Revista Giropop - Edição 30

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EDITORIAL Fé, foi esta a palavra de ordem nesta edição. A partir de diferentes crenças, religiões e práticas, buscamos entender o que move a fé das pessoas e o que ela move na vida de cada um. O objetivo não foi listar ou identificar as religiões presentes nas cidades, que não são poucas, mas, através de alguns exemplos, demonstrar a variedade e semelhanças que elas apresentam. As práticas podem ser diferentes, as crenças podem ser diferentes, as denominações também podem ser diferentes, mas no fundo a essência é a mesma: acreditar em Deus e seguir seus ensinamentos. Pela fé, também entramos em festa. A tradicional Festa do Divino, em Guaratuba, entra em pauta pela segunda vez na revista. Os bastidores e quem realmente a faz acontecer dão um gostinho do que está por vir: muita devoção, agradecimento e apresentações culturais. Um misto que se tornou referência no litoral paranaense e chamariz à região. Além disso, não deixamos de fora algumas histórias inspiradoras, como empreendedores que crescem junto às cidades e a fazem crescer, músicos que embalam diferentes ritmos e o amor dos avós. No dia 26 de julho comemora-se o dia deles, que de geração para geração, só multiplicam amor.

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PARABÉNS Jehnnifer escolheu o tema Frozen para comemorar os seus cinco anos. Filha de Helio Oribi e Andressa Caris, mana do Johnnatan e do Johnny.

Othávio Schultz Filla. Filho de Heliton Filla e Renata Schultz completa idade nova dia 7 de julho.

Confira os eventos sociais do mês nas páginas: Jantar Mamãe Encantada - Página 21 Play Sound - Página 25 Jantar Campeiro CTG Página 37 AHM Foto e Filmagem Página 48 Beto Vieira - Página 50


Festa do Divino

Os versos e pés que levam bênçãos aos lares guaratubanos cissão atrás das bandeiras, conduzindo velas acesas e entoando músicas em louvor ao Divino Espírito Santo e Santíssima Trindade, como o casal Emílio Tavares de Freitas e Maria Leocádia da Silva. “Antigamente havia dois grupos de foliões e as bandeiras saíam separadas”, conta Emílio, “acontecia de os grupos com as bandeiras se encontrarem pela cidade, sem querer, e era uma cena emocionante”. Hoje em dia, pela dificuldade de encontrar pessoas que preservem a tradição, as bandeiras saem juntas, em um grupo de quatro foliões.

Ana Beatriz

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toque simbólico do tambor e a cantoria anunciam: a dona de casa interrompe qualquer atividade para reunir a família e, em sua casa, recebe com emoção os foliões com as bandeiras do Divino e Espírito Santo, para agradecer às graças alcançadas. Esta é uma cena comum em Guaratuba durante os meses que antecedem a Festa do Divino. Mais que uma tradição católica, a romaria das bandeiras é tradição histórica e cultural da cidade. São cerca de dois meses e 20 quilômetros de caminhada percorridos pelos foliões por todo o município, representando as andanças de Jesus e seus apóstolos, e emocionando os fiéis, de casa em casa e de canto em canto. Todo ano, próximo ao dia 3 de maio, dia de Santa Cruz, após receberem a bênção para a romaria, os foliões dão início à tradicional peregrinação, levando aos lares guaratubanos músicas e as bandeiras branca e vermelha – a primeira representando a Santíssima Trindade e a segunda, o Divino Espírito Santo. Partindo da igreja matriz, o primeiro ponto é a área rural, onde de barco e a pé os foliões visitam todos os sítios e povoados distantes, recebendo graças e pedidos; de lá, seguem para a Barra do Saí, sul da cidade, e percorrem toda a área urbana, antes que a festa inicie. Grande número de fiéis faz pro-

Para os fiéis, receber as bandeiras em suas casas é sinônimo de graça e devoção; enquanto para os foliões, esta missão significa fé e compromisso.

O grupo de foliões, Elói da Silva, Edival Alves, Jorge Tavares de Freitas, Abel Cordeiro em Cabaraquara.

O grupo de foliões é composto por quatro pessoas, cada qual na sua função: tambor, rabeca, viola e voz. O mais antigo na tradição é Elói da Silva, que completou em 2015, 45 anos de participação na romaria e é responsável por anunciar a aproximação das bandeiras através do toque simbólico de seu tambor. Assim como três dos quatro foliões, sua relação com a folia remonta à infância e às relações familiares. Folião desde os 19 anos de idade, Elói conhece as comunidades de Guaratuba como a “palma da mão” e ensinou os caminhos aos colegas.

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A viola é tocada por Jorge Tavares de Freitas, conhecido por muitos como Jorginho. Aos 63 anos de idade, ele completa 16 anos de tradição na romaria. “E continuarei, até quando minhas pernas permitirem”, afirma. O terceiro folião é Abel Cordeiro que, de seus 71 anos, 24 são de tradição na romaria. Apesar de ter experiência com outros instrumentos, sua paixão é a rabeca – instrumento musical com cordas, semelhante ao violino. Dentre os quatro foliões, Abel foi o único que não seguiu a tradição de família e sim, somente por vontade própria. “Esta tradição me encanta desde criança”, conta, “já estive no papel de fiel, recebendo a bandeira em casa, e sei o quanto é emocionante”. Já a cantoria do grupo é puxada por Edival Alves, de 54 anos. O mais novo, tem três anos de experiência na romaria. “Vim de uma família muito tradicionalista, cujo costume e fé vêm sendo preservados há gerações”, conta.

Segundo Edival, os meses de caminhadas são cansativos, mas não devem parar. “É uma tradição muito bonita e que já faz parte de nossas vidas e lares e por isso, não deve acabar”, afirma. Segundo os foliões, a saudade de casa e da família é grande, mas contam já estar acostumados. Em suas mochilas, algumas peças de

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Família da dona Silvia Regina da Silva recebendo a bandeira do Divino na região de Cabaraquara. roupas e seus aparelhos celulares, para a tentativa de encurtar a distância e matar a saudade durante a caminhada. Mas toda a saudade e cansaço valem a pena a cada parada, os foliões já presenciaram muitas histórias de devoção. Cleusa Amorim Peres, por exemplo, carrega a fé no Divino Espírito Santo de várias gerações. “Receber a bandeira em minha casa é um momento de forte emoção, pois me lembro da minha mãe, que era muito devota e fazia promessas todos os anos”, conta. A tradição de aguardar as ban-

deiras é praticada pela maioria dos fiéis, mas na área rural se intensifica. Para chegar à comunidade Salto Parati, por exemplo, os foliões vão de barco e depois caminham por aproximadamente um dia, para visitar apenas quatro casas. “Temos a responsabilidade com todos os fiéis, que esperam o ano todo por este momento”, afirma o folião Elói.

O grande momento

Entre muitos passos e outros, a chegada das bandeiras às casas dos fiéis é o momento de maior emoção para as famílias. Para a

fiel Laura, sinônimo de paz, já para Cleusa, de lembrança. Cada família se sente tocada de acordo com sua fé e experiência de vida. A cantoria não cessa: também entra nas residências que acolhem as bandeiras de portas e coração abertos. Na região de Cabaraquara, Silvia Regina da Silva e Celina Luiza da Costa Silva, mãe e filha, têm ex-foliões na família e sabem da dificuldade e cansaço da caminhada pela cidade. “Quando recebemos as bandeiras, oferecemos almoço e lugar para descanso”, conta Silvia, “e ainda é pouco, já que eles trazem graças ao nosso lar”. A cada


corre parte da caminhada junto aos foliões. Após compartilharem graças e fé, os foliões passam para a casa vizinha cantando e tocando a mesma música, onde tudo se repete. Terminadas as visitas, depois de percorrer toda a cidade, eles se preparam para os dias da grandiosa Festa do Divino.

parada, as bandeiras se enfeitam de fotografias, bilhetes e fitas dos fiéis, como forma de pedidos e promessas. Silvia e Celina costumam pedir por um mundo com menos violência. Outros pedidos são mais direcionados, como o de Laura de Freitas Torquatto, de 66 anos, que não podia ter filhos. Hoje, suas graças foram alcançadas, e como pagamento de promessa, ela per-

No primeiro dia da Festa, são eles que conduzem as bandeiras ao altar da igreja matriz, acompanhados pelo casal festeiro mor, e ali, no altar, deixam as bandeiras até o final da festa. Feito isso, é hora de se preparar para o próximo ano, onde tudo se repete e a fé é intensificada. Mas quem disse que o trabalho acabou? Mesmo depois de tantos quilômetros percorridos a pé durante meses, o trabalho volta

ao normal. “Assim que a festa acaba, é hora de ir para o mar, tarrafear”, conta Edival. Assim, os quatro foliões são hoje, mais que exemplo de força e coragem, pelos milhares passos e todo o tempo distante de casa, mas também, de fé e persistência, por manterem acesa uma tradição histórica e cultural da cidade de Guaratuba, “até que suas pernas permitam”. Eles são famosos nos lares guaratubanos pelos seus passos de bênçãos e versos de fé, mas antes disso, a fé se encontra, especialmente, dentro de cada um deles.

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Festa do Divino

Os versos e pés que levam bênçãos aos lares guaratubanos

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Ana Beatriz

entre as inúmeras tradições que dão vida à Festa do Divino, a do casal festeiro vem mostrando bons resultados e muita união entre os envolvidos. Todo ano um casal da comunidade, ativo na sociedade e envolvido com a igreja, toma a frente e faz o sonho da festa virar realidade. Com muito amor e devoção, são eles quem planejam, desenham, arquitetam, orçam, pesquisam, sonham e constroem esta tradição, voluntariamente. A escolha do casal é feita por todos os ex-casais festeiros, que indicam nomes e votam nos organizadores do próximo ano. O casal escolhido é anunciado no último dia da festa e assim, eles têm exatamente um ano para a preparação e organização de todos os detalhes. “Os festeiros se tornam uma autoridade da igreja”, afirma o Padre Francisco Santos Lima, ou seja, a tomada de decisões é um consenso entre o casal e os Padres.

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Com o tema “Unidos pelo Divino Espírito Santo num só coração e numa só alma”, a Festa do Divino de 2015 coloca todos dentro do sonho de Deus, como o próprio nome já diz, de que sejamos um só.

Padres Francisco Santos de Lima, Donizete Araujo e Ademar Maia, da Paróquia Nossa Senhora do Bom Sucesso. Neste ano os responsáveis pela festa são Flavia Ascencio e Denildo dos Santos. Sempre ajudando por trás dos bastidores e após recusarem alguns convites para o cargo, o aceitaram para esta edição. “Foi um

chamado de Deus que atendemos na hora certa”, diz Denildo. A poucos dias do início da festa, o casal se encontra em um turbilhão de emoções. “É um misto de preocupação, expectativa e ansiedade”, explica Flavia.

