Editorial Existe vida além da Terra? Se sim, quando os seres extraterrestres farão seu primeiro contato oficial com a humanidade? Esses e outros questionamentos guiaram a edição de julho da revista Giropop. Mais que belas praias, o município de Itapoá também está na rota do turismo ufológico. Ainda, ultrapassamos os limites de Itapoá e exploramos os mistérios e fenômenos que sondam toda a região. Caso Cornelsen, Caso Triângulos Voadores, seres extraterrestres, portais em montanhas, fenômenos sobrenaturais, avistamentos de OVNIs, OSNIs, UFOs, contatos e abduções, energias e mistérios das montanhas, diferentes formas de se conectar com a natureza, previsões para o fim de uma era e o começo de outra, e uma série de teorias que circundam a região. Nesta edição, contamos com a ajuda de moradores, especialistas e ufólogos. Aproveitamos para agradecer à jornalista Augusta Gern, pelo material da edição ‘Energia e Mistérios das Montanhas’, de 2015, e ao ufólogo e presidente do Grupo de Pesquisa Ufológica de Santa Catarina, Luiz Prestes Junior. Independentemente de crenças, culturas e convicções, convidamos você a adentrar um novo mundo através de nossas páginas. Você pode até não acreditar, mas uma coisa é certa: Itapoá e seu entorno são ‘pratos cheios’ para os amantes de energia, esoterismo, ciência e mistérios.
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Rotas catalogadas de OVNIs nos últimos 20 anos entre Curitiba (PR) a Joinville (SC) Através de pesquisas em jornais, internet, relatos de testemunhas e pesquisas de campo, o Grupo de Pesquisa Ufológica de Santa Catarina realizou a análise de material, coletando amostras de terra e vegetação dos locais dos avistamentos, mas não objete nada conclusivo nos resultados. Ainda, com a ajuda de um detector de anomalia eletromagnética, o grupo identificou anormalidades na estrada Cornelsen, em Itapoá (SC), na baía de Guaratuba (PR), no Monte Crista, em Garuva (SC), e na montanha Cantagalo, em São Francisco do Sul (SC). Possui algum relato, alguma fotografia ou vídeo de um fenômeno ufológico? Envie para análise do Grupo de Pesquisa Ufológica de Santa Catarina através do e-mail contato@gpusc.com
quem é?
Ufologia e a vida fora da Terra
Ana Beatriz Machado Pereira da Costa
Há vida fora da Terra? Essa é uma das perguntas mais difíceis do mundo e, a cada dia, a ciência encontra novas respostas para tal. Motivados por essa pergunta, conhecemos a história e os estudos de Luiz Prestes Junior, morador do município de Itapoá (SC), ufólogo e presidente do GPUSC (Grupo de Pesquisa Ufológica de Santa Catarina).
L
uiz nasceu em Curitiba (PR) e morou parte de sua infância na cidade de Morretes, no litoral do Paraná. Quando criança descobriu a paixão pelo universo e sonhava em ser astronauta. Ainda na infância, seus pais lhe presentearam com um pequeno binóculo. Então, Luiz ficava por horas a olhar o céu através do binóculo. Até que, certa vez, aos 12 anos de idade, avistou um objeto no céu do litoral paranaense: “Era um objeto circular que se assemelhava
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Luiz Prestes Junior, ufólogo e presidente do GPUSC, durante uma pesquisa de campo no Deserto do Atacama, no Chile.
a um disco voador. Lembro-me que fiquei extasiado com aquilo. Corri contar para meus pais, que não acreditaram muito em mim, mas não mediram esforços para que me aprofundasse cada vez mais no assunto”. A partir daquele dia, a vida de Luiz mudou por completo.
O ufólogo Luiz explorando o Complexo ALMA, no Chile.
Primeiras experiências Com o passar dos dias, Luiz pesquisava mais e mais sobre OVNIs (Objetos Voadores Não-Identificados). Logo aos 13 anos de idade, leu diversos livros científicos, e conheceu uma palavrinha que
Luiz durante uma pesquisa de campo no município onde mora, Itapoá (SC).
mudaria a sua vida: ufologia, o estudo de todas as hipóteses, evidências ou registros visuais dos UFOs (sigla de Unknown Flying Objects, que significa Objetos Voadores Desconhecidos). Ele recorda que ‘devorava’ livros e revistas de ufologia, que seus pais compravam pelos Correios ou na banca de jornal. Mas uma das atividades favoritas do jovem Luiz era trocar correspondências a fim de debater o assunto com escritores e pesquisadores do fenômeno UFO. Aos 17 anos de idade, enviou uma carta para a NASA, contando sua história, suas dúvidas e teorias acerca da vida fora da Terra. Para sua surpresa e alegria, a organização americana retornou a correspondência, e Luiz recebeu de presente um material da NASA destinado à exploração espacial. Todo o material era escrito em inglês e, especialmente para traduzir o conteúdo,
Os fenômenos em Itapoá acontecem há pelo menos 15 anos e concentram-se em um trecho de aproximadamente 5 km, após a divisa do Paraná com Santa Catarina, próximo à ponte do Rio Saí Guaçu.
Caderno de Registro de Observações, utilizado por Luiz em suas primeiras observações do céu.
Luiz realizou um cursinho para aprender a língua. No ano seguinte, já residindo na capital paranaense, passou a participar assiduamente de um grupo de estudos de ufologia por cerca de três anos. Em 1997, época em que os computadores ainda eram pouco acessíveis, Luiz escolheu um computador em vez de um carro – tamanho era seu amor pelas pesquisas no ramo da ufologia.
Com anos de expertise, sua paixão pela vida fora da Terra o levou a muitos lugares e fez com que conhecesse muitas pessoas na área. Quando o assunto é OVNIs e seres extraterrestres, Luiz Prestes Junior é a pessoa ideal para passar horas a fio buscando informações, conhecendo dados e pesquisas, e escutando relatos – com os olhos brilhando e muito embasamento e entusiasmo.
Currículo De lá para cá, Luiz presenciou outros avistamentos, dedicou-se incansavelmente à ufologia e criou um portal online para divulgar relatos de avistamentos, contatos e casos de abdução. Até hoje já foram mais de 500 congressos, palestras e cursos na área. Dentre eles, ele comenta a experiência que mais lhe marcou: uma palestra onde teve a oportunidade de trocar conhecimentos com cosmonautas russos. No ano de 2008, mudou-se para o município de Itapoá, onde ajudou a criar o GPCUI (Grupo de Pesquisa Científica e Ufológica de Itapoá). Depois de investir em equipamentos de astronomia, como telescópio profissional e câmera digital destinada à astrofotografia, viajou para o Deserto do Atacama, no Chile, especialmente por este ser um dos melhores locais do planeta para observar o céu. Ainda, realizou um
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Luiz é ufólogo e especializado em pesquisa de campo. Na imagem, durante uma pesquisa no município de Bom Jardim da Serra (SC).
curso de redação para aprimorar seu trabalho de divulgação de relatos na internet, e especializou-se em pesquisas ufológicas de campo. Em 2012, foi convidado a gerenciar o GPUSC (Grupo de Pesquisa Ufológica de Santa Catarina), um dos grupos mais atuantes em Santa Catarina, com um banco de dados de mais de 800 relatos de avistamentos e casos de abdução a serem estudados. Ele ainda presta consultoria para mídias como Massa News, RICTV e Diário Catarinense. O grupo de pesquisa local, GPUSC, surgiu há nove anos, estuda todos os fenômenos da região e se reúne uma vez por mês. São pesquisadores de diferentes cidades, cada um com uma função específica. Sendo o atual presidente, Luiz conta que as informações e relatos sobre os fenômenos ocorrem de duas formas: recebem ligações e e-mails e vão atrás de moradores ou frequentadores das regiões citadas.
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Marcas de um local onde supostamente posou um OVNI (Objeto Voador Não Identificado), em Garuva (SC).
Em Itapoá, Luiz concedendo entrevista para a série De Carona com os OVNIs, do History Chanel.
Mais sobre a ufologia Não existe universidade alguma que dê diploma válido de pesquisador do fenômeno UFO e ninguém se gradua em Ufologia. Mas Luiz conta que alguém que dedica sua vida à ufologia fará algo mais do que ler livros ou devorar vídeos sobre fenômenos. “O pesquisador do fenômeno UFO encara de maneira autodidata tarefas de investigação, compilação ou estudos relacionados ao
assunto sem se importar com o método ou enfoque particular. É aquele que se comunica com outros denominados ufólogos, de forma que passa a integrar uma comunidade que discute temas afins”, explica o ufólogo, também apaixonado por trekking e montanhismo. Conforme Luiz, a ufologia se divide em dois grupos: ufologia científica e ufologia mística/esotérica. A sua favorita é a ufologia científica, aquela
que através da racionalidade e análise física e objetiva de evidências (como fotos, relatos pessoais, filmes e marcas de naves no solo) desenvolve pesquisas com base em metodologias aceitas na área acadêmica. Já a ufologia mística tem como base a espiritualidade e a filosofia para explicar as manifestações dos UFOs, ou seja, essa linha de pesquisa apoia-se na telepatia, psicografia, instituições sensitivas, viagens astrais, etc.
Foto de um avistamento enviada por uma testemunha, em Guaratuba (PR). (Créditos: Arquivo GPUSC)
O ufólogo ainda explica a diferença entre avistamentos e abduções. Os casos mais comuns são os avistamentos, quando os relatores observam fenômenos no céu, podendo ser naves circulares, triangulares ou de outros formatos. Já no caso da abdução o indivíduo é raptado de forma ofensiva, levado para dentro da nave contra a sua vontade e muitas vezes realizado diversos tipos de experiências. Apesar de haver dezenas de registros de contatos não traumáticos para com o abduzido, a maioria só pode ter suas histórias contadas com uso de hipnose regressiva, técnica médica que resgata informações no inconsciente das pessoas. Com base em todos os
Mais registros de avistamentos enviados por testemunhas. À esquerda, em Joinville (SC), e à direita, em Itapoá (SC). (Créditos: Arquivo GPUSC)
seus anos de estudos e pesquisas, o ufólogo conta que a discussão sobre a Terra ser o único local com vida conhecida no universo ficou em segundo plano. “Hoje, a
principal questão é quando os seres extraterrestres farão o primeiro contato oficial com a humanidade”, conta Luiz, um apaixonado pela vida além da Terra.
