Revista EXATO - Ed 22 - Fevereiro 2021

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ÍNDICE

POLÍTICA

14.

O sentido da vida justifica o “direito” que temos EMPREENDEDOR DO MÊS

22.

De olho no protagonismo da lingerie brasileira nos EUA, empresária faz sucesso com loja virtual TECNOLOGIA

28.

Desenvolvimento de software EMPREENDEDORISMO

32.

Porque as empresas continuam falindo? ECONOMIA

48.

36. 4

CAPA

O provável comportamento do dólar no início do governo Biden

Canal Hipócritas: Expondo a hipocrisia social através do humor e da arte

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COLABORADORES

Daniel Rohde CEO da revista EXATO, designer gráfico, catarinense, casado, formado em Administração pela Universidade Católica de Brasília. Gosta de ouvir música e tecnologia. @danielwrohde

Simone Rohde Comercial da revista EXATO, paranaense, casada, formada em Administração pela Universidade Católica de Brasília, e pós-graduada em Administração com Ênfase em RH pela Unigran. Gosta de viajar, ler e escrever nas horas vagas. @simonewrohde

Thaís P. Victorello Jornalista, assessora de imprensa, colunista social, produtora e editora chefe da revista EXATO; Paulistana, formada em jornalismo pela Universidade Cidade de São Paulo; cristã, casada e mãe de três filhos. Gosta de viajar e de estar com a família.

@thaisvictorello

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Samuel Andrade Fotógrafo de casamentos, lifestyle e retrato. Com mais de 15 anos no mercado, venho buscando constantemente trazer para as pessoas uma experiência incrível, eternizando momentos através da arte da fotografia. @samuel.stp

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EXPEDIENTE

REVISTA MENSAL ANO 2 | EDIÇÃO 22 FEVEREIRO DE 2021 CEO/FOUNDER: COMERCIAL:

Daniel Rohde Simone Rohde

EDIÇÃO/DIAGRAMAÇÃO:

Daniel Rohde

DESIGNER GRÁFICO:

Daniel Rohde

AGÊNCIA DE PUBLICIDADE:

BRAUS Marketing Agency

JORNALISTA E EDITORA-CHEFE:

Thaís Partamian Victorello

FOTÓGRAFO: COLUNISTAS E ARTIGOS:

Samuel Andrade Thaís P. Victorello . Antônio J. Fonseca Fernanda Melo . Renato Gomes . Vernan Wolf

A REVISTA EXATO é uma publicação mensal. O conteúdo da revista, bem como artigos e anúncios são de inteira responsabilidade de seus autores e anunciantes. Pessoas sem registro em nosso expediente, não estão autorizadas a falar em nome da Revista. Na dúvida, entre em contato conosco. CAPA: Canal Hipócritas FOTO CAPA: Divulgação

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EDITORIAL

NA ERA DA HIPOCRISIA POR SIMONE ROHDE

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ipocrisia social é o tema de capa da 22ª edição da Revista Exato. Duvido que alguém não se depare com fatos hipócritas nas notícias e redes sociais todos os dias. Pois é! Virou rotina, faz parte do cotidiano de pessoas que tentam (e conseguem na maioria das vezes) manipular subordinados, eleitores, “amigos” e etc. Mas sempre tem quem vai na contramão, denuncia - nem que tenha que ser pelo humor - e por isso mesmo se destaca. Vá até a página 36, tenho certeza de que você vai amar a entrevista com os idealizadores do canal Hipócritas. E estamos no primeiro mês de governo do novo eleito a presidência dos Estados Unidos, Joe Biden. Enquanto uns estão empolgados pela promessa de uma legalização em massa, empreendedores avaliam como seus negócios serão afetados pelas medidas que estão sendo aprovadas na Casa Branca. Qualquer ação tomada influencia na moeda referência do mundo, por isso tanta coisa depende de medidas acertadas. Na coluna sobre Economia, você vai ver a visão da nova secretaria do Tesouro (pág. 48) quanto ao comportamento do dolar. E atrelado a força de compra da moeda está a necessidade das pessoas em empreender ou não, em in-

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vestir num produto menos volátil e mais seguro, ou mais arriscado mas com mais retorno. Nestes tempos, sobretudo, o empreendedor precisa estar atento a cuidados (podemos dizer) básicos para que seu negócio não venha a falir (veja pág. 32) pois em tempos de contratempos, esse risco se multiplica, não é? Destaque aqui para a Empreendedora do Mês que se dedicou com todo empenho possível e deslanchou um mega negócio em plena pandemia (pág. 22). São casos assim que seguem motivando nossa comunidade a dar o seu melhor em busca de uma vida com mais qualidade e também deixar seu legado na terra do Tio Sam. Desejo uma ótima leitura e não deixe de dar um Oi pra nós nas nossas redes sociais. Por lá você também se conecta a outros empreendedores e pessoas do bem. Com carinho,

Simone Rohde

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POLÍTICA

O SENTIDO DA VIDA JUSTIFICA O “DIREITO” QUE TEMOS! Fazer o que senão chorar?

POR RENATO R. GOMES

RENATO R. GOMES Natural de Niterói - RJ Mestre em Direito Público (UERJ05-07) Ex-oficial da Marinha do Brasil (EN9093) e Escritor. @renatorgomesoficial

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ansei, sinceramente. Enojado das notícias diárias; jurídicas, inclusive. Quase nada agrega valor ou propõe soluções para a superação do Estado de Anarquia, de não Direito e Cleptocrático vigente. Pouquíssimas exceções, graças à lucidez de juristas sérios que ainda temos, como Fábio Medina Osório, demonstrada em artigo recente. Por que isso? Vou especular em função das necessidades pelas quais buscam ou lutam os seres humanos, conscientes ou não. Necessidades que, de certo modo, influenciam o comportamento das pessoas em geral, e dos especialistas e profissionais do Direito, em especial. A elas. Necessidade de certeza/ segurança. O ser humano adulto, tendencialmente, é avesso a riscos. Toma decisões normalmente condicionadas à possibilidade de ter o controle sobre o resultado de seus atos. A natureza aventureira e pautada na curiosidade pela descoberta e pelo aprendizado, inerente ao agir da criança, morreu. Morreu, em

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razão dos mitos e crenças implantados em suas respectivas cabeças pela família, escola e por demais influências entorpecidas. Mitos e crenças, agora, enraizados e constantemente reforçados pela adesão ao “efeito manada” predominante no ambiente externo. Mais confortável seguir a maioria, apegando-se ao viés de confirmação heurístico, do que pensar e decidir “remar contra a maré”, desconstruindo ou remodelando as raízes cimentadas imprudentemente no subconsciente. No que tange ao “direito” brasileiro, compreensível a pouca ousadia de grande maioria dos juristas e juízes em inovar nas teses ou em construir argumentações sólidas e coerentes, desapegadas dos interesses entranhados no status quo que “berra mais alto” ou dos que exercem o poder político ou institucional. Afinal, por que do jurista abrir mão da “segurança” conquistada pelos títulos acadêmicos, traduzidos em reconhecimento, passando a ter que se defender de uma sarai-