No campo da fé, vários celebrantes prometem emocionar a multidão, disseminando o amor em suas novenas e missas, como, por exemplo, missa com o Padre Robson Padre Robson Oliveira, que será transmitida ao vivo pela Rede Vida para todo Brasil, e do Padre Cleberson, de Almirante Tamandaré. A festeira Flavia conta que o momento mais emocionante para ela durante a organização da festa foi a saída das bandeiras com os foliões. “Exemplo de amor e devoção”, afirma. Simpatizantes com a cultura gauchesca, Flavia e Denildo deram um toque especial à festa, enfatizando essa paixão pessoal. O evento contará com uma missa campeira, realizada a cavalo, com bandeiras e chapéus. Já a música – além de DJ, cover e outros gêneros – ficará por


Casal Festeiro 2015 Flavia Ascencio e Denildo dos Santos, com o casal de foliões. conta de instrumentos como gaita, No dia 19, por exemplo, a fole e violão das bandas Garotos programação da tarde ficará de Ouro, Paulo Fogaça e Macanupor conta do grupo RPC, que dos, sucessos na região. estará ao vivo na praça e Para atrair mais os jovens, tamproporcionará diferentes bém houve uma organização espeatividades cheias de diversão cial. “Notamos esta dificuldade de e cultura, conforme o casal. tradição para as gerações seguintes”, conta Denildo. Outro público que contará com Assim, na tentativa de manter uma programação especial é a mea chama acesa e abranger todos lhor idade; dentre as atrações esos públicos, a festa contará com tão o concurso para o Rei e Rainha uma tarde de atividades lúdicas da Melhor Idade e a recepção das voltadas para as crianças, além do caravanas ao som de escola de tradicional concurso Príncipe e Cin- samba. derela do Divino. No âmbito cultural, o casal fes-

teiro garante incluir novas atrações e preservar algumas antigas, como a Corrida de Canoa, sucesso entre os pescadores. Além dos shows, apresentações de dança e os famosos bingos, a programação incluirá a Mesa Literária, um espaço para divulgar escritores da região, lançamentos de livros, declamações de poesias, entre outros. A culinária fica por conta das diversas barracas da praça de alimentação, jantares tradicionais e o “Batuque na Cozinha”, barreado com a Prefeita da cidade. Seguindo as três vertentes para a organização da festa – social, religioso e financeiro – a última é uma dificuldade relatada por muitos casais. Em relação à questão financeira, os amigos brincam que em tempos de crise econômica, a escolha do casal veio a calhar, já que Denildo é bom na arte de negociar e economizar. “Com muitas graças, alguns custos foram reduzidos”, conta Denildo. Em termos de espaço, a novidade deste ano é a estrutura, que será um pouco mais baixa e a praça de alimentação, que será ampliada. Mais que uma tradição de Guaratuba, a Festa do Divino faz parte do calendário anual de inúmeros fiéis, vindos em caravanas de todos os cantos do Brasil. “A expectativa deste ano é de um público estimado de dez a quinze mil pessoas”, conta Flavia. A grandiosidade da

festa se reflete em outros estados, como em Goiás, este ano, com missa transmitida pela Rede Viva. Marcando a história da festa que é tradição de Guaratuba, o casal festeiro Flavia e Denildo, com o apoio da Paróquia Nossa Senhora do Bom Sucesso, dos Missionários Redentoristas e de muitos outros colaboradores, vivem uma experiência única e emocionante. “Esperamos que tudo ocorra bem, de maneira organizada e harmônica”, diz Flavia, mas nos tempos de fé, amor e união que antecedem a festa, não restam dúvidas de que esta será inspiradora. Entretanto, o trabalho não se encerra junto com a festa. Todos os ex-festeiros têm a responsabilidade de ajudar o casal do ano, seja através de suas experiências, ideias ou aptidões. Dessa forma, todo ano a Festa do Divino se reinventa, preservando os pontos positivos das festas anteriores e acrescentando um toque da personalidade do casal da vez. No clima de tradição, relembrar é preciso e, para tal, entrevistamos dois ex-casais festeiros, de diferentes épocas, a fim de ressaltar alguns pontos importantes dessa história. Apesar de não termos conversado com todos os casais participantes da tradição, temos consentimento de que todos contribuíram de alguma forma para o alto nível e dimensão que é hoje a Festa do Divino.

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Festa do Divino

Eles também fizeram a festa Nos pequenos detalhes

Em 1998, uma vasta programação marcou a festa do casal festeiro Maria de Lourdes Gonçalves e Antonio Albertino Gonçalves Cordeiro. Sempre ajudantes de edições anteriores, os dois contaram com o apoio de antigos casais festeiros para organizar uma festa que resgatou as tradições antigas, presente nos mínimos detalhes, como nos saborosos bolinhos de banana e bolinhos de camarão. Para treinar o olhar sobre a organização, na época o casal visitou a Festa de Iguape, em São Paulo e festas mais próximas, como a de Paranaguá. “O início é a parte mais difícil, pois começamos do zero”, diz Antonio, mais conhecido por “Negucho”. Com muita responsabilidade, o casal festeiro manteve acesa a chama da cultura, com shows de mágicas e shows folclóricos incluídos na programação. A organização dessa festa foi marcada pela constante conexão entre Guaratuba e Curitiba. “Na época, era permitida a parceria com políticos e, com o apoio deles, dos comércios e da assembleia,

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conseguimos prêmios bons para o bingo, como dois automóveis”, lembra Negucho. Enquanto ele dava atenção à parte burocrática e política, ela se dedicava especialmente ao que eles chamam de trabalho “picadinho”, ou seja, de comércio em comércio. Visando melhorias, os festeiros optaram por um único pavilhão coberto, para que as pessoas não se molhassem na transição de um espaço para o outro. Outras inovações foram pensadas pelo casal, que montaram um bar dentro da festa e fixaram um pequeno parque de diversões no gramado, em frente à Baía de Guaratuba. Para o início das novenas, queima de fogos, missõezinhas para as crianças e muita música. “Ser festeiro lhe abre muitas portas”, diz Negucho que, mesmo mantendo um comércio participou ativamente da organização da festa de 98, junto de sua esposa Maria de Lourdes. No final de tudo, a festa trouxe segundo ele, além de muita bagagem e experiência, uma aproximação ainda mais forte com o Divino e com a prática da fé.

Maria de Lourdes Gonçalves e Antonio Albertino Gonçalves Cordeiro.


Divisão de tarefas

Em 2006, seguindo a tradição cultural do casal festeiro, Henrique Aníbal Pinheiro Corrêa e Margarida Miranda Corrêa estiveram à frente da organização da Festa do Divino. Eles recordam que parentes já haviam sido festeiros e que a família ajudou bastante, orgulhosa por agora ser sua vez. O casal buscou a divisão de tarefas de acordo com as aptidões de cada um. “A Margarida, por ser guaratubana e filha de comerciante, ficou responsável pela ida aos comércios para captar prêmios” conta Henrique, mais conhecido por “Pelicano”. Os dois também elaboraram um projeto para visitar todos os ex-casais festeiros anteriores para que os ajudassem em determinada tarefa. Em época de construção da nova igreja, o casal festeiro de 2006 organizou a festa atentando-se à contenção de gastos. “Buscamos evitar algumas despesas, para garantir um retorno”, conta Pelicano. Ele e a esposa inovaram então no âmbito da estrutura. “Trocamos com uma empresa os espaços pela estrutura, e a empresa se responsabilizou em alugar os ambientes”, explica. Assim, economizaram para ajudar na construção, além do lucro anual das barracas, bingo, patrocínios e Príncipe e Cinderela do Divino. Na decoração, foi resgatada a história da cidade e durante a no-

vena foram prestadas homenagens a Dona Leandra, matriarca da Festa do Divino. De família tradicionalista, Margarida relembra que a ida dos foliões para o sítio marcou sua vida. “Acredito que a parte espiritual é a essência de toda a edição da Festa”, conta. Hoje, Margarida e Pelicano, relembram a experiência: “a festa, no fim das contas, superou nossa expectativa”. Os dois sentem saudade do frenesi de emoções por conta da organização, mas conseguem reviver um pouquinho disso a cada ano. Afinal, é como nas palavras de Margarida, “uma vez que se é casal festeiro, o compromisso de ajudar é eterno”.

Maria de Lourdes Gonçalves e Antonio Albertino Gonçalves Cordeiro.

“O Espírito Santo é o sopro da criação. Assim como no princípio o Espírito de Deus pairava sobre as águas, assim e ainda muito mais intenso e próximo, o Espírito de Deus toca o homem.” Vem ai a Festa do Divino 2015 em Guaratuba - De 10 a 19 de julho de 2015.

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Festa do Divino | príncipe e cinderela

Sonhos e fantasia também sobem no palco

Ana Beatriz

Q

uem nunca sonhou estar em um conto de fadas? A imaginação pode levar longe, mas a brincadeira fica ainda mais gostosa quando ganha um toque de realidade. Em Guaratuba, na Festa do Divino, o gostinho pode ser real com o tradicional concurso Príncipe e Cinderela da Festa. Todos os anos, a criançada pode subir ao palco e desfilar como realezas em uma “tarde dos sonhos”. O concurso faz parte da programação da Festa do Divino e, à frente do evento está Malgarete Mari da Costa, que pode ser considerada uma ótima fada madrinha. É ela quem organiza tudo, nos mínimos detalhes, há 17 anos. “Se existem vidas passadas, fui uma princesa frustrada”, brinca. Detalhista, Malgarete é fascinada por tudo o que envolva fantasia, história e criatividade como, por exemplo, o Carnaval. A história da Cinderela, segundo ela, é ideal para a “brincadeira”, já que permeia o imaginário e desperta encantamento nas crianças. Qualquer criança de 4 a 8 anos, residentes de qualquer cidade, pode participar. O evento funciona da seguinte forma: os pais ou responsáveis pegam a ficha disponível na secretaria da Paróquia Nossa Senhora do Bom Sucesso, em Guaratuba, e vendem votos para a criança, podendo estes até mesmo ser patrocinados. Cada voto custa

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O casal Antonio e Malgarete Mari da Costa. R$ 0,50 e o valor mínimo para ven- tentes, com kits contendo boneca, da é de R$ 370, sendo que R$ 70 caixa de bombom, foto lembrança, cobrem a locação do traje da crian- roupão, chinelinho, entre outros miça. O menino e a menina que obte- mos. “Para este ano, estamos esturem mais votos são eleitos o casal dando a possiblidade de entregar vencedor do concurso. No evento, o troféus e sortear ingressos para o número mínimo de participantes é Beto Carreiro”, conta. de 12 crianças. “Poucos inscrevem Além da organização geral, mío pequeno com a pretensão de que nimos detalhes levam um toque de vença, a maioria participa para se Malgarete: de suas mãos nascem divertir”, conta Malgarete. A parti- as faixas do concurso e o bordado cipação no evento, segundo ela, é com o nome do participante no importante para trabalhar desen- roupão. “A empolgação da criança voltura, autoestima e emoções da é a minha”, afirma. Também, antes criançada, além de poder ser uma do concurso, ela organiza uma Fesporta de entrada para futuros mo- ta Caipira para as crianças e pais delos. participantes, convida a criançada Com o apoio de outros seg- para darem entrevistas na rádio e mentos da sociedade de Guaratu- organiza uma sessão de fotos com ba, Malgarete inova, a cada ano, a data próxima ao concurso. premiação do evento. Geralmente, No grande dia, a abertura fica o casal vencedor ganha uma joia por conta do estúdio de dança do (ela) e uma bicicleta (ele), mas Professor Santos, seguida do destodos os participantes saem con- file de todos os pequenos prínci-

pes e princesas participantes e da tradição da troca de faixas, onde o pequeno casal vencedor do ano anterior passa a faixa para o novo casal. Neste ano, o concurso será realizado no dia 18 de julho, às 15h, na Praça Central de Guaratuba, palco da Festa do Divino. Mais do que um concurso, o Príncipe e Cinderela propiciam a interação entre sociedade, pais, responsáveis, crianças e colaboradores, como Rocio Bevervanso, auxiliar na seleção das crianças; Eliane Scorsin, responsável pelas fotografias e entrega das mesmas no dia do desfile; e Antônio da Costa, esposo de Malgarete e locutor do evento. “A importância deste concurso se dá na empolgação das crianças, já que as gerações atuais são menos ativas na festa”, explica Antônio. Com tantos detalhes e mãos colaborando, a realização do evento é para a Malgarete, assim como o conto de fadas da Cinderela: um sonho. Experiente neste universo encantado das crianças, ela conta já ter se emocionado, e muito. “Certo ano contamos com a participação de uma criança especial da APAE e foi incrível, pois ela arrasou no desfile e emocionou a todos”, lembra. Quando o amor à tradição, a dedicação e a alegria andam juntos, as coisas tendem a dar certo. O sorriso dos pequenos príncipes e princesas é, para a fada madrinha, a melhor tradução da palavra “satisfação”, afinal, as crianças também dão vida à Festa do Divino.


