Editorial A última edição da Revista Giropop de 2018 traz histórias de superação, amor e de fé, para que você atravesse qualquer período turbulento com um pouquinho mais de gratidão e otimismo. Lembramos a todos os nossos leitores que a edição de dezembro ficará por conta do nosso tradicional Guia Histórico, Turístico e Cultural, ressaltando toda a beleza, cultura e exuberância da nossa amada Itapoá. É um bom momento para você buscar – seja na internet, naquela vizinha ou naquele comércio que fica próximo à sua casa – as edições anteriores da Revista Giropop para recordar este intenso 2018. Mas, se acontecer de este for o último exemplar que você pegar em mãos neste ano, saiba que nos reencontraremos em breve, com novas motivações, novas inspirações, novas histórias e sempre à procura de um novo propósito. Afinal de contas, o ano muda e nós também. Editorial de capa: Erika Bauer Foto e Afeto
ÍNDICE HOMENAGEM | Padre Sérgio celebrou em Itapoá 10 anos de sua ordenação sacerdotal HISTÓRIA | Lutando contra o câncer, amor e união fazem a diferença HISTÓRIA | André Vinicius, força e superação na batalha contra o câncer INFORMATIVO ISEPE | Cooperativismo & Associativismo, modelos que crescem mundo afora EMPREENDEDORISMO | Lanave Distribuidora celebra quatro anos de atuação em Itapoá QUEM É? NEUSA LOPES | Uma vida pela arte, cultura e história ADOTE UM ATLETA | Jovem atleta sonha em voltar a treinar nas piscinas GIROPOP NA ESCOLA | Cultura popular ganha destaque na 2ª Festa das Tradições COLUNA | Itapoá e sua história, por Vitorino Paese
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HOMENAGEM
Padre Sérgio celebrou em Itapoá 10 anos de sua ordenação sacerdotal Ana Beatriz Machado Pereira da Costa
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Você pode não conhecê-lo como Sérgio da Silva, mas Padre Sérgio é muito querido por toda a Itapoá. Criado no município, mais precisamente na região do Saí Mirim, ele afirma seu amor por Itapoá, onde pôde contribuir com seu ministério. Recentemente, Padre Sérgio retornou à Comunidade Nossa Senhora Aparecida, no Saí Mirim, e à Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição, em Itapema do Norte, para celebrar os 10 anos de sua ordenação sacerdotal junto da comunidade itapoaense.
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ilho de Abílio da Silva e Paulina Teodoro da Silva (ambos falecidos), Sérgio nasceu em 1º de fevereiro de 1978, dentro de sua casa, na região do Saí Mirim, quando a comunidade ainda pertencia ao município de Garuva-SC. Sérgio foi o 14º filho do casal, que edu-
À esquerda, Padre Sérgio na 24ª Romaria da Terra e das Águas. Já à direita, registro do batizado de Heithor, seu sobrinho. cou seus filhos com valores cristãos. “Meus pais eram pessoas simples, de origem humilde. Nos deram boa educação e nos ensinaram valores familiares e humanos, como honestidade e respeito às pessoas”, comenta. Durante sua infância e juventude, estudou na Escola Municipal Alberto Speck, na
região do Saí Mirim, na Escola de Educação Básica Nereu Ramos, em Itapema do Norte, e na Escola Municipal Frei Valentim, no bairro Itapoá. Seu primeiro emprego foi na agência da empresa de transporte coletivo Lapeana, onde trabalhou por dois anos. Ele recorda que teve uma infância regada de muita
fé, alegria e amor em família. Seja com os estudos, a comunidade, a família ou a Comunidade Nossa Senhora Aparecida, no Saí Mirim, onde foi batizado, Sérgio foi uma criança muito dedicada. “Uma vez que minha família seguia as tradições católicas e que seis dentre seus quatorze filhos eram homens, meus
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pais sempre desejaram ter um filho Padre. Contudo, sempre nos respeitaram e deram liberdade para que tomássemos nossas próprias decisões”, recorda. Como filho caçula, fazia planos para o futuro e espelhava-se nos pais e irmãos mais velhos, que constituíram família e eram muito trabalhadores. Vocação sacerdotal Aos 17 anos de idade, Sérgio deixou o município de Itapoá e passou a viver na cidade de Joinville-SC, onde trabalhou em um novo emprego, concluiu os estudos e descobriu sua vocação sacerdotal. Ele relembra que a adaptação na cidade foi difícil, mas Deus utilizou-se de meios para ajudar-lhe. “Quando cheguei em Joinville, fui acolhido por um grupo de jovens do bairro Vila Nova. Eles me levaram a ter uma experiência mais profunda com Deus e, hoje, posso perceber que Ele fora muito próximo de mim através desses amigos”, fala. A partir de então, Sérgio percebeu que sua existência teria muito mais sentido se entregasse sua vida a Deus. Realizou, em 1998, estágios no Seminário Diocesano Divino Espírito Santo, em Joinville. “Foi amor à primeira vista. Pensei comigo mesmo: é aqui que devo entregar minha vida”, recorda. Somente quando foi aceito no Seminário é que Sérgio deu a notícia aos seus pais, que encheram-se de orgulho. E, então, no ano de 1999, já estava dando início ao seu processo formativo. Processo formativo Mesmo vivendo no Seminário, Sérgio nunca esteve distante da família. “No início, tive momentos difíceis e senti saudade de casa, mas logo pude sentir que o Seminário
ordenado Padre, atuou como formador no Seminário Diocesano Divino Espírito Santo, até que, em 2010, foi enviado a Itapoá para ser administrador paroquial e, em seguida, foi levado a pároco, na Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição. “Ter celebrado minha primeira missa em Itapoá, em minha própria terra, foi um presente de Deus. Amo o município de Itapoá, amo ser itapoaense e amo a comunidade itapoaense. Inclusive, ganhei o título de cidadão honorário por desenvolver parte de meu ministério na cidade”, conta. Sendo o Padre um verdadei-
Padre Sérgio e suas irmãs na Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição. era minha nova casa”, conta. Toda profissão exige que a pessoa dedique-se intensamente em seus estudos, e o processo formativo de um Padre não é diferente. Sérgio cursou três anos de Filosofia, na Fundação Educacional de Brusque-SC, quatro anos de Teologia, no ITESC (Instituto Teológico de Santa Catarina), em Florianópolis-SC, além de outros cursos que, ao longo da jornada, julgou necessários. Em paralelo aos nove anos de estudo, durante o cotidiano no Seminário o aspirante a Padre recebeu acompanhamento psicológico, para abraçar sua vocação com maturidade humana. Além das dimensões intelectual e psicológica, os estudos no Seminário abordaram a dimensão humana (saber
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conviver e viver em sociedade), a dimensão pastoral (estar próximo das comunidades) e o crescimento da espiritualidade (através de retiros, orações comunitárias, encontros, entre outros). Nas palavras de Sérgio: “durante o Seminário, pude perceber que nada me faria tão feliz e realizado a não ser responder a esse chamado e seguir o caminho da consagração”. A ordenação Padre Sérgio foi ordenado em 11 de outubro de 2008, na Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição, em Itapema do Norte. Sua primeira missa aconteceu no dia 12 de outubro de 2008, na Comunidade Nossa Senhora Aparecida, no Saí Mirim, onde tudo começou. Depois de ser
