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10.MONOGRAFIA
MONOGRAFIA
Relatos de casos de afecções oftalmológicas tratadas com homeopatia Kátia Regina da Silva Couto Rio de Janeiro, 2016
Monografia submetida como requisito parcial para obtenção do certificado de conclusão do curso de formação de especialista em Homeopatia – área de Medicina, sob a orientação do Professor Eliene Sobreiro Couto. INSTITUTO HAHNEMANNIANNO DO BRASIL. Departamento de Ensino Curso de Pós-Graduação em Homeopatia Área de Concentração: Medicina.
RESUMO
Desde 1979 a Homeopatia foi reconhecida como especialidade médica pela Associação Médica Brasileira, assim como desde 1980, pelo Conselho Federal de Medicina. Apesar de ser utilizada cada vez mais na prática médica, sua eficácia ainda é pouco documentada e divulgada para os médicos, principalmente no que tange a certas especialidades médicas como a oftalmologia. A importância da divulgação dos resultados da homeopatia na oftalmologia é observada através da possibilidade de se obter um tratamento eficaz e eficiente, que facilita a aderência do paciente, sendo compatível para qualquer faixa etária, além de ser ecologicamente correto. Através da revisão de literatura, o presente trabalho tem o objetivo de divulgar a eficácia do tratamento homeopático nas afecções oftalmológicas de diversas áreas anatômicas do globo ocular: conjuntiva, córnea, cristalino, retina e nervo óptico.
Palavras-chave: tratamento homeopático, eficácia, afecções oftalmológicas.
ABSTRACT
Homeopathy has been recognized as a medical specialty by the Brazilian Medical Association since 1979 and by the Federal Medical Council since 1980. Despite being increasingly used in medical practice, its effectiveness is still poorly documented and publicised to doctors, particularly in certain medical specialties, such as ophthalmology. The dissemination of successful homeopathic outcomes in ophthalmology is important as it may provide an effective and efficient treatment for any age group with good patient compliance, which is also environmentally friendly. A literature review was undertaken to identify the effectiveness of a homeopathic approach in the treatment of diseases of different parts of the eye, such as the conjunctiva, cornea, lens, retina and optic nerve.
Keywords: homeopathic treatment, effectiveness, ophthalmologic disorders.
1 INTRODUÇÃO
A homeopatia foi desenvolvida no século 18 na Europa pelo médico Samuel Hahnemann, após a realização de diversos estudos e experimentações. Desde então, a homeopatia difundiu-se por diversos países e no Brasil foi introduzida por Benoit Mure em 1840, tornando-se uma nova opção de tratamento para a população. Os princípios filosóficos e doutrinários da homeopatia estabelecidos por Hahnemann foram sistematizados em suas obras: “Organon da arte de curar” e “Doenças crônicas”. No primeiro parágrafo do Organon, Hahnemann define a missão do médico: “A mais alta e única missão do médico é restabelecer a saúde nos doentes, que é o que se chama curar”. A homeopatia é um sistema terapêutico cuja prática visa o restabelecimento da saúde através de medicamentos preparados em diluições infinitesimais e dinamizados. Seus princípios fundamentais baseiam-se nos aspectos:
- Cura pelo semelhante, Similia similibus curentur ou “sejam os semelhantes curados pelo semelhante”, onde qualquer substância capaz de provocar determinados sintomas em um homem são, é capaz de curar um homem que apresente um quadro mórbido semelhante, desde que em doses adequadas, com exceção das lesões irreversíveis. - Experimentação no homem são, através da qual testa-se as substâncias medicinais em pessoas sadias para revelar os sintomas que refletirão a sua ação. - Doses infinitesimais, que é o processo farmacotécnico onde se usa diluições infinitesimais e dinamizadas no intuito de evitar os efeitos tóxicos das altas doses 2 e os efeitos negativos da agravação dos sintomas, além de aumentar a reação orgânica do paciente.
- Concepção do remédio único, onde apenas um medicamento é testado por vez na experimentação patogenética, para se obter as características da substância testada.
Com estas raízes filosóficas, a homeopatia vem permeando diversas especialidades médicas, como é o caso da oftalmologia, onde observam-se publicações variadas que comtemplam êxitos das abordagens homeopáticas utilizados em muitas afecções oftalmológicas.
