Revista ecoaventura edição 23

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matrinxã | tucunaré-amarelo | robalo-peva | spinca st | gt’s na í ndi a | t r alh a bar ata | h o m ol og a çã o de r e c or d e s

Ano II - EdIção 23 – Agosto –

R$10,90

ecoaventura - E d i ç ã o 2 3 - a g o s t o d E 2 0 1 1

recordes Passo a passo para homologação na IGFA Técnica Dicas para vencer a voracidade do Tucunaré-amarelo

BILÍNGUE

matrinxã O peixe de muitas pescarias

Técnica Pesca do Robalo-peva no inverno Tralha baraTa Uma pescaria com menos de R$150

a fa c i l i d a d e d o s p i n ca s t i gt ’ s n a í n d i a i t u r i s m o ( b i l í n g u e ) : e s t r a d a d e f e r r o m a d e i r a - m a m o r é




editorial

Diretor de redação Wilson Feitosa wfeitosa@grupoea.com.br Editora Janaína Quitério (MTb nº 45041/SP) jquiterio@grupoea.com.br DEPARTAMENTO DE JORNALISMO redacao@grupoea.com.br Repórter Dani Costa (MTb nº 01518/ES) dcosta@grupoea.com.br Redatora Bárbara Blas bblas@grupoea.com.br Tradutor David John Arte Glauco Dias, Mila Costa e Tiago Stracci Editor de fotografia Inácio Teixeira Correspondentes internacionais Fabio Barbosa e Voitek Kordecki Colaboraram nesta edição Alexandre Andrade, Fabio Barbosa, Flávio Freitas e Sergio Branconaro Consultores Alexandre Andrade e Eribert Marquez DEPARTAMENTO COMERCIAL Publicidade Salgado Filho comercial@grupoea.com.br Marketing Pedro Reis preis@grupoea.com.br Distribuição e edições avulsas atendimento@grupoea.com.br Atendimento ao leitor Priscila Santiago sac@grupoea.com.br Assinaturas assine@grupoea.com.br

ponsabilidades diárias fica do tamanho de uma criança, e o pai pescador

se põe à altura de seus filhos. Nesse momento, todos são parceiros, não importa em qual posição figurem na árvore genealógica. Arrumar a tralha, separar equipamentos, escolher as iscas, planejar a estratégia para cada peixe, marcar os objetivos do dia, tudo isso, para o filho aprendiz, é tão entusiasmante quanto um jogo de legos coloridos. Para o pai, no fundo, pescar também é uma grande brincadeira. À beira do rio, na praia, embarcado na represa, qualquer que seja o cenário, o pai se transforma num gigante — herói que domina as águas, conhece o comportamento dos peixes, escolhe sabiamente a isca certeira e, na hora da batalha, exibe orgulhoso o que todo filho no pai admira: a sua descomunal força para superar o desafio. Mas, quando o peixe é quem vence a briga, o pai não desanima: faz da frustração que sobrou com a linha uma lição de vida. Eis que, numa incursão, o filho compreende — para sempre — os altos e baixos dos quais as atividades humanas são feitas. Quem tem um pai pescador, além de tirar a sorte grande de ser inserido em uma das mais emocionantes e terapêuticas práticas esportivas, mira-se no exemplo de um aficionado polivalente: o pescador de aventuras, de alegrias, de natureza, de vida. Quem tem a sorte de ser filho de um pescador, aprende a dominar os embates da existência, porque o filho que recebe as mãos firmes do pai sobre a vara, no momento da fisgada, nunca se sentirá desacompanhado em qualquer briga diária, independentemente do tamanho do peixe. Nos rios tortuosos da vida, ter um pai pescador faz toda a diferença. Junto com as iscas, ele lança ao mundo o dom da perseverança, da paciência, do respeito à natureza. É por isso que filho de pescador, quando cresce, sonha em ser também progenitor de um estilo de vida. E, de geração em geração, a família da pesca esportiva se multiplica. A todos os pais pescadores, a equipe da Revista ECOAVENTURA faz essa homenagem. Feliz “Dia dos Pais”!

M AT RI NX Ã | T U C U N A RÉ - AM AR E LO | R OB A LO - P E V A | SP IN C A ST | G T ’ S N A ÍN D IA | TR A LH A B A R ATA | H O M O L O G A Ç ÃO D E R EC O R D E S

Assinaturas: (11) 3334-4361

luzir da alvorada — nos dias de pescaria. É quando a gravidade das res-

ECOAVENTURA - E D I Ç Ã O 2 3 - A G O S T O D E 2 0 1 1

A Revista ECOAVENTURA é uma publicação mensal da Editora ECOAVENTURA Ltda.. Distribuição com exclusividade para todo o Brasil: Fernando Chinaglia Comercial e Distribuidora S/A, Rua Teodoro da Silva, 907, tel. (21) 2195-3200. Os anúncios e artigos assinados são de inteira responsabilidade dos anunciantes e de seus autores, respectivamente. A Revista ECOAVENTURA está autorizada a fazer alterações nos textos recebidos, conforme julgar necessário. Nenhum colaborador ou funcionário tem o direito de negociar permutas em nome da editora sem prévia autorização da diretoria.

O

s olhos acordam à mesma hora que o Sol — e tão brilhantes quanto o

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Diretoria Farid Curi, Roberto Véras e Wilson Feitosa

O pai pescador — uma homenagem

ANO II - EDIÇÃO 23 – AGOSTO –

Editora ECOAVENTURA PABX: (11) 3334-4361 - Rua Anhaia, 1180 Bom Retiro - SP - CEP 01130-000 www.grupoea.com.br

RECORDES Passo a passo para homologação na IGFA TÉCNICA Dicas para vencer a voracidade do Tucunaré-amarelo

BILÍNGUE

matrinxã O peixe de muitas pescarias

TÉCNICA Pesca do Robalo-peva no inverno TRALHA BARATA Uma pescaria com menos de R$150

A FA C I L I D A D E D O S P I N CA S T I GT ’ S N A Í N D I A I T U R I S M O ( B I L Í N G U E ) : E S T R A D A D E F E R R O M A D E I R A - M A M O R É

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Edição 23 — agosto de 2011

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MOLINETE: FUNÇÕES E MANUTENÇÃO De forma didática, um especialista apresenta as funções do molinete, as diferenças entre os modelos, explica sua mecânica e características técnicas e dá dicas importantes para a sua manutenção.

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TÉCNICAS” A cada mês, a coleção “A ARTE DE PESCAR — APRIMORE SUAS traz dicas e informações sobre o mundo da pesca. 07/07/2011 16:07:46

O DVD é parte integrante da Revista ECOAVENTURA só para

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[ índice ]

10

BILÍNGUE

capa

Pesca de Matrinxã As várias modalidades para fisgá-lo

18

recorde

Passo a passo para homologação

As principais dúvidas respondidas por Jack Vitek, coordenador da IGFA


08 Correspondência 36 Internacional GT’s na Índia

44 Direitos e deveres A compra de um pacote de pesca

56 Turismo (bilíngue) Estrada de Ferro Rio Madeira-Mamoré

68 Bicho Galinha-d’angola

28

técnica

O virtuoso Tucunaré-amarelo

Como vencer a voracidade desse peixe

70 Técnica

Spincast: sinônimo de facilidade

78 Vitrine

Promoções e lançamentos

80 Tralha barata

Uma pescaria com menos de R$150

84 Turismo de pesca

Acordo interministerial pretende alavancar pesca esportiva

92 Saúde

Hipotermia: como se prevenir

50

técnica

Robalo-peva

Dicas para o inverno

96 Radar 98 Classificados


correspondência Lugar de peixe é no rio! Sou assinante da revista, aliás, ficam meus parabéns pelas belas matérias e pela iniciativa com o DVD “A Arte de Pescar”. Está muito bom!

Projeto Tietê dá pesca

Envio esta carta para falar sobre o rio Tietê, onde pesco Tucunaré há aproximadamente três anos

O rio Tietê é mais conhecido no Brasil por suas águas poluídas, que passam pela

na cidade de Pereira Barreto-SP, mas tem um

região metropolitana de São Paulo, do que pelas exuberantes, límpidas e piscosas águas

fato que vem me preocupando muito, que é a

que percorrem os municípios mais afastados da capital. Por isso, a Revista ECOAVEN-

quantidade de redes armadas no rio. Isso está

TURA quer a sua ajuda para des-

acabando com os peixes. Não podemos ficar de

mistificar a popularidade negativa

mãos atadas e deixar essa matança acontecer

desse curso.

sob nossos olhos. Nessa região, temos muito

Se você pesca no rio Tietê,

Tucunaré-azul de até cinco quilos, e os amarelos,

dê-nos a sua contribuição. Envie-

por volta de três. Vamos aproveitar esse projeto

-nos relatos e fotos de pontos

sobre o rio Tietê (“Projeto Tietê dá pesca”) e não

onde os peixes são abundantes e

deixar acabar este que, para mim, é um dos prin-

a natureza é marcante. Indique-

cipais pontos de Tucunaré do interior do Estado

-nos pontos de pesca onde você

de São Paulo em um rio com um nome muito for-

gosta de praticar o esporte e

te para o Estado e, com certeza, um dos pontos

descreva as espécies mais co-

mais próximos da capital paulista.

muns da região. Nosso e-mail é

Obs.: na região, precisava haver uma melhor

redacao@grupoea.com.br.

fiscalização e um incentivo para o ecoturismo e para o pesque e solte. Lugar de peixe é no rio!

Contamos com a sua ajuda!

Luciano Alexandre Bessi — Bauru-SP

Novo Código Florestal Brasileiro Gostaria de entrar na discussão do novo

Coleção do DVD “A arte de pescar” ? Assisto a todos os DVD’s que a Revista ECOAVENTURA traz a cada edição.

Código Florestal Brasileiro. Achei pertinente

Mas, infelizmente, os DVD’s só serão enviados a assinantes. Eu, que compro na

a revista assumir uma postura em relação a

banca, como poderia, então, ter acesso ao conteúdo?

esse debate, pois nada parece mais óbvio que

Alexandre Gomes, por e-mail

a importância dos rios e lagos, principalmente

Caro Alexandre, os DVD’s continuarão a ser um diferencial da Revista ECOAVENTURA.

para nós, pescadores. Simplesmente, não me

Os avulsos podem ser comprados por R$19,90 (com pedidos feitos por e-mail ou telefone) ou,

parece humano permitir que nossas matas ci-

o que seria mais vantajoso, você poderá tornar-se assinante e recebê-lo, sem custo, em sua

liares sejam devastadas. Os amantes da pesca

casa, junto com a revista. Não perca essa chance.

devem se voltar a esse assunto e se perguntar: será que, se aprovado o novo Código Florestal,

ERRATA

teremos muito mais tempo de boas pescarias em nosso piscoso País?

Diferentemente do que publicamos na matéria “Novo recorde de Tucunaré-açu”, pág 32, edição 22, o nome científico correto do Tucunaré-açu é Cichla

João Carlos Silva, por e-mail

08 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo

temensis, não Cichla orinocensis.



[ capa I cover article I matrinxã ]

O peixe de muitas pescarias A fish that caters to many fishing styles De ribeirinhos — com seus rústicos equipamentos — a pescadores de fly e de iscas artificiais: a legião de aficionados da pesca do Matrinxã é tão diversificada quanto as modalidades para fisgá-lo From the native river dweller using simple tackle to the refinement of the fly and lure fisherman, the legions of Matrinxã enthusiasts is as varied as the techniques that are used to catch it texto e fotos/text and Photos: alexandre andrade | arte/design: tiago stracci | tradução/translation: david john

10 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


ecoaventura 11


[ capa I cover article I matrinxã ]

S

eu salto acrobático só não é mais astuto que a maneira pela qual ataca suas presas. É por isso que suas

repentinas batidas costumam surpreender até os pescadores mais experientes. Bom de briga, não se entrega facilmente — esforça-se, até o último “suspiro”, para se safar da captura com corridas fulminantes para todos os lados. Por essas e outras características, fica fácil compreender por que o Matrinxã (espécies do gênero Brycon) tornou-se um dos peixes esportivos mais cobiçados. Distribuído por quase todo o território nacional, a sua facilidade de adaptação em reservatórios também foi fator importante para esse valente peixe tornar-se popular. Aliado a isso, a carne saborosa, bem como a facilidade em ganhar peso de forma rápida, contribuíram para que fosse introduzido em pesque-pagues e em piscicultura para abate. A temporada de pesca das espécies de Matrinxãs dura o ano todo — tanto no período de águas mais altas, quando ficam muito ativas ao redor de veApesar de não atingir grande porte, o Matrinxã é considerado um dos maiores desafios na pesca esportiva Despite of not reaching big sizes, the Matrinxã is considered one of the greatest sportfishing challenges

getações frutíferas, quanto no início da seca —, época em que podem ser encontradas encardumadas à procura de alimentos. Nessa ocasião, o frenesi é tanto que os espécimes disputam uns com os outros quem vai abocanhar uma isca artificial primeiro!

I

t is as astute in its acrobatic attempts at

very finish with sizzling runs in every possible

It can be found throughout Brazil and its ability

shaking off a hook as it is in attacking its

direction. For these as well as other charac-

in adapting to lakes has also been an important

prey. This accounts for the surprise it causes

teristics it possesses, it is easy to compre-

factor in raising its popularity. Additionally, its

to even the more experienced fishermen

hend why the Matrinxã (a member of the

tasty flesh and an ability to gain weight rapidly

when it strikes suddenly and unexpectedly.

Brycon genus) has become one of the most

have led to its stocking in pay-to-fish lakes and

It does not surrender easily and fights to the

sought-after gamefish.

in fish harvesting projects.

12 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


Por ser capaz de triturar vários tipos de alimentos devido a seus afiados dentes, um grande número de iscas pode ser usado para fisgá-lo Due to its sharp teeth, it takes on many food sources, and a great number of lures can be used to catch it

The Matrinxã fishing season is year-round — as much during the flood season, when they are active around fruit trees as at the onset of the dry season, when they shoal up in their quest for food. On these occasions, competition is frenzied as several fish take on a single lure.

ecoaventura 13


[ capa I cover article I matrinxã ] PESCA COM ISCAS ARTIFICIAIS A modalidade de arremesso com iscas artificiais em ambiente natural é propícia a encontros arrebatadores. Mas, não sem esforço, já que o Matrinxã tem comportamento arisco e imprevisível. Por isso, na pesca embarcada, é aconselhado aproximar-se dos pontos de pesca com o motor do barco desligado. Por caçar preferencialmente em cor correnteza, faz-se necessário o uso de iscas capazes de trabalhar em águas rápidas. Em geral, o Matrinxã é pego com spinners, colheres, plugues de meia-água e de super superfície e ataca iscas grandes e velozes, como hélices de até 11 centímetros. Deslocar Deslocar-se pelas corredeiras e explorar estruturas como troncos, galhadas e pedras semissubmersas tornam as ações mais promissoras.

