Revista Giropop - Edição 32

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EDITORIAL Por mais um ano chegamos ao tema construção, com a famosa frase “Quem casa, quer casa”. Entre tijolos, madeira, diferentes produtos, técnicas inovadores e muitas histórias, não podemos negar que este é um assunto instigador: profissionais e pessoas mostram como é bom sonhar e, melhor ainda, realizar o sonho do “lar, doce lar”. Nesta edição, diferente dos anos passados, lançamos o olhar para as reformas e ampliações. Depois que adquirir o imóvel próprio, alguns desejos e necessidades podem ser aflorados e nada melhor do que deixar aquela casa que já é sua, ainda mais aconchegante. A área de lazer, um novo filho a caminho ou mesmo o simples desejo pela mudança são os instigadores das histórias a seguir. Mas como as dicas buscam ser abrangentes, outros temas da construção também marcam presença. Os novos produtos que estão nas prateleiras dos materiais de construção, as novas técnicas aprimoradas pelos profissionais e a importância de seguir a risca algumas etapas das obras podem ser conferidas nas próximas páginas. O perfil de empreendedores e profissionais do ramo também não fica de fora. Assim, ao lançar mais uma edição sobre este universo que só cresce em Itapoá e Guaratuba, buscamos contribuir para novos sonhos e projetos a partir das inspiradoras histórias de gente daqui, que está pertinho de você. Cuidado com a poeira e com aqueles restinhos de toda a construção espalhados entre uma matéria ou outra, mas fique a vontade, nesta obra você é muito bem-vindo! Foto de capa: Priscila Pohl

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27 de agosto Dia do Corretor de Imóveis


CASA E CONSTRUÇÃO

Parceria na cozinha, na reforma e na vida Andrea Choma e Carlos Henrique Nóbrega com os filhos Henrique e Gabriel.

Mais que materiais, móveis e objetos de decoração, uma casa carrega consigo coisas que não são vistas a olho nu. Falar da casa dos sonhos de um casal é contar além da construção da obra, mas também da construção do amor e dos planos feitos a dois.

Ana Beatriz

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ais que materiais, móveis e objetos de decoração, uma casa carrega consigo coisas que não são vistas a olho nu. Falar da casa dos sonhos de um casal é contar além da construção da obra, mas também da construção do amor e dos planos feitos a dois. Nessa edição especial de Casa & Construção, estreamos com a história do casal Andrea Choma e Carlos Henrique Nóbrega, moradores de Itapoá que, com a chegada de um novo filho, vivenciaram há pouco tempo a

experiência de reformar a casa. Andrea e Carlos se conheceram ainda na adolescência, em um verão de Itapoá. “Naquela época, já existia uma paquera, mas era coisa de adolescentes”, conta Andrea. Ela lembra que ao entregar o convite de sua festa de 15 anos, Carlos lhe deu uma carta em que se declarava e dizia, no final: “Um dia você será minha”. O destino, generoso, atendeu ao pedido. Depois de morarem em diferentes cidades e terem outros relacionamentos, o mundo girou e os dois se reencontraram em Itapoá. Já adultos, ambos formados em Arquitetura e Urbanismo e trabalhando na área, iniciaram

um relacionamento e, em pouco tempo, se casaram. O terreno da casa onde moram foi, inclusive, um presente de casamento dado pela mãe de Andrea. “Construímos uma casa de estilo californiano, um pouco quadrada”, conta ela. Usando platibanda, tipo de mureta que fica no alto da casa e serve para esconder o telhado, a casa ganha esse estilo mais geométrico. Desde a primeira planta arquitetônica, o escritório de arquitetura mantido pelo casal é situado ao lado da casa. Porém, desde a construção, o imóvel sofreu alterações e adaptações, se ajustando às necessidades e ao tamanho da família, que cresceu.

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Com a chegada do primeiro filho, Henrique, o espaço ganhou mais um quarto, porém, foi em 2014 que aconteceu a grande reforma. Andrea tinha planos de reformar a casa e engravidar, e assim aconteceu. Mesmo grávida do segundo filho, o Gabriel, ela projetou e coordenou toda a reforma do lar, junto de seu companheiro Carlos Henrique. “Passamos quatro meses projetando todas as mudanças da casa, e medindo cada móvel, detalhadamente”, lembra o casal. Primeiro, fizeram inúmeras simulações no piso inferior até obter o resultado que desejavam, e depois, estudaram o segundo piso, onde ficam os quartos. Construir o quarto de Gabriel em cima do escritório

foi a solução encontrada pelo casal para reaproveitamento da estrutura. Pedreiro, eletricista, encanador e pintor foram alguns dos profissionais contratados para execução do projeto, que funcionou sob as coordenadas do casal de arquitetos. Durante o período da obra, a família se mudou para a casa da mãe de Andrea, no terreno ao lado. “Vivenciar a gestação e, ao mesmo tempo, fiscalizar a obra não foi fácil, mas ainda assim estive presente, coordenando e auxiliando as etapas”, conta Andrea. “O que temos em comum é que gostamos muito de cozinhar e nossa parceria na cozinha é incrível”, afirmam. Cozinheiros de mão cheia, eles definiram a cozinha como meta inicial do projeto. Com muito estudo de estilo, tamanho, profundidade e simulações dos móveis, conseguiram projetar exatamente tudo o que desejavam ter na cozinha. Fogão industrial, forno à lenha, fogareiro de alta pressão e defumador são alguns dos xodós do casal, que adora experimentar novas receitas e cozinhar para os amigos. Outro fator determinante do projeto foi o posicionamento da chaminé metálica. “Embora esse ano não tenha feito tanto frio, há épocas em que o Um dos fatores determinantes do projeto foi tempo está muito o posicionamento da chaminé metálica. úmido e tacamos

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Todos os quartos da casa têm três janelas, com aberturas para a face norte, para trabalhar com a circulação do vento cruzado.

fogo na lareira, pois a chaminé passa por todos os quartos da casa”, explica Andrea. No quarto do casal, passa a chaminé da lareira, no quarto de Henrique, a da estufa, enquanto no quarto de Gabriel, do fogão à lenha. “Embora a maioria das pessoas faça a lareira com chaminé de alvenaria, a quantidade de caloria para o ambiente vem através da chaminé, não da boca”, explica. “Assim, o segredo está na chaminé metálica, já que o metal esquenta e transfere o calor, auxiliando na umidade”. Em seus projetos a arquiteta procura priorizar a insolação e valorizar a face norte, e na sua casa não foi diferente. “Devido ao movimento aparente do sol e sua diferente inclinação ao longo das estações, a face norte permite que o ambiente receba menos insolação no verão e mais no inverno”, explica. Todos os quartos da casa têm três janelas, com aberturas para a face norte, para trabalhar com a circulação do vento cruzado. Para isolar ambientes, como sala, cozinha e copa, optaram

por cortina e porta estilo painel; já na iluminação, Andrea definiu os pontos de luz, e contratou uma profissional da área, de Curitiba, para lhe dar assessoria e orientações. Parte da parede da sala foi revestida com tijolo inglês, enquanto o piso foi trocado por porcelanato e madeira. “Gostamos da madeira bem rústica, pois se manchar ou riscar, ela continua tendo um aspecto bonito”, conta ela. A internet foi a maior aliada no momento construtivo. “Pesquisei ideias e materiais, tirei dúvidas e realizei inúmeras compras através da internet”, conta Andrea. Fazendo uso frequentemente do site Mercado Livre, para compras confiáveis, ela aconselha que seja checado o selo de confiança de quem está vendendo o produto. Por colecionarem alguns objetos e ganharem muitos presentes de amigos e familiares que viajam, Andrea e Carlos decidiram construir alguns armários pequenos e práticos nos cantos da casa, com prateleiras e vidro, para poder expor esses objetos.


tura de pinus. “Decorar com conteúdo”, esse é o conceito dos pais para o quarto das crianças. Além de mapas, globos e sistema solar, o teto da cama de Henrique possui um sistema de fibra ótica, simulando a constelação exata do dia em que nasceu. Já o quarto de Gabriel, possui diversos quadros, encomendados por No segundo andar, piso de madeira. Andrea, com imagens No banheiro, pastilhas no box de pássaros da região. deram um toque especial. A parte de madeiramento ficou basicamenEle, por exemplo, deixou exposta a coleção de máquinas fotográfi- te por conta de Carlos Henrique. cas antigas, enquanto ela expos No deck e na mão francesa, ele os aventais de cozinha estam- utilizou madeira de pinus trapados – presentes trazidos de tados. “É uma madeira relatidiversos lugares do mundo por vamente mole, porém, quando tratada, apresenta mais eficiênamigos e familiares. Versáteis, eles se utilizam da cia que uma madeira dura”, excriatividade para reaproveitar e plica. O arquiteto destaca a boa dar nova função a um móvel ou relação entre custo e benefício objeto. A mesa de madeira si- do pinus tratado, já que precisa tuada na copa foi projetada por de poucos cuidados e não sofre Carlos, e era uma prancha de problemas de cupins e apodreciseu pai. Já a banheira da avó de mentos. Além disso o telhado do deck Andrea, de canteiro de ervas, se transformará em um tipo de foi adaptado com um recorte, para que não precisassem corsofá. Os quartos das crianças tar o pé de palmito cultivado também levam conceito e toques pela família. Outra medida interessante especiais. O quarto de Henrique feita pelo casal foi a instalação ganhou uma sacada com cober-

A parte de madeiramento ficou basicamente por conta de Carlos Henrique. No deck e na mão francesa, ele utilizou madeira de pinus tratados. de um “ladrão” na calha, um es- “gordurinha” no orçamento, cape para o excesso de água no pois, como uma caixa de surprecaso de se acumular no sistema. sas, o valor a ser gasto em uma “Se a água começar a descer reforma normalmente aumenta. pelo ‘ladrão’, indica que há alguO segredo de projetar e consma obstrução no local”, explica truir em casal é, para Carlos e Carlos Henrique. Andrea, a parceria. Funciona No fim das contas, a refor- como a frase de Savarin, famoso ma ficou exatamente como eles epicurista e gastrônomo francês: desejavam. “As pessoas não “A gastronomia, enfim, quando costumam gastar muito tempo partilhada, exerce a mais nítie dinheiro com detalhamento da influência sobre a felicidade de projetos, como por exemplo, que se pode encontrar na união colocar a mobiliária no projeto, conjugal”. No universo gastromas isso se reflete no resultado nômico, tão querido pelo casal, final”, comenta Andrea. toda esta parceria se traduz em Tida a experiência, o casal Carlos dando tempero final nos aconselha àqueles que vão re- molhos currys de Andrea, e de formar a casa a ter sempre uma Andrea fazendo a finalização do reserva de capital, a chamada risoto de Carlos.

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CASA E CONSTRUÇÃO

A arte de construir e repaginar

Ana Beatriz

“Nunca gostamos de manter tudo ao nosso redor por muito tempo com o mesmo jeito”. Desde cedo, o casal Simone Cristine Cubas e André Luiz Pereira, de Itapoá, é adepto às novas ideias e transições da vida, no lado pessoal, profissional ou, até mesmo, construtivo. Quatro anos depois de demolir e construir seu empreendimento, eles vivem, novamente, o momento construtivo. Os dois, juntos de seus dois filhos, estão a alguns passos de terminar a construção da casa própria e contam como foi e está sendo esta experiência.

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ano era 2005 e André pintava e vendia quadros no verão em Itapoá, enquanto Simone morava no município e era proprietária de uma loja de roupas. “Um dia, pintei um quadro com o desenho de um sol e fui vender na loja, porque combinava com seu nome”, lembra André. Eles então se conheceram, ela comprou o seu quadro e, inclusive, encomendou outros. E da arte, nasceu a paixão. “Dizem que

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amor de verão não sobe a serra, mas nós provamos o contrário”, brinca Simone. No verão seguinte, ela e André começaram a namorar. O casal, que chegou a morar junto durante alguns meses em Joinville, se estabilizou em 2009, já com os dois filhos Jhoe e Serena, na casa dos pais de Simone, em Itapoá. Naquele tempo, a casa própria já era sonho e necessidade, porém, o casal aproveitou o momento para investir na reforma de seus empreendimentos. A

loja de Simone passou então a dividir espaço com o estúdio de tatuagem de André. “A loja era bem pequena, de madeira, não oferecia muita segurança e era ‘colada’ ao estúdio”, lembra Simone. Em 2011, deram uma “repaginada”, como diz o casal, e a loja foi demolida para ser então reconstruída. Durante a construção, a família se instalou na pousada de uma amiga, mas vinha com frequência supervisionar a obra.


Os filhos Jhoe e Serena acompanham sempre a obra com os pais Andre e Simone, vivenciando parte da história da família.

