EDITORIAL Não há dúvidas: Itapoá e Guaratuba são duas cidades com grande diversidade de flora, fauna e, principalmente aves. Observadores de todo o mundo visitam as cidades para apreciar os pequenos animais que muitas vezes passam despercebidos pelas nossas janelas. Na região existem aves ameaçadas de extinção, endêmicas e até grandes descobertas. Assim, para brindar esse universo que diferencia os municípios de tantos outros, as aves são o tema principal dessa edição. Coincidência ou não, no dia 5 de outubro é comemorado o dia da ave e, neste mesmo mês, inicia o melhor período para a sua observação. A partir da leitura dessa edição, convidamos você para prestar mais atenção em tudo que está em sua volta: tons de verde, ar puro e belas aves. Um cenário que pode ser considerado até comum, mas cobiçado por muita gente. Observe, se encante e preserve!
APOIO
(41) 9805.8989 Oséias Rodrigo da Silva, proprietário do Barco Marlin II, com os observadores de aves, Antônio Alberto Vieira, Marcos Wasilewski e Edson Ferreira da Veiga.
DIÁRIO DE JORNALISTA Para comprovar a sua beleza, fomos atrás dos guarás. Sabíamos que o melhor momento para avistá-los seria durante a maré-baixa, mas mesmo assim arriscamos um passeio de barco na meia maré de um dia acinzentado na Baía de Guaratuba. Junto com a equipe da revista foram observadores de aves e o piloto do barco. Um dos observadores, morador de Guaratuba, garantiu que de suas 15 tentativas, 14 conseguiu vê-lo, e assim demos sorte. Foram cerca de duas horas de passeio e conseguimos avistar dois grupos pequenos, suficientes para a primeira vez. Com o voo leve e colorido, vimos de perto adultos e filhotes da bela espécie. Momento memorável para incentivar ainda mais a preservação dos cenários naturais que fazem parte da nossa região. Reservas e contatos para passeios (41) 9805.8989 com Rodrigo - Barco Marlin. www.passeiosepescariaguaratuba.com.br
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Foto do Guará na capa é do biólogo e pesquisador da Univille Alexandre Grose
AGRADECIMENTOS Fotos desta edição Alexandre Grose, Zig Koch, Clécio João Tkacheceh, Edson Ferreira da Veiga, Bianca Reinert, Projeto Toninhas, Instuto Guaju, Projeto Guará Náutico.
Curicaca (Theristicus caudatus)
O belo colorido das aves 05 de outubro é comemorado o Dia da Ave. A data foi instituída pelo Decreto nº 63.234, de 12 de setembro de 1968. Assinado pelo então Presidente Artur da Costa e Silva e fixava o Dia 15 de setembro como o Dia da Ave. O Decreto foi revogado pelo Decreto nº 9.675, de 03 de outubro de 2002 assinado pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso no qual transferia a data para 05 de outubro. Além disso, o documento definiu também que o Símbolo do Dia da Ave é o Sabiá, considerada a Ave Nacional do Brasil. As aves são extremamente necessárias ao equilíbrio ecológico, além da beleza de sua plumagem e de seu canto. As Aves são grandes amigas da Humanidade. E por isso, é um dever de nossa parte protege-las e amá-las. E dentre as Aves de Guaratuba, destacamos as seguintes: Jacú – guaçú; Jacú pemba e Tinga; Garças diversas; Colhereiros de linda plumagem côr de rosa; Biguás; Patos; Marre-
cos; Socós; Pavão; Tucanos; Pombas; Macúco; Inambú; Papagaios; Periquitos Surucuá; Arapongas ou Ferreiro; Bem-te-vi; Baitacas; Gavião; Gralhas; Saracura; Sabiá laranjeira, preta, coleira e avermelhada; Araquã, Tangará; Urú; Rôla; Siriri; e uma infinidade de pequenos pássaros, salientando-se por suas belíssimas e variadas cores, a mimosa Saíra. Uma Ave marinha em seu esvoaçar constante bordavam os contornos da baía, com suas belas e variadas cores, ressaltando dentre eles um pela beleza de sua plumagem de atraente vermelho escarlate e que havia em excessiva abundância, a que os nativos denominavam de GUARÁ. Esta ave marinha, semelhante à Garça, teve ao seu nome acrescentada a palavra TUBA, do índio, que significa – quantidade excessiva, abundância, - originando para este recanto do Paraná, o nome de “GUARATUBA”. Fotos Clécio João Tkachechen
Saíra-sete-cores (Tangara seledon)
Biguá (Phalacrocorax brasilianus)
Talha-mar (Rynchops niger)
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OBSERVAÇÃO DE AVES
Mais do que lentes: Paixão e observação
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Augusta Gern ntre os binóculos e câmeras fotográficas, a observação de aves é uma prática que tem reunido adeptos do mundo inteiro e não deixa os municípios de Itapoá e Guaratuba de fora. Com toda a diversidade de aves das duas cidades, que abrigam espécies raras e em extinção, é muito fácil se tornar observador de aves, às vezes não é preciso nem sair de casa. Conhecida mundialmente como Birdwatching, a observação de aves ainda caminha em passos lentos no Brasil, mas já mostra resultados pontuais. Em Itapoá e Guaratuba, por exemplo, observadores estão colaborando ativamente na divulgação e preservação das espécies com projetos de educação ambiental, registros cadastrados no site de observadores wikiaves ou até com publicações de fotos nas redes sociais. O diferencial é que a maioria começou com a atividade por acaso, sem nem mesmo conhecer os hábitos das aves.
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Antônio Alberto Vieira.
Portuga e sua paixão
Foi assim que Antônio Alberto Vieira, mais conhecido como Beto ou Portuga, tornou-se fotógrafo de natureza e observador de aves. Quando chegou a Itapoá em 2007, conta que nem distinguia um canário de um pardal, aves comuns na região. Tudo começou quando estava fotografando um acantonamento na Reserva Volta Velha e conheceu Allan Greensmith, “birdwatcher” inglês. “Ele estava atrás da famosa Maria-catarinense e eu, que nem olhava para os ‘vulgares’ pardais, passei dois dias o acompanhando pelas trilhas da Volta Velha”, lembra. No início admite que sua reação foi estranha, pois nunca tinha ouvido falar em observadores de aves. Porém, apenas dois dias foram suficientes para pegar o vírus, como ele define. Meses depois Beto já estava participando de um curso de iniciação de aves e, como já tinha uma câmera boa, começou a fotografar com paixão tudo que tinha penas. Hoje o fotógrafo conta com imagens de 175
Mocho-diabo (Asio stygius) espécies diferentes da cidade e foi o primeiro e único até agora a registrar a Coruja Mocho-Diabo em Itapoá. Porém, não é isso que mais importa: “Minha paixão não se limita a ir atrás de novas espécies, mas sim no prazer de estar ali fotografando as aves. Não me canso de olhar e fotografar aves como as saíras, por exemplo”, afirma. Para auxiliar na procura das aves, Beto comprou um gravador para deixar os cantos registrados. Hoje, junto aos cantos das aves endêmicas de Itapoá, já são 279 sons diferentes gravados, que auxiliam na hora de encontrar as aves na mata. Sobre a sua preferência, afirma que não é estilista, gosta de todas as aves: “o importante é estar em contato com a natureza e em busca das espécies”. Conforme Beto, Itapoá tem um potencial sem limites para a observação de aves, pelo menos enquanto existir lugares preservados. “Podemos encontrar aves em todos os lugares da cidade e ainda contamos com a Reserva Volta Velha, um luxo para Itapoá”, afirma.
Guiando e fotografando Outro observador e fotógrafo de aves de Itapoá é Edson Ferreira da Veiga. Sua relação com a fotografia nasceu em 1997, quando trabalhava em laboratório fotográfico e, há poucos anos as aves entraram no jogo, ou melhor, nas lentes. Os passarinhos são uma paixão desde criança: Edson sempre gostou muito de ouvir os diferentes cantos. Assim, não poderia ser diferente: ao conhecer toda a biodiversidade de Itapoá, o gosto pela fotografia e aves mostrou o caminho para sua atual atividade; Edson é guia para observação de aves no município. Todos os anos, principalmente durante os meses de outubro a fevereiro (que são melhores para observação), Edson guia grupos de diferentes países para conhecer a avifauna local. Segundo ele, Itapoá recebe com frequência observadores dos Estados Unidos, China e Reino Unido, e já recebeu até visitantes da África do Sul. Além da Reserva Volta Velha, diferentes comunidades da cidade são visitadas pelos apreciadores de aves. “Há aves que não encontramos na reserva e que estão pertinho de nossa casa”, conta. Conforme Edson, as aves mais procuradas pelos visitantes de fora são o bicudinho-do-brejo, patinho-gigante, maria-catarinense e saíra-sapucaia. Durante menos de três anos de trabalho, o fotógrafo conta que já registrou 268 espécies diferentes, 264 delas em Itapoá. O acer-
vo de imagens de pássaros deve ultrapassar 15 mil e o s registros não ficam apenas no computador, Edson faz questão de revelar muitas das fotos. Até hoje, a ave que mais gostou de fotografar foi a mãe-da-lua, também conhecida como urutau (ave fantasma). Segundo o fotógrafo, é muito difícil encontra-la, pois parece um galho de árvore e confunde o s olhos. O fato mais curioso Mãe-da-lua (Nyctibius griseus). Edson Ferreira da Veiga. foi quando estava em busca de uma araponga junto com um a esta atividade, especialmente em Palavra de especialista observador de fora. “Depois de um Conforme Celso Seger, orni- relação a serviços de hospedagem, bom tempo a encontramos, mas não estávamos sozinhos. Antes de tólogo e responsável pelo primei- transporte e de pessoas responfazermos a foto um gavião a pegou ro inventário de aves da Reserva sáveis pela condução de grupos”, e ficamos sem o registro”, conta. Já Volta Velha de Itapoá, o município fala. Segundo ele, uma boa iniciaa ave que mais levou tempo para itapoaense está inserido em uma tiva seria preparar pessoas da próser fotografada foi o patinho-gigan- região que apresenta um mosai- pria comunidade para atuar como te: foram dois meses de persistên- co ambiental bastante complexo, condutores, envolvendo especialo que faz com que apresente alta mente moradores em situação socia até Edson conseguir a foto. Além de guiar observadores e diversidade de espécies de aves. cioeconômica mais carente. Outro fazer registros fotográficos, Edson Além disso, há a ocorrência de es- ponto destacado por ele, referente também faz parte do projeto “Avi- pécies ameaçadas e endêmicas da à biodiversidade do município, é a fauna de Itapoá”, desenvolvido região litorânea que se estende do necessidade da conservação. “Empela Associação de Defesa e Edu- norte de Santa Catarina até o sul bora o município ainda mantenha cação Ambiental – ADEA. O projeto de São Paulo. “Estes são com cer- uma grande área florestada, uma tem o objetivo de divulgar as aves teza, atributos que fazem com que fração muito pequena desta área que fazem parte da rotina itapoa- o município tenha potencial para é legalmente conservada na condiense para a própria comunidade, esse segmento de turismo de ob- ção de unidades de conservação. A transformando informação científi- servação de vida silvestre”, afirma. falta de áreas mais extensas com Porém, para ele, atributos na- objetivos de preservação pode ca em material acessível a todos os públicos e registrando imagens da turais não bastam para uma ex- significar um risco no futuro para própria cidade. O projeto é divulga- ploração eficaz do turismo de ob- a manutenção da biodiversidade do no formato de artigos no site da servação de aves. “É preciso que local, incluindo várias espécies de própria associação, enviado para o município invista para a implan- aves, especialmente as de maior e-mails cadastrados no newsletter tação de uma estrutura mais ade- atração de observadores”, afirma. quada para a recepção de adeptos e em mídias locais. CONTINUA --->
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OBSERVAÇÃO DE AVES
Guaratuba não fica de fora Augusta Gern
A
lém de Itapoá, Guaratuba também tem grandes amantes e apreciadores de aves. Os mais presentes são Clécio João Tkachechen e Marcos Wasilewski, que juntos estão sempre em busca de novas espécies e monitoram o guará na Baía de Guaratuba. O objetivo de preservar a natureza foi que iniciou toda a atividade. Conforme Clécio, tudo começou com a ideia de fotografar todas as aves catalogadas em Guaratuba, que na época eram 245. Hoje este número já ultrapassa 300, só no site wikiaves, por exemplo, estão registradas 323 espécies diferentes. Atualmente o número de registros fotográficos realizados por eles é incerto, mas garantem que passa de 50 espécies. Para chegar a este número foram atrás de pessoas de co-
Clécio João Tkachechen
Estatísticas sobre as aves
Guará (Eudocimus ruber) munidades rurais da Baía de Guaratuba que colaboraram muito na busca das espécies, principalmente do guará. Ave símbolo de Guaratuba e difícil de ser encontrada, é uma das motivações para os observadores saírem a campo. Pegar um barco e percorrer quilômetros da Baía para fotografá-lo tornou-se mais do que passatempo, mas também paixão. Marcos afirma que das 15
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vezes que foi em busca da ave, apenas uma não conseguiu vê-la. “É importante você estar atento às condições do tempo e do local onde as aves podem estar”, afirmam. Para eles, a observação é uma ótima forma de desfrutar alguns momentos, principalmente quando se aprecia a natureza exuberante, como a proporcionada pelas paisagens do município paranaense.