também eram amigas de infância. Essa amizade atravessou gerações, pois os casais tiveram filhos e costumavam reuni-los aos finais de semana para brincarem. O tempo passou, mas a amizade entre as famílias permaneceu, sempre nos alegrando com as conquistas e nos unindo nas dificuldades. Portanto, em nome de Evaldo, dos filhos, netos e bisnetos da família Speck, deixo nosso sincero parabéns ao Padre Sérgio, essa pessoa maravilhosa, pelos 10 anos de sacerdócio”. Silmara Speck, amiga pessoal
ro missionário, que não deve estar apegado a lugar algum, depois de um ano e três meses em Itapoá, Padre Sérgio foi transferido para Joinville, onde atuou na Paróquia São João Batista, no bairro Fátima, e na Paróquia São Judas Tadeu, no bairro Itaum. Desde então, vive em Joinville e vem dedicando-se como Padre na coordenação da Ação Evangelizadora da Diocese de Joinville e de cidades próximas. Apaixonado pelo trabalho comunitário, Padre Sérgio também faz expediente na Cúria Diocesana de Joinville e toda semana celebra missas em lares de terceira idade, mosteiros e comunidades. Momento de celebrar Hoje, Padre Sérgio sente-se feliz e realizado. “Sou extremamente feliz por ter respondido ao chamado de Deus, sem perder minha humanidade. Desde que escolhi esse caminho, Ele tem me sustentado com sua misericórdia, colocando pessoas em minha vida e dando pleno sentido à minha existência”, comenta. Para todos aqueles que deram-lhe forças, Padre Sérgio deixa seus agradecimentos: “Agradeço a Deus, pelo dom de minha vocação e por dar-me forças; à minha família, pelo apoio, incentivo e pelas orações; aos meus padrinhos, que sempre estiveram ao meu lado; aos grandes amigos, que tornaram-se uma família para mim; e por todos os fiéis das comunidades por onde passei. Assim como todos vocês respeitam minha caminhada, eu também os respeito em suas de-
Momento da chegada da caravana, na Comunidade de Nossa Senhora Aparecida no Saí Mirim. cisões de vida. Desejo que Deus os sustente em suas caminhadas assim como Ele me sustenta”. Para comemorar seus dez anos de ordenação sacerdotal, no dia 11 de outubro de 2018, Padre Sérgio voltou a Itapoá para celebrar a amizade, o carinho e o amor em Cristo com a comunidade itapoaense. De volta à Comunidade Nossa Senhora Aparecida, no Saí Mirim, e à Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição, em Itapema do Norte, a celebração representou um marco em sua vida sacerdotal. Nas palavras de Padre Sérgio: “Meu sacerdócio é de Cristo, assim como o sacerdócio de cada um da comunidade itapoaense, pois carrego esse grande tesouro que Deus me deu em unidade com todos vocês”.
Homenagens de amigos e familiares “Sérgio, você sempre foi um irmão maravilhoso, prestativo, humilde e honesto. Hoje, dou graças a Deus pela sua existência, tão rica em paz, amor, bondade e sabedoria. Parabéns pelos seus 10 anos de sacerdócio, meu irmão, esperamos que tenha aproveitado este momento e que viva com entusiasmo e alegria. Que Deus derrame suas bênçãos e seu amor sobre você. Eu te amo!” Margarida Estevão, irmã “A amizade das famílias Speck e Silva começou há muitos anos, quando Abílio Silva, pai de Padre Sérgio, e seu Evaldo Speck ainda eram jovens. Dona Paulina, esposa de Abílio, e dona Brandina Speck, a esposa de Evaldo,
“Minha mãe, Mariana Michels, fez seu parto, eu carreguei-o no colo, cantei músicas para você ninar, nossas mães eram comadres, nós crescemos juntos e fomos criados como se fôssemos irmãos. Vivi, ao seu lado e ao lado de sua família, a melhor época de minha vida. Padre Sérgio, você é mais do que especial. Certamente, nossas mães ficariam orgulhosas e muito felizes por você, meu conselheiro, amigo e irmão do coração.” Rose Cléia Timóteo Borges, irmã do coração “Meu querido primo, admiro esse sacerdote maravilhoso que você é, que por onde passa deixa um pouco de si, semeia o amor e a bondade. Quantas coisas lindas e quantas dificuldades você vivenciou nesses 10 anos! E, ainda assim, manteve-se firme e obediente à vontade de Deus. Tenho muito orgulho de ser seu primo e amigo. Admiro muito seu dom de olhar o próximo como Cristo o vê. Desejo que Jesus o guarde e que possamos comemorar muitos e muitos anos de sua vida e de seu sacerdócio.” Mário Cezar Budal, primo
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#dinnojuntosvenceramos
Lutando contra o câncer, amor e união fazem a diferença
Ana Beatriz Machado Pereira da Costa
Nas mídias sociais, a hashtag #DinnoJuntosVenceremos prova o quanto o professor de Educação Física Claudinei Ferreira Mendes – mais conhecido como Dinno, serve de inspiração para muitos munícipes de Itapoá. Há seis meses, ele luta diariamente contra o câncer. Ainda com um pouco de cansaço para falar, devido ao tratamento intensivo, Dinno conta com a ajuda da esposa, Vanilda de Souza – mais conhecida como Preta, para agradecer todo o carinho que vem recebendo e contar sua história, sinônimo de força e superação.
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atural de Ponta Grossa-PR, Dinno escolheu o município de Itapoá para viver. Na cidade litorânea, construiu carreira como professor de Educação Física da Escola Municipal Frei Valentim, conheceu Preta, com quem é casado há dezesseis anos, e também seu enteado, Jonatha Aguiar, considerado por ele como filho do coração. Certa vez, Dinno e Preta passaram por uma mudança radical no estilo de vida. O casal tornou a cultivar hábitos mais saudáveis, praticar regularmente atividades físicas e seguir uma dieta com base na orientação de uma nutricionista. Juntos, também abriram a Academia DPJ Fitness. Há aproximadamente três anos, o professor desenvolveu uma curiosa alergia a diversos medicamentos. À medida em que Dinno era medicado, crescia a lista de
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O casal Preta e Dinno, e a psicopedagoga e atleta Mahara Hermógenes, amiga do casal e uma das responsáveis pela campanha #DinnoJuntosVenceremos, que lhe deu apoio nas redes sociais.
remédios que lhe causavam reações alérgicas, como inchaço na face. Em maio deste ano de 2018, começou a sentir dores entre a perna esquerda e o quadril. Depois de duas semanas convivendo com a dor, foi a Joinville-SC para consultar-se no pronto-atendimento. “Temíamos que ele recebesse algum medicamento desconhecido que lhe causasse reação alérgica. Paramos, então, em uma clínica para marcarmos um horário com um ortopedista e especialista em quadril. Acreditamos muito que Deus sabe de todas as coisas, pois havia um horário vago para aquela mesma tarde”, recorda Preta. Conforme o ortopedista, a dor que incomodava somente a perna esquerda podia significar muitas coisas, daí a importância de um exame de ressonância magnética, realizado na semana seguinte. Feito o exame, Dinno recebeu o diagnóstico de que estava com um pequeno problema na cartilagem na perna esquerda, que não justificava sua dor. Porém, o exame acusou também um tumor já bem desenvolvido, com nove centímetros, ao lado direito do glúteo. Frente ao médico, Preta e
Dinno receberam a inesperada notícia, e com fé em Deus descobriram forças para enfrentar os próximos dias.