Baseando-se nestas publicações, algumas afecções oftalmológicas descritas não apresentam cura através do tratamento alopático, outras necessitam de abordagem cirúrgica ou de medicações de alto custo na tentativa de melhora ou remissão do quadro. Não obstante, as vantagens do tratamento homeopático são representadas pelo baixo custo, sendo um tratamento compatível para qualquer faixa etária, além de ser elaborado de forma ecológica por consumir pouca matéria prima em sua confecção. Por outro lado, o tratamento alopático, ainda que de forma conservadora, inclui medicações tópicas ou sistêmicas que em sua maioria conta com uma série de efeitos colaterais, muitas vezes graves e irreversíveis. Foi observado através de pesquisas que o tratamento homeopático mostrou-se eficaz não só nas afecções da conjuntiva (as mais comuns) como também em outros segmentos anatômicos do globo ocular, como córnea, cristalino, retina e nervo óptico.
2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 CONJUNTIVA
A conjuntiva é uma membrana mucosa transparente que reveste a superfície interna das pálpebras e a superfície do globo ocular até o limbo. Ela faz parte da barreira de defesa contra infecções. Sua drenagem linfática se dá para os gânglios pré-auriculares e submandibulares. A conjuntiva pode ser subdividida em palpebral, bulbar (recobre a esclera anterior) e a conjuntiva do fórnice (reveste a extremidade nasal e temporal).
A afecção mais comum da conjuntiva é a conjuntivite, caracterizada por hiperemia, edema e secreção. É frequente a sensação de corpo estranho ocular 4 e turvação visual que melhoram com o piscar. São vários os agentes causadores das conjuntivites, dentre eles encontram-se: bactérias, vírus, atopias, etc. O tratamento alopático é prescrito de acordo com o agente etiológico de cada conjuntivite, baseado principalmente no aspecto clínico da afecção. As ilustrações a seguir são das conjuntivites mais comuns na clínica diária.
Figura 1- Desenho esquemático do olho humano Fonte: [Dantas, 1983] Figura 2 - Conjuntivite bacteriana Fonte: [Kanski et al., 2008]
Figura 3 - Conjuntivite viral Fonte: [Kanski et al., 2008]
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Figura 4 - Conjuntivite alérgica Fonte: [Kanski et al., 2008]
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Os aspectos clínicos importantes para o diagnóstico diferencial das inflamações conjuntivais são: sintomas, secreção, reação conjuntival, presença de membranas, envolvimento corneano associado e linfadenopatia. Diversos tipos de conjuntivites acometem também a córnea levando ao quadro de ceratoconjuntivite.
2.2 CÓRNEA
A córnea é uma membrana avascular formada por cinco camadas: epitélio, camada de Bowman, estroma (corresponde a 90% da espessura corneana), membrana de Descemet e o endotélio. ções, os depósitos lipídicos e as dobras e rupturas da membrana de Descemet.
Diversos tipos de conjuntivites também podem acometer a córnea ocasionando ceratoconjuntivite, como é o exemplo da Ceratoconjuntivite Vernal ou Primaveril. Trata-se de uma afecção bilateral e recorrente de cunho alérgico que afeta principalmente meninos na primeira década de vida.
Nas regiões da África subsaarianas representa um problema de saúde pública. A maioria dos pacientes desenvolve asma e eczema na infância. A ceratoconjuntivite vernal pode ter ocorrência sazonal, com pico de incidência no final da primavera e no verão. Os principais sintomas são prurido intenso, lacrimejamento, fotofobia, sensação de corpo estranho e presença de secreção mucóide espessa. Pode ser classificada em afecção palpebral (de pior prognóstico, pois envolve a conjuntiva tarsal superior e pode estar associada a doença corneana pela aposição das placas tarsais e o epitélio corneano), límbica (em pacientes negros e asiáticos) e a mista (afecção palpebral e límbica).
