HOMEOPÁTICOS
Publicação Digital Quadrimestral Gratuita
Uma realização do Grupo Livre de Terapeutas Homeopatas do Centro -Oeste
Nesta edição...
Anna Kossak-Romanach:
uma pioneira da homeopatia no Brasil realização em 06/12/2020
Ano 4
N° 11
Dezembro/2020
Mantenedores da Revista
Aparecida Mitsue, Japão
Obrigada pela Revista de Estudos Homeopáticos! Parabéns, super rica e lindamente editada!!!
Ana Loiola Brandão, Guaratinguetá
Finalmente consegui entender assuntos de homeopatia. Linguagem fácil, clara e acessível! Parabéns à equipe!
João Lins Azevedo, Porangatu
Aqui na minha cidade não tem nenhuma farmácia homeopática, nem médico homeopata, nem terapeuta como vcs da Revista. Não querem vir atender por aqui? Estamos precisando!
Email:
Jornalista Responsável
Editora-Executiva
Sheila da Costa Oliveira
Conselho Editorial
Sheila da Costa Oliveira
Projeto Grá co e Diagramação
Karine Santos
Redatores
Revisão
Sheila da Costa Oliveira
Contato
ANUNCIANTES
Se você também quiser publicar aqui a divulgação do seu trabalho terapêutico, por favor faça contato com revistadeestudoshomeopaticos@gmail.com e receba os detalhes! Teremos prazer em torná-lx mais conhecidx!
HOMEOPATIA E NÓS
DIÁRIO DE BORDO
RETROSPECTIVA DO TRABALHO DO GRUPO LIVRE DE HOMEOPATAS DO CENTRO-OESTE
De agosto a dezembro, o Grupo Livre de Terapeutas Homeopatas do Centro-Oeste continuou estudando aspectos relativos à pandemia de Covid 19, incluindo a vacinação e o tratamento das sequelas pós-Covid. Ao final deste retrospecto, você poderá ler os arquivos em PPT utilizados, onde se fez um histórico das vacinas, tratou-se dos tipos, dos riscos, das vantagens e da legislação vacinal, também dos animais.
Paralelamente a isso, o Grupo também se envolveu no planejamento e na produção do II Seminário Aberto de Terapeutas Homeopatas – II Saberth, que, neste ano, ocorre em 6 de dezembro, mesmo dia da publicação desta 11ª edição da Revista.
Uma comissão mista, coordenada por Suécia Damasceno, foi criada para gerar as rotinas de um evento online, justamente atendendo às circunstâncias contextuais, com propagação rápida de casos, grande número de internações e falecimentos, com impacto doloroso em nível individual, familiar, comunitário, profissional, social. Nesse trabalho, Tânia Rezende continuou a excelente atuação de 2019, criando os perfis do Saberth no YouTube, no Instagram, no Facebook e ajudando a equipe a pensar toda a lógica do evento no formato digital. Os demais membros da equipe – Ramon Lobo, Pricilla Gomes, Nilvania Carneiro, Sheila da Costa, Patrycya Henia, José de Assis, Gleice Arruda, Leda Alves, Perônica Maria, articularam-se para realizar todas as tarefas, incluindo gestão financeira do evento; contato com palestrantes, inscritos e interessados; gravação de vídeos; alimentação de conteúdos nos perfis digitais e tantas outras que contribuem para o sucesso de um evento online.
Desde o início da pandemia, foram realizados inúmeros atendimentos voluntários e doações de medicamentos equilibradores e fortalecedores, na tentativa de reduzir o número de infectados, internados e falecidos.
Na periferia de Goiânia, em Terezópolis de Goiás, Alto Paraíso e Distrito Federal foram atendidas instituições e comunidades carentes, e medicamentos homeopáticos foram distribuídos aos atendidos com a ajuda das farmácias parceiras – erapeutica, Santa E gênia e São Luiz, em Goiânia; Stractus, Farmacotécnica e Dias da Cruz, no Distrito Federal.
O nosódio Coroninum, desenvolvido pelo laboratório HN Cristiano e pela Associação Médica Homeopática Brasileira, foi utilizado em larga escala em Alto Paraíso – aproximadamente 800 doses, com resultados muito positivos tanto na “prevenção homeopática” quanto como tratamento de já infectados. Ao mesmo tempo, ocorreu a produção da 11ª edição da Revista de Estudos Homeopáticos, que traz a público importantes informações sobre vários aspectos da Homeopatia no Brasil e no mundo.
Enfim, o Grupo se manteve ativo, embora com decréscimo de participação de alguns dos participantes mais ativos, devido a problemas familiares e profissionais perfeitamente compreensíveis no atual contexto.
Mas é fundamental destacar que, mesmo com todas as dificuldades enfrentadas, as pessoas que compõem o Grupo estão sabendo lidar com elas e mantiveram rme sua missão e seu propósito de divulgar a Homeopatia e fortalecer a rede de Terapeutas Homeopatas que constitui a grande malha de atendimento no Brasil.
Anna Kossak: uma jornada inspiradora da resiliência à transcendência
convenceu o pai dela, Felippe Kossak, então casado e residente em Curitiba, a tentar uma nova vida como operário na mesma empresa.
Com o tempo, o pai de Kossak foi promovido para o cargo de perito experiente, responsável pelo manuseio de longos cabos de aço que arrastavam os troncos de pinheiro em direção a guindastes enquanto ferrovias eram alongadas, e os acampamentos de operários, transloucados. Sua esposa, Elena Kossak, se ocupava de cozinhar, fazer pães, costurar e cumprir com tarefas domésticas.
Nessas condições nasceram sete lhos, dos quais apenas quatro sobreviveram. Dois deles, Wenceslau Kossak, 12 anos, e João Kossak, 10 anos, foram levados para Curitiba por uma tia para serem alfabetizados, deixando Anna, ainda bebê, com a mãe e sua irmã Olga, de 4 anos.
A professora e médica homeopata brasileira Anna Kossak Romanach nasceu em 1929, em Três Barras, município do Estado de Santa Catarina, uma aldeia minúscula repleta de sobrados de madeira com varandas, armazém e correio, bem ao estilo faroeste norte-americano. Sem escola ou hospital, os moradores contavam com uma parteira voluntária e com uma estação de trem que ligava a pequena vila a Curitiba e a Porto Alegre, quando deixar Três Barras se fazia uma necessidade.
Naquela época, reinava no município a companhia Southern Brazil Lumber Colonization, ou simplesmente Lumber - como era conhecida popularmente -, subsidiária da Brazil Railway Company, uma empresa norte-americana de serraria cujo objetivo era explorar terras em São Paulo, Rio Grande, Santa Catarina e Paraná. A companhia chegou a precisar de um jornalista uente em inglês e foi um primo de Anna Kossak quem ganhou o cargo. Mais tarde, também foi ele quem
Durante a infância, Anna Kossak se divertia arrastando latas vazias furadas que, dotadas de brasas fumegantes, imitavam locomotivas. À tarde, observava o pôr-do-sol com Olga. Então veio a necessidade de mudar de vida. Quando Olga completou oito anos – sem ser alfabetizada –, seu pai comprou uma chácara nos arredores de Curitiba, além do bairro Bigorrilho. Dos irmãos homens, o mais velho, Wenceslau, com talento perceptível para mecânica, preferiu permanecer em Três Barras, e o outro, João, foi premiado com uma bolsa de estudos e viajou para a Europa.
Anos depois, um tio da futura homeopata passou a dividir a residência com ela e sua família. Segundo Kossak, ele era diferente, culto e passou a amar as sobrinhas.
“[Ele] sabia incentivar e instruir. Opinava sobre as melhores escolas e discutia assuntos desde geografia até a Primeira Grande Guerra... Antes de sair para o trabalho, durante a primeira refeição, ele inteirava minha mãe sobre os principais acontecimen -
tos mundiais e eu ouvia, aprendia e sentia”, relembra a homeopata.
A estadia na chácara durou cinco anos e, com palavras da própria Kossak, era “uma ilha tranquila em meio a um inferno”.
Diante da propriedade havia moradias de oito irmãs, cujos maridos alcoólatras transformavam a área num palco de escândalos, palavrões, brigas, facadas e pauladas aos ns de semana. “A polícia era constante. A miséria, chocante”, conta Kossak. “Grudada ao portão de minha casa eu a tudo assistia, horrorizada. Não entendia a razão de tanta desgraça dos lhos maltrapilhos e das esposas espancadas por transviados. Eu sofria vendo e desejava poder fazer algo para evitar aquilo”.
Mas o que ela poderia fazer? Estudar? Trabalhar? Havia uma forma de fazer as bebidas alcoólicas desaparecerem?
Tais indagações, vindas de uma criança que já semeava a empatia que, futuramente, seria colocada em prática em níveis mais complexos ao assumir a pro ssão de médica, eram constantes na mente da pequena Anna, que observava o cenário além dos portões de seu lar como “um lme de misérias materiais e morais, de pessoas vivendo como animais, crianças andrajosas e esfomeadas”. Uma vez que as de ciências eram várias, sob todos os aspectos, e “médico” era uma palavra completamente desconhecida naquela região.
Enquanto isso, Anna Kossak também sofria com crises de otite, chegando a sentir dores insuportáveis de ouvido. Nessas ocasiões, sua mãe ia até uma farmácia homeopática e de lá trazia um vidro com líquido transparente, cujo conteúdo lhe trazia alívio quase que de imediato:
“Tal crise de dor se repetiu várias vezes, sendo sempre superada pelo tal medicamento homeopático, até desaparecer para sempre”, assinala Kossak, acrescentando que este foi seu primeiro contato com a Homeopatia.
Seu pai seguia trabalhando na Lumber e sua mãe passara a costurar para uma loja de artigos masculinos, vez ou outra contando com a ajuda da pequena Anna para pregar botões, bainhas de calças e fazer caseados. Após o processo de acabamento, era hora de passar a peça de roupa à ferro e então fazer a entrega dos pacotes, que continham de dez a 20 calças.
“Minha mãe [os] carregava à loja, ora apoiando o pacote no quadril, ora na cabeça. O ponto de ônibus era distante. Assim, aprendi a trabalhar e trabalhar... E a refletir”, aponta Kossak.
Com o propósito de também alfabetizarem as duas meninas, os pais de Kossak matricularam a ela e Olga num colégio de freiras. De acordo com a própria homeopata, o aprendizado foi de ciente tanto para ela quanto para sua irmã:
“Para o 3 º ano fui matriculada no alto do Bigorrilho, numa escola isolada. Sofri muito. Eu não conseguia entender nada e a professora me humilhava”, recorda Kossak. “Para o 4º ano fui matriculada no Grupo Escolar Dom Pedro II; eu estava atrasada em tudo e passei de ano com di culdade”.
Neste ínterim, mais mudanças. Saindo o pai da Lumber, a família de Kossak deixou a chácara para residir no Bigorrilho, numa zona menos afastada do centro da cidade. Kossak, então, foi matriculada em outra escola, chamada Grupo Escolar 19, para fazer o 5º ano. Lá, ela se tornou a primeira aluna da classe e decidiu fazer o ginásio. Enquanto isso, sua mãe assumiu um armazém de secos e molhados e seu pai encontrava grandes di culdades para conseguir um novo emprego.
“Meu pai trabalhou algum tempo na jardinagem da Prefeitura. Não demorou para que as companhias construtoras cassem sabendo sobre suas habilidades frente à rotura de cabos de aço. [Então, ele] passou a ser bastante requisitado e ganhava bem”, destaca Kossak, logo antes de compartilhar que, anos depois, seu pai acabou falecendo de tétano após ferir um dedo durante o trabalho. A adolescência de Anna Kossak, segundo ela mesma, foi marcada “pelas misérias do mundo”. Acima de qualquer coisa, ela precisava de um emprego. Por isso, aprendeu datilogra a muito cedo e decidiu fazer o ginásio - Ginásio Paranaense, Secção Feminina.
“Tive excelentes professores que valorizavam a mulher”, assinala a homeopata. “Dentre eles jamais esquecerei de Raul Gomes, professor de português e história do Brasil. Esse professor, com rosto desgurado por acidente de arma, foi o maior patriota que já conheci. Sem o saber, ele me despertou para a realidade de que o mundo depende muito da participação da mulher”, complementa.
Na infância, o sonho de Kossak era ser professora: “A ignorância e a pobreza da sociedade me apavoravam”, ela explica. Con -
tudo, terminado o ginásio, ela optou por outro caminho.
“No dia da prova nal, deparei-me com antiga colega que, constrangida, lamentava não poder aceitar um emprego de auxiliar na Gazeta do Povo, devido à oposição da família”, conta Kossak. “Ela estava a caminho da redação, então me dispus a acompanhá-la e me ofereci para o emprego”.
Como resultado, a futura homeopata começou a trabalhar como auxiliar de escritório: “O ambiente me agradava, me instruía e me desembaraçava. O chefe, Carlito, me ensinou [e educou] para jamais esbanjar as oportunidades e os minutos da vida”, assinala, mostrando que, no percurso da jornada pro ssional, todo conhecimento adquirido pode ser aproveitado de alguma forma, independente de qual seja o destino nal.
Naquela época, Kossak também superava e ocultava um problema de saúde que, anos mais tarde, foi diagnosticado como Síndrome de Stein Leventhal, também conhecida como Doença dos Ovários Policísticos (DOP). A descoberta incentivou Kossak a fazer um curso cientí co à noite.
Decidida a cursar medicina, ela passou em 16º lugar entre os 100 aprovados na Universidade do Paraná e pagou por todo o curso com suas economias, trabalhando como secretária e complementando a renda com estágios em postos de saúde, laboratórios e hospitais.
Assim que Kossak recebeu o diploma do curso de Medicina, em 1953, seguiu para Paranaguá, município localizado no litoral do estado do Paraná, onde trabalhou como residente na maternidade local. “Tive uma estada feliz, plena de experiência e espiritualidade”, conta Kossak. “Mas, faltava algo mais”.
Durante uma visita a Curitiba, Kossak se encontrou com colegas paulistas que compreenderam seus anseios de aprimoramento e, assim, recomendaram que ela zesse contato com um outro colega, ligado à Santa Casa de São Paulo. Como resultado, depois de dois anos de experiência clínica, Kossak passou a trabalhar e estudar na Santa Casa de Misericórdia da cidade, então discípula do Professor Ulysses Lemos Torres e presença constante na Segunda Clínica Médica de Homens do mesmo hospital.
“Frequentei o serviço de Anatomia Patológica e, mais tarde, a Clínica Médica de Ulysses Lemos Torres, onde cheguei a publicar três trabalhos na
revista da instituição e onde me senti realizada”, compartilha a homeopata, que logo foi o cialmente designada como chefe responsável de uma enfermaria que contava com cerca de 35 leitos.
Em 1958, a Síndrome de Stein Leventhal começou a interferir na performance de Kossak e, por isso, ela procurou o serviço de ginecologia da Santa Casa. Lá, ela foi encaminhada para o professor e cirurgião Paulo Gorga, que informou que não havia tratamento para a doença, exceto por uma cirurgia de resseção parcial dos ovários com apenas um caso operado no Brasil e para o qual ainda não se tinham resultados ou base cientí ca. “Acedi imediatamente servir de cobaia. A nal, não havia alternativa. Tive sorte. Submeti-me à cirurgia e desde então tive uma vida de mulher normal”, aponta Kossak.
Mais um ano se passou e Anna já estava pronta para deixar São Paulo e retornar a Paranaguá. Contudo, ela recebeu um cartão que lhe recomendou procurar um agente político que estava nomeando pediatras a m de preencher vagas em futuros Postos de Puericultura de São Paulo.
“Eu estava pronta para voltar, mas por que jogar fora aquela oportunidade?”, questiona Kossak.
“Lá fui eu ao 11º andar de um prédio repleto de gente. Do elevador, me deparei com las de pessoas, entre elas, [meus] colegas da Santa Casa.”
Porém, durante sua entrevista para o cargo, Kossak recebeu uma resposta chocante do entrevistador, que declarou que havia dado sua palavra de honra de que não nomearia mais mulheres porque elas “só davam dor de cabeça”.
“Chocada, respondi solenemente: Por minha causa, o senhor não vai faltar à sua palavra de honra. Então, me virei, saí e entrei no elevador”.
Eis que então o entrevistador reaparece diante de Kossak, dizendo que “havia gostado do seu jeito” e que ela seria nomeada.
