Revista ecoaventura edição 24

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icast 2011 Principais novidades

Tucunaré | c anavieir a s-Ba | shooTing spey | ica sT 2011 | p is c i c ulTu r a | s o nar | c av e r na s do peTar

Pesca de caiaque Opção em Canavieiras-BA ecoturismo Os mistérios do Petar

lago do cupido

surpresas e recordes de um local inexplorado

Ano II - EdIção 24 – sEtEmbro – r$10,90

ecoaventura - E d i ç ã o 2 4 - s E t E m b r o d E 2 0 1 1

Pesca com mosca Arremesso eficiente

C O M O E V I TA R O A F O G A M E N T O | A P R E N D A A u s A R O s O N A R | T O R N E - s E u M P I s C I C u lT O R | I s C A s A R T E s A N A I s




editorial Editora ECOAVENTURA PABX: (11) 3334-4361 - Rua Anhaia, 1180 Bom Retiro - SP - CEP 01130-000 www.grupoea.com.br Diretoria Farid Curi, Roberto Véras e Wilson Feitosa Diretor de redação Wilson Feitosa wfeitosa@grupoea.com.br Editora Janaína Quitério (MTb nº 45041/SP) jquiterio@grupoea.com.br DEPARTAMENTO DE JORNALISMO redacao@grupoea.com.br Repórter Dani Costa (MTb nº 01518/ES) dcosta@grupoea.com.br Redatora Bárbara Blas bblas@grupoea.com.br Tradutor David John Arte Glauco Dias, Mila Costa e Tiago Stracci Editor de fotografia Inácio Teixeira Correspondentes internacionais Fabio Barbosa e Voitek Kordecki Colaboraram nesta edição Arnaldo Rampado, Gerson Kavamoto, João Caparroz, Marcel Nishiyama, Roberto Véras, Salgado Filho, Willian Cezar Araújo e Wilson Feitosa Consultores Alexandre Andrade e Eribert Marquez DEPARTAMENTO COMERCIAL Publicidade Salgado Filho comercial@grupoea.com.br Marketing Pedro Reis preis@grupoea.com.br Distribuição e edições avulsas atendimento@grupoea.com.br Atendimento ao leitor Priscila Santiago sac@grupoea.com.br Assinaturas assine@grupoea.com.br

Balanço do ANO II

E

sta edição fecha um ciclo: o término do segundo ano de publicação! Em 24 números, imprimimos 2.400 páginas com mais de 300 matérias sobre todo o universo da pesca esportiva, além de reportagens que divulgaram destinos especiais de ecoturismo e de turismo de pesca e que pautaram a

nossa preocupação editorial com as questões ambientais. Tudo isso com um acervo fotográfico que estampou em nossas páginas 388 imagens de pesca oceânica e 882 fotografias de incursões em água doce. O trabalho editorial da equipe de colaboradores-pescadores, jornalistas, designers, promotores, fotógrafos e leitores resultou na leitura de mais de 130 mil exemplares nesses dois anos. Os números são animadores e se configuram em poderoso combustível para a ECOAVENTURA melhorar ainda mais o seu projeto, que, desde o início, tem o principal compromisso de ser um elo ativo no desenvolvimento da pesca esportiva. Sob o lema “pescar também é uma ecoaventura”, nossa revista é a única no mercado nacional que traz narrativas capazes de enfatizar a adrenalina da descoberta de novos e promissores points, tal como faremos a partir de agora com a seção “Aventuras exploratórias” — tema de capa desta edição. Além disso, nos empenhamos em dar configuração ao incipiente turismo de pesca no Brasil por meio da divulgação de lugares que transbordam potencial de pesca, hospitalidade e natureza exuberante. Nesse plano de metas, não podemos deixar para trás o princípio do pesque e solte, sem o qual a aventura de pescar estaria com os dias contados. A motivação para lançar promoções, tais como o “Fisgue essa ideia” ou o “Projeto Tietê dá pesca”, assim como a iniciativa em produzir DVD’s didáticos sobre a arte da pescaria, tem sido constante nesses dois anos por um motivo muito simples: nossa missão é germinar nos quatro cantos do Brasil novos e mais experientes pescadores esportivos. Por isso, os leitores são os principais pauteiros desta revista. Quer ler matéria técnica sobre equipamento? Aqui tem. Precisa de informações sobre determinada modalidade? Gostaria de se inspirar em personagens marcantes? Quer viajar sem se descuidar da saúde? Interessa-se pelas questões ambientais? Quer conhecer mais a flora, fauna e toda a ictiologia nacional? Vai aproveitar a pescaria para curtir com a família em destinos paradisíacos? Tudo isso e muito mais é tratado nas 100 páginas mensais da revista e nas imagens do DVD, na interação das mídias sociais e do website. Com tanta diversidade, exclusividade e criatividade na produção do conteúdo voltado ao universo da pesca esportiva, fica difícil a curva de cresci-

-lazer, seja no dia a dia ou nos finais de semana, no escritório ou na natureza, uma das paixões que mais crescem no País. Há dois anos, formamos um time: a ECOAVENTURA, o leitor e a natureza, que agradece com sua harmonia as nossas visitas educadas e zelosas; que agradece ao nos proporcionar o encanto de contemplar o brilho das escamas dos peixes por dentro das águas.

PESCA COM MOSCA Arremesso eficiente

ICAST 2011 Principais novidades PESCA DE CAIAQUE Opção em Canavieiras-BA ECOTURISMO Os mistérios do Petar

LAGO DO CUPIDO

surpresas e recordes de um local inexplorado

ANO II - EDIÇÃO 24 – SETEMBRO – R$10,90

cima. Quem ganha com isso? Todos que fazem do esporte-

TU C UN ARÉ | C A NA VI EI R A S- B A | SHOOTING SPEY | I C A ST 2011 | P I S C I C ULT UR A | S O NA R | C A VERNA S D O PETAR

Assinaturas: (11) 3334-4361

mento da revista não estar constantemente apontada para

ECOAVENTURA - E D I Ç Ã O 2 4 - S E T E M B R O D E 2 0 1 1

A Revista ECOAVENTURA é uma publicação mensal da Editora ECOAVENTURA Ltda.. Distribuição com exclusividade para todo o Brasil: Fernando Chinaglia Comercial e Distribuidora S/A, Rua Teodoro da Silva, 907, tel. (21) 2195-3200. Os anúncios e artigos assinados são de inteira responsabilidade dos anunciantes e de seus autores, respectivamente. A Revista ECOAVENTURA está autorizada a fazer alterações nos textos recebidos, conforme julgar necessário. Nenhum colaborador ou funcionário tem o direito de negociar permutas em nome da editora sem prévia autorização da diretoria.

T É C N I C A S D E S A LV A M E N T O | C O M O U S A R O S O N A R | T O R N E - S E U M P I S C I C U LT O R

ea_revista_ed-24_capa_layout_02.indd 1

12/08/2011 14:02:51

Edição 24 — setembro de 2011

instituto verficador de circulação


CaRREtiLhas: PRinCiPais CaRaCtERístiCas Volume 3

Carretilha s

principais ca racterísticas

Em um bate-papo animado, Roberto Véras levanta as principais questões sobre as características, o funcionamento e a manutenção das carretilhas (de modelos populares a tops de linha), respondidas por Marcão — técnico em manutenção da Mar & Rio

it ire sd so do To

os re se rva do s

dvd 24.indd 1

Próximo volume: Linhas

tÉCniCas” a cada mês, a coleção “a aRtE DE PEsCaR — aPRiMORE sUas traz dicas e informações sobre o mundo da pesca. 08/08/2011 17:03:41

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[ índice ]

12

capa

Aventuras exploratórias Lago do Cupido: basta arremessar e fisgar. Mas, para chegar lá...

24

remos e rumos Pesca de caiaque

Robalos e Tucunarés nos rios e mangues de Canavieiras-BA


08 Correio técnico 10 Correspondência 30 Mercado

As novidades da maior feira de pesca mundial

52 Internacional

Parque de Fiordland, Nova Zelândia

60 Tecnologia Aprenda a usar o sonar

66 Piscicultura

36

Como se tornar um criador

ecoturismo

Cavernas do Petar

Mistério e adrenalina

74 Mulher

O mundo feminino no fly

80 Folha Orquídea Vanda

82 Bicho Saíra-sete-cores

83 Radar 86 Matéria do leitor Iscas artesanais

90 Saúde

Afogamento: como evitar

46

técnica

Pesca com mosca

Aprenda a fazer o shooting spey: um arremesso eficiente também em pesqueiros

96 Vitrine

Promoções e lançamentos

98 Classificados


correio técnico Iscas artificiais na praia Foto: Mauro Lopes

Gostaria de parabenizar toda a equipe pelo brilhante trabalho realizado a cada edição, assim como pela iniciativa de lançar a coleção “A arte de pescar”. Aproveito a oportunidade para perguntar se é possível pescar com iscas artificiais e carretilha na orla litorânea. Paulo Adenor — Macaé-RJ

É possível, sim, realizar boas incursões com iscas artificiais e carretilha na orla das praias brasileiras. Entretanto, devido ao grande fluxo de banhistas durante o verão, esse tipo de pescaria se mostra mais produtiva nos meses de inverno, ou nos primeiros dias da semana, quando é possível encontrar menor fluxo de veranistas nas praias. Entre as espécies que podem ser encontradas, o Robalo é o grande destaque, sobretudo quando procurado nos rios que deságuam na praia nos dias em que a maré corre com velocidade.

Lua e rio Qual é a da linha?

Sei que as fases da lua influenciam a altura das marés e, consequentemente, a qualidade das pescarias. Mas, e nos rios? A lua também exerce influência? Caso afirmativo, quais são as melhores fases para não perder a viagem?

A resistência de uma linha, indicada em seu carretel, é referente apenas ao

Adauto Perini — Caxias do Sul-RS

peso do peixe ou também é considerada a força exercida por ele?

em certa fase da lua, a verdade é que, ao contrário do mar, que tem a oscilação das marés determinada pela lua, em água doce, ela não exerce qualquer tipo de influência sobre o meio aquático. Esse é um assunto polêmico, porque tais conceitos foram formados na época em que a caça era praticada.

Foto: wiLson Feitosa

Apesar de ser muito comum ouvir falar que uma pescaria foi melhor que outra

Robson Pittigrilli Costa — por e-mail

A especificação de resistência de uma linha é obtida por meio de um teste que leva em conta quanto ela suporta antes de se romper. Esse teste considera força e peso, e o resultado é obtido por um aparelho idêntico

Foto: inácio teixeira

a um dinamômetro.

08 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


DVD Nós & Nós II Na edição 21 (junho), ganhou destaque especial a matéria “Os peixes na evolução das espécies”. O fato de existir nanismo entre os peixes (o que eu desconhecia!) reforçou mais ainda minha opinião no sentido de a legislação fixar também medidas máximas para captura, a exemplo do que já vem ocorrendo com o Robalo no Paraná. Nessa mesma edição, no DVD “Nós & nós II”, nosso admirado e festejado Beto Véras utilizou “bobin” (ou bobina) para atado de “moscas” que, segundo ele, também é fabricado no Brasil. Qual o fabricante e como entro em contato com ele? Abraços e parabéns pela publicação! Marcelo José Vianna Tulio — por e-mail

Olá Marcelo, o fabricante não vende o produto diretamente para o consumidor, entretanto, o “bobin” pode ser encontrado na loja Kingfisher pelo telefone (11) 5561-7588.


correspondência

Projeto Tietê dá pesca

O rio Tietê tem a triste e marcante fama de curso deformado pelas vias marginais na capital São Paulo, devastado pela poluição do esgoto industrial e doméstico, abandonado pelo poder público. Entretanto, no interior paulista, ele ainda possui pontos piscosos capazes de fazer a felicidade dos pescadores esportivos. Se você é um desses sortudos, que ainda tem o prazer de pescar no rio Tietê, ajude-nos com nosso roteiro de pesca. Indique-nos os locais que gosta de pescar e quais espécies são possíveis de encontrar! Nosso email é redacao@grupoea.com.br. Colabore!

Turismo consciente A matéria “A evolução do turismo de pesca no Brasil” (edição 23) nos faz refletir sobre como nos comportamos em lugares paradisíacos e extremamente propícios para a pesca. Sempre vejo

Como registrar um recorde I

“pescadores-turistas” que não mantêm

A revista como sempre estava ótima. A

o espírito conservacionista de quem,

melhor reportagem da edição 23, sem dú-

de fato, quer preservar um local piscoso

vida, foi a da IGFA. Nunca vi uma matéria tão completa sobre a quebra de recordes como a publicada pela ECOAVENTURA. Parabéns! Fabrício Biguá, por e-mail

Emoção de pai

de comprometimento com a preservação

rial da edição 23. Fiquei emocionado com

da fauna na água, é uma demonstração

o texto que descreve de maneira muito

de desrespeito com aqueles que moram

delicada a relação de pais e filhos na pes-

nesses locais e dependem do turismo de

caria. Vou, inclusive, fazer uma cópia e

pesca para viver.

colocar em um painel, pois pretendo re-

Como registrar um recorde II

ler essas palavras muitas e muitas vezes.

Amigos da ECOAVENTURA,

Tive um pai exatamente como foi descri-

Quero dar os parabéns pela matéria

to: e ele me proporcionou uma infância

“Fisguei um recorde. E agora?” (edição

encantadora. Tudo o que sei hoje de pes-

23), sobre as regras da IGFA. Já estava na

ca aprendi com ele, um autodidata es-

hora de os pescadores terem a chance de

plêndido que me inspirou nesse esporte

ler um texto tão elucidativo a respeito de

e na vida. A meu ver, a ECOAVENTURA

como registrar um recorde mundial.

é ponta de linha!

Fernando Costa, por e-mail

Renato A. S. Serigatto, Palmas-TO

10 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo

para voltar futuramente. Além de falta

Senti vontade de agradecer pelo edito-

Carolina Santana, Rio de Janeiro-RJ



[ capa I aventuras exploratórias ]

SURPRESAS NO LAGO DO CUPIDO Não são poucos os pescadores que se sentem plenamente realizados apenas quando partem em busca do desconhecido e de lugares que transmitam a sensação de conquista e de desbravamento. Trata-se da busca pelo chamado êxtase do pioneirismo — algo que, para ser conquistado, requer muita sensibilidade, determinação e, em muitos casos, como nessa jornada, bom preparo físico TexTo e foTos: Wilson feiTosa i arTe: Tiago sTracci

12 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


ecoaventura 13


[ capa I aventuras exploratórias ]

Q

uando começamos a navegar pelo rio

situação, estávamos a caminho do que

samos o rio de um lado para o outro e,

Juruena e a deixar para trás pontos de

poderia ser um novo palco para espetá-

depois de transpor um raseiro — no qual

pesca consagrados, como as Três Pe -

culos grandiosos.

era possível visualizar os peixes corren-

dras, a corredeira das Ciganas, entre

Nosso guia nos havia garantido que,

do debaixo do barco —, avistamos uma

tantos outros onde conseguiríamos fisgar

sob o manto da floresta e distante do rio,

pequena abertura em meio à mata, por

dezenas de peixes sem esforço, foi difícil

havia um lago escondido, cuja quanti-

onde um igarapé se conecta com o rio.

conter a vontade de parar o barco e lançar

dade e tamanho dos peixes dificilmente

Adentramos o pequeno curso d’água e,

nossas iscas. Mas seguramos a onda,

são encontrados em outro lugar. Após

um instante depois, nos vimos sob uma

afinal, por mais tentadora que fosse a

navegar por cerca de uma hora, atraves-

“caverna” de árvores frondosas.

