Revista Ecoaventura edição 09

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ECOAVENTURA - E D I Ç Ã O 9 - J U N H O D E 2 0 1 0

matéria bilingui

AMAZÔNIA

JUNHO DE 2010

Seus peixes e suas belezas Yours fishes and their beauties

R$ 12,90

DOGTOOTH TUNA O ENORME BÁRBARO DAS ILHAS FIJI l AMAZÔNIA (MATÉRIA BILINGUI) A S OPÇÕES DO MELHOR POINT DE PES CA BR A SILEIRO

Ano I - Edição 09

Excursões

Iscas naturais

no mar

Companheirismo

e adrenalina

eficiência e

técnica apurada

O enorme bárbaro das Ilhas Fiji

DVD GRÁTIS COM IMAGENS FANTÁSTICAS. VEJA NA PÁGINA 96 COMO RECEBER O SEU

Dogtooth tuna

Atum-dente-de-cachorro

ISCAS ARTIFICIAIS AS NACIONAIS SÃO AS MELHORES

l

F O T O G R A F I A D I C A S PA R A F I C A R B E M N A F O T O


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www.ecoaventuratur.com.br Rua Anhaia, 1.180 - 3ยบ andar Bom Retiro - Sรฃo Paulo - SP

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editorial Editora Pesca Brasil Ltda. PABX: (11) 3334-4361 - Rua Anhaia, 1180 Bom Retiro - SP - CEP 01130-000 www.ecoaventuraweb.com.br Diretoria Farid Curi, Roberto VĂŠras, Rubinho de Almeida Prado e Wilson Feitosa

Pescar ĂŠ uma

Diretor executivo Roberto VÊras Diretor de redação Wilson Feitosa wfeitosa@editorapescabrasil.com.br DEPARTAMENTO DE JORNALISMO redacaoea@editorapescabrasil.com.br Jornalista responsåvel Janaína QuitÊrio (revisão) (MTb nº 45041/SP) jquiterio@editorapescabrasil.com.br Redatores Ligia Marcondes e Nathalia Viana (estagiåria) Tradutores Maria Kordec e Mairon Batista Arte Marcelo Kilhian e Paula Bizacho Fotografia Alexandre Tokitaka, Henrique Feitosa e Inåcio Teixeira Correspondente internacional Fåbio Barbosa Colaboraram nesta edição: Denis Garbo, Fåbio Barbosa, Roberto VÊras, Rubens de Almeida Prado e Wilson Feitosa Consultores Denis Garbo, Eribert Marquez e Mauro Yoshiaki Novalo DEPARTAMENTO COMERCIAL Publicidade Roberto Shirata e Tânia Salim comercial@editorapescabrasil.com.br Ediçþes avulsas Alexssandra Alves Assinaturas Andreia Noboru assine@editorapescabrasil.com.br Atendimento ao leitor sac@editorapescabrasil.com.br A Revista ECOAVENTURA Ê uma publicação mensal da Editora Pesca Brasil Ltda.. Distribuição com exclusividade para todo o Brasil: Fernando Chinaglia Comercial e Distribuidora S/A, Rua Teodoro da Silva, 907, tel. (21) 2195-3200.Os anúncios e artigos assinados são de inteira responsabilidade dos anunciantes e de seus autores, respectivamente. A Revista ECOAVENTURA estå autorizada a fazer alteraçþes nos textos recebidos, conforme julgar necessårio. Nenhum colaborador ou funcionårio tem o direito de negociar permutas em nome da editora sem prÊvia autorização da diretoria.

Assinaturas: (11) 3334-4361 O papel da revista

guração da pesca como esporte ganhou o DNA da conservação ambiental. Assim, o a escolha da modalidade e dos equipamentos, tudo isso se completa quando o peixe ! ! " # $ % & ' # & " ! ' # ( % ) uma ecoaventura! + ! "

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23(+425670+# 1 de alterar o foco da publicação, como muitos leitores preocuparam-se, e sim preparar ) equipamentos, denúncias, meio ambiente, personalidades, ictiofauna. Trata-se de uma & " & % ! 9 com layout % " & ! " # 6 / :4: ! 0 !

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! / presĂĄrios do segmento e as autoridades pĂşblicas trilhem conosco o caminho saudĂĄvel de aprimoramento da pesca ! 1 ; # Boas aventuras! Os editores

foi feito com madeira de florestas certificadas FSC e de outras fontes controladas

Edição 9 junho — 2010


O MELHOR CONTEÚDO EDITORIAL SOBRE T U D O Q U E E N V O LV E O FASCINANTE UNIVERSO D A P E S C A E S P O R T I VA

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[ índice ]

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Amazônia

Em reportagem especial, nossa equipe desvenda e revela em dois idiomas os segredos e atrativos da maior floresta tropical do planeta ENTURA pelo mundo ECOAV :

16 Aventura Iscas naturais Preconceitos à parte, essa modalidade é extremamente produtiva. Mas, ao contrário do que muitos pensam, também requer técnica apurada e muita habilidade


12 Entrevista

Roberto Véras, o brasileiro que se notabilizou por seus feitos no exterior

70 Mulher

Os bastidores do TOPAM e um retrato de sua idealizadora

36

Roteiro Os peixes, os rios e o melhor período para explorar a imensidão fluvial amazônica

80 Roteiro

Uma ótima alternativa para fisgar peixes e novos amigos nos finas de semana

86 Fotografia

Como capturar belos cenários, peixes e ocasiões especiais

Seções 08 10 51

Correio técnico Correspondência É o bicho Onça-pintada

70

Saúde Peixes com ferrão

92 94

Radar - Notícias

96

Índice telefônico

Folhas, flores e frutos As funções do Jenipapo

64 Mercado Iscas nacionais, indicadoras de desenvolvimento e sinônimo de qualidade

Internacional Overdose de adrenalina nas Ilhas Fiji — em sua viagem de prospecção ao longínquo e paradisíaco arquipélago do indo-pacífico, nosso correspondente internacional se depara com a fúria do bárbaro Atum-dente-de-cachorro

60


[ correio técnico ]

FOTOS: ARQUIVO ECOAVENTURA

Endereço virtual Gostaria de alguns endereços eç de sites de pesca para entrar em contato com outros pescadores. Aproveito para parabenizar a revista, que sem dúvida está sensacional. Marcelo Costa Andrade — São Paulo

Agradecemos o elogio, afinal ele é o melhor indicio de que estamos cumprindo com a nossa obrigação, e também pode criticar quando achar que deixamos a desejar. Acesse www.peskaki.com.br e www. tucunazul.com.br, que são dois dos melhores sites do segmento. Neles, além das matérias, existem os fóruns, onde você pode se cadastrar e para participar de grupos que abordam vários temas sobre a pesca.

Iscas articuladas Olá pessoal, Gostaria de informações e dicas sobre as iscas articuladas, sobretudo em que situações são mais eficientes, com quais espécies e que tipo de trabalho elas permitem. Anísio Delamare — Boa Vista — RO

www.peskaki.com.br

www.tucunazul.com.br A maioria das iscas articuladas é composta por modelos de meia-água com barbela, e são muito eficientes com a maioria das espécies predadoras. Em geral nadam pouco abaixo da superfície, e basta tracioná-las para que produzam movimentos extremamente atraentes. Mas há dois inconvenientes que também devem ser considerados: como há poucos modelos disponíveis elas custam caro, e pelo fato de ser articulada ela não permite variações no trabalho.

Afinal de contas... Tenho encontrado muitas informações controvertidas sobre o tamanho e o peso da Piraíba. Algumas fontes dão conta de que ultrapassa 2 metros e 160 quilos, no entanto, de acordo com informações que vi no site do Ibama ela pode pesar 300 kg, minha dúvida é: Qual é o maior peso já registrado para a Piraíba? Jorge Wilian Missono — Rio Claro - SP

Infelizmente não há registro oficial que possa comprovar a captura de grandes espécimes. Alguns órgãos, como o que você citou, trabalham com dados estimativos, enquanto a revista se baseia em fatos que possam ser comprovados por fotos. Dessa forma, poderíamos dizer que se supõe que essa espécie possa chegar aos 300 quilos, mas os maiores que foram capturados e fotografados nos últimos anos tinham peso ao redor de 160 quilos.

08

ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO

Quebrou a ponta Quebrei a pontinha da vara e gostaria de uma dica porá que eu mesmo pudesse repor a ponteira. Renato Marques — Cardoso — SP

O mais aconselhável é levá-la para uma loja especializada, onde irão consertar, alinhar e repor a ponteira com profissionalismo. Mas se preferir fazer o reparo, retire a ponteira da parte que quebrou aquecendo-a com um isqueiro; afine a ponta com uma lixa ou lima para adequar com o encaixe da ponteira, e cole com Super Bonder. Não esqueça de alinha a ponteira com os outros passadores.


Qual o modelo mais adequado? Tenho uma vara da Marine Sport com 6,6 pés de 12 a 20 libras (5 a 9 quilos) e quero comprar uma carretilha compatível com ela. Ocorre que me disseram que não serve porque é de molinete, qual a diferença? José Carlos Nogueira — São Paulo

As varas para molinetes são montadas com passadores maiores para facilitar a passagem da linha que sai em espiral do carretel, e esses passadores são fixados na parte de baixo do blank, enquanto que nas carretilhas eles ocupam a parte superior. Os modelos feitos para molinete também não têm gatilho de segurança para o arremesso, e são projetados para vergar em sentido oposto ao das carretilhas, de modo que o uso inadequado poderá danificar e até mesmo quebrar esse equipamento.

Óculos polarizados Em minha última pescaria fiquei impressionado quando meu parceiro me deixou experimentar seus óculos polarizados, tanto que resolvi comprar um o mais rápido possível. Minha dúvida é: qual modelo comprar levado em conta o custo/benefício e o fato de que pesco poucas vezes por ano? Muito obrigado e um forte abraço, Jean Gonzales — Castro — PR

Que peixe é esse? Ouvi falar de um peixe chamado Piabanha. Como ele é e onde pode ser encontrado? Marcos Ferreira — São Paulo

A Piabanha pertence à mesma família da Matrinchã, da Piracanjuba e da Piraputanga e habita exclusivamente a bacia do Rio Paraíba do Sul, na região sudeste. Esse peixe esteve à beira da extinção, mas graças ao trabalho de reprodução em cativeiro e posterior soltura nos rios, já é possível encontrar alguns espécimes, porém com peso muito inferior aos 8 ou 10 quilos que pesavam ma década de 50, quando foram quase extintas. Pode ser pescada com pequenas iscas artificiais de barbela, spiners e pequenas colheres, ou com iscas naturais feitas de pequenas frutas, pedaços de frios, entre outras.

A maioria dos óculos polarizados senão todos de baixo custo - têm apenas uma película que faz o efeito de polarização. Assim, servem muito bem para auxiliar a enxergar o peixe embaixo da água, no entanto, por problemas de construção, podem apresentar distorções. É por isso que dizem que não são adequados para dirigir, visto que, em alguns modelos, as distorções são mais acentuadas. Por sua vez, os modelos dos grandes fabricantes como a Oakley têm processo próprio de polarização na construção de suas lentes e não usam estes filtros. Isto é, a polarização é feita diretamente nas lentes. Este processo é idêntico no caso da Ocean Waves e outros grandes como a Bausch & Lomb. E como esse processo é patenteado, o reflexo se vê no valor do produto, cujo preço é bem mais alto que nos modelos populares. Então cabe ao consumidor avaliar dentro de seu orçamento o que mais se presta e encaixa: se os de baixo custo, que custam em torno de R$ 30,00, mas servem apenas para serem utilizados em pescarias, ou então mais caros, feitos por empresas renomadas e que podem ser usados em qualquer situação. ecoaventura 09


[ correspondência ] Beleza do Trairão Ao chegar na banca da minha cidade, fui despertado pela beleza do Trairão que nosso amigo Roberto Véras pegou nas águas do rio Xamari. Comprei a revista e fui mais uma vez agraciado com o DVD que a edição 07 apresentou. Sou iniciante na pesca esportiva e, depois de conhecer essa brilhante revista, me sinto na obrigação de possuir os próximos mil exemplares que virão, e fazer deles material de consultas e pesquisas sobre as novidades do mundo da pesca. Queria lhes agradecer, parabenizar pela revista e deixar registrado que vocês acabam de ganhar mais um fã. Meu abraço, e parabéns para toda a equipe. Fabiano Di Castro — São João Nepomuceno-MG

Fã distante Moro e trabalho em Glasgow, Escócia, há um ano e sete meses. Minha família mora em Maringá-PR e, durante as férias, quando estive no Brasil, comprei a edição 04, de janeiro. Pela capa já pude prever as excelentes reportagens que a revista iria conter. Parabéns, a publicação me surpreendeu pelas matérias, todas excelentes e atuais. Outro ponto positivo é a qualidade gráfica, nota 10. Agora, a revista fica na cabeceira da minha cama, pois, como não posso estar nos locais das reportagens, leio e releio os textos várias vezes.

Parabéns pelo comprometimento Espero que a revista faça ainda mais sucesso! Tenho a firme convicção de que ela se firmará cada vez mais como uma importante ferramenta de consolidação da pesca esportiva, das discussões ambientais e do turismo de pesca. Acredito que continuará prestando serviço da melhor qualidade, como fizeram até o momento! Um grande abraço,

Alceu Guerri — Glasgow, Escócia Marcelo Barbosa — por e-mail

Boa sorte Equipe ECOAVENTURA, Desejo à revista todo o sucesso nessa nova proposta editorial. Prestigiaremos sempre o trabalho dessa equipe de artistas que conduzem com competência as matérias apresentadas. Contem sempre com a minha humilde colaboração! Eriberto Alves — por e-mail


O que muda daqui pra frente? Equipe ECOAVENTURA, Sou um admirador do trabalho que esta revista tem realizado e tenho profundo respeito pelos profissionais que compĂľem essa publicação, por terem mostrado um trabalho tĂŁo comprometido com a pesca esportiva, com o meio ambiente e com os amantes do esporte. No entanto, tenho receio de que, com a mudança e a trajetĂłria mais abrangente, a revista possa perder o foco que a torna tĂŁo especial, a pesca. Reginaldo Pereira — por e-mail

Caro Reginaldo, Primeiramente, agradecemos pelo carinho e pela confiança. GostarĂ­amos de tranquilizĂĄ-lo, a revista manterĂĄ seu foco sobre a pesca esportiva — o segmento que nos acolheu e com o qual assumimos um compromisso. No entanto, nossa trajetĂłria levounos a abranger novos conteĂşdos e a explorar novos rumos, o que pretendemos fazer com a mesma qualidade e dedicação, mas sempre mantendo nossa prioridade. Assim, o nome ECOAVENTURA se mostrou mais adequado para trilhar essa nova etapa! Equipe ECOAVENTURA.

cartas Envie sua carta por e-mail:

redacaoea@editorapescabrasil.com.br

Nova empreitada Gostaria de desejar sorte e sucesso para esse novo rumo da revista, que abrangerå novos temas e focarå o principal assunto: pesca esportiva. ParabÊns pelo pioneirismo! Charles Moura — por e-mail

? Edição 08 - DESCULPE-NOS, ERRAMOS

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entrevista l Roberto Véras

Pesca esportiva e turismo ecológico: a mesma Com a experiência de quem já desafiou os peixes mais esportivos nos três oceanos e as principais espécies da Amazônia e do Pantanal, Roberto Véras, o Betão — diretor executivo da Revista ECOAVENTURA —, enfrenta agora o que julga ser seu maior desafio: mostrar nas páginas de uma publicação a nova realidade da pesca esportiva DA REDAÇÃO l FOTOS: ARQUIVO ECOAVENTURA l ARTE: MARCELO KILHIAN N

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ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO

natureza


Ecoaventura: Em que ĂŠpoca e em quais circunstâncias se deram seu envolvimento com a pesca? BetĂŁo: Comecei a pescar aos cinco anos de idade nos cĂłrregos da fazenda de meus pais e nas areias do litoral paulista. Desde entĂŁo, nĂŁo parei mais. EA: E a partir de quando a pesca esportiva se tornou proďŹ ssĂŁo? BetĂŁo: Apesar de ser formado em arquitetura, fui fazendeiro por um bom tempo e depois trabalhei durante anos no mercado financeiro. Em 1993, diante da grande crise financeira decorrente do equivocado “Plano Collorâ€?, nossa empresa — como tantas outras — enfrentou enormes dificuldades, o que me levou a encerrar suas atividades. Diante da falta de perspectivas, mudeime para Ilhabela-SP e, como precisava sobreviver, aproveitei a experiĂŞncia acumulada nas diversas pescarias feitas no exterior para me tornar guia de pesca — uma profissĂŁo relativamente comum e reconhecida fora do PaĂ­s, mas que atĂŠ entĂŁo nĂŁo existia no Brasil. E deu certo, fui o primeiro guia profissional de pesca do Brasil.

EA: Você Ê considerado o precursor da pesca esportiva da Enchova. Como ocorreu essa descoberta? Betão: Jå pescava de arremesso com iscas artificiais desde 1971, mas as primeiras Enchovas só foram pegas em 1975, em Ubatuba (litoral norte de São Paulo), e, confesso, foi por obra do acaso. Certo dia, eu e meu irmão descobrimos que elas atacavam sempre nos mesmos lugares e, em função disso, resolvemos parar o barco próximo do ponto onde aconteciam as açþes para arremessar as iscas. Surpreendentemente pegamos vårios exemplares. Desde então, usåvamos o corrico para localizar o cardume e, quando isso ocorria, mudåvamos para a pesca de arremesso com iscas artificiais.

