Editorial Vêm aí, as férias escolares do mês de julho. Mas, para que este período se torne ainda mais proveitoso, preparamos uma série de reportagens que proporcionam uma reflexão acerca do universo infantil e da educação atual, com base no conhecimento de especialistas na área, vivências de mães e ideias geniais das próprias crianças. Ademais, esta edição está repleta de histórias, como o amor entre um turco e uma brasileira, um casal e suas motocicletas, e muita informação sobre doenças raras, procedimentos odontológicos estéticos, segurança, benefícios da dança e sobre a tradicional a Festa do Divino de 2017. A Revista Giropop deseja a todos os leitores boas inspirações, boas leituras e, é claro: boas férias!
Índice
Social - 3º Rodeio Nacional de Itapoá Social - Baile à Fantasia: Carnaval de Inverno
Pág 32 Pág 34
FÉRIAS ESCOLARES DE JULHO O olhar de uma psicopedagoga para as crianças Pág 5 Férias! É hora de satisfazer, estimular e animar a criançada Pág 8 Allef: É praticando que se aprende Pág 10 Pedro: Toda criança tem uma história especial Pág 12 Serena: Inventando moda Pág 14 Jhoe: Dos papéis às dobraduras Pág 15 Com apenas um ano de vida, portadora de síndrome rara luta pela vida Ballet ou jazz, dançar faz bem para todas as idades Casal de “Harleyros” compartilha experiências na vida e na estrada Orsegups é sinônimo de inovação e tecnologia Conexão Brasil-Turquia: um amor que atravessou 11 mil quilômetros Coluna Vitorino Paese: Itapoá e sua história Coluna Sonia Charlotte Heeren: Ainda Londres! Vem aí mais uma edição da Festa do Divino Espírito Santo, em Guaratuba Botox e preenchimentos com ácido hialurônico na odontologia
4 | Julho 2017 | Revista Giropop
Pág 16 Pág 22 Pág 24 Pág 26 Pág 28 Pág 30 Pág 36 Pág 37 Pág 38
EDUCAÇÃO
O olhar de uma psicopedagoga para as crianças Ana Beatriz Machado Pereira da Costa
Formada em Pedagogia e pós-graduada em Psicopedagogia Clínica e Institucional, Mahara Hermógenes já trabalhou como professora em projetos sociais e na rede escolar de Itapoá-SC. Buscando disseminar a aprendizagem para diferentes crianças e, consequentemente, diferentes saberes, há dois anos, ela atua como psicopedagoga no “Cantinho das Possibilidades” – um espaço lúdico e educativo, que visa estimular as crianças de forma mais viva, participativa e vivenciada. Com base em sua experiência profissional e enquanto mãe de Ademar Ribas do Valle Neto, o Ademarzinho, de quatro anos de idade, Mahara fala sobre a importância da psicopedagogia, destaca temas que merecem atenção especial das famílias das crianças e dá algumas dicas para agitar as férias escolares dos pequenos. Cantinho das Possibilidades Segundo Mahara, a psicopedagogia busca decifrar como ocorre o processo de construção do conhecimento em cada indivíduo. “A psicopedagogia se propõe a identificar os pontos que possam estar travando essa aprendizagem, atuar de maneira preventiva para evita-los e, ainda propiciar estratégias e ferramentas que possibilitem facilitar esse aprendizado”, explica. Muito além da fusão da pedagogia com a psicologia, o psicopedagogo busca na psicanálise, psicolinguística, neurologia, fonoaudiologia, psicomotricidade, entre outros, o conhecimento necessário para entender o processo de aprendizagem de cada um. No “Cantinho das Possibilidades”, a psicopedagoga estuda e auxilia, em sua maioria, portadores de necessidades especiais, como deficiências múltiplas, dislexia, TDAH, deficiência intelectual, altas habilidades, entre outras, ou, até mesmo, pessoas
com dificuldades de aprendizagem. “Este trabalho é feito partindo da demanda do paciente, com o auxílio de jogos de sequência lógica, dinâmicas, brincadeiras lúdicas, leituras, trabalhando o raciocínio lógico, a produção de texto, a percepção visual, a resolução de problemas e conversas. É importante também frisar questões como autoestima, autonomia e oralidade, e trabalhar as habilidades e capacidades da criança”, explica Mahara. Vale ressaltar que a intervenção psicopedagógica também é endereçada aos adultos, uma vez que oferece benefícios como autoconhecimento, melhora do desempenho profissional e acadêmico, superação das dificuldades de aprendizagem e correção das falhas da escolarização inicial. O “Cantinho das Possibilidades – Psicopedagogia Clínica e Educação Especial” fica no bairro Itapoá, na Avenida Brasil, número 2402, na sala aos fundos. Para maiores esclarecimentos, o
Mahara Hermógenes destaca temas que merecem atenção especial das famílias. telefone para contato da psicopedagoga Mahara é: (47) 996724773. Crianças devem ser crianças Crianças merecem atenção. É fundamental que seus responsáveis lutem pelos seus direitos, integridade física, tenham lazer, cuidados e proteção, mas, acima de tudo, que elas sejam respeitadas como, nada a mais nada a menos: crianças. Vivemos na era digital e, cada
vez mais cedo, as crianças precisam se adequar à modernidade e agir como pequenos adultos, lidando com aparelhos eletrônicos e uma rotina bastante atarefada. A psicopedagoga Mahara reflexiona: “Muitos pais querem que seus filhos estudem, aprendam outro idioma, aprendam algum instrumento, se dediquem a algum esporte, mas, em muitos casos, se esquecem de reservar um horário para que eles façam o mais importante: brincar”.
Revista Giropop | Julho 2017 | 5
O “Bistrô do Ademarzinho”: momento em que mãe e filho brincam e se divertem criando lindas esculturas de alimentos, compartilhando, assim, de uma alimentação mais saudável.
De acordo com a psicopedagoga, é preciso lembrar que a infância ainda é simples, como brincar de desenhar, se sujar de barro, cair depois de correr no esconde-esconde, é rir de si mesmo, é ser criança. Em suas palavras: “a infância precisa ser livre”. Quanto aos pais, mães e responsáveis, ela aconselha que disponham algum tempo às crianças, por menor que seja, para as ouvirem, olharem em seus olhos e realizarem alguma atividade em conjunto. “Mas é preciso estar 100% presente nesse momento, não brincando com
a criança e de olho no celular ou preocupado com questões profissionais. O ‘pouco’ que nós, pais, fazemos, pode ser o ‘muito’ que nossos filhos precisarão mais tarde, na fase adulta”, diz. “Se os pais não tiverem vontade de dedicar um tempo aos seus filhos, neste contexto, é muito provável que eles cresçam e também não tenham interesse em dedicar um tempo aos seus pais”, ressalta Mahara. Para ela, desde as brincadeiras às tarefas, tudo tem o seu tempo, e a intensidade da infân-
Junto das crianças, a psicopedagoga Mahara gosta de voltar a ser criança, e criar momentos lúdicos e divertidos.
6 | Julho 2017 | Revista Giropop
cia deve ser aproveitada, pois passa muito depressa. A profissional ainda explica que, muitos dos problemas psicológicos que surgem na fase adulta decorrem da ausência da base familiar na infância, ou seja, carinho, amor e atenção. Com seu filho Ademarzinho, por exemplo, Mahara gosta de fazer sessões de cinema com pipoca em casa, caverninha com edredons e lanterna, desenhar e pintar, passear de bicicleta na areia da praia, brincar de massinha de modelar, praticar esportes, entre outros. E até um simples momento, como a refeição, pode se tornar alegre e educativo. Juntos, Mahara e Ademarzinho costumam fazer lindas esculturas com alimentos saudáveis, como, por exemplo, um polvo feito de sagu, um cavalo feito com arroz integral e feijão, ou um surfista com a cabeça de um morango, o cabelo de kiwi, o corpo de uma banana e a prancha de manga – momento que apelidaram de “Bistrô do Ademarzinho”. “Transformando a comida saudável em algo divertido, a criança pode adquirir novos e bons hábitos. Vale destacar que uma alimentação saudável traz inúmeros benefícios às crianças, facilitando ainda mais seu aprendizado, capacidade física, atenção, memória, concentração e energia necessária para trabalhar o cérebro”. “Nós, adultos, nos preocupamos em darmos os melhores presentes, mas o que vale, mesmo, é sermos presentes. Ao invés
de dar um brinquedo pronto ao seu filho, por que não criar um brinquedo junto com ele? Isso fará com que ele estimule sua criatividade, valorize muito mais o brinquedo e a própria relação entre pais e filho”, questiona a psicopedagoga. Antes de cobrar bons resultados, é preciso que os pais deem bons exemplos, seja na alimentação, na organização da rotina ou na atenção. Mahara também incentiva os pais a deixarem seus filhos livres e à vontade para “se encontrarem” quanto aos seus gostos, talentos e personalidades. Para exemplificar esta situação, ela utiliza os livros: “Costumamos cobrar das crianças que elas tenham gosto por leitura, saibam ler e escrever, mas poucos adultos deixam livros ao seu alcance para toquem, folheiem e sintam aqueles livros, temendo que elas rasguem, rabisquem ou arranquem as páginas. Mas, mais uma vez, é importante lembrar que se trata de crianças e, somente conhecendo bem o que aquele objeto representa ela passará a valorizá-lo”. Seja como mãe ou profissional, a psicopedagoga faz uso frequente de brinquedos lúdicos e educativos, que estimulam a concentração e a memória da criança, e assume posição contrária ao estereótipo de “brinquedos de meninas” e “brinquedos de meninos”: “todos os brinquedos e brincadeiras devem ser para todas as crianças, afinal, todos os meninos um dia terão as suas casinhas de verdade, e as
meninas terão os seus carrinhos de verdade”. Assumida como “uma eterna criança”, Mahara fala que brincar com as crianças não beneficia somente as crianças, mas também os adultos. “Costumamos viver no modo automático e rodeados de novos acontecimentos e informações que surgem em frações de segundo. Portanto, reservar um tempo para brincar e dar gargalhadas com os pequenos é muito saudável”, diz. E, é bom lembrar que, para tal, as férias escolares são o momento mais do que propício.
Desde cedo, seu filho Ademarzinho é estimulado a se divertir com coisas simples, como um avião feito de caixa de papelão ou uma cabaninha.
....................................................................................................................................................................................................................................................
A importância dos brinquedos educativos
O pequeno Olavo dos Santos Matias, a mamãe Juliana dos Santos Matias e o papai Heitor dos Santos. “Aprender brincando é mais divertido”, assim diz Juliana dos Santos Matias – mãe do Olavo dos Santos Matias, de dois anos de idade, doula, consultora em amamentação, consultora em introdução alimentar e empreendedora materna, de Itapoá. “Desde o nascimento do nosso filho, nosso mundo mudou. Adquirimos novos conceitos para velhos assuntos. E foi dessa forma, que começamos a empreender com os brinquedos educativos. Primeiramente, é mais fácil você comprar os brinquedos convencionais, pois já vêm prontos, sem dar muito trabalho ao cuidador. Mas, por outro lado, nossos pequenos enjoam muito rápido deles, até mesmo esquecem. Isso não acontece com os brinquedos educativos. Existem diversas maneiras de brincar com o mesmo brinquedo, você consegue utilizá-lo em diferentes etapas do desenvolvimento do seu pequeno e ainda eles podem fazer outra criança feliz por gerações”, explica Juliana. Para encontrar diversas dicas para ensinar seu filho brincando e, também, ficar por dentro de todos os brinquedos que Juliana tem em estoque, basta acessar sua página “Mão na Roda” na rede social Facebook, através do link: www.facebook.com/maonarodapropapaiepramamae.
