os ventos etc. Muitas vezes, o local de trabalho fica distante de sua residência, obrigando o trabalhador a dispender tempo e energia no trajeto, correndo o risco de sofrer acidentes. Devido ao isolamento do local de trabalho, geralmente faltam facilidades para o atendimento médicoe de primeiros socorros. Portanto, diante da importância das atividades do setor florestal, do grande contingente de trabalhadores envolvidos e da existência de poucos trabalhos a respeito desse assunto, objetivou-se um trabalho de pesquisa avaliando acidentes de trabalho em madeireiras, visando à obtenção de informações que poderão subsidiar os gestores florestais na melhoria das condições de

segurança e saúde dos trabalhadores, minimizando riscos e acidentes de trabalho. Os principais agentes de risco ocupacionais presentes no ambiente de trabalho florestal são: físicos, mecânicos, bioló-

precariedade das condições de trabalho. Ademais, observa-se que os trabalhadores das atividades florestais se expõem aos mais diversos riscos profissionais, proporcionados pelo perigo de máquinas, equipamentos, ferramentas, atividades de campo, ambientes de trabalho e outros mais, que facilitam a ocorrência dos acidentes de trabalho ou surgimento de doenças profissionais. Risco Físico

gicos, ergonômicos e mais recentemente, os riscos psicossociais, em razão da crescente exposição do trabalhador a situações de tensão e estresse no trabalho. Os dados disponíveis expressam a contradição entre, de um lado, a nítida expansão da produção e, de outro, a

De acordo com análise, o risco ocupacional mais citado no que diz respeito ao índice de acidente no setor florestal foi o risco físico, isso ocorre devido ao ambiente propício, pois o ambiente de trabalho pode influenciar nos riscos de acidente. O rompimento da serra de fita e a queda de toras das pilhas são as situações do trabalho que mais causam risco de acidentes na indústria de processa-

Acidente de Trabalho

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Acidente de Trabalho

mento de madeira. De acordo com pesquisa, 43,3% dos trabalhadores já tinham sofrido algum tipo de acidente durante o trabalho na empresa, tendo sido as mãos a parte mais atingida (67,7%). A maioria dos trabalhadores afirmou que as principais causas dos acidentes foram a falta de atenção no trabalho (40,0%) e problemas de funcionamento das máquinas (23,3%). Um estudo realizado com 48 trabalhadores do setor florestal demonstrou que 17,4% dos entrevistados já tinham sofrido algum acidente de trabalho, sendo as pernas e as mãos as partes do corpomais atingidas. Os motivos dos acidentes foram para 54,6% o descuido na execução do trabalho, seguido pelo cansaço para 33,3% dos trabalhadores. Foram estudados 846 acidentes florestais registrados na Eslovênia, entre os quais 68% se relacionaram com as operações de corte da árvore. Foram identificados que 22% dos acidentes acontecem devido a erro humano ou à violação de normas, principalmente na operação de derrubada da árvore. Ainda na colheita, são registrados acidentes ocasionados pela queda de galhos, de troncos ou de árvores inteiras em virtude da força do vento ou das tempestades. Em um estudo realizado em Minas Gerais, que envolveu trabalhadores em atividades de corte manual, detectou-se que 44,8% dos entrevistados já tinham sofrido algum tipo de acidente detrabalho. Contudo, aliado a isso, temos outros

fatores que favorecem os acidentes de trabalho no setor florestal, tais como: falta de treinamento vocacional: incapacidade dos trabalhadores em saber como raticar técnicas apropriadas de trabalho para evitar acidentes; técnicas de trabalho pouco seguras, falta de vestuário adequado e de equipamentos de proteção individual EPI’s e deficiências nas máquinas e ferramentas. Também muitos acidentes de trabalho acontecem pela falta de qualificação e profissionalização adequada dos trabalhadores, visto que o conhecimento para o exercício da função é repassado porum colega de trabalho, por instrutores

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técnicos ou estagiários não devidamente treinados. Além disso, os acidentes podem ocorrer devido à terceirização dos serviços nas empresas de plantio, cultivo e extração de madeira, pelo fato de a empresa contratada não possuir conhecimento adequado para a manipulação de ferramentas e máquinas utilizadas no setor florestal. Portanto, é necessário que as empresas de plantio, cultivo e extração de madeira adotem um programa de treinamento voltado para a qualificação e conscientização dos funcionários, abordando as atividades do manejo florestal, especificando os riscos e suas respectivas medidas preventivas e listando os aspectos importantes para a manutenção da qualidade do plano de saúde e segurança. Dos trabalhadores entrevistados em um estudo 74,6%, ou seja, a maioria não recebeu treinamento para exercer a função, cujo processo de aprendizagem ocorreu nas próprias empresas. Dentre os 25,4% de trabalhadores que receberam treinamento, 16,4% considerou o treinamento suficiente, enquanto 14,9% tiveram dificuldades de assimilação do conteúdo. O período do treinamento variou de um dia a quatro meses, conforme a função. A maioria (64,2%) afirmou sobre a necessidade de treinamentos específicos para a realização das tarefas, bem como de reciclagens periódicas. Uma vez treinados, os funcionários devem ser estimulados a tentar identifi-



Acidente de Trabalho car, no ambiente de trabalho, as situações que contenham riscos e, se houver alta probabilidade de acidentes, o trabalhador deve ter autonomia suficiente para paralisar esta atividade, notificando o ocorrido ao coordenador ou gerente florestal. O trabalho pode ser eventualmente reiniciado se os motivos da paralisação forem corrigidos. Todo trabalho que constitua uma ameaça à segurança de visitantes, inclusive do público em geral, deve ser interrompido.

Estudando as partes mais atingidas pelos acidentes com motosserra nas operações de derrubada e traçamento de eucalipto, foram encontrados os seguintes valores: pernas (37%), pés (15%), tronco (15%), cabeça (12%), mãos (11%) e braços (10%). Em suma, os riscos para os operado-

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Desvio de Função Também no setor florestal, há servidores que desempenham atividades incompatíveis com seu cargo, caracterizando desvio de função. Isso pode significar que esses servidores não estavam capacitados para tal e, nesses casos, deveria haver capacitação ou reintegração às atividades específicas ao seu cargo. O principal maquinário que causa acidente de trabalho é o manuseio inadequado da motosserra. Em um estudo realizado em Minas Gerais, que envolveu trabalhadores em atividades de corte manual, informou-se que a maioria (40%) dos acidentes acontece no momento da derrubada com motosserra. Razões econômicas podem explicar o uso de motosserras na fase da colheita das árvores, pois se evitam investimentos em equipamentos mecânicos do tipo de máquina com cabine. Aproximadamente 80% dos acidentes com operadores de motosserra têm origem em falhas humanas e 20% são provenientes de causas mecânicas. Estudo detectaram que 72,5% dos acidentes com este equipamento acontecem por falhas de atenção dos operadores.

acidentes ocorridos nas empresas é uma tarefa muito difícil, uma vez que, deliberadamente, muitas ocorrências não são notificadas. A maioria dos países não possui um sistema eficiente de notificação dos acidentes do trabalho que abranja a totalidade das ocorrências e o Brasil não é uma exceção. Ademais, a morbidade por acidentes de trabalho é mais estudada do que a mortalidade, possivelmente porque abordagens sobre eventos comuns, como os acidentes não-fatais são de mais fácil operacionalização. Setor Madeireiro

res florestais mudam de acordo com as inovações no setor. Outrora expostos predominantemente aos choques contra as árvores, na atualidade, o perfil das ocorrências evidencia acidentes relacionados

