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Ano II - Edição 20 R$14,90
ecoaventura - E d i ç ã o 2 0 - M A IO d e 2 0 1 1
D GrV á D
A t u m - a m a r e l o | S e r r a d a M e sa - G O | C a r r e t i l h a | M e r g u l h o c o m T u b a r ã o - b r a n c o | P o r q u i n h o d e á g u a d o c e
AVENTURA Mergulho com o Tubarão-branco BILÍNGUE
Atum-amarelo
O peixe mais violento dos oceanos!
SERRA DA MESA-GO Para experientes ou iniciantes CARRETILHA Protagonista na pesca de arremesso
Porquinho de água doce| Casacos de pele: elegância ou retrocesso? | Pescadora nas mídias sociais
Extremamente selvagem...
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...Mas com todo o conforto! Infraestrutura de 1潞 mundo e adrenalina com os peixes mais esportivos da Amaz么nia
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editorial Editora ECOAVENTURA PABX: (11) 3334-4361 - Rua Anhaia, 1180 Bom Retiro - SP - CEP 01130-000 www.grupoea.com.br Diretoria Farid Curi, Roberto Véras e Wilson Feitosa Diretor de redação Wilson Feitosa wfeitosa@grupoea.com.br
Selvagens modernos ou modernos selvagens? Desde a “Idade da Pedra Lascada” (ou Paleolítico) — período pré-histórico
Editora Janaína Quitério (MTb nº 45041/SP) jquiterio@grupoea.com.br
que vai até 10 mil a.C. —, o ser humano caça, pesca e colhe frutos para sua sobrevivên-
DEPARTAMENTO DE JORNALISMO redacao@grupoea.com.br
fato que o fez deixar de ser nômade — e firmava a Natureza como sua principal aliada.
Repórter Dani Costa (MTb nº 01518/ES) dcosta@grupoea.com.br Estagiários da redação Bárbara Blas e Gabriela Ferigato Tradutor David John Arte Gabriel Dezorzi e Tiago Stracci Fotografia Alexandre Tokitaka, Henrique Feitosa e Inácio Teixeira Correspondentes internacionais Fábio Barbosa e Voitek Kordecki Colaboraram nesta edição Eribert Marquez, Fábio Barbosa, Marcos A. Souza, Roberto Véras e Wilson Feitosa
cia. À medida que evoluía, aperfeiçoava ferramentas, criava laços com a agricultura — Ainda que milhares de anos tenham se passado, o meio ambiente continua a oferecer o néctar da vida na Terra, embora não receba qualquer contrapartida do homem, que, em vez de preservar, devasta. E as consequências são óbvias. O instinto de sobrevivência faz parte de nossa herança genética. Perseguir a caça, na água ou na terra, pode até figurar como impulso adormecido, mas nunca será extinto. Prova disso é que, mesmo sem estarem envoltos num cenário campestre, ou em pesqueiros que proliferam pelos arredores das grandes cidades, muitos indivíduos veem ressurgir seus instintos primitivos até mesmo dentro da própria casa: basta ligar o video game ou o computador, escolher o oponente e os apetrechos para caçá-lo e se envolver em realidades virtuais que simulam cenários e movimentos pra lá de verossímeis, mesmo que entre quatro paredes. Ser “selvagem moderno” pressupõe reafirmar as características mais profundas da humanidade, que, para serem postas em prática, exigem uma conscientização do papel
Consultores Alexandre Andrade e Eribert Marquez
individual na salvaguarda do “patrimônio” terrestre. Isso porque, há não mais que 50
DEPARTAMENTO COMERCIAL Publicidade Salgado Filho comercial@grupoea.com.br
não pressupunha a necessidade de conservá-la. Não havia a ideia de que os recursos
Marketing Pedro Reis preis@grupoea.com.br Distribuição e edições avulsas atendimento@grupoea.com.br Atendimento ao leitor sac@grupoea.com.br Assinaturas assine@grupoea.com.br
anos, trilhar os recônditos das terras intocadas brasileiras para interagir com a Natureza são finitos, pelo contrário, imperava uma “fartura ambiental”. Portanto, o abate indiscriminado da fauna e da flora — seja para a subsistência, para composição de matéria-prima ou como resultado de práticas esportivas (pesca e caça amadoras, por exemplo) — parecia não trazer qualquer sequela. Hoje em dia, quem se depara com a matança dos animais indigna-se como se estivesse acompanhando um massacre. A ameaça de extinção, ou mesmo o aniquilamento dos recursos naturais, ressaltou a inevitabilidade de aplicar limites e de regular práticas de interação entre o homem e seu habitat, sob pena de a sua própria sobrevivência estar ameaçada.
A Revista ECOAVENTURA é uma publicação mensal da Editora ECOAVENTURA Ltda.. Distribuição com exclusividade para todo o Brasil: Fernando Chinaglia Comercial e Distribuidora S/A, Rua Teodoro da Silva, 907, tel. (21) 2195-3200. Os anúncios e artigos assinados são de inteira responsabilidade dos anunciantes e de seus autores, respectivamente. A Revista ECOAVENTURA está autorizada a fazer alterações nos textos recebidos, conforme julgar necessário. Nenhum colaborador ou funcionário tem o direito de negociar permutas em nome da editora sem prévia autorização da diretoria.
Assinaturas: (11) 3334-4361
Mas, agir tal qual um “moderno selvagem” é contribuir com a destruição global em nome de uma satisfação pessoal — independentemente do motivo da trama. Assim, “discernimento” é a característica marcante que diferencia os selvagens dos modernos.
Edição 20 — maio de 2011
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[ índice ]
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capa
A incrível perseguição ao Atum-amarelo Misto de caçada e pescaria que exige preparação mental e física
48
Aventura Um mergulho com o Tubarão-branco Cara a cara com a fúria do grande predador dos mares, 5 mergulhadores confirmam a sua fama: ele foi feito para matar
60 Saúde
Peixes contaminados O perigo dos metais pesados
66 Meio ambiente
O custo ambiental dos casacos de pele Uso pré-histórico x discussão atual
72 Matéria do leitor
Porquinho de água doce Opção simples e barata a pouca distância de casa
80 Mulher Aline Patrícia Pescadora na mídia
88 Viagem no tempo A caça ontem e hoje no Brasil Matar por esporte é crime ambiental?
26
Técnica Carretilha
Precisão no arremesso? A carretilha fará a diferença
Seções 08 Correspondência 10 Correio técnico 58 ÉTartaruga o bicho de água doce 64 Vitrine 78 Folhas, flores e frutos Tapete-inglês 94 Radar 96 Classificados
34
BILÍNGUE
Roteiro
Serra da Mesa-GO
Sob medida para a primeira vez
98 Cupom (DVD)
correspondência Reconhecimento Senhores, Meu nome é Leonardo Azevedo e sou leitor da Revista ECOAVENTURA. Escrevo a vocês para parabenizar o excelente trabalho na divulgação das belezas naturais brasileiras, em especial as do rio Araguaia (matéria publicada na edição 18, de março 2011). Parabéns! Leonardo C. da S. Azevedo – por e-mail
Exagero de tralhas nos pesqueiros Sou assinante da ECOAVENTURA e, com certeza, um viciado (sem nenhuma chance de recuperação) em pescar. Já pratiquei quase todo tipo de pescaria, mas, devido à falta de bons rios na região onde resido (cidade de Itatiba, no interior de São Paulo), a que mais me dedico é a feita em pesqueiros. Em minhas incursões nos pesque-pagues, me chama a atenção o super dimensionamento do material usado pelos pescadores de final de semana. Varas enormes, com pontas grossas, anzóis inacreditavelmente grandes e encastoados, chumbadas que parecem ter saído de rodas de caminhão, linhas com bitolas acima de 0,60 milímetro, entre outros exageros. Fico me perguntando: “Onde está o prazer”? Trabalhar com tralha equilibrada e condizente com o ambiente e espécie-alvo torna cada fisgada mais emocionante. Equipamento bem montado, cuidado, atenção a detalhes como os nós, peso dos componentes, quantidade e qualidade da linha na carretilha ou molinete, tudo isso certamente proporciona mais satisfação e, ao mesmo tempo, aumenta o desafio, pois dá ao peixe chances maiores de escapar. Por diversas vezes, tive a satisfação de retirar dos lagos peixes na faixa dos oito ou dez quilos com material leve, linha entre 0,25 e 0,30 milímetro, vara bem pequena com ponta fina e anzol igualmente pequeno, porém resistente. Considero engraçado ver a reação dos pescadores ao meu lado, boquiabertos ao verem o tamanho dos peixes que fisgo com a tralha que tenho. Claro que o fato de usar material de qualidade é imprescindível para conseguir tal efeito, mas, mesmo com os de preços mais populares, é possível, sim, com os devidos cuidados, diminuir substancialmente o tamanho e o “peso” da tralha de pesca, não apenas nos pesqueiros, mas em quase todas as modalidades. É bem mais emocionante! Fernando Marcelo Finochetti – por e-mail Assinante que participou também da edição 19
Entrevista com Antonio Calloni Sou leitor da Revista ECOAVENTURA e, na edição 19, há um depoimento do Antonio Calloni elogiando a revista. Ele tem toda a razão! A revista está muito boa, parabéns a todos os envolvidos no projeto. Será que seria possível uma entrevista com o Calloni? Grande abraço, votos de prosperidade e muito sucesso! Leandro Muraro — por e-mail
Leandro, nossa equipe agradece os votos e os elogios sobre as edições, o que nos dá mais força para melhorar o projeto a cada dia. Entrevistamos o Calloni em abril de 2010, e as suas histórias de pescaria foram publicadas na edição 7, o que não impede de pedirmos bis! Abraços, Equipe ECOAVENTURA
08 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
ERRATA Caro Roberto Véras, Acabei de receber o novo exemplar e, como leitor assíduo, venho dar os meus parabéns pelas ótimas edições da revista. Gostaria de informar que, ao ver o DVD Nós&Nós, que acompanha a edição, constatei um lapso de informação quando você fala sobre as linhas de mono e multifilamento, ou seja, em vez de citar “monofilamento”, ao falar sobre usar jumping jig a mais de 200 metros, pronuncia “multifilamento”, mas isso não invalida a ótima apresentação do DVD. Além disso, informo que a Sugoi Aventura, localizada na Av. Ricardo Jafet, encontra-se fechada há mais de 1 ano, embora esteja na Seção Classificados como parceiros! Reinaldo Lopes — por e-mail
Reinaldo, Realmente foi um lapso trocar as informações na gravação. Por isso, fazemos essa errata. Também retiraremos a loja citada do endereço dos classificados. Agradecemos a informação. Com a ajuda e monitoramento de nossos leitores, aprimoramos a cada dia o conteúdo publicado. Abraços, Equipe ECOAVENTURA
correio técnico Serra da Mesa nas férias Como aqui em Santa Catarina não temos o cobiçado Tucunaré, pretendo aproveitar minhas férias para pescar na represa de Serra da Mesa, em Niquelândia-GO. Sei que, para uma boa pescaria, é necessário estar bem preparado e equipado. Por isso, gostaria de esclarecer algumas dúvidas. Como é o clima e qual a roupa mais adequada para a pesca nessa região? Quais varas e carretilhas são adequadas? Quais modelos de iscas artificiais são mais produtivas e que cores dão mais resultados? Utilizo linha multifilamento ou mono, com ou sem líder? Mesmo praticando o pesque e solte, tenho que ter a licença de pesca? E a culinária goiana, é parecida com a do Sul? Existe algum risco com relação a doenças como dengue, febre amarela etc.? Apreciaria todo tipo de dicas! Um grande abraço, Mauro César Blum — Santa Catarina
Muito bem Mauro, nada como estar bem precavido e preparado para essas circunstâncias. Vamos às suas questões. O clima no Centro-Oeste é mais quente e úmido que o de sua região, portanto, o mais adequado é o uso de roupas leves e de secagem rápida. Entretanto, dependendo da época do ano, nas manhãs e finais de tarde, pode fazer frio. Varas para linhas entre 12 e 17 libras (5 e 8 quilos), molinetes ou carretilhas de perfil baixo e uma boa diversidade de iscas artificiais de superfície, meia-água e fundo, com tamanho entre 7 e 12 centímetros e cores variadas são a única forma de se precaver contra possíveis oscilações no nível da represa — fato que ocorre com frequência. Como boa parte dos peixes é retirada de lugares repletos de troncos submersos, recomendamos linhas de multifilamento com resistência entre 40 e 50 libras (18 e 23 quilos), com líder de fluorcarbono de resistência semelhante. A resistência da linha indicada se justifica também por sua espessura inferior, que cansa menos o peixe. A licença de pesca amadora é obrigatória para qualquer modalidade e em qualquer região do País. Ela é emitida pelo MPA (Ministério da Pesca e Aquicultura) e é válida em todo o território nacional. A culinária goiana tem os mesmos componentes do Sudeste (arroz, feijão, carnes e verduras), mas, acrescida de alguns ingredientes e temperos típicos. Não há registro de epidemia de doenças tropicais na região, de modo que o risco de contrair as doenças citadas é idêntico ao de outros lugares no Brasil. Saiba mais sobre a pescaria em Serra da Mesa no especial desta edição!
Sonar para rio
CAMPANHA: Fisgue essa ideia e boa pescaria!
Moro no interior de São Paulo e pesco frequentemente nos rios Grande e Tietê. Estudo a possibilidade de comprar um sonar, mas tenho dúvidas sobre sua utilidade
Envie
para
redacao@grupoea.
para o tipo de pescaria que pratico, além de ter achado o preço “salgado”. O modelo
com.br uma carta com suas dúvidas
em questão é o Eagle Cuda 300. Gostaria de informações sobre sua real utilidade e
sobre técnica, estilo, iscas, equipa-
de orientação sobre preços.
mentos de pesca, roteiros, peixes,
Gilson Schmaltz — Mirassol - SP
legislação etc. O autor-pescador da questão mais relevante* (isto é, que
Caro Gilson,
for capaz de ajudar o maior número
O sonar é um bom aliado em diversas situações: proporciona leitura de profundi-
de leitores) será convidado por um de
dade, aponta a velocidade da embarcação, indica a presença de peixes, entre outras
nossos colaboradores a esclarecê-la
funções. Entretanto, é mais indicado em lagos e represas. O modelo em questão é
em uma pescaria**!
um dos mais populares entre os pescadores. É de fácil operação e funciona com a
*A critério da equipe editorial / **A definir
embarcação em velocidade de até 110 km/h. Possui alarme de profundidade e de
de acordo com a localização do leitor e teor
presença de peixes, tem iluminação para uso noturno, indica a profundidade em
da dúvida
metros e a temperatura em graus Celsius, tudo em português.