EA: Apesar disso, vocĂŞ se notabilizou como especialista em pesca oceânica. Quando se interessou por esse estilo e quais os frutos que colheu por isso? BetĂŁo: No final da dĂŠcada de1970, fiz minha primeira pescaria de Sailfish em Acapulco, no MĂŠxico. No inĂ­cio da dĂŠcada de 1980, comecei a participar dos primeiros torneios de pesca oceânica no Brasil, e conquistei vĂĄrios deles. Por conta disso, tornei-me guia de pesca oceânica tambĂŠm. Tinha um amigo que cedia o barco — uma Mares 45 — e rachĂĄvamos o lucro. PorĂŠm, como a temporada ĂŠ muito curta e esse ĂŠ um mercado muito restrito, nĂŁo valia a pena como atividade profissional.

EA: Por quanto tempo se dedicou à pesca como guia e o que o levou a abandonar a atividade? Betão: Por nove anos. Em 2002, parei porque a ampla divulgação e a difusão da pesca da Enchova fizeram muitas pessoas acharem que se tratava de uma mina de ouro. Para se ter uma ideia, passamos de dois guias, nos primeiros anos, para mais de 20 quando abandonei essa atividade.

EA: É quase uma regra que o aumento da concorrĂŞncia e da oferta melhora os serviços e, consequentemente, o mercado. O fato de isso nĂŁo ter se repetido ĂŠ decorrente do quĂŞ? BetĂŁo: Essa regra vale quando o aumento da oferta se dĂĄ por meio de profissionais do mesmo nĂ­vel ou atĂŠ melhor, pois todos se reciclam e sĂŁo obrigados a aperfeiçoar seus conhecimentos e serviços. O que aconteceu em Ilhabela-SP foi diferente. Salvo rarĂ­ssimas exceçþes, a maioria das pessoas que passaram a trabalhar como guias nĂŁo tinha conhecimentos tĂŠcnicos nem de serviços e muito menos noçþes administrativas. EntĂŁo,

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Roberto VĂŠras fez sua ! " #

$ " % & ! ! pescadores brasileiros ao ' ( ) * # + ecoaventura 13


entrevista l Roberto Véras elas passaram a concorrer nos preços e baixaram o valor dos fretes para níveis insustentáveis. Muitos colocavam R$100 de combustível, cobravam R$300 e achavam que tinham lucro de R$200. Ledo engano! Também passaram a oferecer jornadas de pesca tão extensas — tipo das 7h até as 20h — que, além do elevado desgaste físico, traziam como consequencia a destruição prematura de barcos, motores e equipamentos. Uma atitude insana, pois, quando quebrava alguma coisa, não haviam amealhado reservas suficientes para conserto ou reposição.

EA: Você foi o único pescador esportivo a ganhar espaço na telinha da Rede Globo. Em que circunstâncias e quando surgiu o convite para participar do Programa Jô Soares? Betão: Dei a entrevista em maio de 2003. Um amigo mandou um e-mail para a produção sugerindo meu nome e o tema, e a produção do programa veio me checar. Na época, fiquei intrigado, uma vez que havia gente mais conhecida do que eu na mídia. Em resposta, me disseram que o fato de eu ter vencido tantos torneios, de ter

apresentado todos os programas e de ter escrito em todas as publicações de pesca até aquela data foram os fatores decisivos para a escolha.

EA: Essa aparição no Programa do Jô lhe trouxe algum dividendo profissional? Betão: Sim, quando a entrevista foi reprisada nas férias de 2004, um agente do sultão dos Emirados Árabes Unidos assistiu ao programa e entrou em contato comigo. Dessa conversa surgiu o convite para desenvolver a pesca esportiva naquele país e ser o personal fishing guide de um dos xeiques de Abu Dhabi, a capital dos Emirados Árabes Unidos. Foi uma experiência riquíssima e marcante, pois, além de gerenciar o departamento de pesca esportiva do xeique e apresentar um programa semanal de pesca na TV, pesquei em lugares paradisíacos como Dubai, Seychelles e Omã, e capturei espécies que só existem nas águas do Índico e dos Golfos Arábico e Persa.

EA: Você foi o primeiro guia brasileiro a popularizar a pesca oceânica em outros países entre os brasileiros. O que há de espe-

Em 2004, após ser um dos entrevistados de Jô Soarez, surgiu o convite para se tornar o personal fishing guide de um dos xeiques do emirado de Abu Dabi

cial nesses destinos? Betão: Sim, fui o primeiro guia a acompanhar um grupo de brasileiros ao Panamá e às Ilhas Maldivas. E também o pioneiro em organizar um torneio de pesca de peixes de bico apenas para brasileiros — levamos 30 para a Venezuela — e um torneio Internacional de Popping e Jigging com pescadores de oito diferentes países no Panamá. O que julgo ser o diferencial desses destinos é a grande variedade de espécies, assim como a quantidade de peixes que existem em lugares como Panamá, Costa Rica, Guatemala, Ilhas Maldivas, Ilhas Fiji e outros destinos exclusivos que se encontram em prospecção como Seychelles, Madagascar, Tanzânia e Andaman. Mas não é só por isso. Nessas viagens, além de proporcionar aos pescadores brasileiros conhecer outros lugares, peixes, equipamentos e técnicas, simultaneamente fazemos um intercâmbio para divulgar as belezas e o potencial de pesca do nosso País. Com isso, por meio de nossa agência de turismo, temos conseguido trazer estrangeiros para pescar em nossos mares e rios.

EA: O que falta para o turismo de pesca ganhar mais espaço e ser encarado com mais seriedade no Brasil? Betão: Justamente, seriedade. Num primeiro momento por parte das autoridades, que não dão a mínima para nossos peixes. Deixamos isso evidente na edição 5 de nossa revista, em reportagem onde mostramos o descaso com o Sailfish — espécie de elevado apelo turístico e que dá uma volta ao mundo para desovar em nossa costa, mas que, em vez de ser preservada, é exterminada em larga escala pela pesca profissional. Outro aspecto negativo é a atitude do próprio pescador esportivo, que, ao se calar diante de


Atualmente ! , # com outros pescadores experiências acumuladas por meio (! - # "./ 0"123- +

situações como essa, acaba consentindo com o que vem ocorrendo.

EA: Por falar em revista, como surgiu a ideia de lançar uma publicação voltada ao segmento de pesca esportiva? Betão: Há muito tempo tinha vontade de criar um espaço onde pudesse dividir meus conhecimentos acumulados em mais de 50 anos de pesca com outros pescadores. Finalmente, em meados do ano passado surgiu a possibilidade de abrir um canal de comunicação diferente, algo que pudesse ser de grande utilidade não só para o pescador esportivo, como também para seus familiares e para o meio ambiente. Aliás, só aceitei esse desafio porque havia um consenso entre o grupo responsável pelo projeto editorial de que esse seria nosso alvo principal e o mote da publicação.

EA: Quais são essas diferenças e quem são as pessoas envolvidas nesse projeto? Betão: Nossa revista — assim como o DVD que vem encartado em todas as edições — são diferentes em diversos aspectos. A começar

pela linha editorial, que, em vez de apenas narrar as aventuras vividas por pescadores, privilegia um estilo de texto mais jornalístico, focado na informação. Acreditamos que somente mostrando como se faz é que conseguiremos provar para o leitor que ele também é capaz de usar as mesmas técnicas, pegar os mesmos peixes e obter os mesmos resultados. Também reservamos um generoso espaço para as questões que envolvem o meio ambiente, já que, se ele não estiver sadio, não teremos onde pescar. O mesmo ocorre com o turismo ecológico — atividade que, em nossa ótica, rotula o mesmo universo onde a pesca esportiva está inserida. Aliás, é nesse aspecto que também mais nos diferenciamos, afinal, quando anexamos roteiros turísticos aos de pesca, estamos criando opções para que o pescador leve sua família para lugares paradisíacos, onde possam pescar juntos, ou, caso assim não desejem, se divirtam com outras programações que têm como cenário a natureza. O projeto todo é muito bem pensado, e, além de mim, conta com a participação de outros pescadores com larga experiência,

entre eles Wilson Feitosa, Rubinho de Almeida Prado, e outros nomes que já prestaram relevantes serviços ao segmento.

EA: Após 8 edições, a Revista assume o nome de ECOAVENTURA. Quais são os verdadeiros motivos para essa mudança? Betão: São motivos ideológicos e mercadológicos. Ideológicos porque, a partir do momento em que decidimos brigar para que a pesca esportiva seja parte do universo rotulado como turismo ecológico, sentimos que seria necessário encontrar um nome mais abrangente e afinado com essa proposta. E mercadológico porque essa mudança também faz parte de um ousado projeto, que, além da revista, estreia um programa televisivo no começo deste mês e uma agência de viagens — todos levam o nome ECOAVENTURA e estão focados, idealizados e em sintonia com os mesmos objetivos. Esse é o novo desafio da pesca esportiva com o qual estamos engajados e esperamos que os amantes e empresários do segmento embarquem conosco nesse audacioso projeto.

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[ aventura l Panamá ]

ISCAS NATURAIS a técnica que surpreende Salvo raras exceções, os pescadores que se dirigem à América Central, especialmente ao Panamá, praticam quase que exclusivamente a pesca nas modalidades de arremesso com os grandes poppers ou vertical com jigs metálicos — que, de fato, são muito eficientes. Entretanto, há outra opção, e muito produtiva POR:: ROBE POR O RTO VÉRAS l FOTOS: ARQUIVO ECOAVENTURA l ARTE: MARCELO KILHIAN

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ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO


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[ aventura l PanamĂĄ ]

P

or mais paradoxal que possa parecer, a pesca com iscas naturais exige muita habilidade, alĂŠm de aumentar bastante o leque de espĂŠcies capturadas. Como ĂŠ feita exclusivamente com anzĂłis do tipo & hĂĄ necessidade de ferrar os peixes, mas apenas esticar a linha e 8 " # 2 esse tipo de anzol ĂŠ engolido junto com a isca, e, quando a linha ĂŠ esticada durante a corrida do peixe, ele sai de seu estĂ´mago sem provocar ferimen ! M ! O % " apĂłs a soltura. No PanamĂĄ, alĂŠm de obrigatĂłrio, o anzol circular ou circle hook ĂŠ / # Por conta da exagerada quantidade de espĂŠcies (mais de 50) que podem ser capturadas com iscas naturais, para saber o momento exato da “ferradaâ€? ĂŠ essencial conhecer pelo menos um pouco da caracterĂ­stica de cada uma delas. Mas, no 1

" ! 8 diariamente ĂŠ muito grande.

Olho-de-boi, um dos carangídeos mais cobiçados pelos pescadores e que habitam todos os oceanos

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ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO

Os costĂľes e parcĂŠis de Jicarita apresentam os melhores pesqueiros para iscas naturais do PanamĂĄ


(Acima) BebĂŠ e Caio apresentam dois dos inĂşmeros Atuns-amarelos capturados em nossa Ăşltima viagem (Ao lado) Dag orgulhosa mostra o multicolorido XarĂŠu-Branco (Abaixo, a esquerda) A Cabrilla e Ă direita o Red Snaper (Pargo-rojo)

As espĂŠcies No PanamĂĄ, esse tipo de pescaria ĂŠ feito basicamente ao redor de ilhas, sobre parcĂŠis e lajes submersas, e as es peixes de pedra, ou seja: espĂŠcies que vivem em meio a elas, em volta delas ou em tocas. Nesses cenĂĄrios, as grandes Caranhas reinam absolutas, entretanto, 8 4 Pargos-tainha, Pargos-seda, Pargos-de 1 ' ' " ' & dos representantes da famĂ­lia dos Lutja ; # C

dos grandes Badejos-rabo-de-vassoura, que ultrapassam os 40 quilos, e outra 8 !

! 3 " & O

O % Prejereba, tambĂŠm pertencente Ă famĂ­lia dos SerranĂ­deos.

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[ aventura l PanamĂĄ ] O autor com uma das presas mais procuradas pelos pescadores de fundo, o Badejorabo-de-assoura, espĂŠcie exclusiva dessa regiĂŁo

Alfredo auxiliado pelo comandante Bartolo mostra um Cação-galha-branca um dos mais comuns dentre as inĂşmeras espĂŠcies que habitam as ĂĄguas do PacĂ­ďŹ co

6 " > J

" os chamados peixes de passagem ou de “corsoâ€?, representantes da enorme famĂ­lia dos CarangĂ­deos e presentes em

# $ 8 !

" suas presas nos fundos rochosos e voltam para a coluna _ " # 2

F ' + ( ' ' ! 1

: 8 " ) ( ' '" # (

; + " ' $ ' # Como a pesca de fundo ĂŠ muito abrangente, vez ou outra espĂŠcies distintas como Barracudas, Cavalas, Wahoos, : ' ' 6 " J tambĂŠm atacam as iscas.

Nossa Ăşltima aventura

AluĂ­sio com mais de 35 kg de Caranha (Cubera Snaper) capturada nas Ăşltimas horas do Ăşltimo dia

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ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO

Fazia muito tempo que planejava convencer os grupos que acompanho ao PanamĂĄ a experimentarem a pesca com iscas naturais, e essa oportunidade apareceu em nossa Ăşltima viagem. Primeiro porque a ĂĄgua estava exageradamente quente na superfĂ­cie, fator que inibe a subida dos predadores para investir contra os poppers. Segundo porque havia uma quantidade anormal de iscas no fundo, fato que, de certa forma, diminui o interesse dos peixes pelos jigs & + ' amarelos estavam ativos tanto na su ; # 2 de dessa espĂŠcie era tamanha: apĂłs alguns dias embarcando cerca de 30 exemplares por dia com pesos entre 10 ^ nem vontade de duelar com esses verdadeiros torpedos vivos.


ISCAS NATURAIS Bonitos pesando entre 2 e 3 Kg eram cortados ao meio. Curiosamente, a parte da cabeça era muito mais produtiva do que a parte da cauda, alÊm de fisgar os peixes maiores, provocavam os ataques mais rapidamente.

Farid Curi, diretor da ECOAVENTURA, orgulhosamente mostra seu feito: a captura de seis iscas de uma sĂł vez utilizando-se do eficiente sabiki.

Com isso, surgiu a necessidade de tentar algo diferente, e, assim, optamos >8 # 2 ! ! " as Cojinuas (Carapaus) eram capturadas com extrema facilidade com sabikis, & 8

" todos os lugares. Com boa quantidade de ambos, nosso guia posicionou o barco sobre um enorme parcel na ponta mais setentrional da ilha de Jicarita, e # ( 3 ! ! ! +

F ' + + tar esperando de boca aberta por nossas iscas.

sua experiĂŞncia aliada aos nossos equipamentos.

jigging & popping ENTREGA MUNDIAL

JDMTackle.com


[ aventura l PanamĂĄ ]

Uma interessante sequĂŞncia da captura do valente XarĂŠu-amarelo que, de tĂŁo valente, ĂŠ conhecido no Brasil como “A Pesteâ€?

+ >

!

iscas acabaram, entretanto, ainda tĂ­nhamos boa quantidade de Bonitos, os quais, para espanto geral, eram corta & " # ( ! que tinham em mĂŠdia entre 2,5 e 3 quilos, portanto, eram iscas de quase 1,5 quilo atadas a gigantescos anzĂłis tamanho 12 e 14/0. Como a ĂĄgua ĂŠ incrivelmente transparente, podĂ­amos ver grandes cardu-

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M3 O & 1 8 ' ! toda velocidade para atacar essas iscas e as acompanhava atĂŠ sumirem no azul " # 2 >

! fortes que precediam as vigorosas corridas, sinal para travar a carretilha, deixar a linha esticar e dar inĂ­cio Ă contenda. DaĂ­ em diante iniciava-se um verdadeiro cabo de guerra com o peixe correndo " " # 2 nĂłs, tentando evitar.

ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO

Foram muitas Caranhas capturadas, algumas com peso beirando os 40 ( ' '" 3 " 1 e muitos outros. Como fato pitoresco, vale citar que tĂ­nhamos um extraordinĂĄrio cozinheiro no grupo e, por isso, com" { ;amos uma Caranha de no mĂĄximo 12 +

provar seus dotes culinĂĄrios em nosso { % # 2

! + | % M | O !


Acima, Junji posa com um lindo XarÊu-azul. Abaixo, Farid com o Roosterfish, um dos trofÊus mais cobiçados, e ao lado o Mullet Sanaper (Vermelho-tainha). Todos exclusivos do oceano Pacífico

Aladino, nosso “chefâ€?, auxiliado por Carlos, finalmente consegue capturar uma Caranha com 15 Kg para nosso Ăşltimo jantar

um bom pesqueiro para providenciar a matĂŠria-prima de sua receita. Nem seria necessĂĄrio dizer que em menos de duas horas embarcaram e liberaram quase uma dĂşzia de Caranhas, entretanto, todas com pesos superiores a 25 quilos. Quando %

!

> + % | % " / 8 % # 3 ) ! ! ! ! J

J " # 2 1 8 8

# ! / % J >

#

ecoaventura 23


[ aventura l Panamá ] Junji e um de seus inúmeros troféus, a rara Caranhanegra com sua indefectível e possante dentição

Dicas

Montagem do equipamento Como a sensibilidade é fator preponderante nesse estilo de pescaria, linhas trançadas ou multifilamentos se fazem indispensáveis. Por meio de um nó como allbright, name knot ou midnigh knot, ata-se a linha mestra a um shock leader de fluorcarbono com aproximadamente dois metros de comprimento e 100 libras (45,5 quilos) de resistência. Na outra ponta, prende-se um girador

robusto onde será atada a parada líder — que deverá ser mais resistente, em torno de 130 libras (59 quilos) — e, finalmente nela, o anzol circular. Quando o alvo são os Cações, recomenda-se que essa parada seja confeccionada com fio de aço. Como a profundidade desses pesqueiros raramente ultrapassa 40 metros, e as iscas devem descer de forma natural, o uso de chumbadas é desnecessário.

