2º Semestre • 2014 | 14ª edição
CURIOSIDADE
Games podem ser fortes aliados no desenvolvimento cognitivo e emocional de crianças e adolescentes, basta usá-los da forma adequada.
DIA A DIA
Saiba como as aulas imersivas transformam teoria em prática, potencializando o aprendizado do aluno.
BAGAGEM CHEIA A um passo da universidade e do mercado de trabalho, Ensino Médio Marista foca nos processos seletivos e na formação do cidadão.
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Combinação única de bons valores e excelência.
O Grupo Marista conta com milhares de pessoas que, diariamente, vivenciam e disseminam importantes valores humanos e cristãos com o compromisso de promover e defender os direitos das crianças e dos jovens. Faz parte do jeito Marista a busca constante por excelência. Na área da
educação, da escola à universidade, formamos pessoas e trazemos resultados comprovados. Em atividades nas áreas de saúde e comunicação, levamos sempre a melhor qualidade para públicos de diferentes condições e necessidades. Em todas essas áreas, a ação social está presente
BRASÍLIA Colégio Marista de Brasília - Ensino Fundamental SGAS 609 CONJ A - Bairro Asa Sul - Brasília-DF CEP 70200-690 | (61) 3442-9400
Superior Provincial Ir. Joaquim Sperandio Presidente do Grupo Marista Ir. Delcio Afonso Balestrin Superintendente Executivo do Grupo Marista Paulo Serino Diretor da Rede de Colégios Ir. Vanderlei Siqueira dos Santos Diretor de Marketing E COMUNICAÇÃO Stephan Younes
Rua Imaculada Conceição, 1155, Prado Velho Curitiba-PR | Prédio Administrativo PUCPR 8º andar - CEP: 80215-901 | Tel.: (41)3271-6500
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14ª Edição | 2º Semestre 2014 Periodicidade Semestral EDIÇÃO Diretoria de Marketing e Comunicação do Grupo Marista Eduardo Correa e Vivian Lemos REDAÇÃO Jornalista responsável: Rulian Maftum / DRT Nº 4646 Supervisão: Maria Fernanda Rocha (Lumen Comunicação) Edição de arte: Julyana Werneck PROJETO GRÁFICO Estúdio Sem Dublê | semduble.com
com iniciativas alinhadas ao posicionamento institucional, mas também atuamos diretamente, por meio de uma ampla rede de solidariedade. Bons valores e excelência. Nossa missão é proporcionar essa combinação única para a construção de um mundo melhor.
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Capa Débora Gouveia, estudante
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FOTO DE CAPA Gilberto do Rosário
do Colégio Marista João Paulo II, de Brasília (DF)
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nos Colégios Maristas os alunos recebem, além do preparo para o vestibular, subsídios para o ingresso na vida universitária e no mercado de trabalho com pensamento crítico.
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dia a dia
entrevista
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Atenta aos novos anseios e pensamentos dos jovens de hoje, a educação Marista foca em formação integral, de forma a contribuir para as futuras decisões dessa geração.
Conheça algumas iniciativas de atividades práticas que enriquecem a construção do conhecimento e tornam visível a integração entre os aprendizados de dentro e de fora da sala de aula.
essência
solidariedade
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Irmãos Maristas comentam sobre a formação integral, cujo objetivo é formar cidadãos preparados para todas as provas da vida.
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Na tentativa de assegurar os direitos da criança, Rede Marista de Solidariedade assume creche da Penitenciária Feminina do Paraná.
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Saiba o que fazer quando o temido vilão bullying está à nossa volta.
Além de muito divertida, a arte circense pode proporcionar aos alunos o desenvolvimento motor, a convivência e o trabalho em equipe.
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Fabio Viviurka Correia nos conta como o Circuito Projeto de Vida está acontecendo nos Colégios Maristas e quais são os benefícios que o projeto pode trazer aos alunos envolvidos.
Confira dicas de sites, revistas, filmes e programas de TV indicados pelos professores dos Colégios Maristas.
A psicóloga Marina Vasconcellos propõe a reflexão de um assunto polêmico. Para que serve, afinal, a Lei da Palmada?
seu colégio
Confira as matérias elaboradas exclusivamente para o seu Colégio.
Antes considerados ameaçadores e perigosos, games se revelam eficientes ferramentas para estudo e desenvolvimento de habilidades.
1ª impressão
Educação Marista, formação integral
para a vida
atividades que contribuam com a formação acadêmica, mas também humanista, social e transcendental. No Ensino Médio, esse trabalho continua. A excelência na aprendizagem, que iniciou na Educação Infantil e prolongou-se no Ensino Fundamental, é continuada nesse segmento. A preparação dos alunos para os testes e as provas que precisarão enfrentar, já iniciada nas séries anteriores, agora recebe novos contornos, sem que, no entanto, se deixe de lado o justo equilíbrio entre excelência acadêmica e formação de valores. Essas duas tarefas tão importantes são o tema de capa desta edição da revista Em Família Marista. As boas notas obtidas por nossos alunos anualmente no Exame Nacional do Ensino Médio e os altos índices de aprovação nos principais vestibulares mostram que estamos estruturados para prepará-los para esses desafios. Porém, prepará-los para obter o sucesso almejado somente nessa fase não representaria nosso jeito Marista de educar. O que esperamos é formar cidadãos éticos e íntegros que alcancem seus objetivos por toda a vida. E nessa perspectiva de formação integral, estamos cada vez mais preocupados em trabalhar com nossos alunos não somente a profissão que querem seguir, mas ajudá-los na construção de um projeto maior. Um meio para isso, é “Circuito Projeto de Vida”. No site circuitoprojetodevida.com.br, os estudantes encontram um conteúdo com a linguagem deles, que tem o objetivo de
ajudar os jovens a descobrir o que eles realmente esperam da vida e como podem caminhar rumo à conquista de seus objetivos. Ao pensar o estudante na sua inteireza e propor aprendizagens conectadas com a vida, a Educação Marista quer formar cidadãos éticos, justos e solidários para a transformação da sociedade, por meio de processos educacionais fundamentados nos valores do Evangelho.
[...] é papel da escola estar atenta às novas expectativas dos jovens e pensar na melhor forma de ajudá-los a tomar as melhores decisões para as suas vidas.
ir. vanderlei Siqueira dos Santos Diretor Executivo da Rede Marista de Colégios
© Foto: João Borges
Quem nunca perguntou a uma criança o que ela quer ser quando crescer? Muitas, espontaneamente, nos falam sobre as diversas possibilidades que surgem em suas mentes criativas: bailarinas, bombeiros, mágicos, astronautas e tudo mais que a imaginação fértil permitir. Quando nossos jovens entram no Ensino Médio, talvez um pouco antes, a mesma pergunta ganha uma roupagem mais adulta: “Você já escolheu a profissão que vai seguir?”. É nessa fase que uma grande responsabilidade recai sobre os ombros dos estudantes – a escolha da carreira. Como se não bastasse essa dúvida, ainda acumula-se a pressão pelos bons resultados em provas como Enem e aprovação nos vestibulares mais concorridos. O que por si só já parecia complicado, agora ganha novos elementos com a mudança de perfil das novas gerações. Os nascidos a partir da década de 1990 não enxergam o futuro como um cenário de escolhas únicas, em que precisam se decidir entre uma profissão ou outra. A lógica mudou e, agora, eles pensam em atividades paralelas, em fazer uma coisa e muitas outras simultaneamente. Com esse novo comportamento, é papel da escola estar atenta às novas expectativas dos jovens e pensar na melhor forma de ajudá-los a tomar as melhores decisões para as suas vidas. Os professores e gestores dos Colégios Maristas têm essa preocupação em todas as fases da educação, promovendo
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dia a dia
visita à cidade de Santos preparou os alunos da 3ª série do ensino Médio do Marista nossa Senhora da Glória para o vestibular.
alunos do Marista Paranaense têm diversas aulas com atividades práticas e tarefas nada convencionais.
Mão na massa Atividades práticas auxiliam o aprendizado e oferecem diversas vantagens para as mais variadas faixas etárias de estudantes Por Mahani Siqueira
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Qual é o aluno que não gosta de sair de sala por algumas horas e participar de atividades práticas em ambientes diferentes daquele em que passa a maior parte do tempo? No entanto, mais do que simplesmente oferecer novos ares e – muitas vezes – oportunidades de relaxar um pouco do conteúdo das disciplinas, as aulas externas e atividades práticas são uma excelente forma de reforçar o aprendizado e proporcionar novas experiências aos estudantes das mais variadas faixas etárias. Na Rede Marista, são várias as iniciativas que propõem tirar os alunos da sala de aula sem afastá-los dos conteúdos previstos. O Colégio Marista Glória, de São Paulo (SP), organiza um projeto que envolve quase todas as turmas – até a 3ª série do Ensino Médio –, e levando os alunos para saídas pedagógicas com atividades interdisciplinares relacionadas aos assuntos abordados dentro de sala. Cada turma (à exceção do Infantil 3 e da 3ª série do Ensino Médio, que fazem apenas uma saída) vai a dois locais por ano e nenhuma série repete o destino visitado. Em 2014, alguns dos roteiros envolveram o Museu da Língua Portuguesa, o Instituto Butantan, o Teatro Municipal de São Paulo, o MASP e a fábrica da Volkswagen, entre vários outros.
Batizado de Estudo do Meio, o projeto passa por três etapas. Primeiro, os alunos são contextualizados sobre o local que será visitado. Depois, já no destino, eles recebem uma aula prática e, para finalizar, preparam um trabalho apostilado sobre o conteúdo aprendido na visita, sendo que o tema também pode ser utilizado em questões de provas. Segundo Keila Castro, coordenadora do Núcleo Cultural do Marista Glória, a vivência é o principal ponto positivo ofertado pelas atividades práticas. “Ver, ouvir e presenciar fixa muito mais o conteúdo do que somente ler sobre aquilo. As experiências vividas nas aulas práticas, fora da sala de aula, são momentos de grande aprendizado e que os alunos poderão levar para a vida inteira. Essas aulas práticas não são apenas passeios, mas sim parte fundamental do aprendizado, em que são cobradas até presença e nota. Mas o mais importante é que os estudantes têm uma grande oportunidade de enriquecimento cultural em cada uma dessas saídas”, opina Keila. A declaração da coordenadora é validada pelos alunos da 3ª série do Marista Glória. Mariana Alves Dainese e os irmãos gêmeos Eduardo e Fábio Rodrigues Murad Cassiano se preparam para o vestibular no fim do ano e
© Fotos: Acervo dos Colégios
Viagens ao litoral são alguns dos programas mais aguardados pelos estudantes do Marista Paranaense.
asseguram que a experiência de ter visitado a cidade de Santos fez muita diferença na hora dos estudos e, principalmente, caso o assunto esteja presente nas temidas provas. “Eu acho importante sair um pouco de sala para poder ver de perto tudo aquilo que os professores e os livros nos contam. Em Santos, fomos a museus, conhecemos o bondinho da cidade e pudemos presenciar vários detalhes de um assunto que estávamos estudando no Colégio”, comenta Mariana, seguida por Fábio, que não hesita quando perguntado sobre a confiança no tema para o vestibular. “Se cair algo relacionado a Santos, eu já tenho grandes chances de acertar, porque vou me lembrar da viagem e de tudo que aprendemos”, completa o estudante. Coordenadora pedagógica do Colégio Marista São Luís, em Santa Cruz (RS), Marta Gonzatto vê as experiências práticas como fundamentais no processo educacional. Segundo ela, as atividades enriquecem a construção do conhecimento e tornam visível a integração entre os aprendizados de dentro e de fora da sala de aula. Ela reforça, ainda, que a compreensão de diferentes temas pode ser facilitada com a elaboração de aulas que não se limitam às salas e aos quadros negros. “O aprendizado é um todo que abarca o que está fora da sala de aula e o que se deseja ensinar em classe, tudo faz parte do processo de conhecer o mundo. Assim, os estudantes podem ver na realidade as coisas que estudam, facilitando o entendi-
O Museu da Língua Portuguesa foi o destino escolhido para as atividades da 2ª série do Ensino Médio do Marista Nossa Senhora da Glória.