“Não levei a sério o incidente”, conta ela, que permaneceu no cargo por 11 anos, tratando otites, atendendo gestantes, e ainda encontrando tempo para se especializar em dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia em 1977; ser aprovada no Concurso de Livre-Docência em Clínica Homeopática pela Universidade do Rio de Janeiro e realizar um curso de especialização em Imunopatologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, ambas em 1980; e para se formar como professora
titular da disciplina Clínica Homeopática pela Universidade do Rio de Janeiro, em 1988.
Além disso, Kossak foi responsável pela criação da Unidade de Homeopatia no Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo, de onde foi diretora até 1991 e, no mesmo ano, publicou o livro “Homeopatia em 1000 Conceitos”, considerado um dos clássicos da literatura homeopática. “Levei sete anos para completar [o livro], conta a médica homeopata. “Eu [o] escrevi como gostaria que alguém tivesse escrito e, na 3ª e última edição, acrescentei um adendo com referências à atuação dos médicos homeopatas no Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo”, compartilha.
Nesse meio-tempo, Kossak continuou estágios e também passou a realizar palestras. Com tantos compromissos, é difícil de imaginar que ela conseguiria equilibrar a vida pro ssional e pessoal, no entanto, a dinâmica não foi tão difícil.
“A maioria dos esposos de médicas que conheci foram maridos cooperativos”, ressalta Kossak. “O meu marido, Salvador Romanach Zubietos, era espanhol. Formou-se em engenharia mecânica [...], orgulhava-se por ter contribuído com a construção de Brasília e, por seus serviços prestados à comunidade, recebeu título e medalha de Comedador. Ele sempre me incentivou e se orgulhava dos meus sucessos como se fossem dele”.
E os sucessos foram muitos. Em março de 2004, Anna Kossak foi homenageada com louvor pela Câmara Municipal de Curitiba, premiada com uma placa pelo Serviço Municipal de Homeopatia de Curitiba, e homenageada pelo Simpósio Nacional de Pesquisas Institucionais em Homeopatia de São Paulo; já em 2018 recebeu uma homenagem especial na solenidade de abertura do 73º Congresso da Sociedade Brasileira de Dermatologia, onde também ganhou o prêmio de melhor dissertação/tese.
Atuando como professora de Homeopatia, ela também passou por diferentes instituições, como a Universidade do Rio de Janeiro, em 1980, e a Fundação Faculdade Regional de Medicina de São José do Rio Preto, em São Paulo, em 1990.
Quando perguntada sobre qual seria sua ocupação preferida, clinicar ou ensinar, Anna Kossak preferiu não se limitar a uma opção: “O ensino representa transmissão e ampliação de experiências conquistadas, e a clínica representa conquista e ampliação do conhecimento. O ensino permite
expandir o conhecimento da experiência, representa sabedoria conquistada. Experiência e ensino se complementam”, a rma a homeopata.
Hoje aos 92 anos, Anna Kossak vive uma vida simples e não atua mais como homeopata: “Meu corpo não é mais aquele. Minha Memória também [não]”, relata ela, numa bela lição de humildade.
Mas, olhando para trás e revisitando sua jornada, ela repara em muitos momentos que até hoje lhe dão orgulho e satisfação. Entre eles, Kossak dá destaque para o encontro com seu marido espanhol, companheiro de todas as horas, para o processo de introdução da Homeopatia no Hospital Municipal de São Paulo, a publicação da obra “Homeopatia em 1000 conceitos”, o lançamento de seu site Homeopatia Explicada, todos os seus trabalhos escritos sobre alcoolismo e o preparado homeopático Sulfuricum Acidum como sugestão de tratamento, e a apresentação de suas teses em outros países, como Colômbia, San Salvador, Itália e Grécia.
Os anos vividos também dão a Kossak a experiência necessária para aconselhar estudantes de Homeopatia e homeopatas que estão começando a trabalhar na área. Assim, ela oferece dicas exclusivas para os leitores da Revista de Estudos Homeopáticos na lista abaixo:
• Importante e grati cante é o emprego da Homeopatia em familiares;
• Estude prioritariamente os medicamentos policrestos ou de uso mais frequente. Estude, paralelamente, a toxicologia;
• Organize chários adequados para medicamentos, eczemas, para pacientes, para tudo. Eles servem para consultas e para viabilizar futuros trabalhos;
• Não propague vantagens homeopáticas aos colegas alopatas. O intercâmbio simplesmente acontece e de forma espontânea;
• Não se faça homeopata para ganhar mais dinheiro;
• Visite e conheça um laboratório homeopático;
• Estude uma patogenesia diariamente durante a semana e duas aos domingos;
• Toda cha clínica pode ser valiosa para uma tese futura. Todo caso atual pode se tornar valioso e merece cautela.
Em suma, uma vida inspiradora e profícua, a quem rendemos homenagem nesta décima primeira edição da Revista de Estudos Homeopáticos.
Homeopatia em 1000 Conceitos
Título: Homeopatia em 1000 Conceitos
Autora: Anna Kossak-Romanach
Editora: ELCID
Número de páginas: 561
Imagem: Material de divulgação
Na obra “Homeopatia em 1000 conceitos”, Anna Kossak coloca em prática a sua grande habilidade didática, alcançada com décadas de experiência como médica homeopata, bem como pesquisadora e professora de Homeopatia, dispensando divagações teóricas para utilizar uma linguagem direta e simples que facilite a compreensão e a interpretação do denso conhecimento exposto por Samuel Hahnnemann no “Organon”, além de apresentar aspectos relativos ao campo da medicina tradicional. O livro é dividido em 49 capítulos, cada um deles abarcando diferentes números de conceitos relacionados a temas como: fundamentos da Homeopatia, Organon, farmacotécnica homeopática, nosódios, saúde pública e vacinas, medicina psicossomática, pesquisa das diluições homeopáticas e as di culdades à difusão da Homeopatia, entre outros.
Onde encontrar:
•Estante Virtual
•Megaleitores
•Mercado Livre
Benefícios da Homeopatia durante a gravidez
“Notei diferença na primeira semana quanto aos enjoos e a insônia, que demorou um pouco mais, mas hoje já não co sem sono. Então, pra mim foi muito bom, assinala Castro”.
Os preparados homeopáticos são produzidos a partir de extratos vegetais, animais, minerais e sintéticos, seguindo regras de dinamização e diluição, processos estudados, testados e comprovados por Sammuel Hahnemann, médico alemão e fundador da Homeopatia em 1779.
Grávida de gêmeos, Audri Castro (37), moradora de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, já é mãe de uma menina de sete anos, mas só agora cogitou fazer uso de preparados homeopáticos para aliviar sintomas comuns do período de gravidez, como azia e enjoo.
“Decidi procurar ajuda porque eu estava muito enjoada, tinha muita enxaqueca e insônia”, conta Castro durante uma entrevista ao site Terra. “Eu fazia uso de remédios antes da gestação e tive que parar de tomar agora por aconselhamento médico porque poderiam causar malformação fetal”. Foi uma amiga quem aconselhou Castro a recorrer à Homeopatia e, mesmo um pouco descon ada de início, ela decidiu fazer uma consulta online.
“Essas substâncias são diluídas em álcool ou água e passam por um processo de sucussão, agitada de forma rigorosa, que pode ser repetido inúmeras vezes”, explica o farmacêutico homeopata Jamar Tejada, também para o Terra. “Ao fazer isso, as características de cura do substrato escolhido são transferidas para o solvente, devido à propriedade de memória da água. Ao contrário do que se pensa, quanto mais diluída for uma preparação homeopática, maior será a sua potência”, completa.
Ainda de acordo com Tejada, a Homeopatia trata o doente e não a doença:
“Um tratamento para enjoo não vai atuar no sintoma, mas no desequilíbrio da energia da paciente que a levou a responder daquela maneira. [...] Como a homeopatia trata o todo, um medicamento para enjoo em uma grávida não deverá ser o mesmo para outra gestante, pois as causas podem ser diferentes. Somos seres únicos”, destaca.
Fonte: Terra
Prefeitura de Campo Grande distribui preparados homeopáticos durante a pandemia
aumentar a imunidade da população diante da pandemia de Covid-19.
A prefeitura recebeu doação de 180 mil doses da fórmula homeopática e, para retirá-los, basta comparecer à unidade e fazer a solicitação, sem necessidade de apresentar prescrição médica. A distribuição dos preparados homeopáticos será realizada enquanto durarem os estoques e não existe previsão de reposição quando estes acabarem.
Foto: Sede da prefeitura/Rádio Caçula.
Em parceria com a Associação de Homeopatia de Mato Grosso do Sul, a prefeitura de Campo Grande, capital do estado, começou a distribuir preparados homeopáticos no dia 19 de agosto, em sete unidades básicas de saúde, com o objetivo de
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), os preparados homeopáticos distribuídos não possuem contraindicações e, portanto, não é necessário avaliar critérios como mal-estar, dores e febre, para que um cidadão possa retirar uma dose da medicação.
Fonte: G1
AMHB promove live para relatar resultados de ação para prevenção da pandemia em Maraú, Bahia
No dia 20 de agosto, a Associação Médica Homeopática Brasileira (AMHB) realizou a “live” #HomeopatiaEmAção para apresentar resultados de uma ação preventiva da pandemia de Covid-19, que aconteceu em Maraú, no distrito sanitário de Saquaíra, na Bahia.
Durante a live, os profissionais envolvidos explicam que distribuíram preparados homeopáticos para as comunidades mais vulneráveis do local e então retornaram para analisar
os resultados do tratamento. Assim, fizeram a extraordinária descoberta de que a população que fez uso da Homeopatia não foi afetada.
A live foi assistida por cerca de 250 pessoas, incluindo médicos homeopatas e público em geral, e está disponível no canal da AMHB no Youtube com o título “Solidariedade Promove Ação de Homeoprofilaxia no Distrito de Maraú, Bahia”.
Foto ilustrativa/Pixabay
A pandemia ainda não acabou, mas um grande número de pessoas está retornando ao trabalho presencial todos os dias, até mesmo aqueles que passaram os últimos meses de quarentena e na companhia de seus “pets”, expressão em inglês que se refere a animais de estimação.
No caso do maltês Chico, de 1 ano e 8 meses, por exemplo, depois de passar tanto tempo ao lado da dona, a administradora de empresas Amanda Pelinsari Carneiro, ele passou a notar algumas mudanças que o deixam em estado de alerta, como os momentos em que Carneiro sai de casa para deixa-lo sozinho, mesmo que por períodos curtos de tempo, e o fato de ela ter começado a manter a porta do home o ce fechada enquanto ela trabalha.
“Estou tentando adaptá-lo para que não sinta tanto a minha falta enquanto eu estiver trabalhando fora”, explica Carneiro em entrevista para a Revista Encontro.
Assim como o pequeno Chico, muitos outros animais sofrem com a ausência de pessoas queridas. Tanto, que às vezes chegam a apresentar sintomas da Síndrome de Ansiedade de Separação, quadro que afeta seres humanos assim como animais, resultando em depressão e diferentes distúrbios comportamentais.
Alguns “pets” podem reagir com certa rebeldia, usando latidos, miados, uivos intensos e até auto-
mutilação para chamar a atenção dos donos, bem como aproveitar que estão sozinhos em casa para arranhar móveis, paredes e urinar ou defecar em diferentes cômodos. Outros caem em profunda apatia e perdem a capacidade de reação, chegando a recusar comida.
“É preciso car atento para não deixar o quadro evoluir para uma baixa de imunidade e exacerbação de doenças pré-existentes”, destaca o veterinário Denerson Ferreira Rocha, especialista em homeopatia, também durante entrevista para a Revista Encontro. “Compreender o lado emocional dos animais é uma medida fundamental para tratar as origens do transtorno”, reforça o especialista.
A empresária Nathália Minzon Fernandes, proprietária de um pet shop, fez questão de se organizar para que a volta ao trabalho acontecesse de forma gradativa, evitando um impacto emocional muito forte nas cadelinhas Shakira, de 9 anos, e Madonna, de 8, ambas sem raça de nida.
“Como a mudança não ocorreu bruscamente, facilitou a adaptação”, aponta Fernandes, que agora trabalha em período integral, mas conseguiu autorização para levar suas “pets” ao local de trabalho duas vezes por semana.
Esse luxo, no entanto, não é a realidade de muitos donos de animais de estimação. Mas a boa notícia é que existem diferentes recursos para combater a síndrome, entre eles, a Homeopatia e outras terapias complementares como a acupuntura e os orais.
Ainda assim, é importante colocar as necessidades básicas dos “pets” no topo da lista de prioridades, ajudando-os a exercitar o raciocínio e promover atividades mentais positivas através de exercício físico, da convivência com outros animais e da interação com brinquedos ocupacionais.
Fonte: Revista Encontro
Como o retorno ao trabalho presencial está afetando animais de estimação
Homeopatia X Antibióticos para combater mastite de vacas em lactação
Caracterizada por uma in amação na glândula mamária, a mastite é uma doença que causa grandes prejuízos para a pecuária leiteira, reduzindo consideravelmente a quantidade do leite produzido por animais, assim como sua qualidade.
Num artigo publicado no site “O Presente Rural”, os médicos veterinários César Coutinho e Denize Fraga analisam os tratamentos disponíveis para combater a mastite de vacas em processo de lactação, colocando a Homeopatia como aliada de tratamentos convencionais.
Segundo o texto, a utilização de antibióticos serve para atacar diretamente o agente causador da doença enquanto os preparados homeopáticos agem aumentando as defesas do animal. Porém, logo em seguida, os autores levantam a seguinte questão: A Homeopatia pode curar ou prevenir a mastite bovina?
De acordo com eles, a resposta é a rmativa:
“A Homeopatia é um tratamento utilizado há séculos em homens e animais”, diz o artigo. “Em relação à aplicação na sanidade animal, sabe-se que a Homeopatia é composta por substâncias extraídas da natureza, proveniente do reino mineral, vegetal ou animal, que podem ser utilizadas na cura de doenças ou na prevenção”.
Para os autores, a Homeopatia pode, sim, curar e prevenir e isso depende de dois fatores: a escolha de um produto que tenha similaridade com os agentes causadores da mastite no rebanho e a dose que será utilizada:
“[Com] uma dose alta, há possibilidade de cura [e] se utilizarmos uma dose baixa, temos o efeito de prevenção”, destaca Coutinho e Fraga no artigo.
Ainda segundo o texto, no caso da mastite, a Homeopatia também serve como ferramenta para controlar a resistência de medicamentos convencionais, atuando com eles de forma simbiótica.
Com o objetivo de comprovar a e cácia do tratamento homeopático na prevenção da mastite em vacas leiteiras, a Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí) dividiu os animais em dois lotes. Apenas um deles recebeu a suplementação homeopática (n=25).
O período de experimentação durou oito semanas, com os animais em sistema de pastejo suplementadas em canzil com silagem de milho e concentrado, e com o produto homeopático misturado à alimentação na dose de 10g/dia, duas vezes ao dia.
Durante a ordenha, a produção individual das matrizes em lactação foi avaliada pela manhã e pela tarde, com auxílio de medidores eletrônicos de volume de leite acoplados a ordenha, uma vez por semana.
As amostras individuais de leite das vacas foram coletadas diretamente dos mesmos medidores, 60% durante o turno matutino e 40% (50ml) do tubo no vespertino para análise das
porcentagens de gordura, proteína, nitrogênio ureico e contagem de células somáticas.
Todas as amostras foram identi cadas e enviadas para o laboratório o cial uma vez por semana. Uma amostra de leite das vacas em lactação foi coletada tanto no início do experimento quanto no final para análise de cultura e antibiograma, seguindo critérios de higienização dos tetos após a retirada dos três primeiros jatos.
Os resultados alcançados mostraram um aumento de meio litro por dia na produção de leite, sem interferência direta em sua composição em relação à gordura e proteína, e que os animais mantiveram uma quantidade similar de nitrogênio ureico, demonstrando que não houve interferência na dieta. Além disso, o grupo de vacas lactantes que recebeu o tratamento homeopático apresentou uma sensibilidade maior aos antibióticos testados ao nal do experimento, comprovando efeito imunológico na defesa dos animais para mastite.
Na conclusão do artigo, Coutinho e fraga a rmam que é necessário estimular mais estudos nessa área para esclarecer os efeitos que a Homeopatia pode trazer aos rebanhos.