Participantes do concurso PrĂ­ncipe e Cinderela da Festa do Divino 2015

Amanda Serafim da Silva de Souza

Bruna Serafim Schultz

Davi Maçaneiro da Neves

Emanuella Cristina Maconcine de Araujo

Felipe Bryan Kertelt da Silva

Gabriela Beatriz da Silva Goulart

Guilherme Rafael Costa Ramos Rosa

Isabela Odevagen Michaliszyn

Lavinia Koszela Pimenta

Luiz Fernando Siqueira da Silva Nunes

Nathaly Victoria Marcolino de Almeida Lara

Nicole Delci Jordani

Pedro Henrique Seguro Alves

Thallyta Costa Almeida

Thamyres Costa Almeida

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ão é só o maior acontecimento religioso de todos os tempos em Guaratuba, porém dado a sua progressão durante todos esses anos, graças a iniciativa de esforçados organizadores em comissão , a participação da municipalidade, esta festa passou a fazer parte do Calendário Turístico da cidade .Antigamente, a festa era frequentada unicamente pela população local e com a participação dos moradores das localidades rurais uma vez que não existia vias de acesso por terra até a sede do município. Esse povo vinha de suas localidades por meio de canoas a custa de remos ou de vela de pano, apoitando-se nas barrancas da Baia, uma perto da outra de tal forma que pareciam veículos em um estacionamento. Era um espetáculo lindo de ver. Muitos sitiantes vinham antecipadamente para assistir as novenas que eram oficiadas ou rezadas por um Capelão Mor chamado Benjamim que exercia e era o único barbeiro em Guaratuba, porque na época não existia Padre na Vila. As novenas eram também dirigidas pela veneranda guaratubana, a religiosa Dª Leandra, que sempre foi a orientadora e animadora das festas. Meses antes da data festiva, Foliões do Divino e da Trindade percorriam a pé, todas as localidades do município, como ainda acontece até hoje. As festas tiveram melhor ascenção logo depois que foi nomeado para Guaratuba, o Padre Capuchinho Frei Be-

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“O Divino e a Trindade desde os meados de 1810” naguá, para cá vieram dois Padres americanos: Padre João Henessy e Padre Miguel Tharys, e nossa Paróquia passou a ter vida nova. Na sequência , alguns anos depois, foram substituídos pelos Padres Guilherme Olsen e Padre Francisco Chening (Pe. Chiquinho), sendo eles grandes baluartes pelo desenvolvimento religioso católico em todo o município , e incansáveis em prol da Festa do Divino que graças as arrecadações dos bingos, foram construídas mini igrejas nas áreas rurais da cidade. A Festa do Divino e da Trindade estão presentes em Guaratuba desde o ano de 1810 aproximadamente e hoje em 2015 graças a Deus estão conosco Padres tão valiosos quanto os já citados acima: Francisco Santos Lima (Pároco), Padres Donizete e Ademar tão ativos junto a comunidade católica e que com toda certeza deixaram registrado na história de Guaratuba os seus feitos.

Laufran e Rocio na Festa do Divino 048 lino de Treviso, já com 80 anos quando vários moradores como Orlando Bevervanso, Percival Ross, Agnelo Ramos Pinto, Godofredo Yurk e outros , procuravam se unir a ele para reerguer o movimento religioso, que devido a sua avançada idade foi recolhido para o Convento dos Capuchinhos em Curitiba. Passando a Paróquia a ser supervisionada pela Arquidiocese de Para-

Divino 1940


JANTAR MAMテウ ENCANTADA - GUARATUBA

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CATOLICISMO

Mãos com poder de cura Ana Beatriz Assim como existe um tempo novo para tudo, há também um tempo novo na igreja. A cada dia, novos assuntos entram nos debates entre as pessoas e também nas instituições religiosas, e a católica é um grande exemplo disso. Entre as inúmeras “novidades” agora encontradas na fala do Papa Francisco e na prática de muitas Paróquias, está o método Reiki, que consiste na cura através da imposição das mãos. Na Paróquia Nossa Senhora do Bom Sucesso, em Guaratuba, já são oferecidos atendimentos e cursos para o método, sendo criada na igreja a Reiki Pastoral Humanizante. A ministrante do curso na Paróquia é a mestre de Reiki Eidilamar do Rocio Machado. Ela conta que realizou atendimentos na população de Guaratuba e, como obteve aceitação de todos, ofereceu os cursos ao Padre Francisco Santos Lima, que gostou da sugestão. No início de 2014 iniciaram as divulgações, que chamaram a atenção da comunidade, como do comerciante Jair José Woitchy: “Vi o anúncio do curso na revista da igreja e, mesmo sem fazer ideia do que realmente se tratava, fiz minha

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Jair José Woitchy e padre Ademar

inscrição”. Segundo Eidilamar, o método trata-se de uma terapia complementar de origem oriental, baseada na canalização da energia universal através das mãos. Sua função é restabelecer o equilíbrio vital do organismo, harmonizando seus centros enérgicos, os chamados chacras, e promovendo a saúde em todos os níveis: físico, emocional, mental e espiritual. A aplicação do método desbloqueia a energia estagnada que se encontra no corpo e promove a tranquilidade e a paz interior. “Este processo, porém, é individual e pode levar tempo, dependendo da situação e da necessidade de cada um”, afirma. A palavra “Reiki” é de origem japonesa. “Rei” significa a energia universal, ou seja, Deus; e “ki” significa

a energia vital. O encontro dessas duas energias, cósmica e individual, forma o Reiki. Nas palavras do Padre Ademar Ferreira de Maia, “a energia do Reiki é a energia do Criador”. No livro “Reiki para cristãos”, do autor Patrick J. Leonard, indicado por Jair, são citados diversos benefícios da prática do método, sendo os principais o equilíbrio energético do corpo, alívio das dores, ampliação da consciência pessoal, clareza na hora de decisões, relaxamento e redução do estresse, dando a sensação de paz interior e fortalecimento da energia vital, reforçando o sistema imunológico.

O método Reiki não tem religião e qualquer pessoa pode fazer o curso. Dividido em três níveis, o formando do curso em nível I já está apto para aplicar a técnica. Na Paróquia Nossa Senhora do Bom Sucesso, os pedidos de atendimentos são quase diários. “No curso é ensinado o auto tratamento que consiste em prestar mais atenção em si mesmo e analisar


Jair José Woitchy suas ações e atitudes na vida”, explica Eidilamar, “com a transformação interior desta técnica, a pessoa se torna melhor do que já é e está apta a passar este conhecimento adiante”. Não é obrigatório que os formados prestem atendimentos na Paróquia ou em outro lugar, porém, como o Reiki se define em amor incondicional e cura, Eidilamar conta que nasce um poder transformador de ajudar o próximo, pois “quanto mais se doa, mais se recebe”. O curso é ministrado em uma sala da Paróquia e desde seu início, em 2014, vários grupos já foram formados. Com duração de um dia, o curso comporta de dez a 15 pessoas e é gratuito, sendo cobrado apenas um valor simbólico para a apostila. Todas as informações estão disponíveis na secretaria da

Paróquia Nossa Senhora do Bom Sucesso. A mestre em Reike conta que ainda há preconceito de algumas pessoas por conta da prática da técnica. “Isso só será sanado com a abertura de consciência, que está dentro de nós”, explica. Por ser um meio de ajuda ao próximo, esta prática é defendida por alguns religiosos, como o Padre Francisco. Ele conta que já teve contato com outras religiões, gosta de meditação, fitoterapia ou qualquer outro método de ajuda aos pobres. “O radicalismo cega as pessoas”, afirma ele, “precisamos aprender a ouvir e respeitar as ideias dos outros, mesmo que sejam contrárias às nossas”. Sejamos então, apaixonados pela vida, por tudo o que nos faz bem e nos torna melhores.

Imposição das mãos na Bíblia

Na tradição bíblica a imposição das mãos é um gesto muito importante. Nos gestos sacramentais, colocar as mãos sobre uma pessoa pode indicar perdão, bênção ou transmissão de graça divina. É, por exemplo, muito utilizado nos rituais litúrgicos, mas suas raízes se encontram mesmo na Bíblia. Muitas passagens bíblicas incitam a imposição das mãos, e às vezes este gesto era acompanhado

Padres Francisco e Ademar com a mestre em Reiki Eidilamar e sua primeira turma da Paróquia Nsa. Sra. do Bom Sucesso. pela ideia da cura. Na Bíblia, Jairo, cuja filha estava doente, diz a Jesus: “Vem, impõe as mãos sobre ela para que fique curada e viva!” (Marcos 5,23). Também diante do surdo e mudo pedem a Ele que lhe imponha as mãos (Marcos 7,32), e o mesmo com o cego de Betsaida (Marcos 8,22-25). Lucas 4,40 também diz: “Todos os que tinham em casa, doentes de todo tipo os conduziam até Jesus. E ele, impondo as mãos sobre cada um, os curava”. A mestre de Reiki Eidilamar acredita que se a imposição das mãos é única e ensinada por Jesus, todos têm este dom.

Reiki para os cristãos

Ao acompanhar Jair José Woitchy, um homem de muitas histó-

rias e fé, na prática do Reiki, é possível observar a energia presente. Ele impôs as mãos sobre uma criança que estava com febre, a pedidos de sua mãe.

O Reiki no sentido cristão dispõe-se de suas fases: a evangelização, onde se fala de Jesus e há reza e, num segundo momento, o método Reiki, concentrando a energia das mãos sobre os pontos dos chacras. Para Jair, a humanidade está sofrendo porque está se esquecendo de Jesus Cristo. Ele, concentrado, com as mãos sobre a cabeça da criança, não contem as lágrimas: “Se isso não é Jesus o que mais poderia ser?”.

