Revista Giropop - Edição 53

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Editorial

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o mês dos namorados, o amor está no ar. Nesta edição, contamos histórias apaixonantes de amor ao casamento e à família, amor à profissão, amor aos felinos, amor à saúde e à atividade física, amor à arte e à natureza, e amor ao próximo. Também trazemos algumas informações acerca de meio ambiente e política – que também não deixam de ter relação com o amor, já que buscam melhores formas de convivência em sociedade. Seja qual for a história, saiba que ela só existe graças a ele: o amor. Que nossas páginas lhe toquem, lhe motivem e lhe inspirem para viver novos dias – é claro, de amor.

Índice Itapoá ganhará um espaço de referência em Estudos de Florestas Costeiras Instituto Atitude na Cabeça transformando doação de cabelos em sorrisos e bem-estar Quem é? Motorista de ônibus é sinônimo de realização profissional Desafios e superações de pessoas que convivem com uma doença rara Do descartável à arte: conheça os trabalhos do artista plástico And Fatiola MCMV: Retornoo do teto de R$ 145 mil de imóvel em Itapoá é temporário Mudamos+: novo aplicativo que ajuda a acabar com a corrupção no Brasil Fisiopilates: Yoga e a harmonia entre corpo, mente e respiração Barato que sai caro: a importância de comprar somente óculos originais e certificados Dia dos Namorados: A história de um casal nada convencional Gatos portadores de doenças raras ganham cuidados especiais Montanhismo: Morro da Tromba: um roteiro a ser preservado Jean Ril Veículos, referência em veículos seminovos Embarque: Visitando parques de Londres Agradecimento pelo uso de imagens: Werney Serafini, Edson Ferreira da Veiga, Zig Koch.

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MEIO AMBIENTE

Itapoá ganhará um espaço de referência em Estudos de Florestas Costeiras

Em meio à mata atlântica, o Centro fica a 2.700m da atual sede da Fazenda Santa Clara, que juntamente com A RPPN Fazenda Palmital, compõe a conhecida Reserva Volta Velha. Ana Beatriz Machado Pereira da Costa

Àqueles que ainda imaginam que Itapoá se resume às suas praias, vem aí, mais uma boa notícia para ressaltar o potencial socioambiental do município: o Centro de Referência em Estudos de Florestas Costeiras. O projeto, que já está em sua fase final de execução, foi desenvolvido pela Associação de Defesa e Educação Ambiental (ADEA) e busca valorizar e estimular a pesquisa científica e a educação ambiental na região.

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sta iniciativa faz parte do projeto “Implantação do Plano de Manejo: estruturação e desenvolvimento da Reserva Particular de Patrimônio Natural, RPPN Fazenda Palmital -Reserva Volta Velha”, contemplado pelo MPF (Ministério Público Federal) no edital sobre a indenização depositada pela empresa Norsul – em virtude do naufrágio de uma barcaça na Baía da Babitonga, em São Francisco do Sul-SC, em 2008. Vale ressaltar que este é um dos nove projetos aprovados para a região. O Centro de Referência em Estudos de Florestas Costeiras

faz parte da implantação do Plano de Manejo da RPPN Fazenda Palmital – Reserva Volta, que foi aprovado em 2012 pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio. “Entre as ideias propostas para utilizar o recurso, os idealizadores julgaram o Centro a mais eficaz para o momento, uma vez que abrange diferentes aspectos para a implantação do Plano”, explica o administrador Werney Serafini, da ADEA. A estrutura está sendo construída na área de uso da RPPN Fazenda Palmital – Reserva Volta Velha, em local permitido para implantação de infraestrutura de acordo com o zoneamento defini-

do no Plano de Manejo. Em meio à Mata Atlântica, o Centro fica a 2.700m da atual sede da Fazenda Santa Clara, que juntamente com a RPPN Fazenda Palmital, compõe a conhecida Reserva Volta Velha.

Projetando o espaço

Os responsáveis pela execução do projeto do Centro de Referência em Estudos de Florestas Costeiras foram o arquiteto Carlos Henrique Nóbrega, autor do projeto arquitetônico, e o engenheiro João Gabriel Gonzatto Araldi, responsável técnico pela execução da obra e pelos projetos estrutural, hidráulico, elétrico e de prevenção de incêndios.

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Apesar de ter direcionado sua vida profissional para a área de urbanismo e meio ambiente, o arquiteto Carlos Henrique fala que gosta muito de projetar, especialmente fazendo uso da madeira. “O Centro foi projetado nos mínimos detalhes e as especificações deste projeto foram bem desafiantes. A obra deveria ser de baixo custo, em função das limitações orçamentárias do projeto; tinha de ser considerada toda a questão logística na metodologia construtiva, afinal, durante a construção, a área ainda não estaria dotada de energia elétrica e o acesso era precário; os materiais deveriam ser de qualidade, para

evitar futuros problemas de manutenção; além disso, a obra deveria utilizar materiais com procedência ambiental, contemplar as questões de acessibilidade, utilizar a ventilação cruzada e técnicas de conforto térmico sem a utilização de ar condicionado, e prever um sistema de tratamento de esgoto eficiente sem a necessidade de energia elétrica”, explica Carlos Henrique. Além de todas estas especificações, o projeto do Centro ainda deveria ficar harmonioso e transmitir o conceito de natureza. Pensando nisso, foram projetados, ao todo, 443m²,

que englobam secretaria, laboratório, auditório, refeitório, cozinha, dispensa, banheiros e dormitórios. “Este foi um trabalho que fiz com muito prazer. Sou suspeito para falar, mas acredito que atingimos nosso objetivo”, conclui o arquiteto Carlos Henrique, “sempre comento que os fatores mais importantes no sucesso desta obra foram o planejamento, os cuidados em desenvolver todos os projetos complementares e a sorte em contar com uma equipe de profissionais comprometidos com o projeto e muito eficientes”.

Mãos à obra

No comando da construção, estão os irmãos construtores João Francisco Klodzinski e Luiz Antônio Klodzinski. Iniciada em novembro de 2015, durante a construção ocorreram

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fortes períodos de chuva, além disso, os profissionais realizaram todo o trabalho sem energia elétrica, apenas com um pequeno gerador. Eles utilizavam uma Jibata para chegar até a obra, mas o percurso também poderia ser feito de canoa pelo rio ou a pé. “Desde o início sabíamos o desafio dessa construção, mas conhecíamos muito bem o território, pois há muitos anos vivemos na região da Reserva Volta Velha, além disso, tivemos apoio de toda a equipe da ADEA”, contam. Com os irmãos, os filhos Gabriel Alexandre Dias Klodzinski (filho de João Francisco) e Pedro Francisco da Veiga Klodzinski (filho de Luiz Antônio) formaram a equipe de trabalho. Além dos quatro profissionais, há o acompanhamento permanente da equipe técnica da ADEA encarregada pelo projeto: o biólogo e presidente da ADEA Celso Darci Seger, a graduanda em biologia Carolina Guedes, o administrador Werney Serafini, o guia de turismo Yawaritsawa Trumai Waurá e o empresário e biólogo Lúcio Machado.


bancos, armários e prateleiras. Hoje, com parte dos recursos disponibilizados ao projeto, o caminho que dá acesso à obra recebeu revestimento em pedras e bica corrida, o que possibilita o transito de qualquer veículo. Ao ver que tudo está dando certo e vem sendo construído por suas mãos, os irmãos Klodzinski se dizem orgulhos e satisfeitos. Para João Francisco, é importante ressaltar o cuidado empregado em toda a construção: “o material utilizado é vistoriado pela ADEA e o constante acompanhamento da equipe técnica contribuiu para que tudo ficasse assim, tão bonito”.

Programas de Educação Ambintal

O Centro de Referência em Estudos de Florestas Costeiras tem como objetivo criar uma base para executar atividades relacionadas à educação ambiental no ensino formal e não formal. Um dos principais feitos com a chegada do Centro é a reativação do programa CEAL (Centro de Educação ao Ar Livre), executado pela ADEA em parceria com a instituição de psicopedagogia Síntese nos anos de 2006 a 2009, que atendeu mais de 1.300 crianças das escolas públicas de Itapoá. Em uma experiência de três dias e duas noi-

tes oferecida a alunos do ensino fundamental, nas instalações do Centro, os estudantes vivenciarão uma imersão na natureza, aprendendo sobre plantas e animais que habitam na área, entre outras descobertas. Outro projeto que será implantado no espaço é o Viveiro Florestal Educador, uma estrutura que está sendo construída ao lado do Centro. Este programa, com o nome Itapoá Sempre Verde, visa o desenvolvimento de atividades de educação ambiental comunitária em Itapoá e representa uma das ações compensatórias da ampliação do Porto Itapoá. No viveiro, serão produzidas mudas florestais nativas para a recuperação da conservação ambiental e, em seguida, doadas para a comunidade. Neste projeto, o público-alvo serão alunos dos 7º e 8º anos da rede municipal de Itapoá e moradores das comunidades do Pontal, Figueira e Jaguaruna. Já nas outras atividades, o público-alvo destas e de outras atividades serão crianças e jovens – com prioridade para alunos de Itapoá e, também, dos municípios de entorno, como Garuva-SC, São Francisco do Sul-SC, Guaratuba-PR e Joinville-SC – que passarão a utilizar este espaço como apoio nas vivências

de campo e trabalho pedagógico das escolas públicas e privadas. Segundo Werney Serafini, quanto ao público escolar de Itapoá, serão disponibilizados três eventos por ano (preferencialmente para alunos do sétimo ano) sem despesa com a utilização do Centro e a estimativa é de atendimento anual entre 700 a 800 pessoas. De acordo com Werney, “para oficializar esta contrapartida, o município de Itapoá deverá oferecer apoio em relação à alimentação, transporte e recursos para a remuneração da equipe”. Já na área de pesquisa científica, o Centro servirá de base para pesquisadores e alunos de universidades, instituições públicas e organizações não governamentais da região. “A proposta é a de disseminar conhecimentos sobre o meio físico e biótico do local e oferecer cursos de capacitação em florestas costeiras”, explica Werney.

Não é preciso ir longe para encontrar espécies de animais raras, aves ameaçadas de extinção ou plantas nativas.