mento. O professor pode estimular a curiosidade proporcionando a construção do conhecimento de maneira descontraída e momentos de socialização. Assim, a compreensão e o estabelecimento de relações são potencializados”, afirma Marta. A coordenadora pedagógica ressalta, no entanto, que o professor deve ter bem definido o objetivo e o planejamento pedagógico para que qualquer atividade prática seja coerente com os estudos que pretende desenvolver. Ela também indica que é importante preparar experiências condizentes com as habilidades exigidas na disciplina e que estejam de acordo com a faixa etária dos estudantes. “É importante que o professor conheça o espaço e as possibilidades que ele pode gerar, levando em consideração o fator segurança. Esses cuidados poderão permitir que a prática faça maior sentido e traga resultados mais significativos para os estudantes”, completa. No Colégio Marista Paranaense, de Curitiba (PR), são várias as atividades práticas oferecidas aos alunos, tanto dentro quanto fora da escola. Além de visitas a museus, usinas de reciclagem, aterros sanitários e cidades do litoral paranaense e catarinense, os estudantes podem fabricar sabonetes, vivenciar experiências sensoriais de degustação e manipulação de alimentos e até participar da produção de queijo e achocolatados. Para a coordenadora psicopedagógica do Colégio, Neiva Pinel, as práticas só têm vantagens a oferecer.
“São experiências muito significativas para os alunos. Nelas, além de aprenderem conteúdos acadêmicos e de terem acesso à tecnologia de última geração, eles interagem com o meio, atuam com mais autonomia e responsabilidade, amadurecem as relações sociais, aprendem a fazer uma leitura mais ampla dos contextos culturais e, por meio da observação, constroem conhecimento, senso crítico e posicionamento político diante das realidades encontradas”, finaliza Neiva.
O aprendizado é um todo que abarca o que está fora da sala de aula e o que se deseja ensinar em classe, tudo faz parte do processo de conhecer o mundo. Assim, os estudantes podem ver na realidade as coisas que estudam, facilitando o entendimento. Marta Gonzatto Coordenadora pedagógica do Colégio Marista São Luís, em Santa Cruz (RS)
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Eu me vejo como uma cidadã que se preocupa com o próximo, acho que esse é o maior legado Marista que levo. Atualmente, gosto do trabalho de liderança da turma e de representar meus colegas. débora Gouveia Aluna da 2ª série do Ensino Médio do Colégio Marista João Paulo II, de Brasília (DF)
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Ensino Médio focado nas provas da vida Mais que preparar o jovem para o vestibular, é preciso ampará-lo para a escolha certa da carreira e lhe dar subsídios para o ingresso na vida universitária e no mercado de trabalho com pensamento crítico
© Foto: Gilberto do Rosário
Por Michele Bravos
Até parece que o cérebro dos jovens nascidos na década de 1990 funciona de um jeito diferente dos demais. E talvez seja isso mesmo. Essa geração, chamada de Geração Z, nasceu conectada e sua consciência foi influenciada, desde a maternidade, pela velocidade da tecnologia. Segundo dados do Ibope, para a maioria dos jovens Z, o estudo é prioridade e sete em cada dez deles desejam ingressar em uma universidade. O desafio atual da educação, principalmente nos anos do Ensino Médio – fase de transição –, é como trabalhar o ensino-aprendizagem em novos formatos, atendendo às expectativas desses jovens e do mercado de trabalho que os espera. Lucca Roth, do Terceirão do Colégio Marista Rosário, de Porto Alegre (RS), faz parte desse núcleo de pessoas multitarefas, questionadoras, curiosas, ávidas por tecnologia. Ele sonha em ser professor e atribui a vontade aos exemplos que teve. “Essa convicção nasceu da grande admiração que tenho pelo papel fundamental do professor na sociedade e dos ótimos exemplos que vejo no Colégio e na minha família”. Em um mundo que não é cartesiano, Flávio Sandi, diretor-educacional da Rede de Colégios Maristas, lembra que preparar essa e as gerações futuras para a vida não é treiná-las para uma prova de vestibular. O foco deve estar além. “Não é na lógica que encontro tudo com o que me relaciono no mundo. Precisamos falar de transcendência, desenvolvendo sensibilidade estética, olhando o mundo por meio da dança, por exemplo, trabalhando as dimensões espiritual, corporal e social de forma interligada”.
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Lucca Roth, do Terceirão do Colégio Marista Rosário, de Porto Alegre (RS), e a mãe Carla Domingues.
Para a fisioterapeuta Carla Domingues, 42 anos, mãe de Lucca, a partir do momento em que a escola se propõe a formar um cidadão, ela, junto com a família, deve ter como objetivo a busca pela plenitude da realização pessoal tanto na sua individualidade quanto como parte da sociedade. A consciência de que ter uma formação cidadã caminha paralelamente ao sonho de ser biomédica da aluna Débora Figueiredo, da 2ª série do Ensino Médio, do Colégio Marista João Paulo II, de Brasília (DF). “Eu me vejo como uma cidadã que se preocupa com o próximo, acho que esse é o maior legado Marista que levo. Atualmente, gosto do trabalho de liderança da turma e de representar meus colegas”. Os sonhos profissionais não ficam tão distantes das carreiras já conhecidas. O que muda é a forma como tudo tem se desenrolado. No artigo A chegada da Geração Z no mercado de trabalho, de Caio Lauer, o autor reforça que esses jovens esperam que o mundo ao seu redor – aí se inclui o mercado de trabalho – seja
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semelhante ao seu próprio mundo: “conectado, aberto ao diálogo, veloz e global”. Diante dos muitos anseios e sonhos, como os de Lucca e Débora, é preciso um esforço em torno dos Zs, lembrando-os de que é necessário ter foco para atingir o que se almeja. Os caminhos, mesmo que múltiplos, devem ter um objetivo. A diretora educacional Márcia Rosa, do Colégio Marista São Francisco, de Chapecó (SC), afirma que as formas de se relacionar, de socializar, estudar e aprender mudaram e que o Ensino Médio (período em que essa geração se encontra no momento) deve proporcionar “vivências favoráveis ao espírito decidido e questionador da idade como caminho à composição de diferentes olhares sobre o mundo”. Foram esses aspectos, que vão além de ensinar um conteúdo, que fizeram com que a pesquisadora associada da Universidade de Brasília Adelaide Figueiredo, 57 anos, e mãe de Débora, escolhesse o Colégio Marista para a filha. “Sei que ela não está só aprendendo o conteúdo necessário para seu acesso à universidade, mas também está valorizando o respeito pelas diferenças e pelas pessoas, o esporte, os conceitos de disciplina e de ordem. Tudo isso em um ambiente saudável”. Os novos formatos de socialização mostram jovens que interagem com tudo e com todos muito bem intermediados pela tecnologia, mas que se subestimam nas relações presenciais. O diretor-educacional Flávio Sandi pontua o quanto é importante que o jovem seja instigado sobre as relações pessoais e a sua presença no meio, para que tenha sucesso no mercado de trabalho. “No mercado de trabalho, certamente contratamos pela competência do indivíduo, mas demitimos pelo relacional”.
A proposta Marista é mediar todas essas facetas com plataformas digitais, que instigam o aprendizado dessa geração por meio da linguagem que mais faz sentido para ela, mas também desafiando o aluno a vivências que desenvolvam outras habilidades e formas de relacionamento. “Olhar o mundo sob a ótica das relações, das conexões e das interações de fato permite aos jovens novas possibilidades de inclusão e desenvolvimento integral”, afirma Márcia. A diretora ainda complementa que reconhecer a diversidade como campo de atuação e de identificação é fundamental. “É importante permitir aos jovens experiências colaborativas, inovadoras, o reconhecimento dos resultados e seu valor. Os alunos devem ser entendidos como fundamentos da autonomia e da criticidade”.
Não é na lógica que encontro tudo com o que me relaciono no mundo. Precisamos falar de transcendência. Flávio Sandi Diretor-educacional da Rede Marista de Colégios © Foto: Gilberto do Rosário
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PreParaÇÃo Lucca entende que os processos seletivos representam uma pequena fração do que os exames, de fato, significam. Ele ainda afirma que o cotidiano da vida escolar Marista compreende uma verdadeira gama de valores sendo transmitidos, auxiliando na formação do caráter. O professor diz que a 3ª série Marista não é um cursinho, uma vez que mantém seu foco no aprendizado, mas os professores empenham seus esforços para garantir que o aluno ingresse em uma universidade e possa fazer valer o conhecimento adquirido durante os anos no Colégio. “Quero ser lembrado como o professor que contribuiu para que essa nova fase fosse possível”. Pipoca, professor no Colégio Marista arquidiocesano, em São Paulo (SP).
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A construção de um raciocínio crítico passa pelo aprendizado individual. “Aprender é internalizar algo, é atribuir significado pessoal ao externo”, diz Sandi. Esse processo se inicia nas séries do Fundamental e segue até o Ensino Médio. O diretor questiona a postura de pais que ainda acham que os filhos precisam de respostas prontas para perguntas prontas. “Isso é cópia e não ensinar a aprender. Quem acerta mais respostas em uma prova não é aquele que aprendeu mais. Memorizar fórmulas não é aprender, uma vez que esse ato exige construir caminhos”. É o aprendizado que vai tornar esse jovem um cidadão transformador. O professor Celso de Miranda Junior, conhecido entre os alunos como Pipoca, estudou dez anos em Colégios Maristas – Santa Maria, em Curitiba (PR), e Arquidiocesano, em São Paulo (SP). Depois, ingressou como professor no Colégio paulista. Entre idas e vindas, como estudante e professor, são mais de 40 anos de envolvimento com a Instituição. Formado em Física e Engenharia Eletrônica e com passagem pelo cursinho mais visado de São Paulo, ele garante que sua especialidade é o vestibular e a revisão de conteúdos. “Por tudo o que já vivi, percebo que a pessoa que faz cursinho tem foco em acertar questões de uma prova. Normalmente, ela já fez o Terceirão e agora precisa revisar alguns pontos”. Achar que a 3ª série pode ser substituída por um cursinho é um engano. “Toda a diferença está no desenvolvimento do aluno ao longo dos anos anteriores. A parte conceitual é a mais importante de todas e isso é a base. Na fase de vestibular, a decoreba, com músicas e esquemas, só fará sentido se houver embasamento”. O professor lembra que mais importante que saber uma fórmula é saber utilizá-la e entender o sentido dela aplicada no mundo.
No Colégio Marista de Brasília, o projeto Conexão Universidade apresenta o conteúdo do Enem e do vestibular da Universidade de Brasília em aulas preparatórias que têm como objetivo trazer mais clareza para o estudante, além de capacitá-lo para a tomada de decisões.
eSCoLha CerTa A fase que sucede o Ensino Médio é a preparação mais avançada para o mercado de trabalho. A orientação para essas novas fases faz parte da formação do jovem e também
deve ser amparada pelo Colégio. No Colégio Marista São Francisco (SC), durante a disciplina de Orientação Profissional, os jovens discutem suas afinidades e seus interesses, conhecendo um pouco mais sobre os desafios de diferentes profissões. A farmacêutica Yara Battazza, 48 anos, mãe de Bianca Batazza, da 3ª série do Colégio Marista Arquidiocesano, acredita que esse formato de educação influencia na busca da carreira a ser seguida. “Acho que com essa formação, o aluno busca uma profissão em que possa ser importante e útil na vida de alguém, de maneira justa”. Outra ação implantada em todos os Colégios e que contribui para as escolhas nessa fase é o Circuito Projeto de Vida, lançado neste ano (saiba mais sobre o projeto na página 14). Por meio de várias linguagens, entre elas a tecnológica, com uso de aplicativos, os alunos são incentivados a pensar sobre seus interesses e suas escolhas. A diretora Márcia explica que o projeto propõe temáticas como solidariedade, protagonismo, amizade, afeto entre outros que sugerem aos jovens analisar suas relações e seus sentimentos, suas inquietações e aspirações.
