EDITORIAL Neste mês, o tema não poderia ser diferente. Maio é o mês das comemorações da base da vida de qualquer pessoa. No dia 10, as mães entram em cena e, no dia 15, se comemora o Dia Internacional da Família. Assim, dedicamos esta edição para homenagear as mais diferentes famílias e os mais diferentes amores de mãe presentes em Itapoá e Guaratuba. Não importa o formato, a composição ou mesmo o tempo em que estão juntas, cada família e cada mãe contam com uma peculiaridade e uma história diferente e nos reafirmaram que a união e o amor são os grandes segredos para a felicidade. Não existe uma receita pronta para a família perfeita: pode ser grande, pequena, só com homens, só com mulheres ou mesmo com animais; pode se limitar aos parentes ou se expandir aos amigos, conhecidos e comunidade; pode surgir de um laço sanguíneo, de um hobby em comum ou até mesmo do trabalho. Família perfeita é família feliz. Não precisamos ir longe para acreditar ou provar tudo isso, afinal, na prática, convivemos e trabalhamos também como uma família, a família Giro Pop! Boa leitura!
10 | Maio 2015 | Revista Giropop
Em maio nos despedimos da ‘‘nossa Guta’’, que agora segue por novos caminhos. É um ciclo que se fecha, mas com certeza trazendo muitas notícias boas! Sucesso pra você, sempre, é o desejo da sua família da Revista Giropop!
Em maio também tem comemoração em dose dupla, dia 17 é o aniversário do Beto ‘Portuga’ e dia 16 é a vez do Joaquim soprar as velinhas!
EMPREENDEDORISMO
LIAC: 20 anos pela sua saúde Ana Beatriz
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queles que têm o privilégio de viver em Itapoá fazem diversos apontamentos sobre o enorme crescimento do município, e em tão pouco tempo. Novos serviços são observados com frequência, mas a grande diferença é o compromisso dos tradicionais, que acompanham o crescimento da cidade com muita eficiência. É assim o LIAC - Laboratório Itapoá Análises Clínicas que completou, em 5 de março de 2015, 20 anos de atuação, entrando para a história da saúde do município. Com uma infraestrutura moderna e aparelhos automatizados, o laboratório já mostrou o porquê veio para ficar e como está trabalhando para acompanhar o desenvolvimento da ainda jovem Itapoá. Reinaldo Sampaio Bexiga, bioquímico e proprietário do laboratório, está ajudando a construir a história do município, e muitas páginas ainda virão. A história de Reinaldo se dá em diversos lugares. Já morou em alguns estados do Brasil e também no exterior. Natural do norte do Paraná, ele chegou a Itapoá em 1995, já com a experiência de um laboratório no Pará. A cidade itapoaense revelou sua carência na área e, em 1995, nasceu então o primeiro laboratório. Desde o início de suas atividades, o LIAC cresceu em todos os
sentidos: estrutura, funcionários e maquinários. São hoje, máquinas automatizadas e duas estruturas, em bairros diferentes. “Esta mudança foi necessária para acompanhar o crescimento do município”, explica Reinaldo. Além da sede, localizada no bairro Itapoá, o Laboratório Itapoá Análises Clínicas tem hoje um posto de coleta também no bairro Itapema Reinaldo Sampaio Bexiga, bioquímico do Norte, que abrie proprietário do laboratório. ga a maior parcela de pacientes. “Temos muitos pa- tórios de grandes cidades”, afirma cientes idosos com dificuldade de o proprietário. O LIAC, em Itapoá, locomoção e trabalhadores com di- é afiliado a SBAC (Sociedade Braficuldade de tempo”, conta Reinal- sileira de Análises Clínicas), que do. Ou seja, o investimento foi vol- através do PNCQ (Programa Natado para o bem-estar do paciente. cional de Controle de Qualidade), O novo posto de coleta, em Ita- comprova a qualidade e eficiência pema do Norte, encaminha todo de seus serviços. o material para a sede, onde são Outra novidade trazida pelo realizadas as análises e emitidos laboratório foi a construção do os laudos. Contando hoje, com site (www.liac.lablaudo.com.br), funcionários preparados para um onde, com apenas o login e a seatendimento eficiente e seguro. Os nha encontrados no protocolo de aparelhos automatizados adota- atendimento, o paciente pode ter, dos pelo LIAC são de tecnologia de no conforto de sua casa, o acesso ponta e proporcionam vantagens ao resultado de seus exames. O ao desenvolvimento do trabalho do site também comporta o acesso laboratório como rapidez, seguran- exclusivo para médicos, com acesça e agilidade. “Nos encontramos so aos resultados dos exames de nas mesmas condições de labora- seus pacientes; para as empresas,
com acesso aos resultados dos exames de seus funcionários e para os convênios, para que as empresas de medicina ocupacional tenham acesso aos exames de seus conveniados. Além destas praticidades, o site do LIAC possui uma seção de perguntas frequentes, explicando as dúvidas mais comuns sobre os exames. Com funcionamento de segunda a sexta, das 7 às 12h, e das 13h30 às 17h30, as atividades exercidas no laboratório são chamadas de “rotina laboratorial”, uma vez que é seguido o mesmo procedimento todos os dias. Reinaldo conta que no início da manhã o LIAC tem maior fluxo de movimento, pois é o horário da coleta. Já na parte da tarde, os funcionários se dedicam especialmente à digitação de dados, que, segundo ele, é a parte mais trabalhosa. “Em atividades como esta, é necessária muita atenção, pois se trata de dados de saúde”, explica. Para o futuro, Reinaldo planeja continuar investindo no laboratório. Apaixonado por sua área, o proprietário acredita no potencial de seu trabalho e do município. “Continuaremos apostando em Itapoá, muito satisfeitos com o resultado”, afirma. Afinal, muitas páginas ainda deverão ser escritas, principalmente quando o assunto são ganhos para a saúde.
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ESPECIAL DIA DAS MÃES
Não há medidas para o coração de mãe
Augusta Gern
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mor e casa sempre cheia são pontos que unem duas famílias muito diferentes, mas cheias de lições de vida. Uma em Guaratuba e outra em Itapoá, elas dão uma aula quando o assunto é o velho ditado que “no coração de mãe sempre cabe mais um”. Em Guaratuba, a família de Maria Roseli Cubas Machado, mais conhecida como Rose, ganha todos os recordes de amor. São três filhos biológicos e cerca de 60 adotados. Por querer se doar ao ser humano, há 34 anos adotou a primeira filha e sonha em ver a família cada vez maior. “Não foi nenhum tipo de promessa, mas cada pessoa precisa se doar para alguma coisa e resolvi me doar para as pessoas, como Deus fez”, fala. Tudo começou quando morava em São José – PR e a mãe de sua primeira filha adotada ofereceu a criança, o juiz concedeu a guarda e logo em seguida vieram os dois irmãos. Aos poucos foi conhecendo histórias, tirando crianças da
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Rose ganha todos os recordes de amor, já foram mais de 60 crianças adotadas. rua, resgatando de maus tratos e sua a casa se tornou um grande lar de amor. “Aqui não é um abrigo ou espécie de exército, vivemos como uma família, igual outras tantas”, afirma Rose. Segundo ela, hoje 23 filhos vivem na casa em Guaratuba. Alguns estão em São José com seu marido e outros já saíram de casa para construir sua própria família. Guaratuba foi uma escolha que teve há cinco anos, principalmente pelo clima, pela praia e tranquilidade.
“Gostaria de proporcionar uma infância melhor para eles e acho que na praia isso é mais fácil”, conta. A rotina é movimentada. Na grande mesa da sala todos fazem as refeições juntos e um grupo estuda no período da manhã e outro à tarde; com uma Kombi, Rose se responsabiliza em leva-los e busca-los todos os dias na escola. Quando estão em casa os mais velhos ajudam os mais novos, e aos finais de semana vão à missa, jogam videogame e passeiam na praia. “A
infância é como um foco, se ela se apagar, nunca mais acende, por isso temos que os fazer viver e aproveitar”, conta. Conforme Rose, há casos de crianças rejeitadas por famílias adotivas anteriores e com históricos complicados, mas que se adaptam muito bem em sua casa. “Logo que eles chegam, mudam a feição. Assim a gente percebe como o alimento, o carinho e o amor fazem a diferença”, fala. Para ela, o passado não é lembrado e
em pouco tempo deixam todos os maus hábitos para trás. “Todos os irmãos acolhem novas crianças super bem, gostam de cuidar e de integrá-los”, conta. Além disso, na maioria das vezes não é preciso nem um dia para Rose ganhar mais um chamado de mãe: afinal, “todos são filhos iguais”. Em relação aos custos de uma casa tão cheia, Rose não se preocupa muito. Antes costureira, teve que deixar o ofício de lado para cuidar da criançada e hoje vive do aluguel de um imóvel, a ajuda da família, de comércios e da igreja. Conforme ela, seus filhos biológicos estão sempre ajudando e comércios, um até de Itapoá, nunca deixam que passem dificuldades. “Eu nunca precisei pedir, sou muito grata a todos”, fala. O seu maior problema está em relação às burocracias da legislação. Há alguns anos já teve dificuldade para registrar novos filhos em seu nome e gostaria de poder ter quantos filhos quisesse. “Por que não posso dar uma vida melhor para todos eles?”, questiona. Seu maior sonho é ter uma grande chácara, para que todos possam ter uma infância livre e gostosa como foi a sua. Enquanto isso a família não deixa de crescer. Sempre que percebe a necessidade, busca a legislação para abrigar novas crianças. Hoje, além das dezenas de filhos, já são 18 netos. “A família só cresce, mas sempre há espaço para mais um”, afirma.
Todos do mesmo ventre Aos 79 anos, Eduvirgem é feliz ao se lembrar das 23 gestações.
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m Itapoá o ditado do tamanho do coração de mãe também é muito obedecido, Eduvirgem Cardoso Crisanto teve 23 filhos. Os nomes e características de cada um não cabem em uma mão, são necessárias quase cinco para elencar toda a família. Todos filhos da terra itapoaense, tornam a família Crisanto uma das maiores na cidade. Aos 79 anos ela já perdeu a conta, mas são cerca de 50 netos, 20 bisnetos e talvez até tataranetos. Tudo começou aos 13 anos quando casou com Walter Crisanto. De lá para cá foram 23 gravidez se-
guidas. Conforme ela, o maior tempo entre uma gravidez e outra foi de três anos, mas geralmente se surpreendia antes disso. “Naquele tempo só descobria mais tarde que estava grávida e o sexo do bebê era só quando ele nascia”, conta. Todos nasceram de parteira ou então até antes dela chegar. Os filhos foram criados em Itapoá com o trabalho da pesca e da agricultura. Eduvirgem conta que morava na beira da praia, lavava a roupa no rio Mendanha, a luz era só com lampião e quando alguém ficava doente era preciso caminhar até o balneário Pontal e atravessar a Baía da Babitonga a remo.
Mesmo com todas as dificuldades e com tantas crianças, ela sente uma saudade grande daquele tempo: “acho que antes, mesmo com todas as dificuldades, nossa vida era mais fácil”. Segundo ela, seu marido faleceu há 26 anos e, nesta época, ainda tinha quatro filhos menor de idade. Não foram tempos fáceis, mas que renderam a ela o título de mulher guerreira. Dos 23 filhos, hoje apenas 12 estão vivos: seis mulheres e seis homens. Mesmo que a maioria ainda permanece em Itapoá e a visitam com frequência, não é tão fácil reuni-los para um grande retrato das gerações Crisanto.
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ESPECIAL FAMÍLIA
Quando se assume dois papéis Augusta Gern
Arrumar os filhos para a escola, preparar a alimentação, leva-los e busca-los em qualquer compromisso, cuidar da casa, trabalhar, cuidar das contas, ser conselheiro, ter autoridade, ser amigo, ajudar nas tarefas escolares, não deixar que falte coisas na despensa, garantir a segurança dos filhos e ainda viver. Ufa, a rotina de uma família não é fácil, requer muito jogo de cintura, principalmente quando é preciso assumir dois papéis dentro de casa, os protagonistas: mãe e pai. Não é novidade que muitas famílias vivem com apenas um dos pais em casa, os motivos podem ser vários. Às vezes a ausência do pai ou da mãe se dá por inteiro, outras vezes os filhos continuam tendo contato com uma boa frequência, mas de todas as formas o dia a dia muda. Quem fica em casa, que se responsabiliza pela criançada, precisa reaprender a rotina e, muitas vezes, aprender coisas antes não imaginadas.