Orgulhosos, pescadores exibem o dublê fisgado no rio Xingu Proud, fishermen expose the double caught in the Xingu River

lure fishing

preferably in fast water, it is neces-

tures with logs, branches and semi

sar y to use lures so suited. Generally

submerged rocks is most productive.

Casting lures in its natural envi-

spinners, spoons and swimming as

ronment is a surefire way of getting

well as topwater plugs are used, and

results, but requires a cautious ap-

it also attacks large sur face propeller

proach with the outboard silent, when

baits as big as 11 cms long. Cruising

Flyfishings hosts a legion of enthusi-

fishing from a boat. As they forage

along the rapids and exploring struc-

asts in their quest for these fish whose

14 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo

flYfishing


Os Matrinxãs costumam atacar plugues de superfície em corredeiras, logo abaixo de estruturas de pedra e de árvores frutíferas, como goiabeirinhas Matrinxã usually attack surface plugs in fast waters right below rock structures and fruit bearing trees, such as the dwarf guava tree

PESCA COM MOSCA O fly traz uma legião de apaixonados pela pesca desses peixes, cujo indomável instinto de caça pode ser atiçado com streamers, poppers e ninfas. Essa modalidade exige do pescador o domínio na precisão em posicionar as iscas diante desse peixe. Por outro lado, após o ataque, a leveza da mosca ganha vantagem na briga e dificulta que o Matrinxã se solte, mesmo durante seus saltos.

unbridled hunting instincts can be triggered with streamers, poppers and nymphs. Fly fishing demans accurate casting in front of the fish. On the other hand, the weightless flies are an advantage during the fight and avoid shakeof fs even during their many jumps.

ecoaventura 15


[ capa I cover article I matrinxã ] PESQUE-PAGUE Tal qual acontece em rios e lagos, o Matrinxã pode ser capturado em pesque-pague com massa, iscas naturais e artificiais, miçangas e sementes. Apesar da diversidade, não se trata de um peixe fácil de ser fisgado. Há dias em que ele não ataca nem mesmo a ração — ou suas correspondentes imitações artificiais — com a qual é alimentado.

PaY-to-fish laKes Insomuch as they can be taken in rivers and lakes, they are also to be caught in pay-to-fish lakes with dough, fish meal pellets, livebaits and lures as well as beads and seed baits. Despite their diversity, they are not that easy to hook, and there are days when they will even turn down their staple diet of fish meal pellets — or the equivalent artificial imitations.

16 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo

O Matrinxã é extremamente astuto, possui boca pequena e dura e, quando fisgado, dá início a saltos vigorosos, que geralmente lhe garantem a liberdade The Matrinxã is extremely astute, it has a small and hard mouth and, when hooked, stars a series of vigorous jumps, which usually guarantee its freedom


Serviços/ Services quem é ele? FISH I.D. Endêmicos dos rios das bacias amazônica e do Tocantins-Araguaia, os Matrinxãs são espécies onívoras e incluem em sua dieta flores, frutos silvestres, sementes, insetos, crustáceos e peixes (preferencialmente vivos). Peixes de escama, apresentam coloração prateada — chegam a lembrar um Lambari, mas gigante — em seu corpo alongado. São capazes de atingir 80 centímetros de comprimento e pesar cinco quilos. Vivem em rios de águas claras, sobretudo próximos de pedras e troncos submersos. The Matrinxã is an omnivore and has its roots in the Amazon and Tocantins-Araguaia basins. Their diet includes flowers, wild berries, seeds, insects, crustaceans and fish (preferably live). It is a scaled fish with a silvery hue and is reminiscent of the Lambari (a small shad), however, far bigger in size. It can reach 80 centimeters and weigh up to 5 kilos. It has a reference for clear waters, especially around submerged rocks and stumps.


[ recorde ]

E AGORA? Você, como a maioria dos pescadores esportivos brasileiros, tem muitas dúvidas sobre os procedimentos necessários para homologar um recorde na pesca esportiva? Nesta reportagem, a Revista ECOAVENTURA entrevistou o coordenador de recordes mundiais da IGFA, Jack Vitek, sobre o passo a passo para se tornar um recordista e sobre a nova categoria instituída — o recorde por comprimento —, na qual é obrigatório que o peixe seja solto Por: BárBara Blas | arte: tiago stracci

Q

uantos pescadores não ficaram orgulho-

modo: um número expressivo de recordes

Embora isso não interfira na homolo-

sos ao fisgarem um espécime gigante por

de espécies brasileiras está nas mãos dos

gação para recordes de peso, a IGFA

acreditarem que poderia se tratar de um

estrangeiros, aponta o representante da

prefere que o peixe seja solto, o que se

recorde? Entretanto, devido ao desconhe-

IGFA no Brasil Ian-Arthur de Sulocki. Apesar

tornou obrigatório na nova categoria —

cimento da existência de uma instituição

da burocracia e da ausência de informação

por comprimento. Para Sulocki, a falta

responsável — a IGFA (International Game

sobre os procedimentos em português, não

de preparo e de informação é o que

Fish Association), sediada na Flórida-EUA —,

é tarefa impossível o pescador eternizar seu

leva os pescadores a matarem seus

que disponibiliza as regras e os formulários

feito, como mostraremos a seguir.

troféus. “A gente procura instruí-los da

oficiais apenas em língua inglesa, muitas capturas não são homologadas e se transformam em “conversa de pescador”. Por

Para se candidatar a um recorde mundial é Preciso matar o Peixe?

isso, mesmo com generosa quantidade de

um estímulo ao turismo de pesca, pois desperta a vontade de outras pessoas irem àquela área para tentar pegar o

peixes esportivos nadando em águas na-

Para alívio dos adeptos do pesque

cionais, nos deparamos com um dado incô-

e solte, não é necessário sacrificá-lo.

18 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo

possibilidade de soltar o peixe, o que é

recorde novamente”, incentiva o representante brasileiro.


ecoaventura 19


[ recorde ] Criada em 1939, a IGFA é uma organização comprometida com a conservação da pesca esportiva e promoção de práticas responsáveis e éticas por meio de programas científicos e educacionais, criação de regras que regulamentam a pesca e homologação de recordes mundiais

foto: IGFA

O que é necessáriO para O peixe ser O nOvO recOrde?

Mas, se o recorde existente for mais pe-

goria de tippet. Na all-tackle, são homo-

sado que isso, o novo candidato tem que

logados os peixes mais pesados de cada

pesar pelo menos 0,5% a mais. Por exem-

espécie fisgados por um pescador com

Para ser considerado um recorde, o

plo, para um peixe cadastrado com 100

qualquer linha até 130 libras (60 quilos)

peixe de água doce ou salgada deve ba-

libras (45,35 quilos), o novo recorde deve

e, na all-tackle length, os mais compri-

ter o existente ou, no caso de espécies

superar o anterior em 226,7 gramas.

dos. Recordes por classe de linha depen-

que nunca foram homologadas, o espéci-

As categorias válidas são all-tackle (ou

dem da resistência dela, enquanto nos

me fisgado deve ter, no mínimo, uma libra

seja, independentemente do equipamen-

de fly, é considerada a resistência do ti-

de peso (0,453 quilo). Para peixes que

to utilizado), all-tackle length (também

ppet por classes até 20 libras (10 quilos).

pesem menos de 25 libras (11,33 qui-

sem importar o equipamento para recor-

Há, ainda, a categoria para adolescentes

los), o novo recorde deve ter pelo menos

des de comprimento), por classe de linha

de 11 a 16 anos (junior) e crianças até

duas onças (ou 56,69 gramas) a mais.

(de acordo com a libragem) e fly por cate-

dez anos (smallfry).

20 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


CLASSES DE LINHA

CLASSES DE TIPPET

cOmO funciOna a nOva categOria?

metric

U.S. Customary

metric

U.S. Customary

1 Kg

2 lb

1 Kg

2 lb

Instituída pela IGFA em janeiro de 2011,

2 Kg

4 lb

2 Kg

4 lb

3 Kg

6 lb

3 Kg

6 lb

não são levados em conta o equipamento de

4 Kg

8 lb

4 Kg

8 lb

6 Kg

12 lb

6 Kg

12 lb

8 Kg

16 lb

8 Kg

16 lb

10 Kg

20 lb

10 Kg

20 lb

15 Kg

30 lb

24 Kg

50 lb

37 Kg

80 lb

ria da IGFA, já que o maior comprimento vale

60 Kg

130 lb

tanto quanto a vida do peixe. Por isso, para se

pesca utilizado ou o peso do espécime, e sim o comprimento dele. O coordenador de recordes mundiais da IGFA, Jack Vitek, explica que a chamada All-Tackle Length World Records (recorde mundial por comprimento com qualquer equipamento) é um marco para a histó-

candidatar a ser recordista nessa categoria, o peixe deve ser solto após medição e registro fotográfico. “Mas apenas as espécies cujo manuseio não traz risco ao pescador e ao próprio peixe entram nessa categoria”, alerta.

foto: Salgado filho

A categoria de recorde por comprimento traz uma inovação: a obrigatoriedade de o peixe ser liberto vivo após a medição

ecoaventura 21


[ recorde ] quais prOvas sãO exigidas pela igfa? No pedido de homologação, é necessária a reunião de algumas provas, tais como medição de peso, comprimento e circunferência do peixe, fotos do pescador com o espécime, balança e equipamento utilizados, uma amostra da linha ou tippet e assinatura de testemunhas. Mas, antes de tudo, o pescador precisa estar preparado para não se desesperar ao tirar um troféu da água e não ter como registrar a proeza.

preparaçãO para a pescaria O ideal é que, antes da incursão, o pescador pesquise quais peixes existem na região e os respectivos recordes. A lista atualizada de todas as categorias está disponível no site da IGFA somente para membros. Os não membros têm acesso

2.

1.

somente à categoria all-tackle.

fotoS: IGFA

Para medição na all-tackle length, as regras primordiais são utilizar a régua oficial da IGFA e fotografar mostrando a posição da boca e do rabo, bem como closes deles

O Boga Grip original é recomendado por ser uma balança facilmente certificada pela IGFA, antes ou depois da captura do recorde

22 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


FOTOS: certo e errAdo 1 – Na foto do pescador Martini Arostegui com um Zander (Sander lucioperca) sendo pesado na balança e com a vara e o molinete, todos os itens obrigatórios estão incluídos para o processo de homologação, que ainda está em andamento para categoria por linha de até 3 kg (6 lb). O feito ocorreu na Espanha e o peixe pesou 2,38 kg 2 – Esse é um mau exemplo de foto submetida a recorde, já que é recomendado que o peixe não esteja deformado. E mais: a foto tem péssima qualidade! 3 – Esse é um exemplo de foto tirada ainda no barco e está correta para mostrar o pescador Rafael Llamozas com um Tucunaré-açu (Cichla temensis), fisgado na Colômbia, e o equipamento de pesca. O peixe, que mediu 34,64 polegadas (87,98 cm), está em processo de homologação para a categoria all-tackle length

3.

4.

4 – Segundo a IGFA, essa seria uma fotografia “de herói” — ideal para as publicações da instituição —, na qual estão somente o pescador, Roger Burnley, e seu troféu, um Grouper snowy (Epinephelus niveatus) de 31,94 kg capturado nos EUA, que aguarda homologação para alltackle 5 – Péssimo exemplo de foto para um recorde, pois o peixe e o pescador não podem ser vistos claramente

5.

fotos gentilmente cedidas pela IGFA para ilustrar esta matéria

Outra providência é a balança — um dos

comendação de alguma marca específica,

ela deve ser enviada ao instituto junto com

principais obstáculos para o recorde ser

mas publica anualmente no seu “Livro dos

o pedido de homologação. Se o pescador

homologado. A melhor opção são os dina-

Recordes” as dez balanças que pesaram

não dispuser da balança homologada

mômetros conhecidos como “boga”, que

mais capturas registradas nos últimos

ou não tiver condições de enviá-la para

são alicates com mola e funcionam como

12 meses. Segundo Sulocki, o problema

aferição, o peixe tem que ser sacrificado

balança portátil. Ela tem que ser certifica-

com relação aos dinamômetros brasilei-

e pesado em estabelecimentos como os

da pela IGFA ou pela autoridade nacional

ros é que os fabricantes nacionais fazem

Correios ou açougue.

competente, que, no Brasil, ficaria a cargo

modelos que atendem à pesca amadora,

Além dos itens já citados, o pescador

do Inmetro (Instituto Nacional de Metrolo-

mas não têm a precisão necessária para

deve levar uma fita métrica, máquina fo-

gia, Normalização e Qualidade Industrial).

homologar um recorde. Por isso, ele su-

tográfica e preencher o formulário [leia a

Entretanto, segundo o assessor dessa

gere que o pescador compre uma balan-

seguir]. Para os recordes por comprimen-

instituição, só são aferidas balanças para

ça importada, de preferência das marcas

to, em vez de uma fita comum, é exigida

fins comerciais, fiscais e de saúde. Para

Boga Grip ou Smith Scale, que custam

a régua de medição oficial da IGFA, que

os associados da IGFA, esse procedimen-

por volta de 100 dólares e são facilmente

pode ser adquirida na loja virtual por

to fica mais fácil: basta enviar a balança,

aferidas pela IGFA. Vale ressaltar que essa

49,95 dólares. Se possível, recomenda-

com capacidade de pesagem até 100 li-

certificação deve ser realizada pelo menos

-se levar também uma filmadora, pois

bras, à instituição norte-americana, a um

uma vez por ano e que esse procedimento

vídeos ajudam na homologação, embora

custo de 30 dólares. O instituto não faz re-

pode ocorrer após a captura. Nesse caso,

não sejam obrigatórios. ecoaventura 23


[ recorde ] é recOrde! De acordo com as Regras Internacionais de Pesca (International Angling Rules) da IGFA, ao fisgar o peixe, o pescador não pode receber assistência durante a briga. Portanto, só ele deve manusear a vara, a carretilha ou molinete e a linha. A pesagem

Não compete à IGFA avaliar a índole do pescador, e sim ratificar a captura de um recorde. Qualquer falsificação intencional desqualificará o pescador para recordes futuros, e os já existentes serão invalidados. Nos eUA e em muitos países europeus, por uma questão cultural, parte-se do princípio de que o pescador será honesto consigo mesmo!

só pode ser feita em terra firme. Já a me-

nesse caso, a pesagem não é pedida. Na

dição de comprimento e de circunferência

medição, para essa categoria, o peixe deve

O formulário tem que ser preenchido

deverá ocorrer em uma superfície plana,

estar com a boca fechada e livre de iscas

pelo próprio pescador, e nele constarão

em três posições [veja abaixo]: da ponta da

ou alicate de contenção. Entretanto, outras

as informações sobre a captura (nome

cabeça (xx) até a ponta da cauda (xx), da

fotos são desejáveis, a fim de aumentar as

comum e científico do peixe, local de cap-

ponta da boca (x) até a forquilha interna da

provas, tais como da briga, close do peixe

tura, a medição, equipamento utilizado,

nadadeira caudal (x) e a circunferência do

na balança, e, para as categorias por peso,

testemunhas e para qual categoria de re-

peixe no ponto mais espesso (G). De pre-

das medições. As fotos devem mostrar

corde está se cadastrando). Testemunhas

ferência, o processo deve ser fotografado.

todo o peixe, e é indicado fotografar de ân-

são altamente desejadas, e a falta delas

tes do mundo”, esclarece Vitek.

