Revista Giropop - Edição 52

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Editorial

C

omo um conto de fada, buscamos nesta edição de maio, mês das noivas, trazer um pouco da magia de todo casamento: o planejamento, o momento do “sim” e os melhores momentos que ficam registrados na memória. Percebemos que tudo se reinventa e que, assim como as pessoas, cada casamento é único, podendo ser muito planejado ou pouco planejado, na igreja ou ao ar livre. E se você não compartilha do sonho do grande dia, trazemos outros assuntos interessantes à tona, como a moda das passarelas, benefícios da hidroginástica e da corrida, uma discussão acerca do polêmico Desafio da Baleia Azul e o início de uma campanha criada pela Revista Giropop para doação de cabelo a pacientes com câncer. Que alguma dessas páginas lhe inspire a sonhar, começar, refletir ou doar. Boa leitura!

Índice Casamento Augusta e Lucas: Um sonho a dois Pág 7 Camila e Rodrigo: Celebrando o amor Pág 10 Flavia e Alexandre: Na areia da praia de frente para o mar Pág 12 Nicole e Jhonath: Deus como o centro de tudo Pág 14 Adote um Atleta - Corridas, Itapoá e o desejo de uma atleta amadora Pág 16 O desafio da Baleia Azul e a terceirização da educação e do afeto Pág 18 Campanha - Doação de cabelo para pacientes com câncer Pág 22 Fisiopilates - Hidroginástica, uma atividade completa, satisfatória e relaxante Pág 26 São Paulo Fashion Week, moda sem gênero e consultoria de moda Pág 28 Montanhismo - Pedra Branca do Araraquara: para apreciar a natureza Pág 30 Asplamb - Projetos de qualidade, ética e conscientização ambiental Pág 32 Embarque com Sônia Charlotte Heeren - Visitando parques de Londres Pág 34 Gatos portadores de doenças raras ganham cuidados especiais Pág 35 Social com Beto Vieira Pág 36 Momentos Aji Sushi Pág 37 Itapoá e sua história Pág 38

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Casamento

Ana Beatriz Machado

Já dizia Raul Seixas: “sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só, mas sonho que se sonha junto é realidade”. E, entre tantas traduções e significados, o casamento é, também, um sonho a dois. Fazer um casamento não é uma decisão fácil. Depois do primeiro “sim”, vem toda uma sequência de preparativos que requerem organização e planejamento. Nessas horas, passam na cabeça várias decisões, orçamento e escolhas que precisam ser tomadas. “Frio na barriga, noites sem dormir, preocupações, emoções e amor para todos os lados”. Assim que Augusta Fehrmann Gern e Lucas Henk definem seu casamento, um dia que, juntos, sonharam e realizaram.

Um sonho a dois

Primeiros capítulos

Todo casal tem um começo: os primeiros olhares, as primeiras palavras e o primeiro beijo. E a história segue como roteiro de um filme, que tentamos escrever em capítulos a seguir. Augusta e Lucas trocaram suas primeiras palavras no Orkut, em 2006, graças a uma amiga em comum – amiga, essa, que intermediou o primeiro encontro dos dois. “O tempo passou e nos tornamos grandes amigos, daqueles de trocar confidências”, lembram. Até que, certo dia, no antigo Tribus (que passou a se chamar Muvee Music Box), eles deram o primeiro beijo. Logo um mês depois, veio o pedido de namoro. Juntos, Augusta e Lucas cresceram, amadureceram e dividiram sonhos. “Tínhamos o objetivo de comprar um terreno, concluir os estudos, construir uma casa para, depois, casar”, contam. O terreno foi comprado e, anos depois, Augusta se for-

mou em Jornalismo e Lucas em Engenharia Civil. “Como a construção da casa levaria tempo, cogitamos a ideia de adiantarmos o casamento e, enquanto isso, vivermos casados em uma casa alugada”, fala Lucas. Mas esta era apenas uma possibilidade. Restando alguns meses para concluir seu mestrado, em novembro de 2016, Augusta foi surpreendida por Lucas com um pedido de casamento. Enfim, depois de oito anos de uma relação de confiança, parceria e, acima de tudo, amizade, Lucas e Augusta estavam noivos.

As escolhas

Depois do primeiro “sim”, aparecem outras muitas escolhas. O casamento foi marcado para abril de 2017, o que resultou em apenas cinco meses de organização. Para eles, três coisas já eram certas: o casamento seria realizado no Espaço Itapoá, eternizado pelas lentes de Priscila Pohl, da Immaginato Fotografia

e Comunicação, e a beleza ficaria por conta de Geva Martins e Jaqueline Martins, do salão de beleza G’CabeloArte – todos profissionais de Itapoá. Organizada, em apenas uma semana de noivado, Augusta já havia pensado em todos os detalhes do grande dia. “Tenho, há anos, uma pasta de inspiração para casamento, onde salvo imagens da internet com as quais me identifico. Isso ajudou na tomada de decisões, pois já tinha clareza de cores, materiais, entre outras coisas que me agradavam”, conta. Felizmente, Augusta e Lucas sempre compartilharam dos mesmos gostos e estilos, o que facilitou ainda mais nas decisões finais. Para eles, um dos pontos mais importantes foi a contratação da cerimonialista, já conhecida pelo casal, de Joinville-SC. De acordo com eles, essa profissional lhes deixou mais calmos e conduziu seu sonho com experiência. Já para flores e decoração, optaram por Kassia Cavalari, da

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Os profissionais Jaqueline Martins e Geva Martins, do salão de beleza G’CabeloArte, produzindo a Augusta em seu “dia de noiva”.

Incanto Di Fiori, de Itapoá. “Ela soube captar todo nosso gosto e concretizar tudo de forma magnífica”, diz Augusta. Outro ponto chave do casamento é a escolha do bufê. Fugindo do tradicionalismo, os noivos optaram por servirem pizza, o prato preferido de ambos. Para isso, contrataram uma equipe de pizzaiolos já especializados no ramo de eventos, também de Joinville. Com exceção da cerimonialista, do bufê e do vestido de noiva, todos os demais serviços foram encontrados dentro do território itapoaense. “Buscamos priorizar os profissionais de Itapoá, pois há muita gente talentosa em nosso município”, fala Lucas. Além do espaço, cabelo e maquiagem, fotografia e decoração, em Itapoá, os noivos optaram por: Osmar Pedro Batista, responsável pelo som e iluminação; Grupo Gourmet, equipe de garçons e barmans; Erika Bauer, que produziu um chalkboard (quadro negro) personalizado de boas-vindas; DJ Danrley e Niva e Banda, responsáveis pela música; Restaurante do Alemão, que disponibilizou itens essenciais, como louças e freezers; A4 papelaria, responsável pela impressão de materiais gráficos, e Cátia Fehrmann, mãe de Augusta, e Jessica Speck, que confeitaram os docinhos da festa. A única escolha que não foi feita em conjunto foi o vestido de noiva. Augusta conta que já tinha um modelo em mente e o mesmo deveria condizer com sua per-

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dados soubessem o quanto são especiais, os noivos decidiram fazer tudo do seu jeitinho: de detalhe a detalhe. Os convites foram feitos por Augusta, e para cada convidado havia um pequeno texto, mencionando a importância da sua presença. Muitos detalhes do casamento foram na prática “faça você mesmo”. Durante incansáveis finais de semana, a noiva Augusta, na companhia de sua mãe e sua irmã, confeccionou, além dos convites, os porta-guardanapos, com argolas e fios de sisal, as plaquinhas parar tirar foto, com frases divertidas, os números das mesas, que traziam algumas curiosidades da história do casal, e as lembrancinhas, que eram sementinhas de amor perfeito. Alguns móveis também foram emprestados ou adaptados para a decoração do ambiente. De acordo com Augusta e Lucas, com todos esses detalhes feitos por eles mesmos, foi possível economizar bastante, além do que, ficou com toque especial do casal.

Convidados

sonalidade. Este momento não aconteceu de primeira, pois, nas lojas, a maioria dos vestidos de noiva encontrados eram os tradicionais modelos princesa. Por fim, Augusta encomendou o vestido de um estilista de Joinville. O resultado foi como desejava: um modelo branco e simples, de alças, com corte mais reto, com alguns detalhes aplicados na parte do busto. De acordo com Augusta, além de exclusivo e personalizado, o vestido feito pelo estilista saiu muito mais em conta que os demais vestidos encontrados nas lojas. O ponto importante para todas as contratações são os orçamentos. O casal indica que sejam feitos vários orçamentos de cada serviço para conseguir avaliar o custo-benefício de cada forne-

cedor. “Dá muito trabalho, mas vale a pena”, afirma Augusta, que organizou o casamento na mesma época em que finalizava seu mestrado. Ela, que costumava passar os finais de semana na companhia dos livros, e Lucas, que costumava fazer trilhas em montanhas, otimizaram o tempo para que cada detalhe fosse planejado.

Os detalhes

Dizem que Deus mora nos detalhes e, se tratando de um casamento, sem dúvida, eles são a essência do casal: revelam o estilo e objetivo de quem está casando. Augusta e Lucas optaram por um casamento simples, com toques mais artesanais e fiéis às suas personalidades. Para fazer com que os convi-

Mas, para um casamento, além dos noivos, são precisos padrinhos e convidados. E uma das partes mais difíceis para o casal foi a lista de convidados: “você quer chamar todo mundo, mas nem sempre o orçamento permite”. Para encaixar todas as pessoas em um espaço e orçamento, Augusta e Lucas usaram como critério amigos e familiares que fazem parte da sua história. Foram 180 pessoas convidadas, entre elas, 160 confirmaram presença. Segundo o casal, o mapa de assentos também requer atenção, pois evita tumulto e assegura mais tranquilidade no decorrer da festa. “Organizar o mapa de assentos requer organização e toma um tempo significativo dos noivos. É necessário que os convidados confirmem presença com antecedência, e é importante conhece-los bem, para determinar quem senta ao lado de quem”, explica Lucas. A dica é que pessoas amigas, conheci-


das e com afinidades em comum aproveitam mais a comemoração se estiverem juntas. Junto com os convidados é preciso escolher os padrinhos. O casal optou por chamar seus irmãos e seus respectivos parceiros, e dois casais de amigos bem próximos, resultando em seis casais. A amiga que apresentou Lucas e Augusta há oito anos, foi escolhida como dama de honra. Padrinhos, madrinhas e dama de honra escolhidos, todos participaram do ensaio do casamento. “No ensaio, nos emocionamos bastante e pudemos sentir que aquilo tudo era real”, diz Lucas. A noiva criou um grupo no WhatsApp com as madrinhas e a dama de honra, para que pudessem trocar ideias e ajudá-la em cada decisão. “Algumas madrinhas estavam tão ansiosas e empenhadas quanto eu”, fala Augusta. Elas organizaram, inclusive, o chá de panela da noiva, apenas para mulheres. Foi um chá com flores, brincadeiras, quitutes e muita emoção, especialmente no momento em que transmitiram um vídeo com mensagens de amigos e familiares dos noivos. Já o noivo Lucas, comemorou o pré-casamento com um churrasco entre amigos.