Empurrar o barco correnteza acima exige determinação e força. Mas, apesar do desgaste físico, atingir lagos inexplorados é extremamente tentador

14 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


Tomar chuva de formigas-de-fogo é um fato corriqueiro para aqueles que exploram lugares remotos

Uma bela e tortuosa alameda com águas incrivelmente translúcidas passaram a ser nosso caminho. Sob a superfície, próximo

Entrar na água e cortar galhadas enormes com um simples facão também faz parte desse tipo de aventura

ao fundo ocre e entre galhos submersos, cardumes de Matrinxãs, Tucunarés, Bicudas e de outras espécies nadavam entre as pernas do guia e nos deixavam fascinados. Com sacrifício, ele arrastava o barco por raseiros e contra a correnteza. Em diversos pontos, árvores caídas bloqueavam o percurso. Aqui e acolá, éramos obrigados a cair na água para superar esses e outros obstáculos. Assim como as cobiçadas espécies citadas, temerárias Arraias também nadavam ali. A jornada era perigosa e extenuante. Após 45 minutos exaustivos, ficou difícil não nos questionarmos dos porquês de termos desprezado a boa e garantida pescaria no grande rio para nos embrenharmos em uma aventura, cujo resultado era absolutamente imprevisível. Mas a resposta é simples: alguns pescadores têm espírito aventureiro e não se contentam apenas com a fartura de uma pescaria. ecoaventura 15


[ capa I aventuras exploratórias ] A limpidez da água que delineia a enorme alameda aquática é tamanha que parece ter sido destilada

16 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


O lagO dO CupidO

sávamos, uma cena nos deixou estarre-

apareceu no estojo foi colocado na ponta

cidos. Nas águas límpidas do magnífico

da linha e imediatamente lançado na di-

Depois de cortar inúmeros galhos

cenário, enormes Tucunarés, Bicudas

reção dos peixes. A isca tocou na água e,

que bloqueavam o caminho e de cair na

e Traíras ignoravam nossa presença e

antes que fosse possível esboçar qualquer

água muitas vezes para ajudar o guia a

nadavam de um lado para o outro sem a

tipo de trabalho, a vara vergou violenta-

transpor os obstáculos, já exaustos, nos

menor timidez.

mente, e a fricção da carretilha começou

deparamos com um visual surreal: um

Montamos o equipamento e, na fissura

a cantar. Com a fricção mal regulada, não

lago de extensão a se perder de vista e

de desafiar alguns daqueles peixes, não

deu tempo de reagir. O peixe, que não con-

com os mais diversos tipos de estruturas.

houve qualquer critério para a escolha de

seguimos identificar, levou a isca para as

Ao contemplar o lugar enquanto descan-

iscas. O primeiro modelo de superfície que

galhadas do fundo e rompeu a linha.

A voracidade dos Tucunarés que habitam esses lagos causa a impressão de que eles jamais viram uma isca artificial

ecoaventura 17


[ capa I aventuras exploratórias ] Enquanto escolhia outro modelo, o par-

Tucunarés — um bem grande e outro um

ceiro desencadeou a fúria de um cardume

pouco menor. Assim que a isca deu a pri-

de Tucunarés enormes, mas, surpreen-

meira sambada, o menor, dono de maior

dentemente, quem abocanhou sua isca

agilidade, abocanhou sem vacilar. O par-

foi um Jacundá de grande porte — peixe

ceiro, atento, arremessou com precisão

que também é encontrado em quantida-

para que sua isca passasse pela trajetória

des absurdas nesse lago. Por instantes,

do que já estava fisgado. Resultado: foi

uma cena rara desviou nossa atenção.

contemplado com a captura do maior.

Em um lugar raso, dezenas de Aruanãs

O primeiro foi solto rapidamente para

vindos de todos os lados emboscaram um

que pudéssemos fazer algumas das fotos

cardume de pequenos peixes — um frenesi

que ilustram esta matéria. E, no momento

alimentar raro de ser observado.

da soltura, uma nova surpresa: assim que

Passado o momento de empolgação,

o colocamos na água, um cardume de

já com o equipamento devidamente ajus-

pequenos Matrinxãs começou a se formar

tado e com as iscas no ponto, começamos

ao seu redor, o que nos proporcionou mais

a pescar novamente. Logo, avistamos dois

um inesquecível espetáculo grandioso.

O Jacundá [no topo da página], assim como a Bicuda, são outros troféus que foram conquistados em grande quantidade

18 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


Após uma jornada extenuante, não há como disfarçar a satisfação de ser recompensado com a captura de dezenas de Tucunarés

ecoaventura 19


[ capa I aventuras exploratórias ]

O Matrinxã foi o peixe que mais desafiou a perícia dos pescadores nessa jornada, pois, apesar de os espécimes estarem presentes em quantidade absurda, poucos se interessaram por nossas iscas

20 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


O surpreendente arrastãO Avançamos mais alguns metros e a cena que se desenhou à nossa frente parecia sobrenatural. O guia deu uma remada e, como num passe de mágica, cardumes de Bicudas, Aruanãs e Tucunarés começaram a correr desenfreadamente em todas as direções. Era só colocar a isca na água, independentemente do modelo, tamanho ou cor, para que os peixes fizessem um arrastão sobre elas. E o melhor: quase todas as capturas eram de peixes acima de quatro quilos, alguns dos quais, provavelmente, bateriam o recorde mundial atual. Foi tamanha a quantidade de ataques que nem tivemos tempo de computar o número de capturas, mas, para se ter uma ideia, em menos de duas horas estávamos com a munheca dolorida de tanto fazer força sobre as carretilhas. Outras espécies que proporcionaram muita diversão e adrenalina nesse lago foram a Bicuda e o Jacundá. A primeira, apesar de o peso médio dos espécimes atingir aproximadamente dois quilos, por diversas vezes desafiaram nossas habilidades e escaparam de nossas iscas em saltos sucessivos e acrobáticos. O Jacundá, por sua vez, era hábil em se antecipar às demais espécies e, com surpreendente valentia, abocanhava as iscas e partia em disparada para as estruturas marginais.

ecoaventura 21


[ capa I aventuras exploratórias ]

O guia Luiz Mendes provou que, além de conhecer a região como poucos, também é fera quando o assunto é capturar belos espécimes

22 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


Fim de mais uma aventura Plenamente realizados e exaustos, cientes do esforço físico que ainda teríamos que desprender para retornar ao rio Juruena, por volta da hora do almoço, deixamos para trás o inacreditável lago do Cupido, talvez assim chamado pelo feitiço que exerce e pela paixão que desencadeia em quem o conhece.

ServiçoS/ ServiçoS ServiceS O lago do Cupido é mais um entre centenas que existem na região do alto Tapajós. Está situado na margem direita do rio Juruena (do lado esquerdo não é autorizada qualquer atividade turística por ser uma reserva) e, apesar da dificuldade que representa para ser acessado, trata-se de um lugar sob medida aos pescadores dotados de espírito aventureiro

Excelente barco-hotel para pescaria no estado do amazonas, conforto e atendimento nota dez! Grupos: 12 a 16 pessoas DATAS DISPONÍVEIS: REGIÃO DO RIO MADEIRA ( Acari, Sucunduri ou Abacaxi ) De 07 a 14 de Julho ( Reservado Grupo Casais & Filhos ) De 14 a 21 de Julho De 21 a 28 de Julho De 28 de Julho a 04 de Agosto De 04 a 11 de Agosto De 11 a 18 de Agosto De 18 a 25 de Agosto REGIÃO DO RIO UATAMÃ ( Uatapú, Abacate ) De 01 a 08 de Setembro ( Reservado Grupo Live Tur ) De 08 a 15 de Setembro De 15 a 22 de Setembro De 22 a 29 de Setembro De 29 de Setembro a 06 de Outubro De 06 a 13 de Outubro De 13 a 20 de Outubro De 20 a 27 de Outubro REGIÃO DE SANTA IZABEL DO RIO NEGRO - AM De 03 a 10 de Novembro ( Reservado Grupo Live Tur ) De 10 a 17 de Novembro De 17 a 24 de Novembro De 24 de Novembro a 01 de Dezembro De 01 a 08 de Dezembro De 08 a 15 de Dezembro IREMOS PAUSAR EM 15 DE DEZEMBRO PARA FESTIVIDADES DE FIM DE ANO, E REINICIANDO A PARTIR DE JANEIRO DE 2013 CONTINUANDO NA REGIÃO DE SANTA IZABEL DO RIO NEGRO - AM

De 12 a 19 de Janeiro De 19 a 26 de Janeiro De 26 de Janeiro a 02 de Fevereiro De 02 a 09 de Fevereiro De 09 a 16 de Fevereiro

*****Todos os pacotes serão 06 dias de pescaria*****


[ remos e rumos ]

Pesca de caiaque em Canavieiras-BA Considerada o terceiro melhor ponto de pesca oceânica do mundo, devido, sobretudo, ao banco Royal Charlotte — cordilheira submarina de exuberante vida marinha —, a cidade de Canavieiras, no sul da Bahia, traz outras emocionantes e produtivas opções de pesca em seu extenso manguezal entrecortado por numerosos rios TEXTO E FOTOS: ArnAldO rAmpAdO E mArcOS mEdEirOS i ArTE: TiAgO STrAcci

24 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


ecoaventura 25


[ remos e rumos ]

O

s apaixonados pela pesca de caiaque podem inserir na sua lista de desejos mais um ponto de pesca divertido e piscoso: os rios de Canavieiras, permeados por extensos manguezais, bem próximos às suas belas praias. Trata-se de cursos d’água com pouca profundidade e fundo rochoso, que podem ser percorridos vagarosamente e sem dificuldades a bordo de

Uma das vantagens do caiaque é conseguir alcançar pontos inacessíveis para outras embarcações. Nos rios de Canavieiras, chegamos a pescar em locais com apenas três palmos de profundidade

um caiaque — modalidade de pesca que, a cada dia, ganha novos adeptos na região. Do cais — de onde saem os barcos para a pesca oceânica —, basta remar 30 minutos por paisagens deslumbrantes até alcançar os primeiros pontos de pesca. Na incursão que fizemos em julho, em apenas 1h40, fisgamos muitos exemplares de Robalos — cujo porte são, em geral, maiores que os fisgados na região Sudeste. Começamos a arremessar plugues de barbela longa sob as estruturas de galhadas, onde essas espécies costumam atacar suas presas, e, em instantes, aconteceram as primeiras ações. Em seguida, trabalhamos na meia-água iscas de barbela mais curta — e outros emocionantes ataques foram empreendidos. Sticks de superfície, com cores variadas, também se mostraram muito produtivos, o que nos fez chegar à conclusão de que a pescaria é farta, mesmo para pescadores sem muita experiência na pesca do Robalo, como é o nosso caso. E o melhor: esse quadro se reproduz durante o ano todo nos rios da região! Cais onde saem os barcos para pesca oceânica

26 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


Marcos Medeiros ĂŠ pescador veterano na regiĂŁo

ecoaventura 27


[ remos e rumos ] Conforme nos distanciávamos na

como Barracuda e Cavala.

praia, davam o ar da graça os valentes

Isso comprova o que muitos já tive-

Tucunarés-açus e amarelos. Pescadores

ram o prazer de averiguar em incursões

de Canavieiras garantem que até Tam-

na região: não é apenas o sol que brilha

baquis são encontrados nesses rios e, a

sobre Canavieiras o ano todo. Lá o leque

partir de setembro, pode-se também pes-

de pesca nos rios próximos às praias

car Xaréu no mangue, além de espécies

também é dourado!

Quanto mais próximo o rio estiver da praia, mais Robalos são encontrados

28 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


DICAS •De 15/5 a 31/7 é o período de Defeso do Robalo, de acordo com a Portaria 49, do Ibama. Por isso, a soltura dos peixes é obrigatória • Fique atento às tábuas de maré para navegar sem esforço pelos rios • Em Canavieiras, ainda não existem guias de pesca voltados à pesca nos manguezais. Quem estiver interessado em pescar de caiaque na região entre em contato com o fórum www.barracudateam.com.br, cujos integrantes podem indicar caiaques disponíveis

“Canes” Para curtir e descansar Situada a 250 quilômetros de Porto Seguro e a 110 quilômetros de Ilhéus, Canavieiras, carinhosamente chamada de “Canes”, além de ter acesso a praias paradisíacas, com águas calmas, rasas e mansas, mantém preservados os seus históricos casarios arquitetônicos. As atividades turísticas privilegiam o desfrute da natureza, como banhos de lama medicinal ou trilhas que levam às fazendas onde foram plantados os primeiros pés de cacau baiano. O rio Pardo desemboca em frente à cidade e já tem sido considerado o maior viveiro de Robalos do País

Saber onde arremessar é meio caminho andado para muitas fisgadas

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[ mercado ]

As novidades

da maior feira de pesca

do mundo Entre 13 e 15 de julho, na cidade norte-americana de Las Vegas, a convenção internacional ICAST 2011 (International Convention of Allied Sportfishing Trades) reuniu sete mil profissionais de 63 países dos principais setores do segmento, entre fabricantes, distribuidores, mídia escrita e televisiva, operações de pesca esportiva etc. Confira as novidades deste ano TexTo e foTos: RobeRTo VéRas | aRTe: glauco dias

30 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


Os maiores fabricantes e distribuidores estavam presentes no grande evento

C

uidadosamente escolhido pela ASA (American Sportfishing Association) — responsável pela organização do evento —,

o palco do espetáculo foi montado no Las Vegas Convention Center, um mega galpão com mais de 130 mil metros quadrados. Só mesmo um imóvel desse tamanho teria a capacidade de abrigar 1.270 stands, alguns com mais de

três mil metros quadrados, como o da Pure Fishing, que engloba muitas marcas, com destaque para a ABU, Penn, Shakespeare, Pflueger, Fenwick e Berkley. Desse mesmo naipe, outras gigantes, como a norte-americana Quantum e a finlandesa Rapala, faziam frente

Como é um evento do tipo trade show,

cas dimensões, o que faz parecer que a

às asiáticas Okuma, Daiwa e Shimano,

ou seja, apenas para negócios e, por-

exposição está vazia o tempo todo, ape-

que também engloba as consagradas

tanto, fechado para o grande público, a

sar de terem passado por seus largos

Power-Pro (linhas de multifilamento) e a

calma e a tranquilidade só são possíveis

corredores aproximadamente 70 mil vi-

G-Loomis (varas).

em um ambiente com essas gigantes-

sitantes durante os três dias do evento. ecoaventura 31


[ mercado ] NoVIdAdES Com tantos expositores, as novidades também foram numerosas, entretanto, estavam mais concentradas em stands menores e menos conhecidos, como o da japonesa Studio Ocean Mark — uma das mais badaladas fabricantes de acessórios para molinetes e carretilhas, além de levíssimos e arrojados alicates de contenção. A JDM Tackle Inc., distribuidora para os Estados Unidos das linhas Varivas, também apresentou a linha de acessórios das consagradas marcas Zenaq e Smith, além das novas M&W e XZoga, que têm em sua grade um revolucionário blank de grafite capaz de levantar até 50 gramas de peso morto. Entretanto, o grande destaque ficou por conta da novíssima coleção de varas para jigging e popping da Temple Reef, desenvolvidas por Ran-

O material de ponta exposto pela JDM Tackle atraiu um grande número de interessados. Na foto, o autraliano Damon Olsen, dono da maior operação de pesca do mundo, conversa com Randy Chin, um dos sócios da JDM Tackle

As

principais

fabricantes

japone-

Nessa mesma tendência, expuseram as

dy Chin para a própria JDM Tackle, que,

sas de iscas, como a Evergreen e Lu-

norte-americana AR Custom e a australiana

além do website, hoje tem uma moderna

cky Craft, também apresentaram suas

River 2 Sea, assim como a francesa Sébile,

e espaçosa loja para melhor atender seus

novidades: iscas muito articuladas e

que ganhou o prêmio de melhor plugue, com

clientes em Los Angeles, na Califórnia.

com pinturas ainda mais realísticas.

uma inovadora crankbait para Black bass.