Não se esquecer de levar protetores e filtros solares, óculos escuros, bonés, luvas, câmeras fotográficas e filmadoras para registrar seus momentos inesquecíveis. Equipamento t 7BSBT DPN DPNQSJNFOUP variando entre 5’6’’ e 6’6’’ para linhas de entre 80 e 130 libras (36 e 59 quilos).

t $BSSFUJMIBT PV NPMJOFUFT robustos que comportem pelo menos 200 metros da linha escolhida. t -JOIBT EF NVMUJmMBNFOUP de 80 a 100 libras (36 a 45,5 quilos) de resistência. t "O[ØJT DJSDVMBSFT O 12 e 14/0. Quem leva

Dr. João e um Pargo Amarillo (Yellow Snaper)

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ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO

O autor exibe o Pargo-seda (Silk Snaper)

ECOAVENTURA Turismo Tels.: (11) 3334-4360 / 3334-4361 www.ecoaventuratur.com.br



[ ecoturismo/ecotourism l Amazônia ]

AMAZÔNIA The Endless Amazonia

NA MAIS GRANDIOSA E RICA FLORESTA TROPICAL DO MUNDO, CADA UM DOS ELEMENTOS QUE A CONSTITUEM POSSUI PROPORÇÕES INACREDITÁVEIS. MAIOR QUE TUDO ISSO SÓ MESMO A EMOÇÃO DE PODER DESVENDAR SEUS MISTÉRIOS EACH PART OF THE MOST MAGNIFICENT AND RICHEST TROPICAL FOREST IN THE WORLD ASSUMES INCREDIBLE PROPORTIONS. BUT THE BIGGEST OF ALL IS THE EMOTION TO REVEAL ITS MYSTERIES POR / BY: WILSON FEITOSA l TRADUÇÃO / TRANSLATION: MARIA KORDEC l FOTOS / PHOTOS: ARQUIVO ECOAVENTURA l ARTE / DESIGN: PAULA BIZACHO

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ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO


A riqueza biolĂłgica da regiĂŁo amazĂ´nica comporta seres e vegetais de colorido exĂłtico e rarĂ­ssima beleza The biological wealth of the Amazon includes colorful creatures and plants of exotic and rare beauty

S

obrevoar por mais de uma hora um imenso manto verde costurado por rios sinuosos sem avistar vestígios da ocupação humana traz a sensação de que o grande avião a jato perdeu-se no ho ' # 2

2

do Amazonas — região Norte do Brasil —, que, apesar de contar com mais de 3,5 milhþes de habitantes, só

;! ! 9 ! # Sob nossos incrÊdulos olhos resplandecem os cortornos do tesouro verde que compþe o maior bioma terrestre do planeta — a Floresta Amazônica —, cuja årea transcende o território brasileiro e se enraiza em mais oito países da + ) 1 ;! 1 2 3 ~ " 4 B $ # $ J de quilômetros quadrados que abrigam mais de 20 mil espÊcies vegetais, muitas das quais ainda desconhecidas, 30 mil espÊcies de insetos, 2 mil de peixes e onde são encontrados 300 dos 400 tipos de mamíferos que integram a fauna do País — embora não possam ser vistos a todo instante devido € > # 6 ' do mundo onde a natureza estå preservada e, por isso, jå pode ser considerado um dos maiores patrimônios ecológi #

F

lying over one hour over an immense green carpet cut by sinuous rivers without any sign of human presence makes one feel that the large jet-plane has lots

# … † ‡ state of Amazonas in Northern Brazil, that despite its 3,5 "

‡

" "‡ † # 6 incredulous eyes –the largest land biome of the planet – the Amazon Forest – occupies an area that goes far beyond the Brazilian territory and extends itself on eight other Latin American countries: Paraguay, Bolivia, Peru, 2 3 " 4 B ‡ $ # I ‰ ! G^ thousand species of plants – many of them still unknown – 30 thousand species of insects, 2 thousand diffe Š^^ ‹^^ country’s fauna although they frequently cannot be seen ‡ ‡# 6 few places on earth where nature is preserved and due to the fact it can be considered as one of the biggest ‡#

ecoaventura 27


Insetos como as formigas cortadeiras, pequenos sapos e rãs e mamíferos como o grande tapir são elementos comuns entre as gigantescas årvores da densa oresta Insects such as ants, toads, frogs and small mammals like the tapir are common elements between the giant trees of the dense forest

3 " ! !

de junto com a lembrança cinza das grandes metrĂłpoles e o que vem Ă mente ĂŠ o seu papel de “pulmĂŁo do mundoâ€?,

" tidade incomensurĂĄvel de oxigĂŞnio — por meio da absorção de gĂĄs carbĂ´nico durante a fotossĂ­ntese — capaz nĂŁo sĂł de manter viva toda a biodiversidade a qual abriga como devol! € # O delicado equilĂ­brio de plantas, animais, microrganismos, solo e ĂĄgua ĂŠ apenas a primeira estrofe de uma composição % " Â? # $ suscitaram lendas, criaram infraestrutura e ampliaram a cul ! ! # 2

" ção ‘biodiversidade-imensidĂŁo’ espalhou medos e inspirou 2

M+ O# 2 pela grandiosa adversidade do ambiente, os primeiros exploradores acreditavam na existência de mulheres guerreiras ! ! ! # 2 € " + ! ! 5 ' #

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ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO

… † !

" ! ! † blurs at the grey reminder of huge metropolis – the term that _ M † O# 6

has been given this part because its plants release an immeasurable quantity of oxygen – through the absorption of carbon gas during the photosynthesis – capable to keep alive the whole biodiversity hidden on its territory and to return # 6 "

† %

! †

"‡ " # 6 ‡ † authors of legends, they created infrastructure and enriched

‰ † ! " # + this combination of “biodiversity and immensity� spread fear ’ ‰ “ M+ O

# 6

8 † ! ‡ the place believed in the existence of women warriors that ! # 6 ‡ med them amazons after warriors from ancient times that ! " 5 #


CURIOSIDADES/CURIOSITIES tAs orestas jå ocuparam pelo menos 48% da superfície terrestre. Hoje, metade desse número não existe mais. A Amazônia — maior oresta mundial — representa 35% de todas as orestas do planeta.

t5IF GPSFTUT IBE BMSFBEZ PDDVQJFE BU MFBTU PG UIF MBOE TVSGBDF Today half of them vanished. The Amazon Jungle – biggest forest in the world – represents 35% of all forests on this planet.

tA bacia amazĂ´nica ĂŠ um dos locais mais chuvosos do planeta, com Ă­ndices pluviomĂŠtricos anuais de mais de 2 mil milĂ­metros por ano e pode atingir 10 mil milĂ­metros em algumas regiĂľes. Durante os meses de chuva, a partir de dezembro, as ĂĄguas sobem em mĂŠdia 10 metros e podem atingir 18 metros em algumas ĂĄreas. Isso signiďŹ ca que, durante metade do tempo, grande parte da planĂ­cie amazĂ´nica ďŹ ca submersa, o que caracteriza a maior superfĂ­cie de oresta inundada do planeta.

t5IF "NB[PO CBTJO JT POF PG UIF SBJOJFTU QMBDFT JO UIF XPSME XJUI yearly pluviometrical indexes that reach the level of over 2 thousand millimeters and in some regions 10 thousand millimeters. During the rainy season, starting in December, the waters rise approximately 10 meters and in some regions up to 18 meters. This means that during half of the time the Amazonian surface remains submersed – this turns it into the largest inundated forest on the planet.

tO Amazonas — maior e mais largo rio do mundo — Ê o principal responsåvel pelo desenvolvimento da Floresta Amazônica. O volume de suas åguas representa 20% de toda a ågua presente nos rios do planeta. Tem extensão de 6.400 quilômetros, vazão de 190.000 metros cúbicos por segundo (16 vezes maior que a do rio Nilo), conta com mais de 1.000 auentes e chega aos 40 metros de profundidade. Sua largura mÊdia Ê de 12 quilômetros, mas pode ultrapassar 60 quilômetros durante a Êpoca de cheia. Na foz, onde desågua no mar, essa largura chega a 320 quilômetros.

t5IF "NB[PO SJWFS o CJHHFTU BOE MBSHFTU SJWFS JO UIF XPSME o JT UIF main responsible for the development of the Amazon Jungle. The volume of its waters represents 20% of all the water owing in the rivers of the planet. It is 6.400km long with a ow of 190.000 cubic meters per second (16 times higher than the Nile river) , has over 1000 tributary streams and its depth goes down to 40 meters. It has an average width of 12 kilometers but can reach a width of 60 kilometers during the abundance season. At the mouth of the river its width can get up to 320 kilometers.

tAs ĂĄreas alagadas inuenciadas pela rede hĂ­drica do Amazonas formam uma bacia de inundação maior que muitos paĂ­ses da Europa. Apenas a ilha do MarajĂł, na foz do Amazonas, ĂŠ maior que a Suíça.

t4VCNFSTFE BSFBT JOnVFODFE CZ UIF IZESJD OFUXPSL PG UIF "NB[PO form an inundated basin larger than many European countries. Just the Marajo island, at the mouth of the river, is larger than Switzerland. ecoaventura 29


Hoje em dia, sua capital — Manaus — ĂŠ a porta de entra " ! ~ # + localização privilegiada jĂĄ dĂĄ ao turista a oportunidade de se deleitar com um dos grandes espetĂĄculos: o encontro dos rios Negro e SolimĂľes, cujas ĂĄguas deslizam lado a lado por quilĂ´

+ # ? ! 2

9

# •

;vel conhecer seus encantos com a companhia de guias altamente treinados, inclusive com cursos de especialização de

" ! !/ !

28 " # Assim, os visitantes têm oportunidade de conhecer, apren ! – 9

" tantes que nela vivem — sobretudo quando se trata de povos indígenas, que se espalham em territórios dentro da mata com seus próprios costumes, linguagens e cultura inalterados hå milhares de anos — e que são os responsåveis pela

! # Longe de ser um passeio tedioso, toda a regiĂŁo amazĂ´nica oferece aventuras, deslumbrantes paisagens e novas descobertas que se perdem no horizonte de ĂĄrvores, seja ! # 1

antropĂłlogos, arqueĂłlogos e, principalmente, para o pesca !

! cado e mais atraente, visto ser o que maior número de atra ! { # •

requisitos para se tornar um dos destinos mais instigantes ! #

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ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO

6 ‡

“ C “ ! ‡ † †

‰ † + " ! ‡# E

! leged location gives the tourist the opportunity to admire one of the most special spectacles: the encounter of the ! 5 $ J # 6 † 9 † "‡ many kilometers without blending in until they shape into

+ ! # 2! ‡ !

‡

‰ % ‡

# E

" 8 ‡ ‡ % ! !

‰ "‡ ‡# 6 visitors have the opportunity to meet, learn and value the importance of the tropical forest and its inhabitants – es ‡ E " " area and spread throughout the jungle territory with their own customs, language and culture that haven’t change for

‡ # Very far from being a tedious journey, the whole Amazonian region offers adventure, dazzling landscapes and new discoveries that can be easily lost in the horizon of the tre " % # ' tourists , anthropologists , archaeologists and principally for

'

!

! “ !

‡

%

# 6 † ‡ all requirements for a fascinating destination for adventurers ! ! † #


Monumentos arquitetônicos do final do século 19, hotéis suntuosos e exóticos lodges que permitem caminhar sobre árvores são alguns dos muitos atrativos para quem visita a Amazônia Architectural monuments of the late 19th century, sumptuous hotels and exotics lodges that allow visitors to climb and walk over the trees are some of the many attractions for those who visit Amazon

MERECEM UMA VISITA/INTERESTING PLACES WORTH VISITING Presidente Figueiredo: localizada a 118 quilômetros de Manaus, nessa cidade pode-se desfrutar de 45 cachoeiras, nove corredeiras e sete cavernas localizadas em propriedades particulares. É possível também fazer algumas trilhas demarcadas em extensas áreas de floresta e pescar no lago da hidrelétrica de Balbina.

Barcelos: situado na margem direita do rio Negro, é o maior município do Estado do Amazonas, com uma área territorial de 89.572 km². Está localizado a 396 quilômetros em linha reta de Manaus e 496 quilômetros por via fluvial. Duas vezes por semana, barcos tipo recreio fazem a ligação Barcelos-Manaus-Barcelos, transportando passageiros e cargas. A cidade possui um aeroporto para aviões de pequeno e médio portes. Atualmente, os serviços de transporte aéreo são feitos por empresa regional três vezes por semana. O turismo se destaca como grande fonte econômica, principalmente a pesca esportiva. No verão, período em que ocorre a vazante dos rios, a cidade oferece à comunidade local e aos visitantes praias de rara beleza. Passeios: de Manaus partem grandes percursos até cidades importantes do Estado como Itacoatiara, Manacapuru, Maués, Presidente Figueiredo, São Gabriel da Cachoeira e Parintins.

Presidente Figueiredo: this small town 118km distant from Manaus has 45 waterfalls, nine chutes and seven caves located in private properties. Trekking tours in large areas of the forest are available as well as fishing on the lake of the hydroelectric power plant Balbina.

Barcelos: this largest municipal district in the Amazonas state is located on the right bank of the rio Negro and has an area of 89.572 km2. It is 396 km distant from Manaus in straight line and 496 km distant by river. Twice a week leisure boats make their way between Manaus and Barcelos transporting passengers and goods. The city has an airport for small and medium aircrafts. Local air transport is done by a local air company three times a week. Tourism is a strong point of the local economy, especially sports fishing. In summer during the low water period the city offers its inhabitants and tourists beautiful beaches. Tours: tours to important cities of the state such as Itacoatiara, Manacapuru, Maues, Presidente Figueiredo, Sao Gabriel da Cachoeira and Parintins are organized from Manaus. ecoaventura 31


O DELICADO EQUILĂ?BRIO DE PLANTAS, ANIMAIS, MICRORGANISMOS, SOLO E Ă GUA É APENAS A PRIMEIRA ESTROFE DE UMA COMPOSIĂ‡ĂƒO POÉTICA CUJOS AUTORES SĂƒO TAMBÉM OS HOMENS THE FRAGILE BALANCE OF THE PLANTS, ANIMALS, MICROORGANISMS, SOIL AND WATER IS JUST THE FIRST VERSE OF A POETICAL COMPOSITION WRITTEN AMONG OTHERS BY HUMAN BEINGS

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O rio ĂŠ a estrada da biodiversidade

The river is the path to biodiversity

Quem poderia imaginar que a junção de pequenos ria 3 + oceano de ågua doce? Mas, para alcançar tamanha grandio + " # ^^ 9 # ? "

! as matas, e a ĂĄrea atingida por suas enchentes chega a ser ! > +

# 5

; ! / muito semelhante: predominam na superfície imensas åreas alagadas, enquanto que, sob as åguas, a vida se renova num " 8 ! " > # : 1/5 de toda a ågua doce que escorre pelo planeta, o maior rio do mundo Ê o grande responsåvel pela fertilidade, biodiversidade e por outros aspectos de relevante importância ! ~ #

Â… % ! Andes could turn into an immense ocean of sweet water? But in order to reach this grandiosity the Amazon river receives

† ‡ 8 ‡ ^^ " ‡

# … ! 9 † ! % "‡

9 † +

‡# :

! ‡ similar appearance: immense inundated areas on the surface and under the surface the life reappears within a dazzling 8 " ! # 6 "

! that retains 1/5 of all sweet water on the planet is responsible for fertility, biodiversity and other aspects of relevant + #

ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO


Algumas experiĂŞncias, como alimentar o endĂŞmico, dĂłcil e singelo boto-cor-de-rosa, ou fotografar o Sol poente, fazem parte da atmosfera que inebria quem visita a AmazĂ´nia Some experiences, like feeding the sweet pink dolphins,or photographing the Sunset, are part of the atmosphere that astonish those who visit the Amazon

( 9 !

tambĂŠm sĂŁo donos de nĂşmeros impressionantes: somente no rio Negro jĂĄ foram descritas mais de 450 espĂŠcies de peixes — quantidade 15 vezes superior as que existem nos rios 2 # $ ! € 9 ciada pela grande quantidade de matĂŠria orgânica depositada em seu leito, mas, ao contrĂĄrio do que o nome faz supor,

!

# 3 quarto maior do mundo, esse belíssimo rio proporciona, ao #^^^ ~ ! " J # 1 turismo, não hå ambiente mais favoråvel, jå que a acidez elevada de suas åguas não permite a proliferação de insetos, e isso torna suas praias de areias alvas um convite irresistível " # | ! de ambientes propícios à quebra de recordes, o rio Negro permite desfrutar da valentia de seus peixes sem se expor ao #

6 " † "‡ 9 ! † ‡ ‰ of this ecosystem are also quite impressive: over 450 spe ! " ‡ %

! - the rio Negro – this is 15 times more than the quantity that 2 ! # 6 ! !

† 9 "‡ ganic matter from its bottom but unlike the name suggest its † # 6 " ! the fourth largest in the world, opens a 1000 km navigation † ‡ "

# re is no better surrounding, especially that the high level of ‡

† !

# 6 † "

" ! " #

5 ! a promising environment for record breaking and allows to " ! ‡

† 8

‰ #

ecoaventura 33


Por cima, de qualquer ângulo que seja observada, a maior oresta tropical do planeta descortina sua exuberância e riqueza biolĂłgica From the top, whatever angle it is observed, the largest rainforest in the world opens its exuberance and biological richness

( $ J C 6 1 6 %> B " !

amazônica e são de vital importância não só para a biodi!

