Setembro de 2010
R$ 12,90
ecoaventura - E d i ç ã o 1 2 - s e t e m b r o d e 2 0 1 0
Ano I - Edição 12
roteiro Médio xingu l turismo Paraty-rj l remos e rumos Tucunarés em teodoro Sampaio-sp l Meio ambiente usina de Manso
Roteiro
Médio Xingu Trairão e as espécies mais esportivas à sua escolha remos e rumos Teodoro Sampaio-SP
O point do momento para fisgar Tucunarés turismo (bilíngue)
Paraty-RJ
Roteiro charmoso e histórico na cidade aventureira
roteiro (bilíngue)
Rio teles pires
Um grupo indiano foi e quer voltar. Saiba por quê
DVD Grátis
com imagens fantásticas. veja na página 98 como receber o seu
Entrevista Alex Atala l Técnica qual o melhor motor de popa? l Meio ambiente A usina que criou a “praia” de Cuiabá
editorial
Diretoria Farid Curi, Roberto Véras, Rubinho de Almeida Prado e Wilson Feitosa Diretor comercial Roberto Véras rveras@grupoea.com.br Diretor de redação Wilson Feitosa wfeitosa@grupoea.com.br DEPARTAMENTO DE JORNALISMO redacao@grupoea.com.br Jornalista responsável Janaína Quitério (revisão) (MTb nº 45041/SP) jquiterio@grupoea.com.br Redatores Laercio Vinhas Jr. Nathalia Viana (estagiária) Tradutor Mairon Batista Arte Marcelo Kilhian, Marcello Binder e Paula Bizacho Fotografia Alexandre Tokitaka, Henrique Feitosa e Inácio Teixeira Correspondente internacional Fábio Barbosa e Voitek Kordecki Colaboraram nesta edição: Adriano Prilip, Alexandre Andrade, Antonio Carlos Cravo, Roberto Véras, Wilson Feitosa Consultores Alexandre Andrade e Eribert Marquez DEPARTAMENTO COMERCIAL Publicidade Tânia Salim comercial@grupoea.com.br Distribuição Salgado Filho Edições avulsas Alexssandra Alves Assinaturas Andreia Noboru assine@grupoea.com.br Atendimento ao leitor sac@grupoea.com.br
Enquanto o Brasil inteiro se prepara para a renovação das propostas de gestão nos estados e no próprio País, cujo pleito acontecerá no próximo mês, nos bastidores das eleições a roda continua girando, às vezes a favor; outras, contra. A favor destacamos a conclusão do relatório produzido por técnicos do Ibama, que contém os resultados de monitoramento no reservatório de Serra da Mesa-GO, realizado entre setembro de 2008 e janeiro de 2010. Durante o período, guias de pesca de duas pousadas da região anotaram 906 saídas, responsáveis pela captura de 12.594 exemplares de 13 espécies, dos quais 95% eram Tucunarés-azuis (Cichla piquiti) — como se vê, uma das espécies mais apreciadas na pesca esportiva. Ao mesmo tempo, coletas científicas feitas em parceria com as Universidades Federal e Estadual de Goiás constataram que o pescador amador capturou, em média, seis Tucunarés-azuis ao dia — ou 7,4 quilos, se considerado que o tamanho mínimo para abate naquele Estado é de 35 centímetros para essa espécie. O relatório identificou um problema, mas apontou a solução: o tamanho mínimo de captura para o Tucunaré-azul, além da cota de abate de cinco quilos mais um exemplar entre março e outubro e cota zero de outubro a fevereiro — como rege a legislação goiana —, não são suficientes para manter os estoques em níveis saudáveis. Isso porque houve, nos últimos tempos, a redução no tamanho médio dos Tucunarés capturados. E, para proteger os exemplares com maior potencial reprodutivo, o Ibama propõe a regulamentação do tamanho máximo de captura da espécie Cichla piquiti em 50 centímetros, não só no lago de Serra da Mesa, mas, para facilitar a fiscalização, nas bacias do Tocantins e do Araguaia. Para o Tucunaré-amarelo (Cichla kelberi), a proposta é alterar o tamanho mínimo para 30 centímetros e adotar o máximo de 40. O lado negativo da história é que a proposta, antes mesmo de ter adquirido a redação final — e, ao que tudo indica, sem ao menos ser lida — foi rejeitada pelo Ministério da Pesca e Aquicultura durante a reunião para o ordenamento pesqueiro das bacias do Tocantins e do Araguaia em meado de maio, e a discussão foi direcionada para ser reapresentada na Comissão Técnica de Gestão Compartilhada dos Recursos Pesqueiros, ou CTGP. Entretanto, já se passaram três meses, o estudo foi publicado, o CTGP já se reuniu diversas vezes, mas nada de o tema entrar em pauta. Assim, a Revista ECOAVENTURA questiona o secretário de Planejamento e Ordenamento da Pesca, sr. Karim Bacha, que coordena essa comissão: não há interesse do governo em preconizar a defesa de nossos estoques pesqueiros? Qual seria o verdadeiro objetivo de rejeitar um estudo antes de produzir outro que o conteste? A que e a quem estão querendo proteger ou beneficiar? Se o próprio estudo realizado comprova que o tamanho médio dos espécimes capturados no período em que foi feito o monitoramento diminuiu, não seria um atentado contra o meio ambiente ignorar dados tão expressivos? Pode ser até que o Ministério da Pesca e Aquicultura se interesse sim por estudos que apontem o melhor caminho para a conservação dos estoques pesqueiros, entretanto, a sua omissão não tem apontado isso. Nos lançaremos atrás Médio Xingu das respostas. Ano I - Edição 12 Setembro de 2010
Os editores
rotEiro médio xingu l turisMo pArAty-rj l rEMos E ruMos tucunArés em teodoro sAmpAio-sp l MEio aMbiEntE usinA de mAnso
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Tucunarés crescerem
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Ministério da Pesca não deixa
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EntrEvista Alex AtAlA l técnica quAl o melhor motor de popA? l MEio aMbiEntE A usinA que criou A “prAiA” de cuiAbá
Edição 12 — setembro de 2010
ecoaventura
03
[ índice ]
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roteiro
Médio Xingu generoso em espécies, preservado pela própria natureza
50
ecoturismo Paraty-RJ
Natureza, ecoaventura e cultura num só lugar
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meio ambiente Rio Manso
O turismo gerado pela usina
36
24 Estilo de pescador Ser feliz é mais simples do que parece 66 Remos e rumos Tucunarés na mira dos caiaques 72 Técnica Os motores de baixa cilindrada 76 Ecologia A reabilitação de bichos selvagens 80 Mulher Uma gaúcha que embarcou na paixão
66
Rio Teles Pires
Saiba por que um grupo de indianos quer voltar lá
10 Entrevista O chef Alex Atala e a pesca com mosca
10
roteiro
92 Torneio Sul Brasileiro de Pesca ao Robalo 2010
Seções 06 Correio técnico 08 Correspondência 64 É o bicho
86
Gavião carcará Folhas, flores e frutos A gigante samaúma
88
Radar Notícias
94
Verbo Picanhas, fraldinhas e afins antes da pesca
96
Classificados - CUPOM
correio técnico
fotos: arquivo ecoaventura
Qual comprar? Vento X Lua
Estou comprando um GPS e gostaria de saber se o modelo Vista HCX é uma boa opção e se já vem com mapas? Paulo Polimenti — Uba-MG
O modelo citado é portátil e está entre os melhores do mercado. Seu diferencial é que aceita cartão de memória, o que aumenta substancialmente a capacidade de armazenar informações. É ideal para uso terrestre ou marítimo, viagens, trilhas ou para trabalhos de mapeamentos, topografia e medições de áreas. Possui antena de alta recepção de sinal, ecrã TFT a cor, brilhante e antirreflexo. Carregar mapas é bem prático graças à interface USB e, por meio do protocolo internacional NMEA, é possível partilhar instruções de navegação com repetidores, plotters e pilotos automáticos, basta utilizar a porta de série dedicada. Esse modelo incorpora altímetro barométrico capaz de passar informações precisas da elevação e perfil vertical do terreno, e uma bússola eletrônica que indica a direção a seguir, mesmo que não esteja em movimento. No entanto, não vem com mapas, de modo que será preciso baixá-los pela internet. No endereço www.tracksource.org.br/modules/news/ você encontrará informações muito úteis para atualizar seu GPS, assim como mapas e outras dicas importantes.
Líder Estou pensando em começar a usar líderes de fluorcarbono nas pescarias de Tucunarés. Qual libragem, quantos metros e qual a melhor marca para fazer isso? Marco Ederli — Brasília-DF
Normalmente, o líder para esse tipo de pescaria é feito com linhas de fluorcarbono de até 50 libras (23 quilos) e tamanho equivalente ao comprimento da vara. Com linhas de multifilamento finas ele pode ser menor, cerca de 20 a 50 centímetros, pois, além de ajudar no trabalho da isca, evita que o multifilamento lace as garateias. Vale lembrar que o líder serve para melhorar a resistência à abrasão, tanto nas estruturas como nos dentes e serrilhas dos peixes.
O vento costuma ser grande inimigo nas pescarias de arremesso de Tucunaré, Robalo e outros peixes. Sei que a Lua influencia na intensidade dos ventos, porém nunca soube em que fases isso ocorre de forma mais acentuada. Poderiam me explicar? Jaime Q. Filho — São Paulo-SP
A Lua é o pêndulo da Terra e exerce influência irrefutável sobre nosso planeta, notadamente no ritmo das marés, na intensidade dos ventos, entre outros. Assim, durante a Lua cheia, quando as marés sobem ao nível mais alto e a pressão lunar é mais forte, os ventos também se intensificam. E, à medida que ela muda de fase, eles tendem a diminuir. Outro aspecto interessante a ser observado é que os ventos sopram mais fortes nas ocasiões em que a Lua pode ser vista durante o dia. Isso ocorre no Quarto Minguante, quando ela nasce perto da meia-noite e cai no horizonte perto do meio-dia, horário a partir do qual os ventos chegam a cessar completamente.
Rio Negro-AM Estamos organizando um grupo para realizar uma pescaria de “bocudos” nas águas generosas do rio Negro. No entanto, como nunca fomos para essa região, gostaríamos de saber qual é a melhor época para programarmos nossa viagem? Ederson Freitas — Curitiba-PR
Prezado Ederson, sua pergunta é difícil de ser respondida, sobretudo nos últimos anos, quando o ciclo de seca e chuva tem se alterado constantemente. O que podemos dizer é que a temporada no alto rio Negro começa em outubro (época em que os rios geralmente ainda estão bem cheios) e termina em março, quando ocorre o auge
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ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
da seca e os barcos não conseguem mais atingir os melhores pontos de pesca. Em função do exposto, acreditamos que entre janeiro e meados de fevereiro situa-se o período com menor risco de ocorrer imprevisto, como os repiquetes (quando as águas sobem subitamente).
Edição 7
Edição 4
“O pesque e so nós somos a lte é fundamental, po is na dela, tratam tureza. Ao cuidarmos os bem a no ssa vida.” riachinho, m u m e r a c s pe “Depois de Você delira e começa o. não tem jeit reza.” atu Sérgio Reis a amar a n
Antonio C alloni
Edição 2
Edição 6
“Vejo a pesca co mo técnica e concentr um esporte de ação, mas també m como uma terap ia.” Gustavo Sarti
ng para i m i t m u o ue ria é com “A pesca s de agitação em q to os momen stantemente.” n Giovani o c & s o n a m i e G v vi
Eles já mostraram em nossas páginas por que são
pescadores inveterados
correspondência
fotos: arquivo ecoaventura
Crítica Como assinante da revista, não posso deixar de protestar a respeito do artigo publicado com o ator Antonio Calloni, em que ele afirma: “Pesque e solte é fundamental, pois nós somos a natureza...” Bonita declaração e foto para quem segura na mão um enorme “troféu” retirado de um peixe de bico capturado. Bonito artigo para uma revista que se diz protetora da natureza. Cylon Rodrigues de Freitas — por e-mail
Caro Cylon, a frase a que você se refere está contida na entrevista “O artista-pescador como ele é”, publicada na edição 7. Nela, o ator nos conta que a captura do Marlim-azul foi uma das experiências mais marcantes para ele, e única. Ele diz: “Fiz uma placa com o bico pelo feito e tenho até a tatuagem dele na perna. Apesar disso, fiz uma promessa de que nunca mais pegarei uma espécie de bico, porque é linda e mística”. Assim, não se trata de um matador da espécie, e a própria ênfase da entrevista deixa mensagens sobre a importância da conservação dos peixes, e não o contrário, como pôde ter parecido. Lamentamos se a interpretação o conduziu para uma caracterização desfigurada.
Parabéns pelo trabalho Gostaria de parabenizar a Revista pelo ótimo trabalho, em especial a matéria sobre a Amazônia (na edição 9), principalmente a parte que aborda os rios e seus melhores pontos de pesca — uma abordagem estremamente produtiva e inteligente, com um conteúdo bastante proveitoso para quem planeja uma viagem para lá, o que não seria meu caso, pois não disponho de verba para esse tipo de viagem. Sou apaixonado por pesca esportiva, e fã da revista, por isso, gostaria de ler matérias semelhantes a essa, mas de estados como o Rio de Janeiro. Sei que aqui o forte é a pesca oceânica, mas sou louco por água doce e seus atrativos. Anderson Araujo Ferreira — por e-mail
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ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
Divergência No final da reportagem sobre Olho-de-boi (edição 10, pág. 24), há um texto no qual se diz que o peixe exibido na foto é o maior já capturado em águas brasileiras, com 60,5 quilos. Também se diz que há rumores ainda não confirmados de que um exemplar maior do que aquele foi capturado na Praia do Forte, e que há divergências quanto ao real peso do peixe. Em março deste ano, durante uma viagem a essa praia, capturei um Olho-de-boi de 63 quilos, pesado e registrado na balança da colônia de pescadores locais Z-38. Tenho diversas fotos e uma gravação do momento da captura. Caso a revista tenha interesse em esclarecer essa divergência, posso lhes enviar o vídeo e as fotos, com parâmetros compativos. Paulo Santucci — por e-mail
cartas Envie sua carta para:
Paulo, para fazer essa matéria, seu autor — Roberto Véras — pesquisou a respeito dos recordes com pescadores esportivos da região e, inclusive, leu a matéria sobre o seu feito, publicada pela Revista Pesca Esportiva, número 152. Entretanto, como há diferenças relacionadas com o modo de pesagem, e como nenhum dos autores dessas capturas seguiu os procedimentos legais para homologação de recordes, apenas citamos a existência dessas divergências. De qualquer modo, recorde homologado ou não, seu feito ao capturar o enorme Olho-de-boi merece ser comemorado como uma grande proeza.
redacao@grupoea.com.br
A Revista que tenho em mãos (edição 10) apresenta matérias excelentes. Em um País como o Brasil, de dimensões colossais, ver em um mesmo produto informações de diversas regiões é de grande valia. Como exemplo, pode ser citada a pescaria de Tarpons com o “100” no NE, “A arte de remar e pescar” e os comentários do sr. Carlos Kruel, no centro do País. As matérias do Rubinho dispensam qualquer comentário. O que falar do pioneiro no segmento frente à mídia? O primeiro a levantar o assunto “pesque e solte”? Reitero meus votos de sucesso e que esse belo trabalho seja fonte de conhecimento e catalisador de atividades de preservação ambiental. Carlos Gomes — Lucas do Rio Verde-MT
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entrevista l Alex Atala
Ele mostra seu caráter
Um dos chefs brasileiros mais renomados no mundo recebe a nossa equipe em seu restaurante, o D.O.M., momentos antes de a casa abrir para acolher seus clientes. Em meio a outros diversos compromissos agendados no dia, Alex Atala se esquece do tempo para falar de forma franca e sem subterfúgios sobre a sua paixão pela modalidade de pesca com mosca e sobre os desafios do esporte no Brasil Por: Janaína Quitério l Fotos: wilson feitosa e ARQUIVO pessoal l arte: marcelo kilhian
ECOAVENTURA: Você é flyzeiro. O que o fisgou para essa modalidade? Alex Atala: Historicamente, o fly é a pescaria mais justa e honesta, não poluente e que exige sensibilidade de quem pratica, já que o pescador precisa saber ler o rio, identificar onde está o peixe e o que está comendo, pois a mesma isca não funciona igualmente de manhã e à tarde. O pescador de fly só começa a pescar bem quando está integrado com o meio ambiente. E, uma vez que compreende todo o conjun-
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ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
to descrito — o que é o rio, onde, por quê —, a pescaria se torna a mais assassina que existe, de tão efetiva que é. Para mim, a maior máquina de matar peixe é a vara de fly. Mas é nesse momento que o pescador dessa modalidade mostra a sua excelência, o seu caráter e o seu respeito à natureza ao soltar o peixe, ou seja, ele demonstra a sua capacidade de matar, e não o faz.
Se o pescador entende o que o fly significa, o Lambari já satisfaz”
EA: Dessa forma, a sua relação com o pesque e solte
EA: Em uma palavra: o que é pescar para você?
é grande. Atala: É total. Na verdade, fui evoluindo. Se, desde criança, pratiquei a caça submarina, hoje dedico 90% de minhas pescarias à pesca com mosca. Corrija-me se estiver errado: a primeira modalidade do mundo a realizar o pesque e solte foi o fly fishing.
Atala: É fechar um ciclo: eu saio, me esforço, pesco, limpo o peixe, tempero-o e como. É um ciclo vital que se fecha em minha frente. Não se trata de matar um monte, mas quero reservar um para comer. Me recuso a levar um sanduíche de mortadela para a pescaria. Isso seria um atestado de incompetência.
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entrevista entrevista l Alex Atala Atala exibe o troféu: uma Cachorra fisgada no Pará
Para mim, a maior máquina de matar peixe é a vara de fly. Mas é nesse momento que o pescador dessa modalidade mostra a sua excelência, o seu caráter e o seu respeito à natureza ao soltar o peixe, ou seja, ele demonstra a sua capacidade de matar, e não o faz” EA: Você tem três filhos, pesquisa novos ingredientes amazônicos e administra uma vida atribulada, como vemos agora. Como é seu tempo para curtir o hobby de pescar? Atala: Eu pescava com bastante frequência até abrir esse restaurante, há dez anos. De lá para cá, tento buscar qualidade. Como tenho poucas oportunidades de viajar para pescar me dou ao luxo de ir a lugares melhores.
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EA: Cite um tipo de pescaria do qual mais gosta. Atala: Pescar Lambari no laguinho de minha casa com mosca seca. Quantas pessoas no mundo podem fazer isso? Pescar no Santa Rosa foi incrível, no rio Zambeze, na África, também. Programei de pescar Dourado e Caranha na Bolívia: uma viagem cara que proporciona um prazer incrível quando se chega a um rio selvagem para ser um dos primeiros a pinchar ali. Mas, hoje, para mim, não acho que essas viagens sejam bem mais prazerosas do que pescar na minha casa com os Lambarizinhos que já conhecem todas as minhas iscas.
EA: Você tem no “currículo” várias viagens à região amazônica com outros chefs. O objetivo é praticar a pesca ou também apresentar os ingredientes e a culinária regionais? Atala: Já viajei com alguns chefs, a maioria de outros países, mas que não pescam. Como, para nós, cozinhar é o maior elo entre a natureza e a cultura — já que a única coisa tirada da natureza e levada à boca para alimentar-se, sem passar por processo humano, é a fruta —, os caras vêm para conhecer toda essa diversidade nacional. Só que, para onde eu vou, a minha varinha vai junto.