- Campanha válida por tempo indeterminado
Portanto, se esses aspectos e funcionalidades lhe interessam, você poderá encontrá-lo nas melhores lojas do ramo por preços a partir de R$345.
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- Ao enviar a carta, o participante autoriza automaticamente a sua publicação nesta seção.
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[ capa l atum-amarelo ]
A pescaria que descreveremos a seguir tem ingredientes únicos: exige capitães experientes, embarcação adequada e rápida, determinação, nervos de aço, força e, principalmente, bom preparo físico. Estamos nos referindo ao Chasing Tuna, ou perseguição ao Atum, misto de caçada e pescaria de tirar o fôlego Texto e fotos: Roberto Véras l arte: Tiago stracci
12 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
ecoaventura 13
[ capa l atum-amarelo ]
O
s Atuns — sobretudo os ama-
do opíparo festim, acabam por permitir
— bait balls, ou bolas de isca, um mega
relos (Thunnus albacares) —
que pescadores localizem os cardumes a
espetáculo produzido por um frenesi ali-
são caçadores implacáveis
grande distância.
mentar a que poucos felizardos tiveram a
que cercam e dilaceram suas
Durante essas investidas, algumas
oportunidade de assistir. Quanto maior a
presas de forma impiedosa. Em suas in-
vezes, usam como estratégia encurralar
quantidade de vítimas, mais tempo durará
vestidas, não raro são acompanhados de
suas presas na meia-água, de tal forma
essa hecatombe, entretanto, o mais co-
perto por bandos de saltitantes golfinhos
que Sardinhas e Carapaus sem alternati-
mum é que essas raras e efêmeras cenas
e por aves como gaivotas e alcatrazes, ani-
vas para escapar ao cerco sobem à super-
acabem em poucos minutos.
mais que, quando participam ativamente
fície e formam as famosas — porém raras
Quem vê os Atuns com os golfinhos imagina que comem as sobras deixadas por esses inteligentes mamíferos. Entretanto, o que ocorre é exatamente o contrário
14 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
Como os Atuns nadam rapidamente,
é necessário estar a bordo de uma lancha que consiga ultrapassá-los e, assim, posicionar-se em local que permita arremessos certeiros. Nessas situações, a experiência do capitão é vital, pois ele terá que tomar decisões em poucos segundos, uma vez que raramente será possível efetuar mais que um ou dois lances antes que a bola se desfaça. Ou seja: caso não ocorram fisgadas, será necessário localizar outras bolas e dar início à nova perseguição ao cardume.
Quando acuados, os Carapaus formam cardumes compactos chamados de bolas. Via de regra, eles vêm procurar abrigo e proteção sob os cascos
Estávamos em um dos melhores pesqueiros de Atuns-amarelos do mundo e tínhamos reunidas as condições mais favoráveis
ecoaventura 15
[ capa l atum-amarelo ] Primeiro Dia Informações por rádio davam conta de intensa atividade de Atuns nas proximidades da Ilha de Montuosa, muito provavelmente em função da enorme quantidade de Sardinhas, Xixarros e Carapaus que se concentravam nessa área. Motivados e esperançosos, fomos para o local em um percurso que dura, em média, uma hora de navegação. No trajeto, avistamos o que seria um bom prenúncio: pássaros e golfinhos seguiam a mesma direção. E, de fato era, pois havia concentração e atividade espantosas de peixes. Também impressionava o tamanho e o comportamento dos Atuns, que voavam sobre suas indefesas presas.
À primeira vista, tem-se a impressão de que o barco está navegando vagarosamente. Ledo engano! Os motores do barco estão desligados, e toda a espuma observada é fruto da fúria dos Atuns em um violento frenesi
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Quando os gigantes afundavam, bastava corricar um “torpedo” vivo que o ataque acontecia
Na primeira investida, quase todos os pescadores se envolveram em lutas violentas e intermináveis, e a maioria conseguiu fisgar seu troféu, alguns com absurdos 120 quilos. Os primeiros instantes da luta com esses peixes são bem parecidos, ou seja, demoram alguns segundos para perceberem a fisgada, mas, assim que isso ocorre, disparam em violenta e interminável carreira que esquenta os molinetes com fricções tão fechadas a ponto de liberarem forte odor de óleo queimado. Durante toda a manhã, o cenário permaneceu inalterado, com intensa gritaria e uma dúzia de barcos alternando deslocamentos em alta velocidade com minutos de silêncio, onde longos caniços apareciam completamente envergados. No meio do dia, em função do calor, nossos oponentes afundaram, e optamos por corricar.
Salvador mostra o tamanho de um dos menores exemplares capturados durante a pescaria
Em função do tamanho dos Atuns e, sobretudo, da forma como as garateias dos poppers cravavam em suas mandíbulas, os embates podiam ser rápidos ou se estenderem por várias horas
ecoaventura 17
[ capa l atum-amarelo ] Abundantes nessa época do ano, os tor-
nos de dez minutos, ferramos um mag-
Enquanto nos acotovelávamos na pe-
pedos — pequenos Bonitos com pouco me-
nífico Sailfish-do-pacífico, tão grande que
quena cobertura da lancha para fugir da
nos de 500 gramas — são muito aprecia-
tivemos a impressão de se tratar de um
fúria dos raios solares, novas iscas foram
dos não só pelos esfomeados Atuns, como
pequeno Marlin-negro, uma vez que bri-
lançadas. Mal as linhas esticaram e um
também por diversos outros predadores.
gou o tempo todo com sua imensa barba-
esfomeado Marlin-negro atacou. Apesar de
tana dorsal encolhida.
todo o esforço dos marinheiros, o animal
Lançamos dois deles vivos e, em me-
Entre brincadeiras, gozações e relatos de companheiros em outros barcos, eram reportadas capturas de Velas, Marlins-negros e grandes Atuns
18 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
Apesar do porte, em menos de 15 minutos, o “Vela” foi liberado
conseguiu se safar do anzol depois de uma sucessão de acrobacias aéreas. No momento seguinte, novo ataque. Dessa vez, mais um Sailfish, que, na tentativa desesperada de safar-se do anzol, deu verdadeiro show de saltos. O material extra pesado destinado aos grandes Marlins, e o fato de ter pulado exageradamente, fez com que se entregasse logo. Foram várias ações seguidas de peixes grandes em menos de 40 minutos apenas em nosso barco, o que dá uma dimensão da riqueza e do imenso potencial dessas águas. Por volta das 14 horas, reiniciaram-se as atividades dos pássaros e golfinhos, e a água voltou a ferver em vários pontos com centenas de ataques. Encerramos o dia com mais algumas capturas de bons exemplares de Atuns, tanto nos poppers como nos jigs e nas iscas naturais.
[ capa l atum-amarelo ]
O que é bom merece bis
Dionísio e Sérgio — pai e filho no Panamá pela primeira vez — conseguiram embarcar o maior Atum-amarelo da temporada. O mais curioso é que o peixe de grande porte capturado pelo sr. Dionísio até aquela data era uma Corvina de 7 Kg em Bertioga-SP. Este tinha 140 kg
Tomazito profetizou: como os Atuns estão
e as duas horas nas quais se revezaram na
de barriga cheia e no fundo, teríamos que
briga com o gigante — estimado por seu co-
Ainda entorpecidos pela adrenalina do
corricar com iscas vivas para tentar atraí-
mandante em mais de 300 libras, ou seja,
dia anterior, voltamos à região de Montu-
-los. Para tanto, passamos a varrer o ho-
cerca de 140 quilos — acendeu os ânimos.
osa, com exceção da dupla formada por
rizonte no encalço de Bonitos e Torpedos
Entretanto, fora esse episódio, apenas al-
Dionísio e Sérgio (pai e filho), que optou
com sabikis especialmente confecciona-
guns Velas e dois Marlins — um azul e um
por explorar o Hannibal Bank, até então
dos para essa finalidade. Em menos de
negro — foram capturados. Pode soar como
desprezado pelo grupo. E encontramos um
meia hora, lotamos nossos tunatubes.
uma forma de desdém, mas não estáva-
panorama bem diferente. As aves estavam
O rádio, até então silencioso, deu sinal
mos interessados nos valentes saltadores
pousadas na água, e os golfinhos, disper-
de vida. O reporte de um grande Atum fis-
bicudos. O foco de todos era a brutalidade
sos, nadavam calmamente. Nosso capitão
gado pelo amigo Sérgio no banco Hannibal
e ignorância dos enormes Atuns-amarelos.
20 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
E avermelhou pra valer!
milhares de pequenos peixes. Ao nos aproximarmos, parte deles se transferiu para debaixo de nosso barco e lá ficou por mais de
Durante a pescaria de corrico, vislumbramos boiando ao longe
uma hora. Ao ver a cena, o capitão teve uma ideia inusitada: ten-
algo relativamente grande e com certa atividade ao seu redor. Era
tar rebocá-lo junto com seus hóspedes até um parcel próximo. E
um velho e grosso cabo, desses utilizados para amarrar navios,
deu certo! Assim que chegamos às pedras e o barco foi acelerado
que estava sendo usado como proteção contra predadores por
repentinamente, o cardume se desgarrou e ficou sobre o parcel.
O grosso cabo foi rebocado até o cabeço de pedra e trouxe consigo milhares de Carapaus
ecoaventura 21
[ capa l atum-amarelo ] Instantes depois a calmaria que
Era tamanha a alucinação dessas
cientificamente para essa espécie,
encontramos deu lugar a um espe-
espécies que tão logo os poppers e
ou seja, 15 quilos. Nas três oportuni-
tacular frenesi alimentar protago-
stickbaits tocavam a água, mesmo
dades que tivemos para arremessar
nizado por milhares de Caranhas e
antes de qualquer tipo de trabalho ou
sobre esse parcel, em todas fisgamos
Mullet Snappers — lutjanídeos endê-
recolhimento,
imediatamente
triples. Porém, como “tudo que é bom
micos dessa região — outra cena que
atacados. Curiosamente, o tamanho
dura pouco”, após devorarem os pei-
jamais será esquecida por aqueles
desses Mullets era quase padroniza-
xes que lhes trouxemos, os Vermelhos
que a presenciaram.
do e beirava o porte máximo descrito
afundaram e não voltaram a aparecer.
eram
Quando o enorme cardume de Mullet Snappers subiu para devorar o de Carapaus que trouxemos, só nos foi possível efetuar 3 arremessos cada. Resultado: 3 triplês e 9 peixes liberados
... que ataram nossos poppers assim que tocaram a água
Eram todos peixes do mesmo tamanho, entre 12 e 15 kg... 22 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
Ao final do dia, apenas dois barcos
vezes, se estendeu por mais de uma
optaram por insistir nos Atuns. E fo-
hora, tempo suficiente para que quase
ram recompensados. Passava das 16
20 Atuns com peso entre 40 e 80 qui-
horas quando a movimentação reco-
los fossem capturados pelos obstina-
meçou de forma impiedosa: Xixarros
dos pescadores.
e Carapaus passaram a ser devorados
Alegria de uns, frustração de outros.
com agressividade impressionante. O
Afinal, parte do grupo deixou a Montuo-
espetáculo, ao contrário das outras
sa minutos antes do gigantesco frenesi.
Nosso mate, José, trabalha como wireman e iça um dos Marlins-negros que vieram ao banquete sem terem sido convidados
Betão exibe um dos menores Atuns capturados. Dessa vez, com metal jig
Os “veteranos” Valdir, Zé e Mauro exibem com orgulho um animal de mais 120 kg, trazido a bordo depois de mais de 2 horas de intensa batalha
ecoaventura 23
[ capa l atum-amarelo ]
Terceiro Dia Em função do ocorrido no dia anterior, todos se equiparam para uma guerra.
Esta foi uma das cenas mais repetidas durante toda a semana. Um pescador, como o Fernandinho, mede forças com um gigante amarelo até a exaustão total de um dos dois
nhas d’água e foi atrás. Eram os Atuns
Os amigos foram avisados e, assim
que, novamente, cercavam suas presas
que chegaram, fizeram um dublê. En-
na superfície em uma espécie de apoteo-
quanto brigavam, o imponderável aconte-
se dessa jornada.
ceu: o cardume foi buscar abrigo debaixo
Evidentemente, o destino escolhido foi o
Como fomos os primeiros a chegar,
de sua embarcação e desencadeou um
mesmo. Iniciamos a pescaria corricando
tivemos mais tempo para acertar os
espetáculo raro até para os experientes
Bonitos para isca e ficamos na expectati-
arremessos e fazer o primeiro triple do
capitães presentes. Nessas circunstân-
va do que poderia acontecer. De repente,
dia. Com três peixes fisgados, começou
cias, o mais comum é que os Atuns fi-
os pássaros começaram a vir de todas as
um corre-corre dentro do barco para
quem ao redor da lancha e só ataquem
direções e seguir para um mesmo ponto.
evitar que as linhas se cruzassem, o
os peixes que se distanciam da bola. En-
O comandante de imediato retirou as li-
que seria fatal.
tretanto, dessa vez, era tamanha a agres-
24 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
sividade que muitos desses gigantes
a buscar forças para persistir na batalha
que seus esforços seriam recompensa-
trombaram violentamente contra o casco
com seu troféu, que aparentava ter mais
dos com uma gorda caixinha.
no encalço das indefesas iscas.
de 200 libras (90 quilos). Porém, só após
Apesar das atividades dos Atuns conti-
Algum tempo se passou para que as coi-
mais de uma hora de intensa luta é que
nuarem, em consenso optamos por encer-
sas voltassem ao normal e sobrassem ape-
conseguiu, exaurido, embarcar seu gi-
rar nossas “atividades atuneiras” e buscar
nas espumas, escamas, pescadores extenu-
gante, que confirmou o peso estimado.
uma pescaria mais light nas exuberantes
ados, à beira das raias da exaustão total, e
Apesar do cansaço, a alegria era ge-
ainda muitas varas vergadas em seu limite.
ral, não só de nossa parte como também
Em nosso barco, Salvador continuava
da competente tripulação, que entendeu
costeiras da Ilha de Coiba e adjacências, descrita em nossa edição anterior.
