Revista Giropop - Edição 49

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Editorial Para toda situação de risco, existe alguém disposto a salvar. Nas praias não é diferente: existem os guarda-vidas, os heróis da vida real. Nesta edição, nos aprofundamos sobre suas histórias, rotinas, estatísticas, procedimentos e projetos de prevenção. Não muito longe dos seus postos, também conhecemos o trabalho de vendedores ambulantes, outras personalidades marcantes do verão e das praias de Itapoá. Dedicamos esta edição àqueles que amam o que fazem, seja salvar vidas, atuar no ramo imobiliário ou de saúde e bem-estar; àqueles que valorizam quem têm, e que sonham, como uma menina que deseja se tornar campeã mundial de surfe ou a comunidade de uma ecovila que vive ao pé de uma montanha.

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GUARDA VIDAS

Um traçado sobre a atividade dos heróis das praias

Termômetros marcando quase 40 graus, sol a pino e um mar geladinho formam um convite tentador para quem vai às praias de Itapoá-SC nestes dias de verão. Mas, apesar da água ser a melhor saída, também existem perigos que os mais desatentos só percebem quando não alcançam mais a areia. Enquanto isso, há quem observe tudo o que acontece para evitar situações de perigo: eles são os guarda-vidas, heróis da vida real. Para alertar a todos sobre a importância de um simples mergulho e proporcionar mais visibilidade a essa atividade, fomos conhecer de perto a rotina de trabalho e o que verdadeiramente move aqueles que guardam as vidas nas praias.

Ana Beatriz Machado

A

ntigamente, a nomenclatura utilizada para denominar estes profissionais era “salva-vidas”, no entanto, notava-se que o serviço era pautado, em sua maioria, no salvamento das vítimas, ou seja, depois que a ocorrência já havia acontecido. Por isso, de uns tempos para cá, a maioria dos estados do Brasil adotou o termo “guarda-vidas”, visando dar ênfase na prevenção das ocorrências. Quem nos conta essas e outras informações são o Sargento Paulo Baptista e o Cabo Odair Greffin, atuantes na coordenação de praias. E na gestão do Comando do Corpo de Bombeiros Militar de Itapoá, o Segundo Tenente Leonardo Felipe Ardigó da Silva, que veio para trabalhar de reforço no municí-

pio durante esta temporada, a fim de comandar todo o Pelotão. Para quem está aproveitando a praia, é provável que a presença do guarda-vidas seja notada apenas em casos extremos, no entanto, este profissional, durante todo o período em que se encontra no posto, segue uma intensa rotina. Tudo começa às 8h, quando ele analisa as condições do mar e coloca as bandeiras para sinalizar a praia. Os profissionais explicam que as bandeiras utilizadas nos postos dos guarda-vidas são classificadas da seguinte maneira: bandeira verde, amarela, vermelha e preta. Das 8h às 9h, o profissional realiza atividades físicas voltadas à corrida e natação. Posteriormente, retorna ao posto onde um guarda-vidas permanece atento observando os banhistas, enquanto outro inicia as ron-

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Diferente do que muitos imaginam, os guarda-vidas seguem uma intensa rotina.

das na areia, com o objetivo de prevenir e passar informações aos banhistas. Segundo os militares, a prevenção é a principal característica deste serviço. “As ações de prevenção têm como resultado não só a redução na mortalidade como também os afogamentos com recuperação em água salgada”, explica o Sargento Paulo. Através da comunicação direta com os banhistas, o profissional indica qual o local mais seguro para mergulhar, qual local deve ser evitado, oferece dicas, etc. Ao fim do dia, aquele que não fez a atividade física pela manhã deverá cumpri-la das 19h às 20h, quando se encerra o serviço. No horário de verão, as pessoas continuam se banhando após as 20h, portanto, é função do guarda-vidas avisar os banhistas que ele está deixando a praia. E, então, a bandeira indicativa das condições do mar utilizada naquele dia (verde, amarela ou

Salvamento realizado em Itapoá-SC, com o apoio de uma moto náutica.

Para se tornar um guarda-vidas, os candidatos são submetidos a diversos testes.

Sargento Paulo Baptista, o Cabo Odair Greffin e o Segundo Tenente Leonardo Felipe Ardigó da Silva, formam a equipe do Comando do Corpo de Bombeiros Militar de Itapoá, nesta temporada.

vermelha) é arriada, e a bandeira preta é hasteada, indicando que o posto está desativado, sem a presença de guarda-vidas. Todos os dias, quando as atividades se encerram, os profissionais devem informar aos seus

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coordenadores as alterações que tiveram no serviço, e o número de prevenções e de ocorrências no dia, para que seja atualizado o relatório geral de estatísticas. Segundo o Cabo Greffin, nesta temporada, as praias de Ita-

poá estão mais perigosas. “Não pelas condições do mar, porque ele está calmo na maioria dos dias, mas graças ao último fenômeno da maré astronômica (ocorrido nos dias 28 e 29 de outubro de 2016), que resultou na presença de um buraco longitudinal, que vai de Itapema do Norte até a Barra do Saí, causando diversos arrastamentos”, explica. Também devido a esse fenômeno, nesta temporada, o perfil das vítimas de afogamento mudou. Antes, o maior índice apresentava pessoas do sexo masculino, de 17 a 30 anos. Já nesse verão, 70% das vítimas são crianças e adolescentes de 11 a 15 anos. Nas palavras do Segundo Tenente Ardigó, se não fosse o bom trabalho dos guarda-vidas de Itapoá, com postos bem sinalizados e banhistas bem orientados a não frequentar os locais perigosos, as ocorrências iriam refletir em estatísticas muito mais negativas.


O teste realizado na piscina é considerado, por muitos, um dos mais difíceis.

Normalmente, os guarda-vidas já formados iniciam os trabalhos no feriado de 7 de setembro e, até metade de novembro, estão nos postos apenas nos finais de semana. Já no início da temporada, devido ao movimento das praias, todos os postos são ativados e os profissionais recém-formados também passam a servir. De acordo com Segundo Tenente Ardigó, do dia 24/12 até o dia 02/01 acontece a alta temporada, onde estão os maiores números de guarda-vidas atuantes e de postos ativados. Em Itapoá, neste verão, o período de alta temporada comportou 50 guarda-vidas e todos os 21 postos do município foram ativados. Já no período de pós-temporada, consequentemente, profissionais encerram suas atividades e postos são desativados. Há, em média, dois guarda-vidas por posto, porém, em situações de alta temporada, de mar perigoso ou de maior estatística

Simulação de reanimação Além de conhecimento teórico e psicológico, o guarda-vidas de uma vítima. deve estar com o físico bem preparado.

de ocorrências, o posto pode receber até três deles. A escala dos profissionais é feita pelo Sargento Paulo, que explica: “Busco oferecer a cada um deles o posto que se encontre mais próximo de sua casa. É uma tarefa difícil, pois a maioria reside no bairro Itapema do Norte. Por isso, definimos um critério de escolha com base na ordem de chegada, ou seja, os veteranos têm prioridade na escolha de em qual posto trabalhar”. Pelo fato de muitos guarda-vidas terem outros serviços em paralelo a essa atividade, a escala de trabalho não lhes é imposta, mas feita em acordo. Ainda conforme o Sargento Paulo, a maioria deles trabalha de cinco a seis dias por semana. Quanto aos horários, existe a possibilidade de trabalhar durante meio período, das 8h às 14h ou das 14h às 20h, ou de trabalhar o dia todo, das 8h às 20h, com intervalo para o almoço, como acontece

na maioria dos casos. Conforme o Cabo Greffin, diferente do que muitos pensam ser guarda-vidas não é uma profissão. Ele explica que este serviço é baseado na lei do voluntariado, sem vínculo empregatício. O valor pago a eles se trata de uma indenização, ou seja, uma ajuda de custo por dias trabalhados, referente aos gastos com transporte e alimentação. As regras básicas para todos os guarda-vidas são: não se atrasar, sempre se apresentar totalmente uniformizado (com calção, camiseta e, em dias de sol forte, optar pelo chapéu australiano), com o uniforme limpo, a barba deve estar feita (no caso dos homens), o cabelo sempre preso (no caso das mulheres) e não se deve utilizar adereços, como colares e pulseiras, pois estes podem ser fatais durante a situação de envolvimento com a vítima. Já o equipamento de trabalho dos guarda-vidas são as

nadadeiras, o life belt (equipamento flutuador), o binóculo para a visualização a longa distância, o apito para se comunicar com os banhistas, e as bandeiras de sinalização. Além destes itens, os guarda-vidas também recebem apoio de uma moto náutica e dois quadriciclos, utilizados para realizar a prevenção em pontos mais isolados. Desde o curso até a organização da rotina, toda a gestão dos guarda-vidas é feita pela equipe do Corpo de Bombeiros. Em Itapoá, por se tratar de um município litorâneo, Sargento Paulo, Cabo Greffin, Segundo Tenente Ardigó e todos os militares que permanecem no quartel também são guarda-vidas, ou seja, recebem o mesmo treinamento de salvamento aquático que os demais, também chamado de serviço de praia. Durante o verão, Cabo Greffin e Sargento Paulo, que trabalham no quartel o ano todo, passam a ficar disponíveis

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para o serviço de praia. De duas a três vezes por dia, com o auxílio de uma viatura, eles realizam a ronda para supervisionar e fiscalizar todos os postos, além de verificar a necessidade de materiais, como vinagre para queimaduras de água-viva, bandeiras, protetor solar, entre outros. Um pouco além do tradicional serviço realizado nos postos, a Operação Veraneio do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina desenvolve e executa projetos, como o Projeto Golfinho, direcionado a crianças de 9 a 13 anos, com a finalidade de educar o público jovem sobre eventuais riscos oferecidos pelo mar, orientando-os para a utilização segura das praias. Há também a possibilidade de parcerias, como é o caso do Rotary Club de Itapoá, que fez a aquisição de duas cadeiras anfíbias para pessoas com necessidades especiais. Em Itapoá, a atividade de guarda-vidas é muito popular: a maioria dos moradores conhece alguém que já foi ou é um guarda-vidas. Para o Sargento Paulo e o Cabo Greffin, esse é um fator bastante positivo. Eles explicam: “Já aconteceram ocorrências durante o inverno ou fora do horário de serviço onde, felizmente, surgiram antigos guarda-vidas para executar o procedimento correto com a vítima”. Nas palavras do Segundo Tenente Ardigó, o trabalho entre

os profissionais do município de Itapoá vem sendo executado de forma exímia. “São bombeiros e guarda-vidas comprometidos, com anos de experiência e que conhecem muito bem cada região”, fala. Para os militares, antes de tudo, os interessados nesta atividade devem ter vocação, pois nem todos que desejam ser um guarda-vidas realmente conseguem. De olho nas bandeiras Entre os ensinamentos transmitidos pelos guarda-vidas, um deles merece atenção: as bandeiras. Por isso, os profissionais nos explicam cada uma delas. De acordo com eles, a bandeira verde significa baixo risco de afogamento, destaca-se, entretanto, que banhistas que não sabem nadar ou maus nadadores devem manter a água na linha da cintura, bem como as crianças devem sempre estar acompanhadas de um adulto, a distância máxima de um metro. “É preciso muita cautela e responsabilidade ao sinalizar a praia com uma bandeira verde, pois não existe mar sem riscos, especialmente pela característica de nossas praias”, diz o Cabo Greffin. Em seguida, a bandeira amarela indica risco médio de afogamento, com presença de ondas, correntes e outros fatores de risco, sendo contra-indicada para nadadores inexperientes;

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os nadadores experientes devem manter bastante precaução, como também as crianças devem estar acompanhadas de adultos experientes e portando coletes salva-vidas. Já a bandeira vermelha indica alto risco de afogamento, o mar com altas ondas, fortes correntes de retorno e outros fatores de alto risco, sendo contra-indicada para todos os nadadores, inclusive banhistas experientes devem ter extrema atenção e cuidados, devendo evitar o banho de mar com crianças. Por fim, a bandeira preta indica que naquele posto não existe a presença de guarda-vidas ou o serviço daquele dia já foi encerrado. Ocorrências da temporada 2016/17 em números Com base em um relatório geral de estatísticas, a equipe do Corpo de Bombeiros de Itapoá nos forneceu, exclusivamente, os dados de 07/09/2016 a 28/01/2017. Somente neste período, foram atendidos, em Itapoá, 201 arrastamentos (96 deles nas praias da Barra do Saí, 12 no Balneário Itapoá, 87 nas praias de Itapema do Norte e 6 nas praias do Pontal do Norte), 4 afogamentos com recuperação em água salgada (3 deles nas praias da Barra do Saí e 1 nas praias de Itapema do Norte), 2 afogamentos seguido de morte em água

Resgate de vítimas com o helicóptero.


salgada (ambos nas praias da Barra do Saí), 1.456 lesões causadas por água-viva (726 na Barra do Saí, 167 no Balneário Itapoá, 422 nas praias de Itapema do Norte e 141 na praia do Pontal do Norte) e, por fim, 48.442 prevenções ao afogamento (27.773 na Barra do Saí, 6.591 no Balneário Itapoá, 12.557 em Itapema do Norte e 1.521 na praia do Pontal do Norte). Como se tornar um guarda-vidas Para se tornar um guarda-vidas alguns pré-requisitos devem ser preenchidos. De acordo com Cabo Greffin, o candidato deve ter, no mínimo, 18 anos de idade, apresentar toda a documentação exigida e o exame toxicológico para, então, realizar o curso de guarda-vidas. Normalmente, o mesmo acontece entre os meses de outubro e novembro, durante um mês, totalizando a carga horária de 90h. O curso é gratuito, ministrado pela equipe do Corpo de Bombeiros de Itapoá, Sargento Paulo e Cabo Greffin, e dividido em duas etapas: testes de recrutamento e testes de aprovação. Na primeira etapa, é ideal que o candidato saiba nadar 500m em até 12min e correr 1.600m em até 8min. Este primeiro momento é dividido entre aulas teóricas, físicas e de conduta. Posteriormente, o aluno é submetido às provas finais, onde