Inúmeras descobertas do mundo de Olavo. Para conferir mais, acesse “Mão na Roda”, no Face
Revista Giropop | Julho 2017 | 7
FÉRIAS ESCOLARES de julho
Férias! É hora de satisfazer, estimular e animar a criançada Ana Beatriz Machado Pereira da Costa
É tempo de brincar, passear, visitar os familiares e amigos, fazer atividades diferentes para repor as energias e sair da rotina. É um período para acordar mais tarde, tomar um café da manhã mais demorado, ter horários menos rígidos para as refeições, ficar mais perto da família, curtir a preguiça e brincar à vontade. Mas, e os papais, mamães e demais responsáveis, o que devem fazer para satisfazer, estimular e animar a criançada com a chegada das férias escolares? Para discutir este tema, conversamos com a mãe e professora Patrícia Machado Pereira, formada em Pedagogia e pós-graduada em Psicopedagogia Institucional e Clínica. Com mais de 25 anos de contribuição para a educação da rede escolar de Itapoá-SC, ela fala que, antes de tudo, as férias escolares devem ser vistas como um momento essencial para que as crianças e adolescentes descansem e, na volta às aulas, estejam preparadas para adquirir novos conhecimentos. Normalmente, a rotina escolar das crianças e adolescentes é cansativa e exigente. “É chegada uma hora que o corpo e a mente cansam. Então, entra a necessidade do descanso e da brincadeira que as férias proporcionam”, fala Patrícia. O período de férias, além de ser um período de descanso ou diversão, é também um período benéfico para preparar a criança para novos conteúdos, deixando-a mais disposta para o aprendizado na volta às aulas, e contribuindo para seu amadurecimento. Ela conta que alguns pais só sabem conversar com os filhos assuntos referentes à escola, inclusive, existem autores em psicologia, que consideram estas famílias como famílias ‘colegiocêntricas’, isto é, onde a criança/ adolescente é tratada pelos pais, mais como aluno do que como filho, e toda a relação estabelecida com a criança/adolescente gira em torno da escola: “não quero negar a importância dos pais acompanharem as atividades escolares dos filhos, mas sim refletir que o conceito da palavra ‘filho’ extrapola e não coincide com o papel de aluno”. “Filho passeia, se diverte, tem
8 | Julho 2017 | Revista Giropop
Francisco Machado Pereira Costa Oliveira e seu pai Francisco Eduardo Costa Oliveira, o Baiano, na confecção de uma pipa, momentos antes de soltá-la na praia.
Com mais de 25 anos de contribuição para a educação de Itapoá, a professora Patrícia fala sobre férias, educação e estímulos para as crianças. amigos, tem tarefas em casa (responsabilidades), pratica esportes ou outras atividades paralelas, enfim, não se reduz a um ser que frequenta a escola. A escola é um dos aspectos de sua vida e, aluno, é um dos papeis que desempenha na vida”, explica Patrícia. As férias, para ela, podem ser vistas como um momento em família, em que se conversa o que poderia e o que se gostaria de fazer. Pode ser atividades bem simples, como convidar os amigos de seu filho para irem a sua casa ou fazer um programa ao ar livre. A professora ainda diz que não é preciso inventar atividades a todo o momento – para ela, o mais importante é que os pais ofereçam espaço e segurança para que a criança crie o que tem vontade de fazer. Esta é, inclusive, uma forma de desenvolver a autonomia das crianças e adolescentes. Combinar férias revezadas com amigos ou familiares que também têm filhos pode ser bacana para o entretenimento não parar. Mas, ficar em casa e também pode ser uma opção. “O tempo no computador e televisão deve ser negociado entre pais e filhos, pois eles irão aprender
muito mais brincando. O ideal é que seu filho diversifique as atividades, que podem ser a leitura de um livro, um filme em família, um passeio na praia, uma caminhada, empinar pipa, jogar bola, deixar que ele seja seu ajudante em alguma receita culinária, visitar espaços públicos da cidade, pescar e tantas outras atividades. São singelos programas que podem ser feitos em família, pois, as crianças adoram e contribuem para o aprendizado e o bem-estar delas”, fala Patrícia. Brincar, passear, viajar pode ser também uma forma gostosa de adquirir conhecimentos através do diálogo. Segundo a professora, conhecer a opinião da criança ou adolescente sobre diversos assuntos, desde música até política pode ser uma experiência interessante de troca de informações e de fortalecimento do respeito mútuo. Com ou sem dinheiro sobrando para um passeio ou uma viagem, Patrícia ressalta que as melhores férias para as crianças sempre são aquelas nas quais seus familiares se fazem presentes. Se tratando de Itapoá, um lugar com tantas belezas naturais, ela aconselha que uma boa pedi-
Deixar a imaginação fluir nos desenhos, jogar futebol na areia da praia, assistir a um filme com pipoca e brincar são boas pedidas para entreter seu filho e seus amigos.
da para as férias escolares é fazer um passeio pela praia ou explorar pontos turísticos com seu filho, como o Farol, as Três Pedras ou a Reserva Volta Velha, atividades prazerosas que não exigem tanto tempo e dinheiro. “O importante, mesmo, é que esse contato seja prazeroso”, diz. Para ela, o ideal é que os pais ouçam as crianças, para saber o que elas querem para este momento, e que tenham poder de negociação. “Às vezes, é preciso dizer ‘não’ ou ‘isso não vai dar’, mas é bom lembrar que, assim como nós, adultos, as crianças também precisam de liberdade para fugir da rotina”, conclui a professora Patrícia, “é o momento para poder ficar um dia de pijama, sem preocupações com horários e lições de casa. Deixar dormir, fazer aquilo que não dá para fazer quando não tem férias”.
Todo talento deve ser estimulado
Descobrir aquilo que se faz bem costuma ser fruto de um lon-
go processo de autoconhecimento. Para a professora Patrícia, todo mundo (inclusive, os adultos) abriga um notável potencial dentro de si, e é possível descobrir isso através das experimentações. “A criança ou adolescente só descobrirá suas aptidões se for estimulada. Por exemplo, ela nunca saberá que tem talento para pintura se nunca teve contato com telas e pincéis, assim como acontecerá com a criança que tem talento para escrever, mas seus pais nunca a deram livros ou leram histórias com ela. Os talentos estão ali, mas precisam ser incentivados e valorizados pelos pais”, diz a professora. Para exemplificar, Patrícia, que é mãe de Ana Beatriz Machado Pereira da Costa, de 22 anos, e Francisco Machado Pereira Costa Oliveira, de 10 anos, conta: “Quando minha filha era criança, notei que ela gostava muito de vestir suas bonecas, fazer desfiles com elas e desenhar mulheres com diferentes modelos e estampas de roupas. Comecei a
sentar com ela para vê-la brincar e desenhar, e eu colava cada um de seus desenhos nas paredes de seu quarto, para que ela compreendesse que eram muito bonitos e especiais. Naquela época ainda não sabíamos, mas, ali, estava nascendo seu gosto por Design de Moda, curso no qual ela se formou anos mais tarde”, diz. “Também quando criança, minha filha Ana Beatriz aprendeu a ler com gibis da Turma da Mônica, ganhava livros de presente e, todos os dias, antes de dormir, líamos uma história juntas. Quando ela passou a concluir a leitura de seus próprios livros sozinha, eu costumava pedir para que ela contasse aquela história, de forma resumida, para mim. Hoje, ela gosta muito de ler e escrever e, inclusive, trabalha com isso”, fala Patrícia. Já Francisco, filho da professora com seu esposo, o músico Francisco Eduardo Costa Oliveira, mais conhecido como Baiano, convive desde cedo com diversos instrumentos, como bongô, atabaque, pandeiro, berimbau, entre outros. “Apenas observando seu pai tocar e assistindo aos DVD’s de grandes artistas repetidas vezes, ele aprendeu a tocar percussão e iniciou seus primeiros acordes no violão. Como vimos que ele tinha habilidade, o matriculamos em uma aula de violão. Mas, se ele nunca tivesse contato com a música, por exemplo, não seria possível identificar estas
suas habilidades”, diz Patrícia. Além disso, Francisco também participa do grupo de Capoeira Angola na Escola (da Associação Lenço de Seda) e da escolinha de surfe Primeiras Ondas – projetos gratuitos, disponibilizados às crianças de Itapoá. Para quem deseja estimular a criança gastando pouco ou quase nada, Patrícia conta que são possíveis criar instrumentos com latas preenchidas de areia ou pedras, ou fazer uso de panelas e outros utensílios domésticos. Utilizar caixas de papelão com canetinhas coloridas para estimular a imaginação, reaproveitar embalagens de produtos para criar um pequeno mercadinho e trabalhar alguns conceitos matemáticos, construir uma horta com materiais recicláveis para vivenciar experiências de planto, colheita e o contato com a natureza também são sugestões válidas. Aproveite este período de férias, portanto, para conhecer e participar mais dos interesses e atividades do seu filho, se divertindo com ele, conhecendo suas novas facetas, e dando a ele a oportunidade de experimentar novas atividades, seja na arte, na música, na dança, na criação de novas histórias ou em algum esporte. Pois, como disse Pablo Picasso: “Todas as crianças nascem artistas. O desafio é que continuem a ser artistas depois que crescem”.
Francisco é filho de pai músico, convive desde cedo com diversos instrumentos e, hoje, domina muitos deles.
Revista Giropop | Julho 2017 | 9
FÉRIAS ESCOLARES de julho
É praticando que se aprende Ana Beatriz Machado Pereira da Costa
Para que sejam proveitosas, as férias escolares de julho da criançada não precisam envolver, necessariamente, uma grande viagem, uma extensa programação e muitos gastos. Pelo contrário: é nas atividades simples que pode estar o maior barato. Afinal de contas, tempo de férias é tempo de criar, produzir, inventar, explorar, imaginar e, é claro, brincar muito. E, para convidar outras crianças a deixarem sua imaginação fluir, conversamos com quatro especialistas no assunto: as próprias crianças! Com muita criatividade e força de vontade, nosso time de pequenos de Itapoá-SC prova que toda criança tem algum talento e que boas ideias merecem ser compartilhadas.
