Revista FEUC em Foco - Edição 13 (junho/2013)

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Revista

Ano 4 • Nº 13 • junho de 2013 • www.feuc.br/revista

em foco

CAEL

Cursos técnicos em sintonia com mercado de trabalho aquecido 1


Artigo Erivelto Reis Mestrando em Literatura Portuguesa Contemporânea (UFRJ) e professor de Língua Portuguesa e Literaturas das FIC

FEUC: Uma história cultural de sucesso

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uem conhece a FEUC sabe que não é de hoje (na verdade, há mais de cinquenta anos) que ela se destaca na formação de profissionais bem sucedidos em todos os cursos que oferece. Nas áreas da Matemática, da História, das Ciências Sociais, da Pedagogia, da Geografia, da Licenciatura e do Bacharelado em Sistemas de Informação, e nas Letras — Português/Inglês, Português/Espanhol e Português/Literaturas —, as Faculdades Integradas Campo-Grandenses têm conseguido cada vez mais êxito como formadora de profissionais de alto gabarito. As “Semanas acadêmicas” e os eventos institucionais (Semana de Estágio e Mercado de Trabalho, Jornada de Educação, Fórum de Educação, Ciência e Cultura, Dia Nacional da Responsabilidade Social e Semana da Pós-Graduação) abrem espaço para o Teatro (artistas convidados e performances teatrais encenadas pelos próprios alunos), a Poesia, a Literatura, Exposições de Artes Plásticas e Artesanato, Apresentações Musicais (nossos alunos e alguns professores têm agregado seu talento à atividade didática durante esses eventos). Essas atividades ocorrem em todos os espaços da Instituição e são abertas à comunidade.

Devem ser lembrados, ainda, os inúmeros trabalhos de campo e passeios culturais desenvolvidos por professores de todas as turmas de graduação e pela Coordenação de Pós-Graduação das FIC. Os discentes são organizados em grupos e ocorrem saídas para idas a museus, espetáculos de teatro, concertos musicais, Centros Culturais nas mais diversas exposições e programações, cidades e lugares históricos, a própria cidade do Rio de Janeiro e seus pontos turísticos, visitas à Universidade Rural, UFRJ, UFF, UERJ, à Bienal Internacional do Livro, ao Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo — para citar apenas algumas das atividades que fazem parte dos trabalhos desenvolvidos por coordenadores e professores das FIC. Espera-se oferecer aos nossos alunos e construir com eles um acervo de conhecimento empírico e também o despertar e/ou o amadurecimento das potencialidades discentes, quem sabe para a prática de talentos relacionados à arte e buscar desenvolvê-los no que concerne à ludicidade e à sensibilidade que devem existir em todos os indivíduos. Afinal de contas, faz parte da história da FEUC promover a Arte, a Educação, a Cultura e valorizar o sucesso profissional de seus alunos. ■

“Espera-se oferecer aos nossos alunos e construir com eles um acervo de conhecimento empírico e também o despertar e/ou amadurecimento das potencialidades discentes”

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Índice Foto: Gian Cornachini

Foto: Gian Cornachini

18 Capa

11 Cinema e Debate

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Passeio Cultural

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O Aluno Pergunta

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Tema em Questão

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Memória FEUC

Cursos técnicos em alta com os alunos e o mercado

Turmas de Letras visitam endereços ‘literários’ do Rio

Seriam os jovens de hoje uma geração alienada?

Autor de ‘Canções do Exílio’ apresenta filme na FEUC

Como é que os professores preparam as suas aulas?

Conheça a história de alguns de nossos fundadores

CAPA: Da esquerda para a direita, os estudantes Fabrício Rehem, Gabriel Monsores Barreto e Juan Victor Paz em laboratório do curso de Automação Industrial do CAEL. (Foto: Gian Cornachini) FEUC em FOCO é uma publicação impressa e online da Fundação Educacional Unificada Campograndense. Presidente: Wilson Choeri; Diretor Administrativo: Hélio Rosa de Araujo; Diretora de Ensino: Arlene da Fonseca Figueira; Diretor Superintendente: Durval Neves da Silva; Periodicidade: trimestral; Tiragem: 5.000 exemplares; Site: www.revistadigital.feuc.br. Edição: Tania Neves; Estagiário: Gian Cornachini; Marketing: Bruno Rivéro;

Considerações e opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores, não refletindo, necessariamente, a posição da FEUC.

Editorial Q

uantas vezes nos últimos tempos você leu em algum lugar ou ouviu alguém falar sobre a importância do Ensino Técnico para ajudar no crescimento sustentável do país? Da presidente da República aos pais de candidatos a uma vaga nas escolas técnicas, não há quem não reconheça que a capacitação profissional dos jovens, aliada a uma boa educação geral, é fundamental para melhorar o panorama do trabalho e do emprego no Brasil. E nossa matéria de capa mostra que o CAEL, com seus 12 cursos técnicos, está cumprindo com louvor a tarefa de educar para a vida e para o mercado de trabalho. Nesta edição trazemos também alguns desdobramentos de eventos recentes, como uma entrevista com o jornalista Geneton Moraes Neto, concedida no dia em que ele veio apresentar seu documentário “Canções do Exílio”; o detalhamento dos projetos do Programa de Iniciação Científica, anunciados durante a Jornada de Educação; um apanhado das manifestações culturais da Semana de Letras; as contribuições dos debatedores do Encontro de Ciências Sociais para o Tema em Questão sobre juventude. Inauguramos a seção Memória FEUC, na qual sempre iremos relembrar alguns detalhes da nossa origem e falar de pessoas que foram importantes para a consolidação da FEUC como uma instituição de ensino comprometida com a comunidade – começando pela professora Leda Corrêa de Noronha, hoje à frente da Unatic. Desejamos que você faça uma boa leitura e interaja conosco no site da revista (http://www.feuc.br/revista). ■ Tania Neves Editora 3


MUNDO

Da série ‘Por isso vale a pena ser professor’ Aconteceu durante a XI Jornada de Educação, em 20 de abril. No palco do auditório, quatro professoras extraordinárias — Aparecida Tiradentes, Gabriela Barbosa, Daniela Patti e Célia Neves — abordavam o papel da ética e da ciência na formação dos docentes. Em suas falas, todas ressaltaram o compromisso que o educador deve ter com a formação humana de seus alunos, lembrando que muitas dessas crianças o terão como modelo, verbalizando a famosa frase “quando crescer, quero ser como você”. Encerrado o debate, o calouro de Licenciatura em História das FIC Alan Felipe Santana Fernandes, de 18 anos, aproximou-se para cumprimentar as palestrantes e fez questão de dar seu depoimento: “Decidi ser professor por causa dela”, disse, abraçando a profes-

Foto: Tania Neves

O calouro de História Alan Felipe abraça a professora Célia sora Célia Neves, que lhe deu aulas de Geografia na Escola Municipal Teodoro Sampaio. “E confirmei a escolha depois de me tornar aluno dela”, com-

Foto: Divulgação

Alunas de Pedagogia em domingo de Ação Social Convidada a participar do Dia de Ação Social do Projeto Amanda — cujo foco é a prevenção do câncer de mama — a professora Janice Souza levou um pouquinho da FEUC no dia 19 de maio para a Escola Municipal Rosária Trotta, onde voluntários do Rotary Club de Campo Grande, Bangu e Itaguaí, além de representantes do Exército, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros prestaram serviços à comunidade. Janice e as alunas do 7º período de Pedagogia Eliza Rosa, Ester Silva, Giselle Arantes, Jesielly da Conceição e Mariana Moreira contribuíram com a parte educativa e cultural: criaram um cantinho

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pletou Alan, apontando para Vivian Zampa, coordenadora de História. Afago maior no ego das duas professoras não poderia haver... ■

Janice (de camiseta roxa) com suas alunas e as crianças na atividade aconchegante na quadra da escola, decorado com tapetes coloridos, as famosas colchas literárias, muitos livros e material de desenho e pintura para receber as crianças que chegavam com seus pais.

A sessão de contação de histórias, que trabalhou o tema “Educação em Direitos Humanos”, encantou o público. “É um modo de abordar valores importantes, de uma forma lúdica”, avaliou Janice. ■


‘E aí, Ricardo, tem aquela foto? E o vídeo?’ As frases acima são das mais ouvidas por Ricardo Nielsen nos corredores da FEUC. Formado em Licenciatura da Computação nas FIC, onde já cursa a segunda especialização, o fotógrafo amador começou a registrar os eventos acadêmicos da instituição meio por acaso, em 2009: uma amiga, que ia apresentar trabalho na Semana de Pedagogia, pediu que ele a clicasse. Ricardo atendeu à convocação. Depois veio a Semana de Letras e a professora Arlene fez o mesmo pedido. O aluno repetiu a dose, e não parou mais:

VAI ACONTECER

“Sempre fui da área tecnológica. Quando você só lida com computador, fica meio antissocial. Esse trabalho aqui é gratificante. Quando me chamam e estou livre, venho com prazer”, diz Ricardo, que disponibiliza em seu site na internet (vai. la/33Mc), em links-diversos, as fotos que faz, para quem quiser baixar. O pagamento que ele recebe? Sessões de terapia: “A interação com o pessoal da área de Humanas me mudou muito, melhorei como pessoa e até como professor. Hoje eu vejo meu aluno com outro olhar”, revela. ■ Foto: Tania Neves

■ A Banda Sinfônica e o coro Ecos Sonoros promovem, dia 29 de junho na FEUC, a partir das 18h, uma Festa da Roça em estilo clássico, com coro, orquestra, solistas e bailarinas, além de muitas guloseimas. O objetivo é angariar fundos para ajudar na viagem do grupo à Itália, em dezembro, para o VII Festival Internacional de Coros. ■ Dia 16 de julho acontece a festa de encerramento do primeiro semestre da Unatic. A jornada contará com apresentações de dança, teatro, coral, demonstrações de ginástica e o tradicional lanche de confraternização do grupo. O CAEL terá intensa programação educativa, cultural e esportiva nas próximas semanas:

■ 27 de junho – Culminância do projeto “Juventude: prevenção é cidadania”, que vem mobilizando as turmas na discussão de temas como sexualidade, drogas, família, segurança no trânsito. Haverá palestras e apresentações culturais, abertas apenas aos alunos.

