Revista Giropop - Edição 57

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Editorial Amor, doação e desapego. Nesta edição, tudo conspirou em prol daqueles que utilizam estas três palavras mágicas como lema. Trazemos histórias de amor como a de um colecionador apaixonado por Itapoá, de uma artista plástica que enfrentou dificuldades por amor à arte, de um bodyboarder que sonha em tornar-se atleta e de uma figura pública que percorre todo o município pela sola de seus pés. A doação está em iniciativas voluntárias, como projetos e campanhas. Seja pelo surfe, pelo skate, pelo futebol, pelos animais de rua ou por dias mais felizes, estas pessoas mostram que, em Itapoá, há quem pratique o bem sem olhar a quem. Mas, se você não inspirou-se com as histórias de amor e doação, seja contagiado por um casal que decidiu desapegar de tudo e rodar o mundo de bicicleta ou por um artista que também é adepto ao desapego e leva a sua arte para todos os cantos do Brasil. Tantas inspirações e sonhos só poderiam vir à tona nesta edição 57, de comemoração dos cinco anos da Revista Giropop – um projeto que busca informar, motivar, colaborar, sensibilizar e inspirar cada um de vocês. Por isso, boa leitura e que venham os seis anos!

ÍNDICE Ilva Aguiar: trajetória artística, dificuldades e autobiografia Bazar solidário promove castração e adoção de animais de rua Quem é? Alexandre Pereira Gomes Jornais, documentos e fotografias narram histórias da antiga Itapoá Caranguejos, siris e sereias compõem o repertório de Índio Artesão Jovens estudantes promovem o “Dia Feliz” na escola e na sociedade Málaga / Lucas Guimarães: uma nova proposta para o futebol municipal Projeto une skate e literatura para disseminar a inclusão social Iniciativa voluntária oportuniza a prática do surfe para crianças do município Bodyboarder busca apoio para representar Itapoá no esporte Casal deixa tudo para viver o sonho da volta ao mundo de bicicleta Eventos | Encerramento da Semana Farroupilha 2017

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ARTE

Ilva Aguiar: trajetória artística, dificuldades e autobiografia

Ana Beatriz Machado Pereira da Costa

Autodidata, a artista plástica Ilva Poteivin de Aguiar enfrentou medos e venceu barreiras ao adentrar o meio artístico na década de 70. Em sua trajetória, observou grandes mestres, lecionou pintura por trinta anos, realizou exposições nacionais e internacionais, pintou inúmeras cenas rurais e, hoje, vivendo em Itapoá, está prestes a lançar sua autobiografia.

A artista plástica Ilva Poteivin de Aguiar e, ao fundo, uma de suas telas retratando seu tema favorito: os cavalos.

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mor é o que move o trabalho e a vida da artista plástica Ilva Aguiar, como assina suas obras. Nascida em Curitiba (PR), ganhou seu primeiro concurso de desenho aos nove anos e começou a pintar aos doze por influência da mãe, pintora, que não teve a oportunidade de se lançar no mercado, uma vez que na época a mulher ainda não havia conquistado o seu espaço no meio artístico. Desenhos e esculturas foram algumas das técnicas já experimentadas por Ilva, mas foi no domínio da tinta à óleo sobre tela que encontrou sua verdadeira expressão. Para ela, as primeiras pinceladas também foram de difícil aceitação: “estamos falando da década de 70, onde a sociedade ditava que as mulheres deveriam se dedicar integralmente à família e à casa, mas eu também sentia a necessidade de pintar”, comenta. Através de livros, pesquisas e

Alguns dos muitos convites de exposições da artista, que já realzou diversas exposições individuais e coletivas por todo o Brasil e em países como Argentina, Paraguai e EUA.

observação de grandes mestres, pôde desenvolver seus próprios métodos e técnicas. Em 1975, começou a ministrar aulas de pintura e desenho para um pequeno grupo na cozinha de sua

casa e, anos mais tarde, criou o Ateliê Poteivin, onde buscou a base que hoje caracteriza o seu trabalho e disseminou a arte por trinta anos para seus alunos. Entre renascentistas e român-

ticos, ela infiltrou-se no cenário artístico da capital paranaense e, novamente, venceu seus medos. Ilva recorda: “Como novata, temia não ser aceita. Frequentar galerias e participar de exposições

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Suas obras também retratam pessoas, como em “O Sonho”.

ao lado de artistas renomados era um verdadeiro sonho e algo bastante revolucionário para a época”. Entre suas histórias mais marcantes, ela recorda uma de suas exposições na Argentina, que convidou amigos artistas para expor: “A exposição deveria ter um número específico de obras e, por isso, reuni onze artistas e suas obras. Depois de muito esforço e boas histórias, o resultado foi inesquecível, pois todos ali viviam o mesmo sonho”. A experiência deu tão certo que aquele grupo criado por Ilva tornou-se o “Grupo dos Onze”, um coletivo de artistas da capital pa-

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ranaense, que ganhou grandes patrocínios e realizou uma série de exposições em grande parte do Brasil. Respirando a pintura no seu dia a dia, a artista viveu uma carreira de sucesso: destacou-se na imprensa, produziu um portfólio de incontáveis obras, cedeu entrevistas à revistas, formou alunos, fundou o “Grupo dos Onze”, participou de programas de televisão, e realizou diversas exposições individuais e coletivas por todo o Brasil e em países como Argentina, Paraguai e EUA.

Vida e obra

Conhecida por suas telas, ela

Em “As coisas do patrão”, Ilva explora uma das possibilidades do universo rural.

Ilva e seu falecido esposo José Luiz Vizcaychipi de Aguiar, o Zeca, quem lhe influenciou a gostar de cavalos, principal tema de suas obras.


A cultura rural e gaúcha é a característica da artista plástica, como mostra na obra “Momento de descanso e charla”.

pinta retratos e paisagens, mas seu trabalho destaca-se pelos cavalos – influência de seu falecido esposo José Luiz Vizcaychipi de Aguiar, o Zeca, gaúcho criado em uma fazenda. Juntos, viveram em um rancho, em Itapoá, onde criaram até oitenta cavalos, que inspiraram e inspiram a maior parte de sua obra. “O Zeca foi um grande incentivador de minha carreira artística. Eu vivia maior parte dos dias em Curitiba com nossos filhos e ele em Itapoá, onde construiu sua história. Aos finais de semana, estávamos reunidos ora em Curitiba, com Zeca me apoiando nos eventos e exposições, ora em Itapoá, onde a inspiração vinha de todos os

lados e criamos nossos filhos. Hoje, quem desfruta da vida em meio ao verde são nossos netos”, fala Ilva. A artista explica que a temática dos cavalos exige um estudo minucioso da formação, anatomia e comportamento do animal. “Pintar cavalos é diferente de pintar natureza morta, assim chamada por ser estática, pois os animais transmitem movimento, vivacidade e exigem um traço preciso”, complementa Ilva, que diz-se autocrítica e fã dos artistas Juarez Machado e Rembrandt. Do tema preferido surgem inúmeras possibilidades retratadas pela artista desde o início de sua carreira. Cenas rurais como

Uma das exposições de Ilva realizada em Itapoá, onde divide sua vida atualmente.

a história do homem do campo, do peão, das boiadas, dos boiadeiros, do patrão, das mulheres, das crianças e das paisagens estão presentes em seu trabalho revelando toda uma história de pesquisas e evidências.

Arte, artista, arteira

O título dá origem à autobiografia artística de Ilva Aguiar, que se considera uma mulher lutadora, que vai sempre em busca de seus ideais: “tenho arte em minhas veias, sou artista por amor e vocação e, também, fui arteira, enfrentando preconceitos e dificuldades no início de minha carreira”. Depois de um longo período

de pesquisas e criações, ela se prepara para lançar “Arte, Artista, Arteira”, livro que narra sua trajetória e contém algumas de suas obras e poemas. Com data prevista para lançamento no dia 17 de outubro, no Ateliê Poteivin, em Curitiba, através do registro, Ilva deseja compartilhar com seus amigos, familiares e, especialmente, netos, tudo aquilo que aprendeu. Para ela, uma família unida foi o que lhe fez ir sempre em frente, e conclui: “muito mais que talento, experiência, trabalho e pesquisa, um verdadeiro artista deve ser arteiro, e não ter medo de enfrentar as dificuldades ou a crítica” – lição que carrega para a vida toda.

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SOLIDARIEDADE

Bazar solidário promove castração e adoção de animais de rua

Ana Beatriz Machado Pereira da Costa

Que muitos animais em Itapoá sofrem com abandono, maus-tratos e até mesmo indiferença não é novidade. Entre a minoria que luta para combater este problema estão as apaixonadas por animais Magali Maria Freiberger e sua filha Alice Freiberger Alves, do petshop Maga, Banho e Tosa. Para promover a castração, o cuidado e a adoção de cães e gatos de rua, criaram o Bazar de Castração Solidária de Itapoá, iniciativa que deu certo e já está chegando em sua sexta edição.

As apaixonadas por animais Alice Freiberger Alves e sua mãe Magali Maria Freiberger, do petshop Maga, Banho e Tosa, com o Tchuk, o primeiro cão resgatado.

