EDITORIAL É sempre bom ouvir e falar de pessoas que fazem a diferença. A adoção e doação são maneiras simples de mudar a vida de uma pessoa, tanto para quem faz, como para quem recebe. Dessa forma, nesta edição buscamos conhecer um pouco mais da história de grandes personalidades do bem. Sabemos que ainda há muitas histórias, muitas coisas boas e pessoas comprometidas, e parabenizamos todos: os doadores de saúde, os voluntários de casas de idosos, de crianças e de pessoas carentes; os que colaboram em campanhas do agasalho; os que reciclam o lixo ou simplesmente ajudam uma pessoa de idade com a sacola do mercado. Não importa o tamanho de sua adoção ou doação, o importante é ter atitude, é querer e fazer o bem. Conheça as histórias dessa edição, motive-se e comece agora a praticar o que realmente faz a diferença!
8 | Julho 2014 | Revista Giropop
Augusta Gern
C
omo você se sentiria se pudesse salvar uma vida? Com esta pergunta você deve ter imaginado diferentes situações e momentos, onde você veste o papel de herói e acaba com os vilões, momentos de aventura e até com riscos. Mas tudo pode ser mais simples, rápido e eficaz: só é preciso ter a iniciativa para doar sangue. Todos os dias acontecem centenas de acidentes, cirurgias e até queimaduras violentas que exigem a transfusão de sangue, além dos portadores de hemofilia, leucemia e anemias; ou seja, centenas de pessoas necessitam desse tecido que circula pelo nosso corpo e é essencial à vida. Por isso, conforme o Hemosc – Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina, a doação espontânea e periódica é fundamental: uma única doação de sangue pode salvar várias vidas.
Como não se pode fabricar sangue artificialmente, diferentes campanhas buscam incentivar a doação, porém o número de doadores ainda é baixo. Conforme Marlene A. Andrade Tiltey do setor de captação de doadores do Hemocentro Regional de Joinville, a cada dia aumenta o número de pessoas que necessitam de transfusão, mas o número de doadores ainda é muito baixo para suprir as necessidades. “Diante disto a nossa busca contínua de doadores de sangue: o Hemosc desenvolve projetos para divulgação e conscientização sobre a importância da doação, entre eles o Projeto Escola e o Projeto Empresa Solidária, nos quais levamos através de palestras gratuitas informações sobre a doação de sangue e o cadastro como doador voluntário de medula óssea”, conta. Com esses projetos, as instituições se cadastram como empresas voluntárias e auxiliam no encaminhamento de doadores.
O Hemocentro Regional de Joinville presta atendimento com hemocomponentes para clínicas e hospitais de 27 municípios da região do Planalto Norte Catarinense, incluindo Itapoá. Conforme Marlene, o relatório apresenta que desde 2003 o número de doadores com endereço itapoaense é de apenas 228. Mesmo sem a informação se os doadores são periódicos ou não, é um número baixo para mais de 10 anos. O número se torna ainda mais agravante pelas facilidades de se doar. Apesar de ser em outra cida-
de, não há motivos para desculpas. De acordo com a Sec. Municipal de Saúde de Itapoá, o doador pode agendar o uso do transporte oferecido diariamente e gratuitamente pelo Poder Público para as unidades de saúde de Joinville, deve apenas respeitar a demanda e lugares do veículo. Além disso, a doação pode ser feita em qualquer horário: o doador não deve estar em jejum, é necessário apenas evitar alimentação gordurosa nas quatro horas que antecedem a doação.
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Alguns requisitos são necessários para se doar sangue
Como ter idade entre 18 e 69 anos, estar em boas condições de saúde (sem feridas ou machucados no corpo), pesar acima de 50 kg, ter repousado bem na noite antes da adoção, evitar o uso de bebidas alcoólicas nas últimas 12 horas e apresentar documento de identidade com foto. Todos esses pontos são verificados nas etapas do processo de doação. Primeiramente é realizado o cadastro com informações (endereço, telefone) do doador, depois a pré-triagem, onde é verificada a pressão arterial, pulso, temperatura corporal, peso, altura e teste para verificação de anemia. Em seguida o doador passa pela triagem clínica, onde é feita uma entrevista sobre a saúde e hábitos cotidianos, e o mesmo assina um termo de consentimento autorizando a doação, garantindo que todas as informações são verdadeiras. Só depois dessas etapas é que é realizada a coleta de sangue: onde são doados cerca de 450 ml de sangue, mais 50 ml para a realização de exames. Após a doação é fornecido um lanche e tudo isso não passa de 1 hora de duração. O Hemocentro orienta que no dia da coleta o doador evite esforços físicos, que se alimente bem e ingira bastante líquido. Depois da doação o sangue e suas amostras são encaminhados para laboratórios: a bolsa de sangue é divida por componentes e fica aguardando o resultado dos exames das amostras, os quais verificam a tipagem sanguínea, pesquisas de anticorpos irregulares e testes de doenças como HIV, hepatite, chagas e sífilis; com tudo certo o sangue é encaminhado para hospitais e clínicas para a transfusão. É importante ressaltar que cada componente do sangue tem uma finalidade e até três vidas
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podem ser salvas com apenas uma doação: os glóbulos vermelhos servem para tratar anemias, o plasma (parte líquida do sangue) serve para tratar hemorragias e as plaquetas servem para tratar ou evitar sangramentos e para pessoas que fazem quimioterapia. Junto com a doação de sangue, a pessoa também pode se cadastrar como doador de medula óssea, onde são retirados 5 ml de sangue para identificação de suas características genéticas e inseridas no Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME). Caso algum paciente precise de transplante e as características sejam compatíveis, a pessoa é convidada a fazer a doação. Conforme informações do Hemosc, “o transplante de medula óssea é a única esperança que cura milhares de portadores de leucemia e algumas outras doenças do sangue”, o problema é que a chance de se encontrar uma medula compatível pode chegar a uma em um milhão. E é esta possibilidade de poder ajudar a salvar vidas com um ato tão simples é que motiva Karine Aguiar de Oliveira Pereira (37), moradora de Itapoá, a doar sangue e se cadastrar como doadora de medula óssea. Como é terapeuta ocupacional e trabalha em um hospital, doou pela primeira vez para ajudar a repor o banco de sangue do hospital em dezembro de 2012, mas de lá para cá não parou: doa a cada três meses, que é o intervalo exigido para mulheres. Segundo ela, nunca sentiu nada fisicamente após a doação, mas é importante estar bem alimentado para não sentir nenhum mal estar. “Doar sangue é um ato simples, eficiente de salvar vidas, sem risco e com total segurança; fora a possibilidade de estar fazendo os exames de rotina de forma gratuita também”, afirma. O mesmo desejo de ajudar é
que incentiva Franciele Gravena (26), moradora de Guaratuba, a doar. Já foram cinco doações: duas em campanhas realizadas na própria cidade e três vezes em um hemocentro de Paranaguá. Segundo Franciele, Guaratuba também não
possui um hemocentro próprio, mas as pessoas podem fazer doações em cidades vizinhas, geralmente em Paranaguá ou Curitiba. Além disso, Guaratuba já contou com algumas campanhas de incentivo a doção.
Doação de órgãos Além da doação de sangue, a doação de órgãos também pode salvar vidas. Conforme a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos, de cada oito potenciais doadores, apenas um é notificado. Em alguns casos a doação pode ser feita em vida, outras apenas após a morte. A doação em vida pode ser de um órgão ou tecido que não comprometa a saúde ou aptidões vitais. O doador deve ter condições adequadas de saúde e ser avaliado para afastar doenças que possam comprometer a sua saúde durante ou após a doação. Segundo o Ministério de Saúde, por lei, parentes até quarto grau e cônjuges podem ser doadores, não parentes somente podem doar com autorização judicial. Com vida é possível doar: um dos rins, medula óssea, parte do fígado e, em situações excepcionais, parte do pulmão e parte do pâncreas. Para a doação após a morte o doador não precisa deixar nada por escrito, mas é fundamental comu-
Doação de leite materno
nicar o desejo à família. É considerado como potencial doador todo paciente em morte encefálica, ou seja, que demonstra ausência dos reflexos do tronco cerebral. Neste caso podem ser doados: córneas, coração, pulmão, rins, fígado, pâncreas e ossos.
“Conforme o Registro Brasileiro de Transplantes, veículo oficial da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, no primeiro trimestre de 2014 (janeiro a março), o número de transplantes no país caiu bastante. Ao todo, entre doadores vivos e falecidos, foram doados 1.442 órgãos, 8.388 tecidos
(córnea, ossos e pele) e 452 medulas ósseas. O número se agrava quando conhecemos a lista de pacientes ativos na espera: 20.256 aguardam rim, 1.351 fígado, 192 coração, 152 pulmão, 464 pâncreas e 6.421 aguardam córnea. Comunique a sua família e seja um doador de órgãos!
Outra possibilidade é dar saúde a um bebê. Algumas mulheres não conseguem produzir leite suficiente após o parto, outras, por sua vez, produzem um volume de leite além da necessidade do filho, o que possibilita que sejam doadoras de um Banco de Leite Humano. Para a doação, além apresentar excesso de leite, a doadora deve ser saudável, não usar medicamentos que impeçam a doação e se dispor a ordenhar e doar o excedente. A doação é realizada em bancos de leite, disponíveis nas próprias maternidades. O leite humano é a alimentação ideal para todas as crianças, por sua composição de nutrientes é considerado um alimento completo e suficiente para garantir o crescimento e desenvolvimento saudável do bebê durante os dois primeiros anos de vida.
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ADOÇÃO: ANIMAIS
Todo mundo
precisa de um amigo,
procure o seu Augusta Gern
Ganhar um novo amigo não acontece todos os dias, ainda mais quando ele te faz companhia em todas as horas, te escuta e não reclama quando você está nervoso. Não é toda hora que se encontra alguém assim tão especial, mas é tão fácil, rápido e a única exigência é ter amor. Centenas de cães e gatos aguardam pelo momento da adoção, aguardam por atenção, carinho e, principalmente, por ganharem um amigo. Por que não dar essa chance para uma nova amizade?
