Esta é uma história inversa: ao invés de sair de Itapoá para ganhar espaço no mundo, o talento de Terezinha Winkler deixou as passarelas internacionais mais famosas e hoje encanta os mais diferentes gostos das mulheres em Itapoá. Mãos que se encantaram pela linha logo cedo: os retalhos de tecido ou as sobras de cortinas sempre viravam pequenos vestidos para as suas bonecas. “Lembro da decepção que tive em um ano, quando ganhei uma boneca que tinha os braços colados ao corpo. Tive que
cortar a boneca para poder vesti-la com as roupinhas que a aguardavam”, conta Terezinha. E esse gosto nem veio de família. Natural de Tangará (SC), seus pais trabalhavam na roça, e sua mãe nunca teve muito tempo para fazer grandes costuras. Aos 14 anos, o primeiro emprego foi em uma fábrica de confecção. Ainda sem experiência, Terezinha iniciou na ocupação de passadeira, mas sempre dava um jeitinho de mostrar seu interesse. “Nos intervalos sempre estava perto das máquinas de costura e procurava aju-
dar as costureiras, até que notaram o meu gosto pela costura”, lembra. Depois, foram 10 anos com um ateliê em Joaçaba e 10 anos em Canoinhas, até que o destino mudou sua rotina. “Minha irmã foi morar na Alemanha e fui dois anos passar as férias com ela. Na terceira vez, fui e não voltei”, conta. Foi na Europa, em meio ao povo germânico, que encontrou seu marido, Heinrich. O amor a fez ficar por lá e, mesmo sabendo que seria um pouco difícil uma oportunidade de emprego na sua área, encami-
nhou alguns currículos. A dificuldade mostrou-se simples: em apenas três meses Terezinha já estava empregada na Stickerei Müller, na cidade de Diespeck. Lá passou 12 anos trabalhando na área de peças pilotos, criando os modelos enviados pelos estilistas. “Eles geralmente mandavam as roupas desenhadas com todas as especificações e nós as criávamos”. Suas peças eram exclusivas e, de suas mãos, ganhavam o mundo nas passarelas mais famosas. Depois de todo o glamour, as peças eram enviadas às
fábricas, onde eram reproduzidas. Terezinha conta que tinha que descrever todo o seu trabalho, para que as outras costureiras fizessem exatamente igual. E junto com a descrição, ela viajava às fábricas para supervisionar o trabalho, pois pessoalmente a comunicação ficava mais fácil. “Muitas vezes tive que ir para Tchecoslováquia e nunca soube falar checo, mas como o trabalho era comum, conseguíamos nos comunicar com gestos”. A mesma dificuldade a costureira encontrou na Alemanha. Apesar de origem
alemã, Terezinha foi para Europa sem saber dizer muita coisa, mas foi aprendendo na marra. “Aprendi mais os dialetos alemães e no trabalho, como era uma coisa que estava habituada a fazer, tudo ficava mais fácil”, explica. E este trabalho que estava habituada, aliado ao talento, renderam grandes histórias. Um de seus vestidos desfilou no tapete vermelho do Oscar, com a atriz inglesa Kate Winslet. Outro chegou a custar 380 mil euros. Também, Terezinha fala que contou suas viagens à Paris até a 17ª vez, depois acabou perdendo a conta. E como todo esse talento acabou escolhendo Itapoá? Seu marido, hoje com 60 anos, sempre trabalhou com materiais químicos, o que desenvolveu um grave pro-
ras possibilitava uma viagem no inverno, onde fugiam do frio em busca de um clima mais ameno. Assim, visitaram diferen-
ajudava muito”. Essa procura permaneceu até o dia em que sua filha viu na internet que o clima em Itapoá era bom, com um metro acima do nível do mar.
Suas peças eram exclusivas e, de suas mãos, ganhavam o mundo nas passarelas mais famosas.
