Revista FEUC em Foco - Edição 10 (setembro/2012)

Page 1

Revista

Ano 3 • Nº10 • setembro de 2012 • www.revistadigital.feuc.br

em foco

APROVADOS EM CONCURSOS

Mais uma leva de graduandos das FIC já com o pé no Magistério 1


Carta ao Leitor

Renascimento Penso que renascer é muito melhor do que ressuscitar. A FEUC, ao longo desses 52 anos de história, tem renascido sempre – e não ressuscitado, por razões óbvias. A cada renascimento, ressurge mais necessária, enriquecida de colaboradores mais motivados, mais comprometida com as pessoas e com a região em que tem sua sede. Ao inaugurarmos com este 10º número de nossa revista um novo projeto gráfico, renascem os contornos da FEUC em Foco. O propósito é dar mais harmonia e leveza a suas páginas, e ao mesmo tempo abrir espaços mais generosos para reportagens, perfis de nossos profissionais e alunos e matérias reflexivas sobre aspectos de nossas rotinas acadêmicas, além dos serviços que prestamos à comunidade. A FEUC em Foco está se renovando – melhor, renascendo – para poder se aproximar mais de

você, falar com você e sobre você. Porém, como todo processo de mudança, este se inicia num ponto determinado, mas sem previsão exata de até onde vai chegar. É com suas impressões, sugestões e críticas que a revista continuará se renovando, enquanto se consolida como uma espécie de vitrine interativa que nos permitirá ver e ser vistos, aqui dentro e lá fora. E assim mostrando e demonstrando, com dados e notícias para a comunidade local, o importante papel desempenhado por uma Instituição de Ensino, a FEUC – nascida sem dono, porque não é particular, mas da comunidade. Para servir a todos, e não para o benefício de alguns. Prof. Durval Neves da Silva Superintendente da FEUC

CONHEÇA A FEUC Superintendência da FEUC– Prof. Durval 3408.8457 durvalneves@feuc.br Secretaria da Superintendência – Mônica 3408.8452 monica@feuc.br Biblioteca - Guilherme 3408.8487 guilherme@feuc.br Marketing – Bruno 3408.8450 marketing@feuc.br ITGI – Flávio 3408.8470 itgi@itgi.com.br

Direção Geral das FIC – Prof. Hélio 3408.8480 - heliorosa@feuc.br Secretaria Geral – Profª. Roseli 3408.8483 - roseli@feuc.br Coordenadoria Acadêmica – Prof. Alvarez 3408.8482 - alvarez@feuc.br COORDENADORIA DE CURSOS – (Horários do plantão em: www.feuc.br) - 3408. 8482

Direção Geral – Profª. Regina 3408.8491 reginaseliai@yahoo.com Secretaria – Lilia 3408.8492 secretariacael@feuc.br

Ciências Sociais - Profª. Célia celianeves@feuc.br

Colégio Magali 2415.4054 www.magali.feuc.br

Informática - Prof. Fred frederico@feuc.br

Direção (adjunta) – Profª. Silvia silviacezar@feuc.br

Geografia - Prof. Luiz Mendes mendes@feuc.br

Secretaria – Ana Lúcia colegiocharminho@hotmail.com

História - Profª. Vivian vivian@feuc.br Letras - Profª. Arlene arlene@feuc.br Matemática - Prof. Alzir alzir@feuc.br Pedagogia - Profª. Janice janice@feuc.br

2

CAEL

FUNDAÇÃO EDUCACIONAL UNIFICADA CAMPOGRANDENSE Estrada da Caroba 685, Campo Grande, Rio de Janeiro/RJ. CEP: 23085-590 Tel: (21) 3408.8484


Índice

Editorial

Foto de Divulgação

Foto de Thaís Cardoso

N

17 Capa

11 Cinema na FEUC

04 11 24

08 14 26

Histórias de alunos aprovados

em concursos públicos

Mundo FEUC Rio+20, Festa Cultural,

InfoWeek e mais

Aula inaugural Boas -vindas com pacto

de dedicação aos estudos

Avaliação Comissões do MEC

elevam nota das FIC

Filme propôe debate sobre

liberdade na escola

Magali Colégio completa três

décadas com festa

Perfil Erivelto Reis: a vida de um

apaixonado por literatura

Artigo Professor faz balanço

do que foi a Rio+20

FEUC em FOCO é uma publicação impressa e online da Fundação Educacional Unificada Campograndense. Presidente: Wilson Choeri; Diretora Administrativa: Dieni da Costa Pimenta; Diretor de Ensino: Hélio Rosa de Araújo; Diretor Superintendente: Durval Neves da Silva; . Periodicidade: trimestral; Tiragem: 5.000 exemplares; Site: www.revistadigital.feuc.br. Edição: Tania Neves; Marketing: Bruno Rivéro; Projeto Gráfico: Mel Guerra

Considerações e opiniões emitidas nos artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores, não refletindo, necessariamente, a posição da FEUC.

ão há melhor maneira de conhecer uma história do que ouvindo quem fez parte dela. Por isso fomos buscar, entre os alunos das FIC aprovados recentemente em concursos públicos, alguns que nos contassem sobre suas experiências nas provas e na vida acadêmica. Naturalmente não tínhamos como incluir todos nessa reportagem, pois são muitos, mas parabenizamos cada um deles e gostaríamos que o grupo inteiro se sentisse representado nos relatos dos colegas. As histórias são também o fio condutor de outra matéria: nesta edição, trazemos também detalhes da biografia do professor Erivelto Reis, um grande contador de histórias, que nos revela de onde veio sua inspiração: do pai e das crônicas de rádio que ouvia quando criança. Já na coluna Mundo FEUC, registramos alguns acontecimentos recentes da nossa instituição, e abrimos espaços em outras páginas para abordar temas de relevância como a implantação de novas resoluções do Conselho Nacional de Educação e fazer um balanço das últimas avaliações da instituição realizadas pelo MEC. Temos também para vocês dois artigos assinados por profissionais da casa, os professores Alzir e Luís Henrique, habituais colaboradores da revista. Aproveitamos para relembrar que o espaço dos artigos está aberto para quem tiver um tema relevante que queira apresentar aos leitores. A participação de vocês é fundamental para fazer da FEUC em Foco um espaço que cada vez mais reflita a nossa comunidade. Boa leitura. Tania Neves Editora 3


MUNDO

História promove evento de extensão, pesquisa e difusão cultural A terceira edição do Um Pé de Cultura, organizado pelos ex-alunos Carolina Oliveira e Henrique Brum, com o auxílio dos alunos do curso de História, reuniu em agosto cerca de 100 participantes, entre alunos e público externo. De acordo com a avaliação de Vivian Zampa, coordenadora do curso de História, a abrangência do evento – que teve artesanato, distribuição de

sementes, mesas de debate e shows musicais – foi extremamente positiva: “Nesta edição, o Pé de Cultura conseguiu ser ainda mais diversificado e atraente para os diferentes públicos da FEUC e da região de Campo Grande. É com muito orgulho que o curso de História apoia as iniciativas de seus alunos em relação à promoção do conhecimento, extensão, pesquisa e difusão cultural”, afirmou. Foto de Thaís Cardoso

A dança japonesa foi uma das atrações da edição deste ano da Festa Cultural, que reuniu dia 11 de agosto na quadra esportiva da FEUC alunos da Educação Infantil e do Ensino Médio, com seus familiares. O evento contou com barraquinhas de comidas e brincadeiras, e teve ainda dança de rua e quadrilha, entre outras apresentações. Sirlane Marques, uma das muitas mães presentes, encantada com a performance do filho, Arthur,

da Educação Infantil, destacou o principal valor da confraternização: “O diferencial são as apresentações culturais com nossos filhos, o que ajuda a conhecer e a perpetuar as tradições do nosso país”.

