Índice GRM - Conheça o trabalho voluntário de pessoas que se dedicam para salvar vidas Pág 8 GRM - Dicas para uma aventura segura Pág 14 AJM - Conservando e difundindo a consciência ambiental Pág 16 Adote uma Montanha Montanhistas abraçam a causa da conservação ambiental Pág 24 Escalada - Atividade estimula valores e traz benefícios ao corpo e à mente Pág 26 Cultura - A importância de preservar a cultura do montanhismo Pág 30 Projeto - Conservação e valorização da Mata Atlântica Pág 34 Roteiro - Conheça locais de escalada e montanhismo em Joinville e região Pág 36 ARTIGO - Joinville e suas montanhas Pág 40
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EDITORIAL Nas palavras do montanhista italiano, de renome mundial, Reinhold Messner: “Os dias que estes homens passam nas montanhas são os dias em que realmente vivem”. Para conhecer de perto essa paixão pelas montanhas, nós, da Revista Giropop, participamos do 1º Seminário Joinvilense de Montanhismo. Lá, descobrimos uma infinidade de coisas, incluindo a forte presença da cultura de montanha em Joinville-SC e, por isso, preparamos uma edição toda voltada ao montanhismo de nossa região. Nestas páginas, o montanhismo se apresenta como lazer, esporte e, até mesmo, trabalho. Falamos sobre práticas ecológicas, sobre projetos e programas. Pensando naqueles que desejam vivenciar o turismo de aventura, também preparamos um pequeno roteiro dos picos mais cobiçados de nossa região. Desejamos, assim, que o espírito das montanhas se manifeste em você e, ainda nas palavras de Messer: “então, já pode ouvir as vozes da natureza e ver as belezas que só estavam ao alcance dos mais ousados”.
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MONTANHISMO
Grupo de Resgate em Montanha Conheça o trabalho voluntário de pessoas que se dedicam para salvar vidas Ana Beatriz Machado
Seja para o prazer da atividade física, para a realização de estudos acadêmicos ou para a simples contemplação da natureza, nos últimos anos, aumentou consideravelmente no Brasil o número de pessoas que se dedicam aos chamados esportes de aventura, ou seja, aqueles que são praticados em ambientes naturais. Entre as atividades, se destacam o ecoturismo, a escalada, o montanhismo, a caminhada (ou trekking), o parapente, entre outros. Por consequência, aumentou também o número de incidentes envolvendo pessoas perdidas ou em situação de risco de vida nas matas e montanhas. Diante deste cenário, surgem grupos voluntários de pessoas especializadas e capacitadas para a realização de resgates nestas áreas de difícil acesso. Em nossa região, a cidade de Joinville-SC se destaca por sua forte cultura de montanhismo e demais esportes praticados em ambientes naturais. Foi lá que nasceu o Grupo de Resgate em Montanha (GRM), composto por voluntários de diferentes áreas, mas que têm uma missão em comum: executar a árdua tarefa de prevenção de incidentes e apoio a ações de busca e salvamento em atividades de turismo e aventura.
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necessidade de um grupo de resgate em montanha nos remonta a um episódio ocorrido em 2010, quando dois senhores se perderam dentro da mata, na região de Joinville. Na época, montanhistas da Associação Joinvilense de Montanhismo (AJM) ofereceram ajuda aos órgãos de resposta, no entanto, esta foi aceita somente no último dia de busca. A ajuda dos montanhistas foi imprescindível para o resgate, com isso, os mesmos sentiram a necessidade de criar um Grupo
Voluntário de Busca e Salvamento (GVBS) para ganhar confiança e atuar junto de tais órgãos. Mas esta ideia não foi levada adiante em 2010 por falta de apoio dos órgãos públicos e da própria comunidade de montanha. Somente em 2012 um grupo de montanhistas locais, alguns pertencentes à AJM juntamente com integrantes da Defesa Civil criaram oficialmente o GRM, com o intuito de atuar em operações de resgate em montanhas e áreas remotas na região de Joinville. O Grupo de Resgate em Montanha é um Núcleo Comunitário da Defesa Civil (NUDEC), está vinculado à Secretaria de Prote-
ção Civil e Segurança Pública de Joinville, e faz parte do Plano de Contingência de Proteção e Defesa Civil de Joinville e do Grupo de Resposta e Ações Coordenadas (GRAC). Partindo da necessidade de treinamentos especializados para busca e resgate nas montanhas, o GRM oferece apoio aos órgãos públicos de resposta, são eles: Bombeiros, Polícia Militar, Polícia Civil, Defesa Civil e Força Aérea Brasileira. O coordenador do GRM, Renato Martin Gruhl, conta que, atualmente, são 48 membros efetivos, entre eles montanhistas, escaladores, profissionais de resgate e trabalho vertical, áreas
Busca do Sr. Joel, realizada na região da Serra Dona Francisca em Joinville (Castelo dos Bugres e Morro Pelado), em 2012. Essa busca durou quase 5 dias e a vítima foi localizada pelo GRM e integrantes da AJM.
da saúde (médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e socorristas), policiais militares, bombeiros militares e voluntários, radioamadores, entre outros, de Joinville e região. Para oferecer um serviço mais completo e aproveitar todos os conhecimentos e habilidades de seus membros, foram criadas sete equipes especializadas dentro do GRM: Trilhas e Montanhas, Resgate Vertical (por membros praticantes de escalada), Primeiros Socorros, Comunicação (em sua maioria, radioamadores), Rastreamento Humano, Coelho (também conhecidos como corredores de montanhas) e Administrativo.
Acidente com ônibus na Serra Dona Francisca em Joinville, em 2015. O GRM auxiliou a retirada da mata dos 51 corpos vitimados pelo acidente.
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Busca realizada em Pomerode, em 2015. O GRM ajudou na busca e no resgate de um piloto de parapente que sofreu um acidente e caiu em meio à mata.
Para participar do Grupo de Resgate em Montanha, Ademir Camillo Junior, diretor de treinamento do grupo, explica que é preciso fazer inscrição, ter a ficha de inscrição aprovada pela comissão, ser entrevistado por uma banca formada por membros do GRM e fazer o Curso de Formação Básico de Busca e Salvamento Terrestre. “O curso, ministrado pelo GRM, tem duração de um ano e é dividido entre o período básico e o período de especialização. No curso, os alunos treinam, estudam e vivenciam todas as sete áreas de atuação (habilidades), para escolherem qual delas melhor se encaixam”, explica Ademir. Hoje, o grupo possui 17 candidatos em formação. Aqueles que forem aprovados no curso se tornarão membros efetivos do GRM. Mas, para se tornar um membro, o caminho é longo e exige determinação, compromisso, responsabilidade, seriedade e,
principalmente, amor ao que faz. “Muitos pensam que se trata de um grupo que pratica montanhismo por lazer, porém, para esta finalidade já existem outros grupos e associações, como a AJM. No GRM, o membro deve estar disposto para resgatar pessoas e colocar sua vida em risco”, explica Alan Jacob da Rosa, diretor técnico e um dos fundadores do grupo. A rotina de treinos é intensa e acontecem quase todos os finais de semana. Para cobrir gastos com materiais, transporte e afins, o grupo se mantém através de uma taxa simbólica cobrada dos membros e cada um deles possui seus próprios equipamentos. De acordo com seu diretor técnico, o GRM pode ser acionado nas seguintes situações: “quando a ocorrência exige uma equipe maior e especializada em buscas na mata, montanha ou área remota; quando os órgãos públicos não dispõem de equi-
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Resgate na Pedra da Tartaruga em Garuva, em 2016. O GRM, em apoio aos Bombeiros Militares de Guaratuba, auxiliou na localização e resgate de três jovens que estavam perdidos e com problemas na região da Serra do Quiriri, entre PR e SC. pamentos ou pessoal suficiente Catarina (PMSC); quando algum para uma operação de busca; em órgão público de resposta precisituações de desastres naturais sa de guias para áreas de difícil de grandes proporções, em apoio acesso, ou em acidente aéreo em ao Batalhão de Ajuda Humani- áreas remotas, em apoio a Força tária da Polícia Militar de Santa Aérea Brasileira (FAB)”.
Resgate no Morro da Tromba em Joinville, em 2016. o GRM localizou e resgatou um grupo de seis pessoas que estavam perdidas no Morro da Tromba no feriado de 7 de setembro. As vítimas foram retiradas à noite.
GRM na missão de guiar a Polícia Civil de SC em uma missão de investigação em um local de difícil acesso.
O acionamento do resgate pode ser feito através de órgãos públicos ou de pessoas comuns, como vítimas e seus familiares ou pessoas que ficam sabendo da ocorrência e informam algum membro do grupo. O coordena-
dor explica o procedimento de resgate: “Quando acionados, levantamos o máximo de informações possíveis para entrarmos em contato com os membros do GRM. As informações iniciais são fornecidas em um grupo de What-
sApp, enquanto o detalhamento (qual o tipo de missão, quantidade de pessoas, se há feridos, etc.) é enviado por e-mail a todos os membros”. Ainda segundo o coordenador, a escolha dos voluntários se dá por disponibilidade de horário e, a cada ocorrência, cerca de dez membros do GRM se prontificam e partem para a operação. Tendo como área de atuação prioritária a região nordeste do estado de Santa Catarina, os serviços do grupo abrangem preponderantemente a Serra do Piraí e a Serra do Quiriri, nas quais estão localizadas, dentre outros, o Pico Jurapê, Castelo dos Bugres, Morro Pelado, Morro da Tromba e Monte Crista. De acordo com os voluntários, o Monte Crista é a região onde ocorrem problemas e acidentes com maior frequência,
já o Morro Pelado é a região onde pessoas se perdem com maior frequência. Os meses de alta temporada de montanha são no inverno, porém, o maior número de ocorrências são no verão, especialmente novembro, dezembro e janeiro, costumam apresentar maior índice de incidentes em trilhas, matas e montanhas. Eles, que já atuaram em casos de enchentes, tornados e outras fatalidades em cidades próximas como Pomerode, Guaramirim e Xanxerê, recordam os episódios mais marcantes: “A primeira atuação do grupo, em 2012, de um homem que ficou cinco dias perdido na mata, envolvendo cerca de duzentos bombeiros do estado, a Força Tarefa, etc. Neste episódio, pudemos sentir a aflição da pessoa que se perde e busca ajuda.
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Equipe de Rastreamento, Comunicação e de Vertical fazendo treinamento.
