Editorial
FOTO DE CAPA: ALFABILE RICHARDsON sANTANA
A fotografia é a arte de conseguir expressar um momento único, que só pertence a um par de olhos – e a mais nenhum. Pois, cada um vê o mundo à sua maneira: uns mais coloridos, outros menos; uns alegres, outros tristes; alguns preocupados com problemas sociais, outros, em retratar as belezas de um lugar e um povo. Nesta edição, reunimos quatro diferentes fotógrafos que enaltecem as belezas de Itapoá (SC). Turistas ou moradores locais, formados na área ou autodidatas, todos têm algo em comum: usam a fotografia como caráter cultural e social, para sensibilizar, enaltecer e divulgar as maravilhas do município. Ainda nesta edição, além de conhecer aqueles que estão por trás de clicks apaixonantes de Itapoá, conheceremos a história de um jovem músico da cidade e, também, de um casal a passeio pela Europa. Sinta-se inspirado pela primeira edição da Revista Giropop de 2020! “Você não fotografa com sua máquina. Você fotografa com toda sua cultura.” (Sebastião Salgado)
Júlio Penteriche
Chaiana Müller
Cléber Frigo
Alfabile
Deseja anunciar sua empresa na internet, contratar um fotógrafo ou gerenciador de mídias sociais? Entre em contato com Júlio Penteriche através do número (47) 99138-1902.
Deseja agendar um ensaio, adquirir sua fotografia Fine Art ou acompanhar o trabalho de Chaiana Müller? siga a fotógrafa no Instagram: @ chaianammuller ou entre em contato através do WhatsApp (47) 99778-6609.
Cléber Frigo trabalha com vídeos e imagens aéreas com drones e equipamentos em solo. Para contratar ou acompanhar seu trabalho, curta a página “DroneLook”, no Facebook (facebook. com/dronelook) ou siga o perfil @drone_look, no Instagram.
Deseja contratar ou apreciar o trabalho do fotógrafo Alfabile? Então, o acompanhe nas redes sociais: Facebook – facebook. com/alfabilephotography Instagram – @alfabile
Tem uma sugestão de pauta? Envie para a Giropop Você tem uma sugestão de pauta, super bacana, que é ‘‘a cara’’ da nossa revista? Conhece alguém ou algo aconteceu com você que daria uma ótima matéria? Então conte para a gente! A equipe selecionará as melhores sugestões e as transformará em reportagens. O tema é livre, lembrando que aqui só tem notícia boa! Para participar envie sua sugestão para: giropop@gmail.com WhatsApp 47 9 9934.0793
4 | Fevereiro 2020 | Revista Giropop
UM OLHAR PARA ITAPOÁ | JULIO PENTERICHE
Itapoá ‘bombando’ nas redes Ana Beatriz Machado Pereira da Costa
N
ascido e criado em Londrina (PR), Júlio e sua família visitam Itapoá desde meados dos anos 80. Ele narra o dia em que a família conheceu o município litorâneo: “Estava uma tempestade e a única entrada para a cidade estava alagada. Para irmos do lugar onde é hoje o posto da Polícia Rodoviária Estadual de Coroados, em Guaratuba (PR), até a Rua 1710, em Itapoá, levamos em torno de seis horas. Por conta da precariedade das ruas e da condição do tempo, o carro andava e morria o tempo todo. Chegando à Rua 1710, onde mais tarde minha mãe construiria uma pousada, havia apenas uma moradora, que vivia à luz de velas, pois não havia energia elétrica”. Apesar dos contratempos daquele dia, a família Penteriche se apaixonou pelas belezas naturais e decidiu investir no local. Júlio, que vivia em Londrina, onde tocava uma videolocadora, mudou-se para Itapoá, de fato, no ano 2000, para ajudar na pousada e a administrar os imóveis da família. “Sempre sonhei em ter uma vida mais simples e viver perto da praia, e Itapoá me oportunizou isso”, fala. Durante seu primeiro ano em terras itapoaenses, atuou como guarda-vidas e trabalhou
6 | Fevereiro 2020 | Revista Giropop
Um click estonteante da praia de Itapoá (SC); uma informação em tempo real; aquela notícia diária sobre o clima, o trânsito nas rodovias ou a segurança; a divulgação e cobertura de um evento; um anúncio de imóveis ou uma indicação de um bom restaurante. Ele está online 24 horas e presta trabalhos para milhares de internautas diariamente. Ele é Júlio Penteriche, fotógrafo e responsável pelas mídias sociais dos jornais Tribuna de Itapoá e Itapoá Notícias, e o maior divulgador do município nas plataformas digitais. no conhecido Rancho da Tia Cida. No ano seguinte, ajudou a tocar o bar Kojak, na Barra do Saí – point de eventos e campeonatos de surf da época. A partir de então, Júlio passou a se dedicar exclusivamente à locação de apartamentos e formou-se em Administração. Em busca de atrair turistas e veranistas para Itapoá, notava um recorrente problema: “Muitas pessoas nunca tinham sequer ouvido falar em Itapoá. E foi aí, na tentativa de conseguir inquilinos, que comecei a fotografar as belezas do município e postar na internet”. A cada paisagem, um flash Naquele tempo, a rede social que atraía milhares de internautas era o Orkut – foi lá que Júlio Penteriche passou a divulgar a cidade litorânea ao Nordeste de Santa Catarina que poucos ouviam falar. “Comecei fotografando as praias de forma bem amadora, com um celular. Na época, as câmeras dos celulares não tinham a qualidade de hoje. Mas, ainda assim, as fotos tinham um bom alcance entre moradores, turistas e veranistas”, recorda. Aos poucos, Júlio tornou a ficar conhecido pelos seus clicks. O Sol nascendo no mar, um dia de arco-íris, os pássaros sobrevoando a praia, um fim de tarde risonho, uma noite de
Lua cheia – a natureza exuberante de Itapoá virou marca registrada de seus registros fotográficos. O hábito de fotografar Itapoá e compartilhar os registros na internet virou rotina. Com um público fiel na internet, espectadores de diferentes regiões do Brasil passaram a ansiar pelas fotos de Itapoá. “Comecei a receber mensagens diariamente pedindo fotos do dia, de como estava o tempo, e até mensagens de pessoas relatando sua história de amor com Itapoá. Até os dias de hoje é assim”, conta Júlio. Seja para matar a saudade daquela praia que marcou um momento especial, para apreciar a beleza da natureza ou para atrair novos visitantes a Itapoá, as fotos de Júlio Penteriche fizeram e ainda fazem história na internet. Itapoá nas redes Com o avanço da tecnologia, as mídias sociais também evoluíram, dando espaço para o Facebook, onde Júlio criou, em 2012, a página “Praia de Itapoá SC” (facebook.com/ praiadeitapoasc), com enfoque turístico. A página no Facebook, que tem por objetivo compartilhar clicks autorais e de colaboradores das paisagens de Itapoá, possui atualmente
quase 80 mil curtidas e postagens de até um milhão de visualizações. Mais tarde, a “Praia de Itapoá” ganhou um perfil no Instagram (@ praia_de_itapoa), que reúne atualmente quase 15 mil seguidores. Em 2018, Júlio foi convidado pelo jornalista Thiago Gusso a integrar a equipe dos jornais Tribuna de Itapoá (digital) e Itapoá Notícias (impresso). Nos veículos, atua como fotógrafo, é responsável pelas mídias sociais e por captar informações no meio virtual. “Os jornais contribuíram muito para minha carreira em Itapoá, da mesma forma em que pude contribuir com meu conhecimento com o público e a fotografia. O Thiago é um grande profissional e amigo, é muito bom trabalhar ao seu lado”, comenta. Além da “Praia de Itapoá SC”, Júlio Penteriche também é autor de outras páginas de sucesso no Facebook, como: “Itapoá Notícias” (facebook.com/jornalitapoanoticias) e “Tribuna de Itapoá” (facebook.com/tribunadeitapoa); “Itapoá Guia” (facebook.com/itapoaguia), criada para divulgar empresas e serviços da cidade; “Itapoá SC – Fotos e Vídeos” (facebook.com/itapoafotosevideos); “Conexão Itapoá” (facebook.com/conexaoitapoa), com informação geral de tudo o que acontece em Itapoá; e “Itapoá 24hrs” (facebook.com/
itapoa24hrs), com notícias policiais de Itapoá e região. Somadas, as páginas administradas por Júlio Penteriche contabilizam mais de 145 mil internautas. Ainda, o fotógrafo presta serviço de gerenciamento de mídias sociais para empresas locais. E o trabalho não para por aí! No WhatsApp, Júlio administra e alimenta cerca de 50 grupos – grupos para informar e divulgar reportagens dos jornais; grupos de classificados, voltados a locações e divulgações de imóveis na região; grupos de plantão para a temporada, a fim de informar sobre o trânsito nas rodovias; grupos para trocar notícias instantâneas e informações policiais; grupos de bate-papo e troca de fotos e vídeos, entre outros. Sempre em combate contra as inverdades na internet, o trabalho de Júlio requer, antes de tudo, checar as fontes da notícia, para somente depois compartilhar aos internautas. Por isso, está em contato frequentemente com a Prefeitura Municipal de Itapoá, o Corpo de Bombeiros Militar de Itapoá, a Polícia Civil e Militar de Itapoá, o Pronto-atendimento 24 horas, etc. Em suas palavras, “conciliar isso tudo é uma doação diária e uma responsabilidade muito grande, mas vale a pena pelo carinho que sinto por este lugar”.
