Revista Giropop - Edição 34

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EDITORIAL Saúde é assunto sério, não importa a idade, gênero ou onde se mora. Para fazer um bom trabalho, poder curtir com a família e amigos ou até mesmo tirar aquele descanso merecido, o essencial é ter saúde. Por isso, vestimos a cor rosa em outubro e, agora em novembro, a cor azul, afinal, informação e prevenção são os melhores caminhos para uma vida saudável. Em novembro, o foco são os homens. De maneira geral, a população masculina é conhecida por ter mais resistência a procurar cuidados médicos. Dados do Ministério da Saúde indicam que os homens geralmente procuram os serviços de saúde por meio da atenção especializada, já com o problema de saúde detectado e em estágio evoluído. Então, falar em prevenção nunca é demais. O principal tema do mês é a conscientização contra o câncer de próstata, porém, mostramos aqui diferentes formas de buscar o bem estar e uma vida saudável: a realização de exames preventivos de forma periódica, a prática de exercícios físicos, o trabalho manual, a convivência com amigos, animais de estimação e até a música. Diferentes histórias, na maioria com protagonistas homens, revelam que a felicidade é o melhor remédio para qualquer doença. Alie as diferentes formas e caminhos relatados aqui e previna-se: o maior inimigo de uma doença é você mesmo!

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Agradecimentos especiais a nossa querida amiga fotógrafa, colunista, Priscila Pohl. Responsável pela foto de capa e da matéria do Giropop na Escola.


GIROPOP - 3 ANOS

Que venha o quarto ano Um, dois, três anos. Até parece que foi ontem que o projeto saiu da imaginação e ganhou forma nas páginas impressas. Com um foco mais social, as páginas foram ganhando histórias de vida, ultrapassando as fronteiras geográficas e lançando um olhar diferente sobre o mundo e para o mundo. Sim, neste mês estamos de aniversário e a comemoração pode ser resumida nas poucas palavras que emergem diferentes significados em nossa trajetória: crescimento, curiosidade e gratidão.

Da Redação

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rescimento é uma palavra que nos acompanha a cada edição, da 1ª até esta 33ª. Nascemos com o objetivo de mostrar as coisas boas da cidade, inicialmente de Itapoá e há 15 edições também de Guaratuba. Com o tempo as coberturas fotográficas foram dividindo espaço com matérias jornalísticas, a qualidade da impressão mudou e as histórias de vida ampliaram o olhar sobre a cidade. A cada edição, a cada matéria, um novo olhar, um novo passo, uma nova forma de ver e viver as cidades. E tudo isso é movido pela nossa curiosidade: conhecer o desconhecido, mostrar o que muitas vezes fica às margens, retratar os grandes protagonistas das cidades. Dizem que os curiosos são aqueles que vão atrás, que procuram, checam e vivenciam. Sim, assim somos nós. Curiosidade que resulta em material próprio: material vivenciado, registrado e produzido inteiramente pela própria equipe.

E assim, o que fica é a gratidão. O crescimento e a curiosidade só são possíveis graças a uma turma muito especial, formada por diferentes grupos e pessoas. Obrigada à nossa equipe, que diariamente trabalha para retratar as cidades da forma mais fiel e interessante, desde a criação das pautas até a entrega de cada exemplar. Obrigada aos parceiros, que acreditam em nosso trabalho e visibilidade, contribuindo efetivamente para a ampliação de informação e desenvolvimento nas cidades. Obrigada a cada entrevistado, que acredita em nossa credibilidade, compartilha histórias e recheia nossas páginas de emoção. E muito obrigada aos leitores, que dão sentido e impulso a toda esta trajetória, afinal, é para vocês que tudo isso tem sentido.

O terceiro ano encerra com uma bagagem de conhecimento e histórias maravilhosas. E que venha o quarto ano, ainda melhor!

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GIROPOP - 3 ANOS

Muitas histórias para contar e compartilhar Toda comemoração é melhor com algo concreto, não é mesmo? Assim, mais do que contar boas histórias, no aniversário de três anos também compartilhamos muitas histórias para leitores de todas as idades, histórias disponíveis em diferentes pontos de Itapoá e Guaratuba de forma gratuita. Nesta comemoração, o projeto Giroteca ganhou mais de 250 livros, entre histórias infantis, juvenis e literárias.

Sônia Charlotte Heeren, diretora de projetos da Revista Giropop, na entrega dos livros para o expositor da Barra do Saí, na Conveniência Skina, e na Prefeitura Municipal de Itapoá.

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om os expositores revitalizados, chamamos mais uma vez todos para fazerem parte deste mundo fantástico que é o da leitura, informação e fruição. Vá

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até um de nossos pontos e conheça novas histórias. O funcionamento do projeto é simples: não há necessidade de cadastro e para ter acesso a uma nova história é só pegar o livro de sua preferência. Porém,

não esqueça que outros leitores também têm o direito de conhecer esta história. Pegue o livro, leia de acordo com seu ritmo e devolva a um dos expositores. Com a devolução, fique a vontade para pegar outro livro.


Felipe, da Panificadora Tezukuri recebendo os livros.

Bianca Schmidt Horst , Laboratório Liac.

O Pontal do Norte agora também teu seu expositor da Giroteca, no Sacolão do Farol. Aos cuidados da proprietária Nice.

Ao projeto colaborar para o seu acervo intelectual, colabore com ele também: doe livros que estão parados na estante e incentive a leitura de outras pessoas. Precisamos aumentar o acervo e manter esta chama do saber acesa. É neste vai e vem de livros que seremos menos enganados, menos explorados e menos alienados. Ler

Júlio Cesar de Souza , funcionário do Restaurante Dona Elza.

também faz parte do processo de cidadania e poderia ser sinônimo de mais e mais conhecimento. Gostou? Então comemore com a gente. Corra a um dos nossos expositores e alimente o seu conhecimento com leitura. Procure o expositor mais perto de você. Em Itapoá estão dis-

poníveis no Sacolão do Pontal, Panificadora Tezukuri, Laboratório Liac, Prefeitura Municipal de Itapoá, Restaurante Dona Elza, Conviência Skina na Barra do Saí. Em Guaratuba: Panificadora Brotpão e Panificadora Chateaubriand. Em breve, outros expositores farão parte do projeto na cidade.

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novembro azul

Cuidar da saúde também é coisa de homem Ana Beatriz

Depois do mês de outubro ser dedicado à conscientização da mulher no combate e prevenção ao câncer de mama, conhecido como Outubro Rosa, agora é a vez dos homens. Neste mês de novembro a Revista Giropop adere à campanha internacional Novembro Azul, dedicada às ações relacionadas ao câncer de próstata e doenças masculinas. Mais que o combate ao câncer, esta iniciativa incentiva os homens a cuidarem melhor da saúde e procurarem o médico com mais frequência.

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chamado Novembro Azul surgiu na Austrália, em 2003, com o nome de Movember, um trocadilho com as palavras em inglês ‘moustache’ (bigode) e ‘november’ (novembro). Isso porque 30 homens australianos deixaram seus bigodes crescerem durante o mês, em uma tentativa de chamar a atenção da nação para o câncer de próstata e outras doenças masculinas. A escolha do mês se deu por incluir a comemoração do Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, realizada no dia 17 de novembro. Ganhando cada vez mais visibilidade, o Novembro Azul atingiu o mundo todo e desde 2008 é organizado no Brasil

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Instituto Lado a Lado pela Vida organiza a campanha no Brasil.

pelo Instituto Lado a Lado pela Vida. Neste ano de 2015, milhares de ações ocorrerão em várias cidades do país. Estão previstos Circuitos da Saúde, palestras em empresas para conscientizar os funcionários

sobre a importância da prevenção, ações em estradas, estádios de futebol e locais públicos de grande circulação, além da iluminação de vários monumentos públicos de azul. Para o presidente da Sociedade


Marlene Oliveira, presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida.

Brasileira de Urologia (SBU), Carlos Conradi, a iluminação de órgãos como o Congresso Nacional dá mais visibilidade à campanha. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), em valores absolutos, o câncer de próstata é mais incidente que o câncer de mama, sendo o sexto tipo mais comum no mundo e o mais prevalente em homens no cenário global. Já no Brasil, é o segundo mais comum entre os homens, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Detectar precocemente a do-

ença – antes que os sintomas se manifestem – aumenta para 90% as chances de cura. Ainda conforme o INCA, no Brasil, a estimativa para este ano é de que 69 mil casos sejam diagnosticados. O novo portal criado pelo Instituto Lado a Lado pela Vida, o www.novembroazul.com.br, oferece um leque maior de informações e uma nova identidade visual. “Queremos causar um forte impacto para que os homens prestem mais atenção à sua saúde. Normalmente, eles são

mais resistentes à ideia de ir regularmente ao médico e, por isso, acabam descobrindo a doença em estágio já avançado”, explica Marlene Oliveira, presidente do Instituto. Essa resistência está intimamente ligada ao preconceito quanto aos exames preventivos da doença. “Aos poucos, precisamos mudar isso, conscientizando a sociedade para a importância da prevenção e do diagnóstico precoce”, diz Marlene. A missão é levar ao público do sexo masculino conhecimentos sobre saúde e bem-estar, de forma humanizada.

Por isso, neste mês a Revista Giropop se vestiu de azul e abraçou a campanha internacional, pois acredita que a saúde é o nosso bem mais valioso e merece atenção especial. Apesar de ser uma doença exclusivamente masculina, o tema também deve ser do conhecimento das mulheres, para que estas repassem as informações aos homens com quem convivem. Novembro, mais que um mês de combate ao câncer de próstata, é um momento de reflexão e alerta aos cuidados com a saúde dos homens. Afinal de contas, cuidar da saúde é assunto de todos.

Presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), Carlos Conradi

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novembro azul

Desmistificando o câncer de próstata Ana Beatriz

O mês de novembro se cobriu de azul e a Revista Giropop também. A campanha Novembro Azul, conhecida internacionalmente, é referência na missão de orientar a população masculina a cuidar melhor da saúde e procurar o médico com mais frequência. Esta mobilização conscientiza, especialmente, sobre o câncer de próstata. Desmistificando e sanando as principais dúvidas, o Doutor Raphael Luiz Gioppo Toledo Mira, médico da Itapoá Clínicas Integradas (ICI), fala da doença exclusivamente masculina, porém, pouco comentada entre os homens.