" # Para se ter uma ideia, somente por meio dos cerca de 20 mil quilĂ´metros de rios navegĂĄveis pode-se ter acesso a cidades ! " 9

> 8

9 ! # A fauna da região tambÊm Ê bastante variada, e, assim ! / # $ mente na Amazônia Ê possível conhecer espÊcies em extinção, como os macacos uacari-branco e o pequeno sauim ' # +

turistas que vĂŁo atĂŠ o Amazonas sĂŁo os passeios noturnos com o objetivo de fotografar jacarĂŠs, e a pesca de Piranhas & 2

#

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ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO

6 ! ‰ $ J C 6 1 6 jós ou GuaporÊ are also a part of the Amazonian vastness and detain a vital and important role not just as far as biodiversity of the ecosystem is concerned but also for the eco ‡# |

! the jungle – whose existence is guaranteed only thanks to 9 ! ' ‡

" † ‰ G^ ‰ ! " ! # 6 ! ‡ ! ‡ and just like in the case of the vegetable kingdom there are # $ 8 ‰ † " ' 7 ‰

1 6 ‡ " ‡ + # E "

among tourists that travel to Amazonas are night tours with the right to photograph alligators and the right to Piranha “ ! ‡ !

#


O encontro das águas dos rios Negro e Solimões, em frente à cidade de Manaus, é um espetáculo que merece ser visto de uma posição privilegiada The meeting of the rivers Negro and Solimões, in front of the city of Manaus, is a spectacle that deserves to be seen in a privileged position

RAIO X/X-RAY Clima: tropical quente e úmido, com temperatura média de 31,4 graus Celsius. A estação das chuvas é de dezembro a maio, e a cheia do rio Negro tem seu ponto máximo em meados de junho, com a maior vazante em setembro. A pluviosidade média mensal na capital é de 210 milímetros.

Relevo: caracteriza-se pela ocorrência de terras firmes, planas e baixas. As elevações são encontradas nos limites com Roraima e a Venezuela, onde se situam as serras de Itapirapecó, Imeri, Urucuzeiro e Cupim. Nessa área verifica-se a presença do Pico da Neblina (3.014 metros), ponto mais alto do Brasil. Vegetação: densa e heterogênea, recobre 90% da superfície da área do Estado. Tem uma biodiversidade fantástica e abriga espécies ainda desconhecidas da ciência. Apresenta os seguintes tipos florestais: Floresta Perenifolia Paludosa Ribeirinha — mata de várzea (inundada em determinados períodos); Floresta Perenifolia Hileiana Amazônica — mata de terra firme; Mata de Igapó — sempre inundada. Fuso horário: 1 hora em relação ao horário de Brasília (O Estado está fora do horário de verão. Assim, quando isso acontece, o fuso passa a ser de -2 horas). Os bancos funcionam das 9 às 15 horas do horário local.

Informações adicionais: nos estabelecimentos comerciais

Climate: tropical hot and humid with average temperature of 31.4 ºC . The rainy season goes from December to May and the water in rio Negro reaches its highest level in mid-June with the strongest flow in September. In the capital of the state the average monthly level of rain reaches 210 millimeters. Terrain: characterized by the existence of firm, plain and low grounds. Higher points are found close to the state of Roraima and to Venezuela with such mountain ranges as Itapirapecó, Imeri, Urucuzeiro and Cupim. The highest mount in Brazil, Pico da Neblina, (3.014 meters) is located in this area. Vegetation: dense and heterogeneous covers 90% of the surface of the state. It has an amazing biodiversity and shelters species unknown by the scientific world. The following forest types can be met in the region: the Perenifolia Paludosa forest present alongside the watercourse (inundated in determinate periods of the year), the Perenifolia Hileiana Amazon forest – firm ground forest and the always submersed Igapó forest .

Time zone: 1 hour difference to Brasilia (the state doesn´t have DST adjustments. During time zone change in Brasilia the time difference rises to -2 hours). Banks open from 9 am to 5 pm local time.

(hotéis, bares e restaurantes), é cobrado 10% de taxa de serviço. A energia elétrica é de 110 V.

Additional information: commercial establishments (hotels, bars and restaurants) charge a 10% service fee. Electricity: 100v.

Culinária: baseada em frutas tropicais, peixe e farinha

Food: based on tropical fruits, fish and manioc flour.

de mandioca. ecoaventura 35


[ roteiro / travelling plan l AmazĂ´nia ]

S

uperar um recorde mundial para ser colocado na galeria de notåveis do IGFA (International Game Fish Association), ou — quem sabe — viver a experiência de ter o barco arrastado por alguns dos maiores peixes de couro do mundo. Pode ser apenas o desejo de ver suas linhas de cortarem a ågua em corridas alucinadas, que, muitas vezes, são impossíveis de ser detidas. Tão difícil quanto decifrar os motivos que levam pescadores de todas as partes + ~ !

de pesca possĂ­veis de serem praticados na extensa malha 9

# 2 tada por centenas de rios de grande porte, como Ê o caso do Negro, do Teles Pires, do Madeira, do Juruena, do GuaporÊ, entre outros de menor porte que ainda se encontram inexplorados, esse gigantesco bioma Ê — para o pescador

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ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO

esportivo — o que se pode rotular de . Tanto que, na associação mundial que ranqueia os pescadores e seus feitos, algumas dezenas de recordes — sejam eles

ou natural, ou ainda com equipamento de mosca — foram batidos nos rios dessa regiĂŁo. Quer mais um fator fascinante? NĂŁo importa se a origem daquele que viaja Ă AmazĂ´nia ĂŠ de alguma cidade brasileira ou de qualquer outra do mundo: hĂĄ tantas opçþes de rios e pescarias — e em lugares de realidades tĂŁo diferentes — que se torna praticamente impossĂ­vel decidir com antecedĂŞncia qual o melhor rumo a ser tomado. Assim, antes de falar propriamente dos locais e dos atrativos oferecidos por cada um deles, ĂŠ preciso compreender algumas particularidades sĂł existentes em um megaecossistema como esse.


AMAZÔNIA Attributes and secrets of the Amazon

SABER QUANDO E PARA ONDE IR, ASSIM COMO O QUE SE PRETENDE ENCONTRAR, É O SEGREDO PARA REALIZAR UMA AVENTURA INESQUECĂ?VEL NA MAIOR FLORESTA TROPICAL DO PLANETA KNOWING WHEN AND WHERE TO GO AND WHAT YOU PRETEND TO FIND IS THE SECRET OF EXPERIENCING ADVENTURE IN THE BIGGEST TROPICAL FOREST OF THE PLANET POR / BY: WILSON FEITOSA l TRADUĂ‡ĂƒO / TRANSLATION: MAIRON BATISTA FOTOS / PHOTOS: ERIBERT MARQUEZ E ARQUIVO ECOAVENTURA ARTE / DESIGN: PAULA BIZACHO

T

o overcome a world record to be registered at IGFA or, who knows, live the experience of having the boat dragged by "

† # C ‡ " %

‡ 9‡ †

† ch, sometimes, are impossible to be stopped. As hard as deci ‰ ! † +

‡ ! ‡ " at the extensive hydrographic net of the biggest tropical forest in the world. Composed by hundreds of huge rivers, like Negro River, Teles Pires, Madeira, Juruena, GuaporÊ, among smaller ones which have not been explored yet, this gigantic bioma “ “ † " " : ‡ #

$ †

‰ “ " "‡ ‡ "‡ † ! 9‡ ‰ “ † # … @ E

is coming from a Brazilian city or from other places in the world:

‡ ! “ of so many different realities – that is almost impossible to decide beforehand which is the best path to follow. As a result, before talking about the places and the attractiveness found on each of them, we need to understand some peculiarities only found in a “megaecosystem� like this one.

ecoaventura 37


roteiro / travelling plan l AmazĂ´nia ]

Os cenĂĄrios onde se pratica a pesca esportiva na AmazĂ´nia sĂŁo tĂŁo fascinantes quanto seus peixes The surroundings in which sport ďŹ shing is performed are as fascinating as their ďŹ shes

DIF�CIL É DEFINIR A VARIEDADE DE ESTILOS DE PESCA POSS�VEIS DE SEREM PRATICADOS NA EXTENSA MALHA HIDROGRà FICA DA MAIOR FLORESTA TROPICAL DO PLANETA IT IS HARD TO DEFINE THE FISHING STYLES VARIETY THAT CAN BE USED AT THE EXTENSIVE HYDROGRAPHIC NET OF THE BIGGEST TROPICAL FOREST IN THE WORLD

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A leitura da temporada

The season outlook

Muitos pescadores pensam que, ao marcar uma pescaria na Amazônia para os mesmos meses ou períodos que foram destaque na temporada anterior, estarão garantindo o sucesso da nova empreitada. Mas, não Ê bem assim: de um ano para outro as condiçþes climåticas raramente se repetem e, com os rios muito cheios, a pescaria se torna não só imprevisível como, por vezes, frustrante. Jå que não Ê possível prever quando e quanto irå chover, entre outras adversidades climåticas, só com uma leitura correta do regime das åguas da região serå possível minimizar as possibilidades de se deparar com imprevistos.

C ‡ ‰ † to Amazon for the same months or periods that were a success on the last season, they will be assuring the new trip success. However, it does not work like that: from one year to another the weather conditions rarely repeat and, with the ! 9 " ‡ " but, sometimes, frustrating. As it is not possible to predict when and how much is going to rain, among other weather adversities, only with the correct outlook of the region water streams it will be possible to minimize the chances of facing inconveniences.

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Podemos considerar que o ciclo se 9 do sul, entre eles o Madeira, o Juruena, o Teles Pires e o GuaporÊ, e depois os do & 9 5 # + ; % ' se a vazante nos rios do sul, e Ê por eles que começa a temporada de pesca ama ~ # 2 " tårios menores permitem a navegação, a ! # C o passar dos meses, quando esses rios secam e inviabilizam as incursþes, tem início a melhor Êpoca no rio Negro e seus 9 # +

– ĂŠ possĂ­vel pescar nessas ĂĄguas atĂŠ meados de abril. Para o calendĂĄrio de pesca deve-se considerar que, entre junho e novembro, pesca-se mais ao sul e, de novembro a março, ao norte.

We can consider that the cycle starts by the big south rivers tributaries, like the Madeira, Juruena, Teles Pires and GuaporÊ, and by the north ones – Negro River tributaries. From late May to early June, the south rivers ebb begins, and this is when the +

# … ‰ creeks and small tributaries can be naviga " # � † ! † the months going by, when those rivers get drier and make the navigation impossible, " "

5 0 !

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" + # ( lendar it has to be considered that, betwe | 5 ! " "

in the south, and between November and March, in the north.


[ roteiro / travelling plan l AmazĂ´nia ] Que rumo seguir?

What path to take?

+

objetivo. Para a maioria dos pescadores, o grande apelo da AmazĂ´nia sĂŁo os vorazes TucunarĂŠs, em especial o Cichla temensis, que, entre as 15 espĂŠcies descritas, ĂŠ a que atinge maior porte — o recorde mundial foi batido no rio Negro, na regiĂŁo de Barcelos, com um espĂŠcime que pesou quase 13 quilos. Portanto, se o que se almeja for estabelecer uma nova marca para essa espĂŠcie, ou enfrentar outras como o TucunarĂŠ-borboleta (Cichla orinocensis), seja com equipa $ Isabel sĂŁo os melhores destinos. A primeira ĂŠ a cidade que oferece maior oferta de pousadas, 9 >8 tos de pesca. Para chegar a ambas, a melhor opção ĂŠ por voo de carreira, e a ĂŠpoca mais propĂ­cia ĂŠ entre o inĂ­cio de " ! #

Before choosing what destination to take, the goals have

" # %

al in Amazon is the greedy Peacock Bass, especially the Cichla temensis, which, among the 15 described species, is the biggest one – the world record was set at Negro River, in Barcelos area, with a specimen with almost 13 kilos. Therefore, if it is desirable to establish this specie new record, or ‰

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! " offers when talking about lodges, hotels and hotel boats, and

# 6 both of them, the best options is to take a plane, and the best

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BOA VISTA O mapa ao lado mostra uma pequena parte dos rios que cortam a maior oresta tropical do planeta The map on the right below illustrates a small amount of rivers that have their way drawn through the biggest tropical orest of the planet

Rio Branco

MACAPĂ

Rio Negro

BELÉM

Rio Amazonas Rio SolimĂľes

MANAUS Rio TapajĂłs

Rio JuruĂĄ

Rio Xingu Rio Purus PORTO VELHO

RIO BRANCO

Por outro lado, se o objetivo for praticar estilos diversos e se divertir com a grande variedade de espĂŠcies do ecossiste ~ 2

9 ! # 2 ! sidade: as opçþes de destinos tambĂŠm sĂŁo mais amplas e hĂĄ maior diversidade de infraestruturas voltadas ao turismo de # 2 > " ves de pequeno porte e, em outras — como alguns acampamentos selvagens — ainda ĂŠ preciso viajar de barco para com % # 2!

aumenta o custo das viagens, fato que, por outro lado, garante pescarias mais fartas e em lugares mais selvagens. 40

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Rio Madeira Rio Juruena Rio Teles Pires

On the other hand, if the objective is to practice different styles and have fun with the big species variety of the Amazon ecosystem, the south rivers and its tributaries are insuperable. Not just because they present great diversity: the destination options are extensive and there are more infras # $ "‡ † ‡ are only reachable by small planes and others – like some † “ "‡ " # (

to get to the place, the more expensive the trip will be. But

wild life experience.


Bicuda

TucunarÊ-açu

AS MAIS DE 2 MIL ESPÉCIES DE PEIXES ENCONTRADAS NA AMAZĂ”NIA FAZEM DA REGIĂƒO UM ATRATIVO PERFEITO PARA OS PESCADORES ESPORTIVOS

Cachara

: ! 6 ! riados são presença garantida em praticamente todos os rios ~ 2

# 2

;vel capturĂĄ-los em elevadas quantidades, com frequĂŞncia atĂŠ 8 # 2

+ ~ tambĂŠm ĂŠ a mais indicada para encontrar os grandes peixes de couro, os quais, em algumas regiĂľes, sĂŁo chamados de M O# 2 estĂŁo as gigantescas PiraĂ­bas — um Bagre que pode passar de dois metros e pesar acima de 200 quilos. Outro peixe que ĂŠ motivo de cobiça entre os pescadores ĂŠ a Pirarara, que, apesar de atingir porte inferior, ĂŠ vista como a que oferece a melhor relação tamanho-peso-valentia.

A REMARKA K BLE NUMBER OF MORE THAN TWO THOUSAND FISH SPECIES TURNS THE AMAZON INTO THE PERFECT DESTINATION A FOR PEOPLE THAT A SEEK TO PRACTICE SPORT FISHING

Many Peacock Bass species with different colors and sizes are found all over the Amazon Rivers located at the south of the State. The difference is that most of them do not get so big. However, it is possible to catch them in high quantities, quite often two on the same bait. This Amazon area is "

" † regions are known as “beasts�. Among the species that most 1 ;" “ that can reach more than two meters long and weight more

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size-weight-power ratio.

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[ roteiro / travelling plan l Amazônia ] 2 >) 1 <Arapaima ) — maior peixe de escamas de ågua doce do mundo —

€

o Tambaqui, que ultrapassa 30 quilos de peso, um rebelde J " > arrebenta linhas. A infraestrutura para hospedar o pescador Ê composta por pousadas construídas em meio à mata ! 9 J remotas em busca de lugares exclusivos, e a qualidade dos serviços de alguns desses empreendimentos nada devem aos dos melhores do mundo. TambÊm representante do grupo chamado de peixes lisos (que não têm escamas), o Jaú, cujos espÊcimes superam 70 quilos, e o Caparari, um dos mais belos Bagres brasileiros, tambÊm compþem a diversidade de espÊcies que podem ser encontradas.

NORTE/NORTH

O MELHOR DOS PRINCIPAIS DESTINOS/THE BEST OF THE MAINLY PLACES OF INTEREST

Rio Negro e auentes: Considerado um palco perfeito para os obcecados pela pesca do TucunarĂŠ, esse rio, assim como boa parte de seus auentes, justiďŹ ca plenamente o que se espera dele, pois, alĂŠm de proporcionar pescarias fartas e alguns dos principais recordes para essa espĂŠcie, tem outros apelos irresistĂ­veis. É o caso da transparĂŞncia e pureza de suas ĂĄguas, das belĂ­ssimas praias de areias alvas e claras, do charme de ter cidades como Barcelos e Santa Isabel, que, apesar de terem toda infraestrutura, sĂł podem ser acessadas por ar ou ĂĄgua e, principalmente, pelo fato de nĂŁo terem insetos hematĂłfagos. Quanto Ă pesca, alĂŠm do maior representante dos Cichlas e de outros menores, brinda ainda seus visitantes com AruanĂŁs (da famĂ­lia Osteoglossidae), reluzentes ApapĂĄs (Pellona castelnaeana), Cachorras (Hydrolycus armatus), bem como de dois dos maiores Bagres amazĂ´nicos: a PiraĂ­ba e a Pirarara. O perĂ­odo de pesca começa no ďŹ nal de novembro e vai atĂŠ o ďŹ nal de março, e o melhor da temporada situa-se entre dezembro e fevereiro. Apesar da grande quantidade de infraestruturas voltadas para o atendimento do pescador esportivo, a procura ĂŠ tĂŁo grande que, para reservar uma data especĂ­ďŹ ca, ĂŠ preciso que se faça as reservas com mais de uma ano de antecedĂŞncia. Negro River and tributaries: Considered as one of the perfect scenarios for the obsessed peacock bass ďŹ shermen, this river, as well as great part of its tributaries, is completely entitled of what it is expected, because besides the fact that it provides an abundant ďŹ shing and some of the main records for this specie, has also other remarkable and irresistible facts. Its waters transparency and purity, the beautiful clear sand beaches, the

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+ M ‰ O < have scales), the Jaú, which overcome the 70 kilos, and the 3

" are also part of the species that can be caught. And this is not everything: in some rivers, the Pirarucu – biggest scale † † “

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"‡ " "‡ † " 9 hotels capable of reaching remote regions going after exclusive spots, and the quality of service of some of those places can be compared to the best in the world.