Por amor Todos os dias, a história se repete: Júlio acorda antes dos primeiros raios de Sol, prepara seu equipamento e caminha até a praia, em busca do click perfeito. Em seguida, checa grupo por grupo, página por página. Posta, responde, anuncia, produz, edita e divulga. Autodidata, através de tutoriais na internet, Júlio vem aprimorando seu trabalho e ganhando intimidade com seu equipamento. “Minhas fotos não são profissionais, meu equipamento não é profissional e nunca fiz curso de Fotografia. No entanto, minhas fotos sensibilizam, tocam, encantam e atraem e, a mim, é isso que importa: entregar um trabalho com propósito”, fala. Não raramente Júlio recebe relatos de pessoas que conheceram Itapoá através de suas fotos, e hoje vivem e investem na cidade. Volta e meia, algum internauta vai até ele para agradecer pessoalmente a pessoa que está por trás daqueles belos registros fotográficos que mudaram sua vida. Por fim, Júlio Penteriche conclui: “Amo o que faço. Essa praia é minha paixão. Sou honrado em fazer parte do crescimento e da história desse município. Desejo que a cidade cresça e se desenvolva com consciência, e que as pessoas sintam cada vez mais orgulho ao dizer ‘eu amo Itapoá’”.
Revista Giropop | Fevereiro 2020 | 7
UM OLHAR PARA ITAPOÁ | chaiana monique müller
Itapoá em arte e pelas lentes de uma itapoaense Ana Beatriz Machado Pereira da Costa
Um surfista a caminho do mar, o nascer do Sol, o vai-e-vem das ondas e a dança das nuvens no céu itapoaense são cenas que enchem os olhos (e o cartão de memória) de Chaiana Monique Müller (25). Fotógrafa, surfista e caiçara de Itapoá (SC), Chaiana produz fotografias Fine Art, um trabalho autoral pautado nas suas experiências pessoais e inquietações. Seu desejo é provocar diferentes sensações aos espectadores e enaltecer a beleza de Itapoá.
8 | Fevereiro 2020 | Revista Giropop
C
haiana nasceu em Canoinhas (SC), mas mudou-se para Itapoá com a família quando tinha apenas dois anos de idade. Foi no município litorâneo ao Nordeste de Santa Catarina que cresceu, viveu bons momentos e, aos 15 anos, descobriu uma de suas grandes paixões: o surf. “Na época, era uma menina bagunceira, e o surf me ajudou a ser mais atenta e consciente, a me alimentar melhor, dormir melhor e dar valor às pequenas coisas da vida”, conta. Foi na Terceira Pedra, em Itapoá, que aprendeu a surfar – e é lá que con-
tinua sendo seu pico favorito. Em 2011, aos 17 anos, Chaiana, ao invés de cursar uma faculdade, optou por fazer um intercâmbio e, aos 18, embarcou para Austrália – uma das experiências mais transformadoras de sua vida. “Fui sozinha, na cara e na coragem. Vivi um intercâmbio de sete meses na Austrália, onde pude aprender uma nova cultura”, conta. De volta ao Brasil, morou em Curitiba (PR), onde realizou um curso técnico e formou-se em Turismo no ano de 2013. Com saudade da vida simples e da brisa do mar, retornou a Itapoá e chegou a morar durante certo tempo na
Ilha do Mel (PR). Já em 2017, sentiu que precisava aprender algo novo. “Costumo dizer que não escolhi a fotografia, a fotografia me escolheu. Acredito que todos nós temos um dom, uma missão. Quando encontrei a fotografia, encontrei minha essência”, conta. Era uma quarta-feira de cinzas quando Chaiana juntou suas economias e partiu para Florianópolis (SC) com o objetivo de cursar Fotografia. “Foi tudo muito rápido e intenso. Aluguei um quarto em Floripa e na segunda-feira já estava em sala de aula estudando”, recorda.
Revista Giropop | Fevereiro 2020 | 9
O curso Quando se matriculou em Fotografia, Chaiana imaginou que seria um curso relativamente fácil, mas surpreendeu-se: “a fotografia é desafiadora, cheia de aprendizados, erros e acertos, e ao mesmo tempo apaixonante”. No curso, estudou fotografia de moda, publicidade, fotojornalismo, entre outros. Realizou um estágio na Prefeitura Municipal de Florianópolis, na área de fotojornalismo, o que oportunizou a ela grandes aprendizados e conhecer profissionais renomados do ramo. “Dentre as pessoas especiais que conheci, está Cristiano Andujar, fotógrafo, formado em Jornalismo e um excelente profissional. Aprendi muito com ele e tive muita sorte em tê-lo como mentor”, acrescenta Chaiana, que durante os estudos também trabalhou ao lado de lendas do surf, como Jacqueline Silva e Teco Padaratz. Enfim, em 2019 formou-se em Fotografia pela UNIVALI de Florianópolis. “Para mim, a fotografia é uma forma de emprestar meu olhar a outras pessoas, com o propósito de entregar aquilo que nem elas sabiam que existia. Acho que os artistas fazem isso, encontram respostas para perguntas que nem sabíamos que existia”, comenta. De volta às raízes Com facilidade para adaptar-se de uma cena para outra, Chaiana já fotografou casamentos, trabalhou com fotografia social, fotografia publicitária e fotojornalismo. “Estou sempre me adaptando ao ambiente em que estou, aos equipamentos que tenho em mãos
10 | Fevereiro 2020 2019 | Revista Giropop
e procuro sempre captar o melhor daquilo que sinto”, diz. De volta a Itapoá, ela diz: “Itapoá sempre foi meu quintal de casa! Sou caiçara, adoro andar com os pés descalços até a praia, reencontrar amigos de infância, acordar cedinho para ver as ondas ou como está o tempo. Itapoá nos proporciona simplicidade e isso é muito bonito”. Inspirada pela cidade onde cresceu, Chaiana passou a fotografar as belezas de Itapoá e o lifestyle de surfistas da cidade. “Meu desejo é compartilhar mais que fotografias turísticas, mas, também, provocar diferentes sensações no espectador. Tem tanta gente que ama Itapoá, então por que não devolver esse amor à altura?”, fala a fotógrafa, que gosta de capturar o balanço do mar e as paisagens ao redor. Para ela, fotografar em Itapoá tem lá suas peculiaridades: a calmaria, simplicidade, quietude, as tonalidades, a beleza das ondas em um dia flat ou de swell, itapoaenses sorrindo, andando de bike cedinho pela praia – todas as pequenas coisas se tornam cenas. “Espero que as pessoas se sintam tocadas por este lugar e que, ao verem uma de minhas fotografias, sintam-se mais próximas da praia. Ou, ainda, desejo despertar o olhar de quem não conhece este pedacinho de paraíso”, diz. A fotógrafa que é caiçara de Itapoá confessa que se entristece quando pessoas desvalorizam o potencial da cidade. “Itapoá é uma cidade nova, está engatinhando e deve ser olhada com mais carinho pelos políticos, turistas, veranistas e também moradores.