às máquinas nos terrenos ou ao transporte da madeira. É fato reconhecido, inclusive por técnicos da Organização Internacional do Trabalho – OIT, que retratar 100% dos

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Assim como os acidentes, as doenças ocupacionais também são comuns no setor madeireiro, uma vez que os ambientes de trabalho, normalmente, são insalubres. Em relação à saúde dos trabalhadores de madeireiras, a maioria relata dores nos braços, ombros e mãos, causadas pelo peso e desconforto dos equipamentos, dores nos olhos, ouvidos e problemas respiratórios, causados pela característica do trabalho florestal e, possivelmente, pelo excesso de iluminação, ruído e irritação à poeira, sendo esse último de ocorrência em determinados locais e época do ano. Danos físicos, como a perda auditiva induzida pelo ruído, estão associados à diminuição da capacidade de percepção de risco iminente de acidente. Em Minas Gerais, 41,4% dos operadores de motosserra registraram episódios de lombalgia esporadicamente, os quais foram atribuídos às posturas adotadas na operação de derrubada e no traçamento com a motosserra. Estudando 4.381 trabalhadores da indústria de transformação de madeira no Mato Grosso, foi observado que a prevalência de mutilados (perda de parte do


corpo, membros ou órgãos por acidente ou retirada cirúrgica) era de 10,8% dos trabalhadores pesquisados e em atividade nas madeireiras. Estas mutilações se deram principalmente por cortes de serras, guilhotinase prensas, acometendo desde partes de dedos, até todo o membro superior ou inferior, resultantes das ecção pelo acidente ou por esmagamento e posterior retirada cirúrgica da parte lesada. Foi verificado também que outros trabalhadores (25,7%) possuíam sequelas de acidentes de trabalho(exceto mutilações) como, por exemplo, secção de um ou vários músculos com perda parcial ou total das funções, cicatriz(es) na pele e/ou calosidade óssea por fratura, ou cegueira por trauma. Nota-se que, no setor florestal, todo

acidente proporcionou o afastamento das atividades, o que demonstra o nível de gravidade dessas atividades. Comparados com o somatório dos demais setores, os índices encontrados apontam para a constatação de que o setor florestal merece especial atenção no que tange à segurança no trabalho. Melhoria nas condições de trabalho, como utilização de máquinas e equipamentos adequados, fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPI’s), treinamento ou reciclagem dos servidores, realização de exames médicos periódicos e eliminação de desvios de funções e improvisos para suprir a falta de servidores são medidas prioritárias para diminuir ou eliminar os riscos a que se expõem os trabalhadores. A falta de

conhecimento e preparo para executar as tarefas e as deficiências nas máquinas e ferramentas também são atributos do trabalho terceirizado e coincidem com os fatores de risco de acidentes. Os acidentes não deixarão de existir somente pelo uso dos EPI’s, existe a necessidade do desenvolvimentoe realização de todo um processo de adaptação e conscientização da equipe operacional. A atitude das chefias buscando ajudar a conscientizar sobre a importância do uso dos EPI’s vai contribuir para reduzir esta falta de prudência, além de treinamentos específicos de manuseio de equipamentos. Sendo assim, é de suma importância que haja um trabalho em conjunto, em que haja treinamento e divulgação da política em relação aos métodos preventivos empregados na empresa. Para que ocorra a prevenção de riscos é necessário que aconteça um julgamento, incluindo tanto a percepção quanto a antecipação do risco. RM Juliane do Valle Medeiros Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Sonia Regina Jurado Bióloga, Mestre em Morfologia, Doutora em Fisiopatologia em Clínica Médica, Docente do curso de Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Research reveals accidents in logging companies

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he importance of forest sector in Brazil involves significant figures: it contributes with 3% of the Gross Domestic Product (GDP) and 6% of exports, and has generated 1.6 and 5.6 million direct and indirect jobs, respectively. For products such as paper, cellulose and wooden panels, raw materials are extracted from planted forests currently totaling 7.8 million hectares of pine and eucalyptus. However, economic potentials go hand in hand with high prevalence of deadly labor accidents and many risks of accidents in this sector, which needs a number of rules or criteria to guarantee security to woodworkers as well as their labor rights and duties.

Occupational risk factors during working hours are classified into physical, chemical, biological, ergonomic and accident-related factors. The accident risks include logging, woodworking machinery, and tractors that may hit the workers’ bodies, as well as any other equipment used for wood extraction. The ergonomic risks are connected with manual weight carriage and excessive pace with long night-shift working hours, monotony and repeatability. Add to such risks, heat from furnaces; high noise levels and vibrations; handling of chemical substances such as fungicides and pesticides; sawdust and poor lighting in logging companies.

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A research found that the cutting of band saw and trunks are activities that pose the most accident risks in wood manufacturing industry. According to the research, 43.3% of workers have suffered some kind of accident while on duty, with their hands being the most hit part of the body (67.7%). Most of workers stated that many causes of accidents are due to lack of attention at work (40.0%) and machine malfunctioning (23.3%). In this regard, work must be carried out involving training that includes precautionary methods implemented in the company. In order to prevent risks, assessment is needed including risk perception and anticipation. RM

Acidente de Trabalho

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go em MLC são as das coníferas e algumas dicotiledôneas. Como o processo de fabricação de MLC esta em fase de disseminação no Brasil, é evidente que estudos devem ser realizados no sentido de se proceder em cada região ou estado, uma investigação por espécie e ou adesivo, por exemplo para uma caracterização das madeiras que melhor possam se adaptar a essa técnica. Devem ter destaque nessa investigação principalmente as madeiras provenientes de florestas plantadas. Na maioria dos casos a escolha do adesivo, entre caseína, resorcina ou uréia-formol, e mais recentemente a melamina, depende mais das condições de uso da estrutura do que do tipo da madeira. Logo, é preciso levar em consideração principalmente o meio a que a estrutura vai estar submetida, ou seja, temperatura e teor de umidade. Atraves de um trabalho de pesquisa avaliou-se, por intermédio do ensaio de cisalhamento da linha de cola, o desempenho do produto produzido com as combinações de três espécies de reflorestamento no Brasil: Pinus, Eucalipto e Teca, dois adesivos (Purbond e Cascophen) e três tipos de preservativos (CCA, CCB óxido e CCB sal). Foram produzidas 18 vigas de MLC de cada espécie de madeira, sendo 9 de cada tipo de adesivo, totalizando 54 vigas de MLC das 3 espécies de madeira de reflorestamento, com 2 tipos de adesivos e três tipos de tratamento(CCA, CCB e CCBS (Boro de Cobre Cromatado Salino). A madeira de Pinus foi considerada adequada para uso externo em decorrência de seu desempenho mecânico. A madeira de Teca, com o adesivo Purbond, apresentou um bom resultado quando analisado à umidade de 12%, porém quando saturada apresentou várias anomalias em seu coeficiente de variação. Por isso foi classificada como uso interno. A mesma espécie com o adesivo Cascophen apresentou um bom desempenho tanto à umidade de 12% como quando saturada e, por isso, foi classificada como uso externo. A madeira de Lyptus apresentou muitas anomalias tanto à umidade de 12% como quando saturada, apresentou também modos de ruptura diversos dos esperados e por isso foi classificada como uso interno. Como conclusão observa-se que o sistema de controle de