Ricardo fotografa debate no XV Encontro de Ciências Sociais

Curso de Geografia promove VIII Ciclo de Monografias A 8ª edição do Ciclo de Monografias em Geografia aconteceu dia 25 de abril, e teve na etapa matinal a presença da professora Andrea Xavier, que apresentou sua monografia “Viaduto de Madureira: de território flexível a espaço multicultu-

ral”. À noite, o professor Isaac Rosa falou sobre as etapas de elaboração de uma monografia, e a professora Rosilaine de Sousa relatou sua experiência como ex-aluna. Participaram do evento alunos de Geografia, Pedagogia e Ciências Sociais. ■

■ 6 de julho – Festa Cultural, aberta também aos familiares. A tarde será dedicada a apresentações de dança, desfile de vestimentas e outras manifestações da diversidade cultural brasileira. ■ 8 a 12 de julho – Olimpíadas do CAEL, abertas à torcida dos familiares. Do Maternal ao Ensino Médio, os alunos participam de competições esportivas na quadra ao longo da semana.

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Passeio Cultural Fotos: Gian Cornachini

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Nos passos das letras e artes Curso de Letras levou alunos para conhecer lugares históricos e culturais do Centro do Rio Por Gian Cornachini

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Cidade Maravilhosa hospeda muitos centros culturais e de memória da história brasileira. No Rio de Janeiro, nasceram pessoas que se tornaram grandes nomes da música e da literatura nacional. No entanto, os lugares em que essas pessoas viveram e as inspiraram a compor suas obras são, principalmente para quem mora na Zona Oeste do Rio, distantes e, muitas vezes, desconhecidos. O curso de Letras das Faculdades Integradas Campo-Grandenses (FIC/ FEUC) reconhece que muitos estudantes da graduação não tiveram oportunidade de visitar exposições, teatros, museus e conhecer, de perto, cenários muito presentes na história do país. Por isso, a cada semestre, o curso realiza um passeio cultural para levar os alunos a conhecerem tais lugares. O passeio cultural não é apenas uma excursão, mas uma atividade de campo. Todo o conteúdo dado em sala de aula, especialmente sobre literatura, faz mais sentido ao estudante quando

ele passa a conhecer os locais presentes em narrativas literárias, como explica o coordenador do projeto, o professor Erivelto Reis: “Aquilo que a gente estuda em sala de aula acaba ganhando corpo. A teoria sai do papel e ganha vida, porque o aluno tem a oportunidade de ver, vivenciar, de entender e tirar suas próprias conclusões de maneira mais aprofundada”, explica o professor, entusiasmado com o projeto. No dia 27 de abril, aconteceu a segunda edição do passeio cultural. Os estudantes puderam fazer um percurso pelo Centro do Rio e conhecer espaços presentes na vida e na obra do autor Machado de Assis, como a rua do Ouvidor e a Confeitaria Colombo; um dos endereços em que a cantora Carmen Miranda morou, na Travessa do Comércio; a exposição permanente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj); o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB); e a feira de antiguidades da Praça XV de Novembro. O ônibus — que levou os estudantes das disciplinas de arte literária, cultura literária brasileira e poesia portugue-

(1) Grupo em frente à Alerj; (2) Erivelto na feira de antiguidades da Praça XV; (3) Grupo na Travessa do Comércio; (4) Alunos folheiam livros usados da feira 6


Foto: Gian Cornachini

Os estudantes Carla Aguiar e Roberto Lincoln observam exposição da Confeitaria Colombo em primeira visita da aluna a locais históricos Foto: Gian Cornachini

sa — saiu da FEUC logo pela manhã, às 8h, e só retornou às 16h. O motorista, Ernandes Mário Abreu da Silva, prontificou-se a desejar um bom passeio aos estudantes: “É um prazer colaborar com quem trabalha com a educação do nosso país”, valorizou Ernandes. Em meio aos quase 50 participantes da atividade, foi possível encontrar estudantes que nunca visitaram um museu ou, até mesmo, jamais haviam feito um passeio pelo Centro da cidade. Carla Aguiar tem 26 anos, está no 2º período de Inglês e mora em Campo Grande. A estudante estava animada com a atividade de campo: “Nunca visitei esses lugares. Eu estudava à noite em escola pública e trabalhava de dia. Sinto que faltava incentivo na escola para este tipo de coisa. Tenho muita vontade de conhecê-los!”, disse. Outro caso é o da estudante Angela Lopes, de 33 anos, do 5º período de Literaturas. Ela contou que sua ida ao Centro era sempre burocrática: “Só vou resolver problemas, fazer entrevista de emprego ou comprar alguma coisa. Quando passava na frente dos museus, sentia uma vontade de entrar. Agora, vou poder conhecê-los”, afirmou Angela. Ao fim do passeio, Carla ficou surpresa com o novo olhar que teve sobre os espaços conhecidos: “A gente anda na correria do dia a dia e não presta atenção nesses lugares. Quando a gente vai com outro olhar, conhece histórias que nem imaginava existirem”, analisou a estudante. Angela também aproveitou a atividade de campo. Questionada sobre o que achou do passeio, pausadamente ela respondeu: “Ma-ra-vi-lho-so!”. E completou: “Gostei de ter essa ótima experiência para minha vida. Vou até trazer meu filho de 11 anos para visitar os lugares aos quais eu fui. Não vou deixá-lo ficar mais velho para que tenha esse conhecimento. Agora que eu aprendi bastante, vou explicar tudo para ele”. ■ Angela Lopes posa em frente à Confeitaria Colombo e opina sobre o passeio: “Ma-ra-vi-lho-so!” 7


Semana de Letras Foto: Gian Cornachini

Flávio no violão e Umberto no vocal: dupla foi a atração da noite

Pela valorização de artis A tradicional Semana de Letras chegou em sua 22ª edição e se deu a mais um objetivo: promover a cultura de Campo Grande e região Por Gian Cornachini

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ntre 13 e 15 de maio, o curso de Letras das FIC promoveu a XXII Semana de Letras. Durante as manhãs e noites daqueles três dias, o público interno e externo pôde participar de palestras, minicursos, mesas-redondas e oficinas, em sua maioria voltadas para o tema desta edição da Semana: “O papel da língua e da literatura na formação do indivíduo: uma questão de direitos humanos”. A extensa programação oferecida — foram 55 atividades e 68 palestrantes diferentes — atraiu um número de participantes que chegou a quase 350 pessoas, sem contar os visitantes. 8

No primeiro dia do evento mais importante do curso, a coordenadora, professora Arlene da Fonseca Figueira, disse a seguinte frase: “Não faz sentido separar a universidade dos artistas de nossa região”. Arlene se referia, principalmente, ao poeta Primitivo Paes, que faleceu em janeiro deste ano. O poeta pernambucano era morador do bairro de Campo Grande há mais de 30 anos e frequentava, nos últimos tempos, todas as atividades do curso, declamava seus poemas e fazia até apresentações teatrais. A XXII Semana de Letras homenageou o poeta em sua abertura e renomeou o Núcleo de Estudos em Linguagem (NEL) para “Núcleo de Estudos em

Linguagem poeta Primitivo Paes”. O poeta foi uma das personalidades que a FEUC acolheu, abrindo espaço para que ele, até então pouco conhecido em Campo Grande, pudesse levar o seu trabalho a um público mais amplo, principalmente no ambiente acadêmico. E uma atividade do último dia da Semana de Letras deu uma boa receita de como começar a abrir as portas da FEUC para que a arte trafegue com mais naturalidade e se potencialize em um espaço de disseminação de conhecimento. O sarau poético-musical “Vinícius: a vida que me desculpe, mas a arte é fundamental”, fez uma homenagem ao compositor brasileiro Vinícius


Foto: Gian Cornachini

Foto: Gian Cornachini

Erivelto Reis, professor do curso de Letras, declamou poesias

Cícero Batista analisou poemas de homenagem a Vinícus de Moraes

stas da Zona Oeste do Rio de Moraes por meio de apresentações musicais, análises e declamação de poemas. Os artistas da noite foram os quatro professores que conduziram a atividade: Cícero Batista, Flávio Pimentel e Erivelto Reis, do curso de Letras, e Umberto Eller, do curso de Ciências Sociais. Umberto e Flávio foram a atração do evento: poucos conheciam o lado musical de Eller como cantor e de Pimentel como violonista. O professor Umberto acredita que os artistas desconhecidos não são visibilizados, de certa maneira, por culpa da mídia: “Por mais que [a FEUC] seja um espaço em que as pessoas estejam ficando esclarecidas, é inegável a influência da mídia ditando aquilo que é bom. As pessoas acham que só há coisas boas naquilo que a mídia passa”, supõe Umberto. Cícero também fez uma crítica à desvalorização da arte regional: “Atualmente, há uma preo-

cupação com a quantificação de tudo, infelizmente. Cultura é flor que demora a pegar. É como uma flor: às vezes pega, às vezes não. Mas em Campo Grande coisas belas podem muito bem florir e merecem ser vistas por um pú-

Evento ‘planta semente’ na FEUC para florescer um espaço ainda maior para a cultura local blico bem mais amplo”, avalia Cícero. Para o professor Flávio, abrir espaço para os desconhecidos reforça o papel da instituição na Zona Oeste: “Ela [a FEUC] pode servir de elo e de divulgação. Isso faz as ideias se ventilarem, realizando

uma das funções de uma universidade, que é dar voz e acesso à cultura e discuti-la”, aponta o professor. Em sua 22ª edição, a Semana de Letras plantou mais uma semente da valorização de artistas. O próximo passo é regá-la: “Essa abertura para artistas acontece dentro de uma semana de um curso, mas deve se expandir para toda a instituição e acontecer com mais frequência”, sugere o professor Umberto. Um outro lado dessa história, apontado pelo professor Erivelto, é a troca que há entre cultura e ciência: “A FEUC tem interesse em dialogar com a comunidade, não só para dar voz a ela, mas para ampliar também o conteúdo científico que é produzido aqui”, diz o professor. “Nosso espaço acadêmico é um local dinâmico e pulsante para os debates e discussões que vão até a comunidade externa e promovem mudança social”, reforça o professor. ■ 9