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charming cities of Barcelos and Santa Isabel, which even by the fact they have infrastructure, can only be accessed by air or water and, specially, because there are no mosquitoes. For the ďŹ shing matter, besides the biggest representative of the Cichlas and the smaller ones, also cheers its visitors with AruanĂŁs, shinning ApapĂĄs, Cachorras, besides the biggest Amazon catďŹ shes: the PiraĂ­ba and Pirarara. The ďŹ shing season starts in late November and goes until late March, and the best of the season takes place between December and February. Despite the big amount of sport ďŹ shing related infrastructure, the demand is so high that, in order to make speciďŹ c dates reservations, the process has to be done more than one year ahead.

BOA VISTA

Rio Negro

MANAUS


SUL/SOUTH Rio Teles Pires e afluentes: localizado em uma das regiões mais exuberantes da Amazônia, esse rio de águas verdes e velozes é o que melhor exprime a riqueza faunística dessa região. Entre fevereiro e maio — auge do período de cheias —, ele é o principal destino para aqueles que sonham capturar os grandes peixes de couro: Piraíba, Jaú e Pirarara. Nesse mesmo período também se concentra o auge da temporada para a pesca de outras espécies de inestimável valor esportivo: o bruto e indomável Tambaqui, os saltadores Matrinxãs, as velozes Bicudas e as grandes e ameaçadoras Cachorras. Entre junho e o final do ano, as pescarias continuam produtivas, apenas saem de cena algumas espécies e entram outras. É o caso do Tucunaré, do Trairão (peixe da família Erythrynidae), da Corvina (Plagioscion squamosissimus) e dos peixes de couro citados acima, que permanecem à disposição do pescador o ano todo.

Teles Pires River and tributaries: Located at one of the most exuberant Amazon regions, this green and rapid waters river is what best express this region fauna richness. Between February and May – flood season - , it is the main destination for those who dream in catching the big catfishes: Piraíbas, Jaús and Pirararas.

At this same period is also the peak season for catching other inestimable value sport fishing species: the brute and untamable Tambaqui, the jumping Matrinxas, the fast Bicudas and the huge and threaten Cachorras. Between June and the end of the year, the fishing continues to be productive, the only thing is that there are species that can be MANAUS caught better than others. Is the case of the Tucunaré, Trairão, Corvina and PORTO VELHO the Catfishes mentioned above, that Rio Teles Pires can be caught during the whole year.


[ roteiro / travelling plan l Amazônia ] SUL/SOUTH Rio Madeira: um dos maiores atrativos desse rio são os acampamentos selvagens montados em alguns de seus afluentes. O diferencial desse tipo de operação é que ela proporciona uma mobilidade que permite ao pescador acompanhar o deslocamento dos peixes durante as oscilações no nível dos rios, além de colocar o turista em contato mais íntimo com o meio ambiente. Tucunarés com até seis quilos, Matrinxãs, Bicudas, Cachorras e Capararis compõem as principais opções de pesca desse roteiro. A melhor época situa-se entre o início de julho e final de novembro. Madeira River: One of its most attractiveness is the wild camping’s set at some of its tributaries. The differential of this type of operation is that it provides a mobility that allows the fishermen to follow the fishing movements during the river levels oscillations, besides the fact of allowing the tourist to be in contact with the inner part of the forest. Peacock Basses up to six kilos, Matrinxãs, Bicudas, Cachorras and Capararis compose the main fishing options. The best season takes place between early June and late November.

Rio Guaporé e afluentes: dizer que a Amazônia é grande demais para ser descrita chega a ser repetitivo, no entanto, esse rio tem aspectos tão diferentes dos demais que a redundância dá lugar ao destaque. Localizado na fronteira entre o Brasil e a Bolívia, o Guaporé, com suas áreas de mata intocada, reservas ecológica, fazendas, vilarejos e outros ambientes, apresenta cenários tão distintos que, em determinados trechos, nem parece ser o mesmo rio. Em termos de pesca esportiva, o rio Guaporé também tem seus diferenciais. É o que permite o maior índice de captura de Tucunarés por pescador/dia, tem Cachorras em abundância e também é um dos únicos onde se pode pescar o Tambaqui e a Pirapitinga (Piaractus brachypomus) — ambos donos de força descomunal — além de grandes Pirararas e Capararis. Entre julho e final de novembro situa-se o auge da temporada, que pode começar um mês antes e terminar um depois em decorrência do ciclo de chuvas. Existem ainda outros rios com grande potencial, como o Branco e o Itapará na parte norte, e o Roosevelt na parte sul, cujos predicados, possibilidades de pesca e qualidade das pousadas são idênticos aos que foram citados acima.

Guaporé River and tributaries: To mention that Amazon is too big to be described is quite repetitive. However, this river has so many different aspects in relation to the others that the redundancy gives place to highlights. Located in the border between Brazil and Bolivia, the Guaporé River, with its inner forest 44

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MANAUS

Rio Madeira PORTO VELHO

areas, ecologic reserves, farms, villages and other environments, presents so distinct scenarios that, in some parts, it does not seem to be the same river. In matters of sport fishing, the Guaporé River also has its differentials. It allows the highest Peacock Bass capture rate by fishermen/day, has abundant Cachorras, and it is also one of the only rivers where you can fish the Tambaqui and Pirapitinga, both really powerful fishes, besides the big Pirararas and Capararis. Between July and late November takes place the peak of the season, which can start one month before and end one month after because of the rain cycle. There are other rivers with great potential, like the Branco and the Itapará on the north area and the Roosevelt MANAUS on the south area, which attributes, fishing possibilities and the lodge’s quality are PORTO VELHO the same as the ones mentioned above. Rio Guaporé


CARACTERÍSTICAS DAS PRINCIPAIS ESPÉCIES/CHARACTERISTICS OF THE MAIN SPECIES Caparari (Pseudoplatystoma tigrinum) e Cachara (Pseudoplatystoma reticulatum e P. punctifer): representantes da família Pseudoplatystoma, os hábitos dessas espécies são muito semelhantes, e mesmo um exemplar de pequenas dimensões exige bastante perícia e habilidade do pescador para desviá-lo de galhadas ou pedras sem romper a linha. O Caparari atinge maior porte e requer equipamento mais reforçado. Dependendo do lugar e das características do rio, pode ser encontrado em poções, debaixo dos camalotes, início ou final de curvas e, nos horários em que o Sol estiver mais quente, nas praias. Habita a maioria dos rios amazônicos, e o equipamento indicado para a captura dessas espécies é do tipo pesado, constituído por varas para linhas de até 50 libras (23 quilos) e anzóis de 8/0 a 14/0. As iscas mais indicadas são as naturais, compostas por pequenos peixes, minhocuçu, Piramboia, Tuvira e, em rios onde não haja grande concentração de Piranhas, filés de peixe.

Caparari (Pseudoplatystoma tigrinum) and Cachara (Pseudoplatystoma reticulatum e P. punctifer): Representing the Pseudoplatystoma family, those

branches or rocks without breaking the line. The Caparari gets big, so strong equipment must be used. Depending on the place and the river’s characteristics, it can be found in shoals, under huge amount of plants, lakes and rivers entrances and, when the sun is high, in the sand beaches. Inhabits most of the Amazon Rivers, and the recommended equipment to catch them is the heavy type, constituted by rods and 50 pounds (23 kilos) test lines and 8/0 to 14/0 size hooks. The best baits are the natural ones, like live fishes, giant worms, Piramboias, Tuvira and, in rivers where there is not a huge concentration of Piranhas, fish pieces.

fishes habits are very similar, and even a small size specie deserves fishermen good attention and ability to take it out of

Pirarara (Phractocephalus hemioliopterus): também ranqueada entre os grandes da Amazônia — perde em tamanho e peso para as Piraíbas e Jaús, mas ganha em resistência e beleza, pois, além de ser um dos peixes mais fortes que se pode enfrentar, possui um belo padrão de cores. Alcança cerca de 1,50 metro e ultrapassa os 60 quilos, é extremamente vigorosa e dá muito trabalho quando fisgada. Pega em vários tipos de iscas, mas, dependendo da região, pode variar sua preferência entre minhocoçu, iscas brancas e pequenos peixes da região onde estiver sendo pescada. Frequenta praticamente todos os rios amazônicos, porém, os maiores exemplares têm sido fisgados nos rios Guaporé, Teles Pires, Juruena e Madeira. O equipamento mais indicado é o de categoria pesada (H), composto por varas para carretilhas ou molinetes, linhas com resistência entre 30 e 50 libras (14 e 23 quilos), anzóis de 7/0 a 10/0 providos de empate de aço.

and it is a troublemaker when hooked. Can be caught using many types of baits, but, depending on the region, its preference can change between the giant worms and small fishes. Can be regularly found on all the Amazon Rivers, however, the biggest ones are being hooked in the Guaporé, Teles Pires, Juruena and Madeira. The most recommended is the heavy category equipment (H), composed of rods and reels, 30 to 50 pounds test (14 to 23 kilos) lines, 7/0 to 10/0 hooks with steel leaders.

Pirarara (Phractocephalus hemioliopterus): Also ranked among the big fishes in Amazon – looses in size and weight for the Piraíbas e Jaús, but wins in resistance and beauty, because, besides of being one of the strongest fishes that can be faced by a fisherman, has a beautiful color pattern. Can reach around 1,5 meters and weight over 60 kilos, is extremely vigorous

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[ roteiro / travelling plan l Amazônia ] CARACTERÍSTICAS DAS PRINCIPAIS ESPÉCIES/CHARACTERISTICS OF THE MAIN SPECIES Matrinxã: apesar de não atingir grande porte, o Matrinxã é considerado um dos maiores desafios amazônicos, e por diversos motivos. Além de não ser encontrada em todos os rios, essa espécie é extremamente astuta, possui boca pequena e dura e, quando fisgada, dá início a uma série de saltos vigorosos, que geralmente lhe garantem a liberdade. São comuns nos rios de águas limpas, onde se concentra ao redor de galhadas ou pequenas corredeiras — locais nos quais costumam emboscar suas presas. O equipamento e iscas recomendados para essa espécie são compostos por varas para carretilhas ou molinetes de categoria média (M), linhas de até 20 libras (9 quilos) e colheres e spinners como iscas.

water rapids – spots where it usually hunts. The recommended equipment for this species is medium category (M) rods and reels, 20 pounds (9 kilos) test lines and spoons or spinners as lures.

Matrinxã: Despite of not reaching big sizes, the Matrinxã is considered one of the greatest Amazon challenges, for many reasons. Besides the fact of not being found in all the rivers, this specie is extremely astute, because it has a small and hard mouth and, when hooked, starts a series of vigorous jumps, which usually guarantees its freedom. They are common to be found in clear water rivers, where it remains among the branches or small

Tambaqui (Colossoma macropomum): habitante de alguns rios, o Tambaqui pode ser encontrado durante as cheias nas margens do rio Teles Pires onde existam árvores frutíferas, ou durante o período de seca nas corredeiras do rio Guaporé. Extremamente violento quando ataca as iscas, essa espécie, assim que sente a fisgada, tem o hábito de correr para dentro da mata alagada. Deter essa corrida, na maioria das vezes, é uma missão impossível. Para aumentar o grau de dificuldade, o sistema de pesca que mais se mostra eficaz para sua captura exige o uso de equipamento de categoria média e anzóis pequenos — fato que contribui para que escape na maioria das vezes. O equipamento mais indicado para a sua captura é composto por varas para carretilhas ou molinetes de categoria pesada (M), linhas de multifilamento de 60 libras (27 quilos), empate de aço com 15 centímetros e anzóis de haste curta com tamanho entre 2/0 e 3/0. Coquinhos e outros regionais são suas iscas prediletas, e o rio Teles Pires é o que apresenta melhor retrospecto para a pesca dessa espécie.

Tambaqui (Colossoma macropomum): Inhabitant of some rivers, the Tambaqui can be found during the flood seasons by the Teles Pires river banks where there are fruit trees, or during the dry season in the Guaporé River rapids. Extremely violent when attacking the baits, this specie, as soon as it is hooked, swims to the flood forest. Stopping the run, in most cases, it is an impossible mission. To make it even harder, the fishing system

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that shows to be the most efficient to catch this specie is the medium category equipment and small hooks – this way the fish can gets free. The most recommended equipment for its capture is composed by rods and reels of medium category (M), 60 pounds (27 kilos) test braided lines, 15 centimeters steel leader and 2/0 to 3/0 short hooks. Small coconuts and other regional fruits are their favorite food, and the Teles Pires is the river that has the best retrospect for fishing this specie.


O Tucunaré é o peixe que mais atrai turistas pescadores para os rios da Amazônia The peacock bass is the main attraction for tourists that practice fishing tourism

TUCUNARÉ: com mais de dez representantes, trata-se das espécies amazônicas que mais despertam a cobiça dos pescadores esportivos. Preferem águas paradas em ambientes como lagoas e baías, mas não é raro serem encontradas em obstáculos e galhadas nas bocas de cursos d’água que se interligam com o rio. Costumam se juntar em grandes cardumes para dar caça a suas presas que, desesperadas, chegam a pular fora d’água para escapar de suas investidas. A captura de grandes espécimes ocorre com maior frequência em pequenos rios e em grandes lagos, especialmente nos afluentes e tributários do rio Madeira e do rio Negro. Podem ser pescadas em todas as modalidades, sobretudo com iscas artificiais ou equipamento de mosca. Para a pesca de arremesso, uma boa opção é um conjunto composto por vara para carretilha ou molinete de ação médiapesada (MH) e linhas com resistência entre 17 e 25 libras (8 e 11 quilos). As iscas artificiais de superfície demonstram muita eficiência com os grandes exemplares, mas, em algumas épocas e lugares, os modelos de meia-água são mais eficazes. Na pesca com moscas o equipamento ideal é o de número 8, com linhas WF-8-F, FS, l e S. As moscas devem ser do tipo streamers, bugs e poppers, com tamanho em torno de seis a dez centímetros, atadas com penas e fios naturais e/ou sintéticos para que fiquem bem volumosas.

Tucunaré: With more than ten representatives, is the Amazon specie that most attracts fishermen. It prefers calm waters in environments like lakes and bays, but it is not rare to find it in obstructions and branches close to lakes and the river connections. They usually are found in big shoals to better hunt small fishes which, desperate, jump outside the water to escape. The big species occurs most frequently in small rivers and big lakes, especially in the Madeira and Negro Rivers tributaries. Can be fish using almost any style, but mainly bait casting and fly fishing. If the option is the bait casting, a good option is a Medium-heavy (MH) rods and reels or baitcast set and 17 to 25 pounds (8 to 11 kilos) test lines. The topwater lures demonstrate o good effectiveness with the big ones, but, in some seasons and places, the minnows are more efficient. Using the fly fishing equipment, the ideal is to use # 8 equipment, with WF-8-F, FS, I and S lines. The flies used are streamers, bugs and poppers, with six to ten centimeters in size, tied with natural feathers or synthetics threads so it can become bulky.

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[ roteiro / travelling plan l Amazônia ] CARACTERÍSTICAS DAS PRINCIPAIS ESPÉCIES/CHARACTERISTICS OF THE MAIN SPECIES Aruanã (da família Osteoglossidae): unico peixe de escamas que apresenta barbilhões na mandíbula, o Aruanã pode atingir mais de 1,5 metro e é um peixe de visão apurada. Predador nato, ele costuma frequentar os lagos de águas limpas que margeiam os rios, onde se alimenta de insetos, enguias, pequenos peixes e diversos tipos de invertebrados aquáticos, os quais são caçados dentro e fora da água, em locais rasos ou em meio a obstáculos como matas e galhadas. Uma das características da espécie é a habilidade para saltar até dois metros fora d’água, seja para capturar suas presas em galhos de arbustos ou para fugir de seus predadores. Na pesca com iscas artificiais, recomenda-se usar varas para carretilhas ou molinetes de categoria média (M) e linhas com resistência em torno de 17 libras (8 quilos). Quanto às iscas artificiais, as mais eficientes são as de hélices, zaras, sticks e poppers com tamanho ao redor de oito centímetros. Na modalidade de pesca com mosca, varas de n°6 com linhas WFF e iscas do tipo streamers, poppers e divers são adequadas.

inside and outside the water, in shallow spots or among the obstructions like branches. One of its characteristics is its ability to jump up to two meters outside the water, either to capture food on branches or bushes or to get away from its predators. When bait casting, it is recommended to use medium category rods and reels and 17 pound (8 kilos) test lines. When it comes to the lures, the most efficient are the topwater lures, like sticks and poppers, measuring around eight centimeters. When fly fishing, # 6 rods and WFF lines used with streamers, poppers and divers are adequate.