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Madeira Laminada Colada (MLC) é um produto engenheirado de madeira que requer precisão de fabricação em todos os seus estágios. Como o produto acabado pode ser testado somente em condições laboratoriais, é necessário o controle de qualidade na produção para assegurar que as propriedades da MLC sejam adequadas com as resistências especificadas para o produto de acordo com as normas vigentes. O sistema de controle de qualidade é definido pelas ações realizadas por um fabricante em relação aos materiais, métodos, equipamentos, mão-de-obra e produto final, para satisfazer os requisitos necessários de uma norma de controle de qualidade. O programa de qualidade conta com vários especialistas que compreendem sobre a importância do processo de certificação para conseguir a confiança do consumidor e a qualidade final do produto. Para predizer o desempenho estrutural da MLC com base nesse programa é necessária a realização de ensaios mecânicos diários, sistemas de avaliação em pontos estratégicos da produção e inspeção constante durante o processo de produção. Destaca-se que todas essas atividades devem ser auditadas e verificadas por inspetores credenciados. É possível colar praticamente todas as madeiras. Entretanto, algumas espécies possuem características físicas, anatômicas e químicas que exigem o emprego de colas especiais ou a modificação das colas normalmente comercializadas para o uso em madeiras. Normalmente, as espécies mais aconselhadas para o empre-

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Madeira Laminada

Revista da Madeira

qualidade da madeira e de produtos engenheirados de madeira precisa ser imediatamente implementado para o sucesso da utilização do produto. Considerando a experiência no uso das normas internacionais no assunto e a globalização, as normas brasileiras devem adotar parâmetros que permitam que os produtos fabricados à luz de seus requisitos sejam comparáveis com aqueles produzidos fora do país. As propostas de metodologias apresentadas para os ensaios foram satisfatórias para a classificação da classe de uso para as combinações espécie–adesivo–tratamento preservativo. Das combinações realizadas a que apresentou o melhor desempenho foi a madeira de Pinus, independente do tipo de adesivo ou tratamento preservativo, podendo ser assim utilizada de modo externo. A madeira de Lyptus, para qualquer combinação adesivo-tratamento preservativo, se enquadrou na classe de uso interno. A madeira de Teca pode ser utilizada em ambiente in-

terno, quando o uso do adesivo Purbond em qualquer condição de tratamento preservativo ou externo quando produzidas com adesivo Cascophen e qualquer tipo de tratamento. RM Carlito Neto Calil Doutorando do Laboratório de Madeiras e de Estruturas de Madeira, SET/EESC/USP Pedro Gutemberg de Alcântara Segundinho Professor do Departamento de Engenharia Florestal, UFES Francisco Antonio Rocco Lahr Prof. do Laboratório de Madeiras e de Estruturas de Madeira, SET/EESC/USP Carlito Calil Junior Prof. do Laboratório de Madeiras e de Estruturas de Madeira, SET/EESC/USP

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América Latina América quer acabar extração ilegal de madeira América Latina e Caribe querem acabar com a extração ilegal de madeira. Isso representa um custo de US$ 10 e 15 bilhões por ano em receitas fiscais perdidas. De acordo com um comunicado divulgado pela Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO), os países “estão fortalecendo a governança florestal para responder ao corte ilegal das florestas e a alta taxa de desmatamento na região, segunda mais alta do mundo “. A exploração madeireira ilegal priva os governos e as comunidades dos recursos dos quais dependem, reduz a biodiversidade, acelera os efeitos das alterações climáticas e provoca conflitos de terra e outros recursos naturais. A exploração madeireira ilegal contribui para o desmatamento regional, que diminuiu pela metade, se comparada aos níveis de 1990. Mas continua a crescer, perdendo a cada ano cerca de dois milhões de hectares de florestas nativas na região. A exploração madeireira ilegal também impede o desenvolvimento de empresas que cumprem a lei e gera corrupção em vários níveis no país. Para resolver esses problemas, os governos, as comunidades e as empresas da região estão incentivando o manejo florestal sustentável .

Bolívia Setor florestal vai à falência O presidente da Câmara Florestal da Bolívia, Pedro Colanzi, declarou a falência no setor, pelo aumento dos produtos contrabandeados que até o momento têm causado o fechamento de pelo menos três mil unidades de produção, com a perda de dez mil postos de trabalho. Estão atualmente em risco 90.000 empregos que serão perdidos a menos que o governo tome políticas e incentivos protecionistas de emergência para o setor. “O setor está falido, se muitas das unidades de produção continuam a trabalhar é porque eles fazem o impossível e não têm escolha, temos de ser ouvido pelo governo porque somos um setor que oferece muito trabalho”, disse ele. Desde 2010 as exportações de produtos de madeira cairam 50%, enquanto que a entrada no país desses bens aumentaram mais de 300%, favorecida pela desvalorização da moeda e da desaceleração chinesa. A Câmara reinvindica medidas não-tarifárias, a segurança jurídica para garantir o investimento, a criação de um Ministérioe para resolver suas demandas, a desburocratização dos procedimentos e do acesso ao crédito para incentivar as políticas secoriais, incluindo outros requisitos.

Canadá Florestas privadas ganham US$ 28 milhões O programa de assistência ao desenvolvimento nas florestas privadas destinou US$ 28,5 milhões para o ano fiscal 2016-2017. Os investimentos em florestas privadas devem apoiar o desenvolvimento econômico regional florestal. Este montante reitera a confiança nos proprietários de fomento florestal, incentivando a indústria florestal. O programa oferece apoio financeiro e técnico a produtores florestais para o desenvolvimento de atividades florestais privados. Este programa, concebido para produtores florestais certificados e administrados por agências regionais para a floresta privada em Quebec, cobre assistência técnica e execução de trabalhos florestais, relacionados a certificação.

Honduras Praga no pinus causa perdas milionárias O besouro do pinho (Dendroctonus frontalis) já afetou 20% dos mais de 2 milhões de hectares de floresta de pinus de Honduras. Só ataca pinheiros e folhosas não. Entre os pinheiros encontrados na América Central, Pinus oocarpa e Pinus caribaea são os mais suscetíveis aos ataques. O ataque da praga é caracterizado por uma alta densidade, uma redução no crescimento radial, enfraquecida por incêndios ou operações de resinagem e / ou localizados em solos pobres. Secas extremas e enchentes aumentam a probabilidade da praga proliferar. Desde o segundo semestre de 2015 já atingiu cerca de 442 mil hectares de florestas de pinheiros em Honduras. O governo de Honduras criou em 2015, com o apoio da comunidade internacional, uma comissão interinstitucional para erradicar a praga do besouro casca. A comissão é composta de várias instituições governamentais e da cooperação internacional, tais como a União Europeia, a Alemanha e os Estados Unidos.