Confira o site do Grupo de Pesquisa Ufológica de Santa Catarina: www. gpusc.com ou escreva para contato@gpusc.com
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OVNIS Os turistas de outros planetas
UFO triangular nave avistada em Guaratuba as margens da baia
Não somos a única civilização do mundo. Há quem acredita, quem não acredita, quem afirma que já viu e quem chama isso de loucura. Independente das crenças e dúvidas uma coisa é certa: OVNIs (objetos voadores não identificados) são o foco de muitos estudos e teorias, e estão cada vez mais presentes nas discussões sociais, incluindo os municípios de Itapoá e Guaratuba.
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Os objetos, em sua maioria, “surgem na região da capital paranaense e seguem passando pelos municípios de Piraquara, Morretes e Guaratuba no Paraná e posteriormente seguindo até a região de Joinville em Santa Catarina”. Já os objetos que surgem no litoral paulista, na maioria das vezes, seguem costeando o litoral até o norte catarinense.
Augusta Gern
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epoimentos de avistamentos na região não são poucos e até destacam a cidade itapoaense pela grande incidência, conforme o GPUSC – Grupo de Pesqui-
sa Ufológica de Santa Catarina. Segundo Luiz Prestes Junior, presidente do grupo e morador de Itapoá, pesquisas revelam que no período de 20 anos já houve mais de três mil relatos na região. Os casos mais famosos, segundo ele, são os da estrada Cornelsen, acesso à cidade
pelo estado paranaense, onde ocorreram fenômenos estranhos como luzes que perseguiram veículos, pane elétrica em carros e equipamentos eletrônicos, avistamento de seres estranhos e objetos voadores não identificados. Porém, outros pontos
também registram grande incidência de fenômenos: a divisa do município na região do Palmital, a avenida Atlântica na região do balneário Uirapuru (antigo Bamerindus), a região próxima ao rio no balneário Barra do Saí e a estrada que segue para a Vila da Glória. Em Guara-
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tuba, apesar do número de relatos ser menor, o Grupo observou maior incidência na região interior da Baía de Guaratuba e no balneário Coroados. De acordo com um artigo publicado pelo Grupo em dezembro de 2014, estão catalogando os avistamentos na região há 20 anos e desde 2012 realizam pesquisas de campo, com visitas aos locais de avistamentos, conversa com testemunhas, explorações, entre outras investigações para encontrar respostas para estes eventos. Com isso, observaram que pode existir uma mesma rota traçada por diferentes OVNIs: devido os relatos de avistamentos com as mesmas características em locais diferentes e em curto período de tempo, deduziram que tais objetos se deslocam por um determinado percurso. Segundo a pesquisa na região, os objetos, em sua maioria, “surgem na região da capital paranaense e seguem passando pelos municípios de Piraquara, Morretes e Guaratuba no Paraná e
Ufólogo Ademar José Gevaerd, pesquisador da área há 40 anos e fundador e editor da revista UFO (única sobre ufologia no país).
posteriormente seguindo até a região de Joinville em Santa Catarina”. Já os objetos que surgem no litoral paulista, na maioria das vezes, seguem costeando o litoral até o norte catarinense. Para o ufólogo Ademar José Gevaerd, pesquisador da área há mais de 40 anos
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e fundador e editor da revista UFO (única sobre ufologia no país), a região do litoral norte de Santa Catarina e litoral paranaense tem certo destaque pelo número de avistamentos. Em Itapoá ele destaca as estradas Cornelsen e a que segue para a Vila da Glória; já no litoral do
Paraná os principais relatos estão na travessia da barca de Pontal do Paraná e Paranaguá para a Ilha do Mel. “Já conversei com muitos pilotos das barcas que afirmam que várias vezes já viram objetos estranhos próximos à água ou até mesmo na água”, conta. Porém, isso não afirma que os OVNIs passam apenas nessas áreas. Gevaerd explica que eles estão em todos os lugares e em qualquer hora do dia. O fato de serem mais avistados nessas regiões pode ser justificado pela iluminação ser mais fraca e pelas próprias pessoas estarem mais predispostas ao avistamento, afinal, onde há mais discussão sobre ufologia, maior é o número de relatos: “você só sabe se tem alguma coisa se as pessoas estão contando”. O mesmo acontece pelo maior número ser durante a noite do que de dia: “eles acontecem o tempo inteiro, mas a noite um ponto de luz, um objeto, chama muito mais atenção”. Mas como eles são?
Ovni avistado nos céus da Amazônia.
Onde vivem? O que vêm fazer aqui? Essas perguntas são comuns em qualquer discussão sobre o assunto e também podem ser explicadas de forma muito natural, conforme Gevaerd. Segundo o ufólogo, há mais de 60 anos nós mandamos naves para o espaço, começamos com naves não tripuladas e acabamos até a colocar o pé em outros ambientes. “Neste momento que nós estamos aqui, há dez, 12
máquinas no solo de Marte fazendo buracos, muitas outras na lua e outras em volta de outros planetas tirando fotografias”, fala. Ele explica que, da mesma forma que o ser humano atingiu uma maturidade tecnológica enquanto espécie desse planeta e quer saber o que está fora dele, outras civilizações também querem o mesmo. “Quanto mais tecnológica for a civilização, mais longe e com mais frequência ela
E nave triangular avistada na Bélgica.
vai pra fora da terra”, afirma. E desafia: “Hoje nós conseguimos ir até Marte, mas só isso. E daqui há 100, 200 anos, o que vai acontecer? Com certeza teremos máquinas em outros planetas, com eficiência e mais segurança”. Essa questão torna-se mais relevante quando descobrimos o número estimado pela ciência de sistemas estelares: 1 com mais 70 zeros atrás. “Então, se você
observar o nosso sistema solar, são nove planetas e um tem vida. Se nos outros sistemas um a cada dez planetas tiver vida, ou a cada 100, ou se cada 1 milhão de planetas um tiver vida, ainda assim teremos um número espantoso de outras civilizações”, fala Gevaerd. Em relação às visitas, o ufólogo explica que, como existem diferentes civilizações, com diferentes níveis de evolução tecnológica,
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eles têm diferentes objetivos. “Tem aqueles que estão passando por aqui e foram atraídos pelas ondas de ar, já há aqueles que vêm com interesses específicos, como os nossos minerais, nossos recursos biológicos, há outros que estão ligados ao nosso passado, ligados ao surgimento de vida no planeta”, afirma. Segundo ele, todos os povos que já habitaram a terra nos últimos 30 mil anos, entre todas as civilizações, tinham relatos de seres que vinham do espaço, que eles chamavam de deuses. “Até os índios brasileiros tinham um deus que falavam que vinha em uma canoa voadora”, conta. O ufólogo os compara com os diferentes turistas que frequentam as praias de Itapoá e Guaratuba: são de diferentes fisionomias, diferentes lugares, diferentes culturas e visitam as cidades por diferentes razões. A manifestação desses seres em nosso planeta pode ser classificada em seis categorias, conforme o Centro Brasileiro de Pes-
situação a pessoa pode ser convidada a entrar na nave ou ser abduzida contra a sua vontade, “mas nos dois casos são relatadas histórias com experiências riquíssimas”. Todo ano é realizado um fórum de contatados (pessoas que vivenciaram este contato de quinto grau) para troca de informações e experiências. Mas o que se deve fazer quando se avista um OVNI? Gevaerd orienta que a pessoa procure um ufólogo. “De Gevaerd no documentário Data Limite - Segundo Chico Xavier.
quisa de Discos Voadores (CBPDV). A primeira é chamada de contato imediato de zero grau, onde o contato é a simples observação do objeto durante a noite ou dia. O contato imediato de primeiro grau é quando a observação é realizada a curta distância e se pode definir detalhes do objeto. Já no contato de segundo grau é possível observar sinais de sua passagem, como vegetação queimada ou marcas no solo, e perceber que provocou perturbações em
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pessoas e animais. O contato de terceiro grau ocorre quando é possível observar os tripulantes do objeto, mas sem qualquer comunicação. Quando há uma troca de informação ou comunicação, que pode ser falada, gesticulada ou telepática, ocorre o contato de quarto grau. Já o quinto grau, e último na classificação, é o mais profundo entre os humanos e extraterrestres: trata-se do ingresso do observador no objeto, voluntariamente ou não. Gevaerd explica que nesta
Livro trás catalogação do tipo de seres que já foram avistados.
