aquisitivo. O que se observa é que o caminho mais promissor para que edificações em madeira cresçam no Brasil é conquistar a classe média através de residências industrializadas, edificações de uso coletivo como escolas, repartições públicas, postos de saúde e outros, em cujo desenho sejam incorporados atributos ligados à tecnologia, durabilidade, acessibilidade e até valor de revenda. Este novo posicionamento poderá consolidar a indústria madeireira como grande fornecedora de solução para o grave déficit habitacional que presencia o Brasil. Hoje são necessárias mais de 6 milhões de moradias para suprir o déficit habitacional. A madeira pode ser uma grande aliada para este problema, tendo em vista ser uma solução sustentável, de matéria prima renovável, com qualidade e durável. Os sistemas construtivos atuais permitem garantir o duplo benefício de quantidade e qualidade, a um valor competitivo. É uma ótima solução para o setor que tem ali um mercado muito grande a ser explorado. E reforça os investimentos em plantios de espécies adequadas para este fim. Vamos apostar nesta nova oportunidade.
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uso da madeira na construção civil representa um mercado muito grande ainda a ser explorado no Brasil. Modernos sistemas construtivos permitem prever melhor aproveitamento, redução de custos, rapidez e qualidade. Embora seja um mercado promissor temos que acompanhar algumas etapas. Hoje as construções nesta área estão ainda limitadas a residências de alto luxo ou as construções para a população de baixo poder
Clóvis Rech Editor Responsável/ Editor in Chief
Expediente
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Construção
Sumário / Summary 30 Certificação
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Portas Plantio Madeira
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Móveis & Tecnologia / Setor Móveis & Tecnologia / Design
Desmatamento
Preservantes
Mercado Global
Logistica
Móveis & Tecnologia / Madeira EUA
EXPEDIENTE Editor: Clóvis Rech Capa: Conceyção Rodriguez Edição de Arte e Produção www.crdesign.com.br crdesign@crdesign.com.br
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Edição 149
Editorial
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eficiente e sustentável de construir no país. De acordo com a empresa, já foram mais de 85 mil m² construídos, de casas do Minha Casa Minha Vida a casas de alto padrão, e mais de 10 mil famílias morando em casas eficientes. A montagem inaugura um novo ciclo para empresa, que recentemente recebeu investimento internacional para ampliar a sua atuação no país. “Esta é a forma mais moderna que existe para se construir no mundo, com tecnologia de ponta, agilidade e economia. É o que nosso país precisa para sair da crise imobiliária e estamos orgulhosos de proporcionar isso ao Brasil”, comemora Caio Bonatto, sócio-fundador e CEO da Tecverde. Segundo o gestor executivo da MRV, José Roberto Pereira de Lima, é fundamental a migração da construção civil para novas e sustentáveis tecnologias. “É um avanço, não podemos andar pra trás. Já estamos realizando um condomínio de sobrados com a Tecverde em Suzano, São Paulo”, comenta. A Casa Alta Construtora também validou o sistema. “Um dos pontos principais que validam este sistema é sua rapidez, sem dúvidas. A qualidade é altíssima superando inclusive a alvenaria. Países desenvolvidos já usam há anos e com sucesso, então não tem sentido um país como o Brasil ainda não adotar. Inovar e buscar novos resultados são muito importantes na construção”, declara Juarez Wieck, presidente da Casa Alta Construtora. Para o superintendente da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), Paulo Pupo, as indústrias da construção e de madeira estão diante de novas oportunidades. “Precisamos entender e capitalizar o momento, para consolidar esse método construtivo eficiente e inovador. Mas, para isso, será necessário que os fabricantes de madeira se preparem para atender as exigências técnicas do mercado. Há uma chance real de aumentarmos o consumo per capita de madeira no mercado interno”, afirma. Na avaliação da Abimci, o lançamento do prédio vem em um momento estratégico. A ação reforça a importância do desenvolvimento da norma técnica para o sistema wood frame. O trabalho para criação da norma está sendo coordenado pela Associação juntamente com o Sinduscon-PR e a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), além da participação de diversos atores envolvidos no assunto. A tecnologia utilizada em edifícios multifamiliares com até
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partir do uso em grande escala do CLT (Cross Laminated Timber), há uma década, os primeiros exemplares de edificações feitos inteiramente em madeira começaram a surgir na Inglaterra, Austrália, Áustria, Noruega e, finalmente na América do Norte (Canadá e Estados Unidos). A “maior estrutura em madeira”, o “mais alto edifício”, entre outros adjetivos , demonstram que o movimento pelo uso maciço da madeira é uma realidade incorporada a um modelo de negócios. Embora seja um mercado promissor temos que acompanhar algumas etapas. Hoje as construções nesta área estão ainda limitadas a residências de alto luxo ou as construções para a população de baixo poder aquisitivo. O caminho mais promissor para que edificações em madeira cresçam no Brasil é conquistar a classe média através de residências industrializadas, edificações de uso coletivo como escolas, repartições públicas, postos de saúde e outros, em cujo desenho sejam incorporados atributos ligados à tecnologia, durabilidade, acessibilidade e até valor de revenda. No Brasil alguns exemplos já começam a surgir. A empresa Tecverde em parceria com a CRM Construtora já entregou na cidade de Araucária, no Paraná, o primeiro edifício construído com a tecnologia sustentável wood frame do país. Na verdade são duas torres de edifícios e faz parte do programa Minha Casa Minha Vida. A montagem do prédio de três pavimentos durou 40 horas, com jornadas de oito horas de trabalho diárias. O sistema construtivo utilizado pela Tecverde está aprovado pelo Ministério das Cidades e foi, inclusive, premiado internacionalmente por estar empregando ao setor um modelo mais
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quatro pavimentos segue os padrões internacionais e atende às normas brasileiras quanto ao desempenho estrutural, incêndio, impermeabilização e conforto termoacústico. O sistema apresenta performance e durabilidade iguais ou superiores aos sistemas convencionais, tendo durabilidade superior a 50 anos sem grandes manutenções. A tecnologia Tecverde para casas e sobrados já é financiada desde 2012 pela Caixa Econômica Federal e outros bancos. “A entrada no mercado vertical vai ao encontro da visão da empresa de se tornar a maior fornecedora de habitações residenciais no mercado nacional, sempre buscando tornar o setor da construção civil mais industrializado e sustentável”,
explica José Márcio Fernandes, diretor de tecnologia da Tecverde. Há no mercado internacional uma tendência para aplicação de tecnologias
que tornem as edificações mais sustentáveis, desde o sistema construtivo aplicado com base em recursos renováveis
até um aumento na automação destas edificações. Para a empresa, baseado nessa tendência e sabendo da realidade brasileira quando o assunto é moradia, a intenção é promover a sustentabilidade e democratizar o acesso a edifícios construídos com tecnologia inovadora. Entre as vantagens apontadas pela construtora estariam a eficiência do processo de montagem e o impacto ambiental. Outra empresa com forte atuação neste segmento é ITA Construtora, que possui vária obras no Brasil que fogem aos nichos tradicional de construção. Alguns exemplos claros são obras realizadas em Ilhéus e Tocantins, onde a madeira é um grande destaque. Na realidade obras aplicando o sis-
Construção com Madeira
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tema CLT já está sendo produzido no Brasil, mas ainda em pequena escala. Não temos volume, limitação na mão de obra capacitada, matéria-prima de origem controlada, engenheiros, entre outras tantas deficiências que tornam o crescimento lento. PRÉDIO DE MADEIRA A nível internacional outro grande exemplo vem do Canadá. O mais alto edifício do mundo com a estrutura e a fachada externa feitas inteiramente de madeira entrou na fase final de acabamento. Engenheiros da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, anunciaram que o edifício de madeira alcançou a impressionante marca de 53 metros de altura, tendo 18 andares o recorde anterior para um prédio similar era de 14 andares. O edifício tem um piso térreo de concreto e 17 andares de pisos de madeira laminada colados em colunas de madeira laminada. Há também duas colunas centrais de concreto. O revestimento da fachada é constituído em 70% por fibras de madeira. Co n s t r uído em um prazo 70 dias menor do que o previsto inicialmente, o edifício agora entrará na fase de acabamento, devendo estar pronto para ser ocupado em Maio do ano que vem. Ele funcionará como residência estudantil
na universidade, abrigando 400 alunos. O prédio, considerado um “laboratório vivo” para a área de engenha-
ria da universidade, foi construído com apoio da forte indústria madeireira cana-
dense, que busca novas aplicações para seus produtos. O custo do edifício de ma-
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deira está estimado em 51,5 milhões de dólares canadenses (um pouco menos de US$40 milhões). Segundo seus projetistas, ao contrário das fortes emissões da cadeia de construção dos edifícios de concreto e estrutura metálica, o edifício de madeira “armazena” dióxido de carbono - eles calculam ter evitado uma emissão de 2.432 toneladas de CO2. MITOS SOBRE A MADEIRA Muitas dúvidas ainda pairam sobre construções em madeira. Para esclarecer algumas, o Museu Nacional da Construção em Washington recebeu a exposição intitulada “Cidade da Madeira”. A mostra explora os benefícios oferecidos por métodos de última geração na construção em madeira, incluindo produtos de madeira engenheirada como madeira CLT (madeira laminada colada). A exposição volta sua atenção ao recente boom em diferentes partes do mundo em construções com madeira. O trabalho apresenta projetos norte-americanos, incluindo dois vencedores da premiação dos Estados Unidos para construções de prédios em madeira. A exposição conta com o patrocínio do Departamento Americano de Agricultura em parceria com a Softwood Lumber Board, entidade que reúne as indústrias de madeira norte-americanas, e o Binational Softwood Lumber Council, conselho proposto pelos governos dos Estados Unidos e do Canadá que tem como objetivo promover a cooperação entre os países e ampliar o mercado da
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Construção com Madeira no ar. 3. E em relação ao desmatamento? Edificações em madeira não significa somente cortar árvores; envolve trabalhar com o ciclo natural da floresta para balancear o crescimento sem perdas. 4. Edificações em madeira são resistentes? Madeira laminada colada compete diretamente com o aço e concreto de várias formas. Madeira apresenta forças diferenciadas de acordo com a orientação das suas fibras. O processo de laminação cruzada garante que a madeira engenheirada seja resistente em todas as direções. 5. É necessário habilidades especiais para construir com madeira? A madeira engenheirada pode ser cortada com ferramentas comuns. A industrialização em fabrica significa que menos trabalho é necessário no local da construção, reduzindo desperdício. RM
madeira. Algumas dúvidas relacionadas à construção urbana em madeira são esclarecidas e não deixam dúvidas que podemos ter um futuro mais sustentável, saudável e produzindo cidades e edificações mais bonitas. As principais são: 1. Edificações de madeira não queimam? Uma edificação em madeira pode ser mais segura que uma de aço em um incêndio. A camada superficial preta que se forma na superfície incendiada na verdade protege a madeira de continuar queimando. 2. Não deveríamos deixar as florestas como estão? A maioria das florestas comerciais são manejadas e a colheita cuidadosa vai garantir uma floresta mais saudável, sem mencionar em menos incêndios florestais, menos espécies invasoras, e, pelo fato da madeira estocar o carbono, menos dióxido de carbono estará presente
El uso de la madera aumenta en la construcción de edificios y viviendas
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ace una década, a partir del uso en gran escala del CTL (Cross Laminated Timber), los primeras edificaciones completamente de madera comenzaron a surgir en Inglaterra, Austria, Noruega y finalmente en América del Norte (Canadá y Estados Unidos ). A pesar de ser un mercado prometedor, tenemos que ir por etapas. Hoy en día, las construcciones en esta área aún se limitan a residencias de lujo o construcciones para poblaciones de bajo poder adquisitivo. El camino más adecuado que debe tomarse para que las construcciones de madera crezcan en Brasil es la conquista de la clase media, a través de residencias industrializadas, edificaciones de uso colectivo, como escuelas, oficinas públicas, centros de salud, entre otros. Además de esto, un diseño donde se incorporen características relacionadas con la tecnología, durabilidad, accesibilidad y hasta valor de reventa. En Brasil, algunos ejemplos han comenzado a surgir. La empresa Tecverde en conjunto con CRM Constructora ya hizo entrega en la ciudad de Araucaria, Paraná, el primer edificio construido con
tecnología sustentable wood frame del país. Se construyeron dos torres de edificios que forman parte del programa “Minha Casa Minha Vida” (Mi casa, Mi vida). La construcción del edificio de tres pisos duró 40 horas, con jornadas de ocho horas de trabajo diarias. Para el superintendente de la Asociación Brasileña de la Industria de Madera Procesada Mecánicamente (Abimci), Paulo Pupo, las industrias de la construcción y la madera están ante nuevas oportunidades “Debemos entender y aprovechar el momento para consolidar ese método constructivo eficiente e innovador. Pero para lograrlo, es necesario que los fabricantes de madera se preparen para atender las exigencias técnicas del mercado. Tenemos una oportunidad real de aumentar el consumo per cápita de madera en el mercado interno”, afirma. La tecnología utilizada en edificios multifamiliares de hasta cuatro pisos se basa en los estándares internacionales y cumple con las normas brasileras con respecto al desempeño estructural, incendios, impermeabilización, comodidad termo acústica. EL sistema tiene un
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desempeño y durabilidad iguales o superiores a los sistemas tradicionales, con un tiempo de vida útil por encima de los 50 años sin necesidad de grandes servicios mantenimiento Existe en el mercado internacional una tendencia en la aplicación de tecnologías que hacen que las edificaciones sean más sustentables, desde el sistema de construcción aplicado con base en los recursos renovables hasta un aumento en la automatización. Para la empresa, una vez tomada en cuenta esa tendencia y la realidad de Brasil en el rubro de la vivienda, la intención es promover la sustentabilidad y democratizar el acceso a edificios construidos con tecnología innovadora. Entre las ventajas señaladas por la constructora, destacan la eficiencia del proceso de instalación y el impacto ambiental En la realidad, las obras que aplican el sistema CLT ya se están produciendo en Brasil, aunque a pequeña escala. Existen limitaciones en la mano de obra, materia prima de origen controlado, ingenieros, entre otras tantas deficiencias. RM
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produtos que vêm sendo ofertado ao mercado. Para Isac Zugman, diretor da Compensados e Laminados Lavrasul, muitas construtoras ainda usam material de baixa qualidade e entregam esses empreendimentos para o consumidor, mas em breve o mercado brasileiro vai acabar dando preferência, especialmente na construção multi-habitacional, para portas certificadas, já que esse tipo de produto é de melhor qualidade e, além disso, tem mais garantia. Também a diretora da Ipumirim Portas e Molduras, Miriam Canfield, observa que o mercado teve uma queda significativa, mas, em breve, deve começar a crescer. “Quando isso acontecer, o setor de construção vai priorizar produtos por desempenho. Assim, aquelas empresas que já estão apostando no programa de qualidade sairão na frente. Se não começarmos a crescer já no próximo ano, certamente em 2018 o setor vai começar a andar. Então vamos colher os frutos do que estamos plantando. Somos tecnológicos, gostamos de produtos inovadores. E o programa de qualidade está fazendo com que busquemos mais isso. As empresas estão trabalhando por produtos cada vez melhores. Por isso, a certificação não tem volta”, destaca. E além de garantirem mais qualidade aos produtos, os empresários do segmento de portas de madeira acreditam também que o PSQ-PME vai servir para “nivelar” o mercado e acabar com a concorrência desleal. Washington Almeida, diretor Comercial da STM, afirma que a certificação vai fazer com que o comprador tome sua decisão por um produto ou outro com base em parâmetros preestabelecidos, e esse padrão já está começando a ser exigido. “Quando as construtoras estavam comprando produtos de empresas não certificadas, até porque não tinham outra alternativa, começaram a ver prejuízos diretos e indiretos de trabalharem com produtos sem padrão de qualidade. Com a queda do mercado como um todo, hoje está se privilegiando a necessidade de ter certificação, porque errar está ficando mais caro. O consumidor brasileiro, quer seja o cons-
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nível de atividade da construção civil está abaixo do usual desde maio de 2012 e, recentemente, o anúncio de reformulação do programa Minha Casa Minha Vida incluiu o corte de subsídio aos mutuários de menor renda. Nesse cenário, o setor de portas de madeira também sentiu os reflexos da crise. Como estratégia para se adequar a nova realidade, os principais fabricantes nacionais estão investindo na qualidade. Por meio do Programa Setorial da Qualidade de Portas de Madeira para Edificações (PSQ-PME), desenvolvido pela Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci) e pelo qual é possível certificar os produtos junto à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), os empresários viram que seria possível modificar a forma como o mercado consome esse produto e voltar a crescer. A queda no consumo de modo geral vem contribuindo para a desaceleração da economia brasileira, e a maioria das fábricas vem sofrendo. Outra grande preocupação é com a inadimplência. Mas mesmo com todos esses dados que servem de alerta, as empresas de portas de madeira estão investindo pesado para melhorar o nível dos
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trutor, o revendedor ou consumidor final, terá ganhos”, ressalta. Na avaliação de Jaime Salvaro, diretor da Salvaro Produtos de Madeira, oferecer ao mercado produtos que atendem a normas vigentes é também uma forma de oferecer garantia. “Produtos certificados protegem os consumidores”, garante. Mas, segundo ele, ainda é preciso investir em comunicação para que todos possam compreender os benefícios de um programa de qualidade. Para Salvaro, esse foi apenas o primeiro passo. Esse trabalho é primordial, para que possamos mostrar que a certifica-
ção é um diferencial. O mercado ainda precisa conhecer esse trabalho. Antonio Rubens Camilotti, diretor da Seiva Camilotti, destaca que o grupo que trabalhou pelo programa de qualidade começou pequeno, mas, hoje, tem demonstrado ser grande. Jorge Rohden, diretor Comercial da Rohden Portas, destaca que é fundamental demonstrar a organização do programa de qualidade. Ele disse, ainda, que o associativismo se fortalece. “A Abimci fez um bom trabalho porque mostra o que vai ser o mercado daqui para frente, com normas e legislação
muito bem trabalhadas. Essa troca de experiências é benéfica”, afirma. Outras empresas que também participam são a Famossul e Teg. Robson Marcon, gerente Administrativo e Financeiro das marcas, lembra que as duas fabricantes optaram por participar do programa por entenderem que “a qualidade, hoje, é uma obrigação das empresas”. Para mudar o cenário e fazer com que as construtoras, revendedoras e consumidores finais passem a adquirir portas certificadas, ele afirmou que é preciso apostar numa mudança cultural. “É questão de tempo para ser uma exigência do mercado de produto certificado, pois ninguém vai querer, por pouca diferença de preço, utilizar no empreendimento um produto de qualidade duvidosa. Por isso, temos que apostar em ações como a participação em feiras para mostrar às pessoas a importância e a diferença de um produto certificado, que não trará problemas para o consumidor”, pondera. Na avaliação dos empresários
Portas
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Portas ligados ao Programa Setorial da Qualidade de Portas de Madeira para Edificações, como a exigência por produtos certificados tende a começar a aumentar, o mercado vai melhorar nos próximos anos. Alguns dos entrevistados destacaram que os agentes financiadores, como a Caixa Econômica Federal, por exemplo, já estão exigindo isso no escopo do financiamento. Dessa forma, as construtoras terão que se adaptar. “Hoje ainda existe um mercado muito marginal. Mas a procura por desempenho vai servir como uma peneira, nivelando as fábricas por cima. A concorrência vai ficar mais leal. O Brasil está caminhando para isso”, garante Hilario Sonnenstrahl, coordenador Técnico da Pormade. Marlon Florentino, coordenador Comercial da Portas Álamo/ Manoel Marchetti, complementou a opinião de Sonnenstrahl, dizendo que o mercado está começando a amadurecer. Por isso a preocupação com a redução de problemas passou a ter maior peso para as construtoras. “Ainda existe muita empresa que não investe em processos de qualidade, no parque fabril, na melhoria contínua e consegue ter preço mais barato. Dessa forma, acaba prejudicando o mercado, colocando produto no mercado que não é de boa procedência. É um bom momento para expor o produto e fazer com que os consumidores passem a analisar de forma diferente a porta, compreendendo que o certificado vai ser uma garantia para todos os processos”, completou. Com abrangência nacional, o Programa reúne e representa os fabricantes de portas de madeira do Brasil, atuando em várias ações que
visam o fortalecimento do segmento e o atendimento dos requisitos estabelecidos nas normas brasileiras vigentes. PSQ-PME Entre os principais objetivos da iniciativa estão o de promover a isonomia competitiva entre os fabricantes, por meio da conformidade técnica, adequando o desempenho dos produtos às normas exis-
tentes, estimular a melhoria continua, agregar valor às marcas e dar garantias ao consumidor final. Desde 2014, é possível encontrar no mercado portas com a certificação da ABNT. São produtos que atendem à Norma Brasileira NBR
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15930. As portas certificadas passam por um rigoroso controle de qualidade de produção, que inclui testes físicos e mecânicos de avaliação do desempenho realizados pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) de São Paulo. RETOMADA A divulgação do Índice de Confiança da Construção de agosto, que subiu 1,8 ponto sobre o mês anterior, alcançando 72,5 pontos – o maior nível desde julho de 2015, vem reforçar a retomada da confiança dos fabricantes de portas de madeira, que hoje têm o mercado interno como principal consumidor de seus produtos. Com a segunda alta consecutiva, o índice acumula ganho de 5,9 pontos desde o mínimo histórico de fevereiro. Na avaliação da Fundação Getúlio Vargas, apesar do valor continuar muito mais próximo do registro mínimo que da média histórica, a tendência de redução do pessimismo já parece evidente do setor de construção. É apostando nesse nível de otimismo, na retomada dos investimentos no país e na venda de produtos certificados, que o segmento de portas espera alavancar os negócios. Com uma produção que supera as 8 milhões de unidades, das quais quase 5 milhões de kits porta pronta (porta acompanhada dos batentes e ferragens) e outras 3,1 milhões de folhas (apenas a porta),
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de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), a expectativa dos fabricantes é grande. Para isso, as estratégias das indústrias são muitas. Passam pela venda não só do produto porta, mas de um serviço que inclui a instalação nos empreendimentos de grandes construtoras. Inclui a abertura de novas plantas para atender demandas específicas do país e até mesmo voltar parte da produção para a exportação. No entanto, uma mesma estratégia tem sido adotada por quase 70% da produção nacional de portas: investir na melhoria da qualidade do produto e na certificação. Desde 2014, é possível encontrar no mercado portas com a certificação da ABNT, por meio do Programa Setorial da Qualidade de Portas de Madeira para Edificações (PSQ-PME), desenvolvido pela Abimci. São produtos que atendem à Norma Brasileira NBR 15930. As folhas de portas certificadas passam por um rigoroso controle de
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qualidade de produção, que inclui testes físicos e mecânicos de avaliação do desempenho realizados pelo (IPT) Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo.