As paredes erguidas são resultado do trabalho em equipe. O material é de primeira, desde as ferragens até a madeira. A matéria-prima utilizada foi madeira de pinus auto clavado. Além da própria estrutura do Centro, os construtores contam que as sobras de madeira foram reutilizadas para a construção de móveis, como camas, mesas,

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A importância do Centro

Para Werney Serafini, o Centro de Referência em Estudos de Florestas Costeiras inaugura uma nova fase no município. Ele salienta: “Não é novidade que pesquisadores, estudantes, professores e observadores de aves do mundo todo vêm a Itapoá para explorar o potencial socioambiental do município. Amigos e visitantes afirmaram que um Centro com este conceito e este porte é muito raro no Brasil e na América Latina. Entendido isso, o município de Itapoá tende a ganhar muito”. De acordo com o arquiteto Carlos Henrique Nóbrega, esta estrutura trará possibilidades infinitas: educação ambiental, turismo ecológico, acanto- A Jibata, principal meio de transporte para chegar até a obra. namentos, eventos, pesquisas, estudos, treinamentos, etc. – que movimentarão o eco- versidades brasileiras e estranturismo de Itapoá durante o ano geiras, intensificando a produção todo e beneficiarão toda a região. acadêmica sobre a fauna e flora Segundo o empresário Lúcio da região, promovendo prograMachado, que, junto de sua fa- mas de educação ambiental, enmília, administra a Reserva Volta tre outros. “Desde sua criação, Velha, além dos inúmeros benefí- em 1992, a Reserva não é uma cios para a questão educacional, unidade de conservação isolacientífica e ecoturismo, o espaço da, mas integrada, recebendo buscará reativar a tradição his- grupos e estudiosos do mundo tórica de pesquisas na Reserva, todo. Com a chegada do Centro, estimulando convênios com uni- acredito que todas estas ativida-

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Em frente ao Centro, o administrador Werney Serafini e o empresário e biólogo Lúcio Machado, parte da equipe técnica da ADEA encarregada pelo projeto.

des ambientais, frutos de anos de trabalho, sejam ainda mais organizadas e intensificadas, já que os pesquisadores terão, agora, estruturas voltadas às suas necessidades”, explica. Sobre os programas voltados aos alunos da rede pública do município, Lúcio afirma: “Normalmente, o ensino da educação ambiental é feito de maneira superficial. Já usufruindo deste espaço, as crianças estarão imersas à natureza, aprendendo através de vivências e descobertas. Nosso objetivo é que todos os alunos do município passem pelos programas ambientais oferecidos no Centro, pois acreditamos que as crianças têm um poder gigantesco e que, através delas, serão impactadas as famílias e toda a comunidade”. Para o futuro, a equipe planeja desenvolver outros projetos no Centro, como, por exemplo, estabelecer um dia da semana para que as escolas do município utilizem a estrutura de forma livre e voluntária, seja para aulas, estudos, experiências, reuniões, conselhos, entre outros.

Para Yawaritsawa Trumai Waurá, um dos responsáveis pelo atendimento na Reserva Volta Velha e integrante da equipe técnica da ADEA encarregada pelo projeto, a expectativa é grande: “Espero poder contribuir com a experiência de vida que tive morando em meio à floresta, convivendo e dividindo a vida como ela é no seu ciclo natural. Conhecer do meio ambiente em que vivemos nos ajuda a entender e respeitar todos os seres vivos, cada qual com sua diferença”.


No comando da construção, estão os irmãos construtores João Francisco Klodzinski e Luiz Antônio Klodzinski, e seus filhos Gabriel Alexandre Dias Klodzinski (filho de João Francisco) e Pedro Francisco da Veiga Klodzinski (filho de Luiz Antônio).

A equipe da ADEA e a instituição gestora da RPPN Fazenda Palmital preveem a conclusão das obras do Centro de Referência em Estudos de Florestas Costeiras para julho deste ano. Entendido a importância deste espaço para o município, os envolvidos convidam toda a população itapoaense para conhecer e se envolver no projeto. Pois, como finaliza Werney: “nós, seres humanos, preservamos e cuidamos daquilo que conhecemos e vivenciamos”.

Saiba mais sobre a ADEA Fundada em 1974, na cidade de Curitiba-PR, por renomados ambientalistas, cientistas, pesquisadores e professores, a ADEA teve papel preponderante na articulação da sociedade civil e governamental para inúmeros projetos ambientais no estado do Paraná, e serviu de referencial para a constituição de diversas associações ambientalistas em todo o Brasil. A partir da década de 90, a ADEA passou a coordenar os trabalhos de gerenciamento, fiscalização e organização de pesquisas sobre a Floresta Atlântica das Planícies Costeiras na Reserva Volta Velha, em

Itapoá. Em 2005, foi eleita uma nova diretoria e definida uma base territorial para a sua atuação, priorizando a região do bioma da Mata Atlântica compreendida entre a Baía de Guaratuba-PR e a Baía da Babitonga, em Santa Catarina, e seus respectivos entornos. Além da execução do projeto na RPPN Fazenda Palmital, a ADEA também marca presença em outros projetos ambientais da região, como o Babitonga Ativa, por exemplo, executado pela Universidade da Região de Joinville (Univille) e também contemplado pelo edital de indenização da empresa Norsul, que visa elaborar um plano de governabilidade ecossistêmico e colaborativo para a região da Baía da Babitonga.

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ATITUDES

Instituto Atitude na Cabeça transformando doação de cabelos em sorrisos e bem-estar

Anna Beatriz, Gabrielle, Rafaela e Nathália utilizando a peruca que conseguiram através do IAC. Ana Beatriz Machado

Na edição anterior, conhecemos ações nobres de algumas pessoas de Itapoá que resolveram se desapegar dos seus fios e doá-los a pacientes com câncer. Mais que isso, elas usaram o cabelo como prova de amor ao próximo. Já nesta edição – visto que o tema despertou interesse de alguns leitores, que também desejam doar seus cabelos, mas não sabem por onde começar –, nos aprofundamos sobre uma das instituições mencionadas, o Instituto Atitude na Cabeça, de Curitiba-PR.

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riado há quatro anos, sendo há dois anos juridicamente constituído, o Instituto Atitude na Cabeça (IAC) surgiu da necessidade de um local em Curitiba que fabricasse e doasse perucas para pacientes com qualquer tipo de patologia que venha a ocorrer a perda dos cabelos, total ou parcial, temporária ou definitiva, (como cânceres, lúpus, tiroides, cirurgias pós-bariátrica, diabetes, acidentes, alopecia e escalpe lamentos). “Como as perucas são muito caras – chegando até a serem consideradas artigos de luxo – e muitas pacientes não têm condições financeiras de adquirir uma, criamos um grupo de voluntários para receber doações de cabelos cortados corretamente e confeccionar perucas e doá-las aos pacientes de baixa renda”, conta Suely Maria Baldan, presidente do Instituto. Esta atitude foi ganhando cada vez mais visibilidade, já que perder os cabelos por causa de doenças autoimunes, de efeitos colaterais no tratamento contra o câncer ou, até mesmo, 10 | Junho 2017 | Revista Giropop

Parte da equipe do Instituto Atitude na Cabeça. Da esquerda para direita: Neto, Maria, Sandra, Tyane, Suely (presidente do instituto), Raphael, Caxambu e Fabio.

por acidentes mexe muito com a autoestima das pessoas. “O cabelo faz parte do sistema tegumentar, que carrega o DNA de cada pessoa. Além da própria luta contra a doença, que é um processo muito difícil, a perda dos fios afeta o lado psicológico, que também é muito importante e faz a diferença no processo de cura”, explica Suely, “por isso, muitas vezes o uso de uma peruca pode fazer a diferença, fazendo com que esses pacientes se sintam mais bonitos e confiantes, passem despercebidos, não sofrendo preconceitos por um visual fora do que a sociedade entende como normal e, assim, enfrentem melhor o tratamento”.

Confeccionando e doando as perucas

Com as mechas de cabelos doadas, a maioria das perucas é confeccionada por voluntárias do Instituto Atitude na Cabeça, mas também são feita parcerias com outras fábricas. A confecção funciona da seguinte forma: as mechas são costuradas em um tipo de rede resistente e, assim, a peruca é entregue ao paciente.

Voluntária do IAC na confecção de perucas.

“Do mesmo jeito que as mechas de cabelo vão para a fábrica, elas voltam, só que costuradas na rede. O corte da peruca é feito por profissionais voluntários, de acordo com o tipo de rosto do paciente, etc., fazendo com que cada peruca seja personalizada”, explica Suely. O paciente

também deve enviar uma fotografia de como era o seu cabelo e de como ele está sem cabelo, para que seja feita uma peruca próxima àquela cor ou textura de como ele era. De acordo com a presidente, para confeccionar uma única peruca são necessárias, no mínimo, 250 gramas de cabelo doado (equivalente a de três a cinco doares). Lembrando que quanto maior o comprimento do cabelo, mais pesagem necessita. Para receber a doação de uma peruca, o Instituto realiza uma análise social, para se certificar de que o paciente não possui recursos financeiros para comprar o produto – que custa, no mínimo, R$ 1.500,00 (se tratando de um modelo de cabelo curto, o cabelo comprido é ainda mais caro). As doações aos pacientes são realizadas independentemente de hospitais ou regiões. “As perucas podem ser entregues em mãos ou via correio, como já o fizemos para diversos estados do Brasil”, conta Suely. Atualmente, o IAC é reconhecido por diversos hospitais, que lhe indicam aos pacientes.


Os relatos de quem recebe a doação

Dayane Cristiana Alves Burbela foi diagnosticada com lúpus há cinco anos. Nas fotos, o antes e o depois de Dayane com a peruca.

Dentre os mais de quinhentos pacientes beneficiados com uma peruca, está Dayane Cristiana Alves Burbela, de 27 anos, diagnosticada com lúpus há cerca de cinco anos. “Quando a queda do meu cabelo veio a acontecer foi um período difícil, pois, além disso, surgiram manchas em meu rosto”, conta Dayane, que se sentia intimidada ao sair nas ruas por conta dos olhares das pessoas, e passou a utilizar lenços. Antes de conhecer a equipe do Instituto Atitude na Cabeça, ela enviou fotos de como era seu cabelo e, então, a equipe providenciou alguns modelos de peruca fiéis ao seu cabelo original, no entanto, Dayane acabou optando por um modelo diferente do que era antes. “Depois que recebi a doação da peruca me senti mais viva, pois tinha muita saudade de pentear meus cabelos e pude voltar a fazê-lo”, diz. Outra beneficiada foi Lucinéia Martins, de 53 anos, diagnosticada com câncer de mama em 2014. “O médico alertou que meu cabelo cairia por causa da quimioterapia, mas me desesperei quando isso começou a acontecer e, então, pedi a meus filhos que raspassem todo o meu cabelo”, conta. Neste momento, ela

Diagnosticada com câncer de mama, Lucinéia Martins utilizava lenços antes de receber a doação da peruca.

Marinês Ribeiro, diagnosticada com câncer de mama, utilizando a peruca. Essa foto, inclusive, vai para o livro que Marinês está escrevendo sobre essa experiência.

ressalta que recebeu muito apoio da família. Alex José Martins, filho de Lucinéia, comprou alguns lenços para a mãe usar: “ela ficou maravilhosa com os lenços e isso ajudou muito para que ela saísse na rua tranquila, sem receber olhares das pessoas”. Foi através de uma paciente do hospital que já havia recebido a doação de uma peruca que Lucinéia soube do Instituto. “Quando estive lá, fui muito bem recebida. A equipe me mostrou opções próximas ao meu cabelo natural para que eu me sentisse melhor e me ensinou a vestir a peruca”, diz. Para Luci-

Saiba como ajudar Todo o trabalho realizado no Instituto Atitude na Cabeça é baseado no voluntariado. Além de recolher doações de cabelos cortados corretamente, o Instituto também faz doações de prótese de silicone externa para as mulheres que ainda não fizeram a reconstrução da mama, e de almofadas “Atitude do Coração”, que ajudam na drenagem e circulação do sague na região da mama recém-operada e trazem segurança e conforto ao utilizar o cinto de segurança em cima da mama retirada, além de lenços, turbantes, bonés para os homens, boinas e demais acessórios para a cabeça. Vale frisar que o IAC aceita doações de quantias em dinheiro, e busca novos voluntários e novas parcerias com empresas e profissionais das áreas de micro pigmentação – que podem realizar a reconstrução das auréolas dos seios (para pacientes com câncer de mama) e das sobrancelhas (para pacientes com alopecia).

néia, a peruca trouxe bem-estar, autoestima e fez com que ela se sentisse mulher novamente. Assim como Lucinéia, Marinês Ribeiro, de 56 anos, também foi diagnosticada com câncer de mama. Isso aconteceu em novembro de 2016 e, desde então, Marinês vem realizando o tratamento. “Para mim, a parte mais difícil até então foi a queda de cabelo, pois, diferente dos outros sintomas, este você percebe todas as vezes que se olha no espelho”, diz. Ela conheceu o IAC por acaso, enquanto passava pela rua, e conta que foi acolhi-

da com muito amor e carinho. “A equipe me forneceu uma peruca igual ao meu cabelo de quando eu tinha quinze anos. Gosto muito de usá-la, pois melhora minha autoestima e me faz sentir bem”, fala Marinês, que está escrevendo um livro sobre essa fase de sua vida. Hoje, os cabelos de Dayane voltaram a crescer, mas seu tratamento ainda não terminou, pois ela ainda terá de realizar quimioterapia para controle do lúpus. O cabelo de Lucinéia também cresceu, ela já fez a devolução da peruca para o IAC, foi curada do câncer de mama e, atualmente, está na fila de espera para reconstrução da mama. Já Marinês, terminou a quimioterapia e está se preparando para fazer a cirurgia da retirada da mama no início deste mês de junho. Àqueles que pensam em doar suas mechas de cabelo para o Instituto Atitude na Cabeça, Marinês dá o recado: “não pensem duas vezes, pois é uma instituição séria, com voluntários que realizam um trabalho muito bonito e que, com uma peruca, ajudam muitas pessoas a encararem a doença de forma mais positiva, assim como está acontecendo comigo”.