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Dr. Raphael Luiz Gioppo Toledo Mira, médico da Itapoá Clínicas Integradas (ICI), sana as principais dúvidas sobre o câncer de próstata


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ara se informar sobre a doença, é necessário, primeiramente, compreender que a próstata, uma glândula do sistema reprodutor masculino, pesa cerca de 20 gramas, de forma e tamanho semelhantes a uma castanha. Localizada abaixo da bexiga e à frente do reto, sua principal função, juntamente com as vesículas seminais, é produzir o esperma. O câncer de próstata acontece quando as células deste órgão passam a se multiplicar de forma desordenada. Nos estágios iniciais, a maioria dos cânceres de próstata não possui sintomas aparentes e cresce lentamente, daí a importância dos exames preventivos. “Apenas as doenças benignas que aumentam o tamanho da próstata ou os estágios mais avançados do câncer de próstata possuem sintomas”, explica Dr. Raphael. São eles: Dor ou desconforto ao urinar; sensação de

urina presa ou de entupimento; diminuição do jato urinário; aumento da frequência de micções; aumento do número de micções noturnas; urgência incontrolável para urinar; sensação de que a barriga não esvazia completamente e perda involuntária de urina. O principal fator de risco para o câncer de próstata é a idade do homem.

LOCALIZAÇÃO DA PROSTATA

“Esta é uma doença muito rara antes dos 40 anos, mas com risco elevado a partir dos 50”, conta Dr. Raphael. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), mais de 60% dos casos ocorre acima dos 65 anos de idade. O histórico familiar e a etnia também são fatores de risco para a doença, uma vez que esta tende a se manifestar em homens que já possuem casos de câncer de próstata na família, e é mais comum em afrodescendentes. De acordo com o médico, fatores ambientais também podem influenciar na incidência da doença, como tabaco, exposição às substâncias físi-

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Este é um momento de conscientização para que os homens cuidem de sua saúde e procurem ir ao médico

cas cancerígenas, alimentação inadequada, obesidade e sedentarismo. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), evitar a doença não é possível, porém, é possível diagnostica-la precocemente, aumentando suas chances de cura para cerca de 90%. Ou seja, exames preventivos constantes são a melhor forma para não descobrir a doença apenas em estágio avançado e potencialmente fatal.

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A recomendação é que homens a partir de 50 anos realizem o exame preventivo anualmente, e aqueles com maior risco da doença procurem o médico especialista a partir dos 45 anos. “Para prevenção, o paciente deve procurar a Unidade de Saúde do seu bairro e manifestar o interesse em se prevenir, onde os exames de próstata são solicitados sem nenhum custo”, explica Doutor Raphael.

Estes exames consistem no exame laboratorial (dosagem do PSA, mais conhecido como exame de sangue) e no exame físico (toque retal), que são complementares, pois cerca de 20% dos casos não são detectados pelo PSA, ainda segundo a SBU. De acordo com o tamanho, classificação do tumor e características do paciente, o médico poderá definir quais as melhores formas de tratamento, que podem incluir prostatectomia (cirurgia para retirada da próstata), quimioterapia, radioterapia, hormonoterapia e uso de medicamentos. “Se a doença não for tumoral, são indicados medicamentos orais para melhorar a abstrução do canal da urina, enquanto em casos mais avançados de hiperplasia, é recomendada a cirurgia”, explica o médico, o que comprova, novamente, a importância dos exames preventivos. Mas, mesmo com tantas informações, o câncer de próstata tem dois grandes inimigos: O


preconceito e a timidez. “Muitos homens deixam de se previnir por puro preconceito ou timidez quanto ao exame de toque retal, o que resulta no retardamento do diagnóstico e, consequentemente, agravamento da situação”, conta Dr. Raphael. “Por mais desconfortável que possa ser, é um exame simples, rápido e indolor”, complementa. A boa notícia é que nos últimos anos grande parte da população masculina tem conseguido romper as barreiras culturais, mudando conceitos e reavaliando tudo o que se refere à qualidade de vida, saúde e bem estar. Muito mais que o combate ao câncer de próstata, a campanha internaciomal Novembro Azul é fonte de conscientização, reflexão e alerta às doenças masculinas. Um verdadeiro “super-homem” cuida da vida, vai ao médico com mais frequêcncia e renova seus hábitos, a começar por práticas mais saudáveis.

Atendimento mais humanizado nos hospitais colabora no tratamento do paciente e apoio à família

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Lisiane Flor

tratamento do paciente oncológico envolve mais do que medicamentos e exames. A humanização no atendimento e a extensão dessa assistência à família são etapas fundamentais para o processo de recuperação do paciente. O II Congresso Todos Juntos Contra o Câncer trouxe temas como tratamento, judicialização da saúde, acesso à saúde e o futuro da oncologia. Mas também saiu do âmbito científico e abordou questões de humanização com o voluntariado e os cuidados paliativos. O acolhimento ao paciente oncológico tem sido feito por muitas vezes com a colaboração das equipes de voluntariado nos hospitais e instituições de saúde. Os brasileiros veem o trabalho de voluntário como sinônimo de bem-estar, tanto para quem recebe, quanto para quem o pratica. De acordo com a pesquisa do IBOPE de 2011, 77% dos voluntários estão satisfeitos e 87% estão motivados a continuar prestando esse serviço, mesmo que mais da metade dessas pessoas exerçam atividades

remuneradas. O voluntariado é coisa séria e requer compromisso e dedicação. “O brasileiro traz para si as responsabilidades de mudanças, e as pessoas acreditam que as melhorias são resultado do esforço da sua participação”, explica Silvia Naccache, coordenadora do Centro de Voluntariado de São Paulo, sobre a adesão ao trabalho. Outra via para a construção de um atendimento mais humanizado são os cuidados paliativos. Ao contrário dos serviços prestados pelo voluntário, que pode ser de qualquer tipo e para

qualquer paciente, os cuidados paliativos são voltados para quem está em situação de risco de continuidade de vida. A equipe voltada para os cuidados paliativos é multidisciplinar, pois abrange a parte clínica, psicológica e social. Ela trabalha em cima de uma tríade, paciente, família e equipe de saúde que está cuidado do paciente. Todos recebem suporte psicológico minimizando os conflitos com transtornos como ansiedade e depressão, já que esses fatores podem causar uma piora no tratamento.

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novembro azul

Lado a Lado pela vida e pela saúde masculina redes sociais, que deixam a sociedade o ano inteiro ciente das campanhas e dicas de prevenção e cuidados com a saúde.

Ana Beatriz

Promovendo a saúde entre os homens, o movimento Novembro Azul atingiu o mundo todo. No Brasil, é organizado pelo Instituto Lado a Lado pela Vida desde 2008. E para se integrar ainda mais a esta causa, a Revista Giropop entrevistou a Presidente do Instituto, Marlene Oliveira, que fala sobre a missão do movimento e das demais campanhas realizadas pelo Instituto. Marlene, o que levou a criação do Instituto Lado a Lado pela Vida a iniciar esse trabalho em prol dessa causa? Em 2008, a perda de um

grande amigo, médico urologista, chamado Eric Wroclawski fez com o que nascesse o Instituto Lado a Lado e também a campanha, que inicialmente chama-se Um Toque, Um Drible, com o conceito de dar um toque de saúde e driblar o preconceito masculino.

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Quais as principais ações do Lado a Lado pela Vida? Durante todo o ano, o Instituto faz ações em locais de grandes circulações de pessoas, palestras em empresas, distribuições de materiais, além as inserções na mídia e

Dentre todos os projetos do Instituto, qual você daria maior destaque ou que teve maior receptividade e alcançou melhor resultado? Todas as campanhas do Instituto tomaram proporção nacional e até internacional, pois este ano estivemos presentes em eventos como AUA, numa importante discussão sobre a urologia, no mundo. O Novembro Azul vem se consolidando a cada ano. O bigode tornou-se a referência das ações e o público gosta. Muitas empresas, neste período do ano, engajam seus profissionais a deixarem o bigode crescer e no último dia do mês, eles fazem a barba. Isso é sensacional, pois


a campanha consegue tocar o dia a dia das pessoas e a faze refletir e pensar sobre o tema câncer de próstata, de uma forma mais lúdica. A campanha “Novembro Azul”, a qual o Lado a Lado pela Vida é responsável em organizar no Brasil, acontece somente no mês de novembro ou estende-se nos demais meses do ano? As ações da campanha acontecem o ano todo, com mais intensidade no mês de novembro, onde monumentos ganham a iluminação especial e também a mídia está focada no assunto, mas as ações não param. Este ano, por exemplo, estivemos presentes em dois cruzeiros temáticos: Senior e Bem Estar, da Costa Cruzeiros, e levamos ações de todas as campanhas para os passageiros dos navios. Foram mais de três mil pessoas em cada cruzeiro. Quais são os fatores principais que ainda dificultam ao homem fazer exames anuais? O preconceito ainda é um ator importante neste cenário. Os homens se apegam muito na

falta de tempo como desculpa e por isso adiam a ida ao médico. Sabemos que as mulheres, sejam esposas, filhas ou netas, são importantes aliadas neste processo, pois elas quem marcam as consultas e muitas vezes acompanham os homens durante a consulta. Temos que chegar na excelência do homem querer e ter a consciência que é necessário e importante fazer consultas e exames preventivos. Como o instituto Lado a Lado pela Vida consegue os recursos financeiros para a sua manutenção e o desenvolvimento de seus projetos? O Instituto conta com recursos de apoiadores mantenedores, e com isso podemos veicular as campanhas em todo o País. Como é para a mulher, mãe e presidente do Instituto, o dia a dia de trabalho e compromissos, muitas vezes distantes de casa? Estar à frente de um trabalho como este é algo motivador e como toda mulher que tem esposo, filhos e uma casa, é preciso sabedoria para conci-

liar as atividades. Nos períodos de ponto alto das campanhas, são muitas viagens, muitas vezes não dá tempo de desfazer a mala, mas sabendo que a causa é para um futuro diferente para a sociedade, faz com que cada dia seja uma renovação. Se alguém ou uma instituição desejar viabilizar a campanha do Novembro Azul em outra cidade, como pode fazer? O Instituto Lado a Lado pela Vida apoia? Sim, o Instituto recebe por meio do canal de Contato do nosso site, diversas demandas do País inteiro, de pessoas multiplicadoras que querem fazer ações das campanhas. É preciso registrar o interesse pelo site sobre o qual é a ação e também que tipo de material precisa. Os atendimentos são feitos caso a caso e para atendermos todas as demandas, o solicitante não tem custo de material, apenas com despesas de envio de Correio. Quem preferir e puder, pode retirar o material em nossa sede, mas é preciso registrar o pedido com antecedência. O que você acha que os gestores públicos pode-

riam fazer para contribuir com o trabalho de instituições como a que você preside? Apoiar campanhas de prevenção, além de criar movimentos que ações que facilitem o acesso são algo que precisamos. Muitas vezes somos questionados pela demora na marcação de um simples exame e é este cenário que precisamos mudar. O Instituto conscientiza, mas é preciso também de um suporte para a demanda seja atendida com eficiência e qualidade. Que recado você daria os homens, seja na prevenção ou para aqueles que já travam a luta diária contra o câncer de próstata? O mais importante é saber quando descoberto precocemente, o câncer de próstata tem 90% de chance de cura, além de um tratamento com qualidade de vida. Por isso, deixar o medo e preconceito de lado é fundamental neste processo. Aos homens que lutam contra a doença, acho importante deixar o registro do conceito do Instituto. Nosso símbolo é uma vírgula, que significa que o câncer não é um ponto final e sim uma fase. O recomeço vem e com ele, muito aprendizado.

