Revista dance in festival edição nº5

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DI ED GI IÇ TA ÃO LN º5

Revista

ANO l -N°5 SET / OUT 2013

Dance

FOTO SHEILA GUIMARÃES

in F E S T I V A L

THEATRO MUNICIPAL COMEMORA

104 ANOS FESTIVAL COM-PASSOS FESTIVAL EQUILIBRE

RELATO EMOCIONANTE

Carmina

Burana CAROLLINA BASTOS TREINA 6 HORAS POR DIA PARA ALCANÇAR SEU OBJETIVO : SER BAILARINA INTERNACIONAL

O COREÓGRAFO KIKO GUARABYRA FAZ REVELAÇÕES EXCLUSIVAS SOBRE SUA TRAJETÓRIA PROFISSIONAL


Sheila Guimarães Diretora de Redação

Índice

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editorial

C

onfesso que foi difícil fazer este número, pois me deparei com tantas imagens maravilhosas, mas nada que uma edição digital não resolva. Por isso, recomendo passar no facebook.com/ revistadanceinfestival e curtir lá várias fotos, que estão demais. Comemoração dos 104 anos do Theatro Municipal, entrevista com Kiko Guarabyra, perfil com Carollina Castro, no lindo e majestoso Parque Laje, o espetáculo Carmina Burana e os festivais Com-passos e Equilibre. Está tudo nesta edição!

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Entrevista Kiko Guarabyra Theatro Municipal comemora 104 anos Saúde & Bem-estar .......pág.10 Na arte de dançar por Fábio Matheus..pág.16 Carmina Burana

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Perfil Carollina Bastos Festival Com-passos.......pág.26 Festival Equilibre.....pág.28

Cartas

Caramba!Meninas, a revista DANCE IN FESTIVAL está dando um show! Parabéns! Igor Saldanha Oi, Igor! Que bom que você está gostando! Ficamos muito felizes. Beijos! A última edição foi um arraso! A revista está cada vez melhor, não tem muitas palavras, mas continuem assim, surpreendendo-me a cada edição. Tudo de bom para toda a equipe da revista! Ismael Gonçalves, de Minas Gerais Obrigada, Ismael! Tudo de bom para você também. A equipe da revista manda um beijão! Sheila, estou amando as entrevistas, a revista está com tudo. Ah, e as suas fotografias são inspiradoras. Parabéns por esse lindo trabalho!

ANO 1 -Nº5-2013

Helena Gusmão Oi, Helena! Obrigada pelo carinho! Beijos! A revista com O Lago dos Cisnes está tuuuudo de bom! Amei! Ana Luiza Mendes Também achamos, Ana (risos). Brincadeiras à parte, obriga por ter escrito! Um superbeijo para você! Recebi a revista via e-mail com a edição digital e fiquei muito feliz em ver reportagens e fotos com tão bom acabamento. Olha, vocês estão de parabéns! E a dança merece uma revista assim. Que Deus abençoe a todos. Beijos! Georgia Porto Todos da equipe lhe agradecem pelo carinho e lhe mandam um grande beijo! Escreva sempre, ouviu (risos)?

EDITORA MANUAL não se responsabiliza pela opinião dos entrevistados,ou pelo conteúdo dos artigos assinados e anúncios publicados, que não expressam necessáriamente a opinião da editora. A reprodução total ou imparcial das matérias só será permitida após prévia autorização da editora. Diretora de redação Sheila Guimarães Editora Heloiza Gomes Colaborador Fàbio Matheus Diagramação Carla Vaz Fotografia Sheila Guimarães Diretora Comercial Lenny Guimarães Publicidade Horácio P.Soares Correspondência: Av. Rainha Elizabeth da Bélgica,540 - 202 Ipanema - Rio de Janeiro - RJ Cep 20081 - 032 Tels: 21 2247-9368/21 9612-5869 /21 9646 0720 Email: revistadanceinfestival@gmail.com



Entrevista

Um Homem

Das artes

O coreógrafo Kiko Guarabyra fala das glórias e das decepções em 38 anos de carreira, numa entrevista emocionante