Prêmio de Literatura Aviso aos poetas de plantão: estão abertas até o dia 20 de setembro as inscrições para o Prêmio FEUC de Literatura 2012, exclusivamente na modalidade poema, com tema livre e em duas categorias: para estudantes da instituição (FIC, Pós, CAEL e Magali) e para candidatos externos. Os três primeiros colocados em cada categoria receberão os prêmios de R$ 400 (1º lugar), R$ 300 (2º lugar) e R$ 200 (3° lugar), além de certificados. E todos os finalistas da primeira etapa terão seus poemas publicados em uma antologia. O regulamento está disponível no site da FEUC (www.feuc.br).

Dos alunos para os alunos: semana de conhecimento compartilhado Para Rodrigo Borges de Jesus, aluno do 3º ano do curso Técnico em Informática do CAEL, participar da InfoWeek foi gratificante: “Adquiri bastante conhecimento e pude interagir com os colegas. Acho que esse era o objetivo do evento: a união das turmas”, disse o jovem, um dos cerca de 100 estudantes envolvidos nos minicursos e palestras programados. Wilma Araújo, coordenadora do curso e do evento, destacou o protagonismo dos alunos: “Eles viraram

4

professores e ministraram os cursos com o objetivo de compartilhar conhecimento entre si. Deu bastante certo”, afirmou a professora. E a participação dos alunos foi além: o site do evento (www.semanadainformatica.net) também foi desenvolvido por eles. Leonardo Bernardino Cordeiro e Rodrigo cuidaram do desenvolvimento e do design da página. “Foi muito bom participar de um evento deste nível, que exigiu trabalho em equipe, dedicação e força de vontade”, frisou Leonardo.


Foto de Thaís Cardoso

Luís Henrique e voluntários do projeto no Cantagalo: maquete de comunidade sustentável

A professora Célia (centro) e alunos na Cúpula dos Povos Foto de Thais Perdone

A FEUC na Rio+20 Acontecimento que marcou a vida da cidade em junho passado, a Rio+20, Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, despertou o interesse de professores e alunos da FEUC, tanto em discussões de sala de aula quanto na participação direta em atividades do evento. O professor Luís Henrique Camargo, do departamento de Geografia, exibiu no Espaço Criança Esperança, na comunidade do Cantagalo, em Ipanema, a maquete de uma comunidade sustentável, que é o objetivo de seu projeto Geopolítica da Natureza, de aconselhamento sobre modos de gerar emprego e renda e formar uma rede de negócios ecológicos no Rio. “É muito importante participar desse projeto e apresentá-lo na Rio+20, buscando melhorias em prol de uma comunidade mais sustentável e mais justa. Aos poucos estamos conseguindo implantar as etapas do projeto no Cantagalo e em

breve, com o apoio de empresas, conseguiremos finalizá-lo”, disse. Já a professora Célia Neves, coordenadora do curso de Ciências Sociais e integrante do Instituto de Formação Humana e Educação Popular (Ifhep), levou um grupo de alunos para acompanhar na Cúpula Dos Povos a palestra “Educação popular na construção de uma cultura de direitos humanos”, promovida pela entidade no espaço Territórios do Futuro. Para Marc Siqueira, aluno do 3º período, apesar da sensação de improviso – a tenda era pequena e a

atividade foi feita numa calçada – a experiência foi válida por acrescentar vivências fora de sala de aula. E estar na Rio+20, segundo ele, ajudou a ter uma visão crítica sobre o que foi evento: “Circulamos depois pela Cúpula e não conseguimos ver muita coisa, pois a forma como organizaram os debates os deixou esvaziados. Pareceu mais algo para arrecadar dinheiro do que para discutir questões do meio ambiente. Enfim, valeu para ver o que de fato foi a Rio+20, em oposição ao que a gente gostaria que tivesse sido”.

5


Lugar de Crescer COLÉGIO DE APLICAÇÃO EMMANUEL LEONTSINIS Creche e Educação Infantil

cael.feuc.br • 3408-8492 • Estrada da Caroba, 685 • Campo Grande


Expo X Estudantes dos cursos técnicos do CAEL preparam seus projetos para apresentar em feira

Thiago, Diego e Jader: protótipo do invento Fotos de Thaís Cardoso

O espírito científico cultivado desde cedo Q

uem já passou pela situação de estar dirigindo em um engarrafamento, sem opção de escapar por uma via alternativa, e viu o ponteirinho da temperatura do carro atingir perigosamente a zona vermelha há de bater palmas para a invenção do trio Diego Franco, Jader Fonseca e Thiago César: um sensor de nível de água para radiador de automóvel que alerta quando é necessário completar o reservatório. Enquanto hoje é preciso abrir o capô para saber o nível da água, com a invenção dos três alunos do 2º ano de Eletrotécnica essa informação será dada por um conjunto de luzes no painel, acionadas quando o motorista girar a chave, ainda com o automóvel parado. “Sensores de nível de água já existem, mas não para radiadores de carro”, afirma Diego.

Este é um dos muitos projetos que serão conhecidos na próxima Expo X, que acontecerá de 6 a 9 de novembro. Entre as cerca de 200 propostas em desenvolvimento pelos alunos dos 11 cursos técnicos do CAEL, as questões de acessibilidade e proteção do meio ambiente se destacam: há projeto de uma casa totalmente adaptada a pessoas com deficiências e uma nova planta para a Rodoviária de Campo Grande também baseada nesse preceito; um polímero semi-orgânico que substituiria componentes não degradáveis de produtos industriais e um processo de obtenção de etanol a partir do bagaço da laranja, entre outros. Para o professor Diógenes Rocha, coordenador do curso de Eletrotécnica, o mais importante desses projetos é que introduzem o aluno na vida científica: eles partem de uma pesquisa de campo,

fundamentam numa investigação bibliográfica e concretizam em experimentos de laboratório. “Não é a simples criação de ‘engenhocas’, os alunos são chamados a pensar na solução de um problema e o fazem seguindo uma estrita metodologia científica”, explica. Não raramente, tais criações vão longe. Em maio passado, o ex-aluno do curso Técnico em Química Marcos Vinícius Silva Amorim recebeu menção honrosa da Sociedade Americana de Química na Intel Isef 2012, em Pittsburgh (EUA), pelo invento “Do lixo ao luxo: síntese de materiais nanoestruturados (MOF-5) a partir de garrafas PET”, que já lhe rendera o primeiro lugar na categoria Ciências Exatas da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace). Foi a terceira participação de alunos do CAEL na feira internacional. ■ 7