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E faço isso há tantos anos que me orgulho de falar que pesquei no Brasil inteiro e em várias partes do mundo.
EA: Nesse sentido, qual o melhor point para pescar no mundo? Atala: Considero o Brasil o melhor lugar para a pesca esportiva. Eu já pesquei Truta no visual, pinchando na cara do peixe, quando fui à Nova Zelândia, também já pesquei em Neuquén-Argentina, entre vários outros lugares. Mas ainda acho que o Brasil e nossos peixes estão por cima no ranking. E isso em tudo: sabor, astúcia e uma diversidade absurda de rios. A pesca por aqui é assim: quando a gente acha que acabou, alguém chega com uma novidade.
EA: Com tantas qualidades identificadas por você, o que falta para a pesca esportiva dar um salto no País? Atala: Sou um pouco ácido nisso: acho que, de um modo geral, a maioria dos pescadores brasileiros ainda pesca de qualquer jeito, com qualquer equipamento e sem respeito à natureza. Quando levo meus filhos ao pesqueiro, vejo muita barbaridade, como gente que pega o peixe com a mão seca, sem se preocupar com o muco protetor dele. Em vários
lugares do mundo onde pesquei, ao contrário, o que mais me impressionou foi o cuidado dos guias com a forma correta de mexer no peixe. Na África, fui pegar no meu líder e o guia gritou: “Molha a mão!”. Infelizmente, a pesca esportiva no Brasil está atrasada em educação, e vejo uma grande fatia de seus praticantes com pouca vontade de mudar.
EA: Isso não estaria relacionado com o nível social e o poder aquisitivo? Atala: Há 20 anos, sim. Hoje, essas informações estão na internet, que, por sua vez, tem em favelas e até em tribos indígenas.
EA: E o fly, você considera acessível? Atala: Claro que existe a limitação financeira, mas conheço pescadores de fly que não são ricos, e os equipamentos estão mais acessíveis. Algumas modalidades ainda são muito caras, como a pesca oceânica de peixes de bico, que realmente é para poucos. Agora, se o pescador entende o que o fly significa, o Lambari já satisfaz.
EA: Você já passou por alguma situação constrangedora?
Me recuso a levar um sanduíche de mortadela para a pescaria. Isso seria um atestado de incompetência” Atala: Sou cuidadoso e vaidoso, então, quando levo meus filhos a um pesqueiro, chego num carro pensado para o que gosto de fazer, segurando minha malinha de pesca, com roupa de pescador e vara. Aí ouço as piadinhas: “Chegou o playboy”. Quer saber? Não nasci playboy, mas estou adorando ser. O engraçado é muitos rirem da minha cara, e eu sair do pesqueiro com mais fisgadas do que os outros. Aí, penso: “O playboy quebrou todo mundo!”. Certa vez, usei uma tanajurinha num pesqueiro, e comecei a pegar Tilápias. Logo veio um menino e disse: “Meu pai mandou perguntar que isca você está usando.” Expliquei que não era isca, e lhe ofereci para que a mostrasse ao pai. No fim, ele voltou com o recado: “Meu pai disse que isso aqui não presta e que você está escondendo a isca”. Quer dizer, tentei mostrar algo diferente, mas não deu certo. Tigerfish fisgado e solto no rio Zambeze
EA: O ambiente de pesca pode ser definido como um lugar mágico, que reúne amigos num ambiente de parceria. Mas, e quando há competição? Atala: É uma contradição quando a pesca esportiva começa a estimular isso. Não saio mais para pescar com quem compete comigo. Quero parceiro que comemore meu sucesso, e eu o dele. Se não pescarmos nada, também será legal pra caramba.
EA: Uma dica para preparar o peixe à beira do rio. Atala: Menos é mais: jirau, brasa e acabou. O momento é incrível pela simplicidade que tem. Quantas pessoas têm a oportunidade de comer um peixe fresco, que acabou de ser pescado? O peixe tem que ser resfriado já no barco, ou seja, ao invés de ser deixado sob o Sol, deve terminar de ser morto no gelo. E sou a favor do peixe inteiro, pois ele começa a entrar em processo de declínio de qualidade quando se encosta a faca nele, tal qual uma maçã. Assim, aproveite o presente da natureza naquele momento. Grelhe o peixe inteiro e coloque sal só depois de pronto. Como disse, para mim, pescar é fechar um ciclo.
A pesca esportiva no Brasil está atrasada em educação, e vejo uma grande fatia de seus praticantes com pouca vontade de mudar” ecoaventura
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[ roteiro l Rio Xingu ]
Médio Xingu: um paraíso da biodiversidade Rio Xingu
Surge um novo destino para aqueles que gostam de aventurar-se em lugares remotos. Trata-se de uma parte do extenso, pitoresco e generoso rio Xingu, onde, além das garantias de preservação que lhe são dadas pela própria natureza, só é permitida a modalidade do pesque e solte Por: Alexandre Andrade Fotos: Eribert Marquez e Alexandre Andrade Arte: Marcelo Kilhian
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ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
Localizado em região de difícil acesso no centro do Brasil, o médio rio Xingu conserva parte expressiva de suas características originais intactas
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[ roteiro l Rio Xingu ]
C
om suas nascentes localizadas nas serras do Roncador e Formosa, em Mato Grosso, o rio Xingu percorre cerca de 2 mil quilômetros e embrenha-se no Estado do Pará até desaguar no rio Amazonas. Ao longo desse percurso, vai se avolumando espetacularmente, e seu leito — que no trecho inicial é formado por areia — dá lugar a uma veia de rochas que se avoluma de forma exuberante e descortina visuais magníficos. São inúmeras corredeiras, lagoas e pequenos afluentes — alguns dos quais jamais explorados — que compõem ambientes sob medida para abrigar uma fauna farta, em especial, os peixes, que estão representados por espécies do mais alto valor esportivo.
O Cichla melaniae é a espécie de Tucunaré predominante nessa região. É encontrado em corredeiras e apresenta força e reações espetaculares quando fisgado
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Em seu curso médio, assim chamado por se tratar da parte de seu trajeto que marca a divisa dos estados de Mato Grosso e Pará, o Xingu é um rio extremamente preservado — mérito das inúmeras reservas indígenas que existem nessa região, assim como da dificuldade de acesso rodoviário e de seu curso acidentado, que inviabiliza a navegação. Em função desse conjunto de fatores, pescar nesse trecho do Xingu é como ter um cardápio a mão no qual se pode escolher a espécie que mais se adapta ao seu estilo predileto de pesca e qual a melhor época para encontrá-la [Consulte o box “Melhor época”].
Melhor época
A temporada no médio rio Xingu começa em maio e vai até novembro. Abaixo, o período mais promissor por espécie: jAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Tucunaré Matrinxã Bicuda Cachorra Trairão Jaú Pirarara Piraíba
As inúmeras opções para a pesca de arremesso Para os adeptos da pesca com iscas artificiais, a região do médio Xingu é um verdadeiro parque de diversões, afinal, abriga em seu meio aquático alguns dos mais cobiçados predadores de nossas águas interiores. O Tucunaré, por exemplo, é encontrado na maior parte do ano, sobretudo quando as águas baixam e abandonam a vegetação marginal. A espécie predominante é a Chichla melaniae, cuja principal diferença em relação às outras é o fato de se abrigar entre pedras em meio a
fortes corredeiras — uma característica que dá a esse peixe uma compleição capaz de torná-lo um verdadeiro trator. Em geral, o peso médio dos espécimes se situa ao redor de três quilos, entretanto, chegam a pesar o dobro e são vistos em quantidades inacreditáveis. Atacam iscas artificiais e moscas com a mesma voracidade e, quando encontrados, exibem com galhardia seus principais atributos: um ataque decisivo que ocasiona horripilantes explosões e, depois de fisgados, provoca saltos espetaculares.
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[ roteiro l Rio Xingu ]
Com uma hidrodinâmica que lhe permite ataques velozes e inesperados, a Bicuda é um dos grandes desafios dessas águas
Outro peixe de inestimado valor esportivo é a Bicuda — espécie que frequentemente persegue as iscas e promove ataques dignos de show na superfície. Em média, o peso dos espécimes se situa ao redor de quatro quilos, mas, devido à sua força e silhueta que se assemelha a um torpedo, quando se sente fisgada, essa espécie dá corridas que fazem a linha zunir e, em diversas vezes, projeta-se no ar em saltos acrobáticos. Não são seletivas em relação a modelos de iscas, o que permite que cada pescador use todo arsenal de sua preferência, característica que também a torna um apelo irresistível para os praticantes da pesca com moscas. 18
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O Matrinxã encontrado no médio Xingu é tão agressivo que constantemente ataca iscas de superfície
Os Matrinxãs, por sua vez, também têm hábitos muito peculiares nessa região. O principal deles é o ataque às iscas na superfície com grande voracidade, e o mais interessante é que isso ocorre tanto nas estruturas localizadas em lugares abertos com águas rápidas quanto naquelas situadas em margens onde não há correnteza. Ou seja, esse fascinante e cobiçado peixe pode surpreender o pescador a qualquer momento, tanto que não é fato raro capturar indivíduos com peso entre dois e quatro quilos em iscas artificiais de até 11 centímetros. Entretanto, as maiores emoções que podem ser vividas com essa espécie ocorrem quando são pescadas com equipamento de moscas, pois suas tomadas de linha e saltos frenéticos não se comparam a nenhum outro peixe do mesmo porte.
A variedade de espécies permite a prática de vários estilos de pesca
Um dos peixes que mais surpreendem nessas águas é a Cachorra, que sempre brinda os pescadores com saltos emocionantes
Quando a pesca é feita em meio às grandes corredeiras, a notável vedete é a Cachorra-larga — peixe de ataque bastante espalhafatoso e que sabe como utilizar as águas rápidas e fortes do rio a seu favor. Sua briga é caracterizada pela alta resistência, mas fisgá-la requer do pescador bastante técnica, uma vez que cravar as garateias das iscas em sua boca óssea não é tarefa das mais fáceis. Esse peixe também costuma disputar as iscas naturais durante as pescarias de espera, o que não deixa dúvidas sobre a grande quantidade de técnicas e modalidades que podem ser empregadas para sua captura, a qual pode ocorrer durante o ano todo.
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[ roteiro l Rio Xingu ]
Fascínio.
é esse o poder que o Trairão, espécie comum nessas águas, exerce sobre os pescadores esportivos
Já o Trairão — espécie que pela segunda vez ocupa lugar de destaque nessa Revista — é chamado de “capa preta” pelos ribeirinhos e, atualmente, de “máquina” por alguns guias de pesca. Trata-se do mais cobiçado entre os peixes de escama desse rio, mérito de seu porte e do aspecto pré-histórico, assim como da beleza que promove na superfície quando realiza ataques fulminantes, que tanto podem ser testemunhados por enormes marolas ao se dirigirem para as iscas quanto pelas explosões assustadoras que provocam quando vêm do fundo. Quando fisgado, o Traírão é um peixe imprevisível, já que, em algumas ocasiões, briga freneticamente desde o início e, em outras, reserva sua enorme força para tentar se livrar das iscas nos minutos finais do combate. Outro aspecto que torna esse peixe motivo de obsessão entre os pescadores brasileiros é o fato de só ser encontrado em uma restrita lista de rios, e o Xingu é um deles. 20
ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
Equipamento Pesca de arremesso varas para molinetes ou carretilhas com potência entre 14 e 25 libras (6 e 11 quilos)
linhas multifilamento com resistência acima de 40 libras (18 quilos) iscas para superfície, meia-água e fundo de modelos diversos e tamanhos entre 11 e 17 centímetros. É importante que garateias e snaps sejam reforçados Pesca de espera dois conjuntos de varas para molinetes ou carretilhas — um com potência entre 35 e 50 libras (16 e 23 quilos) e outro entre 50 a 80 libras (23 e 36 quilos) linhas multifilamento com resistência de 50 e 80 libras anzóis com tamanho entre 5/0 e 10/0, encastoados de aço com tamanho entre 30 e 50 centímetros e chumbos entre 90 e 250 gramas
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[ roteiro l Rio Xingu ] As feras e outros bichos A região do médio Xingu também é muito generosa com os apreciadores das espécies de couro, em especial de peixes como a Pirarara e o Jaú, cujos exemplares têm peso que varia entre 30 e 50 quilos. A Pirarara, considerada o peixe com a melhor relação peso-potência de nossos rios, é encontrada nos mais diversos ambientes. Entretanto, torna-se oponente ainda mais difícil de ser vencido quando fisgada em águas rápidas. Por sua vez, o Jaú é mais comum nos poços que se formam em curvas acentuadas e abaixo de cachoeiras. Ambas as espécies são atraídas com iscas naturais diversas, que podem lhes ser oferecidas inteiras ou em grandes pedaços. Piaus, Curimbatás, Pacus e pequenas Bicudas, além de minhocuçu e Tuvira — estes dois últimos devem ser levados de outras localidades — estão entre as que melhor atendem ao paladar desses peixes.
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Serviços Onde ficar A Pousada Rio Xingu está incrustada em local privilegiado, distante cerca de 200 quilômetros por estrada de terra do município de Vila Rica-MT. Oferece a seus visitantes pacotes completos com hospedagem em apartamentos com ar-condicionado, banheiro privativo, regime de pensão completa (café da manhã, almoço e jantar) e, na parte náutica, conta com guias nativos que conduzem barcos de seis metros equipados com motor de popa e elétrico. Na época de secas (entre o final de maio e meados de novembro), apesar de trabalhoso, o acesso às suas dependências pode ser feito por via rodoviária. Na época de chuvas, o acesso só é possível por via aérea, feito por avião fretado até as adjacências da pousada. Mais informação: (11) 3334-4361 ou (66) 3554-2028
O que levar Para uso pessoal: repelente, camisas de manga longa e calça comprida são utensílios indispensáveis para afugentar os mosquitos do tipo pium, que perturbam o dia inteiro. O protetor solar é outro item obrigatório. Óculos polarizados ou de Sol são fundamentais para proteger os olhos, e um boné dá maior conforto nos horários de Sol quente.
A Pirarara (à esq.), o Cachara (acima), assim como Jaús e Capararis são os principais atrativos na pesca de espera
Grandes Cacharas e Capararis também compõem o elenco de peixes que aparecem durante a pescaria de espera, e ambas as espécies podem ser encontradas o ano inteiro no leito do rio, em poções, cascalheiras, bocas de córregos e lagos marginais. Como não é possível saber qual
dessas quatro espécies irá abocanhar as iscas, a única forma de evitar surpresas desagradáveis é utilizar equipamentos reforçados, e o mais indicado é o composto por varas e linhas com resistência igual ou superior a 80 libras (36 quilos). As margens do rio Xingu, assim como seus pedrais, também proporcionam grandes combates com Piaus, Pacus — inclusive o saltador Pacu-borracha —, entre outras espécies apreciadas por aqueles que curtem pescarias mais leves. Nesse caso, o material mais indicado é composto por varas para linhas de 20 libras (9 quilos) e pequenos molinetes, ou varas lisas com linha de diâmetro ao redor de 0,50 milímetro. Como pode ser visto a partir do que foi apresentado, o médio rio Xingu reserva emoções para todos os estilos e, com tantas alternativas, acaba criando um problema para aqueles que fazem questão de curtir tudo a que têm direito: escolher a tralha que atenda a tantas opções.