Para doar o cabelo corretamente

É preciso estar atento aos critérios do corte, para que o mesmo seja 100% reaproveitado. A presidente Suely explica: “O tamanho mínimo para a doação de cabelo são vinte centímetros. No momento do corte, o cabelo deve estar limpo e seco, nunca molhado, pois assim cria fungos e apodrece. Cabelos crespos, com tinturas, mechas ou progressiva também são bem-vindos. Para cortá-los, separe-os em pequenas mechas e amarre-as com elásticos bem firmes. O corte deve ser realizado acima dos elásticos”. Pessoas do mundo todo podem enviar suas mechas cortadas para o Instituto Atitude na Cabeça através do correio. Cada doador recebe um certificado e tem sua fotografia com a mecha em mãos divulgada na página do IAC no Facebook (se desejar a imagem exposta), inspirando assim outras pessoas.

Deseja fazer uma visita ao Instituto Atitude na Cabeça ou enviar a sua doação? O IAC fica localizado na Rua Francisco Rocha, número 1544, no bairro Bigorrilho, em Curitiba-PR, CEP 80730-390. O atendimento é realizado de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h. Para saber mais sobre o Instituto, acesse a página www.facebook.com/atitudenacabeca ou ligue para (41) 3015-0768. Revista Giropop | Junho 2017 | 11


QUEM É?

Motorista de ônibus é sinônimo de realização profissional Ana Beatriz Machado

Muitos leitores pediram e no “Quem é?” desta edição contamos a história de Davi Porfírio da Costa, um motorista de ônibus muito querido pela população itapoaense e sinônimo de realização profissional.

F

ilho de Maria Porfírio da Costa e Alírio Félix da Costa, Davi é o terceiro mais velho entre seis irmãos. Nascido em Itapoá, boa parte das suas lembranças de infância estão na região da Barra do Saí, mais precisamente no Rio Saí Mirim, onde Davi costumava tomar banho junto dos irmãos e aprendeu a pescar com seu pai. Sua primeira profissão foi, inclusive, pescador. Porém, ele tinha outro desejo: “Sempre gostei de me comunicar e servir as pessoas e, por isso, sonhava em ser motorista de ônibus”. Ainda jovem, seu pai o levou para realizar o teste em uma empresa de transporte coletivo urbano de Itapoá, mas Davi não obteve sucesso.

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Em Itapoá-SC, o motorista Davi Porfírio da Costa é referência de simpatia para seus passageiros.

Em busca de novas oportunidades, ele se mudou para Curitiba-PR com sua esposa Rosenilce Rosa dos Santos da Costa. Lá, Davi conseguiu um emprego de motorista de caminhão, mas ainda não estava totalmente satisfeito. “Eu queria transportar passageiros, e não cargas. Além disso,

sentia falta da vida simples que tinha em Itapoá”, conta. Enfim, em 2012, depois de vinte anos morando na capital paranaense, Davi, Rosenilce e Renata Santos da Costa, filha do casal, retornaram ao município litorâneo. “Soube de uma vaga de motorista do transporte coletivo urbano de

Itapoá na empresa Transita, então, realizei o teste e fui chamado para trabalhar”, conta Davi, “fiquei muito feliz, pois almejava este emprego há tempos”. A partir de então, ele, que já era conhecido no município por conta de sua família – uma das famílias mais antigas da Barra


bus até o ponto final, para conhecer todo o município, enquanto Davi se divertia como guia turístico. “Já ouvi de muitos turistas que na cidade grande é diferente, pois é raro alguém surpreender com um sorriso ou uma frase positiva”, conta. De seus passageiros, Davi já ganhou presentes, bombons e até um vídeo nas redes sociais, que mostra o motorista dirigindo o ônibus e esbanjando simpatia. Este vídeo foi gravado e publicado por uma moradora de Itapoá que estava como passageira do ônibus, e, atualmente, possui mais de quatro mil visualizações, mais de cem compartilhamentos e inúmeros elogios ao bom Além da porta do ônibus, a pescaria é humor do motorista. uma das grandes paixões de Davi. Davi também se preodo Saí, ficou ainda mais popucupa bastante com a selar. No entanto, Davi se tornou gurança de seus passageiros e muito mais que um motorista de já chegou até a evitar que uma ônibus. Graças à sua simpatia, passageira descesse no mesmo foi ganhando a consideração de ponto que um passageiro que lhe seus passageiros. “Sempre tratei parecia suspeito e, no dia seguintodos com muito carinho, educa- te, descobriu que ele se tratava ção e respeito, e eles sempre me de um fugitivo da polícia. trataram assim, também, desde “Muitas pessoas pensam as crianças até os idosos”, conta que é um trabalho simples, mas Davi. Para ele, pequenas atitudes dirigir o ônibus, cobrar os passacomo um “bom dia” ou um sorri- geiros e ainda manter a harmoso são poderosas e podem me- nia dentro do transporte requer lhorar o dia de alguém. atenção e cuidados. Gosto de diTodo esse carisma atingiu rigir com paciência e esperar as não somente os moradores de pessoas subirem para o ônibus Itapoá, mas também os turistas, com calma, pois acredito que a que costumavam andar de ôni- pressa é a inimiga da perfeição”,

fala. A única coisa que entristece Davi são os motoristas que deixam seus carros estacionados próximos aos pontos de ônibus, atrapalhando a logística de embarque e desembarque dos passageiros do transporte coletivo. Ele, que já se candidatou a vereador, fala que, atualmente, prefere continuar trabalhando como motorista e ser amigo de todos. Além da porta do ônibus, Davi gosta de curtir a família, tocar violão, pescar no rio e no mar, além de confeccionar barco de garrafas pet e tarrafas. Apesar de transitar diariamente por toda a Itapoá, o seu grande “xodó” é a região da Barra do Saí: “Quando estou dirigindo o ônibus e percebo que já estou na Barra, começo a cantar e fico ainda mais feliz, pois é o lugar onde nasci, cresci e construí minha vida”, diz. Hoje, aos 49 anos de idade, Davi é casado e pai de duas filhas, Renata e Mariana Bueno. Recentemente, o motorista de ônibus trocou de horário e se tornou responsável pelo transporte escolar dos alunos do município, no período da manhã, mas a alegria de receber os passageiros continua a mesma. Na opinião de Davi, esse seu jeito é característico dos itapoaenses. “A maioria dos moradores daqui tem disso: são humildes, carismáticos e conversadores”, diz. Há cinco anos exercendo esta profissão, ele afirma: “Amar o que se faz é fundamental para trabalhar feliz”.

“Sou professora e pegava o transporte escolar com o Davi todos os dias, para ir trabalhar. Lembro que sempre que alguém entrava no ônibus ele abria um sorrisão de ‘bom dia’ ou ‘boa tarde’. Nunca esquecerei o dia que esqueci o guarda-chuva no ônibus e ele guardou-o para mim. Gosto muito dele, pois é uma pessoa simpática e gentil.” (Cíntia Beatriz Machado Pereira, moradora de Itapoá) “Eu estava em um dia bem difícil, até que entrei no ônibus e fui contagiada pela alegria do Davi. Ele é um motorista que trata todos com muito carinho, que sabe o nome de cada passageiro, que tem uma energia muito boa e que nunca perde o bom humor. Existem pessoas que realmente fazem a diferença e o Davi é uma delas.” (Elaine Cristina Nemoto, moradora de Itapoá e responsável pela gravação e divulgação do vídeo de Davi nas redes sociais) “Tenho muito orgulho de fazer parte da família de alguém tão educado, positivo e humano. Para todas as pessoas que são incapazes de oferecer uma palavra de carinho ou um simples ‘bom dia’, o Davi é um grande exemplo de ser humano e profissional.” (Ana Beatriz Machado Pereira da Costa, moradora de Itapoá, sobrinha do Davi e, coincidentemente ou não, autora deste texto)

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SAÚDE

Desafios e superações de pessoas que convivem com uma doença rara Ana Beatriz Machado

Há cinco anos, Ana Beatriz Moreira de Almeida foi diagnosticada com dermatopolimiosite, uma doença rara. De lá para cá, ela e sua mãe, Lucélia Ranata Borges, moradoras de Itapoá-SC, conheceram as dificuldades de quem tem doenças raras, como a dor do diagnóstico, a falta de informações e a busca por tratamentos de alto custo. Todos esses problemas comprovam que as doenças raras ainda representam desafio para a saúde pública. Em nome de Ana, Lucélia e de todos que vivem este contexto, abordamos este tema para chamar atenção, prevenir e promover a saúde.

Dos sintomas ao resultado

Tudo começou em 2012, quando Ana tinha 12 anos, e começou a apresentar as mãos arroxeadas e as bochechas avermelhadas, em forma de asas de borboleta. Quando levada ao hospital, o médico alegou dermatite, decorrente do frio. Ainda assim, Lucélia levou a filha a uma dermatologista, em Joinville, que, por conta das manchas, afirmou que fosse Síndrome de Raynaud. Conforme o tempo passava, Ana apresentava outros sintomas, como fraqueza nos músculos. Desde os primeiros sintomas, a vida de Ana mudou. Ela, que gostava de fazer balé e pretendia fazer o teste para ingressar na Escola do Teatro Bolshoi no Bra-

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sil, estava totalmente dependente de sua mãe para tudo, já que apresentava dificuldades para elevar os braços, levantar de uma cadeira ou subir escadas, por exemplo. A menina conta que perdeu até mesmo a vontade de ir para a escola, pois sofria bullying dos colegas. “Estávamos desnorteadas, pois cada profissional nos dava um diagnóstico diferente; um deles chegou até a dizer que se tratava de problemas psicológicos”, lembra Lucélia. Na incessante busca de saber do que se tratava, mãe e filha foram indicadas a uma reumatologista, de Joinville, que, primeiramente, suspeitou de lúpus e pediu que fosse realizada uma biópsia muscular e

De Itapoá-SC, a mãe Lucélia Ranata Borges e a filha Ana Beatriz Moreira de Almeida, diagnosticada com uma doença rara.

exames complementares. Após seis meses desde os primeiros sintomas, os exames concluíram que Ana tinha duas síndromes muito raras, a poliomiosite e a dermatomiosite, que, quando somadas, formam uma síndrome ainda mais rara, chamada dermatopoliomiosite. Para Ana e Lucélia, o diagnóstico foi sinônimo de alívio, pois, agora sim, elas sabiam qual caminho seguir.