Ensino Fundamental

Tradição

Colégio Magali completa 30 anos se firmando como referência em educação na Zona Oeste e conquistando as famílias

de pais para filhos “

Foi o meu alicerce. O que aprendi aqui, vou levar para a vida toda”, disse a ex-aluna Alessandra da Silva Hortêncio sobre o Colégio Magali, no qual ingressou em 1986 e cursou do Jardim de Infância à 8ª série. “É uma grande família, chamavam a gente pelo nome, os professores e diretores conheciam cada responsável e todos os seus alunos. Achei que seria ótimo a minha filha crescer nesse mesmo ambiente”, completou a mãe da pequena Júlia Hortêncio Monteiro, de 4 anos, que há um ano começou sua vida escolar na instituição que há três décadas vem se firmando como uma referência em educação na Zona Oeste e conquistando o carinho da comunidade. Casos como o de Alessandra e Júlia são comuns no Magali. Segundo a diretora adjunta e coordenadora do colégio, Silvia da Costa Soares Cezar, o retorno de ex-alunos para matricular os filhos tornou-se frequente ao longo dos anos, e há atualmente pelo menos uma dezena de crianças cujos pais também passaram pelos bancos da instituição. Fundado em 1982, o Magali começou com 39 alunos em três turmas de pré-escolar, e nos anos seguintes foi abrindo pelo menos uma nova turma a cada período letivo, até cobrir integralmente todas as séries do Primeiro Grau. Atualmente, entre professores e profissionais de apoio, são 25 os funcionários em atividade para atender os cerca de 240 estudantes, da Educação Infantil ao 9º ano, em quatro turmas de pré-escolar e nove de Ensino Fundamental. De 2011 para 2012, o salto de crescimento foi grande, com 100 novas

8

Arquivo Magali

Turma do Pré-Escolar II vestida a caráter no Dia do Folclore matrículas. E algumas novidades já marcam o ano letivo em curso, como a introdução da capoeira como atividade extracurricular aberta a todos os alunos interessados e a participação mais ativa dos pequenos da Educação Infantil nas datas comemorativas: “Dia dos Pais, das Mães, da Independência, do Folclore... em todas essas ocasiões, para enriquecer as comemorações, as professoras produzem roupinhas temáticas e as crianças saem vestidas com elas. Os pais já vêm esperando por isso”, conta Silvia.

Festa tem bolo, capoeira e MPB Os 30 anos do Colégio Magali foram festejados em junho passado com uma grande festa que reuniu alunos, familiares, funcionários e professores na quadra esportiva. Teve roda de capoeira sob a direção do Mestre Anísio, homenagens a ex-alunos e ex-professores e também um show de MPB proporcionado pela Banda Sinfônica da FEUC e o Coral Ecos Sonoros, sob a regência do maestro David Souza. A confraternização culminou com o “Parabéns pra você” cantado em torno de um bolo e sob a mira de várias máquinas fotográficas: registros de mais um momento importante na vida da escola e de seus alunos – que um dia serão ex-alunos, mas provavelmente continuarão por lá, com seus filhos, engrossando essa grande família que não para de crescer. ■


Alessanda e a pequena Júlia: ambiente da escola as conquistou

Fotos de Thaís Cardoso

Animação na roda de capoeira e no ‘Parabéns pra você’

9


M

Y

Y

Anuncio_Graduacao_21x28_curva_PRINT 2.pdf 1 17/09/2012 13:11:46


Aula Inaugural

Graduação de qualidade O

s alunos que iniciaram cursos de graduação em agosto nas FIC receberam as boas vindas em aulas inaugurais que deram a tônica do que os espera nos próximos semestres: uma etapa de muito mais responsabilidades, mas também de realizações e crescimento profissional. O professor Wilson Choeri, presidente da FEUC, falou aos calouros sobre o papel que cabe a eles e também à instituição

é uma via de mão dupla

neste processo de formação. Nas palavras do presidente, o compromisso primordial do professor na atual sociedade da informação, bombardeada pelos avanços tecnológicos, é cuidar para que seus alunos saibam “digerir” a avalanche de informes que recebem diariamente, transformando informações em conhecimento. Por sua vez, o diretor das FIC, professor Hélio Rosa de Araújo, chamou a

atenção da plateia para o fato de que, embora o mercado de trabalho para os professores seja generoso em número de vagas, torna-se cada vez mais concorrido e exigente no que tange a qualidade. E propôs um pacto de seriedade nos estudos: “É o máximo interesse da FEUC que vocês saiam daqui bem formados, mas este é um processo de mão dupla: o engajamento do aluno é fundamental”, concluiu. ■

Cinema na FEUC

Filme financiado via redes sociais discute

Educação x Escolarização

N

a escola moderna a educação está proibida? Um grupo de jovens estudantes e profissionais argentinos da área de comunicação audiovisual acredita que sim, e com o objetivo de estimular mundialmente este debate usou suas habilidades e ferramentas para dar forma ao documentário “La educación prohibida”. O primeiro longa argentino financiado via redes sociais e disponibilizado gratuitamente na rede foi feito em esquema de coprodução voluntária por 704 pessoas e entidades de oito países. O filme expõe a tese de que a escola tradicional cerceia a criatividade das crianças e produz jovens e adultos cada vez menos interessados no conhecimento e talhados apenas para competir. Certo de que uma educação consciente

Documentário será exibido dia 22 de setembro, inaugurando novo horário do Cinema na FEUC, às 13h

e de qualidade é primordial para construir um mundo melhor, o grupo dirigido por Germán Doin Campos foi atrás de profissionais e especialistas das áreas de educação e desenvolvimento humano para apresentar experiências de sucesso baseadas em propostas de educação que desafiaram a estrutura convencional da mera escolarização. Estão ali os métodos Montessori e Killpatrick, a educação popular de Paulo

Freire, as pedagogias Logosófica e Waldorf, entre outras. O que é necessário para tornar a educação uma experiência mais positiva para alunos e professores? Conheça o projeto em http://www.educacionprohibida.com e venha assistir ao documentário na próxima edição do Cinema na FEUC, dia 22 de setembro às 13h, e debater este tema com a pedagoga e pesquisadora da Fiocruz Aparecida de Fátima Tiradentes. ■ 11


Artigo

Prof. Alzir Fourny Marinhos Professor das FIC

Número de ouro relacionando Matemática e Arte

A

semana do Curso de Matemática das Faculdades Integradas Campo-Grandenses, que ocorrerá em outubro deste ano, terá como tema a Matemática nas artes. O tema é interessante, pois proporciona reflexões sobre a importância da aplicação da Matemática em áreas como a das artes, que muitas vezes não estão tão próximas de nós, professores e alunos. A Matemática e a Arte surgiram das necessidades humanas. Enquanto a Matemática veio para resolver problemas práticos, como constatamos no Papiro de Ahmes, documento escrito no Egito em torno de 1650 aC, com 85 problemas matemáticos de contexto prático e suas resoluções, a Arte surgiu como linguagem estabelecendo formas de comunicação, conforme constatamos na pré-história com as imagens nas cavernas. As culturas egípcias e gregas, antes de Cristo, manifestavam-se nas formas matemática e artística. Na Grécia foi descoberto um número dado pela divisão de duas medidas gerando 52+ 1 , que vale 1,6180399..., número com infinitas decimais não periódicas, chamado irracional, com o nome particular de número de ouro. O número de ouro, descoberto pelos gregos, é encontrado de várias formas na natureza. No corpo humano 12

encontramos o número de ouro na divisão do comprimento da altura total pelo comprimento do umbigo aos pés de uma pessoa; na divisão do comprimento do braço inteiro pelo comprimento do cotovelo até o dedo médio; na divisão do comprimento da perna inteira pela medida do comprimento do joelho até o chão. Os resultados deverão ser aproximadamente 1,618. Um retângulo que tem a divisão do lado maior pelo lado menor dando o número de ouro será chamado retângulo de ouro. Este retângulo proporciona harmonia, equilíbrio e beleza. Leonardo da Vinci (1452-1519), nascido em Vinci, próximo de Florença, Itália, é considerado um dos maiores pintores de todos os tempos. Era matemático, engenheiro, pintor, escultor. Relacionou Matemática e Arte através do número de ouro. A Mona Lisa está entre as suas obras mais famosas. É uma pintura em óleo sobre madeira de Álamo e está exposta no Museu do Louvre em Paris. O sorriso enigmático e a serenidade de expressão da Mona Lisa vêm à tona pela harmonia, equilíbrio e beleza determinados por uma pintura galgada em retângulos de ouro e no número de ouro.