Com abrangência nacional, o Programa reúne e representa os fabricantes de portas de madeira do Brasil, atuando em várias ações que visam o fortalecimento do segmento e o atendimento dos requisitos estabelecidos nas normas brasileiras vigentes. Entre os principais objetivos da iniciativa estão o de promover a iso-
nomia competitiva entre os fabricantes, por meio da conformidade técnica, adequando o desempenho dos produtos às normas existentes, estimular a melhoria continua, agregar valor às marcas e dar garantias ao consumidor final. Mais de 20 empresas participam do PSQ-PME com diversos produtos estavam certificados. E o resultado tem sido animador para os empresários. De acordo com o gerente Industrial da Adami/Vert, Daniel Pscheidt, é possível perceber mudanças no comportamento dos clientes na especificação das portas. “As grandes construtoras já estão colocando como pré-requisito a certificação”, garante. Na opinião do diretor de Operações da Reflorestadores Unidos, Cassiano de Zorzi, a implantação do PSQ-PME na indústria provocou mudanças significativas. “Foi um trabalho muito bom, porque ajudou o processo como um todo, a trabalhar a qualidade com as pessoas”, avalia. RM
Fabricantes de puertas apuestan por la calidad
l nivel de actividad en la construcción civil se encuentra por debajo de lo usual desde mayo de 2012. Recientemente, el anuncio de reformulación del programa gubernamental Minha Casa Minha Vida (Mi casa, mi vida) incluyó los cortes de subsidios a prestatarios con menor poder adquisitivo. En ese escenario, el sector encargado de la fabricación de puertas de madera también se vio afectado por la crisis. Como estrategia para adaptarse a la nueva realidad, los principales fabricantes nacionales han invertido en calidad. A través del Programa Sectorial de Calidad de Puertas de Madera para Edificaciones (PSQ-PME, por sus iniciales en portugués), los empresarios notaron que sería posible cambiar la forma en que el mercado consume ese producto, además de volver a crecer. Cabe decir que con dicho programa, desarrollado por la Asociación Brasileña de la Industria de Madera Procesada Mecánicamente (Abimci), es posible certificar los productos con la colaboración de la Asociación Brasileña de Normas Técnicas (ABNT), El descenso general del consumo ha contribuido con la desaceleración de la economía brasileña, lo que ha ido en detrimento de las fábricas. Otra gran preocupación se relaciona con el incumplimiento de
contratos. Aun así, con todos esos datos que sirven de alerta, las empresas manufactureras de puertas de manera invierten en grande para mejorar el nivel de productos ofrecidos en el mercado. En palabras de Isac Zugman, director de Compensados y Laminados Lavrasul, muchas constructoras siguen utilizando materiales de baja calidad y entregan el producto final al consumidor. Sin embargo, el mercado brasileño no tardará en preferir las puertas certificadas, particularmente en la construcción multihabitacional, pues son productos de mejor calidad y mayor garantía. A lo largo y ancho del territorio nacional, el programa reúne y representa a los fabricantes de puertas de madera de Brasil, llevando a cabo acciones para fortalecer el sector y cumplir con los requisitos establecidos en las normas brasileñas vigentes. Entre los principales objetivos de la iniciativa está promover la isonomía competitiva entre los fabricantes, mediante la conformidad técnica, adecuando el desempeño de los productos a las normas existentes; estimular las mejoras continuas, agregar valor a las marcas y ofrecerles garantías a los consumidores finales. Desde el año 2014, es posible encontrar en el mercado puertas certificadas por la ABNT, en otras
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palabras, productos que cumplen con la Norma Brasileña NBR 15930. Las puertas certificadas pasan por un riguroso control de calidad de producción, que incluye pruebas físicas y mecánicas de evaluación del desempeño, realizadas por el Instituto de Investigaciones Tecnológicas (IPT) de São Paulo. Algunos indicadores señalan la recuperación de la confianza de los fabricantes de puertas de madera, para quienes actualmente el mercado interno funge como principal consumidor de sus productos. El sector espera estimular los negocios apostando por ese nivel de optimismo, por la recuperación de las inversiones en el país y la venta de productos certificados. Asimismo, las expectativas de los fabricantes son grandes, tomando en cuenta una producción por encima de los 8 millones de unidades, de los cuales casi 5 millones son puertas acabadas (puertas con batientes y herrajes) y otros 3,1 millones son láminas (solo la puerta). Para lograrlo, las estrategias de las compañías son muchas. Estas pasan por la venta no solo de la puerta, sino de un servicio que incluye su instalación, además de la creación de nuevas plantas para atender demandas específicas del país y encaminar parte de la producción al área de exportaciones. RM
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turo desafiador onde existe a necessidade de garantir o suprimento de matéria-prima para todos os usos da madeira utilizando-se de uma nova economia de baixo carbono, a solução passa pelas florestas plantadas. • Higiene: desinfetantes, desodorizantes, sabões. • Farmacêuticos: inalantes, repelentes naturais, produtos de higiene bucal, estimulantes de secreção nasal, aromatizantes e saborizadores, filtros de purificação. • Alimentícios: aromatizantes, emulsificantes, espessantes, produção de mel. • Químicos: solventes (aguarrás), vernizes, tintas, esmaltes, colas, adesivos, secantes, explosivos, borracha sintética, isolantes térmicos, tintas para impressão, ceras e graxas. • Energia: lenha e carvão vegetal. • Agrícolas: substratos para mudas e plantas, sementes. • Bens de Consumo: ferro-gusa (insumo para a produção do aço) e bicombustíveis. • Papel e Celulose: papel para impressão, papel higiênico, fraldas e absorventes, embalagens. • Madeira: móveis, caixotaria e páletes, chapas e painéis, pisos laminados, molduras, estacas e moirões. • Óleos: Cineol, Felandreno, Citronela, Piperitona. O uso de produtos que provém de fontes renováveis contribui para um consumo consciente e para geração de uma economia de baixo carbono. “Neste sentido é fundamental que a sociedade compreenda que 100% de matéria-prima proveniente da base florestal plantada, bem manejada, possuem característica renovável, não tendo qualquer relação com desmatamento” comenta Elizabeth de Carvalhaes, Presidente Executiva da Ibá. As práticas de manejo das florestas partem do princípio que seus bens e serviços devem ser sustentáveis, a diversidade biológica conservada e os impactos socioeconômicos positivos. E quando realizada de forma adequada, através da construção de mosaicos de florestas naturais entremeados às florestas plantadas de produção, o setor também colabora diretamente para a preservação da fauna e da flora brasileira, assegurando seus serviços ambientais, como a biodiversidade e a restauração de corredores ecológicos. Este último favorece a circulação das diferentes espécies, garantindo alimentação e abrigo. As florestas devem fornecer produtos suficientes para o mercado consumidor e, ao mesmo tempo, manter habitat para a fauna. A importância dos produtos provenientes da floresta plantada aumentou ainda mais, principalmente após a recente assinatura da ratificação do Acordo do Clima pelo Brasil, que selou os compromissos do País. Entre eles estão a meta de restauração e reflorestamento para fins múltiplos de 12 milhões de hectares de florestas até 2030 e o incentivo a integração de culturas, florestas e pecuária, saltando dos atuais 2 milhões de hectares para 5 milhões. RM
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tualmente, o setor contribui com a existência de 13,23 milhões de hectares de árvores, incluindo as plantadas para fins industriais e de conservação. Deste total, mais de 5,4 milhões de hectares são protegidos em extensões naturais por meio de Áreas de Preservação Permanente (APPs), de Reserva Legal (RL) e Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPNs). Neste cenário, o Brasil destaca-se como o país onde o setor de árvores plantadas mais protege as áreas naturais, em que para cada hectare plantado com árvores para fins industriais, outro 0,7 hectare é destinado à preservação de ecossistemas naturais. Os outros 7,8 milhões de hectares de árvores provêm das plantações para fins industriais que têm papel fundamental na construção da economia verde brasileira. Elas são fontes de diversos produtos essenciais e presentes no dia a dia do consumidor, que vão desde os mais evidentes, como papel, móveis e pisos laminados até produtos de beleza, medicamentos, alimentos e roupas, passando pelo carvão vegetal e embalagens, alimentando também setores como a indústrias gráfica, química, têxtil e farmacêutica e a construção civil. Em um fu-
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resistência da madeira, baixo peso e baixo consumo energético são propriedades essenciais. Ela é capaz de suportar sobrecargas de curta duração sem efeitos deletérios. Contrário à crença popular, grandes peças de madeira têm boa resistência ao fogo e melhor que outros materiais em condições severas de exposição ao fogo. Do ponto de vista econômico, a madeira é competitiva com outros materiais com base em custos iniciais e apresenta vantagens quando comparada ao custo a longo prazo. A idéia equivocada de que a madeira possui uma pequena vida útil tem negligenciado o uso como material de construção. Embora a madeira seja susceptível ao apodrecimento e ataque de insetos sob algumas condições, é um material muito durável quando utilizado com tecnologia e tratamento químico, pois pode ser efetivamente protegido contra deterioração por período de 50 anos ou mais. Além disso, a madeira tratada com preservativos requer pouca manu-
tenção e pintura. Na área estrutural temos a Madeira Laminada Colada (MLC), que é um produto engenheirado de madeira que é utilizado em uma variedade de aplicações na construção civil, entre elas vigas, colunas e treliças. Comercialmente em suas aplicações na construção de casas as vigas de madeira laminada colada são muitas vezes escolhidas devido a sua beleza em projetos onde o material fica exposto, como vigas de vãos grandes e arcos. Como os membros de MLC são tão visíveis nestes projetos, características de secagem, tipicamente conhecidas como rachas, rachaduras ou trincas são mais perceptíveis e podem aumentar a preocupação do proprietário. A MLC é composta de peças individuais de dimensões de madeira serrada, ou lamelas. Estas peças são montadas em conjunto para produzir grandes comprimentos que são, então, ligados com adesivos para criar as dimensões desejadas. Laminações individuais tipicamente podem varias de 1 cm a 5 cm de espessura, embora possam ser utilizadas outras espessuras. Esses elementos são fabricados com as lamelas mais bem classificadas na parte inferior e superior da viga, onde a tração máxima e compressão ocorrem. Devido à sua composição, os grandes elementos de madeira laminada colada podem ser fabricados de pequenas árvores. Com a MLC,
construtores e proprietários pode apreciar a força e a versatilidade de grandes membros de madeira sem depender de arvores de grande porte. TRINCA
Um dos problemas em estruturas de madeira são trincas, que nada mais é do que a separação da continuação das fibras de madeira.
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É uma consequência natural do processo de secagem da madeira. As fibras exteriores perdem a umidade para a atmosfera e encolhem, mas no interior do elemento a madeira perde humidade a uma velocidade muito mais lenta. As diferentes taxas de perda de umidade pode causar a trinca. Uma rápida secagem aumenta o diferencial de umidade entre o interior e exterior das fibras e, portanto, aumenta a propensão para trincas da madeira. O processo de trincas vai se estabiliza quando o teor de umidade do membro atinge o equilíbrio com o meio ambiente. A Madeira laminada colada, normalmente tem menos e menores trincas do que a madeira serrada uma vez que as lâminas foram secas individualmente na utilização para a fabricação de MLC. A MLC tem uma umidade média de 12 por cento no momento da fabricação, que é relativamente perto do teor de umidade de equilíbrio. Este teor de umidade inferior é uma de suas vantagens comparada com a madeira serrada, os quais são tipicamente fornecidos a um maior teor de umidade. Como identificar, as trincas são aberturas
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que ocorrem paralelamente ao grão natural das laminações, eles mostram a fibra de madeira separadas. Defeitos de secagem, conforme mostrado na Figura, são comumente encontrados perto da linha de cola da MLC e frequentemente aparecem ao longo da primeira linha de cola, onde a quantidade de superfície exposta pela laminação mais exterior e as tensões de secagem diferenciais são maiores. Os defeitos de secagem não devem ser confundidos com delaminação. Em delaminação, aberturas são separações entre as lâminas na linha de cola, não a fibra de madeira. Delaminação ocorre quando o vínculo de cola não é adequada para resistir ao ciclo de umidade. Com a delaminação, as superfícies das lâminas na abe tura são suave e muitas vezes revelam a cor do adesivo usado. A delaminação é altamente improvável em membros de madeira laminada colada, porque eles são fabricados com adesivos a prova d’agua e os procedimentos são rigorosamente controlados. Os proprietários de construções geralmente perguntam: “As trincas podem afetar significativamente a resistência de madeira laminada colada”? Em primeiro lugar, a forma de como o elemento estrutural está sendo usado deve ser considerado em avaliar o efeito dos controles de resistência. Para uma coluna de madeira laminada colada, a única vez que uma trinca torna-se uma preocupação estrutural é quando ela se desenvolve ao longo do seu comprimento. Neste caso, não muito comum, a proporção de comprimento/profundidade (ou L / d) utilizado na concepção de colunas ira mudar, e a capacidade estrutural resultante da coluna deve ser confirmado por um profissional de estruturas qualificado. Uma verificação parcial, como se mostra na Figura a seguir, não é uma preocupação estrutural. Mesmo que as trincas não sejam uma preocupação para a maioria das aplicações estruturais de MLC, elas podem prejudicar o aspecto visual do laminado colado. Durante e após a instalação, é importante que os elementos de MLC não sejam expostos ao movimento rápido de ar ou de aquecimento, tais como fontes concentradas de fornalha ou ar condicionado, saídas de ar do aquecedor ou aquecimento do local de trabalho. Quando o ambiente está fechado, as vigas poderão se ajustar lentamente até à temperatu-
ra ambiente e humidade do edifício, evitando rápida redução da humidade e / ou exposição a elevadas temperaturas. A menos que haja mudanças significativas de temperatura e umidade do ambiente, trincas adicionais geralmente não irão ocorrer após o primeiro ciclo sazonal completo de condicionamento do meio ambiente. Acabamentos aplicados no local, tais como stains semi-transparentes, stains de cores sólidas ou tintas à base de látex, também pode ajudar a reduzir as trincas,retardando o movimento de humidade para dentro e fora da madeira. Como forma de reparar este problema temos os parafusos auto-atarraxantes, como a maioria dos pinos metálicos, são resistentes a carregamentos axiais e à força lateral. Eles são vantajosos nas ligações em que o comprimento necessário do parafuso passante é muito grande ou quando o acesso a um lado da ligação é restrito. Eles também são menos agressivos às peças de madeira, pois são inseridos de apenas um lado da ligação, ficando a ponta sempre embutida na peça. Esses parafusos são, normalmente, inseridos na madeira sem pré-furação e são utilizados para resistir a esforços axiais. Eles estão sendo muito utilizados em estudos em vários países e têm demonstrado a elevada eficiência de ligações neste sistema. Este modelo de parafuso é geralmente utilizado para fixar peças mais robustas e também pode ser utilizados para reforço de vigas, neste caso evitar a delaminação. RM
Carlito Calil Neto, Engenheiro Industrial – UNESP Itapeva, Rewood Soluções Estruturais
Fisuras y grietas en estructuras de madera
a resistencia de la madera, su baja densidad y bajo consumo energético son propiedades esenciales. Es capaz de soportar sobre cargas de corta duración sin sufrir daños . Al contrario de la creencia popular, las grandes piezas de madera tienen buena resistencia al fuego y son mejores que otros materiales en condiciones severas de exposición al calor. Desde el punto de vista económico, la madera es competitiva con otros materiales en función de los costos iniciales y tiene ventajas en comparación con los costos a largo plazo. La idea equivocada de que la madera tiene vida útil corta ha hecho que se descarte su uso como material de construcción. A pesar de que la madera es susceptible a la pudrición y al ataque de insectos en determinadas condiciones, es un material duradero cuando se emplea con tecnología y tratamientos
químicos, ya que puede protegerse efectivamente contra el deterioro por un período de 50 años o más. Asimismo, la madera tratada con conservantes requiere de poco mantenimiento y pintura. En la construcción civil se utiliza la madera laminada pegada (MLC) en variadas aplicaciones que incluyen vigas, columnas y rejillas. Comercialmente, en la construcción de casas, las vigas de madera laminada pegada suelen escogerse por su belleza, para proyectos en los que el material queda expuesto, como las vigas de vanos grandes y arcos. Debido a que en estos casos, los elementos son tan visibles, las características del secado, tradicionalmente conocidas como grietas, son más perceptibles y pueden ser mayor motivo de preocupación para el propietario.