Estágios e tratamento

A jovem Ana Beatriz sempre sorrindo, no hospital em Joinville.

A dermatopolimiosite é uma doença crônica, inflamatória e de origem autoimune, caracterizada, sobretudo, por manchas avermelhadas ou arroxeadas em articulações (principalmente nas


Amizade que nasceu com a dificuldade: Ana e a amiga Amanda Victória Ribeiro, também diagnosticada com dermatopolimiosite, e as mães Lucélia e Ana Carla Salvador.

mãos), manchas avermelhadas nas pálpebras, fraqueza muscular (principalmente nas cinturas escapular e pélvica) e dores articulares – sintomas apresentados por Ana –, além de fotossensibilidade (agravamento de lesões com o sol) e manifestações extramusculares, como acometimento articular, cardíaco e pulmonar. Outra informação importante é que, assim como outras doenças autoimunes, não existe a cura completa da dermatopolimiosite, mas sim um tratamento, que visa a estabilização da doença, minimiza a incapacidade e melhora a qualidade de vida do diagnosticado. Entendido isso, todo mês, mãe e filha tornaram a passar

uma semana em Joinville, na casa de familiares, para realizar o tratamento de Ana com um reumatologista, um neurologista e uma dermatologista. “No início, pagamos muitas consultas particulares e tivemos muita dificuldade para obter os medicamentos que deveriam ser fornecidos pelo Ministério Público”, conta Lucélia, que é professora de Itapoá, e também passou por períodos difíceis ao ter que se ausentar da escola com frequência para acompanhar a filha nas consultas. Felizmente, elas receberam ajuda de toda a família, que fez rifas, e da igreja adventista da Barra do Saí, que organizou ações sociais para contribuir nas despesas com os medicamentos, consultas e idas a Joinville. Como não havia cotas pelo SUS (Sistema Único de Saúde) para obtenção dos medicamentos necessários para o tratamento de Ana, Lucélia optou por incluir a filha em um plano de saúde. No tratamento, Ana utilizou medicamentos orais e injetáveis para estabilizar a doença, no entanto, ao mesmo tempo em que minimizavam os sintomas, estes medicamentos resultavam no comprometimento dos músculos do corpo e em um inchaço agravante. Para preservar e melhorar a função muscular, Ana passou a fazer fisioterapia e pilates. Por ser jovem e passar por essa série de acontecimentos, ela também realizou algumas sessões de terapia, mas acabou sendo dispen-

sada, pois, segundo a psicóloga, a família de Ana sempre manteve diálogo aberto com relação à doença e trabalhou sua força e autoestima. Por ser uma doença muito rara, há pouquíssimos estudos sobre a dermatopolimiosite. A origem dessa doença, por exemplo, ainda é desconhecida pela medicina. Com muita pesquisa, Lucélia descobriu que a dermatopolimiosite se enquadra no estatuto do deficiente. Em contato direto com advogados, promotores e juízes, ela sanou suas dúvidas e tomou conhecimento dos direitos que sua filha poderia ter, como, por exemplo, os medicamentos através do SUS, um professor auxiliar em sala de aula e estacionamento exclusivo, bem como dos seus próprios direitos enquanto mãe da paciente, como, por exemplo, licença para se ausentar do trabalho e cuidar da filha. Durante três anos, o quadro clínico de Ana se manteve estável, até que, no ano passado, em 2016, ela ficou dezessete dias internada, por conta das reações de um dos medicamentos. Hoje, para monitorar o funcionamento de seus órgãos, ela toma doses um pouco menores. Já a mãe Lucélia, briga na justiça para obter os medicamentos de alto custo para o tratamento da filha, que chegam a custar mais de R$ 60.000,00.

Os aprendizados

Nas habituais idas a Joinville, há três anos, Ana fez amiza-

de com Amanda Victória Ribeiro, também portadora da dermatopolimiosite. Elas se tornaram amigas, passaram a trocar informações e realizar o tratamento juntas; Lucélia e Ana Carla Salvador, mãe de Amanda, também fizeram amizade e trocam experiências e descobertas acerca da doença das meninas. Desde que soube que a filha é portadora de uma doença rara, Lucélia vem estudando e ficando expert no assunto. Hoje, deixou de ser apenas mãe e é um pouco psicóloga, um pouco juíza e um pouco médica. “Aprendi a me colocar mais no lugar do outro”, conta a professora e mãe de Ana, que tem o desejo de compartilhar sua constante busca pelo conhecimento sobre a dermatopolimiosite e ajudar outras pessoas. Já Ana, atualmente, tem 17 anos de idade, estuda no terceiro ano do Ensino Médio, tem um namorado e uma família que cuidam dela com carinho, gosta de viajar e leva uma vida normal, com pequenas limitações e dores de vez em quando. Ela fala que, às vezes, passa por momentos de tristeza, mas que, cada vez mais, vem aprendendo a conviver com isso. E finaliza: “Hoje, percebo o quanto algumas pessoas se queixam à toa e dou muito mais valor à vida e às pessoas que tenho comigo”. Deseja saber mais sobre as doenças raras? Acesse o portal “Muitos Somos Raros”: www. muitossomosraros.com.br.

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ARTE

Do descartável à arte: conheça os trabalhos do artista plástico And Fatiola Ana Beatriz Machado Pereira da Costa

A crescente preocupação com as causas ambientais tem mudado os padrões de consumo. Assim como aconteceu com a moda, a arte consciente é a bola da vez. Apaixonado por arte e paisagismo, o artista plástico de Itapoá-SC Anderson Fatiola Flávio – que assina suas criações com a alcunha de And Fatiola –, fala sobre seus trabalhos que unem criatividade e consciência ecológica, e que ganham cada vez mais admiradores.

A

crescente preocupação com as causas ambientais tem mudado os padrões de consumo. Assim como aconteceu com a moda, a arte consciente é a bola da vez. Apaixonado por arte e paisagismo, o artista plástico de Itapoá-SC Anderson Fatiola Flávio – que assina suas criações com a alcunha de And Fatiola –, fala sobre seus trabalhos que unem criatividade e consciência ecológica,

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O artista And Fatiola, morador de Itapoá-SC, que une suas paixões por arte e paisagismo em suas criações.

e que ganham cada vez mais admiradores. Mesmo exercendo a profissão de hairstylist há mais de quinze anos, And deu espaço a uma paixão que lhe acompanha desde a infância: a arte. Natural de Cambé-PR, ele foi criado no município de Bom Sucesso-PR e viveu por aproximadamente vintes anos em Ribeirão Preto-SP – onde conheceu Leila Ubbi Baldochi, uma de suas clientes do salão de beleza, arquiteta-urbanista, histo-

riadora de arte e uma autoridade no meio artístico. “Ela me incentivou a participar de alguns cursos nas áreas das artes plásticas que ministrava. Isso foi determinante para desenvolver minha arte de forma profissional”, afirma. Com poucos estudos na área, And desenvolveu suas primeiras peças como autodidata. Ele conta que, inicialmente, criava peças para si mesmo, como uma forma de terapia e autoconhecimento. “Nunca pensei que elas viessem

Tela pintada por And Fatiola para o Carnaval Cultural de Itapoá, neste ano de 2017.

a ter valor comercial, mas, aos poucos, notei que ganhavam o interesse das minhas clientes do salão e, assim, de forma natural, aconteceram as primeiras vendas”, conta o artista, que chegou a expor seus trabalhos na conhecida Casa de Portinari. Em 2013, And, que já visitava Itapoá há muitos anos, se mudou


Alguns dos cachepôs criados pelo artista, que contrasta as cores vibrantes com o verde da natureza.

para o município à procura de qualidade de vida e novos ares. De imediato, a natureza incomum do lugar serviu de inspiração para novos estudos e experimentações artísticas. “Sempre tive interesse por plantas e jardinagem e, em Itapoá, me senti inspirado e encontrei a oportunidade perfeita para unir estas duas paixões: a arte e o paisagismo”, conta. No mercado nacional de plantas, o artista sentiu a necessidade de vasos decorativos mais autênticos e criativos, que fugissem à linha tradicional e, assim, surgiram seus primeiros trabalhos profissionais. Fazendo uso de materiais recicláveis, tintas, tecidos, papel machê, galhos e argila, And desenvolveu charmosas esculturas em formato de cachepôs, utilizados para colocar plantas. Os trabalhos foram postados na plataforma de criativos Elo7 e ganharam o gosto de muitas

pessoas, inclusive, do Canadá e Austrália. Para ele, o sucesso de suas criações se deve ao fato de que as pessoas estão cada vez mais informadas e preocupadas com o futuro do planeta e, consequentemente, dão preferências aos produtos de cunho sustentável. Toda esta preocupação com a natureza se tornou a principal característica do trabalho artístico de And, que se formou como paisagista, em Joinville-SC.

Inspiração vem da natureza

Dentre uma série de artistas que admira, o trabalho dos artistas James Ensor e Mark Ryden serve como referência. “Gosto desta estética maluca, caracterizada por desproporções, cores vibrantes, olhares mais profundos e personagens no estilo caricaturesco”, diz. No entanto, sua principal fonte de inspiração é a

O artista também reutiliza latas para criar vasinhos para as plantas. Nas imagens, algumas de suas criações com pinturas da artista Frida Kahlo e da cantora Amy Winehouse.

natureza. “Apesar de não trabalhar na área do paisagismo, muitas das técnicas paisagistas são aplicadas em minha arte, uma vez que estas peças têm o intuito de ressaltar a beleza das plantas e são ideais para decorar jardins e áreas naturais”, explica. Para And, a arte é ilimitada, bem como os materiais utilizados por ele. Além dos cachepôs para plantas, o artista também cria latas decorativas para plantas, telas em acrílico e personaliza elementos da natureza, como pedras. No Carnaval de 2017, ele foi um dos artistas voluntários convidados pela Prefeitura Municipal de Itapoá para produzir telas com o tema “Carnaval Cultural”, evidenciando elementos da cultura local, que ficaram expostas na avenida principal de Itape-

Para And, tudo vira arte, até mesmo pedras que encontra pelo caminho.

ma do Norte durante o feriado. Para esta proposta, And explorou a lenda das sereias e elementos da natureza, como as águas e os pássaros. “Contemplar o meio ambiente com respeito é o primeiro passo para garantir recursos para a sobrevivência das próximas gerações, e a arte nos convida a participar desse processo de conscientização”, conclui o artista plástico And Fatiola, que continua trabalhando como hairsylist esporadicamente em Ribeirão Preto e vive em Itapoá, onde encontrou, na natureza exuberante, o lugar perfeito para se inspirar e criar. Para acompanhar as criações do artista And Fatiola, de Itapoá, acesse o seu site (www. andfatiola.com) ou sua página no Facebook (www.facebook. com/andfatiola).