preferência, se você já tiver intenção de vê-lo, ande com uma câmera fotográfica, mas se não for o caso ou não tiver tempo de registrar, é melhor que se fixe ao avistamento e se atente ao maior número de detalhes”, fala. Também, segundo ele, é importante que chame todos que estão perto, reúna o maior número de testemunhas e relate a experiência a um ufólogo. Luiz Prestes, do Grupo de Pesquisa Ufológica de Santa Catarina, salienta a questão dos detalhes e o contato com o especialista. Segundo ele, com o céu limpo é possível observarmos muitas coisas entre satélites, estações espaciais, chuva de meteoros e outros tantos fenômenos. O pesquisador da área consegue diferenciar os fenômenos de OVNIs através de softwares que monitoram o céu e por características descritas, como a direção, coloração e velocidade. Gevaerd e a revista UFO Ademar José Gevaerd é um dos principais ufólogos brasileiros, editor e fundador
da Revista UFO, única sobre ufologia existente no país. Com 35 anos de existência, foi fundada em 1985, é a revista da área mais antiga em circulação do mundo, recordista em longevidade e tiragem. Suas pesquisas iniciaram aos dez anos de idade por curiosidade, era fascinado sobre o assunto. “Eu lia tudo, recortava jornais com notícias e ia atrás para tentar descobrir os fenômenos”, lembra. Aos 14 anos fez a primeira palestra na escola, aos 18 a primeira no Congresso Nacional de Ufologia e, aos 20, no Congresso Internacional. Em 1983, com 21 anos, fundou e até hoje é presidente do Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores (CBPDV), destacada como a maior entidade do gênero do mundo, baseada em Campo Grande (MS) e com mais de 3.600 associados. Entre milhares de palestras no Brasil e em outros 50 países, participa com frequência de debates e programas de televisão sobre o
assunto, alguns documentários de TV internacionais que participou: “Chasing UFOs” do Discovery, “Connection UFO” do National Geographic e “Contacto Extraterrestre”, do History Channel, entre outros. Desde a década de 80 representa o Brasil no Center for UFO Studies (CUFOS) e, desde 1992, é diretor da Mutual UFO Network (MUFON), uma das mais antigas entidades do gênero em todo o mundo. As fases da ufologia Conforme Gevaerd, a ufologia já teve diferentes fases e mudou muito desde a década de 80. “Hoje se perdeu muito a qualidade, virou moda dizer que é ufólogo”, fala. Segundo ele, antes existiam muitos grupos de pesquisa que se reuniam com frequência, faziam vigília no mato, investigavam casos e emitiam boletins impressos. “Hoje não tem mais nada disso, tudo é pela internet e muita coisa é copiada”, lamenta. Porém, por outro lado,
com o tempo aumentou o interesse das pessoas sobre o assunto: o governo brasileiro liberou certa quantidade de documentos ufológicos e a população está mais madura em relação à ufologia. “Nos anos 80, cerca de 30 a 35% da população acreditava que éramos visitados por extraterrestres, hoje o número chega fácil a 65, 70%”, afirma. Para se ter uma ideia, o ufólogo estima que recebe centenas de mensagens pelas redes sociais e e-mails por dia, entre perguntas e relatos.
Imagens cedidas pela Revista UFO
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ENERGIA NAS MONTANHAS
Triângulo energético: mistérios da nossa região Texto de Augusta Gern Adaptado por Ana Beatriz Machado Pereira da Costa
Vivemos em uma região onde a energia é incalculável, existe outro mundo no centro da terra e os portais para este novo mundo podem estar mais perto do que imaginamos. Afirmações como essas podem ser assustadoras e até duvidosas para muitas pessoas, mas há quem acredite, estude e prove tudo isso.
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xiste um alinhamento perfeito entre três morros de Santa Catarina, pontos que se tornaram chamariz para gente de diferentes crenças e culturas que buscam energia. O Monte Crista, em Garuva, o Cantagalo, na Vila da Glória, e o Castelo dos Bugres, na Serra Dona Francisca, formam um triângulo com distâncias exatas: são 21 km de distância entre o Monte Crista e os outros dois morros e, entre o Cantagalo e o Castelo dos Bugres, 32 km, formando a base da forma geométrica. Quem descobriu essa e outras curiosidades da região foi a blumenauense Mirabel Krause. Empresária em sua cidade natal, ela nunca acreditou que pudessem existir seres de outros planetas, até que teve contatos e uma prova incontestável da existência. “Os contatos iniciaram através de um médium e, apesar de despertar o interesse sobre o assunto, fiquei na dúvida e pedi uma prova”, conta. Mirabel lembra que eles marcaram um
O Monte Crista em Garuva, o Canta Galo na Vila da Glória, e o Castelo dos Bugres na Serra do Dona Francisca.
local e um horário e disseram que iriam aparecer em três naves, uma na frente e as outras duas atrás, formando um triângulo e sinalizando com as cores antes combinadas. “Eu fui com mais cinco amigos e, mal chegamos ao local, as naves sobrevoaram por cima de nossas cabeças. Novamente, eles fizeram contato através do médium que estava comigo”, lembra. Com isso, não apenas passou a acreditar como iniciou pesquisas sobre o assunto. As mensagens eram de seres que habitam o planeta Marduk, também conhecido como Niberu ou Planeta X, para os espíritas. Após o episódio das naves, continuaram o contato de diferentes formas e Mirabel começou a transcrever as mensagens recebidas: apenas em 2010 foram transcritas cerca de 600 páginas. O material deu origem ao livro “Crônicas de Outro Mundo – Revelações dos Deuses Extraterrestres”. Mas além de seus contatos, foi atrás de pesquisas sobre a região. O primeiro
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Mirabel Krause.
Livro escrito por Mirabel Krause.
ponto surgiu do interesse em descobrir o porquê do Rio do Julho, em Joinville, ser o local escolhido para o encontro em 2010 quando viu as naves. “Um dia eles me passaram algumas coordenadas que eu precisava localizar e fui parar na montanha Cambirela, em Palhoça. Foi um tempo de pesquisa até eu conseguir chegar lá e descobrir que aquele era um ponto de energia”, conta. A partir daí ligou a informação que próximo à Joinville existem montanhas místicas e percebeu o alinhamento
entre elas. O rio do Julho, por surpresa, também estava alinhado: “se continuarmos o traço do Monte Crista ao Castelo dos Bugres, vamos chegar ao rio”. Com essa descoberta, muitas pessoas começaram a procura-la para conhecer esses pontos e ela constatou toda a energia presente. “Comecei a acompanhar médiuns ou pessoas guiadas por eles e percebi que havia uma energia diferente, algumas pessoas até entravam em uma espécie de transe”, conta. Conforme ela, cada ponto
O rio do Júlio, por surpresa, também está alinhado: “se continuarmos o traço do Monte Crista ao Castelo dos Bugres, vamos chegar ao rio”.
Montanha do Cambirela, Palhoça - SC.
Revista Americana Search Magazine, edição 35. representa um elemento da cumentou a entrada para o natureza: o Rio do julho reoutro mundo nesses pontos presenta a terra, o Castelo de energia. “Ele veio fugido dos Bugres representa o ar, dos Estados Unidos pelas o Cantagalo o fogo, o Cambisuas ideias revolucionárias rela a água e, o Monte Crista, e veio para esta região com a quinta essência. o objetivo de criar uma coPorém, mais do que munidade alternativa. Todos pontos energéticos, esses o conheciam como Bernard, são locais que possibilitam mas seu nome mesmo era a entrada dos portais para Walter Siegmeister. Há regiso outro mundo, segundo a tros de compra e venda de pesquisadora. A partir de uma área na cidade de Barestudos mais documentais, ra Velha (SC) para a criação Mirabel constatou que Raydessa comunidade”, relata. mond Bernard, escritor do Porém, seus planos mudalivro “A Terra Oca”, esteve ram quando recebeu a carta na região de Joinville e dode um descendente de Inca
que afirmou ter encontrado um portal para outro mundo, Atlante. “Bernard mudou então completamente de ideia e renovou seu interesse em OVNIs, Atlântida, alienígenas, túneis subterrâneos e a ‘teoria da terra oca’. Ele acreditava que o Brasil possuía entradas para túneis que levavam a esta nova terra”, fala Mirabel. Esta “carta do Inca” foi publicada na revista Americana Search Magazine, edição número 35, em março de 1960. A pesquisadora transcreveu os relatos e publicou um vídeo na página do YouTube com o nome “Carta Inca – Terra Oca – Santa Catarina”. O livro de Bernard, “A Terra Oca - a maior descoberta geográfica da história feita pelo almirante Richard E. Byrd na misteriosa terra além dos polos – a verdadeira origem dos discos voadores” foi publicado em 1969 e também pode ser encontrado na íntegra na internet. No livro o cientista diz que a verdadeira base dos discos voadores se encontra num imenso mundo subterrâneo, cuja entrada é uma abertura no Polo Norte. Ele acreditava que no interior oco da Terra vive uma super raça que não deseja manter contato com o homem da superfície; seus discos voadores somente foram lançados depois que o homem ameaçou o mundo com as bombas atômicas. Na página 218 do livro é possível encontrar um relato sobre esta região de Santa Catarina: “Um dos
primitivos colonos alemães de Santa Catarina, no Brasil, escreveu e publicou um livro em alemão antigo, tratando do Mundo Subterrâneo e baseando-se para isto em informações dos índios. O livro descreveu a Terra como sendo oca, com um sol no seu centro. O interior da Terra foi dito ser habitado por uma raça de frugívoros, livres de doenças, e de vida muito longa. Este Mundo Subterrâneo, o livro afirmava, era ligado à superfície por túneis, que se abriam principalmente em Santa Catarina e regiões limítrofes do sul do Brasil”. Em seguida, Bernard fala que este autor dedicou quase seis anos de investigação aos estudos dos túneis misteriosos que entrelaçam o estado, construídos provavelmente por uma raça antiga que queria alcançar as cidades subterrâneas. E complementa: “Numa montanha, perto de Joinville, o canto coral dos homens e mulheres atlantes tem sido ouvido repentinamente – também o ‘Canto do Galo’, que é a indicação da existência da abertura de um túnel que conduz a uma cidade subterrânea. O canto não é produzido por um animal, mas provavelmente por alguma máquina”. Segundo Mirabel, o autor do livro faleceu em Joinville. Referente aos seus relatos, a pesquisadora conta que foi conversar com antigos moradores da região, os quais também relatam sobre as possíveis cavernas.
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UFOLOGIA
Estrada Cornelsen: outras teorias
Ana Beatriz Machado Pereira da Costa
Mais que belas praias, Itapoá (SC) também está na rota do turismo ufológico, uma vez que centenas de testemunhas relatam estranhos fenômenos na estrada Cornelsen, que liga as cidades de Itapoá e Guaratuba (PR). Uma estranha forma de neblina, luzes que perseguem veículos nos quais também ocorrem panes elétricas, seres estranhos e UFOs permeiam os relatos de quem passa por ali. Além do triângulo energético, outras teorias envolvendo os índios carijós e uma cidade subterrânea sondam a estrada Cornelsen.
