Revista Giropop - Edição 65

Page 1




Editorial

N

este mês, comemora-se o Dia Mundial do Meio Ambiente (5 de junho). Lembrando essa data tão importante, nós, da revista Giropop, preparamos uma série de matérias que nos façam repensar toda a natureza abundante de nosso município. Os membros dos clubes de Desbravadores e Aventureiros nos ensinam que aprender sobre natureza pode ser, sim, divertido. Um morador de Itapoá nos ensina que da dificuldade pode nascer a solução para uma energia limpa e renovável. Um artista local de muitas habilidades nos ensina que a matéria-prima para a arte pode estar em meio à natureza. A Associação de Defesa e Educação Ambiental nos ensina que, tratando-se de meio ambiente, é preciso buscar soluções sempre coletivas. Esperamos que você, leitor, desfrute dessas páginas tão bem quanto dos nossos recursos naturais. E que levemos para nossas vidas os verbos da Mãe Natureza: respeitar, cultivar, desfrutar e amar.

ÍNDICE A relevância ambiental de Itapoá Pág 5 Clube de Desbravadores Marlin Azul leva lições e valores a jovens Pág 8 Clube de Aventureiros Marlin Azul Kids: fazer o bem pode ser divertido Pág 14 Sicoob inaugura agência em Itapoá Pág 18 Plano de Mobilidade Urbana prevê novo conceito para Itapoá Pág 24 Dupla de bailarinas esbanja talento e representa o município de Itapoá Pág 26 Sonha que dá: viajante percorre todo o Brasil com uma Biz Pág 28 Energia solar fotovoltaica: econômica, limpa e sustentável Pág 30 Artista dá vida a incríveis maquetes tridimensionais e realistas Pág 32 Faculdade Isepe forma profissionais com ensino de qualidade Pág 36

4 | Junho 2018 | Revista Giropop


MEIO AMBIENTE

A relevância ambiental de Itapoá

Werney Serafini, presidente da ADEA (Associação de Defesa e Educação Ambiental), em frente ao CREFC (Centro de Referência em Estudos de Florestas Costeiras). Ana Beatriz Machado Pereira da Costa

No mês em que é comemorada a Semana Mundial do Meio Ambiente, um destaque para a ADEA - Associação de Defesa e Educação Ambiental, instituição atuante nas questões voltadas a defesa e a educação ambiental em Itapoá. Entre suas principais contribuições estão o CEAL - Centro de Educação ao Ar Livre, realizado na Reserva Volta Velha, programa de educação ambiental que em três edições (2007, 2008 e 2009), atendeu mais de 1.300 estudantes do Ensino Fundamental de Itapoá. Recentemente, concluiu as obras do CREFC - Centro de Referência em Estudos de Florestas Costeiras da RPPN Fazenda Palmital – Reserva Volta Velha, espaço voltado a pesquisas, vivências de campo e educação ambiental. Conversamos com Werney Serafini, presidente da ADEA, sobre a atuação da instituição.

F

undada em 1974, na cidade de Curitiba (PR), por ambientalistas, cientistas, pesquisadores e professores da UFPR, a ADEA Associação de Defesa e Educação Ambiental teve papel preponderante na articulação da sociedade civil e governamental para inúmeros projetos ambientais no estado do Paraná, entre eles, a criação do Parque Estadual do Pico do Marumbi, a da Estação Ecológica da Ilha do Mel, a delimitação e implantação do Parque Estadual de Vila Velha, entre outros. Foi a primeira associação ambiental do Paraná, e uma das primeiras da Região Sul, servindo como referencial para a constituição de diversas associações am-

bientalistas em todo o Brasil. A partir da década de 90, a ADEA passou a coordenar os trabalhos de gerenciamento, fiscalização, organização de pesquisas sobre a Floresta Atlântica de Planícies Costeiras na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Fazenda Palmital – Reserva Volta Velha, no município de Itapoá (SC). Por mais de 10 anos, organizou a visita de estudantes da Antioch University, de OHIO/EUA, para estágios acadêmicos direcionados ao bioma brasileiro da Mata Atlântica, além de contribuir, por intermédio do biólogo Msc. Dr. Celso Darci Seger, com o primeiro inventário avifaunístico na Reserva Volta Velha, identificando cerca de 250 espécies de aves e tornando a

Revista Giropop | Junho 2018 | 5


O Centro e suas modernas estruturas trazem possibilidades infinitas: de educação ambiental, turismo ecológico, acantonamentos, eventos, pesquisas, estudos, treinamentos, entre outros.

Reserva Volta Velha referência internacional em Observação de Aves – trazendo para Itapoá observadores internacionais de diversos países, atraídos pela diversidade dessa avifauna. Uma das principais ações no município de Itapoá foi a organização do CEAL - Centro de Educação ao Ar Livre da Reserva Volta Velha, em parceria com o Glenn Helen Outdoor Education Center de Yellow Springs, Ohio-EUA, e a Síntese – Centro de Estudos, Aperfeiçoamento e Desenvolvimento da Aprendizagem. Conforme Werney, de 2007 a 2009, o programa viabilizou para mais de 1.300 alunos das escolas públicas de Itapoá uma experiência de imersão à natureza, nas florestas preservadas da Reserva Volta Velha. Em 2006, a Adea foi transferida para Itapoá e, em Assembleia Geral Extraordinária, definiu-se nova base para sua atuação territorial, priorizando o bioma Mata Atlântica compreendida entre a Baía de Guaratuba, no Paraná, e a Baía da Babitonga, em Santa Catarina, e seus respectivos entornos. Centro de Referência em Estudos de Florestas Costeiras No ano de 2018 Itapoá deu um novo passo: a conclusão do Centro de Referência em Estudos de Florestas Costeiras. A estrutura está localiza-

6 | Junho 2018 | Revista Giropop

Localizado em meio à Mata Atlântica, o Centro de Referência em Estudos de Florestas Costeiras evidencia ainda mais o potencial ambiental de Itapoá.

da em meio à Mata Atlântica, a 2.700m da atual sede da Fazenda Santa Clara que, juntamente com a RPPN Fazenda Palmital – Reserva Volta Velha e a RPPN Volta Velha Pe. Piet van Dait, compõe a conhecida Reserva Volta Velha. Até o presente momento, mais de 300 estudantes de Itapoá e de municípios próximos já visitaram o Centro, utilizando este espaço como apoio nas

vivências de campo e trabalho pedagógico. Na área de pesquisa científica, a estrutura serve de base para pesquisadores e alunos de universidades, instituições públicas e organizações não governamentais da região. “A proposta é disseminar conhecimentos sobre o meio físico e biótico do local, e oferecer cursos de capacitação em florestas costeiras”, explica Werney.

Ao lado do Centro, foi implantado o Viveiro Florestal Educador –parte do projeto Itapoá Sempre Verde, proposto pelo Porto Itapoá e executado pela ADEA. “O Itapoá Sempre Verde visa o desenvolvimento de atividades de educação ambiental comunitária no município e representa uma das ações compensatórias da ampliação do Porto Itapoá. No viveiro, são produzidas mudas


Ao lado do Centro, foi implantado o Viveiro Florestal Educador – parte do projeto Itapoá Sempre Verde, proposto pelo Porto Itapoá e executado pela ADEA, onde são produzidas e doadas mudas florestais nativas.

florestais nativas para a recuperação e conservação ambiental que, em seguida, são disponibilizadas para a comunidade”, comenta Werney. O Centro de Referência em Estudos de Florestas Costeiras e suas modernas estruturas, trazem possibilidades infinitas: de educação ambiental, turismo ecológico, acantonamentos, eventos, pesquisas, estudos, treinamentos, entre outros. Tudo isso, evidenciando ainda mais o potencial ambiental de Itapoá. Expectativas da ADEA A missão da ADEA, conforme seu Estatuto Social é “apoiar a criação e o gerenciamento de unidades de conservação na Floresta Atlântica e ecossistemas associados, promovendo o estudo científico, a defesa e a conscientização da população através da educação, sobre a necessidade da preservação e conservação do meio ambiente”. Com uma equipe de voluntários altamente qualificados e engajados, a ADEA busca cumprir tal missão por meio de levantamentos, planos, prestação de assistência técnica, pesquisas, eventos e exposições, da instalação e manutenção de estabelecimentos de ensino, da divulgação de materiais didáticos e, principalmente, educação ambiental. Frente à associação, Wer-

Para Werney, pensar a questão ambiental do município de Itapoá é imprescindível.

ney comenta que sua maior expectativa é a retomada do programa do Centro de Educação ao Ar Livre da Reserva Volta Velha. “O programa do CEAL marcou a vida de muitos jovens em Itapoá, influenciando, muitas vezes, na escolha de suas profissões. Com o Centro de Referência em Estudos de Floretas Costeiras (que possui dormitórios, auditório e toda a estrutura que um programa desse porte necessita), queremos atuar de forma permanente junto aos alunos da rede pública de ensino de Itapoá e proporcionar aos jovens uma experiência transformadora”, fala o presidente. Ressalta, também, a preocupação da ADEA com a se-

gurança hídrica do Rio Saí Mirim, o principal manancial de captação de água de Itapoá: “O Rio Saí Mirim vem sofrendo impactos que comprometem a sua qualidade ambiental. Atualmente, estamos desenvolvendo proposta para a elaboração de um Mapa de Sensibilidade do rio, a fim de produzir informações e recomendações para a conservação do manancial e subsídios técnicos para a elaboração de planos emergenciais”, explica Werney. Outros projetos Além dos projetos executados na RPPN Fazenda Palmital – Reserva Volta Velha, a ADEA também participou ativamente de trabalhos realizados no

Projeto Orla de Itapoá. Tem assento no Conselho de Meio Ambiente de Itapoá (CONDEMA), no Conselho de Desenvolvimento Urbano de Itapoá (CDUI), no Conselho de Turismo de Itapoá (COMTUR) e no Grupo Pró-Babitonga (GPB). Contribuiu efetivamente para a introdução no Plano Diretor de Itapoá um Sistema Municipal de Unidades de Conservação, para proteção das florestas da planície costeira do município. Por fim, Werney, conclui: “Itapoá tem potencial para ser um município exemplar, social e economicamente desenvolvido, mas, para isso, pensar a questão ambiental é imprescindível. Há que se buscar alternativas amparadas em soluções coletivas, e não apenas em saídas para necessidades individuais e pontuais”. Iniciado no ano passado, o projeto Itapoá Sempre Verde conta com duas modalidades: a visita de alunos da rede municipal de ensino e a visita da comunidade em geral. As inscrições são gratuitas e devem ser feitas através da Ouvidoria Social do Terminal, pelo 0800-674-558. Inscreva-se e participe! Para saber mais sobre a Associação de Defesa e Educação Ambiental (ADEA), acesse www.adeanewsletter.com

Revista Giropop | Junho 2018 | 7


desbravadores

Clube de Desbravadores Marlin Azul leva lições e valores a jovens Ana Beatriz Machado Pereira da Costa

Cerca de 40 jovens com idades entre 10 e 15 anos se reúnem semanalmente na Barra do Saí para aprender a desenvolver talentos, habilidades, valores, cidadania, coletividade, respeito pela natureza, amor ao próximo e fé em Deus. Trata-se do Clube dos Desbravadores, programa da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Na região da Barra do Saí, o clube ganhou nome de “Marlin Azul” e vem transformando vidas: tanto das crianças e adolescentes, que descobrem novas oportunidades a cada semana, quanto dos membros da diretoria, que veem no trabalho voluntário o fortalecimento espiritual.

