Revista ecoaventura edição 25

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R$10,90

S E RNA M BIG U A R A I ROT EI RO D E P ES CA N O T I ET Ê I RI O AR ACÁ I ECOT URI SMO E M B ROTA S I IN FAN TIL I 7 PE RIGO S NA PE S C ARIA I S AÚD E: S ES TA I PA O LI

PESQUEIRO O desafio de pescar Pintados e Cacharas

ANO III - EDIÇÃO 25 – OUTUBRO –

ECOAVENTURA - E D I Ç Ã O 2 5 - O U T U B R O D E 2 0 1 1

ROTEIRO ESPECIAL Veja onde pescar no rio Tietê EXPEDIÇAO Aventura exploratória no rio Aracá

INFANTIL Como fisgar a criançada

Uma das pescarias mais técnicas do mundo

7 P E R I G O S N A P E S C A R I A I O 1 º M O L I N E T E D O B R A S I L I E C O T U R I S M O E M B R O TA S I S A Ú D E : S E S TA




editorial Editora ECOAVENTURA PABX: (11) 3334-4361 - Rua Anhaia, 1180 Bom Retiro - SP - CEP 01130-000 www.grupoea.com.br Diretoria Farid Curi, Roberto VÊras e Wilson Feitosa Diretor de redação Wilson Feitosa wfeitosa@grupoea.com.br Editora Janaína QuitÊrio (MTb nº 45041/SP) jquiterio@grupoea.com.br Editor de fotografia Inåcio Teixeira (MTb nº 13302/SP) fotografia@grupoea.com.br DEPARTAMENTO DE JORNALISMO redacao@grupoea.com.br Repórter Dani Costa (MTb nº 01518/ES) dcosta@grupoea.com.br

O bis do pesque e solte na capa

P

ela primeira vez, na edição passada, a Revista ECOAVENTURA estampou em sua capa um peixe desatado dos braços de um pescador: o enorme TucunarÊ gentilmente solto nas åguas translúcidas do inexplorado lago do Cupido, situado na margem direita do rio Juruena. E, para suscitar de vez

sĂŁo oceânica: o Sernambiguara volta reluzente Ă s ĂĄguas do mar da FlĂłrida para dar continuidade ao “caminhoâ€? de toda sua espĂŠcie. Poupar o espĂŠcime da morte para esbanjar vida nos corpos d’ågua ĂŠ uma conduta recente no Brasil se a compararmos com o histĂłrico britânico, por exemplo — onde, hĂĄ

Redatora BĂĄrbara Blas bblas@grupoea.com.br

Tradutor David John

( "$

Arte Glauco Dias, Mila Costa e Tiago Stracci Correspondentes internacionais Fabio Barbosa e Voitek Kordecki Colaboraram nesta edição AndrÊ Correa, Eribert Marquez, Juliano Salgado, Lawrence Ikeda e Roberto VÊras Consultores Alexandre Andrade e Eribert Marquez DEPARTAMENTO COMERCIAL Publicidade Salgado Filho comercial@grupoea.com.br Marketing Pedro Reis preis@grupoea.com.br Distribuição e ediçþes avulsas atendimento@grupoea.com.br Atendimento ao leitor Priscila Santiago sac@grupoea.com.br Assinaturas assine@grupoea.com.br

! "#$%& ' mentes de coraçþes outrora insensíveis à matança deliberada dos peixes. )

*+ / *duos libertados, bem como acerca das “prĂĄticas de boas maneirasâ€? para manuseĂĄ-los, + 0 1 ! & 2

* 3 4 5 glaterra, CanadĂĄ, JapĂŁo, entre outros, sĂŁo aprovadas diretrizes legais para regulamentar e monitorar a pesca, seja ela esportiva ou comercial. ' 6 * habitat, seja para seguir o rumo ! + & 7 *

6 / ( 6

/ & 8

( 9 6 ; < ;

A Revista ECOAVENTURA Ê uma publicação mensal da Editora ECOAVENTURA Ltda.. Distribuição com exclusividade para todo o Brasil: Fernando Chinaglia Comercial e Distribuidora S/A, Rua Teodoro da Silva, 907, tel. (21) 2195-3200. Os anúncios e artigos assinados são de inteira responsabilidade dos anunciantes e de seus autores, respectivamente. A Revista ECOAVENTURA estå autorizada a fazer alteraçþes nos textos recebidos, conforme julgar necessårio. Nenhum colaborador ou funcionårio tem o direito de negociar permutas em nome da editora sem prÊvia autorização da diretoria.

Assinaturas: (11) 3334-4361 Edição 25 — outubro de 2011

INSTITUTO VERFICADOR DE CIRCULAĂ‡ĂƒO


LINHA: O COMPONENTE FUNDAMENTAL Na luta com o peixe fisgado, se a vara de pesca, o molinete ou a carretilha quebrarem, ainda assim, com algum esforço, é possível tirá-lo da água. Mas, se a linha estourar, o troféu será, inevitavelmente, perdido! Neste DVD, Luis Philippe Santoro e Roberto Véras explicam as diferenças entre as linhas e como escolhê-las, além de outras dicas importantes sobre esse componente fundamental da pesca esportiva.

Volume 4

Linha

O compone nte fundam ental

Próximo volume: Acessórios s Todos os d ireitos reservado

TÉCNICAS” A cada mês, a coleção “A ARTE DE PESCAR — APRIMORE SUAS traz dicas e informações sobre o mundo da pesca. O DVD é parte integrante da Revista ECOAVENTURA só para

ASSINANTES.

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Mais informações (11) 3334 4361 assine@grupoea.com.br www.grupoea.com.br


[ índice ]

12

capa Técnica Sernambiguara — pescaria técnica e emocionante

roteiro

20

Projeto Tietê dá pesca

Saiba onde e o que pescar no rio Tietê


08 Correio técnico 10 Correspondência 46 Pesca infantil Para fisgar a criançada

56 Vitrine Promoções e lançamentos

66 Cuidados 7 perigos na hora de pescar

34

BILÍNGUE

72 Paixão nacional

Brotas-SP

Paoli de ontem e de hoje

ecoturismo

Conheça a capital brasileira do turismo de aventura

79 Folha Mulungu

80 Pesque-pague O desafio de pescar Pintados e Cacharas

88 Saúde A soneca que energiza

94 Radar 97 Bicho Opilião, um artrópode

58

aventuras exploratórias Rio Aracá

Um dos mais procurados na região do rio Negro

98 Classificados


correio técnico

Coleção Conheci a Revista ECOAVENTURA na edição 22 e fiquei impressionada não só com seu conteúdo, como o também com o DVD que a acompanhou. Tanto que e pretendo colecioná-la. Gostaria de saber como obter er os números anteriores. Mayara de Almeida, Uberlândia-MG

Mayara, m A editora vende todas as edições anteriores com DVD por apenas R$19,90, cada. Assim, ao comprar o DVD, você ganha a revista do mês. Outra opção é tor-nar-se assinante e receber, como brinde, o DVD. Peça ssua coleção completa e ganhe desconto. Conta--nos pelo telefone (11) 3334-4361 ou assine@grupoea. te-nos om.br. com.br.

Com ou sem farpa? Por que alguns pesqueiros e até mesmo

tiva, além da facilidade de liberação

pousadas passaram a exigir que as farpas

do peixe, é a segurança do pescador.

dos anzóis sejam amassadas? Fazer isso

Acidentes são muito comuns durante

não prejudica a produtividade da pescaria,

o arremesso. O que pode acontecer

sobretudo de espécies que saltam muitas

também é a isca voar em direção ao

vezes, como é o caso dos Matrinxãs?

pescador, logo após se soltar da boca do peixe, e causar ferimentos em quem

O que significa?

Andrea Vitorezzo, São Paulo-SP

estiver próximo.

Especificações como “3X”, “4X” grafa-

Anzóis com farpa foram desenvolvi-

Portanto, uma fisga amassada ou um

das nas embalagens de garateias servem

dos para serem travados na estrutura

anzol sem esse acessório torna-se um

para especificar sua resistência ou o tipo

bucal do peixe. Assim, demora-se mais

equipamento mais seguro, e não dimi-

de material do qual são feitas?

tempo para retirá-los, o que causa maior

nui a esportividade da pescaria. O de-

estresse e possibilidade de morte do ani-

safio é maior, e o pescador deve mostrar

Sérgio Pirillo, Belém-PA

mal. Outro problema para proprietários

sua astúcia e destreza ao capturar um

O “X” significa “vezes” e quer dizer que

de pesqueiros é o grande número de an-

exemplar com anzol sem fisga.

a garateia é mais resistente que a normal.

zóis e garateias prendidos nos peixes que

Vale lembrar que boné, óculos de sol,

Ou seja, “3X” significa que é três vezes

rompem as linhas dos pescadores. Isso

alicate de contenção e alicate de bico

mais resistente que as consideradas nor-

pode afetar a alimentação, causar infec-

são acessórios de segurança, funda-

mais. A numeração vai até o número 6 e

ções e distúrbios na respiração, o que

mentais na caixa de qualquer pescador.

foi a maneira que os fabricantes encon-

também pode ocasionar a morte.

traram para indicar a maior resistência do material fabricado por eles.

08 ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO

O fator principal da recomendação de se amassar a fisga na pesca espor-

Previna-se e torne sua pescaria mais segura e prazerosa. (Resposta do biólogo Lawrence Ikeda)


Depois de muito tempo de planejamento,

tação ao viajante, além das

FOTO: SXC/BRIAN HOSKINS

Vacinas

recomendações sobre va-

finalmente consegui alocar recursos e dispo-

cinação, também são

nibilizar tempo para realizar meu sonho de

enfatizadas

pescar na Amazônia. Irei com minha turma

medidas de pre-

para a região do rio Uatumã no mês que vem.

venção,

Minha dúvida recai sobre onde encontrar e

as que

outras

como podem evitar a

quanto tempo antes da viagem devemos

malária, que não pos-

tomar as vacinas contra dengue, febre

sui vacina.

amarela e malária.

Locais de atendimento ao viajante na cidade de

José Pereira, São Paulo-SP

São Paulo: Prezado senhor José,

NMV/IIER

A orientação a um viajante deve ser feita de quatro a seis semanas antes da viagem. Na consulta, o médico explicará so-

(Núcleo

de

Medicina do Viajante do Instituto de Infectologia Emilio Ribas). Tel.: (11) 3896-1366 Ambulatório dos Viajantes do HCFMUSP

bre os riscos de malária (nas áreas de mata),

(Hospital das Clínicas da Faculdade de Me-

dengue (nas áreas urbanas) e febre amare-

dicina da Universidade de São Paulo). Tel.:

la (nas áreas silvestres). A vacina contra a

(11) 3069-7517

febre amarela é uma das indicadas a você

Viajantes do Crie UNIFESP (Centro de Refe-

e, possivelmente, aos companheiros de seu

rência Imunobiológicos e Especiais da. Universi-

grupo, que também devem passar em orien-

dade Federal de São Paulo).Tel.: (11) 5084-5005

tação antes de viajar. Outra vacina que está disponível nos postos é a contra tétano e difteria (dupla adulto). Na consulta de orien-

Boa sorte. Tânia Chaves (médica responsável pelo NMV/IIER)

Dourada de couro Recentemente estive em Santarém-PA e, em um passeio pela orla, vi diversos barcos pesqueiros desembarcarem enormes quantidades de uma espécie de Bagre cuja silhueta lembra um Barbado, porém, além da cor diferente, são bem maiores e chamados por Dourada. Poderiam me explicar de qual espécie se trata? Dênis Roberto Arantes, por email

É a Dourada, de nome científico Brachyplathystoma flavicans. Esse esportivo peixe de couro apresenta características bem marcantes. A cabeça é prateada e o corpo claro com reflexos dourados, o que originou o nome popular. Apresenta longos lobos na nadadeira caudal e barbilhões curtos. É uma espécie que pode chegar a mais de 1,5 metro de comprimento total e 20 quilos. É um predador voraz e ataca os cardumes de peixes menores. Realiza longas migrações reprodutivas, distâncias percorridas superiores a quatro mil quilômetros, desde o estuário amazônico até a área pré-andina na Colômbia, Peru e Bolívia. Os peixes levam de dois a três anos para migrar rio acima, antes de desovar aos três anos de idade. As larvas são carregadas rio abaixo pela forte correnteza e alcançam o estuário, que é o habitat de crescimento, em duas a quatro semanas. A espécie tem importância comercial em diversas áreas da Amazônia, além de a carne ser muito apreciada pelas comunidades locais. (Resposta do biólogo Lawrence Ikeda)

eccoa eco avven ven enttu ura ura ra 0099


correspondĂŞncia

ECOAVENTU RA - E DIĂ‡Ăƒ O 24 - SET EM BRO D E 201 1 TUCUNARÉ

PESCA Arrem COM MOSCA esso eficie nte PrincipaisICAST 2011 novidades PESCA Opção DE em Cana CAIAQUE vieiras-BA ECOTURI Os mistÊ rios do SMO Petar

| CANAVIEIR A S-BA | SHOOTING

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ANO II - EDIĂ‡ĂƒO

24 – SETEMBRO

– R$10,90

S DO PETAR

COMO

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O SON AR

| TOR NE

-SE U M PIS CI

C U LT O

R | IS CAS

ARTES

ANAIS

16/08/2011

[ remos e rumos ]

09:16:40

Pesca de caiaque em Canavieiras-BA Considerada o terceiro melhor ponto de pesca oceânica do mundo, devido, sobretudo, ao banco Royal Charlotte — cordilheira submarina de exuberante vida marinha —, a cidade de Canavieiras, no sul da Bahia, traz outras emocionantes e produtivas opçþes de pesca em extenso manguezal entrecortadoseu por numerosos rios TEXTO E FOTOS: ARNALDO

RAMPADO E MARCOS

24 ecoaventura l PESCA ESPORTIVA,

MEDEIROS I ARTE: TIAGO

STRACCI

MEIO AMBIENTE E TURISMO

ecoave eco aveentturra 255

[ ecoturismo I petar ] Caverna Alambari de Baixo

Parque das cavernas

A Revista ECOAVENTURA realizou uma expedição pelo Petar (Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira), no sul do Estado de São Paulo, e vivenciou uma entrega sensorial inesquecível nas cavernas da região, com momentos de escuridão absoluta, sombras reveladoras, sons guturais, alturas abismais e ågua gelada atÊ o pescoço em salþes repletos de estalactites e estalagmites I ARTE: TIAGO STRACCI POR: DANI COSTA I FOTOS: INà CIO TEIXEIRA

m dos maiores temores quando se entra em uma caverna ĂŠ nĂŁo enxergar

U

onde pisar e nĂŁo identificar

nada alĂŠm do barulho do rio que passa por dentro dela. Mas, depois de fazer uma expedição pelo Petar, esse medo vai embora. Para quem nĂŁo possui nenhum tipo de problema em manter-se em lugares fechados, com restrição de luz e espaço, aprende-se que nesse mundo subterrâneo tudo o que vivemos ĂŠ uma experiĂŞncia extraordinĂĄria com a natureza. E ĂŠ essa certeza que faz o temor virar audĂĄcia e o cansaço ficar esquecido. A Revista ECOAVENTURA explorou as cavernas do Petar — localizado em um dos mais preservados complexos da Mata Atlântica do PaĂ­s, que abrange as

cidades de Iporanga e ApiaĂ­, a mais de 300 quilĂ´metros da capital paulista. Ele + Q Paranapiacaba e possui mais de 35 mil hectares. Trata-se da maior provĂ­ncia espeleolĂłgica do Brasil, com 300 cavernas + & W delas estĂŁo abertas Ă visitação por apresentarem as caracterĂ­sticas necessĂĄrias para garantir a segurança do ecoturista e a preservação de cada uma. Antes, porĂŠm, de decidir quais aventuras encarar, ĂŠ preciso conhecer os nĂ­veis + & 4 gem escaladas e rastejamentos, outras obrigam a entrar na ĂĄgua, que chega a alcançar o pescoço. HĂĄ tambĂŠm as trilhas pela mata antes de alcançå-las — nem sempre fĂĄceis, seja pelos obstĂĄculos ou pela longa distância a ser percorrida. ecoaventura 37

36 ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO

[ tecnologia I sonar ]

AniversĂĄrio ECOAVENTURA

Sonar Caros da ECOAVENTURA,

Quero dar os parabĂŠns (ou melhor,

Muito legal a matĂŠria sobre o sonar

“seguebĂŠnsâ€?, pois parar, jamais!) pelo

(edição 24), esclarecedora, muito útil!

segundo aniversĂĄrio! Nesses dois

AtĂŠ entĂŁo, nĂŁo tinha visto em lugar

anos da Revista ECOAVENTURA,

algum uma explicação tão didåtica sobre

aprendi muito, os melhores points de

o assunto. Vou fazer cĂłpia das pĂĄginas e

pesca, preparação da tralha, conhe-

levar para o barco nas minhas pescarias!

OS OLHOS DO PESCADOR EMBAIXO D’à GUA Sigla em inglĂŞs para Sound Navigation and Ranging (ou determinação da distância pelo som), com o sonar o pescador pode encontrar cardumes, localizar habitat’s e estruturas submersas potencialmente atraentes para determinadas espĂŠcies, alĂŠm de ser um auxĂ­lio na navegação. Ao aprender e interpretar a informação fornecida, o equipamento torna-se uma das peças mais importantes na pesca esportiva POR: MARCEL NISHIYAMA, JANAĂ?NA QUITÉRIO E JOĂƒO CAPARROZ | FOTOS: INĂ CIO TEIXEIRA | ARTE: TIAGO STRACCI

N

ĂŁo se trata de substituir a experiĂŞncia

em imagens na tela LCD. AlĂŠm de fazer

fundo e tipos de objetos), muitos apare-

pescador

leitura visual de informaçþes subma-

lhos oferecem funçþes complementares

nas tĂŠcnicas utilizadas para

rinas, tais como a estrutura geolĂłgica

sobre temperatura d’ågua, velocidade da

cada pescaria, tampouco de

(profundidade da ĂĄgua, consistĂŞncia do

embarcação e distância percorrida.

do

desprezar seu conhecimento sobre o hĂĄbito e o conhecimento de cada espĂŠcie. Ao localizar um peixe por meio do sonar,

cimento dos materiais etc. Aproveito

nĂŁo hĂĄ garantias de que ele seja, de fato,

Samuel Rezende, Sorocaba-SP

+ & 3 ! por esse equipamento tem sido uma das

para dar uma sugestão: que tal lançar

principais forças de desenvolvimento da

uma sĂŠrie de DVD’s “A arte de nave-

a emissão de ondas mecânicas de alta fre-

pesca comercial e amadora. Seu princípio de funcionamento utiliza quência por meio de um aparelho instalado nos barcos e acoplado a um receptor — cha-

gar“, ou seja, um mini curso de arrais

Sonar II

mado transdutor, cuja årea de cobertura varia de acordo com o diâmetro de ângulo do cone feito por ele [ ]. O som

amador na mesma linha da coleção “A

Amigos, que maravilha a matĂŠria de

do dos oceanos ou em objetos (tais como peixes), retorna e ĂŠ captado pelo receptor,

arte de pescar�?

sonar, nada como especialistas para nos

que, por sua vez, registra a variação de tempo entre a emissão e a recepção do som e faz cålculos para determinar a distância e a densidade do objeto detectado.

ajudar! Valeu!