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ITAPOÁ CLÍNICAS INTEGRADAS

Integração e qualidade

A

linhado ao desenvolvimento do município, o quadro de serviços e profissionais qualificados cresce, cada vez mais, em Itapoá. E assim, com um olhar cuidadoso voltado para a área da saúde e facilitando a vida de inúmeros moradores, segue a rotina na Itapoá Clínicas Integradas (ICI).

Na cidade desde 2008, hoje as palavras de ordem são evolução e aperfeiçoamento: em um novo espaço, a ICI agrega mais serviços e vantagens, tornando-se referência nas áreas de medicina, fonoaudiologia, psicologia, fisioterapia e estética em toda região.

Nova sede da Itapoá Clínicas Integradas, ambiente climatizado, adaptado para cadeirantes e oferece um amplo estacionamento.

Luana , Tecnóloga em Estética e Dermaticista.

Raphael, médico clínico geral.

Fruto da união dos seis sócios Alane Cristine Bueno, Daniel Henrique Pastuchaki, Luana Gnata Viana, Rafael Fernando Cezario, Raphael Luiz Gioppo Toledo Mira e Simoni Dias Fernandes de Souza, a Itapoá Clínica Integradas conta atualmente com sete profissionais qualificados e uma secretária. A equipe permite ao paciente, consultas em diversas áreas em um só ambiente.

“Com união, honestidade e profissionalismo, acreditamos na eficácia do trabalho em equipe”, afirma Dr. Rafael, um dos três fisioterapeutas da ICI. A clínica, antes situada na Rua Miguel Galhardi, no bairro Itapema do Norte, se encontra desde o mês de abril em novo endereço, próximo ao asfalto da Av. Zilda Arns, fa-

Fisioterapeutas Rafael, Simoni e Daniel. moso “Caminho da Onça”: Rua Luiz phael, médico da clínica. Toda esta Bosso esquina com Dona Cristina, evolução, sempre visando o bom número 495, no Balneário Paese. atendimento e o bem estar dos pa“Junto da localização, outros fato- cientes. O novo espaço físico, com mais res foram alterados e agregados em nossos serviços”, conta Dr. Ra- de 150 m², permite aos profissio-

nais e seus pacientes conforto e privacidade, além de ser adaptado para cadeirantes e oferecer um amplo estacionamento. Os atendimentos são realizados em salas climatizadas e divididas, pensadas nas áreas específicas, com equipamentos funcionais e modernos. Com fluxo de pacientes durante o ano todo, o perfil vai de crianças a idosos e, além de moradores, vêm de diversas cidades e estados, como do Paraná e Mato Grosso do Sul. “Pensando em um serviço acessível, atendemos alguns convênios e buscamos outros credenciamentos”, conta a Dra. Simoni, fisioterapeuta.

Além da grande experiência, os profissionais buscam cursos e especializações, atualizando-se constantemente para oferecer ao paciente o que há de melhor e mais moderno na especialização. A dermaticista e tecnóloga em Estética Luana, por exemplo, conta que sua área é sempre atualizada de novidades. “Em estética são oferecidos diversos serviços como depilação a laser, crioliopólise, peeling, tratamento pós-operatório, tratamento facial, entre outros”, cita. Já os fisioterapeutas Daniel, Rafael e Simoni oferecem aos pacientes da ICI, reabilitação ortopédica, neurológica e respiratória. Para os planos futuros, a equipe pretende ampliar a área de atuação, de acordo com a demanda, e tornar o quadro de serviços ainda mais completo oferecendo, por exemplo, nutrição. O horário de atendimento é de segunda a sexta, das 8h às 11h e das 13h30 às 19h; já o horário de agendamento das consultas é das 14h às 18h, e pode ser feito pelo telefone (47) 3443-0564. “Nosso diferencial não é apenas as instalações físicas e equipamentos, mas a humanização no atendimento e na assistência ao paciente”, afirma o Dr. Daniel, fisioterapeuta. Crescendo junto do município, a maior premiação dos profissionais da Itapoá Clínicas Integradas é marcar a história da cidade com um trabalho de, como o próprio nome já diz, integração e qualidade.







ABBA

15 anos disseminando e colhendo o amor de Deus

Ana Beatriz Tendo como visão o homem, o seu resgate, o crescimento em Deus e a vida plena, nasceu a Igreja Comunhão Cristã Abba, cada vez mais abraçada por seus fiéis. As únicas regras são a fé e o estudo da Bíblia, e assim, a Abba completou, no dia 20 de junho, 15 anos de implantação em Guaratuba. “Como

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igreja, queremos viver no dia a dia a plenitude da vida cristã”, afirma Giovani Voltolini, um dos sete pastores da Abba. Apesar da comemoração de mais um ano, a igreja ainda acredita em muitas outras bênçãos, por toda Guaratuba. A Comunhão Cristã Abba é uma comunidade cristã evangélica, que teve seu início em Curitiba, no ano

de 1994. A implantação em Guaratuba foi em 2000 e vem, desde então, acolhendo por meio de várias frentes evangelísticas pessoas que desejam ter um relacionamento com Deus. “Nossa igreja está implantada no Brasil, mas também se relaciona internacionalmente e tem boa ligação com outras igrejas”, afirma o Pastor Giovani.

“Abba” significa “Pai” em hebraico, e a Comunhão Cristã tem como visão salvar vidas e formar líderes. Louvor, saudação, ofertas e dízimos compõem a sequência dos cultos da Abba de Guaratuba, realizados aos domingos, às 19h. Logo em seguida, jovens e crianças são conduzidos para salas de aulas onde, com professores, realizam


atividades de recreação e aprendem a memorizar a necessidade de Deus. A igreja também dispõe de um berçário equipado para crianças de até dois anos de idade. “É preciso viver o amor de Deus além do culto e da igreja”, afirma o Pr. Giovani. Além disso, a Comunhão Cristã organiza retiros - tanto para famílias, como para mulheres - e programas infantis, como a noite do pijama para as crianças – mas sempre no âmbito cristão, ou seja, ressaltando o amor de Deus.

O foco principal da Abba são os chamados grupos familiares. “O grupo familiar serve para que cada pessoa descubra o seu lugar e desenvolva os talentos que Deus deu”, explica o Pastor Giovani. É dele que nascem os membros para a banda ou teatro da igreja, por exemplo.

Giovani Voltolini, um dos sete pastores da Abba de Guaratuba.

Com reuniões semanais em células, estes grupos são compostos por cerca de 20 fiéis que oram, passam mensagens, realizam conversas individuais, e tudo em conjunto. “Pedimos sempre que o fiel seja como um copo de água, ou seja, transparente”, diz o pastor. Os grupos familiares seguem escala e, a cada fim de semana, um grupo fica responsável pela cantina da

igreja, assim, todos cooperam para o bom funcionamento da mesma. A Abba também vai além da igreja e seus fiéis: faz parcerias e promove projetos cristãos como o Verão Vida, onde cerca de 60 jovens realizam em Guaratuba trabalhos voluntários em prol da saúde. “São jovens da área de enfermagem, farmácia, nutrição, medicina, biologia, entre outros”, explica o Pastor Giovani. Esta ação social implica, entre outras atividades, na realização de testes de pressão, glicemia, cortes de cabelo, distribuição de cestas básicas, teatro e pintura de rosto para crianças. Todos os serviços são gratuitos e ao ar livre, com o intuito também de convidar a pessoa para a igreja e reaproxima-la de Deus. Segundo o pastor, é “a partir de um tema cristão que os integrantes se apresentam para toda a igreja ou em outros lugares, como escolas”, por exemplo. Em Guaratuba, conforme ele, os indivíduos estão cada vez mais estruturados, através da atuação em grupos familiares, dos trabalhos de celebração, comunhão, edificação e evangelização.

“Nestes 15 anos, nós, membros, damos graças e louvores” conclui o Pastor Giovani, porque, afinal, disseminar o amor de Deus significa colhe-lo.

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CRUZ AZUL

“O alívio pelo alívio do outro”

E

Ana Beatriz m um mundo cada vez mais carente de amor e compaixão, as boas influências não podem passar despercebidas. No município de Itapoá um pequeno grupo tem como princípio básico a ajuda mútua, como alvo a abstinência e como alicerce a fé em Jesus. O trabalho voluntário do Grupo de Apoio Cruz Azul, liderado pelo casal Marli de Sena e Edson de Oliveira, é gratuito e anônimo, e oferece ajuda às pessoas dependentes de álcool e outras drogas, através do diálogo franco, da troca de experiência e da integração entre os pares. Naturais de São José dos Pinhais - PR e envolvidos com a igreja, a trajetória do casal já dava indícios de um trabalho de amor e prevenção. Por volta de 2003, fizeram curso de extensão em Agentes Comunitários de Substâncias Psicoativas e trabalharam na Assistência Social. “Mas o que mudou nosso olhar foi um morador de rua, alcoólatra, que aceitou mudar completamente de vida”, conta Marli. Este morador foi acolhido pelo casal em sua própria casa e em 2004 aceitou realizar tratamento. Após a

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O casal Marli de Sena e Edson de Oliveira representa a Cruz Azul em Itapoá - SC. experiência, Marli e Edson passa- implantaram então, nas dependênram parte de suas vidas morando cias da Primeira Igreja Batista, o em uma comunidade terapêutica, grupo de apoio, filiado a Cruz Azul dedicando-se ao trabalho voluntá- – uma antiga organização cristã rio e cristão e aprendendo, na prá- fundada na Suíça, com o trabalho tica da convivência, a lidar, traba- todo focado na orientação e apoio lhar e cooperar com dependentes a dependentes, familiares e outras químicos. pessoas afetadas pelas drogas. “É Com a enorme bagagem de um trabalho em que as sementes estudos e vivências, o casal se são jogadas aos poucos, mas elas mudou para Itapoá; mas sem se crescem” diz Edson. Hoje, o Grupo desvincular, insistiram em um es- de Apoio Cruz Azul de Itapoá, com paço para iniciar o trabalho de um pouco mais de um ano, conta com grupo de apoio a dependentes quí- uma equipe de nove membros: seis micos. Foi em março de 2014, que ajudantes voluntariados da Igreja