E, em 2015, o acidente de ônibus no trecho da Serra Dona Francisca, que resultou na morte de 51 pessoas, nos chocou muito, pois, até então, nunca tínhamos realizado trabalho com óbitos”, recorda Alan. Desde sua criação, o GRM foi acionado 44 vezes, participou de 24 ocorrências e salvou ou contribuiu para que fossem salvas 24 pessoas. Somente neste ano de 2016, até o mês de novembro, o grupo já foi acionado 10 vezes, participou de 7 ocorrências e já resgatou 15 pessoas. De um lado, voluntários que desejam atuar na busca e resgate com sucesso, de outro, aventureiros que sofrem incidentes ou estão perdidos e buscam ajuda. Cintia Mendes é uma das 14 mulheres que fazem parte do GRM, e fala sobre as dificuldades passadas pelos resgatados: “Com base em nossas experiências,
notamos que é uma situação de extremo desespero e estresse. O aventureiro não nos conhece, não sabe de nosso trabalho, da nossa habilidade de busca, portanto, é muito difícil para ele seguir as orientações e confiar no grupo de resgate”. Mas, apesar dos problemas psicológicos diante desse contexto, os membros ressaltam que as orientações devem ser seguidas, caso contrário, podem surgir problemas ainda maiores. Além do amor, seriedade e compromisso dos voluntários, o segredo da eficiência do GRM também se dá no desenvolvimento de novas tecnologias, algumas delas, não utilizadas por outras equipes de busca, nem mesmo policiais e bombeiros. “Temos uma equipe de comunicação bastante engajada no radioamadorismo e que passou a buscar recursos que facilitassem a comunicação dentro da mata, sem
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energia elétrica, sem internet ou sinais de rádio”, conta Alan. Bons exemplos dessas novas tecnologias são as repetidoras móveis, utilizados para estabelecer comunicação em locais de difícil acesso, e o sistema APRS de rastreamento via rádio e satélite, que permite ao Comando visualizar onde a equipe de busca está localizada na mata em tempo real. Segundo os radioamadores, estes recursos se limitam a alguns grupos devido às suas complexidades de montagem e uso. “Exige muito estudo e dedicação. É preciso alguém que entenda muito de rádio”, fala Renato. Para evitar novas ocorrências na mata, o grupo executa atividades de prevenção, como o mapeamento das trilhas, a fim de verificar pontos perigosos e realizar a manutenção dos mesmos. No Monte Crista, em Garuva-SC, no feriado da Páscoa – época de
maior fluxo de pessoas no local, o GRM realiza plantões em equipes na base, no cume e nas trilhas da montanha, para orientar e auxiliar os visitantes. Ainda focando em dicas de segurança, eles também oferecem palestras para grupos de escoteiros, desbravadores, montanhistas e empresas, com o título “Prevenir é melhor que resgatar”. Com aproximadamente cinco anos de atuação, o grupo de resgate vem se especializando e se adaptando às necessidades das operações realizadas na região. Seus planos futuros incluem criar um site onde os aventureiros realizem um cadastro para as atividades que irão fazer (qual a montanha, data e horário de ida e de volta, quantas pessoas, etc.). O intuito desse sistema online será armazenar dados para saber o perfil das pessoas, essas informações auxiliarão nas ocorrências.
Até o momento, o grupo deseja qualificar ainda mais as equipes já existentes. “Nosso objetivo é o de se especializar apenas em áreas onde há uma deficiência no Estado”, explica Alan. Em Joinville e região, a cultura de esportes de aventuras está cada vez mais em evidência, consequentemente, surgem alguns problemas. Em contrapartida, o Grupo de Resgate em Montanha busca reverter este quadro, atuando no trabalho de busca, resgate, treinamento e prevenção.
Hoje, o GRM de Joinville é o grupo de busca mais ativo do Brasil. Para todos estes voluntários, o segredo do bom trabalho se dá em cada membro atuar na área de sua preferência. Eles acreditam que o montanhismo, assim como os demais esportes de aventura, é uma forma de se sentirem vivos. E apenas se sentindo vivo e tendo amor pela própria vida, para querer o bem e desejar que outras pessoas vivam muito, também. Equipe de Primeiros Socorros em treinamento
Equipe Coelho fazendo treinamento de deslocamento rápido na trilha do Morro Pelado, em Joinville.
Equipe de Trilhas fazendo a travessia de 54km em menos de 24h, do Morro Araçatuba (PR) ao Monte Crista (SC).
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MONTANHISMO
Dicas do GRM para uma aventura segura Ana Beatriz Machado
Com base nas inúmeras experiências de busca e salvamento, os membros do Grupo de Resgate em Montanha apontaram os erros mais comuns cometidos por aventureiros inexperientes. Eles ressaltam que, normalmente, estas pessoas possuem pouca ou nenhuma experiência no esporte que estão iniciando ou praticando, se comparam aos amigos ou conhecidos e os subestimam, pensando “se ‘fulano’ conseguiu, eu também consigo”, e desconsiderando, muitas vezes, sua capacidade física e psicológica.
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e acordo com Alan, a tecnologia, se utilizada de maneira inadequada, pode atrapalhar. “Muitos aventureiros utilizam aplicativos no celular, acham que sabem tudo de navegação e estão seguros com isso. Também ganham confiança assistindo a programas de aventuras na televisão, sendo que a maioria deles é sensacionalista e muito do que nos é transmitido se trata de encenação”, explica o diretor técnico do GRM. Nas pesquisas pela internet, é preciso checar se as fontes são confiáveis, pois elas podem omitir a realidade e dificuldade da trilha ou do terreno.
Segundo o grupo, outras características comuns dos inexperientes são: falha no planejamento ou total falta de planejamento; grupo inadequado de pessoas (quase sempre em excesso) e falta de liderança no grupo; falta de familiaridade com o tipo de terreno (montanha, mata, campos de altitude); não sabem identificar a tempo os problemas potenciais, ameaças físicas, mentais ou do meio ambiente e, por fim, não sabem antecipar os problemas, ou seja, acreditam que só pode dar errado com os outros. Para uma aventura segura, o GRM recomenda que o aventureiro procure informações em lojas especializadas, em um
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grupo, clube ou associação de esporte de aventura e faça um curso de iniciação no esporte. Se você não possui experiência, eles aconselham que as trilhas sejam feitas com um guia confiável e experiente. As roupas, calçados e equipamentos devem ser adquiridos em lojas esportivas e com orientação adequada. Já as informações sobre o trajeto devem ser buscadas em fontes confiáveis, de preferência, fora da internet. Uma das dicas mais valiosas dos membros é: “Avise parentes ou amigos sobre a atividade, para onde vai e o horário de retorno.
Caso mude o itinerário durante a atividade, atualize as informações para estas pessoas”. É recomendável caminhar sempre durante o dia, já que à noite a visão é comprometida, mesmo com uso de equipamentos de orientação. Na noite que antecede à aventura, a pessoa deve estar descansada, dormir mais cedo, evitar o uso de bebidas alcoólicas e de estimulantes. A mochila deve estar pronta, contendo alimentação e hidratação suficientes, equipamentos de aventura (mochila, saco de dormir, barraca, fogareiro, lanterna, capa de chuva, manta térmica de emergência, apito,
etc.). Caso haja a necessidade de realizar pequenos curativos ou imobilizações provisórias, leve um kit básico de primeiros socorros. Mas Renato, coordenador do grupo, adverte: “Não basta carregar o kit, tem que saber usá-lo. Portanto, faça um treinamento em primeiros socorros para áreas remotas”. Na trilha ou na montanha, é preciso ficar atento aos locais escorregadios, principalmente aclives, declives e pedras soltas. O GRM alerta: “Caso se perder, ligue para emergência, utilize o
aplicativo WhatsApp para fazer contato com conhecidos e entre na função ‘compartilhar localização’. Se a internet não funcionar, procure se comunicar via mensagens de texto, passando informações com precisão, da localização e situação (quantas pessoas, se há algum ferido, etc.)”. Vale ressaltar que, para que essas dicas sejam válidas, o montanhista deve economizar bateria no celular e levar uma bateria reserva. Em casos emergenciais, a primeira regra é parar, de preferência, em um lugar aberto ou
elevado. Em seguida, fazer bastante fumaça, e sinalizar com roupas coloridas, espelho ou escrever “S.O.S.” no solo. O apito também pode ser útil para se comunicar com o resgate. Com certeza, há muitas outras dicas a serem ditas e o Grupo de Resgate em Montanha convida você a experimentar a vivência em trilhas e montanhas, mas antes de se dedicar a esse mundo aventureiro, é imprescindível tomar estes e outros cuidados, e se ambientar com o novo estilo de vida.
Saiba mais sobre o Grupo de Resgate em Montanhas: Blog – www.gvbsjoinville.blogspot.com.br Página no Facebook – www.facebook.com/grmjoinville
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Associação Joinvilense de Montanhismo
Conservando e difundindo a consciência ambiental Ana Beatriz Machado
O crescimento do segmento de turismo de aventura no Brasil acarretou no surgimento de diversas entidades ligadas ao montanhismo. Em Joinville-SC, a Associação Joinvilense de Montanhismo (AJM) batalha há tempos pelo esporte. Para seu presidente, Luciano Alexandre Müller, a associação tem papel fundamental na formação de novos montanhistas. “Caminhar, correr ou escalar nas montanhas é uma atividade muito prazerosa. Contudo, é importante que o montanhista defenda e preserve o ambiente ecológico dos lugares onde estes esportes são praticados”, fala.