O grande dia

O período que precedeu o casamento de Augusta e Lucas foi um frenesi de emoções. Duas semanas depois de ela defender seu mestrado e uma semana depois de os noivos passarem a morar juntos, chegou o tão esperado dia. Segundo eles, é muito difícil dormir no dia anterior, de tanta ansiedade. “Enquanto as horas do dia passam o frio na barriga aumenta”, afirmam. Uma escolha que fez toda a diferença para a magia desse dia foi fechar o salão de beleza para o “dia da noiva”, na companhia da mãe, das irmãs, madrinhas e amigas de Augusta. O cabeleireiro e maquiador Geva Martins fala sobre esse trabalho: “Fazer o ‘dia da noiva’ da Augusta foi mais que especial, pois a conheço há algum tempo. Quanto à escolha do cabelo e maquiagem, ela já tinha

O casamento foi mais um dos sonhos realizados pelo casal Augusta e Lucas.

em mente o que queria, e nossa equipe pode agregar com nossos conhecimentos. O resultado final ficou lindo, suave e delicado, sem perder a sua essência”. Diferente dos casamentos tradicionais, o grande dia de Augusta e Lucas não foi uma cerimônia religiosa, mas uma celebração com a presença de um juiz de paz, algumas palavras da dama de honra e a bênção do avô da noiva, além de amigos e familiares. O casamento também não teve música clássica ou valsa, mas músicas da MPB (Música Popular Brasileira) que registram a história dos dois – inclusive, para a entrada deles. As alianças foram levadas junto da afilhada do casal, de apenas seis meses, em um carrinho de ninar, carregado pela daminha. Nos pés, a noiva não calçava um sapato de salto alto, mas rasteirinha. O bolo foi trocado pelas pizzas e docinhos, e o champanhe por cervejas e caipiras. Afinal, no grande dia, cada detalhe deveria sair com o jeitinho de, ninguém menos que, os protagonistas dessa história. Na noite do casamento de Augusta e Lucas, todos se divertiram, inclusive, as crianças. As músicas, as caipiras, as flores, a maquiagem, a simpatia dos garçons: tudo rendeu elogios dos convidados. O casal conta que um pequeno detalhe ou outro não saiu como previsto, mas que, para eles, tudo saiu perfeito. “Em

uma noite com tantos amigos e familiares vibrando a mesma atmosfera e desejando coisas tão boas a nós dois, é impossível não se emocionar e desejar parar o tempo”, contam os, enfim, casados.

Pós-casamento

O nervosismo aumenta na entrada dos noivos e a alegria explode no momento da festa, mas o casamento não termina quando o último convidado deixa o salão. Augusta e Lucas orientam sobre o pós-casamento: “Depois da festa, você precisa se reunir novamente com os fornecedores para ver se deu tudo certo, se nenhuma louça quebrou, se não esqueceram nada no salão, enfim, fazer uma prestação de contas. Além, é claro, de agradecer a todos pelo dia maravilhoso, pelo carinho e todo talento”. Na semana seguinte ao casamento, Augusta e Lucas voltaram às suas rotinas, mas ainda têm planos de fazer uma viagem de lua de mel para conhecer os cânions do Rio Grande do Sul. Para eles, nada como se programar com tempo, avaliar os orçamentos e planejar o dia dos sonhos de acordo com o bolso. “Passa muito rápido, mas, depois de tanta correria e parceria, dá até vontade de organizar tudo de novo”, afirmam Augusta e Lucas, que têm hoje, mais um de seus sonhos realizados.

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Casamento

Celebrando o amor

Ana Beatriz Machado

Ansiedade, estresse e medos são apenas alguns dos sintomas de quem está prestes a se casar, mas há uma pequena parcela de noivos que, neste contexto, se encontram tranquilos. Em Itapoá-SC, Camila Sartori e Rodrigo Belesso são recém-casados. Para eles, a experiência do casamento tem muito mais a ver com celebrar o amor e se divertir do que se preocupar e perder noites de sono.

Como tudo começou

Mais que um diploma e uma profissão, Camila, de Goiânia-GO, e Rodrigo, de Jundiaí-SP, encontraram na universidade um grande amor. Os dois cursavam Biologia Marinha e, nos últimos dois anos do curso, em São Francisco do Sul-SC, fizeram parte da mesma turma, se tornando cada vez mais próximos. Foi quando Rodrigo se formou e Camila passou para o último ano do curso que veio o pedido de namoro. Depois disso, foram sete anos de namoro à distância: Rodrigo em Itapoá e Camila em São Francisco do Sul. “Ele tem um sítio em Itapoá e estava em função disso, enquanto eu, assim que me formei, passei a trabalhar na área, em São Francisco”, conta ela. Cada ida e vinda de Camila para Itapoá era uma aventura, pois Rodrigo buscava ela e seus cachorros de barco. Até que, em fevereiro de 2016, Camila foi transferida para trabalhar em Itapoá e passou a morar com Rodrigo. Casar não estava nos planos de nenhum dos dois, mas eles compartilhavam de outra vontade em comum: reunir seus familiares e amigos distantes, que não viam há anos, em Ita-

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Camila Sartori e Rodrigo Belesso se casaram em março desse ano.

Para Camila e Rodrigo, o dia do casamento foi sinônimo de boas vibrações.

poá, para uma confraternização. “Uma amiga deu a sugestão de transformar essa confraternização em um casamento e pensei: ‘por que não?’”, lembra Camila, que deu duro para conseguir o tamanho do anel do amado e organizar um noivado surpresa para pedi-lo casamento, em junho de 2016. “Fiquei muito surpreso e, também, muito feliz”, conta Rodrigo. Alianças de noivado trocadas, iniciaram-se os preparativos para o grande dia de Camila e Rodrigo, marcado para março de 2017.

não gostávamos nas festas dos outros, não fizemos na nossa, como sapato de salto alto para ela, calça e sapato fechado para ele, bolo, padrinhos e madrinhas, cerimônia religiosa, valsa e afins”, contam. Eles desejavam algo simples, sem gastar muito, e com um objetivo: que todos os seus amigos e familiares estivessem presentes e se sentissem à vontade. Para que isso fosse possível, o casal criou um site de casamento, esquematizando a hospedagem dos convidados nos hotéis do município. O Rancho do Raul foi o local escolhido para o casamento. Para eternizar o pré-casamento e o casamento, escolheram a fotógrafa Claudia Reinert, de Itapoá.

O que era para ser uma confraternização entre amigos e familiares, se tornou uma linda celebração de amor.

Os preparativos

Durante os meses de organização do casamento, a vida do casal estava bastante tumultuada: trabalho, reforma da casa, falecimento de um cão, adoção de outro cão – que acabou dando crias, festas de final de ano, etc. Eles contam que foi somente em janeiro, restando três meses para o grande dia, que conseguiram se dedicar aos preparativos. Tudo, dispensando as formalidades. “Coisas que não combinavam com nosso perfil e

Como Camila já havia morado alguns anos em Joinville-SC, foi lá que os noivos contrataram alguns serviços, como o bufê. “De todos os serviços, o bufê foi o mais caro. Em contrapartida, a profissional nos auxiliou muito e nos disponibilizou as louças”, contam o casal. Considerando que o casamento começaria no fim da tarde, eles optaram por servir, inicialmente, algo mais leve, como uma mesa de frios. Em seguida, serviram as chamadas “porçõezinhas de boteco”,


como bolinhos, pasteizinhos e afins. Já à noite, ofereceram pratos quentes, como carreteiro e macarrão ao molho branco. A organização das bebidas ficou por conta do noivo. Além do bufê, em Joinville o casal também contratou uma equipe de iluminação e um DJ, imprimiu materiais gráficos e encontrou o vestido de noiva. “Eu desejava um vestido branco e simples, para usar com uma rasteirinha”, fala Camila, “mas, nas lojas de vestidos de noiva não encontrava algo que combinasse comigo”. Então, ela foi em lojas de outros segmentos perguntando por vestidos para usar no revéillon, até que encontrou um modelo de seu agrado. Depois de alguns ajustes e customizações, o vestido da noiva estava pronto. O noivo Rodrigo também foi fiel à sua personalidade e decidiu casar de bermuda, camisa e chinelo.

Alguns detalhes do grande dia de Camila e Rodrigo.

Tanto Camila, quanto Rodrigo, moravam sozinhos há algum tempo, e já tinham utensílios domésticos. Para não passar em branco, ao invés de um chá de panela, a noiva fez um chá de lingerie. Já o noivo, reuniu os amigos em um churrasco.

O que era para ser uma confraternização entre amigos e familiares, se tornou uma linda celebração de amor.

Sobre a decoração, o orçamento de uma decoradora estava além do que o casal desejava gastar. “Tenho uma tia que gosta muito de decoração e realiza alguns trabalhos para a famíia. Ela topou decorar o nosso casamento e trabalhamos juntos nisso”, conta Rodrigo, que viajou duas vezes com ela para a rua 25 de Março, um dos mais movimentados centros de compras varejistas e atacadistas de São Paulo-SP, para comprar enfeites, objetos de decoração, entre outros. Alguns móveis para decoração foram alugados da Madeireira Antunes, de Itapoá. Já as flores, foram encomendadas e buscadas em Curitiba um dia antes do casamento. Foram 150 convites entregues, a maioria deles por correio. Vale ressaltar que os noivos prepararam o casamento sem ajuda da internet. “Como moramos em um sítio, o sinal da internet é quase impossível por lá. O tempo que tínhamos para pesquisar uma coisa ou outra era durante o trabalho ou na rua”, conta Camila. No fim das contas, o casal acha que esse foi um fator positivo, pois, quanto mais aparecem opções e possibilidades, mais

ideias vão surgindo e, assim, parece que nada fica pronto. Eles falam: “Não decidimos nos casar para nos preocuparmos ou ficarmos estressados, mas sim para nos divertirmos. Esse é o espírito da coisa”.

Um dia para recordar

Na semana do casamento, Camila e Rodrigo casaram no cartório, com um juiz de paz. Ao contrário da maioria dos noivos, a semana, para eles, foi tranquila: “Muitos dos nossos convidados já estavam em Itapoá, então ficamos a semana toda matando a saudade deles, festando e fazendo churrasco. Tudo era motivo para comemorar”. Chegado o grande dia, o cabeleireiro e maquiador Geva Martins, do salão de beleza G’CabeloArte, realizou o “dia da noiva” de Camila, junto de suas amigas e familiares, no Hotel Baití, onde estavam hospedadas. Segundo Camila, esse momento de transformação na companhia de quem amamos dá ainda mais segurança à noiva. No sábado, o tempo virou e o dia amanheceu garoando, atrapalhando os planos do casal, que

desejava fazer a cerimônia embaixo de um pergolado, em frente ao mar. Mas eles tinham um “plano B”: casar em uma tenda, sob a grama, e assim o fizeram. Sem antes haver ensaio, a entrada teve os pais de Camila e Rodrigo, seus irmãos e eles (os noivos). Aconteceu uma pequena cerimônia, onde a avó de Camila, que é ministra da igreja messiânica, falou algumas palavras. Já as alianças, foram trazidas pela irmã da noiva com seus dois irmãos mais novos. Eles brincam que até o tempo conspirou a favor, pois somente depois da cerimônia que a chuva caiu de vez. Como haviam muitas crianças convidadas, o casal destinou um espaço de recreação para os pequenos, com jogos e brincadeiras. Algumas coisas foram definidas somente neste dia, como as músicas que tocariam no pen drive, mas Camila e Rodrigo não se preocuparam: “Todos os nossos amigos e familiares nos conhecem muito bem, e sabiam que seria ao nosso modo. Eles nos ajudaram muito, inclusive no momento do casamento, e o mais importante de tudo: se divertiram”. Para eles, o casamento apenas selou a semana que vinham tendo de risadas, amizade e muito amor.