Batista e três da igreja Shekinah. Os encontros do Grupo acontecem às quintas-feiras, às 19h30, nas dependências da Primeira Igreja Batista de Itapoá. Lá, os membros oram, fazem dinâmicas, estudos de textos bíblicos, trocam experiências e cantam hinos. “Valorizamos as diferenças individuais e as experiências de vida de cada um, favorecendo a prevenção, o tratamento e a reinserção social”, explica Marli. São abordados diversos assuntos e é utilizado o material da Cruz Azul com temas bíblicos como perdão, reflexão e ressentimento. Alguns combinados são feitos entre a equipe e os participantes, como ir sóbrio e confidenciar as informações. Para que haja mais interação, o participante escolhe um padrinho ou madrinha membro da equipe, “um tipo de confidente, com quem se relaciona com mais intensidade, com abertura e confiança”, explica Marli. Apesar de utilizar o espaço físico da igreja, o grupo de apoio não faz distinção de classe social ou religião. “Como um trabalho cristão, nós apresentamos Jesus, mas não uma igreja”, explica Edson. Por ser gratuito e aberto à comunidade, não há um número exato de mem-


bros. “É preciso força, fé e amor para continuar vindo aos encontros”, conta aMarli. Segundo o casal, enquanto muitos dependentes não retornam, outros dizem que a quinta-feira já faz parte da agenda e inclusive telefonam comunicando algum imprevisto que justifique sua falta. Essa inserção já faz parte da vida de João Carlos Carvalho e sua espoa que buscaram, há quase um ano, ajuda no grupo de apoio. “Sou eternamente grato a Marli, ao Edson e a toda equipe do grupo por tudo que fizeram por mim e pela minha família”, diz João. Hoje, ele e a esposa seguem firmes nos tradicionais encontros semanais. Além de trabalhar com o depende químico, a equipe busca envolver na prevenção seus familiares e amigos, para fortalecê-los, conquistando sua cooperação e apoiando-os na restauração familiar. “Essa união com a família é

Reunião do Grupo de Apoio Cruz Azul, na Igreja Batista. muito importante, pois às vezes o químico pode intensificar o trataproblema está dentro da própria mento em programas de casas de casa, e a solução também”, diz recuperação, como a Associação Edson. Dessa forma, através da para Vida sem Drogas, associada cooperação e incentivo, a equipe a Cruz Azul. Para este tipo de traconcilia o olhar pessoal e o olhar tamento, existe um determinado espiritual, oferecendo mais do que número de vagas sociais, mas a inuma nova vida, mas também uma serção do membro na casa reaproximação com Deus e do es- também pode ser feita atratudo da fé. vés de pagamento. O Pastor Claudio Vicenzi, da Os planos futuros do Primeira Igreja Batista, assiste vez casal Edson e Marli são de ou outra aos encontros e conta ser multiplicar os grupos de satisfatório ceder o apoio por outros bairros do espaço da igreja para município e, quem sabe, um trabalho verdadei- de acordo com a demanda, ro e transformador. “O criar o Grupo de Apoio Kids, que acontece nos en- pensando nas crianças que contros do grupo de convivem com dependentes apoio semanalmente, químicos, também abornada mais é que pra- dando o bem estar físico, ticar o que está na Bí- psicológico e o bom relablia, pois Jesus pedia cionamento. Sempre com por esse lado social, transparência e abertura, de amar a Deus e ao eles contam ser agraciados próximo”, explica o com esta atividade voluntáPastor. ria. “Nosso maior prêmio é Além do traba- o alívio pelo alívio do outro”, lho com o Grupo de é o que costumam dizer. Em João Carlos Carvalho e sua esposa, Apoio, o dependente Itapoá já são inúmeros dependenfrequentadores do grupo há um ano

tes em estado de abstinência, mas o trabalho não para, assim como a fé daqueles que o exercem; todos de mãos dadas por uma cidade sem drogas.

Grupo de Apoio Cruz Azul – Despertar

Local: Dependências da Primeira Igreja Batista, Rua Oscar Niemeyer, nº. 105, bairro Itapema do Norte, Itapoá-SC. Data e hora: Toda quinta-feira, às 19h30. Facebook: Grupo de Apoio Cruz Azul Despertar. Contato: (47) 9712-7678 / (47) 3443-2318 (Marli).

Pastor Claudio Vicenzi.

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ONDA DURA

Na onda dos jovens Thais, durante o SOMMA, nomenclatura usada para definir celebração, no Hotel Continental

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Ana Beatriz

isual despojado, tatuagens, piercings, roupas descontraídas e diferentes “tribos” – sim, esta descrição se refere aos membros de uma igreja. Cada igreja tem um estilo, e dinâmica e irreverente podem ser adjetivos da Onda Dura, que vem conquistando, a cada semana, jovens de Itapoá através de evangelho puro e simples, baseado na fé em Jesus Cristo. A Onda Dura surgiu em 2007, como um movimento dentro da Comunidade Siloé, em Joinville. Com o lema “tão igreja, mas tão igreja, que nem parece

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uma”, esta onda já dominou 14 cidades, sendo a maioria no estado de Santa Catarina. Quem implantou a igreja no município de Itapoá, em novembro de 2014, foi o casal Thais Caroline Rodrigues Reeck e Filipi Eduardo Reeck. Apesar da pouca demanda na época, que eram apenas dois membros, o casal aceitou o desafio. Hoje são cerca de 50 jovens que se reúnem semanalmente. “Fomos apenas os intercessores do desejo de Deus”, conta Thais. Apascentadores, coordenadores, supervisores ou implantadores e então pastores: esta é a ordem hierárquica da Onda Dura. Filipi e

Thais, além de implantadores, são apascentadores, mas, pela pouca quantidade de membros no município, acabam sendo “de tudo um pouco”. “A ideia é formarmos líderes e passaremos então, para a coordenação”, explicam Thais, de 21 anos e Filipi, de 24 anos. Jovens, casados, cheios de fé e responsabilidades, eles contam que por estarem tão inseridos no movimento, a idade passa despercebida. “Isso é paixão”, afirma Filipi. Rompendo barreiras, o movimento é visto, muitas vezes, como uma reunião entre amigos o que, segundo os membros, também não deixa de ser, mas “Deus está

sempre em primeiro lugar”. Os participantes têm momentos descontraídos onde discutem sobre surfe e assuntos aleatórios, andam de slackline e, além das canções, fazem rodas de voz e violão com rock, rap ou reggae cristão. Na celebração, o sistema de som e luz dá o clima de diversão noturna e a linguagem dos líderes é o famoso “papo reto”, voltado à geração Y, de jovens conectados às redes sociais, que, aliás, são aliadas da igreja. Além de Instagram e Facebook, a Onda Dura Itapoá também tem grupo no WhatsApp, onde os membros relembram eventos, trocam informações, vídeos de prega-


Parte dos jovens que fazem a Onda Dura acontecer em Itapoá. ções e passagens bíblicas. “Busca- sas religiões, mas com uma crenmos idealização não somente na ça em comum. “Acredito que pela pastoral, mas também no minis- carência de atrações destinadas tério”, explica Filipi. O movimento aos jovens no município, a igreja também permite ao jovem oportu- tem sido um bom lugar para se nizar e potencializar seu talento, fortalecer a amizade, a confiança, podendo atuar na Onda Gourmet, o amor e, principalmente, a fé”, Onda Store, Ministérios de dança, diz a implantadora. A ideia central administração, comunicação, ar- do movimento é ser igual a Jesus tes, entre outros. e viver seus ensinamentos, como Os participantes vêm de diver- relembra Chaiana Monique Müller, membro da Onda O casal Dura: “Buscamos implantador aqui a essência de da Onda Dura Cristo assim como em Itapoá a igreja primitiva Thais Caroline que se reunia em Rodrigues casas, banquetes, Reeck e Filipi praias ou em qualEduardo Reeck quer lugar, pois sua vida já era uma celebração”. Por isso, fala-se que a Onda Dura se move até as pessoas e que não é uma igreja implantada e sim, implantadora. A tendência e o plano do casal Filipi e Thais é que o movimento se multiplique: assim como de Joinville nasceu a igreja em Itapoá, esta implante o movimento em Garuva, por exemplo. São três os valores do movimento Onda

Dura: O GP, a celebração e o discipulado. Os chamados GP’s são grupos pequenos que se reúnem para tirar dúvidas, discutir a Bíblia, orar e formar relacionamento como igreja. Todo domingo às 17h, Thais lidera o grupo das meninas, enquanto Filipi, o dos meninos, cada qual na casa de um dos membros da Onda. “Pretendemos criar vários grupos, por bairros e em diversos horários”, explica Thais. Às 19h, todos se encontram no Hotel Continental para o SOMMA, nomenclatura usada para definir celebração, onde, a partir da temática, toda a identidade visual e a pregação são desenvolvidas. “A celebração é tempo de festa, mas também de ensino e instrução, através de uma pregação bíblica simples”, conta Filipi. Já o discipulado acontece a qualquer hora e lugar: quando alguém mais experiente é disposto a ensinar e conduzir alguém menos experiente na vida com Deus. A porta de entrada para a Onda Dura se dá, especialmente, por conta da sua dinâmica e irreverência. Luiza Stefany Pohl e Daniel Mika são exemplos de jovens que se “encaixaram” na doutrina da igreja. “Se sua aparência é essa, amém”, conta Luiza, “aqui, alcançamos a transformação de dentro

para fora”, complementa. Segundo Daniel, outro diferencial do movimento é alinhar a fé às necessidades da geração Y, enxergando Jesus seja nas músicas, nas artes, nos esportes e afins. “Depois que passei a frequentar a Onda posso dizer que, hoje, é o que eu vivo”, diz Daniel. Assim, das duas, uma: os jovens que experimentam o movimento ou não voltam ou ficam para sempre. “Costumam dizer que a Onda Dura está na moda e esperamos que sim” brinca Thais, “pois não há moda melhor que amor e fé”. O movimento se mantém de dízimos e ofertas dos membros, mas o casal implantador visualiza muito mais para os encontros semanais em Itapoá, no âmbito de espaço, decoração e sistema, como instrumentos e aparelhagem de som, pois o caminho é longo. De qualquer forma, o trabalho já vem dando bons sinais: “Vemos Cristo nitidamente uns nos outros, e todos voltam, a cada semana, com a mente mais evoluída”, afirma a participante Luiza. Seja para remar, nadar ou surfar, estes jovens itapoaenses afirmam: a condição do mar é de graças, e esta onda é propícia para a prática do evangelho de amor. Imagens: Matheus Butzen

Chaiana Monique Müller, Daniel Mika e Luiza Stefany Pohl, membros da OD

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Igreja Presbiteriana

Recente e cheia de missões

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Ana Beatriz

om sua grande extensão, o município de Itapoá, além das mais diversas paisagens, comporta moradores das mais diversas crenças, influências e religiões. Nesta linha de pensamento, a cada ano surgem novas igrejas, todas buscando a salvação a seu modo. Atendendo as diversas famílias presbiterianas presentes em Itapoá, foi implantada, há cerca de um ano, a Igreja Presbiteriana Independente (IPI) do Brasil no município. À frente desta missão de implantar a igreja para Itapoá está o Pastor André Brene Franco, de Joinville. Espalhada por todo o Brasil, a Igreja Presbiteriana tem como principal objetivo levar a todos o amor e a salvação que existem em Jesus Cristo. “Buscamos passar para as pessoas que Deus não está distante, lá no céu, e sim dentro dos nossos corações”, diz o Pastor André. Com raízes na Reforma Protestante, a IPI é uma igreja que valoriza sua história olhando para o presente e buscando uma