“Contratamos um arquiteto para fazer o projeto da loja e da casa na parte superior, porém, nesse primeiro momento, construímos apenas a loja”, conta André. A construção da loja ultrapassou o prazo previsto, durando cerca de oito meses. Simone relembra que, com segurança, ela e André sempre levavam seus filhos para ver a obra da loja. “Gostaríamos que eles fizessem parte da história e vivenciassem isso”, conta. Hoje, sua loja é mais ampla e toda feita de alvenaria; o estúdio de tatuagem fica situado em um mezanino acima da loja, oferecendo mais privacidade e segurança. O responsável pelo projeto da obra do casal, o arquiteto Fa-

bianno Lima, destaca que este foi um trabalho interessante. “O ideal é que o arquiteto instigue o cliente para saber o que ele deseja, e este casal já tinha muitas ideias em mente, como a preferência por materiais rústicos”, conta Fabianno, “realizamos o projeto em conjunto, aliando meu conhecimento às suas ideias”. Vale ressaltar que tanto o projeto da loja como da casa foi pensado na possibilidade de, um dia, se transformar em um hostel. “Apesar de ser um espaço pequeno, é bem dividido, e cada ambiente pode se transformar em uma sala independente com banheiro”, explica André. O tempo foi passando e as crianças crescendo, assim como

a necessidade de deixar a casa as, barulho e pó são alguns emda mãe e construir a própria pecilhos trazidos pela obra, cujo casa. Em abril desse ano, encon- término é previsto para o mês de tram o momento financeiro opor- outubro. tuno para iniciar enfim a obra da A escolha dos materiais, de casa. acordo com eles, foi uma etapa Nesse período, a família se tranquila. “Cada um tinha muimudou para a casa dos tios de tas ideias, mas na maioria das Simone, no terreno ao lado. Es- vezes, o outro estava de acordo e tar perto da obra tem, para eles, aprovava”, conta Simone. Assim, um lado bom e outro ruim. “O foi priorizado o estilo rústico e lado bom é poder supervisionar artesanal, preferência do casal e o lado ruim é que você acaba há muito tempo. As portas e jasendo requisitado com frequên- nelas da casa, de madeira de decia”, conta André. molição, foram compradas antes Para a construção da casa, o mesmo da obra acontecer. casal desejava contratar o mesEnquanto a construção foi mo construtor da loja, porém, o feita de alvenaria, na parte interprofissional se encontrava com a na o casal optou por elementos agenda cheia. “Mas o momento e materiais que remetessem à era muito oportuno e não qui- natureza. E apesar da casa estar semos esperar”, conta Simone. localizada em uma área bastanEles contrataram então, um engenheiro, que ficou responsável por coordenar a equipe de mão de obra. Entre a construção da loja e a ampliação para a casa, o casal conta que a ampliação está sendo mais trabalhosa. “É muito difícil trabalhar no ambiente sendo que a obra está acontecendo na A loja Tribo do Sol passou por parte de cima”, conta várias transformações. Simone. Segundo o casal, fluxo de pesso-

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O estilo rústico e artesanal, preferência do casal há muito tempo.

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te movimentada, Simone e André tiveram a cautela de que a vista da sala fosse para as duas árvores históricas do terreno, o pinheiro Araucária e a árvore Jambolão. “Optamos por vidro na sala, de modo que possamos enxergar as folhas das árvores enquanto estivermos no sofá, por exemplo”, conta ela. Na futura casa, o casal destaca também a sacada com churrasqueira e o forno à lenha, para que possam inovar nos cardápios. Mas André confessa que o espaço que será o seu “xodó” é o ateliê, lugar pensado para inspiração de muitas pinturas e desenhos. O segundo andar da casa não será todo aproveitado. “Construiremos apenas em uma parte, para que o detalhe do telhado de encaibramento fique visível”, explica Simone. No chão, o casal também pensou com carinho até optar por cimento queimado que, se-

André desejam aproveitar o momento da construção. “Como a fachada da loja e da casa é a mesma, temos planos de expor, nesse espaço, trabalhos artísticos de parceiros e amigos”, conta André. Pintar parte da parede externa da casa com um desenho em grafite também é uma Estúdio de tatuagem do Andre. possibilidade para o gundo eles, é um piso barato, casal. Por enquanto, contam que de aplicação fácil e rápida, ao a construção da obra está ficando mesmo tempo em que é rústico similar ao seu projeto. “Igual nunca fica, pois surgem imprevistos e bonito. “Outro material que sempre pelo caminho e cada profissional sonhamos para decoração da interpreta uma coisa a sua maneicasa são os ladrilhos hidráuli- ra”, diz André. O ideal de vida do casal é mocos, pois são agradáveis, artísticos e exploram cores, dese- rar em comunidade, em um local nhos e formas”, conta Simone. mais isolado e tranquilo, cercado Além de ladrilhos hidráulicos, de natureza. Enquanto esse deseSimone e André têm diversos jo não se realiza, eles vivem o moplanos para a decoração, como mento construtivo, em meio a uma rotina de família e muito trabalho. quadros e mosaicos. E as crianças também fa- “A obra está sendo desgastante, zem planos: O quarto de Sere- mas acreditamos na recompensa na, de cinco anos, terá o tema quando desfrutarmos de momen“Jardim Encantado”, com um tos em família em um ambiente jardim de inverno; enquanto o só nosso, e que é a ‘nossa cara’”, quarto de Jhoe, de seis anos, conta Simone. E se, por acaso, será inspirado no “Art Attack”, algum detalhe não sair como preprograma infantil que ensina a tendem ou alguma ideia surgir fazer arte com coisas simples. pelo caminho, o casal respira e Com a arte sempre pre- inspira, pois da arte de “repagisente em suas vidas, Simone e nar” eles entendem.


CASA E CONSTRUÇÃO

Casa une história, família e profissão Contar a história dessa casa é recordar também, parte da história de Itapoá. Ana Beatriz

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asados desde 1976, Teresinha Besen e Francisco Besen chegaram ao município no ano de 1978, e o que era para ser apenas uma temporada de trabalho se tornou história, família e profissão. Ele, conhecido na época por “Chico da luz”, trabalhava em uma empresa com instalação de iluminação e veio para “iluminar” Itapoá. “Era uma atividade complicada, sem dia nem hora, pois a chave geral da luz de Itapoá ficava em Garuva e caía com frequência”, lembra. Com o passar dos anos, o casal começou a enxergar futuro e oportunidade no município.

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Após um estudo de viabilidade foi sugerido que a casa fosse demolida e reconstruída, dentro das necessidades do casal Teresinha e Francisco lem- chegada da unidade bram que, na época, chegaram telefônica e também via ter uma loja de materiais venciou o asfaltamento elétricos, a Eletro Besen, mas no acesso da cidade. o grande negócio foi em 1979, Enquanto o marido adcom a primeira loja de mate- ministrava os negócios riais de construção. “Porém, ela e lutava pelo desenvolnão atingia a demanda”, conta vimento do município, Teresinha, “fornecíamos mate- Teresinha atendia na riais de construção, mas poucos loja, cuidava dos filhos os compravam”. Pensando em pequenos e também da agregar vendas na loja de ma- casa. teriais de construção, surgiu em Sem ainda as grandes inven1998, a Imobiliária Besen. ções da tecnologia, como telefoAlém da chegada da luz, ne e celular, Teresinha e FranFrancisco se fez presente em cisco lembram que a alegria do outros momentos marcantes da casal em Itapoá eram os bailes história do município. Contribuiu na Barra do Saí e no Saí Mirim. para sua emancipação, para a “As crianças podiam brincar na

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rua até tarde, as pessoas visitavam mais os vizinhos e a casa podia ficar aberta, que não se ouvia falar em roubo”, são outras memórias de Teresinha. “Eu queria crescer, mas a cidade também precisava crescer”, conta Francisco. Ele recorda que, naquele tempo, a comunidade já ansiava pelo desenvolvimento do município. “Esperavam que o desenvolvimento de Itapoá chegasse junto com a luz, depois que a emancipação o faria, e depois o asfalto no acesso principal, mas o tal desenvolvimento, já almejado naquele tempo, chegou mesmo, recentemente, com o porto”, conta ele.

Na época quando chegaram em Itapoá abriram uma loja de materiais elétricos, a Eletro Besen, mas o grande negócio foi em 1979, com a primeira loja de materiais de construção.

O casal também lembra que, na época, não havia muitos profissionais de arquitetura e a profissão era pouco difundida. A primeira planta da casa deles foi, então, desenhada por Teresinha, e se tratava de uma casa térrea. “Na época, a loja era situada na frente e a casa atrás”, recorda. Nesses anos, ocorreu uma reforma que, segundo o casal, melhorou alguns ajustes. “A casa e loja sofreram algumas alterações até que a casa passou a ter um segundo andar”, conta Francisco. Porém, com o passar dos anos, em 2012, a necessidade de reforma surgiu novamente. “Queríamos mudar muitas coisas”. A casa do casal não tinha ambientes integrados. “A churrasqueira, por exemplo, ficava aos fundos, distante da cozinha, então nos almoços era difícil manter todos juntos”, conta Teresinha. Anteriormente, a casa também tinha dois estacionamentos, o que acabava perdendo área de circulação. Outras objeções foram feitas para a reforma como uma separação maior entre a casa e a imobiliária e a construção de uma piscina. O projeto da reforma ficou por conta do arquiteto Fabianno Lima, genro do casal. Ele conta que passaram mais de um ano


Intenção de qualidade de moradia com acessibilidade e integração, esses foram, segundo o arquiteto Fabiano Lima, os pontos determinantes para a construção da nova casa.

tendo ideias e realizando estudos. Chegaram a desenvolver até três projetos em cima da planta da casa existente, para tentar reaproveitar a estrutura. “Era uma casa aparentemente boa, porém com algumas deficiências e muito baixa na altura, sufocando o ambiente”, conta o arquiteto. Fabianno explica também que, no caso dessa reforma, a estrutura não seria muito reaproveitada e o valor gasto seria para reestruturá-la seria muito alto, inviabilizando todo processo. O valor que seria gasto ultrapassaria a de uma casa nova. Então, após um estudo de viabilidade o profissional sugeriu a que a casa fosse demolida e reconstruída, dentro das necessidades do casal. Apesar do apego a casa e às tantas histórias que ela trazia, eles aceitaram a proposta do profissional. “Pensamos que valeria a pena investir e esperar por conta da localização, próxima da rua, da saída da cidade, da loja e do mar”, conta Teresinha. A demolição da casa aconteceu no início de 2013. “A sensação de retirar os móveis e assistir à demolição não foi

muito boa, mas depois, passou”, conta Francisco. Os trabalhadores iniciaram retirando telhas e madeiras, enquanto na parte de alvenaria, usaram a máquina. Durante a reconstrução, para poderem acompanhar a obra, Teresinha e Francisco se instalaram em uma casa próxima a obra, a obra que durou cerca de um ano e meio. Intenção de qualidade de moradia com acessibilidade e integração, esses foram, segundo o arquiteto, os pontos determinantes para a construção da nova casa. “A casa foi toda adaptada, como, por exemplo, os corredores que ficaram mais largos e os banheiros pensados para cadeirantes”, explica Fabianno, “um processo de qualidade na gestão de acessibilidade”. A integração se deu na sala, copa, cozinha e churrasqueira, o espaço mais frequentado da casa, pensando na união da família. “Ao invés de paredes, alguns desses ambientes foram isolados com portas e cortinas, para que possamos estar juntos e ao mesmo tempo separados”, conta Teresinha. Finalizada em outubro de 2014, a nova casa do casal tem piscina, e melhor ainda: construída por Francisco. No projeto, Teresinha e Francisco priorizaram a área de lazer pensando nos dois filhos e quatro netos, que o visitam frequentemente.

Após a experiência adquirida, Francisco afirma que demolir para construir foi uma experiência melhor que reformar. “A reforma é mais incerta na questão de gastos, prazos e aproveitamento”, conta, “já a construção é mais certeira, pois temos mais caminhos”. Os móveis da casa antiga foram todos doados, sobrando apenas uma mesa de mármore para contar história. A decoração da casa ficou sob os cuidados de Teresinha e sua filha Rafaela. “Quando é para comprar um caminhão, eu escolho a marca e a cor, mas para questões de casa e decoração, confio no gosto delas”, brinca Francisco. Atualmente, o casal se divide entre as inúmeras tarefas do dia a dia. Além de loja, família e casa, eles ainda arranjam tempo para lazer, como andar de moto ou caminhar na praia. A casa, antiga ou nova, apesar de ser o assunto principal, engloba vários outros: História, por carregar tantas memórias e conquistas do município, família, por ser onde assistiram o crescimento dos filhos e agora, netos, e profissão, por ser fruto de muito trabalho e suor. Diferente da casa de Teresinha e Francisco, a relação do casal não precisou de reformas nem ampliações, mas foi sim, a construção de muito respeito pelo caminho.

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CASA E CONSTRUÇÃO

Dando “cara nova” ao imóvel dos sonhos Logo após a aquisição do imóvel, o sonho do casal se torna deixa-lo exatamente como sempre idealizou. Pesquisas, planejamentos e decisões implicam nesta “repaginada”. Ana Beatriz

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oradores de Curitiba-PR, Adir Antonio Lazarotto e Jessi de Carvalho adquiriram uma imóvel na praia, em Guaratuba, porém, alguns ajustes foram fundamentais para que a casa ficasse ainda mais agradável aos moradores. Após a experiência, eles relatam um pouco da vivência de uma reforma, e afirmam: “Vale muito a pena”. A história do casal ganhou força e estabilidade na capital paranaense, onde se conheceram. Hoje, com filhos e netos, priorizam a qualidade de vida. “Sempre gostamos de Guaratuba”, conta Adir, “é um lugar

tranquilo, de belas praias, bons comércios e onde se encontram muitos de nossos amigos”. Mesmo residindo em Curitiba, decidiram então, adquirir uma casa de praia na cidade de coração. O imóvel almejado por Adir e Jessi se tratava de um sobrado, construído em 1981 que, para a época, a estrutura é considerada moderna. O caminho até que esta aquisição se concretizasse foi longo. “Insistimos durante dois anos na compra da casa”, conta Adir, “pedimos um valor um pouco mais baixo ao vendedor, pois sabíamos que a reforma era necessária”. Entre os dois anos em que cobiçaram a tal casa, acabaram até comprando um imóvel para o filho em uma área mais agitada de Guaratuba. A aquisição, enfim, veio no

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ano de 2014. O casal lembra a vontade de reformar e aproveitar a boa estrutura da casa. “Também tínhamos o desejo de construir uma área de lazer”, conta Jessi. Então, em janeiro de 2015, iniciaram com um arquiteto o projeto de reforma da casa dos sonhos. Para a reforma, foram contratados um empreiteiro, arquiteto, engenheiro e pintor – todos, profissionais atuantes em Guaratuba. O casal destaca a contratação de um empreiteiro como fundamental, já que este profissional os auxiliou muito. “Tivemos o prazer de encontrar trabalhadores honestos e confiáveis”, conta Adir. E sua mulher Jessi ressalta o comportamento

A fachada do imóvel antes da reforma feita pelo casal.