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undada em Joinville no ano de 2003, a Associação Joinvilense de Montanhismo é uma entidade sem fins lucrativos, com sede, domicílio e foro regidos pela legislação e pelo estatuto social. De caráter desportivo e ambiental, a AJM é constituída por sócios que praticam ou venham praticar atividades relacionadas ao montanhismo. Para efeito de abrangência, Luciano explica: “A AJM considera montanhismo o conjunto de atividades com fins desportivos, comerciais, científicos ou de lazer, entendidos como excursionismo, práticas de alta montanha, escalada técnica em suas diversas modalidades, técnicas verticais, acampamentos e outros similares”. Também é de abrangência da associação o conjunto de atividades relacionadas com o montanhismo, tais como: escolas de montanhismo, ações ecológicas, atividades culturais e recreativas, publicações, segu-
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Os associados realizam caminhadas nas matas, montanhas e trilhas de diversos lugares do mundo como no Machu Picchu, no Peru.
rança e prevenção de acidentes. De acordo com o presidente, a AJM tem como principal objetivo incentivar a conservação ambiental de trilhas e lugares onde as modalidades de montanhismo
são praticadas, bem como difundir a consciência ambiental aos praticantes. Outras finalidades fundamentais da associação são: “cumprir a legislação ambiental em suas esferas municipais, es-
taduais e federais; regulamentar a prática do montanhismo na região de Joinville, assim como a instrução, formação, aperfeiçoamento e certificação técnica; promover o contínuo aprimoramento técnico e profissional nos planos teórico e prático dos envolvidos na atividade; fomentar a solidariedade e a união dos praticantes; e, por fim, organizar, promover e apoiar eventos, competições, cursos, palestras e
seminários que beneficiem direta ou indiretamente o desenvolvimento do montanhismo e seus interessados”. São mais de cem associados à AJM, dentre eles, aproximadamente quarenta pessoas participam ativamente da mesma. As instalações da sede da AJM são compartilhadas com o Clube de Radioamadores de Joinville (CRAJE) e ficam na subida para o Mirante de Joinville. Luciano con-
ta que, lá, todas as quintas-feiras, os associados se encontram para definir suas atividades e discutir ações, eventos e parcerias em prol do montanhismo na região. As atividades ambientais da AJM têm como objetivo principal a preservação do ambiente de montanha modificado pela ação humana. “Nesse sentido, nós, integrantes, executamos a recuperação de trilhas, fazendo a coleta de lixo deixado por visitantes das
montanhas, e conscientizando os praticantes do montanhismo sobre a prática correta das atividades nestes ambientes”, explica o presidente. As principais atividades ambientais exercidas pela associação são o Programa Adote uma Montanha, que tem a função de preservar os ambientes de montanha brasileiros, e o Programa Pega Leve, com foco em ações que minimizam o impacto nas trilhas.
Para participar da entidade, há apenas um pré-requisito: gostar das montanhas, sabendo assim, respeitá-las.
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Recentemente, a associação realizou atividades recreativas voltas às crianças das escolas de Joinville, através do Projeto Ecocidadão. “As atividades recreativas são realizadas com o intuito de possibilitar uma integração entre os membros da AJM e a visitação de ambientes e montanha, buscando a difusão do montanhismo por meio da prática correta da visitação de ambientes naturais”, conta Luciano. Além de escolas, outras instituições e empresas solicitam estas atividades à AJM. Normalmente, são realizadas duas atividades por mês, sendo caminhadas pesadas e leves. Os associados também oferecem a iniciação à escalada, na qual quem nunca praticou a escalada técnica é levado a ter um primeiro contato com o ambiente vertical. Para o futuro da Associação Joinvilense de Montanhismo, Luciano diz que pretende fazer jus ao nome “associação”, e unir os demais grupos da região voltados a pratica do montanhismo. Para participar da entidade, há apenas um pré-requisito: gostar das montanhas, sabendo assim, respeitá-las. Os membros da AJM são adeptos aos mais variados esportes de aventura, mas todos eles têm uma missão em comum, a de preservar o ambiente ecológico onde estas práticas acontecem.
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Minimizando o impacto nas trilhas, segundo a AJM
Nas reuniões, os associados se encontram para definir suas atividades e discutir ações, eventos e parcerias em prol do montanhismo na região.
Uma das ações ecológicas da AJM é o Programa Adote uma Montanha (PAM).
De acordo com o “Programa Pega Leve – Mínimo Impacto em Ambientes Naturais”, aderido pela Associação Joinvilense de Montanhismo, para minimizar o impacto nas trilhas, garantir sua segurança e ajudar a conservar a natureza, basta seguir oito princípios. O presidente da AJM, Luciano, nos fala sobre cada um deles. O primeiro princípio básico se chama “Planejamento é fundamental”. Ele orienta os aventureiros a se planejarem antes de partirem para a montanha. “Entrar em contato com a administração do parque para saber todos os requisitos e regulamentos para realizar a trilha, se informar sobre as condições climáticas do local e escolher atividades de acordo com seu condicionamento físico e seu nível de experiência são fundamentais”, diz Luciano. “Você é responsável por sua segurança”, lembra o segundo princípio, que alerta as pessoas da complexidade do resgate em ambientes naturais. Portanto, se informar se há sinal de celular na trilha, gravar o número telefônico fornecido pelo parque, aprender técnicas básicas de segurança
e ter itens essenciais (lanterna, agasalho, capa de chuva, chapéu, alimento, água, repelente, filtro solar e afins) sempre às mãos é imprescindível. Luciano ressalta que muitos acidentes e agressões à natureza são causados por improvisações, negligência e uso inadequado de equipamentos. Nas trilhas é preciso atenção, por isso, “Cuide dos locais por onde passa”: Mantenha-se nas trilhas pré-determinadas e não utilize atalhos, pois estes favorecem a erosão e a destruição da vegetação. A outra dica é “Traga seu lixo de volta”, como restos de alimento, papeis e outros materiais higiênicos. O AJM aconselha o aventureiro a não enterrar o lixo, pois animais podem cavar e espalhá-lo, não utilizar sabão de nenhum tipo nos rios e fontes de água e o incentiva a usar as instalações sanitárias existentes. Caso a área não disponha, o correto é cavar um pequeno buraco com 15 centímetros de profundidade longe de qualquer fonte de água ou áreas de circulação. Apesar de tantas belezas naturais, resista à tentação de levar “lembranças” (pedras, artefatos, flores, frutos, conchas, etc.) para casa e “Deixe tudo em seu lugar”, como manda o quinto princípio. Nos ambientes naturais, a associação aconselha que você deixe apenas suas pegadas e leve apenas suas fotografias e memórias. Também “Não faça fo-
gueiras”, pois elas matam o solo e a vegetação, e representam um grande risco de incêndios florestais. E “Respeite os animais e as plantas”, de forma a observá-los à distância, sem espantá-los, pegá-los ou alimentá-los, especialmente se forem animais selvagens. Luciano ressalta que a proximidade pode ser interpretada como uma ameaça, provocando estresse no bicho.
Por fim, o oitavo e último princípio pede: “Seja cortês com outros visitantes e com a população local”, aproveitando para aprender algo sobre os hábitos e a cultura locais. Prefira contratar os serviços locais de hospedagem, monitoria, transporte, entre outros. Assim, você estará colaborando para que os recursos financeiros permaneçam na comunidade. A Associação Joinvilense
de Montanhismo recomenta aos aventureiros que caminhem nas trilhas em silêncio, preservando a tranquilidade e a sensação de harmonia com a natureza. Para saber mais sobre a Associação Joinvilense de Montanhismo (AJM), acesse www.ajm.org.br ou envie um e-mail para informacoes.ajm@gmail.com Em Joinville-SC, a Associação Joinvilense de Montanhismo (AJM) tem papel fundamental na formação de novos montanhistas.
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2133 – BALNEÁRIO ITAPOÁ Rua 1380 esquina com Rua Malvina Barbosa. Terreno c/ 384m², face leste/norte. Casa térrea c/ 100m² em alvenaria, 03 dormitórios (suíte + 02 quartos), 02 banheiros (suíte + social), sala de estar/jantar, copa/ cozinha, área de churrasqueira c/ lavabo e lavanderia. Cobertura adicional de aprox. 40m² para garagem. PX: Mercado Brisa do Mar. DP: 850m. R$ 310.000,00
2090 – BALNEÁRIO ESTRELAS Rua 1610, frente p/ o mar. 03 terrenos totalizando 1.032m² de área, sendo 28 metros de frente para o mar. Área total construída de aprox. 360m², c/ 05 dormitórios ao todo, ampla área de lazer. Localização mais que especial. PX: Panificadora Maykon. DP: frente p/ o mar. R$ 660.000,00