São poucas as cidades do Brasil onde as belezas naturais ainda são preservadas e as crianças podem brincar na rua sem medo. É preciso dar valor a isso”, afirma. A arte de fotografar Nas palavras de Chaiana, “fotografia é técnica, mas também é repertório visual”. Viajar, surfar, ficar por dentro do mundo da moda e lifestyle, ouvir músicas, assistir vídeos e acompanhar o trabalho de outros fotógrafos são meios que a fotógrafa utiliza para ampliar seu repertório. Na fotografia, ela tem como referências os fotógrafos Annie Leibovitz (foi fotógrafa da revista Rolling Stone e depois migrou para a fotografia de moda), Cristiano Andujar (fotógrafo esportivo), Ana Catarina (fotógrafa de surf), Roberta Borges (fotógrafa, primeira campeã brasileira de surf e uma das pioneiras do esporte no país) e Diórgenes Pandini (fotojornalista e amigo). O trabalho de Chaiana Müller é resultado de vivências, referências, atenção e uma eterna busca. “O feedback que tenho dos espectadores é que meus registros trazem paz, e isso é muito legal, porque em Itapoá vivo uma rotina de paz”, comenta. Fine art Depois de muitos estudos e clicks, a artista adotou a fotografia Fine Art – uma prática da fotografia mais pautada nas experiências pessoais do autor, refletindo seus desejos, experiências e inquietações em um tom fantasioso e criativo. Em busca de um trabalho mais autoral, Chaiana vem experimentando este universo da fotografia como fina arte e imprimindo suas fotografias na impressão Fine Art – um processo de impressão extremamente espe-
quantidade de pássaros voando em bandos. É como se o tempo parasse quando finda a tarde só para vê-los passando...”, conta. Os quadros em Fine Art da fotógrafa são feitos por encomenda e a moldura é a gosto do espectador. O trabalho de Chaiana Müller é para todos aqueles que amam Itapoá, desde o jovem surfista até a senhorinha que deseja ter um registro do mar na parede da sua sala de estar. cializado dentro dos critérios que garantem preservação, fidelidade e permanência exigidos por museus, galerias e colecionadores. O material utilizado nas impressões é o mesmo que artistas usam em pinturas. São papéis com texturas, que podem ser algodão ou alfa celulose, e as tintas são feitas de pigmentos naturais, o que permite um aspecto de pintura para a foto. “Produzir a arte física, os quadros, tem sido apaixonante. Escolhi a dedo os papéis para impressão e as molduras das fotos, sempre mantendo a qualidade que a Fine Arte entrega. Optei por um papel específico não somente pelo efeito de pintura que dá à foto, mas também pela durabilidade, já que alguns deles chegam a durar até 200 anos, uma vez que não desbotam. E este é o interessante da fotografia Fine Art: ela entrega as melhores cores, as melhores luzes e os melhores contrastes – uma qualidade que seria impossível com impressoras simples e papel fotográfico comum”, explica a artista. Recentemente, Chaiana Müller lançou a série “Nuvens Dançando no Céu de Itapoá” – três fotografias emolduradas que captam a beleza do céu de dezembro em Itapoá. “Escolhi este nome porque enquanto o mar estava mexido para os surfistas, o céu estava enfeitado de nuvens, e me chamou a atenção a
Faça o coração vibrar Dia após dia, Chaiana acorda cedo para ver o mar, e fica em dúvida se leva a prancha de surf ou a câmera fotográfica: “acabo levando a câmera, já que a luz da manhã é minha favorita, e o surf tem ficado para mais tarde”. A profissional também produz outros tipos de trabalho, como fotografia de produto, fotografia empresarial, ensaios individuais e de casais, aniversários, entre outros, mas está mergulhando e se apaixonando cada vez pelo universo da fotografia Fine Art. “Tenho a pretensão de entregar à cidade de Itapoá muito mais que quadros, mas uma experiência em cores e sensações, que sensibilize todos os apaixonados pela cidade”, fala. Às pessoas que estão iniciando na fotografia e se inspiram em seu trabalho, Chaiana diz: “Pratique, pratique e pratique! Parafraseando o fotógrafo Sebastião Salgado, ‘você não fotografa com sua máquina; você fotografa com toda sua cultura’”. Por fim, a fotógrafa e artista conclui: “Desejo que todos encontrem aquilo que faz seu coração vibrar, assim como a fotografia é para mim. Que possamos fazer de Itapoá um lugar cada vez mais colorido, criativo, cercado de boas ideias e mais encontros como esse”.
Revista Giropop | Fevereiro 2020 | 11
UM OLHAR PARA ITAPOÁ | cleberson de almeida frigo
O paraíso visto de cima
Ana Beatriz Machado Pereira da Costa
Cleberson de Almeida Frigo, mais conhecido por Cleber Frigo (35), não é nascido tampouco criado em Itapoá. Mais que frequentar e desfrutar das belezas naturais do litoral, este turista perpetua e eterniza tais belezas. Fotógrafo e cinegrafista na empresa DroneLook, a condição de cadeirante não impede Cleber Frigo de trabalhar duro e produzir belíssimas imagens aéreas da praia de Itapoá – cidade que tanto ama. “Produzir essas imagens é uma forma de agradecer e deixar um legado. É como se me tornasse parte da história deste lugar tão belo”, diz.