Fundamental

para sua vida!

COLÉGIO DE APLICAÇÃO EMMANUEL LEONTSINIS

Ensino Fundamental Estrada da Caroba, 685 - Campo Grande - RJ •

Anuncio_Ensino Fundamental_21x28_PRINT

cael.feuc.br • 3408-8492


Perfil / ERIVELTO REIS, professor de português

Um apaixonado

por literatura e pela tarefa de ensinar

Arquivo Pessoal

Tania Neves

Globalização (Erivelto Reis) O Mundo É governado por loucos. A Rússia Mata os soldados aos poucos... Os Jornais Se ocupam de fatos. A Riqueza É propriedade de alguns... A Igreja É Instituição Sagrada. Dinheiro Não tem Credo nenhum! A Verdade É território profano... O Medo É um oceano profundo Meu filho Dorme e caminha sonâmbulo. A Família Hoje em dia, é refém... A Tecnologia Escraviza quem não a detém! Afinal de contas, Computador não diz amém. (Do livro “Sem rima”, disponível em http://eriveltoreis.blogspot.com.br)

14

O

primeiro dinheiro que ganhou com seu próprio trabalho, ele empregou em algo improvável para uma criança de 8 anos: “Comprei um jornal. Achava lindo as pessoas que compravam jornal na porta da padaria e já saiam lendo”, lembra Erivelto Reis, provocado a identificar em seu passado as sementes do grande amor que devota à literatura. Ex-aluno de graduação e pós-graduação das FIC, há três anos incorporado ao quadro de docentes da instituição, o professor de 36 anos segue rememorando: “Era um exemplar de O Dia, que li e reli inúmeras vezes, especialmente as crônicas policiais, que eu não entendia muito bem, mas adorava mesmo assim”. O tal dinheiro fora a gratificação recebida do pai pela ajuda no cultivo e venda de verduras para os vizinhos, em Seropédica. O mais velho dos quatro filhos do paraibano José de Arimatéa e da goiana Maria Aparecida, Erivelto nasceu em Goiás – um dos estados por onde o pai passou, fugindo da falta de oportunidades do Nordeste e buscando

um porto seguro para iniciar uma nova família. “Era a época do ‘Eldorado do Norte’, e ele andou por esse Brasil tentando a vida, mas tudo o que conseguiu foi trabalhar para latifundiários. Depois veio para o Rio, e meus dois irmãos mais novos já nasceram aqui, onde meu pai se tornou caseiro de um sítio”. Os relatos que ouvia do pai, somados às crônicas do rádio que embalaram sua infância, são apontados pelo professor e escritor como a matéria-prima que lhe deu a facilidade de contar histórias. “Minha casa era musical. Quando não estávamos na escola, minha mãe


ligava o rádio e nós fazíamos nossas atividades ouvindo o Haroldo de Andrade, cantarolando as músicas, nos emocionando com as cartas dos leitores”. Na escola, inspirado naquela vivência, Erivelto produzia textos que deixavam desconfiados seus professores. Mais de uma vez ouviu a pergunta “quem escreveu para você, foi seu pai?”, tendo que revelar que o pai mal sabia escrever. A condição de iletrado, porém, nunca fez seu José de Arimatéa desprezar a escola. Ao contrário, ele e dona Maria Aparecida tinham o estudo dos filhos como prioridade, e embora todos ajudassem nos trabalhos do sítio, frequentar a escola era sagrado. “Meu pai dizia: ‘o que posso fazer por vocês é dar a oportunidade de estudar’, e eu aproveitei essa oportunidade ao máximo”. Os livros, segundo Erivelto, entraram em sua vida bem depois, já que a escola não os tinha, e ir à Biblioteca Regional era impraticável, pois não tinha dinheiro para o ônibus. “Meu pai fazia serviços para gente rica e às vezes ganhava livros velhos. A coleção ‘A história da civilização’, em quatro volumes, eu li até quase decorar”.

Mulher incentivou faculdade Assim o garoto ia saciando sua sede de leitura e dando asas ao talento de escritor. Porém, ao fim do Segundo Grau, ele interrompeu os estudos para apenas trabalhar. Durante 18 anos atuou como garçom e churrasqueiro, e foi somente em 2007, incentivado pela mulher, Gloria Regina, professora de educação física, que voltou aos bancos escolares para cursar a faculdade. Graduou-se em Português-Literaturas pelas FIC e fez pós-graduação em Estudos Literários na própria instituição e em Literaturas Portuguesa e Africana na UFRJ, onde hoje cursa seu mestrado em Literatura Portuguesa Contemporânea. Em 2010, convidado pela coordenadora de Letras, Arlene da Fonseca, a se tornar professor da faculdade, exultou: “Foi a maior felicidade. Considero a FEUC uma referência em educação, porque foi referência na minha vida. Temos grandes professores, e por serem grandes e muito modestos às vezes os alunos nem sabem disso. Dos títulos que tenho, os que mais me orgulham foram os obtidos aqui. O que aprendi aqui não fica a dever em nada às grandes universidades”. O carinho de Erivelto pela FEUC nasceu bem antes de ele se tornar aluno ou mesmo professor. Nas horas vagas do trabalho como garçom, frequentava saraus de poesia, sessões de cinema, palestras e demais atividades abertas à comunidade. “Sempre fui muito bem recebido, e vejo esse acolhimento como uma das características que diferenciam a FEUC de outras instituições de ensino. Hoje, quando venho para cá, não é somente para trabalhar, mas para contribuir com o sonho de outras pessoas, da mesma forma como contribuíram com os meus. Amo fazer o que faço, e acho que faço bem”. ■

Três filhos, três livros, muitas árvores... Quando outubro chegar, Erivelto lançará seu terceiro livro: “Erre – poesia e alguma prosa”. O título – inicialmente pensado como “R” – faz referência à mulher, Regina, a quem ele dedica a obra, embora nem todos os poemas sejam de amor. O prefácio é do amigo poeta Primitivo Paes: “Enquanto ele for vivo, os prefácios de todos os meus livros serão escritos por ele, a não ser que ele não queira”. De fato, Primitivo tem lugar de destaque na biografia de Erivelto. Ele conta que o conheceu quando ainda era garçom, levado por um professor de teatro que dava aulas para Primitivo. “Ele dizia que eu deveria fazer teatro, e passou um ano me convidando para ir conhecer o grupo. Decidi no dia em que ele falou ‘tem um poeta lá’. Nunca tinha conhecido um poeta, então fui. Desde então nos tornamos grandes amigos”, revela Erivelto, que dedicou seu segundo livro, “Somos”, de 2007, ao poeta. No livro de estreia, “Sem rima”, de 2004, Erivelto pôs na capa fotos dos filhos Allynie, Erick e Ian. A mais velha tem hoje 18 anos e cursa Belas Artes na Universidade Rural. O do meio, de 16 anos, está terminando o Ensino Médio, adora jogos e cogita estudar desenho ou computação. Já o mais novo, de 13 anos, faz planos de abraçar a literatura, mas o pai acha que ele diz isso somente para agradá-lo.

