Revista Giropop - Edição 81

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Editorial A edição de número 81 da Revista Giropop traz como temática principal um assunto que se tornou tão importante quanto as mudanças climáticas: o lixo no mar. A Associação Internacional de Resíduos Sólidos (Iswa, na sigla em inglês) fez um levantamento e estimou que 25 milhões de toneladas de resíduos são despejados nos oceanos por ano. E o pior: 80% desse volume é fruto da má gestão dos resíduos sólidos nas cidades. Por isso, abordamos essa questão dentro do município de Itapoá, que vem avançando cada vez mais no combate ao lixo no mar. Ainda nesta edição, falamos sobre esporte, cultura, sonhos, inclusão, empreendedorismo e sustentabilidade. Uma edição recheada de conteúdo para você ler neste mês de outubro!

Tem uma sugestão de pauta? Envie para a Giropop Você tem uma sugestão de pauta, super bacana, que é ‘‘a cara’’ da nossa revista? Conhece alguém ou algo aconteceu com você que daria uma ótima matéria? Então conte para a gente! A equipe selecionará as melhores sugestões e as transformará em reportagens. O tema é livre, lembrando que aqui só tem notícia boa! Para participar envie sua sugestão para: giropop@gmail.com WhatsApp 47 9 9934.0793

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EMPREENDEDOR DO MÊS

Hotel Costa Serena, conforto para sua família e seu pet Ana Beatriz Machado Pereira da Costa

“Um lugar tranquilo e aconchegante, onde, pela manhã, você pode ouvir o cantar dos pássaros e, à noite, as ondas do mar” – assim se apresenta o Hotel Costa Serena, um ambiente familiar, referência em hotelaria e pet friendly no município de Itapoá (SC). 47 9 9740-3226 47 3443-0872 Rua José Verginio Zanin, 907, Itapoá - SC Recepção 24 horas Somos Hotel Pet Friendly

E

m Joinville (SC), Jaqueline Justen trabalhava com administração, enquanto seu esposo, Marcelo Justen, trabalhava na área de vendas. O casal chegou a Itapoá há cinco anos para abraçar uma oportunidade de trabalho totalmente nova para ambos: administrar um hotel no município litorâneo. “Gostamos da ideia de trabalhar em um território diferente, mas tudo mudou com a chegada da nossa segunda filha. Somos pais da Eduarda (hoje, com oito anos de idade), e da Laura (hoje, com dois anos). Muito além de melhores condições financeiras, ao fixar residência em Itapoá, enxergamos a oportunidade de oferecer mais qualidade de vida, segurança e educação às nossas filhas”, recordam. Então, durante cinco anos, conheceram a realidade do município e estiveram à frente da administração de um hotel, o que possibilitou conhecimento sobre estratégias, público-alvo, atendimento e financeiro na área de hotelaria. Uma profissional da área de administração aliada a um profissional da área de vendas parecia a união perfeita, no entanto, Jaqueline e Marcelo lembram que, no início, passaram, sim, por muitas dificuldades, mas que cada desafio foi importante para alcançarem a excelência. Devido ao bom trabalho realizado no ramo de hotelaria, receberam propostas para administrarem hotéis em Itapoá e foi assim que, há mais de um ano, assumiram o Hotel Costa Serena – existente há mais de dez anos no município.

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Situado no Balneário Brasília, o principal atrativo do Costa Serena é a sua localização. O hotel fica a 150 metros da praia e a 500 metros da Terceira Pedra, um dos principais chamarizes turísticos da cidade, próximo a mercados, conveniências, farmácias, restaurantes, igrejas, rodoviária e da principal avenida da cidade. “Nossos quartos acomodam no máximo quatro pessoas e todos são suítes, com banheiro privativo, chuveiro elétrico, televisão, ar condicionado e frigobar”, diz Jaqueline. Já inclusos no valor da diária estão os serviços de estacionamento fechado e monitorado, rede Wi-Fi, recepção 24 horas, limpeza diária dos quartos e um delicioso café da manhã. Para garantir sua estadia durante feriados e alta temporada, os hóspedes devem realizar a reserva com antecedência (para consultar a política de reservas, acesse www.hotelcostaserena.com.br), mas, conforme Jaqueline, o hotel comporta demanda durante o ano todo. Ela explica: “Temos muitos hóspedes que vêm a Itapoá a trabalho durante a baixa temporada e, para este perfil de cliente, oferecemos promoções especiais”. Para garantir a volta dos hóspedes, o atendimento no Hotel Costa Serena é personalizado, por exemplo, no momento da reserva do quarto, é perguntado ao hóspede se possui intolerância a glúten ou lactose, para que o café da manhã esteja de acordo com suas restrições alimentares, entre outros cuidados que configuram um bom atendimento. Nas palavras de Jaqueline e Marcelo, “nossa intenção é que, aqui, os hóspedes sintam-se em casa e não tenham preocupações”.


Pet friendly Só quem tem um bichinho de estimação sabe como é difícil viajar e deixá-lo em casa. Jaqueline e Marcelo observaram que muitos hóspedes, ao viajar, tinham de garantir uma pessoa para ficar de olho no animal, por isso, recentemente, o Hotel Costa Serena adotou o selo pet friendly, ou seja, amigo dos animais. Esta expressão é utilizada para identificar lugares onde os animais são bem-vindos, onde podem permanecer. Para tanto, é necessário que o dono do bichinho esteja de acordo com algumas regras, tais como: apresentar o atestado de saúde ou carteira de vacinação do pet; circular pelo hotel somente com coleira, guia ou no colo; não danificar os móveis e a estrutura do hotel; permanecer no quarto junto ao dono (exceto no momento da limpeza do quarto), entre outras. Vale lembrar que são aceitos somente pets de pequeno e médio porte, ou seja, até 15 kg. A novidade no hotel vem trazendo bons resultados e alegrou os hóspedes amantes dos animais.

Confira o depoimento de alguns hóspedes do Hotel Costa Serena Serena tootel Costa h o de n o d e u trabalho Me hosp ido ao me v me se ,d s m e se e b que rece dos os m Ja e lo ce co Mar osos m vendedor. uito atenci m o sã e a ri g vou lá, já pre com ale re quando p m ua se s, e d uente a ág seus hóspe rem que esq re bem lime u q se m pergunta otel semp café da imarrão. H pro meu ch , camas confortáveis, so po e cheiro te, nota 10! len ce x e ã h an m

sentante orski, repre Márcio Jav ião da Vitória/PR. Un comercial,

Os quartos são todos suítes, com banheiro privativo, chuveiro elétrico, televisão, ar condicionado e frigobar. O café da manhã é especial e variado.