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paixão pelos bichinhos é antiga e iniciou em Curitiba (PR), onde Magali residiu por muitos anos. Lá, começou sua luta em prol dos animais, cuidando de cães e gatos de rua. “Eles (os animais de rua) sempre surgiram

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em minha vida de forma natural e eu sempre os abracei com muito carinho. É tanta gente maltratando e menosprezando estes bichos que nós, os apaixonados por animais, vivemos e respiramos isso”, fala Magali. Assim como o amor pelos animais, a escolha por sua profissão também

surgiu abruptamente. O ano era 2010 quando mudou-se para Itapoá, já aposentada, com o objetivo de cuidar de cães e gatos de rua – desta vez, no litoral. Certo dia, precisou de atendimento específico para uma cachorra, mas o município não portava profissionais


da área. Com muito esforço, realizou o curso de banho, tosa, tesoura, estética canina, ofurô, adestramento e auxiliar de veterinária. Aos poucos, a apaixonada por animais foi ganhando experiência, popularidade e reconhecimento pelo bom trabalho com os bichinhos, até que abriu o petshop Maga, Banho e Tosa, tendo a filha Alice como grande incentivadora e parte da equipe. Para Magali, o segredo está no sentimento: “mesmo que hoje eu trabalhe na área, ainda carrego comigo o lema de fazer especialmente por amor, não por dinheiro”. O bazar Através da sugestão de uma cliente, Magali e Alice passaram a realizar o Bazar de Castração Solidária de Itapoá, cujo dinheiro arrecadado é destinado à castração de cães e gatos de rua. O evento acontece todo segundo sábado do mês no petshop Maga, Banho e Tosa, e na Feira da Lua, realizada no Salum Speto Bar. A iniciativa teve parceria com o doutor Marcio Ceccatto, da Ceccatto Clínicia Veterinária, de Garuva (SC), responsável por castrar cerca de vinte animais de rua de Itapoá, beneficiados somente com a primeira edição do bazar. “O doutor Marcio é um profissional que serve como referência para toda a região e abraçou a nossa causa com muito amor e carinho”, fala Magali. Além dos animais de rua,

O bazar solidário acontece todo segundo sábado do mês, no petshop da Maga.

que são prioridade, a proposta também contempla donos de cães e gatos que não possuem condições financeiras de castrá-los. Alice explica: “mediante o preenchimento de um questionário e a visita de uma de nossas colaboradoras, o dono do animal pode receber a castração parcial ou integral”.

Além da castração, a iniciativa também tem como missão a adoção de bichinhos de rua, que ficam expostos durante o funcionamento do bazar, à procura de amor e um lugar quentinho para dormir. “A adoção é a nossa maior dificuldade, especialmente de cães sem raça definida, doentes ou idosos, mas é bom lembrar que eles são seres com sentimentos, dores, medos e amor, como todos nós”, ressalta Magali, que já resgatou mais de 500 animais de rua ao longo da vida e, hoje, é ‘mãe’ de sete cachorros e quatro gatos – custeados com o dinheiro de sua profissão. Tendo em vista o sucesso do Bazar de Castração Solidária de Itapoá, a sexta edição vem aí, no petshop Maga, Banho e Tosa. Para que o êxito se repita, os voluntários estão arrecadando doações de roupas (femininas, masculinas ou infantis), acessórios e

brinquedos usados, e à procura de parceiros que possam ajudar na organização e atendimento no dia do evento. Para Alice, a ação é positiva para todo mundo: “o bazar deixa muitas pessoas felizes e renovadas, pois ao mesmo tempo que estão ajudando os animais de rua do nosso município, estão comprando uma nova peça ou um novo brinquedo por um preço bastante acessível”. Para o futuro, Magali e Alice desejam popularizar uma cartilha de conscientização animal, que já está em execução, e discutir o problema de abandono e maus-tratos aos animais dentro das escolas. “Precisamos de apoio e participação ativa, pois este problema é de interesse público, e nada melhor do que começar pelas crianças, que ainda têm mente aberta, coração puro e serão o futuro de nosso município”, falam. Por fim, convidam toda a população itapoaense a doar, prestigiar, divulgar e visitar a próxima edição do bazar, uma iniciativa feita de amor: pelos animais, pelas pessoas e por Itapoá. Neste mês de outubro, o Bazar de Castração Solidária de Itapoá acontecerá no dia 14 (sábado), das 9h às 18h, no petshop Maga, Banho e Tosa. Doe peças de roupas ou brinquedos usados, adote um bichinho, prestigie o evento, compre algo diferente e abrace essa causa!

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QUEM É? alexandre pereira gomes

Ana Beatriz Machado Pereira da Costa

Ele é fã do Ayrton Senna, devoto de Nossa Senhora Aparecida, conhece Itapoá inteirinha pela sola de seus pés e não há quem ainda não o viu. São dois personagens diferentes que carregam a mesma identidade: às vezes com roupa social e uma maleta nas mãos, outras vezes puxando um carrinho de reciclados. No “Quem É?” desta edição, contamos a história de Alexandre Pereira Gomes, mais conhecido como “Inho” ou “Risadinha”, figura marcada nas ruas de Itapoá.

A risadinha mais conhecida das ruas itapoaenses

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ilho de Alexandre Soares Gomes e Vanilda Pereira Gomes (já falecidos), Alexandre nasceu em Itapoá no dia 4 de abril de 1965. De família humilde que nasceu e cresceu no balneário do Pontal, ele e seus dez irmãos (quatro deles já falecidos) foram criados pela mãe que, desde cedo, ensinou-os a trabalhar. “Captávamos água do poço e o lampião de querosene era nossa fonte de luz. A mãe nos ensinou a tirar mariscos das pedras, colher samambaias e pegar estrume das vacas para ajudarmos na renda da família e, desde sempre, o Inho (que foi apelidado para distinguir-se de seu pai, que carregava o mesmo nome) colaborou muito com ela”, recorda Oracina Pereira Gomes, irmã mais nova de Inho. Há 20 anos, dona Vanilda adoeceu e, antes de falecer, pediu aos filhos que cuidassem do irmão. “Esse foi seu único pedido enquanto estava no hospital”, recorda Oracina, que tornou-se

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responsável por ele. “O Inho tem o jeito dele, mas, dentro de suas limitações, é uma pessoa muito íntegra, trabalhadora e de fé”, complementa a irmã. Fé e ofícios Para ele, não há tempo ruim, está sempre caminhando e com um sorriso no rosto – daí o apelido de Risadinha. Já teve muitos ofícios, mas hoje seus pés são a principal ferramenta para o ‘ganha pão’. Uma de suas atividades é recolher lixo reciclado nas ruas e nas praias. Quando não sai com o carrinho, a maleta é a companheira. Alexandre trabalha com panfletagem para diferentes comércios da cidade e sua marca registrada é o traje social: “não dá para trabalhar nessas ruas de bermuda e chinelo, preciso estar bem arrumado”, diz. Assim, inverno ou verão, a calça comprida, a camisa de botões e o sapato são como uniforme. Na maioria das vezes a panfletagem é feita com as próprias pernas, mas quando a dis-

tância é muito grande e o tempo não colabora, também é adepto do transporte coletivo. Depois do falecimento da mãe, católica e devota de Nossa Senhora Aparecida, Inho seguiu seus passos e passou a frequentar e ajudar a igreja. Todo ano aguarda ansiosamente a festa de Nossa Senhora Aparecida, realizada pelos membros da igreja Nossa Senhora do Bom Parto, onde vai às missas regularmente. Aqueles que frequentam a igreja contam que ele passa o ano todo arrecadando dinheiro e refrigerantes para a festa, destinada às crianças da comunidade. “Ele leva a festa muito a sério e sempre que consegue um trocado para contribuir, faz questão de ir a pé até a igreja para entregar”, relatam amigos próximos. No grande dia, mais precisamente no momento da coroação de Nossa Senhora, Alexandre faz questão de homenagear a mãe com um cântico e se emociona muito. Além da tradicional festa, todo ano viaja com grupos de


Uma das paixões de Alexandre é ir à missa na igreja Nossa Senhora do Bom Parto, em Itapoá. Na foto ao lado do padre Sergio.

Na foto em suas mãos, um retrato de Vanilda Pereira Gomes, sua falecida mãe.

Família reunida: Alexandre, sua irmã Oracina e seus dois sobrinhos - com quem mora.

Quando não está panfletando, o famoso Inho recolhe lixo reciclado nas ruas e nas praias.

excursão para Aparecida do Norte (SP), onde leva seus pedidos escritos em papéis à santa, e de onde traz quadros, canetas, fitinhas e imagens de Nossa Senhora. Todos os objetos trazidos por Inho são levados a uma benzedeira, para serem abençoados e, então, presentados àqueles que gosta.

Vida pessoal Porém, sua vida vai além da fé e das caminhadas Itapoá afora. Lembranças da infância, atividades de lazer e planos para o futuro também fazem parte da sua vida, como de qualquer outra pessoa. Sua maior lembrança da infância é a primeira música que

ouviu: “Detalhes tão pequenos de nós dois”, do rei Roberto Carlos, de quem gosta muito. Alexandre também adora o apresentador Silvio Santos e é fã de Ayrton Senna. “No Dia de Finados ele veste a camiseta de Senna e acende uma vela em oração ao piloto”, conta a irmã. Toda sexta-feira santa também é sagrada:

gosta de comer canjica e assistir A Paixão de Cristo. Mas é 12 de outubro seu dia mais feliz do ano. Hoje, Inho tem 59 anos de idade e vive com Oracina, o cunhado e dois sobrinhos. Do que ganha com seus dois ofícios, cobre seus gastos e sempre reserva uma parte para ajudar em casa e colaborar com a igreja. Por onde anda, tem amigos e conhecidos: “gosto de trabalhar porque gosto de conversar, e não volto para casa enquanto tiver um panfleto na mão”, diz Risadinha, que se orgulha de completar 98 missas assistidas em Aparecida, sonha com a casa própria e com um grande amor.

Quer ajudar ou prestigiar a festa comunitária da igreja Nossa Senhora do Bom Parto, no Balneário Paese? Neste ano, ela acontece no dia 8 de outubro (domingo).

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COLECIONADOR

Jornais, documentos e fotografias narram histórias da antiga Itapoá

Ana Beatriz Machado Pereira da Costa

Apaixonado por Itapoá, Antonio Carlos Paese, mais conhecido como Toninho, coleciona registros históricos do município.

Antonio Carlos Paese, mais conhecido como Toninho, vive em Itapoá há quase seis décadas. Colecionador nato, possui um vasto acervo de documentos, fotografias e jornais que narram a história do município. Para Toninho, preservar a cultura e a origem de Itapoá é aprofundar suas raízes.