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ConheCiMenTo na PrÁTiCa A dinâmica em tempos atuais é de mesclar o saber com o fazer, a reflexão com a prática. “A memorização nesse contexto é substituída pelas memórias; a decoreba, por reflexões e repertórios de conhecimentos assegurados no domínio de habilidades e competências”, diz Márcia. Adelaide acredita que, hoje, conteúdo já não é “o mais relevante”, por-
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que isso está disponível facilmente na internet, por exemplo. “Analisar e criticar esse conteúdo é que é o grande desafio do professor atual. Por isso, acho que o diferencial do Marista está em contribuir com a educação continuada de um estudante, mostrando-lhe como aprender a aprender e não apenas como passar no vestibular”. A diretora afirma que o próprio Enem aponta para esse caminho de compreensão conceitual e técnica aplicada à prática da realidade. “É sabido que, há um tempo, a ênfase era nas práticas de domínio de conteúdo. Neste momento, temos o desafio de dar sentido e utilidade aos conteúdos trabalhados”, diz. Nesse contexto, potencializam-se as diversas formas de aprendizado e a visão ampla sobre o ensino e a formação do jovem. O professor Junior enfatiza: “Os pais devem almejar que o filho se torne um cidadão e não o primeiro lugar em uma universidade”. Ele, que também é pai Marista, conta que estava ciente de que se os filhos não passassem no vestibular mais concorrido do país, isso não os diminuiria. “A minha filha escolheu uma profissão para ajudar as pessoas, ela é terapeuta ocupacional em uma comunidade vulnerável. O meu filho tem um derança, de articulação espírito de liderança,
de pessoas muito forte. Eles são cidadãos e muito disso é por conta do Marista”.
É sabido que, há um tempo, a ênfase era nas práticas de domínio de conteúdo. Neste momento, temos o desafio de dar sentido e utilidade aos conteúdos trabalhados. Márcia Maria rosa Diretora educacional do Colégio Marista São Francisco, de Chapecó (SC)
© Foto: Gilberto do Rosário
Débora conta que o Colégio teve papel fundamental na escolha do curso de Biomedicina. “Ele me deu várias oportunidades, como palestras e semanas vocacionais, para eu chegar a essa conclusão do curso”. “Sabemos que é um momento de dúvidas e que elas são naturais. Nosso maior desafio está em auxiliar os jovens a se reconhecer nos processos e desafios vividos. A disciplina de Orientação Profissional, juntamente com a equipe de Pastoral e o Núcleo Psicopedagógico, faz o acompanhamento das reflexões com estudos dirigidos, palestras com diferentes profissionais, teste vocacionais, entre outras atividades. Esse trabalho contribui no processo de amadurecimento dos jovens e na compreensão das suas escolhas, minimizando a ansiedade e estabelecendo uma relação mais segura de expectativas sobre os desafios da vida profissional e do futuro”, afirma Márcia. A professora universitária Maria Teresa Trevisol, mãe de Gabriel Trevisol, da 3ª série do Ensino Médio do Colégio Marista São Francisco, de Chapecó (SC), analisa que com um conjunto de conhecimentos e competências construídos, o aluno terá melhores condições de se posicionar diante das inquietações e dos desafios do cotidiano, seja na opção pelo curso superior ou nos encaminhamentos do cotidiano profissional.
o TerCeirÃo MariSTa A 3ª série Marista está envolta por muitas emoções, que nem as fórmulas explicam. O professor Junior lembra que o perfil do aluno Marista dessa etapa é majoritariamente de jovens que estudaram anos no Colégio. Portanto, esse é um ano de passagem, de despedida. Quem pratica dança ou esporte sabe que é o último ano que fará aquilo pelo Colégio. Dessa forma, o ritmo de aula também precisa estar adequado a esse momento. “Isso precisa ser respeitado e vivido por eles”, diz o professor. Já se o aluno tem expectativa de entrar em uma universidade extremamente concorrida, é preciso estar ciente de que o ritmo nos estudos deve ser mais puxado.
UMa vaGa na USP À procura de emprego, certa vez o pai de Allan Deusdará, 24 anos, deixou seu currículo no Colégio Arquidiocesano. “Eu me lembro de estar andando com o meu pai pela cidade, entregando currículos. Lembro quando passamos no Arqui”. Nem pai nem filho poderiam imaginar o que esse currículo renderia no futuro. O pai de Allan foi chamado para trabalhar na portaria do Colégio. Tempos depois, Allan conseguiu uma bolsa integral para estudar o Ensino Médio no Marista. “Eu estudei toda a minha vida em escola pública. Quando comecei a estudar no Arqui, foi bem puxado. Eu não tinha base e alguns assuntos do 7º ou 8º ano eu nunca nem tinha visto”. Allan conta que foi só na 2ª série que ele conseguiu acompanhar melhor o ensino. Nesses três anos de Ensino Médio, ele conta que se dedicou bastante aos estudos e quando decidiu prestar vestibular somente na USP e na Unicamp, os esforços redobraram. “Eu dedicava boa parte do meu tempo para os estudos. Fazia simulados, revia o conteúdo nos fins de semana”. O esforço não foi em vão. Allan passou nos dois vestibulares que prestou e, hoje, exerce a profissão de engenheiro químico em uma empresa do segmento, em São Paulo. O legado Marista que ele traz consigo até hoje é o valor da amizade. “Eu me tornei amigo de muitos professores do Arqui. Foram eles que me ajudaram a superar as falhas que eu tinha, devido ao ensino público. Percebia que eles ficavam felizes em ver o meu progresso. Quando disse que queria fazer USP ou Unicamp, muitos me alertaram que seria difícil, mas me apoiaram dizendo que se era o que eu queria, eu deveria me esforçar e eu poderia conseguir”.
Os pais devem almejar que o filho se torne um cidadão e não o primeiro lugar em uma universidade. Celso de Miranda Jr. Professor do Terceirão do Colégio Marista Arquidiocesano, de São Paulo (SP)
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Projeto de vida
baseado em
valores Por Janaína Fogaça
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nessa nova época, torna-se cada vez mais difícil escolher uma coisa só ou assumir um compromisso para a vida toda. O projeto é pessoal e intransferível e tem como base o registro das memórias vividas com base em pequenas experiências que são fundamentais para cultivar as lembranças do ser humano. Por isso, vale a pena registrar cada momento, pensando nos próximos passos. Importa mais a
O Circuito é um instrumento para que os jovens se permitam projetar sua vida de forma não-linear, descolada e com propósito. Em um mundo com tantas possibilidades e escolhas diárias, é necessário ir além do vestibular, da profissão e do senso comum. Acreditamos que pensar continuamente nas escolhas que vão sendo feitas ao longo do caminho contribui para a formação dos nossos jovens. Nos Colégios Maristas, além de preparar os alunos para os conteúdos curriculares, preparamos para a vida. E a vida é a referência. Como diz Sêneca, "para quem não sabe aonde vai, qualquer caminho serve". Dessa forma, o conceito principal do projeto é: conecte-se com sua memória histórica e pense nos próximos passos. O Grupo Marista ajuda! Resumidamente, o Circuito Projeto de Vida propõe aos jovens e adolescentes a construção de projetos pessoais de vida.
Para quem o projeto é direcionado?
A princípio, ele é direcionado aos jovens em geral. Qualquer pessoa pode acessar o aplicativo do Circuito. Nos Colégios e nas Unidades Sociais Maristas, estão sendo realizados pilotos que envolvem os alunos do Ensino Médio e a comunidade educativa. Serão dedicados tempo, espaço e subsídios para inspirar os jovens a construir seu projeto de vida.
Onde o projeto já foi implantado e está acontecendo efetivamente?
O piloto do Circuito está acontecendo em três Colégios, quatro Unidades Sociais, no TECPUC e na PUCPR. Estima-se que 5 mil pessoas sejam atingidas diretamente nesse primeiro ano, sem contar as que terão acesso pela web. O público-alvo são jovens de 15 a 18 anos.
© Foto: Gilberto do Rosário
O que é o Circuito Projeto de Vida e a que ele se propõe?
distância percorrida em direção aos nossos sonhos do que o próprio destino de chegada. Afinal, projetar a vida é uma arte. Em entrevista para a revista Em Família Marista, Fabio Viviurka Correia, um dos responsáveis pela implantação do projeto, falou sobre como ele está acontecendo na prática nos Colégios do Grupo Marista e os benefícios que ele pode trazer aos envolvidos.
© Foto: Elaine Cezaro | Colégio Marista São Francisco
Ter um projeto de vida e mantê-lo a longo prazo não é tão simples, mas quando uma reflexão mais ampla é proposta, o que era um projeto torna-se rotina. E é dessa forma que o Circuito Projeto de Vida, lançado pelo Grupo Marista, propõe uma reflexão acerca de questões sobre o que as pessoas estão vivenciando, norteada por “o que quero ser aqui e agora”. Diante de tantas possibilidades oferecidas
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© Foto: Gilberto do Rosário
entrevista
Como o projeto funciona na prática?
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Na prática, o site (aplicativo) está no ar: circuitoprojetodevida.com.br. Nas unidades Maristas, os Núcleos Pedagógicos e professores estão sendo capacitados e instrumentalizados para aplicar o projeto em sala de aula. Cada aluno receberá um kit com uma caixa de memórias, adesivos, um livreto impresso chamado scrapbook com inspirações, revistas didáticas e brindes. Com esse material, vamos estimular os jovens a anotar suas memórias e queremos rechear suas vidas com atividades que os ajudem a pensar nas suas escolhas, nos próximos passos. Ao receber o kit, os alunos receberão também uma tarefa que deverá ser cumprida em 24 horas. Essas tarefas foram batizadas de “nanoatitudes”, que são ações para tornar a sociedade melhor. Entre as nanoatitudes incentivadas estão: ficar 24 horas sem celular, para fortalecer as relações off-line; elogiar uma pessoa em público; e pagar um lanche para um colega. No total, são 31 nanoatitudes. Com isso, queremos estimular comportamentos positivos entre nossos alunos. Em seguida, o professor motiva um bate-papo sobre temas específicos e, depois, indica o site para que os alunos compartilhem as nanoatitudes nas redes sociais, por meio de hashtags, e continuem suas reflexões durante o ano. A Pastoral retomará as reflexões em momentos específicos.
Vamos estimular os jovens a anotar suas memórias e queremos rechear suas vidas com atividades que os ajudem a pensar nas suas escolhas, nos próximos passos. Quais as temáticas abrangidas como projetos de vida?
De que forma o aplicativo está dividido?
O Circuito Projeto de Vida propõe reflexões aos educandos em 16 temáticas, chamadas de “inspirações”, entre elas o afeto, a amizade, a carreira, o consumo, a família, o futuro, o protagonismo, a solidariedade e os sonhos. Em sala de aula, o professor titular de cada turma apresentará os conteúdos relacionados à temática escolhida pelos alunos e, por meio do aplicativo, eles continuarão a refletir a respeito do tema e a trocar experiências.