Considerações Finais
Salvador e Betão comemoram gritando a captura de mais um peso pesado estimado em quase 100 kg
Considerações finais A aventura descrita acima foi considerada, pelo proprietário da operação, a de melhor resultado desde sua fundação, há 13 anos. São vários os motivos para tanto sucesso: tivemos uma conspiração favorável de fatores como pressão atmosférica, temperatura, claridade das águas e mar calmo. Colaborou, em muito, o fato de o grupo ser muito experiente, inclusive nessas águas. Por fim, sentimos orgulho ao saber que a melhor pescaria da operação — que recebe pescadores do mundo todo — foi feita por um grupo de brasileiros.
Serviços/Services Serviços/Services MATERIAL UTILIZADO
DICAS
Popping: Varas de 7’6’’ a 9’ Molinetes ultrarrápidos com mais de 400m de multifilamento PE5, 6e8 Shock leaders de 100 a 170 lb Poppers, Stickbaits e plugs de meia-água com comprimento entre 17 e 21 cm e peso variando entre 80 e 150 g.
Quem leva ECOAVENTURA Turismo Ltda. Tel.: (11) 3334-4360 / 3334-4361 Cel.: Betão 24 hs (11) 8511-4238
Não se esquecer de levar óculos escuros, luvas, bonés, joelheiras, protetores solares, capas de chuva, filmadoras e câmeras fotográficas.
ecoaventura 25
[ técnica l carretilha ]
DA REDAÇÃO | FOTOS: ARQUIVO ECOAVENTURA | ARTE: Tiago Stracci
Assim como os molinetes citados na edição 18, as carretilhas possuem características que fazem a diferença em determinadas situações, e a mais notável é a precisão nos arremessos 26 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
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[ técnica l carretilha ]
S
aber manusear com habi-
tificiais, nas quais elas se sobressaem
lidade uma carretilha é o
por proporcionarem lançamentos mais
Por isso, para os iniciantes, é vital
caminho natural para os
precisos e maior conforto no trabalho
que aprendam suas principais funções,
em começar a usá-las.
pescadores que querem ir
das iscas. Entretanto, quando mal regu-
seus ajustes e, sobretudo, pratiquem.
fundo nesse esporte, sobretudo nas
ladas, podem provocar as indesejáveis
Com treino, em pouco tempo será pos-
pescarias de arremesso com iscas ar-
cabeleiras, o que faz muitos relutarem
sível desfrutar de todas as vantagens
A cabeleira ou backlash se forma nas carretilhas quando a velocidade de saída da linha se torna menor do que a velocidade de rotação do carretel. Mas os modelos mais modernos, como o da foto acima, possuem regulagens e dispositivos que, se bem ajustados, minimizam consideravelmente essa embaraçosa situação
28 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
que esse equipamento pode proporcionar. Também é importante saber escolher um modelo que se adéque ao tipo de pescaria na qual será usado, e vale ainda ressaltar que, nas carretilhas, a manivela para recolhimento da linha não pode ser invertida, ou seja, é preciso optar por esquerda ou direita no momento da compra.
Como a manivela das carretilhas é fixa, na hora de escolher um modelo, é preciso optar entre esquerda e direita. Modelos identificados por números ímpares trazem esse dispositivo do lado esquerdo, e vice-versa
A precisão nos arremessos, assim como a velocidade de recolhimento, são as duas maiores virtudes desse tipo de equipamento
ecoaventura 29
[ técnica l carretilha ] Os modelos de perfil baixo são mais
sistemas de freio [veja foto], que nos mo-
com linha na vara e prenda a isca. Em
compactos, anatômicos, leves e rápidos,
delos mais modernos são dois. Todos
seguida, feche o freio, destrave o botão
portanto, mais indicados para quem vai
servem para reduzir a velocidade de
que libera o carretel e abra-o de forma
fazer centenas de arremessos por dia.
giro do carretel durante o arremesso, e
gradativa até a isca começar a descer
O primeiro passo para quem preten-
o principal deles fica localizado sob a
lentamente.
de se tornar um ‘As’ com esse tipo de
estrela que regula a fricção. Para ajus-
O magnético tem um conjunto (imãs)
equipamento é aprender a regular seus
tá-lo, monte a carretilha já carregada
que, de acordo com a regulagem feita,
Fabricadas com tecnologia de ponta, elas ficam cada vez mais leves, anatômicas e eficientes Alguns modelos de carretilhas podem apresentar marcações diferentes, mas, em geral, possuem ajustes de 10 pontos
O freio magnético é regulado nas laterais da carretilha sem a necessidade de abri-las
30 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
Na foto abaixo: modelo com o freio magnético exposto
Para regular o freio centrífugo, é preciso abrir a carretilha
atua com maior ou menor intensidade.
ajuste ideal. Em geral, isso se consegue
posições, aberto e fechado. Abertos,
Em geral, tem escala de zero a dez. Nú-
ao redor da posição cinco.
pressionam e encostam-se a paredes,
meros altos soltam o carretel, e vice-
O freio centrífugo é de acesso mais
e prendem levemente o carretel. Quan-
-versa. Para um ajuste fino, feche essa
complicado, já que fica dentro da car-
do fechados, não atuam. A regulagem é
regulagem ao máximo (posição dez) e
retilha. É composto por até seis bu-
feita por meio da quantidade de pinos
abra ponto por ponto até encontrar o
chas de plástico e tem apenas duas
abertos e fechados. ecoaventura 31
[ técnica l carretilha ]
As carretilhas são montadas na parte de cima da vara, de modo que modelos feitos para molinetes não se adéquam a esse tipo de equipamento
A inscrição 7 bearings indica que esse modelo tem 7 rolamentos, e o numeral 200 (200E7), que sua manivela é localizada do lado direito
É bom lembrar que a regulagem dos
nha, fator muito importante para o apro-
o risco de provocar as indesejáveis ca-
sistemas de freio diminui a distância de
veitamento dos picos de ação de peixes.
beleiras.
arremesso, então, o ideal é praticar até
Para dar uma ideia da evolução dessas
Quantidade de rolamentos: em geral,
atingir um ponto no qual essas regula-
“maquininhas”, relacionamos a seguir
a quantidade de rolamentos traz maior
gens sejam cada vez menos necessárias.
algumas das características que devem
durabilidade e maciez ao equipamento,
Atualmente, a grande sensação para
ser levadas em conta na hora de optar
mas sua qualidade é mais importante
por um ou outro modelo.
que a quantidade. Prefira os modelos
quem pesca com iscas artificiais são os modelos de recolhimento ultrarrápido.
Arremesso: ao analisarmos esse cri-
Com relação acima de 7.0:1, eles são
tério, o que deve ser levado em conta é a
Força de tração: a robustez de uma
verdadeiras “máquinas” de recolher li-
distância que o modelo arremessa sem
carretilha é quesito fundamental duran-
32 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
com rolamentos do tipo ARB.
te a briga com um grande troféu. Desse
gens. Portanto, é preciso considerar esse
modo, além da qualidade do material
fator na hora da escolha.
empregado em sua construção, o que
Capacidade de linha: no geral, a
mais contribui para sua longevidade é a
maioria dos modelos tem capacidade
precisão dos encaixes entre suas peças.
de sobra para armazenar quantidade de
Entretanto, para o conforto do pescador,
linha suficiente para enfrentar os peixes
também deve ser levada em conta sua
cobiçados pelos pescadores esportivos,
anatomia, já que existem modelos que
exceção apenas quando a espécie é de
oferecem grande robustez, mas que, em
porte superior ao recomendado pelo
contrapartida, são extremamente pesa-
equipamento.
dos e desconfortáveis.
Conforto no manuseio: a maioria dos
Velocidade no recolhimento: a gran-
modelos de perfil baixo tem tamanho e
de demanda do momento é por modelos
peso reduzidos, o que propicia uma “pe-
cujo carretel dê mais de sete voltas a
gada” mais confortável, seja na hora do
cada manivelada (7.0:1). Porém, quan-
arremesso, de trabalhar a isca ou durante
to mais rápida a carretilha, mais frágeis
a briga com o troféu. Quanto mais baixo o
serão seus componentes internos, já
modelo e mais justo seu encaixe ao real
que, para aumentar sua velocidade, são
seat da vara, mais balanceado e confortá-
acrescentados dentes em suas engrena-
vel para efetuar os arremessos.
O pequeno kit de ferramentas e lubrificação acompanha os modelos dos principais fabricantes
[ roteiro/itinerary l serra da mesa ]
TEXTO E FOTOS/TEXT AND PHOTOS: ERIBERT MARQUEz | TRADUÇÃO/TRANSLATION: DAVID JOHN | ARTE/DESIGN: TIAGO STRACCI
34 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
Indicado por um é sorte, por dois pode ser coincidência, mas, quando muitos têm a mesma opinião, não há como contestar. Desde que a represa de Serra da Mesa, em Goiás, despontou como point para a pesca do Tucunaré-azul, é difícil encontrar alguém que tenha voltado de lá frustrado. E é isso que a credencia a ser indicada como um destino especial, e de médio custo, para ser aproveitado em feriados prolongados ou em pequenos períodos de férias por pescadores experientes ou iniciantes
A one-person recommendation is chance, by two, perhaps coincidence, but when opinions are unanimous, it is an incontestable point of view. Ever since the Serra da Mesa Reservoir in Goiás took off as a Blue Peacock Bass fishing haven, it is hard to find anyone returning with disappointment. This is what qualifies it as a special, mid cost destination that can be enjoyed over long week-ends or holidays by both experienced fishermen as well as beginners ecoaventura 35
[ roteiro/itinerary l serra da mesa ]
“N
ão existem duas oportunidades para causar uma boa impressão em um primeiro contato”. Esse jargão, muito
utilizado no meio publicitário, encaixa-se perfeitamente em diversas situações de nossas vidas. Isso se aplica também na formação de um novo pescador, pois, caso ele não tenha uma impressão agradável e marcante em sua primeira experiência com esse esporte, poderá desistir irremediavelmente. O crepúsculo em Serra da Mesa é um espetáculo único Nightfall is a unique spectacle in Serra da Mesa
Fundos de grotas e cachoeiras são ambientes promissores para a contemplação e a captura de bons espécimes Inlets and waterfalls are promising hotspots for finding and catching trophy fish
“T
here are no second chance op-
in the advertising world is fitting to many
enjoyable and striking impression on his
portunities as far as creating
situations in our lives. This is also appli-
first outing, he may be irremediably dis-
a good first impression is con-
cable to the neophyte fisherman’s entry
couraged. Prior to encouraging a friend,
cerned”. This widely used adage
to the sport, because if he fails to have an
son, daughter or soulmate to go fishing for
36 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
Assim, para convencer um amigo, o filho ou a companheira a participar de uma pescaria pela primeira vez, é fundamental escolher com critério o lugar para onde serão levados. A infraestrutura escolhida precisa oferecer conforto, refeições saborosas e bons serviços. O lugar tem que ser aprazível e bem preservado, com belos visuais, fauna e flora exuberantes e, na água, muitos peixes, pois só assim haverá a garantia de intensas emoções. Para inserir uma criança no universo da pesca esportiva, nada como proporcionar-lhe uma primeira experiência em um paraíso como Serra da Mesa Serra da Mesa is a paradise and a great firsttime experience when introducing a child to the world of sportfishing
the first time, it is therefore fundamentally
cuisine and service. The location should be
important to properly select where to take
well preserved, scenic and rich in flora and
them. The chosen destination should, in
fauna, and the water should have plenty of
its infrastructure, provide comfort, a good
fish to ensure lots of fun and excitement.
ecoaventura 37
[ roteiro/itinerary l serra da mesa ] Distante cerca de 1.350 quilômetros de São Paulo — quando há tempo, a viagem de automóvel é incrivelmente agradável —, a represa de Serra da Mesa é uma opção interessante para as situações citadas. Ainda mais quando é levado em conta o custo-benefício da viagem, que também pode ser feita de avião. Quem chega à região, antes mesmo de entrar no barco, já se impressiona com o estupendo visual em suas margens. São morrarias e serras que, além de delinearem uma significante moldura para o lago, também são fundamentais no que diz respeito à segurança do pescador, já que servem como barreiras naturais contra os ventos — inimigo constante para quem pesca em represas. Com um espelho d’água de cerca de 1.800 quilômetros quadrados, basta embarcar e procurar entre as inúmeras opções o tipo de estrutura que serve ao seu estilo de pesca para lançar as iscas. Seja na superfície, na meia-água ou no fundo, a quantidade e o porte dos Tucunarés não desapontam. E não é só. Nessa represa, também é comum encontrar Bicudas, Apaiaris, Jacundás, Traíras, Corvinas, entre outras espécies.
The Serra da Mesa Reservoir, which fits the bill for the above mentioned attributes,
automobile can be most enjoyable. The trip
view of its shores that are made up of hills
can also be made by Air.
and ranges that surround the lake like a
is about 1350 Kilometers from São Paulo,
Those arriving, even before they get in
picture frame and are also essential as a
and when time is not of essence, the trip by
the boat, are impressed by the dazzling
safety barrier in providing cover from wind
38 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
As morrarias que contornam a represa lhe conferem um visual único, além de proteção em dias com ventos fortes The hills surrounding the lake impart a unique panorama and serve as a barrier on windy days
that is a constant foe to lake fishermen.
structures and spots to cast a lure. This
the fisherman. On this lake, it is also pos-
With a water surface area of around
can be done on top, mid structure or bot-
sible to encounter other species such as
1800 square Kilometers, all it takes is
tom as the amount of Peacock Bass in the
Bicuda, Apaiari, Traira, Freshwater Drum
getting out on a boat and finding the right
lake is so ample as to never disappoint
and others.
ecoaventura 39
[ roteiro/itinerary l serra da mesa ] Os Tucunarés (azul e amarelo) na-
para fisgá-los. São tantas as opções
getação alagada são mais produtivas,
tivos dos rios da região, em função de
que é possível pescar vários dias sem
principalmente
particularidades como a imensa área
repetir o mesmo ponto de pesca. De-
com iscas de superfície. Na vazante
alagada e o clima propício, atingem
vido a essa amplitude de espaços, a
— que tem início no meio do ano —, o
porte avantajado e se multiplicam de
pressão de pesca ainda não é sentida,
melhor é explorar “pauleiras”, praias,
forma expressiva.
e as pescarias são quantitativas e qua-
bicos, a vegetação aflorando à superfí-
litativas. Nas cheias, as áreas de ve-
cie, entre outras estruturas.