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ilho de Anévio Paese e Vani Paese, Toninho e seus quatro irmãos vêm de uma árvore genealógica que muito fez por Itapoá. A família Paese, que deu origem ao balneário Paese, contribuiu para importantes conquistas, como a emancipação, a chegada da água, dos

comércios e da primeira rádio do município, além do forte envolvimento na política. Em meio a esta coleção de memórias, Toninho também colecionou objetos

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e materiais, pelos quais afirma ter certo apego. A paixão por coleções surgiu logo na infância, quando colecionava figurinhas da Seleção

Brasileira de Futebol, mais tarde, vieram os cartões telefônicos e cédulas de real antigas. Mas foi em 1966, quando passou a morar definitivamente em Itapoá,


A coleção também abrange temas de seu interesse, como a ida do homem à lua. Entre as fotos, estão as recordações dos times de futebol do município.

que iniciou sua coleção favorita: “sempre me interessei pela história e política do município e todo material que encontrava, eu guardava”. E, assim, ele armazenou jornais, folhetos, documentos e fotografias datados de cinquenta anos atrás, ou, em suas palavras “de quando Itapoá ainda nem era Itapoá”, pois pertencia ao município de Garuva. Organizado, Toninho guarda seus arquivos em pastas e malas também antigas. Mesmo com o espaço ocupado em casa, sua esposa Clarice Dea Paese compreende a paixão do marido: “acho importante ele se preocupar em preservar todos estes documentos, já que podem servir de pesquisa e referência para as futuras gerações”. Além dos arquivos que dizem respeito ao

município, o colecionador também guarda revistas e jornais antigos com temas de seu interesse, como a chegada do homem à lua. Entre os registros produzidos por ele ou garimpados de amigos e familiares, o colecionador destaca alguns fatos históricos dos quais fez parte: os primeiros jornais contendo as campanhas eleitorais da época; editais e ofícios da emancipação política de Itapoá; documentos da associação criada para reivindicar o sistema de abastecimento de água no município e da criação da rádio de Itapoá – a primeira de Santa Catarina; além de fotografias antigas que registram as primeiras novidades da cidade, como o “Frigomar”, primeiro time de futebol de Itapoá.

Apesar do vasto acervo, Toninho garante ser ciente de cada papel que tem arquivado. “Cada um deles carrega parte de minha família e do município em

que vivemos. Com muito esforço e amor pela cidade, fizemos história e não poderíamos ter escolhido lugar melhor para viver”, comenta. Hoje, aos 69 anos de idade, casado há 48 anos com Clarice e pai de três filhos, ele cessou sua busca por arquivos curiosos e interessantes do município, mas afirma que não abre mão de suas ‘papeladas’. Mas, ainda mais importante que o conteúdo de todas as suas pastas e malas, é a sua boa memória e o sentimento por Itapoá. “Durante toda a vida tive muito carinho por este lugar e, por isso, gosto de manter sua origem, cultura e história sempre vivas”, fala Toninho, que é considerado, por muitos, um ‘patrimônio histórico vivo do município’.

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ARTE

Caranguejos, siris e sereias compõem o repertório de Índio Artesão

Ana Beatriz Machado Pereira da Costa

Recentemente, o município de Itapoá, mais precisamente a Barra do Saí, ganhou novas atrações turísticas: esculturas de concreto gigantes de caranguejo e siri, feitas pelas mãos do potiguar Guilherme da Silva Ferreira, de 37 anos, popularmente conhecido como “Índio Artesão”. Autodidata e multifacetado, suas obras traduzem referências culturais e ambientais de onde veio. Em temporada de trabalho no município litorâneo do norte catarinense, os ricos trabalhos de Índio atraem a atenção dos transeuntes, movimentando turismo e cultura.

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ilho e natural de Nísia Floresta (RN), Índio expressa sua arte desde a infância, quando já criava esculturas na areia da praia. “As pessoas foram me incentivando e, sem cursos ou professores, passei a experimentar novas técnicas, como argila, madeira, pedra sabão e cimento, que tornou-se minha

Os potiguares Guilherme da Silva Ferreira, mais conhecido como “Índio Artesão” e sua esposa Elen Gislaine de Andrade.

especialidade”, conta. Aos 18 anos de idade, profissionalizou-se como artista e ficou muito popular no Rio Grande do Norte, onde desenvolveu cenários escultóricos para o Aquário de Natal, foi escolhido pelo governador do estado para fazer a fachada da entrada de São José de Mipibu, e criou grandes obras em seu município natal, como um barco

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O Galo Branco de Dona Neném, em São Gonçalo de Amarante (RN), é a maior obra de Índio, com 15 metros de altura.

de 12 metros de comprimento e um golfinho de 6 metros de altura. Mas foi em São Gonçalo de Amarante (RN), que executou sua obra de maior porte: o Galo Branco de Dona Neném, símbolo do folclore e do artesanato local, com 15 metros de altura. Por onde passa, o artista deixa sua marca. Com cerca de 3 mil trabalhos espalhados pelo Brasil – em sua maioria, nos estados do Nordeste –, e, inclusive, pelo exterior, sua fonte de inspiração vem da natureza e da cultura nordestina. Caranguejos, siris, sereias, golfinhos, tartarugas e conchas são algumas das obras mais requisitadas. A demanda vem especialmente de prefeituras que buscam investir em turismo e cultura, comerciantes que desejam atrair e entreter clientes, e pessoas que querem dar cara nova à área de lazer de sua residência, com peças irreverentes e de diferentes tamanhos. Tais usos e formas de suas produções feitas com cimento armado, ferragens e concreto direcionam incontáveis olhares de admiração.

Perfeccionista, durante o processo de criação, o artesão costuma utilizar modelos vivos como, por exemplo, caranguejos e siris, a fim de dar precisão aos detalhes. Porém, aquilo que prioriza em suas esculturas é o prazer em executá-las. “Apesar de ser um trabalho feito com as mãos, a mente também deve estar alinhada. Quando estou em paz e com a cabeça livre de pensamentos negativos, as peças tendem a ficar como quero”, conta Índio, que carrega esta alcunha graças a seu pai, índio do Parque Indígena do Xingu (MT). Temporada em Itapoá Em 2013, o casal Juliano Oliva e Marineide Cordeiro Flores, da Imobiliária Juliano Oliva, de Itapoá, visitaram Natal (RN), onde encantaram-se com a cultura local, sobretudo com as esculturas feitas em pontos turísticos. Anos depois, retornaram à capital potiguar acompanhados do irmão e da cunhada de Juliano (Julio e Ieda), quando tiveram a ideia de trazer aquelas belas peças para Itapoá.


O “Caranga”, a primeira escultura de Índio em Itapoá, em frente à imobiliária Juliano Oliva.

De ora em diante, Juliano começou a busca pelo artista e, depois de localizar suas obras pelo Google Maps e entrar em contato com diversos comércios, encontrou-o. De imediato, Índio Artesão sentiu-se empolgado em trazer sua arte para o município litorâneo do norte catarinense, já que conhecer o Sul do país era um antigo desejo. Chegando a Itapoá no início de agosto, o artista executou um trabalho em frente à Imobiliária Juliano Oliva: um caranguejo gigante, de 3 metros de comprimento. Em seguida, dedicou-se a um siri gigante, de 6 metros de comprimento, próximo ao Restaurante Oceano, de Julio e Ieda, uma vez que o forte do restaurante são as casquinhas de siri.

Retoques no “Sirigão”, de 6 metros de comprimento, próximo ao Rio da Barra.

Além de “Caranga” e “Sirigão”, batizados pelo próprio artesão, Índio também criou esculturas na areia da praia – ambos os trabalhos realizados na Barra do Saí. Tendo em vista os inúmeros elogios e visitas às esculturas, que chamam a atenção tanto de moradores quanto de turistas, a família Oliva ficou muito feliz. Thauani Zanetti, da Imobiliária Juliano Oliva e nora de Juliano comenta sobre o artesão, que tornou-se amigo de toda a família: “Índio é um excelente profissional, amante da arte e está movimentando o município, que precisa de mais obras como estas. Recebemos mensagens frequentes de amigos distantes que contam que o ‘Caranga’ e o ‘Sirigão’ estão repercutindo por

todo o país o que, de certa forma, é positivo para o turismo local”. Em sua temporada por Itapoá, Índio vem acompanhado da esposa Elen Gislaine de Andrade, também do Rio Grande do Norte e dotada de veia artística, que o auxiliou nos detalhes dos trabalhos. “Tivemos a oportunidade de conhecer algumas cidades do Sul e gostamos muito da região e de Itapoá. São paisagens incríveis e fizemos grandes amigos aqui”, comenta o casal que, apesar dos pontos positivos, sente falta da família, do cuscuz e do calor. Os planos futuros do artista incluem permanecer no município de acordo com a demanda de projetos. Sua novidade mais recente é uma tartaruga gigante

Recentemente, o artista iniciou uma tartaruga gigante em frente a uma loja, também na Barra.

6 metros de comprimento, que vem sendo executada em frente à loja A Paulistinha, também na Barra do Saí. Por fim, Índio Artesão, criador dos famosos caranguejo, tartaruga e siri gigantes da Barra do Saí, conclui: “é muito legal e desafiante estar em um lugar novo e poder alcançar diferentes públicos com minha arte, pois o trabalho que nunca fiz é aquele que mais fico motivado a fazer”. Para saber mais sobre a vida e obra de Índio Artesão, acesse a página www.facebook.com/ artistaindio (Índio Artesão) ou entre em contato através do número (47) 99938-4368. E não esqueça de conferir as obras do artista na Barra do Saí!

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GIROPOP NA ESCOLA

Jovens estudantes promovem o “Dia Feliz” na escola e na sociedade Sobre o projeto

Ana Beatriz Machado Pereira da Costa

Considerada o “mal do século”, a depressão atinge cada vez mais crianças e adolescentes. Sendo assim, professores e alunos da Escola de Ensino Básico Nereu Ramos uniram-se para criar o “Dia Feliz”, uma das ações do projeto “Pare! Necessito Atenção!”, e promover música, cultura, esporte, saúde e informação dentro e fora do ambiente escolar.