Ficou evidente que a grande tendência das iscas artificiais é o alcance do realismo e da articulação, que dão muito mais vida aos plugues

32 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


A lendária G-LOOMIS, que hoje pertence à gigante Shimano, inovou em seu logo de um esqueleto de peixe estilizado, tendência hoje seguida pelos principais ilustradores

Outro ponto que chamou atenção

de algodão. São quase todos sintéti-

expressiva está seguindo a tendência

foi com relação ao vestuário. Tanto os

cos e inteligentes, à prova d’água, com

de esqueletos, lançada já há alguns

tecidos como as estampas estão bas-

fatores de proteção solar elevados, à

anos pela G-Loomis. A mais criativa

tante inovadores. Isso porque já não

prova de sangue e da sujeira dos pei-

de todas é a Fish Skinz, que inovou ao

se veem tantas camisas e camisetas

xes. Quanto às estampas, uma maioria

misturar ambas as técnicas.

Do lado de fora do gigantesco galpão estavam empilhados os grandes containers, que mostravam a enorme quantidade de material trazido pelos expositores

Esqueleto de peixe é tendência entre ilustradores

ecoaventura 33


[ mercado ] PrINCIPAIS dESTAquES Em nossa opinião, os grandes destaques da feira ficaram com as norte-americanas Quantum e Berkley. A primeira fez o seu principal lançamento completamente na surdina. Preferiu não se inscrever no concurso de melhores produtos da feira para poder guadar em segredo até o fim suas estrelas principais: o molinete e a carretilha da série Exoskeletal Hybrid Construction. Com seu design revolucionário e construção em novas ligas de alumínio, com certeza teriam muitas chances de vencer nas duas categorias, entretanto, estratégias de marketing não se discutem.

Acessórios inovadores da M&W (1), a nova linha de molinetes Saltiga da Daiwa (2) e a revolucionária NanoFil da Berkley (3), produto duplamente premiado

1

A gigante Quantum Zebco exibiu o design revolucionário da carretilha e...

...do molinete da série Exoskeletal Hybrid Construction

2

Já a Berkley trouxe a inovadora NanoFil. Segundo o fabricante, não se trata de um monofilamento, nem multifilamento, tampouco fluorcarbono, mas sim a próxima geração de linhas de pesca. Ainda sobre a linha para molinetes, o fabricante assegura que é a mais fina já fabricada pela empresa, além de arremessar mais longe e com menos esforço. Diz ainda ter zero de memória e zero de elasticidade. Tomara mesmo que seja tudo verdade, pois teremos o produto perfeito!

3

34 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


ECOLODGE da Barra na ICAST 2011

Diante do evento de tamanha envergadura, o Grupo ECOAVENTURA não teve como recusar o convite da JDM Tackle para participar da ICAST 2011. É impressionante o fascínio que a palavras Amazon e Peacock bass exercem em povos de todas as partes do mundo. Ao assistirem ao vídeo ou verem nosso banner com as fotos do empreendimento e das principais espécies presentes na região, muitos nos procuravam pedindo informações complementares. Não obstante ser um evento fechado ao grande público e restrito apenas ao mercado de pesca, ficou patente que todos têm verdadeiro fascínio por conhecer a Amazônia e o “nosso” Tucunaré. Fomos procurados por representantes de diversas mídias escritas e por duas emissoras, que pretendem vir ao Brasil conferir tudo de perto. Diante de tamanha aceitação, já estudamos nosso retorno para a ICAST 2012, que acontecerá entre os dias 11 e 13 de Julho no Orange County Convention Center, em Orlando, na Flórida.

O Ecolodge da Barra despertou grande curiosidade nos visitantes da feira, e isso prova que a Amazônia e o Tucunaré têm enorme apelo entre os estrangeiros

Principais premiados por categoria Melhor produto: ....................................................

Pure Fishing, Inc., Berkley Nanofil

Best of Show — molinete (água salgada):...

Daiwa Corporation, Saltiga SATG5000H

Best of Show — carretilha (água doce):.......

Pure Fishing, Inc., Abu Garcia Revo MGX

Best of Show — caniço (água doce): .............

G. Loomis, Inc., GL2

Best of Show — caniço (água salgada): ........

Shimano American Corporation, Terez Rail

Best of Show — linha: ........................................... Pure Fishing, Inc., Berkley Nanofil Best of Show — isca artificial: ..........................

Pure Fishing, Inc., Sebile D&S Crank

serviços ICAST: www.icastfishing.org ASA: www.asafishing.org JDM: www.jdatackle.com


[ ecoturismo I petar ]

Parque das cavernas A Revista ECOAVENTURA realizou uma expedição pelo Petar (Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira), no sul do Estado de São Paulo, e vivenciou uma entrega sensorial inesquecível nas cavernas da região, com momentos de escuridão absoluta, sombras reveladoras, sons guturais, alturas abismais e água gelada até o pescoço em salões repletos de estalactites e estalagmites POR: DANI COSTA I FOTOS: INÁCIO TEIXEIRA I ARTE: TIAGO STRACCI

U

m dos maiores temores

cidades de Iporanga e Apiaí, a mais de

quando se entra em uma

300 quilômetros da capital paulista. Ele

caverna é não enxergar

está fincado nas escarpas da Serra de

onde pisar e não identificar

Paranapiacaba e possui mais de 35 mil

nada além do barulho do rio que passa

hectares. Trata-se da maior província es-

por dentro dela. Mas, depois de fazer

peleológica do Brasil, com 300 cavernas

uma expedição pelo Petar, esse medo

identificadas. No entanto, apenas oito

vai embora. Para quem não possui ne-

delas estão abertas à visitação por apre-

nhum tipo de problema em manter-se

sentarem as características necessárias

em lugares fechados, com restrição de

para garantir a segurança do ecoturista e

luz e espaço, aprende-se que nesse

a preservação de cada uma.

mundo subterrâneo tudo o que vive-

Antes, porém, de decidir quais aventu-

mos é uma experiência extraordinária

ras encarar, é preciso conhecer os níveis

com a natureza. E é essa certeza que

de dificuldade de cada caverna. Umas exi-

faz o temor virar audácia e o cansaço

gem escaladas e rastejamentos, outras

ficar esquecido.

obrigam a entrar na água, que chega a

A Revista ECOAVENTURA explorou as

alcançar o pescoço. Há também as trilhas

cavernas do Petar — localizado em um

pela mata antes de alcançá-las — nem

dos mais preservados complexos da

sempre fáceis, seja pelos obstáculos ou

Mata Atlântica do País, que abrange as

pela longa distância a ser percorrida.

36 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


Caverna Alambari de Baixo

ecoaventura 37


[ ecoturismo I petar ] Caverna Santana

Trajeto: aproximadamente 800 m (ida e volta) Desníveis de subidas: 20 km Desníveis de descidas: 20 km Tempo médio de percurso: 2h de caminhada (ida e volta)

Severidade do meio

1

Condições do terreno

3

Orientação no percurso

2*

Intensidade de esforço físico

1

*caminho ou indicação que mostra continuidade

O clima no Petar é abafado e úmido, mesmo no inverno. Quando as temperaturas caem, a geada toma conta da mata. Entretanto, a neblina é uma constante na parte da manhã. Isso aumenta o clima de mistério em volta das cavernas. Comprova-se o fato no mirante da estrada do Núcleo Santana. O local tem uma áurea mística, enevoada, com um cruzeiro do sul desenhado no chão e uma acústica surpreendente, que revela um eco inesperado. A mata é vista de maneira panorâmica, não aérea, mas, ainda assim, a subida até ele vale a pena. Mirante na trilha de Santana

A caverna Santana possui estrutura que permite percorrê-la com segurança

38 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


Mini-Glossário Os abismos da Santana chegam a 40 metros

• Espeleologia: ciência que estuda as cavidades naturais • Estalactites: formações rochosas sedimentares que se originam no teto da caverna • Estalagmites: formações que crescem a partir do chão • Espeleotemas: nome genérico de todas as formações rochosas encontradas nas cavernas, como as estalactites e as estalagmites

Começar a aventura pela caverna Santana é uma decisão acertada, pois ela não impõe grandes desafios, além de ter uma trilha fácil de ser cumprida. Também oferece estrutura com pontes, escadas, corrimãos. Pequenas claraboias naturais garantem luz em alguns pontos, e espantam aquele temor de estar confinado em um ambiente obscuro. São quase seis quilômetros de galerias — ou salões —, e o seu encanto fica por conta da grande quantidade de espeleotemas ou relevos nas paredes, que lembram animais e símbolos humanos. “As crianças, especialmente, divertem-se na tentativa de identificar formas novas nas rochas”, comenta Odail de Moura, conhecido como Bill, morador da região que atua como guia há dez anos. Essa, inclusive, é uma premissa para ser monitor das caverAlgumas formas lembram animais e símbolos humanos, como as estalagmites em forma de seios, a cara de cavalo, o Pacu e o coração

nas: ser profundo conhecedor da região.

olho de peixe Uma das explicações para tantas formas serem vistas nas cavernas é que nossos olhos “gostam” de desenhos familiares. Por isso, por todos os lados, encontramos semelhanças, muitas, engraçadas, como o salão com estalagmites que lembram seios femininos, o contorno de um coração, a cara de um cavalo, o Pacu em uma parede, um pinguim, a asa de anjo, entre muitas outras. Esse aparente roteiro calmo termina com a adrenalina a mil! Os abismos de, pelo menos, 40 metros, ultrapassados pelas pontes, os trajetos estreitos e as pontiagudas formas das rochas são o aperitivo de uma jornada que promete mais emoção. ecoaventura 39


[ ecoturismo I petar ]

É impossível percorrer a caverna Água Suja sem se molhar

Caverna Água Suja

Trajeto: aproximadamente 4mil metros (ida e volta) Desníveis de subidas: 20 metros Desníveis de descidas: 20 metros Tempo médio de percurso: 4h de caminhada (ida e volta)

Severidade do meio Orientação no percurso

2

Condições do terreno

3

1*

Intensidade de esforço físico

2

*caminhos e cruzamentos bem definidos

passar íngremes trechos. E a pulsação

que a segurança depende do próprio

fica mais forte quando se chega à beira

equilíbrio. Esse último, por sua vez,

do rio Betari, vistoso, pedregoso, com

depende da paz de espírito — inevitá-

corrente moderada — quando chove,

vel nessa úmida escuridão.

a recomendação é não atravessá-lo. A única maneira de continuar a trilha é se

o som do escUro

aventurar na água: andar contra o curso e sentir o primeiro arrepio. Para ajudar,

O som da água que se acomoda em

há uma corda que liga uma margem à

pequenos e grandes buracos cria uma ca-

outra e facilita a passagem.

dência. É uma música constante. Esse som

A chegada à caverna é uma infalí-

ameniza a sensação incômoda e inicial da

vel tomada de emoção. Em sua boca,

água gelada no corpo. O caminho de volta

a água anuncia o que o aventureiro

da caverna revela uma surpresa vinda de

Uma das trilhas mais emocionantes

irá viver, pois é impossível explorar a

uma claraboia em forma de golfinho: uma

do Petar é a feita até a caverna Água

Água Suja sem se molhar. A caminha-

suave luz azul. Essa parte da expedição

Suja, nomeada Trilha do Betari. Seu per-

da pelos salões começa com o nível do

tem 800 metros, mas só metade pode ser

curso exige mais de 40 minutos e come-

rio ainda nas canelas, que sobe sem

feita, pois, por medida de segurança, não é

ça singelo, com caminhos sombreados

muito drama até alcançar a cintura.

possível avançar. Um fenômeno faz o nível

e amplos, sem muitos desníveis. A in-

Nesse momento, o medo é de escor-

da água subir, o que torna inviável a cami-

tensidade da andada aumenta quando

regar, a insegurança é a de cair em

nhada até o fim da caverna.

as escadas surgem para ajudar a ultra-

algum buraco. Mas, logo se percebe

40 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


Caverna Morro Preto

Trajeto: aproximadamente 200 m (ida e volta) Desníveis de subidas: 180 metros Desníveis de descidas: 10 metros Tempo médio de percurso: 2h de caminhada (ida e volta)

A maior resistência exigida nessa tri-

Richard Krone descobriu um sítio arque-

lha é a das pernas. São algumas subidas

ológico na caverna e que, há milhares

por degraus bem assentados, mas muito

de anos, um rio passou por dentro dela.

inclinados. Apesar da exigência de fôle-

Isso é constatado pela sutil inclinação de

go, a empolgação para chegar a Morro

estalactites em direção à boca, o que evi-

Preto é grande: lá foram encontrados

dencia a passagem de um curso d’água.

vestígios de povos primitivos que viviam em sua boca. A terra preta da entrada de

Severidade do meio

4

Condições do terreno

3

20 metros de altura dá nome ao lugar.