8 | Junho 2018 | Revista Giropop

E

Parte do Clube de Desbravadores Marlin Azul, da Barra do Saí.

mbora já existisse desde 1919, nos Estados Unidos da América, o Clube de Desbravadores foi oficializado em nível mundial no ano de 1950 pela Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Em 1961, surgiu

o primeiro clube da América do Sul, localizado no Peru, inaugurado oficialmente por um Pastor que, na semana seguinte, esteve no Rio de Janeiro, oficializando também o primeiro Clube de Desbravadores do Brasil. Desde sua fundação, o Clube de Desbravadores é um dos

departamentos fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia, e tem como objetivo promover atividades educacionais e recreativas, centrado no tripé físico-mental-espiritual. Atualmente, são mais de 2 milhões de desbravadores espalhados pelo mundo.


Clube de Desbravadores No mundo todo, o Clubes de Desbravadores segue um padrão de preceitos, atividades e missões. Sua organização se dá através da Igreja Adventista do Sétimo Dia, que cede materiais educativos, organiza os conteúdos a serem ministrados e forma a liderança do clube (a diretoria, composta apenas por membros voluntários). Para tornar-se um desbravador, é preciso ter idade entre 10 e 15 anos, ser um bom aluno na escola e ter comprometimento. Apesar de ter foco na palavra de Deus, o desbravador não precisa, obrigatoriamente, frequentar a Igreja Adventista. Antes de tornar-se um desbravador, o jovem é chamado de “aspirante a desbravador”. Após realizar um teste, contendo informações sobre o clube (como história, ideais e hino), o participante recebe o uniforme na cor cáqui e seu lenço simbolizando que participa, de fato, do clube. Visando formar jovens e cidadãos do bem, o clube aborda três pilares: o físico, através de atividades recreativas, acampamentos, esportes e gincanas; o mental, uma vez que os desbravadores estudam as chamadas especialidades, ou seja, diferentes temas abordados por módulos, como, por exemplo, “fazer

O projeto “Quebrando o Silêncio” chama a atenção da população sobre o uso da violência contra a mulher e contra a criança, além do uso de bebidas alcoólicas e drogas.

uma horta”, “cuidar de um bebê”, “animais de estimação”, “línguas”, “violão”, “fotografia” e “primeiros socorros”; e o espiritual, com base em estudos bíblicos e dinâmicas em família. Depois dos 15 anos de idade, o desbravador tem a oportunidade de tornar-se instrutor ou membro da diretoria do clube.

Em Itapoá Não se sabe ao certo quando surgiu o primeiro Clube de Desbravadores no município de Itapoá. Mas na região da Barra do Saí é certo que o primeiro clube foi o “Leão Marinho”, criado em meados dos anos 90. Naquele tempo, entre os jovens desbravadores do Clube Leão Marinho estava Frederico de

Oliveira Fernando, mais conhecido como Fred, que recorda: “Sou cristão da Igreja Adventista do Sétimo Dia e pude conhecer o clube através da igreja. Apesar de ser muito jovem na época, ser um desbravador me proporcionou lições que carrego para a vida toda, como a importância de estar fortalecido espiritualmente e de cuidar da natureza”. Os anos passaram e o Clube Leão Marinho foi extinto. Tempos depois, lembrando sua importância, antigos desbravadores da Barra do Saí se reuniram para retomar as atividades do clube, que passou a se chamar Clube de Desbravadores “Marlin Azul”. Como manda o protocolo, os voluntários da liderança foram eleitos por votação na comissão da igreja. Sendo assim, grande parte da diretoria do Marlin Azul foi composta por antigos desbravadores do extinto Leão Marinho, entre eles, Fred, idealizador e diretor do Clube de Desbravadores Marlin Azul desde sua fundação, no ano de 2011. É importante ressaltar que existem, atualmente, quatro Clubes de Desbravadores em Itapoá, separados por distritos – todos são organizados pela Igreja Adventista do Sétimo Dia e seguem os mesmos preceitos. O diretor distrital Sidnei Pereira Neres é responsável

Revista Giropop | Junho 2018 | 9


No mês de setembro, é comemorado o Dia Mundial do Desbravador. No ano passado, o Marlin Azul celebrou a data ao ar livre, com admissão em lenços de novos desbravadores e com a participação do Clube de Aventureiros Marlin Azul Kids.

O clube realiza várias brincadeiras com os desbravadores. Uma delas é o Quiz de perguntas com direito a torta na cara.

por comandar todos os quatro Clubes de Desbravadores do distrito de Itapoá, além do clube da Vila da Glória, em São Francisco do Sul (SC). Marlin Azul Inspirados nos escoteiros, os desbravadores vibram com atividades ao ar livre, como acampamentos, trilhas, caminhadas e brincadeiras que acabam em um banho de mar ou de lama. Com o projeto “Quebrando o Silêncio”, os 45 jovens do Clube Marlin Azul chamam a atenção da população para combater o uso da violência, do fumo, álcool e drogas. Também estão entre as atividades regulares dos desbravadores passeatas, mutirões e ações sociais, como campanha contra a dengue, limpeza das praias, serenata de Dia das

10 | Junho 2018 | Revista Giropop

O Clube de Desbravadores Marlin Azul também participou do desfile cívico desse ano, em homenagem ao aniversário do município de Itapoá.

Mães, distribuição de livros, etc. “O clube pretende, através de ações, demonstrar para os adolescentes o caminho correto. Independentemente de cor, raça ou religião, todos podem participar dos ensinamentos

que têm foco na palavra de Deus”, diz o diretor Fred. Com base no estudo das especialidades abordadas, o desbravador explora diferentes mundos: pode interessar-se por enfermagem, culinária, fo-

tografia, medicina veterinária, música, ciclismo, entre outros. “Costumamos dizer que o clube apresenta vários caminhos ao adolescente, que diante dessas oportunidades, se tornará um adulto mais consciente em suas escolhas”, salienta Mayara Fernanda Crepaldi Zanda, que atua como tesoureira e membro da diretoria ao lado de Fred, seu esposo. A cada atividade concluída, o aluno recebe um botton (chamado de insígnia) para pôr em sua faixa, simbolizando que está apto em determinado assunto. Eventos e ajuda Frequentemente, os jovens participam de vivências de imersão à natureza, como trilhas na Reserva Volta Velha e brincadeiras nas areias da praia da Barra do Saí. Contudo, a experiência mais esperada


Mão na massa: contribuindo com mão de obra, o Marlin Azul realizou limpeza e pintura da Creche Lua de Cristal.

do calendário anual de eventos do Clube de Desbravadores é o Campori – grande acampamento de confraternização que reúne desbravadores de todo o Brasil. A edição do Campori de 2019 acontecerá em Barreros (SP), reunindo cerca de 45 mil desbravadores. Para tanto, o clube cobra uma mensalidade simbólica, que não é obrigatória e serve apenas como auxílio, pois grande parte dos gastos são cobertos pela igreja e pelas ações da diretoria, como bazares, venda de pães e bolos, etc. Também, é possível apadrinhar um desbravador do clube, pagando tal valor simbólico, garantindo, assim, sua participação em eventos desse porte. “É uma grande responsabilidade viajar por dias a fio com crianças e adolescentes que não nossos filhos. Por

essa integração entre os jovens e seus familiares é muito importante, pois promove união, compreensão, empatia e respeito mútuo. “Muitos pais chegam até nós para relatar que seus filhos melhoraram na escola, passaram a contribuir nas tarefas diárias ou mudaram certos hábitos. Isso é gratificante e nos deixa ainda mais motivados”, fala Mayara.

No dia 21 de abril (Dia Nacional da Polícia Militar), o clube prestou homenagem para a Polícia Militar de Itapoá.

isso, todos os desbravadores possuem ficha médica e seguro de vida. Além disso, buscamos ter uma relação muito próxima com suas famílias, que atuam como nossas parceiras”, expli-

ca Fred. Diversas gincanas, dinâmicas e brincadeiras, como “torta na cara”, são realizadas com os desbravadores e suas respectivas famílias. Segundo Sidnei,

Formando jovens O Clube de Desbravadores Marlin Azul traz diferentes sensações e sentimentos para diferentes crianças e adolescentes. Maria Eduarda da Silva, a Duda, de 13 anos, conheceu o clube através da Igreja Adventista, e hoje é apaixonada pelos acampamentos e pelas atividades recreativas. “O que mais gosto no clube é que somos todos como

Revista Giropop | Junho 2018 | 11


Os passeios dos desbravadores são diversão garantida! Nas imagens, o passeio até a Ilha que faz divisa entre os estados do Paraná e Santa Catarina.

uma família. Estar com essas pessoas, seja acampando, brincando ou aprendendo, me faz muito bem”, comenta Duda que pretende, um dia, fazer parte da diretoria do clube. Ainda, em alguns casos, a paixão é herdada dos pais, como aconteceu com a desbravadora Luiza, de 10 anos. Sua mãe, Suzana Besen, foi uma das desbravadoras do antigo Clube Leão Marinho, e conta: “quando eu era criança, via no clube a possibilidade de viajar, acampar, fazer amigos e viver experiências incríveis e, hoje, vejo minha filha empolgada, sentindo essas mesmas descobertas e emoções que eu já senti”. A diretora associada Caroline de Oliveira Fernando Neres é irmã de Fred e esposa de Sidnei. “Assim como meu irmão, eu também já fui desbravadora

12 | Junho 2018 | Revista Giropop

angústias e frustrações, e nós valorizamos muito essa relação, afinal, a adolescência não é um período fácil”. Não raramente, desbravadores e líderes rendem-se às lágrimas, emocionados com algum tema, com alguma descoberta ou com algum momento, já que o combustível do Clube de Desbravadores Marlin Azul é o amor. No Projeto Missão Calebe, os adventistas ajudaram a revitalizar uma casa e até a construir uma pequena casa de madeira para que uma família pudesse morar.

um dia. Hoje, oportunizamos essa experiência incrível para outros adolescentes e podemos afirmar com veemência: o Clube de Desbravadores pode transformar vidas”, diz Caroline. Ela e Sidnei são pais de duas crianças bem como Fred e

Mayara, que são pais de dois. Contudo, indiretamente, os casais tornam-se “pais” e “mães” de todos os 45 participantes do Marlin Azul. Mayara explica: “Felizmente, esses jovens confiam muito na gente. Dividem conosco seus problemas, suas

Amor e voluntariado Sem os membros da diretoria – que abdicam do tempo livre para reuniões, estudos, planejamentos, eventos, encontros e atividades –, o clube não acontece. Fred é agente dos Correios, Caroline é professora e, assim como eles, todos os voluntários têm profissões, compromissos e famílias, que muitas vezes são colocados em segundo plano para dedicarem-


Os chamados Camporis são grandes acampamentos que reúnem desbravadores de todo o Brasil. Nas imagens, desbravadores de Itapoá no Campori da União Sul Brasileira, em Santa Helena (PR), com mais de 20 mil desbravadores.