Assim, não faltam peixes e locais
quando
exploradas
A quantidade de peixes em Serra da Mesa a diferencia das demais represas The amount of fish in Serra da Mesa stands out in comparison to other lakes
The Peacock Bass (Blue and Yellow) are in-
There is therefore no shortage of fish or plac-
involved, fishing pressure is not yet a problem
digenous to the region’s rivers, and as a result of
es to fish them, and there are so many options
and both quantity and quality time fishing is as-
immense wetlands and the proper climate, reach
that it is possible to fish for several days without
sured. During high water season, the flooded
a considerable size and reproduce extensively.
repeating the same spot. Due to the vast areas
brush and vegetation areas are the most pro-
40 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
ductive, especially when explored with topwater lures, while mid year on dropping water levels, beaches, shoreline points and flooded tree structure are the best choice.
A fartura é tanta que dublês são obtidos com frequência Because of high fish populations, double header hook-ups are frequent
ecoaventura 41
[ roteiro/itinerary l serra da mesa ] Alguns dos principais pontos de pesca se encontram ao redor do que antes era o leito do rio Maranhão, um dos maiores formadores do lago. Mas também existem locais que possuem particularidades muito interessantes e que, em situações específicas, podem fazer a diferença. É o caso do rio Traíras, outro formador dessa represa. Desde sua antiga foz — hoje submersa no lago — até cerca de 20 quilômetros rio acima, suas águas represadas, límpidas e protegidas por morrarias são um verdadeiro oásis de estruturas e ações de peixes, em especial quando a navegação se torna inviável em outras partes do lago por culpa dos ventos fortes. Outro grande
A possibilidade de pescar a bordo de um super barco como o Bass Boat é mais um diferencial dessa represa The opportunity to fish aboard a super rig such as a Bass Boat is another of the differentiated features this lake’s infrastructure provides
Some of the prime fishing spots are to be found
teristics that can make a difference on specific oc-
veritable oasis of structure and action from which
on what were formerly the Maranhão riverbanks,
casions. Such is the case of the Trairas river, which
lots of fish can be found. This is a 20 Kilometer boat
which originally fed into and formed the lake. But
is one of the rivers that also fed into the lake, and
trip, but is well worth it especially when conditions
there are also other spots that have special charac-
at its now ancient and submerged headwaters, a
are windy on the rest of the lake. Another advan-
42 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
Algumas pousadas, como a Germano, possuem tanques com outras espécies para que os pais possam treinar os futuros pescadores Some lodges, such as Germano, provide storage tanks with other species so that parents can train future fishermen
diferencial desse rio é que, como está
até seis metros equipados com motores
sobre as águas. Serviço exclusivo da
relativamente distante da maioria das
de popa de até 40Hp são os mais dis-
pousada Germano, esse bólido aquáti-
pousadas existentes em volta do lago, é
ponibilizados pelas pousadas instaladas
co permite atingir e explorar os pontos
pouco explorado, o que pode significar
na região, mas também é possível reali-
mais remotos dessa represa a mais de
a chance de pescar sem a presença de
zar a pescaria a bordo de um fantástico
100 quilômetros por hora, o que possibi-
outros barcos.
Bass Boat, espécie de Ferrari que des-
lita pescar em uma quantidade maior de
Botes de alumínio com tamanho de
liza com incrível conforto e velocidade
pontos em um mesmo dia.
tage is its distance from the existing lodges around
with up to 40HP outboards are the most commonly
far greater speeds. This service is provided by the
the lake, it has very little fishing pressure and also
found and provided by the region’s lodge operators,
Germano lodge and, at over 100 km/hour, opens
provides greater seclusion from boat traffic.
but it is also possible to fish aboard a Bass Boat,
the way to remote locations and greater coverage of
that can comfortably glide through these waters at
the top fishing spots on the reservoir in a single day.
Aluminium boats in 6 meter lengths equipped
ecoaventura 43
[ roteiro/itinerary l serra da mesa ] A pesca com moscas e a modalidade
tuações inusitadas, sobretudo se trouxer
pode ser comparada a outras realizáveis
de arremesso com iscas artificiais são em-
o mesmo equipamento utilizado nas re-
na região amazônica, onde os peixes atin-
pregadas com a mesma eficiência, porém
presas da região Sudeste. É que, devido
gem maior porte e podem ser encontrados
a última se sobressai por provocar o ata-
à maior potência de arrancada dos espé-
em maior quantidade. Entretanto, quan-
que furioso do peixe, o que se traduz em
cimes desse lago, é comum ter argolas e
do comparada a outras represas onde o
emocionantes explosões na superfície.
garateias abertas, linhas rompidas e, até
Tucunaré foi introduzido, a quantidade e
Quem vai pescar pela primeira vez nessa
mesmo, varas quebradas.
qualidade de seus peixes a colocam em
região pode se deparar com algumas si-
Uma pescaria em Serra da Mesa não
um patamar bem superior.
Compartilhar fisgadas de peixes grandes com o filho é uma experiência inesquecível Sharing strikes from lunker fish with a son is an unforgettable experience
Flyfishing is equally efficient and stands
cially if the tackle used is the same as in the
Fishing the Serra da Mesa reservoir can-
out for triggering extreme topwater action.
southeast regions. Fish here are more pow-
not be compared with Amazon basin fish-
Whoever fishes here on a first time basis
erful and open split rings and treble hooks
ing, where the fish are much larger and in
while be surprised by the unexpected, espe-
and even broken rods are not uncommon.
far greater abundance. However, by com-
44 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
O tamanho dos peixes, tanto quanto sua valentia, são motivos de grande satisfação Fish size, as well as their fighting spirit, are a great source of satisfaction
parison to other lakes where the Peacock Bass was introduced, the quantity and quality are on a far greater level.
ecoaventura 45
[ roteiro/itinerary l serra da mesa ]
A felicidade ao capturar o primeiro Tucunaré é indisfarçável The cheer thrill of catching one’s first Peacock Bass is undisguisable Técnicas e iscas diversas são empregadas com êxito Several techniques and lures are used to good effect
Serra da Mesa é um dos poucos lugares onde ainda há grande fartura de peixes Serra da Mesa is one of few places where there is still abundance of fish
46 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
Soltar os espécimes que proporcionaram momentos inesquecíveis é fundamental para a piscosidade do lago Catch and release of fish that have provided unforgettable mementos is fundamental to lake fish preservation
Serviços/Services Dicas de Pesca / Fishing Tips
O Tucunaré-amarelo é encontrado no fundo de grotas com galhos podres, água turva e vegetação aquática. Já os grandes azuis são mais comuns em rasuras de águas limpas, com pedras ou cascalho no fundo. Após 26 quilômetros de navegação desde a foz do rio Traíras, chega-se a um trecho onde ele ainda tem correnteza e mantém parte de suas características inalteradas. Nesse lugar, em determinadas épocas do ano,
Equipamento indicado /
Recommended tackle Vara de ação média-rápida, comprimento em torno de 5’.3”, para linhas até 17 libras Carretilhas ou molinetes em tamanho compatível com as varas Linhas: monofilamento com resistência entre 17 e 25 libras, ou multifilamento 40 a 60 libras Medium/Fast action rods
Onde ficar / Where to Stay
Pousada Germano Germano Lodge
(distante 32 km da cidade de Niquelândia) (32 km distand from Niquelandia) (62) 3354-9200 / (62) 9967-5274 www.pousadagermano.com.br Diárias Daily rates Por pessoa per person: R$150 (20% de desconto
Como chegar / Getting there
Há voos diários a partir das principais capitais para Goiânia ou Brasília e transfer rodoviário com aproximadamente 400 quilômetros. Também é possível ir de carro,
ainda é possível pescar peixes de couro como Cacharas e Jaús. Espécimes maiores só conseguem atingir tal porte por serem manhosos, por isso, use material adequado e não descuide durante o combate. Caso contrário, o peixe sempre levará a melhor. Troque as garateias e argolas originais por modelos reforçados tipo 4x. O mesmo cuidado deve ser tomado com os snaps, que precisam ser bem resistentes. The Yellow Peacock Bass is to be found in small inlets where rotten timber, murky water and aquatic vegetation are in
abundance. The big Blue Peacock are best found in clear water structure with rock or gravel bottom. After navigating 26 Kilometers from the Trairas river headwater, a spot that still has current is reached and has much of its original features preserved. In this spot, it is still possible to fish catfish such as Cachara and Jaú. Always carry 4x trebles and reinforced split rings and snaps and swivels to avoid disappointment as fish are strong and powerful and will make short work of lesser grade tackle.
from 5´3” in length handling 17lbs lines Matching baitcast or spinning reels Mono lines from 17-25 lbs and braideds from 40-60lbs
Meia-água: iscas de barbela com tamanho entre 8 e 12 centímetros Pesca com mosca: conjunto n°.8, linha WFF e iscas do tipo poppers e streamers Topwater: walk the dog, poppers, stickbaits (about 12 cms in length) Swimming Plugs: between 8 and 12 cms FlyFishing: 8 weight and streamer and popper flies
Iscas / Lures Superfície: modelos zara e jumping minnow; popper e sticks (com tamanho em torno de 12 centímetros)
para cota zero de peixe) (20% discount for zero fish kills) Por casal per couple: R$250 (20% de desconto para cota zero de peixe) Criança até 7 anos não paga hospedagem No lodge fee for children under 7 Barco completo (barco, motor 40Hp elétrico, bateria, caixa térmica, colete salva-vidas e guia de pesca): R$250 (20% de desconto para cota zero de peixe)
Boat fee (boat, 40Hp outboard, trolling motor, battery, cooler, life jacket, guide)
caso as estradas a partir das duas capitais citadas se encontrem em boas condições There are daily flights from the main cities to Goiania or Brasilia and a bus service covering 400 kms. It is also possible to travel by car if all highways are in good condition
Quadro de distâncias /
Pousada Serra da Mesa Serra da mesa Lodge (62) 8418-0369 / (62) 9957-5292 www.pousadaserradamesa.com.br Diárias Daily rates Por pessoa per person: R$130 Diária de barco completo com motor 40Hp Boat rental 40Hp outboard: R$250
Distance Map
Uberlândia: 735 km Niquelândia: 30 km Brasília: 330 km São Paulo: 1335 km Goiânia: 390 km
[ aventura l austrália ]
Texto e fotos: Fábio Barbosa | Arte: Tiago Stracci
Há situações na vida que não enfrentaríamos duas vezes. Para cinco pescadores, que fizeram uma parada na Austrália após se aventurarem nas ilhas Fiji, mergulhar com o maior é mais feroz predador dos oceanos era uma delas. O correspondente internacional Fábio Barbosa relata a adrenalina de estar cara a cara com Tubarões-brancos dentro de seu habitat
48 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
ecoaventura 49
[ aventura l austrália ]
Por 45 minutos, tempo que cada grupo fica submerso na jaula, tivemos o prazer de assistir a mais três aparições desses monstros
Curiosamente, cada Tubarão parece ter a sua vez e nunca come acompanhado, ou mesmo disputa as iscas. Como se fosse possível ensaiar algo assim, como se os gigantescos donos do mar tivessem consciência de sua participação no espetacular mergulho que nós, “pobres humanos”, sonhamos ter
A
preensão. Dentro de uma jaula, cinco
comer os pequenos pedaços de isca,
desse porte. A corda com a isca na pon-
mergulhadores, devidamente equipados
furtivamente, vindo das profundezas, o
ta é arremessada na frente da grade e,
com roupas e gorros de neoprene para
grande Tubarão-branco ganha forma e
assim que o bruto a enxerga, vem famin-
suportar as baixas temperaturas sob a
se lança tal qual um torpedo para aboca-
to. A bocada acontece a centímetros de
água translúcia, aguardam a aparição do
nhar aquilo que considera seu. A isca fica
nós e, quando ele se vira para sair de
mais feroz dos Tubarões. Os olhos dos
suspensa a menos de um metro da jaula.
cena, sua enorme cauda atinge a jaula
aventureiros percorrem todos os espaços
Diante disso, não há como evitar todas
de proteção. O barulho é assustador, e
para tentar adivinhar de qual direção ele
as reações que surgem. A adrenalina per-
o tranco é tão forte que um dos obser-
surgirá. Do barco, que espera na super-
corre o sangue e dispara o coração. A res-
vadores que estão dentro da grade cai,
fície, blocos de sangue congelados são
piração se torna ofegante. Não há quem
mas sem se machucar.
jogados na água para atrair o grande pre-
não fique abismado com a velocidade e a
dador. A seguir, duas cabeças de Atum
destreza do enorme Tubarão.
Quando a aventura finda, a feição de todos deixa transparecer satisfação
são amarradas com um tipo de sisal, que
O segundo grande branco a aparecer,
e plenitude, apesar de toda a adrena-
se parte facilmente para não machucar a
apesar de seus absurdos cinco metros
lina. Nada é dito, e nem era preciso,
boca do Tubarão, e também submergem.
de comprimento, move-se com uma agi-
pois tínhamos acabado de viver um
Quando um cardume se forma para
lidade impressionante para um monstro
momento único!
50 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
O bicho é descomunal. Quando se está acostumado nas vias urbanas a ver veículos do porte de carros ou carretas passarem, visualizar o movimento de um Tubarão ao lado da jaula submersa é como acompanhar a locomoção de um trem-bala. A considerar a fúria com que ataca as iscas, não resta dúvidas de que se trata de um animal “construído” para matar
ecoaventura 51
[ aventura l austrĂĄlia ] Quando chegamos a Port Lincoln, fomos recepcionados por um lindo arco-Ăris
52 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
O insight
abençoada pelos aborígenes no chamado
breve reconhecimento das imediações,
“centro do mundo” não foram aventuras
“caímos nos braços de Morfeu” para en-
A ideia inicial era destinar três sema-
páreas para a terceira sugestão por nós
contrar com o “monstro” dos mares.
nas para fazer uma pescaria nas ilhas
indicada: fazer um mergulho com os Tu-
Na manhã seguinte, a caminho desse
Fiji (Oceania), uma aventura em território
barões-brancos, o mais assustador pre-
êxtase, enquanto trafegávamos em dire-
australiano para alguns mergulhos e um
dador dos mares. Mas, existiria realmente
ção a Neptunes Island, local do fatídico
descanso de três dias em Dubai (Emira-
essa opção?
encontro, a ansiedade, a apreensão, a
dos Árabes) antes de voltar ao Brasil.