Gabão Gabão: tráfego de madeira em larga escala Grandes quantidades de espécies protegidas são cortadas e vendidas clandestinamente no mercado asiático, proveniente de florestas do Gabão. Espécies como okoumé ou “Kevazingo” são madeira preferidas, com exportações para a Ásia, França e outros países da Europa e África. Para incentivar as empresas desses países a se instalarem no Gabão, o governo proibiu, em 2009, a exportação de toras. Uma vez dwfinida a proíbição, a exportação de toras aumentou e os negócios da indústria da madeira triplicaram, chegando de 38 bilhiões de FCFA em 2009, para 114,000 milhões em 2014. O tráfego é alimentado principalmente pela “Kevazingo”, um tipo de madeira rara. Vermelho, preto ou marrom, esta madeira considerada muito densa, também chamada de “bubinga”, é especialmente popular entre Japão e China. Esta é uma das madeira caras no Gabão. O governo está tentando regulamentar a exploração dessa madeira. Mas algumas empresas madeireiras da Ásia e no Líbano insistem em manter as redes de tráfico.

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estimular compromissos em favor de cadeias produtivas livres de desmatamento, inclusive através de políticas de aquisição de commodities, tais como óleo de palma, soja, gado e produtos madeireiros, de origem sustentável. Esses produtos, de acordo com a organização Climate Action, vindos de sete países com altas taxas de desmatamento, foram responsáveis por 40% do desmatamento total das florestas tropicais, e por 44% das emissões de carbono a eles associadas, entre 2000 e 2011. Malásia Exportações em alta A Malásia exportou um total de um milhão de metros cúbicos de madeira tropical certificada para 49 destinos na Ásia, Pacífico, Oriente Médio, Europa, África do Sul, Estados Unidos e Canadá, em dezembro de 2015. Do total, cerca de 868,332 metros cúbicos ou 82,93% foram exportados para a Europa, com 5% do volume total exportado para a Alemanha. Atualmente, apenas 10 % das florestas do mundo foram certificadas, dos quais 1 % composta por florestas tropicais. Isso mostra que são necessários esforços concertados para incentivar e promover a gestão florestal sustentável das florestas do mundo, em especial da floresta tropical. A este respeito, a aceitação do PEFC de madeira certificada da Malásia nas políticas de compras públicas de vários estados da Alemanha será definitivamente um passo significativo na direção certa. Panamá Panamá usa “chip” para monitorar desmatamento Estima-se que a cobertura florestal no Panamá diminuiu em 60% e 70% desde 1990. A exploração descontrolada e o corte ilegal das florestas tem levado às autoridades ambientais do Panamá a implementar um “chip” para monitorar a origem e destino dos produtos florestais visando alcançar uma maior transparência e controle da atividade. Um sistema tecnológico irá verificar a rastreabilidade e legalidade dos produtos florestais extraídos de Panama Médio e Darien, e espera-se estender a outras regiões. Esta tecnologia vai ajudar a reduzir o comércio de madeira e florestal ilegal. Estima-se que mais de 90% da madeira consumida no país (110.000 metros cúbicos) vem do Panama Oriental, especificamente Chepo, Darién e regiões. 96% deste consumo corresponde a colheitas ilegais de madeira. A ferramenta de acompanhamento tem um componente eletrônico (chip) e um digital (celular), componente que seguem o movimento preciso de produtos de madeira. Esta tecnologia pode garantir o caminho seguido desde que a árvore é cortada, transportada e, finalmente, descarregada na indústria. O setor florestal no Panamá tem o potencial de grande desenvolvimento local, mas é necessário fortalecer a gestão sustentável. RM

Noruega Noruega assume compromisso de desmatamento zero A Noruega se tornou o primeiro país do mundo a se comprometer com o desmatamento zero. O Parlamento norueguês definiu uma nova política de financiamento que deverá ser regulamentada e irá garantir que o País não contribua para o desmatamento da floresta tropical. A Noruega é o país que mais investe em ações de conservação e preservação de florestas tropicais em todo o mundo, apoiando programas de direitos humanos para os povos da floresta. Como parte desta ação nos últimos anos muitas empresas se comprometeram a não adquirir produtos provenientes de desmatamento. Compromissos similares não foram assumidos pelos governos, o que é extremamente positivo agora quando o Estado norueguês esteja adotando uma política para financiamentos públicos. Em 2014, a Noruega fez declaração conjunta com a Alemanha e a Grã Bretanha, durante reunião da cúpula do clima da ONU, em Nova York, comprometendo-se a

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Madeira pelo Mundo

Guatemala Concessões comunitárias como solução ao ilegal A exploração madeireira ilegal é atualmente uma das piores ameaças ambientais e uma realidade nas florestas da América Central também. Esta atividade está relacionada com outras ambientais e sociais, como o tráfico de seres humanos, trabalho infantil, corrupção e tráfico de drogas. As florestas do mundo são muito importante como atenuantes das alterações climáticas. Por isso, é urgente que o governo da Guatemala renova o apoio as concessões florestais concedidas para as comunidades que estão comprometidas em preservar as florestas em áreas hoje ameaçadas pela exploração madeireira ilegal. De onde vem a madeira que consumimos? É possível rastreá-lo para garantir que nossos móveis ou guitarras não estão causando a devastação de florestas antigas? Estas foram algumas perguntas que os músicos da banda Guster e Maroon 5 fizeram. Adam Gardner, guitarrista da Guster e co-fundador da organização ambiental Reverb, viajou para a Reserva da Biosfera Maya, com James Valentine e Jesse Carmichael, músicos Maroon 5, e de outros representantes de outras organizações. A Reserva da Biosfera Maia, localizada ao norte da Guatemala, é a maior área de floresta na região. Consiste em parques nacionais, sítios arqueológicos e biótopos, e é também uma referência em termos de concessões florestais. Essas concessões cobrem grandes áreas de florestas geridas pelas comunidades locais, que colhem produtos florestais madeireiros e outros de forma sustentável. A FORESCOM (Empresa Comunitaria de Servicios del Bosque S.A.) reune duas mil famílias. Um total de 322.000 hectares de floresta certificada FSC e cerca de 7.500 metros cúbicos de madeira por ano para oferta comercial. Atua nos mercados cooperativos e, em alguns casos, exporta produtos feitos com madeira destas empresas.


Notas

Cultivo de florestas plantadas

Revista da Madeira

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ma atividade que há pouco mais de duas décadas demonstrava resultados cautelosos colocou Mato Grosso do Sul em posição de destaque nacional, ocupando o segundo lugar nacional em área plantada com espécies florestais comerciais. A produção local ultrapassa oito milhões de metros cúbicos e ocupa mais de 880 mil hectares. O investimento na cultura de Florestas Plantadas é uma das estratégias de trabalho do projeto ABC Cerrado, idealizado pela parceria do Senar – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, Ministério da Agricultura, Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e o Banco Mundial. Com foco na redução da emissão dos gases de efeito estufa, a iniciativa oferece capacitação e assistência técnica aos produtores rurais participantes que demonstrem interesse em implantar mais três tecnologias produtivas: Sistema de Plantio Direto, ILPF – Integração Lavoura, Pecuária e Floresta e Recuperação de Pastagens. Na avaliação do profissional responsável pela capacitação da equipe técnica do Senar/MS, o engenheiro agrônomo Moa-

cir Sales Medrado, o setor florestal consolida a aptidão agropecuária do Estado, porém é importante observar fatores que serão fundamentais para começar o negócio. “Montar uma empresa exige do empreendedor a certeza de que o futuro é o presente lá na frente. É hoje, na hora de pensar a empresa florestal, que se desenha o futuro dela. Por isso, o planejamento deve vir antes das funções de organização, direção e controle”, aconselha. Um levantamento divulgado pelo Projeto Campo Futuro, em 2014, estima que o custo operacional para iniciar o plantio é de R$ 8 mil, sendo que deste total 47% representam os gastos do primeiro ano com implantação da floresta, preparo da terra, plantio e aplicação de insumos. “No entanto, é importante observar que os valores podem variar de acordo com as condições do solo, clima e manejo. Definir a área para instalar uma empresa florestal não é uma tarefa simples, pois se devem considerar os fatores locais, a logística, as dificuldades de exploração e o valor da madeira”, argu-

menta Medrado. Assim como as demais tecnologias preconizadas no ABC Cerrado, a Floresta Plantada comprova sua viabilidade comercial e possibilitará que o país se destaque por desenvolver uma agricultura imbatível do ponto de vista econômico, ambiental e social, visto que ampliará a geração de empregos, divisas e impostos tão importantes para o fortalecimento da economia nacional. Medrado enfatiza ainda que o modelo adotado pelo ABC Cerrado é revolucionário, já que não dissocia a gestão das tecnológicas agropecuárias e florestais, e pelo contrário, tem objetivo de integrá-las. RM

