Em Família | Santa Maria

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1º SEMESTRE/2012

Eu, digital Como a nova geração interage com a tecnologia


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você aprende com o mundo


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Expediente Combinação única de bons valores com excelência. O Grupo Marista conta com milhares de pessoas que diariamente vivenciam e disseminam importantes valores humanos e cristãos, com o compromisso de promover e defender os direitos das crianças e jovens. Faz parte do jeito Marista a busca constante por excelência. Na área da educação, da escola à universidade, formamos pessoas e trazemos resultados comprovados. Em atividades nas áreas de saúde e comunicação, levamos sempre a melhor qualidade para públicos de diferentes condições e necessidades. Em todas essas áreas a ação social está presente com iniciativas alinhadas ao posicionamento institucional, mas também atuamos diretamente, por meio de uma ampla rede de solidariedade. Bons valores com excelência. Nossa missão é proporcionar essa combinação única para a construção de um mundo melhor.

Presidente das Mantenedoras: Ir. Delcio Afonso Balestrin Superior Provincial: Ir. Joaquim Sperandio Superintendente ABEC/UCE: Paulo Serino de Souza Rede de Colégios: Ir. Paulinho Vogel, André Garcia, Isabel Cristina Michelan Azevedo Comunicação e Marketing ABEC/UCE: Fabiane Campana, Patrícia Fatuch, Camila Schmid, Bruno Bonamigo, Tiago Ienkot, Fábio Egg Mais, Patrícia L. Egashira, Kelen Y. Azuma, Silvia S. Tateiva,, Alexandre L. Cardoso Comunicação e Marketing Colégios: Bruna F. Gonçalves, Caroline D. Mertens, Cristiane R. Santos, Eros A. A. Martins, Eziquiel M.

brasília • Colégio Marista de Brasília - Educação Infantil e Ensino Fundamental SGAS 609 CONJ A - Bairro Asa Sul - Brasília - DF - 70200-690 - (61) 3442-9400 Colégio Marista de Brasília - Ensino Médio - SGAS 615 CONJ C - Bairro Asa Sul Brasília - DF - 70200-750 - (61) 3445-6900 CASCAVEL • Colégio Marista de Cascavel - Rua Paraná, 2680 - Centro - Cascavel PR - 85812-011 - (45) 3036-6000 CHAPECÓ • Colégio Marista São Francisco - Rua Marechal F. Peixoto, 550L - Chapecó - SC - 89801-500 - (49) 3322-3332 CRICIÚMA • Colégio Marista de Criciúma - Rua Antonio de Lucca, 334 - Criciúma SC - 88811-503 - (48) 3437-9122 CURITIBA • Colégio Marista Paranaense - Rua Bispo Dom José, 2674 Seminário Curitiba - PR - 80440-080 - (41) 3016-2552

Ramos, Fábio S. Aparício, Guilherme F. Neto, Kely C. de Souza,

Colégio Marista Santa Maria - Rua Prof. Joaquim de M. Barreto, 98 - Curitiba - PR 82200-210 (41) 3074-2500

Luana M. D. dos Santos, Luiza B. Fleury, Mateus Vitor Tadioto,

goiânia • Colégio Marista de Goiânia - Avenida Oitenta e Cinco, n. 1440

Mayara A. Haudicho, Raquel A. Bortoloso, Renato M. Pereira,

St. Marista - Goiânia - GO - 74.160-010 - (62) 4009-5875

Samira D. Dutra, Tatiane Pereira

JARAGUÁ DO SUL • Colégio Marista São Luís - Rua Mal. Deodoro da Fonseca, 520 Centro - Jaraguá do Sul - SC - 89251-700 - (47) 3371-0313 JOAÇABA • Colégio Marista Frei Rogério - Rua Frei Rogério, 596 - Joaçaba - SC 89600-000 - (49) 3522-1144

Rua Imaculada Conceição, 1155 Prado Velho – Curitiba – PR Prédio Administrativo PUCPR – 8º andar CEP: 80215-901 Tel.: (41)3271-6500

LONDRINA • Colégio Marista de Londrina - Rua Maringá, 78 - Jardim dos Bancários - Londrina - PR - 86060-000 (43) 3374-3600 MARINGÁ • Colégio Marista de Maringá - Rua São Marcelino Champagnat, 130 Centro - Maringá - PR - 87010-430 - (44) 3220-4224 PONTA GROSSA • Colégio Marista Pio XII - Rua Rodrigues Alves, 701 - Jardim Carvalho - Ponta Grossa - PR 84015-440 - (42) 3224-0374

www.marista.org.br

RIBEIRÃO PRETO • Colégio Marista de Ribeirão Preto - Rua Bernardino de Campos, 550 - Higienopólis - Ribeirão Preto - SP - 14015-130 - Fone:(16) 3977-1400

Em Família | 9ª Edição | 1º Semestre 2012

SÃO PAULO • Colégio Marista Arquidiocesano - Rua Domingos de Moraes, 2565 Vila Mariana - São Paulo - SP - 04035-000 - (11) 5081-8444 Colégio Marista Nossa Senhora da Glória - Rua Justo Azambuja, 267 - Cambuci São Paulo - SP - 01518-000 - (11) 3207-5866

Capa: Teresa Bernadete Medina Ferreira, aluna do Colégio Marista Paranaense – Curitiba (PR) Foto: Pablo Contreras

Jornalista Responsável: Luís Fernando Carneiro / Registro Profissional MTB Nº 3712 | Diagramação: Clarice Fensterseifer e Maria Andrade | Publicidade: Ariane Rodrigues | R. Casemiro José Marques de Abreu, 706 – Ahú – Curitiba/PR – CEP: 82200-130 – Fone: (41) 3018-8805 | www.editoraruah.com.br | Quer anunciar? Entre em contato conosco pelo fone (41) 3018-8805 ou pelo site www.editoraruah.com.br Periodicidade da publicação: semestral Todos os direitos reservados. Todas as opiniões são de responsabilidade dos respectivos autores.


Primeira impressão

Um Desafio de Valor Por Ir. Paulinho Vogel

P

ermitam-me pais, alunos e professores fazerem-lhes uma constatação: o uso efetivo das tecnologias de informação e comunicação em minhas atividades profissionais e estudantis foi iniciado quando já contava com 21 anos de idade e com 25 passei a usar telefone celular. Todo o meu desenvolvimento físico, mental e espiritual já estava praticamente finalizado quando comecei a ter contato com as novas tecnologias da informação. Hoje fico impressionado, e encantado ao mesmo tempo, quando assisto à integração, quase que natural, dessas e outras novas tecnologias, no cotidiano da vida das crianças em plena fase de desenvolvimento. Outro dia meus dois sobrinhos de 3 anos de idade, falavam-se ao celular. Certamente esta constatação não é uma descoberta só minha e com certeza alguns devem estar mais preocupados e/ou impressionados. Mas a preocupação/encanto/surpresa aumenta na medida em que

nos damos conta das transformações que estão sendo operadas no comportamento de todas as pessoas, impactadas constantemente pelo, já nem tão novo, fenômeno chamado INTERNET (muitos afirmam que não vivem mais sem ele). A internet trouxe mais do que uma revolução tecnológica. A revolução comportamental, advinda da facilidade de comunicação entre as pessoas, cria uma nova percepção relacionada aos saberes, competências e habilidades e tantas outras aplicações das áreas do conhecimento humano. O que a internet proporcionou à humanidade é, sem dúvida, sem precedentes na sua história. A educação, nesse contexto, passa a ser não mais responsabilidade apenas da escola, mas uma tarefa natural da sociedade. Neste sentido, aprende-se em espaços formais, organizados pelo colégio, e em espaços informais que a internet proporciona: Orkut, Facebook, You-

Tube, MSN, em livros impressos e/ou digitais, na televisão, no cinema, no teatro. Aprende-se em todo lugar e de diversas formas, uma vez que se amplia o espaço pedagógico. Esses espaços ampliados de conhecimento possibilitam amplo acesso aos mais variados campos do conhecimento, e de todos os tipos de conhecimento. Mas, pode o aluno, em plena fase de desenvolvimento, ter a sabedoria necessária para verificar de que maneira irá utilizar o que aprender e se tal conhecimento vale à pena? Esse talvez seja o espaço de trabalho da instituição escolar quando, convicta dos valores a que se propõe, ensina e educa seus alunos oferecendo-lhes as condições necessárias para que optem pelos conhecimentos que agregarão valor às suas vidas. Uma boa leitura a todos, na certeza de que podemos nos educar cada vez mais e melhor, para a leitura crítica e atenta dos conhecimentos gerados pela humanidade.

Ir. Paulinho Vogel é Diretor Executivo da Rede Marista de Colégios

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Entrevista


A comunicação na era digital Especialista explica por que as redes sociais e a tecnologia podem ser, com cautela, bons aliados tanto para a educação como para os negócios

A

ndré Telles é pai de aluna Marista, publicitário e especialista em comunicação digital. Foi o primeiro brasileiro a publicar, em 2005, livro sobre marketing nas redes sociais, o “Orkut.com”. Em 2008, lançou o “Geração Digital” e depois “A Revolução das Mídias Sociais”. Acostumado a dar palestras em todo o Brasil sobre as novas tecnologias, nesta entrevista ele fala sobre a relação e os limites entre a era digital e a educação. André tem uma filha na terceira série do Marista e, segundo ele, ela adora jogar os aplicativos do iphone, além de praticar esportes e ser uma ótima aluna. Para ele, na era digital e entre tantos avanços e informações que recebemos diariamente, o segredo está no equilíbrio.

Por que você se interessou por se especializar na área digital? O que te chamou a atenção? Sempre fui um apaixonado por novas mídias, estratégias guerrilheiras de marketing e mídias alternativas. Quando percebi as redes sociais online como uma possibilidade de relacionamento entre consumidores e empresas, além da falta de atenção que se dava ao tema, decidi estudar o assunto e publicar meu primeiro livro sobre o tema, em 2005. Acredito que tenha cumprido a missão que me motivou, contribuindo para abrir um segmento de mercado até então pouco explorado e com poucos profissionais especializados. Hoje, temos cursos

de pós-graduação em marketing digital, um novo mercado para os profissionais de comunicação e as empresas já tem noção da importância de um trabalho profissional de Social Media Marketing nas diversas mídias sociais. Aqui no Brasil este desenvolvimento se diferencia dos outros países? Estamos entre os três países que mais acessam mídias sociais mundialmente. Dos 81,3 milhões de internautas brasileiros, 90% estão presentes em alguma mídia social. Sem dúvida, o brasileiro adora participar de mídias sociais, nossas características de interagir facilmente são transpostas para o mundo virtual.