O som viaja a uma velocidade de 1.450 metros por segundo — quatro vezes mais råpido do que o transmitido pelo

Jorge Luiz, Belo Horizonte-MG

Roberto Vargas, SĂŁo JosĂŠ do Rio Preto-SP

ar —, e os ecos do sinal são traduzidos

ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO

10 ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO

As ondas provenientes do transdutor transmitem um sinal em forma de cone, cujo diâmetro inuencia o modo pelo qual muitos detalhes serĂŁo vistos. Para encontrar o diâmetro de cobertura de um transdutor em qualquer profundidade basta dividi-la por 7 (cone estreito) ou por 3 (cone largo). Quanto menor a frequĂŞncia, por exemplo, 50 KHz, maior serĂĄ o cone, porĂŠm menor serĂĄ o detalhe da varredura



[ capa I sernambiguara ]

Uma das pescarias mais emocionantes e técnicas do mundo Em pescarias extremamente técniicass, uma equação coom muitas variantes tem quue ser balanceaada. Nesta matéria, veja quaiis fatores são inddisppenssáveeis para alcançar um resultado quase matemático naa busca pellos Sernnambiguaras POR R: ROBERTO VÉ VÉR RAS | FOTOS: DAG G E ROBERTO VÉRAS | FICHA TÉC CNICA ICA: LAW AWRENCE IKE KED DA | ART RTE RTE T : TIAG I GO STRA TRACC TR CCI

12 ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO


ecoaventura 13


[ capa I sernambiguara ]

O

Sernambiguara (Trachinotus falcatus) ou

vem a escolha do guia, que, por sua vez,

regiĂŁo e conhecer os hĂĄbitos dos espĂŠci-

Permit — como essa espÊcie Ê conhecida

indicarĂĄ qual a tĂŠcnica a ser empregada,

mes. Por isso, faz diferença deixar sob sua

nos Estados Unidos — estå distribuído

bem como qual o melhor material e iscas.

responsabilidade a escolha das datas, os

por todo o Atlântico Ocidental, do centro

3 +

melhores horĂĄrios — em função das fases

da costa leste norte-americana ao Sul do

conhecimentos por estar diariamente na

da lua — e as marÊs.

Brasil, mas Ê na região da Flórida que as tÊcnicas para sua pesca são mais desenvolvidas. Para se ter uma ideia, os guias especializados em sua captura contabilizam milhþes de dólares anuais, uma vez que esse peixe estå presente em quase todos os meses do ano. Entretanto, Ê no Verão que as chances de sucesso alcançam seus maiores índices. Se no Brasil e em outros lugares o Sernambiguara habita, basicamente, praias,

A pouca profundidade e a transparĂŞncia da ĂĄgua dĂŁo chance ao pescador de ver os peixes. Isso permite acompanhar os principais lances, desde o momento no qual a pequena isca toca a ĂĄgua e a sua manobra para abocanhĂĄ-la, atĂŠ o inĂ­cio da primeira e furiosa carreira

estuĂĄrios e costĂľes rochosos, na FlĂłrida ele estĂĄ presente nos — locais de pouquĂ­ssima profundidade, com fundos arenosos e de cascalhos cobertos de algas, onde caçam basicamente pequenos crustĂĄceos como caranguejos, siris e camarĂľes. Antes de aventurar-se nessa incursĂŁo, o pescador precisa informar-se sobre o melhor lugar e sobre a ĂŠpoca do ano mais propĂ­cia. Em posse dessas informaçþes,

Arremessar com precisĂŁo o pequeno siri sem qualquer tipo de chumbada ĂŠ um dos maiores desaďŹ os dessa tĂŠcnica

14 ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO

Como o mar parecia um vidro de tĂŁo liso, vimos um cardume nadando com as nadadeiras na superfĂ­cie, ou seja, “taillingâ€?. Uma vez localizado, nĂŁo devemos jamais tirar os olhos do nosso alvo enquanto o guia se aproxima


Como o espécime só se entregará após estar exausto — e terá que ser medido e tagueado — é vital que seja bem oxigenado antes da soltura, caso contrário, terá grandes chances de não resistir ao esforço, ou mesmo de ser devorado por Tubarões

ecoav ec aven e tu tura ra a 155


[ capa I sernambiguara ] A TÉCNICA Esse tipo de pescaria requer uma embarcação apropriada — pouco conhecida por nĂłs — intitulada Flat boats. Com comprimento que varia entre 18 e 20 pĂŠs, elas sĂŁo bem largas, com 2,5 metros de boca, e

Durante um dia de pesca sĂŁo avistados entre 5 e 6 Sernambiguaras, o que torna possĂ­vel arremessar as iscas para 3 ou 4, e o Ă­ndice de capturas raramente supera a dois espĂŠcimes

possuem duas plataformas de pesca, uma na proa e outra na popa. Normalmente, sĂŁo impulsionadas por grandes motores de popa capazes de lhes dar agilidade e velocidade para cobrir longos trechos. NĂŁo fosse a existĂŞncia de uma plataforma por cima do

TĂŁo logo avista os peixes, o guia aponta o “poleâ€? em direção Molorepe a eles e grita nonseque a distância e um horĂĄrio. No caso, 10 horas vellor minis essi dolorion pernat eaquat que milit rae modictemqu

motor de popa, onde o guia passa a maior parte do tempo observando a movimentação dos cardumes, alĂŠm de um casco com “Vâ€? mais profundo, os Flat boats lembrariam bastante os Bass boats — estes, sim, bem mais conhecidos dos brasileiros. Depois de escolhida a regiĂŁo, o guia levanta o motor de popa, sobe nessa plataforma e começa a empurrar a embarcação com um enorme “varejĂŁoâ€? com cerca de

+ vidro. Trata-se do “poleâ€?, que, na versĂŁo brasileira, ĂŠ conhecidow pelos ribeirinhos como “zingaâ€?. Essa ĂŠ a melhor forma de

+ Sernambiguaras sem espantĂĄ-los. Isso porque sĂŁo tĂŁo ariscos que nenhum ruĂ­do — por menor que seja — pode ser feito durante a aproximação.

O Permit Ê tão grande que quase não cabe dentro do puçå

eccoav aven en entu ntuura ra l PESCA PESC CA EESPORTI ORTIIV VA VA, A A, MEI MEIO M EOA AM AMB MB M BIEN IE IIENT EN ENT NT TE E TURISMO 16 e 16

A satisfação e a sensação de dever cumprido do guia fazem com que a alegria seja igual a do exausto pescador


A ferrada é instantânea, tanto quanto é o início da corrida do grande peixe. De imediato, ele toma mais de 150m de linha de uma só vez, e em uma velocidade impressionante!

Quando avista os peixes, imediata-

para a direção indicada. Depois, bas-

mente aponta seu bastão em direção

ta continuar seguindo atentamente às

Mas, atenção: os arremessos só

a eles e, conforme combinação pré-

orientações durante a aproximação.

deverão ser efetuados após dado o

via, diz um horário, que significará

Como o guia está em uma posição

sinal. Nesse momento, é preciso fazer

a posição e a distância a que estão

mais elevada, sua visão privilegiada

um arremesso preciso e próximo à ca-

do barco. É nesse momento que o

permite que ele seja capaz de narrar

beça do peixe para que todo trabalho

pescador deverá se posicionar na pla-

a direção na qual os Sernambiguaras

não seja em vão, já que, dificilmente,

taforma de proa e apontar seu caniço

seguem e de estimar quantos metros

haverá uma segunda chance.

faltam, o tamanho do cardume etc.

ecoaventura 17


[ capa I sernambiguara ] A BATALHA

biguara a nĂŁo ser fugir na horizontal,

obstĂĄculo que possa cortar a linha.

o que faz sua primeira corrida parecer

Ao tĂŠrmino da primeira corrida, o guia

Como ĂŠ um membro da famĂ­lia dos

+ 6

jĂĄ terĂĄ baixado o motor para dar inĂ­cio

carangĂ­deos, a voracidade, o vigor, a

para linhas de 12 libras, ou seja, com

à perseguição. Como o material Ê des-

rapidez e a resistĂŞncia sĂŁo caracterĂ­sti-

pouco mais de trĂŞs libras de pressĂŁo, o

proporcional em relação ao tamanho do

cas presentes tambĂŠm nessa esportiva

peixe leva mais de 100 metros de linhas.

oponente [veja box], a luta irĂĄ se estender

espÊcie. Em função da pouca profundi-

Nesse momento, o caniço deve ser le-

por muitos minutos, com vĂĄrias tomadas

dade, nĂŁo resta alternativa ao Sernam-

vantado ao mĂĄximo para evitar algum

de linha atĂŠ ser embarcado.

“Nunca imaginei que conseguisse capturar um Sernambiguara, em função da sua força e combatividade, ainda mais com a fragilidade do material empregado. Jamais pensei que veria um peixe daquele tamanho e que brigaria tĂŁo intensamente com ele e por tanto tempo. Essa foi a captura mais emocionante de toda a minha vidaâ€?

Equipamentos t 7BSBT FOUSF w F QĂ?T QBSB MJOIBT EF B MJCSBT NPOUBEBT DPN NPMJOFUFT EF UBNBOIP RVF DPNQPSUFN QFMP NFOPT NFUSPT EF MJOIB EF NVMUJmMBNFOUP EF MJCSBT EF SFTJTUĂ?ODJB

18 ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO

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Como a vara é frágil e a linha muito fina, é preciso recolhê-la com paciência. Por isso, é comum levar mais de 40 minutos para colocar o peixe próximo ao barco

FICHA TÉCNICA

CURIOSIDADES

Nomes populares: Sernambiquara ou Sernambiguara (BR) | Permit (USA) Família: Carangidae Nome científico: Trachinotus falcatus (Linnaeus, 1758) Gênero que engloba as espécies dos Pampos: Pampo-galhudo, Pampo-amarelo e Pampo-verdadeiro. O Sernambiguara recebeu o nome de Trachinotus falcatus, pois falcatus é um adjetivo provindo do latim que significa “armado de foices” — característica da morfologia de suas nadadeiras dorsal e caudal. Tamanho, crescimento e idade: estudos revelam que os Sernambiguaras atingem por volta de 122 centímetros, peso de 36 Kg e idade aproximada de 23 anos. É importante conhecer esses números para que possamos controlar o tamanho dos exemplares capturados. Nos Estados Unidos, em especial no Estado da Flórida, existem leis que protegem algumas espécies. Para o Permit, o tamanho mínimo permitido para captura sem soltura é de 28 centímetros (11 polegadas) e comprimento máximo de 50,8cm (20 polegadas). O número máximo de exemplares por pessoa é de seis indivíduos, e apenas um deles pode exceder em 20cm o tamanho máximo permitido (o troféu)

- O recorde mundial na categoria All-Tackle (IGFA) pertence ao Brasil com um Sernambiguara de 27,21Kg, capturado pelo pescador Renato Fiedler, na Ilha do Mel-PR - Trata-se de um dos peixes mais esportivos das regiões costeiras e que pode ser pescado durante todo o ano. É ávido de energia com longas e rápidas tomadas de linha quando fisgado - Pouco explorado no Brasil, principalmente por pescadores que utilizam iscas artificiais e o flyfishing - É uma excelente espécie para ser criada em fazendas marinhas, devido ao seu potencial de crescimento e engorda. Sua carne é saborosa e com grande aceitação para consumo

SERVIÇO Guia: Capitão Joe Gonzalez São 3 tipos diferentes de diárias: 4, 6 e 8 horas. Inclui todo o material necessário, inclusive de Flyfishing, iscas e gelo. Lanches e bebidas ficam por conta dos pescadores. Tel.: +1 305.798.0841 - www.captainjoegonzalez.com captjoegonzalez@comcast.net


[ projeto tietĂŞ dĂĄ pesca ]

Seguimos a linha do TietĂŞ no mapa e encontramos um rio piscoso, de ĂĄguas limpas, em vĂĄrias cidades, longe da

esgoto que possui em pelo menos 250 quilĂ´metros de curso na capital e municĂ­pios vizinhos

FOTO: INĂ CIO TEIXEIRA

POR: DANI COSTA I ARTE: GLAUCO DIAS

coaven entuura ra l PPESC ESCA ES ESPOR ORTI T VA, TI VA A MEIO OA AMB AM IENT IEN ENT NT TE E T TURI UR URI U RISMO MO O 200 ec


Rio TietĂŞ na cidade de Uru

eeccoav ave entu en tura ra 2211


[ projeto tietĂŞ dĂĄ pesca ]

P

escar no TietĂŞ limpo, para e

! ( !

quem vive ao lado do canal q

5 & < ( ky

+ ( ^

*

na cidade paulistana, ĂŠ uma n

( -

experiĂŞncia reveladora. Primeiro, por-

( & 7

que traz a sensação incômoda de

começa na Mata Atlântica e, após

impotĂŞncia diante da realidade do

1 -

-

( {

tropolitana. E, com essa consciĂŞncia,

& | }

sentimos vontade de pedir desculpas

onde os remanescentes florestais

ao rio. Depois, quando os primeiros

sĂŁo evidentes, em muitas cidades,

^

*

principalmente as do MĂŠdio TietĂŞ,

sentir a alma desse valente, lança-

-

&

*

8 /

* -

em busca de pontos *veis nĂŁo se tratava de uma missĂŁo mi-

luição, consequen-

Atualmente, na capital, o rio TietĂŞ nĂŁo ĂŠ, sequer, navegĂĄvel

tes de efluentes de ~

O COMEÇO

domĂŠstico despe^ -

Em março deste ano, conferimos a

renteza. Exemplos

< | *

sĂŁo as cidades de

Q 1

CabreĂşva,

78

6 +

*

&

quilĂ´metros de SĂŁo Paulo, e Salto, a

/

Tratava-se, sim, de um plano muito

105 quilĂ´metros da metrĂłpole.

para pescar. O panorama se repete tam-

rabolante para des ^ tada ideia de que ĂŠ -

a

maior que isso. A ECOAVENTURA foi

Atualmente, na capital, o curso

*

-

& A Cetesb

< 8 W & ‚

mente, nĂŁo mantĂŞm sua imaculada

(Companhia de Tecnologia de Sanea-

‚ ' < -

-

mento Ambiental)

/

pias, Tabaranas e Mussuns. Esse encontro

& 3 !

com a triste definição de que o rio,

com a outra face desse curso foi publicado

pescadores que têm relação de ver-

dentro da cidade de SĂŁo Paulo, nĂŁo

na edição de abril da ECOAVENTURA.

^

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*

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sentido oposto ao que, normalmen-

da

nadadores

3 | { ! <

6

deixaram de treinar no TietĂŞ. Em

| -

mar — apesar de estar a apenas 20

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& ) 1 (

quilômetros dele —, mas para o inte-

Com a evolução urbana, foi estreitado

{ ( -

rior do Estado, atĂŠ, depois de 1.136

ao ponto de tornar-se um canal.

sa pela capital, 160 quilômetros de distância

9 8

Assim, de belo, frondoso, situado

& W

* &

na divisa com Mato Grosso do Sul.

8 *

' ' (

Sua nascente ĂŠ na cidade de Sale-

{ ( yƒ% 9 Q 8 -

sĂłpolis, a 1.120 metros de altitude,

9

lo, tambĂŠm possui movimento de pes-

e ĂŠ impedido pelas escarpas da Ser-

cadores, mas sĂŁo poucos os esportivos

ra do Mar de alcançar o litoral. Por

( &

&

O TietĂŞ atravessa SĂŁo Paulo em

22 ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO

extrema

poluição,


MATO GROSSO DO SUL

RIO PARANÁ

MINAS GERAIS

PEREIRA BARRETO AURIFLAMA

ITAPURA

ARAÇATUBA Sub-bacia

Baixo Tietê

URU Sub-bacia

Batalha

Sub-bacia

Piracicaba / Jundiaí BARRA BONITA IGARAÇU DO TIETÊ Sub-bacia

Jacaré

ANHEMBI CONCHAS TIETÊ SALTO Sub-bacia

PARANÁ

ITU

CABREÚVA

Médio Tietê

GUARULHOS

SÃO PAULO

SALESÓPOLIS MOGI DAS CRUZES BIRITIBA-MIRIM

Sub-bacia

Alto Tietê

PONTOS PISCOSOS NO TIETÊ Biritiba Mirim 84km de SP Peixes: Lambari, Acará, Bagre-africano, Tilápia, Tabarana e Mussum Locais bons de pesca: Barragem de Ponte Nova, bairro Casa Grande e bairro Rio Acima

Uru 400km de SP Peixes: Tucunaré, Apaiari, Corvina, Pacu, Tilápia, Traíra, Piauçu Local bom de pesca: “Lagoa do rio Tietê” com saída do rio Sucuri, que é afluente

Igaraçu do Tietê 294km de SP Peixes: Dourado, Traíra, Tilápia, Lambari, Mandiúva, Pacu, Cará, Corvina, Tuvira Local bom de pesca: A partir da ponte de divisa da cidade com Barra Bonita em direção ao centro do Estado de São Paulo

Araçatuba 524km de SP Peixes: Tucunaré, Pacu, Porquinho, Piau, Tilápia, Corvina Local bom de pesca: onde deságua o Córrego Azul

Auriflama 600km de SP Peixes: Tucunaré, Corvina, Pacu, Piranha, Traíra, Tilápia, Porquinho, Piau Locais bons de pesca: em vários braços como o Bombril, Limão, Capivara, Bolsa de Valores, Braço da Fazenda, Lambari, Sem Terra e Pilar Pereira Barreto 635km de SP Peixes: Tucunaré, Traíra, Pacu, Pintado, Piracanjuba, Curimbatá e Lambari Locais bom de pesca: Chiqueirinho e Jacaré

ecoaventura 23


[ projeto tietĂŞ dĂĄ pesca ] PEREIRA BARRETO ' 3{7'ˆ3W 4‰' de pesca pelo rio TietĂŞ na cidade de Pereira Barreto, a 636 quilĂ´metros da capital,

< /& ‚ ( & Š ! 7

ƒ%

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& 3 8 Barreto, a vez ĂŠ dos TucunarĂŠs, principal /

FOTOS: INĂ CIO TEIXEIRA

^

No TietĂŞ de Pereira Barreto, hĂĄ um TucunarĂŠ que os pescadores da regiĂŁo chamam de “blackâ€?. Seria uma nova espĂŠcie?