A área de lazer também foi transformada.

A cozinha antiga era fechada, sendo derrubada as paredes.

dos profissionais durante a obra: “Todos eles trabalharam sorrindo e se divertindo, trazendo uma energia boa a casa”. Durante o período de reforma, os moradores de Curitiba passaram um tempo na casa do filho, em Guaratuba, para super-

visionar a obra. O processo de reforma durou, ao todo, apenas seis meses, mas o projeto do sobrado, que anteriormente era antigo, escuro e todo de concreto, foi completamente alterado. Entre todas as mudanças realizadas no imóvel, o casal

destaca a cozinha, que era fechada e se tornou ampla por derrubarem as paredes. A casa, cujas portas eram de alumínio, o portão de entrada de madeira e o muro de palitos, ganhou peças e materiais mais novos e modernos, como a escada, que de concreto, passou a ser de mármore. Os pisos também foram todos trocados, bem como o telhado, que era antigo. Adir e Jessi contam que a casa de praia ficou similar à sua residência fixa, em Curitiba. “O estilo é muito parecido, pois ambas são amplas, claras e funcionais”, diz Adir. Porém, a casa em Guaratuba possui algumas “regalias” como a área de lazer, construída pelo casal durante a reforma. No novo projeto, Adir conta que sua única objeção foi o “recanto do guerreiro”, com churrasqueira ampla, espaço para convidados e uma pia só para ele. Na área de lazer do casal também foi construída uma sauna e instalada uma piscina com deck, diferencias que não são encontrados na casa de Curitiba. Além da área de lazer, foi construído um quarto no piso inferior do sobrado, pensando na praticidade da locomoção. E não dá para falar em reforma sem falar de pintura. “O toque final foi o acabamento”, afirma Jessi. O sobrado foi todo repintado e os tijolos lavados e

tratados com produtos para deixá-los mais brilhosos. No sistema de iluminação, foram embutidos pontos de luz “drywall”, o que, segundo Jessi, é uma instalação vantajosa, por sua rapidez e limpeza. Os “dedos” da moradora estão, principalmente, na parte da jardinagem, uma área pela qual sempre se interessou. Como um novo momento vivido pelo casal, cada detalhe da casa ganhou nova vida, inclusive a terra das plantas. Com a experiência adquirida nos seis meses de reforma, o casal pontua quatro segredos para uma reforma de qualidade: 1. o olhar minucioso para a estrutura da casa a ser reformada, 2. uma boa quantia de dinheiro para respaldo da reforma, 3. a contratação de bons profissionais da área e 4. tempo e disponibilidade para supervisionar a obra. Hoje, eles estão no “finalmente” da reforma, acertando os últimos detalhes, antes da instalação dos móveis. Até o fim de setembro, planejam se estabilizar na nova casa e Jessi, que conhece cada cantinho da casa, adianta: “não vejo a hora de dormir nela”. A rotina do casal, normalmente dividida entre Curitiba e Guaratuba, tende a ser maior na praia, para que eles curtam, enfim, cada detalhe da casa dos sonhos.

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COLUNA

Itapoá, mercado imobiliário e a economia brasileira

Jerry Luis Sperandio Empresário da área imobiliária

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egar a desaceleração na atividade econômica nacional é o mesmo que negar a própria existência. Uns são mais otimistas, outros mais pessimistas e outros, ainda, preferem ficar no grupo dos neutros, estes últimos sob a alegação de que momentos como estes são cíclicos em nosso país. O fato é que momentos de dificuldades, apesar de indesejados, são momentos de oportunidades, os otimistas se apegam vigorosamente a esta premissa. Cidades litorâneas, principalmente àquelas que dependem quase que exclusivamente do turismo, sentem mais as oscilações da economia: quem tem casa de veraneio e se aperta financeiramente em primeiro lugar irá dispor do supérfluo, ou seja, colocar à venda seu imóvel na praia; quem pretendia investir em um imóvel no litoral geralmente adia a decisão em momentos de crise, aguardando a passagem da tempestade para tomada definitiva de decisão e; muitas famílias abdicam das costumeiras temporadas de praia nas férias, optando por alternativas menos dispendiosas. Quem acompanha o mercado imobiliário de Itapoá há anos e vivenciou a passagem de diversas crises e planos econômicos sabe muito bem disso. O momento, porém, é diferente. A economia de Itapoá não é mais tão dependente da

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temporada de verão. A operação da atividade portuária no Município trouxe, além de geração constante de renda aos habitantes, uma enorme perspectiva de crescimento e, principalmente, de desenvolvimento, amplificando significativamente, entre outras benesses, a expectativa de valorização imobiliária sustentável para os próximos anos. Antes da formalização da renda dos trabalhadores locais, que foi possível com o início das atividades do Porto Itapoá e das empresas que em função dele se instalaram, o número de potenciais adquirentes de residências que tinham condições de obter financiamento habitacional era muito reduzido, dificultando muito o acesso das pessoas à casa própria. Com a possibilidade de comprovação de renda formal e maior estabilidade de emprego estes trabalhadores tornaram-se elegíveis para aquisição de moradias novas, com destaque para as que se enquadram no Programa Minha Casa Minha Vida, que concede subsídio de até R$ 17.960,00 e taxa de juros anual a partir de 4,59% ao ano. Este novo mercado estimulou toda uma cadeia econômica: comercialização de terrenos, elaboração de projetos, aquisição de materiais de construção, contratação de mão de obra, etc. Tudo isso também contribuindo com as finanças públicas municipais através do recolhimento de tributos, gerando assim mais condições de investimentos do Poder Executivo em infraestrutura. Outros fatores que ocorrerão em Itapoá cor-

roboram para que a cidade não venha sentindo, ou venha sentido em proporções menores, o impacto da desaceleração econômica nacional, dos quais destacam-se: 1) Ampliação da área física e consequente futura ampliação da capacidade de operação do Porto Itapoá; 2) Início das obras do Projeto Riviera Santa Maria e; 3) Iminente construção de um novo Terminal Portuário, no grande conjunto de propriedades adquirido pela COAMO, maior Cooperativa Agroindustrial da América Latina. Todas estas obras gerarão, por muitos anos, novas oportunidades de trabalho e de geração de renda, aumentando a circulação financeira no comércio local e também a arrecadação pública municipal e, por consequência, aumentando a demanda pela aquisição de unidades habitacionais. O mercado de locação mensal também continuará aquecido, em razão que em muitas dessas obras serão deslocados trabalhadores das grandes empreiteiras, que permanecerão na cidade durante a execução dos serviços. Toda essa expectativa em relação a Itapoá tem feito com que muitas pessoas venham, neste momento de instabilidade econômica, investir na cidade, pois preferem alocar seus recursos em imóveis em uma cidade com reais e sustentáveis possibilidades de crescimento e desenvolvimento. Por estes e outros motivos, investir no mercado imobiliário de Itapoá continua, e continuará por muito tempo, uma ótima opção.



CASA E CONSTRUÇÃO

De estilo rústico e alternativo

Uns reformam ou ampliam, outros demolem ou adaptam, mas o grande desejo da maioria dos casais é construir a casa dos sonhos. Ana Beatriz

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omeçar o sonho do zero, desde a aquisição do terreno, é aquela vivência onde os protagonistas, no caso os futuros moradores, podem acompanhar cada evolução da obra, deixando

traços de sua personalidade em cada etapa. Moradores de São José dos Pinhais-PR, Drica Chiminello e Manoel Marcilio conseguiram fazer isso. Adeptos a um estilo de vida mais alternativo, realizaram o sonho de construir uma casa na praia, mais precisamente, em Itapoá, com todas as preferências e desejos. De bicicleta, Drica e Manoel percorreram diversos bairros do município de Itapoá, onde são veranistas há anos, à procura do terreno ideal. “Nos identificamos com este terreno por sua loca-

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lização, perto do mar e em um bairro tranquilo”, conta Drica. Quando visitaram o terreno, o casal relembra outro bom presságio tido por eles: uma moradora ao lado escutava jazz no momento, estilo de música muito apreciado pelos dois. A compra do terreno foi realizada em 2010, porém, a obra iniciou somente em 2013. “Já tínhamos algumas ideias em mente e passamos para a arquiteta, que elaborou o projeto da casa”, conta Manoel. As prioridades do casal, alinhadas

ao conhecimento da arquiteta, foram: linhas retas, o máximo de elementos naturais no chão, iluminação natural e ventilação cruzada. Outra objeção foi a área de lazer: “Pensamos em nossos sobrinhos para que, quando nos visitassem, curtissem o espaço”, comenta Drica. Simples, funcional e bonita, esta era a idealização da “casa dos sonhos” para eles. Inicialmente, no projeto da casa, não deram prioridade ao tamanho, pois são apenas em duas pessoas. “Mas decidimos que seria um


O casal optou por uma casa ampla, com muitas janelas, poucos móveis e pela cor branca, para dar luz ao ambiente.

sobrado, para melhor aproveitamento do jardim”, conta Manoel. Durante a obra passaram a visitar Itapoá com mais frequência, e Drica passou três meses como moradora do município, para supervisionar a construção, que terminou em janeiro de 2015. Ela, formada em Design de Produto e Engenharia Florestal, uniu as duas paixões em uma só, atuando também como paisagista. Enquanto a arquiteta elaborou o projeto da casa, coube a Drica o projeto da calçada, deck, piscina e jardim. “O deck interliga a churrasqueira com a piscina, tem formato orgânico e na sua construção utilizamos madeira de pinus auto clavados”, conta ela. Já no projeto da construção, foi feito banheiro e chuveiro na parte externa da casa, pensando nos banhos de piscina ou de mar, facilitando a limpeza e o fluxo de pessoas da casa. Na execução do jardim, Drica e Manoel priorizaram, ao máximo, espécies tropicais e nativas do Brasil. Outro cuidado tido pelo casal foi a escolha de plantas com baixo grau de toxidade, já que seus sobrinhos gostam muito de brincar ao ar livre. Palmeira real, Orquídea, Helicônia, Manacá e Dracena são só alguns exemplos das inúmeras espécies ali cultivadas. Hoje, Manoel escolhe o jardim como seu canto preferido da casa e Drica aguarda ansiosamente que a trepadeira

cresça para que o muro se cubra de verde. Como boa engenheira florestal, ela conta que só compraram madeiras que conhecem o proceder. Na construção da casa, priorizaram materiais relativamente maleáveis e os tijolos ecológicos que, segundo eles, são vantajosos pelo conforto térmico, visual e pelo pouco desperdício. “Deixamos os tijolos à mostra, evidenciando o estilo rústico”, ressalta Manoel. Adeptos da filosofia de que “menos é mais”, o casal optou por uma casa ampla, com muitas janelas, poucos móveis e pela cor branca, para dar luz ao ambiente. “Essas características também estão presentes no apartamento onde moramos, em São José dos Pinhais”, comenta Drica. A escada do sobrado é bem dimensionada e ele possui somente uma queda no telhado. Outro diferencial da casa deles foi a opção pelo cimento queimado branco, um tipo de revestimento de pisos. “O cimento queimado dá um efeito inacabado, mas também muito contemporâneo”, diz Manoel. Segundo Drica, é possível obter esse efeito misturando pó de mármore e cimento estrutural branco. Certos espaços do chão também receberam o detalhe de ladrilhos hidráulicos, um tipo de revestimento artesanal. Em toda a tomada de decisões para o projeto e execução

eles contam que entraram facilmente em consenso. “Somos virginianos, gostamos das mesmas coisas e nos damos muito bem”, conta ela. Por conta da criação, desde a infância os dois adoram colocar ‘as mãos na massa’. Ela costuma cuidar mais do jardim e ele, da piscina. Alguns móveis da casa também receberam toques do casal, seja no acabamento ou na construção. Além da construção, a personalidade dos dois também se faz presente nesses móveis. O casal, que tem o costume de garimpar em lojas atrás de objetos diferentes, prefere móveis embutidos e pendurados, ao invés dos convencionais móveis dispostos no chão. Entre o branco das paredes e o marrom da madeira, Drica conta que pretende deixar a casa “mais baiana”, decorando suas paredes com quadros vibrantes, tecidos de chita e ilustrações de cordel. Apesar de morar e trabalhar em São José dos Pinhais, o casal viaja para a praia todos os fins de semana para curtir a casa nova e apreciar o barulho do mar. “Gostamos muito do resultado final da casa e acreditamos que ela diz muito sobre nossa personalidade”, afirmam. Desde o início do processo, a construção da casa recebeu amor e atenção nos mínimos detalhes, seja na localização, nos materiais, formatos, móveis ou plantas. De estilo alternativo, fazer com amor foi a alternativa desse casal.