E

le começou a estudar dança aos 9 anos; aos 12 já era profissional; aos 16, subiu ao palco ao lado de Ney Matogrosso; aos 18, embarcou para Los Angeles (EUA) como bailarino convidado da companhia Chyrley Kirks, onde ficou por dois anos. De lá, passou por países como Bélgica, Suécia e Itália. Ou seja, Kiko Guarabyra, de 49 anos, tem é história para contar! E abriu seu coração nesta entrevista exclusiva para a DANCE IN FESTIVAL. Nela, faz revelações nunca antes ditas em público. Sempre com bom humor, o coreógrafo repassa sua trajetória, mostrando que nem tudo é glamour no mundo da dança. Mas sempre vale a pena. Basta dar uma passada de olhos rapidamente para o seu currículo. Estão lá trabalhos tão variados, tanto nos palco, em espetáculos como Francisco de Assis e Comunitá, quanto na TV, como os programas Vida ao Vivo e Turma do Didi (ambos da Globo). Hoje, divide-se entre as atividades de professor – no Nós da Dança e no Lyceu Escola de Dança, no Rio –, dançarino e coreógrafo.


Kiko Guarabyra Por Heloiza Gomes Fotos Sheila Guimarães Você dança desde os 9 anos. Como a dança entrou na sua vida? Quando era criança, já era muito ativo e minha mãe começou a ver coisas para eu fazer. Tive uma adolescência muito boa. Brincava de pique- esconde, tive time de camisa, fiz capoeira, judô, caraetê, por último, ginástica olímpica artística. Fui um bom atleta do Tijuca Tênis Clube. Aí, foi quando minha mãe resolveu me colocar na dança, ligando para a academia de ballet da Tatiana Leskova, onde tudo começo de verdade. Tem algum artista na família? Sim, venho de uma família de artista. Minha mãe cantava, meu pai tocava e tinha um comércio, um bar onde tinha música ao vivo e onde passaram muitos cantores, como Alcione, Wando, Elymar Santos. Já tendo na família também o meu primo Guarabyra, da dulpa Sá & Guarabyra, e eu era uma criança de colo e via isso tudo.... Não daria outra coisa: ou seria cantor, ator ou bailarino. No sangue, tenho veia artística, amo cantar, sou afinado e já cantei no grupo da igreja presbiteriana de Copacabana. Muito cedo, você foi dançar no exterior. Como isso aconteceu? Tinha sido escolhido para fazer um comercial de cerveja, no qual o coreógrafo era americano e ele ficou impressionado com meu alto nível técnico. Com isso aliado às minhas acrobacias, ele me convidou para fazer aulas em Los Angeles, onde tive oportunidade

de estudar com os maiores nomes da dança. Na verdade, nunca falei o motivo que me levou a ir, mas... Eu estava apaixonado por um bailarino que veio com essa equipe dos Estados Unidos, ele era filho de um grande estrela de Hollywood.. Quem? Prefiro ocultar o nome , mas ele, hoje em dia, também é bem famoso... Bem, o Lennie Dale (coreógrafo, dançarino e diretor americano, morto em 1994) sempre falou do meu talento, então, comecei a estudar com ele com 15 anos e ele me falava: “Kiko, você é o único que poderá me substituir no Brasil”. Estudei com os melhores coreógrafos do mundo e do Brasil também, como Marly Tavres, Carlota Portela, Tatiana leskova, Eleonora Oliose, Nino Giovanette, Lennie Dale, Regina Polverelli... Quem me descobriu foi Ciro Barcelos, ex-Dzi Croquetes (grupo que misturava dança e teatro, criado por Dale, em 1973) e quem me lançou nos palcos foi Ney Matogrosso, com quem fiz show por mais de um ano. Quando a gente olha o seu currículo, vê que você se destacou muito cedo. Começou aos 9, aos 12 já dançava profissionalmente, aos 18 foi para o exterior, enfim... Parece que tudo foi fácil, mas não foi. Dentre todas as dificuldades, qual a que você destacaria como a maior? Foi o inglês, que me arrasou (risos). Minha dica para os bailari nos: Nunca viaje sem a língua 5 Dance in Festival

local, perde-se muito tempo. Na verdade, sempre é tudo muito difícil. Lá, eu não era o único talentoso, então, tive que lutar com muita garra, mostrar profissionalismo e que tinha algo a mais para eles me escolherem (risos) Fiz muita coisa boa! Qual a importância dessas experiências no exterior para a sua vida profissional e pessoal? Dançar fora era novidade, então tudo era mágico. Quando falava que tinha sido aluno do Lennie Dale, mudava o tratamento, era mais especial (risos). Ele era conhecido no mundo! Os que não o conheciam já tinham escutado falar. Fui solista de uma companhia em Los Angeles, da academia West, que era muito diversificada. Fazíamos aulas de tudo, ballet, jazz moderno etc. Profissionalmente, eles valorizavam muito mais que o Brasil, era diferente. Lá tudo acontece. Fiz um clipe que falava do tempo e, dali, o coreógrafo me viu, acabei fazendo audição, passei e fui solista desse video. Depois, ele me levou para as melhores de Los Angeles. Grant Taylor era o nome dele.