10 | Julho 2017 | Revista Giropop
F
ilho de Elaine de Mello e Marcos de Mello, Allef Vinicius de MeLlo, de 14 anos de idade, é um menino com capacidade autodidata e multitarefas. “Todas as coisas que ele deseja aprender, ele para, observa e aprende”, conta sua mãe, “acredito que ele tenha um dom para isso, mas muito vai da sua força de vontade, pois ele tenta inúmeras vezes até conseguir”. Foi observando e praticando que Allef aprendeu a surfar, andar de skate, de slackline, cantar, jogar futebol, tocar violão e guitarra, fazer malabarismos e realizar belíssimas pinturas em lajotas – e é sobre esta última atividade, em especial, que iremos falar. Sempre interessado em trabalhos manuais, há três anos, Allef teve a ideia de começar a realizar pinturas com tinta guache em lajotas. Ele conta que pintava mais por diversão, sem técnica alguma. Até que, no último verão de 2016/17, conheceu um artista que ficava pelas ruas de Itapoá realizando pinturas e lajotas e as vendendo para moradores e turistas. Como Allef ajuda mui-
De Itapoá, Allef Vinicius de Melo pinta belas paisagens em lajotas.
to sua família – especialmente no Trenzinho da Alegria de seus pais, onde o menino se fantasia de Pato Donald –, pediu aos pais que pagassem um pequeno curso para o artista, para que este lhe ensinasse algumas técnicas de pintura em lajotas. E, assim, o artista ensinou ao menino qual o tipo de lajota e o tipo de tinta que
Allef também toca guitarra e canta em sua igreja.
devem ser utilizadas, como ele poderia realizar os acabamentos, entre outras técnicas. Desde então, Allef vem pesquisando outras dicas na internet e realizando belíssimas pinturas de paisagens em lajotas, que levam apenas de dois a cinco minutinhos para ficarem prontas. “Os materiais utilizados são: uma lajota lisa, tinta a óleo, querosene, solvente, um pano, um pouco de água e palitinhos. O desenho é feito na lajota utilizando a mão e os dedos, já os acabamentos podem ser feitos com as unhas, o pano e os palitos. São materiais que custam pouco, mas, quando tenho apenas uma lajota, eu pinto, apago tudo e pinto nova-
mente na mesma lajota, para treinar”, explica Allef, que estuda no 9º ano da Escola Municipal Monteiro Lobato. Mais que tranquilidade e coordenação motora, esta atividade artística também permite ao praticante as noções de tons de cores, luz e sombra, perspectiva e reflexo. Hoje, Allef coleciona algumas medalhas do Festival da Canção de Itapoá e de campeonatos de slackline e de skate, canta e toca guitarra na CEU (Comunidade Evangélica Unida), estuda e ainda arruma tempo para praticar suas pinturas, que já serviram de presente para toda a família. Acompanhando o ritmo de Allef está seu irmão mais novo, Allex
Entre outros esportes que pratica, o jovem se destaca no slackline, tendo ganhado dois campeonatos no esporte.
Vinicius de Mello, de seis anos de idade. Mas exige muita força de vontade: “Gosto de estar sempre pesquisando e observando as pessoas para aprender novas coisas. No começo, pode parecer difícil, mas se você tentar outras vezes, vai conseguir e vai fazer cada vez melhor”, diz Allef, que gosta muito da frase bíblica “tudo posso naquele que me fortalece” e que, entre tantas realizações e aprendizados, sonha em, um dia, ser professor de Educação Física ou policial.
Revista RevistaGiropop Giropop||Junho Julho 2017 | 11
FÉRIAS ESCOLARES de julho
Toda criança tem uma história especial
U
ma boa sugestão para inspirar a criançada nas férias escolares é criar uma história e (por que não?) escrever um livro – como fez Pedro Lucas Melin Dunzer, de dez anos de idade.
Ele conta que adora ler, criar histórias de aventuras, acampar na praia, pescar, participar do Coral Sementes do Amanhã, fazer piqueniques, experiências científicas e observar com o microscópio as micropartículas e misturas que ele mesmo faz, mas, o que mais gosta são os animais, como cães, peixes, moluscos do mar, pássaros, coelhos, insetos que adora observar e os seus preferidos: os gatos. A mãe de Pedro, Maria Inês Vargem Yalçinkaya, mais conhecida como Mari, conta que, de todos os bichinhos de estimação que o filho já teve, um deles lhe chamou atenção: “Certo dia, um gato foi abandonado dentro do nosso quintal e decidimos ficar com ele. Pedro deu a ele o nome
12 | Julho 2017 | Revista Giropop
de ‘Kuçuçuko’ e os dois se tornaram inseparáveis. Onde Pedro estava, o gato estava, também”. Mas, infelizmente, chegou o dia em que Kuçuçuko desapareceu e, mais tarde, foi encontrado morto. Mari recorda que Pedro sofreu por muito tempo com a ausência do bichano. “Eu gostava muito dele e tinha projetos de viajarmos eu, minha mãe e ele para a Lua em um foguete imaginário e, lá, fazermos um piquenique”, conta Pedro, que estuda no 5º ano da Escola Municipal Ayrton Senna. A história criada pelo menino, de fazer um piquenique na Lua com o gato Kuçuçuko, foi criada quando Pedro tinha oito anos de idade, e despertou o interesse de sua mãe, que sempre desejou escrever um livro infantil. “Suge-
Pedro Lucas Melin Dunzer e a capa do livro “O Gato Astronauta”, de Pedro e Mari.
Assim, nasceu o livro o “O Gato Astronauta”, dedicado às crianças (e adultos, também) que perderam seus bichos de estimação e desejam superar essa dor, com textos e ilustrações de Pedro e Mari.
Para materializar essa história, a mãe de Pedro imprimiu cem exemplares do livro, para vender aos familiares e amigos mais próximos. De acordo com Mari, as impressões não são muito baratas e o processo de registro na biblioteca nacional leva tempo, mas vale a pena. A história de Pedro foi lida, inclusive, nas salas
ri a ele que transformássemos aquela aventura em um livro e ele adorou a ideia e, então, começamos a escrever e desenhar juntos”, fala Mari.
O menino e o gato Kuçuçuko, amizade que deu origem ao livro. de aula da sua escola, inspirando e mostrando a todos os seus colegas que é possível transformar um episódio triste em uma leitura prazerosa, e que escrever um livro não é algo tão distante como parece. Outro fato que também deixou mãe e filho muito felizes é que o livro já foi encomendado, inclusive, por pessoas que moram fora do Brasil, como Suíça, Portugal, Holanda e Turquia. Além de “O Gato Astronauta”, Pedro e Mari também criaram outras histórias de aventura que
Além de criar histórias, Pedro também gosta muito de pescar.
virarão livros: “Não Era uma Vez”, que conta a história de um menino e seu peixe de estimação, e “O Coelho Mágico”, que fala sobre um coelho mágico e a família que o amou – sempre trazendo mensagens de amor, amizade, respeito aos animais e perseverança. “Gosto muito de curtir o Pedro e ouvir suas ideias, histórias, teorias e sonhos. E, se pararmos para escutar, toda criança já criou, pelo menos, uma história especial para contar. O que falta é nós, adultos, darmos atenção e
valor a isso”, fala Mari. Entre tantas coisas que Pedro pensa em ser quando crescer, uma delas é cientista químico ou “cientista de misturas”, como ele mesmo diz. Hoje, o menino compreende melhor a ausência de seu companheiro, o gato Kuçuçuko, pois, como está escrito na nota dos autores de “O Gato Astronauta”: “a vida nos traz e nos leva o que é preciso aprender e, mesmo na dor, devemos ser gratos pelos momentos de grande valor que passamos juntos”.
Revista Giropop | Julho 2017 | 13
FÉRIAS ESCOLARES de julho
Inventando moda
O
lhar de estilista é assim: onde você vê um pedaço de pano, ela enxerga uma saia ou um vestido. Foi desse jeito que Serena Cubas Pereira, de sete anos de idade, começou a inventar roupinhas para suas bonecas. “Normalmente, elas vêm com apenas uma roupa, e eu queria ter outros modelos, cores e estampas como opções”, conta. Foi de um pequeno pedaço de tecido que ela criou o primeiro vestido para sua boneca. Desde então, os pais de Serena, Simone Cristine Cubas e André Luiz Pereira, incentivaram-na nas criações. “Como o André é tatuador e gosta de desenhar e pinA pequena Serena Cubas Pereira utiliza tecidos e outros materiais para criar modelitos para as suas bonecas.
Serena e sua mãe, Simone Cristine Cubas, dando vida à criação.
tar, minha mãe faz tricô e crochê, e eu gosto muito de trabalhos manuais, ela cresceu sendo estimulada e tendo liberdade para criar e fazer novos experimentos”, conta Simone que, recentemente, costurou à mão uma roupa da personagem Lady Bug para Serena fazer uma apresentação para toda a família. Abraçando a ideia da filha, Simone comprou uma caixa de tecidos para que ela experimentasse, testasse e
14 | Julho 2017 | Revista Giropop
criasse novos modelos – quem escolheu os tecidos foi, é claro, a pequena estilista. “Meus tecidos preferidos são os estampados de cores claras”, diz Serena, que estuda no 1º ano C da Escola Municipal Ayrton Senna. Sem fazer uso de agulha ou máquina de costura, ela utiliza apenas pedaços de tecidos e uma tesoura e, assim, trabalha com amarrações, laços, elásticos ou fitas adesivas para
fixar a roupa na boneca. A l é m dos tecidos, a pequena também já criou roupas para suas bonecas recortando bexigas, modelando massinhas, utilizando lenços umedecidos e reaproveitando suas próprias roupas: “recortei as mangas de uma blusa que não servia mais em mim e usei o tecido para fazer vestidos e saias para as bonecas”. Já os detalhes são feitos com tinta, esmalte, pedrinhas, prendedores de cabelo, entre outros materiais. As inspirações para os modelos das bonecas de Serena vêm de sua cabeça, da internet, de programas de televisão, do guarda-roupa e da loja de sua mãe. E suas peças são variadas e modernas: ela faz vestidos, saias, capas, bolsas, lenços e, até mesmo, tops no estilo cropped para o estilo de suas modelos de brinquedo. “O mais legal é que comprar o tecido não é tão caro quanto comprar uma roupinha já pronta, e que as peças não enjoam nunca, porque uma saia pode virar um vestido, se você quiser”,
explica Serena, que também ensinou suas amigas a fazerem o mesmo. Além das peças de moda, a pequena nos conta que também gosta de fazer outras coisas, como: “desenhar, fazer Yoga, assistir desenhos e brincar com meu irmão, que me ensina muitas coisas legais”. Como mérito de suas criações para as bonecas, Serena ganhará de seus pais, em breve, a sua primeira máquina de costura. “Acho que vou gostar, porque não consigo fazer calças para as bonecas só amarrando os tecidos e, com a máquina, vou conseguir”, diz Serena, que está cogitando a ideia de se tornar uma estilista quando crescer: “mas não tenho certeza, porque ainda vou demorar para crescer”.