Maior controle as formigas

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a situação é grave. Quem alerta é o consultor florestal Celso Medeiros sobre a situação no estado do Mato Grosso do Sul. “Estamos repetido a década de 70. Estamos perdendo o controle sobre as formigas. Naquela época simplesmente não combateram, mas agora, acredito eu, seja mais pela falta de conhecimento técnico dos produtores rurais, pois as iscas formicidas existem e são eficientes”, alerta. É comum segundo o consultor ver árvores desfolhadas em várias regiões do estado e isso diminui e muito a produtividade das florestas: “o correto é o produtor combater as formigas na época de sua reprodução que vai de maio a setembro e ele utilizaria de 1,5 kg a 3 kg de iscas formicidas por hectare, mas na situação que se encontra vai acabar gastando muito mais, até 8 kg por hectare”. Segundo Augusto Tarozzo, engenheiro agrônomo e gerente da Atta Kill, a principal dificuldade no combate às formigas cortadeiras é a falta de conhecimento de produtos adequados e

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devidamente registrados para uso no controle. Somado a isso ainda existe o desconhecimento de como fazer o controle eficiente. E a melhor formulação para controle das formigas cortadeiras são as iscas granuladas que contém a sulfluramida como princípio ativo. Comprovadamente o mais eficiente em controlar formigueiro de saúvas e quenquéns. Esses produtos têm a indicação de como usar para um controle adequado: que é a localização do formigueiro determinando a área de terra solta e distribuindo a quantidade necessária na área encontrada.

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As formigas destas espécies tem no Brasil e América Latina seus habitats naturais e as florestas de pinus e eucaliptos foram implantadas nesse habitat natural onde as formigas saúvas e quenquéns encontram nestas culturas o substrato para o fungo alimentar, que são as folhas destas árvores. O maior problema pode estar centrado na falta de planejamento de um manejo das formigas onde, na maioria das propriedades agrícolas, se dá conta do controle apenas quando vê o formigueiro em atividades .RM



Notas

Acácia pode substituir eucalipto em reflorestamento

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a microbacia Calundu, localizada no município de Itaboraí, o programa Rio Rural está incentivando a produção de mudas de Acacia mangium. A utilização dessa espécie foi sugerida pelo produtor Guilherme Coelho, beneficiário do programa. Coelho conta que conheceu a espécie por indicação de um amigo e logo se interessou pela possibilidade de melhorar a qualidade do solo em sua propriedade. As leguminosas, como a acácia, são conhecidas por contribuírem de forma significativa para a fixação de nitrogênio no solo, o que melhora a fertilidade do terreno. Além disso, a espécie também tem grande capacidade de adaptação a solos degradados, além de contribuir com matéria orgânica na cobertura do solo, mantendo sua umidade. “Plantei as primeiras mudas há quatro anos e o solo já melhorou bastante na minha propriedade. Meu foco é garantir a qualidade do terreno para uso futuro e a espécie é ideal para isso”, conta Guilherme Coelho. O produtor também destacou o rápido crescimento das mudas e o baixo custo de produção como outros atrativos. A acácia tem sido celebrada por muitos pesquisadores como uma alter-

nativa à utilização do eucalipto, pois tem características semelhantes e ao mesmo tempo contribui para a recuperação do solo. Além disso, como a produção de eucalipto é muitas vezes feita em monocultivos, isso pode ser uma ameaça ao solo e ao lençol freático, pois a árvore absorve muita água durante o período de crescimento. A variedade da leguminosa chama atenção pela alta qualidade de sua madeira para a produção de celulose e carvão, além de poder ser utilizada na construção civil e na fabricação de móveis. A

árvore também é propícia à utilização consorciada com outros cultivos, bem como para paisagismo, reflorestamento e recuperação de áreas degradadas. A espécie é originária da região que compreende o norte da Austrália, Papua Nova Guiné e Indonésia insular. Suporta uma grande variação de temperatura e se adapta a solos de baixa fertilidade e drenagem. Mesmo assim, tem um crescimento rápido – pode crescer até cinco metros por ano – porque requer poucos nutrientes para se desenvolver. Por isso sua produção é muito rentável. RM

Unesp Botucatu inaugura Laboratório Agroflorestal de Biomassa e Bioenergia

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s estudos voltados para a biomassa e bionergia serão intensificados na Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp em Botucatu, na Fazenda Lageado. O motivo: a inauguração do Laboratório Agroflorestal de Biomassa e Bioenergia (LABB) no campus da Fazenda Lageado. O LABB vai permitir o avanço e a intensificação de pesquisas nas mais variadas fontes de biomassa, com destaque para o eucalipto e cana de açúcar, além de novos estudos e pesquisas. A coordenação nos trabalhos no LABB ficará a cargo do professor Saulo Guerra, um dos idealizadores do projeto. Saulo Guerra destacou o apoio de todo o corpo docente e discente na construção do LABB. O LABB assumiu a liderança cien-

tífica do Programa Cooperativo sobre Mecanização e Automação Florestal, que pertence ao Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (Ipef ), em um trabalho que envolve fabricantes de máquinas, equipamentos e implementos em busca do aumento da representatividade do setor florestal, com ações de integração entre universidades e empresas. Na parceria com empresas, há o trabalho em conjunto com a New Holland – conhecido como Colheita de Biomassa Florestal – que processa as árvores em cavaco, bem como o sistema de transbordo da matéria-prima até a central de consumo. O LABB realiza diversas atividades de

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ensino, pesquisa e extensão universitária, com destaque para o programa de pósgraduação em Agronomia – Energia na Agricultura, que trabalha com dinâmica do solo na interação com rodados e ferramentas agrícolas e tecnologia de produção de biomassa agrícola e florestal. RM