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GRUPO PEDAL NA ESTRADA

Pedalar para uma vida mais saudável

Ana Beatriz

Seja para ocupar o tempo livre, se divertir, praticar exercícios físicos, fugir da rotina ou usar como meio de transporte, as bicicletas costumam fazer o maior sucesso. E não é à toa, já que as pedaladas oferecem inúmeros benefícios e prazeres ao corpo e à mente.

E

m Itapoá, o Grupo Pedal na Estrada foi criado por homens e mulheres apaixonados pela bicicleta, a fim de promover a saúde e a interação entre os participantes. No clima do Novembro Azul, campanha internacional que alerta às doenças masculinas, homens do Pedal na Estrada compartilham suas histórias, experiências e aprendizados com o esporte. Mas, falar deste grupo é falar também de sua criadora, Ledamir Silveira, mais conhecida por Leda. Apaixonada por esportes, ela corre, luta muay thai e ainda anda de bicicleta. Em 2013, Leda criou um grupo para as amigas que também compartilhavam do prazer pelas pedaladas, chamado Meninas do Pedal. “Mas muitos homens que nos viam pedalando queriam se juntar a nós, foi onde senti a necessidade de criar outro grupo, o Pedal na Estrada, para homens e mulheres”, explica. O grupo, criado em fevereiro deste ano, reúne atualmente 34 participantes no WhatsApp, onde trocam informações, dicas e agendam os trajetos a serem percorridos. Duas a três

O Grupo Pedal na Estrada, de Itapoá, atravessando a balsa, a caminho de Cabaraquara - Guaratuba

vezes por semana os amigos marcam pedaladas por Itapoá e região, como Vila da Glória em São Francisco do Sul, Garuva e Caiobá. Segundo Leda, para fazer parte do grupo as regras são claras: Gostar de pedalar, conhecer seus limites e saber conviver com as diferenças. Até chegar a sua formação atual, o Pedal na Estrada foi conquistando, aos poucos, os apaixonados por bicicleta do município. Apesar de a maioria dos integrantes conhecerem o grupo através da indicação ou convite de amigos, a visibilidade dos ciclistas na rua também

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é um convite ao pedal. Natural de Fraiburgo - SC, Tiago Maldaner reside em Itapoá há apenas três meses. Ele, que já participava de um grupo de ciclistas em sua cidade natal, conheceu o Pedal na Estrada da melhor forma possível: pedalando na estrada. “Estava pedalando sozinho quando encontrei o grupo retornando do trajeto do Porto”, conta Tiago, “ali nos conhecemos, me identifiquei e a parceria se firmou”, complementa. Há um grande número de pessoas que deixa sua bicicleta cheia de teias de aranha na

garagem, mas os membros do Pedal na Estrada lamentam: quem não costuma pedalar está perdendo inúmeros benefícios, desde definir músculos até melhorar a frequência cardíaca. Segundo Fabrício Zanoni Santos, a atividade é ainda melhor quando realizada por mais ciclistas. “Pedalar em grupo é mais seguro, pois grupos tendem a ser mais respeitados pelos motoristas e, em casos de imprevistos, fica mais fácil de resolver”, explica. Outras vantagens da pedalada em grupo são as opções de escolhas para percursos, o compartilhamento de experiências e a descontração. A escolha por este esporte se dá, para a maioria dos ciclistas, por sua prática a céu aberto. A opinião de Diogenes Montenegro não é diferente: “Existem certos detalhes que só notamos enquanto andamos de bicicleta”, afirma. Pedalando, ele conta que o cenário nunca é o mesmo e garante que respirar ar puro e contemplar a natureza pode tornar o exercício físico ainda mais prazeroso. A beleza da paisagem local também já emocionou e inspirou Leda algumas vezes. “Percorro alguns


Em frente à Roda Denteada do Rotary Internacional, prestando homenagem ao “companheiro” rotaryano Fabrício. Da esquerda para a direita: Portuga, Tiago, Fabrício, Didi, Gilmar, Silvana, Luiz, Marta, Jean, Cristina Silveira, Edilene, Marizete, Diógenes e Leda.

Parada no Porto Itapoá para registrar mais uma noite de pedaladas

trechos conversando com Deus e agradecendo”, conta a ciclista. Um dos membros do grupo, Luciano Pellissari, ressalta a importância não somente da bicicleta, mas de qualquer atividade física. Apaixonado e adepto à prática da corrida, ele recorda que passou alguns meses sem praticar exercícios pelo cansaço decorrente do trabalho, e que a falta foi sentida na pele. “A atividade física é fundamental para todos, independente da idade, e quando combinada com uma boa alimentação é possível

garantir qualidade de vida, um corpo saudável e sensação de bem estar”, explica. Hoje, Luciano também se rendeu aos prazeres e benefícios da bicicleta, junto aos demais parceiros. Atualmente, o Pedal na Estrada aguarda a chegada de suas camisetas personalizadas para pedalar 80 km da Rota do Vale Europeu, na região do Vale do Itajaí. Porém, cada um dos integrantes também traça metas pessoais enquanto ciclista, como Lorenzo Tallara Andrade,

que planeja pedalar quase 9 mil km fazendo o Caminho de Santiago de Compostela. “Esta viagem estava programada para fazer com um grande amigo de pedal há anos atrás, mas, infelizmente, ele veio a falecer de câncer precocemente”, conta. Depois do ocorrido, Lorenzo traçou a meta de realizar o sonho da viagem sozinho, levando uma foto do parceiro para deixar na Catedral. Além dos passeios e trajetos agendados com os amigos via WhatsApp, alguns ciclistas adotam a prática saudável e sustentável da bicicleta no cotidiano. Davi Eugenio Lopes Leal trabalha no Porto Itapoá e, antes mesmo de integrar o Pedal na Estrada, criou um grupo com seus colegas de trabalho para que adotassem a bicicleta como meio de transporte, bem como outras práticas saudáveis. “Procuro ir trabalhar todos os dias de bicicleta, além de pedalar com minha esposa no grupo Pedal na Estrada”, conta Davi, “aos poucos pude influenciar mais pessoas, devido ao bem

que essa prática faz à saúde”, complementa. Àqueles que também desejam iniciar nesta aventura, Lorenzo dá a dica de que comecem com uma bicicleta simples e, se realmente gostarem, invistam em um equipamento de melhor qualidade. “Pedalar com os equipamentos de segurança e sempre na ciclovia, onde ela houver, também é aconselhável”, diz Lorenzo. Além de respeitar os próximos, é preciso também respeitar seus limites. Para Tiago, o ideal é que o iniciante pedale pequenos trajetos e vá aumentando, gradativamente. Família, união, saúde e amizade: são muitas as traduções dos ciclistas para o grupo que domina as ruas itapoaenses. Indiretamente, estes apaixonados por bicicleta contribuem para a qualidade de vida do município, motivando e inspirando novas pessoas a se divertirem e cuidarem da saúde também. De forma simples e muito prazerosa, o pedal na estrada é um dos caminhos para uma vida mais saudável.

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Coral Vozes da Babitonga

As vozes masculinas da Babitonga

Ana Beatriz

“Cantar é preciso”, esta é a principal mensagem que o Coral Vozes da Babitonga vem se inspirando no município de Itapoá. Mesmo sendo recente, o projeto prova que iniciativas de incentivo à cultura são possíveis e podem ser sucesso absoluto.

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atrocinado pelo Porto Itapoá e coordenado pela escola de música Tocando em Frente, o Coral realiza suas aulas-ensaio todas as sextas-feiras, das 19h às 21h, na Casa da Cultura de Itapoá. Nesta edição de cor azul, foram contempladas as vozes

masculinas. Muito além do futebol, os integrantes do Coral Vozes da Babitonga provam que música também é coisa de homem. Não muito diferente das mulheres, os homens também se mostravam ansiosos pela formação de um coral no município. Antonio Guilherme Genin, com bagagem musical marcada por bandas, serenatas e instrumentos como órgão e trombone, chegou a criar um grupo de canto em casa, tamanho é seu amor pela música. “Quando soube da fundação de um coral no município, fiquei maravilhado e não perdi tempo em me inscrever”, conta. Além dos benefícios do canto, Antonio destaca a sociabilidade, astral e integração entre os coralistas. Cada um dos participantes percorreu um caminho e en-