& 3 & W so ponto de parada foi em um dos braços,

+ &

}

{( ( & ' 0 -

No ponto próximo a uma plantação de

concluiu tratar-se de um TucunarĂŠ-ama-

+

abacaxi, ancoramos e esperamos mais

relo (Cichla ocellaris) que passou por pro-

0

& 4 *

* &

que estamos acostumados a ver na capi-

Fatores ambientais, como a colora-

& Q 9

& 7 1

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* (

iluminação etc., atuam nas respostas fe-

ƒ k�% & | …

“black…

*

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revelou Oscar.

( & 3

*

&

maciça do TucunarÊ-preto Ê que o suces-

3 ( + !

) 1 ‚ † 5‡

so desse peixe nos reservatĂłrios do Alto

paca e trĂŞs azuis. Estes Ăşltimos ba-

/ ‹ &

Em agosto, os TucunarĂŠs pipocam em volta do barco. O guia de pesca Oscar Tiossi exibe um azul da espĂŠcie

ecoaavven entu turra a l PESC PESC CA ES ESPO ORTI ORT RTI RT TV TI VA VA, A A,, ME MEIO M EIO IO O AMB AM MB BIIE IENT IEN ENT E NTE E T NT TURI TU TUR U URI UR RISMO R SMO 24 ec 24


ÂŒ' ^ & 3 } sucessivas, ocorreram cruzamentos de TucunarĂŠs de coloração preta, que fez com ~ *

}

( ^ … ‚ † &

Dia promissor 7 *

O fotĂłgrafo InĂĄcio Teixeira ďŹ sgou TucunarĂŠs-amarelos

Œ ( …

FOTO: DANI COSTA

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' { 8 &

* & 7

nos brindaram, todos devidamente soltos,

Na represa de TrĂŞs IrmĂŁos, foram o

diminuição da frequência e da quantida-

*

{ 8 ( { &

( &

} & Œ7

Œ' +

-

A Cesp (Companhia EnergĂŠtica de

cada de forma artesanal, e nosso estudo

SĂŁo Paulo) explica que faz a soltura de

Â… +

mostrou que o principal entrave dessa ati-

^ +

vidade era a diminuição do estoque de pei-

1 4 ‘ 3 -

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Os peixamentos

“ ^ 4 ‘ /

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o Pintado, o Dourado e o JaĂş. No entanto,

IrmĂŁos); Pereira Barreto (a montante da

sadores do Instituto de Pesca de SĂŁo

1

+ -

4 ‘ / 5 1 -

Paulo realizaram um estudo nessa re-

!

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ca do Instituto de Pesca de SĂŁo Paulo.

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2 -

5 ” ^ !

dos motivos da queda do nĂşmero de pei-

* "#Â $& ' 3

a produção pesqueira. O resultado re-

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velou que as espĂŠcies mais captura-

+ }

propriedade da Cesp, mantĂŠm um estoque

W ' (

como o aumento da poluição urbana, in-

de reprodutores formados por meio de um

A repĂłrter Dani Costa faz a soltura de um TucunarĂŠ-amarelo

FOTO: INĂ CIO TEIXEIRA

~ 1 *

^

produzidos os alevinos utilizados nos pei & ) "##" nos passou a ser realizada exclusivamente com as espĂŠcies autĂłctones (naturais da ” { 8 8 8 ‚ { 8 ^ € ~ 8 ) € & Q Cesp informou Ă Revista 3{7'ˆ3W 4‰' * "# $ y%"" Â’% (} de alevinos no reservatĂłrio da Usina de € / 8 &

ecoaventura 25


[ projeto tietĂŞ dĂĄ pesca ]

O leitor Douglas Prado gosta das Corvinas do Tietê de Auriama

AURIFLAMA E ARAÇATUBA Essas duas cidades — pertencentes ao Baixo Tietê —, tambÊm são famosas * & 7 ) ‚ 8 * ' ma, a 600 quilômetros de São Paulo. Ele / ( foi pela primeira vez, duvidava do pon

& 8 ( ^

FOTO: GUIA DE PESCA OSÉIAS

SĂŁo Carlos, a 236 quilĂ´metros da capital,

’ƒ% 9 ! Marcelo Moreno, pescador habitual no TietĂŞ de Araçatuba, festeja todas as espĂŠcies, como o Piau-trĂŞs-pintas

tância muito pequena se comparada ao ( 6 ÂŒ2 !

( pescarias sempre sĂŁo boas, e em todas, ( + Â…& 7

6 8 ( 8 ( Corvina, Piau. Sua experiĂŞncia indica al

& ' * & Â… ) &

Marcelo com uma TilĂĄpia

ecoav ave en ntu turra a l PES PESC P ES ESC S A ES SC ESPOR ORT ORTI O RTI R TTIIV VA, A,, M A MEI MEIO ME EIO E IO O AM AMB MB M BIENT IE EN E NTE E TUR TURI TU TURI UR URISMO SM MO O 2266 ec

FOTO: MARIA AP. S. MORENO

( 8 { -

FOTO: MARCELO SPEGIORIN MORENO

o Capivara. “Tem tambĂŠm um local que

FOTO: MARIA AP. S. MORENO

< ‚

Registro de Marcelo da bela natureza do Tietê de Araçatuba


Rio Tietê no município de Araçatuba

FOTOS: INĂ CIO TEIXEIRA

A natureza do rio que encontramos ĂŠ viva: aves bailam em suas margens, como o gaviĂŁo ...

... e o socĂł

€ | Q |

{1 -

& Q

' $yƒ 9

'! & 7 / 9

Tietê que passa por Araçatuba Ê farto

de São Paulo, desde a infância. Mas, a

de qualidade de vida�, contou.

& 3 8 -

pesca sĂł se intensificou em sua vida a

O peixe a que mais se dedica ĂŠ o Tu-

( 8 { &

* ( ‹ do TietĂŞ. O rio ĂŠ considerado limpo na DAEA (Departamento de Ă gua e Esgoto de Araçatuba), a primeira nĂŁo ribei ( 3 Q 8

FOTO: MARIA AP. S. MORENO

partir do ano de 2006, depois que sua Marcelo com TucunarĂŠ-amarelo

0 "$ 9 & ' / utilizada no abastecimento da população e no processo industrial. A paixão pelo rio fez com que Mar * y%"%

blog †††& & , onde posta fotos das pescarias e textos sobre as

& Œ{ eeccoa avve en nttu ura a 27 27


[ projeto tietĂŞ dĂĄ pesca ] Edson Gomes ĂŠ de Itu, mas nĂŁo arrisca pescar no TietĂŞ de sua cidade, e sim no de Uru

FOTOS: INĂ CIO TEIXEIRA

URU

(

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des. Antes, porÊm, de alcançar o destino

Nossa expedição parou em Uru, cida-

8 ( ‹ ( Œ

( ( -

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piscoso, ĂŠ preciso partir do rio Sucuri, um

era usar essa isca.

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* & 8 (

3 – ! & 3 5 "%y 9 Q 8 + ^ 1 em pesqueiro, devido Ă intensa poluição & 4 (

( 1 4 & ' *

lidade de praticar seu esporte no rio TietĂŞ,

* ferir e voltou mais e mais vezes. 7 W W ! ( & 3 / "ƒ$ 9

ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO

Colhida de camarĂľes para usĂĄ-los como isca


Ninho da ave jaçanã em aguapÊ no braço Sucuri do Tietê

Norberto Nazato tambĂŠm se apegou a Uru, onde pesca TucunarĂŠs. Ele ĂŠ da cidade de TietĂŞ, onde o rio ĂŠ poluĂ­do

CamarĂŁo para isca FOTOS: INĂ CIO TEIXEIRA

3

ĂŠ preciso pesquisar onde fazer a pesca-

€ 3 {( “ ( ™

ria, por causa da poluiçãoâ€?, revelou.

3 ” ( y%

nĂŁo ĂŠ boa, sente-se satisfeito. â€œĂ‰ uma

Nessa parte da expedição, vê-se que

anos, explicou qual sua maior preocupação

volta ao meu passado, quando bastava a

4 } -

6 +

-

vontade de pescar para ir a um rio ou cĂłr-

da um rio volumoso, limpo, piscoso, apesar

/

Q 8 & '

+

&

Q ! & Œ7 Governo faz pouco caso disso, porque, te

( &

Zezinho ĂŠ guia de pesca no TietĂŞ de Uru

7 * ( de tanques de peixes para controlar isso. E, ( + ! 8 * Ambiental, pois só existe um único barco ‚ ! ( … & 7 ™ 3 3 € Q ! “ ( ™ ! ( ” + } ! ( & ' ( + & 3 -

ecoaventura 29


[ projeto tietĂŞ dĂĄ pesca ]

No rio de Igaraçu do Tietê, o deleite Ê pegar os Dourados FOTO: DENILSON LIZIERO

IGARAÇU DO TIETÊ

Liziero e seu guia Reginaldo percorrem o TietĂŞ quase todos os dias

' + yƒ# 9 Q Paulo e faz parte da sub-bacia MĂŠdio TietĂŞ. 3 ! ( * < < & ' / 5 ĂŠ incipiente, estimulada por um policial ambiental apaixonado pelo rio, o Denil ‚ ! & 3 tar o esporte em parceria com a prefei * ^ * / & Q ^ * ! em pesca. Para que esse novo turismo ! +

& 3 aprendem, ainda de maneira lenta, a importância do pesque e solte para a perpetuação da fauna do obstinado rio Tietê.

30 ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO

FOTO: INĂ CIO TEIXEIRA

/


Ponte que liga Igaraçu do Tietê a Barra Bonita FOTOS: INà CIO TEIXEIRA

7 5 /

-

^ ! ( Â’% ~

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1 <

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Bonita. Outras espĂŠcies sĂŁo introduzidas,

alevinos. Nossa expedição encerrou-se

& 7 )

8 { 8

nessa cidade, mas a vontade de pescar

^ & W

) 8 ^ & 3

/ & 3

(

+ / &

peixamento ocorre na transição entre a

bonitas lembranças renovou a esperan-

' ‚ ! 4 -

!

— Q ‰ — -

& Q Â’% -

-

do Nasto foi em um dia de muito vento

dos para a soltura dos alevinos.

tropolitana de SĂŁo Paulo. TietĂŞ, estamos

^ -

Q AES TietĂŞ, o ma-

/;

^ ; W ( ( ‚ !

& 3 pelos esportistas e pĂ´de, assim, compro / & 7 ) + &

Repovoamento 7 ) 5 do Tietê, atualmente, deve-se ao repovoamento de espÊcies nativas pela AES Tietê, Igaraçu do Tietê se estrutura às margens do rio

eco ec oav a en entu t ra 31 31


[ projeto tietê dá pesca ]

Rio Tietê na capital São Paulo: um canal fétido, sem oxigênio diluído na água suficiente para a existência de um ecossistema FOTO: ALEXANDRE TOKITAKA

O RESGATE DO GUERREIRO O Tietê passa por tratamento de recuperação, cuja meta é ter suas águas da capital possíveis de se navegar, ou seja, que, minimamente, um ser humano consiga suportar seu cheiro. A previsão é que isso ocorra no ano de 2015, entretanto, especialistas calculam só ser viável em 2018. O Projeto Tietê — como foi batizado — surgiu na década de 1990 depois de um grandioso movimento popular de defesa do rio, que fez com que o Governo de São Paulo criasse o maior programa de recuperação ambiental desenvolvido no País, e entregou a responsabilidade de executá-lo à Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). Paralelamente, outra medida foi tomada para recuperar o rio. Está previsto que 75 quilômetros entre a nascente e a capital sejam convertidos, até 2019, no maior parque linear do mundo, chamado “Várzeas do Tietê”. Com 107km² de área, terá 33 núcleos de esporte e lazer, e atenderá a população das cidades do Alto Tietê. Nas várzeas, serão formadas piscinas naturais que amortecerão as cheias.

car a cargo da iniciativa de poucos biólogos, que sozinhos, ou com suas instituições de apoio, tentam identificar as características do Tietê e, diante de seus resultados, somam poucas vozes na luta pela recuperação desse rio”, alerta Malu Ribeiro, coordenadora da Rede das Águas. O relatório de resultados pode ser conferido no site www.rededasaguas.org.br, no link “Observando o Tietê”.

A Fundação SOS Mata Atlântica possui um programa que analisa a qualidade das águas de rios em todo o Brasil, o Rede das Águas. A análise é feita frequentemente durante o ano, em 394 pontos de coleta de água nas Bacia do Alto e Médio Tietê, e seus resultados refletem a condição ambiental de todos os afluentes desse rio. Em geral, a água do Tietê analisada é avaliada em “péssima”, “ruim” e “aceitável”. O exame é feito com kits de monitoramento e leva em conta aspectos físico-químicos, biológicos e de percepção dos corpos d’água. Entre eles estão odor, quantidade de lixo e peixes no local, temperatura, demanda de oxigênio etc. “Controlar sua qualidade é uma maneira de alertar o poder público. Para a SOS Mata Atlântica, existe pouca pesquisa quanto a isso. Esse é o momento de o Estado investir em estudos voltados à produção de pescados com foco na saúde pública. Isso não pode fi-

32 ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO

FOTO: SXC 123DAN321

Análise das águas


PARA NÃO VACILAR O pescador esportivo e policial ambiental Denilson Liziero disponibiliza em seu site www.equipelizieropesca.com.br informações sobre a legislação de pesca em vigor e a tabela de tamanho mínimo de captura de peixes na Bacia Hidrográfica do Rio Paraná — que compreende o rio Paraná, seus formadores, afluentes, lagos, lagoas marginais, reservatórios e demais coleções de água. Assim, o Tietê também faz parte. A dica é, antes de se programar para pescar, seja no Tietê, ou em qualquer outro rio paulista, conferir quais peixes estão ameaçados de extinção, estabelecidos no Decreto nº 56.031, de 20 de julho de 2010. E nunca esquecer que o pesque e solte não é só filosofia, e sim uma prática para evitar que mais espécies de peixes corram o risco de desaparecer do ecossistema. A publicação “Fauna Ameaçada de Extinção no Estado de São Paulo – vertebrados”, também conhecida como “Livro Vermelho”, da SMA (Secretaria do Meio Ambiente) e a Fundação Parque Zoológico, relaciona as espécies ameaçadas de extinção no Estado, entre elas as de peixes. Os “livros vermelhos” são conhecidos mundialmente e considerados mecanismos de combate ao tráfico e ao comércio ilegal de espécies. Nele, o Jaú (Zungaro jahu), o Surubim-letra (Steindachneridion

scriptum), o Pintado (Pseudoplatystoma corruscans) e o Pacu (Piaractus mesopotamicus) são apontados como os que mais sofrem com a fragmentação de suas populações. Isso seria consequência da série de sucessivas barragens hidrelétricas construídas nos principais rios da bacia Alto Paraná, com a derrubada da mata e poluição por esgotos domésticos.

SERVIÇO Pereira Barreto Hotel Dinâmica das Águas — hospedagem e guia de pesca Tel.: (18) 3704-2445 / (18) 3704-2230 www.jundpesca.com.br Uru Pousada Sucuri — guia de pesca Tel.: (14) 3582-1140 Igaraçu do Tietê Equipe Liziero — guia de pesca Tel.: (14) 9709-2959 / (14) 9709-1503 (11) 9903-2741 www.equipelizieropesca.com.br


[ ecoturismo I ecotourism I brotas-sp]

ecooav aven enttu urra a l PES PESC ESCA EESPORTI ES ORT VA, V MEIO O AM AMB M IENT ENT NTE E TU TURI RISM SMO MO O 34 ec 34


Rapel na cachoeira Roseira Rappel at Roseira Falls

Nature in the town of Brotas is synonymous with adrenaline!

A cidade do interior paulista se especializou e m receber turistas loucos por emoção nas mais variadas atividades — todas inseridas em ambiente verde. Sua fama de capital brasileira do turismo de aventura se comprova quando percebemos que 24 horas, em muitos dias, ainda é pouco para viver tudo o que a região oferece This town in the interior of the state of São Paulo has specialized itself in receiving tourists avid for adventure in the most diverse activities, all of which in the context of a “green” environment. Its fame as Brazil’s capital of tourist adventure holds true when, over the course of many days, 24 hours are not enough time to fully enjoy all that the region has to offer

POR/BY: DANI COSTA I FOTOS/PHOTOS: INÁCIO TEIXEIRA I TRADUÇÃO/TRANSLATION: DAVID JOHN | ARTE/DESIGN: TIAGO STRACCI

eco ec oavven entura 355


[ ecoturismo I ecotourism I brotas-sp]

E

ncarar Brotas, cidade a 242 quilômetros da capital São Paulo, no centro do Estado, exige, a princípio, fôlego. As opçþes

de aventura sĂŁo muitas. Junto a isso, hĂĄ tambĂŠm o sossego de passeios imersos em campos e matas, aliados Ă vida gostosa de fazenda. O municĂ­pio nĂŁo perdeu a chance de explorar bem o seu potencial turĂ­stico e conseguiu realizar o feito de se adequar Ă s necessidades e anseios de seus visitantes com organização, diversidade de lazer e grande hospitalidade. Um evento curioso, belo e instigante sempre atraiu viajantes a Brotas, que esperavam ver e ouvir a “areia que cantaâ€?. Trata-se de olhos d’ågua cercados por remanescentes de mata ciliar em uma piscina natural cristalina e borbulhante. Seu fundo

+ ! friccionada, “cantaâ€?. Esse som ĂŠ como o de uma cuĂ­ca. O lugar permanece na rota dos turistas e representa o primĂłrdio da concepção do turismo ecolĂłgico em Brotas. W "##% * logia e a aventura em um mix de atividades cheias de adrenalina com o boia-cross. Em "##ƒ / dade, dedicada a operar passeios por trilhas a cachoeiras. A atividade, atĂŠ hoje muito famosa nesse complexo turĂ­stico, consiste em descer corredeiras em grandes boias.