12 | Fevereiro 2020 | Revista Giropop
N
atural de Arapongas, norte do Paraná, atualmente Cleber vive em Coronel Vivida, sudoeste do estado. Recordando o início da sua carreira, conta que sempre fora aficionado por paisagens e pores do Sol: “Ambos são únicos, estão em constante mudança em frações de segundos”. Fascinado pela natureza, passou a registrar paisagens com fotografias e vídeos, usando um drone simples, de brinquedo. “Comecei por hobby, não aspirava por destaque ou me colocar no mercado de fotografia e imagens aéreas. De forma natural, surgiram trabalhos em diversas áreas, desde eventos esportivos até marketing e propaganda, cobertura de desfiles e eventos militares em parceria com o Exército Brasileiro, o qual sempre me deu oportunidades incríveis de acompanhar e registrar belas imagens”, comenta. Depois de um acidente dentro do meio militar, o qual sempre teve e tem paixão, Cleber sofreu uma lesão medular na coluna e ficou paraplégico. “Pude encontrar na fotografia e nos drones uma forma de sair e ultrapassar limites. É claro que des-
de então foi uma adaptação, mas hoje em dia com os drones podemos ir onde queremos e isso nos dá uma nova percepção de ver um lugar ou cenário”, diz. Em 2015, cursou Fotografia no SENAC e, de lá para cá, aperfeiçoou e profissionalizou seu trabalho. Registrando Itapoá Ao final de 2001, Cleber conheceu o município de Itapoá e se apaixonou pelo local. “Naquele tempo, não tinha a noção de que a cidade se desenvolveria tão rápido, mas as belezas naturais sempre estiveram aqui e ainda são preservadas”, conta. Uma vez que já trabalha com imagens aéreas no interior do Paraná, na sua empresa, a DroneLook, Cleber pôde ver, registrar e mostrar ainda mais a beleza de Itapoá. Ele recorda: “Pensei que seria legal ter imagens diferentes, com areia e mar, por outros ângulos. Passeando por toda a praia, a região das Três Pedras foi o que mais me chamou a atenção. No horizonte, seja em direção ao mar ou a terra, sempre há algo peculiar, como o verde das algas ou da mata, a areia ou o sol refletivo,
e o azul do mar ou do céu”. A princípio, as imagens de Itapoá eram produzidas para portfólio e por prazer, mas à medida que foram divulgadas na internet, ganharam visualizações e elogios dos espectadores. “Itapoá, por si só, já é linda, mas vista de outro ângulo é ainda mais. Tive vários acessos de moradores, empresários e turistas que gostaram tanto da cidade quanto das imagens que fiz”, conta Cleber, que chegou a produzir imagens aéreas específicas para empresas locais. Com base em sua experiência de vida e bagagem profissional, ele tem, por natureza, a curiosidade em tentar ver tudo de um novo ângulo, ou seja, apresentar um olhar diferente às pessoas. Para ele, apresentar esse olhar ao público itapoaense é uma honra: “Gosto muito de Itapoá e venho para cá quase todo verão ou sempre que surge uma oportunidade de trabalho. Enquanto cadeirante, vejo muitos aspectos positivos na cidade, como a acessibilidade das praias e das ruas principais, além da receptividade dos moradores, o bom atendimento nos comércios, a limpeza das praias e das ruas, a balneabilidade
do mar, entre outros. Produzindo essas imagens, sinto como se estivesse contribuindo para o lugar. É como se eu me tornasse parte da história de Itapoá”. Perpetuando memórias Como a tecnologia dos drones é ainda recente, Cleber aprende diariamente, seja praticando, na internet, com o trabalho de colegas de outros países da Europa e América do Norte, ou através das comunidades de operadores de drones. Para ele, registrar uma imagem aérea é perpetuar um lugar ou eternizar uma memória. “Representa um legado, uma história a ser contada para as próximas gerações. A produção de imagens segue aquele velho ditado que diz que ‘uma imagem vale mais do que mil palavras’, e pode alcançar a todos, seja no campo online ou off-line”, acrescenta. Atualmente, Cleber Frigo, da DroneLook, produz imagens empresariais voltadas a propagandas online e institucionais – mas sempre sobra aquele tempinho para uma foto mais artística de alguma paisagem. Para ele, tudo na vida é questão de adaptação e prática. “As pessoas costu-
mam se surpreender por eu ser cadeirante e ativo, e ainda mais por trabalhar na produção de fotos e vídeos. A mensagem que quero deixar é que não é porque estou na condição de cadeirante que devo desistir, muito pelo contrário. Todos nós temos coragem e força de vontade, é só buscarmos dentro de nós”, diz Cleber, uma inspiração para a fotografia e para a vida. Apesar de não nascer ou morar em Itapoá, é exemplo positivo de um turista que frequenta as praias itapoaenses com respeito e admiração, eternizando suas belezas naturais e contemplando os apaixonados por Itapoá com imagens de tirar o fôlego. Nas palavras do profissional: “Agradeço à equipe da Revista Giropop por acompanhar meu trabalho e abrir este espaço. Fico lisonjeado e imensamente feliz em poder fazer parte deste trabalho, que é um legado para Itapoá. É uma satisfação poder registrar e compartilhar com vocês as belezas deste município, vistas por outro ângulo. Vocês, itapoaenses, com toda a certeza, vivem em um pedacinho do paraíso. Às vezes só precisamos parar e observar”.
Revista Giropop | Fevereiro 2020 | 13
UM OLHAR PARA ITAPOÁ | alfabile richardson santana
A paisagem em arte fotográfica Ana Beatriz Machado Pereira da Costa
Para Alfabile Richardson Santana (33), fotógrafo especializado em fotografia artística de paisagens, a fotografia é uma boa terapia e poderosa ferramenta social. O fotógrafo, que aprendeu a dominar as técnicas de forma autodidata, já teve seu trabalho publico em alguns dos maiores veículos de comunicação da área, como National Geographic e Landscape Photography. Turista de Itapoá e apaixonado pelo local, Alfabile coleciona e eterniza belíssimos momentos deste município litorâneo.
14 | Fevereiro 2020 2019 | Revista Giropop
Revista Giropop | Fevereiro 2020 | 15
A
lfabile nasceu em Balneário Camboriú (SC), mas vive no município de Itajaí (SC). Através de um amigo de infância, descobriu que desde criança já demonstrava interesse por paisagens em fotografia. Ele recorda: “Comecei a fazer fotos com meu primeiro celular com câmera fotográfica, e era algo que me fazia muito bem, além de prender totalmente minha atenção e curiosidade. Com o tempo, as pessoas começaram a perceber um olhar diferenciado em minhas fotografias e foram me incentivando a me aperfeiçoar e me dedicar”. E assim ele o fez. De forma autodidata, através de vídeos na internet, aprendeu mais sobre regras e técnicas, e foi evoluindo seu olhar fotográfico. Certa vez, trocou seu celular por uma câmera profissional e duas lentes. Alfabile que, naquele tempo, trabalhava na área de logística em uma multinacional, se dedicou intensamente, treinou e aprendeu a operar o equipamento fotográfico. Assim, nasceu sua identidade visual e foi se percebendo fotógrafo. Desde sempre, soube que amava fotografar paisagens e que este seria seu nicho. “Minha fotografia é autoral, onde tenho total liberdade em pós-processar a imagem até eu acreditar que esteja agradável ao meu olhar e, posteriormente, aos olhares das demais pessoas”, comenta Alfabile, que tem como maior inspiração na fotografia de paisagens o fotógrafo australiano Peter Lik. Sempre em busca de novos estilos, técnicas e formas de transformar seu trabalho, o profissional também é apaixonado por viagens. Em suas andanças pelos territórios nacionais ou internacionais, amplia seu
16 | Fevereiro 2020 | Revista Giropop
portfólio de imagens, sua cultura e enriquece suas fotografias. Nas palavras de Alfabile: “Minhas fotografias sempre ajudam a atrair turistas e curiosos para os lugares que eu fotografo. Muitas pessoas se utilizam dessas fotos para escolher seus destinos turísticos. Por isso, sinto a responsabilidade de mostrar o melhor de cada local, aquilo que muitas pessoas muitas vezes nem dão mais importância”. Em terras itapoaenses Há oito anos, o fotógrafo visita Itapoá durante as férias de verão. “Conheci o município porque minha cunhada tem casa em Itapoá há muitos anos. A casa fica próxima à Terceira Pedra e, coincidentemente ou não, essa é a região que mais gosto de fotografar. Acho essa pedra muito linda e cheia de possibilidades”, diz. Alfabile também trabalha com decoração de ambientes, criando quadros Fine Art. As imagens produzidas por ele de Itapoá fazem parte de seu portfólio, podendo ser comercializadas para projetos gráficos ou no formato de quadros. Ao eternizar a natureza exuberante da cidade através das lentes, o profissional sente-se parte do local. “Itapoá tem uma beleza praiana muito única e me enche de inspiração por toda sua formação de praia, céu e mar”, fala o fotógrafo. De Itajaí para o mundo Atualmente, Albabile tem uma coluna de fotografia diária no Jornal Diarinho, um dos jornais mais populares do litoral centro-norte de Santa Catarina, e no Jornal dos Bairros, de Itajaí. Suas obras decoram e dão vida a inúmeros estabelecimentos, como Hilton Garden
Inn, na Praia Brava de Itajaí, Hotel Mercure, em Itajaí e Navegantes, entre outros. Seus clicks também ultrapassaram as fronteiras do Brasil e conquistaram os maiores veículos de comunicação da área. As revistas National Geographic, Landscape Photography e Fotografe Melhor foram alguns dos veículos que já publicaram trabalhos do fotógrafo. “Fotografia é vida. Quando estou fotografando, me sinto vivo, energizado, realizado e completo. Fotografia é uma boa terapia e poderosa ferramenta social – tanto para o fotógrafo quanto para o espectador. Durante todos estes anos de experiência, recebi feedbacks incríveis de pessoas que estavam passando por momentos de depressão ou tristeza e, ao olhar alguma fotografia minha, foram comunicadas por algo que as tirou momentaneamente dessa estado de tristeza. Esse é o poder da fotografia”, conta. Aos aspirantes a futuros colegas de profissão, Alfabile aconselha: “É muito importante filtrar o que ouvi, pois muitas pessoas, especialmente no início da carreira, tentam nos desmotivar por diversos motivos. É preciso acreditar, de verdade, no amor pela fotografia e lutar para conseguir seu espaço ao Sol. Nada na vida é fácil, mas quando fazemos algo que amamos nossa vida se torna incrível”. Por fim, o fotógrafo Alfabile expressa sua gratidão à cidade de Itapoá, que lhe oferta com belezas mil: “Agradeço também a seus moradores, que sempre foram simpáticos comigo e meu trabalho. Gratidão a toda a equipe da revista Giropop pela oportunidade de falar e apresentar ainda mais meu amor pela fotografia”.