Os registros das cidades de Itapoá e Guaratuba são parecidos no wikiaves, site de referência na área. Em Itapoá já foram registradas 302 espécies, onde 298 contam com fotos. Ao total, o site conta com 3.651 imagens de aves de Itapoá e 125 sons diferentes. Já Guaratuba conta com 323 espécies registradas, onde 308 são com foto. No total, são 1.762 imagens sobre aves da cidade e 169 sons. No Brasil o número de espécies é de 1.901, conforme a lista de aves do Brasil divulgada pelo Comitê Brasileiro de Registro Ornitológico (CBRO) em janeiro desse ano. Já no mundo este número passa para 10.425 espécies. Toda essa diversidade é grande, mas também preocupante. Em julho, a organização Bird Life International para a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) divulgou a nova Lista Vermelha Mundial de Aves que afirma: cerca de 13% das aves do mundo estão sob risco de desaparecimento. Segundo o documento, são mais de mil tipos de pássaros em risco de extinção.
Comece a observar aves Para quem ficou com vontade de conhecer mais de perto e na prática as aves da região, confira algumas dicas do site wikiaves para tornar mais divertida e proveitosa a passarinhada: 1. Informe-se sobre as espécies de aves que habitam o local que você escolheu para observar – Ir ao lugar certo e saber o que procurar é o primeiro passo para uma boa passarinhada. Existem muitos guias especializados que podem ser utilizados para consulta.
2. Use trajes adequados – Se você for entrar em uma área florestal, deve usar uma roupa discreta e, de preferência, camuflada com o ambiente para evitar que a ave se assuste e fuja. Para mata são indicados tons mais escuros de verde, já para os cerrados baixos e campos, tons mais claros de verde. 3. Fique em silêncio – É fundamental ficar em silêncio para não espantar as aves. Limite a conversa ao mínimo essencial e pise leve. 4. Não se aproxime muito – Chegar perto demais de uma ave silvestre pode oferecer risco para
você e para ela, como transmissão de doenças e de acidentes (arranhões e bicadas). Evite, sobretudo, tocar em filhotes. 5. Preste atenção aos horários – As primeiras horas da manhã e o final da tarde são os horários de maior atividade das aves. Mas algumas espécies têm hábitos diferenciados, então procure saber os horários e as épocas do ano de maior atividade de cada uma.
6. Use um equipamento de observação – O uso de equipamentos é quase fundamental para uma boa observação. O mais básico deles é o binóculo, mas play-back com gravação de cantos e câmeras fotográficas também são muito utilizados. 7. Cuidado com comidas prontas – Em áreas naturais, acostumar aves silvestres com alimentação artificial é facilitar sua captura por traficantes e caçadores. Ao invés disso, ajude a conservar a área e sua vegetação, para que as aves tirem delas tudo o que precisam, incluindo água. Se puder, plante árvores de flores e frutos ao invés de oferecer alimentos prontos para consumo. Em áreas urbanas ou urbanizadas, comedouros e bebedouros são bem vindos, pois complementam a oferta de alimentos naturais, geralmente insuficiente.
Fotos Edson Ferreira da Veiga
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GUARÁ
O belo voo vermelho sobre as águas calmas Com sua exuberante plumagem vermelha e considerada uma das aves brasileiras mais belas, o Guará marca presença nas Baías da Babitonga e de Guaratuba. Típico de manguezais, ele é um grande representante da diversidade de aves na região e tem grande importância à preservação, assim, tornou-se alvo de pesquisas e monitoramentos nas duas baías. Porém, este é um fato recente: o Guará ficou desaparecido durante décadas e há poucos anos foi avistado novamente.
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Augusta Gern onforme o livro “Guará: ambiente, fauna e flora dos manguezais de Santos – Cubatão”, de Fábio Olmos e Robson Silva e Silva (2003), uma das primeiras referências às aves vermelhas ocorreu em 1556, com a clássica obra de Hans Staden. O Alemão que foi aprisionado por índios Tupinambás avistou a ave em uma pequena ilha situada ao norte de Guarujá (SP), que até hoje é conhecida como Ilha dos Guarás. A partir de então outros relatos também descrevem hábitos da ave no país, mas só foram assinaladas nos estados do Paraná e Santa Catarina muito mais tarde, na década de 1820, quando a vinda da família imperial permitiu o acesso de expedições científicas. Conforme Marcos Wasilewski, observador de aves de Guaratuba, havia uma boa população de guarás na Baía do município, porém foi alvo de caça: suas penas eram muito utilizadas para a confecção de roupas e chapéus da corte. Segundo ele, esta ação só diminuiu a partir de uma legislação que proibiu a caça de guarás, por volta de 1885. “Talvez esta foi a primeira legislação para a conservação da ave”, sugere.
Porém, mesmo com a legislação e por Guaratuba escolhê-lo como ave símbolo, durante muitos anos o guará ficou desaparecido na cidade. Marcos lembra que na comemoração ao Dia do Meio Ambiente em 2008 conseguiram emprestar um guará vivo do zoológico de Pomerode para as crianças conhecerem e, a partir de então, ele voltou a dar o ar de sua graça na cidade. “Foi neste mesmo ano que registramos o primeiro guará do estado do Paraná na Baía de Guaratuba”, lembra. Com isso, a ave começou a ser monitorada por amantes da natureza e participantes do Instituto Guaju. A partir de conversas com pescadores e moradores das regiões mais retiradas da Baía, o grupo começou a encontra-la e fazer os registros. No ano passado foram vistos mais de 300 guarás juntos e, em outro dia, cerca de 350 filhotes. “Podemos afirmar que a população da Baía de Guaratuba deve ultrapassar 600 guarás”, ressalta Marcos. Segundo Clécio João Tkachechen, também observador de aves em Guaratuba, os guarás preferem habitar o fundo da Baía porque a água é menos salgada e assim, os crustáceos que se alimenta tam-
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bém. Porém, como são aves muito migratórias, ainda não encontraram nenhum de seus ninhos. Da mesma forma a ave reapareceu na Baía da Babitonga. Conforme Alexandre Grose, biólogo e pesquisador da Univille, o estado catarinense ficou 150 anos sem registros das aves, que voltou apenas em 2011. O pesquisador explica que a primeira presença foi identificada em Santos na década de 90, as aves então começaram a se reproduzir e descer para o sul do país. A expectativa agora é que ela continue se reproduzindo, crescendo e habitando mais regiões do estado. O primeiro registro na Baía da Babitonga, em 2011, foi de 20 indi-
víduos. Neste ano, o número já chega a 250. Porém, segundo Alexandre, que monitora as aves há três anos, este ainda é um número pequeno, por isso é muito importante a preservação da ave e, principalmente de seu habitat, o mangue. Na Babitonga os principais registros são na Lagoa de Saguaçu, no Canal do Linguado e no Palmital. Em Itapoá, ainda não houve registros. Além dessa região das Baías da Babitonga e de Guaratuba, há relatos da presença dos guarás também em regiões de São Paulo e da Bahia. Além do Brasil, a ave também está presente em Trinidad e Tobago (onde é a ave nacional), na Colômbia, na Venezuela e nas Guianas. Foto Alexandre Grose
Fotos Zig Koch
Características do Guará
O guará (Eudocimus ruber) é uma ave da família Threskiornithidae, que lembra as garças. Mede entre 50 e 60 cm, possui bico fino, longo e levemente curvado para baixo. Sua plumagem é inconfundível: um colorido vermelho muito forte. Esta coloração está muito ligada à sua alimentação, que prioriza os caranguejos. Conforme o livro de Olmos e Silva e Silva (2003), “o vermelho das penas dos guarás se deve a um pigmento chamado cataxantina, que é um derivado do caroteno. O caroteno é o responsável pela cor da cenoura e da casca dos caranguejos e camarões, evidenciada quando são cozidos”. Segundo o livro, os guarás são capazes de absorver o pigmento de suas presas e acumulá-lo em suas penas, tornando-as assim vermelhas. Sua reprodução é feita em colônias. Os ninhos são feitos no alto das árvores à beira dos mangues e lamaçais litorâneos. SAIBA MAIS Confira mais informações sobre as aves no site www.wikiaves.com.br e no livro “Guará: ambiente, flora e fauna dos manguezais de Santos-Cubatão” de Fábio Olmos e Robson Silva e Silva.
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AVIFAUNA DE ITAPOÁ
Maria-catarinense
ções referentes à espécie, afinal, não são muitos os sortudos que já conseguiram avistá-la. Em Itapoá, por exemplo, apesar de ter se tornado ave símbolo em 2009, poucos são os que a conhecem. E assim, sua cobiçada vida é levada: pessoas tão próximas não dão a referida importância, que depende especialmente da conservação, enquanto outros de tão longe consideram um troféu poder conhecê-la pessoalmente.