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Na casa dos meninos: o pai Zeco e os filhos Neto, Murilo e Felipe.
A casa dos meninos
Aprender muitas coisas, principalmente a organizar o tempo, foi a maior dificuldade de José Moralez Filho. Pai de três meninos, ou melhor, jovens adultos, Neto, Murilo e Felipe, ele foi o responsável pela criação. Há cerca de 15 anos, quando o mais novo tinha apenas
4, ele se separou da companheira e ficou com a guarda dos três filhos. Fazer a mamadeira, dar banho antes de leva-los à escola, cuidar quando estavam doentes e conciliar todas as rotinas de casa com o trabalho não foi uma tarefa muito fácil, mas ele logo pegou o jeito. Segundo José, as novas responsa-
bilidades junto ao momento da separação o fizeram tirar uma força que nunca imaginou ter, ou melhor, ganhou uma força dos filhos, seus grandes companheiros. Natural de Assis – SP e em Itapoá desde 1992, ele sempre trabalhou com comunicação visual. Do tempo das fachadas em pintura, ele tinha a oficina junto à residência, o que ajudou bastante. “Eu trabalhava com os meninos ao lado. Teve vezes de atender clientes até com um deles no colo, mas isso facilitou muito”, lembra. Caso trabalhasse fora, talvez não tivesse conseguido proporcionar uma infância tão sadia aos meninos. Nos momentos mais difíceis sempre contou com o apoio afetivo dos familiares e amigos, que fez grande diferença. Também, mães de amigos dos meninos sempre deram bastante apoio. Como os filhos não tinham contato frequente com a mãe, ele realmente assumiu a figura materna, até em apresentações do Dia das Mães na escola. “Acho que acabei substituindo bem a mãe, porque eles sempre foram muito felizes e tiveram uma
infância muito boa”, acredita. Só que além de ganhar mais um papel em casa, sobrecarregou seu lado paterno. Depois da separação, não se casou novamente, até porque sua profissão de pai ganhou tempo integral dobrado. Porém, tudo valeu muito a pena. O fato de estarem sempre juntos, muito unidos, foi a grande diferença e faria com que José fizesse tudo novamente, da mesma forma. “Nos damos muito bem e o que superou tudo foi o amor”, afirma. Ele conta que sempre exigiu que fizessem as refeições todos juntos e, na alegria ou na tristeza, os momentos eram compartilhados. Mesmo por ser uma casa só de meninos, José garante que sempre foi muito caprichosa: “os meninos são muito organizados e sempre me ajudaram”, conta. Hoje, aos 50 anos, os três filhos já não estão mais em casa: saíram da cidade para trabalhar ou estudar, mas quando se encontram o carinho e amor é o mesmo. Afinal, cuidado em dobro só poderia mesmo gerar amor em dobro também.
A casa das meninas
Se em uma casa são só meninos, em outra são apenas meninas. Ao invés da guarda ficar com o pai, ficou com a mãe e, ao invés de três meninos, são três meninas,
Na casa das meninas: Cátia com as filhas Augusta, Amanda e Alessandra. com idades muito semelhantes. Há 18 anos Cátia Fehrmann também se separou do companheiro e teve que reaprender algumas rotinas com as filhas Amanda, Augusta e Alessandra. Na época a mais velha tinha apenas oito anos e, a mais nova, sete meses. Não foram tempos fáceis, muita coisa mudou, mas tudo valeu muito a pena. Apesar das filhas terem contato com o pai, no dia a dia as coi-
sas mudaram bastante, principalmente para a matriarca. Voltar ao mercado de trabalho, organizar a rotina da casa e todos os cuidados com as meninas, fez a família inteira amadurecer bastante. Diferente de José, onde o maior problema foi organizar o tempo, neste caso a maior dificuldade estava com o medo. “Eram diferentes tipos de medo, tanto de deixa-las nos cuidados de outras pessoas, como de me virar sozinha”, lem-
bra. Na época, como professora, Cátia teve que lecionar em escolas distantes e, as meninas, ainda pequenas, ganharam companhias de babás ou familiares. O apoio da família foi um grande pilar para que a estrutura fortalecesse sempre mais. Com o tempo, Cátia ainda fez faculdade e encaminhou todas as filhas: hoje duas estão formadas e uma faz o ensino superior. “Agora percebo que consegui mostrar o melhor caminho para elas e me sinto muito orgulhosa disso”, afirma. Natural de Joinville, a família inteira está em Itapoá há nove anos e, por muito tempo, era tudo e todas só mulheres. “O lado masculino só voltou a frequentar a casa diariamente há um ano, com a adoção de um cão macho”, brinca Cátia. Pela falta de tempo para sair e conhecer outras pessoas e até por receio de envolver as três filhas, ela também não buscou outro companheiro. E apesar de todas as dificuldades, de enfrentar algumas situações sozinhas ou mesmo ter que tomar decisões, hoje ela afirma que tudo valeu muito a pena. “Talvez se as coisas não estivessem acontecido dessa maneira, nãos seríamos como somos hoje”, afirma. Nessa casa que poderia até ser cor de rosa, o que não falta é amor e união.
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ESPECIAL FAMÍLIA
Do outro lado do mundo Augusta Gern
Cada família tem costumes específicos, mas há quem traz culturas do outro lado do mundo. Os famosos países dos olhos puxados e dos chás também estão presentes em Guaratuba e Itapoá. Imigrantes ou mesmo descendentes, mostram como é possível manter uma tradição mesmo do outro lado do globo. A China em Guaratuba
Entre todos os comércios da Avenida Central da cidade, uma porta parece nos levar para o outro lado do mundo: à China. A fisionomia característica e um vocabulário muito difícil de entender dão às boas vindas para a nova cultura. Fafa Chunhua Huang e Zhaoyi Líang escolheram Guaratuba como novo lar há três anos. Sem falar português ou conhecer o Brasil, arriscaram uma nova rotina para uma vida melhor. Mesmo com todas as dificuldades de comunicação, é fácil notar a alegria pela escolha. Fafa, a única que arrisca o português, conta que a mudança foi em função de traba-
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Os chineses Fafa e Zhaoyi com a pequena brasileira Angélica. lho. Na China, segundo ela, a vida é muito mais difícil: há uma população muito maior, os ambientes são sujos e a remuneração é pouca. “Aqui se trabalha bem menos e se ganha mais”, afirma. O casal veio através de um primo, que já mora em São Paulo há alguns anos. Na região sudeste, mais precisamente em Campinas, trabalharam em restaurantes e lanchonetes. Fafa aproveitou o tempo para conhecer a língua. “Aprendi o português me comunicando com as pessoas. Tinha um caderninho e escrevia tudo o que eu ouvia”, lembra. Assim, além de falar, também arrisca algumas palavras escritas. De Campinas, vieram conhecer
Da segunda geração de japoneses, Regina e Sadao ainda seguem alguns costumes da família.
a região e gostaram de Guaratuba. “Aqui as pessoas são muito boas e as paisagens são bonitas”, fala. Não demorou muito para se mudarem para o litoral e abrirem um comércio próprio, especializado em yakisoba. “Temos muitos clientes e fazemos do jeitinho que é lá”, afirma. Depois do casal, outros familiares seguiram a mesma estrada, como seu irmão e a cunhada. Todos trabalham juntos, mas apenas Fafa arrisca o português. “Um dia fui ao mercado comprar algumas coisas e me ligaram para voltar urgente. Eu tinha acabado de sair, mas eles não conseguiram se comunicar com os clientes. Tive que
fazer as compras depois”, lembra. Só que mais do que o comércio ou a qualidade de vida, hoje o Brasil tem mais ligações com o casal. Há pouco mais de um ano, a primeira brasileira chegou à família de chineses: Angélica Yuxin Líang. Segundo Fafa, em casa a menina só aprende chinês para manter a tradição e, o português, aprende na creche. “Não queremos que ela esqueça as origens”, afirma. Neste ano, a família no Brasil deve aumentar. O casal já tem um filho na China, que atualmente mora com os avós, mas neste ano vai busca-los, o filho e os pais, e aos poucos a tradição chinesa vai crescendo em Guaratuba.
Cultura japonesa, de geração em geração
Outra cultura presente em Guaratuba, logo em frente à porta chinesa, é a japonesa. Apesar de serem brasileiros, da segunda geração de japoneses, alguns costumes continuam vivos na família de Sadao Ozaki e Regina Mitiko Ozaki. Naturais de São Paulo, o casal vem de famílias diferentes, mas ainda cultuam um pouco da língua e da culinária. Conforme Sadao, eles ainda vivem um pouco das tradições, mas respeitam muito o Brasil. “A harmonia entre povos é a coisa mais importante”, afirma ao mesclar costumes dos dois países. Ele aprendeu a língua japonesa com os pais, já Regina, aprendeu com a avó quando criança. “Quando Sadao encontra pessoas mais antigas do Japão, fala a língua em respeito”, conta Regina. “Já eu, apenas passo para os netos alguns dos ensinamentos que tive com a minha avó”. Conforme ela, os netos se interessam e já aprenderam alguma coisa da língua. Os filhos também mantêm um pouco da cultura e já até passaram alguns anos no Japão. Hoje, um dos estabelecimentos comerciais da família até segue um pouco da culinária japonesa. Em casa, o sushi também é muito degustado, junto com a sopa de condimentos de soja e o arroz branco. Além da culinária, o que seguem a risca da cultura são os valores familiares. “No Japão a famí-
de uma vida mais promissora ainda quando adolescentes. Gostaram da rotina, ficaram e começaram a trabalhar na mesma empresa. “Tínhamos amigos em comum e acabamos dividindo a mesma república, aí acabamos ficando juntos”, lembra Hélio. Conforme o casal, lá moravam muitos brasileiros, só nessa empresa eram cerca de três mil. Antes de irem ao Japão, não tinham muitos cosDa terceira geração de japoneses, Hélio tumes em casa. Os e Andressa ainda cultuam a tradição e dois aprenderam contam até com roupas típicas, junto com a língua na marra os filhos Johnny, Johnnatan e Jehnnifer. e hoje ainda arranham algumas coilia sempre vem em primeiro lugar, todos se respeitam e são unidos”, sas. Juntos, voltaram para o Brasil para ter o primeiro filho, Johnny, conta Sadao. hoje com 13 anos. “Viemos para o nascimento dele e logo voltamos Unidos no Japão Em Itapoá, os mesmos costu- para o Japão, onde ficamos até mes também são seguidos pela 2008”, conta Andressa. No Japão tiveram o Johnnafamília de Hélio Mitsuo Oribi e Andressa Kuriyama Teixeira Caris Ori- tan e voltaram quando a família bi. Os dois são da terceira geração começou a crescer. “Lá é bom de e naturais do Paraná, ele de Lon- viver, mas com a família grande, drina e ela de Paranavaí. Mesmo acaba não valendo tanto a pena”, distantes apenas por cerca de 160 afirmam. Hoje, além dos dois mekm no Brasil, foi no outro lado do ninos, há também a Jehnnifer, de quatro anos. mundo que se conheceram. Segundo Andressa, as diferenOs dois atravessaram o globo junto com a família, em busca ças não são poucas entre os dois
países, mas se acostumaram bem no Japão. Lá, conforme ela, as crianças vão sozinhas para a escola: “a criança mais velha da rua passa em todas as casas e formam filas, que se encontram nas esquinas, tornando grandes filas organizadas, onde um cuida do outro”. No trabalho, a carga horária é pesada: são 12 horas a fio. Já em casa, as principais diferenças estão na ausência de camas e cadeiras. “Lá eles são mais frios com os familiares e não têm costume de entrar com sapato em casa”, conta Andressa. Os sapatos na porta e a culinária são costumes que trouxeram para o Brasil. A família costuma acrescentar os ingredientes da culinária japonesa, como shoyo, arroz branco e temperos adocicados. Os chás também são feitos às vezes, mesmo que só para lembrar a rotina de lá. “Em todo lugar que você vai eles oferecem chá, e dizem que é falta de educação não aceitar”, conta Andressa. Em casa, também guardam a roupa típica, só usada em determinadas festas do país. Fora a carga horária pesada e os terremotos, o casal não tem o que reclamar do Japão. “O pior de tudo eram os terremotos, que vinham com frequência. Teve uma vez que foram 43 vezes em um único dia”, lembram. Hoje, ainda mantêm contato com amigos de lá e pretendem voltar, mas só para passeio. “Queremos levar os filhos para conhecer, mas a nossa casa é aqui”, afirmam.