Aruanã (family Osteoglossidae): The Aruanã can reach more than 1,5 meters and it has a very good sense of sight. Innate predator, it usually inhabits the clear water lakes next to the rivers, where it can feed itself with insects, ells, small fishes and many types of aquatic invertebrate animals, which are hunted

Jaú (Zungaro zungaro): de acordo com habitat e tamanho dos espécimes, a variação cromática dessa espécie oscila entre o amarelo acastanhado, o preto e o cinza esverdeado. Frequenta os poços profundos, principalmente aqueles formados por pedras, encontrados abaixo de corredeiras e cachoeiras. Quando fisgado, briga com violência e muita força, mas o maior desafio será evitar que corra para as locas do meio em que vive. As melhores iscas são peixes de pequeno porte, de preferência os encontrados na própria região. O equipamento indicado para sua captura é o de categoria ultrapesado (UH), varas com molinetes ou carretilhas para lançar um conjunto isca-chumbada de até 300 gramas, linhas com resistência em torno de 70 libras (32 quilos) e anzóis de 8/0 a 10/0. Jaú (Zungaro zungaro): Its color varies varies between the dark yellow, black and greenish grey according to the habitat changes. It can be found in deep spots, especially those formed by rocks and found below rapid waters and waterfalls. When hooked, fights violently and powerfully, but the greatest challenge is to avoid making it run to the holes where it lives. The best baits are small fishes, especially found on the actual region. The 48

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recommended equipment to catch this fish is the Ultra-heavy (UH), rods with reels to cast baits and sinkers up to 300 grams, 70 pounds (32 kilos) test lines and 8/0 to 10/0 hooks.


A Piraíba, que chega a 2 metros de comprimento e 200 quilos de peso , é o grande desafio para os pescadores que exploram os rios amazônicos The Piraíba can reach astonishing 2 meters length and 440 pounds of weight, which makes it the greatest challenge for the fishermen who explore the Amazon River

PIRAÍBA: (Brachyplatystoma filamentosum): na região amazônica, os peixes de couro são chamados “peixes lisos ou feras — quando muito grandes”. E, nesse universo, a Piraíba reina absoluta, afinal, é um dos maiores peixes fluviais do mundo. Deve ser procurada abaixo das quedas de cachoeiras e no canal do rio, principalmente nos trechos onde não há correnteza. Seu ataque e luta são brutais, porém, sua resistência não dura muito. O equipamento indicado para a sua captura é o de categoria ultrapesado (UH), varas com molinetes ou carretilhas capazes de lançar um conjunto isca-chumbada de até 500 gramas, linha testada para 90 libras (41 quilos) e anzóis com tamanho acima de 10/0 providos de empate de aço. As melhores iscas são peixes de pequeno porte, inteiros ou em pedaços.

Piraíba (Brachyplatystoma filamentosum): At the Amazon region, the catfishes are also called “naked” fishes or “beasts” – when they are very big. And, in this universe, the Piraíba reign absolute, after all, it is one of the biggest freshwater fishes in the world. It must be searched below the waterfalls and in the river canal, especially where there is no stream. Its attack and fight are brutal. Nevertheless, its resistance does not last long. The designated equipment for its capture is the Ultra-heavy (UH), rods with reels capable of casting baits with sinkers of up to 500 grams, 90 pounds (41 kilos) test lines and hooks with size over 10/0 connected to a steel leader. The best baits are small fishes, whole or in pieces.

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[ roteiro / travelling plan l AmazĂ´nia ] RECOMENDAÇÕES/SUGGESTIONS tEvidente que existem dezenas de outros rios na AmazĂ´nia com excelentes condiçþes de pesca. No entanto, para fugir do circuito aqui citado ĂŠ preciso obter informaçþes e referĂŞncias de fontes seguras, sobretudo no que diz respeito Ă qualidade dos empreendimentos que recebem turistas, assim como sobre a incidĂŞncia de focos de malĂĄria. tTomar vacina contra a febre amarela, usar repelentes de boa qualidade e camisas de manga longa, assim como obedecer a temporada indicada para cada regiĂŁo garantem uma viagem tranquila e sem riscos de adquirir doenças tropicais. tProtetores solares de boa qualidade e fator 50, bonĂŠs confortĂĄveis e bons Ăłculos polarizados sĂŁo indispensĂĄveis para proteger o pescador do Sol escaldante que impera em toda a regiĂŁo. tUma caixa de primeiros socorros com antissĂŠpticos, curativos, analgĂŠsicos, antialĂŠrgicos e medicamentos para tratamentos especĂ­ďŹ cos ĂŠ fundamental para garantir a segurança e o conforto durante a permanĂŞncia em lugares com poucos recursos. tManter uma reserva de equipamentos como varas, carretilhas, molinetes, linhas e iscas artiďŹ ciais ĂŠ de suma importância para que a quebra, perda ou falta de alguns desses itens nĂŁo comprometa uma viagem planejada durante tanto tempo. tComo a maioria dos destinos sĂł pode ser acessado por pequenas aeronaves, para evitar transtornos, seja seletivo na hora de arrumar as malas para que a bagagem possa ser acomodada em seus pequenos bagageiros. tNa AmazĂ´nia, cada rio tem suas prĂłprias caracterĂ­sticas e particularidades e, em função disso, um estilo de pesca ou tipo de isca que mostrou eďŹ ciĂŞncia em um pode nĂŁo funcionar tĂŁo bem em outro. A Ăşnica forma de extrair o mĂĄximo de emoção que cada rio ou lago pode proporcionar ĂŠ seguir as orientaçþes do guia, que ĂŠ o Ăşnico que conhece intimamente cada lugar e em ĂŠpocas diferentes.

t*U JT DMFBS UIBU UIFSF BSF EP[FOT PG PUIFS SJWFST JO "NB[PO XJUI excellent ďŹ shing conditions. However, to get away from the standards herewith mentioned it is needed to collect information and references from secure sources, essentially regarding the hosting places quality, and moreover, the Malaria incidence. t5P UBLF ZFMMPX GFWFS TIPUT VTF HPPE RVBMJUZ SFQFMMFOUT BOE long sleeves shirts, as well as respects the correct season for each place assure a calm trip and with no risks of getting tropical diseases. t(PPE RVBMJUZ TVO CMPDLT BOE 41' DPNGPSUBCMF IBUT BOE polarized glasses and indispensable to protect the ďŹ shermen against the hot sun. t" mSTU BJE LJU DPOUBJOJOH BOUJTFQUJDT ESFTTJOHT QBJO LJMMFST BOUJ allergic and speciďŹ c treatment medicines is essential to assure the safety and comfort during the staying in places with few resources. t5P LFFQ TQBSF FRVJQNFOUT BT SPET SFFMT MJOFT BOE MVSFT JU T really important so the fact something brakes or go missing, it won’t compromise a so long planned trip. t"T NPTU PG UIF EFTUJOBUJPOT DBO POMZ CF BDDFTTFE CZ TNBMM planes, to avoid inconvenience, be selective when packing so the luggage can ďŹ t inside small compartments. t*O UIF "NB[PO FBDI SJWFS IBT JUT PXO DIBSBDUFSJTUJDT BOE singularities, therefore, a ďŹ shing style efďŹ cient in one, may not work well on another. The only way to enjoy the best each river can provide is to follow the guide’s orientations, which is the only ones who knows each place in different seasons.

MAIS INFORMAÇÕES/MORE INFORMATIONS: 55 11 3334-4361 50

ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO


é o bicho! BIOLOGIA Nome científico: Panthera onca Distribuição: sul do continente americano Habitat: Amazônia, Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado e planície alagada do Pantanal

PRESERVE Conheça os projetos da ONG Prócarnívoros para preservar a onçapintada e ajude-os por meio do site www.procarnivoros.org.br/2009/ projetos.asp

As manchas no pelo das onças são únicas em cada animal e podem ser vistas de perto em indivíduos totalmente negros — as panteras.

Predadora por natureza O rugido é ameaçador, seu cálculo é preciso e o ataque é fatal. Não é por acaso que tantas lendas foram criadas em torno da onça-pintada: é de fato o mais determinado caçador de seu território. A beleza e a voracidade tornaram-na símbolo de coragem e astúcia na cultura indígena DA REDAÇÃO l FOTOS: ARQUIVO ECOAVENTURA l ARTE: PAULA BIZACHO

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olhar penetrante e o andar sorrateiro desse animal compõem a graciosidade do maior felino de todo o continente americano, mas também constituem estratégias de caça que o tornam o mais feroz predador dessa região. O pelo malhado forma uma camuflagem perfeita, que a permite se aproximar de suas vítimas e esperar o quanto for necessário pelo momento exato da investida. Possui a mordida mais potente entre os indivíduos de seu gênero — como leões, leopardos e tigres —, capaz de esmagar facilmente um crânio. Astuta, seleciona seu alvo com cautela, geralmente seres mais frágeis ou afastados do bando. Ao caçá-los, aproxima-se silenciosamente. Um golpe certeiro atinge o dorso da vítima, e as garras afiadas pressionam os ombros do animal para baixo, enquanto quebra o pescoço com as presas. Sua agilidade é tamanha que se tornou uma figura de braveza em diversas culturas. A tribo indígena dos Matis

baseia nela suas tradições e crenças. Outros índios ingerem sua gordura com a ponta de suas flechas, além de aplicá-la sobre a pele dos meninos. Trata-se de um ritual para transferir ao homem a coragem e a força do animal. Em outras regiões do Brasil, caçadores criaram mitos que narram sua capacidade de imitar pássaros para caçá-los, além de diversos episódios nos quais seres humanos teriam sido devorados, embora não haja registros deles. Apesar da admiração e do temor do homem à essa espécie, é ele quem tem contribuído para seu declínio com a destruição de seu habitat e do abatimento por pecuaristas em retaliação à perda de gado bovino doméstico. Como resultado, a onça-pintada está ameaçada de extinção em seu único lugar de ocorrência.

Referência bibliográfica MACHADO, Angelo; DRUMMOND, Gláucia; PAGLIA, Adriano. Livro vermelho da fauna ameaçada de extinção. 1 ed. Brasília, DF: MMA; Belo Horizonte, MG: Fundação Biodiversitas, 2008. 2 v. p 793-794.

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[ mercado ]

NOVOS

rumos Anos atrås, adquirir um lançamento no segmento era privilÊgio de poucos. Hoje, a realidade nacional Ê favoråvel atÊ mesmo à fabricação própria. Acompanhe as novidades do setor RUBINHO DE ALMEIDA PRADO l FOTOS: ARQUIVO ECOAVENTURA ARTE: MARCELO KILHIAN

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ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO

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Popper Os poppers da Zagaia foram inteiramente desenvolvidos no Brasil e são os modelos que mais fazem sucesso com os grandes peixes oceânicos do Panamå 54

ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO

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Stick Atualmente, diversos modelos de iscas nacionais superam em qualidade e eficiĂŞncia as importadas. No destaque, o modelo Biruta, da Deconto


A pescaria com iscas de superfície é eficiente e proporciona momentos de rara beleza

Os modelos Titan e Minotauro provando sua eficiência com espécies diversas

ecoaventura 55


[ mercado ]

O mercado brasileiro de pesca esportiva cresce e, para acompanhar esse ritmo de crescimento, Ê preciso que outras empresas, e dos mais diversos segmentos, tambÊm invistam no desenvolvimento e na divulgação de seus produtos

HĂŠlice As iscas de hĂŠlice, como o modelo TucunaRex da Jennerlure, sĂŁo muito atrativas, sobretudo para os grandes exemplares de TucunarĂŠ

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ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO

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“Para se ter sucesso na pesca com iscas artiďŹ ciais, trĂŞs importantes fatores devem ser observados: arremessar bem, saber o que cada isca pode proporcionar e ter modelos com vĂĄrios tipos de açþes, cores e tamanhosâ€?

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[ internacional l Ilhas Fiji ]

O encontro

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600


Conforme narramos na última edição, em nossos deslocamentos pelas águas de Fiji passamos diversas vezes pelas proximidades de uma sea mountain (montanha submarina). E, em uma dessas ocasiões, encontramos mais uma espécie muito cobiçada — o Atumdente-de-cachorro, um mostro no porte, na resistência e na força, cuja brutalidade é capaz de levar o pescador ao limite de suas forças e beirar as raias do esgotamento total POR: FÁBIO BARBOSA l FOTOS: JDM TACKLE l ARTE: MARCELO KILHIAN

ecoaventura 61


[ internacional l Ilhas Fiji ]

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ecoaventura 63


[ internacional l Ilhas Fiji ] Alegria e sofrimento +

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ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO

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O maior Atum de nossa viagem, mais de 50Kg de músculos, força e resistência”

EQUIPAMENTOS Varas: Protótipos temple reef (50 libras, 80 libras e 180 libras) e Smith WRC 55 Nirai Linhas: Varivas PE 4, PE 8, PE 10, PE 12 Molinetes: Daiwa Saltiga 4.500 e 6.500 e Shimano Stella 18.000 Jigs: FC Labo


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Com material pesado, embarcamos esse, que, de tĂŁo pesado, precisei atĂŠ da ajuda do “mateâ€? para conseguir posar para as fotosâ€?

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Dogtooth tuna, Bonite Ă gros yeux, Ojon Casarte, Jackass NOME CIENTĂ?FICO: Gymnosarda unicolor (RĂźppell, 1836) ClassiďŹ cação: Actinopterygii — Perciformes — Scombrinae Peso, tamanho e idade: comprimento mĂĄximo de 248 centĂ­metros, comprimento comum de 190 centĂ­metros Habitat: recifes marinhos com profundidade entre 10 e 100 metros Tipo e faixa de clima: Tropical, com temperatura entre 20 e 28 graus Celsius

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ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO

Distribuição: Indo-pacĂ­ďŹ co e mar Vermelho do leste da Ă frica para a PolinĂŠsia francesa, e do norte do JapĂŁo ao sul da AustrĂĄlia Biologia: espĂŠcie offshore encontrada principalmente em torno dos recifes de coral, onde se alimenta de pequenos peixes e lulas. Geralmente ocorrem solitĂĄrios ou em pequenos grupos de seis ou menos indivĂ­duos. SĂŁo comercializados enlatados e congelados. Os adultos podem ser ciguatoxic (acumular toxinas nocivas em sua carne).


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Para nossa surpresa, atÊ um raro Napoleão foi seduzido por um metal jig trabalhado com muita tÊcnica pelo Malcom�

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[ internacional l Ilhas Fiji ] Malcom enfrenta mais um gigante das profundezas...

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A quantidade e a concentração de Atuns eram tamanhas que os dublês foram comuns

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ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO

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saúde

não ‘se ferre’ com o

ferrão No mar ou na água doce, várias espécies de peixes apresentam mecanismos de defesa, como dentes afiados, espinhos, escamas, choques e o desgostoso ferrão — tema deste artigo. Acompanhe DA REDAÇÃO l FOTOS: ARQUIVO ECOAVENTURA l ARTE: MARCELO KILHIAN

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alvez você já tenha ouvido falar que um bom remédio para amenizar a dor causada pela ferroada de um peixe é lavar o local afetado com a própria urina. Se não der certo, talvez a fé resolva: é só cortar em cruz o ferimento e espremê-lo bastante para o veneno sair junto com o sangue. Porém, a alternativa mais eficaz ensina que o mal passará se você arrancar os olhos do espécime ‘agressor’ para esfregá-los onde o ferrão penetrou. No caso dos olhos dos Mandis, não se trata de lenda: pesquisadores da Área de Fisiologia da UFU (Universidade Federal de Uberlândia) comprovaram cientificamente que seus olhos possuem uma proteína no humor vítreo

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ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO

(líquido do olho), capaz realmente de ajudar na cicatrização e no alívio da dor. Já as lendas populares certamente são efeitos da tentativa desesperada de livrar as vítimas de uma experiência bastante dolorosa, causada por um descuido na hora de segurar ou armazenar algumas espécies cujo mecanismo de defesa é um pontiagudo ferrão. Integram essa lista tanto espécies de escamas — como a maioria dos Bagres — quanto os chamados peixes de couro ou lisos. Saber lidar com eles é essencial para evitar um desconforto intenso e duradouro, contra o qual é muito difícil encontrar um antídoto para um alívio efetivo.


Nos rios, lagos e represas onde praticamos a pesca esportiva há uma infinidade de peixes cujos ferrões podem ocasionar ferimentos muito dolorosos. Saber como manuseá-los é a única forma de se precaver

Não há tratamento? Certa vez, um médico-cirurgião picado no Araguaia por uma Arraia injetou em si próprio doses de um poderoso e conhecido analgésico ao redor da ferroada para dar fim à dor. Segundo ele, embora o sofrimento tenha diminuído assim que se automedicou, foi o efeito do remédio passar para a dor se revigorar. Foram 36 horas intermináveis sentindo latejamento no local, ínguas e câimbras. Conclusão: tomar cuidado para evitar esse tipo de acidente é a única solução. ecoaventura 71


Entre os seres aquáticos, a Arraia é a que costuma provocar os acidentes mais dolorosos. E o pior é que não há antídoto para aliviar o sofrimento dos desafortunados

Como fugir da Arraia

Entre os peixes de couro, diversas espécies e de porte variado possuem ferrões que podem provocar ferimentos. Os menores, como os Mandis, são os mais perigosos

A maioria dos acidentes com Arraia acontece quando o pescador entra na água. Andar arrastando os pés no fundo do rio pode afastar o ataque, já que essas espécies só usam o ferrão quando se sentem ameaçadas — ou seja, encostar nela é pouco para uma investida. Outra dica é cutucar a frente de onde se anda com um pedaço de pau para espantar o animal, que pode estar em seu caminho. Mas, quando ela aparece na ponta do anzol, só mesmo aqueles que têm muita experiência devem tentar manuseá-la para a soltura, pois durante esse procedimento o animal se contorce, e seu ferrão pode atingir mãos e braços. Na dúvida, corte a linha.