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Este tipo de madera está compuesto de piezas individuales del tamaño de madera serrada o laminillas instaladas en conjunto para crear otras de grandes longitudes que se unen con adhesivos a fin de obtener las dimensiones deseadas. Las laminaciones individuales pueden variar de 1 a 5 cm de espesor, aunque también son válidas otras espesuras. Estos elementos son fabricados con las laminillas mejor clasificadas en la parte inferior y superior de la viga, donde se manifiestan la tracción máxima y la compresión . Debido a su composición, los grandes elementos de la madera laminada pegada pueden ser fabricados a partir de pequeños árboles. Con este material, las constructoras y los propietarios pueden apreciar la fuerza y versatilidad de grandes piezas de madera sin necesidad de árboles de gran tamaño. RM
Relatório aponta novo cenário para indústria de móveis
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egundo dados do Estudo do Mercado Potencial de Móveis, realizado pelo IEMI, a indústria de móveis no Brasil apresentou queda de 8,9% na produção, no último ano, que foi acompanhada por uma a queda de 7,9% no pessoal ocupado. Neste ano, mesmo com sinais de uma melhora no cenário econômico para os próximos meses, as estimativas de crescimento ainda não são positivas para a produção, até o momento, com uma queda esperada de 4,6% em volumes de peças. Com um câmbio mais favorável, a boa notícia fica por conta das exportações, que começam a ser retomadas e devem apresentar expansão de 5,7% neste ano. “O Brasil chegou a exportar quase US$ 1 bilhão de dólares por ano, no início dos anos 2000. O Real supervalorizado reduziu este valor quase à metade. Com o esforço das empresas e das entidades que fomentam o comércio externo, o Brasil tem tudo para dobrar as suas exportações de móveis, nos próximos anos, em especial para a linha de móveis de madeira, onde o setor é muito competitivo, no País”, afirma Marcelo Villin Prado, diretor do IEMI .
O ano de 2016, deve fechar com queda de 4,6% na produção, em relação a 2015, enquanto que as exportações devem crescer 5,7%, fazendo com que o mercado externo eleve a sua representatividade junto à indústria nacional, elevando a sua participação de 3,5% para 3,9% da produção local. Os diferentes formatos do varejo compõem o principal canal de escoamento dos móveis consumidos no país. Para a indústria, o varejo responde diretamente por 83% da distribuição de toda a produção nacional de móveis. O comércio corporativo e governamental somam 7,4%, o atacado representa 4,8%, a exportação soma 3,5%, os demais canais correspondem a 1,3%. No ano passado o varejo de móveis movimentou no país 407 milhões de peças, uma alta de apenas 0,9% em relação ao ano de 2011. Deste total, 376 milhões de peças correspondem aos móveis e 31 milhões de peças aos colchões. Em valores nominais houve alta de 39,2% entre 2011 e 2015, sem descontar a inflação acumulada no período. Levando-se em
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Revista da Madeira
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Setor conta a inflação, que acumulou de 32,0% entre 2011 e 2015, o aumento real do varejo de móveis foi bem mais modesto, com alta de 5,5%. Em 2016 deve fechar com queda de 3,2% nos volumes de peças, porém uma alta de 3,1% em valores (nominais). Em termos de consumo, a maior demanda potencial provém do grupo de consumidores da classe B, com 35,7% do valor gasto com móveis no país . A classe C aparece em seguida com 31,8%, a classe A com 15,3% e por último as classes D/E participando com 17,1% do consumo. Entre os estados, São Paulo é o maior produtor de móveis e também o maior consumidor, em seguida aparecem Minas Gerais e Rio de Janeiro. Entre as regiões, Sudeste é a maior produtora de móveis e também a maior consumidora, em seguida aparece o Nordeste e o Sul. Unidades produtoras De 2011 ao inicio deste ano a quantidade de unidades atuantes no setor aumentou 25,7%, com o surgimento de 4.137 novas unidades. Em relação ao último ano, houve alta de 4,7%, quando 911 unidades produtivas abriram suas atividades dentro do setor. As microempresas, de 1 a 9 empregados, representam 75,2% do universo empresarial e apenas 19,6% do pessoal ocupado. As grandes, acima de 249 empregados, somam apenas 0,5% das empresas e 17,8% do pessoal ocupado. As unidades produtoras estão localizadas principalmente nas regiões Sul e Sudeste, onde se concentram 77,5% do total, ficando a região Nordeste com 12,3% e as regiões Centro-Oeste e Norte, juntas, com 10,2% do total de unidades em atividade.
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A região Sul é a maior empregadora do setor, superando levemente a região sudeste. Durante o período analisado a região Sul foi líder no número de pessoal ocupado e participa hoje com 42,5% do contingente de empregos ofertados pela indústria de móveis no Brasil. A região Sudeste ocupa a segunda posição, com 42,4%, seguida da região Nordeste, com 9,3%. As regiões Norte e Centro-Oeste, juntas, detêm 5,8% dos empregos da indústria brasileira de móveis. De acordo com a pesquisa do IEMI, o potencial de crescimento futuro é maior se considerarmos que a grande maioria da população mundial ainda sobrevive com baixo poder aquisitivo. Nos próximos anos, o crescimento da produção e do consumo deverá ocorrer à medida que as nações menos desenvolvidas consigam uma melhor distribuição de renda.
Informe apunta a nuevo escenario en la industria del mueble
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egún datos arrojados por el Estudio del Mercado Potencial de Muebles realizado por el IEMI, la industria del mueble de Brasil sufrió una caída de 8,9 % en la producción durante el último año, acompañada de un descenso de 7,9 % en la población ocupada. En 2016, pese a los indicios de mejoras en el escenario económico para los próximos meses, las expectativas de crecimiento aún no son positivas para la producción, de la que hasta ahora se estima una caída de 4,6 % en volúmenes de piezas. Con un tipo de cambio más favorable, las buenas noticias dependen de las exportaciones, que ya han sido retomadas y deben expandirse 5,7 % este año. El año 2016 debe cerrar con una baja de 4,6 % en la producción, en relación con 2015. Por su parte, las exportaciones deben crecer 5,7 %, de manera que el mercado exterior eleve su representatividad junto a la industria nacional, aumentado su participación de 3,5 a 3,9 % de la producción local. Los diferentes modelos de mercado minorista conforman la principal zona de venta de muebles del país. Para la industria, las ventas al por menor representan directamente 83% de la
distribución de toda la producción nacional de muebles, en tanto que el comercio corporativo y gubernamental suman 7,4 %, el mercado mayorista ocupa 4,8 %, las exportaciones totalizan 3,5 % y los demás canales corresponden al 1,3 %. El año pasado, el mercado minoritario del mueble facturó en el país 407 millones de piezas, un aumento de solo 0,9 % en relación con el año 2011. De esta cifra, 376 millones de piezas corresponden a muebles, mientras que 31 millones a colchones. En valores nominales, se registró un incremento de 39,2 % entre 2011 y 2015, incluyendo la inflación acumulada durante ese período. Tomando en cuenta la inflación, que sumó 32,0 % entre 2011 y 2015, el aumento real de las ventas minoristas de muebles fue mucho más modesto, con un alza de 5,5 %. El año 2016 debe cerrar con una caída de 3,2 % en los volúmenes de piezas, pero con un alza de 3,1 % en valores nominales. En términos de consumo, la mayor demanda potencial deriva del grupo de consumidores clase B, con 35,7 % del importe de muebles en el país. La clase C luego aparece con 31,8 %, la clase A con 15,3 % y, por último, las clases D/E
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con una participación de 17,1 % del consumo. Entre los estados brasileños, São Paulo es el mayor productor y consumidor de muebles, delante de Minas Gerais y Río de Janeiro. Desde el año 2011 hasta comienzos de 2016, la cantidad de unidades activas del sector subió 25,7 %, con el surgimiento de 4.137 nuevas unidades. En comparación con el último año, se registró un aumento de 4,7 %, período en el cual un total de 911 unidades de producción iniciaron actividades dentro del sector. Las microempresas, que albergan de 1 a 9 empleados, representan 75,2 % del universo empresarial y apenas 19,6 % de la población ocupada. Las compañías más grandes, cuya nómina supera los 249 trabajadores, solo corresponden a 0,5 % de las empresas y 17,8 % de la población activa. Las unidades de producción se encuentran principalmente en las regiones sur y sureste del país, donde se concentra 77,5 % del total. Por su parte, la región noreste absorbe 12,3 % del total de unidades activas, mientras que las regiones centro-oeste y norte, juntas, abarcan 10,2 %. RM
Setor
Revista da Madeira
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O design como estratégia no setor de madeira e móveis
or meio do design a empresa pode desenvolver produtos mais eficientes e se diferenciar no mercado, aliando qualidade, estilo, função, forma e engenharia.Os negócios ligados à madeira e móveis precisam estar abertos para a renovação de estratégias que possam garantir um diferencial competitivo e, assim, crescer cada vez mais e se sobressair no mercado. É importante que as empresas tenham design próprio, principalmente aquelas que almejam o mercado externo, focando preferências e padrões determinados pelo público a ser atendido, o que garante credibilidade e visibilidade. O design atua de forma a integrar ao produto às necessidades do mercado, demandas que são antecipadas por estratégias de
marketing da empresa. Conhecer os hábitos, a cultura e as necessidades do público -alvo a ser atingido e transferir estas informações para o produto são funções do design, o que permite agregar valor às peças. O design deve ser encarado como uma ferramenta para ampliar a competitividade entre as empresas. Além da aparência ou do desenho, o móvel precisa também ter funcionalidade, ergonomia e conforto, para agradar os consumidores. A origem do design de produtos na indústria brasileira de móveis está ligada a três fontes: Projeto híbrido. É a unificação de diversos modelos que são tendência mundial, transformando em uma única ideia, tendo como base outras peças de revista, catálogos, da concorrência e feiras. Desenvolvimento de projeto próprio. Método ainda muito comum, cujo risco está em criar móveis sem um estudo prévio das necessidades do usuário, com limitação de matéria-prima e soluções econômicas. Compra e adaptação de projetos estrangeiros. Esta é uma iniciativa bastante comum, por ser mais cômoda.
A Yankatu, marca de mobiliário, apresenta o banco “Memórias”, inspirado na vida da designer de moda Mayumi Ito. A peça elaborada pela designer Maria Fernanda Paes de Barros, busca representar os altos e baixos da vida de Mayumi, em um resgate de suas recordações de infância e o desejo de revelar sua história e trabalho focado em tecelagem artesanal. Com materiais inusitados, a profissional desenvolveu um trabalho em pranchas de freijó maciço entalhadas e entremeadas de tecido feito em tear manual. Medindo 133,5 cm x 41,5 cm x 41 cm, o banco conta com um revisteiro e tampo de madeira que pode ser utilizado também como mesinha de apoio.
Banco Memórias – Criação da designer Maria Fernanda Paes de Barros inspirado na vida de Mayumi Ito.
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Revista da Madeira Poltrona Ciao Mobiliário da Madeira Bonita em parceria com o arquiteto Alessandro Bergamin, a poltrona Ciao, possui um conceito estético que remete ao clássico. Inspirada nos móveis sofisticados dos anos 40, a peça possui acabamento em madeira de pau ferro, que tem como característica os veios marcantes e aparentes. Além disso, a poltrona Ciao possui estofado em veludo na cor verde. Com medidas de 67 x 70 x 85 cm, a peça faz parte de uma coleção limitada da Madeira Bonita em parceria com o arquiteto Alessandro Bergamin.
Design
Poltrona Ciao assinada pelo arquiteto Alessandro Bergamin
Sofá V-101 O encontro inusitado união entre estofado e cerâmica, resultou no projeto do designer Cioli Stancioli. O sofá multiuso, batizado de V-101, devido a seu revestimento em peças de cerâmica pode ser usado como mesa lateral e aparador. Confeccionado em madeiras de reflorestamento, tecido e 101 peças de cerâmica, o estofado mede 270 cm x 115 cm x 67 cm, e pode ser utilizado como apoio para copos e talheres, por exemplo.
Estofado é revestido com placas de cerâmica Bancos Play O empório Fahrer, assinada pelos designers Sergio e Jack Fahrer, contam com os bancos Play. O diferencial das peças é o formato, inspirado na tecla “play” dos aparelhos sonoros, e a opção de serem usados em conjunto, formando uma mesa de centro ou aparador. Fabricado em Taeda maciça, os banquinhos estão disponíveis tanto em tom madeirado quanto colorido. Além de Designer, os Irmãos Fahrer também são músicos e foi justamente de lá que tiveram inspiração para a nova coleção
assinada pelos designers Sergio e Jack Fahrer
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No Brasil, o setor moveleiro ainda tem um amplo mercado a ser conquistado, mas é preciso começar a trabalhar com o desenvolvimento de ideias e projetos próprios, possibilitando a criação de peças inéditas com identidade nacional. Sem dúvida, o design permite aos empresários do setor de madeira e móveis maior competitividade no mercado nacional e no exterior. A criação de peças com design próprio garante originalidade e torna-se uma marca da empresa. Em um mercado de grande concorrência nacional e internacional, o lucro imediato não pode vir em primeiro lugar, é preciso investir em inovação para garantir a sustentabilidade do negócio para o futuro. Diante disso é importante considerar alguns itens: • Um design bem concebido, sem dúvida, chamará a atenção do consumidor e permitirá que o pequeno negócio possa competir no mercado, portanto, pesquise tendências e conheça seu público-alvo. • Tenha produtos com design próprio, invista em pesquisas e acredite na potencialidade da sua equipe. • Tenha um bom gerenciamento de design para que ele esteja integrado na estratégia de mercado da empresa e, assim, a qualidade dos produtos poderá ser bem explorada, elevando o nome da empresa junto ao mercado. • Caso não haja possibilidade de
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Asteca A nova coleção da loja de móveis e decoração Studio Casa, do arquiteto Eduardo Mourão, traz uma linha inspirada na cultura asteca. A referência a esta civilização aparece nas estampas coloridas e marcantes, que tradicionalmente refletem a apreciação da natureza. A estampa com linhas e formas geométricas, como os antigos desenhos do povo asteca, se destaca na poltrona em madeira natural e no pufe, no estilo clássico atualizado. As peças são indicadas para salas de estar, dormitórios, hall e até ambientes comerciais e corporativos.