S

tamina is a key requisite when taking on a trip

Of special note is a beautiful and puzzling

Cuica. The locale is on the tourist route and repre-

to Brotas, 242 kilometers away from the state

phenomenon that has always attracted visitors

sents the primordial concept of tourism in Brotas.

capital SĂŁo Paulo. There are many adventure

to Brotas in quest of hearing the “singing sands�.

In the 90’s, the municipality blended ecol-

options coupled to laid back hiking through

These are pools surrounded by the remnants of

ogy with adventure through a mix of adren-

+ & ( -

peripheral forest in natural crystal clear pools of

+ ( (

&

nicipality of Brotas has been quick to explore its

bubbling water. Their bottoms are made up of

( + † "##ƒ

tourism potential and has adapted to the needs

˜ + †( !

devoting itself to trail and falls hiking. To date

of its visitors through organization, leisure diver-

crystals, which when rubbed together sing out very

this is a notable activity involving whitewater

sity and great hospitality.

much like the Brazilian musical instrument the

&

36 ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO


O ecoturismo de Brotas iniciou-se com as visitas de turistas à nascente “Areia que canta”. Quando os grãos dessa areia entram em atrito, fazem o som de uma cuíca Ecotourism in Brotas began with tourists visiting the “Singing Sands” spring. When the grains of this sand are rubbed together, they emit a sound like the musical instrument Cuica

ecoaventura 37


[ ecoturismo I ecotourism I brotas-sp]

O rafting ĂŠ realizado no rio JacarĂŠ Pepira, um dos mais lĂ­mpidos de SĂŁo Paulo Rafting is carried out on the JacarĂŠ Pepira river, one of the clearest water rivers in SĂŁo Paulo

5 "##k †

Nature tourism was assured through the

option and became a traditional pastime in-

creation of the Non-Governmental Organization

Currently, ecotourism accounts for 25%

somuch that the Bozo d’à gua team, that was

Rio Vivo Movement, which defends the non-

( < ˜& 7 "$%%%

formed in 2003, has emerged victorious in all

installation of polluting industries in the mu-

arrive in town on a busy holiday such as Easter

the competitions it has taken part in in over four

nicipality. With ecological conservation issues

and Carnival whether as lodgers or for a day.

( + ˜ †

at the heart of Brota visitors populace, invest-

( < ( y"%% -

time world champion in that sport.

ments were channeled to visitor as a sustain-

commodations.

38 ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO

able mean of conservation and development.


3 "##k rafting surgiu como mais uma opção e virou tradição. Tanto que a equipe Bozo d’à gua, formada em 2003, ganhou todas as competiçþes nas quais participou nos Ăşltimos cinco anos em quatro continentes, e ĂŠ bicampeĂŁ mundial desse esporte. O turismo de natureza sĂł deu certo na cidade porque, ao mesmo tempo em que principiava, foi criada a ONG

Brotas possui mais de 30 meios de hospedagem, 9 operadoras de turismo de aventura e inúmeros sítios turísticos e atrativos. Entre eles, um moderno observatório e planetårio, o CEU (Centro de Estudos do Universo), aberto à visitação Brotas has over 30 lodging establishments and 9 tour operators covering adventure, tourist spots and other attractions. Among them, an observatory and planetarium, the CEU (Center for Studies of the Universe), which is open to visitors

Movimento Rio Vivo, que defende a nĂŁo instalação de indĂşstrias poluidoras no municĂ­pio. Com ideias de preservação ecolĂłgica no coração dos brotenses, o investimento no receptivo a visitantes se mostrava a maneira sustentĂĄvel ideal de preservar e desenvolver. Atualmente, o ecoturismo corresponde y$Â&#x; < & { "$ mil turistas chegam Ă cidade em um feriado movimentado como a PĂĄscoa e Carnaval, + ( passam sĂł um dia. Para receber tanta gente, <

y&"%% &

eccoaven ntu tura ra


[ ecoturismo I ecotourism I brotas-sp] PARA TODO MUNDO Quando a reportagem da Revista

Brotas, os moradores torcem para que o

que a famĂ­lia inteira possa usufruir as ale-

turista tenha a chance de conhecer tudo

grias das atividades.

pelo qual eles tanto zelam.

O boia-cross e o rafting sĂŁo realizados

ECOAVENTURA se viu diante dos roteiros

O ecoturismo por si sĂł jĂĄ ĂŠ um passeio

em trechos diferentes do rio JacarĂŠ Pepira,

+ 6

/

‹ /

jogar-se em um dia de ação, entregue Ă

idoso, do atleta ao sedentĂĄrio. Em Brotas,

de 89% de pureza em suas ĂĄguas, quedas e

pulsação forte, aos gritos de euforia? Ou,

a ideia ĂŠ nĂŁo excluir ninguĂŠm de nenhuma

& 7 ! +

conhecer as matas, rios, cachoeiras, em

escolha turística. Assim, crianças peque-

do Parque dos Saltos, onde jĂĄ funcionou uma

trilhas a pĂŠ ou a cavalo? Optamos pelos

nas conseguem espaço na diversão com

hidrelĂŠtrica. Essas duas atividades possuem

/

os pais, e atĂŠ cĂŁes podem curtir uma aven-

derivaçþes emocionantes, como o duck duplo,

tudo ao mesmo tempo, como para pres-

& ' /

o KR rafting e o hidrospeed. Todos consistem

tigiar essa cidade tĂŁo acolhedora. Em

operadora e negociar o roteiro de maneira

em subir em um apoio e deixar a ĂĄgua levar!

foot or horseback.

enjoyed by all from babies in arms, the aged,

A tirolesa na ĂĄgua ĂŠ uma das emoçþes do AventurAh! Zip-line over water is one of AventurAh’s fun activities

Available to all

We opted for both as a mean of familiarizing

athletes and non athletes. In Brotas, the idea

When the ECOAVENTURA field reporting

ourselves with all that the hospitable town of

is to include all in a selection of tourist activity.

team reviewed all available itineraries, it faced

Brotas has to offer. In Brotas, locals support the

In this manner, young children can enjoy some

a quandary of whether to throw itself into the

idea that the tourist should get the chance to

leisure time with their parents and even family

( ˜ + † ( (

know everything they cherish.

dogs can have some fun.The tip is to talk to the

of getting to know the forests, rivers and falls, on

40 ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO

Ecotourism is, by itself, a pastime to be

tour operator and arrange for an itinerary that


O arvorismo pode ser em postes interligados em cima da ĂĄgua, ou entre copas de ĂĄrvores Tree climbing can be carried out between interconnecting posts over the water or along the tree tops

A cavalgada da fazenda Recanto das Cachoeiras passa por cĂłrregos, trilhas no meio do cerrado paulista e atravessa o rio JacarĂŠ Pepira Horseback riding on the Recanto das Cachoeiras farm covers stream crossings in the middle of the SĂŁo Paulo bush and crosses the JacarĂŠ Pepira river

As emoçþes das alturas estĂŁo no } envolvido por copas de ĂĄrvores ou nĂŁo. A tirolesa pode ser seca ou molhada, esta Ăşltima realizada em um lago. A maior tirolesa de Brotas ĂŠ a Canopy Tour, com " Â’ 9 & ' ĂŠ a pedida, ainda mais atraente quando feito nas cachoeiras de Santa EulĂĄlia e Roseira. Se a intenção for fazer uma escalada, a opção ĂŠ encarar a parede + "y vias de nĂ­veis variados.

is suitable to the enjoyment of the whole family.

activities have exciting offshoots such as the

last one done over a river. The biggest zip-line in

Float cross and rafting are carried out on sev-

Double duck, KR rafting and hydrospeed, all of

< ( { ˜ † ( "&’ ‡ &

eral stretches of the JacarĂŠ Pepira river, which is

which consist in starting off a headwater and

To the more fearless, abseilieng in waterfalls

( / † ( Â?#Â&#x; †

† ( &

(rappel) is the choice which is even more attrac-

purity in its falls and rapids. The course is part of

Height adventure is in tree climbing (tree-top

tive when carried out in the Santa EulĂĄlia and

the Parque dos Saltos complex, which formerly

adventures) with different versions involving

‰ & ' + "y

operated as a hydroelectric plant. These two

treetops or not. Zip-lining can be dry or wet, the

( ( + † &

ecoaventura 41


[ ecoturismo I ecotourism I brotas-sp] A natureza tambĂŠm acolhe os pratican-

Fazenda Recanto das Cachoeiras hĂĄ um

tes do mountain bike, que podem escolher

percurso especial apelidado de “buraco

entre os roteiros båsicos e os avançados, em

do jipe�, com direito a passagem por den-

trilhas de terra, vales e cachoeiras. A aventu-

tro do rio JacarĂŠ Pepira.

ra inclui bicicleta Scott e guia especializado.

Muitas atividades estĂŁo inseridas em

Outra maneira de explorar a regiĂŁo

(

sobre rodas ĂŠ o passeio de quadriciclo

caiaque no lago e o aquaball. Este Ăşltimo,

atĂŠ a cachoeira Cristal. Os participan-

apesar de parecer que ĂŠ somente para

tes fazem uma breve caminhada de

crianças, tambÊm diverte os adultos.

aproximadamente dez minutos e atra-

Uma grande bolha de ar Ê lançada na

vessam dois rios a pÊ. É obrigatório ter

( 6

habilitação categoria “Aâ€? ou “Bâ€? devida-

dentro dela! O equilĂ­brio ĂŠ a chave para

mente regularizada.

se manter estĂĄvel na bolha, mas poucos

Mais emocionante, mas igualmente

; 7 +

inserido na mata de cerrado brotense, o

dinâmica slack line, uma corda tensiona-

off road de jipe ĂŠ imperdĂ­vel. No vale da

da entre duas âncoras.

No aquaball, o aventureiro tenta se manter em pĂŠ dentro da bolha In the aquaball activity, the participant tries to stay upright in the bubble

O off road de jipe pode ser agendado mesmo que o turista não tenha o automóvel Jeep off road can be scheduled even if the tourist doesn’t have automobile

Nature also greets mountain bike enthusiasts with a choice of basic or advanced itineraries on dirt tracks, valleys and along river courses. The adventure involves Scott bikes and a specialized guide.

minutes and cross two rivers on foot. Category A < + ˜&

of crossing the JacarĂŠ Pepira river. Many activities are incorporated in one

More exciting but just as much within the

same place such as archery, kayaking on the

context of the Brotas forests is the must-do

lake and aquaball. The latter, although seem-

Another way of exploring the region on

Jeep offroad trail. In the valley that shelters

ingly a children’s sport, is also fun for adults. A

wheels is by quadrabike to the Crystal falls.

the Recanto das Cachoeiras farm lies a special

+ ( †

8 ‡ ( ( ‡ "%

course nicknamed the Jeep Hole with an option

with a person inside it! Balance is the key to

42 ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO


Das atividades que exigem estratĂŠgia e mira, hĂĄ o paintball, com disputas de grupos no campo Paintball demands aim and strategy with intergroup competitions in the field

Farra mesmo ĂŠ no campo de paintball,

direito a 50 bolinhas. A recarga pode ser

das cachoeiras mais bonitas de Brotas,

montado em ĂĄrea verde de 20 X 50

efetuada a qualquer momento da partida.

algumas inexploradas.

metros. Os participantes sĂŁo equipados

As possibilidades de trilhas sĂŁo

A cavalgada ĂŠ oferecida nas fazendas

com mĂĄscaras, marcadores, coletes

muitas nessa regiĂŁo de geologia e mata

turĂ­sticas e, uma das mais intensas, ĂŠ a da

e munição, devem cruzar o espaço do

irresistĂ­veis, as mais famosas sĂŁo a de

trilha Pedra Branca. O emocionante dela ĂŠ

adversĂĄrio e conquistar sua bandeira.

Santa EulĂĄlia, a da Pedra Branca e a de

quando, na travessia do rio JacarĂŠ Pepira, a

O jogo tem duração de 30 minutos e då

Furna JacarĂŠ. Em todas, hĂĄ o encontro

ågua alcança a barriga do cavalo!

keeping upright, but few are able to manage it!

( & ( Â’%

the most beautiful falls in Brotas are to be

Another challenge is to cross the dynamic slack-

each participant is entitled to 50 shots. Reloading

found, some of which as yet unexplored.

line that is a rope tied to two anchors.

can take place at any point throughout the game.

Horseback riding is available on tourist

Real fun is the paintball range, which is set up

Trail options are many throughout the region

farms and the most absorbing is to be found

in 20 x 50 meter area. Participants are equipped

+ † ( ^ -

on the Pedra Branca trail with water reach-

with masks, markers, vests and ammunition and

tractions, the most famous being Santa EulĂĄlia,

ing the horse’s midriff on the JacarÊ Pepira

must cross into the opposing team’s space and

Pedra Branca and Furna JacarĂŠ. In all of them,

river crossing!

ecoaventura 43


[ ecoturismo I ecotourism I brotas-sp] O arco e flecha ĂŠ uma atividade para todas as idades Archery is an activity covering all age groups

Na Fazenda Hotel Areia que Canta, a trilha

+ & € (

esse sĂ­tio turĂ­stico termina nas corredeiras

( 9 -

Ă nascente dessa rara areia, o turista pode

do rio TamanduĂĄ em um lajeado de pedra

9 & '

entrar na ĂĄgua, devidamente equipado com

que forma pequenas quedas e “bacias�,

"ƒ%

ideal para uma hidromassagem natural.

paulista jĂĄ catalogadas. Por essa caracte-

fundo e, assim, preservar o lugar.

Em toda a regiĂŁo de Brotas, o ecoturista

rĂ­stica, ĂŠ ponto de encontro dos amantes do

' * -

encontra lugares para pescar, principal-

birdwatching. A estrutura ajuda muito, com

ro Guarani, a segunda maior reserva subter-

( ! /

placas explicativas sobre os pĂĄssaros nos

rânea de ågua doce do mundo. O passeio a

tanques de pesqueiros.

On the Areia que Canta (Singing Sands) Farm,

headspring with this rare sandbottom, the visitor

pools that are ideal for a natural hydromassage.

the trail to the headspring, which is 2 kilometers

(

Throughout the Brotas region, the tourist

from the farmhouse, is light and full of surprises.

bottom and, consequently, preserving the spot.

( ( "ƒ% (

The headspring is an offshoot of the Gua-

catalogued. Consequently, this is a redoubt for

rani mantle, the world’s second largest under-

birdwatchers. The infrastructure is a great help

ground freshwater course. The trip to this tourist

with plaques indicating the bird species and

spot ends at the TamanduĂĄ river falls on a rock

places where they usually perch. On reaching the

slab that forms small cascades and natural

44 ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO

+ + ( ˜ ( usually have stocked lakes.

Wining and Dining

If the day activities have not depleted the tour-


BALADA E GASTRONOMIA

aos restaurantes da capital paulista, e ainda seduz com uma caipirinha pra lá

Se o dia não exaurir as forças, o tu-

6 &

rista ainda pode curtir a noite brotense.

O lugar possui também um empório pro-

A novidade na cidade é o Brotas Bar, o

videncial. Lá, a cerveja artesanal Brotas faz

primeiro restaurante temático da região.

sucesso. Sua produção é distribuída somen-

A decoração é um mergulho no estilo

te na cidade e arredores.

espor tivo, com visual moderno que

Junto com os outros muitos bares que

homenageia o rafting, principalmente,

disputam os turistas está o Cine São José

sem deixar de lado a natureza exuberan-

de Brotas, reformado pelo cantor sertanejo

te do cerrado. O cardápio não deve nada

) + (

&

SERVIÇOS/SERVICES

Confira o vídeo da areia que canta no link: www.youtube.com/CanalGrupoEA

HOSPEDAGEM E AVENTURAS

PARQUE AVENTURAH!

LODGING AND ADVENTURE As agências formulam pacotes de acordo com a vontade do ecoturista Operators can devise packages in accordance with tourist requisites

Rodovia Brotas/Jaú (SP 225), km 143 Tels.: (14) 3653-9146 / (14) 8153-7319 (14) 8132-7502 www.aventurahbrotas.com.br

ECOAÇÃO / ECOACTION

HOTEL-FAZENDA AREIA QUE CANTA

Possui SGS (sistema de gestão de segurança) aprovado pelo Inmetro Provides a security management system (SGS) approved by INMETRO Av. Mário Pinotti, 205, Centro Tels.: (14) 3653-9140 / (14) 9109-6466 www.ecoacao.com.br

Possui diversas atividades, além de monitores para adultos e crianças Comprises several activities with children and adult monitors Rod. Eng. Paulo Nilo Romano (SP 225), km 124,5 Tel.: (14) 3653-1382 www.areiaquecanta.com.br

ALAYA EXPEDIÇÕES

HOTEL-FAZENDA RECANTO ALVORADA ECO RESORT

Av. Mário Pinotti, 230, Centro Tel.: (14) 3653-5656 www.alaya.com.br

RECANTO DAS CACHOEIRAS Repleta de ecoaventuras e no clima de fazenda. Possui restaurante com deliciosa comida da roça Filled with ecoadventures and with a farm thematic approach. Comprises an excellent restaurant with homestyle food Estrada Brotas/Patrimônio – Serra da Roseira Tels.: (14) 3653-4227 / (14) 9163-3024 / (14) 9163-3068 www.recantodascachoeirasbrotas.com.br

ist’s strength, a night of fun is to be had at Brotas.

Rodovia SP 197, km 13 (estrada BrotasTorrinha) Tel.: (14) 3653-9910 www.recantoalvorada.com.br

BROTAS BAR Aberto dia e noite Opened during the day and at night Avenida Mário Pinotti, 267 Tel.: (14) 3653-9930 www.brotasbar.com.br

different and seductive offering.

The star attraction is the Brotas Bar, which is the

The spot also provides a supply of the Brotas

+ ( ( & ) -

homemade beer, which is a success. Its produc-

tion is based on a modern sporty style that covers

tion is limited to the town and outskirts.

mainly rafting without leaving the lush vegetation

Together with many other bars is the

of the region aside. The menu leaves little to be

Cine São José de Brotas, which has been

desired in comparison to the best restaurants

revamped by the country singer Daniel, the

of the state capital and a banana caipirinha is a

region’s most famous artist.