Bagres Pintados, Jaús, Jurupocas, Piraíbas, Filhotes, Mandis e os pequenos Mandichorões compõem a lista dos Bagres que costumam apresentar três ferrões — dois localizados nas laterais e um no dorso. Para evitar acidentes, alguns procedimentos durante o manuseio se mostram extremamente eficientes. Quando for um Bagre pequeno, apoie-o em local firme e posicione a mão com os dedos abertos atrás do peixe. Após encaixar o vão dos dedos no ferrão do dorso, dobre

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ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO


as suas pontas nos ferrões laterais. Assim seguro, o anzol pode ser retirado sem que o peixe escape ou possa ferir as mãos. Ao liberá-lo do anzol, caso tenha interesse em transformá-lo em petisco, corte todos os ferrões antes de guardá-lo no viveiro do barco ou na geladeira. Já os peixes maiores devem ser seguros pelos próprios ferrões laterais, sempre com o dorso para o lado oposto do pescador. E, quando a intenção for expor o animal a uma sessão de fotos, o melhor é fazer a sua barriga encostar-se à do pescador e o mantê-lo no colo com o braço por trás dos ferrões [veja exemplo na foto ao lado].

Como dica final, lembre-se: a pressa é a maior inimiga da perfeição, portanto tenha calma e proceda com cuidado ao manusear essas espécies. Boas Pescarias.

ecoaventura 73


[ mulher ]

TOPAM: uma

realização feminina MAIS DO QUE O EMPREENDEDORISMO NATURAL FOI A PAIXÃO PELA PESCA ESPORTIVA QUE ESTIMULOU A MINEIRA ELZA QUEIROZ A BUSCAR O DESENVOLVIMENTO DESSE ESPORTE E DO ECOTURISMO NO BRASIL. SUA FORÇA FEMININA POSSIBILITOU A ORGANIZAÇÃO DE UM DOS MAIORES EVENTOS DO SEGMENTO NO PAÍS, E SUA PERSEVERANÇA NÃO DEIXA ESSE SONHO MORRER DA REDAÇÃO l FOTOS: ARQUIVO ECOAVENTURA l ARTE: PAULA BIZACHO

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ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO


A

exemplo de outras mulheres que lutaram para alcançar a igualdade feminina e conquistaram a liberdade para desbravar caminhos, Elza Queiroz batalhou para ser valorizada em uma atividade da qual, atĂŠ entĂŁo, o pĂşblico feminino havia sido excluĂ­do. Quando ainda menina, Ă s margens do rio Grande, descobriu sua atração pela natureza e pela pesca. Entretanto, nĂŁo podia imaginar que, anos mais tarde, a partir de 1994, criaria um dos mais respeitados campeonatos do PaĂ­s — o Topam (Torneio de Pesca Esportiva da AmazĂ´nia), em TucuruĂ­-PA, que ainda hoje leva o tĂ­tulo de maior evento desse esporte jĂĄ executado na regiĂŁo amazĂ´nica. AlĂŠm disso, lideraria a luta em nome da preservação ambiental e o envolvimento social do projeto. A abundância de TucunarĂŠs no rio Tocantins — especialmente na porção onde foi estancado para formar a represa de TucuruĂ­ — mostrou-se Ăłtima atração para o local. Mas, o % ! " no fato de Elza ser mulher. Mesmo desacreditada, buscou apoio de patrocinadores e orientação de empresĂĄrios organizadores de torneios em outros paĂ­ses, o que possibilitou a realização daquela empreitada.

Elza sempre esteve engajada na luta pela pesca esportiva e tambÊm teve participação em outros eventos

Elza Queiroz e YĂŞda Marli — coordenadora do FIP (Festival Internacional de Pesca Esportiva), em CĂĄceres-MT — eram consideradas as ‘imperatrizes da pesca esportiva’

Ela ainda conserva esperanças de realizar novas ediçþes da competição, e das que se passaram, mantÊm os vínculos criados

Os grandes feitos da empresåria lhe trouxeram notabilidade e contribuíram para a divulgação do torneio ecoaventura 75


[ mulher ] O Topam (Torneio de Pesca Esportiva da AmazĂ´nia), em TucuruĂ­-PA, ainda hoje leva o tĂ­tulo de maior evento de pesca esportiva jĂĄ executado na regiĂŁo amazĂ´nica

O Topam contribuiu para a consolidação do pesque e solte por meio de regulamento estipulado para o torneio

A empresĂĄria de sucesso do ramo turĂ­stico nunca ignorou a beleza natural e a rica cultura Ă sua volta

A princĂ­pio, o objetivo foi desenvolver a atividade turĂ­stica e atrair o pĂşblico para o local, mas aquele empreendimento mostrou estar a serviço de um propĂłsito mais nobre: o da preservação. “Percebemos que o evento poderia ser Ăştil nĂŁo apenas para apresentar a regiĂŁo e desenvolver o segmento, mas tambĂŠm para estimular a compreensĂŁo, em âmbito nacional, de que era possĂ­vel promover o pesque e solteâ€?, conta. Tratava-se de promover a conscientização ambiental tanto para pescadores esportivos quanto # +

de pesca para as crianças da cidade. Cerca de seis mil,

desde cedo a importância de resguardar o ambiente em

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ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO

que viviam e transmitiam isso aos familiares. “A conservação do ambiente e das espĂŠcies esportivas precisava começar naquela comunidade, que utilizava o espaço para sobreviverâ€?, explica. A partir de 1998, a obrigatoriedade de soltura de cada exemplar capturado passou a fazer parte do regulamento da competição. A idealizadora foi muito rĂ­gida quanto a essa regra e conta que recebeu muitas crĂ­ticas: “Quando caram indignados e acharam absurdo ir atĂŠ o ParĂĄ pescar e deixar o peixe lĂĄâ€?. Mas, a organização foi irredutĂ­vel, e o trabalho realizado ajudou a mudar a realidade do esporte com a conquista da simpatia por essa modalidade.


O Topam fez muito pela pesca, mas a maior beneďŹ ciada foi a comunidade

A relevância desse evento nĂŁo estĂĄ apenas no grande nĂşmero de pessoas que atingiu, mas nos diversos âmbitos em que atuou: turismo, pesca esportiva, meio ambiente e ação social. Foi, por 12 anos, o projeto de sua vida, e sente por ele nĂŁo ter tido continuidade, embora nĂŁo se conforme que tenha terminado. É por isso que ainda luta para nĂŁo deixar seu sonho morrer. “Tenho esperança de que isso nĂŁo acabe e de que ainda haja interesse pĂşblico e privado em

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O# Elza não foi a primeira mulher a ganhar respeito ante a rótulos e concepçþes precipitadas e espera não ser a última, assim como deseja que seu trabalho seja levado adiante por homens e mulheres compromissados com sua causa. Para >8 J ! carå um legado de realizaçþes, a responsabilidade de trazer ! " # + da tem muita disposição e persistirå em sua empreitada em favor da pesca e da preservação.


[ mulher ] O torneio dos sonhos

A dimensão alcançada pelo torneio fez com que se tornasse destino certo dos pescadores esportivos

Em 1992, surgiu uma ideia: criar um campeonato de pesca para atrair turistas ao Estado do Pará. Poucos anos depois, o plano finalmente saiu do papel. A Exatur, empresa com sede na cidade de Tucuruí, criou o Topam (Torneio de Pesca Esportiva da Amazônia). A escolha do local foi óbvia. A construção da usina hidrelétrica de Tucuruí criou o cenário perfeito para o evento. O grande lago formado no rio Tocantins apresentava boa piscosidade, e o município possuía infraestrutura ideal para abrigar os pescadores esportivos. A competição foi, desde o início, um sucesso. É ainda hoje o maior campeonato de pesca já realizado na região, e durante suas 12 edições foi procurado por aficionados do esporte vindos de todo o mundo. Em 1998, instaurou o pesque e solte e contribuiu para a consolidação da modalidade entre os esportistas brasileiros, quando implementou no seu regulamento, em parceria com o PNDPA (Programa Nacional de Desenvolvimento da Pesca Amadora), a orientação de que os peixes capturados fossem mantidos vivos no cativeiro do próprio barco — ou presos em gaiolas de arame submersos e amarrados na margens — até que o próximo fosse fisgado e, após identificação e medição, todos fossem devolvidos à água com vida. O Topam contribuiu para a região de várias formas: tGarantiu o sustento dos pescadores locais; tDesenvolveu a consciência ecológica do turista pescador; tAlertou autoridades para a necessidade da criação de leis específicas para o esporte; tPromoveu a atividade turística; tProporcionou a integração entre os participantes da pesca esportiva.

BR 422

A união entre um grande amor e sua profissão foi o segredo que permitiu a Elza realizar feitos dessa magnitude e em favor da região e da pesca 78

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TUCURUÍ

Represa Sérgio Motta


Os bons tempos estão de volta! todo domingo

das 8h30 às 9h00 p a r a b ó l i c a Frequencia 3714 Simbol Rate 3255

SINAL DIGITAL

PARCEIROS:

A partir de

06 de junho, Rubinho de Almeida Prado estára de volta na sua TV

TV


[ roteiro l rio ParanĂĄ ]

MG

MS Presidente EpitĂĄcio

SP PR

rio PARANĂ : conforto, simplicidade e diversĂŁo

As excursĂľes de pesca podem envolver grandes estruturas, embarcaçþes luxuosas e preços exorbitantes, no entanto, hĂĄ alternativas onde se gasta menos e se pode fazer uma pescaria proveitosa. Acompanhe nesta reportagem todos os detalhes de um roteiro “popularâ€? e cheio de emoçþes no rio ParanĂĄ 80

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DA REDAĂ‡ĂƒO l FOTOS: DENIS GARBO l ARTE: PAULA BIZACHO

destino Ê a cidade de Presidente Epitåcio-SP, onde se localiza a represa SÊrgio Motta, no rio Paranå. São 2.250 quilômetros quadrados de årea alagada que proporcionam ambiente ideal para pescaria de TucunarÊs, Corvinas, Traíras, Dourados e outras espÊcies. O roteiro tem início na noite de sexta-feira, saindo da cidade de São Paulo — 680 quilôme

& tarde de domingo, quando o Ă´nibus retorna Ă capital. O que

@ 6 ' % ! / J preocupação e, o que Ê ainda melhor, sem gastar muito.


Sexta-feira: partida Ă€s nove horas da noite o Ă´nibus leito daria partida, nĂŁo fosse o esperado atraso devido ao trânsito, nesse caso, de quarenta minutos. As acomodaçþes impressionam: poltronas muito confortĂĄveis, o jantar inclui comida japonesa — ou um lanche para quem preferir — e bebidas. + % pes e os guias, e tambĂŠm o quarto da pousada que cada um irĂĄ ocupar. A essa altura, a expectativa jĂĄ ĂŠ grande, e todos, muito animados, começam a se conhecer, num clima de entusiasmo que nĂŁo termina por aĂ­.

MS-338

MS BR 158

MS-395

Bataguassu BR 267

Presidente EpitĂĄcio SP-270

MS-395

A atmosfera de exaltação que domina o ônibus não deixa dúvidas dos bons momentos que estão por vir

BR Presidente Venceslau 267

Santo AnastĂĄcio

SP SP-563

BR 376

A represa SĂŠrgio Motta — tambĂŠm conhecida como Porto Primavera — ĂŠ uma Ăłtima opção para quem busca uma pescaria de boa qualidade, mas nĂŁo dispĂľe de tempo para uma longa excursĂŁo

1 ! " são sorteados entre os participantes. Dessa maneira, as dez horas de estrada passam quase que despercebidamente. Para quem quer descansar e garantir que estarå bem-disposto na manhã seguinte, as luzes do segundo andar do transporte se apagam e o sono tranquilo ajuda a recarregar as energias, mas, para quem prefere curtir cada minuto, o salão de jogos garante a diversão na madrugada. Na altura da cidade de Botucatu Ê realizada a única parada do percurso, no Auto Posto Rodoserv, local escolhido por sua localização " # + ciente para todos voltarem revigorados ao ônibus.

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SĂĄbado: enfim, o ParanazĂŁo

as energias

O serviço oferece toda infraestrutura e conforto para você não se preocupar

Ao raiar da manhã a excursão chega ao seu destino. Após se acomodarem nos quartos e separar a tralha de pesca, os pescadores, ansiosos, aproveitam rapidamente o cafÊ da manhã, enquanto os guias equipam os barcos. O såbado mal começa e todos jå embarcam em busca de seus trofÊus. A região, por se tratar de uma årea represada, Ê repleta de troncos de årvores, o que demanda muita cautela durante a navegação, mas tambÊm garante ótimos pontos de pesca. Nesse dia, o vento estå contra a pescaria. A força com que sopra por quase toda a manhã 1 grandes exemplares.

E Ê com ainda mais vontade de desfrutar boas brigas com os TucunarÊs da região que, por volta do meio-dia, inicia-se o delicioso churrasco à beira do rio. São cerca de 20 embarcaçþes atracadas que garantem o ambiente de festa e interação. Nessas ocasiþes, os amantes da pesca esportiva contam suas histórias, seus momentos de êxtase ao quase capturar um grande exemplar e a persistência em novos arremessos após vê-lo escapar entre os troncos.

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O tempo nĂŁo contribuiu para o uso de iscas de superfĂ­cie, que foram substituĂ­das por Lambaris

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os TucunarÊs com iscas de superfície, a pescaria recomeça, dessa vez com o Lambari vivo como atrativo. A mudança de tempo ocorrida alguns dias antes foi determinante para a alteração no comportamento dos peixes, e as iscas vivas se mostraram a melhor opção, pois possibilitaram um número maior de capturas de maiores exemplares. Apesar de a modalidade ser considerada mais fåcil e o ataque do peixe não ter a mesma beleza, não hå porque insistir com outra tÊcnica

# A força do vento esgota a bateria dos motores elÊtricos, tamanho o esforço que exige do equipamento, mas não tem efeito sobre a determinação dos pescadores, que se recusam a encerrar a pescaria. Jå na pousada, todos à mesa para jantar e contar os fatos do dia.


Domingo: persistĂŞncia recompensada

As iscas de A meia-ĂĄgua sĂŁo uma boa alternativa para contornar o vento forte

No dia seguinte, a lembrança do sĂĄbado anterior ĂŠ decisiva para que nĂŁo falte obstinação entre as equipes, e o resultado ĂŠ uma pescaria muito proveitosa que se estende atĂŠ as seis da tarde. O guia, decidido a agradar, escolhe um ponto mais afastado, conhecido como “Mataâ€?, que rende muitos trofĂŠus. TambĂŠm sĂŁo muitos os exemplares que levam grande quantidade de linha enquanto tentam escapar ou que conseguem “abrirâ€? garateias, e deixam ao pescador apenas a dedução de seu tamanho. O vento cede um pouco, mas as iscas de meia-ĂĄgua e de fundo ainda sĂŁo as que proporcionam mais emoção ao pescador.

Ainda no domingo Ê realizado um torneio de pesca de TucunarÊs, organizado pela agência, cujo objetivo principal Ê incentivar o pesque e solte, jå que apenas os peixes soltos vivos contam pontos. Mas, a rivalidade da busca 9 confraternização e alegria, especialmente porque, ao regressar à pousada, os pescadores são aguardados por um leitão no rolete! E Ê em clima de comemoração que termina o domingo, com todos trocando experiências.

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Os vencedores da disputa foram premiados com uma carretilha — primeiro lugar —, molinete e vara para o segundo e terceiro colocados, mas os verdadeiros trofÊus åguas do rio Paranå


Depois dessa festa, chega a hora de retornar para São Paulo. Todos estão absolutamente exaustos e o silêncio que domina o ônibus indica que ninguÊm resistiu ao sono. Foram dois dias de muito esforço físico, que começavam bem cedo, jå para pescar, e terminavam tarde, depois da farra entre os novos amigos. Naquela noite, o corpo jå dava sinais de cansaço, e na manhã seguinte a sensação era

# C 8

semana maravilhoso.

DifĂ­cil mesmo serĂĄ trabalhar na segunda-feira, logo de 8 > ! € da manhĂŁ. NĂŁo apenas pelo esgotamento ou pelo sono que jĂĄ tomavam conta do corpo, mas tambĂŠm porque a volta ao cotidiano corrido da metrĂłpole causa no pescador uma saudade do “ParanazĂŁoâ€?, que torna ainda mais complicado trabalhar.

SERVIÇOS Quem leva:

Tel.: (11) 2042-5464 Serviços inclusos no pacote: transporte, alimentação, hospedagem, barco completo e pensão completa.


[ tĂŠcnica ]

Fique bem na foto Fazer cliques com um mínimo de tÊcnica Ê o único modo de evitar imagens fora de foco, escuras, com cabeças cortadas, entre outras decepçþes que se manifestam na hora de mostrar aquela pescaria impossível de ser repetida, ou então, o grande peixe que proporcionou intensas emoçþes l FOTOS: ARQUIVO ECOAVENTURA l ARTE: MARCELO KILHIAN

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cada dia cresce o nĂşmero de pessoas que descobrem os encantos da pesca esportiva — uma atividade de lazer que tem como palco lugares com paisagens " ! 9 exuberantes. No entanto, como o peixe — o artista principal desse espetĂĄculo — impreterivelmente tem que ser solto, uma das poucas alternativas para eternizar o momento mĂĄgico da captura e provar que o bem feita, certamente despertarĂĄ uma pontinha de inveja entre os amigos. Mas, para garantir belas imagens dos exemplares que nos deram tantas alegrias, ou para relembrar os cenĂĄrios espetaculares onde foram capturados, ĂŠ preciso adquirir um pouco de tĂŠcnica e ter uma câmera de qualidade razoĂĄvel. Nesta matĂŠria, vamos tratar dos modelos compactos, os quais, apesar do tamanho reduzido, quando produzidos por fabricantes tradicionais sĂŁo capazes de capturar admirĂĄveis imagens.