Para homologar o recorde all-tackle,

gulos variados para que não haja dúvidas.

pode fazer a homologação ser rejeitada.

por linha ou fly, Jack Vitek explica que é

Se, no calor da captura, o pescador

Se possível, o ideal é recolher assinatu-

necessária pelo menos uma foto com as

não tiver certeza da nomenclatura cor-

ras e endereços do capitão do barco (se

seguintes cenas: do pescador com o pei-

reta do espécime fisgado, pode agir de

estiver embarcado), do guia de pesca, de

xe na balança certificada e a vara com a

duas formas: enviar fotos do espécime

quem pesou o peixe, uma testemunha

carretilha ou molinete. Somente para o

a um biólogo brasileiro ou deixar a con-

da pesagem e outras duas pessoas que

recorde de comprimento é imprescindível

firmação para um especialista da IGFA.

presenciaram o feito, cujos nomes não

a foto da medição, que deve ser feita com

“Se, mesmo assim, a espécie não for

podem ser repetidos. Se houver um repre-

a régua oficial da IGFA (foto do peixe todo,

identificada, enviamos os registros foto-

sentante ou membro da IGFA no local, é re-

e close da boca e cauda na régua), mas,

gráficos para especialistas de várias par-

comendado que sirva como testemunha.

24 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


3.

fotoS: inácio teixeira

1.

4.

2. 5.

6.

cOmO Fazer: pAsso A pAsso 1 - O pescador-mirim Gustavo Ambrosio de Souza, 13 anos, fisgou um Tambacu e demonstra o passo a passo para homologação de um recorde 2 - O troféu de Gustavo foi um Tambacu de 6 kg, mas não seria válido como recorde por ter sido fisgado em pesqueiro. O material de pesca utilizado foi carretilha Contender GTO-3000,

vara de 8 pés, linha 0,35 mm e massa goiabinha como isca 3 - Da ponta da cabeça até a ponta da cauda, o Tambacu tinha 56 cm de comprimento 4 - Da ponta da boca até a forquilha interna da nadadeira caudal, 52,5 cm de comprimento

5 - O peixe tinha 44,5 cm de circunferência 6 - O formulário deve ser preenchido em inglês ou outra língua com todas as informações sobre a captura, e o pescador é encorajado a fazer uma descrição mais detalhada do feito

ecoaventura 25


[ recorde ] O enviO dO material A partir da data de captura, a IGFA deve receber o material em até 90 dias se o peixe for fisgado fora dos Estados Unidos, e em 60 dias se ocorrem em águas norte-americanas. A única exceção é para os recordes submetidos à categoria all-tackle, que não tem data limite, mas só serão admitidos pedidos de homologação de peixes capturados em anos anteriores se houver fotos aceitáveis, se o peso do peixe puder ser verificado e se o método de captura for comprovado. Além do formulário preenchido — com firma do pescador reconhecida —, deve-se enviar as fotos, amostra da linha ou tippet, pagamento da taxa e outros materiais convenientes, como uma gravação em vídeo e a balança utilizada na pesagem, caso ela não seja certificada ou esteja expirada. A falta de qualquer informação no formulário ou material entregue deve ser justificada.

A IGFA responde!

Na sede da IGFA, na cidade de Dania Beach, Fló rida (Estados Unidos), estão localizados o museu e a galeria da fama da instituição. A entrada para membros e menores de 3 anos é gratuita, e adultos não membros pagam 8 dólares foto: fabrício biguá

EA: Se o pescador estiver sozinho e

metida a um recorde?

fisgar um recorde, é possível ele ser

JV: Para a categoria all-tackle, sim, e

ECOAVENTURA: Há categorias de

homologado?

mesmo as espécies que não estiverem

recordes masculinas e femininas?

JV: Sim, é possível. O ideal, se estiver sozi-

cadastradas podem ser submetidas a

Jack Vitek: Sim, mas só para água salga-

nho, é tirar muitas fotos para documentar.

um recorde. Para as outras categorias, há

da, com exceção do all-tackle, que é uma

EA: É necessária uma fita mé-

uma lista de peixes.

categoria para ambos. Para capturas em

trica específica para catego-

EA: Antes se dizia que o recor-

água doce, só há diferenciação de gênero

rias de peso?

de era o maior peixe da espé-

para adolescentes e crianças.

JV: Não é necessária uma fita específica.

cie. Agora, com a nova cate-

EA: O que é o Hall of Fame (galeria

Só para a categoria de comprimento (all-

goria por comprimento, qual a

da fama)? Todos os pescadores que

-tackle lenth).

termologia correta?

fisgaram recordes estarão lá?

EA: É válido recorde de pesqueiros?

JV: O mais pesado para categorias de

JV: Não necessariamente recordistas esta-

JV: Só é considerado recorde se o peixe

fly) e o mais peso (all-tackle, por linha e fly

rão no Hall of Fame, e sim pessoas que de-

estiver solto na natureza, ou seja, que não

comprido para a de comprimento (all-

ram alguma contribuição importante para a

recebe do homem ajuda para alimentação,

-tackle lenth).

pesca, o que não tem a ver só com recorde.

por exemplo.

EA: Os fomulários têm que ser pre-

EA: A pesagem tem que ser feita em

EA: O que é a categoria state record?

enchidos em inglês?

terra firme?

JV: É uma categoria de recorde por estado

JV: Não, a IGFA aceita formulários em

JV: Só crianças e adolescentes podem pe-

válida só para os Estados Unidos.

outras línguas. Entretanto, fomulários em

sar no barco. Adultos, não.

EA: Qualquer espécie pode ser sub-

inglês são mais fáceis de processar.

26 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


A amostra da linha deve estar intacta,

cujo valor é destinado não apenas para a

conectada e ser facilmente desenrolada —

homologação, como também para a filiação.

enlaçá-la em um pedaço de papelão facilita.

O pagamento pode ser feito com cartão de

Para homologação de recorde de fly, devem

crédito internacional, cujo número é forneci-

ser enviados: a isca, todo o tippet, o líder — e

do no próprio formulário, já que não há op-

a sua conexão com a linha —, além de uma

ção de pagar pelo site da instituição.

polegada (2,54 centímetros) da linha. Para

A confirmação ou não da homologa-

as demais categorias, são necessários o

ção não tem prazo definido, pois depen-

líder inteiro, a linha dupla (se houver) e, no

de da dificuldade de comprovação, mas,

mínimo, 50 pés (15,24 metros) da linha sim-

normalmente, demora de dois a três me-

ples, cortados próximos da linha dupla, do

ses. E se tudo der certo nesse processo,

líder e do anzol. Se a isca for usada com o lí-

o pescador receberá um certificado, terá

der, ele deve ser tirado na junção com a isca.

sua foto publicada no Boletim da IGFA

A taxa é de 40 dólares para membros,

e ainda poderá ganhar lugar no “Hall

35 dólares para membros juniores (até 16

of Fame” (galeria da fama), que fica na

anos) e 65 dólares para não membros —

sede da organização.

O passO a passO resumidO Antes d dA A pescA pescAriA - ver lista de recordes e peixes existentes na região - balança certificada pela IGFA - fita métrica (para categorias de peso) e/ou régua oficial de medição da IGFA (para categoria de comprimento) - máquina fotográfica - filmadora (opcional) - formulário da IGFA (em inglês; obtido no link http://www.igfa.org/Fish/World-RecordRequirements.aspx) Durante a pescaria - para as categorias de peso (all-tackle, por classe de linha e fly fly): tirar foto do pescador com o peixe, balança e o equipamento de pesca (vara e carretilha/ molinete); fazer a medição do peso, comprimentos e circunferência. É recomendável tirar fotos desse processo também - para a categoria de comprimento (all-tackle lenth), é preciso foto do pescador com o peixe e o equipamento de pesca, além de foto da medição do comprimento na régua oficial da IGFA - preencher o formulário e recolher assinatura das testemunhas - gravação em vídeo (opcional) Após A pescA pescAriA - enviar as fotos de acordo com a categoria escolhida - amostra da linha ou tippet - formulário preenchido e com firma reconhecida - taxa (US$ 40 para membros, US$ 35 para membros juniores e US$ 65 para não membros) - gravação em vídeo (se houver) - a balança, caso ela não esteja certificada - o pedido de homologação do recorde deve chegar à IGFA em um prazo máximo de 90 dias para recordes fora dos EUA e 60 em águas norte-americanas. A exceção é para all-tackle, que não tem tempo determinado para homologação, desde que sejam fornecidas provas suficientes

ecoaventura 27


[ técnica I tucunaré-amarelo ]

Antes encarado como um simples coadjuvante durante as pescarias nas represas do Sudeste, o Tucunaré-amarelo, a cada dia, conquista um maior contingente de pescadores que descobriram, em sua voracidade e valentia, virtudes que exigem técnica e perícia para sua captura TexTo e foTos: flávio freiTas i arTe: Tiago sTracci

28 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


ecoaventura 29


[ técnica I tucunaré-amarelo ]

O

Tucunaré-amarelo (Cichla kelberi) é um peixe de hábito diurno. Originário da bacia do Araguaia-Tocan-

tins, pode chegar aos 60 centímetros e pesar por volta de quatro quilos. Foi introduzido em vários ambientes aquáticos do Sudeste, porém, é mais difícil de ser encontrado que o Tucunaré-azul (Cichla piquiti). Segundo a opinião de pescadores que se empenham em sua captura, ele também é mais voraz e briguento, sobretudo quando comparado com outras espécies de mesmo peso e tamanho. O ataque fulminante é uma de suas principais características, especialmente ao se pescar com iscas artificiais ou com moscas. Também é mais pesado proporcionalmente ao tamanho, ou seja, é mais curto e grosso. Outra característica marcante dessa espécie é que seu metabolismo tolera águas mais ácidas e com menos oxigênio, o que o transforma em uma excelente opção de pesca após longos períodos de chuva ou quando o nível das represas oscila bruscamente.

O Tucunaré-amarelo costuma se concentrar em meio à vegetação aquática

30 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


A dificuldade de encontrá-lo, bem como a sua valentia, são características que tornam a sua captura mais emocionante

ecoaventura 31


[ técnica I tucunaré-amarelo ]

O Tucunaré acima foi fisgado na represa de Tupaciguara-MG

Assim como o Tucunaré-azul, muda a

preto, Fire Tiger, vermelho, entre outras,

sar a isca entre a vegetação e recolher

sua coloração de acordo com a variação

demonstram mais eficiência. Já em locais

com toques contínuos e a ponta da vara

de tons do meio em que vive. Tem ape-

com pauleiras e águas mais limpas, as de

para cima. Isso evita que se enrosque nas

nas três listras verticais e possui olhos

tons mais claros, como branco, osso, ver-

estruturas e faz com que bata na superfí-

avermelhados, o que faz muitos pesca-

de-limão, dourado e rosa se sobressaem.

cie — uma tática muito eficiente para tirar

dores acreditarem que ele tem “sangue

Para tirar o peixe do meio da vegetação

o predador do esconderijo. Já em águas

de açu”. Quando está encardumado, é

aquática — que é onde costuma se con-

claras ou pouco turvas, quando a isca esti-

normal encontrá-lo em fundo de grotas

centrar — as colheres, spinners bait, spin-

ver saindo da estrutura, dê um puxão forte

com águas mais turvas e em meio a vege-

ners e iscas antienrosco, como criaturas

e seco para tirá-la do alcance do predador.

tações aquáticas. Em locais com águas

de silicone, zaras com anzol na traseira,

Isso evita que seja perseguida até próximo

muito sujas, iscas de cores fortes e si-

ratinhos, entre outras, são as mais indica-

do barco, onde o peixe pode se assustar e

lhuetas mescladas como a “palhacinho”,

das. O método mais produtivo é arremes-

voltar para o esconderijo.

32 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


Criatura... ... spinner...

... criatura (popper)... popper popper)... ... spinner bait...

... zara... ... colher

ecoaventura 33


[ técnica I tucunaré-amarelo ] Com o peixe fora das estruturas, os outros pescadores terão poucos segundos para arremessar suas iscas. Nesse caso, os modelos mais produtivos são as erráticas (twitch baits) com ratlim. Esse tipo de isca pode ser trabalhado com sucesso de duas maneiras: em lugares fundos com toques fortes e longos com a ponta da vara para baixo, de forma que ela faça um “Z” sob a água. Em lugares rasos, tal qual a maioria dos pontos onde encontramos os amarelos, os toques com a ponta da vara para cima devem ser curtos, com o objetivo de que a isca faça o “Z” mais próximo à superfície. Esse trabalho, além de muito eficiente, evita enroscos.