Para Dinno, os momentos em família passaram a ter ainda mais valor.
Família que é unida, permanece unida nos momentos bons ou difíceis. No registro: Dinno (na maca), sua esposa Preta e o filho Jonatha (ao fundo).
Mais notícias O casal foi encaminhado para tratar do problema com outro médico, Dr. André, ortopedista, cirurgião e especialista em coluna, que pediu mais uma série de exames. Antes que retornassem ao hospital, o médico telefonou para Dinno e informou que o mesmo tumor encontrado no glúteo havia sido encontrado na coluna vertebral, na região da lombar, além de outros dois pontos menores encontrados na bacia – por isso, a dor no lado esquerdo da perna, que passou a pressionar e se expandir para a coluna. Do mês de maio a outubro, em praticamente todos os consultórios médicos por onde Dinno, Preta e Jonatha passaram, as notícias ficavam ainda mais difíceis. Com fortes dores na coluna e o movimento da perna esquerda já comprometido, Dinno realizou a biópsia, a fim de descobrir qual o tipo do tumor. Preta recorda o dia em que recebeu o resultado: “O médico nos telefonou dizendo que o resultado da
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biópsia era nada favorável, pois tratava-se de um lipossarcoma maligno. Em seguida, tive de dar a notícia ao Dinno. Foi muito difícil, pois o termo ‘tumor maligno’ está comumente associado a morte. Felizmente, ele foi forte ao receber a notícia, já eu, que sempre fui mais sensível, caí em desespero”. O caso Imediatamente, a família procurou um oncologista clínico para dar início ao tratamento. Este, por sua vez, descartou a possibilidade de realizar uma cirurgia, reiterando que a única saída seria o tratamento com radiografia. Contudo, a intuição de Preta dizia para não se contentar com apenas uma opinião médica. “Aprendemos que os familiares devem, sim, pesquisar sobre a enfermidade em fontes confiáveis. Ter certo conhecimento sobre o assunto nos ajuda a questionar e não nos conformar com a primeira resposta que recebermos”, diz a esposa de Dinno. Felizmente, o segundo oncologista a ser consultado, Dr. Jackson, foi bastante otimista ao dizer que Dinno era jovem e era preciso apostar em sua cirurgia.
te foi crucial para sua rápida recuperação e para impedir a metástase no pulmão.
Um registro de Preta e Dinno, u m casal companheiro, unido e forte. Mas, antes, o professor de Educação Física foi internado imediatamente para que os exames de mapeamento geral fossem feitos mais depressa. A internação durou sessenta dias e foi supervisionada pelos doutores Jackson e André, que passaram a trabalhar juntos no caso de Dino, e por doutor Álvaro, oncologista e cirurgião especialista em tumor de partes moles (tecidos como mús-
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culos, ossos e gordura). O caso de Dinno, com metástase (formação de uma nova lesão tumoral a partir de outra) em osso, na coluna vertebral, contrariou as estatísticas e chamou a atenção dos médicos, uma vez que o tumor do tipo lipossarcoma costuma apresentar metástase no intestino e principalmente no pulmão. Conforme os médicos, o estilo saudável que mantinha regularmen-
Cirurgia e tratamento Por ser o tumor que mais se desenvolveu e que estava ocasionando dor, a cirurgia consistiu na retirada do tumor da lombar. Felizmente, a equipe de médicos, que trabalhou em conjunto, realizou a cirurgia com sucesso, retirando 100% o tumor da lombar. Superando expectativas médicas, o paciente recuperou-se rapidamente da cirurgia. Conforme os profissionais da saúde, uma vez que existiam três tumores pelo corpo (no glúteo e dois pontos menores na bacia, já que o da lombar havia sido removido), Dinno teria de fazer tratamento com quimioterapia. O primeiro ciclo das sessões de quimioterapia aconteceu no início de agosto de 2018 e foi bastante delicado, pois os médicos não sabiam se os medicamentos do tratamento causariam reações alérgicas. Quatro dias depois de voltar para casa, Dinno apresentou indícios de febre. Voltou a Joinville e foi encaminhado para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital, com uma infecção pulmonar.
Passou a respirar com a ajuda de aparelhos e de uma máscara de oxigênio. “Os medicamentos indicados para febre estavam em sua lista de medicamentos que lhe causam alergia. Portanto, para baixar sua temperatura, os médicos colocaram cubos de gelo nas partes quentes. Foi um episódio muito difícil, ele gritava de dor”, lembra a esposa. Mais tarde, Dinno voltou a ter febre e Preta e Jonatha revezaram-se durante trinta e quatro horas a fio fazendo compressa com uma toalha umedecida, já que o gelo o machucava muito. Por felicidade, após cinco dias na UTI, Dinno melhorou e recebeu alta para voltar a Itapoá. O médico lhe deu um tempo para recuperar-se, até que retomasse as sessões de quimioterapia. Apesar das reações comuns à quimioterapia, como náusea e queda de cabelo, o segundo ciclo do tratamento foi melhor, pois, dessa vez, a equipe médica já tinha conhecimento de que os medicamentos não apresentavam reação alérgica, e Dinno pôde tomar uma injeção que auxilia na imunidade. O tratamento do paciente é intensivo: cada ciclo acontece de segunda a sexta-feira,
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com duas semanas de intervalo – período em que Dinno pode fazer atividades físicas moderadas e descansar, até que se inicie um novo ciclo. Atualmente, o professor de Educação Física completou seu quarto ciclo do tratamento. Na noite em que antecedeu o fechamento desta matéria, recebemos boas novas de Preta, que estava emocionada: Dinno realizou a cirurgia que retirou 100% do tumor do glúteo. Os dois tumores menores, situados na bacia, estão controlados, e seus órgãos estão todos limpos e preservados. Dinno, juntos venceremos Familiares, amigos, conhecidos, alunos da Escola Municipal Frei Valentim e da academia DPJ Fitness mobilizaram uma campanha nas mídias sociais. Utilizando a hashtag #DinnoJuntosVenceremos, criaram camisetas, prestaram homenagens, lembranças, palavras de apoio e otimismo a Claudinei, o Dinno. Sua batalha contra o câncer serviu de inspiração para muitos que nele se inspiram para superarem seus desafios, o que rendeu a Dinno medalhas de amigos que correram maratonas, troféu dos
Avô coruja assumido, Dinno aprecia os momentos junto ao neto Bernardo. alunos que participaram do apenas um ano, por quem se campeonato Moleque Bom de declara um “avô coruja”. Sua história é sinônimo Bola, camiseta autografada pelos jogadores do Operário de força, superação e a prova Ferroviário Esporte Clube, de de que um estilo de vida sauPonta Grossa-PR, entre outros dável pode ser crucial para a tantos presentes que lhe en- saúde. O professor de Educação Física ressalta: “cuidar cheram os olhos. Hoje, Dinno valoriza ainda da saúde é a melhor forma de mais os momentos com os ami- prevenção, praticar atividagos e familiares, especialmen- des físicas regularmente, ter te junto da esposa, do filho, da uma alimentação saudável e nora e do neto, Bernardo, de realizar exames de rotina”.