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Entrevista

E a educação, como pode se beneficiar com a tecnologia? A aprendizagem é um ato fundamentalmente social. Nossa habilidade intrínseca para aprender em conjunto pode ser facilitada pelas tecnologias emergentes que estendem, alargam e aprofundam nosso alcance. As inovações tecnológicas permitem um novo tipo de ecossistema construído no conhecimento e com as pessoas na posição central. Os pais devem dar algum tipo de limite aos seus filhos? Quais? De que maneira? Acredito que tudo que é em exagero é prejudicial. As novas tecnologias podem ser potentes aliados na educação de crianças e adolescentes. Temos aplicativos para dispositivos mobile focados neste público, assim como temos à nossa disposição mecanismos de busca (Google) que substituíram as imensas enci-

clopédias do meu tempo de estudante. Quanto à questão de limite, cada família deve buscar informação sobre como orientar seus filhos para os riscos e benefícios que a internet e novas tecnologias podem proporcionar. Para onde estamos caminhando com a era digital? Surgirão cada vez mais inovações tecnológicas ligadas à geolocalização, realidade aumentada, vídeos e fotos. O compartilhamento destas informações será cada vez mais facilitado por meio dos dispositivos móveis, como tablets e smartphones. Quais são seus próximos projetos? Algum livro em vista? Sim, há um quarto livro para ser lançado em 2012. Atuo como consultor e professor em pós-graduações ligadas ao Marketing Digital, além de ser sócio da agência especializada em comunicação digital, a Mentes Digitais.

Cada família deve buscar informação sobre como orientar seus filhos para os riscos e benefícios que a internet e novas tecnologias podem proporcionar.



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Capa

Tudo a um toque Adolescentes e crianças nasceram com celulares, notebooks, tablets e uma infinidade de acessórios que sentem que tudo faz parte delas. Qual o limite desta interação? Por Sandra Solda


Adoro acompanhar blogs e sites sobre arquitetura. Adoro tecnologia, mas é preciso ter cuidado para que ela não atrapalhe os estudos e até mesmo o tempo que a gente tem para fazer outras coisas.

É

impossível imaginar, pelo menos para uma pessoa que tenha menos de vinte anos, uma vida sem tecnologia. Não estamos falando de televisão, rádio, eletrodomésticos, mas de computadores, celulares, notebooks, tablets e mais uma infinidade de coisas que a cada dia se multiplica e atrai pessoas de todas as idades. Os pais fazem parte do grupo dos “imigrantes digitais”, aquela geração que apesar de não nascer com esta tecnologia passou a usar e dominar tais equipamentos. Essa turma sempre terá uma certa resistência em algum ponto, algum resquício ou saudosismo de equipamentos – como o fax – que as crianças de hoje não sabem nem o que é. Afinal, elas nasceram em outro momento e utilizam a tecnologia e seus acessórios como uma extensão do seu corpo. E como fica este encontro de gerações? Como fica a situação em casa, na escola, na vida social? Para a Profª Drª Helena Sporleder Côrtes (Faculdade de Educação – PUCRS) a tecnologia como um conjunto de processos e produtos eletroeletrônicos, ágeis e acessíveis a uso, promove cada vez mais o conforto e a interação sociocultural da vida humana. “É parte integrante e indissociável do universo das crianças e adolescentes contemporâneos”, explica. Segundo ela, os chamados “nativos digitais” certamente desenvol-

veram novas formas de aprender, de pensar, de sentir e de perceber o mundo. “O maior desafio educacional dos nossos dias é, tanto em casa como na escola, formar crianças, adolescentes e jovens para que se tornem usuários críticos da tecnologia”, afirma a professora, que acredita que tudo isto está sendo criado pelo homem para seu conforto, para viver melhor e mais facilmente atingir seus objetivos; desde o instrumento mais simples, como um lápis e uma folha de papel, até o computador mais avançado. Para Helena, na essência, a tecnologia por si só não é boa ou má, isso dependo do uso que é feito dela. Educação e Tecnologia Há muita discussão hoje em dia sobre a tecnologia empregada na educação, em até onde ela auxilia, onde pode prejudicar, onde é essencial e como deve ser utilizada em sala de aula, em casa ou em atividades extracurriculares. O que todos concordam é que, por trás de toda tecnologia, deve ter uma boa equipe pedagógica. Caso contrário, ela se torna mais um meio que será inutilizado por não ser bem orientado por profissionais da educação.

Teresa Bernadete Medina Ferreira, Colégio Marista Paranaense – Curitiba (PR)


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Capa

“De acordo com estudos da neurociência, o cérebro estabelece conexões neuronais em frente à tela do computador ou videogame que se diferenciam das conexões que se dão ao escrever ou desenhar no papel. Estes dois tipos de conexão são essenciais para o desenvolvimento do indivíduo e, por isso, deve haver um equilíbrio entre os dois”, explica a supervisora educacional Viviane Marie Truda, da Província Marista do Rio Grande do Sul. Ela afirma também que, em virtude da velocidade de seu avanço, a tecnologia e o mundo digital devem ser vistos como ferramentas de apoio pedagógico e de comunicação, e não uma única condição básica para a educação. Por esta razão, os meios digitais precisam ser considerados meios importantes. É fundamental que os profissionais da educação estejam preparados para lidar com esta tecnologia e adaptar-se à nova realidade. “Se o professor não refletir regularmente sobre suas práticas, para, quando necessário, ajustá-las às necessidades e características do estudante de hoje, ou seja, à sua forma de pensar e de aprender, aumentará o fosso que separa essas gerações. É preciso saber lidar com estas diferenças e encontrar formas eficientes e interessantes de trabalhar em sala de aula”, ressalta Viviane. Por outro lado, os estudantes também precisam ser conscientes e aprender a usar com inteligência tudo

que recebem de inovação. “É um problema quando um estudante acredita que a tecnologia vai resolver todos os seus problemas. Por exemplo, quando ele , em vez de ler um livro, procura o resumo na internet e se dá por satisfeito com isso”, alerta a supervisora. Iniciação ao mundo digital Viviane explica que a criança, adolescente ou jovem, ao ficar na frente de um computador, celular, ou seja qual for o meio, deixa de fazer outras coisas, como brincar, correr, estar com os amigos, praticar esportes, o que é fundamental para a construção do indivíduo. Ela pula etapas. “Acho um problema sério uma criança de quatro ou cinco anos com um celular na mão”.

"É preciso saber lidar com estas diferenças e encontrar formas eficientes e interessantes de trabalhar os conteúdos de ensino." Por outro lado, a supervisora acredita que a tecnologia e a internet, bem utilizadas e na idade recomendada, complementam a educação e a vida e trazem informações rápidas nos ambientes cooperativos e interativos. As redes sociais aproximam as pessoas: muitos pais e filhos só trocam afetividade por

uma conversa online ou mesmo por email, coisas que não conseguem dizer pessoalmente. “A comunicação via internet deve ser só um complemento. As relações pessoais devem existir. As pessoas se comunicam com o mundo, mas não estão mais dialogando. Para tudo na vida existe um tempo e uma hora certa, e com a tecnologia também deve ser assim. O limite deve ser dado aos filhos, e os pais devem ficar atentos porque, principalmente a internet, é um espaço aberto para problemas, como o assédio moral, sexual, e outros crimes que vemos por aí”, pondera Viviane. Para Helena, as chamadas gerações X e Y, filhos diretos da renovação tecnológica que vem arrasando a forma de viver da sociedade atual, seguidamente comportam-se como dependentes desta tecnologia: não vivem mais sem o gadget da hora, passam o dia a enviar/receber mensagens de texto e a tuitar (que já virou um verbo), vivendo muito mais a vida virtual que a vida real. “Independente de uma reflexão mais aprofundada, que investigue os problemas de natureza psicológica e sociocultural que envolvem a questão, talvez o primeiro ponto a destacar seja a falta de limites que a família e a escola têm deixado de estabelecer, no que diz respeito às formas e aos momentos mais indicados para o uso destes artefatos”, enfatiza.


Para mim a internet é como um mundo à parte, onde encontro jogos e uma série de coisas que gosto. Por outro lado, é onde encontro muitas informações que preciso para estudar e conversar com meus amigos. João Francisco Montiel Soares, 11 anos, Colégio Marista Paranaense – Curitiba (PR)


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Capa

Mercado promissor É um caminho que não há volta: a cada dia teremos mais avanços, e isto é fato. Os fabricantes estão cada vez mais apressados em lançar seus produtos ou serviços, assim como os consumidores também estão ávidos por comprar – muitos passam horas e dias em filas para serem os primeiros a ter tal produto e pagam mais caro por isso. É inerente ao ser humano, não adianta querer ignorar, pois isto acontece em todos os setores, em todas as áreas e não só na tecnológica. Uma análise do comportamento de mercado é objeto de estudo de economistas e hoje, mesmo os leigos, são capazes de perceber que as novas ferramentas tecnológicas são responsáveis por um volume enorme de vendas, todos objetos de desejo de consumo dessa geração de adolescentes e crianças.

Isso é muito claro: o Brasil possui hoje mais celulares ativos que seu número de habitantes. Outra informação importante é que o poder aquisitivo das classes mais populares aumentou, que agora têm mais acesso a televisores, notebooks, tablets, mp4, demonstrando que é um mercado cada vez mais promissor.

Como o caminho é este e o avanço deve ser cada vez mais rápido, é fundamental que todos pensem que devem fazer da tecnologia uma aliada, e não ficar dependente dela. Usá-la para estreitar laços, sejam de amizade, profissionais, familiares, e nunca substituir as relações reais pelas virtuais. Não trocar um passeio, uma viagem, uma brincadeira ou conversa por uma atividade online. Tecnologia também é aprendizado, entretenimento e comunicação, mas viver a vida real com pessoas ao lado é muito melhor e mais importante.


A força das redes sociais Os espaços digitais e as redes sociais, se bem utilizadas, tornam-se grandes aliados na comunicação com os jovens. Qualquer empresa, organização ou instituição precisa, basicamente, ter no mínimo um site para começar a relação. Mas só isso não basta, é apenas uma vitrine. Segundo Bruno Bonamigo, analista de Comunicação do Grupo Marista, foi criado, em 2009, um twitter para a comunicação com os estudantes. No ano seguinte foram mais além e criaram uma página no Facebook. “Apenas o site não atraía mais, era muito estático, precisávamos ter uma interação, estar mais próximos dos alunos”, diz. A entrada nas redes sociais foi um sucesso, atingiu muito mais os estudantes, que passaram a usar também como um Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC). Inicialmente foram priorizados o Ensino Fundamental 2 e o Médio, que abrangem estudantes de 11 a 17 anos. “Precisamos sempre nos adaptar à nova realidade, sempre implementando tecnologias que nos aproximem do nosso público, além de ser imprescindível que agreguem conteúdo sempre aliado à área pedagógica”, explica Bruno.