O Tucunaré-amarelo é mais uma ótima opção para os pescadores que frequentam as represas do Sudeste. Mas, em locais onde a pesca é praticada de forma predatória, fica mais difícil encontrar esse nobre oponente. Por isso, para garantir que essa espécie não seja extinta, é imprescindível soltar todos os exemplares capturados 34 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


Equipamentos

BIOLOGIA ARREMESSO

• Varas de 14 a 20 libras (6 a 9 quilos), de ação média ou média-rápida

MOSCAS • Varas rápidas 6 ou 7

• Carretilhas com velocidade de recolhimento entre 5 e 7.0:1

• Iscas de superfície: zaras, sticks e hélices com tamanho entre 9 e 11 centímetros • Iscas erráticas e meia-água: modelos variados com tamanho entre 5 e 12 centímetros • Linhas de multifilamento 30 a 50 libras (14 a 23 quilos) ou monofilamento de 17 a 25 libras (8 a 11 quilos). Quem preferir pode usar um líder de fluorcarbono de 0,45 milímetro com cerca de 1 metro de comprimento

Como todo ciclídeo, o Tucunaré-amarelo se reproduz mais de uma vez por ano. As fêmeas procuram áreas rasas para desovar, geralmente sobre troncos caídos ou pedras submersas, onde cuidam das ovas até a eclosão. Após o surgimento das larvas e até atingirem aproximadamente dois meses ou cerca de seis centímetros, os pais, quando percebem algum perigo para a prole, colocam os filhotes na boca e os depositam em pequenas depressões ou estruturas submersas que possam protegê-los de predadores. Quando há grande abundância de alimento, como Tilápias, crustáceos, Acarás, Lambaris e outros, crescem entre 400 e 600 gramas por ano e atingem a maturidade sexual por volta do segundo ano de vida. Ao contrário de outras espécies, os machos crescem mais que as fêmeas.

• As iscas mais eficientes são os streamers e poppers (de 5 a 10 centímetros) montados em anzóis 1/0 a 2/0 sem farpa

• Linhas WF Floating (para lugares rasos) e Sinking (linha que afunda) para época com grandes variações no nível da água. O líder deve ter de 5 a 7 pés, com butt (parte mais grossa do líder) de 0,65 milímetro

ServiçoS/ ServiceS dicas do autor • Na hora de manusear o peixe, use alicates específicos para a prática do pesque e solte. Evite puçás ou passaguás com linha trançada, que machucam os peixes e enroscam nas iscas • O Tucunaré-amarelo é muito resistente e se agita bastante quando está fora d’água. Por isso, para evitar acidentes, é importante tomar cuidado ao retirar as garateias e manuseá-lo • Procure usar varas, linhas e garateias de boa qualidade e compatíveis, pois esse peixe joga sujo e exige muito do equipamento e do pescador


[ internacional I xaréu gt ]

Definitivamente, a pesca não é uma ciência exata. É por isso que o esporte estimula pescadores de todo o mundo a encarar horas ou dias de viagem para lugares desconhecidos e pouco explorados. A incursão que fizemos em busca dos Xaréus GT’s ao arquipélago de Andamans, na Índia, nos proporcionou fisgadas de grandes espécies e, junto com elas, de vários aprendizados TexTo e foTos: fabio f barbosa i arTe: Tiago sTracci

36 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


ecoaventura 37


[ internacional I xaréu gt ]

U

ma das decisões mais difíceis

co, localizado a sudoeste da Índia, qua-

des poppers de até 230 gramas e com

em uma pescaria longínqua

se na costa com a Tailândia. Depois de

mais de 20 centímetros de comprimento.

é escolher quais iscas levar

uma jornada de 22 horas de avião — e

Em poucos minutos, espécimes robustos

mediante as diferentes pos-

mais algumas de espera em aeroportos

apareceram, e foi um festival! Infelizmen-

sibilidades e variações que podem ser

—, chegamos à cidade de Port Blair, onde

te, não de fisgadas, mas de líderes arre-

encontradas no local, sobretudo quando

Randy Chin, nosso parceiro de muitas ex-

bentados e iscas perdidas.

não temos informações precisas a respei-

pedições, nos esperava.

— O que está acontecendo? — pergun-

to dos pontos de pesca. Por isso, nosso

Para atingirmos o primeiro ponto de

grupo, de quatro pescadores, julgou sufi-

pesca — um parcel com cerca de 20 me-

É que, em profundidade maior, como

ciente separar dez iscas para cada — entre

tros de profundidade —, navegamos uma

ocorre nesse arquipélago, a batida do GT

poppers e sticks — de tamanhos variados.

hora. A ideia era pescar com a maré cor-

torna-se mais forte do que a verificada em

távamos uns aos outros, incrédulos.

O lugar escolhido para pescar GT nos

rente — situação em que o GT fica mais

profundidades menores que sete metros —

parecia envolto em mistérios. Trata-se

ativo para se alimentar. Entretanto, para

tal qual encontramos nos recifes de Fiji e

do arquipélago de Andamans e Nicobar,

levantar o peixe, era preciso fazer muito

das ilhas Maldivas —, onde já havíamos nos

que possui 572 ilhas no oceano Pacífi-

barulho e, como estratégia, usamos gran-

acostumado a usar líderes de 150 libras.

38 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


ecoaventura 39


[ internacional I xaréu gt ] Até o meio-dia, foram sete estoura-

e linhas, decidimos usar um líder de 170

líder com um “bimini” e uma emenda fei-

dos. Era preciso descobrir o que estava

libras, além de mudarmos a forma de

ta por meio de nó oito com um clinch de

errado, pois nem mesmo o capitão do

atar a linha principal de multifilamento

oito voltas. Esse modo era inédito para

barco entendia. Depois de constatar-

nele. Até então, usamos o nó chamado

mim, mas o grupo precisava confiar na

mos que não havia problemas com nós

boobing ou SF, mas optamos por atar o

experiência do capitão, caso contrário,

Em março — 30 dias antes de nossa expedição —, um furacão atingiu o norte de Andamans, na região de Burna (atual Mianmar), e matou 30 mil pessoas. Varridas para o mar, dezenas de casas, como a da foto, “passeavam” em embarcações pelo oceano

seria o fim de nossas iscas antes da metade do tempo de incursão. A mudança foi fantástica: os peixes começaram a ser embarcados, e o ânimo voltou a vigorar no barco. Junto com o término do primeiro dia de pesca, veio o aprendizado: deveríamos ter pesquisado mais sobre o local, principalmente quando a tralha a ser levada é limitada.

40 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


No segundo dia, partimos em busca dos Atuns-dente-de-cachorro. Fisgamos alguns exemplares de 5 a 15 kg nas primeiras horas de ação, mas os peixes sumiram tempos depois. Mudamos as cores dos jigs, o jeito de trabalhar as iscas, e nada. Os peixes estavam no sonar, mas não queriam comer

O iníciO das grandes batalhas Nossa missão era pegar um grande GT e, para isso, juntou-se a nós um guia de pesca francês chamado Alban — um cara novo, de 26 anos, mas que atua como guia há mais de dez, com experiência em quatro continentes e em todos os oceanos. Foi ele quem matou a charada sobre a quebra dos líderes no primeiro dia de incursão. O nó que o capitão havia nos ensinado a fazer naquele dia havia sido uma lição do guia francês. Seu equipamento era reforçado com um líder de 250 libras na ponta e 60 centímetros de comprimento, seguido por um de 200 libras de 1,5 metro atado à linha principal por meio do nó já descrito. Tão logo iniciamos os arremessos, os primeiros ataques aconteceram, até que um grande exemplar foi fisgado por Milton Nakata, que quase foi lançado do barco tamanha a força do peixe. Muita briga e um belo exemplar com mais de 35 quilos foi retirado, admirado, fotografado e solto. Outros espécimes menores foram pegos, e inúmeros ataques espetaculares aconteceram — embora nem todos com sucesso. O privilégio e a sorte de assistir a esses monstros explodindo na superfície valeram o desgaste de uma viagem tão longa. No dia seguinte, depois de dormirmos nas proximidades da ilha de Haveloc, a primeira meia hora de navegação nos reservou uma ingrata surpresa: um dos motores do barco atingiu um galho submerso, o que nos fez abortar a incursão. Isso porque, com um motor a menos, gastaríamos um tempo duas vezes e meia maior (traduzido em seis horas de navegação) até Port Blair. Mas, na volta, algumas Barracudas foram fisgadas no corrico. Como encontramos mais casas flutuantes, arremessamos iscas pequenas com o intuito de pegarmos alguns Dourados nas imediações, já que esses peixes costumam ficar no entorno de estruturas à deriva. E conseguimos! Vários exemplares de pequeno porte salvaram nosso dia. ecoaventura 41


[ internacional I xaréu gt ] No último dia, voltamos ao mesmo local da primeira pescaria, mas sem ações expressivas. Na hora do almoço, resolvemos usar shads de borracha e pequenos jigs de pelo para ver o que entraria nesse tipo de pesca com iscas reduzidas. Em duas horas, pegamos alguns exemplares de espécies que não conhecíamos, como uma diminuta Coral trout preta com pintas azuis, uma pequena Prejereba do Índico e um peixe vermelho com um ferrão, além de outros familiares, como as Coral trouts vermelhas e um Sweet lip. Nessa viagem, em especial, aprendemos o quão imprescindível é ter informações detalhadas sobre o local, a geografia e os hábitos dos peixes da região. E, o mais importante: que todo pescador, por mais experiente que seja, sempre terá novos aprendizados ao observar as diferentes técnicas regionais. A humildade em aprender, aliada à inteligência em perguntar, são características fundamentais para o mesmo erro não ser repetido outras vezes.

Os Dourados-do-mar também fizeram nossa alegria

42 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo

Coral trout preta com pintas azuis


Xaréu GT e Xaréu-azul


da REdaÇÃO i aRTE: miLa cOsTa

44 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo

vai

r?

FOTO: sxc adamci

Mesmo com muito planejamento e várias indicações de amigos, o pescador pode ter sua viagem arruinada se o pacote turístico comprado não corresponder às expectativas ou se algum serviço adquirido for substituído por outro de qualidade inferior. Por isso, o viajante deve estar preparado para exigir os seus direitos

pesc a

pesc a

r?

vai

vai

vai

a ç e h con s u e s s o t i dire

r?

r?

c s e p a

vai

s c e p a

r?

[ direitos e deveres ]

pesc a


FOTO: iNÁciO TEixEiRa

É essencial exigir da operadora um documento que defina todos os serviços que serão oferecidos, como o guia de pesca e o aluguel de barco

A

empolgação com o tão sonhado roteiro de pesca não pode superar a razão no momento de fechar negócio. Das famo-

sas histórias de pescador, sempre há aquelas em que alguém obteve a viagem fora do que foi combinado e ficou no prejuízo. Por isso, é importante valorizar as indicações dos amigos, as informações de quem já fez o mesmo percurso e a qualidade da operadora que fornece as instalações, o traslado e demais serviços.

lacionada ao destino da viagem é exigir um documento elaborado de forma clara, com todos os detalhes sobre o que foi contratado. O básico não pode ser esquecido: valor a ser pago, a data em que o negócio foi fechado e o dia da viagem, bem como

FOTO: ERiBERT maRQUEZ

O primordial em qualquer compra re-

ecoaventura 45


FOTO: ERiBERT maRQUEZ

[ direitos e deveres ]

Não é possível imaginar todo o tipo de imprevisto que surge em uma viagem, como a impossibilidade de o barco passar em trechos muito rasos. Por isso, o pescador deve procurar agências capazes de cobrir qualquer responsabilidade

?

a indicação de amigos sempre é válida, já que ninguém indica um local que não prestou um bom serviço

FOTO: iNÁciO TEixEiRa

c a r 46

ecoaventura l PEsca EsPORTiva, mEiO amBiENTE E TURismO


FOTOs: iNÁciO TEixEiRa

as instalações de um lugar devem condizer com o que foi anunciado na propaganda e fechado no contrato de venda de um pacote

vai p

itens do progra-

É obrigação do prestador de serviços

sados. Uma dica valiosa é conferir o site da

ma solicitados

prevenir o consumidor sobre tais fatos e re-

operadora para visualizar as fotos. Isso ajuda

pelo contratan-

parar os danos individuais e coletivos cau-

a ter uma dimensão do que o lugar oferece.

te e garantidos pelo prestador de

serviço.

Essa é a prova de que o viajante precisa caso seja necessário defender seus direitos na

Justiça ou no Procon, afinal, ninguém está imune a fatos desagradáveis, tais como: o motor de popa não funcionar corretamente; entrar água no barco; a âncora não ser suficiente para segurar a embarcação; o ar-condicionado do quarto onde estiver hospedado não funcionar, ou o que é pior, o barco-hotel contratado ser trocado por outro de menos qualidade minutos antes do início da pescaria. ecoaventura 47

es


[ direitos e deveres ]

v ai p esc ar

?

48 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo

Be-a-Bá da viageM tranquila

perfil do pescador. Outro cuidado é ter a certeza de que o ônibus ou van também

Na dúvida, invista em paco-

seja credenciado.

tes que tenham escritório físico

É importante nunca esquecer os re-

e registro na Embratur, pois isso

cibos. Na Justiça ou no Procon, é funda-

evita perder a operadora de vista.

mental ter o comprovante de tudo que

Opte também pelos serviços das

foi pago caso seja necessário entrar com

agências credenciadas, que podem

alguma ação. Qualquer empresa que se

oferecer mais informações comparativas

preste a trabalhar com turismo fornece

e avaliam os roteiros de acordo com o

recibos, portanto, exija sempre o seu.