Uma das turmas de guarda-vidas de Itapoá durante o curso.

acontecem testes específicos ao trabalho de guarda-vidas, como rebocar uma vítima, fazer a recuperação da vítima afogada, entre outros. Após a aprovação em todos os testes, o candidato se encontra apto a trabalhar. Para o recrutamento de novos guarda-vidas, são ofertadas cerca de 40 vagas. No curso de 2016, entre os 40 inscritos, apenas 29 se formaram. De acordo com Sargento Paulo, a maior dificuldade está nos testes de natação. “Por questão de padronização, os testes de natação são realizados em piscinas e muitos alunos têm o hábito de nadar apenas no mar. Isso possui uma grande diferença e acaba interferindo nos resultados”, explica o Sargento. Já os guarda-vidas que tra-

balham na última temporada e desejam trabalhar na próxima temporada têm de realizar a recertificação, válida por um ano. Nesse caso, ele é submetido a um pequeno curso, com carga horária de 20h, onde é realizada a atualização do guarda-vidas. Para os veteranos, são informadas as mudanças de protocolos e realizados testes para verificar se os mesmos permanecem aptos fisicamente. De acordo com o Segundo Tenente Ardigó, com o passar dos anos, a medida que vão surgindo dificuldades e especificidades entre os candidatos a guarda-vidas, elas são discutidas e repensadas entre a corporação. Bom exemplo disso é que, recentemente, candidatos com idade superior a 30 anos ou do sexo fe-

minino passaram a ter um tempo maior de tolerância nos testes físicos. Os guarda-vidas aprovados no curso têm a possibilidade de serem contratados temporariamente (durante os três meses de temporada) pelo Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina. Ademais, com o certificado de conclusão do curso, também podem ser contratados pela iniciativa privada, trabalhando como guardiões de piscinas. “Por enquanto, esta profissão ainda não é uma realidade em Itapoá, mas é importante frisar que essa possibilidade existe”, diz o Cabo Greffin. Além das praias de Itapoá, os guarda-vidas de Itapoá formados também pode atuar no Rio São João, no município de Garuva-SC.

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GUARDA VIDAS

Quem são eles e o que os movem Antonio Marcos Lima da Silva, o Toninho, é um dos guarda-vidas atuantes mais antigos de Itapoá.

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reia, sol e mar: o “escritório” dos guarda-vidas é invejado por muitos. Mas, o que a maioria não sabe, é que essa atividade requer muita atenção, disposição, preparação técnica, física e também psicológica. Salvar uma vítima em afogamento, lidar com crianças e com o desespero de famílias é trabalhar sob uma pressão que muitos não

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aguentariam. Para o guarda-vidas Antonio Marcos Lima da Silva, mais conhecido por Toninho, atuante neste serviço desde meados de 1998, lidar com a vida de outras pessoas é de extrema responsabilidade, pois, em suas palavras: “nossas vidas é o que temos de mais precioso”. Em seus postos, os guarda-vidas têm de estar concentrados o tempo todo, em todos os detalhes, inclusive, nas características dos banhistas.

De acordo com eles, existe um perfil de vítimas pré-afogadas, são pessoas obesas, crianças, idosos, casais que estão namorando distraídos e pessoas alcoolizadas – estas últimas, as que mais dão trabalho aos profissionais. “Temos, em nossas praias, muitos casos de ocorrências com pessoas alcoolizadas que, normalmente, ingerem o álcool logo pela manhã, na areia da praia e, ao longo do dia, vão se alterando. Esse é um perfil de


A guarda-vidas Francine Baptista dos Santos, uma das três profissionais do sexo feminino atuantes neste verão.

vítima muito comum durante o Carnaval, por isso, nos dias de folia, alguns postos são ativados durante toda a noite”, conta Aloncio Vicente Martins, guarda-vidas há dez anos. Recentemente, as mulheres também vêm demonstrando interesse em se tornarem guarda-vidas. Francine Baptista dos Santos, uma das três profissionais do sexo feminino atuantes neste verão, está na sua segunda temporada de atuação. Filha do Sargento Paulo,

ela conta que sempre recebeu apoio e incentivo para se tornar uma guarda-vidas. No entanto, na areia da praia, funciona um pouco diferente. “Especialmente quando comecei, por eu ser mulher, alguns banhistas não respeitavam minhas instruções e faziam brincadeirinhas”, fala Francine, “mas isso vem melhorando e acredito que, com o recrutamento de novas mulheres guarda-vidas na equipe, possa mudar ainda mais”. Para Toninho, lidar com o

sol e outras adversidades do tempo é a parte mais difícil do cotidiano de um guarda-vidas, além de eventuais ingratidões das vítimas após serem salvas. Porém, assim como Aloncio, ele destaca que, hoje, as pessoas estão mais cientes e se policiam quanto aos perigos do mar. “Sempre tem aqueles que julgam ser uma tarefa fácil, mas, felizmente, aqueles que valorizam o nosso trabalho e nos falam um ‘muito obrigado’ são a maioria”, conta.

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Mas, afinal de contas, o que move um guarda-vidas? Para Eric Danilo de Souza Perfeito, guarda-vidas há seis anos, estar em contato direto com as pessoas, fazendo amizades, conversando, orientando e trocando informações é uma das partes mais legais dessa rotina. “Além de estar perto do mar, uma de minhas paixões”, destaca Eric. Já Luiz Felipe da Silva Arzão, guarda-vidas há sete anos, destaca que a melhor parte do

serviço é o próprio ato de salvar uma vida. “O agradecimento da vítima e de sua família nos deixa sem palavras”, fala. E é como um vício: Carlos Alexandre se tornou guarda-vidas em 2001 e, desde então, se identificou com a atividade. “Todos os anos eu repito para mim mesmo que é minha última temporada de atuação, já que é muito cansativo, mas sempre acabo voltando, pois adoro o que faço”, diz. Ele também

conta que, depois que se tornou guarda-vidas, os passeios pela praia não são mais os mesmos. “É inevitável estar na praia depois do horário de trabalho, nos dias de folga ou durante o inverno e não ficar atento aos banhistas. É algo muito instintivo”, fala Carlos, que nesta temporada está trabalhando com o quadriciclo, fazendo a prevenção em pontos mais isolados da praia. Durante o inverno, a maioria dos guarda-vidas possui outras

O guarda-vidas Eric Danilo de Souza Perfeito auxiliando uma vítima lesionada por uma água-viva.

De olho na água: Os guarda-vidas Toninho, Carlos e Eric.

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atividades, como Francine, que é estudante de Direito, Toninho, que é pescador e Carlos, que é professor de Educação Física e sócio de uma empresa de monitoramento. Alguns ainda fazem como Luiz Felipe, técnico em informática e dono de uma loja do ramo, e trabalham como guarda-vidas somente nos finais de semana ou no meio período, para conciliar os dois serviços. Tudo isso, eles fazem para obter uma ren-


Os guarda-vidas Aloncio, Mahara, José e Francine, Sargento Paulo, Segundo Tenente Ardigó, Cabo Greffin, Soldado Ceschini, e os guarda-vidas Carlos e Eric. Logo abaixo, da esquerda para a direita, os alunos do Projeto Golfinho: Pedro, Giovani, Gabriel e Isabela.

da extra e, principalmente, para exercer uma atividade que lhes faz bem. Apesar da rotina intensa, onde um simples descuido pode ser fatal, Eric acredita que o cansaço chegue verdadeiramente ao fim da temporada, após meses trabalhados. “Ser disciplinado, manter-se bem fisicamente e tentar melhorar a cada dia de serviço não é uma tarefa fácil, mas, assim como meus colegas de serviço, sou um guarda-vidas realizado”, fala. Para Luiz Felipe, qualquer oportunidade de mostrar este

trabalho tão importante é fundamental. E ele lembra aos banhistas: “Respeitem sempre a sinalização das praias”. Os bombeiros militares e os guarda-vidas de Itapoá destacam que estão dispostos para maiores esclarecimentos e convidam toda a comunidade para conhecer de perto o seu trabalho. Se ainda restarem dúvidas de onde encontrar estes heróis da vida real, basta lembrar-se do lema dos guarda-vidas: “a qualquer hora, em qualquer tempo, em qualquer mar”.

Nesta temporada, o guarda-vidas Carlos Alexandre está trabalhando com o quadriciclo, fazendo a prevenção em pontos mais isolados da praia.

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Verão

Projeto Golfinho educa e previne crianças sobre os perigos do mar Ana Beatriz Machado

Dentro do universo dos guarda-vidas, realizar a prevenção significa evitar acidentes aquáticos, e ninguém representa melhor esta palavra do que as crianças de hoje, também conhecidas como adultos de amanhã. De acordo com dados do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, mais de 40% das vítimas de acidentes ligados ao banho de mar durante os meses de verão nas praias do estado de Santa Catarina são crianças entre 09 e 13 anos de idade. Nas palavras do Soldado e bombeiro militar de Itapoá-SC Marcus Vinicius Ceschini Santos, “esses dados decorrem, principalmente, da falta de conhecimento das características naturais das praias”. Com a finalidade de reduzir essa estatística e realizar um trabalho preventivo e educativo voltado a este público, o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina lançou o “Projeto Golfinho” – sucesso, também, nas praias de Itapoá.

O Projeto Golfinho promove às crianças atitudes de respeito, de caráter social e integrador.

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dealizado em 1998, este projeto tem o objetivo de educar de maneira lúdica o público jovem sobre os eventuais riscos oferecidos pelo mar, orientando-os para a utilização segura das praias. De acordo com Mahara Hermógenes, guarda-vidas e instrutora do projeto, o mesmo também promove às crianças atitudes de respeito, de caráter social e integrador. Algumas das instruções ensinadas são: noções básicas de segurança nas atividades aquáticas, primeiros socorros, atividade física, preservação do meio ambiente, princípios, entre outros temas essenciais para a formação dos golfinhos, como são chamadas as crianças participantes.

Durante o projeto, as crianças são convidadas a vivenciar a rotina dos guarda-vidas.

O Projeto Golfinho acontece durante os meses de verão, é gratuito e aberto aos veranistas e moradores de Itapoá. Para participar, o candidato deve seguir três pré-requisitos: ter entre 9 e 13 anos de idade, estar acompanhado de um responsável durante todo o curso e, é claro, ter vontade de aprender. São ofertadas cerca de 40 vagas para cada turma de golfinhos e as inscrições devem ser feitas em até uma semana de antecedência nos postos de guarda-vidas, onde serão ministradas as aulas. Nesta temporada de 2016/17, a equipe do Projeto Golfinho foi composta por Soldado Ceschini, coordenador e instrutor do projeto, pela instrutora Mahara, além dos guarda-vidas e instrutores José Masteck e Mateus Alves. Com seu auxílio, são realizadas inúmeras atividades a fim de co-

nhecer as características e os pontos críticos das praias que elas (as crianças) frequentam. Para o instrutor José, esta iniciativa ajuda os pequenos a zelarem pela sua própria segurança e colabora, consequentemente, com o trabalho dos próprios guarda-vidas. Durante o verão, são abertas cinco turmas para o Projeto Golfinho. Cada uma delas acontece durante uma semana, de segunda a sexta-feira, das 8h às 10h. Nesta temporada, em Itapoá, a primeira turma se iniciou no dia 3 de janeiro e a quinta e última turma concluiu o projeto no dia 3 de fevereiro. Segundo Soldado Ceschini, para contemplar todas as crianças do município, o projeto se desenvolve em diversos pontos. Os cursos aconteceram nos respectivos locais: Posto 10, em Itapema do Norte (primeira

O instrutor José Masteck iniciando a rotina de atividades físicas das crianças.

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O instrutor e Soldado Ceschini permitiu aos alunos do projeto um passeio no quadriciclo.

turma); Posto 11, também em Itapema do Norte (segunda turma); Posto 13, no Balneário Paese (terceira turma); Posto 3, na Barra do Saí (quarta turma) e, por fim, Posto 19, no Pontal (quinta turma). Nos quatro primeiro dias de projeto são realizadas aulas, dinâmicas, brincadeiras e atividades, já no último dia, acontece a formatura dos alunos, semelhante à formatura dos bombeiros militares, com banho do caminhão dos bombeiros, entrega de certificados e uma prova final, com a participação dos pais. “Por se tratar de uma iniciativa do Corpo de Bombeiros, seguimos procedimentos militares, pautando toda a programação na segurança e no respeito com as pessoas e o meio ambiente. Tudo isso, adaptado para uma linguagem fácil e divertida, tendo em vista que nosso público são as crianças”, conta o

Gincanas educativas fazem parte das atividades realizadas.