Enfim, casados

No dia seguinte, o clima ainda era de festa: teve churrasco com amigos e familiares, em comemoração à união de Camila e Rodrigo. Quatro dias depois, o casal foi para a Praia do Rosa, em Imbituba-SC, mas ainda planeja uma viagem de lua de mel. Para Camila e Rodrigo, o casamento significou mais que uma festa: “Antes mesmo do dia em questão, já estávamos comemorando. Todo mundo se envolveu, se divertiu e pegou o espírito da coisa, como desejávamos”. Segundo os recém-casados, o dia saiu melhor que o planejado. Um clima gostoso ou uma boa vibração – muitas são as definições do sentimento que Camila e Rodrigo sentiram ao celebrar o amor. “É muito bom, recomendamos a todos”, brinca o casal.

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Casamento

Na areia da praia, de frente para o mar Ana Beatriz Machado

Casar não é fácil, especialmente se tratando de recursos financeiros, pois são diversos itens e serviços a serem negociados para o grande dia. No entanto, Flavia Pacheco e Alexandre Laus deixaram este empecilho de lado e, com força de vontade e ajuda de amigos e familiares, fizeram o casamento acontecer exatamente como sonhavam: na areia da praia, de frente para o mar.

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lavia e Alexandre se conheceram em um bar de Curitiba-PR, em abril de 2014. Foi amor à primeira vista e, quando menos esperaram, juntaram as escovas de dente. Depois de dois anos morando juntos na capital paranaense, veio a vontade de casar, porém, faltavam recursos financeiros. “Em uma conversa com um tio, comentei que gostaria de casar, mas que era um sonho muito caro, então, ele disse que me ajudaria”, recorda Flavia. De pouquinho em pouquinho, os familiares foram fazendo colaborações em quantia ou itens, para o grande dia de Flavia e Alexandre, que aconteceria na areia da praia, como sempre sonharam; mais

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Flavia Pacheco e Alexandre Laus sonhavam em casar na praia e não pensaram duas vezes antes de escolher Itapoá como palco dessa união.

precisamente em Itapoá – município onde Flavia viveu por mais de trinta anos. O casal optou por não noivar formalmente, mas Alexandre pediu a mão de Flavia para seus tios, em um jantar descontraído, em setembro de 2016, e o casamento ficou marcado para fevereiro de 2017. Como ele aconteceria em Itapoá e o casal residia em Curitiba, Flavia pegou suas férias do trabalho para ficar no município litorâneo, organizando tudo de pertinho. Foi em uma loja de Itapoá, inclusive, que ela encontrou o vestido ideal para o grande dia. Foram cinco meses para a realização desse sonho, e os amigos e familiares de Flavia foram

Casar na areia da praia, de frente para o mar e na presença das pessoas que amam foi um sonho realizado.


A decoração do casamento de Flavia e Alexandre foi baseada na prática “faça você mesmo” e na sustentabilidade, reciclando diversos materiais, como vidros de conserva, garrafinhas de cerveja, caixas de frutas, tecidos e pallets.

essenciais nisso. “Tenho muitos amigos e uma família bem grande, e cada pessoa ajudou de uma forma”, conta. Ficou definido que o casamento aconteceria na areia da praia do Pontal do Norte, em Itapoá, em frente à casa de um amigo. O som da festa seria um rodízio de amigos músicos se apresentando. Para a cerimônia, convidaram um casal de primos de Flavia, que são ministros da eucaristia da igreja católica. Uma de suas tias ficou responsável pelos docinhos, enquanto um de seus tios colaborou com os espetinhos e outro com a carne. O bolo foi um presente de outra parenta de Flavia. Já a decoração, um primo, de São Paulo, enviou para ela. Segundo o casal, o único serviço que tiveram que contratar foi um responsável para assar os espetinhos no dia do casamento. Apesar de muitos presentes e colaborações, cada decisão final era tomada a dois, entre Flavia e Alexandre. No entanto, foi ela a principal responsável pela organização do casamento. “Sempre gostei de fazer festas e já trabalhei com decoração, então preparar a minha festa de casamento não foi muito difícil”, conta ela, que organizou a decoração, elaborou os convites, área para a mesa de doces, lembrancinhas, etc. Além da prática “faça você mesmo”, a decoração foi pautada na sustentabilidade, reciclando diversos materiais, como vidros de conserva, garrafinhas de cerveja, caixas de frutas e pallets. O noivo Alexandre também teve serviço: ele ajudou um primo nos trabalhos mais braçais, como a construção de um pergolado para o altar e outro para a mesa de doces, por exemplo. Na semana que precedeu o casamento choveu muito, mas a noiva estava positiva de que a chuva iria cessar. Todavia, seu “plano B” era montar algumas tendas na areia da praia, mas isso não foi necessário. No grande dia, o tempo abriu, conspirando a favor dos apaixonados Flavia e Alexandre. O “dia de noiva” de Flavia aconteceu no salão de beleza G’CabeloArte, junto das amigas, familiares e madri-

O profissional Geva Martins, do salão de beleza G’CabeloArte, produzindo Flavia em seu “dia de noiva”.

Para Flavia e Alexandre, a experiência do casamento só serviu para eles se amarem “cada vez mais e melhor”.

nhas. O cabeleireiro e maquiador Geva Martins conta como foi o momento de transformação: “A Flavia é minha amiga há anos e, como nos conhecemos bem, ficou muito mais fácil trabalhar e chegar ao resultado final”. Como se tratava de um casamento na praia, tanto cabelo quanto maquiagem levou um tom mais leve e natural. Foram mais de trezentos convidados, cerca de duzentos comparecidos, e vinte casais escolhidos para padrinho e madrinha – todos com os pés descalços, aguardando a entrada dos noivos. Alexandre recorda que a

festa foi linda, especialmente por conta do cenário. “A frase que mais escutamos dos convidados foi: ‘esse foi o melhor casamento que já fui em toda minha vida’. Isso nos deixou muito feliz”, conta. Além de simples, econômico e colaborativo, para os recém-casados Flavia e Alexandre, o casamento foi especial por diversos significados: casar na areia da praia, de frente para o mar e na presença de todas as pessoas que amam foi mágico e só serviu para eles se amarem “cada vez mais e melhor”, como diz a tatuagem que o casal fez em homenagem a esse dia.

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Casamento

Deus como o centro de tudo

Ana Beatriz Machado

Apesar de os casamentos informais tomarem cada vez mais o gosto de noivos e noivas, há quem prefira os casamentos formais, ou seja, com todos os padrões tradicionais, realizado na igreja. Os jovens Nicole Karine da Silva Arzão Paidosz e Jhonath Nunes Paidosz optaram por um casamento tradicional. Eles tiveram apenas três meses para organizar tudo e relembram a importância de Deus nessa união.

E

les se conheceram no Clube de Desbravadores de Itapoá e, mais tarde, acabaram estudando juntos. Foi quando estavam no Ensino Médio que começaram a namorar. De lá para cá, foram quatro anos de relacionamento, até que, no Dia dos Namorados de 2016, Jhonath surpreendeu Nicole em um jantar na presença de sua família e amigos, com velas formando um coração e declarações de amor para pedi-la em casamento. Nem Nicole nem Jhonath imaginavam como seria o grande dia de suas vidas. “A gente não pensava muito como seria nosso casamento, apenas sonhávamos que fosse no campo, mas o orçamento não permitiu”, fala Jhonath. Após três meses de noivado, o casal estipulou que o casamento aconteceria em dezembro. “A princípio, por falta de condições, iríamos apenas nos casar no cartório e fazer uma viagem. Depois, ampliamos a ideia para uma cerimônia na igreja e, com ajuda financeira de nossos pais, tudo se transformou em uma grande festa”, recordam.

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Os jovens Nicole Karine da Silva Arzão Paidosz e Jhonath Nunes Paidosz optaram por um casamento tradicional.

Nicole morou em Itapoá a vida toda e Jhonath desde os 11 anos, mas, por conta dos estudos e do trabalho, há um ano, eles se mudaram para Joinville. “Mas cada um no seu canto, seguindo princípios bíblicos”, contam. Por conta de sua história e da paixão pelo município, decidiram se casar em Itapoá, programando a maior parte do casamento à distância. “Organizar um casamento à distância é uma tarefa difícil, ainda mais quando se tem pouco tempo”, conta Nicole, “a pior parte é ter que depender de outras pessoas para fazerem uma coisa que é sua, mas sou grata aos meus pais, que resolveram muitas coisas para que tudo desse certo”. Nos finais de semana, Nicole e Jhonath costumavam ir a Itapoá para aprovar ou não as

Ele escolheu sete amigos para padrinhos, enquanto ela escolheu sete amigas para madrinhas, formando, assim, os casais.


decisões e ajudar no que fosse necessário. Com apenas três meses para organizar tudo, os noivos falam que a parte da igreja foi mais tranquila, já que o roteiro foi montado pela própria igreja, com pouquíssimas alterações de Nicole. O bolo de casamento foi exatamente como desejavam, e veio de presente de uma amiga do casal. Nicole conta que seus pais resolveram quase tudo e que o restante, como restaurante, fotógrafos, decoração, docinhos e lembrancinhas, foram definidos restando três semanas para o casamento. Já a música, a noiva foi escolhendo durante os intervalos de seu trabalho: eram músicas que o casal gostava, na versão instrumental clássica. Nicole fala que, para ter novas ideias, criou painéis de inspiração na rede social Pinterest, inclusive, o convite de casamento foi desenhado por ela, inspirado em uma foto encontrada na rede. Para economizar o máximo, Nicole encomendou seu vestido de noiva da China, pela internet. Ela mandou suas medidas para a vendedora e conta que, dois meses depois do pedido, o produto veio exatamente como desejava. A escolha dos padrinhos e madrinhas foi dividida: ele escolheu sete amigos para padrinhos, enquanto ela escolheu sete amigas para madrinhas, formando, assim, os casais. “Como estáva-

Os noivos organizaram tudo em apenas três meses, mas o resultado foi além do que imaginavam.

Mas acreditam que, felizmente, Deus fez tudo dar certo em apenas três meses. A cerimônia aconteceu com cerca de 130 pessoas, na Igreja Adventista do 7º Dia. “A igreja tinha acabado de ser reformada e estava impecável. Com a decoração, ficou ainda mais linda, pois escolhemos cores quentes, em tons de laranja e amarelo, remetendo ao verão”, recorda Nicole. Em seguida, realizaram um jantar com todos os convidados, em um restaurante próximo à igreja. No dia seguinte ao casamento, Nicole e Jhonath viajaram para o Rio de Janeiro, Arraial do Cabo e Copacabana, onde passaram a virada do ano. Vivendo como casados há quatro meses, eles afirmam que a experiência vem sendo maravilhosa: “não nos imaginamos mais de outra forma”. Para eles, o ponto indispensável do casamento ou de qualquer outro plano é ter Deus como o centro de tudo. E completam: “Sem Ele, nada disso seria possível”.

Vivendo como casados há quatro meses, Nicole e Jhonath afirmam que a experiência vem sendo maravilhosa.

mos, na maior parte do tempo, em outra cidade, a maioria de nossos contatos (com os padrinhos e madrinhas) era pelo telefone”, contam. Em um fim de semana, as amigas e madrinhas de Nicole organizaram para ela um chá de lingerie surpresa. De acordo com o casal, a lista dos convidados foi o ponto mais difícil. “Foram 180 convidados, e os convites foram entregues às pressas, faltando um mês para o casamento. Infelizmente, algumas pessoas nós não pudemos convidar por conta do orçamento e outras acabamos esquecendo”, dizem. Por isso, eles acreditam que, se voltassem no tempo, planejariam tudo com antecedência.

Para economizar o máximo, Nicole encomendou seu vestido de noiva da China, pela internet.