De volta ao sítio Se é verdade que a realização humana depende de ter um filho, escrever um livro e plantar uma árvore, Erivelto é triplamente realizado. Entretanto, planeja continuar aperfeiçoando isso – ao menos no que diz respeito a livros e árvores. Hoje dono e morador do sítio em que trabalhou na infância, ele gosta de passar suas horas vagas lendo e escrevendo poemas e crônicas. E cultivando plantas e sonhos com Regina, a maior inspiradora. “Foi ela quem me incentivou e tornou tudo isso possível. É a grande figura da minha vida”, arremata o professor, cronista e poeta, que vislumbra o futuro para sempre naquele sítio, junto da família e de sua biblioteca. 15


Anuncio_Medio_Tecnico_21x28_curva_PRINT 2.pdf 1 17/09/2012 13:09:37

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K


Capa

Trocando de posição

na sala de aula

Foto de Thaís Cardoso

Conheça as histórias de alguns dos muitos alunos das FIC aprovados recentemente em concursos públicos para professor

Da esquerda para a direita: Vanessa, Brenda, Laisa, Natália e Crisvânia (fila de trás), Leandro, Camila, Mayara e Fabrícia

Tania Neves e Thaís Cardoso

V

anessa Amaral, classificada em 3º lugar para o cargo de Professor I de espanhol no mais recente concurso para a Secretaria municipal de Educação do Rio de Janeiro, acertou todas as questões da língua estrangeira que lecionará; Leandro Silva Dias, que passou na mesma seleção para o cargo de Professor I de matemática, recebeu conceito máximo na prova de aula; Natália Coelho cravou respostas certas em todas as questões de português da prova de Professor II para o município de Itaguaí; Crisvânia dos Santos conquistou ao mesmo tempo um posto de Professor I de português naquele município e uma vaga no curso de Mestrado em Estudos da Linguagem na Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio, ficando em 6º lugar entre os mais de 100 candidatos na disputa. O que eles têm em comum? Todos concluíram ou estão concluindo a graduação na FEUC, com um pé já fincado na vida profissional e o outro tateando o caminho da pós-graduação. Também convergem ao atribuir seu sucesso à dedicação que devotaram aos estudos, à qualidade da formação que receberam na instituição e ao forte incentivo de seus professores. 17


Foto de Thaís Cardoso

Capa

Continuação “Eu já atuava como estagiária bolsista no município do Rio, dando aulas de reforço escolar. Quando surgiu o concurso de Itaguaí, tentei para Professor II porque só termino a graduação em Português-Espanhol no fim deste ano, mas tenho o Normal”, conta Natália Coelho, que assumiu seu posto mês passado e já planeja o futuro: “Assim que abrir novos concursos para Professor I eu vou fazer e passar. E também cursar pós, mestrado, doutorado...”, diz a jovem, adotando com entusiasmo o discurso de seus mestres sobre a importância de uma educação eternamente continuada. Fazer pós-graduação também é meta de Vanessa Amaral, que igualmente cursou Formação de Professores no Ensino Médio, mas não se adaptou ao trabalho com crianças. “A experiência que tive depois do Normal foi numa creche, mas desisti porque vi que minha vocação não era educar crianças. Então decidi retomar um sonho antigo, estudar espanhol, inspirada no exemplo de uma vizinha professora. Aí, sim, eu me encontrei, e agora vou pesquisar uma boa pós para cursar”, afirma.

Formação de qualidade Aprovada em 9º lugar para o cargo de Professor I de inglês em Nova Iguaçu, Camila Araújo Pires já era graduada em Educação Física pela Universidade Rural quando decidiu estudar Português-Inglês nas FIC. Ela vinha de um período de um ano e meio de intercâmbio nos Estados Unidos, e o interesse despertado pelo inglês lhe abriu os horizontes para o Magistério: “Estava entusiasmada com a língua e fui fazer faculdade para poder dar aula. Posso dizer que fiquei positivamente surpreendida com a qualidade da formação que recebi”, diz a estudante, mais uma que pretende emendar a graduação em uma pós na própria instituição. 18

Talita Piedade já está cursando a pós em inglês, e recomenda: “Estou gostando muito, outras colegas também fizeram e em seguida tiveram bom desempenho em provas para o mestrado”, diz a jovem, que assumiu recentemente a vaga de Professor I de inglês da 10ª CRE que obteve no concurso de 2010. “O que aprendi na faculdade foi exatamente o que caiu no concurso. Na época eu não tinha tempo de estudar mais, pois estava fazendo estágio, e fui muito bem nas provas”. Como ela, Mayara Teixeira também conquistou em 2011 a única vaga de professor para o polo Sarah Kubitschek do Pré-Vestibular do Cederj apenas com o conhecimento adquirido em sala de aula, disputando com outros 10 candidatos. Gostou da experiência de ensinar inglês instrumental, e na próxima seleção para o Cederj tentará uma vaga para português. “E assim que lançarem novos concursos para o município eu farei, com a maior confiança”, diz. Foram as referências que obtiveram sobre a qualidade do ensino que atraíram Carla Vicchetti Ferreira e Leandro Silva Dias para as FIC. Ele se formou em matemática em 2008, e em julho passado assumiu o cargo de Professor I daquela disciplina no município do Rio. Leandro chegou ao curso de Matemática incentivado pela esposa, também formada na disciplina pela instituição. Considera que a boa formação em didática e o conteúdo

Camila, Vanessa, Crisvânia, Natália e Mayara: curso de Letras bem representado

de matemática foram essenciais para realizar a prova prática que lhe deu a nota máxima: “Atribuo à FEUC meu gosto por lecionar. Além do preparo acadêmico, recebi conselhos importantes para seguir a carreira de professor”, diz. Já Carla se formou em pedagogia no semestre passado e precisou colar grau em regime especial, dias antes do previsto, para poder assumir a vaga de Professor II no município do Rio.

Prata da casa valorizada Dos 83 professores do atual quadro docente das FIC, 43 foram alunos da graduação ou da pós-graduação da própria faculdade, de onde também saíram 31 dos atuais 105 professores do CAEL. Para o diretor da faculdade, professor Hélio Rosa de Araujo, isso demonstra que a instituição tem consciência da qualidade do ensino que oferece e deposita confiança naqueles que ela forma. “É também um trunfo que temos nas mãos, até para cultivar no aluno esse olhar especial: ‘pode ser meu futuro local de trabalho’. É um incentivo”, diz o diretor, ele mesmo um ex-aluno: formou-se em letras em 1969, e anos depois cursou também pedagogia.