Revista Giropop | Fevereiro 2020| 17
POR AÍ
De rolê por Londres, Paris e Roma Ana Beatriz Machado Pereira da Costa
22 | Fevereiro 2020 | Revista Giropop
Viajar sempre foi um dos verbos favoritos de Paula Eduarda Flores Bucci e Marcos Vinícius Bucci, de Itapoá (SC). Recentemente, o casal realizou o sonho da sua primeira viagem internacional: 24 dias de viagem, passando por três destinos cobiçados da Europa.
Da esquerda para a direita: Paula e Marcos Vinícius em frente à London Eye, na Tower Bridge e na praça Trafalgar Square — pontos turísticos de Londres.
J
untos há cinco anos, Paula e Marcos Vinícius sempre gostaram de ‘colocar o pé na estrada’. Eles contam que adoram visitar as praias do estado de Santa Catarina, como Guarda do Embaú, Florianópolis e Bombinhas, e explorar destinos paradisíacos do território nacional, como Jericoacoara e Fortaleza, no Ceará, e Natal, no Rio Grande do Norte. Realizar uma viagem internacional era um antigo desejo do casal, que fora encorajado por familiares de Marcos Vinícius, que vivem em Londres, capital da Inglaterra e do
Reino Unido. “Há cerca de dois anos estes familiares vieram ao Brasil e nos incentivaram muito. Tiramos algumas dúvidas, nos empolgamos e, então, foi plantada a sementinha”, recorda Paula. Além de Londres, eles também sonhavam em conhecer Roma, na Itália, e Paris, na França. Então, uma prima de Marcos Vinícius que conhecia cada um destes destinos, auxiliou o casal no roteiro. Foram quatro meses de ansiedade, pesquisas e planejamento para o que seria a primeira viagem internacional de Paula e Marcos Vinícius: 24 dias passando por três países da Europa.
Os destinos O casal embarcou em setembro de 2019, deixando o Brasil com destino a Londres, na Inglaterra, onde passaram duas semanas hospedados na casa de uma familiar. Em seguida, partiram para Roma, onde conheceram as maravilhas da Itália em três dias. Retornaram a Londres, e depois passaram dois dias em Paris, na França. Por fim, Paula e Marcos Vinícius voltaram a Londres, onde permaneceram até o fim da viagem, em outubro de 2019. Com 2,8 milhões de habitantes, Roma é a capital da Itália e também a maior cidade italiana. Com uma das melhores “marcas”
Revista Giropop | Fevereiro 2020 | 23
O casal desfrutando das maravilhas de Paris. Da esquerda para a direita: no Museu do Louvre, em frente à Torre Eiffel e na Basílica do Sagrado Coração.
da Europa, tanto em reputação quanto em patrimônio, o seu centro histórico é classificado pela UNESCO como Patrimônio Mundial. Lá, Paula e Marcos Vinícius conheceram lugares inesquecíveis, como: o Vaticano – atual sede mundial da Igreja Católica, onde reside o Papa e a Santa Sé; o Coliseu – maior e mais famoso símbolo do Império Romano, construído em 72 d.C., quando atuava como um enorme anfiteatro reservado para combates entre gladiadores; e a Fonte de Trevi, a maior e mais ambiciosa construção de fontes barrocas da Itália. “O legal de Roma é que a cidade tem monumentos, museus e fontes
24 | Fevereiro 2020 | Revista Giropop
por todo o canto, em algumas fontes as pessoas até podem pegar água para beber. Além de lindo, é um lugar muito rico em história, foi uma super experiência”, contam. Já em Paris, conheceram a famosa Torre Eiffel, uma torre treliça de ferro do século XIX localizada no Champ de Mars, a qual se tornou um ícone mundial da França e o monumento pago mais visitado do mundo. “A torre é incrível. É possível subir ao seu topo e ver Paris inteira lá de cima”, conta Paula. Ainda em viagem pela capital da França, visitaram o Museu do Louvre – maior museu de arte do mundo, o Arco do
Triunfo e outras paradas obrigatórias na cidade de Paris. “Assim como Roma, Paris é muito preparada para a quantidade de turistas que recebe diariamente. Só é preciso ficar atento porque lá acontecem muitos roubos de ‘bater carteira’. Como em todo o lugar do mundo, ter cuidado é sempre bom”, recomendam. Contudo, a grande paixão de Paula e Marcos Vinícius foi Londres, capital da Inglaterra e uma importante cidade global, sendo um dos maiores, mais importantes e influentes centros financeiros do mundo. Lá, visitaram pontos turísticos que atraem milhares de pessoas diariamente, como: o
Esq. para dir.: Marcos Vinícius passeando pelo Arco de Constantino, o Vaticano visto de cima e Paula em frente à Fontana di Trevi — pontos turísticos de Roma, na Itália.