Orientação no percurso

1

Intensidade de esforço físico

2

várias partes, há abismos. Bill, o guia

Caverna Couto

Seus salões são largos e altos e, em dessa expedição, explica que, no fim do século 19, o pesquisador austríaco

Trajeto: Aproximadamente 1.500 m (ida e volta) Desníveis de subidas: 110 metros Desníveis de descidas: 10 metros Tempo médio de percurso: 2h de caminhada (ida e volta)

Severidade do meio

3

Condições do terreno

3

Orientação no percurso

1

Intensidade de esforço físico

2

Um vento gelado recepciona o visitante na boca, que possui abertura menos exuberante que as outras da região. Em toda a trilha até a Couto, que é a mesma feita para chegar à vizinha Morro Preto, esse vento não é notado. A caverna é o

Caverna Couto

conduto de drenagem da água vinda da Serra da Onça Parda. Uma boa definição Piscina natural na trilha das cavernas Morro preto e Couto

dessa passagem por dentro da montanha é a de que se assemelha a um túnel. Próximo do seu fim, o mais encantador momento da exploração aparece: a visão da mata. À medida que a entrada do sumidouro do rio se aproxima, o verde intenso banhado pela luz do sol torna-se mais esplêndido. Depois de apreciar os belos pórticos da Morro Preto e as surpresas da caminhada na Couto, o visitante pode relaxar no percurso de volta pela trilha. As duas opções são tentadoras: a deslumbrante piscina natural com fundo azul e a cachoeira Couto.

ecoaventura 41


[ ecoturismo I petar ] Na trilha que vai à Ouro Grosso é preciso passar por raízes de uma árvore gigante

Entrada da caverna Ouro Grosso

Caverna ouro groSSo

Trajeto: aproximadamente 2 mil metros (ida e volta) Desníveis de subidas: 20 metros Desníveis de descidas: 5 metros Tempo médio de percurso: 3h de caminhada (ida e volta)

Severidade do meio

2

Condições do terreno

3

Orientação no percurso

2

Intensidade de esforço físico

2

A trilha da caverna Ouro Grosso é curta e fácil, com um teor histórico que revela os antigos costumes das gerações passadas residentes em Iporanga. Vale uma parada na Casa da Farinha, transformada em simples museu com um engenho que, quando na ativa, era compartilhado por todos da comunidade. Há também uma roda para “ralar” farinha e um forno de panela de cobre. O caminho segue torneado por figueiras brancas, muito comuns em todo o Petar. Mas majestosa mesmo é a árvore que se desenvolveu em cima de pedras. Para concluir a trilha é necessário se espremer e avançar entre suas raízes gigantes. 42 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


A boca da Ouro Grosso fica logo depois e, para os desprevenidos, apavora: sua entrada é minúscula, guardada por uma grade de ferro, que em nada lembra a magnitude de uma caverna. Conhecida como a exploração de aventura mais radical, entrar e descer as rochas é o primeiro desafio. Bill, o guia, revela que muitos turistas se frustram, pois sentem dificuldade de passar pela boca e desistem do passeio. Os percalços não são poucos. É preciso muita concentração para rastejar e escalar, sangue frio para passar pelas aranhas (as opiliões, que não são venenosas) e para encarar a água gelada.

sala de pedra e ágUa A Ouro Grosso tem oito cachoeiras, a caverna é enorme, mas o passeio é restrito, devido às dificuldades do trajeto. Por isso, a trilha convencional apresentada aos visitantes acaba na primeira cachoeira. Um mergulho sela o pacto de devoção a essa natureza tão poderosa, que retribui com a energia revitalizante da queda d’água subterrânea. Outro momento de extremo prazer é ouvir a cachoeira na escuridão total e em silêncio. É uma vivência introspectiva, mesmo que se esteja em grupo. Estalactites

Cachoeira da caverna Ouro Grosso

ecoaventura 43


[ ecoturismo I petar ] Caverna alaMbari de baixo

sas, plantações e o rio Betari. A segunda etapa é uma trilha com descidas e subidas, em passagens estreitas e com

Trajeto: aproximadamente 3 mil metros (ida e volta) Desníveis de subidas: 20 metros Desníveis de descidas: 20 metros Tempo médio de percurso: 4h de caminhada (ida e volta)

Severidade do meio Orientação no percurso

o risco de ser dividida com pequeno rebanho de vacas da vizinhança. Um riacho com Lambaris serve de parada de

Estalactites

descanso — a água, inclusive, pode ser bebida. Mais cinco minutos de andança

da caverna começa com seu nível pelas

2

Condições do terreno

3

e a boca da caverna Alambari de Baixo

canelas e vai até o pescoço. A reta final é

1

Intensidade de esforço físico

2

surge espetacular. Outro caminho é

uma vitoriosa saída dentro do rio.

descer de rapel ao lado da boca, bem perto das copas das árvores.

MaiS eMoção

O interessante dessa caverna é que Essa foi a última da nossa expedição

seu primeiro salão figura como uma

As aventuras no Petar vão além das

e a que mais gerou curiosidade. As his-

grande sala de visitas. Com parte do solo

vividas dentro das rochas calcárias.

tórias de que duas cerimônias de casa-

feito de areia, não tem tantos desníveis.

Além da cachoeira Couto, a Andorinhas

mento foram realizadas recentemente

Não é à toa que foi possível realizar ceri-

e a Beija-flor, fincadas no Vale do Betari,

na Alambari de Baixo (com padre, noiva

mônias de casamento ali. No meio dessa

tem trilhas inesquecíveis, com cânions e

de vestido e convidados!) despertou

galeria, na contra luz, vemos uma das

águas cristalinas. A cachoeira Arapongas,

várias cenas na imaginação. A trilha é

mais bonitas fotografias do Petar, com

situada entre Iporanga e Apiaí, possui

antecedida por uma vigorosa caminha-

um feixe azul que entra na escuridão e

queda com mais de 50 metros e pode ser

da de, pelo menos, uma hora. A primei-

dá contornos às rochas e espeleotemas.

descida de rapel pelo véu branco da água.

ra etapa é por uma estrada de terra em

Os momentos seguintes são de pura

O mirante Boa Vista também é alternativa

Bairro da Serra, onde se vê pastos, ca-

adrenalina. A água que passa por dentro

de passeio. Dele avista-se todo o Vale do Betari, tanto o nascer do sol, como a noite

A caverna Alambari de Baixo tem espaços enormes mergulhados na escuridão

carregada de estrelas fazem sucesso entre os visitantes. Os jantares nas pousadas são aconchegantes, mas quem não quer dormir cedo pode curtir um luau ao lado das piscinas naturais. Para conhecer mais sobre a história do lugar, o ideal é o quilombo Ivaporunduva, na estrada de Iporanga-Eldorado. Para chegar, é necessário atravessar o rio Ribeira de canoa ou balsa. Descendentes de quilombolas contam a história de seus antepassados e remontam os anos de escravidão, a evolução da região e a vida de paz que se conquistou nesse refúgio. Os espor tes radicais são grande atrativo e opção não falta: boia-cross, caving (escalada livre nas cavernas), rapel, trekking, mountain bike, corrida de aventura (enduro).

44 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


Dona Diva Diniz Andrade

o Petar De Dona Diva Dona Diva Diniz de Andrade, 66 anos, a proprietária da Pousada da Diva, foi a pioneira no receptivo aos visitantes do Petar Petar. Em 1968, ela e o marido, Vandir Andrade — que morreu em 2007 —, abrigaram pela primeira vez um francês de nome Pierre Martin, que trabalhava em uma mineradora e propôs ao casal abrir um espaço aos interessados em pesquisar as cavernas. Foi quando a paixão pela espeleologia tomou o seu Vandir e, consequentemente, toda a família de oito filhos que gerou nos anos seguintes. “Começamos com casinhas de pau a pique. Hoje, são de alvenaria com varanda, e totalizam 50 leitos”, conta a dona Diva. O marido amava as cavernas tanto quanto sua própria casa e passou a vida dentro delas aprendendo com os espeleólogos. “Quando uma das minhas filhas nasceu, em 1971, ao mesmo tempo em que ela berrava de choro, ele descobria a caverna Alambari de Cima (fechada para visitação)”, emociona-se. A senhora acalenta seus hóspedes há 40 anos: cozinha de manhã até de noite todas as refeições, incansavelmente, todos os dias. Hoje, a comunidade deu um salto em sua qualidade de vida, e o ecoturismo se tornou um dos pilares da economia da região. De acordo com a Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo, existem 1.100 leitos em Iporanga e 280 em Apiaí.

onDe fiCar iporanGa Pousada da Diva Estrada Iporanga-Apiaí, Bairro da Serra, KM 13 Tel.: (15) 3556-1224 www.pousadadadiva.com.br Diárias: R$55 quarto individual - R$200 quarto para casal Pousada das Cavernas Estrada Iporanga-Apiaí, Bairro da Serra, KM 13 Tel.: (11) 3814-9153 (central de reservas) www.pousadadascavernas.com.br Diárias: R$48 quarto individual - R$176 quarto casal Gamboa Eco Refúgio Rodovia Antonio Honório da Silva (Iporanga/Apiaí), KM 01

serviços visiTação O Petar é aberto de terça a domingo, das 8h às 17h. As visitas às cavernas e cachoeiras são, obrigatoriamente, monitoradas. Os visitantes devem usar lanterna, capacete, camisa que proteja os ombros, calça e calçados fechados. Os monitores são contratados nas pousadas de Iporanga e Apiaí. É cobrada taxa de R$5 por pessoa para entrar nos núcleos. As cavernas Santana, Água Suja, Morro Preto, Couto e Cafezal situam-se no Núcleo Santana. As cavernas Alambari de Baixo e Ouro Grosso, no Núcleo Ouro Grosso. Há ainda mais dois núcleos, o Caboclos, com a caverna Teminina I; e o núcleo Casa de Pedra, com a caverna de mesmo nome, mas que não está aberta a visitantes.

CoMo CheGar De São Paulo, pela BR 116 — Rodovia Régis Bittencourt, é preciso entrar na cidade de Jacupiranga. São, pelo menos, 320 km de estrada feitos em cinco horas. De São Paulo, pela BR 374 – Rodovia Castelo Branco, são 340 km percorridos em seis horas.

Bairro Bethari Tel.: (15) 3556-1118 www.gamboaecorefugio.com.br Diárias: R$40 quarto individual - R$100 quarto casal

apiaí Burkner Hotel Av. Duque de Caxias, 128, Centro Tel.: (15) 3552-1233 www.mundi.com.br/Hotel-Hotel-Burkner-Apiai-131512.html Diárias: R$59 quarto individual - R$100 quarto casal Obs.: Valores apurados em julho de 2011 para quartos standard


[ pesca com mosca ]

46 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


a

m e rr

es

ti c á r p so

nt e

cie

o h S

n i ot

s g

y e p

i f e oe

O especialista em pesca com mosca Gerson Kavamoto ensina como executar o shooting spey — arremesso desenvolvido por ele e Kenji Sugisaka no Japão, que, embora ainda pouco difundido, pode mostrar-se bastante eficiente também em pesqueiros Por: Gerson Kavamoto e salGado Filho i Fotos: inácio teixeira i arte: tiaGo stracci

ecoaventura 47


[ pesca com mosca ]

M

uitos pescadores que pra-

das rações artificiais. Além de serem as

presentes em pesque-pagues, são alguns

ticam a modalidade bait

mais eficientes nesses locais, substituem

dos obstáculos que atrapalham a ação e,

casting buscam aprender

os streamers e outras moscas mais difí-

ainda, aumentam o risco de acidentes.

as técnicas da pesca com

ceis de serem arremessadas pelo inician-

mosca para, entre outros motivos, aumen-

te, o que se converte em boas fisgadas.

Nessas situações, o shooting spey ajudará bastante. Isso porque, como você

tarem a sua chance de captura. Os “pica-

Entretanto, o excesso de pessoas que

verá a seguir, diferentemente dos arre-

dos pela mosca” costumam adotar os pes-

circulam atrás do pescador nos finais de

messos tradicionais, a linha não ultrapas-

que-pagues como local de treinamento,

semana, sem contar alambrados, vege-

sa o ombro do pescador para ser lançada.

onde, nos arremessos iniciais, valem-se

tações, barrancos e outras estruturas

AS OriGenS O shooting spey foi desenvolvido no Japão por Gerson Kavamoto e seu mestre, Kenji Sugisaka, a partir de 2005, com apoio de uma empresa de varas, linhas e acessórios voltados exclusivamente à pesca com mosca. Trata-se de uma variação do Perry Poke [ver box], com a diferença de usar linhas de qualquer comprimento e fazer menos distúrbio na água.

Gerson Kavamoto executa o shooting spey

48 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


ecoaventura 49


[ pesca com mosca ] 1.

2.

1.

4. 3.

2.

50 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


4.

5.

6.

5.

como fazer: passo a passo 1 - Com a cabeça da linha esticada na água, levantar a vara para trás como se fosse fazer um roll cast cast, de forma a trazer a isca e o líder no local de âncora — cujo ponto ideal é quando a ponta da vara toca na água. 2 - Quando o líder estiver no local de âncora, baixar a ponta da vara para fazer a linha de fly formar um “N” na água. Dessa forma, o líder e a mosca estarão na água no local correto para uma boa âncora. Além

disso, haverá um excesso de linha para formar um bom “D” loop ou “V” loop loop, que fornece mais energia para carregar a vara. 3 - Levar a vara para trás escrevendo um “>” de baixo para cima, o que formará um “D” loop (“>” loop tem mais energia) em tamanho que não bata nos obstáculos ou barreira. 4 - O tiro ocorrerá quando tiver o “D” loop formado e a vara envergada/carregada.

5 - A posição de parada da vara é a mesma do arremesso convencional e, para incrementar a distância, pode-se acelerar a linha ao usar uma puxada de mão. 6 - Se colocar muita força ou acelerar excessivamente, a isca e o líder virão em direção do pescador e perderá energia. Para um bom lançamento, a isca e o líder devem sair do local de âncora para frente, depois que descarregar a vara.

shooting spey O NASCIMENTO No rio homônimo, localizado no nordeste da Escócia, a isca comumente apresentada cruzando o rio e suas margens não permitiam espaço suficiente para carregar a vara e lançar a linha para trás, como fazemos tradicionalmente. O jeito era usar apenas roll cast. Ao estudar o roll cast, notamos que, para alcançar distância, é preciso formar uma grande barriga (“D” loop). Assim, surgia o switch cast, porém, como o roll cast, os pescadores não conseguiam mudar a direção da apresentação da isca. O rio corre para a direita ou para a esquerda do pescador, e a linha é levada junto com a correnteza e, com o roll cast ou o switch cast, os lançamentos ocorrem sempre no mesmo

sentido em que a linha está esticada. Para solucionar essa dificuldade, perceberam que a solução era formar a barriga ou “D” loop para o lado oposto da direção que queriam apresentar a isca. Dessa maneira, surgia o spey cast. Com a propagação da técnica do rio Spey, os pescadores escandinavos adaptaram as suas condições de pesca e desenvolveram a técnica chamada underhand cast. Os americanos, praticantes do estilo escandinavo e do underhand cast, adaptaram para pescar Steelhead no rio Skagit, no Estado de Washington, e surgiu o skagit cast, do qual se desenvolveu o arremesso Perry Poke, que foi mostrado ao mestre e mentor Kenji Sugisaka, em 2005. Nessa época, eu estava fora do Japão e, quando retornei, foi a primeira coisa que Kenji me apresentou como pauta de desenvolvimento de

varas e linhas. Baseado em nossas pescarias ao redor do mundo, adaptamos o arremesso Perry Poke para nossas necessidades e chamamos de shooting spey. Originalmente, o spey cast, o underhand cast, o skagit cast e o shooting spey foram criados e desenvolvidos para serem empregados em varas de mão dupla, com comprimento entre 11 e 15 pés, porém, a técnica facilmente pode ser adaptada para nossas varas de mosca convencional de nove pés.

VEJA MAIS! Para visualizar melhor a sequência do movimento, assista à execução do shooting spey em www. youtube.com/canalgrupoea

ecoaventura 51


[ internacional I nova zel창ndia ]

52 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


Paraíso intocado no

Pacífico Leon Bojarczuk, um argentino que cresceu na Polônia e migrou para o Brasil há 49 anos, pescou em um dos parques mais belos do mundo — o de Fiordland, na Ilha Sul da Nova Zelândia. Ele faz parte de um clube denominado Bayan Gol, formado por amigos aventureiros que têm como meta pescar nos lugares de natureza mais virgem do planeta Por: Dani costa i Fotos: Leon boJarcZuK i arte: gLauco Dias

ecoaventura 53


[ internacional I nova zelândia ]

S

eu sotaque não nega a raiz gringa, mas não há dúvidas de sua brasilidade. Leon Bojarczuk, de 71 anos, é um aventureiro que não se guia por narrativas cheias de exageros, não se contenta com qualquer

destino e não admite nenhum tipo de abuso contra a natureza. Sua alma de pescador se formou na infância, aos seis anos de idade, quando descobriu, sozinho, a magia de lançar minhocas presas à linha para fisgar os peixinhos que tanto o enfeitiçavam. Nunca mais sua trajetória evitou esse hobby e, assim, leva a vida atrás das águas mais incríveis do planeta, cheias de Trutas e Salmões — seus exemplares favoritos. Leon mora em São Paulo, num sítio fincado entre árvores do Campo Limpo Paulista, a 53 quilômetros da capital. Sua mais recente expedição foi em janeiro deste ano, em terras neozelandesas, onde passou quinze dias. A notícia de que o Parque Nacional de Fiordland, ao sudoeste da Ilha Sul da Nova Zelândia, é um dos roteiros mais instigantes para os amantes da Truta, animou seus amigos — todos poloneses — do Bayan Gol, aventureiros que percorrem o mundo para pescar.