Passou algum perrengue sério

no exterior? Trabalhei de operário, quase escravo branco (risos), numa fábrica de chocolate. Tinha de lavar a máquina quando acabava, todos os dias. Fiz faxina, trabalhei fazendo mudança, era muita confusão, pois não falava inglês. Nossa, uma vez, não tinha o que comer.


Quando olhei para a geladeira vazia, como bom brasileiro, pensei em voltar. Não tinha como pedir mais dinheiro para a minha mãe. Olhei o armário e vi uma lata de extrato de tomate. Rapidamente, coloquei água e pensei que estava tomando um caldo de tomate da melhor qualidade (risos). Mas pedia tanto a Deus que me guardasse sempre!. Aí, tudo foi ficando azul. Comecei a trabalhar bem, comprei uma moto e saía cedo para trabalhar, porque não tinha carteira e ficava com medo da polícia me pegar (risos). Quando se tem Deus na vida da gente, Ele vem lá do fundo do poço e mostra a direção (chora, emocionado). Voltou ao Brasil por quê? Essa pergunta não me traz felicidade e me machuca muito como ser humano. Nunca comentei esses anos todos, nunca ninguém jamais soube, sempre ocultei por que voltei... Falava que era saudade, para evitar comentários. Eu tinha passado numa audição de um megatrabalho em Los Angeles, que era o seriado Fama, da Metro Goldwyn Mayer, quando tive o prazer de conhecer a Janet Jackson e o elenco todo que dançava. e o navio Quenn Mary, onde ganharia um grana muito forte. Um dia, estava chorando num café, pois não poderia fazer esses trabalhos e conheci um senhor que me perguntou porque eu chorava. Expliquei tudo e ele falou que me ajudaria, Eu já estava prestes a ficar muito top em Los Angeles... Vinha de uma família honesta, exemplar e evangélica... Acreditei nesse homem, que me fez voltar para eu pegar meu visto no consulado americano, no Brasil. Dias depois, ele sumiu. Minha

mãe, maior incentivadora da minha carreira, tinha vendido seu único imóvel, que meu pai tinha deixado quando morreu, para me dar uma parte do dinheiro para eu viajar... Não tive condições de voltar em seguida, só muitos anos depois que a dança me levou ao redor do mundo, com os meus workshops. E faltava pouco para eu estourar como bailarino, pois tinha sido escolhido para fazer o musical Cats, com o elenco original. O Brasil, aliás, sempre é apontado como um país que não incentiva as artes em geral e, especialmente, a dança. Concorda com isso? Sim, não só a dança, mas, como coreógrafo... Desculpem os produtores de musicais do Brasil, mas sempre houve um grande problema para colocar o nome dos coreógrafos nos cartazes, banners... Temos, às vezes, que quase implorar para que isso se cumpra. E isso se chama respeito ao profissional Aliás, pessoas que estão em cargos na TV, teatro, cinema coreografando sem a menor qualidade... Quando vejo algo assim, fico triste e mudo de canal. Ou, agora, escrevo uma notinha no Face: “Nossa, péssima coreografia! Vai estudar! (risos)!”. A verdade é que acaba tirando lugar de um bom coreógrafo, mas um corpinho e um sofá falam mais alto, né (risos)?! É o famoso teste do sofá... Você aconselharia um jovem bailarino a tentar a vida fora do Brasil? Não! Para conhecer é legal, mas tentar carreira não é fácil. Bailarino tem que ser muito fera (risos). 6 Dance in Festival

Acho que há companhias de dança de qualidade, mas, claro, que o salário sempre pode melhorar. O que é mais importante para o sucesso: a sorte ou a excelência profissional? Os dois. Nada acontece só pelo talento. Até pode, mas é difícil! Você tem que estar na hora certa e local certo (risos). Mas uma coisa só não dá caldo; tem que ter os dois: talento e profissionalismo. Você teve como padrinho o cantor Ney Matogrosso. Como aconteceu este encontro? 0 Ney me conheceu com 15 anos. Tive que ser emancipado para fazer esse show, convidado por Ciro Barcelos. Eu me lembro como se fosse hoje... O telefone tocou e o Ciro me disse: “Kiko, tenho uma coisa legal para você, um show com Ney Matogrosso”.