blema no pulmão. A melhor receita médica foi optar por um clima tropical e, sem dúvida alguma, a primeira opção foi o Brasil. Como Terezinha sempre trabalhou muito, o que em um ano e meio de trabalho resultou em 1.500 horas extras, todos os anos o banco de ho-
tes locais até escolher a nova moradia. “Já tínhamos em mente que não queríamos grandes cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, aí optamos por Santa Catarina. Experimentamos diferentes lugares, como Balneário Camboriu e Florianópolis, mas percebemos que não
Decidiram experimentar e ficaram um tempo em pousadas, tempo que surpreendeu pela melhora de Heinrich, que a cada dia acordava com mais disposição. Junto à melhora, com o tempo a autorização para os voos ficaram mais difíceis, pois sempre era preciso carregar todos os aparelhos respiratórios. Assim, com o medo de terem que passar o inverno lá, decidiram ficar
em Itapoá definitivamente. Hoje faz um ano e meio que estão por aqui, um ano que abriu o ateliê. Um ano e as encomendas já ultrapassam as folhas do calendário. Hoje Terezinha só está aceitando costuras para depois de setembro e já tem encomendas para o ano que vem. Vestidos de noivas por aqui já foram 5, e mais dois estão na fila. A divulgação começou com cartões de visita, e hoje conta apenas com os elogios e recomendações. Quem
faz uma roupa, não a esquece mais. Terezinha trabalha com todos os tipos de tecido e couro, como os pedaços que guarda das bolsas que ajudava a confeccionar, da marca Louis Vuitton. Também tem tecidos da Alemanha, alguns até desfilaram nas famosas passarelas. Além disso, toda a sua história está registrada em álbuns, material que toda a mulher enche os olhos: com reportagens internacionais de algumas roupas, fotos e convites de desfiles e até desenhos autografados por grandes estilistas. Material que rende até dez álbuns, conforme a costureira. E com toda essa bagagem, talento e dedicação, Terezinha transformou-se em uma referência em Itapoá. Não só para as noivas, mas também formandas, convidadas, aniversariantes ou simplesmente, mulheres. Opa, homens também! Ternos e trajes sociais também são inclusos em sua grande paixão: a alta costura. Ao perguntar sobre essa paixão, a resposta é curta e reflete toda a sua caminhada: “um pouco de desafio, sempre tem que ter”.
Tonalizantes É basicamente uma coloração semipermanente, que deposita pigmentos de cor na cutícula dos fios. Vantagens: Dura até 24 lavagens, Possuí tons suaves e fórmula menos agressiva, pois não contém amônia. Ideal para quem: Busca mudança temporária ou quer dar brilho aos fios. Tem pouco cabelo branco. Afinal, a química do produto é capaz de cobrir até 40% dos fios sem cor. Se submeteu a uma progressiva ou definitiva. Se você tonalizou, mas não gostou do resultado, pode aplicar outro tonalizante. Tintura permanente É o tipo de coloração que modifica totalmente a estrutura do cabelo, deixando o tom modificado de maneira permanente. Vantagens: Dura entre 20 a 30 dias e deve ser retocada somente na raiz.
Ideal para quem: Deseja cobrir 100% das madeixas brancas. Quer fazer uma mudança radical. A coloração permanente, inclusive, consegue clarear fios sem química alguma. Fez progressiva há mais de 15 dias e não quer usar tonalizante para mudar de cor. Entretanto, consulte seu cabeleireiro antes da transformação. O especialista vai avaliar a condição dos fios e a compatibilidade da escova com a coloração. Aplicou tintura permanente e não gostou, evite aplicar outra logo em seguida, principalmente se os fios estiverem fracos e quebradiços. A reaplicação é recomendada, no mínimo, sete dias depois do tingimento. Dicas rápidas: Independentemente da coloração utilizada, tintura ou tonalizante , use sempre xampu e condicionador próprios para fios coloridos. É indicado hidratar as madeixas todas as sema-
nas e utilizar leave-in, com a finalidade de prolongar o brilho. Procure lavar os cabelos somente dois dias depois da tintura. Assim a tinta tem mais tempo para fixar nos fios. E lembre-se de que quanto mais você lavar o cabelo, mais rápido ele vai desbotar. Quer cores mais vivas? Uma semana antes de tingir os fios, faça uma hidratação profunda para preparar o fio e auxiliar na absorção da cor. Não lave a cabeça antes da coloração. A oleosidade natural ajuda a proteger o couro cabeludo da água oxigenada , que pode causar ardência e coceira. Cuidado com as manchas de tinta na pele! Aplique uma camada de pomada de silicone na testa, próxima à raiz dos fios. Pomada para assaduras ou gel de cabelo também funcionam. Para não ter dúvidas, faça o teste em uma mecha próxima à nuca – assim, se der errado, não vai causar grande estrago.
- UniSystem da Red Iron: ”Reaviva a cor do cabelo colorido ou com mechas. Sua fórmula contém extrato de flor de lótus, planta rica em flavonoides, que tem ação regeneradora.” - Semi Di Lino diamante Essential Oil da Alfaparf (ampola azul):”Fecha as cutículas deixando os cabelos luminosos e extraordinariamente macios, com resultados visíveis já na primeira aplicação. Sua fórmula age em profundidade devolvendo a saúde e o brilho aos cabelos opacos. Sua textura polisensorial, à base de extrato de semente de linho, vitamina E, ômega 3 e ômega 6, favorece a coesão das cutículas proporcionando maciez e brilho.