Soldado Ceschini. Ainda de acordo com o Soldado, o curso é dividido em partes. Ele explica: “Na primeira parte, orientamos as crianças sobre ambiente da praia e ensinamos que as praias têm características diferentes, por exemplo, umas têm costões rochosos, outras dunas, mangues, praias arenosas, enfim. Na segunda, sobre os perigos do mar, perigos permanentes e não-permanentes e correntes de retorno, que são responsáveis por 97% das ocorrências registradas durante o banho de mar de turistas. Na terceira, mostramos como funciona o papel dos guarda-vidas, a sinalização de bandeira, tanto no posto, como ao longo da praia, então, as crianças fazem perguntas a eles, conhecem os postos, utilizam os equipamentos e simulamos um salvamento para que as crianças presenciem

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Os primeiros socorros são alguns dos conteúdos ensinados aos alunos.

a maneira que é feita o resgate aquático. Na quarta, ensinamos consciência ambiental, para que as crianças respeitem os seres vivos que vivem na praia e também preservem a natureza, tendo atitudes conscientes como não jogar lixo nas praias e, ao final, fazemos uma dinâmica e recolhemos os lixos recicláveis da areia”. Aos olhos daqueles que assistem às aulas, alguns momentos podem parecer cansativos, mas, na realidade, os golfinhos adoram. Pedro, de 9 anos, é morador de Itapoá, se formou este ano com a segunda turma do Projeto Golfinho e afirma: “Foi muito legal e divertido, pois aprendi sobre os perigos do mar e agora posso ensinar outras pessoas”. E ensinou mesmo. Sua mãe, Elen Maldonado, conta que recebeu do filho uma aula sobre correntezas e se sente feliz por existir uma ação

preventiva como essa, aberta ao público infantil. Nesta temporada, o Projeto Golfinho de Itapoá recebeu o apoio da empresa Gomes da Costa, que doou camisetas, bonés e todos os equipamentos para as dinâmicas e brincadeiras com as crianças. Tatiane Canestrano, moradora de Itapoá, soube da iniciativa através das redes sociais. “Decidi inscrever meu filho Giovani (9 anos), e convidei minha sobrinha Isabela (11 anos) e nosso vizinho Gabriel (11 anos) para participarem e irem com a gente, já que seus pais estavam trabalhando durante este período”, fala. A semana de curso dos três pequenos coincidiu com a última semana de férias de Tatiane, mas, ainda assim, ela conta que topou acordar cedo para leva-los ao projeto todos os dias: “É uma oportunidade tão bacana e


De todas as atividades realizadas, a favorita dos golfinhos é brincar na água.

Instrutores e alunos: todos participam e se divertem. Durante as aulas, que são realizadas na praia, as crianças devem estar na presença de seus pais ou responsáveis.

capaz de agregar conhecimentos tão interessantes a eles que vale a pena”. Durante os dias de curso, além de aprenderem, os golfinhos também se divertem e fazem novas amizades, tudo isso, em um

cenário mais que inspirador, a praia. Todos os dias, após a rotina de alongamentos, chamada, exercícios físicos e atividades, acontecem as brincadeiras na água, essa é a parte favorita dos golfinhos Gabriel e Isabela. Já Giovani

e Pedro falam que gostaram muito das canções militares e dos gritos de guerra. As canções cantadas pelos golfinhos durante os exercícios físicos carregam frases como o lema “água no umbigo, sinal de perigo”, pois, como diz o Soldado Ceschini, “aprender pode ser bom, mas aprender com diversão é ainda melhor”. Muito além dos aprendizados, que são ganhos ao curto prazo, a formação no Projeto Golfinho também possibilita caminhos futuros. O aluno que participou do projeto tem grandes chances de, um dia, se tornar guarda-vidas ou bombeiro militar, como acontece com frequência em Itapoá. Segundo o Soldado Ceschini, boa parte dos guarda-vidas e bombeiros do município são ex-alunos do projeto que optaram por servir as praias do município até hoje. “E, mesmo que a criança não siga estes caminhos profissional-

mente, certamente será um adulto mais consciente”, ressalta o instrutor José. Com a formatura de todas as turmas, mais de 150 golfinhos foram formados nas praias de Itapoá nesta temporada. O curso acabou, mas o entusiasmo não: Gabriel, Isabela e Giovani brincam até agora de salvamento aquático na piscina de casa, enquanto Pedro diz que, quando crescer, pretende seguir alguma profissão de cunho militar. Menino ou menina, veranista ou morador, dos mais novos aos mais velhos, todos os golfinhos se tornam cidadãos melhores, mais prevenidos e bem orientados. Para as crianças que desejam participar novamente ou para aqueles que ficaram de fora neste verão, Soldado Ceschini adianta: “na temporada de 2017/18 estaremos juntos novamente, dando continuidade a este trabalho”.

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Uma das turmas formadas no verão 2016/17, no posto do Tia Cida. Enfim, golfinhos!

Eles fazem o projeto acontecer

Para trabalhar como instrutor no Projeto Golfinho o guarda-vidas realiza um curso específico de dois dias de duração. Mahara, que é pedagoga, fez o curso somente para se tornar instrutora. “Eu me identifiquei muito com o projeto, pois ele une o pedagógico ao lúdico, dicas teóricas intercaladas com brincadeiras lúdicas”, fala. O Projeto Golfinho serviu, inclusive, de tema para o artigo da sua pós-graduação em Psicopedagogia. “Poder ensinar e aprender com as crianças é maravilhoso, especialmente se envolver esportes e praia, outras duas paixões que tenho”, diz Mahara.

Fora o Projeto Golfinho, Soldado Ceschini também coordena o Curso Básico e Avançado de Atendimento a Emergência, oferecido para maiores de 18 anos. Com base em suas duas experiências enquanto coordenador, ele diz que as crianças são alunos muito mais atentos e receptivos. “Os pequenos aprendem mais fácil que os grandes, estão dispostos a desconstruir o pensamento do que é errado e construir o pensamento do que é certo. Além disso, sempre acabam nos surpreendendo com seus questionamentos”, fala. José, nesta temporada, se dividiu entre instrutor do projeto pelo período da manhã e guarda-vidas pelo período da tarde. Esta

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foi a sua primeira temporada atuando dentro do Projeto Golfinho. “Tenho gostado muito de realizar esse serviço com as crianças. Elas são muito divertidas, concentradas e é perceptível o respeito e o carinho que têm por nós, que é recíproco”, conta. Já Mateus, está na sua quarta temporada como guarda-vidas e também como instrutor do Projeto Golfinho. “A oportunidade de me tornar instrutor do projeto foi logo depois da minha inscrição para prestar vestibular para a faculdade de Educação Física, então, uni o útil a agradável. Hoje, Sou muito feliz e realizado, pois com o Projeto golfinho posso realizar as duas atividades que eu mais admiro: salvar e ensinar”,

conta Mateus, “isso se torna ainda mais prazeroso com as crianças, que são seres espetaculares, que nos enchem de alegria e orgulho”. A instrutora Mahara, que é mãe, destaca a importância da presença dos pais durante o período do curso. “Nós, pais, costumamos cobrar muito dos nossos filhos, mas sem darmos o devido exemplo. Por isso a importância da presença dos pais, para que eles também aprendam e sirvam de exemplo, e para que as crianças tenham credibilidade no que estão aprendendo”, explica. Falando nos pais, seu apoio também é muito positivo. Os instrutores contam que eles (os pais) lhes agradecem imensamente


Soldado Ceschini, bombeira comunitária Lilian Maoski com o filho Juan Cesar Hau Maoski Monteiro da Silva, que se formou no Projeto. A mãe Ellen Maldonado com os filhos Pedro, participante do projeto Golfinho e o João. Os instrutores Mahara e Ceschini com Milena Luchtenberg. O casal Miriam Almeida e Leonardo Barth Lawson e a filha Yasmim.

por proporcionar uma mudança de hábitos na vida de seus filhos, não somente como banhistas, mas em questões de postura, alimentação, disposição, gosto por atividade física e respeito com as pessoas e o meio ambiente.

Família que participa unida, aprende unida

Junto da vocação e do interesse, a inserção da criança em um projeto com princípios educacionais e preventivos, como é o Projeto Golfinho, depende também da influência dos familiares. Há cinco anos Lilian Maoski é

bombeira comunitária do Corpo de Bombeiros Militar de Itapoá. Após encontrar realização no ato de ajudar o próximo através da prevenção e do resgate, Lilian desejou que seus três filhos participassem do Projeto Golfinho. Como ela já estava inserida nesse meio militar, tinha conhecimento do bom trabalho dos instrutores do projeto e dos ensinamentos transmitidos às crianças que, segundo Lilian, “são para a vida toda”. Seu filho mais velho, Luiz Felipe Hau Maoski, e o filho do meio, Gabriel Sandor Hau Maoski, se formaram no Golfinho em janeiro

de 2004. As fotos comprovam que enquanto acompanhava a formatura de Luiz Felipe e Gabriel, Lilian carregava seu filho mais novo no colo, Juan Cesar Hau Maoski Monteiro da Silva. “Atualmente, Luiz Felipe reside em Curitiba e trabalha em uma empresa de telefonia. Já Gabriel decidiu trabalhar com o serviço de praia e hoje está em sua segunda temporada como guarda-vidas”, conta a bombeira comunitária. E o ciclo se concluiu: Juan, que assistiu do colo da mãe a formatura dos irmãos, também quis fazer o Projeto Golfinho e se for-

mou nesta temporada de 2016/17. “Se existem iniciativas como essa, por que não aproveitar?”, fala a mãe, orgulhosa, “penso que isso pode ajudar meus filhos a se tornarem bons homens, mais humanizados e, além do mais, eles vivem em um município litorâneo, é muito importante que saibam os procedimentos necessários para que possam cuidar de sua própria segurança ou ajudar os demais”. Lilian e seus filhos são um bom exemplo de que uma família que participa unida, permanece e aprende sobre os perigos do mar unida.

Revista Giropop | Fevereiro 2017 | 21


2155 – BALNEÁRIO MARILUZ Rua 1740, terreno c/ 400m², casa em alvenaria c/ aprox.. 54m², suíte, sala/cozinha e lavanderia. PX: Mercado Brasão (antigo Tupã). R$ 55.000,00 + 85x de R$ 843,41 2143 | 2144 | 2145 BALNEÁRIO ITAPOÁ Rua 1490 esquina c/ Rua Leonidas A. da Costa, 03 casas novas, em alvenaria, cada uma c/ 61m², 02 quartos, banheiro, sala, copa/cozinha e área de serviço. PX: Mercado Veleiro. DP: 600m. A partir de R$ 135.000,00 cada 2142 – LOTEAMENTO PRÍNCIPE Rua Roberto Rizental Gomes, nº 501, terreno c/ 360m², casa em alvenaria, aprox. 100m², 03 dormitórios, 02 banheiros, sala/cozinha, lavanderia, varanda. PX: Mercado Príncipe. R$ 143.900,00 + 102x de R$ 988,63 2094 – BALNEÁRIO PAESE Rua 1090 esquina com Rua Luiz Bosso, terreno de esquina com 312,50m², relevo acima do nível da rua. Casa em alvenaria c/ 48m². PX: Em frente ICI Clínicas. DP: 690m. R$ 149.000,00 2159 – BALNEÁRIO PAESE Rua 1010, nº 990. Casa em alvenaria c/ aprox. 131m², 03 dormitórios (suíte + 02 quartos), 02 banheiros (suíte + social), copa/cozinha, sala de estar, lavanderia, garagem coberta. Terreno 375m² (15x25). R$ 160.000,00 2098 – BALNEÁRIO MARILUZ Rua 1800, nº 415, casa 01. Casa recém construída, em alvenaria, 55m², 02 dorm. (suíte + qto), 02 banheiros (suíte + social), sala, copa/cozinha, área de lazer com deck, churrasqueira e pérgola. PX: Mercado Brasão (antigo Tupã). DP: 300m. R$ 167.500,00 2117 – BALNEÁRIO ITAPOÁ Rua 1530, nº 812, casa 02. Casa nova, em alvenaria, 72m², 03 dormitórios (suíte + 02 quartos), 02 banheiros (suíte + social), sala, copa/cozinha, área de serviço, churrasqueira, terreno 192m². PX: Mercado Veleiro. DP: 800m. Aceita carro. R$ 169.000,00 2136 – BALNEÁRIO MARILUZ Rua 1790, 2ª QD do mar. Casa térrea em alvenaria c/ 66m², 02 dormitórios (suíte + quarto), 02 banheiros (suíte + social), sala, copa/cozinha, terreno c/ 192m², cisterna de água potável. PX: Mercado Brasão (antigo Tupã). DP: 100m. R$ 175.000,00 2134 – BALNEÁRIO PAESE Rua 1040, próx. Praça do Paese. Casa em alvenaria com 03 dormitórios (suíte + 02 quartos), 02 banheiros (suíte + social), sala, copa/cozinha, área de churrasqueira. PX: Mercado Litorânea. DP: 800m. R$ 180.000,00

2156 - JD PÉROLA DO ATLÂNTICO Rua 910, próx. esquina c/ Rua Frontin, terreno c/ 450m² (15x30). Casa em alvenaria c/ 99m², 02 quartos, banheiro, sala, cozinha, varanda, lavanderia e churrasqueira. PX: Fórum. DP: 850m. R$ 185.000,00 2131 – BALNEÁRIO ITAPOÁ Rua Joaquim Cavalari, entre Ruas 1380 e 1420, terreno c/ 192m². Casa nova em alvenaria c/ 90m², 03 dormitórios (suíte + 02 quartos), 02 banheiros (suíte + social), sala, copa/cozinha e garagem. PX: Mercado Brisa do Mar. DP: 300m. R$ 190.000,00 2093 – SALAS COMERCIAIS (PRÓX. PAESE) Avenida Brasil, próx. Rua 1100, Condomínio Sollar: 02 salas comerciais térreas. Área total de 107m². PX: Restaurante Tikay. DP: 200m. R$ 200.000,00 2148 – JARDIM PÉROLA DO ATLÂNTICO Rua Madalena Haú, entre Ruas 910 e 960, terreno c/ 450m² (15x30). Conjunto de 04 unidades residenciais, ideal p/ locação mensal ou por temporada. Aprox. 160m² de construção. PX: Fórum, Prefeitura. DP: 700m. R$ 200.000,00 2152 | 2153 – JARDIM DA BARRA Rua 980, próx. Prefeitura. Duas casa novas, casa uma c/ aprox.. 76m², 03 dormitórios (suíte + 02 quartos), 02 banheiros (suíte + social), sala, copa/ cozinha, área de serviço, churrasqueira. Ótimo padrão de acabamento. Aceita carro. PX: Mercado Litorânea. DP: 500m. R$ 217.000,00 cada 2127 – BALNEÁRIO BRASÍLIA Rua João M. Vianney, entre Ruas 620 e 630. Casa nova em alvenaria, 89m², 03 dormitórios (suíte + 02 quartos), 02 banheiros (suíte + social), copa/cozinha, sala, área de lazer com churrasqueira, área de serviço e garagem. PX: Conveniência Vem Q Tem. DP: 350m. R$ 239.000,00 2122 | 2123 – JARDIM DA BARRA Rua 980, próximo à Avenida Dra. Zilda Arns Neumann (popular “Caminho da Onça”). Duas casas novas em alvenaria, cada uma c/ 85m², 03 dormitórios (suíte + 2 quartos), 2 banheiros (suíte + social), copa/cozinha, sala de estar, garagem, churrasqueira. Superior padrão de acabamento. Aceita veículo(s). PX: Prefeitura. DP: 500m. R$ 246.000,00 cada 2092 – BALN. PRINCESA DO MAR Avenida Brasil (entre Ruas 1650 e 1660), QD do mar. Apartamento c/ 118m² privativos, 03 dormitórios (suíte + 2 quartos), 2 bwc (suíte + social), sala de estar/jantar com sacada, copa/ cozinha, área de serviço e churrasqueira. PX: Mercado Empório Tropical. DP: 120m. R$ 265.000,00