-se ao voluntariado. “Sempre que chegamos em casa, depois de um evento grande, com muitas dificuldades, cansaço e até mesmo perrengues, repetimos para nós mesmos que ‘este foi o último’. Mas, de repente, recebemos mensagens ou encontramos pessoas que relatam o quanto aquela viagem foi importante, o quanto aquelas experiências dignificaram”, relatam os líderes, “ouvir dos pais que seu filho aprendeu coisas boas com a gente, ouvir dos jovens que determinada especialidade lhe motivou a seguir uma profissão... isso faz qualquer coisa valer a pena”. Enquanto casais, os assuntos do casal Fred e Mayara e do casal Caroline e Sidnei acabam sempre se voltando aos desbravadores ou aos demais projetos da Igreja Adventista do Sétimo

Registros do acampamento do Clube de Desbravadores na Reserva Volta Velha.

vida. Ser líder é doar-se por inteiro e fazer com que as missões façam parte do cotidiano, uma vez que inspiramos uma nova geração”, diz Fred. Para alguns, pode parecer simples, mas ser um adolescente e reservar parte do tempo para pensar mais no próximo, na natureza, na família e em Deus é uma atitude nobre. E isso é ser um desbravador. Campori realizado no Parque da Cebola, em Ituporanga (SC).

Dia que estão envolvidos – um deles é o Projeto Missão Calebe, programa voluntário que desafia adventistas a dedicarem suas férias ao evangelismo, no qual os participantes já chegaram a construir uma casa para uma pessoa necessitada, em Itapoá. “Exercer essas atividades voluntárias em casal nos

fortalecem espiritualmente e nos deixam ainda mais unidos”, fala Caroline. De acordo com o diretor do Marlin Azul, o Clube de Desbravadores é um dos departamentos da Igreja Adventista que mais exige de seus líderes. “Costumamos dizer que é mais que um clube, é um estilo de

Os encontros do Clube de Desbravadores Marlin Azul acontecem aos domingos, das 14h às 17h, na Escola Euclides Emídio da Silva. Se você deseja apadrinhar ou inscrever uma criança, entre em contato com Fred através do número 47 99752-4011. Para ficar por dentro das ações realizadas, acesse a página: facebook.com/clubemarlinazul

Revista Giropop | Junho 2018 | 13


aventureiros

Clube de Aventureiros Marlin Azul Kids: fazer o bem pode ser divertido Ana Beatriz Machado Pereira da Costa

Assim como o Clube de Desbravadores, a Igreja Adventista do Sétimo Dia fundou o Clube de Aventureiros. Este, por sua vez, foi criado para oportunizar aprendizados interessantes, experiências significativas e grandes aventuras às crianças menores, de 6 a 9 anos de idade. Na região da Barra do Saí, quem faz e acontece são os membros do Clube de Aventureiros Marlin Azul Kids. Também pautados nos pilares físico, mental e espiritual, os aventureiros desenvolvem valores e são preparados para, futuramente, tornarem-se desbravadores.

T

udo começou no ano de 1972, quando a Igreja Adventista do Sétimo Dia elaborou um programa, a fim de desenvolver materiais educativos para crianças de 6 a 9 anos de idade. No

14 | Junho 2018 | Revista Giropop

Acampamento Aventuri

entanto, o primeiro Clube de Aventureiros só foi organizado em 1980, nos Estados Unidos da América. Logo em 1991, espalhou-se por todos os cantos do mundo. No município de Itapoá, também surgiu tal necessida-

de, uma vez que muitas crianças observavam seus irmãos mais velhos participarem do Clube de Desbravadores, mas ainda não haviam completado a idade mínima (10 anos) para fazê-lo. A partir de então, em outubro de 2016, um pequeno


Campanha contra dengue.

grupo, incluindo membros da igreja e da comunidade da Barra do Saí, fundou o Marlin Azul Kids, voltado aos pequenos de 6 a 9 anos de idade. Os membros da diretoria – incluindo diretor, diretor associado, secretário, capelão e conselheiros – foram eleitos por votação na comissão da Igreja Adventista. Vale frisar que, bem como a diretoria dos desbravadores, a diretoria dos aventureiros também realiza este trabalho voluntariamente, sem qualquer tipo de remuneração. Ou melhor, recebem certas recompensas: os sorrisos e corações cheios de amor da criançada.

Marlin Azul Kids Segundo Marcia Sutil de Oliveira Arins, professora e diretora do Clube de Aventureiros Marlin Azul Kids, o clube segue preceitos muito semelhantes ao Clube de Desbravadores. “Contudo, nossa abordagem é mais simples, criativa e lúdica. Afinal, para suprir as necessidades das crianças de 6 a 9 anos de hoje em dia, é preciso tornar tudo mais atrativo, agradável e interessante”, explica a diretora. A dinâmica se dá através de atividades, brincadeiras, passeios, novidades e amigos – provando que aprender sobre Jesus, respeito à natureza e ao próximo pode, sim, ser divertido.

Desfile de Itapoá.

Kennedy D’Avila é o capelão do Marlin Azul Kids. Ele conta que sua função é proporcionar oportunidades para o desenvolvimento espiritual entre os aventureiros. “Todo o programa está apoiado sobre o tripé ‘família-escola-igreja’. A família tem a prioridade, vindo em seguida a escola, com a igreja atuando como a base de sustentação das outras duas áreas”, explica o capelão. Uma criança que faz parte dos Aventureiros aprende a: desenvolver o amor a Jesus; descobrir suas habilidades e usá-las de forma adequada; desenvolver a criatividade; fazer as coisas com alegria e corretamente; colaborar e conviver em har-

monia com os outros. Os pequenos aventureiros são divididos em quatro classes: as Abelhinhas (crianças de 6 anos), os Luminares (7 anos), os Edificadores (8 anos) e Mãos Ajudadoras (9 anos). Quanto maior for a idade, maior será o grau de dificuldade das especialidades, ou seja, dos assuntos estudados. Conforme Marcia, as especialidades dos aventureiros são divididas em artes manuais (como aprender a confeccionar uma pipa, por exemplo), habilidades domésticas (como ajudar a família a lavar a louça), estudo da natureza (como passear pela Reserva Volta Velha e catalogar folhas e flores), atividades recreativas

Revista Giropop | Junho 2018 | 15


(como gincanas) e atividades espirituais (como os projetos “Vida por Vida” e “Quebrando o Silêncio”, que lembram a importância de dizer não às drogas e à violência). Nova geração Pedro, de 9 anos, conta que sempre acompanhou a irmã mais velha, que participa do Clube de Desbravadores. Quando surgiu a oportunidade de participar de um clube para crianças da sua idade, não perdeu tempo e tornou-se um aventureiro. Ele conta: “O que eu mais gosto no clube são as especialidades que aprendemos, especialmente de trilhas e caminhadas na mata, e de participar do Aventuri (acampamento de até quatro dias, que reúne aventureiros de todo o estado de Santa Catarina)”. Já a pequena Vitória, de 10 anos, é filha de um dos conselheiros do Clube de Aventureiros, e decidiu estender um pouquinho mais seu tempo como aventureira para, depois, tornar-se uma desbravadora. “Entrei para o clube há pouco tempo e neste ano irei para meu primeiro Aventuri. Estou muito animada, porque o tema desse ano será ‘Aventussauro’ e tudo vai ser de dinossauro. Mas, por enquanto, o que mais gostei foi quando estudamos a especialidade de primeiros

Entrega de brinquedoa a crianças carentes.

socorros e um médico ensinou um monte de coisas pra gente”, comenta Vitória. Geisa Rafaela Malanski também é uma das conselheiras do Clube de Aventureiros Marlin Azul Kids e compartilha do amor com seus dois filhos, Rebeca, de 10 anos, e Samuel, de 6. “Sempre assistia aos Aventureiros e aos Desbravadores no canal Novo Tempo e sentia muita vontade de participar, fazer novos amigos, acampar, ajudar as pessoas, vestir aquele uniforme e ter os bottons (chamados de insígnias) no lenço, exatamente como naquele filme ‘Up – Altas Aventuras’. Então, fiquei muito feliz quando entrei para o Clube de Aventu-

16 | Junho 2018 | Revista Giropop

reiros de Itapoá”, conta Rebeca que, aos 10 anos, deixou os Aventureiros para viver novas aventuras nos Desbravadores. Agora, é a vez de seu irmão, o pequeno Samuel, que adora fazer as especialidades e atividades de campo, principalmente quando estas envolvem os animais. Samuel garante que não vê a hora de participar do ‘Aventussauro’ deste ano, em Rio Negrinho (SC), pois é apaixonado por dinossauros. Admissão em lenço Antes de tornar-se um aventureiro, o participante é considerado aspirante a aventureiro. Para receber o lenço e tornar-se, de fato, um aventureiro, é

preciso cumprir os seguintes requisitos: ter entre 6 e 9 anos de idade; estar participando do clube há pelo menos dois meses e frequentá-lo regularmente; estar disposto a cooperar, obedecer e participar das atividades; ter o apoio e acompanhamento dos pais ou responsáveis; ter o uniforme oficial e cuidar bem dele; decorar o voto e a lei dos Aventureiros; além de conhecer o hino e a bandeira dos Aventureiros. Apesar de todas as crianças do clube serem asseguradas pela Igreja Adventista do Sétimo Dia e de todas as ações externas contarem com autorização por escrito dos pais, a integração da família é muito importante. “A principal missão do clube é ajudar as crianças, desenvolvendo atividades para unir os pais aos seus filhos. Por isso, as atividades do clube envolvem diretamente a participação dos pais”, explica a diretora. Eles devem acompanhar a realização das tarefas solicitadas pelo clube e também estar ao lado de seus filhos quando realizam atividades externas. Como ajudar Grande parte das ações do Clube de Aventureiros Marlin Azul Kids são custeadas pela Igreja Adventista do Sétimo Dia. Para gastos corriqueiros, a diretoria cobra das famílias