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ESPECIAL DIA DAS MÃES
O abraço materno em toda comunidade Augusta Gern
Orientar, cuidar e amar são palavras-chave de qualquer mãe para seus filhos. Porém, há quem vá além dos berços, dos quartos e da própria casa, adota uma comunidade. Esse é o caso de Luiza Nunes de Oliveira, que mais do que os filhos, biológicos e adotados, abraçou um bairro de Guaratuba como mãe.
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á 32 anos no município litorâneo, Luiza mostra e afirma que é possível fazer a diferença, é possível proporcionar novos caminhos às pessoas. Natural de Francisco Beltrão – PR, escolheu Guaratuba como opção de trabalho, e junto trouxe os quatro filhos pequenos. O começo não foi nada fácil, mas com um pouco mais de trabalho ali e dedicação aqui, conseguiu garantir uma boa vida para toda a
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Luiza foi além dos berços, dos quartos e da própria casa, abraçou uma comunidade. família. Ao observar que a comunidade onde se instalou tinha algumas carências, resolveu fazer a diferença. “Tive uma infância muito difícil, nunca tive brinquedos e não gostaria que outros crescessem dessa forma”, afirma. Assim, há 28 anos, começou o tradicional Natal das Crianças, que não falha um dezembro sequer. Brinquedos, bolo e bri-
Luiza com os filhos adotivos, Gabriel, Luidys e Lucas. gadeiro se tornaram rotina no final do ano há quase três décadas. “No começo era uma festa pequena, aqui mesmo na minha casa, mas com o tempo o número de crianças cresceu bastante e tivemos que readaptar”, conta. Hoje, o Natal é realizado em seu restaurante, no Mercado Municipal, para cerca de 300 crianças. Junto com o Papai Noel, os pre-
sentes sempre foram garantidos, mesmo que de forma difícil. “Já pensei em desistir pelos gastos serem altos, mas sempre tem pessoas que me ajudam e conseguimos fazer uma linda festa”, fala. Além de Guaratuba, durante quatro anos Luiza realizou a mesma festa na cidade de Quedas do Iguaçu - PR, por ver a carência da criançada. “Eu levava tudo para lá e festejá-
Luiza com algumas participantes das oficinas e cursos oferecidos gratuitamente. vamos da mesma forma, mas hoje há pessoas da própria cidade estão organizando”, conta. Outro evento, que iniciou há 15 anos, é a Festa da Tainha. Segundo Luiza, tudo começou com uma festa junina para a criançada e, como sempre assava tainha, se transformou em uma festa da cidade. Além de proporcionar momentos de alegria à criançada, achou que poderia fazer mais. “Para ajudar as crianças, precisamos ajudar também a família”, afirma. Assim, há dois anos organiza cursos para as mulheres da comunidade, como costura, manicure, customização de chinelos, entre outros. Conforme Luiza, todos os cursos são gratuitos e já mostraram bons resulta-
dos: para algumas participantes, a atividade se tornou fonte de renda. “Eu não posso dar muito, mas posso ensinar a estudar e a trabalhar”, afirma. O que para ela pode ser uma ajuda singela, para outros faz uma grande diferença. Além dos cursos, tornou-se uma grande conselheira de famílias e busca ajudar na área da saúde, participando do Conselho Municipal. “Meu sonho era que tivéssemos mais controle de natalidade, com projetos e programas de conscientização”, fala. Conforme ela, há muitas crianças engravidando, casais tendo mais filhos do que a situação financeira permite e ainda, muitos casos de mulheres com o vírus do HIV engravidando.
Há 28 o natal da criançada é garantido com muita alegria. “Conheço a realidade dessas famílias e precisamos fazer alguma coisa para mudar a situação”, afirma. De acordo com Luiza, todas as pessoas podem fazer a sua parte, afinal, “não é só longe, em outros países, que existem problemas”, fala. Ela sugere que todos observem a sua comunidade, pois com boa vontade, dá para fazer a diferença e o melhor. E pensando nisso é que avançou mais um passo da sua vida e deu a mão e o lar materno para cinco crianças. Há seis anos, depois que seus filhos e netos biológicos já estavam criados, adotou crianças órfãs de mãe. “Eu já ajudava a família e as crianças ficavam comigo às vezes, quando a mãe faleceu,
eles ficaram definitivamente”, lembra. Dos cinco, dois são maiores de idade e já constituíram família, mas três fazem parte de sua rotina: Gabriel, Luidys e Lucas. “Sei que foi um ato de coragem, pois os três têm problemas sérios de saúde e precisam ir constantemente ao médico”, conta. Porém, com o apoio da família, fez o que acreditou ser o certo e não se arrepende de qualquer escolha. “Como eles conviveram com a mãe, me chamam de tia, mas para mim são realmente filhos”, afirma. E assim, em casa, nas festas, nos cursos ou mesmo nas ruas, ela mostra como um abraço de mãe pode ser grande e fazer a diferença.
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ORDEM DEMOLAY
A família unida por virtudes em um ser superior”, explica o mestre conselheiro. Como nos outros grupos, o caaseados em sete pítulo de Itapoá é acompanhado virtudes, jovens por um conselho da maçonaria. de 12 a 21 anos Neste caso, a patrocinadora é a criaram uma Loja Maçônica Acácia de Itapoá e, nova família em o presidente do Conselho é João Itapoá, a Ordem DeMolay. Roberto Viveiros de WWCamargo. Inédita na cidade e desconhe“Não interferimos, só acomcida por muitos, esta Ordem panhamos as atividades e a carrega uma história e experiobediência ao cronograma”, fala ência de quase um século no João. O Conselho tem uma gestão mundo inteiro. Apoiada pela de um ano, já a Ordem, de seis maçonaria e com objetivo de meses. criar bons cidadãos é discuPara Cassiano dos Santos tida no município itapoaense Cabreira, 1º conselheiro do cahá alguns anos e, em março, pítulo de Itapoá, com o grupo é ganhou forma. possível observar a evolução de Com uma cerimônia públicada menino participante, tanto ca de instalação, o grupo que na questão pessoal, como no ené discreto, mas não secreto, volvimento com a sociedade. “Às mostrou sua formalidade, resvezes nos surpreendemos com peito e união. Grupos de todo comentários dos pais ou familiao estado, chamados de capíres, porque aqui nos soltamos e tulos, prestigiaram os 13 jocriamos uma nova família”, conta. 13 jovens agora representam a ordem em Itapoá: Jhonny, Alberto, Lucas, vens que agora representam a Ordem em Itapoá – Capítulo Bruno, Cassiano, Maximino, Raul, Gabriel, Iago, João, Ramon, Daniel e David. Segundo ele, não é necessário ser filho ou parente de maçom para 882. Cada um tem um cargo, precisavam de uma referência dem se espalhou por todo o muningressar na Ordem, mas todos os com uma atividade específica, mas masculina e paterna”, conta Raul. do. No Brasil chegou em 1980 com todos devem cumprir as virtudes O clube, através do fundador Frank a instalação do primeiro capítulo participantes seguem indicações básicas que, segundo Raul Beve- Sherman Land, nasceu assim para no Rio de Janeiro e hoje está pre- por, pelo menos, terem em comum nutti Antunes de Oliveira, mestre preencher com cuidado e amor sente em todos os estados brasilei- as sete virtudes. Cassiano ainda comenta que, conselheiro do capítulo itapoaen- praticamente paternal a vida dos ros: são mais de 800 capítulos no mesmo se conhecendo há pouco se, é o que os une. As virtudes são: jovens. país. tempo, quando se ingressa na Oramor filial, reverência pelas coisas Todos os grupos seguem uma De acordo com a história da sagradas, cortesia, companheiris- Ordem, em 1919 Land recebeu hierarquia e cronograma. Em Ita- dem parece que os participantes mo, fidelidade, pureza e patriotis- a ligação de um maçom para que poá as reuniões são quinzenais são amigos de infância: “somos remo. “Trabalhamos com essas virtu- recebesse, como pupilo, um jovem e o programa envolve ações de fi- almente uma família”, afirma. Para Gabriel Machado, 2º des dentro da Ordem e também na órfão de pai que precisava de um lantropia, eventos para arrecadar conselheiro, essa família não se vida pessoal”, afirma Raul. emprego e orientações. A experiên- fundos ao grupo e atividades para E é essa interação com cia e interação entre os dois foi tão integração com a própria comuni- restringe ao grupo de Itapoá, mas a vida pessoal o grande foco do boa que Land deu a ideia de juntar dade, como conhecer as religiões a toda a Ordem. “Podemos viajar grupo: querem preparar jovens outros jovens e criar o clube onde presentes no município, por exem- para qualquer lugar e nos sentiremelhores para o futuro. “O grupo pudessem se reunir e realizar ati- plo. “Aqui não temos uma religião mos sempre em casa junto com foi criado nos Estados Unidos em vidades saudáveis, sob orientação única, respeitamos todas e integra- um DeMolay”, afirma. “Somos uma grande família presente em todos uma época pós-guerra onde mui- de um adulto, no caso Land. mos participantes das mais varia- os lugares do mundo”, completos jovens estavam órfãos e que A ideia deu tão certa que a Or- das. O indispensável é acreditar menta.
Augusta Gern
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Cerimônia da Instalação do Capítulo Itapoá 882 da Ordem Demolay Família. O que aparentemente se limita ao grupo de pessoas com algum grau de parentesco, vai muito além. No dicionário, por exemplo, os significados chegam até dez, mas na vida, certamente, são centenas e até milhares. Ela pode se expressar de muitas formas, até na amizade. Em Itapoá, um grupo de jovens com o mesmo objetivo, está criando uma nova família, integrada com tantas outras.