O guia é parte importante do roteiro. se o pescador não estiver satisfeito, pode pedir à agência ou ao hotel que o substitua

FOTO: ERiBERT maRQUEZ

Evite se iludir com preços muito

de trocar o guia de pesca se ele não

baratos. Em pescarias, promoções

for do agrado do contratante. Nes-

são muito suspeitas, já que uma boa

se aspecto, é preciso ficar claro que

pesca não depende somente do esfor-

o pescador é o viajante, não o guia,

ço humano, e sim de fatores naturais,

que tem que ficar a cargo dos cuida-

como o climático. Para que o barato

dos com o barco, da segurança e das

não saia caro, analise bem todos os

rotas a serem percorridas. Se esse

serviços oferecidos e se a vantagem

trabalho não for realizado a contento,

anunciada não se trata de uma en-

a operadora tem a obrigação de dis-

ganação. Um direito indiscutível é o

ponibilizar outro funcionário. ecoaventura 49


[ tĂŠcnica l robalo-peva ]

50 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo


Para aproveitar a época de

Robalo-peva no inverno, começa o período de estiagem, e as águas dos rios litorâneos ficam limpas e menos ácidas. nessa estação, pequenos peixes e camarões praticamente desaparecem, e o robalo-peva — uma das espécies mais cobiçadas pelo pescador esportivo — aproveita essas condições e sobe os rios para desovar e se alimentar de acarás, Lambaris e Pitus. Por permanecer mais tempo próximo às nascentes, inicia-se a melhor época para sua pesca texto: sergio branconaro i arte: gLauco Dias

ecoaventura 51


[ técnica l robalo-peva ]

E

foto: sergio branconaro

scolher criteriosamente o dia para

riachos no mangue são mais produtivas.

mos fazer a isca passar o mais perto da

procurar o Robalo-peva é meia pescaria

Nessa pescaria, começamos a nave-

vegetação. O trabalho consistiu em dar

garantida. Em nossa opinião, entre três

gar próximo ao meio-dia. Como o reponto

puxadas longas e afrouxar a linha até

dias antes e três depois das luas nova

da maré — com 1,4 metro — seria às 15

que a correnteza trouxesse a isca para

e cheia, acontece o período mais produ-

horas, subimos o rio até a metade e, ape-

um novo arremesso. Esse movimento

tivo. Outro fator determinante é saber

nas com o auxílio do motor elétrico, co-

costuma despertar o interesse do Roba-

aproveitar o movimento da maré: na en-

meçamos a pescar em sentido contrário

lo e, quando isso ocorre, é fundamental

chente, a melhor opção são os rios com

à maré. Com arremessos para o meio ou

não parar o trabalho, pois, muitas vezes,

cachoeiras e, na vazante, as saídas de

para a lateral, à frente do barco, procura-

ele ataca ao lado do barco.

52 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


O ataque

Em um arremesso próximo à margem,

notamos que um belo espécime subiu e voltou ao fundo. Em nova tentativa, após puxar forte e parar a isca, a linha esticou e só deu tempo de segurar a vara, cuja ponta quase mergulhou. Tratava-se de um Robalo maior, que, por duas vezes, colocou a cabeça para fora d’agua, mas, como havia engolido a isca, não conseguiu se soltar. Foi o primeiro do dia. Após devolvê-lo a seu meio, ainda tentamos pegar outro no mesmo ponto, mas, devido ao estardalhaço que ele fez, não tivemos outras ações. Subimos o rio até o final e voltamos pescando contra a maré. Em frente a uma galhada, outro belo espécime denunciou a presença de um cardume. Conseguimos várias capturas nesse mesmo ponto. Quando os peixes sumiram, descemos o rio apenas com o motor elétrico. O local tem mata bem fechada, e a copa das árvores deixam somente alguns raios solares passarem. Isso cria uma cena muito pitoresca e, ao mesmo tempo, dificulta a pescaria. É que a água parada reflete as árvores como se fosse um espelho e, mesmo com óculos polarizados, fica difícil ver quando o peixe ataca.

fotos: sergio branconaro

ecoaventura 53


[ técnica l robalo-peva ]

foto: hiro ninomiya

Mesmo assim, em um pequeno poço,

e não tem como se livrar dos anzóis. Com

alizada nos rios da região de Bertioga,

mais abaixo, outro briguento Robalo ata-

mais essa captura, encerramos a pesca-

Estado de São Paulo.

cou, saltou e mergulhou inúmeras vezes.

ria — extremamente produtiva pelos mo-

Novamente, o modelo de isca utilizado

tivos descritos e devido à escolha de um

— o suspending — fez a diferença. Isso

dia sem a influência de frente fria.

porque, como não sobe ou desce durante

As dicas passadas são válidas para

a parada, parece ser mais convincente

as regiões onde a temperatura cai sen-

para o peixe, que, geralmente, engole-a

sivelmente durante o inverno. Ela foi re-

54 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo

ServiçoS/ ServiceS dica • Nessa pescaria, as iscas Matt’s MF 80, cujo nado e formato imitam uma Manjuba, fizeram a diferença. As cores que se mostraram mais eficientes foram a prata com dorso marrom e transparente perolada azul.


Equipamentos • Varas de carbono com 1,70 metro, de ação média para linhas entre 8 e 17 libras (4 e 8 quilos)

• Carretilhas ou molinetes que acomodem em torno de 80 metros de linha 0,35 mm

foto: Sergio Branconaro

• Linhas monofilamento 0,35 mm com shock leader de 0,50 mm incolor e cerca de 80 cm de comprimento • Iscas: suspending, de meia-água e twitch bait, com tamanho entre 7 e 10 cm

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[ turismo I tourism I madeira-mamoré ]

THE RAILROAD THAT BUILT A TOWN

A construção da Estrada de Ferro Rio Madeira-Mamoré foi o marco histórico de Porto Velho, capital de Rondônia, que hoje abriga os resquícios da única linha de trem que a Amazônia já teve

The construction of the Rio Madeira-Mamoré railroad was the historic milestone in Rondonia’s capital, Porto Velho, which is home today to the relics of the only railroad ever to be built in the Amazon por/by: dani costa | arte/design: tiago stracci | tradução/translation: david john

56 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


ecoaventura 57

foto/photo: inรกcio teixeira


[ turismo I tourism I madeira-mamoré ]

foto/photo: inácio teixeira

O

turismo da cidade de Porto

conhecida como E.F.M.M, tombada em

tros de trilhos, em 1912, estima-se que,

Velho é tido, principalmen-

2005 pelo Iphan (Instituto do Patrimônio

dos mais de 22 mil funcionários contrata-

te, como ecológico, devido

Histórico e Artístico Nacional). A cidade

dos, seis mil tenham morrido, seja como

à floresta amazônica e pelo

passou a tomar forma em 1907, quando

consequência de doenças tropicais, pela

fato de a cidade estar inserida na maior

começou a instalação da ferrovia ao longo

vida selvagem difícil de ser superada, por

bacia hidrográfica do mundo. Mas, além

de parte do rio Madeira — o maior afluente

acidentes na obra, ou pelas péssimas con-

desse precioso patrimônio natural, possui

da margem direita do rio Amazonas. Des-

dições de vida desses trabalhadores. Por

uma veia histórica que segue os trilhos da

de então, viveu uma conturbada trajetória:

tudo isso, a trilha ficou conhecida como

Estrada de Ferro Rio Madeira-Mamoré,

até o fim da construção dos 366 quilôme-

“Ferrovia do Diabo”.

É possível conhecer a história da E.F.M.M. e entender a origem de Porto Velho em uma visita ao museu, construído na antiga estação The Historical roots of the E.F.M.M. railroad and the origins of the town of Porto Velho are available for all to see during a visit to the Museum built around the old Railway station

T

ourism in the town of Porto Velho is, mainly,

2005 by the Iphan (National Historic and Artis-

extension was completed with an estimated

ecological due to the Amazon rainforest and the

tic Institute). The town began to take shape in

6000 of its 22000 railworkers having perished

fact that the town is situated in the world’s larg-

1907, when the railroad was built along a sec-

as a result of tropical diseases, the harsh envi-

est hydrographic basin. Apart from this natural

tion of the Madeira river, the Amazon’s largest

ronment, construction accidents or the appall-

heritage, it comprises a historic vein that fol-

right bank tributary.

ing living conditions they were subjected to.

lows the Rio Madeira-Mamoré railroad known

Since then, it has experienced a troubled

as E.F.M.M. and declared a national heritage in

history till construction of its 366 kilometer

58 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo

Subsequently, the railroad was nicknamed the Devil’s railroad.


Estrada de Ferro Madeira-Mamoré A exportação de borracha da Bolívia — que não tem saída para o mar — era

AMAZONAS

Porto Velho

o que movia a intenção de levar adiante o projeto da ferrovia. A ideia era ligar o

RONDÔNIA

país boliviano por meio de Guajará-Mirim, cidade brasileira com a qual faz fronteira, até a região onde mais tarde surgiria Porto Velho, 372 quilômetros adiante, onde se localizava o porto fluvial. Isso facilitaria o escoamento do produto para os mercados norte-americano e europeu. De trem, seria

BOLÍVIA Guajará-Mirim

BRASIL

possível superar trechos de cachoeiras do rio Madeira e depois fazer a rota fluvial até o oceano Atlântico. Além da borracha, outros tipos de mercadoria circularam por essa via, como a cassiterita e o ouro, ga-

foto/photo: inácio teixeira

rimpados em Porto Velho.

Exports of rubber from Bolivia, that is land-

sourcing the product to the North American and

locked, with no seaport exit, were the main moti-

European markets. By train, it would be possible

vating factor in constructing the railroad. The idea

to overcome the Rio Madeira waterfalls and follow

was to connect Bolivia to Guajará-Mirim, a Brazil-

the river route until reaching the Atlantic Ocean.

ian frontier town with Bolivia right up to the region

Apart from rubber, other types of commodities

where Porto Velho would later flourish 372 kilome-

were moved along this route such as cassiterite

ters distant at the river port. This would facilitate

(Tin Oxide) and gold, mined for in Porto Velho.

ecoaventura 59


[ turismo I tourism I madeira-mamoré ] fotos/photos: inácio teixeira

Essa viagem, iniciada na Bolívia e seguida pela E.F.M.M., somada ao caminho que ainda deveria ser feito do porto de Santo Antônio até o país americano, demorava 59 dias, nas contas dos engenheiros da época, contra os 180 dias necessários pelo oceano Pacífico. Tudo isso representava o auge da tecnologia, do avanço de uma sociedade que evoluía seu meio de transporte e, por consequência, mudava sua economia. Antes, as mercadorias eram transportadas em canoas indígenas. A E.F.M.M. funcionou comercialmente até 1966. Depois de 54 anos de atividade, foi desativada. Sua parada reprensentou um golpe definitivo, já que, desde então, só restou ferrugem e mato alto em quase todo o percurso da ferrovia. Com

Quase todo o percurso dos trilhos está abandonado. Vagões e peças ficaram no esquecimento e enferrujam à espera de recuperação Almost all the railroad has been abandoned. Wagons and parts have been forgotten and lie rusting awaiting future renovation

o último apito da locomotiva Madeira-Mamoré, passou-se a usar, de Porto Velho a Guajará-Mirim, a BR 425 e a BR 364.

This trip, initiating in Bolivia and con-

and the progress of a society that was develop-

growth along most of the route. The Madeira-

tinuing along the railroad, coupled to the

ing its transportation logistics and, consequently,

Mamoré locomotive blew its final whistle and

route as far as the port of Santo Antônio un-

changing its economy, as previously these goods

was superseded by the Porto Velho-Guajará

til reaching North America, would take 59

were transported by native dugout canoes.

Mirim Highways, the BR426 and BR364.

days in contrast to the 180 days calculated

The railroad operated commercially until

by engineers of that time, for the route via

1966. After 54 years of activity, it was de-acti-

the Pacific Ocean.

vated. Its termination was abrupt as since then

All this represented the height of technology

60 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo

all that is left are rusted tracks and dense over-

Wooden pearl Currently, Porto Velho, affectionately known


foto/photo: inácio teixeira

pérola do Madeira Hoje, Porto Velho, conhecida como PVH (sigla aeroportuária) e também carinhosamente chamada de “Pérola do Madeira”, está no caminho de muitos pescadores desbravadores que buscam os peixes dos rios da região. Parar na cidade para conhecer seus atrativos, como a história de sua origem, pode envolver uma visita ao complexo turístico no entorno da antiga estação, com anfiteatro, praça, espaço para shows, um restaurante flutuante e o Museu da E.F.M.M. Velhas locomotivas continuam no local, parte dos trilhos está preservada e, mais recentemente, foi coloca-

foto/photo: setur/ro

CAT (Centro de Atendimento ao Turista), O turismo de Porto Velho se pauta na beleza do rio Madeira Tourism in Porto Velho is focused on the beauty of the Madeira River

da à disposição do turista uma litorina — pequeno trem usado, no passado, para o transporte de diretores da ferrovia —, que acaba de ser recuperada pela Cooperativa dos Ex-Ferroviários, e de uma cegonha. Também faz parte do complexo o antigo “Prédio do Relógio”. Com o aval do Iphan, há um projeto da Santo Antônio Energia que prevê a restauração de um trecho de sete quilômetros. Eles serão ativados para passeios turísticos com partida da antiga estação, no centro antigo de Porto Velho, até a Igreja de Santo Antônio — marco zero da cidade, às margens do rio Madeira.

as the Wooden Pearl, is on the route that is

well as a floating restaurant and the Railway

“Clock Tower Building”. With support from the

taken by many pioneering sportfishermen that

Museum. Vintage locomotives continue on dis-

Iphan, a project from the Santo Antonio Energy

travel in quest of the region’s fish species. A

play and parts of the tracks are preserved and

Company foresees restoration of a 7 kilome-

stopover to get to know the town’s attractions,

more recently a small locomotive and caboose,

ter stretch of railroad. This will be activated

its history and origins, may well entail a visit to

used in the past to transport rail executives is

to cater to tourist outings departing from the

the tourist complex that centers around the old

available to the tourist, following its overhaul

old station in the old center of Porto Velho to

railway station, an amphitheatre, town square,

by ex-workers from the Rail Union.

the church of Santo Antonio the town’s corner-

show space a Tourist attendance Center, as

Also part of the tourist complex is the old

stone on the banks of the Madeira River.

ecoaventura 61


[ turismo I tourism I madeira-mamoré ] foto/photo: inácio teixeira

62 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo

rio Madeira

foto/photo: setur/ro

foto/photo: setur/ro

As Três Caixas D’Água, símbolo da época de desbravamento da região e de construção da cidade, datam de 1910 e 1912 e vieram dos Estados Unidos Imported from the United States and dating from 1910 and 1912, the Three Water Vessels symbolize an era of the region’s pioneers and the city’s construction

parque circuito


foto/photo: setur/ro

pontos turísticos

em que, há quase 100 anos, aportaram os

Para se manter perto da natureza, vale

trabalhadores, engenheiros e “soldados da

um passeio à Reserva Extrativista do Lago do

Um dos locais mais fotografados da

borracha”. A expedição dura 40 minutos,

Cuniã, um dos mais bonitos da Amazônia. A

capital rondoniense são as Três Caixas

custa R$10 e vai até a usina Santo Antô-

região é repleta de igarapés, que atravessam

D’Água, que chegaram à cidade entre

nio — obra que está entre as dez maiores

campos e florestas inundadas — os igapós —,

1910 e 1912, em módulos metálicos, dos

do mundo atual. Já o Parque Circuito pro-

onde se concentra a fauna da região, espe-

Estados Unidos. Outro atrativo é um apazi-

porciona a chance de fazer caminhadas e

cialmente aves aquáticas, jacarés e peixes

guador passeio de barco no mesmo porto

contemplar o verde.

como o Pirarucu, o maior da Amazônia.