Poltrona com padrão inspirado na cultura Asteca
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contratação de designers, invista em consultorias da área de design ou escritórios especializados para que seja feito um bom planejamento de coleção. É importante salientar que a estratégia depende da tomada de decisões internas, considerando a competitividade do mercado que atua. Quanto mais ágil e profissional é a estrutura da empresa, mais rapidamente ela se adapta às novas exigências do mercado. Materiais inusitados Design e funcionalidade com materiais inusitados estão cada vez mais presentes nas peças de mobiliário elaborados por diversos profissionais. Arquitetos e designers apostam na mescla de elementos inusitados como a cerâmica por exemplo. Além de matérias-primas diferenciadas, o formato e o conceito de multifunção é outra tendência destas peças. Banquetas que se unem para formar uma mesa, ou um banco com conceitos artesanais são mostras disto. Confira mais sobre os exemplos citados.RM
El diseño como estrategia en el sector del mueble y la madera
través del diseño, las empresas pueden desarrollar productos más eficientes y marcar la diferencia en el mercado, conjugando calidad, estilo, función, forma e ingeniería. Los negocios relacionados con la industria maderera y el sector muebles deben estar abiertos a nuevas estrategias que garanticen un diferencial competitivo, permitiéndoles crecer cada vez más y sobresalir en el mercado. Es vital que las empresas cuenten con un diseño propio, principalmente aquellas que deseen entrar en el mercado externo. Para ello, deben enfocarse en las preferencias o estándares determinados por su público, lo que les garantiza credibilidad y visibilidad. El diseño integra el producto a las necesidades del mercado, demandas anticipadas por las estrategias de marketing de la empresa. Conocer las costumbres, la cultura y las necesidades del público meta y transferir esa información al producto son las funciones del diseño, lo que permite agregar valor a las piezas. El diseño debe servir como herramienta para ampliar la competitividad entre las empresas. Además de la apariencia o el diseño, el mueble también necesita ser funcional, ergonómico y cómodo para satisfacer a los consumidores El origen del diseño de productos de la
industria brasileña está relacionado con tres fuentes: Proyecto híbrido. Es la unificación de diversos modelos que son tendencia a nivel mundial, en otras palabras, una única idea, teniendo como base revistas, catálogos de la competencia y eventos. Desarrollo del proyecto propio. Método todavía muy común, cuyo riesgo deriva de la creación de muebles sin un estudio previo de las necesidades del usuario, con limitaciones de materia prima y de soluciones económicas. Compra y adaptación de proyectos extranjeros. Esta es una iniciativa bastante común por ser la más cómoda. En Brasil, el sector del mueble aún tiene un amplio mercado por conquistar, pero es necesario comenzar a trabajar con el desarrollo de ideas y proyectos propios, lo que facilita la creación de piezas con identidad nacional nunca antes vistas No cabe duda de que el diseño les permite a los empresarios del sector maderero y de muebles ser más competitivos en el mercado nacional y internacional. La fabricación de piezas con diseño propio garantiza la originalidad, al tiempo que se convierte en una marca de la empresa. En los mercados de gran competencia nacional e internacional, la ganancia inmediata
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no debe ser prioridad; es necesario invertir en innovación para garantizar la sostenibilidad del negocio en el futuro Para lograrlo, es importante considerar algunos puntos: • Contar con un diseño bien concebido llamará sin duda la atención del consumidor y permitirá que el pequeño negocio pueda competir en el mercado. Por lo tanto, investigue las tendencias y conozca su público meta. • Ofrecer productos con diseño propio, invertir en investigaciones y creer en las potencialidad de su equipo • Tener una buena gestión del diseño para integrarlo en la estrategia del mercado de la empresa, a fin de que, la calidad de los productos pueda aprovecharse, poniendo en alto el nombre de la empresa junto al mercado. • En caso de no tener la posibilidad de contratar diseñadores, invierta en consultorías del área del diseño u oficinas especializadas para hacer una buena planificación de colección. Es importante resaltar que la estrategia depende de la toma de decisiones internas, considerando la competencia del mercado donde actúa. Cuanto más ágil y profesional sea la estructura de la empresa, más rápidamente se adaptará a las nuevas exigencias del mercado. RM
Madeira EUA
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Habitación de hotel Proyecto: F+P
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omo forma de valorizar o design de móveis e artefatos trabalhados com madeiras duras dos Estados Unidos, a AHEC – American Hardwoods Export Council realiza anualmente a edição do AHEC Design Awards. Na edição deste ano foram selecionados por um grande grupo de especialistas em design de interior e arquitetos os trabalhos apresentados e que estarão expostos no Museu Franz Mayer, na cidade do México. Na primeira reunião os designers apresentaram seus projetos a Víctor Flores da La Misión e Octavio Chapoy do Grupo Chapoy (fabricantes dos protótipos), onde puderam resolver problemas de processo e fabricação. Na sequência os finalistas participaram do processo de fabricação dos protótipos, que estarão no Museo Franz Mayer no centro da cidade do México. A AHEC é uma entidade que tem por objetivo divulgar e estimular o uso de madeiras duras do Estados Unidos em todo o mundo. Nos últimos 50 anos, por conta de uma forte gestão focada em sustentabilidade, e atuação intensa de entidades ligadas ao setor, as florestas nativas daquele país duplicaram de tamanho.
Banca Proyecto: Swell
Apilable Proyecto: Kridla
Apilable Proyecto: Kridla
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os últimos anos, mais de 70% da madeira processada na Amazônia Legal é comercializada internamente, sendo o Estado de São Paulo o seu maior consumidor, absorvendo 17% da produção cujo destino principal é a construção civil. Grande parte da madeira chega a esse mercado sem certificação ou proveniente de de origem ilegal, o que gera pressões sobre determinadas espécies nativas que muitas vezes são comercializadas de forma equivocada. A carência de um conhecimento melhor sobre espécies que substituam as mais conhecidas com a mesma eficiência é a principal lacuna na normalização do comércio madeireiro. A Certificação Florestal e a Certificação da Cadeia de Custódia são processos submetidos à avaliação de terceira parte que certificam a origem de manejo sustentável permitindo seu total rastreamento, sendo ferramentas eficazes no combate às irregularidades na exploração da madeira. O FSC - Brasil - Conselho Brasileiro de Manejo Florestal e o CERFLOR - Programa Brasileiro de Certificação Florestal são os principais acreditadores desses processos no país, atuando tanto no manejo florestal quanto na cadeia produtiva que utiliza a madeira. No sentido de pressionar essa cadeia, do destino à origem, grupos de interesse formados pelo governo, sociedade civil, em-
presas e comunidade acadêmica têm se mobilizado através de protocolos de cooperação para promover um mercado cada vez mais exigente em relação a produtos de origem certificada, imperativo para o uso responsável deste insumo, em especial na construção civil. A extração de madeiras na Amazônia só é permitida por meio de planos de manejo florestal e autorizações de desmatamento legal e, este desmate, somente pode ocorrer mediante autorização de um órgão estadual ou do IBAMA. Na prática, o que predomina em alguns Estados da Amazônia é a extração ilegal em função de deficiências na fiscalização, através do desmate além do permitido, e da falsificação da documentação de transporte. Entende-se por madeira ilegal, aquela cuja extração não possui licença e se dá por exploração convencional, que significa a extração seletiva de espécies de valor comercial sem critérios para reduzir impactos danosos à floresta; esta prática foi disseminada há décadas na Amazônia por grileiros e colonos, degradando florestas, abrindo estradas sem critério e remunerando trabalhadores por árvores abatidas, não havendo qualquer cuidado com a biodiversidade ou realização de inventários. Além de a extração ser de forma predatória, o processamento da madeira muitas vezes é feito próximo do local de extração, dificultando a fiscalização; seu transporte é realizado de forma precária e com documentação fraudada por meio de corrupção de agentes, ou mesmo preenchida com dados incorretos. A madeira legal é aquela que cumpre os requisitos legais e pode ser oriunda de desmatamento autorizado ou mesmo de áreas de manejo florestal autorizado, possuindo documentação de transporte, que pode ser o Documento de Origem Florestal – DOF emitido pelo IBAMA, ou documento similar emitido pelo Órgão Estadual de Meio Ambiente – OEMA. O desmatamento autorizado é aquele previsto pelo Código Florestal e corresponde a 20% da área de floresta nativa, que pode ser utilizada para atividades econômicas; esta prática, embora legal, não é sustentável, não contribui para a conservação da floresta pois tem caráter predatório e seu custo de produção é inferior
Revista da Madeira quando comparado ao do manejo florestal, o que acaba promovendo a derrubada total sem selecionar espécies, e geralmente transforma a área em pastagens ou agricultura, sendo nociva do ponto de vista da biodiversidade. Na Amazônia Legal, os demais 80% correspondem à Reserva Legal – RL e às Áreas de Preservação Permanente – APP, áreas correspondentes às margens de rios, cursos d’água, lagos, lagoas, topos de morros, encostas com declividade elevada entre outros. Já o manejo florestal autorizado é aquele aprovado pelo órgão ambiental e exige documentação sobre propriedade e sobre os técnicos responsáveis, mapas, estimativa de volume e inventário de espécies a serem exploradas; porém, devido às falhas na emissão e fiscalização, planos autorizados são vendidos a terceiros que acabam “esquentando” madeira extraída ilegalmente de outro lugar. MADEIRA CERTIFICADA
vos e pode ser feita de duas formas: como Manejo Florestal Certificado ou como Cer-
tificação da Cadeia de Custódia - CoC, que permite o total rastreamento de qualquer
A madeira certificada é aquela cuja extração se deu em uma floresta detentora de um plano de manejo certificado e que atendeu aos princípios e critérios pré-estabelecidos. A certificação resulta em uma declaração escrita (certificado) atestando a origem da matéria-prima florestal e o seu status e/ou qualificações, após a sua validação por uma auditoria independente. Por conta destas boas práticas, a madeira recebe um selo que comprova sua origem ambientalmente correta, economicamente viável e socialmente justa para o mercado consumidor. Esta certificação é emitida por organizações de terceira parte sem fins lucrati-
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produto de origem florestal. A Certificação da Cadeia de Custódia se aplica aos produtores que processam a matéria prima de floresta certificada. No caso da madeira, serrarias e fabricantes que desejam utilizar o selo socioambiental no seu produto precisam obter o certificado para garantir a rastreabilidade da cadeia produtiva, desde a floresta até o produto final. A certificação florestal, tanto em nível nacional quanto em nível internacional, se caracteriza por ser voluntária e se diferencia das certificações de produtos manufaturados e de sistemas de gestão da qualidade ou ambiental mais amplamente conhecidos. É uma ferramenta de mercado que atesta que uma determinada empresa ou comunidade maneja suas florestas de acordo com padrões (regras) pré-definidos e acordados entre os diversos setores da sociedade. Os sistemas de certificação são a melhor garantia de legalidade e utilização racional das florestas, porque requerem um cumprimento de normas que vão além da legalidade. A certificação de manejo florestal garante que a floresta é manejada de forma responsável, de acordo com os princípios e critérios da certificação. Todos os produtores podem obter o certificado, sejam pequenas, grandes operações ou associações comunitárias. Essas florestas podem ser naturais ou plantadas, públicas ou privadas. A certificação de manejo florestal pode ser caracterizada por tipo de produto: madeireiros, como toras ou pranchas; ou não madeireiros, como óleos, sementes e castanhas. A Certificação da Cadeia de Custódia (CoC – Chain of Custody, em inglês), é um processo que garante a rastreabilidade da madeira desde sua extração até o consumo final,
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certificando sua origem. É aplicável em qualquer etapa da cadeia produtiva que realize o beneficiamento de material proveniente de uma floresta certificada (serrarias, indústrias de beneficiamento, fabricantes de móveis, marcenarias, etc.) ou que assuma a propriedade de um produto certificado temporariamente antes de voltar a comercializá-lo (revendedores); certifica a conformidade com critérios de rastreabilidade e separação, garantindo que o produto a ser rotulado, ou parte dele, tenha origem florestal certificada.
de Certificação Florestal - PEFC, engloba os modelos nacionais de 32 países e está vin-
SISTEMAS DE CERTIFICAÇÃO A certificação florestal e certificação da cadeia de custódia, no Brasil, são feitas por diversas organizações que utilizam os dois principais sistemas de certificação internacionais presentes no País: o Program for the Endorsement of Forest Certification Schemes (PEFC), e o Forest Stewardship Council (FSC). Em ambos há princípios, critérios e indicadores sendo que no FSC os indicadores são especificados em função do local, onde está sendo feita a certificação; no CERFLOR (PEFC), os princípios são reunidos em um número menor, são cinco contra dez no FSC, e os critérios sofrem alguma regionalização, além dos indicadores. Os dois sistemas trabalham dentro do princípio básico de que a madeira seja produzida com as melhores práticas conhecidas, que são aquelas que garantem a sustentabilidade, traduzindose para o atendimento ao tripé do economicamente viável, ambientalmente saudável e socialmente justo. O CERFLOR foi idealizado pela Sociedade Brasileira de Silvicultura - SBS, em conjunto com várias associações, entidades, instituições de pesquisa e organizações não governamentais, como um programa nacional de certificação florestal voluntário, que faz parte do Programa para o Reconhecimento de Sistemas
SINMETRO, tendo como órgão que estabelece as suas políticas, o Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - CONMETRO e como órgão executivo central, o INMETRO, autarquia federal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC, organismo acreditador oficial do Governo Brasileiro e gestor de programas de avaliação da conformidade, e a ABNT, organismo responsável pelo processo de elaboração e revisão das normas do Programa CERFLOR. A Figura 2 mostra a estrutura onde o CERFLOR está inserido. O Sistema FSC
culado à Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT e ao Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - INMETRO. O Programa Brasileiro
de Certificação Florestal foi oficialmente criado em 2002 e desenvolvido dentro da estrutura do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial -
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O Forest Stewardship Council (FSC) tem a finalidade de promover um manejo florestal ambientalmente apropriado, socialmente benéfico e economicamente viável de todas as florestas do mundo. No Brasil, foi concebido em 1996 por um grupo de trabalho e credenciado formalmente como iniciativa nacional em 2001. Na verdade ele não emite certificações e sim credencia certificadoras do mundo todo que utilizam seus Princípios e Critérios e os adapta de acordo com a realidade de cada país. Para o FSC, o manejo florestal responsável é aquele que segue os seguintes princípios: 1. Obediência às Leis e aos Princípios do FSC; 2. Propriedade e Direitos de Uso e Responsabilidades; 3. Direitos dos Povos Indígenas; 4. Relações Comunitárias e Direitas dos Trabalhadores; 5. Benefícios da Floresta; 6. Impacto Ambiental; 7. Plano de Manejo; 8. Monitoramento e Avaliação; 9. Manutenção de Florestas de Alto Valor de Conservação; 10. Plantações Florestais (se houver). Tais princípios se desdobram em critérios, e estes se desdobram em indicadores – sendo o grau de detalhamento maior a
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cada nível. O Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola – IMAFLORA promove a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais e para gerar benefícios sociais nos setores florestal e agrícola. Representa o Programa Smartwood de certificação florestal, credenciado pelo FSC e coordenado pela entidade americana Rainforest Alliance, sendo responsável pela emissão da certificação. A parte interessada em aderir ao sistema já deve ter em mãos todo o acervo de documentos aprovado pelo IBAMA, obedecendo à sequência: • APAT - Autorização Prévia à Análise Técnica de Plano de Manejo Sustentável; • PMFS - Plano de Manejo Florestal Sustentável; • POA - Plano Ocupacional Anual; • AUTEX - Autorização de Exploração. É necessário também ter a definição da área, o inventário das espécies e o cronograma. Após a reunião desse acervo documental tem início o Processo de Certificação, cujas etapas são as seguintes: • Requerimento e proposta para certificação; • Pré-avaliação (opcional); • Consulta a lideranças locais / regionais - consulta pública; • Auditoria principal; • Relatório e revisão do processo; • Disponibilizar aos interessados um resumo público referente à certificação; • Monitoramento anual; • Renovação da certificação em cinco anos. Inicia-se o Processo com uma Auditoria de Avaliação Completa para análise dos aspectos sociais, ambientais e econômicos do Manejo Florestal, baseada nos Princípios, Critérios e Indicadores do FSC. Se os critérios forem atendidos, o Certificado é emitido e tem validade por 5 anos, sendo feitos monitoramentos anuais. Nesses monitoramentos anuais são
emitidos relatórios e, caso haja “não conformidade”, pode haver uma Ação Corretiva Maior – com prazo de 3 meses para cumprimento, ou uma Ação Corretiva Me-
nor – com prazo de 1 ano. Se as Ações não forem cumpridas dentro dos prazos, isso pode acarretar a suspensão e até o cancelamento da Certificação. USO SUSTENTÁVEL No Brasil a madeira ainda não é con-
siderada material principal na construção de casas e estruturas, devido principalmente às raízes culturais diretamente li-
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gadas à nossa colonização. Portugal não tem tradição em construir com madeira e sim com alvenaria, devido à escassez de florestas, e isso acabou influenciando nossa prática edilícia, deixando a madeira apenas como material de apoio para a construção ou para acabamentos. A ideia equivocada de que a madeira tem vida útil pequena a tem negligenciado como material de construção. Embora seja susceptível ao apodrecimento e ao ataque de insetos sob condições específicas, é um material muito durável, pois pode ser efetivamente protegida contra deterioração, por período de 50 anos ou mais. O grupamento de madeiras já é praticado pelo mercado brasileiro, principalmente no Estado de São Paulo, mas não de forma técnica, ou seja, levando em consideração suas propriedades físicas e mecânicas resultando na comercialização de muitas espécies de madeiras (amazônicas e de reflorestamento) sob um mesmo nome e empregadas sem distinção. As referências mais utilizadas na comercialização de madeira para uso na construção civil ainda são a peroba-rosa e o pinho-do -paraná, além da imbuia e do angico-preto. Nesse cenário faz-se necessária a criação de um repertório alternativo de espécies menos conhecidas pelo mercado, mas que cumprem igualmente as mesmas funções daquelas já largamente utilizadas, no sentido de mitigar os impactos negativos da exploração ilegal. Em 2013 o IPT apresentou a publicação “Catálogo de madeiras brasileiras para a construção civil”– que visa fornecer informações técnicas sobre espécies disponíveis para o mercado em substituição às mais tradicionais e que são apresentadas nas tabelas da matéria. Além do uso de madeiras alternativas de origem amazônica, é possível utilizar as madeiras de florestas plantadas ou de reflorestamento; no entanto, é preciso garantir que sua origem seja legal, ou mesmo cer-
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tificada, através da emissão do DOF e selo da certificadora. As florestas tropicais nativas são um celeiro de riquezas naturais e guardam um potencial econômico de grandes proporções e sua gestão deve ser feita de modo que as próximas gerações se beneficiem de seus recursos e, nesse sentido, instrumentos de comando e controle devem ser eficientes para coibir iniciativas predatórias. Assim, a Certificação de Manejo Florestal e a Certificação da Cadeia de Custódia (CoC) são ferramentas poderosas no combate à ilegalidade que permeia toda a cadeia produtiva da madeira, pois são emitidas por uma terceira parte sem interesses financeiros. O FSC, internacional e independente, e o CERFLOR, nacional e do governo, são os dois principais acreditadores dessas certificações em solo brasileiro, sendo o primeiro o mais utilizado. Somem-se a isso, novos modelos de
governança estão surgindo com as ações conjuntas entre o governo e a sociedade civil através de protocolos de cooperação
- como o Programa Madeira é Legal - que mobilizam atores de distintos segmentos de atuação, da floresta ao consumo final, no setor da construção civil, principal destino da madeira nativa amazônica, com o objetivo de fomentar o uso de madeira certificada e transpor os muitos obstáculos, como a falta de informação e a sin-
tonia entre fornecedores, comerciantes, construtoras e consumidores. A aplicação dos conhecimentos adquiridos em pesquisas de espécies alternativas às tradicionais e sua ampla divulgação para o mercado consumidor são avanços importantes para assegurar que as florestas sejam vistas como fonte de recursos renováveis e, portanto, passíveis de conservação. Desmitificar que a madeira deve ser preservada na floresta e demonstrar que a sua exploração criteriosa e uso devem ser incentivados por ser um material construtivo de baixo impacto ambiental é, sem dúvida, um grande paradigma que começa a ser transposto. RM Fabio João Paulo Di Mauro,
1Centro Universitário de Araras Dr. Edmundo Ulson - UNAR - Depto. de Arq. e Urb.