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Empreendedor – Guaratuba

Empreendendo com a cidade A paixão pelo município e a vontade de concretizar sonhos de moradores e turistas são os pilares da Carlinhos Imóveis, empreendimento com 24 anos de atuação e “de Guaratuba para Guaratuba”. Ana Beatriz

O tempo no mercado imobiliário e o destaque pelos serviços prestados aos clientes são fruto do crescimento da cidade, sempre acompanhado pelo proprietário Carlos Pereira Ramos, mais conhecido como Carlinhos. Nascido e criado em Guaratuba, foi por acaso que Carlos entrou no universo imobiliário, em 1980. Com o tempo, o trabalho de corretor de imóveis se tornou mais sério e hoje é seu grande ofício. “Acabei gostando da coisa, pois sempre fui muito sociável”, lembra. Ele trabalhou durante nove anos em uma imobiliária da cidade e depois em uma construtora. Já com experiência na área e grande cartela de clientes, decidiu seguir com seu próprio negócio, e fundou então, em 1991, a imobiliária que leva o seu nome. Desde os primeiros anos de atuação, a imobiliária encontrou poucas dificuldades pelo caminho, pois, segundo o proprietário, cresceu de forma planejada. Além disso, com o passar dos anos, Guaratuba apresentou mais benefícios ao mercado imo-

O proprietário Carlos Pereira Ramos, sua filha Eloize Ramos Barbosa e Osvaldo Posonski Junior são parte da equipe Carlinhos Imóveis”

biliário. “No geral, é uma cidade com boa captação de água, tratamento de esgoto, asfalto e afins”, explica Carlos. “Mas é a tranquilidade, o ar puro, as áreas de preservação ambiental e as praias que realmente costumam encantar moradores e turistas”, complementa. Aliada ao desenvolvimento da cidade, a formalização para locação, compra ou venda de um imóvel mudou, assim como o perfil do morador. “Hoje em dia os clientes estão mais exigentes, pois prezam muito por conforto e segurança”, conta o corretor. Na alta temporada, os clientes da imobiliária costumam procurar locações nos balneários, enquanto na baixa temporada destacam-se as compras e vendas nas regiões de morado-

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res fixos. “Cabe a nós interpretar os desejos e sonhos do cliente, para oferecer a melhor opção”, explica Carlos. Com um quadro de cinco funcionários, a imobiliária conta com a experiência de corretores que conhecem bem a maior praia do litoral do Paraná e estão dispostos a atender e entender o sonho de cada pessoa. Além de proprietário e corretor da Carlinhos Imóveis, o interesse de Carlos pela área o envolveu com outras atividades: fundou, há 15 anos, a Associação dos Corretores de Imóveis de Guaratuba (ASSOCIG) e é delegado distrital do Conselho Regional de Corretores de Imóveis (CRECI) da 6ª Região do Paraná. Em uma cidade com o crescente número de imobiliárias, Carlos acredita que cada uma

tenha seu diferencial e que existam clientes de todos os perfis. “Apesar de ser um mercado competitivo, é importante união e boa relação”, diz o proprietário, “todas as imobiliárias divulgam o nome da cidade e isso, consequentemente, é bom para todas”. Como exemplo dessa união, a Carlinhos Imóveis é uma das sete empresas que compõem o Núcleo Setorial das Imobiliárias de Guaratuba (NSIG), atuando em parceria com as demais. Hoje, aos 63 anos de idade e 35 anos de experiência no mercado imobiliário, Carlos conta que o corretor de imóveis é hoje um profissional liberal de muito respeito. “Acredito que fiz a escolha certa, pois vivo esta profissão”, afirma. Já aos futuros corretores de imóveis, aconselha: “Para seguir neste ramo é preciso paciência, credibilidade, persistência e transparência”. Dos quatro filhos de Carlos, três seguiram seus passos e se tornaram corretores de imóveis, o que faz da imobiliária um “negócio de família”. Assim, dedicação e profissionalismo são os segredos para que a Carlinhos Imóveis siga no ramo sempre crescendo e evoluindo sustentavelmente. Seja em família ou equipe, a imobiliária nasceu do amor por Guaratuba e este mesmo amor a mantém como um empreendimento de sucesso e renomado, transformando diferentes sonhos em realidade.


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ESPECIAL | Arquitetura

Há 30 anos arquitetando o futuro de Itapoá Antes mesmo de chegarem os médicos ou outros profissionais para Itapoá, já havia um Arquiteto. Desde então, as construções do município ganharam um olhar especial, fruto do profissionalismo e de muitos estudos. No município, Geraldo Weber é o Arquiteto com mais obras projetadas e executadas, e ele completa agora 30 anos de atuação. Os motivos para comemorar são mais do que pessoais, afinal, a funcionalidade, conforto e estética são os pilares da arquitetura, e ganhos de toda a comunidade.

Ana Beatriz

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atural de Porto União-SC, a paixão de Geraldo pela arquitetura nasceu logo cedo. De família proprietária de indústria madeireira e comércio de materiais de construção, ele conta que cresceu em meio a projetos e construções, um ambiente favorável à futura profissão. O cartão de sua formatura, do ano de 1985, é guardado com carinho e carrega consigo inúmeras lembranças. Desde os tempos do “papel Kraft”, “papel vegetal” e “copia heliográfica”, a arquitetura evoluiu muito. Hoje em dia, com os programas de computador é possível desfazer erros rapidamente, porém, há alguns anos atrás tudo era diferente. O Arquiteto conta que os desenhos eram feitos com normógrafos, aranhas, canetinha, nanquim, prancheta e réguas. “Naquele tempo, era

utilizado o calor do cigarro para secar a tinta da caneta e corrigir o erro através da raspagem da tinta, motivo que fez com que muitos se viciaram em fumar”. Há 43 anos frequentando Itapoá e há 30 atuando como Arquiteto no município, Geraldo afirma que a arquitetura da cidade também sofreu mudanças. “A chegada do Porto, sem dúvida, contribuiu para o desenvolvimento”, afirma, “e isso implica em novos perfis de moradores e na qualificação de projetos mais elaborados”. Outra evolução apontada é a fiscalização que, hoje em dia, com normas de construção e exigências de segurança, atua de forma mais rígida. Acompanhando o surgimento de novos instrumentos e a evolução de ferramentas que auxiliam na execução de projetos e revolucionaram a arquitetura, Geraldo afirma: “Os arquitetos, hoje em dia, têm mais tempo e praticidade para apresentar os

projetos, como perspectivas em 3D”. Quanto aos ganhos para a construções, ele destaca o uso de materiais como o concreto usinado, argamassa pronta, ferragens armadas, aluguel de equipamentos para a perfurações, andaimes, elevadores e escoras. Em seu escritório, os projetos não param, mesmo em tempos de crise. “A praia é rotulada de ‘lugar dos sonhos’, e é o primeiro lugar a se investir quando se tem uma renda disponível”, afirma. O principal desafio da arquitetura é, para o profissional, captar os desejos, gostos e expectativas de investimentos do cliente, em questão de minutos. “É preciso muita atenção, pois o projeto lida com sonhos, planos e metas de uma vida”, conta. Quando se trata de reforma ou ampliação, o arquiteto conta que, normalmente, é feito um novo projeto. “A não ser que sejam poucas alterações, neste caso, é utilizado o mesmo projeto”.


Para tomada de decisões, o auxílio de um arquiteto é muito importante. Além de orientar como pode ser feita a mudança pretendida, o profissional também pode oferecer outras opções para a ampliação ou reforma.

Atualmente, o setor de construção civil é o que mais cresce e emprega mão de obra no município. De acordo com Geraldo, a cada ano cresce o número de profissionais atuantes no município, como arquitetos e engenheiros, além dos diversos acadêmicos na área. Segundo ele, este é um fator positivo: “Itapoá comporta todas essas profissões e a chegada de novos profissionais exige a qualificação e o diferencial de cada um”. E dessa forma, é com a palavra “dinâmica” que Geraldo define a arquitetura, seja em questões de materiais ou estilos. “Essa é uma profissão muito bonita e sou extremamente realizado por exercê-la”, afirma.

Geraldo com o seu convite de formatura.

Além de Arquiteto, ele é técnico em edificações, engenheiro de segurança do trabalho e perito na construção civil. Mas outras funções e paixões também o envolvem em meio à rotina. Casado, pai de dois filhos e avô de dois netos, ele é vereador do município, cidadão honorário, atuante em associações beneficentes e fundador da Festa das Nações, que agitou Itapoá durante anos. Mesmo com tantas atividades, a arquitetura ganha um foco especial em sua vida e os 30 anos de atuação em Itapoá são só o começo: Geraldo se diz preparado para se adequar ao crescimento do município. O tempo vai passando e o profissional segue desenhando e arquitetando, seja no papel ou no computador, o futuro de um município em constante crescimento.


Valorizar o que é nosso

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rase de estímulo e também de advertência proferida por Odiles Gonzatto, primeira professora permanente de Itapoá, que no dia 25 de Julho, sem a nossa concordância, deixou o convívio físico terreno para habitar um plano maior. A dimensão e importância desse “valorizar o que é nosso” dito com ênfase, a mais de quatro décadas, pela admirável educadora, muito contribui para direcionar inúmeros jovens talentos da então incipiente Vila S.I.A.P., como era conhecida Itapoá. Torna-se difícil imaginar uma pessoa deixar o conforto, o convívio consolidado com os amigos, enfim a vida social, para embrenhar-se no desafio de se tornar pioneira de um local praticamente isolado, cujo acesso era uma estrada recém aberta, sem revestimento e claro intransitável em períodos de chuvas intensas, onde a assistência era a solidariedade de outros heroicos moradores. Nada disso atemorizou Odiles e seu marido. Acompanhados dos seus filhos, ainda pequenos, não hesitaram em mudar-se para, com seu trabalho, tornar-se parte da histó-

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ria Itapoaense. Na dimensão tempo da nossa cronologia terrena escolheu para si a mais importante das profissões, pois do professor nasce a formação em todas as demais áreas. Odiles usou todo esse crédito que a função oferecia para, nessa nova casa chamada Itapoá, também dar suporte motivacional aos idealistas e suas famílias que lutavam desmedidamente para vencer as quase intransponíveis forças da natureza que insistiam em manter a localidade no anonimato. No seu estilo pedagógico próprio despontava a personalidade forte de uma pessoa que conseguia enxergar mais longe, porém sem jamais afastar-se da acolhedora ternura. Transmitiu, sutilmente, aos seus alunos e comunidade, a ideia de que os obstáculos existem não para serem contemplados, mas vencidos. Para tanto deixava transparecer que tudo era possível desde que houvesse confiança na esperança...Esperança essa do verbo esperançar, ou seja, de buscar, de correr atrás e não de simplesmente esperar, pois a vida, no seu pensar e fazer, não caminhava para trás, mas sim buscava teimosa-

mente novos caminhos que a levassem para a frente. Ciente de que a “Cidade do Mar” era um produto de alta densidade de valor produzido com matéria-prima diariamente renovada, que hoje chamamos de sustentável, o qual a curto prazo seria, avidamente procurado, talvez sem saber, contribuiu para criar uma simbiose positiva entre esses generosos elementos da natureza e o homem, que resultaram na pujante Itapoá de nossos dias. Também, temos certeza que para esse momento difícil pelo qual passa a pátria brasileira, a sua mensagem seria: Arregacemos as mangas e com fé, trabalho e todos os recursos de que dispomos, derrotemos a crise. De nossa parte à agradecemos por ter nos transmitido estímulo e parte do material para escrevermos e editarmos o livro Memórias Histéricas de Itapoá e Garuva. Outrossim, resta-nos a certeza de que também seus alunos e todos aqueles que preveligiadamente desfrutaram de seu convívio, juntamente com seus filhos, guardam um pequeno pedaço da sua forma de ver e ser e não se furtarão de expandi-la.


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união portas

De portas abertas para inovação e qualidade

Uma passagem, entrada, início ou oportunidade: as portas podem dizer muito sobre um determinado lugar. É através delas, por exemplo, que entramos em um universo cheio de particularidades, o nosso lar. Ana Beatriz

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ensando em todos os sentimentos que estes produtos carregam, o casal Maria Klock Posselt e Silvio Antonio Posselt, junto com o amigo Paulo Henrique Schendrock, trouxeram para Itapoá qualidade, inovação e bom atendimento com a loja União Portas, o mais recente investimento deste segmento no município. Foi em União da Vitória-PR, considerada a capital nacional da esquadria de madeira, que tudo começou. Lá, Maria, Silvio e Paulo trabalharam durante anos na empresa Pormade, fabricante de portas de alta qualidade. “Lançamos a proposta de abrirmos uma loja vendendo alguns produtos da empresa”, conta Silvio, mais conhecido por Tito, “a equipe da empresa adorou a ideia e nos incentivou muito”. A escolha por Itapoá também foi de forma planejada. Maria, Tito e Paulo são veranistas da praia há anos, e enxergam no município uma boa oportunidade para negócios e qualidade de vida. “Realiza-

mos estudos e pesquisas em Itapoá durante cinco meses, a fim de visitar lojas e obras para conhecer o perfil do cliente e instigar sobre nosso produto”, explica Tito. A aceitação foi boa e, de amigos, os três passaram a sócios e empreendedores; de veranistas, se tornaram moradores de Itapoá. O empreendimento então foi inaugurado no dia 1º de julho de 2015, no balneário Barra do Saí. Os anos de experiência na empresa fornecedora contribuíram para a formação dos proprietários da União Portas, que conhecem afundo todos os produtos ofertados e realizam demonstrações na loja, apresentando suas vantagens. Dentre a linha de produtos, destaca-se o “kit porta pronta”, contendo porta, caixilhos, vistas, fechadura, dobradiças cromadas , borracha amortecedora e acabamento em verniz ou branco final. “O kit é montado e travado dentro do caixilho, e as vistas são encaixadas, dispensando o uso de pregos ou cola”, explica Paulo. Ou seja, além de ser esteticamente bonita, a porta pronta é funcional, trazendo algumas vantagens para a obra, como agilidade e rapidez na instalação.