Em família “Sabemos que Itapoá ainda tem muito a se desenvolver, mas queremos crescer junto ao município e participar de sua história”, concluí Jaqueline. Profissionalismo, dedicação e respeito pelo próximo, seja ele quem for, movem o Hotel Costa Serena. Para o casal, bom relacionamento e bom atendimento são ‘a chave’ do negócio, o que o torna sólido e constante. Ao final do dia, o que deixa Jaqueline e Marcelo felizes e realizados é, depois de tanto tempo, poder conciliar a vida pessoal com a profissional, sem que uma anule a outra, e trabalhar em família, com suas filhas por perto e ao som das ondas do mar.

ente famiSerena, ambiO Marcelo ta os C el Hot r. to espetacula dos liar, atendimenespecias. Me hospedo toe 2 o pr sã m e se qu o Ja fic e a mihotel no qual os meses no os organizados e limpos, tort diárias. Qua casa e que recomendo a eio rias e pass nha segunda a trabalho, fé ar. dos que estão, pois sempre irão retornnho ri m ca re ta m es co i t al Pe a párecebem seu Inclusive eles o Chico um gato super sim . m re ed s hósp es além de te z as honras ao fa m bé m ta e tico qu

C ta, Blumenau/S Fernando Batis da MOBIL, Vendedor VORIN MICHELIN, LE

dia no hoexcelente esta Marcelo Tivemos uma e e o na. A Jaquelin deixaram à tel Costa Sere s no solícitos e foram bastante da manhã é delicioso e vafé artos super vontade. O ca impecável e qu ão que é za pe aç riado. Lim liz m falar na loca silenciosos. Se 0. ótima. Nota 1 Soares Vanessa Guth /MS de er V Campo Turista Rita Maria Pelissari Machado, copeira, Thiago de Castro Ayres Ribas, recepcionista e Maria Aparecida R. da Cunha Hoffmann,camareira.

Marcelo e Jaqueline com as filhas Eduarda e Laura. Revista Giropop | Setembro 2019 | 7


MEIO AMBIENTE

Itapoá avança no combate ao lixo no mar Ana Beatriz Machado Pereira da Costa

O lixo oceânico, ou seja, no mar, tornou-se uma pauta tão importante quanto as mudanças climáticas. Foi com essa premissa que a Associação Internacional de Resíduos Sólidos (Iswa, na sigla em inglês) fez um levantamento e estimou que 25 milhões de toneladas de resíduos são despejados nos oceanos por ano. E o pior: 80% desse volume é fruto da má gestão dos resíduos sólidos nas cidades. Dessa forma, a Prefeitura Municipal de Itapoá, através da Secretaria de Meio Ambiente aderiu à Campanha Mares Limpos, da ONU Meio Ambiente, firmando compromisso de promover ações de combate ao lixo no mar.

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termo “lixo no mar” pode ser caracterizado como todo o resíduo sólido de origem antrópica que, independentemente de sua origem, entra no ambiente marinho. Estima-se que 80% do lixo encontrado no mar tenha origem em atividades realizadas em áreas urbanas, enquanto 20% são originados em atividades realizadas no mar (transporte de cargas, pesca, plataformas marítimas, entre outras). A composição desse lixo se dá, principalmente, por plásticos, borrachas, metais, vidros, têxteis e papéis. Conforme Rodrigo Cechin, secretário de Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Itapoá, todo esse resíduo disposto de forma inadequada tem gerado muitos impactos na zona costeira, tanto para o turismo como para os ecossistemas costeiros e marinhos. Ele conta que este é um tema bastante complexo e requer uma abordagem sistêmica, visto que não é uma questão somente ambiental, mas, também, econômica, social, estética, cultural e de saúde pública. Portanto, exige ações intersetoriais e com grande engajamento da sociedade, principalmente quando se consideram os diferentes tipos de resíduos, classificados na Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS (Lei nº 12.305/10), que podem alcançar o mar. Ao final de 2017, a Secretaria de Meio Ambiente de Itapoá (SEMAI) inicia sua participação no Grupo Técnico de Educação Ambiental RH06, locus onde algumas discussões sobre a problemática da gestão inadequada de resíduos e o lixo no mar começaram a ser discutidas.

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Adesão à campanha Na busca por contatos, experiências de munícipios e pessoas envolvidas no tema, a SEMAI se deparou com o evento Regata Volvo OceanRace, realizado em Itajaí (SC), que tinha naquela edição a temática de sustentabilidade dos oceanos, com base nas discussões e campanhas da ONU (Organização das Nações Unidas) Meio Ambiente internacional. Neste evento foi realizado um Seminário Técnico-Científico intitulado “Futuro dos Oceanos – Combate ao Lixo no Mar”, no qual a SEMAI se fez presente e pôde dialogar com diferentes atores sociais da temática, que estavam envolvidos nas questões de gestão de resíduos sólidos, com foco no lixo no mar. Na ocasião Itajaí se tornou o primeiro município da América Latina a aderir à “Campanha Mares Limpos”, da ONU, assumindo compromisso institucional de promover ações para o combate ao lixo no mar.

Secretário de Meio Ambiente Rodrigo Cechin e o vice-prefeito de Itapoá Carlos Henrique P. Nóbrega com a camisa da campanha da ONU.


Nas palavras do vice-prefeito Carlos Henrique Nóbrega, “essa mobilização do litoral Norte catarinense é um diferencial na América Latina, mostrando o engajamento dos poderes executivos municipais na causa, visto que até o momento cerca de 14 municipalidades da região assumiram esse compromisso institucional no país”.

Essa mobilização do município sobre o lixo no mar foi um dos principais desencadeadores do lançamento da Campanha REAJA – Por uma Itapoá Melhor e mais Limpa, que visa alcançar resultados mais eficazes na gestão de resíduos no município por meio da sensibilização da população acerca da correta separação dos resíduos domésticos, reciclagem, logística reversa, consumo sustentável, economia circular, etc.

Reaja, veículos de coleta de lixo foram adesivados com o slogan da campanha.

O ex-secretário de Meio Ambiente de Itapoá, Ricardo Haponiuk, lembra que logo após este evento a Secretaria de Meio Ambiente de Itapoá contatou a ONU Meio Ambiente e o governo de Itajaí para trocar experiências buscando implementar uma política pública para atacar este problema em Itapoá. Felizmente, a jornada ganhou força e, em setembro de 2018, Itapoá assi-

nou o termo de adesão a Campanha Mares Limpos com a ONU Meio Ambiente, onde o poder executivo assumiu o compromisso de desenvolver ações efetivas de combate ao lixo no mar na cidade. Em seguida, São Francisco do Sul também assinou sua carta compromisso junto à ONU, e ações conjuntas começaram a ser desenvolvidas entre Itapoá e a Ilha de São Chico.

Segundo Taynara Pinheiro, diretora do Departamento de Gestão Ambiental da SEMAI, a ideia sempre foi tentar engajar outros municípios do entorno nas ações e discussões, uma vez que o lixo não entende a delimitação das fronteiras das cidades. Com isso, conseguiu-se mobilizar municípios da região da Associação dos Municípios da Foz do Rio Itajaí - AMFRI, onde iniciou-se o desenvolvimento de um Plano Regional de Combate ao Lixo no Mar. Vale ressaltar que todas as ações que dizem respeito à melhoria da gestão dos resíduos sólidos, ações de educação ambiental, incentivo, apoio e fomento às organizações de reciclagem, são debatidas nessa mobilização. Destaca-se, também, que o aumento na efetividade da coleta seletiva pode contribuir significativamente na redução do volume dos resíduos destinados para aterros sanitários. O município de Itapoá, por exemplo, destina seus resí-

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O município de Itapoá avança cada vez mais no combate ao lixo no mar, promovendo campanhas, ações, planos e mutirões de limpeza.

duos para um aterro sanitário distante aproximadamente 180 km, o que gera custos ainda maiores para os cofres públicos e, por isso, tem buscado maior sensibilização da comunidade em geral sobre o descarte correto dos resíduos, sobre a reciclagem e o seu potencial ambiental, econômico e social. Carlos Henrique enfatiza que “o lixo encaminhado para o aterro deveria ser composto apenas por rejeitos que não tem qualquer tipo de reaproveitamento, ou seja, todo o material que não pode ser reciclado ou reutilizado. Na verdade, é fundamental que o lixo seja segregado na fonte geradora em resíduo reciclável, rejeitos e fração orgânica, facilitando a

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destinação a instituições que tratam de cada tipo de material e, possibilitando a alimentação de compostagens também”, explica o vice-prefeito. Ricardo recorda que outro ponto importante neste tema é que, a partir do 2º semestre de 2018, Itapoá, através da ANAMMA (Associação Nacional de Municípios e Meio Ambiente) foi convidada a participar da Comissão Organizadora do 1º Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar, atuando ativamente das discussões técnicas que resultaram, em março de 2019, na publicação deste plano que traz 30 ações que orientam toda a sociedade sobre como agir no combate deste problema.