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epoimentos de avistamentos na região não são poucos e até colocam a cidade itapoaense na rota do turismo ufológico. Segundo Luiz Prestes Junior, presidente do GPUSC (Grupo de Pesquisa Ufológica de Santa Catarina) e morador de Itapoá, os casos mais famosos na região são os da estrada Cornelsen, acesso à cidade pelo estado paranaense, onde ocorreram fenômenos estranhos como luzes que perseguiram veículos, pane elétrica em carros e equipamentos eletrônicos, avistamento de seres estranhos e objetos voadores não identificados. De acordo com Luiz, o grupo recebe relatos de avistamentos, contatos e casos de abdução semanalmente por e-mail, rede social e contato telefônico. Algumas das testemunhas, após um contato telefônico, procuram relatar suas experiências pessoalmente à equipe do GPUSC. Inclusive, muitas delas chegam a contatar a Polícia Militar Rodoviária de Coroados, em Guaratuba (PR), situada na entrada de Itapoá pelo estado paranaense, para relatar avistamentos de OVNIs, entre outros. Todos os relatos são cadastrados no banco de dados do GPUSC. Alguns deles servem como referência para pesquisas futuras, enquanto outros resultam em 20 | Julho 2019 | Revista Giropop
abertura de caso e pesquisa. Especialmente o Caso Cornelsen está com um cronograma de pesquisas aberto desde 2012 e, devido ao relato de novos eventos na região, as pesquisas continuam até a presente data. Mas, afinal de contas, qual a explicação para tantos eventos ufológicos na estrada Cornelsen, em Itapoá? Os estranhos fenômenos têm ocorrido na região há pelo menos 15 anos e concentram-se em um trecho de aproximadamente cinco quilômetros, após a divisa do Paraná com Santa Catarina, próximo a ponte do rio Saí Guaçu. Conforme Luiz, são muitas as teorias para tal. Uma delas é a do triângulo energético, já explicada nessa edição, que inclui a localização geográfica, devido ao alinhamento perfeito entre o Monte Crista, em Garuva, o Cantagalo, na Vila da Glória, e o Castelo dos Bugres, na Serra Dona Francisca. “Existem estudos bastante avançados que defendem a tese de que exista uma base alienígena subterrânea que se estende de Guaratuba (PR) a Balneário Camboriú (SC), daí a explicação de tantos fenômenos ufológicos concentrados nesta região. Também, há estudos que reportam uma cidade dimensional alienígena, acima de toda a região. Existe, ainda, outra teoria, de que a estrada
Cornelsen foi construída, em 1970, sob sambaquis, camadas geológicas constituídas por depósitos de conchas, cascos de ostras e outros resíduos de cozinha dos índios pré-históricos brasileiros. E que, por esse motivo, ocorrem tais fenômenos sobrenaturais na estrada, sinônimos de manifestações espirituais dos índios carijós, primeiros habitantes de Itapoá”, explica o ufólogo e presidente do GPUSC. Ainda no município, Luiz conta que há relatos de avistamentos de OSNIs (Objetos Submarinos Não Identificados). “Pescadores da região do Pontal já relataram objetos iluminados de diferentes formatos saindo e entrando de grandes extensões de água, na Baía da Babitonga, o que pode indicar que certas civilizações alienígenas tenham bases subaquáticas na Terra”, fala. São muitos os relatos que fazem de Itapoá uma região cheia de mistérios. Se verdadeiras as teorias de que seres extraterrestres estão pelo céu, debaixo da terra e também pelo mar, nós, seres humanos, devemos repensar nosso protagonismo neste mundo. Mas, quer acredite ou não, uma coisa é certa: a cidade de Itapoá e seu entorno são ‘pratos cheios’ para os amantes de energia, esoterismo e da ciência.
energia nas montanhas
Vizinhas, diferentes e cheias de energia
Além do triângulo energético destacado por Mirabel Krause, descobrimos que a região conta com muitas outras histórias, vivências e locais de energia. Os pontos fazem parte ou estão próximos aos Campos do Quiriri, uma cadeia de montanhas que abrange as cidades de Joinville, Garuva e Campo Alegre e possui cerca de 30 cumes. Na região mais próxima dos municípios de Itapoá e Garuva, destacamos o Monte Crista e o Vale do Quiriri, que compartilham histórias interessantes de cura, energia e busca espiritual. Augusta Gern
Monte Crista
Famosa entre os mochileiros, a montanha Monte Crista é vista de longe e, de lá, é possível ver longe. Com 967 metros de altitude ela está ligada à cadeia de montanhas do santuário ecológico da Serra do Mar e atrai visitantes de diferentes locais. Muitos vão para conhecer, se interligar com a natureza, mas outros seguem a trilha com objetivos realmente ligados ao misticismo. José Scussel já é falecido, mas seu legado enquanto responsável pela comunidade Monte Crista deixou muitos conhecimentos. Em 2015, em entrevista à revista Giropop, José contou que esta montanha é repleta de histórias fantásticas, considerada um dos maiores campos energéti22 | Julho 2019 | Revista Giropop
cos da terra. “Cercada pela intocada Mata Atlântica, protegida entre as serras, com flora exuberante e rica em mananciais hídricos, esconde segredos e desperta mistérios quanto à origem de seus caminhos milenares, escadarias e monumentos de pedra”, disse na época. No ponto mais alto da montanha, a sete mil metros da Pousada Monte Crista, está a figura mitológica conhecida como Guardião de Pedra, Homem Sentado, Buda, Vigia, Sentinela ou Homem de Pedra. Segundo José, as escadarias do Peabiru fazem um contorno na montanha, onde ao chegar ao topo do Monte Crista, o Guardião é visto de perfil, conferindo-lhe a aparência de um Buda ou homem sentado na posição de semi-lótus. “É formado por blocos de pedra de encaixe perfeito, equilibrado um sobre o outro, com cintura, tronco e cabeça, sendo esta formada por um único bloco de pedra inteiramente arredondado. Os vários monumentos em volta ao Guardião, formados por uma pedra arredondada apoiada sobre outra achatada, demarcam os Solstícios e Equinócios na Montanha”, explicou à revista. Nesta montanha passa o famoso Peabiru, que não é apenas um caminho, mas toda uma extensa rede de trilhas pré-colombiana, que interligava toda a América Latina. Segundo José, o trecho de Peabiru que percorre a região do Quiriri é conhecido principalmente como “Caminho de Monte Crista”, além de “Caminho Velho” ou “Caminho dos Jesuítas”. “Coincidentemente, nesta região de divisa dos estados do Paraná e Santa Catarina o ‘Caminho dos tropeiros’ andou paralelo ao ‘Peabi-
ru’. Acima do Monte Crista o Caminho dos Tropeiros seguiu para Tijucas do Sul, assumindo a denominação de ‘Caminho dos Ambrósios’, e o Peabiru para Lapa”, disse. Antes de se for, José ainda contou em 2015 que, embora alguns estudos tenham errado na tradução ou pela falta de estudos “in loco”, as últimas pesquisas e publicações confirmaram na teoria o que, para ele, na prática era incontestável: “O Peabiru que desce de Castro (PR) para o litoral catarinense passa pela Lapa, Campos do Quiriri, desce o Monte Crista e termina em São Francisco do Sul”. Várias são as lendas e mistérios do local. Conta uma delas que um padre seguia pelo Peabiru na região do Monte Crista com um burro e, em cestos pendurados no animal, levava ouro. O padre vinha provavelmente dos Andes, rumo ao mar, e estava acompanhado por cavaleiros. No meio do percurso todos caíram de uma altura de 100 metros e ninguém mais teve notícia, nem deles e nem do ouro. Outras lendas contam que há tesouros de piratas, mas seja lá onde e se há um tesouro mesmo perdido, também há histórias de guardiões. Outras lendas falam de luzes misteriosas, árvores que caem e depois voltam aos seus lugares, entre outros mistérios. Seja lá qual for a origem dessas histórias, é difícil não acreditar na potencialidade mística do local. Para a maioria das pessoas lá existe uma energia sagrada e muito boa, mas também há os que não concordam, como Paulo Paese, morador de Garuva. Segundo ele, antigamente a escadaria do Monte Crista sempre foi um
Na foto ao lado esquerdo Monte Crista, a direita o Vale do Quiriri e a cidade de Garuva.
local propício para assaltos. “Relatos da igreja contam que muitos padres faziam aquele percurso e muitas vezes eram surpreendidos com assaltos e até assassinatos”, conta. “Você pode conversar com quem já subiu, é muito difícil dormir por lá, tem muito barulho e uma energia estranha”, fala.
Vale do Quiriri
Vizinho do Monte Crista, o Quiriri também reserva muitas histórias, mesmo não sendo incluído na teoria do triângulo energético. Paulo Paese, morador de Garuva e proprietário de terras na montanha, conta que o local também é muito procurado pela sua energia, até por grupos estrangeiros. Esta é uma novidade para a família, que foi descobrindo as potencialidades da região aos poucos. Conforme Paulo há um bom tempo atrás tiveram a visita de um hindu, um monge naquelas terras, o Sagy Yunna. Ele era andarilho, desceu o morro e se hospedou na casa de seu falecido pai, Dórico Paese. “Ele disse ao meu pai que aquele é um ponto de energia muito forte”, lembra. Sagy Yunna editou no Brasil o livro “Um Yogue na senda de Brian Weiss”, que relata sua visita e impressões do Quiriri. De acordo com Antônio Louzano, morador de Guaratuba e muito curioso sobre as histórias místicas da região, o monge passou pelo Morro e deixou relatos em seus livros, entre eles o caso da menina Rosa, que segundo consta desapareceu misteriosamente do lugar. “A família morava na região, foram ver o gado e ela desapareceu do nada. Nunca encontraram o seu corpo ou explicações, mas os pais não sentem a sua falta porque sentem a presença dela e dizem que está ali”, conta Paulo, também conhecedor da história.