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controu nele uma motivação para se integrar ao projeto. A trajetória de Vilmar do Prado Vais, por exemplo, vem decorada com notas musicais. Ele, que canta e toca violão na igreja, abraçou a oportunidade para aperfeiçoar seus conhecimentos. Assim como as motivações, os resultados gerados pelas aulas-ensaio também são diferentes para cada aluno. “Vi no coral uma grande oportunidade para treinar minha voz e, então, poder servir melhor a Deus e à minha comunidade”, conta Vilmar. Classificadas em baixo (voz grave) ou tenor (voz aguda), as vozes masculinas representam cerca de dez das 50 vozes do Coral. Segundo o fundador da escola Tocando em Frente, Helmuth Alfonso Kirinus, mais conhecido como Mutti, essa minoria existe por conta do desin-

teresse da maioria dos homens a esta atividade. Porém, isso não é encarado como uma dificuldade. “Nas aulas-ensaio, os homens ficam posicionados no centro da sala, para obter mais sonoridade das vozes masculinas”, explica o Maestro do Coral, Rafael Daniel Huch. Apesar de serem poucos, os homens atuantes no Vozes da Babitonga fazem a diferença tanto nas músicas, quanto no sucesso do projeto. As cordas vocais de Dante Luís Puchta também se acrescentam ao coral. Desde as primeiras aulas em grupo ele vem se descobrindo no canto, com treinos e atenção. “Sempre fui aficionado pela arte e todas as suas formas de expressão, como a música”, afirma Dante, diretor da Casa da Cultura de Itapoá. Assim como um diamante bruto, ele acredita que é


Maestro Rafael e os coralistas Marciano, Alexandre, Dante, Geony, Antonio, Rodolpho, Helmuth, Carlos e Vilmar.

possível lapidar a voz, a fim de melhorar sua entonação cada vez mais, o que é confirmado pelo Maestro Rafael. “A voz é um constante processo de amadurecimento e, por isso, a cada canto o coral se reinventa”, explica o Maestro. Mais que lazer, a música representa, para alguns, uma segunda profissão. Rodolpho Tavares Neto e Alexandre Lu-

ciano Alves são músicos em Itapoá. Juntos, têm uma banda e frequentam as aulas-ensaio do coral, motivados pelo aprendizado e técnicas de treinamento da voz e afinação. “É gratificante ter a oportunidade de fazer parte de um acontecimento cultural como esse em nossa cidade”, afirma Alexandre, mais conhecido por Garam. Já para Rodolpho, a cada

semana de ensaio em que o grupo se reúne, o entusiasmo e a evolução de todos os envolvidos se tornam mais nítidos. No dia 16 de outubro o Coral Vozes da Babitonga deu seu primeiro passo além das aulas-ensaio, com a realização do espetáculo “Cantar é preciso”. Os conhecimentos transmitidos pelo Maestro Rafael em três meses e meio resultaram em

cadeiras lotadas, olhos brilhando, aplausos e elogios. “O Rafael é um maestro sensacional, tem uma didática incrível, além de uma interação com o público que eu ainda não havia visto”, conta Geony Julian Finck, que toca e canta em bares e restaurantes do município e também é aluno do coral. Geony, assim como os demais membros do grupo, se sente contemplado com a oportunidade e acredita que música e amigos são a combinação perfeita. E este é só o começo. A próxima apresentação do Coral Vozes da Babitonga está prevista para o dia 4 de dezembro, na Casa da Cultura de Itapoá. Devido ao sucesso que tem sido o projeto, uma nova turma de coralistas será aberta em 2016, assim como um coral infantil. Mutti, um dos idealizadores do coral e também aluno do mesmo, descreve a atual sensação: “Enquanto coralista é emocionante e gratificante, já como espectador é como a realização de um sonho”. Os inúmeros elogios dos espectadores e o reconhecimento da população firmam ainda mais o desejo dos participantes do projeto: Cantar e encantar.

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ARTESANATO

A arte de fazer pranchas de surfe

Ana Beatriz

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la está presente nas melhores e piores experiências de um surfista. É o elo entre o praticante do esporte e o oceano. É também companheira, fiel e responsável por todos os momentos mágicos. Afinal de contas, o que seria de um surfista sem sua prancha? Em Guaratuba, o surfista Marcos Silva foi além da arte de deslizar sobre as ondas, dominando também a arte de fazer pranchas de surfe. Sua marca Papamoa Surf Ateliê é referência em consertos e fabricação de pranchas na região, seja do modo artesanal ou moderno. Praticante do esporte há 25 anos, o interesse pela fabricação das pranchas de surfe surgiu logo na adolescência.

Marcos Silva, do Papamoa Surf Ateliê, explica o processo de fabricação das pranchas de surfe.

Natural de Maringá-PR, Marcos, mais conhecido por Marquinhos, recorda que, na época, fez uma filmagem de surfe com os amigos, onde tentava esconder a prancha, para não mostrar seu acabamento. “Sem

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dinheiro para comprar uma prancha nova, criei o costume de reaproveitar pranchas velhas, de um jeito bem amador”, conta. Em 2008, Marquinhos, que tocava um bar em Curitiba,

vendeu o comércio e viajou para a Nova Zelândia, ponto de referência do surfe no mundo, onde morou aproximadamente um ano. A experiência influenciou no nome da marca, já que Papamoa é o nome de uma praia do país. “Voltei da viagem com muitas ideias em mente, decidido a morar na praia e trabalhar com pranchas”, conta ele, que trabalhou com shapers (profissionais responsáveis pela fabricação de pranchas) renomados no mercado do surfe, onde pôde profissionalizar a cada dia sua mão de obra até montar seu próprio negócio. O Papamoa Surf Ateliê foi criado em Guaratuba há aproximadamente um ano. Além do proprietário e shaper Marquinhos, Romão Jurack Junior e Wesley Guerreiro também dão vida às pranchas na fábrica e oficina. Para a equipe, o ideal é que a encomenda seja feita


Na oficina, o funcionário Romão Jurack Junior também é responsável pelo conserto das pranchas

com no mínimo 30 dias de antecedência e a produção siga ao gosto do cliente. “Gostamos de trabalhar em contato direto com o surfista, produzindo para ele uma prancha que se adeque à sua realidade de estilo, peso, altura, funções e características”, diz Marquinhos. No Papamoa Surf Ateliê, a arte de fazer pranchas pode seguir por duas técnicas: artesanal ou computadorizada. Com o tempo, a tecnologia foi introduzida também no universo do surfe. O shaper acredita que a tecnologia veio para ajudar, tanto o fabricante, quanto o surfista. “Até hoje existe mercado para a prancha artesanal, aquela que você pega o bloco bruto e passa por todo o processo de moldar, embalar, passar resina, lixar, pintar, passar resina novamente e secar na câmara”, explica

Marquinhos, “mas para seguir uma linha padrão de criação, a tecnologia, nesse sentido, ajuda muito”, complementa. A modernidade deu aos shapers um trabalho mais preciso com a ajuda de uma máquina que “modela” o bloco bruto da prancha. Este bloco, feito de poliuretano ou isopor, é colocado na máquina e cortado a partir de um arquivo, produzido em um programa de computador pelo shaper. Segundo Marquinhos, este é o chamado “design da prancha” que aperfeiçoa o processo, mantendo os níveis das pranchas produzidas no mesmo patamar, na mesma linha. Apesar do sucesso do surfe no mundo todo, a equipe conta que “a onda do momento” no ateliê são as pranchas de Stand Up Paddle. “O Stand Up vem atingindo pessoas diferentes do tradicional público do surfe, como mulheres e pessoas a partir dos 50 anos de idade, o que é muito bacana”, comenta Marquinhos. Quanto à fabricação, o profissional explica que as pranchas de Stand Up são mais fáceis do que as pranchas de surfe, uma vez que quanto menor a prancha mais difícil é de se fazer. O amor à natureza, uma das

filosofias difundidas pelo surfe, é cultivado pela equipe. “Para a construção da fábrica e da oficina utilizamos madeira de demolição e 80% da água utilizada foi captada da chuva”, conta o proprietário. Atualmente, a empresa está desenvolvendo um espaço para captar a água da chuva e usá-la na fabricação das pranchas, além de um projeto para reutilizar as sobras de materiais das pranchas na fabricação de chaveiros, troféus, brindes e afins. “Tudo que fazemos pela natureza é o mínimo diante de tudo que ela faz por nós”, acredita. A experiência do shaper, as ferramentas ideais e a fábrica estruturada são fundamentais para que a prancha de surfe se torne “mágica”. “Em outro ramo eu não seria um profissional totalmente realizado”, afirma Marquinhos. Os planos futuros para a marca Papamoa Surf Ateliê incluem aperfeiçoar as técnicas de fabricação e estruturar a loja. Apesar de recente, as criações da equipe são sucessos nas praias de Guaratuba e região, e comprovam que para entender da arte de fazer pranchas é preciso amar, primeiramente, a arte de flutuar sobre as ondas.

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Itapoá e sua história (parte II)

“História não é o que passou, mas o que ficou do que passou”

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ma vez conhecido o local e o entorno, bem como o potencial neles contido, vale ressaltar que, nessa avaliação, dois fatores mais pesaram na decisão dos empresários em desbravar Itapoá. Primeiro, como é natural no sistema capitalista, a possibilidade de novos ganhos e o segundo de fazer algo que projetasse seus nomes, feitos e efeitos futuro a fora, muito além de simplesmente amealhar resultados financeiros. Motivados passam a planejar as etapas necessárias para a implementação do projeto Itapoá. De pronto, atentam para uma demanda amplificada de recursos e pessoas para torna-lo realidade, e então, promovem uma terceira alteração contratual com o ingresso de novos sócios Ari Alcantara, Irineu D’Azevedo Cruz, Serafim Paese, Anevio Paese Ernesto Paese e Ambrosio Paese. Todavia a história de uma localidade não se completa sem que busquemos aqueles que nela muito antes viveram e muito contribuíram para que fosse permanentemente lembrada. A começar pelos índios carijós da grande nação tupi-guarani que habitavam uma extensa área localizada entre a lagoa dos Patos no Rio Grande do Sul e Cananéia no estado de São Paulo. Deixaram provas incontestes de sua existência nos traços da população autotene da localidade, ou seja, aquela resultante do cruzamento luso-carijó. Também os sambaquis, cuja etimologia da palavra é (tambá=concha) e (qui=monte). Esses montes de conchas