Figura 5 - Desenho esquemático da córnea humana Fonte: [Dantas, 1983]
A córnea é o tecido mais densamente inervado do corpo. A inervação sensorial se dá pela primeira divisão do nervo trigêmeo. Em olhos com abrasões corneanas ou ceratopatias bolhosas, o estímulo direto sobre estes terminais nervosos causa dor, lacrimejamento reflexo e fotofobia. Afecções corneanas podem ser superficiais (acometem somente o epitélio) ou profundas (lesões que podem atingir até o endotélio). As lesões superficiais mais comuns são as erosões epiteliais pontuadas e a ceratite epitelial pontuada, enquanto as lesões profundas mais encontradas na prática clínica incluem os infiltrados, as ulcerações, as vasculariza-
Figura 6 – Afecção vernal palpebral Fonte: [Kanski et al., 2008]
Figura 7 – Afecção vernal límbica Fonte: [Kanski et al., 2008]
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Figura 8 – Ceratopatia vernal Fonte: [Kanski et al., 2008]
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Apesar de 95% dos pacientes acometidos sofrerem remissão até o fim da adolescência, 5% desenvolvem ceratoconjuntivite atópica, afecção crônica e não remissiva, com baixa expectativa de resolução final, associada à baixa visual importante cujo tratamento alopático se assemelha ao da ceratoconjuntivite vernal. Este tratamento inclui o uso de colírios (estabilizadores de mastócitos, anti-histamínicos, corticosteróide, acetilcisteína e ciclosporina), injeção supratarsal de corticosteróide, tratamento sistêmico (imunossupressores e antihistamínicos orais) e tratamento cirúrgico (ceratectomia superficial e enxerto de membrana amniótica). Em contrapartida ao tratamento alopático, a homeopatia apresenta uma alternativa de tratamento das conjuntivites e ceratoconjuntivites que logra êxito.
2.3 RELATOS DE CASOS DE AFECÇÕES CORNEANAS E CONJUNTIVAIS
Em 2001 foi realizado um estudo pelo Dr. Cláudio M. Sena e cols. sobre os resultados iniciais do uso de medicação homeopática no tratamento da ceratoconjuntivite primaveril. Treze pacientes que apresentavam ceratoconjuntivite vernal foram acompanhados por 1 ano. Foram tratados com medicamento homeopático em dose única, via oral, baseando-se na totalidade sintomática de cada paciente. Todos os pacientes já haviam utilizado corticosteróide tópico antes da sua inclusão no estudo. Até seis meses de tratamento, cada paciente foi examinado pelo mesmo médico a cada mês. Após seis meses, a avaliação foi trimestral até completar 1 ano de tratamento homeopático. A porcentagem de melhora dos sinais e sintomas foi significativa: 100% para o lacrimejamento e dor ocular, 92% de melhora para secreção ocular, assim como 86% para sensação de corpo estranho.
Nesse estudo, 84% dos pacientes relataram melhora do prurido e da fotofobia, assim como diminuição ou ausência do desconforto ocular provocado pela ceratoconjuntivite. Em 62,5% dos casos houve melhora dos nódulos limbais. Não obstante, 61% dos casos melhoraram da hiperemia conjuntival e em 58% houve melhora das erosões epiteliais. Neste estudo evidenciou-se apenas 8% dos casos com melhora da hipertrofia papilar tarsal. Portanto, conclui-se que o tratamento homeopático apresentou melhoras dos sinais e sintomas da ceratoconjuntivite vernal neste estudo.
Em 2005, a Dra. Margareth Mendes fez um levantamento bibliográfico sobre a aplicação da homeopatia nas epidemias. A conjuntivite foi abordada dentre as epidemias citadas. O primeiro trabalho foi um estudo duplo cego randomizado realizado em Pittsburg, USA, durante uma epidemia onde foi avaliado o uso de Euphrasia 30 CH ou placebo na prevenção das ceratoconjuntivites.
O estudo era composto de dois grupos de escolares de 4 a 15 anos, onde o primeiro grupo apresentava 658 escolares que usaram profilaticamente Euphrasia 30 CH por 3 dias consecutivos, e o segundo grupo, controle, apresentava 648 participantes que usaram placebo. Os sintomas foram avaliados segundo uma pontuação.
Os resultados não tiveram significância estatística, pois não houve diferença na incidência e na gravidade da doença entre o grupo experimental e o grupo controle. Não foi feita a valorização dos sintomas que individualizaria aquela epidemia impossibilitando atingir o gênio epidêmico da epidemia.
O segundo trabalho foi realizado em 1995, em uma ceratoconjuntivite epidêmica em Cuba. Foram 108 pacientes distribuídos de forma aleatória para tratamento com homeopatia e o grupo controle fez tratamento alopático. Os sintomas e suas modalidades, sinais e exame físico, foram catalogados e após realizar a repertorização, o medicamento mais importante era a Pulsatilla. O Mercurius solubilis e a Euphrasia apresentaram respostas parciais. Foi utilizado Pulsatilla 6 CH a cada duas ou três horas, espaçando conforme a melhora. Em alguns casos, os sintomas persistiram nas 72 horas ou ocorreram novos sintomas.
