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Carvão na Caldeira. Força Total!

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Jocemi das Neves

Jocemi das Neves

Chegamos em 2023 em frangalhos de verdade, porém chegamos! A cidade repleta de turistas com muita festa, árvores de Natal pipocando por todas as regiões da cidade, consumidores ávidos por novas experiências e que deixam memórias inesquecíveis na sua bagagem de viagem de volta para sua casa. Os bares e restaurantes, transbordando de clientes, os hotéis (alguns deles) com “overbooking”, entretanto contornando a situação com competência.

Tudo maravilhoso? Belo cenário, não é? A oferta de trabalho em abundância e a escassez de profissionais cada vez maior. Entendo que o segmento é exaustivo, de pouco reconhecimento, de salários baixíssimos e de trabalho extenuante. Em alguns desses pontos, concordo plenamente. Mas não entrarei no mérito, pois existem postos de trabalho com remunerações muito boas, dando reconhecimento ao profissional e fazendo com que ele possa galgar e construir uma carreira sólida e permanente nessa indústria do turismo e a gastronomia.

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O que continuo reforçando atenção dos profissionais é a falta de compromisso, de dedicação, de empenho no desenvolvimento de suas atividades, para que os empresários possam remunerá-los melhor, contribuindo não só com salários diretos, mas também indiretos através de cursos de qualificação, investindo em sua formação e consequentemente na qualidade do serviço oferecido/entregue ao cliente consumidor. No final de 2022, como consultor e recémchegado da região centro-oeste, abri um empreendimento para um empresário na orla de Ponta Negra e, em menos de trinta dias, já havia trocado toda a equipe de cozinha, do chefe ao auxiliar de serviços gerais pela falta de compromisso, pela entrega desleixada do produto, do atendimento relapso, sem nenhuma educação, mesmo sendo um local descolado e informal. Esse cenário me fez pensar novamente que, nosso segmento, como muitos outros, evidentemente, sofre demais. Na visão dos profissionais, pelos salários baixos, porém, não se paga salários altos a profissionais que não entregam o seu melhor, ou pelo menos não se esforçam para que isso seja feito. A falta de visão dos profissionais em construir uma carreira sustentada em eficiência e alta produtividade, por si só, por fazer dele um “profissional diferenciado”, não é parte dos planos desses profissionais. A visão micro da profissão está no foco em “dinheiro” e já digo logo, não me venham com essa história de só isso já é o suficiente, pois sei o quanto batalho para manter as contas em dia e seguir com dignidade minha vida pessoal e profissional.

Falo do investimento em si próprio. Se você escolher trabalhar na gastronomia, saiba que não tem glamour, não tem estrelismos, não tem vida social fácil, não tem feriadões e carnavais no interior. Há muito suor, cansaço, dores nas pernas e na coluna, desgaste emocional e físico, mas quando isso é feito com competência, com assertividade e com entrega de excelência, em breve seus feriadões, seu reconhecimento, sua vida pessoal e suas conquistas aparecerão. Tenho certeza absoluta!

Por isso, meu caro leitor e profissional da gastronomia/hotelaria, aproveite a retomada do nosso setor e, se você realmente ama seu trabalho, DÊ FORÇA TOTAL à caldeira dessa locomotiva!

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