Notas

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Viveiro cria aplicativo para mapear árvores nativas

ferramenta foi desenvolvida pelo viveiro Viva Floresta e tem como intuito incentivar o plantio e monitoramento de espécies nativas dos biomas brasileiros. Através do aplicativo, que será lançado oficialmente em breve, qualquer pessoa pode registrar o local, a espécie e a situação da árvore. O sistema foi baseado em um modelo já usado em cidades dos Estados Unidos, México e Inglaterra. Ele é extremamente útil para identificar áreas verdes nas cidades e proporcionar informações para o controle desses locais. Além disso, o mapa interativo ajuda a encontrar espécies nativas para a coleta de sementes e produção de no-

vas mudas. A primeira cidade brasileira a ser in-

cluída na rede será São Paulo. De acor-

Estudo aponta mercado de madeira nativa no ES

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á grande potencial para o desenvolvimento do setor de produção de madeira nativa no Espírito Santo devido a forte demanda do mercado consumidor associado ao elevado custo do frete da madeira proveniente de outros Estados, que chegam ao território capixaba para ser usadas em engradamento de telhados, fabricação de móveis e esquadrias, carrocerias de caminhões, dentre outros fins. A conclusão é do estudo ‘Dimensionamento do mercado capixaba de produtos de madeira de origem nativa’ realizado pelo Centro de Desenvolvimento do Agronegócio (Cedagro). Com o objetivo de diagnosticar o referido mercado de madeira nativa, dimensionar o consumo e identificar as principais oportunidades e limitações, o estudo verificou que não há um mercado estadual de fornecimento de madeira nativa oriunda do Espírito Santo, além de não existirem serrarias legalizadas para o desdobramento da madeira em toras. “Isso indica que não há um arranjo consolidado para produção, exploração e beneficiamento desse produto”, destaca o engenheiro agrônomo Murilo Pedroni, diretor executivo do Cedagro. Os maiores fornecedores de madeira de origem nativa são os Estados de Rondônia, Mato Grosso e Pará, representando 49,33%, 25,37% e 19,72% do volume total, respectivamente. A carência desse mercado atualmente gera oportunidades. Além da vontade de alguns produtores rurais em produzir madeira, o Código Florestal atual permite a utilização, em parte, da área de reserva legal com o cultivo e extração da madeira, oportunizando esse tipo de mercado. “Em

muitos casos, o valor do frete da madeira de outros Estados supera o valor do produto. A grande maioria dos empresários afirmou mudar de fornecedor caso seja ofertada madeira de origem nativa proveniente de plantios ou formações florestais do Espírito Santo desde que haja garantia de qualidade do produto”, destaca Murilo Pedroni. O Estado do Espírito Santo consumiu, em 2014, 89.502 metros cúbicos por ano de madeira serrada de origem nativa, destacando-se a aquisição no formato de tábua e viga, não existindo o ingresso de madeiras em toras para beneficiamento. Os maiores consumidores primários de madeira de origem nativa no Estado do Espírito Santo são as madeireiras, que consomem 32.398 m³ (36,2%), e as fábricas de esquadrias com 27.185,19 m³ (30,37%). Já o principal destino final da madeira nativa adquirida pelos consumidores primários no Espírito Santo é a Construção Civil, com 49.942,81 m³ por ano (55,80%), e o auto beneficiamento realizado pelos consumidores primários na transformação da madeira nativa em portas, janelas, móveis em geral, carroceiras, entre outros, com 38.224,51 m³ de madeira, o que representa 42,71% de toda a destinação final. De forma geral, o estudo observou que 42,4% dos estabelecimentos utilizam Angelim Pedra, seguida por Parajú e Peroba Mica, com 23,4% e 16,3%, respectivamente. São utilizadas também outras espécies, em menor quantidade, como Roxinho, Garapa, Pequi, Abiurana, Pariri, Guajará, Carne de Vaca, Oiticica, Freijó, Caixeta, Jatobá, Peroba do Campo, Ipê e Cumaru, entre outras RM classificadas como madeira mista.

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do com o Viva Floresta, a capital paulista possui mais de 600 mil árvores nativas, são dezenas de espécies espalhadas pelo perímetro urbano. O aplicativo funciona a partir do coletivo. Assim como a Wikipédia, ele também mantém seu conteúdo através de publicações colaborativas. A ferramenta se conecta diretamente ao Google Maps. Após registrar a localização exata da árvore, o usuário acrescente as outras informações, como o nome da espécie, o tamanho e outras condições do exemplar. Não é necessário preencher todas as informações. Caso o colaborador não saiba o nome da árvore, por exemplo, outro usuário pode completar o informativo. RM

Cumprir a lei só em 2017

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roprietários rurais ganharam um novo prazo para se inscrevem no Cadastro Ambiental Rural (CAR). O prazo agora para proprietários com mais de quatro módulos fiscais vai até 31 de dezembro de 2017. A regularização do imóvel garante a obtenção de créditos agrícolas, acesso à linhas de financiamento, isenção de impostos para insumos e equipamento, além da inscrição no Programa de Regularização Ambiental, caso haja passivos ambientais. O CAR é obrigatório para todos os imóveis rurais, tem a finalidade de integrar as informações ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e combate ao desmatamento. Dados divulgados pelo Serviço Florestal Brasileiro indicavam que cerca de 70% da área total de imóveis rurais foram cadastradas, sendo a Região Norte a mais avançada. A legislação ambiental que insere o CAR dentro do Código Florestal foi votada em 2012, sendo ela própria várias vezes adiada por debates entre ruralistas e ambientalistas.

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Notas

12º Dia de Campo Florestal será voltado para a comercialização da madeira

Revista da Madeira

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12º Dia de Campo Florestal, promovido pela Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp, em Botucatu, será voltado para a comercialização da madeira, mas também trará novidades sobre máquinas, equipamentos e produtos florestais. Idealizado pelo professor doutor Carlos Wilcken, vice-diretor da FCA, o evento será no dia 17 de agosto na Fazenda Lageado, em Botucatu (SP). Entre os temas que serão apresentados no 12º Dia de Campo Florestal, o primeiro será voltado para as “possibilidades de comercialização da madeira em São Paulo e alternativas viáveis para agregar valor e ganhar com a floresta”, que será proferido por Deodato Costa, diretor da VSC Comercial. Em seguida, o tema a ser discorrido

terá foco na “experiência bem sucedida de pequenos e médios produtores florestais no relacionamento com grandes consumidores e mercado local”. A experiência

tremo Sul da Bahia. O 12º Dia de Campo Florestal terá sequência com a palestra intitulada “resultados dos tubetes de papel degradável em florestas plantadas de eucalipto na América do Sul”, por Marco Almeida, especialista em viveiros e consultor da Ellegard. Logo em seguida, será a vez da temática “otimização de resultados: gestão florestal focada em pessoas e melhoria de desempenho”, por Fernando Cassimiro, gerente da R Solutions. Depois o tema será “aplicação de logo de esgoto em florestas comerciais”, pelo professor doutor Roberto Lyra Villas -Boas e, para encerrar as palestras, virá o tema “ferramentas para operações florestais manuais”, que ficará RM sob a direção da empresa Jacto.

será contada por Gleyson Araújo, presidente executivo da Aspex – Associação dos Produtores de Eucalipto do Sul e Ex-

Manejo florestal não impacta floresta

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ormalmente o número de espécies madeireiras ameaçadas de extinção aumentou. Após a publicação da Portaria nº 443/2014, já se somam cerca de 57 espécies. Entretanto, segundo estudiosos, no texto estão inclusas espécies abundantes no Estado de Mato Grosso, e em demais estados brasileiros que são fundamentais para a economia. O pesquisador Evaldo Muñoz Braz, da Embrapa Florestas, explicou que o equívoco foi detectado por meio de relatório, análises e pesquisas que estão sendo realizadas na região. A exemplo cita a espécie Apuleia Leiocarpa (Vogel) J.F. Macbr. (Garapeira), esta espécie é encontrada em abastança na floresta, mesmo assim conta na lista como ameaçada de extinção. Para Muñoz Braz, a ambiguidade na apreciação do Livro Vermelho (base para a inclusão das espécies na lista), se deu pela não consideração dos trabalhos estudos de Universidades e instituições de pesquisas realizados na Amazônia. As amostragens realizadas mediante análises de planos de manejo aprovados e novos inventários (incluindo regeneração) não corroboram com as afirmações do Livro Vermelho quando se refere que as extrações oriundas do manejo teriam provocado deterioração nas estruturas