FÉRIAS ESCOLARES de julho
Dos papéis às dobraduras
C
oncluindo a nossa série de entrevistas com a criançada, está Jhoe Cubas Pereira, de oito anos de idade, estudante do 2º ano D da Escola Municipal Ayrton Senna. Desde criança, ele tem sua criatividade estimulada dentro de casa, por seus pais Simone Cristine Cubas e André Luiz Pereira, e, hoje, é apaixonado por esportes e atividades manuais. Jhoe gosta de desenhar, utilizando diferentes tipos de canetas, tintas e molduras, e criar esculturas com argila. Mais que fazer manobras de skate – esporte que aprendeu a dominar apenas observando os mais velhos, ele gosta de montar seu próprio skate, assim como o fez com a pipa e com o hand spinner (peça que, quando impulsionada, começa a girar constantemente na ponta dos dedos), brinquedos que Jhoe aprendeu a fazer para, depois, é claro, brincar. Ele conta que as Uma das principais diversões de Jhoe Cubas Pereira é criar diversos origamis (dobraduras de papel). suas ideias e inspirações vêm do ato de observar seus pais trabalhando ou Infelizmente, nossas sua irmã mais nova linhas permitiram que brincando, de assistir entrevistássemos apenas aos programas de televisão e acessar aos quatro crianças que resites voltados ao “faça presentam a criatividade, você mesmo”. a ludicidade e a fantasia Recentemente, a do universo infantil, mas mais nova paixão de temos certeza que exisJhoe tem sido os origatem muitas outras delas mis – a arte de dobraespalhadas por nosso muduras de papel, uma nicípio com ideias e feitos técnica japonesa que incríveis, como as pinturas existe há mais de um de Allef, as histórias de século. “Eu estava asPedro, as roupas de Seresistindo ao filme ‘Kubo o aumento da capacidade na e os origamis de Jhoe. e as Cordas Mágicas’ da concentração, desenvolSe você deseja mostrar e o personagem prinvimento da coordenação mocipal criava origamis o talento da sua criança, tora, paciência, memória e que ganham vida a seja ele qual for, envie imaginação das crianças que partir das fábulas que uma foto dela praticando o praticam. inventa. Gostei muito esse talento, constando “Criar um brinquedo com dos origamis do filme seu nome completo e um as próprias mãos é muito e, com a ajuda da mimais legal do que comprar um pequeno texto explicando nha família, pesquisei brinquedo já pronto, pois, aso que ela gosta de fazer na internet como eles sim, a criança pode se divertir para o e-mail giropop@ eram feitos e, assim, enquanto cria”, fala o pequegmail.com. As fotos enviaconsegui criar meus no Jhoe, que nos conta que, das serão postadas no site próprios origamis”, Além dos origamis, Jhoe também adora pintar. quando for maior, deseja contida Revista Giropop. conta Jhoe. Vale desnuar andando de skate, deseNa foto, uma das telas para a decoração do Boas inspirações e boas tacar que a técnica de nhando, sendo bom em fazer férias! origami contribui para Carnaval de Itapoá de 2017, pintada por ele. origamis e em soltar pipa.
Revista Giropop | Julho 2017 | 15
SAÚDE | síndrome Cornélia de Lange
Com apenas um ano de vida, portadora de síndrome rara luta pela vida Ana Beatriz Machado Pereira da Costa
Antes mesmo de nascer, Maria Alice Soares já vencia desafios e lutava por sua vida, dia após dia. Ela nasceu prematura e foi diagnosticada com Cornélia de Lange, uma síndrome muito rara. Desde então, a pequena e seus pais Morielli Beira e João Claudio Soares, moradores de Itapoá-SC, adentraram o universo de doenças raras e crianças especiais, passando por dificuldades, como a busca pelo diagnóstico, o difícil acesso à informação, e tratamentos escassos e de alto custo – o que comprova que, em plena era da informação, tecnologia e inclusão, as doenças raras ainda representam inúmeros desafios para a saúde pública.
16 | Julho 2017 | Revista Giropop
A pequena Maria Alice, com muitos fios e sondas, no colo da mamãe Morielli. Quando a menina atingiu o peso estimado e vestiu sua primeira roupinha.
Da gestação ao nascimento
Tudo começou em 2015, quando Morielli e João Cláudio – que já eram pais de Maria Helena Soares, na época, com dois anos de idade –, descobriram que seriam pais de outra menina, a Maria Alice. Mas, a tranquilidade da gestação acabou quando realizaram o ultrassom morfológico, que examina minuciosamente o desenvolvimento do corpo e dos órgãos do bebê, e o médico lhes
disse que ele apresentava má formação em um dos braços, tinha apenas três dedos na outra mão e era muito pequeno, o que provavelmente acarretaria em uma gestação de risco. Em consulta com um segundo profissional, souberam que o bebê teria de nascer prematuro, pois estava muito abaixo do peso. Com 34 semanas de gestação, Morielli se consultou novamente para verificar o desenvol-
vimento do bebê e acabou sendo internada. Logo no dia seguinte, nasceu Maria Alice, prematura, com apenas 1 quilo e 315 gramas, má formação nos braços e muitos pelos, respirando e cheia de vontade de viver.
Primeiras dificuldades
Assim que nasceu, Maria Alice foi levada à UTI Neonatal do hospital, pois precisava ganhar peso antes de receber alta. De-
Momento “irmãs”, de Maria para Maria. Primeiro encontro das irmãs Maria Helena e Maria Alice: momento que marcou a vida dos papais Morielli e João Claudio.
vido à quantidade de sondas e aparelhagens que a recém-nascida utilizava, seu organismo recusou o leite materno. Ela passou a receber nutrição enteral, pelas veias, mas, ainda assim, estava desnutrida, pois aquela alimentação não substituía o leite materno. O problema se alastrou por dias e, através de exames e ultrassons, os médicos constataram que a menina tinha um problema no coração, que seus órgãos estavam mal posicionados
e que o canal por onde descia o leite materno estava fechado e deveria ser aberto, o que resultou em uma cirurgia de urgência, no 13º dia de vida de Maria Alice. “Não sabíamos se ela sobreviveria, mas oramos muito e nos mantivemos unidos, dando força um para o outro”, recorda o casal. Após a cirurgia, ela estava irreconhecível, devido ao inchaço e à dopagem dos remédios. Dentro de dois dias, sua estrutura interna se abriu e começaram a vazar fezes dentro dela, o que foi solucionado com uma segunda cirurgia. Mas, por conta do vazamento de fezes, Maria Alice pe-
gou infecção hospitalar e já não respirava mais sozinha – apenas com sondas –, e tomava diversos medicamentos e antibióticos. Sobre este período, Morielli recorda: “se ouvíssemos dos médicos que ela estava estável, tínhamos ganhado o dia”. O cuidado tipo “canguru” (quando o recém-nascido é colocado no colo do pai, para promover o vínculo entre ambos) foi feito por João Claudio com muito cuidado, por conta da má formação dos bracinhos e das aparelhagens no bebê. Quando a recém-nascida completou dois meses, João Claudio estava de volta a Itapoá,
para trabalhar, com a filha mais velha Maria Helena, enquanto Morielli teve de ficar com Maria Alice no alojamento de mães do hospital, em Joinville. “Uma médica, especializada em genética, disse que suspeitava que Maria Alice fosse portadora de Cornélia de Lange, uma síndrome muito rara”, lembra a mãe, “receber essa notícia foi desesperador, especialmente porque, naquele momento, estava sozinha”. Quando João Claudio retornou a Joinville, o casal recebeu a confirmação da síndrome da filha e, aí, adentrou um novo mundo: de síndromes raras e crianças especiais.
Revista Giropop | Julho 2017 | 17
Hoje, com um ano e três meses, a pequena Maria Alice vive o auge de sua alimentação e está se desenvolvendo dentro do seu tempo.
Cornélia de Lange De imediato, Morielli e João Claudio perceberam que pouco se sabe sobre a Síndrome Cornélia de Lange (CDLS). De acordo com pesquisas e alguns profissionais, se trata de uma doença muito rara de origem genética, cujas características físicas e mentais mais comuns são: baixo peso e baixa estatura ao nascer, sobrancelhas espessas e unidas no centro, má formações nos pés e nas mãos, refluxo gastroesofágico, má formações cardiológicas, déficit global do desenvolvimento físico, motor e intelectual, e 90% dos portadores não adquirem a linguagem verbal.
18 | Julho 2017 | Revista Giropop
Atualmente, são registrados apenas 354 casos de Cornélia de Lange em todo o Brasil. Por se tratar de uma síndrome rara, Morielli e João Claudio contam que os médicos conhecem muito pouco a respeito – alguns nunca tinham ouvido falar até conhecer o caso de Maria Alice. “Geralmente, quando chegamos ao pronto atendimento, os médicos não sabem o que dizer. Às vezes, saímos com mais dúvidas ainda”, diz o casal. Para facilitar o atendimento nas consultas com diferentes médicos, eles carregam uma pasta, contendo o histórico de exames, consultas, cirurgias e afins da filha.
Luta para deixar o hospital
De acordo com os médicos, se Maria Alice atingisse 1 quilo e 800 gramas, poderia vestir sua primeira roupinha e, se atingisse 2 quilos, receberia alta do hospital. Eles a liberaram para ficar com Morielli, em um quarto, especialmente para fortalecer o vincule entre a mãe e o bebê. Mesmo fazendo o uso de sondas, a menina passou a mamar no seio de sua mãe, mas, ainda assim, não ganhava peso. Com crise de pânico e ansiedade por conta da rotina no hospital, Morielli acabou adoecendo, passou por uma cirurgia e ficou dez dias internada. En-
quanto isso, Maria Alice pegou outra infecção hospitalar, voltou a ter problemas respiratórios e foi encaminhada novamente à UTI Neonatal. Quando Morielli se recuperou, seu leite havia secado e, mesmo com relactação e simpatias, não voltava. “Eu estava com meu psicológico muito abalado, pois passava dias me revezando entre Itapoá, com Maria Helena, e Joinville, com Maria Alice. O apoio do meu marido, da minha mãe e da minha sogra foi essencial neste momento”, lembra. Nas inúmeras tentativas para nutrir Maria Alice, Morielli e João Claudio tentaram a mamadeira,
mas ela não se adaptou. As enfermeiras lhes deram, então, um mamatute – um copinho com uma sonda, que faz com que o bebê estimule o seio e seja bem alimentado. “Se ela sentisse que aquilo era uma sonda, largava na hora, mas, aos poucos, fui adquirindo habilidade e pude amamenta-la tranquilamente”, conta Morielli. E, foi assim, com o mamatute, que Maria Alice atingiu o peso médio e recebeu alta. Depois de quatro longos meses no hospital, ela pôde, enfim, ir para sua casa, em Itapoá, com sua família.
Hoje, a família formada por Morielli e João Claudio se diz muito mais forte, mais unida e com mais fé.
Nova fase
Depois de nascer prematura, passar por cirurgias e infecções, e ser diagnosticada com Cornélia de Lange, Maria Alice deixou o hospital com refluxo severo, estrabismo, secreção nas narinas, broncodisplasia pulmonar, atresia de coana, dificuldades na alimentação, má formação dos membros e crises de choro, uma vez que a Cornélia de Lange afeta também o sistema nervoso. Seu desenvolvimento para ganhar peso é lento e, por ter a imunidade baixa, quase sempre está doente. Maria Alice já realizou fisioterapia e recebe acompanhamento de fonoaudiólogo, pediatra, neurologista, oftalmologista, otorrinolaringologista, pneumologista, cardiologista, gastroenterologista, endocrinologista, nutricionis-
ta, cirurgião e ortopedista, além de tomar diversos medicamentos, vitaminas e antibióticos de alto custo. Para contribuir com todas essas despesas, Morielli, João Claudio e toda a família organizam ações, vaquinhas e rifas em prol do tratamento da pequena Maria Alice. Há aproximadamente dois meses, sua saúde está em esta-
do estável, sem crises ou outras complicações. No entanto, isso só vem sendo possível graças à dedicação dos profissionais e da família. “Deus e todas as pessoas colocadas em nossas vidas foram muito bondosas, especialmente Maria Helena (hoje, com três anos de idade), que se adaptou facilmente a todas estas situações e sempre tratou a
irmãzinha com muito amor”, diz Morielli, que, durante o período em que esteve no hospital, conheceu enfermeiras e gestantes que se tornaram suas amigas para a vida toda. Hoje, com um ano e três meses, a pequena Maria Alice vive o auge de sua alimentação, tomando 120 ml de leite materno na mamadeira. Gosta de músicas, bagunças, brincadeiras e está se desenvolvendo dentro do seu tempo. Desde que adentrou o mundo de crianças especiais, João Claudio afirma: “nossa família está muito mais unida e fortalecida, e damos muito mais valor à vida”. Ele e Morielli contam que a fé e o amor são o que os mantêm fortes, dia após dia. Sobre o futuro de Maria Alice, eles dizem: “não queremos que as pessoas sintam pena dela, mas que tenham respeito, e que, antes de tudo, ela seja feliz e saiba o quanto é forte, guerreira e amada por todos nós”.