2133 – BALNEÁRIO ITAPOÁ Rua 1380 esquina com Rua Malvina Barbosa. Terreno c/ 384m², face leste/ norte. Casa térrea c/ 100m² em alvenaria, 03 dormitórios (suíte + 02 quartos), 02 banheiros (suíte + social), sala de estar/jantar, copa/cozinha, área de churrasqueira c/ lavabo e lavanderia. Cobertura adicional de aprox. 40m² para garagem. PX: Mercado Brisa do Mar. DP: 850m. R$ 310.000,00

2090 – BALNEÁRIO ESTRELAS Rua 1610, frente p/ o mar. 03 terrenos totalizando 1.032m² de área, sendo 28 metros de frente para o mar. Área total construída de aprox. 360m², c/ 05 dormitórios ao todo, ampla área de lazer. Localização mais que especial. PX: Panificadora Maykon. DP: frente p/ o mar. R$ 660.000,00

2151 – BALNEÁRIO BRASÍLIA Rua São J. Maria Vianney, entre Ruas 620 e 630. Sobrado novo, 171m², 03 dormitórios (suíte + 2 quartos), 02 banheiros (suíte + social), lavabo, sala de estar, copa/cozinha, área de serviço, área de lazer com churrasqueira e garagem. R$ 330.000,00

2132 – BALN. ITAPEMA DO SAÍ Av. Dom Henrique II (asfalto), entre as Ruas 280 e 300. Sobrado em alvenaria c/ aprox.. 265m², 04 dormitórios (03 suítes + 01 quarto), 04 banheiros (social + 03 suíte), sala de jantar, sala de estar, cozinha, área de lazer com churrasqueira, edícula com lavado, piscina. PX: Mercado Cotia. DP: 120m. R$ 680.000,00

2157 | 2158 – BALNEÁRIO CAMBIJU Rua Sérgio Lago, entre Ruas 600 e 610. Sobrados em alvenaria, cada um c/ 123m², 03 dormitórios, 02 banheiros, sala de estar, copa/cozinha, área de serviço, área de lazer com churrasqueira e garagem. R$ 330.000,00 cada 2150 – BALNEÁRIO BRASÍLIA Rua 610, 2ª QD do mar. Sobrado novo, c/ vista p/ mar, 145m², 03 dormitórios (suíte + 2 quartos), 02 banheiros (suíte + social), lavabo, sala de estar, copa/cozinha, área de serviço, área de lazer com churrasqueira e garagem. R$ 370.000,00 2160 – ITAPEMA NORTE GLEBA Rua das Orquídeas, próx. da 2ª pedra. Casa em alvenaria c/ aproximadamente 184m², 03 dormitórios (suíte + 02 quartos), 02 banheiros (suíte + social), sala de estar, copa/cozinha, lavanderia/despensa, churrasqueira. Terreno c/ 497m². 280m da praia. R$ 380.000,00 2119 – JD PÉROLA DO ATLÂNTICO Avenida Beira Mar 3, terreno 390m², casa térrea c/ 189m², 03 dorm. (suíte + social), 02 bwc (suíte + social), sala de estar e jantar, cozinha, despensa, mezanino, edícula com churrasqueira e garagem. PX: Prefeitura. DP: frente p/ o mar. R$ 450.000,00 2100 – JD PÉROLA DO ATLÂNTICO Ilha do Sol Residence. Edifício em fase final de construção, na Avenida Beira Mar 3, c/ áreas de lazer, piscina, vista permanente p/ o mar. Apartamentos com 03 dormitórios (suíte + 02 quartos), 02 banheiros (suíte + social), sala/ copa/cozinha, varanda com churrasqueira. Condições facilitadas direto com a Construtora. A partir de R$ 498.000,00 2086 – BALNEÁRIO BRASÍLIA Rua do Príncipe, nº 344. Sobrado em alvenaria em excelente estado c/ 163m², 04 dormitórios (02 demi-suítes + suíte + quarto), 04 banheiros, sala, copa/cozinha, lavanderia, área de lazer c/ churrasqueira, piscina, vista p/ o mar. PX: 3ª Pedra. DP: 100m. R$ 650.000,00

2052 – BALN. N. S. APARECIDA Rua Joaquim F. de Souza, próx. esq. c/ Av. das Margaridas. Terreno c/ 360m², face leste. Amplo sobrado em alvenaria c/ 03 pavimentos, área total construída de 320m², 06 dorm. (02 quartos + 04 suítes), sala de estar, copa/cozinha, ampla área de lazer no térreo e no 3º pavimento. PX: Mercado Todo dia. DP: 250m. R$ 690.000,00 273 – BALNEÁRIO BRASÍLIA Rua Max C. Defendi, nº 98. Terreno c/ 360m², face leste. Sobrado em alvenaria, 304m², 06 dorm. (03 suítes + 03 quartos), sala de estar, sala de jantar, copa/cozinha, edícula, área de lazer com piscina e churrasqueira. PX: Rancho da Pesca, 3ª Pedra. R$ 850.000,00 2105 – BALNEÁRIO BRASÍLIA Rua do Príncipe esquina com a Rua 640. Prédio com 343,76m², sala comercial no térreo e apartamento duplex nos dois pavimentos superiores, com 03 dorm. (suíte + 02 quartos), 04 bwc (suíte + 03 sociais), sala de jantar/ copa/cozinha, sala de estar, lavanderia, área de lazer com churrasqueira e linda vista para o mar. PX: “3ª Pedra” (Ponto Turístico). DP: 100m. R$ 850.000,00 2149 – BALN. PRINCESA DO MAR Espetacular sobrado de frente p/ o mar, entre as Ruas 1620 e 1630. Terreno c/ 1.536m². Área total construída de 368m², 07 dormitórios (05 suítes + 02 quartos), 08 banheiros, sala de estar, sala de TV, sala de jantar, copa/cozinha, ampla área de lazer, piscina, garagem. PX: Mercado Empório Tropical. DP: Frente p/ mar. R$ 3.600.000,00


1249 – BALNEÁRIO MARILUZ LT 10, QD 55, terreno 384m², Rua 1800. R$ 25.000,00 + 77x de R$ 601,90

1061 – LOTEAMENTO PRÍNCIPE LT 25, QD G, terreno 360m², próx. Merc. Príncipe. R$ 68.200 + 94x de R$ 869,00

1230 – BALNEÁRIO CAMBIJU LT 26, QD 50, terreno 360m², Av. Felipe Schimidt, p/ invest. R$ 37.000,00

1231 – BALNEÁRIO ITAPOÁ LT 10, QD 130, terreno 384m², Rua 1430, limpo, aterrado. R$ 67.000,00

1222 – JARDIM VERDES MARES LT 16, QD 63, terreno 409,60m², p/ investimento. R$ 40.000,00

1236 – BALNEÁRIO ITAPOÁ LT 06, QD 128, terreno c/ 480m², Rua Malvina Barbosa. R$ 72.000,00 à vista ou R$ 8.640,00 + 120x de R$ 1.141,65

1229 – BALNEÁRIO CAMBIJU LT 12, QD 44, terreno 360m², Av. Felipe Schimidt, próx. Rua 600. R$ 40.000,00 1169 | 1170 – BALNEÁRIO PRAIA DAS PALMEIRAS LT 08/10, QD 68, cada terreno c/ 384m². Rua 1970. R$ 50.000,00 cada 1246 | 1247 – BALNEÁRIO TOMAZELLI LT 08/09, QD 07, cada terreno c/ 388,60m². Rua 2770, p/ investimento. R$ 51.000,00 cada 1161 – BALNEÁRIO LONDRINA LT 10, QD 18, terreno 312m², esquina, Rua 2650, próx. área COAMO. R$ 55.000,00 1241 – BALNEÁRIO IMPERADOR LT 01, QD 46, terreno de esquina c/ 336m², pouca vegetação. R$ 55.000,00 1221 – BALNEÁRIO ITAPOÁ LT 12, QD 89, terreno 360m², Rua 1520. R$ 60.000,00 1088 – LOTEAMENTO PRÍNCIPE LT 12, QD B, terreno 360m², próx. Escola GEES. R$ 61.495,00 + 88x de R$ 1.114,95

1237 – BALN. PRINCESA DO MAR LT 02, QD 82, terreno c/ 464m², Rua Camapuá. R$ 72.000,00 à vista ou R$ 8.640,00 + 120x de R$ 1.141,65 1223 – JARDIM DA BARRA LT 01, QD 27, terreno 392m², esquina, Rua 1000, limpo, aterrado. R$ 79.000,00 1202 – BALNEÁRIO PALMEIRAS LT 03, QD 68, terreno 384m². R$ 62.000,00 av. ou R$ 13.020,00 + 144x R$ 512,36

518 – SOUTH BEACH II LT 13, QD 13, terreno 360m², via pavimentada. R$ 98.000,00 av. ou R$ 9.800,00 + 144x R$ 1.126,31 1004 – JARDIM PÉROLA DO ATLÂNTICO LT 03, QD 65, terreno 450m², acima nível da Rua, próx. Fórum. R$ 120.000,00 1199 – BALNEÁRIO SANTA TEREZINHA LT 01, QD 21, terreno 521m², esquina, zona retroportuária. R$ 125.000,00

1248 – BALN. ITAPEMA DO SAÍ II LT 10, QD 06, frente p/ Av. Dom Henrique II (asfalto), esquina, 2ª QD do mar, limpo, c/ 384m². R$ 170.000,00 1226 – BALNEÁRIO MARILUZ LT 01, QD 04, terreno c/ 620m², frente p/ mar, Rua 1800. R$ 190.000,00

1242 – BALNEÁRIO ITAPOÁ LT 09, QD 63, terreno 360m² (15x24), 450m da praia. R$ 125.000,00

1040 – BALNEÁRIO NASCIMENTO LT 05, QD 02, terreno c/ 714m², pertinho da praia, Rua 1810. R$ 195.000,00

1243 | 1244 – BALNEÁRIO VOLTA AO MUNDO I LT 19/20, QD 03, 1ª QD do mar, terrenos limpos, cada um com 360m², ao lado Condomínio Fechado South Beach. R$ 125.000,00 cada

1220 – BALNEÁRIO FIGUEIRA DO ITAPOÁ LT 20, QD 05, terreno c/ 528m², ao lado do Porto Itapoá. R$ 215.000,00

1235 – BALNEÁRIO FIGUEIRA DO ITAPOÁ LT 02, QD 09, terreno c/ 312m², p/ investimento, ao lado do Porto Itapoá. R$ 90.000,00

1238 | 1239 – BALNEÁRIO VOLTA AO MUNDO I LT 11/12, QD 02, 1ª QD do mar, terrenos limpos, cada um com 364m², ao lado Condomínio Fechado South Beach. R$ 128.000,00 cada

1210 – BALNEÁRIO MARILUZ LT 02, QD 39, terreno 384m², Rua Tijucas. R$ 67.500,00 av. ou R$ 14.175,00 + 144x R$ 557,81

1227 | 1228 – JARDIM PÉROLA DO ATLÂNTICO LT 08/09, QD 62, cada terreno c/ 450m², acima do nível da Rua, próx. Fórum. R$ 130.000,00 cada

1208 – BALNEÁRIO MARILUZ LT 06, QD 54, terreno 384m², Rua 1790, limpo, aterrado. R$ 70.000,00 av. ou R$ 14.700,00 + 144x R$ 578,47

1245 – BALN. VOLTA AO MUNDO I LT 02, QD 09, 2ª QD do mar, terreno de esquina, pouca vegetação, com 462,50m², ao lado Condomínio Fechado South Beach. R$ 140.000,00

1047 – JARDIM PÉROLA DO ATLÂNTICO LT 16, QD 59, terreno c/ 450m², esquina, próx. Prefeitura, Rua 940. R$ 220.000,00 1224 – JARDIM PÉROLA DO ATLÂNTICO LT 09/20, QD 59, terrenos c/ área total de 900m², limpos, aterrados. R$ 330.000,00 pelos dois lotes 1200 – BALNEÁRIO TOMAZELLI 07 terrenos na quadra 07, área total de 2.702m². R$ 430.000,00


Verão

De sol a sol: vendedores ambulantes trabalham nas praias de Itapoá Sua presença pode ser notada por assovios, músicas ou frases, mas há quem prefira andar em silêncio. Eles podem estar a passos lentos, rápidos ou até mesmo em um ponto fixo. Podem ser moradores da cidade ou vêm de muito longe para trabalhar. Podem estar somente à procura de uma renda extra ou depender dessas vendas o ano todo. Também podem estar sozinhos ou na companhia de ajudantes. Mas, uma coisa é certa: cada vendedor ambulante trabalha a seu modo.

Ana Beatriz Machado

N

o município de Itapoá-SC, graças aos seus 32 km de belas praias, a profissão de vendedor ambulante é uma das mais características do verão. De acordo com a Prefeitura Municipal de Itapoá, todo ano, são ofertados números de vagas para cadastros de vendedores ambulantes. As vagas são distribuídas por seto-

res, são eles: setor de bebidas; sorvetes; salgados e doces; algodão-doce; churros e crepes; frutas; cangas e bonés; milho e pamonha; pipa, aviãozinho e balão; redes; além de atividades não previstas. Segundo profissionais da fiscalização, para a temporada 2016/17 a maioria dos setores teve suas vagas preenchidas e, ainda assim, alguns profissionais ficaram de fora.