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[ estilo de pescador ]
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ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
assim Simples
Nem sempre os pescadores que se dirigem à beira de um rio têm como objetivo apenas fisgar grandes peixes ou tirar das águas um espécime atrás do outro. Muitos, como veremos, apesar de valorizarem boas brigas e fisgadas, também buscam lavar a alma, relacionar-se em igualdade de condições com o próximo e refletir sobre o que vem ocorrendo com nosso meio ambiente Texto e fotos: Wilson Feitosa l Arte: Marcelo Kilhian
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[ estilo de pescador ]
A
cordar cedo, por vezes antes do amanhecer. Colocar a água no fogo e aguardar alguns minutos ao som da correnteza do rio, poucos metros distante, e do piado de pássaros, que, tão logo acordam, começam a entoar suas melodias matinais. Quando o líquido em ebulição dá cor e aroma a um saboroso café, sonolentos, mas com expressivo semblante de felicidade, os companheiros começam a aparecer. Estamos no Rancho do Rio Doce — um simples alojamento para acomodar pescadores, mas que possui uma aura capaz de nos conectar a outra dimensão: em seus domínios todos são iguais, não há empresários ou empregados, tampouco abastados ou carentes. Todos são, simplesmente, pescadores. A prosa durante o café serve para matar as saudades de velhos amigos que há tempos não se veem, ou para apresentar os novos companheiros. Em meio à conversa, o tema confirma as expectativas que todos trazem para esse dia. E, se é verdade que cada um tem suas preferências — seja sobre o tipo de peixe ou estilo de pesca —, no fundo todos buscam algo bem simples: deixar os pensamentos fluírem naturalmente, recuperar a gostosa irresponsabilidade que só as crianças têm diante da vida, passar horas agradáveis longe da rotina do cotidiano e fazer novas amizades. O Sol demora a aquecer o dia e, encolhidos de frio, contemplamos a exuberante natureza que margeia o rio Manso, no Estado de Mato Grosso, enquanto as tralhas são colocadas em barcos protegidos da forte correnteza sob as árvores de uma pequena enseada. Em meio à bruma que paira nas manhãs de inverno, começamos a serpentear por pequenos canais que se formam entre os pedrais. A água, de tão limpa, permite
Não importa a classe social a que pertecem. Dentro de um barco todos são simplesmente pescadores 26
ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
ver o colorido da vegetação do fundo. Aqui e acolá, aves de rara beleza, como a garça-real e o faminto maguari, saúdam nossa passagem. Entretanto, não há sinais de peixes — fato que pode ser justificado por diversos fatores: a água está muito fria, e o curso do rio Manso foi interrompido por uma barragem sobre a qual dizem ter sido construída para controlar as enchentes na região metropolitana de Cuiabá [Saiba mais sobre a Usina do Manso nesta edição, pág. 30]. Como se não bastasse, gigantescos cardumes de Lambaris e Piquiras infestam as margens e se tornam alimento farto. Mas isso não incomoda, pois, a despeito de que nem todos são velhos amigos, estamos sob o signo de uma pescaria, e a prosa flui como se nos conhecêssemos de longa data. Uma hora depois paramos para fazer os primeiros arremessos. Grande variedade de iscas naturais e artificiais é usada na tentativa de seduzir os cobiçados oponentes. A boa conversa faz as horas parecerem minutos — um ingrediente indispensável, já que os peixes não demonstram qualquer interesse por nossas oferendas. Como um dos principais objetivos de estarmos aqui é pescar, nos dedicamos a neutralizar tamanha abstinência de Dourados e Piraputangas, as espécies que elegemos para nos divertir. Sem obter sucesso, quando o estômago denuncia que o dia se aproxima de seu meio período, encostamos sob a copa de uma grande árvore para saciar a fome. Compos-
Em um dia no qual os peixes estavam difĂceis, capturar o grande JaĂş foi mais que uma proeza ecoaventura
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[ estilo de pescador ] Pescador de verdade não perde a oportunidade para estreitar os laços de amizade. E, uma roda de baralho, à noite, é uma ocasião especial para isso
to por pão francês e por algumas fatias de frios, o simples lanche é degustado e compartilhado entre os piloteiros e pescadores como se fosse um banquete. A pausa também é aproveitada para repensar as estratégias de pesca. Saciada a fome, assim que voltamos a navegar, um dos companheiros aposta: — Com os peixes de couro a coisa será diferente! Isso nos faz parar no primeiro poço, que ele aponta como “dono” de potencial. O outro barco que nos acompanha segue adiante para que seus ocupantes continuem a procurar os predadores com suas iscas artificiais. Repentinamente, o som estridente do freio da carretilha muda o tom comedido da conversa e provoca euforia. Com um largo sorriso, Darcy promove a fisgada e vê sua vara vergar-se até tocar a superfície da água. Trata-se do
primeiro peixe, e cada qual, à sua maneira, participa da briga. O guia solta a embarcação e dá início a uma série de manobras, afinal, é preciso neutralizar a intenção do bruto, que é se livrar do anzol ziguezagueando entre as rochas do fundo. Eu preparo a câmera e torço para que ele não escape, pois é preciso fotografar o feito. Com serenidade e habilidade, os obstáculos são contornados, e, por sorte, a linha não se rompe. O belo Jaú é embarcado, admirado, fotografado e solto. No outro barco, os pescadores focados exclusivamente na pesca com iscas artificiais se deparam com uma situação intrigante: alguns Dourados vez ou outra até perseguem as iscas, porém, mesmo com muita dedicação e afinco de ambos, tudo que conseguem é uma única Piraputanga — peixe dos mais comuns nessa região, mas que, nessa ocasião, também se mostra enfastiado, culpa, talvez, da grande quantidade de Lambaris que lhe é disponível. Como
A pescaria ganha outro foco quando seus participantes conseguem se sensibilizar com as belezas que existem ao redor 28
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a pescaria está difícil, nossos companheiros se esmeram em fazer arremessos cada vez mais perfeitos, o que acaba se constituindo no principal divertimento de todos. Na boca da noite retornamos para o racho. Assim que atracamos, o aroma das panelas de dona Iracy faz surgir uma incontrolável fome, algo que até então não estávamos sentindo. Reunidos ao redor da mesa, fartamo-nos da iguaria com indisfarçável gula. A seguir, as panelas são recolhidas e o carteado embala as conversas sobre temas diversos até altas horas da noite. É quando ficamos sabendo que o belo e encachoeirado rio Manso, apesar de ainda reservar muitas emoções com seus peixes em determinadas épocas, não é mais o mesmo. Em sua luta para adaptar-se às novas condições que lhe foram impostas no decorrer dos anos, ele também sofre com a falta de consciência e fiscalização. Foi o que pudemos comprovar ao ver pescadores profissionais com peixes fora das medidas estipuladas por lei. Segundo nos disseram, tinham como fim a venda por preços abaixo do mercado para restaurantes e pousadas da região. Um crime contra o meio ambiente e um exemplo da falta de
alternativa e de bom senso Um dos rios mais dos próprios ribeirinhos, bonitos do Estado que, por necessidade ou de Mato Grosso, ingenuidade, não importa, o Manso apela ignoram estar extinguindo a única forma de renda que para a consciência ainda lhes resta. ambiental O curto período de apedaqueles que nas dois dias no Rancho passeiam ou do Rio Doce não altera o pescam em panorama: poucos peixes e certa indignação com as suas águas condições do rio e de alguns ribeirinhos, mas, em contrapartida, o clima de cordialidade, a simplicidade e a aura do lugar, a boa prosa, assim como os novos vínculos de amizades selados, nos fazem ver que uma pescaria memorável não se constrói apenas com muitas fisgadas e peixes. Basta se despir de títulos, classes sociais e de opiniões preconcebidas que ser feliz se torna simples assim!
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[ meio ambiente ]
O reservatório de Manso está a jusante da bacia do rio Manso e se localiza próximo ao Parque Nacional da Chapada dos Guimarães-MT. Atrás do veleiro figura o Morro do Chapéu 30
ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
A usina
que gerou
turismo À procura de respostas sobre a causa da drástica redução dos peixes no rio Manso (citada na matéria da pág. 24), no Mato Grosso, surgiram outras perguntas: é possível que a construção de barragens traga algum benefício em meio aos impactos ambientais que provocam? A hidrelétrica de Manso deixa desenhada uma nova paisagem nessa discussão da redação l Fotos: Wilson Feitosa e Arquivo SEDTUR-MT l Arte: Marcello binder
N
o final da década de 1980, a população de Mato Grosso se alarmou com uma “ecocatástrofe” anunciada, convertida no “maior desastre ambiental de todos os tempos no Estado” — segundo o secretário de Meio Ambiente da época — ou em “um dos problemas mais gritantes”, conforme reverberava a imprensa cuiabana. Tratava-se da construção da usina hidrelétrica do rio Manso — principal afluente do rio Cuiabá —, no município de Chapada dos Guimarães, a 85 quilômetros da capital mato-grossense. As previsões de estudiosos, ONG’s e associações de pesca eram de que a barragem retiraria mais da metade do volume das águas do Cuiabá, o que alteraria o sistema de inundação de um dos locais mais piscosos do Pantanal até então. O movimento contra a barragem crescia à medida que se antevia a morte do rio que dava nome à cidade.
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PA LM EI RA S
[ meio ambiente ]
RI O
RIO CUIABAZINHO
NSO
RIO MA
MANSO
14º51’S 56ºW
RIO
CU IAB Á
CA CAS RIO O MB ILO QU
RIO
15º31’S 55ºW
A princípio, o objetivo desenhado para a barragem era a contenção de enchentes na baixada cuiabana. Entretanto, a demanda energética ampliou o escopo do projeto com a inclusão de quatro unidades de geração e, com a inserção do plano de melhorar a navegabilidade do rio e de incentivar o turismo na região, a usina ganhou o status de APM (Aproveitamento Múltiplo de Manso).
A usina de Manso tem quatro turbinas e potência instalada de 210 MW. Opera, atualmente, com vazão constante, o que minimiza impactos ao meio ambiente 32
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Iniciadas em setembro de 1988, as obras foram paralisadas no ano seguinte e retomadas dez anos depois. Quando as comportas foram fechadas para enchimento do reservatório, em novembro de 1999, não se previa a entrada de período com baixa pluviosidade em plena estação chuvosa — de acordo com Rubem Mauro Palma de Moura, chefe do departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da
UFMT, a vazão foi de 42m3/s, quando o esperado era 80 m3/s —, o que ratificou de imediato as previsões de desastre ambiental [veja box “Impactos do represamento”]. Entretanto, a partir de 2002, com a normalização do índice pluviométrico, a hidrelétrica de Manso passou a cumprir seu papel, seja como geradora de energia ou como instrumento para regular as cheias. “Só o instante do fechamento das comportas é que foi traumático para o meio ambiente”, assegura o professor da UFMT. “Dois anos depois, o APM-Manso cumpria o objetivo de reter água na cheia e disponibilizar mais durante a seca. Não fosse a barragem, em 15 de fevereiro deste ano teria passado uma vazão de 3.400 m 3/s, capaz de provocar uma enchente ainda mais grave do que a causada em 1974, que foi responsável por desabrigar milhares de pessoas em Cuiabá e nas cidades circunvizinhas”, adverte. E os peixes? Para o biólogo e diretor técnico do IPPN (Instituto Pantanal de Proteção à Natureza), Thomaz Lipparelli, o APM-Manso causou impactos de forma pontual naquela região, mas a pesca predatória atualmente impri-
me um efeito muito mais devastador: “Tenho me posicionado radicalmente contrário a esse modelo extrativista que está sendo implementado na bacia do Alto Paraguai. A pesca predatória não tem dado oportunidade de as populações se reproduzirem, e falta fiscalização para barrar pescadores inescrupulosos, que se aproveitam dos ribeirinhos”, critica.
O enchimento do lago foi traumático para os estoques pesqueiros. Mas, hoje, a pesca comercial é a maior responsável pela escassez dos peixes
Impactos ambientais do represamento A montante (acima da barragem) A inundação em áreas cuja vegetação não foi excluída causa a morte das plantas, que, ao entrarem em decomposição, provocam o consumo de mais oxigênio e aumentam a emissão de gases. Tudo isso é responsável pela mudança da biota aquática, que inclui micro e macro invertebrados, peixes, anfíbios, aves, reptéis e até mamíferos. Segundo Thomaz Lipparelli, as espécies capazes de mudar de ambiente migram e sobrevivem. Outras são excluídas. Apesar da mortandade ocorrida depois da construção da barragem
de Manso, como é baixo o índice de endemismo não houve extinção de espécies. A jusante Mudança de estado: a água, que era um pouco mais lenta, passa a ser mais rápida e menos caudalosa. A fauna local, acostumada a um ambiente mais tranquilo, sente a alteração e migra para ambientes mais similares ao original. Parte da vegetação morre devido à diminuição nos índices de umidade relativa do ar e do solo, que deixa o ambiente mais seco.
O alagamento de Manso retirou mais de 500 famílias de suas terras ecoaventura
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[ meio ambiente ] Um mar no Centro-Oeste
Com as antigas fazendas inundadas, proprietários investiram na construção de marinas, pousadas e passeios de barco, além de um condomínio de alto padrão
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Em pleno Cerrado mato-grossense, o solo árido avermelhado, coberto pelos troncos retorcidos da vegetação xerófita, dá lugar a uma imensidão de água. São simplesmente 427 quilômetros quadrados (42 mil hectares) de área alagada, que forma um lago artificial do tamanho de quase uma baía de Guanabara e meia, no entanto, bem longe do litoral carioca: um horizonte azul a se perder de vista localizado no ponto central do continente Sul-americano. A região se destacou como atrativo turístico na mesma época de sua exposição nacional durante a transmissão da segunda edição do programa “No Limite”, veiculado pela Rede Globo em fevereiro de 2001. O reality show foi suficiente para revelar ao Brasil o seu potencial turístico, especialmente entre
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os amantes da aventura. Hoje o cenário é surreal: imponentes veleiros e outras embarcações luxuosas navegam em primeiro plano enquanto os grandes canyons da Chapada dos Guimarães dão toque exótico à beleza do local. Aquelas águas calmas se transformaram no paraíso dos esportes náuticos. O ambiente se tornou o ponto perfeito para quem procura um refúgio refrescante em meio ao calor extremo da região. Assim, a menos de 100 quilômetros da capital mato-grossense, a nova “praia cuiabana” é tomada por barcos, jet skis e pranchas de wakeboard em todos os finais de semana. Os ecoturistas também procuram a região para desfrutar de trilhas ecológicas, em cujo caminho podem ser avistados emas, lagartos, lobos-guará, macacos-
As paisagens deslumbrantes não poderiam ser ignoradas pelo olhar contemplativo de quem as vê pela primeira vez
-prego etc., e para praticar rapel no Morro do Chapéu. E, para receber os visitantes, já começa a se formar uma infraestrutura concreta de apoio. A antiga fazenda Morro do Chapéu, onde era praticada a pecuária, deu lugar a um luxuoso condomínio — de mesmo nome —, que passou a ser disputado pela elite cuiabana, e os terrenos à margem do grande lago já exibem algumas das glamorosas casas de veraneio. Há duas marinas à disposição do turista, que, além de fornecer local seguro para guardar embarcações, dão acesso à praia frequentada por banhistas e oferecem serviço de recepção ao turista. Um projeto hoteleiro também está em desenvolvimento, assim como obras de pavimentação das estradas que cortam os campos secos e que interligarão o lago do Manso até o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães. Ambos estarão prontos para a Copa do Mundo de 2014, que terá a cidade de Cuiabá como uma das sedes dos jogos.
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[ roteiro/travelling plan l Rio Teles Pires ]
Teles Pires sob o ponto de
vista indiano The river as seen by three Indian sportfishermen
A aventura de três indianos no rio Teles Pires e seus afluentes. Saiba por que o grupo ficou fascinado pelas incursões e já marcou viagem de volta para o ano que vem The adventures of 3 anglers from India on the Teles Pires river and its tributaries. Find out how this group became fascinated by their adventure and why they have already booked another trip next year
texto e fotos/text and photos: Roberto Véras l tradução/translation: David John Bensusan e Roberto Véras l Arte/design: Marcelo Kilhian
Em julho, a ECOAVENTURA Turismo trouxe para conhecer o Brasil um grupo de três indianos, composto pelo pai, Jeenraj Giridhar, e seus dois filhos, Rahul e Giridhar Jeenraj. Eles pescam juntos há algum tempo e viajam pelo menos quatro ou cinco vezes por ano em busca de pesqueiros exóticos e pouco conhecidos. Muito ecléticos, dominam com maestria quase todas as técnicas e não têm predileção por água doce ou salgada. Essa era a terceira aventura do ano. Já haviam estado nas Maldivas e em Lakshadweep (que significa mil ilhas) — um desconhecido arquipélago distante cerca de 120 milhas náuticas da costa sudoeste da Índia, e depois da viagem ao Brasil seguiriam para mais uma semana de incursões nas piscosas águas do Panamá. Por conta da
Last July, ECOAVENTURA TOURS
stands for 1000 islands) — a remote
Paris and spent the night in São Paulo,
brought three Indians to Brazil for the
archipelago about 120 nautical Miles
following on to Alta Floresta the next
first time, made up of the father, Jeen-
off the southeast coast of India — fol-
day. It was only after day three that
raj Giridhar, and his two sons, Rhahul
lowing on from Brazil they were to con-
this sojourn was over. After so much
and Giridhar Jeenraj. They have fished
tinue with another week of incursions
travelling time expended our trip had
together for some time and travel four or
into the productive waters of Panama.
at least to meet up to the expecta-
five times a year in search of exotic and little-known sportfishing destinations.
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época do ano, do tipo de pesca e das espécies que nossos amigos tinham em mente, a escolha apontou para o rio Teles Pires, e a Pousada Mantega foi a eleita. Vindos de Abu Dhabi — capital dos Emirados Árabes Unidos —, onde moram, chegaram a São Paulo em um voo com escala em Paris, pernoitaram na capital paulista, e no dia seguinte foram para Alta Floresta. Só após o terceiro dia é que o percurso terminou. Depois de tanto sacrifício, nossa viagem tinha que, pelo menos, atingir as expectativas de nossos simpáticos e animados pescadores. Como chegamos pela manhã, optamos por rapidamente montar nosso material para sairmos à procura dos Tucunarés, que, segundo as primeiras informações, não estavam tão ativos e atacavam muito pouco os plugs de superfície.
On account of the time of year and
tions of our enthusiastic and friendly
species our friends had in mind, our
fishermen. As we arrived early morn-
They are very versatile and are able
choice in Brazil was the Teles Pires
ing a tour destination, we decided to
to master most fishing techniques with
river where we selected the Mantega
hastily assemble our tackle and begin
equal proficiency in both fresh and salt-
Fishing Lodge. Arriving from Abu Dha-
our quest in search of Peacock Bass,
water. This was the third adventure of
bi, capital of the United Arab Emirates,
which according to local reports were
the year, having previously been in the
where they reside, they arrived in São
not very active and were showing very
Maldives and in Lakshadweep (which
Paulo on a flight that had a stopover in
little interest in topwater plugs.
ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
Eles vieram s贸 para pescar com iscas de superf铆cie, e conseguiram! They came to fish just with topwater plugs, and they did!
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[ roteiro/travelling plan l Rio Teles Pires ] Confesso que senti uma ponta de desânimo quando vi o material que tinham trazido para arremesso: varas muito longas com mais de sete pés e molinetes relativamente grandes, como Stellas 5.000. As iscas também eram super dimensionadas, quase todas de hélices, porém destinadas para os grandes Tucunarés amazônicos. Como havia trazido material de sobra, ofereci alguns conjuntos, que foram rejeitados de forma bastante polida sob a justificativa de que estavam acostumados aos deles. Nas lagoas — distantes aproximadamente 30 minutos da pousada —, para onde seguimos, logo nos primeiros arremessos já pude sentir o quilate de Jeen, que ostentava uma invejável técnica. Isso porque, mesmo usando caniço tão longo, conseguia colocar a isca onde desejava e com impressionante precisão. Por conta disso, as informações iniciais foram contrariadas, já que os ataques logo tiveram início, e vários belos Tucunarés foram liberados durante o primeiro dia de pesca. Nossos amigos se impressionaram não só com a valentia, mas, sobretudo, com a beleza e variedade das cores dos Tucunarés da espécie Cichla pinima, muito abundantes na região. Para eles, foi motivo de espanto a produtividade das iscas nacionais que estávamos usando, sobretudo a Sticknina e a Tucuna Bait Jump, da Moro Deconto, assim como a novíssima Cascavel Gold, da Zagaia.
Algumas das muitas cores de uma mesma espécie (Cichla pinima) Some of many colors of the same specie (Cichla pinima)
I confess I felt a little skeptical on seeing the rigs they had brought for casting:
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they politely rejected under the plea that
wherever he wished with impressive preci-
they were more accustomed to their own.
sion. On account of this, contrary to my initial
somewhat long rods, over 7’ in length and
In the lakes we headed to, about 30 min-
misgivings, there were several strikes right
oversized spinning reels such as the Stella
utes away from the lodge, I could already see
from the start with several fine Peacock Bass
5000. The lures were also oversized, almost
that Jeen´s first casting efforts were tech-
being caught and released on our first day’s
all of them propeller models mostly destined
nically enviable and proficient. This being
fishing exodus.
for the Amazonian Peacock Bass. As I had
said because he was using such a long rod
Our visitor friends were impressed not
brought extra gear, I offered some rigs which
and was nevertheless able to place his lure
only with the brawn but also the beauty and
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Dependendo do ângulo, um “rosto” sempre aparece dentro da boca dessa espécie Depending of the angle, always a face can be seen inside this specie´s mouth
Como nossos visitantes eram mesmo “pinchadores” inveterados, resolveram dedicar o dia seguinte à captura de Bicudas e Cachorras, também muito abundantes ao longo do Teles Pires. Assim, o objetivo foi alcançado com certa facilidade, e as acrobacias das Bicudas e os ataques na superfície das Cachorras os encantaram. O que me chamou bastante a atenção foi o profundo conhecimento por parte de Jeen sobre nossas espécies, não só de peixes, mas, sobretudo, das aves e dos animais, que ele conhecia até pelo nome científico. Indagado, confidenciou-me que, sempre antes de uma viagem para um local desconhecido, fazia questão de estudar de forma pormenorizada toda a vida selvagem da região.
variety of colors of the Cichla pinima Pea-
proficient casters they decided to devote
deep knowledge about our species, not limit-
cock species which are so abundant in this
the following day to fishing for Bicudas and
ed to fish alone, but also birds and other fau-
region. They were also most impressed by
Payaras which are also in abundance in the
na whose names he could also cite in their
our own results using locally manufactured
Teles Pires river. They were subsequently en-
Latin scientific name. When I enquired about
lures especially the Sticknina and Tucuna
chanted by the acrobatics of the Bicudas as
this he confided to me that alwaysprior to a
Bait Jump made by Moro Deconto as well as
well as the surface attacks on their plugs by
trip to an unfamiliar destination, he studies
the new release from Zagaia, the Cascavel
the Payaras.
all he can about the region and its wildlife in
Camaleão plug. As our guests were truly
What really stood out for me was Jeen´s
as detailed a manner as possible.