Ele sempre me falou que é no palco que a gente mostra a magia, não nas ruas. Imagina se eu andasse saltitante! Até hoje, ele é meu amigo. Estou montando para o próximo ano um musical, já em andamento, só com músicas dele. Serão uns 12 bailarinos e eu não farei só. Estou chamando os melhores do Brasil para coreografar comigo. Alguns nomes poso liberar porque já toparam fazer: Caio Nunes, Cartolta Portella, Henrique Rodovalho, Marly Tavares, Alex Neoral. Falta apenas fechar uma pessoa de hip hop e dança de salão. Em que momento virou coreógrafo? Olha, sempre fiz os dois, o que por um lado é bom; outro, ruim. Trabalhar em TV e teatro, eles nunca sabem como te chamar (risos). No Dzi Croquetes, no solo que o Lennie fazia, coreografei algumas partes. Mas tem horas que você tem que virar elenco, do contrário, não rola (risos). Mas foi tudo de bom fazer Lennie Dale, nunca pensei que teria condições. Você também é professor. Sem dar aula, não vivo. Não me vejo sem dar aulas. Sou muito aplicado, sei o que é bom e ruim. Você tem um trabalho bem amplo, atingindo vários meios, como a TV e o teatro. Há diferença entre um e outro? Sim, muita diferença!Na TV, ainda temos muita dificuldade parafilmar dança, de pegar os movimentos na hora certa... Aparece cada um (risos)! Péssimo! Acho que coreógrafo deveria estar sempre na hora dos cortes ou a pes-

soa que filma saber o que é dança. Aí, optamos por não fazer muitos desenhos coreográficos. Já no teatro não tem que ser tão chapado, temos que atrair o público com desenhos diagonais. Sempre com grande surpresa no final (risos). Você dá aula de Jazz Broadway. O que é exatamente esse gênero? É uma aula que danço com chapéu e coloco canções de musicais, com muitos gestuais, trabalhando coordenação e o melhor lado do musical, o mais lúdico possível. Uma hora dou aula com cadeira, bengalas, lenços etc. É uma festa! Eu chamo de aula da felicidade; quem faz não sai mais. E qualquer um pode fazer. Tenho alunos de até de 70 anos, que estão ótimos e arrasam (risos). Tenho outra aula que é mais técnica. Aí, a pessoa já tem que ter dançado. Qualquer um pode aprender a dançar, então? Ou há uma idade certa para começar? Acho que sim, tudo depende de cada um. Tem grandes bailarinos que começaram mais tarde um pouco e dançam muito! É claro que, quanto mais jovem, melhor para trabalhar flexibilidade e a parte artística .






104 anos

Celebração Fotos Sheila Guimarães

O

aniversário era do Theatro Municipal do Rio de Janeiro (TMRJ), mas quem ganhou o presente foi o público. Pois é, para comemorar seus 104 anos, o espaço abriu as portas com uma programação especial e totalmente gratuita. Concertos, ballets e ópera foram apresentados durante todo o dia 14 de julho – o que, aliás, já é uma tradição. O programa foi aberto, às 8h30, pela apresentação da Banda de Fuzileiros Navais, diante do TMRJ. Logo depois, o grupo Os Pequenos Mozart, formado por crianças de 3 a 14 anos, executaram clássicos de Vivaldi, Mozart, Vivaldi, Pixinguinha, Brahms e Beatles. Na sequência, os alunos da Escola Estadual de Dança Maria Olenewa subiram ao palco do teatro e apresentaram Estudos de Dança, com coreografia de Dalal Achcar, e La Bayadère, coreografada por Marius Petipa. Na parte da tarde, houve a apresentação do terceiro ato de O Lago dos Cisnes, com a primeira bailarina Márcia Jaqueline e Filipe Moreira, e do Coro do Theatro Municipal, executando a cantada de Carl Orff, Carmina Burana. Para fechar a comemoração, o maestro Silvio Viegas deu palestra, dentro do projeto Falando de Ópera, sobre A Valquíria, de Richard Wagner, que teve sua première na sequência.