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Cinema e Debate

‘Canções do Exílio’ em sessão especial na FEUC Exibição teve a presença do diretor do documentário, o jornalista Geneton Moraes Neto, que sonha ressuscitar o circuito universitário dos anos 70 Foto: Gian Cornachini

Jards Macalé, Geneton Moraes Neto, Vivian Zampa e Regina Mesquita na mesa de debates

Por Gian Cornachini e Tania Neves

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gente saiu da ditadura para a ditamole”, disse um bem-humorado Jards Macalé ao comparar a violência explícita dos tempos do regime militar com a violência escamoteada dos dias de hoje. “Quem está nos movimentos sociais, na resistência ao capitalismo predatório, sente na pele que a repressão tem sido extremamente violenta”, afirmou a historiadora Regina Mesquita,

referindo-se à ação da polícia contra comunidades que denunciam remoções nas áreas das grandes obras para Copa e Olimpíadas. “Por isso é importante discutir o passado, para que essas coisas não voltem a acontecer”, completou o aluno de História Carlos Eduardo Moreira. A conversa aconteceu dia 4 de maio nos bastidores do evento “Canções do Exílio”, organizado por Moreira junto com o NEHPS. A exibição do documentário do jornalista Geneton Moraes Neto — do

qual Macalé é um dos personagens, ao lado de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Jorge Mautner — foi seguida de debate com alunos e visitantes que lotaram o auditório da FEUC. A mesa-redonda contou com Macalé, Geneton e Regina, e teve mediação da professora Vivian Zampa, coordenadora do curso de História (cobertura completa em http://migre.me/eIL1u). Na ocasião, Geneton concedeu uma entrevista à FEUC em Foco, que você acompanha nas próximas páginas. 11


Cinema e Debate

‘O jornalismo é o primeiro rascunho da História’ FEUC em Foco: Você tem levado seu documentário a plateias bem distintas. Quem considera que reage com mais entusiasmo, a geração que viveu aquela época ou os jovens, que pouco ouvem falar desses temas na escola? Geneton Moraes Neto: A gente está tentando ressuscitar, com esse documentário, uma coisa que saiu de moda, que é o circuito universitário, uma coisa que existia nos anos 70. Eu me lembro dessa época, quando eu era estudante. De vez em quando tinha shows nas universidades, exibição de filmes, debates... Infelizmente, se perdeu um pouco, porque naquele tempo também havia uma militância mais acentuada do que hoje. Já se fizeram muitos documentários com militantes, ex-guerrilheiros, há muitos depoimentos das pessoas que se engajaram na luta política naquele tempo. O diferencial do “Canções do Exílio” é que você pode ver como o AI-5 e aquela época mais dura da ditadura militar afetaram a vida e a carreira de grandes artistas brasileiros como, no caso, Gilberto Gil e Caetano Veloso. Aí a geração mais nova se surpreende porque a maioria não sabe nem que Caetano e Gil foram presos, tiveram os cabelos cortados na prisão. E há também umas cenas no documentário, as histórias que eles contam, que são, eu diria, até meio típicas do temperamento brasileiro: o fato de um sargento ter levado um violão para Gilberto Gil na prisão é uma coisa que talvez não acontecesse na Alemanha, mas aqui no Brasil... FF: O documentário fala de artistas populares, acha que isso pode ser um atrativo para que os jovens, a partir daí, se interessem por saber o que aconteceu naquela época a outras pessoas que não os artistas? GMN: Eu acho. Apesar de se chamar “Canções do Exílio”, o documentário quase não trata de música especificamente, e 12

Foto: Gian Cornachini

Veloso como chamariz para despertar atenção sobre aquela época, mas tem esse efeito, especialmente sobre os mais jovens. FF: Já te ouvimos dizer que uma das poucas coisas boas que o jornalismo pode fazer é produzir memória. Que tipo de memória o jornalismo da mídia hegemônica legará às gerações futuras sobre os dias de hoje?

“Escolhi a bandeira de que fazer jornalismo é produzir memória. Isso eu faço” quando trata de música é justamente música feita naquelas circunstâncias, contra a ditadura, como foi o caso de “Cálice”. Gilberto Gil descreve ali como compôs a música com Chico Buarque. A intenção não foi a de usar Gilberto Gil e Caetano

GMN: Em qualquer profissão você precisa ter uma bandeira. É bom ter uma bandeira que você use para se motivar. No meu caso, escolhi a bandeira de que fazer jornalismo é produzir memória. Isso eu faço, independentemente de onde eu esteja trabalhando. A gente tem que tomar partido dessa democracia absoluta da internet, que é uma revolução super bem-vinda. [A internet] está virando tudo de cabeça para baixo. Acho saudável, pois dessacralizou a figura do jornalista, que antigamente tinha aquela pretensão de ser o único intermediário entre o mundo e o público, e hoje isso mudou totalmente. Independentemente de eu estar na Globo News ou não estar, ter um blog ou não ter, eu guio meu trabalho por isso. E o “Canções do Exílio” foi feito assim, no esquema quase de guerrilha. Um amigo meu tem uma produtora micro, e a gente fez e exibiu no Canal Brasil, depois passou na Globo News também. É o exemplo de que se pode fazer. Aliás, isso eu sempre falo para os mais jovens: em vez de ficar se lamentando, faça. Tinha muito essa cultura da lamentação na minha geração, do tipo “ah, não dá para fazer porque é caro, e não sei o quê...”. Realmente, antes era difícil de você ter acesso a uma câmera de 35mm, mas hoje qualquer estudante secundarista tem um celular com qualidade digital. Então, não tem mais lugar para a lamentação. E é a hora de fazer: pega a câmera e faz, em vez de ficar reclamando que o mundo não liga para você (risos).


FF: Estamos aqui em uma instituição basicamente de formação de professores. Do ponto de vista do uso do conteúdo jornalístico, o que você recomenda a esses graduandos que, em breve, estarão nas salas de aula. Que conteúdo jornalístico esses futuros professores devem buscar, já que hoje a oferta é imensa? GMN: Como estava dizendo, essa revolução [da internet] está mexendo com as estruturas do jornalismo. A única boa notícia para a grande mídia é que o valor da credibilidade nunca antes teve tanta importância. Aconteceu já comigo, eu conto sempre essa história: casualmente, era um sábado à noite e eu vi no Twitter alguém dizendo “O Obama vai falar daqui a pouco e parece que vai anunciar a morte de Bin Laden”. Aí eu fiquei pensando: será que é verdade isso? Quando você tem uma notícia dessas, o que você faz? Vai para o site do The New York Times para ver se é verdade (risos). Foi o que eu fiz, e era verdade. Tinha esse boato de que o Obama iria anunciar e realmente logo depois ele anunciou. Então você tem que pensar: “Onde é que a informação é processada com credibilidade, com qualidade?” É, ainda, nesses grandes meios. Então, independentemente de qualquer coisa, é claro que o professor,

se for usar o jornalismo como fonte, tem que saber que ele é apenas o primeiro rascunho da História. Parece uma frase de efeito, mas é verdade: o jornalismo é o primeiro rascunho da História. Essa é uma bela função do jornalismo, apesar de que há distorções, claro. Mas se o jornalismo se esforçar para oferecer essa matéria prima para os professores, os historiadores, terá cumprido um belo papel.

“Pega a câmera e faz, em vez de ficar reclamando que o mundo não liga para você” FF: Aí depois é com os professores buscarem as contextualizações... GMN: Ah, sim. Depois que eles confrontem e façam... porque no jornalismo, às vezes, não dá tempo de você fazer, a gente trabalha às vezes em horas, né? Não é meu caso hoje. Eu faço os programas com mais tempo de preparo. Mas frequentemente você está lá, você tem duas horas para

fazer uma matéria, não dá tempo de você ficar confrontando tudo, ficar botando as opiniões. Isso é o papel do historiador e do professor. Eu diria que nem é essa a função maior do jornalismo. FF: Já tem algum novo documentário em vista? GMN: Depois desse aí, eu fiz sobre o Joel Silveira, um correspondente de guerra. Vai passar no Canal Brasil agora em junho. E estou tentando reunir uma coisa sobre a Copa de 50. Não sou jornalista esportivo, mas, como 99% dos brasileiros, eu me interesso por futebol, amadoristicamente. E eu fiz em 86 uma entrevista com o Barbosa, que foi o goleiro do Brasil em 50, e fiquei impressionado como aquilo ainda mexia com ele. Então, a partir daí, procurei os outros jogadores, eles estavam todos vivos na época. E entrevistei os 11 que jogaram contra o Uruguai na Copa de 50. Fiz um livro na época chamado “Dossiê 50”, e agora estou pensando em reunir esse material e fazer um documentário que deve ser exibido na Globo News no segundo semestre. Por enquanto não tem nada além das entrevistas com os jogadores, não tem nada feito ainda. É um projeto. ■ Foto: Gian Cornachini

Geneton Moraes Neto concedeu entrevista à revista FEUC em Foco 13


Jornada de Educação

Ética e ciência na formação docente Mesa-redonda discutiu temas que servem como reflexão aos alunos que se engajarão nos primeiros projetos de Iniciação Científica da instituição