Deseja saber mais sobre a síndrome Cornélia de Lange?
De 15 a 18 de agosto será realizado o 9º Congresso da CDLS WORLD, em Minas Gerais, onde serão realizadas palestras, reuniões e consultas com especialistas em Cornélia de Lange do mundo todo. Ou ainda acesse o site da Associação Brasileira Síndrome Cornélia de Lange: www.cdlsbrasil.org.
Revista Giropop | Julho 2017 | 19
informe publicitário | fisiopilates
Ballet ou jazz, dançar faz bem para todas as idades Ana Beatriz Machado Pereira da Costa
Dando continuidade à nossa série de pautas sobre diferentes atividades físicas, em parceria com a Fisiopilates, de Itapoá-SC, nesta edição, contamos um pouco sobre o Ballet Clássico, o Ballet Baby Class e o Jazz Dance. Quem nos explica melhor sobre a versatilidade e os benefícios da dança, em suas diversas modalidades, são os professores e bailarinos profissionais Luiz Carlos dos Santos e Gabriela Buiarski Antunes da Luz – que fazem parte do time de profissionais da Fisiopilates.
Ballet Clássico
“Uma arte com beleza, leveza e liberdade para mover o corpo e ativar a saúde física” – com estas palavras o professor Luiz define o Ballet Clássico, atividade que leciona para crianças, jovens e adultos, na Fisiopilates. Seus benefícios são: agilidade, postura, expressão facial e corporal, coordenação motora, noção de
22 | Julho 2017 | Revista Giropop
Os professores e bailarinos Luiz Carlos dos Santos e Gabriela Buiarski Antunes da Luz, com seus alunos, e a Thayna Martins do estúdio da Fisiopilates.
espaço, ritmo, equilíbrio, flexibilidade, resistência muscular e respiratória, autoestima, memorização e sociabilidade. Além disso, o professor destaca que o Ballet pode auxiliar seus praticantes no estudo escolar e relacionamentos, criando laços saudáveis e verdadeiros, e ativando a imaginação com a emoção musical. Normalmente, as aulas de
Ballet Clássico com o professor Luiz se iniciam com aquecimentos e alongamentos para fortalecer os músculos, obter flexibilidade e abertura, em seguida, preparando o corpo para a execução dos exercícios, que se iniciam na barra e são transferidos para o centro, onde são executados com força, beleza, técnica e leveza. Após o conhecimento
dos mesmos, é elaborada uma junção dos passos e movimentos dentro de um ritmo musical – ali, diz o professor, “nasce uma coreografia, a transformação e a realização dos sonhos”. Segundo Luiz, o Ballet Clássico consiste em um aprendizado lento e calmo, onde cada novo movimento depende do outro já aprendido. Desse modo, a evolu-
nação motora, resistência muscular e respiratória, autoestima, noção de espaço, memorização e sociabilidade. “Para alcançar tudo isso, bastam apenas duas coisas: paciência e muito amor por aquilo que se faz”, diz Gabriela que, assim como a família de suas alunas, sente muito orgulho da evolução e desenvolvimento de cada uma delas.
Jazz Dance
O Ballet Baby Class é direcionado às crianças de quatro a seis anos de idade, e ministrado pela professora Gabriela. ção é gradativa, sendo respeitada e incentivada conforme as habilidades de cada aluno. Por fim, o professor conclui: “aguardamos sua presença para, juntos, dividirmos o conhecimento, o palco, a emoção e o aplauso”.
Ballet Baby Class
Essa atividade leva este nome, pois é direcionada às crianças de quatro a seis anos de idade. Na Fisiopilates, as aulas de Ballet Baby Class são ministradas pela professora Gabriela. Ela nos conta que o Ballet Baby Class trabalha exercícios com base na ludicidade e nas músicas infantis, ou seja, dentro do universo infantil. No entanto, a professora ressalta: “apesar da ludicidade e das brincadeiras, todos os trabalhos são muito bem
planejados, para não fugir da técnica clássica, como, por exemplo, ‘pé de palhaço, pé de bailarina e pé de pinguim’, que são exercícios lúdicos para a criança se divertir e fixar os movimentos em sua memória”. Segundo Gabriela, o prazer de todo bailarino é poder demonstrar todo seu desenvolvimento e talento em cima de um palco e, no Ballet Baby Class, não poderia ser diferente: “normalmente, trabalhamos com coreografias elaboradas com músicas e personagens infantis, expressando a história através dos movimentos e dos figurinos”. Os benefícios do Ballet para crianças de quatro a seis anos de idade são inúmeros, mas muitas aderem à atividade em busca de agilidade, tranquilidade, coorde-
“O ritmo que move, encanta, fascina e inspira” – afirma a professora Gabriela sobre o Jazz Dance, ritmo que tem sua origem há muitos anos, com os negros escravizados nas grandes navegações, que, trancafiados durante as festas, observavam os brancos dançarem quadrilhas e valsas e, então, os ridicularizavam, imitando seus movimentos e passos, como deboche, enquanto estavam sozinhos e presos. Hoje, o ritmo se expandiu pelo mundo todo e se divide em diferentes estilos, mas nunca fugindo às técnicas de origem: o Ballet Clássico. De acordo com a professora, por mais leve e suave que o jazz pareça, ele exige muita técnica para que se conquiste cada movimento. “O nosso jazz tem oferece aula muito completa, dividida em aquecimentos (como saltos, giros, piruetas e rolamentos), alongamentos (de todos os tipos, para o corpo conquistar a flexibilidade exigida na dança), exercícios técnicos (alguns deles com origem no Ballet Clássico, como Tendu, Grand Battement, entre outros), exercícios em laterais e
em diagonais e, por fim, sequências coreográficas, fazendo uma junção dos passos e movimentos já aprendidos. Na Fisiopilates, as aulas de Jazz Dance são ministradas para iniciantes a partir do dez anos de idade, mas é possível encontrar atividades dançantes para todas as idades. Afinal de contas, a dança é para todos. Segundo a professora e bailarina Gabriela, conquistar as técnicas e a tão exigida flexibilidade para dançar requer amor e paciência. Mas, ao final de tudo, o talento e o crescimento do aluno na dança valem toda a dedicação.
Fique por dentro dos dias e horários das aulas de dança na Fisiopilates: Ballet Clássico: toda segunda e quarta-feira, com turmas das 9h às 10h e das 15h às 16h. Ballet Baby Class: toda terça e quinta-feira, das 10h15 às 11h15. Jazz Dance: toda terça e quinta-feira, das 9h às 10h. Maiores informações: 47 3443.6797 | 99940.0614 Avenida Brasil, 3622, Princesa do Mar, Itapoá - SC
Revista Giropop | Julho 2017 | 23
DIA DO MOTOCICLISTA
Casal de “Harleyros” compartilha experiências na vida e na estrada Ana Beatriz Machado Pereira da Costa
Casal Osvaldo Carneiro Junior e Mayara Marturelli, de Itapoá.
O Dia Nacional do Motociclista é comemorado em 27 de julho. A data celebra todos os que, seja profissionalmente ou por hobbie, pilotam motocicletas. Para comemorar, conhecemos a história do casal Mayara Marturelli e Osvaldo Carneiro Junior, de Itapoá. Eles são apaixonados por motocicletas, especialmente os modelos da marca Harley-Davidson, e nos falam que os motociclistas não apenas pilotam motos, mas também vivenciam o que é conhecido como “cultura da motocicleta”.
N
aturais de Curitiba-PR, Mayara e Osvaldo sempre gostaram de motocicletas. Ela recorda que fazia trilhas com sua motocicleta do modelo XTZ 125, na época da adolescência, enquanto ele conta que tinha uma
24 | Julho 2017 | Revista Giropop
motocicleta esportiva do modelo Bandit 1200, mas que teve por pouco tempo, pois não era bem o seu estilo. Mayara e Osvaldo se conheceram em Itapoá, em 2006. Ele relembra: “Morávamos bem próximo um do outro, então, eu sempre a via andando de moto e achava muito bacana,
especialmente por ser mulher”. Quando começaram a namorar, em 2009, os dois haviam vendido suas motocicletas e ficaram um bom tempo sem elas. Segundo Osvaldo, este foi um período difícil, pois ele sentia muita falta de pilotar. Em 2013, já casados, eles
foram a uma loja da Harley-Davidson e, por incentivo de Mayara, Osvaldo comprou uma motocicleta Harley-Davidson do modelo Fat Boy. “Sempre sonhei em ter uma moto da linha da Harley-Davidson, pois esta marca centenária se transformou em uma lenda do motociclismo e sinônimo de estilo
de vida, personalidade, conforto e experiência”, conta Osvaldo. Porém, Mayara não o acompanhava nos passeios e viagens de motocicleta, pois tinha insegurança de andar na garupa, uma vez que sempre pilotou a sua própria motocicleta. “Quando viajávamos para participar de eventos, eu ia de motocicleta e, ela, de avião. Era um pouco chato, pois desejava ter minha parceira ao lado, na estrada, e, além disso, ela também sentia falta de pilotar. Então, dentro de um ano e meio, me senti na obrigação de presenteá-la com uma motocicleta”, fala Osvaldo.