‘‘
Podemos julgar o coração de um homem pela forma como ele trata os animais’’
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De todas as cidades
O
amor por cachorros contagia a todos na família de Patrícia Braz Guerra, moradora de Itapoá, e o número de amigos caninos já ultrapassou os dedos das duas mãos. Já compraram e ganharam, mas a maioria foram adotados. Hoje, entre sua casa e de sua mãe Mariza Filla, são cinco cães: o Minchú, poodle que sua mãe ganhou há oito anos, o Bahuan, a Porcina, a Lica e a Denga, os quatro adotados. Cada adoção tem uma história diferente, mas o mais interessante é que eles vêm de diferentes cidades. Conforme Patrícia, o Bahuan foi abandonado quando era recém-nascido, com seus oito irmãozinhos, em uma caixa de papelão em frente à antiga Prefeitura. “A mãe me ligou, fui lá vê-los e voltei para casa com ele debaixo do braço”, lembra. A Porcina é joinvilense, sua irmã a adotou no canil municipal da cidade vizinha. Já a Lica é garuvense: “em janeiro de 2013 a mãe me levou na rodoviária de Garuva e ela estava lá abandonada, com início de sarna, toda medrosa e faminta”. Patrícia lembra que deu bolacha para ela e sua mãe logo dis-
se: “Nem inventa, já temos muitos cachorros, só vou leva-la se ela me seguir”. Não deu outra: ela seguiu Mariza e entrou sozinha dentro do carro. “Demos o número do nosso telefone ao guardinha da rodoviária e avisamos que se alguém viesse atrás dela era só nos ligar que a levaríamos de volta, mas ele nunca nos ligou”, conta. A outra da turma é a Denga, que faz parte da família há poucas semanas, foi adotada aqui mesmo na cidade. Patrícia e Mariza com seus cães Bahuan, Lica, Denga e Minchú E entre todos esses e muitos outros adotados anteriorAlém disso, Patrícia exmente, a adoção é a melhor coisa plica que dar um lar para um do mundo para Patrícia: “a melhor animalzinho é uma questão coisa é chegar em casa, cansada de saúde pública, visto a após um dia de trabalho, e ser re- quantidade de cães e gatos cebida com a alegria deles”. Como soltos nas ruas, adoecendo, há muitos cachorros nas ruas, transmitindo doenças e até cheios de amor e carinho para dar, ocasionando acidentes. ela é contra a comercialização de animais. Ainda mais, segundo ela, “Se cada família de Itapoá porque a adoção não faz bem ape- adotasse um cachorrinho nas aos animais que ganham um ou gatinho abandonado, lar, mas principalmente às pesso- nunca mais teríamos as: “adotar um animalzinho de esti- animais soltos nas ruas e mação nos faz mais humanizados, todos teriam mais amor alegra os nossos corações, nos dei- em seus lares”, afirma. xa menos duros e amargos”.
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Cão e gatos em harmonia
Rodrigo e Marcele com o cão Gordo e os dois gatos: Jimy e Hugo
A adoção também faz parte da vida do casal Marcele e Rodrigo Lopes. Tudo começou há 10 anos, quando recém chegaram a Itapoá: “deixaram uma caixa com quatro cachorrinhos pequenos em frente a nossa casa”, lembra Marcele. Até então nunca haviam tido animais de estimação, mas não resistiram e acabaram cuidando de todos. Com o tempo acabaram doando as fêmeas e ficaram com o único macho, chamado carinhosamente de Gordo pelo casal. A partir de então vieram outros cães e alguns gatos, todos adotados ou resgatados de casas vazias. Como corretor de imóveis, Rodrigo já encontrou pequenos animais abandonados ou presos em casas no momento da vistoria. Um tempo atrás encontrou uma cachorrinha que estava prenha, então a adotaram, cuidaram dos cinco filhotes e
Caroline com seus cães Branca, Jonhy e Lolla.
Com o mesmo amor pelos pequenos animais Caroline Meyer já adotou vários cachorros e hoje tem três cães e quatro gatos. Em 2004 comprou um cachorro, mas hoje tem uma consciência diferente: “o animal não é uma mercadoria e sim um ser vivo, tem tantos animais para adoção que hoje não tem mais sentido comprar, a não ser pelo preconceito de adotar um cão sem raça”, fala. Para ela, ao adotar é possível ensinar aos filhos valores verdadeiros, como o respeito à vida, a caridade, a não valorizar somente as aparências e que o amor verdadeiro independe de raça, tamanho e cor. “Adotando nos tornamos pessoas melhores, nos doamos um pouco e recebemos muito em troca”, afirma. Seus três cães foram adotados em Itapoá, mas em anos e momentos diferentes. A Branca chegou na casa em 2009, adotada em uma feira de ado-
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conseguiram doar todos. Depois de um tempo a dona da cachorra foi localizada e então devolvida. Hoje, além do Gordo o casal também tem dois gatos adotados: o Jimy, que estava preso dentro de uma casa, e o Hugo, que estava sendo doado por uma senhora. Assim, o cotidiano do casal é dividido pela harmonia dos três amores: dois gatos e um cão. A recompensa pelas adoções é certa: “o amor que eles representam e que nos dão”. Segundo Marcele, não há motivos para se comprar um animal se há tantos esperando por carinho e um lar. Além disso, o casal se diverte ao lembrar-se da forma como eles se adaptam, aprendem a rotina e respeitam o lar. Junto com a adoção, o casal também ajuda alguns anos pessoas que cuidam de vários cachorros na cidade.
A solução é não abandonar
ção de uma clínica veterinária. O Jonhy veio um ano depois, em 2010. Segundo Caroline, foi abandonado com os irmãos e ainda nem tinham aberto os olhos; ela cuidou de todos e doou os irmãozinhos. “Como ele era muito feio e doentinho ninguém quis e ele acabou me adotando”, lembra. Já a Lolla chegou em 2011 e foi retirada da rua: foi abandonada porque tem sarna demodécida. “Coloquei no carro e levei para casa, muitas pessoas falaram para eu sacrificá-la porque não iria conseguir tratar, mas com muito amor e cuidados hoje ela está linda”, conta. Porém, apesar da adoção ser maravilhosa, para ela não é a solução, pois “se tem um cão para adoção é porque foi abandonado, negligenciado em algum momento pelo ser humano”, afirma. Assim, seu desejo é que ninguém mais precisasse adotar, que todos os animais tivessem seus donos e que não sofressem maus tratos.
Alessandra com seus cães adotados: Cacau e Zigy
A
lém de adotar, há muitas pessoas trabalhando para controlar o número de animais nas ruas de Itapoá. É comum vermos divulgações, principalmente nas redes sociais, sobre adoção e tratamento de cães e gatos. Veterinários, pessoas envolvidas com a causa ou simplesmente amantes de animais estão vestindo a camisa e tentando fazer a diferença. O Centro de Bem Estar Animal, mantido pela Prefeitura e com apoio do Porto Itapoá, já realizou quatro feiras no município
Atitudes para reverter a situação
e já doou cerca de 50 cães, entre as feiras e doações diretamente no Centro. Porém, conforme Elton Luis Pereira da Silveira, veterinário responsável, o problema de cachorros nas ruas nunca será resolvido totalmente enquanto pessoas continuarem largando animais. Segundo ele, o objetivo do Centro é o controle populacional através da castração. Assim, eles recolhem os animais das ruas, hoje com prioridade aos fragilizados e machucados, cuidam, castram, fazem o cadastro e colocam para adoção nas feiras. Todos os animais que estão no Centro ou já passaram por ele
contam com uma pequena tatuagem na orelha para identificação. Além das feiras, neste ano iniciarão campanhas de conscientização nas escolas, tanto sobre os problemas do abandono, como os cuidados depois da adoção. Conforme Elton, adotar não é apenas salvar uma vida, mas também assumir uma responsabilidade. “Ter um cachorro não é só dar água e comida, é preciso de boas condições de moradia, vacinas, levar ao veterinário, passear e dar amor e carinho”, explica. Além disso, é importantíssimo castrar o animal, pois além de evitar novas crias, para os machos os deixa mais tranquilos e, para as fêmeas, evita doenças como câncer. Infelizmente ainda existem muitos cachorros nas ruas para serem recolhidos, mas o Centro já está atendendo além de sua capacidade, hoje são cerca de 60 cães, de diferentes idades, tamanhos e características. Além da equipe da Prefeitura, Elton ressalta o trabalho realizado por todas as veterinárias da cidade, que colaboram muito, e de voluntários. “A agente administrativa Vivian Becker é veterinária e colabora diretamente no Centro no
período da tarde, mas temos poucos voluntários até pela distância do local”, fala. Pela distância e dificuldade de transporte nem todos conseguem ir até o Centro com frequência. Alessandra Fehrmann Gern, amante de cachorros desde pequena, tenta dedicar suas horas livres aos cães e é voluntária do Centro. Além de adotar dois, uma da rua e um do Centro, colabora na organização e divulgação das feiras e procura compartilhar carinho com os animais. Para a última edição da feira, por exemplo, uma tarde foi pouca para espalhar os cartazes convidando o pessoal a participar. “Sinto que nasci para ajudar os cachorros e hoje é a forma que eu posso ajuda-los, mas meu sonho e tirar todos da rua”, afirma a jovem que sonha em ser veterinária. Com tantas informações e declarações, não há desculpas para não encontrar um novo amigo. Além dos animais de rua, a adoção também pode ser realizada nas feiras da Prefeitura ou no próprio Centro de Bem Estar Animal, entrando em contato com o Departamento de Vigilância Sanitária Municipal através do telefone 47 3443-8841.
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GUARATUBA: SOS VIRA LATA
Associação trabalha por cães e gatos Augusta Gern
O
problema de animais nas ruas não existe apenas em Itapoá, mas como outras cidades, Guaratuba também sofre com isso. A diferença é que as campanhas de doação e trabalho com animais fragilizados são realizados pela SOS Vira Lata – Associação de Apoio Integral aos Animais Domésticos de Guaratuba. Através de seus associados, todos voluntários, a SOS tem o objetivo de controlar a população de cães e gatos abandonados, prevenir doenças transmissíveis ao homem, promover o exercício de posse responsável e promover a castração a baixo custo para as pessoas que não tem condição. Fundada em 2007, a Associação já conseguiu intermediar muitas doações e, conforme a veterinária e associada Roberta Moro,
desde 2010 já foram realizadas mais de 2000 castrações. Para conseguir recursos para essas castrações, a Associação promove diferentes eventos ao longo do ano: benção dos animais, feijoada, cãominhada, participação na Festa do Divino e bazares. Josiane Trevisan, também associada, explica que na cidade existem muitos cães comunitários, que vivem nas ruas, mas são tratados e cuidados pela comunidade. Assim, a Associação colocou microchips nesses cães, que hoje são monitorados por associados. “Às vezes você acha que tirar da rua vai resolver o problema, mas às vezes ele é muito bem tratado e feliz com essa vida”, explica. Porém, não são todos os casos. Por isso, além de incentivar a adoção, os próprios associados geralmente já adotaram mais de um cachorro. Raquel Tulio, madrinha de castração de alguns cães e colaboradora da associação, tem três gatos e quatro cães, três Raquel, seu marido Algaci, seus cães adotados e um de seus gatos.
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Roberta Moro e Josiane Trevisan.
Célia e seu último cãozinho adotado deles adotados. Antes acostumada a comprar cachorros, quando chegou em Guaratuba percebeu que poderia fazer e ganhar muito mais com a adoção. Um de seus
cães, o Boomer, adotou quando sua cunhada de 83 anos faleceu e a família não quis cuidar; os outros dois vira-latas, suas grandes paixões, adotou de uma ninhada de seis bebês com cinco dias quando a mãe foi atropelada. “Os outros quatro foram adotados por outras duas pessoas de Guaratuba”, conta. Célia Nieuwenhoff, voluntária da Associação, também fez sua parte: tem 5 cachorros e dois gatos, todos adotados. Para ela, animais adotados são mais dóceis e carentes, pois precisam mais das pessoas. “Nós precisamos de companhia e eles também, porque não adotar e suprir essa necessidade?”, pergunta.