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XI Jornada de Educação da FEUC, em abril passado, trouxe para o debate o tema “Ensino, pesquisa e extensão: o papel da ética e da ciência na formação docente”, com uma mesa-redonda reunindo as professoras Gabriela Barbosa (coordenadora da Pós-Graduação), Célia Neves (coordenadora de Ciências Sociais) e as convidadas Aparecida Tiradentes (pesquisadora da Fiocruz) e Daniela Patti do Amaral (coordenadora pedagógica dos cursos de licenciatura da UFRJ), seguida da apresentação do Programa de Iniciação Científica das FIC (veja a cobertura do evento em http://migre.me/ePbV5). Aparecida saudou com entusiasmo o anúncio do PIC, lembrando que a Iniciação Científica ajuda muito o aluno a perder o medo de adentrar o universo acadêmico, impor-se e expor duas ideias diante dos pares, e assim ir cultivando sua vocação. “É emblemático que a FEUC, não sendo ainda um centro universitário — portanto, não ten-

do obrigação frente ao MEC de criar um programa de iniciação científica — tenha feito isso por opção. É mais uma contribuição para elevar a qualidade do ensino”, afirmou. Gabriela Barbosa ressaltou que não se deve confundir um projeto de pesquisa com um mero trabalho de disciplina: “Um projeto de pesquisa tem que ter uma questão clara a ser investigada, emergir de um problema que o indivíduo observa naquela realidade que ele vive ou sobre a qual ele está se debruçando, e que aquele problema o instigue a formular uma questão bem clara e traçar uma metodologia também apropriada para estar dentro do que é uma proposta de pesquisa”, explica a coordenadora, ensinando ainda que o pesquisador deve se perguntar qual contribuição sua pesquisa trará para a sociedade e a serviço de que interesses ela estará. Edital, regulamento e ficha de inscrição para o PIC podem ser acessados no portal da FEUC na internet (www.feuc.br). ■ Foto: Gian Cornachini

Plano de Trabalho bem definido é ponto de partida para a pesquisa 14


Confira a lista de projetos de Iniciação Científica da FEUC Projeto: Relações de poder no bairro de Campo Grande, na Zona Oeste do município do Rio de Janeiro: práticas clientelistas e dominação política / Curso: Licenciatura em Ciências Sociais / Objetivo: Conhecer, entender e analisar as características políticas da região / Orientador: Mauro Lopes / Bolsista: ainda sem inscritos no projeto Projeto: Fontes para o estudo da história de Campo Grande no período colonial / Curso: Licenciatura em História / Objetivo: Apresentar um panorama qualitativo e quantitativo dos múltiplos aspectos relacionados à administração da Freguesia de Nossa Senhora do Desterro de Campo Grande, do século XVII ao início do século XIX, no tocante à documentação do Conselho Ultramarino / Orientadores: Márcia Vasconcellos, Beatriz Oliveira, Nívia Pombo e Vivian Zampa. Participa, também, como orientador o egresso José Américo de Oliveira / Bolsistas: Fabrício Ferreira de Medeiros (2º período/ manhã), Luis Henrique Rodrigues (3º período/noite), Camila Reis Aguiar (5º período/manhã) e Thaís Martins Bias (5º período/manhã)

Projeto: Desbloqueando / Curso: Licenciatura em Matemática / Objetivo: Reforçar o aprendizado da matemática ensinada nas escolas de Ensino Fundamental e de Médio, auxiliando esses estudantes em suas dificuldades apresentadas no estudo da disciplina e, posteriormente, gerar um material de apoio à educação matemática com os principais problemas encontrados nesse processo / Orientador: Alzir Fourny Marinhos / Bolsistas: Tatiana Conceição Torres Caruso (5ºperíodo/manhã) e Leandro de Sousa Martins (2º período/manhã) Projeto: Métodos, contextos e atividades para inserção transversal da Educação Ambiental no Ensino Superior em TI / Curso: Bacharelado em Sistemas de Informação / Objetivo: Nortear o trabalho dos professores do curso e da instituição para que seja aprimorada a forma como os temas transversais (de foco ambiental) podem ser trabalhados nas suas disciplinas / Orientador: Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos / Bolsista: Welton de Azevedo Oliveira (6º período/noite)

Projeto: Introdução à Análise Real para interessados em realizar pós-graduação em matemática / Curso: Licenciatura em Matemática / Objetivo: Preparar alunos, na disciplina “Introdução à Análise Real”, para ingresso em cursos de extensão, especialização e mestrado em Matemática e Matemática Aplicada em universidades que os oferecem / Orientador: Ana Lúcia Carlos Reis / Bolsistas: Dayane Cristine Santos da Silva (6º período/manhã), Avenito dos Santos (6º período/manhã) e Alexandre Hermogenes (6º período/manhã)

Projeto: Implementação de indicadores de qualidade para apoio à avaliação de fóruns temáticos / Curso: Bacharelado em Sistemas de Informação / Objetivo: Implementar uma ferramenta para apoiar os estudos sobre a avaliação de mensageiros em fóruns temáticos educacionais, baseando-se em indicadores de qualidade, de forma a refletir a evolução do aprendizado dos alunos em torno de um tema proposto pelo professor / Orientador: Bruno Santos do Nascimento / Bolsista: Ronaldo Motta da Silva (5º período/noite)

Projeto: O ethos e o fantástico: uma abordagem linguístico-literária de obras da literatura universal / Curso: Licenciatura em Letras / Objetivo: Pensar o discurso literário como discurso para a construção das características e representatividade de personagens da literatura fantástica, além de observar os tipos de representação social que alimentam determinados estereótipos / Orientadores: Valmir Miranda de Oliviera e Adriano de Oliveira Santos / Bolsistas: Larissa Ramos Rocha Melo (5º período de Espanhol/noite) e Carlos Alberto de Castro e Silva Junior (3º período de Literaturas/noite)

Projeto: Desenvolvimento de um ambiente para captura de dados de redes sociais / Curso: Bacharelado em Sistemas de Informação / Objetivo: Realizar um estudo que possibilite a captação de posts de internautas através de ferramentas computacionais. A proposta visa a armazenar os dados capturados em um banco de dados com o intuito de desenvolver futuras análises / Orientador: Bruno Santos do Nascimento / Bolsista: Alex Sandro Costa dos Santos (5º período/ noite)

Projeto: Onde anda você, professor? / Curso: Pedagogia / Objetivo: Saber onde é que estão os professores das licenciaturas formados pelas FIC nos anos de 2010 a 2012 e levantar suas atuações no magistério público, particular ou em outras áreas / Orientadores: Maria Licia Torres e Luiza Alves de Oliveira / Bolsistas: Andressa Monteiro dos Santos (6º período/ manhã) e Mônica Teixeira Pinheiro de Oliveira (6º período/manhã)

Projeto: Adequação do processo ensino-aprendizagem no uso da tecnologia para a população de idade não convencional de aprendizagem, com objetivo da verdadeira inclusão digital / Curso: Licenciatura em Computação / Objetivo: Estudar base bibliográfica pedagógica necessária para elaborar um planejamento completo e lecionar para uma turma piloto, em modo presencial, os recursos da informática / Orientador: Rodrigo Neves Figueiredo dos Santos / Bolsista: Ney Coimbra (6º período/noite)

Projeto: A leitura no processo de formação do pedagogo: desafios, perspectivas e práticas / Curso: Pedagogia / Objetivo: Realizar um estudo científico das práticas de leitura desenvolvidas pelos alunos do curso de Pedagogia durante sua formação, analisando aspectos como espaços, tempos, formas, frequências, suportes e outros elementos integrantes do processo de ler / Orientadores: Maria Licia Torres e Luiza Alves de Oliveira / Bolsistas: Myla Clara Alves Pacheco (3º período/manhã) e Nayara Martins de Oliveira Carvalho (3º período/manhã)

Projeto: A construção e o desenvolvimento de conceitos pertencentes ao campo multiplicativo por meio de atividades lúdicas / Curso: Licenciatura em Matemática / Objetivo: Criação e análise de uma sequência de atividades lúdicas que favoreçam a construção e o desenvolvimento de conceitos pertencentes ao campo da multiplicação e divisão de números naturais./ Orientador: Gabriela dos Santos Barbosa / Bolsistas: (Angélica Prata (5º período/noite) e Elisangela Ferreira Teixeira (5ºperíodo/noite) 15


Tema em Questão

Jovem de hoje: alienado

Inspirados nos empolgantes debates do XV Encontro de Ciências Sociais, convidam Por Gian Cornachini e Tania Neves

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arina Ribeiro, egressa do curso de Ciências Sociais das FIC e pesquisadora do Ibase, acredita que o jovem reflete o mesmo comportamento da sociedade. Portanto, se convive com grupos desinteressados das questões políticas e sociais, será tão apático quanto, mas dizer que uma geração como um todo é mais ou menos alienada do que as anteriores, não faz qualquer sentido, segundo ela. “Não se pode comparar gerações, é preciso contextualizar o que era a vida em cada época para entender os dilemas que cada geração de jovens viveu ou vive”, afirma a pesquisadora. Marina lembra que, se em outros tempos o movimento juvenil era associado apenas ao movimento estudantil, hoje os jovens estão envolvidos nas mais diversas causas: política, movimentos sociais, movimento negro, causa LGBT, feminismo, mercado de trabalho, manifestações culturais... “E tem também os que não fazem nada disso, que refletem a parte alienada da sociedade”. Carolina Dias, integrante do Levante Popular da Juventude, vê na atual configuração da sociedade elementos mais do que suficientes para empurrar para baixo os jovens menos resistentes, ou aqueles que não chegam a se questionar sobre que padrão está ditando o seu comportamento: “Acredito que o jovem de hoje é fruto de um tempo em que ele é constantemente bombardeado pela