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vada de críticas sobre sua teoria inovadora? Por que do juiz ameaçar a “tranqüilidade” e o “conforto” da sua posição no cargo, sendo obrigado a “dar satisfações” aos tribunais superiores, justificando o porquê de não ser verdade que a fundamentação de sua decisão não fez “o rabo balançar o cachorro”? Naturalmente compreensível o fato de nosso “direito” brasileiro vir sendo engolido por inteiro, reiteradamente, pela realidade-anaconda. E, o bom Direito, eficaz, confiável (…), que se dane ele; às favas para a resolução dos problemas sociais, com a indispensável colocação de ordem na casa. Vale, sim, o discurso hipócrita do “politicamente correto”. Novamente o Rio de Janeiro como parâmetro: nem a falência da segurança pública, sintetizada na empiricamente constatável criminalidade

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excessiva que se impõe e deixa os cidadãos de joelhos, mostra-se suficiente para fazer com que o discurso jurídico evolua! Bate-se na intervenção federal decretada pelo mero prazer ideológico de ser do contra; mas, efetivamente, nada se propõe como contrapartida! Necessidade de incerteza/variedade. Se, por um lado, o ser humano tem aversão à falta de controle sobre as consequências de suas decisões (“riscos”), por outro, gosta de novidades: ninguém aguentaria levar a vida “confortavelmente”, se tivesse conhecimento prévio de tudo o que fosse ocorrer no futuro. Tédio, desânimo, desmotivação e diversas outras sensações negativas reinariam. Como conciliar então a necessidade de certeza/segurança, com a necessidade de incerteza/

novidade? Simples: aceitamos a incerteza dos efeitos, desde que estes sejam controláveis. Eis aqui o empecilho: impossível prevermos a possibilidade de controlarmos o resultado de nossas ações! Daí por que tantas pessoas preferem reclamar da própria vida e acusar o outro pela responsabilidade de estar em estado de inconformismo ou infelicidade, ao invés de iniciar novos estudos, buscar conhecimento, autodesenvolver-se, tornar-se um eterno aprendiz, saindo da sua zona de (des)conforto. Agir ou fazer diferente requer esforço, determinação, resiliência, persistência, visão. Mas, pagar o preço, é para poucos corajosos. No “direito” brasileiro, quando especialistas propõem algo novo, escoram-se na autoridade acadêmica ou institucional da qual

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POLÍTICA

desfrutam. Contam, portanto, com o respaldo do reconhecimento formal-acadêmico, ou com a blindagem que o poder do cargo lhes assegura. Para o jurista-padrão, se a tese criada terá ou não aplicabilidade prática ou promoverá a indispensável eficácia no meio social, pouco importa: o seu ego sairá vitorioso, sem possibilidade de as consequências – juridicamente “boas” ou “ruins” – afetá-los na autoimagem. Similarmente ocorre com as decisões judiciais: se a inovação do juiz foi jurídica e socialmente satisfatória, ganha ele em reconhecimento e prestígio. Caso contrário, está imune por força de lei (art.41, da LOMAN), o que é justificável para a sua proteção contra perseguições políticas, por ter desatendido a interesses de poderosos. O problema é quando a “invenção” vem da cúpula do poder judiciário, despreza o que está escrito na lei, arrasa a credibilidade do Direito e a imagem do próprio tribunal perante a população.

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A tese doutrinária, “comprada” pelo STF, de que cabe ao preso o direito à indenização de 2 mil reais por danos morais, pagos pelo Estado, pelo “coitado” não estar custodiado em cela com “ar condicionado, banho quente e netflix”, denota a hipocrisia em torno da teorização do Direito e, com esta, a virada de costas que juristas-padrão dão para os direitos humanos dos humanos direitos, parafraseando o inteligente General Heleno. A argumentação por meio da racionalização e da pura retórica, dando aparência jurídica ao injustificável socialmente, transforma o Estado de Anomalia jurídica em estado de “direito”. E, como de costume, é a população quem absorve os resultados produzidos. Necessidade de sentido para a vida. É uma necessidade quase que inconsciente. Por que as pessoas fazem o que fazem, ou deixam de fazer o que deveriam ou têm vontade? O que faz um político dila-

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pidar o erário, visando ao enriquecimento pessoal insaciável? Acha mesmo que nada vai lhe acontecer? Que a vida se esgota no período entre o nascimento e a morte? Será que tem fé cega de que vai carregar para o túmulo os 52 milhões de reais que furtou da população e guardava caridosamente num modesto apartamento? O que leva um juiz a espernear por uma possível perda de privilégio esdrúxulo e moralmente injustificável como o auxílio-moradia, criado com o propósito nítido, e já confessado por quem os recebe, de burlar a falta de reajuste salarial constitucionalmente previsto e devido, mas politicamente desrespeitado? Por que o agente público, ao invés de zelar pela boa atuação profissional, dando o melhor de si, fica reclamando da vida, autovitimizando-se, ou culpando os políticos, a Deus e ao mundo, pelos seus lamentos? Por que o juiz-padrão fica de “olho grande” na remuneração

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de outras carreiras, comparando-se, sentindo-se injustiçado e, inclusive, criando decisões contrárias ao texto da lei, baseando-se puramente na inveja que o domina e na sanha por vingança contra inimigo que só existe dentro de sua mente infantil e doentia? E por aí vai. Respostas? Estão todos literalmente perdidos na vida. Andam e giram num ciclo vicioso, caracterizado por uma rotina e um estilo de vida cujo o ter, o adquirir, o possuir é o foco. O sentido da vida, em essência, presumo que, para eles, seja usufruir ao máximo dos prazeres materiais. E sem sair da zona de conforto conquistada, obviamente. Com essa leitura materialista do viver, fácil percebermos, intuitivamente, o porquê das

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pessoas, em sua maioria, estarem se lixando para o autodesenvolvimento pessoal. Não querem “ser” melhores; querem, sim, “ter” mais; “ter” o que o vizinho tem, ou, ainda, impedir que o outro também conquiste algo que já possui. A inveja, a comparação e a competição despropositada com o outro imperam. Senso de cooperação? O que é isto? Os vícios de caráter, forjados pelo meio, passam a ser considerados “normais”, incorrigíveis porque justificados pelas circunstâncias externas. Na academia ou no ensino formal, o sentido da vida, para juristas-padrão, vejo-o como sendo a busca pelo reconhecimento, pela notoriedade, pelo poder de influ-

ência, pela autoridade. Compreensível, logicamente, a ineficiência e a ausência de credibilidade do “direito”: com cada um olhando para o próprio umbigo, natural que o “direito” não tenha um embasamento teórico com viés altruísta, ou – dito de outra forma – não seja teorizado honestamente para solucionar problemas dos cidadãos e da sociedade. Na verdade, o “direito” brasileiro, que chamo de esquizofrênico, significa “manipulação institucional da lei”. Nenhuma surpresa, em se tratando de Brasil, onde grande massa de pessoas – dentre as quais políticos, juristas, juízes e profissionais do Direito – vive sem encontrar sentido ou propósito na vida para agirem com honestidade intelectual, espírito do altruísmo, colocando-se no lugar do outro, primando pela regra de ouro. A realidade fala por si; e não caiu de paraquedas. Necessidade de amor/respeito. Se o sentido da vida, para a maioria, tem beirado o egocentrismo, difícil prognosticarmos um ambiente acadêmico ou institucional, em que o amor ou o respeito ao próximo ou, mais especificamente, a preocupação com a promoção do bem-estar e a segurança dos cidadãos, seja o padrão. Amor? Respeito? “Só para os meus”! Para o egocêntrico, “o meu interesse em primeiro lugar”. Para o (mau) político, o que importa é o bolso cheio e o controle da máquina pública. Para o jurista-padrão ideólogo, vaidoso, arrogante e invejoso, vale é o reconhecimento, o prestígio, ao preço da defesa do “politicamente correto”; do respeito falacioso às regras de uma democracia que, de fato, inexiste; e do grito enfático em prol dos direitos humanos de pessoas desumanas.