A

ideia surgiu a partir de uma reflexão de Dieneri Inez Bolzan, de 16 anos, aluna do 2º ano 2 do Ensino Médio. “Com base em pesquisas e observações diárias, notei que colegas estavam sentindo-se tristes e desmotivados, uma vez que a adolescência é um período de conflitos e mudanças. No entanto, percebi que este sentimento não limitava-se

Da esquerda para a direita, a aluna Dieneri Inez Bolzan, a professora Juliane Alves, a aluna Isa Zamboni Paese e o aluno Juliano Xavier Zyczycki, da EEB Nereu Ramos.

aos jovens, pois o mundo todo está adoecendo e precisando de ‘cura’”, explica a aluna, que imaginou o ‘Dia Feliz’. A proposta foi compartilhada com os colegas de classe Isa Zamboni Paese, de 16 anos, Juliano Xavier Zyczycki, de 15

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anos, e com a professora auxiliar Juliane Alves. Juntos, eles criaram o projeto ‘Pare! Necessito Atenção!’, cujo objetivo é realizar ações dentro e fora da escola, disseminando música, cultura, poesia, esporte, saúde e informação.

Levando em consideração conceitos científicos de energia, átomos, sentimentos, alterações químicas e biológicas que ocorrem no corpo humano perante vibrações positivas ou negativas, o projeto é multidisciplinar e, além da professora Juliane, conta com a colaboração dos professores de Filosofia, Química, Biologia e Artes, que proporcionam saberes e reflexões em suas disciplinas. Através de reuniões semanais com a professora Juliane, os alunos responsáveis pelo projeto puderam contribuir com suas aptidões para, então, estrutura-lo. “A Dieneri gosta muito de ler e pesquisar e, volta e meia, nos traz questionamentos e ideias para colocarmos em pauta. Já a Isa tem habilidade para as artes e, através de seus desenhos, busca a expressão dos sentimentos humanos. Também temos o Juliano, que gosta muito de explorar o universo da informática e realizou uma animação digital para exemplificar as reações dos sentimentos no corpo humano”, conta a professora, “estes são apenas três exemplos, mas toda


a turma tem talento de sobra e ideias excelentes que somaram positivamente”.

Dia feliz

Entre os objetivos do projeto, está o “Dia Feliz”, que busca disseminar arte, informação e afeto através de ações internas e externas da escola. A primeira ação aconteceu em setembro, quando professores e alunos promoveram uma visita ao Residencial Sênior de Itapoá, popularmente conhecido como “Lar dos Idosos”. Em uma manhã de sol e bom astral, os alunos Heloisa Camila Dittrich (2º ano 2), João Carlos Lacerda Figueira dos Santos (2º ano 2), Maria Eduarda Oliveira de Andrade (1º ano 3), Davi Lucas Barbosa (2º ano 1), além de Dieneri e Isa (também do 2º ano 2), na companhia dos professores Juliane e Cesar Augusto dos Santos, de Filosofia, cantaram, tocaram e interpretaram músicas, leram poesias, proporcionaram companhia e conversa aos amigos da terceira idade. Para o time da EEB Nereu Ramos, a experiência comprovou que “fazer o bem é recebê-lo de volta”.

Disseminando a ‘cura’

Recentemente, a professora Juliane e os alunos Dieneri, Isa e Juliano estiveram na Feira de Ciências, em Joinville-SC, concorrendo a um prêmio com o projeto ‘Pare! Necessito atenção!’ e apresentando-o para escolas de todo o estado. “Nosso projeto

Levando o “Dia Feliz” no Residencial Sênior de Itapoá, estão: Cristiani Manholer Gonçalves (do residencial), as alunas Heloisa, Isa, Maria Eduarda, e Dieneri, a professora Juliane, os alunos João Carlos e Davi, e o professor Cesar Augusto dos Santos, de Filosofia.

não se classificou para a próxima fase, porém, o projeto ‘Embarcações’, também da escola Nereu Ramos, obteve classificação e ficamos contentes por isso. Foi uma experiência maravilhosa e nossos alunos e projetos foram bastante elogiados. Diversas pessoas nos disseram que irão levar a ideia do ‘Dia Feliz’ para suas escolas e isso nos dei-

xou muito felizes e satisfeitos”, comenta a professora. Buscando olhar para dentro de si e dos próximos, Juliane, Isa, Dieneri, Juliano, Heloisa, João Carlos, Maria Eduarda, Cesar, David Lucas e outros idealizadores do projeto desejam que os dias sejam ainda mais felizes e que as ações conjuntas sejam cada vez mais frequentes, oportuni-

zando palestras, oficinas, apresentações, rodas de conversa e, é claro, amor – o que consideram ser a verdadeira ‘cura’ da humanidade. Tem alguma ideia legal e quer contribuir com o ‘Dia Feliz’ ou deseja conhecer o projeto? Entre em contato com a professora Juliane: (47) 99662-9557.

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projetos

Málaga / Lucas Guimarães: uma nova proposta para o futebol municipal

Ana Beatriz Machado Pereira da Costa

Há muito que os campos de futebol são palco de brigas, intrigas e inimizades. Pensando nisso, o Málaga Futebol Clube / Projeto Lucas Guimarães vem trabalhando em uma nova proposta: formar novos jogadores e resgatar a verdadeira essência do futebol em Itapoá. Em entrevista, os amigos Joarí Soares e Michel Nunes falam sobre os novos rumos do projeto e afirmam que, no esporte, o que vale é se divertir, formar caráter e cultivar amizades.

E

m Itapoá, Joarí treinava o Málaga Futebol Clube, um time de futsal de alto rendimento, que participava de competições regionais. Já Michel, idealizou o projeto social

Meninos do time Málaga / Lucas Guimarães. Em pé: Haimon (técnico), Luiz, Jackson, Jean, Wilian, Pedro, Raul, Bruno, João Ernesto, Gabriel Augusto, Matheus e Fabrício. Agachados: Kaio, Emanoel, Veiga, Conrado, Mateus Nogarotto, Eduardo, Joarí (presidente) e Michel (atleta e vice-presidente)

Lucas Guimarães (que recebeu este nome em homenagem ao seu falecido amigo, companheiro de time e ex-aluno), cujo objetivo era compartilhar os aprendizados de sua carreira futebolística com crianças carentes do município.

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Por amor ao esporte e ao voluntariado, a dupla uniu forças e integrou ambas as propostas. Assim sendo, o Málaga Futebol Clube / Projeto Lucas Guimarães ganhou comissão técnica, composta por Haimon Henrique (técnico) e Ja-

ckson Batista (auxiliar técnico), e diretoria, composta por Joarí (presidente), Michel (vice-presidente) e Laís Bernardi (tesoureira). Democrática, a união dos dois projetos abrange um grupo de mais de trinta alunos, na fai-


xa etária de 14 a 17 anos idade, de todas as classes sociais, moradores de diversas regiões de Itapoá e com diferentes níveis no futebol. Em comum, estes jovens dividem a paixão pelo esporte e a amizade, uma vez que muitos deles cresceram juntos. Contudo, a convivência entre os alunos passou a se tornar um desafio para Joarí e Michel. “Infelizmente, eles começaram a adquirir um vício muito recorrente no futebol, desrespeitando uns aos outros dentro de campo. Sabemos que isto é cultural no esporte, mas estávamos ficando desmotivados com o projeto e, então, buscamos formas de melhorar isso”, contam.

“O sopro”

O casal José e Dirce, pais do falecido Lucas Guimarães, que tem seu rosto estampado na bandeira. O jovem era apaixonado por futebol e foi homenageado por Michel com a criação do projeto social.

Certo dia, despretensiosamente, Michel enviou uma mensagem para uma das redes sociais de Bruno Xavier, renomado atleta brasileiro de futebol de areia, cujos títulos mais recentes são: Campeão da Taça Europeia de Clubes de Futebol de Praia e Campeão do Mundialito de Futebol de Praia (2017). “Na mensagem, falei sobre o projeto, contei que es-

O patrocinador Jerry Luis Sperandio (Sperandio Imóveis e Arquitetura), Joarí Soares (presidente do time), Haimon Henrique (técnico), Michel Nunes (atleta e vice-presidente) e, por fim, o patrocinador Jean Pablo Correa Rosa (Jean Ril Veículos de Itapoá).

távamos desmotivados e pedi a ele que fizesse um vídeo incentivando os nossos alunos. Mas, por conta de seu sucesso, títulos, rotina de competições e viagens, imaginei que ele nem chegasse a ler”, recorda Michel. Para sua surpresa, Bruno Xavier não somente visualizou, como enviou um vídeo transmitindo uma mensagem para os alunos do Málaga / Lucas Guimarães, deu uma ‘aula’ de motivação para Michel e tornou-se seu amigo. Para o fã, a humildade do ídolo foi o que mais lhe chamou a atenção. “Ele chegou onde muitos almejam e, ainda assim, é humilde, educado e temente a Deus. Passamos a conversar com frequência e, a cada con-

selho, foi como um sopro divino, pois pude me sentir mais motivado para dar continuidade ao projeto e aos sonhos dos meninos”, fala Michel.

Resultados positivos

Em menos de um ano, toda a equipe mudou a maneira de conduzir o projeto e, consequentemente, os resultados foram positivos. “Nós, que já fomos professores e estudamos para isso, compreendemos que ser professor é muito mais que transmitir conteúdos, mas, também, servir de espelho para o aluno em todos os âmbitos”, fala Joarí. E foi servindo de espelho, que ele e Michel trouxeram uma nova proposta para o futebol de Itapoá.

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Michel Nunes com seus alunos do Projeto Lucas Guimarães.

“Notamos que, muitas vezes, quem assistia a uma partida acabava observando mais discussões dentro de campo do que o próprio futebol, e desejamos mudar isso, educando os meninos para o esporte e para a vida”, conta Michel. Visto que os jovens ainda não têm o vício de ofender, criticar, discutir ou agir com maldade, os professores do Málaga / Lucas Guimarães ensinaram aos seus alunos que, independente de vitória ou derrota, o futebol deve ser algo sadio e divertido. Para eles, o que verdadeiramente importa são os valores e as amizades cultivadas a cada partida, pois, como costumam dizer “troféus e medalhas se empoeiram, mas o caráter não”.

Desde então, as mudanças vêm impactando a vida de cada um dos alunos, como William Wallace Scott, de 16 anos, cujo pai também é grande incentivador do futebol no município. “Além dos valores que aprendi com meu pai e minha família, a experiência neste projeto também foi essencial para que eu me tornasse uma pessoa melhor e mais humildade”, fala William. Os treinos também trouxeram inúmeros benefícios físicos e mentais para

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O Projeto Lucas Guimarães/Málaga, no futebol de campo: união, amizade e missão no esporte.