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Emocionado ao recordar cada capítulo da luta que trava desde o mês de maio, Dinno deixa sua mensagem: “Essa doença apareceu de uma forma repentina em nossas vidas. Agradeço sempre a Deus pela família que me presenteou. Ao meu filho, Jonatha, que desde o primeiro diagnóstico está sempre ao meu lado, é meu parceiro, companheirão de todas as horas, e não mede esforços para me tranquilizar. À minha esposa, Preta, que não tenho palavras para descrever o que tem feito por mim neste momento tão difícil. Ela está 24 horas ao meu lado e mesmo que não contenha suas lágrimas em alguns momentos, continua firme diante das dificuldades. Sou grato pelos excelentes médicos, André Demo Boss (Clínica Athenas), Jackson Teixeira Martins (CHO) e Álvaro Rogério Novaes Carneiro (IOT), e enfermeiros que cuidaram tão bem de meu caso, e por cada mensagem de apoio, oração, conselho, ligação e homenagem que recebi de amigos e alunos. É isso que me mantém forte. Sempre falo que este é só período ruim que vai passar, pois acredito muito em Deus e na minha cura”.
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HISTÓRIA
André Vinicius, força e superação na batalha contra o câncer Ana Beatriz Machado Pereira da Costa
Conhecido e querido por munícipes de toda a Itapoá, há oito anos o professor André Vinicius Araújo trava uma batalha contra um tumor no cérebro. Hoje, sente-se confiante e seguro para falar sobre a doença que sempre esteve no anonimato e agradecer o carinho que tem recebido de todas as partes: “o apoio de amigos e familiares me encheu de amor, força e esperança”.
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e Nova Esperança-PR, André Vinicius é formado em Educação Física e há dezesseis anos reside em Itapoá. No município, ministrou aulas nas escolas municipais Frei Valentim, Alberto Speck e João Monteiro Cabral, atuou na Secretaria Municipal de Educação e nos último ano trabalhou como diretor na Secretaria Municipal de Planejamento e Urbanismo. Também, foi responsável pela locução de inúmeros eventos significativos para o município, como inaugurações de escolas, postos de saúde, asfalto, homenagens na Câmara Municipal de Vereadores, PROERD da Polícia Militar, eventos escolares e comunitários, entre outros. Há 12 anos, casou-se com Noemi Araújo, também professora da rede escolar municipal e, juntos, tiveram dois filhos: Yuri (8) e Marcos Vinicius (4). Recordando o passado, André lembra que desde 2002 sentia fortes dores de cabeça. “Procurei um oculista, pois
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acreditava tratar-se de algum problema de visão, mas não. Fui protelando e até aprendi a conviver com aquela dor no dia a dia. Mas os anos passaram-se as dores foram aumentando gradativamente”, conta. Já em 2009, além de as crises tornarem-se mais frequentes e intensas, André passou a ter episódios de convulsão – preocupações que levaram-no a procurar um médico. Após realizar ressonâncias, mapeamento cerebral e uma série de exames, em janeiro de 2010 – no dia do nascimento de seu primeiro filho –, André, que não possuía histórico de câncer na família, recebeu o diagnóstico constatando um tumor de 1,4 centímetros, situado no terceiro ventrículo do cérebro.
André Vinicius Araújo, professor em Itapoá, responsável pela locução de diversos eventos significativos para o município.
Primeiros anos Como o local onde o tumor encontrava-se era de difícil acesso, os médicos não podiam sequer realizar biópsias para descobrir seu grau – a não ser que realizassem uma
À esquerda, André apresentando a inauguração do novo prédio da Prefeitura Municipal de Itapoá. Ao meio, tomando lugar na Academia de Letras de Itapoá. Por fim, à direita, ao lado de Cleniudo, seu amigo e compadre. cirurgia. Em consulta com duas equipes médicas em Curitiba-PR, André foi aconselhado a passar por uma cirurgia de urgência. Insatisfeito, ainda buscou a opinião de um terceiro médico, em Joinville-SC, que apresentou-lhe duas opções: submeter-se à cirurgia ou acompanhar, ao longo do tempo, o desenvolvimento do tumor através de exames periódicos. Após muitas pesquisas, André tomou conhecimento de que esta cirurgia oferecia muitos riscos (de sequelas e até morte) e, portanto, optou por realizar o acompanhamento. De 2010 em diante, viveu dias de dor de cabeça intermitente e náuseas, tendo sido internado diversas vezes, sempre recebendo o apoio de dois grandes amigos: Professor Eduardo e seu compadre Cleniudo, que
Família reunida: André e a esposa Noemi, junto dos filhos Yuri (8) e Marcos Vinicius (4). sempre estiveram presentes e eram os únicos a saber o que realmente acontecia. “Onde quer que fosse, carregava cartelas de codeína, para mastigar sempre que a dor surgisse ou normalmente era atendido no pronto-atendimento para receber morfina”, recorda.
Naquele tempo, o professor fez um acordo consigo mesmo, de que quando passasse por algum episódio crítico, seria o momento de realizar a cirurgia. O marco aconteceu em março deste ano de 2018, quando André chegou a ter um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
A cirurgia Sabendo que durante o tratamento o cabelo iria cair, André forjou uma aposta aos seus filhos, a fim de que perdesse propositalmente e tivesse de raspar os cabelos. “Sempre deixamos nossos filhos a par de tudo, em uma linguagem mais simples, para que pudessem entender. Mas a brincadeira da aposta foi essencial para que o momento de raspar a cabeça se tornasse mais uma diversão do que um choque para eles”, comenta. Durante os preparativos para a cirurgia, André Vinicius recorda uma intuição que dizia que ele não voltaria para casa: “Eu havia pesquisado muito sobre essa cirurgia e na grande maioria dos casos os pacientes vinham a óbito. Portanto, organizei documentos, deixei arquivos com todos os meus dados e
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À esquerda, com o irmão Ricardo, seus filhos e sobrinhos. Ao meio, registro no hospital com seu pai Alvacir. À direita, André com seu filho Marcos e com sua mãe Rosângela. senhas, revisei o seguro de vida e orientei um irmão para que na minha falta a família pudesse se organizar sem mim”. Em contrapartida, a esposa Noemi dava-lhe forças e insistia que tudo daria certo. A cirurgia aconteceu em julho de 2018, totalizando aproximadamente doze horas de duração. Uma equipe de três neurocirurgiões e um neurofisiologista retirou boa parte do tumor que havia crescido para 2,8 centímetros – exatamente o dobro do tamanho de quando foi encontrado, em 2010. Apenas um pedaço de cinco milímetros do tumor, situado dentro de um forame do cérebro, teve de ser mantido, já que, segundo os médicos, sua remoção total iria comprometer os movimentos das pernas. Após o procedimento, André passou cinco dias internado
na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), sentindo fortes dores e náuseas, tendo emagrecido quinze quilos em menos de uma semana, e mais três dias no quarto do hospital. No oitavo dia, antes de receber alta, as palavras de uma médica da UTI ficaram gravadas para sempre em sua memória: “Nem todas as pessoas que chegam aqui nesse estado, voltam para suas casas. Por isso, comemore esse dia como se fosse seu aniversário”. De volta para casa Conforme André Vinicius, pisar em casa e estar junto da família novamente foi uma emoção inenarrável. Ele, que saiu do hospital praticamente sem andar e com a visão turva, superou as expectativas da equipe médica e teve boa recuperação. “Tivemos de adaptar a casa, tirando tapetes do
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André Vinicius e Noemi, casados há doze anos. caminho e colocando barras de apoio. Com muita persistência, alongamento e exercícios para fortalecimento de perna, dentro de dez dias já voltei a caminhar sozinho, com a ajuda de uma bengala”, fala André. O procedimento cirúrgico desencadeou alguns problemas de saúde, como diabetes,