DOAÇÃO: DOAR É VIDA
As diferentes formas de se doar Augusta Gern
E
xistem muitas formas de se doar um pouquinho e o importante é conciliar com alguma coisa que você realmente gosta. Às vezes a doação é voluntária, mas ela pode acontecer no próprio trabalho, nas próprias atividades rotineiras: é só se dedicar aquilo que você realmente acredita. Este é o caso de Marilis Metzenthin, agente comunitária do Posto de Saúde da Família de Itapoá. Com criatividade e muita disposição ela busca fazer a diferença onde atua, criando projetos que muitas vezes ultrapassam o horário de trabalho e vão junto para sua casa. O último projeto desenvolvido, “CIRANDANET.60+”, tem o objetivo de integrar a terceira idade com a comunidade e a internet.
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“Já faz muito tempo que comecei um projeto especial direcionado para as pessoas com mais de 60 anos e a princípio para aqueles que vivem sozinhos e de família pequena ou familiares muito distantes”, conta. Sua intenção inicial era tirá-los de casa para um passeio, um piquenique, uma caminhada na praia ou até uma pescaria, mas o projeto foi um pouco além. Depois de dois anos trabalhando e pensando na ideia, concretizou, conseguiu apoio e iniciou o projeto de integração e inclusão digital. Durante três meses, 20 pessoas com mais de 60 anos se reúnem uma vez por semana para aprender noções básicas do computador, internet e, principalmente, interagirem entre si. “Não estamos ensinando apenas os primeiros passos de informática básica ou internet, estamos praticando
integração, inclusão, interação, prevenção e saúde em um caminho muito animado, desviando da trilha da depressão”, explica Marilis. As aulas são ministradas por ela e voluntários conhecedores de informática: “em nosso projeto contamos com voluntários, monitores, instrutores e alunos; todos ensinam e aprendem”. Segundo ela, o projeto conta com o apoio da secretaria de saúde, do Posto de Saúde de Itapoá e também da Associação ASPMI, que disponibiliza o espaço para os encontros. Cada aluno tem o seu notebook e a comunicação pela internet já está a todo vapor: trocam e-mails e recados nas redes sociais. “Criou-se um vínculo muito grande, é neto ensinando avós, filho escrevendo para mãe, avô respondendo e-mail, tio trocando fotografias, é pesquisa no google, receitas de bolo e até de quentão. Estão todos tão ligados que alguns já não sabem mais como era possível estar sem internet até pouco tempo atrás”, conta a agente de saúde. Além dos encontros os participantes também contam com tarefas de casa, que são realizadas no editor de texto e enviadas por e-mail. Assim, seu notebook pessoal trabalha o tempo todo: não existe hora para responder um e-mail ou mandar um recadinho aos participantes. Mas por que tudo isso? Não seria mais fácil fazer apenas
o que a função exige? A resposta é clara: “Doar o que sobra é muito fácil e bonito, difícil mesmo é doar o que temos, compartilhar com o próximo o que sabemos, o que aprendemos. Mas é preciso ensinar, somar, dividir seu tempo, seja com um abraço, com alegria, com gratidão ou gentilezas, é preciso humanizar atitudes todos os dias”.
Agente de SaĂşde Marilis Metzhentin (direita), com os alunos do projeto, e as agentes Claudia Dutra e Sandra Pitz.
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DOAÇÃO: DOAR É VIDA
Quando chega a aposentadoria Augusta Gern
Outras doações acontecem justamente na hora de descansar. Depois de trabalhar anos e anos, pessoas dedicam suas horas livres aos outros. É o caso de Dilva Maria Milanez, professora aposentada que presta serviço voluntário na biblio-
teca da Escola de Educação Básica Nereu Ramos em Itapoá. Pelo menos duas tardes por semana ela deixa seus afazeres para se dedicar a algumas paixões: os livros, os alunos e a escola. Dilva fala que quando está em casa sempre há alguma coisa para se fazer, mas ela tem certeza que os alunos precisam muito mais do que as panelas. “Um dia vim emprestar um
Maria Reine do Pacenko, divide o seu tempo com a igreja.
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Dilva Maria Milanez, presta serviço voluntário em biblioteca. livro na escola e percebi que não havia nenhuma bibliotecária, então me ofereci para ajudar”, lembra. Hoje, mesmo quando há uma responsável, Dilva aproveita o tempo para organizar os livros – que dificilmente ficam organizados depois da passagem de algumas turmas. Outra voluntária, agora em Guaratuba, é Maria Reine do Pacenko. Também aposentada presta serviço voluntário, a diferença que, ao invés de uma biblioteca, divide o seu tempo com a igreja. Há 20 anos a devota pelo Divino Espírito Santo todos os dias arruma o altar e cuida da igrejinha centenária. “Eu sempre vinha para a igreja, mas um dia resolvi me doar e ser voluntária de Deus”, afirma. Assim, independente do que e onde é realizado, o importante é acreditar no trabalho voluntário: se doar sem esperar nada em troca, querer ajudar e fazer a diferença.
Dona Elvira divide o seu com os animais, a mãe e o seu jardim.
DONA ELVIRA MARIA SCHALDACH
Onde o amor e a disposição sobram Augusta Gern O que para muitos é visto como loucura, para ela é amor. Aos 75 anos de idade Elvira Maria Schaldach dá uma aula de disposição em Itapoá: cuida da mãe de 94 anos que sofre de alzheimer, de um grande jardim com plantas das mais variadas espécies e de 31 cachorros. Sim, são mais de três dezenas de cães em uma só casa, todos bem tratados. Ao chegar ao portão o alarme é certeiro: uma variedade de ritmos e tons de latidos recepcionam todas as pessoas. Pelo chão não é visto sujeira e, na mão de Elvira, o pacote de bolacha retrata o mimo para seus queridos netos, como chama seus cães: “Tenho que comprar outra bolacha porque alguns não gostam muito dessa”. Ao fundo do terreno canis abrigam a maioria dos cães, mas nove deles tem entrada livre na casa: dormem pela sala e até nos quartos. Conforme Elvira, todos os cães são vacinados, castrados e tem acompanhamento veterinário. Sem doações, ela gasta cerca de 200 kgs de ração por mês. Todos foram adotados: alguns vieram de Curitiba, onde também cuidava de cães, outros foram acolhidos em Itapoá. “Uma vez já deixaram três filhotes em frente a minha casa e tive que cuidar”, conta. Porém, Elvira lamenta não ter mais espaço hoje: “não posso mais
Dona Elvira com sua mãe e dois de seus 31 ‘netos’. adotar, porque o espaço e os re- não recebeu nenhuma notificação cursos não permitem”. Desde que ou reclamação. chegou a Itapoá, há quatro anos Assim, mesmo com sérios pro(veio pela saúde de sua mãe), doou blemas de coluna, Elvira segue apenas um cachorro. “Só vou doar uma rotina de extrema dedicação: para alguém que eu confio muito, limpar os canis todos os dias, dar pois não quero vê-los presos em comida e carinho aos cães e cuidar correntes”, afirma. de todos os passos de sua mãe, E com tantos moradores, não que há seis anos não consegue há como a casa não ficar movimen- fazer nenhuma atividade sozinha. tada. Muita correria e brincadeira Uma rotina que começou alguns fazem o tempo dos caninos pas- anos atrás, já em outras cidades. sarem. Segundo Elvira, todos os Como sempre gostou de cacães a respeitam e não são de latir chorros, a sua dedicação começou muito. “Até hoje nenhum vizinho re- em Joinville (SC) quando seu filho clamou e quando eles começam eu trazia pequenos cães machucados já peço para eles pararem”, conta. para casa. Depois, em Curitiba, Recentemente o departamento de optou por morar em uma chácara vigilância sanitária a visitou, mas e lá realizou o seu sonho: cuidava
de 80 cachorros abandonados, doentes ou feridos. Com apoio de clínicas veterinárias e amigos, conseguiu salvar a vida de muitos animais e até fez campanhas de doação. Então, quando veio para Itapoá, a rotina não poderia ser diferente. Com tanta experiência, aprende muitos cuidados: “hoje eu só não faço operação neles, o resto cuido de tudo”. E o amor é tanto que um álbum de fotos registra momentos marcantes dos cães e em um caderno anota o nome de todos para não se esquecer. “Eles precisam de amor e nós precisamos do carinho deles”, afirma. Além dos cães, da mãe e do jardim, Elvira conta que também está sempre à disposição para ajudar os amigos. Como possui carro, sempre se dispõe a levar quem precisa ao médico ou até ao mercado. “São coisas que não nos custam nada e um dia também podemos precisar”, fala. Com tantas atividades, é difícil encontrar um tempinho livre. Quando conta o seu passatempo, uma surpresa: como Elvira não foi à escola quando criança e adora histórias, dedica seu pouco tempo livre a reescrever todas as histórias contadas pela revista. Em um caderninho, ela prova que copiou muitas matérias e se orgulha ao perceber como a caligrafia tem melhorado a cada edição.