Outras ações desenvolvidas A partir do envolvimento direto do município de Itapoá muitas ações já foram realizadas, como, por exemplo, mutirões de praia envolvendo escolas e comunidade em geral. Carlos Henrique destaca a ação realizada pela Secretaria de Meio Ambiente em 2018, na praia de Itapema do Norte, a qual teve duração de aproximadamente uma hora e contou com uma média de 120 voluntários. Na ocasião, após a coleta, todo o lixo foi segregado e contabilizado e, então, o material coletado foi encaminhado para a Associação de Catadores de Itapoá que fez a pesagem dos resíduos por categoria. Como resultado


geral do mutirão, foram coletados mais de 250 kg de resíduos, totalizando 6.554 itens. O tipo de resíduo coletado em maior quantidade foi o plástico (2.799 itens) e em peso se destacou o vidro (52,5 kg). Em 2019, a SEMAI já realizou dois mutirões de limpeza de praia, somando 5.047 unidades de resíduos com peso de 308kg no total em dois trechos diferentes de praia. Além disso, em junho deste ano, uma ação integrada na Baía da Babitonga removeu 800 kg de resíduos das ilhas localizadas no interior da baía. Rodrigo lembra que neste mês de setembro, entre os dias 14 e 21, foi celebrada a Semana Mares Limpos e, também no dia 21, ocorreu o Dia Mundial da Limpeza – duas ações globais com objetivo de sensibilizar a população sobre toda a temática como também, remover, na medida do possível, resíduos que estão em locais inadequados, poluindo o meio ambiente e/ou a paisagem da nossa cidade. Em Itapoá, o evento do Dia Mundial da Limpeza aconteceu em 05 de outubro, sensibilizando toda a comunidade, desde as crianças, a cuidar e zelar por este espaço tão importante.

Considerando que, as “barreiras” da natureza são diferentes das nossas, os resíduos lançados em locais inapropriados, ainda que distantes do mar, podem ser carreados até os rios e estes, em determinado momento, chegarão até o mar. Fica evidente a necessidade de um esforço de toda a nação neste combate, incluindo aqui as cidades não litorâneas. Conforme Taynara, o problema do lixo no mar é de todo o país, ou melhor, do mundo, já que estamos cercados por grandes e importantes oceanos, o que reforça a necessidade do envolvimento de todos os cidadãos nas ações de sensibilização e combate ao lixo no mar. “Ações que reforcem o diálogo e sensibilização do tema são de extrema importância nessa jornada. Por isso, ações de limpeza de praia, que promovam a mobilização social tem sido uma eficiente forma de levar a mensagem à população.”, conclui.

Você sabia? Itapoá sem canudos de plástico Segundo a ONU8 milhões de toneladas de plástico são despejados nos mares todos os anos, traduzidos em US$ 8 bilhões em danos aos ecossistemas marinhos. Isso porque são consumidos por animais de todos os tamanhos, desde os microscópicos até as baleias. Você sabia que, através da Lei 881/2019, Itapoá proibiu o uso de canudos plásticos em restaurantes, bares, quiosques, ambulantes, hotéis e similares. Agora só se for biodegradável! Mas o melhor é nem usar, não é mesmo?

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GIROPOP NA ESCOLA

Projeto Îandé: consciência ambiental além dos muros da escola Îandé’, traduzido do tupi-guarani, significa ‘nós’. Idealizado pela professora Mauren Ferreira Lopes e pelos alunos do Ensino Médio, o projeto da Escola de Educação Básica Nereu Ramos é movido pela união de toda a comunidade escolar. Através da confecção e instalação de ‘bituqueiras’ de cigarro pela cidade e de outras ações sustentáveis, o Projeto Îandé atua por uma Itapoá mais verde.

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Mauren com seus alunos e com a professora Regina, ao fundo no muro, pintura feita por um aluno em homenagem ao Seu Zé, funcionário da escola que faleceu este ano e foi um grande parceiro no projeto. Ana Beatriz Machado Pereira da Costa

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e Paranaguá (PR), Mauren chegou ao município de Itapoá em 2014 e há cinco anos ministra aulas de História e Geografia na Escola Nereu Ramos. Apaixonada pela natureza e todas as suas formas de vida, a professora – que é pós-graduada em Questão Social e já participou de projetos educacionais e ambientais no litoral do Paraná – decidiu ir além. Certa vez, ao observar o entorno da

escola, a quantidade de lixo espalhado pelas ruas, calçadas e areia da praia lhe chamou a atenção. “Viver em uma cidade de praia é um privilégio e trabalhar ou estudar em uma escola situada à beira-mar é um privilégio maior ainda. Tenho muita gratidão pela vida e por Itapoá, com sua natureza tão generosa e abundante. E quando me deparei com aquela quantidade de lixo, senti que precisava fazer algo”, comenta Mauren. A questão foi levada para dentro da sala de aula, com as turmas do Ensino Médio da Escola Nereu Ramos. E,


assim, quando sobravam alguns minutinhos da aula, a professora e seus alunos passaram a realizar limpezas periódicas nas ruas, calçadas e na praia ao redor da escola. Em meio ao lixo recolhido, além dos canudos de plástico – encontrados em grande quantidade, uma grande vilã ambiental liderou o ranking e foi encontrada por toda parte: a ponta de cigarro, mais conhecida como bituca. As vilãs bitucas Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 10% dos brasileiros fumam, o que significa que temos uma população de cerca de 20 milhões de fumantes no país. Em comparação com os dados mundiais, o Brasil apresenta redução da população tabagista em decorrência das campanhas e proibições desde a década de 90. Entretanto, o número absoluto de tabagistas ainda é alarmante: 1,6 bilhões no mundo todo. De acordo com informações da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), essa enormidade de pessoas descarta cerca de 12,3 bilhões de bitucas de cigarro diariamente. Em pesquisa, os alunos do Ensino Médio constataram que, em relação aos outros tipos de lixo, a bituca de cigarro parece ser inofensiva quando lançada nas ruas, mas o estrago que esse pequeno objeto causa é muito maior do que muita gente imagina.

De acordo com relatório da NBC News, a bituca de cigarro polui mais o oceano que as sacolas e canudos de plástico. Para se ter uma ideia, o tempo de decomposição de uma bituca de cigarro descartada incorretamente pode chegar até cinco anos, especialmente se for jogada no asfalto. Sem contar o fato de que ela contém mais de 4,7 mil substâncias tóxicas, o que inibe o crescimento da vegetação, prejudica o solo, contamina rios e córregos.