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QUEM É? ROCIO BEVERVANSO
Guaratubana de coração Existem muitas pessoas que moram, por exemuaratuba, plo, em Brejatuba e não com seus conhecem a Baía”, con244 anos, ta. E com tantas informaguarda ções adquiridas, pretenmuitas de reeditar o livro sobre histórias e acontecimena história de Guaratuba, tos, revividos no coração de Joaquim da Silva Mae na memória de muitos fra. “As pessoas morrem, moradores. Maria do Romas ficam as raízes: Os cio Braga Bevervanso, filhos e netos”, compleou simplesmente “Tia menta. Rocio” – como é carinhoAlém da parte hissamente chamada por tórica, é envolvida em amigos e conhecidos na muitas outras áreas da cidade de Guaratuba – é cidade. Em atividades uma destas pessoas que sociais, está sempre lise esforçam para manter gada às diversas festas e acesa a história da cidaeventos. Quando jovem, de. Sempre envolvida em participou de concursos questões culturais e atie foi eleita a “Garota vidades sociais, é refeBrejatuba” e “Rainha do rência em cultura e amor Carnaval”. No teatro, Maao próximo. ria do Rocio interpretou Natural de Curitiba – Nossa Senhora na aprePR, a história de Maria sentação do “Presépio do Rocio se desenrolou Vivo”, e na música, fazia em Guaratuba ainda na serenatas, cantava em Rocio é referência quando o assunto é infância. Por conta do festas e na igreja. Tamhistória de Guaratuba, cultura e amor ao próximo. estado de saúde de seu bém frequentou o Grupo pai, na época, o ar puro de Catecismo e Grupo de resgatar o que é importante para da cidade litorânea foi indicado a cidade. “Com muito estudo, co- Jovens, e foi neste último que Guapara a família. Desde sua chega- nheci pessoas que trouxeram as ratuba a presenteou com um granda, Rocio sentiu a necessidade de tradições de Guaratuba, sua cul- de amor: seu marido. pesquisar sobre sua nova cidade. tura, alimentação e afins, tanto na Laufran Bevervanso e Maria “Hoje, meu coração é mais guara- parte rural, quanto urbana”, conta. do Rocio se conheceram ainda na tubano do que curitibano”, conta. Hoje, quando solicitada, ela minis- adolescência. “Meu marido, assim Entre todos os seus estudos e tra palestras a respeito da história como eu, é bastante ativo socialatividades, que não são poucos, da cidade em colégios, escolas, fa- mente”, conta. O casal participa sua “especialização” e “xodó” culdades, etc. ativamente da igreja, de viagens e sempre foi a história de GuaratuSegundo ela, este resgate his- outras atividades. Já foram eleitos ba. Dona de um pequeno acervo tórico e o conhecimento da cidade o Casal Festeiro Mor da maior festa de imagens, documentos e infor- são fundamentais. “É importante religiosa do litoral de Guaratuba, a mações, Rocio sente prazer em saber sobre a terra que pisamos. Festa do Divino Espírito Santo e da
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Ana Beatriz
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Santíssima Trindade. Junto ao casal, os três filhos também são bastante envolvidos em atividades sociais. “Nossa família é muito unida, principalmente nas dificuldades. Temos bastante diálogo e abertura uns com os outros”, conta. Segundo Rocio, a família preserva antigas tradições, quase que raras nos dias atuais, como por exemplo, os tradicionais almoços de família aos domingos. Formada em Pedagogia, Rocio foi Professora e Secretária de Educação durante um bom tempo. Também atuou nas áreas de Turismo e Cultura. Hoje, está aposentada e suas atividades diárias se dividem no Guaratuba Woman’s Club, onde é secretária desde sua fundação e na Diretoria da Igreja Matriz Nossa Senhora do Bom Sucesso, onde integra também a liturgia da igreja, participando de palestras, eventos e realizando cerimoniais. Além disso, realiza atividades filantrópicas na cidade: “o amor ao próximo enriquece espiritualmente”, afirma. “Quando você valoriza qualquer ser humano, passa a perceber que é feliz”, completa. E assim, com uma bagagem grande de estudos, atividades sociais e bem ao próximo, Rocio possui um vínculo muito grande e forte de amizade. “Gosto que as pessoas gostem de mim como eu sou”, conta. E tem funcionado: sua relação se dá com crianças ou senhores, jovens ou adultos, nativos ou turistas. Tia Rocio ganhou muitos presentes em Guaratuba, mas, com certeza, Guaratuba também é presenteada com todos seus estudos, carinhos e amor ao próximo.
ESPECIAL FAMÍLIA
Os meus, os seus e os deles Augusta Gern
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união de duas famílias, mais do que de um casal, nem sempre é tão comum em nosso dia a dia. As telas do cinema já retrataram a situação com muita comédia no filme “Os seus, os meus e os nossos”, mas uma família em Itapoá mostra que o grande segredo é o amor. Muita conversa, irmandade e igualdade tornaram das famílias de Ivanete de Fátima Gelamo e Carlito Joaquim Custódio Junior uma só, ou melhor, junto com primos e amigos da criançada, fizeram surgir uma família com “Os meus, os seus e os deles”. Diferente do filme, onde havia 18 filhos, nesta história real cada parceiro entrou com três crianças. Carlito já tinha a Talita, Ralph e Renan e, Ivanete, o Felipe, Flávio e Francieli. Na união, há 17 anos, a idade de todos era muito parecida: a mais velha estava com 11 anos e a mais nova com três, essa escadinha fez com que crescessem juntos. Além do time de futebol de salão formado e com um reserva, a mesa cheia ainda ganhava a companhia de todos os amigos, primos e criançada da redondeza. “Houve até situações engraçadas em que
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Carlito e Ivanete com a caçula da casa, Francieli. pessoas de fora achavam que nossa família abrigava todos eles”, lembra Carlito. Brincadeiras a parte, o futebol sempre foi a união da família. Tirando a matriarca Ivanete, todos sempre gostaram muito do esporte e participavam juntos de competições. “Na frente da nossa casa tinha um terreno vazio que virou campinho e reunia toda a criançada ali, ninguém ficava de fora”, lembra Ivanete. Segundo ela, este foi um dos pontos de união dos filhos. Além do futebol, montavam equipe para toda e qualquer situação. No décimo aniversário de
Itapoá, até ganharam a tradicional Gincana Cultural e Esportiva com uma equipe formada pela família e agregados. “Tudo era concentrado aqui em casa: as reuniões, os treinos, as brincadeiras e até os uniformes de times sujos”, brinca Ivanete. Junto com o esporte, outros pontos fizeram com que a criançada, hoje jovens adultos, estivessem sempre unidos. De acordo com Carlito, o diálogo entre o casal sempre fez toda a diferença. “Tínhamos que ter a mesma conversa com eles e todos eram tratados iguais, sem nenhuma distinção”, afirma. Com um pouco de autorida-
de e muito respeito, todos tinham os mesmos direitos e deveres e se tratavam como irmãos. Sobre a adaptação do casal com os novos filhos, foi tudo muito fácil. De um lado o esporte foi a união perfeita, de outro, o lado comunicativo de Ivanete fez o trabalho muito bem feito. Como todos tinham contato com a mãe ou pai biológico, não chegaram a chamar o casal de pai ou mãe, mas o respeito sempre foi de uma família. “Sempre demos a mesma atenção e conselhos igualmente, sem distinções”, ressalta Ivanete. Segundo ela, na casa todos sempre deram muita satisfação para onde estavam indo, ajudaram nas tarefas de casa e tinham o companheirismo nas horas de lazer. Hoje a casa já está mais vazia. Para criar a própria família, trabalho ou até estudo, muitos dos filhos já estão seguindo uma nova caminhada em outras cidades. Porém, para não deixar a casa quieta e sem a alegria da infância, dois netos de Carlito, mas que garantem o carinhoso chamado de avó também para Ivanete, fazem parte da rotina do casal. Junto com os amiguinhos da escola ou mesmo da vizinhança, a geração pode ter mudado, mas o título da família continua o mesmo: os meus, os seus e os deles, sempre com muito amor.
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EMPREENDEDORISMO
South Beach: Uma nova fase para loteamentos fechados em Itapoá Itapoá entrou em nova era com a decisão judicial que julgou procedente a liberação de loteamentos fechados. Depois de muita polêmica e alguns anos, o primeiro e até então único loteamento fechado, o South Beach, segue com legalidade nas atividades.
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obson Mansano, responsável pelo loteamento, explica que a ação iniciou em 2011 e julgava a liberdade de ir e vir pela construção de muros que fecharam ruas concedidas pelo poder público, porém, de acordo com a legislação vigente e com o caráter do loteamento, o South Beach segue em plena legalidade. De acordo com a decisão judicial, “loteamentos especiais vêm surgindo cada vez mais, principalmente nos arredores das grandes cidades, em razão da busca por maior segurança, privacidade e
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qualidade de vida”. Para esses loteamentos ainda não há uma legislação específica que oriente a sua formação, assim está consagrado o uso da denomi-
nação loteamento fechado ou condomínio fechado. O primeiro caso são aqueles em que o parcelamento do solo se faz em conformidade com a Lei 6.766/1979, que dispõe
sobre o parcelamento do solo urbano, e aprovação da Prefeitura, utilizando mediante concessão ou permissão as ruas e praças. Já o segundo são aqueles que mantêm
Robson Mansano com o seu pai Dirceu Mansano Jorente, fundador do South Beach. toda a área como particular. O South Beach, loteamento que inaugura esse modelo em Itapoá, segue o primeiro caso. Ao contrário do que levantado na polêmica, Lázaro Antônio da Luz, corretor de imóveis e proprietário da Top Imobiliária, acredita que o South Beach não descaracteriza de forma alguma a ordem urbanística do município, mas sim proporciona uma nova opção de residência e valoriza a cidade. Ele questiona: “quem é que não gosta de morar em uma cidade organizada e com belas construções”. E este justamente foi um dos focos para o surgimento do loteamento. O fundador, Dirceu Mansano
Lázaro Antônio da Luz, corretor de imóveis e proprietário da Imobiliária Top
Jorente, amante de Itapoá e com uma visão empreendedora, já visitava a cidade há anos e resolveu fazer algo a mais pela terra que adotou de coração. Em 2003 comprou a área com o condomínio pré-existente, porém abandonado, e resolveu dar vida ao South Beach. Segundo Dirceu, em todas as cidades há loteamentos fechados, que garantem mais segurança e limpeza, e Itapoá não poderia ser diferente. O empreendimento teve apoio de todas as administrações municipais e está crescendo. O loteamento é formado hoje pelo South Beach I e II, separados pela Avenida Marechal Floriano Peixoto, no Balneário Volta ao Mundo II. Nes-
Construtor André Zappelini, é responsável pela maioria das obras do loteamento.
te ano o sonho tem continuidade: será implantado o South Beach III, na área anexa a Câmara de Vereadores.
A diferença do loteamento está basicamente ligada à qualidade de vida. Conforme o responsável, além de morar na praia, que já é uma dádiva, é possível viver com segurança, ótima infraestrutura e lazer. O loteamento dispõe de áreas de recreação como piscina, salão de festas e parque para as crianças. Além disso, conta com toda a infraestrutura necessária para a construção.
O construtor André Zappelini, por exemplo, responsável pela maioria das obras do loteamento, conta que a procura é justamente pelos benefícios que o espaço oferece. “A estrutura de saneamento básico, ruas calçadas e toda a segurança são a grande diferença e fazem com que os clientes optem por este loteamento”, afirma. Segundo ele, a tranquilidade que tudo isso oferece já resultou em várias residências entregues e outras em andamento. Dessa forma, para Robson, mais do que uma notícia positiva para o loteamento, a decisão judicial garante uma nova fase para Itapoá, possibilitando que novos empreendimentos surjam e ajudem no crescimento da cidade.
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APAIXONADOS POR MOTOR
Família sobre duas rodas
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Ana Beatriz spírito livre, adrenalina, bons hábitos e uma afinidade em comum: motocicletas. São estas as características dos aficionados por motos mundo afora, que fazem desta paixão, seu estilo de vida. Mas, mais que estes pilares, um grupo de amigos levanta também a bandeira da família. Entre rodas, roncos dos motores, luvas e capacetes, estão risos entre crianças, carinhos entre casais e cumplicidade entre amigos. Várias famílias formam a família do “Moto Grupo Hellza’s”, existente há pouco menos de um ano em Itapoá. Livre de objeções e cobranças, o grupo segue duas únicas regras: amiza-
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O casal Claudio Luís Machado e Ana Paula Machado, são os anfitriões dos encontros.