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mídia, a sociedade de consumo foca nesse jovem. E a gente também tem que estudar, trabalhar, ganhar dinheiro e não sei o quê. Para uma pessoa parar e ser alguém pensante no meio disso tudo é difícil. Não é um problema individual. É um problema da sociedade que impõe dificuldades para esse jovem”, opina a militante, mas sem qualquer pessimismo: “Ao mesmo tempo vemos que têm acontecido mobilizações no mundo todo, que eu acredito que é um processo que só vai aumentar. Enfim, os jovens estão se mobilizando, procurando outros meios para ter voz”, diz. Na mesma linha de pensamento de Carolina, o repper Fiell acha importante refletir sobre como chegamos a este ponto: “Os escravos, os negros, ficaram proibidos de se alfabetizar durante 300 anos. Mais de 40 anos após a ditadura militar no Brasil, a educação pública foi esfacelada. Nada disso é prática da natureza. Todas essas ações políticas são pensadas para o benefício de uma burguesia que explora, massacra os trabalhadores.  No Brasil estão funcionando várias ferramentas, não só de comunicação de massa, para manter a alienação. Uma criança, por exemplo, já vai para os primeiros dias de aula com 7 mil horas de programação televisiva. Isso é muito ruim, pois a criança sabe qual o biscoito


o ou muito pelo contrário?

mos alguns participantes do evento para ‘baterem uma bola’ aqui sobre o assunto Arte: Eduardo Silva dos Santos

que ela gosta, mas não sabe que teve uma escravidão no seu país”, argumenta Fiell. Com o respaldo que lhe dão os seus cabelos brancos, o escritor e educador Vito Giannotti afirma que os velhos sempre acusam os jovens de serem alienados. “Isso é coisa de velho babaca”, dispara Giannotti, que assim como Fiell identifica na hegemonia da mídia comercial a articulação para fazer dos jovens um grupo cordato e consumidor. “A sociedade que está aí quer formar pessoas que não pensam, que não estão nem aí. E a sociedade hoje é muito mais capaz do que em outros tempos. Então, se você disser ‘o jovem é mais alienado hoje do que antigamente’ — e eu não estou dizendo que é — não tenho dúvidas de que o investimento do capital é para deixá-lo assim”, denuncia o escritor. Segundo ele, o conteúdo que se vê na mídia brasileira é tão fora da realidade das pessoas que a muitos não resta outra opção senão dissociar: “A menos que o jovem tenha um conjunto de experiência, que viva no coletivo, ou que tenha pessoas — como professores, educadores, formadores — que o estimulem a abrir

os olhos, a ter um senso crítico e a se organizar”. A doutora em Educação Daniela Patti, coordenadora pedagógica dos cursos de licenciatura da UFRJ, não esteve no Encontro de Ciências Sociais, mas foi chamada a opinar porque recentemente levantou um tema interessante em outro debate na FEUC: a tramitação, no Congresso, de projetos de lei instituindo no ensino básico as disciplinas de Cidadania, Moral e Ética e Ética Social e Política, numa espécie de reedição das velhas Educação Moral e Cívica e OSPB impostas pelo regime militar: “Em boa parte das ementas desses projetos de lei é recorrente a ideia do que eu chamo de uma ‘pedagogia do resgate’. Há, por parte do legislativo federal brasileiro, a intenção de resgatar valores que a juventude brasileira perdeu”, diz a educadora, questionando se haveria acordo na sociedade sobre quais valores éticos seriam esses. “É possível chegar a um consenso de que esses valores que precisam ser resgatados são universais?”, pergunta-se ela, finalizando: “Em um país tão desigual como o nosso, não se pode falar em juventude, mas em juventudes”. ■

“Em um país tão desigual como o nosso, não se pode falar em juventude, mas em juventudes”

> Esta matéria continua no site da revista (http://www.feuc.br/revista), onde você encontra a íntegra do artigo escrito pela professora Daniela Patti. Leia e participe do debate!

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Ensino técnico profissiona Foto: Arquivo/FEUC

Alunos no Laboratório de Química nos anos 80: testes de medida de massa usando balança analógica

Com 12 cursos técnicos em funcionamento, o CAEL conta com professores atuantes no mercado de trabalho e laboratórios de alto nível

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Por Gian Cornachini e Tania Neves

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oi há três décadas e meia, quando já tinha 12 anos de idade, que o Colégio de Aplicação Emmanuel Leontsinis (CAEL) inaugurou seus cursos técnicos profissionalizantes, começando com Assistente de Administração, Enfermagem, Eletrônica, Química, Patologia Clínica, Edificações e Formação de Professores. Com o passar do tempo, mais cursos foram sendo introduzidos, como Petróleo e Gás, Meio Ambiente e Automação Industrial, enquanto outros acabaram extintos. Regina Sélia Iápeter, diretora do CAEL, que ressalta o compromisso do colégio com uma formação geral de alto nível aliada ao conteúdo técnico específico, explica que a substituição de cursos se

dá por força de mudanças ocorridas também no mercado. “Patologia Clínica foi um desses cursos que deixamos de ter porque a atividade do setor se tornou extremamente automatizada, então o mercado encolheu”, explica Regina. Por outro lado, segundo a diretora, novos caminhos profissionais foram se abrindo para o nível técnico, e o colégio sempre esteve atento para se atualizar. Automação Industrial é um exemplo dessa realidade. Para atender à demanda de novos profissionais para a expansão da indústria, o CAEL abriu o curso ano passado já com um laboratório de ponta, assim como incrementou os laboratórios de cursos como Publicidade e Turismo. Coordenadora de Eletrônica e Automação, a engenheira Kattia Eugênea


alizante cada vez melhor Foto: Gian Cornachini

Em 2013, o professor Lázaro ensina medida de massa a Tamara e Pedro, agora com balanças digitais

Noboa Cardoso Medeiros confirma que os laboratórios de seus cursos estão em pé de igualdade com o que há de melhor por aí. “No máximo o Senai pode ter algo superior, mas é difícil competir porque eles são bancados por empresas. Estamos melhores do que muitas federais e nenhuma escola técnica particular ganha da gente”, diz a professora, ressaltando outra qualidade dos cursos do CAEL: em termos de conteúdo, cumprem tanto o que manda o MEC quanto o que o mercado de trabalho exige: “Às vezes, o que o MEC pede é fora da realidade do mercado de trabalho, então você tem que se adequar às exigências dos dois para ter um bom curso, e nós fazemos isso”. O curso de Publicidade, coordenado por Luciane Rezende Souza, ganhou

um estúdio fotográfico ano passado, o que permite aos alunos dominarem mais um aspecto no processo de produção de uma campanha publicitária. E o de Turismo passou a contar com um laboratório de alimentos e bebidas, onde os alunos já estão sendo treinados para atuar em eventos — afinal, com a Copa e as Olimpíadas aqui, o setor vai precisar de muita gente: “Nossos alunos sairão totalmente aptos para isso, visto que nosso laboratório tem como finalidade desenvolver as habilidades exigidas pelas áreas de hotelaria, alimentos e bebidas, eventos e guia de turismo”, explica Djanira Nunes Barbosa, coordenadora do curso. Se o mercado está aquecido e absorve imediatamente os jovens técnicos que saem das escolas, esta facilidade

de conseguir logo uma colocação não deve ser o único critério a guiar o candidato na hora escolher o curso, alerta o professor Carlos Vinícius Nascimento Barbosa, supervisor do Ensino Técnico: “Sempre que ouço da garotada ‘vou estudar isso ou aquilo porque dá dinheiro’, falo logo sobre o risco de fracasso. Na hora de escolher um curso, o importante é pensar se você gosta e tem aptidão para aquilo, caso contrário será um profissional medíocre e acabará sendo excluído”, opina o supervisor, que costuma resumir isso aos alunos em uma frase: “Empresa não tem coração”. Kattia Eugênea também considera o momento da escolha importante, pelas mesmas razões citadas por Carlos Vinícius, e afirma que aqueles que de fato respeitam suas vocações logo 19


Capa Foto: Gian Cornachini

Regina (no centro), Jane e Carlos Vinícius: tarefa é manter cursos atualizados pedagogicamente e com o mercado de trabalho serão recompensados por obter uma inserção bem orientada no mercado: “Principalmente para alunos da classe média e baixa, que precisam ter essa inserção mais rápida do que os da classe alta — pois esta pode bancar seus filhos até a faculdade — o ensino técnico significa entrar no mercado a partir de um lugar bem determinado: se eu faço uma graduação técnica, sei onde vou procurar meu emprego. É uma graduação de bom custo-benefício, pois você 20

paga o ensino técnico e tem retorno assim que começa a estagiar”, defende a professora, que à época em que cursou a faculdade de engenharia já se sustentava com o salário de técnica de eletrônica na Cobra Computadores. Muitos dos professores da área técnica do CAEL ocupam hoje importantes postos na indústria, o que os mantém atualizados quanto às práticas profissionais. Para citar apenas alguns: Francisco Assis Barbosa, do curso

de Química, atua na indústria química Pan-Americana; Antônio José Miranda, de Edificações, é engenheiro da CET -Rio; Marco Aurélio Pomodoro Duarte, do mesmo curso, é projetista da Michelin; Lucimere Maria dos Santos, do curso de Enfermagem, é enfermeira no Inca; Luiz Carlos Moura, coordenador dos cursos de Meio Ambiente e Petróleo e Gás, é sócio de uma conceituada empresa de consultoria ambiental; e Marta Regina Ribeiro Costa, de Edificações, é conselheira do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio. Há outras práticas que ajudam a garantir a excelência da formação dos cerca de 1 mil alunos matriculados hoje nos cursos técnicos do CAEL, como a realização anual de uma feira de criações científicas — a Expo X — para a qual eles realizam pesquisas, desenvolvem em grupo um projeto e depois o concretizam em experimentos de laboratório, e a realização periódica de visitas técnicas a indústrias, laboratórios, canteiros de obras e instituições ligadas às atividades desenvolvidas pelos profissionais de cada área, para que os alunos se familiarizem com seu futuro contexto profissional. O professor Lázaro Alves de Oliveira, coordenador do curso de Química, é um dos que apostam nesse tipo de atividade: “Dá uma vivência impressionante, porque é o mundo real diante dos alunos. Já levamos turmas desde a fábrica de Chocolates Garoto, no Espírito Santo, até a Estação de Tratamento de Esgoto da Cedae no Caju, passando por Eletronuclear, CSN, Casa da Moeda e alguns laboratórios”, diz o professor, que divide a coordenação o curso com Ladimir José de Carvalho, um ex-aluno do CAEL que hoje é doutor em engenharia metalúrgica e de materiais. Jane Innocencio, vice-diretora do CAEL, lembra que as visitas são feitas por todos os cursos, e que muitas vezes, já durante essas visitas, surgem convites para estágios: “Seja assim, ou a partir de consultas que as empresas nos fazem, o CAEL sempre está divulgando oportunidades de estágio para os alunos interessados”, diz.