Para que a instalação seja rápida e eficiente o vão que receberá o Kit deve obedecer uma tabela de medidas conforme orientação do fabricante. Caso seja necessário a equipe da loja se dispõe a fazer esta orientação na obra, diretamente com o profissional da construção ou proprietário. A equipe União Portas também se propõe a fazer a instalação do produto caso o cliente assim deseje. Tito afirma que a experiência que possuem neste serviço faz a diferença no acabamento final. O PVC, material utilizado nos caixilhos e vistas das portas, também traz alguns benefícios, como resistência à umidade e cupins, problemas frequentes no município. “Outro diferencial se dá em materiais elaborados como: lâmina pré-composta importada da Itália e borracha anti-impacto importada da Alemanha”, conta Maria. O kit porta pronta é encontrado na União Portas nos modelos, porta lisa envernizada, porta frizzatta envernizada e branco final. Além do kit, existe a possibilidade de compra das peças avulsas em PVC e sem acabamento, ou seja, sem pintura. De acordo com Maria, esta opção é

um pouco mais econômica, porém, esteticamente mais simples e sua instalação é semelhante às portas convencionais. Alguns modelos de portas mais elaboradas, como por exemplo, as portas maciças, também podem ser encomendadas através da loja. “Produtos com sentimento”, esse é o valor que a equipe deseja transmitir a seus clientes, através da sua linha de produtos. “Muitas obras estão acontecendo no município e a construção de um lar é a realização de um sonho, nós da União Portas queremos fazer parte da realização deste sonho, levando solução e qualidade em portas para essas obras” afirma Maria, com brilho nos olhos mostrando o quanto acredita no produto que representa. . Mesmo recente e ainda em fase de divulgação, os planos futuros da União Portas incluem abrir uma nova loja na região central do município, que será em Itapema do Norte. Afinal de contas, o município de Itapoá abriu as portas para os novos moradores, seus produtos e serviços. Em troca, Maria, Paulo e Tito deixam abertas as portas da inovação e qualidade para seus clientes.


Materiais de construção

Tendências e novidades em todas as etapas Ana Beatriz

Cada vez mais, o consumidor se torna exigente e sua atração se dá com base em diversos fatores, como o visual, funcional e sustentável. Os materiais de construção também podem contar histórias e desvendar personalidade, gostos e estilo de vida do consumidor, ou seja, podem estar associados ao emocional e, por isso, sua escolha é tão importante.

Referência em Itapoá, a Mendonça Materiais de Construção vem, há 22 anos, contribuindo para a realização de sonhos. Hoje, são quatro lojas dispostas pelo município, oferecendo produtos de qualidade e o que há de mais novo no segmento de materiais de construção. Thiago de Mendonça é um dos responsáveis pelo empreendimento, junto de seus pais e irmãos. Experiente na área, ele sinaliza o que “está em alta”, dá dicas e sugestões de materiais de construção. Confira e aplique no projeto, construção, reforma ou ampliação da sua casa. As mudanças no mundo da construção civil não são poucas: novos produtos, técnicas, tendências e até o gosto dos clientes se renovam todos os anos. Em Itapoá, isso não é diferente. Conforme Thiago, o perfil do cliente de Itapoá mudou e, atual-

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Thiago de Mendonça sinaliza o que “está em alta”, dá dicas e sugestões de materiais de construção. mente, existem gostos de todos os tipos. “As casas de praia estão cada vez mais próximas das residências fixas, com projetos mais elaborados e uma linha de materiais de construção mais completa”, afirma Thiago. A principal dúvida dos consumido-

res, segundo ele, se dá no conhecimento dos materiais. Para tal, uma boa aliada é a internet, com dicas e sugestões, além, é claro, da consulta com especialistas em materiais de construção. As dicas são inúmeras e estão presentes desde a fundação


até o acabamento. Logo no início da construção Thiago ressalta a importância da impermeabilização. “Existem diversos produtos impermeabilizantes, de qualidade e desempenho variáveis”, conta. Esses produtos são utilizados em praticamente todas as partes da construção, como fundação, subsolo, área molhável, laje e piscina. Outra área que também merece destaque

é a tubulação. Segundo Thiago, investir em materiais para o projeto de tubulação é um bom negócio, devido a sua importância para o funcionamento da construção. Outro ponto são as madeiras. Dependendo do projeto, há necessidade de bastante madeiramento e, historicamente, este é um material considerado caro. Em Itapoá, as madeiras pinus (tratados ou não), itaúba e cambará são as mais utilizadas. Segundo Thiago, a cambará possui a melhor relação entre custo e benefício e é muito utilizada na construção de telhados. “Sua vantagem está relacionada à sua resistência à água, o que preserva com qualidade a vida útil do projeto”, explica. No setor de iluminação, a

tendência são as lâmpadas de LED, que possibilitam efeitos decorativos, tornando o ambiente mais aconchegante e atraente. São indicadas para cômodos ou espaços ao ar livre e oferecem diversos benefícios. “As lâmpadas de LED oferecem economia de energia, maior durabilidade, baixa emissão de calor e redução do custo de manutenção”, explica Thiago. Essas lâmpadas também são mais resistentes a impactos e sustentáveis, já que não emitem raios ultravioletas e não possuem metais pesados em sua produção. Apesar de os arquitetos utilizarem peças em alto relevo há muito tempo, o mercado de revestimentos começou, recentemente, a apostar em peças que criam o efeito painel nas paredes. Os altos e baixos que antes precisavam ser personalizados, agora são vendidos de forma mais prática e criam um jogo de luz e sombra interessante. Em relação ao uso de porcelanato, esse tem se tornado frequente. Segundo Thiago, este produto apresenta resistência, durabilidade e é encontrado em vários formatos e tamanhos, apresentando diversas opções de acabamento, como o porcelanato acetinado e o polido. “O estilo rústico também está em alta e atendendo a essa demanda, existem os porcelanatos que imitam madeira ou pedras natu-

rais”, conta. Tendência para a linha rústica, uma sugestão de Thiago são os tijolos maciços, que dão o toque artesanal. Na era da sustentabilidade, o uso correto e sem desperdício também se tornou um tema importante para materiais de construção. “Ao invés de vasos sanitários e torneiras básicas, quem toma seus lugares são produtos inteligentes que trazem ao usuário mais controle sobre o fluxo de água, evitando o consumo excessivo de energia”, explica Thiago. Como exemplo, temos os vasos sanitários com sistema de duplo acionamento e as torneiras com pulverizador. Também é possível estar atento ao selo ecológico presente em alguns produtos, como chuveiros. Quanto à pintura, também são desenvolvidos produtos menos agressivos ao meio ambiente e à saúde, como as tintas à base de água. Para se evitar o desperdício, Thiago indica a massa pronta, pois pode ser utilizada na medida exata da sua necessidade. Outra novidade do mercado é a massa fina, que pode ser substituída pela aplicação de massa corrida. Além das novidades para as obras, novos produtos facilitam a limpeza específica de ferragens, latão, porcelanatos, etc. Do início da obra até a chegada dos primeiros convidados, o que não faltam são novas opções e dicas, então, mãos à obra.

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Pensando a vida

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e repente, sem saber - por que, como, quando e onde - surgimos no mundo. Aqui nascemos aqui vivemos e aqui morremos. Inexorável. É a vida humana, afetada pelas perspectivas de espaço, tempo e afeto. Herdamos ideias sobre as coisas e o mundo em que estamos. Interpretações diversas, teóricas e práticas. Na herança recebida, agregamos a experiência da vida. É o que nos permite ir lidando com a existência. “Eu sou eu e minha circunstancia”, disse Ortega y Gasset. Significa que nem nós e nem o que nos cerca resume tudo. É preciso que o meu eu interior encontre a circunstancia exterior, a minha vida. A vida é a realidade radical. Ao vivê-la deparamo-nos com as coisas, com os outros, com o mundo e, fundamentalmente, com nós mesmos. Viver, dizia Ortega, é drama: é buscar a si mesmo. Não basta conhecimento das coisas. Tem que ter a experiência da vida. Visão do que é a nossa vida, pois não seria possível viver sem essa consciência. A experiência da vida obtemos, - quase sempre - no contato com os outros. Não se trata de abdicar da própria perspectiva, mas saber que a vida se desenvolverá mais

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plenamente, na medida da interação com os outros. Viver é conviver. Convivência que poderá ser mais ou menos rica e a riqueza vital de cada um dependerá, em grande parte, da convivência com os outros. Uma pessoa considerada desde a infância como alguém especial irá se desenvolver muito mais do que outra criada sem a mesma consideração. Receberá valores dos que a criaram, da sociedade em que nasceu e, ao longo da vida, de outras pessoas, de novos valores e de outras coisas. A somatória das vivencias irá constituir a sua experiência da vida. A vida não é uma realidade pronta, acabada. Vive-se em razão do amanhã. Vive-se o presente escolhendo e decidindo, aqui e agora, as figuras da vida que teremos. A vida é ao mesmo tempo real e irreal. A experiência da vida vem da história, da literatura, da poesia, da arte, dos livros, do cinema e de tantas outras possibilidades humanas. A convivência em nada resultaria se não utilizássemos a imaginação para compreender as coisas, o mundo e os outros. A percepção por si não é suficiente para o entendimento da realidade humana, porque tem como a vida, irrealidades. O passado vivido é parte da vida humana

e determinou o que se é no presente. A vida pode ser medida, na dimensão individual ou coletiva, pelo modo como se fez presente o passado. Para viver a dimensão humana, há que se ter no passado o substrato que sustenta e condiciona o modo de entender o presente. Primeiro, para compreender o que foi transmitido pelas gerações que nos antecederam. Conhecer as diferentes formas do viver que fará o contraste com a descoberta da própria realidade. Segundo, para entender que a experiência da vida vem do conhecimento acumulado e que cada indivíduo agregará saberes para a continuidade da vida humana. E finalmente que em nossa época, tudo é reduzido à realidade das coisas. O ser humano simplificado na biologia, na economia, na psicologia, na sociologia e nas demais ciências. A educação e os meios de comunicação favorecem interpretações fragmentadas e determinam o comportamento em relação ao outro, que passou a ser tratado também como coisa. Portanto, é imprescindível proporcionar uma educação que considere a experiência da vida e resgate o sentido de realidade da vida humana.


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energia

Limpeza e energização do lar Para que o “lar, doce lar” seja ainda mais agradável e aconchegante, o ambiente deve ir além do material e inspirar bons sentimentos. Você sabia que a energia da casa pode influenciar no desempenho, progresso e harmonia do dia a dia? Ana Beatriz

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uem ensina é Admilson Xavier de Sene, morador de Itapoá e adepto à radiestesia, técnica que estuda as radiações naturais dos objetos, ambientes e seres vivos. Segundo ele, os lares são carregados de energias, que podem ser trazidas de diversos lugares, como de certos objetos ou até da distribuição inadequada dos móveis. Desde a juventude, a curiosidade sempre se fez presente na vida de Admilson. Técnicas e

conhecimentos foram surgindo naturalmente através de amigos e leituras. A primeira indicação que transformou a sua vida foi o magnésio, há nove anos ele passou a tomar para curar dores no corpo. “Desde então, me sinto bem e tudo flui melhor em minha vida”, conta. Além do magnésio, algumas ferramentas, técnicas e até mesmo receitas caseiras podem auxiliar na energização do corpo e limpeza do lar. As ferramentas utilizadas por Admilson são normalmente comercializadas em lojas de produtos esotéricos. “Costumo trabalhar primeiro com os mo-

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Xavier mostra alguns dos instrumentos usados na radiestesia para detectar e determinar fluxos de energia que são o dual road e o aurímetro. radores da casa, e depois com gia negativa. “Vale lembrar que sua moradia”, explica, “muitos a mente, o pensamento do opecasos, é a falta de equilíbrio rador, é a maior força existenenergético na casa que traz pro- te, sendo através dela e de sua blemas às pessoas”. Objetos, convenção que será captada a materiais de construção ou de energia pesquisada”, explica. revestimento em meio a casa, Há pêndulos de vários formatos falta de sol ou ventilação, exces- e materiais, como madeira, meso de aparelhos eletrônicos e tal, pedra e cristal. O modelo de até distribuição inadequada dos Admilson, por exemplo, é commóveis são alguns exemplos que posto por uma madeira do Egito. podem ser responsáveis pela Com a mão relaxada, ele energia negativa do ambiente. ensina que é preciso segurar o Em suas consultas, o radies- pêndulo com o polegar e o inditesista utiliza o pêndulo, sua cador e circular pelo ambiente, grande ferramenta de trabalho, pesquisando o potencial de cada para saber de onde vem a ener- canto da casa até encontrar o


Uma receita caseira ensinada pelo radiestesista é da água solar azul.