Especialidade explorador

uma mensalidade simbólica e não obrigatória. No caso de eventos grandes, uniformes e ações extras, os líderes se empenham em bazares, pasteladas, venda de bolos, sopas, etc. Portanto, a ajuda é bem-vinda de três formas: participando dos eventos beneficentes do clube, apadrinhando uma de suas crianças ou, então, oferecendo apoios, que podem chegar através de comércios ou pessoas físicas. “Os Aventureiros e os Desbravadores são Ministérios diferentes, cada um possui caixa e tesoureira. Contudo, é muito comum que os Aventureiros ajudem os Desbravadores em seus eventos beneficentes e vice-versa. Essa integração é muito importante, pois simbo-

liza a união, o amor ao próximo e, também, motiva ainda a mais o aventureiro a tornar-se, um dia, desbravador”, fala o capelão Kennedy. Recompensas Não é fácil dedicar os únicos dias de folga para participar de capacitações, encontros, atividades e viagens. Tampouco é fácil orientar 17 crianças, contribuir na formação de sua personalidade e caráter, servir de exemplo e ensinar-lhes princípios, independentemente de religião. Porém, os líderes garantem que as recompensas são muito maiores que as dificuldades. Para a conselheira Geisa, a empolgação das crianças a cada meta cumprida, o sorriso

Especialidade primeiro socorros.

em seus rostos e a satisfação em ajudar seu próximo trazem sentimentos impagáveis. “O Clube de Aventureiros é minha segunda família. Com eles, me divirto, ensino, aprendo e reafirmo em todos os encontros que ser um aventureiro é ser como Jesus foi. Não é à toa que nosso voto é ‘Por amor a Jesus farei sempre o meu melhor’”, conclui Geisa. Complementando sua fala, o capelão Keneddy ressalta o carinho, o respeito e a admiração que as crianças têm pelos líderes. “Cuidamos deles como se fossem nossos filhos. Queremos vê-lo sempre alegres, amorosos e firmes no caminho do bem”, diz. Por fim, Marcia, a diretora do Marlin Azul Kids, garante que o trabalho é voluntá-

rio, mas é árduo: “Oferecemos o nosso melhor. E mesmo nos momentos mais difíceis, quando temos vontade de desistir, lembramos das crianças e do quanto influenciamos em seu caráter, suas vidas e escolhas. Somos uma aliança e, apesar de sermos adultos, também nos divertimos bastante”. Os encontros do Clube de Aventureiros Marlin Azul Kids acontecem aos sábados, às 15h, ou aos domingos, às 9h, na Creche Municipal Lua de Cristal, na Barra do Saí. Para apadrinhar um aventureiro, contribuir com o clube ou inscrever uma criança, entre em contato com a diretora Márcia, através do número 47 99108-4004.

Revista Giropop | Junho 2018 | 17








ITAPOÁ

Plano de Mobilidade Urbana prevê novo conceito para Itapoá

Ana Beatriz Machado Pereira da Costa

O conceito de mobilidade urbana evoluiu ao longo das últimas décadas. Antes centrado no transporte individual motorizado, hoje, o planejamento da mobilidade deve atender modos alternativos e coletivos de transporte. Esta nova abordagem está traduzida ana Política de Mobilidade Urbana (PMU), que estabelece objetivos e diretrizes para a construção de cidades mais conectadas e sustentáveis. Sendo assim, conversamos com o Secretário de Planejamento e Urbanismo da Prefeitura Municipal de Itapoá, Rafael Vida Almeida, e sua equipe, para falar sobre a Lei 12.587/12, que confere a efetivação do Plano de Mobilidade Urbana no âmbito municipal.

N

o ano de 2017, a Prefeitura Municipal de Itapoá, em cumprimento a Lei Federal de nº 12.587/2012, que institui as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU), deu início à elaboração do Plano Municipal de Mobilidade Urbana (PMMU). Este processo está contando com apoio metodológico da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Associação dos Municípios do Nordeste de Santa Catarina (AMUNESC). Mas, afinal, qual o objetivo deste plano?

Assim como outros projetos de urbanização do município, a Avenida André Rodrigues de Freitas, em Itapema do Norte, também atenderá às normas de acessibilidade.

O que é De acordo com o Secretário de Planejamento e Urbanismo, “o objetivo do Plano de Mobilidade Urbana é repensar o desenvolvimento urbano, promovendo a integração dos diversos tipos de transportes, priorizando o transporte público coletivo, desenvolvendo meios não motorizados de transportes e proporcionando acessibilidade às pessoas com restrição de mobilidade”. Ainda conforme Rafael, tal estudo é muito importante, pois irá criar diretrizes para o crescimento ordenado de Itapoá e busca o município mais

24 | Junho 2018 | Revista Giropop

integrado a partir de diferentes olhares, que envolvem políticas setoriais e aspectos ambientais, sociais e econômicos. Inicialmente, nove municípios da região nordeste do estado de Santa Catarina devem elaborar e efetivar o Plano de Mobilidade e, posteriormente, este estudo resultará em um plano regional de mobilidade. São eles: Itapoá, Garuva, Araquari, São Bento do Sul, Barra do Sul, São Francisco do Sul, Jaraguá do Sul e Rio Negrinho, Joinville que faz parte da região nordeste já efetivou seu PMMU. É importante frisar que,

na elaboração do plano, cada município trabalha dentro de suas próprias características. Reinilda Fiorese, Arquiteta e Urbanista da Prefeitura Municipal de Itapoá, destaca: “por ser um município ainda jovem, com muitas estradas não pavimentadas, Itapoá tende a ganhar muito com a elaboração do PMMU, que realiza um levantamento das reais necessidades da população”. O Plano de Mobilidade deve ser integrado ao Plano Diretor Municipal, incorporando os novos princípios de uma mobilidade mais sustentável.


Seminários Temáticos O Decreto Municipal 3283/2017 nomeou uma comissão técnica que realizou, em dezembro de 2017, cinco Seminários Temáticos para explicar o que é e quais os objetivos do Plano de Mobilidade Urbana. Os temas abordados foram: Sistema Viário e Tráfego de Itapoá; Uso e Ocupação do Solo de Itapoá; Transporte Público e Escolar de Itapoá; Transportes Ativos e Acessibilidade de Itapoá; por fim, Meio Ambiente e Patrimônio de Itapoá (todas as apresentações dos seminários podem ser consultadas através do site www.itapoa.sc.gov.br). Também, ocorreu uma audiência para apresentação ao município em geral. Buscando participações mais efetivas da comunidade, a Comissão Técnica reapresentou os cinco seminários e realizou uma nova audiência pública no início de 2018. Conforme Fernando Vitor Peres, Arquiteto e Urbanista e Diretor de Urbanismo, a participação dos munícipes de diferentes bairros e comunidades foi crucial, pois permitiu impressões e sensações daqueles que melhor entendem sobre a mobilidade urbana em Itapoá: os munícipes. “A etapa dos seminários foi totalmente propositiva, a fim de estudar a experiência de usuário. Ouvir a população foi importante para que o Plano Municipal de Mobilidade Urbana seja elaborado de forma democrática e para que as pessoas sintam-se parte deste projeto”, explica Fernando. Através de mapas, questionários, debates e desenhos, os moradores puderam opinar não apenas sobre a atual Itapoá, mas, também, sobre o futuro do município, visto que o Plano de Mobilidade é atemporal, ou seja, contribui para a mobilidade do município independentemente de governo. Novo conceito Em um mundo onde a pa-

ou desejam participar das sessões na Câmara de Vereadores de Itapoá, entre outras.

Rafael Vida Almeida, Secretário de Planejamento e Urbanismo; Fernando Vitor Peres, arquiteto e urbanista, diretor de Urbanismo; Reinilda Fiorese, arquiteta e urbanista, chefe de Cartografia e Legislação Urbana e Pablo Angelo Antunes, engenheiro civil e diretor interino de Planejamento.

lavra sustentabilidade ganha cada vez mais importância, mudar é preciso. No Brasil, a locomoção centrada em veículos individuais motorizados (carros e motocicletas) é algo cultural. Contudo, o plano prevê oferecer estruturas adequadas para dar vez a veículos alternativos, como transporte coletivo (ônibus), bicicleta, skate, patins ou até mesmo a pé. “Essa nova mentalidade traz benefícios ambientais, já que reduz a poluição do meio ambiente, sociais, pois gera qualidade de vida, e econômicos, uma vez que utilizar locomoção alternativa economiza no bolso”, comenta o Secretário de Planejamento e Urbanismo. Em outros locais, como Japão e países da Europa, intervenções privilegiando pedestres e ciclistas movimentaram o comércio local. Reinilda explica: “Nestes países, as pessoas passaram a utilizar mais o espaço público e a observar mais os comércios à sua volta. Então, os comerciantes melhoraram seu atendimento, investiram em fachadas e produtos. Ao final das contas, o resultado dessa intervenção urbana trouxe mais lucro às empresas”. Para Fernando, a interven-

ção realizada na Avenida Bento Francisco da Silva, que liga a Primeira e Segunda Pedra, em Itapema do Norte, é um bom exemplo. “Anteriormente, era uma rua convencional, centrada em uma vila de pescadores, com poucos comércios em extremidades opostas, a Colônia de Pescadores e veículos estacionados de ponta a ponta. Depois da intervenção da calçada, o comércio se reestruturou e a avenida tornou a abrigar bares, restaurantes, lanchonetes e até mesmo estacionamento, as pessoas começaram a utilizar mais os espaços com maior frequência aproveitando os espaços públicos oferecidos após a revitalização”, exemplifica o Diretor de Urbanismo. Portanto, a aplicação do novo conceito, previsto no Plano de Mobilidade Urbana, tende a trazer mudanças significativas para a acessibilidade dos itapoaenses, como, por exemplo: ciclovias, privilegiando ciclistas e pedestres; pavimentos no mesmo nível, pensando nas pessoas da terceira idade, portadores de deficiência física, entre outros; rotas alternativas de transporte coletivo, voltadas àqueles que têm consultas diárias no Pronto Atendimento Hospitalar