[ pescaria infantil ]

Como fisgar

a

crianรงada

46 ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO


A pesca atrai os pequenos não apenas por ser uma brincadeira divertida, mas também por inseri-los em ambiente de natureza, estimular a responsabilidade, o espírito de equipe, a paciência, a perseverança e a consciência ecológica. Então, para fisgar os filhos, ofereça um dia de pescaria e deixe-os descobrir as maravilhas desse esporte-lazer! POR: DANI COSTA I FOTOS: INÁCIO TEIXEIRA I ARTE: MILA COSTA

ecoaventura


[ pescaria infantil ]

p

& '+ -

cepção e perseverança. AtÊ crianças mais

Para comemorar o Dia das Crianças, a

ciso planejar em quais ĂĄguas jogar as iscas,

levadas, que nunca param quietas, podem

ECOAVENTURA foi a um pesqueiro com os

+

se mostrar pacientes depois que aprendem

pequenos. Alguns, praticantes hĂĄ anos da

como consequĂŞncia, que tralhas serĂŁo leva-

a pescar e tomam gosto pelo esporte-lazer.

pesca esportiva, manusearam carretilhas

das. Cada etapa necessita ser pensada para

Criança que pesca tambÊm aprende

e molinetes, focaram-se em analisar a

garantir a realização do prazer da pesca.

cedo a importância de estar na natureza e,

+

Por isso, quando se Ê criança, acompanhar

mais do que isso, de conservĂĄ-la. O pesque e

lugares onde batiam mais peixes e foram

adultos na pescaria estimula o senso de res-

solte nĂŁo ĂŠ brincadeira, apesar de divertido.

ågeis na utilização de anzol e iscas arti-

ponsabilidade e organização, com a tomada

É pura consciência ecológica — soltamos os

+ & 7 (

de decisĂľes e o espĂ­rito de equipe.

peixes para garantir que, no futuro, tenha-

viagem — utilizaram varas de bambu e

mos mais pescarias.

ração como isca.

Pegar peixes exige concentração, per-

Os irmĂŁos VinĂ­cius e Gabriel ďŹ sgaram um CatďŹ sh!

ecoaventura aventura l PESCA ES ESP PORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO 48 eco


Os irmĂŁos Gabriel, 11, e VinĂ­cius Silva Cameran, 7, desde o seis anos acompanham o pai, Emerson Cameran, 36, nas pescarias. “Naturalmente se envolveram com o meu lazer, e pediam, cada vez mais, para pescar comigo. Isso nos fez ficar mais envolvidos, pois nos tornou ~ 6 + peixesâ€?, revelou o pai. Os dois meninos jĂĄ possuem habilidade na pesca e foram { + ( nosso dia de pescaria. HĂĄ dois meses, Gabriel Fernandes Miguel, 10, foi estimulado pela mĂŁe, ClĂĄudia Fernandes, 44, a começar no esporte. Ela foi uma empolgada pescadora de praia em sua infância — ainda guarda, inclusive, sua primeira vara —, e, agora,

Gabriel Cameran e Fernando Jacomossi exibem seus trofĂŠus

+ &

ecoaventura 49


[ pescaria infantil ] “Ele teve interesse, e eu aproveitei para ! ˜& Tudo nesse universo inspira positividade + ( 6 ( ! mos um para o outro, o apreço que ele desenvolve pela natureza, o cuidado com sua tralha...â€?, explicou ClĂĄudia. JĂĄ Gabriel, constantemente empolgado e atento, declarou: “Gosto quando o peixe bate na isca e eu tenho que trabalhar para puxĂĄ-loâ€?. 7 * + ta da mesma vontade de pescar, e um exemplo disso ĂŠ o da famĂ­lia de Arlindo Assis de Miranda, 40, e sua esposa, Lucilene Nascimento Dantas de Miranda, 31. Eles adoram a pescaria, princi + ( | ‚ ! "% Nicolas Dantas de Miranda, 8, fazem questĂŁo de acompanhĂĄ-los. “Meu menino assiste comigo aos programas de pesca na televisĂŁo e sempre demonstra muito interesse. A menina ĂŠ mais ansiosa, pesca afoita, quer peixe logo. Isso tudo ĂŠ tĂŁo bom!â€?, riu o orgulhoso pai.

Paola pescou uma TilĂĄpia, Bruna foi conferir

coaavven enntu tura tur tu ra l PESC PE PES P ES EESC ESCA SC S CA ES SPORTI ORT OR O RT R RTI TIV TIIV VA, VA A A, MEIO MEIO ME EIO AM A AMB AMBIEN MB M IEN IENT NT TE E TURISMO URISMO M MO 50 ec 50

Leonardo se divertiu muito!


Os irmĂŁos Maria Luiza e Nicolas sempre acompanham os pais nas pescarias

Nicolas, tĂ­mido, diz que seu gosto pela pesca ĂŠ, acima de tudo, porque gosta muito dos animais. “Os peixes sĂŁo muito interes Â… ^ + & Os pescadores de pouca prĂĄtica que +! ! da pela ECOAVENTURA se ocuparam em tentar fazer do dia uma lembrança com muitos peixes! As espertas Bruna Costa e Paola Teixeira, ambas de 8 anos, nĂŁo desanimaram diante das iscas devoradas pelos peixinhos que, depois de se alimentar, fugiam. “O jeito ĂŠ colocar a ração e esperar. Se eles comerem, a gente repĂľeâ€?, falou Bruna Ă amiga. “Tudo bem, temos o dia todoâ€?, respondeu Paola. Com paciĂŞncia, Paola conquistou duas TilĂĄpias, que prontamente dividiu a graça da Paola dividiu o clique de seu peixe com Pedro

vitĂłria com os amigos, sem fazer disso um mĂŠrito exibicionista. “Olha gente, um peixe para fazer foto com a turma!â€?, gritou.

ecoaventura t 51


[ pescaria infantil ] Fernando Jacomossi faz a soltura do peixe

JĂĄ Pedro Costa, 5, e Leonardo Ribeiro Vieira, 12, desenvolveram o sistema “pesque e brinqueâ€?, que intercalava as paradas para pescar com brincadeiras. Os dois aproveitaram bastante a estrutura do pesqueiro. A maioria das crianças, acostumadas ou nĂŁo com a pescaria, tem uma preocupação comum: tocar no peixe. Os pequenos nĂŁo sĂŁo lĂĄ muito chegados a pegar nas escamas, e alguns revelam ter nojo ou medo dos dentes pontudos. “NĂŁo quero tocar, acho muito melequentoâ€?, jĂĄ avisou Gabriel Fernandes. No entanto, todas as crianças que curtiram esse dia com a ECOAVENTURA sabidamente 1 + 6 ÂŒ mos soltar, vamos soltar!â€?. Porque o bom de tudo era ver o peixinho voltar para a ĂĄgua.

SERVIÇO A ECOAVENTURA pescou com as crianças na Estância Pesqueira Campos Estrada do EnxadĂŁo, 800, Juquitiba- SP (altura do km 34 da BR 116, RĂŠgis Bittencourt) Tels.: (11) 4683-9110 e 9620-1581 www.estanciapesqueiracampos.com.br

e oav aven ven e tuura l PESC ESC CA ESP ESPORT ORTIVA, ORTI VA, ME M MEIO AM MBIENTE E TURI RISMO SMO 522 ec


A I A I R R A A C C azônica S S E E P P am

Do outro lado do Brasil, na comunidade ribeirinha de Barra de São Manoel, na selva amazônica, a quatro mil quilômetros de São Paulo — onde será inaugurado o hotel flutuante Ecolodge da Barra, a ECOAVENTURA pescou com crianças da região. No rio Tapajós, os pequenos fizeram a festa. Eles pescaram Tucunarés! Valeu fotos para eternizar o momento!

A briga com um dos exemplares foi intensa

Até o menorzinho participou!

A criançada realizou a soltura do jeito certinho

ecoaventura 53


[ pescaria infantil ]

A é UMA óTI C S E P M A A E U S A C R Q IANçA RA A P R R S E O Z P A L E E B D A Nossos amigos da ECOAVENTURA MIRIM, Yuri, O S çã Bruna e sua família, vão contar para a gente! OP

?

TEXTO: DANI COSTA | ILUSTRAÇÃO: MILA COSTA

Porque aproxima as crianças da natureza e as retira de ambientes estressantes

isso desenvolve a consciência de preservação ambiental

Esse é um valor indispensável

O pesque e solte é uma das primeiras lições que as crianças aprendem na pescaria

Soltar os peixes demonstra respeito pelo o mundo em que vivemos!

Sem contar que pescar é um ensinamento constante sobre a fauna e a flora!

Gosto de pescar porque aprendo a dominar habilidades! Os desafios me tornam uma pescadora melhor a cada dia!

O legal também é que é uma atividade na qual todas as crianças podem ter sucesso

E ainda estimula a resolução de problemas e a tomada de decisões

54 ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO


A pesca aproxima pais e filhos de uma forma carinhosa, cheia de companheirismo

O importante é os adultos ajudarem a resolver problemas, como desfazer cabeleiras, substituir anzóis perdidos e refazer nós. Assim, as crianças saberão o que fazer futuramente

O meu pai me ensina muito, principalmente que devo ter paciência e nunca deixar de tentar

A diversão é garantida quando temos mais crianças na pescaria!

Pescar é bom porque fazemos muitos amigos!

Equipamentos simples e em boas condições evitarão frustrações

Uma boa opção é utilizar o spincast, um tipo de carretilha leve e de fácil manuseio que não gera cabeleiras e é ótimo para iniciantes

se a criança for agitada para ficar à espera do peixe em um único lugar, procure outros pontos!

FIM


vitrine Óculos polarizado Aluminium Saint Plus

preço sob consulta

Marca: Saint Plus – Your Performance Modelos: 110 / 120 / 165 Características: leve e resistente / armação de alumínio / lentes polarizadas na cor verde e com proteção contra os raios U.V. / acompanha estojo cores grafite ou fumê Público: somente lojistas Onde comprar: nas melhores lojas

LANÇAMENTO

LANÇAMENTO EasyCooler

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Marca: EasyPath Modelo: 36L com rodas Características: fabricado em PEAD (polietileno de alta densidade) com isolamento térmico em PU (poliuretano) abertura para os dois lados / tampa parcial com porta objetos / rodas em borracha maciça / alça estendida e laterais / bandeja para produtos secos / régua na tampa e porta objetos frontal Onde comprar: nas melhores lojas

Carabina de pressão Nitro-X

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Marca: CBC Modelo: Nitro-X Oxidada, disponíveis nos calibres 4,5 (1.300 pés/segundo) e 5,5mm (1.000 pés/segundo), nas versões oxidada e cromada Características: aliam alta tecnologia, desempenho e beleza / gatilho de dois estágios com regulagem e força – trigger pull / arrojada coronha Thumbhole proporciona ergonomia de tiro perfeita, pois mão, dedo e gatilho ficam alinhados / soleira elastômero com tecnologia Tube traz uma solução que permite o deslocamento de ar em função dos vãos em forma tubular em seu interior, o que garante maior absorção de recuo Onde comprar: www.cbc.com.br

56 ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO

LANÇAMENTO


Organizador de varas Jogá

preço sob consulta

Marca: Jogá Fishing Accessories Modelo: único Características: acessório prático, leve e eficiente/ capacidade de organizar até seis varas / evita o contato de uma vara com a outra durante o transporte / após organizado, pode ser guardado dentro de tubos porta-varas Jogá / peso aproximado 20 gramas / tamanho único / cor verde

LANÇAMENTO

Estoque: 2 mil peças Público: somente lojistas Onde comprar: Tel.: (16) 3383-2121 / www.jogapesca.com.br

Pacote de pescaria no rio Tietê Navio MAS (Igaraçu do Tietê e Barra Bonita–SP)

R$ 1.000 Incluso no pacote: 4 pernoites e navegação pelo rio Hospedagem: porto de Barra Bonita-SP, com quatro quartos grandes compartilhados pelo grupo e três banheiros. Os quartos possuem revestimento térmico. É preciso levar roupa de cama e banho. Uma televisão na sala. O navio acomoda até 14 pessoas (fora a tripulação) Refeições: café da manhã, almoço e jantar inclusos Navegação: cerca de 15km pelas águas do rio Tietê Não incluso no pacote: bebidas, iscas e gelo (para o transporte de pescado) Outros pacotes: o navio atende hóspedes que queiram apenas utilizá-lo para hospedagem, com o pernoite e a alimentação garantidos. Assim, o navio fica parado no porto. Esse esquema atende aqueles que queiram sair para pescar em embarcações pequenas, que podem ser alugadas com a equipe do navio caso o hóspede não tenha levado a sua própria. Onde comprar: Denilson Liziero. Tel.: (14) 9709-2959

FOTO: INÁCIO TEIXEIRA

para grupos de até 14 pessoas (o preço é dividido entre o grupo) mais diária individual de R$90

LANÇAMENTO

www.equipelizieropesca.com.br

ecoaventura 57


[ aventuras exploratórias ]

Nascabeceiras do rio AracȘ Em certas situações, aspectos que parecem irrelevantes são vitais para o desfecho favorável de uma pescaria. Nesta matéria, vamos mostrar um dos que menos são levados em consideração no momento em que se programa uma nova aventura TEXTO E FOTOS: ERIBERT MARQUEZ I ARTE: TIAGO STRACCI

oav a entura l PESC PESCA A ESP ESPORTIVA VA A, MEIO M MEI AM AMBIENT IENTE E E TURISMO 58 eco


ecoaventura 59


[ aventuras exploratórias ]

Acima, um dos Tucunarés-açus sob a influência de um repiquete

L

evar em consideração referências de

da temporada de chuvas que veio ante-

do Negro situados em uma região que

experiências anteriores, como, por

cipadamente. Como resultado, nosso

se pode chamar de “Meca” para a pes-

exemplo, o tipo de iscas, comporta-

grupo, que havia escolhido o mesmo

ca dos grandes Tucunarés-açus.

mento dos peixes e outros aspetos que

lugar e data semelhante em função

O rio Aracá é um dos mais procurados

foram favoráveis, pode se tornar motivo

do retrospecto anterior, teve que con-

pelos pescadores que frequentam a re-

de grande frustração, sobretudo, quan-

tar com certa dose de sorte para não

& Q

+

do se decide repetir a mesma situação.

voltar decepcionado, afinal, ao chegar

próximo à cidade de Barcelos — ponto de

Em fevereiro passado, em contradição

à região, deparou-se com o famoso

partida de todos os barcos que operam na

ao que havia ocorrido no mesmo mês

repiquete — fenômeno que fez as águas

região — e, principalmente, porque suas

do ano anterior, a temporada de busca

subirem repentinamente e, como con-

águas, apesar de límpidas, também são

ao Tucunaré, no alto rio Negro, chegou

sequência, reduziu as opções de pesca

escuras, o que livra seus visitantes dos

ao fim muito antes do esperado — culpa

nos rios Aracá e Demeni, dois afluentes

indesejáveis insetos.

60 ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO


O sucesso dessa aventura se deve à persistência dos pescadores, assim como ao tipo de embarcação escolhida — um barco confortável, porém, de pequeno porte e calado Com as águas invadindo a mata, a pescaria se torna mais difícil

ecoaventura 61


[ aventuras exploratĂłrias ] JĂĄ o Demeni, apesar de bem menos procurado, tem caracterĂ­sticas opostas, ou seja, suas ĂĄguas sĂŁo claras e ele ĂŠ infestado de mosquitos. Como o foco de todos era os grandes açus, em reuniĂŁo, o grupo resolveu que as melhores possibilidades estariam no rio com menos barcos: o Demeni. Entretanto, um fato mudou nosso destino. Assim que nos reunimos com o dono do barco-hotel para traçar o plano de navegação, ele nos convenceu a mudar de rumo. Argumentou que a maioria dos barcos em operação na regiĂŁo — por conta do grande calado — concentra-se no baixo AracĂĄ, mas sua embarcação, projetada para navegar em situaçþes crĂ­ticas de falta de ĂĄgua, teria condiçþes de subir para as cabeceiras. O Ăşnico inconveniente seria o tempo de navegação — cerca de dois dias para se afastar da concentração de barcos e chegar aos pontos mais promissores. E, ainda, terĂ­amos que nos submeter a uma imprevisĂ­vel viagem de exploração. As novas perspectivas apresentadas ao grupo foram convincentes e, mesmo com o risco de nĂŁo termos nossas expectativas atendidas, nos preparamos psicologicamente e zarpamos. Assim que adentramos o AracĂĄ, percebemos que seu leito, apesar do repiquete, estava bem seco e, para piorar, as marcas da ĂĄgua na vegetação deixavam claro que baixava ainda mais. No trajeto, enfrentamos vĂĄrias rasuras, algumas tĂŁo crĂ­ticas que foi preciso manobras como dar marcha a rĂŠ para romper os imensos bancos de areia. E vimos que, Ă medida que o + e isolado. A cada boca de lago que deixĂĄvamos para traz cresciam as expectati + de pescar. ApĂłs 26 horas de navegação, veio a notĂ­cia que todos esperavam: chegou a hora de arremessar as iscas!

62 ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO

Trabalhar com insistĂŞncia as grandes iscas de hĂŠlice foi fator decisivo nessa aventura


O grande Tucunaré-açu, conquistado com muita determinação, é motivo de satisfação para o pescador

eeccco oa avven entu ttu ura 63 63


[ aventuras exploratĂłrias ] A HORA DA VERDADE

cas, conseguimos resultados positivos. Em

Equipamentos

geral, foram boas pescarias no começo da No primeiro dia, a baixa produtividade

( +

colocou em xeque se havĂ­amos feito a melhor

de superfĂ­cie de hĂŠlices e zaras e, no resto

escolha, mas, apesar da aparente frustração,

do dia, as maiores açþes aconteciam com as

serviu para calibrarmos os equipamentos e

twitch baits e com os modelos de meia-ĂĄgua.

testarmos algumas iscas e arremessos.

Quando começamos a descer o rio, jå

A partir do segundo dia, no entanto, os

no rumo de volta a Barcelos, bateu aquela

grandes TucunarÊs-açus começaram a

+ -

aparecer e, com eles, colecionamos histĂł-

tassem dois dias de pesca. Alguns de nossa

rias de linhas rompidas, snaps e garateias

equipe davam como encerrada as buscas

detonadas, alĂŠm das primeiras fotos com

por peixes, e queriam curtir apenas a descida.

grandes trofĂŠus.