Fonte: O Presente Rural
Homeopatas voluntários lançam campanha para oferecer tratamento homeopático gratuito durante a pandemia
Grupos de estudo
Desde o início da pandemia, inúmeros grupos de estudos de médicos homeopatas foram organizados, tanto no Brasil como no exterior, com o objetivo de analisar quais medicamentos homeopáticos podem ser usados contra a Covid-19, e como a Homeopatia pode colaborar com os pacientes que necessitam de atendimento, mas que não têm condições nanceiras de pagar por ele.
Esses núcleos trocam informações constantemente e então apontam um grupo de medicamentos com mais relevância para orientar os atendimentos dos médicos voluntários.
Imagem ilustrativa: Site da campanha “Homeopatia na Covid-19”
Uma parceria entre a Escola de Homeopatia de Curitiba e da Associação Médica Homeopática Brasileira (AMHB) resultou na campanha “Homeopatia na Covid-19”, iniciativa que reúne médicos homeopatas voluntários para oferecer acompanhamento homeopático gratuito e individualizado para a população brasileira. Também participam dezenas de farmácias homeopáticas de todo o país, oferecendo medicamentos homeopáticos com custo reduzido.
Há cerca de quatro meses a equipe de homeopatas voluntários vem atendendo pacientes que apresentam sintomas leves, quadros de tratamento com isolamento domiciliar, e também aqueles que se interessam em prevenir a Covid-19, tudo através da telemedicina. É possível acessar o site através do link: https://homeopatianacovid.com.br.
“Esse atendimento homeopático é um complemento e passa as mesmas orientações sobre higiene e contenção do vírus repassadas pelas autoridades de saúde”, ressalta Dr. Luiz Darcy Siqueira, presidente da AMBH. “Não é uma cura da Codiv-19, nem uma vacina, mas uma forma de harmonizar o indivíduo em todos os aspectos – físico, emocional e psicológico – que são avaliados no tratamento homeopático”, completa.
Telemedicina
O atendimento aos pacientes tem as seguintes características: ambulatorial, individualizado, à distância e gratuito. Os pacientes que atendem os pré-requisitos (que apresentam sintomas leves ou quadro de tratamento com isolamento domiciliar), devem se cadastrar no site da campanha: “www.homeopatianacovid.com.
br”, onde receberão login e senha. Esse cadastro, que é seguro e criptografado, vai gerar um prontuário médico e um termo de consentimento que o paciente deve assinar eletronicamente. Em seguida, ele responderá perguntas sobre seu quadro clínico e um questionário homeopático especí co, criado para o Covid-19. Essas informações serão direcionadas, geogracamente, a um médico homeopata voluntário, e o atendimento será feito na modalidade de telemedicina, ferramenta autorizada temporariamente pelo Ministério da Saúde.
Médico Homeopata Voluntário
Após analisar as respostas, o homeopata fará a prescrição, com base nas características individuais do paciente, de um dos medicamentos identi cados pelos grupos de estudo. Os médicos homeopatas voluntários passam por capacitação e tutoria sobre a operacionalização da campanha e sobre o modelo de atendimento, através do Conselho de Entidades Formadoras da AMBH. Os resultados serão arquivados e encaminhados para futuras publicações cientícas. Todo o processo segue os critérios de sigilo médico.
Preço reduzido
A Associação Brasileira de Farmacêuticos Homeopatas (ABFH) também apoia a campanha “Homeopatia na Covid-19” e várias farmácias estão cadastradas no site. Dessa forma, os pacientes podem adquirir o medicamento homeopático com preço reduzido.
Apoiadores
A campanha “Homeopatia na Covid-19” foi criada pela Associação Médica Homeopática Brasileira (AMHB), operacionalizada pela Escola Homeopática de Curitiba (EHC), e conta com o apoio: das Associações Federadas da AMHB; do Conselho de Entidades Formadoras da AMHB, que reúne as Entidades Formadoras Acreditadas à AMHB; da Associação Brasileira
de Farmacêuticos Homeopatas (ABFH); da Associação Brasileira de Cirurgiões Dentistas Homeopatias (ABCDH), Associação Brasileira de Médicos Veterinários Homeopatas (ABMVH) e da Fundação de Estudos Médicos Homeopáticos do Paraná (FEMHPR).
Doações
A Campanha é gratuita para a população, mas há um custo operacional e de manutenção do site. É possível ajudar a manter o atendimento funcionando através de doações.
Acesse o site o site: “https://amhb.org.br/homeopatia-na-covid19” para mais informações.
O valor sugerido é de R$ 150,00 (cento e cinquenta reais) ou mais, depositados na conta do Projeto AMHB Santander Ag 3919 CC 13.005.261-0 CNPJ 62.580.642/0001-64 (favor enviar comprovante pelo e-mail: amhb@ amhb.org.br ou WhatsApp 11 99925-8438).
Também é possível fazer doações através do PagSeguro, acesse o link: “http://bit.ly/amhb-doe”.
Fonte: Assessoria da AMHB
MUNDO
Projetos de lei de Homeopatia e sistema de medicamentos são aprovados no parlamento indiano
No dia 14 de setembro, o Parlamento indiano, localizado em New Delhi, aprovou dois projetos de lei que melhoram a disponibilidade de tratamentos homeopáticos e de pro ssionais quali cados do Sistema Indiano de Medicina em todo o país.
A “Lok Sabha”, que corresponde à Câmara dos Deputados no Brasil, aprovou os projetos de lei da Comissão Nacional de Homeopatia e da Comissão Nacional de Sistema Indiano de Medicina. Vale lembrar que a Rajya Sabha, que tem o mesmo papel do Senado brasileiro, já havia aprovado ambos, portanto, agora só basta a aprovação do presidente Ram Nath Kovind para que eles se tornem leis formalmente.
Alguns membros da oposição protestaram contra o projeto de lei, dizendo que o centro precisava realizar consultas mais amplas. Mas, segundo o ministro da Saúde, Harsh Vardhan, as leis propostas ajudarão na me-
lhor administração da Homeopatia e do sistema indiano de medicamentos.
“As legislações propostas promovem cuidados de saúde equitativos e universais que encorajam a perspectiva da saúde da comunidade e tornam os serviços desses pro ssionais médicos acessíveis a todos os cidadãos”, disse o governo da União.
Os projetos de lei promovem metas nacionais de saúde, encorajam os pro ssionais médicos a adotarem as pesquisas médicas mais recentes em seus trabalhos e a contribuem para a pesquisa com uma avaliação objetiva, periódica e transparente das instituições médicas. Além disso, eles também facilitam a manutenção de um registro médico da Homeopatia, assim como do Sistema Indiano de Medicina, impondo altos padrões éticos em todos os aspectos dos serviços médicos.
Fonte: NDTV
Homeopatia para envelhecimento saudável
Sarci Filippo/PixabayO dia 1º de outubro é marcado pela data do “Dia Internacional do Idoso”, criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para conscientização e celebração da contribuição dos nossos idosos à sociedade. Este ano, no seu 30º aniversário, a data também deu destaque para o lançamento da “Década do Envelhecimento Saudável da Organização Mundial da Saúde”, que visa melhorar a vida de pessoas idosas, suas famílias e das comunidades onde elas vivem.
O modo como cuidamos dos mais velhos nunca foi tão importante. No Reino Unido existem cerca de 12 milhões de pessoas com mais de 65 anos, um número que cresce a cada ano. No entanto, conforme nossa expectativa de vida aumenta, também aumenta o tempo médio gasto com problemas de saúde.
De acordo com as estatísticas mais recentes, mais da metade das pessoas com mais de 65 anos na Inglaterra têm duas ou mais condições médicas ou doenças de longo prazo. Entre alguns dos problemas mais comuns estão diabetes, artrite, doenças cardíacas, DPOC e hipertensão. Portanto, não é surpreendente que o uso de medicamentos controlados aumente à medida que envelhecemos. Na verdade, mais de 60 por cento das prescrições na comunidade são para pessoas com mais de 60 anos. E quase um quarto de todas as pessoas com mais de 85 anos toma pelo menos oito medicamentos prescritos diferentes a cada semana.
Embora esses medicamentos possam claramente desempenhar um papel no controle dos sintomas, existem preocupações de que,
em alguns casos, os medicamentos não sejam tomados como pretendido, e estima-se que cerca de uma em cada cinco prescrições para idosos que moram em casa podem ser inadequadas. O Plano de Longo Prazo do NHS, Serviço Nacional de Saúde da Inglaterra, reconhece o desa o de medicamentos mal administrados e espera abordar isso melhorando as avaliações de medicamentos e garantindo que os farmacêuticos façam parte das equipes de saúde da comunidade local. Também há planos para expandir o uso da “social prescribing” – um meio de permitir que clínicos gerais, enfermeiras e outros pro ssionais de saúde e cuidados encaminhem pessoas para uma variedade de serviços locais não clínicos – para apoiar as pessoas de uma forma mais holística e reduzir o padrão de medicamentos prescritos.
Ao considerar uma abordagem mais holística para apoiar o envelhecimento da nossa população, o tratamento homeopático deve ser incluído na gama de opções disponíveis. Além de ser e caz para doenças físicas, também pode ajudar nos desa os emocionais e mentais que, muitas vezes, podem fazer parte dos problemas de saúde mais amplos que os idosos enfrentam.
Um estudo realizado em 2010 acompanhou o progresso ao longo de dois anos de uma série de pacientes alemães e suíços com mais de 70 anos e que apresentavam problemas crônicos de saúde. Ele concluiu que a “gravidade da doença mostrou melhorias marcantes e sustentadas” sob o tratamento homeopático e que a Homeopatia “pode desempenhar um papel bené co no cuidado de longo prazo de idosos com doenças crônicas”.
Portanto, à medida que começamos a buscar uma abordagem mais personalizada para cuidar de nossos idosos, o tratamento homeopático deve fazer parte dessa mistura, oferecendo suporte seguro, e caz e barato para uma velhice mais feliz e saudável.
Fonte: Homeopathy School
Modelo dos anos 90 vira homeopata e mantém a calma durante a quarentena
to da vida, pois eles teriam que remover a parte inferior de sua pálpebra.”
Ansiosa para encontrar uma solução menos in- vasiva, Zinaich encontrou o cartão do veterinário homeopata Dr. Roberto Gil ao visitar uma loja de animais de estimação no East Village:
“Ele avaliou a situação e, após duas semanas dando a ela um remédio chamado Thuya, que é feito de pinheiros, o tumor se dissolveu completamente.”
Impressionada com o tratamento natural e dis- creto, Zinaich buscou mais informações e co- meçou a estudar com a homeopata Sue Anello, de Nova York, que ela agora considera uma mentora.
Vinte e cinco anos depois, Zinaich, agora com 45, tem seu próprio consultório.
Entre a pandemia global, manifestações por justiça social e instabilidade governamental, essa nova década teve um início tumultuado. Ainda assim, lidar com o estado do mundo não precisa ser física e emocionalmente debilitante. Um exemplo disso é Danielle Zinaich, estrela da moda dos anos 90 que se tornou especialista em terapia complementar e que tem canalizado suas energias para bem-estar e cura durante esses tempos estressantes.
Presença constante nas passarelas de designers como Marc Jacobs, Anna Sui e Karl Lagerfeld, hoje em dia Zinaich tem o dever duplo de trabalhar como modelo - ela assinou contrato com a agência de Nova York e Lions - e como homeopata licenciada:
“Tem sido fortalecedor aprender sobre esses re- médios básicos e cuidar de mim mesma”, disse Zinaich em entrevista à Vogue. “Estamos em um momento em que todos nós precisamos cuidar da nossa saúde e estar atentos ao que es- tamos colocando em nossos corpos.”
A jornada de Zinaich rumo a terapias comple- mentares foi inesperada. Em 1994, sua cadela chamada Gypsy desenvolveu um tumor que seu veterinário insistiu que exigia uma extensa ci- rurgia e, potencialmente, a remoção de um olho:
“Nós a levamos para um check-up normal e, depois de receber uma injeção, ela imediata- mente desenvolveu esse tumor no olho. Eles nos disseram para car de olho nele por alguns dias, mas foi cando cada vez maior”, explicou Zinaich. “Finalmente, eles nos disseram que ela precisaria de pontos e usar um cone para o res-
Frequentemente na estrada para trabalhar en- quanto viaja de uma capital da moda para a ou- tra, Zinaich descobriu que seu conhecimento acerca de tratamentos naturais também a ajudou a combater o cansaço que acompanha sua rotina tão agitada.
“No auge de tudo, eu viajava muito e pegava res- friados constantemente. Eu cava com “jet lag” e dolorida por estar no set e ter que fazer todas aquelas posições estranhas”, contou a modelo e homeopata. “Eu comecei a passar um tempo com a Sue pensando apenas na minha energia geral e no meu bem-estar, mas aprendi muitas coisas com o passar do tempo que me ajudaram a crescer.”
Como qualquer pessoa com acesso ao Google pode dizer, há muito barulho online sobre o que constitui uma vida saudável, mas a loso a de Zinaich, desenvolvida após duas décadas de aulas e certi cações, é acessível: ouça seu corpo e desligue-se do barulho:
“Desenvolva uma rotina que lhe dê motivação e energia”, apontou Zinaich. “A pior coisa que você pode fazer agora é assistir ao jornal e su- cumbir ao medo. Cuidar de si mesmo faz parte de resistir a esse desejo.”
Atualmente, muitos dos clientes de Zinaich se concentram em aliviar o estresse e reter energia já que trabalhar de casa é o “novo normal”.
“Muitas pessoas estão presas em seus aparta- mentos e na frente de um computador, mas você precisa encontrar uma maneira de obter vitamina D”, explicou Zinaich. “Se você não
Foto: Drew Bordeaux/Voguereceber o su ciente, pode ser afetado por um transtorno afetivo sazonal - mesmo no meio do verão. Pelo menos 15 minutos de luz solar direta todos os dias e um suplemento de 5.000 UI e você estará no caminho certo”.
Ainda de acordo com Zinaich, criar um plano de ação também é um propósito essencial:
“Faça uma lista de metas para cada dia e escolha coisas que você pode concluir; como limpar uma gaveta, dar um passeio, ler um livro”, assinalou Zinaich. “Depois de determinar um tempo para atividades como meditação, ioga ou para estimular sua criatividade, ca muito mais fácil manter essas mudanças e permanecer positivo.”
Para Zinaich, tomar suplementos como arnica (para in amação) e bioplasma (para fadiga), especialmente os da Boiron, a base da farmácia francesa, auxiliam no processo, mas o que consumimos é igualmente importante. “Usar comida como remédio é uma grande parte da minha
prática. Se você não pode cultivar seus vegetais, compre-os no mercado e esforce-se para incorporá-los em todas as refeições, e comece a usar ervas em sua culinária”, diz Zinaich. “O óleo de orégano é potente, assim como alecrim, manjericão, alho e cebola. Chá de gengibre e mel para dor de garganta, cúrcuma para ajudar com inamações, tudo isso só acrescenta”.
Tal como acontece com muitos tratamentos complementares, a Homeopatia tem seus depreciadores, e isso não passou despercebido por Zinaich: “Aqueles que não experimentaram por si pró- prios podem ser céticos, mas acho que as pes- soas devem ter a mente aberta quando se trata do processo”, disse ela. “Se você não acertar a combi- nação do remédio, o remédio não age e nada acon- tece. Trata-se de encontrar o tratamento adequado para cada pessoa, porque quando você acerta, os resultados podem ser imediatos”, ressaltou.
Fonte: Vogue
Índia realiza processo de recrutamento de homeopatas para enfrentar a pandemia
Foto: E-Health
No dia 8 de outubro, em meio ao aprofun- damento da crise de empregos causada pela Covid-19, o ministro-chefe de Uttar Pradesh, estado localizado no norte da Índia, Yogi Adi- tyanath, ordenou o início de um processo de recrutamento para preencher cargos vagos em todos os departamentos do governo estadual. Assim, cartas de nomeação online foram emi- tidas para pro ssionais de Homeopatia e Ayur- veda que foram selecionados pela Comissão de Serviço Público de Uttar Pradesh do De- partamento de Ayurveda, Yoga e Naturopa- tia (AYUSH).
O Ministro da AYUSH, Dr. Dharam Singh Saini, também fez a alocação de dispensários
online para todos os médicos de uma maneira transparente e baseada no mérito. Segundo ele, a Comissão do Serviço Público Estadual no- meou 517 postos de médicos Ayurveda e 575 postos de médicos Homeopatas.