Augusta Gern Ave símbolo de Itapoá, a maria-catarinense (Hemitriccus Kaempferi) é uma das grandes protagonistas entre a diversidade de espécies na cidade. Ameaçada de extinção e classificada como endêmica, ela está presente na cidade e tem-se tornado grande chamariz para observadores do mundo inteiro. Conforme Edson Ferreira da Veiga, guia e fotógrafo de aves, a maria-catarinense é uma ave bem difícil de se achar na mata de Itapoá. Durante algumas vezes já atuou como guia para pessoas que escolheram a cidade exclusivamente para vê-la e voltaram para casa frustrados. “Alguns até diziam: para nós ela vai continuar sendo uma ave mística”, conta. Segundo ele, isso ocorre porque esta é uma ave com um número reduzido na natureza, tem hábitos de ficar bastante sozinha, não anda em bandos e dificilmente responde playback (gravação com o seu canto). A maria-catarinense, ou também chamada de maria-catarina, ocorre apenas na Mata Atlântica que cresce na planície litorânea
Como ela se tornou ave símbolo?
entre o norte de Santa Catarina e sul do Paraná. Assim, em virtude de áreas conservadas do município itapoaense, principalmente da RPPN Reserva Volta Velha, já atraiu a visita de observadores dos Estados Unidos, China, Reino Unido e África do Sul. Sua importância está mesmo na raridade: diferente de tantas outras aves, a maria-catarinense não apresenta uma plumagem chamativa ou hábitos muito curiosos. Discreta, tem aproximadamente 10 centímetros e suas penas são esverdeadas, confundindo-se com
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as folhas das árvores. Esta espécie se alimenta basicamente de invertebrados como besouros, borboletas, formigas e outros pequenos insetos. Para garantir a refeição, realiza voos rápidos e certeiros, capturando a presa mesmo no meio de folhagens. Conforme relatos, a maria-catarinense foi encontrada em 1929 pelo naturalista Emil Kaempfer em Salto do Piraí, próximo a Joinville (SC), mas reconhecida apenas em 1953, quando foi descrita pelo ornitólogo britânico Mar Pearman. Ainda são poucas as informa-
Para demonstrar e instigar a consciência da comunidade itapoaense em relação a este valioso patrimônio natural, a ADEA – Associação de Defesa e Educação Ambiental tomou a iniciativa de valorizar esta pequena ave como símbolo do município. A ideia foi aprovada e tornou-se lei em dezembro de 2009. •Este artigo faz parte do projeto Avifauna de Itapoá, desenvolvido pela ADEA com o objetivo de valorizar e divulgar as aves da cidade. Outros artigos podem ser encontrados no www.adeanewsletter.com. Foto Edson Ferreira da Veiga.
JACUTINGA
Para não deixar a espécie desaparecer Augusta Gern
U
ma das espécies de aves mais ameaçadas em extinção ganhou uma atenção especial em Guaratuba. Com o único objetivo de preservar a espécie e fazer a sua parte para a natureza, Marcos Wasilewski criou um viveiro e há cerca de 20 anos trabalha especialmente para a reprodução de jacutingas. Esta ave, de beleza exótica, teve a sua população drasticamente reduzida ao longo dos anos e pode até desaparecer caso o pouco que resta da Mata Atlântica não seja efetivamente conservado. Para reverter isso, o viveiro é mais do que um bom exemplo, é um incentivo para o crescimento da população da espécie. Marcos conta que gosta de aves desde que se conhece por gente e não conseguiu encontrar atividade melhor para ocupar o seu dia a dia. Formado em administração, mergulhou
no mundo de aves e hoje pode ser considerado um grande professor sobre o assunto. O viveiro surgiu em 1988 com várias espécies diferentes. Tudo é realizado de acordo com a legislação e registro do IBAMA. Em 1995 optou deixar a variedade de lado e trabalhar exclusivamente com a jacutinga, a fim de aumentar a população da espécie. Ali as aves nascem, crescem, são acostumadas ao ambiente natural e depois soltas na natureza. O viveiro conta com o apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e já mostrou grandes resultados. Em 2003 foi realizada a primeira soltura em Minas Gerais. Conforme Marcos, na época foram soltas dez aves e hoje o local já conta com uma população de mais de cem indivíduos. “É uma emoção ver aquelas aves que foram criadas aqui habitarem e se manterem em um ambiente natu-
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ral”, afirma. Para o ano que vem está previsto mais uma soltura, dessa vez em Guaraqueçaba. Atualmente o viveiro conta com cerca de 60 aves, todas nascidas ali. A jacutinga mais antiga, primogênita do viveiro, tem hoje 19 anos. E cada nova vida é fruto de muito trabalho. Marcos conta com um berçário, onde os ovos são cuidados com muita atenção durante os 28 dias e seis horas que levam para nascer. Uma chocadeira cuida da temperatura e vira os ovos como se estivessem em um ninho, depois, quando estão prestes a conhecer o mundo, são colocados em um ambiente separado e logo que nascem recebem um anel de identificação. Porém, o trabalho não termina por aqui. Além de todo o cuidado com a alimentação, onde recebem suplemento alimentar, e da limpeza do espaço, o plantel conta com todo um trabalho mais técnico e científico. Em 2012 a Universidade Federal de São Carlos (SP) realizou uma pesquisa de monitoramento genético da jacutinga para a conservação da espécie, onde, segundo Marcos, foram analisados cinco planteis diferentes do país. Conforme a pesquisa, quanto maior for a diversidade de genes de um indivíduo, menos é a probabilidade de adquirir doenças. O bom resultado para Marcos foi que, das cinco populações significativas do país, a dele é que tem a maior diversidade. Além disso, tem um macho único, que tem a maior diversidade genética.
A partir dessa pesquisa, Marcos consegue observar quais são as melhores combinações genéticas e escolher os casais certos para o aumento da população. “Este plantel hoje conseguiria recompor a população de jacutingas em qualquer lugar”, afirma. Com tanto trabalho, para evitar a contaminação de doenças, o viveiro não cria, não mistura e não permite a presença de outros animais. “Precisamos cuidar ao máximo, para que essas aves permaneçam com a melhor qualidade de vida possível”, fala.
Jacutinga (Aburria jacutinga)
Marcos Wasilewski, ao lado do berçário.
Características da jacutinga
Conforme o wikiaves, site especializado em observação de aves, a jacutinga é uma ave de grande porte, medindo entre 64 e 74 cm de comprimento e pesando de 1 a 1,5 kg. Apesar de gostar muito de palmito, também se alimenta de polpa de frutos carnosos e pode comer em menor quantidade pequenos insetos, botões florais e sementes. Habita principalmente florestas primárias úmidas densas, especialmente em locais abundantes em palmitos. Originalmente é encontrada do sul da Bahia até o Rio Grande do Sul, norte da Argentina e Paraguai, porém, pelo desmatamento e caça indiscriminada, hoje está limitada a áreas protegidas de Mata Atlântica.
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RESERVA VOLTA VELHA
Um tesouro para observar
aves Augusta Gern
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lém de toda a biodiversidade de flora e aves presentes no município de Itapoá, a cidade ainda conta com um diferencial, um presente para amantes da natureza: A RPPN Fazenda Palmital Reserva Volta Velha. O local possui cerca de 1100 ha. e está inserida em uma extensa área remanescente da Floresta Atlântica, um dos biomas mais ameaçados em todo o país. Sem dúvida, este é um dos principais locais para a prática de observação de aves no sul do Brasil e todos os anos atrai pessoas do mundo inteiro à cidade. Conforme Ana Maria Machado, responsável pela Reserva, a observação iniciou depois da divulgação
Ana Maria Machado é responsável pela Reserva Volta Velha. do primeiro inventário de aves, em 1992. O “Inventário Avifaunístico Preliminar da Reserva Volta Velha” foi realizado pelo ornitólogo Celso Seger a partir de um convite dos próprios proprietários do local. O projeto foi encaminhado à Fundação o Boticário de Proteção à Natureza, contemplado com o financiamento e encaminhado para a SPVS - Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental, de Curitiba. Celso explica que o projeto foi realizado durante o período de um ano, entre agosto de 1991 e julho de 1992. “Em todos os meses do período foram realizadas campanhas de campo com duração de cinco
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dias”, explica. Para o registro das aves, segundo ele, foram utilizadas técnicas tradicionais de estudo com a avifauna, como a observação direta, o reconhecimento auditivo e a captura de espécies com armadilhas (redes-de-neblina). Com este inventário preliminar foram registradas 250 espécies diferentes, sendo acrescidas depois pelo mesmo pesquisador com mais 15, resultando em 265 espécies. De acordo com Ana Maria, foi a partir dessa lista que surgiram as primeiras visitas de observadores; o primeiro grupo foi americano. Depois desse inventário, Celso conta que outros pesquisadores também trabalharam na Reserva e identificaram outras espécies
não registradas em seu projeto. “Porém, estes dados nunca foram compilados para se saber exatamente quantas espécies comprovadamente ocorrem na área e quais são elas. No entanto, pelas características ambientais da reserva, acredito que o número passe de 300 espécies”, acredita Celso. Entre outros registros realizados, Ana Maria menciona os pesquisadores Eduardo Patrial, Edson Endrigo e Arthur Macarrão. Entre as cerca de 300 espécies, há ameaçadas de extinção e endêmicas. Entre as mais cobiçadas, Ana Maria cita: Maria-catarinense (Hemitriccus kaempferi), maria-da-restinga (Phylloscartes kronei), patinho-gigante (Platyrin-
Fotógrafo de natureza Zig Koch. chus leucoryphus), bicudinho-do-brejo (Stymphalornis acutirostris), pica-pau-de-cara-canela (Dryocopus galeatus) e jaó-do-sul (Crypturellus noctivagus). A saíra-preciosa (Tangara preciosus) é outra muito procurada por observadores, rara em muitos lugares e fácil de ser encontrada na Reserva. Com tantas raridades, este é um dos destinos preferidos de observadores. Conforme Ana Maria, a Reserva recebe observadores dos mais variados países, como Inglaterra, Estados Unidos, Alemanha, Argentina e Peru, esses últimos começaram a procurar o espaço recentemente. O grupo de mais longe foi da Finlândia e visitou a Reserva no ano passado. A melhor época para observação é nos meses de outubro e novembro. “Esta é uma modalidade de baixo impacto que ajuda a manter espécies preservadas”, afirma Ana Maria. Para a observação, a Reserva oferece três trilhas principais: Casa de Vidro, do Sambaqui e Apecatu. A Trilha Casa de Vidro é muito recomendada para observação das aves pelo início da manhã, pois a trilha cruza mata fechada em di-
ferentes ambientes, onde bandos mistos são mais frequentes. A Trilha do Sambaqui é considerada por muitos como a melhor para a observação: pois explora ao máximo diferentes ambientes em uma caminhada longa e terreno plano. Já a Trilha Apecatu é uma ramificação que sai da trilha Sambaqui, com predomínio de matas mais altas e fechadas. Além das trilhas, outra opção é a canoagem no rio Saí-Mirim, recomendada para observação das aves de hábitos aquáticos que habitam as margens do rio.
fica, projetos de conservação, educação ambiental, vivências de resgate e difusão da cultura indígena e ecoturismo. Para visitantes, além da biodiversidade, os atrativos são a canoagem no rio Saí Mirim, uma oca dos índios Waurás, do Xingu, e uma casa de vidro na Floresta. A Reserva foi criada em 1992 pela família Machado e tem como gestora a ADEA – Associação de Defesa e Educação Ambiental. O principal objetivo é conservar um dos últimos remanescentes da Floresta Ombrófila Densa das Planícies Quartenárias do litoral norte de Santa Catarina.