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mudança evolutiva na sociedade. Por conta da sua experiência de trabalho com jovens, Pastor André conta que utiliza nos cultos a linguagem informal, “mas sempre com reverência e coração voltado a Deus”. Com um público diversificado, um dos princípios da igreja é de que a essência não está na aparência, pois valoriza e respeita as diferenças regionais e culturais de onde está inserida. “Os fiéis da Presbiteriana se identificam com a mensagem do evangelho, o estilo do culto, da palavra e dos assuntos”, conta. Hoje, são cerca de 40 membros reunidos semanalmente para, nas palavras de André, “buscar a maturidade cristã”. Os encontros acontecem nas terças-feiras e aos domingos. Na terça, às 20h30, o trabalho é em célula, ou seja, grupos reunidos nas casas dos membros, assim como a igreja primitiva. “São cerca de 20 pessoas reunidas para discutir a Bíblia, tirar dúvidas, cantar e orar”, explica o Pastor. Já no domingo, às 9h30, é realizado o trabalho do evangelho na igreja, um culto coletivo com louvor e pregação da

À frente desta missão de implantar a igreja para Itapoá está o Pastor André Brene Franco, de Joinville palavra. “No culto, depois de certo momento, dividimos os membros por faixa etária, a fim de discutir temas cotidianos da vida cristã, como fé, esperança e perdão”, conta. Localizada no bairro Itapoá, próximo a Escola Frei Valentim, o espaço utilizado atualmente pela Igreja é cedido e temporário, mas todos estão cooperando e focando na construção de uma sede própria, pela mesma região. Para o futuro, Pastor André tem a pretensão de multiplicar o grupo de células das casas, atingindo outros bairros do município, e também de criar um grupo específico para crianças

e jovens que, segundo ele, são o futuro da humanidade. Pela sua recente atuação, a Igreja Presbiteriana de Itapoá conta com apenas um Pastor e um Presbítero, mas isso é questão de tempo, pois o número de membros cresce a cada culto de domingo. “Deus pregou o amor e, como no mundo atual ele está em falta, eu sou apenas o instrumento usado para relembrar isso”, diz o Pastor. Com estudo bíblico e a voz da comunidade, a igreja pretende fazer muito pelo município, mas, antes mesmo disso acontecer, o Pastor relembra: “ao buscar uma bênção, lembre-se, você já é abençoado”.


jantar campeiro - CTG Fronteira do Litoral

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MÚSICOS

Música para um mundo melhor Ana Beatriz

Música vai além do som, também é entrega, estudo e paixão. Bons exemplos dessa afirmação são Helmuth Alfonso Kirinus e Luci José da Costa Kirinus, criadores e professores da “Tocando em Frente”, escola de música em Itapoá. Com experiência, ministram aulas particulares de violão, teclado, guitarra, cavaquinho e teoria musical; colocando amor a cada nota e enxergando na música a possibilidade de um mundo melhor.

A

ssim como a maioria dos músicos, os dois já apresentavam sinais desta paixão na infância. Luci, mais conhecida por Nena, lembra-se do bolo do seu aniversário de 14 anos, em forma de violão. “Aprendi a tocar violão com revistas, mas me encontrei nas aulas de teclado”, conta. Já Helmuth, mais conhecido como Mutti, sempre foi aficionado por samba, fez aulas particulares e iniciou cedo no violão e cavaquinho. Sempre aprimorando conhecimentos, são alunos da Casa da

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Helmuth Alfonso Kirinus e Luci José da Costa Kirinus, criadores e professores da “Tocando em Frente” Cultura de Joinville, onde praticam sumiu, por volta de 2009, as mis- çada da igreja. O nome da escola, diversos estudos, como piano, sas da igreja. “Músicas de tona- inclusive, foi batizado pelo Padre violão, guitarra, contrabaixo, har- lidade mediana, para que toda a Dejacir, da própria Paróquia. Por monia, choro, rítmica, voz, entre assembleia acompanhe”, explica conta do espaço físico, o trabalho outros. Mutti. E foi lá que surgiu a “Tocan- com as crianças na igreja chegou Frequentadores da Paróquia do em Frente”, quando ministra- ao fim, mas os dois continuam toImaculada Conceição, o casal as- vam aulas de violão para a crian-


Mestre Jacó, Alexandre Alves ‘Garan’, Mutti e Nena, em uma tarde musical. Foto Wilson Leal Flores. cando nas missas de vez em quando. Além dessa experiência, Mutti também já deu aulas no Projeto Ampliação da Jornada Escolar, da Secretaria Municipal de Educação. Hoje, a Tocando em Frente segue com aulas particulares ministradas em uma sala da casa do casal, equipada com cadeiras, instrumentos e quadro com partituras. O método de ensino é por partitura, e o estudo conta com aulas práticas e teóricas. “Na teoria o aluno compreende figuras de tempo, linguagem, tonalidade, escalas e afins”, explica Nena. Para melhor aprendizado, as aulas de instrumento são agenda-

gal é que, uma vez que se aprende a tocar um determinado instrumento, fica mais fácil aprender outro”. Rock, MPB e POP são alguns dos estilos que compõem o repertório dos alunos da escola. Para aproximar os jovens da Música Popular Brasileira, os professores apresentam a eles versões mais recentes de músicas de Roberto Carlos, Chico Buarque e Toquinho, por exemplo. Sobre as “músicas do momento”, Mutti opina: “Com o estudo profundo notamos que as coisas não são excludentes, ou seja, nem tudo que é atual é ruim”. Fora da sala, os alunos são convidados a vivenciar outras experiências musicais. “Os levamos para conhecer o Teatro Juarez Machado, para apreciação de orquestra e coral”, conta Nena. Os planos futuros

são, através de um projeto, iniciar aulas de coral, e formar o “Coral de Itapoá”. “Uma escola musicalizada passa primeiro pelo coral, porta de entrada para o ensino da música em sala de aula”, explica Mutti. O Tocando em Frente vê na música um poder transformador, especialmente na infância. “É comprovado que a música abre horizontes para as crianças”, diz o professor. E os benefícios são diversos, como concentração, autoestima, companheirismo, emoção e superação. Segundo Mutti e Nena, em uma cidade com poucas oportunidades, é fundamental que as crianças ocupem parte do tempo com atividades culturais e aprendendo algo novo. Além de mudar Itapoá, o casal de professores de música, inspira a cada nota, um mundo melhor.

das individualmente, ao contrário das aulas teóricas, realizadas em grupo. “Fazemos também práticas de banda reunindo alunos de níveis mais avançados”, conta Mutti. O público é, em sua maioria, crianças e jovens de seis a 16 anos de idade, mas o casal já recebeu alunos até da terceira idade. “Muitos chegam sem saber nada e passam a tocar em festas ou nas missas”, diz Nena. As aulas são realizadas de segunda a sexta, em horários diversos. O tempo de estudo para o instrumento depende da facilidade e dedicação do aluno, mas Nena afirma como o estudo é infinito: “O le-

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26 de julho – Dia dos avós

Jornada Dupla: Quando avós assumem mais do que carinho Augusta Gern

Aquela receita deliciosa e cheia de segredos saindo do forno, o sofá que sempre cabe mais um, o escritório com livros admiráveis, as horas de conversa com recordações de toda a família ou mesmo aquele abraço quentinho que só eles podem dar. Entre mimos e muito carinho, não há abraço que substitua o dos avós. Com experiências de vida na maioria invejáveis, eles dão um baile em qualquer neto quando o assunto é amor, não é mesmo? O que foi passado aos filhos é multiplicado à terceira geração, não importa a quantidade que sejam.

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O

s avós são aqueles que levam a fama de “deixar tudo que os pais não deixam”. A afirmação que carrega uma boa dose de carinho e mimos acontece na maioria das vezes, mas não é regra. Não são poucas as histórias em que mais do que avós, eles também precisam assumir o papel de pais e, mais do que carinhos e mimos, são inteiramente responsáveis pela educação e formação dos netos. Este é o caso de Suelsi Garcia, em Itapoá. Mãe de dois filhos, hoje, aos 54 anos, ela cuida dos pequenos netos Eduardo e Giovana, com nove e sete anos, respectivamente. Dar as refeições, arrumar para a escola, ajudar nas tarefas e participar da rotina da dupla – que é

cheia de energia – são atividades diárias que fazem parte da sua vida há quase uma década – Eduardo passou a morar com ela aos quatro meses e, Giovana, aos 15 meses. Por questões pessoais e pelo horário de trabalho da filha, Suelsi se disponibilizou a cuidar dos “amados netos”, como ela chama. “Eles fazem parte da minha vida, do meu dia a dia, e isso é maravilhoso”, afirma. Segundo ela, a rotina é cansativa, mas compensada por qualquer sorriso deles. Em sua casa, aquela velha his-

tória de mimos ainda existe, mas poderia ser diferente. “Ao invés de muitas vezes ter que educar e corrigir, gostaria de poder só abraçar, beijar e enchê-los de carinho”, fala. Porém, ali a afirmação que mais vale é “fazer com os netos o que não fez com os filhos”. “Hoje, com a experiência que tive com os meus filhos, faço bastante coisa diferente. Aprendi muito na vida e tento repassar tudo isso para eles da melhor forma”, garante. Além disso, por ter mais tem-


Os avós Germano Tonial e Suelsi Garcia com seus netos Eduardo e Geovanna Oto. po livre – quando os filhos eram pequenos ela trabalhava bastante – consegue aproveitar melhor as atividades extraclasses, brincadeiras e eventos na própria escola. “Eles são cheios de atividades e estou sempre acompanhando, levando para lá e para cá, esperando e vibrando junto”, conta. Conforme ela, esta é como uma segunda chance de poder aproveitar o crescimento e desenvolvimento dos fi-

lhos (agora netos) durante a infância. “O amor agora é dobrado e a experiência de vida me ajuda muito”, ressalta. Os cuidados e desejos de aproveitar são tantos que Suelsi também está sempre arranjando atividades na escola das próprias crianças. No ano passado, por exemplo, costurou todas as cortinas da escola: “é uma forma de estar perto deles e poder contribuir de alguma forma”. E apesar de viverem com ela, não deixa de ser chamada de avó. “Eles gostariam de morar com a mãe, mas no momento ainda não há condições. Assim, sempre os levamos até ela, estão sempre em contato”, afirma. Conforme a Suelsi, as coisas seriam mais fáceis se morasse pertinho da filha, “mas a vida é assim e nem tudo é como a gente quer”. Além dela, quem também está muito presente é Germano Tonial, que há 15 anos está com Suelsi – e recebeu de coração e braços abertos o chamado de avô. “Ele se dá muito bem com as crianças e me ajuda como ninguém a educa-los da melhor forma. Mas como viaja bastante, acaba exercendo mais o papel dos famosos mimos”, conta ela.Assim, além da

disposição, ela conta que os principais desafios para esta jornada dupla, quando se assume mais do que o papel de avó, é saber administrar a hora do carinho e das correções.

“Não posso perder o lado de avó, mas também tenho que impor autoridade para educa-los da melhor forma”, comenta. São desafios que a vida lhe deu, ou melhor, lhe presentou: “Eles fazem a minha vida mais alegre e não faria nada diferente, é um prazer tê-los junto comigo todos os dias”. Histórias como de Suelsi se repetem em muitas famílias. Por diferentes motivos, avós assumem o papel duplo e, muitas vezes, deixam uma rotina mais tranquila para repetir e reaprender a cuidar, educar e dar forma a novas gerações. Papel dobrado, amor dobrado, gratidão dobrada.

Conta a história...