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programa minha casa minha vida

Itapoá retorna ao teto de R$ 145.000,00... por enquanto Jerry Luís Sperandio

D

esde meados de 2016, quando a Caixa Econômica Federal emitiu Circular alterando os valores do teto do MCMV nos Municípios brasileiros, com vigência a partir de 1º de janeiro de 2017, e onde constatou-se que Itapoá teria seu valor reduzido significativamente, a Associação de Corretores de Imóveis de Itapoá (ACITA) empreendeu diversas ações para reversão desta decisão, já que o valor então proposto (R$ 90.000,00) não é compatível com as condições reais locais, inviabilizando construções destinadas a venda nesta linha de financiamento e também por não entender o motivo de muitas cidades com características similares a Itapoá terem o valor aumentado ao invés de reduzido: exponenciado é o exemplo de Garuva, cidade vizinha que, segundo o IBGE, está na mesma região Norte/Nordeste de Santa Catarina, possui população um pouco inferior a Itapoá e cujo teto para enquadramento no MCMV foi elevado para R$ 170.000,00. Os esforços - com colaboração da atual gestão municipal, ACINI e CDL não foram em vão e no último dia 17 de maio a Caixa repassou a informação que até 31 de dezembro de 2017, poderão ser financiadas residências em Itapoá pelo MCMV com o valor de até R$ 145.000,00. Não foram dadas quaisquer explicações sobre a disparidade entre o limite então vigente em Itapoá desde 1º de janeiro de 2017 (R$ 95.000,00) e o de municípios com características similares. A notícia vem em ótima hora, pois, como previsto, o desaquecimento nas vendas para o público que se enquadra nos requisitos do MCMV foi

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generalizado e agora abriu-se a oportunidade de comercialização de casas e apartamentos que, pelas demais linhas de financiamento, sem subsídios, inviabilizavam as transações. Como, a princípio, a reversão de valor é temporária (até 31/12/2017), não há tempo para conclusão de construções de novas unidades habitacionais, portanto um grande e imensurável prejuízo pela não comercialização de terrenos (Corretores, Imobiliárias, Terraplenagem, etc.), não elaboração de projetos (Engenheiros e Arquitetos), não execução da obra (mão de obra e comércios de materiais) e não arrecadação de tributos (ITBI, ISS, ICMS e ISS). Em reunião da ACITA realizada no último dia 31 de maio, com presença do Prefeito e do Presidente da Câmara, ficou acordado que serão envidados diversos esforços conjuntos para que a manutenção do valor de R$ 145.000,00 (ou valor superior) seja definitiva, de modo a proporcionar segurança aos empreendedores para que estes retornem a investir, propor-

cionando assim a realização do sonho da casa própria para diversas famílias de nossa cidade e, paralelamente, auxiliando significativamente na movimentação da economia local. Diante da imprevisibilidade normativa em nosso país, a recomendação para aqueles que desejam adquirir um imóvel e se enquadrem nos requisitos do MCMV aproveitem para fazê-lo o quanto antes. JERRY LUÍS SPERANDIO Corretor de Imóveis






informação

Mudamos+: novo aplicativo que ajuda a acabar com a corrupção no Brasil Ana Beatriz Machado Pereira da Costa

A revolução digital vem trazendo avanço em diversos segmentos, e na prática política não é diferente. Lançado em março deste ano, o Mudamos+ é um aplicativo (app) para celular com um objetivo fundamental: reunir em um mesmo lugar e de forma prática projetos e assinaturas que sejam de iniciativa popular. Quem está por trás da criação do projeto é o advogado Márlon Reis, um dos responsáveis pelo desenvolvimento da Lei da Ficha Limpa, em uma ação conjunta com o especialista em tecnologia Ronaldo Lemos. “Quando criei a Lei da Ficha Limpa, tive de recolher 1,6 milhões de assinaturas manuais por todo o Brasil, o que levou três anos – desde o início da coleta até a aprovação da lei”, conta Márlon Reis, em entrevista a Pedro Bial, no programa “Conversa com Bial”, que foi ao ar dia 19 de maio. Desse modo, foi criado o app, para recolher assinaturas de projetos de lei de iniciativa popular de forma segura e simples.

Da direita para esquerda: O especialista em tecnologia Ronaldo Lemos e o advogado Márlon Reis, criadores do aplicativo Mudamos, em entrevista a Pedro Bial, no programa “Conversa com Bial”, que foi ao ar dia 19 de maio.

De acordo com Ronaldo Lemos, também em entrevista com Pedro Bial, “a constituição diz que se 1% dos eleitores do Brasil se juntar e propuser uma lei, o Congresso Nacional é obrigado a aceita-la, e o mesmo vale para outras esferas, como as Assembleias dos Estados e as Câmaras de Vereadores das cidades”. Fazendo uso do app Mudamos+, qualquer cidadão pode propor leis de iniciativa popular, desde que consiga um número mínimo de assinaturas apoiando o projeto. Em cidades pequenas, 1.500 assinaturas coletadas já são suficientes para promover mudanças, como alterar a remuneração de vereadores ou modificar como o lixo da cidade é tratado, por exemplo. Mas, entre diversas opções, como os sites de petição online ou até mesmo os tradicionais papéis para coleta de assinaturas manuais, o quê singulariza o Mudamos+? Segundo os idealizadores do projeto, o app possui uma tecnologia ultramoderna utilizada por muitos bancos atualmente, chamada blockchain. Através dela, os dados que são inseridos pelos usuários através de seus

smartphones e outros dispositivos móveis podem ser auditados. Eles também dizem que o app é totalmente seguro e impossível de ser fraudado, pois, ao realizar um cadastro, o usuário se depara com múltiplas camadas de autenticação (como número do título de eleitor, CPF, localização, telefone, confirmação via SMS e afins), e para cada pessoa é permitida apenas uma assinatura.

O que é possível fazer com o aplicativo

A plataforma conta com várias ferramentas de participação das mais variadas propostas de iniciativa popular, que podem ou não ser usadas em conjunto. São elas: enviar sugestões de projetos; priorizar projetos; debater as propostas; acompanhar o andamento da situação e assinar os projetos por meio de assinaturas digitais.

A importância do Mudamos+

Ainda segundo os desenvolvedores do aplicativo, o Mudamos+ evitará que uma das principais alegações usadas pelos parlamentares possam novamente ocorrer: a de que eles não

têm meios para efetuar a conferência de todas as assinaturas para a aprovação de um determinado projeto. Para termos uma ideia melhor da importância disso tudo, eles lembram que, em trinta anos, nenhum dos quatro projetos que foram para a Câmara dos Deputados por iniciativa popular seguiu rito de tramitação tendo como “autor” a própria população. Isso quer dizer que algum deputado acabava assinando o texto e ele seguia como sendo de sua autoria. Em termos gerais, os idealizadores chamam a atenção para o fato de que o Mudamos+ irá diminuir os problemas e dificuldades em relação ao recolhimento de assinaturas – isso, por dois motivos: é mais fácil recolher assinaturas digitalmente e também é mais fácil fazer a verificação de autenticidade, já que no papel não existe nenhuma base de dados que possa servir de comparação.

O app Mudamos+ pode ser baixado na Play Store e na Apple Store. Há ainda a opção direta por meio do site oficial www.mudamos.org.

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informe publicitário | fisiopilates

Yoga e a harmonia entre corpo, mente e respiração Ana Beatriz Machado Pereira da Costa

Se você acha que Yoga é apenas movimentar e esticar o corpo, agora é o momento de repensar isso. Derivado da palavra em sânscrito yuj, que significa “unir ou integrar”, Yoga é um conjunto de conhecimentos de mais de cinco mil anos. Esta prática harmoniza o corpo com a mente e a respiração, através de técnicas, posturas e meditação. Quem conta sobre esta prática e seus benefícios é Janaína Bittencourt, professora de Yoga na Fisiopilates, em Itapoá-SC.

S

e você acha que Yoga é apenas movimentar e esticar o corpo, agora é o momento de repensar isso. Derivado da palavra em sânscrito yuj, que significa “unir ou integrar”, Yoga é um conjunto de conhecimentos de mais de cinco mil anos. Esta prática harmoniza o corpo com a mente e a respiração, através de técni-

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Para as alunas de Yoga, da Fisiopilates, em Itapoá-SC, a atividade trouxe inúmeros benefícios físicos e mentais.

cas, posturas e meditação. Quem conta sobre esta prática e seus benefícios é Janaína Bittencourt, professora de Yoga na Fisiopilates, em Itapoá-SC. “Um estado de ser, a plenitude e um meio de reconhecer que, embora sejamos únicos e originais, fazemos parte de algo muito maior, o que nos torna um só” – assim Janaína define o Yoga, como um caminho de autoconhecimento. Nesta prática, nada está separado: os múscu-

los estão ligados às emoções, à respiração, aos pensamentos e à mente. Através das técnicas de Yoga (posturas, técnicas de respiração, relaxamento e concentração) é possível desenvolver consciência corporal física e respiratória, além de força, flexibilidade, equilíbrio, foco e clareza mental. Na opinião da professora, seria ideal se todos praticassem Yoga. “Para as crianças, esta prática é mais lúdica e tem o

objetivo de potencializar o desenvolvimento físico, estimular a criatividade, espontaneidade, concentração e reforçar os valores humanos. Já para as demais idades, não há contraindicação, uma vez que todas as técnicas podem ser adaptadas às condições do aluno”, explica. Por ser uma ótima ferramenta de prevenção e tratamento de inúmeras patologias, criou-se o termo Yogaterapia e, entre as patologias mais indicadas, destacam-se: artrose, artrite, hipercifose, hiperlordose, escoliose, asma, ansiedade, síndrome do pânico e depressão. Na Fisiopilates, a professora Janaína segue a linha Hatha Yoga, que tem como objetivo principal o trabalho corporal, destacando o fortalecimento e flexibilidade da coluna. Para a realização das posturas, além do tapete, ela utiliza almofadas, blocos, faixas, cobertores e paredes. As posições ou asanas (que significam “posturas”, em sânscrito) podem ser de alongamento, força, equilíbrio, invertidas, sentadas, em pé, deitadas, torções ou mistas. As aulas funcionam da se-


Uma das chamadas posições ou asanas de Yoga.