Nova etapa O Plano de Mobilidade Urbana do município de Itapoá é dividido em oito etapas – todas elas com participação popular. Atualmente, o projeto encontra-se na etapa de número 5. A Comissão técnica vem sintetizando todas as informações coletadas nos Seminários Temáticos para formulação de um caderno base, que posteriormente será novamente debatido nos conselhos municipais pertinentes, para dai ser encaminhado e votado na Câmara Municipal de Itapoá para aprovação em Lei. Conforme Fernando, a expectativa é que esta Lei seja aprovada até abril de 2019 para, em seguida, dar início ao plano regional de mobilidade, pensado para toda a região nordeste de Santa Catarina. “Privilegiar os espaços de convivência beneficia tanto moradores quanto turistas, permitindo-lhes segurança, infraestrutura e acessibilidade. Será uma nova fase para a uma nova Itapoá, mais moderna, mais sustentável e mais inclusiva”, conclui o Secretário de Planejamento e Urbanismo. Quando falamos de mobilidade, é importante sempre colocar-se no lugar do outro, seja ele um motociclista, um pedestre, um comerciante ou alguém empurrando um carrinho de bebê. A mobilidade urbana, em seu mais fiel significado, valoriza não apenas os lugares, mas, principalmente, os seres humanos. A Secretaria de Planejamento e Urbanismo está localizada na Rua Mariana Michels Borges, 201, em Itapema do Norte. Seu horário de atendimento é de segunda a sexta-feira, das 13h às 19h. Para maiores informações, ligue: 47 3443-8834.

Revista Giropop | Junho 2018 | 25


ADOTE UM ATLETA

Dupla de bailarinas esbanja talento e representa o município de Itapoá Ana Beatriz Machado Pereira da Costa

Na pauta ‘Adote um Atleta’ desta edição, temos uma dupla de muito talento. As bailarinas Ana Manuela Budaz, de 15 anos, e Luiza Melo da Paixão, de 14 anos, são alunas da Cia de Dança Jasson Kerkhoven e representam o município de Itapoá a cada espetáculo. Apesar de histórias e personalidades diferentes, Ana Manuela e Luiza compartilham do mesmo sonho: tornar-se uma bailarina profissional.

L

uiza iniciou sua história de amor com o balé aos 4 anos de idade. “Eu assistia aos filmes da Barbie e ficava encantada com as bailarinas”, recorda. No extinto projeto Ampliação de Jornada Escolar, teve a oportunidade de aprender ainda mais sobre este estilo de dança e de conhecer o professor, bailarino e coreógrafo Jasson Kerkhoven. Ela comenta: “Meus pais acharam que seria uma fase, assim como muitas meninas têm a fase do balé. Mas aquilo não passou, muito pelo contrário. Quanto mais eu praticava, mais me apaixonava”. Por sua vez, Ana Manuela fez aulas de balé até os 7 anos de idade, apenas como uma atividade física. Há cerca de dois anos, procurou a Cia de Dança Jasson Kerkhoven (inicialmente como Arabesque Estúdio de Dança) com o intuito de fazer aulas de jazz. “Quando procurei o professor Jasson, ele notou em mim certas características de uma bailarina, como postura ereta e senso apurado”, lembra Ana Manuela que, a partir de então, conheceu um novo amor: o balé. Ainda que Luiza possuísse anos de experiência e Ana Manuela tivesse adquirido conhecimento acerca do balé clássico dentro de dois anos, ambas apresentaram muito talento e evolução. Contudo, diferente do que muitos ima-

Da esquerda para a direita: a bailarina Luiza Melo da Paixão, o bailarino e professor Jasson Kerkhoven, e a bailarina Ana Manuela Budaz.

ginam, a evolução de uma bailarina não se dá apenas nos movimentos, mas, sim, em todo o cotidiano. “O balé é como um estilo de vida. Desejamos sempre dar o nosso melhor e, consequentemente, melhoramos a alimentação, o sono, a concentração nos estudos, a postura... enfim, tudo muda para melhor”, comenta Ana Manuela, que estuda na Escola GEES. Na Cia de Dança Jasson Kerkhoven, acontecem aulas, treinos, ensaios e acompanhamento individual, onde as bailarinas são orientadas sobre os cuidados necessários para atingirem o resultado esperado. A Companhia baseia-se na metodologia russa Vaganova, que prioriza fluidez, expressividade e movimentos precisos no balé clássico. “O balé vai muito além da movimentação corporal. Em nossa Companhia, realizamos avaliações físicas e teóricas, pois as alunas precisam entender

26 | Junho 2018 | Revista Giropop

Talentos singulares Uma bailarina tem o poder de ser duas: uma pessoa na vida real e outra nos palcos. Conforme o professor Jasson, Ana Manuela, na vida real, é tímida, meiga, de poucas palavras. Já no palco, apresenta muita expressividade, tendo destaque em papéis românticos e melódicos. Em contrapartida, Luiza, na vida real, é falante, alegre e comunicativa. Em cena, tem destaque em papéis fortes, de presença e olhar soberano, como, por exemplo, espetáculos espanhóis. Com personalidade diferente, a dupla esbanja expressividade, talento e comprometimento – este último, o principal pré-requisito para uma bailarina. A principal característica de Ana Manuela é o perfeccionismo, que lhe motiva a sempre atingir o resultado almejado, enquanto a característica de Luiza é sua agilidade, que garante à bailarina facilidade em movimentos e coreografias. Para alcançar o tão sonhado reconhecimento no universo do balé clássico, o caminho é longo e requer

A paixão de Jasson pelo balé contagia suas alunas, que sonham em tornar-se bailarinas profissionais.

o que estão fazendo para, então, transmitir aquilo para o corpo”, explica Jasson, defensor da ideia de que uma bailarina sem estudo não é uma bailarina.

treinos rigorosos, dedicação e responsabilidade, o que, de acordo com Jasson, a dupla tem de sobra. “Volta e meia, elas me chamam de ‘pai’. Elas ouvem minhas orien-


A bailarina Ana Manuela tem destaque em papéis românticos e sua principal característica é seu perfeccionismo.

poá em outro estado na categoria dança. Para as bailarinas, cada espetáculo é especial. “Estar em cena é uma pressão muito forte. Sentir o calor do público é a melhor parte”, fala Ana Manuela.

tações, são comprometidas, estudiosas e, muitas vezes, sacrificam sua vida pessoal em plena adolescência para dedicarem-se aos ensaios, que acontecem três vezes por semana”, conta. Para Luiza, o balé clássico representa seu ponto de paz. “Não importa se estou ensaiando ou me apresentando, é como se eu me desligasse de tudo. O balé desperta em mim muitas emoções e sentimentos”, comenta Luiza, que estuda na Escola Municipal Ayrton Senna. Festival Mostra Paranaense As bailarinas Ana Manuela e Luiza são solistas, ou seja, apresentam-se sozinhas. Seus espetáculos remetem a clássicos da literatura, como, por exemplo, O Lago dos Cisnes, Dom Quixote e O Quebra-Nozes. Depois de apresentarem-se em diversas mostras e eventos no município de Itapoá e pelo estado de Santa Catarina, as duas foram aprovadas, por competência própria, para competir em seu primeiro festival, representando a Cia de Dança Jasson Kerkhoven e o município de Itapoá. O festival Mostra Paranaense da ABABTG (Associação

A bailarina Luiza é bastante ágil e destaca-se em papéis fortes, de expressividade.

Ana Manuela já caracterizada, nos bastidores do espetáculo.

de Bailarinos e Apoiadores do Balé Teatro Guaíra), que aconteceu em maio deste ano, na cidade de Curitiba (PR), reuniu bailarinos de companhias de todo o Brasil, entre eles, Luiza, que interpretou Kitri, de Dom Quixote, e Ana Manuela, que interpretou o clássico A Morte do Cisne. Estreando em um grande teatro, o Teatro Guaíra, as meninas foram as primeiras a representar Ita-

Adote uma bailarina Promovendo a cultura no município de Itapoá, a Cia de Dança Jasson Kerkhoven realiza eventos, mostras e outras ações no município, além de contribuir com a inclusão social de forma a desenvolver vocação artística em crianças e adolescentes que sonham em tornar-se bailarinos profissionais. Para que isso seja possível, a Companhia promove a “Ação Entre Amigos”, arrecadando brindes pelos comércios locais, a fim de realizar rifas dos produtos. Conforme Jasson, ainda é possível ajudar a Cia de Dança colaborando com a locação de espaços, para realização dos eventos. Por mais que grande parte da sociedade enxergue o balé como lazer e não como um “esporte” que merece reconhecimento, as bailarinas fazem praticamente o que todo atleta faz: treinam arduamente nos finais de semana,

persistem até obter o resultado esperado, têm cuidados extremos, como, por exemplo, com a alimentação e os estudos, e “respiram” a atividade durante todo o cotidiano. Portanto, além da Cia de Dança Jasson Kerkhoven e das famílias das meninas, alguns comércios locais, como Farma Total, Platef, Cliente Chef e Auto Posto Miranda, apoiam e acreditam na carreira da dupla de amigas e bailarinas. Além de serem amigas e compartilharem a paixão pelo balé, as jovens Ana Manuela e Luiza, de Itapoá, também dividem grandes sonhos: “nos prepararmos para o mercado de trabalho, emitirmos o registro de bailarina profissional e vivermos do balé, a nossa grande paixão”. Deseja apoiar as bailarinas Ana Manuela e Luiza, de Itapoá, ou participar da “Ação Entre Amigos”, da Cia de Dança Jasson Kerkhoven? Entre em contato com o professor Jasson, através do número 47 99724-1255. A Cia de Dança Jasson Kerkhoven está com matrículas abertas e fica localizada na Rua Arquiteto Oscar Niemeyer, n. 282, em Itapema do Norte.

Revista Giropop | Junho 2018 | 27


POR AÍ

Sonha que dá: viajante percorre todo o Brasil com uma Biz Ana Beatriz Machado Pereira da Costa

Você já sentiu medo de ver o tempo passar e perceber que não realizou nenhum de seus sonhos? Marcio Roberto Piassa, de 42 anos, já. E foi este o principal motivo que o impulsionou a viajar Brasil afora na companhia de uma motocicleta Honda Biz 125. Em sua passagem pelo município de Itapoá (SC), conhecemos a história de Marcio, que há cerca de setenta dias explora o país verde e amarelo, sem roteiro e sem data prevista para voltar para casa.

aventureiro pôde visitar muitos lugares. Em São Luiz do Paraitinga, celebrou o Domingo de Ramos, já em Lagoinha, visitou uma bela cachoeira. Passando pelo litoral paulista, Marcio até trabalhou por alguns dias nas areias da praia de Maresias, a fim de viver uma experiência diferente e conseguir um pouco mais de dinheiro. Alguns trechos, como as cavernas do Parque Petar, em Iporanga (SP), foram percorridos com uma bicicleta emprestada, enquanto a motocicleta era guardada na garagem de algum amigo que fez por aí. Ainda, deu um pulinho no estado do Rio de Janeiro, para visitar a histórica e paradisíaca Paraty.