Colaboração: Texto e Fotos Mariliz Metzenthin
Ao cantar, um pássaro não está realizando um ato voluntário ou artístico como muitos supõem. Ele está, simplesmente, transmitindo uma mensagem ou manifestando um sentimento. Das quatro mil espécies de pássaros que cantam cada qual tem um linguajar próprio. Isso facilita a identificação pelos ornitólogos experientes, mesmo sem visualizá-los. Ornitólogos são pessoas que se dedicam ao estudo das aves. Nos pássaros, o som é produzido na siringe, órgão localizado na extremidade inferior da traqueia. Conseguem emitir 45 notas por segundo, com tom de apenas 0,002 segundos de duração. Alguns estendem o canto por mais de sete minutos e isso só é possível porque respiram enquanto estão cantando. Outros, como os jacamins, produzem efeitos ventríloquos e, tem aqueles, como as arapongas, que emitem duas espécies de sons simultaneamente. O pássaro possui em seu código genético instruções que o permite emitir ‘chamadas’, que são os sons básicos característicos da sua espécie, conhecidos por ‘gritos’ e ‘pios’. Já o canto e suas variantes são
aprendidos com os indivíduos adultos. Um pássaro jovem precisa de 100 dias de ‘estudos’ para dominar o canto da sua espécie. Nesse processo de aprendizagem predomina o estimulo social da convivência, pois sem ela não aprenderá o canto. Em cativeiro, a falta de exemplos e estímulos sonoros, pode trazer deformações, pois os pássaros afastados do convívio com a sua espécie acabam por adquirir os meios de expressão de outras aves. Isso, porém, não pode ser confundido com a habilidade que tem certos pássaros em arremedar a expressão alheia, como o papagaio que imita até a voz humana. O gaturamo-verdadeiro, por exemplo, é capaz de imitar o canto de até 16 outras aves. Entretanto, as imitações são ao nível da ‘chamada’ que a ave introduz na linha do canto, pois se precisar entoar um grito de advertência utilizará aquele que lhe é próprio. As manifestações sonoras das aves são elementos de comunicação entre os da própria espécie. Sabe-se que um grito de alarme de um pássaro não se destina a outros, mas a ele próprio. Não há intenções de so-
lidariedade, de advertência para o grupo. No entanto, como a vocalização traduz noção de perigo, pode ser decodificada por outras aves e a presença do predador é detectada tanto pelos indivíduos da mesma espécie quanto por de outras que convivem no mesmo habitat. Embora exista tendência para a padronização do canto, não é raro que em uma mesma espécie verifiquem-se ‘dialetos’ praticados por grupos que se distanciaram geograficamente. Em alguns casos os ‘dialetos’ se afastam tanto do canto original que um pássaro chega a não reconhecer o canto da própria espécie gravado em outra população. Isso não ocorre com as ‘chamadas’ que por serem geneticamente herdadas, permanecem inalteradas. O canto vem a ser, também, uma manifestação típica de domínio territorial. Com ele as aves advertem os semelhantes sobre os limites do território que ocupam e atraem a fêmea para a função de perpetuar a espécie. No período do acasalamento, além dos machos, muitas fêmeas se põem a cantar, formando duetos de
rara harmonia e complexidade. O canto parece ser uma resposta à química hormonal que se opera em seus organismos. Na época da reprodução, verificam-se os cantos da ‘madrugada’ e do ‘crepúsculo’, diferentes dos padrões vocais emitidos durante o dia. As aves não limitam o canto apenas ao momento da procriação. Os mais ricos e intensos não estão presos a esse impulso vital e nem se prendem a nenhuma intenção comunicativa. Os mais apreciados são os das aves jovens, durante o aprendizado, ou dos indivíduos cujo desenvolvimento sexual declinou e a vocalização é entoada a meia-voz, conhecida como canto secundário. No Brasil são inúmeras as espécies canoras. A mais famosa é o Uirapuru-verdadeiro que habita a floresta amazônica. Em Itapoá, a avifauna é exuberante e diversa, supera 300 espécies registradas, mas para que o conhecido Sabiá-laranjeira, o Curió, o Canário-da-terra, o Pintassilgo, o Coleirinha, o Trinca-ferro, o Tangará e tantos outros continuem a gorjear é preciso garantir a integridade de seus habitats, a Mata Atlântica litorânea.