Alunos falam de suas relações com os estudos Juan Victor Paz, de 15 anos, do 2º ano de Automação, conta que escolheu o curso por recomendação de um tio que trabalha na área e porque sempre gostou de informática e robótica. Ele planeja seguir os estudos em Engenharia de Automação ou Elétrica, e considera que a qualidade da formação no CAEL facilitará essa trajetória: “Os professores são ótimos, as aulas excelentes. E o desenvolvimento de projeto para a Expo X leva a empregar na prática tudo o que você aprende durante o ano”, diz o estudante, que desenvolve em grupo um braço robótico para apresentar na feira científica do colégio. O desejo de Caroline Bourguignon, de 17 anos, que cursa o 3º ano de Publicidade, é fazer faculdade de Jornalismo. Buscou o curso técnico por ser da mesma área de Comunicação Social, e considera que a experiência está sendo boa: “Estou muito satisfeita com a formação que recebo aqui. Os trabalhos me fazem aprender a falar em público,

agora estou aprendendo a fotografar e a trabalhar em grupo, o que é importante para qualquer área que eu vá seguir, seja jornalismo ou publicidade”. O sonho de menina — ser engenheira ou arquiteta — ruiu quando Jéssica Priscila da Silva Paulucio descobriu que

“Por conversar o tempo todo com as pessoas, não posso ser tímida. Nisso o curso já ajudou” precisaria ser “fera” em matemática, disciplina em que diz ser péssima. Mas a descoberta do curso de Guia de Turismo, no qual já cursa o 3º ano, devolveu à estudante de 17 anos o entusiasmo de planejar o futuro: “Vi que várias coisas combinavam com meu perfil, como

o gosto por viagens”, diz Jéssica, que já contabiliza como ganho inalienável a perda da timidez. Por ter que interagir com o público e aprender novas línguas, ela se soltou: “Por conversar o tempo todo com as pessoas, não posso ser tímida. Nisso o curso já ajudou”, revela a jovem estudante. Estagiária do Laboratório de Química do CAEL, Tamara de Albuquerque Gonçalves diz que, se pudesse, ficaria o dia inteiro por lá realizando análises. “Acho muito legal”, resume a estudante do 3º ano de Química, que se encantou pela disciplina e planeja fazer faculdade de Engenharia Química. Para ela, o principal encanto da química está na capacidade de explicar coisas do dia a dia que a gente nem imagina: “Por que o detergente tira a gordura, por exemplo. Tem todo um estudo em bioquímica que a gente faz, uma matéria até meio complicada, mas quando você descobre, pensa: ‘nossa! É isso que acontece...’”, diz. Foto: Gian Cornachini

Alunos de Publicidade planejam e fotografam em agência laboratorial 21


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O que é importante saber na hora de escolher sua área Confira a seguir algumas informações sintetizadas sobre os 12 cursos profissionalizantes oferecidos atualmente pelo CAEL. Destacamos os principais temas estudados nas disciplinas, o tipo de atividade que o técnico irá desenvolver depois de formado e os setores onde ele poderá atuar profissionalmente, além da remuneração média que um iniciante pode obter. É importante levar em conta não apenas a existência de amplo mercado de trabalho e boa remuneração, mas principalmente se você gosta das disciplinas que terá que estudar e das tarefas que futuramente deverá executar como profissional. Lembre-se que uma escolha errada pode significar muita frustração e tempo perdido. ■

Administração Estuda fundamentos de administração pública, contabilidade, economia e estatística, além de aspectos sobre a gestão de áreas estratégicas como RH, marketing e informação. Atua na área de gestão dos mais diversos setores (indústria, comércio, serviços), sendo responsável por apoiar o planejamento, a execução e o controle das atividades que envolvem gerenciamento de recursos humanos, materiais, financeiros e de informação. Trabalha em instituições públicas e privadas (empresas, indústrias, órgãos públicos, lojas) e do terceiro setor (organizações sem fins lucrativos). Recebe salário médio inicial de R$ 1.000.

Foto: Gian Cornachini

Guia de Turismo: Jéssica e Rayane aprendem a lidar com alimentos

Eletrotécnica Estuda eletricidade e eletrônica, máquinas e equipamentos elétricos, iluminação e sinalização, instalações elétricas, geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, desenho técnico. Atua na instalação, controle e conservação de equipamentos de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, planejamento e execução da instalação e manutenção de equipamentos, instalações e sistemas elétricos. Trabalha em concessionárias de energia elétrica, indústrias do setor de eletricidade, empresas de serviços, manutenção e automação, principalmente. Recebe salário médio inicial de R$ 1.800.

Meio Ambiente Estuda poluição ambiental, direito ambiental, ecoturismo, saneamento, gerenciamento de ecossistemas, gestão de resíduos sólidos e líquidos, recuperação de áreas degradadas, entre outras áreas. Atua em coleta, armazenamento e interpretação de informações, dados e documentações ambientais; na elaboração de laudos, relatórios e estudos ambientais; organização de programas de educação ambiental, de conservação e preservação. Trabalha em instituições públicas, privadas e do terceiro setor, estações de tratamento de resíduos e unidades de conservação ambiental. Recebe salário médio inicial de R$ 1.060. 22


Automação Industrial

Edificações

Eletrônica

Estuda automação industrial, comandos eletromecânicos, eletricidade, eletrônica analógica, digital e industrial, instrumentação industrial, linguagem de programação, sistemas e controles. Atua em projetos, execução e instalação de sistemas de controle e automação utilizados nos processos industriais. Programa, opera e mantém sistemas automatizados, além de realizar a manutenção, medição e testes de equipamentos para automação. Trabalha em indústrias como petroquímicas, de alimentos e de energia, laboratórios de controle de qualidade, de manutenção e pesquisa, entre outros. Recebe salário médio inicial de R$ 2.000.

Estuda mecânica dos solos, instalações prediais, materiais para concreto, orçamentos, resistência dos materiais, topografia, técnicas de operações e desenhos - de arquitetura, estruturas e em computador. Atua no desenvolvimento e execução de projetos de edificações conforme normas técnicas de segurança e legislação; orienta na assistência técnica para compra, venda e utilização de produtos e equipamentos especializados; elabora orçamento de obras. Trabalha em empresas públicas e privadas de construção civil, escritórios de projetos e de construção civil e canteiro de obras. Recebe salário médio inicial de R$ 1.700.

Estuda eletricidade, eletrônica analógica e digital, microprocessadores e microcontroladores, medidas e testes, antenas e ondas, além de técnicas de instalação e manutenção. Atua no auxílio de desenvolvimento de projetos; efetua instalação e manutenção de sistemas e equipamentos eletrônicos e testa o funcionamento destes; pode atuar ainda em controle de qualidade e gerir a produção de equipamentos eletrônicos. Trabalha em indústrias de eletrônicos, laboratórios de controle de qualidade e de manutenção, empresas de informática e de telecomunicações. Recebe salário médio inicial de R$ 1.500.

Enfermagem

Guia de Turismo

Informática

Estuda anatomia e fisiologia humanas, administração hospitalar, emergência, ética profissional e história da enfermagem, microbiologia e parasitologia, psicologia e saúde mental, entre outras disciplinas. Atua na promoção, prevenção, recuperação e reabilitação dos processos saúde-doença; em cuidados de enfermagem tais como: curativos, administração de medicamentos e vacinas, verificação de sinais vitais; também prepara e orienta pacientes para exames. Trabalha em hospitais, clínicas médicas, postos de saúde, ambulatórios, laboratórios de análises clínicas, empresas e home care (enfermagem domiciliar). Recebe salário médio inicial de R$ 950.

Estuda administração hoteleira, agenciamento e guiamento, alimentos e bebidas, eventos, hospedagem, introdução à administração, noções de direito e de mercado, psicologia social, entre outras áreas. Atua na orientação e assistência de pessoas ou grupos durante traslados, passeios, visitas e viagens; utiliza em seu trabalho instrumentos de comunicação, localização, técnicas de condução, de interpretação ambiental e cultural ao turista. Trabalha em agências de viagens, hoteis, programas e projetos na área de turismo, órgãos turísticos públicos ou privados e de forma autônoma. Recebe salário médio inicial de R$ 1.100.

Estuda arquitetura de sistemas operacionais, automação industrial, banco de dados, eletroeletrônica, montagem e manutenção de computadores, operação de computadores, web design, entre outras áreas. Atua no desenvolvimento de programas de computador, sistemas, sistemas operacionais e banco de dados; na manutenção de programas de computadores implantados; além de projetar e executar testes e análises computacionais. Trabalha em instituições públicas, privadas e do terceiro setor que demandem sistemas computacionais, especialmente na área de programação. Recebe salário médio inicial de R$ 1.100.

Petróleo e Gás

Publicidade

Química

Estuda fundamentos da física, introdução à ciência dos materiais, indústria do petróleo, manutenção industrial, polímeros e plásticos, química (experimental, inorgânica e orgânica), entre outras áreas. Atua na operação e controle de máquinas e equipamentos da produção de petróleo e gás natural; determinação de propriedades e grandezas dimensionais de rochas, fluidos e materiais para a indústria do petróleo e gás natural. Trabalha em empresas petrolíferas e operadoras de campos de petróleo, refinarias e plataformas de petróleo e gás e prestadoras de serviços. Recebe salário médio inicial de R$ 2.000.