Cristais e pedras também são considerados amuletos domésticos.

vilão. “Quando a energia for positiva ele fará um movimento no sentido horário, e negativa, no sentido anti-horário”, ensina. A radiestesia segue o princípio de que também é possível fazer perguntas ao pêndulo, onde o sentido negativo significa não, e positivo, sim. Outros instrumentos frequentemente usados em radiestesia para detectar e determinar fluxos de energia são o dual road e o aurímetro. O dual road é formado por dois arames montados sobre duas bases que permitem a livre movimentação dos mesmos, garantindo, dessa forma, sensibilidade às influências externas. “O dual road opera como uma extensão da sensibilidade de quem está o segurando, não esquecendo que todos somos sensíveis, porém em diferentes graus”, explica Admilson. Já o aurímetro, é um medidor de aura que informa se as pessoas estão com os chacras equilibrados. Mas como transformar a energia negativa em energia positiva? Admilson utiliza um frasco de água diamante, bastam algumas borrifadas no ar para que a energia seja transformada. Antes da entrevista, por exemplo, ele conta que “limpou” o sofá para que nos sentíssemos bem e ficássemos à vontade. Uma receita caseira ensinada pelo radiestesista é da

água solar azul, descrita no ‘Ho’oponopono’, uma antiga técnica de cura havaiana. “Essa ferramenta transmuta as memórias e ajuda o corpo a relaxar, deixando o amor entrar”, explica. O exercício é simples: basta pegar uma garrafa de vidro azul, encher de água e deixa-la no sol durante cerca de três horas. “A água solar pode ser feita em garrafas de outras cores, de modo que a água, depois do sol, passe a absorver a energia da cor”, conta Admilson. Porém, o azul é a cor mais indicada, pois carrega consigo os melhores fluídos e sentimentos. A água solar pode ser bebida ou borrifada, como a criatividade permitir. Cristais e pedras também são considerados amuletos domésticos. “Os cristais são a mais pura representação em matéria de energia e luz”, conta. Segundo Admilson, cada cristal ou pedra traz um benefício, que pode ser adequado para cada cômodo da casa. Ele, particularmente, se identifica muito com a pedra ônix, símbolo de força e proteção, e por isso sempre carrega consigo uma dessa pedra no bolso. Além dos instrumentos normalmente usados, Admilson criou seu próprio “transmutador de energia”, composto por cristal, cobre, resina acrílica e alumínio. Este instrumento fica localizado na parte externa da

casa, a fim de canalizar a energia de até cinco quilômetros de distância da região. “Para que os lares permaneçam em paz é preciso, primeiramente, acreditar que isso é possível”, afirma. Atravessando o mundo da matéria, a radiestesia alerta para estarmos atentos aos nossos próprios pensamentos, que também podem se tornar geradores de energias pesadas e ruins. Admilson conta que o segredo está no ato de verbalizar. “Pedimos bênçãos para nossos lares sem vigiar palavras e pensamentos”, explica, “mas só recebemos aquilo que oferecemos”. Ou seja, de acordo com esta teoria, diante de um problema, ao invés de reclamar, o ideal é agradecer. Com fé na energia, Admilson conta que respeita todas as religiões, mas que a sua é o amor. “Acredito que o mal não existe, o que existe é a falta de bem”, explica. E mesmo com tantos amuletos e técnicas ensinadas, a vigia é constante. Afinal, seja como descanso, refúgio ou fonte de inspiração para os novos dias, é em nosso lar que buscamos a sensação máxima de bem estar. Para Admilson, tudo consiste em saber ouvir o ambiente, estar atento às energias que são levadas a ele, desejar o seu bem e se sentir bem. E ele afirma: “Dessa forma, podemos ser felizes em qualquer lugar”.

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Financiamento

Financiar a casa dos sonhos, por que não? O sonho da casa própria surge em oportunidades que a vida dá para a realização deste projeto. Quem pretende realizar este sonho encontra hoje no mercado uma variedade de opções de financiamentos. Ana Beatriz

Para construção existe, por exemplo, o programa habitacional Minha Casa Minha Vida, através do qual é possível adquirir a casa pronta ou comprar o lote e idealizar a própria residência. Para esta segunda opção, é necessária a criação de um projeto arquitetônico, considerando as exigências do programa, condições financeiras e gostos do cliente. Em Itapoá a arquiteta

Ana Paula Cavada vêm expandido suas atividades e atuando com este tipo de financiamento, a fim de oferecer soluções de moradias através de seus projetos. Natural de Pelotas-RS, Ana Paula conta que a escolha pela profissão teve influências de sua avó. “Apesar de não ter formação na área, ela tinha muito bom gosto e costumava planejar reformas e mudanças na casa”, lembra. Já arquiteta, Ana trabalha com escritório próprio em Santo Antônio da Patrulha - RS há nove anos, e hoje o mantém com uma sócia. Neste ano de 2015, expandiu suas atividades para Itapoá, onde também mantém um escritório de arquitetura. Com sua experiência, ela explica como atua o programa Minha Casa Minha Vida na modalidade de construção com

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aquisição do terreno e qual a função do arquiteto neste processo. “Através deste programa, a Caixa Econômica disponibiliza, para famílias com renda de até R$ 5 mil, o financiamento de 80% a 90% da construção”, explica Ana Paula. Porém, para se enquadrar no programa, a construção e o lote devem ser avaliados em um valor de, no máximo, R$ 145 mil. Segundo a arquiteta, em Itapoá, o principal público com interesse neste tipo de financiamento são, em sua maioria, casais jovens e recentes, além de mulheres jovens e solteiras, que também estão aderindo ao financiamento como forma de adquirir independência e planejar o futuro. Para facilitar o entendimento, Ana Paula detalha passo a passo do processo: “A primeira coisa é fazer uma simulação do valor

que cada cliente pode financiar para definir qual estratégia seguir”. Uma vez definido este valor, é hora de procurar o terreno. Para a escolha do terreno, as exigências são básicas, como a obrigatoriedade de iluminação e abastecimento de água na área. A arquiteta aconselha que, na escolha do valor a terreno a ser adquirido, seja considerada a metragem da casa que deseja construir. Adquirido o terreno, o projeto é montado para ser aprovado na Prefeitura e, logo em seguida, a


Arquiteta Ana Paula Cavada, se divide entre seus dois escritórios um em Santo Antônio da Patrulha - PR onde atua há nove anos e agora em Itapoá.

correspondente passa ao cliente uma lista com as documentações necessárias para montar o processo do financiamento. “Após a assinatura do contrato, o cliente retorna ao arquiteto para iniciar a execução da obra”, explica Ana. A comprovação para a Caixa Econômica é apenas a construção final.

“É função do arquiteto desenvolver um projeto compatível com a renda e que ao mesmo tempo traduza os desejos e expectativas de cada cliente”, afirma Ana Paula. Os projetos já desenvolvidos pela arquiteta comprovam que sempre é possível levar personalidade ao projeto, independente de sua escala. Alguns artifícios podem ser utilizados na elaboração do projeto, como, por exemplo, o uso pergolado na parte da frente do imóvel, ao invés da garagem. “O pergolado, enquanto está apenas na estrutura e não possui cobertura de vidro, não conta como área construída, e sim, como um elemento estético”, explica. O financiamento se adequa ao valor que o cliente tem disponível para pagar as parcelas mensais e, assim, são estudados o perfil e necessidades atuais para elaboração do projeto. “Já na elaboração do projeto pode ser estudada uma futura ampliação”, explica a arquiteta, “porém, no projeto enviado à Prefeitura e à Caixa, só constará o que será construído naquele momento”. Por exemplo, um cliente que mora sozinho e não tem filhos pode projetar uma casa com três quartos, porém, a construção no Minha Casa Minha Vida contará com apenas um quarto, adequa-

do a sua necessidade no momento. Para construção, o cronograma físico- financeiro, ou seja, as etapas da obra também são montadas pela arquiteta levando em conta as necessidades de cada cliente. Após a execução de cada etapa, a obra é fiscalizada por um profissional terceirizado pela Caixa, para constatar a execução da etapa e também a qualidade da mesma, somente depois de um parecer deste profissional se faz a liberação do valor financeiro referente ao que foi executado. Ou seja, a obra é iniciada com recurso próprio, por isso é recomendado que o cliente tenha, inicialmente, uma reserva de dinheiro. Sobre os materiais utilizados no imóvel, a Caixa Econômica possui algumas exigências,

como: obrigatoriedade de alvenaria em toda a parte interna e externa da casa; laje e telha de fibrocimento ou então, telha de barro e forro de PVC ou madeira. “Costumo aconselhar o cliente a fazer a laje por questões térmicas”, diz Ana. Segundo a arquiteta, os juros para esta modalidade minha casa minha vida são mais reduzidos. “Depois de pronto, o cliente terá um imóvel novo, que além de ter uma vida útil muito maior, é mais valorizado” explica. E entre tantas vantagens e oportunidades, Ana Paula destaca que nesta modalidade a concepção do projeto do imóvel é realizada da maneira exata que o cliente sempre sonhou. Afinal, de contas, a casa própria é idealizada muito antes de ser construída.

Alguns artifícios podem ser utilizados na elaboração do projeto, como, por exemplo, o uso pergolado na parte da frente do imóvel.

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Financiamento

Financiamento da casa pronta O sonho da casa própria surge em oportunidades que a vida dá para a realização deste projeto. Quem pretende realizar este sonho encontra hoje no mercado uma variedade de opções de financiamentos.

O casal de Guaratuba Anderson Cley Vieira de Souza e Janaine do Nascimento Machado de Souza optaram por financiar a casa pronta.

Ana Beatriz

A

compra de um imóvel é uma etapa importante na vida de cada pessoa, especialmente de um casal. Com o programa Minha Casa Minha Vida, a modalidade mais comum oferecida para financiamento é a compra de casa própria. Eliane P Wille é sócia do Correspondente Lotérico da CEF, Heinzen & Heinzen Ltda , em Itapoá SC. Já com experiência nesse mercado, ela esclare-

ce algumas dúvidas e explica as etapas desse processo àqueles que procuram uma maneira de realizar o sonho da casa própria. Segundo ela, dentro das normas do programa Minha Casa Minha Vida, o imóvel a ser financiado para a região de Itapoá SC, é de até R$ 145 mil e a renda do ca-

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sal deve ser de, no máximo, R$ 5 mil. “A Caixa Econômica Federal financia até 90% do imóvel”, explica, “em alguns casos, varia a entrada e o percentual (cota) do financiamento porque prestação não pode ser maior que 30% da renda familiar bruta ”. As taxas de juros do Minha Casa Minha

Vida também dependem da renda, variam de 4,5% a 7,5% ao ano. São considerados imóveis novos aqueles construídos a partir de 2009 que não foram habitados, ou foram habitados com até seis meses de Habite-se, o financiamento da casa própria leva em média de 30 à 45 dias, podendo


atrasar caso haja problemas na documentação. “Os problemas mais comuns de atraso na documentação são: a não atualização do sobrenome de casado e a emissão da Certidão Negativa na Receita Federal”, Vale ressaltar que tanto o vendedor quanto o comprador do imóvel não podem ter restrições cadastrais no nome. A experiência da casa própria, por conta do valor, nesta modalidade do programa Minha Casa Minha Vida podem ser: casas individuais, e construção, tanto em terreno próprio, ou construção com aquisição de terreno. “Para quem tem pressa em adquirir o imóvel não resta dúvida de que compra-lo pronto é mais rápido do que fazer”, “sem contar que nem todos estão dispostos a investir tempo e paciência na construção do zero”. Este foi o pensamento do casal Janaine do Nascimento Machado de Souza e Anderson Cley Vieira de Souza, moradores de Guaratuba. “Pensamos em comprar um terreno e construir, mas priorizamos tempo e praticidade”, conta Janaine. Tempo é a palavra que não ganha muito destaque nesta história, de tão rápida e intensa que as coisas aconteceram. O casal se conheceu em 2011, quando ele, policial

Karin Cristina Hainosz, funcionária da Heizen & Heizen, e uma das sócias da empresa Eliane P Wille.

militar, estava participando da Operação Verão em Guaratuba. Ela morava de aluguel em uma quitinete da cidade, enquanto ele morava com a mãe em Curitiba-PR. “Nossa história foi rápida, porém, intensa”, afirma Anderson. No verão seguinte, o casal vivenciou a experiência de morar juntos durante três meses, na quitinete em Guaratuba, e brincam: “nos saímos bem”. Como o teste foi bem sucedido, juntos e decidiram concretizar o sonho da casa própria. Em fevereiro de 2012, encontraram em uma

imobiliária de Guaratuba, correspondente da Caixa Econômica, todo o apoio e informações necessárias para o financiamento da casa própria. A escolha de um bom correspondente é, segundo o casal, fundamental. “A imobiliária nos abraçou, e tudo fica muito mais fácil quando algum profissional guia os caminhos”, conta Janaine. Desde a ida à imobiliária até a assinatura do contrato, o processo levou exatamente um mês. “Não nos preocupamos com nada, só fomos até a Caixa para assinar o contrato”, ressalta agradeci-

da. A história da casa própria do casal “já estava traçada”, como dizem. No ano de 2011, em uma de suas viagens de moto de Curitiba a Guaratuba para ver a amada, Anderson conheceu, na balsa, um homem que estava construindo casas geminadas e que as ofereceu para venda. Na época, Anderson não deu atenção. Porém, após escolher o imóvel na imobiliária, descobriu que havia conhecido naquele dia, sem querer, o dono do seu futuro imóvel. “É a sua primeira construção e foi muito bem feita”, conta. Das cinco casas geminadas que estavam à venda, a de Janaine e Anderson foi a primeira a vender. Já experientes com o processo, o casal aconselha àqueles que desejam financiar a casa própria a terem um respaldo de dinheiro. “Além do valor indicado para o imóvel, é necessário uma reserva de capital para a documentação, conta Anderson. Um ano depois da realização da casa própria, Janaine e Anderson realizaram outro sonho: o casamento. Hoje, o casal se diz “feliz e apaixonado”. E sobre a certeza de terem feito a coisa certa, com a palavra, Janaine: “Não nos arrependemos da escolha pelo financiamento da casa própria, afinal, nosso sonho foi concretizado”.