Mauro Augusto Demarzo,
Universidade Estadual de Campinas UNICAMP - Depto. Estruturas Fac. Eng. Civil, Arq. e Urb.
Certificación y uso de la madera en la construcción civil
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n los últimos años, más de 70% de la madera procesada en Amazonia Legal es comercializada internamente, siendo el Estado de São Paulo su mayor consumidor, absorbiendo 17% de la producción destinada principalmente a la construcción civil. Gran parte de la madera llega a ese mercado sin certificación o es de origen ilegal, lo que genera repercusiones sobre determinadas especies nativas que muchas veces se comercializan de forma equivocada. La falta de un mejor conocimiento sobre especies que substituyan las más conocidas con la misma eficiencia es la principal deficiencia de normatividad del comercio maderero. La Certificación Forestal y la Certificación de la Cadena de Custodia son procesos sometidos a evaluación de una tercera parte que certifican el origen de su manejo sustentable permitiendo su total rastreabilidad y siendo así , son herramientas eficaces para el combate a las irregularidades en la exploración de la madera. El FSC – Brasil - Consejo Brasilero de Manejo Forestal y el CERFLOR – Programa Brasilero de Certificación Forestal son los principales órganos acreditados para estos procesos en el país, actuando tanto en el manejo forestal cuanto en la cadena de la madera.
Con el objetivo de presionar esta cadena, del destino al origen, grupos de interés formados por el gobierno, sociedad civil, empresas y comunidad académica, se movilizaron a través de protocolos de cooperación para promover un mercado cada más exigente en relación a productos de origen certificada, imperativo para el uso responsable de este insumo, sobre todo en la construcción civil. La extracción de maderas en Amazonia, es solamente permitida por medio de planos de manejo forestal y autorizaciones de deforestación legal, este último se hace únicamente mediante la autorización de un órgano estatal o del IBAMA (Instituto Brasilero del Medio Ambiente y de los Recursos Renovables) . En la práctica, lo que predomina en algunos Estados de Amazonia es la extracción ilegal en función de las deficiencias existente en la fiscalización. Se entiende por madera ilegal, aquella cuya extracción no tiene licencia y se da por exploración convencional, lo que significa una extracción selectiva de especies de valor comercial sin criterios para reducir los impactos perjudiciales a los bosques. Esta práctica, fue diseminada hace décadas en el Amazonia, degradando la selva , abriendo carreteras sin criterio y reenumerando trabajadores por arboles sacrificados, sin ningún cuidado con la biodiversidad o realización
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de inventarios. Además de ser una extracción realizada de forma depredadora, el procesamiento de las madera es muchas veces realizado cerca del local de extracción, dificultando la fiscalización, su transporte es precario y con una documentación falsificada por agentes corruptos o inclusive rellenada con datos incorrectos. La madera legal es aquella que cumple los requisitos legales y su deforestación puede ser autorizada mismo en aéreas de manejo forestal autorizado contando siempre con la toda documentación de su transporte. La deforestación autorizada es aquella prevista por el Código Forestal y corresponde al 20 % del área de la selva nativa, que puede ser utilizada en actividades económicas, esta práctica, si bien legal, no es sustentable, no contribuye para la conservación del bosque, pues es predatoria y su costo de producción es inferior cuando comparado al manejo forestal, lo que acaba promoviendo la destrucción global sin seleccionar especies. En Amazonia Legal, los demás 80 % corresponden a la Reserva Legal – RL y a las Áreas de Preservación Permanente. Ya el manejo forestal autorizado es aquel aprobado por el órgano ambiental y exige documentación sobre propiedad y sobre los técnicos responsables.RM
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sonegado. Um estudo do Imazon no Pará, extrapolado para a Amazônia, mostra que o governo poderia arrecadar R$ 1 bilhão cobrando efetivamente o imposto. Mais dinheiro em caixa e, de quebra, reduz a pressão pela especulação da terra, diminuindo o desmatamento. 2. Expandir a Moratória da Soja para o Cerrado A Moratória da Soja é a mais bem sucedida medida criada por empresas privadas para combater o desmatamento. Trata-se de um acordo setorial entre produtores e compradores de soja, mediado por ONGs e governo. Os compradores se comprometem a não comprar soja de nenhuma propriedade que foi desmatada. Desde que entrou em vigência, a área de soja no bioma amazônico triplicou – mas apenas 0,8% desse avanço ocorreu em áreas de desmatamento recente. Por isso, a moratória é considerada um sucesso. No entanto, ela só se aplica em propriedades que estão na Amazônia. Por que não expandir o compromisso para o Cerrado, que enfrenta desmatamento crescente? 3. Fechar o mercado para a carne ilegal O que acontece com áreas desmatadas na Amazônia? A maior parte vira pasto para a pecuária de corte. Ou seja, muito da carne consumida em todo o país tem origem na destruição da floresta. Mas há também muitos pecuaristas corretos, como já mostramos em reportagem. Existe tecnologia para rastrear a carne, identificar frigoríficos e saber a origem de cada produto. Essa tecnologia precisa ser ampliada e chegar aos supermercados – para o consumidor ter a garantia de que está comprando uma carne que não participa da destruição da floresta. 4. Crédito só para quem cumpre a lei Pode parecer óbvio, mas não é: até 2008, você poderia estar com sua propriedade na ilegalidade e, ainda assim, conseguir crédito subsidiado para agricultura. Um resolução do Conselho Monetário Nacional naquele ano e posteriormente uma lei, o Código Florestal, determinaram que quem desmatou ilegalmente não pode ter acesso a crédito. Só que essa política ainda não é amplamente aplicada. “O governo tem que ser firme para fazer valer a lei”, diz Paulo Barreto. “O Brasil tem crédito rural bastante amplo. Mesmo em ano de crise, são mais de R$ 185 bilhões. Cada um de nós paga por isso, então tem que condicionar o crédito”. 5. Inovar nas táticas de combate ao desmatamento O mundo não fica parado. Após o sucesso das operações de fiscalização e controle do desmatamento, os desmatadores mudaram sua forma de atuar. Atualmente, eles estão desmatando no período de chuvas, para que as nuvens atrapalhem a fiscalização por satélite, e em pequenas porções, para confundir as operações do Ibama. O setor públi-
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ma série de medidas adotadas por governos federal e estaduais conseguiu, por muitos anos, diminuir as altíssimas taxas de desmatamento na Amazônia. Essas medidas, no entanto, dão sinais de desgaste. Os desmatadores se adaptaram, e a derrubada de florestas voltou a crescer este ano. O desmatamento, além de ameaçar espécies e não contribuir com o desenvolvimento da região, é também a principal causa de emissão de gases de efeito estufa do Brasil. Por isso, para cumprir as metas apresentadas no Acordo de Paris – que devem ser ratificadas pelo governo Michel Temer -, o Brasil precisa enfrentar o problema. Pe s q u i s a d o r e s apresentaram uma ampla análise sobre as emissões de CO2 do Brasil. Paulo Barreto, do Imazon, analisou especificamente as emissões de desmatamento, destacando que temos que zerar o desmatamento. E não só ao bioma Amazônia, mas a todos os biomas brasileiros, especialmente o Cerrado. Mas como fazer isso, se as políticas que tiveram sucesso na Amazônia não estão mais funcionando? As políticas de fiscalização e controle precisam continuar. Mas outras cinco medidas que, se aplicadas, podem ajudar a zerar o desmatamento em todos os biomas brasileiros. 1. Cobrar o imposto rural Uma das razões para o desmate ilegal na Amazônia é a especulação fundiária. O posseiro derruba uma floresta de área pública para demarcar território, para demonstrar que utiliza as terras e, posteriormente, regularizá-las. Segundo Barreto, já existe uma ferramente para frear essa especulação: o Imposto Territórial Rural (ITR). Só que o ITR é amplamente
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co precisa inovar constantemente nas táticas e operações para realmente impedir o avanço do desmatamento.
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ESPECIES AMEAÇADAS A intensa exploração de algumas árvores da Amazônia, para fins de utilização industrial da madeira, poderá provocar extinção de algumas espécies. 1) O ipê, por exemplo, exerce agora o papel que foi do mogno no passado. O preço do metro cúbico de ipê está acima de US$ 2 mil, o que viabiliza a sua exploração a grandes distâncias dentro da floresta. Até os anos 1990, a exploração predatória do mogno era o carro-chefe da destruição da Amazônia. Ela promovia conflitos sociais por toda a região e a abertura de milhares de quilômetros de estradas clandestinas e a invasão de Terras Indígenas, Unidades de Conservação, assentamentos de reforma agrária e propriedades rurais. Após seguidas campanhas, o governo federal decretou uma moratória na exploração do mogno e, em 2003, ele foi incluído na lista da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas (CITES). Com isso, passou a haver maior responsabilidade e controle sobre o comércio do mogno pelos países produtores e consumidores, o que reduziu a exploração e o contrabando ilegais e valorizou a exploração por projetos legais e sustentáveis. A exploração do ipê viabiliza a exploração ilegal de outras espécies florestais. A infraestrutura financiada pelo alto valor comercial do ipê torna possível a exploração de outras espécies madeireiras de menor valor, multiplicando o seu impacto sobre a floresta. Estudos demonstram que 78% da produção comercial de madeira do Pará ocorre em áreas não autorizadas e que a ilegalidade chega a 90% no oeste do estado. Estima-se que a exploração do ipê é viável em 63% da extensão da Amazônia. O manejo sustentável do ipê é cientificamente impossível. Estudos demonstram que a regeneração do ipê exige muito mais tempo do que o previsto nos ciclos de manejo florestal. Mesmo nas áreas em que a sua exploração foi legalmente autorizada, não foram mais encontrados indivíduos adultos. Assim, a explo-
ração do ipê sempre avança para novas áreas, inclusive Unidades de Conservação e Terras Indígenas. A fragilização das suas matrizes genéticas nas florestas poderá levar a limitar sua ocorrência, no futuro, exclusivamente a áreas de plantio. A exploração do ipê transforma o chamado para a vida num chamado para a morte. Na
natureza, é a deslumbrante floração do ipê que atrai os polinizadores e viabiliza a sua reprodução na floresta. Ironicamente, as empresas madeireiras também se valem da floração para mapear as árvores na floresta e derrubá-las depois. Outra espécie ameaçada de extinção é a araucária, árvore símbolo do Paraná, que está
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entre as espécies da flora brasileira com alto risco de desaparecimento na natureza em um futuro próximo. Faz parte da lista de espécies ameaçadas de extinção da IUCN (The World Conservation Union – A União Internacional para Conservação da Natureza) e da Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçada de Extinção do IBAMA. De vulnerável, em 1998 e 2000, a Araucaria angustifolia passou para a categoria “criticamente em perigo” em 2006. Pesquisas indicam que a Floresta com Araucária já perdeu aproximadamente 97% de sua área original, o que compromete totalmente a variabilidade genética da araucária. Esse quadro se deve, dentre outros fatores, à conversão das áreas de florestas nativas (Floresta com Araucária) para a agricultura, ao crescimento das cidades e ao uso da madeira. Em 2001, mapa do Ministério do Meio Ambiente já mostrava que áreas de floresta com araucária em estágio avançado de conservação não passavam de 0,8% (66 mil hectares) de remanescentes. O Paraná já chegou a ter 8 milhões de hectares cobertos por Floresta com Araucária. Hoje a situação é muito mais grave. Preocupada com a condição da Araucaria angustifolia, a professora de gestão ambiental da Universidade Positivo, Leila Maranho, propõe a criação e implantação de projetos de recuperação das áreas degradadas, antes ocupadas pela Floresta com Araucária, que permitam a restauração de processos biológicos e genéticos. Para o diretor executivo da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, Clóvis Borges, a Floresta com Araucária continua sendo visada para exploração pela existência de madeira com valor econômico, não só a araucária mais outras muitas espécies. E embora ilegal e sem sustentação técnica, há esforços políticos pressionando o poder público a facilitar a degradação dessas áreas a partir, inclusive, de licenciamentos ocorridos nos últimos anos e que são bastante contestáveis em termos de legalidad. Empresas, organizações, instituições e poder público devem unir esforços para aumen-
tar o número de áreas protegidas de Floresta com Araucária, investir em pesquisa, fiscalizar e aplicar a legislação em áreas nativas desmatadas, fatores imprescindíveis para evitar que a espécie desapareça de vez. Borges complementa que, para proteger os remanescentes que já existem, mesmo que estejam muito fragmentados, devem ser criadas novas Unidades de Conservação públicas e privadas. Além disso, devem ser estabelecidas políticas públicas que permitam a valorização de áreas nativas bem conservadas para o proprietário privado, a partir de diferentes mecanismos de PSA – Pagamento por Serviços Ambientais.
Araucária, lista a professora Leila. Hoje pouca coisa ocorre voltada à conservação da natureza, o que implica não só na busca da conservação da araucária como de todo o ecossistema a que pertence a Floresta com Araucária. Um exemplo de ação concreta
Resgate e conservação Para contornar a situação da araucária existem inúmeros projetos que visam o reflorestamento e uso sustentável, programas de resgate e conservação da araucária, projeto de uso e conservação da araucária na agricultura familiar e criação e implantação de Unidades de Conservação em áreas de Floresta com
de proteção de áreas naturais remanescentes desse ecossistema é o programa Desmatamento Evitado, desenvolvido pela SPVS. Em 12 anos de operação, os resultados apontam para um sucesso de mais de 36% de Reservas Particulares do Patrimônio Natural, criadas e manejadas, em relação ao número de proprietários
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apoiados ao longo do período. No entanto, existe um conjunto amplo de atividades que não estão direcionadas à conservação da biodiversidade envolvendo a espécie Araucaria angustifolia e que não devem ser interpretados equivocadamente. Estímulos ao plantio de araucária para finalidades econômicas é um trabalho paralelo, que pode ser admitido, mas que é secundário em relação a ações diretas de conservação de áreas naturais. Também ocorrem muitas iniciativas relacionadas ao “manejo sustentável” de araucária, pleiteando a exploração das árvores maiores nos últimos remanescentes como a “única forma de conservação” existente. Por fim, a intensificação de ações e projetos de conservação e preservação da espécie é condição obrigatória para que a araucária sobreviva. Caso contrário, num prazo não muito longo, a espécie será uma imagem bordada na bandeira do Paraná e vista e conhecida apenas em fotografias e livros didáticos. RM
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Assim, há uma crescente necessidade de desenvolver produtos químicos antifúngicos eficazes e não tóxicos para os seres humanos e para o meio ambiente. Sabe-se que a eficácia dos sistemas tradicionais de preservação da madeira é devido ao efeito biocida dos produtos utilizados, portanto, matam os organismos xilófagos, porém, poluem o meio ambiente. As pesquisas por alternativas abrangem desde substâncias de origem natural, que são tóxicas aos organismos xilófagos, até sistemas que inibem um dos fatores: água, oxigênio ou nutrientes, que favorecem o desenvolvimento destes organismos. Apesar da eficiência comprovada de algumas alternativas ambientalmente corretas para o tratamento da madeira, a sua viabilidade econômica dificulta a utilização. Devido à boa resistência natural que algumas espécies apresentam contra organismos de biodegradação, muitos estudos têm objetivado desenvolver produtos alternativos aos preservantes para madeira, utilizando os extrativos de plantas e de madeira. Entre os extrativos de plantas, estão os óleos essenciais de plantas aromáticas, os extratos de plantas venenosas e os óleos extraídos das sementes/grãos. E, ainda, os extrativos da madeira como o tanino, os corantes, os óleos, as resinas, as ceras e os áci-
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escassez de espécies resistentes à degradação biológica obrigou o homem a utilizar outras menos duráveis, principalmente de rápido crescimento, provenientes de reflorestamentos, como algumas espécies de Eucalyptus e de Pinus. Estas possuem moderada ou nenhuma resistência ao ataque dos organismos xilófagos e necessitam de tratamentos preservantes. Aplicação de fungicidas e inseticidas é o método mais utilizado para controlar a deterioração por fungos e insetos em madeira. No entanto, o controle químico pode induzir a resistência dos fungos e dos insetos aos biocidas e também aos potenciais riscos para o ambiente e para a saúde humana. Os conservantes tradicionais eficazes são à base de metais, como cobre, cromo, zinco, arsênio, boro e flúor, e de compostos como creosoto e aminas.