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[ roteiro/travelling plan l Rio Teles Pires ]
Nossos amigos capturaram praticamente todas as espĂŠcies disponĂveis no rio Teles Pires Our friends were able to catch almost all species available i Teles Pires River
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Os saltos acrobáticos, assim como a força dos grandes Jaús, impressionaram a todos The acrobatic jumps as well as the strengh of the giant catfish amazed everyone Durante o jantar do terceiro dia, os demais hóspedes da pousada estavam assistindo ao vídeo encartado em nossa edição 7 justamente sobre uma aventura que fizemos no rio Xamari — um pequeno afluente do Teles Pires que desemboca a poucas centenas de metros abaixo do posto avançado do Mantega. O grupo indiano ficou estupefato diante não apenas da beleza local como do Trairão, que até então não conhecia. Muito animados, solicitaram ao competente Vado, gerente da operação, que organizasse uma ida a esse rio, o que foi prontamente atendido. No dia seguinte dormimos no acampamento avançado, onde não só tínhamos a possibilidade de tentar uns peixes de couro no final da tarde como de sair bem cedo para o Xamari. Assim, durante
During the evening meal on our 3rd day, the
o dia, descemos o Teles Pires e pescamos Tucunarés em todas as lagoas mais próximas, bem como Bicudas e Cachorras nas entradas de corixos e demais estruturas do rio. Já à tarde, fomos a um ponto para pescarmos os Piaus, que serviriam de isca para os peixes de couro. De posse de uma dúzia deles, seguimos para os poços de águas mais profundas, e mais uma vez esse rio não nos decepcionou: capturamos, em poucas horas, Cacharas, Barbados, Palmitos, Jundiás e vários Jaús, com alguns espécimes de mais de 20 quilos. Com a alma lavada e com a agradável sensação de dever cumprido, voltamos ao posto avançado. O grupo indiano já havia conseguido capturar quase todas as espécies a que tínhamos nos proposto. Agora só faltavam duas: o Matrinxã e o Trairão, ambos bastante fartos naquele rio.
with their request being promptly attended to.
search of deeper Waters and once again the
other guests at the lodge were enthralled as they
On the following day we slept over at the ad-
Teles Pires river did not disappoint us and we
watched our video enclosed with edition # 7 of
vanced camp where we not only had the oppor-
caught in little time several Cacharas, Barbados,
our magazine, which precisely addresses an ad-
tunity to try for some giant catfish at day’s end as
Palmitos, Jundiás as well as several Jaús with
venture on the Xamari river — a small tributary
well as depart early morning towards the Xamari
some of them weighing over 20 kilos.
of the Teles Pires that flows out a few hundred
river. And so we descended the Teles Pires and
Having fished to our heart’s content with the
meters below the Mantega advanced post. The
fished for Peacock Bass in all the nearby lakes
pleasant and rewarding feeling of mission accom-
group from India were taken aback not only by
as well as for Bicudas and Payaras in the inflows
plished, we returned to the advanced encamp-
the beauty of this region as by the Trairão game-
and other river structures. By now, late afternoon
ment. The group from India had succeeded in
fish of which they were till then, unaware. With
we went to a spot to fish for Piaus which are a
catching almost all species that were on the agen-
great enthusiasm they asked the capable opera-
favorite’s forage of the large catfish. With about
da and now, only two were missing, the Matrinxã
tions manager, Vado to set up a trip to that river
a dozen of them in our live well we went off in
and the Trairão which are abundant in that river.
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roteiro/tradução l plan Rio Teles l Rio Pires Teles Pires [ roteiro/travelling ] ]
Xamari, um dos pontos altos de nossa aventura Chama a atenção como esse pequeno rio é conservado. Bastar navegar ou simplesmente andar sobre seu leito para se ter a nítida impressão de que, até hoje, poucos exploraram as suas águas, talvez em função de suas guardiãs, as abelhas da espécie Europa, que, em grandes quantidades, são atraídas pelo suor dos pescadores e passam a ser uma indesejável companhia durante o tempo todo, zunindo ou mesmo picando os que por ali se aventuram. Mesmo assim, as belezas, aliadas à enorme quantidade de peixes, justificam o sacrifício.
Um dublê de Matrinxãs, fato muito incomum One Matrinxã´s doubleheader, a very unusual fact
Peixes com peso acima dos 3,5 kg foram capturados no rio Xamari Fishes with weight above 3,5 kg were captured in Xamari River
Xamari River — A high point in our adventure
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falls. In the canals and deep pools, Payaras,
It is notable how well preserved that little
men and soon become undesirable assail-
Bicudas, Matrinxãs, Jacundás, Peacocks
river is. Just by navigating or walking along
ants with their constant buzzing and painful
enormous Black Piranhas as well as the bad
its banks, it is easy to perceive that few peo-
stings. Even so, the overwhelming beauty of
tempered Trairões along the banks.
ple have ventured there, perhaps because
the place is more than ample reason for the
of its guardians, the Europa bee species
discomforts encountered.
As to which of these Will attack first, is always unpredictable and the sheer
which are attracted in swarms by the odor
We left very early and in less than 15
masses of fish ready to attack a lure is
of perspirations emanated by the fisher-
minutes were pushing the boat up the first
truly amazing. Almost immediately Jeenraj
ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
No rio Xamari, nem as indesejáveis abelhas atrapalharam nossa aventura At Xamari River, even the undersirable bees couldd disturb our adventure
As vorazes Piranhas-pretas estão em todos os pontos do rio Voracious Black- Piranhas are everywhere
Saímos bem cedinho e, em menos de 15 minutos, já estávamos empurrando o barco pelas corredeiras iniciais. Nos canais e poços, coabitam Cachorras, Bicudas, Matrinxãs, Jacundás, Tucunarés, enormes Piranhas-pretas e, mais à margem, os mal-humorados Trairões. Nunca se pode prever quem vai atacar antes, e a quantidade de peixes que disputam as iscas é verdadeiramente impressionante. Logo de cara Jeenraj apanhou seu cobiçado Matrinxã e, minutos depois, seu filho Rahul fez a proeza de fisgar um dublê dessa espécie, ambos de excelente tamanho. Em muitas oportunidades até quadriplês aconteceram, e o mais impressionante: com espécies distintas. Enquanto subíamos as corredeiras nos deparamos com um enorme e vagaroso Tamanduá-bandeira, que lentamente atravessava o rio. Mais uma vez, nossos visitantes ficaram fascinados com o porte e a beleza do animal. Quase na hora do almoço, Jeenraj conseguiu finalmente fisgar seu primeiro Trairão. Era um peixe de pequeno porte, mas se tratava do nosso passaporte de volta para a pousada. Ficou patente como os Deuses conspiraram para que toda a aventura acontecesse da melhor forma possível, afinal, não houve contratempo e, ainda por cima, fomos contemplados com a visão de praticamente toda a fauna da região, com destaque para antas, capivaras, ariranhas, jacarés e até um lindo veado-campeiro, que passeou por mais de meia hora em uma pequena praia onde estávamos poitados.
caught his coveted Matrinxã and minutes
slowly crossing the river and our visitors
and complete as possible, after all there
later his son Rahul caught a doubleheader
were stunned by its sheer size. Jeen finally
had been no setbacks and we had overall
of that specie, both of excellent size. On
managed to hook his first Trairão when it
been blessed with a sighting of practically
many occasions even quadruple headers
was almost lunchtime. It was a small speci-
all the region’s fauna especially: Tapirs,
occurred and most amazing of all, compris-
men but our excuse and passport to return
Capybaras, Giant Otters, Alligators and even
ing of mixed species.
back to the lodge.
a beautiful Wood Deer that strolled for over
While we were climbing up the falls we
It became obvious that the Gods had
spotted a gigantic and ponderous ant-eater,
conspired to make our trip as successful
an hour on a small beach in front of which we had anchored.
ecoaventura
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[ roteiro/travelling plan l Rio Teles Pires ]
Um cena extremamente rara, o encontro com 3 onças-pretas. O pescador/fotógrafo Marcelo não resistiu e desceu do barco para encontrar o melhor ângulo One extremely rare scene, the encounter with 3 black-jaguar at once. Marcelo, the angler/photographer, left the boat to get the best angle
Gran finale Como ainda nos restava um dia, optamos por seguir a sugestão de nossos guias, Tcheco e Flavinho, e explorar o rio São Benedito — outro lindo e piscoso afluente do Teles Pires. Meu parceiro Jeenraj mantinha firme o propósito de fisgar um Tucunaré com mais de cinco quilos, e já havia passado bem perto dessa marca com vários peixes acima de quatro. Subimos o São Benedito por aproximadamente 45 minutos e iniciamos a descida, com arremessos nas várias estruturas do rio, que abriga várias
espécies, como Tucunarés, Jacundás, Cachorras, Bicudas e Matrinxãs. Logo de cara as Cachorras começaram a atacar com violência nossas iscas de superfície. A essa altura, o grupo estava tão seduzido pelas iscas nacionais que nem levou as suas. Depois de cinco dias inteiros arremessando, seus pinchos, mesmo com as longas varas, estavam ainda mais precisos e, portanto, as capturas se multiplicavam, ainda que os peixes estivessem mais “velhacos”. Os ataques aconteciam muito por conta do trabalho perfeito dos sticks de nossos amigos.
gran finale As we still had a day left, we opted to fol-
casting at the several river structures.
low the suggestion of our two guides Tcheco
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Almost immediately the Cachorras be-
and Flavinho, and explore the São Benedito
gan attacking our topwater lures aggres-
river — another beautiful and fish abundant
sively. By then, the group was so taken by
river that is a tributary of the Teles Pires. My
the effectiveness of the Brazilian-made
partner Jeenraj was determined on hooking
lures they didn´t even bother to take
and landing a 5 kilos plus Peacock Bass
theirs. After 5 whole days casting, even
and had almost achieved this mark having
with the long rods, they were even more ac-
caught several over 4 kilos. We cruised up-
curate and the catch rate increased based
stream on the São Benedito for about 45
on a perfect working action imparted by
minutes and began our drift downstream
our visitors to their lures.
ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
Incrível coincidência Certa tarde, conversávamos no restaurante da pousada sobre a exuberância de espécies que havíamos avistado nas margens ou mesmo dentro dos rios quando o gerente comentou que, algumas semanas antes, dois hóspedes haviam flagrado três onças-pretas em uma praia próxima. A cena é tão rara que Vado foi pessoalmente indagar o guia, que confirmou a veracidade do fato. Ver uma onça-preta sozinha já seria raridade, uma vez que ela é uma variação melânica da onça-pintada. A preta e a pintada são da mesma espécie (Panthera onca), mas a onça-preta possui mais melanina, que dá tonalidade escura ao seu pelo. Em menos de meia hora, Marcelo Lima de Freitas, um misto de pescador e fotógrafo, integrante de um grupo que havia chegado na véspera, veio ao nosso encontro para nos mostrar uma sequência sensacional de fotos que havia acabado de bater. Por mais incrível que possa parecer, as fotos eram das três onças-pretas avistadas algumas semanas antes por outros hóspedes. Essa coincidência fica ainda maior porque só mesmo Marcelo poderia ter batido aquelas fotos, já que, por conta da falta de luz, apenas uma câmera profissional como a dele seria capaz de registrar aquele inusitado flagrante.
Amazing coincidence
On a particular afternoon we were talking about the exuberance of the species we had spotted on the banks or even within the rivers themselves, when the manager remarked that a few weeks back, 2 guests had spotted 3 Black Jaguars. This is so rare an occurrence that Vado went to ask the guide himself who confirmed the fact. Just to spot a single Black Jaguar would have constituted a rare incident considering it is a melanic offshoot of the spotted variety of the same species (Panthera onca). In less than half an hour Marcelo Lima de Freitas, a fisherman/photographer type and member of the group that had arrived a day earlier came over and showed us a sequence of sensational photos he had just taken. Incredibly of the 3 black jaguars spotted a few weeks earlier by other guests. This coincidence is even more notable by the fact that only Marcelo could have taken those pictures due to very low light and his being the only professional camera that would be capable of the task.
Até um raro Tucunaré-fogo foi capturado próximo à foz do rio São Benedito Even one unccomon FirePeacock was captured near São Benedito River´s mouth
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[ roteiro/travelling plan l Rio Teles Pires ]
Bem próximo de sua foz, consegui fisgar um lindo Tucunaré-fogo (Cichla aff. mirianae), espécie que só havia fisgado uma única vez no rio Azul, nessa mesma região. Nem bem havia acabado de liberar meu peixe e Jeen fisgou algo grande. Mesmo com o material superdimensionado, ficava nítido que o peixe era grande, já que sua luta reunia todas as características de um Tucunaré, entretanto, como não havia saltado e tinha se deslocado para o meio do rio, ficamos na dúvida. Mais alguns minutos foram necessários para que um lindo Tucunaré boiasse ao lado do barco e ao alcance do boga grip, que acusou cinco quilos. A expedição já estaria encerrada se Tcheco,
While in close proximity to the headwa-
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nosso guia, não tivesse nos provocado: “Há ainda um peixe esportivo a ser capturado: a Corvina, cujo tamanho é impressionante”. Desafio aceito, em menos de 15 minutos de navegação por um emaranhado de braços fluviais e corredeiras chegamos a um ponto que parecia fim de linha, misto de lago com leito parado de rio. Empregando a técnica de pesca vertical com pequenos jumping jigs, logo nas primeiras descidas tivemos a convicção de que os peixes estavam com muita fome, pois mal começávamos a trabalhar os metais e os ataques se sucediam. Em menos de meia hora de pescaria nos demos por
satisfeitos, pois contabilizamos mais de uma dúzia de Corvinas, com várias perto dos cinco quilos de peso. Agora sim havíamos conseguido capturar todas as espécies propostas, além de outras que nem estavam em nossos planos, como um belo Pacu, também fisgado por Jeen.
the river, we were in doubt.
at a spot that looked like the end of the line, a
Capturar as grandes Corvinas foi o último desafio enfrentado pelo grupo Catch the huge Corvinas, was the last challenge of the group
ters, I was able to hook into a beautiful Fire
After a few more minutes, a beautiful Pea-
Peacock Bass (Cichla aff mirianae) a species
cock Bass came alongside and within reach
Using a vertical jigging technique we im-
I had encountered only one on the Azul river in
of the boga grip that registered 5 kilos on
mediately confirmed the fact that the fish were
the same region. I had just completed releas-
the scale. The journey would have been over
voracious as the strikes began immediately. In
ing my fish when Jeen hooked into something
had our guide Tcheco not challenged us with
less than half hour fishing we were fulfilled with
very big. Even with oversized tackle , it was
the expletive “there is still a gamefish to be
over a dozen Corvinas caught weighing close on
obvious this fish was abnormally large show-
caught: The Corvina whose size is impres-
5 kilos. Now we could indeed confirm that all
ing evident characteristics of being a Peacock
sive”. We took on the challenge accordingly
species proposed by our plan, had been caught
Bass by the way it fought, however as it never
and after 15 minutes of navigation through a
and released besides others that were not on
jumped and had cruised out into the middle of
network of small effluents and falls we arrived
the roster such as Jeen´s beautiful Pacu.
ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
mixture of lake and sluggish river.
Equipamento / Equipaments Para os grandes peixes de couro como / For Giant Catfish Jaú, Piraíba, Caparari e Pirarara varas com comprimento 6’6’’ a 7 pés de ação rápida e de 40 a 100 libras (18 a 45,5 quilos) extra heavy with 6, 6 to 7,0´for 40 to 100lb
carretilhas que comportem de 100 a 120 metros de linha 0,80 a 0,90 milímetro heavy standard models which can handle 100 or 120m of 70 t0 100lb anzóis com haste longa modelo 1971N nº 10/0. Empate de 45 a 60 centímetros de comprimento e de 100 libras (45,5 quilos) de resistência, girador nº 1/0 heavy duty model 1971N # 10/0. Wire leaders tied on 100lb swivels
Jeenraj impressionou-se não só com as cores dos Jundiás mas também com sua força Jeenraj was impressed not only with the Jundia´s colours, but also with it´s strentgh ecoaventura
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roteiro/tradução l plan Rio Teles l Rio Pires Teles Pires [ roteiro/travelling ] ]
Equipamento / Equipaments Tucunaré, Trairão, Bicuda, Cachorra, Matrinxã, Pirapitinga e Tambaqui varas com o comprimento de 5’6’’ ou 6 pés de ação rápida entre 8 e 17 libras (4 e 8 quilos) e 10 e 20 libras (4,5 quilos e 9 quilos) with fast action 5’6’’and 6’’´ length for 8 to 17lb and 10 to 20lb
carretilhas perfil baixo para iscas de meia-água e de perfil redondo para iscas de superfície, caso da pesca de Tambaquis e Pirapitingas. Ambas devem comportar 100 metros de linha 0,37 ou 0,40 milímetro low profile models for crank baits and standard models for topwater plugs. Both might handle at least 110 yards of 20 or 25lb monofilament
Linhas de 20 a 30 libras (9 a 14 quilos) de resistência especiais para iscas artificiais 20 or 30 lb multi or monofilament Iscas artificiais / Plugs • Meia-água: tamanhos de 9 a 11 centímetros, de preferência com rattle (efeito sonoro) • De superfície: de 9 a 12 centímetros, de preferência com rattle • De fundo: barbelas longas do tipo crank em tamanhos de 9 a 12 centímetros • Metal jigs: MS super jumper 11,2 e 10,2 centímetros (ideal para Cachorras e Corvinas) • Subsurface: sizes 9 and 11cm with rattling´ • Topwater plugs:sizes 9 and 12cm with rattling´ • Crank baits: sizes 9 and 12cm • Metal Jigs: 11,2 and 10,2 cm ( for Payaras and Corvinas)
O grande troféu da expedição, o Tucunaré de 5kg de Jeen The expedition´s big trophy, Jeen´s 5kg Peacock bass 48
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Closing remarks It was not the natural beauty or even sheer
O posto avançado da pousada Mantega e seu guardião. O simpático e eficiente Galego Mantega´s advanced camp and his guardian. The symphatetic and effective Galego
impressed our visitors from India, moreover the cordiality and friendliness of Brazilians at all levels from drivers, fishing guides, managers
Conclusão Não foram as belezas naturais, tampouco a quantidade e variedade de espécies, que mais impressionaram os indianos, mas a cordialidade e simpatia de nosso povo em todos os níveis, desde os motoristas e guias de pesca aos gerentes e funcionários dos hotéis onde se instalaram. Ainda que nenhum dos integrantes conhecesse uma só
quantities and varieties of species that most
and staff of the hotels where we stayed. They
palavra em português, eles conseguiram se comunicar com todos, até com vendedores de uma loja de pesca, quando retornaram a São Paulo. O grupo gostou tanto do Brasil que já marcou uma nova visita ao País ano que vem, quando pretende voltar à Pousada Mantega e conhecer a Amazônia. Para tal, já reservaram 20 dias.
so enjoyed Brazil that they have booked another visit for to Brazil next year when they intend to return to Mantega Lodge and get to know Amazonia over a 20-day stay. Another noteworthy comment is that our visitors spoke not a word of Portuguese but were nonetheless able to communicate with everyone, even with counter salesmen in a tackle store on their return to São Paulo to stock up with our Brazilian made lures that so enchanted them.