“Cada viagem sempre é como se fosse a primeira” Bayan Gol

Leon Bojarczuk

Lago Te Anau

Parque Nacional de Fiordland

A

Te Anau

MAR

New Plymouth

TASMÂNIA Palmerston North

Lower Hutt

WELLINGTON

Nova ZelâNdia

christchurch

Timaru Wanaka

OCEANO

A Te Anau Parque Nacional de Fiordland

Dunedin

Invercargil

54 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo

PACÍFICO


RoteiRo espetaculaR O parque de Fiordland é um dos maiores do mundo, com 12.500 quilômetros quadrados. O lugar tem esse nome devido aos muitos fiordes da paisagem, que são porções montanhosas enormes na entrada do mar formadas pela erosão do gelo. No caso dessa região, o mar da Tasmânia é envolvido por essas montanhas geladas, que chegam a dois mil metros de altitude. Fiordland possui cumes tampados de neve, floresta densa com chuva constante, praias geladas e lagos com Trutas que chegam a 78 centímetros. Entretanto, esse atrativo só foi incluído na lista de destinos paradisíacos da turma Bayan Gol porque, devido à sua gigantesca extensão, o parque mantém vários pontos raramente explorados, com pouca passagem de turistas. “Quando nos registramos em uma das bases, percebemos que não havia nenhuma assinatura recente antes da nossa, e nas trilhas não se via rastros humanos. Estávamos sozinhos em um raio de mais de cem quilômetros. Verificamos, então, que em pelo menos seis meses ninguém passava por ali”, narra Leon.

O parque de Fiordland é recortado por rios e lagos que aumentam seu nível rapidamente com as chuvas e com o derretimento das geleiras

“Há algo que conecta os pescadores: os sonhos” Bayan Gol

ecoaventura 55


[ internacional I nova zelândia ]

Cabana dentro do parque onde se hospedaram os pescadores

O grupo alugou uma casa toda equipada na cidade de Te Anau — um lugar que impressiona pela beleza do lago homônimo (Lake Te Anau), considerado o segundo maior do país. De lá, seguiram duas vezes para o parque: na primeira dirigiram pela rodovia e depois embarcaram em uma lancha. Na segunda vez, depois do trecho na estrada, foram de helicóptero. Em cada viagem ao interior dos bosques de Fiordland, o grupo passou quatro dias dedicados à pesca, instalado em uma cabana estruturada, própria para pescadores e caçadores (a caça é permitida devido à existência de animais não endêmicos). Nos outros dias, a pescaria aconteceu em lagos do território que margeia o parque, além de praias do litoral, com montanhas ao fundo e pedras polidas no lugar da areia. 56 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo

Leon e seus amigos chegaram a Fiordland de duas maneiras: lancha e helicóptero


Uma das exigências da administra-

pescam de molinete com iscas mais le-

ção do parque é ter as botas e tralhas

ves para garantir arremessos mais lon-

lavadas antes de começar as trilhas em

gos. Uma curiosidade é a sofisticação

direção aos lagos. A medida parece ra-

das varas: um polonês especialista em

dical, mas tem boa justificativa: no pas-

fabricação de peças para fly compõe va-

sado, essas águas neozelandesas foram

ras personalizadas, que seguem as es-

empesteadas por algas que chegaram

pecificações exigidas pelos rapazes do

ali grudadas no solado dos calçados de

Bayan Gol. “É material de primeira linha,

pescadores norte-americanos. A difícil re-

como blanks americanos. A Truta merece

constituição natural do ambiente mostra

uma pesca nobre, não podia ser menos

que plantas não endêmicas degradam

que isso. Fisgar uma Truta é uma arte

rapidamente a natureza tão casta de

muito delicada”, revela o entrevistado.

Fiordland. “Ver nosso material ser desinfetado não nos incomodou. São as regras”, relata Leon. O equipamento que viaja pelo mundo com Leon e com o Bayan Gol é o de spinning de arremesso e de fly. Todos

Para pescar em Fiordland é obrigatório desinfetar botas e tralhas

“Há algo de mágico nesses locais onde pescamos, que atrai, que não se pode esquecer” – Bayan Gol

Também é possivel chegar ao parque de hidroavião

ecoaventura 57


[ internacional I nova zelândia ] Nessa expedição, a pesca de Truta tinha um sabor especial pela empolgação com o tamanho dos espécimes, com média de 50 centímetros. “Os ingleses a introduziram nessa área na época da colonização. Por isso, há a cultura da Truta em Te Anau e nas redondezas”, explica o pescador. Outro peixe, considerado “intruso” nessas águas, também apareceu para os amigos. A Enguia-australiana, introduzida inconsequentemente em Fiordland, é comprida como uma sucuri e surpreendentemente faminta no ataque às iscas. Independente do que as varas puxavam, a expectativa mais intensa era com as nuvens. A torcida é que estivessem “calmas”. O céu típico do parque é sempre pesado. A região tem chuvas ou nevascas em 200 dias do ano. Por isso, um dos cuidados redobrados é com o nível dos rios e dos lagos. Por causa do derretimento das geleiras, a água sobe muito rápido. Os sortudos amigos, no entanto, conseguiram desfrutar horas de estiagem. E momentos eternizados pelo ar gelado e o aroma de terra selvagem desse exótico mundo neozelandês.

A Truta é um dos peixes favoritos de Leon e do Bayan Gol

58 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo


Pesca-aventura o Bayan Gol, que significa “rio generoso”, foi fundado em 2005 por Leon e seus amigos poloneses. eles decidiram aproveitar as viagens para atuar como agência de turismo especializada em pesca na vida selvagem. os outros componentes são: mariusz alexandrovich, rafal słowikowski, tomasz ciesielski, Janusz Przetacznik, cezary Korkosz, Peter Pilat, rafal czub, gregory borowski, arthur Kreft, Krzysztof Zielinski, martin Wieckowski, christopher szerszenowicz e andrzej biernacki. tão complexa é a pronúncia desses nomes quanto a alma aventureira de cada um. Por uma questão de logística, não é possível juntar o grupo inteiro em todas as expedições. mas, tudo fica registrado no site www.bayangol.pl (em polonês), de maneira que cada um possa desfrutar da magia dessas viagens. Desde a data de sua criação até hoje, os pescadores vivenciaram as emoções das fisgadas de truta e salmão em lugares como a mongólia (Ásia), sibéria e Península de Kamchatka (rússia); egito (África); terra do Fogo na Patagônia chilena (américa do sul), entre muitos outros.

BAYAN GOL

Klub Wędkujących Globtroterów


[ tecnologia I sonar ]

OS OLHOS DO PESCADOR EMBAIXO D’ÁGUA

Sigla em inglês para Sound Navigation and Ranging (ou determinação da distância pelo som), com o sonar o pescador pode encontrar cardumes, localizar habitat’s e estruturas submersas potencialmente atraentes para determinadas espécies, além de ser um auxílio na navegação. Ao aprender e interpretar a informação fornecida, o equipamento torna-se uma das peças mais importantes na pesca esportiva

N

Por: Marcel NishiyaMa, JaNaíNa Quitério e João caParroz | Fotos: iNácio teixeira | arte: tiago stracci

ão se trata de substituir a

em imagens na tela LCD. Além de fazer

fundo e tipos de objetos), muitos apare-

experiência

pescador

leitura visual de informações subma-

lhos oferecem funções complementares

nas técnicas utilizadas para

rinas, tais como a estrutura geológica

sobre temperatura d’água, velocidade da

cada pescaria, tampouco de

(profundidade da água, consistência do

embarcação e distância percorrida.

do

desprezar seu conhecimento sobre o hábito e o conhecimento de cada espécie. Ao localizar um peixe por meio do sonar, não há garantias de que ele seja, de fato, fisgado. Entretanto, a tecnologia utilizada por esse equipamento tem sido uma das principais forças de desenvolvimento da pesca comercial e amadora. Seu princípio de funcionamento utiliza a emissão de ondas mecânicas de alta frequência por meio de um aparelho instalado nos barcos e acoplado a um receptor — chamado transdutor, cuja área de cobertura varia de acordo com o diâmetro de ângulo do cone feito por ele [veja figura]. O som emitido propaga-se na água, reflete no fundo dos oceanos ou em objetos (tais como peixes), retorna e é captado pelo receptor, que, por sua vez, registra a variação de tempo entre a emissão e a recepção do som e faz cálculos para determinar a distância e a densidade do objeto detectado. O som viaja a uma velocidade de 1.450 metros por segundo — quatro vezes mais rápido do que o transmitido pelo ar —, e os ecos do sinal são traduzidos

60 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo

As ondas provenientes do transdutor transmitem um sinal em forma de cone, cujo diâmetro influencia o modo pelo qual muitos detalhes serão vistos. Para encontrar o diâmetro de cobertura de um transdutor em qualquer profundidade basta dividi-la por 7 (cone estreito) ou por 3 (cone largo). Quanto menor a frequência, por exemplo, 50 KHz, maior será o cone, porém menor será o detalhe da varredura


ecoaventura 61


[ tecnologia I sonar ] Como instalar?

Instalação no motor elétrico

A instalação depende do tipo de embarcação. Nos barcos de alumínio, o transdutor é colocado na parte externa do casco, já que o sinal emitido não consegue ultrapassar esse material. Entretanto, seu funcionamento costuma ser afetado pela turbulência gerada quando o barco está em movimento. Já nos barcos de fibra, o transdutor pode ser colado internamente no casco. Nesse caso, o cálculo de profundidade da água consegue ser feito mesmo em movimento e até em alta velocidade. Mas, independentemente do tipo de barco, muitos pescadores utilizam dois aparelhos — um no console, outro no motor elétrico —, e alguns modelos são capazes de trabalhar em rede. Transdutor instalado na parte externa do casco [traseira]

Nos barcos de fibra, o transdutor é acoplado na parte interna do casco

62 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


Como Configurar?

água. Se estiver limpa, deixe a potência

KHz. A primeira é destinada a profundi-

mais alta; em água barrenta ou com

dades acima de 300 pés (91 metros),

muitas partículas em suspensão, como

pois penetra melhor na água, enquanto

A primeira dica é não deixar habilita-

folhas, aconselha-se a usar menor sen-

a segunda é usada em águas mais ra-

do no aparelho o ajuste automático da

sibilidade para a tela não ficar poluída.

sas, sobretudo em água doce, uma vez

Sensibilidade

sensibilidade (regulagem Power), pois, quando muito alta, mostra desneces-

que consegue identificar mais detalhes, Frequência

sariamente muita informação na tela.

As duas frequências mais utilizadas

Essa regulagem varia de acordo com a

na pesca esportiva são 50 KHz e 200

como peixes colados no fundo ou em estruturas, o que não acontece quando utilizamos baixa frequência.

Entre as marcas mais procuradas estão Lowrance, Hummingbird, Garmin, Raymarine, Eagle, entre outros. Dê preferência para modelos que sejam coloridos e possuam GPS integrado, como o modelo abaixo

ecoaventura 63


[ tecnologia I sonar ] SONAR: INDICAÇÕES NO VISOR

B B A

A

B

1 - No fundo, a imagem mostra um arco (A), que significa peixe, e outro risco ao lado (B) que também pode ser interpretado como arco (peixe). Um pouco acima — logo abaixo da profundidade 2.9 m — tem uma concentração de manchas, que significa um cardume de peixe pequeno. O restante das manchas menores deve ser descartado, pois pode ser suspensão ou até sensibilidade alta do sonar

2 - A imagem tem logo na caída do drop off (variação brusca de profundidade) uma concentração de peixes pequenos (A), chamados pelos norte-americanos de shad. shad Há muita vida nessa região, com cardumes de peixes pequenos, além de alguns arcos de peixes maiores (B)

3 - Ao optar pelo ajuste automático da sensibilidade, a tela fica poluída com muita informação

4 - Nesta imagem, a ondulação no fundo está sendo causada pelo balanço do barco

64 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


Identificação de bolhas O sonar consegue também captar bolhas que saem do solo e sobem à superfície, o que pode confundir os pescadores, sobretudo quem usa a opção ID FISH. Apesar disso, as bolhas são fáceis de ser identificadas. Trata-se de linhas retas que sobem em diagonais da esquerda para a direita. Estruturas Tocos e pedras são identificados pelo relevo no fundo. Árvores e galhos pelo seu formato singular. Algumas vezes, a identificação de um peixe perto de estrutura pode ser falsa, já que pode ser confundido com galhos. Solo Cada sonar apresenta uma configuração para a identificação do solo. Em geral, um solo macio aparecerá como uma faixa fina, pois o solo absorverá o pulso sonoro, e pouco voltará para a leitura do sonar. Em contrapartida, com solo duro será obtida A bexiga natatória, cheia de ar, tem uma densidade diferente da água do mar, e isso possibilita que seja identificado pelo sonar

Como usar?

uma faixa mais grossa e bem nítida, pois a maior parte do pulso sonoro será refletido para a leitura do sonar. Diferenças de temperatura Termoclima é a divisão de duas mas-

A varredura

sas d’água com temperaturas diferen-

A maneira mais eficiente de fazer a

tes. O sonar consegue identificar essa

varredura em busca de estruturas ou de

diferença porque a velocidade do som em

peixes é em zigue-zague.

um meio está ligada à sua densidade — a água fria é mais densa que a quente. Esse

Identificação de peixes

fenômeno é identificado na tela por uma

Os peixes, em geral, são identificados

mancha na meia-água com o contorno

por arcos ou linhas contínuas. Quando o

superior reto. Geralmente, a maioria das

barco está parado em cima do peixe — e ele

espécies consideradas presas estará

também está estático —, aparecerá na tela

posicionada perto da parte superior do

uma linha contínua, já que o transdutor de-

termoclima por se tratar de uma água

tecta o peixe enquanto ele estiver na área

mais fértil e oxigenada da coluna d’água.

do cone. O arco é desenhado quando o bar-

Em consequência, os predadores pode-

co e/ou o peixe estiverem em movimento.

rão estar logo abaixo de suas presas.


[ piscicultura ]

A técnica de criar peixes O cultivo de peixes, ou piscicultura, tem se mostrado uma atividade muito promissora, e o resultado dela está presente na mesa e na linha dos pescadores esportivos. Conheça como ocorre essa criação Por: BárBara Blas I Fotos: InácIo teIxeIra I arte: tIago straccI

66 ecoaventura l Pesca esPortIva, meIo amBIente e turIsmo


ecoaventura 67


[ piscicultura ]

A

criação de peixes está inse-

taurantes. Se há alguns anos somente

presas, diminuição da pesca predatória (já

rida na aquicultura — cultivo

era possível encontrá-los em épocas es-

que há peixes destinados exclusivamente

de organismos cujo ciclo de

pecíficas, hoje os peixes estão presentes

ao consumo) e, portanto, preservação das

vida em condições naturais

em todas as estações e com variedade

espécies. Com relação ao repovoamento,

ao gosto do freguês.

quando é notada a diminuição de certa

se dá total ou parcialmente em meio aquático (água doce ou salgada), como

A alimentação é sua principal finalidade

espécie em um corpo d’água, pode haver

peixes, moluscos, camarão, algas, rãs,

e de variadas formas — fresco, processado

produção exclusiva para esse fim. Além

jacarés etc. E é das pisciculturas que sai

ou industrializado. Porém, também benefi-

disso, há decretos que obrigam, principal-

boa parte dos peixes disponíveis para

cia a pesca esportiva nos pesque-pagues,

mente, as empresas geradoras de energia

consumo nos supermercados e em res-

povoamento e repovoamento de rios e re-

a repovoar os ambientes.