Estuda fundamentos da publicidade e propaganda, criação e redação publicitária, ética e legislação publicitária, teoria da comunicação, marketing, promoção e merchandising, entre outras áreas. Atua nas etapas de criação, elaboração e planejamento de projetos de comunicação impressos e eletrônicos, voltados para a mídia, incluindo a concepção de marcas, produtos e serviços, além de coletar dados de impactos de campanhas. Trabalha em agências de publicidade e propaganda, setor gráfico, produtoras de áudio e vídeo, editoras, empresas públicas e privadas. Recebe salário médio inicial de R$ 1.100.

Estuda química orgânica e inorgânica, fundamentos de físico-química e bioquímica, química experimental, análise qualitativa e quantitativa, tecnologia química. Atua no planejamento, coordenação e execução de atividades laboratoriais envolvendo análises de natureza física, físico-química, química e microbiológica em fluidos, produtos químicos e efluentes, além de desenvolver produtos químicos. Trabalha em indústrias químicas, farmacêuticas e petrolíferas, laboratórios de análises, calibração e controle de qualidade e ambiental. Recebe salário médio inicial de R$ 2.000. 23


O Aluno Pergunta

Como o professor prepar Por Gian Cornachini

N

a última edição da revista, o estudante Gabriel Boti, do 9º ano do Ensino Fundamental, deu entrevista para a matéria “Estudo, Adrenalina e Diversão” (leia em http://migre.me/eNFt3). Depois de vê-la impressa, sugeriu uma pauta em cima de uma dúvida sua: “Eu queria saber como é que um professor prepara uma aula”, questionou o jovem. A revista FEUC em Foco foi atrás de respostas para a questão. O coordenador do curso de Matemática das FIC, professor Alzir Fourny Marinhos, sugere algumas etapas na preparação das aulas: “O primeiro foco é a busca por respostas: o que pretendemos ensinar? O que esperamos alcançar? Ensinar para quem? Quais as competências e habilidades que podemos construir?”, lista Alzir. Para o professor, o planejamento nasce após uma análise da turma: “É necessário visualizar o conhecimento social e acadêmico dos alunos, que está subordinado a vários aspectos”, constata ele. Essa análise é um dos pontos chaves na hora de

preparar uma aula. Quem explica isso é Lorelaine Saurina Machado, professora do curso de Letras. Ela ministra aulas de estágio orientado — uma disciplina que, dentre outros objetivos, ensina o futuro professor a planejar suas aulas — e enfatiza a importância de o docente conhecer bem seus alunos para saber o que deve ser ensinado: “Cada turma tem a sua necessidade, suas especificidades. O professor descobre isso na prática, tomando conhecimento das deficiências de seus alunos”, afirma. Outro ponto é que cada escola exige que os conteúdos sejam trabalhados à sua própria maneira, como explica Lorelaine: “Há escolas que só passam uma referência e o professor monta sua aula a partir dela. Já outras dão uma apostila com o conteúdo de cada aula pronta e ele é obrigado a seguir esse material. Mas isso não significa que o professor não possa buscar outras leituras paralelas para complementar sua aula — que é o que eu indico que seja feito”, esclarece ela. E um exemplo de professor que prepara bem suas aulas? A revista FEUC em Foco fez uma rodada de perguntas a estudantes do CAEL durante um Foto: Gian Cornachini

Matheus e seus colegas do 1º ano de Edificações prestam bastante atenção na aula de biologia

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ra uma aula? intervalo de aula. O nome que mais apareceu entre as respostas? “Cristiano da biologia”. O professor Cristiano Santiago Ferreira dá aula de biologia no colégio e tem boa reputação entre os estudantes, como revela Matheus Marques de Souza, de 16 anos, aluno do 1º ano de Edificações: “As aulas dele são muito interessantes porque chamam bastante a nossa atenção. Ele usa data show, mostra imagens, vídeos; não é só aquela coisa de explicação, sabe?”, observa Matheus. Cristiano conta como prepara as aulas que fazem dele um professor querido entre os estudantes: “Eu delimito os objetivos que eu quero com as aulas e me preocupo em conectar as ideias abordadas para que tudo faça sentido”, explica ele. O professor faz essas conexões por meio de exemplos reais do mundo da biologia no próprio dia a dia das pessoas. Para isso, ele se utiliza de tecnologias

A revista FEUC em Foco foi atrás de respostas

como internet e projetores em sala de aula para exemplificar aquilo que está ensinando. Segundo Cristiano, essa técnica de ensino faz diferença no aprendizado: “A aula deve ser dinâmica, e a interação do professor com o aluno é importante. O estudante, quando estimulado, contribui para a aula acrescentando informações vivenciadas por si mesmo. Até nós, professores, acabamos aprendendo com eles”, revela Cristiano. Para a professora Lorelaine, a aproximação com o estudante é outro ponto essencial para uma aula bem preparada e executada: “A gente tem que se dar a chance de ouvir o aluno para que ele diga o que realmente deseja aprender, ler, fazer, como ele quer crescer. Isso é construção coletiva de conhecimento, e todos ganham dessa maneira. O professor não fica desmotivado, nem o aluno entediado”, assegura Lorelaine. ■

Interação entre professor e aluno é apontada como essencial para uma boa aula

Foto: Gian Cornachini

Professor utiliza recursos audiovisuais para dinamizar e exemplificar as aulas de biologia

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MEMÓRIA

O que revela nossa história Idealismo moveu projeto que é marca da educação na região

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m Educação, as verdadeiras histórias de sucesso têm em sua construção pessoas idealistas — e pessoas idealistas são aquelas que pensam muito além de seu tempo e almejam bem mais do que o sucesso efêmero. Se hoje a FEUC tem uma longa história de sucesso para contar, é justamente por causa de idealistas que, entre o final dos anos 50 e início dos 60, deram-se as mãos para tornar realidade o sonho de uma localidade rural de oferecer um futuro melhor a suas crianças: primeiro veio a Escola Normal Sarah Kubistchek, para formar os professores das escolas primárias, pois os que vinham de longe lecionar aqui logo pediam remoção; depois chegou a Sociedade Universitária Campograndense (SUC) — hoje FEUC — para graduar professores locais e se transformar num verdadeiro celeiro da educação, atendendo às várias escolas da Zona Rural, municípios do Sul Fluminense e da Baixada. Os idealistas dessa nossa história foram liderados pelo então vereador Miécimo da Silva, conhecido como “Vereador das bicas”, por causa de sua obstinação em espalhar bicas de água em vários pontos do bairro para atender à população que ainda não contava com água encanada nas casas. Miécimo convenceu-se da importância de formar professores na região e para a região, e com esse objetivo cercouse de importantes nomes que o ajudariam a consoli-

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dar seus projetos. No caso da SUC, foram professores como Carmen Navarro Rivas, Deblangy Machado de Almeida, Waldemar Marques Pires e Leda Corrêa de Noronha, além de personalidades como o pastor Israel José Pinheiro e o advogado Loyola Jundiá de Moraes — entre muitos outros — que empenharam seu prestígio para obter aval dos órgãos oficiais à instituição da primeira faculdade da Zona Oeste, em 1960. Cinco anos mais tarde, com o propósito de transformar a SUC em Fundação, juntaram-se àqueles primeiros idealistas mais alguns, com destaque para o comerciante local Abelardo Laureano de Carvalho e tantos outros professores como José Ricardo da Silva Rosa e Wilson Choeri, hoje presidente da FEUC e já cumprindo seu oitavo mandato à frente da instituição. Nesta edição, a FEUC em Foco inaugura a seção Memória FEUC para relembrar um pouco da história de alguns desses idealistas que ainda estão entre nós – a começar pela professora Leda Corrêa de Noronha, criadora e coordenadora da Universidade Aberta à Terceira Idade em Campo Grande (Unatic), mais uma das iniciativas da FEUC que confirmam sua vocação de servir à comunidade. > Leia no site da Revista (http://www.feuc.br/revista) texto da professora Leda relembrando fatos da época de criação da SUC.


Foto: Gian Cornachini

Leda com parte do grupo da Unatic, mais os professores Durval e Hélio ao fundo

Leda Corrêa de Noronha esteve forte- rigor muito grande para que não houvesse desvio mente presente durante 51 dos 53 anos dessa história de sucesso, tendo ficado fora apenas por dois anos, no período em que cursou mestrado nos EUA. Como lembra o professor Wilson Choeri, ela sempre defendeu a instituição contra as ações dos oportunistas e equivocados: “Leda foi peça estratégica quando se quis dar o status de Fundação à FEUC. Essa transformação veio a resguardá-la de ter donos ou herdeiros familiares. Tal decisão tornou a FEUC uma instituição verdadeiramente comunitária e permitiu a política, presentemente adotada, de recrutar para compor os seus diversos conselhos os integrantes do magistério superior e da educação básica, muitos deles nossos ex-alunos”. Vários dos atuais docentes da FEUC foram alunos da professora Leda, que ministrou disciplinas no curso de Ciências Sociais. Ela também contribuiu como diretora de Ensino por diversos mandatos e teve atuação marcante nos Conselhos Curadores. O atual superintendente da FEUC, professor Durval Neves, um desses ex-alunos que se tornaram colegas, revela um exemplo do amor de Leda pela FEUC: no momento em que se aposentou na Fundação Getúlio Vargas, onde também trabalhou, ela reverteu sua indenização em empréstimo à instituição, sem juros e sem prazo, para a construção da quadra coberta que permitiu ao CAEL manter as atividades esportivas mesmo em dias de chuva. “Ela sempre zelou muito pela instituição, com um

de condutas. E, apesar de todo esse rigor, sempre foi muito sensível com todas as pessoas, especialmente as menos favorecidas”, ressalta o superintendente. “E nunca deixou de acreditar e sonhar com uma FEUC grandiosa”, completa o professor Hélio Rosa, diretor das FIC. Pois foram justamente o sonho de grandeza e a sensibilidade da professora os responsáveis pelo sucesso de sua menina dos olhos: a Universidade Aberta à Terceira Idade em Campo Grande, projeto que estruturou em 1994 e cuja festa de 20 anos ela já começa a planejar com quase um ano de antecedência. Na Unatic, que tem atualmente perto de uma centena de integrantes, Leda aboliu as formalidades e as burocracias que poderiam entravar uma iniciativa assim, estimulando a presença dos alunos, mas sem cobrá-la draconianamente. As atividades têm caráter espontâneo, e os alunos só participam do que gostam. Vânia Lopes da Rocha, de 65 anos, que há 6 frequenta a Unatic, diz que permaneceu no grupo por causa do modo acolhedor como foi recebida por Leda: “Ela tem simpatia, sorriso nos lábios e envolvimento afetivo por cada pessoa que aqui está. Percebe quando alguém está com problema e mobiliza o grupo para ajudar”, conta. Suely Moutim, secretária da professora desde 2001, confirma: “Nunca vi ninguém ir embora daqui por não se sentir acolhido. E ela briga com todas as armas para fazer o melhor pela Unatic”. ■