Na primeira foto, o time do Málaga no futsal. Ao lado, o time do Málaga junto com o time do Lucas Guimarães em uma semifinal de um torneio de futsal em Itapoá.

Jackson Pedroso Sprycigo, de 15 anos, e ajudaram Raul Olímpio Martini, de 16 anos, a fazer novas amizades e aperfeiçoar suas técnicas. Com a equipe motivada e unida, o time do Málaga / Lucas Guimarães passou a participar de jogos amistosos no campeonato municipal e vem sendo convidado para jogar com diversos times. Em seis partidas, os meninos de apenas 14 a 17 anos mostraram a que vie-

ram e colheram bons resultados diante de adultos que disputam os jogos há anos – outro fato que comprova que este é um projeto que deu certo.

O verdadeiro futebol

Abdicando o tempo livre para, voluntariamente, apoiar o sonho destes jovens, Michel e Joarí afirmam que todo o trabalho vale a pena, visto os resultados dentro de campo e os relatos dos pais a respeito da conduta dos alunos em casa e na escola. “Quando iniciei no futebol, gostaria de ter tido alguém para me instruir e me orientar para o caminho mais correto e, hoje, é o que procuro fazer com estes meninos”, diz Michel, que acredita no poder da educação, inclusive, dentro do esporte.

Em nome de todo o Málaga Futebol Clube / Projeto Lucas Guimarães, Michel e Joarí agradecem aos apoiadores Sperandio Imóveis & Arquitetura, Jean Ril Veículos, Farmácia Confiança, Conveniência Parati, Tuti Seguros, Tom Brasil e Pizzaria Estrela do Mar, e afirmam: “mesmo que estes jovens não sigam carreira no futebol, terão suas vidas impactadas para sempre”. Mais que um time ou projeto, a comissão técnica, a diretoria e os alunos se descrevem como uma família e, seja dentro ou fora de campo, estão sempre juntos. Por fim, convidam toda a população itapoaense a apoiar, respeitar, abraçar a causa e conhecer a essência do verdadeiro futebol, pautado na ética, disciplina, organização e responsabilidade.

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projetos

Projeto une skate e literatura para disseminar a inclusão social Contribuir para a formação social, educacional, cultural e esportiva foi o que levou três irmãos a criarem o projeto “SAI – Skate, Arte e Inclusão”. A iniciativa voluntária, idealizada pela Associação de Skate de Itapoá, busca proporcionar eventos esportivos e culturais, aulas de skate, rodas de leitura e promover a inclusão social entre crianças e adolescentes do município.

Ian Francis da Silva Passos Ana Beatriz Machado Pereira da Costa

N

a casa dos irmãos Francis Estevão Passos, de 35 anos, Yago Passos, de 25 anos, e Ian Francis da Silva Passos, de 18 anos, o skate é como membro da família. “Meu pai fazia caixotes e corri-

mãos para meu irmão mais velho andar de skate dentro de casa. Ele aprendeu e, consecutivamente, um irmão foi ensinando o outro”, conta Ian que, assim como Francis, pratica o esporte por amor, enquanto Yago compete profissionalmente. Há tempos, compartilham o sonho de ensinar skate aos mais novos. Observando que muitos pais levavam seus filhos para andar de skate na pista, mas não conseguiam ensiná-los – o que resultava em frustrações e alguns machucados –, em 2016, eles criaram o SAI – Skate, Arte e Inclusão, um projeto sem fins lucrativos, que oferece aulas de skate para meninos e meninas de 5 a 18 anos de idade, de diferentes regiões e classes sociais. Na ação, contaram com apoio da

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ASI (Associação de Skate de Itapoá) e dos demais simpatizantes do esporte. Semanalmente, as aulas aconteciam na pista de skate de Itapoá. Às crianças carentes, os professores do projeto disponibilizavam seus próprios skates, capacetes e outros materiais. Para participar, bastava os alunos serem inscritos e estar acompanhados dos pais durante as aulas. Com empenho e dedicação, o SAI firmou parceria com o projeto Love CT Inclusão e Resgate, de São Paulo, que há dez anos muda vidas de crianças e adolescentes em vulnerabilidade através do skate. Esta parceria foi essencial para que os meninos de Itapoá melhorassem a didática das aulas e se sentissem cada vez mais motivados.

Além das aulas na tradicional pista de skate, Ian e os demais voluntários disseminaram o esporte em escolas do município, em parceria com o CRAS (Centro de Referência da Assistência Social), e através de eventos, como o Setembro Cultural e a 1ª edição do campeonato Itapoá Skate Contest. Em incentivo a essas iniciativas, o SAI ganhou apoio da Papelaria Central, loja Tribo do Sol e Excusa Mama Tatuaria, de Itapoá, e das marcas ÖUS, Cisco e Chronic, de Curitiba.

Skate e leitura

Mais que promover o skate às futuras gerações, os idealizadores do projeto criaram rodas de leitura com os alunos. A aula, que tinha duração de duas horas, era dividida em dois momentos:


O projeto “SAI – Skate, Arte e Inclusão” ensina o esporte, dissemina a roda de leitura e movimenta a criançada com eventos que evidenciam a cultura de rua em Itapoá.

a atividade educacional e lúdica, com contação de histórias e brincadeiras, e a atividade esportiva, com o skate – canalizando, assim, a energia tanto física quanto intelectual dos alunos. “A união do skate e da literatura é muito importante, levando em consideração que, em muitos casos, crianças e jovens têm interesse pelo esporte e pela leitura, mas não têm acesso, incentivo ou condições financeiras para praticá-los”, comenta Ian, que também participa do projeto “Ampliar”, oferecido pelo Porto Itapoá, com rodas de leitura para as crianças da Figueira do Pontal.

Benefícios

Segundo a turma da Associação de Skate de Itapoá, desde que bem aconselhado e com equipamentos de segurança, o skate pode garantir efeitos muito

positivos em termos de conhecimento corporal, saúde e sociabilidade para qualquer indivíduo, sobretudo para as crianças. “Na primeira vez que a criança vai à pista de skate, não conhece ninguém, mas, na aula seguinte, já tem vários amigos”, contam. Por meio desta ação voluntária, alguns talentos locais foram revelados, como os pequenos Jhoe, de 8 anos, e Ianzinho, de 5 anos. O projeto também foi fundamental para quebrar o tabu de drogas e violência que muitos munícipes tinham a respeito da pista de skate e dos praticantes da modalidade. “Muitas crianças chegavam até nós carentes em todos os sentidos: familiar, cultural ou de valores. Tentamos dar o melhor para que tenham uma formação digna, um local seguro para estar e se divertir. Acredita-

mos que o esporte, em qualquer modalidade, é sempre um caminho a mais para oferecer”, pondera Ian.

Planos futuros

Atualmente, o projeto está pausado, para buscar meios de se reinventar. “Tínhamos alunos que faziam as aulas com pés descalços ou chinelos, o que oferece sérios riscos e, infelizmente, o pouco material que tínhamos para disponibilizar, foram se desgastando. Por isso, estamos estruturando um projeto para inscrever o SAI em um programa governamental e, quem sabe, obter patrocínio para oferecer melhores condições e segurança às crianças”, explica Ian. Com maturidade e novas ideias, o “SAI – Skate, Arte e Inclusão” voltará à ativa em 2018, ocupando o tempo ocioso dos

jovens e proporcionando ainda mais momentos de lazer. O novo formato do projeto pretende englobar, além do skate e da literatura, outros elementos da cultura de rua, como rap, dança e graffitti. Seus idealizadores convidam toda a população para participar, apoiar e compreender que o skate é um estilo de vida muito positivo, ou melhor, “style”, como manda o vocabulário dos skatistas.

Em dezembro, a ASI realizará a 2ª edição do campeonato Itapoá Skate Contest. Para acompanhar os trabalhos da associação e as ações do projeto, curta as páginas “Associação de Skate de Itapoá” e “SAI – Skate e Arte e Inclusão”, no Facebook.

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projetos

Iniciativa voluntária oportuniza a prática do surfe para crianças do município Ana Beatriz Machado Pereira da Costa

Mesmo com a extinção do projeto Ampliação de Jornada Escolar (AJE), o professor David Lass, ao lado de Washington Oliveira Santos e Rodrigo Fernandes, desejou fazer mais pelo esporte em Itapoá. Hoje, voluntariamente, o trio ministra aulas de surfe e, superando inúmeros obstáculos, dá continuidade e incentivo ao sonho de crianças e adolescentes do município.

Professores, alunos e pais do projeto de surfe “Primeiras Ondas”, uma iniciativa de David Lass, Washington Oliveira e Rodrigo Fernandes.

O

ano era 2010 quando David iniciou a faculdade de Educação Física e começou a trabalhar na Ampliação de Jornada Escolar (AJE), um projeto gratuito para todas as crianças da rede municipal, mantido pela Prefeitura Municipal de Itapoá, onde, durante cinco anos, ministrou aulas de surfe – esporte que domina desde os 13 anos de idade, por influência do irmão mais velho. Contudo, o mesmo foi encerrado ao final de 2015, para corte de gastos, fato que o levou à depressão. Ele recorda: “Mais que um emprego, o projeto era a minha alegria. Através dele, muitos alunos descobriram o mar, superaram traumas, evoluíram suas técnicas e manobras e, até mesmo, se revelaram grandes talentos do surfe itapoaense, como aconteceu com os atletas Ryan Cordeiro, Hedieferson Junior e Julie Arissa. Quando isso acabou, fiquei profundamente triste, não somente por mim, mas pelos outros professores, que também amavam o que faziam, e pelas crianças e jovens, que estavam descobrindo outros caminhos

Através deste esporte, muitas crianças de Itapoá se desenvolvem, se superam e até mesmo se revelam grandes talentos.

dentro do esporte e tiveram seus sonhos interrompidos”.