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resultantes do consumo de ostras, mariscos, berbigões e outros moluscos pelos selvícolas, ao longo de centenas de anos ganhavam alturas surpreendentes e constituíam-se nos únicos lugares secos e arejados das planícies úmidas do litoral, portanto neles moravam. Em razão da altura transformaram-se em pontos de observação, tanto de cardumes de peixes quanto dos inimigos, além de protegê-los dos mosquitos e animais peçonhentos. Neles enterravam seus mortos. Conforme a tradição, eram sepultos envoltos a barro vermelho e na mesma posição em que morriam. Não conheciam o metal, pois todos os objetos encontrados nas escavações realizadas pelos arqueólogos são de pedra, ossos, madeira e cerâmica. Os sambaquis representam uma página da pré-história e suas idades calculadas em 1500 anos para os mais novos e 9000 anos para os mais antigos. Outrossim, Itapoá=pedra que ressurge, Itapema=pedra angulada, a semelhança de parede, Jaguaruna=onça preta e Itapeva=pedra rasteira, são alguns nomes com os quais batizaram as localidades. A tradição oral revela que denominavam os locais de acordo com o acidente geográfico, ponto notável ou um fato que mais chamasse a atenção. Itapoá tem a origem do nome ligado a pequena pedra localizada em frente ao condomínio Vivenda das Palmeiras. Exposta ao movimento das marés desaparece e reaparece. Para a crença do aborígene a pedra não reaparecia porque a maré baixava, mas sim pelo fato dos espíritos trazerem-na de

volta. Assim no sentido amplo da palavra Itapoá é a PEDRA QUE RESSUSRGE. Até 1963 quando Garuva se tornou município e Itapoá passou a dele fazer parte, ambos integravam o território e a história de São Francisco do Sul. Assim todos os acontecimentos ocorridos nessas localidades tornavam-se parte de todo maior denominado São Francisco. Consta que no ano de 1504 aportou em terras francisquenses a expedição francesa comandada por Binot Palmier de Goneville com o seu veleiro L’Espoir. Binot fez boas relações com os hospitaleiros índios Carijós permanecendo com os nativos por três meses. Ao retornar abastecido de víveres frescos da terra, levou consigo o filho do cacique Arosca, de nome Iça-Mirim (Formiga Pequena) com a promessa de instruí-lo no manejo das armas de fogo, pelas quais os índios estavam maravilhados. Comprometera-se a trazê-lo de volta após 20 luas (aproximadamente um mês) Para a guarda do garoto, junto viajou o índio Namoa, um velho guerreiro da confiança de Arosca, o qual veio a falecer em alto mar. Goneville não mais voltou a estas terras, tendo porém dado a Essomeric (corruptela francesa de Iça-Mirim) o seu nome e a sua honra, educando-o com o melhor em França e casando-se mais tarde com Suzanne, sua sobrinha. Talvez tenha sido Iça-Mirim o primeiro brasileiro-turista a ir para a Europa A todos agradecendo, voltaremos a nos encontrar no próximo número. Em resposta a solicitação dos leitores informamos que o livro Memórias Históricas de Itapoá e Garuva pode ser encontrado na livraria Oceano.











EDUÇAÇÃO

Vestibular 2016 do Isepe Guaratuba carreira, aumentar a empregabilidade, desenvolver o pensamento crítico e reflexivo, preparar-se para a carreira acadêmica o concursos públicos, bem como, para ampliar relacionamentos profissionais e acadêmicos; visando sempre o aprimoramento profissional e a educação continuada de profissionais inseridos nos mais variados mercados de trabalho. Para o Vestibular 2016, serão ofertadas vagas para os cursos de Bacharelado em Administração; Bacharelado em Direito; Licenciatura em Pedagogia; Bacharelado em Engenharia da Produção; Bacharelado em Ciências Contábeis e Tecnólogo em negócios Imobiliários. Venha conhecer nosso campus, a família ISEPE terá o maior prazer em recebe-lo, ou acesse o site e conheça as ins-

Das assessorias

Serão realizadas no dia 29 de novembro de 2015, as provas do vestibular dos seis cursos oferecidos pela Faculdade do Litoral Paranaense -ISEPE Guaratuba.

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esde que iniciou suas atividades educacionais, a Instituição tem como objetivo oferecer uma educação contemporânea e de qualidade, com a preocupação de oferecer uma preparação adequada das pessoas para a vida cidadã e para o universo do trabalho. Em 2015, em visita de inspeção, os avaliadores do MEC, aferiram conceito quatro para os cursos de Bacharelado em Direito e Bacharelado em Administração, numa escala que vai de um a cinco, os demais cursos atualmente contam com o conceito três, assim, a Faculdade do Litoral Paranaense, está centrada em um processo de melhoria contínua na busca pela excelência da qualidade de serviços oferecidos em seus cursos de Graduação e Pós-Graduação. Merece destaque com orgulho, o fato da Faculdade do Litoral Paranaense ser a única localizada em uma cidade com menos de 40 mil habitantes a ter uma nota ou conceito quatro no curso de Direito, em todo o país. Além das aulas oferecidas no período noturno, os cursos de graduação desenvolvem

diversas atividades práticas que auxiliam na formação diferenciada dos alunos. São desenvolvidos “Juris simulados” envolvendo casos reais, visitas técnicas à empresas de porte, projetos técnicos, feiras ambientais, eventos de divulgação científica, Mediação-Familiar e semanas acadêmicas, que envolvem os professores e alunos de todos os cursos assim como a comunidade e a sociedade em geral. A Instituição também oferece cursos de Pós-Graduação lato sensu. Esses cursos têm seu público centrado em pro-

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fissionais graduados (recém formados ou não), motivados pela necessidade de aprofundar conhecimentos em suas respectivas áreas, construir novas oportunidade de atuação profissional ou de ascensão na

talações, os horários, as matrizes Curriculares dos cursos de graduação, as ofertas de cursos de Pós-Graduação e o agradável ambiente em que as atividades se desenvolvem nesta Instituição de Ensino Superior.



Giropop na Escola

Parceria entre empresa e escola resulta em responsabilidade e educação ambiental Ana Beatriz

Cuidar do próprio “quintal”, ou seja, abraçar uma causa social que traz benefícios para a própria comunidade. Este é o segredo de muitas ações bem sucedidas e também o princípio que moveu a parceria entre a Escola Municipal Claiton Almir Hermes e a empresa APM Terminals, em Itapoá.

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omprovando que a seriedade de uma empresa retroportuária a nível mundial e a ludicidade da educação infantil de uma escola municipal podem ter muito em comum, a união resultou em uma horta para o plantio de hortaliças. Entretanto, os ganhos para a aprendizagem das crianças foram muito além das mudas e adubo. Tudo começou com Ana Maria Dias Teixeira, professora do pré II da Escola Municipal Claiton Almir Hermes. Desde o início do ano letivo, Ana vem

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Os alunos do Pré II da Escola Claiton Almir Hermes conhecendo a rotina da APM Terminals Itapoá

trabalhando com seus alunos o projeto “Eu, criança itapoaense, descobrindo as maravilhas de Itapoá”. Conforme ela, o projeto discutiu informações sobre o município, através de entrevistas, pesquisas, curiosidades e observações realizadas durante as aulas e passeios. A professora ressalta que em uma dessas aulas-passeios pelo município de Itapoá o ônibus escolar passou em frente à empresa APM Terminals, e a euforia foi geral. “As crianças ficaram muito animadas com todos aqueles

containers e uma delas gritou ‘olha, quantas caixas de geladeira’”, conta a professora, “aquilo me marcou intensamente, e a vontade de conhecer a empresa também foi despertada em mim”, complementa. Em contato com o Comitê de Responsabilidade Social (CRS) da empresa APM, os alunos de Ana, crianças de cinco e seis anos de idade, desenvolveram e entregaram um tipo de ofício, com texto coletivo e inúmeros desenhos, pedindo a visita na empresa, que foi cedida e agendada, dando a APM Terminals Itapoá o título de primeira filial


da empresa no mundo a abrir as portas para as crianças de uma escola. E, apesar da parceria ser novidade, o resultado foi dos melhores. Na manhã da visita à APM, as crianças do pré II da Escola Claiton Almir Hermes vivenciaram momentos únicos dentro da rotina da empresa. “Algo rotineiro para a nossa equipe, como entrar em um container ou visitar o pátio e observar suas movimentações, foi mágico e encantador para as crianças”, afirma o CRS da APM Terminals Itapoá. Os conhecimentos adquiridos no passeio também foram discutidos e trabalhados em sala de aula. Segundo os alunos, a parte mais interessante foi observar um dos funcionários consertando o container. “É muito rico para nossas crianças conhecer profissões como esta, comum em nosso município”, conta a orientadora da escola Franciana Nardelli, que

Ao lado, Max Schultz e Nicolle Mota, da APM Terminals, com o ofício escrito pelos alunos. Acima, as crianças observando a movimentação no pátio da empresa e na foto abaixo, assistindo a um vídeo informativo.

acompanhou a escola durante o passeio. Hoje em dia, além de médicos, professores, policiais e afins, os alunos da professora Ana também cogitam serem “médicos de containers” quando crescer.

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Giropop na Escola

E a parceria não acabou por aí... A empresa “adotou” a escola para uma ação que integra o chamado Go Green, uma iniciativa dos cinco maiores operadores portuários do mundo, entre eles a APM Terminals, para promover a consciência ambiental e fazer a diferença nas comunidades onde atuam. A iniciativa, em nível mundial, foi realizada entre os dias 14 e 21 de setembro, em centenas de terminais nos cinco continentes. Em uma conversa entre os colaboradores da companhia e o gestor da Escola Claiton, José Antonio Soares, as necessidades da escola foram apresentadas à direção da empresa, que traçou o plano de ajuda. O projeto desenvolvido pela empresa resultou

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Crianças felizes e satisfeitas depois de muito trabalho realizado na horta

no plantio de mudas de árvores frutíferas, fazendo uma horta para o plantio de hortaliças, preparando o terreno para a instalação de um parquinho infantil e ensinando alunos e professores a fazerem o próprio adubo através de uma oficina de compostagem. No plantio de mudas, as tarefas foram dividas e revezadas entre os alunos de todas as turmas da escola, que plantaram diversos alimentos saudáveis, como couve, brócolis, repolho, pepino, alface e beterraba. Porém, a pitanga e o morango são os “xodós”


Ninguém ficou de fora: Escola e empresa foram movimentadas para que a ação fosse possível

da criançada, que aguarda ansiosamente para colher e comer as frutas docinhas. Já para o plantio das árvores, foram selecionadas árvores frutíferas e que oferecem sombra, pensando no recreio dos alunos, como sombreiro e flamboyant. Na opinião das crianças, a melhor parte do plantio foi sujar as mãos com o adubo e sentir a terra molhada. A ação movimentou todos os funcionários da empresa APM e integrou toda a escola, desde a merendeira que orienta sobre não misturar os restos de comida com cascas de banana até a escala montada pelos professores para molhar e monitorar a horta. Salete Stacechen Grabowski, que trabalhou como supervisora na Escola Claiton, recorda a ação realizada: “Foi uma iniciativa muito bacana que serviu de incentivo não somente aos alunos, mas também à equipe, de que a união faz a força e de que as coisas são realmente possíveis”. Muito mais que uma horta em seu espaço, a iniciativa da empresa APM

Funcionários APM Terminals realizando a ação social do Go Green

A orientadora Franciana Nardelli e o gestor José Antônio Soares, da Escola Claiton Almir Hermes, com a equipe APM Terminals Itapoá

Terminals Itapoá rendeu à Escola Claiton Almir Hermes ganhos significativos no método de aprendizagem, como responsabilidade e educação ambiental. As crianças, principais protagonistas desta ação,

evoluem diariamente junto das plantas da horta, conscientes de que quem planta e rega as sementes com amor e união, colhe educação e, consequentemente, um mundo muito melhor e mais sustentável.