labirintite, náusea e problemas na tireoide. Dias depois, André ficou internado durante três dias, por motivos de fraqueza, tontura e náusea. Em setembro de 2018, submeteu-se à uma segunda cirurgia e quinze dias de internação, por conta de uma infecção causada por uma superbactéria e rejeição, momento este que foram removidas placas, parafusos e a tampa óssea que havia sido recolocada. Em compensação, desde a cirurgia de retirada do tumor as dores de cabeça cessaram de vez. Graças ao local onde o tumor está situado, a equipe médica descartou a possibilidade de quimioterapia. Neste mês de novembro, André Vinicius está prestes a realizar sua primeira sessão de radioterapia, a fim de conter os cinco milímetros que ainda restam no cérebro e
À esquerda, André com seu irmão Arthur, que esteve o tempo todo ao seu lado. Ao meio, com os colegas de trabalho da Esc. Mun. João Monteiro Cabral. Já à direita, um registro com os amigos Lala, Mirlei e Neri (ao fundo), Anderson, João Roberto e Yasmin. tentar inibir a volta do tumor. O caso de André foi mencionado por um dos médicos devido à rápida recuperação em relação ao tamanho do tumor removido, um dos maiores já retirados desta região. Três meses após a cirurgia, André Vinicius leva uma vida quase normal, exceto pela tontura e enjoos que aparecem de vez em quando. Durante os anos que antecederam a cirurgia, uma coincidência chamou a atenção de da equipe médica: foi um “achado” em seu filho menor, uma mancha no mesmo local do pai, encontrada através de exames, que vem sendo monitorada através de ressonância. O caso foi levado à estudos em uma conferência em São Paulo no ano passado. “Agradecemos imensamen-
te à equipe de enfermeiros e médicos, tanto de Itapoá quanto de Joinville, especialmente aos doutores Michael, Júlio, André e Marcos Vinicius, responsáveis pelo sucesso da cirurgia de retirada do tumor. Estes profissionais tiveram cautela ao nos transmitir segurança e confiança, sanando todas as nossas dúvidas em uma linguagem de fácil entendimento”, contam André e Noemi. Ainda, o casal agradece o apoio de seus familiares e dos muitos amigos, que contribuíram das mais diversas formas: com dicas, indicações de remédios naturais, cirurgias espirituais, igrejas, conselhos, deram apoio quando as forças quase acabaram, fizeram promessas, ligações, orações, visitas, enviaram mensagens e boas energias. Nas palavras de
André: “Nós temos o hábito de pensar que estamos sozinhos, mas nessas horas difíceis descobrimos o quanto somos queridos. Amigos e irmãos chegaram a raspar a cabeça em meu apoio. Recebi muito carinho e amor de pessoas próximas e até de quem eu não conhecia. Isso, com certeza, fez com que atravessássemos os períodos difíceis com força, esperança e fé em Deus”. O que fica Segundo a equipe médica, o caso de André apresenta sobrevida de, em média, dez anos. No entanto, o professor prefere não dar atenção a isso e viver um dia de cada vez. Em seus planos futuros estão as viagens para Aparecida do Norte-SP e para uma igreja em Portugal, com o objetivo de pagar
promessas, além de voltar aos palcos para fazer a locução de eventos – atividade que sempre desempenhou com muito prazer. Hoje, aos 40 anos de idade, André Vinicius dá ainda mais valor aos seus pais, irmãos e amigos que acompanharam cada dia de dor, sofrimento e alegria. “Minha esposa e meus filhos são tudo para mim. Passei a apreciar ainda mais os momentos em que estamos juntos”, diz. O professor, muito querido por munícipes de toda a Itapoá, conta que não costumava tornar a público os detalhes de sua luta contra o câncer, mas, hoje, sente-se livre e seguro para falar sobre a doença com os demais. Emocionados, André e a esposa Noemi se olham e concluem: “nós vencemos”.
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Cooperativismo & Associativismo, modelos que crescem mundo afora A organização do trabalho e a união de pessoas aumenta a produtividade, a competitividade, melhorando a renda e as condições de trabalho.
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a esteira do crescimento cooperativista o Brasil de destaca, afinal não se percebe um movimento econômico, social e político que tenha tanto crescimento mundial, quanto o associativismo e o cooperativismo. ste último com destaque pelo objetivo em fomentar a organização nos diversos ramos da economia como agropecuário, consumo, crédito, educacional, habitacional, infraestrutura, produção, saúde, trabalho, transporte, turismo, dentre outros, organizados em sistemas cooperativos. No Brasil, os estados do Sul seguem a passos largos fomentando a organização de associações e cooperativas, especialmente as de trabalho. O cooperativismo no Brasil é norteado pela Lei nº 12.690/2012 que dispõe sobre a organização e o funcionamento das cooperativas de trabalho. A mencionada norma trouxe avanços para o cooperativismo de trabalho, tais como segurança jurídica, direitos sociais e fomento, além de simplificar o funcionamento e afastar a possibilidade de fraudes. A principal vantagem de se criar uma cooperativa é a organização do trabalho e a união de pessoas, aumentando a produtividade, a competitividade, melhorando a renda e as condições de trabalho.
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e Associativismo. Ministrado pelo professor Jonas Maciel da Silva, da Faculdade ISEPE de Guaratuba-PR, contou com a presença de 70 Gestores e Técnicos de Educação Ambiental de associações e cooperativas de 54 municípios da Região Oeste do Paraná.
Gestão de Resíduos Sólidos As associações e cooperativas de trabalho que atuam na gestão de Resíduos Sólidos - coleta seletiva - tem despertado a atenção de organizações e gestores públicos, possibilitando que esse segmento social possa se organizar e crescer socialmente e economicamente. Um exemplo é o Curso de Gestão de Resíduos Sólidos para Agentes Socioambientais, promovido pela ITAIPU Binacional em parceria com a Universidade Livre do Meio Ambiente-UNILIVRE. O evento está sendo realizado em módulos durante este ano e no último dia 24 e 25 de outubro, aconteceu no Refúgio Biológico Bela Vista em Foz do Iguaçu-PR, o Módulo III que abordou o tema Cooperativismo
Cooperativismo e Associativismo Cooperativismo e associativismo são modelos distintos, onde o primeiro, mais que um modelo de negócio, pode tornar-se uma filosofia de vida onde se busca transformar o mundo em um lugar mais justo, feliz, equilibrado e com melhores oportunidades para todos. Cooperativismo é um conjunto de ideias que objetiva a colaboração e a associação de pessoas (ou grupos de pessoas), com o mesmo interesse. É a iniciativa em torno de um mesmo objetivo, o que possibilita organizar-se e todos os envolvidos serem donos do próprio negócio; o segundo é um instrumento importante para que uma comunidade saia do anonimato e passe a ter expressão social, política, dentre outras. Como o próprio nome sugere, o associativismo propicia a união de pessoas em torno de objetivos comuns e melhores condições de vida. Nasce de atitudes como participação, solidariedade e cooperação. Coordenação de Comunicação Prof. Jonas Maciel da Silva DRT 0010332/PR
COMEMORAÇÃO
Lanave Distribuidora celebra quatro anos de atuação em Itapoá Com a chegada do Porto em Itapoá-SC, uma família de curitibanos firmou a ideia de que o município litorâneo no norte catarinense seria o lugar ideal para abrir negócio. Foi então que o casal Hério Carlo Lanave e Mara Novas Lanave, juntamente com a mãe de Mara, Ema Natal, abriram a Lanave Distribuidora. No dia 20 de dezembro deste ano de 2018, a empresa irá comemorar quatro anos de atuação no município e a família Lanave quais serão as novidades para Itapoá.