Estes casos foram tratados individualmente após nova repertorização. Foram excluídos 30 pacientes por falta de seguimento ou por uso de medicação alopática. Os sintomas foram modalizados e distribuídos percentualmente. Os resultados revelaram uma diferença significativa (p = 0,999), demonstrando que o tratamento com a homeopatia apresentou mais eficácia do que o tratamento alopático na melhora dos sintomas, em menos de 3 dias.
Em 2009, Antônio Cruz e cols. apresentaram os primeiros resultados do uso do Vaccininum em pacientes com doenças conjuntivais e corneanas. O primeiro caso foi de uma criança com ceratoconjuntivite primaveril grave com intensa fotofobia, sensação de corpo estranho ocular e prurido. A criança em questão fazia tratamento com homeopatia e mantinha uma melhora do quadro oftalmológico, mas permanecia com baixa da acuidade visual consequente a alterações da córnea. Durante a evolução do quadro, a criança apresentou úlcera de córnea em ambos os olhos, diminuindo mais a acuidade visual. Durante este período, ela contraiu varicela e evoluiu com melhora dos sintomas e da visão, fato este que corrobora Hahnemann, quando constatou que a própria natureza possui instrumentos homeopáticos de cura, comprovando a grande lei da cura pelo semelhante.
A partir dos sintomas oculares semelhantes da varicela e da Vaccininum (Vaccinia), optou-se pelo uso do medicamento Vaccinia como tratamento homeopático da conjuntivite primaveral da criança em questão. Não obstante, usou-se Vaccinia em mais 5 pacientes selecionados pela semelhança dos sintomas e sinais desta conjuntivite com o quadro da Vaccinia, além da falta de resposta a outros tratamentos. Todos permaneceram no mínimo 7 dias sem usar medicação alopática, com exceção de um paciente com úlcera de córnea em escudo devido à gravidade do caso. Logo após a redução dos medicamentos utilizados, este paciente iniciou o tratamento com a medicação homeopática. Foi utilizada dose única em 35 CH de Vaccininum, via oral. Os pacientes evoluíram com melhora dos sinais e sintomas, apresentando melhora da qualidade de vida em relação aos tratamentos realizados anteriormente.
Em 2014, o mesmo autor, Antônio Carlos G. da Cruz e cols. apresentaram um estudo com dois casos de melhora das papilas gigantes na ceratoconjuntivite primaveril com tratamento homeopático. Dois pacientes que apresentavam úlcera de córnea em escudo unilateral e hipertrofia papilar gigante, resistentes à retirada do corticoide tópico e portadores de bronquite, foram tratados com uma única dose de 30 CH, via oral, do medicamento homeopático individual correspondente a totalidade sintomática de cada um. As revisões foram feitas nos primeiros 30 dias após o uso do medicamento e subsequentemente a cada dois meses.
O caso 1, M.C.F., masculino, 5 anos, apresentava prurido e fotofobia intensos, sensação de corpo estranho e lacrimejamento. Era um menino cuidadoso com a saúde dos familiares, preocupado em medicá-los em caso de doença. Certas ocasiões ele ficava febril quando o pai demorava a chegar do trabalho. Ele tinha medo de escuro, de baratas e da morte. Ao exame oftalmológico: hiperemia conjuntival bulbar, secreção mucosa, papilas gigantes no tarso superior
e erosões puntiformes em toda a córnea no olho direito e úlcera em escudo no olho esquerdo de 0,7 x 0,7mm. Fazia tratamento tópico (corticoide, anti-histamínico, anti-inflamatório) e sistêmico (anti-histamínico). Foi prescrito Phosphorus 30 CH, via oral, em dose única.