Foco das principais lentes
Para o fotógrafo de natureza Zig Koch, um dos mais importantes documentaristas do meio ambien-
te brasileiro, a Reserva tem sim um grande diferencial: como está localizada entre o mar e a serra, reúne uma grande diversidade de ambientes, fauna e flora. O fotógrafo frequenta a Reserva há anos, a qual já possibilitou grandes registros de sua carreira. “Além da grande diversidade, a Volta Velha conta com trilhas muito boas em boa parte da propriedade, o que facilita e proporciona mais conforto à fotografia”, afirma. Mais do que seus próprios registros, a Reserva também é escolhida pelo fotógrafo para a realização de aulas práticas de cursos de fotografia da natureza. Há quatro anos o curso “Foco na natureza” conta com aulas em Itapoá. Para este ano está previsto uma edição do curso em dezembro: com aulas teóricas em Curitiba (PR) e práticas na Reserva. Maiores informações sobre o curso podem ser obtidas através do email: zig@zigkoch.com.br
Conheça um pouco mais a Reserva
Além da observação de aves, a conservação e diversidade da fauna e flora possibilitam o desenvolvimento de diferentes atividades relacionadas à natureza, como pesquisa cientí-
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24 | Julho 2014 | Revista Giropop
BICUDINHO-DO-BREJO
Descoberta e preservada na região
E
Augusta Gern m 1995 uma nova espécie ainda desconhecida pela ciência foi descoberta e há cinco anos motivou a criação de uma reserva na Baía de Guaratuba: o bicudinho-do-brejo (Stymphalornis acutirostris). Presente tanto no município de Guaratuba, como de Itapoá, esta é uma espécie em extinção e que reserva grandes curiosidades sobre a pesquisa na área. A grande protagonista dessa história é Bianca Reinert, pesquisadora associada do Mater Natura - Instituto de Estudos Ambientais, que descobriu a ave no balneário Ipacaray, localizado aproximadamente 80 m da rodovia de acesso entre as praias de Matinhos e Praia de Leste, no litoral do Paraná. A partir do nome da espécie é fácil imaginar onde foi encontrada, e justamente o local explica porque foi descoberta apenas em 1995. “A maioria dos pesquisadores da época preferiam trabalhar em florestas e o bicudinho é de ambien-
tes abertos naturais e com água, ou seja, ninguém gosta de molhar o pé”, conta Bianca. Além disso, outro fator que influenciou, segundo a pesquisadora, é que nas florestas a biodiversidade é muito maior e todo mundo gosta de ver coisas diferentes em curto espaço de tempo. “Nos brejos a biodiversidade de espécies é muito menor e as pessoas têm um pouco de dificuldade em observar as aves que vivem escondidas na densa vegetação dos brejos”, afirma. Além de viver em um ambiente com pouco número de espécies e de difícil locomoção, o bicudinho ainda vive muito escondido e não faz grandes voos para se expor. Por isso a pesquisadora afirma: “para observar a espécie tem que ter paciência e estar disposto a chafurdar nos brejos”. A paixão de Bianca pelas aves iniciou nos anos 80 durante o curso de biologia e não parou mais. O bicudinho é sua grande atração: há quase 20 anos dedica suas pesquisas à espécie. Assim, não
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Bianca Reinert, pesquisadora associada do Mater Natura Instituto de Estudos Ambientais com o Bicudinho-do-brejo. há pessoa melhor para descrevê-lo: este é um passarinho pequeno, com no máximo 10 gramas e tem uma plumagem bem diferenciada entre o macho e a fêmea, o que ajuda muito nos estudos sobre o comportamento na natureza. “Outra característica é que eles vivem aos pares e podem ter uma vida longa”, afirma. Bianca conta que monitorou um casal por sete anos e um macho que viveu 17 anos e dois meses exatamente no mesmo setor de uma ilha no estuário da APA de Guaratuba. Segundo ela, o casal é muito dedicado aos cuidados da prole, ambos se incumbem da construção dos ninhos, da incubação dos ovos e da alimentação dos filhotes, a única coisa que é exclusiva da fêmea, além da postura dos ovos, é a escolha do local para construir o ninho. “É bonito de ver: o macho todo animado e cantando vem com
uma palha no bico e deposita em um determinado local, esse canto atrai a fêmea que vem curiosa. Se ela gostar do local, deposita mais uma palha e ali é construído o ninho, mas, se ela não gostar, tira a palha que o macho depositou e joga fora, aí o macho precisa começar tudo de novo até que ela concorde com o local”, conta. Para ela, a vida dos bicudinhos é muito parecida com a dos humanos, onde foram registrados em alguns casos até divórcios e traições entre os casais. Esta é uma espécie ameaçada de extinção. Conforme Bianca, a população global do bicudinho-do-brejo não é muito grande, cerca de sete mil aves, e está distribuída em cerca de apenas cinco mil hectares, considerando as populações do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Além disso, outros fatores dessa ameaça são: “baixa
variabilidade genética das populações e a perda de áreas de brejos naturais pela contaminação das braquiárias-d’água, um capim exótico invasor”. Em Itapoá, a diminuição de sua presença foi identificada por observadores de aves. Conforme Antônio Alberto Vieira, de um dia para o outro o bicudinho deixou de ser visto em muitas regiões: hoje pode ser encontrado apenas na comunidade rural Braço do Norte e no balneário Rosa dos Ventos. Edson Ferreira da Veiga, também observador do município itapoaense, explica que a espécie está perdendo espaço na cidade, principalmente com a construção de loteamentos, que acabam com os brejos.
Pesquisa motivou criação de Reserva
Quando Bianca e Marcos Bornschein iniciaram os estudos sobre o bicudinho-do-brejo, tinham a meta de descobrir onde a ave
ocorria e como era exatamente o ambiente onde ela vivia. Assim, através da Mater Natura, ONG que são associados, e com o apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e do Fundo Nacional do Meio Ambiente, percorreram a área geográfica no litoral sul paranaense e conheceram a Lagoa do Parado, localizada na Baía de Guaratuba. Este local é muito apreciado por observadores de aves, sendo considerado para Marcos Wasilewski, apreciador de aves de Guaratuba, como uma amostra do Pantanal. Ao conhecer o local foi amor à primeira vista: “Eu me apaixonei pela paisagem do local com a maior área contínua de distribuição do bicudinho e jurei amor eterno”, lembra Bianca. Na mesma época a pesquisadora conheceu o último morador da Lagoa do Parado e disse que, se algum dia ele resolvesse sair dali, que a procurasse que faria uma chácara para
Vista da Reserva Bicudinho-do-brejo e em segundo plano o Parque Municipal Natural da Lagoa do Parado (locais protegidos por lei onde é proibido caçar, pescar e retirar plantas). fazer uma reserva para a natureza. A proposta foi cobrada doze anos depois: “Ele me procurou e disse que eu tinha que comprar a sua área”. Então, mesmo sem dinheiro a ideia se concretizou. “Um grande amigo e biólogo Kauê Cachuba de Abreu deu a excelente ideia de fazermos uma vaquinha para comprar a área. Juntaram-se ao grupo: Christoph Hrdina, Iracema Suassuna de Oliveira, Marcos Bornschein e Ricardo Belmonte Lopes”, conta. Com isso nasceu a Reserva Bicudinho-do-brejo, localizada na Baía de Guaratuba. O objetivo é a conservação da natureza. Conforme Bianca, a meta é manter uma área livre de desmatamento, livre de caça e de pesca. Além dos bicudinhos, a reserva conta com outras
espécies ameaçadas em extinção. “Queremos protege-las e ser exemplo para outras pessoas, queremos mostrar que cada um de nós pode e deve fazer algo para reverter esse cenário de destruição da natureza em que vivemos hoje”, afirma. A área já está fazendo a diferença, mas promete mais. “Temos planos para construir uma RPPN – Reserva Particular de Patrimônio Natural, e para manter uma base de pesquisa, que receba, além dos pesquisadores, amantes da natureza”, fala Bianca. Conforme ela, a Reserva já conseguiu apoio para uma das instalações através da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVC) e conta com apoio do Programa E-Cons para a gestão da área.
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MÚSICO: ITAPOÁ
Música para educação ambiental Augusta Gern
A
música nunca esteve tão próxima de questões ambientais. Dos palcos para as salas de aula, Érdner Lucio Costa Oliveira é o grande exemplo de como a música pode ensinar, principalmente quando o tema é meio ambiente. Biólogo e professor de ciências, ele encontrou no violão uma nova metodologia para deixar as aulas mais divertidas e proveitosas. O ritmo do violão faz parte de sua juventude, principalmente quando o som era o bom e velho rock, mas ganhou uma nova função quando iniciou o trabalho com a educação. Em suas aulas, o violão é ferramenta fundamental para concentração e resumo da matéria. “Ao final da matéria os alunos tem a atividade de escrever uma
poesia de 12 linhas referente ao assunto, então eu escolho as melhores frases, monto o arranjo e surge a música”, conta. Segundo ele, já são dez músicas diferentes produzidas pelos próprios alunos. Esta é uma atividade realizada todos os anos em todas as turmas e tornou-se um atrativo para a criançada, não há quem não goste. “Esta é uma forma em que eles estudam, se divertem e ainda são avaliados”, afirma o professor. Além disso, auxilia quando o assunto é comportamento: quando a turma se comporta, ganham uma música ao final da aula. “O interessante é que eles gostam muito de rock nacional e tento incentivar isso nas músicas também”, ressalta. Atualmente Érdner leciona aulas de ciências na Escola Municipal Monteiro Lobato e na Escola GEES.
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Érdner Lucio Costa Oliveira, biólogo e professor de ciências, com alunos da escola Gees na Reserva Volta Velha.
A música nasceu em Itapoá
Sua relação com a música surgiu em 1996, quando deixou a cidade grande e descobriu em Itapoá suas grandes paixões: o mar e a mata. “Aqui descobri a vida que eu queria ter, afinal, gostava muito de surfar e desde pequeno gostei da natureza”, conta. Foi através dessas paixões que
se aproximou dos ritmos musicais. “Me interessei pela música quando conheci o Meco em uma oficina de prancha. Ele estava tocando, gostei e ele me ensinou”, lembra. Seu interesse logo se transformou em convite e em pouco tempo Érdner já era baixista de uma banda de rock, junto com Meco, Garam e Jorge.
amizade que sobreviveu há tantos anos e mudanças. A banda continua tocando rock e já está embalando as noites itapoaenses.
Mais do que música
Projeto Abelhas sem ferrão na Escola Municipal Monteiro Lobato.
Em 1998 o biólogo deixou a praia para estudar, mas os ritmos do violão o acompanharam. Quando voltou, levou o instrumento para as salas de aula e hoje voltou a tocar nos palcos. Há dois meses os músicos de 1996 se reuniram e fundaram a banda “Os Sobreviventes”, nome propício para uma
Mesmo fora dos palcos ou sem o violão nos braços, o biólogo também está tentando fazer a diferença na cidade. Mais do que dar aulas, seu grande objetivo com a biologia são os projetos ambientais. O seu maior orgulho é o projeto das abelhas sem ferrão, que iniciou na universidade em Minas Gerais e deu sequência com o apoio da Associação de Defesa e Educação Ambiental – ADEA. Conforme ele, como importante polinizador, a abelha é grande responsável pela manutenção da biodiversidade. Assim, o projeto visa incentivar a criação dessas abelhas, que são inofensivas, mansas e sem ferrão. “Qualquer pessoa pode criar uma família de abelhas, a legislação permite e elas não fazem nenhum mal para as pessoas”, afirma. Para comprovar e incentivar o projeto, Érdner montou um enxame de abelhas sem ferrão na Escola Municipal Monteiro Lobato, localizada no Samambaial. “É uma experiência incrível os alunos terem contato e serem motivados à criação”, afirma. Além da grande importância ambiental, o biólogo ainda ressalta que os insetos podem ser fonte de renda.
AMI: uma nova era para a música local
No dia 26 de agosto a cultura local de Itapoá ganhou outro ritmo com a criação da AMI - Associação dos Músicos de Itapoá. Conforme o presidente da associação Genivaldo da Silva Machado, mais conhecido como Niva, alguns dos objetivos da AMI são: incentivar, desenvolver e valorizar a cultura local, promover eventos e até criar uma escola de música na cidade. Atualmente a associação conta com 11 associados, mas qualquer músico ou interessado e amante de música pode participar. As reuniões acontecem toda terça-feira à noite, na Toca da Raposa. A expectativa é já organizar um bom evento de música na cidade neste ano, no início da temporada de verão.
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INSTITUTO GUAJU
Homem e natureza juntos Augusta Gern
Resgate cultural, educação ambiental e desenvolvimento sustentável são os três pilares que sustentam e movem o Instituto Guaju, responsável por grandes projetos ambientais no município de Guaratuba.