24 | Fevereiro 2017 | Revista Giropop

Para homenagear todos os profissionais que trabalham de sol a sol e contribuem para o bom serviço de nossas praias,

conhecemos, nas areias itapoaenses, quatro vendedores ambulantes e suas diferentes histórias de vida.


Os pastéis de Tereza Rodrigues Motta são uma boa pedida na região do Pérola.

Trabalhando “em casa” Quem frequenta a praia de Itapema do Norte, mais precisamente o Pico do Pérola, já deve ter cruzado com Elza Goulart e seu carrinho de churros e com Tereza Rodrigues Motta e seu carrinho de pastéis. Moradoras de Itapoá e apaixonadas pela praia, elas enxergaram na temporada uma oportunidade para faturar e, hoje, são sucessos na região. Mas, apesar do cenário de sol e mar, Elza e Tereza contam que o trabalho é bastante puxado e vai muito além da praia. Há dez anos, Elza trabalha como vendedora ambulante nas areias itapoaenses. Anos atrás,

ela vendia salgados e, mais tarde, comprou uma máquina de churros que podia ser encontrada em frente a um supermercado do município. Visando obter mais lucro, ela adaptou seu carrinho com rodas e se credenciou para trabalhar como vendedora ambulante na praia. Já Tereza é atleta aposentada, foi recordista mundial de corrida de longa distância, e parou de correr por causa de uma lesão no joelho. Ela veio de Santos-SP, por conta do trabalho do marido. Tereza, que sempre teve mãos boas para cozinhar, conta que chegou a Itapoá e reparou que boa parte dos vendedores ambulantes ven-

Há dez anos, Elza Goulart vende seu churros na praia.

diam bebidas. Então, há cinco temporadas, mandou fazer um carrinho exclusivo para vender pastéis na praia. Desde quando começou, Elza recebeu ajuda da família. “Todos os dias, às 6h da manhã, já estou de pé para fazer as massas com meu esposo ou sozinha, por isso são sempre frescas”, conta. Elza foi a pioneira em fritar os churros na praia. Seu trajeto como vendedora ambulante vai desde a Primeira Pedra até Pico do Pérola. Nesta temporada, devido ao sucesso de vendas, Elza contou com a ajuda do sobrinho no trabalho na praia. A rotina de Tereza também é

intensa. Na alta temporada, ela fala que costuma dormir às 2h e acordar às 5h, para preparar a massa dos pastéis. “Trabalhar com comida é coisa séria, por isso, tenho muito cuidado em oferecer um produto fresco e de qualidade”, diz. O esposo e o filho de Tereza já a ajudaram na preparação dos pastéis, hoje, quem ajuda a cortar a massa é a filha, uma vez que, nesta temporada, o filho também trabalha como vendedor ambulante, vendendo milho. Diferente do carrinho de churros da Elza, os pastéis de Tereza são encontrados apenas em um ponto fixo: em frente ao posto de guarda-vidas no Pico

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do Pérola. “É um carrinho muito grande e vende muito bem. Seria impossível caminhar e, ainda assim, fritar cada um dos pastéis”, diz. Para a vendedora, ter de educar o cliente a ir até ela foi a maior dificuldade. Neste verão, enquanto uma amiga realiza os pedidos e as cobranças, Tereza produz os pastéis. De chocolate ou doce de leite, os churros de Elza custam R$ 5,00 cada. Já os pastéis de Tereza custam entre R$ 7,00 e R$ 12,00 (o mais caro é o de camarão). A rotina das duas inicia entre 9h e 10h da manhã, e se encerra quando os clientes acabam. Desde o momento em que pisam na areia da praia, os churros de Elza e os pastéis de Tereza não param de ser pedidos. “Meus churros vendem muito, ainda bem. Muitas pessoas falam que esperam eu passar para comprar diretamente comigo. Acho que esse sucesso é uma unção de Deus, pois quando eu fazia a massa, costumava pedir muito para Deus abençoar”, conta Elza. Tereza também faz muito sucesso nas areias itapoaenses. Ela conta que já passou por diversas situações divertidas, graças ao seu trabalho como vendedora ambulante. “Teve gente que pediu para tirar foto comigo e gente que mandou recado por crianças avisando que vem no Carnaval para comer o meu pastel”, conta. Um episódio que tam-

bém lhe marcou foi um passeio na praia, onde turistas reconheceram a Tereza dos pastéis e pediram para que ela voltasse em casa para buscar seu carrinho e vender pastéis a eles. “Eu voltei e vendi. Acho esse reconhecimento muito bom”, fala Tereza. De acordo com ela, o segredo de seus pastéis é o recheio. Para Elza, a parte boa de trabalhar como vendedora ambulante é o dinheiro ganho. Já a parte ruim, são as adversidades do tempo. “Quando venta demais ou a maré enche, precisamos virar o carrinho ou nos recolher. É muito complicado fazer isso enquanto os clientes estão esperando”, explica. Tereza, dos pastéis, destaca que trazer o carrinho para a areia fofa é a parte ruim, já conversar é a parte boa. “Adoro brincar, fazer amizades e conhecer as pessoas. Sempre fui assim. Eu adoro o ‘povão’”, fala Tereza. Para o futuro, devido ao grande número de clientes pedindo, Elza está pensando em abrir um ponto de venda de churros durante o inverno. Por enquanto, ela, assim como Tereza, não trabalha na baixa temporada. Já Tereza, pretende continuar vendendo seus pastéis apenas durante o verão e adaptar seus serviços de acordo com as necessidades dos clientes. “No ano passado, clientes me pediram um pastel sem lactose, eu fui lá e fiz. Agora, nesta temporada, o

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Djalma Campos Soares vem todo verão a Itapoá para trabalhar. Vestidos, cangas e saídas de praia são os produtos vendidos por ele.

pastel zero lactose está incluso em nosso cardápio e já é um sucesso nas vendas”, conta. Devido à fidelização de seus clientes, Elza e Tereza já sabem até as preferências de alguns deles. “Há pessoas que compram comigo todos os dias. É inevitável que não se crie um vínculo, uma amizade entre nós, vendedores, e os clientes. Isso é muito legal”, fala Tereza. Para as duas vendedoras ambulantes e moradoras de Itapoá, a temporada pode ser uma boa oportunidade de negócio, mas, a melhor parte é poder desfrutar da praia o ano todo. Nas palavras de Elza: “É bom perceber que tantas pessoas gostam do lugar onde eu

moro”. Entre as paisagens naturais de Itapoá, a praia é considerada, por muitos, a melhor delas. As vendedoras ambulantes Tereza e Elza sentem-se felizes em trabalhar na praia, ou melhor, “em casa”. Turistas também vendem Engana-se quem pensa que os vendedores ambulantes presentes nas praias de Itapoá são todos moradores. Nas areias de Itapema do Norte, conhecemos Francisco das Chagas da Silva e Djalma Campos Soares, ambos os vendedores ambulantes em Itapoá. Diferente daqueles que moram e trabalham na cidade, a realidade dos vendedores ambu-


Francisco das Chagas da Silva vendendo suas redes, mantas e tapetes nas areias de Itapema do Norte.

lantes que vêm de outros estados do Brasil é bem diferente. Francisco é da Paraíba. Lá, ele compra suas redes, mantas, colchas e tapetes para revender Brasil afora. Ele, que vende redes desde 1988, é também motorista, e conheceu quase todas as regiões do Brasil, exceto o Acre. “Nós, vendedores ambulantes que viemos de fora, somos ‘turistas forçados’, pois ao mesmo tempo em que trabalhamos, estamos conhecendo os lugares”, fala. Francisco conta que seu trabalho é feito em contrato temporário. Ele e mais ou menos nove colegas de profissão se reúnem toda temporada para fretar um caminhão e ir trabalhar no

litoral, onde moram juntos ou alugam casas. Turista de Itapoá há três anos, esta é a segunda temporada de trabalho de Francisco no município, pela região das três pedras, em Itapema do Norte. Já Djalma, de Minas Gerais, é vendedor ambulante desde 1997. Ele começou vendendo suas saídas de praia, cangas e vestidinhos em Caraguatatuba-SP. Passou de praia em praia, até chegar a Matinhos-PR. “Lá em Matinhos, me falaram que Itapoá era uma cidade boa para trabalhar na temporada e que havia pouca concorrência, por isso vim para cá”, conta. Desde então, Djalma passou a viajar 1900 km

para vender suas saídas de praia no município litorâneo de Itapoá. Com toda a sua experiência pelas praias do Brasil, os vendedores afirmam que trabalhar em Itapoá é muito bom. “Gosto daqui porque a concorrência, na minha área (de saídas de praia), é muito pouca. Também porque os profissionais da fiscalização, responsáveis pelo alvará, já me conhecem bem”, diz Djalma, que também é conhecido por Mineiro nas areias itapoaenses. O vendedor ambulante Francisco diz que o mercado das redes em Itapoá é consideravelmente bom: “Tem os dias que eu vendo bem, dias que eu vendo mal, mas tem os dias que eu vendo dobrado e recupero os dias perdidos”. As saídas de praia de Djalma custam de R$ 35,00 a R$ 85,00, e são compradas através de um vendedor de sua região, para que ele possa revender na praia. Já as redes de Francisco custam entre R$ 30,00 e R$ 300,00. Quando se encerra a temporada, Francisco volta a Paraíba para rever sua família. Logo em seguida, parte para o sul de Minas Gerais, onde vende produtos de inverno, como cobertores, luvas e meias. Djalma, ao fim do verão, retorna para a sua terra, Minas Gerais, onde cuida de um sítio. Para eles, trabalhar como vendedor ambulante, assim como outras profissões, tem os

dois lados. Francisco gosta muito de conversar e conhecer pessoas, já Djalma, que vende produtos específicos para as mulheres, fala: “é fácil fazer amizade, mas não posso dar trela durante o trabalho, porque a mulherada é muito falante”. O lado ruim, para Francisco, é a saudade da esposa e de seus dois filhos, que ficam na Paraíba. “É muito difícil passar esses dias longe deles, mas estamos sempre nos telefonando. Deus conforta essa saudade”, ele fala. Já Djalma possui filhos crescidos e vem a Itapoá trabalhar na companhia da esposa Vera. Enquanto ele vende saídas de praia nas praias de Itapema do Norte, ela vende na Barra do Saí. Ele, que está quase se aposentando, deseja trabalhar como vendedor ambulante em Itapoá até o fim de sua jornada de trabalho. Para vender mais, Francisco se utiliza de um diferencial: ele faz um assovio com a boca que imita um apito. “É muito legal, porque crio uma identificação com o público da praia”, diz. O trabalho dos vendedores se inicia por volta das 9h da manhã e vai de acordo com o movimento. A parte mais legal, para Djalma, é ver que as pessoas, de um ano para o outro, o reconhecem. Em poucas palavras, o vendedor ambulante resume bem o que os vendedores de fora sentem: “A cada temporada, nos sentimos parte de Itapoá”.

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Pousada Monte Crista

Espaço de vivências e transformação

Erika (ao centro) com dona Lidia (Tribo Guarani) e Teobaldo filho mais velho de José Scussel. (In memorian), a esquerda. Ao fundo colaboradores e visitantes da pousada Monte Crista. Ana Beatriz Machado

“Lá fora”, é assim que a comunidade residente na ecovila do Monte Crista, em Garuva-SC, se refere à cidade grande. Não é para menos: os rios, as trilhas, a cachoeira, as árvores, as flores e a montanha fazem qualquer um se sentir em um mundo à parte. Foi neste cenário que José Scussel fundou, em 1999, o Monte Crista – Espaço de Vivências, um ambiente com pousada, restaurante, centro de vivências, centro de terapias, centro de cerimônias, cursos e eventos anuais; tudo isso, no pé da montanha Monte Crista. José infelizmente, ele veio a falecer no mês de dezembro. Para dar continuidade ao seu desejo e ao seu trabalho, conversamos com a parceira de José, Erika Rosendo de Freitas Lima. Em nome de toda a equipe deste espaço, Erika fala sobre os eventos anuais organizados pelo Monte Crista, sobre os projetos futuros e o porquê de este não ser um terreno qualquer, mas um terreno de transformação.

N

atural de Natal-RN, Erika é bailarina e rodou o mundo com suas apresentações. Há nove anos, por intermédio da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, em Joinville, onde foi bailarina e professora, o destino fez com que ela chegasse ao Monte Crista, em Garuva, para participar de uma vivência. Ela recorda que, de imediato, a paixão veio em dose dupla: pelo espaço e pelo Amado, como ela costumava chamar José carinhosamente. “Os últimos dois anos foram muito intensos, pois esvaziei minha mochila e decidi colocar nela o que mais interessava. Deixei de lado meu cotidiano artístico e escolhi me dedicar, junto do Amado, aos saberes da autossuficiência, sustentabilidade e harmonia com o meio ambiente, e viver o cotidiano no Monte Crista”, fala. Hoje, com a partida de José, ela acredita que esta intuição teve um propósito: se preparar para despertar o poder feminino frente a tantas responsabilidades. Todo o ambiente Monte Cris-

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ta surgiu de uma intenção muito simples: construir um lugar agradável para viver, receber pessoas e compartilhar ensinamentos. O espaço oferece um turismo de transformação humana que atraem visitantes e hóspedes de todo o Brasil. No Monte Crista, as ideologias são pautadas em ações sustentáveis, como semeadura, compostagem, horta, etc., e artísticas, como oficinas de mandalas, danças, teatros, artesanatos, entre outros. Na ecovila, além de Erika, residem dezessete pessoas, todos chamados de colaboradores. “Juntos, dividimos os afazeres e preservamos toda essa área rural, para continuar servindo a todos como um lugar de paz, tranquilo e de natureza abundante”, fala. Além do ambiente da pousada, o lugar oferece vivências, terapias, cerimônias, passeios, trilhas, workshops, eventos e encontros. Durante o ano, o Monte Crista – Espaço de Vivências organiza o Encontro de Carnaval e o Encontro de Ano Novo, que têm como lema “Construindo o Mundo que Queremos”. Estes even-

tos são baseados em quatro pilares: encontro, talento, serviço e transcendência. Erika nos explica o que isso quer dizer: “Todas as instalações são simples, sem frigobar, internet, televisão e afins, para que as pessoas tenham uma aproximação natural com a natureza e com as outras pessoas que aqui se encontram. Por isso, o encontro é inevitável. Já o talento é oferecer o que temos de melhor dentro de nós. Amado costumava dizer que somos expressões únicas, individualizadas, dotadas de talentos e que jamais vai existir alguém como eu ou você. É um convite para colocarmos o nosso talento à disposição, o que já nos leva ao terceiro pilar, o serviço, lembrando que serviço é diferente de trabalho. No trabalho, seguimos uma série de obrigatoriedades, como horários, vestimentas, regras, etc. Já o serviço significa estar disponível para colaborar com algo. Por fim, a transcendência significa perceber como estamos diferentes de quando chegamos. É, depois de cada atividade, você se reconhecer de outra forma”.