2103 – LOTEAMENTO PRÍNCIPE Rua Honório Parra, terreno c/ 360m², casa de madeira, aprox. 51m², 03 dormitórios, banheiro, sala/cozinha, lavanderia, garagem. PX: Casa da Cultura. R$ 99.500,00 + 168x de R$ 763,80 2120 – LOTEAMENTO PRÍNCIPE Av. Pérola do Atlântico (Rua 800), terreno c/ 360m², casa em alvenaria, aprox. 100m², 03 dormitórios, 02 banheiros, sala/cozinha, lavanderia, garagem. PX: Mercado Príncipe. R$ 125.300,00 + 157x de R$ 882,96 2138 – LOTEAMENTO SÃO JOSÉ Avenida das Margaridas (Rua 800) esquina com Rua Cambacica. Casa nova em alvenaria, 52m², 02 quartos, banheiro, sala, copa/cozinha. PX: Mercado Bom Preço. R$ 125.000,00 2154 – LOTEAMENTO PRÍNCIPE Rua Roberto Rizental Gomes, nº 316, terreno c/ 360m², casa em alvenaria, aprox. 100m², 03 dormitórios, 02 banheiros, sala/ cozinha, lavanderia, varanda, garagem. PX: Mercado Príncipe. R$ 131.000,00 + 102x de R$ 1.089,16 2143 | 2144 | 2145 – BALNEÁRIO SÃO JOSÉ Rua 1490 esquina c/ Rua Leonidas A. da Costa, 03 casas novas, em alvenaria, cada uma c/ 61m², 02 quartos, banheiro, sala, copa/cozinha e área de serviço. PX: Mercado Veleiro. DP: 600m. A partir de R$ 135.000,00 cada 2142 – LOTEAMENTO PRÍNCIPE Rua Roberto Rizental Gomes, nº 501, terreno c/ 360m², casa em alvenaria, aprox. 100m², 03 dormitórios, 02 banheiros, sala/cozinha, lavanderia, varanda. PX: Mercado Príncipe. R$ 142.000,00 + 104x de R$ 988,63 2094 – BALNEÁRIO PAESE Rua 1090 esquina com Rua Luiz Bosso, terreno de esquina com 312,50m², relevo acima do nível da rua. Casa em alvenaria c/ 48m². PX: Em frente ICI Clínicas. DP: 690m. R$ 149.000,00 2098 – BALNEÁRIO MARILUZ Rua 1800, nº 415, casa 01. Casa recém construída, em alvenaria, 55m², 02 dorm. (suíte + qto), 02 banheiros (suíte + social), sala, copa/cozinha, área de lazer com deck, churrasqueira e pérgola. PX: Mercado Brasão (antigo Tupã). DP: 300m. R$ 167.500,00 2136 – BALNEÁRIO MARILUZ Rua 1790, 2ª QD do mar. Casa térrea em
2156 – JARDIM PÉROLA DO ATLÂNTICO Rua 910, próx. esquina c/ Rua Frontin, terreno c/ 450m² (15x30). Casa em alvenaria c/ 99m², 02 quartos, banheiro, sala, cozinha, varanda, lavanderia e churrasqueira. PX: Fórum. DP: 850m. R$ 185.000,00 2093 – SALAS COMERCIAIS (PRÓX. PAESE) Avenida Brasil, próx. Rua 1100, Condomínio Sollar: 02 salas comerciais térreas. Área total de 107m². PX: Restaurante Tikay. DP: 200m. R$ 200.000,00 2148 – JARDIM PÉROLA DO ATLÂNTICO Rua Madalena Haú, entre Ruas 910 e 960, terreno c/ 450m² (15x30). Conjunto de 04 unidades residenciais, ideal p/ locação mensal ou por temporada. Aprox. 160m² de construção. PX: Fórum, Prefeitura. DP: 700m. R$ 200.000,00 2131 – BALNEÁRIO ITAPOÁ Rua Joaquim Cavalari, entre Ruas 1380 e 1420, terreno c/ 192m². Casa nova em alvenaria c/ 90m², 03 dormitórios (suíte + 02 quartos), 02 banheiros (suíte + social), sala, copa/cozinha e garagem. PX: Mercado Brisa do Mar. DP: 300m. R$ 213.000,00. 2152 | 2153 – JARDIM DA BARRA Rua 980, próx. Prefeitura. Duas casa novas, casa uma c/ aprox.. 76m², 03 dormitórios (suíte + 02 quartos), 02 banheiros (suíte + social), sala, copa/cozinha, área de serviço, churrasqueira. Ótimo padrão de acabamento. Aceita carro. PX: Mercado Litorânea. DP: 500m. R$ 217.000,00 cada 2125 – LOTEAMENTO PRÍNCIPE Rua 860 (Avenida Pérola do Atlântico). Terreno com 360m², relevo bem acima do nível da rua. Casa térrea em alvenaria c/ 135m², 04 dormitórios (02 suítes + 02 quartos), 04 banheiros (02 suítes + 02 social), sala/cozinha, edícula com lavanderia e churrasqueira. PX: Mercado Príncipe. R$ 223.770,00 + 31x R$ 803,25 2122 | 2123 – JARDIM DA BARRA Rua 980, próximo à Avenida Dra. Zilda Arns Neumann (popular “Caminho da Onça”). Duas casas novas em alvenaria, cada uma c/ 85m², 03 dormitórios (suíte + 2 quartos), 2 banheiros (suíte + social), copa/cozinha, sala de estar, garagem, churrasqueira. Superior padrão de acabamento. Aceita veículo(s). PX: Prefeitura. DP: 500m. R$ 246.000,00 cada 2127 – BALNEÁRIO BRASÍLIA Rua João M. Vianney, entre Ruas 620 e 630. Casa nova em alvenaria, 89m², 03
2051 – BALNEÁRIO MARILUZ Av. Brasil esquina c/ Rua 1810 (2ª quadra da praia). Apartamento novo, c/ vista p/ mar, 140m² total, 03 dormitórios (2 quartos + suíte), 02 bwc (suíte + social), ampla sala integrada a sacada (c/ churrasqueira), cozinha, área de serviço, 2 garagens privativas. PX: Mercado Brasão (antigo Tupã). R$ 330.000,00. 2151 – BALNEÁRIO BRASÍLIA Rua São J. Maria Vianney, entre Ruas 620 e 630. Sobrado novo, 171m², 03 dormitórios (suíte + 2 quartos), 02 banheiros (suíte + social), lavabo, sala de estar, copa/ cozinha, área de serviço, área de lazer com churrasqueira e garagem. R$ 330.000,00 2150 – BALNEÁRIO BRASÍLIA Rua 610, 2ª QD do mar. Sobrado novo, c/ vista p/ mar, 145m², 03 dormitórios (suíte + 2 quartos), 02 banheiros (suíte + social), lavabo, sala de estar, copa/cozinha, área de serviço, área de lazer com churrasqueira e garagem. R$ 370.000,00 2119 – JARDIM PÉROLA DO ATLÂNTICO Avenida Beira Mar 3, terreno 390m², casa térrea c/ 189m², 03 dorm. (suíte + social), 02 bwc (suíte + social), sala de estar e jantar, cozinha, despensa, mezanino, edícula com churrasqueira e garagem. PX: Prefeitura. DP: frente p/ o mar. R$ 450.000,00 2100 – JARDIM PÉROLA DO ATLÂNTICO Ilha do Sol Residence. Edifício em fase final de construção, na Avenida Beira Mar 3, c/ áreas de lazer, piscina, vista permanente p/ o mar. Apartamentos com 03 dormitórios (suíte + 02 quartos), 02 banheiros (suíte + social), sala/copa/cozinha, varanda com churrasqueira. Condições facilitadas direto com a Construtora. A partir de R$ 498.000,00 2124 – BALNEÁRIO SANTA CLARA Rua 1300, QD do mar. Sobrado em alvenaria com 214m², 04 dorm. (suíte + 3 quartos), 04 bwc (suíte + 3 sociais), ampla copa/cozinha, ampla sala de estar/jantar,
2132 – BALNEÁRIO ITAPEMA DO SAÍ Av. Dom Henrique II (asfalto), entre as Ruas 280 e 300. Sobrado em alvenaria c/ aprox.. 265m², 04 dormitórios (03 suítes + 01 quarto), 04 banheiros (social + 03 suíte), sala de jantar, sala de estar, cozinha, área de lazer com churrasqueira, edícula com lavado, piscina. PX: Mercado Cotia. DP: 120m. R$ 680.000,00 2052 – BALNEÁRIO N. S. APARECIDA Rua Joaquim F. de Souza, próx. esq. c/ Av. das Margaridas. Terreno c/ 360m², face leste. Amplo sobrado em alvenaria c/ 03 pavimentos, área total construída de 320m², 06 dorm. (02 quartos + 04 suítes), sala de estar, copa/cozinha, ampla área de lazer no térreo e no 3º pavimento. PX: Mercado Todo dia. DP: 250m. R$ 690.000,00 273 – BALNEÁRIO BRASÍLIA Rua Max C. Defendi, nº 98. Terreno c/ 360m², face leste. Sobrado em alvenaria, 304m², 06 dorm. (03 suítes + 03 quartos), sala de estar, sala de jantar, copa/cozinha, edícula, área de lazer com piscina e churrasqueira. PX: Rancho da Pesca, 3ª Pedra. R$ 850.000,00 2105 – BALNEÁRIO BRASÍLIA Rua do Príncipe esquina com a Rua 640. Prédio com 343,76m², sala comercial no térreo e apartamento duplex nos dois pavimentos superiores, com 03 dorm. (suíte + 02 quartos), 04 bwc (suíte + 03 sociais), sala de jantar/copa/cozinha, sala de estar, lavanderia, área de lazer com churrasqueira e linda vista para o mar. PX: “3ª Pedra” (Ponto Turístico). DP: 100m. R$ 850.000,00 2149 – BALNEÁRIO PRINCESA DO MAR Espetacular sobrado de frente p/ o mar, entre as Ruas 1620 e 1630. Terreno c/ 1.536m². Área total construída de 368m², 07 dormitórios (05 suítes + 02 quartos), 08 banheiros, sala de estar, sala de TV, sala de jantar, copa/cozinha, ampla área de lazer, piscina, garagem. PX: Mercado Empório Tropical. DP: Frente p/ mar. R$ 3.600.000,00
1230 – BALNEÁRIO CAMBIJU LT 26, QD 50, terreno 360m², Av. Felipe Schimidt, p/ invest. R$ 37.000,00 1222 – JARDIM VERDES MARES LT 16, QD 63, terreno 409,60m², p/ investimento. R$ 40.000,00 1229 – BALNEÁRIO CAMBIJU LT 12, QD 44, terreno 360m², Av. Felipe Schimidt, próx. Rua 600. R$ 40.000,00 1169 | 1170 – BALNEÁRIO PRAIA DAS PALMEIRAS LT 08/10, QD 68, cada terreno c/ 384m². Rua 1970. R$ 50.000,00 cada 1161 – BALNEÁRIO LONDRINA LT 10, QD 18, terreno 312m², esquina, Rua 2650, próx. área COAMO. R$ 55.000,00 1221 – BALNEÁRIO ITAPOÁ LT 12, QD 89, terreno 360m², Rua 1520. R$ 60.000,00 1088 – LOTEAMENTO PRÍNCIPE LT 12, QD B, terreno 360m², próx. Escola GEES. R$ 60.380,00 + 89x de R$ 1.114,95 1061 – LOTEAMENTO PRÍNCIPE LT 25, QD G, terreno 360m², próx. Merc. Príncipe. R$ 66.340,00 + 96x de R$ 869,00 1231 – BALNEÁRIO ITAPOÁ LT 10, QD 130, terreno 384m², Rua 1430, limpo, aterrado. R$ 67.000,00 1223 – JARDIM DA BARRA LT 01, QD 27, terreno 392m², esquina, Rua 1000, limpo, aterrado. R$ 85.000,00 1202 – BALNEÁRIO PALMEIRAS LT 03, QD 68, terreno 384m². R$ 62.000,00 av. ou R$ 13.020,00 + 144x R$ 512,36 516 – SOUTH BEACH II LT 11, QD 13, terreno 362m², via pavimentada. R$ 91.000,00 av. ou R$ 9.100,00 + 144x R$ 1.045,86 1211 – BALNEÁRIO MARILUZ LT 06, QD 39, terreno 384m², Rua 1810. R$ 67.500,00 av. ou R$ 14.175,00 + 144x R$ 557,81 1208 – BALNEÁRIO MARILUZ LT 06, QD 54, terreno 384m², Rua 1790, limpo, aterrado. R$ 70.000,00 av. ou R$ 14.700,00 + 144x R$ 578,47 1225 – BALNEÁRIO MARILUZ LT 19, QD 27, terreno 384m², Rua Tijucas, limpo, aterrado. R$ 80.000,00 av. ou R$ 16.800,00 + 144x R$ 661,11 1004 – JARDIM PÉROLA DO ATLÂNTICO LT 03, QD 65, terreno 450m², acima nível da Rua, próx. Fórum. R$ 120.000,00 1199 – BALNEÁRIO SANTA TEREZINHA LT 01, QD 21, terreno 521m², esquina, zona retroportuária. R$ 125.000,00 1227 | 1228 – JARDIM PÉROLA DO ATLÂNTICO LT 08/09, QD 62, cada terreno c/ 450m², acima do nível da Rua, próx. Fórum. R$ 150.000,00 cada 1226 – BALNEÁRIO MARILUZ LT 01, QD 04, terreno c/ 620m², frente p/ mar, Rua 1800. R$ 190.000,00 1040 – BALNEÁRIO NASCIMENTO LT 05, QD 02, terreno c/ 714m², pertinho da praia, Rua 1810. R$ 195.000,00 1220 – BALNEÁRIO FIGUEIRA DO ITAPOÁ LT 20, QD 05, terreno c/ 528m², ao lado do Porto Itapoá. R$ 215.000,00 1047 – JARDIM PÉROLA DO ATLÂNTICO LT 16, QD 59, terreno c/ 450m², esquina, próx. Prefeitura, Rua 940. R$ 220.000,00 1224 – JARDIM PÉROLA DO ATLÂNTICO LT 09/20, QD 59, terrenos c/ área total de 900m², limpos, aterrados. R$ 330.000,00 1200 – BALNEÁRIO TOMAZELLI 07 terrenos na quadra 07, área total de 2.702m². R$ 430.000,00
Programa Adote uma Montanha
Montanhistas abraçam a causa da conservação ambiental Ana Beatriz Machado
Por amor à natureza, diversos montanhistas trabalham em prol da conservação dos ambientes frequentados por eles. A Associação Joinvilense de Montanhismo (AJM) faz parte do Programa Adote uma Montanha (PAM), da Confederação Brasileira de Montanhismo e Escalada (CBME) e, através desta iniciativa, a associação adotou a montanha Monte Crista, em Garuva-SC. Atuando através da mobilização voluntária, a AJM realiza manutenção e sinalização das trilhas de acesso, ajuda a população local e dissemina a educação ambiental aos visitantes. Quem fala sobre esta ação é Arlindo Rossi, montanhista e integrante da AJM.