Big Ben – o relógio mais famoso e símbolo de Londres; a London Eye – uma roda-gigante de observação e um dos pontos turísticos mais disputados da cidade; a Tower Bridge, uma ponte-báscula conhecida como uma das pontes mais famosas do mundo, que é de grande importância para o tráfego londrino; e o Palácio de Buckingham, a residência oficial da Família Real Britânica em Londres. “A Inglaterra é surreal. É um país antigo, mas ao mesmo tempo moderno. Tudo funciona. A educação das pessoas é impecável. Sempre que chegávamos a algum lugar, dizíamos que não falávamos inglês
muito bem, então os atendentes eram muito pacientes e nos ajudavam. Lá, os preços são justos e todos podem ter a mesma coisa, não existe desigualdade. Você não sabe quem é rico ou pobre, pois todos podem ter uma roupa boa ou se alimentar bem. Com certeza, nos apaixonados por Londres e temos a pretensão de, um dia, voltarmos para lá”, contam. A experiência Mário Quintana escreveu que “viajar é tirar a roupa da alma”. E, depois de 24 dias longe de casa, em diferentes países, conhecendo diferentes culturas, sabo-
reando coisas diferentes e conhecendo pessoas diferentes, Paula e Marcos Vinícius já não são mais os mesmos. Por fim, declaram: “No começo, estávamos apreensivos, mas depois nos ‘jogamos de cabeça’ e foi uma experiência muito incrível. A viagem nos fez sair da nossa zona de conforto e refletir sobre coisas que nem sabíamos que existiam. Ver uma vida diferente da nossa, conhecer novas culturas, passar por situações que fogem ao nosso controle, descobrir, explorar e aprender a respeitar o novo nos uniu ainda mais enquanto casal e nos enriqueceu como seres humanos”.
Revista Giropop | Fevereiro 2020 | 25
INFORMATIVO
Itapoá Saneamento compartilha dicas de economia de água Com a chegada da temporada de verão e as altas temperaturas, o consumo de água aumenta significativamente. Contudo, é preciso ficar atento para que o uso dos recursos hídricos não se transforme em desperdício. De acordo com dados do Atlas de Saneamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o consumo per capita de água no Brasil é de 320 litros por dia. No verão, chega a saltar para 450 litros – volume três vezes superior aos 150 litros indicados pela Organização das Nações Unidas (ONU). Consumo consciente Apesar das melhorias operacionais realizadas pela Itapoá Saneamento, com investimentos de mais de R$ 15 milhões que representam um incremento de 35% no volume de água tratada distribuída na cidade, a orientação da concessionária é que os clientes não abusem do recurso. A água das piscinas, por exemplo, não precisa ser renovada diariamente. De acordo com a gerente operacional da concessionária, Julie Campbell, para limpeza e eliminação dos odores da água das piscinas infláveis, o ideal é usar cloro, que pode ser encontrado em casas especializadas. Outra alternativa, mais simples e prática, é adicionar uma colher de água sanitária a cada mil litros. O procedimento não purifica a água, mas evita a proliferação de bactérias. Banhos de mangueira ou demorados também são vilões do meio ambiente. Um banho de 15 minutos, por exemplo, con36 | Fevereiro 26 Dezembro 2020 2019||Revista RevistaGiropop Giropop
some cerca de 80 litros de água. A recomendação é que o tempo seja reduzido para cinco minutos, o que representa uma economia de 60 litros. Confira outras dicas úteis para contribuir com a preservação desse importante recurso da natureza: * Não jogue papel higiênico, absorventes, cigarros ou outro tipo de lixo no vaso. O acionamento da descarga consome em média de 6 a 10 litros de água; * Junte bastante roupa suja antes de ligar a máquina ou usar o tanque. Não lave uma peça por vez. Caso use lavadora de roupa, procure utilizá-la cheia e ligá-la no máximo duas vezes por semana; * Se as roupas são lavadas no tanque, deixe de molho e use a mesma água para esfregar e ensaboar. Use água nova apenas no enxague. E você ainda pode aproveitar essa última água para lavar o
População pode cooperar com uso racional de água, adotando atitudes simples para evitar o desperdício.
quintal, a garagem, a calçada ou a própria área de serviço; * No tanque, com a torneira aberta por 15 minutos, o gasto pode chegar a 280 litros. Já a lavadora de roupa com capacidade para cinco quilos consome 135 litros; * Antes de lavar a louça, tire o excesso de sujeira de pratos e panelas com uma toalha de papel ou deixe as panelas mais sujas de molho por um tempo com água e sabão; * Feche a torneira enquanto ensaboa a louça e enxague tudo de uma vez, assim, você economiza até 20 litros de água; * Deixe frutas e verduras em água com um pouco de vinagre por alguns minutos antes de lavar – a economia chega a 10 litros; * Utilize sabão ou detergente biodegradável, que, por se decompor mais facilmente, não polui os rios; * Feche bem a torneira. Torneiras que pingam podem desperdiçar entre 30 e 200 litros de água por dia. Sobre a Itapoá Saneamento Por meio de concessão plena com validade de 30 anos, a Itapoá Saneamento assumiu os serviços de tratamento e distribuição de água e esgotamento sanitário no município de Itapoá em outubro de 2012. A concessionária atende a 18 mil pessoas e atua para universalizar o acesso da população aos serviços de saneamento. É controlada pela EBS e, desde 2017, pela Iguá Saneamento, companhia que está presente em 37 municípios brasileiros e que alcança 7,1 milhões de pessoas com o compromisso de ser a melhor empresa de saneamento para o Brasil.
Revista Giropop | Dezembro 2019 | 37
MÚSICO
Entre acordes e batucadas Ana Beatriz Machado Pereira da Costa
Para um menino de apenas 12 anos de idade, Francisco Machado Pereira Costa Oliveira, de Itapoá (SC), detém um expressivo currículo musical. Ele, que cresceu em meio aos instrumentos percussivos de seu pai, realiza aulas de violão na Escola de Música Tocando em Frente, participa da Orquestra Sua Majestade o Violão, é integrante da banda Djong’s Roots, foi um dos selecionados para estudar no Coree Music Institute e, recentemente, conquistou uma vaga na orquestra infanto-juvenil do Instituto.
F
rancisco é filho de Patrícia Machado Pereira, pedagoga e psicopedagoga, e Francisco Eduardo Costa Oliveira, mais conhecido como Baiano, portuário e músico. Por influência de Patrícia, cresceu ao som de grandes artistas da Música
28 | Fevereiro 2020 | Revista Giropop
Francisco Machado Pereira Costa Oliveira tem apenas 12 anos e já é sucesso na música em Itapoá.
Popular Brasileira, já de Baiano, ‘herdou’ o apreço pelo gênero musical reggae. Desde muito cedo Francisco teve contato com instrumentos de seu pai, que é percussionista. Diferente da maioria das crianças, em muitos dos registros fotográficos de sua primeira infância, ao invés de estar cercado de brinquedos, está cercado de instrumentos percussivos, como bongô, atabaque e pandeiro. Seus pais ainda contam que, quando tinha cerca de 4 anos de idade, Francisco pegava um violão de brinquedo, tocava e cantava dizendo ser o “Mómemali” (Bob Marley). Observando o interesse e a facilidade do pequeno Francisco com os instrumentos, Patrícia e Baiano fizeram o combinado de que ele começaria a fazer aulas de música quando estivesse alfabetizado, para que pudesse ler as notas musicais das partituras. O primeiro instrumento a ser dominado por ele foi o bongô, que aprendeu de maneira autodidata, apenas observando seu pai durante as apresentações pelas noites itapoaenses. Aos 7 anos de idade, Francisco ganhou seu primeiro violão e apaixonou-se pelo instrumento. Aprendeu as primeiras dedilhadas sozinho, até que aos 9 anos ingressou no coral Sementes do Amanhã e nas aulas particulares de violão da Escola de Música Tocando em
Frente, com o professor Helmuth Kirinus. O tempo passou e Francisco deu continuidade nas aulas particulares de violão, tendo conquistado uma vaga no teste seletivo da Orquestra Sua Majestade o Violão, uma orquestra de violonistas de Itapoá idealizada pela Escola de Música Tocando em Frente, que tem por objetivo a formação musical continuada e democratização de acesso à cultura. Com a Orquestra Sua Majestade o Violão, Francisco apresentou-se em eventos do município de Itapoá e outras cidades, como Joinville (SC) e Curitiba (PR). A experiência de quatro anos como capoeirista na Associação de Capoeira Lenço de Seda, com o professor Primo Angola, também contribuiu para sua formação musical, uma vez que na capoeira aprendeu a dominar certos instrumentos, como atabaque, pandeiro e berimbau. Ainda, Francisco passou a fazer participações especiais nas apresentações da Djong’s Roots, banda de reggae, MPB, hip hop e samba rock, composta pelos músicos Diogo Silva, Baiano Roots (seu pai), Daniel Melo, Dérico Berté e Rodrigo. “Adoro tocar em público, como nas apresentações da orquestra ou com a Djong’s Roots, e gosto de assistir a outros músicos tocando, também”, diz Francisco. No início de 2019, foi um dos oito itapoaenses aprovados para integrar o Coree Music Institute (Instituto Core de Música), de Joinville (SC), que atua na formação de jovens talentos para o desenvolvimento de orquestras de excelência. No Instituto, Francisco é bolsista e estuda percussão erudita, tendo acesso a diferentes instrumentos, como tímpano, bumbo, xilofone,
Desde pequeno, teve contato com instrumentos percussivos por influência de seu pai, que é percussionista.