O
rganizado principalmente na praia de Caieiras, este é um exemplo que deve ser seguido: nasceu para mostrar a relação e interligar ainda mais o homem com a natureza. Conforme Fabiano Cecílio da Silva, diretor executivo do Instituto, esta é uma organização não governamental de caráter socioambiental que atua diretamente no resgate a cultura caiçara do litoral paranaense. Para isso, diferentes ações são realizadas a partir de projetos relacionados com a sustentabilidade de comunidades tradicionais pesqueiras, agrícolas e extrativistas, tendo como mola propulsora a educação ambiental. Voluntários de diferentes áreas e apaixonados pela natureza é que fazem tudo isso acontecer. Muitos são os projetos já realizados e que mostraram resultados significativos à comunidade. O Instituto é responsável, por exemplo, pelo monitoramento da ave guará na Baía de Guaratuba desde 2008. Conforme Fabiano, a população dessa ave está aumentando na região e o Instituto busca divulgar e conscientizar sobre a importância de sua preservação e também de seu habitat natural, o mangue. Em relação a questões ambientais, o Instituto também desenvolve projetos de preservação dos manguezais desde 2009. A partir de uma parceria com uma ONG do Japão, realizaram durante dois anos oficinas com os professores do próprio município sobre a importância de preservação. “Ao conhecer pessoalmente o mangue,
Fabiano Cecílio da Silva, diretor executivo do Instituto. número de voluntários não consegue manter o espaço aberto diariamente, mas atividades são desenvolvidas em parceria com a escola e a igreja. O resgate da cultura local também é tema de atividades. O projeto denominado “Amigos do Mar” busca valorizar os pescadores artesanais e a cultura caiçara através do repasse aos próprios filhos. “Na praia de Caieiras o maior número de crianças tem os pais pescadores, então é preciso que eles saibam como tudo acontece e valorizem essa atividade”, fala Fabiano. Conforme ele, além da valorização, este projeto também
os professores podem colaborar ainda mais nas salas de aula com atividades que impulsionem a preservação”, acredita Fabiano. Outro projeto desenvolvido, voltado mais a questão social da comunidade, é a Biblioteca Digital. Em parceria com o Instituto SICOOB, a biblioteca visa inserir a comunidade à globalização a partir da disponibilização de uma sala com computadores e internet. Infelizmente, segundo Fabiano, o
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instiga o turismo local e cidadania. Outro projeto que demonstrou resultados foi o Barco Escola, realizado por duas temporadas. Alunos e turistas puderam conhecer a biodiversidade da Baía de Guaratuba em campo, dentro de um barco. A própria comunidade foi capacitada e se tornou guia dessa escola, relacionando questões ambientais ao seu dia a dia. Segundo Fabiano, durante 38 dias passaram cerca de 4 mil pessoas pelo projeto. Infelizmente, como o projeto depende de apoio para sua estrutura, foi limitado apenas às temporadas passadas.
O Instituto Guaju é responsável pelo monitoramento dos guarás na Baía Babitonga.
PROJETO GUARÁ NÁUTICO
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De vento em popa
Augusta Gern xplorar os potenciais da Baía de Guaratuba e proporcionar belas formas de interação com o mar são marcas registradas do Projeto Guará Náutico, desenvolvido há nove anos pela ENAMAR – Escola de Náutica e Marinharia de Guaratuba. No projeto, mais de 60 crianças e jovens de 10 a 16 anos aprendem os caminhos do vento, os nós mais precisos, o equilíbrio de cada remada e o ajuste da vela com aulas gratuitas de vela, canoagem e marinharia. Crianças carentes, da comunidade e até excepcionais são assíduos quando o assunto é o mar: uma forma divertida de estar em contato com a natureza, praticar esportes e interagir com amigos. Com aulas práticas e teóricas, o projeto abrange também questões sobre o meio ambiente, oficinas de orientação profissional voltadas ao segmento náutico, comercial e de turismo, além de viagens culturais e esportivas. Tudo isso nasceu em torno da vela. Com o foco de colaborar na formação social e de cidadania, mais do que formar grandes esportistas, o casal João Camargo Filho e Beatriz Zagonel de Camargo Mello enfrentaram todos os problemas e acreditaram no projeto. A ideia surgiu em Porto Belo (SC), quando os velejadores iniciaram um projeto
O casal João Camargo Filho e Beatriz Zagonel de Camargo Mello e Ylton Estevão de Almeida. social. Depois, em Paranaguá (PR), João participou do Projeto Navegar, de escolinha de vela, mas que também não foi muito longe. A partir dessas experiências, resolveu montar um projeto em Guaratuba, mas como? Sem apoio do governo, conversou com um amigo velejador, que também gostou da ideia, e encabeçou a iniciativa. Com um espaço locado e sustentado por contribuições, o projeto está em pé há nove anos e já mostrou que faz a diferença. Além do casal e amigos velejadores, os instrutores são acadêmicos bolsistas da Universidade Federal do Paraná do curso de gestão esportiva. Atualmente o projeto conta com alguns optimists (veleiros infantis para uma pessoa) e caiaques próprios, mas novidades devem surgir.
Além das aulas de vela, canoagem e marinharia, as crianças participam de diversas oficinas.
Há pouco tempo o velejador Ylton Estevão de Almeida esteve em Guaratuba, conheceu o projeto e não quis mais ir embora. O velejador confecciona barcos de madeira e visa criar uma nova classe de veleiros para a categoria infantil. Quem sabe, mais do que grandes cidadãos e atletas, o projeto também cria uma nova forma de explorar os ventos do mar. Projetos como esse não só brindam os cerca de dez mil quilômetros de costa brasileira, mas afirmam os grandes potenciais das tranquilas marés da Baía de Guaratuba.
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BAIA DA BABITONGA
Babitonga e suas riquezas ambientais Augusta Gern
Biodiversidade e desenvolvimento em um só lugar, é assim que podemos definir a Baía da Babitonga, estuário com cerca de 160 km² que envolve os municípios catarinenses de Itapoá, São Francisco do Sul, Araquari, Barra do Sul, Garuva e Joinville. Já considerada como a Baía dos Portos por muitas pessoas, pelos grandes empreendimentos portuários instalados e projetos em desenvolvimento, este ainda é um estuário de referência ambiental, que deve ser preservado.
C
onforme o livro “Aves do estuário da Baía da Babitonga e litoral de São Francisco do Sul”, dos pesquisadores Marta Cremer e Alexandre Grose, o estuário é envolto por um mosaico de ecossistemas associados ao bioma mata atlântica, possibilitando assim que diferentes espécies de aves sejam encontradas. No livro de 2010, foram registradas 68 espécies diferentes, mas novas aves já estão ocupando o estuário. Um bom exemplo é o guará, que voltou a ser encontrado na Babi-
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tonga em 2011. Além das aves, a diversidade de ambientes e ecossistemas também é destaque na Baía. Conforme o Diagnóstico ambiental da Baía da Babitonga, publicado em 2006, o local comporta a última formação de manguezal do hemisfério sul, constituindo o mais importante estuário do Estado. O manguezal é o ecossistema mais importante da Babitonga, pois atua diretamente nas funções biológicas e mantém o equilíbrio: “desempenham funções como o controle do nível das marés e o armazenamento de carbono, e servem como berçário para várias
Projeto Toninhas: Palestra sobre a biologia, ecologia e comportamento dos animais marinhos. espécies marinhas, cujos filhotes e/ou larvas se desenvolvem entre as suas raízes”, conforme livro das aves do estuário. Porém, o maior destaque para a Baía são as toninhas. Esta é a única baía do mundo que abriga uma população residente da espécie de golfinhos. Conforme o Projeto Toninhas, vinculado a Univille – Universidade da Região de Joinville, a toninha é o golfinho mais ameaçado de todo o Atlântico Sul Ocidental e atualmente é a única espécie de pequeno cetáceo ameaçada de extinção no Brasil. De acordo com informações do projeto, as toninhas são animais costeiros e podem ser encontradas em regiões com até 50m de profundidade. Vivem apenas na
costa leste da América do Sul, entre o Espírito Santo, no Brasil, e o Golfo San Matias, na Argentina. Com exceção da Baía da Babitonga, não é comum a ocorrência de toninhas em estuários. Atualmente estudos do projeto indicam uma população de 50 toninhas na Babitonga, que utilizam a área para alimentação, descanso, reprodução e crescimento dos filhotes. A principal ameaça para a espécie no estuário é a captura acidental em redes de pesca, mas a poluição das águas e a poluição sonora causada por barcos e navios também podem afetá-la direta ou indiretamente. É importante destacar que a conservação das toninhas depende também da conservação do ecossistema onde elas vivem.
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BAIA DA BABITONGA
Empreendimento de Itapoá faz sua parte Augusta Gern
A
Baía da Babitonga está presente em Itapoá principalmente no balneário Pontal, onde está localizado o maior empreendimento da cidade, o Porto Itapoá. Conforme a assessoria de imprensa do Porto, a escolha do município para sediar o empreendimento foi motivada justamente pelas características físico geográficas da região, como as águas abrigadas da Baía da Babitonga e seu calado natural de 16 metros, que possibilita ao Porto receber adequadamente navios de grande porte. “Mesmo estando localizado em uma área com a grande importância ambiental, estas características permitiram a instalação de uma estrutura moderna e ágil, sem haver a necessidade de obras mais impactantes ao meio aquático”, afirma nota enviada pela assessoria Assim, afirmam que da mesma forma que os portos e terminais não devem estar isolados da realidade comercial de seus usu-
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Presidente do Porto Itapoá Patrício Júnior. ários, também não devem estar desconexos dos processos sociais e ambientais que ocorrem no seu interior e ao seu redor. Entre as ações e práticas educativas que são realizadas pelo empreendimento, relacionadas ao meio ambiente, pode-se destacar o Projeto Viveiro de Mudas, que tem o objetivo de implantar estratégias que aliem o modelo de produção econômico local à conservação dos recursos naturais. Segundo o Porto Itapoá, este projeto atende coletivamente uma demanda apontada pela comunidade e que
Projeto Viveira de Mudas.
apresenta viabilidade ambiental e econômica, capacitando a médio e longo prazo a população local para mantê-lo com fonte de renda familiar. Até o final de 2013 a produção alcançou a quantidade de 300 mudas das espécies nativas. Outras ações desenvolvidas são: Projeto Salão Ecológico de Artes e a elaboração de vídeo educativo ambiental, apoio a Feira de Artesanato Local e Evento Mais que Morador, Projeto de Capacitação para o Artesanato Sustentável, ação Motorista Amigo de Itapoá e ação Praia Limpa.