O dia dos avós é uma data comemorativa dedicada a celebrar os avós. No Brasil e em Portugal comemora-se em 26 de julho, tendo sido esta data escolhida em razão da comemoração do dia de Santa Ana e São Joaquim, pais de Maria e avós de Jesus Cristo. A data da festa de São Joaquim sofreu várias alterações ao longo

dos tempos. Inicialmente era celebrada no dia 20 de março, associada à de São José, tendo sido depois transferida para o dia 16 de agosto, para associar-lhe ao triunfo da filha na celebração da Assunção, no dia precedente. Em 1879, o Papa Leão XIII, cujo nome de batismo era Gioacchino (versão italiana de Joaquim), estendeu sua festa a toda Igreja. Finalmente, o Papa Paulo VI associou num único dia, 26 de julho, a celebração dos pais de Maria Santíssima. Conta a história que, no século I a.C., Ana e seu marido, Joaquim, viviam em Nazaré e não tinham filhos, mas sempre rezavam pedindo que o Senhor lhes enviasse uma criança. Apesar da idade avançada do casal, um anjo do Senhor apareceu e comunicou que Ana estava grávida, e eles tiveram a graça de ter uma menina abençoada a quem batizaram de Maria. Devido à sua história, Santa Ana é considerada a padroeira das mulheres grávidas e dos que desejam ter filhos. Ana morreu quando Maria tinha apenas três anos. Maria cresceu conhecendo e amando a Deus e foi por Ele a escolhida para ser mãe de seu filho Jesus Cristo. São Joaquim e Santa Ana são os padroeiros dos avôs e avós. Foto Wikipédia

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É uma casa portuguesa com certeza... Portugal Cultura e Diversão Portugal, aqui temos muito para ver e viajar. Tranquilidade com a língua e um povo muito amável e educado. Se você for a Portugal e optar por viajar de carro, só posso dizer, vale a pena!. Portugal é bem servido de rodovias, são muito seguras e modernas, muito bem sinalizadas o que faz o turista aproveitar sua estada parando onde quer, sem problemas com bagagem e horários. Há ótimas rodovias de pista dupla, que ligam até as cidades pequenas.

V

amos começar a série Portugal com Lisboa, onde voltamos aos tempos medievais e descobrimos os encantos e mistérios de uma nação,cuja lenda diz que Lisboa foi fundada por Ulisses, o herói grego da Odisséia. Para os historiadores tudo começou com o

estabelecimento dos fenícios na região. Seja lá qual for a verdadeira história as provas de toda essa cultura estão nas ruas e nos prédios. Caminhe pelas ruas estreitas do interessante bairro de Alfama e curta esse labirinto dos tempos da

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ocupação árabe ( de 714 a 1147) e dali siga para a famosa Praça do Comércio, também denominada de Terreiro do Paço. A praça fica às margens do Rio Tejo e ao redor encontram-se inúmeros prédios históricos. Nessa mesma praça encontra-se o Arco Triunfal da Rua Augusta, monumentos estes da praça, planejados pelo Marquês de Pombal. Ao passar o arco e seguindo pela Rua Augusta você chega numa região bem central e onde você pode desfrutar de excelentes restaurantes, os quais servem bacalhau de todo tipo e gostos, além de charmosos cafés com mesinhas nas ruas. Visite o Chiado, região das compras e livrarias famosas. Aproveite para conhecer os teatros da região e delicie-se nos requintados restaurantes e cafés, onde cultura axala por todos os lados. Se você quer apreciar a cidade velha do alto e ter uma das vistas mais bonitas use o Elevador da Glória, que fica numa praça muito interessante chamada dos Restauradores. Esse elevador separa a cidade Baixa da Alta e é onde à noite você pode desfrutar da música local, o fado. A famosa Torre de Belém, o Monumento Padrão dos Descobrimentos,símbolo de Portugal e de onde se tem uma das vistas mais bonitas é um monumento moderno em homenagem aos descobridores fazendo desse local algo imponente e repleto de histórias, muito pró-


xima de nós, brasileiros. Atravessando-se uma bela praça está o Mosteiro dos Jerónimos, em estilo gótico e renascentista, que abriga vários tesouros, um deles é o túmulo de Camões, Vasco da Gama e o túmulo de Fernando Pessoa.

Não podia deixar de citar os famosos pastéis de Belém, doce redondo, massa crocante, recheio macio e de sabor único, que era feito pelos monges do Mosteiro de São Jerônimo e cuja receita é um segredo muito bem guardad

Dica: se você quer viajar de carro pela Europa, existem guias muito bons com roteiros práticos para locais e estradas, um deles é o “Guia Visual - Folha de São Paulo - Portugal - Madeira e Açores” ( www.publifolha.com.br).

O mosteiro é considerado uma das sete maravilhas de Portugal e era na igreja do mosteiro que os navegantes pediam proteção antes de embarcarem para além mares. Não muito longe dessa região encontram-se o Museu da Marinha e o Museu dos Coches, ou seja,das carruagens. Ambos muito interessantes e que merecem uma visita. Interessante é a visita à Casa Fernando Pessoa, espaço que homenageia o poeta e exibe seus pertences. Outro ponto é o Castelo de São Jorge, que fica na colina mais alta da cidade e o Museu Nacional do Azulejo, onde são explicadas as técnicas da azulejaria azul e branca, tão famosa em terras lusitanas e nas colônias portuguesas ao redor do mundo. Se você quer visitar uma área mais moderna, revitalizada em 1998, visite o Parque das Nações, no qual encontra-se o Pavilhão do Conhecimento e o Oceanário de Lisboa, além de um belo shopping, o Vasco da Gama rodeado de modernos hotéis e uma bela estação de trens e metrô.

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EMPREENDEDOR DE ITAPOÁ - SPERANDIO IMÓVEIS E ARQUITETURA

Contribuindo com o desenvolvimento de Itapoá Ana Beatriz

O rápido desenvolvimento em Itapoá é notado em todos os cantos da extensa cidade litorânea. Empresas, infraestrutura e maior número de moradores são alguns exemplos de crescimento do munícipio nos últimos anos.

P

rofissionais entendidos do assunto e que bem sentem as consequências desta evolução são os que trabalham na área imobiliária, assim como os Corretores da família Sperandio: Elisandra, Vanessa e Jerry, que em 2009, junto com o patriarca Ervino Sperandio, constituíram a Sperandio Imóveis & Arquitetura, um “negócio de família”, mas que é gerido de maneira extremamente profissional. A tradição da família na área imobiliária em Itapoá começou ainda em 1994, quando Ervino, morador em Itapoá desde 1991, abriu escritório como Corretor Autônomo. Era uma época onde as dificul-

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Corretores de Imóveis César Henrique, Elisandra e Jerry e a arquiteta e urbanista Vanessa formam a equipe da Sperandio. dades de acesso e comunicação dades, para fazer o contato pessoem Itapoá eram muito grandes e al, transmitindo assim maior cona internet, hoje ferramenta essen- fiabilidade. A filha Elisandra conta cial de trabalho, ainda era uma que “esses contatos, iniciados há promessa. Desse modo, o corretor mais de duas décadas, ajudaram fazia questão de ir ao encontro de a construir uma grande carteira de potenciais clientes, em diversas ci- clientes e amigos, que nos presti-

giam até hoje”. Jerry, que se mudou definitivamente para Itapoá em 2006 fez, no ano seguinte, o curso para credenciamento no CRECI (Conselho Regional de Corretores de Imóveis) e passou a atuar como autônomo junto com seu pai, seguido de sua irmã Elisandra e sua esposa Vanessa, que também obtiveram, em 2008, inscrição no Conselho da categoria. A formação de Vanessa, Arquitetura e Urbanismo, se encaixou perfeitamente com a atividade imobiliária e com o recente momento da cidade: “Quando comecei a trabalhar em Itapoá a procura era somente por projetos simples e que pudessem ser executados rapidamente. Gradativamente tem aumentado a procura por projetos mais sofisticados, que privilegiam e valorizam a arquitetura”, comenta a corretora e arquiteta. Hoje, além dos quatro sócios a imobiliária conta também com o Corretor de Imóveis César Henrique, que já trabalha com a família há mais de dez anos. “Queremos manter atendimento personalizado


aos nossos clientes, por isso além dos próprios sócios contamos com um colaborador que já faz parte da família e no qual depositamos total confiança, dessa forma sabemos que todas transações serão realizadas com transparência e de forma a assegurar garantia às partes envolvidas: vendedores, compradores e a nós, que somos os intermediadores”, afirma corretor Ervino Sperandio. O diferencial da empresa, segundo Elisandra, é oferecer um serviço completo, ou seja, atendimento personalizado do início ao fim. “Proporcionamos a intermediação da compra do terreno, elaboração do projeto de construção, documentação e, se for a intenção do cliente, a posterior comercialização do imóvel”, detalha. A corretora tem seu trabalhado focado na análise, preparo e encaminhamento documental, fazendo questão de acompanhar compradores e vendedores em todas as etapas necessária para efetivação das transações. Quando o assunto é imóvel na cidade litorânea, o tempo e cuidado são ainda maiores, já que muitos clientes são turistas que não conhecem muito bem o município. “Costumam questionar sobre qual é a melhor região para a aquisição”, conta Jerry, “se for para investir, nós temos a resposta de imediato das melhores alternativas, mas no caso de imóvel para se morar ou veranear, é muito subjetivo, pois depende do gosto pessoal

e do que o cliente está buscando”. A grande concorrência no mercado imobiliário do município é, para o corretor, um ponto positivo, já que leva os profissionais a buscarem diferenciais e excelência. Em tempos de crise, Jerry encara Itapoá como um caso específico. “A cidade apresenta vários aspectos que justificam um crescimento imobiliário sustentável, diferente de outras regiões, onde a majoração dos preços foi extremamente especulativa”, explica. Segundo ele, com a chegada de muitas empresas na cidade e o aumento da infraestrutura pelo poder público, cresce a renda dos trabalhadores e a visibilidade em outras cidades. “Muito aconteceu nos últimos anos em Itapoá, mas há ainda muito para acontecer e é justamente isso que a torna uma excelente alternativa de investimento”, afirma. Família ou equipe, o profissionalismo e a qualidade fazem da Sperandio Imóveis & Arquitetura um empreendimento de sucesso e renomado no município de Itapoá. Os planos futuros da imobiliária incluem crescer sustentavelmente, sem perder a qualidade. “Buscamos meios de atender cada vez melhor nossos clientes”, conta Jerry. E é junto do município que a imobiliária evolui, consciente de que as conquistas daqueles que escolheram Itapoá por amor devem ser muito bem cuidadas, assim, investindo, a cada dia, nos sonhos de cada um.