Além do ambiente da pousada, o lugar oferece vivências, terapias, cerimônias, passeios, trilhas, workshops, eventos e encontros.

Atualmente, Erika, Teobaldo (o filho mais velho de José) e os demais colaboradores do espaço de vivências estão se percebendo em como dar continuidade a este espaço tão místico e mágico.

No Encontro de Carnaval, os participantes são convidados a tirar suas máscaras. Neste ano, o evento vai de 24/02 a 01/03. Já o Encontro de Ano Novo acontece no mês de dezembro, de 27/12 a 03/01. “Nestes dois encontros, são sete dias de experiência no Monte Crista, sem tecnologia, carnes ou bebidas alcoólicas, criando a própria realidade, com consenso e autogestão”, explica Erika.

A pousada oferece passeios por trechos do rio Três Barras.

Para ambos os eventos, de Carnaval e de Ano Novo, são disponibilizadas cem inscrições. Para Erika, um dos momentos mais marcantes dessas datas é a tomada de decisões. “O coração dos encontros é a tomada de decisões em consenso. São cem pessoas se colocando à disposição para oferecer seus talentos, como contação de histórias, teatro, música, horta, aula de yoga, fogueira, meditação, dança circular, entre outros itens de uma lista enorme. A partir daí, nos perguntamos:

‘Como vai ser o nosso dia de amanhã? Vamos construir o mundo que queremos?’, e organizamos toda a programação”, conta. Além de todas as oficinas e atividades, a equipe do Monte Crista oferece passeios por determinados trechos do Rio Três Barras – chamados de Piscina do Abraço, Piscina do Encontro e Piscina da Alegria, pela cachoeira e uma opção um pouco mais desafiadora, que é subir a montanha. Desse modo, a programação dos encontros acontece de maneira flexível, com a participação de todos, e uma

A pousada fica ‘‘aos pés’’ da montanha Monte Crista. edição nunca se repete a outra, pois as pessoas e as propostas nunca serão as mesmas. Por fim, todo mês de maio, acontece um terceiro evento, que segue um princípio diferente e tem uma estrutura mais complexa do que os eventos anteriores. Três grupos são divididos em três fins de semana para acontecer os Ritos da Montanha, uma jornada pelos caminhos do Peabiru, subindo o Monte Crista. A cerimônia dura a noite toda e acontece o Rito de Realização. “O encontro de maio é o momento para fortalecer o conjunto de valores pessoais, despertar os talentos e potenciais individuais. Os Ritos da Montanha convidam as pessoas a olharem para aqueles projetos que estão engavetados e viverem seus sonhos”, fala Erika. Toda a celebração é realizada no cume da montanha, inclusive, a janta. Para este evento, são disponibilizadas 44 vagas – um número cabalístico, que representa todos os projetos voltados para o bem da humanidade.

“Amado, que sempre coordenou e liderou tudo isso, costumava dizer que todos aqui são como árvores: a comunidade, os amigos, os visitantes e os hóspedes. E, de um dia para o outro, tivemos que virar árvores mesmo, não ficando mais à sombra da árvore frondosa que era ele, mas distribuindo as sementes que estão nesse solo fértil, ou seja, partilhando todas estas funções e saberes”, diz. Para ela, José hoje se encontra em todos os cantos do ambiente Monte Crista, pois se tornou parte do universo. Seu sonho, de construir um mundo melhor e transformador, será continuado por todos os seus amigos, parceiros e colaboradores. Nas palavras de Erika: “seguiremos crescendo como árvores”.

Deseja participar do Encontro de Carnaval

De 24/02 a 01/03, no Monte Crista – Espaço de Vivências, em Garuva-SC? Entre em contato através do WhatsApp (41) 9 8428-0201 pousada@montecrista.org.

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ADOTE UM ATLETA

De Itapoá, menina de apenas oito anos é promessa do surfe brasileiro Ana Beatriz Machado

Se você é morador de Itapoá-SC, já deve ter visto uma menina japinha que está “quebrando a vala” (pegando boas ondas, traduzido do dicionário dos surfistas). Se você não mora em Itapoá, mas acompanha o surfe feminino e infantil, especialmente nos estados do Paraná e Santa Catarina, também já deve ter cruzado com o seu rostinho em algum campeonato de surfe. Ela é a atleta Julie Arissa Nemoto Tamura, de apenas oito anos de idade. Praticante assídua do esporte há dois anos, Julie já coleciona uma mesa de troféus, além de muitos elogios de surfistas renomados. Junto de sua mãe, Elaine Cristina Nemoto, ela fala sobre ser menina e criança no mundo do surfe, e conta alguns de seus sonhos. A pequena Julie Arissa Nemoto Tamura sobre as ondas.

J

ulie Arissa nasceu no Japão, no ano de 2008. Com oito anos de idade, é a filha mais velha, seguida dos irmãos Brian Haru Nemoto Hirata, de seis anos, e Brendon Yukiu Nemoto Hirata, de três anos. Após a tragédia de um tsunami no país, em 2011, sua família veio morar no Brasil. Virada a página, foi no município litorâneo do norte catarinense que Julie iniciou uma nova fase da sua infância. No início de 2014, ela entrou na Ampliação de Jornada Escolar (AJE), um projeto gratuito para as crianças da rede municipal, mantido pela Prefeitura Municipal de Itapoá, onde teve seu primeiro contato com as aulas de surfe.

O projeto também organizava campeonatos de surfe locais e, logo na sua primeira participação em um deles, Julie foi classificada para a semifinal. A pequena recorda que sentiu um pouquinho de medo, mas que “a sensação foi muito legal”. Já a mãe, também sentiu medo por ver a filha, tão pequena, dentro da água, mas fala: “o orgulho e a felicidade foram maiores que o medo”. No ano seguinte, ela participou de outra edição em Itapoá, também organizada pela AJE, onde obteve o 2º lugar. A mãe Elaine conta como foi o primeiro campeonato da filha fora de Itapoá: “O pessoal do projeto convidou os alunos para participarem de um campeonato misto

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Julie e seus troféus ganhos em dois anos de surfe.

(meninos e meninas surfando juntos), de um projeto chamado Escola na Onda, em São Francisco do Sul-SC. Como ela estava criando gosto e mostrando talento para a coisa, levamos a Arissa e ela ficou em 3º lugar”. Infelizmente, em 2015 o projeto foi encerrado para corte de gastos, mas Elaine decidiu insistir na paixão da filha pelo surfe e passou a leva-la em aulas com professores particulares. A família e os professores deram todo o suporte necessário e levaram a pequena para seu primeiro campeonato catarinense, onde participou da categoria Petiz sub 10 misto (para meninos e meninas de até 10 anos de idade), e do sub 18 feminino (para meninas de até 18 anos de idade). O

resultado: no sub 10, Arissa ficou em 5º lugar e no sub 18, onde competiu com meninas já adolescentes que surfavam há muito mais tempo, ela obteve o 4º lugar. Tendo em vista os bons resultados da surfista, ela passou a receber treinamento do atleta Gabriel Castigliola. “O trabalho e a dedicação do Gabriel foram um marco para a evolução dela”, afirma Elaine. Sobre o desempenho da aluna, Gabriel fala: “Tento visualizar a Julie por seu potencial, não pelo carisma e ‘fofura’ dessa japinha. Às vezes, é difícil. Ela é uma joia a ser lapidada, dona de um talento e dedicação ao esporte que muitos profissionais não têm. Sua evolução é diária, por isso, não tenho medo de cobrá-la. Mas, é claro, sempre


Mais troféus para Itapoá: Julie com o atleta Gabriel Castigliola, seu treinador, e o amigo e atleta Ryan Cordeiro. Da esquerda para a direita, Julie com os surfistas profissionais Gabriel Medina e Adriano de Souza, o Mineirinho.

lembrando que ela é uma criança e deve se sentir feliz fazendo isso”. Para o atleta e treinador, a menina vai longe. A rotina da pequena atleta é intensa: além do surfe, que acontece de acordo com as condições do mar, Julie faz balé, treinamento funcional e natação. Mas ser mãe de atleta também exige certos esforços. Para que a filha possa participar dos campeonatos pela região – que implicam em inscrições, transporte, hospedagem, alimentação e afins –, Elaine já economizou dinheiro, pediu apoio e patrocínio nos comércios locais, fez campanhas e até vendeu números de rifa durante a madrugada. “Hoje, agradecemos imensamente aos apoiadores da Arissa, que são: Pró-Ilha Surfboards, Tide Rise, Up to You, Farmácia Confiança, Auto Posto Miranda, Itapema Motos, Fisiopilates, Voando Alto Bijuterias, Rodrigo Lopes Imobiliária, Anjos da Noite Alarmes e Monitoramento, Cacau Show, Panificadora Don Rodopho, Arena Itapema, Loja Cucó, G’CabeloArte e Estúdio Inspira”, diz Elaine. A tia e madrinha Eliane Nemoto também é peça fundamental para a carreira de Arissa e acompanha a pequena, sempre que possível, em suas aventuras nas praias catarinenses. Assim como a irmã, Brian também surfa e participa de competições. Na casa da família Nemoto, o surfe é um dos assuntos em pauta e a linguagem utilizada por eles é repleta de gírias e expressões oriundas do esporte. E se o esforço da família é muito, ele vem sendo recompensado. Em setembro de 2016, Julie

participou do Wizard Feminino de Surf, na Praia de Itamambuca-SP, e ficou em 4º lugar no sub 10 brasileiro, a conquista mais importante de sua carreira. Lá, ela conheceu o surfista profissional Gabriel Medina, o primeiro surfista brasileiro a conquistar o título de campeão mundial de surfe, em 2014. Segundo a japinha, outro momento marcante para sua vida foi o evento Red Bull Local Hero, em Florianópolis-SC, organizado pelo surfista profissional Adriano de Souza, o Mineirinho, campeão mundial de surfe de 2015. “Ele me assistiu surfando, disse que sou linda e tenho futuro. Fiquei muito contente”, recorda Julie. Encantado com o talento e a beleza da pequena, de última hora, Mineirinho criou o Prêmio Revelação para presenteá-la com uma câmera à prova d’água. “Ele disse para eu fazer boas filmagens, porque um dia ele irá assistir e ver a minha evolução”, conta a surfista. Arissa também conheceu a ídola Jacqueline Silva, campeã brasileira de surfe de 2015. Juntas, gravaram um vídeo onde a surfista profissional dá conselhos para a pequena e diz que ela vai chegar ao título mundial. No entanto, ainda há um caminho a ser percorrido para sua participação efetiva nos campeonatos de surfe da região. “Infelizmente, mesmo com a disseminação do esporte nos últimos anos e com o surgimento de várias meninas na água, ainda há certa resistência contra as categorias de surfe feminino em alguns campeonatos”, fala Elaine. Para lutar pelas mulheres no

surfe, ela e outras mães criaram um grupo, onde trocam informações e se unem para convencer os organizadores dos eventos a lançarem a categoria feminina. Graças a essa união, o campeonato catarinense de 2017 já lançou a categoria sub 12 feminino e sub 14. Fora da água, Julie é considerada uma aluna estudiosa, gosta de comer frutas e verduras e de brincar. Ela, que já surfou em algumas praias do Brasil, afirma: “a praia que eu mais gosto é Itapoá, na Terceira Pedra, onde aprendi a surfar”. Depois de arriscar umas rasgadas nas ondas, Julie conta que seu maior desafio atualmente é passar a arrebentação sozinha. Com dezoito troféus em menos de dois anos, sua trajetória no surfe está apenas começando. “Sonho em viajar para o Hawaii, aprender manobras como o aéreo e, um dia, participar do campeonato

mundial de surfe”, diz a pequena, que tem como inspiração a surfista Tainá Hickel. Para aqueles que desejam torcer pela japinha sobre as ondas, ela participará do Circuito Catarinense Surf Talentos 2017 em São Francisco do Sul, nos dias 4 e 5 de fevereiro, e de mais uma etapa do Circuito Catarinense, nos dias 1º e 2 de abril, ainda sem local definido. Já àqueles que não apreciam o esporte, fica o convite e um bom motivo dado por Julie: “porque o surfe é muito divertido”. Deseja patrocinar, apoiar ou acompanhar o surfe da atleta Julie Arissa, de Itapoá? Entre em contato com sua mãe, Elaine: Telefone: (47) 99669-0612 facebook/juliearissa

Para a japinha, surfar é muito divertido (Foto: El Gringo). Revista Giropop | Fevereiro 2017 | 31


ROTEIROS | MONTANHISMO

Pico Jurapê

Um desafio compensador Ana Beatriz Machado

Morro Pelado e Castelo dos Bugres vistos do mirante oeste do Jurapê

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O Pico Jurapê é a montanha mais majestosa e cobiçada pelos praticantes de caminhada da região. Ao final da tarde, até mesmo as pessoas que nunca ouviram falar neste pico conseguem avistá-lo com facilidade em diversos pontos de Joinville e de municípios vizinhos. Sua forma aguçada, com arestas perfeitamente delineadas, desponta no céu, dominando os demais picos que a cercam. O Pico Jurapê é a montanha favorita de Marcel Bittencourt, montanhista de Joinville-SC, associado a Associação Joinvilense de Montanhismo (AJM) e integrante de um grupo de amigos chamado Quiriri Adventure. Para ele, esta montanha, conhecida por carregar parte da história do montanhismo de Joinville, é um excelente desafio para quem deseja chegar ao seu topo.