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POR AÍ: POLÔNIA
Polônia e suas emoções Augusta Gern
Quem um dia imaginou viajar para a Polônia? Pois bem, mesmo sem muitos planos, há quem já viajou duas vezes. E em clima de emoções de família este é o roteiro dessa edição. Esse foi o único país europeu já visitado por ela, mas que reserva grandes emoções. Vanessa Dibax, orientadora da rede municipal de ensino de Itapoá, esteve na Polônia em dois momentos diferentes de sua vida: em 1986 e no último mês de maio, em suas férias. A primeira viagem foi para participar de uma turnê apresentando danças folclóricas polonesas e brasileiras, quando fazia parte do Grupo Folclórico da Sociedade União Juventus, de Curitiba. A segunda, 28 anos depois, foi para acompanhar duas primas de idade para reencontrarem a família: uma delas deixou a Polônia há 54 anos e tinha perdido o contato com os familiares. “A família estava a procurando há vários anos e quando ela fez o passaporte polonês o consulado informou”, conta Vanessa. Toda a organização da viagem foi realizada pelo seu irmão, que até então acompanharia as duas senhoras, mas acabou convidando Vanessa para fazer o percurso. “Foi um desafio para mim, pois além de nunca ter viajado sozinha para outro país, não ter domínio da língua polonesa e nem do inglês, tinha duas senhoras que dependiam de mim para todas as tomadas de decisão para chegar ao nosso destino”, lembra Vanessa. Mas o convite foi aceito e com
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mais de 15 horas de voo, com escala em Roma e em meio a aeroportos gigantescos, chegou à Polônia. “Fiquei muito nervosa e apreensiva, mas aceitei o desafio e esta viagem contou com muitos momentos especiais e que fizeram com que eu refletisse sobre alguns valores”, afirma. Conforme Vanessa, a primeira parada no país do centro europeu foi Varsóvia, onde as emoções já começaram em grande estilo. As duas irmãs, que há 54 anos não se viam, combinaram a roupa que estariam e assim aconteceu o reencontro. “A irmã de minha prima estava nos esperando com três rosas vermelhas na mão e com a roupa combinada, foi uma grande emoção”, lembra. De lá seguiram para o destino, a cidade de Grajewo, que fica ao nordeste da Polônia, próxima à fronteira com a Bielorrúsia. A hospedagem foi na casa da própria irmã de sua prima, assim puderam vivenciar o dia a dia e costumes do povo polonês. Foram 20 dias em uma terra diferente, com uma língua diferente e pessoas diferentes, mas que valeram a pena. Para Vanessa, todos foram mui-
to hospitaleiros. “As refeições eram verdadeiros banquetes e pude degustar todas as especiarias típicas polonesas”, conta. Bolo feito com semente de papoula, sopas, pierogi, guisado de reponho e carne e outros pratos à base de carne suína, peixe e frango fizeram parte da culinária degustada, sempre preparada na hora e oferecida na casa de todos que visitaram. Além de Grajewo, na região mais interiorana, Vanessa também conheceu outras cidades. Segundo ela, Gdansk é uma cidade muito antiga estilo medieval, com grandes edificações, igrejas góticas, área portuária e uma linda baía pesqueira. Cracóvia, outra cidade que conheceu, conta com um centro histórico que sobreviveu à II Grande Guerra e hoje é listado como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. “Nesta cidade visitamos o centro histórico, Castelo de Wawel e vários outros pontos turísticos. Foi muito marcante para mim a visita ao Campo de Extermínio nazista de Auschwitz e as minas de sal de Wieliczka, pontos turísticos também próximos à Cracóvia”, conta. Depois de vários passeios e
muita comida típica, a viagem encerrou com mais um momento emocionante: o encontro de sua prima com a outra irmã. “As três irmãs se abraçaram e a emoção tomou conta de todos nós, talvez este fosse o último encontro delas”, lembra Vanessa. Com 67, 72 e 80 anos, talvez a idade e a distância não permitam um novo reencontro. Assim, a viagem foi de muitas emoções, encontros familiares, passeios turísticos e até o convívio com a cultura polonesa. 28 anos após a primeira visita ao país, Vanessa conta que percebeu muitas diferenças, principalmente no investimento ao turismo, pois na primeira viagem a Polônia ainda estava saindo do sistema comunista. Além disso, segundo ela, neste ano conseguiu aproveitar muito mais as paisagens, a cultura e, principalmente, a valorizar ainda mais os laços familiares. “Senti o quanto minha família e meus amigos são importantes para mim e que não devemos jamais perder esse vínculo, e sim valorizar cada momento, tudo é único e só tem valor quando é vivenciado”, afirma.
EMPREENDEDOR: LÁZARO ANTÔNIO DA LUZ
Atuação que ultrapassa os aniversários da cidade Augusta Gern A paixão pelo município de Itapoá e seu desenvolvimento move a vida de Lázaro Antônio da Luz, corretor de imóveis e proprietário da imobiliária Top. Com atuação em grandes momentos da história do município, Lázaro escolheu Itapoá como novo lar quando a cidade ainda pertencia ao município de Garuva, apostou no mercado e montou a imobiliária que no próximo mês completa 15 anos de atuação. Em agosto de 1999 nasceu a imobiliária Top, que hoje trabalha com grandes empreendimentos da
Lázaro com a secretária Francieli e a sua filha e sócia Mayara. cidade, como o loteamento ecológico residencial South Beach, além da compra e venda de terrenos e imóveis. Tudo começou quando Itapoá ainda pertencia ao município de Garuva: “Trabalhava no Banco Bamerindus e conheci Itapoá na festa em que estavam entregando as casas no loteamento Uirapuru, conhecido como Bamerindus”, lembra. Veio, gostou e logo voltou. Deixou o movimento de Curitiba e apostou no mercado imobiliário de Itapoá.
Lázaro Antônio da Luz, apostou no mercado imobiliário e completa 15 anos de atuação a frente da Top Imobiliária.
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Quando chegou trabalhou em algumas imobiliárias da cidade, onde levou um susto: “Aqui não existia quase nada, tudo era mais difícil. Não existiam referências e tínhamos que andar a pé pela cidade com os mapas para localizar os terrenos”, lembra. Porém, mesmo carente de tudo, Lázaro conta que foi gostando cada vez mais da cidade, se adaptando, se encantando e nunca pensou em voltar para a capital paranaense. Com experiência no mercado imobiliário e apostando no crescimento da cidade, há 15 anos formou a imobiliária Top, na época junto com outros sócios. Hoje tem sociedade apenas com sua filha Mayara e afirma: durante este tempo já viram de tudo. Com 23 anos de atuação, seria difícil não ter grandes histórias, dificuldades e conquistas. Para Lázaro, a maior dificuldade foi alguns anos atrás, quando o cartório de Itapoá sofreu intervenção e “durante dois anos não conseguiam registrar as escrituras e liberar financiamentos”.
Entre as conquistas, são várias. Segundo o corretor de imóveis, foi ele e alguns amigos que conseguiram trazer o CRECI para Itapoá e eleger um delegado para representar o município; foi um dos fundadores e primeiro presidente da ACITA, participou de diferentes conselhos e comissões municipais e assim, se envolveu em algumas decisões da cidade. Dessa forma, o empreendedor faz parte do pujante desenvolvimento da cidade onde a pedra ressurge: viu o crescimento chegar, acelerar e trabalha para ele não parar. Segundo ele, o mercado em Itapoá é bom, está aumentando a venda de casas e apartamentos, afinal, “o desenvolvimento da cidade está aí, agora Itapoá está de portas abertas para o mundo”. E com isso, hoje o maior desafio de Lázaro é a luta pela verticalização: poder construir imóveis com mais pavimentos. Ver a cidade cuidada e não deixar que a cidade se perca com o crescimento, tudo deve ser feito com muito planejamento.
QUEM É? MARCELO MARDEGAN
Uma vida dedicada à comunidade e solidariedade Marcelo já organizou diferentes eventos, há 21 anos promove campanhas em prol da solidariedade.
Augusta Gern Nas ondas sonoras do rádio e em eventos a sua voz sempre marca presença, com uma alegria que contagia. Marcelo Mardegan, mais conhecido como Marcelinho, tem uma longa história registrada nos municípios de Itapoá e Guaratuba. O gosto pela comunicação e desejo em ajudar o próximo o tornam um ícone muito conhecido nas duas cidades, mas quem conhece a sua história? Natural de Faxinal, no norte do Paraná, Marcelinho sempre gostou de comunicação, desde pequeno. Conforme ele, quando surgiu a primeira emissora de rádio na cidade ele chegava antes mesmo do locutor. “Chegava lá às 4h30 da manhã para ficar o ouvindo fazer o programa, aquilo me fascinava”, lembra. De tanto que ficava na rádio, um dia o chamaram para fazer uma entrevista; logo depois, aos 13 anos, pediu para fazer um programa na rádio e assim começou sua experiência: aos sábados com o programa Mundo da Criança. Segundo ele a audiência era tanta que aos 14 anos entrou no ramo de eventos, de lá para cá nunca mais parou. Aos 16 anos Marcelinho iniciou um programa durante a semana e, aos 17 anos tornou-se repórter da rádio. “Eu gaguejava bastante, mas adorava”, conta. O amor era tanto que aos 23 anos se profissionalizou pelo Sindicato dos Radialistas do Paraná. Durante toda a sua vida a comunicação foi sua profissão: “é a minha alma, a minha vida”, afirma.
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Marcelo na Rádio Comunitária Itapoá FM. De Faxinal passou por várias cidades do Paraná, até chegar em Itapoá em 1998. Na época veio passar a virada do ano, mas no dia 3 de janeiro já estava morando na praia, com emprego e tudo mais. De lá para cá sempre esteve envolvido na programação da rádio comunitária Itapoá FM, organizou diferentes eventos e também adotou Guaratuba como cidade do coração: uma mídia impressa e diferentes eventos escrevem a sua história na cidade. Na comunicação Marcelinho também já trabalhou com a apresentação e organização de shows, feiras e outros eventos. Em Itapoá, lançou uma novidade no ano passado: um documentário sobre a cidade. “Estou um pouco preocupado e com dificuldades de finalizá-lo, mas garanto que todo o material já está em andamento e logo teremos um belo trabalho sobre nossa querida Itapoá”, afirma. No próximo mês Marcelinho
Marcelo com sua esposa Edenize.
completa 30 anos de trabalho com a comunicação e afirma: “Não foi fácil, tive muitas dificuldades, principalmente a falta de estudos, mas me interessei e fui atrás do conhecimento”. Afinal, quando se faz o que gosta, não há dificuldades que façam desistir. Porém, sua história nas duas cidades vai além da comunicação: há 21 anos Marcelinho promove eventos e campanhas em prol da solidariedade. Segundo ele, em todas as cidades que passou trabalhou para a solidariedade e, em dez anos, já promoveu cerca de 70 eventos entre Itapoá e Guaratuba. Já foram 10 edições do Paradão da Solidariedade, que envolve três cafés coloniais durante o ano e ao final, uma gincana para doação de donativos. “Já conseguimos arrecadar cinco toneladas de alimentos e ajudamos diferentes instituições”, conta. Além disso, há anos promove o Mamãe Encantada, Super Pai e Natal Encantado. “Todos os
eventos visam ajudar o próximo”, garante. E toda essa vontade de ajudar as pessoas começou quando pequeno. Como perdeu os pais cedo morava com sua tia e, aos 13 anos, em uma discussão, decidiu dormir fora de casa. “Por birra sai de casa e dormi na rua, passei fome e frio”, lembra. A partir desse dia resolveu ajudar os outros, pois, segundo ele, sempre chorava quando via pessoas com necessidade. “Só quem já passou pode saber como é triste”, afirma. Assim, com grande dedicação à comunicação e à solidariedade, Marcelinho leva sua vida. Hoje evangélico, agradece a todos os amigos, parceiros e empresas que acreditam em seu trabalho, especialmente à esposa Denise, aos filhos e netos. E com sorriso no rosto, preenche a sua rotina no vai e vem do trecho entre Itapoá e Guaratuba, em um trabalho cheio de simpatia.