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POLÍTICA

Para o juiz que está no lugar errado, quer é a manutenção do poder, dos privilégios, da situação paquidérmica e doente atual, que o permite decidir como quiser – contrariamente às leis e à Constituição, inclusive -, sem que nada lhe aconteça, como regra habitual. Consequência: maus exemplos vindos de cima acirram os ânimos no andar de baixo. Se os cidadãos não conseguem descobrir o sentido para a própria vida, estando sem perspectivas, e ainda são obrigados a engolir a seco e de mãos atadas as pilantragens impunes por parte daqueles que deveriam lhes servir, também fica compreensível o crescimento da intolerância pessoal e da violência no dia a dia. Rio de Janeiro, de novo, na crista da onda! Necessidade de crescimento. O ser humano tem a necessidade de crescer. Não só fisicamente, como também intelectual, emocional e espiritualmente. Quando o sujeito interrompe o projeto de autocrescimento, ou deixa de ter objetivos voltados ao autodesenvolvimento, começa inconscientemente a morrer. No “direito” brasileiro, o crescimento prioritário que os especialistas buscam, indiscutivelmente, é o intelectual. Intelectual, que irá aparentemente se confirmar com aquisição de títulos (pós-graduação, mestrado, doutorado, PhD), cujo propósito é a concretização da necessidade de reconhecimento, a qual dá sentido ao que faz ou deixa de fazer. Ou, talvez, crescimento intelectual que se satisfaça com a mera aprovação em concurso público. O sentido para a vida provavelmente será preenchido pelo prestígio e poder conquistados,

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atinentes à nova posição de dependência do Estado. O que o indivíduo não percebe é que, com o enfoque exclusivo no crescimento intelectual e na aquisição cada vez maior de conhecimento, ele tende a tornar-se vítima de si próprio: naturalmente, vai apegar-se ao seu conhecimento, às suas crenças e convicções, fechando os ouvidos e fazendo vista grossa para o que afrontar o seu “entendimento”. Não sabe que o sujeito carente de inteligência emocional torna-se racionalmente frágil, intelectualmente menos inteligente; que, sem inteligência social, tem dificuldades de se relacionar ou de compreender o outro no ambiente de inter-relação social. Geração de empatia? O que é isto? O espiritualmente pobre é incapaz de aprender com os próprios erros, de assumir a autorresponsabilidade pela vida que tem hoje, o que, no apagar das luzes, transformar-se-á em fonte de sofrimentos. “Por que comigo? É ‘injusto’!” Discursos da (auto)vitimização, da atribuição de culpa a terceiros como os responsáveis pela própria condição indesejada, da racionalização para justificar o “erro” ou o “imoral” são típicos dos que desconhecem o que seja inteligência espiritual. Trabalhar as inteligências emocional, social e espiritual, ou o autodesenvolvimento pessoal? Bobagem; “coisa para fracos”; modismos, como entende sarcática e ignorantemente a sumidade do “direito”, Lenio Streck. Necessidade de contribuição. Inegável: a felicidade está diretamente vinculada à quantidade de valor que agregamos espontaneamente a outros. Quanto mais fazemos o bem e geramos benefícios às pessoas, mais teremos a nossa necessidade de contribuir preenchida.

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Assim pensam os grandes líderes mundiais de ontem e de hoje. Mas, no “direito” brasileiro, a necessidade de contribuição, para os que a tem como objetivo, é voltada à autopromoção, ao reconhecimento público, ao fortalecimento do ego. O modelo de jurista brasileiro não está preocupado com a construção de um Direito eficaz ou país decente, com instituições de referência. Somos motivos de chacota no exterior. A teorização é como um jogo de cartas marcadas: uma circulação de ideias lançadas, onde os egos em interação são reciprocamente acariciados e todos saem envaidecidos. Solução? Prezado leitor, vou ficar lhe devendo, tudo bem?

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EMPREENDEDOR DO MÊS

DE OLHO NO PROTAGONISMO DA LINGERIE BRASILEIRA NOS EUA, EMPRESÁRIA FAZ SUCESSO COM LOJA VIRTUAL Com a pandemia a empreendedora paulista Bruna Martins focou na venda online de peças íntimas femininas

POR THAÍS PARTAMIAN VICTORELLO

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ão importa se são de renda, de algodão ou de lycra; se são pequenas, médias ou grandes; fio dental, asa delta; com ou sem bojo; discretas ou ousadas, sutiã, cropped, calcinha, bodysuit, baby doll ou robe, fato é que mais do que simples peças do vestuário diário feminino, a lingerie teve seu boom junto com a revolução sexual dos anos 60 e há décadas se mantém como um dos principais segmentos da indústria têxtil, que fatura mais de U$ 30 bilhões, por ano, em todo o mundo. Considerado o 5º maior produtor mundial dentro da indústria têxtil, o Brasil mantém uma produção anual de mais de 2 milhões de toneladas, produzindo cerca de 1,5 bilhão de peças anualmente, o que corresponde a 2% da produção mundial, em um mercado que é, predominantemente liderado pela China e por Hong Kong (que detêm 50% da produção mundial), seguidos da Índia, Estados Unidos e Paquistão. Mas se engana quem pensa que o mercado de moda íntima brasileira só é aquecido no Brasil. Além das brasileiras que residem no exterior e que fazem ques-

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@thaisvictorello

tão de continuar a comprar somente ligeries brasileiras, seja pela qualidade, variedade de modelos, conforto ou modelagem adequada ao biotipo, cheio de curvas, da mulher brasileira, as marcas “made in Brazil”, conquistam também as gringas, que cada vez mais se rendem aos encantos das peças, afinal além de ser um acessório básico no guarda-roupa de toda mulher, as lingeries ajudam a fortalecer a autoestima e revelam não só a importância do autorrespeito, como promovem também o autocuidado. De olho na fatia do mercado feminino que reside nos Estados Unidos, a empresária paulista Bruna Morato Martins, nascida no município de Diadema (São Paulo), viu uma excelente oportunidade de empreender nesse ramo. Morando em New England há pouco mais de 3 anos, região onde está situada a maior comunidade brasileira nos Estados Unidos, Bruna optou por mudar-se para os Estados Unidos em busca de qualidade de vida e decidiu investir em uma loja virtual de roupas íntimas brasileiras, a “La Merveille Lingerie”, com diversas marcas e modelos, recebendo pedidos de todo o

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PERFIL NOME: Bruna Morato Martins NATURALIDADE: Diadema (SP) RESIDENTE: Massachusetts - USA RAMO DE ATIVIDADE: Lingeries brasileiras REDES SOCIAIS: @lamerveille.lingerie FRASE DE SUCESSO: “Sucesso é você ser feliz com o que você faz, é você acordar todos os dias motivado. Sucesso para mim é felicidade!”.