Depois de saber do relato, Antônio chegou a procurar a família da menina conversando com os moradores da região, mas não encontrou. Além dessa história, ele fala que no livro o autor também relata que o Monte Crista é um ponto negativo devido ao número de mortes, através das emboscadas, e que no Quiriri a energia é limpa e positiva. “Ele também fala que a subida do morro deve ser feita sempre em número ímpar, para não ocorrer o perigo de se perder em um dos portais, que dizem levar para mundos intraterrenos”, conta Antônio. Apesar de ainda não ter subido o Morro, Antônio afirma que sempre se interessou muito com as histórias do local, a energia e sobre a existência dos portais, dos túneis e entradas para outras civilizações. Para Paulo Paese, apesar de se dizer não sensitivo, afirma que se sente muito bem no morro e quando está lá não tem vontade de voltar. Também, há alguns anos o local é procurado por europeus em busca da energia. Essa procura iniciou de forma curiosa e Paulo só teve conhecimento após a morte de seu pai. Há 13 anos, a mulher do Ministro de Economia da Ilha de Madeira teve problemas psicológicos e não conseguia voltar à normalidade. Ele a levou em diferentes médicos, mas nenhum conseguiu ajuda-la. Em Lisboa o máximo que um médico conseguiu foi encaminhá-la a um psiquiatra na Alemanha. Lá foram eles e o psiquiatra disse: você precisa ir ao sul do Brasil, falar com um homem de idade, subir alguma coisa e não pode demorar. A explicação foi tão louca como o estado em que sua mulher se encontrava e sem entender nada voltou para casa. O Ministro era rotariano e em uma das reuniões conversou com um brasileiro, o qual disse que estava lendo um livro e talvez pudesse o ajudar. Eles se mobili-
zaram e descobriram que se tratava de Garuva, e no livro que o brasileiro estava lendo constava o nome de Dórico Paese, pai de Paulo. Vieram para cá, se encontraram com Dórico, o qual disse que iria providenciar tudo para a subida. No outro dia eles subiram: os mateiros de Dórico estavam prontos para levar a mulher, que além de problemas psicológicos também estava com limitações físicas. O relato é que ela não quis ajuda, fez apenas duas paradas na subida e quando voltaram, no outro dia, estava curada. A história foi relata depois da morte de Dórico Paese no gabinete do Prefeito, junto com Paulo e outras autoridades de Garuva. “O meu pai não era muito de falar e só conheci a história na Prefeitura mesmo”, fala Paulo. O brasileiro que trouxe os europeus até aqui foi Édison Pereira de Almeida e, depois desse episódio, quis criar um centro no local. Paulo explica que não concordou por ainda ter estrutura suficiente de segurança às pessoas e ao meio ambiente, mas é uma proposta a se pensar. De qualquer forma, os europeus visitam o local todos os anos. Em pesquisas na internet descobrimos que Édison também escreveu um livro “O Avatar”, onde relata o Quiriri como um local de cura, paz e boas energias: “um dos pontos energeticamente mais bem equilibrados na América do Sul, o que, para quem não sabe, é uma dádiva Divina, pois os processos de cura passam a ser muito mais simplificados e, antes da cura, a ausência de doenças também passa a ser muito maior”. No livro o autor também faz referências à Dórico Paese, como um guardião da região. Pelo sim ou pelo não, uma coisa é certa: o Quiriri reserva uma beleza natural exuberante, notada mesmo se chegarmos apenas em seu pé. Revista Giropop | Julho 2019 | 23
UFOLOGIA
Relatos de avistamentos analisados pelo Grupo de Pesquisa Ufológica de Santa Catarina (GPUSC) Ana Beatriz Machado Pereira da Costa
Semana após semana, o Grupo de Pesquisa Ufológica de Santa Catarina (GPUSC) recebe relatos de avistamentos, contatos e casos de abdução por e-mail, redes sociais ou contato telefônico. A grande incidência de fenômenos na região e o Caso Cornelsen chamaram a atenção até mesmo da equipe do canal History Channel, que no início de 2018 esteve no município de Itapoá durante quatro dias coletando informações para o programa De Carona Com os OVNIs, no History. Conforme Luiz Prestes Junior, ufólogo e presidente do GPUSC, além do Caso Cornelsen, o Caso Triângulos Voadores também é conhecido em Itapoá e região. Em entrevista à revista Giropop, Luiz detalha o procedimento do GPUSC e compartilha pesquisas e relatos uma série de avistamentos na região.
T
odos os relatos recebidos pelo grupo são cadastrados em um banco de dados e alguns deles servem como referência para pesquisas futuras. Outros, resultam em abertura de caso e pesquisa. Citando o Caso Triângulos Voadores, por exemplo, Luiz conta que recebem relatos de muitas testemunhas que avistaram objetos escuros em formatos triangulares com três grandes luzes embaixo, duas nas pontas extremas e uma ao centro. Os relatos citando tais objetos triangulares são ricos em detalhes e vêm de diferentes locais. Isso fez com que o Grupo de Pesquisa Ufológica de Santa Catarina iniciasse uma pesquisa mais aprofundada, a começar pelas pesquisas nos meios de comunicação, a fim de coletar informações.
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Posteriormente, essas informações são coletadas e comparadas com as informações relatadas pelas testemunhas. O grupo também analisa minuciosamente as fotos e vídeos encaminhados pelas testemunhas, e realiza entrevistas presenciais com as mesmas, com o intuito de conhecê-las melhor, obter mais informações sobre os fenômenos e detalhes que não foram descritos no primeiro contato. O presidente do GPUSC conta que, em seguida, o grupo visita os locais onde ocorreram os eventos, coletam amostras de solo e vegetação, registra fotografias e filmagens, e conversa com moradores da região – tudo isso, para obter qualquer informação extra acerca dos avistamentos ou qualquer fenômeno estranho. As informações coletadas são analisadas e, depois, o grupo agenda pesquisas de campo para uma maior análise do local onde ocorreram os eventos. A equipe pode ainda realizar novas entrevistas, coletar novas amostras de material para análise e pesquisa. Também, os integrantes do GPUSC realizam vigílias ufológicas durante o dia ou noite para tentar avistar objetos estranhos no céu, fenômenos ou qualquer anormalidade na região. Conforme Luiz, depois do trabalho descrito acima, conseguem montar um dossiê contendo os relatos de testemunhas, fotos, vídeos e análise dos mesmos, laudos de resultados das amostras coletadas, entrevistas, resultados das vigílias e pesquisas de campo. “Com o dossiê, conseguimos criar um cronograma de pesquisas, ou seja, datas onde serão realizadas pesquisas de campo, vigílias ufológicas, visitas aos locais dos eventos, novas entrevistas, etc. O Caso Triângulos Voadores possui um cronograma de pesquisa de seis meses, com término no final do mês de julho, podendo ser prorrogado por mais tempo se necessário. Já o Caso Cornelsen, graças aos novos relatos de eventos na região, está com um cronograma de pesquisas aberto de 2012 até a presente data”, explica o presidente do ufólogo e presidente do GPUSC.
Relatos de avistamentos de OVNIs em 2019 15 de maio de 2019 “Começou quando voltava do trabalho, próximo ao trevo da BR-101 com a BR-280 sentido Norte. Estava na van da empresa com mais dois colegas voltando para Joinville e conversando, quando ao olhar para a esquerda vi um objeto pairando ao fundo. Achei que fosse um helicóptero, mas olhei com mais atenção e percebi um objeto circular cor grafite. A van estava a uns 80 km/h e não houve tempo dos demais colegas verem o objeto que ficou encoberto pelos morros e pelas árvores da beira da BR”. (O relator solicitou anonimato, pois não deseja ter o nome divulgado) Itajaí (SC), 4 de junho de 2019 “Eu e minha amiga estávamos na Praia Brava, em Itajaí, para fotografar o mar ao anoitecer e tiramos algumas fotos com meu celular. Quando estávamos retornando para o carro, avistamos um objeto de formato triangular sobrevoando o mar em direção Sul. Estava muito rápido e não conseguimos registrar no celular. Não tinha como ser um avião ou helicóptero porque o formato era de um triângulo e com três luzes embaixo. Não ouvi nenhum barulho ou qualquer rastro no céu. Pesquisei este tipo de objeto na internet e acabei encontrando o site de vocês e estou escrevendo para relatar meu avistamento e solicitar mais informações sobre o que poderia ser o que vimos”. (Bruna, que solicitou que seu sobrenome não fosse divulgado, pois teme complicações no trabalho) Guaratuba (PR), 23 de janeiro de 2019 “Estava em meu local de trabalho, às margens da baía de Guaratuba. Por volta das 1h30m da madrugada, avistei uma luz opaca sobrevoando a baía. Pensei se tratar de um barco de pesca, então, acendi minha lanterna, direcionei a luz para a suposta embarcação e pisquei a luz da lanterna por quatro ou cinco vezes, até que a luz opaca simplesmente apagou. Fiquei olhando para a baía por mais uns dois minutos, até que dei as costas e retornei para a casa. Mas escutei um barulho atrás de mim e me voltei para baía, acreditando que era uma embarcação. Aquela luz opaca apareceu novamente na mesma posição, no meio da baía,
a cerca de 300 metros de onde estava. A luz subiu vários metros e começou a vir em minha direção. Fiquei assustado, mas continuei a olhar aquela luz que se aproximava de onde estava. Pensei que poderia se tratar de um helicóptero, apesar de não ouvir o barulho do motor. Então, quando a luz estava a uns 100 metros, muito perto de onde estava, pude ver que se tratava de um grande objeto de cor escura. Fiquei paralisado, com medo, não conseguia sair do lugar. O objeto veio em minha direção e próximo à margem virou à direita, passando quase em cima de mim e seguindo em direção ao mar, para a saída da baía. Quando olhei para cima, pude ver que se tratava de um objeto grande, maior que um ônibus ou caminhão. Tinha o formato triangular e a traseira era reta. Possuía três luzes embaixo, uma em cada lado do triângulo, e uma pequena luz no centro. Não consegui ver mais detalhes, a não serem as luzes embaixo e que o objeto era todo preto. O objeto seguiu para a saída da baía sem fazer qualquer barulho. Fiquei paralisado de medo, não conseguia mover os braços tampouco as pernas. Depois de ver o objeto distante, lembrei de buscar o celular e tentar tirar uma foto, mas ao voltar não avistei o objeto novamente”. (Carlos A. Santos) Joinville (SC), 2 de março de 2019 “Havia saído com uma amigas da faculdade para comer uma pizza e cheguei a casa, no bairro Costa e Silva, por volta das 23h. Abri o portão de casa, guardei o carro na garagem e voltei para fechar o portão. Olhei para o céu e notei que tinham muitas nuvens, mas também aberturas no céu onde podia ver algumas estrelas. Fiquei ali alguns minutos, quando avistei um objeto grande voando abaixo das nuvens, vindo da direção da BR-101 e seguindo para onde acho que era o Leste. O objeto era grande, triangular e tinha três grandes luzes embaixo, uma em cada ponta. Ele voava devagar e não consegui ouvir barulho, por isso acho que não era nenhum tipo de avião. Quando o objeto estava a uma certa distância, percebi que o mesmo subiu entrando nas nuvens. Continuei a olhar o céu por um bom tempo, mas depois disso não vi mais nada. Tenho certeza que não se tratava de nenhum tipo de avião, helicóptero ou qualquer coisa conhecida.” (Ana Maria) Outros relatos recebidos pelo GPUSC • O pescador Sr. José Silva estava com dois amigos em seu barco, na baía de Guaratuba, com o intuito de pescar durante a noite. Por volta das 23h, um de seus amigos avistou uma luz opaca no céu vindo da Serra do Mar em direção