QUEM É? JANJÃO
Histórias marcadas pelas marés samente às 23h, ele lembra que foi chamado para prestar socorro às margens da Baía le nasceu à beide Guaratuba. De uma hora ra da Babitonpara outra uma parte da ciga, hoje mora dade afundou, o mar engoliu próximo à Baía casas e prédios públicos. “Me de Guaratuba e ligaram para comandar o fertoda a sua vida está relaciory boat porque uma parte da nada às águas calmas dos cidade estava caindo”, conta. estuários. João James de As lembranças ainda são vivas Oliveira Alves é mais conheem sua memória: era uma noicido como Janjão na praia te escura, toda a cidade estade Caieiras, em Guaratuba, va sem luz e atravessou a baía onde vive há mais de 50 muitas vezes com socorristas, anos e reserva uma memómédicos e a imprensa que viria invejável. nha de Paranaguá. “Quando Natural de São Franiniciou a maré vazante não cisco do Sul, mais precisapudemos mais navegar pormente na Rua 10 da cidade que começou a aparecer ashistórica, Janjão teve sua soalhos, estruturas de casas e primeira grande relação móveis”, lembra. com a Baía da Babitonga No ferry boat trabalhou aos 13 anos, quando ajuaté 1978, quando resolveu Janjão com seu livro de anotações e nas mãos a dou seu pai Dário Soares trocar as águas tranquilas Alves a construir o Farol foto do primeiro Ferry Boat da Baía de Guaratuba. da Trincheira, conhecido como Farol do Pontal, em Itapoá. “Onde hoje é o Porto Itapoá era chamado de Piçarras e havia um farolete, mas que caiu com o tempo”, conta. Assim, conforme Janjão, em 1948 começaram a obra do atual farol: “Ele ficava distante da praia, tivemos que cortar várias árvores para que ficasse visível, e olha onde está hoje!”. Segundo ele, o farol foi todo construído a mão e de Guaratuba, que liga a cidade a tem uma base de 4,5 metros de Matinhos. Foram muitas idas e vinconcreto, que fica abaixo da estru- das, muito conhecimento da maré tura visível. e das pessoas que por ali percorDo centro de São Francisco ele riam. atravessou a Babitonga para morar Além de ser um dos primeiros na Vila da Glória e depois foi para trabalhadores do transporte maríGuaratuba. Deixou uma baía para timo, Janjão marcou presença no se unir a outra, que também fez auxílio à comunidade durante a história. Em 1962 Janjão começou catástrofe de 1968. No dia 28 de a trabalhar no Ferry Boat da Baía setembro desse ano, mais preciAugusta Gern
E
do estuário para se aventurar em grandes mares. No dia 8 de janeiro de 1978 fez a sua primeira viagem de navio, de Imbituba para o Rio Grande do Sul, e começou os anos de muito trabalho e disciplina. Foram 30 anos percorrendo a costa de Manaus até a Argentina. Começou como estagiário, passou a responsável por todo o equipamento de salvamento, segundo oficial de náutica e se aposentou como comandante de rebocadores. Sua última viagem foi precisamente no dia 18 de dezembro de 2008, quando às 13h50 seguiu de Imbituba para o Rio Grande do Sul. Todos os fatos, viagens e horários estão organizadamente registrados em seu caderno de bordo. Quando estagiário, aprendeu com o comandante sobre a importância de fazer um caderninho e ali registrou tudo: todas as distâncias da costa que percorria, a lista de todos os equipamentos dos navios e todas as suas viagens, com data de saída, chegada e detalhes do percurso. Conforme Janjão, o trabalho de um navio em sua época era muito diferente dos dias de hoje: “Atualmente se os computadores estragarem eles não sabem todos os detalhes da viagem, nós tínhamos que saber tudo na ponta da língua”. O caderno é guardado com carinho e ciúmes, junto com fotos antigas de toda a sua história. Porém, os melhores registros estão na ponta de sua língua: com uma memória de dar inveja, ele não cansa de detalhar todos os momentos. Por esse motivo é muito procurado por estudantes universitários, pesquisadores e curiosos, e chamado na comunidade como “um livro aberto”.
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APAIXONADOS POR ANIMAIS
Atitudes que fazem a diferença
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Augusta Gern
sta história é o exe m p l o de como pequenas atitudes podem fazer a diferença, principalmente se realizadas com amor. Na casa de Divanir Rodrigues da Silva, mais conhecida como Diva, o espaço é compartilhado com cachorros, calopsitas e tartarugas, todos seus filhos. Porém, seu amor vai além do cuidado com eles. Moradora de Itapoá há 15 anos, Diva sempre gostou de animais, desde pequena. Em virtude da família, seus pequenos filhos foram adotados depois que chegou a cidade litorânea. Hoje são cinco cachorros, duas calopsitas e seis tartarugas. O amor é tanto que em sua sala um altar foi montado para abrigar todas as imagens de São Francisco, protetor dos animais. Dos cinco cachorros, três deles foram resgatados em Itapoá mesmo. A história mais chocante é de Vitor, que está há um ano com ela. Diva conta que o encontrou em uma residência muito doente e fraco, e resolveu ajudar. “Ele estava quase morrendo, então perguntei se poderia levar uma veterinária
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para vê-lo”, conta. Os cuidados foram tomados em sua própria casa e quando descobriu o porquê o cachorro estava naquela situação, pediu para ficar com ele. “Pessoas usam os cachorros para caça, deixam ele sem comida para terem vontade de correr atrás da caça e, quando pegam o referido bicho, ganham apenas a carcaça”, denuncia. Diva conta que fez denúncias sobre maus tratos, mas só valeria se tivesse provas concretas, como fotos da caça, por exemplo. Foram meses de cuidado e hoje Vitor está saudável e lindo. Suas duas calopsitas foram presente, ganhou de amigas que sabiam sua paixão por animais, e as tartarugas também. A primeira delas, Aurora, ganhou há 15 anos. Não foi preciso muita coisa
para Diva se inspirar e construir uma aconchegante casa para ela: um lago com pedras, areia e até plantas que servem de esconderijo quando hibernam. Com o tempo, amigas biólogas que moravam em apartamento pediram que ela cuidasse de mais tartarugas. O mais interessante é que elas se reproduziram em sua própria casa, algo muito difícil de acontecer. “É engraçado porque comentam que para reprodução elas precisam de todo o cuidado com a temperatura da água e do solo”, fala. Mas deu certo e as pequenas da espécie tigre d’água, de orelha vermelha, nasceram com muita saúde. Porém, seu amor por animais vai além do cuidado com os seus “filhos”: Diva realiza atitudes que fazem a diferença. As denúncias
de maus tratos a acompanham sempre que necessário. “Um dia me perguntaram se eu tenho medo, mas porque teria? Precisamos defender condições mínimas de bem estar a todos”, afirma. Além disso, seu desejo é poder dar lar para todos os cachorros da rua, mas como não é possível, faz o que pode: todo o mês escolhe um animal da rua e banca a castração. Para bancar os custos, ela conta que pessoas sempre acabam abraçando a causa e ajudando, algumas que já colaboraram ela nem conhece. Depois da castração, Diva cuida do cão em um lar temporário e, infelizmente, depois o devolve para a rua. “Se cada pessoa fizesse a sua parte, teríamos uma realidade bem diferente”, acredita.
EMPREENDEDOR: ITAPOÁ
Para você se sentir bem Augusta Gern
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tapoá não tem desculpas sobre o bem estar: cidade tranquila, ar puro e muitas opções para cuidar de si mesmo em um único lugar. É dessa forma que a loja Bella Pele Cosméticos trabalha: “queremos você de bem com a vida”. Há quatro anos com a direção do casal Mara Gouveia Fantin e Laércio Fantin, o empreendimento oferece variedade de produtos em cosméticos, perfumaria, estética, maquiagem linha profissional e até móveis para salão de beleza. Tudo começou na busca de um lugar mais tranquilo para morar. Cansados do movimento da cidade grande, deixaram Londrina (PR) e se mudaram para a cidade que adotaram de coração, Itapoá. Aqui, para ocupar o tempo e garantir a renda, buscaram algum comércio que não relacionasse
Mara Gouveia Fantin e Laércio Fantin,
alimentação ou hospedagem, e logo apareceu a área de cosméticos. A loja já exista em Itapoá, compraram, buscaram conhecimento na área e investiram. Conforme Mara, o primeiro passo foi buscar orientação do SEBRAE. Como não tinham experiência de mercado, Mara sempre trabalhou na área de saúde, buscaram entender todo o sistema ao máximo. Com isso aumentaram o estoque e estão sempre em busca de novidades. “Queremos ampliar o número de parceiros e produtos exclusivos na loja”, fala. A maior dificuldade sem dúvida foi no primeiro ano onde, segundo a proprietária, foi preciso investir muito. Mas tudo valeu a pena: além de moradores e turistas, a loja também atende salões de beleza do município e outras regiões. “O que nos guia é o relacionamento com os clientes. Buscamos sempre que a necessidade do cliente seja atendida”, afirma. Assim, no empreendimento é possível encon-
trar um pouco de tudo. Apesar de gostarem da tranquilidade e calmaria da cidade, o casal garante que está acompanhando o crescimento da cidade e estão preparados para o futuro. E pensando no futuro é que apoiam o projeto Giroteca da revista. A loja, que está localizada na Avenida André Rodrigues de Freitas conta com um dos expositores de socialização de livros. “Com isso você vê como pequenas coisas podem transformar uma situação. Não conseguimos imaginar até onde isso pode chegar, é muito bom”, fala Mara. Além de planos futuros para a loja, Mara também pretende voltar para área profissional que tanto gosta, da saúde. Atualmente também ministra aulas para o curso técnico de enfermagem e deseja ampliar as atividades na área.
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CULTIVO DE OSTRAS
Do cultivo para os pratos Augusta Gern As Baías de Guaratuba e da Babitonga reservam muito mais do que uma vasta biodiversidade, belas paisagens e águas calmas para o turismo, também contam com o cultivo de ostras. Para alguns este é um alimento estranho, para outros, um verdadeiro banquete, mas não importa: o certo é que as ostras também são uma grande atração turística, principalmente quando é possível degustar a iguaria e ainda conhecer o cultivo. Este é o caso principalmente da Baía de Guaratuba. A comunidade de Cabaraquara, que fica do outro lado da baía (é preciso atravessar o ferry boat para se chegar até lá) tornou-se o roteiro ideal para conhecer e degustar as iguarias. Restaurantes de diferentes estilos se especializaram no prato que é cultivado ali, em frente ao quintal. A Baía de Guaratuba tem as condições ambientais apropriadas para o cultivo das ostras e já chegou a ser destacada a nível mundial. Diferentes publicações e os próprios cultivadores contam que especialistas do Japão avaliaram ostras produzidas em várias regiões do mundo, inclusive de Guara-
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Hamilton de Moura Kirchner, Restaurante Ostra Viva. tuba, e afirmaram que a ostra nativa da região tem um dos melhores sabores do mundo. O resultado é uma resposta a todo cuidado e conservação da comunidade local com os recursos naturais, aliado à boa qualidade da água para o cultivo. O cultivo de ostras fortaleceu e ganhou mais visibilidade a partir do projeto Cultimar, que movimentou os cultivadores. O projeto foi criado em 2005 pelo Grupo Integrado de Aquicultura e Estudos Ambientais da Universidade Federal do Paraná. Conforme informações publicadas pelo próprio projeto, o objetivo foi desenvolver novas fon-
tes de renda para comunidades da região que não descaracterizasse o ambiente natural e as atividades tradicionais. Um dos cultivadores mais tradicionais da região é Hamilton de Moura Kirchner, que continua firme com o trabalho que o pai iniciou em 1996 com o restaurante Ostra Viva. Conforme ele, antes a atividade era o extrativismo, mas além de não ser saudável, não é nem um pouco rentável. Assim, orgulha-se em dizer que foram os pioneiros do cultivo na região: “não foi fácil, mas conseguimos colher o fruto do trabalho”, garante. O local que antes não era muito procurado se
tornou um roteiro e referência na qualidade. O restaurante Ostra Viva é um dos parceiros do projeto Cultimar e participou de muitas oficinas e orientações. “Aqui em Cabaraquara podemos ver como o cultivo de ostras pode gerar de transformação para uma comunidade”, afirma Hamilton. O cultivador produz em média 10 mil dúzias de ostras por ano. Conforme informações do projeto Cultimar, os produtores de ostras da região possuem três maneiras para abastecer o cultivo: a extração de formas juvenis do ambiente natural (que deve respeitar o tamanho mínimo de cinco
Nereu de Oliveira, Sítio Sambaqui.