O caso 2, W.H.S.R., masculino 6 anos, também apresentava prurido e fotofobia intensos, sensação de corpo estranho e lacrimejamento. Era acompanhado por sua avó nas consultas, e ela dizia que ele poderia furar os próprios olhos de tanto coçá-los. Havia piora do quadro com calor. Ao exame oftalmológico: hiperemia conjuntival bulbar, secreção mucosa, papilas gigantes no tarso superior e erosões puntiformes em toda a córnea no olho direito, úlcera em escudo no olho esquerdo de 2,0 x 2,5mm e infiltrado límbico com nódulos de Tantras no olho direito. Este paciente fazia tratamento tópico (corticoide e reparador oftálmico em forma de pomada) e sistêmico (anti-inflamatório não hormonal). Foi prescrito Apis mellifica 30 CH, via oral, em dose única.
Os dois pacientes foram acompanhados por 15 e 20 meses respectivamente até a alta. Após um mês de tratamento, o primeiro caso encontrava-se sem queixas e apresentava cicatrização da úlcera em escudo. As papilas gigantes diminuíram com mais lentidão a partir do décimo mês. Após um ano e três meses o paciente não mais apresentava hipertrofia papilar. Não apresentou qualquer episódio de febre, os medos suavizaram, e apenas alguns episódios de bronquite se manifestaram. Surgiram erupções cutâneas pruriginosas, principalmente nos membros inferiores que migravam das coxas para as extremidades. Este paciente recebeu alta oftalmológica a partir deste quadro, sendo encaminhado para o Instituto Mineiro de Homeopatia. Após quinze dias da medicação, o segundo caso estava assintomático. Sua úlcera de córnea cicatrizou após o quarto mês e durante esse período ocorreram suaves episódios de bronquite. Após um ano e oito meses o paciente recebeu alta, ocasião em que reduziu sua intolerância ao calor e houve o desparecimento da hipertrofia papilar. Segundo os autores, não foi encontrada na literatura oftalmológica nenhuma descrição de melhora da hipertrofia papilar tarsal com uso de medicamentos na idade entre cinco e seis anos como nos casos acima. Segundo a literatura, essa melhora ocorre espontaneamente, mas somente na adolescência. A evolução dos dois casos se deu com apenas uma dose de cada medicamento homeopático, facilitando o custo do tratamento, sem a necessidade de ações mais agressivas e dispendiosas. Não obstante, o desaparecimento dos sintomas em um período considerado rápido para o tipo de afecção, houve a reintegração mais rápida dos pacientes à escola. Esse estudo mostra que a homeopatia pode contribuir para o tratamento de quadros graves da ceratoconjuntivite primaveril ou vernal.
2.4 CRISTALINO
O cristalino é uma lente biconvexa, avascular, elástica e transparente que se localiza posteriormente à íris e é mantida em sua localização através dos ligamentos do sistema zonular. Anatomicamente é possível o reconhecimento de sua cápsula, do córtex e do núcleo. A cápsula estabelece os limites do cristalino e em sendo elástica, está diretamente relacionada com o fenômeno da acomodação. No decorrer da vida, o núcleo do cristalino sofre com aumento de volume e rigidez causados por mecanismos de degeneração, precipitação, desnaturação e coagulação de proteínas, originando a opacificação que diminui a acuidade visual, chamada catarata. Esta pode ter origem congênita por alterações embriológicas, precipitadas por doenças sistêmicas (Diabetes Mellitus, Distrofia Miotônica, Dermatite Atópica e Neurofibromatose), assim como ser secundária à doença ocular primária (Uveíte anterior crônica, Glaucoma de ângulo fechado, Alta miopia, Distrofias hereditárias de fundo de olho). Não há tratamento clínico na alopatia para a catarata. A cirurgia é indicada quando a diminuição visual prejudica as atividades habituais do paciente. Atualmente, o tratamento cirúrgico pela facoemulsificação apresenta um alto índice de eficácia.
Figura 9 – Catarata Fonte: [Kanski et al., 2008]
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2.5 RELATOS DE CASOS DE CATARATA Em 1982, Diwan Harish Chand publicou o artigo “Role of homeopathy in ophthalmological conditions” no Indian Journal of Ophthalmology, onde afirmava que o colírio de Cineraria maritima deveria ser usado no estágio inicial da opacificação do cristalino no intuito de prevenir ou diminuir o desenvolvimento da catarata. Adicionado ao colírio, outras medicações homeopáticas de uso oral deveriam fazer parte do tratamento, de acordo com a história do paciente. Os medicamentos mais populares seriam: Calcarea carbonica e a Calcarea fluorica.