Primeiras ondas

Após um longo período em depressão, David diz ter fortalecido sua fé e recebido apoio de sua família, que o inspirou a criar um projeto social para dar continuidade às aulas de surfe. Para isso, ele contou com as Secretarias de Esporte e Educação do município, que disponibilizaram o empréstimo de pranchas

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de surfe e lycras (camisetas utilizadas para o surfe) que eram usadas na AJE. Nesta iniciativa, o professor de Educação Física também firmou parceria com os amigos Rodrigo Fernandes e com Washington Oliveira, um de seus ex-alunos da Ampliação de Jornada Escolar que, hoje, participa de competições de bodyboard. “É uma honra ter sido aluno do David e, anos depois, trabalhar com ele neste projeto, contribuindo com minha experiência no surfe

e noções de salvamento e segurança, que pude adquirir através do curso de guarda-vidas”, diz Washington. Desde o mês de junho, eles iniciaram, voluntariamente, o projeto “Primeiras Ondas”, cujo objetivo é oportunizar a prática do surfe e promover um momento de lazer diferenciado aos praticantes desta modalidade. Assim sendo, foram disponibilizadas e preenchidas vinte vagas gratuitas para crianças e adolescentes de 6 a 14 anos de idade. Mesmo sendo um trabalho voluntário, os professores se preocuparam em fazê-lo com muita seriedade, organização e responsabilidade, uma vez que, ao contrário do que acontecia no antigo projeto AJE, o projeto “Primeiras Ondas” conta com apenas três professores, acontece aos finais de semana, não possui sede própria para depósito dos materiais nem transporte público para deslocamento dos alunos. Por isso, David redigiu um projeto contendo objetivos, regras e requisitos, sendo um deles a obrigatoriedade da presença de um adulto responsável pelo aluno durante as aulas, para contribuir com sua segurança.


Os pequenos surfistas Dentre as vinte crianças, algumas estão começando no esporte graças à iniciativa de David, Washington e Rodrigo, enquanto outras já participavam das aulas de surfe na AJE, como é o caso da aluna Maria Julia Teixeira Vicentin, de 10 anos, que frequentava o extinto projeto e está bastante animada com a oportunidade de voltar às ondas. “Estou achando as aulas muito legais, porque brinco na água, adoro os professores e porque o surfe traz diversão para todo mundo”, conta Maria Julia. Já o aluno Rafael Pedrozo Paz, de 11 anos, está tendo, agora, seu primeiro contato com o surfe. “Para mim, ele (o surfe) representa um sonho que estou realizando, pois, sem o projeto, não sei se conseguiria surfar”, comenta Rafael, que se diz mais disposto, feliz e confiante desde as primeiras ondas. As irmãs Laura Francini Baldo Lopes, de 11 anos, e Paula Baldo Lopes, de 9 anos, também já faziam aulas de surfe na AJE e comentam como está sendo a experiência no projeto “Primeiras Ondas”: “Os professores são legais e nós gostamos muito das aulas. O surfe é uma atividade física que também serve de diversão e é muito legal porque passamos uma manhã diferente e estamos no mar, lugar que amamos”. Além da alegria e entusiasmo das crianças, seus pais também reconhecem a importância da iniciativa, como Irene Pedrozo Paz, mãe de Rafael, que afirma que “os professores são muito profissionais, cuidadosos e compromissados com o trabalho”, e Claudia Solange Teixeira Vicentin, mãe de Maria Julia, que res-

salta: “todas as crianças adoram as aulas e os professores do projeto, é uma pena que este tenha que ser voluntário”. Carla Francini Baldo, mãe de Laura e Paula, acredita que as aulas de surfe permitam que as crianças saiam da zona de conforto e estejam preparadas para lidar com situações adversas. Ela também agradece aos professores e comenta: “Em um país onde quase nada se faz sem retorno financeiro, esta iniciativa é admirável e merece todo o respeito”. Saiba como ajudar Àqueles que desejam colaborar com o trabalho voluntário, são muitas as dificuldades: “Nosso apoio vem das Secretarias de

Esporte e Educação que, vale frisar, colaboram apenas com o empréstimo de materiais. Como somos inteiramente responsáveis por eles (os materiais) e não temos onde guarda-los nem como transportá-los a pé até a praia, emprestamos apenas duas pranchas e poucas lycras e, por isso, algumas crianças ficaram isentas”. Desse modo, a ajuda pode ser feita através de caronas para o transporte do material ou das crianças, do apadrinhamento de um aluno que não tenha condições financeiras de adquirir uma lycra, de doação de frutas e alimentos para o momento de recreação ou, ainda, de prestígio e apoio à iniciativa. Oportunizando a prática do surfe às crianças e adolescentes

do município, evitando o sedentarismo e o contato com as drogas, e promovendo o trabalho em grupo, o projeto “Primeiras Ondas” vem sendo um sucesso e ressalta a importância de políticas públicas comprometidas com o esporte. Apesar dos obstáculos, David, Rodrigo e Washington afirmam que vale a pena abdicar o tempo livre para se dedicar ao ensinamento do esporte pelo qual se dizem apaixonados: “os abraços e sorrisos das crianças, depois de superarem o medo da água, ficarem em pé na prancha ou arriscarem uma manobra, é o que faz toda a diferença”. Recentemente, o projeto “Primeiras Ondas” abriu mais uma turma para as crianças que estavam na lista de espera. As aulas acontecem aos domingos, das 8h30 às 10h (primeira turma) e das 10h às 11h30 (segunda turma), na região da Terceira Pedra, em Itapema do Norte. Para inscrever seu filho na lista de espera basta comparecer à sede da Secretaria de Esportes ou, então, contribuir com o projeto, entre em contato com o professor David através do número (47) 9 9634-8533.

Na Terceira Pedra, as aulas são a alegria de muitas crianças nas manhãs de domingo.

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ADOTE UM ATLETA

Bodyboarder busca apoio para representar Itapoá no esporte

Ana Beatriz Machado Pereira da Costa

As ondas itapoaenses também atraem adeptos do bodyboard, modalidade que consiste em deitar de peito na prancha e improvisar nas manobras. Representando o município neste esporte está Washington Oliveira, de 19 anos de idade, ex-aluno do extinto projeto Ampliação de Jornada Escolar e atual participante assíduo de campeonatos regionais de bodyboard.

N

atural de Londrina (PR), Washington conheceu o mar quando passou a morar no município litorâneo, em 2010, quando tinha 14 anos de idade. Em pouco tempo, toda a sua família, que pouco conhecia o mar, arriscou-se nas ondas itapoaenses: Washington, sua irmã Carolayne, seu irmão

Em Itapoá, o jovem Washington Oliveira é um dos representantes do bodyboard.

Celso, sua mãe Luciana, seu pai Henrique (mais conhecido como “Batata”) e até Scooby, o cachorro. Na época, iam à lan house para pesquisar vídeos de surfe e depois tentar executar as manobras na água. Foi, inclusive, através da internet, que Washington descobriu o universo de campeonatos e manobras do bodyboard. Quanto mais praticava, mais

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se apaixonava pelo esporte. Também participou do extinto projeto Ampliação de Jornada Escolar (AJE), onde fez aulas de surfe ministradas pelo professor David Lass durante quatro anos. “Apesar de ser praticante de bodyboard e frequentar as aulas de surfe no projeto, pude aproveitar bastante os conceitos de natação, segurança e rendimento que

ambos os esportes exigem”, conta Washington. Em 2014, participou de seu primeiro campeonato de bodyboard, organizado pela Associação Itapoaense de Surf (AIS), conquistando o 1º lugar. A partir de então, passou a concorrer campeonatos regionais e obter boas colocações, como aconteceu em São Francisco do Sul (SC), em 2016, quando também


foi campeão na sua modalidade. De forma natural, o esporte tornou-se sua paixão. “Apesar de parecer fácil, o bodyboard envolve adrenalina, improviso e decisões rápidas, pois o praticante deve girar a prancha e desenvolver movimentos aéreos, como voltas de 360º, e essa é a parte mais legal deste esporte: a diversão e o desafio”, explica o jovem, que tem como ídolos os bodyboardes profissionais Guilherme Tâmega, Eder Luciano e Max Boeno. Na família de Batata, o amor pelo mar foi tanto que, durante certo tempo, ministraram aulas gratuitas de surfe para crianças e adolescentes da região Verdes Mares. “Infelizmente, é difícil manter-se com um trabalho voluntário. Hoje, tenho um emprego e disponho de pouco tempo livre para continuar ensinando as crianças”, conta Batata. Em contrapartida, recentemente, Washington firmou parceria com seu ex-professor David

O atleta em sua primeira competição, onde foi campeão.

no projeto Primeiras Ondas, onde ministram aulas de surfe gratuitas para crianças e adolescentes de 6 a 14 anos de idade. “Está sendo muito legal ajudar o David nesta iniciativa, pois eu me vejo naquelas crianças, que sabem pouco ou quase nada e estão descobrindo este universo de infinitas possibilidades chamado surfe”, fala Washington, que realizou o curso de guarda-vidas e contribui para o projeto com noções de salvamento e segurança. Dividindo-se entre o volun-

tariado e as ondas, ele explica: “não é sempre que o mar está em boas condições para surfar de bodyboard, pois essa modalidade pede ondas mais cavadas e rápidas”. Buscando sempre a evolução, neste ano de 2017, Washington foi campeão da 1ª etapa do Circuito Surf Treino, em Itapoá, está em 9º lugar no ranking do Campeonato Catarinense de Surf e em 5º lugar no ranking do Circuito Ômega Boards. Tendo em vista os bons resultados, o competidor tem apoio

da AIS, New Arts, Maranata Surfboards, Ademar Ribas e Thomaz Sohn. No entanto, ainda assim as competições envolvem gastos e dificuldades. “É um esporte caro, que envolve equipamentos, transporte, inscrições, entre outros. Porém, minha maior carência é de atividades complementares fora da água, que possam melhorar minha performance, como treinamento funcional ou Pilates”, conta Washington, que participa de campeonatos quase todos os meses. Para driblar, ou melhor, “dropar” os gastos, o atleta também cria artesanatos junto do pai, como filtros dos sonhos e pinturas em cerâmica. “A gente faz o que pode para realizar o sonho dele”, fala Batata. Hoje, aos 19 anos de idade, Washington busca fazer com outras crianças o que lhe fizeram um dia: incentivá-las para o esporte e apresentá-las ao universo do surfe. Ele ainda deseja fazer faculdade de Educação Física e sonha em ser campeão catarinense de bodyboard. Para o jovem, apoio, incentivo, força e fé são essenciais para conquistar aquilo que almeja. Por fim, conclui: “sou muito feliz por morar em Itapoá e hoje descobri que o bodyboard é tudo para mim”. Para conhecer, apoiar ou patrocinar a carreira do atleta de bodyboard Washington Oliveira, basta entrar em contato com ele através do número (47) 99600-1125.