Mas, para a surpresa de todos, quando

Mesmo assim, nĂŁo estava fĂĄcil. O peixe

chegamos próximo à cidade, as açþes

se mostrava pouco ativo, de modo que, sĂł

voltaram a acontecer, e todos saĂ­ram de lĂĄ

com muita insistência e alternância de is-

com seus trofĂŠus!

t 7BSBT FOUSF w F EF BĂŽĂ?P SĂˆQJEB QBSB MJOIBT FOUSF F MJCSBT

t $BSSFUJMIBT EF QFSmM CBJYP DPN WFMPDJEBEF EF SFDPMIJNFOUP FOUSF

t -JOIBT EF NVMUJmMBNFOUP DPN SFTJTUĂ?ODJB FOUSF F MJCSBT F MĂ“EFS EF nVPSDBSCPOP FOUSF NN F NN

t *TDBT BSUJmDJBJT EF TVQFSGĂ“DJF IĂ?MJDFT FOUSF DN F DN F NPEFMPT [BSB sticks e poppers entre DN F DN t *TDBT EF NFJB ĂˆHVB F FSSĂˆUJDBT twitch baits) FOUSF DN F DN BMĂ?N EF jigs e metal jigs entre H F H

Um dos maiores exemplares capturados nessa aventura do rio AracĂĄ, alĂŠm da Pirarara, Ă direita, foram motivos de orgulho para os pescadores

ecoavven ec enttu ura ra l PESCCA EESSPORTI ORT TIVA, MEIO TI IO AMBIENTE E TURI TUR T UR URI R SMO S O


As condições adversas não impediram que dublês com peixes de grande porte fossem conquistados

ONDE FICA O rio Aracá está situado na margem esquerda do rio Negro, sentido Manaus, a cerca de seis horas de navegação a partir de Barcelos

Rio Aracá Barcelos

Manaus


[ cuidados ]

JUNTO Ă€ EMPOLGAĂ‡ĂƒO DE UMA PESCARIA, ALÉM DE INFORMAÇÕES DE COMO AGIR EM SITUAÇÕES DE RISCO, ALGUNS CUIDADOS DEVEM SER LEVADOS NA MALA PARA NĂƒO ATRAPALHAREM GRANDES FISGADAS. SAIBA COMO SE PREVENIR E O QUE FAZER CASO ALGUM DESSES IMPREVISTOS OCORRA NO GRANDE DIA DA REDAĂ‡ĂƒO | ARTE: GLAUCO DIAS

Ă€

s vĂŠsperas de arremessar as iscas, alĂŠm de arrumar a

antitĂŠrmico), tomar vacinas indicadas para a regiĂŁo, ter comida

tralha de pesca, sĂŁo necessĂĄrios outros cuidados antes

+ ( +

e durante a pescaria para que ela nĂŁo seja um desastre.

os remos estão no barco — necessårios caso o motor pare de

HĂĄ maneiras muito simples de evitar horas de ir-

funcionar —, entre outras.

ritação atÊ graves acidentes. Algumas são bastante óbvias e jå

Entretanto, eventualmente, o pescador pode se deparar com

fazem parte do check list da maioria dos pescadores: consultar

situaçþes inesperadas, em especial, devido a fenômenos da na-

a previsĂŁo do tempo na vĂŠspera (quando hĂĄ mais probabilidade

tureza, nas quais deverĂĄ tomar uma decisĂŁo rĂĄpida e de menor

de acerto), levar uma boa lanterna, repelente, kit de primeiros so-

risco Ă vida. A seguir, veja o que ĂŠ possĂ­vel prevenir e o que se

corros e remĂŠdios bĂĄsicos (antialĂŠrgico, anestĂŠsico, analgĂŠsico,

deve fazer em condiçþes adversas.

66 ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO


aventura 67


[ cuidados ] 1. PARA NĂƒO SE PERDER

Hoje hĂĄ diversos tipos de GPS disponĂ­veis no mercado

Contar com o conhecimento de um guia local sempre foi uma forma de não se perder nas pescarias. Atualmente, o auxílio do GPS (Sistema de Posicionamento Global) possibilita se localizar em qualquer lugar do globo e, atÊ mesmo, marcar locais de interesse para posterior retorno. Ele proporciona alta precisão, mas Ê preciso inserir dados de referência corretamente, jå que realiza suas funçþes por meio de medição e cålculo. Outro equipamento de navegação que pode ser útil em caso de falta de bateria, falha ou queda do GPS na ågua Ê a bússola, que hå sÊculos orienta AlÊm disso, Ê importante avisar, antes da partida, que direção se pretende seguir e a previsão de retorno, pois isso facilitarå um eventual resgate.

2. PARA NĂƒO FISGAR O COLEGA ‰ + + 6 estĂĄ atrĂĄs deve prestar constante atenção ao lançamento do

FOTO: INĂ CIO TEIXEIRA

condutores, mas, assim como o GPS, ĂŠ essencial saber utilizĂĄ-la.

^ + tração de garateias e anzóis.

parceiro da frente. Se possĂ­vel, o ideal ĂŠ manter o barco paralelo

Com relação às farpas, amasså-las não evita acidentes, mas

ao ponto de pesca, o que evita os famosos arremessos cruza-

ajuda muito na retirada do anzol e garateia caso atinjam um

dos. O cuidado deve ser redobrado ao esticar a linha para de-

pescador, alĂŠm de facilitar a soltura dos peixes. Um alicate de

sembaraçar uma isca enroscada, pois, ao soltar-se, ela poderå

corte ĂŠ muito Ăştil nesse tipo de acidente. O ideal ĂŠ cortar a parte

voltar para o barco e atingir alguĂŠm.

de trĂĄs do anzol e retirĂĄ-lo puxando pela ponta, para que a farpa

Vestir roupas que cubram todo o corpo e usar Ăłculos sĂŁo re-

nĂŁo abra mais o ferimento.

FOTO: INĂ CIO TEIXEIRA

Acidentes com anzĂłis e garateias sĂŁo mais comuns do que se imagina

68 ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO


3. PROTEGER É O MELHOR REMÉDIO ' + ‹ ~ em quantidade adequada, mas, por perĂ­odos prolongados, como em uma pescaria, pode trazer prejuĂ­zos que vĂŁo desde desconfortĂĄveis queimaduras, envelhecimento precoce atĂŠ câncer de pele. A radiação ultravioleta ĂŠ a responsĂĄvel por esses problemas, e a melhor forma de cuidar da pele ĂŠ a proteção, que vale nĂŁo sĂł para os de pele clara, pois qualquer pessoa pode desenvolver um câncer. 7 + na ĂĄgua atinge a pele. Vale lembrar que, para ter o efeito desejado, deve ser aplicado 30 minutos antes da exposição e, como a proteção nĂŁo dura o dia inteiro, ĂŠ

FOTO: INĂ CIO TEIXEIRA

pois, mesmo com roupas e acessĂłrios

O uso do ďŹ ltro solar deve ser incorporado Ă rotina das pessoas e ĂŠ ainda mais importante quando for se expor ao sol. Nesse caso, devem ser utilizados, tambĂŠm, outros acessĂłrios para proteção

necessĂĄrio reaplicĂĄ-lo a cada duas horas. ChapĂŠu com aba lateral, bonĂŠ, camiseta,

sempre os peçonhentos conseguem ino-

serviço de saúde mais próximo, onde serå

buff e Ăłculos com lentes que protejam

cular o veneno na vĂ­tima.

aplicado o soro antipeçonhento adequado,

dos raios ultravioletas tambĂŠm devem

Para se prevenir, ĂŠ recomendado nĂŁo

oferecido gratuitamente aos acidentados.

estar na mala do pescador. AlĂŠm disso, ĂŠ

+ /

Os sintomas variam de acordo com a

recomendado abrigar-se na sombra sem-

algum animal antes de calçar os sapatos,

espĂŠcie

pre que possĂ­vel.

nĂŁo colocar as mĂŁos em buracos, prestar

vĂ´mitos, diarreia, formigamento, visĂŁo

atenção ao sentar-se no chão e utilizar um

turva, sonolĂŞncia etc.). Segundo as

graveto ou pedaço de pau para cutucar

instruçþes do Instituto Butantan, em São

buracos, folhas secas, vĂŁos de pedras e

Paulo, a conduta correta de primeiros

troncos ocos onde se pretenda pisar.

socorros ĂŠ lavar o local da picada apenas

4. O FIM DA PICADA Na natureza, o pescador nĂŁo estĂĄ

(dor,

inchaço,

sangramento,

imune à picada de animais peçonhentos

Em caso de acidente, devem ser

com ĂĄgua ou com ĂĄgua e sabĂŁo, elevar

— assim chamados por produzirem pe-

realizados os primeiros socorros e, em

o local afetado e hidratar a vĂ­tima com

çonha (veneno), utilizada para paralisar

seguida, levar a vĂ­tima imediatamente ao

goles de ĂĄgua. Procedimentos fruto de

suas presas ou quando se sentem ameaçados. Trata-se de cobras (jararacas, surucucu, cascavel, coral-verdadeira), escorpiþes, aranhas (aranha-marrom, arcaca e viúva-negra) e lagartas (formas larvais de mariposas). Mas nem todas as espÊcies desses animais têm veneno e,

+ nhentas. Vale lembrar, tambĂŠm, que nem

FOTO: INĂ CIO TEIXEIRA

madeira, aranha-da-banana, aranha-ma-

É preciso atenção com relação aos animais peçonhentos, pois muitos nĂŁo ďŹ cam visĂ­veis devido Ă sua coloração que se assemelha a do chĂŁo

ecoa ec avven ven entu tura ra 6699


[ cuidados ] crendices, como cortar, furar ou espremer o local da picada e fazer torniquete não são recomendados. O Instituto Butantan oferece, inclusive, assistência mÊdica por dia pelos telefones (11) 3726-7962 e (11) 3726-7222 (ramais 2002 e 2000). Outro tipo de picada muito comum Ê a de insetos, em especial, a de abelhas e vespas. De forma geral, a prevenção Ê a mesma de outros animais venenosos: atenção e manter

FOTO: SXC/ELISABETTA GRONDONA

gratuita e orientação telefônica 24 horas

Gritar na iminência de ser atacado por abelhas só piora a situação, pois elas são atraídas por ruídos

distância. Entretanto, o pescador pode facilmente bater a mão ou a linha em

Os primeiros socorros consistem em re-

prudĂŞncia ĂŠ mais importante que a expe-

uma ĂĄrvore que abrigue um enxame

tirar o ferrĂŁo, o que deve ser feito por ras-

riĂŞncia e, muitas vezes, ĂŠ preferĂ­vel aguar-

ou, simplesmente, ser atacado.

pagem com uma lâmina e não com uma

dar uma melhor condição a arriscar. Con-

Juntas, as abelhas podem causar

pinça, pois isso poderå espremer a glându-

+

um grande estrago e atĂŠ matar. A pica-

la ligada ao ferrĂŁo e inocular no paciente o

atento a mudanças no tempo durante a

da ĂŠ dolorida e, para pessoas alĂŠrgicas,

veneno ainda existente. Para os alĂŠrgicos,

pescaria sĂŁo formas de evitar problemas.

muito perigosa, pois causa o chamado

um antialĂŠrgico pode servir como palea-

PorĂŠm, se nĂŁo restar alternativa e for

( + “ -

tivo, mas a vĂ­tima deve ser levada a uma

necessĂĄrio encarar as ondas, a primeira

”& Q + -

unidade de saĂşde o mais rĂĄpido possĂ­vel.

providĂŞncia ĂŠ que todos coloquem os cole-

teger o rosto e os olhos com um pano

Na picada de vespas, tambĂŠm conheci-

-

ou com a prĂłpria camiseta, sem gritar

das como marimbondos, os sintomas sĂŁo

dade na ĂĄgua caso o barco vire. Outra indi-

ou tentar afugentĂĄ-las. As consequĂŞn-

parecidos, embora nĂŁo deixem o ferrĂŁo.

cação Ê prender todos os objetos pesados

cias da picada podem ser dor, inchaço, coceira, edema (acúmulo anormal de

dentro do barco, como caixa tĂŠrmica, caixa

5. VENTO

líquido) e, para os alÊrgicos, obstrução das vias respiratórias, parada cardíaca

FOTO: INĂ CIO TEIXEIRA

etc. e atĂŠ a morte.

70 ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO

de pesca, tanque de combustĂ­vel etc. para evitar que eles se movimentem e possam

AlÊm de atrapalhar a pescaria, o vento pode causar acidentes. Nessa situação, a

desequilibrar o barco, alĂŠm de orientar os pescadores a nĂŁo se levantarem.

Ventos fortes podem comprometer não só a pescaria, mas tambÊm a segurança do pescador


6. CORREDEIRAS Se não forem dribladas por um condutor experiente, as corredeiras podem ser traiçoeiras

Muitas vezes, os pescadores precisam atravessar corredeiras para chegar aos melhores pontos de pesca. Entretanto, pilotar nessas condiçþes ĂŠ tarefa para quem tem experiĂŞncia, pois qualquer distração ou indecisĂŁo pode ocasionar um acidente. Por isso, contratar um guia local ĂŠ uma boa escolha, jĂĄ que ele poderĂĄ indicar o melhor percurso. É importante que o barco tenha um manutenção esteja em dia, e os procedimentos para evitar que o barco vire sĂŁo os mesmos de quando hĂĄ ondas.

7. TOCOS

FOTO: INĂ CIO TEIXEIRA

motor com uma boa potĂŞncia, que a

A presença de tocos Ê uma armadilha ao

ção imediata, o que obriga o barco a ser

a ideia for alugar o barco, deve-se obser-

pescador, principalmente os submersos, e

rebocado. Prevenir esse tipo de situação

var o seu estado, conversar com o guia

podem facilmente desequilibrar ou virar o

com uma rigorosa manutenção nos equi-

para conferir se a manutenção foi feita e

+ &

pamentos Ê a melhor solução. Se o motor

+ ção antes da partida.

É importante levar ferramentas båsi-

+

cas (chave de vela, vela reserva, alicate,

estado da bateria. Saber um pouco sobre

Durante a pescaria, ĂŠ importante dei-

chave de fenda etc.) para pequenos repa-

o funcionamento e a mecânica dos moto-

xar a trava do motor livre para que ele le-

ros. PorĂŠm, alguns defeitos nĂŁo tĂŞm solu-

res de popa tambĂŠm ĂŠ recomendĂĄvel. Se

vante se encontrar algum obstĂĄculo.

FOTO: INĂ CIO TEIXEIRA

É preciso cuidado tanto com os tocos visíveis quanto os submersos

eco ec oaven avven ntu tura ra 71


[ paixão nacional ]

Além de ter sido a primeira, foi a marca nacional de molinetes mais vendida do Brasil até os anos 1990 e a única da época que ainda está de portas abertas. Desenvolveu o molinete que fez parte da tralha da maioria dos pescadores experientes e é quase uma lenda entre os mais novos. Conheça uma tradição que atravessa gerações da família Paoli e de pescadores brasileiros POR: BÁRBARA BLAS | FOTOS: INÁCIO TEIXEIRA | ARTE: GLAUCO DIAS

72 ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO


ada peça ĂŠ uma histĂłriaâ€?, revela Dirceu Agostini sobre os 56 anos da primeira fĂĄbrica de molinetes do Brasil: a Paoli, Paoli & Cia Ltda. Como funcionĂĄrio mais antigo, seu Dirceu guarda um pouco dessa histĂłria, assim como tantos outros que jĂĄ tiveram uma ocupação na fĂĄbrica. As lembranças sĂŁo recordadas tambĂŠm pelos pescadores brasileiros, pois os que nĂŁo tiveram um desses, ao menos jĂĄ ouviram falar. 3 +

ÂŒ torâ€? — que aguenta fazer tudo —, especialmente os pescadores de praia. E hĂĄ, tambĂŠm, os que adquiriram um Paoli hĂĄ 30 anos ou mais e que, ao reencontrĂĄ-lo apĂłs longo tempo sem uso, sĂŁo surpreendidos por ele ainda estar intacto. TĂŁo curioso quanto isso ĂŠ o fato de que, atĂŠ hoje, sĂŁo fabricados os mesmos modelos desde 1962, quando foi lançado o primeiro, o Super Paoli.

Super Paoli do ano de lançamento com todas as peças originais

eco ec oavventu entu en ura ra 733


[ paixĂŁo nacional ]

Vista panorâmica do pavimento superior da Paoli

Quem nos conduz pelo pĂĄtio da fĂĄbri-

pre residiu e que abrigou a fĂĄbrica em

No inĂ­cio, no ano de 1951, o empre-

ca instalada na rua Ricardi Cavatton, no

outros trĂŞs endereços — nas ruas George

endimento era modesto. Rodolpho fabri-

bairro da Lapa, em SĂŁo Paulo, ĂŠ OctĂĄvio

Smith, Ponta Porã e Clemente à lvares —,

cava colchetes de roupa, carburadores

Paoli Filho, neto do fundador Rodolpho

mas a distância, muitas vezes tortuosa,

de lampiĂŁo e agulhas de saco na gara-

Paoli. PorĂŠm, antes de ter sua linha de

entre o sonho e a realidade. E Rodolpho,

gem de sua casa. Entretanto, ele era

montagem de molinetes no prĂŠdio atual,

ferramenteiro-chefe da Estrada de Ferro

um visionĂĄrio que vislumbrava um novo

um longo caminho foi percorrido pelo pa-

de JundiaĂ­, estava disposto a percorrer

projeto. Em 1955, fundou a Paoli, Paoli

triarca. NĂŁo o espacial, jĂĄ que nunca dei-

esse caminho ao abandonar o posto para

& Cia Ltda com a razĂŁo social que existe

xou a Lapa, bairro no qual a famĂ­lia sem-

se dedicar a um negĂłcio prĂłprio.

atÊ hoje. Ele continuou a fabricação dos mesmos produtos e acrescentou outros,

Dirceu Agostine trabalhou com as três geraçþes da família Paoli. Aos 76, Ê o funcionårio mais antigo. Jå exerceu diversas funçþes, atÊ chefe geral, e hoje trabalha no torno automåtico

como os giradores, e chegou a fazer anzol da mesma tecnologia utilizada na agulha de saco. Ao observar que a venda de carburadores de lampiĂŁo nĂŁo teria futuro, o empreendedor e pescador apaixonado decidiu mudar de rumo mais uma vez. Assim, sete anos apĂłs a abertura da fĂĄbrica, chegou ao mercado o primeiro molinete brasileiro. De forma artesanal, Rodolpho desenvolveu o Super Paoli baseado no molinete francĂŞs ‚ & ÂŒW 1 importados, que eram inacessĂ­veis, mas

744 ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO


a qualidade equivalia ao Paoli, pelo qual se pagava um quinto do preçoâ€?, conta Reinaldo Jarussi, que começou a pescar com Paoli na infância e vende esse molinete desde a dĂŠcada de 1970. Mais tarde, com o sucesso do primeiro modelo (que possui quatro tipos: Super, Super Luxo, Super Rio e Super Rio Luxo), vieram o Malcolm (Malcolm e Malcolm Rio), o 2000 e por Ăşltimo ^ "#Â?% + ( OctĂĄvio Paoli —, o Imperador (Imperador e Imperador Luxo). Rodolfo Paoli Neto estĂĄ hĂĄ 5 meses na fĂĄbrica da famĂ­lia

PAIXĂƒO NACIONAL 4 + manutenção fĂĄcil e barata. Esse ĂŠ o conceito que consagrou a Paoli e que a transformou em detentora de 90% do mercado. Mesmo com o crescimento da marca, Rodolpho fazia questĂŁo de acompanhar o dia a dia da fĂĄbrica. Sua realização estava na mecânica, no desenvolvimento dos OctĂĄvio mostra o retrato do avĂ´ Rodolpho, fundador da Paoli, que ďŹ ca pendurado no escritĂłrio

+ ( 7 que tambĂŠm tinha grande paixĂŁo pela pesca, passou a cuidar do administrativo. JĂĄ o neto OctĂĄvio Filho, embora nĂŁo tenha herdado o gosto pela pesca, começou a trabalhar na fĂĄbrica da famĂ­lia em 1988. AtĂŠ essa ĂŠpoca, havia cinco fabricantes de molinete no Brasil: Paoli, Tramontina, Mariner, Tokyo e Stanley& ÂŒ7 mais prĂłximo a nĂłs era a Mariner e ela fabricava 10% da nossa produçãoâ€?, relata. AlĂŠm da durabilidade incomparĂĄvel, ele ganhou tambĂŠm outro apelido, alĂŠm ÂŒ Â… Œˆ ‡ † Â… dade de manutenção. É cobrada apenas a peça trocada, o que custa, no mĂĄximo, y% & 7 6 ÂŒ' Paoli dĂĄ garantia eterna contra defeito de fabricação sem custoâ€?.