Estufa da Piscicultura São Roque (SP), na qual os alevinos são colocados para crescimento durante o estágio de juvenis até estarem prontos para o tanque de engorda

68 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


Quando estão entre 10g e 100g, as Tilápias são consideradas juvenis, ou seja, não são nem alevinos nem adultas. Na foto, os juvenis de Tilápias estão com cerca de 100g

Segundo dados de 2010 do MPA (Minis-

um peso relevante na dieta do brasileiro,

A prática da criação de peixes é muito

tério da Pesca e Aquicultura), a aquicultura

diferentemente de outros países, como a

antiga e sabe-se que os chineses e egíp-

cresceu 43,8%, entre 2007 e 2009, e,

China. Embora seja um mercado que cres-

cios já dominavam essa técnica há muito

assim, a produção de pescado tornou-se a

ceu muito nacionalmente, não houve uma

tempo. No Brasil, ela começou no início do

que mais evoluiu no mercado nacional de

mudança a ponto de equiparar ao bom

século passado e foi expandida no final dos

carnes. No mesmo período, a piscicultura

prato de arroz, feijão e carne. Outro fator

anos 1970. Atualmente, de acordo com o

aumentou sua produção em 60,2%, o que

que dificulta a sua popularização é o preço

MPA, entre as espécies mais cultivadas em

mostra as boas perspectivas dessa ativi-

elevado, além da diversidade e menor cus-

território nacional estão Tilápia, Tambaqui,

dade. Entretanto, o pescado ainda não tem

to dos produtos agropecuários.

Pacu, Pintado, Pirarucu e Carpa. ecoaventura 69


[ piscicultura ] Como se tornar um pisCiCultor A piscicultura pode ser feita de duas maneiras: com tanque-rede ou escavado. A primeira ocorre em uma caixa retangular de tela, que é mergulhada em um corpo d’água e na qual os peixes ficam confinados. Já para o tanque escavado, é feito um buraco na terra e um sistema de entrada e saída de água, que pode vir de um rio, por exemplo. Atualmente, o tanque-rede é o mais utilizado pela facilidade da despesca (recolhimento dos peixes para comercialização). Por outro lado, em caso de problemas como doenças e falta de oxigênio na água, no tanque-rede é muito mais fácil perder a produção do que no escavado. E como muitos tanques escavados foram abandonados, devido à popularização das redes, há, inclusive, financiamento para recuperação desse tipo de piscicultura. O investimento necessário muda se a piscicultura for feita em tanque-rede, na qual se gasta mais com ração, ou escavado, cuja infraestrutura é mais cara, mas também depende do porte da piscicultura comercial, que pode ser semi-intensiva, intensiva ou super intensiva. A chamada extensiva é eventual e não tem finalidade de comercialização. Outra classificação é se produzirá um ciclo fechado — reprodução de alevino (o primeiro estágio do peixe), crescimento dos juvenis (quando está entre 10 e 100 gramas de peso) e engorda (até estar apto à comercialização) — ou apenas parte desse ciclo.

Em um tanque-rede de 6m³, é possível cultivar por volta de mil Tilápias

70 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


Juvenis a partir de 30g prontos para cultivo em tanque-rede. Para tanque escavado, eles podem estar um pouco mais pesados

A escolha da espécie não é baseada

no qual todo o processo desde antes do

somente na vontade do criador, e sim no

cultivo até o peixe chegar ao consumidor

fato de ela se adaptar às condições de

final deve ser minuciosamente discrimina-

cultivo, que têm muitas variáveis como

do. Até porque a criação não diz respeito

infraestrutura, temperatura, altitude, qua-

somente à quantidade, mas também à

lidade e quantidade da água disponível

qualidade, então, gastos mais altos podem

etc. Com o uso de tecnologia, é possível

ter um melhor custo-benefício, porém,

fazer diversas adaptações, porém, o custo

precisam ser planejados. E como cada

de produção será maior.

espécie fica pronta para comercialização

Outra questão muito importante é a

em determinada época, também deve ser

destinação dos peixes, pois uma espécie

feita uma escalonagem de produção — isto

que não tem aceitação no mercado não

é, uma escala para o criador ter peixe dis-

trará retorno financeiro. É preciso ter cer-

ponível para os compradores o ano todo.

teza de que se conseguirá, literalmente,

A curva de crescimento da espécie — ou

vender o peixe. E devido ao fato de que

seja, as épocas nas quais os alevinos são

ele não pode ser estocado como os grãos,

produzidos e os adultos desenvolvem-se

sua validade é muito limitada. Além disso,

mais rapidamente até estacionarem — é

deve-se considerar que a distância do local

vital. A Tilápia, por exemplo, que é uma es-

de consumo final impactará no preço.

pécie tropical, geralmente nasce na prima-

Por isso, o ideal é fazer uma pesquisa

vera, tem seu arranque de crescimento no

de viabilidade econômica e verificação da

verão e estaciona entre o outono e inverno.

aceitação do produto no mercado para evi-

Portanto, ela normalmente é comercializa-

tar prejuízo, bem como um planejamento,

da nas estações mais frias.

ecoaventura 71


[ piscicultura ] A Tilápia é comercializada com peso entre 500g e 1kg

O componente mais caro da piscicultura, a ração, também deve ser

acontece com as peletizadas, causa comum de desperdício.

Segundo a bióloga especialista em aquicultura e vice-diretora do Instituto

considerado quanto ao tipo — farelada,

Antes de iniciar a piscicultura, é preciso

de Pesca, Maria Aparecida Ribeiro, o

peletizada, extrusada — de acordo com

adquirir licenças ambientais, que não são

ideal para quem vai começar é ter cau-

a fase de vida e espécie cultivada. A

conseguidas sem um investimento e, por

tela e procurar um especialista na área

farelada normalmente é utilizada nas

isso, muitos piscicultores ficam na ilega-

para aconselhar sobre a parte técnica.

primeiras fases e, com seu crescimen-

lidade. Esse é um dos principais entraves

“É importante uma cumplicidade entre

to, os peixes passam a ser alimentados

para o produtor iniciante, pois só é possível

a pessoa que vai orientar e a que vai

com as peletizadas ou extrusadas. Em-

um financiamento para os legalizados. É

produzir, porque o técnico sempre quer

bora mais caras, as extrusadas flutu-

como comprar um carro: você tem todas as

colocar as condições ideais, mas nem

am na água e permitem ao criador ver

facilidades para adquiri-lo, mas ninguém

sempre há possibilidade devido à limi-

quanto os peixes comeram, o que não

vai pagar por sua carteira de motorista.

tação de recursos financeiros”, explica.

72 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


enfim, o Cultivo Cumpridas as etapas citadas ante-

A água dos tanques de juvenis da Piscicultura São Roque passa por uma filtragem física — que retém os resíduos sólidos — e biológica — bactérias consomem amônia, que polui a água

riormente, o criador está pronto para iniciar sua piscicultura. Quanto melhor for o planejamento, maiores são as chances de bons peixes ao final do processo, mas isso não é garantia de sucesso. Muitos contratempos podem ocorrer ao longo da criação, como superpopulação, doenças, diminuição do oxigênio na água, excesso de substâncias liberadas pela ração e fezes etc.,

Já a água que sai também é filtrada e serve para adubação do pomar

que podem comprometer a cultura. É por isso que o criador e seus funcionários devem estar instruídos para tomar medidas emergenciais. Para a comercialização nacional de produtos de origem animal industrializado ou processado, é obrigatório o selo do SIF (Serviço de Inspeção Federal) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que atesta uma qualidade mínima no abate, mas não a procedência. Essa é uma luta dos criadores, já que o selo não diferencia a qualidade do produto. A despesca é a última fase do cultivo e, quanto mais bem feita, menor o estresse dos peixes. Por fim, o transporte também merece atenção, pois as condições adversas podem diminuir a qualidade e quantidade de peixes. Assim, é essencial que ele seja realizado por empresas especializadas e confiáveis.

Polêmicas nutricionais Um artigo publicado em 2 de maio de 2011 pelo jornal norte-americano The New York Times expõe a possibilidade de a Tilápia, oriunda de piscicultura, fazer mal à saúde. Em “O outro lado da Tilápia, a fábrica de peixe perfeita”, a jornalista e médica Elisabeth Rosenthal explica que, comparada a outros peixes, a Tilápia de piscicultura contém pequena porção de ômega 3 — ácidos graxos

conhecidos como “gorduras boas”, que são um dos motivos pelo qual médicos recomendam o consumo de peixes. Segundo o artigo, enquanto uma porção de Tilápia da natureza tem 135 miligramas de ômega 3, a mesma quantidade de Salmão tem mais de 2 mil miligramas. Mas a Tilápia de piscicultura possivelmente tenha menos ainda. Isso porque o peixe adquire ômega 3 ao comer plantas aquáticas e outros peixes — sua alimentação natural —, enquanto que a essa espécie, criada na piscicultura, é oferecida ração à base de cereais. Alguns especialistas acreditam que, mesmo assim, a Tilápia seja benéfica como fonte de proteína que contém algum ômega 3, ao contrário da proteína da carne vermelha e frango, que não tem nenhum. Porém, outras pesquisas apontam que o ômega 6 (o “ômega ruim”) exceda o ômega 3 nas Tilápias de piscicultura na proporção de 2 para 1, o que, de acordo com algumas pesquisas norte-americanas, aumentaria o risco de doenças do coração. Mas, atenção! Segundo Maria Aparecida Ribeiro, vice-diretora do Instituto de Pesca, ainda são necessários mais estudos para uma conclusão satisfatória.

PersPectivas Hoje, muitos problemas do processo de produção foram resolvidos com a experiência e a especialização dos produtores, além de pesquisa, que é desempenhada, entre outras instituições, pelo Instituto de Pesca. Ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, o instituto realiza pesquisas de acordo com a demanda do produtor. Mas ainda há muitos desafios para se vencer, especialmente no que diz respeito a facilitar a legalização dos produtores. E isso reflete diretamente no consumidor final, que é toda a sociedade, pois quanto maior a produção, mais barato o peixe será vendido. Apesar de ser uma atividade promissora e lucrativa, precisa de muita dedicação e conhecimento, além de mão de obra treinada e com iniciativa. A vice-diretora acredita, inclusive, que as empresas familiares, que não necessariamente são pequenas, têm dado mais resultado pelo maior envolvimento e comprometimento com a atividade. Entretanto, não há uma receita pronta e “assim como o olho do dono é que engorda o gado, ele também engorda o peixe e faz com que a atividade tenha sucesso”, acrescenta.

ecoaventura 73


[ mulher ]

Para ser intitulada ‘pescadora’, é preciso sair de forma aguerrida em busca do maior peixe ou da mais atribulada briga? Neste perfil, a mãe-empresária-amazona-pescadora mostra que, a seu modo e no seu tempo, conquista respeito num espaço ainda dominado pelo público masculino Por: Janaína Quitério | Fotos: inácio teixeira | arte: tiago stracci

O

som da linha dançando no

dade enorme de peixes!

ar, apesar de mais ríspido,

— Chama os peixinhos, Van! — incentiva

harmoniza-se com a música

seu pai, Antônio Carlos Morelli, alinhado

do ambiente. Bem-te-vis, pom-

sob seu chapéu de aba curta trançado

bas, sabiás, joões-de-barro e outras aves

com algas marinhas. Zeloso, ele faz ques-

piam a um só tempo enquanto sobrevoam

tão de montar o equipamento da filha e,

o lago ou descansam sobre as frondosas

durante a pescaria, aponta em quais luga-

árvores que circundam a área.

res ela deve fazer o arremesso.

No pesqueiro, a administradora Vanessa Morelli concentra-se nos movi-

— Van, está batendo do lado direito! — observa.

mentos que faz com sua vara #4 — rosa

Vanessa está tensa. Os roll casts que

purpurinada —, que colore o ambiente.

treinou no dia anterior não fluíam como

Ela está ansiosa para tentar se enqua-

queria nesse domingo.

drar no que imagina ser o motivo da matéria: mostrá-la fisgando uma quanti74 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo

— Um fracasso. A linha não estica. — desabafa.


ecoaventura 75


[ mulher ]

Quando a ECOAVENTURA me chamou para participar desta matéria, logo veio à minha cabeça aqueles ‘caras tops de revista’ segurando um peixão”

76 ecoaventura l Pesca esportiva, meio ambiente e turismo


Apesar de o sol estar impiedoso, Vanessa não desiste. Faz parte de sua

Antônio Carlos Morelli, pai de Vanessa, fisga um Lambari com a vara #2

personalidade vencer os desafios da vida. Com 33 anos de idade e mãe de dois filhos — Maria Cecília, 11, e João Pedro, 8 —, ela vive o dia a dia no limite dos opostos: de manhã, dedica-se aos filhos; à tarde, faz atendimento na loja Fly e Cia., em Itu-SP, onde tem sociedade com o pai há três anos. Duas vezes por semana, pratica hipismo e treina para a prova de Três Tambores; todos os dias, “24 horas por dia”, segundo ela, lida comercialmente com a pesca de fly. — Os cavalos são adrenalina pura. A pesca, relaxamento. Os dois, entretanto, são minha terapia. As duas paixões são heranças familiares. Com o bisavô, aprendeu a gostar de cavalos. Com o pai — seu companheiro de vida —, a admirar a arte de pescar desde pequena, quando moraram em Mato Grosso. Mas, no momento em que o sr. Morelli decidiu abrir a loja virtual e colocá-la sob responsabilidade da filha, ela não entendia nada de pesca com mosca. “Para que serve a linha WF? Tippet, o que é isso?” — era preciso correr atrás do prejuízo, já que o pai ainda trabalhava como gerente da Volvo. — Cada vez que o cliente fazia um pedido por e-mail, eu chamava meu pai no rádio. — admite.

Vanessa logo percebeu que precisava

aprender as questões técnicas e foi fazer um curso de arremesso. Em seguida,

de atado. Desde então, passou a observar o pai pescando, a prestar atenção em como a isca trabalha e em como a

Não consigo imaginar o fly fora desse meu universo: família, trabalho e natureza”

mosca se apresenta na água. Um novo

pelo esporte, animou-se a, literalmen-

com a Penélope — nome dado à vara rosa

universo foi criado.

te, vestir a camisa da empresa — com os

— e ameaçou substituí-la pela vara #2, do

dizeres “Fly fishing only”. Foi o que fez

pai. A chantagem teve efeito. Segundos

no pesqueiro.

depois, Vanessa fisgava uma linda Carpa

Assim, vender equipamentos e acessórios ficou mais fácil, afinal, ela agora

compreendia a vibração do pescador

A hora do almoço bateu, e nada de pei-

ao fisgar o peixe. E, ao se apaixonar

xe entrar na linha. Vanessa se enfureceu

com sua Penélope. — Uhuuuuuu! — ela vibra, e muito! ecoaventura 77


[ mulher ] Universo particUlar O significado de pescar para Vanessa Morelli está muito além de fisgar o peixe. É curtir a natureza, escutar os pássaros, aproveitar o cenário para um bate-papo animado e relaxar com a família. — Para mim, o bonito do fly não é ver o peixe se contorcendo. Pescar é terapia: você, a vara e a linha. E mais nada. Na hora, o mundo acaba. Vanessa não tem a experiência de fisgar peixes enormes ou de desenvolver horas de narrativa sobre boas brigas com Tucunarés ou Dourados. Ela aprecia uma pescaria mais leve. A empresária e pescadora nas horas vagas, ali no pesqueiro, mostrou a sua alma: a de uma mulher batalhadora, que entende sobre o produto com o qual trabalha diariamente — muitas vezes ao som de modas de viola e muita piada — e que tem a sensibilidade de transformar seus raros momentos de pesca em um ritual cuja preciosidade é interagir de forma fraterna sob o manto da natureza.