E não para por aí: segundo informações do Portal do Governo de São Paulo, entre as estações secas, a bituca de cigarro é uma das principais causadoras de incêndios. Essas queimadas, provocadas pelo contato da bituca com a vegetação, provocam danos ambientais e ainda reduzem a segurança em locais próximos de pistas, por conta da fumaça que impede a visibilidade dos motoristas. Além disso, os pesquisadores encontraram resíduos de cigarro em cerca de 70% das aves marinhas e 30% das tartarugas marinhas. Com tantos dados e estudos em mãos, e com tantas bitucas espalhadas ao redor da escola, a professora Mauren e seus alunos tornaram a confeccionar ‘bituqueiras’ (artefatos para depositar as bitucas de cigarro, mantendo-as livre do contato com o meio ambiente) com garrafas pet. As bituqueiras foram posicionadas em pontos estratégicos, onde havia mais bitucas de cigarro espalhadas pelo chão e nos pontos de ônibus próximos da escola. E esta iniciativa do bem – de confeccionar bituqueiras com garrafas pet para evitar a poluição – passou a ser replicada pelos alunos em suas casas e comunidades, e também pelos comerciantes da região. Assim, disseminando consciência ambiental com uma atitude aparentemente simples, mas que impacta no todo, nasceu o Projeto Îandé, da Escola Nereu Ramos, idealizado pela professora Mauren e os alunos do Ensino Médio.

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O projeto As ações de limpeza de praia e confecção das bituqueiras acontecem desde 2014, mas o projeto ganhou força no ano de 2017, quando foi refinado, batizado e até ganhou um logotipo. ‘Îandé’, traduzido do tupi-guarani, significa ‘nós’. Conforme a professora, o nome simboliza o coletivo de alunos, professores, equipe pedagógica, pais, comerciantes e munícipes, e a ideia de que a união faz a força. Aos poucos, além da confecção e instalação das bituqueiras e das limpezas periódicas na praia e nas ruas, o projeto aderiu outras iniciativas sustentáveis. Também foram confeccionadas e instaladas lixeiras com galões de água de 20 litros, uma composteira para transformar o lixo orgânico da escola em adubo de qualidade, e uma horta orgânica dentro da escola. Ainda, os envolvidos no projeto plantaram árvores ao redor da escola e confeccionaram plaquinhas de identificação das espécies utilizando-se de materiais recicláveis. Hoje, até mesmo as folhas secas dos sombreiros da Escola Nereu Ramos têm uma finalidade: são usadas como adubo. Estudante do 3º ano do Ensino Médio, a aluna Carine Gorish da Silva, 18 anos de idade, foi a criadora do logotipo do projeto. Para ela, as ações de limpeza das praias, confecção e instalação das bituqueiras, compostagem, horta orgânica e arborização têm sido

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experiências valiosas. “Muitos de nós, adolescentes, nunca havíamos tido a experiência de colocar a mão na terra para plantar algo e colher para nos alimentarmos. E graças a esse projeto temos a oportunidade de repensar a nossa alimentação, o destino do lixo que produzimos, o destino do resto da nossa comida e de encontrar caminhos mais sustentáveis para essas práticas do dia a dia”, diz Carine. Dentre os alunos que abraçaram o projeto, também está Luan Gabriel Luckberg Ramos, de 17 anos de idade, aluno do 3º ano do Ensino Médio da Escola Nereu Ramos. Para ele, muitos não se dão conta ao jogar a ponta de cigarro no chão no cotidiano, mas a ação causa um grande impacto negativo quando praticada por todos. “Bitucas são fontes onipresentes de poluição. Durante a alta temporada, a quantidade de bitucas espalhadas nas ruas e nas praias, no mesmo lugar onde as crianças brincam, aumenta drasticamente. Na água, as bitucas são frequentemente confundidas com alimento pelos animais marinhos. Algumas pessoas parecem achar que já existem órgãos e empresas responsáveis para que nossa cidade seja limpa, ausentando-se do problema, mas a cidade e a natureza também precisam da nossa contribuição. Não custa nada guardar a bituca para jogar em um lugar adequado. Não é justo que o planeta inteiro pague pela falta de educação de alguns”, aponta Luan.

Os alunos do Ensino Médio da Escola Nereu Ramos abraçaram a causa. Nas imagens, os alunos confeccionando as plaquinhas de identificação das árvores e saindo para plantar as mudas.


Novas perspectivas

A grande preocupação da vez é dar destinação correta às bitucas de cigarro coletadas. “A cidade de Votorantim (SP) abriga a primeira usina de coleta e reciclagem de resíduos de cigarro do país. No processo de reciclagem, as bitucas são trituradas, submetidas à depuração dos componentes tóxicos e transformadas em massa celulósica. Esta, por sua vez, é utilizada na produção de papel reciclado. A tecnologia é 100% nacional e foi desenvolvida em parceria com a UnB (Universidade de Brasília). Além do papel, as bitucas e seus resíduos também podem ser processados e transformados em adubo (composto), que é misturado a sementes de grama e aplicado em encostas com erosão, sendo usa-

O projeto agora conta com o apoio institucional da Prefeitura Municipal de Itapoá, através da Secretaria de Meio Ambiente, somando às atividades realizadas dentro da Campanha “REAJA – Por uma Itapoá melhor e mais limpa!”.

do para a recuperação de solos”, comenta Mauren, que vem estudando tais possibilidades de descarte junto dos alunos. Como uma grande teia, o projeto vai ganhando força com a união de alunos, equipe pedagógica e toda a comunidade escolar. A segunda professora de turma da Escola Nereu Ramos, Regina Glória dos Santos Martins, foi quem procurou a Revista Giropop para divulgar o projeto do qual também participa. “O que a professora Mauren e seus alunos fazem é admirável, pois se trata uma ação ‘extramuros’, que ultrapassa os portões da escola, trabalha a empatia, cooperação, consciência ambiental, cidadania, saúde, inclusão social e o trabalho em grupo. Eu, enquanto professora, aprendi muitas coisas novas neste projeto, como plantar, por exemplo. Cuidar da natureza é uma missão para toda a vida, que engloba não somente a comunidade escolar, mas toda a sociedade. Sou muito feliz em fazer parte disso”, fala Regina. A professora e idealizadora do Projeto Îandé acredita na filosofia “seja a mudança que você quer ver no mundo”, de Mahatma Gandhi. O objetivo de toda a equipe é fazer da Nereu Ramos uma escola verde, ou seja, sustentável, e propagar essas ações em todas as escolas e, sucessivamente, em todas as comunidades de Itapoá. Para Mauren, o bom professor vai além dos conteúdos ministrados e tem função social, de cidadania e formação de caráter. Nas palavras da professora: “Todos temos um papel nessa teia da vida. Aprendo muito com meus alunos, pois nas rodas de conversa há sempre uma troca. E estarmos vivos é a oportunidade ideal para nos tornarmos seres melhores a cada dia.

Felizmente, as ações do Projeto Îandé têm mostrado resultados significativos. Nos pontos onde as bituqueiras foram instaladas, os alunos notaram que o número de bitucas jogadas nas ruas e na areia da praia diminuiu significativamente.

Deseja contribuir com doações de garrafas pet, de galões de água ou saber mais sobre o Projeto Îandé? Entre em contato com a professora Mauren, através do número 47 99225-9146.

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INCLUSÃO

Curso Libras em Ação promove a inclusão em Itapoá Ana Beatriz Machado Pereira da Costa

Em Itapoá (SC), um grupo de voluntários vem promovendo a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e mudando a realidade da comunidade surda no município. Hoje, o curso Libras em Ação é oferecido gratuitamente para todos aqueles que buscam um diferencial no trabalho, aprender uma nova língua ou, simplesmente, têm empatia e contribuem para um mundo mais inclusivo.