E

le conta que foi nas encostas do Jurapê que se deu início ao montanhismo de Joinville, quando, em 1886, um imigrante suíço o escalou pela primeira vez pelo simples desejo de subir e contemplar a vista (anteriormente, as montanhas eram escaladas para fins de pesquisas e estudos). Por isso, o pico se tornou um forte símbolo do montanhis-

Face oeste do Jurapê.

mo na cidade. No que diz respeito à orientação e condicionamento físico, sua trilha é exigente em determinados pontos. “É considerado um dos picos mais difíceis da região, pois alguns de seus trechos são bem íngremes e perigosos, necessitando de cordas que estão amarradas nos cantos das trilhas, e possui apenas dois pontos de água na trilha”, explica Marcel, que recomenda

àqueles que desejam conhecer o pico: “o façam somente com um guia ou um montanhista conhecedor do local”. A trilha já tem início com um trecho íngreme até um platô mais suave próximo a um rio, mas logo se inicia outra subida íngreme que, em seguida, suaviza contornando uma encosta até o Rio do Cipó, que forma uma cachoeira. Nesse ponto, Marcel conta que vale a pena

descansar um pouco, para observar a cachoeira e curtir o ar puro da mata. Tempo depois de subida, o caminho reserva mais uma surpresa, o Rio Cebolano, que forma uma piscina natural e outra bela cachoeira. Grande parte trilha é realizada em meio a uma floresta com diversas espécies de árvores e animais. Ela é longa e bem fechada, com poucas frestas entre as árvores para visualizar o

Conjunto Jurapê visto da Estrada dos Morros.

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Caixa com livro de cume.

Serra do Piraí a partir da Estrada Comprida .

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quanto já foi subido. Porém, os montanhistas falam que quando surge a primeira vista aberta das montanhas, o visual é compensador. “O cume da montanha é pequeno e possui dois mirantes: o mirante leste, de onde se pode observar toda a área urbana de Joinville, além de alguns municípios que compõem a região nordeste de Santa Catarina; e o mirante oeste, de onde se pode observar as montanhas vizinhas, como o Morro Pelado e o Castelo dos Bugres”, conta Marcel. Para aqueles que desejam explorar este local, ele aconse-

lha que subam com um pequeno grupo, evitem dias de chuva e feriados, para não superlotar a montanha, e levem lanterna de cabeça, pois é muito provável que voltem da trilha apenas à noite. “Antes de subir o Pico Jurapê, recomendamos que o aventureiro suba montanhas mais fáceis, para que essa subida seja mais tranquila e proveitosa”, fala Marcel. Para o montanhista, o Jurapê é um desafio compensador e comprova, com sua natureza viva, que a cidade de Joinville também possui roteiros surpreendentes.

Placa informativa na base da montanha .


Mais informações sobre Pico Jurapê Onde fica: Serra do Piraí, em Joinville-SC Primeira ascensão: João Paulo Schmalz, em 1886 Altitude: 1149 m Desnível: 1100 m Comprimento da trilha: 5,4 km Duração: De 4h a 5h Temporada ideal: Outono e inverno, mais especificamente entre maio e agosto Como chegar: Estando na Rodovia do Arroz (SC-108), entre na Estrada Blumenau (continuação da Rua XV de

Novembro) e prossiga até a Estrada Comprida, à direita, onde há um portal. Após quase 4 km haverá uma ponte e, em seguida, uma bifurcação, onde se deve ir à direita, na Estrada dos Morros, percorrendo mais 2 km, há um cemitério no alto de um morro à esquerda, após passa-lo, na primeira casa à direita existe uma placa informativa e ali é possível deixar o carro e conseguir mais informações sobre o acesso. A caminhada começa num pasto, onde há um portão/cerca de frente à propriedade onde está a placa.

Controle de erosão na trilha de ascenção ao pico e melhoria na trilha para evitar desvios. Foto Marcel Bitencourt

Vista do mirante leste do Jurapê de onde pode-se observar Joinville e São Chico e a Baía da Babitonga. Rubens Schroeder e Marcel Bitencourt

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fisiopilates

Espaço voltado à saúde e ao bem-estar Ana Beatriz Machado

Com o aumento de facilidades na vida humana, o sedentarismo tem se tornado cada vez mais frequente nos dias de hoje. Incentivar a população a praticar esportes virou uma necessidade. Além de dar sentido a uma vida saudável e incluir pessoas no meio social, o esporte traz inúmeros benefícios e ainda aumenta a vitalidade do praticante. Foi pensando na saúde da comunidade itapoaense que o casal Custódio Soares e Thayna Martins criou a FisioPilates – Clínica de Fisioterapia e Stúdio de Pilates, um espaço voltado à saúde e ao bem-estar. Com quase três anos de atuação, o estúdio é referência entre os moradores do município de Itapoá-SC.

O casal Thayna Martins e Custódio Soares na sua Clínica de Fisioterapiae Stúdio de Pilates, referência na cidade.

De Curitiba-PR, desde criança Custódio frequenta as praias de Itapoá. “Junto de minha família, costumava passar as férias de verão aqui e era sempre muito bom. Anos mais tarde, em 2012, em busca de qualidade de vida, minha família veio morar no município litorâneo e, no ano seguinte, vim também”, fala. Custódio, que é fisioterapeuta,

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começou a se aperfeiçoar em Pilates no ano de 2004. Em Itapoá, resolveu dar continuidade ao seu trabalho com o método Pilates e executar o projeto de um estúdio de Pilates e uma clínica de fisioterapia para atender a população. “Até então, o município comportava apenas profissionais que trabalhavam com Pilates de solo em acade-

mias, portanto, no ano de 2014, a FisioPilates foi o primeiro espaço personalizado inaugurado como estúdio de Pilates em Itapoá”, conta o proprietário. Outra característica do local foi atender os alunos visando uma análise não somente com foco na atividade física, mas com ênfase clínica e atenção específica e individualizada, para proporcionar maior qualidade de vida. Como o próprio nome já diz, as duas principais atividades oferecidas pela Clínica FisioPilates são a fisioterapia e o Pilates. Para compreender o porquê da união dessas duas práticas, Custódio explica: “A prática do Pilates se distingue de outras atividades físicas por fazer com que a pessoa aprenda a conhecer seu próprio corpo, interagindo o corpo e a mente. Outra proposta é a forma de execução do método que exerce um forte potencial de reabilitação das lesões adquiridas por movimentos errados e repetitivos do dia a dia, dando ênfase a princípios importantes em um trabalho terapêutico e de consciência corporal, melhorando a postura, a


capacidade física e o bem-estar da pessoa” afirma Custodio. No final de 2015, os projetos de Custodio e Thayna se voltaram também à população que necessita de atividades aquáticas. Nasceu assim, a primeira filial da FisioPilates – Unidade Aquática, com piscina ampla, coberta e aquecida, proporcionando ao município de Itapoá um novo espaço de hidroterapia, hidroginástica e natação, para todas as idades. As atividades voltadas ao núcleo infantil têm sido sucesso entre as crianças do município, especialmente a natação. “As vantagens da natação são inúmeras. É um esporte muito dinâmico e completo, que trabalha todos os músculos do corpo com uma maior eficiência no fortalecimento dos músculos responsáveis pela respiração. E causa grande impacto na vida social da criança, adquirindo disciplina e elevando a autoestima”, explica Thayna, que é coordenadora das atividades aquáticas. Para os esportes infantis, o objetivo da FisioPilates é proporcionar um ambiente agradável, com brincadeiras e diversão, para que os alunos se sintam envolvidos e o momento se torne prazeroso. Além dos pequenos, o público em busca de uma vida saudável se esten-

Custódio e sua esposa Thayna (esquerda), com as alunas, na unidade aquática da Fisiopilates, aonde é oferecido hidroterapia, hidroginástica e natação para todas as idades.

de aos adultos e idosos. Segundo Custódio, com a prática regular de qualquer atividade física bem orientada por profissionais qualificados, qualquer aluno, independente de sexo ou idade, consegue atingir seus objetivos, sejam eles físicos ou emocionais. “Temos, em nosso espaço, diversos alunos com históricos de melhorias na qualidade de vida, alívio das dores, estresse e ansiedade, aumento da estabilidade emocional, autoestima, e diminuição das chances

de doenças, como as cardiovasculares”, conta Custódio. Para os profissionais da FisioPilates, tão importante quanto a prática de exercícios físicos, é o bem-estar do aluno em sua rotina. No ano início de 2017, o casal observou a necessidade local e contemplou os demais públicos com práticas saudáveis e prazerosas, passando a oferecer também aulas de outras modalidades, como yoga, ballet infantil, Jazz infantil, jazz adulto e ritmos brasileiros – tudo isso,

na sede da matriz da FisioPilates, na região do Princesa do Mar. “Dessa forma, permitimos um acesso amplo para quem procura atividade física e reabilitação”, diz Custódio. O estúdio está aberto de segunda a sexta-feira, das 7h às 22h, e todo sábado das 7h às 12h. Para quem deseja fazer parte deste time e cuidar da saúde com quem melhor entende do assunto, basta agendar uma aula experimental. Ambientes climatizados, equipamentos modernos, atendimento de excelência e profissionais qualificados – entre eles, fisioterapeuta, educadores físicos, yoga terapeuta e professores – fazem do espaço uma referência no município de Itapoá. Para o futuro, o proprietário da FisioPilates revela o projeto de ampliar as sedes da FisioPilates e inserir novos esportes, de acordo com a necessidade dos alunos. “Temos o compromisso de continuar no caminho certo e transformar ainda mais o perfil dos cidadãos itapoaenses, formando pessoas mais saudáveis, dispostas e com o privilégio da longevidade, da vitalidade, da saúde e do bem-estar”, finaliza Custódio, agradecendo a confiança, respeito, carinho e dedicação que recebe de todos os seus alunos.

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Uma vez na Alemanha, vamos conhecer a cidade de Colônia!

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im,vamos para Colônia, cidade situada no oeste da Alemanha, banhada pelo Rio Reno, considerado um dos maiores portos fluviais. Colônia, ( Köln ) para os alemães é um grande centro cultural. Existem aproximadamente trinta museus, entre eles, o Römish - Germaniches Museum, com construções subterrâneas da época do Império Romano, bastante interessante para quem gosta de história. Muito bonito e que merece uma visita é o Museum Ludwig, cuja arte moderna e conteporânea são imperdíveis. Cidade cultural também pelo grande número de faculdades.Cidade universitária com cerca de quarenta e cinco mil estudantes, sendo a Faculdade de Economia, uma das mais renomadas na Alemanha, fundada em 1388. A cidade destaca-se pelo grande número de centros politécnicos. Você certamente já ouviu falar da famosa água de colônia Kölnisch Wasser, famoso perfume, que deve seu nome à cidade.Essa água de colônia deve seu sucesso ao frescor e suavidade da fragrância desde sua criação no início do século XVIII. O principal ponto turístico para se vi-

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Carrinho antigo para armazenar o cacau.

Ao fundo Museu do Chocolate

sitar na cidade é a Catedral de Colônia, catedral em estilo gótico e considerada a terceira mais alta do mundo.É talvez, o monumento mais visitado na Alemanha porque abriga urnas com relíquias dos três Reis Magos, tornando-se famoso local de peregrinação e Patrimônio Mundial da Unesco.

Santuario Reis Magos


Centro de Colônia

Estátua dos Reis Magos

Sua construção iniciou em 1248, vale a pena perder algumas horas para essa visita. Uma vez na catedral você pode subir os quinhentos e oitenta e cinco degraus e chegar na torre da catedral de onde você avista toda a cidade e o Rio Reno.Fôlego que vale a pena! O interior da igreja é magnífico e nos

Frente da Catedral de Colônia

Vitrais da Catedral de Colônia

vitrais pode-se admirar a história do Velho Testamento. Outro ponto turístico para ser visitado, além da cidade em si é o Museu e Fábrica de Chocolate, cuja estrutura bem moderna com muito vidro e grades às margens do Rio Reno oferece vista panorâmica maravilhosa. No interior do museu encontra-se toda a história do chocolate e de sua origem, o cacau e das localidades no mundo, que o plantam. A explicação é didaticamente apresentada em painéis, estufas, projeção de filmes e produção, local onde você observa toda a fabricação do chocolate em forma de barras e figuras desde o cacau até sua embalagem. Atualmente, o chocolate fabricado é o Lindt,

muito saboroso! Portanto, a visita à catedral e ao museu são imperdíveis. No museu temos a nítida impressão de estarmos participando do filme “ A Fábrica de Chocolate”. Não esqueça de passear nos ônibus “ Hop on hop off”. Sáo “tours” que oferecem uma excelente ideia das cidades, principalmente as cidades grandes quando cansamos de caminhar e no seu segundo andar oferecem conforto, visibilidade e fone de ouvido para explicações em várias línguas. A cidade de Colônia fica situada num ponto estratégico para dela viajarmos pelo vale do Rio Reno e visitar as várias cidades pequenas ao longo do rio. Com certeza, uma viagem encantadora!

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Itapoá e sua história (parte X)

História não é o que passou, mas o que ficou do que passou.