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Dance in Festival


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Saúde & Bem-estar

Para

aguentar o tranco Não basta treinar a técnica do ballet por horas diariamente. O bailarino tem de estar em perfeita condições físicas para que a carreira seja longeva e sem grandes interrupções. Devido a pesados treinamentos, é comum que este profissional adquira algumas lesões nos joelhos – desde pequenas, tratadas com gelo e repouso, até a mais sérias, que necessitam de cirurgia. As causas das lesões podem ser um movimento errado ou uma queda, por exemplo, mas há também aqueles relacionados à desatenção com o próprio corpo. Por isso, a dica mais importante é: respeite as mensagens enviadas pelo próprio organismo, não exigindo mais do que ele pode lhe dar. Lembre-se que qualquer dor (por menor que seja) é um alerta de que algo está errado. E quanto mais rápido o problema for detectado, mais fácil será a sua solução. Logo, ao menor sinal de desconforto, procure um ortopedista – ele é tão essencial quanto o professor de ballet – e dê uma pausa nos trabalhos, se necessário.

No entanto, é possível prevenir as lesões nos joelhos. E com dicas muito simples. A revista DANCE IN FESTIVAL selecionou algumas: 1) fora do palco, evite usar calçados com saltos altos. Seu uso faz com que haja alteração do centro da gravidade, fazendo com que os joelhos se voltem para dentro (ainda que imperceptivelmente); 2) evite também rasteirinhas, pois o corpo fica mais sensível ao impacto do solo; 3) não tenha pressa nos treinamentos. Faça alongamento antes e, principalmente, depois dos ensaios; 4) não ensaie em pisos irregulares; 5) evite atividades de impacto no dia a dia, como corridas; 6) faça exercícios que fortaleçam a musculatura das coxas; 7) não dispense a fisioterapia; a hidroterapia também é recomendada

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Saiba Mais O joelho é uma das principais e maiores articulações do corpo humano, suportando cerca de 70% do organismo. É dividido em duas articulações: a femorotibial (entre o fêmur e a tíbia) e a femoropatela (entre o fêmur e a patela). É formado por ossos e ligamentos e tendões, músculos, nervos e vasos sanguíneos. Sua função é controlar os movimentos e absorver os impactos.

Dance in Festival



Perfil

No vai da dança

Carollina Bastos se dedica completamente à atividade, que espera um dia levá-la a morar no exterior


Carollina Bastos Por Heloiza Gomes Fotos Sheila Guimarães Agradecimento Parque Lage

A

mãe (a dona de casa Célia Regina de Souza) queria apenas que a filha tivesse uma atividade física e a colocou num projeto social, em Cabo Frio (RJ), para ter aulas de dança com a professora Ofélia Curvello. Mas não é que Carollina Bastos tomou gosto! “A dança mudou radicalmente a minha vida. Na disciplina, no convívio social, nas oportunidades de conhecer outros estados, países e culturas, diversos teatros”, pontua. De lá para cá, Carollina participou de diversos concursos. “O bom dos festivais é a chance de nos tornarmos conhecidas, de sair da sala de aula e mostrar o resultado de todo o esforço, aprendizado, disciplina e dedicação”, avalia. “Mas e a parte ruim?”, quis saber a repórter. “A falta de estrutura de alguns festivais, de apoio e incentivo também”, responde, do alto de sua vasta experiência. E falando em festivais... É bom que se diga: em todos que participou, Carollina foi premiada! “Participo desde 2007. Mas os dois mais importantes foram o Festival Internacional Valentina Koslova, em Nova York, onde recebi seis bolsas de estudos, e o Seul International Competition, na Coréia. Nos dois, ganhei medalha de ouro e tive convite para dançar no noite de gala”, diz a bailarina, de 15 anos, que define as experiências como “ímpares”. “Jamais esquecerei! Quando a minha ficha caiu, estava lá, competindo com os melhores bailarinos do mundo, em teatros maravilhosos. Nossa!”, recorda, com entusiasmo. Os bons resultados têm razão de ser. Carollina é aplicadíssima.