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udo começou através da amizade entre Karen Jackeline da Silva, Maria Fernanda da Silva Costa e Nelma Machado. Karen é mãe de Maria Fernanda, de 18 anos de idade, portadora de Síndrome de Down e surda profunda bilateral, ou seja, dos dois ouvidos. A comunicação com Maria Fernanda se dá através de Libras, a linguagem dos sinais. Ao longo da vida, sua mãe, Karen, já presenciou incontáveis

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Da esquerda para a direita: a aluna Maria Fernanda da Silva Costa, a professora e intérprete de Libras Nelma Machado, e Karen Jackeline da Silva (mãe de Maria Fernanda).

episódios de bullying e preconceito, mas é positiva: “gosto de falar só das coisas boas porque, felizmente, elas também existem”. Estimulada pela mãe, a jovem encontrou-se no tênis de mesa, e hoje é considerada a melhor paratleta de tênis de mesa do estado de Santa Catarina, tendo participado da Surdolimpíada pela Seleção Brasileira, na Turquia, e do programa ‘É de Casa’, da Rede Globo. No ano de 2018, mãe e filha deixa-

ram Balneário Camboriú (SC) e se mudaram para Itapoá (SC), para que a paratleta integrasse a ASEPI (Associação Esportiva e Paradesportiva de Itapoá). Chegando ao município, a jovem passou a estudar na Escola Municipal de Ensino Fundamental Ayrton Senna, onde Maria Fernanda e Karen conheceram Nelma Machado, professora, intérprete de Libras e referência para a comunidade surda em Itapoá. Karen, que foi educadora durante 28


anos, afirma: “a Maria Fernanda passou por muitas escolas, mas nunca vi uma escola tão receptiva e acolhedora como a Escola Ayrton Senna”. Ela conta que quando entrou na escola, a adolescente tornou-se mais feliz, amada, amorosa, familiarizada e independente. No ambiente escolar que estudou até o fim de 2018, Maria Fernanda criou muitos laços afetivos, especialmente com as colegas de classe e com a professora Nelma. Logo Nelma e Karen ultrapassaram a relação dos portões da escola e passaram a ser mais que professora e mãe de aluna, mas amigas. Nelma, ex-professora de Maria Fernanda, não economiza elogios a ela: “Foi uma aluna maravilhosa, exigente, independente, bem humorada, brincalhona e carinhosa. Costumo dizer que Maria Fernanda é uma caixinha de surpresas, pois a cada dia ela supera suas limitações. Tanto ela quanto sua mãe, Karen, são duas mulheres guerreiras e eternamente queridas por nossa escola. Sou muito feliz por crescer profissionalmente com elas”. Aprendendo Libras A Língua Brasileira dos Sinais foi reconhecida como a segunda língua oficial do Brasil e como meio legal de comunicação e expressão pela Lei nº. 10.436, em 24 de abril de 2002. Por se tratar de uma língua recente, é bastante volátil e se aprimora a cada dia, com novos substantivos, novos verbos e afins. Vale lembrar que a Libras é uma linguagem uni-

Turma do curso Libras em Ação reunida! Nas mãos, o sinal de “I Love You”.

camente brasileira, pois cada país tem a sua forma de se comunicar através dos sinais. Para ser melhor interpretada, a língua de sinais orienta todos os usuários e praticantes a utilizarem a expressão facial como recurso. “A expressão facial é extremamente importante para dar sentido aos sinais. Ela, além de fazer parte da formação do sinal, pode esclarecer ainda mais o que você pretende dizer à pessoa surda”, aconselha Nelma. Logo, é fundamental no ensino e aprendizado dessa língua que os intérpretes façam cara de bravo, triste ou feliz – de acordo

com a mensagem que desejam transmitir. Pela ausência da audição, uma pessoa surda é mais sensível quanto a outros sentidos. Por exemplo, durante a comunicação em Libras, o ouvinte deve evitar tocar no surdo sem antes ter um contato visual, pois ele pode se assustar ao ser tocado bruscamente. De acordo com Nelma, outro sentido essencial é praticar a comunicação olho no olho, pois quando você está interagindo com alguém que não escuta, se você olha para o lado, ele também vai olhar procurando por alguma coisa, pois todas as

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À esquerda, Maria Fernanda e sua amiga Isabelli. Juntas, as amigas se divertem, aprendem e ensinam Libras aos demais.

expressões significam algo. Por fim, Nelma aconselha: “Converse bastante em Libras e não se esqueça de estudar. Tenho a certeza que, no dia em que você encontrar uma pessoa surda no trabalho, no shopping ou na praia e conseguir comunicar-se com ela, o sorriso dela fará todo esforço valer a pena”. Libras em Ação Mais tarde, Maria Fernanda passou a estudar na Escola de Educação Básica Nereu Ramos. Em um ambiente totalmente novo, Karen e Nelma desejaram promover a Língua Brasileira de Sinais entre a comunidade escolar, ou seja, alunos, pais e professores. Então, criaram “Libras em Ação”, um curso gratuito para quem deseja aprender Libras em nível básico. Contudo, a iniciativa passou a chamar a atenção de pessoas além dos portões da escola. “Felizmente, muitas

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pessoas entendem que para aprender Libras não é necessário ter um surdo na família. As pessoas aprendem Libras porque um dia receberam um surdo em seu comércio e não conseguiram se comunicar com ele, aprendem porque um dia estudaram com um surdo, ou o viram na praia, ou simplesmente porque estão inseridos na sociedade e precisam se comunicar. É muito legal quando se colocam no lugar do outro”, comenta Karen. A ação começou na Escola Nereu Ramos, mas desde março deste ano de 2019 as aulas acontecem na Escola Ayrton Senna. A primeira turma foi um sucesso e, hoje, o curso Libras em Ação já está em sua terceira turma, com cerca de 30 alunos. O curso tem duração de dois meses, mas, conforme Karen e Nelma, algumas pessoas permanecem no curso desde sua primeira edição, afim de que pratiquem e aprendam cada vez

mais a Língua Brasileira de Sinais. Nas aulas, Maria Fernanda é peça fundamental para transmitir os sinais aos alunos. “Ela desempenha a função de uma professora, enquanto eu sou sua intérprete. Maria Fernanda é nossa joia rara, nossa parceira para tudo. Foi ela o elo entre mim e Karen e, hoje, ela é o elo entre nós e os alunos do Libras em Ação”, comenta a professora e intérprete de Libras Nelma. Já Karen afirma: “Com este curso, sinto que minha filha se sentiu mais valorizada, cresceu sua autoestima e confiança. Se mais pessoas souberem falar Libras em Itapoá, consequentemente, ela se sentirá mais parte dessa cidade. Isso me deixa muito emocionada, feliz e grata”. Cada aluno do curso tem sua história pessoal que o levou até o Libras em Ação. Incentivada por suas filhas, Ana Carolina Cunha Santos também abraçou


a causa. “Minhas filhas se interessaram porque conheceram a Maria Fernanda e se apaixonaram por ela, mas a barreira da comunicação impediu-as de conviver. E eu, particularmente, sempre me senti muito impotente quando encontrava alguém surdo e não podia conversar. Ficava imaginando como seria se algum dia eu precisasse dessa língua para me comunicar em uma emergência. Quando surgiu a oportunidade não pensei duas vezes em atender ao pedido das meninas e participar do curso junto delas”, comenta. Para Ana Carolina, aprender nunca é demais. “Devemos isso ao universo, deixar um mundo melhor e servir de exemplo aos nossos filhos. Aprender a língua dos sinais me mostrou um mundo que eu não conhecia, um mundo de silêncio, um mundo que precisa de nossas mãos. Aprendemos em casa a importância de tratarmos todas as pessoas de forma igual, mas como fazer isso sem saber se comunicar com essas pessoas? Por isso, é extremamente importante aprender ao menos o básico”, diz. Neuci Mormito Freire é pedagoga e decidiu participar do curso de Libras por considerar de extrema importância não somente para a carreira de professor, mas também enquanto ser humano. “Muito se fala sobre o ensino de língua portuguesa para surdos, porém, esquecemos que a Língua Brasileira de Sinais é a segunda língua oficial do Brasil, e é preciso que existam mais ações voltadas