Quem leva / Who brings: ECOAVENTURA Turismo Tel.: (55 11) 3334-4360 / 3334-4361
[ turismo/tourism l Paraty-RJ ]
Paraty Um paraíso perdido no tempo chamado A paradise lost in time called
A cidade — patrimônio nacional tombado — contrasta seu ambiente colonial com as belas paisagens que a cercam, e entre sua rica história encontram-se roteiros que são adrenalina pura
The city — National Patrimony — contrasts its colonial environment with the beautiful surrounded landscape, and among its rich history are the routes that are pure adrenaline Da redação/by redaction l tradução/translation: mairon batista Fotos/photos: Henrique Feitosa l Arte: Marcelo Kilhian
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ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
ecoaventura
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[ turismo/tourism l Paraty-RJ ]
brilho do Sol de fim de tarde é refletido nas águas calmas do mar que banha a cidade de Paraty. A cena, um prenúncio que se revela lentamente entre as árvores, é completada pelas luxuosas embarcações, que tornam ainda mais impressionante o pequeno fragmento da marina, visto ainda da estrada. Chegamos a nosso destino. A princípio, o pequeno município ao sul do Estado do Rio de Janeiro se assemelha a qualquer outro localizado no litoral, mas, assim que se atinge seu ponto central, não restam dúvidas de que é especial. Com a economia firmada sobre o turismo, é impossível não notar a grande infraestrutura comercial, com inúmeras pousadas, lojas de artesanatos e agências de turismo, que apostam no rico patrimônio arquitetônico, nos esportes radicais e na integração com a natureza. The end of day sun shines are reflected on the calm sea waters that washes the Paraty city. The scene, a presage that reveals itself slowly among the trees, is completed by the luxury boats, which makes the small marina fragment, already seen from the road, even more impressive. We have reached our destination. At first, the small city at south of the Rio de Janeiro state is similar to any other else located by the shore, but, as soon as its central spot is reached, there are no doubts that it is special. With the economy settled by the tourism, it is impossible not to observe that the huge commercial infrastructure, with inomerous lodges, handcraft stores and tourism companies, which bet on the rich architectonic patrimony, radical sports and on the nature integration. 52
ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
A beleza singela e a tranquilidade do centro histórico de Paraty transportam o turista à pequena cidade interiorana do período colonial The simple beauty and the peace of the Paraty historical downtown takes the tourist to the small countryside city from the Colonia period
O centro histórico, ao qual o acesso é feito apenas a pé, preserva um clima colonial. Fundada no século 17, a cidade se expandiu em torno da rica Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Remédios. Atrás dela, no fim de tarde fresca, o calor ameno do Sol proporciona agradáveis momentos à beira-rio. O brando balançar dos barcos ancorados e o som suave das águas completam o panorama. À sua volta, a rica arquitetura se compõe pelas janelas azuis-hortência e pelo calçamento de pedras portuguesas, que formam um solo irregular com escoamento central. Não fosse o comércio desenvolvido — de empreendimentos sofisticados e decoração moderna, que contrastam com o cenário local — a quietude do ambiente e os ares de antiguidade seriam capazes de tamanha imersão, a ponto de reproduzir fielmente a vivência daqueles tempos remotos.
The historical center, which is just accessed by foot, preserves a colonial environment. Founded on the 17th century, the city has expanded around the rich Matriz de Nossa Senhora dos Remédios church. Behind the church, by the fresh end of the day, the mild sun warm provides pleasant moments by the river shore. The tender anchored boats swing and the pleasing sounds of the water fulfill the view. Around it, the rich architecture composed by the blue windows and by the portuguese rocks pavement, which forms a irregular ground with central drainage. If it was not the developed commerce — of sofisticated undertakings and modern decoration, which contrast with the local scenery — the silence and the ancient environment would be capable of such immersion, getting to a point of faithfully reproduce the life of those remote days.
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[ turismo/tourism l Paraty-RJ ]
O relevo montanhoso que cerca a cidade cria diversas cachoeiras, cada qual com encanto único. A conservação desses locais cria cenários paradisíacos The mountain terrain that surrounds the city creates many waterfalls, each one with a unique charm. The conservation of those places creates paradisiac scenery
A cidade em si é um atrativo histórico intrigante. E em meio às estreitas ruas, que parecem ter sido projetadas especialmente para causar no turista um andar vagaroso e contemplativo, ocultam-se sob as inúmeras fachadas tão similares outros recantos do passado, como a Casa da Cultura, um espaço público para cursos, exposições e eventos. Na noite, o som das folhas das árvores dá lugar à música. No Paraty 33, principal point noturno, as bandas de pop-rock garantem a curtição por toda a madrugada. Já no bar Santa Trindade, a trilha sonora é a MPB. E entre as vielas de iluminação misteriosa, os artistas de rua entonam suas melodias instrumentados com violões ou flautas. O entorno do município também reserva diversas belezas e locais que merecem ser visitados. São mais de dez cachoeiras, cada uma com seu encanto. A do Tobogã, localizada no início da estrada Paraty-Cunha, é a mais emocionante. A queda d’água é composta por três diferentes níveis. No primeiro, uma pequena e rasa piscina natural é formada pelo jorro gélido da água que se projeta das rochas. A vegetação fechada que cerca o riacho protege do Sol quem se refresca ali. Em tempos de cheia, a água contorna as inúmeras pedras que levam à próxima queda, perdem velocidade e finalmente atingem uma grande rocha lisa pela qual os banhistas escorregam em várias posições para cair em um novo poço. 54
ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
The city itself is a historical intrigant attractive. And among the narrow streets, which seems to be projected specially to cause on the tourists a slow and comtemplative walk, above the inumerous building walls so similars to other past nooks, as the Casa da Cultura, hiddes a public spot for courses, exibitions and events. At night, the leaves of the trees sounds gives place to the music. At the Paraty 33, main night point, the pop-rock bands assure the amusement for all night long. At the bar Santa Trindade, the sound track is the MPB (Brazilian Popular Music). And between the alleys of misterious illumination, the street artists pride themselves in their melodies instrumented with guitars and flutes. The surrounding of the city also reserves many different beauties and places that deserves to be visited. There are more than ten waterfalls, each one with its own charm. The Tobogã, located in the begining of the Paraty-Cunha road, is the most exciting. The waterfall is composed by three different levels. On the first one, a small and shallow natural pool is formed by the frozen water gush which projects itself from the rocks. The dense vegetation that surrounds the stream protects from the sun the ones who refresh themselfs there. In periods of inundation, the water surrounds the inumerous rocks which takes to the next fall, loose speed and finally reach a big smooth rock where the tourists slide in different positions to fall in a new well.
Do outro lado da rua está um dos seis alambiques que ainda restam na região — de 1700 até os dias de hoje já funcionaram mais de cem deles naquelas terras —, o Engenho do Ouro. Administrado por Norival da Silva Carneiro, o empreendimento era um sonho de seu pai já falecido. Além da aguardente pura, também são confeccionadas variações com melaço, cravo e canela, curtidas no carvalho ou no jequitibá, e destiladas com folhas de tangerina — bastante famosa, ela chama atenção pela coloração levemente azulada. O ambiente é rural: muitas árvores, o canto dos pássaros abafado pelo barulho da roda d’água, animais como esquilos e galinhas cruzam o caminho dos visitantes, e pode-se até mesmo sentir o friozinho característico do interior. On the other side of the street is located one of the six alembics that still remains in that region - from 1700 to now there were more than a hundred ones working over those lands -, the Engenho do Ouro. Administrated by Norival da Silva Carneiro, the venture was his father’s dream, who already passed away. Besides the pure sugarcane rum, they also make variations with sugar-cane syrup, clove and cinnamon, pickled in oak wood or in the Jequitibá tree, and distiled with tangerine leaves — very famous, it calls for the atention because of the lightly blue color. The environment is rural: many trees, the birds’ crows repressed by the water wheel noise, animals like squirrels and chickens cross the visitor’s path, and even the cold typical of the countryside can be felt.
A bebida produzida pelos seis alambiques da cidade é vendida nas diversas cachaçarias do centro. Uma das mais procuradas é destilada com folhas de tangerina, produzida pelo Engenho do Ouro The drink produced by the six alembics of the city is sold at many liquor stores in Downtown. One of the most wated is the distilled with tagerine leaves produced by the Engenho de Ouro
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[ turismo/tourism l Paraty-RJ ]
Sob as águas extremamente calmas que banham Paraty estão ocultas verdadeiras maravilhas da natureza. Sua fauna marinha é rica, bela e proporciona grandes emoções Under the extremelly calm waters that bath Paraty are hidden true nature wonders. Its rich and beautifull fauna provides great excitements
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ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
O mais belo encanto das águas Mas a beleza de Paraty não está apenas entre aqueles muros, e o ponto de partida para esses destinos paradisíacos é o cais. O litoral da cidade, em forma de baía, deixa extremamente calmo o mar que banha sua costa — fato reforçado pelo relevo montanhoso da região, que torna o nível de ventos quase nulo. Assim, as águas cristalinas ganham uma coloração em três tons de limpidez que impressionam o mais desatento dos banhistas. São mais de 50 ilhas formadas por costões rochosos, muitas delas circundadas por rochas e corais, que compõem o cenário perfeito para o mergulho. O ambiente encontrado nas ilhas dos Ganchos, dos Meros, dos Ratos ou dos Cocos é um verdadeiro berço de biodiversidade marinha. As imagens subaquáticas são chocantes: a fauna encontrada ali engloba enormes estrelas-do-mar, moreias, Linguados, ouriços e grandes cardumes de curiosos e coloridos peixes que parecem não se incomodar com a presença humana. E o melhor: não é preciso ter experiência em mergulho para realizar o passeio. O batismo — elaborado especialmente para iniciantes — envolve uma descida de apenas dez metros, profundidade mais do que suficiente para garantir momentos espetaculares. The most beautiful water enchantement The Paraty beauty does not only exists between those walls, and the starting point for those paradisiac destinations are the docks. The city shore, forming a bay, makes the sea around it to be very calm — fact reinforced by the mountain geography of the region, which turns to have almost no wind. Therefore, the cristalyne water gain a clear three tones colors that impress the most inadvertent visitor. There are more than 50 islands formed by rocks, many of them surrounded by rocks and coral, which compose the perfect scenery for diving. The environment found at the Ganchos, Meros, Ratos and Cocos islands is a true cradle of the sea biodiversity. The underwater images are impressive: the fauna located there covers huge starfish, morey eels, flounder, sea urchins and big curious and colorful shoal of fish that seems not to bother with the human presence. And the best thing: there is no need to have diving experience to take the tour. The baptism — elaborated specially for beginners — involves a dive of only ten meters deep, more than enought to assure outstanding moments.
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[ turismo/tourism l Paraty-RJ ]
E se o fundo do mar impressiona, as paisagens sobre ele não ficam atrás. São diversas praias, muitas que só podem ser alcançadas por trilhas ou por mar. A imagem é típica: as águas límpidas e calmas banham o recortado litoral entre rochas tão perfeitamente desenhadas que jamais poderiam ter sido esculpidas por mãos humanas, a areia clara e macia se estende por alguns metros para dar lugar à mata densa e conservada, seja na Praia Vermelha, da Lula ou do Sono. No Saco da Velha as pedras ocultam uma gruta que é inundada durante a noite, quando se torna um refúgio para os animais marinhos. Em volta da ilha Comprida as águas mansas e rasas formam uma piscina natural exuberante. Basta uma migalha de pão para que os exibicionistas se aglomerem ao redor do barco em busca por alimento. If the deep sea impresses, the landscapes about them do as well. They are many beaches, a lot of them that can just be reached by tracks or by the sea. The image is typical: the clean and calm waters bath the cut shore between rocks so perfectly, that it could never be engraved by human hands, the clear and soft sand extends itself by some meters to give place to the deep and conserved forest, either at the Praia Vermelha, Luda or Sono. At the Saco da Velha the rocks hide a cave which is flooded during the night, when it becomes a refuge to the sea animals. Around the Comprida island the calm and shallow waters form a exuberant natural pool. Just a bread crumb is enought for the exhibitionists to agglomerate themselves around the boat looking for food. 58
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Cada detalhe constitui a graciosidade do local: vegetação intocada, águas claríssimas e fauna biodiversa Each detail contitutes the place graceness: untouched forests, clear waters and biodiversity of the fauna
O caminho do ouro
Durante o século 18, era da cidade de Paraty que partia para Portugal o ouro brasileiro. O trajeto percorrido pelas tropas imperiais, a chamada “Estrada Real”, liga os importantes polos mineradores às cidades do litoral carioca. O percurso tratava-se originalmente de trilhas utilizadas por índios guaianás, e foram calçadas com pedras semelhantes às encontradas no centro The gold way histórico do município. Um trabalho During the 18th century, it was from the Paraty city that the manual realizado pelos escravos negros. Brazilian gold was sent to Portugal. The route covered by the Acredita-se que a estrada também era imperial troops, called “Royal Road”, links the most importants utilizada por piratas para desviar metais mine major cities to the Rio de Janeiro shore cities. The way preciosos que seguiam rumo à Colônia. was originally tracks used by Guaianás indians, and were paved with rocks similar to the ones found at the historical centers of O trecho que termina em Paraty tem the city. A job done by black slaves. It is believed that the road início em Ouro Preto-MG. O acesso é was also used by pirates to diverge precious metals that were feito nas proximidades da Igreja da Peon the way to the colony. The path ends at Paraty starts at Ouro nha, e é necessário o acompanhamento Preto-MG. The access is made close to the Penha church, and is de guia credenciado pela Embratur. necessary to be escorted by a guide accreditaded by Embratur.
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Paraty/RJ ] [ turismo/tourism l Paraty-RJ O arvorismo é um dos esportes mais emocionantes que podem ser praticados na região. Além da adrenalina às alturas, a integração com a natureza atinge seu ápice The tree climbing is one of the most excites sports that can be practiced at the region. Besides the adrenaline caused by thye height, the nature integration reaches its climax
Patrimônio natural radical A riqueza natural da cidade proporciona o ambiente ideal para a prática de esportes de aventura. À sua volta estão três grandes áreas de conservação importantes: o Parque Estadual da Serra do Mar, com cerca de 47.500 hectares, o Parque Nacional da Serra da Bocaina, que abrange 104.000 hectares, e a Reserva Ecológica da Juatinga. Juntas, as três unidades protegem uma extensa área da Mata Atlântica, um bioma que conserva apenas 7% de sua distribuição original. As matas fechadas escondem antigas trilhas e propiciam condições ideais para os amantes do trekking, que ainda podem se deleitar com a oportunidade de ver de perto diferentes espécies, como saguis, lagartos e inúmeros pássaros. O relevo montanhoso é perfeito para a prática de rapel — um dos pontos mais procurados é o paredão Mambucaba, localizado na estrada Rio-Santos —, além de
formar diversos mirantes naturais com vistas panorâmicas maravilhosas. O mar calmo permite que se realizem deliciosos passeios de caiaque e canoagem, enquanto no corrediço rio Mambucaba pode-se fazer rafting e, nos trechos de queda d’água do rio Perequê-açu, também o canyoning — um tipo de rapel de transposição de barreiras ao longo de um rio. A estrada Paraty-Cunha também é um ótimo trecho para off-road. No parque Paraty Sport Aventura o grande destaque é o arvorismo. São três percursos com diferentes graus de dificuldade para adultos, e ainda uma área infantil suspensa a apenas um metro. A cada obstáculo transposto, o desafio aumenta, assim como a altura das plataformas. Além dessa atividade, há um circuito de sete tirolesas que permeiam as árvores ao som dos animais silvestres.
Radical natural patrimony The natural wealth of the town provides the ideal environment
in Rio-Santos road — besides forming several natural viewpoints with
to practice adventure sports. Around it, there are three great impor-
wonderful panoramic views. The calm sea makes it possible to carry
tant conservation areas: the State Park of Serra do Mar, with about
out delicious kayaking and canoeing tours, the fast Mambucaba River
47 500 hectares, the National Park of Serra da Bocaina, covering
allows rafting and some of the river Perequê-açu’s waterfalls are good
104.000 hectares, and the Ecological Reserve of Juatinga. Together,
for canyoning — a kind of rappelling of transposition of barriers along
the three of them protect a large area of Atlantic Forest, a biome that
a river. The road from Paraty to Cunha is also a great path for off-road.
retains only 7% of its original distribution.
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At the Paraty Sport Aventura park, the main highlight is the tree
The dense forests hide old tracks and provide ideal conditions for
climbing. There are three routes with different degrees of difficulty for
trekking lovers, who get delighted with the opportunity of watching
adults and an area for children suspended only at three feet high. With
closely the different species such as marmosets, lizards and numer-
each hurdle crossed, the challenge increases such as the height of the
ous birds. The mountainous terrain is perfect for practicing rappelling
platforms. Besides this activity, there is also a circuit of seven ziplines
- one of the most sought points is the Mambucaba seawall, located
permeating the trees with the sound of wild animals.
ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
Piscina natural do Cachadaรงo - Trindade-RJ
Praia do Meio - Trindade-RJ
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[ turismo/tourism l Paraty-RJ ]
O caráter alternativo da Vila de Trindade confere ao local um toque todo especial. As praias têm visual deslumbrante, e o centro é calmo e acolhedor The Vila de Trindade alternativeness gives the place a special touch. The beaches have a gorgeous view and the downtown is calm and welcomer
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Para os amantes do surf, se a calmaria de Paraty não é ideal, Trindade é o paraíso. Localizada a 30 quilômetros do trevo, pertence à Área de Proteção Ambiental do Cairuçu. A pequena vila, que corresponde ao centro comercial do local, está toda voltada aos praticantes do esporte e remontam às comunidades alternativas que lhe deram origem. As lendas sobre sua fundação beiram o conto de fadas e revelam personagens como piratas e tesouros escondidos, mas a verdade é que a aldeia caiçara se transformou, em meados de 1970, em um reduto de hippies e aventureiros que fugiam da sociedade tradicional para buscar uma vida mais próxima da natureza.
E suas deslumbrantes paisagens impressionam de imediato. Já na primeira praia, a do Cepilho, um mar repleto de grandes ondas destinado especialmente aos surfistas. As cinco praias seguintes, de beleza exuberante, são marcadas pela água azul-turquesa e muitas pedras, e a dificuldade de acesso é sempre proporcional ao encanto de cada uma delas. Na praia do Meio, uma trilha à beira-mar leva a uma refrescante piscina natural cercada por rochas que se fazem de cadeiras de Sol para os turistas. E a mais afastada delas, a das Figueiras, exige cerca de 25 minutos de caminhada para alcançar seu espaço paradisíaco destinado ao nudismo.
For surf lovers, if the lull of Paraty is not ideal, Trinidad is a
The breathtaking landscapes immediately impress. At the first
paradise. Located 30 km from the traffic interlink belongs to the
beach, the Cepilho Beach, there is a sea full of big waves meant
Environmental Protection Area of Cairuçu. The small village, which
especially for surfers. The following five beaches, of amazing
corresponds to the local shopping center, is all geared to the prac-
beauty, are marked by turquoise water and many rocks. The diffi-
titioners of the sport and goes back to the alternative communities
culty of access the beaches are always proportional to the charm
that originated it.
of them. At the Meio Beach, a seaside trail leads to a refreshing
The legends about its foundation are close to a fairy tale and reveal
natural pool surrounded by rocks that are used as sun chairs
characters like pirates and hidden treasures, but the truth is that the
for the tourists. The farthest of the beaches, Figueiras Beach,
seacoast village became, in mid-1970, a haven for hippies and adven-
requires about 25 minutes walking and is a paradise destined
turers fleeing from traditional society to seek a life closer to nature.
for nudism.
ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
Serviços/Services
MG RJ
Como chegar/ Getting There O acesso a Paraty pode ser feito por duas rodovias, Tamoios ou Oswaldo Cruz
SP
Trindade
ce an
O
Access to Paraty can be done by two highways: Tamoios or Oswaldo Cruz
pARATY
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NTICO 1. Rodovia dos Tamoios / Tamoios highway Percurso mais utilizado e também o mais movimentado. Tem início no km 95 da Rodovia Carvalho Pinto. A estrada é bem sinalizada e possui boa manutenção. No trecho final, a Serra do Mar é repleta de curvas que exigem atenção do motorista. O posto de socorro do DER (Departamento e Estradas de Rodagem) pode ser acessado pelo número 0800-0555510
Most commonly used route and also the busiest. It begins at Km 95 of Carvalho Pinto Highway. The road is well signposted and has good maintenance. In the final stretch, the Serra do Mar is full of curves that require the driver’s attention. The service station of DER (Department of Highways) may be accessed by the number 0800-0555510
2. Rodovia Oswaldo Cruz / Oswaldo Cruz Highway O trajeto é realizado pela cidade de Taubaté-SP. A estrada está em bom estado, é bem sinalizada, mas exige atenção do motorista, pois há curvas extremamente sinuosas e trechos íngremes. Em caso de emergências entre contato com a Ecopistas pelo número 0800-7770070
The course is conducted through the city of Taubaté-SP. The road is in good conditions and is well signposted, but requires driver’s attention because there are very sinuous curves and steep sections. In case of emergency contact Ecopistas through the number 0800-7770070
Quem leva/ Who takes Agência Paraty Adventure
Avenida Roberto Silveira, 80 — Centro. Tel.: (24) 3371-6135
Onde ficar/ Where to stay (Lodge) É possível se hospedar dentro do centro histórico, onde não circulam carros, em seus arredores, em meio à mata e até mesmo em ilhas: It is possible to get accomodate in the hystorical center, where there are no cars around it, in the woods and even in the islands:
Pousada Porto Imperial Rua Tenente Francisco, s/n - Centro Histórico. Tel.: (24) 3371-2323 Diária casal: apartamento standart R$440 Couple per day: standart apartment R$440
Pousada do Príncipe Av. Roberto Silveira, 289. Tel.: (24) 3371-2266 Diária casal: R$174. Couple per day: R$174 Pousada Vila da Mata Estrada Paraty-Cunha, km 6,5. Tel.: (24) 9999-9919/9988-9054 Diária casal: a partir de R$130. Couple per day: R$130 Pousada Ilha do Abreu Ilha do Abreu. Tel.: (11) 3773-9279/3743-0411 Diária casal: apartamento bangalô (sobre o mar) R$650 Couple per day: bangalô apartment (over the sea) R$650
Onde ir/ Where go Casa da Cultura Rua da Geralda, 177 Tel.: (24) 3371-1235 / 3371-2325 Aberto sextas e sábados, das 13 às 21h30 e segundas, quartas e quintas das 10 às 18h30
Open Fridays and Saturdays, from 01:00 PM to 09:30 PM and Mondays, Wednesdays and Thursdays from 10:00 to 06:30 PM
Parque Paraty Sport Aventura / Park Rodovia BR-101(Rio-Santos). Tel.:(24) 3371-5085 A 800 metros do trevo de entrada de Paraty sentido Rio de Janeiro. Highway 800 meters from the entrance Paraty traffic interlink to Rio de Janeiro. Valor adulto para duas atividades: R$62. Price per adult for both activities: R$62. Esportes / Sports Una Tour e Dive (Mergulho / Diving) Tel.: (24) 3371-6188 Preço do batismo (dois mergulhos): R$195 por pessoa Baptism Price (two dives): R$195 per person.
Transporte náutico / Sea Transportation Antônio de Jesus - “Seu Tuico” (Barqueiro / Boatman) Tel.: (24) 9223-6296. R$50.
Onde comer/ Where to eat Paraty 33 Rua da Lapa, 357. Tel.: (24) 3371-7311 A partir da meia-noite entrada: R$10 Opens at midnight. Entrance fee: R$10 Santa Trindade Rua Samuel Costa, 267. Tel.: (24) 3371-1445 Indicação de prato: Lula fresca na chapa, R$32 Dish suggestion: Grilled Fresh squid, R$32
Restaurante Eh-Lahô Ilha do Catimbau. Tel.: (24) 9275-1782 Indicação de prato: Prancha de frutos do mar, R$140 Dish suggestion: Seafood Board, R$140
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é o bicho
Vai encarar? por: Laercio Vinhas l foto: arquivo ecoaventura l arte: marcello binder
C
om os versos imortalizados na voz de Maria Bethânia [veja box ao lado], pode-se identificar um pouco da natureza dessa ave de rapina americana. O gavião carcará, ou caracará, é imponente e forte, conhecido por sua excepcional visão e coragem, longo raio de ação e controle do território onde habita. É encontrado em qualquer região aberta, próxima às estradas e queimadas, à beira-mar e também em cidades grandes. Ocorre da Flórida, nos Estados Unidos, até a Terra do Fogo, extremo sul da América, e em todo o Brasil. “Caracará” é o piar dessa ave, que, para se comunicar com o parceiro ou com outros indivíduos do bando, dobra o seu pescoço e mantém a cabeça sobre as costas enquanto emite o som. Seu comprimento varia de 50 a 60 centímetros, e sua envergadura pode passar de 1,20 metro. A penagem é branca e preta, mais clara nas pontas das asas, e tem a
face nua, amarela ou vermelha. Possui um penacho que confere à sua cabeça uma forma característica. Suas pernas são grandes e fortes, com garras poderosas sempre preparadas para a caça. Dotado de poderoso sistema digestivo, sua alimentação é composta de insetos, ovos de outras aves, aranhas, minhocas, cobras etc., além de alguns vertebrados, muitas vezes já mortos e até em início de decomposição. Do contrário, costuma matar suas presas com bicadas na nuca. No Pantanal, onde é encontrado em grandes concentrações, costuma alimentar-se também de peixes.
Apesar de se adaptar muito bem ao ambiente urbano devido à abundância de alimento, o caracará está ameaçado pela destruição ambiental e pela caça indiscriminada
Carcará (composição de João do Vale e José Cândido) Carcará Pega, mata e come Carcará Num vai morrer de fome Carcará Mais coragem do que homem Carcará Pega, mata e come
Biologia Nome científico: Polyborus plancus Classe: Aves Ordem: Falconiformes Família: Falconidae
Referência bibliográfica: Embrapa
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Untitled-6 1
13/05/2010 13:43:03
[ remos rumos]
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ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
Tucunarés a remo em Teodoro Sampaio-SP Frentes frias que aparecem repentinamente derrubam as temperaturas e podem causar diferentes efeitos na água e nos peixes. Mas isso não é motivo suficiente para guardar os caiaques, afinal, se navegar é preciso, pescar também é Por: Adriano Prilip l Fotos: André Correa Carvalho e Juliano Salgado l Arte: Marcello binder
A
região conhecida como Pontal do Paranapanema — distante cerca de 700 quilômetros da capital paulista — é o que se pode chamar de curso intensivo para o pescador-remador. E por diversos fatores. As represas, por serem longas e largas, favorecem a formação de grandes marolas quando venta forte, fato que dificulta a navegação de barcos motorizados e, mais ainda, dos caiaques. Como se não bastasse, com tanta água e com a quantidade de pescadores que invadem a região em excursões de finais de semanas, os peixes nem sempre estão disponíveis para os remadores. Entretanto, tais fatores não constroem argumentos suficientes para deter nossa vontade de pescar e remar, nesse caso, em especial, porque o destino definido é a cidade de Teodoro Sampaio, de onde chegam notícias animadoras em relação à pesca dos Tucunarés — tanto o azul quanto o amarelo — na represa Sérgio Motta (Porto Primavera).
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[ remos rumos ] Para saciar esse desejo incontido, saímos da região metropolitana de São Paulo no começo de uma noite agradável com a expectativa de gastar dez horas para cobrir todo o percurso. No entanto, não contávamos com um imprevisto: a maneira com que os caiaques foram colocados no bagageiro do carro bloqueava o sinal emitido pelo aparelho eletrônico que libera a cancela nos pedágios e, em diversas vezes, tivemos que contar com a compreensão dos funcionários da concessionária para liberar a passagem. E não só: para atrasar ainda mais nossa viagem, os dois veículos utilizados nessa jornada
apresentaram problemas elétricos e nos obrigaram a desviar do caminho para fazer os reparos. Mesmo assim, e ainda sob a influência de mais uma frente fria com fortes
emoção: Em cada ação, uma , esse que bar em ao que do ata cácia spi per giu exi l Tucunaré-azu iná-lo do pescador para dom
Se os caiaques já tinham dificuldades para navegar em certos trechos, os barcos não teriam acesso a essas estruturas 68
ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
ventos e temperatura ao redor de 8,5 graus Celsius, por volta das 6h30 da manhã chegamos às margens da represa. Descarregamos os veículos, ajeitamos as tralhas, tomamos um reforçado café da manhã e seguimos para iniciar a aventura. Os guias já nos aguardavam com os barcos prontos para nos rebocarem. Isso porque, além de a distância entre as margens da represa ser enorme, o vento forte formava marolas que dificultavam a navegação a remo até os pontos onde os peixes estavam batendo. Apesar da água fria — e para provar que pescaria não tem lógica —, surpreendentemente nossos melhores presságios foram se materializando. Em poucos instantes, uma sucessão de ataques de “azulões” na meia-água fez os pescado-
“Cada arremesso era pronta e violentamente respondido por ‘peixes sem educação’” res se esquecerem definitivamente do cansaço. Cada arremesso era pronta e violentamente respondido por “peixes sem educação”. E o mais curioso é que nem houve necessidade de escolher estruturas ou de precisão nos arremessos. Eles estavam por todo lugar e em abundância. Entretanto, se encontrá-los foi tarefa fácil, o mesmo não aconteceu na hora de embarcá-los, já que os espécimes brigaram com valentia e exigiram que fizéssemos muitas manobras para serem dominados. E é nessa hora que pescar de caiaque é um grande diferencial, pois se o ataque e a corrida do peixe já descarregam doses excessivas de adrenalina, ainda há a emoção de ser literalmente rebocado pelo peixe. Foi uma manhã repleta de emoções. Na pausa para o almoço nos dirigimos a uma ilha, onde há uma estru-
tura improvisada para fazer refeições. Enquanto alguns aproveitaram o tempo para uma merecida soneca, outros discutiram sobre as iscas mais produtivas, sobre estratégias de pesca, além de muita conversa fiada. Não faltou também quem se surpreendesse com o fato de estarmos pescando com “embarcações tão frágeis” — segundo a ótica de alguns —, tampouco aqueles que se entusiasmassem a remar. A decisão de levar os caiaques se mostrou bastante acertada ao longo
de nossa jornada haliêutica, sobretudo porque os restos da vegetação que havia antes de a área ser alagada formam um intrincado emaranhado de galhos submersos (paliteiros), que tornam a navegação com embarcações convencionais quase impraticável. Tanto que não foram raras as ocasiões em que vimos barcos de alumínio se projetando no ar ao se chocarem com esses obstáculos. A coisa estava tão feia que até mesmo o caiaque — com seu baixíssimo calado — se enroscava frequentemente.
O pescador-remador solta o Tucunaré-azul para reencontrá-lo em uma próxima aventura ecoaventura
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[ remos rumos ] No revezamento dos caiaques, quem ficava nos barcos de apoio não desperdiçava tempo
Galo-da-campina (P. dominicana)
No período da tarde a situação mudou completamente. As ações diminuíram consideravelmente e, quando aconteciam, eram provocadas por exemplares de pequeno porte ou por algumas Piranhas. Mas o peixe estava lá, afinal, não foram uma ou duas vezes que cardumes de Tucunarés-azuis zombaram das nossas iscas. Arremessávamos na “cara”, mudávamos a isca, alterávamos seu trabalho e, mesmo assim, eles não davam a mínima. Com o horizonte já “alaranjando” pelo Sol que se despedia e com os mosquitos chegando com muita fome, novamente de forma inexplicável os ataques recomeçaram intensamente. Nesse frenesi, anzóis resistentes foram abertos, linhas estouraram e fortuitos peixes sempre levaram a melhor. Culpa da grande quantidade de obstáculo que havia entre nós e eles — um paradoxo, já que as mesmas galhadas que nos auxiliavam na hora de amarrar os caiaques tornaram-se nossos principais estorvos. Só paramos a pescaria porque a noite chegava rápido e era preciso navegar com segurança. No jantar, a maioria dos hóspedes se mostrou perplexa com as várias modalidades de pesca que praticamos simultaneamente.
Como chegar Presidente Prudente
Onde ficar A única hospedagem que oferece estrutura para pesca esportiva é a Pousada Ilha do Tucunaré Tel.: (67) 9978-3364
70
pos
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Teodoro Sampaio
ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
Assis SP 613
Água de Santa Bárbara ava
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69
. Ra
Rod. Pres.
BR 3
Rod
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SP 272
SP 4
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Teodoro Sampaio-SP dista 667 km da capital paulista Localização GPS 22°16’58.17” S l 52°34’31.93” O
BR 1 5
Serviços
Ourinhos
SP
Castelo Br
anco
327
Santa Cruz do Rio Pardo
Sorocaba
São Paulo
Outro dia, outra realidade Na manhã seguinte, uma péssima notícia. Apesar de o Sol brilhar intensamente, um forte vento sul deixou a água em péssimas condições para navegação. Ainda assim, confiantes na habilidade e na experiência dos guias, embarcamos esperançosos de novamente podermos combinar remadas, fisgadas e brigas espetaculares, o que infelizmente até a hora do almoço não acontecera. Mas como o pescador também é um obcecado, no período da tarde resolvemos manter o que havia sido programado e rumamos novamente para os pontos de pesca. Com o avanço da tarde, pouco a pouco o vento diminuía, e os peixes apareciam, só que dessa vez nas margens rasas, junto aos aguapés. Fisgamos muitos exemplares, porém nada comparado com a véspera, ou seja: os grandes haviam sumido. Como no dia anterior, as ações se intensificaram na hora dos mosquitos, o que sinalizava também que era chegada a hora de voltar para terra firme. Claro que queríamos mais dessa caixinha de surpresas que é uma pescaria. Mas, se não foi o que esperávamos, creditamos isso a fatores climatológicos, tanto que, à noite, ao arrumarmos as malas para regressar, já fazíamos planos para em breve reencontrar os grandes Tucunarés-azuis do rio Paraná.
Equipamento Pesca de arremesso
• Varas de 17 libras (8 quilos)
• Carretilha perfil baixo
Jig com cerdas até 15 gramas, iscas meia-água até 8 centímetros e iscas de superfície twich bait até 9 centímetros • Linhas de multifilamento 28 libras (13 quilos)
Pesca com mosca
• Vara #7
• Iscas clouser minnow atada em anzóis no 2, streamer’s e camarões
• Linha WF-F • Líder de 80 centímetros de fluorcarbono 0,50
Típico horizonte da região do Pontal
Gary Scott / sxc
[ tĂŠcnica ]
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Mdeotor
popa,
?
qual o melhor
Dicas para a aquisição dos chamados “modelos portáteis” — motores que podem ser transportados para onde o pescador resolver lançar suas iscas Da redação l fotos: Arquivo ECOAVENTURA l Arte: Marcello binder
S
e você está cansado de ter sua pescaria prejudicada devido a falhas no motor — seja porque é antigo ou por estar mal-conservado —, ou ainda, se você está motivado a pescar em lugares pouco explorados, mas que não oferecem infraestrutura náutica, por que não adquirir a sua própria máquina? Para ajudar nessa empreitada, falaremos sobre as possibilidades de aquisição de motores novos com potência entre 15 e 30 Hp, que têm peso adequado para serem transportados e manipulados constantemente. E entre as alternativas de dois ou quatro tempos, privilegiaremos os de ciclo de dois tempos em função da relação custo-benefício verificada na hora da compra e na reposição de peças. No Brasil, essas máquinas estão bem representadas no mercado por Yamaha, Tohatsu, Suzuki, Mercury, Mariner, Johnson e Evinrude. Po-
rém, existem prós e contras que diferenciam as marcas, sobretudo quando as características de cada uma são avaliadas, bem como as circunstâncias em que os motores serão usados. No mar, os americanos Johnson, Mercury e Evinrude são mais recomendados por serem produzidos com uma liga de alumínio e antimônio, ou seja, resistem mais à corrosão. Os modelos da Mercury são os que possuem tecnologia mais avançada, já que oferecem dispositivos como engate rápido de marchas no manche, sistema automático que destrava e ajusta a rabeta para navegar em águas rasas e bloqueio de partida quando se encontra engatado. Também são considerados os mais econômicos e duráveis quando comparado a outros modelos. Já as outras duas marcas têm maior oferta de peças e manutenção mais simples.
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[ técnica ] Em alguns motores americanos o bloco e o cabeçote formam uma peça única, equanto que nos japoneses esses componentes são separados
Os pistões e cilindros são as peças que mais sofrem quando o motor é alimentado com gasolina de baixa qualidade
A falta de cuidado com motores usados no mar causa sérios danos em diversos componentes
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Para uso em água doce, os motores japoneses da Yamaha — marca que chegou primeiro no mercado nacional — são os que apresentam melhor desempenho e pedem menos manutenção. Sem a preocupação com a corrosão provocada pela água salgada, esses motores oferecem mais economia, facilidade de encontrar peças de reposição e ainda se adaptam melhor à nossa gasolina “batizada”. Outro grande diferencial dessa marca é que, quando precisam de algum reparo, há a possibilidade de desmontá-los quase por completo e de substituir apenas os componentes que estiverem com problemas, fatos que diminuem a conta na oficina. Isso não acontece com os concorrentes americanos, nos quais muitos componentes do bloco formam uma única peça. Já a Mercury — cuja fama foi construída por suas máquinas de grande capacidade volumétrica — vem ganhando espaço em águas interiores, sobretudo entre frotistas e pousadas destinadas à pesca esportiva, devido à potência e à economia apresentadas. Entretanto, a fama de confiabilidade construída pela Yamaha ao longo dos últimos 20 anos ainda lhe garante o lugar mais alto na preferência dos consumidores de motores nessa faixa de potência. Outro fator que deve ser levado em conta na hora de optar entre uma marca ou outra é o valor de revenda. Os modelos Yamaha, por serem montados no Brasil e pela abundância de peças no mercado, são os que menos desvalorizam e, por isso, garantem preço 30% superior em comparação aos concorrentes.