O
O antes e o depois do trabalho de cobertura vegetal no Monte Crista.
Programa Adote uma Montanha nasceu como projeto em 2002, pela iniciativa dos fundadores da Federação de Montanhismo do Estado de São Paulo (FEMESP), estimulados pelas ações da ONU, devido ao Ano Internacional da Montanha. “O principal objetivo era incentivar os clubes e associações a atuar pela conservação ambiental das áreas de montanha”, explica Arlindo. Atualmente, o PAM é o maior projeto de preservação
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de montanhas do Brasil, com grupos atuando nos principais estados brasileiros. No ano de 2005, membros da Associação Joinvilense de Montanhismo aderiram ao programa, adotando uma montanha da região para solucionar suas problemáticas, através da dinâmica de ações e trabalhos voluntários. De acordo com Arlindo, a escolha pelo Monte Crista se deu por ser a montanha com maiores problemas com relação à caminhada. “Por conta da questão histórica, religio-
sa, mística e turística, o Monte Crista atrai inúmeros visitantes regularmente. A massificação e os problemas de degradação como excesso de lixo, corte de vegetação e pisoteamento de trilha, levando à erosão, foram os fatores decisivos para a escolha dessa montanha”, conta. A partir daí, membros da AJM desenvolveram atividades regulares para manter a integridade deste espaço querido por eles. Todos os anos, a cada dois meses, são realizadas ações, sendo as principais: recupera-
A (AJM) faz parte do Programa Adote uma Montanha (PAM).
ção e manejo de trilhas; mitigação do impacto visual; recuperação de áreas degradadas; conscientização de visitantes e moradores locais sobre a importância ambiental das montanhas; disseminação dos conceitos de mínimo impacto em ambientes naturais – especialmente na Páscoa, época de maior fluxo de visitantes; e remoção de lixo, uma necessidade frequente neste espaço. “Em apenas um ano chegamos a recolher 1000 kg de lixo na montanha, mas essa quantidade retirada não foi todo o lixo gerado, que ultrapassa facilmente 2000 kg”, relata Arlindo. Além dessas ações fixas, a AJM também realiza outras intervenções, adaptadas às realidades e necessidades do Monte Crista. E estes trabalhos vêm trazendo bons resultados. Mora-
A associação adotou a montanha Monte Crista, em Garuva-SC e, atuando através da mobilização voluntária, soluciona suas problemáticas, através da dinâmica de ações e trabalhos voluntários.
Integrantes da AJM realizando manutenção e sinalização das trilhas de acesso.
Uma das atividades realizadas pela AJM é a remoção de lixo, uma necessidade frequente no Monte Crista.
dores e visitantes da região do Monte Crista relatam que, hoje, é mais frequente o número de montanhistas que carregam um saco para recolher seu lixo. “As pessoas nos contam que é perceptível o cuidado de alguém com aquele ambiente. Acreditamos que a verdadeira mudança acontece somente através de
bons exemplos, e esse é o nosso objetivo: ser este bom exemplo para aqueles que estão iniciando no universo do montanhismo”, diz Arlindo. Ele também conta que os problemas na montanha são muito maiores e mais rápidos do que as medidas positivas, e que a conservação do local é um
trabalho ao longo prazo, mas, ainda assim, essencial. De acordo com os associados, qualquer pessoa que tenha o “espírito das montanhas” pode se juntar à AJM nas atividades realizadas em prol da área adotada. “Mesmo em um ambiente natural, como o Monte Crista, é preciso ter algumas regras para que todos possam usufruir desse espaço”, fala Arlindo. Colaborar para a conservação dos locais onde se desenvolvem as principais atividades de montanhismo, divulgar o montanhismo como uma atividade saudável, acessível e segura, e disseminar os conceitos de mínimo impacto em ambientes naturais são ações simples, que independem de dinheiro, mas que fazem do convívio com o ambiente natural uma atividade consciente, ética e socialmente relevante.
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Escalada
Escalada estimula valores e traz benefícios ao corpo e à mente Ana Beatriz Machado
Daniel Casas escalando no Morro do Canta Galo, em São Francisco do Sul, com a cidade de Joinville ao fundo (Foto: Orlei Jr)
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Técnica, coragem, liberdade e força são alguns dos fatores que fazem da escalada uma das modalidades mais populares dentro do montanhismo. Para conhecer melhor esta prática que atrai cada vez mais esportistas e aventureiros, entrevistamos Daniel Juliano Casas, um escalador que fez da paixão seu trabalho. Hoje, Daniel é proprietário da Salamandra Escola de Montanha, empresa de montanhismo e escalada, instalada há cerca de quinze anos em Joinville-SC. Para ele, escalar é sinônimo de vencer desafios e contemplar os lugares por um novo olhar.
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raticante assíduo de montanhismo desde 1988, Daniel se tornou grande conhecedor da Serra do Mar joinvilense e conquistador de vias de escalada por toda a região. E ele explica: “O esporte se cha-
ma montanhismo, já a escalada é uma modalidade que este esporte engloba”. Segundo Daniel, a principal vantagem entre um montanhista comum e um montanhista praticante da escalada é que o segundo é um esportista mais completo, mais apto a encontrar diferen-
tes soluções para os obstáculos. Daniel realizou diversas escaladas em montanhas e faces rochosas por grande parte do Brasil, dos estados de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul. No exterior, ele conta que teve a oportunidade de conhecer os encantos da Cordilheira Real, na Bolívia, dos Andes Centrais, na Argentina e, por algumas vezes, na Patagônia, Argentina e Chile, onde aprimorou suas técnicas de escalada em gelo, rocha, alta montanha e alpinismo. Já como guia e instrutor de montanhismo e escalada, Daniel vem formando esportistas desde 1997, experiência que lhe proporcionou adquirir amplos conhecimentos nas técnicas de formação, como didática e segurança de grupos, além da capacidade de liderança, facilidade em promover confiança, entrosamento e espírito de equipe entre os alunos. A escalada possui duas vertentes: A escalada esportiva consiste em subir vias difíceis e tem como foco o desempenho do atleta; já a escalada tradicional consiste em um contato desafiador com a natureza, porém, com maior comprometimento, onde a aventura está
em primeiro lugar. De acordo com Daniel, a escalada esportiva atrai um número maior de praticantes, no entanto, apesar de praticar os dois estilos, ele conta que prefere a escalada tradicional. “Nestas escaladas (tradicionais) o grau da via é um detalhe e nem sempre será a maior dificuldade. É uma grande aventura, um grande prazer”, fala. Aos interessados pela modalidade, o guia e instrutor recomenda que procurem uma escola profissional com guias credenciados. “As pessoas associam bastante a escalada à aventura e diversão, mas é preciso lembrar que esta prática, se realizada sem técnica e segurança, pode trazer grandes riscos”, ressalta Daniel. Na região de Joinville, a Salamandra é a única empresa voltada à área e oferece há cerca de quinze anos serviços como: Cursos (escalada em rocha nos níveis básico e avançado, iniciação ao montanhismo e orientação em montanha); guia de montanha, onde a equipe leva o aluno para conhecer lugares da Serra do Mar, além de ensinar técnicas avançadas de montanhismo nos Andes; e muro de escalada para
Daniel Casas escalando no Parque Natural Braço Esquerdo, em Corupá (Foto: Orlei Jr)
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eventos. Para quem já escala, a empresa oferece uma capacitação com o curso avançado de escalada em rocha. De acordo com Daniel, quando se trata de escalada, o principal equívoco cometido pelos iniciantes é comprar os equipamentos antes mesmo de realizar o curso. Ele explica que o ideal é que o aluno esteja capacitado para, depois, comprar os equipamentos. “Dessa forma, ele já terá conhecimento do grau, da finalidade e de qual vertente irá seguir na escalada e, então, comprará os equipamentos corretos”, diz. Para garantir segurança e um bom desempenho, vale ressaltar que os equipamentos devem ser certificados e comprados em lojas especializadas neste segmento. Na escola Salamandra, o curso básico de escalada custa, em média, R$ 600,00, com duração de quatro dias. Neste curso, o principiante começa realizando a escalada indoor em muros artificiais e, em seguida, avança para a escalada em rochas. Já os equipamentos necessários (calçado de escalada, cadeirinha e mosquetões (ganchos que conectam a corda), corda e afins) totalizam entre
Centro de escalada Jurapê, em Joinville.