Revista Giropop | Maio 2017 | 13


Adote um atleta

Corridas, Itapoá e o desejo de uma atleta amadora Ana Beatriz Machado

Saúde, qualidade de vida, lazer e novas amizades: são inúmeros os benefícios da corrida para seus praticantes, especialmente no município de Itapoá-SC, aonde o esporte vem se difundido a cada dia. Depois das primeiras passadas na corrida, alguns chegam a adentrar o universo de competições, como aconteceu com a atleta amadora Ketllin Zeni, de Itapoá. Grande apreciadora de atividades físicas, Ketllin corre por amor e, assim como outros esportistas, leva o nome de Itapoá em cada uma de suas provas.

N

atural de Curitiba-PR, desde criança Ketllin se interessa por esportes. “Sempre fui ativa e apaixonada por novos desafios”, fala a atleta, que já se aventurou em diversas modalidades esportivas, como bicicleta e jiu-jitsu.

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De Itapoá, Ketllin Zeni é atleta amadora de corrida.

Para ela, saúde é o bem mais precioso de qualquer ser humano.

Assim que conheceu seu marido, que corria regularmente, foi apresentada ao universo da corrida. “Quando comecei, não tinha a pretensão de participar de competições, mas a corrida nos estimula a evoluir cada vez mais e, neste contexto, competir foi algo natural”, conta.

Sua primeira corrida oficial aconteceu em abril de 2015, no aniversário de Itapoá. Por ser sua primeira vez, Ketllin concluiu o percurso e deixou o evento sem ver o resultado. Depois, por intermédio de amigos, foi surpreendida com a notícia de que havia ficado em 3º lugar na categoria

feminina, de 30 a 39 anos. A partir de então, ela, que também faz musculação há quinze anos, tomou gosto por competir, reforçou seus treinos, e a corrida foi se tornando cada vez mais presente em sua vida. Em Itapoá, Ketllin possui uma empresa de aluguel de brinquedos para festas e é atual presidente da Associação dos Corredores de Itapoá (ACORI), sendo também um dos membros fundadores da associação. Além do trabalho, é mãe de quatro filhos e, hoje, aos 41 anos, compete como atleta amadora. “Costumo programar minha rotina a partir dos treinos, pois acredito que, primeiramente, devo me sentir bem e disposta, para, depois, encarar os demais afazeres”, fala. Na casa de Ketllin, todos praticam atividades físicas e têm alimentação regrada. Como mãe, ensina a seus filhos que a saúde é o bem mais precioso da vida de qualquer ser humano. Enquanto corredora, Ketllin participa de provas e carrega, com orgulho, o nome de Itapoá. Entre seus resultados mais signi-


Para Ketllin, cada uma das medalhas ou dos troféus representa história, amigos, lugares, limites e superações

ficativos estão: 1º lugar por categoria na Corrida Rústica de 7 de Setembro, em Itapoá; 3º lugar por categoria em Jaraguá do Sul-SC; 1º lugar por categoria em Doutor Pedrinho-SC; 2º lugar por categoria na Corrida de Montanha de Campo Alegre-SC; 2º lugar geral na Corrida Let’s Run, em Joinville, e 3º lugar geral na Corrida da Marinha de São Francisco do Sul-SC. Porém, o evento que mais lhe marcou foi a Corrida de São Silvestre, no fim de 2016, realizada anualmente, em São Paulo-SP. “Desde criança, assistia a São Silvestre pela televisão”, conta Ketllin, “quando concluí o percurso me emocionei muito, pois foi um sonho realizado”. Em dois anos de competi-

O evento que mais lhe marcou foi a Corrida de São Silvestre, no fim de 2016, em São Paulo-SP.

ções, a atleta participou de cerca de trinta provas, sendo três delas competições de meias maratonas (percursos de 21 km). Para Ketllin, cada uma das medalhas ou dos troféus carrega mais que uma colocação. “Cada medalha ou troféu representa uma história, amigos que fiz, lugares que conheci, limites e superações”, fala. Para focar nas competições, a rotina da atleta é bastante intensa, com musculação três vezes por semana, e corrida de cinco a seis vezes por semana. Atualmente, Ketllin recebe patrocínio da academia DPJ e apoio do fisioterapeuta Flavio Martelozo, especializado em medicina esportiva. No entanto, busca novas parcerias, apoios e patrocínios

que possam agregar no seu rendimento ou colaborar com as competições, que envolvem inscrições, equipamentos, hospedagem, transporte, alimentação, entre outros. Para dividir com outras pessoas os benefícios do esporte que tem transformado sua vida, há um ano Ketllin criou o grupo “Club da Corrida”, no Facebook e WhatsApp. Nestes espaços, compartilha informações, reportagens, eventos e incentiva novos adeptos à corrida. “Além de saúde e qualidade de vida, o Club da Corrida, assim como a ACORI, tem o objetivo de unir as pessoas e formar novas amizades”, ressalta. E a iniciativa tem dado resultado: influenciadas pelas

postagens de Ketllin, várias pessoas, de Itapoá e outras cidades, deram suas primeiras passadas na corrida. Há alguns dias, o Club da Corrida saiu das redes sociais e foi para as ruas, pois a atleta organizou uma caminhada com uma turma de vinte pessoas, oferecendo companhia e incentivo àqueles que desejam começar a correr. “Como moradora de Itapoá, atleta amadora de corrida, criadora do grupo Club da Corrida e presidente da Associação dos Corredores de Itapoá, desejo fazer mais em prol do esporte em nosso município, incentivando e ajudando a todos que querem ter qualidade de vida através do esporte e da corrida”, fala a corredora, que, recentemente, participou da Corrida de Aniversário de Itapoá e da Meia Maratona de Balneário Camboriú, e vem treinando para participar da sua primeira maratona (percurso de 42 km). Evoluir e alcançar resultados ainda melhores são os desejos da atleta Ketllin, de Itapoá, que tem a corrida como motivação e estilo de vida.

Deseja apoiar ou patrocinar a corredora amadora Ketllin Zeni? Entre em contato com ela através do e-mail ketllin_zeni@hotmail.com ou do número (47) 9 97245398. Se você deseja iniciar na corrida, vale procurar pelo grupo “Club da Corrida”, no Facebook.

Revista Giropop | Maio 2017 | 15


EDUCAÇÃO

O desafio da Baleia Azul e a terceirização da educação e do afeto Ana Beatriz Machado

Através de fontes confiáveis, conhecemos a história de uma menina de apenas dez anos de idade, de Ouro Preto-MG, que participou do Desafio da Baleia Azul. Quem conta é a sua irmã mais velha: “Ela sofria bullying constantemente na escola. Contava para a família que alguns amigos diziam para ela se matar. Assim que o desafio ficou popular na escola, os amigos a convidaram para participar”. A menina, então, realizou boa parte dos desafios, mas a família descobriu apenas quando ela postou uma foto de uma baleia azul em uma rede social, com a legenda “fim”, e desapareceu de casa. “Seis horas depois, minha família a encontrou em um terreno, escondida, mas meu pai chegou a ver os cortes em seus braços”, conta a irmã.

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E

ste é só mais um relato de uma nova e macabra mania que vem fazendo sucesso nos aplicativos de conversa e nas redes sociais: o Desafio da Baleia Azul. O “jogo”, que supostamente foi criado na Rússia e se espalhou pelo mundo todo, consiste na imposição de 50 tarefas às crianças e adolescentes participantes, entre as quais, atos mórbidos como cortar a própria pele e, por último, pular do alto de um prédio, terminando com a própria vida – só assim, eles dizem, você ganha o “jogo”. “Ganhar o jogo”, para muitos de nossos jovens, é se livrar da obrigação de continuar vivendo. Mas o que, afinal, está por trás da popularidade deste “jogo”? Isso já deve ter acontecido na sua família, na família de um amigo, com o amigo de um amigo ou com o próprio amigo. Não é difícil que você conheça uma história de suicídio ou de tentativa de suicídio: acontece todo dia, espe-

cialmente na pré-adolescência e na adolescência. Estudos apontam que, quanto mais jovem se é, mais coisas são questão de vida ou morte, de tudo ou nada. Quando se é jovem, absolutamente tudo parece irreversível. Por isso, a vontade de abandonar um mundo que não lhe entende e, sobretudo, um mundo que você também não entende, não parece tão estranha assim.

Opinião do especialista

Para alguns, o jovem só quer chamar atenção. Para outros, é falta de Deus, falta de amor ou falta de “surra”. No caso do Desafio da Baleia Azul, há quem afirme que o problema é a tecnologia e o que ela proporciona. Mas, para o psicólogo Rogério Basztabin, o problema é muito maior do que parece. Ele aponta que o distanciamento dos pais no cotidiano dos filhos é a principal causa para a popularidade do “jogo” em questão e acende

Psicólogo Rogério Basztabin

um alerta para as famílias não abrirem mão de criar um canal de diálogo com os filhos. “A pré-adolescência e a adolescência são fases de questionamentos e, por isso, os jovens precisam ser acolhidos. Eles percebem quando têm espaço na vida dos pais, que devem servir de modelo” diz. Uma geração que parece já nascer pronta para explorar a tecnologia deve ser estimulada para uma relação mais forte. Sobre a internet, o psicólogo afirma que, em geral não é boa nem má, mas


doença na América Latina. Por isso, o psicólogo Rogério ressalta, mais uma vez, que é preciso sensibilização e aproximação da família para que alterações de comportamento sejam notadas. A partir desse reconhecimento, deve vir a iniciativa para procurar ajuda de um profissional de saúde e criar um mutirão em defesa da vida.

Baleia Rosa: em defesa da vida

entre o jovem e a tecnologia tem de haver o gerenciamento dos pais. Mas, segundo ele, também não é algo que possa ser feito de forma invasiva. “Hoje em dia, muitos adolescentes têm mais liberdade com amigos virtuais do que com a própria família”, diz. O xis da questão está em educar os jovens (e dar exemplo a eles) de que o diálogo olho no olho é sempre mais seguro e eficaz do que qualquer rede social. São inúmeras as variáveis que influenciam até se chegar ao

extremo de um jovem cogitar tirar a própria vida. A menina citada na introdução desta reportagem, por exemplo, sofria bullying dos colegas de classe. Esses e outros problemas, aliados à falta de afeto e diálogo, podem resultar em depressão ou outros transtornos. É importante lembrar que depressão é uma doença, e que precisa ser levada a sério. Segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde, ela afeta 11,5 milhões de pessoas no Brasil, o país com maior prevalência da

Com a onda mediática do Desafio da Baleia Azul, um grupo de publicitários brasileiros criou a página “Baleia Rosa”, no Facebook, onde, assim como no outro “jogo”, diversos desafios são lançados. Porém, com o objetivo oposto do da Baleia Azul. A versão rosa do jogo pretende celebrar a vida, e não tirá-la, desafiando os mais novos a praticarem boas ações, como telefonar para os avós, pedir desculpas a alguém que tenham ofendido ou ajudar um amigo que sofra bullying. Além de ações com os outros, a Baleia Rosa incita os jovens a aumentarem a sua autoestima com pequenos gestos, como olhar ao espelho e agradecer por tudo o que tem na vida, sorrir ou evitar palavras negativas durante um dia. Mas, fique atento: alguns internautas das redes sociais se dizem disponíveis para conversar com adolescentes que precisam de ajuda, no entanto, por falta de conhecimento e estudo sobre

a depressão e outros distúrbios, esse gesto pode piorar a situação ao invés de solucioná-la. No caso de psicólogos acionados para atender virtualmente, vale conferir o currículo do profissional.