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Segurança

Sorria! Você está sendo identificado Por Gian Cornachini

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omeçou com um grito. A vítima, assustada, desesperou também o homem na rua que tentava abusá -la. Assustado, o rapaz correu para dentro do prédio na tentativa de se esconder. Mas ele só não contava quer seria parado pelas catracas e seguranças da FEUC. A história não é recente. Quem a conta é Odilon Ramalho Costa, profissional responsável pela portaria há três anos: “Se aquele homem tivesse entrado aqui, poderia, talvez, ter tentado abusar de outras pessoas”, observa. A gerência administrativa está investindo na segurança da instituição. Dificilmente tem acontecido casos de pessoas não identificadas tentando entrar na FEUC. As catracas que param todas as pessoas — a fim de que sejam identificadas — representam, hoje, uma das tecnologias de segurança mais importantes da FEUC. E vale a pena entender como esse sistema funciona. Todos os dias, cerca de 4 mil pessoas entram e saem da instituição. Há dias, ainda, em que são contabilizados 400 visitantes. Em 2008, era impossível gerenciar esse fluxo de estudantes, funcionários e da comunidade externa. A FEUC era aberta e qualquer um podia transitar sem reconhecimento prévio. “A gente não tinha como controlar isso. A entrada era livre. 28

Muitos rostos eram decorados, mas não dava para saber, por exemplo, se o aluno com uniforme era mesmo do CAEL”, conta Álvaro Martins, chefe da segurança. Em 2009, a situação começou a mudar. Foi realizada uma pesquisa no mercado para saber o que poderia ser feito para investir na segurança da FEUC. E foi aí que entraram em cena as primeiras catracas instaladas na portaria. Para liberá-las, era necessário utilizar um cartão magnético. Todos os alunos e funcionários tinham seu próprio cartão. Mas havia um problema nesse sistema: se uma pessoa passasse o cartão para outra, ela conseguiria liberar a catraca. “Não deu certo. Tinha, também, aluno que esquecia seu cartão em casa e usava o do amigo. A gente não conseguiu garantir que não entrassem estranhos”, diz Álvaro. Uma nova pesquisa foi feita no final de 2009 para encontrar um produto que mais se adequasse à segurança que a instituição buscava. “Encontramos catracas que funcionavam a partir de biometria. Foi a melhor solução”, afirma Álvaro. O sistema biométrico funciona a partir da impressão digital. Cada pessoa tem um desenho diferente nas polpas dos dedos e, portanto, somente quem é cadastrado consegue liberar as catracas através do escaneamento deles. No começo de 2011, esse sistema já estava implantado e, com ele, surgiu um novo problema: houve estranhamento e

As catracas eletrônicas utilizam o sistema de identificação biométrica: somente quem é cadastrado consegue liberá-las


A parada é obrigatória: ninguém entra ou sai da FEUC sem ser identificado.

Foto: Gian Cornachini

Tudo por segurança resistência ao sistema. “Alguns alunos o achavam desnecessário. Não conseguiam ver que oferecia mais segurança”, lembra o porteiro Odilon. “Também teve reclamação de pais de estudantes que queriam entrar sem identificação, alegando já serem conhecidos”, conta. Foi questão de tempo para que a comunidade da FEUC se acostumasse com o sistema. Os visitantes passaram a ser identificados, fornecendo RG, telefone e indicando o setor onde pretendem ir. Até mesmo os pais que pagam as mensalidades de seus filhos precisam se identificar todas as vezes que entram na instituição. Em breve, será fornecido para todos os visitantes um cartão magnético para facilitar suas entradas, ou seja, após o cadastro, eles poderão passar pelas catracas utilizando cartões com seus dados pessoais registrados. O objetivo é liberar os porteiros para que se dediquem ao atendimento ao público “Quanto menos tempo perderem administrando o portão de visitantes, mais eles se atentarão à entrada e saída de pessoas do local. Vai dar mais agilidade ao processo de atendimento ao público”, afirma Álvaro. Flavia Martins, mãe de Miguel, do Pré II, aprova as medidas de segurança: “Sinto mais confiança em deixar meu filho aqui, pois ninguém, além de mim e do meu esposo, pode pegar meu filho”, analisa ela. ■ 29


Artigo Alzir Fourny Marinhos Coordenador do curso de Matemática das FIC

Percebendo erros conceituais de matemática cometidos em livros didáticos e em questões de concursos

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estacaremos neste artigo dois erros conceituais cometidos em livros e questões de concursos, identificando as suas causas. Primeiro erro: “Por que a soma das infinitas parcelas 1 + 12 + 14 + 18 + 116116 + ... dá o resultado obtido a pela fórmula S= 1 − q ??” Veja o que Vicente Paz Fernandez e Antônio Nicolau Youssef colocaram no livro Matemática para o Segundo Grau, Curso Completo, 6a Edição, Scipione Editora, ano 1995, na página 189: “Observe essa progressão geométrica infinita em que a1 ≠ 0 e 0<q<1: 1 + 12 + 14 + 18 + 116116 + ... Veja que, quanto mais n cresce, mais an se aproxima de zero. Como na PG infinita n cresce indefinidamente, ou seja, n tende a infinito, podemos afirmar que an tende a zero. Podemos afirmar que Sn= a qq−−1a = 0qq −−1a = q−−a1 = 1 a− q . Logo: Sn= 1 a− q ?.” Na explicação do livro, S = 1 a− q ?é a lei que determina a soma de 1 + 12 + 14 + 18 + 116116 + ... . Qual a causa do erro? Veja que os autores do livro partem do somatório 1 + 12 + 14 + 18 + 116116 + ... e chegam à lei a ? 1 − q que determina um valor numérico para a soma, pelo fato de an tender a zero no infinito. Afirmam que se an tende a zero no infinito, então o somatório é convergente para 1 a− q ?. É verdade que a adição tem suas parcelas an, quando n cresce infinitamente, aproximando-se de zero. Ocorre que isto não é a condição para que o 1

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somatório esteja convergindo para 1 a− q ?. A ideia de que ao adicionarmos parcelas cada vez menores faça com que o somatório seja convergente é falha. Veja a adição 11 + 12 + 13 + 14 + 15 + ... , onde os denominadores formam uma sequência dos números naturais e os numeradores sempre unitários. As parcelas an vão diminuindo e tendendo para zero no infinito, mas o somatório não é convergente. A soma é infinitamente grande. Isto não pode ser verificado fazendo-se a adição. Somente com conceitos de Séries (estudo em nível superior) é que podemos provar que a soma é infinitamente grande. Na realidade, quando temos an no infinito tendendo para zero, o somatório pode convergir (quando encontramos um número para o resultado) ou pode divergir (quando tende para infinito). A resposta correta da pergunta: “Por que a soma das infinitas parce1 1 1 11 las 1 + 2 + 4 + 8 + 1616 + ... dá o resultado obtido a pela fórmula S = 1 − q ?? , vem da fórmula S = a (qq−−1 1) e de q, razão da sequência geométrica das parcelas, entre -1 e 1. Neste caso, q é uma fração própria kp (p menor que k, podendo p ser zero). p Quando S = a [( qk −) 1−1] e n indo para o infinito, ( kp )n tende para zero, resultando −a a S = q −1 = 1− q . 1

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Segundo erro: Veja a questão apresentada na prova para Professor II, da Secretaria Munici-

pal de Educação do Município do Rio de Janeiro, no ano de 2011, no conteúdo específico de Matemática, questão 17: “Numa aula sobre potenciação um professor escreveu no quadro as seguintes 3 expressões: A = (2 2 )3 , B = 22 . O valor de A + B é igual a: (A) 512; (B) = 320; (C) = 192; (D) = 128.” No estudo das propriedades das operações, verificamos que a operação da potência não é associativa. Vejamos o seguinte exemplo: 22 . Quando fazemos (2 2 )3 , temos 43. Quando fazemos 3) 2( 2 , temos 28. Como 43 é diferente de 8 2 , a operação não é associativa. Quando uma operação é associativa, como a adição e o produto, podemos deixar de colocar parênteses para fazer a operação com três ou mais elementos, pois a ordem das operações não vai alterar o resultado. Podemos escrever sem parênteses: 6 + 3 + 8; 4 x 5 x 2. No caso da operação da potência, como não é associativa, devemos saber qual a sequência da operação. Neste caso, devemos colocar parênteses. Em relação à questão do concurso, constou a letra (B) 320 no gabarito. A resposta não está correta. Dá margem para operarmos a potência 22 das formas 3) (2 2 ) 3 ou 2( 2 . A questão pode ter como resposta a letra (D), pois a operação de potência não associa e 22 foi colocada de forma incorreta, sem parênteses. As respostas poderiam ser: A + B = (2 2 )3 + (2 2 )3 = 64 + 64 = 128 ou 3) A + B = (2 2 )3 + 2( 2 = 64 + 256 =320. ■ 3

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