Desejando boa sorte a todos, Saini disse que Uttar Pradesh está vivendo um desastre e que é necessário tirar a população dessa situação através dos serviços médicos. Ainda de acor- do com ele, todos os médicos nomeados são jovens e devem trabalhar em seu campo com total entusiasmo para que a fé no homem co- mum e no governo sejam aumentadas.
Fonte: e News Trace
Tratamento homeopático pode auxiliar pacientes com câncer de pulmão, aponta estudo
Segundo um artigo publicado no site Physi- cians Weekly, a Homeopatia utilizada como tratamento complementar pode melhorar a qualidade de vida e prolongar a sobrevivência de pacientes com câncer de pulmão de células não-pequenas (NSCLC).
De acordo com o grupo de autores que as- sinam o artigo, que conta com 16 médicos e pesquisadores da Áustria, da Índia e da Suí- ça, o estudo, que se encontra na fase III, teve como objetivo investigar se a homeopatia utilizada como terapia complementar pode in uenciar na qualidade de vida (QV) e na sobrevida de pacientes com NSCLC.
Assim, foi realizado um experimento para avaliar os possíveis efeitos do tratamento homeopático como terapia complementar em comparação com o placebo em pacientes com NSCLC estágio IV.
Os pacientes tratados visitavam o hospital a cada nove semanas: 150 pacientes com NS- CLC estágio IV foram incluídos no estudo; 98 receberam remédios homeopáticos individu- alizados (n = 51) ou placebo (n = 47) de for- ma duplo-cega; e 52 pacientes não receberam qualquer intervenção homeopática.
Os preparados homeopáticos tinham origem vegetal, mineral ou animal, e foram fabrica- dos através de etapas de diluição e sucussão, assim alcançando um grau de Boas Práticas de Fabricação (BPF) estável.
A Qualidade de Vida (QV), bem como escalas funcionais e de sintomas, mostraram
melhora signi cativa no grupo tratado com Homeopatia em comparação com o que recebeu placebo, após 9 e então 18 semanas de tratamento.
Ao nal do estudo, o tempo médio de sobre- vivência dos pacientes foi signi cativamente maior no grupo que recebeu tratamento ho- meopático (435 dias), em comparação com o que recebeu placebo (257 dias), e o grupo que não recebeu qualquer um dos dois (228 dias).
Outra conclusão interessante a qual o grupo de pesquisadores chegou é que a QV melho- rou signi cativamente no grupo que recebeu Homeopatia, versus o que recebeu placebo. Além disso, a sobrevida também foi signi- cativamente maior no grupo que recebeu preparados homeopáticos. Dessa forma, uma qualidade de vida melhor pode ter contribuí- do para a sobrevida prolongada.
De acordo com a publicação, a Homeopatia in uencia positivamente não apenas no fa- tor Qualidade de Vida, mas também na sobrevivência dos pacientes. Contudo, mais estudos, incluindo de outras entidades tumorais, são necessários.
Assim, para os pesquisadores, pacientes com câncer avançado de pulmão de células não- -pequenas têm opções de tratamento limitadas, mas se a Homeopatia é oferecida em conjunto com o tratamento anticâncer convencional, os efeitos colaterais podem ser aliviados.
Fonte: Physicians Weekly
Conheça Ramchandra Dandekar, o homeopata de 87 anos que atende pacientes nas zonas mais remotas da Índia há seis décadas
Nos últimos 60 anos, Ramchandra Dandekar, morador de Sushi (Chandrapur), no estado de Maharashtra, na Índia, tem apenas uma missão: atender pacientes de classes menos privilegiadas e que não podem pagar por tra- tamentos médicos.
De acordo com a matéria publicada no site “New Indian Express”, todos os dias, sem fal- ta, Dandekar pega sua bicicleta e visita as vilas mais isoladas de Maharashtra para levar tratamento mé- dico de qualidade a famílias menos favorecidas.
Antes de decidir trabalhar como homeopata voluntário, Dandekar obteve diploma em Ho- meopatia e atuou como professor por um ano até que um conhecido o incentivou a trabalhar em áreas rurais em vez de dar aulas na cidade. Dandekar concordou sem hesitar e, desde então, tem servido aos pobres e aos pacientes pertencentes a tribos com extrema abnegação.
“Tenho 87 anos, mas não estou cansado e nem quero descansar. Eu quero servir ao povo; isso me dá uma energia imensa”, disse Dandekar ao “New Indian Express”, evidenciando que a alegria de levar socorro às pessoas ignoradas pela máquina do Estado e pelo mainstream são o combustível necessário para que ele con- tinue trabalhando sem pausa.
Com duas sacolas contendo remédios e kits de teste, Dandekar parte em sua bicicleta às 6h30 da manhã, sem calçados ou óculos, e retorna en- tre 12h30 e 13h. “Se necessário, vou novamente à noite”, contou Dandekar, que prefere caminhar quando os pacientes moram perto de sua casa e também usa o ônibus de vez em quando.
“Chandrapur é uma área de oresta remota e altamente densa, com muitas localidades aonde os ônibus não podem ir. Portanto, andar de bicicleta ou caminhar são as únicas opções para chegar às aldeias distantes e tratar as pes- soas. Em tempos de pandemia, muitas pesso- as também não têm dinheiro para ir a hospi- tais. Então, decidi tratá-los em casa”, explicou o médico homeopata.
Dandekar já tratou milhares de pacientes. Quanto ele cobra?
“Não é obrigatório pagar porque isso depende das possibilidades do paciente”, ressaltou. Na maioria das vezes, a gratidão e a boa vontade dos pacientes e de seus familiares já são sucientes para ele.
Fonte: New Indian Express
Foto: Sajeda Akhtar/TwitterMedicamentos homeopáticos são distribuídos em prisão indiana para aumentar a imunidade de presos e trabalhadores
Foto: Times of India
O preparado homeopático Arsenicum Album CH30, considerado bené co para impulsionar o sistema imunológico contra a Covid-19, foi distribuído na Prisão Central de Ambala, na Índia, no dia 16 de setembro, para presos e funcionários.
De acordo com o superintendente da prisão, Lakhbir Singh Brar, um total de 650 pacotes foram entregues e os medicamentos foram fornecidos pelo Instituto Indiano de Homeopatia, liderado pelos médicos Harprakash
Para Sharma: “Esse medicamento deve ser tomado continuamente por três dias consecutivos todo mês até que haja um surto de Covid-19 e está sendo distribuído após estudos intensos dos cientistas da “Homeopathic Research”, do Departamento de Sistema Indiano de Medicina e Homeopatia (AYUSH), do Governo da Índia.
Fonte: Times of India
Sharma, Anil Kohli, Dr Bharat Bhushan e Dr Satvik Sharma.Tratamento homeopático para doenças agudas
De acordo com o Organon de Sammuel Hahnnemann, doenças agudas são processos de perturbação da força vital que causam problemas de saúde e podem evoluir tanto em direção à cura de um paciente quanto para sua morte, num intervalo de tempo determinado e rápido.
agudos mais comuns entre seus pacientes são de alergias, in amações, intoxicações, anemia, desconfortos intestinais, lesões físicas e convulsões.
Ainda segundo Hahnnemann, doenças agudas podem ser provocadas por fatores externos físicos, alimentares e emocionais, entre outros; e também podem atacar seres humanos de forma individual ou coletiva, como acontece no caso de epidemias e pandemias, ou de maneira esporádica quando, por exemplo, várias pessoas cam resfriadas ou gripadas depois de uma mudança súbita de temperatura.
Para o terapeuta homeopata Adriano de Oliveira, formado em Homeopatia pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), pelo Instituto Flávia Barits e pela School For Human Chemistry and Homeopathic Detox do homeopata mundialmente conhecido Tom Jansen, os quadros de saúde
“Eu compreendo doenças agudas como manifestações mais pontuais e exacerbadas dos efeitos do adoecimento geral, ou de acometimentos inesperados que encontram ambiente propício devido à alteração da energia vital, manifestando sintomas desse abalo energético”, aponta Oliveira. “O objetivo ao tratar ocorrências crônicas é gerar conforto ao doente, diminuindo ou eliminando a frequência, a intensidade e a duração do processo agudo”, complementa o terapeuta homeopata, que trabalha na área há cerca de 15 anos.
Por sua vez, o médico veterinário Adalberto von Ancken, especialista em Homeopatia Veterinária pela Associação Médico Veterinária Homeopática Brasileira (AMVHB) e pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV); mestre em Bem-Estar Animal pela Universidade de Santo Amaro (UNISA); e sócio-proprietário da HD Science, escola de Homeopatia exclusiva para ve-
Imagem: Capa da obra “Organon”/Amazonterinários, destaca: quanto mais súbito e repentino, mais agudo é o quadro.
recomenda. Talvez seja esse o motivo de muitos serem contrários, é diferente de passar uma receita e dizer até logo”, analisa Oliveira.
Adalberto von Ancken também opina:
Foto: Adalberto von Ancken/Arquivo pessoal
“A Homeopatia explica como agudizações as manifestações de uma psora latente de um doente que normalmente é considerado crônico”, salienta von Ancken. “No consultório é muito comum receber animais com quadros diarreicos, respiratórios e dermatológicos, que são os sistemas mais acometidos por estas agudizações que costumam ser centrífugas”.
A Homeopatia ainda gera discussões e controvérsia entre a classe médica, que contesta sua e cácia mesmo que esta seja parte do rol de especialidades médicas brasileiras. Com isso, muitos acreditam e defendem que o tratamento homeopático não deve ser utilizado, principalmente para tratar doenças agudas.
“Essa a rmativa é incorreta, pois rompe com os exemplos históricos de uso e de sucesso”, contesta o terapeuta homeopata Adriano Oliveira. “Uma das formas mais seguras de se criar credibilidade com as pessoas é mostrar a e ciência e a suavidade com baixo custo que o uso da Homeopatia em casos agudos pode oferecer.
“[De maneira geral ao falarmos de quadros agudos], podemos usar a Homeopatia em potencias baixas e depois Vijnovsky na 6CH, em curtos espaços de tempo com repetições observadas, avaliando a redução ou o aumento de sintomas para, assim, ajustar a frequência e o intervalo de tempo das doses. Isso exige tempo de quem aplica, acompanhamento e boa comunicação de quem
“O desconhecimento e a falta de informação são as principais ferramentas do ignorante que defende esta tese”, assinala. “Estamos falando de uma especialidade terapêutica reconhecida que foi amplamente estudada tanto em relação aos seus efeitos, cujos estudos iniciaram nas próprias experimentações pelos indivíduos sadios, como no modo de ação, exempli cado pelo grande número de publicações cientí cas. Além disso, existem evidências históricas do êxito da Homeopatia no tratamento de surtos de cólera e gripes, em uma época que a medicina não dispunha de recursos diagnósticos e tampouco de terapêuticos”, esclarece o médico.
Ainda de acordo com von Ancken, os preparados homeopáticos mais comuns para tratar doenças agudas em animais são os de baixas potências: “Sabe-se que eles possuem tropismo por determinados tecidos. Assim, é muito comum lançar mão de medicamentos como Podophylum, Mercurius solubilis, e China o cinalis. Robinea pseudo-acacea e Nux-vomica [são indicados] para gastroenterites; Ipeca, Arsenicum album e Antimonium tartaricum para traqueobronquites; e Sulphur, o principal anti-psórico, para a pele, sem associação alguma com alopatia.”
“Em doenças agudas renais, Cantharis e Berberis vulgaris são muito utilizados, assim como os remédios do chamado “modo reacional psórico”, muito úteis em tratar a exoneração de sintomas após a tomada do Simillimum pelo paciente, como Natrum sulphuricum e Hepar sulphur, destinados a quadros de otorrinolaringologia.”
“Há também um complex mundialmente conhecido destinado ao tratamento de sintomas relacionados a dores articulares, que é a associação de Arnica monta, Rhus-toxicodendron e Ruta graveolens e na homeopatia dentro da medicina veterinária também não é diferente. Lembrando que em doenças agudas, a frequência de administração dos medicamentos é menor, podendo chegar a várias vezes ao dia ou mesmo em um método chamado “plus”.
Cecília Costa, 32 anos, moradora de Taguatinga, no Distrito Federal, recorreu à Homeopatia como tratamento de emergência para seus animais de estimação. Um deles, uma cadela chamada Sansa, teve gravidez psicológica; e a outra, Babyliss, passou pelo risco de perder um dos olhos depois de levar uma mordida que ocasionou uma in amação.
“O meu lho é alérgico alimentar grave e a medicina convencional não resolveu o problema dele”, explica Sousa. “Então, desde os 5 anos de idadehoje ele tem 11 - eu procuro alternativas para que ele possa ter uma melhor qualidade de vida”.
Desde então, Katiane Sousa tem contato direto com a Homeopatia e a utiliza de maneira recorrente, assim como seus amigos e familiares.
Sansa e Babyliss/Foto: Thaís Oliveira
“A Babyliss tomou Calêndula para cicatrizar e evitar uma infecção. No dia seguinte, a ferida já estava bem melhor”, relata Costa. “[Já] a Sansa adotou um brinquedo e ninguém podia chegar perto dele porque ela cava arisca, então eu dei o Sulphur para ela. Dentro de dois dias ela já estava melhor e depois de uma semana de tratamento ela já estava agindo normalmente”.
Já no caso de Katiane Sousa, 42 anos, moradora da Feira de Santana, na Bahia, os motivos pelos quais ela procurou tratamento homeopático foram vários: dores no quadril e nas pernas, enxaqueca, dor de dente, cólicas intestinais, enjoo e vômitos.
Para tratar seus sintomas, ela fez uso de diferentes preparados homeopáticos, como Camphora 1M para tratar enxaqueca, que era constante por conta de stress e fadiga; Nux Vomica, Carbo Vegetabillis 6CH, Lycopodium Clavatum 6CH, Arsenicum Album 6CH e Colocynthis 6CH para conter a cólica intestinal, o enjoo e os vômitos devido ao processo de desparasitação homeopática*; e Mercurius Sollubilis 6CH, Belladonna 6CH, Symphytum combinado com Rhus tox e Arnica Montana 6CH - complexo ãã, além da Camphora 1M para diminuir a dor de dente, consequência de uma cirurgia.
“Na cirurgia dentária que realizei pela segunda vez eu não senti nada, pois tomei os (preparados homeopáticos) indicados para pré e pós cirurgia”, lembra Sousa. “A cicatrização foi maravilhosa. Com sete dias eu já estava mastigando normalmente. (Mas)
dois meses antes eu havia realizado esse mesmo procedimento em outro dente e utilizei (somente) alopáticos. Senti dor e incômodo. 15 dias depois eu ainda não conseguia mastigar e estava com um pouco de in amação”, relembra. “Agora não existe outra opção além da Homeopatia para mim. São ‘medicações’ naturais, que procuram fortalecer o organismo para que ele seja capaz de se reestabelecer sozinho. Não tem receita pronta, mas vai tratar você com o melhor que se pode oferecer, sem agredir, sem usurpar e sem prejudicar outros órgãos. Homeopatia é vida!”, destaca Sousa.
No caso de Rita de Cássia Pereira, 55 anos, moradora de Amparo, no interior de São Paulo, foi uma dor de estômago aguda causada por nervosismo e tratada com Homeopatia quando ela tinha 24 anos que a fez seguir em frente com o tratamento Homeopático.
“Desde então eu estou usando Homeopatia para cuidar de mim e de todos na minha casa, então quase tudo que eu tive, cuidei com Homeopatia”, assinala Pereira.
Levando em questão os quadros de saúde agudos, Pereira já recorreu à Homeopatia para tratar gripes e resfriados, crises de torcicolo, sinusite e cistites agudas causadas por ar-condicionado, além de reações alérgicas causadas por contato com insetos, sem mencionar contusões e estiramentos musculares.
“Eu sempre vou escolher tratar com Homeopatia pelo seguinte motivo: os resultados sempre foram e são muito rápidos e mesmo quando não se acertam os medicamentos, eles não produzem efeitos colaterais indesejados”, esclarece Pereira. “Seja o que for que eu tenha, meu homeopata sempre vai tratar a mim e não a minha doença e isto vai ajudar a resolver o problema de saúde que pode se apresentar em qualquer período. Com Homeopatia eu nunca tenho que esperar pelo estudo de uma determinada medicação ou esperar uma droga terminar de ser produzida para tratar minha doença, então eu nunca me sinto sem esperança diante de uma di culdade. Eu vejo que quem se sente sem esperança diante de uma doença ca muito impotente e isto agrava qualquer situação. Então este é o motivo que me leva sempre a escolher a Homeopatia”, relata.