Capa Foto de Thaís Cardoso

Foto de Tania Neves

Da graduação diretamente para o mestrado Nascida numa família de nordestinos em que as mulheres seguiam a profissão de costureira ou manicure, e os homens a de pedreiro ou pintor, Crisvânia dos Santos deu sua contribuição à tradição durante um bom tempo. Mas a fibra nordestina lhe valeu também na hora de virar a mesa: depois de 14 anos longe dos bancos escolares, ganhando a vida numa máquina de costura, ela em 2007 cursou vestibular comunitário, prestou o Enem em 2008 e no ano passado se graduou em Português-Espanhol na FEUC. Mas era pouco, e Crisvânia completou o pacote passando no concurso para Professor I de português em Itaguaí e conquistando uma vaga de mestrado na PUC. Superdotada? Sortuda? Claro que não. Simplesmente uma mulher determinada e sem medo de encarar desafios. “O que alcancei até aqui é resultado de muito esforço, muita renúncia e apoio da minha família e dos meus professores”, afirma. Quando se inscreveu para a prova na PUC e pegou a bibliografia para estudar, Cris se deparou com muita coisa que havia visto na graduação: “Eu me assustei de saber que tinha recebido aquela formação. Por influência do senso comum, a gente de faculdade particular acha que é mal formado. Pois eu só tenho

Crisvânia faz pose nos Pilotis na PUC Laudiceia: mestrado para juntar psicologia e ciências sociais

a agradecer à FEUC. Mudou muita coisa para mim: minha visão de mundo, o que eu passo hoje para os meus filhos”, diz ela, revelando que antes não sabia justificar aos dois filhos por que eles deveriam estudar com afinco. Agora, seu exemplo fala por si. Laudiceia Toledo, formada em ciências sociais em 2011, emendou a graduação no mestrado em Psicologia Social na Universo. Ela já era duplamente professora: fez o antigo Normal e graduou-se em letras pela Castelo Branco. Cursar ciências sociais, porém, era um sonho antigo: “Na adolescência participei de movimentos estudantis e sociais, era ativista, e desejava muito essa formação. Por coisas da vida, segui outro caminho, mas o sonho ficou guardado e assim que pude eu o realizei”, relata. A busca pelo mestrado se inclui num projeto maior: “Escolhi psicologia social por ser complementar às ciências sociais, para agora olhar o indivíduo dentro do coletivo e abarcar o mesmo tema por dois olhares” diz Laudiceia, que faz planos de trabalhar na área de pesquisa e se orgulha de ter sido uma aluna “engajada”, que ajudou, com seus colegas e professores, a renovar o interesse da comunidade pelo curso de ciências sociais, o menor da FEUC. 19


Capa Fotos de Thaís Cardoso

Carla: colação de grau antecipada para assumir vaga

Anselmo aguarda chamada para Supervisor Escolar em Belford Roxo

Continuação Fabrícia Maria Fraga de Oliveira, que se graduou em pedagogia no semestre passado, está aguardando convocação para assumir o cargo de Professor II na 9ª CRE. Ela conta que muito do que constava no conteúdo programático já havia visto em sala de aula. Para ela, o diferencial da FEUC é não tratar o ensino apenas como algo comercial: “Ela valoriza e estimula a formação de bons profissionais e, acima de tudo, de excelentes cidadãos”. Embora estejam ainda no 4º período de pedagogia, Laisa Rodrigues Alves e

Brenda Cruz Santos de Moraes passaram naquele mesmo processo seletivo, feito apenas para testar conhecimentos. A impressão de Brenda foi boa: ela observou que boa parte das questões se relacionava com temas que têm sido abordados no curso. O que a leva a ter um julgamento positivo da instituição que escolheu para estudar. Luciana Rangel Nogueira, formada em pedagogia no primeiro semestre e também aprovada para o município do Rio, constatou o mesmo que Brenda: “Grande parte dos conteúdos pedidos nas provas foram bastante debatidos durante as aulas”.

Tanto é assim que Anselmo Gonçalves da Silva, que conquistou um cargo de Supervisor Escolar em Belford Roxo, precisou estudar apenas raciocínio lógico, matéria em que se julgava vulnerável, pois o restante do conteúdo vinha sendo visto em sala e testado em outros concursos que os professores incentivavam as turmas a fazer. Ele avalia como positiva sua passagem pela FEUC: “Houve uma junção da minha vontade de aprender com a disponibilidade da instituição em me nortear a seguir o caminho devido. Realizei um sonho e um objetivo em todos os níveis”. ■

Projeto pedagógico afinado e bibliografia atual Para a coordenadora do curso de Letras, Arlene da Fonseca, é a formação geral nas licenciaturas das FIC que leva ao sucesso dos alunos nos concursos. “Nosso projeto é o de preparar para a missão do Magistério, articulando as teorias às práticas pedagógicas. Em outras instituições, o bacharelado não dialoga com a licenciatura, acabam sendo duas formações estanques. Aqui, desde o primeiro período, as disciplinas são voltadas para as questões pedagógicas”, diz. A vice-coordenadora, Renata Souza Gomes, acrescenta que a bibliografia trabalhada nos cursos de letras é a mais atualizada possível: 20

“Escolhemos livros que estão sendo lidos agora, e não há como escapar deles ao elaborar uma prova”, explica. Feliz com o desempenho dos alunos, Arlene diz experimentar uma sensação de dever cumprido a cada vez que algum deles se inicia como professor. O mesmo sentimento é experimentado pela professora Maria Licia, vice-coordenadora de Pedagogia: “É muito gratificante ver que o curso está atendendo essa demanda de professores no mercado de trabalho. Isso nos dá credibilidade com a sociedade, que vê nossos alunos sendo aprovados em concurso público e provando que a formação aqui é de qualidade”.

Coordenador do curso de Matemática, o professor Alzir Fourny lembra que muitos dos alunos chegam à faculdade carregando o peso da educação básica precária: déficit agudo no conteúdo da disciplina que pretendem um dia lecionar. Segundo ele, empreende-se nas FIC um trabalho sério para resgatar esse tempo perdido, oferecendo um bloco de disciplinas capaz de dar o suporte de que os estudantes necessitam. “Vemos o esforço e o progresso desses alunos em todas as etapas do curso, até que chegam a prestar concurso público e são aprovados com boas notas e colocações. É gratificante”.


Capa

“Como aluna, venci todas as dificuldades com a solidariedade dos colegas, o apoio da instituição e o uso da tecnologia” Até o fechamento desta revista, na primeira quinzena de setembro, Vanessa Amaral ainda não tinha conseguido tomar posse, embora já tivesse cumprido todas as exigências da Secretaria municipal de Educação. Motivo: foi considerada inapta no exame médico, devido à deficiência visual provocada pelo albinismo. Ela entrou com recurso uma primeira vez e obteve outra chance, mas novamente foi recusada.

Vanessa tornou a recorrer da decisão, pois se considera totalmente apta e preparada para exercer a função de professora: “Na FEUC, como aluna, venci todas as dificuldades com a solidariedade dos colegas, o apoio da instituição e o uso da tecnologia: textos impressos em letras maiores, computador com resolução de vídeo diferenciada e lupas para ler os livros permitiram que eu estudasse em igualdade de condições e

tivesse o bom desempenho que tive no concurso. Por que então não posso lecionar?”, indaga a professora, reiterando que lutará por seus direitos até o fim. De fato, se a escola cada vez mais é cobrada pela sociedade para incluir os diferentes, por que a Prefeitura do Rio perde essa chance de ouro de ter em seus quadros um professor que, como aluno, foi o exemplo vivo de como as políticas inclusivas podem mudar a vida das pessoas?