O aplicativo possui uma área para que o usuário crie listas por tema. Entre os temas estão: profissional, afeto, interrogações, sonho de consumo, sonho coletivo, super-sonho, futuro, entre outros. Nesse espaço, o usuário vai anotando seus sentimentos mais significativos, criando, assim, a sua memória histórica. O aplicativo traz, ainda, testes vocacionais e uma área dedicada a compartilhar histórias de pessoas que, com seus projetos de vida, fazem a diferença na sociedade.
índice
POR Por déBora CoSTa
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alunos do Maristinha participaram do Projeto Potencializando habilidades e se esforçaram para chegar aos resultados de pesquisa científica.
destaque
com a palavra
ed. infantil / ens. fundamental
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educar
diz aí
caleidoscópio
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O que pensa a Diretoria-Geral.
Na minicidade, alunos vivenciam situações do cotidiano que visam desenvolver a capacidade de aprender e de ser agente de transformação social.
Falar uma segunda língua aumenta a inteligência e as fluências verbal e de leitura.
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“O que eu quero ser quando crescer?”. Saiba o que seu filho pensa sobre isso.
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você sabia?
gente nossa
ser melhor
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Ações como Hora Cívica, Líder Mirim e Representante de Turma estimulam a cidadania e o protagonismo dos alunos.
Conheça a trajetória de Denise Lima, ex-aluna e atualmente psicopedagoga do Ensino Fundamental I do Colégio Maristinha.
Relembre os principais acontecimentos do Colégio.
Conheça algumas ações da Pastoral.
o futuro em nossas mãos
com a palavra
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Na educação integral, é necessário reconhecer oportunidades educativas que vão além dos conteúdos compartilhados no currículo tradicional.
orivaldo Pincinato Diretor-Geral
© Foto: Acervo do Colégio
Na missão sagrada de educar integralmente nossos alunos, temos nos deparado frequentemente com novas situações. O mundo evolui constantemente a cada novo dia e precisamos, como professores, nos ater a tudo que possa agregar ou não valor e conhecimento em nossas aulas. E esse exercício diário é o que nos torna referência do que somos: um colégio que além de possuir tradição e amor pelo que faz, é inovador e criativo na forma de ensinar. No contexto no qual estamos inseridos, buscamos contribuir para o desenvolvimento da consciência crítica, favorecendo as relações, o posicionamento e a valorização do sentido da vida em nossas crianças e nossos jovens. Consideramos que para a aprendizagem acontecer de maneira dinâmica, interativa e significativa, é preciso levar em conta todo o processo de ensino, aprendizagem e avaliação, e isso requer uma análise contínua das nossas práticas com vistas a adaptar a forma de ensinar para que cada aluno possa se apropriar dos conhecimentos da melhor maneira e enfrentar as dificuldades que podem surgir no decorrer do aprendizado. Inserir a vivência de outros meios no contexto educacional propicia ao aluno a oportunidade de expandir seus horizontes. Na educação integral, é necessário reconhecer oportunidades educativas que vão além dos conteúdos compartilhados no currículo tradicional. Dessa forma, instruímos nossos alunos a se relacionarem com atitudes de acolhida, solidariedade e sensibilidade e investimos para que eles participem significativa e solidariamente da vida social e produtiva que o Colégio oferece para que se preparem para enfrentar os diferentes obstáculos que uma sociedade em permanente transição pode apresentar. Há mais de 200 anos, São Marcelino Champagnat vislumbrou uma escola que, além de educar e evangelizar, formaria bons e virtuosos cidadãos. Seguimos em seu propósito permeados por novas tecnologias e pela pluralidade de linguagens que constituem o mundo. Dessa forma, não desatamos a formação das crianças e dos jovens da simplicidade, da autonomia, da liberdade e da capacidade de interceder socialmente.
ed. infantil / ens. fundamental
Aprendendo como
© Fotos: Acervo do Colégio
gente grande
Espaço recria a realidade de adultos no cotidiano infantil
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O Colégio Maristinha Pio XII desenvolve, desde o início de 2014, aulas em um local programado para que as crianças vivenciem situações do cotidiano e produzam significados próprios em seu contexto social, manifestando sua criatividade, desenvolvendo suas potencialidades e construindo conhecimentos. Na minicidade, o cenário é constituído de um conjunto de espaços de aprendizagem que busca atender à proposta educativa do Grupo Marista, na qual a criança é o centro do processo, capaz de aprender a aprender e de ser agente de transformação social. Cada espaço – casa, hospital, escola, mercadinho, oficina mecânica e circuito de trânsito – oferece a oportunidade lúdica para que as crianças façam grandes descobertas e possam participar de situações que simulam o contexto extraescolar e que valorizam o seu protagonismo, favorecendo a convivência democrática e harmoniosa. “O que nós fazemos é apresentar os espaços aos alunos, mostrar como podemos brincar e utilizar o local. Trabalhamos com a imaginação deles, fazendo com que criem situações que simulem a realidade”, diz
Stella Machado, coordenadora da Educação Infantil 5. Segundo a professora, as aulas das turmas de Infantil 5 na minicidade são dadas em dois formatos: semana orientada e semana brincadeira. Na semana orientada, os alunos são apresentados a uma situação, como, por exemplo, compras no mercado: a professora explica o que cada pessoa faz dentro de um mercado e cria uma dinâmica com os alunos sobre o momento, com caixa, vendedor, cliente, produtos, etc. E na semana brincadeira, eles ficam no espaço brincando do que quiserem livremente. “O que fazemos é ensinar a criança a se divertir e a brincar com a situação. Na semana livre, observamos o que as crianças entenderam em relação ao conteúdo abordado na aula anterior e como desenvolvem sua própria vivência dentro de cada espaço”, comenta. O aluno do Infantil 5 B Davi Oliveira Coutinho considera a minicidade como o melhor espaço do Colégio. Segundo ele, muitas brincadeiras podem ser inventadas no local. “Eu brinco de consertar encanamentos e carros na oficina. No hospital, eu sou o médico que ajuda a salvar vidas”, destaca.
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O espaço de aprendizagem da minicidade faz parte da proposta pedagógica de toda a Educação Infantil, o que difere é a forma como cada ano interage no local. De acordo com o coordenador psicopedagógico do Colégio Maristinha Pio XII Julio Egreja, a função do espaço está interligada às cinco dimensões que são compreendidas como dispositivo da organização do trabalho pedagógico: relações solidárias, religiosidade, consciência planetária, criação e investigação. “A ideia é fazer um simulacro da vida real, um ambiente onde as crianças vivenciem situações e internalizem esses valores ao mesmo tempo”, conclui. Os recintos foram recriados com detalhes mínimos. Em cada cantinho, podem-se perceber as especificidades que caracterizam cada local. Durante as aulas na minicidade, os alunos podem brincar de “faz de conta” nos ambientes, transformando e dando vida ao cenário. Sendo assim, há ilimitadas possibilidades de interação da criança consigo mesma e com as outras pessoas, favorecendo a ampliação do repertório para a resolução de conflitos e a construção da autonomia. Nicole Francione Lima Almeida, aluna do Infantil 5 B, afirma que o espaço se parece com uma cidade de verdade e que as profissões de que ela mais gosta são de médica e professora. “O dia da minicidade é o mais legal porque eu vou para o hospital escutar o coração e dar injeção no paciente e também ensino as crianças a ler”, lembra. A estudante ressalta a importância do mercadinho como fonte de recursos alimentícios. “Quando saio da escola ou do hospital, vou ao mercado e faço compras de coisas gostosas para comer”, observa. Dessa forma, ao desfrutar da minicidade do Colégio Marista Pio XII de Brasília, a criança está construindo saberes essenciais e desenvolvendo habilidades para seu projeto de
vida, que servem de alicerces no tempo presente e também no futuro, fundamentando suas opções e decisões acerca de sua inserção cidadã em um mundo mais justo e solidário.
O que nós fazemos é apresentar os espaços aos alunos, mostrar como podemos brincar e utilizar o local. Trabalhamos com a imaginação deles, fazendo com que criem situações que simulem a realidade.
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educar
© Fotos: Acervo do Colégio
Língua estrangeira
potencializa inteligência
de estudantes
Crianças levam vantagem no aprendizado por serem proficientes
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Em um mundo globalizado, onde a tecnologia está tornando a comunicação mais rápida e eficiente entre as pessoas, é cada vez mais fundamental estar apto a falar em outras línguas. Existem muitas razões para convencer alguém a estudar idiomas; algumas são práticas; algumas, sentimentais; e outras, intelectuais. Uma pesquisa divulgada recentemente pela Universidade de Edimburgo, na Escócia, confirmou que estudar uma segunda língua faz bem para a saúde, estimula o cérebro, a fluência verbal e de leitura e também aumenta a capacidade de inteligência. Iniciados em 1947 com exames de inteligência em 835 moradores de Edimburgo, próximos aos 11 anos de idade, praticantes da língua inglesa, os estudos foram repetidos em 2008 e 2010, após os participantes completarem 70 anos. Do total, 262 eram bilíngues na segunda rodada de testes, sendo que 195 aprenderam a segunda língua antes dos 18, e 65 aprenderam depois dos 18 anos de idade. Questionou-se, durante a pesquisa, se as pessoas eram mais inteligentes e, por isso, aprenderam uma segunda língua ou se por aprenderem um
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segundo idioma, tornaram-se mais inteligentes. De acordo com o professor e líder da pesquisa Thomas Bak, o padrão revelado pelo estudo era "significativo" e as melhorias na atenção, no foco e na fluência não podiam ser explicadas pela inteligência original (constatada a partir dos testes feitos na infância). O estudo informa, ainda, que as áreas mais afetadas pelo aprendizado de uma nova língua são as da inteligência e da leitura. As descobertas apontam também que os benefícios independem da idade, o que significa que nunca é tarde para se dedicar a outro idioma. No Maristinha, assim como em todas as Escolas que têm alunos a partir do 5º ano, a língua inglesa faz parte do conteúdo pedagógico, ou seja, é obrigatória. O Colégio oferece aulas do idioma duas vezes por semana, dentro da grade de aulas. Aqui, mesmo que o aluno estude em escola de idiomas especializada, ele não é dispensado do componente pedagógico da Escola. O Maristinha Pio XII introduz a língua estrangeira para as crianças a partir do 1º ano. Para que elas sejam preparadas da forma ideal, o Colégio de-
fende a ideia de que, em matéria de aprendizado de línguas estrangeiras, quanto mais cedo, melhor. Porém, a coordenadora e professora de língua estrangeira do Maristinha Cláudia Cadillo acredita que os benefícios relacionados ao conhecimento de um idioma estrangeiro não se restringem ao enriquecimento no aspecto cultural, mas também promovem uma melhoria dos processos mentais envolvidos no processamento de outras línguas. “As vantagens do aprendizado de outro idioma não se restringem à infância, mas jovens e adultos – cada um de sua forma distinta – também podem se tornar falantes fluentes, vivenciar outra cultura, ler, ouvir música, ir ao teatro e ao cinema, utilizar novas tecnologia e se socializar satisfatoriamente”, conclui. Além dos motivos relatados, aprender outras línguas aumenta as pos-
sibilidades de ajudar aqueles que realmente necessitem ao redor do mundo. Nesse processo de imersão em outro idioma, o aluno pode entender como os outros pensam e ter uma compreensão geral do mundo, e essa é também uma maneira de aprender como as pessoas interagem e socializam umas com as outras e como cada sociedade funciona de forma diferente. Isso certamente faz do estudante alguém melhor e mais preocupado com o entorno ao redor. O estudante Leonardo Ramses, do 7º A, faz aulas de inglês desde criança e, para ele, a língua estrangeira oferece oportunidades não só de conhecer outras culturas, mas também de ajudar as pessoas que não sabem se comunicar. “Caso um japonês venha ao Brasil e não saiba falar português, posso me comunicar com ele em inglês e ajudá-lo no que for necessário”, disse.