Procuramos na internet, achamos a
dúvida e outras sensações intensas eram
A viagem, planejada em agosto de
única operadora com licenciamento am-
indisfarçáveis. E não era para menos,
2010, começou a ser definida no início de
biental para fazer essa aventura e agen-
afinal, em instantes, embarcaríamos em
novembro desse mesmo ano, justamente
damos. Na noite anterior ao mergulho, nos
uma das aventuras mais radicais que o
na época em que chuvas torrenciais se
alojamos no camping da cidade e, após
ser humano pode vivenciar.
precipitaram sobre o norte da Austrália e provocaram uma das maiores cheias da história na região. Com o imprevisto, os planos de mergulhar nas famosas barreiras de corais do estado de Queensland,
Acampar é a melhor forma de compartilhar a intimidade desse paraíso
no nordeste australiano, afundaram. E agora? Qual a melhor alternativa para aproveitar um dos encantos desse país continenal? A provocação de um dos integrantes dessa expedição nos fez viajar nas inúmeras possibilidades: “O que cada um gostaria de fazer pelo menos uma vez na vida poderia ser realizado na Austrália?” Sair à procura de Atuns-azuis na Tasmânia ou cruzar 3.500 quilômetros de deserto a partir de Sidney para ver o famoso pôr do sol em Uluru, pedra (Ayers Rock)
Com um 4x4 todo equipado, tivemos a oportunidade de explorar o Parque Nacional
ecoaventura 53
[ aventura l austrália ] A preparação anterior Tão logo o barco desligou as máquinas, teve início uma aula sobre como nos comportarmos. Primeiro mostraram a grade dentro da qual quatro pessoas de cada vez, devidamente equipadas, seriam baixadas sob as águas. Posteriormente, enfatizaram que, em hipótese alguma, qualquer parte do corpo fosse colocada para fora dela. Nessa grade existem duas barras — uma na altura do peito e outra próxima aos pés — para que o observador possa se apoiar com firmeza. Isso é necessário porque é comum que os Tubarões, ao abocanharem as iscas, se choquem violentamente contra a jaula humana. O impacto pode arremessar uma pessoa de um lado para outro e causar graves ferimentos. Depois de tudo explicado, fomos para o momento de viver fortes emoções.
A corda com a isca é arremessada na frente da jaula. O bote acontece a centímetros dos observadores!
54 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
Grade onde são alojados 4 aventureiros de cada vez
Mergulhar com Tubarões-brancos não é uma atividade comum na Austrália. Há apenas dois barcos licenciados e, um deles, opera três vezes por ano
ecoaventura 55
[ aventura l austrália ] Segunda aventura: Coffin Bay National Park
de. Quem vai apenas visitar o parque paga
laide no dia seguinte. O parque possui por
um valor, para visitar e acampar, outro, e
volta de 1 milhão e 500 mil metros quadra-
se a opção for visitar, acampar e pescar, o
dos, ou seja, 15 mil hectares de vegetação
preço é mais elevado. Assim, é só colocar o
nativa, dunas e praias. Suas estradas são
Na manhã seguinte à grande aventura
dinheiro em um envelope devidamente pre-
muito bem sinalizadas, e os pontos altos
submersa, seguimos para o Parque Nacio-
enchido e depositar em uma urna. Simples
têm vistas amplas e estão destacados no
nal de Coffin Bay. Logo na entrada, algo
demais.
mapa e em placas ao longo das estradas.
inusitado: lá, não há guaritas, os mapas
Dentro do parque, fomos até o seu ex-
Com paradas para fotos, escaladas de du-
estão à disposição de qualquer um e tabe-
tremo, na ponta mais ao sul. O objetivo era
nas e alguns mergulhos, levamos cerca de
las com os preços estão fixadas na pare-
pernoitar lá e seguir para a cidade de Ade-
cinco horas com um 4x4 para chegar ao
Com vida selvagem exuberante, é fácil ver cangurus, iguanas e emus percorrendo as estradas que cruzam o parque ou chegam perto do acampamento para comer o que restou do nosso jantar
56 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
Escaladas de dunas e alguns mergulhos fizeram parte da aventura
ponto mais ao sul, chamado The Pool (a
vários tons de verde e vida selvagem
piscina). Estrategicamente, pernoitamos
intensa, com cangurus, iguanas e os
próximo à saída do parque, já que, no dia
emus — os maiores pássaros nativos da
seguinte, teríamos que percorrer 700 qui-
Austrália. Saímos de lá com a certeza de
lômetros até Adelaide para embarcar no
que existem muitos outros locais como
avião rumo a Sidney.
esse na região, o que justifica o retor-
Acampamento montado, passamos a
no, com mais tempo, para conhecer os
apreciar a beleza do local. Essa foi uma
parques ao longo da costa — tanto norte
das regiões mais belas por onde pas-
quanto sul — e explorar as variadas op-
samos, com falésias, dunas, mar com
ções de pesca desse enorme país.
Ópera de Sydney, um dos edifícios de espectáculo mais marcantes do mundo
Serviços Como chegar A operação é feita na pequena e aconchegante cidade de Port Lincoln, no extremo sul da península de Eyre, no estado de South Austrália. Para chegar lá, há duas rotas: a primeira, por Sidney de avião, e a outra, de carro, a partir de Adelaide, a capital do estado da Austrália Meridional. Optamos pela via rodoviária, que nos permitiria alugar um jipe equipado para acampar. Com ele, além do mergulho, pudemos explorar por mais dois dias os aprazíveis e exuberantes cenários do Parque Nacional de Coffin Bay, distante 22 quilômetros de Port Lincoln, e que só é atingível com veículos de tração 4x4.
Serviços/Services Serviços/Services
Port Lincon
Sidney Adelaide
Operadora de mergulho com Tubarão-branco www.sharkcagediving.com.au
Preço: U$498, inclusos refeição e serviço de bordo, em navegação com distância entre 20 e 30 milhas da costa.
é o bicho
Tartaruga gigante de água doce Embora a tão conhecida tartaruga-da-amazônia seja, na verdade, um cágado (de água doce) — já que só espécies marinhas são, de fato, tartarugas —, não há equívocos sobre a importância do maior quelônio de água doce da América do Sul Da Redação l foto: Arquivo ECOAVENTURA l arte: Gabriel Dezorzi
C
om seu porte considerável e 18 garras
e casca flexível permanecem enterrados.
firmes — cinco nas patas dianteiras e
O calor solar — responsável pela matura-
quatro nas traseiras —, essa espécie pode
ção — influencia diretamente no sexo das
parecer um tanto intimidadora a suas pos-
novas tartarugas: temperaturas elevadas
síveis presas. Entretanto, a tartaruga-da-
favorecem o desenvolvimento de fêmeas,
-amazônia é predominantemente herbívora
enquanto as baixas, de machos. Quando
em seu habitat; carne e peixe só tornam-se
adulta, as diferenças mais visíveis entre os
parte do seu cardápio em cativeiro.
sexos são que as fêmeas apresentam maior
O nome da espécie, expansa, faz referência ao alargamento do seu casco, que
tamanho e a cauda mais curta. A fase na qual os ovos são depositados
é achatado, hidrodinâmico e de coloração
nos ninhos até os filhotes atingirem a água
variada — cinza, preta, marrom ou verde-
é a mais crítica para a perpetuação da
-oliva. O formato do casco e a presença de
espécie, pois há o risco de serem atacados
membranas interdigitais bem desenvolvi-
por inúmeros predadores. Esse período
das permitem sua vida aquática, meio no
de eclosão coincide com as chuvas, entre
qual ocorrem o crescimento, a alimentação
outubro e dezembro, e, consequentemente,
e o acasalamento. Somente a postura dos
com a subida do nível dos rios, responsável
40 a 160 ovos é em terra firme. Após uma
pela morte de muitas pequenas tartarugas.
escolha criteriosa do local, são escavados
Seu risco de extinção é baixo, mas de-
ninhos de aproximadamente 60 centíme-
pende de conservação. Isso porque há uma
tros de profundidade, onde serão coloca-
procura muito grande pelas tartarugas-
dos os ovos, normalmente no período de
-da-amazônia e por seus ovos, capturados
julho a outubro. Como os quelônios não
de forma descontrolada para servirem,
têm um cuidado parental, o berçário é
principalmente, de alimento às populações
abandonado pela mãe.
regionais, bem como devido ao seu alto
Por 60 dias, os ovos de formato esférico
58 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
valor comercial.
Biologia Nome científico: Podocnemis expansa Nome popular: tartaruga-da-amazônia, tartaruga de água doce, tartaruga gigante do amazonas Reino: Animalia Filo: Chordata Classe: Répteis Ordem: Quelônios Família: Podocnemidae Distribuição geográfica: bacias Amazônica, Araguaia-Tocantins e Orinoco, que abrangem os países Colômbia, Venezuela, Guianas, Equador, Peru, Bolívia e Brasil Habitat: Rios e lagos Tamanho: Em média, tem 80 cm de comprimento de carapaça, 60 cm de largura e peso de 60 Kg Referência bibliográfica: www.teses.usp.br/teses/disponiveis/91/91131/tde-21062010-081308/pt-br.php www.caunesp.unesp.br/Publicacoes/ Dissertacoes_Teses/Dissertacoes/Dissertacao%20Caue%20Guion%20de%20 Almeida.pdf
correspondĂŞncia-18.indd 7
15/02/2011 10:35:10
saúde
A poluição que o peixe absorve vai para o seu prato
A contaminação por metais pesados pode acontecer em peixes de rios que sofrem com os resíduos despejados de indústrias. Já os peixes de água salgada podem estar contaminados com poluentes de esgoto doméstico lançado nas praias POR: DANI COSTA l Fotos: ALEXANDRE TOKITAKA l Arte: Gabriel Dezorzi
60 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
N
o Brasil, não existe legislação que exija
nados em rios que recebem os resíduos
nos rios pela mineração de ouro, ou por
certificado de procedência dos peixes
de indústrias, ou ficam situados em área
indústrias. Ele é o metal pesado mais
vendidos nos mercados. Isso nos torna,
de mineração de ouro. A olho nu, não
conhecido pela população mundial de-
na maioria das vezes, vítimas da falta
é possível enxergar esses metais. E já
vido ao seu teor de contaminação. Isso
de conhecimento sobre o peixe que
pronto numa bela moqueca ou assado
aconteceu depois do Desastre de Mi-
resolvemos comer. “Será que, antes de
com alcaparras, talvez não se possa
namata (Japão), na década de 1950. Por
parar no meu prato, esse Pintado nadou
identificar o sabor de algum elemento
anos, os moradores consumiram, sem
por águas poluídas de rios à beira de
contaminante. “A presença de metais
saber, peixes contaminados. O mercúrio
indústrias?”, ou, “Será que a Merluza
pesados em peixes está associada a
vinha de uma companhia que produzia
comprada no mercado viveu em águas
riscos de saúde pública, pois estes
fertilizantes químicos. A consequência,
contaminadas pelo esgoto de alguma
contaminantes podem se acumular no
além da morte, foi a “Doença de Mina-
cidade litorânea?”, podemos pensar.
organismo do homem”, alerta Gabriela
mata”, uma síndrome neurológica que
Nenna Ferraresi, professora do curso
causa nas vítimas distúrbios sensoriais
selênio, fósforo, potássio, entre outros,
de Engenharia Ambiental da Faculdade
gravíssimos nas mãos, pés, além de da-
pode vir com uma dose de arsênio,
Oswaldo Cruz.
nos à audição e visão. Na época, quase
O peixe, rico em proteínas, ômega-3,
chumbo e mercúrio. Eles são contami-
O mercúrio pode ser dispensado
três mil pessoas tiveram a doença.
ecoaventura 61
saúde
Por tudo isso, não custa se prevenir
Maria Cristina Ricci Queiroz, mestre
atinge o sistema nervoso, a medula óssea e
pela USP em Biotecnologia e professora de
os rins. “Ele ‘gosta’ de se fixar nos ossos e,
e procurar saber de onde vem o peixe
Química Geral e Inorgânica na Escola Su-
ao competir com o cálcio, danifica o esque-
consumido. “Se sei que foi fisgado em uma
perior de Química das Faculdades Oswal-
leto”, esclarece a professora Maria Cristina.
área de complexo industrial, evito com-
do Cruz, adverte que as crianças precisam
Já o arsênio pode ser utilizado como
prar”, explica Sílvio César de Osti, doutor
ficar a léguas de distância do mercúrio.
agente de fusão para metais pesados e,
em toxicologia ambiental e professor da
“Além disso, em gestantes, esse metal é
quando diluído em água potável, confi-
faculdade Uninove.
capaz de atravessar a placenta”, afirma.
gura-se como um veneno de ação lenta,
O chumbo pode ser utilizado na fabricação de copos de vidro, por exemplo. Ele
62 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
Os peixes salgados podem sofrer
pois pode desenvolver câncer ao longo de
também com poluentes industriais, devido
muitos anos.
a rios degradados que deságuam no mar.