Estudante do 1º ano do ensino médio da Escola Estadual Minervina Barbosa de Castro, a adolescente está no último ano do curso de formação profissional para bailarinos no Centro de Dança Rio e ainda faz aulas na Companhia Jovem do Rio de Janeiro. “Minha rotina é intensa. De manhã, vou à escola e, depois, passo seis horas, aproximadamente, por dia, fazendo aulas e ensaios para concursos”, descreve a estudante, que é moradora de Santa Cruz da Serra, em Duque de Caxias (RJ). Ela aproveita até as férias ou os raros momentos para relaxar para tirar proveito. “Quando não estou dançando, aproveito para organizar as minhas coisas, estudar, ler e assistir a vídeos de dança. Até porque não dá para parar. Em janeiro, já tem o Prix de Lausane, na Suíça, e quero muito participar (risos)”, explica Carollina, que também adora assistir a outros bailarinos em cena. “Antes de fazer ballet, não, mas era por falta de conhecimento e oportunidade”, justifica.

Voar, voar, subir, subir... Tanta dedicação, claro, tem razão de ser. Carollina sonha alto. “Tenho planos de ir para uma grande companhia no exterior e seguir carreira internacional”, revela a jovem, que ainda pretende fazer faculdade de dança e, em seguida, de arquitetura. E, se depender da família, 14

ela irá longe mesmo. “Minha principal apoiadora sempre foi minha mãe. Sem ela, nada seria possível. Ela largou o trabalho para ficar ao meu lado. Fico muito emocionada, principalmente,quando estou dançando e viajando. Penso nela e em todo o esforço para me manter. Moramos com o meu avô (José), que também faz o que pode para ajudar. Só mesmo Deus. Sem palavras!”, reconhece. Como os custos são altos, para manter a atividade da filha, Célia se “vira nos 30”: faz rifas, bingos, noite de caldos etc. “Para a viagem à Coréia, até vaquinha online ela fez. Conto com a ajuda da família e dos amigos”, fala Carollina, que tem bolsa integral no Centro de Dança Rio. “Os professores me ajudam muito. A Dalal Achcar está sempre cuidando e me orientando junto com Mariza Estrella. E tenho patrocínio do prefeito de Caxias, Alexandre Cardoso, a primeira-dama, Tatyane Lima, e o secretário de cultura, Jesus Chediak, me apoiaram em minha viagem à Coréia”, lista. Apesar da pouca idade, Carollina tem consciência de quanto é importante qualquer apoio. “É muito bom quando encontramos pessoas que acreditam na cultura, na dança e na arte. Elas se tornam especiais e importantes nas nossas vidas. Com a ajuda delas, conseguimos seguir nossa caminhada. Sou muito grata a todos que cruzam o meu caminho”, finaliza, cheia de razão.

Dance in Festival









Na arte de dançar por Fábio Matheus

N

Enrico Checcetti: uma vida para a dança!

ascido em um camarim do Teatro Tor di Nona, no dia 1º de julho de 1850, a indicar que sua vida seria voltada para a arte, Enrico Checcetti iniciou sua carreira na dança com somente 5 anos de idade. Seus pais (Serafina e Cesare Checcetti) eram bailarinos na Itália. Dois anos após sua estreia nos palcos, seus pais, ele e sua irmã mais velha, Pia, foram convidados a se apresentar na inauguração do teatro da Academia de Música da Filadélfia (EUA). Fizeram enorme sucesso em terras americanas, excursionando pelo país por aproximadamente um ano. Nesse período, ao lado de Pia, realizou pequenas participações

nos ballets Theresa e O Órfão de Genebra. Após o término das temporadas na América, toda sua família retornou para a Itália e foi então que Enrico, com 13 anos, surpreendeu a todos, comunicando a seus pais o seu desejo de se tornar um bailarino profissional. A vontade de seus pais era de que ele seguisse uma profissão no mundo dos negócios ou da lei, mas a paixão do jovem pela dança era avassaladora. Checcetti aproveitava todo o tempo livre para estudar dança. Quando completou 13 anos, seus pais, finalmente, se convenceram a matriculá-lo na Academia de Ballet dirigida por Giovanne Lepri (Florença), quando Checcetti lançou um tinteiro contra um

de seus professores na escola. Três anos após o início dos seus estudos, ele teve sua apresentação formal em um dos ballets de seu pai (Nicolo di Lapi). Logo no início de sua carreira, seu dom para ensinar começou a se revelar. Seus colegas na companhia muitas vezes recorriam a sua ajuda e carinhosamente referiam-se a ele como “maestro” (que significa mestre em italiano). Nas próximas edições, seguiremos falando um pouco mais sobre a vida e a metodologia codificada por esse grande artista. *Fábio Matheus é membro da Varna Foundation e pedagogo de ballet clássico