R$ 500,00 e R$ 600,00. Para os simpatizantes ou curiosos, que desejam escalar em pouco tempo sem investir em um curso e equipamentos elaborados, existe a possibilidade da escalada experimental, modalidade voltada ao turismo de aventura onde o aluno vivencia a prática, porém, sem algumas habilida-
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des técnicas, como amarrar a corda e dar nó. Esta vivência com o mundo do montanhismo e da escalada já é permitida a partir dos oito anos de idade, para pessoas com ou sem experiência. No topo da lista de picos recomendáveis para esta prática está a cidade de São Francis-
co do Sul, por conta da grande quantidade de pedras expostas, além da Serra do Mar, também no estado de Santa Catarina. Foi, inclusive, com base na experiência e conhecimento nesta região que Daniel escreveu a 2ª edição do Guia de Escaladas de São Francisco do Sul. “Todos os picos que possibilitam seu
acesso por caminhada também permitem o acesso através da escalada. No entanto, certos lugares só são possíveis explorar escalando, como algumas montanhas nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo”, fala Daniel. Por isso, os montanhistas adeptos desta modalidade costumam dizer que a escalada permite a exploração de novos lugares. Somado ao prazer da atividade física, o guia e instrutor conta que esta prática é muito disseminada para treinamento empresarial, uma vez que estimula valores como liderança, companheirismo e estratégia. A escalada também agrega ao praticante alguns conhecimentos nas áreas de geografia, meteorologia e educação ambien-
tal. “Procuramos respeitar os ambientes onde são desenvolvidas nossas atividades, utilizando práticas de mínimo impacto e, sempre que possível, nos engajando em atividades voluntárias de preservação e recuperação do meio ambiente”, explica. De montanha em montanha, Daniel, assim como todos os apaixonados por esta prática, buscam na escalada a superação dos desafios e o contato e a inserção na natureza. Para eles, escalar é uma forma de se sentir ainda mais vivo.
Deseja se aventurar no universo do montanhismo e escalada? Visite a página da escola Salamandra: www.facebook.com/ salamandraescolademontanha
Izabela Cardoso escalando na Cascata Paraíso, em Campo Alegre (Foto: Daniel Casas)
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CULTURA
A importância de preservar a cultura do montanhismo
Ana Beatriz Machado
Muito além de uma prática esportiva, o montanhismo é uma cultura que atravessa séculos. Para reforçar esta riqueza histórica é que apaixonados por montanhas pesquisam, desbravam e estudam a respeito. De Joinville-SC, Reginaldo José de Carvalho é montanhista, geógrafo, analista ambiental, guia e instrutor de montanha. A fim de disseminar os conhecimentos adquiridos, ele desenvolve palestras, pesquisas, trabalhos ambientais e, recentemente, vem se dedicando ao projeto de lançar um livro – tudo isso acerca do montanhismo na cidade de Joinville e região.
Ele atua na área de geomensura – ciência que estuda a medida de terras (Foto: Joceli J da Silva).
A
paixão por esta prática surgiu cedo. “Quando criança, minha mãe, que era professora, tinha uma coleção
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de enciclopédias, e eu era fascinado pela parte em que falava sobre alpinismo. Queria muito fazer aquilo”, recorda Reginaldo. Aos sete anos, já era apaixonado pelo mato, se aventurava
subindo barrancos com cordas e acampava atrás de sua casa. Por conta disso, aos oito anos, seu pai o colocou no escoteiro, onde permaneceu por dez anos. “O escotismo ampliou minha
Reginaldo, como guia de montanha (Foto: Angelita Ferreira).
mente e me impôs vários caminhos, e eu optei pelo montanhismo e pela escalada”, fala. Praticante de escalada em rocha há vinte e dois anos e do montanhismo há vinte e seis anos, Reginaldo possui experiências de escalada em diversos estados brasileiros e na Cordilheira dos Andes (Argentina, Chile, Bolívia, Peru e Equador), e participou da 1ª Expedição Joinvilense ao Aconcágua, de 6962 metros, de 1997 a 1998, sendo um dos integrantes a atingir o topo da montanha. Ele também se tornou um exímio conhecedor da Serra do Mar, local onde realizou diversas empreitadas como ascensões, travessias, aberturas de rotas de escalada e conquista de montanhas virgens. Naturalmente, Reginaldo direcionou sua vida para este caminho e, hoje, é guia e instrutor de montanha, analista ambiental e geógrafo, atuando na área de geomensura – ciência que estuda a medida de terras. Cada vez mais inserido no meio em que gosta, Reginaldo conta que este fascínio só aumentou, fazendo com que ele
Reginaldo José de Carvalho é montanhista, geógrafo, analista ambiental, guia e instrutor de montanha. Na foto, ele escala o vulcão Osorno, no Chile (Foto: Daniel Aruche Fernandes).
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Escalada no Cerro Catedral, na Argentina (Foto: Daniel Aruche Fernades). Topo do Cerro Solo, na Argentina (Foto: Eduardo F Pedro). Escalada Morro da Cruz, em São Francisco do Sul-SC (Foto: Daniel Casas).
desejasse divulgar, da melhor forma possível, a atividade de montanhas. Dentre suas principais contribuições para a cultura do montanhismo ele: Participou como pesquisador do projeto de mapeamento geológico da região nordeste do estado de Santa Catarina, de 2001 a 2003; publicou diversos artigos científicos na área ambiental; foi coautor do livro “Caminhos e Trilhas da região de Joinville”, sobre guias e caminhos existentes em Joinville e região; contribuiu também com mapas para os livros “Joinville 150 anos”, “Atlas Ambiental da Baía da Babitonga” e “Atlas de Santa Catarina”, além de realizar palestras em seminários voltados ao tema.
Atualmente, Reginaldo vem se dedicando ao projeto de seu livro “Joinville e suas montanhas”, um registro para reforçar a cultura e o histórico de montanhismo da região, onde serão abordadas montanhas da região, sua evolução geológica e a relação do homem com a montanha. “A cidade de Joinville possui uma cultura de montanha bem consolidada, com associações, clubes e grupos. O desejo de gerar esta publicação surgiu da necessidade de reforçar e resgatar a cultura de montanha que a região possui”, explica. Fruto de uma pesquisa que vem sendo desenvolvida há quinze anos, o livro “Joinville e suas montanhas” tem previsão
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de lançamento para 2017. Para Reginaldo, o amor por montanhas é sinônimo de zelar por elas, ou seja, discutir as problemáticas existentes nas mesmas. “A partir da visitação nas montanhas podem ser gerados alguns problemas como vegetação indevida, erosão de trilhas, geração de resíduos, perturbação da fauna e da flora, etc. Nós, montanhistas, precisamos refletir sobre estes impactos para que sejam tomadas ações futuras o mais breve possível”, explica o geógrafo. Mesmo nos dias de seminário, quando são discutidas estas problemáticas, os montanhistas costumam dizer: “Não estamos
nas montanhas, mas estamos pensando nelas”. Questionado sobre qual a sua montanha favorita na região, Reginaldo se diverte: “É difícil escolher um filho favorito”. Porém, ele diz gostar muito do Pico Jurapê, devido à importância e histórico desta montanha para a região de Joinville. Já quando o assunto é experiências que lhe marcaram, o montanhista coleciona várias delas, mas diz se emocionar em levar pessoas que nunca tiveram a oportunidade de subir uma montanha para viver, pela primeira vez, esta experiência. “Pude levar meu pai, aos setenta anos, para subir o Castelo dos Bugres. Normalmente, há
Além de escalada em rocha, ele realiza escalada em neve. Na foto, contemplando o Monte Fitz Roy, na Argentina (Foto: Eduardo F Pedro).
sempre uma resistência por parte de nossos pais, já que se trata de uma aventura e pode haver riscos”, diz Reginaldo. “Foi algo simples, mas que significou muito para nós dois”, complementa. Ele acredita que disseminar a cultura do montanhismo, seja através de livros, projetos ou outros, é algo positivo para este meio, desde que as informações sejam divulgadas de
forma correta, se utilizando dos meios naturais com conduta e responsabilidade. “É preciso enxergar a montanha como um ser vivo, um ambiente extremamente sensível. Existem espécies de plantas, por exemplo, que só são encontradas no topo das montanhas, as chamadas
plantas endêmicas”, explica. Para Reginaldo, um apaixonado por montanhas e histórias, o montanhismo, por se tratar de uma atividade holística, que engloba diversos conhecimentos, deve ser abordado com conhecimento e consciência, e ambos são infinitos.
Travessia da Serra Fina, SP-MG-RJ (Foto: Henrique Krüguer).
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Projetos
Projeto objetiva a conservação e valorização da Mata Atlântica
Ana Beatriz Machado
A Mata Atlântica é uma das regiões de maior diversidade biológica do planeta. Ela abriga milhares de espécies arbóreas e arbustivas, aves, anfíbios e mamíferos, incluindo aqueles que são alvos de conservação do WWF-Brasil, como o mico-leão-dourado, o muriqui e a onça-pintada. Apesar da sua extrema importância, a Mata Atlântica brasileira é o ecossistema mais ameaçado do mundo. De acordo com WWF-Brasil, restam apenas 11,7% da sua cobertura inicial. A partir dessa necessidade, foi criado o projeto Caminho da Mata Atlântica, idealizado pelo WWF-Brasil, que objetiva a criação de uma trilha de longo percurso, que vai desde o estado do Rio de Janeiro até Rio Grande do Sul. Ao norte de Santa Catarina, Djesser Sérgio Zechner e Alexandre Brandão, do Instituto Çarakura, explicam a importância desse projeto.