Foi em São Paulo, em um evento da Harley-Davidson, que Mayara se apaixonou por um modelo que estava sendo lançado no evento, a Harley-Davidson Breakout Softail. “Gosto muito deste modelo, pois foi a minha primeira motocicleta de porte grande, é muito confortável e esbanja estilo”, diz Mayara. Recentemente, há cerca de um ano, devido às frequentes viagens a trabalho, Osvaldo trocou sua Fat Boy por um modelo mais confortável, uma Street Glide, também da marca Harley-Davidson. Mayara e Osvaldo são bons
exemplos de “Harlystas” ou “Harleyros” – como são chamados os motociclistas apaixonados por modelos da marca Harley-Davidson. Eles colecionam diversos objetos da marca, vão a eventos específicos da marca e, sempre que viajam a outros estados ou países, as lojas da Harley-Davidson são sinônimos de parada obrigatória. “Diferente do que muitos pensam, estes são ambientes tranquilos e frequentados por muitas famílias e pessoas de todas as idades. Nos eventos da Harley, há sempre bandas de rock, lojas, barbearias, concursos de Pinups, lançamentos de novos modelos de motocicletas, exposição de carros e motocicletas antigas, opções para personalizar a motocicleta, além de ações beneficentes, como a campanha do Outubro Rosa, para ajudar mulheres com câncer de mama, por exemplo”, conta Mayara. No entanto, o foco do casal não são os eventos de motociclismo, mas as viagens realizadas, cada qual com sua Harley. “Na estrada, ficamos impressionados com o respeito que alguns caminhoneiros têm pelos motociclistas”, ressalta Mayara, que trabalha aos fins de semana, mas acompanha o amado nos passeios, sempre que possível. Para Osvaldo, ter
uma mulher que goste tanto do universo do motociclismo quanto ele é sinônimo de realização: “depois que cada um passou a ter a sua própria motocicleta e realizar os passeios juntos, nossa relação se fortaleceu ainda mais”. Para aqueles que desejam adquirir uma motocicleta da marca Harley-Davidson, Mayara e Osvaldo garantem que o investimento vale a pena, mas opinam: “a motocicleta tem de ser funcional, não adianta ter uma e não usá-la”. Ela se diz se diz satisfeita com a sua Breakout Softail, já ele, fala que não se vê pilotando outra motocicleta que não seja Harley Davidson. Segundo o casal – que tem amigos motociclistas espalhados por Itapoá, Curitiba e por todo o mundo, o presente que este estilo de vida proporciona são as experiências e os amigos. “Hoje, além de andar de moto e gostar de Harley, encontramos outras afinidades que nos completam, como o gosto por viagens e o crescimento profissional”, conta o casal, que ainda planeja cruzar a famosa Rota 66, nos Estados Unidos da América – símbolo e sonho de motociclistas do mundo todo. Mas, o que existe por trás de todo esse amor pelo veículo automotor de duas rodas? Os “Harleyros” Mayara e Osvaldo explicam em poucas palavras: “pilotando uma motocicleta, o foco nunca é chegar ao destino, mas apreciar a jornada”.
Revista Giropop | Julho 2017 | 25
SEGURANÇA eletrônica | monitoramento 24 horas
Orsegups é sinônimo de inovação e tecnologia
Ana Beatriz Machado Pereira da Costa
Presente e atuante em todo o Brasil, com 40 anos de história e uma carteira de 72 mil clientes, a Orsegups é hoje a maior companhia de segurança eletrônica da América Latina, com 12 mil colaboradores diretos e a maior Central de Monitoramento 24 horas. Por apresentar uma grande variedade de produtos e serviços com foco em segurança, inovação e tecnologia, a executiva de vendas da unidade operacional da Orsegups em Itapoá-SC, Elis Regina Demarchi, fala sobre a atuação da empresa na região, que tem como principais características o sistema de monitoramento eletrônico e o rastreamento veicular.
N
ão é novidade que, atualmente, a segurança pública no Brasil vive um momento delicado. Esta realidade faz com que a sociedade busque, cada vez mais, proteção suplementar. Em Itapoá, não é diferente: “Recentemente, o município litorâneo
26 | Julho 2017 | Revista Giropop
vivencia uma série de acontecimentos que comprometem e ameaçam a segurança da população. Por isso, moradores e turistas têm investido mais em câmeras, alarmes e outros sistemas que garantem a segurança do seu patrimônio residencial e comercial”, conta Elis. Neste contexto, a tecnolo-
Supervisor Élio com parte da equipe tática da Orsegups Otávio, David e Lissandro.
gia – um dos pontos fortes da Orsegups, é uma grande aliada, trazendo produtos e serviços modernos, customizáveis e acessíveis, o que credencia a empresa como líder no mercado latino-americano de segurança eletrônica. De acordo com Elis, a segurança essencial da rede de proteção Orsegups se traduz na
tecnologia, na transparência e na tranquilidade, desde a aquisição dos equipamentos mais eficazes do mercado global, até o desenvolvimento de aplicativos que põem o controle dos serviços contratados na palma da mão de seus clientes. A executiva de vendas ainda ressalta que, sob a autorização
Leonardo (suporte técnico de Joinville), Marcelo (técnico da Orsegups em Itapoá) e os técnicos de instalação Vinícius e Dany.
expressa da Polícia Federal, a Orsegups é uma empresa legal, inserida no segmento da segurança privada e fiscalizada pela Polícia Federal. “Essas exigências, além de outros atributos institucionais, conferem a segurança não somente de nossos clientes, mas também de nossos colaboradores”, explica, “nossa empresa também tem sua qualidade reconhecida através da certificação ISO 9001:2008, pelos diversos prêmios conquistados junto ao mercado e, sobretudo, pela preferência da maioria dos consumidores onde prestamos nossos serviços”. Já em Itapoá, a Orsegups trabalha com monitoramento residencial, comercial e industrial (alarme, imagens e sistemas in-
tegrados), com quatro táticos em escala de revezamento, durante 24 horas por dia, além de ser a única empresa do município que realiza o serviço de monitoramento e rastreamento de veículos (carros, motos, vans, caminhões, entre outros) – todos devidamente controlados por uma equipe especializada e táticos qualificados. Segundo a equipe da Orsegups, os principais atributos da empresa são seus 72 mil clientes atendidos com compromisso, seriedade e transparência total, com atendimento técnico e comercial em até 48 horas. “A Orsegups mantém canais abertos de comunicação online e, por meio deles, estreita o relacionamento com os clientes, permitindo a auditoria dos serviços prestados em
Elis, executiva de vendas da Orsegups em Itapoá - SC
tempo real”, explica Elis, “já no atendimento presencial, é realizado um estudo para oferecer o produto e serviço mais adequado àquele tipo de cliente, permeado por processos de gestão de qualidade, desenvolvimento do capital humano, inovação e melhoria contínua dos processos”. Com base em sua política de qualidade, os profissionais da Orsegups se dedicam e aplicam conhecimentos para que seus serviços sejam eficazes e seus clientes sejam sempre bem-atendidos. Para o futuro, a empresa pretende permanecer como a marca de primeira escolha e referência em segurança no Brasil, além de entregar, cada vez mais, soluções em segurança integra-
da com tecnologia aplicada, proporcionando tranquilidade aos clientes e crescimento sustentável. Mantendo seus valores de transparência, excelência, responsabilidade social, resultado e cooperação. Para entender melhor os serviços que a Orsegups de Itapoá oferece diariamente, basta visitar sua sede, localizada no bairro Cambijú, na Avenida Celso Ramos, número 263. Consulte o plantão de vendas (de segunda-feira a sábado, das 8h às 18h) através do número (47) 99954-1132. Ou então o apoio operacional, através do 4020 44 11.
Revista Giropop | Julho 2017 | 27
HISTÓRIA
Conexão Brasil-Turquia: um amor que atravessou 11 mil quilômetros
Ana Beatriz Machado Pereira da Costa
Essa história começou há seis anos, através do famoso Facebook. Autodidata e apaixonada por novos idiomas, Maria Inês Vargem Yalçinkaya, mais conhecida como Mari, de Itapoá-SC, desejava aprender a falar o idioma turco. Para treinar através do método de conversação, buscou perfis de pessoas da Turquia nas redes sociais, até que encontrou Munir Yalçinkaya. Ela ainda não sabia, mas, naquele momento, mais do que o idioma, Mari estava preste a conhecer um grande amor turco.
O
ano era 2011 e Mari, que reside em Itapoá, estava concluindo sua faculdade de Direito. Ela conta que sempre gostou de aprender novas coisas de maneira autodidata e estava decidida a aprender o idioma turco: “adorava ouvir músicas turcas e achava aquele idioma um dos mais boni-
28 | Julho 2017 | Revista Giropop
Depois de se conhecerem na internet, a brasileira Maria Inês Vargem Yalçinkaya, mais conhecida como Mari, e o turco Munir Yalçinkaya se casaram e, hoje, vivem uma linda história de amor.
tos, pois apresenta uma fonética muito doce e uma simetria na linguagem”. Além das próprias músicas, ela decidiu procurar
perfis de pessoas da Turquia no Facebook, uma vez que treinar a conversação com estrangeiros é uma das maneiras mais eficazes
para se aprender um novo idioma. Mari já possuía alguns poucos amigos e amigas na Turquia, mas a conversação costumava ser em inglês, foi então que, em um grupo, ela encontrou o perfil de Munir, que dizia que ele era turco, mas também falava o idioma português – mais tarde, a brasileira e o turco souberam que esta informação constava no perfil de Munir por engano. No entanto, os dois passaram a manter contato por mensagens – em turco, é claro. Ela conta que, neste período, os tradutores online foram essenciais. Inicialmente, por conta do choque das diferentes culturas, Munir fala que desconfiou que Mari fosse mesmo uma brasileira em busca de um amigo para aprender o idioma turco – especialmente porque em sua cultura os turcos não têm o hábito de ter amigas mulheres, mas, aos poucos, passaram a trocar ligações, se ver através da webcan e conversar cada vez mais através do Facebook e MSN. Apesar de ser natural da Turquia, naquele tempo, Munir estava na Arábia Saudita, trabalhando em uma oficina
dos os dias, ao fim do dia, para saber da rotina um do outro e se conhecer cada vez mais. “Mesmo que estivéssemos em países distantes e não nos conhecêssemos pessoalmente, nos fazíamos muito presentes um na vida do outro e, consequentemente, criamos um sentimento um pelo outro”, lembram. Desse modo, em menos de um mês após a primeira palavra trocada, Munir pediu Mari em namoro, que aceitou. Já que estavam namorando, Mari passou a manter contato com a família de Munir, enquanto Munir passou a manter contato com Pedro e toda a família de Mari – contatos virtuais, é bom lembrar. E, assim, entre infinitas ligações, mensagens O casal e o pequeno Pedro Lucas Melin e vídeos, se passaram Dunzer, filho de Mari: uma relação três anos de namoro de amizade e confiança. virtual entre a brasileira e o turco, até que ele mecânica de carros de luxo. Já Mari, trabalhava na Câmara Mu- encontrou a oportunidade ideal nicipal de Itapoá durante o dia e para conhecer a amada. “Estámorava com seu filho mais novo vamos muito ansiosos para nos Pedro Lucas Melin Dunzer – na conhecermos pessoalmente e, época, com quatro anos de idade. inclusive, meu filho Pedro aguarComo ambos tinham uma dava este momento com alegria, rotina atarefada, Mari e Munir pois é inevitável criar vínculos passaram a trocar ligações to- com uma pessoa que você con-
versa todos os dias sobre vários assuntos”, recorda Mari. Encurtando a distância de onze mil quilômetros e o fuso horário de seis horas a mais da Turquia em relação ao Brasil, enfim, Munir chegou ao país de Mari, acompanhado por um tio (também turco), no ano de 2014. O casal conta que, depois dos primeiros contatos pessoalmente, gostou ainda mais da aparência, dos valores e do jeito de se expressar de ambos. Assim como Mari, seu filho Pedro também ficou feliz com a visita de Munir. Pisando em terras brasileiras, o turco diz que notou diversas diferenças de uma cultura para a outra, como, por exemplo, as músicas, os valores, o clima, a alimentação e o modo de se vestir. No entanto, ele fala que se adaptou a todas essas diferenças, gostou dos brasileiros e, especialmente, das belezas naturais de Itapoá e de todo o país. Como o prazo de estadia máximo de um estrangeiro no Brasil, em viagem de turismo, é de 90 dias, quando este prazo estava prestes a expirar, Munir e Mari decidiram se casar no cartório, prorrogando, assim, a sua estadia. De acordo com o turco e a brasileira, o processo do casamento custou caro e levou tempo, pois necessitou de uma tradutora juramentada, entre outras burocracias. Mas, no fim das contas, a papelada valeu a pena e, desde então, há três anos, Munir, Mari e Pedro vivem juntos, em Itapoá.