FOTOS: DIVULGAĂ‡ĂƒO

Coolpix

13.5 megapixels

Nikon (a partir de R$ 500) A linha Colpix da Nikon Ê uma das melhores opçþes para quem estå começando, mas faz questão de ter um equipamento com qualidade e alguns recursos. Existem modelos com atÊ 13.5 MP

Sony S

12.1 megapixels

(a partir de R$ 450) O linha Cybershot Ê composta por câmeras compactas que oferecem funçþes câ automåticas. Seu grande diferencial são au as lentes Carl Zeiss, que no entanto, não acompanham todos os modelos ac

IXUS 980 IS Mesmo modelos de câmeras simples como as compactas das fotos ao lado, desde que sejam de fabricantes tradicionais, são capazes de produzir fotos belíssimas. Sobretudo quando operadas com um mínimo de conhecimento e tÊcnica

As câmeras + 8

– ! marcas e para todos os bolsos. E as digitais compactas — por motivos como a facilidade de transportar, a possibilidade de visualizar o que foi fotografado, assim como a grande capacidade que elas tĂŞm para armazenar imagens — sĂŁo simples de serem utilizadas, produzem boas fotos e sĂŁo as mais adequadas para iniciantes. A maioria desses modelos possui autofoco e vem, geralmente, 8 < zooms que permitem uma boa ĂĄrea focal), embutidos e praticamente faz tudo sozinha. Trata-se dos modelos mais apropriados para aqueles que nĂŁo tĂŞm a intenção de se aprofundar, pois podem captar imagens tĂŁo bem quanto os modelos

14.7 megapixels

Canon (a partir de R$ 400) AlĂŠm de vir com um CCD capaz de capturar imagens em grande formato, esse modelo tambĂŠm ĂŠ de uso simples e dĂĄ conta do recado

) "

sos e uså-los de acordo com cada situação. 1 "

–mera digital nĂŁo se mede pela quantidade de megapixels que ela ĂŠ capaz de capturar, mas sim por sua Ăłtica < = 33: & ! ~ que transforma a luz em imagens. Quando for adquirir a sua, fuja daquelas muito baratas ou de fabricantes que nĂŁo sĂŁo tradicionais. Os modelos da Nikon, , Sony, Fuji e outros poucos costumam corresponder plenamente ao investimento feito em sua aquisição. Outra recomendação para quem vai fotografar pescarias ĂŠ escolher modelos que venham com grandes angulares, pois sĂł esse tipo de lente permite um enquadramento adequado dentro de um barco.

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[ tĂŠcnica ] ANT ES NECE DE FAZ ER O S C COM SĂ RIO T ER C LIQUE É O EN U QUA COM IDAD D COM A LUZ. M RAMENT OS O AS O MEN UM BOM , FATOR E E TO E P BĂ SI CON OSICION S C HECI AO S TAM BÉM DO EQUI MENTO P OBTE SĂƒO VITA AMENTO R UM IS PA R A BO A FO A SE TO

Enquadramento

No transcorrer de uma pescaria, jamais faltarão motivos para capturar imagens inesquecíveis. Se a intenção for fazer a foto de alguÊm com um belo espÊcime, aproxime-se da pessoa, olhe em volta para ver se não hå elementos ao redor, como latas de bebidas, cordas, equipamentos de pesca e outros que possam poluir o cenårio. Para compor uma boa foto tambÊm Ê preciso que o pescador esteja bem alinhado, de preferência com camisas e bonÊs cujas cores criem contraste com o ambiente, e o peixe vivo e limpo. Quando o objetivo for mostrar a felicidade de quem serå fotografado, peça para a pessoa sorrir e faça o clique com ela olhando para a câmera.

Para fotografar um peixe saltando, alĂŠm de boa luz, tambĂŠm ĂŠ preciso regular a mĂĄquina para priorizar a velocidade, o que nas câmeras compactas se consegue colocando o botĂŁo seletor no “modo esporteâ€?

Por outro lado, quando a intenção for mostrar a beleza ou o porte do espĂŠcime capturado, faça o clique com o pescador olhando para o peixe — um recurso que serve para conduzir o olhar de quem vĂŞ a foto para o assunto # 5 ; " 88

car a foto, faça diversos cliques, em posiçþes e ângulos diferentes. É importante tambĂŠm segurar o peixe de forma apropriada para nĂŁo cobrir partes ou detalhes de seu corpo, o que se consegue com um bom alicate de contenção ou, dependendo do porte do espĂŠcime, segurando-o de forma correta. ( para enriquecer e embelezar as ima-

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gens, Ê ambientar as fotos com elementos do local, como galhos, pedras, årvores, entre outros que fazem parte da # 6 " linhas do horizonte, pois fotos sem esse cuidado passam a impressão de que a ågua escorre em alguma direção. Belas paisagens, nuvens, aves e animais são mais motivos para acrescentar no ålbum de uma pescaria inesquecível.


Isso nĂŁo se faz!

Segurar o peixe com pano, apoiar um pequeno exemplar sobre uma superfĂ­cie de tons semelhantes, fazer o clique contra a luz ou com a barriga do peixe virada para o Sol, entre outros, sĂŁo erros que mais comprometem as fotos

Iluminação A luz ĂŠ um elemento fundamental para conseguir fotos marcantes. As co <! ! = compĂľem a luz enviada para a Terra $ pela observação de um arco-Ă­ris — que se trata da decomposição dessa luz por gotas de ĂĄgua suspensas no ar. Em ~ 8

ração chega à Terra muitas vezes em fantåsticos tons amarelo-avermelhado. 1 meio-dia não tem volume, tanto que, para conseguir imagens mais vibrantes e vistosas, a maioria dos fotógrafos prefere fazer suas fotos nas primeiras e nas últimas horas do dia. Portanto, o ideal Ê aproveitar o horårio entre o amanhecer atÊ perto de 10 horas da manhã, e a tarde, a partir das 15 horas, que são os ; / ção, salientam e melhoram as formas. 1

) ! $ <

= cuidado para que sua sombra não apareça na foto e comprometa a qualidade da imagem.

Com um mĂ­nimo de conhecimento e capricho, qualquer pessoa pode fazer fotos cuja beleza dos temas e assuntos despertem uma pontinha de inveja em quem as veja

10h

Foto clicada ao amanhecer, para aproveitar o tons mais claros provocados pelo Sol

15h

Foto clicada ao entardecer, aproveitando os meios-tons e a luz natural ideal do dia

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[ tÊcnica ] Recursos das câmeras Quem não conhece direito e não se aprofunda pode se atrapalhar com tantos botþes e com as funçþes a que se

# 4 )

ASA OU ISO •

) ! cidade e sensibilidade. Quanto maior o ISO, mais elevadas as condiçþes de fotografar com pouca luz. Algumas câmeras estabelecem automaticamente esses valores <E$(=# 2 8 8

–meras automåticas ajustarem o ISO para 100. Em locais " ‹^^ # ( % ) E$( baixo quando hå muita claridade, e alto quando a luz Ê

# 3

;vel fazer esse ajuste manualmente.

ABERTURA OU VELOCIDADE

FUNÇÕES

Esses são os dois tipos de ajustes que mais interferem na qualidade das fotos, mas as câmeras compactas tambÊm fazem essas adaptaçþes automaticamente. Quando se pretende fotografar peixes saltando, aves voando, animais correndo e qualquer outro assunto em movimento, priorize a velocidade, que deve ser superior a 1/250. E, quando o interesse for ter uma grande årea em foco, a " ! %

entre 8 e 11. Na maioria dos modelos, essas funçþes podem ser selecionadas por um botão que contÊm diversos ícones. O que tem como símbolo um corredor trata da velocidade, jå o da abertura Ê representado pela letra A.

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5

" J )

P < = – %

– # A < " = € € # S < ) faz a måquina dar preferência a assuntos em movimento, como peixes saltando etc. M < = 8 %

#

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OUTROS �CONES COM FUNÇÕES ESPEC�FICAS

: ! dispare, seja por falta de luz ou para preenchimento de alguma sombra. O tambÊm dever ser utilizado para fazer imagens mais trabalhadas, como, por exemplo, < $ € frente), ou, ainda, para congelar o assunto.

É a função macro, que permite fotografar pequenos detalhes de motivos posicionados bem prĂłximo Ă lente. A maioria das mĂĄquinas automĂĄticas permite fotos jĂĄ a partir de cinco centĂ­metros de distância, o que possibilita fotografar pequenos anzĂłis, insetos e outros assuntos de tamanho diminuto.

Preços e modelos

DICAS

3 ; gapixels que deve ser feita a escolha de qual modelo comprar. Para fotos que se destinam apenas a montar um ĂĄlbum com o objetivo de relembrar as aventuras ou ilustrar books na internet, a partir de R$400 jĂĄ ĂŠ possĂ­vel adquirir modelos com

# 5 tos em material impresso de larga escala, como revistas e periĂłdicos, prepare-se !

0ÂĄ #G^^# 2

! %

33: # t "QĂ˜T BERVJSJS TVB DÉNFSB DPNQBDUB QSPDVSF USBOTQPSUĂˆ MB FN MVHBS GSFTDP *TTP porque, tanto a umidade quanto o calor, podem causar-lhe sĂŠrios problemas. t 1JMIBT PV CBUFSJBT EFWFN TFS HVBSEBEBT FN MVHBSFT TFDPT F Ă? BDPOTFMIĂˆWFM UFS BP menos, um jogo de reserva para emergĂŞncias. t 0VUSP BDFTTĂ˜SJP RVF QSFDJTB EF SFTFSWB Ă? P DBSUĂ?P EF NFNĂ˜SJB "TTJN DPNP mDBN cada vez menores e com mais capacidade de armazenamento, tambĂŠm se tornam mais frĂĄgeis e suscetĂ­veis a dar problemas.

Guardar imagens de situaçþes impossíveis de repetir Ê a única forma de mostrar

# 2 " ' ) conscientes desejam apenas registrar seus belos exemplares antes de devolvĂŞ-los Ă ĂĄgua novamente.

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FOTO: ARQUIVO PESCAVENTURA

radar

DA REDAÇÃO l ARTE: MARCELO KILHIAN

Defensores do clima A WWF-Brasil lançou no País o Programa Defensores do Clima. O objetivo é incentivar o setor privado a reduzir ao máximo as emissões de carbono de seus processos operacionais. A campanha foi criada internacionalmente pela ONG em 1999 e essa é a primeira atuação em um país em desenvolvimento. A primeira empresa a aderir ao programa brasileiro foi a Natura, que assumiu o compromisso de reduzir 10% das emissões de suas operações industriais por meio da substituição dos combustíveis fósseis utilizados por seus fornos e veículos, e da alimentação por biomassa na unidade do Pará. São 21 empresas participantes em todo o mundo, que evitarão, apenas em 2010, o lançamento de 14 milhões de toneladas de gases causadores do efeito estufa. A expectativa é de que, até 2012, o programa evite a liberação de 100 milhões de toneladas de poluentes na atmosfera.

Estudo do DNA ajuda no controle do comércio de aves Foi desenolvida por pesquisadores da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) uma nova tecnologia que ajudará a fiscalizar o comércio ilegal de aves silvestres. O método é baseado no estudo do DNA extraído das mitocôndrias dos animais. Esse composto orgânico possui o registro da matriz de linhagem carregado pelas fêmeas e passado ao filhote. Assim, é possível descobrir se o pássaro foi originado em cativeiro. No Brasil, o Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) determina que a comercialização de animais silvestres só é permitida se eles tiverem nascido em cativeiros registrados. Com a utilização da técnica será emitido um certificado de DNA com informações sobre a ave, como espécie, histórico e características físicas específicas para ajudar no controle desses animais.

A Embrapa (Empresa Brasileira e Pesquisa Agropecuária) desenvolveu um inseticida biológico para os mosquitos conhecidos como borrachudos. Além de ser dolorosa, a picada do animal inibe a produção de leite nas fêmeas, o que afeta a pecuária, e ele ainda é o transmissor da oncocercose, doença mais comum no Norte do Brasil que pode levar à cegueira. O produto foi criado a partir de uma bactéria específica que age apenas no controle de insetos e, portanto, não é prejudicial a animais e a seres humanos. A grande vantagem é que pode ser aplicado diretamente na água de córregos onde suas larvas nascem sem contaminá-la ou agredir o meio ambiente. O bioinseticida estará disponível para comercialização até o final de 2010.

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FOTO: CLIX / SXC

O fim da picada


desenvolver assim?

Desde a criação do PAC (Programa de Aceleração do Desenvolvimento), em 2007, foram desmatados 730 quilômetros quadrados para implantação de obras do Governo — a área equivale à metade do munícipio de São Paulo. As 155 autorizações concedidas pelo Ibama para o desmatamento continham exigências como o reflorestamento com a mesma extensão, as quais não têm sido fiscalizadas. As regiões atingidas incluem terrenos na Amazônia, Cerrado e Caatinga e até mesmo locais de preservação permanente, como margens de rios e topos de morros.

FOTO: CLIX / SXC

Vale a pena

Poluição das águas em nível crítico O relatório Água Doente, elaborado pelo Programa do Meio Ambiente das Nações Unidas, revela que a população mundial está poluindo rios e oceanos com dois milhões de toneladas de resíduos sólidos diariamente. O resultado disso é o envenenamento da vida marinha e a disseminação de doenças que matam milhões de crianças todos os anos. A falta de água potável causa anualmente a morte de cerca de 1,8 milhão de crianças com menos de cinco anos. A enorme quantidade de lixo, dejetos, poluição industrial, pesticidas agrícolas e resíduos animais afetam cerca de dois bilhões de toneladas de água todos os dias, e matam recifes de corais e peixes.

Grande parte desse material é despejado por países em desenvolvimento, que lançam na água 90% de seus esgotos sem tratamento


folhas, flores e frutos CURA POPULAR Nome científico: Genipa americana. Família Família: Rubiáceas. Dimens Dimensões: pode atingir até 20 metro metros de altura e 60 centímetros diâme de diâmetro. atu como fortificante e Polpa: atua estimulant do apetite. É rica em ferro, estimulante cálcio e em vitaminas B1, B2, B5 e C. É eficaz no combate à asma, anemia, d baço e do fígado, e no doenças do d plaquetas no sangue. Os controle de í di também utilizam para curar índios dores de dente. Casca da fruta: rica em tanino, é um excelente diurético. Folhas: fervidas tornam-se antidiarreicas e atuam contra a sífilis.

Multiplicidade

com sabor brasileiro Por trás da suave acidez típica do jenipapo estão ocultas as diversas aplicações oferecidas por essa fruta tropical. Abundante no território brasileiro, incorporouse tão fortemente à cultura popular que lhe foram atribuídas lendas e propriedades quase miraculosas DA REDAÇÃO FOTOS: ARQUIVO ECOAVENTURA ARTE: MARCELO KILHIAN

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jenipapeiro é uma árvore nativa das Américas do Sul e Central. Muito comum por quase todo o Brasil — encontrada desde o Norte e Nordeste do País até o Estado de São Paulo —, seu fruto, apesar de agregar pouco interesse econômico, tem grande proveito. É utilizado para alimentar animais e também é uma ótima isca natural. Na culinária, é aproveitado para o preparo de xaropes, vinagres, sucos, doces, compotas e sorvetes. Mas, o seu mais célebre uso é a produção de licor. O gosto doce acidulado bastante característico proporciona essa deliciosa bebida comumente servida como aperitivo e considerada nobre durante o século 19 na Europa. Sua madeira é empregada na cons-

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Tronco: acredita-se que, para sanar doenças do baço, deve-se cortar um segmento da casca de seu tronco com o formato do pé do enfermo e armazená-lo em uma fumeira até que o mal desapareça.

Referência bibliográfica O seguinte site foi consultado: <www.cnip. org.br> Acesso em: 05/05/2010. HARRI, Lorenzi [et al]. Frutas brasileiras e exóticas cultivadas (de consumo em natura). Instituto Plantarum, 2006.

trução naval e civil, na confecção de móveis e estatuetas e na fabricação de ferramentas. Até a casca tem serventia: é destinada para o tratamento de couro em curtumes. O suco azulado extraído de sua polpa produz um corante aplicado no tingimento de tecidos, em cerâmica e até mesmo para tatuagens. O jenipapo, ainda, marca presença no imaginário popular. Os índios Tupiguaranis — que lhe deram esse nome, o qual significa “fruta que serve para pintar” — utilizam seu sumo para colorir o corpo e acreditam que funcione como um potente repelente. Na cultura popular, diz-se que ele abriga espíritos que impedem o crescimento do gado e há quem confie em seu poder afrodisíaco e até mesmo de cura.


[ classificados ]


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Sim, desejo receber em minha residência, sem qualquer custo, o DVD expedição ECOAVENTURA, que é parte integrante desta revista. www.ecoaventuraweb.com.br Nome: _____________________________________________________________________________________________________ Endereço: __________________________________________________________________________________________________ Cidade: ___________________________ UF: _________ CEP: ________________________________________________________ Fone: DDD ( ) ______________________ Celular: DDD ( ) ___________________________________________________________ E-mail: _____________________________________________________________________________________________________ IMPORTANTE: promoção válida até 30/06/2010, exceto para as cidade do Estado de São Paulo Envie este cupom para Revista ECOAVENTURA Rua Anhaia, 1.180 - 3º andar - Bom Retiro - SP - 01130-000




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