O grandioso rio Madeira, o maior afluente da margem direita do rio Amazonas, foi o berço da Estrada de Ferro Rio Madeira-Mamoré e das cidades de Porto Velho e Guajará-Mirim The grandiose Madeira the largest right hand side tributary of the Amazon River was the birthplace of the Rio Madeira-Mamoré railroad as well as the towns of Porto Velho and Guajará-Mirim

tourist attractions

port that, 100 years earlier, serviced the labor work-

Cuniã Lake National Park is well worth it and is

force, engineers and the “rubber trade soldiers”.

one of the Amazon’s most picturesque spots.

One of the most photographed spots of the

The expedition lasts for 40 minutes, costs R$10

The region is filled with bayous that cross fields

Rondonian capital are the Three Water Vessels,

and goes to the Santo Antonio factory — which is

and flooded forests — the igapós —, where the

which arrived at the town between 1910 and 1912

among the 10 largest in the world today. The Circuit

region’s fauna is in abundance, in particular

in metal cases from the United States. Another at-

Park trip allows for hiking amidst the greenery.

bird species, caymans and fish such as the Pira-

traction is the riverboat trip along the very same

To keep in touch with nature, a trip to the

rucu, which is the Amazon’s largest.

ecoaventura 63


[ turismo I tourism I madeira-mamoré ]

Há 30 anos, o Arraial Flor do Maracujá, o maior do Norte do Brasil, atrai milhares de turistas a Porto Velho For 30 years, the Arraial Flor do Maracujá festival, the largest of its kind in Northern Brazil, has attracted thousands of tourists to Porto Velho foto/photo: setur/ro

ecoturisMo cheio de eMoção No fascinante rio Madeira, ao lado da estação de PVH, pode-se testemunhar o

rante dez dias o Arraial Flor do Maracujá, o

Quer, com 100 mil brincantes, em uma

maior do gênero na região Norte do Brasil,

população local de 430 mil habitantes —,

que envolve 34 grupos folclóricos e um pú-

a Expovel (Exposição Comercial, Industrial

blico diário estimado em 20 mil pessoas.

e Agropecuária de Porto Velho), o Festival

balé dos botos, as tradições ribeirinhas,

Além do Flor do Maracujá, PVH sedia

de Cinema Cine Amazônia e O Homem de

como danças, festas religiosas e culinária.

eventos gigantes, como o Carnaval — pro-

Nazaré — segunda maior peça teatral a céu

Aliás, festa é o que não falta nessa cidade

porcionalmente, a cidade tem o maior

aberto do País, realizada na cidade ceno-

alegre. Todo ano, em julho, acontece du-

bloco carnavalesco do Brasil, o Vai Quem

gráfica Jerusalém da Amazônia.

ecotourisM filled With exciteMent

There’s no shortage of festivities in this merry

host to major events such as the Carnival,

town. Every year in July, there is a 10 day fes-

which by direct proportion to the size of the

tival called Arraial Flor do Maracujá (Passion

town has the biggest Carnival troupe in Bra-

On the fascinating Madeira River, along the

Fruit Festival), which is the largest of its kind in

zil, the Vai Quem Quer, with over 100 thou-

PVH station, one can enjoy the spectacle of

Northern Brazil and involves 34 folklore groups

sand revelers from a population of 430 thou-

the river dolphin ballet, riverside folklore such

and a daily attendance of over 20.000 people.

sand. Other events are the Expovel (Porto

as dances, religious festivities and cuisine.

Apart from the Passion Fruit Festival, it is

Velho, Industrial and Agricultural Expo), the

64 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


zônicos. Essas delícias são encontra-

Para os amantes do samba, o Mer-

de Santo Antônio e São Sebastião,

das também nos mercados Central e

cado Cultural apresenta, nas noites

nas comunidades ribeirinhas do baixo

Km-01. Apesar da irresistível culinária

de quinta e sexta-feira, artistas porto-

Madeira, vêm recheadas de mingaus,

nativa, a capital de Rondônia também

-velhenses. Outra opção noturna é a

bombons, tacacá (feito com camarão),

tem um diversificado circuito de restau-

Calçada da Fama — a avenida Pinhei-

peixes, pato no tucupi (tempero extraí-

rantes que atendem aos quesitos da

ro Machado é repleta de barzinhos e

do da raiz da mandioca) e frutos ama-

gastronomia internacional.

boates da moda.

foto/photo: setur/ro

As festas promovidas por devotos

O Mercado Cultural agita a capital de Rondônia com a apresentação de artistas locais The Cultural Market stirs up the Rondonian capital by presenting local artists

Cine Amazonia Cinema Festival and the Man

lower Madeira River are filled with oatmeals,

chain of restaurants that cater to internation-

from Nazareth — the second largest open air

sweets, shrimp appetizers, fish, duck tucupi

al cuisine standards.

theatre piece in a set in the town of Jerusa-

(a seasoning extracted from mandioc roots)

For Samba lovers, the Mercado Cultural

lem da Amazonia.

as well as Amazonian fruits. These delicacies

presents Porto Velho artists on Thursdays and

The festivities that are promoted to the

are also to be found in the Central Market and

Fridays. Another nighttime option is the Calçada

devotees of Saint Anthony and Saint Sebas-

kilometer 01. Regardless of the irresistible

da Fama — Pinheiro Machado avenue is filled

tian, along the riverside communities of the

Rondonian cuisine, there is also a diversified

with Bars and Night Spots.

ecoaventura 65


[ turismo I tourism I madeira-mamoré ] na outra ponta Assim como Porto Velho, Guajará-Mirim foi edificada à medida que a Estrada de

festa cheia de beleza, o Duelo da Frontei-

to para a travessia, por barco, para a cidade

ra, com dois bois-bumbás que disputam o

boliviana de Guararameryn, onde brasilei-

campeonato. O evento mobiliza público es-

ros vão fazer compras.

timado em 50 mil pessoas.

De espetáculo da natureza, o que mar-

Lá também há um museu, o Municipal,

ca na lembrança é a união das águas no

to, a ferrovia tem o mesmo vínculo afetivo

que funciona onde era a antiga estação da

encontro dos rios Pakaás e Mamoré. Com

para os guajaramirenses. Na fronteira com

E.F.M.M. Possui muitas opções de esporte

cores diferentes, os cursos d’água pare-

a Bolívia, a cidade é conhecida por uma

de aventura e ecoturismo, além de ser pon-

cem se irmanar. foto/photo: setur/ro

Ferro Rio Madeira-Mamoré surgia. Portan-

O belo encontro das águas dos rios Pakaás e Mamoré, em Guajará-Mirim A sight to see-the meeting of two rivers, the Pakaás and Mamoré in Guajará-Mirim

at the other end

is famed for a festival full of beauty, the Frontier

the Bolivian town of Guararameryn, where Bra-

Duel, with 2 bulls disputing the championship

zilians go shopping.

Much like Porto Velho, Guajará-Mirim was

and over 50.000 persons attend. There too, the

As far as natural spectacles are concerned,

built along the development of the Rio Madeira-

Municipal museum, which is at the old Rail sta-

the meeting of the Pakaás river waters with the

Mamoré railroad. The railroad therefore holds

tion site, is on hand as well as lots of sports

Mamoré will remain immemorial. With differ-

the same charisma to the natives of Guajará-

and outdoor adventure options and ecotourism

ent colors, the two water courses appear to run

Mirim. Along the border with Bolivia, the town

as well as being the crossover point by boat to

alongside each other.

ecoaventura aventura l Pesca esP esPortiva, meio ambiente e turismo 66 eco


foto/photo: fotos/photos: setur/ro

Em Guajará-Mirim, as festas populares celebram a E.F.M.M., que também garantiu o status de municipalidade à região At Guajará-Mirim, the popular parties celebrate the E.F.M.M., that also granted the status of municipality to the region

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ecoaventura 67


é o bicho

A inconfundível “tô-fraco”

Biologia Nome científico: Numida meleagris Nomes populares: Galinha-d’angola, Capote, Pintada, Guiné, Angolinha, Tô-fraco Reino: Animalia Filo: Chordata Classe: Aves Ordem: Galliformes Família: Numididae Origem: África Referências bibliográficas: Livro – “Galinha d’angola: Iniciação e identidade na cultura afro-brasileira”, Arno Vogel, Marco Antônio da Silva Mello e José Flávio Pessoa de Barros; www.revistagloborural.globo.com/GloboRur al/0,6993,EEC738765-1641-1,00.html

A galinha-d’angola é uma ave rústica e resistente, dorme em árvores e raramente adoece

Personagem-símbolo da cultura afrodescendente, a galinha-d’angola é cercada de misticismo, apreciada na gastronomia sofisticada e famosa pelo gritinho que emite quando está inquieta Da ReDação l Foto: InácIo teIxeIRa l aRte: Glauco DIas

E

drês) ou pampa (cruzamento das duas an-

scandalosa e briguenta, mas elegan-

Essa espécie adapta-se a praticamente

te. Essa é a galinha-d’angola — uma

todos os climas brasileiros, e, por isso, ela é

ave que pode viver solta em quintais,

vista de Norte a Sul do País. Entretanto, no

Uma das lendas que envolvem a espécie

embora ainda possua características

Brasil, os criadouros ainda são poucos, pois

conta que, há muito tempo, a morte se ins-

selvagens. Ela é a dona do inesquecí-

a ave tem sabor forte e é difícil de ser pre-

talou em uma cidade e dali não quis mais

vel grito “tô-fraco”, tão “birrento” e, de

parada. Já os ovos, apesar de terem qua-

sair. A população, preocupada, recorreu a

certa maneira, engraçado. Apesar de

lidade e gosto semelhantes aos de outras

Oxalá para pedir ajuda. A divindade man-

sua origem africana, é na França que se

espécies, são menores e, por esse motivo,

dou que fizessem uma oferenda, e a galinha-

encontram os maiores criadores dessa

possuem valor mais baixo no mercado.

-d’angola foi a escolhida. Quando a morte

teriores). A pedrês é a mais comum.

espécie no mundo. E por um motivo es-

A galinha-d’angola tem uma coroa no

viu o bicho, assustou-se e, imediatamente,

pecial: quando bem preparada, a carne

pescoço, um bico amarelado e uma cris-

foi embora. Assim, surgiu o mito que cerca

do peito fica tão deliciosa quanto a do

ta na cabeça. Difere na cor: inteiramente

essa ave, tida como “oferenda preferida” às

valorizado faisão.

branca, cinza com bolinhas brancas (pe-

divindades no Candomblé.

68 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


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[ tĂŠcnica l spincast ]

70 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


Nome:

spincast Sobrenome:

facilidade

Foto: Denis Garbo

Assim como as carretilhas e os molinetes, o spincast é um equipamento que, acoplado à vara, facilita o ato de arremessar, auxilia na desenvoltura das iscas artificiais e agrega mais força no recolhimento depois da fisgada. Mas, em comparação com seus “primos”, é o aparato que mais proporciona simplicidade em seu manuseio. Conheça as vantagens e desvantagens de sua utilização Por: Janaína Quitério | Fotos: inácio teixeira | arte: Glauco Dias

ecoaventura 71


[ técnica l spincast ]

A

o arremessar, a maioria dos usuários do molinete interrompe o deslocamento da linha ao colocar o dedo indicador

na bobina tão logo a isca alcance o seu alvo. Para quem usa a carretilha, esse movimento costuma ser executado com o polegar. Trata-se de uma articulada coordenação com os dedos, cuja habili-

dade — ou falta dela — influi diretamente na precisão do arremesso, que, por sua vez, é um dos traços mais valorizados na escolha entre um e outro equipamento. Tal qual a arte da dança, arremessar pressupõe sintonia dos movimentos para que o passo não seja perdido. Daí que, sem prática ou com conhecimento incipiente sobre as características do aparelho, as carretilhas podem provocar as desarmônicas “cabeleiras” e, os molinetes, os line twists ou emaranhados. 72 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo

Na foto de cima, a parada da linha é feita com o aperto do botão, diferentemente do que ocorre na carretilha


Mas, para o pescador que escolher usar o spincast, essa

pescador David John, quando questionado sobre o diferencial

música não será tocada. Isso porque, nesse caso, a parada da

oferecido por esse equipamento. “Nele, não há contato com

linha é ativada com o simples aperto de um botão — o mesmo

a linha na bobina, já que está enclausurada em uma espécie

que também a destrava no ato do arremesso. “Pode-se dizer

de cone metálico ou de plástico, e sua saída acontece através

que, no spincast, essa função está mecanizada”, esclarece o

de um orifício”, explica. Com o spincast, também podem ser usadas boias de arremesso ou cevadeira para pescar Pacu

ecoaventura 73


[ técnica l spincast ] A recuperação mais lenta da linha e a menor resistência mecânica, em comparação com carretilhas e molinetes, constituem as principais desvantagens Para os iniciantes, o spincast é um excelente treino

74 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


No Brasil, o modelo mais procurado é o ultra light, para pesca de Lambari, Matrinxã e Tilápia (abaixo)

Portanto, devido à simplicidade proporcionada pelo sistema interno de liberação da linha no ato de arremessar, para novatos e pescadores-mirins, trata-se de um dispositivo perfeito. E não apenas para eles: pescadores traumatizados com as frequentes “cabeleiras” na carretilha nem precisam trocar de vara — que pode ser a mesma — para começar a usar o spincast. Além disso, há uma legião de aficionados, sobretudo nos Estados Unidos, que vão pescar com ele até em água salgada. Mas, associar esse aparelho diretamente a quem não tem experiência não seria uma forma de preconceito contra pescadores que escolhem utilizá-lo? “Vamos comparar o spincast a um triciclo no quesito segurança. Que mal teria um adulto andar com um veículo desses motorizado? É uma questão de opção”, avalia David John. ecoaventura

75


[ técnica l spincast ] Caracteristicas orifício para saída da linha

fricção manivela

cobertura frontal botão de liberação

Plugue de barbela, crankbait e spinner, tal como na foto, são iscas que não oferecem dificuldades de serem arremessadas em um spincast

76 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo


Spincast x triggerspin

O spincast tradicional é fixado à vara na parte superior do cabo, tal qual as carretilhas. Nesses modelos, a soltura e a parada da linha são feitas por meio de um botão, acionado com o dedo polegar. Já o triggerspin, também conhecido como underspin, é montado na parte inferior, com os passadores para baixo, tal qual os molinetes. Nessa variante, a parada da linha é retida no gatilho com o dedo indicador.