de e motocicletas, sejam elas novas ou velhas, clássicas ou comuns, grandes ou pequenas. Os quadros com referência às motos na parede e as motocicletas em miniatura no balcão caracterizam o ponto de encontro do grupo, o Restaurante Dona Elza. Lá, são realizados semanalmente encontros, festas e almoços. O casal Claudio Luís Machado e Ana Paula Machado, proprietários do restaurante, não se incomodam com algumas horas a mais no esta-
belecimento, muito pelo contrário, sentem-se bem na presença dos amigos, adoram deixa-los à vontade e divertem-se. Claudio e Ana Paula sempre tiveram motocicletas como membros de sua família. “Toda nossa família costumava andar de moto”, conta Ana Paula. Não demorou muito para Claudio fazer vínculos de amizades com amigos que tivessem a afinidade em comum e, aos poucos, surgiu a necessidade de um lugar onde pudessem se reunir para conversar e marcar os passeios de motos. O casal passou a ser então anfitriões para os encontros dos amigos motociclistas. “Para todo cardápio de sábado, Claudio assa costela, então só passou a assar mais do que o neces-
O ponto de encontro do Moto Grupo Hellza’s, em frente ao Restaurante da Dona Elza e em um dos encontros frequentados pelos amigos. sário para reunir os amigos depois do expediente em um almoço”, explica Ana Paula. Lá os amigos anoitecem em clima de comemoração, enquanto suas motos ficam estacionadas do lado de fora. E é sucesso, na certa: “Muitos clientes vêm e pedem para tirar foto”, conta Claudio, feliz. Foi dessa forma que nasceu o Hellza’s. O nome do grupo foi batizado por Thales Aimone, grande amigo do casal Ana Paula e Claudio. Mais tarde, foi criada a arte do grupo e, em seguida, as camisetas. A maioria dos integrantes do Hellza’s já possuía vínculo de amizade antes, mas, segundo Thales, o grupo deu a oportunidade de toda a família se integrar no universo da motocicleta. O assunto principal dos encontros, sem sombra de dúvidas, são motos. Os amigos gostam de trocar conhecimentos, peças e experiências a respeito. “A empolgação de uma moto nova é a mesma de uma
criança quando ganha pipa”, explica Thales. Depois do saudável encontro no sábado, a ideia dos amigos é seguir algum roteiro pelo domingo de manhã, de moto, é claro. Segundo Ana Paula, a regra é clara: “Vai quem acorda, tem disponibilidade ou está a fim”, sem cobranças. Além dos tradicionais passeios por Itapoá, o grupo de amigos motociclistas também viaja para outras cidades e, frequentemente, participa de encontros pela região. Falando em encontros de motos, disso Dennis Parrella e Fernanda Santos Parrella entendem, e muito. O casal integrou o primeiro grupo de motocicletas de Itapoá, a “Corja Maldita” e, por irem a encontros de motos durante o ano todo pela região, os amigos os chamam de “arrozes de encontros”. Conforme Fernanda, um encontro de motos tem shows de rock, exposições de motocicletas, roupas e acessórios em geral, e o
público, ao contrário do que muitos pensam, integra bastante a família. “Encontramos no Hellza’s os amigos que sempre desejamos para nos acompanharem nos encontros de motos pela região”, afirma. Mas por que esta paixão por motos? O que mexe tanto com a cabeça dos aficionados por motocicletas? Segundo Antônio Buguslawski, mais conhecido por “Seu Antônio”, de carro você é só mais um, e já de moto, não. “O motociclista viajante encoraja e motiva as pessoas a fazerem o mesmo”, conta Antônio, que anda de moto desde os 13 anos de idade. Ele, assim como seus amigos, diferencia o grupo Hellza’s dos demais grupos pela sua ênfase na família. E essa integração familiar e paixão dos amigos por motocicletas também influenciou alguns a investir, seja comprando uma moto ou adquirindo outro modelo, como aconteceu com Gilson Veiga Pereira, mais conhecido por Vei-
ga. “Meu interesse por moto vem há muito tempo, já tive uma, mas sempre com planos de adquirir outra de potência maior”, explica Veiga. Hoje, ele conta estar feliz com sua moto e por ser participante de um grupo unido em um ambiente familiar. Júlio César Mendes Ribas resume o grupo em “amizade, bons hábitos e paixão em comum”. Motociclista há 20 anos, o principal fator que o levou a optar por moto foi a praticidade. “O que fazemos hoje nos encontros do Hellza’s é reviver o espírito motociclista: união, integração e liberdade”, explica Júlio. Assim, é se unindo e se moldando ao cotidiano, que o grupo Hellza’s segue, de moto a moto, passeio a passeio, encontro a encontro. Acompanhando o crescimento das famílias sobre duas rodas, a família Hellza’s, sem perceber, cresce também, em meio à adrenalina, liberdade e espírito de viver.
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EMPREENDEDOR | CASTRO IMÓVEIS
Negócio de família
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Ana Beatriz amília é a palavra-chave desse empreendimento. Com o lema “Mais que imóveis, um estilo de vida”, a Castro Imóveis é um bom exemplo de como conciliar a família e construir outras tantas com o trabalho. O negócio, que surgiu em 2004, foi uma opção de Edna Oliveira de Castro para ficar mais próxima aos seus filhos e, em consequência, a fez criar uma nova família, junto à equipe. Tudo surgiu com a visita à Guaratuba que, além de fazê-la ficar, a fez crescer junto com a cidade. Natural de Campo Grande – MS, a ideia de Edna, em 1997, era de passar, junto com o esposo e os três filhos ainda pequenos, apenas três meses trabalhando na cidade litorânea. Porém, a tranquilidade de Guaratuba os conquistou de um jeito que não voltaram mais para a cidade natal. Edna, já corretora de imóveis, atuou no mercado de Guaratuba durante seis anos, mas foi em 1º de maio de 2004, Dia do Trabalhador, que se iniciaram os trabalhos da Castro Imóveis. Com a nova função de proprietária, a principal diferença, segundo ela, foram as preocupações. “Agora tenho que ter um
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pensamento macro”, afirma. Contudo, o fato de ser uma mulher empreendedora a favoreceu na época: ela conta que quando estuda os dados da mulher no mercado, se vê dentro dos índices. Outro fator positivo foi o desenvolvimento de Guaratuba, que abraça e é abraçada pela imobiliária. Segundo a proprietária, a cidade de Guaratuba oferece qualidade de vida e, por ser pequena, foi possível acompanhar seu desenvolvimento. “É forte em preservação ambiental, oferece ar puro e não tem violência como nos grandes centros”, conta Edna. “Por ser uma cidade plana, aqui é possível andar de bicicleta ou a pé com tranquilidade”, complementa. Edna conta que na cidade de Guaratuba atuam cerca de 30 imobiliárias, mas de acordo com seus estudos realizados via internet, o diferencial da Castro Imóveis é o atendimento, que visa sempre um vínculo com os clientes. “O mercado imobiliário na cidade é competitivo, mas oferece campo”, afirma. Com uma equipe pequena de profissionais que estão em sintonia, a imobiliária trabalha com locações diárias, mensais e anuais,
Equipe da da Castro: Cleide, Marcos, Diego, Willi Jan, Simone, Isabel e a frente Edna. financiamentos e consórcios. O foco principal são as vendas e os principais compradores geralmente são aposentados que compram o imóvel para seus filhos, em sua maioria estudantes. Fascinada pela área imobiliária, a proprietária conta que este campo exige a constante atualização de informações na parte jurídica, de inovação, tecnologia e afins. “Não é preciso saber de tudo, e sim de tudo, saber um pouco”, afirma a corretora. Além do escritório, Edna gosta de manter ativa sua vida social com diversos compromissos. É integrante da Associação de Corretores, da Associação Comercial, da FACIAP Mulher, da Pastoral da Família, da Creche das Irmãs e também do Núcleo Setorial de Imobiliária. Além disso, viaja bastante e participa de
inúmeras palestras e workshops. O lazer com a família também está sempre em sua programação. Afinal, mais do que impulso para o empreendimento ou a alegria de criar uma nova família com a equipe, o vínculo familiar tem outras importâncias na vida de Edna, como até seu ingresso na universidade. Acadêmica de Gestão e Empreendedorismo na Universidade Federal do Paraná de Matinhos, ela, seu esposo e seus filhos fizeram cursinhos e vestibulares juntos e hoje, todos são acadêmicos. A família também está nos planos futuros do empreendimento: “vamos seguir na área de construção civil e pretendemos passar o trabalho para os nossos filhos”. Com todos juntos, visa consagrar o sucesso da Castro Imóveis como um “negócio de família”.
Voltando para Europa... Agora é a vez de Barcelona! Aproveitando a alta do dólar aproveitamos para desembarcar na bela e agitada Barcelona, capital da Catalunha, na Espanha.Entre o mar e a montanha aos pés de uma espécie de colina chamada Montjuic, fica esta cidade, que esbanja arte, cultura e vida por todos os lados. Barcelona fica entre o mar e a montanha, com praias no centro urbano, das quais você olhando para atrás, avista o maravilhoso legado arquitetônico e muita arte. São obras de todos os tipos, românticas, góticas e muitos prédios modernos criados por Gaudi. A cidade está diretamente ligada a Gaudi, famoso arquiteto espanhol,cujas obras são muito diferentes do que já se viu, carregadas de detalhes e formosura. Por exemplo, a inacabada Basílica de la Sagrada Familia, La Pedrera, Casa Batlò e o famoso Park Guel. A dica é escolher um passeio de teleférico para chegar ao parque e, durante o trajeto, apreciar as belezas da cidade, vistas de cima. Uma das paradas fica no Monjuic, onde se aprecia cultura, natureza e a mágica cidade de Barcelona vista do alto. No entanto, Barcelona, localizada na costa do Mediterrâneo é responsável não apenas pela cultura variada, que interfere nos costumes, mas também, pelo clima ensolarado durante todo o ano, razão para desfrutar as belas praias e os inúmeros parques que rodeiam a cidade. Pode-se dizer que Barcelona é uma cidade muito viva, com exposições, festivais, feiras livres, eventos esportivos e inúmeras galerias de arte. Entre no ritmo andando pela La Rambla de um quilômetro e meio de extensão e rodeada de árvores de ambos os lados e que em catalão significa “via abeta”. Não posso afirmar que é a avenida mais bonita, porém a mais visitada
e mais agitada por ser repleta de bares, cafés, restaurantes e, é onde se encontra o famoso mercado La Boqueria, verdadeira maravilha gastronômica. No final dessa avenida você encontra o antigo porto Vell, que vale a pena visitar, como também o Mirador de Colom, belo monumento em homenagem a Cristóvão Colombo, construído em 1886. É uma coluna estreita e alta, você pode entrar,subir num elevador muito estreito e antigo para admirar a cidade do alto e por diversos ângulos. A cidade sofreu grande revitalização, em 1992, por conta das Olimpíadas conquistando notoriedade por sediar o evento na época. Ligada aos esportes, principalmente ao futebol, uma vez que o famoso campo de futebol, que leva o nome da cidade, como mostram Messi e Neymar, que atuam no super time se encontra nessa cidade. A rota básica ainda inclui um passeio pelo Bairro Gótico, imperdível!
Ninguém precisa gastar centenas de euros para se acomodar em Barcelona, pois existem inúmeros hotéis, os chamados “hostels”, em que se fica bem acomodado e próximo aos locais interessantes para aproveitar o dia e a noite na Catalunha, a noite nessa cidade não tem hora para acabar. Aproveite a estada para experimentar a requintada culinária, pois Barcelona traz consigo as características da cozinha mediterrânea, em que frutos do mar sempre estão presentes. Não esqueça de experimentar as “tapas”, famosas pelo requinte, muito marcantes por serem delícias gastronômicas pequenas muito saborosas e que fazem bem aos olhos e ao paladar. Compras? Barcelona é um ótimo centro comercial para todos os gostos e entre um passeio e outro sempre há grandes magazines como lojas pequenas, os quais chamam nossa atenção. Portanto, o equilíbrio entre o antigo, o moderno e prazer tem um nome: Barcelona, que pode ser visitada ao longo do ano todo! Boa viagem e desfrute dessa cidade incondicional!