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ÁGUIDA CARVALHO ENGENHARIA

Projetando sonhos Ana Beatriz

O projeto é um dos elementos fundamentais do processo de produção no setor da construção. Este é o primeiro passo e se destaca como o guia de execução: é o momento em que são feitas as escolhas que vão direcionar a obra, como definições de materiais, profissionais, entre outros aspectos.

E

m Itapoá, o escritório Aguida Carvalho Engenharia atua oferecendo diversas soluções na área de projetos. A engenheira e fundadora do escritório, Aguida Carvalho Luz, acredita que um projeto de construção e a gestão podem fazer toda a diferença em uma obra. De Curitiba-PR, o sonho de se tornar mãe foi o que levou Aguida a morar em Itapoá, no ano de 2011. “Por ser um município tranquilo e que oferece qualidade de vida, achei o ambiente favorável”, conta. Formada em Engenharia Civil e de Produção, ela conta que trabalhou com engenharia civil durante cinco anos e que atuou durante dez na área industrial, de engenharia de produção. Já em Itapoá, seus planos eram outros: “Trabalhar com alguns projetos em casa, mas dar prioridade ao bebê”. E assim foi durante certo tempo até

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Aguida Carvalho Luz e Jonatha Aguiar iniciaram a parceria com uma imobiliária no município.

que, por necessidade de espaço, a engenheira, junto de seu até então estagiário Jonatha Aguiar, iniciou parceria com uma imobiliária do município. “Dividíamos a mesma sala, oferecendo ao cliente a opção de adquirir o terreno e já pensar o projeto de construção”, conta. E à medida

que seus projetos eram executados, o trabalho foi ganhando reconhecimento e o fluxo de clientes aumentando. O escritório Aguida Carvalho Engenharia abriu em outubro de 2013, com o objetivo geral de oferecer soluções na área de projetos, sejam estes arquitetônicos,


Os sócios Jonatha Aguiar e Aguida Carvalho Luz, e Stéfanie Liara Cristine, estudante de Engenharia também atua no escritório.

complementares, hidráulicos, etc. Enquanto profissional, a engenheira conta que sua adaptação ao município foi muito boa. “Fui bem acolhida e tive apoio de profissionais da área, dos órgãos públicos e também da equipe de campo, que são pedreiros, empreiteiros e afins”, afirma. A elaboração de um projeto de engenharia pode apresentar inúmeros benefícios. “Com o estudo do projeto de construção da obra, as previsões são mais

precisas, o processo pode ser otimizado e o bom resultado tem maior garantia”, explica a engenheira. Através destes projetos é possível evitar surpresas durante a execução, desenvolver diferenciais competitivos, antecipar situações desfavoráveis e agilizar as decisões. O escritório oferece um serviço completo. “Primeiramente realizamos a definição do escopo, a fim de conhecer o cliente, seus desejos e necessidades e,

então, lançamos uma proposta de trabalho com orçamento”, detalha Aguida, “aprovada a proposta, elaboramos o estudo de anteprojeto, que se divide em duas partes: a planta baixa e as imagens em 3D”. O projeto segue então, para aprovação dos órgãos competentes e depois, se inicia a obra. “A partir disso, nosso acompanhamento é realizado de acordo com a necessidade do cliente”, explica. O tempo de execução de um projeto varia de acordo com sua complexidade e se o cliente já tem ideias em mente ou não. Com o foco “ganho-ganha”, o escritório Aguida Carvalho Engenharia procura desenvolver parcerias para que todos cresçam: tanto os clientes quanto os profissionais e parceiros. Ao exemplo, Jonatha, que iniciou como estagiário, hoje é sócio de Aguida. Além dos dois, Stéfanie Liara Cristine, que assim como Jonatha, é estudante de Engenharia, também atua no escritório. Quando o assunto é reforma, são raros os casos em que há contratação de um engenheiro, enquanto na ampliação são mais comuns. “Neste caso, pegamos o projeto antigo e executamos a ampliação de acordo com os gos-

tos e necessidades do cliente”, explica Jonatha. O maior desafio de uma ampliação é, segundo o estudante de engenharia, não ultrapassar o limite permitido pela prefeitura para construção e fazer com que atenda às expectativas do cliente. No momento construtivo, a engenheira sugere que seja contratada uma equipe estruturada. “Todas as ideias e necessidades devem ser expostas aos profissionais”, ressalta, “e o ideal é que o cliente pesquise obras já executadas desses profissionais e converse com outros de seus clientes”. Outro conselho de Aguida àqueles que desejam construir, reformar ou ampliar uma casa, é que se dediquem mais no projeto. “No papel ou no computador é fácil e muito mais barato corrigir um erro, já na obra isso é difícil e custa caro”, explica. Acompanhando o avanço de novos recursos e tecnologias, os planos futuros do escritório incluem desenvolver parcerias, trazer ainda mais soluções na área de projetos e investir em softwares. Mas, muito além do computador, o trabalho da equipe Aguida Carvalho Engenharia é de projetar desejos e sonhos, os trazendo para a realidade.

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CONSTRUÇÃO

Averbar uma construção Fabianno Lima

a.ver.ba.ção sm (averbar) 1 Ato de averbar. 2 Declaração à margem de um documento, ou de um registro; nota marginal. Quando alguém resolve edificar num terreno ou seja, construir um imóvel sobre um terreno vazio, ele precisa autorização municipal e aprovação do projeto de construção pela prefeitura, que analisa o que será construído e fornece um alvará de construção e após seu termino concede a licença que a mesma está apta a ser habitada, conhecida tecnicamente por HABITE-SE. Este deve ser levado a registro no cartório de registro de imóveis onde se localiza e está arquivada a matricula do terreno para que se averbe na matricula que foi construído uma edificação sobre o terreno construir no

terreno, seja residencial, comercial. Este processo de averbação é executado pelo Cartório de Registro de Imóveis da comarca do imóvel, mediante apresentação de alguns documentos no momento do pedido de averbação. Resumindo, você tem que efetuar várias etapas de um processo até chegar à averbação que é o ato final da documentação de uma obra onde o mesmo fica anotado na matrícula do Registro do Imóvel; A Prefeitura pode executar esse serviço? Não, a prefeitura é somente um órgão público habilitado para aprovações de projetos/ alvarás de construção; habite-se, certidões, dentre outros. O corretor de imóveis pode fazer isso: Pode sim, como despa-

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chante imobiliário, mas ele precisará de um Arquiteto ou Engenheiro para que o auxilie na documentação de aprovação de projetos, habite-se, Laudo de Custo Global da obra de acordo com NBR -Norma Brasileira, uma vez que o corretor não possui atribuições técnicas profissionais para os serviços de arquitetura e engenharia. Então, quem pode fazer esse serviço? Para melhor esclarecer, todo serviço da área de arquitetura e/ou engenharia, é obrigatório ter o acompanhamento de um profissional responsável técnico, nesse caso o indicado seria o Arquiteto ou engenheiro que possuem atribuições profissionais fiscalizados pelo CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo) e CREA (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia). Cada serviço contratado,

existe a obrigatoriedade do profissional fornecer um documento chamado RRT (Registro de responsabilidade técnica) ou ART (anotação de responsabilidade Técnica). Qual o valor de um processo de regularização com averbação? Bom, é preciso em cada processo fazer um levantamento preciso pois cada obra tem sua particularidade, portanto pode variar muito. Tem como variáveis por exemplo o tamanho da obra (área em m2), quantidade de banheiros, tamanho de abrigos/varandas, se a obra é unifamiliar ou multifamiliar, etc... Outro fator importante e determinante para o valor é o CUB (Custo Unitário Básico) da obra, que e definido e alterado mensalmente pelo SINDUSCON-SC. Com esses e mais alguns dados se con-


segue calcular na hora para o cliente saber qual o custo que precisará dispor para averbar sua obra. Algumas pessoas dizem que existe uma forma isentar o pagamento do INSS? Na verdade não é uma forma de isenção, é sim um direito que temos a todos impostos que não são cobrados num

período de 5 anos, e com isto varias pessoas acabam se beneficiando e conseguindo isentar a taxa do INSS. Mas vale lembrar que isso vale somente se o contribuinte não for notificado pelo INSS. Esta situação é comum no mercado imobiliário. Muita gente tira o alvará de construção, faz tudo conforme o manual, mas não quer ou não pode gastar com a averbação e protela. Quando resolve vender, regulariza. Alguns para tentar isentar o INSS, requerem o Habite-se na prefeitura e esperam passar 5 anos para obter a isenção. Nessa linha tem que ter muito cuidado porque ao mesmo tempo que o Habite-se é emitido pela prefeitura a informação é retransmitida na seqüência para a Receita Federal do Brasil que fica com a informação registrada que a obra já esta terminada. Então ao invés de ter o beneficio da isenção, poderão

ocorrer multas se cair em malha fina, por não declarar que a obra está pronta em sua documentação do imposto de renda. O que comprova se o imóvel está pronto há mais de cinco anos e conseguir a Decadência? 1- Declaração de imposto de renda dos últimos 5 anos; 2- Habite-se emitido em data há mais de 5 anos, no mínimo; 3 -Comprovante de recolhimento de contribuições sociais na matrícula CEI da obra; 4 - Declaração de Decadência emitida pela prefeitura + comprovantes que terão que ser levados a Receita Federal para que se comprove a existência ha mais de 5 anos. Quais são as etapas de legalização de uma obra até a Averbação; 1- Aprovação de projeto junto a prefeitura de Itapoá (Alvará de Construção) 2- Licença de Habite-se (Liberação para se habitar uma obra -após termino da obra) 3- Matricular obra no INSS + Pagamento de guia GPS da Obra (pode ser feito no anda-

mento da obra) 4- Pedido de Certidão Negativa de Débito INSS - da obra 5-Solicitação ao Registro de Imóveis para que se averbe na margem da matricula a obra a que se refere o processo. Algumas informações importantes: - Imóvel que está cadastrado na prefeitura não está obrigatoriamente averbado. - Se o imóvel não está averbado, não e possível fazer financiamento sobre esse imóvel; - Um processo de averbação pode levar 15 dias, 30 dias, 60 dias ou mais, vai depender de analise caso a caso; - A obrigação de averbar uma construção é do proprietário da obra; - Averbação não é a transferência de propriedade do imóvel; - Só faça com profissional habilitado e de sua confiança;

Fabianno Lima Arquiteto e Urbanista Corretor de Imóveis 47 34431130- / 3443-3130 projetos@besen.com.br

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Pintura

O pintor e seu portfólio a céu aberto Ana Beatriz

Seja reformando ou construindo uma casa, a pintura é a etapa final do acabamento de uma obra e, sem dúvida, uma das mais prazerosas: as cores e texturas dão vida e garantem aquele ponto final na casa ou cômodo. É neste momento, já no acabamento, que se percebe que as dúvidas não acabam, mas muitas vezes aumentam. Assim, quem conta um pouco sobre a profissão e dá algumas dicas é o pintor Edson Luiz Broenstrup, de Itapoá. Afinal, assim como as demais áreas de uma obra, a pintura também exige cuidados especiais.

E

dson é natural de Cascavel-PR, o que lhe rendeu a fama de “Casca”, como é mais conhecido. De família de homens mecânicos, ele resolveu seguir por outro caminho. Em meados dos anos 90, tempo depois de servir o quartel, teve sua primeira profissão, onde foi certeiro e segue até hoje: pintor. “Não imaginava que fosse gostar tanto, trabalhar como pintor levantou minha autoestima e mudou minha ideia sobre a profissão, pois antes eu a enxergava apenas como sujeira”, lembra. Autodidata, ele aprendeu a pintar observando outros profissionais. “O manual da pintura não tem páginas, é praticando que se aprende”, conta. Depois de inúmeros serviços prestados em sua cidade natal, Edson se mudou para Itapoá em 2007 e, desde então, vem aperfeiçoando

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seu trabalho a cada obra. O segredo da boa pintura, segundo ele, está na contratação de um bom profissional. “Muitos escolhem o trabalho mais rápido ou mais econômico, se esquecendo da qualidade”, conta. Outra dica importante é a preparação da superfície que vai receber a pintura: “O ambiente deve estar limpo e as paredes devidamente preparadas, firmes, secas e isentas de gordura, graxa ou mofo”. Também é recomendável que a eletricidade permaneça desligada durante o processo e que tomadas e interruptores sejam removidos ou forrados com fita crepe. Uma vez que se fala na casa dos sonhos, quem vem à mente são elas: as cores. E assim como a moda, as cores de parede também seguem tendências, e são definidas em uma conversa entre os donos da casa e o profissional que, com sua experiência,


opina e dá sugestões. “Pintar a casa gera uma sensação de renovação, mas temos que estar esclarecidos sobre quais tons de cores combinam com o estilo e decoração da casa e se vão de encontro com os gostos dos moradores”, explica Edson. Ao contrário de antigamente, hoje em dia encontra-se uma infinidade de tons de cores disponíveis nas lojas. O pintor aconselha que sejam escolhidas no máximo três para a pintura da casa. “A escolha por cores intensas é rara, mas não são muito recomendáveis, pois as pessoas costumam enjoar”, explica. Segundo ele, o ideal é ousar em cores fortes e vibrantes em tapetes, cortinas e outros acessórios que possam ser trocados facilmente, ao invés da pintura. A s s i m como cores fortes e vibrantes, outra tendência que ficou no passado é a obrigatoriedade dos móveis combinarem com as cores das paredes, conforme o profissional. Afinal, hoje em dia há tantos tecidos, texturas, estampas e materiais que fica quase impossível não aproveitar tudo isso pela preocupação com o tom das paredes.