dos graxos. Isolados ou em combinação com solventes e outros aditivos, alguns produtos naturais podem ter bom desempenho na preservação da madeira. O óleo de linhaça (Linum usitatissimum) é considerado um dos tratamentos naturais de melhor resultado por ser secativo, proporcionando boa impermeabilidade e proteção. Além do óleo de linhaça, estudos têm revelado que combinações com cobrecromo proporcionam melhores resultados de proteção. Outras fontes de estudo como preservantes para madeira são os óleos extraídos das sementes do Nim (Azadirachta indica A. Juss) e de mamona (Ricinus communis). Todos os produtos à base de nim são completamente naturais, sendo atóxicos para os seres humanos, os animais domésticos e o meio ambiente. Frutos, sementes, óleo, folhas, cascas e raízes do Nim possuem os mais variados usos antissépticos e antimicrobianos. Pesquisas mostram que o óleo de nim é eficaz contra fungos, parasitas, insetos, algumas bactérias e vírus. Já o óleo de mamona tem sido estudado para melhorar a persistência do óleo de nim na madeira, já que, após vinte dias em contato com o solo, o óleo de nim deteriora-se, dificultando seu emprego para o tratamento de madeira em que os princípios
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ativos das substâncias empregadas para esta finalidade devem persistir por longo tempo nas peças tratadas. Além da importância no curtimento de peles, os taninos são utilizados pela indústria de petróleo como agente dispersante para controlar a viscosidade de argilas na perfuração de poços, sendo também empregados no tratamento de água de abastecimento e residuárias, na fabricação de tintas e adesivos e, em virtude de suas propriedades antifúngicas, vêm sendo testados contra organismos xilófagos como alternativas aos imunizantes para madeira. Os taninos vegetais ou naturais são extrativos que podem ser encontrados em várias partes das plantas, como madeira (cerne), casca, frutos e sementes. As pesquisas abrangem a eficácia dos taninos isolados; e ainda com outros produtos químicos com eficácia antifúngica consagrada. Pesquisas também apontam que a quitosana, um subproduto das indústrias de processamento de crustáceos (camarão, krill, caranguejo e lagosta), tem provado minimizar o ataque dos fungos, no entanto, poucos estudos têm sido realizados sobre a aplicação de quitosana para madeira. É um polissacarídeo de ocorrência natural, atóxico, comestível, biodegradável e de baixo custo que tem sido encontrado em uma ampla variedade de fontes naturais (crustáceos, fungos, insetos, anelídeos, moluscos, celenterados etc). O efeito fungicida da quitosana está relacionado à natureza policatiônica do polissacarídeo, que interage com sítios aniônicos das paredes celulares dos fungos. Tal intera-
ção é mediada por forças eletrostáticas, causando alterações na permeabilidade das membranas celulares e instabilidade osmótica. Outros produtos pesquisados nesta área são alguns resíduos e/ou subprodutos gerados em processos produtivos: Foram obtidos resultados promissores quanto ao desenvolvimento de preservantes para madeira rentáveis e ambientalmente favoráveis, formulados com okara enzimática hidrolisada (OK), que é um lixo orgânico produzido a partir da fabricação do leite de soja e do tofu, combinado com outros produtos como o cloreto de cobre, o borato de sódio ou o hidróxido de amônia. Foi estudado o potencial preservante para madeira contra brocas marinhas, cupins e fungos da resina extraída da guaiúle (Parthenium argentatum). Para
regiões de cultivo desta espécie (semiáridas do sudeste dos Estados Unidos), é uma alternativa viável, já que esta resina é um subproduto do processo de extra-
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ção da borracha do arbusto guaiúle, para produção de um látex hipoalergênico. O Crude Tall Oil, ou simplesmente tall oil, é um subproduto renovável do processamento kraft de madeiras resinosas para a produção de celulose. É encontrado e extraído do licor residual do cozimento kraft, conhecido como “licor preto”. Por ser proveniente das madeiras de coníferas, especialmente Pinus, é uma mistura de ácidos graxos, ácidos resínicos e insaponificáveis. A quantidade destes componentes varia com a idade e as espécies de madeira, com a localização geográfica e, também, com todas as operações antes e durante o processo de polpação . Em geral, o tall oil é considerado um dos óleos naturais, de fonte renovável, mais baratos do mercado mundial, não dependendo de intempéries climáticas e do solo, mas da produção de celulose e papel kraft de coníferas. O rendimento e a composição do tall oil podem variar, pois são influenciados pela quantidade de extrativos, pela qualidade e espécie da madeira e pelo tempo de estocagem antes do cozimento. O rendimento de tall oil no Brasil foi relatado em 30 – 40 kg/t de celulose produzida. E dados estatísticos fornecidos em 2010 pela Associação Brasileira de Celulose e Papel têm mostrado a produção anual de 14 milhões de toneladas de celulose, indicando potencial c re s c i m e n to para essa in-
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dustrialização. Devido a sua disponibildiade e baixo custo, há uma grande diversidade de usos para o tall oil, incluindo produtos emulsificantes, óleos de brocas, materiais de junção e colagem, indústria de sabões, esmaltes, tintas etc. Em geral, o tall oil pode ser refinado resultando em vários tipos de tall oil com diferentes composições químicas. Algumas utilizações do tall oil assemelham-se às do TOFA e do DT, porém com a destilação do CTO, as características são mais uniformes aos produtos obtidos. Extrativos da madeira são conhecidos por serem a principal fonte de resistência à deterioração natural da madeira, atuando como conservantes de madeira natural , e o uso de tall oil como agente de proteção na madeira tem sido considerado promissor por reduzir significativamente a absorção de água capilar do alburno, removendo um dos fatores que favorecem a madeira a ser atacada por fungos e insetos: água, oxigênio e nutrientes. Esta repelência deve-se aos seus precursores, que são extratos encontrados, principalmente, em árvores coníferas. Foi investigada a eficiência em repe-
lir água do tall oil bruto e emulsionado em água. Tratamentos com tall oil bruto reduzem a absorção de água do alburno de pinho, e os tratamentos do tall oil em emulsão mostraram que a eficiência, em
comparação com o CTO, pode ser alcançada. A técnica de emulsão é um método potencial de diminuir a quantidade de óleo necessária para proteger a madeira de absorção de água por capilaridade. O tall oil e seus derivados são adequados como conservantes de madeira ecológica, uma vez que combinam efeitos fungicida e repelência à água. O aumento da preocupação com as
questões ambientais, com a saúde dos operadores de processos de tratamento preservante e dos consumidores da madeira e, ainda, com o reaproveitamento destas madeiras tratadas após seu uso, tem gerado a necessidade de desenvolvimento de novos produtos. As pesquisas sobre os diferentes produtos para preservação de madeiras são abrangentes. O tall oil tem obtido resultados positivos, mostrando ser eficaz como agente protetor. Pode ser utilizado puro, seja bruto ou destilado, e ainda em misturas com biocidas eficientes. Mas a preservação da madeira com produtos de tall oil é uma aplicação relativamente nova, e pesquisas ainda são necessárias, incluindo os aspectos ambientais e econômicos. RM Kelly Bossardi Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica, Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá – Campus de Itapeva
Ricardo Marques Barreiros
Prof. do Programa de Pós-Graduação em Eng. Mecânica, Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá – Campus de Itapeva
Productos naturales para conservar la madera
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a falta de especies resistentes a la degradación biológica ha obligado al hombre a utilizar otras menos duraderas, en particular, las de rápido crecimiento, provenientes de reforestaciones, como algunas especies de Eucalyptus y Pinus . Estos ejemplares poseen resistencia moderada o nula al ataque de organismos xilófagos y necesitan de tratamientos con conservantes . La aplicación de fungicidas e insecticidas es el método más empleado para controlar el deterioro de la madera causado por hongos e insectos . No obstante, los agentes químicos pueden generar resistencia en estos organismos a los biocidas, así como contribuir a potenciales riesgos para el ambiente y la salud humana. Los conservantes tradicionales eficaces contienen metales, como el cobre, cromo, zinc, arsénico, boro y flúor, además de compuestos como la creosota y las aminas. Por lo tanto, existe una creciente necesidad de desarrollar productos anti fúngicos eficaces y no tóxicos para los seres humanos o el medio ambiente La eficacia de los sistemas tradicionales de conservación de la madera se debe al efecto biocida de los productos utilizados que, si bien acaban con los organismos xilófagos,
contaminan el medio ambiente. Las investigaciones en la búsqueda de otras alternativas abarcan desde sustancias de origen natural que son tóxicas para los xilófagos— hasta sistemas que inhiben uno de los siguientes factores: agua, oxígeno o nutrientes, que favorecen el desarrollo de estos organismos. A pesar de la eficiencia comprobada de algunas alternativas correctas en términos ambientales para el tratamiento de la madera, su uso se ve afectado por los altos costos. Debido a la buena resistencia natural de algunas especies contra organismos de biodegradación, muchos estudios se han propuesto desarrollar productos alternativos a los conservantes de la madera, utilizando extractos de plantas y madera. Entre los extractos de plantas se encuentran los aceites esenciales de plantas aromáticas, los extractos de plantas venenosas y los aceites extraídos de semillas y granos. Además de ello, los extractos de madera, como el tanino, los colorantes, los aceites, las resinas, las ceras y los ácidos grasos. Aislados o combinados con solventes y otros aditivos, algunos productos naturales tienen buen desempeño en la
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conservación de la madera. El aceite de linaza (Linum usitatissmun) es considerado unos de los tratamientos naturales con mejores resultados por sus propiedades secantes, que proporcionan buena impermeabilidad y protección. Además del aceite de linaza, los estudios han demostrado que las combinaciones con cobre y cromo ofrecen mejores resultados de protección. Otras fuentes de estudios que incluyen conservantes de maderas son los aceites extraídos de semillas de nim (Azadirachta indica A. Juss) y de ricino (Ricinus communis). Todos los productos a base de nim son completamente naturales y no tóxicos para los seres humanos, los animales domésticos y el medio ambiente. Además de la importancia para el curtido de pieles, los taninos son utilizados por la industria del petróleo como agente de dispersión para controlar la viscosidad de arcillas en la perforación de los pozos. De igual modo, se emplean en el tratamiento de agua potable y aguas residuales, fabricación de tintas y adhesivos y, en virtud de sus propiedades antifúngicas, son sometidos a pruebas contra organismos xilófagos como alternativas a los inmunizantes para madera. RM
Revista da Madeira
países têm alguns dos mais altos custos da madeira na Europa. Os altos custos para madeira serrada de origem nacional têm impulsionado as serrarias para cada vez mais procurarem nos países vizinhos a matéria-prima onde os preços da toras são mais baixos. A Alemanha e a Áustria são os segundo e terceiro maiores importadores de toras de madeira macia no mundo e a Alemanha em particular, aumentou a importação substancialmente nos últimos cinco anos. Em 2008, a Alemanha foi, na verdade, um exportador de toras de cerca de 1,6 milhões de m³, mas o fluxo de toras, desde então, virou-se e o país passou a importador de 5,4 milhões de m³ em 2015. Os principais países fornecedores em 2015 e no início de 2016 tem sido a República Checa, Polônia, Noruega e Estônia. A Áustria importou pouco mais de 6,5 milhões de m³ de toras de madeira em 2015 e está a caminho de chegar mais perto de 7,5 milhões de m3 em 2016. Três países fornecem cerca de 85% do volume das importações: República Checa, Alemanha e Eslovênia. As maiores mudanças no abastecimento ao longo dos últimos dez anos têm sido a redução acentuada na importação da Alemanha, enquanto as importações eslovenos têm subido de 180.000 m³ em 2006 para 1,2 milhões de m³ em 2015. A maioria das importações são madeira serrada para a indústria de serrados doméstica. Muitas vezes a um custo menor do que os preços praticados no mercado interno, de acordo com a WRQ. No entanto, algumas fábricas austríacas de celulose também importam volumes de madeira, predominantemente da Eslovénia, para complementar as toras para celulose de origem local e as lascas de madeira. Da mesma forma que os preços toras para celulose do mercado interno, os preços das importações também caíram nos últimos anos, de aproximadamente US $ 90/ m³ em 2011, para US $ 60/m³ em 2016. O valor de toras e madeira serrada exportada da América do Norte para a Ásia caíram em 33% de 2013 a 2015, com o ritmo atual as exportações devem alcançar o nível mais baixo desde 2010.
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mercado global de madeira tem mostrado algumas alterações neste ano. De acordo com pesquisa da Resource Quarterly Wood (WRQ) o Índice de Preços de madeira serrada (Global GSPI) subiu 4,2% no primeiro semestre deste ano, considerado o maior aumento desde 2011. Os preços da madeira serrada aumentaram em 16 das 19 regiões controladas pela WRQ. O índice baseado em Euro, entretanto, diminuiu 6% ao longo dos últimos dois anos, após um período em que o índice estava bastante estável entre 2010 e 2014. Em alguns países específicos esta diferença é mais destacada em algumas espécies de madeira. Os preços da madeira serrada de pinus, tanto na Áustria como na Alemanha têm estado em declínio constante durante cerca de dois anos e em 2016 atingiu o seu nível mais baixo desde 2006, de acordo com o Resource Quarterly Wood (WRQ). Apesar das recentes quedas de preços, as serrarias nos dois
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Revista da Madeira A exportação de produtos de madeira a partir da costa oeste da América do Norte para a Ásia foi bastante regular, até 2010. De 2009 a 2013, o valor de toras e madeira serrada enviadas pelo Oceano Pacífico aumentou de 1,7 mil milhões de dólares para 4,9 bilhões de dólares. O recorde foi em 2013, quando o valor total das exportações caiu de forma substancial e foi pouco mais de 3,3 bilhões de dólares em 2015. Dados aduaneiros de 2016 mostram um contínuo declínio de 18% no valor da exportação do Canadá, enquanto as exportações dos EUA subiu 3% ano a ano, conforme relatado no relatório especial da Resource Madeira Quarterly (WRQ). A maior mudança do ano passado foi a queda substancial nas vendas canadenses de madeira macia para a China, por causa de serrarias na British Columbia direcionando suas vendas para o mercado dos EUA. O valor de exportação de madeira da BC diretamente para China em 2016 está a caminho de diminuir em 50% do que foi exportado em 2014. As duas regiões vizinhas, British Columbia e no noroeste dos Estados Unidos (os estados de Washington e Oregon), escolheram dois caminhos bastante diferentes a respeito do comércio exterior de madeira para a Ásia. Os EUA tem exportado toras principalmente resinosas no valor de 77% do valor dos últimos anos, enquanto o principal produto de expor-
tação do Canadá foi Softwood Lumber, representando pouco mais de 75% do total das exportações em 2015 e 2016. Madeira serrada A demanda por madeira macia tem subido em muitos mercados ao redor do
mundo em 2016, resultando em um aumento substancial no comércio global de madeira serrada. De longe, os dois maiores países importadores são os EUA e a China, sendo que os EUA estão no ritmo para alcançar seu mais alto volume de importação em dez anos, e a China com probabilidade de importar o maior volume anual recorde para o país. A demanda por madeira macia tem expandido continuamente nos EUA até 2016. Durante os primeiros semestre de 2016, o consumo de madeira serrada foi de 14,2% maior do que durante o mesmo período em 2015. Moedas mais fracas nos países nórdi-
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cos resultaram em preços mais competitivos para a madeira serrada em 2015 e 2016. Os preços em 2016 estão entre os mais baixos desde 2005. A Finlândia está a caminho de aumentar os volumes de exportação pelo sétimo ano consecutivo, em 2016. Os preços da madeira serrada importada pela China dos dois principais países fornecedores, Rússia e Canadá, têm convergido durante 2016 e foram praticamente no mesmo nível. Com a moeda japonesa forte, os preços da madeira serrada, em termos de dólar, tem subido rapidamente desde o início do ano. Os preços da madeira serrada finlandesa e sueca no Japão subiram cerca de 21% neste ano, enquanto o pinus da Rússia aumentou 19% de janeiro a agosto. Celulose e Biomassa Em termos globais, a produção de celulose cresceu 4,8% em relação ao ano anterior, com o maior aumento na Europa Ocidental, América Latina e Rússia. No pirmeiro semestre o comércio global de celulose subiu cerca de 5%, em comparação com o mesmo período de 2015. A China destacou-se pelo aumento das importações a um nível recorde. Os altos estoques de celulose colocaram uma pressão descendente sobre os preços, com o valor spot sendo menor 16% no primeiro semestre. Já as exportações de pellets da América do Norte diminuíram em 2016 pela primeira vez em um ano, caindo 4% em relação ao semestre anterior. O Reino Unido foi, de longe, o maior importador de pellets de madeira do mundo. No segundo trimestre de 2016, o país importou grandes volumes: 21% a mais do que igual período do ano anterior. RM
Revista da Madeira
sucederam no Brasil nos últimos 30 anos. O menor valor se deu no setor rodoviário pela facilidade de sua implementação, desconsiderando o alto custo para manutenção. Isso fez com que a logística nacional se tornasse dependente quase que em sua totalidade deste modal logístico. O segundo mais caro, perdendo apenas para o transporte aéreo. Diferente nos EUA, os investimentos em áreas mais uniformes facilitam por completo a logística do país e garantem uma maior eficiência e uma redução de custo no serviço de frete de forma significante tanto para a empresa, quanto para os consumidores e o meio ambiente. Um exemplo de como a prática intermodal é vantajosa, pode ser notado no transporte rodo-ferroviário, onde o deslocamento ferroviário possui um custo consideravelmente menor que o rodoviário, mas ao mesmo tempo ele se limita às ferrovias, diferente do transporte rodoviário que é mais abrangente. O que você precisa entender para melhorar a gestão logística da sua empresa é que a intermodalidade surgiu como uma oportunidade de inovação logística e modal rodoviário ainda predomina como principal meio de frete de cultura do país. Por isso, é preciso que as empresas invistam cada vez mais nesse setor e busquem oferecer um serviço diferenciado para se manterem competitivas no mercado, fidelizar cada vez mais seus clientes e manter a marca em evidência. Atualmente, existem algumas prestadoras de serviços que oferecem soluções logísticas intermodais como oportunidade de inovação logística. Porém, são muito limitadas devido as questões infraestruturais e burocráticas do país, esse já é um assunto que não compete mais as empresas e sim ao governo, em parceria com iniciativa privada, que deve tomar algumas iniciativas a respeito da logística: Planejamento, Investimento e Burocracia. A implementação dessas iniciativas estimula as empresas a expandirem suas soluções logísticas, gerando benefícios tanto para a prestadora de serviço quanto para seus clientes. Essa redução do custo reflete nos preços finais da compra, impulsiona a economia do país e estimula o consumo e a qualidade do serviço prestado. Porém, enquanto essas melhorias não se concretizam, cabe aos empresários buscarem uma forma de gestão logística mais eficiente – e o mercado já oferece soluções para isso. Para minimizar as adversidades causadas pela nossa infraestrutura deficitária, a logística deve ser cuidadosamente planejada, buscando minimização dos custos e otimização de resultados, garantindo assim a competitividade da empresa no mercado. RM