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les explicam que a ideia central do projeto Caminho da Mata Atlântica é criar a primeira trilha de caminhada de longa distância do Brasil, com aproximadamente 3000 quilômetros, interligando mais de 70 unidades de conservação públicas e privadas entre os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. “Esse projeto é uma forma de conservar, valorizar e mostrar à população a importância da conservação da Mata Atlântica”, conta Alexandre. Em outras palavras, a ação visa fortalecer as comunidades e os negócios locais em torno da conservação e trazer um grande número de pessoas para conhecer de perto as belezas do ecossistema. Por se tratar de um longo percurso, o projeto foi descentralizado e separado por estados e trechos. O estado de Santa Catarina, por exemplo, possui 1200 quilômetros de
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Alexandre e moradores de Governador Celso Ramos fazem reconhecimento de traçado para Caminhos da Mata Atlântica
Alexandre apresenta no Museu de Ecologia Fritz Miller em Blumenau a proposta do Caminho da Mata Atlântica .
caminhada. O trecho norte do estado, referente às cidades de Governador Celso Ramos, Itajaí, Blumenau, Corupá e Joinville, ficou sob os estudos de Djesser e Alexandre, que representam o Instituto Çarakura, uma Organização Não-Governamental (ONG), de Florianópolis. Atualmente, o projeto se encontra na fase de definição de traçados. Em cada local, os pequenos grupos têm autonomia para organizar reuniões a fim de pontuar as necessidades e atrativos de cada trecho e, assim, definir os traçados. “Nós, do núcleo do norte catarinense, por exemplo, desejamos conectar o nosso trecho com o litoral
paranaense. No entanto, essas são apenas ideias de um primeiro traçado”, explica Djésser. Para estabelecer os traçados oficiais, o núcleo necessita da participação e opinião de todos os apaixonados por montanhas, trilhas e mata. A ação está sendo construída por meio de um esforço conjunto da sociedade civil, governo, empresas e meios de comunicação social, e é catalisado pelo WWF-Brasil, no âmbito do Programa da Mata Atlântica. Além da caminhada de longo percurso, o planejamento inclui o lançamento de um aplicativo especificando eixos, atrativos, guias e demais informações so-
Definição do traçado do Trecho Norte de Santa Catarina.
bre as trilhas. De acordo com Alexandre e Djésser, esse é um projeto dinâmico, de longa duração, contínuo e orgânico, uma vez que vai se modificando ao longo do tempo. Mesmo sem previsão para lançamento, o projeto Caminho da Mata Atlântica vem atraindo um grande número de interessados. Afinal de contas, fazer parte da incrível experiência de conhecer na prática a Mata Atlântica é um desejo compartilhado por muitos. “Trazer a Mata Atlântica para o coração das pessoas e as pessoas para o coração da Mata” é o lema deste movimento que deve promover atividades ao ar livre nas
áreas protegidas e transformá-las em motivo de orgulho para todos os brasileiros. Segundo Djésser e Alexandre, os interessados devem ficar atentos, pois, em breve, serão lançadas mais notícias. Deseja conhecer melhor o projeto Caminho da Mata Atlântica e participar da definição do traçado do trecho norte de Santa Catarina? Entre em contato através dos e-mails: djesser.zechner@ gmail.com ou manualproducoes@ gmail.com. Conheça também o Movimento Borandá, que busca valorizar e informar sobre a Mata Atlântica: www.facebook.com/ movimentoboranda
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Projetos
Conheça roteiros de escalada e montanhismo em Joinville e região Ana Beatriz Machado
Imagens que mostram o maior símbolo do Monte Crista: O “homem sentado”, “guardião” ou “monge”.
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Com o intuito de fornecer informações às pessoas, adeptas ou não da prática da caminhada, selecionamos algumas paisagens naturais que são roteiros de escalada e montanhismo, encontradas nos municípios de Joinville-SC, Garuva-SC e Guaratuba-PR. De acordo com o livro “Caminhos e Trilhas”, de Mônica Lopes Gonçalves, Reginaldo José de Carvalho, Fabíola Girardi, Orlando Ferretti e Samir Alexandre Rocha, “esta região possui uma grande diversidade paisagística, onde em poucos quilômetros se pode sair das praias, percorrer a Baía da Babitonga, com suas ilhas e manguezais, passar pela planície costeira e finalmente ganhar o Planalto do Norte catarinense após transpor a imponente Serra do Mar, com seus picos e cachoeiras”. Para saber mais sobre as regiões do Monte Crista, Pico Jurapê, Pedra Branca do Araraquara, Castelo dos Bugres, Morro da Tromba e Morro Pelado, entrevistamos alguns montanhistas e escaladores. Esperamos que estas informações colaborem para o desenvolvimento do turismo de nossa região, de forma equilibrada, beneficiando tanto os recursos naturais quanto as comunidades que se encontram próximas a estes locais. Mas, atenção: estas são apenas descrições informativas das montanhas. Para se orientar ou ser conduzido, é preciso se informar com pessoas que já conheçam o lugar ou contratar um guia de montanha. A Revista Giropop não se responsabiliza por eventuais danos causados pela interpretação errada dessas informações.
Monte Crista: rico em histórias e paisagens
E
m suas encostas, em um caminho colonial chamado de Três Barras, está a trilha que leva ao Monte Crista, a montanha mais popular da região, na Serra do
Quiriri, localizado entre SC e PR o acesso é através do município de Garuva – SC. De acordo com Ademir Sgrott, integrante da Associação Joinvilense de Montanhismo (AJM), este caminho foi construído pelo Império
Brasileiro no século XVIII, para servir de acesso ao planalto de Curitiba. É um caminho calçado com rochas, construído sobre antigas trilhas dos povos pré-colombianos – conhecidas como Peabirus, ou caminhos limpos – que foi utilizado como rota comercial durante anos, tendo como período áureo entre 1870 e 1911. Diversas lendas povoam o lugar, versam sobre tesouros enterrados pelos jesuítas, atribuindo a eles, erroneamente, a construção do referido caminho e também acessos pelas fendas ao in-
terior da terra, como menciona o livro “A Terra Oca” de Raymond Bernard. Além do patrimônio histórico, o Monte Crista possui um grande patrimônio natural e paisagístico, proporcionado pela exuberante beleza da floresta, campos de altitude, rios, cachoeiras e as diversas formações rochosas que são a sua identidade. Ademir conta que o nome “Monte Crista” deriva de sua forma semelhante a uma crista de galo, detalhe esse visualizado quando se está na rodovia BR-101, na região de Garuva,
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sentido norte-sul ou de alguns locais do município. Próximo ao seu ponto culminante há uma formação rochosa, semelhante a um homem sentando, chamado por seus visitantes de “vigia”, “guardião” ou mesmo “homem sentado”. Em sua trilha, há também um antigo mapa indecifrável, feito provavelmente na época da construção do caminho; atualmente, este mapa foi alterado por vândalos. Partindo do caminho que segue em direção ao interior da
serra, há diversos locais para acampar e coletar água. “É bom lembrar aos visitantes não façam suas necessidades próximas a esses pontos, pois poderá alterar a qualidade da água”, diz Ademir. Nas proximidades dos acampamentos, existem piscinas naturais e cachoeiras do rio Três Barras – ótimas opções para os dias mais quentes e também para repor as energias após uma longa caminhada, pois suas águas são sempre gélidas. Para subir o Monte Crista,
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Ademir recomenda levar uma pessoa que já conheça a trilha. “A trilha é extensa, porém, não muito íngreme. Ela começa praticamente no nível do mar, atravessando uma floresta úmida e densa, que perde sua opulência com o ganho de altitude, chegando à região do cume, onde predominam campos”, conta Ademir. Vale ressaltar que os campos de altitude têm vegetação suscetível a queimadas, portanto, é preciso evitar o corte de vegetação para as fogueiras,
para diminuir a probabilidade de incêndios indesejáveis. Recomenda-se o uso de fogareiros. Do cume, Ademir conta que a vista é majestosa, sendo possível avistar a Mata Atlântica em suas encostas, vales verdejantes e árvores centenárias, onde correm o Rio Três Barras e o Rio da Crista – com suas cascatas despencando do alto, lajes de granito e pequenos lagos de águas geladas e cristalinas. Também é possível avistar
Escadaria em vários locais da montanha realizada para preservar o caminho. A famosa piscina do lendário rio Três Barras. Mapa registrado sobre a rocha, que até hoje recebe palpites sobre a sua decifração.
Entrada de uma das várias cavernas que atraem muitos estudiosos e curiosos.
a região de Caiobá, em Matinhos – PR, Itapoá – SC, Joinville – SC e São Francisco do Sul – SC. Para os montanhistas mais experientes, a partir do Monte Crista, há um grande leque de opções para a realização de
travessias pelos campos da serra com distâncias e durações variadas, como travessias pela Serra do Quiriri, saindo no Morro Garuva, cume do Bradador, ou no Morro da Tartaruga. Há ainda a possibilidade de estender estas travessias até o morro do Araçatuba, na Serra da Papanduva, já no estado vizinho do Paraná. Para a realização das travessias, Ademir alerta que é necessária a autorização dos proprietários dessas terras, por isso, o visitante deve ir com alguém que já conheça o local, pois esta pessoa já tem esses contatos. “Também é preciso um conhecimento e uma logística bem apurada do lugar, de técnicas de orientação e meteorologia, pois quando o tempo fica com neblina, o montanhis-
ta perde totalmente a referência”, fala. Equipamentos como bússola, GPS e mapa, além de equipamentos, vestimentas e mantimentos para o trekking (caminhada) são indispensáveis nessa aventura, uma vez que se sai do nível do mar e vai até 1500 metros, e as condições climáticas sofrem variações bruscas. Recomenda-se para os novatos
realizar o famoso bate-volta, para se ambientar com a trilha quando retornar para acampar, mesmo indo com um caminhante experiente. Independente do objetivo de chegada do caminhante ao Monte Crista, Ademir recomenda: “É um local rico em histórias e paisagens e, por isso, deve ser visitado ao menos uma vez na vida”.
Onde fica: Serra do Quiriri, em Garuva – SC Primeira ascensão: Não há registro (provavelmente os índios) Altitude: 967 m Desnível: 940 m Comprimento linear da trilha: Aproximadamente 10 km Duração: 2h30m a 5h Temporada ideal: Inverno Como chegar: O acesso é feito pela BR-101, onde existe um posto de pesagem da PRF, no primeiro retorno de quem, vem de sul para o norte passando a ponte do rio Três Barras, primeira entrada a direita – indo até o quiosque do Sr. Harry Nagel, distante 2,4 km, local onde a AJM realiza na páscoa o controle educativo dos que vão ao cume.