guinte forma: “Iniciamos com alguns instantes de introspecção, trazendo a atenção de fora para dentro, com um som ao fundo, no volume baixo. Em seguida, trabalhamos a consciência respiratória e, posteriormente, aquecemos as articulações para a prática de asanas. A última postura da aula é a de savasana, onde se deita com a barriga para cima, desligando-se de tudo, pronto para relaxar, com o objetivo de abstrair os sentidos que favorecem a prática das técnicas de concentração”, explica Janaína. No Brasil, uma novidade no universo do Yoga é o Acro Yoga, uma execução das posturas de Yoga de forma acrobática, capaz de aumentar a percepção geral de seus praticantes. A professora explica que estas execuções po-

dem ser em duplas ou trios e que, nesta prática, além do trabalho corporal, é exercitada a autoconfiança, a confiança no próximo, a respiração, a concentração e a comunicação sem o uso das palavras, ou seja, através do olhar ou até mesmo do toque corporal. A cada aula, Janaína percebe a significativa evolução dos alunos. “Costumo fotografá-los durante as aulas e enviar as imagens para eles se observarem. Isso lhes permite outra visão e noção de ajustes das posições”, diz. É bom lembrar que, assim como em outras atividades, à medida que o Yoga é praticado, fica mais fácil entender tudo o que se passa o corpo, se relacionar com o outro e com o mundo. A aluna Marli Bittencourt Colin conta que teve câncer no

intestino e que o tratamento e a cirurgia resultaram em alguns traumas e sequelas, como fibromialgia, artrose, depressão, insônia e medo. “Neste período, tomava medicamentos para dores no corpo, até que, em 2015, conheci o Yoga na Fisiopilates e me apaixonei, tanto pela atividade, quanto pela professora”, fala a aluna, que iniciou com uma aula por semana e hoje faz aulas três vezes por semana, e se libertou do uso de medicamentos. “O Yoga foi muito bom para mim, pois auxiliou na minha recuperação, realinhou meus sentidos, me trouxe novamente a alegria de viver, bem-estar, harmonia de convivência com a família e com a sociedade”, relata Marli. A aluna Brígida Ortega iniciou a atividade por recomendação médica, para praticar um exercício físico. “Não precisei muito tempo para perceber que, além do físico, o Yoga trata a alma e a mente, também. A professora Janaína superou minhas expectativas e o espaço na Fisiopilates é muito agradável, deixando as aulas com gostinho de ‘quero mais’”, diz Brígida. Já a aluna Flávia Jordana Sanches almejava alongamento corporal e, ao longo das aulas, também percebeu benefícios físicos e mentais. “Em um ano de prática, tive uma melhora significativa na flexibilidade e equilíbrio corporal, além de ter me tornado uma pessoa mais calma e positiva em meus pensamentos diários”, conta Flávia, “praticar Yoga deixa meus dias

mais leves”. Como relataram as alunas, muitas das atitudes cultivadas na prática de Yoga vão além do tapete, como a auto-observação, que permite ao praticante enxergar a vida com mais clareza e discernimento. “No Yoga, a questão da espiritualidade é muito importante, independente da sua religião ou mesmo que você não tenha uma”, diz a professora, que reforça que o Yoga não se trata de religião, mas de conexão com aquilo que você acredita. Agora que você aprendeu um pouco mais sobre este universo, vá até o estúdio da Fisiopilates; as aulas de Yoga acontecem nas terças e quintas-feiras, às 19h. Por fim, como diz a saudação utilizada no Yoga, que significa “o espírito que habita em mim saúde o espírito que habita em você”: Namastê!

Aos interessados, a sede de natação e hidroginástica da Fisiopilates fica localizada na Rua Ana M. Rodrigues de Freitas (Avenida 790, rua dos Correios), 238, em Itapema do Norte. Maiores informações: 47 3443.6797 47 99940.0614

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moda

Barato que sai caro: a importância de comprar somente óculos originais e certificados Ana Beatriz Machado Pereira da Costa

Hoje em dia, é possível encontrar óculos esteticamente perfeitos e que tenham preços justos em diversos comércios populares. Mas, apesar de muitas pessoas escolherem os óculos tendo em mente as tendências de moda e os modelos que combinam com seu estilo, o principal fator que deve ser observado é a qualidade das lentes que cada modelo oferece. Quem fala sobre a importância de óculos originais e certificados é Isamara Coan, proprietária da Coan Ótica e Joalheria, de Itapoá-SC.

E

la explica que isso é importante porque a radiação ultravioleta (UV), que vem do sol e preserva o calor e a vida na terra, pode causar danos no tecido do olho, desde a superfície até a parte mais interna, formada pela retina. “Doenças de córnea e superfície ocular,

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formação mais precoce de catarata e alguns tipos de degeneração de retina estão associadas a maior exposição a esse tipo de radiação, por exemplo”, pontua Isamara. Apesar de os olhos terem mecanismos próprios de proteção contra os raios UV, eles podem não ser suficientes por conta da

Na Coan Ótica e Joalheria, você encontra o melhor em óculos que são modernos e o mais importante: de qualidade.

intensidade e do tempo de exposição a que a pessoa está submetida. “Os óculos solares têm como principal objetivo a proteção contra a radiação ultravioleta e contra outros comprimentos de onda de luz nocivos. Além disso, eles também bloqueiam parte da luminosidade e garantem menor agressão aos olhos, o que previ-

ne doenças e proporciona mais conforto e nitidez”, explica Isamara. Na compra de óculos, é preciso se certificar se ele é mesmo de qualidade. “Precisa ter certificação da Associação Brasileira de Produtos e Equipamentos Ópticos (Abióptica) e as lentes precisam ser regulares, ou seja,


Óculos em tons em tons de nude e no estilo vintage são algumas das tendências para este ano.

toda a superfície deve ter a mesma espessura”, orienta Isamara. E a dica vale tanto para óculos de sol quanto de grau, uma vez que muitas pessoas adquirem armações falsificadas para óculos de grau, que acabam não sustentando o peso das lentes originais. Assim, é essencial verificar a procedência quando for comprar um óculos, especialmente para as crianças, pois um modelo falso pode trazer graves consequências. Utilize somente armações e lentes certificadas e com garantia, e procure uma ótica de confiança. Vale ressaltar que na Coan Ótica e Joalheria os profissionais têm curso de técnico em ótica e todos os óculos são originais e certificados, pensando na estética, mas também na saúde e bem-estar de seus clientes.

Tendências de óculos em 2017

Sempre participando de feiras, eventos e estudos para conhecer as tendências do mercado, a equipe da Coan Ótica e Joalheria separou algumas tendências de óculos que estão com tudo neste ano de 2017. O primeiro modelo são os óculos espelhados com armação fina. Optar por óculos estilo oversized (modelos grandes), estilo anos 70, é uma boa opção de destaque. “Apesar da ousadia, este tipo de óculos combina com qualquer ocasião e estilo”, diz Isamara. A armação no estilo tartaruga, considerada um modelo clássico, também segue fazendo sucesso em 2017, em versões mais modernas. No quesito “cores”, a equipe da Coan destaca o rosê gold (rosa

Óculos com armação fina e óculos espelhado são tendências.

com dourado ou metalizado) para qualquer tipo de modelo, os óculos azuis e com armações estampadas, e óculos com cores em degradê, no sentido vertical, em lentes com transparência. Outra tendência forte são as armações mais claras, como brancas ou transparentes. No entanto, os “queridinhos” do ano são os tons metálicos e tons de nude. Por fim, os óculos total vintage, fazendo referência às décadas de 60 e 70, dão o dom da

graça em 2017. Além dos tons de nude já mencionados, tons de sépia ou âmbar também estão em alta. Misturar estilos em uma única peça, como, por exemplo, o clássico aviador com uma armação maior e vazada, também caiu no gosto dos apaixonados por acessórios. Desejando ou não seguir as tendências de moda, estes e muitos outros modelos de óculos você encontra na Coan Ótica e Joalheria, a sua melhor opção neste segmento em Itapoá.

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DIA DOS NAMORADOS

A história de um casal nada convencional

Antonio Soares é cabeleireiro, já Danieli Cristina Soares é policial. Nas fotos, Antonio em seu salão e Danieli com seus colegas de trabalho, Sargento Jair, Tenente Lima e Sub Tenente Hermínio no quartel. Ana Beatriz Machado Pereira da Costa

Neste mês dos namorados, contamos a história de Danieli Cristina Soares e Antonio Soares. Eles moram em Itapoá-SC, mas, antes de se estabilizarem no município, moraram em diferentes lugares, sempre recomeçando do zero e em busca de melhores condições de vida. Para instigar ainda mais esta história, depois das profissões pelas quais passaram, Danieli optou por ser policial e, Antonio, cabeleireiro –quebrando os tabus de gênero de ambas as profissões e fazendo deles um casal incomum, divertido e realizado.

O começo de tudo

Essa história começa no município de Planalto-PR, onde Danieli e Antonio moravam e se viram pela primeira vez. Nos tempos de escola, Antonio desejava ficar com Danieli, mas ela tinha a pretensão de ser apenas sua amiga. “Ele era mais velho e levava um estilo de vida mais livre para a época, enquanto eu vinha de uma família tradicional”, ela conta. Certo dia aconteceu o primeiro beijo em frente a um pé de mamão. Tempos depois, eles começaram a namorar, até que, quando Danieli estava com 16 anos e Antonio com 19, ela engravidou.

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A relação de Danieli e Antonio é de amizade, confiança e diversão.

“Foi um susto para todos nós, pois éramos muito jovens. Minha família quis que eu e Antonio nos casássemos, então, ele deixou a cidade para trabalhar e juntar dinheiro para, enfim, nos casarmos”, conta Danieli, que casou com Antonio no civil, quando ainda estava grávida. Para eles, os primeiros meses desde o nascimento do filho Fabiano Antonio Soares foram os mais difíceis, uma vez que Danieli amamentava o bebê durante o intervalo das aulas, no Ensino Médio. Eles recordam que estavam jovens, com um filho pequeno,

sem dinheiro e desempregados, em um município que oferecia poucas oportunidades. Com ajuda financeira, Danieli conseguiu se inscrever no vestibular para Educação Física e, para conseguir pagar a mensalidade da faculdade e concluir o curso, trabalhou em diversos lugares: dando aulas particulares, como estagiária em uma creche e na prefeitura de Planalto. “Eu me inscrevi para um curso de torneiro mecânico, mas a turma não abriu porque o número de vagas não foi preenchido. Conversando com um amigo, soube que sua esposa estava fazendo um curso de cabeleireiro, ele me indicou e decidi fazer, também”, conta Antonio, que realizou o curso e montou um salão de beleza para trabalhar durante o dia, enquanto trabalhava como frentista em um posto de combustível durante a noite, para contribuir com a renda da família. “Desde que nos casamos, a mãe de Antonio veio morar conosco e nos ajudou muito cuidando do Fabiano enquanto trabalhávamos”, conta Danieli. Apesar de já estar formada e trabalhar na área de Educação Física, Danieli sonhava em ser policial e prestou o Concurso Público da Polícia Militar do Paraná, mas não obteve retorno. Em busca de melhores condições, ela deixou o município de Planal-

to para tentar a vida em Campo Novo do Parecis-MT, onde tinha alguns conhecidos. Em seguida, seu esposo, filho, sogra e até sua calopsita seguiram seus passos para tentar uma nova vida.

Novos ares

Quando chegou ao Mato Grosso, Danieli recebeu a notícia de que havia sido aprovada no Concurso Público da Polícia Militar do Paraná e perdeu o prazo para a apresentação. Felizmente, em sua nova cidade surgiram muitas oportunidades de emprego e ela trabalhou dando aulas de voleibol em um ginásio de esportes, dando aulas em uma fazenda para pessoas do Movimento Sem Terra (MST) e índios, e montou uma pequena academia na garagem de sua casa, que foi um sucesso. Já Antonio, trabalhou como responsável pelo setor de tintas em uma loja de materiais de construção e no salão de beleza mais conceituado da cidade, onde aperfeiçoou seus conhecimentos como cabeleireiro. “Foram pouco mais de dois anos no Mato Grosso que serviram para o nosso amadurecimento, fortalecimento da relação e, principalmente, para aprendermos a nos desapegar e recomeçar do zero”, diz Antonio. O novo lar foi Pontal do Paraná, em 2012, onde Danieli trabalhou ministrando cursos


na área da educação por todo o núcleo de educação de Paranaguá e Antonio realizou um curso de vigilante e trabalhou na área. Em 2013, novamente desempregada, Danieli soube que precisavam de professores de Educação Física na rede municipal de Itapoá, foi até o município fazer uma entrevista e foi convidada a trabalhar no mesmo dia. “Itapoá não estava nos nossos planos, simplesmente aconteceu”, ela conta, “mas Deus sempre foi generoso conosco, colocando pessoas queridas que nos acolheram em cada lugar”.