Reprodução do anúncio de 1987

ecoaventura 75


[ paixĂŁo nacional ]

Paulo Francisco de Prado, funcionĂĄrio desde 1972, realiza a montagem do Super Paoli

A coroa de bronze dĂĄ a durabilidade aos molinetes Paoli

ec ccooav aven entu tura l PE tura PESC ESC SC CA ES CA E PORTI OR RT TTIIVA IVA VA, V A, ME MEEIIO A AM MB M BIE IE ENT EN NT N TE E TUR TE TURISMO 76 e 76

A ABERTURA Ă€ IMPORTAĂ‡ĂƒO E SUAS CONSEQUĂŠNCIAS

te. Não sei se mudaria a história, mas os fabricantes brasileiros poderiam ter se atualizado�, pondera.

Apesar de nĂŁo ter sentido uma queda

E o que fazer com os 150 pais de famĂ­-

imediata, pouco tempo apĂłs a abertura

lias que trabalhavam na linha de produ-

do mercado brasileiro à importação, no

ção diante da crise? Octåvio conta que,

início da dÊcada de 1990, a Paoli + ‹

por trĂŞs ou quatro meses, cerca de 70

mercê de uma competição desleal. Com

funcionĂĄrios jogaram futebol porque nĂŁo

molinetes estrangeiros mais modernos

era vantajoso produzir mais, atĂŠ que mui-

e a preços competitivos, aliado à cultu-

tos acabaram demitidos.

ra do brasileiro de que o importado era

Œ'

sempre melhor, a Paoli entrou em pro-

para a gente que viveu de outra forma. Per-

funda crise. OctĂĄvio crĂŞ que o motivo do

to dos 90% que a gente representava na

declínio não foi a abertura à importação

Êpoca, hoje a nossa participação Ê de 2%.

em si, mas a maneira como ela foi reali-

O que nos restou foi o nome de muito tem-

! & ÂŒQ

*

po�, expþe o herdeiro, que hoje administra

tecnologia primeiro, para deixar a indĂşs-

! & Œ|

tria nacional se adequar, e depois vir o

tem a chance de melhorar, nĂŁo tenha dĂşvi-

produto acabado, acredito que teria pelo

da, senĂŁo nĂŁo estarĂ­amos aqui, jĂĄ terĂ­amos

menos dado uma oportunidade diferen-

fechado como as outras�, acrescenta.


Reinaldo Jarussi pesca com Paoli desde criança. Começou a vender o molinete em sua lotÊrica no ano 1970 e, em 1998, virou representante da marca

PERSPECTIVAS ÂŒ' Paoli estĂĄ voltando porque os pescadores cansaram de comprar equipamento Â… ‰ & ' + mostra que hĂĄ esperança de dias melhores para os molinetes outrora mais vendidos do Brasil. A durabilidade e manutenção barata foram os fatores que mantiveram a Paoli em funcionamento e, embora os molinetes nĂŁo sejam utilizados para a pesca de peixes grandes, tĂŞm muitos adeptos em pescarias de praia pela capacidade de linha e resistĂŞncia Ă ĂĄgua do mar. O modelo que se destaca

iniciada hĂĄ trĂŞs anos, que tem focado na

OctĂĄvio diz que, atĂŠ hoje, muitos lojistas

nesse quesito ĂŠ o Malcolm. JĂĄ para pescaria

venda. Dessa forma, a Paoli espera ganhar

+ -

embarcada de grande porte em rio, o mais

+

tes que vendem por mĂŞs, nĂŁo chegam prĂł-

indicado ĂŠ o Imperador. AtĂŠ hoje, todos os

que eles se interessem em vender o produto,

ximo ao nĂşmero de Paoli que saĂ­a das lojas

modelos sĂŁo produzidos e 95% do material

antes de uma propaganda para os pescado-

antigamente. Com relação aos pescadores,

ĂŠ feito na prĂłpria fĂĄbrica, mesmo as meno-

res. AlĂŠm disso, ele acredita que o caminho

com certeza não esquecerão as emoçþes

res peças, como parafusos de um milímetro.

seja a busca de novos parceiros, um produto

vividas com seus molinetes. Com ou sem

Quanto Ă venda, ocorre mais expressivamen-

& Œ'

saudosismo, o fato ĂŠ que a Paoli ainda estĂĄ

pretende levar esse nome, fazer a Paoli pelo

de portas abertas e nĂŁo morrerĂĄ enquanto

menos voltar a ser conhecida.�

estiver no coração dos brasileiros.

te no Rio de Janeiro e no Nordeste. PorÊm, hoje Ê difícil competir com os produtos disponíveis no mercado. Segundo Octåvio, os molinetes são vendidos o mais barato possível, o que tambÊm sempre + 6 ! venda e preço acessível para todo mundo. Entretanto, alÊm do custo-benefício pouco atrativo, jå que não houve investimentos recentes em tecnologia, com a venda qua-

Mais do que contar uma história, Octåvio faz a ponte entre o passado e o presente ao mostrar dois molinetes Super Paoli, um de 1962 e um atual. As diferenças são sutis: o modo de soltar o carretel e um parafuso, alÊm de os chassis e a tampa do antigo serem um pouco menores

se a preço de custo, não hå margem para dar descontos, o que torna difícil a venda para distribuidores. Atualmente, a empresa possui três sócios, Octåvio Filho, seu pai e uma tia, que jå estão na faixa dos 80 anos. Por isso, Octåvio Ê o responsåvel por administrar os problemas diårios. Para ele, herdar essa tradição da Paoli Ê uma grande responsabilidade e, por isso, ele tem buscado alternativas. Uma delas Ê o projeto de um novo molinete, mais moderno, que começou a ser desenvolvido ( ! + ceiro. Outra Ê a reestruturação da empresa,

ecoaventura 77


[ paixĂŁo nacional ] Os molinetes Paoli

Super Paoli

"

)

) +

*% ) mas com rolamento

) -

. /

- +

. /

Paoli Malcolm

# " $ %

Malcolm Rio

Malcolm

$ /

. /

Paoli Imperador

# % % &'(%

*

Um rolamento

Paoli 2000

* +

&

!

78 ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO


folhas, flores e frutos

Can e a ro de aves

A eritrina-candelabro, ou mulungu, tem o poder de atrair passarinhos ao seu redor, o que lhe deixa ainda mais bonita no meio da mata POR: DANI COSTA I FOTOS: INÁCIO TEIXEIRA I ARTE: MILA COSTA

O

vermelho intenso das flores da planta

Mesmo tão bela, é fácil de cultivar, pois

Erythrina speciosa destaca-se majestosa-

não exige cuidados extremos, apenas que

mente no verde da Mata Atlântica, de onde

suas sementes sejam plantadas em solos

é nativa. Mais ainda, quando ao seu redor

férteis e com água abundante. Outra boa

há inúmeros pássaros, principalmente os

maneira de espalhar essa árvore é adotar o

beija-flores. Por isso, é considerada uma

plantio por estacas, que possui desenvolvi-

das mais bonitas árvores brasileiras.

mento rápido das mudas.

Conhecida como mulungu-do-litoral ou

Seu florescimento ocorre no final do inver-

eritrina-candelabro — por ser aberta como

no. Portanto, em outubro, já é possível ver as

um —, tem altura que varia de três a cinco

flores renovadas que se expõem na primave-

metros. Possui tronco espinhento de madeira

ra. E cobrem a mata de vermelho.

BIOLOGIA Nome científico: Erythrina speciosa Nomes populares: mulungu, mulungu-do-litoral, eritrina, eritrina-candelabro, corticeira, eritrina-vermelha, suinã-canivete e suinã-vermelho Família: Fabaceae Distribuição geográfica: Brasil

leve e folhas grandes, que caem no inverno. Nas expedições da ECOAVENTURA em lugares de Mata Atlântica, encontramo-la à beira de rios ou próximo a praias. É que essa planta gosta de umidade.

ecoavventu ec ura 799


[ pesque-pague ]

ORT RT T VA TI VA, V A A,, M MEIO ME EIO EOA AMB BIENT IENT IEN ENT NT TE E TURI TURI TUR RIS RI SM SMO MO MO 80 ecoaventura l PESCA ESSPORTI


Pintados e Cacharas: Quando se trata de focar a pescaria nas grandes espécies de couro, é preciso dedicação e muita técnica para fisgar um grande troféu

FOTO: JULIANO SALGADO

ANDRÉ CORREA E JULIANO SALGADO | ARTE: TIAGO STRACCI

eccoav ave entu entu en tura ra 81 ra 81


[ pesque-pague ]

C

omuns na maioria dos lagos dos pesque { + ( € + & € 8 { ( ( 1

& ‘ 1 representantes dessas espÊcies, quando

& 7 rem normalmente quando o pescador se dedica a outros peixes, mas seu anzol acaba enroscando em um desses espĂŠcimes. No entanto, o que poucos sabem ĂŠ que, com a montagem, as iscas e a tĂŠcnica corre

*

+ ( & W ( / ^ ! (

& 7 tagem [veja fotos na pag. 86ÂĽ ! ( Â’ÂŚ% + *

/ 3&ˆ&'& ^ ( ! ! & 8 +

+ 1 & 8 (

colocar o equipamento na espera enquanto pesca outras espĂŠcies.

mum aos pescadores que perseguem essa / ^ distantes do meio dos lagos. 82 ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO

FOTO: INĂ CIO TEIXEIRA

Feita a montagem correta — e para am (

-


Sem a técnica e a montagem corretas, é comum capturar espécies híbridas ou de pequeno porte

eeccoa avvent en e ntu turra a 8833


FOTOS: INテ,IO TEIXEIRA

[ pesque-pague ]

Jundiテ。 e pequenos Pintados sテ」o bem comuns

ecoaventura l PES PESCA A ESPORTIVA, VA, MEIO AMBIENTE E TURISMO


Foram dois dias dedicados exclusivamente a essas espĂŠcies, porĂŠm, com resultados muito modestos, sobretudo quando considerado o porte dos peixes capturados A HORA “Hâ€? 3

cetes dos especialistas —, tentamos sem { ( 8 & ‚ (

+ 8 + { + (

& | & 3 + *+ &

FOTO: INĂ CIO TEIXEIRA

€ -

FOTO: ANDRÉ CORREA

Grandes Cacharas, como a da foto, exigem persistĂŞncia e tĂŠcnica apurada para serem ďŹ sgadas

eeccoav aven en nttu uura r 855 ra


[ pesque-pague ] COMO FAZER: PASSO A PASSO 1 - Acessórios usados na montagem: snap (para facilitar a troca de iscas rapidamente), canudo, agulha de tricô, cabo de aço, girador e discos de E.V.A.

4 e 5 - Tire o canudo, insira a agulha e, com sua ponta, engate no girador da montagem para colocar os E.V.A.’s dentro da salsicha.

2 - Fazer 3 tipos de montagens. Para a salsicha menor, montar 2 discos de E.V.A. Para a média, 3, e para a inteira, 5 discos.

6 - A montagem está completa. Agora, é só engatar o snap no girador da montagem e amarrar a linha da vara na outra parte do snap.

3 - Com o canudo, perfurar a salsicha para ela ficar oca e os discos de E.V.A. passarem pelo buraco feito.

1

3

2

4

6

FOTOS: INÁCIO TEIXEIRA

5

86 ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO


Equipamentos t 7BSBT DPN UBNBOIP FOUSF F NFUSPT EF B MJCSBT t $BSSFUJMIBT PV NPMJOFUFT RVF DPNQPSUFN FN UPSOP EF NFUSPT EF MJOIB MJCSBT

t "O[Ă˜JT UBNBOIP FOUSF F FNQBUF EF BĂŽP nFYĂ“WFM DPN SFTJTUĂ?ODJB EF MJCSBT QFRVFOPT EJTDPT EF & 7 " QBSB FOWPMWFS P FNQBUF F VN HJSBEPS SFTJTUFOUF

O Pintado da foto, ďŹ sgado no lago do Silvestre Park Hotel, causou enorme satisfação ao jovem pescador

O TIRA-TEIMA

FOTOS: WILSON FEITOSA

DICAS DE PESCA - As iscas devem ser posicionadas entre as margens e o meio do lago - As açþes são mais frequentes em dias quentes - A fisgada deve ser firme e vigorosa, entretanto, não Ê preciso mais que uma - Com o peixe fisgado, Ê fundamental manter a linha esticada, pois, na maioria dos pesqueiros, Ê obrigatório o uso de anzóis sem farpa - Como a maioria dos pesqueiros cobra valores exorbitantes pelo quilo dessas espÊcies, o procedimento de soltura deve ser executado o mais råpido possível e o peixe, tratado com o måximo cuidado. Mantê-lo na ågua enquanto prepara o equipamento fotogråfico Ê a melhor forma de preservar sua integridade

ignoradas, o que, depois de certo tempo,

-

8 ‹ (

( & Q

-

e tĂŠcnicas apurados, nossa equipe, em

-

* ( (

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+ &

Q

& 3

{ * -

( -

(

tudo sua primeira corrida, pois a brutalidade

* !

emocionantes momentos desse tipo de

(

& W ! -

& 7

dos suportes de pescadores distraĂ­dos.

ecoaventura 87


saúde

A sesta, tradicionalmente realizada na Espanha e em muitos países latino-americanos, é ao mesmo tempo ameaçada e incentivada no século 21. Ao passo que os latinos cedem ao mundo globalizado, ela é um diferencial das grandes corporações que incentivam qualidade à quantidade de horas trabalhadas. Conheça os benefícios desses sagrados minutos de sono após o almoço POR: BÁRBARA BLAS | FOTOS: INÁCIO TEIXEIRA | ARTE E ILUSTRAÇÃO: MILA COSTA

ecoavven entu tura ra l PPESC ESC SC CA ES ESPORTI ORTTIIVA, OR ORT VA VA, V A, MEIO A, MEIO ME OA AM AMB MBIENT IENT IEN NTE E T TUR TU TURI URI UR RIS RISMO SMO MO O 88 ec 88


eecco coa avve en ntu tura a 89 89


saĂşde

O

s minutos que sucedem o almoço pa-

ma grave. É uma indisposição natural do

estresse etc. JĂĄ ao longo da vida, pes-

recem interminåveis. A preguiça toma

corpo. Segundo os especialistas do sono,

quisas indicam que ela poderia diminuir

conta do corpo, e os olhos, involuntaria-

o melhor remÊdio — muitas vezes mais

o risco de algumas doenças, especial-

mente, querem se render ao sono. Mas

+ -

mente as do coração.

ĂŠ preciso voltar ao trabalho. VocĂŞ levanta

-se ou tomar uma dose de cafeína — tem

da cadeira para dar uma volta, lava o ros-

custo zero e demanda nĂŁo mais que 30

comprovar essa hipĂłtese foi o realizado

to e toma um cafĂŠ bem forte para tentar

minutos diĂĄrios: a sesta, chamada inter-

pela norte-americana Escola de SaĂşde

dominar a moleza. Ou, entĂŁo, o cenĂĄrio

nacionalmente de siesta. É como o dita-

PĂşblica de Harvard (Harvard School of

ĂŠ outro: aquela pescaria tĂŁo esperada.

do: “se vocĂŞ nĂŁo pode combater o inimi-

Public Health) e pela grega Escola de

' 1 + (

go, junte-se a ele�.

Medicina da Universidade de Atenas

Um

dos

estudos

que

tentam

Trata-se do nosso cochilo depois do

(University of Athens Medical School).

parece muito mais convidativa do que

almoço. A curto prazo, Ê possível ter

Por seis anos, 23.681 indivĂ­duos que

uma nova e longa jornada. Se vocĂŞ jĂĄ

uma melhora no nĂ­vel de alerta, humor,

moravam na GrĂŠcia e que nĂŁo tinham

esteve ou se vĂŞ frequentemente nessas

memória, raciocínio, concentração, ca-

histĂłrico

situaçþes, não sofre de nenhum proble-

pacidade de aprendizagem, alĂ­vio do

derrame ou câncer no início da pesquisa

de

doenças

do

coração,

EstĂĄgios do sono EstĂĄgio 1

EstĂĄgio 2

Transição entre o estado Ainda Ê uma fase de vigília e o sono. Dura intermediåria ao atÊ 5 minutos, e a pessoa sono de fato pode ser facilmente acordada

Estågio 3 Nesta fase se inicia o sono profundo. Ocorre a diminuição da atividade cerebral e de diversos sistemas (frequência cardíaca, pressão arterial etc.) para descanso

EstĂĄgio 4

REM

Esta fase corresponde ao sono profundo

A fase REM, ou rapid-eye moviments (movimentos oculares rĂĄpidos), ĂŠ a mais parecida com aquela a qual se estĂĄ acordado. Ocorre uma ativação cerebral e de diversos sistemas. É nela que a maioria dos sonhos acontece

Os estågios de 1 a 4 são chamados de sono NREM (sem movimentos oculares råpidos ou non-rapid eye movements), no qual hå diminuição da atividade em todo o corpo. Estas 5 fases do sono constituem 1 ciclo que dura, em mÊdia, 90 minutos. Em 8 horas, passamos por mais ou menos 5 ciclos.