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ARTIGO
Joinville e suas montanhas
Reginald Carvalho
O
município de Joinville-SC localiza-se em uma região privilegiada, pois está limitada a leste pela Baia da Babitonga e a oeste pela Serra do Mar, esta combinação e inter-relação desses ambientes formam um mosaico de espaços naturais de grande importância para a manutenção da qualidade de vida dos ecossistemas e da população da região. Do alto do Morro do Boa Vista, pode-se visualizar toda Joinville e compreender melhor a composição deste mosaico natural. Divisando para o leste, está o Complexo Estuarino da Baia da Babitonga, onde todos os rios dessa região confluem e se misturam com as águas do oceano, ali se pode contemplar contínuos manguezais, restingas, pequenas praias arenosas, sacos e canais fluviais, fazendo da Babitonga, um verdadeiro berçário da vida marinha e um atrativo de grande beleza cênica. Observando o núcleo urbano principal, nota-se que se desenvolveu na planície às margens do Rio Cachoeira o qual foi o ramal de entrada para colonização do planalto. A planície que se estende até o sopé da Serra do Mar favoreceu o desenvolvimento das atividades humanas e consequente expansão da
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área urbana do município. Mas o relevo da planície não é totalmente plano, nessa área, também há morros alinhados de até 200m, na maioria das vezes cobertos por remanescentes florestais mascarando a mancha urbanizada, harmonizando a paisagem e contribuindo para o equilíbrio térmico da cidade. Mas Joinville também tem montanhas, que estão a oeste do município, sempre emoldurando lindos poentes com suas silhuetas. São montanhas pertencentes a Serra do Mar, um sistema montanhoso que se estende por mais de 1000 km paralelo à costa Atlântica, desde o Espírito Santo até o norte de Santa Catarina, mais precisamente em Joinville, onde a mesma recebe diversas denominações como Serra do Quiriri, Serra Queimada, Serra Dona Francisca, Serra da Tromba, Serra do Piraí, Serra do Canivete, Serra das Duas Mamas entre outras toponímias de seus ramais locais. A Serra do Mar possui um complexo sistema natural, abriga remanescentes da Floresta Atlântica distribuídos pelas íngremes encostas e vales, servindo de habitat para centenas de espécimes da fauna e flora nativa, há uma grande presença de endemismo, ou seja, espécies que só habitam tais ambientes, aumentando a importância biológica.
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Os municípios da planície e do planalto norte catarinense dependem das águas provindas da Serra do Mar, onde estão concentradas as nascentes dos principais mananciais como os rios São João, Rio Negro, Quiriri, Cubatão, Piraí e Itapocu que suprem a demanda do abastecimento público e industrial de todos os municípios dessa região. A conservação dos recursos hídricos é de extrema importância para manter a vida na Terra, se não houvesse outros motivos para proteger as montanhas, este já seria o suficiente. Com a chegada dos europeus, a necessidade, juntamente com a dificuldade de escoar matéria prima entre o porto com o planalto, foi muito determinada pela Serra do Mar, que impôs desafio aos primeiros exploradores encarregados de abrir as estradas em direção ao planalto, tornando-se a execução destes projetos grandes empreitadas louváveis e reconhecidas até os dias atuais. Nomes presentes na História da Cidade como Leonce Aubé, Carl Pabst e Carl August Wunderwaldt foram fundamentais para encontrar o melhor caminho para transpor a escarpada Serra do Mar e concretizar o tão sonhado projeto da “Estrada da Serra” hoje denominada Estrada Imperial Dona Francisca. Além de toda a potencialidade natural e cênica, a Serra
do Mar abriga uma infinidade de montanhas que são importantes referências para a prática do montanhismo na região, Joinville apesar de não ser muito conhecido no cenário do montanhismo, possui muita história documentada que contribui e enriquece a história do montanhismo nacional, muito embora, esta prática se desenvolveu de forma mais sutil, porém, contemporânea aos principais centros e que merecem ser conhecidas. As montanhas da Serra do Mar de Joinville já eram frequentadas pelos indígenas nativos antes mesmo dos europeus, haja vista a quantidade de histórias e lendas existentes no Castelo dos Bugres por exemplo. O primeiro registro de uma escalada nas montanhas da região que até o momento se tem conhecimento, foi do francês Louis Leonce Aubé, que em 8 de março de 1854 escalou o Morro da Tromba 967m, esta ascensão teve como objetivo principal a visualização das terras dotais da Princesa Dona Francisca Carolina e do Príncipe francês François Ferdinand, já que do alto do Tromba, há uma vista de toda a região norte catarinense. Em uma carta endereçada ao príncipe e intendentes do Rio de Janeiro, Aubé relata pormenores da subida destacando a árdua subida que foi recompen-
sada pela maravilhosa vista que se tem do topo. A escalada que serve de referência para o início da atividade de montanhismo em Joinville até o momento, trata-se da subida do Pico Jurapé 1149m, quando em 06 de junho de 1886, o imigrante suíço Johan Paul Schmalz, juntamente com uma equipe de seis pessoas: Bruno Clauser, Hahn, Jacob Schmalz, Otto Delitsch e mais dois sujeitos definidos como “dois alugados”, atingiram o ponto culminante da montanha, após três árduos dias de trabalho, abrindo trilha diante de uma floresta extremamente cerrada. Foi uma escalada autêntica, pois subiram a montanha “porque ela estava lá”. Sem outros objetivos, o Pico Jurapé é uma montanha estética e imponente, com 1100m de desnível e terreno bastante íngreme, sempre intrigou Schmalz que era um
grande apreciador e conhecedor das belezas naturais da região e já fazia tempo que divisava a montanha, até que chegou a hora. Talvez pela influência europeia, a atividade de montanhismo iniciou cedo em Joinville, o primeiro grupo organizado, denominado Centro Excursionista Monte Crista-CEMC, foi fundado em 1945, fato que revela uma tradição ainda que sutil, mas ativa e saudosa, desde essa época o montanhismo foi caminhando para um futuro progressivo até a atualidade. No momento já existe uma considerável comunidade de praticantes nas diversas modalidades, grupos e associações organizadas, comercio especializado e escolas de capacitação também surgiram para a disseminação das práticas e técnicas conscientes de segurança e de mínimo impacto aos ambientes
de montanha. As combinações desses elementos contribuem para desenvolvimento da atividade e a manutenção da cultura de montanha no município e região. Além disso, as montanhas possuem um papel importante para a manutenção da vida saudável, trata-se de ambientes altamente frágeis para o desenvolvimento de qualquer atividade, apresentam alto grau de endemismo além de contemplarem as nascentes dos principais rios que abastecem a região de Joinville. A ocupação e utilização indevida dessas áreas podem causar danos irreversíveis. Atualmente muitas são as problemáticas que afetam os ambientes de montanha na região, a expansão do núcleo urbano, atividades exploratórias sem o devido cuidado como agricultura, pecuária, mineração, desmata-
mentos ilegais, caça, visitação sem controle, falta de interesse político na gestão e criação de unidades de conservações, entre muitas outras ações e consequências resultantes da má utilização dos espaços naturais pelas mais diversas atividades humanas inclusive atividades relacionadas ao montanhismo. Somente conhecendo a fundo esses ambientes é que a população conseguirá mobilizar-se em prol da conservação das montanhas, pois na natureza os elementos estão todos integrados, tudo que acontece no topo das montanhas, reflete na vida nas florestas, rios, planícies, baías, oceanos, mares e cidades. As montanhas são patrimônios naturais da humanidade, ajudando a conservá-las irá garantir qualidade de vida e o desenvolvimento sadio das sociedades e das futuras gerações.
Vista do mirante leste do Jurapê de onde pode-se observar Joinville, São Francisco e a Baía da Babitonga - Marcel Bitencourt
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LANAVE EMBALAGENS COMEMORA DOIS ANOS DE PRODUTOS E SERVIÇOS DE QUALIDADE EM ITAPOÁ. Tudo começou em novembro de 2014, com a vinda de uma uma família de Curitiba.
A
família Lanave firmou a ideia de que o município litorâneo no norte catarinense seria o local ideal para abrir um negócio. Foi então que o casal Hério Carlo Lanave e Mara Novaes Lanave, juntamente com seu filho Giovani Lanave e a mãe de Mara, Ema Natal, trouxeram pra Itapoá a Loja Lanave Embalagens, um empreendimento que comemorou dia 10 de dezembro de 2016, dois anos de atuação. O sobrenome da família deu origem ao nome do empreendimento. Lanave, significa na lingua italiana ‘’O Navio’’ - nada mais sugestivo para uma cidade portuária. Hoje a família recorda sua chegada em Itapoá: ‘’Chegamos à cidade sem nenhuma experiência no ramo que escolhemos, porém, com muita von-
tade de trabalhar , aprender e cresce. E, nesses dois anos que passaram, atingimos esses objetivos, pois trabalhamos com afinco, dedicação e aprendemos muito diariamente. Em meio as dificuldades, devido a crise financeira do país, Hério, Mara e Ema, lutam constantemente, superam muitos obstáculos e alcançam alguns objetivos. Dois anos depois, o sentimento é de que todo o esforço e comprometimento valeram a pena. ’’Somos imensamente gratos a Itapoá, que nos recebeu de braços abertos, bem como nossos clientes, que são parceiros fundamentais, para que possamos nos manter firmes e em crescimento. Nossos clientes já são ‘de casa’ e, com eles mantemos mais que uma relação de trabalho, somos amigos e torcemos uns pelos outros, fala a família Lanave. Graças a essa parceria, Hério, Mara e Ema estão trilhando um futuro de trabalho, dedicação, cooperação, confiança e sucesso.
A família Lanave
O Navio, ou melhor, Lanave, ainda tem uma longa rota a percorrer, enquanto isso , eles buscam realizar este sonho agradecendo à cidade com a loja e produtos . ‘’Pretendemos em breve , iniciar a construção de um a loja maior , para que possamos obter mais espaço e trazer uma maior variedade de artigos. Um lugar confortável para nossos clien-
tes e cheio de novidades, com aulas de artesanato, culinária e o que mais a imaginação permitir’’, conta Mara. Satisfeita e confiante, a família Lanave Embalagens diz ter orgulho de fazer parte de Itapoá e que esta comemoração de dois anos é sinônimo de vitória: ‘’Aos amigos e que ganhamos todos os dias, o nosso ‘’muito obrigada’’ .
Para o conforto dos clientes o ambiente é climatizado, tudo é bem visível e organizado. A Lanave está sempre em busca de novidades e uma delas é a parte de papelaria personalizada. Eles desenvolvem artes para: convites, toppers, sacolinhas, aromatizadores, etiquetas, tubetes e muitos outros artigos para festas. ‘’Desenvolvemos a arte e mediante a aprovação do cliente executamos. Tudo é desenvolvido internamente, nada é terceirizado e o cliente pode acompanhar tudo em nosso ateliê‘’. diz Mara Linha completa de Embalagens e Descartáveis, Produtos para Confeitaria, Artigos para Festas, Lembrancinhas Personalizadas, Impressão com tinta comestível em Papel Arroz, Gás Hélio para balões, Linha de produtos de Limpeza.