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ervindo-nos da expressividade da revista Giro Pop, estamos, paulativamente, dissecando a rica e ousada história da ‘’cidade do mar’’ e terra de todas as gentes’’... Itapoá. Ao fatiá-la já abordamos nos diversos números da revista os tópios a seguir: Índios carijós, primitivos habitantes, aos quais é atribuído o topônimo Itapoá. Expedição do francês Goneville em 1504 ressaltando a hospitalidade dos aborígenes a ponto de permitirem que partissem levando o indiozinho Içá-Mirim - Formiga Pequena - talvez o primeiro turista brasileiro a viajar para a Europa. Comitiva de Alvar Nuñes Cabeza de Vaca com desembarque na margem direita da Baía da Babitonga, possivelmente no Bairro Pontal do Norte de Itapoá. Visava garantir a posse das terras espanholas definidas pelo tratado de Tordesilhas, através da transformação da Vila de Assunción, no Paraguai, numa cidade-modelo. Para tanto vieram 400 homens, os primeiros 26 cavalos a chegar na América e todos os implementos destinados ao objetivo estabelecido. De Itapoá, após 130 dias de caminhada chegaram em Assunción no mês de março de 1542. Escravidão negra e seus reflexos na economia e na cultura de nossa região. Experiência socialista, prática de 1841, uma da primeiras no mundo, envolvendo as áreas dos atuais municípios de Itapoá, Garuva e São Francisco do Sul, sob a liderança do médico homeopata francês Benoit Jules Mure, com total apoio do imperador Dom Pedro II. Empreendimento francês de 1919, capitaneado pelo casal Paix. Através da sociedade estabelecida implantaram fábrica de conservas, serrarias, a primeira escola e realizaram exportações dos mais diversos produtos. Primeiras tratativas voltadas para o desbravamento de Itapoá. Vistos os títulos já publicados, damos sequência a caminhada que resultou no surgimento da Itapoá, conhecida e frequentada de forma ampla e contínua.

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Trannscorrido o pleito eleitoral, Jorge Lacerda é empossado como novo governador do estado de Santa Catarina. Em retribuição ao apoio recebido durante a campanha do Oeste do estado, acena, através do deputado da região, Geraldo Mariano Gunther, no sentido de trazer para a florescente Joinville os irmãos Paese. Exultantes pelo honroso convite, de pronto deslocaram-se para a promissora cidade catarinense. Extasiados com o vibrante crescimento observado, especialmente em razão de seu sólido parque industrial e localização geográfica altamente favorável, vêem no município um potencial econômico de enormes proporções. Todos os questionamentos de futuro, foram um a um, positivados pelos elevados índices de crescimento constatados em todas as áreas da economia. Baseados na experiência imobiliária vivida no município de Concórdia, aplicam-na em Joinville, agora com o perfil voltado para alocar em áreas de tamanhos diversos, industrias de todos os portes. O êxito alcançado em Concórdia repetiu-se em Joinville, de forma muito além das expectativas. A sequência de acertos gera um incontido entusiasmo dirigido para novos investimentos. Ingressam, então também no ramo industrial. Os investimentos bem sucedidos ganham espaços nas mídias faladas e escritas, tornando a credibilidade ainda maior e gerando constantes ofertas de novos negócios. Nesse rol de oportunidades, destaca-se o senhor Aldacino Rosa, industrial da pesca, e profundo conhecedor da região.Aponta a inexplorada e extensa praia de Itapoá ao senhor Dórico Paese, então diretor da Sociedade Imobiliária Agrícola e Pastoril Ltda - S.I.A.P. Habituado a vencer o tempo, antecipando-se nas decisões, realiza, a bordo de um pequeno avião, vôo sobre Itapoá. A beleza exuberante do local o leva a uma prospecção mais apurada. Alguns dias depois, juntamente com seus irmãos e o senhor Adalcino dirigem-se a São Francisco e de canoas, atravessam a baía da Babitonga aportando no farol, junto a venda do senhor Mário Budal. Partem então, a bordo

de uma carroça, denominada pelos nativos de ‘’táxi-beiço’’, e percorrem alguns trechos da praia cujo visual convenceu a todos de que naquele local o potencial negocial era imenso. Todavia, para viabilizá-lo tornava-se necessária a abertura de uma estrada que assegurava-se uma comunicação regular, pois só existia para nela chegar, o mar ou o ar.

Nota

No próximo número daremos sequência aos procedimentos adotados para que Itapoá deixasse o anonimato.

Opinião

Finalmente o plano diretor, devidamente atualizado, aprovado e sancionado se tornou realidade. Como membro do Concidade - Conselho da Cidade - posso afirmar que ensejará um crescimento harmônico, capaz de levar o município do verdadeiro desenvolvimento, que prevê bem estar social, evolução educacional e cultural, bem como expansão da sua economia. Foram consumidas cerca de 300 horas entre oficinas de trabalho com as diversas comunidades do município, reuniões do Concidade para analisar, referendas, adaptar ou modificar a proposta do plano -diretor, previamente formulada por empresa especializada no ramo. Após a minuciosa análise do Concidade foi encaminhado para a Câmara de Vereadores, a qual coube os últimos estudos posterior aprovação. Ressalta-se aqui o reconhecimento aos arquitetos, engenheiros, advogados, sociólogos e demais representantes das comunidades eleitos, democraticamente para compor o Concidade, pelo idealístico e competente trabalho realizado sem qualquer remuneração, a não ser a satisfação de servir. Cumpre-nos também destacar a condução justa e perfeita do Secretário do Planejamento Marcio Roberto Gonzatto, coadjuvado pela incansável secretária Reinilda Fiorezi, presidindo a Concidade, de forma isenta e democrática, onde todas as decisões partiram do consenso do colegiado.


No dia 27 de janeiro dona Guacira Tedde Mansano comemorou mais um ano de vida. Na foto com o seu filho Robson. Nós lhe desejamos muita paz, saúde e muitas felicidades.

Estefany Zoellner irá representar o CTG Fronteira do Litoral num concurso de mais linda prenda em Rio Grande-RS

No dia 28 de janeiro foi lançada a Associação Itapoaense de Muay Thai durante um evento realizado no Maresia. Nesse evento marcaram presença: Mestre Deloni da Fed. Catarinense de Muay Thai Tradicional, professor Fred, representante da Fed. Catarinense em Itapoá, Grão Mestre Nikolai, professor Fontana, da Secretaria de Esportes de Itapoá, Mestre Marciano, presidente da Confederação do Brasil de Muay Thai, Miguel Braz, da Secretaria de Agricultura e Pesca e Ricardo Haponiuk, da Secretaria do Meio Ambiente. Parte da equipe da empresa Itapoá Saneamento que está trabalhando na nova Estação de Tratamento de àgua de Itapoá. Ney, Carlos Eduardo, Felipe, André, Cambal, Carlos Miguel, Valdisney e Henrique.

Paola Gabriela Gaiovicz, da Dentalclin, comemorou mais um ano de vida no dia 28 de janeiro. Felicidades! A turma do novo barco pirata Perola Negra. Aqui o Kabelo, sempre bem animado... Outro pirata do Perola Negra, o Jack Espeto. Sem estes dois pratas o passeio pela Baía de Babitonga não seria a mesma.

Rogério apagou mais uma vela no dia 15 de janeiro. Quem estava também de aniversário nesse dia é o nosso amigo Zeferino. Os amigos marcaram presença na comemoração. Mais que um lançamento de uma grande história, conhecemos o autor Breno Scolaro, que através do Ursinho Gugu nos mostra que independente de qualquer situação, devemos erguer a cabeça e seguir em frente. Na foto a psicopedagoga Mahara com o Breno e seus avós.

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ESCRITÓRIO IMOBILIÁRIO roDRIGO LOPES

Venda e locação de imóveis com ética, especialização e responsabilidade

Ana Beatriz Machado

O Escritório Imobiliário Rodrigo Lopes é referência no mercado de Itapoá-SC.

Seja para vender, locar ou financiar, imóvel é coisa séria e requer dos serviços de quem melhor entende do assunto: a imobiliária. No município de Itapoá-SC, o Escritório Imobiliário Rodrigo Lopes é referência no mercado, principalmente, por sua especialização no segmento de locação de imóveis. Para Rodrigo Lopes, proprietário do escritório e corretor de imóveis, não existe uma receita pronta para fazer o negócio dar certo. “É um conjunto de valores, técnicas, anos de experiência e, é claro, muito estudo”, fala.

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e Curitiba-PR, Rodrigo chegou a Itapoá no ano de 2003 para construir uma casa de veraneio. “A fim de acompanhar a construção passei a vir para o município com frequência. Todos os finais de semana, me hospedava de pousada em pousada, pois tive dificuldade em encontrar imóveis para alugar por mês”, recorda. Corretor de seguros, Rodrigo trabalhava na empresa da família e, em Curitiba, atendia algumas imobiliárias no segmento de garantia para locação mensal. Entre 2004 e 2005, passou a pesquisar a respeito do mercado imobiliário no município. “Envolvi-me com a comunidade, conheci as imobiliárias, soube da vinda do porto para Itapoá e acreditei na expansão da cidade”, diz. Após constatar que as imobiliárias de Itapoá não focavam em locação mensal, ele se sentiu ainda mais motivado. “Faltava oferta porque faltavam profissionais dedicados neste segmento”, fala Rodrigo, que tirou o CRECI em 2008 para adentrar o mercado imobiliário de Itapoá, focando na locação mensal. Para estudar especificamente esta área, ele deixou de trabalhar com venda de imóveis durante anos e fortaleceu parcerias com outras imobiliárias, que tornaram a indicar o seu trabalho, devido à especialização em locação mensal. “Esse tempo de especialização fez com que a locação mensal se tornasse a nossa marca”, fala Rodrigo. Logo ao final de 2008, ele foi convidado a assumir a secretaria da As-

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sociação dos Corretores de Imóveis de Itapoá (ACITA), posteriormente foi presidente durante quatro anos, vice-presidente durante um ano e, hoje, é diretor de eventos. Desde o início, Rodrigo Lopes busca trabalhar com um padrão técnico e jurídico mais específico. O reconhecimento dentro do mercado imobiliário do município é notório através dos dados no sistema da empresa. Até hoje, a imobiliária fechou mais de 750 contratos de locação – cada um deles com muitas páginas, atendeu mais de 1.500 clientes no segmento de locação mensal, possui mais de 8 páginas com listas de proprietários cadastrados e mais de 20 páginas de inquilinos cadastrados (o que comprova a fidelização dos clientes proprietários de imóveis), fornece um documento de orientações aos locatários (um resumo do contrato com ênfase em alguns pontos) de 5 páginas, além de 17 modelos de contratos de locação residencial e 17 modelos de contratos de locação não-residencial. Rodrigo ainda ressalta que estes números são apenas os registrados no sistema, pois, antes o controle era feito manualmente. Para o proprietário do escritório, não há receita pronta para ganhar reconhecimento e criar uma boa cartela de clientes, mas ele destaca que fatores como ética, responsabilidade, dedicação e discernimento são essenciais. “Prezo também pela especialização, não somente minha, mas de meus funcionários”, fala. Para isso, faz-se o uso de livros voltados à locação mensal e ao gerenciamento

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de projeto, participação em eventos do segmento, notícias, testes e treinamentos com os funcionários, entre outras ferramentas que auxiliam para o diferencial da empresa. De acordo com Rodrigo, nos últimos anos o perfil da cidade vem mudando, uma vez que, graças às grandes empresas, muitas pessoas passaram a procurar o município de Itapoá para morar. São clientes de perfil misto: idosos, jovens, funcionários públicos, casais, etc. “É comum recebermos clientes que vêm até nós para especular a cidade. Neste momento, é imprescindível que façamos uma boa análise do cliente e tenhamos cautela e discernimento sobre qual a melhor opção para ele”, fala. Para quem deseja morar no município litorâneo, Rodrigo recomenda que alugue um imóvel durante o ano todo, para conhecer a cidade em todas as suas épocas para, depois, investir na casa própria. Muitas vezes, proprietários de imóveis para locação se veem diante de um impasse: é melhor procurar uma imobiliária de confiança para fazer a intermediação ou procurar um locatário por conta própria? Segundo Rodrigo, quem opta pela segunda opção precisa estar ciente do trabalho e dos riscos que irá correr. “Já quem contrata uma imobiliária está disposto a investir mais para ter comodidade e segurança. Muitos proprietários procuram as imobiliárias principalmente depois de terem tido aborrecimentos na locação direta, como atrasos no recebimento do aluguel, problemas na conservação do imóvel,

entre outros”, conta. Enquanto na locação particular os contratos são feitos, em sua maioria, sem nenhum cuidado com as garantias necessárias, o Escritório Imobiliário Rodrigo Lopes possui procedimentos internos, como verificar se o cadastro do cliente é compatível com a locação, se a capacidade de endividamento do cliente que irá residir no imóvel é condizente com o valor do aluguel, perspectiva de continuidade de ganho financeiro, etc. Rodrigo também lembra que sua imobiliária, além de ter a garantia de um contrato sem falhas, possui um profissional especializado para vistoriar os imóveis, oferecendo uma assessoria ainda mais completa. Atualmente, os serviços oferecidos pelo Rodrigo Lopes são vendas, financiamentos e locações de imóveis, além de lotes disponíveis para publicidade, um mercado que também vem crescendo no município de Itapoá. Os planos futuros para a imobiliária incluem seguir com cursos e treinamentos para dar mais qualificação à equipe. Ademais, Rodrigo revela que possui projetos de expansão de filias nas cidades vizinhas de Guaratuba-PR e Garuva-SC. Para aqueles que desejam investir em imóveis para locação, ele recomenda que, primeiramente, façam uma visita à imobiliária para conversar com quem melhor entende do assunto. Afinal de contas, imóvel é coisa séria e deve ser encarado como a equipe de Rodrigo Lopes faz: com ética, discernimento, especialização e responsabilidade.




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