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Empreendedor – Guaratuba

Nadar para ser mais feliz Ana Beatriz

Independência, segurança e liberdade, estas são algumas das sensações descritas pelos praticantes de natação. Mais do que autoestima, a prática do esporte reduz inúmeros riscos de saúde.

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ssim, visando qualidade de vida, é que existe a Escola de Natação Amanda Paes, referência em Guaratuba e região. Os três sócios – o casal Fabio Luiz Schemiko e Amanda Carvalho Paes, junto do seu pai Antonio Luiz Carvalho Paes – vieram de Curitiba-PR, mas trazem referências internacionais para a Escola de natação. A metodologia aplicada vem de outros países, fruto da trajetória de três apaixonados por esportes.

O casal Fabio Luiz Schemiko e Amanda Carvalho Paes com a filha Marina.

A habilidade de Amanda com a natação começou cedo, aos três anos de idade, quando iniciou no esporte por indicação médica, procurando curar dores de garganta frequentes. Já aos nove anos passou a competir, conquistando inúmeras medalhas e troféus. “Quando completei 18 anos sofri lesões no ombro e parei de nadar, foi

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quando conheci o triátlon”, conta. Sua relação com o triátlon ganhou identidade através de suas performances e lhe rendeu diversas provas, viagens e títulos. A faculdade de Educação Física, um sonho de infância, virou realidade para Amanda, que se formou e se especializou em Ciência do Esporte e

Medicina Desportiva. Em seu currículo também consta o trabalho realizado na Federação de Desportos Aquáticos do Paraná (FDAP), porém, a experiência mais marcante para a esportista foi sua viagem aos Estados Unidos da América, no ano 2000. No país que é referência para a natação, ela pôde buscar aperfeiçoamento na metodologia de ensino e fisiologia do esporte. “Lá pude me especializar e realizar diversas atividades, desde os níveis de adaptação até a iniciação de competição”, conta. Já a trajetória de Fabio seguiu por outro caminho, também radical. “O principal esporte da minha vida sempre foi o skate”, conta ele, que é designer, já trabalhou em lojas do segmento de skate, organizou campeonatos e chegou a ter sua própria marca de shape. Em sua vida esportiva, também participou de competições de bicicross e atualmente se aventura no surf. O casal, que sempre sonhou


Alunos em ação na Escola de Natação Amanda Paes, em Guaratuba

com uma cidade tranquila, decidiu morar em Guaratuba no ano de 2002. “As praias, a tranquilidade e a estrutura foram os fatores que nos ganharam”, conta Fabio. O conhecimento e o amor ao esporte de Fabio e Amanda, aliados à visão empreendedora de Antonio deram vida à escola de natação, hoje referência em toda a região. A rica experiência vivenciada por Amanda fora do país se reflete nitidamente na metodologia da escola. Ela conta que o principal aprendizado no ex-

terior, na época, foi segurança aquática. “Hoje o Brasil está mais adaptado e o termo ‘segurança aquática’ tem aparecido com mais frequência”, conta, “podemos evitar muitos afogamentos através da conscientização e responsabilidade”. As vantagens da natação são inúmeras. O casal explica

que este é um esporte dinâmico, completo, que trabalha todos os músculos do corpo, não exige muito do praticante e não causa impactos. “É ideal para quem quer entrar em forma ou mesmo sair da vida sedentária, por isso é tão indicado por médicos e fisioterapeutas”, conta Amanda. Além da natação, a Escola de Natação Amanda Paes também oferece hidroginástica e musculação personalizada. “Na musculação, realizamos um trabalho específico, de acordo com a necessidade do aluno”, explica Fabio. Para tal, as turmas funcionam em horários específicos e com número limite de alunos. Ainda contemplando os alunos, a escola oferece descontos progressivos para maiores de 65 anos, assim como o pacote família, onde todos os parentes diretos são beneficiados com descontos. Atualmente, são cerca de 400 alunos frequentando a Escola, em busca de qualidade de vida. As crianças já podem ser matriculadas a partir dos três anos de idade, seguindo até o público idoso, que, segundo Fabio, são alunos assíduos e empolgados. “Já tivemos um alu-

no de 98 anos de idade, o que prova que nunca é tarde para se exercitar”, ele conta. Além dos guaratubanos, a escola recebe também alunos da região, como Itapoá e Matinhos. De acordo com o casal, as Olimpíadas Rio 2016 são um alavanco para a natação e os demais esportes. “Os jogos olímpicos inspiram as pessoas a praticar alguma atividade, especialmente as crianças”, diz Amanda, “e é importante que o Brasil tenha reconhecimento em outros esportes como, por exemplo, na canoagem ou nado sincronizado”, complementa. Apesar de acreditarem que a competição é o espelho do esporte, a escola de natação de Amanda, Fabio e Antonio carrega a seguinte filosofia: “Vamos nos divertir”. De forma dinâmica, regular e comprometida, as atividades físicas exercidas objetivam, primeiramente, a segurança e a saúde de seus alunos. O segredo de tamanho profissionalismo e realização profissional é, sem dúvidas, o amor ao esporte. Enquanto uns escolhem entre o sonho de atleta e uma profissão, outros fazem como eles: transformam o amor ao esporte em trabalho, e nadam para ser ainda mais felizes.

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Empreendedor – Itapoá

Monitoramento, segurança e tranquilidade Ana Beatriz

A cada dia, segurança residencial torna-se um tema mais importante e está no topo da lista de prioridades da maioria das pessoas.

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ara não deixar o medo assombrar, é cada vez mais comum encontrar residências e empresas equipadas com monitoramento de alarme, o que torna este setor em constante crescimento. Pensando nisso, nasceu a empresa Anjos da Noite Alarmes Monitoramento, referência de qualidade em alarmes monitorados no município de Itapoá. A história do empreendi-

Anjos da Noite, agora também com escritório na Av. Ana Maria Rodrigues de Freitas.

mento começou há 13 anos, quando os primos Carlos Alexandre e Paulo César Burbello buscavam vagas de emprego no município. “Entregamos

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currículo em uma empresa de vigilância e o proprietário nos alertou quanto à carência de monitoramento no bairro Pontal do Norte, onde moramos”,

contam os primos, que aproveitaram a oportunidade e transformaram o problema em trabalho. Como todo bom negócio, este também começou aos poucos, no ano de 2002. “No início, realizávamos rondas noturnas de bicicleta pelo nosso bairro”, recordam. Mas antes de se aventurarem de vez no ramo e se tornarem sócios, Carlos e Paulo realizaram o curso de vigilância, o que, segundo eles, afirmou ainda mais a ideia de estarem no caminho certo. Atrelada ao crescimento do município, a empresa Monitoramento Anjos da Noite deu seu primeiro passo no ano de 2005, com a instalação de um escritório equipado com sistema de monitoramento no bairro Itapoá, aberto 24 horas. Desde então, a empresa


vem ampliando os serviços oferecidos com equipamentos de alta tecnologia e qualidade. Além do monitoramento 24 horas através das tradicionais rondas e alarmes monitorados, existem opções de sistemas mais efetivos de segurança. O Sistema de monitoramento possui as ferramentas de palavra-chave, botão de pânico, identifica queda de energia e acesso via internet, de acordo com os sócios, estas ferramentas permitem que o cliente acompanhe o histórico do sistema de sua residência onde quer que ele esteja. Além disso, outra vantagem é o atendimen-

to (motos) especializado por bairros, o que facilita o deslocamento por todo o município. A equipe Anjos da Noite hoje conta com 17 funcionários, entre eles rondas, monitores, técnicos e agora, também um vendedor. “Durante todos os anos de atuação, este é o primeiro que contamos com um profissional responsável pelas vendas”, conta Paulo, “pois crescemos acreditando que a melhor propaganda é o cliente quem faz”, complementa. Segundo os empreendedores, o serviço bem prestado e feito com seriedade é o que fideliza os clientes e os torna seguros e

satisfeitos. Para os Anjos da Noite, outro fator primordial que garante a eficácia da segurança no município é a união das empresas de monitoramento, reforçando a qualidade do trabalho realizado. “Um dos diferenciais da empresa é o fato de ser criada em Itapoá e fiel aos serviços da cidade, gerando retorno para a mesma”, conta Paulo. Ou seja, o Monitoramento Anjos da Noite é uma empresa do município e para o município. Assim como a empresa, o perfil dos clientes também cresceu. “Antigamente os veranistas eram os mais inte-

ressados em segurança, mas atualmente o serviço de monitoramento vem sido requisitado por muitos itapoaenses, sejam pescadores, lojistas, etc.”, conta Carlos. Entretanto, ainda há muito trabalho pela frente: Os proprietários contam que menos da metade da população de Itapoá possui alarmes monitorados em suas residências. “Este é um dado preocupante, uma vez que, infelizmente, na mesma proporção em que o município se desenvolve, cresce também a quantidade de roubos e furtos”, diz Paulo. Comprovando que este é um setor em constante crescimento, recentemente a empresa Anjos da Noite abriu uma filial no bairro Itapema do Norte, visando um atendimento direcionado à população da região. Ainda assim, os planos futuros da empresa incluem crescer de forma adequada ao município. Com a experiência na área, Carlos e Paulo afirmam: “O alarme monitorado é a principal medida protetiva e preventiva aos moradores do imóvel”. Afinal de contas, o objetivo destes anjos da noite é o desejo de qualquer pessoa: Segurança e tranquilidade em casa, no ambiente de trabalho ou onde quer que esteja.