Zelo não depende da escolha Adquirido o modelo que melhor se adéqua à sua necessidade, seja qual for a origem ou a marca, é preciso ter cuidados especiais para que motores usados na água salgada durem mais. Uma vez terminado o período de uso, é bom deixá-lo trabalhando em um tanque com água doce por, pelo menos, 15 minutos. Pode parecer um tempo exagerado, mas só com esse tipo de procedimento é que se consegue combater a corrosão. A durabilidade, e outros aspectos abordados, estão diretamente ligados ao ritmo de uso a que será submetido o motor, assim como aos cuidados dedicados a ele. Acompanhe algumas dicas para a sua conservação e longevidade: • Faça pontualmente as revisões recomendadas pelo fabricante; • Após as dez primeiras horas de funcionamento, troque o óleo da rabeta; • Use gasolina de boa procedência, de preferência adquirida nos postos de sua confiança; • Troque as velas em intervalos de, no máximo, 40 horas de uso; • Nos motores 2T, nunca use gasolina na qual a mistura com o óleo tenha sido realizada há mais de 30 dias; • Use apenas óleo de categoria TCW3 nos motores 2T, pois os outros foram desenvolvidos para motores de moto, cuja arquitetura é diferente;
• Observe constantemente se o dispositivo de refrigeração do bloco e da rabeta estão funcionando adequadamente. No caso da rabeta, a mangueira que sai do bloco tem que esguichar a água com bastante pressão, e continuamente, assim que o motor é ligado. Já a rabeta só começa a esguichar água após algum tempo com o motor em funcionamento; • Após o período de uso, deixe o motor funcionando em tanque de água doce até esgotar o carburador e, quando usado em água salgada, aumente o período de funcionamento para 15 minutos.
[ ecologia ]
Bichosolto Referência nacional em reabilitação e soltura de animais selvagens nos seus ambientes de origem, o Cras (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) vive o dia a dia da preservação com dedicação científica e respeito à natureza Da redação l Fotos: Henrique Feitosa l Arte: marcelo Kilhian
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Cras foi o primeiro centro de triagem de animais silvestres no País com o objetivo de receber, identificar e devolver aves, répteis e mamíferos aos seus respectivos ambientes originais. Durante seus 22 anos de existência foram atendidos mais de 25 mil animais. Do total, 70% foram aves, como araras, tucanos e papagaios-verdadeiros. Os mamíferos mais atendidos são tamanduás-bandeiras e antas, mas há também grandes felinos como a onça-parda. A grande maioria dos quase três mil animais que chegam ao Centro todos os anos vem em decorrência das apreensões feitas pela Polícia Rodoviária Federal e pela Polícia Militar Ambiental ou são entregues por pessoas que tentaram criar esses animais selvagens como se fossem domésticos. O atropelamento nas estradas que cortam ecossistemas também preocupa os pesquisadores brasileiros, pois, apenas nas rodovias que cruzam o corredor Pantanal-Cerrado, o número de animais mortos aumentou oito vezes nos últimos dez anos, com cerca de 15 mil ocorrências. Os poucos que sobrevivem são recuperados por essa instituição.
Tucano ecoaventura
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[ ecologia ]
O Cras foi criado há 22 anos e é vinculado ao Imasul (Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul)
Anta
Onça-parda 78
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Tamanduá-bandeira
No caso das apreensões, a espécie mais recorrente é o papagaio-verdadeiro, sobretudo na época de reprodução, entre setembro e dezembro. “Só em 2009, mais de 1.200 filhotes foram resgatados por três fiscalizações e reabilitados pela equipe de biólogos, veterinários, zootecnistas e tratadores do Centro. A recuperação passa pela espera do crescimento das asas, que costumam ser cortadas, e pela interação com outros indivíduos para que a soltura possa ser feita em bandos”, explica Elson Borges, biólogo coordenador do Cras. Atualmente, com o crescimento das cidades próximas ao Pantanal, cobras como jararacas, jiboias e urutus-cruzeiro costumam ser vistas e, na maior parte das vezes, são maltratadas e caçadas pelas pessoas.
Aventura da preservação O caminho percorrido pelos bichos assistidos pelo Cras até o retorno com boas condições de saúde a seus habitats
Recepção O animal é avaliado e suas informações são registradas no banco de dados
“Quarentena”
Isolado por pelo menos sete dias, o “paciente” é identificado, vermifugado e atendido pelo médico veterinário
Maritacas e papagaios
Acompanhamento
nutricional, sanitário e de comportamento De acordo com o caso, fica em recintos individuais ou coletivos. É, então, analisado com foco em sua origem, tempo de cativeiro, estado físico e de mansidão, idade e sexo
Destinação
Os animais são, enfim, levados para a soltura em fazendas cadastradas, que passaram por vistoria dos técnicos, conforme recomenda o Ibama. Há casos específicos de encaminhamento a instituições de pesquisa ou zoológicos
Monitoramento Arara-canindé
Arara-vermelha
Quati De volta ao lar Existem hoje mais de 40 propriedades cadastradas para a reintegração dos animais tratados. No passado já houve 200 locais de soltura, mas, com o aumento das exigências, a seleção ficou mais rigorosa. Os animais não podem, por exemplo, ser soltos perto de cidades, de estradas movimentadas, de assentamentos, de aldeias em reservas indígenas ou dentro de unidades de conservação. Nem todas as espécies são devolvidas à natureza, caso da onça-parda, que sempre é destinada a zoológicos. Há também um tipo de trabalho conjunto entre o Cras e os Ce-
Identificados quanto às suas características, recebem acompanhamento periódico para coleta de dados sobre adaptação
tas (Centros de Triagem de Animais Selvagens), ligados ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) chamado repatriação, ou seja, o deslocamento de determinada espécie para o seu verdadeiro lar. Esses centros fazem apenas a triagem e a destinação dos animais, porém não realizam a soltura. De acordo com Elson Borges, é preciso respeitar a bacia hidrográfica de origem do animal, porque existe muita informação genética ainda desconhecida, e os cruzamentos podem ser desastrosos para o meio ambiente. É por isso que uma arara-macau, que está no Cras, irá se juntar a outros indivíduos da mesma espécie apreendidos em São Paulo para depois serem libertados na região Norte do País. Na opinião do coordenador do Cras, o número de denúncias — sobretudo feitas por jovens — aumentou bastante devido à ampliação da consciência ambiental. Nesse sentido, o próprio centro de reabilitação mantém um programa de visitas monitoradas com guias treinados, que mostram as tristes consequências do tráfico de animais e da vida deles em cativeiro, assim como todo o trabalho desenvolvido pela equipe. As visitas devem ser agendadas pelo telefone (67) 3326-1370.
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“Foi paixão
à primeira vista”
A gaúcha Jenair Paiva, ou Janaína — como prefere ser chamada —, além de mãe e esposa, é administradora de uma empresa que produz embarcações e apaixonada por pesca esportiva, o hobby que cultiva como verdadeira relação de amor Da redação l Fotos: Arquivo ECOAVENTURA e Arquivo pessoal l arte: marcelo kilhian
á no primeiro contato a sensação é mágica. Os olhos brilham ao avistá-lo e parecem simplesmente não acreditar em tamanha beleza. Basta tomar conhecimento de sua proximidade e cada centímetro da pele se arrepia com a ansiedade de tê-lo ao alcance das mãos. Apenas alguns poucos minutos o afastam, mas o tempo parece não ter fim. Por que resiste tanto? Por que não se entrega? O coração bate acelerado, num ritmo frenético. Finalmente, já é quase possível tocá-lo! Frio na barriga. A 80
emoção é indescritível, e todo o nervosismo dá lugar a uma sensação de êxtase. O olhar o fita fixamente, quase como se quisesse gravar cada detalhe para sempre. Agora, deixá-lo partir é ainda mais saboroso. Como todos os anteriores, esse é o peixe “mais lindo” que ela já capturou! Janaína descobriu a paixão pela pesca esportiva após conhecer o marido, Juarez. Tinha apenas 18 anos quando deixou a cidade de Três Passos, no Rio Grande do Sul, e foi para Curitiba. Aos 20 já estavam casados. Ele — um aficionado
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do esporte — foi quem a levou para a primeira pescaria. Desde então, converteu-se em pescadora inveterada. O esporte se tornou um hobby e também uma forma de escapar da rotina do trabalho. “É
maravilhoso o contato com a natureza!”, exclama ela com os olhos brilhando! É tamanha a paixão que nem a gravidez foi capaz de afastá-la da tralha, tanto que pescou até os oito meses de gesta-
ção: “Estava sentada no barco e sentia muito calor quando um amigo que nos acompanhava em uma pescaria perguntou: ‘Você não vai pegar seu peixe?’ E eu brinquei: ‘Acho que sim, afinal, vocês só
Janaína e a família aproveitam cada oportunidade para se aventurarem em uma pescaria, como essa na represa de Capivari-cachoeira (PR)
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A empresária fez questão de entregar pessoalmente o kit sorteado no primeiro TPM — quando encontrou os amigos Edson e Ana Deconto
“O TPM foi um dos melhores torneios, uma confusão super divertida! A maioria daquelas mulheres nunca tinha pescado! Mesmo assim foi um sucesso! Apesar da chuva, nenhuma de nós desistiu da prova e até gostamos da aventura!” estão pegando os pequenos!’ Foi quando resolvi me arriscar, e coincidência ou não, consegui apanhar um Robalo enorme, bem maior do que ele e meu marido haviam pegado até então. E isso com aquele barrigão!” A filha Ariana — hoje com 14 anos —, antes mesmo de vir à luz, já acompanhava os pais em suas empreitadas em 82
alto-mar. Por isso não é de se estranhar que também tenha se tornado uma pescadora esportiva aficionada. E para garantir que também herdasse o gosto por esse esporte — em sua opinião, um dos mais sadios —, a mãe coruja, ao longo do crescimento da filha, dividia-se entre os arremessos e a supervisão da menina, que observava minuciosamente cada de-
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talhe, as técnicas, os movimentos... A minúcia foi tamanha que aprendeu sozinha e, quando os pais decidiram ensiná-la, foi fácil! Agora disputa com a mãe a vaga de companheira de Juarez nas viagens e nos campeonatos. No TPM (Torneio de Pesca para Mulheres) finalmente pôde disputar, acompanhada pelos pais. Esse gostinho pela competição Ariana herdou
Os dois lados do consumo
Janaína e o marido não venceram o último campeonato Sul Brasileiro de Pesca ao Robalo, mas receberam por sorteio uma embarcação
Na época em que Janaína começou a pescar, o casal ainda possuía um negócio de prestação de serviços para uma empresa petrolífera. Algum tempo depois, o amigo Marcos Malucelli (pescador esportivo brasileiro que atua profissionalmente nos Estados Unidos) sugeriu uma nova empreitada que os aproximou ainda mais desse deleite: produzir aqui no Brasil as embarcações americanas Bass boat. A sugestão virou o negócio da família, do qual ela participa ativamente. A princípio, ela trabalhava na laminação dos barcos, e agora também é supervisora. Aprendeu
da mãe. Janaína não se contentou com as pescarias de finais de semana, uma vez por mês, e fez questão de participar do agitado calendário de torneios curitibanos. O primeiro foi o Sul Brasileiro de Pesca ao Robalo, no qual já tem presença garantida todos os anos. Além desse, também participou de várias provas da Liga Paranaense de Pesca Esportiva e outros torneios internos do Clube Attack de pesca. Todo o prazer que ela sente em praticar o esporte e acompanhar o marido tem servido de exemplo para outras mulheres, como a A filha Ariana já enteada Gisele, que só passou a é uma grande pescar por seu incentivo. Outras companheira de amigas, também esposas de pespescarias, e agora cadores inveterados, já planejam aguardam por uma a primeira participação em evenexcursão apenas tos e até mesmo uma pescaria só entre mãe e filha entre mulheres. Difícil será conciliar as fisgadas com os papos, que precisam ser colocados em dia!
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“Uma sugestão interessante para as mulheres iniciantes no esporte é estar sempre com vestimenta adequada no barco, como roupas leves, protetor solar, um tênis confortável e capa de chuva para as regiões onde costuma chover”
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a pilotar para conhecer melhor o produto oferecido e é responsável por uma importante etapa do acabamento dos barcos: o toque feminino. Se inicialmente a empresa oferecia apenas um modelo, hoje já são três, todos projetados pelo marido, mas, muitas vezes, testados por ela — quando tem a oportunidade de ir para alto-mar a fim de realizar rápidas pescarias. É nesse momento que a praticidade e o perfeccionismo, típicos de uma mulher, atentam para detalhes que passaram despercebidos pelos olhos masculinos. Foi o que ocorreu durante o desenvolvimento do Grand Bass, o mais novo lançamento da empresa. Ela percebeu a necessidade de mais espaço e instalou um porta-luvas
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A família já visitou destinos de pesca como a baía de Antonina-PA e Itumbiara-GO, mas a pescadora ainda aguarda ansiosa por uma pescaria em Serra da Mesa-GO
adicional — compartimento extremamente útil para as mulheres, que jamais deixarão de levar enormes bagagens até para as pescarias. Uma vez que o público feminino está a cada dia mais presente nos barcos, a influência delas têm importância decisiva no modelo a ser adquirido, o que faz a percepção de Janaína se constituir sempre como uma grande sacada.
folhas, flores e frutos
Mãe da
floresta da redação l Foto: Cid Ferreira l Arte: Marcello binder
parece miúdo, reduzido diante dos 50 metros de altura que pode atingir. As penetrantes raízes são capazes de absorver grande quantidade de água em profundidades impressionantes. Ela fica armazenada nas formações espinhosas localizadas em sua base, que servem como fonte de hidratação e percorre toda a extensão de sua macia madeira. Esse movimento germina seu som tão característico — que também pode ser ouvido ao serem desferidas pancadas em seu tronco. É também conhecida como “árvore da vida”, pois, além de sua copa servir de abrigo para diversos animais, pajés a utilizam para realizar rituais de cura.
Nome científico: Ceiba pentrandra Família: Malvaceae Nome vulgar: barriguda, sumaúma, samaumeira ou sumaumeira Fenologia: varia geograficamente, na Amazônia floresce de agosto a setembro Frutificação: frutos amadurecem de outubro a novembro Animais polinizadores: principalmente os morcegos
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Além do misticismo no qual a árvore está envolta, é reconhecida por seu uso comercial na utilização da madeira e no aproveitamento da paina, que envolve a semente, para enchimento de colchões
foto: inácio teixeira
N
a escuridão amazônica, o vento encharcado da noite fria carrega pelas folhagens um ribombo estremecedor, ouvido de ponta a ponta do rio Solimões ou do Purus. O ronco, segundo os caboclos, é o chamado da natureza, que vem do coração da mata e do interior da mãe-árvore. Abundante em terras tropicais, de clima quente e solo úmido, essa gigante que irrompe a terra é originária da América, mas também pode ser encontrada na África Ocidental e no Sudeste da Ásia. Na Amazônia, sua magnitude impera em florestas abertas e à beira dos rios de águas claras. Sob sua frondosa sombra, qualquer homem
A imponência dessa árvore em meio à imensidão verde que recobre seu ambiente não passa despercebida. Com tronco robusto, de numerosos galhos e pequenas e volumosas folhas, a samaúma desperta curiosidade e inspira lendas entre os brasileiros
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União Europeia proíbe madeira ilegal
Menos espécies
Terra
A partir de 2012, entra em vigor nos 27 países da União Europeia lei que obriga produtores a indicar a origem de sua madeira desde o corte, além de disponibilizar meios para encontrar os responsáveis. Também serão estabelecidas, de acordo com cada legislação, as penas sofridas por quem desrespeitá-la. Assim, os infratores estão sujeitos a multas, proibição de produção, confisco de bens e condenação. A iniciativa será extremamente benéfica para o Brasil, pois 47% da matéria-prima consumida pelo bloco é proveniente da Amazônia.
Foto: Pa
ul Bark er / SX
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Código
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s, autores Os cientista am rm afi do texto, ulação que “a reform to ui m a ad ut pa foi resses mais em inte unilaterais de setores os determinad ” os ic ôm on ec
Desde a divulgação das primeiras propostas do relator Aldo Rebelo (PCdoB-SP), o Novo Código Florestal tem gerado discussões. As alterações feitas no primeiro texto deixaram descontentes tanto ambientalistas quanto ruralistas. No ano em que completa uma década a lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação, a comunidade científica trava uma batalha contra a aprovação de alterações que vão contra os princípios de preservação por ela estabelecidos. Agora são os pesquisadores que se manifestam e alegam que essas mudanças podem levar à extinção de até cem mil espécies. O texto publicado pela Revista Sciense é assinado por estudiosos da USP (Universidade de
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O número estimado de espécies existentes no planeta apontava para cerca de 30 milhões. Mas, a quantidade recentemente apresentada por estudo publicado na revista American Naturalist é significativamente inferior: apenas 5,5 milhões. O dado anterior havia sido divulgado em 1982, por Terry Erwin, que utilizou cálculos hoje considerados bastante imprecisos, como contar o número de espécies presentes em uma única árvore e multiplicá-lo pelo número de diferentes árvores até então conhecidas. Acredita-se que a maioria dos vertebrados (50 mil), plantas (400 mil), algas e fungos (1,3 milhão), assim como muitos microorganismos, já tenham sido descritos pela biologia. A maior dúvida se relaciona aos artrópodes, que são estimados entre 2,5 milhões e 3,7 milhões em estudo realizado por Andrew Hamilton, da Universidade de Melbourne, na Austrália.
Foto: barunpatro / SXC
A proposta foi discut ida durante sete anos, e sua apr ovação (644 votos a favor e 25 contra) é comemorada por est udiosos e ambientalistas
Foto: Janderson Araujo / SXC
na
São Paulo), e da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Eles atestam que a redução da obrigatoriedade de restauração da vegetação nativa desmatada irá aumentar substancialmente as emissões de dióxido de carbono e que, analisada a relação espéciesárea, as alterações causarão uma perda de biodiversidade massiva, que invalida o comprometimento com sua conservação.
Amazônia em detalhe O Programa Piloto para Proteção das Florestas Tropicais do Brasil desenvolveu um novo mapa da Amazônia Legal, no qual cada quilômetro é represantado por um centímetro. Assim, os dados cartográficos reproduzidos apresentam grande precisão e mostram detalhes inéditos quanto à hidrografia, estradas e divisão política. O mapeamento foi produzido por meio de captação de imagens de satélite, que dividem esse território em 1.816 áreas com 3.025 quilômetros quadrados cada. Dessa forma, foi possível cobrir os chamados “vazios amazônicos”, que correspondem a 1,8 milhão de quilômetros quadrados, sobre os quais ainda não se tinha muitas informações. O novo mapa pode ser baixado no site http://mapas.mma.gov.br/mapas/aplic/cartoamazonia/index.htm.
Lixo de todos Após 19 anos em discussão, foi aprovado no plenário do Senado o projeto de lei que atribui à União, estados e municípios a responsabilidade sobre o lixo. A proposta, que agora aguarda sanção presidencial, determina que sejam criados planos para tratar dos resíduos sólidos e se estabeleçam metas e programas de reciclagem, além de proibir a existência de lixões. Também será atribuído às indústrias o descarte de produtos eletrônicos, como pilhas, baterias, eletrônicos, pneus etc., que deverão ser recolhidos para receberem destino adequado. Se aprovada, a lei representará avanço para o meio ambiente, pois a maioria desses produtos é depositada em áreas abertas, o que, além de poluir, pode contaminar o solo.