As vantagens do aprendizado de outro idioma não se restringem à infância, mas jovens e adultos – cada um de sua forma distinta – também podem se tornar falantes fluentes, vivenciar outra cultura, ler, ouvir música, ir ao teatro e ao cinema, utilizar novas tecnologia e se socializar satisfatoriamente.
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educar
A professora Cláudia relata alguns benefícios da aprendizagem de um idioma estrangeiro desde criança como o poder de comunicação por meio de culturas, viajar para lugares diferentes e poder falar e entender o que se fala. “O aluno é capaz de consumir arte estrangeira, literatura e informações com mais facilidade”, comenta. A professora destaca outras vantagens menos evidentes, mas igualmente benéficas e que podem influenciar positivamente relações familiares e de saúde, trazendo benefícios para o aprendiz de outro idioma também. Para a aluna Fernanda Sousa, do 6º C, a proficiência em uma língua estrangeira é essencial para sua formação. Ela, que estuda inglês desde os quatro anos, pretende terminar o curso e fazer uma viagem para o exterior, onde colocará seu conhecimento em prática. “O mais interessante é saber que, quando eu viajar, vou poder conversar com as pessoas lá fora. Seja em inglês ou espanhol, o importante é que vou conseguir me expressar”, ressalta. Fernanda conclui dizendo que também quer estudar outras línguas, como francês e alemão. Segundo Cláudia, o aprendizado de uma língua estrangeira e, posteriormente, a aquisição de um grau de fluência satisfatório proporcionam ao aprendiz a capacidade de se comunicar natural e satisfatoriamente. “O estudante poderá vivenciar outra cultura de forma plena, compreender suas nuances e a expressão de outro povo, além de auxiliar na interação com os falantes, com a literatura e com expressões artísticas”, ressalta.
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A ampliação das funções cognitivas – como o aumento de atenção e da capacidade de multitarefas – se apresenta em pessoas bilíngues por conta da capacidade de manter duas línguas ativadas ao mesmo tempo, além da monitoração contínua de qual delas é mais adequada para o momento. E a partir do aprendizado do segundo idioma estrangeiro, dominar o terceiro, quarto ou o quinto fica muito mais fácil. Uma vez que o aluno conheça as técnicas, ele será capaz de aplicar os mesmos padrões gramaticais e regras de linguagem em cada novo idioma que for aprender. C
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O estudante poderá vivenciar outra cultura de forma plena, compreender suas nuances e a expressão de outro povo, além de auxiliar na interação com os falantes, com a literatura e com expressões artísticas.
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diz aí
?
Qual é a
profissão dos seus
© Fotos: Acervo do Colégio
sonhos
Mariana LeiniG 5° ano A
ana JULia de aSSiS 3° ano C
Maria LUÍSa aMoriM Infantil 5 A
“A profissão dos meus sonhos é ser médica. Porque eu gosto muito de estudar ciências, além de cuidar e ajudar as pessoas a ser mais saudáveis.”
“Quero ser professora, porque eu sempre quis ser professora e tenho muita vontade de ajudar as pessoas a aprender.”
“Quero ser professora de Matemática, porque meu pai é professor. Ainda não aprendi matemática, mas minha irmã mais velha me ensina.”
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Tomás Diniz 6° ano F
Olívia de Siqueira 8° ano E
João Victor Calazans 9° ano D
“Quero ser engenheiro, pois eu gosto muito de Lego e quero ter muitas coisas legais como o Batman.”
“Adoro cuidar dos animais e por isso tenho vontade de ser veterinária. Penso em ser atriz também, porque podemos experimentar várias personalidades e situações diferentes.”
“Serei médico, meus pais são médicos e sempre os via com livros de medicina, achava muito legal e acabei me interessando pela área.”
Opinião do Educador Todos já ouvimos, em algum momento da vida, essa frase soar como parte de um interrogatório. Decidir qual profissão seguir não é uma tarefa fácil, e sim uma das escolhas mais importantes da nossa trajetória. Durante alguns momentos da vida escolar o aluno conhece e vivencia várias áreas do conhecimento e seus possíveis desdobramentos profissionais. Para decidir o futuro profissional é preciso considerar os aspectos que possam orientar a escolha. Especialistas em orientação vocacional afirmam que conhecer melhor a profissão, pensar nos ambientes e nas rotinas de trabalho são alguns pontos
que podem nortear tal escolha. Após a decisão, é necessário traçar metas e objetivos para alcançar a profissão almejada. Geralmente, nesse momento surge também, a necessidade de optar por um curso de graduação em uma faculdade ou universidade. Um outro grande momento de entusiasmo e grande expectativa!
Edmar Oliveira Professor de Arte
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caleidoscópio Líderes do 2º ao 5º anos participaram de debate com gestores do Maristinha e discutiram melhorias para o Colégio.
O Maristinha Pio XII trouxe muita diversão para o arraiá!
FORMAÇÃO DE LÍDERES
EVENTOS
Cerimônia de posse dos representantes de turma dos alunos do 6º ao 9º anos.
© Fotos: Acervo do Colégio
2014
No Marista, a festa junina foi em clima de Copa do Mundo.
A família Marista apresentou músicas de MPB em mais um Nós Temos Talento!
Alunos apresentaram seus talentos em show.
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Alunos do 6º ao 9º anos aprenderam na Olímpiada Marista de Conhecimento...
Mestres de cerimônia iniciam debates em Fórum de Juventudes.
... e foram premiados com medalhas.
Projetos
Fórum de Juventudes
Encontro literário reuniu a família Marista.
Alunos do Centro Social Marista Ir. Rivat participaram do fórum.
Autor Jonas Ribeiro prestigiou o evento e distribuiu autógrafos.
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destaque
Projeto potencializa
© Fotos: Acervo do Colégio
habilidades de estudantes
Alunos do Maristinha se esforçaram para chegar aos resultados de pesquisa científica
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Escolhidos devido ao alto desempenho escolar ou quociente de inteligência (QI) elevado, alunos do 4º e 5º anos participaram, durante dois meses, no primeiro semestre de 2014, do Projeto Potencializando Habilidades (PPH). O projeto foi fundamentado nos princípios filosóficos da educação inclusiva e teve como objetivo o desenvolvimento das potencialidades dos alunos, fomentando as habilidades e os expertises das crianças do Ensino Fundamental I. O PPH ofereceu três oficinas aos alunos – Múltiplas Linguagens, High Tech Mirim e a que incentivou a pesquisa, a análise e a experimentação científica entre os estudantes, a oficina de Pequenos Cientistas. Ao longo de oito encontros, os “pequenos cientistas” desenvolveram um relatório sobre a higiene ambiental. O foco do estudo foi mostrar às crianças o grande universo de pequenos micro-organismos, que apesar de sua simplicidade biológica quando comparados aos seres humanos, podem provocar um impacto significativo na vida das pessoas, desencadeando muitas doenças. O professor dos pequenos cientistas, Ronald Lamas, acredita que a proposta do projeto tenha grande valor pedagógico, uma vez que a abordagem não se concentra apenas na formação acadêmica e muito menos só nas ciências da natureza. “Existe uma preocupação em trabalhar outras abordagens –a que mais destaco, inclusive, é o trabalho em equipe. A contribuição de todos para gerar um único produto final. Isso envolveu a percepção de que o todo é construí-
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do a partir da contribuição de cada uma das crianças”, ressalta. Segundo o professor, os alunos se dedicaram e entenderam o objeto proposto pela Escola. “Eles incorporaram o momento e sempre ansiavam por mais tempo e mais encontros, indo além das expectativas iniciais traçadas”, destaca. A pesquisa considerou o Colégio como espaço para a higiene ambiental. Diante da importância que a limpeza e a desinfecção do local representam para o controle preventivo das doenças transmissíveis para a comunidade escolar, o estudo teve como objetivo avaliar a eficácia do álcool como produto químico para a desinfecção em determinados setores da Escola. Os resultados apresentados pelos alunos evidenciaram uma redução no quantitativo de unidades formadoras de colônias (U.F.C.) após a desinfecção com álcool comercial, que se mostrou mais eficaz que a simples limpeza, removendo uma quantidade considerável de bactérias.
RESULTADOS AMBIENTES MÉDIA (U.F.C.) EFICÁCIA (%)
Ambiente 01 Antes 108
Depois 74
31,64
Ambiente 02 Antes 304
Depois 181
40,53
Ambiente 03 Antes 68
Depois 36
46,86
A estudante do 5º ano e participante da oficina Pequenos Cientistas Isadora Aires, dez anos, achou a experiência muito divertida. "O principal objetivo da nossa pesquisa era observar se o álcool comercial realmente matava as bactérias. A gente queria ver se ele acabava com elas de verdade", afirmou. Segundo a estudante, o interesse por ciências é grande e ela e mais três amigas que participaram da mesma oficina – Heloísa Simões, Clara Ramos e Sofia Mota – pensam em formar um grupo de cientistas quando crescerem. Segundo Lamas, o comprometimento e a seriedade com que os alunos desenvolveram as tarefas foi o que mais o surpreendeu. “Acredito que é possível mostrar às crianças todo o universo das ciências da natureza, adequando-o à sua realidade e ao seu potencial cognitivo. Com certeza faria o projeto novamente”, afirmou. Sobre o projeto, a coordenadora do Ensino Fundamental I, Roberta Guedes, acredita que os resultados do PPH foram mais que satisfatórios. "Os impactos pedagógicos e sociais nos alunos que participaram e nos colegas que viram o crescimento deles foi surpreendente", ressaltou. Para ela, o maior desafio do projeto, que era engajar os alunos numa experiência de aprendizagem diferente, que estimulasse a imaginação, o senso crítico e a produção de conhecimento, foi cumprido. “Vivemos uma experiência que com certeza marcará positivamente as crianças. O Maristinha conseguiu transpor o formato tradicional de ensinar propondo uma verdadeira aprendizagem siginificativa, em que as crianças foram instigadas à criatividade, a trabalhar em grupos, a ser lideranças positivas e, ao mesmo tempo, a potencializar suas habilidades, sempre tendo como foco a formação integral”, destacou.
Vivemos uma experiência que com certeza marcará positivamente as crianças. O Maristinha conseguiu transpor O Maristinha conseguiu transpor o formato tradicional de ensinar propondo uma verdadeira aprendizagem siginificativa, em que as crianças foram instigadas à criatividade, a trabalhar em grupos, a ser lideranças positivas e, ao mesmo tempo, a potencializar suas habilidades, sempre tendo como foco a formação integral.