Mais tarde, ingressou na Orquestra Sua Majestade o Violão, idealizada pela Escola de Música Tocando em Frente.
Revista Giropop | Fevereiro 2020| 29
vibrafone, marimba, prato, entre outros. Conforme Helmuth Kirinus, professor de violão na Escola de Música Tocando em Frente, o jovem vem aprimorando cada vez mais suas habilidades na música. Em suas palavras: “O Francisco, além de uma musicalidade que desenvolveu na base familiar, tem uma história com os outros fundamentos da música, como a leitura rítmica e melódica que teve início no coral Sementes do Amanhã, e deu continuidade nas aulas particulares de violão. Acredito que esse conjunto fez com que ele conquistasse uma vaga no teste seletivo da Orquestra Sua Majestade o Violão e no Instituto Core, onde segue desenvolvendo seu aprimoramento. Ele também é muito criativo e assimila facilmente as sugestões técnicas do instrumento, no caso do violão”.
Com o primo João Alexandre, seu parceiro musical. À esquerda, Francisco e João na primeira apresentação da Saint Groove, e à direita, durante uma apresentação da orquestra de violões.
O papel da família Além das aulas de violão e de percussão, na vida pessoal, Francisco adora tocar música ao lado de seus primos, que também seguem no caminho da música. “Meu primo Ícaro toca violão e é compositor, meu primo Thomas compõe versos e tem um grupo de rap, e meu primo João Alexandre toca violão e partici-
30 | Fevereiro 2020 | Revista Giropop
pa também da Orquestra Sua Majestade o Violão. Por isso, os encontros em família são sempre divertidos e musicais”, conta Francisco. Junto do primo João Alexandre, com quem compartilha afinidades musicais, criou o projeto instrumental “Saint Groove” – em que os dois primos tocam no violão músicas de reggae, MPB, rock, blues e samba. “A Saint Groove começou com uma brincadeira entre primos, nos encontros em família. Mas realizamos nossa primeira apresentação e as pessoas gostaram bastante”, diz. Para um garoto de apenas 12 anos de idade, em fase de descobertas, transições e formação de caráter, é normal que Francisco seja eclético e tenha lá suas fases. Ele, que já gostou muito ora de reggae, ora de MPB, ora de rock, ora de funk, ora de samba, gosta também de música eletrônica e sonha em, um dia, poder manusear um toca-discos e um mixer como um DJ. Mas afirma: “Gosto de todo tipo de música. Vou do samba de Benito di Paula à música eletrônica de Alok em um minuto”. Em qualquer projeto na infância e adolescência, o apoio da família é fundamental. Conforme sua mãe, Patrícia, que
é também educadora: “O papel dos familiares neste processo é ficar atento às habilidades e aptidões de cada criança. Algumas têm habilidades para os esportes, outras para as artes, outras para a escrita, outras para as exatas, outras para a música, e por aí vai. Quando observamos que o que Francisco gosta e sabe fazer é música, nós o apoiamos, o estimulamos e o incentivamos o máximo possível para este caminho. É normal que nessa idade os jovens não tenham o comprometimento, a maturidade e o interesse que almejamos o tempo todo, por isso o estímulo da família é tão importante”. Já para o pai, Baiano, ver o filho seguindo seus passos na música é sinônimo de orgulho e emoção: “Muitos pais têm esse desejo de que os filhos se pareçam com eles, sigam seus passos na profissão, nas atividades ou na vida, mas com o Francisco foi algo natural. Acredito mesmo que ele, assim como eu, tem o dom da música, com ouvido apurado, facilidade em manusear os instrumentos e principalmente amor pela música. Mas sempre ensinamos a ele, que a vocação é importante, mas o estudo, também. Somente assim ele será um músico de sucesso, como seus ídolos”, comenta. Dentro de casa, Francisco – que hoje toca violão, atabaque, pandeiro, cobel, meia-lua, bongô, cajón, ukulelê, entre outros tantos instrumentos – já tem seu primeiro fã-clube: seu pai Baiano, sua mãe Patrícia e sua irmã Ana Beatriz (quem vos escreve). Nas palavras do menino de 12 anos, “sou apaixonado pela música e gostaria de deixar um agradecimento
aos meus professores, Mutti, da Orquestra Sua Majestade o Violão, e Bruno, do Coree Music Institute, por me ensinarem e fazerem parte da minha formação enquanto músico”. Recentemente, ao final de 2019, o jovem participou de um processo seletivo para ingressar na orquestra infanto-juvenil do Coree Music Institute, sendo aprovado como o mais novo integrante da orquestra do grupo de percussão erudita. Se Francisco seguir por estes acordes e estas batucadas, ainda ouviremos muito o seu nome nos palcos da vida. Mas ainda que siga outra profissão, a música já cumpre seu papel, como formadora de cidadão, de caráter, personalidade e de valores. Em 2019, Francisco foi um dos selecionados para participar do Coree Music Institute, onde faz aulas de percussão erudita. Na imagem ao meio, Francisco ao lado do professor Bruno.
Francisco também realiza participações ‘pra lá’ de especiais nas apresentações da banda Djong’s Roots, que tem como um dos músicos seu pai, Baiano Roots.