Marcio Roberto Piassa na estrada, acompanhado da motocicleta Honda Biz 125.

N

a cidade de Amparo, interior de São Paulo, o famoso “Bar do Marcio”, com 20 anos de história, chama a atenção por sua decoração, com aros e guidões de bicicletas suspensos no teto. Não por acaso, Marcio, o proprietário, sempre foi aficionado por pedal. “Pedalei por praticamente todo o Brasil. De bike, já conheci a Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso, a Chapada dos Veadeiros, em Goiás, o Jalapão, no Tocantins, cruzei toda a Bahia e toda a Amazônia, e por aí vai. Também, fui de Amparo até o Chile, pedalando 4.000 km em um mês”, recorda. Sua relação com a bicicleta é antiga, afinal de contas, o veículo proporciona aquilo que mais ama: conhecer novas culturas, pessoas e paisagens, e manter um estilo de vida ativo. Neste ano de 2018, a vontade de aventurar-se veio à tona novamente. Nas palavras de Marcio: “queria dar uma refinada por todo o Brasil, não apenas passando pelos luga-

Certos trechos, como o Vale Europeu, em SC, Marcio percorreu com uma bicicleta emprestada.

res, mas, sim, vivendo estes lugares”. Certo dia, almoçando na casa de seus pais, observou a motocicleta Honda Biz 125 de seu pai parada em um canto, já que este havia feito uma cirurgia recentemente. “Tive o insight na hora: vou fazer esse giro pelo Brasil com uma Biz! E como sou uma pessoa de ir lá e fazer, eu fui lá e fiz”, comenta. A escolha pela motocicleta Honda Biz apresentou muitas vantagens, por ser um modelo econômico, leve e fácil de ser transportado, silencioso e,

28 | Junho 2018 | Revista Giropop

Registro no Cânion do Itaimbezinho.

normalmente, não ser alvo de furtos. O Bar do Marcio passou a ser tocado por um funcionário e amigo. Pois, com a motocicleta emprestada, poucos pertences e muita sede de aventura, o proprietário iniciou seu sonho da volta ao Brasil em 24 de março. Na estrada O adesivo na motocicleta indica: “Volta ao Brasil de Honda Biz”. Tudo começou pelo estado de São Paulo, onde o

Boa parte de sua hospedagem vem sendo esquematizada através de colaborações. “Viajei com o mínimo de dinheiro. Geralmente, indico nas redes sociais aonde eu estou ou para onde vou, e peço que alguém indique a casa de um amigo para eu me hospedar ou um hostel de baixo custo. Quanto à alimentação, muitos comerciantes veem o adesivo na moto e acabam me fornecendo um almoço ou lanche. Mas, no caso de não obter ajuda, sempre opto pela comida


Conhecendo o tempo budista em Três Coroas (RS).

Aproveitando a oportunidade na estrada, Marcio viveu a experiência com os caminhoneiros em um dia de paralisação.

Uma pausa para um mergulho em Florianópolis (SC).

ou pelo lugar mais barato. dos cânions de ItaimbeziTambém, se for preciso, durnho e Fortaleza. mo em algum cantinho da rua, em uma garagem, onde Sonha que dá for”, relata o viajante. “Sonha que dá” – está Chegando ao estado do escrito em uma caixa, na Paraná, Marcio e a Honda garupa da Honda Biz. MarBiz experimentaram o frio cio confessa que seu maior de Curitiba, passando pelo medo é envelhecer sem Jardim Botânico e o Museu ter realizado todos os seus Oscar Niemeyer. Pela Serra sonhos. “Sempre tive um da Graciosa, seguiu para Anespírito livre. Acredito que tonina e Morretes, onde visisonhar é muito bom, mas tou lugares históricos e fez realizar o sonho é melhor grandes amizades. Ainda no ainda. Hoje, vivo o estilo Paraná, passou pela cidade de vida que escolhi, que é de Guaratuba – a oportuir, ir, ir, ir e sempre ir”, diz o nidade ideal para adentrar viajante. o município de Itapoá e o Seja em locais de clima estado de Santa Catarina, frio ou calor, cidades do onde conheceu Beto Vieira, interior ou centros urbao Portuga, nosso colega de nos, lugares históricos ou trabalho na revista Giropop, A fiel Honda Biz na Serra do Corvo Branco, litorâneos, dormindo em também apaixonado por parte das serras catarinense e gaúcha. uma cama quentinha ou no pedal e aventura. chão da rua, para o avenMarcio relata como isso região do Vale Europeu fiquei tureiro, a maior lição dessa aconteceu: “Em Itapoá, parei impressionado com a beleza jornada é saber esperar. “Tive para tomar café em uma lan- da técnica milenar enxaimel”, de perder a vergonha para pechonete. A atendente conheceu conta. dir comida ou um canto para O roteiro é feito na hora e, dormir. Muitas vezes, passo um minha história e, imediatamente, intermediou meu encontrou para optar por uma cidade, dia todo esperando a confirmacom o Portuga. De repente, eu Marcio considera o trajeto, a ção de um favor que não acaba tinha um novo amigo, hospe- cultura do local, a indicação acontecendo. Em outras, estou dagem e alimentação por dois de amigos e a possibilidade dormindo em um canto da rua dias. Gostei muito de conhecer de hospedagens colaborativas. e chega alguém pedindo para Itapoá, o Portuga e sua histó- Ainda em Santa Catarina, “vi- que eu saia. Mas, felizmente, ria”. Segundo ele, estar na es- veu” a capital Florianópolis, as recebo muita ajuda, pois existrada tem dessas coisas, tudo cidades de Laguna e Tubarão, tem, sim, pessoas boas por aí”, e os morros de Urubici. Passou, fala. é imprevisível. Também em Santa Cata- também, pelas encantadoras Marcio não tem data previsrina, visitou São Francisco do Serra do Corvo Branco e Serra ta para voltar para casa, não Sul, Joinville e toda a região do do Rio do Rastro. Já no estado sabe que dia é nem que horas Vale Europeu, que trilhou de do Rio Grande do Sul, visitou são, come apenas quando senbicicleta. “Além dos estilos de Gramado, Canela, Bento Gon- te fome e sua única preocupavida, sotaques e da culinária, çalves, Farroupilha e encantou- ção no dia é enviar uma menvenho me impressionando com -se pelas paisagens e vinícolas. sagem para sua mãe, pois ele as construções dos locais por Já na região de Praia Grande acredita que “quando a mãe onde passo. Sou muito ligado à (SC) e Cambará do Sul (RS), está tranquila, a viagem segue arquitetura e especialmente na ficou fascinado pelas belezas tranquila; mas quando a mãe

não está em paz, a viagem não anda”. Por conta da paralisação dos caminhoneiros, o motociclista optou por um novo trajeto: deixou a Biz guardada no município de Chuí, no Rio Grande do Sul, e vem fazendo um “mochilão” pelo Uruguai, a pé, de carona e de ônibus, até que as rodovias do Brasil voltem às atividades normais e ele possa retornar e dar continuidade ao plano de visitar todos os estados brasileiros. Na jornada com a parceira Honda Biz, Marcio não sabe ao certo por quantos lugares passou tampouco quantos quilômetros rodou, mas acredita que foram cerca de 3.500 km percorridos de motocicleta e cerca de 500 km percorridos de bicicleta até o presente momento. Enquanto este texto estava sendo redigido, o protagonista desta pauta estava em Punta del Diablo, no Uruguai. Mas não é de duvidar que, enquanto você faz essa leitura, ele já tenha voltado ao Brasil e esteja vasculhando outra cidade ou estado. Por onde passa, nota-se que o bagageiro de sua motocicleta, da bike emprestada ou até mesmo a mochila levam poucos pertences, afinal de contas, o que Marcio gosta mesmo de carregar são as culturas que experimentou, os momentos que viveu e os lugares que conheceu. Para acompanhar as aventuras de Marcio e sua Biz Brasil afora, siga seu perfil no Instagram: @baardomarcio

Revista Giropop | Junho 2018 | 29


MEIO AMBIENTE

Energia solar fotovoltaica: econômica, limpa e sustentável

N

Ana Beatriz Machado Pereira da Costa

Nunca foi tão importante saber o que é ou como funciona a energia solar fotovoltaica. Com o seu uso crescendo exponencialmente, a fonte caminha para tornar-se a principal forma de geração elétrica mundial. No mês de junho, quando é comemorado o Dia Mundial do Meio Ambiente (dia 5), contamos a história de Elias Cesar de Araújo, cuja dificuldade fez com que ele aderisse à energia limpa, renovável e de qualidade. Mais que gerar a própria energia elétrica, o morador garante que essa opção pode ser muito benéfica para o seu bolso e o meio ambiente.

atural do interior do Paraná, Elias passou a residir no município de Itapoá em 2007, na companhia da esposa e seus três filhos. Na região do São José I, próximo ao Rio Saí Mirim, onde está situada a casa da família, ainda não há acesso à rede elétrica. Para amenizar o problema, viveram durante seis anos utilizando lampiões à base de querosene (líquido derivado do Petróleo, como a gasolina). Em busca de gerar energia sem necessitar de rede elétrica, ele e seu vizinho Lázaro investiram em um nobreak, aparelho que funciona como uma fonte de alimentação ininterrupta, armazenando energia para provê-la a outro. No entanto, a bateria durava por poucas horas, o que motivou os vizinhos a pesquisarem por outras soluções. Em 2014, Elias e Lázaro descobriram o sistema de energia solar fotovoltaico, também chamado de sistema de energia solar ou, ainda, sistema fotovoltaico – um sistema capaz de gerar energia elétrica através da radiação solar. Entendendo a energia solar O Sol é a estrela central do Sistema Solar. Graças à sua enorme massa, a força gravita-