Apesar da própria história da Homeopatia já comprovar sua e cácia e também dos inúmeros relatos positivos a seu respeito, algumas pessoas ainda acreditam que os preparados homeopáticos não podem tratar casos agudos porque agem de maneira mais lenta do que remédios alopáticos.
“A velocidade do tratamento [homeopático] é uma relação com o desa o da doença aguda. Quanto mais forte, menor o tempo entre as repetições. Lenta pode ser a capacidade de observação do cuidador e do homeopata”, opina. “Para termos certeza, devemos anotar e registrar tudo que o paciente sentir a cada momento e acompanhar a evolução de forma sistemática”.
Ainda de acordo com Oliveira, a Homeopatia pode, sim, agir mais rapidamente no organismo de algumas pessoas do que em outras. Dois fatores podem explicar isso: o tempo hábil que um homeopata tem para conhecer o histórico do paciente e de formular um tratamento com características mais próximas da individualização; e os níveis de toxicidade aos quais o paciente é exposto:
“Temos que levar em consideração a sensibilidade do corpo [diante da] toxidez exposta hoje em dia no mundo moderno, assim como os hábitos dela no cotidiano.”
Para Adalberto von Ancken, a crença de de a Homeopatia funciona lentamente é um engano muito comum.
“O termo ‘doses homeopáticas’ traz embutido um conceito de lentidão que, na verdade, poderia ser atribuído exclusivamente ao tratamento de doenças crônicas”, assinala o médico. “A lei de semelhança é soberana e determinante neste processo terapêutico que, não menos importante, deve considerar ainda o estado energético e velocidade das reações metabólicas do doente. Um indivíduo mais idoso, normalmente com uma siologia mais vagarosa, tenderá a receber medicamentos homeopáticos em potências e frequências que respeitem estas condições.”
Ele continua:
“Este fator pode ajudar no entendimento do porquê alguns indivíduos respondem mais rápido e outros nem tanto. Acertar o Simillimum (...) é tarefa árdua e requer tempo (...). Para o sucesso do tratamento, além da obviedade do tutor medicar corretamente seu paciente, é crucial o acerto na outra ponta, do prescritor. Não se trata de apenas escolher um bom medicamento, mas também acertar a potência, a dose e a frequência do mesmo, o que à primeira vista parece simples, mas não é”, conclui.
Sempre associada às terapias (Fonoaudiologia, Psicologia, Terapia Ocupacional, entre outras) observamos que a homeopatia vem contribuindo para melhorar a atenção do Pedro, seu contato de olhar, por exemplo, está menos “ensimesmado” e ele apresenta intenção de fala.
Com a homeopatia reduzimos o uso de medicamentos alopáticos e seus efeitos colaterais, tratando resfriados, febres, feridas, diarreias, impetigo e sinusite.
Também no aspecto emocional e comportamental podemos observar seus benefícios. O Pedro está mais tranquilo, atende melhor aos comandos em casa, na escola e nas sessões de terapias, além disso, ele tem se adaptado bem em diversos ambientes.
Aos dois anos e três meses, meu lho foi diagnosticado com o Transtorno do Espectro Autista. A partir de então a homeopatia passou a fazer parte de nossa história, tratando sintomas, incômodos e contribuindo com seu desenvolvimento. Sempre com o acompanhamento de um pro ssional capacitado, zemos detox de metais pesados e associamos fórmulas que contribuíram para uma condição de saúde mais estável, também ajudando o Pedro a melhorar sua percepção de si mesmo e do mundo à sua volta.
Os pro ssionais que o acompanham também percebem os efeitos positivos da homeopatia nos atendimentos realizados, pois a homeopatia vai aos poucos mexendo nos “pontos” nos quais percebemos que ele precisa de ajuda para avançar em seu desenvolvimento.
Os benefícios da homeopatia são percebidos por toda nossa família. Vivemos a ansiedade e as incertezas que o diagnóstico do Pedro traz consigo. Assim, quando percebemos alguns avanços, mesmo que pequenos ou quase insigni cantes para uma criança neurotípica, para nós, isso é motivo de grande alegria e alimenta nossa esperança em persistir com os tratamentos, para que o Pedro se torne cada dia mais autônomo e feliz.
Isadora Ribeiro Sasso, Cozinheira e Confeiteira, Porto Alegre/Rio Grande do Sul
tado constante de tensão e estresse. De fato, ansiedade e medo caminham comigo há algum tempo e, com a chegada da pandemia, afloraram. A partir da consulta para o tratamento homeopático, que incluiu a investigação de diversos aspectos pessoais objetivos e subjetivos, concluímos que seria importante focar na questão do medo, e ainda na liberação de sentimentos, angústias e opiniões, visto que a retenção destes – imposta por mim mesma, seria um dos fatores provocadores de algumas das dores que também caminham comigo há tempos (como uma dor nas costas).
De forma objetiva, minha busca pelo tratamento homeopático se deu por conta de uma dor de garganta. Mas seus benefícios vão muito além dos fatos objetivos. Logo nas primeiras semanas do isolamento social, em março deste ano, passei a sentir dor de garganta: a garganta estava irritada e as amígdalas inchadas. O tratamento alopático não foi e ciente. E foi então que, por sugestão de uma terapeuta junguiana, procurei a ajuda de uma terapeuta homeopática.
Constatamos, durante a psicoterapia, que a garganta inflamada seria resultado de um es -
Diante destes diversos sintomas, objetivos (ansiedades, dores e inflamações) e subjetivos (medos e dificuldades de expressão/manifestação), começamos o tratamento homeopático, através das seguintes fórmulas: Natrum muriaticum 12 CH; Thuya occidentalis 6CH; Hypericum perforatum 30CH. Desde o início, pude sentir os benefícios e a melhora do quadro inicial. Passei a me expressar melhor e, assim, me sentir bem comigo mesma. Para além das questões mentais, as dores nas costas se dissolveram também, o que trouxe um alívio muito grande.
Seguimos reavaliando e renovando os tratamentos, avançando sobre outros aspectos, visando uma melhora global. Conjuntamente, sigo a psicoterapia, fundamental para os resultados atingidos e futuros. Acredito que a combinação das terapias foi determinante para as melhorias que vivenciei, e que sigo buscando.
EVITE MESMO A AUTOMEDICAÇÃO! PARA SABER COMO E QUANDO USAR CADA SUBSTÂNCIA CITADA NAS MATÉRIAS DESTA REVISTA, OU EM QUALQUER OUTRO LUGAR, PROCURE SEMPRE UM HOMEOPATA. HÁ RISCO DE EFEITOS INDESEJADOS, SE A PRESCRIÇÃO NÃO FOR FEITA ADEQUADAMENTE.
ENTREVISTA
Homeopatia e Trabalho Voluntário
No Brasil, o trabalho voluntário é regulamentado pela Lei 9.608, que estabelece ações com objetivos cientí cos, recreativos, culturais, cívicos, educacionais e assistenciais como serviço voluntário. De acordo com os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geogra a e Estatística (IBGE), o país conta com mais de 7 milhões de trabalhadores voluntários atuando nas mais diversas áreas. Uma delas é a Homeopatia e um bom exemplo, que une perfeitamente o alto nível do tratamento homeopático com a seriedade do trabalho voluntário é o Instituto Flávia Barits, localizado em Barueri - São Paulo. Fisioterapeuta, especialista em acupuntura e terapeuta homeopata formada na Universidade Federal de Viçosa (UFV-MG), Flávia Barits começou sua prática clínica em 2010 e, três anos depois, foi convidada a ministrar cursos de Homeopatia certi cados pela UFV-MG em diferentes cidades mineiras. Em 2014, Barits fundou o Instituto Flávia Barits de Homeopatia e Terapias naturais com seu esposo, Francisco Rabelo, que é farmacêutico, bioquímico e especializado em Homeopatia. Além de atuar como homeopata e professora de Homeopatia, Flávia Barits também é uma das fundadoras da União de Terapeutas Homeopatas (UTH), que oferece atendimentos gratuitos para pessoas com sintomas de Covid-19.
O Instituto Flávia Barits, criado com o objetivo de divulgar e expandir a Homeopatia, já formou mais de 250 alunos em sete cidades e que hoje atuam nas áreas de Homeopatia humana, animal e aplicada à agricultura. Além disso, o Instituto também apoia quatro projetos sociais, sustentados por ex-alunos.
REH: Em primeiro lugar, gostaríamos de agradecer pela sua colaboração com a nossa revista, Flávia. A senhora poderia começar respondendo o que lhe motivou a se dedicar ao trabalho de terapeuta homeopata voluntária? E quanto tempo a senhora dedica do seu dia a ações voluntárias?
Flávia Barits: Eu sou Graduada em Fisioterapia pela UNICID desde 2005, e durante todo o curso eu sempre procurei alguma área que realmente preenchesse a minha alma. Não satisfeita com o olhar somente “físico” do corpo, eu sempre inovava durante os estágios. Uma vez, fiz um trabalho com argila para pacientes com artrose, pois acreditava que além de utilizar as propriedades da argila eu também entraria no inconsciente com o trabalho da arte. Em um estágio de Ortopedia fiz massagem Ayurvedica em um paciente que tinha fibromialgia e não melhorava com nenhuma técnica, mas, com a massagem ele melhorou significativamente. Enfim, eu nunca estava satisfeita, sempre queria ir além e procurava algo que me mostrasse que a doença não estava somente no corpo físico.
Em 2006, me mudei e trabalhei como fisioterapeuta em uma cidade do interior de Minas Gerais (Frei Lagonegro) e logo depois iniciei uma especialização em Medicina Tradicional ChinesaAcupuntura. Foi aí que comecei meu reencontro com minha essência! Aquele mundo fazia muito mais sentido para mim, e pude colocar em prática meus conhecimentos na prática clínica. Quando eu me formei no Curso de Extensão em Homeopatia pela UFV (2009), iniciei os atendimentos voluntários aos meus pacientes de Fisioterapia e também a quem ia me procurar somente para usar a Homeopatia. Eu sempre fiz trabalhos
voluntários. Desde que me formei em Fisioterapia em São Paulo, em 2005, eu acompanhava projetos sociais e atendia voluntariamente em ONGs nas favelas de São Paulo como fisioterapeuta.
REH: Como foi o processo de criação do Instituto Flávia Barits até sua fundação? A senhora tem mais planos para o instituto no futuro ou este já atende às suas expectativas iniciais?
Flávia Barits: Quando eu conheci meu marido, Francisco Rabelo, em 2014, ele me incentivou a montar o Instituto Flávia Barits. Na verdade, foi ele quem escolheu o nome e abriu o MEI para podermos trabalhar como micro empresa. Na época, eu dava aulas de Homeopatia e era parceira da UFV, mas já sonhava em ter minha própria escola. Meus planos para o Instituto sempre foram grandes, mas nós plantamos uma semente de cada vez, bem plantadas e regadas, para sabermos que os frutos irão crescer saudáveis! Ao longo desses anos, nós vemos os resultados do nosso trabalho com nossos alunos e com o crescimento do nosso instituto. Tenho muito orgulho de nossa caminhada!
REH: Com o Instituto Flávia Barits já consolidado, o que a fez decidir continuar atendendo pacientes como voluntária, além de manter os atendimentos particulares?
Flávia Barits: Eu acredito que a saúde deveria ser acessível para todos, e que a Homeopatia deveria ser disponibilizada para toda a população, por serem de baixo custo os medicamentos, uma prática sustentável e altamente eficiente. Eu vejo que muito desse meu lado de ajudar as pessoas com trabalhos voluntários vem
dos meus pais. Minha mãe, Arlete, nascida em Minas, fez serviço social. Meu pai, nascido em São Paulo, fez administração de empresas. Eles passaram por muitas dificuldades em São Paulo quando eram mais novos e depois que conquistaram uma vida melhor, sempre ajudavam o próximo. Desde pequena, eu presenciei meus pais ajudando outras pessoas, fazendo o que muitos não tinham condições e nem coragem de fazer. Quando recebi meu primeiro salário, logo após me formar em fisioterapia, minha mãe me aconselhou a dar uma quantidade para alguém que precisasse. Eu me lembrei de um moço bem simples que sempre estava perto do apartamento onde morávamos, vendendo mandioca num carrinho de mão. Eu doei uma quantia para ele, que chorou de felicidade, pois ele não tinha vendido nada naquele dia e tinha que levar comida para os lhos em casa. Nunca mais me esqueci desse moço. Para mim, atender voluntariamente é uma missão de vida junto com tantas outras que tenho.
REH: Muitos brasileiros descon am do trabalho realizado por ONGs e outras iniciativas da sociedade civil, principalmente por conta de escândalos relacionados à corrupção e às chamadas “fake news”, que são, em outras palavras, campanhas de desinformação. Como o Instituto Flávia Barits trabalha para construir uma relação de con ança com sua comunidade?
Flávia Barits: Con ança nós adquirimos ao longo do tempo, principalmente por nossa transparência em relação a quem somos, de onde viemos e para quê viemos. Nós, como professores e homeopatas, temos os seguintes compromissos com nossos alunos e comunidade: expandir o tratamento com a Homeopatia e disseminar os conhecimentos homeopáticos para todos, independentemente de grau de escolaridade. Quando demonstramos que nossa missão e valores são para o bem de todos, a comunidade sempre abraça a causa.
REH: Faz mais de dez anos que a senhora atua como voluntária e terapeuta homeopata. Quais são as principais mudanças que a senhora tem notado no voluntariado brasileiro e, mais especi camente, nos grupos de voluntários formados por terapeutas homeopatas? Como a senhora avalia essas mudanças?
Flávia Barits: O número de voluntários homeopatas cresceu muito nesses últimos dez anos. Nos oito anos em que dei aula de Homeopatia, surgiram dois grupos muito signi cativos de trabalho voluntário: um deles começou em 2014 e foi fundado por uma amiga minha, Patrícia Lage, e por mim, em São João Evangelista – MG. Esse grupo atende mais de 200 pessoas por mês. Outro foi fundado pelos meus alunos em 2015, na cidade de Diamantina – MG, com atendimentos diários para a população local. Os dois projetos continuam acontecendo até hoje. Eu percebo que o número de alunos que fazem o curso de Homeopatia com a nalidade de ajudar em algum projeto social está maior
do que a de interessados em montar um consultório para realizarem atendimentos particulares. A maioria já se aposentou e agora quer se dedicar ao próximo ou já fazia algum trabalho antes e agora querem ajudar através da Homeopatia. Acho essas mudanças maravilhosas! O conhecimento está mais acessível, assim como as oportunidades para que essas pessoas possam se tornar voluntárias.
REH: Na sua opinião, o que deve ser feito para consolidar a democratização do acesso à Homeopatia no Brasil? Quais seriam os papéis da população, do governo e da sociedade civil nesse trabalho? Por que a Homeopatia permanece ainda tão desconhecida para a maioria da população brasileira?
Flávia Barits: Na minha opinião, a Homeopatia não é acessível a todos por dois fatores: falta de informação para a população e informações incorretas sobre a Homeopatia; e o fato de que, nanceiramente, a Homeopatia não gera lucro. O tratamento homeopático é barato e nenhuma indústria que produz Homeopatia ou uma farmácia que vende Homeopatia enriquece e não vai enriquecer. A indústria da doença gera muito mais lucro do que você tomar um, dois ou três frascos de Homeopatia e não ter mais uma doença. Quem ganha com a sua saúde? Só você! E quem ganha com a sua doença? Milhares de pessoas e empresas!
Nosso papel é informar a população dos benefícios e do baixo custo da Homeopatia, e com o auxílio e união dos homeopatas, chegarmos aos grandes governantes para que eles deem a devida importância à Homeopatia. Precisamos da classe de Terapeutas Homeopatas unidas.
A população começou a ter um maior contato com a Homeopatia agora, por conta da pandemia do novo Coronavírus. Nós, fundadores da UTH (União dos Terapeutas Homeopatas), iniciamos os atendimentos voluntários para pessoas infectadas ou com suspeita do COVID-19, e um grande número de homeopatas ajudaram nos atendimentos e na divulgação da Homeopatia. Diversos outros grupos de homeopatas, médicos, farmacêuticos etc., também
zeram os atendimentos e divulgação da Homeopatia. Com os excelentes resultados divulgados em outros países e no Brasil, aumentou a con abilidade do uso dos medicamentos homeopáticos. Mas precisamos manter essa divulgação.