ao ponto onde estavam. Inicialmente, pensaram se tratar de uma pequena aeronave, já que há um aeroclube na região. Entretanto, quando o objeto estava mais próximo da embarcação, os três amigos notaram que se tratava de um grande objeto em formato triangular, com uma luz em cada ponta e outra no centro. O objeto não emitia qualquer tipo de som e calcularam que o mesmo estaria em torno de 200 metros de altura. A nave triangular passou ao lado da embarcação e as testemunhas não conseguiram estimar a distância paralela do objeto com a embarcação. O Sr. José e seus amigos ficaram assustados e tentaram por diversas vezes ligar o motor do barco, mas sem sucesso, assim como, a única lanterna que possuíam reduziu em quase 90% sua luminosidade quando o objeto se aproximou. Segundo as testemunhas, o objeto se deslocou em direção ao mar sem emitir qualquer tipo de som e, de repente, desapareceu em grande velocidade. Os três amigos se assustaram e quando conseguiram ligar o motor do barco, retornaram para a costa. Eles ficaram meses sem retornar para a baia durante a noite. • Um objeto triangular escuro e com três luzes na parte inferior foi avistado pelo Sr. Antônio de Souza, morador de Guaratuba. O mesmo estava chegando do trabalho, quando avistou o objeto no céu vindo da região onde se localiza a baía de Guaratuba e seguindo para a direção de Itapoá e Garuva, em Santa Catarina. O Sr. Antônio informou que ficou parado em frente a sua residência observando o objeto e, apesar de estar com o celular no bolso, naquele momento não se lembrou de pegá-lo e tentar registrar alguma foto. • A Sra. Marisa Rita, seu esposo e filho avistaram um grande objeto triangular parado sobre a vegetação, em um campo aberto. Eles estavam finalizando as atividades diárias na propriedade rural e avistaram o objeto parado a poucos metros do solo por vários minutos. Posteriormente, o objeto subiu a grande altura e se dirigiu em direção às montanhas da Serra do Mar, sentido Monte Crista. Segundo as testemunhas, ele não emitia qualquer tipo de som, era de coloração escura e puderam perceber que era triangular devido às três luzes embaixo do mesmo. • O Sr. Jorge Luiz estava seguindo de carro com sua esposa e dois filhos pela estrada que liga Garuva a Guaratuba. Na região conhecida como Palmital, o filho do casal disse ter avistado uma luz no céu. O Sr. Jorge brincou dizendo que se tratava de um disco voador e que estava vindo buscá-los, até que o objeto emitiu uma forte luz e começou a se aproximar do veículo. Jorge, então, parou o carro, saiu do mesmo junto dos filhos e da esposa para enxergarem melhor. Podiam
ver uma forte luz vinda do Leste e, de repente, o objeto apagou a luz e virou em direção ao veículo. Ao se aproximar, as testemunhas notaram que se tratava de um objeto triangular, maior que um ônibus e sem emitir qualquer tipo de som. O objeto passou sobre as testemunhas, a cerca de 200 metros de altura, fez o retorno, voltou a passar sobre o veículo e seguiu em direção ao Leste. O Sr. Jorge comentou que no momento em que o objeto sobrevoou o local onde estavam, ele pensou que poderia acontecer o pior com ele e sua família. A filha do casal tentou fotografar o objeto com o celular, mas as fotografias estavam brancas como se tivessem sido tiradas de uma forte luz. • O Sr. Carlos Pires estava retornando para casa de bicicleta e quando chegava ao balneário Pontal da Figueira avistou um objeto triangular escuro passar sobre ele, vindo do Oeste (continente) e se dirigindo para o mar, em direção a São Francisco do Sul. O objeto não emitiu qualquer tipo de som, possuía três luzes na parte debaixo e o Sr. Carlos notou pequenos pontos luminosos na lateral do objeto, mas não conseguiu identificar o que poderia ser, pois o veículo estava se deslocando em certa velocidade. O mais interessante era que o objeto triangular estava sendo acompanhado de outros dois objetos esféricos luminosos de coloração vermelha. • A testemunha Sra. Fernanda Cristina estava com alguns amigos no calçadão à beira-mar, em Itapoá, quando avistaram um objeto triangular se deslocando no céu na direção de São Francisco do Sul (SC) em direção a Guaratuba (PR). O objeto estava a grande altura, mas as testemunhas puderam identificar várias características, tais como: a ausência de som, três luzes embaixo, formato triangular e coloração escura. Nesta mesma noite, o Grupo de Pesquisa Ufológica de Santa Catarina recebeu outros relatos de avistamento de um objeto triangular das 21h às 3h da madrugada nas cidades de Joinville, São Francisco do Sul e Itapoá, em Santa Catarina, e Guaratuba, Morretes, Piraquara e Curitiba, no Paraná. • Um objeto triangular foi avistado cruzando o céu da direção da Serra do Mar em direção a Baía da Babitonga. Segundo o casal Roberto e Cristiane, tratava-se de um objeto triangular, acompanhado de outro objeto de formato esférico e coloração vermelha.
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PROFECIA
A data limite de Chico Xavier está se aproximando
Ana Beatriz Machado Pereira da Costa
“Todas as religiões do mundo apontam para um momento único no futuro da humanidade, no qual a realidade será drasticamente transformada por um evento singular. Esse evento dará início a uma nova era existencial para todos os seres que compartilham o planeta Terra. Será o momento em que a espécie humana reencontrará suas origens e descobrirá o seu papel no universo em que está inserida. Mas quando isso acontecerá? Teria a humanidade um prazo para adequar sua postura moral a esta nova realidade? Qual seria a sua data limite?”. O parágrafo acima foi extraído do documentário “Data Limite Segundo Chico Xavier”. Traduzido para sete idiomas e assistido por milhões de pessoas no YouTube, este filme não chegou a 190 países do globo por acaso – sua mensagem revolucionária alcança milhares de lares todos os dias, propondo uma transformação interior capaz de ampliar significativamente a forma como nos relacionamos com o todo.
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O documentário com pouco mais de uma hora é uma produção nacional, independente, totalmente financiada com capital próprio e contando com o apoio de muitos parceiros de convicção. Para subsidiar a intrigante visão do médium Chico Xavier acerca de um futuro encontro da humanidade com seres de outros planetas, os produtores da Cine Makers e Pozati Filmes foram buscar especialistas das mais diversas áreas do conhecimento: ufologia, física quântica, parapsicologia, relações internacionais, espiritualidade e, claro, quem conheceu bem Chico Xavier. O legado de Chico Xavier Francisco Cândido Xavier nasceu no ano de 1910, na cidade de Pedro Leopoldo, em Minas Gerais. O médium foi uma das mais proeminentes figuras brasileiras do século XX. Chico Xavier, como ficou conhecido, psicografou mais de 400 livros, que se dividiam em prosas e poesias. Era filho de Maria João de Deus e João Cândido Xavier, e logo criança apresentou sinais de sua mediunidade. Passada uma juventude muito sofrida, Chico Xavier estudou e trabalhou, até que decidiu usar seus dons para ajudar
os mais necessitados. Seus livros publicados têm os direitos autorais dedicados às instituições espíritas que ajudam pessoas carentes em todo país. Esse é o grande legado de Chico – que faleceu em 2002, em decorrência de uma parada cardiorrespiratória – sua vasta obra apoia esse trabalho realizado pelos centros espíritas, e desenvolve projetos significativos para milhares de comunidades pelo Brasil. Chegada do homem à Lua Em Data Limite Segundo Chico Xavier especialistas em Ufologia afirmam que, após a explosão das bombas de
Hiroshima e Nagasaki, verificou-se um aumento considerável no número de avistamentos de UFOs em todo o mundo. Pouco mais de duas décadas depois, o médium brasileiro Chico Xavier confidenciava aos companheiros mais próximos que, por ocasião da chegada do homem à Lua, em 20 de julho de 1969, acontecera uma reunião com o que ele chamava de “potências celestes” para verificar o avanço moral da sociedade terrestre. Decidiram as tais potências, então, conceder à humanidade um prazo de 50 anos para que evoluísse moralmente e convivesse em paz, sem provocar uma terceira guerra mundial, um conflito nuclear — tais fatos foram afirmados e reafirmados por Chico Xavier em rede nacional de televisão no programa Pinga Fogo, em edição de 1971, apresentada pelo jornalista Saulo Gomes. Se convivesse em paz e sem se lançar em um confronto atômico de proporções apocalípticas até a “data limite” — também um termo do médium mineiro —, a humanidade estaria, a partir de então, pronta para entrar em uma nova era de sua existência, e feitos magníficos seriam verificados por todas as partes. Existem muitas contradições, mas alguns apontam que Chico Xavier falava
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de vida fora do nosso planeta, e que a partir de 20 de julho de 2019 os nossos “irmãos de outros planetas” estariam formalmente autorizados a se apresentarem pública e oficialmente para os habitantes da Terra. As profecias Esse é apenas um dos pontos descritos na data limite de Chico Xavier, que aponta o ano de 2019 como transformador na vida humana no planeta. A Revista Giropop selecionou algumas profecias supostamente apontadas pelo médium para esse período: •Guerras – Chico Xavier falou que num prazo de 50 anos poderíamos enfrentar um novo colapso entre povos, que seria considerada a 3ª Guerra Mundial. Ele fala que nesse intervalo seríamos expostos a uma espécie de teste de Deus, e se não nos saímos bem, o conflito entre nações ocorreria. Por outro lado, se mantivermos uma linguagem de paz, o médium falou que receberíamos graças divinas. •Desastres naturais – o poder de Deus não cessaria no possível combate entres os povos. Ele lançará na Terra terremotos, maremotos, erupções vulcânicas e outros desastres naturais. Poucos lugares no mundo se salvariam, o Brasil seria um deles.