Nascida em Diadema (SP), a empresária decidiu mudar-se para os EUA em busca de qualidade de vida. Foto: Divulgação

Bruna M. Martins Empresária

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EMPREENDEDOR DO MÊS

de roupas na cidade de São Paulo. EXATO: Você vem de uma família de empreendedores? Bruna: Minha mãe é empreendedora, porém trata-se de uma vendinha de comida na comunidade dela, coisa pequena, mas que não deixa de ser um empreendimento. EXATO: Como e quando você decidiu investir em lingeries brasileiras? Bruna: A minha decisão veio após muito pesquisar o que estava faltando na região. Um dia eu mesma precisei de uma lingerie diferenciada e de qualidade e não encontrei como eu gostaria, assim realizei pesquisas em meu Instagram pessoal e pude perceber que, realmente as pessoas de meu convívio não tinham muito conhecimento de lojas de lingeries que fossem de alta qualidade e a grande maioria só comprava na Victoria Secret’s. Foi então que comecei a trabalhar com o planejamento de marketing para dar início ao business. Morando nos Estados Unidos, a empresária Bruna Martins decidiu investir no ramo de lingeries brasileiras - Foto: Divulgação

território americano. Conheça um pouco mais sobre a bem sucedida trajetória da empreendedora, que hoje é referência em Massachusetts quando o assunto é lingerie brasileira.

marketing, que era a posição que exercia antes de me mudar para os EUA.

EXATO: Qual era a sua profissão no Brasil?

Bruna: Minha primeira oportunidade aqui foi trabalhar como garçonete em um restaurante brasileiro, em Everett (Massachusetts).

Bruna: Trabalhei por sete anos em uma multinacional chamada Syngenta. Sai na posição de assistente de assuntos regulatórios, trabalhando diretamente com processo biológico para registro de produtos. Depois atuei na área de 24

EXATO: Qual foi a sua primeira oportunidade profissional nos Estados Unidos?

EXATO: No Brasil você já era empreendedora? Bruna: Já sim, antes de vir para os Estados Unidos eu abri uma loja

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EXATO: O seu público alvo são as brasileiras? Bruna: Sim, porém também tenho como objetivo trazer esse diferencial para as mulheres de outras culturas. EXATO: Basicamente, o que diferencia a lingerie brasileira da americana? Bruna: O design é o maior diferencial. Encontramos sim lingeries americanas de qualidade, porém é muito difícil encontrar com nível de sensualidade que a lingerie brasileira proporciona. EXATO: Quais marcas que você trabalha? Bruna: Trabalho com diversas

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marcas, todas as peças com muita qualidade, beleza, design e conforto. EXATO: Há quanto tempo existe o seu business? Bruna: Comecei exatamente em outubro de 2019, mas só foquei 100% nisso no auge da pandemia, em março de 2020. EXATO: Quando você decidiu qual seria o seu segmento, você teve o apoio da família e de amigos? Bruna: Muito! De todos os lados. Todos me apoiaram e me incentivaram, foi o que me deu combustível para realmente começar. EXATO: Atualmente a sua loja é online, você pensa em um dia ter lojas físicas também? Bruna: Com certeza, mas por enquanto seguiremos online e quem sabe novas ideias irão surgindo... EXATO: Qual é o maior desafio em ser um empreendedor nos EUA? Bruna: Entender as leis e regulamentações, tudo é muito diferente do Brasil. Contabilidade, impostos, leis, o que posso ou não fazer... Isso sempre me dá muita dor de cabeça, pois tento fazer tudo conforme deve ser feito. EXATO: Você acredita que o mercado de moda íntima tem crescido nos últimos anos?

Bruna mora no estado americano de Massachusetts desde dezembro de 2017 - Foto: Divulgação

conta disso que consegui crescer ele. EXATO: Você acredita que suas clientes escolhem lingeries brasileiras pela variedade de modelos e marcas ou mais pela qualidade e conforto das peças, que são desenvolvidas especialmente para o biotipo da mulher brasileira?

EXATO: A pandemia melhorou ou dificultou algo no seu business?

Bruna: Todas elas sempre dizem gostar pela diferenciação dos modelos. Todas elas também de ótima qualidade, porém o que faz a mulher brasileira gostar das lingeries do Brasil é a diferenciação dos modelos, design que não se encontra nas lingeries americanas.

Bruna: A pandemia me fez focar 100% no meu business e foi por

EXATO: Para você, o que é o sucesso?

Bruna: Sem dúvidas, desde que comecei já vi mais cinco pessoas iniciando também. Uma loucura!

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Bruna: Sucesso é você ser feliz com o que você faz, é você acordar todos os dias motivado. Sucesso para mim é felicidade! EXATO: Qual dica você daria para quem pensa em começar a investir? Bruna: Minha dica é: não tenha medo, só faça e não desista. Se errar será um aprendizado, se cair, você se levantará, mas só não desista por mais difícil que seja em todos os aspectos. EXATO: Qual é o seu maior sonho profissional? Bruna: Posso guardar isso comigo?! (risos).

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TECNOLOGIA

DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE O que você precisa saber antes de perguntar o preço

POR ANTÓNIO J. FONSECA

ANTÓNIO J. FONSECA Arquiteto, Analista de Sistemas, Auditor de Sistemas da Qualidade e Segurança da Informação, Consultor de Empresas, criador do treinamento Empreenda-se™ e CEO da bITs Tech Solutions. @antoniojfonseca

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lá amigos leitores. Nesta edição eu quero esclarecer algumas dúvidas sobre o desenvolvimento de softwares, os programas de computadores, os aplicativos de celular, os famosos “programinhas”. É comum clientes ligarem para perguntar quanto custa para criar um aplicativo ou um programa para fazer isso ou aquilo. Como se criar um aplicativo para celular ou um programa de computador fosse algo simples, direto, com preço tabelado. Então, deixem-me explicar como funciona essa atividade, para você não passar vergonha e nem “ofender” o profissional que você contatar para fazer essa pergunta. O desenvolvimento de software (vamos chamar assim daqui em diante), compreende uma série de atividades preliminares, antes de se chegar ao programador. E vamos entender que um mesmo profissional pode desenvolver várias dessas atividades, mas cada uma

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tem seu momento para ser executada, demanda um período e um esforço para sua execução, além de um conhecimento específico. Para se dar início ao desenvolvimento, a primeira coisa a ser feita (ou conjunto de atividades) é a análise. Esta atividade é desenvolvida pelo Analista de Sistemas, que pode contar com a colaboração de outros profissionais. Neste momento, o Analista de Sistemas entrevista todos os envolvidos, chamados “atores”, que irão utilizar o software, para entender as necessidades e usos que cada um fará. Como é o processo de cada atividade? A essa etapa, damos o nome de “levantamento de requisitos e mapeamento de processos”. Após realizar esta etapa, o Analista de Sistemas cria, de acordo com a metodologia utilizada, fluxogramas, mapas de processos, modelos ou diagramas e casos de uso. A partir destes “esboços” (vamos chamá-los assim), é feita uma

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verificação com os usuários, para corrigir entendimentos e aperfeiçoar o fluxo do processo. Com estas informações, o Analista de Dados define, ainda, se é o caso de utilizar uma estrutura de bancos de dados. E é aí que a coisa começa a complicar... Se houver a necessidade da utilização de um banco de dados, entra em cena um outro profissional: o Analista de Dados ou Arquiteto de Dados (ou simplesmente DBA, sigla em inglês). Este profissional vai, então, analisar o tipo de dados e informações que serão tratadas pelo software, de onde vem, onde e como são armazenadas e para onde vão. São feitos então o Mapa de Dados e o Dicionário de Dados. E é criada a estrutura do banco, definindo cada tabela, seus campos e as relações entre essas tabelas. Bem, você deve achar que agora está na hora de dar vida ao software, certo? Mas calma, ainda tem muita coisa para acontecer