Todas as quartas-feiras, das 14h às 22h, acontece o varejão de pescado da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), famoso pela grande variedade e qualidade de seus peixes. Na barraca de pescados Hasegawa, 90% dos peixes de água salgada são comprados de fornecedores de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Alguns de água doce, como a Tilápia Saint Peter, são de pisciculturas. “Mas nossos consumidores gostam mesmo é de peixes de mar, é o que vende mais”, conta Cristiane Hasegawa, responsável pelo caixa da banca no varejão
Porém, o mais comum é a contaminação
O que fazer, então? Sílvio Osti ensina
por poluentes domésticos, provenientes de
que, quando o agente tóxico é cumulativo,
esgotos. “Nas praias, os peixes são conta-
quanto mais alto o peixe na cadeia ali-
minados com micro-organismos patogêni-
mentar, maior o índice de contaminação.:
cos e podem causar doenças como cólera
“O Robalo, é um exemplo. Ele é um peixe
e hepatite”, expõe Sílvio Osti. Há ainda
que caça, portanto, pode ter uma maior
casos de rios que ficam próximos a áreas
concentração de contaminantes”. Outra
de agricultura e, devido a isso, podem
dica do toxicologista é optar pelos peixes
ter peixes contaminados por praguicidas
criados em cativeiro, pois sua água é mais
utilizados nas lavouras.
controlada.
ecoaventura 63
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64 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
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ecoaventura 65
FOTOS: Kostas Jariomenko (SXC) e Alibaba.com Hong Kong Limited and licensors
[ meio ambiente ]
66 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
Para muitos, o uso de peles de animais verdadeiras no vestuário é sinônimo de retrocesso, para outros, de elegância. Essa é uma discussão antiga e que não cessará tão breve, principalmente porque a tecnologia oferece diversos tipos de tecido que podem se assemelhar à exuberância das peças feitas de peles de bichos DA REDAÇÃO i Arte: Gabriel Dezorzi
A
expressão “estar na moda”
ça de animais para uso exclusivo na moda.
reza, que utiliza armadilhas para prender
é um conceito, isto é, for-
Segundo Carlos Rosolen, diretor da ONG
os animais selvagens. “O impacto é o de-
mado a partir de um ponto
PEA (Projeto Esperança Animal), os ani-
sequilíbrio ambiental, já que se tratava de
de vista. Pode ser apenas
mais criados em cativeiros para a extração
predador de uma série de outros. Cada es-
seguir tendências atuais, sentir-se bem
de peles vivem em fazendas dentro de pe-
pécie tem um papel fundamental dentro da
com o que veste, independentemente da
quenas gaiolas e adquirem comportamen-
natureza”, explica Fábio Paiva, presidente
tendência, ou mesmo ser uma identidade
tos nervosos, que podem chegar ao cani-
da ONG Holocausto Animal.
que exige o uso consciente de qualquer
balismo. Há vários métodos de execução,
Tudo isso vai contra o artigo 3º da De-
peça de roupa a fim de evitar danos am-
como o estrangulamento, envenenamento,
claração Universal dos Direitos dos Ani-
bientais.
asfixiamento e eletrocussão anal — o mais
mais, de 1978, realizada pela UNESCO
Em janeiro deste ano, o evento Fashion
comum. “Eles matam o animal de uma ma-
(Organização das Nações Unidas para a
Business, no Rio de Janeiro, retomou uma
neira que preservem a pele, sem nenhum
Educação, a Ciência e a Cultura), com a
polêmica: o uso de pele de animais no ves-
estrago. O que acontece na maioria das
resolução de que nenhum animal deve
tuário. Peles verdadeiras de raposa, chin-
vezes é que o bicho fica inconsciente, por-
ser submetido a maus tratos ou a atos
chila e coelho foram vistas nas passarelas.
tanto, a pele é retirada enquanto ele ainda
cruéis e que, caso seja necessário matar
Depois do desfile, a controvérsia já tinha
está vivo”, relata.
um animal, ele deve ser morto instan-
tomado a internet, e várias ONGs reacen-
Outro método de captura — hoje, feito
deram as questões que envolvem a matan-
em frequência menor — é a caça na natu-
Mink
taneamente, sem dor e de modo a não provocar-lhe angústia.
FOTO: calamb123 (MorgueFile)
FOTO: Alibaba.com Hong Kong Limited and licensors
Casaco de pele de Mink
O Ibama emite um certificado com garantia de que a pele não é de animais selvagens ou em extinção
ecoaventura 67
Atualmente, o Brasil é o maior produtor e exportador de pele de chinchilas do mundo — uma média de 100 mil animais por ano
“Ao longo dos anos, o uso de peles vem perdendo força não só porque deixou de ser um símbolo de status, mas pelo aumento das ONGs que protestam contra a utilização. Hoje, o consumo é bem menor, mas já deveria não existir” – Fábio Paiva Cem milhões
Realizado anualmente em novembro, a Sexta-feira Mundial sem Pele é um protesto idealizado pela International AntiFur Coalition (Coalizão Internacional contra peles), — grupo mundial de ONGs —, à qual a Holocausto Anima l é filiada.
De acordo com a Holocausto Animal, esse é o expressivo número de mortes, anualmente, de animais com destino para o vestuário. Só na China, são 40 milhões. Dessa quantidade, dois milhões são animais domésticos (cães e gatos), vendidos como se fossem pele de outros animais. O Ibama informa que não há uma legislação específica para o uso de peles. No entanto, há uma instrução normativa segundo a qual, no Brasil, não é permitida a criação de animais ameaçados de extinção para fins comerciais, nem o uso de seus subprodutos. Outros animais, mesmo silvestres, mas que não estejam ameaçados de extinção, podem ser criados em cativeiro e comercializados, desde FOTOs: ONG HOLOCAUSTO ANIMAL
que legalmente. Ambas as ONGs são contra o uso de animais em entretenimento, consumo ou comércio. A PEA, por exemplo, indica o vegetarianismo porque, em sua concepção, há crueldade com animais abatidos para a alimentação tanto quanto para o vestuário. “A diferença dos animais para abate é que estão dentro de uma legislação e regulamentação específica, já os animais para vestuário, não”, argumenta Carlos Rosolen. 68 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
FOTO: bubblemonkey (everystock)
[ meio ambiente ]
Linha do tempo O uso de pele de animais — tanto o couro como o pelo — vem desde a Pré-História, que, prioritariamente, servia FOTO: O’HARA, Georgina. Enciclopédia da moda
para aquecer o corpo. A pele passou pelos pós-bárbaros (que enfrentaram regiões muito frias no norte da Alemanha), China (antes da Era Cristã, com objetos de couro), babilônios, hebreus e árabes (que empregaram como curtimento na arte), durante a Idade Média, por meio de pergaminhos, e no século 18 associado a trajes reais — usados por eclesiásticos, nobres e aristocratas. Mais recentemente, no século 19 e 20, foi exibida pelas atrizes de cinema — principalmente no americano. A imagem passada era de sofisticação, glamour e até uma retomada do feminino.
o status, no sentido da ascensão de algumas classes sociais”,
No século 20, as manifestações contra o uso de peles ganharam
explica Débora Carammaschi, docente do curso História da
força, o que causou desconforto para quem a utilizava na moda.
Moda, pelo Senac São Paulo. Para Débora, a cada ano, a indústria
E hoje, casacos de peles são mostrados em desfiles. “Nesse
mostra vantagens de ter um tecido mais prático e fácil de
momento, as peles nas passarelas brasileiras tem relação com
cuidar, mas ainda há problemas tecnológicos para resolver.
Necessidade x tecnologia — pela utilização de produtos químicos tóxicos.
tropical” e, mesmo no inverno, o frio não
A luta das instituições é constante.
é rigoroso. Para as ONGs, a tecnologia
E o objetivo é um só: colocar um fim no
têxtil oferece opções que substituem
comércio mundial de pele de animais.
totalmente as peças de animais, mes-
“A melhor solução para elas? Simples:
mo no clima frio. Além disso, afirmam
incentivar o ser humano a acabar com
que tanto o curtume como a indústria
essa prática. Porém, enquanto houver
de pele são atividades bem poluentes
consumidores, a indústria permanece-
“Dentro da indústria do vestuário, a pele original é um mercado insignificante. Se ela não existisse, o mundo continuaria girando do mesmo jeito.” – Carlos Rosolen
A pele das focas foi a primeira a se popularizar
rá”, expõe Fábio Paiva.
FOTO: Darryl Brooks (Dreamstime)
Um tópico que nunca é deixado de fora é o clima. Moramos no famoso “país
ecoaventura 69
[ meio ambiente ] O outro lado
representa em torno de 80% da classe
tudo acontece muito rápido.
A. Esses gastam, no mínimo, 350 reais
Quanto aos tecidos sintéticos, para
Marcos Mori Júnior, de 58 anos, tra-
com o serviço, que envolve a revisão e
ele, não há como fazer comparações.
balha com um público seleto em São
limpeza simples, em um casaco que não
“O sintético não tem um tato leve, a
Paulo: donos de peles verdadeiras de
precise de nenhuma reforma. Mas a
beleza dura pouco tempo, é artificial,
animais. Seu pai, Marcos Mori, iniciou
gama de preços é variada. Sobre a polê-
como o próprio nome já diz. Quem um
o trabalho cedo e sempre teve os filhos
mica do abate de animais, Mori tem uma
dia conhece e usa uma pele original,
ao seu lado. Quando faleceu, em 1995,
opinião contrária às ONGs. “Ao mesmo
nunca na vida vai usar o sintético”,
deixou a peleteria para a família. Seus
tempo em que os animais são criados
afirma categórico.
serviços contam com revisão, limpeza,
em cativeiros — para a indústria de con-
reforma e conserto. Mori afirma que o
fecção —, eles estão sendo preservados,
sistema não é nada poluente, pois a lim-
senão uma boa quantidade já estaria ex-
peza, em muitos casos, é feita à mão,
tinta pela caça predatória. Quem usa a
e são utilizadas câmaras frias, em salas
pele tem capacidade de entender que o
fechadas e climatizadas.
animal foi criado para isso, assim como
Como o comércio passa por gera-
a vaca para a alimentação”. Em sua opi-
ções, os clientes são tradicionais. A
nião, os animais não sentem a morte,
maioria é uma classe mais etilizada, que
pois são abatidos com um choque, e
“O peleteiro é um comerciante como qualquer outro, tem coração, tem sentimento” – Marcos Mori
FOTO: Alaskan Dude (everystockphoto)
Casacos considerados mais preciosos chegam a custar entre R$4 mil e R$6 mil por peça
70 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
Para todo argumento, Mori traz um contra-argumento. Necessidade do uso no Brasil? “Realmente, não há tanta necessidade. Mas, geralmente, quem usa viaja muito para o exterior, onde o frio é intenso”. O peleteiro relata, ainda, que nunca sofreu críticas pelo seu trabalho, mas acredita que haja preconceito de uma forma geral e a concorrência do tecido original com o sintético. Ele acrescenta que muitas coisas FOTO: Claudia Meyer (SXC)
não são expostas, por exemplo, como os acordos éticos entre peleteiros. Um exemplo é o trato em não produzir casacos de foca, feito em 1978. “Defendo a natureza, tenho cachorros na minha casa, adoro animal. Mas, não quer dizer que não possa citar ao Ibama o porquê da apreensão,
fiscalização redobrada para a caça de
Mori destaca que já teve problemas
não obteve resposta. Isso mostra que,
animais em extinção, que desafia a lei.
com uma pele confiscada por não ser
entre tantas divergências, há um pon-
Aliás, uma lei que está caminhando para
considerada legal. Entretanto, ao soli-
to em comum: a necessidade de uma
a negligência.
trabalhar com pele”, defende.
FOTO: Dmitry Boulatov (Dreamstime)
devido à falta de informação das pessoas
[ matéria do leitor ]
Lembra-se daquelas pescarias de nossa infância com varinha de bambu, linha chumbada, minhoca e corpo dentro d’água? Apesar do aumento demográfico que tem poluído rios e riachos, elas ainda podem proporcionar muita diversão e entretenimento, sobretudo em cidades interioranas, como Ilha Solteira e Pereira Barreto, em São Paulo Texto e fotos: Marcos A. Souza | Arte: Tiago Stracci
72 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
ecoaventura 73
[ matéria do leitor ]
É
cada vez maior o número de
onde a estrela principal é o belo Porqui-
Espécie de Acará tão popular quan-
pessoas que se reúnem às
nho de água doce, peixe briguento que
to a Tilápia, seja pela forma como se
margens de rios e represas
vem invadindo rios e represas dos esta-
multiplica nesses cursos d’água, ou por
livres de poluição para pra-
dos do Sudeste nos últimos anos. Se-
suas características no que diz respeito
ticarem a denominada pesca dentro
gundo alguns, ele foi introduzido pelas
à simplicidade da técnica empregada
d’água. São homens, mulheres, idosos
empresas que construíram as Usinas
em sua captura, esse pequeno notá-
e crianças que, por motivos que vão da
Hidrelétricas existentes nos rios Paraná
vel é encontrado em fundos de grotas
falta de tempo, de recursos financeiros
e Tietê, mas, sabe-se que ele é endêmi-
próximos à vegetação, em espraiados e
e, principalmente, do gosto pela pesca,
co dos lagos que se formam em rios da
nos barrancos sem vegetação aquática
encontram nesse simples estilo uma
bacia Araguaia/Tocantins. Justificativas
com fundo de areia, terra ou pedra. E o
forma saudável de lazer nas proximida-
à parte, o certo é que o Porquinho vem
melhor de tudo: pode ser pescado de-
des de suas casas. Exemplo disso é o
conquistando uma enorme legião de
sembarcado e com equipamentos sim-
que ocorre às margens dos rios Paraná,
entusiastas, e não apenas pelos moti-
ples ou artesanais, como um conjunto
São José dos Dourados e Tietê — na de-
vos citados, afinal, ele também é uma
micro, ou varas lisas, que tanto podem
nominada região dos “grandes lagos”,
iguaria muito apreciada à mesa.
ser de bambu quanto de fibra.
As margens das represas localizadas no oeste paulista podem proporcionar muita diversão para os pescadores
Quando pescado com equipamento apropriado, o Porquinho é um oponente que rende boas brigas
74 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
Pescar o Porquinho Ê um programa que pode ser compartilhado com mulheres, crianças e idosos
ecoaventura 75
[ matéria do leitor ]
A minhoca é uma isca tão eficaz quanto fácil de ser encontrada
A minhoca e o camarão-d’água-doce
encontradas facilmente. A minhoca, por
são as iscas que se mostram mais produti-
exemplo, é vendida em vários pontos ao
O equipamento sugerido é o compos-
vas, entretanto, massas caseiras ou indus-
redor de rios e represas. Já o camarão-
to por vara com tamanho entre 2,5 e 3,5
trializadas também proporcionam ótimos
-d’água-doce é encontrado nas margens
metros com linha de 0,25 a 0,30 milíme-
resultados. Como ocorre com a pesca da
dos rios e represas perto da vegetação
tro do mesmo comprimento e um peque-
Tilápia, para conseguir um bom índice de
aquática e é capturado com auxílio de
no chicote com cerca de 20 centímetros.
captura, é recomendável fazer uma ceva,
uma peneira ou puçá de tela fina (tipo
Além disso, sugerimos anzol nº 8, posicio-
que pode ser composta por húmus, detritos
mosquiteiro). Deve ser conservado den-
nado cerca de dez centímetros abaixo do
de alimentos, farelos de cereais diversos,
tro de uma vasilha com água. Para os
chumbo, que deverá ter peso ao redor de
entre outros. As iscas sugeridas podem ser
turistas, sugerimos a minhoca, mais fácil
0,5 grama.