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EXPRESSÕES ARTÍSTICAS - GUARATUBA
A terapia do barro
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Ana Beatriz
om mãos firmes e habilidosas, o barro vira arte com Cristina Malachini Dias, em Guaratuba. Em suas mãos, um pedaço de argila ganha corpo, forma e se transforma em peças artesanais. O que começou apenas como curiosidade, hoje é a principal ocupação e fonte de renda da oleira - como são chamadas as pessoas que trabalham com o barro. Foi ainda na infância, em Curitiba – PR, que Cristina teve seu primeiro contato com esta matéria prima: “Minha maior nota sempre foi em Artes e na escola conheci o processo de argila”, conta. Apesar de migrar para o ramo do comércio e ser formada em hotelaria, o barro e suas mãos se reencontraram mais tarde e, segundo a artesã, “foi amor”. Há 18 anos, grávida e com o sonho de criar sua filha em uma cidade litorânea, Cristina decidiu morar em Guaratuba, onde já teve outros experimentos no ramo artesanal. A artesã já produziu e vendeu velas, e roupas com técnica de batik (tecidos tingidos de forma artesanal). Também, inclusive, já chegou a dar cursos sobre a produção de velas, mas hoje, estas só são feitas para uso próprio. Já o trabalho com argila, surgiu há oito anos e se mantém até hoje. Apesar de produzir peças de linha de decoração e seguir algumas datas comemorativas como, por exemplo, o Presépio de Natal, a fama do seu trabalho com argila é fruto dos santos de barro. “Decidi produzir os santos, inicialmente,
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Cristina Malachini Dias, transforma barro em arte. mais por uma visão financeira, já que o público de fiéis em Guaratuba é grande”, conta. Com influência notável da artista brasileira Tarsila do Amaral, os santos de argila produzidos por Cristina têm pés e mãos em tamanhos desproporcionais ao restante do corpo. “Os pés do santo são grandes pela sua longa caminhada, e as mãos grandes são para abençoar as pessoas”, explica. Das mãos da artesã nascem, em barro, miniaturas de São Jorge, Santo Antônio, Nossa Senhora Aparecida, Santo Expedito, Santa Rita, Santa Clara, Nossa Senhora das Graças, Nossa Senhora de Lourdes, São Francisco e Nossa Senhora do Bom Sucesso, a padroeira da cidade de Guaratuba. Os santos de barro, inclusive, são apelidados carinhosamente por sua criadora: “Toninho” e “Chiquinho” referem-se a Santo Antônio e São Francisco.
O sucesso de vendas, segundo Cristina, é a peça de São Francisco, disponível em quatro tamanhos diferentes. “O Chiquinho é comprado por pessoas de religiões diferentes, acredito que por sua história tão bonita, de humildade, caridade e servidão”, conta. A artesã gosta também de enaltecer a religiosidade presente no próprio município. Faz móbiles de argila com a miniatura da padroeira de Guaratuba, e produz, também em miniatura, a Igreja Nossa Senhora do Bom Sucesso – esta última, por exemplo, já encomendadas de noivos que casaram na igreja e desejaram presentear os convidados com a lembrança. O processo de produção, segundo ela, é difícil e demorado. “O trabalho de argila na região de Guaratuba não é muito comum pela necessidade do forno grande para a queima das peças”, conta. Primeiramente, a peça é modelada
para que ganhe forma e se torne uma escultura e depois de 20 a 30 dias de secagem, está pronta para ir para o forno e ser produzida em série, e de lá vai para a pintura. O trabalho é feito inteiramente por Cristina, exceto durante a alta temporada, quando conta com alguns auxiliares. “Apesar do meu interesse pela argila ser despertado quando criança, aprendi realmente errando e testando”, conta. O ateliê fica em sua própria casa e, segundo Cristina, para se viver do artesanato é preciso muito trabalho, caso contrário a renda não vem. “Trabalhar em casa é bastante flexível pela questão de horário e transporte, mas ainda assim são necessários compromisso e dedicação”, afirma. A venda acontece na Casa do Artesão e durante muitos anos Cristina participou de feiras. Hoje, seu principal público são os lojistas, onde vende por atacado. Além da região sul, suas peças também são encomendadas por outras regiões do Brasil, como Salvador – BA, por exemplo. De acordo com Tomi Ise, tesoureira da Casa do Artesão de Guaratuba, as peças de argila de Cristina, apesar de atingirem seu pico na alta temporada, têm público durante o ano todo. Afinal, é esta a ocupação e fonte de renda da artesã, que conseguiu unir o amor à arte ao sonho de morar na praia. “Aqui, posso andar de chinelo e passear pela beira da praia todos os dias”, conta. Em clima espiritualidade, Cristina conclui que, apesar de fonte de renda, o barro, antes mesmo das mãos, nasce como terapia para o coração.
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MÚSICO - GUARATUBA
O doce som do violino Ana Beatriz
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uitas das histórias de músicos, sejam profissionais ou que o pratiquem por hobby, têm, lá em seu início, a influência de familiares. Para Luiz Carlos Soluchinsky não foi diferente: através do incentivo de seu pai, iniciou os estudos de violino aos seis anos de idade. O bom resultado deste estímulo é colhido até hoje, tanto por Luiz, quanto aos moradores de Guaratuba, que são agraciados pelo doce som. Com toda a sua vida embalada por notas musicais, seu currículo com a atividade é extenso e bastante apreciado. “Começou como uma atividade”, conta o músico. Seu pai contratou um professor para lhe dar aulas de violino e, no início, Luiz tocava apenas para a família. Com a prática, os familiares orgulhosos logo perceberam o seu dom e passaram a leva-lo aos programas de
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auditório da PRB2 – Rádio Clube Paranaense, para se apresentar com violino ou cantando. Depois do rádio, chegou à televisão onde, por volta das décadas de 60 e 70, participou de diversos programas também, sendo premiado inúmeras vezes. Como um bom ouvinte, Luiz também desenvolveu aptidão para tocar bateria, teclado e violão. Mas, segundo ele, sua “especialidade” é mesmo o violino. Quando atingiu a maioridade, Luiz Carlos entrou para o Exército, onde permaneceu por mais de 30 anos, sendo hoje oficial da Reserva. E lá conseguiu seguir com as atividades musicais. “No Quartel, fiz composições e organizei corais”, conta. Foi, inclusive, por estas atividades, agraciado com a Medalha de Pacificador. O violinista conta ter boas lembranças de quando serviu o Exército e seu trabalho influenciou diversos colegas a seguirem caminhos com música. Luiz
conseguiu, por exemplo, que um amigo entrasse para uma banda da região, onde hoje é um saxofonista reconhecido. Depois de deixar o Exército e já com toda a experiência com a música, Luiz se mudou para Guaratuba em 2000. Natura de Curitiba, ele confessa que seu amor pela cidade litorânea foi à primeira vista, quando a visitou em 1971. “Gosto da tranquilidade que a cidade me traz”, comenta. Em Guaratuba, ele participa há alguns anos, quase que diariamente, do Centro de Convivência da 3ª Idade. “Considero lá a extensão de minha casa e minha família”, conta. E como devemos espalhar o que temos de bom, a paixão de Luiz pela música Músico Luiz Carlos Soluchinsky, saudoso também se dissipou no gru- ao lado do quadro que retrata o Quartel aonde serviu por mais de 30 anos. po de idosos. Lá, ele rege o
Junto com o grupo do Centro da 3ª Idade, Luiz vestido de Papai Noel, levando a música a pessoas da comunidade. Grupo de Canto, cujo repertório é animado: fazem pot-pourri de músicas dos anos 60, de samba e afins. “É um trabalho que exerço com muito carinho”, afirma. Reger um grupo de música, como nos casos do Quartel e do Centro da 3ª Idade, segundo ele, é algo muito gratificante. “A sensação de assistir a estas apresentações são uma realização”. Em português, inglês, francês e espanhol, seu repertório é voltado para a música popular, ou seja, os clássicos. Em sua carreira musical destacam-se os anos que trabalhou como Papai Noel, tocando na casa de pessoas doentes, e tam-
bém as vezes que tocou para pessoas influentes no mundo, como na recepção do Imperador Akihito do Japão, e na casa do Senador Flávio Arns. Além de cantor e instrumentista, Luiz tem belos trabalhos musicais enquanto compositor. Torcedor do Coritiba, ele conta que participou do Concurso para o Hino do time: foram 254 inscritos e ele obteve o segundo lugar. Fora isso, a maioria de suas composições é voltada para a igreja. “Apresento-me nas missas da igreja, ora com violino, ora com o violão”, conta o músico. Ao todo, já são 10 CDs e uma
Luiz já tocou para várias pessoas influentes, aqui em um jantar na casa do senador Flávio Arns.
Já são 10 CDS e uma fita cassete gravados por Luiz. fita cassete gravados por Luiz, onde canta e toca o repertório mais requisitado nas apresentações. Um dos CDs, inclusive, foi lançado através de um projeto em conjunto com
a Prefeitura de Curitiba, realizado com apoio da Lei Municipal de incentivo à cultura. “Hoje, dedico-me exclusivamente à música”, afirma. Ele canta e toca onde é solicitado: casamentos, jantares, restaurantes, serenatas, missas, formaturas e grandes festas, como a do Divino de Guaratuba, por exemplo. E com toda essa trajetória, não foi preciso muito tempo ouvindo suas canções para perceber o ponto de sucesso de seu currículo. A alma está em sua música: a expressão, o movimento e o som emitido são suaves, contagiantes e doces. “Adoro música e respiro isso”, afirma.
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APAIXONADOS POR ANIMAIS - ITAPOÁ
Cães como exemplo de família Ana Beatriz
Uma família perfeita nem sempre precisa de muitas pessoas, às vezes os “melhores amigos do homem” conseguem substituir muito bem o amor e companhia necessários. Hoje, grande parte dos cachorros é considerada membro da família e a própria ciência afirma que eles despertam quase tanto amor e carinho quanto um bebê. A professora Juliana Flávia dos Santos Lima tem comprovado tudo isso com sua família de quatro patas, em Itapoá.
O
amor por cães nasceu ainda na infância e todos seus familiares sempre gostaram muito de cachorros. “Já tivemos muitos e, em minha família, eles morrem de velhice, pois se tornam parte dela”, afirma Juliana. Enquanto seus familiares de laços sanguíneos residem em Curitiba, ela mora em Itapoá apenas com seus cachorros. Juliana é professora de Química, mas além de sua disciplina, também dá aulas quando o assunto é a convivência com cães. Mãe de seis cachorros, Juliana mora com quatro deles em Itapoá: Suli, Joe, Dana e Athos. Os outros
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Juliana Flávia dos Santos Lima com seus cachorros Athos e a Suli que já tem mais de 20 anos de idade.
dois estão em Curitiba com sua irmã por conta de um trabalho em longo prazo: um psicólogo de cachorros as auxilia no estudo do comportamento canino. “Quando nós, donos, aprendemos como devemos nos comportar, o cachorro muda seu comportamento para melhor”, explica Juliana. Ela conta que sua irmã costuma assistir ao programa de televisão “O Encantador de Cães”, e que frequentemente as duas trocam informações e conhecimentos sobre seus animais. Companheiros, os cachorros são uma ótima companhia para quem mora sozinho, pois podem ser independentes e também parte da família – como no caso de Juliana. Por passar algum tempo fora de casa trabalhando, ela toma algumas precauções. Foi com o estudo da psicologia de cães, que descobriu que Athos é um cachorro alfa, ou seja, de um comportamento dominante. “Quando se tem um cachorro alfa geralmente é raro outro macho em seu território, pois ele é de difícil aceitação e se iniciam os conflitos”, explica. Então, em sua ausência, seus companheiros caninos são separados em revezamento: dois permanecem dentro de casa, e os outros dois fora. Em suas viagens rotineiras a Curitiba, eles costumam acompanha-la e, segundo a professora, eles adoram. “Ao ver a porta do carro aberta, eles já ficam bastan-
Juliana com o Dana e o Joe. te animados”, conta. “Eu os coloco no banco traseiro, com cintos de segurança e eles obedecem direitinho”. Nas viagens ela costuma carregar uma maleta com medicamentos dos cães, como se fossem crianças. Sprays, remédios, pomadas e afins não faltam. Além de cuidados de mãe, toda a preocupação também se deve a algo que a amedronta em Itapoá: o envenenamento de cães. “Neste caso, fui orientada a utilizar o carvão ativado em pílulas”, conta Juliana. A ajuda, segundo ela, também vem dos vigias e da vizinhança de sua região. Como uma dona exemplar, a
professora costuma investir e não mede esforços quando o assunto é segurança e bem-estar de seus cães. Juliana os leva à clínica se necessário e pulveriza a casa semanalmente. “Não sou consumista, procuro comprar apenas o que é útil e pode me auxiliar”, explica. Conforme ela, através de pesquisas de preço ou até mesmo ao participar de campanhas de clínicas ou marcas de medicamentos, são encontradas opções que melhor cabem no bolso. Mesmo com tantos cuidados, ela diz que gostaria de estar mais presente para se dedicar ainda
mais aos seus companheiros e, inclusive, gostaria de cuidar de mais cães. “Eles são as minhas companhias e a minha segurança aqui em Itapoá”, afirma. Diversas vantagens são enxergadas pela professora ao ter os cães como família. “Eles são companheiros e têm o dom de nos animar ainda depois de um dia inteiro de trabalho”, conta. Foi também através de toda sua experiência e pesquisa no assunto que Juliana passou a entender que para o cachorro, o dono é o líder. “Eles são exemplos para os seres humanos. Ensinam-me a ser uma pessoa melhor fora de casa”, fala. Companheirismo, amor e segurança são os aprendizados diários de Juliana com Suli, Joe, Dana e Athos. “No fim das contas, sou eu que levo a bronca”, brinca. Depois de tanta convivência com os cães e crescimento deste amor incondicional, sua vida mudou para ainda melhor, e ela afirma: eles são uma ótima família.