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ada vez mais os processos relacionados à logística podem impactar substancialmente a gestão e estratégia das empresas. Sem uma logística que garanta a perfeita entrega de todos os pedidos, sua marca corre sério risco de fazer parte da lista dos principais sites de reclamações. Os motivos são diversos, mas os principais e que são de grande importância para os consumidores, ficam por conta do descumprimento do prazo de entrega, pela mercadoria avariada ou mal empacotada e principalmente pela não entrega do produto. Porém, o cenário nacional nos mostra que a logística e sua gestão é pouco funcional e causa um alto nível de gastos, principalmente na questão do transporte das mercadorias para as empresas. Ao comparar o cenário atual que vivemos, com outros países e regiões que se assemelham a nossa, conseguimos perceber o quão deficitária e carente de investimentos é a nossa estrutura. Nos Estados Unidos, por exemplo, podemos perceber algumas divergências que acabam diferenciando muito o serviço nos dois países. Enquanto eles investem de forma mais uniforme entre os diversos modais logísticos, no Brasil o enfoque é apenas em um só modal. Em termos de valores investidos e infraestrutura, de acordo com a ILOS, empresa de especialistas em logística e Supply Chain, o Brasil possui hoje 8,5 milhões km² em vias construídas para o transporte de mercadoria, sendo 210 mil km em rodovias pavimentadas, 29 mil km em ferrovias, 19 mil km em dutovias e 14 mil km em hidrovias. Já os Estados Unidos possuem 9,1 milhões km², sendo 4.375 milhões km em rodovias pavimentadas, 225 mil km em ferrovias, 2.225 milhões km em dutovias e 41 mil km em hidrovias. O atual quadro da infraestrutura nacional de transportes é reflexo do baixo investimento realizado pelo governo que se
Guilherme Reit
Fundador do Axado, empresa de tecnologia com foco em logística de transportes
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Sul (Fiergs), Serafim Quissini também defende a desburocratização de procedimentos para atender, especialmente, os pequenos plantadores. “Muitas vezes, os pequenos produtores descartam a atividade em função de entraves burocráticos”, apontou. O presidente da Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor), Diogo Leuck, acredita que a Frente Parlamentar dará visibilidade ao setor, contribuindo para informar a sociedade e desconstituir mitos em relação à silvicultura. Um deles diz respeito à questão da degradação ambiental. “Para cada hectare plantado, um hectare de floresta nativa é preservado”. Além de ajudar a preservar, a silvicultura é uma das atividades agrícolas que menos usa defensivos e uma das mais certificadas. No Rio Grande do Sul, 62% das florestas plantadas têm certificação internacional contra 22% no resto do País”, revelou. Neste contexto ocorrerá em 04, 05 e 06 de abril de 2017 a 6ª Feira da Floresta no ExpoGramado, em Gramado/RS. RM
Revista da Madeira
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om posse festiva da diretoria para o triênio 2016/2019, lançamento de livro comemorativo sobre a importância da Araucária no processo de industrialização de Caxias do Sul e região e a outorga do “Mérito Araucária 2016” ao governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, o SINDIMADEIRA RS promoveu em novembro encontro alusivo aos 50 Anos de atividades. O Governador deu posse a Serafim Gabriel Quissini, presidente reeleito e a toda sua diretoria e conselhos. O evento serviu também para homenagear personalidades ligadas ao Poder Executivo estadual e ao deputado Elton Weber, Coordenador da Frente Parlamentar da Silvicultura da Assembleia Legislativa do RS. A Frente Parlamentar da Silvicultura revela o importante cenário que o setor de florestas plantadas vive atualmente no Rio Grande do Sul, com a votação do Projeto de Lei 145/2016, que estabelece a Política Estadual para Florestas Plantadas. Segundo o deputado, a cadeia produtiva de base florestal no Rio Grande do Sul responde por 326 mil empregos diretos e indiretos, abrange cerca de três mil pequenas, médias e grandes empresas, conta com 420 estabelecimentos voltados à produção de papel, além de duas indústrias químicas que atuam no segmento. Presidente da Frente, o deputado estadual Elton Weber espera que o Projeto de Lei torne mais ágil o licenciamento de atividades de pequeno porte. “O projeto corrige algumas distorções e busca conciliar fomento florestal e preservação ambiental”, disse o deputado. Compõe a Frente os deputados Sérgio Turra (PP), 1º vice-presidente; deputada Any Ortiz (PPS), 2ª vice-presidente; Edson Brum (PMDB), 1º Secretário-Geral; e Marcelo Moraes (PTB), 2º Secretário-Geral. Representando a Federação das Indústrias do Rio Grande do
Governador José Ivo Sartori com Edemir Zatti
Governador com membros da Diretoria
Governador José Ivo Sartori com Presidente Serafin Quissini
Evento que marcou 50 anos do Sindimadeira
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apresenta alta complexidade devido ao cenário de incerteza e imprecisão na identificação, em certos casos agravado pelo vasto acervo de quantidade de espécies florestais existentes na floresta com maior biodiversidade do mundo, a Amazônia. A escassez do profissional taxonomista, capaz de identificar de forma concisa os espécimes vegetais, reflete na substituição do mesmo por nativos conhecedores da área florestal (mateiros), os quais adotam nomes populares (não científico) na determinação das espécies, o que torna as informações imprecisas. A arbitrariedade entre o conhecimento empírico (nomes populares) e o conhecimento científico (nomenclaturas catalogadas) evidencia a divergência de conhecimento entre mateiros e taxonomistas e, aliado a isto, destaca-se a escassez de aplicações de tecnologia no âmbito da botânica que aporte ao processo de identificação. Tal modelo tecnológico sugere a utilização de plataforma de comunicação por dispositivos móveis devido a característica de alto processamento visual, capacidade de capturar imagens, mobilidade e conectividade a uma maior distância dos centros urbanos e facilidade de desenvolvimento com recursos de imagens e bases de conhecimento. O Conhecimento, oriundo dos Atores, é considerado juntamente outras fontes imprescindíveis para a formalização do mesmo, propiciando assim uma Semântica, ou seja, um entendimento e entre as entidades e relações deste domínio da botânica. Tal Semântica concretiza-se com a construção de uma estrutura representada por uma ontologia que dê suporte ao processo de identificação de espécies florestais. O domínio da botânica estruturado com relações semânticas, e outros aspectos da ontologia, torna-se um contexto propício para mapear padrões referentes às características da espécie e de seu ambiente em que esta inserida. Isto posto, a tecnologia semântica favorecem a integração entre a ontologia e tecnologias associadas baseadas em inteligência artificial, reconhecimento de padrões e processamento de imagens. Tais tecnologias associadas incrementam o modelo tecnológico com recursos computacionais que auxiliam o processo de identificação botânica, com a utilização dos elementos mapeados pela ontologia. Os recursos computacionais oriundos das tecnologias associadas simplificam-se em sistemas computacionais, que utilizam a estrutura semântica da ontologia para aumentar a exatidão dos resultados do processo de identificação botânica e desta forma minimizar as as possibilidades de erro existentes no inventário
O contexto tecnológico apresenta novos desafios aos processos de produção e de disseminação de conhecimento. A evolução das telecomunicações com a disponibilidade web possibilitou o acesso e o compartilhamento de informação em níveis exponenciais e em velocidades inéditas. Neste cenário os avanços tecnológicos convergem para o advento da tecnologia Semântica como um instrumento para o aprimoramento da atual internet. O surgimento da web semântica está mudando o conceito da internet atual. Trata-se de um novo passo no desenvolvimento da internet inteligente, marcada principalmente pela organização do conteúdo e pela interação do usuário com o material disponibilizado. Novas formas de busca baseado na semântica, e não somente na sintaxe, com interfaces inovadoras e a organização inteligente de conteúdos são alguns exemplos de aprimoramento. Ocorre que parte da arquitetura da Web Semântica é composta por tecnologia semântica, mais especificamente por ontologias, que trata-se de um artefato da engenharia de software que tem como função a formalização do conhecimento em um determinado contexto. A tecnologia semântica está intimamente relacionada ao fator sucesso no processo de tomada de decisões, o que tende a aumentar à medida que se intensifica a interação entre a produção de conhecimento e tecnologia onde, quando aplicada no domínio do manejo florestal propiciam o encapsulamento do conhecimento de taxonomistas, mateiros, gestores ambientais, dentre outros, permitindo assim usufruir deste conhecimento por meio de serviços computacionais com respostas quase que automáticas. À exemplo disto, cita-se a possibilidade de um modelo tecnológico aplicado ao processo de identificação botânica com alta acurácia, auxiliando no inventário florestal e na conservação das florestas nativas. A atividade de identificação botânica no inventário florestal
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florestal. A tecnologia semântica situa-se como base para diversos outras aplicações (serviços) oriundos do domínio da botânica, como por exemplo: identificação botânica por amostras de madeira ou mesmo por amostras de carvão. As relações semânticas estabelecidas na ontologia
apresentam alto grau de escalabilidade e flexibilidade, o que permite redirecionar o objetivo da consulta semântica e desta forma imergir sobre outras problemáticas
do domínio da botânica, viabilizando o processo de produção de conhecimento, assim como a inserção de novas tecnologias no cenário de aplicação (serviços). O modelo tecnológico proposto sugere o desenvolvimento de uma ontologia no domínio da botânica mais especificamente na gestão do manejo florestal que integradas a tecnologias como: inteligência artificial, reconhecimento de padrões e processamento de imagens, como subsídio para sistemas computacionais que auxiliem na tomada de decisão que ocorre no processo usual do manejo florestal e em outras áreas da botânica. A exemplo disto, atualmente encontra-se em desenvolvimento um referencial semântico no âmbito da botânica, com aplicações na identificação botânica a nível de inventário florestal
com auxílio de imagens para inferir características ambientais. Outro serviço, em desenvolvimento diz respeito ao sistema de reconhecimento de padrão para identificação de madeiras amazônicas o qual está atingindo em teste iniciais taxas de reconhecimento significativas. A partir do momento que se trabalhe melhor as variáveis de segmentação das imagens, pode-se aumentar a acurácia e tornar o mesmo disponível para o mercado visando o aumento do controle das espécies comercializadas tanto pelo setor produtivo. Além disto, a execução deste modelo tecnológico contribui sobremaneira no âmbito ambiental com potenciais sugestões para: o aprimoramento do desenvolvimento sustentável no manejo florestal no setor madeireiro; a contribuição na conservação ambiental e o desenvolvimento social na região explorada; e um melhor controle no setor florestal. RM MSc. Márcio José Moutinho da Ponte
Prof. Assistente da Universidade Federal do Oeste do Pará - UFOPA. Doutorando em Sociedade, Natureza e Desenvolvimento pela UFOPA. Doutorando em Eng. Eletrotécnica e de Computadores pela Universidade Nova de Lisboa (UNL)
Dr. Victor Hugo Pereira Moutinho Prof. Adjunto da UFOPA Lab. Tecnologia da madeira
Dr. Lauro Euclides Soares Barata
Prof. Universidade de Campinas. Prof. Visitante da Universidade de Londres
Dr. Celson Pantoja Lima Prof. Adjunto da UFOPA.
Dr. Ricardo Jardim Gonçalves
Prof. Associado da UNL.
Semantic technology: more sustainability for forest management in the Amazon
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emantic technology is closely related to the success factor in the decisionmaking process, which tends to increase as intensifies the interaction between the production of knowledge and technology, and when applied on the domain of forest management provide the encapsulation of knowledge taxonomists, foresters, environmental managers, among others, thus make use of this knowledge through computer services with answers almost automatic. In the example of this, they propose the possibility of a technological
model applied to botanical identification process with high accuracy, helping the forest inventory and conservation of native forests. The semantic technology operates as a base for many other applications (services) originating from field of botany, such as botanical identification of wood samples or even coal samples. The semantic relationships established in the ontology have a high degree of scalability and flexibility, which allows you to redirect the goal of semantic query and thus immersing on other issues in the field of botany, enabling
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the process of knowledge production, as well as the inclusion of new technologies the application scenario (services). The implementation of this technological model contributes to the environmental context with potential suggestions to: the improvement of sustainable development in forest management in the forestry sector; the contribution in environmental conservation and social development in the region explored; and better control in the forestry sector.. RM
Tecnologia
Revista da Madeira
Notas
Biomassa de forrageiras é usada para gerar energia a InterCement e a Embrapa buscam avaliar a capacidade de produção da biomassa de três espécies de gramíneas forrageiras tropicais para se tornarem alternativas no processo de geração de energia para a produção de cimento. De acordo com os estudos realizados, entre os benefícios das gramíneas forrageiras tropicais estão a grande quantidade de biomassa produzida por algumas espécies, baixa exigência de insumos e fácil adaptação a diferentes tipos de solo e clima. A pesquisa está sendo desenvolvida na área experimental da Embrapa Cerrados, em Planaltina, Distrito Federal, e na unidade fabril da InterCement em Cezarina, Goiás, em escala piloto. Em 2016, foram colhidas cerca de 105 toneladas de biomassa que, após análises, serão utilizadas como fonte de energia no processo de produção de cimento. “Os resultados obtidos até o momento têm sido positivos, indicando uma possibilidade concreta da utilização de biomassa, entre as diferentes opções de combustíveis”, afirma Marcelo Ayres, pesquisador da Embrapa e responsável pela pesquisa. RM
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Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com a InterCement, está desenvolvendo um projeto para avaliar o uso de biomassa de plantas forrageiras para geração de energia no processo de produção de cimento. De acordo com a Embrapa, o maior consumo na produção de cimento é de energia térmica, que provoca emissões diretas de Dióxido de Carbono (CO²). Por isso,
Árvore leguminosa pode ser alternativa ao eucalipto
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uando se pensa em leguminosa, vêm principalmente à lembrança espécies que aparecem na rotina de alimentação, como feijão, lentilha e ervilha. Mas as leguminosas também podem ter outras finalidades, além da alimentícia, e aspecto arbóreo de grande porte, tal como a acácia, árvore que tem sido utilizada como alternativa ao eucalipto. Na microbacia Calundu, localizada no município de Itaboraí, o Rio
Rural está incentivando a produção de mudas de acacia mangium para reflorestamento. A utilização dessa espécie foi sugerida pelo produtor Guilherme Coelho, beneficiário do programa. Coelho conta que conheceu a espécie por indicação de um amigo e logo se interessou pela possibilidade de melhorar a qualidade do solo em sua propriedade. As leguminosas são conhecidas por contribuírem de forma significativa para a fixação de nitrogênio no solo, o que melhora a fertilidade do terreno. Além disso, a espécie acacia mangium também tem grande capacidade de adaptação a solos degradados, além de contribuir com matéria orgânica na cobertura do solo, mantendo sua umidade. A acácia tem sido celebrada por muitos pesquisadores como uma alternativa à utilização do eucalipto, pois tem características semelhantes e ao mesmo tempo contribui para a recuperação do solo. A variedade da leguminosa chama atenção pela alta qualidade de sua madeira para a produção de celulose e carvão, além de poder ser utilizada na construção civil e na fabricação de móveis. A árvore acácia também é propícia à utilização consorciada com outros cultivos, bem como para paisagismo, reflorestamento e recuperação de áreas degradadas. A acacia mangium é originária da região que compreende o norte da Austrália, Papua Nova Guiné e Indonésia insular. Suporta uma grande variação de temperatura e se adapta a solos de baixa fertilidade e drenagem. Mesmo assim, tem um crescimento rápido – pode crescer até cinco metros por ano – porque requer poucos nutrientes para se desenvolver. Por isso sua produção é muito rentável. A importância do cultivo das leguminosas é destaque em 2016, escolhido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o “Ano Internacional das Leguminosas”. O objetivo é enfatizar o papel desses vegetais na alimentação humana. No entanto, tal como a acacia mangium, as demais leguminosas também exercem uma expressiva função na nutrição do solo e na fertilização das lavouras. RM
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Notas
Geração de energia via eucalipto ganha incentivo
Revista da Madeira
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nualmente, sobram 200 mil hectares de eucalipto plantados para investimento em Mato Grosso do Sul. Para utilizar essa floresta e as sobras vindas das indústrias, o governo do Estado e a Reflore têm incentivado empresários a investir na geração de energia a partir da biomassa. Os resultados começam a aparecer e já são 13 projetos consolidados de termelétricas . O Estado já se consolidou no setor da celulose e o desafio agora é utilizar as sobras de forma eficiente e sustentável. Como incentivo para que as usinas de biomassa saiam do papel há até recursos financeiros disponíveis. São cerca de R$ 200 milhões do FDCO (Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste) para empreendimentos voltados à geração de energia. Conforme o secretário da Semade (Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico), Jaime Verruck, aos investidores foram apresentadas as áreas disponíveis e os produtores de eucalipto, para que fossem feitos os contratos. Com dois projetos de geração térmica de energia com biomassa de eucalipto, a BC Engenharia quer instalar uma usina em Ribas do Rio Pardo, distante 103 km de Campo Grande. De acordo com o gerente de operações da empresa, Hudson Bonfim, os projetos das duas usinas totalizam 330 megawatts por
hora. “O combustível é o eucalipto, e serão necessários 110 mil hectares para o ciclo completo de sete anos”. Por ano, para produzir energia com biomassa de eucalipto, são necessários de oito a nove mil hectares de floresta. Conforme o gerente de operações, o custo de construção de uma UTE (Usina Termoelétrica) é de R$ 800 milhões, sem contar a parte florestal. O Mato Grosso do Sul é um Estado que já tem um maciço florestal que vai atender a demanda.