Baleia Azul em Itapoá

Nos aplicativos de conversa e nas redes sociais de alguns itapoaenses já estão circulando mensagens de alerta de que o Desafio da Baleia Azul alcançou crianças e adolescentes do município de Itapoá, especialmente nas escolas. Porém, Tenente Lima, da Polícia Militar de Itapoá, nos assegurou que, até o presente momento, não consta nos registros da polícia nenhum relato, solicitação de ajuda ou comentário referente ao Desafio da Baleia Azul, inclusive, nas escolas, onde a polícia ministra aulas do PROERD (Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência). Apesar da boa notícia, o estado é de alerta: se você aparenta sintomas depressivos ou anda tendo pensamentos suicidas, não sinta vergonha nem medo. Peça ajuda para pessoas de sua confiança, procure um profissional especializado ou disk141, o número do Centro de Valorização da Vida. Já se você está preocupado com seu filho ou algum membro de sua família, lembre-se: tudo começa com diálogo, pois educação e afeto não podem ser terceirizados.

Revista Giropop | Maio 2017 | 17


MODA

São Paulo Fashion Week, moda sem gênero e consultoria de moda

De Itapoá, Marco Melo é aficionado por moda e esteve na 43ª edição do SPFW.

O

Ana Beatriz Machado

São Paulo Fashion Week (SPFW) é o maior evento de moda do Brasil e o mais importante da América Latina, além de ser a quinta maior semana de moda do mundo. O evento acontece duas vezes por ano, reunindo estilistas e grifes brasileiras, super modelos, celebridades, grandes mídias, convidados e compradores do universo fashion. De Itapoá, Marco Melo tem uma marca de acessórios, é personal stylist e aficionado por moda. Ele esteve presente na última edição do SPFW e fala sobre o evento que reúne moda, arte e comportamento. Entre os dias 13 e 17 de março, no prédio da Fundação

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Conferindo o clique do fotógrafo para a revista de moda Elle.

Bienal, dentro do Parque do Ibirapuera, aconteceu a 43ª edição do SPFW. Esta foi a segunda vez que Marco compareceu ao evento (a primeira foi na edição 42ª, no ano passado), mas ele conta que, assim como as estações, os acontecimentos e as pessoas, a moda também se reinventa o tempo todo. Ele conta que, neste ano, a novidade do evento foi o Projeto Estufa, uma plataforma que buscou diálogos e reflexões sobre o desenvolvimento de projetos nos negócios criativos. Vale ressaltar que a semana de moda, por mais que pareça divertida e glamorosa, na verdade, tem como objetivo promover as marcas, ou seja, é trabalho – e não é possível comprar convites. As formas de acessar o SPFW são com credencial de imprensa

ou blog, trabalhando no evento ou com convites para os desfiles, como foi o caso de Marco, que é cliente há tempos da marca do renomado estilista João Pimenta e foi convidado para prestigiar seu desfile. Quando convidado, é recebida uma ficha explicativa do conceito do desfile que será assistido, detalhando itens como inspiração, modelagem e forma. “Esse breve texto auxilia na interpretação dos desfiles, pois cada um deles envolve tendências, histórias, culturas, ou, até mesmo, protestos sobre temas atuais”, explica Marco, que assistiu a quatro dos trinta e um desfiles desta edição: João Pimenta, Lino Villaventura, Ellus 2ND Floor e LAB. Ele conta que o canal GNT realizou a transmissão ao vivo do evento e que, além dos desfiles,

todos os dias aconteciam eventos, como rodas de bate-papo, palestras, debates, coquetéis, shows e festas. Para quem é apaixonado por moda o SPFW é um sonho, pois vários nomes influentes e respeitáveis do universo da moda estão por lá. Marco, por exemplo, teve o prazer de registrar o momento em que conheceu Costanza Pascolato, empresária, consultora de moda e integrante da Academia Brasileira de Moda. Fazendo um apanhado geral do evento, ele destaca o constante aparecimento do termo “no gender” (“sem gênero”, em português), uma moda mais democrática, onde homens e mulheres são livres para usarem as mesmas peças. “No SPFW, algumas pessoas me abordaram para falar que meus looks eram


De olho nas passarelas: para o fashionista, os desfiles são fonte de conteúdo e informação.

o perfeito no gender e fiquei feliz com isso. Acho interessante a proposta de roupas que podem ser usadas por ambos os sexos, deixando as pessoas livres para criarem sua própria identidade, sem nenhum preconceito, imposição ou barreira”, diz Marco, que compra e usa diversas saias do estilista João Pimenta e é adepto ao conceito “se a peça lhe agrada, use-a”. As combinações estilosas e modernas de Marco, como saia, camisa e coturno, chamaram atenção dos fotógrafos do evento, que o fotografaram para os sites do São Paulo Fashion Week, Revista Elle, Finíssimo e UOL. “Os corredores do SPFW são um show visual de estilo e autenticidade. As pessoas ousam nas roupas, acessórios, maquiagens e cabelos. É tudo o mais diferente possível, misturando o estilo das ruas e das passarelas”, conta. De tudo que foi visto, o que Marco mais gostou foi o desfile de João Pimenta. “A cada coleção ele mostra que o lado masculino penetra no universo fashion feminino sem pudor, mas com sofisticação”, diz. Para o próximo SPFW, Marco tem a pretensão de elaborar um material para divulgar a Marco Melo, sua marca de joias alternativas, que misturam ma-

Moda, arte e comportamento andam juntas no São Paulo Fashion Week.

Marco e Costanza Pascolato, um dos nomes mais influentes do universo da moda.

teriais como prata, ouro, metal, madeira, sementes, couro, entre outros, e seu trabalho como personal stylist. “Esses desfiles são fonte de conteúdo e informação, uma ferramenta de comunicação direta com o consumidor e poderosa para gerar negócios”, fala Marco, que deseja cada vez mais participar de eventos como o São Paulo Fashion Week para aprimorar seus conhecimentos sobre moda.

Consultoria de moda

Hoje em dia, estar na moda significa exercer o próprio gosto. As pessoas sentem-se cada vez mais livres para assumirem seus estilos. No entanto, quem se preocupa em passar uma boa imagem, socialmente ou profissionalmente, deve identificar precisamente o seu estilo e saber adequá-lo às suas qualidades visuais. Pensando nisso, Marco destaca sua habilidade como

personal stylist, um trabalho que consiste em conduzir as pessoas ao autoconhecimento. Analisando seu tipo físico, estilo e rotina, o personal stylist pode oferecer diversos serviços, como: consultoria para a compra de um único look; dicas para looks antenados com as tendências de moda; consultoria para compras de roupas; organização de guarda-roupa; arrumação de mala de viagem; assistência de estilo para eventos especiais; assessoria de imagem para políticos e pessoas públicas, ou, até mesmo, uma consultoria completa. Marco explica os benefícios àqueles que recorrem à consultoria de moda personalizada: “Desenvolvem agilidade para fazer compras mais direcionadas e escolher suas roupas e aprendem a projetar sua autoimagem de forma positiva – o que contribui para que a pessoa ‘dê a volta por cima’ em situações como desemprego, baixa autoestima, entre outros”.

Tem interesse ou curiosidade sobre o trabalho de personal stylist? Entre em contato com Marco Melo através do número: (47) 9 9603-0516

Revista Giropop | Maio 2017 | 19




campanha | um gesto de solidariedade

Doação de cabelo para pacientes com câncer Ana Beatriz Machado

Os cabelos são a parte do corpo que muitas pessoas mais se dedicam, sempre buscando os melhores produtos, os cortes mais adequados e os tratamentos mais modernos. Toda essa vaidade existe porque os cabelos ajudam a desenhar o formato do rosto e, dependendo do tipo, podem deixar com uma aparência mais leve, mais jovem ou até mais magra. Por todas essas razões, perder os cabelos por causa de doenças autoimunes, de efeitos colaterais no tratamento contra o câncer ou mesmo por acidentes, mexe muito com a autoestima das pessoas.

22 | Maio 2017 | Revista Giropop

Augusta Fehrmann Gern e seu cabelo nos inspiraram a abordar este tema. Seguindo seu exemplo, Chirley Ribas inspirou outras pessoas a doarem, também.

A

lém da própria luta contra a doença, que é um processo muito difícil, a perda dos fios afeta o lado psicológico, que também é muito importante e faz a diferença no processo de cura. Por isso, muitas vezes o uso de uma peruca

pode fazer a diferença, fazendo com que esses pacientes se sintam mais bonitos e confiantes e, assim, enfrentem melhor o tratamento. Pensando nisso, na próxima edição da Revista Giropop lançaremos uma campanha de doação

de cabelo para pacientes com câncer. Neste primeiro momento, conhecemos ações nobres de algumas pessoas de Itapoá que resolveram se desapegar dos seus fios e oferecê-los a quem precisa. Mais que isso: elas usaram ou usarão o cabelo como prova de amor ao próximo.


Evandro Chagas Ribeiro da Rosa cortou seu cabelo e está à procura de um local para doá-lo. O pequeno João Gabriel Borges da Costa Ramos está esperando seu cabelo atingir o comprimento mínimo para, então, doá-lo.

Atitudes pequenas, porém grandes

Quem nos inspirou a abordar este tema foi Augusta Fehrmann Gern, de 25 anos. Ela sempre achou bonito o gesto de doar o cabelo para pacientes com câncer, mas aguardou o momento certo para fazer isso. “Eu já estava com vontade de mudar o visual, pois acredito que mudanças são sempre positivas. Mas, assim que me lembrei dessa atitude, pesquisei a respeito e descobri que, para doar, o cabelo deveria ter, no mínimo, 15 centímetros de comprimento”, recorda. Então, ela determinou que deixaria o cabelo crescer e só o cortaria após o dia do seu casamento.

Em abril deste ano, uma semana depois do grande dia, Augusta mediu os fios e viu que estavam no tamanho ideal e, então, foi ao cabeleireiro cortá-los. A atitude é importante, mas ela ressalta que o doador deve sentir-se bem com a escolha: “Eu acho que o cabelo um pouco mais curto é prático e combina com o inverno que está por vir”. Além disso, lembra que cabelo sempre cresce – para alguns mais rápido, para outros mais devagar. Fios cortados, Augusta levou-os para casa, pois ainda não tinha um local para doar em mente. Através de uma amiga, soube da ONG Cabelaço (www. facebook.com/cabelacors), de

Porto Alegre-RS. “Ela me passou a página da ONG e gostei muito do trabalho deles, especialmente por fazerem perucas para pacientes com câncer que são, em sua maioria, crianças”, conta Augusta. Com as informações obtidas na página da Cabelaço, ela enviou suas madeixas de Itapoá para Porto Alegre, pelo correio. Para ela, é incrível como uma atitude tão simples pode mudar a vida de outra pessoa, já que o cabelo é responsável pela autoestima de muitos, especialmente meninas e mulheres. “E, no fim das contas, cortar os fios não faz tanta diferença, pois daqui a uns meses o cabelo pode estar igual ou até maior e mais forte que

antes”, ressalta Augusta. Nas palavras de nossa inspiradora desta matéria, “é importante ter empatia e perceber que pequenas atitudes para nós podem ser grandes para outros”.