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PROJETO GIROTECA - GUARATUBA
Movimentando histórias vendidos na panificadora. “Nossos clientes vêm e normalmente se interessam pelo projeto”, conta Simone. Aqueles que têm a ida à padaria como parte da rotina costumam uma hora ou outra, se envolver e doar aquele livro que está empoeirado em casa. A novidade se dá por conta daqueles que frequentam o local pela primeira vez e têm conhecimento do projeto.
Ana Beatriz
Com um pouco mais de um ano de execução, o projeto Giroteca, criado pela revista Giro Pop, tem colhido bons resultados. Com seis expositores em pontos comerciais de Itapoá e dois em Guaratuba, a ideia é que livros parados em casa sejam movimentados, de forma livre e espontânea – incentivando a leitura.
Segundo Simone, muitas pessoas questionam aos funcionários se os livros estão à venda e ficam surpresas e felizes com a resposta.
C
ada expositor tem um ritmo e uma história. O da Panificadora Chateaubriand, em Guaratuba, segue o fluxo de clientela do comércio, os livros também vão e voltam por ali constantemente. O casal Maurício Lense e Simone do Prado Lense, proprietários da panificadora, se empolgam junto dos leitores e contam algumas histórias ali desenhadas pelo expositor. Em meio aos pães, bolos, cafés e outros agrados: livros. Apesar de não serem comestíveis, fazem tanto sucesso quanto os produtos
Simone e Maurício se alegram em poder movimentar no próprio comércio esta ideia positiva de que os livros não devem ficar parados.
“A maioria que se encanta com o projeto são pessoas do norte do Paraná”, conta Maurício. “Eles comentam que lá é carente de iniciativas assim”, complementa. Dessa forma, o casal afirma a alegria em poder movimentar no próprio comércio esta ideia positiva de que os livros não devem ficar parados. Bem como o público diário da panificadora, os livros do projeto Giroteca ali expostos são diversos. Apesar de a maioria ser de roman-
Valores sujeitos á alterações sem aviso prévio.
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ce, os leitores também movimentam no expositor livros infantis, de histórias reais, clássicos da literatura e afins.
O público é quem mantem o projeto vivo e, se os livros não se prendem a um estilo específico, os leitores também não. Segundo o casal, as mulheres se interessam bastante pela troca de conhecimentos, “mas a maioria dos leitores do projeto Giroteca são senhores”, afirma Simone. Há uma história, inclusive, de um senhor de Curitiba que costuma ir a Guaratuba uma vez por mês e, nesta ida, é imprescindível a passada na panificadora para deixar um livro e levar outro. “Ele também já nos enviou uma arremessa de livros para doação via SEDEX”, conta Maurício. O tal senhor gosta que os livros doados para o projeto Giroteca sejam carimbados e os leva em uma maletinha, ou seja, como um bom leitor, tem suas manias. Mas o projeto de incentivo à leitura, antes mesmo de atingir os turistas, atingiu os moradores. Marcia Marchetti reside em Guaratuba e é leitora assídua no expositor da Panificadora Chateaubriand. A relação de Marcia com os livros se deu há muito tempo: “Na minha adolescência, trabalhei vendendo livros
e já comprei muitos em sebos”, conta. Por trabalhar próximo à panificadora, o expositor de livros foi uma porta aberta para que Marcia cultivasse ainda mais seu hábito. “Costumo ir à padaria e vasculhar qual livro me interessa”, fala. A experiência tem lhe rendido muito prazer e novos conhecimentos. Os dias atuais, dominados pela internet diminuíram o interesse, a vontade e a curiosidade pelos livros, mas Marcia afirma com orgulho: “Ainda prefiro um bom livro”. Maurício e Simone, contam que os clientes-leitores têm o costume de conversar com eles sobre as histórias lidas. “Também somos muito beneficiados e aprendemos um pouco”, afirma Simone. O fluxo da troca dos livros na panificadora é frequente, mas durante a temporada muitos vão e não voltam, talvez por desatenção e esquecimento. “Mesmo que a pessoa não o devolva, contamos que ela evolua e tenha tido bom proveito”, comenta Maurício, feliz.
O projeto Giroteca, mesmo sendo jovem em execução, tem tido retorno e reconhecimento pelos leitores cativos. Doar, emprestar, devolver e compartilhar são palavras de honra àqueles que gostam de boas histórias e melhor ainda, as movimentam.
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SAÚDE E BEM ESTAR | ALIMENTAÇÃO
Higienismo, uma filosofia de vida Kellin Martins
Ao buscar terapias alternativas para recuperar minha saúde e me desintoxicar da alopatia, encontrei em Capilla del Monte – Argentina, Maria Elena Miura, referência internacional em terapia Alimentar Higienista. Em sua obra “Cómo como?”, manual originalmente em espanhol, apresenta o Higienismo em uma linguagem de fácil entendimento, trazendo esclarecimentos sobre a alimentação, dicas para o nosso bem estar e receitas higienistas. Assim, nada melhor do que compartilhar essa experiência. O Higienismo é uma filosofia de vida, e não algo que se possa encontrar em livros ou ter muita literatura. Foi depois de muitas dificuldades, entre cirrose e o desenvolvimento de um câncer terminal, que Maria Elena Miura resolveu mudar de vida e buscou a alimentação higienista como caminho para isso. O resultado pessoal foi tão bom que deixou a profissão de economista de lado e passou a estudar a prática. Foram dez anos
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Kellin, a higienista Maria Helena e Jaqueline, em Capilla del Monte. de estudos, entre a Índia e os Estados Unidos para fazer uma revalidação dos seus conhecimentos e trabalhar com as outras pessoas. Hoje está em Capilla del Monte, um grande campo energético, onde atende pessoas de diferentes idades e necessidades, mas que têm em comum mudar de vida através apenas da alimentação. Conforme Maria Elena, primeiramente é preciso fazer com que
a natureza seja parte de nosso estado natural, por exemplo, levando em conta os horários de cada dia para a necessidade corpórea. Ela explica que pela manhã, de forma natural o corpo está alcalino, das 0h às 6h. A partir das 6h da manhã o corpo começa a perder alcalinidade até às 12h, quando começa a ganhar acidez até às 18h; e estará totalmente ácido até as 0h. “Nossa ingestão de alimentos deve acom-
panhar o nível de acidez, pois um corpo alcalino gera defesas e isso significa que tem a faculdade de gerar a quantidade de anticorpos necessários para poder defender o organismo”, explica. Assim, conforme ela, pela manhã devemos consumir comidas ácidas, sucos de frutas e frutas ácidas. “Tomar café da manhã é sair do jejum da noite, por isso se recomenda tomar água morna com limão, mas porque água morna? Porque o corpo todo se mantém morno, na temperatura da urina, então o corpo não tem que trabalhar e mantém o seu biorritmo”, fala. Outra dica pela manhã é um copo de suco de abacaxi. “É uma fruta muito mágica, se aproveita quase tudo: a casca e o coração fervidos com água geram um chá que limpa os rins, já a polpa, quando passada pela centrífuga, gera um suco com muitas propriedades que faz com que o corpo gere defesas”, explica. No suco é possível acrescentar complementos, como algas com grandes quantidades de clorofila, e até o resíduo da fruta que fica na centrífuga pode ser aproveitado: coloque-o em uma panela com duas colheres de vinagre, uma fo-
“Você deve saber que se você muda o teu desjejum, você muda a sua vida, pois um desjejum com os nutrientes necessários para que o corpo possa gerar defesas, muda a tua vida”, afirma. Assim, segundo ela, a primeira lição é mudar o café da manhã. “É preciso fazer o desjejum como um rei sim, mas reinando sobre todos os seus vícios, como o doce”. Conforme ela, ao comer doce pela manhã acidificamos o corpo. Depois de sair do jejum muito bem, ela indica um almoço com saladas e algas, com tudo o que está na natureza, mas somente com alimentos orgânicos e nenhuma carne ou derivado animal. Isso é viver o Higienismo. Conforme Maria, a farinha, lácteos, sal e açúcar são os quatro grandes venenos para o nosso corpo. “Nós não necessitamos tomar leite de origem animal, lha de louro, um ramo de tomilho ou qualquer tempero a gosto e faça um escabeche de abacaxi para comer com salada. “Do abacaxi não se perde quase nada, somente se descarta a coroa, porém, se for enterrada enraíza e se torna uma planta”, afirma. Para Maria Helena, vivemos em um país muito especial. No Brasil temos coco, outra fruta considerada mágica, e complementos como mel e guaraná. Para o desjejum ou mesmo durante o dia, coco também é uma boa pedida.
precisamos somente do leite materno, mas depois que desmamar acabou. O leite faz bem, é bom, é maravilhoso para o terneiro que tem que engordar 300 quilos em três meses, mas não para a tua vida e nem para a minha”, fala. Para ela, o pão é um grude, se você misturar farinha com água você tem uma cola que serve até para construção e, o sal, serve para secar as coisas e pode secar as artérias. “Nisso se baseia o Higienismo, em alguns lugares a chamam de A Higiene Natural. Esta filosofia nasceu com o homem”, complementa. Maria Helena ainda explica que em uma salada devemos colocar todas as partes de uma árvore, pois a natureza nos dá alimentos como raízes, talo, folhas, brotos, frutos e sementes. “No Brasil há nozes de pecan, são deliciosas e devem ser lavadas bem e secadas ao sol antes de serem consumidas”, sugere. Para o higienismo, 80% dos alimentos devem ser crus, cortados em pedaços bem pequenos, e 20% devem ser cozidos, porém somente descascá-los antes de comer. “Inicia-se a refeição pelos alimentos crus, depois passa para os cozidos, preferencialmente sem tomar nada, caso sinta a necessidade de tomar algo, tome água, pois não podemos passar sede”, orienta. Para o jantar são indicados sopa, salada colorida ou cereais em pouca quantidade, mas logo que o sol se põe. A noite deve-se ingerir apenas frutas.
Maria Helena ressalta que se pode comer todos os dias coco, uva, abacate, abacaxi, limão. “Vocês têm de tudo para fazer a dieta higienista no Brasil, e esse processo é para recuperar a saúde”, fala. Ela brinca que foi velha quando era mais jovem e hoje, aos 70 anos, se sente esplêndida e até consegue colocar o polegar do pé na boca. “Se você se propuser durante uma semana comer arroz integral e suco de abacaxi, ficará novo. Se você passar uma semana comendo somente uva, renovaras tudo, renovaras tua energia, renovará teu potencial energético, porque a partir do segundo dia que você come o mesmo, o corpo renova seu sistema por desintoxicação”, explica. Outra dica é escovar todos os dias o corpo com uma escova. Segundo ela, assim é possível retirar todas as células mortas e viver com energia. “Nós usamos muito tempo para nos destruir, mas o corpo está feito para estar saudável em pouco tempo, e se fizer o que corresponde seguir o biorritmo natural, todas as células são renovadas e você ficará assim, cada vez mais jovem”, afirma. CONTATOS E-MAIL: mariaelenamiura@ gmail.com FACEBOOK: https://www.facebook.com/mariamiura REFERÊNCIA : http://www.higienismo.com.ar/publicaciones/ como-como.pdf
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BEM ESTAR | CORAÇÃO VEG
Guaratuba e região tem espaço eco-cultural A culinária vegana é a aposta de muita gente, mas como e onde encontrar receitas e ingredientes para uma alimentação mais saudável? Augusta Gern
Quem não gostaria de ter uma vida mais saudável, mais interligada ao meio ambiente?