“Gosto muito de ver vídeos, escutar música, usar os aplicativos do iTunes e, principalmente, usar as redes sociais, como o Facebook, o Twitter, o Skype e o Instagram. Atualmente estou me conectando muito mais pelo iPhone, mas também utilizo o meu computador e o Ipad da família. Eu conseguiria ficar sem a internet, mas seria muito difícil. Há um tempo, não conseguia passar muitas horas sem conferir as atualizações do Facebook, sem tuitar ou postar imagens no Instagram. No final do ano passado, percebi que minha diversão tinha se tornado uma obsessão e tomei uma atitude. De lá para cá, só entro na internet quando realmente tenho tempo, ou quando preciso tirar dúvidas e realizar trabalhos.” Nicole Dupont, 13 anos, Colégio Marista Pio XII – Novo Hamburgo (RS)

“Uso a internet pelo notebook, cerca de 2 a 3 horas por dia, durante a semana. Já nos finais de semana, chego a usar mais, de 4, chegando até 7 horas diárias. Não me considero ‘viciada’ e consigo passar alguns dias tranquilamente sem acesso à internet. Acesso as redes sociais (Orkut e Facebook), jogos online e sites de busca para pesquisas, como o Google e Wikipédia. Acho muito boa toda esta tecnologia pelo fato de poder fazer qualquer pesquisa sem necessariamente recorrer a livros. Aproveito também para conversar e ficar mais perto dos meus amigos e da minha família. O que eu mais gosto é conversar com amigos via Facebook e MSN, brincar e fazer pesquisas.” Isabella Decesaro, 11 anos, Colégio Marista Santa Maria – Santa Maria (RS)

“Eu uso notebook, PSP (Playstation Portable) e celular todos os dias. Ainda não tenho iPad, mas espero ganhar no ano que vem. Acho legal por poder baixar mais jogos; é um celular maior e mais moderno. Primeiro uso a internet para ver o Facebook e jogar, além das pesquisas do colégio. Não consigo ficar sem a tecnologia. Quando viajei nas férias, não fiquei um dia sem o PSP. Cheguei a ir numa lanhouse e acessar a internet pelo celular do meu pai para saber o que estava acontecendo. Por outro lado, muitas vezes meu pai reclama: vai ler um livro! Como eu também gosto muito de ler, desconecto do mundo virtual e vou ler.” Alexandre Schawantes Brião, 9 anos, Colégio Marista Rosário – Porto Alegre (RS)


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Dia a dia

Use com moderação Família conta como dosar bem a internet para os filhos e criar um ambiente de interação, segurança e confiança

U

m dos desafios que intriga pais, mães e educadores hoje em dia são os limites que devem ser dados ao uso da internet às crianças e aos adolescentes. Sabemos que não é possível simplesmente proibir, uma vez que a maioria das crianças já nasce falando essa língua. A questão é que é preciso que não façam disso um hábito que não seja saudável, ou mesmo que deixem de fazer outras atividades necessárias para uma boa formação. Por um lado, a internet traz um mundo novo, com pesquisas que são necessárias para o estudo, a comunicação com amigos via chat, a interação nas redes sociais, que pode completar e reforçar algumas amizades já existentes, ou ainda o entretenimento, com jogos que desafiam a memória, estratégia, concentração e outras habilidades positivas, além de trazerem diversão e alegria. Ao mesmo tempo, essa mesma tecnologia pode trazer inúmeros problemas se não for devidamente utilizada. Desde downloads impróprios, que estragam o computador, até sérios casos de pedofilia online, invasão de privacidade, enfim, diversos problemas que já existem na vida real são aumentados na internet devido à possibilidade do anonimato que o mundo virtual permite. Rogerson Luiz de Rossi, pai de dois adolescentes - Fábio, de 13 anos e Alexander de 9 - encontrou um

método simples de proteger a família e, ao mesmo tempo, não deixar os filhos fora desta realidade online que hoje não há volta. “O segredo é criar uma disciplina com responsabilidade. Desenvolvemos uma rotina que deve ser respeitada, o que dá segurança aos meus filhos”, conta.

Regras Em Londrina (PR), na casa de Rogerson e Iris, a mãe, há um ambiente certo para o uso da internet. É um cômodo com dois computadores, que não devem ser retirados de lá. Os filhos têm o acesso ao mundo virtual limitado e, segundo Rogerson, não criam problemas por causa disso. “Eles podem utilizar ao chegar da escola até o horário do almoço, por mais ou menos meia hora, e no fim do dia, depois de feitas as atividades escolares, por mais uma hora”, explica. Aos sábados e domingos, eles acessam a internet por mais uma hora por dia, a regra é clara. “Acreditamos que eles não precisem de mais tempo no computador. Por outro lado, estimulamos e participamos de outros tipos de entretenimento com nossos filhos, dentro e fora de casa, como jogos, conversa, leitura e atividades ao ar livre” comenta Rogerson. “A internet é uma porta aberta para a entrada na nossa casa e na nossa vida. Faço esta comparação com a porta de

casa para que eles entendam que é perigoso deixá-la aberta. Assim como no mundo real, pode acontecer de tudo. Existem inúmeras situações desagradáveis que podem existir e converso abertamente com eles sobre todos os riscos da rede”, pondera.

Exemplo Os filhos de Rogerson e Iris usam mais o computador ou a internet para pesquisas ou jogos. Fábio tem Facebook e e-mail, porém Alexander não está conectado desta maneira, já que os pais acham que ainda não é o momento. Da mesma maneira como ensinam, os pais utilizam a internet apenas para algumas pesquisas ou conversas, muito raras, para trabalho ou com amigos que já conhecem e confiam. Segundo Rogerson e Iris, o segredo da boa convivência com o mundo on-line é resultado de uma boa educação, muita conversa, bons exemplos e amor incondicional que sentem pelos filhos. “É muito importante a consciência que devemos ter da nossa responsabilidade em educar em todos os sentidos: moral, intelectual, espiritual, afetivo, etc. Estamos tentando e até hoje este modelo tem dado certo”. E a família Rossi encontrou um caminho para os limites e necessidades dos filhos que está agradando a todos da casa.


ê o exemplo a seu filho. Em qualquer D sentido da vida, em qualquer área. Ele, seguramente, irá seguir e repetir o que aprendeu e está acostumado a observar. Tenha uma relação de confiança e esteja sempre na vida de seus filhos, desde muito pequenos.

Como usar

Saiba o que ele está fazendo, participe, não tenha medo de perguntar diretamente a ele o que precisa saber.

Confira as dicas da

Converse sobre os perigos que existem no mundo virtual.

uma utilização saudável

Responda claramente sempre o que seus filhos perguntam.

família De Rossi para da internet

Oriente seus filhos a não conversarem com estranhos na internet, assim como na rua, no shopping ou em qualquer outro lugar.


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Olhar

Todos curtem Facebook tem 845 milhões de usuários no mundo, mas é preciso saber usar Por Sandra Solda

H

oje não há quem não comente, curta ou discuta assuntos via Facebook. Novos amigos são feitos e os antigos são reencontrados, compartilham-se fotos, mensagens, textos, ideias ou mesmo o que se está pensando no momento ou em qual lugar se está. É impossível ficar de fora desta grande rede. Ela está disponível em mais de 70 línguas e, apenas no Brasil, são mais de 30 milhões de usuários ativos. Todos os dias, 483 milhões de pessoas se conectam e, quase metade delas, pelo celular. A atividade mais popular na rede é o

compartilhamento de fotos, o que chega a 250 milhões por dia. Ao mesmo tempo em que é uma ferramenta para entretenimento, pode ser uma porta aberta para qualquer tipo de crime ou violência. É necessário que adultos e crianças fiquem sempre atentos ao utilizar esta rede, e que os pais tenham uma conversa aberta e sincera sobre o assunto com os filhos. Ao lado algumas orientações e dicas para os pais, sugestões de como devem se comunicar com os filhos que estão cada vez mais online e conectados ao Facebook.

Não basta ser pai, é preciso acompanhar • Pode ser difícil acompanhar a tecnologia. Não tenha medo de pedir que seu filho esclareça suas dúvidas. • Caso você ainda não use o Facebook, considere registrar-se. Assim, você poderá entender como ele funciona! • Crie um grupo do Facebook para a sua família para que você tenha um espaço privado para compartilhar fotos e manter contato. • Ensine aos seus adolescentes as noções básicas de segurança online para que eles possam manter seus perfis do Facebook (e outras contas online) privados e seguros.

Como falar com seu adolescente • Você acha que consegue conversar comigo sobre problemas na escola ou online? • Ajude-me a entender por que o Facebook é importante para você. • Você pode me ajudar a criar um perfil do Facebook? • Quem são seus amigos no Facebook? • Quero ser seu amigo no Facebook. Você concorda? O que faria você concordar?

Fonte: Assessoria de imprensa Facebook Brasil


Um novo mundo Ao longo de toda esta edição da sua revista EM FAMÍLIA

utilizadas para complementar uma educação de verdade,

apresentamos discussões sobre as novas tecnologias a

fundamentada em valores éticos, morais e cristãos. Nas

serviço da Educação. Como sempre, educadores, alunos

próximas páginas você encontra as histórias, personagens,

e famílias devem compor um trio em perfeita sintonia

projetos e ideias do Colégio Marista de Santa Maria. Fique

para que a internet e todas as suas possibilidades sejam

por dentro deste novo mundo em que seu filho vive.