Anuncio_cursos livres_print 2.pdf 1 17/09/2012 13:07:55

Cursos

Livres Conheça nossos cursos:

• GESTÃO ADMINISTRATIVA

• CONCURSOS

• EDUCAÇÃO

• OUTROS

• GESTÃO DE MEIO AMBIENTE

HORÁRIOS DAS AULAS

• INFORMÁTICA • SAÚDE • LÍNGUAS E LINGUAGENS Mais Informações:

21 3408-8486 www.feuc.br • /feucrj

- Sábados das 8 às 12h; - Sábados das 13 às 17h; - Terças e quintas: das 17 às 19h;

- Segundas e quartas: das 17 às 19h; - Terças e quintas: das 13 às 15h; - Segundas e quartas: das 13 às 15h;

CARGA HORÁRIA E INVESTIMENTOS - Cada curso livre tem carga de 20 horas e requer um investimento a partir de R$30,00. - O pacote com 4 cursos, totalizando 80 horas, requer um investimento a partir de R$100,00


Ensino Superior

Novas resoluções entram em vigor Diretrizes Curriculares para Educação Ambiental e Educação em Direitos Humanos serão implantadas nas FIC de forma transversal e transdisciplinar

O

Ministério da Educação publicou em maio e junho passados, no Diário Oficial da União, as resoluções do Conselho Nacional de Educação (CNE) que estabelecem as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental (EA) e a Educação em Direitos Humanos (EDH). Trata-se de legislação complementar ao que já prevê a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), de 1996, e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), de 1997, em consonância também com legislações específicas, nacionais e internacionais, sobre políticas ambientais e de direitos humanos. Com isso, passa a ser obrigatória a implantação da EA e da EDH em todas as instituições de ensino, podendo acontecer de forma transversal e transdisciplinar ou dentro do conteúdo de uma disciplina específica.

22

Ambos os documentos, em seus textos, chamam a atenção para o fato de que as práticas educativas devem levar em conta as dimensões políticas e pedagógicas dos temas em questão e

trabalhá-los dentro das variações de contexto encontradas. Sobre a educação ambiental, afirma que ela não é uma atividade neutra, pois envolve valores, interesses e visões de mundo, e por isso sua abordagem deve superar “a visão despolitizada, acrítica, ingênua e naturalista ainda muito presente nas práticas pedagógicas das instituições de ensino”. Quanto à educação em direitos humanos, sustenta que deve ter como finalidade a transformação social, fundamentando-se em princípios como a dignidade humana, a igualdade de direitos e o reconhecimento e a valorização das diferenças e das diversidades, entre outros. ■


do CNE

Anuncio_ITGI_7x21_PRINT 2.pdf 1 17/09/2012 13:05:55

Pensando em fazer um site?

EDH deverá ser realizada em ações acadêmicas Incumbida pela direção das FIC de analisar os documentos e encaminhar ao corpo docente uma proposta de implantação da nova legislação, a professora Célia Neves, coordenadora do curso de Ciências Sociais, está apostando na transversalidade: “São temas que perpassam a vida da sociedade como um todo, por isso não faria sentido isolá-los em disciplinas específicas. É mais um exercício de pensar uma metodologia que possa contemplar essas questões nas ações acadêmicas desenvolvidas”, defende. A professora acredita que as disciplinas já existentes nos cursos de graduação e pós-graduação das FIC terão condições de abordar aspectos desses temas em algum momento, o que muitos professores já vinham fazendo, segundo ela, mesmo antes das resoluções.

Tema estará no Fórum de Educação, Ciência e Cultura Marcado para 30 de outubro, o XV Fórum de Educação, Ciência e Cultura terá como tema condutor a EDH. A programação este ano ocupará um dia inteiro, em que as aulas serão suspensas para incentivar a máxima participação dos alunos nas cerca de 30 atividades que serão oferecidas pelos professores de cada curso, como palestras, oficinas e minicursos. Segundo a professora Célia, a ideia é que as oficinas aconteçam na parte da tarde e atraiam alunos de escolas públicas de Ensino Médio da região. Uma das atividades previstas pelo curso de Ciências Sociais serão as oficinas resultantes do projeto “Juventudes e direito à cidade: desvelar para revelar e realizar uma cultura da paz”, estruturado na perspectiva de contribuir para a formação dos docentes da área, dando-lhe subsídios para construir reflexões e ações para uma educação em direitos humanos. O projeto inclui os eixos reflexivos Juventude e trabalho; Juventude, gênero e sexualidade; Juventude e (in)segurança pública; Juventude, arte e cultura.

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

Seja bem-vindo à...

Fábrica de Sites • Padrão WEB 3.0 • Fácil Navegação • Fácil Gerenciamento das Informações • Fácil Usabilidade • Banco de Dados Seguro • Integração com Redes Sociais • Foco no Cliente com Contatos Facilitados • Foco no Marketing de Relacionamento • Suporte Técnico • Assessoria de Marketing Gratuita por Consulta • Desenvolvimento e Reformulação Estrada da Caroba, 685 - Campo Grande - RJ (21) 3408-8463 . www.itgi.com.br itgi@itgi.com.br


Ensino Superior

Avaliações do MEC devolvem

nota 3 às FIC Curso de Espanhol obteve conceito 4, enquanto os demais ficaram com 3

A

o longo dos últimos três anos, as Faculdades Integradas Campo-Grandenses receberam em suas dependências dez comissões de avaliação do MEC, que esquadrinharam aspectos físicos, administrativos e acadêmicos da instituição para, ao final do processo, restituir às faculdades a nota 3 que fora perdida em 2008. Mais do que a reversão do conceito 2 para 3, o que entusiasmou de verdade o professor Hélio Rosa de Araújo, diretor geral das FIC, foram as observações contidas nos relatórios das reuniões finais dos avaliadores com alunos e professores: “A maioria deles bateu numa mesma tecla: que o clima organizacional das FIC era extremamente favorável a uma instituição que se dedica à educação. Claro que

retomar o conceito 3 nos trouxe uma alegria muito grande, mas ela não seria tão perfeita sem esse reconhecimento explícito da maioria dos avaliadores sobre a seriedade com que nossos profissionais se dedicam ao trabalho”, afirma o professor. Coordenador da Comissão Própria de Avaliação (CPA) e vice-coordenador acadêmico das FIC, o professor Valdemar Ferreira da Silva atribui o desempenho satisfatório dos cursos nas avaliações ao esforço e trabalho dos coordenadores e de suas equipes de professores e funcionários: “Os avaliadores se reuniram e examinaram cada setor, conversaram com vários grupos de professores e funcionários e tiveram reuniões também com alunos para observar e julgar a

Entenda os critérios de pontuação utilizados As notas das avaliações do MEC podem variar de 1 a 5, tanto no julgamento geral da instituição de ensino quanto no de cada curso em particular. Os conceitos 1 e 2 são considerados insuficientes, gerando exigências de melhorias e podendo culminar com sanções mais sérias – de suspensão da abertura de novas turmas até a perda do registro de funcionamento –, caso as exigências não sejam atendidas. A nota 3 é registrada como satisfatória,

24

pois confirma que a instituição atende a todos os requisitos do MEC. Notas 4 e 5 indicam que há superação das metas mínimas propostas. Para chegar à nota final de cada curso das FIC, o MEC avaliou três dimensões específicas: Didático-Pedagógica; Corpo Discente, Docente e Técnico-Administrativo; Infraestrutura Física. Foi a média das três notas que deu o conceito final. Com exceção do curso de Espanhol, que obteve conceito

4, os demais cursos avalisdos ficaram com nota 3 (detalhamento no gráfico ao lado). O curso de Ciências Sociais ainda não foi avaliado, o que deverá acontecer nos próximos meses. Para determinar a nota geral da instituição, dez dimensões foram analisadas. Em cinco delas, as FIC alcançaram nota 4: Responsabilidade Social, Comunicação, Infraestrutura Física, Política de Atendimento ao Discente e Sustentabilidade Financeira.


coerência das informações coletadas sobre os cursos avaliados”, explica.