30 | Junho 2018 | Revista Giropop

cional exercida por ele faz com que todos os planetas girem ao seu redor. Essenciais para a vida em nosso planeta, os raios solares podem ser reaproveitados de diversas maneiras, como, por exemplo, através da sua transformação em energia elétrica. Apaixonado por assuntos relacionados ao meio ambiente e à química, Elias explica: “A utilização da energia solar para geração de energia elétrica ocorre através de um efeito físico-químico chamado efeito fotovoltaico, descoberto pelo físico francês Edmond Bequerel, no século XIX. Em seus experimentos, notou que a luz solar poderia gerar corrente elétrica. Isso se deve à sua composição, um conjunto de pequenas partículas de energia (os chamados fótons) que, quando incidem sobre a superfície de um material semicondutor (como o elemento químico silício), são

absorvidas e transportadas, gerando uma força eletromotriz que faz os elétrons se movimentarem, transformando energia solar em uma corrente elétrica”. Ou seja, gerando eletricidade. Sobre os equipamentos A grande vantagem da energia solar fotovoltaica é a possibilidade de utilizá-la na Geração Distribuída (GD), que consiste na produção da eletricidade pelo próprio consumidor, seja ele de grande porte, como usinas, ou de pequeno porte, como comércios e residências. O sistema fotovoltaico é composto por quatro componentes básicos: os painéis solares (também conhecidos como placas), controladores de carga, inversores e bateria. Os painéis solares, instalados sobre o telhado, mandam a energia para o sistema. Podem ser utili-


zados um ou mais painéis, que são dimensionados de acordo com a energia necessária. São responsáveis por transformar energia solar em eletricidade. Os controladores de carga funcionam como válvulas para o sistema, evitando sobrecargas ou descargas exageradas na bateria, além de aumentar sua vida útil e desempenho. Já os inversores transformam, por exemplo, os 12 quilowatts de corrente contínua (CC) das baterias em 110 ou 220 quilowatts de corrente alternada (AC). Por fim, as baterias armazenam a energia elétrica para que o sistema possa ser utilizado quando não há Sol. Inicialmente, Elias comprou para sua residência dois painéis solares, um controlador de carga, duas baterias e um inversor. Por conta das chuvas rigorosas das baixas temporadas, investiu em mais dois painéis e mais duas baterias. Desde que optou pelo sistema solar fotovoltaico (há 4 anos), gastou, em média, R$ 10.000,00. “Em um primeiro momento, parece um valor extravagante, mas deve ser pensado como um investimento, uma vez que os equipamentos podem ser parcelados e quitados dentro de 5 anos. Se você simular o quanto gasta com luz mensalmente, os resultados serão muito positivos, pois o sistema solar fotovoltaico é consideravelmente mais econômico”, relata. Off-grid e on-grid Vale ressaltar que existem dois tipos básicos de sistemas

Em 2014, Elias Cesar de Araújo descobriu o sistema de energia solar fotovoltaico.

fotovoltaicos: os sistemas isolados ou off-grid, como é o exemplo de Elias, que mora em uma área isolada, sem rede elétrica; e os sistemas conectados à rede ou on-grid, interligados à distribuidora de energia. Ele ainda explica: “Os sistemas on-grid são conectados à rede elétrica, por isso, sempre que houver excedente de energia gerada pela luz solar, a mesma é armazenada na rede elétrica, gerando descontos na sua conta independentemente do período do dia. Se a energia gerada não for suficiente, a rede elétrica compensa o que faltar. No fim das contas, você paga para a distribuidora a energia consumida da rede elétrica menos o que foi produzido por você”. É bom frisar que cada distribuidora de energia tem as suas regras e exigências para conectar o seu sistema de energia solar fotovoltaico na rede elétrica.

Para saber mais, procure a sua distribuidora. Mas, e se você optar por um sistema on-grid e faltar energia elétrica na distribuidora? Elias responde: “é possível esquematizar um sistema de emergência, interligando o sistema on-grid ao off-grid, a um gerador ou ao sistema eólico”. Vantagens Além de ser um recurso totalmente renovável, não poluir, apresentar baixo custo (se considerar a vida útil) e chegar até áreas isoladas, os painéis fotovoltaicos são fáceis de instalar, não fazem nenhum barulho e quase não necessitam de manutenção. Ao investir em um equipamento, é preciso estar atento a alguns detalhes: “A quantidade de painéis depende do tamanho da residência ou comércio, da quantidade de energia utilizada naquele lugar,

entre outros fatores. Os painéis têm vida útil de, no mínimo, 25 anos. Mas é preciso verificar se o produto é original, recebe selo do INMETRO e oferece garantia de 10 anos contra quebras, queimas e raios”, explica Elias, que pretende trabalhar em Itapoá como representante de uma empresa de sistema solar fotovoltaico. Hoje, em sua residência, há quatro placas fotovoltaicas de 250 watts, um controlador de carga de 60 amperes, um inversor de 220 volts para 3.000 watts e duas baterias de 12 volts. O sistema da casa produz de 150 a 200 quilowatts por mês, sua potência é de 220 volts para 3.000 watts, com picos de 6.000 watts. Lá, Elias e a família têm chuveiro a gás, e o sistema solar é utilizado para a televisão, aparelho de som, computador, lâmpadas e motores elétricos, ou seja, tudo aquilo que usar energia elétrica e estiver conectado à tomada. “Desde que optamos pelo sistema solar fotovoltaico tudo mudou. Diferente de quando não tínhamos luz, agora, ficamos acordados até mais tarde”, conclui que Elias que, partindo de uma dificuldade, está à frente do tempo, investindo em uma energia limpa e sustentável, que não emite qualquer gás de efeito estufa em sua geração. Ficou interessado(a) e quer saber mais sobre o sistema solar fotovoltaico? Entre em contato com Elias através do número 47 99772-3613.

Revista Giropop | Junho 2018 | 31


ARTE SOLIDÁRIA

Artista dá vida a incríveis maquetes tridimensionais e realistas Ana Beatriz Machado Pereira da Costa

Sem um trabalho sequer divulgado nas redes sociais, o endereço de sua residência também não identifica, mas ali vive Luiz Carlos Lima de Andrade. Ele, que trabalhou com publicidade no tempo em que tudo era à mão, hoje, dá vida a incríveis maquetes tridimensionais. De pontos turísticos até casebres antigos, suas criações são ricas em detalhes e realismo, traduzindo toda a paixão e paciência do artista.

Luis Carlos Lima de Andrade, conta que costuma levar cerca de 30 dias para criar uma maquete.

N

ascido no município de União da Vitória (PR), aos 16 anos de idade Luiz mudou-se para Curitiba (PR). Lá, passou a trabalhar junto do pai, que pintava casas. Já aos 19 anos de idade, começou a trabalhar como office boy em uma agência de publicidade. “Adorava observar os publicitários criando. Aos pouquinhos, comecei a ajudá-los na finalização das artes”, recorda Luiz, que acredita ter herdado veia artística de sua mãe, artesã. Não custou para que o jovem autodidata passasse para a área de criação. Naquele tempo, onde o computador ainda não havia sido inventado, o processo de criação de propagandas, artes e publicidades era totalmente manual. Luiz recorda: “era fundamental ter precisão nos fotolitos, então usava-se muito Letraset, cartelas com fontes e imagens decalcáveis, para textos maiores,

como títulos, e para manter um padrão de qualidade em todas as letras”. Em seu acervo, Luiz guarda folders e capas livro criados por ele, do tempo que o layout e as ilustrações eram desenvolvidos à mão. Depois de trabalhar em diversas agências da capital paranaense em meados dos anos 70, Luiz tornou a trabalhar como Diretor de Arte em uma agência de publicidade, em Campo Grande (MT). Lá, acompanhou o advento do computador e fez seus primeiros trabalhos digitais. “Mas o

trabalho no meio publicitário tornou-se muito estressante. Em busca de sossego, me aposentei e passamos a morar no município litorâneo de Itapoá”, recorda Luiz, que veio para o município na companhia da esposa, Elizabeth Guzik de Andrade, com quem é casado há 42 anos. Para ocupar o tempo livre, obter renda extra e desenvolver suas habilidades manuais, começou a criar peças com isopor revestido, que remetessem ao universo litorâneo. Seus peixes, caranguejos e cavalos-

Foi Luiz que produziu as incríveis maquetes da antiga igrejinha da Jaca, da antiga sede da Prefeitura Municipal de Itapoá e do Farol do Pontal 32 | Junho 2018 | Revista Giropop

-marinhos recebiam pintura realista e eram utilizados como decoração de parede. Logo em sua primeira exposição no município de Itapoá, Luiz vendeu todas as peças e, ainda, foi contratado para criar novos animais marinhos decorativos para o Restaurante Monte Cristo, de Guaratuba (PR). Fato que, de certa forma, mostrou-lhe estar no caminho correto: o caminho da arte. Maquetes realistas Eclético, o artista não limitou-se apenas às peças de isopor revestido. Em suas andanças por Itapoá, passou a coletar pedaços de lâminas de madeira, areias, arames, entre outros materiais recicláveis, a fim de criar maquetes realistas de casebres abandonados. Sua esposa Elizabeth conta de onde veio tal inspiração: “Somos do tempo antigo e viemos do interior. Acredito que ele sempre observou e sonhou com estes ambientes de vilarejos e casebres antigos. Por isso, os reproduz tão bem”.


Luiz depois de dedicar-se às maquetes tridimensionais (em 3D), o artista teve uma ideia: por que não criar telas bidimensionais (em 2D). As maquetes, trabalhadas nos mínimos detalhes, logo fizeram sucesso, e o artista foi contratado para realizar um projeto para a empresa Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná), produzindo uma maquete de 9 metros de comprimento. O projeto teve como intuito explicar todo o curso d’água, desde a nascente do rio, passando pelo procedimento de purificação até o abastecimento das residências. Também, foi Luiz que produziu as incríveis maquetes da antiga igrejinha da Jaca, da antiga sede da Prefeitura Municipal de Itapoá e do Farol do Pontal – expostas na recepção da Casa da Cultura de Itapoá. Ele recorda que, para criar a maquete da igreja da Jaca, teve de inspirar-se em uma fotografia, já que a igreja não existia mais: “Às vezes, a criação está pronta em minha cabeça. Outras, me inspiro em fotografias ou até mesmo na construção de verdade”. Detalhista assumido, Luiz conta que para criar uma maquete, costuma levar cerca de trinta dias. A estrutura da obra de arte não difere de uma casa comum: “Durante certo tempo, trabalhei fazendo desenhos de prédios em planta baixa, o que me trouxe muitos conhecimentos sobre arquitetura. Nas maquetes, utilizo a régua e trabalho por escala, para que os elementos não fiquem desproporcionais. A estrutura é feita com palitos de lâmina e deve estar bem segura, pois, em seguida, coloco o telhado e as paredes”, explica o artista, que já teve suas maquetes expostas por diversas vezes no Aeroporto Afonso Pena, de Curitiba. Graças ao seu talento, há alguns anos, Luiz foi escolhido para representar o município de Itapoá em um livro do Sebrae, que exibia trabalho de artistas e artesãos de diferentes lugares. Depois de dedicar-se às maquetes tridimensionais (em 3D), o artista teve uma ideia:

muito de realizar este projeto”, fala. Contudo, entre suas pluralidades artísticas, os verdadeiros ‘xodós’ do artista são as maquetes tridimensionais e as telas bidimensionais. A esposa, Elizabeth, auxilia o marido nas entregas, no garimpo de materiais, organiza seu ateliê e é sua fã número um. Por sua vez, a área de interesse de Elizabeth são as criações em resina e as peças de tricô. “Quando noto que ele está quietinho em seu ateliê, já sei que vem alguma invenção por aí”, fala. Para Luiz, que recebeu encomenda até da Alemanha, o momento no ateliê, absorto em suas criações, é sagrado, e lhe traz sossego e paciência. Ainda que não esteja presente no mundo virtual, no mundo real, a mente inquieta deste artista plural trabalha o tempo todo, mas este tenta esforçar-se para dedicar apenas àquilo que gosta. Nas palavras de Luiz, o mestre das maquetes: “A gente tem que fazer o que gosta, não é? Porque só assim, com amor, é que fica bonito”.