REH: Quais foram os seus maiores feitos como terapeuta homeopata e como diretora do Instituto Flávia Barits até então?
Flávia Barits: Como terapeuta homeopata, é ver a melhora dos pacientes durante o tratamento, a mudança de hábitos de vida, uma clareza mental para seguirem suas missões, sem aquele peso que carregam quando chegam no atendimento. Como professora, é ter levado os ensinamentos da Homeopatia para cidades de Minas Gerais com os cursos presenciais e agora com os cursos online poder chegar em todos os cantos do país e até no exterior. Saber que nós plantamos uma sementinha em cada um dos nossos alunos e vê-las germinar, é fascinante!
Como diretora do Instituto, acredito que o maior feito é poder ensinar o uso da Homeopatia desde o básico, além de passar por cursos de aprofundamento e poder ajudar homeopatas que procuram um aperfeiçoamento nos seus estudos durante a sua trajetória homeopática. Ver o nosso Instituto crescer a cada ano é um sinal de que estamos no caminho certo!
REH: Quais conselhos e dicas a senhora daria para homeopatas que tenham interesse em começar a participar de trabalhos voluntários?
Flávia Barits: Eu diria para procurar pessoas e instituições que já estejam nessa caminhada para que eles possam se unir a elas e fazer um trabalho mais consistente. Mas, se não for possível, que comecem pela sua comunidade mesmo. O que não falta são pessoas precisando de ajuda e a Homeopatia, com certeza, será muito bem-vinda. O que vale é a boa vontade de ajudar e colocar isso em prática. Não deixem de fazer um trabalho voluntário por insegurança ou medo, somente façam. Com certeza vocês serão bem amparados por um Plano Maior para todas as atividades voluntárias que vocês zerem.
HOMEOPATIA TAMBÉM É CIÊNCIA
CURANDO COM …Kali Carbonicum
O preparado homeopático Kali Carbonicum, também conhecido como “Kali. carb.” ou “Kalium carbonicum”, não é manipulado de uma planta e sim do mineral carbonato de potássio (K2CO3). Trata-se de um sal com higroscópico (que absorve e retém umidade), insolúvel em álcool etílico e altamente cáustico. Originalmente, esse composto era preparado a partir das cinzas de queima de madeira e da fervura em panelas de ferro, mas atualmente pode ser produzido de forma sintética.
O carbonato de potássio também é inodoro e, muitas vezes, chega a ser triturado re -
petidamente com açúcar de lactose, o que lhe confere a cor branca e também o torna solúvel em água. Para fins médicos é mais aplicado como pomada ou loção. Contudo, também é utilizado pela indústria na fabricação de sabão, vidro e porcelana; no composto de fertilizantes com o objetivo aumentar a resistência de plantas a pragas; e na indústria alimentícia como neutralizante e fonte de potássio.
De acordo com o terapeuta homeopata e nutricionista Júlio Aquino, 47 anos, outras características físicas deste mineral são “um sal incolor (...) e que se cristaliza com facilidade”.
“É encontrado nas cinzas dos vegetais e faz parte da decomposição da matéria orgânica queimada”, assinala Aquino, complementando que a fórmula homeopática Kali Carbonicum pode ser prescrita tanto para tratar humanos quanto animais. “[Além disso], pode ser usada para tratar o ambiente, uma vez que todos os seres que almejarem liberdade e [os] ambientes nos quais eles estão [inseridos] podem ser tratados com esta homeopatia”.
Para a também terapeuta homeopata Bárbara de Souza Prandini, é importante fazer uma observação: “Vale lembrar que há possibilidade de utilização dos medicamentos homeopáticos em animais ou plantas, desde que sejam avaliadas as semelhanças com a matéria médica da respectiva homeopatia”, ela lembra.
No tratamento de humanos, o preparado homeopático “Kali Carbonicum” costuma ser indicado para quadros de dor, principalmente para pessoas com doenças renais, mas também para distúrbios de sono e até asma.
Segundo Aquino e Prandini, o perfil do paciente Kali Carbonicum abarca uma série de características emocionais e físicas. Entre elas, sensibilidade ao frio; nariz inchado com espirros violentos e secreção de aspecto esverdeado; distensão abdominal (gases por conta de emoções); conflito entre medo de solidão e desejo
de companhia; dificuldade de estabelecer metas por não saber decidir o que quer; ansiedade; inquietude mental; e insônia.
De acordo com o médico homeopata Paul Herscu, em seu artigo The Cycle of Kali Carbonicum, publicado no site “New England School of Homeopathy”, lidar com sentimentos de ódio, ressentimento e apego a ofensas são outros correlativos emocionais deste paciente, sobretudo quando ele observa pessoas tomando atitudes erradas. A autocensura também pode ser um comportamento frequente, bem como a hipersensibilidade diante de mudanças climáticas, ruídos, dores e toques, o que resulta em dores agudas, migratórias e alterações de humor.
O paciente Kali Carbonicum também experiencia o desejo de liberdade quando sente que está tenso há muito tempo, no entanto, os caminhos que busca para sentir tal alívio acabam em frustração, trazendo desconten -
tamento em vez da necessária sensação de paz. Durante o sono, quando começa a relaxar, ele sente irritações e dores que o impedem de adormecer, o que alimenta o fluxo de irritabilidade e de inflexibilidade emocional. Estas, então, podem se manifestar no plano fisiológico de formas diferentes, como através de transpiração excessiva, menstruação abundante e diarreia. Mas também causam no indivíduo uma profunda sensação de fraqueza, tanto física quanto moral, ocasionando fraqueza de memória, diminuição de libido e episódios de emoções descontroladas enquanto lida com falta de confiança, timidez e medo, às vezes irracional.
Tanto as sensações de medo como de vazio são sentidas na área do estômago e, dependendo do organismo, isso pode levar tanto à vontade de comer, especialmente alimentos doces, quanto à aversão de comer. Quando o paciente sente a necessidade de saciar sua fraqueza e ao caos de suas emoções, ele sente
o desejo de conforto físico na forma de calor e de abraços de seus entes queridos, uma das razões pelas quais eles se esforçam tanto para tentar ganhar afeto.
Dessa forma, para Herscu, o paciente Kali Carbonicum se vê preso num ciclo que se alimenta da sensação de fraqueza, que leva o indivíduo a sentir-se exposto, sem estrutura. A partir daí, ele tenta formar uma estrutura por si só, contendo e retendo tudo, o que causa o surgimento de outros sintomas, e também uma reação de bloqueio emocional e de rigidez por parte do paciente. A seguir, ele sente hipersensibilidade e irritação que infelizmente acompanham este bloqueio, levando-o então a descarregar tudo o que foi retido de uma vez, deixando-o fraco novamente e propenso a repetir os mesmos processos e comportamentos.
Para Aquino, o Kali Carbonicum, assim como outros preparados homeopáticos, age na “dynamis” do paciente, fazendo com que a do -
ença seja extirpada através da ressonância do medicamento com a energia da doença.
“Este é o princípio homeopático básico”, explica Aquino. “O medicamento homeopático colocado na potência certa (...) age nas alteraçõessiológicas e psíquicas do paciente de forma sutil, delicada e rápida. Esta lei homeopática deve ser observada pelo homeopata prescritor, pois, não ocorrendo a melhora imediata, este deve repensar o tratamento”.
Já o prazo para que os indivíduos tratados com Homeopatia comecem a observar as primeiras mudanças positivas depende de alguns fatores:
“[Da] assertividade da homeopatia indicada, da potência utilizada em cada caso e, principalmente, do comprometimento do indivíduo em seguir a recomendação indicada pelo homeopata”, destaca Prandini. A análise deve ser realizada pelo homeopata de forma individualizada, considerando os sintomas em sua totalidade”, finaliza.
ARTIGO
A narrativa como proposta metodológica na ciência homeopática
Rosalia Beber de Souza Cecília Beber de Souza ResumoEste estudo traz alguns casos clínicos em Homeopatia, com o objetivo de traçar reflexões acerca das propostas metodológicas usadas na Ciência Homeopática. Intentamos aqui defender que a homeopatia é uma ciência essencialmente humana por tratar e compreender o ser por completo, levando em consideração suas esferas mentais, psíquicas e sociais sobre seu corpo físico. Assim, entendemos que o estudo das narrativas produzidas pelos sujeitos é fundamental como proposta metodológica nas pesquisas homeopáticas. Afinal, será apenas através da linguagem, da verbalização dos sujeitos que buscam o profissional Homeopata que será possível ajudá-los a encontrar o medicamento mais assertivo a fim de que consiga restabelecer seu equilíbrio em todas as camadas sutis necessárias para sua saúde.
Palavras-chave: Ciência homeopática, Estudo das narrativas, Estudo de casos
Abstract
This study brings some clinical cases in Homeopathy, to outline reflections on the methodological proposals used in Homeopathic Science. We intend here to defend that homeopathy is an essentially human science because it treats and comprehends the being completely, considering its mental, psychic and social spheres about its physical body. Thus, we understand that the study of the narratives produced by the subjects is fundamental as a methodological proposal in homeopathic research. After all, it will only be through language, the verbalization of the subjects who seek the Homeopathic professional that it will be possible to help them find the most assertive medication in order to be able to restore their balance in all the subtle layers necessary for their health.
Key Words: Homeopathic science, Study of narratives, Case study
Professora na Universidade Federal de Viçosa/UFV. Doutora em Estudos Organizacionais - UFLA, Mestra em Linguística; Especialista em Estudos Linguísticos e Literatura Comparada; Bacharel e Secretariado Executivo Trilíngue, todos pela UFV. Homeopata, Instrutora de Yoga, Terapeuta Floral e Aromaterapia.
Farmacêutica com Especialização em Bioquímica -UFOP. Pós-graduada em Gestão de Instituições Federais de Educação Superior pela UFMG. Pós-graduada em Saúde Baseada em Evidências pelo Instituto Hospitalar Sírio-Libanês. Pós-graduada em HOMEOPATIA pela Assoc Min Farm MG/UFMG (2012) Pós-graduada em FITOTERAPIA pela Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo (2002.) Técnico Administrativo em Educação, na Secretaria do Centro de Apoio, Seleção e Encaminhamento do Usuário (CASEU), da Faculdade de Odontologia da UFMG. Terapeuta em Práticas Integrativas e Complementares no Projeto de Extensão de Atenção à Saúde do Trabalhador: Cuidando de Quem Cuida no Hospital das Clínicas da UFMG de Belo Horizonte. Mestranda em Gestão de Serviços de Saúde, na Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG
1 INTRODUÇÃO
Consideramos que a principal importância da homeopatia está, justamente, em não focar apenas na matéria, no corpo físico. Dessa maneira, seus medicamentos agem em todos os níveis e só assim se torna possível ‘curar’ de forma verdadeira e duradoura, pois ela trabalhará outros corpos como o mental e o energético antes de atingir o físico.
Este é um dos vários motivos pelos quais a maioria das pessoas diz não ‘acreditar’ nos resultados obtidos pelo tratamento homeopático, desmerecendo assim sua cientificidade. Essa ‘descrença’ se origina, na verdade, do desconhecimento, primeiramente, do próprio conceito de ciência e, depois, atrelado a esse conceito, está em compreender que os desdobramentos metodológicos e epistemológicos de toda ciência dependem do princípio ontológico (ou filosófico) escolhido pelos pesquisadores. Acreditamos ser de fundamental importância para a ciência homeopática abordar claramente essa questão que falta ser esmiuçada pelos livros e outras publicações pois, se isso não estiver muito claro para todos os estudantes e pesquisadores da homeopatia, dificultará cada vez mais sua compreensão como um campo sério e científico.
É preciso entender que a vertente ontológica da homeopatia compreende, diferentemente da medicina Galênica, que devemos tratar o paciente como um todo. Isso já difere da alopatia no sentido de que essa se pauta apenas na doença e, sendo assim, no
corpo físico considerando ainda que todo corpo físico se comporta da mesma maneira. Ao contrário, ao se escolher um modelo Hipocrático, passamos a envolver aspectos além do físico, o que por muito tempo, esbarrou na barreira da comprovação, em laboratórios, da sua veracidade. Além disso, mesmo que houvesse esforços em desenvolver ou aprimorar os métodos científicos no campo da física para comprovar sua veracidade, o que temos na atualidade, esbarramos ainda nos investimentos e interesses em se financiar pesquisas no campo onde a cura é verdadeira, completa e sem danos, se o tratamento for cauteloso e bem feito. Além disso, temos ainda um grande empecilho: os medicamentos são fáceis, baratos e dispensariam a ‘máquina’ de ganhar dinheiro da ‘indústria da doença’. Infelizmente chegamos a esse ponto. Sabemos bem como funciona a lógica produtivista e mercantil de pesquisas e publicações.
Assim, pretendemos aqui demonstrar uma nova discussão teórica e metodológica sobre a ciência homeopática. Para tanto, defendemos aqui, primeiramente, que a homeopatia é uma ciência essencialmente humana pois, trata o ser por completo levando em consideração todas as possíveis interferências energéticas nos campos: mentais, psíquicos e sociais sobre seu corpo físico ao longo de sua existência. Desse modo, me ocupamos aqui de trazer a contribuição dos estudos das narrativas produzidas pelos sujeitos como proposta metodológica para as pesquisas em homeopatias. É apenas através da linguagem que se torna possível ajudar
nosso semelhante a encontrar o(s) medicamento(s) homeopático(s) mais adequados para obter o equilíbrio completo e, assim, restabelecer sua saúde.
2. ARCABOUÇO TEÓRICO
A homeopatia chegou ao Brasil em 1840 pelo médico francês Dr. Benoit Jules Mure. Naquela época, o Brasil não possuía autonomia para a produção dos medicamentos, sendo as matérias-primas homeopáticastinturas, minerais, vegetais - importadas, principalmente da Europa. A expansão da homeopatia nas classes populares ocorreu à margem dos órgãos oficiais de saúde, interiorizando-se pelos vários recantos do país por meio de práticas beneficentes que dispensavam medicamentos gratuitamente e de médicos que prestavam assistência filantrópica nos hospitais de ordens religiosas, militares ou nos consultórios particulares. Até meados do século XIX a história da homeopatia no Brasil esteve atrelada a uma prática liberal, com tímidas incursões institucionais nos ambulatórios mantidos pelas ordens católicas no Rio de Janeiro, que prestavam cuidados aos socialmente desassistidos, inclusive, escravos.
Os profissionais adeptos e defensores da nova terapêutica sustentaram embates na
imprensa e nos órgãos oficiais ligados à saúde, contrapondo-se à elite sócio econômica que, nos meios acadêmicos, bloqueava a oficialização e acusava a homeopatia de charlatanismo. Constatou-se que em 1820 os imigrantes alemães que se estabeleceram em colônias no Sul do país, já utilizavam a homeopatia como uma medicina caseira e seguiam as orientações presentes nos livros escritos pelo médico conterrâneo e criador da nova medicina, Dr. Samuel Hahnemann (IRIART ET AL., 2007).
Na segunda metade do século XIX, ocorreu a aproximação da homeopatia com o espiritismo kardecista, doutrina religiosa francesa, que se disseminou na sociedade brasileira e se propagou entre os médicos, fazendo muitos adeptos, principalmente entre os homeopatas. No século seguinte, tanto as classes privilegiadas quanto as populares, principalmente na zona rural, tiveram um papel relevante na propagação da terapêutica homeopática, comercializadas pelos mascates itinerantes, que compunham o arsenal de medicamentos das famílias tradicionais. Concomitantemente, a umbanda começou a ganhar popularidade, e os seus médiuns – homeopatas leigos, como acontecia na Europa – receitavam as “gotinhas” homeopáticas (além dos tradicionais banhos de ervas e beberagens), disseminando
essa prática nos centros urbanos e zonas rurais, enraizando-a no itinerário terapêutico da massa populacional em crescimento, excluída da assistência médica o cial, e contribuindo para que a homeopatia alcançasse o status de medicina popular (IRIART ET AL.,2007).
Esta trajetória, juntamente com a falta de espaço nas instituições médicas públicas, a associação com o catolicismo, o espiritismo e o umbandismo, como forma de resistência e expansão, contribuiu para que, mesmo nos dias atuais, a homeopatia ainda seja considerada para muitos uma medicina religiosa ou mística.