Qual linha usar?

As linhas de monofilamento se adequam mais a esse equipamento por conta da maciez e da flexibilidade. Em geral, o spincast já vem pré-bobinado com as de monofilamento. As de multifilamento podem ser usadas, desde que sejam bem finas.

Quais iscas sao indicadas?

Uma vantagem desse equipamento está relacionada com o arremesso de iscas muito leves, o que é uma limitação nas carretilhas, já que o carretel necessita de um “impulso” da isca para girá-lo.

Velocidade de recuperacao

Essa é uma clara desvantagem. Enquanto, na carretilha, essa relação chega a 7.0:1 (sete voltas a cada manivelada), no spincast a recuperação da linha não passa de 3.8:1, inadequada para a pesca de Tucunaré, por exemplo.

Diferencas entre os modelos

Material com que é produzida a carcaça, números de rolamentos e de pinos que fazem o pick up da linha, a presença ou não da opção de trocar o lado da manivela e antirreverso contínuo são funções que diferenciam a qualidade e durabilidade do equipamento. Como consequência, influem no preço. No Brasil, o spincast pode custar de R$60 a R$200.


vitrine Flick’r Spinner

R$12 a R$14 (preço sugerido)

Vendidas em cartela com duas peças Marca: Hildebrant Características: possivelmente, as menores iscas artificiais do mundo! Com pesos que variam de 1/64oz (0,44g) até 3,5g. Em dois acabamentos: níquel ou ouro. Possuem duas mini aletas na curva do anzol, além de colher tipo spinner giratória. Destinam-se à pesca de Lambari e Tilápia. Modelos: 2/0FL

1/64 oz - 0,44g

0FL

1/40oz - 0,71g

1FL

1/32 oz - 0,88g

2FL

1/16oz - 1,7g

2.5FL

1/12 oz - 2,4g

LANÇAMENTO

3FL 1/8oz - 3,5g Onde comprar: www.quantumsports.com.br

Colher artificial Shad King

R$12 a R$14 (preço sugerido)

Vendidas em cartela com duas peças Marca: Hildebrant Características: as mesmas da isca Flick’r Spinner Modelos:

LANÇAMENTO

1RN

1/32oz - 0,88g

2RN

1/16oz - 1,7g

3RN

1/12oz - 2,4g

3.5RN 1/8oz - 3,5g Onde comprar: www.quantumsports.com.br

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78 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo

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Marca: Curtlo Características: camisa feminina de mangas longas com ventilação nas costas e discreto bolso frontal. O ajuste interno proporciona o uso das mangas mais curtas. Confeccionada com tecido de poliamida Amni texturizado, que transporta o suor para o exterior da peça e oferece melhor equilíbrio térmico. Tem fator de proteção solar UV 50+, que protege a pele dos raios UVA e UVB Cores disponíveis: gelo e caqui Tamanhos: PP/P/M/G Onde comprar: À venda nas lojas de pesca

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ecoaventura 79


[ tralha barata ]

Combo popular e eficiente

Testamos em pesqueiro um kit de pesca que custou menos de 150 reais para saber se a relaテァテ」o qualidade versus custo vale a pena por: DANI CoSTA I FoToS: INテ,Io TEIXEIrA I ArTE: glAuCo DIAS

80 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


A

o ler matérias em revistas espe-

afinal, é notório que a cada dia aumenta

ocorre a mesma coisa, ou seja, todos

cializadas ou em sites relativos

o número de pessoas que descobrem na

gostariam de ter equipamentos novíssi-

a assuntos de pesca, nos de-

pesca um lazer e, principalmente, uma

mos e de última geração, mas, infeliz-

paramos com artigos, comen-

terapia antiestresse.

mente, a questão financeira limita isso

tários e enquetes sobre qual é o melhor

Façamos uma analogia entre o equi-

material a ser utilizado (varas, molinetes,

pamento de pesca e um carro: quantos

O que pretendemos mostrar é que não

carretilhas, iscas etc.). Na maioria das

possuem um automóvel importado de

é fundamental ter um super equipamen-

vezes, os mais caros — por seu conforto

última geração? Poucos! Quantos já di-

to para poder pescar e se divertir tanto

e desempenho — são apontados como os

rigiram um? Também poucos, mas os

quanto o pescador que os tem. Mesmo

melhores. Isso porque são feitos com tec-

que já fizeram, sem sombra de dúvi-

porque existe muita gente que tem um

nologia mais avançada, além de engloba-

das, prefeririam tê-lo em sua garagem.

“carrão”, mas que, nem por isso, é um

rem uma série de fatores (importação, ma-

No caso dos apetrechos de pesca,

exímio motorista. Não é?

a poucos felizardos.

rketing etc.), que fazem o custo aumentar. Mas, a tralha não precisa, necessariamente, ser feita de equipamentos caros. Se a finalidade da pesca for fisgar os peixes de pesqueiros em momentos de diversão com a família, por exemplo, varas e apetrechos mais baratos já retribuem às expectativas. A vantagem de não investir tanto no material é que novatos no esporte podem treinar sem medo, afinal, se o equipamento estragar por falta de habilidade de quem o manuseia, o prejuízo não será tão grande. Esta matéria tem como propósito apresentar uma alternativa econômica,

ecoaventura 81


[ tralha barata ]

A comprA e o teste Uma dica inicial é pedir ao vendedor da loja de pesca informações sobre a qualidade do material escolhido. Algumas boas marcas conhecidas por seus produtos de ponta também possuem equipamentos mais baratos, ideais para uma pesca sem exigências. Compre o suficiente apenas para o tempo de pesca que for investir. Além de economizar, vai ser o suficiente para testar o combo (conjunto) e saber se vale mesmo essa aquisição mais em conta. Nosso kit foi composto por 12 itens básicos, com vara Albatroz Manjuba para molinete 10-20 libras. Escolhemos o molinete Tacam Maxx 2000 5 rol. Até a caixinha foi singela, com tamanho pequeno, ideal para quem não pretende sair com muita tralha. A tralha barata serve bem aos que desejam testar o arremesso e o manuseio do molinete, como ocorre nos casos dos 82 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


Tralha usada novatos ou de crianças que acompanham os pais nas pescarias. É interessante tam-

Boia Sorato Cevadeira pq. nº 01 / 28gr

R$5,20

bém aproveitar para aprender a colocar

Suporte Ms mini

R$3,00

os diferentes tipos de isca no anzol.

Boia para arremesso João Bobo rolha 2

R$3,00

Girador Celta Crane nº 05 com 20 unidades (resistência 73 lb – 33,1 kg)

R$4,00

Anzol Kenzaki Maruseigo 14 com 10 unidades

R$3,00

peixes não estavam ativos, mas, mesmo

Boia Barão Lambari nº 02 com 10 unidades

R$2,60

assim, fisgamos sete Tilápias. A isca que obteve sucesso foi a ração artificial EVA.

Mini encastoado em aço flexível para pesca de Pacu e Matrinxã Sorato nº 02 anzol e miçanga 2 peças

R$5,10

E tanto na pesca com a boia cevadeira

Linha Asso Super High 30mm com 100m

R$7,20

quanto na de fundo, o conjunto compor-

Chumbo tipo oliva com 8 unidades

brinde

Com tudo providenciado, fomos até um pesqueiro próximo à capital, onde pescamos por aproximadamente três horas. O dia não foi dos melhores, pois os

tou-se muito bem e deu mostras de que,

Caixa pequena Pesca Brasil

R$15,90

Vara Albatroz Manjuba para molinete 10-20 lbs

R$32,00

ta ECOAVENTURA, Salgado Filho, atestou:

Molinete Tacom Maxx 2000 5 rol

R$49,90

“Com essa tralha, é possível pegar outros

Kit 3 EVA’s

R$3,50

tipos de peixe. E o melhor: qualquer pes-

Valor total:

R$134,40

se bem cuidado, pode durar várias pescarias. Um de nossos pescadores da Revis-

soa consegue manuseá-la bem”.


[ pesca esportiva I tendências ]

A EVOLUÇÃO DO TURISMO DE PESCA NO BRASIL O segmento tem a promessa de receber atenção especial do Ministério do Turismo e do Ministério da Pesca e Aquicultura, que, juntos, planejam um acordo de cooperação técnica para estruturar a pesca amadora — ou esportiva — no País POR: DANI COSTA I ARTE: TIAGO STRACCI

84 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


fOTO: INรกCIO TEIxEIRA

ecoaventura 85


[ pesca esportiva I tendências ]

U

ma iniciativa importante deu

turismo de pesca seja realizado pela Pro-

circulação, períodos de maior e menor

traços ao projeto de desenvol-

detur Nacional, que consolida esse tipo

visitação e tempo despendido com a ati-

vimento da pesca amadora no

de ação no Ministério do Turismo (MTur).

vidade. Vamos, então, elaborar um plano

Brasil. O ministro do Turismo,

Hoje, ainda não há o mapeamento das

de desenvolvimento para dimensionar

Pedro Novais, a secretária Nacional de

localidades brasileiras que recebem o tu-

e analisar a oferta existente, caracteri-

Políticas de Turismo, Bel Mesquita, e o

rista pescador. Essa passa a ser, então, a

zar a demanda nacional e internacional

ministro da Pesca e Aquicultura, Luiz

primeira missão em um País com grandes

e mensurar o potencial brasileiro. Com

Sérgio, propuseram-se a potencializar

extensões, natureza abundante, rios e

isso, é possível orientar a realização de

o desenvolvimento turístico junto às co-

praias cheias de peixes de Norte a Sul.

investimentos públicos voltados para o

munidades onde o esporte é praticado.

“Pelo alto grau de informalidade no

desenvolvimento da atividade de forma

O acordo foi assinado durante a aber-

segmento, temos poucos dados, princi-

sustentável”, explica à ECOAVENTURA Bel

tura do 6º Salão do Turismo — Roteiros

palmente sobre o perfil do turista — sua

Mesquita, secretária do MTur.

do Brasil, que aconteceu no dia 13 de

fOTO: INáCIO TEIxEIRA

julho, em São Paulo. Apesar de o Acordo de Cooperação Técnica Interministerial — nome dado a essa união de poderes — ser incipiente, a assinatura das duas pastas já garante que

fOTO: wIlSON fEITOSA

o estudo sobre as potencialidades para o

O Ministério do Turismo considera a Amazônia um dos paraísos da pesca no Brasil. O rio Negro é uma das referências turísticas mais procuradas pelos pescadores

86 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


fOTO: INáCIO TEIxEIRA fOTO: hENRIquE fEITOSA

O hotel flutuante Ecolodge da Barra, que será inaugurado ainda neste ano, vai incentivar o turismo de pesca na região de Barra de São Manoel, na Amazônia, onde a comunidade ribeirinha já desfruta das oportunidades de emprego que o empreendimento oferece

Uma aposta das duas pastas nesse

ra, o hotel flutuante que será inaugurado

Ao Ministério do Turismo cabe, além

acordo é a manutenção de estudos que

ainda este ano na Amazônia. Próximo ao

disso, um papel que corresponde a um

comprovem a possibilidade de se trabalhar

lugarejo de Barra de São Manoel, ainda em

dos pilares de todo o processo: a divulga-

com comunidades de localidades remo-

sua construção, já promoveu a oportunida-

ção dos pontos turísticos de pesca ama-

tas, cujo IDH (Índice de Desenvolvimento

de de empregos, além de prestar serviços

dora no Brasil e no exterior. “Articular as

Humano), em geral, está abaixo da média

sociais, como a oferta de médicos e den-

políticas públicas para o ordenamento e

nacional. Levar desenvolvimento com reais

tistas. Apesar de bela e piscosa, a região

desenvolvimento do segmento envolve

garantias de renda a um lugar carente é o

havia sido pouco explorada como ponto de

propagar o turismo também em outros

que faz, por exemplo, o Ecolodge do Bar-

pesca para turistas aventureiros.

países”, complementa Bel Mesquita. ecoaventura 87


[ pesca esportiva I tendências ]

Uatumã, afluente da margem norte do rio Amazonas, atrai pescadores que vão em busca dos Tucunarés fOTO: RubINhO DE AlmEIDA PRADO

REfERêNCIAS

investidos US$45 bilhões na prática da

los e Santa Isabel do Rio Negro concentram

pesca amadora. Esse segmento também

várias infraestruturas de receptivos para

Os ministérios apontam os Estados

é responsável pela geração de vários em-

o turismo. A cidade de Vitória, no Espírito

Unidos como grande referência de turis-

pregos diretos e indiretos naquele país e

Santo, é considerada a capital nacional da

mo na pesca esportiva. “Depois que qua-

em outras partes do mundo”, apresenta

pesca de peixes oceânicos e tem importan-

se extinguiram seus peixes esportivos, o

a secretária do MTur.

tes recordes mundiais de pesca oceânica.

país criou leis que limitam a captura dos

No Brasil, os bons exemplos que repre-

O litoral baiano também vive seus anos de

peixes. Assim, os EUA conseguiram asse-

sentam paraísos da pesca e se aliam bem

glória como atrativo turístico na pesca ama-

gurar a sobrevivência das espécies. Em

ao turismo são os polos rio Negro e Uatumã,

dora. O Pantanal, historicamente, é um im-

2008, cerca de 40 milhões de norte-ame-

no Amazonas, internacionalmente famosos

portante polo de turismo de pesca. Desde

ricanos aproveitaram as variedades da

pela captura das espécies de Tucunarés.

os anos 1970, recebe grande número de

pesca sem finalidade comercial. Foram

No mesmo Estado, os municípios de Barce-

turistas pescadores.