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HISTÓRIA

Casal deixa tudo para viver o sonho da volta ao mundo de bicicleta Após inúmeras viagens de bicicleta, o casal de paulistas Flávia de Siqueira Vieira, de 28 anos, e Thiago Castilho Gabriel, de 37 anos, decidiu que havia chegado o momento de realizar a que será a mais longa e inesquecível de todas. Desapegaram de grande parte dos seus bens materiais, deixaram seus empregos e carreiras, despediram-se de familiares e amigos e partiram rumo à viagem de bicicleta por mais de quarenta países, com duração prevista de quatro anos. Em passagem rápida pelo município de Itapoá, Flávia e Thiago contaram sobre o anseio de conhecer o mundo de sua própria perspectiva.

Ana Beatriz Machado Pereira da Costa

E

la, enfermeira oncologista, natural de Taubaté (SP); ele, médico patologista, natural de Andradina (SP). Antes mesmo de ficarem juntos, em 2014, Flávia já viajava de ‘mochilão’ e Thiago de bike. Sempre aficionado por esportes, o casal divide a paixão pela bicicleta, veículo de transporte que utiliza para tudo: trabalhos, passeios, saídas à noite e pequenas viagens. Há três anos, através das redes sociais e de palestras do Clube Brasileiro de Cicloturismo, ficaram fascinados com histórias de ciclistas que haviam feito viagens longas e, inclusive, a tão sonhada volta ao mundo. “Como somos da área de oncologia, doenças graves e mortes faziam parte de nosso cotidiano, por vezes em pacientes terminais mais novos do que nós, que sentiam-se arrependidos daquilo que não haviam feito. Por isso, sempre nos questionávamos se deverí-

amos postergar nossos sonhos, pensando: ‘até quando estaremos aqui?’”, recordam. Compartilhando o sonho de conhecer o mundo por sua própria perspectiva – e não apenas o que a mídia mostra, Flávia e Thiago tomaram uma das decisões mais difíceis de suas vidas. Deixaram seus empregos e carreiras, venderam boa parte de seus bens materiais, despediram-se de familiares, amigos e colegas de trabalho, e partiram de bicicleta rumo ao mundo desconhecido. A princípio, alguns deles abraçaram a ideia, outros consideraram loucura, mas, ao fim das contas, todos torceram pela felicidade e o sonho realizado de Flávia e Thiago.

Os primeiros quilômetros

A aventura começou em julho deste ano, com origem de Jales (SP) sentido litoral. Pelo fato de já ter feito viagens menores de bicicleta, o casal não necessitou de preparação física para iniciar a

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Em passagem rápida por Itapoá, o casal de ciclistas aproveitou para conhecer os pontos turísticos.

aventura. “Na verdade, você tem que saber e gostar de pedalar, o restante a estrada lhe treina e ensina com o passar do tempo”, contam os dois, que viajam em uma Tandem, bike dupla operada por mais de uma pessoa. “Nos primeiros 300 km sentimos algumas dores e desconfortos,

mas passado este período (cerca de uma semana pedalando), já nos sentimos mais à vontade e adaptados à bicicleta”, complementam. Na bagagem, apenas o essencial: poucas peças de roupas de calor e frio extremo, equipamentos de camping (fogareiro


Flávia e Thiago em Itapoá com o amigo Portuga, em frente ao símbolo do Rotary Club e, em seguida, na Vila da Glória, em São Francisco do Sul

multicombustível, barraca, sacos de dormir e isolantes térmicos) e alguns equipamentos eletrônicos para guiarem-se e registrarem a super viagem. Para encontrar hospedagens solidárias nas cidades por onde passam, fazem uso das plataformas Facebook e Couchsurfing, mas sua preferida é o Warmshowers (www. warmshowers.org), onde têm a oportunidade de conhecer e conseguir um cantinho seguro para pernoitar junto de outros ciclistas e amantes da bicicleta. Além da hospedagem colaborativa, também recebem descontos de hotéis e pousadas, e acampam em sítios ou lugares mais escondidos. Cruzando os estados do Paraná e Santa Catarina, sentido sul, Flávia e Thiago tiveram uma rápida passagem por Itapoá, onde, através do aplicativo Warmshowers, conheceram e ficaram hospedados na casa de Antonio Alberto Vieira, mais conhecido como Beto ou Portuga. “Achamos a cidade encantadora e, nela, conhecemos lugares e pessoas lindas, que vamos guardar no coração. Foi maravilhoso pedalar nesta região, com terreno preeminentemente plano e brisa do mar, e conhecer o Portuga, um cara muito legal”, falam. Para o anfitrião, a experiência também foi positiva: “é incrível conhecer pessoas com a história como a deles, que desapegaram de tudo para aventurar-se pelo mundo como caracóis, colocando a ‘casa’ em suas costas e sempre com novas bagagens de vida”.

Crescimento pessoal

Desde que deram início ao sonho, Flávia e Thiago passam por dificuldades, como calor,

sério que fazem”, fala. A campanha dos ciclistas é feita através de divulgação para incentivar a doação por onde passam. Àqueles casais que compartilham do espírito aventureiro e têm seus sonhos postergados, aconselham: “o ideal é achar um ponto em comum ou meio termo, aceitando os gostos e restrições de cada um”. Caso haja sonhos em comum, os viajantes orientam realiza-los, “nem que seja para arrepender-se depois, pois ninguém nunca sabe até quando estará vivo”. Com cerca de 40 mil km pela frente e mais de 40 países para cruzar até 2021 – como Uruguai, Argentina, Espanha, França, Itália, Marrocos, Grécia, Turquia, Irã e outras rotas populares entre praticantes do cicloturismo –, a experiência está sendo única, incrível e de grande valia para seu crescimento pessoal. Enfim, o casal Flávia e Thiago, de São Paulo para o mundo, concluem: “Estamos nos conhecendo melhor e fortalecendo nossos laços, também. Aprendemos muito todos os dias, especialmente com as pessoas que vamos conhecendo, quebrando vários paradigmas e por vezes preconceitos. É gratificante sentir que somos todos iguais e que ainda há muita gente boa neste mundo”.

Na foto acima, no porto de Guaraqueçaba (PR). Abaixo, na Trilha do Telégrafo, entre os estados de São Paulo e Paraná.

frio, dores no corpo, às vezes fome, sede, picadas de insetos e trechos difíceis de atravessar – sempre tentando não discutir ou descarregar o estresse no parceiro, afinal de contas, dividem a mesma barca, ou melhor, a mesma bike. Em contrapartida, os prazeres são compensadores: “é uma delícia ter com quem dividir

momentos bons e conversar, um ajuda e acalma o outro”. Mais que bons momentos e descobertas, as pedaladas também carregam uma atitude solidária e levantam a bandeira do Hospital de Câncer de Barretos, onde Thiago trabalhou por anos. “Tenho muita gratidão por esta entidade e confiança no trabalho

Para acompanhar as aventuras, relatos, dicas, vídeos e fotos de Flávia e Thiago pelo mundo de bicicleta, ou saber mais sobre as doações para o Hospital de Câncer de Barretos, acesse: Facebook: 2ForTrips (www.facebook.com/2fortrips) Instagram: @2fortrips Blog: www.2fortrips.com

Revista Giropop | Outubro 2017 | 33


Itapoá e sua história

(parte XV

História não é o que passou, mas o que ficou do que passou.

N

o épico desafio de concluir a estrada, principal vertente do projeto Itapoá, pois significava o ¨start¨para as demais etapas ligadas ao desbravamento da localidade e efetivação das suas potencialidades, destacou-se a sensibilidade dos moradores que heroicamente viviam na região a ser atendida pela via. O destacado papel de tantos e importantes atores anônimos se deveu a um anormal período de intensas chuvas durante todo o ano de 1957, as aquais comprometeram seriamente o cronograma físico-financeiro da obra quando faltavam cerca de três quilômetros para sua conclusão. Diante da preocupante situação os sócios passam a movimentar-se na busca de alternativas para fazer frente ao inesperado desafio. Conforme mencionado em artigos anteriores desse caudal cultural que é a Revista Giro Pop, os empreendedores voltaram-se para o Governo do Estado de Santa Catarina, então presidido por Jorge Lacerda, principal incentivador do plano. Com audiência previamente marcada e certos de que firmariam uma parceria, bem como conseguiriam o aporte de recursos junto ao mandatário, prepararam-se documentalmente para o encontro com o Governador. Alguns dias depois e opuco antes da audiência mais propriamente em 16 de junho de 1958 são surpreendidos com a queda do avião em que viajava o Governador Jorge Lacerda e outras 26 pessoas, nas proximidades do Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba. Pereceram no acidente o ex-presidente Nereu Ramos, os deputados federais Leoberto Leal e Guilherme Rodrigues e o paranaense Jorge Lacerda, todos compromissados com o projeto Itapoá. Ressalte-se que o desbravamento de Itapoá era uma das metas do governante catarinense, pois estava ciente de que a não ocupação efetiva poderia vir, mais dia menos