Capa

Carmina Sucesso atemporal

Montagem de Carmina Burana ocupou o palco do Theatro Municipal e fez tanto sucesso que ganhou apresentações extras Fotos Sheila Guimarães

A

obra que o inspirou foi composta no século XIII. Mas sua fama (e inegável qualidade) atravessou os tempos. Apresentada em setembro no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Carmina Burana movimentou a cidade e o sucesso foi tanto que ganhou três apresentações extras (em 13, 14 e 15/9). Apresentado pelo Ballet, Coro, Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal (OSTM) e o Coro Infantil da UFRJ, o espetáculo foi coreografado pelo argentino Maurício Wainrot, diretor artístico do Ballet Contemporâneo do Teatro San Martin de Buenos Aires. E teve, como solistas, as primeiras bailarinas Cecília Kerche, Cláudia Mota, Márcia Jaqueline e Francisco Timbó. No revezamento: os primeiros solistas Deborah Ribeiro, Karen Mesquita, Priscila Albuquerque, Priscilla Mota, Cícero Gomes, Edifranc Alves Felipe Moreira, Joseny Coutinho, Moacir Emanoel e Rodrigo Negri.


a Burana

P Pelo tradicional palco ainda passaram o maestro Abel Rocha, os cantores líricos Priscila Duarte, Jacques Rocha e Leonardo Páscoa. A temporada ainda contou com mais uma edição do projeto Falando de Ballet. Nele, o maestro assistente da OSTM falou sobre a história da obra e deu detalhes da montagem que foi assistida meia hora depois do fim da palestra. “Foi uma satisfação receber o trabalho de Maurício Wainrot, que proporcionou aos nossos bailarinos a chance de mostrar seus talentos em coreografias contemporâneas”, avaliou Carla Camuratti, presidente da Fundação Theatro Municipal. E o diretor do Ballet do teatro, Sérgio Lobato, complementa: “Carmina Burana, apresentado por nosso três corpos artísticos, foi a celebração da poesia lírica e cênica.” Quem viu há de concordar.

. . . ..

C CURIOSIDADES OSIDADES

Cantada em francês antigo, alemão medieval e latim, Carmina Burana é baseada em textos poéticos do século XIII, encontrado em 1803; A obra é composta por 315 composições poéticas de monges errantes, das quais Carl Orff extraiu algumas canções e arranjou para coro e orquestra; Carmina Burana é estruturada em: prólogo (invoca a deusa da Fortuna), Primavera (celebra o encontro do homem com a natureza); Na Taberna (celebração ao vinho); Corte de Amores (exaltação ao amor); final (repetição à invocação à Fortuna); O ballet Carmina Burana foi criado pela Royal Ballet de Flanders, na Bélgica, em 1998; Além do Royal Ballet de Flanders, o espetáculo integra o repertório de companhias como a Royal Winnipeg Ballet do Canadá, Ballet de I’Opera de Bordeaux, na França, Ballet Contemporâneo del Teatro San Martin, na Argentina, National Ballet da Turquia e Cincinnati Ballet, nos Estados Unidos.










Notícias

Dance in Festival O ballet Carmina Burana movimentou o Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Não só público comum aplaudiu de pé a apresentação como também famosos do mundo da dança e do teatro. Pela plateia, passaram vips como a atriz Christiane Torloni, a promoter Liège Monteiro e a bailarina Dallal Achcar. E todos foram unânimes em afirmar: foi uma noite emocionante!