Uma sábia decisão Antiga história alemã, conta que um homem muito rico e não menos avarento e ganancioso, perdeu uma bolsa contendo 800 moedas de ouro. Desolado, ofereceu gratificação de 100 moedas para quem a achasse e a restituísse. Um lavrador a encontrou e, animado com a recompensa das 100 moedas prometidas, de imediato foi devolvê-la ao homem. O avarento a abriu, contou e recontou as moedas e, depois de certificar-se de que nada faltava, disse ao lavrador: - “Deveriam estar na bolsa oitocentas moedas de ouro, não encontrei senão setecentas. Vejo que tomou o cuidado em retirar as cem moedas prometidas, portanto nada lhe devo”. O lavrador ficou indignado, pois não havia sequer aberto à bolsa e queria receber as moedas que teria direito. Revoltado, respondeu ao ganancioso: - “Isso não vai ficar

assim, vou procurar justiça, um juiz saberá o que fazer”. E assim foi feito: o juiz ouviu atentamente um e outro, analisou demoradamente a questão e por fim sentenciou: - “O senhor”, disse ele, ao avarento, - “perdeu uma bolsa contendo 800 moedas de ouro e o senhor”, continuou o magistrado dirigindo-se ao lavrador, - “achou uma bolsa com 700 moedas de ouro. Nessa circunstância quero crer que a bolsa que o senhor achou, não é a mesma que este senhor perdeu, portanto continua aos seus cuidados até que apareça alguém para reclamá-la”. - “Quanto ao senhor”, concluiu o juiz, voltando-se novamente para o avarento, - “resta ficar esperando com paciência que lhe devolvam outra bolsa com as suas 800 moedas de ouro”. Qualquer semelhança com fatos reais é mera coincidência. Itapoá (outono), 2015.

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RESTAURANTE MOLE

Delícias de uma ilha

O

Ana Beatriz

que pode ser melhor do que desfrutar uma boa receita em meio ao paraíso? O litoral paranaense é famoso por suas histórias e encantos, e quem ajuda a construir essa fama é o Restaurante Mole, referência entre os apreciadores de frutos do mar. Localizado na Ilha do Braço Seco, em Guaratuba, e a dez minutos de barco do continente, o lugar encanta pelo ambiente rústico e despojado, dando um charme especial e tornando os pratos O empreendimento hoje é comandado Maylla Garcia Silva, neta da Dona Santa e do seu Vicente. ainda mais saborosos. O cenário é indiscutível: envolve a Baía de podem desfrutar dessa maravilha com jet-skis, O restaurante está aberto de Guaratuba, a Serra do Mar, manguezais, vege- caiaques e stand-up, fazendo um passeio pelas quarta a domingo, das 11h às 18h, tação e aves típicas da região e claro, muito ar redondezas do restaurante. e recebe reservas para jantar. puro. O estabelecimento é garantido pelos tronMuitos dos frequentadores assíduos desComo chegar cos de árvores que servem de pilastras, que cem a Serra do Mar especialmente para apreO restaurante oferece transporte de ida visivelmente estão de mãos dadas quando o ciar os pratos, pois apesar do passeio, da e volta para àqueles que não possuem barco, assunto é natureza. localização privilegiada, do alto astral e bom partindo dos trapiches de embarque da baia Para chegar até lá, só mesmo de barco. atendimento, o que realmente fascina a clien- de Guaratuba. Assim, a casa atrai principalmente sócios de tela são as refeições. Entre os frutos do mar, as Mais informações: 41 9624-3732 / 41 iates clubes e turistas que navegam a costa. ostras depuradas são o carro-chefe. 9959-2566/ 41 9961-1034 Com uma ilha calma e paradisíaca, os clientes Quem esteve por trás de todo esse encanto, em seus 19 anos de funcionamento, foi o casal Vicente Pinto Leite e Santa Garcia Leite, que deixaram a vida no continente e escolheram a Ilha do Braço Seco como novo lar. Com o sucesso do estabelecimento, a Ilha mudou para ainda melhor, agregando à linda paisagem, uma culinária aprazível. O empreendimento foi passado de geração para geração e hoje é comandado por Maylla Garcia Silva, neta da Dona Santa e do seu Vicente. Os resultados do trabalho dessa família se refletem no fluxo da casa, que já chegou a atender mais de 35 barcos e jet-skis em um único dia, de fregueses energizados e satisfeitos das delícias dos frutos do mar.

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empreendedor de guaratuba | rogério quadros

Contagiando sorrisos

O

Ana Beatriz

s poderes de um bom sorriso são comprovados: combatem o estresse e trazem benefícios ao corpo e à mente. Assim, o dentista, mais que um simples serviço, oferece a seus pacientes cuidados especiais que auxiliam na fisionomia, no paladar, na fala e muito mais. Conhecido por seu carisma e simpatia, Rogério Quadros é dentista e proprietário da Quadros Odontologia, em Guaratuba, e responsável por garantir muitos desses poderes. Com prêmios como profissional indicado na cidade, ele acredita que os bons frutos são colheitas da paixão pela profissão. O fascínio pela área já se manifestava na infância, quando Rogério, do outro lado da história, era apenas o paciente. “Eu costumava prestar atenção no dentista, em seus materiais e procedimentos, achava tudo muito curioso”, lembra. Os anos passaram, o interesse aflorou e, para a realização pessoal, sua faculdade não poderia ter sido outra além de odontologia. Antes de ter seu próprio negócio, teve outras experiências: “Trabalhei em uma clínica e foi uma experiência que contribuiu muito para que abrisse a minha”, conta. Em 2008 iniciou os trabalhos da Quadros Odontologia, que é hoje, referência no ramo em Guaratuba e região. Com o público que vai de jovens até senhores, pescadores até empresários, a clínica oferece serviços de ortodontia, Implantodontia

Depois do domínio da área cirúrgica, o bom atendimento é outro diferencial da Quadros Odontologia. Com sorriso fácil, Dr. Rogério naturalmente fideliza seus clientes. “Há muita diferença em ser atendido com carinho e cuidados especiais”, conta, “e para que tudo saia perfeito, é preciso que o paciente confie em mim”. Ele conta que prefere trabalhar com poucos profissionais, mas que tenham domínio em várias áreas, para que o paciente crie um vínculo de convivência com o profissional. Unido a excelência, ele também se atualiza constantemente para oferecer em sua clínica o que há de mais moderno na área odontológica, e Rogério Quadros é dentista e proprietário da Quadros Odontologia conta: a tendência da vez são as lentes de contato odontoe clínica geral, o que abrange pró- lógicas, sucesso absoluto entre os teses, restaurações, tratamento de artistas. “Tratam-se de películas canal entre outros. Além da ajuda de porcelanas coladas nos dentes, de três funcionários, Dr. Rogério que podem preencher espaços, atua com sua irmã, a Dra. Rochely mudar suas anatomias e deixá-los Quadros, também dentista, espe- brancos, mas sem desgastá-los”, cialista e professora em ortodontia explica o doutor. Ao concluir seu (ou seja, aparelhos). Já Rogério, curso de atualização nesta área, as com especializações em trauma- lentes de contato odontológicas já tologia buco-maxilo-facial e implan- estarão também em Guaratuba, a todontia, domina especialmente a área cirúrgica. “Isso faço até de olhos fechados”, brinca. A parte cirúrgica na odontologia é temida por muitos pacientes e, por conta disso, ele afirma ter um atendimento diferenciado, o que muitas vezes os tranquiliza.

partir deste mês de julho. Saúde sempre foi o principal motivo que leva os pacientes às consultas odontológicas. Segundo Dr. Rogério, muitos problemas como, por exemplo, cárie ou perda dos dentes, poderiam ser evitados se houvesse prevenção através dos cuidados básicos de higienização desde a infância. Atualmente, segundo ele, houve um crescimento na área de estética e reabilitação, ou seja, implantes. “Os implantes também continuam em alta, e apresentam vários benefícios, seja no paladar, fisionomia, na fala, entre outros”, explica. O horário de funcionamento da clínica é de segunda a sexta, das 9h às 19h, mas a Quadros Odontologia também oferece atendimento de emergência aos finais de semana. Para o futuro, Rogério planeja abrir filiais de sua clínica pela região vizinha, como Itapoá e Matinhos, por exemplo, mas se fazendo presente em todas elas. “Acredito que sempre é possível aprimorar ainda mais a qualidade”, ressalta. Com um amplo quadro de pacientes e amigos, ele pode afirmar que é responsável pelo sorriso de inúmeras pessoas. Afinal, seja por saúde ou estética, os sorrisos são contagiantes e melhoram o dia de qualquer pessoa.

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A

rotina da Cidade do Mar, nesse outono de tantas primaveras, foi agradavelmente quebrada por uma pioneira e original ideia do Raul, leia-se Rancho da Cachaça, ao mandar erigir por mãos hábeis e veio artístico, a custa de muita massa especial, um imponente cavalo, em tamanho natural, de fronte ao seu estabelecimento comercial. O marketing da ideia é inegável, todavia nela está inclusa a sensibilidade do Mecenas e também o quanto admiramos e nos é simpático esse animal, tão diretamente ligado à história do homem na terra. Aparentemente é apenas mais uma escultura a nos chamar à atenção por alguns instantes em nossas idas e vindas, porém com o fascínio constantemente renovado pela simbiose estabelecida com o cavalo ao longo de milhares de anos. Essa parceria apresentou resultados altamente positivos para a humanidade, pois deixando-se domar aceitou em sua garupa, desde mercadorias a pessoas, tornando-se um obediente e eficaz meio de transporte. Sua versatilidade inquestionável o transformou em coadjuvante número um do homem. Ajudou-o na produção tracionando o arado ou a moenda do engenho, para a obtenção de alimentos. Na retirada de toras dos grotões, para ter habitação. Era até à chagada da tecnologia que desen-

Uma nova referência em Itapoá volveu o veículo automotor o utilitário imbatível. Tudo a um baixo custo de manutenção e locomoção, pois para reabastecer-se, dispensava postos ou locais específicos, exigidos pelo seu avançado substituto, pois com um simples baixar de cabeça transformava-se em refinaria, retirando do farto capim o combustível para prosseguir, O advento da máquina fez com que fosse menos exigido, mas não esquecido, pois nos longícuos rincões continua sendo o mesmo cavalo do passado. A sólida relação homem x cavalo, nos grandes centros, ultrapassa as atividades esportivas e recreativas para tornar-se, através da equoterapia, no veículo indutor no tratamento de crianças com problemas específicos de saúde. Itapoá tem, também, parte da sua história ligada a esse apreciado animal, pois os desbravadores ao aqui chegarem, para melhor conhecer a praia, o fizeram a bordo da carroça do senhor Mario Budal, denominada “taxi-beiço” numa referência ao cavalo. Vale ainda lembrar que de acordo com as bem fundamentadas pesquisas do Professor Raul Olavo Quandt os primeiros 26 equinos trazidos para a América do Sul a bordo da nau Santa Luzia, na expedição de Cabeza de Vaca, foram desembarcados na Baía de Babitonga, provavelmente no Pontal do Norte, hoje Bairro de Itapoá. Dali, pelo Caminho de Peabiru, os 26 cavalos e 250 homens, após 130 dias de caminhada chegaram a Assunción, no Paraguay, em

Raul, do Rancho da Cachaça. 02 de Novembro de 1541. Espera-se que esse novo ícone de Itapoá, representado pelo cavalo do Rancho da Cachaça, o qual vem somar-se ao farol e as pedras do Itapema como pontos de referência venha a suscitar outras esculturas, também para homenagear pessoas que desprendidamente deixaram marcas na história da próspera e pujante “Cidade do Mar”.

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