76 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
de encontrar e conservar.
Pescar o Porquinho ou outras espécies que frequentam o mesmo ambiente é terapia fácil e barata
No caso específico do Porquinho, também rende saborosos petiscos
Pescar o Porquinho de água doce,
ões nas quais ele mordisca a isca de for-
tanto quanto outras espécies de peque-
ma tão sutil que pode até passar desper-
no porte, e com os pés dentro d’água,
cebido. Depois de fisgado, o Porquinho
é pura diversão, sobretudo porque ele
prova que tamanho não é documento e
demonstra muita astúcia na hora em
surpreende com corridas fulminantes,
que se aproxima da isca. Esse momento
que fazem a linha zunir.
requer concentração para que a fisgada
Aí está, portanto, uma opção simples
seja dada com precisão e eficácia. Uma
e barata para quem quiser se divertir
boa dica para não perder a fisgada é
com amigos e familiares não muito lon-
manter a linha esticada, pois há ocasi-
ge de casa.
folhas, flores e frutos Essas plantas cobrem superfícies com suas delicadas flores e distribuem cor por onde se espalham Da Redação foto: Arquivo ECOAVENTURA arte: Gabriel Dezorzi
T
ambém conhecido como polígono-
Tapetes de jardim
-de-jardim, o charmoso tapete natural é composto por um gramado de flores com caules maleáveis que crescem horizontalmente e se espalham pela superfície. Por tudo isso, o tapete-inglês é uma planta herbácea, rasteira e perene. As folhas possuem desenhos em forma de “V”, têm o vértice agudo e um conjunto de pelos curtos. A ramagem, em forma de globo, é delicada e floreia o ano todo, mas principalmente durante o verão e o outono. As cores mais vistas nas flores são a rosa e a branca. Propaga-se por sementes ou por divisão da ramagem já enraizada. O tapete-inglês recebe destaque pelo seu uso paisagístico. É uma espécie de fácil cultivo — tanto em áreas ensolaradas como em semissombreadas —, basta ser regada periodicamente e localizada em solo fértil. É comum encontrá-lo ao longo de caminhos de pedras, em vasos e floreiras.
Biologia Nome científico: Polygonum capitatum Sinonímia: Polygonum alatum, Persicaria capitata, Cephalophilon capitata Nomes populares: Tapete-inglês, Polígono-de-jardim Família: Polygonaceae Origem: Himaláia e Índia Tamanho (altura): 15-20 cm Referência bibliográfica: www.jardineiro.net/br/banco/polygonum_ capitatum.php
78 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
A polygonaceae é uma família de plantas angiospérmicas (plantas com flor)
correspondĂŞncia-18.indd 7
15/02/2011 10:41:13
[ mulher l entrevista]
por: Dani Costa | Fotos: arquivo pessoal | Arte: Tiago Stracci
Aline Patrícia Horikawa vivia de maneira pacata em São Sebastião do Paraíso-MG, quando decidiu sacudir a rotina. Resolveu acompanhar o marido em suas incursões de pesca. De lá para cá, a contadora de profissão não só se apaixonou pela pesca como se tornou, em apenas um ano e seis meses, uma referência no assunto em seus dois perfis na rede de relacionamento Facebook e no seu site. “Uma mulher ‘bombando’ sobre pesca na internet? Por que não?”, gargalha a moça em nossa entrevista. Confira!
80 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
ecoaventura 81
[ mulher l entrevista]
A
os 31 anos de idade, a bela Aline Patrícia Horikawa se dedica a divulgar suas peripécias em rios e pesqueiros,
com muitos peixões, teste de equipamentos e descobrindo a natureza. A internet é sua aliada, e foi com essa ferramenta que a pescadora colocou em prática uma jogada de marketing: passou a postar no Facebook com a intenção de ter visibilidade. Postou também vídeos no Youtube, atualiza seu Twitter (@alinepatriciamg) e, em seu site www.alinepatricia.com.br, escreve sobre peixes, técnicas de pesca, responde a perguntas — principalmente de mulheres — e, assim, faz crescer sua lista de fãs. Seu primeiro perfil no ‘Face’ chegou aos cinco mil amigos adicionados. Por isso, foi preciso fazer outro. A divulgação aumentou em outubro do ano passado, quando acordou resolvida a viver da pesca, a fazer
“A ideia do pesque e solte ainda não é difundida como deveria. Quem se propõe a trabalhar nesse segmento tem que ter o respeito à ecologia em primeiro lugar e tem que saber passar isso para frente. Caso contrário, a pesca esportiva perderá o seu encanto”
da sua paixão pelo esporte o seu ganha-pão. Mas, precisava ser conhecida. “Não tenho dúvidas de que me encontrei nessa área. Sou uma amante da pesca, da natureza, das aventuras!”, relata. ECOAVENTURA: Sua vontade de pescar vem da infância, baseada em recordações de parentes, ou surgiu na vida adulta ao observar o gosto que o seu marido, Gerson Horikawa, tem pelo esporte? Aline Patrícia: Meu avô praticava a pesca, mas não era um esporte para ele. Eu o via pescar apenas para garantir o suficiente para uma refeição. Nunca havia me interessado até ver o Gerson sair para se aventurar e ficar intrigada, afinal, ele contava várias histórias dos bichos que via, das plantas e das espécies de peixes que desejava fisgar. Além do mais, eu tinha uma pontinha de ciúme porque queria fazer parte daquilo. Certo dia, decididi ir com ele e, nossa, não sei descrever o que senti! Realmente, fui conquista82 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
Ela se encanta com um Jaú
da pela pesca. Quis voltar, quis aprender, quis saber tanta coisa! Isso foi em 2008, portanto, é tudo muito recente. EA: Quando você decidiu fazer da pesca o seu trabalho? Aline: Há seis meses. Trabalhava como secretária em uma clínica de fisioterapia, apesar de ter me formado em contabilidade. Adorava o que fazia, mas a pesca me chamou, precisava vivê-la todos os dias. Então, decidi comprar essa briga: ser uma mulher que aprende sobre o tema e incentiva outras a pescar. A ideia é escrever sobre como aproveitar a natureza; sobre os cuidados para pescar sem ferir os peixes; sobre o turismo nas regiões aonde vou. Sabia que era algo ousado, que as mulheres ainda se sentem acanhadas em acompanhar seus maridos, por exemplo, em suas viagens de pesca, e que eu corria o risco de não conseguir despertar a atenção feminina logo de imediato. EA: Quando entrou na internet determinada a se tornar popular como pescadora, havia planejado essa inserção? Aline: Sim, pois fiz uma pesquisa nas redes sociais — Facebook, Twitter e Orkut — e vi que não tinha nada que divulgasse com ênfase a pesca no Brasil, somente em sites, blogs e fóruns. Eu participava dos principais fóruns e nunca tinha visto um pescador colaborador de veículos de comunicação especializados em pesca utilizar o Face como ferramenta de divulgação. Quando fiz meu perfil nessa rede com o intuito de me promover como colaboradora de mídias, adicionei centenas de pessoas de uma vez. Fiquei espantada com a repercussão do meu trabalho. Se ficasse um fim de semana inteiro sem abrir e-mail, passava a segunda-feira inteira respondendo a mensagens, inclusive de amantes da pesca de outros países! ecoaventura 83
[ mulher l entrevista] “Pescador não gosta de pegar o Armau, dizem que dá azar, mas eu amei, achei lindo!”
EA: O cenário da pesca no Brasil,
da área, porque divulgo meu trabalho
cebook um encontro em outubro no rio
possui um número inexpressivo de mu-
sem ter medo, com retorno muito po-
Azul (sudeste do Pará), e algumas mani-
lheres colaboradoras nos veículos de
sitivo, mas já ouvi piadinhas durante a
festaram vontade de ir. Mesmo sem nun-
comunicação especializados.
pesca! Certa vez fisguei um peixe que
ca ter pescado com outra mulher, tenho
Aline: Por isso, quero ir além, não
parecia ser muito grande. Um homem
uma participação feminina bem grande
pretendo somente ser uma colaborado-
que pescava próximo a mim disse: “Que-
no grupo “Mulheres que pescam”, no
ra, quero estar presente no dia a dia das
ro ver tirar”. Aquele comentário maldoso
Facebook. Nele, trocamos experiências
redações. Acho importante a presença
me deu ânimo, fiquei um tempão segu-
sobre lugares onde pescamos, técnicas,
feminina para tirar a inibição da leitora
rando o peixe até puxá-lo sozinha: era
custos com viagens etc. É muito bom ver
que quer saber sobre pesca, mas não se
um Tambacu de 20 quilos!
esse movimento, pois aumenta a minha
sente à vontade para trocar mensagens
EA: Você já pescou com mulheres?
certeza de que precisamos focar o as-
com homens.
Aline: Por incrível que pareça, não!
sunto nas mulheres também.
EA: E há preconceito contra as mu-
Já estive com mulheres que acompanha-
EA: Onde você pesca habitualmente?
vam a pesca com o marido em alguns
Aline: Moro perto do Rio Grande,
Aline: Nunca senti diretamente, mas
pesqueiros, mas nunca pesquei com ne-
que fica a 50 quilômetros da minha
já percebi certo ciúme de profissionais
nhuma. Estamos organizando pelo Fa-
casa. O problema é que a pesca espor-
lheres na pesca?
84 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
“Acho importante a presença feminina nas redações para tirar a inibição da leitora que quer saber sobre pesca, mas não se sente à vontade para trocar mensagens com homens”
tiva está cada vez mais difícil nesse rio,
do sem o menor respeito pelos lugares
pois muitos pescadores jogam rede, e
onde vai pescar. E, muito menos, pelos
isso diminui consideravelmente os pei-
peixes. A ideia do pesque e solte ainda
xes da região. Sendo assim, tenho que
não é difundida como deveria. Quem se
ir mais longe do ponto onde costumava
propõe a trabalhar nesse segmento tem
pescar. Acho uma pena.
de ter o respeito à ecologia em primeiro
EA: A falta de consciência sobre a
lugar e tem que saber passar isso para
preservação da natureza é seu maior
frente, caso contrário, a pesca esportiva
temor?
perderá o seu encanto.
Aline: Sempre. Vejo tanta gente agin-
Com a repórter Sônia Sousa, da TV Sudoeste
ecoaventura 85
[ mulher l entrevista] EA: A pesca esportiva é para todos?
vembro do ano passado. Foi uma delícia
Aline: Ela está cada vez mais cara no
do primeiro ao último dia! Pesquei na cida-
Brasil e, por essa razão, escolho pescar
de de Yahape, na Argentina, e na cidade
em pesqueiros. Não acho, portanto, que
de Ayolas, no Paraguai, pois o evento foi
podemos afirmar que é para todo mundo.
na fronteira entre esses dois países. Teve
Sempre haverá um custo alto de viagens.
outra pesca que foi muito importante para
Muitos me contam que preferem ir à Ar-
mim, a da Copa do Mundo de Pesca Alter-
gentina a pescar em nosso País, pois lá
nativa, feita durante a Copa do Mundo de
os gastos são mais baixos. Em relação aos
Futebol, em junho do ano passado. Nela,
equipamentos, considero que há produtos
pescadores de cada país disputavam, e eu
para todos os gostos e bolsos.
fiquei em quarto lugar. Começou no pes-
EA: Qual foi a sua pescaria mais emocionante? Aline: Foram três: a primeira, de um Jaú no rio São Benedito (sul do Pará), pois
queiro Pantanosso e terminou na Estância Pesqueiro Campos. De mulher, só tinha eu e uma da Grécia, que foi eliminada na primeira etapa.
sempre brincava que estava ansiosa para
EA: Teve alguma pescaria frustrante?
pegar um peixe do meu tamanho, e esse
Aline: Não, pois, mesmo sem bons
tinha quase o meu peso: 40 quilos! Foi
peixes, aprecio o lugar onde estou. Gostei
em fevereiro deste ano, e tive uma briga
muito do rio Teles Pires, por exemplo. Não
boa com o peixe! A outra pesca que adorei
tive sucesso na pescaria, mas curti muito
aconteceu na Argentina, em um festival
o lugar, pois vi bichos que ainda não tinha
de Dourados no qual participei em no-
encontrado, e isso me emocionou muito.
“Mesmo sem nunca ter pescado com outra mulher, tenho uma participação feminina bem grande no grupo “Mulheres que pescam”, no Facebook. Nele, trocamos experiências sobre lugares onde pescamos, técnicas, custos com viagens etc.” Com o marido, Gerson Horikawa
86 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
EA: Qual lugar você indica às pescadoras iniciantes? Aline: Para aprender a utilizar o equipamento e arremessar, sugiro sempre um lugar tranquilo, como represa ou lagoa. Tentar pescar em rio pode não ser fácil, devido à correnteza. EA: Claro, um assunto bem feminino que não poderia faltar nesta entrevista: é difícil encontrar roupas próprias para pescadoras? Aline: Muito! Existem marcas que fazem roupas para mulher, mas são peças grandes, que sempre precisam de ajuste. Não é fácil achar modelos com cortes ideais para o corpo feminino, em geral, é um padrão ao qual devemos nos adaptar. Costumo mandar apertar minhas roupas de pesca. Já comentei com um fabricante de vestuário que é hora de revolucionar esse mercado, porque as mulheres vêm aí!
viagem no tempo A seção “Viagem no Tempo” republica a cada edição um texto da inesquecível Revista Troféu, leitura obrigatória dos amantes da natureza de 1970 a 2000. Desta vez, trouxemos um artigo de João Grande, de dezembro de 1973, no qual põe fogo na polêmica proibição da caça no Brasil, sobre a qual o autor toma as dores ao justificar que o caçador é o que menos causa danos à fauna. *Texto reeditado para republicação
88 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
ecoaventura 89
viagem no tempo
Os caçadores amadoristas estão extintos? 90 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
O artigo publicado em 1973 traz a reclamação de uma classe esportiva que, na época, era muito ativa, apesar de suas limitações. Hoje, pouco se fala dos adeptos da caça, mas eles ainda sobrevivem em um País onde ela é proibida e, por isso, configura crime ambiental Por: Dani Costa i Arte: Gabriel Dezorzi
Foto: Konjushanko Vladimir (istockphoto)
A matança de bichos por esporte no Brasil foi extinta completamenta muitos anos depois da publicação do artigo da Revista Troféu. A ECOAVENTURA atualiza aqui como ficou o panorama de caça amadorista, que, aos poucos, foi minguando no País.
ecoaventura 91
viagem no tempo
A
inda hoje o assunto é polêmico: defensores ambientais, de um lado, brigam para poupar a vida dos ani-
mais. Do outro, aficionados da caça argumentam que ela é regulada segundo avaliações técnicas e científicas, com pesquisas criteriosas sobre as espécies, sobre as áreas onde ocorre a caça e sobre as temporadas ideais. Foto: Søren Faurby (SXC)
Outro argumento, que ainda é foco de discussão, diz respeito à fiscalização pelas autoridades públicas e às taxas que poderiam ser pagas pelos praticantes da caça de forma a contribuir com ações ambientais, tal qual ocorre com
Foto: Iliya Samsonov (SXC)
a pesca esportiva.