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você sabia?
tradições Você sabia que os alunos do Maristinha do 2º ao 9º anos participaram, em 2014, de atividades que potencializam aptidões e o exercício das atribuições de um líder de turma? E que eles trabalharam o resgate do amor e do respeito pelos símbolos nacionais? Os projetos Líder Mirim (Ensino Fundamental I), Representante de Turma (Ensino Fundamental II) e Hora Cívica fazem parte da proposta de ensino no Maristinha durante todo o ano. Os líderes mirins e representantes foram eleitos por meio de votação em sala e empossados durante cerimônias realizadas no Maristinha. Em parceria com o Colégio, eles trocaram ideias e emitiram opiniões, elogios, sugestões e críticas à Instituição. Os projetos Líder Mirim e Representante de Turma abordaram questões relacionadas à importância do protagonismo e da responsabilidade da participação dos representantes/líderes nas discussões escolares. A aluna do 5° E Bruna Grazziotin ficou muito feliz por ter vencido a eleição de líder mirim em sua turma. “Queria ajudar meus colegas no que
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Projetos como Hora Cívica, Líder Mirim e Representante de Turma estimulam a cidadania e o protagonismo dos alunos
eles precisassem, dei apoio em tudo que foi necessário”, afirmou. A estudante acredita que a proximidade com membros da diretoria do Colégio pode auxiliar no desenvolvimento de suas funções. “Queria mostrar meus projetos para os diretores para melhorar a sala de aula e consegui”, comentou. A Hora Cívica é um costume de se executar o hino nacional na Escola e tem como objetivo fazer com que os estudantes do Ensino Fundamental I e II, durante a Acolhida, aprendam a cantar o hino, além de servir como demonstração de amor à pátria. O Colégio Maristinha acredita que essa é uma das maneiras de compartilhar com os alunos a origem, a história e o valor dos símbolos nacionais, que são o hino nacional, a bandeira, o brasão e o selo. Para o aluno Leonardo de Oliveira, representante de turma do 7º A, a Hora Cívica é uma oportunidade de adorar os símbolos que representam nosso país. Segundo o estudante, é um momento de reafirmar o patriotismo pelo Brasil. “Se o povo brasileiro sentisse orgulho de sua bandeira, talvez as coisas fossem diferentes aqui”, disse.
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Os projetos de civismo e cidadania desenvolvidos no Maristinha fazem parte da proposta de formação integral dos alunos. A premissa da Escola é que a partir de um trabalho interdisciplinar, os estudantes se tornem mais conscientes e voluntários, cumprindo seus deveres e zelando pela integridade de seus direitos e de seu país.
© Fotos: Acervo do Colégio
Cultivando
quando a
gente nossa
vocação
fala mais © Foto: Acervo do Colégio
aLTo Assistente psicopedagógica afirma que o Maristinha representa parte de sua vida
Denise Lima é ex-aluna, orientadora educacional formada pela UnB e atualmente Assistente Psicopedagógica do Ensino Fundamental I do Colégio Maristinha. Em sua vivência Marista, Denise afirma que a Escola não só representou como ainda representa papel importante em sua vida, pois faz parte das mais felizes recordações de infância e de sua trajetória profissional. Confira detalhes da entrevista que a Em família fez com ela.
© Foto: Acervo pessoal
Qual foi sua melhor época no Maristinha? Tenho recordações boas de todas as épocas, mas a mais animada creio que foi a época da antiga 4º série, hoje denominada 5º ano. Na época, eu participava da equipe de handebol da Escola e frequentava as festinhas de aniversário de colegas de classe, sempre animadas e muito divertidas.
Márcia Teixeira, Larissa Martino, roberto Cavalcante, denise Lima e eduardo Cavalcante. alunos da 5º série B no ano de 1985.
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Quais são suas principais lembranças dos tempos de Escola? Lembro-me bem do espaço físico da época, que foi bastante alterado, do nome de todas as professoras do Ensino fundamental I, dos colegas de turma, dos recreios animados com as meninas desafiando os meninos nos jogos de queimada. Você participou de alguma atividade relacionada ao SOR (Serviço de Orientação Religiosa)? E trabalho voluntário? Fiz catequese no Colégio, assim como a Primeira Eucaristia. E, quanto ao voluntariado, na época, participei de campanhas de doações de alimentos e agasalhos para famílias carentes de várias partes do país. Você se lembra de alguma história divertida que viveu na época da Escola? Muitas histórias divertidas envolvendo os famosos Jogos da Criança Marista, um torneio que marcava a Semana da Criança e que trabalhava, por meio do esporte, valores essenciais entre os alunos. Você ainda tem contato com pessoas que estudaram com você aqui? Sim. Ainda mantenho amigos da época, inclusive a amiga inseparável que hoje também é mãe Marista. No
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ano passado, fizemos um churrasco de reencontro e confraternização de colegas, foi muito emocionante reencontrar pessoas tão especiais e reviver momentos inesquecíveis compartilhados por nós. Quais lições você tirou do convívio escolar Marista? A importância de se cultivar as amizades verdadeiras e o valor da solidariedade e do respeito ao próximo são algumas delas. Quais foram os incentivos que você recebeu do Colégio para a escolha de sua carreira profissional? Incentivo à importância do estudo em todas as áreas do conhecimento e a influência de bons professores e da minha mãe, que também foi professora Marista. O que fez com que você escolhesse a vida acadêmica? O desejo de contribuir para a formação integral de crianças dentro desse universo tão vivo que é a escola. Você se imaginava trabalhando no Maristinha? Como escolhi a profissão de pedagoga e minha trajetória no Colégio como aluna sempre foi muito feliz, com certeza foi um sonho que vi realizado.
ser melhor
© Fotos: Acervo do Colégio
Valores Humanos
Projeto de formação incentiva cooperação e respeito entre crianças O Núcleo de Pastoral do Colégio Maristinha trabalhou com os alunos do 6º ano, em 2014, no projeto Dia de Formação, o tema Valores Humanos. O objetivo foi fazer com que os alunos adotassem uma postura ética, de cooperação e de respeito para com o próximo, com base nas virtudes e nos valores Maristas. Seguindo o que foi proposto, as turmas do 6º ano visitaram o lixão da Estrutural, onde conversaram com um catador sobre a perspectiva de trabalho e sobre como é viver no local. Em seguida, foram à creche São José Operário, ainda na Vila Estrutural, e conheceram a realidade de crianças carentes da mesma idade que a delas. Os alunos do Maristinha ajudaram em tarefas como preparar o lanche, fazer exercícios de sala de aula e brincaram com as outras crianças. O aluno Gabriel Reis, do 6º D, afirma que, durante o projeto de formação, eles puderam aprender muito sobre os valores do Colégio e sobre como compartilhar bons sentimentos. “Foi divertido estar com as crianças na creche, nós brincamos muito e recebemos carinho deles”, lembrou. Sobre o lixão, Gabriel acredita que a única forma de amenizar a situação existente lá é a coleta seletiva,
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feita de forma correta. “Temos que ver o outro lado da realidade na hora de jogar o lixo na lixeira. Quem sofre as consequências são os catadores na hora de separar os resíduos”, ressalta. O trabalho de doação a que os alunos se propõem no Dia de Formação faz parte da Missão Educativa Marista, que, por meio do Núcleo de Pastoral, desenvolve atividades nas quais os estudantes possam vivenciar as virtudes e os valores apreendidos nas relações constituídas dentro e fora da sala, reconhecer a função e a importância dessa vivência no relacionamento escolar e social, identificar os problemas que atingem os adolescentes e sua realidade pessoal e social e exercitar seu protagonismo, respeitando a diversidade de opiniões entre seus pares. Segundo o agente de Pastoral Virgílio Peixoto, o intuito do projeto é inserir no cotidiano do aluno a vivência dos valores e das virtudes Maristas, e um deles é a solidariedade. “Ser solidário é estar atento à realidade, ver a situação dolorosa do outro, ir ao seu encontro e ajudar. Não devemos ser egoístas ou individualistas, mas compadecer-nos e indignar-nos com a situação do outro”, ressalta.
Colégios Maristas de Brasília | Maristinha e Maristinha Pio XII
Temos que ver o outro lado da realidade na hora de jogar o lixo na lixeira. Quem sofre as consequências são os catadores na hora de separar os resíduos.
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Formar jovens atuantes e comprometidos com o
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conhecimento e o cultivo de valores fazem parte da vida do estudante em nossos Colégios. E, assim, formamos cidadãos comprometidos com o presente e o futuro. Isso tudo é um compromisso de nossa visão e resultado de um processo contínuo de educação cristã e Marista, que vê o indivíduo de forma integral, cuja experiência ele carregará para toda a vida. Igualmente, ao olharmos para a história da educação Marista, encontramos o mesmo amor e empenho educativo. Na própria memória do caro leitor devem haver diversas experiências inesquecíveis envolvendo estudantes e familiares nas escolas Maristas. São muitos os Irmãos e professores que têm orientado e desafiado os jovens a superar as próprias metas e a construir com dignidade a vida profissional e vocacional.
Acima de tudo, como repetia São Marcelino Champagnat aos primeiros Irmãos: “Para bem educar uma criança é preciso antes de tudo amá-la!” – princípio este que precisa se tornar prática em cada época. Assim, continuamos hoje partícipes com a família, primeira educadora, na formação integral das crianças e dos jovens a nós confiados. Por isso, convido todos a repensarem, contarem e escreverem sua própria experiência de formação integral e seu significado para a vida.
irmão onorino Moresco Diretor do Colégio Marista Rosário (RS)
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© Foto: Acervo pessoal
Num certo dia, há um ano e meio, entrou pela portaria do Colégio Marista Rosário um senhor de cabelos brancos. O ex-aluno foi recebido e acolhido como de costume. Aproximo-me, dizendo meu nome, e, com singeleza, ele me pede permissão para ver o pátio do Colégio. Eu o acompanho e quando chegamos ao destino, com um olhar longínquo, ele demonstra querer ficar só. Meia hora mais tarde, passo pelo local e o vejo sereno. Eis que o visitante diz: “Obrigado, Irmão, revivi a vida de estudante neste pátio pelo qual passei”. Em sua sabedoria e agradecido, foi saindo de mansinho após contemplar parte de sua trajetória. Esse e tantos outros relatos e vivências com que nos deparamos diariamente remetem à riqueza do jovem como protagonista de sua história. Os desafios em diferentes áreas do
maristas
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um novo começo
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um um novo novo começo começo
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Crianças encarceradas
© Fotos: João Borges
e uma casa de direitos
Na tentativa de assegurar os direitos da criança, Rede Marista de Solidariedade assume creche da Penitenciária Feminina do Paraná. Formação pautada em valores e amor é o foco dessa mudança Por Michele Bravos
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Atrás do portão verde de ferro da Penitenciária Feminina do Paraná, em Piraquara, uma das penitenciárias estaduais de segurança máxima do país, estão em clausura, além de pouco mais de 400 presas, cerca de 40 crianças entre zero e 3 anos de idade. Em casos em que a mulher é presa grávida, seu bebê nasce em cárcere e, por lei, lá ele pode permanecer até os 6 anos de idade. A mesma justiça também prevê, por meio do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), “o direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas”, compreendendo-se que liberdade é poder ir e vir, conviver em ambiente familiar e comunitário sem discriminação, brincar, praticar esportes e se divertir.
Com o objetivo de assegurar os direitos da criança, a Rede Marista de Solidariedade (RMS) assumiu, no segundo semestre de 2014, o espaço Cantinho Feliz, uma creche localizada dentro da penitenciária e que, até então, era mantida pelo Estado. Com a mudança, o espaço passa a se chamar Centro Social Marista Estação Casa. Viviane da Silva, gerente educacional das unidades da RMS, destaca a importância de projetos pautados em valores e, principalmente, no amor em locais de extrema vulnerabilidade, como é o caso da creche na penitenciária. Lá, a urgência é ainda maior por se tratarem de crianças na fase da primeira infância – período determinante para o desenvolvimento cognitivo e social do indi-
víduo. É nessa fase também que a criança passa a ter consciência de sua existência. O novo nome do espaço não é à toa e faz jus ao que ele se propõe a ser: um espaço acolhedor, que promove o fortalecimento de vínculos entre mãe, criança e família, respeitando as culturas infantis e proporcionando às crianças acesso ao mundo que está além-muros. “É um espaço que se diferencia da instituição prisional, com dinâmicas e processos que respeitam as culturas infantis e a maternagem, garantindo a dignidade e promovendo a efetivação de direitos”, afirma Viviane.