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•Vivendo em harmonia – esse cataclismo unirá os sobreviventes. Na data limite de Chico Xavier, o cone sul da América será área procurada por povos de outros países, e aqui aprenderão a viver em harmonia, esquecendo problemas étnicos. Essa nova comunidade criará novos conceitos para viver em paz. •A cura de doenças – se a população mundial conseguir manter a paz esperada por Deus até a data limite, considerada 20 de julho de 2019, Chico
Xavier disse em seus relatos, que a humanidade seria premiada com a descoberta de curas para graves problemas de saúde. •Viver entre extraterrestres – ainda sobre esse assunto, a data limite de Chico Xavier é o sinal que entre nós viverão seres de outros planetas. De acordo com o médium, essas civilizações mais avançadas virão para nosso planeta a fim de nos ajudar a avançar na evolução. Eles nos prepararam para entender o universo com mais plenitude.
A data limite acontecerá? Existem muitas pessoas que consideram que alguns dos fenômenos que Chico Xavier relatou a seus amigos já estão acontecendo. Por outro lado, profecias estão no imaginário da vida humana há milênios. Algumas ganham seguidores fervorosos e utilizam fatos cotidianos para comprovarem sua execução, outros mais céticos acreditam que elas possam acontecer, mas precisam de provas mais concretas. Os amigos de Chico Xavier contam que o relato dele sobre a data limite, foi uma mensagem do próprio Jesus Cristo, que usou outros espíritos para repassar ao médium mineiro. Talvez a principal mensagem da data limite de Chico Xavier era apontar que esse momento é de muita reflexão. As previsões insistem na ideia de provação da nossa civilização perante Deus, e é bem possível que o médium tenha visto a confusão que seria 2019 – dado que iniciamos este ano com uma série de catástrofes e tragédias, como o crime ambiental da barragem da Vale, em Brumadinho (MG), que deixou centenas de corpos soterrados; a morte do jornalista Ricardo Boechat, um dos mais respeitados do país, num acidente de helicóptero, em São Paulo; o incêndio no alojamento do clube do Flamengo, que resultou na morte de dez garotos; as fortes chuvas e enchentes e a guerra
polícia versus bandido no Rio de Janeiro, que também interrompeu a vida de inocentes. Nos resta, então, esperar para ver o que nos reserva a partir do dia 20 de julho de 2019, a data limite segundo Chico Xavier. Para assistir ao documentário com pouco mais de uma hora de duração, basta pesquisar por Data Limite Segundo Chico Xavier, no YouTube. Vale ressaltar que o documentário também foi publicado em livro pela Editora Citadel, de Porto Alegre – a obra já é considerada um dos livros mais vendidos do segmento.
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energia nas montanhas
Dórico Paese, o guardião do Kiriri Trecho do livro “O Avatar Essência da Vida”
Édison Pereira de Almeida
O livro “O Avatar Essência de Vida”, de Édison d’Almeida foi lançado em 2010 e, segundo entrevistas concedidas pelo autor na época para outros meios de comunicação, este é um livro que nasceu nos anos 90 com uma mensagem cósmica terrena e humana da essência da vida. Ou seja: “é aquilo que o ser que habita o nosso ser está procurando. O Avatar é o ser que indica o caminho”, explica. Entre outros temas, a obra cita a visita do autor no Quiriri, relatado como um lugar de extrema cura e energia. O último capítulo do livro é dedicado ao seu encontro com Dórico Pase. Confira, a seguir, um trecho do livro (que pode ser encontrado na internet) escrito por Édison d’Almeida.
O
escritor foi convidado para conhecer o Vale do Kiriri e por várias vezes lá foi, deslocando-se da Ilha da Madeira, Portugal, até Santa Catarina, onde o esperavam e sempre irão esperá-lo, os amigos do sempre, aqueles que sabem bem quem ele é e o que veio fazer no plano Terra. Na primeira vez, estavam umas 25 pessoas esperando por ele, no município de Itapema, mais precisamente no Hotel Village Praia, onde a proprietária, Walkyria Garcia, havia reunido todos os que se comunicavam com ele e que gostariam de conhecê-lo pessoalmente, assim como aqueles que ele gostaria de conhecer, bigode a bigode ou batom a bigode – como se fala na linguagem de rádio amador. Foi um encontro maravilhoso. Luzes, cânticos, até missa do Padre Cebola aconteceu por lá. A dança do ventre, muito bem interpretada e ensinada por Amyra El Khalili; a psicoterapia do encantamento com Pablo Urban e Patrícia Luchessi; as gargalhadas de Lúcia Beatriz, gaúcha de bomba na mão; os quitutes de Isabel; a forma silenciosa de sentir tudo de Damáris; o reencontro entre Gabriela e Luiza; John e Fendel, os mais ouvintes que falantes; Tatti, a simpática anfitriã e relações públicas in natura de Itapema; David, o homem da Lei; Ozório, o anfitrião das estrelas; Stalin Passos, irmão eterno; Márcio Moreno, o criador de cavalos lusitanos; Markito, César os filhos e verdadeiros herdeiros da vida;
32 | Julho 2019 | Revista Giropop
Paulo, o gaúcho compenetrado, enfim. Um mundo de gente de toda parte do mundo. E, assim, tudo foi acontecendo como manda o figurino – ou o Astral. O primeiro encontro com o Kiriri foi muito forte para o escritor, afinal, o Vale do Kiriri já é citado por muitos cientistas no mundo inteiro, inclusive, Brian Weiss, e ele, um humilde escritor brasileiro, radicado em uma ilha, distante de sua pátria. Por mais que tivesse os contatos que tinha a nível mundial como correspondente, nunca teria a projeção de um Ayuna, Brian Weiss, WFT, entre outros que sabiam o quanto o Kiriri era realmente um solo sagrado e que, sem dúvidas,deveria e deverá ser preservado. Assim, foi filmando tudo o que pôde: a alegria dos jovens à volta do sábio Dórico Paese, que mostrava tudo com muito carinho e atenção ao que dizia, porque as pessoas depois de certa idade aprendem a ouvir e falam só quando realmente precisam falar. Ele, Paese, ouvia a natureza que é Mestra e Mãe… algo que a igreja até copiou em Mater et Magistra, mas apenas copiou, porque atuar mesmo como a Natureza, isto sim, é muito próprio dela mesma e quiçá um dia os humanos compreendam isto…quiçá. Foi um encontro muito agradável... salutar, fraternal, paternal e natural. Depois deste encontro houve outros, mas houve um, em que o escritor decidiu ir sozinho, como, aliás, sempre gostou de andar na vida. Acordou às 4h da manhã, saiu de Itapema, e lá se foi para o Vale do Kiriri. O Sol
ainda não tinha sido despertado, pois os pássaros não haviam amanhecido o dia. A estrada estava repleta de caminhões que aproveitavam o frescor da noite para seguirem seus itinerários naquele país continental. Uns até vinham de outros países, como Argentina, Paraguai e Chile, e subiam em direção ao maior centro da América do Sul, São Paulo. A madrugada é um grande lenitivo e, quando menos esperava, apesar de uma densa chuva que resolveu se abater sobre Santa Catarina, o Sol veio surgindo justamente quando ele se encontrava próximo ao Kiriri, duas imensas montanhas que se uniam formando o grande Vale. Lá ao fundo, Garuva, a cidade que havia tido Dórico Paese como primeiro Prefeito, e além de Garuva, a praia e o imenso oceano a separar os mundos dos mundos. Na igreja de Garuva, uma multidão aguardava a hora para ser atendida pelo padre milagreiro. O escritor sorria, pois milagre, quem faz é a Fé. Mas se o padre achava bem ter todos aos seus pés, é porque descobriu uma forma de colocar a fé aos seus pés, ou seja, inverteu tudo. Ah, se Jesus visse aquilo... Mas, cada roca seu fuso, cada povo seu uso... O escritor seguiu então seu caminho, indo por entre as casinhas de madeira, que se constroem em Santa Catarina, ruas de terra batida, os pássaros que amanheceram o dia a dizer Bem-Te-Vi..., até que chegou ao Portal do Kiriri, onde numa cancela uma placa dizia: KIRIRI – SENDA DE BRIAN