Gesto que inspira

Há um ano, Chirley Ribas, de 31 anos, também doou seus fios de cabelo. Ela fala que sempre desejou ajudar o próximo, mas que nos últimos anos isso se intensificou, talvez por influência da maternidade. Pela rede social de uma conhecida, Chirley soube da entidade Casa do Adalto (www.facebook.com/casa.adalto), em Joinville-SC, que aceitava doação de cabelo e fabricava perucas para pacientes com câncer. “Achei muito interessante, mas foi vendo as fotos dos semblantes do ‘antes e depois’ de os pacientes ganharem as perucas que tive a certeza de que parte do meu cabelo faria muito mais diferença na cabeça de outra pessoa”, fala. Ela, que estava há tempos mantendo o cabelo comprido, aliou a vontade de mudar radicalmente à vontade de ajudar. Após o corte, Chirley foi até a entidade entregar a doação em mãos: “Fui muito bem recebida na Casa do Adalto. Saí de lá com uma sensação muito boa”. Depois disso, Chirley chegou a influenciar outras pessoas a doarem, como, por exemplo, uma amiga que incluiu o “corte para

Revista Giropop | Maio 2017 | 23


doação” em uma gincana na empresa em que trabalha, juntando e doando mais de quinze mechas para a mesma entidade que Chirley.

Mudar faz bem

Homns com cabelos compridos também podem abraçar essa ideia. Evandro Chagas Ribeiro da Rosa, de 19 anos, sempre teve a intenção de doar o cabelo quando o cortasse: “não queria jogá-lo fora sabendo que poderia fazer a diferença para alguém”. O corte foi realizado em abril desse ano, em Itapoá, mas, na semana seguinte iniciou sua semana de provas na universidade e, por isso, Evandro ainda não dedicou tempo para procurar algum hospital, ONG ou entidade para doar a mecha cortada. Até o presente momento, ele está com o pedaço de seu cabelo guardado, à procura de algum lugar para doar, de preferência em Florianópolis-SC, onde estuda. Para aqueles que desejam fazer o mesmo, ele encoraja: “Doar o cabelo é importante para quem recebe, mas também pode ser legal para quem doa, pois, além de se sentir satisfeito em ajudar o próximo, um novo visual pode simbolizar coisas boas e refrescar a personalidade”.

Crianças também doam

Se doar o cabelo para pessoas com câncer já é uma atitude bonita, quando a ideia parte de uma criança é ainda mais espe-

24 | Maio 2017 | Revista Giropop

O processo de corte dos fios da pequena Khiara Luna Teixeira Bauer, que também abraçou essa causa.

cial. O pequeno João Gabriel Borges da Costa Ramos, de apenas 8 anos, teve a ideia quando estava assistindo a um programa de televisão. “O programa contava sobre meninas que tinham câncer e sonhavam com uma festa de 15 anos. O hospital organizou uma festa para elas, que eram fãs do cantor Luan Santana, que é meu ídolo também. Então, o Luan Santana fez uma surpresa e dançou valsa com as meninas que tinham câncer”, conta João, que, a partir daí, se sensibilizou com a causa e tomou a decisão de deixar o cabelo crescer para doar. A família de João ficou muito orgulhosa com isso, também alertou a ele que o cabelo poderia demorar a crescer, que no ve-

rão seria difícil por conta do calor e que alguns amigos poderiam fazer bullying, mas ele se manteve firme. Alguns amigos da escola apoiaram a atitude de João, mas outros chegaram a fazer piadas de mau gosto sobre seu cabelo comprido. “Eu pensei em desistir, mas conversei com minha família e todo mundo me lembrou da importância desse ato”, diz. Até agora, João está esperando os fios chegarem ao comprimento mínimo para, depois, pesquisar um lugar para doar. Em suas palavras, ele conta o que está lhe motivando a ajudar pessoas com câncer: “eu me imagino no lugar delas”. A pequena Khiara Luna Teixeira Bauer, de 9 anos, também teve essa ideia. Ela conta que a

As madeixas de Júlia de Freitas e ela conferindo o novo visual.

empregada de sua casa tinha uma filha que morreu de câncer e, por isso, se inspirou. Khiara, que tinha o cabelo longo, cortou e doou para o Instituto Atitude na Cabeça (www.facebook.com/ atitudenacabecacuritiba), de Curitiba-PR. A pequena aprovou seu novo visual e fala sobre a experiência: “Doar meu cabelo para pessoas com câncer foi bom e legal, e fez bem para o coração e para a alma”.

Se pode ajudar, ajude

Júlia de Freitas, de 18 anos, sempre desejou cortar seu cabelo, no entanto, adiava esse dia por falta de coragem; até que caiu a ficha de que o cabelo não faria falta para ela e que alguém


Visual pós-tesoura de Rhaiza Carvalho Capaverde

faria bom uso dele. O corte aconteceu em abril desse ano, mas Júlia guardou os fios para pesquisar um local de confiança para qual possa doar. Ela, que também é doadora de sangue, acredita que é desnecessário acumular coisas das quais não precisamos ou não nos farão falta, especialmente quando alguém pode se beneficiar com isso – ou seja, se tem a oportunidade de ajudar o próximo, ajude. E fala: “o cabelo cresce e a sensação de estar fazendo a coisa certa, também”. Naiara Pinheiro doou seu cabelo uma vez e, hoje, depois de ter crescido, pretende fazê-lo de novo.

Vontade de doar de novo

Outra história inspiradora de doação de cabelo para pessoas com câncer aconteceu há alguns

anos e vem de Naiara Pinheiro, de 22 anos. Ela conta que sempre manteve o visual com o cabelo longo, mas cogitava a ideia de cortá-lo. Até que se apaixonou por um perfil no Instagram chamado Cabelegria (@cabelegria), voltado a doações de cabelo, de São Paulo-SP. “Fotos das crianças felizes com as perucas me sensibilizaram e foram decisivas para que eu entrasse nessa, também”, diz. Naturalmente, Naiara foi ao salão de beleza, em Itapoá, e cortou suas madeixas. Porém, realizou a doação para um local um pouco mais próximo: o Projeto Cabelo Amigo (www.facebook. com/cabeloamigocuritiba), de Curitiba-PR. “Infelizmente, não pude ir até o local para acompanhar o processo de confecção da peruca, mas conversei com a responsável pelo projeto e fiquei satisfeita em ajudar uma causa séria e tão importante”, fala. Atualmente, Naiara deixou Itapoá e mora na Espanha. Seu cabelo voltou a ficar comprido e ela já está à procura de uma instituição por lá para doar seus fios de cabelo novamente, desta vez, para alguma paciente com câncer espanhola. Para quem admira esta atitude, mas ainda não tomou coragem, ela recomenda que procurem por fotos de crianças e adultos antes e depois do recebimento das perucas. E finaliza: “Não venda o seu cabelo e muito menos o jogue fora, mas faça alguém se sentir verdadeiramente especial com a doação dele”.

Bons motivos

Por fim, encerramos nossa série com o depoimento de Rhaiza Carvalho Capaverde, de 25 anos, que cortou seu cabelo com a intenção de doar em novembro do ano passado. “Fiquei apreensiva no momento de cortar, pois meu cabelo nunca esteve tão grande como naquela época, mas criei coragem e, no fim das costas, adorei meu novo visual”, conta. Rhaiza cortou com seu cunhado, que é cabeleireiro e realizou o corte de maneira com que as mechas fossem aproveitadas, o que resultou em 30 centímetros de fios de cabelo cortados. Até o presente momento, seus fios estão guardados, pois ela deseja realizar a doação pessoalmente e ainda não reservou tempo para isso. Assim como a pequena Khiara citada anteriormente, Rhaiza pretende doar suas mechas para o Instituto Atitude na Cabeça (www. facebook.com/atitudenacabecacuritiba), de Curitiba-PR. “Ajudar uma pessoa a recuperar sua autoestima e, assim, obter forças para continuar o tratamento e combater o câncer é um gesto muito bonito”, fala Rhaiza. Ainda assim, se isso não comover você, ela lhe oferece bons motivos para também se livrar do cabelão: “sentimento de gratidão, liberdade pelo ato de solidariedade, sensação de missão cumprida e, além disso, um novo visual”.

Revista Giropop | Maio 2017 | 25


INFORME PUBLICITÁRIO | FISIOPILATES

Hidroginástica, uma atividade completa, satisfatória e relaxante Ana Beatriz Machado

A hidroginástica nada mais é do que a ginástica praticada na água, e pode trazer incontáveis benefícios à saúde de seus praticantes, especialmente na capacidade cardiorrespiratória. No município de Itapoá-SC, aulas de hidroginástica são oferecidas pela Fisiopilates, através do time de profissionais Custódio Soares, Thayna Martins e Flavia Gregorini, que explicam um pouco mais sobre esta atividade tão completa, satisfatória e relaxante.

E

ngana-se quem pensa que fazer hidroginástica é só para a terceira idade. De acordo com Thayna, a atividade pode ser uma ótima al-

26 | Maio 2017 | Revista Giropop

ternativa para queimar calorias, recuperação de lesões e pós-cirurgias, além de ser um exercício divertido. “Ela geralmente é praticada em grupo, com música agi-

tada e um professor lidera a aula para não deixar ninguém parado e corrigir os exercícios”, conta. A professora de hidroginástica Flavia explica que, por ser um

exercício mais seguro em comparações às modalidades de alto impacto, já que a água atenua o impacto das reações, a hidro (como também é chamada) é


Juntos, Dona Lourdes e Seu Abel encontraram na hidroginástica qualidade de vida e melhora na saúde.

muito praticada por pessoas com desvios posturais e dores articulares e na coluna. Ainda de acordo com a professora, a atividade também pode ser feita por adolescentes, adultos e idosos, pessoas com obesidade, indivíduos que possuem alguma patologia e também por grávidas, mas ela ressalta: “sempre sob orientação médica”. Mesmo não sabendo nadar é possível realizar uma boa atividade e obter resultados com os exercícios. Mas, por que a atividade faz sucesso, sobretudo, entre o público da terceira idade? O professor de hidroginástica Custódio explica: “A hidroginástica na terceira idade é uma ótima opção, pois o corpo passa por inúmeras transformações, como declínio de massa muscular, óssea e que-

da na capacidade aeróbica. Ela é, sem dúvida, uma boa maneira de ficar longe do sedentarismo, garantir mais disposição, prevenir e retardar o processo de envelhecimento, além de proporcionar bem-estar, diversão e uma vida social mais ativa”. Na Fisiopilates, grande parte do público da hidroginástica é da terceira idade – cada um com seu histórico de superação. Entre eles, está o casal Maria Proença Pereira, mais conhecida como Dona Lourdes, de 67 anos, e Abel Mendes Pereira, mais conhecido como Seu Abel, de 77 anos, que pratica hidroginástica juntos. Ela iniciou na atividade por indicação médica, já que tinha problemas na coluna e fortes dores no braço, já ele, foi inspirado conforme observava os avanços da esposa,

desejando também cessar suas dores no corpo. “Para nós, a hidroginástica foi uma bênção, pois não conseguíamos dormir direto, de tanta dor, hoje, nos sentimos revigorados depois de cada aula”, contam. Outra aluna da hidro na Fisiopilates é Francisca Amorim, mais conhecida como Dona Chica, de 74 anos, que iniciou a atividade há pouco mais de um ano, também por conta de um problema na coluna. Hoje, ela afirma que apresenta melhores resultados em seus exames e sente-se mais disposta. De acordo com a professora Flavia, normalmente, as aulas de hidroginástica começam com um aquecimento articular e alongamento. Em seguida, vem a parte aeróbica com exercícios de resistência. Já ao final da aula, os alunos retornam a um ritmo mais calmo, realizando exercícios de alongamento e relaxamento. Além dos demais benefícios citados acima, o professor Custódio ressalta outros bons motivos para se praticar hidroginástica: “além de melhorar a capacidade cardiorrespiratória, ela ativa a circulação, melhora a flexibilidade e amplitude dos movimentos, ajuda na coordenação motora e na resistência muscular”. Mas, fique atento, pois, apesar de benefícios tão claros e animado-

res, pacientes com osteoporose, miocardite, embolia pulmonar, insuficiência cardíaca, hipertensão arterial grave, diabéticos não controlados e aneurisma precisam de liberação médica para, então, praticarem a atividade.