Iniciar no curso de Libras é uma boa opção para destacar-se no mercado, aprender uma nova língua ou, simplesmente, ter empatia e poder se comunicar com a comunidade surda.

ao ensino de Libras para os ouvintes. É muito legal aprender uma língua nova, principalmente quando ela é uma forma de inclusão para as demais pessoas. Aprender Libras é como aprender qualquer outra língua: exige tempo e dedicação. Mas, o ponto positivo é que você pode se tornar bilíngue com o processo. A língua também traz agilidade para o seu raciocínio, diversificando a sua forma de pensar entre o modo verbal e o visual”, comenta Neuci. Para participar do curso Libras em Ação há apenas um requisito: ser humano, daqueles dotados de sensibilidade e

empatia. A iniciativa de Maria Fernanda, Karen e Nelma é um projeto social de grande valor para a sociedade e tem de ser valorizada. Em outras palavras, é um projeto movido por amor – ao trabalho, à comunidade surda e à vida. As aulas do curso Libras em Ação acontecem todas as terças-feiras, das 19h às 21h, na Escola Ayrton Senna, em Itapema do Norte. Para maiores informações, entre em contato com Karen através do número 47 99691-1914 ou com Nelma através do número 47 99999-7347.

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CULTURA

Alunos da rede pública participam de dança e teatro no contraturno escolar Ana Beatriz Machado Pereira da Costa

A Prefeitura de Itapoá, por meio da Secretaria de Educação, oferece atividades extracurriculares de dança e teatro com os alunos da rede municipal de ensino durante o contraturno escolar. Coordenado pela professora e coreógrafa Maireli Dittrich, o projeto iniciou em abril deste ano com alunos do 6º ao 9º ano e, desde então, já contabiliza 12 apresentações de espetáculos em Itapoá (SC) e outras cidades. Professora Maireli e seus alunos da dança e teatro fazendo o que mais gostam.

F

ormada em Educação Artística e Produção Cultural, com habilitação em Artes Cênicas, especialização em Práticas Pedagógicas e Mestrado em Administração, Maireli dança desde os 10 anos de idade. “Durante toda a minha vida, sempre estive envolvida com dança, teatro ou produções artísticas. Isso é o que eu amo e sei fazer”, diz. No município de Itapoá, Maireli desenvolveu e coordenou diversas apresentações artísticas entre alunos da rede pública, como, por exemplo, na Casa da Cultura e na Escola Nereu Ramos. Desde abril de 2019 ela atua como professora e coreógrafa das modalidades de teatro e dança de um projeto desenvolvido pela Prefeitura de Itapoá, por meio da Secretaria de Educação.

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As atividades extracurriculares de dança e teatro com os alunos da rede municipal de ensino acontecem no contraturno escolar e têm participação de jovens dos 6º aos 9º anos. O projeto está sendo implantado de forma gradativa e procura atender às necessidades e propostas da comunidade escolar. Além das aulas de dança, a professora e coreógrafa trabalha com dois grupos de apresentações de dança. O primeiro, com alunos de 12 a 15 anos e, o segundo, com alunos de 9 a 11 anos. O projeto conta com 12 coreografias, e tem em seu repertório coreográfico dois mini-espetáculos oficiais: Marmarejou, coreografias com músicas de artistas catarinenses em estilo de dança livre, e o Mix MJ, músicas do artista Michael Jackson, coreografadas em estilo jazz. Os dois grupos também integram a Fan-

farra Escolar como Corpo Coreográfico, no qual fazem evoluções com bandeirolas, bambolês e mãos livres. O projeto iniciou em abril, para as festividades do aniversário de 30 anos de emancipação de Itapoá e, desde então, já contabiliza 12 apresentações em Itapoá, Joinville (SC) e Curitiba (PR). Por sua vez, as aulas de teatro trabalham atuação e expressão corporal. O grupo está trabalhando com o teatro de sombras e o teatro musicado da obra O Rei Leão, que será apresentado aos munícipes em dezembro.

Alunos

O grupo de dança e teatro tem a participação de 70 alunos. “Com estes 70 alunos, realizo um trabalho bastante intenso, de rendimento e qualidade. Trabalho os princípios do jazz dance e da


dança moderna, com elementos da dança urbana, folclórica, entre outros”, explica Maireli. Dentre os alunos está Rafaela Rufino, de 13 anos de idade. Ela é aluna da Escola Ayrton Senna e iniciou no projeto de dança em abril, desfilando com as balizas para as festividades do aniversário de Itapoá. Rafaela, que já havia sido aluna da professora Maireli na escola, não pensou duas vezes em participar do projeto. “Dançar é uma experiência sensacional”, afirma a menina que sonha em participar de uma grande competição de dança. Já Naylla Vitória Mendes de Lima, tem 12 anos de idade e é aluna da Escola Frei Valentim. Ela participa das modalidades de dança e teatro, e se diz apaixonada pelas atividades. “Amo dançar e interpretar, isso me faz muito bem. Tenho o sonho de, um dia, também ser professora de dança”, comenta. A aluna Carolina Oss tem 9 anos de idade e estuda na Escola Claiton Almir Hermes. Ela foi aluna da professora Maireli na rede municipal de ensino, o que foi fundamental para que desejasse participar do projeto. “Ela [Maireli] é uma professora muito legal, e os colegas de dança também. Mas uma das coisas que eu mais gosto é a montagem das coreografias”, diz Carolina. Mas engana-se quem pensa que dança e teatro é “coisa de menina”. Rafael Mori Machado, de 13 anos de idade, estuda na Escola Euclides Emídio da Silva e foi o primeiro aluno menino do projeto de dança. Por sua influência, outros meninos passaram a dançar, também. Nas palavras de Rafael: “A dança é um tipo de arte, que ajuda a gente a se movimentar, a se expressar e se tornar um ser humano melhor. Todos, sejam meninas ou meninos, deviam experimentar dançar um dia”.

Nos dia 7 de outubro, a professora e os grupos de dança irão competir no evento Dança Catarina, promovido pela Federação Catarinense de Esportes, em Araquari (SC). Na ocasião, irão competir com grupos de dança das cidades catarinenses de Araquari, São Francisco do Sul, Jaraguá do Sul e Garuva. “Estamos muito ansiosos e nervosos, mas, também, muito felizes. É muito legal poder levar o nosso trabalho para fora de Itapoá”, comenta a bailarina Rafaela.