Nas últimas décadas, os homeopatas vêm ampliando seus campos de atuação, o que lhes têm garantido maior aceitação e credibilidade entre os usuários e nas instituições normativas e prestadoras de serviço de saúde. Reconhecida desde 1980 entre as especialidades médicas regulamentadas pelo Conselho Federal de Medicina, a homeopatia tem sido praticada, principalmente em consultórios médicos particulares e nos ambulatórios.
De acordo com Acúrcio (2003), a nova terapêutica científica da era industrializada deslocou as opções medicamentosas ditas populares ou leigas assumindo a hegemonia nas sociedades contemporâneas. Desse
modo, o sobrenatural de outrora continua presente, travestido de explicações que se utilizam de racionalidades diversas donde constatamos o prevalecimento de uma gama de oferta de produtos ineficazes, da banalização da terapia medicamentosa, da promiscuidade técnica e da grave restrição ao acesso de produtos essenciais, em função de problemas econômicos e organizacionais. E nesse meio, permanece como realidade natural a liberdade da produção, da prescrição e da dispensação de medicamentos em nossa sociedade, haja vista as inúmeras publicidades de remédios nas mídias.
A proximidade da filosofia homeopática com aspectos das práticas populares e religiosas de saúde, o uso de medicamentos naturais e a perspectiva holista favorecem a aceitação e incorporação de elementos simbólicos da homeopatia pelos usuários das classes populares. Segundo Iriart et al (2007, p.1904) “estes percebem a situação marginal da homeopatia em relação à medicina hegemônica e respondem enfatizando a natureza não iatrogênica dos medicamentos homeopáticos e a ação de cura lenta, mas profunda, que eles permitem.”
A doutrina homeopática é obra de um único homem: Christian Friedrich Samuel Hahnemann. Com personalidade marcada por
uma aguçada inteligência e espírito científico extremamente crítico, desde cedo se dedicou ao estudo da medicina e da química. Antes do desenvolvimento da homeopatia, Hahnemann já possuía uma impressionante produtividade, tendo publicado entre traduções científicas e obras literárias originais, um total de oito trabalhos, num período curto de três anos (1786 – 1788) no qual se colocava contra o uso de emplastros de chumbo ou do sublimado corrosivo por via interna, cuja toxidade denunciava. Publicou os critérios de pureza e de falsificação dos medicamentos. Descreveu a influência de alguns gases na fermentação do vinho. Criticou o uso abusivo do álcool e do café, acusando-os de dois inimigos do sistema nervoso e salientou a importância da higienização para a prevenção das doenças, dentre outras obras.
Em 1790, a pedido de um de seus editores de Leipzig, Hahnemann realiza a tradução do Tratado de Matéria Médica, em dois volumes, do médico escocês William Cullem, considerado uma autoridade internacional na composição e atividade das drogas medicinais. Ao traduzir o artigo destinado à droga antimalária Cinchona officinalis (quina), Hahnemann fica impressionado com a afirmação de Cullen: “A quina cura a malária fortalecendo o estômago, devido as
suas propriedades amargas e adstringentes”. Hahnemann resolve testar em si o uso do famoso pó de quina, tomando durante vários dias, duas vezes por dia, quatro dracmas (o equivalente a cerca de 17 g) da droga. Durante essa experimentação registra todos os sintomas que desenvolve pelo uso da quina, tais como: febre intermitente, fraqueza, sonolência, tremores, e outros sintomas habitualmente associados à malária. Conclui que a quina poderia ser utilizada porque era capaz de produzir sintomas semelhantes aos da doença quando utilizado por um indivíduo de boa saúde, ou seja, “são”. Desta forma, Hahnemann resgatou a Lei Hipocrática da Semelhança: “Similia similibus curantur” e afirmou: “Os remédios só podem curar doenças semelhantes àquelas que eles próprios podem produzir”. Essa é sua reflexão original que, junto à experimentação de medicamentos em pessoas sadias e sensíveis, permitiu a criação da homeopatia, no ano de 1796 (FARMACOPÉIA, 2011). As idéias são hoje defendidas através dos três princípios da Homeopatia atual – similitude, infinitesimalidade e globalidade – e a experiência individual das patogenesias. Os estudos de Hahnemann foram realizados até a sua morte, aos 88 anos de idade, quando desfrutava de muita reputação e prestígio. Durante o desenvolvimento da homeopatia, Hahnemann publicou, entre outras, três grandes
obras: O Organon da Arte de Curar (1810); A Matéria Médica Pura (1811) e o Tratado de Doenças Crônicas (1828).
2.1 Os fundamentos da Homeopatia
2.1.1. Princípio da similitude
Enunciado por Hahnemann, pela primeira vez, em 1796, no “ Ensaio sobre um novo princípio para a verificação do poder curador das drogas”, a homeopatia consiste na aplicação terapêutica do princípio da similitude por meio de doses muito pequenas de substâncias especialmente preparadas (CORNILLOT,2005; p.59).
2.1.2. A experimentação no homem são
A experimentação no homem são torna possível o correto conhecimento do poder farmacodinâmico de cada droga, como único artifício válido para evidenciar o menor desvio da força vital ou do mecanismo de homeostase frente a um estímulo perturbador. Não existe outro método capaz de evidenciar as alterações que uma droga provoca num indivíduo sadio e o seu poder curativo reside justamente na capacidade de alterar a saúde (KOSSAK, 2003).
No § 108 do Organon, Hahnemann descreve
a necessidade de se testar os mendicamentos preconizados previamente diluídos em indivíduos sãos para que a semelhança dos sisntomas provocados nestes fossem categoricamente e exaustivamente catalogados, para somente assim empregar tais medicamentos em indivíduos doentes com os sintomas semelhantes aos provocados nos seus testes (KOSSAK,2003).
2.1.3. Dose mínima
Consiste em ministrar ao doente doses mínimas da droga que em quantidades ponderáveis ou tóxicas produz em indivíduos sadios e sensíveis as mesmas manifestações encontradas no doente. Às doses infinitesimais reagirão aqueles indivíduos sensibilizados de modo mais ou menos específico (KOSSAK ,2003).
A dinamização é obtida através de diluições sucessivas, e a ação seria tanto mais controlável e eficaz quanto menor a dose, ou seja, quanto maior a diluição, que vai além do número de Avogadro, quando sua presença deixa de ser detectável.
2.1.4. Remédio único
Segundo Kossak (2003, p.22), “remédio único constitui requisito ou corolário derivado
da lei da semelhança, o mais importante sob o ponto de vista médico-científico e o mais difícil na prática”. O medicamento simillimum é aquele medicamento cuja patogenesia melhor coincidir com as manifestações -psíquicas, gerais e locais – apresentadas por um doente. O simillimum capaz de curar o portador de determinada doença será qualquer uma das substâncias estudadas e constantes na Matéria Médica Homeopática, desde que os sintomas coincidam, estando a indicação desta ou daquela droga na dependência exclusiva das características pessoais do doente.A finalidade primordial do homeopata é saber reconhecer a patogenesia que melhor se adapta aos sinais e sintomas clínicos presentes. Daí advém a chamada semelhança semiológica, e não patológica.
A cura pelo estímulo dinâmico mais forte
A doença consiste em uma alteração dinâmica da força vital que se traduz por sintomas. No tratamento homeopático o princípio vital dinamicamente alterado pela doença natural é instigado por uma segunda doença artificial semelhante e um pouco mais forte que a doença natural. Esta doença artificial é provocada pela administração de medicamento
dinamizado e escolhido conforme a semelhança relacionada aos sintomas do doente. Neste procedimento a influência mórbida mais débil da doença natural cessa de atuar sobre a força vital, passando esta a ser dominada pela atuação mórbida artificial mais forte carreada pelo medicamento:
Quando duas doenças semelhantes se encontram, elas não se repulsam, não se suspendem, nem coexistem, mas simplesmente suscitam no organismo respostas paralelas e se curam.Portanto uma cura se tornará viável pela soma de um poder morbífico artificial semelhante e um pouco mais forte que a doença original, veiculado pelo medicamento capaz de produzir sintomas semelhantes (KOSSAK, 2003, p.73).
Esta segunda força morbífica medicamentosa de natureza puramente dinâmica se dissipa, mas suas consequências prosseguem, restabelecendo o equilíbrio orgânico. A curta duração do poder morbífico artificial permite que o mesmo, embora dinamicamente mais forte, seja vencido pela reação da força vital.
Força vital frente a energias nocivas e medicamentosas
É a força vital uma energia não corpórea, provinda da intimidade do organismo, do centro à periferia, que pode ser perturbada por um fator mórbido. Energias nocivas atuantes no mesmo plano de ação (físico, químico, biológico, miasmático ou psíquico) reultam em desequilíbrio ou doença, mas por sua vez serão passíveis às inuências dinâmicas do medicamento homeopático, o qual não possui massa mas energia liberada (KOSSAK, 2003, p.73).
A terapêutica homeopática visa estimular a “força vital” do organismo e permitir que o poder curativo da natureza atue no sentido de restabelecer o equilíbrio. Hahnemann comparava a força vital ao magnetismo e ao mesmerismo, em voga na sua época. Para ele, o poder terapêutico das diferentes substâncias dependeria de ação mecânica, conseguida pela agitação em um recipiente (CORNILLOT, 1995).
Os problemas do vitalismo, se estendem desde a época de Samuel Hahnemann, das provocações que representavam para a medicina o cial esses diferentes conceitos em que se baseia o processo homeopático (tratar a doença por seu semelhante, prescrever em diluições particularmente elevadas, buscar uma e cácia terapêutica global). De fato, atrás do vitalismo, maltratado pelos grandes avanços da siologia e depois da biologia, per lavam-se
questões que ainda não foram respondidas: a nal, o que é a vida?, qual a natureza dessa força que anima o organismo material, que sem ela seria inerte? Embora Samuel Hahnemann considerasse as manifestações mórbidas como formas de desordem da força vital que anima nosso organismo material, tinha a preocupação de entender de que maneira essa força age sobre o corpo:
“Quando um homem adoece, aquela força imaterial, ativa por si mesma e presente por toda parte no corpo é, no primeiro momento, a única que sente a influência dinâmica do agente hostil à vida. Só ela, depois de ter sido perturbada por essa percepção, pode proporcionar ao organismo as sensações desagradáveis que ele experimenta e levá-lo às ações insólitas que chamamos doenças(...). A desarmonia, para nós invisível, da força que anima nosso corpo une-se perfeitamente ao conjunto dos sintomasque essa força provoca no organismo, que atingem nossos sentidos e representam a doença existente. O organismo é o instrumento material da vida, mas não poderíamos mais concebê-lo não animado pela força vital não pode ser concebida independentemente do organismo. Ambos são uma coisa só, embora nossa mente divida essa unidade em duas idéias, mas unicamente para sua própria comodidade.(...) (Hahnemann, citado por KOSSAC,2003; p. 72).
Samuel Hanemann só se preocupava com a maneira de corrigir as desordens induzidas ao nível mais elevado da organização e da regulação dos processos vitais do ser vivo.
Paralelamente, mas em sentido oposto, todo o processo biomédico investiu-se maciçamente numa metodologia que combina uma abordagem cada vez mais química e molecular das desordens e das atividades terapêuticas, e uma localização cada vez mais anatômica e microscópica das lesões. Portanto, havia poucos motivos para que os dois processos se encontrassem, uma vez que nem sua lógica própria nem suas áreas de aplicação eram comuns e nem mesmo próximas (CORNILLOT, 1995).
Apresentamos aqui uma breve explanação sobre a Filoso a Homeopática, com o objetivo de fazermos um paralelo com a terapia convencional oferecida.
A partir do que discorremos até agora, e considerando as imensas diferenças entre os tratamentos homeopáticos e alopáticos descritos no quadro acima, faremos uma defesa de que o principal suporte metodológico para o estudo e prática em homeopatia não pode se apoiar nos mesmos moldes da alopatia. Há uma grande diferença entre as duas e tentar se fazer pesquisa em homeopatia considerando os mesmos padrões cientí cos da alopatia só pode acarretar em erro. Considerando que as abordagens e propósitos são totalmente contrárias, defendemos novas possibilidades de engajamento cientí co e, por conseguinte, novas perspecitvas de pesquisa na ciência homeopática. A começar, a homeopatia põe como foco o doente, e não a doença. Assim sendo, não há que se considerar, como primeiro plano, as queixas físicas ou ‘doenças’ relatadas. Devemos levar em consideração as histórias de vida narradas para o terapeuta que, através da análise dessas narrativas, buscará o medicamento mais próximo de sua similitude no momento.
3. METODOLOGIA
3.1. Natureza da pesquisa
Defendemos aqui que os estudos em homeopatia devem seguir uma perspectiva qualitativa que, segundo Godoi e Balsini (2012), é um conceito guarda-chuva por abranger várias formas de pesquisa e nos ajudar a compreender e explicar fenômenos sociais com o menor afastamento possível do ambiente natural. Assim, não buscamos regularidades, mas, a compreensão dos agentes e daquilo que os levou a agir como agiram, de modo singular. E isso só é
possível se os sujeitos forem ouvidos a partir da sua lógica e exposição de razões.
Para Barros (2015), a pesquisa qualitativa consiste em um conjunto de práticas materiais e interpretativas que garantam maior visibilidade ao mundo em uma série de representações, incluindo notas de campo, entrevistas, fotogra as, dentre outros. Segundo a autora, nas pesquisas deste tipo, a realidade é subjetiva e múltipla, sendo, nesse caso, diferente para cada pessoa.
A perspectiva qualitativa é ainda, consoante Godoi e Balsini (2012), in uenciada pelas transformações geradas pela loso a da linguagem em que esta passa da representação à ação e o nível de análise deixa a interioridade psíquica para se situar na interação. Passa a ocupar-se das formas simbólicas, interessando-se não pela gramática ou estrutura interna, mas sim pelo seu caráter comunicativo mediador e formador de experiências e das necessidades sociais.
Desse modo, as pesquisas qualitativas, segundo Alonso (1998), não se situam no nível manifesto do que é diretamente observável, quanti cável, analisável e explicável mediante o registro e operação estatística, tampouco no nível latente de estruturas, mas sim, no nível profundo do social, do campo interpretável mediante a atribuição de sentidos recuperáveis através da investigação como: motivações – atitudes motrizes do comportamento do ator social, profundas, difusas e di cilmente verbalizáveis, que se assentam sobre valorações, crenças e desejos no imaginário coletivo – e imagens – conden-
sações simbólicas que articulam em uma única representação, seja linguística (metáforas ou metonímias), ou gurativa (como mensagens icônicas), com projeções afetivas e intertextuais dos sujeitos sobre a realidade social.
A ciência constrói seus dados e fatos uma vez que não há fato puro. Esta noção de construção do objeto substitui a observação dos fenômenos pela elaboração dos sujeitos e pensamento. Desta maneira, como aponta Merriam (2002), todas as pesquisas qualitativas se baseiam na visão de que a realidade é construída pela interação de indivíduos com o seu mundo social. Especi camente para nossa escolha qualitativa de fazer pesquisa, fundamentamo-nos na ontologia do Realismo Crítico de Bhaskar.
Tendo como expoente o lósofo inglês Roy Bhaskar, o Realismo Crítico tem sido considerado um movimento na loso a e nas ciências humanas como uma alternativa para as ciências naturais e sociais. O RC defende uma ontologia não empiricista. Diferentemente dos racionalistas, os empiricistas, segundo Barros (2015), consideravam a ‘experiência’ como a fonte segura de todo o conhecimento, sendo o método mais usado o indutivo em que as leis universais eram obtidas com base em enunciados particulares advindos da observação/experimentação. Kant, apesar de se alinhar ao empiricismo de Hume e Locke, assegurou que certas condições existem a priori para que as impressões sensíveis se convertam em conhecimento. Em suas palavras, Kant (1987, p.1) defende que “embora todo o nosso conhecimento comece com a experiência, nem por isso todo ele se origina justamente da experiência” e explica que, por
conhecimentos a priori, se refere aos que são absolutamente independentes de toda experiência. Assim, para ele, existe uma realidade externa independente do sujeito, denominando-a de coisas em si ou númeno, elaborando sualoso a transcendental. A característica fundamental de suas ideias é a negação de que apenas o conhecimento das conjunções de eventos possa esgotar tudo o que pertence ao mundo objetivo.