Enfim, Itapoá

Enquanto moravam no município litorâneo do norte catarinense, Antonio permaneceu trabalhando como vigilante em Pontal do Paraná, e fazia viagens diárias a trabalho, até que conseguiu um emprego em uma empresa portuária de Itapoá. Já Danieli foi professora em duas escolas de Itapoá. “Adorava exercer esta profissão, mas não desisti do sonho de ser policial. Quando soube que havia sido aberto o edital de Concurso Público da Polícia Militar do Paraná e de Santa Catarina, decidi tentar novamente”, ela conta. Aprovada, Danieli se mudou para Rio do Sul-SC para cumprir as etapas do curso de policial, no quartel, enquanto sua família permaneceu em Itapoá. “Foi um período difícil, pois estava sozinha, passando por testes de resistência e autocontrole, mas meu marido e meu filho sempre me deram forças”, diz Danieli. Em 2014, após o termino do curso de formação da PM, ela se mudou para Rio Negrinho-SC, onde teve sua primeira experiência de trabalho. Para acompanha-la, a família toda se mudou para lá, também. “Mas ainda queríamos voltar para Itapoá, pois gostamos muito do município e suas praias”, conta Danieli, que conseguiu, enfim, transferência para o município litorâneo.

Cravando raízes

De volta a Itapoá, Antonio montou um salão de beleza, que desde o primeiro mês superou as metas, enquanto Danieli se tornou, por alguns meses, a única mulher do quartel da Polícia Militar de Itapoá, trabalhando como P4 – profissional responsável pela logística e finanças, função que exerce até hoje. Quando ocorre algum problema desconhecido na mecânica da

Casados há quinze anos, eles têm muitas histórias para contar.

viatura, Danieli conta que recorre aos colegas de profissão ou telefona para Antonio: “ele vai me passando as instruções por telefone e, no fim das contas, dá tudo certo”. Mas, vez ou outra, ela trabalha nas ruas para substituir algum colega de profissão e conta: “uma das minhas maiores alegrias é ligar a sirene da viatura e ir para a operação”. Nas operações, a policial diz que se sente lisonjeada pela confiança que recebe dos colegas de profissão: “em uma operação no meio da mata, à procura de alguém que ofereça riscos, por exemplo, meus colegas não ficam com receio por eu ser mulher, muito pelo contrário, me tratam como os outros policiais. Já em outros casos, como ao abordar uma mulher, eles confiam em mim justamente pelo meu gênero, para que eu possa revistar a pessoa e tudo o mais. É uma parceria muito bacana”. Já que Danieli fica responsável pela parte administrativa do quartel, dentro de sua casa, ela gosta de manter distância de assuntos mais burocráticos. “Então, eu fico responsável pelo controle de gastos, pagamentos, contas e afins. Até nas funções de casa nós nos completamos muito bem”, diz Antonio, que é o lado mais sereno do casal, enquanto

Danieli é o lado mais agitado. Nos churrascos entre os amigos policiais, ela conta que é uma situação divertida: “Sou a única mulher policial no grupo das esposas dos policiais, mas gostaria mesmo é de discutir assuntos relacionados ao trabalho como os homens estão fazendo, enquanto Antonio é o único esposo de uma policial no grupo dos policiais. É muito engraçado”. Um casal onde a mulher é policial e o homem é cabeleireiro contraria todos os paradigmas impostos pela a sociedade. Apesar de cortar apenas o cabelo de homens, Antonio conta que nunca chegou a sofrer preconceito por ser cabeleireiro, com exceção de algumas brincadeiras dos amigos. Já a policial Danieli, já notou alguns olhares vindo de pessoas civis, mas, em contrapartida, também é admirada. “Algumas mulheres mais velhas já me pararam na rua para contar que sonhavam em ser policiais, mas que, em sua época, isso não era possível”, ela conta, “é muito legal ver que isso mudou e que, cada vez mais, as mulheres vêm ganhando espaço em uma instituição que é majoritariamente masculina”. Para Danieli, as características de um bom policial são “amar o que se faz, pois, assim

como na área da saúde, os policiais lidam com os problemas dos outros, e isso tem que ser feito por amor, e também se aperfeiçoar cada vez mais, pois isso leva a um comprometimento maior”. Já para as mulheres que sonham em ingressar na corporação, ela aconselha que sejam fortes e lutem por aquilo que desejam. “Como diversas profissões, o começo será difícil, ainda mais por ser mulher, mas a força de vontade deve ser maior que o medo. Se dedique, estude e tenha foco porque você é capaz”, fala. Nas palavras de Antonio, as características de um bom cabeleireiro são “tratar muito bem as pessoas, se especializar com cursos e afins, ser perfeccionista e profissional, praticar muito e, é claro, aprender a ser um pouco psicólogo, pois muitas vezes o que as pessoas precisam, além do corte de cabelo, é de alguém que as ouça”. Desde que Danieli se tornou policial, toda a rotina da família mudou. “Hoje, temos o hábito de ficarmos atentos em ambientes públicos, prezamos pela segurança pessoal e selecionamos nossas amizades”, contam. Parte da compreensão do marido sobre a profissão da esposa eles creditam ao fato de Antonio já ter trabalhado como vigilante. “Além disso, nossa relação sempre foi de muita confiança, amizade e diálogo”, diz Antonio. O filho do casal também sempre foi compreensivo e se adaptou bem tanto às mudanças de cidades quanto à escolha de profissão dos pais. Atualmente, Danieli, Antonio e Fabiano residem juntos. Nesta fase da vida, o casal se diz realizado no amor, na profissão e no lugar que escolheu para viver. Casados no civil há quinze anos, os dois ainda têm o sonho de fazer uma cerimônia de casamento na areia da praia de Itapoá, pois amam este lugar. Fora do salão de beleza e do quartel da polícia, Danieli e Antonio gostam de estar com o filho, os amigos, passear de moto ou ficar no sofá assistindo a televisão. Apesar de casar e ter um filho muito cedo, o casal afirma: “Nos divertimos juntos, somos grandes amigos e temos a sensação de que somos eternos namorados”.

Deseja saber mais sobre a Polícia Militar de Santa Catarina ou deseja ficar de olho nos editais de concurso público? Acesse www.pm.sc.gov.br.

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apaixonados SÉRIE MONTANHISMO pro animais

Gatos portadores de doenças raras ganham cuidados especiais Ana Beatriz Machado Pereira da Costa

Em comemoração ao mês dos namorados, contamos a história de Helena Steinhaus e seu marido Rauel Moraes Silva Neto, de Itapoá-SC, que vivem com seus dois felinos Zeppelin e Ted, ambos portadores da FeLV, o vírus da leucemia felina, e não medem esforços e carinhos aos gatos. Para a dona, oferecer um bom tratamento e dedicar parte de seu tempo aos gatos é um meio de retribuir todo o bem que eles lhe fazem.

A

paixão pelos bichanos sempre esteve junto de Helena, que chegou a ter mais de dez gatos ao longo da vida. “Gosto muito de cães, mas sempre preferi ter gatos. São animais mais independentes, limpos e organizados”, diz. No ano de 2011, depois de passar um bom tempo sem ter bichos de estimação, ela ganhou um gatinho com apenas quaren-

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Zeppelin e Ted na hora da soneca.

ta dias de vida – doação de uma amiga. Seu nome, Zeppelin, foi escolhido em homenagem à banda Led Zeppelin, a favorita de Helena. No ano seguinte, ela pegou Ted de uma cria, quando o felino tinha cinquenta dias de vida. Em comum, os dois gatos de Helena e Rauel não têm raça definida, são castrados e amigos,

mas as diferenças entre eles também são muitas. Quando se trata de aparência, Zeppelin é claro, de pelos amarelos, já Ted tem pelos pretos. Na parte comportamental, o primeiro adora estar na companhia de pessoas e crianças, já o segundo, prefere se isolar na presença de algum estranho. Zeppelin também costu-

ma dar mais trabalho do que Ted. Segundo Helena, ele passou por diversas complicações de saúde – umas mais graves, outras menos graves – e hoje é considerado um gato sobrevivente. Tudo começou em 2013, quando Zeppelin ficou ictérico, ou seja, sua pele ficou amarelada, devido a uma lipidose hepática que, posteriormente, foi curada. Somado a isso, a dona notou que o gato não se alimentava há dois dias. “Levei-o para minha veterinária de confiança em Itapoá, que fez o que pôde, até que me orientou a leva-lo a uma clínica veterinária de Joinville. Lá, descobrimos que ele estava com anemia profunda, uma doença transmitida pela pulga infectada e a FeLV, uma doença crônica”, recorda Helena. O gato ficou internado na clínica durante dois dias e, a partir daí, o casal de donos passou a tratar as doenças em casa. A FeLV, por se tratar de um vírus que ataca e enfraquece o sistema imunológico dos bichanos que, sem proteção, acabam infectados por outros diversos problemas que podem leva-los à


morte, merece atenção. Vale ressaltar que a FeLV ainda não tem cura e o que se pode fazer nos casos de gatos acometidos pela doença é simplesmente tratar os sintomas e as principais complicações decorrentes da doença, visando amenizar o sofrimento do gato e prolongar sua vida com a maior qualidade possível. Uma vez que a doença é viral, além do gato Zeppelin, Ted também foi infectado. Para evitar que se espalhe, seguindo orientações, Helena medica os felinos, lhes oferece ração de boa qualidade e com controle de calorias, e evita que eles fiquem estressados. “De acordo com os veterinários, quando apresenta manifestação da FeLV o gato tem, em média, mais três anos de vida, mas Zeppelin já está entrando no quarto ano de vida após a infecção”, conta a dona. Tudo isso, é claro, graças aos cuidados de Helena, Rauel e dos médicos veterinários. Tempos depois, em setembro de 2016, Zeppelin também desenvolveu outra doença rara chamada colangite, que se trata de uma infecção nas vias biliares. “Ele começou a vomitar e emagrecer muito e também por indicação da veterinária que me ajuda em Itapoá, levei-o para fazer uma cirurgia em Joinville, na tentativa de desobstruir suas vias biliares. Chegando lá, o veterinário realizou um tratamento de sucesso, fazendo com que a

Helena Steinhaus é apaixonada pelos seus gatos de estimação.

cirurgia não fosse necessária”, explica Helena. Além da FeLV e da colangite, o gato Zeppelin também já passou por outras doenças e infecções – essas, um pouco menos graves. Mesmo com todo o amor e carinho que tem pelos seus pets, Helena afirma que, depois de Zeppelin e Ted, não deseja ter outro bicho de estimação. “É muito triste se apegar a eles e vê-los sofrendo ou perde-los por conta

Rauel Moraes Silva Neto, marido de Helena, e seu gato Ted.

de alguma doença, especialmente quando temos consciência de que não podemos fazer mais nada, pois ela (a doença) é crônica”, diz. Atualmente, Helena e Rauel vivem com seus dois gatos, Zeppelin, que tem hoje seis anos e cinco meses, e Ted, que está com quatro anos e seis meses. De oito em oito meses, o casal realiza hemogramas para checar a saúde dos bichanos. Além de todas essas vivências, a internet

também é uma boa aliada de Helena, que se tornou uma grande conhecedora da saúde de gatos. Com base nas experiências adquiridas, eles finalizam: “Ter gatos portadores de doenças raras e crônicas é viver dias complicados e imprevisíveis. Mas eles são nossos companheiros, como uma terapia para nós. Portanto, todos os cuidados especiais são uma forma de agradecimento ao bem que eles nos fazem”.