Quem pode participar

As aulas de teatro acontecem uma vez por semana, às quartas-feiras. Já as aulas de dança acontecem às terças e quintas-feiras. A sala de dança e teatro fica na Rua do Príncipe, 735, no bairro Itapema do Norte. Para participar do projeto, é necessário que o jovem tenha de 9 a 15 anos de idade, esteja estudando do 6º ao 9º ano da rede municipal de ensino, apresente bom comportamento e boas notas na escola. Cabe ressaltar que o transporte de ida e volta para as danças é de interesse e responsabilidade das famílias, enquanto o transporte das viagens a competições é custeado pela Prefeitura Municipal de Itapoá. Com agenda lotada durante o ano todo, o grupo de teatro e dança trabalha duro nos ensaios para encantar e emocionar o público. Quando não está ensaiando seus alunos, Maireli faz de tudo um pouco: trabalha ensaios extras, cuida da parte administrativa e até costura os figurinos quando sobra um tempo livre. Ela, que sonha em levar seus alunos para se apresentarem em um palco aberto do Festival de Dança de Joinville, se emociona ao falar do trabalho: “Amo trabalhar com dança e teatro. Essas crianças, isso aqui, é a minha vida. Não consigo nem quero me imaginar fazendo outra coisa”.

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ESPORTE

Modalidades esportivas para crianças, adolescentes e adultos Ana Beatriz Machado Pereira da Costa

Futebol, futsal, voleibol de quadra, voleibol de praia e atletismo são as modalidades oferecidas no projeto Escolinhas SEL (Secretaria de Esporte e Lazer), promovido pela Prefeitura Municipal de Itapoá. A inscrição é gratuita e contempla munícipes que desejam participar de equipes de rendimento e representar o município de Itapoá em competições.

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D

esde 2018 a Prefeitura Municipal de Itapoá, através da Secretaria de Esporte e Lazer, realiza o projeto de treinamento, oferecendo aulas gratuitas de futebol e futsal. Conforme a equipe da secretaria de Esporte e Lazer, aproximadamente 200 alunos participam ativamente do projeto, que tem por objetivo treinar equipes de rendimento para representar o município de Itapoá em jogos e competições. Recentemente, o projeto ganhou novas modalidades para melhor atender os munícipes, são elas: voleibol de quadra, voleibol de praia e atletismo (provas de saltos, arremessos e corridas). E o projeto já vem dando bons resultados: dois atletas de atletismo irão representar Itapoá no paradesporto, em Caçador (SC), no mês de outubro na competição PARALASC. As modalidades são abertas para crianças e adolescentes, exceto para a modalidade do voleibol de quadra, que contempla também as equipes Adulto Feminino e Terceira Idade misto. Dentre as crianças do projeto está Davi Faria Rodrigues, de 7 anos de idade. Por incentivo da família e gosto pelo futebol, iniciou dos treinos em abril deste ano. Seu pai, Guilherme Augusto Rodrigues, conta: “Praticar esporte é fundamental para o desenvolvimento da criança, pois além de ser benéfico para a saúde, ensina a socializar com os demais, fazer amizades, saber ganhar ou

perder, ter caráter e disciplina – valores que já ensinamos em casa, mas que o esporte ajuda a moldar”. Maicon da Silveira Júnior, de 11 anos de idade, é filho de Lilian do Rocio Garcia Silveira e também participa dos treinos de futebol. “Meu filho tem gostado muito dos treinos e eu estou sempre lhe dando incentivo. É muito importante que as crianças pratiquem um esporte, mas é ainda mais importante ainda que pratiquem algo que verdadeiramente gostem, e o Maicon gosta muito”, diz. Para a Secretaria de Esporte e Lazer, ter seleções municipais nestas modalidades é valorizar o esporte na cidade. Nas palavras do secretário: “Acreditamos que o futebol, o futsal, o voleibol e o atletismo devem ser incentivados e ofertados às crianças. Se elas não se tornarem atletas, ainda assim se tornarão pessoas melhores, motivadas e pensadoras”. O intuito do projeto é difundir, formar caráter e abrir novas portas para as crianças e adolescentes. Vagas limitadas O projeto Escolinhas SEL é gratuito e oferece vagas limitadas. A quem possa interessar, basta dirigir-se à Secretaria de Esporte e Lazer, próxima ao Campo Municipal de Itapema do Norte, e preencher uma ficha. Para maiores informações, ligue para 3443-6405 (Secretaria de Esporte e Lazer).


Horários

Cada modalidade acontece em dias, horários e locais diferentes. Observe as informações a seguir e inscreva sua filha ou seu filho na modalidade de sua preferência:

As aulas de futebol e futsão são a alegria dos jovens. Na foto, os alunos de futsal junto do professor Juliano Kleine.

•Futebol Professor: Juliano Kleine Idade: Meninos e meninas de 6 a 15 anos Dias e horários: Segundas e quartas-feiras, das 8h às 12h e das 13h30 às 17h. Local: Campo Municipal de Itapema do Norte •Futsal Professor: Juliano Kleine Idade: Meninos e meninas de 8 a 15 anos Dias e horários: Terças e quintas-feiras, das 8h às 12h e das 13h30 às 17h Local: Ginásio Municipal Ivo Zagonel (em frente à escola Frei valentim)

Treino de voleibal de areia e quadra com a professora Isabella Teixeira da Silva.

•Voleibol de quadra Professora: Isabella Teixeira da Silva Idade: Jovens e adultos a partir dos 12 anos

Dias e horários: sábados das 13h15 às 17h15 (as categorias estão em formação, desta forma serão fechados os horários após as turmas serem preenchidas) Local: Ginásio Municipal Ivo Zagonel (em frente à escola Frei valentim) •Voleibol de praia Professora: Isabella Teixeira da Silva Idade: Meninos e meninas de 12 a 116 anos Dias e horários: quartas e sextas-feiras, das 8h às 12h e das 13h30 às 17h; Local: Quadra da Praça do Balneário Rainha • Atletismo Professora: Isabella Teixeira da Silva Idade: Meninos e meninas de 12 a 16 anos Dias e horários: Terças e sextas-feiras, das 8h às 12h e das 14h30 às 17h Local: As terças no Campo Municipal de Itapema do Norte e as quintas no Campo Municipal de Itapoá.

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ADOTE UM ATLETA

Do tatame para os pódios Ana Beatriz Machado Pereira da Costa

Com apenas 15 anos de idade, Pedro Ferreira Zeni já possui resultados expressivos no esporte que mudou a sua vida, o jiu-jitsu. Comprometido e de nível técnico elevado, o jovem mira longe e busca apoio e patrocínio para manter-se nas competições e levar a bandeira de Itapoá (SC) para os pódios.

N

Pedro Ferreira Zeni, de Itapoá, tem 15 anos e é ouro no jiu-jitsu.

ascido em Curitiba (PR), Pedro é filho de Ketllin Zeni e Cassiano Pupo Zeni, ambos aficionados por esportes. Ketllin é corredora e treina musculação, enquanto Cassiano é apaixonado por ciclismo. “Os esportes em geral sempre estiveram presentes em nossas vidas e de nossos filhos. Assim como uma profissão ou uma atividade diária, acreditamos que o esporte é fundamental para uma pessoa”, diz Ketllin. Seguindo os passos dos pais, Pedro também sempre foi muito ativo. Ele praticou de tudo: capoeira, surf, futebol, voleibol, skate e até mesmo punhobol –

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esporte semelhante ao voleibol, jogado essencialmente com o punho fechado. “Quando morava em Curitiba, eu fazia de tudo um pouco, mas nunca cheguei a me apaixonar de verdade por um esporte”, recorda Pedro, que passou um período treinando em uma escolinha de futebol. No ano de 2013, o jovem mudou-se para o município de Itapoá. Sua mãe, Ketllin, lembra este período: “Em Curitiba, ele tinha muitos amigos e estava indo bem na escolinha de futebol e, aos 10 anos de idade, teve de mudar de cidade. Recém-chegado no município, estava um pouco frustrado e vivia uma fase sedentária. Então, quando vi um cartaz

Ao lado do mestre Ricardo Mattos, da Fusion Jiu-Jitsu Club.

na academia onde eu treinava apontando que abriria uma turma de jiu-jitsu, não pensei duas vezes em levá-lo”. A partir de então, Pedro passou a treinar jiu-jitsu na Academia DPJ, em Itapoá, com o instrutor Felipe Lasagno, representante do mestre Ricardo Mattos, da Fusion Jiu-Jitsu Club, de São Paulo. Diferente dos outros esportes que havia praticado até então, com o jiu-jitsu foi amor à primeira vista, ou melhor, amor ao primeiro treino. “Acho que me identifiquei com este esporte lá no início graças ao professor Felipe. Ele era muito apaixonado pelo esporte e transmitia isso aos seus alunos”, recorda Pedro.