DOAÇÃO: CRISTIANE REIS
Amor também é doação Augusta Gern
Algumas pessoas dão o exemplo apenas por viver: superar uma, duas ou até três grandes dificuldades sem desistir só podem fazer da pessoa uma grande vencedora. Esse é o caso de Cristiane Reis, moradora do balneário Pontal na cidade de Itapoá. Conhecemos sua história na entrevista realizada com o esposo Edson Ricardo Reis em março, sobre o projeto Recicloterapia e a construção da miniatura de um navio, e tanta superação não poderia ficar de fora. Ao falar de doação, também falamos de amor: e é isso que ela tem por sua família. A doação das pessoas pode acontecer de diferentes maneiras, com bem materiais, com trabalho ou, simplesmente, com amor. E é
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dessa forma que Cristiane se doa para sua família. Tudo começou em São Bento, quando tinha apenas 16 anos de idade e resolveu adotar Ana Paula. Com quatro meses e sofrendo de lábio leporino e fenda palatina (lábio e céu da boca aberto), Ana Paula foi rejeitada pela família biológica e Cristiane, sem pensar duas vezes, pegou a criança no colo. Como conhecia a família e já a ajudava, Cristiane procurou a assistência social do Fórum e conseguiu a guarda provisória, ou melhor, seus pais conseguiram. Por ser menor de idade, toda a adoção foi feita em nome de seus pais, que a apoiaram em todas as decisões, e aos 21 anos Cristiane conseguiu passar a certidão de Ana Paula para o seu nome. “Eu só queria ver ela bem, segura e amada”, conta. O momento mais difícil da adoção, segundo Cristiane, foi quando levaram Ana Paula pela primeira vez ao hospital: “O médico disse que ela não iria resistir, pois tinha
das outras crianças, não firmava o corpo e deixava a mão sempre fechada”, lembra Cristiane. Levou ao médico várias vezes, mas foi só aos seis meses que descobriu a paralisia cerebral do menino. Segundo ela, hoje ele tem algumas limitações na coordenação motora esquerda e na fala, mas nada comparado com o que o médico havia previsto. Com mais essa batalha vencida, veio a terceira. Em 2010 Edson sofreu um acidente de trabalho e teve uma grave lesão na coluna. Sem poder trabalhar, veio a depressão. Cristiane Edson com a filha Ana Paula e o neto, ao lado o filho Nataniel. conta que até deixou vários probleminhas de saúde”. trabalhou voluntariamente no hos- de trabalhar na época por medo Para Cristiane, a angustia de po- pital ajudando os outros, sempre que o marido fizesse uma loucura: der perdê-la em tão pouco tempo gostou de poder ajudar. “Ele estava muito depressivo e tia deixou desesperada, mas tudo Com a filha já criada, Cristiane nha crises fortes”, lembra. Deixou ocorreu tão bem que hoje já se tor- conheceu Edson e tiveram o peque- a atividade que tanto gostava, era nou avó. Aos 18 anos, Ana Paula já no Nataniel, hoje com 6 anos. Mes- técnica de odontologia, para se defez cinco cirurgias e agora só resta mo com plano de saúde e todos os dicar inteiramente a família: à filha a plástica. cuidados, o parto foi complicado e que nasceu do coração, ao pequePara Cristiane, ter todo esse Nataniel nasceu com algumas limi- no Natanael e suas limitações e ao cuidado e amor de mãe tão cedo tações. “Quando ele tinha quatro esposo. só tem uma explicação: sempre meses percebi que era diferente Hoje as coisas mudaram: como
conhecemos no mês de março, Edson participou do projeto Recicloterapia do posto de saúde da comunidade, fez um navio com material reciclado e não teve mais crises de depressão.
“Depois que o meu trabalho foi divulgado já fiz uma exposição no Porto, algumas miniaturas e tem até algumas encomendas”, afirma Edson. Segundo Cristiane, mesmo com dor na coluna e nas mãos, as coisas estão bem melhores: “ele está encarando as coisas de frente”.
As coisas melhoraram tanto que o casal até resolveu casar. Sonhos futuros foram se concretizando e começou uma nova vida: casados, construindo a casa própria e criando os dois filhos, e até o neto, com muita alegria e vontade de seguir em frente. Com tantas batalhas, Cristiane afirma que não se arrepende de nada e faria tudo novamente.
“O que me revolta é ver que pessoas não insistem em lutar por aquilo que realmente querem, afinal, é preciso persistir”, fala.
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DOAÇÃO: TEREZA DO SOPÃO
O sopão da solidariedade
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riar 40 filhos adotivos, fazer sopa para dezenas de crianças carentes toda semana e viver a partir do lixo reciclado até parece história de novela, mas não é. Essa pessoa existe e seu nome é Tereza Aparecida Domingues, mais conhecida como Tereza do Sopão. Durante a semana ela trabalha catando lixo reciclado, cuida das duas únicas
filhas adotivas que ainda estão em casa e separa os ingredientes para o famoso e tão esperado sopão de sábado: a refeição é feita em uma panela de 50 litros e serve em média 180 crianças. Desde pequena Tereza gostava de cuidar de crianças e assim, observando a necessidade da comunidade que vivia em Curitiba, criou 40. “Antes não existia toda essa burocracia de juizado de menores, então criei, dei carinho, ensinei a estudar e alguns até tirei das drogas”, conta. Depois dos filhos de criação vieram os netos e até bisnetos, que também passaram por sua casa. Além da adoção, a catadora teve três filhos biológicos, mas uma faleceu com câncer. O resultado disso tudo é comprovado no Dia das Mães, Casa de Dona Tereza, decorada com segundo Tereza a casa objetos que achou no lixo.
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Dona Tereza Aparecida Domingues com o neto Eduardo e as filhas adotivas Patrícia e Andressa. vira uma grande festa. E toda essa Na mesma época uma de suas família foi sustentada pelo lixo reci- netas de criação estava com cânclado: além de vender para poder cer e, segundo ela, o médico encomprar os mantimentos, Tereza caminhou para sua casa, pois já também decorou toda a sua casa não havia mais salvação: “então com objetos encontrados no lixo. eu fiz uma promessa e, se ela se Há 15 anos a catadora deixou curasse, faria sopa para o resto de a capital paranaense pela saúde minha vida”. Dito e feito, enquande seu marido e, junto com seus to sua neta hoje é mãe e vive com filhos, escolheu Guaratuba como saúde, Tereza não deixa de fazer a novo lar. O sopão começou no lito- famosa sopa. ral: um dia Tereza encontrou vários Antes a sopa era feita com aliquilos de frango congelado e resol- mentos que pegava do mercado, veu fazer uma sopa, mas só na sua que já não estavam mais para a casa já eram mais dez bocas para venda, hoje todos os ingredientes alimentar. As crianças da vizinhan- vem de doação e o cardápio varia ça foram chegando e ao final 46 com o que tem, mas a verdura é foram alimentadas em potinhos de indispensável: “A verdura não pode margarina. faltar, porque é o que nos traz saú-
de”. Para que todas as crianças tomem a sopa sem reclamar, Tereza tem até o cuidado de desmanchar a verdura, assim, segundo ela, ninguém tem desculpas para não ser saudável. Além da sopa, Tereza também promove eventos para a criançada como o Dia das Crianças, onde ganham bolo e cachorro quente, e Natal, onde o almoço é risoto, salada e refrigerante. A catadora também intermedia a doação de roupas: “A minha casa parece um trânsito, é gente que vem doar, é gente que vem pegar”. Hoje, aos 57 anos de idade, seu desejo não é apenas continuar com a sopa, mas ir além: “meu sonho é ter uma casa de passagem para idosos carentes e poder levar sopa aos mais necessitados”. Tereza conta que já teve uma Kombi e gostaria de levar a sopa aos andarilhos da praça, mas a maresia acabou com o carro. “Algumas pessoas até escreveram para o quadro “Lata Velha”, mas até agora ninguém me procurou”, brinca. E assim, com o desejo de ajudar cada vez mais, agradece a todos que apoiam com doações e afirma: “Você precisa fazer para poder ganhar”. Uma frase que parece com a sua vida: é simples, mas traz grandes ensinamentos, faz toda a diferença. Os interessados em conhecer o projeto ou fazer doações de alimentos podem entrar em contato pelo (41) 3442-2839.
Um pouco sobre Guaratuba Entre uma história e outra iniciamos um romance com as páginas da Revista Giro Pop na Edição nº 18, Ano II/Junho de 2014, contando tópicos da Festa do Divino Espírito Santo e da Santíssima Trindade sendo um dos maiores eventos religiosos do litoral do Paraná, que acontece em Guaratuba. Nas edições que se seguem os relatos estarão referindo-se aos fatos históricos de nossa cidade com seus 243 anos de fundação muito bem documentados no livro do historiador Joaquim da Silva Mafra(in memoriam). Antes de entrarmos na descrição cartográfica do Município de Guaratuba, volvamos um olhar retrospectivo aos seus aspectos físicos de um passado longínquo, a remontar a época em que Pedro Alvares Cabral aportou a Bahia, e mesmo a dois séculos depois, como conceberemos nesse olhar o lugar em que habitamos, a cidade sede deste município? Naturalmente que nos defrontaremos com uma faixa de mangues que se estenderia do Morro do Pinto às Piçarras, confundindo-se com a vegetação terrestre; dois riachos: o denominado Riacho e o Ipiranga, que correm por matas espessas, cantarolando com monotonia nos seus talvegues (linhas sinuosas) diariamente palmilhados pelos indígenas, atravessam o mangue buscando saída para o mar. No Morro do Pinto, Morretes e na várzea, os pássaros no seu chilreio infindo, os canoros entoando hinos maviosos que não seriam percebidos pelos ignaros habitantes de então, mais preocupados com o explorar do lodo para haverem os crustáceos para sua alimentação; e finalmente, o esvoaçar constante dos pássaros marinhos que bordavam os contornos da baía,
com suas belas e variadas cores, ressaltando dentre eles um, pela beleza de sua plumagem de atraente vermelho escarlate e que havia em excessiva abundância, a que os nativos denominavam de GUARÁ. Esta ave marinha, semelhante à garça, teve ao seu nome acrescentando a palavra TUBA, do índio, que significa – quantidade excessiva, abundância, originando para este recanto do Paraná , o nome de GUARATUBA. Estes pássaros grandemente protegidos pelas autoridades do País foram, contudo, extintos da terra que lhe deve o nome e que graças à preservação do meio ambiente, hoje já podemos observar bandos de Guarás retornando ao seu habitat. O município de Guaratuba limita-se ao norte , com o município de Paranaguá; a leste, com o oceano Atlântico; ao sul, com o Estado de Santa Catarina; ao oeste, com o município de São José dos Pinhais; e ao noroeste, com o município de Morretes. Ressalto neste documentário que nas linhas divisórias com o Estado de Santa Catarina, de barra do Rio Saí Guaçu, sobe pelo talvegue deste rio em extensão de 114225 metros, de onde, em reta segue a direção leste oeste verdadeira, passando pelo Morro de Dentro, prosseguindo até o Marco Interestadual situado na Serra do Mar, no divisor dos Rios Cachoeira e São João. Cita Joaquim Mafra que enquanto damos as nossas divisas com SC subindo em uma distância de 14.255 metros, este Estado atribui essa distância em 16.453 metros. (História de SC – cap. Lucas Boiteux Pág. 22)
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DOAÇÃO: PROJETO ESPERANÇA
Reciclagem se torna incentivo para educação
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que para alguns é lixo, para outros é lição de vida. Uma grande quantidade de material escolar encontrada no lixo fez com que catadores de reciclados criassem uma grande ideia em Guaratuba: o Instituto Esperança Mirim Paranaense, mais conhecido como Projeto Esperança. A partir de livros e apostilas encontradas nas lixeiras 60 crianças do bairro Mirim recebem aos finais de semana reforço escolar, aulas de teatro e outras atividades educativas. Conforme Jocelene Aparecida da Conceição, coordenadora do instituto e mais conhecida como Pretinha, a ideia surgiu porque muitos dos catadores, inclusive ela, teve que parar de estudar pela falta de material escolar. Assim, mesmo que hoje o aluno não precise comprar, há oito anos o mate-
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rial encontrado no lixo proporciona novos horizontes e tira a criançada de sete a 17 anos das ruas. O projeto acontece no terreno da casa de Pretinha e conta com uma pequena sede, algumas carteiras e muitos livros. Uma grande mesa e cadeiras ficam ao ar livre, em baixo das árvores, assim o projeto não acontece quando está chovendo. Além do bom tempo, outra exigência é comida: em todos os encontros as crianças recebem um lanche da tarde. A sede do projeto divide o terreno com a casa , um barracão de reciclagem e montes com lixo eletrônico – Pretinha é responsável em reciclar esse material na cidade. Porém, mesmo humilde e sem muito espaço, o projeto conta com um local muito organizado e, principalmente, cheio de harmonia e criatividade. Logo na entrada, algumas esculturas de material reciclado chamam a atenção: são de
mulheres que representam a cultura brasileira. Conforme Pretinha, as esculturas são confeccionadas pela própria criançada e participam de eventos da cidade, como festas e desfiles. Mas ali nada é feito por acaso: antes de colocar a mão na massa, ou melhor, no lixo reciclado, as crianças estudam e pesquisam sobre a personalidade que fará parte do espaço do projeto. Além do reforço escolar, do lanche e das esculturas, o projeto também desenvolve peças teatrais e direciona os participantes a outras atividades realizadas na cidade, como aula gratuita de caiaque, por exemplo. Também, recentemente ganharam alguns computadores reciclados que serão reformados e poderão trazer mais um aprendizado.