Interior do ônibus Projeto Vida Marinha.

Animais marinhos decorativos para o Restaurante Monte Cristo, de Guaratuba (PR) foi uma de suas primeiras encomendas. por que não criar telas bidimensionais (em 2D) E, assim, passou a pintar belíssimas paisagens com tinta acrílica, utilizando os mesmos elementos naturais das maquetes para dar textura. “Assim como nas maquetes 3D, na criação de telas 2D, tenho minhas próprias técnicas. Quando desejo representar uma casa de alvenaria, tinjo a areia e colo na lâmina. Para representar casebres abandonados, que são meus favoritos, dou preferência para pedaços de lâmina de madeira bem comidos por cupins ou queimo estes pedaços, para dar esse aspecto envelhecido”, conta o talentoso Luiz.

Artista plural O portfólio do artista, que não possui um trabalho sequer divulgado na internet, trata-se de seu álbum de fotografias de muitas páginas. Nele, estão também suas inúmeras criações de animais marinhos, feitos com materiais recicláveis, para o Projeto Vida Marinha. O ônibus que é um museu itinerante, conta com cerca de 150 animais marinhos, em sua maioria empalhados, e leva o conhecimento da Biologia por onde passa. “Reproduzir moluscos, algas e animais marinhos apenas com materiais naturais, a fim de estudos, foi um desafio para mim. Gostei

Campanha Arte Solidária Nesta edição de junho, foi a vez do artista Luiz Carlos Lima de Andrade doar uma peça de sua autoria para a campanha Arte Solidária, iniciativa da Revista Giropop em parceria com a Associação Mãos do Bem Itapoá. Para indicar artistas e artesãos locais que também queiram contribuir, envie um e-mail para redacao@giropop.com.br com um breve resumo sobre tal trabalho artístico, foto e telefone para contato. Luiz Carlos Lima de Andrade é um dos artesãos cadastrados junto ao Departamento de Cultura, da Secretaria Municipal de Turismo e Cultura. Para conhecer melhor o incrível trabalho de Luiz, entre em contato com ele através do número 41 99527-4012.

Revista Giropop | Junho 2018 | 33


Da série...locais que visitei e que mais gostei!

C

harme, elegância, beleza encontramos no sul da França. Gostei muito de Saint Tropez! Cidade à beira mar com apenas cinco mil habitantes, mas de grande valor histórico, cenário de filmes famosos. Foi em Saint Tropez que ocorreu um fato de grande repercussão, o topless da atriz Brigitte Bardot, em 1950. Ser do contra sempre foi o ponto forte desta cidade balneária no sul da França. Mania de ir contra o poder estabelecido, seja ele político, artístico, moral ou ideológico são características primordiais. Ao conhecer Saint Tropez, durante suas filmagens,Brigitte Bardot, decidiu morar no balneário e viver de forma mais livre, quebrando tabus e convivendo com o comportamento avançado da Riviera Francesa. Todas essas características fizeram com que Saint Tropez se tornasse famosa e influenciando até na forma das pessoas se vestirem, calças Saint Tropez, biquinis minúsculos e o famoso topless começaram a fazer parte do dia a dia de muitas gerações de vanguarda a partir da moda na cidade.

34 | Junho 2018 | Revista Giropop

A cidade é pequena e fácil de ser explorada. Vale a pena conhecer as ruas estreitas, seus bares agradáveis e gente bonita circulando por todos os lados. Quando estiver na França, visitar Saint Tropez deve fazer parte da viagem.

A energia que existe no ar é contagiante. Visite a Vieille Ville, centro histórico, labirinto de ruas estreitas com casinhas de cor ocre, venezianas azuis e verdes, repleta de bares, lojinhas e muitas galerias de arte. Subindo uma ladeira chega-se num


Saint Tropez.

local chamado Citadelle, um forte do século XVI, cuja vista da cidade é fabulosa. No Vieux – Port, iates de todo tipo e tamanho estão ancorados. Nesta localidade pode-se pegar um barco para um belo passeio por Saint Tropez avistando as belas mansões de artistas e pessoas famosas, como Alan Delon, Romy Schneider, a mansão do proprietário da L’oreal, casa da Brigitte Bardot e mansões onde grandes pintores se reuniam e pintavam seus quadros como Paul Gauguin, Renoir, Henri Matisse, entre outros. Destino de astros e estrelas, a cidade é a perdição para os adeptos da moda, não apenas para grifes, mas também para lojas pequenas, estabelecimentos

Agito de iates em Saint Tropez.

locais de muito bom gosto. Cenário magnífico de praias de águas calmas, na Baia de Pampelonne. São nove quilômetros de costa cheia de curvas, belos penhascos e desfiladeiros que

adentram o Mediterrâneo. A infra estrutura na região é excelente, você sempre encontrará bares, lojas, serviços de windsurf, equipamentos de mergulho, cadeiras de praia, guarda- sol, jet ski entre outras coisas importantes para quem está passando uns dias em Saint Tropez. A vida noturna é show, até parece que você mudou de cidade. Bares lotados, pintores trabalhando com uma taça de vinho ao lado, gente por todos os lados expondo seu belo bronzeado e seu comportamento alegre. Cidade diferente das demais pelo seu aspecto alegre e pitoresco exibindo um jeito alternativo de viver, moderno e revolucionário no que tange à cultura e comportamento.

Revista Giropop | Junho 2018 | 35


INFORME PUBLICITÁRIO

Faculdade Isepe forma profissionais com ensino de qualidade O sucesso da Faculdade ISEPE é fazer parte da conquista de cada aluno.

S

ão muitos os indicativos que colocam a Faculdade ISEPE, em um contexto de excelência na formação de profissionais competentes e preparados para atuar em diversos segmentos, em uma região em pleno desenvolvimento. A atuação nos meios empresarias; a aprovação de dezenas de alunos no exame da ordem e em outros exames de suficiência; e a excelente performance em concursos públicos, não deixam dúvida de que a instituição se consolidou e está no caminho certo. Recentemente o reconhecimento de mais dois cursos de graduação (Engenharia de Produção e Tecnologia em Negócios Imobiliários), alavancam ainda mais o conceito de uma Instituição de Ensino Superior que se tornou referência no Litoral do Paraná e cidades vizinhas de Santa Catarina, como Itapoá e Garuva. Alunos dessas cidades, encontram nos cursos oferecidos pela Faculdade ISEPE, a formação para um futuro

36 | Junho 2018 | Revista Giropop

promissor, seja no curso de Administração, Direito, Ciências Contábeis, Engenharia de Produção, Tecnologia em Negócios Imobiliários ou Pedagogia. Nos últimos 15 anos, a Faculdade ISEPE disponibilizou à sociedade mais de 800 profissionais, que tiveram suas vidas transformadas diante de novas oportunidades, conquistaram o mercado de trabalho e a tão sonhada carreira profissional. E esse número cresce a cada ano, são Administradores, Advogados, Tecnólogos e Pedagogos, atuando tanto na iniciativa privada como no Setor Público. A aprovação no Exame da Ordem dos Advogados tem sido uma constante entre os alunos do Curso de Direito da Faculdade ISEPE, quando somente no último exame (XXIV) foram aprovados 15 alunos. Circulando pelas cidades da região, em ambos os Estados, é fácil encontrar profissionais formados pela Faculdade ISEPE e que se orgulham da instituição. Para o próximo ano, a faculdade

formará também os primeiros Engenheiros de Produção e os primeiros Contadores, prontos para atuar no mercado de trabalho. Corpo Docente Localizada em uma das mais belas praias do sul do Brasil, a Faculdade ISEPE oferece uma estrutura que permite qualidade no aprendizado e maior e melhor interação entre seus acadêmicos e a instituição. Seu corpo decente é formado por dezenas de profissionais: Doutores, Mestres, Especialistas, profissionais competentes, apaixonados pelo ensino e com experiência em diversas áreas do conhecimento, permitindo assim que seus acadêmicos recebam o melhor. A instituição sabe que seu sucesso depende do sucesso de cada aluno, por isso o acompanha, procura estar com ele do início ao fim da graduação. Coordenação de Comunicação - Prof. Jonas Maciel da Silva - DRT 0010332/PR



Na farmácia Hiper Farma na Av. Celso Ramos, na compra de um valor acima de R$ 40,00 você estará concorrendo a uma cesta que será sorteada no dia dos namorados. A Jessica apresenta para vocês a cesta.

Manuela de Oliveira Alves da Silva e a sua irmãnzinha Heloísa têm uma particularidade bem rara. As duas nasceram no mesmo dia do ano. A Manu fez 5 aninhos no dia 17 de maio e a Heloisa no mesmo dia completou 3 aninhos.

Rafael Grayton é mais um viajante que passou por Itapoá. O Rafael veio de São Paulo pedalando e, diz ele que vai andar pelas estradas da América do sul durante 3 anos. Aqui na foto com Werney Serafini que o recebeu em sua casa. 38 | Junho 2018 | Revista Giropop

Poderiamos chamar este grupo Italama Byke Clube. Quem diría que os amigos trilheiros deixariam um dia as suas motos encostadas para andar de bike.

Parabéns pelo enlace matrimonial do casal Darlene Cechin e Odenilson de Oliveira!




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.