Por outro lado, ele relata que no British Homeopathic Journal foi descrito um caso de catarata bilateral em um paciente de 82 anos que melhorou com Silicea. Já a catarata consequente a traumatismo, o Conium maculatum ou a Arnica montana seriam os mais indicados. Jefferson Melamed apresentou a monografia de conclusão do curso de formação de especialista em homeopatia do Instituto Hahnemanniano do Brasil em 1998 sobre o Tratamento Homeopático da Catarata.
O autor descreveu o caso que envolveu o emprego de Cristalinum 30 CH, 05 gotas via oral, à noite, por 90 dias a um grupo de 20 pacientes com catarata incipiente e idades entre 50 e 70 anos. A acuidade visual deste grupo variava de 50 a 70 %. Após 3 meses de uso da medicação organoterápica, 15 pacientes (75% dos pacientes) melhoraram a acuidade visual em 10 a 20%. Os 5 pacientes restantes (25% dos 15 pacientes), não apresentaram modificação da situação oftalmológica neste período, sendo recomendado o tratamento cirúrgico. Também foi descrito pelo autor outros casos que apresentaram resultados favoráveis através do tratamento homeopático com o medicamento de fundo.
2.6 RETINA
A retina constitui o estrato neurossensorial do olho e possui dez camadas. Sua parte óptica transforma o estímulo luminoso em estímulo nervoso, resultando a sensação de visão. Sua função comtempla a detecção de um estímulo no campo de visão. O suprimento sanguíneo da retina é realizado de 2 formas: pela coroidocapilar, correspondendo às camadas pigmentar e de cones e bastonetes, e outra vascular compreendendo as camadas nuclear interna e ganglionar, procedente da artéria central da retina. A área central da retina corresponde a mácula e é responsável pela visão de cores, de detalhes e da visão diurna. Já a área periférica da retina é especializada na visão escotópica e noturna. As alterações retinianas mais comuns são as doenças inflamatórias (uveítes), doenças vasculares, degenerações (degenerações maculares), distrofias, descolamento de retina e afecções consequentes a traumatismos.
A Degeneração Macular Relacionada com a Idade (DMRI) tem sido uma das principais causas de cegueira nos pacientes acima de 50 anos na atualidade. Trata-se de uma doença degenerativa e progressiva que acomete a área central da retina (mácula), podendo levar à perda da visão central. Pode ser classificada como seca, responsável pela maior parte dos casos (85%90%), ou exsudativa, também denominada neovascular ou úmida (10%-15%).
Na DMRI seca ocorre a formação de drusas e defeitos do epitélio pigmentar da retina, podendo evoluir para um estágio final denominado atrofia geográfica. A DMRI exsudativa caracteriza-se pela formação de membrana neovascular, sendo responsável pela maior parte (90%) dos casos de cegueira (acuidade visual menor ou igual a 20/200). Atualmente, somente a DMRI exsudativa apresenta tratamento com potencial melhora da visão. É um tratamento dispendioso que está baseado na aplicação de fármacos na cavidade vítrea. Estes medicamentos atuam bloqueando a atividade do fator do crescimento do endotélio vascular (VEGF-A: vascular endothelium growth factor) e com isto inibe a permeabilidade vascular e angiogênese. A ação do fármaco dura em torno de 4 a 6 semanas, estabilizando e, em cerca de 1/3 dos casos, melhorando a acuidade visual. Os resultados já podem ser observados nos primeiros 30 dias, mas são necessárias aplicações contínuas dos medicamentos por período previamente imprevisível, até não haver, nos casos responsivos, atividade da doença definida conforme achados clínicos e de exames complementares.
Figura 10 – Degeneração macular relacionada à idade Fonte: [Kanski et al., 2008]
2.7 RELATOS DE CASOS DE AFECÇÕES VÍTREO-RETINIANAS
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David Milstein publicou o artigo “Degeneração Macular Relacionada com a Idade tratada com Isopatia” na revista Homeopatia em 2012. O autor apresentou três casos que obtiveram recuperação da visão após o tratamento isopático:
1- Para inibir o fator angiogênico gerador da rede de capilares e evitar fibrose, prescreveu-se Fator de crescimento endotelial a 10.000 CH. 2- Fator ativador de fibroblastos 10.000 CH para evitar fibrose. 3- 3- Para atenuar o processo inflamatório, PGE 2 10.000 CH. 4- S.O.D., Catalase, peroxidade, ubiquinona, todas em 6CH. 5- Retina 6 CH. 6- Em caso de participação viral ou bacteriana, foi incluído o nosódio correspondente em 10.000 CH.