90 ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO


foram acompanhados. O resultado foi que, entre as pessoas que regularmente faziam a sesta — pelo menos trĂŞs vezes por semana por 30 minutos em mĂŠdia do coração foi 37% menor do que os que nĂŁo cochilavam apĂłs o almoço. JĂĄ para os que dormiam ocasionalmente, a redução foi de 12%. A pesquisa mostrou que a sesta foi mais efetiva entre os homens que trabalhavam do que entre +

“ ” ou entre as mulheres. A mĂŠdica americana Sara Mednick, especialista em estudos sobre sesta e autora do livro Take a nap! Change your life (Tire um cochilo! Mude sua vida, 2007), sugere tambĂŠm outros benefĂ­cios como melhor regeneração da pele, ! “ ^ ”

A tradição da sesta NĂŁo hĂĄ certeza da origem da sesta, mas relatos histĂłricos apontam que os romanos, no primeiro sĂŠculo antes de Cristo, chamavam a pausa da tarde de meridiari, derivação de midday (meio-dia). Mais tarde, a Igreja dividiu o dia em perĂ­odos para atividades especĂ­ficas, como comer, rezar e descansar, e esta Ăşltima seria realizada Ă sexta hora, correspondente ao meio-dia, seis horas apĂłs o nascer do sol. Muitos atribuem a tradição da sesta a SĂŁo Bento — o padroeiro da Europa, que, possivelmente, viveu entre os anos 480 e 547 e que teria incorporado o descanso nas regras criadas por ele. Embora essa prĂĄtica esteja ameaçada pelo ritmo frenĂŠtico de trabalho em todo o mundo iniciado com a Revolução Industrial — quando o costume da sesta desapareceu no norte da Europa —, alguns paĂ­ses do sul desse continente, como Espanha e ItĂĄlia, e muitos latino-americanos ainda mantĂŞm esse ritual. AlĂŠm disso, apĂłs estudos que comprovam seus benefĂ­cios, a sesta estĂĄ em ascensĂŁo em grandes corporaçþes de outras naçþes como JapĂŁo, Estados Unidos e começa a ter lugar tambĂŠm na Alemanha. AtĂŠ a NASA (National Aeronautics and Space Administration) incluiu o cochilo na sua programação diĂĄria apĂłs observar uma melhor lucidez dos astronautas. A Espanha ĂŠ o paĂ­s mais conhecido pela tradição da sesta. Entre as 14 e 17 horas, boa parte do comĂŠrcio, especialmente em cidades pequenas, ainda fecha as portas, e os espanhĂłis almoçam e adormecem. Revigorados, por volta das 17 horas, retornam ao trabalho atĂŠ as 20 ou 21. Em comparação com a tĂŁo conhecida american way of life (maneira de viver norte-americana), podemos dizer que a sesta ĂŠ, mesmo que nĂŁo de forma tĂŁo intensa quanto no passado, a tĂ­pica maneira de viver espanhola.

contribuição para a perda de peso — jĂĄ que pessoas sonolentas procuram mais alimentos ricos em gordura e açúcar do que as descansadas, alĂŠm de o cochilo aumentar a produção de um hormĂ´nio que reduz a gordura do corpo.

POR QUE SENTIMOS SONO APĂ“S O ALMOÇO? A sonolĂŞncia ocorre pelo fato de termos dois ciclos de sono: o principal durante a noite e outro apĂłs o almoço, o que estĂĄ ligado Ă queda de temperatura corporal. 8 1 ‹ ( volta das 23 horas, a temperatura do corpo começa a cair e atinge o ponto mais ( ( ( al de despertar. Uma nova queda aconte ‹ propensĂŁo para dormir entre as 14 e 16 ( & 3 nesse processo, a sonolĂŞncia acontece independentemente do almoço.

ecoaventura 91


saĂşde

Uma sesta ao ar livre, em uma rede sob a sombra de uma ĂĄrvore, recarrega as energias para a pescaria da tarde

Essa sonolĂŞncia normalmente passa

O OUTRO LADO DO COCHILO

FISGUE ESSA IDEIA

no decorrer da tarde, porĂŠm, por todos os benefĂ­cios jĂĄ citados, a sesta se mostra

Um fator que pode diminuir os benefĂ­-

A sesta ajuda a recuperar as ener-

uma ótima solução. Segundo a Dra. Lu-

cios da sesta ĂŠ a chamada inĂŠrcia do sono

gias após uma manhã de esforço tanto

ciana Palombini, especialista em medici-

— aquela lentidão logo após o despertar. A

mental quanto fĂ­sico. “Isso porque o nĂ­-

na do sono do Instituto do Sono de SĂŁo

+ -

vel de alerta ĂŠ importante para os dois

Paulo, com um cochilo rĂĄpido, de 15 ou

te dura entre 5 e 30 minutos, mas pode se

Â… + 8 & 2

20 minutos, a pessoa jĂĄ se sente melhor:

prolongar por mais tempo. Entretanto, nĂŁo

para algumas tarefas, em especial as

“O ideal ĂŠ durar atĂŠ 30 minutos. Mais do

( & W +

que colocam outras pessoas em risco,

^ -

sesta depende de cada pessoa. Algumas

-

Â… &

se sentem Ăłtimas apĂłs o cochilo e outras

lotos, ĂŠ imprescindĂ­vel que a pessoa se

não recuperam a disposição.

mantenha alerta. “Mas, sentir-se bem

4 ( Â’% em geral, vai atĂŠ o estĂĄgio 2 do sono [veja

De modo geral, nĂŁo hĂĄ contraindica-

acordado ĂŠ uma questĂŁo de qualidade

box na pĂĄgina 92] ^ +

ção, mas se a pessoa tem algum distúr-

de vida, de bem-estar, independente-

para a pessoa descansar e voltar Ă ati-

bio do sono grave, como insĂ´nia ou ap-

mente da atividade�, acrescenta. Con-

vidade. Palombini ressalta que o intuito

neia (curtas interrupçþes na respiração

sequentemente, apĂłs o cochilo, o pes-

desse tempo recomendado ĂŠ que nĂŁo se

enquanto dorme), a doutora recomenda

cador terå mais disposição para muitas

chegue ao sono mais profundo.

a avaliação de um especialista.

outras horas de pescaria.

ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO


Condições ideais para a sesta

No cotidiano, a sesta pode ser mais eficiente para aumentar o estado de alerta do que bebidas à base de cafeína, como café, chá mate e coca-cola

O barulho tende a atrapalhar o sono. Se for inevitável, músicas de meditação, como as com sons da natureza, podem diminuir o barulho externo

A luz, especialmente a do sol, é um estímulo direto para o cérebro entender que está na hora de ficar acordado. Se não for possível dormir em um local escuro, um tapa olhos pode ajudar

Dormir de mau jeito pode acarretar problemas na coluna e pescoço. Por isso, é muito importante manter a coluna reta durante o sono. Hoje existem, inclusive, cadeiras de escritório reclináveis para sesta

Para um sono adequado, a sesta segue as mesmas exigências de sono da noite: silêncio, escuro e conforto

ecoaventura 93


radar

Fim de rancho de caça O Núcleo Caraguatatuba do PESM (Parque Estadual da Serra do Mar), em

vestígios de penas de aves e pelos de mamíferos.

São Paulo, em ação conjunta de fiscali-

A Fundação Florestal, ges-

zação com a Polícia Ambiental, desman-

tora do PESM, tem intensificado

telou mais um rancho de caçadores. O

suas ações de fiscalização. Atualmente,

estaleiros, armadilhas, cortes

abrigo clandestino foi descoberto no alto

a caça é uma das grandes ameaças à

de palmitos, extração ilegal de madeira,

da serra de Caraguatatuba-SP, no início

fauna nativa da Mata Atlântica. O traba-

além de construções ilegais dentro dos

de setembro. No local, foram encontrados

lho de vigilância é diário, com incursões

limites do parque.

Matança de Peixe-boi

na mata à procura de caçadores, ranchos,

Mais conservação

A discussão sobre a necessidade da cria-

de Conservação) e do GTA (Grupo de Tra-

ção da RDS (Reserva de Desenvolvimento

balho Amazônico), juntamente com a SDS

Das 300 propostas de criação de no-

Sustentável Sacará-Piranga), em Manaus,

(Secretaria Estadual de Desenvolvimento

vas unidades de conservação que, atu-

voltou à pauta no mês passado no município

Sustentável), participam do estudo, que

almente, tramitam no ICMBio (Instituto

de Silves, a 203 quilômetros dessa capital.

prioriza o manejo das atividades já desen-

Chico Mendes de Conservação da Bio-

volvidas no local, como agricultura, artesa-

diversidade), 23% estão concentradas no

nato e pesca.

bioma amazônico. Pará e Amazonas são

A falta de consciência de pescadores profissionais, que esgotam os estoques de peixes, entre eles o Peixe-boi, levou as co-

Uma das grandes preocupações dos ri-

munidades ribeirinhas de Silves a retomar o

beirinhos é com a preservação dos lagos. O

processo. Representantes de 17 comunida-

Pirarucu e o Peixe-boi são espécies amea-

des, do Ceuc (Centro Estadual de Unidades

çadas de extinção.

os estados da região que detêm a maioria dessas demandas. A intenção do ministério do Meio Ambiente é criar mais unidades de conservação no País, que são de diferentes categorias e estão em distintas etapas. A maior incidência é de Resex (reserva extrativista) e de RDS (Reserva de Desenvolvimento Sustentável), onde a pressão pela ocupação desordenada do território é mais acentuada. Já foram encaminhadas para o Ministério do Meio Ambiente e Casa Civil a proposta de criação das Resex Baixo

FOTO: SXC_DAVID SINOFKSY

Rio Branco/Jauaperi, em Roraima, Montanha Mangabal, no Pará, e Lago Cuniã, em Rondônia.

94 ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AMBIENTE E TURISMO


radar

Amazônia Street View O Google e a FAS (Fundação Amazonas Sustentável) vão utilizar a ferramenta Street View na floresta Amazônica, com o registro fotográfico do rio Negro e de suas comunidades e estará disponível a partir deste mês. O Google Street View é uma funcionalidade do Google Maps que oferece aos usuários da web a oportunidade de explorar digitalmente diversas cidades e lugares por meio de fotos em 360°. Essa experiência de imersão fica disponível aos internautas gratuitamente. As imagens do rio Negro foram capturadas por barcos com um trike acoplado (um triciclo com câmeras). Esse veículo, próprio para locais que não são acessíveis por carros, também foi utilizado para mapear as comunidades da região. Moradores das comunidades ribeirinhas ajudaram na coleta das imagens depois de receberem treinamento para operar o equipamento. Virgílio Viana, superintendente geral da FAS, acredita que proporcionar ao mundo essa experiência de um tour interativo dentro da floresta Amazônica é mais do que apenas entretenimento. “Isso assume um papel de extrema importância na conscientização sobre os desafios de conservação, desenvolvimento comunitário e sustentabilida-

FOTOS: GOOGLE

de na Amazônia. Esperamos que essa iniciativa fomente outras parcerias que também possam unir a alta tecnologia com a sabedoria dos moradores da floresta”, afirma.

ecooaventura a 95


radar

Debate sobre o Tietê

Os representantes das cinco APAS (Áreas de Proteção Ambiental) situadas nas áreas de abrangência do rio reuniram-se com a Fundação Florestal (órgão vinculado à Secretaria de Estado do Meio Ambiente) no dia 21 de setembro, na cidade de Tietê, para discutir sobre o planejamento e a gestão das Unidades de Conservação (áreas públicas protegidas por lei que têm como objetivo a manutenção da diversidade biológica). As APA’s do rio Tietê são: Várzea do Rio

FOTO: INÁCIO TEIXEIRA

Tietê, Tietê, Corumbataí, Ibitinga e Cabreúva. O evento deu prosseguimento aos trabalhos realizados no primeiro seminário na USP (Universidade de São Paulo), em 2010.

Código Florestal Brasileiro Propagou-se na mídia que o novo có-

das, continuam na iminência de serem al-

Defesa das Florestas e do Desenvol-

digo tem previsão de ser aprovado no fim

teradas. O Governo, inclusive, já declarou

vimento Sustentável, que reúne 112

deste mês pelo Senado. Mas, os ambien-

que vai vetar o Código se essa norma não

organizações da sociedade civil em

talistas que acompanham os trâmites

for modificada. Por isso, acho que não é

torno da campanha "Floresta Faz a

acreditam que essa data seja inviável.

possível a aprovação no final de outubro”,

Diferença". O objetivo é mobilizar a

Atualmente, quatro comissões debatem

revelou à ECOAVENTURA Mário Manto-

população para pressionar o Senado a

emendas junto a senadores: a de Cons-

vani, geógrafo e diretor de políticas públi-

fazer mudanças no texto.

tituição, Justiça e Cidadania (CCJ), Meio

cas da SOS Mata Atlântica.

Ambiente (CMA), de Ciência e Tecno-

No Rio de Janeiro, foi lançado por

logia (CCT) e de Agricultura (CRA), que

ambientalistas um comitê contra o

consultam juristas sobre o novo código.

novo Código Florestal ligado

Entidades da sociedade civil também

ao Comitê Nacional em

participam da criação de emendas através de senadores, como a Fundação SOS Mata Atlântica. “Já está terações e vai voltar para a Câmara, pois questões fundamentais, como a da anistia a agricultores que deveriam recompor áreas desmata-

MBIE IEN ENT TE E TURI TU SMO TU TUR SMO SM 96 ecoaventura l PESCA ESPORTIVA, MEIO AM

FOTO: SXC JANDERSON ARAÚJO

claro que o código sofrerá al-


é o bicho

O habitante da escuridão Biologia

O artrópode opilião vive em cavernas e é muitas vezes confundido com a aranha POR: DANI COSTA I FOTOS: INÁCIO TEIXEIRA I ARTE: GLAUCO DIAS

E

Nome científico: Serracutisoma spelaeum Nomes populares: cafofo, bodum, aranha-bodum e aranha-bode Reino: Metazoa Filo: Arthropoda Classe: Arachnida Ordem: Opiliones Família: Gonyleptidae Habitat: cavernas Tamanho: 1cm de comprimento do corpo. Com as pernas esticadas, pode atingir de 20 a 25cm de diâmetro Fonte consultada: IB (Instituto de Biociências), do curso de Biologia da USP (Universidade de São Paulo)

xcursionar por cavernas revela

Essa espécie pertence à subfamília

essa versatilidade de ambientes, esse opilião

uma natureza surpreendente. A

Goniosomatinae, na qual há os opiliões de

não é especificamente ameaçado de extin-

princípio, a bruta aparência dos

maior tamanho. A maioria desses artrópodes é

ção, mas é sensível, pois, caso as cavernas

salões de pedra e água demons-

bem menor, com pernas mais curtas.

desapareçam da região, a espécie também sumirá”, ensina Pedro Gnaspini.

tra serem inóspitos. Mas, pequenos habitan-

De acordo com Pedro Gnaspini, biólogo e

tes desenvolvem ali seu ciclo de vida. É o caso

professor de Zoologia da USP (Universidade de

Os opiliões não possuem um nome po-

dos opiliões, artrópodes que, frequentemente,

São Paulo), existe uma grande diversidade de

pular generalizado, mas há alguns exem-

são confundidos com aranhas.

opiliões, com formas, cores e hábitos bem varia-

plos, como cafofo, bodum, aranha-bodum,

Os opiliões são aracnídeos, assim como

dos. “Só no Estado de São Paulo foram registra-

aranha-bode, entre outros, que geralmente

as aranhas, os ácaros, os carrapatos e os

das mais de 230 espécies. E é bastante comum

fazem referência ao odor desagradável que

escorpiões. Entretanto, esse bicho possui

que elas tenham uma distribuição relativamen-

podem emitir. Trata-se de um mecanismo

cefalotórax (cabeça e tórax) fundidos em uma

te restrita geograficamente; ou seja, são endêmi-

de defesa química. Eles produzem uma

só estrutura, diferentemente das aranhas.

cas”, explica o especialista.

substância que é utilizada quando o animal

Vivem abrigados durante o dia nas ca-

Em relação aos organismos que vivem em

vernas — onde encontram a umidade que

cavernas, essa espécie é classificada como

buscam — e saem à noite para se alimen-

um “trogloxeno obrigatório”, ou seja, o animal

tar na mata. A espécie que a ECOAVEN-

não fica confinado, pois precisa sair de tem-

TURA registrou no Petar (Parque Turístico

pos em tempos para se alimentar no ambiente

do Alto Ribeira), em Iporanga e Apiaí, sul

externo — onde caça insetos de corpo mole

de São Paulo, tem o nome científico Ser-

e/ou pode se alimentar de bichos já mortos.

racutisoma spelaeum (spelaeum significa

“Mas, precisa retornar para se abrigar, colocar

“que vive em cavernas”).

e proteger seus ovos. Por conseguir manter

sente-se ameaçado.

ecoaventura 97


classificados

cie Anun

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Panamá 2011 / 2012

Ninguém conhece o Panamá como nós. Mais de 600 clientes enviados com taxa de retorno de acima de 80% Venha pescar conosco nas últimas datas do primeiro semestre de 2012 guiadas pelo Betão. Custa muito menos do que você imagina! Venha capturar mais de 40 espécies diferentes, pescando de: Arremesso (Popping) Vertical (Jigging) Corrico (Trolling) Fundo (Bottom) Barcos para 2, 3 ou 4 pescadores 1° saída Paradise Fishing Lodge 28 de Janeiro a 3 de Fevereiro 2012 Esgotado 2° saída Pesca Panamá de 4 a 11 de fevereiro de 2012 Esgotado 3° saída Paradise Fishing Lodge 2 a 9 de março de 2012 Esgotado 4° saída Paradise Fishing Lodge 7 a 14 d abril 2012 poucas vagas

Consulte-nos sobre outras datas para as duas operações tanto em 2011 como em 2012

Madagascar 2011 / 2012

Representante exclusiva da operação Tropical Fishing, a ECOAVENTURA Turismo também preparou pacotes nas melhores semanas de 2011 e 2012. A Ilha de Madagascar é o ponto de pesca no Índico mais próximo do Brasil com mais de 30 espécies e as mesmas técnicas do Panamá, popping, jigging, trolling e bottom-fishing.

Esgotado

Esgotado Esgotado Esgotado

1° saída de 8 a 15 de outubro de 2011 2° saída 20 a 28 de novembro de 2012 3° saída 12 a 20 de dezembro de 2012 4° todas as semanas de 8 de abril a 20 de Maio de 2012



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