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Jubileu de Prata do Guaratuba Woman’s Club

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m 1929, no Rio de Janeiro surgia o primeiro clube de mulheres comandado pela grande líder na luta dos direitos das mulheres no Brasil – Bertha Lutz. Depois em 1961 nascia com sede provisória o International Women’s Club of Recife. Em 21 de setembro de 1988 era fundada em Maceió a Confederação dos Women’s Clubs do Brasil cujo objetivo está em promover o intercâmbio e o congraçamento entre suas afiliadas, apoiando movimentos que visam o bem estar da família, da comunidade e principalmente a valorização da mulher. E foi assim que em 2006 uma mulher incrível, dinâmica, maravilhosa, assumiu a Presidência da Confederação, senhora Orchidéa Corciolli. Chegava então o ano de 1990, e numa manhã pouco ensolarada, ban-

Srª Orchidéa Corciolli – Presidente da Confederação dos Women’s Clubs do Brasil e Maria Laura Pires Rosa, presidente do Guaratuba Woman’s Club.

deirolas suspensas anunciavam a chegada em Guaratuba de um grupo composto de 300 mulheres lideradas pela senhora Mara Lúcia Rauh – fundadora do Guaratuba Woman’s Club.

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25 anos se passaram e na tarde de 24 de outubro de 2015 no Salão de Café da Pousada Porto da Lua de propriedade da sócia Elyane Escorsin, o clube festejou com júbilo seu Jubileu de Prata. Foram momentos

maravilhosos vividos pelas sócias fundadoras, sócias atuais e convidados especiais que após a abertura oficial do evento pela Presidente Maria Laura Pires Rosa, aconteceu a entoação do Hino Nacional Brasileiro e o desenrolar de toda programação festiva. Agradecemos a presença de cada participante, ressaltando: Srª Orchidéa Corciolli – Presidente da Confederação dos Woman’s Clubs do Brasil com sede em São Paulo/SP e membros da Diretoria; Srª Ivone Urbanetz – Presidente do Curitiba Woman’s Club; Ex- Presidentes do Woman’s de Guaratuba Mara Lúcia Rauh e Vera Regina Lobo Leomil; Srª Elcely Franklin – Presidente do Clube Guará da Melhor Idade de Guaratuba; Srª Liliane Alberton Silva e membros da Diretoria; Drª Carolina Solak Rosa; Imprensa falada na pessoa da Radialista


O evento em comemoração ao Jubileu de Prata do Guaratuba Womans Club aconteceu na Pousada Porto da Lua.

Leila Cristina Marques – Rádio Litorânea/Guaratuba; Imprensa Escrita na presença do Diretor Administrativo Claudio e Diretor Social Beto Vieira da Revista Giro Pop, de Itapoá - SC e Guaratuba - PR, registrando também agradecimentos aos maridos de algumas sócias,

colaboradores com o woman’s club e demais convidados. O evento festivo contou com a participação e animação do grupo musical MPB de Garuva/ SC – Rafael, Henrique e Cristians; Decoração de Ney Salles Promoções e Eventos; Ligeirinho Vídeos Personalizados e

Mestres de Cerimonia Ney e Rocio Bevervanso. A Presidente do Guaratuba Woman’s Club Mª Laura Pires Rosa e demais associadas agradecem a presença de todos que prestigiaram tão importante data, as flores e mensagens recebidas, ressaltando um agradecimento

também a todo comércio e imprensa local, famílias, pessoas e autoridades que durante estes 25 anos de atividades do clube, se fizeram presentes com doações solicitadas por este clube de serviços. Parabéns Guaratuba Woman’s Club!

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evento - jubileu de prata O evento aconteceu no Salão de Café da Pousada Porto da Lua e contou com a presença das sócias fundadoras e sócias atuais do Clube. Também contou com a presença de outras entidades filantrópicas de Guaratuba e com a presença da Presidente da Confederação dos Women’s Clubs do Brasil, Sra. Orchidéia Corciolli.

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ão vou ocupar espaço descrevendo a ‘mutuca’. Ela é popular no litoral, notadamente em Itapoá e, tenho por certo, que poucos não foram ‘picados’ ou ‘atormentados’ por elas. Mas, como sempre tem gente nova chegando, vale uma rápida alusão ao pequeno inseto alado, pouco maior que uma mosca doméstica, apreciador de sangue fresco, especialmente o humano, que obtém com uma ferroada ardida, doída que nem um beliscão. Isso sem considerar os efeitos imediatos: coceira intermitente, vermelhão e inchaço no local da picada. Aparecem no início de setembro. Intensamente, em outubro e novembro e desaparecem, misteriosamente, em meados dezembro, exatamente no dia de Santa Luzia, conforme a crença popular. Primeiro as pequenas atacam no alto da cabeça, depois as maiores, de diversas espécies. Sugam os mamíferos, raramente as aves. Os machos alimentam-se de néctar e pólen das flores e as femeas de san-

E por falar nas mutucas

gue, pois após a copula precisam de proteína animal para maturar os ovos. Com a primavera antecipada estão chegando mais cedo. Conta André de Meijer, colega colunista no Correio do Litoral, de Guaratuba/Pr, que em agosto foi ‘picado’ pela primeira mutuca da estação. Uma Chrysops varians, precoce que ataca no alto das nossas cabeças, diferente das demais que preferem as partes menos altas do corpo. Uma das mais abundantes no litoral, principalmente onde existem rios, brejos e pântanos. Ela é facilmente identificada pela asa com até 8 milímetros de comprimento e

uma grande banda transversal negra, lembrando a vela de um navio pirata, diz de Meijer. Observando as folhas do araçazeiro, supostamente o principal criadouro de mutucas, teremos muitas na estação, pois o versos das folhas estão repletos de casulos com larvas. Associado ao clima favorável que apressou a primavera, haverá probabilidade de uma infestação de mutucas. Com alta luminosidade e temperaturas elevadas, incomodarão do nascer ao por do sol. Quem as conhece sabe que não há remédio ou alternativa, para afastar as mutucas. Com toda a tecnologia existente ainda não inventaram um repelente eficaz. Portanto, o jeito será conformar-se e esperar pacientemente o dia da Santa Luzia. Enquanto isso, preventivamente, evitar a proximidade dos rios, banhados, florestas e restingas. Aos recém-chegados ela não passará despercebida e muito menos será esquecida. Podem crer...

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apaixonados por motor

Motorhome: a casa na estrada

Ana Beatriz

E

star em casa e ao mesmo tempo na estrada, por que não conciliar as duas paixões? Esta é a emoção vivida por quem tem um motorhome: transformar simples passeios e viagens em realizações muito maiores. De Guaratuba, César Luiz Cernach e Vaneli Mari Arsie Cernach são companheiros de um estilo de vida mais aventureiro, exploradores de diferentes lugares e claro, donos de um motorhome. Como costumam dizer: “Viajar de motorhome é como brincar de casinha, pois podemos ir aonde quisermos e dormir aonde quisermos”. Casados há 19 anos, afirmam que a paixão pelo campismo veio ainda antes da união e reforçada a cada ano. Vaneli recorda que ela e o marido passaram dez anos viajando sempre de barraca. “Com a chegada da nossa primeira filha, quisemos ensina-la desde cedo as diferentes culturas e a ver a vida com simplicidade”, conta.

O casal acredita que viajar é um dos mais ricos prazeres da vida, indiferente do local, distância ou dias em que a viagem possa durar. E por tanto amor à estrada, em 2007 adquiriram o primeiro trailer, que de tão pequeno, foi apelidado de Kinder Ovo. Já com a chegada do segundo filho, um novo sonho teve

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início: um motorhome. “Infelizmente o valor do motorhome no Brasil é muito alto, o que faz com que, geralmente, este sonho aconteça quando os casais já atingiram uma estabilidade financeira, na maioria dos casos, após a aposentadoria”, explica César. Porém, para eles, a história foi um

pouco diferente: tiveram o privilégio de realizar este sonho aos 36 anos. O casal começou com um motorhome ano 1989 e, em 2012, após terminar de pagar


De Guaratuba, César Luiz Cernach e Vaneli Mari Arsie Cernach são companheiros de um estilo de vida mais aventureiro. seu parcelamento, efetivaram a troca por um modelo mais novo, ano 2001, que os acompanha até hoje. Tamanho, comodidade, conforto e capacidade variam de modelo para modelo. Internamente, o motorhome de César e Vaneli tem nove metros e capacidade para até seis pessoas. Quarto para casal, sofá

cama, área de refeição que se transforma em mais camas, televisões, chuveiro quente, geladeira, micro-ondas, ar condicionado e móveis até o confundem com uma casa convencional. É mesmo como brincar de casinha na estrada. Segundo o casal, as vantagens de ter um motorhome são inúmeras, como a facilidade para conhecer os lugares com calma e detalhadamente. Enquanto de avião, a viagem é de aeroporto a aeroporto, de motorhome, a viagem é da casa ao destino. “Gostamos muito de explorar a área rural, conversar com pessoas em vilarejos, conhecer estradas secundárias e culturas de cada região, e esta forma de viagem nos permite viver tudo isso”, conta Vaneli. Outro benefício apontado pelos dois é o custo das viagens. Eles explicam que apesar de o

motorhome ser uma aquisição cara, ao longo das viagens, o gasto se torna menor, já que a alimentação acontece dentro do veículo e as pernoites em postos de gasolina, campings ou até mesmo nas praças de pequenas cidades. Em relação às viagens no veículo, César e Vaneli contam que já foram realizadas com amigos, familiares ou sozinhos. “Nos finais de semana costumamos viajar para localidades mais próximas, já as grandes viagens com o motorhome aconteceram quatro vezes”, conta César. No ano de 2009 foram para a Argentina, em 2010 para a Bahia, em 2012 para a Argentina e o Chile, e neste ano de 2015, para a Argentina e o Uruguai. Uma das situações que mais os marcou foi em 2009, quando estavam chegando da Argentina. Já próximos à Guaratuba, o filho menor, na época com dois anos, reconheceu que estavam chegando em casa e começou a chorar, dizendo: “Não quero minha casinha! Não quero minha casinha!”. Ou seja, a vida no motorhome era o que ele queria. No quesito segurança, eles aconselham os cuidados básicos, como se estivessem com

qualquer outro veículo, ou seja, deixar o motorhome apenas em lugares movimentados, dormir em postos 24h ou campings. “Com o passar do tempo e experiência, isso se torna tranquilo”, diz César. Em caso de dúvida, o casal sugere a consulta de páginas de campistas no Facebook, com dicas e sugestões, como a página “Marchiori Sasso”. Já sobre escolher entre hotel ou motorhome, eles acreditam que tudo depende do estilo de vida da pessoa. “No hotel há vantagens como cama arrumada, banheiro limpo e almoço sem cozinha suja”, conta Vaneli, “porém, no motorhome há vantagens como aventura, descoberta, improviso e, principalmente, família”. Hoje com bons anos de aventura e pé na estrada, ou melhor, casa na estrada, os apaixonados por motorhome incentivam quem deseja ter um. Como costumam dizer, dentro do motorhome todos os momentos são mais intensos. “Se um pneu fura, as pessoas param para ajudar, bater um papo e já entram para conhecer”, conta César, “enfim, tudo é motivo para fazer novas amizades”. Com tantas histórias e experiências, o casal ressalta: quem viaja de motorhome não tem pressa, pois está sempre em casa.