(povoamentos) das espécies avaliadas. Para José Eduardo Pinto, presidente do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira do Estado de Mato Grosso ( Cipem), tais estudos comprovam a eficácia do manejo florestal sustentável, pois as florestas possuem mais árvores do que o indicado a 35 anos atrás. Sem o manejo as florestas super-estocadas se tornam velhas e menos produtivas, inviabilizando o incremento e deteriorando a regeneração dessa floresta. “A extração do manejo atinge apenas de 11 a 33% das árvores, restando em média mais de 80% da estrutura original, além de plântulas e banco de sementes. A redução é na estrutura vertical e não há redução de área da espécie. Dessa forma o manejo é a única atividade que garante a manu-

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tenção da cobertura florestal, e portanto, deveria ser estimulado pelas instituições responsáveis pelas florestas”, observa o pesquisador. A Embrapa Florestas está estudando as florestas do estado do Mato Grosso, considerando além de parcelas permanentes, o uso de dendrocronologia para a determinação de diâmetros ideais de corte para as espécies comerciais. Assim, já se tem identificado com precisão o padrão de crescimento de espécies comercias da região, fundamental para seu correto manejo. RM


Revista da Madeira

Notas

GMF

é a abreviação de Grupo Mídia Forte, uma nova plataforma de mídia online segmentada que nasce da parceria dos cinco principais veículos de comunicação do Brasil: Celulose Online, Biomassa BR, Remade, Biomassa World e Painel Florestal. O Grupo Mídia Forte preserva a independência editorial e societária de cada um dos veículos mas reúne, na mesma plataforma, a comercialização de publicidade e inteligência de comunicação. Juntos, são responsáveis por mais de 80% de todo o conteúdo jornalístico do setor produzido no país e ultrapassam 500 mil visualizações por mês. O Grupo Mídia Forte inaugura uma nova forma de comercializar e exibir anúncios online que garante a entrega do que é contratado pelo cliente. O Grupo proporciona a maior visibilidade da internet. São mais de 500 mil visualizações por mês. Mesmo antes do lançamento, o sistema Pontos de Visibilidade - como será chamado - já atraiu clientes como a dinamarquesa Ellegaard que escolheu o Grupo Mídia Forte para divulgar seu produto Ellepot no Brasil. “Precisávamos obter o melhor aproveitamento e visibilidade possível com um único orçamento. O Grupo Mídia Forte permitiu que multiplicássemos por cinco o nosso alcance”, comentou Darcy Werneck, gerente de exportações da Ellegaard. Cheila Araújo, analista de marketing da Saur ficou entusiasmada com a possibilidade de multiplicar por cinco a visibilidade da sua marca. Adriano Moraes, da Unibras e Dyme Anderson, da Roder, também parabenizaram a iniciativa. André Magrini, da Husqvarna, achou muito interessante a ideia. “Chegou em boa hora!”, ressaltou. Além de otimizar o investimento do cliente, a plataforma GMF conta com a inteligência de comunicação e mercado dos profissionais envolvidos e é amparada pela Fundação de Pesquisas e Estudos Agrícolas e Florestais (FEPAF) da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Unesp/Botucatu (SP). A Fepaf é responsável pela auditoria de estatísticas e conteúdo e também pelo faturamento do Grupo Mídia Forte. O coordenador do curso de engenharia florestal da FCA, professor Dr. Saulo Guerra é um dos incentivadores do projeto. Cadastre-se em

www.grupomidiaforte.com.br

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Abimci busca normas para wood frame

Associação Brasileira das Normas Técnicas (ABNT) instalou oficialmente a Comissão de Estudos (CE) para desenvolver a norma técnica do sistema construtivo wood frame. O grupo indicou para a coordenação da Comissão de Estudos o vice-presidente do Sinduscon-PR e representante da Comissão Casa Inteligente da Fiep, Euclésio Finatti. A Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci) assume a secretaria executiva da CE. O grupo foi formado por 21 pessoas, que ficarão responsáveis por desenvolver o texto básico da norma. Na avaliação do superintendente do Comitê Brasileiro da Construção Civil (ABNT/CB-002), Salvador Benevides, o fato do setor ser bastante participativo é um ponto positivo Para o superintendente da Abimci, Paulo Roberto Pupo, a construção da norma permitirá que o sistema construtivo ganhe escala. Ele lembrou que a presença dos agentes financiadores em um grupo como esse é de extrema importância. “Precisamos ter linhas de financiamento que atendam o sistema construtivo. Vamos garantir ao país um novo modelo habitacional”, afirmou. RM

Inventor cria “serra circular de alto torque”

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s serras circulares são bastante usadas em atividades como cortar madeira. Porém, faltava no mercado um produto que trouxesse uma resistência adequada mais adaptada para empreitadas de menor envergadura. Diante desse quadro desafiador, o metalúrgico Edson Nicássio, afiliado à Associação Nacional dos Inventores (ANI), criou a sua “serra circular de alto torque”. “A inspiração surgiu quando notei a necessidade de uma serra que pudesse ter uma força de corte maior sem ser muito grande; e que pudesse ser usada na mão, talvez em um suporte mecânico”, conta Edson. Os equipamentos atuais não eram adequados para serviços de menor porte por serem lentos, difíceis de manusear e por requererem uma série de cuidados durante o uso. O invento de Edson traz algumas inovações signi-

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ficativas: aumenta o diâmetro da engrenagem do disco numa disposição em que o raio máximo de corte seja preservado e garante alta potência de corte sem necessidade de um equipamento mais robusto. “A ‘serra circular de alto torque’ é de fácil construção, manutenção reduzida e uma força cortante que seria possível apenas em máquinas de bancada”, descreve o inventor. O produto ainda pode ser aplicado tanto à serra manual, estática ou a braço robótico. RM

Notas

Grupo Mídia Forte. Cinco mídias. Uma só força!