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antes! Agora que já temos os processos definidos naqueles “esboços” de que falei antes, um mapa de dados, um dicionário de dados e uma estrutura de banco desenhada, precisamos desenhar a UI (sigla em inglês para Interface do Usuário). E nesta etapa podemos ter a colaboração do Engenheiro de Software ou do Designer de Interface, que irão desenhar, baseados nas etapas anteriores, as telas e os botões que serão apresentados no nosso software. Aqui também definimos os possíveis erros, mensagens para o usuário e ações que acontecerão em cada etapa ou nos casos em que usuário executar alguma tarefa ou entrada de dados incorreta. Tudo bem, sem ansiedade... Agora podemos chamar a equipe de programação e apresentar todo esse material para eles, para que seja definida a linguagem a ser usada. E olha que tem muitas. Muitas mesmo!!! E cada uma é mais adequada a um tipo de finalidade a que

o software se propõe. Ah, definimos também o ambiente no qual nosso software será executado: local, rede ou nuvem. Agora sim, nossa equipe de programadores dará início ao desenvolvimento! Na primeira fase do desenvolvimento, os programadores criam um primeiro protótipo, um programa ainda sem muita sofisticação, para validar o desenho da interface e os fluxos dos processos. Esta é uma etapa demorada, pois a cada novo protótipo criado, é necessário validar com os usuários, fazendo as devidas correções e adaptações. Às vezes, até o banco de dados precisa ser totalmente reformulado, voltando para etapas anteriores. E vale lembrar que todo este trabalho é feito em equipe, em constante interação dos profissionais com os usuários. Depois da etapa de “prototipagem”, com o aval dos usuários e a devida aceitação, a equipe de desenvolvimento parte definitivamen-

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TECNOLOGIA

te para a codificação na linguagem escolhida. Esta é outra etapa demorada! Sim, pois os programadores criam o software e o integram ao banco de dados, criado pelo DBA. E cada etapa passa por testes de verificação do código, correção de erros de programação, validação de dados, validação de processo e otimização do código. Estamos chegando ao nosso destino! Com todos os módulos programados e testados pela equipe de desenvolvimento, passamos para a fase de Teste de Uso. É nesta fase que, com o software já operacional, damos início à sua utilização por uma equipe de profissionais que irá simular todas as possíveis operações que serão realizadas pelos usuários. E todos os erros são anotados e reportados à equipe de desenvolvimento, para as devidas correções. E mais uma vez, um erro encontrado aqui pode nos fazer voltar uma ou mais etapas. De posse desses relatórios de erros, os

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programadores passam a realizar a fase de “debug”, que significa encontrar e remover o erro do programa, ou bug, no linguajar técnico. Removidos todos os bugs, nosso software está quase pronto para entrar em operação. Mas antes, ainda falta uma etapa de mais testes, chamada Homologação. Nesta etapa nosso software é executado em um ambiente idêntico àquele em será exectado definitivamente. A diferença é que o ambiente de homologação é controlado e isolado, ou seja, se o software apresentar uma falha catastrófica que não havia sido detectada nas estapas de testes anteriores, nenhum outro programa ou banco de dados ou a operação da empresa serão afetados. E mais uma vez, erros encontrados são reportados, corrigidos e testados novamente. Pronto! Agora sim, nosso software está pronto para começar a funcionar. Esta última etapa é o que chamamos de Deployment, ou

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seja, é a entrega do nosso software, quando ele sai do ambiente de Homologação para o ambiente de Produção. Ufa!!! Que trabalheira, não? Criar um software demanda bastante tempo e muito conhecimento em diferentes áreas. E tempo e conhecimento são duas commodities (para falar em termos atuais) de muito valor e pouca oferta. Então, da próxima vez que pensar em perguntar quanto custa para criar um aplicativo para sua empresa, ou um software, ou até mesmo achar caro o preço de um programa comercial, lembre-se de quantas pessoas estão envolvidas, do tempo e do esforço demandados na criação daquele produto. E só para não esquecer, copiar software sem autorização (pirataria) é crime e pode custar muito caro. Muito mesmo!! Então, valorize o tempo e o conhecimento desses profissionais e até o nosso próximo encontro.

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EMPREENDEDORISMO

POR QUE EMPRESAS CONTINUAM FALINDO? Como 40% das pequenas empresas vão falir no primeiro ano e 80% nos próximos cinco anos nos EUA

POR FERNANDA MELO

FERNANDA MELO Consultora de Empresas @femelo.co

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“O problema com a maioria das empresas falidas que encontrei não é que seus proprietários não saibam o suficiente sobre finanças, marketing, gestão e operações - eles não sabem, mas essas coisas são fáceis de aprender - mas que eles gastam seu tempo e energia defendendo o que eles pensam que sabem.” - Michael E. Gerber (The E-Myth: Why Most Small Businesses Don’t Work and What to Do About it). No bestseller de Michael E. Gerber, “The E-Myth: Porque a maioria dos pequenos negócios não dão certo e o que fazer a respeito disso”, são citadas estatísticas impressionantes sobre micro e pequenas empresas nos EUA: - 40% das micro/pequenas empresas vão falir no primeiro ano; e - 80% das que sobreviverem vão falir nos próximos 5 anos. Essa realidade não existe só nos EUA; no Brasil, 80% das micro e pequenas empresas desaparecem no primeiro ano. Em seu livro, Micha-

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el revela alguns dos principais problemas que leva um empreendedor a falência. A raiz da maioria dos problemas citados por ele é, geralmente, um empreendedor que não quer abrir mão de defender ideias não testadas sobre gestão operacional, finanças e marketing. Quando se trata de cuidar da gestão operacional de uma empresa, da parte financeira e das estratégias de marketing, Michael explica que não é necessário reinventar a roda. Existem sistemas e estratégias testadas e aprovadas por milhões de empresas. Um empreendedor que deseja fugir da falência, precisa rapidamente implementar sistemas que funcionam, e em alguns casos, vai precisar de ajuda profissional para fazer isso. Inovar e tentar algo novo deve sempre fazer parte da vida de quem empreende, mas a inovação deve existir para resolver um problema novo, não para substituir sistemas que já geraram resultados impressionantes para

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outros empreendedores durante muitos anos! Uma futura empreendedora que acabou de concluir a faculdade de odontologia, por exemplo, e agora vai abrir seu consultório dentário, vai precisar encarar a realidade que passou os últimos anos estudando odontologia e não administração de empresas. E provavelmente, não vai conseguir dedicar todos os anos que um consultor administrativo, ou um pesquisador como Michael E. Gerber dedicou atendendo empresas e desenvolvendo sistemas que já geraram resultados positivos para outras empresas. Nesse caso a nova dentista tem duas opções: tentar ser dentista e administradora baseado em seu conhecimento limitado (pois passou sua vida se dedicando a odontologia) ou buscar ajuda profissional e implementar sistemas testados e aprovados em sua nova empresa por especialistas em administração. A segunda opção vai ao longo prazo economizar tempo, energia e dinheiro para essa nova empreendedora. Ao mesmo tempo, vai exigir