“Mesmo com a nossa pouca estrutura, este é um projeto que acontece de verdade. Os pais mandam os filhos e confiam que estão aqui, porque eles gostam e se sentem a vontade”, afirma Pretinha. Segundo ela, já passaram pelo projeto mais de mil crianças. O trabalho conta com alguns voluntários e doações de livros e lanche, mas nenhum apoio público. “Também não aceitamos doações em dinheiro, porque ninguém está aqui para ganhar prestígio, apenas para colaborar”, afirma. Aos interessados em conhecer o projeto ou fazer doações de materiais, o telefone é (41) 9712-7120.
Conquistas através da reciclagem Além de desenvolver o Projeto Esperança, Pretinha também conseguiu outras conquistas através da reciclagem. Há 20 anos trabalhando como catadora de reciclados, hoje é coordenadora da Associação de Catadores Recicláveis Por do Sol, onde desenvolveu um projeto para todos estudarem: duas vezes por semana uma professora ensina os catadores com mais de 60 anos a ler e escrever. Pretinha também voltou a estudar e sonha em iniciar a faculdade de gestão ambiental em seguida. A ideia surgiu depois que criou um produto sustentável: calçada ecológica produzida a partir de plástico de computador, telefone, geladeira e outros eletrodomésticos. Segundo ela, o produto já foi aprovado e é patenteado. “Não temos investimento, mas a ideia é que os próprios catadores possam fazer o produto e agregar na renda familiar”, fala. Além disso, atualmente Pretinha também é presidente do Conselho da Criança e do Adolescente em Guaratuba, o que, para ela, é uma grande satisfação e incentivo para lutar pelos direitos de todos.
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DOAÇÃO: ESCOLINHA DE FUTEBOL
Futebol para criar grandes cidadãos Augusta Gern Com o objetivo de tirar a criançada das ruas outro projeto voluntário é realizado em Guaratuba, mas o foco agora é futebol. É muito difícil encontrar meninos que não gostam de praticar o esporte, assim montar uma Escolinha de Futebol foi o atrativo perfeito encontrado por Almir Troyner para ocupar o tempo livre da molecada. “É a única forma de os tirarmos das ruas sem que se sintam obrigados”, fala. A Escolinha é gratuita, existe há seis anos em Guaratuba e o foco são as crianças carentes. Atualmente atende 85 crianças de oito a 16 anos de idade, mas outras crianças já esperam por vaga. “Infelizmente não temos espaço para mais gente, porque queremos que todos possam jogar”, afirma. Os treinos acontecem todas as ma-
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Acima, Almir Troyner com as crianças que participam do projeto. Outras atividades são desenvolvidas na escolinha, além do futebol. nhãs de sábado pelo próprio Almir, aposentado na área de segurança pública. “O objetivo não é torna-los grandes jogadores de futebol, mas sim cidadãos”, afirma. E com isso, o estudo é requisito básico. Os participantes pre-
cisam provar a frequência escolar e notas: “nas viagens só participam os alunos que não tem nota vermelha”. Além de melhorar o rendimento escolar dos alunos, o grande orgulho de Almir é que nunca perderam um participante para
o tráfico. A Escolinha é mantida pelo trabalho de voluntários e padrinhos. “O principal padrinho é o Supermercado Brasão, que leva lanche para a criançada uma vez por mês, mas temos outros vinte padrinhos
ARTESANATO: AROMAS NATURAIS
Mathura: Incensos naturais, artesanato ligado à natureza
que se reúnem em um jantar todas as terças-feiras e possibilitam a compra de materiais e uniformes”, explica Almir. Além da Escolinha, outro projeto é organizado pelo aposentado: uma Casa de Apoio para crianças carentes. Nesta casa é dado auxílio às crianças, como reforço escolar, palestras e outras atividades. Atualmente são 12 crianças participantes que frequentam o espaço três vezes por semana. O nosso objetivo é integrá-los à comunidade e dar oportunidades”, afirma. Além das atividades realizadas na Casa, as crianças também têm atendimento odontológico e parceria com academias de atividades esportivas.
Augusta Gern
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om um ar místico e espiritual, o artesanato da vez é tão antigo quanto ao homem. O incenso, utilizado para diferentes fins, nasceu pela atração das pessoas pelos aromas da natureza e faz parte da harmonia de muitos lares. O diferencial em Guaratuba é que ele é totalmente natural, não contém carvão, pólvora e não provoca rinite. Este é o trabalho do casal Sirene Freire Romero e Mário Francisco Romero há 15 anos: produzir incensos artesanalmente. Ao invés da matéria prima convencional, a
base do trabalho é o amido de milho, o pó de madeira de lei, o óleo essencial e álcool de cereais. Uma mistura natural que não poderia dar mais certo. São 50 aromas diferentes e, para os que acreditam, cada um tem um significado diferente. Não há relaxamento mais harmonioso do que acender um incenso com aroma de sua preferência: purifica, limpa e energiza. Além de incensos, o casal conta com outros tipos de artesanato que envolvem a natureza: aromatizantes, óleos essencias, porto incenso, água para lençóis, filtro dos sonhos, quadrinhos temáticos
para eventos, acessórios de cabelo e até móbiles que harmonizam o lar. Uma diversidade que enche os olhos. Todos os materiais são produzidos em Guaratuba. No caso dos incensos, por exemplo, em uma semana conseguem produzir 10 mil varetas. E para onde vai tudo isso? O mercado mais forte são lojas e feiras foras da cidade litorânea, mas vendem durante as feiras de artesanato do verão ou da Festa do Divino. No mais, há dez anos o casal participa de feiras internacionais em Curitiba e vende para lojas especializadas no ramo.
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MÚSICO: MÁRCIA E JOÃO VICTOR
Do Japão para os palcos de Guaratuba Augusta Gern Eles já tocaram no Brazilian Day, fizeram sucesso no Japão e agora embalam as noites de Guaratuba. Há seis meses os bailes e barzinhos da cidade contam com uma nova dupla: Márcia e João Victor. Com foco no ritmo sertanejo, eles agitam e animam o público com um sucesso que iniciou do outro lado do mundo. Tudo começou sem querer. João Victor Ribeiro dos Santos, natural de Cascavel (PR), toca e canta desde os 14 anos de idade profissionalmente, mas foi para o Japão para trabalhar em fábricas e prosperar o futuro. Márcia Cristina Kwashina, natural de Londrina (PR), da mesma forma escolheu o Japão como novo país, mas até então só cantava para amigos e conhecidos. Dois talentos que se
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conheceram dentro de uma fábrica: “Eu a vi cantando e a chamei para abrir uma banda”, lembra João. Antes de conhecê-la João já trabalhava com a música: começou cantando em um karaokê e formou algumas bandas, mas que não deram certo. A união dos dois deu tão certa e acabou até em casamento. Um ano depois que formaram a dupla já estavam vivendo apenas da música, tocando em bailes e eventos da comunidade brasileira que vive no Japão. Segundo Márcia, eles conseguiram quebrar o preconceito que existia pela música sertaneja no país: “Até então eles gostavam apenas de ouvir bossa nova e samba raiz”. O que era pouco valorizado foi parar até no primeiro Brazilian Day do Japão. Para o casal, este foi o momento mais emocionante de
toda a carreira: “Era muita gente em um só lugar, a impressa disse que eram mais de 130 mil pessoas”. Conforme eles, eram muito conhecidos por toda a comunidade brasileira e até japoneses, que aprenderam a alegria de se dançar um bom bailão. Em 2009, como a economia do país não estava muito boa, resolveram voltar para o Brasil, mas a saudade é grande. “Quando viemos embora um jornal japonês até
fez uma entrevista com a gente, não esperávamos tanto reconhecimento”, lembra Marcia. A saudade existe, mas também é acalmada: desde que voltaram já foram convidados várias vezes para tocar em festas e eventos no Japão. No ano passado fizeram uma turnê de duas semanas, onde tocaram em eventos em Tóquio e Gunma. Hoje adotaram Guaratuba como nova cidade e tocam em eventos de toda a região.
Pássaros que atraem turistas Água mole em pedra dura tanto bate que até fura” (Ditado popular) No Brasil são criadas Unidades de Conservação em locais onde a avifauna potencializa o turismo de natureza, especialmente o voltado para a Observação de Aves. Na Bahia, por exemplo, criou-se um Parque Nacional e um Refúgio de Vida Silvestre, abrangendo 32 mil hectares de áreas protegidas. Nessas áreas, o representante da Birdlife Internacional, a Save Brasil, registrou 396 espécies de aves, das quais, 14 ameaçadas de extinção. No litoral norte de Santa Catarina, a diversidade avifaunistica faz com que Itapoá seja conhecida internacionalmente como referencia para Observação de Aves. No entanto, possui uma única unidade de conservação em seu território, a RPPN Fazenda Palmital – Reserva Volta Velha. Recentemente constitui-se um pequeno Parque Natural Municipal, que passou a ser a única unidade de conservação pública existente no município. Um dos critérios considerados para criação de Unidades de Conservação é a classificação em IBAS (sigla em inglês), que significa “Áreas Importantes para a Conservação de Aves”. No mundo são 8 mil
IBAS, das quais, 237 localizadas no território brasileiro. Itapoá é uma das 237 IBAS identificadas no Brasil. Aqui ocorrem oito espécies globalmente ameaçadas, o que torna relevante a preservação dos remanescentes de Mata Atlântica, que ainda encontra-se em razoável estado de conservação. O Brasil está entre os três países com maior número de aves. São 1.834 espécies, das quais 234 endêmicas, ou seja, não existem em nenhum outro lugar. Dessas, 122 é considerada ameaçada, o que faz ocupar o primeiro lugar no ranking dos países com espécies ameaçadas. O primeiro inventário avifaunistico feito em Itapoá no inicio da década de noventa, identificou na Reserva Volta Velha, cerca de 240 diferentes espécies. Atualmente, somam mais de 300 registros, o que atrai pesquisadores nacionais e internacionais. Entre as espécies endêmicas ou ameaçadas estão a Maria-Catarinense, o Bicudinho-do-Brejo, a Maria-da-Restinga, o Patinho-Gigante, a Saíra-Sapucaia e o Pica-Pau-de-Cara-Canela. Essas aves despertam cada vez mais o interesse das comunidades científicas e notadamente dos Observadores de Aves (birdwatchers) estrangeiros.