Em contrapartida, as cores básicas são mais fáceis de combinar com o resto da decoração. O profissional alerta que os tons de café com leite (que vão do bege ao marrom) são a tendência do momento, pois, além de serem básicos, geram conforto e ficam bem em quase todos os ambientes. “Para fidelização das cores, um aspecto bastante influente é a iluminação”, afirma Edson. Os pintores costumam indicar as lâmpadas amarelas, que deixam o ambiente aconchegante e não influenciam nas cores. Já sobre as texturas, o pintor conta que se pode obter mais de 50 efeitos na pintura. Essas diferentes técnicas são indicadas para ambientes bem amplos ou para a parte externa da casa. “As texturas na parede disfarçam imperfeições e ajudam a evitar que a tinta desbote com facilidade”, explica. Outra opção para descontrair o ambiente são os painéis pintados na parede. Edson, por exemplo, os faz em grafiato, seguindo uma cor alternativa ou um tema. Tinta à cal, látex ou PVA, acrílica, fosca, semibrilho, acetinada, emborrachada, lavável, sem cheiro; não são poucas as opções. As novidades mais recentes são a tinta epóxi - mais resistente a pro-

dutos químicos, a tinta acústica - especial para uso em telha de teto acústico, e a isolante térmica - indicada principalmente para atenuar o calor. Como as outras áreas de construção, o mundo das tintas também apresenta cada vez mais novidades no mercado, sempre facilitando a qualidade do trabalho. Em um município em constante crescimento e com novas obras a cada dia, como Itapoá, o pintor vem ganhando cada vez mais espaço. Aliado a esse reconhecimento, o talento e o capricho do profissional se refletem em uma agenda cheia de serviços. A mulher e os filhos de Edson moram em outro estado, mas ele brinca: “Estou há 25 anos casado com a obra”. Ele adora a companhia dos pincéis, rolos e tintas, tem orgulho da profissão e também do seu portfólio a céu aberto, com inúmeras obras espalhadas por aí.

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Empreendedor – ITAPOÁ

Lanave: produtos e serviços de qualidade que traçam uma nova rota para Itapoá

Ana Beatriz

Belas praias, qualidade de vida, ar puro... Vários fatores justificam a chegada de novos moradores no município de Itapoá. Juntamente com a população, cresce também o número de empresas, agregando ao município novas opções de produtos e serviços. Foi com este pensamento que uma família de Curitiba-PR passou de turista a moradora e empreendedora. O casal Hério Carlo Lanave e Mara Novas Lanave, juntamente com a mãe de Mara, Ema Natal, trouxeram para Itapoá a Lanave Distribuidora, um empreendimento que, apesar de recente, vem apresentando bons resultados. O comércio nasceu de um sonho de empreender em família. Hério é formado em Administração, Mara é designer e Ema, professora aposentada. Apesar dos diferentes rumos no âmbito profissional, ambos tinham o mesmo objetivo: qualidade de vida e independência financeira. “Traçamos e planejamos estas duas metas por um longo tempo para podermos colocá-las em prática”, conta Hério. Juntos, escolheram Itapoá como palco do empreendimento. De Curitiba, a família frequenta o município há 40 anos e quis unir a vontade de ter seu próprio negócio à cidade que prospera e cresce a cada dia. Além do mais,

O casal Hério Carlo Lanave e Mara Novas Lanave, juntamente com a mãe de Mara, Ema Natal.

Itapoá tem mérito nas raízes dessa união: foi na praia que Hério e Mara se conheceram. “Nunca tínhamos nos visto na vida e descobrimos que éramos vizinhos de casa de veraneio há dez anos”, lembra Mara. Sorte no amor e também nos negócios, por que não? Com a chegada do Porto na cidade, Hério firmou a ideia de que Itapoá seria o lugar ideal para abrir um negócio e Ema sugeriu então, que fosse uma distribuidora. Depois de mais de um ano de estudos, cursos e pesquisas, abriram em novembro de 2014 a Lanave Distribuidora. O sobrenome da família, que se tornou nome do empreendimento, significa na língua italiana “O Navio”, nada mais sugestivo para uma cidade portuária. Na distribuidora, a varieda-

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de de produtos nas prateleiras é grande: materiais de higiene e limpeza, escritório, embalagens, descartáveis, artigos para festas e EPI. A loja também oferece locação de peças, como os famosos bolos “fake”, e confecção de produtos exclusivos, como papel arroz personalizado e panos de prato estampados. A arte fica por conta de Mara, criadora da marca Pano Style Design, onde lança coleções divertidas em panos de prato. A designer também possui a marca Pássaro Digital, onde ilustra estampas para marcas como Renner e Zara. Dentre as inovações da distribuidora, se destaca a entrega a domicílio. “Se o comerciante não puder sair do seu estabelecimento, é só ligar e fazer o pedido, que levamos até o local tudo o que for solicitado”, explica Ema. O foco da equipe é

o atendimento individualizado, visando a satisfação do cliente. “Temos como objetivo ser referência, reconhecida como a melhor opção por clientes e comunidade, pela qualidade de nossos produtos, serviços e relacionamentos”, explicam os três. Mas como todo bom trabalho, acreditam que essa conquista seja aos poucos, passo a passo. Os planos futuros da loja incluem sua ampliação, oferecendo ao público o dobro do espaço físico e agregando uma linha ainda maior de produtos. Em expansão, a distribuidora ainda está se estabelecendo na cidade, mas a missão da equipe, além da inovação e do profissionalismo é ter relações significativas com as pessoas. O navio, ou melhor, Lanave, está em Itapoá há apenas 10 meses e ainda tem uma longa rota a percorrer. Enquanto isso, Ema, Mara e Hério buscam realizar este sonho, agregando à cidade com a loja e seus produtos. “Todas as sugestões, ideias e opiniões construtivas serão sempre bem-vindas”, diz Mara. As “cargas” trazidas por Lanave são positivas e já vêm dando bons sinais: produtos e serviços de qualidade para melhorar a vida de moradores e comerciantes. Satisfeita e confiante, a família agradece: “Obrigada, Itapoá, por nos receber tão bem”.


Baile de debutantes 2015 O Guaratuba Woman’s Club cumpre a tradição que iniciou no ano de 1992 na realização dos bailes para debutantes.

Belas jovens abrilhantaram as noites de glamour no salão de festas do Iate Clube de Guaratuba, aquelas as quais passamos momentos de alegria, beleza, charme e descontração ao serem fotografadas pelas lentes de Ney Salles Decorações e Eventos. Não poderia ser diferente para esse ano de 2015, quando em 12 de setembro próximo, mês que floresce a Primavera, adolescentes serão recepcionadas pelos Príncipes de Honra num luxo só, e conduzidas aos seus pais que vivenciaram instantes de emoção e felicidade, ao som da Banda Manchester no Baile alusivo a data.

Para a Presidente do Guaratuba Woman’s Club Maria Laura Pires Rosa e demais associadas, fazer acontecer esse evento, é sem dúvida realizar entre tantas outras atuações do clube, mais um brilhante acontecimento de sucesso.

Em outubro de 2015, estaremos festejando o Jubileu de Prata do Woman’s Club, e se até aqui chegamos é porque com toda certeza constituímos um grupo de mulheres com méritos, e é para todas os aplausos e as congratulações. Parabéns

Women’s Club de Guaratuba e incansáveis manifestações de gratidão a todos que acreditaram na capacidade de vencer e de alcançar os amplos horizontes nos campos da benemerência, do social e do cultural deste grupo.

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Apaixonados por animais

O comportamento do amigo peludo em casa Por Ângela Gomes

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oje há mudanças nos critérios de definição de uma família tradicional. Se antes os lações eram de sangue, entre pai, mãe e filhos, hoje são de ligações afetivas, onde todos são unidos, principalmente, por amor; e aí entram também os pets, que mais do que animais, se tornaram membros da família. Dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – de junho, mostram que 44% dos lares brasileiros possuem pelo menos um cachorro. Com isso aumenta o amor, mas também surgem várias queixas relacionadas ao comportamento do animal de estimação. As dificuldades aumentaram, pois muitos profissionais (veterinários e adestradores) e os próprios donos não conhecem o comportamento animal. Surge então o especialista em comportamento animal, profissional que dá o suporte necessário para os problemas de relacionamento entre o dono e seu cão, ou gato. Um problema comum é a an-

Dra Ângela Gomes da Veterinária Itapoá.

siedade de separação, por seu animal ficar o dia inteiro sozinho enquanto você trabalha; o mais comum é a lambedura excessiva das patas. Uma dica legal é deixar a televisão ou o rádio ligado ao sair, deixar brinquedos e atividades para que o cãozinho não se sinta só. Outra coisa é quando a cadelinha urina quando você chega em casa. Não fique bravo, na verdade ela fica confusa, pois urinar, deitar e mostrar a barriguinha é como dizer você é meu dono, meu líder e faço tudo o que quiser. É a maior declaração de amor e submissão.

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Ao escolher um amigo peludo necessário avaliar algumas coisas como: Você é uma pessoa que gosta de atividades físicas e tem espaço em sua casa? Uma boa escolha seria o Labrador, Boder Collie, Dalmata ou outros cães bem ativos. Você não gosta muito de atividades ao ar livre ou não tem muito tempo para passeios? Então os gatos são uma boa escolha, precisam de pouco espaço, gostam de brincadeiras e são independentes. Agora não pense que raças como Maltês, York e Poodle, por exemplo, não precisam de passeios, embora sejam ideais para

casas pequenas e apartamentos. Eles, como todos os cães, inclusive os sem raça definida (vira-lata), precisam do vínculo dono/ cão, que só é alcançado quando o dono manuseia a coleira e mostra que é o líder, dando as coordenadas para a direita, para trás ou para frente. Não adianta chegar em casa depois de um dia de trabalho e punir ou prender o animal se suas coisas estiverem destruídas. Certamente, a energia acumulada que cães, especialmente filhotes, têm de sobra, não foi gasta e ele descontou no chinelo ou objetos próximos. É importante passar mais tempo com seu amigo. Mas importante: limite vem antes do carinho e amor. Por exemplo, se o cão ataca a visita que chega em sua casa, você não pode simplesmente segurá-lo e conversar como se estivesse falando com uma criança, usando expressões como “não faça isso” ou “é feio”. O correto é dizer um “não” em voz alta e deixa-lo de “castigo” em outro ambiente. Nunca dê guloseimas ou abrace o animal quando ele fizer algo errado.



Portugal tem muito para oferecer!

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istória muito próxima de nós brasileiros, muita referência que nos deixa à vontade perante locais e monumentos, que fizeram parte da nossa infância nos bancos escolares e revivendo concretamente o que apreciávamos em livros didáticos. Gastronomia, cujos sabores dos mais variados para serem experimentados por qualquer turista. Praias fantásticas que merecem destaque. Vamos percorrer o Algarve, sul de Portugal e onde encontramos praias,cujas águas tem temperaturas muito agradáveis, além disso, o clima garante verões longos e ensolarados. Mas uma das principais vantagens do Algarve é sua paisagem, combinação de rochedos e falésias com águas cristalinas de um verde azulado, que encantam e amedrontam quem as

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aprecia, tamanha imponência e altura. Para explorar a região do Algarve, interessante é percorrer as mais variadas e bonita praias de carro e a pé porque as praias não possuem acesso de ônibus e trem. Aproveite a saborosa comida da região A cidade de Faro, considerada a capital do Algarve merece ser visitada e pode ser o ponto de partida dessa magnífica região, fica a 279 quilômetros de Lisboa e é de Faro que você pode sair para conhecer Albufeira, Lagoa, Lagos, Silves, Olhão e a famosa Escola de Sagres. As águas calmas dessa cidade pitoresca atraem turistas como também pessoas interessadas em esportes aquáticos.Passeios panorâmicos entre canais e de barco com direito a saborear a gastronomia local valem a pena! Portanto, passeios de barco são uma boa pedida nessas peque-

nas cidades litorâneas, principalmente em Faro. Cidade agradável com ruas estreitas, sendo muitas exclusivas para pedestres e repletas de bares e restaurantes interessantes. Pelo fato de ter sido um importante centro de trocas comerciais desde o século XVI existem muitos monumentos históricos impressionantes resultado dessa época das grandes viagens marítimas, inclusive existem muralhas, uma espécie de portal da cidade, o Arco da Vila. Caminhe pelas ruas tranquilas do centro histórico e visite as igrejas, museus e palácios. Outra cidade que merece uma visita é Lagos. A cidade foco dos grandes descobrimentos e onde Dom Henrique se preparou para grandes navegações e preparou grandes navegadores como Pedro Álvares Cabral. Sobre uma dessas falésias com vista para o Oceano Atlântico encontramos a Escola de Sagres e que merce ser visitada, local de grande beleza e muita história, nessa falésia existe a Rosa dos Ventos, cujo círculo é bastante discutido entre historiadores, construída na época do Infante Dom Henrique, criador da Escola de Sagres, local de reunião de navegadores e cientistas para desenvolverem métodos novos de navegar, através de mapas, cartas com a participação de Vaco da Gama e Cristóvão Colombo. O Algarve precisa ser visitado com tempo, incluindo muitas paradas, é o roteiro obrigatório para quem curte cidades pequenas à beira mar, belezas naturais e muita história!



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