Em 1967, foi regulamentada a Lei de Proteção à Fauna (5.197) no Brasil, segun-
delitos contra a fauna eram tratados como
permitida com fins recreativos, educativos
infrações à propriedade.
e turísticos. Nesse contexto, o esporte era
do a qual as espécies em qualquer fase
Entretanto, nesse primeiro momento
liberado, desde que praticado em fazen-
de desenvolvimento e que vivem natural-
da aplicação da lei, ainda era possível ver
das próprias e com controle das espécies
mente fora do cativeiro — a fauna silvestre
o Poder Público assumindo a responsabi-
chamadas cinegéticas (que é tradicional-
— não devem ser perseguidas, destruídas,
lidade de criar parques de caça federais,
mente presa da caça) por meio do repovo-
caçadas ou apanhadas. Antes disso, os
estaduais e municipais, onde a caça seria
amento artificial.
92 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
Foto: Jonathan Ruchthi (SXC)
Olho no olho: o javali-europeu é um porco selvagem considerado praga no Brasil, e é objeto de desejo dos caçadores
Mas, em 1998, uma nova legislação
por abandono, se torne selvagem.
— como na década de 1970 — não pos-
foi regulamentada — a Lei 9.605/98 de
Um exemplo de caça amadorista
suírem uma movimento forte em defesa
crimes ambientais, que revogou par-
possível é a de javalis-europeus no
dessa atividade desportiva, argumen-
cialmente a Lei de Proteção à Fauna.
Rio Grande do Sul. Produtores rurais
tam que outros países, como Uruguai,
Os crimes contra a fauna passaram,
e caçadores podem abatê-los, pois a
Argentina e muitos do continente africa-
então, a ser previstos nos artigos 29 a
Secretaria Estadual da Agricultura au-
no, adotam a caça como instrumento de
35 dessa nova lei.
torizou a partir da portaria 183/2010.
gestão ambiental. No entanto, os pou-
Assim, o País começou a ter dispositi-
Isso aconteceu devido à proliferação
cos caçadores remanescentes daquela
vos legais que, de maneira alguma, legi-
do animal, que destrói lavouras, ataca
época — e um número cada vez menor
tima qualquer tipo de caça, a menos que
rebanhos de cordeiros, além de comer
de novos adeptos — não constituem um
seja de controle, em casos de superpo-
outros tipos de animais. Nesse caso,
contingente suficiente capaz de justifi-
pulação, a caça científica para estudos,
cada estado deve regulamentar a libe-
car uma mudança na legislação que im-
a de subsistência em regiões passíveis
ração ou não de caça.
plique autorizar o final da vida, mesmo
de análise e a de animal doméstico que,
Os caçadores, apesar de ainda hoje
que de animais. ecoaventura 93
radar
Área medicinal Um grupo de voluntários criou uma reserva de conservação de plantas medicinais em Araxá-MG. A Reserva Ecocerrado Brasil foi criada a partir de uma doação no ano de 2000 de 37 hectares de pasto. Atualmente, a reserva conta com 150 espécies de plantas medicinais. Todos os trabalhadores são
Água em pauta
voluntários, desde moradores —
“Uma viagem pelo universo da água” é o que oferece a exposição Água
fundamentais no conhecimento
na Oca, no Parque Ibirapuera-São Paulo, até o dia oito de maio. Os oito mil m²
da cultura popular — até
do centro expositivo conta com instalações interativas, fotografias, peças de
pesquisadores de faculdades,
acervo museólogico, aquários reais e virtuais, esculturas, vídeos, entre outros
que contribuem com a ciência.
atrativos, como palestras e workshops. Mais de 90 mil visitantes já conferiram
A matéria-prima colhida no
o espetáculo.
local é doada para laboratórios
Organizada pelo Instituto Sangari do Brasil, em parceria com o Museu de
de fitoterapia, que distribuem
História Natural de Nova York, a mostra aborda os diversos aspectos da
a medicação gratuitamente.
água — físicos, biológicos, ambientais, simbólicos e artísticos — e trata
As plantas medicinais devem
de questões como as relações do homem com o bem natural, cidadania,
ser usadas com orientação de
consciência ambiental, ameaça da pesca predatória etc.
profissionais.
Saiba mais sobre o evento no site: www.aguanaoca.com.br
Boletim de desmatamento O Boletim de Transparência Florestal divulgado pelo Imazon (Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia) revelou que o desmatamento da região Amazônica teve um aumento de 994% em um ano. Em dezembro de 2009, o desmatamento foi de 16 km², enquanto que no mesmo mês do ano passado, somou 175 km². A análise, de dezembro de 2010 e janeiro deste ano, foi realizada com base em 30% da floresta, pois os outros 70% estavam cobertos por nuvens.
94 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo
O Imazon revelou que só em janeiro de 2011 foram registrados 83 km² de desmatamento
Atum sustentável A Princes — maior companhia de Atum em conserva do Reino Unido —, em parceria com a rede de supermercados Asda, que faz parte do conglomerado Walmart, anunciou que adotará o fornecimento de Atum originário de métodos não-destrutivos. Após uma longa campanha do Greenpeace contra o método de pesca ostensiva, o acordo foi recebido pela organização do Reino Unido. Ambas as companhias se comprometeram a não utilizar métodos que empregam redes de cerco com atrator de peixes (os chamados FAD’s). Isso porque, além de pescar peixes, como o Atum, esses equipamentos capturam Tubarões e raias pela rede. O acordo prevê que a nova pesca de Atum comece até 2014, e inclui o uso de
O Atum-azul é uma das espécies mais ameaçadas de extinção
linha e anzol, além de rede de espera sem o FAD.
Nova espécie Pesquisadores do MPEG (Museu Paraense Emílio
Fim da piracema
Goeldi), durante expedições
Após quatro meses da piracema
fevereiro.
realizadas na bacia Amazônica,
— época destinada à reprodução dos
Mesmo com o término da portaria,
descobriram uma nova espécie
peixes — está liberada a pesca nos
pescadores amadores devem ficar
de peixe. Identificada com o
principais rios do Paraná.
atentos à legislação, pois as cotas
nome científico Stenolicmus ix,
A medida, realizada pelo IAP
e os tamanhos mínimos são os
foi coletada no igarapé Curuá,
(Instituto Ambiental do Paraná),
mesmos dos anos anteriores. Para
afluente do rio Amazonas, no
começou no dia 1º de novembro do
saber mais sobre as restrições,
Pará. Algumas características
ano passado e permaneceu até 28 de
acesse: www.iap.pr.gov.br.
que a diferem das demais são: comprimento dos barbilhões (filamento olfativo ou gustativo) nasais e maxilares, padrão de coloração da região dorsal
Afastamento da La Niña
do tronco e pelos olhos e
O CPC ( Centro de Previsão
La Niña — 2010/ 2011 — foi um
comprimento da cabeça,
Climática ) dos Estados Unidos
dos mais fortes desta década.
proporcionalmente grandes.
informou que o fenômeno climático
Além de visto como responsável
La Niña deve desaparecer
pelas enchentes devastadoras na
completamente até junho deste ano.
Austrália, foi culpado pelas secas
O fenômeno é o oposto do El Niño e
no sul e sudoeste dos Estados
causa grandes mudanças climáticas
Unidos, que afetaram as safras de
na região Ásia-pacífico. O último
produtos agrícolas.
ecoaventura 95
classificados
] [ cie
Anun
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Ligue: (11) 3334-4361 comercial@grupoea.com.br
Parceiros ECOAVENTURA Campinas - SP Sugoi Campinas R. Fernando Pompeu de Camargo, 1342 Jd. do Trevo – 19.3277-0007 Cotia - SP Rações Tiko Av. Professor José Barreto, 1.269 Jd. Dinora – 11.4703-5000 Diadema - SP Marlin Artigos Para Pesca R. Salvador Correa de Sá, 339 Vila Nogueira – 11. 4075-4411 Embu - SP Rações Pinheirinho R. Ercilio Wustemeerg, 1612 Jd. Pinheirinho – 11.4704-5230 Gramado Express R. Aurora Amaral de Araújo, 149 Jd. Embuema – 11.4704-0157 Embu-guaçu - SP Med Pesca R. Cel. Luiz Tenório De Brito, 786 Dentro Posto Br. Centro – 11.4661-3065 Guarulhos - SP Pesca Guarulhos Av. Salgado Filho, 1.841 Jd. Sta. Mena – 11.2409-9690
Mairinque - SP Pesqueiro Pantanosso Est. Servidão Pesqueiro Pantanosso, 5.300 Olhos D’água - 11.4246-2176 Mauá - SP Aqua Pesca Av. Capitão João, 132- C / D Centro - 11.4555-7688/4514-9089 Miracatu - SP Serra Pesca Esportiva Rod. Regis Bitencourt, 348 Cafezal - 13.3847-8103 / 11.6248-0000 Osasco - SP Sugoi Osasco Av. dos Autonomistas, 3.222 Centro - 11.3654-0016 Ribeirão Pires - SP Da Silva Aquarios Av. Santo Andre, 349 Centro Alto – 11.4827-5112 Santo André - SP Sugoi ABC Av. Pereira Barreto, 42 Piso Loft - 11.4427-7600 São Paulo - SP Acqua Fish Est. de Itapecerica, 3.283 – Jd. Germânia www.lojaacquafish.com.br 11.5512-8782
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Tralhas e Cia Pesca e Lazer Av. Salgado Filho, 1441 Jd. Sta. Mena – 11.2441-0878 Itapecerica da Serra - SP Med Pesca R. Luiz Gama, 23 Centro – 11.4667-2468
São Bernardo do Campo - SP FabPesca R. Heinrich Nordhoff, 117 Riacho Grande www.fabpesca.com.br - 11.4397-5711 Marlin Azul R. Heinrich Nordhoff, 165 Riacho Grande – 11.4354-0425 A Fisgada R. Rio a Cima, 353 – Riacho Grande fabpesca@hotmail.com 11.4354-0135 Taboão da Serra – SP Casa de Rações Exótica Largo do Taboão, 99 – Centro 11.4701-4174/ 4787-5613 Ao Criador R. Acacio Ferreira, 3234 Jd. Tres Marias – 11. 4701-2629 Nippo Comércio de Rações R. Dr. Mario Augusto Pereira, 71/75 Parque Pinheiros 11-4137-7832/ 4137-3141
Pesqueiros Biritiba Mirim - SP Pousada Vale Encantado 11.4692-1094 www.valeencantado.com.br Sombra e Água Fresca 11.4692-2510 Castelo Branco - SP Mathu – 11.4131-6336 Francisco Morato - SP Clube de Pesca Recanto da Cascata 11.4609-9052 www.recantodacascata.com.br Guararema - SP Didi França 11.4693-0177 www.pesqueirododidifranca Itapecerica da Serra - SP Itapecerica 11.4667-3342 www.pesqueiroitapecerica.com.br Itaquaquecetuba - SP Itaquá 11.4648-6107 Jundiaí - SP Lagoa dos Patos 11.4537-1198 www.pesqueirolagoadospatos.com.br Juquitiba - SP Estância Pesqueira Campos 11.4683-9110 www.estanciapesqueiracampos.com.br Vale do Peixe 11.4682-1900 www.valedopeixe.com
Mairiporã - SP Clube de Pesca Takenaka 11.4604-8648 www.clickpesca.com.br/takenaka Da Lontra 11.4486-2359 Vale do Santo Ari 11.4604-3988 Mauá - SP Pesk Ville 11.4576-1170 Rei dos Amigos 11.4576-7352 – www.pesqueirodosamigos.com.br Peruíbe - SP Girassol 13.3456-1317 Poá - SP Roda Viva 11.4636-5636 Ribeirão Pires - SP Carequinha 11.4439-9058 Nova Tropical 11.4825-5382 Pedra Branca 11.4342-3784 www.ppedrabranca.com.br Pouso Alegre 11.4827-0382 www.pesqueiropousoalegre.com.br
Frete de Barcos & Guias Bertioga - SP Ossamu (Robalo) 11.9749-8564 Bragança Paulista - SP Braguinha 11.4035-2290/9967-1535 Fabio Martorano 11.9980-7423 Cáceres - MT Luís Henrique (Peixes Esportivos) 65.9614-3973 Formoso Araguaia - TO Alex 63.3357-1145/8119-0188 Dimas 63.9994-7553/8459-9346 Ilhabela - SP Nils 12.3896-5396/9146-5587 www.comandantenils.com.br Wilson 12.3895-8394/7850-7896/7850-7893 Itanhaém - SP El Shadai 11.2946-6966 Pelicano 13.9784-3302
– Ilhas da Queimada Grande, Laje da Conceição, Bom Abrigo e Parcéis dos Reis, Dom Pedro, da Una, da Noite Escura
Queimada Sub 13.3422-1855 www.queimadasub.com.br
Natal - RN Auricélio Alves 83.9115-0855 Alcimar 84.9916-4051 / 11.7742-1246 Porto Xavier - RS Juscelamar 55.9916-5572/3354-2293 Recife - PE Rodolfo 81.3619-1120/9979-5790 Salvador - BA Lino Justo 71.8869-8288/9918-8288/ 3332-6323 Marcel 71.8826-7042/3263-3324 São Sebastião - SP Via Mar Pescarias 12.3892-5456 viamarpescarias@uol.com.br
– pescarias em São Sebastião, Ilhabela e oceano. Iscas naturais e artificiais.
Boya Fishing 12.3862-1551/7898-4195 Barco Soberano 12.3887-8651/7850-1512 Serra da Mesa - GO Eribert Marquez 64.8415-1279 Tupaciguara - MG Daniel Sales 34.3281 3544
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