De acordo com Barros (2015), na condição de uma loso a emancipatória e crítica das losoas positivistas, o Realismo Crítico tem servido de base para uma re exão teórica e metodológica de muitos cientistas que buscam compreender as interrelações entre indivíduos e sociedade.
Ao nosso ver, o RC de Bhaskar retoma a visão multidimensional do mundo, ultrapassando a linearidade de perspectivas anteriores que já se demonstraram ‘problemáticas’ por estarem presas em questões de polaridade.
Segundo os realistas críticos, há uma “ontologia estrati cada” em que o mundo é um sistema aberto constituído pelos domínios do real, atual e empírico e por diferentes estratos que operam simultaneamente (físico, químico, biológico, semiótico, econômico, dentre outros) causando efeitos imprevisíveis no mundo. Nessa perspectiva, não se concebe que o mundo seja constituído apenas pelo domínio empírico, e sim pelos três: o real, o atual e o empírico como sumarizado por Bhaskar (1978).
Para Sayer (2000, p. 9), o real é “o que quer que exista, seja natural ou social, independentemente de ser um objeto empírico para nós e de
termos uma compreensão adequada de sua natureza”. No domínio do real, diversos estratos como físico, social, semiótico operam simultaneamente com seus poderes causais gerando efeitos imprevisíveis nos outros domínios relativos a eventos e experiências. Dessa forma, a operação de qualquer mecanismo que possui certo poder (gerativo) desses diferentes estratos é sempre mediada pela operação simultânea de outros, mas não são redutíveis a um e sempre dependem e internalizam traços de outros. Por isso, segundo Sayer (2000, p.11), “embora não precisemos voltar ao nível da biologia ou da química para explicar os fenômenos sociais, isto não signi ca que os primeiros não tenham efeito sobre a sociedade”. Assim, fenômenos sociais têm também efeitos sobre outros estratos ou, em outros termos, contribuem para dar origem a novos fenômenos.
O atual, como explicado por Sayer (2000), é o que acontece se e quando os poderes do real são ativados. A título de exempli cação, o autor menciona a distinção entre “força de trabalho” e “trabalho” na visão marxista. Nesse exemplo, a capacidade de executar trabalho, juntamente com as estruturas físicas e mentais do indivíduo, corresponde ao nível do real. Já o trabalho, como exercício dessa capacidade e seus efeitos, pertence ao domínio do atual.
Já o empírico seria o domínio das experiências efetivas: a parte do real e do atual experienciada pelos atores sociais. Dessa maneira, temos o real como o domínio dos poderes causais; o atual como domínio dos eventos em que se acionam esses poderes e o empírico que é o que se consegue perceber da ativação desses poderes no domínio dos eventos experienciados.
Para o Realismo Crítico não é possível se ter acesso direto ao domínio do real, das estruturas em que os mecanismos operam. Só se pode alcançá-lo através de nosso conhecimento sobre ele: a partir do atual e do empírico. Assim, o RC desconstrói a crença de que seja possível estudar o ‘mundo real’ com objetividade uma vez que só podemos investigar ou estudar o mundo a partir de nossas experiências, sob nossa ótica. A concepção tradicional de mundo empírico reduz os três domínios ontológicos a um: ‘o que é’, a ‘o que sabemos sobre’, e nem sempre ‘o que sabemos sobre’ elimina todas as possibilidades do que ‘realmente é’ (BHASKAR, 1978, p. 36).
A ciência, na verdade, é um sistema de crenças que se baseia em certas evidências. Mas quando uma nova evidência surge, numa investigação autêntica, precisamos incorporar essa evidência num modelo que está construído.
Bhaskar (1998) a rma que embora o conhecimento seja necessário, ele é insu ciente para a liberdade. Ser livre acarreta: a) conhecer os reais interesses; b) possuir habilidades, recursos e oportunidades para agir; c) estar disposto a agir. Desta forma, a política emancipatória deve estar alicerçada numa teoria cientí ca e revolucionária, pois, para ele, essa seria a única chance da não barbárie, da sobrevivência humana. Entendemos aqui o ‘estar disposto a agir’ como a ‘vontade’ que irá propiciar ao indivíduo movimentar e exercitar seu poder. Ter consciência dessa vontade e do poder é importante para ser responsável por suas ações, escolhas, pensamentos.
Nesse sentido, acreditamos no sentido ‘positivo’ do poder enquanto escolha do movimento para transformação. O ser humano estaria
sempre potencialmente apto a movimentar sua energia criadora e transformadora a partir de sua vontade.
Como colocado por Barros (2015), o potencial emancipatório nasce da capacidade da agência intencional e da prática re exiva e os indivíduos possuem poderes causais para reproduzir ou transformar sua realidade.
Archer (2000), na análise sobre a morfogênese da agência, argumenta a necessidade de compreender as propriedades e os poderes dos seres humanos e como eles emergem através das relações com o mundo. Destaca assim não apenas a construção da sociedade, linguagem, discurso e diálogo; mas, principalmente, a capacidade de nos conhecer que está relacionada à prática do diálogo na sociedade. Nesse sentido, a autora (2000, p. 318) foca na necessidade de cada um de nós se descobrir através de práticas do ‘diálogo interior’, pois este não seria apenas uma janela sobre o mundo, mas o que determina nosso ‘ser no mundo’. Para Archer, apesar de existirem forças externas que nos induzem a seguir um caminho, somos nós quem determinamos nossas prioridades e de nimos nossa identidade. O ser humano para Archer é um ser extremamente re exivo e avaliativo e é pelo acesso à informação externa e ao diálogo interno que alcançamos nossa identidade pessoal e valores. Em suas palavras, ao abrirmos para as conversas internas, descobriremos o encantamento de todo ser humano, além de um rico campo de pesquisa. Desse modo, os agentes sociais constroem suas re exões através das conversas internas e o ‘eu’ re exivo constitui um mecanismo capaz de conectar os poderes causais à agência.
Corroborando o mesmo raciocínio, Bhaskar (1998) reitera que todo comportamento humano tem uma razão, sendo assim, intencional. O que ocorre é que ele pode ou não estar consciente das razões que causam seu comportamento, haja vista que o comportamento humano tem mecanismos psicológicos indisponíveis à consciência. Segundo ele, a capacidade para o automonitoramento das intervenções causais no mundo está intimamente conectada com a linguagem, concebida como um sistema de signos aptos para a produção e a comunicação de informações.
4.2. Construção do corpus de análise
Em pesquisas qualitativas, segundo Barros (2015), o pesquisador pode se valer de vários métodos para assegurar maior con abilidade, sendo os mais usados: estudos de caso, etnogra a, narrativas de vida e pesquisa-ação. As técnicas de coleta mais comuns seriam a entrevista e a observação participante. Já as técnicas de análise seriam a análise de discurso, a análise de conteúdo e a análise de narrativa.
Em termos metodológicos, entendemos que para os estudos homeopáticos, a melhor opção é o estudo das narrativas. A narratologia corresponde à designação dada por Todorov (1969) à análise da narrativa. Para Alves e Blikstein (2012), conforme a tradição linguística francesa, a narrativa pode ser de nida como o discurso que se refere a uma temporalidade passada ou imaginada com relação ao momento da enunciação. Assim, num primeiro momento, podemos entender também a narrativa como um discurso que trata das ações ocorridas no passado. Como de ne Labov (1972), a narra-
tiva é um método de recuperar a experiência passada pela combinação de uma sequência verbal de causas a uma sequência de eventos os quais realmente aconteceram. Temos como importante então, o fator da temporalidade como característica da narrativa. Procurar o sentido de uma narrativa é uma forma encontrada pelas pessoas para manifestar um desejo de dominação ou de contradominação. Dentre todos os modos de dominação percebidos pelo ser humano ao longo dos anos para relacionar-se com os outros, o mais efetivo é a manipulação dos sentidos. Conforme defende Lopes (1978), quem manipula os sentidos do discurso transforma-se no árbitro todo-poderoso da comunidade que de ne o que venha a ser valor e antivalor; é ele quem assinala os objetivos a serem perseguidos pelo grupo, dita as regras de comportamento, que irão dirigir a ação singular dos indivíduos na tentativa de realização de seus valores, pune, recompensa. Foucault (1996), ressalta que por mais que o discurso seja aparentemente pouca coisa, as interdições que o atingem revelam logo sua ligação com o desejo e com o poder. A análise da narrativa procura entender o texto por sua totalidade, sua grandeza, partindo de suas peculiaridades.
5. O USO DAS NARRATIVAS NAS PESQUISAS EM HOMEOPATIA
Como defendemos nesse estudo, não somos meros expectadores sem efeitos no mundo. Ao contrário, somos todos ativos na construção de nossas realidades e fundamentais para alcançarmos nosso autoconhecimento e auto cura. Através das falas construídas pelos sujeitos numa consulta homeopática, podemos auxili-
á-los a melhor identi car as causas e modos de seus adoecimentos, e, fazendo isso, de encontrar os medicamentos mais parecidos com sua personalidade, seja momentânea, seja o mais próximo de seu verdadeiro ‘eu’.
Esse movimento ocorre por meio de dois processos interligados: a anamnese, conduzida pelo homeopata, e a fala espontânea do paciente. Na anamnese, informações importantes são resgatadas: condições de gestação e nascimento, desmame, desfralde, idade da deambulação independente, posição da pessoa na ordem dos nascimentos da família, doenças sofridas durante o crescimento e as predominantes na família, modos de tratamento utilizados para lidar com essas doenças, remédios já ingeridos com frequência, reações vacinais, relacionamentos, autoimagem e auto percepção, modos de lidar com emoções basais como o medo, a raiva, a tristeza, vida acadêmica e pro ssional, entre tantos outros itens importantes e que constituem, por assim dizer, a narrativa da vida pessoal em vários níveis, para que o homeopata possa construir de forma relativamente segura o retrato da personalidade que tem à sua frente. Na fala espontânea, importantíssima para a tomada de caso, a pessoa em consulta fala livremente de si, de seus problemas, percepções, do modo como lida com as coisas, como sente seu adoecimento e como espera equilibrar-se. O homeopata deve sempre encorajar essa fala livre, por trazer elementos menos estruturados e nos permitir enxergar com mais profundidade o ser que adoeceu. Combinando as duas narrativas, e buscando compatibilizá-las com as imagens dos remédios, o homeopata poderá escolher o que indicar com uma margem razoável de acerto.
Em próximos atendimentos, é provável que a narrativa se enriqueça com novos elementos, pois raramente se trata de tudo o que é essencial no primeiro momento, quando a formação do vínculo terapêutico ainda está em curso. Dessa forma, novos aspectos da história podem surgir e até mesmo mudar o curso da abordagem terapêutica inicialmente pensada.
Retratamos aqui as falas de dois atendimentos. A primeira, C1, é uma participante do sexo feminino, com 60 anos e que se de ne como:
...fumante, nervosa, ansiosa, diabética (tipo1). Fome demasiada, nada sacia. Fome de tudo. Mental: dorme pouco (cerca de 5h). Autoritária, tem que ser do jeito dela. Não é apegada, mas é muito ciumenta. Emocional meloso, chorosa, carinhosa, dramática, apego emocional às pessoas, às coisas não! Se incomoda com os outros falando ou julgando os outros...
Principal queixa inicial: quer emagrecer e parar de fumar. Com maior liberdade, expressou sobre seu passado com o marido e a mãe:
Fui deixada num colégio de freiras para estudar, sinto-me mal amada por minha mãe e pelo meu ex-marido que abusou de mim aos 16 anos, acarretando numa gravidez não planejada sendo obrigada a me casar com o homem que me estuprou. Ele teve raiva de mim por ser obrigado a se casar e, em todas as 3 gestações, meus lhos foram frutos de estupros. Descobri o diabetes no parto do meu 2ª lho em que sofri muito antes de ganhá-lo pois fui obrigada a ir andando para o hospital – vários quilômetros – por meu marido. A criança nasceu prematura e com problemas...
A partir do relato de mais de 2h de conversa, identi camos o miasma do tuberculinismo em C1, com o luetismo forte percebido pelo uso do cigarro. Para tratar o trauma relatado iniciamos com Staphysagria CH 100 e, após retornar para a consulta relatou que:
Sinto-me bem melhor após o medicamento, desenterrei cada defunto...mas passei a dormir melhor, a car mais tranquila, a fumar e a comer menos pois estou bem menos ansiosa...
O segundo atendimento que relato aqui, C2, é também uma mulher, 40 anos, que se de ne como:
...controlada, ponderada, raramente perco as estribeiras. Só perco a paciência com os lhos pois sinto que raramente cumpro o que ameaço fazer. Me incomoda muito a calma do meu lho que lembra muito o pai...canso de falar e ele não obedece. Seu comodismo me incomoda e minha reação é só conversar. Às vezes perco a paciência mas depois volto a conversar com ele e explico melhor. Sou mais introspectiva, especialmente em casa, me exponho mais no trabalho do que em casa. Não me sentia à vontade com o marido. Gosto de receber carinho e vejo como isso fazia falta pra mim pois sou carinhosa, gosto de ser tocada. Sinto que sempre me virei sozinha, acho que minha mãe não era afetuosa, carinhosa. Não tenho referência de alguém afetuoso, apenas uma tia que morou pouco comigo e minha mãe.
Como queixa principal, C2 relata dores no corpo. Dores começaram do lado direito, ciático, joelho direito, quadril, lateralidade direita, mãos, lombar. A dor piora parada. Menstruação muito intensa, com muita enxaqueca que nada resolve.
Após chorar durante a conversa, desabafa:
No momento, estou ansiosa por achar alguém rápido ou de que não vou achar mais ninguém pra car na minha vida...Sinto-me carente de carinho, de cuidado, de ter alguém pra cuidar de mim...Sou muito cuidadora e não sou cuidada por ninguém...
Também foi percebido o miasma tuberculínico com forte luetismo – menstruação abundante, irritabilidade, impaciência. Contudo, após os relatos de C2, descobrimos seu similium Pulsatilla, o qual foi prescrito na dose única CH30. Após o retorno, cou agradecida por ter se sentido mais calma e sem dores de cabeça e com uxo menstrual regulado, como não tinha há uns 15 anos.
A partir das análises feitas, pudemos constatar que os autorrelatos, que são relatos orais ou escritos de experiências pessoais têm o potencial de apresentar a própria experiência de vida dos sujeitos nas suas mais variadas formas, através de narrativas sobre suas experiências. O propósito ao utilizar as narrativas foi desvelar o que está por trás dos sintomas físicos que, em todas as situações, revelam experiências traumáticas dolorosas que caram nos campos energéticos, mentais, psicológicos e emocionais. Procuramos, nas histórias contadas, sinais que revelem a in uência dos eventos passados nos sintomas presentes para, ao nal, discutirmos e avaliarmos os principais miasmas em desequilíbrio e, quando possível, descobrirmos os medicamentos que irão cobrir melhor o similium do momento e, muitas vezes, descobrir o similium persona dos que nos procuram por ajuda para a autocura completa, harmoniosa, lenta e de nitiva, como é o tratamento com a homeopatia.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diferentemente dos métodos de pesquisa alopáticos em que se busca investigar, quantitativamente, resultados parecidos para a mesma doença e em maior número de pessoas com acometidos pelos mesmos sintomas, a homeopatia não tem como usar os mesmos métodos. Simplesmente porque a investigação dever ser individual. Não há, para os mesmos sintomas, um único e mesmo medicamento. Como descrito anteriormente, uma das características do tratamento homeopático é justamente sua individualidade. Há que se investigar, pelos relatos, a causa (ou as causas) emocional do adoecimento pois, uma mesma situação pode ser traumática ou não para indivíduos distintos. Acometendo ou não os corpos físicos a doenças e, mesmo essas, poderão se manifestar de formas distintas e em momentos divergentes. As maneiras de se reagir aos eventos são diferentes entre os seres e as reações podem ou não trazer adoecimentos e ainda assim, de formas diferentes de acordo com cada ser. Deste modo, não podemos continuar querendo ‘encaixar’ metodologias de pesquisa já prontas ou utilizadas pela alopatia. As formas de compreensão do mundo e do ser entre ela e a homeopatia são completamente diferentes. Buscamos compreender o ser, por completo, e não apenas suas dores físicas. Além disso, trabalhamos com a Lei dos semelhantes, com doses in nitesimais, numa perspectiva holística e vitalista. Assim sendo, não há como fazer estudos e publicações da mesma maneira como se faz no campo alopático.
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