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Com a palavra

Flavio Antonio Sandi – Diretor Geral e Everson Caleff Ramos – Diretor Educacional

Aprendizagem para a vida D

esde sempre o homem deparou-se com a necessidade de aprender. No início, para sobreviver, o homem primitivo elaborava o seu jeito de se manter vivo numa relação direta com a natureza e com o mundo. O saber necessário para sua existência vinha de sua experiência, de suas observações pessoais e do convívio em grupo. Aprendia por ensaio e erro. Não havia um conhecimento sistematizado como temos hoje. Como todos sabem, já faz muito tempo que buscamos muito mais do que a simples sobrevivência; almejamos viver melhor. E é certo que não há como ser livre sem saber pensar. É claro que ainda elaboramos muitos saberes por experiências pessoais, mesmo tendo passado muitos milênios. Sabemos que tocar na chama acesa nos queima. Porém, descobrimos que o conhecimento vindo somente da experiência não dá conta de responder as demandas da vida. Necessitamos de aprendizagens mais intencionais, organizadas e sistematizadas que respondam aos nossos anseios atuais, aos que hão de surgir e que, também, nos deem condições de pensarmos em

novas respostas para problemas antigos. Aqui entra algo muito importante que precisamos cuidar, sob pena de comprometermos gerações: a qualidade das aprendizagens. Precisamos criar condições para que as aprendizagens possibilitem qualificar o pensamento. Mas o que seria essa suposta qualidade? Conseguimos pensar melhor quando elaboramos conhecimento com compreensão, com sentido e significado. Porém, não só isso. Precisamos também saber mobilizar esse conhecimento nas mais variadas situações: na relação com os outros e conosco mesmo, considerando os contextos científicos, sociais, religiosos, éticos, políticos, culturais. Ou seja, é muito importante que esse pensamento possa ter como base o conhecimento compreendido e não reproduzido literalmente sem entendimento. Quando essa qualidade de pensamento acontece, é como se colocássemos em nossas mentes “novas lentes” que nos possibilitarão “ver melhor”. Não há o ditado que diz que o pior cego é aquele que não quer ver? Mas o que dá a qualidade ao pensa-

mento? A mediação é uma das maneiras de qualificar o pensamento. Ela diz respeito ao modo como se dá a relação do sujeito que aprende (o estudante) com o objeto a ser aprendido (conhecimento). Essa mediação está relacionada com o entendimento de como o ser humano aprende e do significado do termo aprendizagem. Os nossos educadores há muito tempo estudam sobre essas questões, porque entendem que é um saber necessário ao nosso jeito de fazer educação. Não nos basta, apenas, a resposta certa. A forma como determinado saber foi construído historicamente é tão importante quanto o próprio saber. Entendemos que o nosso jeito de educar deve garantir que o aluno olhe para o conhecimento compreendendo-o como uma verdade provisória, que entenda o mundo como rico em possibilidades e não como determinado, fixo, imutável e acabado. Só assim o ser humano é apto para viver melhor, e não apenas sobreviver, as demandas da vida. Essa que é indeterminada, mutável, dinâmica e, portanto, infinita em possibilidades.



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Educa�

Educação Infantil

As delícias da descoberta Projeto de investigação coloca as crianças como protagonistas do conhecimento

A

curiosidade sobre a vida dos índios e, principalmente, sobre como fazem para que seus trabalhos com argila tenham a resistência que, muitas vezes, os realizados na escola não têm, levou as crianças do 1º ano a um processo de investigação. Neste processo, as linguagens de arte, música, movimento, matemática e por que não dizer, química e física, ajudaram as crianças a responder à pergunta central do projeto e a elaborar muitas outras questões.

Tudo foi colocado num caldeirão de conhecimentos e o resultado ficou estampado no brilho dos olhos das crianças, que puderam – por elas mesmas! – observar, questionar e experimentar a construção do conhecimento. O projeto de investigação é um tipo de situação de aprendizagem que ocorre com frequência na Educação Infantil Marista. Segundo Denize Munhoz, assessora educacional da DERC – Diretoria Executiva da Rede de Colégios da PMBCS –, o ponto forte do dinamismo desses projetos está na determinante participação da criança, afinal, aqui ela é protagonista das suas aprendizagens. Motivar as crianças a tornarem-se pequenos detetives é o primeiro passo para o sucesso da aprendizagem. “A investigação é fundamentada no encantamento das crianças. Ele é ingrediente indispensável, já que o envolvimento das crianças durante todas as etapas é intenso. O projeto de investigação fascina a criança, e também educadores e familiares que se envolvem no processo, a maravilharem-se por aprender”, explica Denize.

Diante de tantas e tantas situações que podem surgir quando se mergulha no mundo do conhecimento, os professores tornam-se mediadores e companheiros de caminhada para que as crianças sensibilizem-se, encantem-se, observem, questionem, estabeleçam relações, formulem hipóteses, posicionem-se e busquem ou construam verificações para suas hipóteses. “Os educadores, juntamente com os familiares, são grandes aliados para fazer com que as crianças experimentem, comparem, analisem, criem alternativas, antecipem e explorem consequências, citem exemplos, argumentem, escutem, busquem diferentes fontes, expressem ideias e sentimentos por meio de diferentes linguagens, concluam, sintetizem processos percorridos, partilhem aprendizagens e se sensibilizem para entender que seu ponto de vista é apenas um entre tantos possíveis”, finaliza a assessora. Diante das descobertas realizadas pelas crianças ao longo do

ano, percebe-se que o rico processo vivido durante o desenvolvimento de um projeto de investigação é até mais importante que o próprio objeto de estudo das crianças. Esse processo é registrado pelas professoras com grande riqueza de detalhes. Falas das crianças, metodologia e materiais sugeridos por elas para que a pergunta que deu origem ao projeto seja respondida; fotos dos momentos de investigação e descobertas também fazem parte deste registro. Ao final do ano, cada turma tem um grande acervo que documenta os percursos das aprendizagens trilhadas pelo grupo. Em 2011, o colégio Marista Santa Maria organizou essa documentação dando origem ao primeiro livro da coleção “Compassos”. Neste livro, o leitor encontrará o relato apaixonado de professoras que, assim como o aluno Marista, constroem com suas práticas o perfil pesquisador do educador Marista, diz Antoniella Polinari Cavassin, Coordenadora Psicopedagógica da Educação Infantil.


Como funciona? Conheça o passo a passo do projeto de investigação Mãos à obra

De onde vem a ideia? As crianças investigam soluções para uma situação-problema. O modo como a investigação acontece é planejado e projetado com as crianças. O problema a ser investigado pode surgir da curiosidade de um grupo de crianças, de necessidade das crianças percebida pelos professores ou mesmo ser um desafio proposto pelos professores a fim de contemplar questões previamente planejadas para serem trabalhadas com as crianças durante o ano letivo. Apaixonando-se É essencial que as crianças estejam sensibilizadas e encantadas com o enigma para construírem aprendizagens durante o desenvolvimento do projeto. O objeto de investigação precisa fazer parte de contexto significativo para as crianças e a questão a ser investigada necessita estar clara para que elas possam atuar efetivamente na investigação.

Durante o processo de investigação são explicitadas as noções que as crianças possuem sobre o tema a ser investigado. As crianças levantam possibilidades de soluções para a situação-problema, planejam modos de verificar suas hipóteses e recursos necessários para construírem seus conhecimentos sobre o mistério a ser investigado. A turma negocia quem ficará responsável pelas tarefas a serem realizadas durante a investigação e faz experimentações, observações, comparações, registros em diferentes linguagens, análises e relações para resolver o problema. Hora da colheita Depois de resolvido o problema, rememoram todo o processo vivido por meio dos registros realizados, demarcam as aprendizagens construídas e as socializam.

“Espaçotempo” de investigação Vale lembrar que a investigação faz parte de todos os segmentos da educação marista, pois está relacionada ao perfil do aluno marista: pesquisador, comunicador e solidário. A missão e identidade da educação marista estão configuradas em uma escola que é “espaçotempo” de investigação e produção de conhecimento; de criação; de aprendizado político e ético; de construção de projeto de vida; de articulação de cultura, vida e fé; de formação contínua de profissionais da educação e de avaliação contínua.


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Ser melhor

Eu na rede? Será que é possível utilizarmos as redes sociais para nos tornarmos pessoas melhores? Por Lucas Pydd Nechi

Q

ue a internet aproximou e conectou as pessoas das mais diversas partes do mundo, todos nós já estamos carecas de saber. Afinal, é raro hoje em dia encontrar quem não a utilize e não acesse as famosas redes sociais. Porém,

podemos nos questionar: é possível desenvolvermos nossas virtudes humanas com a rede? É possível sermos pessoas melhores utilizando a internet? Basta dar uma circulada por alguns sites e redes sociais para acreditar: é possível sim!

Podemos enumerar diversos aspectos pelos quais o mundo virtual contribui na nossa formação humana e em ações que podem transformar a sociedade, diminuindo a desigualdade social e superando preconceitos.

Apesar destes fatores, estarmos tão conectados pode nos ser prejudicial. Devemos ter consciência de alguns riscos que corremos ao ingressarmos nas redes virtuais.

• Eventos: desde uma festa de aniversário até uma grande passeata, criar um evento que reúna pessoas com o mesmo ideal está muito fácil! Em poucos minutos convites de eventos se alastram e grandes mudanças podem acontecer. Vimos recentemente movimentos que se organizaram virtualmente para tirarem ditadores que estavam há décadas no poder e problematizarem a aprovação de leis de controle da própria internet que seriam votadas no parlamento americano. • Compartilhar ideias e conhecer pessoas: as atualidades logo viram tema de debate na internet. Podemos entrar em discussões que nos possibilitem conhecer vários pontos de vista diferentes, ampliando nosso conhecimento e nossa capacidade de argumentação. É uma ótima maneira de entrarmos em contato com pessoas que pensam de maneira diferente, aprendendo a respeitá-las e fortalecendo nossas convicções. A rede pode servir para nos aproximar. As pessoas próximas a nós revelam detalhes importantes de sua personalidade através de suas publicações. Podemos também nos aproximar de pessoas de qualquer canto do mundo a partir de ideias e interesses em em comum. • Expressar sentimentos: muitos fazem do facebook e do twitter verdadeiros diários virtuais, no qual expressam tudo o que estão sentindo e banalidades de seu cotidiano.

• Superexposição: muitas vezes esquecemos que a internet é pública e que todos possuem acesso a quase tudo o que está nela inserido. Devemos tomar cuidado e preservar nossa intimidade e nossa segurança, evitando informar telefones e endereços, bem como pensando duas vezes antes de postar uma foto que possa nos expor demasiadamente. Imagine que a sua imagem na internet te expõe tanto quanto um outdoor. Se você não gostaria de ver essa foto em um outdoor, não publique no facebook! • Esquecer da vida real: quantas horas você passa conectado? Você encontra pessoalmente seus amigos da internet? Por mais que a tecnologia se desenvolva, as experiências do mundo virtual jamais superarão as do mundo real! Desligue o computador e vá dar uma volta, ler um livro, passear de bicicleta, encontrar os amigos... • Culto a si mesmo: Um dos perigos de redes como o facebook é nos concentrarmos muito em nós mesmos. Fazermos de nossos perfis verdadeiras autobiografias, revelando costumes e gostos, centrados em nosso próprio umbigo. Aproveite o tempo conectado para conhecer pessoas, se informar, aumentar sua percepção da realidade mais do que apenas fazer do seu perfil um palco onde você é a estrela.

Com moderação e equilíbrio, o mundo virtual pode ser uma verdadeira ferramenta de desenvolvimento pessoal e criação de uma rede solidária! Lucas Pydd Nechi é coordenador de Pastoral


O destaque vai para...