O
sobrenome da família, que se tornou nome do empreendimento, significa na língua italiana “O Navio” – nada mais sugestivo para uma cidade portuária. Hoje, a família recorda sua chegada em Itapoá: “Chegamos à cidade sem qualquer experiência, mas com muita vontade de trabalhar, aprender e crescer. Depois de anos de muita dedicação, só temos a agradecer”. Referência em embalagens, materiais de limpeza, artigos para festas, doces e artigos para confeitaria, hoje, a Lanave Distribuidora realiza entregas nos comércios, oferece degustações de seus produtos, possui um estoque abastecido e organizado e, ainda, traz profissionais para ministrar cursos de confeitaria no interior da loja, incentivando muitos a empreenderem. A meta de Mara, Hério e Ema – de atender com eficiência e produtos de qualidade as empresas da região – foi atingida com sucesso. Em comemoração ao 4º aniversário da Lanave Distribuidora, o mês de dezembro será cheio de novidades, com sorteio de brindes, presentes para os clientes e muita alegria. Mas a grande novidade para o ano de 2019 será uma nova loja, próxima ao Corpo de Bombeiros Militar de Itapoá. “A nova loja terá um novo foco além dos que trabalhamos atualmente, uma novidade que ainda não existe no município. Para isso, estamos nos preparando com bastante suor e otimismo”, comenta o casal de empreendedores. Os valores da Lanave Distribuidora
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O casal Hério Carlo Lanave e Mara Novas Lanave, proprietários da Lanave Distribuidora, revela as novidades para o ano de 2019. estão pautados na satisfação através da aos seus parceiros, fornecedores, funqualidade e de uma administração em- cionários e clientes que, nestes quatro preendedora, que também privilegie a anos, tornaram-se pessoas agregadoras, gestão de pessoas, seus clientes e o de- mostrando-lhes novas formas de trabasenvolvimento da cidade. “Sabemos que lho, a realidade da cidade e a certeza de é muito difícil agradar a todos e estamos que tudo valeu a pena. Nas palavras de aprendendo todos os dias com nossos Hério, Mara e Ema: “Todos aqueles que clientes, com cada crítica e cada elogio. cruzaram nosso caminho nos mostraram Crescemos e aprendemos junto ao muni- que não desistir no primeiro obstáculo, cípio, e neste novo ciclo que se inicia de- no segundo ou em cada qual que surgir sejamos gerar mais empregos e serviços foi nossa melhor decisão. Aos amigos para Itapoá”, fala Mara. que ganhamos todos os dias e ao muniPor fim, a família Lanave agradece cípio de Itapoá, nosso ‘muito obrigado’”.
QUEM É?
Uma vida pela arte, cultura e história
Ana Beatriz Machado Pereira da Costa
Arte, cultura e história são palavras intrínsecas à história de Neusa Maria Gomes Lopes. Para ela, um povo sem cultura, não expande seus horizontes. Dona de um currículo notável, Neusa muito fez pela cultura no extremo sudoeste do Paraná e, hoje, contribui com sua bagagem no município de Itapoá-SC – local que serve de inspiração para suas pinturas, fotografias, pesquisas, poemas, trabalho e vida.
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Neusa Maria Gomes Lopes tem um vasto currículo no campo das artes e da cultura.
história de amor com a arte nasceu em uma fazenda, no interior de Capanema-PR. Foi lá que Neusa cresceu,
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próxima a um sítio cerâmico indígena, onde sofreu influência da cultura tupi-guarani, teve seu primeiro contato com os livros de arte, com as esculturas em argila e, ainda, foi
lá que aprendeu com a avó a confeccionar peças em palha de milho. Não custou para que tornasse a produzir obras exclusivas em fibras naturais e vasos em cerâmica.
Ainda em Capanema, conheceu seu amado, um músico considerado, na época, o melhor baterista do Sul do Brasil, com quem casou-se, viveu uma linda história de amor e teve três filhos: Clóvis, Miryan e Meuryan. Ao lado do esposo, Neusa participou ativamente de shows, exposições, festivais, entre outras atividades culturais que lhe aguçaram o fascínio pelo universo artístico. No município de Pranchita-PR, trabalhou no Centro de Aprendizagem Social da Prefeitura Municipal de Pranchita, o que lhe permitiu organizar oficinas e disseminar arte e artesanato entre crianças
Pela trajetória, Neusa conheceu artistas, influentes do mundo da arte e celebridades. da periferia. “Foi uma experi- toda a comunidade, geraram ência que me marcou muito, renda para o município e mupois as oficinas capacitaram daram a vida de centenas de
jovens. Os resultados foram fantásticos”, recorda. No ano seguinte, foi convidada a atuar como Secretária da Cultura da Prefeitura Municipal de Pranchita. Durante 25 anos de trabalho no poder público dos municípios paranaenses de Capanema, Pranchita e Santo Antônio do Sudoeste, Neusa ganhou capacitação com nomes renomados do meio artístico, estudou Cinema, formou-se em Gestão Cultural pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), ganhou cinco concursos internacionais, produziu documentários, contribuiu com oficinas, projetos sociais, inventários artísticos e pes-
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Nas habilidades manuais, apaixonou-se pela cultura tupi-guarani, pelas esculturas em argila e peças em palha de milho. quisas históricas. Também, ganhou o título de Comendadora Amiga da Cultura, no Paraná, e prêmios renomados por seus tradicionais presépios natalinos feitos em fibras naturais. Aficionada por cerâmica, pela cultura tupi-guarani, pesquisa e resgate histórico, arqueologia, fotografia, música e pela arte nas suas variadas formas, depois que seu marido veio a falecer, foi que passou a dedicar-se a pintura
óleo sobre tela, participando de salões de artes. Neusa, que sempre frequentou as praias de Itapoá, tornou-se residente do município no ano de 2008. Junto dela, um extenso currículo frente à cultura e a insaciável sede de aprender mais. Em terras itapoaeneses Já em terras itapoaenses, Neusa criou o hábito de caminhar pelas praias com câmera em mãos, a fim de admirar a
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Renomada no meio artístico, com obras expostas até mesmo em Portugal, Neusa deu muitas entrevistas a jornais e emissoras de televisão. paisagem e capturar o clique perfeito. Suas fotografias favoritas são, posteriormente, retratadas em suas pinturas. Ainda, o município serviu de inspiração para que a artista pintasse cerca de quarenta telas de natureza morta – expostas no Museu Maurício Penha, na Vila Real, em Portugal. Trabalhando durante cinco anos como assessora parlamentar da Câmara Municipal de Itapoá, aos poucos, passou a fazer parte do cenário artís-
tico-cultural da cidade. Para compartilhar suas descobertas com as pesquisas sobre a cultura do município e do estado de Santa Catarina, fundou e foi locutora do programa de rádio “Itapoá Cultural”, o que rendeu-lhe premiação em Florianópolis-SC. A artista trouxe grandes contribuições divulgando facetas da cultura local. “Quando cheguei a Itapoá desejei conhecer a identidade cultural, a arte, o povo, seus antepassados e costu-
Hoje, vivendo em Itapoá, uma de suas atividades favoritas é fotografar a praia e, em seguida, retratar a paisagem através de suas pinceladas. mes, mas encontrei poucas fontes”, conta. Assim, através de inúmeras pesquisas com antigos moradores, Neusa escreveu “Uma história desenhada por muitas mãos”, o Primeiro Guia Histórico, Turístico e Cultural de Itapoá, publicado pela Unilistas, de Curitiba, que tem por objetivo transmitir história às futuras gerações. A artista acredita que a cultura é vital para o desenvolvimento, ou seja, para expandir os horizontes de um povo, o que reflete em uma série de projetos, ações e exposições organizadas por Neusa em Itapoá. Hoje, como
Neusa Lopes com a artista Adriana Schultz, cujas telas são inspiradas nas fotografias de Neusa.