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dela humildade de reconhecer que talvez sua expertise não se aplica a tudo que sua empresa precisa e é exatamente por isso que muitos empreendedores falham. Sim, existem empreendedores que possuem habilidades naturais de administração, mas infelizmente são a minoria. A maior parte dos empreendedores como a nova dentista, são experts de seus serviços, produtos e não da parte administrativa de sua empresa. Um ótimo serviço ainda precisa de uma estratégia de marketing para apresentá-lo ao seu cliente ideal. Um excelente produto ainda precisa de um sistema de vendas para que ele seja vendido. Uma micro e pequena empresa não vai sobreviver somente com um bom produto ou serviço, e essa regra não se aplica somente para micro e pequeno empreendedores, os gigantes do mercado também dependem de bons sistemas para sobreviver. Provavelmente, há 10 anos atrás, o Walmart nunca iria imaginar que uma empresa emergente chamada Amazon, iria invadir

seu mercado online de vendas de produtos. Nem estava no radar da UPS e do Fedex que uma empresa especializada em vendas online iria competir no seu monopolizado mercado de entregas. O Walmart, a UPS e o Fedex foram surpresos com o fenômeno de uma boa ideia alinhada com um bom sistema. Jeff Bezos pesquisou e trabalhou com excelentes profissionais especializados para criar o melhor sistema de vendas online com o melhor sistema de entregas e assim a Amazon ultrapassou 1,7 trilhões de valor de mercado de acordo com o Factset em 2020. Enquanto o Walmart, que tem 58 anos de mercado, ficou em 514,504 bilhões, o UPS em 60 bilhões e o Fedex 73 bilhões. Michael E. Gerber diz em seu livro que apesar de existir um arsenal de ótima informação sobre gestão e excelentes profissionais disponíveis para ajudar um empreendedor a proteger seu negócio da falência, a maior parte deles ainda vai falir. O problema não está - como ele mesmo disse - na falta da informação, mas na resistência de aprender.

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CANAL HIPÓCRITAS:

EXPONDO A HIPOCRISIA SOCIAL ATRAVÉS DO HUMOR E DA ARTE Com uma visão ácida e bem humorada, eles conquistaram a direita conservadora brasileira

POR THAÍS PARTAMIAN VICTORELLO

E

les se destacam em meio a atual classe artística brasileira, não só pelo talento e criatividade, mas também por “nadarem contra a maré”, sendo contra o chamado “politicamente correto”. Formado por Augusto Pacheco, Bismark Fugazza e Paulo Souza, o Canal Hipócritas, surgiu em 2014 em meio à super-faturada Copa do Mundo sediada no Brasil, um prato cheio para ideias de vídeos com humor ácido, para levar a sociedade a reflexão da realidade vivida pelo país naquele momento. Mas foi só em meados de 2017 que o trio percebeu o real potencial de alcance do canal, tanto no YouTube, como também nas redes sociais e começou a produzir vídeos frequentemente, o que os levou a cair nas graças do grande público que estava sedento por um tipo de humor que denunciasse e expusesse a hipocrisia da esquerda brasileira, e que se colocasse em defesa dos valores morais, éticos e conservadores da direita.

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@thaisvictorello

Com o despertar da sociedade brasileira para o cenário político, diante do resultado das eleições presidenciais de 2018, não demorou muito para o grupo alcançar uma enorme popularidade e uma verdadeira legião de admiradores e também de haters. Sem patrocínio ou verbas de incentivo a cultura, o canal de humor não possui nenhum patrocinador, doador ou qualquer tipo de aporte financeiro, os recursos são exclusivamente dos trabalhos e projetos que realizam. Durante a pandemia o grupo de humoristas, que são cristãos, se reinventaram e além dos vídeos para o YouTube e das camisetas que vendem no site, eles também criaram um espetáculo online, onde os recursos da venda dos ingressos os ajuda a manter a qualidade da produção de conteúdo de forma idônea e sem nenhum tipo de interferência, mantendo assim o propósito e ideal do canal. O Canal Hipócritas chamou a atenção não só do

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O Canal Hipócritas já soma quase 1 milhão de inscritos no YouTube - Foto: Divulgação

grande público da direita do Brasil, mas também de pessoas do meio político e do cenário artístico brasileiro. A conta oficial do Presidente da República Jair Bolsonaro no Instagram, bem como dos seus filhos: Carlos, Flavio e Eduardo, segue o Canal Hipócritas, a atriz e ex-Secretária da Educação, Regina Duarte também, não só segue como curti, comenta e tece elogios aos vídeos publicados na página oficial do canal. O grupo já foi entrevistado pelo programa “Pânico”, na rádio Jovem Pan e no canal da jornalista Leda Nagle, no Youtube. Fora do eixo Rio-São Paulo, Augusto, Bismark e Paulo residem na região de Santa Catarina com suas

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respectivas famílias (todos casados e com filhos) e, apesar do sucesso na internet, levam uma vida comum quando não estão gravando. A revista Exato bateu um papo, com exclusividade, com o trio para conhecer um pouco mais sobre a trajetória do grupo de humor, que quando necessário também sabe falar sério e que, tem oferecido aos internautas um entretenimento inteligente e de qualidade que vai na contramão da cultura contaminada pelo “politicamente correto”, o que já rendeu a eles processos, ameaças e desafetos. Confira a entrevista: EXATO: Como, onde e quando vocês se conheceram?

Hipócritas: No início de 2016, quando o Canal Hipócritas já existia há quase 2 anos, um amigo em comum indicou ao Paulo que procurasse o Augusto para realizar a captação de áudio para um determinado vídeo do canal. A princípio foi um contato pontual, apenas para aquele serviço. Na metade desse mesmo ano, por indicação de um outro amigo em comum, Paulo começou a trabalhar na empresa do Bismark (venda de containers). Depois de um ano trabalhando na empresa, na metade de 2017, Bismark se oferece pra ser sócio no Canal Hipócritas, que já estava parado há um ano sem postagens, possibilitando que ele (Paulo) continuasse como empregado na

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O ÚNICO PATROCÍNIO QUE RECEBEMOS ATÉ HOJE É DOS PRÓPRIOS INSCRITOS SEGUIDORES DO CANAL... YouTube, inspirado em outros que já faziam sucesso na época, como Porta dos Fundos e Desconfinados. Paulo já tinha alguns textos escritos nessa época. Juntos, eles convidaram um terceiro parceiro (André) que viria a ser o videomaker nos primeiros vídeos do canal. Augusto e Bismark viriam a fazer parte apenas 3 anos depois. EXATO: Como se deu a escolha do nome “Hipócritas”? Paulo Souza é um dos idealizadores do Canal Hipócritas - Foto: Divulgação

empresa, mas se dedicando ao Hipócritas. Com a retomada do canal, fez-se necessário um novo vídeo maker pra captação de áudio e vídeo. Paulo então retomou o contato com Augusto, que realizou alguns trabalhos para o canal como freelancer e algumas semanas depois foi convidado por Paulo e Bismark para se tornar o terceiro sócio do Canal Hipócritas.

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EXATO: Como surgiu a ideia de criar o “Hipócritas”? Hipócritas: Em 2014, alguns meses depois de ser demitido da BRF, empresa onde trabalhou por quase 8 anos, e tendo encerrado um curso profissionalizante de ator pouco mais de um ano antes, Paulo convidou um amigo da igreja (Iago) pra iniciar um canal de enquetes pro

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Hipócritas: Em 2013, um ano antes de iniciar efetivamente, Paulo fez uma reunião com alguns amigos pra discutir a ideia de um canal no YouTube. Nessa reunião, um amigo chamado Douglas sugeriu que houvesse um quadro chamado Hipócritas que denunciasse as hipocrisias sociais de forma geral. A sugestão acabou dando nome ao canal, e não a apenas um quadro. EXATO: Qual era o objetivo inicial de vocês ao formarem o “Hipócritas”?