Destaque

Olá, Meu nome é Ian e fui incumbido da difícil tarefa de escrever sobre os motivos que me levaram a receber o mérito de aluno destaque. A proposta foi recebida com estranhamento: ora, quem sou eu para fazer uma análise sincera de mim? Diante da situação, meu amigo Gustavo, condecorado nas mesmas proporções, e eu, resolvemos inverter os papéis. Falarei então sobre as razões que levaram aquele que, por limitações de espaço no texto, será chamado de Gãs, a se destacar em meio a tantos talentos.

Conheci o Gãs no meu primeiro ano de Santa, na oitava série. Foi sempre um dos alunos mais inteligentes e, eliminando qualquer tipo de relação entre as duas coisas, um dos de melhor desempenho. Ainda assim começo dizendo que, na minha lista de razões pelas quais ele recebeu destaque, as boas notas passam longe dos primeiros itens. O valor de um bom aluno vai muito além. O Gãs se diferencia por conciliar a vida escolar com a pessoal. Nunca deixou de praticar esportes, sair com os amigos e participar das atividades da Pastoral em virtude dos estudos. Ressalto o seu excelente desempenho nas competições de atletismo. Já tive a oportunidade de ver seu estonteante quadro de medalhas, com tantas peças de ouro que lhe valeriam o apelido de rei Midas. Sempre foi um dos monitores mais dedicados da Pastoral, com um carisma que conquistava todos os seus “monitorados”. Canta e dança sem se preocupar com o que pensam, por simples prazer. Conseguir conciliar o bem estar intelectual, físico e espiritual é a virtude que faz do Gãs um aluno incontestavelmente digno de destaque. Com ele, agora, a palavra.

Falar de si mesmo é, infelizmente, um ato parcial e, portanto, falho. Por isso, a proposta de inverter os papéis veio a calhar, visto que falar de um amigo torna o discurso integralmente verdadeiro. Como nomear, contudo, as qualidades que fizeram do Ian um destaque? O Ian sempre foi inteligente, sociável e educado. Sempre colocou as amizades acima de tudo. Deste modo, crescer ao seu lado foi, no mínimo, uma honra. Isto porque o período que passamos juntos lapidou nossas personalidades e, com ele, aprendi e apreendi valores morais que levarei para a vida. Ian sempre está de coração aberto. Receber um abraço dele é como receber uma enxurrada de energia positiva, o que reafirma quão grande é o seu espírito. Não é à toa que ele se destacou também na Pastoral. Ser presente, ser protagonista e saber canalizar a força da juventude para o bem faz dele muito mais do que um bom aluno, uma grande pessoa. Dedicação, paciência, inteligência, alegria e espiritualidade fazem do Ian um destaque, sem dúvida alguma!

Gustavo Schmid Queiroz e Ian Quint Leisner, ex-alunos.

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Caleidoscópi�

In Vento – I Movimento de Arte e Cultura, outubro de 2011

Aulão Terceirão – Atividade interdisciplinar, setembro de 2011

Alunos e Ex-alunos do Colégio Marista Santa Maria – participantes do Missão Solidária Marista em Brunópolis - SC

É na relação com a tecnologia que também podemos observar o interesse de crianças e adultos pela leitura. O uso de tablets para comunicar os projetos apresentados no In Vento 2011 foi um sucesso!

Movimentos Sociais e Cidadania trabalhados nas aulas de Sociologia. Exposição de trabalhos durante o In Vento – I Movimento de Arte e Cultura

Construção de telas coletivas nas aulas de arte transformaram as galerias do colegião em um espaço também cultural. Contamos com exposições permanentes de telas, como esta chamada “Cowparade”, representando um movimento de arte pública estudado pelos alunos dos 5os anos.

Os estudos de meio ganham cada vez mais destaques em nossa proposta pedagógica, pois transformam vivências em reflexão, fazendo do mundo nossa sala de aula. No In Vento 2011 tivemos um espaço para esta apreciação!

No mês de outubro, pais e crianças da educação infantil visitaram a exposição “De Valentim a Valentim”, Museu Oscar Niemeyer e, em seguida, realizam aula prática no ateliê da ação educativa do museu.



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Diz aí

E a vida, como vai? Qual a importância da família, da escola, da religião na sua vida e na sua felicidade?

A família é a base de tudo, é parte fundamental da vida. Se não contarmos com ela, em quem confiaremos? Claro que as dificuldades do convívio existem, mas elas contribuem para nosso amadurecimento, pois, apesar de qualquer coisa, a família nos educa e nos faz crescer, nos prepara para o mundo e essa é a grande importância dela. Já a escola é uma continuidade da formação dada pelos pais. As amizades mais verdadeiras que tenho, fiz no Santa. Uma escola formada por educadores que sempre querem fazer o aluno crescer como ser humano. Sou muito feliz aqui, pois tudo que aprendi e ainda vou aprender levarei para minha vida. Um desses aprendizados é a religião, algo muito importante para mim. Sou católico. Sei que Deus está sempre presente. Champagnat é quem me ajuda quando preciso de algo. Como sempre digo, Champagnat é o cara!

Sei que meu olhar brilha quando falo sobre encontrar os amigos na escola todos os dias. Para mim, ser feliz é estar com os amigos, ter uma família e fazer o que se gosta. Fazer as coisas só por fazer é chato. Gosto das coisas que faço; adoro minha escola, o ballet, a natação, o inglês. Sou feliz. Felicidade é também estar de bom humor. Se a felicidade fosse um bicho, seria um pássaro colorido e livre. Se fosse uma cor, seria a vermelha, a cor do amor que não é discreta e se fosse uma música seria aquela que lhe deixa alegre. A verdadeira felicidade que vem de Deus é aquela na qual abrimos mão das coisas desnecessárias e transformamos as dificuldades em conquistas. Além disso, tem alegria maior do que aquela que sentimos vivendo com uma família que se comunica bem? Proximidade com as pessoas, por meio de gestos de carinho, completa minha lista de felicidades.

Eu gosto muito da minha escola. Fico feliz quando estou aqui. A felicidade se fosse um bicho, seria um papagaio verde; se fosse uma cor, seria azul claro; se fosse uma música seria uma que fala de Deus, se fosse um lugar, seria a escola e, se fosse uma pessoa, seria a minha professora do 1º ano, a Kizzy! Gosto mesmo da minha escola. Tanto que quando estou em férias sinto muita falta do futebol, da iniciação esportiva e de brincar com meus amigos no parquinho. Quando não tenho ninguém para brincar fico triste. Aí o meu pai e minha mãe brincam comigo. Meus pais são muito queridos e cuidam de mim. Quando rezo para Deus, pergunto como é que Ele fez pais tão legais e uma família também. Peço que Ele dê casa e comida para todas as crianças. Sinto que Deus me escuta no coração.

Vitor Angelo Vieira Berti – 1ª série Ensino Médio

Luiza Salles Carvalho – 6° ano

Pedro Brepohl Cruz - 2º ano



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Educa�

Ensino Fundamental

Conexões inteligentes O uso de tecnologia e a importância da mediação para a educação Por Janete A. G. Ranciaro e Danielle Barriquello

A

tualmente, a necessidade de atualização tecnológica é constante. Vemos as crianças e os adolescentes compartilhando fotos, vídeos, filmes, músicas o tempo todo. Celular é um aparelho básico que basta colocar para carregar e a ferramenta já está disponível para ser utilizada sem nenhuma dificuldade, conectando as pessoas com o mundo. Essas vivências revelam muitas vezes que instrumentos de mídias são utilizados com domínio na informalidade do dia a dia e podem dialogar com o contexto escolar, se forem apresentadas novas possibilidades de relação com o mundo e com os saberes. A tecnologia educacional é descrita como um conjunto de recursos técnicos que influenciam a cultura e as formas de construção do conhecimento de uma sociedade, gerando novas formas de ser e de se relacionar. Nessa perspectiva, a tecnologia sempre esteve presente nos contextos educacionais, seja pelo uso do quadro de giz, livro didático, televisão e mediação do professor.

Encontramos no trabalho desenvolvido na escola, por meio de projetos em ambientes informatizados, articulando as áreas de conhecimento, diferentes interesses que contemplam a diversidade e instigam a curiosidade do aluno.

“A tecnologia sempre esteve presente nos contextos educacionais, seja pelo uso do quadro de giz, livro didático, televisão e mediação do professor.” Um desses ambientes é o laboratório de informática que tem sua expressão de trabalho em todos os momentos que o professor consegue escutar e problematizar o interesse dos alunos e promover intervenções com linguagens mais relacionadas com as tecnologias, invadindo o contexto escolar e fazendo da sala de aula um ambien-

te midiático, não localizando essa ação somente na vinda do aluno ao laboratório. Desse modo, o professor é o mediador que oportuniza ao aluno condições de criar novos caminhos nas suas investigações. As tecnologias podem trazer, hoje, dados, imagens, recursos de forma rápida e atraente, mas isso não basta. A função da escola é ajudar o aluno a interpretar esses dados, relacioná-los e contextualizá-los. Quando o aluno é orientado pelo professor quanto ao conteúdo a ser buscado e a forma como ele transportará essas informações para serem entregues, mesmo que saiba efetuar uma pesquisa sozinho, mais completa e rica será sua relação com a aprendizagem, tornando-a significativa. O uso das tecnologias na infância e na adolescência convoca também a presença dos pais para que possam fazer desta utilização um espaço voltado ao diálogo e à construção de saberes sobre a vida com seus filhos.


A vivência de uma prática pedagógica Acreditando nisso, foi realizada com os alunos do 6º ano uma experiência de trabalho pedagógico com o objetivo de apresentar as ferramentas básicas de programas que envolvem a edição de texto e a formatação devida de um trabalho. Além disso, a pesquisa do aluno circulou por diversas áreas de conhecimento para ampliar o movimento de investigação e de comunicação. Ensinar ferramentas básicas parece uma ação pedagógica muito simples quando se vê alunos editando vídeos, baixando músicas ou postando fotos e opiniões em seus blogs. Perguntas como: Vai caber na folha? Como inserir fotos nesse texto? Salva como e onde? Onde estão os acentos e os pontos? são frequentes nas aulas e mobilizaram um trabalho procedimental com o apoio da tecnologia. No decorrer do processo,

observou-se a aceitação dos alunos, reconhecendo a importância de explorar melhor as ferramentas de trabalho já assumidas como básicas, entendendo diferentes maneiras de se utilizar a língua escrita. Essa aprendizagem fez com que eles pudessem se tornar capazes de produzir com desenvoltura vários tipos de textos, recursos de apresentação, descobrindo também novos meios de comunicar uma tarefa solicitada. Observar crianças e adolescentes em ambientes informatizados e o jeito que exploram determinado recurso pode dar pistas para uma condução pedagógica cheia de significados. Não se deve colocar na escola somente o que há de novidade nas mídias, mas mostrar para o aluno que suas dúvidas e aprendizagens já conquistadas com a tecnologia poderão favorecer o desenvolvimento de novos projetos na escola, mudando a forma de relação que se tem com o saber.