Adubo orgânico de biomassa
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m projeto financiado pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) permitirá a produção em larga escala de fertilizante de alto padrão para o agronegócio, incluindo o setor florestal. Instalada na Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Universidade Federal de Viçosa (UFV), a Ecosoluções Assessoria e Consultoria em Desenvolvimento Sustentável desenvolveu reatores que decompõem biomassa e terão capacidade de produzir até 3 toneladas de
nutrientes por hora. De acordo com o gestor ambiental e técnico em modelagem de equipamentos agroindustriais da Ecosoluções, Fábio Val, o adubo é semelhante à terra preta de índio (TPI), de alta fertilidade. O processo é baseado na pirólise, que significa uma reação de decomposição pela ação de altas temperaturas em um ambiente com pouco ou nenhum oxigênio. O produto resultante é um condicionador de solo que atua na retenção de água e de
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nutrientes e na recuperação de terrenos pobres. Atualmente, são produzidos 300 kg de fertilizante a cada 40 minutos, chegando a 2,7 toneladas por dia. A principal destinação do produto será a lavoura de soja e milho, podendo atender também à agricultura familiar e ao setor florestal, além das terras degradadas. A soja ocupa 48,45% da produção de grãos, seguida do milho com 39%. O país importa mais de 21 milhões de toneladas de fertilizantes, número bem maior que a produção nacional de 10 milhões de toneladas. A produção de terra preta a partir de biomassa é um antigo sonho dos pesquisadores. A inovação pode solucionar simultaneamente dois problemas da agricultura e do meio ambiente: o alto valor investido na importação de fertilizantes e a contaminação dos solos, lençóis freáticos e atmosfera pelo gás metano e por outros materiais. De acordo com a Caracterização Nacional de Resíduos, os orgânicos correspondem a mais de 50% do total de resíduos sólidos urbanos gerados no Brasil. Menos de 2% são destinados à compostagem. O empreendimento teve início em março e deve ser concluído até o fim do ano, quando as máquinas poderão operar a pleno vapor.. RM
Revista da Madeira
Pisos sustentáveis
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eito a partir de matéria-prima renovável e reciclável, pisos laminados produzidos no Brasil são certificados e garantem menor impacto ambiental. Quando a preocupação com sustentabilidade e consciência ecológica é o foco de quem vai construir ou reformar, a indústria de madeira brasileira oferece ao consumidor uma variedade de produtos dentro desses conceitos. Um exemplo disso são os pisos laminados produzidos a partir de árvores plantadas. Fabricados com madeira de pinus e eucalipto, principais espécies plantadas no país, o sistema de revestimento de piso feito no Brasil é capaz de oferecer design e conforto para os mais diversos espaços, com matéria-prima renovável e amigável ao meio ambiente. Isso porque os pisos laminados brasileiros são produzidos exclusivamente a partir do cultivo de árvores plantadas que recuperam áreas degradadas previamente pela ação do homem e que contribuem para preservar a biodiversidade por meio de técnicas como o plantio em mosaicos, no qual árvores para fins industriais se intercalam com as nativas, criando corredores ecológicos. As florestas cultivadas atendendo a rígidos processos de manejo sustentável por indústrias como as de pisos laminados e painéis de madeira, permitem retirar significativa quantidade de CO² da atmosfera, gás que permanece armazenado nos produtos derivados dessas árvores. Para se ter uma ideia da im-
Fibria, líder mundial na produção de celulose de eucalipto, está construindo o primeiro viveiro de mudas de eucalito totalmente automatizado do mundo. O empreendimento faz parte do Projeto Horizontes 2, em Três Lagoas (MS), que inclui uma nova fábrica, ao lado da fabrica que funciona há 7 anos na cidade. O viveiro, segundo Nilson Oliveira, gerente de automação da companhia, usará tecnologia holandesa, adaptada da produção de flores. Com a tecnologia adotada e a automação dos processos, a produção anual de mudas será de 43 milhões . Ou 11,5 mil mudas por hora. Atualmente, a Fibria produz 12 milhões de mudas de eucalipto por ano, utilizando mão-de-obra humana. A outra novidade é que a empresa deixará de utilizar tubetes de plástico para produzir as mudas e passa a adotar um papel biodegradável, que se desintegra no solo após o crescimento das raízes. Marcelo Castelli, presidente da Fibria, diz que a tecnologia vai proporcionar a redução do consumo de plástico e, pricipalmente, de água. Os tubetes usados na produção de mudas são reaproveitados, mas precisam ser lavados antes de receberem uma nova planta. Esta é uma inovação inédita no setor de papel e celulose no mundo. Com o investimento, a Fibria deixará de ter um viveiro para ter uma fábrica de mudas. Literalmente, o viveiro passará a ser uma fábrica com a tecnologia mais avançada do mundo. A empresa trabalha hoje com pelo menos 14 clones de diferentes variedades de eucalipto. MONITORAMENTO Outra inovação é que a empresa passa a adotar um aplicativo por tablet que dá acesso remoto a informações das florestas e áreas de conservação da empresa de celulose. O desenvolvimento tecnológico é um dos fatores que contribuem para a liderança da Fibria no mercado de celulose de eucalipto, garantindo alta produtividade e excelência operacional. A nova tecnologia integra dados do campo com equipamentos móveis por meio de um aplicativo, permitindo o acesso à base cartográfica e demais informações das florestas de eucalipto e das áreas de conservação da companhia. Implantada a partir de 2016 na unidade Florestal em Três Lagoas, a ferramenta de geotecnologia, para tablets e smartphones, permite o acesso remoto e de forma simplificada e integrada a todas as informações sobre as áreas cultivadas pela Fibria. A grande vantagem é que o aplicativo trabalha de forma off-line, ou seja, sem uso de internet. O objetivo da tecnologia é facilitar o mapeamento dos dados de plantio, o compartilhamento de mapas, imagens e rotas para disponibilizar dados operacionais como panorama de plantio, colheita e ocorrências no campo. A visualização dos dados se dá por meio de um mapa georreferenciado, que inclui informações de coordenadas geográficas, no aparelho celular ou tablet, que podem ser utilizados por diferentes áreas da área Florestal. Para o gerente de Colheita da Fibria, Rafael Azevedo, dentre os benefícios da utilização do aplicativo, o principal é que o profissional tem em campo a informação atualizada da base florestal, sem que tenha que se deslocar ao escritório mais próximo para obter dados sobre as operações, podendo antecipar as ações. A informação chega de forma rápida e precisa, e pode ser atualizada diariamente a qualquer momento, de acordo com a necessidade de cada grupo de usuários. Os profissionais possuem as informações da base florestal da Fibria na palma das mãos, possibilitando melhoria contínua dentro de suas atividades. RM
portância disso, em 2015 os 7,8 milhões de hectares de árvores plantadas no Brasil foram responsáveis pelo estoque de aproximadamente 1,7 bilhão de toneladas de dióxido de carbono. Além disso, o produto nacional é certificado por organizações independentes, como o Forest Stewardship Council (FSC) e o Programa Nacional de Certificação Florestal (Cerflor), que garantem a procedência da matéria-prima utilizada. A certificação é uma garantia internacionalmente reconhecida e que permite identificar bens produzidos por meio de práticas específicas que asseguram o respeito ao meio ambiente. Aliado a essa certificação, o piso laminado brasileiro é feito por empresas qualificadas pelo Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H), do Ministério das Cidades, que garante o atendimento a requisitos de qualidade e desempenho da construção civil, diferenciando-se assim de produtos importados, por exemplo. Com maior facilidade de instalação do que outros produtos de revestimento, o piso laminado também gera benefícios pela economia no uso de água na hora da limpeza, já que apenas um pano úmido basta para a sua manutenção diária. E a indústria continua se desenvolvendo para criar produtos cada vez mais sustentáveis como é o caso do piso laminado com sistema click, que dispensa o uso de cola e permite aos consumidores usarem o piso mais de uma vez, o que significa que, em casos de mudanças, por exemplo, é possível levar o piso para a nova casa. RM
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Notas
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Fibria terá viveiro de mudas automatizado
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Mudança sustentável na indústria de móveis
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busca constante por sustentabilidade e por atender as legislações internacionais cada vez mais rígidas para banir o uso de Formaldeído, tem feito fabricantes de painéis para móveis de interior substituírem a resina adesiva de ureia-formaldeído (UFFI) por MDI. Essa nova substância melhora a qualidade do ar interior por não ge-
rar emissões nocivas de formaldeído, considerado cancerígeno pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Os painéis de fibras (MDF) e de partículas (PB) utilizados na produção de muitos móveis de interior são feitos com a resina adesiva de ureia-formaldeído (UFFI). Ela gera emissões de formaldeído ao longo de sua vida útil, ou seja, quando os painéis estão nas casas dos consumidores finais, eles continuam liberando partículas desta substância com o tempo. Essa informação está ganhando importância na indústria moveleira. As empresas que exportam painéis para regiões como Estados Unidos e Europa já estão atentas a esse assunto e começam a usar uma resina mais segura e sustentável, como o diisocianato de difenilmetano (MDI). O MDI atinge os restritos padrões internacionais de qualidade do ar,
como as normas norte-americanas do Conselho de Recursos Atmosféricos da Califórnia (Carb) e o Padrão Europeu de Emissões. “No mundo, as regulamentações que controlam a emissão do formaldeído que estes painéis estão ficando cada vez mais exigentes. Quando estão curados e os móveis chegam às casas dos consumidores, eles liberam com o tempo partículas desta substância. Por isso, todos os painéis são classificados com um selo de qualidade, que pode ser o CARB Fase 1 ou o CARB Fase 2, segundo a norma dos Estados Unidos, ou o Padrão Europeu de Emissões (E2, E1, E0 ou SE0), que indica o potencial de emissão que o painel em questão irá gerar”, conforme destaca Jennifer Sabbagh, Gerente de Marketing para América Latina da Dow. Outra vantagem da resina MDI em relação à ureia-formaldeído é que ela absorve muito menos umidade, permitindo fabricar painéis que não se deformam tanto por inchaço e são mais duráveis. RM
Maior produtividade nos plantios com uso de fósforo
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fósforo é um elemento muito importante para todos os organismos vivos porque faz parte de componentes da célula, de reações biológicas e de compostos que atuam no armazenamento e transferência de energia. Após o nitrogênio, é o elemento mais importante para as plantas. Ele é absorvido pelas plantas na forma de fosfato (PO4-), permanecendo inalterado como constituinte de compostos orgânicos. O ciclo do fósforo se resume à absorção do fosfato da solução do solo pelas raízes das plantas e incorporação nos componentes orgânicos. A quantidade de fosfato imobilizada pelos microrganismos é mínima, sendo mais comum na adição de matéria orgânica quando se aumenta a comunidade microbiana. De maneira geral, após a aplicação de fertilizantes solúveis, os íons fosfatos liberados na solução do solo apresentam alta reatividade, onde podem ser complexados por sódio, potássio,
magnésio, cálcio, manganês, ferro e alumínio. Então, é muito importante mantermos os solos com pH em torno de 6,0 para termos a absorção máxima do fósforo. Nesta faixa de pH o alumínio já pode ter sido complexado, portanto, sem atrapalhar a absorção de fósforo. No Brasil, a maioria das plantações de eucalipto e de outras espécies florestais encontra-se em solos marginais em termos de fertilidade natural. Geralmente são solos muito intemperizados, com predominância de minerais secundários. A situação é agravada ainda quando a área foi afetada por uma degradação extrema, com fortes evidências de erosão da camada superficial e pobreza de matéria orgânica e minerais primários. Mas, pior do que isto é o fato de que muitos povoamentos florestais são instalados em solos naturalmente pobres em fósforo, onde a experiência tem mostrado que só se consegue produtividades econômicas de euca-
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lipto com aplicações de boa dose de fósforo. O uso de fosfatos naturais (parcialmente acidulados ou não) é muito propício para as espécies florestais. Isto porque inicialmente as mudas não possuem raízes ativas para absorver todo o fósforo dos fertilizantes prontamente disponíveis. É esperado, então, que o volume de raízes vá aumentando em consonância com a disponibilização gradual do fósforo (PO4-) contido nos fosfatos naturais. Parte do fósforo aplicado como fertilizante prontamente disponível é fixado nas argilas do solo (principalmente até o final do primeiro ano). Então, nosso esforço é para fornecer o fósforo para as mudas e estas irem absorvendo à medida que vão crescendo. Outra dificuldade que temos para a absorção deste nutriente é que ele é pouco móvel no solo. Sendo de carga negativa, ele fica aderido parcialmente às argilas que são de cargas positivas. RM
Bambu Florestas de bambu devem se multiplicar no Brasil para recuperar áreas degradadas e gerar emprego e renda. Segundo Guilherme Korte, presidente da Aprobambu (Associação Brasileira dos Produtores de Bambu), existem no Brasil cerca de 232 espécies nativas. O Acre possui a maior floresta natural com Bambu do mundo e, no Mato Grosso do Sul, há um grande potencial para o consumo e a produção desta espécie, já que possui a terceira maior floresta de bambu do país. O Brasil convive com o bambu há 400 anos, desde quando os navegadores trouxeram e plantaram diversas espécies exóticas, que na época auxiliavam na filtragem da água, na reforma de embarcações e também como alimento. Hoje, pode-se dizer que o bambu é explorado e estudado no mundo inteiro, seja na obtenção da biomassa e do carvão vegetal para setor siderúrgico ou mesmo na construção civil e na decoração, como pisos, vigas e madeiras a partir da transformação, substituindo até fibra de vidro por fibra de bambu. Cana-de-açúcar Muitas usinas de açúcar e de etanol no Brasil queimam o resíduo da cana para gerar a energia necessária para funcionar. Aqueles que produzem mais eletricidade do que consumem então vendem a energia excedente. Assim, no Brasil, 7,5% da energia consumida é proveniente da eletricidade excedente gerada por estas usinas. O Brasil tem, aproximadamente, um total de 370 usinas que produzem açúcar e etanol. Cerca de 180 geram energia excedente suficiente para abastecer 10 milhões de casas. A energia é considerada limpa e renovável e o setor de cana-de-açúcar pretende produzir mais. Estima-se que a eletricidade proveniente da cana poderá crescer mais 6% até a próxima década. Uma das formas de aumentar a produção de energia proveniente da cana é coletar e queimar as folhas e os resíduos que são deixados no campo depois da colheita. Só queimando as folhas, a produção de energia poderia ser aumentada em 1/3. Papagaios Até agora pensava-se que os papagaios eram nocivos para as plantas porque supostamente destruíam as sementes das quais se alimentam, mas um estudo internacional descobriu o contrário: estas aves contribuem para expandir a araucária, uma árvore ameaçada pelo desmatamento. A pesquisa foi publicada na revista “Scientific Reports”. O trabalho descreve pela primeira vez a relação simbiótica entre papagaios e a araucária (Araucaria angustifolia). Os papagaios transportam as sementes de araucária no bico para consumi-las em outros
lugares, e com frequência atiram as sementes parcialmente comidas. App Carbono Um engenheiro ambiental e empresário paulistano lançou um aplicativo que calcula o número de árvores que as pessoas e os responsáveis por indústrias e eventos devem plantar para compensar a quantidade de gás carbônico eliminado no meio-ambiente. Os usuários do “CarbonZ” podem utilizar os índices para consulta ou pagar para que o pesquisador e sua equipe plantem as mudas. Após baixar o app, que está disponível para Android desde o dia 21 de setembro, Dia da Árvore, o usuário preenche um formulário com dados sobre sua rotina, como tipo de veículo utilizado para chegar ao trabalho e a quantidade de água e energia elétrica consumidas por mês. Em breve estará no iOS. Com a informação gerada pela ferramenta, o usuário tem a opção de realizar o plantio, caso queira, ou pagar online para que a “CarbonZ” faça o serviço. Em caso de adesão, o usuário recebe no prazo de uma semana as coordenadas geográficas de onde as mudas estão plantadas, de quais espécies são e uma foto do local. Incêndios florestais O governo federal vem alertando para o alto risco de queimadas e incêndios florestais Entretanto, mais de 90% dos incêndios têm ação humana. Existe o caso do produtor que vai fazer uma queimada no fundo o quintal e perde o controle do fogo, provocando um incêndio gigantesco. E existem os incêndios dolosos, em áreas de conflito ou em florestas sendo transformadas em pasto. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 2016 houve um aumento de 65% nos focos de queimadas e incêndios florestais em relação ao mesmo período do ano passado. Copo vira árvore Apenas nos Estados Unidos, mais de 146 bilhões de copos descartáveis são usados para tomar um café durante alguns minutos antes de irem para o lixo. Para mudar essa situação, os designers da empresa “Reduce. Reuse. Grow.” criaram um copo que pode ser plantado após o uso. A ideia é simples, no lugar do plástico ou papel normalmente usados para a fabricação de copos descartáveis, os designers trocaram a matéria-prima por um papel semente. A intenção é aproveitar a oportunidade para reduzir a quantidade de resíduos descartados, ao mesmo tempo em que promovem a recuperação ambiental das regiões. Cada copo é feito com sementes de árvores e flores nativas do local em que eles estão sendo comercializados. Assim, o que antes
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era visto como lixo, passa a funcionar como uma ferramenta prática de reflorestamento e resgate do bioma. Os criadores explicam que esta proposta se torna mais sustentável do que a reciclagem porque os copos tradicionais de papel podem ser reciclados por, no máximo, três vezes. Depois disso, eles acabam sendo descartados ou se transformando em um material ainda menos valorizado. Rodovias As florestas plantadas em Mato Grosso do Sul chegaram a 920 mil hectares , principalmente com eucalipto. Os números são otimistas. Apenas de empregos gerados são contabilizados mais de 100 mil, mas a falta de boas rodoviais federais trava a expansão. O governador do Estado, Reinaldo Azambuja, disse que o mau estado de conservação das BRs 262 e 267 limitam expansão. E garantiu que a logística do Estado ganhará investimentos. As concessões em parceria público privada por exemplo devem ser discutidas, juntamente com a retomada da ferrovia no estado. Ressaltou que ela será recuperada e funcionará como mais um braço para o crescimento do setor. Eucalipto O estado de São Paulo possui hoje 44 mil produtores de eucalipto, sendo que 60% do consumo está nas mãos das grandes indústrias, que são autossuficientes. O consumo de madeira no estado de São Paulo é praticamente igual à oferta de madeira. O déficit, se existe, é insignificante. Pesquisadores defendem o uso múltiplo do eucalipto. São características atuais a redução do tamanho das propriedades, o aumento dos arrendamentos, a integração dos agronegócios, o aumento da produtividade e o uso de tecnologias sustentáveis, entre outros aspectos. É uma boa alternativa para o pequeno e médio produtor florestal, onde o ganho por hectare comparado com a pecuária ainda é interessante. Bioconstrução A bioconstrução se baseia no princípio de que é possível construir tendo um impacto ambiental muito baixo. Para promover este conceito e apresentar técnicas práticas, o Ministério do Meio Ambiente disponibiliza gratuitamente uma cartilha on-line para capacitação e informação acerca do tema e suas devidas metodologias. Um dos intuitos desta cartilha é oferecer opções para que as comunidades tenham autonomia e sejam capazes de, através de técnicas tradicionais, garantirem suas necessidades sem a dependência de outros grupos. Neste sentido, o primeiro passo é pensar além do comum, é enxergar todos os materiais, sejam eles naturais ou residuais como matéria-prima em potencial.