O primeiro caso era um paciente de 79 anos que apresentou diminuição da acuidade visual, visão borrada e com a forma alterada (metamorfopsia), devido à membrana epirretiniana. Em seis meses iniciou o tratamento homeopático, referindo melhora após quatro meses. Comprovou-se através dos exames que a membrana epirretiniana havia desaparecido. O segundo e o terceiro casos eram pacientes que apresentavam catarata e degeneração macular relacionada à idade e obtiveram melhora do quadro após o tratamento homeopático.
Em outro artigo, Sebastião José Ferreira Duque em 1992 descreve o caso de um paciente com hemorragia vítrea pós-traumática que obteve resposta favorável após o tratamento com homeopatia. Neste caso, o paciente apresentou hifema (hemorragia na câmara anterior) e hemorragia vítrea devido ao impacto direto de fragmento metálico após explosão de um equipamento no trabalho. O caso foi documentado pelo Eco-oculograma tipo B evidenciando o extenso hematoma vítreo. Na ocasião, a opção pelo tratamento cirúrgico (vitrectomia posterior) poderia apresentar várias complicações. Foi prescrito o medicamento de
fundo e medicamentos organoterápicos. Era uma pessoa comunicativa que gostava de ajudar o próximo, porém nunca esquecia uma ofensa. Dizia-se teimoso e muito conservador, ligado à família, temendo que algo acontecesse com um dos familiares. Não gostava de multidões ou de ser consolado. Referia medo de ladrão e de passar necessidades. Tinha o sono leve e sonhava com casas velhas e com parentes e amigos que já haviam falecido.
Foi prescrito Natrum muriaticum 200 CH – 01 papel aos domingos em jejum, Arnica montana 12 CH – 3 glóbulos, 3 vezes ao dia, Crotalus horridus 9 CH - 3 glóbulos, 3 vezes ao dia. Após 1 mês, manteve acuidade visual de vultos, porém referiu melhora do estado geral. A dinamização das medicações organotrópicas foram aumentadas em seis meses, chegando a Arnica montana 10M - 1 papel e Crotalus horridus 1M – 1 papel. A acuidade visual chegou a 0,4, a hemorragia vítrea deu lugar a uma área de fibrose vítrea discreta em periferia de retina e o Eco-oculograma tipo B evidenciou opacidades vítreas moderadamente densas em quadrante inferior sem tração vítreo-retinianas.
2.8 NERVO ÓPTICO
O nervo óptico é formado dos axônios das células ganglionares da retina, transmitindo impulsos aferentes visuais e pupilomotores, formando sinapses no corpo geniculado lateral. Ele se continua com o quiasma óptico, onde há uma semidecussação das fibras nervosas, prosseguindo com os tratos ópticos (direito e esquerdo), transmitindo o estímulo do quiasma aos corpos geniculados laterais, para então se dirigir ao córtex cerebral. A porção intra-orbitária do nervo óptico é nutrida pela artéria central do nervo óptico, enquanto a porção intracraniana (quiasma óptico) é nutrida pelas artérias carótida interna, cerebral anterior e comunicante anterior.
As alterações do nervo óptico podem ser consequentes as anomalias de desenvolvimento, inflamações (neurites), atrofias primária ou secundária (glaucomatosa), distúrbios circulatórios (edema de papila) e tumores. As neuropatias ópticas secundárias ao glaucoma são as alterações mais comuns que observamos na prática. O dano manifesta-se morfologicamente pelo aumento da escavação papilar, alterações no campo visual e podem estar associados ao aumento da pressão intraocular. A evolução natural de um glaucoma não tratado é a cegueira irreversível, sendo uma das principais causas de cegueira no mundo. A escavação glaucomatosa apresenta alguns sinais característicos como a assimetria, a presença dos vasos em baioneta, assim como a palidez e atrofia. O glaucoma é uma neuropatia óptica degenerativa que se apresenta ao médico em diversos estágios de um processo contínuo caracterizado por morte acelerada das células ganglionares, perda axonal subsequente e lesão do nervo óptico, como também perda do campo visual.