Janete A. G. Ranciaro é analista de Tecnologia Educacional e Danielle Barriquello é coordenadora Psicopedagógica – 2º ao 5º ano

“O uso das tecnologias na infância e na adolescência convoca também a presença dos pais para que possam fazer desta utilização um espaço voltado ao diálogo e à construção de saberes sobre a vida com seus filhos.”


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Educa�

Ensino Médio

A miniempresa, formada por alunos da 2ª série do EM, criou o Ratocapad, produto que permite a utilização do computador no inverno, de forma que a mão não fique gelada! É a necessidade desenvolvendo a criatividade!

Internet – mocinha ou vilã? Por Cris Mazolla e Everson Caleff Ramos

A

geração chamada Y é caracterizada por ter crescido com acesso à internet. Nossa reflexão é acerca das relações existentes entre os adolescentes e as formas por meio das quais estes “nativos digitais” aprendem. Não há dúvida de que o acesso à informação e a facilidade de contato entre os adolescentes permitem maior interação e, a partir dela, maior partilha. Entretanto, a preocupação se dá em relação a qualidade daquilo que é partilhado na rede. A internet não é, por si, uma aliada ou uma vilã no processo de ensino-aprendizagem. Não é, também, um mecanismo neutro, desprovido de intencionalidades. Contudo, sua eficiência na construção de conhecimentos e no desenvolvimento dos adolescentes está diretamente relacionada ao modo como os jovens utilizam estes meios digitais. Esta geração pensa que pode fazer tudo ao mesmo tempo. Entretanto,

cuidados são necessários. Escola e família têm papel fundamental na orientação dos adolescentes quanto à natureza dos conteúdos acessados e ao tempo destinado à navegação digital. O contato facilitado contribui, o acesso à informação também, mas esses dois fatores não são sinônimos de aprendizagem. Então, a internet pode ou não contribuir com o estudo? O ex-aluno Bernardo Fabiani, hoje estudante do ITA, sempre teve um excelente desempenho. Em visita ao colégio, divide conosco a reflexão e contribui com a sua experiência: “tal como quaisquer instrumentos, a internet não tem seu caráter definido por si, mas pelo sujeito que dela faz uso. Cabe ao indivíduo, consciente e dotado de critério, utilizar esse meio em seu pleno potencial. Para tanto, deve-se analisar as informações disponíveis e questionar-se sobre a veracidade das mesmas”.

Estas novas tecnologias e o acesso facilitado à informação trazem, também, outras preocupações. Além de aprender história, geografia, matemática, ciências, etc, é preciso desenvolver nos jovens outras habilidades que estão no campo emocional ou social. De nada adianta ser um profundo conhecedor de física, química ou sociologia, se não consigo controlar a ansiedade, se tenho dificuldade em me relacionar com as pessoas, se não suporto as frustrações que são inerentes ao convívio social. Nesse sentido, a internet pode ser muito útil ao ajudar na construção de conhecimentos e no desenvolvimento destas habilidades, ou pode ser muito prejudicial, ao criar barreiras entre as pessoas. Corre-se o risco de enxergarmos um mundo inteiro pela tela do computador, mas nos transformarmos em pessoas incapazes de ver com os próprios olhos ou de sentir com o próprio coração.

Cris Mazolla é Coordenadora Psicopedagógica e Everson Caleff Ramos é Diretor Educacional



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Gente noss�

Sempre Marista A educação é um investimento a longo prazo. É preciso deixar o tempo trabalhar para, então, percebermos sua importância em nossas vidas Por Tobias de Macedo Filho

E

sse início de ano fui surpreendido com um convite que me deixou muito feliz: contar um pouco da minha relação com o Santa Maria, relação essa de muito tempo. Meu pai estudou no Santa Maria, depois eu e meus irmão, os meus filhos e agora, meus netos. O meu filho descerrou a faixa de inauguração do ginásio de esportes em homenagem ao meu pai, o primeiro aluno a se matricular no Santa Maria. A minha história, e de minha família, se confunde com a história desse colégio. Tenho um orgulho enorme de ter estudado aqui e do mesmo modo que, agora, também os meus netos tem tal privilégio. Entrei no Santa Maria, com sete anos de idade, em 1951. Lembro-me dos desfiles de sete de setembro; da obrigatoriedade da frequência às missas aos domingos; de andar pela cidade toda, no mês de maio, o mês de Maria, para arranjar prendas; dos meus amigos; dos meus professores; da presença dos irmãos Maristas. Na época, no mês de maio, cada sala fazia um altar

e nós trazíamos os objetos. A sala que tivesse o altar mais bonito teria uma tarde livre no parque Santa Maria. Quando estive em Israel, vieram-me, como um filme, as aulas do Marista e, sobretudo, as de ensino religioso. Compreendi que elas não só me ajudaram a ser um ser humano melhor, como me possibilitaram o entendimento daqueles lugares sagrados por onde Cristo passou. Sem aqueles conhecimentos, certamente, a minha viagem teria sido bem menos aproveitada. Os valores que aprendi com a educação religiosa do Santa Maria, sobre a doutrina do Evangelho, ajudaram-me a educar os meus filhos nos mesmos valores que hoje transmito para os meus netos. São virtudes que permanecem no tempo. Talvez por isso eu tenha sido professor de catequese no colégio por um bom tempo. Sou um homem de fé. Não faço nada sem antes pedir para Ele. Outra coisa que no Santa Maria é extremamente marcante são as amiza-

des. Relaciono-me com meus amigos de colégio até hoje. No ano passado, fizemos um encontro para comemorar 50 anos da nossa formatura no Marista e 39 amigos compareceram. A formação do Marista é muito valiosa! Lembro-me também que quando o colégio comprou o Parque Santa Maria, nós fazíamos qualquer coisa para participar dos eventos, mesmo depois de não mais ser aluno Marista. O Santa Maria tem isso, quem vem estudar aqui dificilmente sai. Vale muito a pena quando vejo o amor que os meus dois netos, o Félix que está no 1º ano e o Leonardo que está no 8º ano, têm pelo colégio. Consigo perceber o quanto essa escola marcou e marca as nossas vidas. Não posso falar do Santa Maria sem vibrar. Certamente, a educação é um investimento a longo prazo. É preciso deixar o tempo trabalhar para, então, percebermos em nossas vidas a importância de uma boa educação, pois as palavras comovem, mas os exemplos arrastam.

Tobias de Macedo Filho é ex-aluno e desembargador.


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Essência

Por que o Marista é o Marista? Convidamos dois irmãos maristas, Ir. João Batista Pereira e Ir. Claudiano Tiecher, para nos contar por que, apesar de mudarem as pessoas e os lugares, o espírito de família sempre faz parte de um colégio Marista

A comunidade como fonte da vida

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esde a sua fundação, no dia 2 de janeiro de 1817, o Instituto Marista se guia pelo seu carisma, um legado deixado por São Marcelino Champagnat, nosso fundador. É esse carisma que faz com que todas as Unidades Educativas do mundo se pautem em um mesmo perfil, seguindo um mesmo fio condutor. O que chamamos de carisma marista, nada mais é do que o SER (= espírito) e o AGIR (= missão) de uma pessoa e/ou de um grupo. Todos, irmãos e leigos, que estão engajados na obra marista são convidados a viver esse carisma, ou seja, o seu jeito de ser e agir, com um mesmo espírito em vistas de uma única missão: “Formar cidadãos humanos,

éticos, justos e solidários para a transformação da sociedade por meio de processos educacionais fundamentados nos valores do Evangelho, do jeito Marista”. É dessa maneira que se consegue ter essa linha de atuação e essência únicas. Todas as congregações religiosas existentes são desafiadas a viver o seu modo próprio de evangelizar de acordo com a inspiração divina que teve seu fundador. O Instituto Marista, por meio da educação das crianças e jovens, de maneira toda especial os empobrecidos, torna-se único, usando seu carisma, de forma atualizada, em cada realidade inserida nos 5 continentes onde se fazem presentes, colocando dessa forma em prática a missão deixada por São Marcelino Champagnat. São muitos os valores que ali-

cerçam a Obra Marista e que proporcionam a vivência do carisma e nossas ações apostólicas. Destacamos o amor ao trabalho, a simplicidade, a justiça, a presença significativa, a espiritualidade e o espírito de família. O Espírito de Família sempre esteve presente na Instituição Marista desde a sua fundação. O padre Marcelino Champagnat, com este valor, vislumbrava a construção de uma relação de parceria ativa entre as pessoas. Para isso era preciso acolhê-las e compreendê-las como diferentes e complementares. Esse mesmo Espírito de Família valoriza a construção coletiva, a autonomia responsável, a flexibilidade, a ajuda mútua e o perdão. Já na época do Pe. Champagnat e nos dias atuais ousa construir comunidade, com alegria, e fazer dela fonte de vida.”

Irmão João Batista Pereira Grupo Marista


Marista, um centro de fé, cultura e vida

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nossa essência reside em Marcelino Champagnat. Repleta dela, as pessoas, a geografia e a cultura abrem-se para um jeito peculiar de educar, que perpassa gerações e continua sempre atual nos variados contextos e situações em que se encontram as infâncias e as juventudes. Temos em Marcelino – homem que moldou uma educação inovadora para a época, mesclando a formação do cidadão e do cristão – uma personalidade forte, que suportou as adversidades do tempo e da história. Para ele, que tinha uma inteligência prática, a preocupação era formar professores que, antes de ensinarem, recuperassem a dignidade da pessoa, amando-a e preparando-a concretamente para os desafios da vida. Eis a essência do Marista: professores que amam, apaixonados pela missão de educar e evangelizar nos mais diferentes ambientes educativos. Cada estudante é único e respeitado em sua singularidade. Talvez esse seja o elemento-chave quando apontamos uma diferença regional entre os Colégios Maristas e, ao mesmo tempo, nos deparamos com uma igualdade de “espírito”. Impressionante é essa mesma energia contagiar os diver-

sos Colégios Maristas. Podemos afirmar que as pessoas são diferentes, mas o espírito é o mesmo. As atividades podem e devem manifestar a cultura local, mas o que nos envolve e nos faz ser reconhecidos é uma proposta que insiste nos valores de abnegação de si mesmo e abertura aos outros. O que faz um Colégio Marista ser único é a capacidade de se transformar em um centro de fé, cultura e vida. Acredito que a escola Marista é por excelência um movimento intenso de ensino e aprendizagem, em que o educando é o protagonista do próprio futuro. O espírito de família é o que nos diferencia. É feito de amor e perdão, entreajuda e apoio, esquecimento de si, abertura aos outros e alegria. Tudo isso impregna nossas atitudes e nosso proceder, de modo que o irradiamos onde quer que nos encontremos, seja na sala de aula ou em outros ambientes educativos. No dia a dia, construímos tal espírito por meio do amor ao trabalho. Nossas escolas são desafiadas, pelo Projeto Educativo, a serem espaço tempos de construção de relações interpessoais, de confiança recíproca, de perdão, de diálogo, de alteridade e de corresponsabilidade, estabelecendo um elo fraternal, de família, entre os integrantes da comunidade educativa.”