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Hipócritas: Fazermos vídeos de humor, que tivessem ou não, críticas sociais. EXATO: Qual foi o primeiro vídeo que viralizou? Hipócritas: Difícil especificar... Houve vários vídeos que viralizaram em algum nível. Mas o vídeo Bolsomito (paródia da música Despacito, que é o vídeo com mais visualizações no canal até hoje e que marcou o retorno do canal, com a chegada do Bismark), foi um dos primeiros a viralizar. Depois temos “Lula condenado” e o “Policial politicamente correto” que acreditamos ser o vídeo mais visto do canal con-

TEMOS UMA FORTE CONVICÇÃO DE QUE FAZEMOS PARTE DE UM MOMENTO HISTÓRICO PARA O BRASIL E QUE SERÁ LEMBRADO PRA SEMPRE COMO O INÍCIO DE UMA RUPTURA DOLOROSA, MAS NECESSÁRIA...

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Bismark Fugazza acreditou no potencial do canal que tem alcançado cada vez mais internautas no YouTube e nas redes sociais - Foto: Divulgação

tando todas as páginas em diferentes redes sociais que o repostaram.

que estão em alta naquele momento. Isso requer estar antenado nos principais acontecimentos. Num EXATO: Como se dá o processo grupo que temos em comum, lande criação para as pautas dos ví- çamos as possíveis pautas do que deos? está ocorrendo e tentamos ter uma “sacada” sobre o assunto, que seHipócritas: Apesar de termos víria como falar sobre aquilo de uma deos também atemporais, trabalhamaneira pouco convencional e que mos especialmente com assuntos chame a atenção. Decidido isso, ge-

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conta a história da criação do mundo, onde os personagens são Deus, a Serpente, Adão e Eva; “Roubaram até o Natal”, que conta a história de 3 ajudantes do Papai Noel que são os principais suspeitos pelo desaparecimento do bom velhinho, onde os personagens são uma rena, um boneco de neve e um duende. EXATO: Quando vocês perceberam que o canal estava ganhando um alcance considerável? Hipócritas: Algo também difícil de especificar, pois cada conquista naquele momento representa um alcance considerável. Um desses momentos foi quando alcançamos 100 mil inscritos, após a divulgação do nosso trabalho em um video do

Augusto Pacheco completa o trio do Canal Hipócritas - Foto: Divulgação

ralmente é o Paulo que parte para a confecção do roteiro. EXATO: Vocês tem uma produção para fazer o roteiro, a continuidade e a edição dos vídeos, ou tudo é produzido por vocês três?

tado e editado por 2 de nós. Os outros 20% ou contam ainda apenas com nós 3 ou com alguma ajuda esporádica de terceiros com algum roteiro, atuação ou figuração. EXATO: Quais peças teatrais vocês já fizeram como “Hipócritas”?

Hipócritas: Provavelmente 80% dos vídeos do canal foi completaHipócritas: Por enquanto duas: mente escrito, produzido, interpre- “No princípio era a Hipocrisia”, que

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NAS ÚLTIMAS DÉCADAS MUITOS VALORES JUDAICOCRISTÃOS, QUE SÃO A BASE DA SOCIEDADE OCIDENTAL, VEM SENDO SUBVERTIDOS EM NOME DA ‘LIBERDADE’...

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NÓS FIZEMOS PARTE DESSE GRANDE MOVIMENTO DE POLITIZAÇÃO PELO QUAL BOA PARTE DOS BRASILEIROS PASSOU NA ÚLTIMA DÉCADA. Augusto Pacheco e Paulo Souza posam ao lado do Presidente Jair Bolsonaro, em recente encontro - Foto: Arquivo pessoal

Youtuber Nando Moura. Participações em programas como Morning Show e Pânico na Rádio também foram marcantes. E mais recentemente tivemos a oportunidade de jantar com o presidente da República, junto com outras personalidades conhecidas no cenário nacional. EXATO: Em tempos de polarização na internet, como vocês lidam com os haters? Hipócritas: Na maioria das vezes os ignoramos. Algumas vezes os expomos, colocando seus comentários em destaque e deixamos nosso público nos defender nos comentários. EXATO: Vocês acreditam que existe uma tendência contempo-

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rânea de inverter valores sócio-culturais? Hipócritas: Certamente. Isso já é uma realidade. Nas últimas décadas muitos valores judaico-cristãos, que são a base da sociedade ocidental, vem sendo subvertidos em nome da “liberdade”. O progressismo através do marxismo é uma das grandes ferramentas que vem sendo usadas pra isso. Por isso costumamos dizer que realizamos atualmente um trabalho de contra-cultura. EXATO: Vocês já foram processados? Hipócritas: Sim, algumas vezes. Uma vez em 2018, pelo então candidato a presidência Guilherme Boulos que queria a retirada de vídeos

nossos do ar onde ele era citado. E também outros vários processos pelo prefeito da nossa cidade, pelo seu filho que é vereador e por candidatos da sua coligação, por vídeos de críticas que fizemos nas duas últimas eleições: 2018 e 2020. EXATO: Vocês contam com algum tipo de patrocínio para manter as produções? Hipócritas: O único patrocínio que recebemos até hoje é dos próprios inscritos e seguidores do canal que nos ajudam através de apoios financeiros recorrentes ou pontuais por depósitos, membresia do YouTube ou sites de apoio coletivo. EXATO: Recentemente vocês estiveram pessoalmente com o Presidente da República Jair Bolsonaro. Como, quando e onde se deu esse encontro?

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QUEREMOS MUITO NOS APRESENTAR AÍ NOS EUA, SERIA FANTÁSTICO, A REALIZAÇÃO DE UM SONHO, CONHECER A TERRA DO TIO SAM... humor e da conscientização que representa a voz e desejo de uma parcela enorme e crescente do povo brasileiro que não se sentia representada por outros canais ou profissionais neste mesmo segmento.

Hipócritas: Recentemente, em uma viagem pra Brasília, onde tivemos uma reunião com o secretário da Cultura, Mario Frias, fomos convidados pela deputada Bia Kicis para participar de um jantar na casa do secretário da pesca Jorge Seif, a quem conhecemos naquela oportunidade e de quem nos tornamos grandes amigos. Na recente visita do presidente a Santa Catarina, Jorge Seif que é daqui do estado, organizou um jantar para o presidente, no qual convidou algumas personalidades da região incluindo o empresario Luciano Hang e o apresentador Ratinho. Por admirar

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o trabalho do canal e pela recente amizade, Jorge Seif nos convidou pra também participarmos do jantar. EXATO: O presidente já conhecia o trabalho de vocês? Hipócritas: Sim, soubemos que ele acompanha nosso trabalho há algum tempo e inclusive seu perfil oficial segue nosso perfil (Canal Hipócritas) no Instagram. EXATO: A que se dá o crescente sucesso do Canal Hipócritas? Hipócritas: Entendemos que o canal realiza um serviço através do