Renováveis A oferta interna de energia no Brasil registrou, em 2015, o equivalente a 299,2 milhões de toneladas de petróleo. Desse total, 41,2% correspondem à energia renovável – como energia eólica, biocombustíveis (etanol e biodiesel), biomassa, hidroelétricas, entre outros. Em relação a 2014, essa base energética era de 39,4% da capacidade do País. O indicador é superior ao verificado nos países desenvolvidos, que têm apenas 9,4% de renováveis. A pesquisa mostra, também, as vantagens comparativas do Brasil na oferta de energia elétrica, com uma proporção de 75,5% de renováveis. Nos países desenvolvidos, o indicador é de 23,1%, e nos demais países, 22,5%. Reserva Legal O Código Florestal (Lei 12.651/2012) obriga a manutenção de mata nativa a título de Reserva Legal em proporções conforme a localização da propriedade rural: na Amazônia Legal, são exigidos 80% dos imóveis que estão em região de floresta, 35% para os localizados em região de cerrado e 20% para aqueles situados nos campos gerais. Nas demais regiões do país, a Reserva Legal deve corresponder a, pelo menos, 20% da área das propriedades. A legislação em vigor não permite a supressão da mata nativa na Reserva Legal, apenas seu manejo sustentável, o que significa, por exemplo, a possibilidade de coleta de frutos e sementes e o corte seletivo de árvores. Com o projeto (PLS 6/2016), a senadora Ana Amélia (PP-RS) quer que plantios econômicos de madeira possam ser computados como área de Reserva Legal. Ela destaca a importância econômica das florestas plantadas e a contribuição do setor para a retirada de gases poluentes da atmosfera, ajudando ainda a melhorar a permeabilidade do solo, beneficiando a manutenção da reserva hídrica do país. Santa Catarina Santa Catarina tem uma área de 95 mil quilômetros quadrados. O setor florestal ocupa cerca de 660 mil hectares com florestas plantadas. A legislação ambiental obriga que 20% da área do imóvel destinado ao plantio de florestal seja para reserva legal. No entanto, a média de proteção da paisagem original pelo setor florestal catarinense é de 50% da área total do imóvel. Na prática, para cada hectare plantado 1,5 é protegido pelos reflorestadores. Estamos mudando a imagem do setor florestal. Juntas, as mais de 30 empresas que fazem parte da ACR, protegem uma área de 450 mil hectares. Isso destaca Santa Catarina quanto à proteção de florestas nativas no cenário nacional. Mata Atlântica Uma nova metodologia que reduz a área mínima de identificação para análise das imagens captadas via satélite revela que o estado de São Paulo tem 22,9% (cerca de 3,9 milhões de hectares) de sua Mata Atlântica original. A análise anterior considerava que o índice era de 16,2% (2,7 milhões de hectares). A diferença no índice foi possível por uma mudança de 3 hectares para 1 hectare como área mínima de identificação. Com a nova metodologia é possível considerar

também áreas com vegetação de porte florestal que tenham sinais de alteração ou que ainda estejam em estágios iniciais de regeneração. A metodologia do mapeamento detalhado identifica áreas de vegetação natural principalmente nas bordas de rios e represas. Drones Especialistas da UN-L Drone, Carrick Detweiler e Sebastian Elbaum, esperam ver drones no lugar de equipes de combate a incêndios e aeronaves tripuladas em algumas situações de combate ao fogo. A nova tecnologia permitirá que os drones iniciem e controlem incêndios e seja capaz de operar em ambientes hostis com supervisão limitada. Os drones transportarão uma carga de bolas como as de ping-pong, cheios de pó de permanganato de potássio. Antes de ser descartado através de uma rampa, é injetado em cada esfera o Glicol Líquido, criando uma chama química à base para reação após 10 a 45 segundos. Pellets A empresa Energy America Brazil Wood Resources Ltda. confirmou o investimento de R$ 159 milhões para instalação de uma fábrica de pellets (combustível de biomassa renovável) no Distrito Industrial de Rio Grande. O projeto industrial observará três etapas, conforme consta da carta de intenções entregue ao secretário do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Fábio Branco, pelo empresário Alan Peters, diretor presidente da empresa que faz parte de um conglomerado com sede nos Estados Unidos. Na primeira fase, com um investimento de R$ 24 milhões serão produzidas 70 mil toneladas/ano de pellets para exportação. A segunda fase prevê produção e exportação de cavacos de madeira à granel. A fabricação nesta etapa será de 400 mil toneladas/ano. Carvão Vegetal A cidade de Belo Horizonte em Minas Gerais será palco do IV Fórum sobre Carvão Vegetal e I Seminário sobre Energia da Biomassa Florestal, nos dias 08 e 09 de novembro de 2016. Promovido pela SIF – Sociedade de Investigações Florestais, o evento acontecerá no auditório do CREA–MG. Serão debatidos temas como: Presente e futuro da produção Nacional de Carvão vegetal; Mercado de pellets no Brasil; Geração de energia elétrica a partir de madeira; Inovações tecnológicas e desafios do transporte da biomassa florestal para energia; Inovações tecnológicas para a bioenergia do futuro; Tratamento térmico da biomassa para energia: Processo de torrefação; Geração de energia elétrica a partir de resíduos agroindustriais e florestais, entre outros. “Correntão” Proposta do deputado Sarney Filho (PV-MA) proíbe a técnica conhecida como “correntão”, que utiliza correntes com as extremidades presas a tratores para desmatar (Projeto de Lei 4959/16). O projeto também agrava a pena de crime contra flora em até 1/3 para quem utilizar essa técnica. Sarney Filho explica que a força da corrente não deixa nenhuma planta resistir onde o método é aplicado, não per-

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manecendo nenhum exemplar de qualquer espécie o que inviabiliza qualquer possibilidade de regeneração. Rondônia O controle da origem da madeira, do carvão e de outros produtos ou subprodutos florestais de Rondônia será realizado a partir deste ano através do Sistema Nacional dos Produtos Florestais (Sinaflor). O programa do governo federal vai integrar informações de imóveis rurais, autorizações de exploração e emissão de Documento de Origem Florestal (DOF). O sistema dará maior celeridade e transparência ao andamento de cada processo, podendo o empreendedor acompanhar de qualquer lugar a situação atual do seu empreendimento via internet. Eucalipto O cultivo de eucalipto vem avançando como uma alternativa de renda, especialmente para pequenos produtores localizados em regiões próximas às indústrias de celulose e papel. Dario Grattapaglia pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia explica que existem tanto produtores independentes – que têm um pedaço da fazenda com eucalipto -, quanto integrados – que recebem apoio financeiro e técnico das empresas – em modelo similar de contratos ao que ocorre com os segmentos de avicultura e suinocultura. Dos cerca de cinco milhões de hectares de florestas plantadas com eucaliptos no País, entre 30 a 40% estão na mão de pequenos produtores. Cavaco A Eldorado venceu o leilão da Aneel, com o projeto Usina Termoelétrica (UTE) Onça Pintada, que vai gerar energia utilizando cavacos de madeira como principal combustível, com uma potência instalada de 50 MW/h. O investimento de R$ 300 milhões na construção da UTE de biomassa irá gerar mais de 1.000 empregos diretos e indiretos para a região. Este é o primeiro projeto de 50 MW/h a partir de biomassa da empresa, e, com florestas próprias, tería potencial para garantir biomassa a seis UTEs do mesmo porte, fornecendo mais de 300 MW/h de energia para o sistema elétrico nacional, o que poderá gerar uma receita adicional de mais de R$ 600 milhões, além contribuir positivamente com a matriz energética brasileira, afirma José Carlos Grubisich, presidente da Eldorado Brasil. China O Ministério de Proteção Ambiental da China e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) publicaram um relatório sobre as estratégias e ações da civilização ecológica da China. Segundo o qual, até 2020, a taxa de cobertura florestal do país asiático atingirá 23% e os dias com boa qualidade do ar ultrapassarão os 80% em termos anuais. O relatório indica que o planejamento ecológico constitui uma parte importante do 13º Plano Quinquenal da China. O país se comprometeu até 2020 reduzir o consumo de água em 23%, o de energia em 15% e baixar as emissões de dióxido de carbono por unidade do PIB em 18%.


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