Diretora da Cultura, busca valorizar artistas e artesãos locais, explorar suas potencialidades, promover a integração e resgatar a história da cidade. “Preservar as raízes e lembrar o passado é de extrema importância, pois somente ao saber de onde veio é que o homem sabe para onde vai”, diz. Entre amores e cores, cliques e pinceladas, histórias e lugares, Neusa tem a pretensão de publicar um livro completo com o resultado da pesquisa e coleta de informações, que realizou de 2011 a 2017. Entre seus projetos pessoais, estão lançar o segundo livro de fotografias “Tons de Itapoá” e realizar uma exposição de pinturas contando a história e retratando as belezas do local. Atualmente, Neusa vive em um cenário litorâneo inspirador e afirma estar vivendo os melhores dias de sua vida. “Estou em uma fase tranquila e serena. Fiz muitos amizades aqui e estou perto de meus filhos e neta, a maior razão da minha vida”, diz. Para Neusa, o prazer da vida está nas pequenas coisas, desde uma caminhada à beira-mar, passando pelas pinceladas até um domingo em família.
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ADOTE UM ATLETA
Jovem atleta sonha em voltar a treinar nas piscinas
Ana Beatriz Machado Pereira da Costa
Annabely Filipi Amaral tem apenas 15 anos, mas já coleciona medalhas e braçadas no universo da natação. Neste ano de 2018, a mato-grossense passou a residir no município de Itapoá-SC. Após ser aprovada em um teste para treinar profissionalmente no Joinville Tênis Clube, situado na cidade de Joinville-SC, a atleta de natação está à procura de patrocínios que viabilizem a locomoção de uma cidade para a outra.
F
ilha de Angelucia Filipi e Evanildo Pereira do Amaral, Annabely é nascida e criada no município de Nova Mutum (MT). Ela interessou-se pelas aulas de natação no ano de 2014,
A mato-grossense Annabely Filipi Amaral é atleta de natação e hoje vive no município de Itapoá-SC. quando tinha 10 anos de idade. Seu primeiro contato com este esporte se deu através do programa Despertando Talentos – uma iniciativa da Prefeitura Municipal de Nova Mutum para atender crianças e jovens com idade entre 7 e 17
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anos, no contra turno escolar. Motivada por seu professor, ainda em 2014, a menina estreou em uma competição e, desde então, descobriu a paixão por participar de campeonatos de natação. No ano seguinte, Annabely
passou a participar de competições de natação em campeonatos brasileiros, sobretudo em jogos escolares da juventude. Em dois anos, a menina apresentou rápida evolução, especialmente no nado peito e crawl – estilo de nadar mais rápido, que consiste em nadar de ventre para o fundo da piscina, batendo os pés e dando braçadas alternadamente. Ao final de 2017, Annabely obteve resultados expressivos no campeonato Open Natação e, neste ano de 2018, obteve boa colocação no ranking brasileiro de natação, ficando em 3º lugar na prova dos 100 metros de nado peito – sua especialidade. À procura de qualidade de vida, a família de Annabely mudou-se, em maio deste ano, para Itapoá. Considerando que o município é carente de clubes e academias que ofereçam piscina olímpica, a jovem realizou um teste para ingressar na equipe do Joinvil-
Annabely em 1º lugar na prova de 100 metros peito. Competição Regional do Centro Oeste. le Tênis Clube, na cidade de Joinville-SC, onde viria a realizar seus treinos de natação. Felizmente, Annabely foi aprovada com êxito. Contudo, os treinos no Joinville Tênis Clube devem acontecer três vezes por semana e a menina não possui meio de locomoção para tal. “Sempre que possível, minha família e meus amigos me ajudam muito para que eu participe de
Registro com o ídolo, o campeão olímpico César Cielo.
treinos e competições. Agora, que cheguei a Itapoá e preciso treinar em outra cidade, ficou mais difícil. Pude contar com o professor Silas Schafhauser, que está me ajudando a conseguir patrocínios ou caronas semanais de Itapoá a Joinville”, comenta a jovem atleta, que tem como ídolos os nadadores Felipe Lima e Etiene Medeiros. Cativada pelo município de
Em terras itapoaenses, Annabely participou da 4º Maratona Aquática de Itapoá-SC, já trazendo resultados expressivos, como mostra a imagem do troféu de 1º lugar em sua categoria.
Itapoá, a mato-grossense está se adaptando à nova cidade, mas lamenta não estar treinando atualmente. Para não perder o ritmo, Annabely está fazendo aulas de musculação e dieta regrada. Ela, que anseia conseguir patrocínios e caronas para voltar a treinar, sonha em entrar para uma equipe de alto rendimento e obter muitos títulos com a natação. “A natação é muito benéfica para meu
corpo e minha mente. Nadar, para mim, é sinônimo de liberdade. Quero muito voltar a praticar este esporte e trazer muito orgulho para o município de Itapoá”, conclui. Para patrocinar ou ajudar a atleta de natação Annabely a realizar seus treinos semanais na cidade de Joinville, entre em contato através do número: 65 99903-3720.
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GIROPOP NA ESCOLA
Cultura popular ganha destaque na 2ª Festa das Tradições da Escola João Monteiro Cabral Ana Beatriz Machado Pereira da Costa
Uma ideia que surgiu em 2017 para preencher uma lacuna deixada pela não realização de uma festa junina se repetiu em setembro de 2018, na Escola Municipal João Monteiro Cabral, no bairro Pontal, em Itapoá-SC. Foi a 2ª edição da Festa das Tradições e do Folclore Nacional, evento que envolveu todos os alunos, da pré-escola ao 9º ano, e trabalhou a cultura da dança, além de conhecimentos históricos, tradições, lendas, hábitos regionais, pratos típicos, valorização da cultura popular, integração e cidadania.
O evento envolveu alunos da pré-escola ao 9º ano. Com muita alegria, aprenderam sobre danças, tradições, lendas, hábitos regionais, entre outros traços culturais.
A
ideia da festa surgiu através da professora Denise Batista. O então gestor da escola, Carlos Eduardo Verri, prontamente concordou, abraçou a ideia e levou-a para toda a comunidade escolar, tendo apoio da equipe e da APP (Associação de Pais e Professores). Em parceria, os professores Rafael Henrique de Paula e Leonardo Bertini Corrêa Pontalti ficaram responsáveis pela inscrição do projeto da escola no Programa Ampliar – desenvolvido pelo Porto de Itapoá e que oferece apoio financeiro aos escolhidos. O Ampliar trabalha com temáticas que valorizam projetos comunitários voltados para o desenvolvimento dos bairros Jaguaruna, Figueira
A professora Denise Batista, da Escola Municipal João Monteiro Cabral, sugeriu a ideia da festa. e Pontal. No caso do projeto da Festa das Tradições, ele foi enquadrado na categoria geração de renda e contemplou
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a Escola João Monteiro Cabral com a liberação de recursos para a organização e realização da festa folclórica.