Ana Botafogo, Anselmo Zolla, ChristianeTorloni,Liège Monteiro e Renato Rodyner

Dallal Achcar, Vassili Sullich e Maria Luisa Noronha

Maurício Wainrot, coregráfo do espetáculo Clodoaldo Medina, coordenador artístico do TMRJ, e Carla Camurati, presidente da Fundação do TMRJ Laura Prochet, Tereza Augusta e Cristiane Quintan, bailarinas do TMRJ

Nora Esteves

Sergio Lobato, diretor artístico do TMRJ

Melissa Oliveira, bailarina do TMRJ, Francisco Timbó, 1º bailarino do TMRJ, Elida Brum, bailarina do TMRJ, e Heitor



Vitrine Dance in

Festival

Camisa -Bailarine R$ 55,00 na Bailarine Tel: 21 3559-1354

Blusa Bamboo R$98,00 cada na Cristinna Cordeiro Ipanema Tel: 21 2267-7195

Bermuda Saruel R$ 129,00 na Draco Ipanema Tel: 21 2287-7341

Blusa R$79,00 na Loja Ana Botafogo Tel: 21 3579-2007

Livro Ballet Fotogrรกfico Tatiana Leskova R$ 60,00 na Copabook Tel: 21 2247-9036


Calรงa Cocota BH R$ 62,90 na Ballet House Tel: 21 2256-5942

Short Tactel R$ 49,00 na Stubb Ipanema Tel: 21 2287-0884

Bata Canoa Bella Lerina R$ 28,00 na Dance Klass Tel: 21 2284-1425


Festival

Com-passos

Fotos Sheila Guimar達es


E

Dia mais que especial

xcelência. Foi o que se viu nas apresentações de mais uma versão do já tradicional Festival Com-passos de Dança, realizado no Grajaú Country Club, no Rio. De 4 a 7 de julho deste ano, passaram pelo palco do espaço bailarinos dos principais grupos, academias e escolas de dança do estado – apresentando coreografias nas mais variadas modalidades. Neste ano, a homenageada foi Cláudia Mota, primeira bailarina do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Aliás, a novidade da edição veio da homenageada. Cláudia convidou, como prêmio especial, os melhores bailarinos do evento a passar um dia no Theatro Municipal. No “roteiro”: um passeio pelos bastidores do local, o acompanhamento dos ensaios do corpo de baile e o convívio com os bailarinos da casa. Um luxo!

Resultado Melhor Escola\grupo – In`Cena Cia. de Dança Escola\Grupo Revelação – Centro de Arte e Dança de Campo Grande Melhor coreógrafo – Fernanda Rocha – Escola de Dança Spinelli Melhor Ensaiador – AnaPalmieri e Rômulo Ramos – Balletarrj Melhor coreografia – Lanchonete – Grupo Corpus Melhor Bailarina – MariaClara Coelho – Balletarrj Melhor Bailarino – Paulo Sergio Seabra – In`Cena Cia. de Dança Bailarina Revelação – Maria Eduarda – Espaço de Dança Débora Paulino Bailarino Revelação – Yuri Marques Escola de Dança Spinelli Melhor Figurino – Piratas – Escola de Dança Meia Ponta Premiações especiais: Incentivo a Dança Masculino – David Souza – Studio Talento e Arte Incentivo a Dança Feminino – Maria Eduarda Rosa – Escola de Dança Dimenzione Dança. Premiação especialíssima da Cláudia Mota: Paulo Sérgio Seabra e Angélica Nunes – destaques do Festival Bom exemplo! Dentro do objetivo filantrópico do festival foi arrecadado cerca de uma tonenalada de alimentos, distribuídos a entidades carentes.



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Dance in Festival
















Festival

Equilibre Fotos Sheila Guimar達es

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Niterói Ganha um Festival

O

EQUILIBRE Niterói, em sua primeira edição, no Teatro Eduardo Kraichete - AMF, contou com a presença de várias escolas e grupos locais e tem tudo para se firmar como um evento anual na cidade, reunindo bailarinos, coreógrafos e plateia que, durante duas manhãs, prestigiaram essa iniciativa cultural. Contando com parceiros já habituais do PERFORMANCE Festival de Dança, que se realiza há dez anos no Rio de Janeiro, a equipe de produção, sob o comando de Paloma Collaço e Anderson Natividade, mostrou, mais uma vez, que a organização, a competência e o respeito com os participantes fazem a diferença. Paloma Collaço, diretora do festival Equilibre

Jurados Bete Spinelli e Patrícia de Paula Resultado Melhor grupo - In cena cia de dança Melhor bailarino - Paulo Sergio Seabra Premio de originalidade - Studio de dança Fernanda Vieira


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Dance in Festival









Bastidores da Dança

Fotos Sheila Guimarães

Bete Spinelli, Paloma Collaço e Patrícia de Paula (Festival Equilibre) Edifranc Alves e Karina Dias (Festival Com-passos)

Claudia Mota e Wanda Garcia (Festival Com-passos)


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