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EXATO: Vocês acreditam que existe uma movimentação nacional crescente na direção de resgatar princípios morais e éticos no Brasil? Hipócritas: Sim. Temos uma forte convicção de que fazemos parte de um momento histórico para o Brasil e que será lembrado pra sempre como o início de uma ruptura dolorosa, mas necessária, com um sistema corrompido que vigorava por décadas, que politicamente, aparelhava instituições e culturalmente subvertia valores e estava levando o país para um futuro obscuro e caótico. EXATO: Vocês sempre acompa-

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nharam a política brasileira? Hipócritas: Não. Nós fizemos parte desse grande movimento de politização pelo qual boa parte dos brasileiros passou na última década. A ideia inicial do Canal Hipócritas nem mesmo era realizar humor ou críticas maciçamente políticas, mas apenas humor. Fomos praticamente empurrados e compelidos a nos posicionar e utilizar o canal também como ferramenta de conscientização política visto a polarização extrema pela qual passamos e que não pudemos ignorar, já que muitas intenções sociais doentias e projetos políticos nocivos vinham sendo expostos e denunciados. EXATO: Vocês já sofream censura e ameaças nas redes sociais? Hipócritas: De vez em quando algum hater enfurecido promete que vai nos destruir, e acabar com nosso canal. Quando mexemos com política local no nosso município sentimos essa pressão mais próxima até com um episódio não tão grave, mas real, de tentativa de intimidação não apenas virtual, mas presencial enquanto gravavámos um video na rua. Quanto à censura, vez em quando um video nosso é retirado do ar ou desmonetizado por violar alguma regra de alguma das plataformas. Além disso os primeiros 4 vídeos da série “Policial politicamente correto” estão indisponíveis até hoje no YouTube por ordem judicial, por termos utilizado a logo da polícia civil de São Paulo no fundo da imagem, apesar dos vídeos terem claramente cunho satírico e humorístico. EXATO: Vocês se adaptaram a questão da pandemia e no final do ano criaram o teatro de natal online. Como surgiu a ideia e como foi a experiência?

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Hipócritas: A ideia surgiu em um almoço onde nós percebemos a possibilidade de, assim como outros artistas que estavam lançando shows através de lives, nós também poderíamos lançar nosso espetáculo online. Já tínhamos a primeira peça roteirizada, a qual apresentamos em algumas capitais brasileiras e tivemos apenas que adaptar algumas piadas para o contexto atual, já que inicialmente ela retratava os assuntos que estavam em alta no final de 2018, quando ela foi escrita. O resultado foi ótimo e nos impulsionou a criarmos uma segunda peça, desta vez um especial de Natal, que graças a Deus, obteve o mesmo sucesso. E já temos outras planejadas. Vem mais por aí. EXATO: Quais são os projetos do Hipócritas para 2021? Hipócritas: O que já temos planejado é: pelo menos mais duas peças online esse ano, uma de páscoa e outra de fim de ano; um curso no meio do ano, também online; e se tudo der certo, um longa metragem e um série pra streaming. Isso, além

É INACREDITÁVEL PENSAR QUE ALGO QUE COMEÇOU TÃO PEQUENO POSSA TER CHEGADO TÃO LONGE.

é claro, de continuarmos denunciando as hipocrisias no nosso canal do YouTube. EXATO: Quando as coisas normalizarem e a pandemia terminar, vocês pretendem se apresentar nos teatros no Brasil e fazer turnê no exterior? Hipócritas: No exterior com certeza, queremos muito nos apresentarmos aí nos EUA, seria fantástico, a realização de um sonho, conhecer a terra do Tio Sam. Apenas o Augusto já esteve aí, mas não pra apresentar, então seria uma nova experiência pra ele também. Se possível e também se tiver público o bastante, apresentar na Europa. Outro sonho. Quanto ao Brasil, vamos avaliar ainda, pois os custos pra apresentar presencialmente são bem altos, então temos que planejar com calma. EXATO: Deixe um recado para os brasileiros que acompanham o trabalho de vcs nos Estados Unidos. Hipócritas: Nós ficamos muito felizes de saber que há pessoas que nos acompanham por aí. É inacreditável pensar que algo que começou tão pequeno possa ter chegado tão longe. Nosso muito obrigado a vocês, que apesar da distância, lutam e torcem por um Brasil um pouco mais justo e seguro. Um Brasil que proporcione o que vocês vivenciam aí em questão de oportunidades e qualidade de vida. Tamo junto.

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Paulo e Augusto durante entrevista para o programa “Pânico”, na rádio Jovem Pan - Foto: Divulgação BATE-BOLA: Inspiração: Jesus Cristo, somos dardos errantes buscando esse alvo. Pandemia: Arma política através de terror em massa.

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Vacina Coronavac: Você primeiro. China: Usa o melhor do capitalismo pra promover o pior do comunismo. Esquerda brasileira: Ignorante ou mal intencionada, ou um

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ou outro. Politicamente correto: Ferramenta de controle social. Sucesso: Deixar um legado. Deus: Princípio e fim.

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ECONOMIA

O PROVÁVEL COMPORTAMENTO DO DÓLAR NO INÍCIO DO GOVERNO BIDEN A moeda passou a se enfraquecer desde a vitória de Joe Biden

POR VERNAN W. AURÉLIO

VERNAN W. AURÉLIO Economista @vernanjonas

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comportamento do dólar no governo de Joe Biden é uma das principais questões que interessam a investidores. No que depender da futura secretária do Tesouro, Janet Yellen, essa será uma decisão que caberá às forças de mercado, e não a uma vontade deliberada do governo da maior economia do mundo. Essa foi a posição que Yellen defendeu na sabatina a que foi submetida no Congresso americano na terça-feira, 19, em Washington. A ex-presidente do Federal Reserve (o Fed, o banco central americano) deve deixar claro que não terá

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como política buscar enfraquecer o dólar para favorecer a competitividade de produtos americanos exportados, uma posição defendida e cobrada com veemência pelo atual presidente Donald Trump ao longo do seu mandato. Para Yellen, a cotação do dólar deverá ser determinada pelas forças de mercado, como acontece em economias de livre mercado. A moeda passou a se enfraquecer desde a vitória de Joe Biden nas eleições de novembro, diante da expectativa de que o próximo presidente dos Estados Unidos vai acelerar os gastos fiscais para tentar estimular a

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ainda cambaleante economia. “O valor do dólar americano e de outras moedas deveria ser determinado pelos mercados. Os mercados se ajustam para refletir variações no desempennho econômico e em geral facilitam ajustes na economia global”, disse Yellen de acordo com informações do WSJ. A fraqueza do dólar tende a beneficiar mercados emergentes como o brasileiro, na medida em que valoriza ativos denominados www.revistaexato.com

em moeda estrangeira, é correlacionado com a alta nas cotações de commodities e favorece a captação de empresas no mercado global. Os EUA adotaram a política de favorecer um dólar “forte” em 1995, com o fim dos pedidos para outros países valorizarem suas moedas. Embora o mantra tenha evoluído de um secretário do Tesouro para outro, nenhum governo até os anos de Trump comunicou, como o presidente o fez em 2017, que o dólar

estava “ficando forte demais”. Embora às vezes endossassem um dólar forte – sempre a partir de uma perspectiva de longo prazo -, Trump e o secretário do Tesouro de seu governo, Steven Mnuchin, disseram que uma moeda mais fraca ajudaria as exportações americanas. Mnuchin também disse que um “dólar excessivamente forte” poderia ter efeitos negativos de curto prazo na economia dos EUA.

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