O glaucoma pode ser primário, secundário ou congênito. O glaucoma primário pode ser classificado de ângulo aberto ou fechado. O glaucoma primário de ângulo aberto (GPAA) apresenta o ângulo de drenagem do humor aquoso aberto. Por outro lado, no glaucoma de ângulo fechado, o ângulo entre a córnea e a íris encontra-se fechado, dificultando o escoamento do humor aquoso através do trabeculado. O glaucoma pode ser secundário a diversas situações: traumatismo ocular, catarata, uso de corticoide tópico ou sistêmico, inflamações intraoculares, entre outras condições. Já o glaucoma congênito pode ser primário ou secundário associado a alterações oculares ou a anomalias congênitas. O tratamento alopático do glaucoma depende da causa, podendo ser realizado de forma tópica e sistêmica, assim como através de procedimentos a laser e cirurgias.
Figura 11 – Escavação de papila glaucomatosa Fonte: [Kanski et al., 2000]
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2.9 RELATOS DE CASOS DE NEUROPATIAS ÓPTICAS
De acordo com o artigo “Role of homeopathy in ophthalmological conditions”, Diwan Harish Chand relata que apesar das neuropatias serem irreversíveis, ele testemunhou melhora clínica em alguns pacientes com a utilização de Phosphorus e Tabacum. O autor também relata o uso de Spigelia anthelmia para os casos de glaucoma (principalmente no olho esquerdo), além de Phosphorus. O médico naturista, especialista em homeopatia, Luis Rekarte de Silva, descreveu em seu artigo “Tratamiento homeopático del glaucoma”, um caso de glaucoma secundário ao uso de corticoide devido a laringo-traqueíte crônica. Na anamnese, o paciente relatou piora do quadro pela manhã com tosse e opressão no peito. A luz incomodava e era visto um halo colorido ao redor dos objetos. Todo o quadro melhorava ao ar livre. O paciente queixava-se de uma dor ao redor dos olhos, na parte anterior da cabeça e mais à direita, além do lacrimejamento que piorava com a dor de cabeça. Esta, melhorava com a pressão. O cansaço era pior à noite. O paciente dizia-se impaciente, inquieto e muito sensível ao odor. Relatava medo de perder o seu posto no trabalho e também o medo ilógico de achar que poderia ser causador de acidentes ocorridos com outras pessoas. Foi prescrito Osmium 7 – 9 – 15 CH durante dois meses. Nesse interim o paciente referiu piora da cefaleia e foi medicado com Cobaltum, onde apresentou melhoras. No exame oftalmológico, a pressão intraocular havia cedido bastante, obrigando o oftalmologista a suspender a medicação (dispendiosa) tópica para o glaucoma (Latanoprosta). A tosse desapareceu. Nesta ocasião foi medicado com Osmium 30 CH a cada mês, até que retorne ao oftalmologista em 6 meses para revisão do quadro.
3 CONCLUSÃO
Através da exposição dos casos relatados é evidenciado o êxito do tratamento homeopático nas afecções de diversos segmentos do globo ocular. Além do efeito no órgão afetado, a homeopatia também pode proporcionar bem-estar físico e emocional ao paciente, melhorando sua qualidade de vida, proporcionando um tratamento mais cômodo, sem efeitos colaterais irreversíveis e de melhor acesso financeiro, em comparação aos tratamentos alopáticos disponíveis. É necessária a divulgação do uso da homeopatia nas diversas especialidades médicas, principalmente na oftalmologia, que foi o propósito deste trabalho. A oftalmologia é uma especialidade médica que se desenvolveu enormemente nos últimos 25 anos, no que tange à tecnologia de exames complementares e procedimentos, criação de novos fármacos, assim como na inovação cirúrgica. No entanto, o acesso a esta tecnologia é restrito a poucos. Não só devido a questões geográficas, onde é preciso o paciente deslocar-se para as grandes metrópoles que estão concentrados os parques tecnológicos em questão, como também do ponto de vista político-econômico, onde o governo não incentiva programas de inovação tecnológica de seus hospitais, assim como o acesso facilitado do atendimento ao público. Ainda possuímos no Brasil um alto índice de cegueira total devido à catarata. Estamos distantes do slogan “Oftalmologia para todos”. Diante deste cenário, contamos com uma grande “aliada” que é a homeopatia, pois esta arte de curar facilita o seu usuário a manter-se fisicamente e emocionalmente saudável para alcançar “os mais altos fins de sua existência”.
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Revista de Estudos
HOMEOPÁTICOS
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