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roteiros | montanhismo

Morro da Tromba: um roteiro a ser preservado Ana Beatriz Machado Pereira da Costa

O

Morro da Tromba se destaca por ser uma montanha frontal a Serra e estar próxima da cidade de Joinville-SC. Além disso, contém uma vegetação exuberante de Mata Atlântica e serve de abrigo para vários animais silvestres. Quem fala um pouco sobre o Morro da Tromba é Gilian Rose da Silva, bióloga que atua na área ambiental da Serra do Mar, montanhista e aprendiz da arte de escalar, e que participa eventualmente das atividades da Associação Joinvilense de Montanhismo (AJM) e Grupo de Resgate em Montanha (GRM). Seu nome se dá pelo formato da montanha, lembrando uma tromba de elefante. A principal diferença do Tromba para as demais montanhas da região está na acessibilidade da população e proximidade da cidade. De acordo com Gilian, a dificuldade do Morro da Tromba pode ser considerada como nível médio. Sua subida é exigente, pois o

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Sendo o Morro da Tromba a montanha mais próxima da cidade em uma grande escala de altitude, do alto de seus quase mil metros se tem uma vista privilegiada.

percurso é íngreme em quase toda sua extensão, por isso, um bom condicionamento físico é indispensável. Para subir e descer, se faz necessário o uso de quatro pontos de apoio, há pre-

sença de afloramentos rochosos, blocos e cascalhos soltos, onde se deve tomar cuidado e manter distância entre os caminhantes; enquanto na trilha principal, há cordas instaladas em alguns

pontos para ajudar na segurança. Já no início da trilha se deve obter água suficiente, pois durante a subida os pontos de água são escassos. Sendo a montanha mais próxima da cidade em uma grande escala de altitude, do alto de seus quase mil metros se tem uma vista privilegiada. “A paisagem visualizada de seu cume é espetacular, avistando o litoral norte catarinense, com destaque para a Baia da Babitonga, a planície litorânea, a Serra do Mar e a cidade de Joinville”, descreve a montanhista. A cinco minutos do cume existe uma nascente com água de ótima qualidade. Para Gilian, o Morro da Tromba possui um significado especial: ela mora no pé do Morro. “Esse lugar está em meu coração. Vejo com pesar o número crescente de visitantes que não o respeitam, bem como pessoas que utilizam como área de casa”, fala. Ela acredita que a falta de responsabilidade, educação e consciência destes visitantes vão levar a perda da qualidade ambiental do Morro da Tromba, como das outras mon-


As belezas da mata do Morro da Tromba encantam montanhistas e aventureiros.

tanhas da região. “Vejo a necessidade urgente de campanhas educativas nas redes sociais e mídias, levando à população o respeito pelo meio ambiente e a boa conduta aos visitantes de montanhas, trilhas e praias” diz a bióloga. Para amenizar este fato gradativamente, os montanhistas realizam ações como coleta de lixo e campanhas educativas nas montanhas da região. Esta montanha pode atrair visitantes por diversos motivos, como a proximidade com o núcleo urbano, a beleza de sua mata e o deslumbre da vista ao atingir seu cume. Nas palavras de Gilian, os visitantes devem retribuir à montanha todos os benefícios que ela lhes oferece. “Espalhar lixos pelo Morro, descartando plásticos, garrafas, vidros quebrados, latas e tudo o que se possa imaginar, e estourar foguetes afugentando os animais que

Mais informações sobre Morro da Tromba

Do cume, é possível avistar o litoral norte catarinense, com destaque para a Baía da Babitonga, a planície litorânea, a Serra do Mar e a cidade de Joinville

ali vivem, são práticas contrárias à filosofia da natureza e do montanhismo”, diz a montanhista e bióloga. Ela considera a ida ao Morro da Tromba um roteiro in-

dispensável e único, assim como às demais montanhas da região, no entanto, ressalta que essa visita deve se basear no respeito à natureza e à vida silvestre.

Onde fica: Município de Joinville, distrito de Pirabeiraba, em SC Primeira ascensão: Leonce Aubé, em 1854 Altitude: 967 m Desnível: De 850 m a 920 m Comprimento da trilha: Aproximadamente 4 km Duração: De 1h30m a 4h Temporada ideal: Maio a outubro Como chegar: Pela SC-301, o acesso dista 20 km do centro de Joinville em trecho asfaltado, onde existe a Estradados Morros. Percorridos 1,5 km chega-se a seu final onde o carro deve ser estacionado numa propriedade ao lado de um galpão de madeira à esquerda. Deste galpão já se avista a entrada da trilha.

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empreendedor do mês

Jean Ril Veículos, referência em veículos seminovos

Lojas Jean Ril, em Curitiba - PR e em Itapoá - SC,na Avenida André Rodrigues de Freitas. Ana Beatriz Machado Pereira da Costa

P

resente no município de Itapoá-SC e na cidade de Curitiba-PR, a Jean Ril Veículos ingressou no mercado com o intuito de oferecer aos seus clientes o melhor em veículos seminovos, flexibilidade de negociação e a garantia do menor preço e, hoje, é referência no mercado de veículos da região. Quem conta mais sobre a empresa é Jean Pablo Correa, fundador e proprietário da mesma. Desde pequeno, Jean conta que é apaixonado por carros, no entanto, o desejo de fazer disso sua profissão começou no ano 2000, quando inaugurou sua primeira loja de veículos, em Curitiba. “Era uma loja pequena e com poucos funcionários, mas, aos poucos, o número de clientes foi

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Jean Ril completa este mês 17 anos de história.

crescendo e o desejo de abrir uma filial, também”, recorda. Felizmente, isso tornou a acontecer no ano passado, em 2016, quando foi inaugurada a JeanRil Veículos no município litorâneo de Itapoá. Atualmente, a loja oferece

serviços de compra, venda e troca, bem como consignação e financiamentos de veículos seminovos. A loja também conta com uma oficina mecânica própria e trabalha em parceria com as principais financeiras, comple-

tando ainda mais o quadro de serviços para seus clientes. Para o proprietário, o principal diferencial da empresa é o certificado de garantia de até um ano na compra de um veículo, e o fato de que, em sua loja, todos os veículos ofertados são revisados, periciados e possuem procedência. Com mais de quinze anos de experiência no mercado, a JeanRil Veículos possui, hoje, uma equipe qualificada e que trabalha com um objetivo em comum: satisfazer as expectativas de seus clientes. “Para isso, prezamos pelo bom atendimento e pela qualidade de nossos veículos”, conta Jean. Para ficar por dentro das ofertas da Jean Rill Veículos ou obter mais informações, acesse a página www.facebook.com/ jeanrilveiculos, no Facebook. Por fim, Jean finaliza: “Desejamos continuar oferecendo o melhor aos nossos clientes e facilitar a realização de seus sonhos”.



Visitando parques de Londres

A

ntes de passar para outros lugares de Londres existe ainda um parque muito interessante que é o Kew Gardens, localizado nos arredores de Londres, considerado Patrimônio Mundial pela UNESCO.Na realidade, é um jardim botânico, cujo acervo de plantas é um dos maiores do mundo, possui em seus 132 hectares mais de vinte e sete mil espécies de plantas das mais variadas regiões do mundo, entre elas quatorze mil árvores e uma coleção de orquídeas que já comemorou duzentos anos. Há uma estufa de ferro enorme e nela você encontra uma palmeira mais linda que a outra, inclusive palmeiras do Brasil. Vale a pena conhecer o jardim de rosas que existe desde 1848 e que são replantadas a cada estação, como também uma estufa de aproximadamente cinco mil metros quadrados, onde foram criadas dez zonas climáticas, das mais áridas até as mais úmidas regiões do mundo. Como o parque é enorme procure pegar um trenzinho ou charrete para passear por todo parque e ouvir as explicações do condutor. Londres é a cidade mais cosmopolita que já conheci. Cidade que congrega pessoas de todos os cantos do mundo e cada qual traz consigo sua cultura, seu modo de vestir, de

36 | Junho Maio 2017 2017 ||Revista RevistaGiropop Giropop

Estátua de Eros - Picadilly Circus

Kew Gardens


Regent’s Street

Exemplo de planta exótica em Kew Gardens

falar e culinária. por isso, uma vez em Londres sinta-se em casa e desfrute do período que estiver lá da melhor maneira possível. Organize-se da melhor forma possível e aproveite tudo que a cidade oferece. Não esqueça de tomar um chá londrino e uma boa pedida é o chá com leite e para refeições rápidas existem sanduicherias espalhadas pela cidade da rede Pret a Manger, bem como, restaurantes para refeições rápidas nas grandes lojas, como Selfridges, Harrods, entre outras. Na hora de se deslocar use e abuse do metrô e dos ônibus clássicos de Londres, os vermelhos, tanto simples como o de dois andares “ double decker”. Após visitar os parques de Londres, sugiro outros pontos turísticos começando por Marble Arch , construído em 1828, originalmente era a entrada do palácio d rainha, o Buckingham Palace. Fica num dos cantos do Hyde Park e desses canto sai uma das ruas mais famosas e agitadas a Oxford Street. Co-

Picadilly Circus

mece por ela e passeie por lojas enormes e caminhe até a Regent Street, outra rua importante, podemos dizer que é a principal rua de compras, griffes famosas se encontram nela. Caminhando por ela você chegará em Picadilly Circus, ponto turístico bastante importante, onde existe a estátua de Eros,imperdível! Picadilly Circus fica localizado no cruzamento de diversas ruas importantes no bairro de Westminster e nessa região você está muito próximo das grandes atrações turísticas em Leicester Squere, Soho e Trafalgar Square. A fama de Picadilly Circus se deu com o aumento de lojas e do turismo, fazendo com que a Estátua de Eros se tornasse um local de encontro das mais diversas tribos.Muitos painéis de publicidade enfeitam o local, vistos em vários filmes. Existem tantos letreiros iluminados que até remetem à Las Vegas e à Times Square de Nova York. Na próxima ediçao da Revista Giropop continuo com a incansável Londres e arredores.Até!!

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Equipe que organizou o almoço promovido pela Igreja Batista Renovada.

Projeto Sarau nas Escolas, Marisa Toledo (pianista), Cláudio Moraes (saxofone) e Rafael Vieira (percussão). Com a orientadora Caroline Opazo e a diretora da Escola Municipal Frei Valentim Sandra Regina Fernandes.

Suely (presidente do IAC) abraçada com Ana Julia e a Filó (madrasta de Ana), que procurou o IAC para conseguir uma peruca para a menina. Ana é muito feliz mesmo sabendo que não tem cílios, sobrancelhas ou cabelos, e muito amada por todos.

Vovô Cirene de Paula Gemim com sua neta convidando a todos para conferir as novidades no arraiá do De Paula Embalagens.

Aniversariantes do mês de maio Marcelo Silva e a sobrinha Maria Clara

E Meirieli Morais, na foto com o marido Vladimir.

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Clairê, mãe de Renata e Renan foi a sorteada na promoção de homenagem ao Dia das Mães, promovida por esta revista.

Julia Silveira de Souza completou quatro anos. Filha de Joelmir e Jéssica da Porto Imóveis.




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