Parceria O projeto da RMS é uma consequência de um trabalho que já vem sendo realizado na penitenciária por meio do programa Ciência e Transcendência: Educação, Profissionalização e Inserção Social, idealizado por Fernando Arns e em execução desde 2012. O programa é coordenado pela Pastoral da PUCPR e está sob a coordenação de Cristiane Arns. Até o primeiro semestre de 2014, um dos projetos do programa era aplicado na creche, com foco no resgate do vínculo mãe e bebê, por se entender que uma educação com raízes no amor pode trazer transformações futuras. Cristiane conta o quanto é admirável presenciar a mudança de comportamento das mães com seus filhos. Antes do programa, não havia delicadeza no cuidado com o bebê. Hoje, ouve-se até música de ninar pelos corredores frios e cinzentos. A maioria das detentas mães verbaliza o quanto esse novo olhar para os filhos as fez ver uma nova perspectiva de futuro para elas próprias e poder sonhar um caminho diferente para seus filhos. Em um primeiro momento, atuarão na Estação Casa dois técnicos, sendo um coordenador e um assistente social, além de dois educado-
res. Por ser uma iniciativa inovadora no país, Viviane ressalta a importância de um planejamento que pondera os riscos e desafios de tanta mudança. “É nosso desafio construir um espaço com uma dinâmica que respeite as culturas infantis no contexto complexo de uma penitenciária. Outro ponto de atenção é ampliar as ações que visam humanizar as relações com esse espaço, inclusive extrapolando o tempo da criança na penitenciária. Há de se pensar na saída da criança e na continuidade desse vínculo”, explica a gerente educacional. Segundo Viviane, “as crianças que nascem na penitenciária estão na fronteira da invisibilidade das políticas públicas, fragilizadas pela realidade do cárcere”, por isso, é também desafio para a RMS levar para discussão nacional políticas públicas que assistam às crianças em contexto prisional. Todo o planejamento do Centro Social foi respaldado pela experiência da equipe do Programa e da própria direção do presídio e contou com o auxílio de uma consultoria social.
É nosso desafio construir um espaço com uma dinâmica que respeite as culturas infantis no contexto complexo de uma penitenciária. Viviane da Silva Gerente educacional das unidades da RMS
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como fazer
De olho no
Apesar de relativamente novo, o termo “bullying” apenas define uma série de comportamentos bem mais antigos. O que fazer quando esse temido vilão está à nossa volta? Por Mahani Siqueira
Não faz muito tempo que o termo "bullying" ganhou os holofotes e passou a ser alvo de frequentes e intermináveis discussões por parte de professores, psicólogos e pais. Atos de agressão física ou verbal no ambiente escolar, no entanto, existem há muito mais tempo do que se possa calcular, ainda que sem uma denominação específica. Foi apenas no começo da década passada que a palavra originada de bully (valentão, em inglês) incorporou-se ao vocabulário de verbetes comuns nas conversas de educadores e definiu um nome para a preocupação de inúmeros pais em relação ao comportamento de seus filhos na escola. Muitas vezes, descobrir que as crianças estão praticando ou sendo vítimas de bullying é uma tarefa complicada e que exige atenção detalhada das pessoas à sua volta. Segundo a psicóloga clínica Juliana Potter, especializada em terapia familiar e parceira dos Colégios Maristas, são vários os sinais que os
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filhos podem dar para demonstrar que estão sofrendo provocações ou algum tipo de agressão na escola ou em atividades paralelas. Em todos os casos, de acordo com a psicóloga, é fundamental que os adultos estejam com o radar em pleno funcionamento. “A criança pode se manifestar de diversas maneiras: por meio de dores psicossomáticas (sempre ter dor de barriga na hora de ir para a escola, por exemplo), evitando atividades relacionadas à escola (medo de pegar a van, medo de ser assaltado perto da escola, perder os trabalhos da escola e objetos importantes), diminuição do contato com os amigos, irritação, tristeza, pesadelos, choro frequente, cansaço extremo, abatimento, alterações de apetite, entre outros. É importante dizer que nenhum desses sintomas de forma isolada caracteriza o bullying. Por isso, os pais devem estar atentos sempre para agir com rapidez e de maneira assertiva”, avalia Juliana.
Marilisa Fraga, psicóloga e psicanalista infantil, entende que é importante os pais prestarem atenção para não interpretarem os sinais dos filhos de maneira errada e, na pressa, já definir como bullying um comportamento que, se avaliado com mais calma e cuidado, pode se revelar apenas um episódio isolado ou até mesmo um apelo por mais carinho. Segundo Marilisa, a generalização é um perigo constante quando se trata desse tema. “Os pais devem tomar cuidado para não serem seduzidos pelos afetos direcionados aos filhos e ter a tendência natural de generalizar e tomar o bullying como verdade absoluta antes de uma investigação mais profunda. Uma queixa que o filho chama de bullying pode ter sido apenas uma crítica mais dura de um amigo irritado ou pode estar sendo hiperdimensionada pelo jovem. Outra possibilidade é que se trate de um pedido de atenção fraterna, que acaba simplesmente sendo nomea-
Existem muitas maneiras de lidar com o bullying, mas todas elas envolvem o diálogo entre a criança agredida, a escola, a família e o agressor. Os pais precisam estar envolvidos na vida escolar do filho conversando diariamente e não apenas quando ocorrem problemas.
bullying Juliana Potter Psicóloga
É importante manter um bom contato com a escola para compreender o que acontece e buscar a melhor atitude a ser tomada de maneira conjunta”, comenta a psicóloga. De acordo com Marilisa, a investigação detalhada e a identificação precisa do que acontece com a criança ou com o jovem é o primeiro passo antes de definir qual a atitude mais correta a se tomar. “Nesses casos, os pais devem procurar a coordenação da escola e checar informações do atual comportamento e das atitudes do filho naquele ambiente. Essa é primeira providência a ser tomada pelos pais, pois determina muitas vezes se há ou não reais necessidades de encaminhamento terapêutico para o psicólogo”, complementa. Outra preocupação que deve ser levada em conta pelos responsáveis é saber que o filho pode ser, na verdade, o autor de atitudes consideradas bullying. Nesses casos, o diálogo também se faz fundamental, assim como a
aceitação do fato e seu enfrentamento. É o que garante Juliana. “É importante não negar a situação ou tapar o sol com a peneira. Conversar com o filho sobre a responsabilidade e o impacto das atitudes na vida do agredido pode ser um bom começo. Se a agressão acontece pela internet, os pais devem estar mais atentos e supervisionar as ações do filho de perto. Buscar maneiras de reparação junto ao agredido e atividades que desenvolvam comportamentos mais empáticos. A ajuda de um profissional também pode ser muito importante”, finaliza a psicóloga. © Foto: Acervo pessoal
do com clichês pela criança. É preciso ter muita atenção flutuante para captar o que está sendo dito e o que ele quer dizer simbolicamente com aquela queixa”, opina Marilisa. A partir do momento em que o bullying é constatado, a conversa torna-se uma ferramenta imprescindível para evitar maiores danos e prevenir que os temidos episódios voltem a acontecer. A psicóloga Juliana defende que qualquer solução ou resposta a agressões deve ser buscada em conjunto entre todas as partes envolvidas. Ela garante, ainda, que a comunicação, quando frequente no dia a dia, pode ser um excelente instrumento contra o bullying. “Existem muitas maneiras de lidar com o bullying, mas todas elas envolvem o diálogo entre a criança agredida, a escola, a família e o agressor. Os pais precisam estar envolvidos na vida escolar do filho conversando diariamente e não apenas quando ocorrem problemas.
Marilisa Fraga, psicóliga e psicanalista infantil.
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CoMPanheiroS de viaGeM No livro “Pais e Filhos – Companheiros de Viagem, uma Educação Para a Felicidade”, Roberto Shinyashiki nos presenteia com um conselho ímpar: devemos, como professores e pais, ajudar nossos alunos e filhos a realizar suas próprias vocações, libertando-os de um sonho ou projeto de vida que não lhes pertença. É um livro para a família e os alunos, principalmente para aqueles que estão prestes a encarar os vestibulares e, consequentemente, para a família que vive tudo isso junto. Somos educados para o sucesso ou para a felicidade? Um problema filosófico bem pertinente para o momento de nossos alunos e filhos. Marciel Colonetti, professor de Filosofia no Ensino Médio do Colégio Marista Paranaense - Curitiba (PR)
o qUe qUero Ser qUando CreSCer? A incômoda pergunta "o que quero ser quando crescer?" requer a busca constante pelo autoconhecimento e por informações sobre cursos e carreiras. A família tem papel importante no envolvimento, na preparação e na execução das atividades da escola e de exames externos. O Maristão oferece ações como Orientação de Estudos, Feira de Profissões e Conexão Universidade e demais projetos que buscam orientar a caminhada. Uma boa dica é o Guia do Estudante Abril, que traz sempre conteúdos atuais, que podem ser úteis nos concursos vestibulares de todo o país.
© Fotos: Divulgação
Matheus kaiser Cabral Brandão, assistente psicopedagógico do Colégio Marista de Brasília - EM (DF)
CanaL do enSino Vivenciamos e demonstramos o nosso jeito Marista de ser e de educar por meio da autonomia no desenvolvimento acadêmico de cada estudante, enfatizando a pluralidade de conhecimentos e investindo na capacitação dos nossos jovens de maneira significativa e produtiva. É nossa missão cotidiana fazer com que eles desenvolvam habilidades e competências que os realizem plenamente. O portal Canal do Ensino é uma ótima ferramenta, que pode auxiliar os jovens na busca por capacitação e conteúdos relevantes, tendo a internet como aliada. Maira Bachmann Wroblewski, coordenadora psicopedagógica do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio do Colégio Marista São Luís - Jaraguá (SC)
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o eSTUdo e aS MÍdiaS diGiTaiS Com a liberação da rede wireless na escola, vários professores estão repensando suas aulas e projetos, integrando as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) em suas práticas docentes para facilitar o processo de ensino-aprendizagem e a avaliação por meio de aulas criativas, interativas e inovadoras. Por exemplo, produção de texto no Whatsapp, Plataforma Oxford para prática em Língua Inglesa, EDMODO para uma maior interação entre professor e aluno, ferramentas de autoria, dentre outros. nelson Luiz Felipe Coelho, coordenador psicopedagógico do Colégio Marista Londrina (PR)
Treino Para a vida O filme “Coach Carter - Treino Para a Vida” traz a história de um treinador que decide mostrar os diversos aspectos dos valores de uma vida ao suspender seu time campeão por causa do desempenho acadêmico dos atletas. Dessa forma, Ken Carter recebe elogios e críticas, além de muita pressão para levar o time de volta às quadras. A história leva à reflexão além das quatro linhas e pode perfeitamente ser utilizada como suporte de orientação em busca do sucesso ou do acerto em decisões. Fábio acencio, professor do Colégio Marista de Maringá (PR)
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diversão
Arte circense que se aprende na escola Atividade extracurricular privilegia o contato com a arte do circo, proporcionado aos alunos o desenvolvimento motor, a convivência e o trabalho em equipe Por Janaína Fogaça
Tatames, bolas, pratos de plástico, malabares, tecido. Os itens descritos bem podiam representar um legítimo picadeiro, e é exatamente isso que acontece no ginásio de esportes do Colégio Marista Santa Maria, em Curitiba (PR): aulas de circo. Há cerca de 3 anos, a unidade oferece aos seus alunos a modalidade como atividade extracurricular. "A aposta nas
aulas de circo deu tão certo que, atualmente, além dos 45 alunos matriculados, temos outros 20 em fila de espera", diz o supervisor do Núcleo de Atividades Complementares, Anderson Retechuki. Atualmente, 45 alunos entre 7 e 17 anos participam das aulas que acontecem no contraturno escolar uma vez por semana, durante 50 minutos.
a neCeSSidade de Ser CriaTivo Tudo começou em 2010, quando a professora Patrícia Dal Molin apresentou o projeto para a direção do Colégio. "Queria apresentar uma proposta nova, de algo que fosse criativo, interativo e diferente. Então, aliei duas paixões: o circo e as aulas", conta a professora, que traz consigo uma bagagem circense, pois a sua avó fazia apresentações no picadeiro quando jovem. Em 2001, Patrícia engravidou, e a rotina das aulas de Educação Física ficou comprometida. "Eu não podia mais exercer as atividades que exercia anteriormente, como a ginástica e a capoeira, foi um momento de adaptação para mim, então, aproveitei os sábados para praticar as atividades circenses e aos poucos ir retomando a rotina", diz a professora, que se orgulha ao mencionar que o filho, de apenas 3 anos, já está iniciando nas atividades circenses. Oferecida como opção de atividade extracurricular, as aulas circenses vêm ganhando espaço por engajarem crianças e adolescentes em exercícios físicos de forma lúdica e estimularem a concentração, a disciplina, a expressão corporal e o trabalho em equipe, incluindo a confiança em si mesmos e nos colegas. Em Curitiba, além do Colégio Santa Maria, o Marista Paranaense também oferece a atividade.