A brasileira conta que os três têm uma relação muito boa, de amizade e confiança. “Além do próprio idioma, Munir me ensinou muitas coisas, como os valores de solidariedade, respeito e compromisso com a família (muito apreciados na cultura da Turquia). Ele também contribui com a educação do Pedro e os dois se gostam muito”, comenta Mari. Já Munir, fala o que aprendeu com a brasileira, além, é claro, de um pouquinho do idioma português do Brasil: “ela me ajudou a me tornar uma pessoa mais calma, paciente e alegre”. Atualmente, Mari continua trabalhando na Câmara Municipal de Itapoá, enquanto Munir, que gosta muito de pescar e cozinhar, passou a criar pratos típicos da Turquia – como kebab, menemen, döner, lahmacun, babaganuc e shawarma –, para vender na areia da praia, durante o verão, e por encomenda, durante o ano todo. Depois que um tio e o pai de Munir vieram conhecer sua nova família no Brasil, está chegando o momento de Mari e Pedro visitarem a Turquia para conhecerem os familiares do estrangeiro: “estamos ansiosos e acho que iremos gostar bastante”. Até lá, Mari e Munir, que namoraram durante três anos separados por onze mil quilômetros de distância, trocam experiências e culturas, e desfrutam da companhia um do outro “ao vivo e a cores”.
Revista Giropop | Julho 2017 | 29
Itapoá e sua história
(parte XII)
História não é o que passou, mas o que ficou do que passou.
Q
uadro a quadro, o veículo cultural Giro Pop tem levado para o público leitor o conteúdo histórico do livro Memórias Históricas de Itapoá e Garuva.
A referida iniciativa reveste-se de importância ainda maior ao observarmos que o crescimento populacional de Itapoá ocorre, predominantemente com a vinda de pessoas de outras localidades, que pouco ou nada sabem da História itapoaense. Conforme relatado no artigo anterior, após delineado o traçado da via, o qual contemplava as encostas mais elevados para reduzir ao mínimo os desafiadores baixios passíveis de alagamentos, tem início o titânico embate com a natureza. Detentora de um arsenal intimidativo e efetivo onde prevaleciam as chuvas torrenciais e continuadas, tendo como retaguarda estratégica, mosquitos, animais peçonhentos e as quase intransponíveis serras da Tiririca e do Carrapatinho, ela, a mãe natureza naõ se mostrava disposta a ceder. Os trabalhadores referiam-se aos citados eventos naturais como denominações absolutamente apropriadas como ‘’chuvas de balde’’ ou ‘’pancadas’’, tamanha a intensidade. Também os comparativos Tiririca e Carra-
32 | Julho 2017 | Revista Giropop
Acampamento suporte da estrada, hoje chamada Serrinha 1957
pato para as duas serras não deixavam dúvidas. A tiririca, praga gramínea difícil de ser vencida e o carrapato uma vez instalado na pela exige grande esforço para vencê-lo. Nessas duas serras de argila vermelha, quando chovia, o barro grude que se formava tornava penoso até mesmo o caminhar. Metro a metro, curva após curva, a estrada denominada S.I.A.P. Empresa responsável pelo empreendimento, hoje chamada Serrinha, avançava.
Muitas, muitas curvas, pois mesmo depois das retificações, asfaltamento e reinauguração em 2011, cinquenta anos após a abertura, a sinuosa e bela estrada conta com um acervo de cerca de 68 curvas em 27 quilômetros. Para os habitantes que, heroicamente, viviam e trabalhavam na imensa áerea, os deslocamentos dependiam dos rios, do mar e as chamadas picadas rudimentares. Todas as opções dependiam do humor do tempo.
Quando este ‘’azedava’’, e a doença do morador requeria cuidados especiais, só lhes restavam a resignação, as tradicionais ervas da medicina popular, a reza ou alguma pagelança. Todavia, as limitações impostas pelo ambiente selvagem os fazia superarem-se comprovando a velha máxima de que ‘’a necessidade é a mãe da criatividade’’. Embora a agricultura praticada fosse de subsistência, da terra extraiam especialmente, mandioca ou ‘’pão-da-terra’’, e nas ‘’tafonas’’ ou engenhos, após a retirada do veneno da raiz com o emprego do ‘’tipiti’’ surgia o produto final denominado ‘’pó fino’’, ‘’farinha de pau’’, ou como é mais conhecida, farinha de mandioca, e dela o ‘’biju’’, a tapioca e tantas outras iguarias. Também plantavam arroz, feijão, banana, batata-doce, taiá e a cana-de-açúcar, a qual nos engenhos, cujas moendas eram feitas artesanalmente com madeira dura ou de lei e o mais impressionante, com engrenagens cujos dentes encaixavam-se perfeitamente, como se desenhadas e fundidas por metalurgiaca especializada. Do esmagamento da cana pelas moendas resultava a apreciada garapa, melaço, rapadura, puxa-puxa, açúcar mascavo e a cachaça que, segundo consta, foi descoberta por acaso pelos escravos quando atendiam a fervura do melaço e do teto desprenderam-se gotas da aguardente resultante da condensação. A chegada do mês de novembro alternava tanto a atividade elaboral quanto alimentar. Com o predomínio do calor e a visita sazonal das ‘’botucas’’ e outros insetos, deixavam suas moradas no interior e instalavam-se na praia onde permaneciam até o final de fevereiro, quando, então, retornavam com um
alguém possuía, atraia as pessoas, particularmente para ouvir a Voz do Brasil e só pois era necessário economizar a carga da bateria. Na medida em que mais um trecho da obra era concluído, junto, de maneira mais que proporcional, crescia o entusiasmo e o sentimento que predominava era o de que todos, mais ou menos, a teriam gestado. Sua importância encontra amparo na afirmação romana ‘’Via est Vita’’ ou seja, o caminho é vida, a vereda é necessária para vida. Inclusive atribuem a expansão do Império Romano a estratégia de deslocar as tropas para novas conquistas, somente deopis de contar com um caminho ou via que facilitasse a chegada ao local planejado.
Opinião
Veiculo suporte e base para a construção - 1956
grande estoque de peixes secos que complementava o cardápio pelos oito meses seguintes. A senhora Adele Gerke conta que o isolamento das pessoas nessas imensa área por falta de uma melhor comunicação regular, por via terrestre, era tão marcante que as crianças ao ouvirem pela primeira vez o barulho do trator empregado na abertura da estrada, assustadas correram para dentro de casa. Assim, praticamente tudo que sabiam era por ouvir dizer, pois TV para elas não passavam de miragem tecnológica, telefone um artigo que estava distante e o rádio, quando
Como temos registrado no cabeçalho de todos os artigos que ‘’História não é o que passou, mas o que ficou do que passou’’... e como ficou um manancial inexaurível de bons, crescentes e fundamentais exemplos de coragem, desprendimento e espírito de realização verdadeira que pode ser resumido numa simples frase, de que ‘’obstáculos existem para serem superados e não contemplados’’, fundamental seria que o órgão municipal, através de sua Secretaria de Educação, adotasse nas escolas municipais o livro Memórias Históricas de Itapoá e Garuva, pois nele, com provas e contra-provas documentais, secundadas por fotografias e inclusive filme-documentário convertido para DVD estão registrados as verdadeiras origens da nossa querida Itapoá. Outrossim, a efetivação do referido projeto somaria com o hercúleo esforço da Revista Giropop de bem divulgar as origens históricas do privilegiado município.
Revista Giropop | Julho 2017 | 33
Ainda Londres!
M
etrópole multicultural é a cidade de Londres onde tudo acontece, onde a cada dia descobrimos algo novo, quer seja, histórico ou cultural e onde nos sentimos seguros e pela praticidade dos meios de transporte podemos conhecer muito em poucos dias. Além dos parques temos muito para ver e apreciar , os museus são uma excelente opção. Diversos museus são gratuitos e exige certo planejamento porque alguns localizam-se em pontos distintos da cidade. Na área de South Kensington encontra-se o Science Museum ( Museu da Ciência), além do belo acervo pode-se chamar museu da interatividade, quem visita pode interagir com jogos da Física, da Biologia, como também jogos de Informática.Nele você encontra a cápsula original que salvou mineradores soterrados no Chile recentemente e a réplica da Apollo, nave que levou o homem à Lua. Bem próximo deste encontra-se o Natural History ( Museu de História Natural) interessante para todas as idades e são os dinossauros que mais agradam. O Museu de Londres surpreende pela história de Londres, sua origem e acontecimentos são apresentados em maquetes, como também, existe uma área dedicada a história do Beatles. Quem está em Londres não pode perder o British Museum ( Museu Britânico), são inúmeras galerias com, aproximadamente, seis milhões de objetos e pode ser considerado o museu mais antigo do mundo e, talvez, o mais completo. Peças do antigo Egito,
36 | Julho Maio 2017 | Revista Giropop
don Eye, uma roda gigante com trinta e duas cabines para 25 pessoas cada uma. O percurso leva meia hora de emocionante passeio e paisagem maravilhosa. A pé, de metrô ou de ônibus , passeie bastante em Londres,mas não deixe de visitar os museus, que contam a história da humanidade.
Millenium Bridge Grécia Antiga e de Roma estão em 1613 por um incêndio. Foi muito bem conservadas. Visita reconstruído novo teatro de areque vale a pena! na em 1997e sua reconstrução Outros museus interessantes obedeceu os moldes originais. são o Museu dos Brinquedos, o Bastante interessante é assisMuseu dos Relógios e o Museu tir uma peça teatral no local, dá da Antropologia, nesse último, impressão que você está vivendo conheci a madeira pau Brasil em naquele século. móveis antigos, trazidos para a Para ver Londres do alto não Shakespeare’s Globe Theater Europa, pelos portugueses. deixe de dar um passeio na LonPróximo ao Museu Britânico, na Trafalgar Square, existe a National Gallery, galeria de arte famosa pelo acervo de mais de duas mil pinturas de mestres das principais escolas européias como Monet, Leonardo da Vinci, Van Gogh, entre outros renomados pintores. Se você aprecia pintores modernos como Picasso não deixe de visitar a Tate Gallery, situada à beira do Rio Tâmisa, muito perto da Ponte do Milênio.Essa ponte suspensa foi recentemente construída, fabricada em aço e cuja arquitetura é bem ousada. Próximo à Ponte do Milênio encontra-se o Globe Theatre ou também chamado Shakespeare’s Globe Theatre, originalmente Trafalgar Square com National Gallery ao fundo construído em 1599 e destruído
FESTA DO DIVINO
Vem aí mais uma edição da Festa do Divino Espírito Santo, em Guaratuba Ana Beatriz Machado Pereira da Costa
Em meio a inúmeras tradições na cidade de Guaratuba-PR, a Festa do Divino Espírito Santo é sinônima de amor e devoção. A cada ano, um casal ativo na comunidade e na igreja é escolhido para tomar frente na organização da festa e fazer acontecer. Nesta edição de 2017, quem está por trás da Festa do Divino Espírito Santo o é o Casal Festeiro Mor Eliete Trevizan e Adriano Trevizan. Com fé e força de vontade, são eles quem planejam, orçam, pesquisam, contratam e dão vida à tradição da festa – tudo isso, voluntariamente.