Horários

Na Fisiopilates, as aulas de hidroginástica acontecem nas terças e quintas-feiras, com turmas às 7h, às 8h e às 9h – ministradas por Custódio, e nas segundas e quartas-feiras, com turmas às 16h30 e 18h10 – ministradas por Flavia.

Aos interessados, a sede de natação e hidroginástica da Fisiopilates fica localizada na Rua Ana M. Rodrigues de Freitas (Avenida 790, rua dos Correios), 238, em Itapema do Norte. Maiores informações: 47 3443.6797 47 99940.0614

Revista Giropop | Maio 2017 | 27


Luizinho com sua esposa, Juli, sua filha, Luana e a Isabela participaram da corrida rústica de Guaratuba organizada em comemoração do aniversário da cidade. parabéns á familia e amiguinha pela dedicação ao esporte

Corrida Rústica 28º Aniversário de Itapoá - SC, realizada no dia 23 de abril com a organização do Grupo Divando de Tênis e apoio da Prefeitura Municipal de Itapoá.

Rogério Silveira do Supermercado Sol e Mar de Itapoá prestigiando os filhos Milena e Ramon, participantes da Corrida Rústica.

Flávia Justus, secretária de esportes e lazer de Guaratuba junta com o seu marido, Roberto Justus, atual prefeito de Guaratuba e Guará, a ave símbolo da cidade. todos juntos nas comemorações do aniversário da cidade.

28 | Maio 2017 | Revista Giropop

E o casal Lia Gnan e Emerson Lippi Simão, da Lippi Engenharia Construtora e Imobiliária.



SÉRIE MONTANHISMO

Pedra Branca do Araraquara: para apreciar a natureza

Embora esteja localizada no estado do Paraná, a Pedra Branca do Araraquara também chama a atenção dos catarinenses pela proximidade e pelo fato de a montanha ser observada de diversos pontos do norte catarinense.

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Quem trafega pela BR376, na subida da serra de Joinville-SC para Curitiba-PR, tem sua atenção voltada à montanha do Araraquara. Sua forma de vertentes escarpadas e de topo tabular, originada por movimentos bruscos na crosta terrestre, faz com que ela se destaque na paisagem. Quem fala um pouco sobre a Pedra Branca do Araraquara é Sérgio de Oliveira Netto, montanhista de Joinville e integrante do Grupo de Resgate em Montanha, atuante na equipe de Rastreamento Humano, e autor de três livros voltados a este tema.

O

Ana Beatriz Machado

nome Araraquara provém do indígena: “Arara” significa “espécie de pássaro” e “quara” quer dizer “lugar de moradia”, ou seja, “ninho da arara”. Nas margens da rodovia há uma localidade com o nome de Pedra Branca do Araraquara, rica em belezas naturais, como o Rio São João, propício para a pesca de lambaris e banhos nas águas geladas e cristalinas. Embora esteja localizado no estado do Paraná, Sérgio con-

se pode contemplar uma das melhores e mais ricas vistas da região. Neste local, não há bons lugares para acampar, então, recomenda-se fazer um bate-volta ou acampar a céu aberto.

Conhecida por ser uma montanha toda florestada, da base até seu cume, a trilha do Araraquara é exigente.

ta que o Araraquara também chama a atenção dos montanhistas de Joinville e região pela proximidade e pelo fato de a montanha ser observada de diversos pontos da cidade catarinense. Conhecida por ser uma montanha toda florestada, da base até seu cume, a trilha do Araraquara é exigente. “Essa trilha não deve ser percorrida sem conhecê-la, pois a probabilidade de se perder é enorme. Para chegar até o cume, é preciso boa condição física e alguns cuidados”, conta Sérgio. Inicialmente, a mesma passa por propriedades particulares, por isso, é ideal que os visitantes não passem sem pedir autorização aos proprietários. Afinal, cordialidade é uma das características de um bom montanhista. Durante todo o trajeto há poucos pontos de água, e a trilha apresenta trechos com inclinações bastante íngremes, dimi-

nuindo a partir do último terço. Chegando ao platô próximo ao cume, Sérgio conta que há um livro de registro para ser assinado pelos visitantes, deixado pelo Clube Paranaense de Montanhismo (CPM), e que o visual é compensador. “É uma área muito bonita e preservada, ideal para os apreciadores da natureza”, fala o montanhista. Já do cume,

Mais informações sobre Pedra Branca do Araraquara Onde fica: Guaratuba-PR Primeira ascensão: João Paulo Schmalz, entre os anos de 1886 a 1096 Altitude: 1229 m Desnível: 1200 m Comprimento da trilha: Aproximadamente 6 km Duração: De 2h30m a 4h Temporada ideal: O ano todo Como chegar: Para chegar à comunidade de Pedra Branca do Araraquara, o acesso é feito via BR-376, às margens do Rio São João. Saindo do litoral, deve-se virar à direita em uma estrada de terra, que fica cerca de 100 metros antes do primeiro pedágio de Garuva.

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EMPREENDEDOR DO MÊS | asplamb

Projetos de qualidade, ética e conscientização ambiental Ana Beatriz Machado

Visando elaborar projetos práticos e eficazes, reduzindo os impactos ao meio ambiente e visando o crescimento com equilíbrio, surgiu em Itapoá-SC a Assessoria e Planejamento Ambiental & Associados, a Asplamb Serviços Ltda. Com uma equipe multidisciplinar que trabalha com construção civil, consultoria e elaboração de projetos ambientais, e segurança do trabalho, a Asplamb presta serviços de excelência e é, hoje, referência no norte de Santa Catarina e sul do Paraná.

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A

história da empresa começou na cidade de Curitiba-PR, em 2007. Já no ano de 2010 a Prefeitura Municipal de Itapoá contratou a Asplamb para desenvolver alguns projetos e serviços e, desde então, a empresa se estabilizou no município litorâneo. De acordo com a bióloga Jéssica Holz, do Meio Ambiente da Asplamb, a principal dificuldade no início da empresa em Itapoá foi introduzir a importância dos serviços oferecidos à cultura local. “Dentro de nosso quadro de serviços, montamos toda a documentação necessária para atender as auditorias dos órgãos fiscalizadores, como Instituto Ambiental do Paraná (IAP), a Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (FATMA) e a vigilância sanitária. Assim que chegamos ao município, muitos desconheciam a necessidade das referidas licenças, por isso, tivemos de realizar um trabalho minucioso de direcionar o olhar de nossos clientes para isso”, explica.

Jéssica Holz, bióloga e responsável técnica e Darlene Cechin, estudante de Geografia e membro da equipe técnica.

Atualmente, a equipe da Asplamb é composta por: Alan Gleison Bauer, sócio da empresa e Diretor Geral da Construção Civil, Edson de Avila, Diretor Geral da Segurança do Trabalho, Jéssica Holz, bióloga e responsável téc-

nica, Darlene Cechin, estudante de Geografia e membro da equipe técnica, além de profissionais que atuam como parceiros, como geógrafos, geólogos, engenheiros e afins, integrando, assim, todas as áreas. De acordo com os só-


cios da empresa, o principal diferencial da Asplamb é a multidisciplinariedade de sua equipe, que consegue suprir as necessidades de vários tipos de empresas, prezando sempre o bom atendimento e a qualidade dos serviços, além da especialização dos profissionais, que estão sempre se atualizando através de cursos, eventos e notícias, para melhor atender seus clientes. A Asplamb Serviços Ltda. tem como base três pilares: o Meio Ambiente, a Segurança do Trabalho e a Construção Civil. No campo do Meio Ambiente, a empresa realiza projetos e serviços voltados ao licenciamento ambiental e florestal, estudos de fauna e flora, recuperação de áreas degradadas, tratamento de água e esgoto, dedetização, monitoramento ambiental, etc. Já para a Segurança do Trabalho, realiza projetos e serviços como introdução à segurança, higiene e medicina do trabalho, prevenção e controle de riscos em má-

quinas, legislação, normas técnicas, proteção contra incêndios e explosões, responsabilidade civil e criminal, entre outros. Por fim, na Construção Civil, executa projetos e serviços de construções e reformas em geral, colocação de pisos, elétrica e hidráulica, acabamentos, pinturas, grafiatos e texturas, projetos e execução de sistema de tratamento de esgoto doméstico, etc. Com o objetivo de estar sempre comprometida e ser parceira de seus clientes, ser referência em projetos ambientais, ter total comprometimento com o prazo e, principalmente, com a qualidade de seus serviços, a empresa, que também já desenvolveu projetos para as cidades catarinenses de Garuva, Joinville, Barra do Sul, São Francisco do Sul e para Guaratuba-PR, elabora projetos práticos e eficazes para reduzir os impactos ao meio ambiente. Atualmente, a equipe da Asplamb conta que vem executando inúmeros projetos voltados à

gestão ambiental de novas empresas – consequência do rápido desenvolvimento do município de Itapoá. Dentre os planos futuros, a Asplamb Serviços Ltda. tem a pretensão de se especializar no segmento de empresas da área retro portuária e expandir seu quadro de serviços, incluindo paisagismo e conservação, além de caminhar de acordo com o crescimento do município. Em sua página no Facebook (www. facebook.com/asplamb) é possível se aprofundar sobre seus projetos, tomar conhecimento de informações da área de licenciamento ambiental, além de curiosidades, como animais encontrados em Itapoá e região. A equipe da Asplamb se encontra disponível para realizar serviços com qualidade, ética e conscientização ambiental, formando, assim, uma perfeita harmonia entre o homem e a natureza no município de Itapoá.

Horário de atendimento

De segunda a sexta-feira, das 8h30 às 12h, e das 13h30 às 18h, 47 3443-2905 Rua Caracaxa, 194, Pérola do Atlântico, Itapoá - SC

Revista Giropop | Maio 2017 | 33


Visitando parques de Londres

N

Kensington Park

o texto anterior relatei sobre a estada em Londres, enfatizei os meios de transportes e sugestão de regiões para hotéis e pousadas. Agora vou falar sobre os principais parques londrinos tão admirados por todos que visitam a cidade. Os parques reais,como são chamados, são áreas que no passado eram espaços de recreação dos monarcas, mas hoje em dia estão abertos para a população e turistas. São muito extensos e todos muito bem preservados, você passa um dia inteiro em alguns deles e não pode dizer que viu tudo.Jardins e parques londrinos são famosos pelo bom gosto dos jardins e cuidados especiais e uma vez que os ingleses são obcecados por seus parques, são tão bem cuidados. A maioria dos parques encontram-se na área central da cidade e de fácil acesso. Faça um bom passeio, principalmente, pelo Hyde Park que é o maior dos parques reais. Esse parque faz divisa com vários bairros famosos e outros parques, como o Kensington Gardens, Kensington Palace ( residência de monarcas britânicos ), Green Park , Saint James’s Park e mesmo com uma das entradas do Buckingham Palace ( residência oficial da rainha ). Com certeza, você passará um dia, pelo menos, nesse parque e usufruirá da grama verde e bem cuidada, das flores e das várias lanchonetes, restaurantes, banheiro público, além de passeios em carruagens, pedalinhos nos lagos ou poderá levar algo para comer e fazer um delicioso piquenique no local. Visite o Speaker’ Corner ( esquina do orador), onde a população pode discursar sobre qualquer assunto, só não pode falar da rainha. Outro parque interessante e bonito é o