Muitos pontos positivos ressaltados nos relatórios Além do forte sentimento de pertencimento dos profissionais que

Outras quatro dimensões ficaram com o conceito 3: a Missão e o Plano de Desenvolvimento Institucional, Política Para o Ensino, Organização e Gestão da Instituição de Ensino Superior, Planejamento e Avaliação. A dimensão de Políticas de Pessoal foi a única que recebeu conceito 2. Na análise do professor Durval Neves, superintendente da FEUC, pareceu até um contrassenso: “O maior patrimônio da FEUC é o seu pessoal,

trabalham na casa, os enviados do MEC destacaram vários outros pontos positivos, entre eles o alto número de profissionais (especialmente docentes) com tempo de serviço superior a 5 anos; horas de atuação e disponibilidade dos coordenadores de cursos; elevação do percentual de professores

apaixonado e parceiro da instituição. Todavia, os critérios utilizados pelos avaliadores eram mais formais, dependiam de registros que evidentemente não tínhamos. Mas as FIC estão empenhadas em tornar essa política mais formal, melhor e com mais visibilidade”. Tal conceito poderá ser confirmado ou não quando equacionado com a próxima nota do Enade, segundo o professor Valdemar. “É fundamental

em regime de tempo parcial e integral nos diversos cursos; gestores e diretoria disponíveis e atuantes; boa avaliação e participação por parte de alunos, corpo docente e funcionários; boas condições de atendimento e apoio aos discentes, com oferta de estágio, vagas de emprego e monitoria. Especialmente esse último item impressionou bastante as comissões de avaliação, como lembra Valdemar: “Reconheceram que o forte empenho da instituição em intermediar estágios remunerados e oferecer monitoria aos alunos tem sido fundamental para que muitos consigam ingressar no ensino superior e se manter até o final do curso”. Tal empenho pode ser traduzido em números: a FEUC tem hoje 52 convênios assinados com diversos órgãos e secretarias públicas de educação, além de empresas privadas, para a alocação de seus alunos como estagiários. Somente na Secretaria municipal de Educação, segundo o coordenador da CPA, há no momento 254 alunos das FIC fazendo estágio, com bolsas de R$ 400 ou R$ 600, dependendo da carga horária cumprida. “Com esse dinheiro eles conseguem pagar a mensalidade e custear outras despesas”, diz Valdemar. ■

que nossos alunos façam a prova do Enade com a consciência de que isso tem peso na avaliação das FIC. Logo, interfere também no valor do diploma que eles levarão depois para o mercado de trabalho”, explicou o coordenador da CPA, lembrando que, hoje em dia, nos processos seletivos de emprego, uma das primeiras coisas que o empregador faz é consultar a nota do curso e da instituição de ensino onde o candidato se formou.

25


Artigo Prof. dr. Luís Henrique Ramos de Camargo Departamento de Geografia das FIC

Um balanço da Conferência das Nações Unidas Sobre Desenvolvimento Sustentável - RIO + 20

E

ntre os dias 13 e 22 de junho de 2012 ocorreu na cidade do Rio de Janeiro o maior evento já organizado pelas ONU, com a presença de mais de 190 nações, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (CNUDS), mais conhecida como Rio+20. Essa conferência, que se dividiu em diferentes áreas espalhadas pela cidade, tinha também duas divisões nítidas: a reunião conhecida como “Cúpula dos Povos”, que congregou a sociedade civil, e a conferência em si, que agregou os líderes mundiais, seus ministros e outras pessoas de destaque no campo político e empresarial. Por sua vez, ambos os grupos buscavam, pelo ao menos no início dos debates, cumprir uma agenda mínima de compromissos que teriam sido acordados nos momentos preparatórios, nos chamados “PrepComs”. Nesse sentido, o principal objetivo da Rio+20 seria efetivar a economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza, além de criar uma estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável. Porém, o documento final, conhecido como O Futuro que Queremos, e que apresentava 53 páginas, muito diferiu da declaração feita pela Cúpula dos Povos, pois questões como o combate à fome e à miséria, além da garantia de diferentes direitos, como os da mulher, e a efetivação da economia verde acabaram não sendo aprofundados. 26

O documento final da ONU terminou por reproduzir os grandes interesses em suas piores expressões, pois a Rio+20 apresentou uma nova agenda, sem se aprofundar em temas que demonstravam grande magnitude, como a fome e o financiamento das políticas sustentáveis, dentre outros. Síntese do documento:

Políticas de economia verde: É uma das principais ferramentas para se consolidar o desenvolvimento sustentável, segundo a declaração. Essas políticas não devem impor regras rígidas, respeitando a soberania nacional de cada país, não constituindo um meio de discriminação nem de restrição disfarçada ao comércio internacional. Segundo o relatório, esse modelo deve contribuir para diminuir as diferenças tecnológicas entre os países ricos e nós. Governança mundial do desenvolvimento sustentável: O texto decide “reforçar o quadro institucional”. A comissão de desenvolvimento sustentável, totalmente ineficaz, é substituída por um “fórum intergovernamental de alto nível”. O PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) terá seu papel reforçado e valorizado como “autoridade global e na liderança da questão ambiental”, com os recursos “assegurados” (os depósitos atualmente são

voluntários) e uma representação de todos os membros das Nações Unidas (apenas 58 participam atualmente).

Quadro de ação: Correspondente à metade do documento, o texto propõe setores onde haja “novas oportunidades” e onde a ação seja “urgente”, notavelmente devido ao fato de as conferências anteriores terem registrado resultados insuficientes. Os 25 temas apresentados incluem erradicação da pobreza, segurança alimentar, energia limpa, saúde, água, emprego, oceanos, mudanças climáticas, produção sustentáveis e consumo. Objetivos de desenvolvimento sustentável: Nos moldes dos Objetivos do Milênio para o desenvolvimento, cujo prazo para cumprimento se encerra em 2015, a cúpula insiste na importância de se estabelecer os ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável) “em número limitado, conciso e voltado à ação”, aplicáveis a todos os países, mas levando em conta as “circunstâncias nacionais particulares”. Os meios de realização do desenvolvimento sustentável: É extremamente importante reforçar o apoio financeiro de todas as origens, em particular para os países em desenvolvimento.


Não pare agora! Pós-Graduação

É pra vida toda!

feuc.br • 3408-8484 •

feucrj


28


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.