A
escolha do Casal Festeiro Mor é realizada por todos os ex-casais festeiros das edições anteriores, que indicam os nomes e votam nos organizadores do ano seguinte. O casal escolhido é anunciado no último dia de festa e, assim, eles têm exatamente um ano para preparar e organizar cada detalhe. Sendo assim, todo ano a tradição se reinventa, mantendo os pontos positivos de festas anteriores e acrescentando o toque da personalidade do casal da vez. Para a edição da Festa do Divino Espírito Santo de 2017, Eliete e Adriano foram os escolhidos. Casados há 24 anos, eles trabalham como comerciantes e sempre se envolveram com a igreja e eventos da comunidade de Guaratuba. Eliete e Adriano comentam o momento da escolha: “Foi uma grande surpresa, pois não esperávamos o convite para sermos o Casal Festeiro Mor de 2017. Mas o Divino Espírito Santo soprou em nosso ouvido e aceitamos o chamado”. O convite para organizar a festa uniu ainda mais o círculo social de Eliete e Adriano: “graças a Deus, temos conosco familiares e amigos abençoa-
O Casal Festeiro Mor da Festa do Divino de 2017 Eliete Trevizan e Adriano Trevizan.
dos”. Para melhor se dedicar à execução das inúmeras tarefas, como a busca por patrocínios, contratações, estruturas e afins, o casal contou com a ajuda do filho Rodrigo Trevizan, que ficou à frente do comércio da família nos últimos meses. Eles também agradecem a todos os seus familiares, ajudantes, contribuintes, patrocinadores, incentivadores, voluntários e amigos. Seguindo as três vertentes para a organização da festa – social, religioso e financeiro – a última é uma dificuldade relatada por muitos casais. “Organizar uma festa deste porte em um ano de crise financeira no Brasil vem sendo uma tarefa árdua, mas, com Deus, as coisas se encaixam”, conta o casal, “sempre que falamos em Festa do Divino, enxergamos o brilho nos olhos das pessoas e isso tem nos ajudado muito”. Vale lembrar que a comunidade pode contribuir com a Festa do Divino não somente em valor capital, mas também em produtos e serviços voluntariados. De acordo com o Casal Festeiro Mor, a edição da festa deste ano promete grandes surpresas, com destaque para: novena com Padre Robson, de Goiás, em louvor ao Divino Espírito Santo e à
Santíssima Trindade, que será realizada no dia 9 de julho, às 17h30, e transmitida ao vivo para mais de 3,5 milhões de devotos; show com Silvio Britto, que será realizado no dia 12 de julho, às 16h; show com a banda Garotos de Ouro, que acontecerá no dia 13 de julho, às 22h; Procissão Luminosa, que sairá da Bapka até a Igreja Matriz, terminando com uma missa, no dia 14 de ju-
lho, às 18 horas; e o Bolo Divino Espírito Santo, com medalhinhas, no dia 15 de julho, às 14h. Através do lema À Luz do Divino Espírito Santo, dai-nos força e entendimento necessário para cuidarmos da criação em defesa da vida, Eliete e Adriano desejam unir cada vez mais a comunidade para viver uma vida cristã, e enfatizam o propósito da festa: a fé. Marcando a história da festa que é tradição da cidade de Guaratuba, o Casal Festeiro Mor vive um turbilhão de emoções e convida todos os fiéis a participarem dos dez dias de festividades, de 7 a 16 de julho, recheados de novenas, apresentações culturais, shows, grupos da melhor idade, churrasco, quentão, pastel, bingos, entre outras atrações. Com amor, fé, união e pensamento positivo, Eliete e Adriano afirmam: “A Festa do Divino é o momento ideal para reencontrar amigos, familiares e devotos, e para agradecer ao Divino e à Trindade pelas graças alcançadas ou a serem solicitadas. Desejamos que seja uma festa harmônica, organizada, alegre e que marque as memórias e os corações de cada um dos visitantes”.
Como manda a tradição, o casal e as Bandeiras do Divino e Espírito Santo.
Revista Giropop | Julho 2017 | 37
ESTÉTICA
Botox e preenchimentos com ácido hialurônico na odontologia sadias do corpo), doenças neurológicas e que afetam os músculos, pessoas alérgicas à proteína do ovo ou que estejam fazendo uso de medicamentos com amino glicosídeo.
Ana Beatriz Machado Pereira da Costa
Com a aprovação da resolução nº 176, de 6 de setembro de 2016, o Conselho Federal de Odontologia autorizou a utilização da toxina botulínica e de preenchedores faciais pelo cirurgião-dentista, para fins funcionais e/ou estéticos – um grande marco para a odontologia brasileira, uma vez que ampliou a área de atuação dos cirurgiões-dentistas com capacitação nessa área. Para esclarecer um pouco sobre este assunto, tiramos as principais dúvidas sobre procedimentos estéticos faciais em uma entrevista com Dr. Eduardo Elias Khoury, proprietário e diretor clínico da Dentalclin Clínica Odontológica – unidades em Itapoá-SC e Guaratuba-PR.
Quais os cuidados que devem ser tomados após estas aplicações? Dr. Eduardo Khoury: Os cuidados são muitos, como, por exemplo, evitar se deitar por quatro horas, para permitir a adequada distribuição do produto na pele; evitar o uso de cosméticos e produtos para a pele por 24 horas; utilizar maquiagem leve somente após seis horas; e, esperar, pelo menos, dois dias para realizar atividades físicas normalmente, pois movimentos bruscos podem provocar a migração da toxina para músculos onde o relaxamento não é desejado, podendo desencadear uma reação adversa, como, por exemplo, ptose palpebral (queda de sobrancelha).
Revista Giropop: Qual a vantagem de realizar procedimentos estéticos faciais com profissionais de odontologia? Eduardo Khoury: É a possibilidade exclusiva que estes possuem de utilizar anestésicos intra-orais para os procedimentos, minimizando ou, até, eliminando qualquer desconforto durante os procedimentos, além do grande conhecimento em relação à cabeça e pescoço, inerentes à nossa profissão. O que é a Toxina Botulínica? Dr. Eduardo Khoury: Popularmente conhecida como Botox, a Toxina Botulínica é um tratamento estético minimamente invasivo, indicado para o rejuvenescimento facial através do bloqueio da contração dos músculos da face, que formam as rugas. Ela previne que as rugas de expressão, que se formam durante o movimento do rosto, se tornem marcas profundas. Também suaviza as rugas dando uma aparência jovial e “descansada”. Quem, normalmente, opta por aplicar o Botox? Dr. Eduardo Khoury: Em nossa clínica, a procura maior é por pacientes com mais de trinta anos de idade, que buscam minimizar os efeitos do tempo. Também temos tido grande procura de pacientes que mostram demasiadamente a gengiva (sorriso gengival), uma vez que, com a aplicação da toxina, há uma menor exposição da gengiva. Os resultados são fantásticos e contribuem diretamente para a autoestima de nossos pacientes. Há validade para esta aplicação? Dr. Eduardo Khoury: A Toxina Botulínica tem duração média de seis meses e, após este prazo, ela deve ser reaplicada para manutenção do resultado obtido. Porém, depende da intensidade da força muscular de cada paciente. Além do Botox, os profissionais da Dentalclin Clínicia Odontológica realizam algum outro procedimento estético facial? Dr. Eduardo Khoury: Sim, o preenchimento com Ácido Hialurônico, uma substância com consistência de gel utilizada para dar volume. Por exemplo, para corrigir a profundidade das olheiras, aumentar do volume dos lábios, preencher o sulco (conhecido como “bigode chinês”), aumentar as maçãs do rosto, o queixo ou, até mesmo, o contorno da mandíbula.
Dr. Eduardo Elias Khoury, proprietário e diretor clínico da Dentalclin Clínica Odontológica, recentemente realizou um curso de Harmonização Facial na Universidade de Harvard, nos EUA.
Os tratamentos com Ácido Hialurônico oferecem riscos de rejeição aos pacientes? Dr. Eduardo Khoury: Não, visto que esta substância já existe na composição da nossa pele. O Ácido Hialurônico retém água, agindo na hidratação e elasticidade, e ajudando a combater o envelhecimento e a flacidez. Portanto, além da correção, ele também é utilizado como tratamento para melhorar a qualidade da pele, estimulando, assim, a produção de colágeno. Quais as diferenças entre o Botox e o Ácido Hialurônico? Dr. Eduardo Khoury: Essa dúvida é bastante comum, até porque ambos os produtos atuam no rejuvenescimento e correção de linhas de expressão. A diferença é que o preenchimento facial com Ácido Hialurônico tem volume e ocupa um espaço no qual há uma depressão, enquanto o Botox é uma medicação que paralisa uma determinada musculatura, mas que não tem nenhum volume e não preenche nenhum espaço. Em resumo, o preenchimento facial age na consequência da contração muscular, que é a ruga em si (depressão da pele), e o Botox age na causa, impedindo a própria contração muscular. Na realidade, um complementa o outro, quando há necessidade. Há alguma contraindicação para tais aplicações? Dr. Eduardo Khoury: As aplicações são contraindicadas durante a gravidez, amamentação ou em pessoas com doenças autoimunes (em que anticorpos atacam células
O que você diria às pessoas que desejam realizar algum procedimento com finalidade estética, mas têm receios? Dr. Eduardo Khoury: Os medos e receios com os tratamentos podem e devem ser questionados durante a consulta inicial de avaliação. É de suma importância que o paciente entenda os efeitos de cada tratamento, bem como, tire todas as suas dúvidas neste momento. Desde que aplicados corretamente, por um profissional qualificado e capacitado, que saiba a medida correta de cada substância, o resultado é rejuvenescedor e mantém a expressão espontânea. Nos casos tratados em nossa clínica buscamos realizá-los sempre com muita cautela, para que o resultado apareça de forma muito natural. É essa a ideia. Recentemente, você realizou um curso de Harmonização Facial na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos da América. Como foi esta experiência? Dr. Eduardo Khoury: Participar deste curso foi uma grande realização pessoal, pois, além dos vastos conhecimentos adquiridos, pude conhecer a rotina e a metodologia de ensino aplicado em uma das melhores universidades do mundo. Os estudos científicos apresentados neste curso realmente me deixaram muito entusiasmado com os resultados que podemos obter em nossos pacientes. Após a conclusão do mesmo, criamos um grupo com profissionais do mundo todo que realizaram este curso, onde diariamente trocamos dicas, ideias, técnicas e dúvidas, assim, constantemente estou adquirindo novos conhecimentos que agregam em minha vida profissional. Além da harmonização facial, a Dentalclin Clínica Odontológica oferece serviços em todas as áreas da odontologia: clínica geral, estética (lentes de contato dental e facetas), implantodontia, próteses, endodontia, ortodontia, ortopedia funcional e facial, dentística restauradora, periodontia, odontopediatria e odontogeriatria. Para maiores esclarecimentos, Eduardo e toda a sua equipe altamente capacitada e atualizada se colocam à disposição, oferecendo soluções odontológicas eficazes e inovadoras. Afinal, na Dentalclin não são vendidos apenas serviços odontológicos, mas, também, qualidade de vida.