Descoberto vulcão gigante Foi encontrado próximo à Indonésia um vulcão com três mil metros de altura submerso em águas marinhas. Ele está situado nas redondezas da ilha de Sulawesi e recebeu o nome de Kawio Barat. Esse país está localizado no chamado “Círculo de Fogo”, uma região do oceano Pacífico conhecida por sua atividade sísmica e alto índice de vulcanismo, por se tratar do limite entre placas tectônicas. A área concentra 75% dos vulcões do mundo e ainda não se sabe se esse está ativo ou não. A expedição NOAA Ocean Explorer realiza um estudo do oceano profundo, com o auxílio de um sonar de alta potência e um robô submarino equipado com vídeo de alta definição. Apenas no primeiro mês foram mapeados 6.200 quilômetros quadrados.
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Foto: Kristin Smith / SXC
Os mapas existentes até então eram considerados inadequados para projetos de infraestrutura e defesa nacional, especialmente nas fronteiras
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Manguezais ameaçados Os manguezais estão desaparecendo com velocidade quatro vezes superior a das florestas terrestres. O dado foi revelado pela Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente). Também foi divulgado um atlas sobre esses ecossistemas em 123 países tropicais. O documento indica que no ano de 1980 um quinto desses biomas já havia sido destruído. De acordo com o órgão, as maiores causas da degradação desses locais são a pesca ao camarão e o desenvolvimento costeiro. Se o ritmo de devastação se mantiver, os prejuízos econômicos e ambientais serão enormes. Estima-se que a exploração dos mangues gere anualmente entre U$2 mil e U$9 mil por hectare. E como esses ambientes são locais de procriação de várias espécies, além de rota migratória de aves e fonte de alimentos para peixes, a situação se torna ainda mais alarmante.
Os manguezais também são defesas costeiras naturais que ajudam a prevenir a erosão e a mitigar as ameaças dos ciclones e tsunamis
Combata
O tráfico de animais silvestres compete com a alteração do habitat natural pelo cargo de maior responsável pela perda de biodiversidade do mundo. O Núcleo de Repressão a Crimes Ambientais da Superintendência Regional do Rio de Janeiro do Departamento da Polícia Federal considera essa a terceira maior atividade ilícita do mundo — atrás apenas do tráfico de armas e drogas — e movimenta entre 10 e 20 bilhões de dólares por ano. A legislação que trata o assunto no Brasil ainda é deficiente, com multas baixas, penas brandas e fiscalização insuficiente. Assim, o trabalho de ONG’s como a Renctas (Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres) — que combate o problema desde 1999 — é imprescindível para o controle da situação. São desenvolvidos diversos projetos, como campanhas de conscientização da população, parcerias com aeroportos para intensificar a fiscalização e também com universidades, a fim de levantar informações que ajudem a suprimir essa atividade. Para colaborar com a luta pela manutenção de nossa rica biodiversidade e contra os maus tratos aos animais acesse o site http://www.renctas.com.br/pt/colabore/default.asp e contribua. Você também pode denunciar o tráfico de animais no endereço http://www.renctas.com.br/pt/informese/denuncie.asp
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Bahia de todas as aves A criação de novas unidades de conservação no Estado da Bahia foi comemorada por observadores de aves em todo o mundo. Apenas na cidade de Boa Nova podem ser encontradas 396 espécies, das quais 14 estão ameaçadas de extinção. Por essa razão, o município — que recebe cerca de 80 observadores de pássaros anualmente — ganhou um Parque Nacional e um Refúgio da Vida Silvestre. Também foram criados o Parque Nacional da Serra das Lontras — entre as cidades de Una e Arataca, onde já foram registradas 330 espécies, das quais 16 são consideradas globalmente ameaçadas e outras 13 quase ameaçadas — e do Alto Cariri. O Parque Nacional do Pau-Brasil também foi ampliado.
Foto: Dario Sanches / SXC
o tráfico de animais
Desenvolvido soro contra picada de abelhas
Foto: Dima Peskoff / SXC
A bióloga Keity Souza desenvolveu no Laboratório de Imunologia do Incor (Instituto do Coração) um soro que é capaz de neutralizar os efeitos das picadas das abelhas africanas (Apis mellifera), as mais comuns no Brasil. A doutora identificou as proteínas existentes no veneno desses animais, e depois o aplicou em cavalos, para formação de anticorpos que seriam utilizados para a confecção do medicamento. Após ser aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) o produto será distribuído para toda a rede de hospitais públicos. Com a aplicação de apenas 20 mililitros do remédio, é possível eliminar 90% dos sintomas causados pela lesão. As abelhas africanas foram introduzidas no Brasil em meados de 1840. São conhecidas pelo impacto de sua picada, que pode causar reações alérgicas e levar à morte
Peixes raros brasileiros Foram identificadas 819 espécies de peixes raros em água doce no País. O estudo foi realizado por um grupo de pesquisadores do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), e da ONG Conservation International-Brasil. O mapeamento — o mais completo já realizado sobre o tema — permitiu a delimitação de 540 áreas-chave para a conservação dos ecossistemas aquáticos brasileiros. O estudo também constatou que apenas 26% desses locais pode ser considerado razoavelmente protegido. Outros, que representam 40%, abrigam 344 espécies endêmicas de peixes e estão em estado crítico devido ao impacto causado por hidrelétricas, à baixa proteção formal ou à alta taxa de perda de habitat. O Brasil possui a mais rica ictiofauna de água doce do mundo, mas o ritmo de degradação ameaça essa biodiversidade
[ torneio ]
Mais de
500 Robalos fisgados e soltos Uma das provas mais tradicionais realizadas em território brasileiro, o Sul Brasileiro de Pesca ao Robalo deste ano, além de contar com expressivas marcas, apresentou inovações para efetivar o pesque e solte na competição
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Texto e fotos: Roberto Véras l Arte: Marcello binder
m meado de julho, aconteceu na baía de Guaratuba-PR uma das provas mais tradicionais no Brasil e uma das pioneiras na adoção do pesque e solte, que é obrigatório desde a metade da década de 1980. Em sua sétima edição, ou 34ª se a considerarmos continuidade da Prova
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Deodato Pereira — a qual, inicialmente, tinha o sugestivo nome de Campeonato de Pesca e Corrico ao Robalo com iscas artificiais —, contou nessa edição com 122 embarcações, expressiva marca se levarmos em conta as extremas condições adversas enfrentadas.
Mesmo com quatro dias consecutivos de frio, vento e garoa, equipes vindas do Rio Grande do Sul, São Paulo, Santa Catarina e Paraná saíram em busca dos peixes que lhes garantissem as melhores colocações. E a quantidade e o tamanho dos Robalos surpreenderam: foram pesados 504 espécimes, que totalizaram mais de 200 quilos. Esse número só não foi maior porque o regulamento estipula que cada barco pode apenas apresentar sete peças. A novidade dessa prova foi a distribuição aos participantes de uma sacola reforçada de PVC transparente para acondicionar os peixes durante a espera para a pesagem, sobretudo porque o pesque e solte é obrigatório, e só contam pontos os peixes que voltarem para água em plenas condições físicas. A premiação contou com o apoio de grandes empresas do segmento. Entre os prêmios, iscas, varas, carretilhas, bolsas, vestuário e outros itens úteis ao pescador. O grande destaque foi o kit “Pronto para pescar”, composto por um barco Levefort, um reboque FortCar, motor elétrico MinnKota e um motor de popa Evinrude E-Tec cedido pela MM Náutica, sorteado para Juarez Smaniotto, que pes-
Os participantes receberam sacolas de PVC para colocarem os Robalos, que, após pesados e fotografados, eram soltos
cou acompanhado por sua esposa, Janaína. Por falar em esposas, as mulheres também receberam atenção especial. A Loba do Mar, que organizou a prova com extrema competência e profissionalismo, contemplou todas as participantes com varas Intergreen de cabo cor-de-rosa — para evitar a “mão grande” dos maridos e parceiros.
Resultados 1º PAPO DE PESCA - Sandro/Nicolas-RS 123 8960 2º ODIN I - Levi/Giuliano–PR 99 7390 3º NAUTILUZ – Fábio/Marcelo–PR 10 6895 4º ALVINHO - Flávio/Álvaro–RS 1 6700 5º KEEP OUT I - Divonsir/Fabiano–PR 13 6310 6º MARIA EUGENIA - André/Gilberto–PR 2 6175 7º MIRUH - Renato Lorusso/Gerson–PR 44 5745 8º BLESSED - Ronaldo/Sandro-PR 8 5475 9º FLEXA - Biscaia/Emerson–PR 35 5380 10º SANTO ANTONIO II - Luis Antonio/Dalmo–RS 121 5200 O maior peixe foi um Robalo-peva, que pesou 2,330 quilos, capturado pela dupla Alvinho, composta por Álvaro Boshi e Flávio Luz.
Verbo Por: Antonio Carlos Cravo
Picanhas, fraldinhas e afins antes da
pescaria
Para entendê-lo — e enquanto aguardávamos o atendimento — criamos um fictício garçom, o qual denominamos Manuel, e que nos explicaria termos como “almoço-rodízio”, que vinha a ser nossa caminhada em torno do balcão de comidas à procura de alguma coisa de nosso interesse enquanto aguardássemos o “espeto corrido”, que designava o passar rápido do garçom pelas mesas, esquivando-se dos clientes e tentando voltar para a cozinha com a maior quantidade de carne possível, pois, afinal, ainda haveria o jantar e... Por preço mais módico, Manuel esclareceu que poderíamos ter o mini-rodízio, em que teríamos direito às mesmas voltas em torno do já citado “balcão” e eventuais fatias de carne sobradas no espeto depois de servidos aos clientes optantes pelo “almoço-rodízio” com “espeto corrido” ou até mesmo escolher pratos “alacarta”, que pela impaciência de outros clientes deviam ser entregues, não por um garçom, mas pelo Correio. E aí “Robalão”, que achas de dividirmos uma “Picanha acanhada”? Sobre a inusitada denominação, Manuel esclareceu que tal epíteto se devera à relutância da mesma em abandonar a churrasqueira, onde habitava um cantinho, longe das brasas que lhe queimariam, mas perto de determinada tábua de costela, ou seria ripa de
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Ilustração: Julien Tromeur / sxc
Estávamos eu e Edisinho (Loja Pesca Pinheiros, em São Paulo) em mais uma ida para a Pousada Thaimaçu, no Pará, quando resolvemos almoçar numa churrascaria, à beira da estrada, onde a demora para o atendimento permitiu que ambos divagássemos sobre o cardápio escrito numa das paredes em grandes letras e com pequena cultura.
costela que lhe aquecia o coração e a fazia desmanchar-se em suculentos fluidos? Que falta me fazia um bom prato de polenta ou arroz coberto de carne moída, que, embora de poucos atributos culinários, nos mataria a fome e permitiria seguir a viagem, mas e a tal da “fraldinha molhada”? Esta, não pensem vocês que era fruto de alguma incontinência urinária do velho assador de carne ou do bebê que chorava aflito numa rede ao lado de caixas de bebidas. Nada disso, a nominação se deveu quando um incipiente aprendiz de churrasqueiro houve por bem colocar a dita peça de carne e as linguiças muito próximas ao fogo, o que ocasionou um verdadeiro incêndio, que, quando apagado, deixou os pedaços da citada fraldinha boiando no interior da churrasqueira, e não impediu que elas fossem servidas e continuassem a fazer parte do cardápio. Fomos retirados das nossas fantasias jocosas pelo atendente que perguntava: “E, antes da comida, vocês vão beber alguma coisa”?
Os bons tempos estão de volta!
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Empório Pegasus - Rodovia Armando Salles, 2403 – Royal Park - 11. 4165-1708 Juquitiba – SP DG Esportes - Av. Juscelino K. De Oliveira, 685 A– Centro - 11. 4682-1988 Mairinque – SP Pesqueiro Pantanosso - Est. Servidão Pesqueiro Pantanosso, 5.300 - Olhos D’água - 11.42462176 Mauá – SP Aqua Pesca – Av. Capitão João, 132- C / D Centro - 11.4555-7688/4514-9089 Miracatu – SP Serra Pesca Esportiva - Rod. Regis Bitencourt, 348 – Cafezal - 13.3847-8103 / 11.6248-0000 Osasco - SP Sugoi Osasco - Av. dos Autonomistas, 3.222 – Centro - 11.3654-0016 Ribeirão Pires - SP Da Silva Aquarios – Av. Santo Andre, 349 –
Miraguaia – Rua Beco da Fabrica, 23 – 1º and. – sala 12 – Centro - 11.3227-9496 Oceanic - R. Barão de jundiai, 270 – Lapa 11.3644-6910 Parada do Pescador – Av. Imirim, 233 – Imirim – 11.8128-8065 Pesk Bem – R. Pelotas, 83 – Box 147 – Vila Mariana – 11.5576-9684 Pet Shop Fauna & Flora – Est. do Campo Limpo, 5.796 – Jd. Umarizal – 11.5845-3270 Projeto Pesca – Av. Santa Catarina, 448 – Vila Alexandria – 11.5031-4517 Rei da Pesca - Rua Clelia, 2.180 - Água Branca – 11.3871-3435 Sam Fishing – Rua Belém, 33 – Belenzinho 11.2081-3699 Sauer Tec – R. Do Bosque, 1024 – Barra Funda – 11.3392-1592
Só Lazer – Av. Luiz Stamatis, 431 – Box 12 – Jaçanã – 11.2241-9596 Sugoi Jabaquara - Av. Jabaquara, 361 - Praça da Árvore – 11.5584-0066 Sugoi Centro - R. Florencio de Abreu, 656 – Centro – 11.3329-9005 Sugoi Aricanduva - Av. Aricanduva, 5.555 - Lojas S8-S10 - Vila Matilde - 11.2725-6815 Sugoi Náutica - Av. Washington Luiz, 2.796 - Jd. Marajoara – 11.5548-8501 Sugoi Aventura - Av. Dr. Ricardo Jafet, 1.149 – Ipiranga – 11.2591-1477 Toca do Tubarão - Av. Robert Kennedy, 5.525 Pq. Atlântico – 11.5666-1532 Trairão - Av. Inajar de Souza, 57 - Freguesia do Ó – 11.3931-8077/3931-6060 Via Costeira - Av. Engenheiro George Corbisier, 1.177 – Jabaquara – 11.5016-2994/5012-5477 São Roque – SP Taquari Centro De pesca – Estrada do vinho, Km 5 – Sorocamirim – www. centrodepescataquari.com.br - 11.4711-1937 São Bernardo do Campo – SP FabPesca – R. Heinrich Nordhoff, 117 – Riacho Grande – www.fabpesca.com.br - 11.4397-5711 Marlin Azul – R. Heinrich Nordhoff, 165 – Riacho Grande - 11.4354-0425 A Fisgada – R. Rio a Cima, 353 – Riacho Grande – fabpesca@hotmail.com 11.4354-0135 Taboão da Serra – SP Casa de Rações Exótica - Largo do Taboão, 99 – Centro - 11.4701-4174/ 4787-5613 Ao Criador – R. Acacio Ferreira, 3234 – Jd. Tres Marias - 11. 4701-2629 Nippo Comércio de Rações - R. Dr. Mario Augusto Pereira, 71/75 - Parque Pinheiros - 114137-7832/ 4137-3141
Pesqueiros Biritiba Mirim - SP Pousada Vale Encantado – 11.4692-1094 – www.valeencantado.com.br Sombra e Água Fresca – 11.4692-2510 Castelo Branco - SP Mathu – 11.4131-6336 Francisco Morato - SP Clube de Pesca Recanto da Cascata – 11.4609-9052 – www.recantodacascata. com.br Guararema - SP Didi França – 11.4693-0177 – www.pesqueirododidifranca Itapecerica da Serra - SP Itapecerica – 11.4667-3342 – www.pesqueiroitapecerica.com.br Itaquaquecetuba - SP Itaquá – 11.4648-6107 Jundiaí - SP Lagoa dos Patos – 11.4537-1198 – www. pesqueirolagoadospatos.com.br Juquitiba - SP Estância Pesqueira Campos – 11.46839110 – www.estanciapesqueiracampos. com.br Vale do Peixe – 11.4682-1900 – www.valedopeixe.com Mairiporã - SP Clube de Pesca Takenaka – 11.4604-8648 – www.clickpesca.com.br/takenaka Da Lontra – 11.4486-2359 Vale do Santo Ari – 11.4604-3988 Mauá - SP Pesk Ville – 11.4576-1170
Rei dos Amigos – 11.4576-7352 – www.pesqueirodosamigos.com.br
Itanhaém - SP El Shadai – 11.2946-6966
Peruíbe - SP Girassol – 13.3456-1317
Pelicano – 13.9784-3302 – Ilhas da Queimada Grande, Laje da Conceição, Bom Abrigo e Parcéis dos Reis, Dom Pedro, da Una, da Noite Escura
Poá - SP Roda Viva – 11.4636-5636 Ribeirão Pires - SP Carequinha – 11.4439-9058 Nova Tropical – 11.4825-5382 Pedra Branca – 11.4342-3784 – www.ppedrabranca.com.br Pouso Alegre – 11.4827-0382 – www.pesqueiropousoalegre.com.br
Frete de Barcos & Guias
Queimada Sub – 13.3422-1855 – www.queimadasub.com.br Natal - RN Auricélio Alves – 83.9115-0855 Alcimar – 84.9916-4051 / 11.7742-1246 Porto Xavier - RS Juscelamar – 55.9916-5572/3354-2293 Recife - PE Rodolfo – 81.3619-1120/9979-5790
Bertioga - SP Ossamu (Robalo) – 11.9749-8564
Salvador - BA Lino Justo – 71.8869-8288/99188288/3332-6323
Bragança Paulista - SP Braguinha – 11.4035-2290/9967-1535
Marcel – 71.8826-7042/3263-3324
Fabio Martorano – 11.9980-7423 Cáceres - MT Luís Henrique (Peixes Esportivos) – 65.9614-3973 Formoso Araguaia - TO Alex – 63.3357-1145/8119-0188 Dimas – 63.9994-7553/8459-9346 Ilhabela - SP Nils – 12.3896-5396/9146-5587 – www.comandantenils.com.br Wilson – 12.3895-8394/7850-7896/78507893
São Sebastião - SP Via Mar Pescarias – 12.3892-5456 – viamarpescarias@uol.com.br – pescarias em São Sebastião, Ilhabela e oceano. Iscas naturais e artificiais. Boya Fishing – 12.3862-1551/7898-4195 Barco Soberano – 12.3887-8651/78501512 Serra da Mesa - GO Eribert Marquez – 64.8415-1279 – Tupaciguara - MG Daniel Sales – 34.3281 3544
Sim, desejo receber em minha residência, sem qualquer custo, o DVD expedição ECOAVENTURA, que é parte integrante desta revista. www.ecoaventuraweb.com.br Nome: _____________________________________________________________________________________________________ Endereço: __________________________________________________________________________________________________ Cidade: ___________________________ UF: _________ CEP: ________________________________________________________ Fone: DDD ( ) ______________________ Celular: DDD ( ) ___________________________________________________________ E-mail: _____________________________________________________________________________________________________ IMPORTANTE: promoção válida até 15/10/2010, somente para os estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Tocantins. Envie este cupom para Revista ECOAVENTURA - Rua Anhaia, 1.180 - 3º andar - Bom Retiro - SP - 01130-000