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Coimbra das canções e da bela universidade!

C

ontinuando a viagem em Portugal e antes de chegar em Coimbra não deixe de visitar o Santuário de Fátima, um dos destinos mais concorridos de Portugal, especialmente em maio, quando milhares de peregrinos se reúnem em procissões, missas e mesmo pagando promessas.Nessa época é interessante reservar hotel e ou pousada com bastante antecedência, agora, se você vai em outra época do ano há hotéis e pousadas livres para todo tipo de gosto e bolso.Re-

comendo o Hotel São Nuno, acessível e O povoado de Fátima remonta à época da dominação árabe na Península Ibérica, há mais de mil anos. Em 1917 com as aparições diárias de Nossa Senhora na Cova para os três pastorzinhos, Fátima ficou famosa na sociedade cristã e pessoas dos quatro cantos do mundo começaram a visitar a região. Uma vez no Santuário de Fátima visite a Capela das Aparições, a Igreja da Santíssima Trindade, que é considerado o maior templo católico do mundo, a Praça Pio XII e a

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falta legenda para foto

Basílica do Rosário, que pode ser vista de onde você estiver. A belíssima torre com aproximadamente 70 metros de altura possui uma grande coroa de bronze. Várias colunas ligam a Basílica de um lado a outros prédios na outra extremidade. Perto de Fátima existem vários locais de interesse religioso e turístico, uma delas é a cidade de Tomar que abriga o Convento de Cristo, construído em 1160 pelos cavaleiros da Ordem dos Templários, de cuja Ordem Pedro Álvares Cabral fazia parte e nessa região também encontra-se a cidade


de Batalha, onde encontramos o maravilhoso Mosteiro de Santa Maria da Vitória, uma obra de arte a céu aberto. Recomendo ainda, antes de chegar em Coimbra, conhecer um dos balneários mais badalados de Portugal, Nazaré, que desponta como um balneário de ondas altíssimas e muita prática de surf. Vale uma visita á Vila dos Pescadores, antigos hábitos ainda são conservados, por exemplo, as mulheres usam várias saias, umas sobre as outras. A cidade é dividida em parte alta e parte baixa. Na parte baixa junto ao mar ficam lojas, hotéis e restaurantes ótimos, onde você poderá degustar frutos do mar de toda espécie! A parte alta de Nazaré é muito silenciosa, a vista vale a pena ser apreciada.Você pode subir de teleférico ou fazer uma caminhada por uma trilha de pedras e existe acesso de carro para os que tem pouco tempo no local. A uns 127 km chega-se à charmosa cidade de Coimbra, a chamada “ cidade romântica” talvez

pela ligação com Inês de Castro, com a Rainha Santa Isabel e a sua famosa universidade, fundada em 1230 pelo rei poeta Dom Dinis, uma das mais antigas do mundo. Visitar a universidade é emocionante, uma vez que tanta história ocorreu entre suas paredes.Não esqueça de visitar a Sala dos Capelos e a famosa biblioteca Joanina, que Dom João V mandou construir e que atualmente guarda 150 mil volumes com capa em couro, são de grandiosidade histórica infinita! Ao sair pela linda porta de madeira da Biblioteca Joanina você pode admirar a cidade toda, os diversos mosteiros, o de Santa Clara já em ruínas e o Convento de Santa Clara a Nova, onde Inês de Castro esperava por Dom Pedro e descrito em obra de Camões como “ nostálgicos campos de Mondego”. Ao caminhar pelas alamedas da universidade e pelas suas diversas faculdades você sempre vai encontrar estudantes caracterizados por longa capa preta, muito fácil reconhecê-los. Esse conjunto histórico - cultural é considerado Patrimônio Mundial da UNESCO. Não deixe de visitar o Museu Machado de Castro, composto por vários edifícios romanos.

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APAIXONADOS POR ANIMAIS

Profissão: Apaixonado por animais

Sempre em busca de boas histórias entre animais e seus donos, o “apaixonado por animais” desta edição faz parte de um time de profissionais que amam o que fazem e se esforçam ao máximo para sempre oferecerem os melhores cuidados. Ana Beatriz

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o município de Itapoá, o veterinário Elton Luís Pereira da Silveira, por conta da correria do dia a dia, não tem nenhum animal de estimação em casa, porém, é responsável, temporariamente, por mais de 60 cachorros. Isso acontece porque Elton é um dos profissionais atuantes no Centro de Bem Estar Animal de Itapoá, mantido pela Prefeitura. Ao contrário da maioria dos apaixonados por animais, Elton, natural de Canoinhas - SC, não sonhava em ser veterinário, mas em trabalhar com medicina humana. Segundo ele, a profissão surgiu naturalmente. “Tenho familiares veterinários, o que me aproximou da área e me levou a cursar medicina ve-

Os veterinários do Centro de Bem Estar Animal de Itapoá e verdadeiros apaixonados por animais, Vivian Becker e Elton Luís Pereira da Silveira.

terinária”, conta. Aos poucos, ele foi se identificando com o curso e aprendendo que este não lida somente com animais, mas também com pessoas. “Di-

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ferente do que muitos pensam, o curso de medicina veterinária é bem abrangente e envolve também o lado triste da vida animal, exigindo preparo psicológico do

aluno”, conta o veterinário. Enquanto profissional, Elton, antes de chegar a Itapoá, trabalhou em diversas cidades, exercendo, na maioria do tempo, a profissão de plantonista. Durante esta experiência, o veterinário pôde observar atitudes erradas e muito comuns entre os donos de animais que podem ser evitadas. “Todos os animais têm direito à vida e direitos animais, o que não deve ser feito é humanizá-los, como oferecer a eles qualquer tipo de alimento ou dar medicação humana”, explica. Em 2012, Elton chegou a Itapoá e, sendo o primeiro veterinário concursado no município, colaborou com sua experiência para diversos projetos e atividades, como na criação do Centro de Bem Estar Animal, há aproximadamente dois anos. “O Cen-


Osvaldo Antonio de Mendonça, funcionário do Centro, em sua rotina de cuidados com os cães

tro surgiu com o intuito de tratar os cães machucados ou em situação de risco”, conta o veterinário. Vale frisar que não se trata de um abrigo, e sim de um espaço onde os cães chegam, são tratados e vão para a adoção. A equipe organiza feiras de adoção e, entre os participantes dos eventos e aqueles que buscam o cão no próprio Centro, já foram doados cerca de 130 cães com documentação correta. Assim, enquanto cães entram, outros saem; filhotes e adultos participam das feiras. “A maioria das pessoas quer adotar um cachorro pequeno, peludo e com quatro patas, é muito raro alguém adotar aquele que já está velho, debilitado ou com alguma sequela”, lamenta Elton.

Porém, alguns levam sorte e ganham lares e famílias cheias de amor. Para quem quiser adotar fora das feiras, basta ir até o Centro de Bem Estar Animal de segunda a sexta-feira, no período da manhã, ou entrar em contato com a equipe através das redes sociais pela página “Centro de Bem Estar Animal de Itapoá”. No Centro, a equipe é pequena e o trabalho bastante. Com dois veterinários e dois funcionários, a rotina se divide entre a limpeza das baias e da área, alimentação, ronda diária para ver como estão todos os cães e medicações necessárias, além das castrações e atendimentos às inúmeras denúncias de cães abandonados no município. Por conta das atividades, que não são poucas, Elton ressalta que voluntários são sempre bem-vindos para dar banhos ou passear com os cães, por exemplo. O Centro trata, temporariamente, o número limite de cães permitidos no espaço, ou acima dele. Atualmente, são 61 ca-

chorros que vivem, temporariamente, no Centro de Bem Estar Animal. Mas, apesar de parecer um número significativo, não é o bastante: a quantidade de cães nas ruas ainda é muito grande. Sobre os frequentes casos de abandono e maus tratos de cães no município, o veterinário afirma: “O problema não está nos animais, mas nas pessoas que os abandonam e os machucam, mesmo com o conhecimento de que isto é errado, através de leis e propagandas”. As redes sociais, se utilizadas de maneira correta, também podem ser aliadas no combate ao abandono e maus tratos dos animais. “Porém, em uma rede instantânea e utilizada por boa parte da população, é preciso estar atento às acusações falsas e ao sensacionalismo”, lembra Elton. Outra atitude importante, especialmente para controlar o número de cães nas ruas, é a castração, uma iniciativa que deve ser tomada para os dois sexos. “Ao contrário do que muitos pensam a castração não causa mal ao animal, que segue com suas atividades normais, apenas não vai procriar”, explica Elton. Dar menos importância à raça, recusar a compra de animais sem saber sua procedência, adotar um cachorro castrado e dar a ele uma família e um lar cheio de amor são as principais práticas incentivadas pela equipe do Bem Estar Animal. Mesmo com tantas dificuldades e necessidades enfrentadas, o veterinário afirma: “Não trocaria de profissão”. Em uma rotina repleta de atenção, cuidados e

fiscalização às denúncias, Elton e a equipe do Centro do Bem Estar Animal de Itapoá realizam seu trabalho, segundo eles, “à longo prazo, porém gratificante”. Para contribuir com a causa não é preciso esperar até a próxima feira de adoção, que será realizada no mês de novembro: no Centro ou mesmo à distância, todos podem dar bons exemplos de responsabilidade, consciência e, claro, muito carinho aos melhores amigos do homem.

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