No ano passado, os temas trabalhados pelas turmas foram danças indígena, samba, frevo, forró e carimbó, entre outros. Na edição de 2018, a programação buscou resgatar e homenagear a cultura e as tradições do povo brasileiro. Na programação desta edição, houve: apresentação em referência à cultura do Rio Grande do Sul, com a Dança do Pezinho; homenagem às lendas e brincadeiras de roda, com a apresentação da Dança do Samba Lelê; homenagem aos pescadores; homenagem aos sertanejos; homenagem aos índios; homenagem aos imigrantes – portugueses e espanhóis; apresentação em referência à cultura do Centro-Oeste do Brasil, com o Siriri Matogrossense; e, por fim, apresentação em referência à cultura
O evento aconteceu graças ao apoio de muitas pessoas: da equipe escolar, APP, alunos e suas respectivas famílias, e do Porto Itapoá que, através do Ampliar, viabilizou essa festa tão linda, grandiosa e rica em cultura, valores e conhecimentos. do Norte brasileiro, com o Lundu Marajoara. Com público estimado em 300 pessoas, além das apresentações folclóricas, a festa contou com barracas de alimentação e jogos, estandes para cabeleireiro e maquiagem, estande produtos agrícolas e rurais, estandes de produtos de beleza e estética e estandes de produtos de artesanatos locais. Vale destacar que os conteúdos trabalhados com as crianças e os adolescentes tiveram o objetivo de reforçar o aprendizado dos alunos e também trazer para a realidade deles culturas pouco conhecidas ou distantes. “Desenvolver e valorizar a cultura e o folclore nacional é, acima de tudo, uma obrigação da escola. Vivemos em um país continental com milhares de
pessoas diferentes e suas culturas e tradições, e devemos conhecer ao menos um pedaço da nossa cultura tão rica, para que possamos respeitar tudo que for diferente do que somos. Assim, teremos um país menos intolerante”, diz o professor Rafael. Para a professora Denise, aprender sobre o folclore é sinônimo de aprender sobre si mesmo. “Estes conhecimentos estão intrínsecos ao nosso cotidiano, só que, muitas vezes, inconscientemente. É importante que a população se perceba como integrante da sua cultura, do seu grupo social, da sua história, sua comunidade e, consequentemente, comece a construir uma base cultural – essencial na formação do espírito de cidadania, na formação de valores e do respeito a diversi-
dade cultural tão presente no nosso país”, destaca. Por fim, os professores agradecem a todos os envolvidos: equipe escolar, APP, alunos e suas respectivas famílias, e ao Porto Itapoá que, através do Ampliar, viabilizou essa festa tão linda, grandiosa e rica em cultura, valores e conhecimentos. Mais sobre o Projeto Ampliar Há mais de dois anos, as comunidades do Pontal, Figueira e Jaguaruna contam com um novo espaço de diálogo para discutir de forma participativa temas importantes e projetos comunitários que visam o desenvolvimento dos bairros: o Projeto Ampliar. O projeto é uma iniciativa do Porto Itapoá para dar aos moradores a oportunidade
de debate e reflexão sobre e para as comunidades da área de influência direta (AID), ou seja, comunidades do entorno do empreendimento. O projeto é constituído por cinco comissões temáticas, que tratam dos interesses coletivos: Pesca e Agricultura; Comunicação e Cultura; Esporte e Lazer; Geração de Renda e Tráfego. Anualmente, o Ampliar lança editais de financiamentos de projetos, para que a comunidade possa propor e organizar projetos para a própria comunidade. Em 2016, seis projetos foram propostos, votados e realizados. Em 2017, o número de projetos subiu para oito e, neste ano, são dez projetos – entre eles, o projeto da 2ª Festa das Tradições e do Folclore Nacional, da Escola Municipal João Monteiro Cabral.
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Dá série...locais que visitei e que mais gostei! merso um paraíso à parte, como também, podem admirar um navio a vapor que naufragou em 1891. Interessante passeio é no submarino Atlantis, explora por aproximadamente duas horas a paisagem submersa, passeio esse que agrada todos, principalmente, crianças. Palm Beach é uma das bonitas praias, bastante movimentada ao entardecer. É nessa praia que estão os grandes resorts, que oferecem entretenimento variado. Boulevard J. E. Irausquin também merece um passeio, é um calçadão com inúmeros quiosques, em que vendem lembranças, além de restaurantes étnicos no meio à hegemonia das redes americanas, que satisfazem jovens e crianças. Entre Oranjestad e Palm Beach se encontra a Eagle Beach, conhecida pelas inúmeras árvores retorcidas pelo vento chamadas “ Divi Divi”. Não deixe de visitar a ponte Natural Baby, que infelizmente foi derrubada pela própria natureza, mas as incríveis formações rochosas de Casiban ainda podem ser apreciadas em outras pontes naturais, locais para excelentes fotos. Finalize sua estada em Aruba subindo no famoso ônibus “ Kukoo Kunuku”, ao ritmo da música caribenha para visitar a capela Alto Vista e o Farol Califórnia, edifícios emblemáticos da ilha e não deixe de conhecer a fábrica e museu dos produtos feitos com “ aloe vera”, planta local usada na fabricação de cremes e cosméticos. Boa estada
Aruba, além de mar, “ one happy island ”, como todos a chamam, “ uma iha feliz”. Essa frase você vê escrita em vários lugares e representa fielmente os habitantes dessa paradisíaca ilha. Seja no quesito águas claras, transparentes, mar azul – esverdeado, que se acende sob o Sol, como se tivessem colocado várias luzes por baixo do mar ou no quesito, atividades e passeios no interior da ilha, vale à pena curtir Aruba, pedacinho caribenho e averiguar quão feliz é o povo que nela reside! Desde 1499, quando foi descoberta pelos espanhóis, essa terceira ilha das Antilhas Holandesas sempre foi disputada tanto por ingleses, como por holandeses. Aruba, atualmente, autônoma. A língua falada pela população é o Holandês, Inglês e o Papiamento, dialeto local. Tudo parece conspirar para um estado de paz permanente e muito lazer. Aproveite a boa estrutura hoteleira, a excelente e variada comida, a organização, que agrada famílias inteiras. Oranjestad, capital de Aruba tem excelente comércio, cujas grifes fazem bem aos olhos dos visitantes. A isenção de impostos facilita os bolsos de quem não resiste aos perfumes e relojoarias. Em frente ao Crystal Cassino existe uma feira de artesanato chamado Flea Market, onde se adquire peças feitas à mão por bons preços. A herança colonial holandês que se mistura com a cultura da ilha fica visível não apenas no artesanato, mas também, nas construções, casas coloridas, altas e baixas, decoradas com tijolinhos, típicas da Holanda. Areias brancas, águas cristalinas e praias repletas de palmeiras fazem com que os amantes do “ snorkeling” e do mergulho sinta-se realizados com o que conseguem ver no fundo do mar, ou seja, uma infinidade de peixes coloridos e de vários tamanhos fazem parte desse mundo sub-
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