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5. A HOMEOPATIA A NOSSO FAVOR
HOMEOPATIA A NOSSO FAVOR
Tratamento homeopático da infertilidade
Casos de infertilidade podem causar desgastes emocionais tão intensos que se tornam crises existenciais, afetando as esferas conjugal, sexual e social.
Segundo a psicóloga Kátia Maria Straube, especialista em terapia sistêmica e atenção à infertilidade e membro da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), tal diagnóstico causa um impacto complexo por conta de influências socioculturais, visto que há uma crença popular de que qualquer pessoa pode engravidar naturalmente e sem dificuldades.
“O diagnóstico de infertilidade costuma impactar indivíduos e casais em diferentes níveis.”, aponta a especialista. “É capaz de provocar uma crise vital que pode afetar todos os setores da vida, pois coloca a pessoa em um lugar de estigma, ou seja, um lugar diferente do que é tido como norma social e que motiva sentimentos de exclusão, de estar à margem, de não corresponder ao que é esperado socialmente de cada um. Em geral, as pessoas não estão preparadas para esse diagnóstico, pois há uma crença generalizada de que todos podemos engravidar naturalmente, quando quisermos. A possibilidade de que haja obstáculos para a realização desse desejo traz a necessidade de manejo sobre as emoções que são desencadeadas em função desta circunstância, que, na maioria das vezes, é frustrante e decepcionante.”
Para o terapeuta homeopata Fernando José Tomás Neves, doutor em Medicina Alternativa pela “The Open International University” e fundador da T.C.P.N-Sa, empresa fabricante de produtos Homeopáticos em Portugal, o quadro de infertilidade possui interpretações complexas na Homeopatia. “Pessoalmente, eu entendo que não há milagres, mas sim soluções dependentes das capacidades do homeopata.”, assinala Neves. “Estas capacidades são de variados níveis, desde o ter ou não capacidade de fabrico, e a capacidade de perceber se o termo ‘Gravidez’ envolve incapacidade física real, incapacidade emocional, incapacidade sentimental, quer no homem, quer na mulher.” Novamente de acordo com Kátia Straube, a psicologia reconhece o momento delicado do indivíduo que é surpreendido com a possibilidade de não construir uma família de modo natural. “Reconhece-se que se vive uma verdadeira montanha russa emocional, pois, uma vez detectada a dificuldade procriativa, é esperado que o estado emocional se altere manifestando sintomas de ansiedade e depressão, que podem levar a uma importante situação de desgaste e estresse. Para isso, a atenção psicológica se pauta no acolhimento à situação vivenciada pelo casal, ou indivíduo, oferecendo um espaço de escuta humanizada que contribua para a expressão das emoções, melhore a compreensão sobre o momento vivido, reduza os níveis de ansiedade, favoreça a conscientização das reais possibilidades reprodutivas e a melhora na comunicação paciente-equipe de saúde, bem como auxilie nos processos de decisão, que acontecem no percurso da jornada reprodutiva que se inicia.”, ressalta. “A psicologia oferece um lugar muitas vezes não encontrado no entorno familiar e social, visto que as pessoas com diagnóstico de infertilidade frequentemente não o compartilham, vivem na privacidade todas as suas repercussões, o que costuma potencializar o estado emocional, o qual, vale dizer, não é patológico, mas esperado e comum nestas circunstâncias.”
Segundo Fernando Tomás Neves, é importante que a mulher tenha três ciclos menstruais com-
pletos, sem tentar engravidar, antes de iniciar o tratamento homeopático.
“Esta situação permite tempo para alterar a alimentação incorreta, dar a possibilidade ao organismo feminino de se preparar física, emocional e mentalmente para uma gravidez na melhor forma física possível.”, esclarece. “O organismo feminino é dotado de alto grau de complexidade, no que concerne à procriação. Pelo aporte do conhecimento oriundo da acupuntura, tudo se inicia no elemento madeira [corresponde no físico ao fígado/vesícula] e, num aborto espontâneo até ao mês de gestação, o que “aparece” é uma massa de sangue coesa [semelhante ao fígado]. Os Homeopáticos com melhor efeito em propiciar uma gravidez são os provenientes do reino vegetal. No caso do homem, as considerações gerais são as mesmas e também é do reino vegetal que se obtêm os melhores resultados.”
Apesar dos inúmeros confrontos internos que o diagnóstico de infertilidade pode gerar, Straube deixa claro que os problemas emocionais são tratáveis.
“A ideia de que o corpo físico não tem a possibilidade conceptiva que se imaginava ter pode agir como gatilho para a desconstrução de outras ideias sobre nós mesmos e nossas capacidades e, assim, gerar sentimentos conflitantes que podem comprometer a adaptação aos diversos âmbitos de nosso viver.”, analisa a psicóloga. “O quadro emocional presente na infertilidade é esperado, temporário, comum de acontecer, porém exige cuidado e atenção para que se desenvolva de modo saudável, possibilitando a que a pessoa saia fortalecida, tendo aprendido mais sobre si mesma, ou seja, tendo seu autoconhecimento ampliado.”
De acordo com Fernando Tomás Neves, a Homeopatia pode tratar qualquer caso de infertilidade, desde que não tenha origem numa deficiência física, como a malformação de órgãos ligados à reprodução.
“No Reino vegetal existem espécimes caracteristicamente femininas e outras masculinas”, analisa. “O organismo masculino e o feminino têm funções diferentes para a reprodução. Mesmo nos quadros emocionais ou mentais as diferenças existem, e têm de ser consideradas na escolha da melhor terapia [homeopática].”
Ainda segundo Neves, os preparados homeopáticos mais utilizados no tratamento de infertilidade de mulheres são aqueles que estimulam o bom funcionamento de: intestino, bexiga, rins, fígado, pâncreas, coluna vertebral, ovários e útero. Já no de homens: fígado, rim, próstata e testículos.
“Não vejo qualquer inconveniente em a Homeopatia ser concomitante com outros protocolos”, destaca Neves. “[Ela] pode ser um excelente coadjuvante ao tratamento convencional.”
Para Straube, a atenção psicológica à infertilidade deve acontecer antes, durante e depois dos tratamentos reprodutivos.
“A jornada inicia com a investigação sobre o que pode estar acontecendo uma vez que a desejada gravidez não está ocorrendo naturalmente”, registra a especialista. “Antes mesmo de iniciar essa jornada, o casal, ou indivíduo, vem se deparando com sentimentos de dúvida e ansiedade, importantes agentes para a busca pela consulta médica que possa definir o quadro. Assim, esse estado emocional tende a se incrementar ou não, tendo em vista o grau de surpresa que o diagnóstico médico traz: quanto mais inesperado for, maior a tendência a se potencializar e gerar emoções fortes e muitas vezes, desconhecidas. Deste modo, à medida que as pessoas prosseguem em sua trajetória, surgem demandas no sentido de elucidar o quadro, monitorar o funcionamento de seu organismo, acompanhar de perto seu desempenho. Essas demandas são sempre acompanhadas de emoções específicas a cada momento deste percurso, antes, durante e depois do diagnóstico e tratamento. São muitas vezes desconhecidas, ainda não vivenciadas, e necessitam ser compreendidas para que não comprometam o percurso e possam torná-lo mais leve.”, conclui.