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Céu de estrelas
A
imensidão dos pampas assustava. Era um verde sem fim, meio amarelado pela época do ano, com subidas e descidas que pareciam ondas do mar. Um pequeno riacho de águas cristalinas e geladas cortava por entre pedras aquele paraíso, uma solitária figueira, que pelo tamanho e galhos, deveria chegar perto de um século de existência, dominava a paisagem. O velho gaúcho escolheu ali a sua parada. No lugar havia vários sinais de que muitos viageiros já haviam lá pousado , pedras negras pelo carvão, um resto de lenha, até um gancho de ferro para pendurar a chaleira por ali havia. Nosso amigo chegara ao entardecer, meio noite, de um céu azul e limpo, com uma lua quase cheia que tudo iluminava; feita a fogueira, para aquecer o corpo e a água do mate, sentou-se sob a via láctea, como se ela fosse seu teto, e meio sem perceber, naquele momento, era parte de um grande poema de beleza sem fim, escrito por Deus e dado de presente para nós, homens, que para ler esses versos só bastava ter o coração aberto, sem mágoas, onde sonhar e amar não fosse obrigação, mas prazer. Ao colocar mais lenha no fogo e mexê-la para que melhor assentasse, subiram umas labaredas de fumaça e de pequenas fagulhas , que se misturaram à uma imensa quantidade de estrelas e com elas dançaram um minueto de incrível beleza, que arrepiava a alma e adoçava a mente, de onde não se podia pensar, se não, em paz, amor, saudades e aventuras. O gaúcho muito se orgulhava de duas coisas, das muitas que adquirira durante sua vida por conta de seu trabalho. Uma era sua capa gaúcha de pura lã, com costura dupla e feita com muito esmero , que trocara por um boi carreiro e do que não se arrependia e que em dias de frio ou chuva cobria todo seu corpo e ainda protegia o cavalo. Nos acampamentos, como agora, servia de cobertor e dos bons. A outra coisa era um malhado, que pegara desde potro e dele fizera seu melhor amigo e confidente, ensinado no capricho.
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Nas feiras e festas pelas cidades era a atração, principalmente para as prendas, que o guapo cumprimentava com um relinchar malandro e até se ajoelhava, para bonito fazer. Nas noites pelos campos, parceiro de banhos de lua e confidente atento e sempre calado, não podia ser melhor. Aquela noite, o andadeiro, parecia um pouco desassossegado, um aperto no peito fazia que ele tirasse sons tristes de seu violão, seu outro companheiro, esse sim, falava, chorava e vivia lembrando das histórias de amor e paixão, que tinham vivido juntos. Na noite, não muito fria, sob aquela lua e embaixo daquele céu de estrelas, o pensamento vagava e ia parar muito longe numa estância nunca esquecida, onde ao meio de tantas aventuras do passado e do futuro, que ainda viria, o doce encanto da sinhazinha de tranças e vestido rodado, nunca mais saíra de seu pensar. Dizem que o amor só bate uma vez no peito de um homem e que cabe a ele a sabedoria de agarrá-lo ou a triste sina de deixá-lo ir. No seu caso, a guria de família rígida, que não permitiu que ele a carregasse por essa vida de meu Deus que ele vivia, e não por ela, mas pelos costumes de seus pais e também por ele, não querendo assentar em um lugar fixo e temeroso de se arrepender com o passar do tempo e achando-se sem estrutura para montar casa e educar os guris e prendas que viriam, deixou para traz o grande amor, fisicamente, pois em seu íntimo nunca mais dela se afastara. Muitos outros casos, mas nunca mais um querer bem e naquelas paradas, em noites de lua clara ou de chuva fria e cortante, era dela que se lembrava e não da última aventura que há tão pouco se metera, muito mais pelo costume do que por precisão. Tinha no íntimo, como segredo, a vontade de voltar para aquele lugar e ver se ela ainda o esperava, mas e se ela já tivesse criado família? Na certa outro homem a teria conquistado! Talvez tivesse filhos? Com certeza, teria se tornado exemplar dona de casa e administradora sem falhas de sua querência; azar o
dele, não tivera coragem em época passada, não a teria agora para botar essas dúvidas em pratos limpos. Soltando uma demorada baforada de seu palheiro, engolindo mais um trago de mate, querendo achar o sono, que não vinha, olhou longamente para aquelas planícies e pensando no que faria ao amanhecer, divagou e quase deixou a fogueira se apagar. Colocou mais lenha no fogo, com certeza a última. Já que era madrugada e no raiar do dia iria para outra parada atrás de um gado para cuidar ou de um cavalo xucro para domar. Também tinha fama de bom carneador e seu charque era apreciado por toda região. Torcia para que o dia chegasse logo. À noite trazia muitas lembranças e dores que não gostava de sentir, melhor as quedas do cavalo bravo, o suor escorrido na lida ao sol, o embrenhar-se pelas matas do que aquele marasmo ao pé da fogueira, que não o deixava olhar para fora, mas só para dentro do seu ser. Um último suspiro, um ai de dor invisível e poucas horas de sono. No alvorecer, cuidou do malhado, arrumou a trocha, recolheu as tralhas e lá se foi rumo a algum lugar mais longe ainda, que deixasse para trás e cada vez mais distante a dor de amor que mascava e engolia com o jiló da saudade. Sol a pino, ele no carreador rumo a qualquer lugar, rumo ao desconhecido, rumo ao nada. Agora acordado é que sonhava. Sonhava em ter paz, sonhava em poder acordar ao lado de um alguém, de dividir uma chávena de café quentinho, um talho de carne de sol e finalmente viver aquela fantasia de que tudo de bom é a dois. Se essa verdade não condiz com os fatos, não é culpa do dito e sim do não dito. Deus, todo poderoso e misericordioso , nos dá muitas chances nessa vida e muitas vidas na nossa história, cabe a nós agarrá-las para ser feliz. Mas não se desespere, sempre há tempo e se não nessa, haverás de encontrar o seu meio ausente, em próxima estadia por aqui. Eu e o gaúcho de nossa história, esperamos e rezamos por isso.
EVENTO| CTG 1ª Costela Fogo de Chão do CTG Fronteira do Litoral de Itapoá foi um grande sucesso. Parabéns aos organizadores do evento pelo delicioso almoço. Confira todas as imagens deste dia, no site da Revista Giropop www.giropop.com.br.
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EMPREENDEDORES: MARCELO e MARGARETE WASILEWSKI
Tudo para piscina, decoração e jardinagem Augusta Gern Piscinas, jardinagem e decoração, tudo isso em um só lugar. Com uma grande variedade de produtos e acessórios, há 12 anos a Piscina & Lazer tem proporcionado boas opções para o lazer e alegria de famílias. Atualmente são três lojas na região: a pioneira de Guaratuba (PR), uma em Caiobá (PR) e agora também em Itapoá (SC). Todas as lojas seguem com a cultura da família, sendo uma empresa familiar comandada pelo casal Margarete e Marcelo Wasilewski. A empresa foi fundada em outubro de 2002 e no início comercializava apenas piscinas, produtos químicos e acessórios. Porém, observando a necessidade do mercado, diversificaram o ramo também com aquecedores, filtros, bombas, fontes, decks para piscina, produtos de limpeza, decoração, artesanato e jardinagem.
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Assim é possível encontrar tudo para o seu lazer em um só lugar: diversidade de produtos e orientações para deixar o espaço ainda mais aconchegante, confortável e divertido.
Além do serviço da venda, a empresa também oferece serviços de montagem, limpeza e manutenção de piscinas, acessórios e paisagismo. Segundo Margarete, todas as lojas trabalham com ape-
nas uma marca de piscina, a qual foi considerada a melhor na última Expolazer. “A Fibratec é a única marca de piscina que tem barreira química e garantia de 15 anos”, afirma. Margarete explica que o diferencial está na variedade de produtos e serviços oferecidos. “Não nos limitamos apenas às piscinas, mas em todo o conjunto para o lazer e bem estar da família”, garante. E com mais de 10 anos no mercado, Margarete fala que a maior dificuldade é ganhar o prestígio dos clientes. Nosso lema é satisfação e bom atendimento. “Temos um pós-venda e acompanhamento com os nossos clientes, pois o nosso objetivo é ter uma relação de confiança, credibilidade e qualidade com todos eles”, afirma.
EVENTO| GEES Confira algumas imagens do Arraiรก da Escola Gees. Os alunos tiveram um dia especial, vestidos a carรกter, interagiram com os professores em diversas brincadeiras com muita alegria!
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TURISMO RURAL |GUARATUBA
Salto Parati: A comunidade regida pela maré Augusta Gern
D
epois de cerca de uma hora navegando pela Baía de Guaratuba chegamos a uma das comunidades rurais que ainda sobrevive à modernidade atual: a comunidade Salto Parati. Localizada no fundo da Baía, ao pé da Serra do Mar, a região é banhada pelo rio Parati e reserva grandes belezas naturais. Ao desembarcar, o trajeto continua com caminhadas. Nas trilhas podem ser encontradas algumas casas, principalmente de nativos da região, além de várias espécies de flores, pássaros e, se der sorte, até animais silvestres. Dentro da Mata Atlântica e muito preservada, a comunidade está inserida dentro do Parque Nacional Saint-Hilare/ Lange. Mas entre toda essa beleza rara, o grande atrativo é uma cachoeira. Com os pés na terra e alguns quilômetros de subida, a sintonia das grandes rochas com a água límpida formam
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Oseias Rodrigo da Silva, proprietário do Barco Marlin II.
um santuário que renova qualquer energia. Além de abençoar os poucos moradores que ainda continuam na comunidade, a cachoeira é o grande chamariz para o turismo, principalmente na temporada. Conforme Oseias Rodrigo da Silva, proprietário de uma empresa náutica que realiza passeios pela Baía de Guaratuba, a procura pela cachoeira é muito grande, principalmente no verão. Pela estrutura que o local e a embarcação oferecem, em média 20 pessoas visitam a comunidade por dia no verão, mas se pudesse teriam mais 100, afirma Oseias. Segundo ele, o passeio só é realizado com sol e tem suas dificuldades: “Dependemos dos horários da maré para entrar no rio, se não ficamos pelo caminho. Não é um passeio muito fácil, às vezes todos precisam sair e até
ajudar a empurrar o barco”, conta. Mas todas as dificuldades são compensadas e até ganham um toque de aventura. O aconchego das trilhas de barro, o encontro do rio e o verde, uma ponte pênsil e a energia da cachoeira fazem daquela comunidade, berço de Guaratuba, a única explorada turisticamente. E como berço de Guaratuba, a maioria dos moradores são pessoas de mais idade e vivem exclusivamente da pesca e agricultura. Pela ausência de escola e dificuldades para se chegar até o centro, a cada ano menos pessoas permanecem na região. Além da travessia de barco – que leva cerca de uma hora e depende da maré – também é possível ir até a comunidade por uma trilha de duas horas de caminhada, mas que inicia em um bairro longe do centro da cidade. E mesmo com toda essa dificuldade Irene Silva Cordeiro Arzão não troca o local por nada. Há 60 anos na comunidade e aposentada pela pesca, foi ali que criou os filhos e
Ponte pênsil auxilia na chegada até a cachoeira.