M
uitas são as formas de se fazer isso e, geralmente, a alimentação é o pontapé inicial. Porém, como relacionar isso com a correria do dia a dia ou a inexperiência com ingredientes mais saudáveis? Agora Guaratuba e região não têm mais desculpas. O Coração Veg, espaço eco-cultural inaugurado recentemente, reúne diferentes serviços e dá motivos de sobra para qualquer pessoa experimentar alternativas mais ecológicas e saudáveis para o dia a dia. Tudo começa com o restaurante dedicado à culinária vegana, que
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quentes e, no final da tarde, o happy hour oferece diferentes tipos de hambúrgueres, tortas e outras gostosuras tão cobiçadas, mas tudo muito saudável. Conforme os chefes de cozinha Amanda Liziero Martins Caruso e Luciano Zonatto, este é um desafio e tanto, mas a motivação de criar novas receitas e a realização de serem aprovadas pelos clientes, não tem preço. Eles explicam que buscam alimentos tradicionais, mas utiAmanda Liziero Martins Caruso e Luciano Zonatto, chefes de cozinha, lizam outros produtos são os responsáveis pelas receitas novas e totalmente naturais. nas receitas. “As pessonão utiliza nenhum tipo de produ- alimentos integrais e orgânicos e as chegam aqui e nos to de origem animal. Na cozinha, com opções sem glúten. E quem perguntam como conseguimos faos ingredientes são sem lactose, pensa que com isso vai encontrar zer coisas tão diferentes, gostosas sem conservantes, sem pesticidas só alimentos diferentes, está muito e saudáveis, é muito gratificante”, e sem refinados, baseando-se em enganado. São mais de 20 pratos conta Amanda. O maior resultado é
Bhasantii é responsável pela loja 100% vegana, onde não há produtos de origem animal ou com muitos componentes químicos. quando o cliente volta e ainda trás novas pessoas. A fórmula para esse sucesso envolve diferentes etapas. Primeiro, segundo eles, é preciso colocar muito amor e equilibrar os temperos certos para que a comida realmente fique saborosa. Em seguida, vem o visual de cada prato: “a primeira coisa que o cliente vê é a aparência, então buscamos caprichar sempre”. Depois disso, vem o retorno. Eles afirmam que observam e escutam muito as sugestões dos clientes para melhorar a cada dia. “O público é a nossa joia, tentamos sempre lapidar e alcançar a satisfação deles”, afirma Luciano. Além da culinária, o espaço re-
úne uma sorveteria com mais de 20 opções naturais a base de frutas orgânicas e água, sem lactose e ingredientes químicos. Também, logo ao lado, uma loja de produtos naturais oferece uma boa variedade de artigos veganos, entre cereais, grãos, farináceos, frutas, legumes, verduras e até objetos, roupas e produtos de higiene que seguem a linha natural. Conforme Bhasantii, responsável pela loja que utiliza o nome que recebeu no yoga, a loja conta com produtos do Brasil inteiro e tem com um público bastante heterogêneo. “No começo só vinha o público que já segue uma vida mais natural, mas com o tempo diferentes
No salão de beleza, Marilta conta com diferentes produtos naturais, sem química. pessoas que vêm almoçar começaram a se interessar e também têm virado clientes”, conta. Segundo ela, a loja é 100% vegana, não há produtos de origem animal ou com muitos componentes químicos. As roupas, por exemplo, são apenas de algodão e receberam coloração manual. Os produtos de higiene vendidos ali não foram testados em animais. “Ser vegano não é só uma questão de alimentação, mas de todo o meio ambiente. Mudando a consciência, você muda o seu estilo de vida”, afirma Bhasantii. Outra atração no espaço é o salão Beleza Natural. Conforme a responsável, Marilta D. de Souza, o salão conta com diferentes produ-
tos naturais, sem química. A base de plantas e flores, eles são opções na hora de uma hidratação ou até uma progressiva. “Eles têm o mesmo desempenho e a vantagem de não fazer mal para o cabelo”, explica. Além disso, o salão também conta com esmaltes e até acetona antialérgicos. Muitas outras são as atrações no espaço, como aulas de yoga, pilates e outras atividades físicas, além de clínicas médicas. Sem dúvida, uma visita já faz repensar os hábitos do dia a dia. Nada precisa ser radical, mas o ato de reciclar e experimentar novos sabores e experiências deve visitar a rotina de vez em quando.
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IMÓVEIS | CONSTRUÇÃO
Itapoá: Destino para diversificar o empreendimento
E
Augusta Gern xcelência no requinte, destaque na beleza e garantia na qualidade. Com esses três objetivos a Inovace Empreendimentos, construtora que há pouco mais de um ano se instalou em Itapoá, trabalha e apresenta as suas obras. Como outros tantos empreendimentos da cidade, esta é uma aposta paranaense que encontrou em Itapoá um novo nicho de mercado. A tradição e larga experiência na área de construção civil vêm de São José dos Pinhais – PR. Conforme Edilson Gonçalves Cordeiro, arquiteto e responsável pelo empreendimento, a empresa surgiu em 2009 e desde 2011 trabalha formalmente com imóveis diferenciados e foco em apartamentos. Como já conhecia, admirava Itapoá desde 1969 e acompanhou o seu crescimento, escolheu a cidade como destino para ampliar e diversificar os trabalhos. “Itapoá está crescendo muito e a procura de imóveis é muito grande, assim viemos com uma proposta diferenciada”, fala Edilson.
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Residencial One Beach é um empreendimento em Itapoá que disponibiliza uma das melhores qualidades para imóveis neste estilo, a proximidade da praia.
O primeiro empreendimento no litoral catarinense foi lançado em 2013 e, diferente do estado vizinho, tem um padrão mais voltado ao lazer. “Lá focamos nos próprios moradores, mas aqui resolvemos inovar os empreendimentos com projetos voltados para quem realmente quer curtir a praia”, explica. A expectativa deu certo e já está mostrando que a ideia foi boa: o primeiro empreendimento, Summer Brise, não demorou para vender todos os seis apartamentos. Para o segundo semestre des-
se ano está prevista a entrega do segundo empreendimento: One Beach. O interesse de compradores já é grande, afinal, conforto é o que não falta: são apartamentos que vão de 60 a 110m², sacadas com churrasqueira, terraço com vista para o mar, infraestrutura para ar condicionado e quatro coberturas com piscina. “Tudo isso com um ótimo acabamento para combinar com as belezas de Itapoá”, afirma o arquiteto. Além dessa obra, ainda neste ano será lançado mais um empre-
endimento no balneário Volta ao Mundo e, para o próximo ano, outro deve ser lançado no centro da cidade. Conforme Edilson, a ideia é expandir os negócios e crescer junto com a cidade. Além dos próprios moradores de Itapoá, os empreendimentos são muito procurados por turistas de Curitiba e do norte paranaense. “Diversificamos para atender um público e um padrão diferente”, complementa. De acordo com o responsável pela empresa, além de projetos diferenciados, outros pontos fazem da Inovace uma construtora reconhecida e valorizada: apostam em tecnologia avançada e são atentos às atualidades da engenharia moderna. “A nossa qualidade engloba também questões como o cuidado na escolha dos terrenos, a localização dos edifícios, o posicionamento em relação ao sol, a qualidade dos materiais aplicados, o estilo arquitetônico e a privacidade dos futuros moradores”, explica. Além disso, segundo Edilson, os empreendimentos atendem questões sustentáveis, “oferecendo mais que uma moradia e gerando qualidade de vida”.
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EMPREENDEDOR ITAPOÁ
Um sonho realizado
A
Ana Beatriz lém de nossa família, muitos outros grupos nos ajudam a crescer, conhecer o mundo por diversos ângulos e construir um futuro com qualidade, a escola é um dos principais. Com esse objetivo, de colaborar para o crescimento de uma nova geração, é que a Escola GEES se fixou em Itapoá. Agregando valores familiares e educacionais, Isabel Cristina Zarpelon Trevizan trouxe a escola particular em 2012, dando um novo passo na história da educação no município. Muito mais que lucro, a trajetória da empreendedora deste mês foi motivada, especialmente, por paixão e prazer. Tudo começou com o sonho de uma amiga e colega de trabalho: Isabel comprando a escola e iniciando as atividades. Destino ou não, o sonho foi realizado. Natural de São José dos Pinhais – PR, Isabel é turista de Itapoá desde a infância, e hoje divide sua residência e afazeres entre as duas cidades. Em São José dos Pinhais, é diretora da APAE e, em Itapoá, gestora da Escola GEES. “Em minha ausência na escola, estou bem representada por toda a equipe, mas estou em Itapoá com frequência”, afirma a gestora. Com 22 anos de atuação na
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área da educação, Isabel apresenta um currículo extenso: Foi professora de Ciências, trabalhou na Secretaria de Educação de São José dos Pinhais e coordenou o Núcleo Regional da Educação da cidade. “É através da educação que acredito em mudanças e transformações positivas para o nosso país”, afirma. O gosto por ensinar está no sangue. Sua irmã é psicopedagoga e também está à frente de uma escola em São José dos Pinhais. De acordo com Isabel, ter uma irmã da mesma área, ainda que em outra cidade, resulta em um trabalho ainda mais positivo. “Nós trocamos frequentemente conhecimentos e experiências”, conta. Hoje, Isabel está à frente da escola junto com seu marido, Lucio Flavo Trevizan. Ela, responsável pela Direção Pedagógica e ele, Diretor Financeiro. A Escola GEES atende do maternal ao Ensino Fundamental (crianças de 01 a 14 anos) e seu principal diferencial é o funcionamento em período integral, que conquistou boa parcela de pais, mães e familiares que trabalham e/ou estudam. Outro diferencial, segundo Lucio, se dá na dinâmica de ensino da escola que, além das disciplinas tradicionais, oferece aulas complementares como música, informática e robótica. Unindo educação às novidades, a Escola GEES conta
Isabel e Lucio estão a frente da escola que busca, acima de tudo, construir o futuro com qualidade. com o material do Sistema COC, que oferece aos alunos maior interatividade e aproveitamento do conteúdo. Lousa digital, jogos educativos, matérias online, agenda eletrônica e livro eletrônico são algumas das vantagens do COC Educação, cujo acesso os alunos também têm em casa. De 2012 para cá, a escola cresceu bastante estruturalmente: iniciou pequena com cerca de 50 alunos e hoje conta com cerca de 160 alunos, dispostos em um ambiente amplo e confortável, com sala de informática, pátio coberto, refeitório, cancha de areia e parque. Um grande ginásio está em construção e o laboratório de Ciências vem sendo equipado para o melhor aprendizado das crianças. Só que mais do que bom material ou estrutura, o amor pela educação se propaga por toda a equipe da escola, que conta com 33 profissionais dispostos a educar com excelência. Na Escola GEES, a reunião pedagógica pode ser realizada até três vezes por bimestre, para que a
equipe possa discutir o andamento dos projetos, discutir ideias e soluções. A interação com as famílias também faz a diferença. Conforme Isabel, há uma boa parceria com os familiares dos alunos através de eventos, como o Passeio Ciclístico do Dia dos Pais realizado no ano passado, projetos sociais, de ajuda à comunidade e projetos recreativos. “Esta interação é fundamental para o incentivo e estímulo do estudante”, fala Isabel. Para o futuro, os proprietários planejam adotar o Ensino Médio e manter o método de ensino sobre regras, limites e educação com excelência. A cada ano, a Escola GEES evolui, com mais confiança e parceria dos pais e da comunidade, formando futuros cidadãos através da educação que, segundo Isabel, “é um bem que ninguém pode tirar”. Com olhar esperanço, a escola é o caminho oferecido às crianças para um futuro melhor. Parte desta evolução, a GEES, em Itapoá, foi, é e será como um sonho realizado.
Gustavo 5º mês
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