88 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


fOTO: wIlSON fEITOSA

O Ministério do Turismo define o turismo de pesca como “as atividades turísticas decorrentes da prática da pesca amadora”. Conforme a Lei 11.959/2009, do Ministério da Pesca e Aquicultura, “pesca amadora é aquela praticada por brasileiro ou estrangeiro, com equipamentos ou apetrechos previstos em legislação específica, que tem por finalidade o lazer ou o desporto” fOTO: SETuR/ES

As águas do mar de Vitória, no Espírito Santo, são cobiçadas pelos Marlins e movimentam o turismo de pesca

ecoaventura 89


CARTIlhA O MTur lançou, no ano passado, a atualização da cartilha “Turismo de

fOTO: wIlSON fEITOSA:

[ pesca esportiva I tendências ]

Pesca: Orientações Básicas”. Essa segunda edição — a primeira foi lançada em 2008 — conceitua o segmento de maneira clara e orienta o pescador a como praticar a pesca dentro do País sem desrespeitar a lei. As atividades turísticas na pesca compreendem a operação e agenciamento ao turista; serviços de transporte; meios de hospedagem; serviços de alimentação; recepção e condução; eventos; material para pesca; e outras atividades complementares que existam em função do turismo de pesca, como oficinas de reparos de embarcações, estaleiros, manufatores de iscas etc.

Manaus oferece estrutura para os amantes dos peixes da região

As modalidades da pesca amadora também são apresentadas, assim como a bandeira da sustentabilidade nesse esporte — o pesque e solte. “Embora a prática de pescar e soltar ainda não seja uma imposição legal obrigatória em todo o País, tem-se observado um aumento de sua normatização, concomitante ao aumento do rigor da legislação que trata a pesca, de forma geral”, cita a cartilha. Empolgantes

dados

registrados

nesse texto relativos ao número de licenças emitidas para a pesca amadora, na percepção do MTur, indicam que a atividade está em franca expansão. Em 1998, foram emitidas cerca de 80 mil licenças. Até o ano de 2009, 33.129 pessoas responderam informações sobre o perfil do pescador nas licenças emitidas pelo sítio eletrônico do Ibama, o que pode gerar a composição de informações que ajudem a entender a configuração dos esportistas no Brasil. 90 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo

Bahia também é símbolo do turismo de pesca esportiva fOTO: ARquIvO ECOAvENTuRA


Perfil do pescador brasileiro Faixa etária

entre 31 e 50 anos 56,20%

Sexo

masculino 95,5%

Principais meios de hospedagem

casa de parentes e amigos camping 44,46% 39,72%

hotel/pousada de pesca 37,59%

Gasto médio por pescaria

entre 51 e 70 anos 29%

para entender

até R$300,00 O Ministério do Turismo pretende, primeiramente, em união com o Ministério da Pesca e Aquicultura:

Categoria de licença de pesca tipo B – Pesca embarcada 70,25% Ambiente em que a pesca é realizada alto-mar manguezal pesque-pague praia e costões reservatório rios e lagos

Licenças de pesca esportiva emitidas por macrorregião em 2009

9,16% 3,43% 34,65%

Centro-oeste 2% Norte 5%

17,25% 15,28%

Sul 22%

86,64%

Nordeste 20% Sudeste 51%

Frequência com que a pesca é realizada 9,50%

uma vez por ano

promover e apoiar a criação de cursos de capacitação e aperfeiçoamento para profissionais que atuam no segmento melhorar a infraestrutura local apoiar a legalização dos condutores de turismo de pesca articular a criação de linhas de crédito específicas para empresários de turismo de pesca

13,20%

duas vezes por ano mais de duas vezes por ano

28,50% 33,40%

uma vez por mês toda semana

15,40%

Fonte: Cartilha “Turismo de pesca: Orientações Básicas”, do Ministério do Turismo

serviço A cartilha é encontrada no site do Ministério do Turismo: www.turismo.gov.br

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saúde

Quando o frio acaba com a pesca

Nas pescarias de inverno, é preciso tomar cuidado para não ser vítima da hipotermia — doença que surge quando o corpo perde calor e a temperatura do organismo fica menor que 35ºC POR: DANI COSTA I fOTOS: INáCIO TeIxeIRA I ARTe: GLAUCO DIAS

92 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


S

ubestimar as consequências de se

tar em bom estado físico é o suficien-

suor e respiração ofegante, a umida-

expor ao frio sem proteção é um erro

te para evitar ser vítima dela, pois seu

de das roupas, o vento forte e/ou a

de quem viaja empolgado com o ro-

surgimento independe do quão forte

submersão na água fria são fatores

teiro da pescaria sem levar em conta

ou não é um organismo.

que ocasionam a queda de tempe-

todos os agravantes de uma doença

A hipotermia acontece quando o

ratura de forma lenta ou abrupta, de

que pode levar à morte: a hipotermia.

corpo perde os mecanismos de re-

acordo com as condições do tempo e

E não adianta pensar que o fato de es-

tenção de calor. O esforço que causa

a exposição da pessoa.

Etapas da hipotermia:

O que acontece

Primeira

• Quando o corpo chega à temperatura de 35°C, os médicos já consideram hipotermia • O sangue das extremidades do corpo, como mãos e pés, vai para a região do tronco, onde estão os principais órgãos, para mantê-los funcionando • À medida que a temperatura do corpo cai, os rins e o cérebro ficam mais lentos. Se as batidas do coração chegarem a 30 por minuto, bem abaixo do normal, ele sai de ritmo até parar

Segunda

A temperatura corporal cai de 1 a 2 graus Celsius abaixo da temperatura normal Temperatura corporal 35°C

A pessoa tem arrepios, a respiração fica rápida, as mãos adormecem e efetuam tarefas com dificuldade

As pupilas tendem a dilatar, e a frequência cardíaca e respiratória são quase imperceptíveis

A temperatura corporal cai de 2 a 4 graus Celsius abaixo da temperatura normal Temperatura corporal 32°C Os arrepios aumentam, ficam mais intensos. Os movimentos passam a ser lentos, muito difíceis

Terceira

Nessa etapa, os arrepios cessam. Surgem sinais de amnésia e a dificuldade de utilizar as mãos aumenta Temperatura corporal 27°C

Há a diminuição do pulso e a respiração fica muito lenta As extremidades (ponta dos dedos, lábios, nariz, orelhas) apresentam tonalidade cinzenta ou cianótica (levemente arroxeada)

A essa altura, cai a atividade celular e começa a falha dos órgãos vitais. Sem tratamento, a vítima chega à morte

ecoaventura eco aventura 93


saúde De acordo com Danilo Bernardinello Júnior, geriatra do Hospital Samaritano de São Paulo, quando a temperatura corporal cai para 35ºC, há uma redução do fluxo sanguíneo, do consumo de oxigênio cerebral e da pressão arterial. “Os sintomas mais comuns dessa doença são tremores, esfriamento das mãos e pés, dormência nos membros, letargia, dificuldade em respirar, pulsação lenta, inchaço na face e perda de controle da bexiga”, alerta o médico. A sonolência provocada pela redução da circulação e

Em estágio avançado, a dificuldade

fígado, ficam comprometidos, e a víti-

dos batimentos cardíacos pode levar ao

na detecção de pulso e dos movimen-

ma pode sofrer arritmia cardíaca, ede-

coma. Se a pessoa conseguir ficar acor-

tos respiratórios faz a vítima parecer

ma de pulmão, enfarte do miocárdio,

dada, pode ter perda de memória e do

morta. Nessa fase, os órgãos vitais,

acidente vascular cerebral e parada

controle dos membros superiores.

como coração, pulmão, intestinos e

cardíaca e respiratória.

Primeiros socorros • O importante no atendimento a uma vítima de hipotermia é aumentar sua temperatura corporal • O ideal, em um primeiro momento, é removê-la do ambiente gelado, dar bebida ou alimento quente (não muito, pois pode ocasionar choque de temperatura) e chamar o serviço de emergência • Não se pode massagear ou esfregar a vítima, nem deixá-la de pé. Também não pode dar bebida alcoólica. Tudo isso desvia a circulação (que já está comprometida) dos órgãos internos

• A vítima deve ser isolada do vento, e roupas úmidas devem ser retiradas e substituídas por secas. Se possível, aqueça as axilas e pernas (pode ser com garrafas com água morna envolvidas em meias) • Se a hipotermia é severa, o reaquecimento deve ser feito sob circunstâncias estritamente controladas em um hospital, mas a retirada da pessoa do local gelado deve ser emergencial • Na hipotermia, o reaquecimento rápido pode causar arritmia cardíaca, portanto, é preciso usar a cautela ecoaventura aventura l Pesca esP esPortiva, meio ambiente e turismo 94 eco

37ºC ...cai para... 27ºC


Previna-se com calor

Antes de seguir para um local de pesca, mesmo que já conheça o ambiente, informe-se sobre a previsão do tempo. Verifique também se há incidência de chuva, vento e neblina

Nunca subestime o frio e aposte em roupas adequadas. Capa de chuva e blusa de lã evitam a exposição exagerada ao mau tempo. Se possível, invista em agasalhos e casacos especiais que ajudam a manter o corpo aquecido. Os anoraques, ou agasalhos corta-vento, são essenciais, pois protegem do vento e da umidade. As roupas de neoprene são indicadas para quem costuma se molhar. Luvas, gorros, meias e botas são indispensáveis. É bom também ter uma troca de roupa para utilizar caso a que esteja usando fique molhada

Alguns kits de primeiros socorros possuem lençóis aluminizados (isolante térmico) e pequenos pacotes com preparados químicos, que, quando manipulados, geram calor sem fogo (usados principalmente para aquecimento de extremidades com perigo de congelamento). Se a expedição levar mais de um dia, leve barraca, saco de dormir e fogareiro. Fósforos e isqueiros nunca podem faltar

O organismo precisa de energia para manter o corpo aquecido, portanto, a alimentação é primordial. A ingestão de bebidas e alimentos quentes sempre ajuda na manutenção do calor

É muito comum os sintomas ini-

não deve permanecer por muito tem-

Se algum companheiro de pesca

ciais da doença serem confundidos

po com roupas úmidas e, se possível,

apresentar os sintomas da hipotermia,

com exaustão. “A exposição ininter-

usar vestimentas próprias para evitar

não se desespere: ajude-o urgente-

rupta ao vento e à umidade torna-se

contato com o vento e a chuva. É im-

mente na recuperação de calor: remo-

um risco grande. O corpo não conse-

portante também oferecer energia ao

va roupas úmidas, poupe-o do vento

gue produzir calor tão rápido quanto

corpo, com alimentação e hidratação

e utilize cobertores. É preciso ter ex-

perde, e a temperatura, inevitavel-

adequadas. “Além disso, existem al-

tremo cuidado ao manipular a vítima,

mente, cai”, explica Danilo Bernardi-

guns kits capazes de promover aque-

sem tratá-la com movimentos bruscos,

nello. Um dos agravantes é a paralela

cimento, e são encontrados nas lojas

pois essa atitude pode desencadear

ingestão de álcool.

especializadas em trajes e artigos es-

uma arritmia cardíaca, o que agrava

portivos”, aponta o médico.

os sintomas da doença.

Para evitar tudo isso, o pescador

ecoaventura 95


radar

Projeto simula ‘Amazônia do futuro’ Um estudo inédito realizado em Manaus-AM submeterá plantas e animais a efeitos do aquecimento global. O trabalho envolverá 200 cientistas (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia). A simulação de cenários climáticos servirá para analisar a reação da biodiversidade ao fenômeno.

Raio X do Pantanal

Denominado Adapta (Centro de Estudos da Adaptação da Biota Aquática da Amazônia), o laboratório vai incubar peixes, plantas, anfíbios e

O Instituto SOS Pantanal — ONG atuante desde 2009 — iniciou em 10 de julho a Expedição Pantanal, cujo objetivo é identificar as

insetos (aquáticos e não aquáticos). Os ambientes

localidades pantaneiras que desenvolvem práticas sustentáveis. O

sofrerão variação de temperatura e de emissões de

turismo de pesca está entre essas atividades. O grupo escolhido

dióxido de carbono, baseado nas previsões feitas

para a viagem de cinco meses é formado por técnicos ambientais,

pelo IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças

biólogos e jornalistas e irá fazer uma análise de campo sobre as

Climáticas) para o ano de 2100. O experimento verá

iniciativas que contribuem para a conservação da BAP (Bacia Hi-

a reação das espécies ao aumento de até 6º Celsius

drográfica do Alto Paraguai). Tudo o que for registrado irá para um

na temperatura e às emissões de CO2, em simulação

banco de dados. As boas ideias identificadas serão apresentadas

ao ambiente terrestre em 20, 50 e 100 anos.

a outras localidades, e aquelas que exigem apoio serão analisadas

O recolhimento das espécies da fauna e da flora

por órgãos e instituições capazes de disponibilizar recursos.

amazônica começou há dois anos. Aquários com

A expedição está dividida em nove rotas. Entre a quarta e a

ao menos 300 diferentes tipos de peixes dos rios da

sexta, quando alcançar a região de Corumbá-MS, prosseguirá com

Amazônia e incubadoras com insetos, como os mos-

a identificação das práticas sustentáveis de quem vive da pesca

quitos que transmitem a dengue e a malária, vão

oferecida a turistas. “Sabemos, por exemplo, de comunidades que

indicar se o aumento da temperatura pode afetar as

coletam iscas vivas e receberam benefícios de ONGs da região.

formas de vida do bioma. O relatório do estudo será

Com isso, puderam diminuir os índices de acidentes e de doenças

divulgado em 2015. Fonte: Globo Natureza

adquiridas durante o processo de extração da matéria-prima”, explica Lucila Egydio, bióloga coordenadora da expedição. O grupo da Expedição Pantanal, chamada de EXP, partiu do Refúgio Ecológico Caiman, na cidade de Miranda-MS, durante a tradicional Festa Pantaneira. A primeira rota percorrerá as regiões de Nhecolândia, Pantanal do Rio Negro e propriedades dos municípios de Aquidauana e Miranda.

FOTO: AdApTA

FOTO: INÁCIO TEIXEIRA

do Brasil e de outros oito países ligados ao Inpa

96 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo



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