78 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo

Acima, as iscas cor-de-rosa que ganhou de presente de seus clientes. Abaixo, a pescadora vibra ao fisgar a bela Carpa


Minha vara é cor-de-rosa, tem purpurina, e uso camiseta da mesma cor para combinar com ela. Não podemos perder nosso lado feminino” PINGUE-PONGUE

Há diferenças entre homens e mu-

As pescadoras ainda sofrem precon-

lheres na pesca?

ceito pela maioria masculina?

Em geral, eles têm egos inflados, querem

Acho que não. No facebook, a maioria dos

ser os melhores, são ansiosos e neces-

meus amigos é peão, cowboy ou treinador

sitam mostrar o que sabem. Há menos

de cavalo. Antes, postava apenas fotos de

vaidade entre as mulheres. Na forma de

equitação. Mas, quando publiquei fotos

pescar, homens costumam dizer que, na

com peixe, a repercussão foi bem positi-

pesca com mosca, o arremesso é mais

va. O homem está a favor da mulher que

fácil para mulheres porque não somos

pesca. Eles querem mais é que a mulher

brutas, temos mais ‘jeito’. Mas é a força

vá pescar com eles.

que ajuda na hora de mandar a linha. Por

Mosca rosa pega peixe?

outro lado, a sensibilidade é um diferen-

Pega! A depender da água onde vai pes-

cial feminino, porque permite que a gente

car e do peixe que vai fisgar, é uma opção

preste atenção nos detalhes dos equipa-

boa. Todas as que eu tenho são presentes

mentos e acessórios, que costumam pas-

feitos por clientes. Um deles chegou a

sar despercebidos para os pescadores. E

tirar foto na Argentina para mostrar que

isso me ajuda no atendimento da loja.

as moscas cor-de-rosa são eficientes.


folhas, flores e frutos

O feitiço das vandas

Entre as 25 mil espécies puras de orquídeas e 430 mil híbridas estão inseridas as vandas — famosas pela encantadora beleza e por seu valor comercial por: bárbara blas l fotos: inácio teixeira l arte: mila costa

A

da por até quatro meses. Embora

enterradas totalmente nele. São mono-

não exale perfume, toda vez que de-

podiais — crescem na vertical — e epí-

sabrocha, enfeitiça seus admiradores

fitas — entrelaçam suas raízes em outras

com flores de, em média, dez centíme-

plantas para sua fixação. Porém, não são

tros, mas que podem crescer até 18. E

parasitas, pois não retiram nutrientes de

caso algum deles deseje tocá-la, não há

suas companheiras, somente as utilizam

espinhos ou qualquer outro risco senão

como suporte.

se apaixonar perdidamente por ela.

Cinco fatores influenciam o crescimento

floração exuberante em branco,

As vandas se desenvolvem sem subs-

das orquídeas: água, luminosidade, tempe-

vermelho, rosa, lilás, amarelo, azul e

trato (terra) e vivem penduradas com

ratura, ventilação e adubação. As vandas

tantas outras cores, bem como mes-

preferem temperaturas altas, por volta dos

cladas — o que depende da espécie ou

30°Celsius, mas suportam o calor de mais

cruzamento das híbridas —, além do

de 40°Celsius, como no Norte, Nordeste e

crescimento diferenciado de suas raí-

Centro-Oeste, bem como o frio a partir de

zes, que ficam soltas, atraem os olhos

10°Celsius do Sul e Sudeste. Abaixo disso,

de leigos e especialistas para as orquí-

a floração e o ritmo de crescimento dimi-

deas do gênero Vanda.

nuem. Quanto mais quente, mais fácil de a

A maioria das vandas à venda é híbrida

vanda florear se ela não passar sede. Nesse

— resultado do cruzamento artificial entre

tipo de clima, é preciso regá-la diariamen-

espécies nativas, entre híbridas ou entre

te, mas em lugares ou nas estações mais

nativas e híbridas. Isso porque as puras (en-

frias, é possível intercarlar dois ou três dias.

contradas na natureza) podem demorar até

Elas também precisam de luz e ventilação

20 anos para a primeira floração. Segundo

abundantes. Porém, se o sol for muito “for-

a bióloga Adarilda Benelli, mestre em eco-

te”, a vanda não deve receber iluminação

logia e conservação da biodiversidade e

direta. Quanto à adubação, pode ser diluí-

especialista em orquídeas, “as híbridas oferecem melhor custo-benefício, já que florescem a partir de sete ou oito anos”.

Na foto, a híbrida Vanda Pornpimol x Vanda Simirun ‘Sathian’, muito comercializada por suas flores de coloração viva e encantadora

da na água e feita semanalmente em locais quentes e uma vez por mês em regiões mais amenas. O equilíbrio desses elementos favorece o sucesso da floração, e a quantida-

Essa delicada planta tem origem asiática. Atualmente, a Tailândia é a principal

suas raízes aéreas soltas. Por isso, podem

de de cada um que a vanda deve receber

produtora mundial e o país que mais ex-

ser cultivadas sem vaso, normalmente

depende da estação do ano e da região onde

porta vandas híbridas para o Brasil em

em cestas plásticas ou de madeira usan-

está sendo cultivada.

forma de mudas. Em regiões mais quen-

do um arame. O substrato pode ser uti-

tes, esbanja sua beleza praticamente

lizado para mantê-las úmidas por mais

o ano todo, e cada haste (estrutura que

tempo e diminuir, assim, a necessidade

sustenta as flores) pode manter-se flori-

de rega, mas as raízes nunca devem ser

ecoaventura aventura l Pesca esP esPortiva, meio ambiente e turismo 80 eco

biologia Nome científico: Gênero Vanda Nome popular: vanda Família: Orchidaceae Distribuição geográfica: Ásia, especialmente na Tailândia Período de frutificação: depende da espécie/ híbrida e da região de cultivo


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é o bicho

Biologia Nome científico: Tangara seledon Nomes populares: saíra-de-sete-cores, saí-de-sete-cores e saíra-de-bando Reino: Animalia Filo: Chordata Classe: Aves Ordem: Passeriformes Família: Thraupidae Habitat: Mata Atlântica Tamanho: 13,5 a 15 cm de comprimento Referências bibliográficas: Livro – “Guia de aves Mata Atlântica Paulista, Serra do Mar e Serra de Paranapiacaba”, 1ª edição, 2010, Fundação Florestal do Estado de São Paulo Fonte consultada: Fundação Parque Zoológico de São Paulo

O pássaro saíra-de-sete-cores, com suas penas encantadoras, deixa o céu das regiões de Mata Atlântica mais bonito por: dani costa l Fotos: inácio teixeira l arte: mila costa

ECOAVENTURA conheceu o saíra-

adulto, que costumam ser mais pardos.

-lo com “amigos”. O saíra-de-sete-cores

-de-sete-cores na região de Iporanga, em

Os machos adultos se destacam por seu

forma grupos com até dez integrantes e,

visita às cavernas do Petar (Parque Esta-

colorido mais vivo.

em bando, faz um espetáculo no céu e nas

dual Turístico do Alto Ribeira), no extre-

Habita florestas e capoeiras, mas adora

copas das árvores. Esse pássaro também

mo sul do Estado de São Paulo. O pássaro

visitar clareiras, roças com árvores isoladas

gosta de conviver com outras espécies de

é endêmico da Mata Atlântica, portanto,

e jardins. Em partes da mata onde a pre-

saíras, como o saíra-de-lenço.

é encontrado no Sudeste do Brasil. En-

sença de humanos é constante, é possível

Seu ninho é exemplo de capricho, feito bem

tretanto, de acordo com o “Guia de aves

atraí-los com um banquete de frutas. É só

escondido, em meio à folhagem, em tigela fun-

Mata Atlântica Paulista, Serra do Mar e

deixá-las abertas e em exposição que lá

da. Apesar de o saíra-de-sete-cores não estar

Serra de Paranapiacaba”, da Fundação

vem o passarinho colorido dar suas bica-

ameaçado de extinção, é uma espécie muito

Florestal do Estado de São Paulo, fora do

das. Até encher a barriga, desfruta bem a

perseguida para ser inserida em gaiola.

País, a ave também é vista em regiões do

oferta. E pode até

Paraguai e da Argentina.

retribuir com seu

Suas penas possuem uma composição

canto antes de ir

de cores fascinante: três a quatro tonali-

embora. Entretanto,

dades de verde, duas tonalidades de azul

é necessário obser-

e variações de amarelo. Cada bicho tem

var de longe para

sua característica, todos são belos e vis-

não assustar a ave.

tosos. O exemplar das fotos, segundo a

Se a sorte for

bióloga Regiane Vieira de Paiva, do setor

grande, o ecotu-

de aves da Fundação Parque Zoológico

rista vai ter o pra-

de São Paulo, é uma fêmea ou um jovem

zer de encontrá-

82 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo

O saíra-de-sete-cores possui tonalidades de verde, de azul e de amarelo


radar

atuns e Marlins e a eM M Perigo um número aceitável de espécimes. Porém, isso causaria problemas econômicos e poderia incentivar a pesca ilegal. Segundo a IUCN, impedir a pesca temAtum-azul

porariamente nesses locais deveria ser uma parte do processo, mas medidas

A IUCN (União Internacional para

resultado é que três espécies de Marlins

mais severas são necessárias. Além dis-

a Conservação da Natureza) avaliou,

estão vulneráveis e cinco das oito espé-

so, essas informações serão importan-

pela primeira vez, todas as espécies de

cies de Atuns estão vulneráveis a criti-

tes para que os governos possam tomar

Atuns, Bonitos, Cavalas, Peixe-espada

camente ameaçadas. A maneira mais efi-

decisões que garantam o futuro dessas

e Marlins para a Lista Vermelha de Es-

ciente de evitar um colapso seria fechar

espécies e não podem ser descartadas, a

pécies Ameaçadas da instituição. E o

os pontos de pesca até que atingissem

fim de beneficiar lucros em curto prazo.

Atum-azul ou Atum-do-sul (Southern Bluefin – Thunnus maccoyii)

criticamente ameaçado

Atum-verdadeiro ou Atum-azul (Atlantic Bluefin – T. thynnus)

ameaçado

Albacora-cachorra (Bigeye – T. obesus)

vulnerável

Atum-amarelo ou Albacora-de-lage (Yellowfin – T. albacares)

quase ameaçado

Albacora (Albacore – T. alalunga)

quase ameaçado

Marlim-azul-do-atlântico (Blue Marlin – Makaira nigricans)

vulnerável

Marlim-branco (White Marlin – Tetrapturus albidus)

vulnerável

Marlin-listrado (Striped Marlin – Tetrapturus audax)

quase ameaçado

(fonte: IUCN)

Peixes novos no oceano Índico

ALL

foto: JoHn e RAnD

O site da revista inglesa

A primeira espécie descoberta foi o

Practical Fishkeeping, espe-

Pseudanthias bimarginatus, nas Mal-

cializada em vida marinha,

divas. A encontrada na Ilha Maurícia

publicou

de

foi chamada de Pseudanthias unimar-

duas novas espécies de pei-

ginatus. De acordo com a publicação,

xes da família Pseudanthias

os peixes vivem em recifes de corais,

nas proximidades dos países in-

onde se protegem de predadores e se

a

descoberta

sulares Maldivas e Maurícia, no oceano Índico.

alimentam de zooplâncton.

ecoaventura 83


radar

a Mais nuMerosa reunião dos Maiores Peixes do Mundo Um estudo divulgado pela publicação

cas em algumas costas. Já foram relata-

outro fato curioso é que esses espécimes do

científica online PLoS One, publicada pela Bi-

dos cardumes em pelo menos oito áreas

Afuera se alimentam de ovos de Bonito-pin-

blioteca Pública de Ciência (PLoS), constatou

tropicais em todo o planeta.

tado (Euthynnus alletteratus). Segundo

que a reunião de 420 Tubarões-baleia (Rhin-

A primeira reunião no nordeste da penín-

a IUCN, a espécie é considerada vulne-

codon typus) na península de Yucatán, no

sula de Yucatán, em Cabo Catoche, foi vista

rável. E por concentrar não só Tubarões-

sudeste do México, foi a maior já vista.

em 2002. Desde 2006, é observada outra agre-

-baleia, mas uma grande biodiversidade

Os Tubarões-baleia vivem em ocea-

gação no sudeste da península chamada de

marinha, bem como pelo fato de estar

nos tropicais e subtropicais e, entre os

Afuera (fora), que teve seu maior número

próximo a destinos turísticos como Can-

peixes, são os mais compridos e pesa-

em 2009. Na ocasião, os Tubarões-baleia

cún, Isla Mujeres e a Riviera Maya — o

dos. Embora sejam conhecidos como

estavam agrupados em formato de elipse

que pode causar impacto negativo pela

animais solitários, evidências mostram

em uma área de 18 quilômetros quadra-

atividade humana —, a península de Yu-

que se reúnem em temporadas específi-

dos. Além do número recorde de espécimes,

catán precisa de medidas conservacionistas.

(fonte: ploS One)

Após uma ação conjunta dos minis-

atualizado no RGP e viver exclusivamen-

O Ministério do Trabalho informou que

térios do Trabalho e Emprego e Pesca e

te da pesca, ou seja, não ter vínculo de

tem atuado com outros órgãos como Polí-

Aquicultura, na qual houve um cruzamenAquicultura

emprego ou outra relação de trabalho. No

cia Federal, Ministério Público do Traba-

to dos bancos de dados, o governo cance-

Pará, Estado no qual iniciaram as avalia-

lho e Controladoria Geral da União a fim

lou 89.522 RGPs (Registro Geral de Pesca)

ções, cerca de 40% dos pescadores que

de solucionar problemas não só no Norte,

por suspeita de irregularidades.

solicitaram o seguro-desemprego em

mas em todas as regiões do Brasil.

Os pescadores profissionais que exerçam sua atividade de forma artesanal

2011 foram notificados.