Ir. Claudiano Tiecher | Diretor-Geral do Colégio Marista João Paulo II - Província Marista do Rio Grande do Sul


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Como fazer

Menos ĂŠ mais Movimento sugere que as pessoas diminuam seus ritmos de vida para que o organismo nĂŁo entre em colapso e o planeta seja um ambiente sustentĂĄvel


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iminuir o ritmo para reconectar-se consigo mesmo, com as pessoas e com o ambiente em que se vive. Esse é o objetivo principal do movimento “Slow Life”, que surgiu na Itália, inicialmente conhecido como “Slow Food”, contra as redes de fast food e a produção insustentável de alimentos. Em seguida, vários países uniramse ao movimento e foram ampliando seus objetivos, a ideia era desacelerar não só na alimentação, mas em vários setores: indústria, educação, cultura, tecnologia e em tudo que fosse possível proporcionar ao ser humano menos estresse e ansiedade. “A ansiedade vem de um sentimento de vulnerabilidade. É uma pressão interna que deixa a pessoa acelerada sem um motivo concreto. Estar ansioso sinaliza que ela se sente sob alguma ameaça, que pode vir de dentro ou de fora, de um estado interno que não dá conta ou uma situação que oferece alguma ameaça para ela”, explica a psicóloga Aline Mamede. O ansioso pode se prejudicar no trabalho, nos estudos, na vida afetiva e social. Sua produtividade e rendimento podem cair, sua concentração

pode diminuir e pode vir a ter dificuldades de executar tarefas. “Seu comportamento pode prejudicar não só a si mesmo, como seus colegas de trabalho ou estudo, devido à sua falta de atenção e concentração e seus constantes questionamentos e apreensões”, diz Aline. É extremamente importante desacelerar, principalmente na era digital que todos são bombardeados de informação, tecnologia, trabalho, compromissos e até muito lazer. Tudo para que diminua a ansiedade em relação ao mundo, e, consequentemente, ao estresse. “Não temos como fugir, porque vivemos em um corre-corre incessante que nos traz desgaste e estresse. Trabalhar sistematicamente a ansiedade é fundamental para acalmar nosso corpo nas suas impulsividades”, ressalta a piscóloga. Exercícios físicos, relaxamento muscular, dedicação a atividades que tranquilizam, como escutar música, cuidar de plantas, trabalhos manuais, orações, podem ajudar. É importante que haja esta mudança de hábitos no estilo de vida.

É preciso desacelerar, principalmente na era digital que todos são bombardeados de informação, tecnologia, trabalho, compromissos e até muito lazer.


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Como fazer

desacelere Que tal pisar no freio e viver uma vida mais feliz? dentifique as I fontes do estresse

Defina limites

Tente descobrir os desencadeantes. Você se sente ansioso antes de uma prova? Está com a agenda cheia de compromissos? Talvez você esteja além do limite e se sente irritado e cansado. Após identificar as fontes, tente minimizá-las o máximo possível.

Não tenha medo de dizer “não” antes de assumir um grande número de compromissos, especialmente se você está equilibrando seu tempo entre faculdade, trabalho e atividades extracurriculares. É importante definir as prioridades para não se sobrecarregar. Dizer “não” pode, além de ajudá-lo a controlar o estresse, dar-lhe mais controle sobre sua vida.

Fale e compartilhe

Controle a respiração

Expor os sentimentos sem ser julgado é essencial para manter uma boa saúde mental e lidar melhor com estresse. Converse com amigos sobre como está se sentindo. Explique ao seu professor que está tendo problemas com alguma matéria, por exemplo.

eserve mais R tempo para você Antes que você chegue ao limite, procure um tempo para ficar só e fazer o que quiser, longe das preocupações e responsabilidades do mundo. Às vezes este tempo precisa ser obrigatório, ou seja, reservado para uma atividade de relaxamento ou lazer.

Respirar pode medir e alterar o seu estado psicológico, fazendo um momento estressante aumentar ou diminuir de intensidade. Preste atenção em sua respiração. Inspirar profundamente e em seguida soltar o ar lentamente é uma excelente técnica para se sentir mais relaxado.

Exercite-se diariamente Exercícios físicos aumentam a liberação de endorfina, substância produzida naturalmente no cérebro que traz sensação de tranquilidade. Estudos mostram que o exercício, juntamente com o aumento da liberação de endorfina, faz aumentar a confiança, a autoestima e reduzir as tensões. Além do mais, se você já andou por vários quilômetros, sabe como é difícil pensar em seus problemas, quando a sua mente está focada em andar.


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Compartilhar

Vida digital Preparamos uma listinha com algumas novidades que podem facilitar sua vida ou deixá-la mais divertida

Software

Áudio-livro

MANUAL DE MÃES E PAIS SEPARADOS (grátis) Educar os filhos não é tarefa fácil, principalmente quando pai e mãe não convivem juntos um com o outro. Esse livro, disponibilizado em áudio para o Windows, foi escrito com o apoio de vários especialistas no assunto – e o mais legal: especialistas brasileiros!

P.O.K. – PROTECT OUR KIDS (grátis)

Sua vida de pai será mais tranquila com esse software instalado no seu Windows. Não é para proibir os filhos de terem relacionamentos com amigos e até com namorado ou namorada, mas para proteger os pupilos diante de ameaças realmente perigosas, como pornografia, abusos e coisas do tipo. Caso, por exemplo, o P.O.K. rastreie uma frase como “Onde você quer me encontrar?”, ele bloqueia a conexão à Internet no computador em que está sendo usado.

Quiz

QUE PAÍS É ESSE? (grátis)

Será que você consegue acertar o nome de cada país recebendo apenas dicas sobre sua história, datas e dados? Junte seu filho, curta um momento ao lado dele e teste seu conhecimento. Quem será que sabe mais?

Aplicativo

BABY MONITOR & ALARM (grátis)

Mamães e papais de todo o mundo que têm smartphone com o sistema Android poderão sair à noite e deixar seus bebês em casa com a babá ou com outro responsável sem dor de cabeça. O aplicativo tem cinco funções, entre elas o “Mum’s Voice”: a mãe grava um recado para o filho e, caso o celular que está próximo à criança reconheça seu choro, o aparelho reproduz a gravação.

Aplicativo

LINA – LOVE IS NOT ABUSE (grátis)

Esse aplicativo para iPad foi criado pensando em esclarecer e educar as pessoas sobre os abusos nas relações digitais, o famoso cyberbullying. Feito especialmente para os pais, o Lina é uma ótima ajuda na hora de identificar esse tipo de problema, geralmente difícil de ser reconhecido.


Prateleira É UM LIVRO Minha primeira indicação é para os pequenos da Educação Infantil e anos iniciais do Ensino Fundamental. Pequenos Leitores, que tal conferir um divertido livro com o título: É UM LIVRO, da autora LANE SMITH publicado pela editora COMPANHIA DAS LETRINHAS. Dois seres muito inteligentes e curiosos, que se encontram numa divertida

aventura, em torno de um “estranho objeto”, rolando uma página após a outra, deixando-se envolver por um bate-papo que leva a uma fascinante descoberta. Que tal um dowload dessa divertida história?

A INVENÇAO DE HUGO CABRET Que tal conferir também o livro: A INVENÇÃO DE HUGO CABRET, do autor BRIAN SELZNICK, e tradutor MARCOS BAGNO, e conferir os detalhes que o filme não traz, se emocionar com o menino órfão que vive escondido na central de trem de Paris, esgueirando-se por passagens secretas, descobrir sua principal ocupação e responsabilidades, perceber o que realmente fascina seus olhares. Tudo em busca de desvendar uma comovente história

que exige de Hugo coragem para enfrentar muitos riscos, principalmente quando o severo dono da loja de brinquedos da estação e sua afilhada cruzam seu caminho. Que tal ir já para a estação e tomar esse trem agora? Quem indica: Zeneide de Lima, Biblio-

tecária – Colégio Marista São Luis

CYBERBULLYING E OUTROS RISCOS NA INTERNET DESPERTANDO A ATENÇÃO DE PAIS E PROFESSORES - 2011 Autora: ANA MARIA DE ALBUQUERQUE LIMA Editora: Wak Quem indica: Márcia Regina Savioli, Diretora Educacional – Colégio Marista

Nossa Senhora da Glória

Educomunicação: o conceito, o profissional, a aplicação. - 2011 Autor: Ismar de Oliveira Soares Editora: Paulinas Quem indica: Irmão Vanderlei Siqueira dos Santos, Diretor Geral – Colégio Marista Pio XII – Ponta Grossa


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Solidariedade

Um jeito diferente de formar educadores C

om a intenção de contribuir com o acesso à formação de qualidade para todo o território nacional, a Rede Marista de Solidariedade (RMS) lança a Formação a distância para educadores da Primeira Infância. Voltado à extensão e pós-graduação de educadores que atuam na Educação Infantil, o projeto — desenvolvido em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) — faz parte de uma série de iniciativas da RMS no Advocacy da Primeira Infância. As aulas contarão com a tecnologia e a experiência em educação a distância da PUCPR, e foram preparadas para atender a demanda daqueles que não têm graduação, com a modalidade extensão, e aqueles que têm graduação, com a modalidade pós-graduação. Um grande diferencial da formação está na sua proposta de trabalhar o currículo da educação infantil com enfoque em direitos da criança e do adolescente. O principal objetivo da RMS ao desenvolver este projeto na modali-

dade de Educação a Distância (EAD) é ampliar o acesso à formação para públicos de diferentes regiões. Por meio de parcerias, o curso tem custos reduzidos e referentes apenas à sua execução. Os conteúdos estão sendo produzidos por especialistas que são referência nacional e internacional nos temas. Cada aluno terá acesso a ferramentas como correio eletrônico, fórum, material didático-online, chats, filmes, links e videoaulas, além do acompanhamento de um tutor especializado para grupos de 50 alunos. Para a obtenção dos certificados de pós-graduação, os alunos deverão apresentar trabalhos de conclusão de curso nos seminários presenciais. A iniciativa conta com o apoio de outras organizações, como a ONG Criança Segura, e está sendo divulgada a instituições e organizações públicas e privadas. A primeira turma terá início no segundo semestre de 2012 e as vagas são destinadas a pessoas jurídicas, por meio de cotas.