WEISS E AYUNA – tudo em letras bem grandes… Silêncio. Kiriri, simboliza silêncio na linguagem da Tribo Kiriri, que teve que se mandar dali quando das invasões dos chamados povos civilizados. Dizem que eles deram origem aos Incas, mas isto é uma outra história que fica para uma outra vez. Educadamente, o escritor aguardou que alguém acordasse para abrir a Cancela, feita em madeira de lei, ali mesmo do Kiriri. O silêncio era uma bênção… o cântico da água, a fazer girar uma bobina que produzia a energia levada à casa da fazenda, onde havia uma administração improvisada do Vale. Estava quase cochilando quando sentiu alguém lhe tocar no ombro, pelo vidro aberto do carro. Era Márcio, o guia, que acabara de chegar e já o conhecia de outras andanças. - Madrugou, homem de Deus! - Pois é, o dia começa cedo, já dizia meu avô... - Vamo chegá... Márcio abriu a cancela, o carro avançou silenciosamente, para não despertar os que ali moravam. O escritor desceu do veículo e cumprimentou Márcio, que já vinha com uma banana na mão a título de oferecer o café da manhã. Abraçaram-se, olharam-se nos olhos, e já combinaram que a subida seria naquele dia; a tal subida que, dizem, nem todos conseguem cumprir até ao ponto mais alto do Kiriri. Dórico Paese explicou tudo, após ter acordado e preparado um cafezinho à moda da roça, com fumo de corda e tudo o mais. E realmente sentiu que ali havia uma osmose natural entre ele, o escritor e tudo o mais... e foi esta osmose que fez com que o escritor investisse o seu tempo em escrever O Avatar, pois só mesmo um pai, como Dórico Paese, para mostrar ao mundo que os povos de outros mundos são também nossos irmãos, sejam estes povos de outros planetas, orbes, galáxias, ou deste mundo mesmo. E, quem quisesse subir, poderia subir sim, mas, por favor, tragam de volta o que levaram para cima... não deixem pelo caminho, nada, até seria melhor não levarem nada mesmo, porque no caminho, Avatar, nunca falta nada, e o risco é bem menor, porque às vezes a gente quer levar tanta coisa e não consegue atingir o ponto máximo da subida. E quem não sobe não vai a parte alguma, já dizia Jorge Martins, o mestre do escritor em sua juventude. Que conversa boa foi aquela à beira do fogão, com a mesa posta à moda da roça, com muito carinho, amor e luz. Bolinhos feitos na hora e uma prosa que para a gente contar iria ficar aqui a vida toda e nem contava a primeira fase da história, quanto mais o resto. Então cada qual que imagine à sua maneira o quanto houve de prosa,
Escritor Edison Pereira de Almeida. antes, durante e depois da subida – que, aliás, em silêncio era uma delícia, mas a Natureza fala com a gente, e como fala! Voltar, lá de cima, era justamente o que o escritor não queria mais. E, assim, deixou bem lá no alto o outro lado do seu coração; um lado, ficou na Picinguaba e o outro, bem lá em cima. Os guias compreenderam bem aquela subida, e a forma dolorosa, mas saudável como ela aconteceu para aquele homem que já tinha seus 60 anos, mas tinha que mostrar a ele mesmo que no Kiriri, subir é chegar aos céus, algo que todos buscam, mas dificilmente encontram. A volta, ahhhhhhhhh, a volta... Nem imaginam como foi muito mais difícil que a subida. Em primeiro lugar, porque realmente O Guardião do Kiriri estava era lá no Céu, onde todo o Planeta se encontra, e se chamava Dórico Paese, apesar de que muitos visionários queriam se achar eles próprios os Guardiães. Mas o ser humano é assim mesmo... As lágrimas desciam junto com o suor, e interpretá-las era muito difícil, até que chegaram próximo à casa de apoio, e lá estava sentado Dórico Paese, com sua figura ETerna, singela e pura, fumando seu cigarrinho de palha, com seu chapéu de palha. O Jeep vermelho que há 40 anos o acompanhava, o cão silencioso e matreiro, e aquele olhar de Paese, que trespassava rochas. Silencioso, aguardava o amigo que subira, e que havia dito que era imenso o prazer de ambos se reencontrarem... Claro que era e é. Afinal, quantas vezes na vida a gente reencontra nossos irmãos de outros Planetas, outros orbes, ou mesmo de outros países? Silenciosamente, desceram até a Sede improvisada. Ali, o escritor banhou-se, tirou a roupa toda molhada de suor. Metade dele ficou lá em cima, com coração e tudo
o mais, a outra metade desceu... Ascendentes, descendentes. A despedida é sempre algo muito mais triste do que a chegada e, assim, nunca se despediram, apenas disseram “até sempre”. As lágrimas escorriam enquanto ele voltava para Itapema, todo doído, mas feliz, pois havia encontrado Dórico Paese ou, então, do rico pae…se. Ah, como é bom ser escritor - ele dizia entre as lágrimas que quase o impediam de dirigir. Mas, com elas ou sem elas, sabia que sempre iria se encontrar com o Guardião do Kiriri, lá em Cima, pois quem não sobe não vai a parte alguma, dizia Jorge Martins, no banco de trás do carro. Em forma espiritual, pois também ele já havia subido. Dórico Paese ascendeu a outros planos pouco depois desse encontro. As lágrimas continuam a cair e na rede, lá ao fundo do sótão, uma voz comenta: “mas será possível que você não consegue deixar este coração parado, e tem a coragem de dizer que deixou metade na Picinguaba e outra metade no Kiriri?”. O cheiro a fumo de corda invadiu o sótão. Dórico Paese ficou duas madrugadas a conversar com o escritor, sem que ele se apercebesse. Uma longa conversa, com gente de Joinville, pertinho de Guaruva, antes de parte ir... e parte ficar… eternizando a amizade entre jovens, que através da eternidade cumprem sempre a missão que têm a cumprir, nem que seja contra tudo e contra todos, pois afinal, nem todo mundo gosta de subir a pé, e buscar a fé, que norteia os peregrinos eternos. A visita agora é no sótão e não mais no Kiriri, onde, se Deus quiser, um dia o escritor voltará para cumprir outra etapa da sua peregrinação, a etapa mais importante de toda a sua vida que é mostrar a todo o povo do mundo que é muito bom a gente receber de forma prazerosa, singela, silenciosa e amiga aos nossos irmãos de outros Planetas, outros Orbes e outros Mundos. Até porque sempre fomos bem recebidos em todos os lugares do universo, e sempre seremos bem recebidos, principalmente quando chegamos sem nada, apenas com o Amor, a Luz e a Paz. O escritor levantou-se, guardou toda a papelada que havia em cima da escrivaninha antiga, arrumou tudo direitinho e comentou com os seus amigos espalhados pelo sótão: – Guido Camargo Penteado Sobrinho – Jorge Martins – Dórico Paese, estava feita a triangulação… tudo justo e perfeito, entre ambas as colunas. Hoje, dia 08 de junho de 2005, às 14h33min, no sótão do escritor, encerra-se mais um livro e, como sempre, este livro diz: eu livro! “Bem, agora só resta achar um editor!”. Estava concluído O Avatar... 900 páginas, noves fora NADA!
Revista Giropop | Julho 2019 | 33
Ver bem nao é ver tudo é ver o que os outros não veem. Esta frase de José Américo de Almeida traz a tona dois personagens a quem Itapoá e Garuva muito devem, pois tiveram visão antecipada e não as guardaram, tornaram-nas realidade. Afinal, está no Livro da Lei “a fé sem obras é morta” Talvez, desconheciam as máximas citadas, porém conduzidos e orientados por boas entidades efetiveram as missões a eles atribuidas. Na linha do tempo emergiram em 1956, Dórico Paese despontando com sua obra denominada Estrada da Serrinha. Depois, em 1970, para complementar e suprir novas demandas João Cornelsen apresenta, concluida, a Estrada do Sol ou do Sambaqui. Ambas passaram a conduzir pessoas a um destino único, que seus habitantes primitivos houveram por bem chamar de Itapoá. Ambas as vias levaram Itapoá ao estrelato e ainda despertaram o potencial estratégico de Garuva. Dois desbravadores, todavia um fundador, outro pioneiro, pois fundador é aquele que empreende primeiro e arca com a possibilidade do sucesso ou insucesso, uma vez que por mais bem planejada que seja a obra há pontos-surpresa de domínio único da futuroligia; já para o pioneiro o risco é menor, uma vez que tendo o caminho aberto pode avaliar com maior segurança a decisão a tomar. E o desbravador-fundador, conseguiu por um desses caminhos reservados aos pre-destinados mostrar aos sócios, sem que vissem e antes de iniciar, o projeto concluido. Na teoria da relatividade de Einsten seria “o chegar antes de sair”. Os sócios Geraldo Mariano Gunther, Serafim Paese, José Colombo, Waldemar E. Paese, , Ambrósio Paese, Ari Alcântara, Anevio Paese, José Colombo, Ernesto Paese, Pedro Harto Hermes e Werner da Silva porque acreditaram e seguiram firmes o seu valente lider, do início ao fim, muitos atuando no fronte, também merecem o respeitoso título de fundadores. Sem medo da malária, dos alagados, das serras de barro vermelho e grudento das serras da Tiririca e do Carrapato, viram chegar o ano de 1958 trazendo consigo a boa nova da conclusão do caminho que passou a permitir trânsito rodoviário regular e colocou Itapoá, em definitivo, no mapa do Brasil. Já na década de sessenta um novo nome se apresenta disposto a incrementar o progresso e mais adiante a certeza de seu desenvolvimento com bem-estar social, crescimento econômico, evolução Cultural e estabilidade política. Com um excelente suporte técnico e financeiro optou pela abertura de uma estrada pouco sinuosa e livre de morros e serras, todavia acrescida de inúmeros baixios que muito exigiram para serem vencidos. Em muitos locais a maquinaria se tornava ineficiente obrigando num primeiro momento a deposição dos troncos das árvores cortadas em sentido transversal a estrada para servir de base, ou seja, a estiva. Depois a colocação de trilhos de madeira por onde rodavam vagonetes levando material para esses trechos úmidos. Dessa forma, através da vontade de fazer de João Cornelsen Itapoá recebeu em 1970 um segundo acesso. Importante salientar que Dórico Paese e seus sócios, bem como João Cornelsen foram absorvidos pelo idealismo e de certa maneira esqueceram o resultado financeiro. Opinião Itapoá está por merecer um novo acesso que tenha seu término na área central, capaz de oferecer facilidades tanto para um lado quanto para outro, já que é uma “Cidade do Mar” com 32 quilômetros de extensão.
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Dórico no ano de 1956 no escritório da S.I.A.P. em Joinville. João Cornelsen junto ao trator em 1977.