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dia, a contribuir para que o Paraná, detentor de estreita faixa litorânea viesse a reivindicar aquele vazio territorial. E, estava certo, pois mesmo depois da abertura da estrada aconteceram movimentos encetados por políticos paranaenses visando a permuta de Itapoá pelo município de Dionizio Cerqueira no Paraná. O acidente aéreo que ceifou tantas vidas representou uma grande perda para Itapoá e Garuva tendo em vista que as autoridades citadas constituíam um aval para a continuidade da tão esperada iniciativa. Para que a onda negativa se torna-se ainda maior o vice, Heriberto Hulse, ao assumir desconsiderou os compromissos de seu antecessor ao declarar que Itapoá não era sua propriedade. Porém, os desafios não acontecem para serem contemplados, mas sim vencidos e como ao se fechar uma porta Deus abre outras, fatos novos e gratificantes passam a acontecer em socorro à aquele momento crucial. Primeiro com os integrantes da empresa S.I.A.P. optando por não parar, uma vez que desistindo veriam o custo subir as nuvens e os investimentos transformarem-se em gastos, em razão do objetivo desbravatório não se cumprir. Depois, motivados pela atitude corajosa do Diretor da empresa Dórico Paese assumindo a frente e não se esquivando de operar o trator ou pegar na pá e na picareta, os moradores expontaneamente passam a organizar mutirões. Neles famílias inteiras participavam, homens no trabalho pesado, mulheres preparando um almoço reforçado e as crianças ajudando a levar as refeições até onde se encontravam os colaboradores da empreitada final. Diante de tanto denodo, desprendimento e amor a localidade citamos os nomes dessas famílias como a mais simples das homenagens, mas também espera-se que os edis

representantes do povo as eternizem através da nominação de ruas e logradouros e até mesmo um monumento. Saí-Mirim: Speck, Kirchoff, Bachmayer, Ferreira, Dias, Jesus, Souza, Gerker, Gregório, Borba, Praxede, Estevão, Maraski, Ledoux, Franque, Krauze, Blech, Belau, Andrade e Buelke. Pontal do Norte: Néris, Germano, Gonçalo, Budal, Silva, Rosário, Lima, Gonçalves, Barra Velha, Dionísio, Rosa, Miranda e Barros. Figueira: Pachola, Laguna, Oliveira, Máscimo e Silveira. Itapema: Cristiano, Martins, Peres, Ricardo, Rocha e André. Barra do Saí: Santos, Franco, Marcapasso, Pereira, Crispim e Caldeira. Jaguaruna: Alves, Vieira, Leão, Cunha e Padilha.

Opinião Definitivamente a vocação de Itapoá é turística e portuária. Essas duas economias juntamente com a construção civil representam o Norte Verdadeiro do município. Todavia, as economias turísticas e da construção civil tem seus avanços prejudicados em função de leis ambientais. As condições impostas aos proprietários de lotes que necessitam suprimir a vegetação para construir, os levam a desistir dos seus projetos e buscar outros destinos. Tais restrições afetam também os investidores que nelas não se enquadram, pois não vislumbram futuro para suas aplicações. Outrossim, a não ocupação dos imóveis pelos seus reais proprietários favorece o avanço das perniciosas invasões. Itapoá merece um olhar diferente, principalmente em relação aos loteamentos já consolidados e implantados anteriormente a legislação vigente.


Adrielle Bernardo, proprietária da loja Jóia Rara esteve de aniversário dia 31 de agosto. Na foto com o cunhado Marcelo e o marido Rafael.

O Caio com o Lazaro. Pai e filho estiveram de aniversário. Muitas felicidades para ambos.

Mês que vem teremos mais uma edição do Italama. Quem parece estar pronto é o nosso amigo Binho

O Jean, “Mamica”, também conhecido como DJ Jim Bass estava de aniversário no dia 29 de setembro. Para comemorar ele fez uma mega balada eletrônica. Na foto, Paulo Amaral, o “Baga”, o próprio Jim Bass, Santiers e Marlon Kampff.

Itacir Dal Molin com a Jade ao colo.

Jantar com o Chef Saulo Sfair. O Chef está de volta a Itapoá e convidou alguns amigos para prestigiarem a sua culinária. O evento aconteceu no Rancho do Raul, estava tudo uma delícia.

O II encontro de carros antigos de Itapoá aconteceu no dia 5 de agosto. Muita gente compareceu e muitos carros foram expostos. Revista Giropop | Outubro 2017 | 35




HISTÓRIA

Giropop: cinco anos de crescimento, curiosidade, versatilidade e gratidão

Um, dois, três, quatro, cinco anos. Até parece que foi ontem que a revista Giropop saiu da imaginação e ganhou forma nas páginas impressas. Com um foco mais social, as páginas foram ganhando histórias de vida, ultrapassando as fronteiras geográficas e lançando um olhar diferente sobre o mundo e para o mundo. Sim, neste mês estamos de aniversário e a comemoração pode ser resumida nas poucas palavras que emergem diferentes significados em nossa trajetória: crescimento, curiosidade, versatilidade e gratidão.

C

rescimento é uma palavra que nos acompanha a cada edição, da 1ª até esta 57ª. Nascemos com o objetivo de mostrar as coisas boas do município de Itapoá, muitas vezes desconhecidas pelos próprios moradores. Cada um trouxe na bagagem a sua experiência em diferentes áreas, como comunicação, marketing e administração. Com o tempo, as coberturas fotográficas foram dividindo espaço com matérias jornalísticas, a qualidade da impressão mudou, as histórias de vida ampliaram o olhar sobre a cidade e passamos a atingir também a nossa vizinha Guaratuba. A cada edição, a cada matéria, um novo olhar, um novo passo, uma nova forma de ver e viver as cidades. E tudo isso é movido pela nossa curiosidade: conhecer o diferente e o desconhecido, mostrar o que muitas vezes fica às margens, retratar os grandes protagonistas das cidades, aqueles que vieram de longe até mesmo aqueles que foram para longe mas não abandonam as raízes. Dizem que os curiosos são aqueles que vão atrás, que procuram, checam e vivenciam, e assim somos nós. Curiosidade que resulta em material próprio, vivenciado, registrado e produzido inteiramente pela própria equipe – hoje, composta por Juliana Ramos, Claudio Kessler Junior, Antonio Alberto Vieira e Ana Beatriz Machado Pereira da Costa. Entre nossos pilares está a versatilidade do conteúdo. Nossas matérias, além de informar, motivam, colaboram, sensibilizam, inspiram e conduzem nossos leitores a um novo olhar – sempre contemplando todos os públicos. Não somos versáteis e plurais apenas no conteúdo jornalístico, mas também nos anúncios. Oferecemos espaços e formatos para todas as áreas e desejos. E é bom lembrar: além de ser gratuita, diferente de outras mídias, nossa revista não é instantânea e não tem prazo de validade. Nosso conteúdo é atemporal, feito guardar, colecionar e ler a qualquer hora.

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Está nas mãos, nas telas e até nos celulares, pode ser visualizada e lida em qualquer lugar.

E de tudo, o que fica é a gratidão. O crescimento, a curiosidade e a versatilidade só são possíveis graças a uma turma muito especial, formada por diferentes grupos e pessoas. Obrigada à nossa equipe, que diariamente trabalha para retratar a cidade da forma mais fiel e interessante, desde a criação das pautas até a entrega de cada exemplar. Obrigada aos parceiros, que acreditam em nosso trabalho e visibilidade, contribuindo efetivamente para a ampliação de informação e desenvolvimento nas cidades. Obrigada a cada entrevistado, que acredita em nossa credibilidade, compartilha histórias e recheia nossas páginas de emoção. E muito obrigada aos leitores, que dão sentido e impulso a toda esta trajetória, afinal, é para vocês que tudo isso tem sentido. O poder da leitura e da educação Mais do que contar boas histórias, no aniversário de cinco anos também compartilhamos muitas histórias para leitores de todas as idades, histórias disponíveis em diferentes pontos de Itapoá (Prefeitura Municipal de Itapoá, Restaurante Dona Elza, Sacolão do Farol e Conveniência Skina) e Guaratuba (Panificadora Chateaubriand, Panificadora Brotpão e Faculdade Isepe) de forma gratuita. Este é o projeto Giroteca, que incentiva o fantástico mundo da leitura, informação e fruição. Vá até um de nossos pontos e conheça novas histórias. O funcionamento do projeto é simples:

não há necessidade de cadastro e para ter acesso a uma nova história é só pegar o livro de sua preferência. Porém, não esqueça que outros leitores também têm o direito de conhecer esta história. Pegue o livro, leia de acordo com seu ritmo e devolva a um dos expositores. Com a devolução, fique a vontade para pegar outro livro. Ao projeto colaborar para o seu acervo intelectual, colabore com ele também: doe livros que estão parados na estante e incentive a leitura de outras pessoas. Precisamos aumentar o acervo e manter esta chama do saber acesa. É neste vai e vem de livros que seremos menos enganados, menos explorados e menos alienados. Ler também faz parte do processo de cidadania e poderia ser sinônimo de mais e mais conhecimento. Além do projeto Giroteca, também desenvolvemos o Giropop na Escola, que busca divulgar e compartilhar ações, projetos, campanhas e ideias desenvolvidas nas escolas de Itapoá, promovendo, assim, um intercâmbio de conhecimento entre eles. Afinal de contas, acreditamos muito no poder da leitura e da educação. Que venha o sexto ano Em uma era tecnológica, onde é muito fácil adquirir editoriais pagos e pautas da internet, nós, da Giropop, continuamos convictos em nossa essência. Se é para falar sobre saúde e esporte, vamos atrás de corredores, surfistas e atletas de outras modalidades do município. Para contar sobre nossos pontos turísticos, conhecemos cada um deles a fundo como, por exemplo, todo o traçado do rio que abastece Itapoá. Se o assunto é casamento, procuramos os experientes na área, assim como fazemos nas pautas sobre construção, turismo e afins, pois as vivências nos movem. Mesmo lançada primeiro na versão digital e, em seguida, na versão impressa, felizmente, a cada edição percebemos o interesse de nossos leitores em tatearem o papel e folhearem as páginas para, então, se informar. E, além de nossos leitores, nosso grande alicerce são os apoiadores comerciais, que aliando a sua marca à nossa mídia, não somente promovem a sua empresa, mas apoiam a cultura, a arte, o meio ambiente, a educação, a leitura, o esporte, as tradições, as iniciativas e as ações sociais.

Com ângulos, experiências, bagagens de conhecimento e histórias maravilhosas, nosso quinto ano se encerra. E que venha o sexto ano, ainda melhor!




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