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Hyde Park

Hyde Park

Hyde Park

Regent’s Park. Esse parque rodeado por construções da realeza e que atualmente podem ser alugadas constitui um dos parques mais bonitos pelas flores.Existem inúmeros canteiros com rosas das mais variadas espécies,chamado de Queen Mary’s Gardens que são um espetáculo. O parque também possui um belo lago, um jardim botânico, um zoológico muito grande para que os animais tenham vida digna. O Regent’s Park fica num bairro chamado Marylebone, a histórica Baker Street e nesse

Próximo ao Regent Park

bairro você tem a possibilidade de conhecer a residência de vários autores famosos como Conan Doyle autor de Sherlock Holmes, entre outros. Marylebone também é considerado um bom bairro para hotéis em conta e meios de transporte acessíveis para passear por toda Londres. O mais antigo dos parques é o Saint Jame’s Park e fica bem próximo ao Buckinham Palace e ao Palácio de Westminster que é parlamento britânico. São vinte e três acres de área muito bem cuidada, belos jardins e muitos pelicanos que são alimentados com peixe fresco e que dependendo do horário você pode admirar. Esses pelicanos descendem de antepassados ofertados como presente à realeza em 1664. Outro parque interessante que se destaca pela imensidão de verde e centenas de árvores é o Green Park. Fica muito próximo ao Saint Jame’s Park e ao palácio da rainha e é um bom lugar para descansar e esperar para assistir a cerimônia da tão famosa Troca da Guarda, que fica muito próximo a este parque. Enfim, Londres é uma cidade que possui muitos parques. Os ingleses de maneira geral gostam de estar em parques para relaxar alugando cadeiras do tipo espreguiçadeiras, para fazer exercícios, para ler em dias ensolarados e mesmo para descanso durante o horário de almoço. Vale a pena gastar seu tempo em Londres passeando pelos parques e conhecendo a história de cada um. Existem mapas com contexto histórico para você ler enquanto passa por cada monumento dos parques e acredito que sempre terá a companhia de lindinhos esquilos que são muito mansos. Na próxima edição continuarei a falar de mais um parque importante chamado Kew Gardens!



ARTIGO

Minha Casa Minha Vida: Dinheiro para quem nĂŁo precisa

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Jerry Luís Sperandio Corretor de Imóveis

S

egundo a última estimativa divulgada pelo IBGE, de 1º/07/2016, os Municípios brasileiros abaixo possuem, respectivamente, as seguintes populações: - Santa Luzia do Norte, Estado de Alagoas = 7.357 habitantes; - Mimoso de Goiás, Estado de Goiás = 2.708 habitantes; - Chácara, Estado de Minas Gerais = 3.072 habitantes; - Planalto da Serra, Estado do Pará = 2.620 habitantes; - Doutor Ulysses, Estao do Paraná = 5.794 habitantes; - Morro Reuter, Estado do Rio Grande do Sul = 6.143 habitantes. Geograficamente distantes umas das outras, as cidades acima possuem uma singular semelhança: segundo a Circular 754 da Caixa Econômica Federal, de 16 de março de 2017, o limite de valor de habitações para enquadramento no Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) é de R$ 160.000,00 (ou mais) nestas localidades. Os seis Municípios listados são apenas exemplos das dezenas (talvez centenas) de cidades brasileiras com população inferior a 20.000 habitantes que foram contempladas com uma abastada condição de seus moradores poderem utilizar dos recursos do MCMV para compra de imóveis residenciais de maior valor (R$ 160.000,00 ou mais). Lembrando que nessa modalidade de

financiamento o Governo Federal (toda a população que paga impostos) concede subsídios de até R$ 17.960,00 e juros, também subsidiados, a partir de 4,50% ao ano. Ainda, segundo a mesma estimativa do IBGE, a cidade de Itapoá possui 18.749 habitantes, mas, segundo a circular da Caixa, possui o limite de imóvel em R$ 95.000,00 para enquadramento no MCMV. Algo está errado, mas as bizarras comparações não param por ai: nossa vizinha cidade de Garuva, com população estimada pelo IBGE em 17.134 habitantes, e de igual forma a Itapoá constando na Circular da Caixa como sendo município integrante da Região Metropolitana do Norte/Nordeste Catarinense, foi agraciada com o teto de R$ 170.000,00 para enquadramento de imóvel residencial no MCMV. Não conheço nenhum dos Municípios citados no início deste texto, mas imagino que, salvo algum empreendimento vultuoso que o Google não conseguiu me apresentar, não possuem qualquer característica que as credenciem a merecer tamanha benesse em detrimento a nossa querida Itapoá. Conheço bem nossa vizinha Garuva, cidade pujante e em franco desenvolvimento, porém com uma demanda habitacional certamente inferior a Itapoá, que com o advento do Porto e das empresas que se instalaram e estão se instalando na cidade, possui uma grande parcela da população economicamente ativa com renda e demais condições de enquadramento no MCMV, porém sem poder realizar o sonho da casa própria em função de ser praticamente impossível edificar, ante aos custos locais, uma residência nos padrões

exigidos pelo MCMV para vende-la por R$ 95.000,00. A ACITA, através do seu Presidente Paulo Mertens, tem envidado diversos esforços na tentativa de reverter a situação, porém a determinação dos tetos de valores por município parece ser um “filho órfão”, pois não se encontram respostas, quer seja na Caixa, quer seja no Ministério das Cidades ou ainda através dos representantes políticos. Esses esforços continuarão a serem feitos, pois com o negativo impacto direto nas vendas de casas e apartamentos, toda uma cadeia produtiva está sendo afetada (mão de obra, materiais de construção, Corretores de Imóveis, etc.), tendo ainda significativo impacto no recolhimento de tributos decorrentes da diminuição na transação de imóveis (ITBI na compra de terrenos pelos empreendedores, emissão de alvarás de construção, ITBI na venda das unidades, etc.). Ainda, se não bastasse, em fevereiro passado o Governo Federal ampliou o limite de renda familiar para R$ 9.000,00 para os interessados se enquadrarem no MCMV, considerando minha particular opinião que quem ganha acima do limite anterior (cerca de R$ 6.000,00) não tem necessidade de receber subsídios (dinheiro de todos os pagadores de impostos) e, por fim, considerando que muitas das cidades agraciadas com teto imobiliário acima do compatível com suas características, concluo que há disponibilidade de financiamento subsidiado para quem não precisa (ou não precisaria). A Circular da Caixa, com os valores de móveis para enquadramento no MCMV pode ser conferida no link goo.gl/WjcjNQ

Revista Giropop | Maio 2017 | 37


Itapoá e sua história

(parte XII)

História não é o que passou, mas o que ficou do que passou. Banhada por uma estupenda gama de relevantes acontecimentos, a região que hoje abriga os municípios de São Francisco do Sul, Garuva e Itapoá tem na esmerada revista Giro Pop o veículo para torná-los de forma seriada, conhecidos do grande público. Como a fixação dos fatos na memória ocorre através da repetição espaçada reprisamos a seguir, os títulos dos assuntos publicados: - Índios Carijós, primitivos habitantes de Itapoá e região. - Expedição francesa de Binot Palmier de Goneville em 1504. - Comitiva de Alvar Nuñes Cabeza de Vaca em 1542 com desembarque na margem direita da Baía da Babitonga e depois, numa caminhada de 130 dias até Assunción. Escravidão negra e sua forçada contribuição na economia. - Experiência socilista prática de 1841, urdida e implementada pelo normando Benoit Jules Mure com apoio do Império Brasileiro. - Empreendimento francês de 1919, liderado pelo casal Paix. - Os fatos que conduziram ao empreendimento Itapoá iniciado em 1955. - Tratativas e ações visando o desbravamento.

F

irmado contrato com o empreiteiro Waldemar Kontoop são iniciados os serviços de levantamento topográfico para determinar o traçado da estrada Garuva-Itapoá. Nessa etapa foi de grande valia a contribuição do senhor Armando Colombo, sócio da empresa S.I.A.P. e topógrafo com larga experiência na abertura de estradas. Assim que foi dada a partida nos trabalhos também começa, no ano de 1957, um período de chuvas desafiador para quem executa obras a céu aberto. Acreditando ser próprio de uma determinada época do ano decidem prosseguir, todaviasão surpreendidos pela continuidade durante todo o ano de 1957 com índices pluviométricos elevados. Os breves espaços de estiagem eram

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aproveitados full time. Disposta a não aceitar intrusos no seu espaço, a mãe natureza acrescentava as chuvas, malária, mosquitos, animais peçonhentos e baixios quase intransponíveis. Outrossim, as intempéries armazenavam outros tipos de obstáculos, como atraso no cronograma e elevação dos custos da obra, bem como uma acentuada apatia nos trabalhadores confinados nos alojamentos enquanto aguardavam melhorias no tempo. Porém, a criatividade e a solidariedade afloram nessas situações. Assim, para os doentes e os acidentes com animais peçonhentos o socorro chegava pelo ar, através do abnegado Dr. Newton Varella, juiz de direito em São Francisco do Sul, o qual com seu pequeno avião pousava na praia ou em potreiros, pois antes de se engajar desprendidamente no plano da S.I.A.P, os habitantes das isoladas vilas que viriam a ser conectadas pela via só dispunham para seus deslocamentos os rios, o mar e os picadões em meio a selva. Para sanear os baixios alagadiços eram usadas as toras e os toretes resultantes do desmatamento realizado para o traçado da estrada. Dispostos transversalmente ao sentido da rodovia formavam a chamada ‘’estiva’’ ou gradeamento, a qual substituia a escassez de pedras servindo de base para o leito da estrada. Também as valas e a acentuada retirada de vegetação nas laterais construiram para a secagem e arejamento, dando celeridade a obra. No tocante do tédio dos trabalhadores em razão das contínuas interrupções motivadas pela precipitação de chuvas torrenciais, a receita prescrita pelo sócio Ambrósio Paese, previa o corote de cachaça que circulava democraticamente entre os presentes sob os acordes do violão, da gaitinha de boca e o, nem sempre afinado, acompanhamento vocal. Com o ânimo retomado e potencializado tornavam a efetividade dos serviços desistindo da idéia de abandonar a obra, afinal os obstáculos surgidos devem ser vencidos e não contemplados. Na próxima edição da Giro Pop daremos sequência a narrativa história de Itapoá.

Opinião Entendemos oportuno nossos vereadores voltarem-se para a valorização de nossos atores que não apenas escreveram a peça, mas também a apresentaram de forma magistral. Tanto é verdade que basta observar o crescimento consistente de Itapoá, tanto como cidade balneária como portuária. Ambas em perfeita harmonia. Todavia para chegar a essa condição os protagonistas do árduo, arrojado, porém gratificante projeto envidaram esforços muitas vezes superiores as suas capacidades. Assim, é mais do que justo e merecido, relacioná-los e homenageá-los pelo muito que idealisticamente fizeram por Itapoá, nominando logradouros, praças e ruas com seus gentílicos, pois salvo raríssimas exceções, a maioria tem nomes de pessoas, embora importantes, que não tem vínculo algum com o município. O absurdo maior desses equívocos que precisa ser urgentemente reparado é a SC-416, leia-se Serrinha, que foi nominada de Governador Pedro Ivo Campos, exatamente o algoz de Itapoá, pois quando administrava o estado vetou o projeto de criação do município. Trata-se de uma infeliz idéia de um péssimo exemplo, uma vez que tendo agido contra a reivindicação dos itapoaenses foi elevado a condição de benfeitor em detrimento dos verdadeiros artífices que lá na década de 50 deram aos habitantes, que heroicamente viviam em comunidades isoladas, um caminho terrestre, através do qual podiam deslocar-se regularmente.




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