Aurora Andrade de Souza e Irene Silva Cordeiro.
hoje recebe a visita dos netos. “Antigamente vínhamos pela estrada, agora é mais fácil vir de barco mesmo. Às vezes precisamos sair de madrugada para pegar a maré alta e sair com tranquilidade”, conta. Para Irene, Salto Parati é uma delícia. Apesar dos filhos terem saído cedo da comunidade para poder estudar, ela não consegue ficar muito tempo longe: “Não gosto de dormir fora, quando saio faço de tudo para voltar no mesmo dia”, conta.
O mesmo amor pela região tem Aurora Andrade de Souza. De Matinhos, ela adotou a comunidade como novo lar há 11 anos e hoje trabalha com o potencial turístico da região: é ali que os turistas aproveitam a comunidade antes e depois da visita da cachoeira. Aurora tem uma lanchonete que oferece um delicioso almoço caseiro e até uma casa para alugar. Segundo ela, na temporada há bastante movimento: “já houve dias em que fizemos mais de 50 almoços”.
Para manter a estrutura, Aurora faz todas as compras em Guaratuba: colocam no barco, fazem a travessia e depois, para chegar em casa, ainda caminham alguns quilômetros com as compras nas mãos. “É uma vida um pouco sofrida, mas adoro o meu lugar, aqui é tudo de bom”, afirma. “Eu amo aqui, quando vou ao médico fico desesperada para voltar para o meu lugarzinho”. Assim, mesmo com uma vida dependente da maré e longe de
toda a modernidade da cidade, o local é amado por todos os moradores e apreciado pelos visitantes, que o procuram todos os anos para renovar as energias junto à natureza. Uma boa opção para explorar as belezas naturais de Guaratuba. Passeios pela baia de Guaratuba Reservas e contatos para passeio (41) 9805.8989 www.passeiosepescariaguaratuba.com.br Saída: Praça dos Namorados
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Os índios a batizaram
O
verdadeiro significado de um topônimo - nome dado a uma localidade - geralmente vai muito além da resumida explicação contida nos dicionários. Decorria o ano de 1955 quando a empresa S.I.A.P. desenvolveu as primeiras tratativas visando o desbravamento da praia de Itapoá, por meio de abertura da pioneira estrada da Serrinha. De imediato o referido nome despertou a nossa curiosidade. Inicialmente vimos que Itapoá provinha do guarani - idioma falado pelos carijós - tribo que habitava a região entre Cananéia no Estado de São Paulo e a Lagoa dos Patos no Rio Grande do Sul fazendo parte da grande nação tupi-guarani. Por sua vez o tupi era falado no norte do Brasil e o guarani no Sul. Como os vocábulos sofrem alterações com o passar do tempo, descobrimos que Itapoá é uma corruptela de itapuã, pois os índios não pronunciavam o “a” aberto e expressavam-se guturalmente. Ao pesquisarmos a etimologia da palavra, encontramos nos dicionários consultados, que Itapoá resultava de pedra erguida, penedo levantado ou ainda pedra redonda. Todavia, no nosso entender, o significado era demasiado simples, razão pela qual conti-
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nuamos a buscar. As respostas começavam a surgir quando em 1960 tivemos o privilégio de uma demorada conversa com os irmãos Cláudio e Orlando Vilas Boas, dois abnegados sertanistas brasileiros. Tornaram-se mais claras em 1964, com a recomendação do saudoso professor e estudioso do idioma indígena Arthur Borges de Macedo, para que folhássemos o dicionário de Theodoro Sampaio, intitulado o tupi na geografia nacional, editado em 1902. Nele vimos que para descobrir o real motivo do nome era necessário encontrar o sentido amplo da palavra, pois os aborígenes nominavam os locais de acordo com o acidente geográfico, ponto notável ou um fato que mais chamasse a sua atenção. Faltava então encontrar a principal característica que levou os carijós, primitivos habitantes das terras carijuanas a batizá-la de Itapuã. A elucidação passou a acontecer ao ingressarmos na faculdade no ano de 1970, quando começamos os contatos com estudantes paraguaios que por força da convênio cultural fazima seus cursos no Brasil e além de dominarem o espanhol também falavam o guarani. Após muitas reuniões, visitas e observações em Itapoá, chegaram a um consenso quando um desses estudantes bateu os olhos na pe-
quena pedra existente em frente ao Condomínio das Palmeiras, na parte central da praia. Ao vê-la desaparecer com a subida da maré e reaparecer com a baixa maré, interpretaram o motivo que levou os aborigenes a denominá-la originalmente de Itapuã. Como os índios não dissociavam o místico do real, para eles a pedra não reapareceu porque a maré baixou, mas sim porque os espíritos fizeram ressugir. Portanto baseado na interpretação dos paraguaios, em grande parte, descendentes do povo guarani, entendendo como os índios procediam para dar o nome a uma localidade, socorrendo-nos nos dicionários de renomados estudiosos das línguas indígenas, fundeados na prova material representada pela pequena pedra que desaparece com a preamar e reaparece com a baixa-mar e ainda a lei do menor esforço que no rolar do tempo transformou a Itapuã de forçada entonação gutural guarani para a fácile aportuguesada pronúncia de Itapoá, acabamos aportando no significado amplo da palavra, ou seja, que Itapoá é a pedra que ressurge. Assim, é oportuno ressaltar que se a pequena pedra, no embate contínuo com as marés, desaparece e reaparece, então o significado de Itapoá, no sentido amplo da palavra, não é apenas a pedra que surge, mas sim que ‘’ressurge’’.
MOMENTOS AHM FOTOS E FILMAGENS: FESTA DO DIVIN0 2014
Continuando na Itália...Camogli Uma vez que você está na Itália não deixe de conhecer, Camogli. Bela cidade pitoresca, localizada na costa norte do país, muito próximo de Santa Margarita de Ligure e Portofino, além de outras cidades pequenas junto à costa italiana e também não muito longe da costa norte francesa. Originariamente habitada por pescadores, Camogli ainda conserva características das épocas remotas da Itália. Essa antiga vila de pescadores, que atualmente vive do turismo, é conhecida por suas casas coloridas, ruas estreitas que contornam a praia dando um aspecto agradável para quem passeia por ela. As cores amareladas, ocre e pêssego das casas e venezianas verdes facilitavam a volta dos pescadores para seus portos no passado e até hoje mantidas nessas cores. Essa característica é bastante peculiar a região e agradável aos olhos, parece até que estamos vivendo na Idade Média. Não há carros nas ruas,existe apenas um estacionamento ao
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redor da cidade O nome Camogli está intimamente ligado com as mulheres, que esperavam por seus maridos na volta das pescarias em alto- mar, ou seja, “ca” significava casa e “mogli” significava mulheres, segundo sabedoria popular da região. Cidade interessante para se pernoitar, principalmente para quem está viajando de carro porque pode-se parar e apreciar de perto certos pontos, em que a paisagem é mais bonita e quem sabe andar a pé por aldeias incrustadas nas rochas, como visitar toda região da Ligúria, vale a pena conhecer estando na Itália! Em Camogli procure conhecer restaurantes típicos, tabernas muito bem decoradas e que foram casas de pescadores. Caminhando pela ruas estreitas de Camogli visite os pequemos estúdios de arte, um mais bonito do que o outro e suas obras de arte muito originais. Para quem é admirador de obras de arte feitas a partir de materiais simples é uma boa pedida,como também passear à beira mar, sentar sobre os velhos muros que contornam a enseada e admirar o belíssimo pôr do sol. Uma vez por ano existe uma festa típica, que reúne os moradores da cidade, muitos deles ainda pescadores. Nesta festa fazem um prato a base de frutos do mar numa única e imensa frigideira e que pode ser degustado por todos os moradores. Após a festa a frigideira fica à mostra na cidade. ( conforme mostra a foto). Portanto, delicie-se viajando por lugares não tão comuns e que contam as legítimas histórias do povo local. Aprecie
e conviva o dia-a-dia desses vilarejos italianos e sinta-se um italiano porque a hospitalidade é excelente. Passeio recomendado para todas as idades. Hotéis muito charmosos, são antigas casas transformadas em pequenos hotéis e pousadas,cujo conforto e aconchego fazem bem para qualquer turista, além de interessantes para o bolso do viajante. Dica: julho e agosto é altíssima temporada, marca o alto verão europeu e as praias locais ficam lotadas -- aumentando os preços de hospedagem e alimentação. Maio, junho e setembro são os meses ideais para visitar a área: as temperaturas estão agradáveis, os preços tendem a ficar mais justos e há menos turistas, nos quais esbarrar. É possível visitar a área durante o inverno europeu, mas muitos locais interessantes das vilas podem estar fechados. Já visitei essa cidade várias vezes e em épocas diferentes do ano, só tenho a acrescentar... Vale a pena!
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Rafael Francisco Kummrow, aqui com a mãe Ticiani, comemorou mais um ano de vida no dia 14 de julho.
Marcão Tavares prestigiando a Festa do Divino de Guaratuba com sua filha Gabriela Pereira Tavares.
Paulinho do Anjos da Noite com os amigos durante almoço no CTG.
Luciano, Ana Priscila e Camila, da empresa Motoboy Ebenezer, destaque empresarial. Vilmar Silva da Apolar de Guaratuba com sua equipe Mario Aparecido de Carvalho de em seu estande na Festa do Divino. Manaus, faz quatro anos que anda pelo Paraná criando corujinhas com conchas e pinhas. Equipe da Escola Gees, que garantiu o Arraiá dos alunos neste mês de junho. Foi um dia especial, com muitas brincadeiras e muita alegria que contagiou a todos.
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Idilio S. Padilha com sua esposa, Jane Klososki S. Padilha vieram de Francisco Beltrão para curtir o Arraiá da festa do Divino em Guaratuba.