Desde 2014, o jovem dedicou-se intensamente ao esporte que aprendeu a amar. “Descobri que o jiu-jitsu não é somente uma arte marcial, é um estilo de vida. Fortalece o corpo e a mente, o condicionamento físico, a disciplina e a autoestima de seus praticantes”, explica. Aos poucos, aprendeu novos golpes e novas técnicas, mas garante que a evolução no esporte é constante. Por influência de Pedro, seu pai, Cassiano, também descobriu o jiu-jitsu. Hoje, pai e filho treinam juntos no tatame. “É muito bom compartilhar o amor por este esporte com meu pai. Quando não estou muito animado para treinar, ele me motiva, e vice-versa”, diz. Resultados expressivos Logo em sua estreia em campeonatos de jiu-jitsu, Pedro alcançou bons resultados: uma medalha de ouro na 3ª etapa do Circuito Stance de 2018. Já neste ano de 2019, participou de algumas etapas do Circuito Stance, disputadas nas cidades de Blumenau, Itajaí e Camboriú, em Santa Catarina, e ganhou duas medalhas de ouro e uma de prata em sua categoria. Para alcançar resultados cada vez mais expressivos, tem rotina regrada, com alimentação balanceada, utilizando-se de suplementos alimentares, e treina normalmente uma vez ao dia – inclusive aos sábados, e duas vezes ao dia em época de competição. No entanto, a vida de atleta competidor inclui muitos gastos, com alimentação, transporte, hospedagem, preparo físico e inscrições. Por isso, o jovem busca apoiadores e patrocinadores que acreditem no poder transformador do esporte e queiram ter suas empresas divulgadas. Depois de passar pelas faixas branca, amarela, amarela com branco e amarela com preto, Pedro graduou com a faixa laranja. Ele, que iniciou treinando com a turma infantil, hoje treina com o time adulto na Fusion Jiu-Jitsu Club Itapoá, com o instrutor Fernando Nascimento. Nas palavras do instrutor Fernando: “Pedro é um aluno exemplar, assíduo e comprometido, sempre um dos primeiros a chegar ao tatame e o

Família do jiu-jitsu: Cassiano com os filhos João Nilo e Pedro.

último a sair. Nos treinos, ajuda tanto os menos graduados quanto os mais graduados, é como se fosse meu ‘braço direito’, pois confio muito nele. Ele tem como experiência o Stance, que é o maior circuito de jiu-jitsu do estado de Santa Catarina, e neste ano apresentou sua melhor performance. Considerando a sua idade, o Pedro apresenta maturidade no esporte, uma evolução técnica impressionante, disciplina e, o mais im-

portante de tudo, ama o que faz”. Para aqueles que desejam iniciar neste esporte, o jovem atleta aconselha: “É preciso praticar o jiu-jitsu mental, estabelecer metas, impor objetivos, nunca desistir até conseguir. No jiu-jitsu, persistência e comprometimento são fundamentais”. Por fim, Pedro agradece aos seus pais, a todos os seus colegas de treino, ao instrutor Felipe Lasagno, responsável por sua iniciação no jiu-jitsu, e ao instrutor Fernando Nascimento, que acompanha a sua evolução, aprimora a sua técnica e acredita no seu potencial. Os planos do atleta para o ano de 2020 inclui obter apoio para participar dos circuitos de jiu-jitsu dos estados do Paraná e de Santa Catarina. “Sacrifiquei muitas coisas pelo jiu-jitsu e não me arrependo, pois para alcançar um resultado é preciso sacrifício e foco. Com toda certeza, o jiu-jitsu transformou a minha vida para melhor”, diz. Com apenas 15 anos de idade e resultados expressivos, Pedro Ferreira Zeni mira longe, e sonha em tornar-se um faixa preta, participar de um campeonato brasileiro e de um mundial de jiu-jitsu. Para apoiar ou patrocinar o jovem atleta de jiu-jitsu, Pedro Ferreira Zeni, entre em contato através do número 47 99724-5398. Já para fazer uma aula experimental na Fusion Jiu-Jitsu Club Itapoá, a academia está situada na Rua 1670, número 106, no Balneário Itapoá.

Registro no lugar onde Pedro mais gosta de estar: o tatame.

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Planta de localização da Estrada do Meio.

V

ale lembrar que Noé planejou sua Arca muito antes da chuva começar. Portanto, cumpre-nos perscrutar o futuro e anteciparmo-nos no tempo, para quando lá chegarmos estarmos com o terreno nivelado, afim de que as ações a serem implementadas nas diferentes áreas de atividade se processem harmonicamente. Podemos até dizer que é uma coisa que ainda não é, mas a gente faz de conta que é, para ver o que seria se fosse. Isso tudo para lembrar que em razão das suas potencialidades, precisamos pensar a Itapoá de 2050. A começar pelos acessos. Atualmente conta com a pioneira Estrada da Serrinha ou Rodovia Dórico Paese, a Estrada Cornelsen e o Caminho do Encanto.A rodovia Dórico Paese em razão do intenso tráfego de caminhões e a expansão das 34 | Setembro 2019 | Revista Giropop

atividades portuárias, brevemente estará sendo usada somente para atender as demandas do Porto Itapoá. A realidade se avizinha rapidamente e então restarão para os moradores e turistas de Itapoá as estradas Cornelsen ou do “Sambaqui”, o Caminho do Encanto e as travessias marítimas via Joinville e São Francisco. Porém, os extensos 32 quilômetros de praias itapoaenses atraindo cada vez mais turistas e moradores, secundados pelos atrativos negociais do porto em razão do posicionamento estratégico, modernidade e agilidade farão com que, rapidamente, os acessos citados fiquem subdimencionados tolhendo a expansão econômica da localidade. Diante do quadro exposto e o tempo demandado entre o planejar e executar faz-se necessário agir. Nesse

sentido dois projetos merecem atenção especial: 1. Aeroporto. Já com local definido e área doada pela família Günther, junto ao estupendo projeto que desenvolvem, denominado Riviera Santa Maria. 2. Estrada do Meio. Com início na BR-417 (estrada Garuva/Guaratuba) entre as rodovias Dórico Paese e Cornelsen com uma extensão de 16,5 km em linha reta e terminando no Bairro Itapema do Norte. Planejada na década de 80 pelo topográfo Valter de Oliveira Mello, o popular Pistola, que também realizou o levantamento de campo. Além de traçada numa só reta, segundo o levantamento efetivado, demandaria pequenos serviços de nivelamento e apenas uma ponte. Outrossim, além de facilitar o tráfego, o seu término entre os extremos da praia trará facilidades de acesso para todos.




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