Revista Giropop | Fevereiro 2020 | 31
32 | Fevereiro 2020 | Revista Giropop
Revista Giropop | Fevereiro 2020 | 33
Antes de retomarmos o tema etnias itapoaenses vale um exercício de memória voltado para as fases vividas por Itapoá, desde o seu desocultamento até os dias atuais. Etapa 01. No ano de 1955 o então governador de Santa Catarina, Jorge Lacerda, motivado pela marcante ajuda recebida da família Paese na sua eleição, através do deputado estadual Geraldo Mariano Gunther, acena com a cidade de Joinville para o visionário Dórico Paese e familiares posicionarem-se e empreenderem. Após alguns meses de atuação em Joinville, Dórico recebe do empresário da pesca Adalcino Rosa a indicação da belíssima e inexplorada praia de Itapoá para um futuro novo empreendimento. De visão larga e a frente do seu tempo, depois de avaliar o potencial nela existente arregimenta novos sócios e sob a sigla S.I.A.P. - Sociedade Imobiliária Agrícola e Pastoril Ltda., constituída pelos futuristas Geraldo Mariano Gunther, Serafim Paese, José Colombo, Waldemar Ernesto Paese, Werner da Silva, Anevio Paese, Ari Alcântara, Ambrosio Paese, Armando Colombo, Ernesto Paese, Pedro Harto Hermes e Dórico Paese a quem foi designada a tarefa de presidi-la, dá início ao desafiador projeto de desbravamento, por meio da abertura de uma estrada. Para tanto contavam, também com o apoio, sob a forma de recursos, do próprio governo de Santa Catarina que tinha todo o interesse em ver ocupado o espaço litorâneo que geográficamente induzia a ser paranaense. Ocorre que na primeira reunião para avaliação do andamento das obras, um dos sócios propõe não usar o aparato do governo nessa fase e sim empregá-lo na urbanização da praia para torná-la um Balneário modelo. Com base nessa proposição o empreendimento prossegue, todavia a Itapoá natureza não estava, nem um pouco, disposta a ser desocultada. Para tanto faz uso de todo seu forte arsenal disparando chuva constante, e em grande quantidade, seguida de malária e mosquitos que no conjunto enfraqueciam o andamento do plano. Exauridos financeiramente pelo pesado fardo enfrentado junto a mãe-natureza, deliberam por recorrer a oferta estatal quando faltavam cerca de três quilômetros para concluir a via. Audiência marcada e um novo e fatal imprevisto ocorre com a queda do avião em que viajava o governador Jorge Lacerda e sua comitiva nas proximidades do aeroporto de Curitiba. Confrontados com o infausto acontecimento e a exaustão de recursos, só restaram duas alternativas, parar no ponto em que se encontrava a estrada e tudo perder ou prosseguir para que o investimento não se transformasse em gasto. Passam, então os sócios a vender patrimônio pessoal para sustentar o término da vereda. Some-se a essa capacidade idealística o Espírito de solidariedade dos moradores que motivados pela importância do caminho em suas vidas, reunidos sob
34 | Fevereiro 2020 | Revista Giropop
a forma de mutirão, juntaram pás, picaretas, animais, carroças e as mulheres para preparar as refeições numa contribuição espontânea para tão importante evento. Com a chegada do ano de 1958 o sonho se tornava realidade e a sua magnitude pode ser avaliada nas palavras do pescador Lelé ao classificá-lo de Caminho da Salvação, pois até então dependiam do mar e dos picadões para os seus deslocamentos. Etapa 02. Concluído o acesso que interligou regularmente, por via terrestre, Itapoá as demais localidades brasileiras e implantado o primeiro loteamento pela S.I.A.P., tem início a vinda de pessoas a passeio ou a negocios. Despontam nessa fase os imobiliaristas com o lançamento de novos loteamentos, interessados em extrair e processar madeiras já que não havia restrição ao corte, agricultores e pecuaristas atraídos pelos baixos preços dos imóveis ativando aos poucos a economia local. Etapa 3. O aumento do fluxo de pessoas em razão do surgimento das oportunidades nesse novo espaço induz moradores de Itapoá e Garuva a buscar autonomia. Em 1962 Dórico Paese elege-se vereador com os 297 votos obtidos nos distritos do Saí e Garuva. Na Câmara de São Francisco do Sul, município ao qual estavam atrelados Garuva e Itapoá, o vereador Dórico inicia uma extenuante batalha visando a criação do município de Garuva, a qual enfrentava uma ferrenha oposição de alguns edis que conduziam a Câmara, uma vez que temiam com a autonomia de Garuva a implementação de um porto em Itapoá que viesse a concorrer com São Francisco. Tudo muda quando um dos vereadores, tendo a mãe enferma na Bahia, é socorrido financeiramente pelo vereador Paese. A partir desse episó… Etapa 4. Na condição de primeiro prefeito eleito do recém criado município no ano de 1965, Dórico anuncia com sua estupenda capacidade de enxergar o futuro, em sua posse no mês de janeiro de 1966 que Garuva e Itapoá, dentro de 30 anos seriam contemplados com um moderno porto de nível internacional. Os 30 anos do pronunciamento se tornaram 47, mas acabou se tornando realidade em 2011 com a inauguração do avançado Porto de Itapoá. Ainda na sua administração os munícipes são surprendidos com a escolha de Garuva/Itapoá para implantação de um estaleiro naval belga que levou o governo do estado a realizar obras como alargamento e revestimento da estrada Garuva-Itapoá. Injunções políticas inviabilizaram a portentosa indústria. A movimentação causada pelas trata… Etapa 5. Decorria o ano de 1970 quando Itapoá é contemplado com uma nova rodovia, menos íngreme, atingindo a Barra do Saí. Sua abertura foi iniciada em 1964 e exigiu muito trabalho e recursos para vencer os baixios existentes. Essa nova estrada foi uma iniciativa do empresário João Cornelsen e sócios e teve o apoio do Prefeito Dórico Paese.
No seu firme caminhar e contínuo crescer Itapoá recebe o prime ro conjunto residencial com 103 casas Iniciativa do então deputado federal Basilio Villani que gestionou junto ao Banco Bamerindus e a construtora Engenho. A sua execução iniciada em 1976 impulsionou a vinda para Itapoá, no ano de 1978, da tão esperada e necessária energia elétrica. Em 1985 passou a contar com a água tratada e em 1987 a rede… Etapa 6. Com toda uma gama de demandas urgentes que demoravam a serem atendidas ou não recebiam atenção, ganha forças o movimento pela emancipação de Itapoá. Seu principal articulador foi o Senhor Ademar Ribas do Valle que de maneira incansáve liderou o processo ao longo de mais de uma década. Acompanhado por um time de idealistas itapoaenses promoveu inúmeras reuniões em caráter informal visando alcançar o objetivo. Em 1987 realiza o plebiscito. A consulta demonstrou de forma insuspeita o que esperavam, ou seja, 956 votos favoráveis e apenas 97 discordantes. Desrespeitando a decisão da sofrida gente itapoaense o algoz de Itapoá Governador Pedro Ivo Campos indeferiu a consulta. Como se não bastasse tamanha ofensa, num ato absurdo e desmedido, contrário a tudo. Etapa 7. Para atrair o público joinvillense tornando mais comoda e rápida a chegada em Itapoá, bem como facilitar o deslocamento de itapoaenses àquela localidade, no ano 2000 o prefeito, à época, Ademar Ribas do Valle rasga três quilômetros de estrada e consegue viabilizar a travessia, via ferry-boat, dos 1200m interligando o ancoradouro do Gibraltar na parte continental de São Francisco com o do Vigoreli em Joinville. Medida que reduziu a distância de 83 para 51 quilômetros até o centro de joinville. No ano de 2003 um fato novo e de largo alcance premia Itapoá ao ser instalada a Comarca, o que representou a justiça mais próxima do cidadão, bem como a maior idade do município. Etapa 8. A vasta estrada do mar em cuja extensão, privilegiadamente, Itapoá está inserido, finalmente tem seu potencial efetivado com a inauguração do moderno Porto de Itapoá no ano de 2011. A sua instalação junto a baía, num dos extremos da praia preservou a parte turística e com ela interage em razão de ser também um atrativo. Porto de carga específica - “container” - trouxe para Itapoá tudo aquilo que uma localidade pode esperar, isto é, emprego, renda, divulgação e, enquanto bem administrado, de forma perene; bem como a real possibilidade de expansão de negócios através da sua interligação com todos os pontos do planeta atingidos por essa monumental via. Opinião Vale observar que Itapoá e região, ao longo da História, sempre estiveram na mira de diferentes agentes conforme pode ser constatado pelos mais diferentes eventos registrados, fatos que levam a conclusão clara de que é um celeiro de oportunidades.