A técnica circense trabalhada pela professora Patrícia durante as aulas foca a coordenação motora para crianças de 5 a 7 anos. A partir dos 10 anos, as crianças começam a ter um contato mais amplo com as técnicas. "Procuro trabalhar com as crianças menores os malabares, a cama elástica e o slackline, pois eles ajudam a desenvolver o equilíbrio, a coordenação motora e psicomotora, além da autoconfiança. Com os maiores, conseguimos ousar um pouco mais nas acrobacias em tecido", afirma Patrícia. Dentre os benefícios oferecidos pela prática estão o favorecimento da força e a valorização do trabalho em equipe, fazendo com que alguns alunos que antes eram tímidos comecem a se "soltar". "Temos relatos de pais e professores que dizem que o aluno era tímido, retraído, e que com as aulas de circo, começou a socializar mais com os colegas e também em casa", conta a professora.
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© Fotos: Gilberto do Rosário
FoCo no deSenvoLviMenTo
Companheiras de acrobacia A estudante do 8º ano do Ensino Fundamental Larissa Serbena estava em busca de uma atividade complementar diferente quando soube das aulas de circo oferecidas pela Escola. "Eu quis saber o que exatamente a atividade oferecia. No início, achei que era mais voltada para a parte de clown (palhaços), mas quando eu vi que tinha atividades em tecido, eu achei muito legal e quis me inscrever", conta a estudante. Em seguida, Larissa convidou a melhor amiga e colega de classe, Giulia Pizzatto, a se inscrever. A relação de amizade e companheirismo entre as duas é nítida e fica mais evidente quando elas desenvolvem atividades juntas. O tecido é a paixão de ambas, e para chegar lá no alto, Larissa conta com a ajuda de Giulia e vice-versa. "Nós nos conhecemos desde os 3 anos de idade, e de um ano para cá, somos amigas inseparáveis. A atividade de circo é algo de que nós duas gostamos muito e costumamos nos ajudar nas acrobacias. Acho fundamental poder ter com quem contar na hora em que estamos desenvolvendo essas atividades", diz Giulia. Além do gosto pela atividade, as duas têm em comum a vontade de ir cada vez mais longe: "Cada vez que a gente consegue se sair bem em um exercício e consegue dominá-lo, tem vontade de partir para outros mais difíceis – inclusive, pesquisamos na internet exercícios que ainda não tenhamos feito e trazemos para a professora nos auxiliar", afirma Giulia. A disposição e o interesse das meninas chamou a atenção da professora. Patrícia conta que Giulia e Larissa pedem para treinar até mesmo depois que aulas acabam. "Normalmente, a aula delas acaba por volta de duas horas da tarde, mas elas pedem para ficar um pouco mais. É gratificante saber que consegui despertar nelas essa vontade e a paixão por esse esporte", conta, emocionada, a professora. No início, os pais ficaram um pouco preocupados com a ousadia das meninas e a vontade de ir cada vez mais fundo no esporte. "Meus pais achavam perigoso, mas hoje já estão mais confiantes. Toda vez que conto para a minha mãe que aprendi um exercício diferente, que envolve acrobacias no tecido, ela fica apreensiva", conta, entre risos, Giulia. Quando perguntadas se pretendem seguir carreira na ginástica ou em atividades relacionadas ao circo, as duas garotas são enfáticas: "Talvez como uma atividade paralela, mas meu sonho é ser médica", diz Giulia. "E o meu é ser arquiteta", completa Larissa.
Investimento A modalidade tem custo simbólico para os participantes. O investimento maior se dá pela Instituição ao adquirir os equipamentos, mas para quem pratica a modalidade, além do interesse e da força de vontade, são necessários os seguintes itens: l l l l
Calça legging Camiseta Colant para apresentações Sapatilha de ginástica rítmica desportiva
Quanto aos acessórios a serem adquiridos pelas Instituições, são necessários malabares, que custam por volta de R$ 200; tecido, R$ 250; trapézio, R$ 600; e lira, R$ 250.
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olhar
Questionamentos sobre a © Fotos: Divulgação
Lei da Palmada
Assunto polêmico esse. Para que serve, afinal, a Lei da Palmada?
Em primeiro lugar, temos que definir o que vem a ser uma palmada: como o próprio nome sugere, é o bater com a palma da mão. Quem já levou uma palmada quando criança de seus pais por algo de errado que tenha feito e sente-se “traumatizado” por isso? Difícil encontrar um exemplo. Estamos falando aqui daquela “palmada corretiva”, quando os argumentos verbais já foram explorados e esgotados sem efeito e os pais sentem-se “obrigados” a partir para uma intervenção física para que a criança entenda de uma vez por todas o que está sendo pedido ou ordenado. Existe sempre a “tática do 1... 2... 3!” antes de bater, que consiste em dizer para a criança que ela está fazendo algo errado e deve parar imediatamente. Você contará até três pausadamente: caso ela não tenha parado no três, levará uma palmada. Dessa forma, está sendo advertida verbalmente e tem a chance de evitar um possível castigo mais severo se não obedecer, tendo a escolha de parar o que está fazendo para não apanhar. Geralmente, elas param antes do três e não é preciso bater. Mas nem todas são tão fáceis de lidar. Há aquelas que insistem em provocar e testar os limites dos pais achando que não acontecerá nada demais, e quando levam a palmada, param instantaneamente, como se a ficha da autoridade dos pais caísse naquele momento, forçando-as a obedecê-los. Estamos falando, aqui, de crianças pequenas, até seus 5 ou 6 anos, algumas um pouco mais. E a palmada é pontual, funcionando como um “basta” ao comportamento a ser corrigido. Nada que deixe marcas no corpo, ou que seja humilhante (como tapa no rosto, inadmissível). Totalmente diferente de surras, em que os pais muitas vezes utilizam objetos para bater nos filhos, deixando, aí sim, marcas visíveis da violência empregada.
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O Estatuto da Criança e do Adolescente condena o uso de maus tratos contra tais vítimas em sua educação, apenas não definindo se são físicos ou morais. A nova lei deixa expresso que não se pode usar “castigo corporal” contra crianças e adolescentes, embora a “palmada corretiva” ainda seja permitida, ao contrário da “palmada agressiva”. Mas quem definirá o limite entre o corretivo e o agressivo? Esse critério é extremamente subjetivo, o que, certamente, dará brecha para inúmeras interpretações. Aí pergunto: como ficam os maus tratos verbais e emocionais contra os menores, que podem ser de longe mais traumatizantes para os futuros adultos, que provavelmente crescerão com marcas psíquicas profundas e, por vezes, incuráveis? Quanto aos aspectos práticos e à eficácia, como prevenir os maus tratos ou o tratamento degradante e cruel quando a lei não prevê sequer pena ao infrator? Talvez essa lei seja útil apenas para trazer o assunto à baila e provocar discussões, forçando-nos a olhar para os inúmeros casos de violência doméstica que acontecem rotineiramente em grande parte das famílias brasileiras. Marina vasconcellos é psicóloga pela PUCSP; especialista em Psicodrama Terapêutico pelo Instituto Sedes Sapientiae; psicodramatista didata pela Federação Brasileira de Psicodrama (FEBRAP); e terapeuta familiar e de casais pela Unifesp.
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Aprendizado
virtual
Antes considerados ameaçadores e perigosos, games se revelam eficientes ferramentas para estudo e desenvolvimento de habilidades Por Mahani Siqueira
Por muito tempo, eles foram vistos como inimigos da saúde, causadores de episódios frequentes de mau comportamento, incitadores de atos violentos e perigosos para a formação de qualquer criança ou adolescente. Hoje, os games assumiram um novo papel e, embora ainda despertem alguma desconfiança aqui ou ali, podem ser poderosos instrumentos no processo educativo. A NeuroGames é uma iniciativa que comprova as inúmeras utilidades que os jogos virtuais podem ter para trazer diferentes benefícios. A empresa, que tem como principal área de atuação o desenvolvimento de ferramentas para saúde com foco na educação, já elaborou jogos em parceria com universidades federais e internacionais e, atualmente, cria games capazes de detectar precocemente habilidades cognitivas e socioemocionais de crianças e adolescentes. Segundo Thiago Rivero, neuropsicólogo e um dos fundadores do projeto, são várias as habilidades necessárias na hora de comandar o joystick. “Todos os games exigem o desempenho de habilidades cognitivas e socioemocionais. Quando jogamos,
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atenção, memória, controle do impulso, tomada de decisão, gerenciamento de habilidades sociais e outras tantas são requisitados. Por meio dos jogos, provocamos o uso dessas funções e, assim, podemos construir ferramentas de avaliação e estimulação das habilidades cognitivas. Com isso, podemos conhecer melhor as habilidades dos jogadores e, desse modo, construir, por meio da nossa plataforma e de nossa metodologia, intervenções que sejam ‘adaptadas’ e costuradas para as dificuldades e características individuais de cada um”, comenta Rivero. “Crianças e adolescentes entendem a linguagem simbólica e profunda dos games. Isso nos permite falar diretamente e, principalmente, negociar e explicar o que queremos. Com games, não é possível ser indulgente com as crianças. Elas sabem jogar e jogam bem; portanto, precisamos criar desafios e formas de avaliá-las que sejam motivadores e que tenham sentido. Os games são máquinas eficazes de aprendizado, e quando as crianças decifram seus códigos e suas formas de atuação, elas aprendem”, complementa o psicólogo da NeuroGames.
Para a psicóloga Luciana Ruffo, do Núcleo de Pesquisa da Psicologia em Informática da PUCSP, a interação com os games pode despertar nas crianças uma série de habilidades, desde que sejam escolhidas as opções corretas e que os pais acompanhem o que os filhos têm em mãos. “Todos os games podem ser positivos de alguma maneira. As opções de guerra, por exemplo, exigem muita estratégia. Mas é importante ter sempre em mente qual é o interesse do jovem naquele jogo e saber como ele vê essa diversão”, analisa Luciana. Gerente de inovação e novas mídias da Editora FTD, Fernando Fonseca revela que a empresa já enxerga as plataformas digitais e os momentos de lazer como potenciais ferramentas de aprendizado que podem ser integradas com os livros. Segundo ele, assim também é possível fazer com que o estudo seja mais divertido e prazeroso. “Não há dúvida de que os jogos permitem criar uma experiência de ensino e de aprendizagem mais motivadora para todos, capaz de obter resultados superiores ao que, em geral, o professor consegue com outras estratégias”, finaliza Fonseca.
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