(fonte: Ministério do Trabalho e Emprego)

têm direito a um seguro-desemprego como assistência financeira

temporá-

ria no período de Defeso, quando a pesca é proibida. Entretanto, para desfrutar do benefício, entre outros requisitos, eles têm que ter registro como pescador profissional devidamente

ortiva, meio ambiente e turismo 84 ecoaventura l Pesca esPortiva, foto: inácio teixeiRA


esPetáculo dos robalos eM caMPeonato Uma prova de que a pesca

Considerado o sucessor da Prova Deo-

esportiva ativa a economia

dato Pereira, o 8º campeonato completou

dos pontos onde é desenvol-

35 anos de execução ininterrupta, o que

vida turisticamente pôde ser

o torna um dos mais tradicionais eventos

conferida no VIII Campeo-

de pesca do Brasil.

nato Sul Brasileiro de Pesca, que aconteceu em julho, no

Preservação

Iate Clube de Guaratuba, em Curitiba-PR. Foram gerados

Assim como ocorreu em 2010, neste

R$700 mil ao município que

ano, a sacola de peixe também foi utili-

recebeu o evento.

zada. É nela que o pescador guarda suas

Todas as 130 vagas dispo-

capturas até que possam ser pesadas.

níveis no campeonato foram

Essa prática garante menor estresse aos

preenchidas com a partici-

exemplares e a eficiência do pesque e sol-

pação de 11 equipes de São

te. Tanto zelo trouxe um resultado digno

Paulo, 17 do Rio Grande do

de comemoração: apenas seis espécimes

Sul, 6 de Santa Catarina e 96

não tiveram condições de soltura, menos

do Paraná. A intensa partici-

de 1% do total apresentado na pesagem.

pação dos pescadores resul-

O tempo frio exigiu o uso, em grande

tou em um espetáculo da pes-

parte da pescaria, de iscas de fundo com

ca de Robalo: 707 espécimes

camarões plásticos iscados em jig-head

foram fisgados e soltos, 207 a

e metal jig. A melhor produtividade foi

mais que os conquistados na

nos rios, em comparação aos pesqueiros

edição do ano passado.

das águas abertas da baía.

Ganhadores 3,380 kg

Maior Robalo-peva

3,310 kg

Peso total em kg

278,34

Total de peixes

707 Robalos

fotoS: LoBA Do MAR eventoS

Maior Robalo-flexa

ecoaventura eco aventura 85


[ matéria do leitor ]

A paixão pela pesca desperta as vontades mais intensas. No caso do leitor William Cezar Araújo, veio à tona o desejo de ele mesmo fabricar suas iscas artificiais. Sua intenção é reproduzir a perfeição das peças originais de marcas famosas, com o uso de resina, madeira, chumbo e silicone. O trabalho minimalista é feito de maneira independente e com o único intuito de garantir iscas artesanais de todos os tipos para sua própria caixa de pesca POR: WILLIAm CEZAR ARAÚJO (PROmOÇÃO “FISGUE ESSA IDEIA”) FOTOS: INÁCIO TEIXEIRA ARTE: GLAUCO DIAS

86 ecoaventura l PESCA ESPORTIvA, mEIO AmbIENTE E TURISmO


ecoaventura 87


[ matéria do leitor ]

P

arece espantoso alguém perder tanto tempo na fabricação

de iscas artificiais que poderiam ser compradas. Mas, quando

predadores. Para que matar inúmeros exemplares de Lambari, por exemplo, se nem metade será usada na pescaria?

se é fascinado pelo modelismo e pela pesca, unir as duas pai-

No entanto, é muito importante não abrir mão das iscas ori-

xões torna-se uma experiência de extrema satisfação. O come-

ginais. Elas são as verdadeiras portadoras das ideias e da tec-

ço de cada pescaria passa a ser o momento de produção das

nologia de cada marca. Quem consegue reproduzir de maneira

peças escolhidas para fisgar os peixes. A partir daí, os dias são

quase igual, bem próximo da perfeição, pode se sentir orgulhoso,

tomados por minucioso trabalho de arte.

mas de maneira alguma deve dispensar aquela comprada na loja

É isso mesmo! Cada isca feita artesanalmente pode ser encarada como uma pequena obra de arte. E escolher o material e dar forma à peça envolve muito carinho, como ocorre com um artista plástico dedicado à sua obra. Mesmo que fique claro que a cópia fidedigna de iscas artificiais seja feita somente como hobby, sem qualquer cunho comercial, é bom ressaltar: o gosto pelo modelismo está em trabalhar cada etapa de confecção de uma peça, do molde ao acabamento. Por isso, a produção artesanal e caseira é tão instigante. Além do mais, é gratificante pegar o peixe com iscas produzidas por você mesmo. Outro argumento dos adeptos à isca artificial é que ela é uma aliada à preservação da fauna nas águas, pois poupa a matança de peixes menores que servem como atrativo aos 88 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo

que serviu como inspiração e molde. É bom ter espaço para as duas — as comercializadas e as feitas para o próprio uso.


As iscAs de um minimAlistA Desde os 22 anos de idade, acompanhava meu pai, que utilizava iscas vivas e ração nas pescarias. Na época, dedicava-me ao aeromodelismo e montei muitos aviões em escala bem pequena, baseado em fotos que encontrava. Há oito anos, fiz um investimento alto em iscas artificiais. Embora a pesca tenha sido divertida, houve várias perdas de peças. Parecia dinheiro desperdiçado, entretanto, o episódio serviu para aguçar uma vontade: a de fazer minhas

se alcança a transparência das peças

próprias iscas.

originais, apesar de conseguir a malea-

Foi um ano de intensa pesquisa so-

bilidade necessária.

bre quais materiais utilizar para produzir

O trabalho minimalista exige muitas

as iscas de acrílico. A resina ortodôntica

horas, mas é gratificante. É muito bom,

é ideal para copiar os modelos. Como

por exemplo, presentear parentes e ami-

estreia, fiz uma Flat pepper na cor ver-

gos com uma isca artesanal feita em

de, com olhos vermelhos. Ela chegou

casa. Sei que pescadores têm prazer em

perto da expectativa da original: teve

cuidar de sua tralha. O meu vai mais além:

boa flutuabilidade e fisgou um Pintado

gosto de produzir parte dela!

de 1,20 metro em um pesqueiro na ci-

A peça copiada à esquerda, a original à direita

dade de São Bernardo-SP. Fui até “convidado” a me retirar, pois não era permitido utilizar garateia. Depois vieram as iscas para Robalo e Matrinxã, com a cópia de uma Maria The First F. Além da aparência, é preciso focar no desempenho dela na água. As peças devem navegar e boiar bem, e claro, pescar muitos peixes. As iscas de madeira também podem ser reproduzidas, ainda que com maior

Iscas de resina

Iscas de chumbo

Iscas de madeira

Iscas de silicone

dificuldade, pois é necessário esculpir bem. Na tentativa, produzi com bastante semelhança a clássica Magic Stick para Robalo. A madeira utilizada é a balsa — que é muito leve. Recentemente, foi a vez dos jigs de chumbo, para os quais é utilizado o mesmo molde de biscuit das peças de resina. Mas, desafio mesmo é fazer iscas de silicone. Isso porque não

ecoaventura 89


saĂşde

90 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


A natureza perfeita das águas piscosas pode encantar, mas não a ponto de cegar o pescador aos perigos de sua correnteza e profundidade. Conheça as medidas de proteção que podem evitar o afogamento, indicadas pelo Posto de Bombeiros da Represa de Guarapiranga de São Paulo POR: DANI COSTA I FOTOS: ThIAGO TEIXEIRA ARTE: GlAuCO DIAS

ecoaventura 91


saúde que interessa aos amantes da pesca

Como evitar

deve utilizar colete de adulto, e sim um que

são os peixes, mas a água merece igual

seja de tamanho infantil, próprio para sua

atenção. O ritmo que ela impõe nunca

Antes de entrar n’água é essencial con-

pode ser ignorado, todas as suas varian-

ferir se a embarcação possui bom estado

Também é obrigatório o porte de boia

tes devem ser consideradas em uma ex-

de conservação e se mantém equipamen-

circular salva-vida se a embarcação pos-

pedição embarcada. Os afogamentos são

tos importantes em casos de acidentes. O

suir mais de cinco metros. E a quantidade

mais difíceis de ocorrer quando o pesca-

tenente Alexandre Antunes Neves explica

de boias depende do tamanho do barco.

dor já tem experiência no esporte, no rio

que todo barco tem que ter colete salva-

Esse item — assim como os coletes —

ou mar e se é exímio nadador. Mas, não

-vidas para cada pessoa, apesar de seu

deve ter certificação da Marinha do Bra-

são impossíveis de acontecer.

uso não ser obrigatório. “As intempéries

sil, que vem impressa no próprio produto, ou em uma etiqueta.

pequena estrutura.

O Posto de Bombeiros da Represa

de um rio ou mar podem não ser tão pre-

de Guarapiranga de São Paulo deu di-

visíveis, bem como um pequeno incidente

Se o barco for a motor, é obrigatório o

cas à ECOAVENTURA de como evitar

pode se transformar num trágico aciden-

extintor, assim como os remos, que ga-

um acidente e de como proceder se um

te. O colete é necessário para quem não

rantirão a volta no caso de problemas

companheiro se afogar. As técnicas de

nada, ou para crianças que acompanham

mecânicos. O tenente Antunes alerta que

reanimação, a princípio, devem ser fei-

seus pais na pescaria”, orienta.

há outros itens que não são exigidos, mas

tas por profissionais especializados em

O colete salva-vidas deve atender as

fundamentais em emergências: “O strobo

salvamento. Mas, diante de uma situ-

medidas de quem vai usá-lo. Os de adulto

e a lanterna para mergulho são utilizadas

ação emergencial em um lugar ermo e

servem, em geral, a pessoas com até 120

dentro da água e ajudam na sinalização. É

distante, conhecer os princípios básicos

quilos. Se for necessário, providencie um

um material acessível, que não ocupa espa-

de resgate pode salvar uma vida.

ideal para portes maiores. Uma criança não

ço e, assim, pode fazer parte do kit a bordo”.

strobo colete salva-vidas

colete salva-vidas

boia circular

lanterna

ambu

92 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


Tenente Alexandre Antunes Neves

Outra preocupação que o pescador deve ter é com a conferência da autorização do piloteiro ou marinheiro para navegar. A habilitação é a indicação de que ele está apto a conduzir a embarcação. O seguro obrigatório também tem que estar em dia. Para tirar a dúvida, basta conferir o comprovante de pagamento do documento. O peso de carga deve ser observado, mesmo que a embarcação vá percorrer uma curta distância. O número de pessoas não pode ultrapassar a capacidade do descrito em seu documento. “O desequilíbrio do barco pode fazer alguém

As características do local de pesca

O que normalmente já se faz merece

cair. Com isso, uma quina viva, um equi-

nunca podem ser subestimadas. Pontos

reforço: verificar a meteorologia, o curso

pamento no chão, qualquer obstáculo já

com pedras ou densa vegetação aquá-

da água, a cheia e a vazante é o básico

é suficiente para ocasionar um acidente

tica são perigosos não só para o barco,

para garantir a segurança. E, se possí-

e o pescador cair na água”, relata o te-

como para quem entra na água. Prender-

vel, a cada troca de ponto, avisar pelo

nente do Corpo de Bombeiros.

-se nesses elementos é um potencial ris-

rádio a outros colegas ou a quem estiver

Os guias de pesca costumam chamar

co e leva a afogamentos tanto em rios e

pelo caminho em barcos, ou nas comu-

a atenção dos inexperientes ou afoitos

lagos como em mares. “Além disso, sem-

nidades ribeirinhas.

que querem agarrar um peixe na água,

pre dizemos que as pessoas confundem

mas nunca é demais lembrar: entrar no

rio, lago e represa com piscina, e não

rio, lago ou represa com o motor da em-

temem uma queda de profundidade re-

barcação ligado, nem pensar. As hélices

pentina. Mesmo com a empolgação da

causam acidentes que podem levar a

pesca, tem que prestar muita atenção”,

morte. E a bordo, a atenção às cordas é

alerta o tenente Antunes.

crucial para evitar uma verdadeira “vídeo cacetada”. “Acredite, se enroscar nelas causa problemas, sim”, afirma.

Os remos são obrigatórios em qualquer embarcação

ecoaventura eco aventura 93


saúde em Caso de afogamento

Se a pessoa aspirou água, as me-

máscara, que ajuda a levar o oxigênio

didas seguintes devem ser rápidas, e

ao pulmão. Ele também é chamado de

A primeira atitude diante de uma

o salvamento deve ser acionado pelo

reanimador, é de fácil aquisição e pode

pessoa que não nada e pode se afogar

193, se possível. Esse número é válido

fazer parte do kit dos barcos.

é jogar algo que flutue e sirva de apoio

em todo o território brasileiro.

Se a vítima progredir para a parada cardiorrespiratória, é necessário fazer

a quem está na água. Outra medida,

O afogado pode estar com parada

que também deve ser imediata, é ten-

respiratória ou cardiorrespiratória. A

a massagem de reanimação [acompa-

tar aproximar a embarcação. Esses são

respiratória, se não for contida, leva-

nhe todo o processo a seguir]. Antigamen-

os primeiros passos para ajudar alguém

rá a vítima, inevitavelmente, à parada

te, acreditava-se que a insuflação reti-

em socorro, principalmente se quem vai

cardiorrespiratória. A identificação de

rava a água do pulmão, mas isso não

prestar ajuda não sabe nadar.

uma ou outra é muito delicada. Quem

é verdade. A água que sai está nas

É difícil manter a calma, mas ela é

faz o resgate deve aproximar o ouvido

vias aéreas e no estômago. Somente

fundamental, pois aumenta a flutuabi-

às vias aéreas do afogado e observar

no hospital é possível reverter a situ-

lidade de quem vai fazer o resgate. Os

se o peito expande. No caso de não

ação de quem está com os pulmões

movimentos de pânico tornam o corpo

identificar a respiração, a insuflação

comprometidos.

mais pesado. Se for imprescindível pu-

(o famoso “boca a boca”) deve ser ini-

Quando a vítima voltar a si, deve ser

lar na água, leve algo que flutue junto

ciada. A técnica pode ser substituída

aquecida para evitar a hipotermia, que

para apoiar a vítima. Até para um bom-

pelo uso do ambu, um equipamento

agrava o corpo já frágil pelo desgaste

beiro é difícil salvar uma afogado, por

simples com uma bolsa de ar e uma

do afogamento.

isso, quanto mais apoio, melhor.

Passo a Passo da reanimação

Verificar a consciência e abrir as vias aéreas (boca e nariz) para ver se há uma obstrução possível de ser retirada, como uma prótese dentária, por exemplo Verificar a respiração (ver, ouvir, sentir). Observar se o peito expande

94 ecoaventura l Pesca esPortiva, meio ambiente e turismo


Realizar a insuflação se a vítima não respirar. Tem que apertar as narinas e expirar duas vezes (soprar) dentro da boca da vítima. Logo após, verificar o pulso carotídeo. As artérias carótidas são vasos sanguíneos que levam sangue arterial do coração para o cérebro. Cada indivíduo tem duas artérias carótidas. Elas têm sua origem no tórax (arco aórtico) e passam através do pescoço, uma de cada lado, até alcançar o crânio. Se houver pulsação, mas não respiração, apenas continue com as insuflações. Para prosseguir com as insuflações, se for um adulto, é necessário fazer um sopro a cada cinco segundos. Para crianças é um sopro a cada quatro segundos. Se não houver pulsação, deve-se iniciar a massagem cardíaca externa

É preciso medir dois dedos acima do externo (osso que fica no centro do peito)

É nesse local que a massagem será feita. As mãos devem ficar uma em cima da outra e ser pressionadas juntas. Atenção: checar pulso carotídeo a cada 1 minuto para sentir os batimentos. O normal em uma pessoa é entre 70 e 80 batimentos por minuto. Se a vítima ainda estiver muito alterada, poderá estar com muito menos que isso, ou muito mais. Em adultos e crianças são feitas 30 massagens e duas insuflações. Deve-se verificar a consciência a cada 1 minuto Agradecimento: soldado Edmar Vieira e cabo Bruno Jankoski

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