centímetros), a coleta de sementes de ostras por meio de coletores artificiais e a obtenção de sementes de ostras produzidas em laboratórios. Com as sementes em mãos, os cultivadores as colocam nas lanternas-berçários apropriadas para o crescimento, em estruturas chamadas de “long line”. Euvisley José Rocha Ferreira, mais conhecido como Belém, também cultivador, explica que as ostras precisam de manutenção semanalmente. “Além de ficar observando o seu crescimento, com certa frequência precisamos limpar todas as conchas manualmente para tirar toda ‘craca’”, fala. Com isso, evita-se também o acúmulo de competidores – outros animais que se alimentam da ostra. Conforme Belém, o maior competidor é a poliqueta, um molusco que sobrevive do cálcio da ostra. Diferente dos outros cultivadores, Belém não tem um restaurante: seu cultivo é para consumo próprio, vende para estabelecimentos da região e diretamente para consumidores. Se o desejo é preparar a ostra em casa, este é o lugar certo: o cultivador a tira do mar na hora da compra. Belém tem uma prática de longa data, há 13 anos cultiva ostras em Cabaraquara, mas já exercia a atividade no Salto Parati, outra comunidade da região. E com a visão de que é preciso plantar para poder colher, explica que o principal de tudo é a qualidade. Além do cultivo, Belém encontrou mais uma fun-
Cultivador Euvisley José Rocha Ferreira, mais conhecido como Belém. ção para as ostras: o artesanato. Com as conchas limpas e secas ele confecciona belos artigos de decoração, como lustres, por exemplo. Alguns de seus artesanatos podem ser encontrados no restaurante Sambaqui, também localizado na rota de Cabaraquara. Nereu de Oliveira, também é cultivador. Em 2003 comprou a Catarina. O melhor negócio, segunárea com instalações de cultivo já do eles, seria utilizar uma estrutura existentes e buscou informações do próprio município para gerar um para dominar técnicas da ativida- número maior de sementes. de. Hoje pretende deixar a advocaAlém do restaurante, Nereu cia de lado e trabalhar exclusiva- conta com uma área de educação mente com as ostras. ambiental: uma passarela suspenComo os outros cultivadores, sa sobre o manguezal que recebe a Nereu destaca que a maior difi- visita de escolas e pesquisadores. culdade é em relação a produção Em todos os cultivos a informade sementes. Atualmente elas são ção sobre o crescimento da ostra repassadas pela EMATER – Em- é a mesma: de 12 a 18 meses as presa Paranaense de Assistência ostras atingem um tamanho coTécnica e Extensão Rural, através mercial e estão prontas para o conda Universidade Federal de Santa sumo.
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CULTIVO DE OSTRAS
Correia deram a volta por cima. Hoje o cultivo produz cerca de cinco mil dúzias por ano, o suficiente para garantir o cardápio do restaurante. Além de seu vasto conhecimento sobre o assunto, pois já foi até vice-presidente da associação de maricultores do estado catarinense, seu cultivo também conta com visitas e análises frequentes da EPAGRI.
Babitonga também tem ostra
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Augusta Gern
as proximidades de Itapoá também é possível encontrar cultivo de ostras. Na Vila da Glória, na parte continental de São Francisco do Sul, Helias Barros Correia exerce a atividade desde 1993 e, além de ostras, também cultiva mariscos. Com o restaurante que leva o seu nome, o cultivo é para consumo próprio e destaca o diferencial na gastronomia da região. Nativo da Vila da Glória, sempre trabalhou como pescador e, quando a atividade começou a decair, recebeu o incentivo da EPAGRI – Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina para iniciar o cultivo. “Eles vieram aqui, explicaram a ideia, mas ninguém acreditou no potencial”, conta. Helias então foi para Bombinhas (SC), conheceu um grande cultivo em atividade,
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fez um curso e colocou a mão na massa. “A maricultura entrou na época como uma salvação”, afirma. Para o cultivador, este é um mercado com retorno garantido, principalmente pelo local onde se encontra: para quem vem do Paraná, é o primeiro cultivador do estado. Mas nem sempre foi assim. Em 2008 Helias perdeu todo o seu cultivo com o acidente da Norsul na baía e, em 2009, pelas fortes chuvas. “O excesso de água doce desequilibrou todo o cultivo”, conta. Porém, com muita dedicação e gosto pelo trabalho, ele e seu filho Julio César
Dicas para o consumo de ostras
Sr. Helias Barros Correia e seu filho Julio César.
Ostras servidas no Restaurante do Helias.
Confira algumas dicas disponibilizadas pelo projeto Cultimar para saber quando as ostras estão frescas: •Bata uma ostra na outra: elas devem produzir um barulho firme, como se fossem pedras. Se elas apresentarem um barulho oco, não compre e nem as consuma. •Ostras frescas apresentam as conchas bem fechadas. •Ostras abertas, secas e com cheiro ruim, estão estragadas e podem fazer mal a saúde. •Depois de abrir a ostra: a carne deve estar presa à concha; deve haver uma água transparente em seu interior; o cheiro deve ser agradável, semelhante à água do mar. •Se você não tiver certeza sobre a higienização, saboreie sua ostra com garfo, não coloque a boca na parte de fora da concha ou peça a ostra assada.
ARTESANATO
Barcos e Nega Benedita: o casamento ideal
Augusta Gern
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adeira, cola, EVA, barbante e a Nega Benedita, esses são os utensílios necessários para a confecção do artesanato de Carlos Humberto Carceriri, mais conhecido como Inho nas ruas itapoaenses. Há cinco anos começou a fazer barcos a vela e hoje vende com sua fiel companheira: a Kombi preta chamada de Nega Benedita. Tudo começou de forma inusitada e nada planejada. Há 12 anos Carlos sofreu um acidente e perdeu o movimento do braço direito. Passou por diferentes formas de fisioterapia, não se acostumou com nenhuma, então resolveu se mudar para a praia. Junto com suas malas, trouxe para Itapoá um barco de madeira que tinha em um antigo barzinho e deu para um amigo, que na época tinha um bar em Itapoá. O barco acabou quebrando e, como o amigo não restaurou, Carlos levou para casa. “Restaurei e pendurei na frente de minha casa para o meu amigo ver”, lembra. Porém, não chamou a atenção do amigo, e sim de muitos turistas que
Carlos Humberto Carceriri passaram ali na frente. “Todos perguntavam se eu estava vendendo”, conta. A ideia dos visitantes foi boa e Carlos resolveu se arriscar no artesanato. Há cinco anos começou a fazer os barcos, sem curso algum. A atividade, além de ocupar o seu tempo, também colaborou para o desenvolvimento das limitações do braço direito: “ajuda a força-lo, a movimentá-lo e também trabalha psicologicamente”. Da mesma forma como o objeto incentivador, os barcos confeccionados sempre foram pendurados em frente a sua casa, localizada na Avenida Ana Maria Rodrigues de Freitas, que se tornou o ponto de venda.
Há três anos a técnica ganhou um diferencial: a partir do conhecimento de dois jovens de Ponta Grossa, Carlos começou a produzir barcos menores, que podem ser colocados em todos os lugares e vendidos por preços mais acessíveis. Assim, hoje produz três modelos diferentes e a venda é boa. Além de Itapoá, Carlos também vende o artesanato na feira de São Francisco do Sul, do outro lado da Babitonga. Porém, as coisas não seriam dessa forma sem a sua grande companheira, a Nega Benedita. Conforme Carlos, a Kombi foi comprada há quatro anos com o objeti-
vo de fazer um estande móvel de artesanato. A ideia não poderia ser melhor: além de abrigar todo o seu artesanato para onde quer que ele vá, ela ainda é o grande chamariz nas vendas. “Tinha outra e acabei vendendo, mas não consegui ficar muito tempo sem”, conta. A companheira é tão fiel que até ganhou propaganda exclusiva com camisetas personalizadas. Para Carlos, este foi o casamento perfeito: os barcos e sua querida Nega Benedita. Com os dois ao seu lado, limitações do braço foram superadas e o artesanato local ganhou novas técnicas e formas.
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uma segunda-feira desse inverno sem frio, fui surpreendido por um telefonema. De inicio estranho, depois, inesperado e, por ultimo, inusitado. Uma senhora – recomendada por uma amiga comum - queria saber como poderia proceder diante de um fato que considerava criminoso. Referia-se a danos que seriam causados a um casal de corujas-buraqueiras, ave bastante comum na orla de Itapoá. Primeiro esclareci que não sou especialista em corujas, muito menos advogado, apenas apreciador das aves. Depois, escutei atentamente a sua estória. Contou-me que é nova na cidade e no bairro onde mora, uma cena a deixou revoltada. Próximo à igreja, estavam construindo uma calçada, justamente onde havia um ninho de corujas-buraqueiras. O ninho seria soterrado, apesar do veemente protesto do casal de corujas, que já vivia no lugar muito antes da calçada. Considerava uma agressão e queria impedir a destruição do ninho. Abandonar cães nas ruas é crime punido por lei, o que será então destruir o habitat e os ninhos das aves silvestres argumentava. Fiquei em duvida sobre o que dizer a senhora, frente a uma situação que me parecia no mínimo ambígua. Calçadas são importantes. Servem a mobi-
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A protetora das corujas-buraqueiras lidade da espécie humana, predominantemente urbana nos dias de hoje. Mas, e as corujas? Elas também vivem em cidades. Além do que, são frequentes as manifestações das pessoas sobre os direitos dos animais. Elas não teriam o direito de permanecer no local? Sem discutir o mérito da questão, informei que poderia procurar a autoridade ambiental do municipio, relatar a ocorrência e solicitar providencias. Como alternativa, a Policia Ambiental que trata da repressão aos crimes contra o meio ambiente. Poderia, também, recorrer à autoridade ambiental do Estado, no caso a FATIMA ou, ainda ao IBAMA, a autoridade federal. Ou ainda ao Ministério Publico, formalizando denuncia sobre um suposto crime ambiental. No entanto, antes de envolver os órgãos de proteção à natureza e as espécies que nela habitam, ponderei que, talvez fosse bom pesquisar sobre a ecologia das corujas-buraqueiras. As corujas mesmo forçadas a deixar o ninho certamente fariam outro na próxima temporada de reprodução. Precisam nidificar para propagar a espécie. Portanto, não havendo indícios de postura, ovos ou filhotes no ninho, suprimi-lo não traria maior impacto em prejuízo da continuidade da espécie. Assim, o ninho poderia ser ‘fechado’ e a calçada construída. Caso constatado os indícios citados, restaria aguardar o nascimento e a saída das corujinhas, para somente após construir a calçada.
No entanto, o episódio das corujas-buraqueiras e sua protetora serviu para uma reflexão: Num primeiro olhar, de visão positivista em relação ao ‘desenvolvimento’, poderia parecer ‘exagero’, ‘intransigência’ ou ‘radicalismo’ da senhora protetora das corujas-buraqueiras, tentar impedir a construção da calçada. Em outro olhar, com visão holística e sistêmica, transcende a preocupação da senhora protetora das corujas-buraqueiras com o ninho e conduz ao crescente interesse das pessoas quanto à conservação da biodiversidade dos ecossistemas naturais em beneficio da própria espécie humana. Lembra o físico e ambientalista Fritjof Kapra que na “A Teia da Vida” refere-se à ligação e a interdependência entre as espécies, como condição para a manutenção da vida no planeta.
“O homem não tece a teia da vida, ele é apenas um fio; tudo o que faz à teia, ele faz a si mesmo...”.
Em resumo, foi uma rara oportunidade e um privilégio conversar com a senhora protetora das corujas-buraqueiras de Itapoá, sobre um tema que revela sentimentos complexos e contraditórios. Levou-me a pensar sobre o papel da humanidade no planeta. Itapoá (Inverno), 20 de agosto de 2014.