O Advocacy da Primeira Infância O termo Advocacy, ainda sem tradução para o português, significa lutar por uma causa, conscientizando a sociedade, capacitando agentes transformadores, mobilizando a população e acompanhando a atuação do poder público. O advocacy na Primeira Infância é realizado a partir das práticas institucionais. A RMS reconhece a importância da primeira infância para o desenvolvimento integral das crianças ao considerar as culturas infantis nos seus diferentes contextos e a concepção de criança enquanto sujeito de direitos. Para isso, integra as diretrizes institucionais com as políticas sociais de promoção humana e cidadã.


Atuação da RMS na Primeira Infância

Contribuição técnica em documentos relevantes para a área, como o Plano Nacional Primeira Infância.

Realização da Formação a distância para educadores da primeira infância.

Grupos de estudo e sistematização das práticas, tendo como resultado duas publicações: Currículo em movimento na Educação Infantil (parceria com a Rede Marista de Colégios) e Cores em composição na Educação Infantil (práticas dos Centros Educacionais e Sociais).

A Educação Infantil na RMS é desenvolvida em nove Unidades Sociais Maristas, e promove uma educação de qualidade para 1.304 crianças atendidas anualmente nos municípios de São Paulo (SP), Santos (SP), Ponta Grossa (PR), Cascavel (PR), Curitiba (PR) e Samambaia (DF).

Representatividade em espaços como a Rede Nacional da Primeira Infância e o Fórum Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, na busca por transformações significativas e duradouras para as infâncias e juventudes.

Aprimoramento do processo de avaliação da Educação Infantil.

Desenvolvimento do Programa Itinerários Formativos, com a realização de eventos de formação com o foco no fortalecimento da rede de atendimento à primeira infância. Em 2012, quatro seminários serão realizados buscando potencializar toda a rede de atendimento à primeira infância.


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Solidariedade

Onde estão as crianças? Guia de fontes revela dados sobre as infâncias

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om a intenção de dar visibilidade à real situação de crianças e adolescentes brasileiros, a Rede Marista de Solidariedade — por meio do Centro Marista de Defesa da Infância e contando com o apoio do Instituto HSBC Solidariedade — sistematizou ao longo de 2011 um documento que possibilita identificar onde estão as informações sobre a infância e adolescência no Brasil. A publicação FONTES SOBRE A INFÂNCIA: Diagnóstico de fontes estatísticas sobre a criança e o adolescente, lançada em abril, compila informações sobre fontes oficiais, instituições de pesquisas, núcleos e observatórios que abordam indicadores referentes à infância no Brasil, especialmente nos Estados da região Sul do país. O documento também traz elementos que contribuirão com a discussão sobre a criança e o adolescente, além de um resgate histórico da infância. Sem o monitoramento de indicadores específicos — que atualmente são pouco conhecidos, compreendidos ou, até mesmo, inexistentes — as iniciativas de incidência nas políticas

públicas voltadas para a criança e ao adolescente acabam fragilizadas. O diagnóstico realizado pelo Centro de Defesa permitirá revelar aspectos como a disponibilidade da informação, as formas que se apresentam os dados, os direitos que são violados, os programas de ação dos governos, entre outros. A ideia é proporcionar insumos importantes para a formulação/reformulação de indicadores de monitoramento. A melhoria das condições atuais das crianças, adolescentes e jovens e a transformação da sociedade brasileira dependem, em muito, de se dar visibilidade à situação em que elas se encontram. A elaboração de um sistema de indicadores sobre a infância com enfoque nos estados permite a construção de um retrato das nossas infâncias e juventudes. Este sistema pode ser usado como subsídio para argumentos e apontamentos sobre fragilidades e potencialidades; num aspecto jurídico, executivo e legislativo, sobre os direitos das infâncias e juventudes brasileiras.

Para Geliane Quemelo, Coordenadora do Centro Marista de Defesa da Infância, “a Sociedade civil tem um papel muito importante neste monitoramento e desta forma poderá contribuir cada vez mais para que o cenário de violação de direitos não se perpetue. A implementação de um sistema de monitoramento é urgente e oportuna”. O Centro Marista de Defesa da Infância compõe a Rede Marista de Solidariedade, assim como outras 23 unidades sociais que atendem cerca de 11 mil crianças e adolescentes, além de suas famílias e as comunidades onde estão inseridos. Diferente das unidades sociais, que promovem o atendimento direto ao público, a proposta do Centro de Defesa — pioneira no Paraná — está diretamente voltada à defesa dos direitos da infância e juventude. Sua finalidade é contribuir com discussões, pesquisas, publicações, acompanhamento das políticas públicas e assessoramento dos profissionais que atuam na área como forma de melhorar o cenário onde os direitos não são garantidos em sua plenitude.

DVD Direito ao Brincar A Rede Marista de Solidariedade lançou o dvd Direito ao Brincar. Com o apoio da Unicef, o dvd traz vídeos com depoimentos de educadores e educadoras e que mostram brincadeiras e atividades realizadas nas unidades sociais Maristas, além de dicas para atividades com crianças com deficiência, cuidados com o meio ambiente e a adoção de brincadeiras lúdicas e colaborativas.

O dvd faz parte da Campanha Marista pelo Direito ao Brincar. Para assistir aos vídeos das 10 iniciativas pelo Direito ao Brincar e conhecer mais sobre a campanha, acesse o site da Rede Marista de Solidariedade, www.solmarista.org.br.


Acesso e qualidade na Educação Infantil: um direito da criança.

Inscrições so para pessoas mente jurídicas, por meio de co tas.

As cotas de alunos podem ser adquiridas por instituições e organizações públicas e privadas para a formação de atores sociais com vistas ao direito das crianças pequenas à educação de qualidade.

apoio

Mais informações: infancia@marista.org.br solmarista.org.br

realização


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Inspiração

A vitória de Marcus Alegria, atividade intensa e carisma de um aluno mais que especial

M

arcus Neto, como é conhecido no Marista de Goiânia, é um menino doce, alegre e descontraído. Faz todas as atividades, pratica esportes e é popular entre os amigos, professores e funcionários. A vida sorriu para ele e ele soube retribuir, depois do revés que passou quando tinha apenas um ano. A família (Marcus, o pai e a mãe) morava nos Estados Unidos quando foi surpreendida por um incêndio na casa que provocou a morte de sua mãe, por insuficiência respiratória, e deixou graves ferimentos no pai e em Marcus, no dia 24 de dezembro de 2002. No mesmo dia, a sua avó, Maria Alzira Matos de Siqueira, foi ao encontro de todos os que estavam na UTI de um hospital (o neto, o genro e a outra filha). Marcus teve 70% de seu corpo queimado, precisou amputar o antepé e ficou quatro meses na UTI. “Trouxe meu neto para o Brasil entubado com

oxigênio e sonda gástrica. Chegando a Goiânia, ele ficou mais um mês hospitalizado e, somente em maio, foi liberado”, conta Maria Alzira. Marcus precisou aprender novamente a andar, falar e teve um amplo acompanhamento médico e psicológico. A mãe de Marcus havia comentado quase uma semana antes do acidente, que, caso morresse, queria que seu filho ficasse com a sua mãe. “Parecia que ela sabia que algo poderia acontecer”, comentou a avó. Desde que veio ao Brasil, Marcus mora com os avós, agora pais para ele, e leva uma vida completamente normal. “Ele é a razão da nossa vida, minha e do meu marido”, diz Dona Maria Alzira. Hoje com 10 anos, Marcus é um menino que, segundo a avó, tem amigos de todas as idades e em todos os lugares. Pratica judô e natação, toca bateria, adora andar de bicicle-

ta, quadriciclo, tomar banho de rio e ver filmes, principalmente da época em que era neném com sua mãe nos Estados Unidos. Marcus usava prótese, mas este mês fez uma cirurgia, e, segundo Dona Maria Alzira, não quis muito ficar se recuperando; insistiu em ir para a casa. “Ele é uma criança maravilhosa, uma pessoa que não reclama de nada na vida, atura muito bem qualquer tipo de dor”, explica. O pai de Marcus também mora no Brasil atualmente e é uma pessoa super presente na vida do filho. Mas quem tem a guarda do neto é a avó. “Eu nunca deixei ‘cair a bola’. Marcus sempre foi uma criança maravilhosa, é um menino super doce, agradável, preocupado com o bem-estar das pessoas. Ele me chama de avó, às vezes de mãe, além de chamar a madrinha dele de mãe também. Somos uma família muito feliz”, finaliza.



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Marista

Grupo Marista: muito mais que um Colégio D

epois de quase 200 anos de história em educação, é natural que o nome Marista faça você pensar numa grande rede de colégios. Mas o Grupo Marista é muito mais que isso. É uma grande família formada por mais de 14 mil colaboradores que atuam não só na educação, mas também, nas

áreas de saúde, comunicação e uma enorme rede de solidariedade. Na área da educação, da escola à universidade, formamos pessoas e trazemos resultados comprovados. Em atividades nas áreas de saúde e comunicação, levamos sempre a melhor qualidade para públicos de diferentes con-

dições e necessidades. A área de solidariedade atende diretamente crianças e jovens empobrecidos nas unidades sociais e integra a Rede Marista de Solidariedade, que também compreende iniciativas de todas as áreas de atuação na promoção e defesa dos direitos das infâncias e juventudes.

Bons valores com excelência A missão do Grupo Marista é proporcionar essa combinação única para a construção de um mundo melhor. Conheça nossa família:

EDUCAÇÃO

SOLIDARIEDADE

SAÚDE

Educação Básica | Educação Profissional | Ensino Superior | Editorial

Ampla Rede Marista de solidariedade transversal a todos os negócios do Grupo

6 hospitais, 1 plano de saúde

• 24 mil alunos nos 16 colégios •6 2 mil formandos pela PUCPR •3 mil alunos passaram pelo TECPUC •3 4 milhões de livros vendidos em 2011

• 300 mil atendidos

•2 74 mil atendidos pelos planos de saúde e pelo SUS

COMUNICAÇÃO Lumen Comunicação •6 00 mil impactados na rádio e tv Lumen


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Central de Atendimento 0800 729 3232 atendimento@ftdsistemadeensino.com.br

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