Aniversรกrio 15 anos Duda Monteiro. E-Session Jheny e Paulo 1ยบ aniversรกrio do Rafinha com seus Pais Fernanda Silvino e Rafael Sartor Duda, Filha de Andressa Rubinho e Marcos Mertens Jr. E-session Stephane e John.
Ensaio Fran
2ยบ Aniversรกrio da Maria Clara. Filha de Edna Ferreira e Jairo Viergutz
Sylmara Godinho
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TURISMO | CARIBE
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cabando de retornar desse maravilhoso local, cujo mar faz com que nos perguntemos se realmente o lugar existe! Existe,sim! Muito vivo e alegre nos convidando a curtir cada momento em que por lá passamos! São tantos lugares lindos e de perder o fôlego, que fica difícil saber por onde começar. “Tesouros não são apenas ouro e prata...”, é o que dizia Jack Sparrow, o pirata viciado nos mares caribenhos... Vamos lá! Mais uma vez vou relatar uma viagem de navio, desta vez, pelo MSC Divina, batizado em 2012 pela atriz Sofia Loren, combinando luxo, elegância com tecnologia avançada, oferecendo aos que viajam vasta gama de recreação, shows diários, piscinas, comida saborosa, muita fruta e salada sempre frescas nesses dezoito dias de viagem. Mil trezentos e cinquenta membros da tripulação estavam lá para assegurar conforto e segurança pessoal e tudo isso por valores até certo ponto acessíveis e cujo esquema é o “all-inclusive” Afirmo... vale a pena viajar de navio! São paisagens mágicas, segurança, propiciando conforto que dá sentido verossímil à palavra férias. O navio partiu de Santos, maior porto da América do Sul , cuja cidade oferece inúmeros atrativos para visitar, além das belas praias e restaurantes. Após um dia e meio de navegação chegamos em Salvador, cidade que atrai pessoas do mundo todo devido sua história, culinária,
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Salsa, reggae e gente muito feliz!
beleza natural, sincretismo religioso, miscigenação, arte e a energia do axé no ar. Visitar o centro histórico, casarões e igrejas. Que tal passar uma tarde em Itapuã, praia inspiradora de músicas famosas e não parta da Bahia sem suas famosas fitinhas coloridas para se fazer três pedidos. Depois da Bahia foram cinco dias de navegação, muita festa, muito show, muita piscina e sol para todos! Na sequência visitamos Bridgetown, capital de Barbados e no dia seguinte, Saint George, capital de Grenada duas ilhas em que a vegetação é abundante, pode-se até dizer que a vegetação é muito parecida com a do Brasil. Barbados é a pátria de muitas plantas selvagens, pássaros, mamíferos, inclusive tartarugas verdes ameaçadas de extinção, as quais podem ainda ser vistas depositando seus ovos ao longo da praia. Bridgetown era chamada de “Indian Bridge” devido sua ponte rústica construída sobre o rio pelos índios. Sucessivamente, nos documentos oficiais, foi chamada de Town of
Saint Michel e somente mais tarde passou a ser chamada de Bridgetown. O nome Barbados surgiu com os invasores portugueses, que por lá estiveram e o nome tem relação com as árvores,que possuem uma espécie de barba, muito parecido com parasitas e que encontramos muitas vezes em árvores brasileiras. A ilha é bastante montanhosa, cruza-se ondulantes colinas até chegar á igrejinhas antigas, a mais famosa é a de Saint John, incrustada em um penhasco e cuja elevada localização oferece incrível vista do Oceano Atlântico.
Próxima parada, Grenada. Relaxe e respire...noz moscada, gengibre picante, canela em pau, cacau, a bela ilha no sul do Caribe é famosa pelas suas plantações de especiarias. A cidade de Saint George é um destino importante para os cruzeiros no Caribe e um dos ótimos lugares para se fazer snorkeling e mergulho. Snorkeling é uma atividade esportiva em que o mergulhador usa uma máscara, nadadeiras e um tubo para respirar sob a água chamado de snorkel e uma vez que as águas da região são muito transparentes a flora e a fauna marítimas podem ser contempladas com nitidez. Grenada tem um centro histórico encantador à beira mar, cujas lojas famosas estão na Explanade e não deixe de visitar a Chocolate Company Grenada. Ilhas, que certamente oferecem aos visitantes várias possibilidades de praticar esportes radicais e atividades recreativas das mais variadas como por exemplo: passeio de catamaram, surf, aventura em jipe, passeio aéreo com tirolesas, visitas às cavernas em Barbados. Outras atividades são o passeio de submarino, visita às tartarugas a bordo de catamaram, participar de trilhas nas florestas tropicais de Grenada e para aqueles que dispõem de energia, existe a possibilidade de subir por cachoeiras. Passeie em barcos infláveis a motor, no qual você é o piloto, ao longo da pitoresca e colorida Carenage of Saint George, em Grenada. Próximas paradas Aruba e Curaçao!
EMPREENDEDORES - GUARATUBA
Carros por amor e na profissão Augusta Gern
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esta empresa o que move os negócios é a realmente a paixão. Há 11 anos responsável pela filial da Alencar Veículos de Guaratuba, Edson Mario Tulik reserva uma história de amor com carros que ultrapassa o ramo comercial. Com serviço de compra, venda, troca e financiamento de carros novos, seminovos e usados, a Alencar Veículos surgiu em 1993 em Paranaguá, pelo sogro de Edson, Darci Alencar de Oliveira. Em 1998 chegou em Guaratuba e, em 2007, ganhou mais uma loja em Morretes. As três lojas paranaenses fazem parte de uma empresa familiar. Edson entrou nesta história em 2003, quando assumiu o empreendimento em Guaratuba, já com toda a experiência no ramo de veículos, que iniciou em 1993. Mas o amor por automóveis é mais antigo: formado em mecânica, sempre gostou de carros, desde pequeno. O amor é mais forte por carros antigos. Edson tem uma Mercedes 83, que ganhou de seu sogro, e um Caravan Diplomata 91, que comprou. Conforme o empreendedor,
a pessoa que o vendeu o Caravan, que tem apenas 20 mil kms rodados, fez toda uma pesquisa para saber se ele iria mesmo cuidar do carro. “Antes de vender fez várias perguntas técnicas sobre o carro e já veio três vezes aqui para saber como o veículo está, se eu ainda não o vendi”, conta. Mas vender essas antiguidades não está em seus planos, a ideia é contrária: agora Edson está atrás de um Maverick que era de seu pai.
Edson Mario Tulik, Alencar Veículos. Para ele, os carros antigos são os grandes xodós. São utilizados apenas para passeio e visitas em encontros de antiguidades do ramo. Quando pega chuva, por exemplo, tem todo um ritual para serem guardados na garagem, conta a esposa Sueli Maria de Oliveira. E como não pode ter todos os carros que gostaria pela falta de garagem, Edson também conta com uma coleção de miniatura de carros antigos. São cerca de 300
carrinhos, alguns ganhou de presente, outros até importou. Assim, com tanto amor por carros, seria difícil o empreendimento não dar certo. Edson explica que a maior dificuldade no mercado é em relação a baixa linha de crédito para compradores autônomos, mas o mercado é promissor. A loja atende todo o litoral do Paraná e parte de Santa Catarina e a ideia é expandir: logo Edson pretende também trabalhar com linhas de motos e caminhões.
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Ponto de vista esse mês traz um conceito investimento na cidade, com base nas grandes conquistas Diogenes Montenegro firma mais um grande investimento apontado para sucesso, e olhos voltados ao mundo business. “Um dos municípios mais pujantes do Sul do país”. É desta forma que Itapoá foi descrita pela revista Isto É na reportagem “Um Brasil que não para”, publicada no início de agosto de 2014. O Porto Itapoá foi apontado como o responsável pelo desenvolvimento do município, que dobrou o número de habitantes e viu as oportunidades de negócios dispararem. Essa estrutura vem impulsionando novos negócios, mais oportunidades de emprego e mais qualidade de vida para a população local. Itapoá vem promovendo uma transformação no eixo econômico do país, até então concentrado nas capitais e municípios. A cidade é destacada como um “mar de oportunidades”, e nessa onda, empreendedores aproveitam para trazer novidades à região, que não para de crescer. Um deles é o casal Tânia e Diogenes Montenegro, um casal de pensamento “pé no chão”, mas arrojado. Conheça esses empreendedores e seu novo projeto aqui em Itapoá. Ponto de Vista - Por que esse interesse em empreender em Itapoá? Montenegro - Itapoá não foi escolhida por acaso, passamos bastante tempo aqui. Gostamos muito desta praia, temos casa aqui há 15 anos e não trocamos esse lugar por nada. Inclusive, passamos o verão na companhia dos familiares e amigos que fizemos aqui. Acompanhamos o crescimento da cidade e vemos que muita coisa está para acontecer, e acabamos pensando em uma nova proposta de serviço para o balneário.
Ponto de Vista - Vocês podem nos dizer sobre a atividade desse empreendimento? O que podemos adiantar é que será um novo conceito no ramo da gastronomia, primando pela qualidade dos nossos clientes. Ponto de Vista - Qual a previsão de abertura desse novo negócio? Estamos com os prazos bem apertados, pois queremos abrir ainda este ano.
Casal Tânia e Diogenes Montenegro Ponto de Vista - E qual seria esse empreendimento? No momento não podemos revelar, o que podemos adiantar é que estamos trabalhando firme para que tanto a população local como os veranistas desfrutem de algo que aqui ainda não temos. Ponto de Vista - Um lugar para todos os públicos? Sim, para qualquer pessoa que queira passar bons momentos com a família e amigos. Queremos que as pessoas que vierem a Itapoá, ou ao litoral, desejem passar lá. Queremos ser lembrados como algo novo, uma referência, um iCone desse segmento aqui em Itapoá.
Ponto de Vista - Como vocês se vêem e projetam o empreendimento daqui a 5 anos? Vemos Itapoá cada dia maior. Como nos, outros empreendedores estão chegando nessas cidades em constante crescimento. A cidade, devido a isso, começará a exigir estruturas melhores para atender a população local, que estará cada vez mais seletiva, e os turistas, que necessitam de atrativos para retornarem. Nos vemos inserido dentro desse contexto como empreendedores, propiciando aos cidadãos de Itapoá uma excelente opção de lazer. Ponto de Vista - Gostariam de deixar alguma mensagem a população da nossa cidade e de nossa região? Queremos dizer que estamos construindo um local agradável para se passear com a família e passar um bom tempo com os amigos. O que estamos trazendo é uma idéia nova e de qualidade.
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Branca e Zeferino, na companhia do cantor gaúcho, Paulo Fogaça e sua esposa. Aldo Santiago e sua esposa Ivonete da Loja Karismas em Guaratuba durante o evento social, Super Pai.
Charles Janesch, da loja Cacau Show de Guaratuba com a namorada, Laura Roncisvalle.
Rogério, do Sol e Mar, Dr. Daniel e Pedrito desejando muitas felicidades coordenador da semana Farroupilha, acendenà mamãe, Tania. Família feliz. do a chama crioula no início do evento.
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Dona Angela com seu marido, Sr. Carlos, foram os primeiros clientes da nova agência PAGUE FÁCIL do Marcelo. Marcelo com os seus pais, Neia e Franquim na sua nova agência Pague Fácil-Caixa Aqui em Itapoá.
Zé Mineiro foi escolhido para ser o próximo coordenador da semana Farroupilha. Coube a ele acalmar a chama.
Carla e Osmar do Love Som. Parceiros de sempre... não conhecia deles este gosto pelas tradições gaúchas... Parabéns...
Claudia e seu marido Paulo Vieira, da Farmácia Fortefarma deram um show no baile de formatura de danças gaúchas.
Karine Aguiar de O. Pereira com o seu marido Cesar Cotia durante o encerramento de mais uma Semana Farroupilha.